moral e dogma

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    Moral e Dogma do Rito Escocs Antigo e Aceito da Maonaria (Graus Simblicos)

    de Albert Pike

    2

    Dados do Livro

    Albert Pike

    Traduo de Ladislau Fuchs

    Moral e Dogma do Rito Escocs Antigo e Aceito da Maonaria

    Graus Simblicos

    Exemplar n ________________

    Para uso exclusivo do

    Ir.. ____________________

    Permitida apenas uma nica reproduo, em papel ou arquivo, para segurana.

    Livraria Manica Paulo Fuchs - Todos os Direitos Reservados.Livraria Manica Paulo Fuchs

    So Paulo, SP 11 5510-0370 internet: www.livrariamaconica.com.br

    maio de 2002.

    3

    Indice

    Capa

    Dados do Livro

    Indice Apresentao

    Albert Pike

    Prefcio do Autor

    Moral e Dogma

    O Aprendiz

    A Rgua de Vinte e Quatro Polegadas e o Mao

    O Companheiro

    O Mestre

    4

    Apresentao

    com orgulho que lanamos este livro, incompreensivelmente ainda indito no Brasil at 2002.

    Albert Pike recompilou e estabeleceu as bases filosficas, sociolgicas, histricas, polticas,simblicas e religiosas de todo o Rito Escocs Antigo e Aceito em seu livro de 1871, Morals andDogma of the Ancient and Accepted Scottish Rite of Freemasonry.

    http://www.livrariamaconica.com.br/http://www.livrariamaconica.com.br/
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    To importante a influncia de Albert Pike na Maonaria, que sua leitura , simplesmente,obrigatria.

    Nosso modesto trabalho apenas o de traduo e publicao do que nosso Ir.. Albert Pikeestabeleceu. A ele atribumos as grandes idias e conceitos construtivos. E a ns mesmos os errosque porventura estiverem contidos nesta carinhosa e dedicada traduo.

    Este lanamento a traduo da primeira parte, que se refere aos Graus Simblicos (Aprendiz,Companheiro e Mestre) desse livro.

    Muitos de ns reclamam que temos vivido, ultimamente, sobre as glrias do passado. Sem dvida,ao revermos a histria do Brasil, verificaremos que, desde o incio da Maonaria no Brasil, passandopor todo o perodo pr- e ps-Independncia, continuando pelo da Abolio e at a Repblica e suaimplementao, a Maonaria era formada pela mais alta elite intelectual e poltica brasileira. Todosos Ministros de Deodoro foram Maons. No por serem Maons, mas porque as cabeas maiscompetentes do pas pertenciam aos quadros da Maonaria. A Maonaria realmente dirigia a Nao.

    desolador comparar aquela Maonaria pujante com a da segunda metade do sculo XX em diante.E hoje, incio do sculo XXI, estamos beira da mediocridade intelectual e poltica, vendo os fatos sesucedendo, sem termos a mnima capacidade organizacional nem a competncia para agir.

    A atividade Manica deve ser muito variada. Lembrando que se trata de uma instituio inicitica e

    aceitando o motto de que um sistema de moral velado por alegorias e ilustrado por smbolos, absolutamente necessrio que se desenvolvam diversas atividades simultneas. H que mantervivas as tradies, estudar profundamente seu simbolismo, exercitar a ritualstica que mantm acesaa chama do simbolismo em nossos espritos. Em nossa lida externa, dar o exemplo, praticarbeneficncia.

    E isto temos feito com algum sucesso. Se bem que, por incapacidade de assumir nosso verdadeiropapel perante a coletividade, perante o Povo e perante os Povos, temos estado cada vez maishermticos exercitando coisas em nossos Templos, e ainda tendo condies de nos dedicar aalgumas raras e louvveis obras de benemerncia. Mas s.

    H que nos concentrarmos exatamente nessas imensas responsabilidades e tarefas, e no nospequenos detalhes de nossa Ritualstica em Loja ou nos limitar, externamente, a obras debeneficncia. Sem trabalharmos efetivamente em tudo o que Pike nos lega, o que fazemos em Lojano passa de um teatrinho ridculo.

    Pike diz: Sabedoria, Fora e Beleza so foras que esto ao alcance de todas as pessoas; euma associao de pessoas plenas dessas foras s pode exercer um imenso poder nomundo. Se a Maonaria no o faz porque parou de possu-las.

    Lendo esta obra, e precisamos faz-lo muito atenta e carinhosamente, passamos a compreendertodo o embasamento deste Rito to difundido.

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    Mais importante do que compreender o embasamento, comearemos a entender a direo que eled a todos os Maons, e a imensa responsabilidade que coloca sobre nossos ombros isto , sobrenosso intelecto, nossa vontade, nosso trabalho, nossos sentimentos e nossa f.

    Ressalta a imensa responsabilidade que temos, tanto como indivduos perante o prximo, perante asociedade e perante a Nao, quanto como Organizao, perante os Povos, perante as Naes eperante a Histria.

    Ou seja, responsabiliza-nos pelo futuro da Humanidade.

    Para tanto, nos d os alicerces ticos, morais e de f necessrios para o desempenho dessa tarefa da qual no podemos nos esquivar.

    Pensemos nisso.

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    Aquele que compreender e assumir todas essas responsabilidades maiores tem condies depertencer Instituio Manica e a fazer o que realmente se espera dele. quele que no o fizer,sugerimos pensar muito seriamente em pedir seu Quit Placet.

    Para continuar a disseminar os grandes preceitos Manicos, para o bem da Maonaria de lnguaportuguesa, oportunamente estaremos lanando as partes seguintes, as dos Graus Filosficos.

    Os Editores

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    Albert Pike

    Albert Pike nasceu em Boston, Massachusetts, nos Estados Unidos da Amrica, em 29 dedezembro de 1809. Foi uma personalidade multifacetada que melhor lembrada por suas conquistascomo professor brilhante, poeta, escritor, advogado, editor e expoente da Maonaria, do que comoGeneral Brigadeiro da Confederao, posto que alcanou incidentalmente.

    Recebeu sua educao inicial em Newburyport e em Framingham, e em 1825 ingressou no HarvardCollege, sustentando-se e ao mesmo tempo ensinando. Tinha chegado apenas ao ginsio quandosuas finanas o compeliram a continuar seus estudos sozinho, ensinando enquanto estava em

    Fairhaven e Newburyport, onde era professor efetivo do curso de gramtica e depois teve umaescola particular. Anos mais tarde, alcanou tal distino na literatura, que recebeu o grau de MestreHonorrio em Artes na Universidade de Harvard, da qual ele tinha sido excludo no colgio por faltade possibilidade de pagar seus estudos.

    Em 1831 partiu para o oeste, para Santa F, com um grupo comercial. No ano seguinte, com umgrupo de caa, desceu o rio Pecos at a plancie de Staked, onde, com outros, quatro viajouprincipalmente a p at chegar a Fort Smith, no Arkansas. Suas aventuras e feitos esto contadosem um livro de prosa e verso publicado em 1834. Enquanto ensinava, ao sul de Van Buren e no rioLittle Piney, contribuiu com artigos para o jornal Little Rock Advocate e chamou a ateno de RobertCrittenden, com a ajuda de quem chegou a ser editor daquele jornal que dois anos mais tardepassou a ser sua propriedade.

    Foi admitido no tribunal em 1835 e estudou e praticou advocacia at a Guerra do Mxico, quandorecrutou uma companhia de cavalaria e esteve presente na batalha de Buena Vista sob o comandodo famoso Coronel Charles May. Em 1846 duelou com o General John Selden Roane, mais tardegovernador do Arkansas, por algo que este disse em suas memrias daquela batalha sobre oregimento de Arkansas de Pike.

    Em 1849 foi admitido no tribunal da Suprema Corte dos Estados Unidos, ao mesmo tempo queAbraham Lincoln e Hannibal Hamlin. Em 1853 mudou-se para New Orleans, j preparado parapraticar na corte de Louisiana por ter estudado os Pandects, dos quais traduziu o primeiro volumepara o ingls. A jurisprudncia da corte de Louisiana estava baseada no Direito Romano e no noDireito Ingls. Tambm fez tradues de muitas autoridades Francesas. Escreveu, ainda mais, umlivro indito de trs volumes sobre As Mximas da Legislao Romana e Francesa.

    Em 1857 parou de praticar no Arkansas. Atuou por muitos anos como advogado dos ndios Choctawe, em 1859, auxiliado por outros trs advogados, obteve para os Choctaw uma indenizao de US$2,981,247.

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    Whig1 declarado e anti-separatista2, em 1861 foi advogado proeminente e grande proprietrio deterras em Little Rock, Arkansas; mas preferiu apostar no Sul a abandonar seus amigos e sua

    1N. do T.: Membro do partido fundado em 1834, em oposio aopartido democrtico, e favorvel revoluo contra a Inglaterra.

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    propriedade. Foi indicado Comissrio para as tribos do Territrio Indgena. Como tal, conseguiu aaliana dos ndios Creek, Seminole, Choctaw, Chickasaw e parte dos Cherokee com aConfederao.

    Em 15 de agosto de 1861 recebeu o posto de General Brigadeiro no exrcito dos EstadosConfederados e comandou uma brigada de ndios na batalha de Pea Ridge. Sua carreira na GuerraCivil foi infeliz, para dizer o mnimo, e finalmente resultou em sua priso pelo General Hindman e a

    observao do General Douglas Cooper de que Pike seria ou insano ou falso para com o Sul.Pike lutou com suas tropas indgenas em Elkhorn Tavern, e a conduta dbia dos ndios refletiu sobreele, talvez injustamente. Posteriormente, alegou que eles tinham sido recrutados apenas paradefenderem seus territrios. Em sua defesa, devemos observar que Pike teve pouca oportunidade dedisciplinar ou de treinar suas tropas ndias. Quando as mortes dos Generais McCulloch e McIntoshfizeram de Pike o mais antigo oficial sobrevivente Confederado, ele no foi capaz de reagrupar nemde reorganizar suas tropas. Depois de muita acrimnia, Pike renunciou de seu posto Confederadoem 12 de julho de 1862, renncia aceita em 5 de novembro de 1860.

    Viveu em semi-aposentadoria durante o final da guerra e, depois que ela terminou, foi visto comsuspeita por ambos os lados do conflito. Foi indiciado por traio pelas autoridades dos EstadosUnidos, mas teve seus direitos civis restaurados em seguida. Depois da guerra, foi morar emMemphis (Tennessee), e em 1867 editou o jornal Memphis Appeal. No ano seguinte mudou-se para

    Washington, D.C. e praticou advocacia nas cortes at 1880. Durante o restante de sua vida devotousua ateno a escrever tratados legais e a interpretar a moral e os dogmas da Ordem Manica.

    Foi stimo Soberano Grande Comendador do Supremo Conselho aos 50 anos e serviu de 1859 atsua morte, em 1891. Durante esses 32 anos, escreveu e compilou muitos livros e familiarizou-se commuitos idiomas, entre eles o latim, grego e snscrito.

    reconhecido como um grande conhecedor da Maonaria, filsofo e historiador. Utilizou seusamplos talentos para pesquisar e reescrever os Rituais do Rito Escocs Antigo e Aceito. Suareputao como jurista, orador, filsofo, soldado, sbio e poeta, se espalhou pelo mundo.

    Morreu na casa do Templo do Rito Escocs em Washington, D.C. em 2 de abril de 1891 e estenterrado no Cemitrio Oak Hill, na mesma cidade.

    8Em 1898 o Congresso dos Estados Unidos aprovou a construo de um monumento em sua honra,que foi terminado e inaugurado em outubro de 1901 na Praa do Judicirio, em Washington, D.C.. Omonumento o descreve como um pioneiro, um cruzado da justia para os ndios americanos,brincalho, reformador, jornalista, filsofo, advogado proeminente...

    ...general da Guerra Civil, violinista, cantor, compositor; realmente, um homem daRenascena.

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    Prefcio do Autor

    Este trabalho foi preparado para a Jurisdio Sul dos Estados Unidos. Contm os ensinamentos doRito Escocs Antigo e Aceito para aquela Jurisdio, e voltado especialmente para leitura e estudopelos Irmos daquela Obedincia, em conexo com os rituais dos Graus. Tem-se a esperana eespera-se que cada um receba uma cpia e se familiarize com ela.

    2N. do T.: Contra a separao dos estados sulistas (Confederados)do restante do pas (Yankees).

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    Ao preparar este trabalho, o Grande Comendador foi tanto Autor quanto Compilador, j que extraiuperto da metade de seu contedo dos trabalhos dos melhores escritores e dos pensadores maisfilosficos ou eloqentes. Talvez tivesse sido melhor e mais aceitvel se tivesse extrado mais eescrito menos.

    Ainda assim, talvez metade dele seja sua prpria; e, ao incorporar aqui os pensamentos e palavrasde outros, modificou e adicionou continuamente linguagem, muitas vezes entretecendo, nas

    mesmas sentenas, suas palavras com as deles. O trabalho no se destina ao mundo em geral;sentiu a liberdade de elaborar, a partir de todas as fontes disponveis, um Compndio de Moral eDogma do Rito, para re-moldar sentenas, alterar e acrescentar palavras e frases, combin-las comsuas prprias e us-las como se fossem suas prprias, lidando com elas ao seu prazer e assim faz-lo disponvel para que seja o mais valioso possvel para os propsitos tencionados. Reclama para si,portanto, pouco do mrito da autoria, e no se preocupou em distinguir o que de sua criao doque tomou de outras fontes, esperando que todas as partes do livro, em contrapartida, sejam vistascomo tendo sito tomadas emprestadas de algum escritor mais antigo e melhor.

    Os ensinamentos destas Leituras no so sacramentais, pois vo alm do campo da Moralidadepara os domnios do Pensamento e da Verdade. O Rito Escocs Antigo e Aceito usa a palavraDogma em seu sentido verdadeiro, de doutrina ou ensinamento; no dogmtico no sentido odiosodo termo. Todos esto totalmente livres para rejeitar e discordar de qualquer coisa aqui que possalhe parecer inverdade ou no-slida. Apenas se espera dele que pese o que est sendo ensinado e

    que faa um julgamento de mente aberta e sem preconceito. Obviamente, as antigas especulaesteosficas e filosficas no fazem parte das doutrinas do Rito, mas devido ao seu interesse evantagem para o conhecimento do pensamento Intelectual Antigo sobre estes assuntos e, porquenada prova conclusivamente a diferena radical entre nossa natureza humana da animal, como acapacidade da mente humana de se dedicar a especulaes sobre si mesmo e a Divindade. Emrelao a essas opinies, podemos dizer, nas palavras do douto canonista Ludovicus Gmez:

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    Opiniones secundum varietatem temporum senescant et intermoriantur, aliaeque diversaevel prioribus contrariae reniscantur et deinde pubescant.

    Os ttulos dos Graus mostrados aqui mudaram em algumas instncias.

    Os ttulos corretos so os seguintes:

    1 Aprendiz

    2 Companheiro

    3 Mestre

    4 Mestre Secreto

    5 Mestre Perfeito

    6 Secretrio ntimo

    7 Preboste e Juiz

    8 Intendente de Edifcio

    9 Eleito dos Nove

    10 Eleito dos Quinze

    11 Eleito dos Doze

    12 Mestre Arquiteto

    13 Arco Real de Salomo

    14 Eleito Perfeito

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    15 Cavaleiro do Oriente

    16 Prncipe de Jerusalm

    17 Cavaleiro do Oriente e do Ocidente

    18 Cavaleiro Rosa Cruz

    19 Pontfice

    20 Mestre da Loja Simblica

    21 Cavaleiro Noaquita ou Prussiano

    22 Cavaleiro do Real Machado ou Prncipe do Lbano

    23 Chefe do Tabernculo

    24 Prncipe do Tabernculo

    25 Cavaleiro da Serpente de Bronze

    26 Cavaleiro da Merc

    27 Cavaleiro Comandante do Templo

    28 Cavaleiro do Sol ou Prncipe Adepto29 Cavaleiro Escocs de Santo Andr

    30 Cavaleiro Kadosh

    31 Inspetor Inquisidor

    32 Mestre do Real Segredo

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    O Aprendiz

    A Rgua de Vinte e Quatro Polegadas e o Mao

    A Fora, incontrolada ou mal controlada, no apenas desperdiada no vazio, tal como a plvoraqueimada a cu aberto e vapor no confinado pela cincia; mas, golpeando no escuro e seus golpesatingindo apenas o ar, ricocheteia e se auto-atinge. destruio e runa. o vulco, o terremoto, ociclone, no crescimento ou progresso. Polifemo cego, batendo sem direo, precipitando-se entreas rochas pelo mpeto de seus prprios golpes.

    A Fora cega do povo uma Fora que deve ser economizada e tambm controlada, como a Foracega do vapor, que levanta os poderosos braos de ferro e gira as grandes rodas, feita para furar etornear o canho e para balanar o lao mais delicado. Precisa ser regulada pelo Intelecto. OIntelecto para as pessoas e para a Fora das pessoas o que a delicada agulha da bssola para onavio sua alma, sempre orientando a enorme massa de madeira e ferro, e sempre apontando parao norte. Para atacar as cidadelas construdas por todos os lados contra a raa humana porsupersties, despotismos, preconceitos, a Fora deve ter um crebro e uma lei. Ento, ela ousa

    conquistar resultados permanentes, e a h progresso real. E acontecem conquistas sublimes. OPensamento uma fora e a filosofia deve ser uma energia, encontrando seu alvo e seus efeitos noaprimoramento da humanidade. Os dois grandes motores so a Verdade e o Amor. Quando todasestas Foras se combinam, guiadas pelo Intelecto, reguladas pela RGUA do Direito e da Justia, ecom movimento e esforo combinados e sistemticos, a grande revoluo para a qual as eras seprepararam comeara a marchar. O PODER da Prpria Divindade est em equilbrio com SuaSABEDORIA. Em conseqncia, o nico resultado a Harmonia.

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    Como a Fora mal controlada, as revolues so falhas. Por isso que, to freqentemente,insurreies vindas daquelas montanhas altas que tiranizam o horizonte moral, Justia, Sabedoria,Razo, Direito, construdos da neve mais pura do Ideal, aps uma longa queda de rocha para rocha,depois de terem refletido o cu em sua transparncia e terem sido engolidos por cem afluentes nocaminho majestoso do triunfo, repentinamente se perdem em charcos, como um rio da Califrnia nasareias.

    A caminhada da raa humana adiante requer que as alturas ao seu redor fulgurem com nobres eduradouras lies de coragem. A ousadia da conquista deslumbra a histria e forma uma categoriadas luzes que orientam as pessoas. So as estrelas e os coriscos do grande mar de eletricidade, aFora inerente nas pessoas. Para se esforar, para enfrentar todos os riscos, para perecer, paraperseverar, para ser verdadeiro para si mesmo, para lutar corpo-a-corpo com o destino, para vencero pequeno terror que ele inspira, ora para enfrentar poderes injustos, ora para desafiar triunfointoxicado estes so exemplos que as naes precisam e a luz que as eletriza.

    Existem Foras Imensas nas grandes cavernas do mal sob a sociedade, na degradao escondida,na sordidez, mesquinharia e penria, vcios e crimes que defumam e cozinham na escurido entre aral, sob as pessoas das grandes cidades. A o desinteresse aparece, todos uivam, buscam, tateiame se inquietam por si mesmos. Idias so ignoradas, nem se pensa em progresso. Essa ral temduas mes, ambas madrastas Ignorncia e Misria. O querer seu nico guia somente para oapetite no qual encontram satisfao. Entretanto, at estes podem ser usados. A humilde areia na

    qual pisamos pode ser colocada no forno, derretida, purificada pelo fogo, e pode se tornar um cristalresplandecente. Eles tm a fora bruta do MAO, mas seus golpes servem para uma grande causa,quando atingem entre as linhas traadas pela RGUA empregada com sabedoria e discrio.

    Porm, a verdadeira Fora das pessoas, este poder Titnico dos gigantes, que constrifortificaes de tiranos e incorporada a seus exrcitos. Por isso, a possibilidade de tais tiranias,como as sobre as quais se tem dito que Roma cheira pior sob Vitellius do que sob Sulla. SobClaudius e sob Domiciano h uma deformidade de baixeza correspondente feira datirania. A sujeira dos escravos um resultado direto da baixeza atroz do dspota. Dessasconscincias aviltadas exalado um miasma que reflete seus mestres; as autoridades

    pblicas so impuras, coraes desfalecidos, conscincias encolhidas, almas dbeis. assim sob Caracalla, assim sob Commodus, assim sob Hierogabalus, enquanto dosenado Romano, sob Csar, emana apenas o odor espesso peculiar do ninho da guia.

    a fora das pessoas que sustenta todos estes despotismos, o pior e o melhor. Tal fora ageatravs dos exrcitos; e estes mais escravizam do que libertam. O despotismo, ali, aplica a RGUA.A Fora o MAO de ao da sela do cavaleiro ou do bispo em armadura. Pela fora, a obedinciapassiva sustenta tronos e oligarquias, reis espanhis e senados venezianos. O Poder, em umexrcito controlado pela tirania, a enorme soma da fraqueza revelada; e assim, a Humanidadetrava guerra contra a Humanidade, a despeito da Humanidade. E um povo submetese prontamenteao despotismo, e seus trabalhadores se submetem ao desprezo e seus soldados ao chicote; e assimacontece que batalhas perdidas por uma nao so, freqentemente, progresso alcanado. Menosglria significa mais liberdade. Quando o tambor silencia, s vezes a razo fala.

    Tiranos usam a fora do povo para acorrentar e subjugar isto , oprimem o povo. Ento, usam-nopara arar como as pessoas fazem com bois subjugados. Assim, o esprito de liberdade e inovao minimizado por baionetas, e princpios so emudecidos por tiros de canho; enquanto os monges semisturam com as tropas e a Igreja militante e jubilosa, Catlica ou Puritana, canta Te Deums pelas

    vitrias sobre as rebelies.

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    O poder militar, no subordinado ao poder civil, novamente o MALHO ou MAO da FORA,independente da RGUA, uma tirania armada, nascida adulta, qual Palas-Atena que saltou docrebro de Zeus. Ele desova uma dinastia e comea com Csar para apodrecer em Vitellius eCommodus. Atualmente, tende a comear onde antes terminaram as dinastias.

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    O povo constantemente ope imensa resistncia, apenas para terminar em imensa fraqueza. A forado povo exaurida no prolongamento indefinido de coisas j h muito mortas; ao governar o gnerohumano mantendo velhas e mortas tiranias de F; restaurando dogmas dilapidados; dourandonovamente santurios esmaecidos e deteriorados; caiando e maquiando supersties antigas eestreis; salvando a sociedade pela multiplicao de parasitas; perpetuando instituies velhas;forando a adorao de smbolos como se fossem meios reais de salvao; e atando o cadver doPassado boca-a-boca ao Presente.

    E assim acontece ser uma das fatalidades da Humanidade condenada a eternas escaramuas comfantasmas, com supersties, fanatismos, hipocrisias, malefcios, frmulas do erro e argumentos datirania. Despotismos, vistos no passado, tornam-se respeitveis como a montanha spera de rochavulcnica, enrugada e repugnante, parece azul e suave e bela vista atravs da neblina.

    A viso de uma nica masmorra da tirania vale mais para desfazer iluses e criar uma aversosagrada de despotismo, e para dirigir a FORA corretamente, do que os livros mais eloqentes. AFrana deveria ter preservado a Bastilha como uma lio permanente; a Itlia no deveria terdestrudo as masmorras da Inquisio. A Fora do povo manteve o Poder que construiu as celasobscuras e colocou os vivos em seus sepulcros de granito.

    A FORA do povo no pode, por sua ao irrestrita e adequada, manter e continuar em ao eexistncia um Governo livre, uma vez criado. Tal Fora deve ser limitada, restrita, conduzida pela

    distribuio a canais diferentes e por caminhos indiretos, a sadas que devem ser resultado da lei, daao e deciso do Estado, tal como os antigos sbios reis do Egito conduziram a canais diferentes,por subdiviso, as guas elevadas do Nilo e as foraram a fertilizar e a no devastar a terra. Devehaver,jus et norma, a lei e Rgua, ou Escala, da constituio e da lei, na qual a fora do povo deveagir. Faa-se uma ruptura em qualquer uma delas e o grande martelete a vapor, com seu velozes epesados golpes, transforma qualquer equipamento em meros tomos e, finalmente, afastando-se,resta inerte e morto em meio runa que gerou.

    A FORA das pessoas, ou a vontade popular, em ao e manifesta, simbolizada pelo MALHETE,regulada e guiada por e agindo dentro dos limites da LEI e da ORDEM, simbolizada pela RGUA DEVINTE E QUATRO POLEGADAS, tem como seu fruto LIBERDADE, IGUALDADE eFRATERNIDADE: liberdade regulada pela lei; igualdade de direitos vista da lei; irmandade, comseus deveres e obrigaes assim como com os seus benefcios.

    Brevemente voc ouvir falar da PEDRA BRUTA e a PEDRA PERFEITA, como parte das jias daLoja. A PEDRA BRUTA uma pedra como retirada da pedreira, em seu estado rude enatural. A PEDRA PERFEITA uma pedra preparada pelas mos dos trabalhadores, paraser ajustada pelas ferramentas de trabalho dos Companheiros. No repetiremos asexplicaes destes smbolos, dadas pelo Rito de York. Voc poder l-las em seus manuaisimpressos. Eles aludem ao auto-aperfeioamento do trabalhador individual, uma continuao damesma interpretao superficial.

    A Pedra Bruta o POVO, como uma massa, rude e desorganizada. A Pedra Perfeita, ou PedraCbica, o ESTADO, os soberanos recebendo seus poderes do consentimento dos governados; aconstituio e as leis dizendo a vontade do povo; o governo harmonioso, simtrico, eficiente, seuspoderes corretamente distribudos e devidamente ajustados em equilbrio.

    14Se delinearmos um cubo sobre uma superfcie plana, assim [figura de um cubo], teremos visveis trsfaces e nove linhas externas, desenhadas entre sete pontos. O cubo completo tem trs faces a mais,totalizando seis; trs linhas a mais, totalizando doze; e um ponto a mais, totalizando oito. Como onmero 12 inclui os nmeros sagrados 3, 5, 7, e 3 vezes 3, ou 9, e produzido pela soma dosnmeros sagrados 3 e 9; enquanto seus prprios algarismos 1, 2, a unidade ou mnada, e dada,somadas, geram o mesmo nmero sagrado 3, foi chamado de nmero perfeito e o cubo torna-se osmbolo da perfeio.

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    Produzido pela FORA, seguindo a RGUA, lapidada de acordo com as linhas definidas pelaEscala, a partir da Pedra Bruta, um smbolo apropriado da Fora do povo, expressa como aconstituio e a lei do Estado; e as trs faces visveis do Estado, por si, representam os trsdepartamentos: o Executivo, que executa as leis; o Legislativo, que faz as leis; o Judicirio, queinterpreta as leis, a aplica e a mantm, entre pessoas e pessoas, entre o Estado e os cidados. Astrs faces invisveis so Liberdade, Igualdade e Fraternidade, a trplice alma do Estado suavitalidade, esprito e intelecto.

    Apesar de a Maonaria nem usurpar o lugar nem imitar a religio, a orao parte essencial denossas cerimnias. a aspirao da alma em direo Inteligncia Absoluta e Infinita, que aSuprema Divindade nica, mais delicada e equivocadamente caracterizada como umARQUITETO. Certas faculdades das pessoas so dirigidas para o Desconhecido pensamento,meditao, orao. O desconhecido um oceano do qual a bssola a conscincia. Pensamento,meditao, orao, so os grandes misteriosos pontos apontados pela agulha. um magnetismoespiritual que assim conecta a alma humana das pessoas Divindade. Estas irradiaes majestosasda alma atravessam a sombra em direo luz.

    um escrnio superficial dizer que a orao absurda, porque no seria possvel para ns, por meioda orao, persuadir Deus a mudar Seus planos. Ela produz efeitos pr-conhecidos e pr-planejados, atravs da instrumentalidade das foras da natureza, todas elas Suas foras. As nossasprprias so parte destas. Nosso livre discernimento e nossa vontade so foras. No

    absurdamente que ns no paramos de fazer esforos para alcanar fortuna e felicidade, prolongar avida e manter a sade, porque no possamos, seja com qualquer esforo, mudar o que estpredestinado. Se o esforo tambm for predestinado, ainda assim o nosso esforo, que parte denossa livre vontade. Portanto, oramos. A Vontade uma fora. O Pensamento uma fora. AOrao uma fora. Por qu no seria da lei de Deus que a orao, tal como a F e o Amor, tivesseseus efeitos? A pessoa no deve ser entendida como um ponto de partida, nem o progresso comoum objetivo, sem essas duas grandes foras, a F e o Amor: a Orao sublime. Preces que pedeme se queixam so dignas de pena. Negar a eficcia da orao negar as da F, do Amor e doEsforo. Ainda assim, os efeitos produzidos, quando nossa mo, movida por nossa vontade, lanaum pedregulho no oceano, nunca cessam; e toda palavra pronunciada registrada no ar para toda aeternidade.

    15Toda Loja um Templo e, em seu todo e em seus detalhes, simblica. O prprio Universo forneceu humanidade o modelo dos primeiros templos dedicados Divindade. O arranjo do Templo deSalomo, os ornamentos simblicos que eram suas decoraes principais, e o vesturio doSupremo-Sacerdote, tudo fazia referncia ordem do Universo, como ento conhecida. O Templocontinha muitos emblemas das estaes o Sol, a Lua, os planetas, as constelaes da Ursa Maiore da Ursa Menor, o zodaco, os elementos e outras peas do mundo. O Mestre dessa Loja, a doUniverso, Hermes, de quem Khrm o representante e uma das luzes da Loja.

    Para instruo adicional sobre o simbolismo dos corpos celestiais e dos nmeros sagrados e dotemplo e de seus detalhes, voc deve aguardar pacientemente seu avano na Maonaria e,enquanto isso, exercite seu intelecto estudando-os por si s. Estudar e interpretar corretamente ossmbolos do Universo o trabalho do sbio e do filsofo. decifrar a escrita de Deus e penetrar em

    Seus pensamentos.Isto o que perguntado e respondido em nosso catecismo em relao Loja.

    Define-se uma Loja como uma reunio de Maons, devidamente congregados, tendo aescritura sagrada, o esquadro e os compasso, e uma carta patente, ou certificado deconstituio, autorizando-os a trabalhar. A sala, ou lugar onde se renem, e que representaalguma parte do Templo do Rei Salomo, tambm chamada de Loja; e isto o que ns agoraestamos levando em considerao.

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    A palavra Jachin, em hebraico, _____ . Provavelmente era pronunciada Yakayan, e significavaAquele que fortalece; portanto, firme, estvel, ereto.

    A palavra Boaz _____; Baaz ___ significa Forte, Fora, Poder, Refgio, Fonte de Poder, umForte. O ___ como prefixo significa com ou em, e d palavra a fora do gerndio latinoroborando Fortalecendo.

    A palavra anterior tambm significa ele estabelecer, ouplanta em posio ereta, do verbo ____Kn,permaneceu ereto. Provavelmente significavaAtivo e Energia e Fora Vivificantes; e Boaz,Estabilidade, Permanncia, no sentidopassivo.

    Nossos Irmos do Rito de York definem as Dimenses da Loja como sendo ilimitadas e cobremno menos do que a abbada celeste. A mente do Maom continuamente dirigida a esseobjeto, dizem eles, e ele espera chegar ali com a ajuda da escada teolgica que Jac, emsua viso, viu subindo da terra para o Cu; as trs voltas principais eram chamadas de F,Esperana e Caridade; e que nos lembra de ter F em Deus, Esperana na Imortalidade eCaridade para com toda a Humanidade. Da mesma forma, vista no painel uma escada algumasvezes com nove voltas, com sua pousada na terra e seu topo nas nuvens, com estrelas brilhandosobre ela; e representa aquela escada mstica que Jac viu em seu sonho, apoiada na terra ealcanando o Cu, com os anjos de Deus subindo e descendo por ela. Qualquer coisa alm das trsprimeiras voltas do simbolismo totalmente moderna e imprpria.

    Os antigos contavam sete planetas, assim arranjados: Lua, Mercrio, Vnus, o Sol, Marte, Jpiter eSaturno. Havia sete cus e sete esferas desses planetas; sobre todos os monumentos a Mitrasexistem sete altares ou piras, consagrados aos sete planetas, asseguram-nos tanto Clemente de

    Alexandria, em seu Stromata, quanto Philo Judaeus.

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    Para voltar sua fonte no Infinito, os antigos afirmavam que a alma humana tinha que ascender, talcomo havia descido, atravs das sete esferas. A Escada pela qual a alma sobe novamente tem, deacordo com Marsilius Ficinus, em seu Comentrios sobre a Enada de Plotinus, sete degraus oupassos; e nos Mistrios de Mitra, levados a Roma durante os Imperadores, a escada, com suas setevoltas, era um smbolo relacionado sua ascenso atravs das esferas dos sete planetas. Jac viuos Espritos de Deus subindo e descendo por ela; acima dela estava a Divindade.

    Os Mistrios Mitraicos eram celebrados em cavernas, nas quais estavam marcados portais nosquatro pontos equinociais e solsticiais do zodaco; e eram representadas as sete esferas planetrias,as quais as necessidades das almas deveriam atravessar para descer do cu das estrelas fixas paraos elementos que envolvem a terra; e estavam marcados sete portais, um para cada planeta, atravsdas quais elas passavam, descendo ou voltando.

    Aprendemos isto de Celsus, em Origem, que diz que a imagem simblica dessa passagem entre asestrelas, usadas nos Mistrios Mitraicos, era uma escada que ligava a terra ao Cu, dividida em setedegraus ou estgios, havendo um portal para cada uma, e que na cpula havia um oitavo, o dasestrelas fixas. O smbolo era o mesmo dos sete estgios de Borsippa, a Pirmide de tijolosvitrificados, perto da Babilnia, construdo em sete estgios, cada um de cor diferente. Nascerimnias Mitraicas o candidato atravessava os sete estgios da iniciao, passando por diversasprovas temveis e a escada alta de sete voltas ou degraus era o smbolo delas.

    Voc v a Loja, seus detalhes e ornamentos, com suas Luzes. Voc j ouviu dizer o que essasLuzes representam, em maior ou menor detalhe, e como elas so explicadas por seus Irmos no Ritode York.

    A Bblia Sagrada, o Esquadro e o Compasso no fazem apenas parte das Grandes Luzes naMaonaria, mas tambm so tecnicamente chamados de Moblia da Loja; e, como voc viu,assegurase que no existe Loja sem eles.

    Algumas vezes este tem sido um pretexto para excluir Judeus de nossas Lojas, porque eles nopodem interpretar o Novo Testamento como um livro sagrado. A Bblia parte indispensvel de uma

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    Loja Crist, simplesmente porque o livro sagrado da religio Crist. O Pentateuco Hebraico emuma Loja Hebraica e o Alcoro em uma Loja Muulmana pertencem ao Altar; e um desses Livros,mais o Esquadro e o Compasso, compreenda-se adequadamente, so as Grandes Luzes pelasquais um Maom deve andar e trabalhar.

    O compromisso mais solene e mais compromissado do candidato sempre deve ser tomado sobre olivro sagrado, ou sobre os livros sagrados de sua religio, na qual ele crer; e apenas por isso que

    perguntaram a voc qual era a sua religio. No temos nenhuma outra preocupao quanto a seucredo religioso.

    O Esquadro um ngulo reto, formado por duas linhas retas. Adapta-se apenas a uma superfcieplana e pertence unicamente geometria = medio da terra, e trigonometria que lida apenascom planos, e com a terra, que os antigos supunham ser plana. O Compasso descreve crculos etrata de trigonometria esfrica, a cincia das esferas e cus. O Esquadro, portanto, um emblemado que se refere terra e ao corpo; o Compasso, do que se refere aos cus e alma. Tambm, oCompasso tambm usado na trigonometria plana para se levantar perpendiculares; por isso,lembro voc de que, apesar de as duas pontas do Compasso estarem sob o Esquadro, voc aindaest lidando apenas com os significados morais e polticos dos smbolos e no com suassignificaes filosficas e espirituais, ainda assim o divino sempre se combina com o humano; amistura do que terreno com o que espiritual, e existe algo espiritual nos mais simples deveres davida. As naes no so apenas corpreo-polticas, mas tambm esprito-polticas; e lamentemos os

    povos que, buscando apenas o material, esquecem-se de que tm alma. Nesse caso temos umaraa, petrificada em dogma, que pressupe a ausncia de uma alma e a presena somente damemria e do instinto, desmoralizados pelo lucro. Tal natureza nunca pode liderar a civilizao.

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    A genuflexo perante o dolo ou perante o dinheiro atrofia o msculo que caminha e a vontade quese move. A absoro hiertica ou mercantil minimiza o esplendor de um povo, abaixa seu horizonteao abaixar seu nvel e o priva do entendimento da aspirao universal, ao mesmo tempo humana edivina, que forma as naes missionrias. Um povo livre que se esquece de que tem uma alma paracuidar devota todas as suas energias evoluo material. Se faz guerra, com interessescomerciais. Os cidados imitam o Estado e vm a riqueza, pompa e luxo como os grandes bens davida. Tal nao cria fortuna rapidamente e a distribui mal.

    Da os dois extremos, de opulncia monstruosa e de misria monstruosa; todos os prazeres paraalguns, todas as privaes para o resto, isto , para o povo; Privilgio, Exceo, Monoplio,Feudalismo emergem do prprio Trabalho: uma situao falsa e perigosa que, fazendo do Trabalhoum Ciclope cego e acorrentado, na mina, na forja, na oficina, no tear, no campo, em meio a fumaavenenosa, em clulas miasmticas, em fbricas sem ventilao, alicera seu poder pblico sobre amisria privada e planta a grandeza do Estado no sofrimento do indivduo. a grandeza constitudadoentiamente, na qual todos os elementos materiais esto combinados e na qual no entra nenhumelemento moral. Se um povo, qual uma estrela, tem direito a um eclipse, a luz deve retornar. Oeclipse no deve degenerar em noite.

    As trs menores, ou as Luzes Sublimes, voc ouviu que so o Sol, a Lua e o Mestre da Loja;tambm ouviu o que nossos Irmos do Rito de York dizem sobre elas, e por que lhe disseram queso as Luzes da Loja. Mas o Sol e a Lua no iluminam, na verdade, a Loja, seno apenas

    simbolicamente, portanto no so eles as luzes, mas sim as coisas das quais so smbolos. OMaom do Rito de York no diz o que o Sol e a Lua simbolizam. Nem a Lua, de forma alguma,governa a noite com regularidade.

    O Sol o smbolo antigo da gerao de vida e do poder da Divindade. Para os antigos, a luz era acausa da vida; e Deus era a fonte de tudo de onde a luz flua; a essncia da Luz, o Fogo Invisvel,desenvolveu-se como Chama, manifesta como luz e esplendor. O Sol era a Sua manifestao eimagem visvel; e os Sabeanos, ao adorar o Deus-Sol, pareciam adorar o Sol, no qual viam amanifestao da Divindade.

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    A Lua era o smbolo da capacidade passiva da natureza de procriar, a fmea, da qual o poder eenergia geradora de vida era o macho. Era o smbolo de SIS, ASTARTE, e RTEMIS ou DIANA. OsMestres da Vida eram a Divindade Superior, acima de ambos, e manifestos atravs de ambos;ZEUS, o Filho de Saturno, torna-se Rei dos Deuses; HRUS, filho de OSRIS e SIS, tornase oMestre da Vida; DIONUSO ou BACO, tal como Mitra, torna-se o autor da Luz, da Vida e da Verdade.

    Os Mestres da Luz e da Vida, o Sol e a Lua, so simbolizados em todas as Lojas pelo Mestre e pelos

    Vigilantes; e isto torna dever do Mestre prover luz para os Irmos, por si prprio e atravs dosVigilantes, que so seus ministros.

    Vosso sol, diz Isaas a Jerusalm, no mais se por e a lua tambm no se erguer; por queo Senhor ser vossa luz eterna, e os dias de suas lamentaes havero terminado. Vosso

    povo todo tambm ser virtuoso; ele herdar a terra para sempre. assim um povo livre.

    Nossos ancestrais do norte adoravam uma Divindade tri-una ODIN, o Pai todo-poderoso, FREA,sua mulher, emblema da matria universal, e THOR, seu filho, o mediador. Mas acima deles estava oDeus Supremo, o autor de tudo o que existia, o Eterno, o Antigo, o Ser Vivo e Terrvel, oBuscador de coisas ocultas, o Ser que nunca muda. No Templo de Elusis (um santurioiluminado por apenas uma janela no teto, e que representa o Universo), estavam representadas asimagens do Sol, da Lua e de Mercrio.

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    O Sol e a Lua, diz o erudito Ir.. DELAUNAY, representam os dois grandes princpios detodas as geraes, o ativo e o passivo, o macho e a fmea. O Sol representa a verdadeiraluz. Ele derrama seus raios fecundos sobre a Lua; ambos voltam suas luzes sobre seu fruto,a Estrela Flamejante, ou Hrus, e os trs formam o grande Tringulo Eqiltero, no centrodo qual est a letra geradora da Cabala, que dizem ter criado a Estrela.

    Os ORNAMENTOS de uma Loja so o Pavimento Mosaico, a Orla Dentada e a EstrelaFlamejante. O Pavimento Mosaico, formado por quadrados brancos e negros, representa o cho doTemplo do Rei Salomo; e a Orla Dentada aquela linda orla que o envolvia. Diz-se que a EstrelaFlamejante no centro um emblema da Divina Providncia, e comemorativa da estrela quesurgiu para guiar os homens sbios desde o Oriente at o local de nascimento de nossoSalvador.

    Mas no se via pedras no Templo. As paredes eram cobertas com pranchas de cedro, o piso compranchas de pinheiro. No existe evidncia de que tivesse existido tal pavimento ou piso no Templo,nem tal madeiramento; na Inglaterra, antigamente, a Tbua de Traar era envolta por uma orladentada; e somente na Amrica que essa orla colocada em volta do pavimento Mosaico. Osdentes, na verdade, so os quadrados ou losangos do pavimento. Na Inglaterra, tambm, a bordadentada chamada de mosaico. Porque tem quatro mosaicos, que representam a Temperana,Fora, Prudncia e Justia. Foi chamada de Mosaico, mas trata-se de uma denominao errada. um pavimento mosaico com uma borda dentada envolvendo-o.

    O pavimento, alternadamente negro e branco, simboliza, intencionalmente ou no, os Princpios doBem e do Mal do credo Egpcio e Persa. o combate entre Miguel e Satans, entre os Deuses e osTits, entre Balder e Lok, entre luz e sombra, que a escurido; Dia e Noite; Liberdade eDespotismo; Liberdade Religiosa e Dogmas Arbitrrios de uma Igreja que pensa por seus

    seguidores, da qual o Pontfice se diz infalvel, e da qual os decretos de seus Conselhos seconstituem em um evangelho.

    As faces desse pavimento, se estiverem em forma de losangos, sero necessariamente dentadascomo um serrote; e, para complet-lo, e necessrio finalizar com uma borda. complementadocom dentes como ornamentos nos cantos. Se esses e as bordas tm algum significado, ele fantasioso e arbitrrio.

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    Tambm fantasioso encontrar na ESTRELA FLAMEJANTE de cinco pontas uma aluso DivinaProvidncia; e faz-la ser comemorativa da Estrela que guiou os Magos, dar-lhe um significadocomparativamente moderno.

    Originalmente, representava SRIUS, ou a estrela-co, que anunciou a inundao no Nilo; o deusANBIS, companheiro de SIS em sua busca pelo corpo de OSRIS, seu irmo e marido. Ento,tornou-se a imagem de HRUS, o filho de OSRIS, ele mesmo tambm simbolizado pelo Sol, o autor

    das Estaes do Ano, e o deus do Tempo; filho de SIS, que era a natureza universal, a matriaprimitiva, fonte inexaurvel de Vida, centelha de fogo no criado, semente universal de todos osseres. Era HERMES, tambm o Mestre do Conhecimento, cujo nome em grego era Deus Mercrio.Tornou-se o sinal sagrado e poderoso dos Magos, o PENTALFA, e o emblema significativo daLiberdade, flamejando com uma resplandecncia constante em meio a elementos confusos de bem ede mal das Revolues, e de cus promissoramente serenos e estaes frteis para as naes, apsas tormentas de mudanas e tumultos.

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    No Oriente da Loja, sobre o Mestre, dentro de um tringulo, est a letra hebraica YOD ( y ). NasLojas inglesas e americanas, a letra G.. a substitui como a inicial da palavra GOD, com to poucarazo quanto seria se, em vez da letra correta, fosse usada a inicial D de DIEU em Lojas Francesas.

    O YOD , na Cabala, o smbolo da Unidade, da Unidade Suprema, a primeira letra do NomeSagrado; , tambm, um smbolo das Grandes Trades Cabalsticas. Para compreender seussignificados msticos, voc deve abrir as pginas do Sohar e do Siphra de Zeniutha, e outros livroscabalsticos, e ponderar profundamente em seu significado. Deve bastar dizer que se trata daEnergia Criativa da Divindade, e que representada como um ponto, esse ponto no centro doCrculo da imensido. Para ns, nesse Grau, o smbolo da Divindade no manifestada, do

    Absoluto, que no tem nome.

    Nossos Irmos franceses colocam esta letra, YOD, no centro da Estrela Flamejante. E, em velhosensinamentos, nossos antigos Irmos ingleses disseram a Estrela Flamejante ou Glria, nocentro, nos representa a grande luz, o Sol, que ilumina a terra, e por sua influncia genialabenoa a humanidade. Nos mesmos antigos ensinamentos, tambm o disseram ser o emblemada PRUDNCIA. A palavra Prudentia significa, em seu sentido mais completo, Providncia ouPrevidncia; neste sentido, a Estrela Flamejante tem sido vista como emblema da Oniscincia, ou oOlho que Tudo V que, para os Iniciados Egpcios, era o emblema de Osris, o Criador. Com o YODno centro, tem o significado cabalstico da Energia Divina, manifestada como Luz, criando oUniverso.

    As Jias da Loja so em nmero de seis. Trs so chamadas Mveis, e trs Imveis. OESQUADRO, o NVEL e o PRUMO eram, antiga e adequadamente, chamados de Jias Mveis,porque eles passam de um Irmo para o outro. um modernismo cham-las de Imveis s porqueelas devem sempre estar presentes na Loja. As Jias Imveis so a PEDRA BRUTA, a PEDRACBICA ou, em alguns Rituais, o CUBO DUPLO e a TBUA DE TRAAR.

    Sobre estas Jias, nossos Irmos do Rito de York dizem: O Esquadro inculca Moralidade; oNvel, Igualdade; e o Prumo, Retido de Conduta. Suas explicaes das Jias Mveis podemser lidas em seus Rituais.

    Nossos Irmos do Rito de York dizem que em toda Loja bem dirigida existe a representao deum certo ponto dentro de um crculo, e que representa um Irmo, individualmente; oCrculo, a linha divisria de sua conduta, alm da qual ele nunca sofrer danos ou paixesque o traiam.

    Isto no tem a finalidade de interpretar os smbolos da Maonaria. Alguns dizem que, com umaabordagem ou interpretao mais prxima, o ponto dentro do crculo representa Deus no centro doUniverso. um sinal Egpcio comum para o Sol e Osris, e ainda usado como sinal astronmico dagrande Luz. Na Cabala, o ponto YOD, a Energia Criativa de Deus, irradiando com luz o espao

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    circular que Deus, a Luz Universal, esvaziou para criar os mundos ao retirar de l Sua substncia deLuz e concentr-la em todos os lados de um ponto.

    Nossos Irmos acrescentam que esse crculo limitado por duas linhas perpendicularesparalelas, que representam So Joo Batista e So Joo Evangelista, e no topo esto asSagradas Escrituras (um livro aberto). Ao circundar esse crculo, dizem eles, tocamos,necessariamente, essas duas linhas, assim como as Sagradas Escrituras; e enquanto um

    Maom se mantm circunscrito a seus preceitos, torna-se impossvel que possa errar.Seria uma perda de tempo fazer comentrios a respeito. Alguns escritores imaginaram que as linhasparalelas representam os Trpicos de Cncer e de Capricrnio, que o Sol toca, alternadamente, nossolstcios de Vero e de Inverno.

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    Mas os trpicos no so linhas perpendiculares, e a idia apenas fantasiosa. Se as linhasparalelas, alguma vez, tivessem pertencido ao smbolo antigo, elas teriam algum significado maisrecndito e frutfero. Provavelmente, elas teriam o mesmo significado das colunas gmeas Jachin eBoaz. Este significado no para o Aprendiz. O adepto pode encontr-lo na Cabala. A JUSTIA e aMISERICRDIA de Deus esto em equilbrio, e o resultado HARMONIA, porque sobre elas

    governa uma SABEDORIA SIMPLES e PERFEITA.As Escrituras Sagradas so um adendo inteiramente moderno ao smbolo, como os globos terrestree celestial nas colunas do prtico. Assim, o antigo smbolo foi desfigurado por adies incongruentes,tal como sis chorando sobre a coluna quebrada que continha os restos de Osris em Biblos.

    A Maonaria tem seu Declogo, que uma lei para seus Iniciados. Estes so seus DezMandamentos:

    I.. Deus a SABEDORIA Eterna, Onipotente e Imutvel, INTELIGNCIA Suprema e AmorIncansvel. Ador-Lo-eis, reverenci-Lo-eis e am-Lo-eis! Honr-Lo-eis praticando as virtudes!

    II.. Vossa religio ser fazer o bem porque um prazer para vs, no simplesmente porque sejauma obrigao. Para que sejais amigos das pessoas sbias, obedecereis seus preceitos! Vossaalma imortal! Nada fareis para degrad-la!

    III.. Guerreareis incessantemente o vcio! No fareis para outros o que no quereis que faam a vs!Aceitareis vossas venturas e mantereis acesa a luz da sabedoria!

    IV.. Honrareis vossos pais! Respeitareis e homenageareis os velhos! Ensinareis os jovens!Protegereis e defendereis a infncia e a inocncia!

    V.. Afagareis vossa esposa e vossos filhos! Amareis vosso pas e obedecereis s suas leis!

    VI.. Vosso amigo ser vossa segunda metade! O infortnio no vos afastar dele! Fareis em suamemria tudo o que fareis se ele estivesse vivo!

    VII.. Evitareis e fugireis de amizades insinceras! Refrear-vos-eis de todos os excessos. Temereis sera causa de qualquer mcula em vossa lembrana!

    VIII.. No permitireis que paixes sejam vossos guias! Fareis das paixes dos outros lies deproveito para vs! Sereis indulgentes ao erro!

    IX.. Escutareis muito; falareis pouco! agireis corretamente! Esquecereis as injrias! Fareis o bem emretribuio ao mal! No usareis indevidamente vossa fora nem vossa superioridade!

    X.. Estudareis para conhecer as pessoas; com isso podereis conhecer a vs mesmos! Semprebuscareis a virtude! Sereis justos! Evitareis a preguia!

    Mas o grande mandamento da Maonaria : Dou-vos um novo mandamento: Amareis uns aosoutros! Aquele que disser estar na luz e odeia seu irmo, ainda estar na escurido.

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    Estas so as obrigaes morais de um Maom. Porm, tambm ser obrigao da Maonaria ajudara elevar o nvel moral e intelectual da sociedade; cunhando conhecimento, trazendo idias circulao e fazendo crescer a mente da juventude; e colocando a raa humana em harmonia comseu destino, gradualmente, mediante ensinamento de axiomas e pela promulgao de leis positivas.

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    desse dever e trabalho que o Iniciado aprendiz. No deve imaginar que no pode afetar nada, ecom isso desiludir-se e permanecer inerte. Est nisso, assim como est na vida diria de algum.Muitas grandes obras so executadas nas pequenas lutas da vida. Existe, nos dizem, bravuradeterminada porm invisvel, que se defende passo a passo, na escurido, contra a invaso fatal danecessidade e da baixeza. Existem triunfos nobres e misteriosos, que os olhos no vem, que notm recompensas renomadas e que no recebem a saudao de fanfarras de trompetes. A vida, oinfortnio, o isolamento, o abandono, a pobreza, so campos de batalha que tm seus heris, heris obscuros, mas algumas vezes maiores do que aqueles que ficam famosos. O Maom develutar da mesma maneira e com a mesma bravura contra aquelas invases da necessidade e dabaixeza que atingem as naes assim como s pessoas. O Maom deve enfrent-las tambm, passoa passo, mesmo no escuro, e protestar contra o erro e a insensatez; contra a usurpao e contra ainvaso dessa hidra, a Tirania.

    No h eloqncia mais soberana do que a verdade indignada. mais difcil para um povo manterdo que conseguir sua liberdade. Sempre so necessrios os Protestos da Verdade. O direito devecontinuamente protestar contra o Fato. Existe, verdadeiramente, Eternidade no Direito. O Maomdeve ser um sacerdote e um guerreiro desse Direito. Se seu pas tiver roubadas suas liberdades, nodeve se desesperar. O protesto do Direito contra o Fato persiste para sempre. O roubo de um povonunca prescreve. O reclamo de seus direitos nunca barrado. Varsvia no pode mais ser trtara doque Veneza teutnica. Um povo pode resistir usurpao militar, Estados subjugados ajoelham-se aEstados e usam a canga sob a presso da necessidade; mas, quando a necessidade desaparece ese o povo estiver preparado para a liberdade, o pas submerso vir tona e reaparecer e a Tiraniaser julgada pela Histria por ter assassinado suas vtimas.

    Seja l o que ocorrer, devemos ter F na Justia e na Sabedoria soberana de Deus, Esperana noFuturo e benevolncia Afetuosa para com os que erram. Deus torna Sua vontade visvel s pessoasatravs de acontecimentos; um texto obscuro, escrito em uma linguagem misteriosa. As pessoastraduzem-na imediata, rpida e incorretamente, com muitos erros, omisses e interpretaes falhas.Nossa viso do arco do grande crculo to curta! Poucas mentes compreendem o idioma Divino.Os mais sagazes, os mais calmos, os mais profundos, decifram hierglifos lentamente; e, quandovoltam com seu texto, talvez a necessidade j se tenha ido h tempo; j existem vinte tradues amaioria incorreta e, claro, so as mais aceitas e populares. De cada traduo nasce um partido;de cada interpretao falha, uma faco. Cada partido acredita ou finge que detm o nico textoverdadeiro; e cada faco acredita ou finge que apenas ela possui a Luz. Alm disso, faces sogente cega que aponta apenas para frente, e erros so projteis excelentes, atingindo habilmente ecom toda a violncia que salta de argumentos falsos, onde quer que um desejo de lgica naquelesque defendem o direito os faa vulnerveis como uma falha em uma couraa.

    Portanto, muitas vezes seremos derrotados ao combater o erro diante do povo. Antaeus resistiu aHrcules por longo tempo, e as cabeas da Hidra cresceram to rapidamente quanto foram cortadas.

    um absurdo dizer-se que o Erro, ferido, agoniza em dor e morre em meio aos seus adoradores. AVerdade conquista lentamente. H uma vitalidade surpreendente no Erro. A Verdade, realmente, namaioria das vezes, atira por sobre as cabeas das massas; ou, se um erro estiver prostrado por ummomento, levantar-se- em um instante, vigoroso como nunca. No morrer quando o crebro tiversido arrancado; e os erros mais estpidos e irracionais sero os mais duradouros.

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    No obstante, a Maonaria, que Moralidade e Filosofia, no deve parar de cumprir seu dever.Nunca sabemos em que momento o sucesso aguarda nossos esforos geralmente quando menosesperamos nem com que nossos esforos sero, ou no, recompensados. Existiram em Romaalguns soldados Cartagineses, aprisionados, que se recusaram a baixar suas cabeas para Flamnioe tinham um pouco da magnanimidade de Anbal. Os Maons devem ter a mesma grandeza de alma.Maonaria deve ser uma energia, encontrando seu alvo e efeito na melhoria da humanidade.Scrates deve entrar em Ado e gerar Marco Aurlio; em outras palavras, produzir, da pessoa deprazeres, a pessoa de sabedoria. Maonaria no deve ser simplesmente uma torre de observao,construda sobre mistrio, para da fitar o mundo, sem outro resultado seno a convenincia para ocurioso.

    O campo da Filosofia manter a caneca cheia de pensamentos nos lbios sedentos das pessoas;dar a todos as idias verdadeiras de Divindade; harmonizar a conscincia e a cincia. Moralidade F em plena florescncia. A contemplao deve levar ao e o absoluto deve tornar-se prtico; oideal tornar-se ar, alimento e bebida para a mente humana. A Sabedoria uma comunho sagrada. apenas nessa condio que cessa de ser um amor estril Cincia e se torna o mtodo nico esupremo para a unio da Humanidade e para sua transformao em ao combinada. Ento aFilosofia se transforma em Religio.

    E a Maonaria, tal como a Histria e a Filosofia, tem deveres eternos eternos e, ao mesmo tempo,simples para opor-se a Caiafas como Bispo, a Draco ou a Jeferias como Juzes, a Trimalcion como

    Legislador e a Tibrio como Imperador. Estes so os smbolos da tirania que degrada e destri, dacorrupo que avilta e infesta. Nos trabalhos publicados para uso na Ordem somos informados queos trs grandes princpios da ocupao de um Maom so Amor Fraternal, Assistncia e Verdade. E verdade que afeio e bondade Fraternais devem nos governar em todas as relaes com nossosirmos; e filantropia generosa e liberal deve nos orientar em relao a todas as pessoas. Para osMaons, auxiliar os desafortunados uma dever em particular dos Maons um dever sagrado, doqual no pode se omitir, nem negligenciar e tampouco aceitar de forma fria ou ineficiente. Tambm fato que a Verdade um atributo Divino e o alicerce de toda virtude. Os grandes objetivos de todogrande Maom so ser verdadeiro e procurar encontrar e aprender a Verdade.

    Como fizeram os antigos, a Maonaria utiliza Moderao, Fora, Prudncia e Justia, as quatrovirtudes cardeais. Elas so to necessrias s naes quanto aos indivduos. O povo que quer serLivre e Independente deve possuir Sagacidade, Prudncia, Previso e Circunspeo cuidadosas estas todas esto abrangidas pelo significado da palavra Prudncia. Este povo deve ser moderadoao defender seus direitos, moderado em seus conselhos, econmico em suas despesas; deve servalente, bravo, corajoso, paciente sob reveses, desassombrado ante desastres, esperanoso durantecalamidades, como Roma quando entregou o campo no qual Anbal teve seu acampamento. NemCannae, nem Farslia, nem Pvia ou Agincourt ou Waterloo podem desencoraj-lo. Deixe seuSenado permanecer sentado at que os gauleses o puxem pelas barbas. Ele deve, acima de todasas coisas, ser justo, abster-se de bajular os fortes e de guerrear ou saquear os fracos; deve agir noesquadro com todas as naes e com as tribos mais dbeis, sempre mantendo sua f, honesta emsuas leis, justa em todos os seus assuntos. Quando existir tal Repblica, ela ser imortal, poisimprudncia, injustia, intemperana e luxo na prosperidade, desespero e desordem na adversidadeso as causas da queda e da dilapidao de naes.

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    O Companheiro

    No Oriente Antigo, todas as religies eram muito prximas do mistrio e no existia divrcio entreelas e a filosofia. A teologia popular, absorvendo a multiplicidade de alegorias e smbolos comorealidade, degenerou em adorao das luzes celestiais, de Divindades imaginrias que tinhamsentimentos humanos, apetites e luxrias, de dolos, pedras, animais, rpteis. A cebola era sagradapara os egpcios porque suas diferentes camadas eram um smbolo das esferas celestiaisconcntricas. Obviamente, a religio popular no podia satisfazer as nsias e pensamentos maisprofundos, as aspiraes mais sublimes do Esprito, nem a lgica da razo. Os significados eram

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    ensinados aos iniciados nos Mistrios. Ali tambm a religio era ensinada atravs de smbolos. Afalta de clareza do simbolismo, passvel de muitas interpretaes, alcanava o que o credo palpvele convencional no conseguia. Sua indefinio validava a obscuridade do assunto; tratava talassunto misterioso misticamente; tentava ilustrar o que no conseguia explicar; para excitar umsentimento apropriado se no conseguisse desenvolver uma idia adequada; e para fazer daimagem um mero veculo subalterno da concepo, que por si s nunca se tornou bvia nem familiar.

    Assim, o conhecimento hoje comunicado por livros e cartas, antes era veiculado por smbolos; e ossacerdotes inventavam ou perpetuavam uma srie de ritos e exibies que no eram mais atraentesao olhar do que as palavras, mas muitas vezes mais sugestivos e mais prenhas de significado para amente.

    A Maonaria, sucessora dos Mistrios, ainda segue a maneira antiga de ensinar. Suas cerimniasso como as antigas apresentaes, no a leitura de um ensaio, mas a abertura de um problema,que requer pesquisa e constitui a filosofia como intrprete engenhosa. A instruo que ministra soseus smbolos. Seus ensinamentos so iniciativas, muitas vezes parciais e unilaterais, parainterpretar esses smbolos. Quem quer se tornar um verdadeiro Maom no deve se satisfazerapenas em ouvir, nem mesmo apenas para compreender os ensinamentos; deve, com a ajudadesses ensinamentos, e com o caminho apontado por eles, estudar, interpretar e desenvolver essessmbolos para si prprio.

    Mesmo sendo a Maonaria idntica aos antigos Mistrios, o apenas neste sentido: que apresentaapenas uma imagem imperfeita de seu resplendor, apenas as runas de sua grandeza, e um sistemaque sofreu alteraes progressivas, o fruto de acontecimentos sociais, circunstncias polticas e aimbecilidade ambiciosa de seus desenvolvedores. Depois de deixar o Egito, os Mistrios forammodificados pelos hbitos das diferentes naes nas quais foram introduzidos, e especialmentepelos sistemas religiosos dos pases para os quais foram transplantados. Em todo lugar eraobrigao do Iniciado obedecer o governo estabelecido, as leis e a religio que, em todo lugar, eramheranas dos sacerdotes, que de forma nenhuma estavam dispostos a repartir a verdade filosficacom as pessoas comuns.

    A Maonaria no o Coliseu em runas. mais um palcio romano da idade mdia, desfigurada poralteraes arquitetnicas modernas, porm ainda construda sobre um alicerce gigantesco plantadopelos etruscos, e com grande parte da superestrutura obtida de moradas e templos da era de

    Adriano e de Antonino.

    O Cristianismo ensinou a doutrina da FRATERNIDADE, mas repudiou a da IGUALDADE poltica,continuamente inculcando obedincia a Csar e s autoridades legais. A Maonaria foi o primeiroapstolo da IGUALDADE. Nos Monastrios existe fraternidade e igualdade, mas no liberdade. AMaonaria adicionou esta tambm e reclamou para as pessoas a trplice herana: LIBERDADE,IGUALDADE e FRATERNIDADE.

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    Foi apenas o desenvolvimento do propsito original dos Mistrios, que foi ensinar as pessoas aconhecer e a praticar seus deveres, para com si mesmas e para com seus semelhantes, a grandefinalidade prtica de toda filosofia e de todo conhecimento.

    As Verdades so a fonte de onde todas as obrigaes jorram; e faz menos de cem anos que uma

    nova Verdade comeou a ser vista claramente: que O INDIVDUO SOBERANO SOBRE ASINSTITUIES, E NO ELAS SOBRE ELE. As pessoas tm uma superioridade natural sobre todasas instituies. Estas so para elas, de acordo com o seu desenvolvimento; no as pessoas para asinstituies. Parece ser uma afirmao muito simples, com a qual todos, em todo o lugar, devemconcordar. Mas um dia foi uma Verdade totalmente nova, no revelada enquanto os governos noexistiram por pelo menos cinco mil anos. Uma vez revelada, imps novos deveres s pessoas. O serhumano tinha este dbito para consigo mesmo: ser livre. Ele tinha com dbito para com seu pas dar-lhe liberdade ou mant-lo livre. Esta Verdade fez da Tirania e da Usurpao os inimigos da RaaHumana. Colocou numa ampla ilegalidade dos Dspotas e os Despotismos, temporais e espirituais.

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    A esfera do Dever alargou-se imensamente. O Patriotismo passou a ter, em conseqncia, umsignificado novo e mais amplo. Governo Livre, Livre Pensamento, Livre Conscincia, LivreExpresso! Tudo isto se transformou em direitos inalienveis daqueles que os perderam, ou dos queos tiveram roubados, ou dos cujos ancestrais os perderam; todos passaram a ter o direito de osretomar sumariamente. Infelizmente, como Verdades sempre so pervertidas em falsidades, e sofalsidades quando mal soletradas, esta Verdade se tornou o Evangelho da Anarquia logo depois deter sido proclamada pela primeira vez.

    A Maonaria compreendeu muito cedo esta Verdade e reconheceu seus deveres ampliados. Ento,seus smbolos passaram a ter significados mais abrangentes e recebeu smbolos novos eapropriados. Ajudou a criar a Revoluo Francesa, morreu com os Girondistas, renasceu com arestaurao da ordem e apoiou Napoleo porque, apesar de Imperador, ele reconheceu o direito dopovo de escolher seus governantes e esteve frente de uma nao que se recusava a receber seusvelhos reis de volta. Ele defendeu com sabre, mosqueto e canho a grande causa do Povo contra aRealeza, o direito do povo francs de at fazer de um General Corso seu Imperador, se o povo assimquisesse.

    A Maonaria sentiu que esta Verdade tinha a Onipotncia de Deus ao seu lado, e que nem Papanem Potentado seriam capazes de domin-la. Era uma verdade que caiu dentro do grande tesourodo mundo, fazendo parte da herana que cada gerao recebe, faz crescer e preserva, um legadonecessrio humanidade: a propriedade pessoal das pessoas, herana natural at o fim dos

    tempos. E a Maonaria cedo reconheceu como verdade que apresentar e desenvolver uma verdade,ou qualquer excelncia que se receba ou se desenvolva, fazer ainda maior a glria espiritual daraa; que qualquer coisa que auxilie a marcha de uma Verdade e faa do pensamento um fato,escreve com a mesma pena de Moiss e Daquele que morreu na cruz; e tem afinidade intelectualcom a Prpria Divindade.

    A melhor ddiva que podemos legar s pessoas humanismo. o que a Maonaria recebeu deDeus como obrigao de entregar s pessoas: no sectarismo ou dogma religioso; no umamoralidade rudimentar que possa ser encontrada nos escritos de Confcio, Zoroastro, Sneca e dosRabinos, nos Provrbios e em Eclesiastes; mas humanismo, cincia e filosofia.

    No que Filosofia ou Cincia estejam em oposio Religio. Porque a Filosofia nada mais do queconhecimento de Deus e da Alma, que deriva da observao da ao manifesta de Deus e da Almae de uma analogia sbia. o guia intelectual que o sentimento religioso necessita. A filosofia

    religiosa verdadeira de um ser imperfeito no um sistema de credo, mas, como SCRATESpensou, uma busca ou uma aproximao infinitas. Filosofia aquele progresso intelectual e moralque o sentimento religioso inspira e enobrece.

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    A Cincia, por seu turno, no pde caminhar sozinha enquanto a religio esteve estacionria.Consiste daquelas inferncias maduras da experincia que todas as outras experincias confirmam.Compreende e une tudo o que era realmente valioso em ambos os velhos esquemas de meditao,uma herica, ou o sistema de ao e esforo, e a teoria mstica de comunho espiritual econtemplativa. Escutem-me, diz GALEN, como voz do Hierofante Eleusiano e creiam que oestudo da Natureza um mistrio no menos importante do que os deles, nem menos

    preparado a mostrar a sabedoria do poder do Grande Criador. Suas lies e demonstraes

    eram obscuras, mas as nossas so claras e inequvocas.

    Acreditamos que este seja o melhor conhecimento que podemos obter da Alma de outra pessoa, eque transmitido por seus atos e pela sua conduta ao longo de sua vida. Evidncia no sentidooposto, transmitida pelo que uma outra pessoa nos diga que esta Alma tenha dito para a dele,pesaria muito pouco em comparao anterior. As primeiras Escrituras para a raa humana foramescritas por Deus na Terra e nos Cus. A leitura dessas Escrituras a Cincia. A familiaridade com agrama e com as rvores, os insetos e os protozorios, nos prov ensinamentos mais profundos deamor e f do que poderamos absorver dos escritos de FENELON e AGOSTINHO. A grande Bbliade Deus est sempre aberta ante a humanidade.

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    Conhecimento conversvel em poder e axiomas em regras de utilidade e dever. Mas conhecimento,em si, no Poder. Sabedoria Poder; e seu Primeiro Ministro a JUSTIA, que a leiaperfeioada da VERDADE. Portanto, o propsito da Educao e da Cincia fazer as pessoasmais sbias. Se o conhecimento no o fizer, desperdiado, como gua derramada na areia.Conhecer as frmulas da Maonaria, por si, de to pouca valia quanto conhecer muitas palavras esentenas em algum dialeto brbaro africano ou australasiano. Conhecer o significado dos smbolos quase nada, a no ser que contribua nossa sabedoria e tambm nossa benevolncia, que para a justia o que um hemisfrio do crebro para o outro.

    No perca de vista, ento, o verdadeiro objetivo de seus estudos na Maonaria. contribuir para seupatrimnio de sabedoria, e no simplesmente para seu conhecimento. Uma pessoa pode passar avida estudando uma nica especialidade de conhecimento, botnica, concologia ou entomologia,por exemplo, entulhando a memria com nomes derivados do grego, classificando-os ereclassificando-os; e ainda assim no ficar mais sbia do que quando comeou. So as grandesverdades que mais preocupam as pessoas, assim como os seus direitos, interesses e deveres, que aMaonaria procura ensinar aos seus Iniciados.

    Quanto mais sbia uma pessoa se torna, menos estar inclinada a se submeter mansamente imposio de grilhes ou canga, seja sobre sua conscincia ou sobre sua pessoa. Isto porque, com ocrescer da sabedoria, ela no s conhecer melhor seus direitos, mas tambm os valorizar mais, eestar mais consciente e seu valor e dignidade. Ento, seu orgulho a incentivar a assegurar sua

    independncia. Tornar-se- mais capaz de faz-lo; e mais capaz de ajudar os outros e a seu pasquando eles ou ele arriscarem tudo, at suas existncias, na mesma reivindicao. Porm, o meroconhecimento no faz ningum independente, nem o prepara para s-lo. Na maioria das vezes fazdele um escravo mais til. Para o ignorante e bruto, a Liberdade uma calamidade.

    A cincia poltica tem como objetivo averiguar de que maneira e por meio de quais instituies aliberdade poltica e pessoal pode ser assegurada e perpetuada: no a permisso de votar ou osimples direito de qualquer pessoa de faz-lo, mas liberdade completa e absoluta de pensamento eopinio, da mesma forma livre do despotismo do monarca, dos agitadores e do prelado; liberdade deao dentro dos limites da lei geral aprovada para todos; as Cortes de Justia com Juzes e jrisimparciais, abertas igualmente para todos; fraqueza e pobreza to poderosos

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    nessas Cortes quanto poder e riqueza; as avenidas para as profisses e fama igualmente abertas atodos os que meream; as foras militares, na guerra e na paz, em estrita subordinao ao podercivil; impossibilidade de priso arbitrria por ato que no seja visto pela lei como crime, inquisiescatlicas, tribunais como os da Idade Mdia. Execues militares, desconhecidas; meios de instruoao alcance dos filhos de todas as pessoas; direito de Livre Expresso; e responsabilidade de todosos funcionrios pblicos, civis e militares.

    Se a Maonaria precisasse de justificao para impor deveres polticos e morais a seus Iniciados,bastaria apontar a triste histria do mundo. No s seria necessrio voltar as pginas da histria paraos captulos escritos por Tcito: poder-se-ia recitar os incrveis horrores do despotismo sob Calgulae Domiciano, Caracalla e Comodus, Vitelius e Maximiano.

    Precisaramos apenas apontar para os sculos de calamidade atravs das quais a alegre nao

    francesa passou; para a longa opresso das pocas feudais, dos egostas reis Bourbons; paraaqueles tempos quando os lavradores eram roubados e massacrados como ovelhas por seus lordese prncipes; para quando o lorde exigia os primeiros frutos do leito matrimonial do lavrador; paraquando as prises polticas estavam abarrotadas de vtimas inocentes e a Igreja abenoava osestandartes de assassinos impiedosos e cantava Te Deums para o massacre coroado da Noite deSo Bartolomeu.

    Devemos virar as pginas para um captulo mais adiante, o do reinado de Lus XV, quando jovensmeninas, pouco mais que crianas, eram raptadas para servir a sua luxria; quando lettres de cachetenchiam a Bastilha com pessoas acusadas de nenhum crime; quando maridos buscavam prazeres

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    com esposas lascivas; quando viles que ostentavam ttulos de nobreza; quando o povo eraesmigalhado no moinho dos impostos, alfndega e taxas; e quando o Nncio do Papa e o Cardeal dela Roche-Ayman, ajoelhando-se devotadamente um de cada lado de Madame du Barry, a prostitutaabandonada do rei, colocaram-lhe os chinelos nos ps descalos quando ela se ergueu da camaadltera. Ento, na verdade, os dois tipos de gente comum eram sofredores e exaustos, e aspessoas do povo nada mais eram do que burros de carga.

    O verdadeiro Maom o que trabalha incansavelmente para ajudar sua Ordem alcanar seusgrandes propsitos. No que a Ordem possa alcan-los sozinha, mas isto tambm pode ajudar. Elatambm um dos instrumentos de Deus. uma Fora e um Poder; e seria uma vergonha se ela nopuder se empenhar e, se necessrio, sacrificar seus filhos na causa da humanidade; tal como

    Abrao esteve pronto para oferecer Isaac no altar de sacrifcios. No esquecer aquela nobrealegoria de Crcio saltando, de armadura completa, para o grande e voraz golfo que se abriu paraengolir Roma. Ela TENTAR. No ser sua culpa se nunca chegar o dia em que as pessoas nomais tero que temer uma conquista, uma invaso, uma usurpao, uma rivalidade de naes comas mos armadas, uma interrupo da civilizao por dependncia de um casamento real, ou umnascimento nas tiranias hereditrias; uma separao das pessoas por um Congresso, umdesmembramento pela queda de uma dinastia, um combate entre duas religies, cabeceando-secomo dois alces de escurido na ponte do Infinito; quando elas no mais tero que temer a fome,espoliao, prostituio por causa da misria, misria por causa da falta de trabalho e de todo o

    banditismo do acaso na floresta dos eventos; quando naes gravitarem em torno da Verdade comoos planetas em torno das estrelas, sem choque ou coliso; e, em todos os lugares, a Liberdade, comseu cinturo de planetas, coroada com os esplendores celestiais e com sabedoria e justia emambas as mos, reinar suprema.

    Em seus estudos como Companheiro voc dever ser guiado pela RAZO, AMOR e F.

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    No discutiremos agora as diferenas entre Razo e F nem nos empenharemos em definir aabrangncia de cada uma. Mas necessrio dizer que, mesmo nos assuntos mais comuns da vida,somos governados muito mais pelo que acreditamos do que pelo que sabemos, pela F e pelaANALOGIA e, em seguida, pela RAZO. A Era da Razo da Revoluo Francesa ensinou,sabemos, que uma insensatez entronar a Razo, sozinha, como suprema. A Razo falha quandose trata do Infinito. Deve haver venerao e crena. No obstante as calamidades dos virtuosos, asmisrias dos merecedores, a prosperidade de tiranos e o assassinato de mrtires, precisamos crerque existe um Deus sbio, justo, piedoso e amoroso, uma Inteligncia e uma Providncia, supremase que cuidam das coisas e eventos mais minsculos. A F uma necessidade para as pessoas.Desgraado aquele que no cr em nada!

    Acreditamos que a alma de outra pessoa tem sua natureza e tem determinadas qualidades, que sejagenerosa e honesta, ou mesquinha e enganadora, virtuosa e amigvel ou viciosa e malhumorada, daqual entrevemos apenas a aparncia, um pouco mais de um relance dela, sem na realidadesabermos seguramente. Confiamos nossa sorte a uma pessoa no outro lado do mundo, a quemnunca vimos, na crena de que ela seja honesta e confivel. Acreditamos que ocorremacontecimentos com a aquiescncia de outras pessoas. Acreditamos que uma vontade age sobreoutra, e na verdade acontece uma multiplicidade de fenmenos que a Razo no consegue explicar.

    Mas no devemos acreditar no que a Razo negue autoritariamente, no que o senso de direitorecuse, no que seja absurdo ou contraditrio, ou no que degrade o carter da Divindade e quepudesse faz-La vingativa, maligna, cruel ou injusta.

    A F de uma pessoa pertence tanto a ela quanto sua Razo. Sua Liberdade consiste tanto naliberdade de sua f quanto na incontrolabilidade de sua vontade pela fora. Nenhum dos Sacerdotese adivinhos de Roma ou da Grcia teve direito de pedir a Ccero ou a Scrates que acreditassem namitologia absurda do vulgar. Nenhum Im do Islamismo tem o direito de pedir a um Pago queacredite que Gabriel ditou o Alcoro ao Profeta. Nenhum dos Brmanes que j viveram, se reunidosem um conclave como os Cardeais, receberiam o direito de compelir um nico ser humano a crer na

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    Cosmogonia Hindu. Nenhuma pessoa ou grupo podem ser infalveis nem autorizados a decidir emque outras pessoas devem acreditar como doutrina de f. A no ser para aqueles que a receberamem primeira mo, toda religio e a verdade de todos os escritos inspirados dependem do testemunhohumano e evidncias internas e devem ser julgadas pela Razo e pelas analogias sbias da F.Cada pessoa deve, necessariamente, ter o direito de julgar a verdade da religio por si mesmo,porque nenhuma pessoa pode ter nenhum direito mais alto ou melhor do que outra que tenhainformao e inteligncia iguais.

    Domiciano disse ser o Deus Soberano; e foram encontradas esttuas e imagens suas, em prata eem ouro, por todo o mundo conhecido. Reivindicou ser visto como o Deus de todas as pessoas; e, deacordo com Suetnio, comeou sua carta assim: Nosso Senhor e Deus ordena que isso deveser feito desta forma; e decretou formalmente que ningum podia se dirigir a ele de outramaneira, fosse por escrito ou pela palavra da boca. Palfrio Sura, o filsofo, que era seu

    principal delator, acusando os que se recusavam a reconhecer sua divindade, acreditassequanto fosse em tal divindade, no tinha o direito de exigir que um nico Cristo em Roma,ou nas provncias, fizesse o mesmo.

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    A Razo est longe de ser o nico guia, em moral ou na cincia poltica. O Amor, ou a bondade

    amorosa, deve manter como sua aliada a Razo para repudiar o fanatismo, a intolerncia e aperseguio para os quais a moralidade demasiadamente asctica e princpios polticos extremosinvariavelmente levam. Devemos tambm ter f em ns mesmos, nos nossos companheiros e nopovo; outrossim, seremos facilmente desencorajados pelos revezes e nosso ardor resfriado porobstculos. No devemos escutar apenas a Razo. A Fora vem mais da F e do Amor, e com aajuda destes que a pessoa escala as mais elevadas alturas da moralidade, ou se torna Salvadora ouRedentora de um Povo. A Razo deve manter o elmo, mas a F e o Amor originam a fora. So asasas da alma. O entusiasmo geralmente irracional; e, sem ele e sem Amor ou F, no teria existidoRIENZI, nem TELL, nem SYDNEY, e nenhum dos outros grandes patriotas cujos nomes soimortais. Se a Divindade tivesse sido simplesmente Todo-sbia e Todo-poderosa, nunca teria criadoo Universo.

    o GNIO que consegue Poder; e seus primeiros-tenentes so a FORA e a SABEDORIA. O maisdesregrado dos homens curva-se diante do lder que tem a capacidade de ver e a vontade de fazer. o Gnio que governa com o Poder Divino, que desvenda, com seus conselheiros, os mistrioshumanos escondidos, corta em pedaos, com suas palavras, os ns enormes e reconstri, com suaespada, as runas desmoronadas. Ao seu relance caem os dolos sem sentido, cujos altares antesestiveram em todos os lugares altos e em todas as cavernas sagradas. A desonestidade e aimbecilidade se inferiorizam diante dele. Seu simples Sim ou No revoga os erros das eras e ouvido pelas geraes futuras. Seu poder imenso porque sua sabedoria imensa. O Gnio o Solda esfera poltica. Fora e Sabedoria, seus ministros, so os globos que levam sua luz para as trevase respondem a ele com sua Verdade slida e refletora.

    O Desenvolvimento simbolizado pelo uso do Malho e do Cinzel: o desenvolvimento das energias edo intelecto, do indivduo e do povo. O Gnio pode transformar-se na liderana de uma naoignorante, deseducada e sem energias; mas em um pas livre o nico modo de assegurar intelecto egnio para os governantes cultivando o intelecto dos que os elegem. Poucas vezes o mundo

    governado pelos grandes espritos, exceto depois de uma dissoluo e do renascimento. Emperodos de transio e de convulso, os Parlamentos Long, os Robespierres e Marats, e as semi-respeitabilidades do intelecto, mantm, muito freqentemente, as rdeas de poder. Os Cromwells eNapolees vm depois. Depois de Marius, de Sulla e do retrico Ccero, CSAR. O grande intelectomuitas vezes aguado demais para o granito desta vida. Legisladores podem ser pessoas muitocomuns, porque a legislao um trabalho comum; apenas a publicao final de um milho dementes.

    O poder do pulso e da espada, comparado ao do esprito, pobre e contemplativo. Para as terras,pode-se ter leis agrrias e repartio igual. Mas o intelecto de uma pessoa apenas seu, recebido

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    diretamente de Deus, um feudo inalienvel. a mais poderosa das armas nas mos do paladino. Seo povo compreende a Fora no sentido fsico, quanto mais no a reverenciaria a Fora intelectual!Pergunte a Hildebrand, a Luther ou a Loyola. Eles caem prostrados ante ela como diante de umdolo.

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    A soberania da mente sobre a mente a nica conquista que vale a pena. A outra fere ambas edissolve-se a uma brisa; rstica como , a grande corda cede e finalmente se rompe. Mas isto pareceinsignificante comparado ao domnio do Criador. No requer uma pessoa como Pedro o Eremita. Seo fluxo no for brilhante e forte, varrer o corao do povo como uma mar de primavera. Afascinao est no apenas na palavra, mas no ato intelectual. a homenagem ao Invisvel. Estepoder, amarrado com Amor, a corrente de ouro colocada na nascente da Verdade, ou a correnteque amalgama as classes da humanidade.

    A influncia do ser humano uma lei da natureza, por se constituir em uma grande propriedade, sejade terra ou do intelecto. Pode significar escravatura, uma deferncia ao eminente julgamentohumano. Espiritualmente, a sociedade se une como as esferas que volteiam no alto. O pas livre noqual o intelecto e o gnio governam, durar. Quando o intelecto e o gnio obedecem e as outrasinfluncias governam, a vida nacional curta. Todas as naes que tentaram se governar pelos seus

    menores, pelos incapazes ou meramente regulares, terminaram em nada. Constituies e Leis, semo Gnio e sem o Intelecto para governar, no evitaro a queda. Nesse caso elas esto carunchadase suas vidas se esvaem gradualmente.

    O nico modo seguro de perpetuar a liberdade estendendo nao a concesso do Intelecto. Istocompelir ao empenho e ao cuidado generoso por parte dos que ocupam cargos mais altos e lealdade honorvel e inteligente os mais abaixo. Assim, a vida poltica pblica proteger todas aspessoas da auto-degradao em buscas sensuais, de atos vulgares e voracidade vil, desenvolvendoa ambio nobre de um governo imperial justo. O grande labor no qual a Maonaria deseja estenderuma mo auxiliadora na elevao do povo mediante o ensinamento de bondade amorosa e desabedoria, com poder para o que ensina melhor; e assim desenvolver o Estado livre a partir da PedraBruta.

    Todos ns devemos trabalhar na construo do grande monumento da nao, a Casa Sagrada do

    Templo. As virtudes cardeais no podem ser distribudas entre as pessoas, tornando-as propriedadeexclusiva de alguns, como as profisses. TODOS so aprendizes do Dever e da Honra.

    A Maonaria uma marcha e uma batalha em direo Luz. Para o indivduo, assim como para anao, Luz Virtude, Humanismo, Inteligncia e Liberdade. A tirania sobre a alma ou sobre o corpo a escurido. Os povos mais livres, assim como as pessoas mais livres, esto sempre correndo operigo de reincidir na servido. Guerras quase sempre so fatais s Repblicas. Criam tiranos econsolidam seu poder. Emergem, na maioria das vezes, de conselhos daninhos. Quando ospequenos e os ignbeis so encarregados do poder, a legislao e a administrao tornam-seapenas sries paralelas de erros e asneiras, terminando em guerra e na necessidade de um tirano.Quando a nao sente seus ps escorregando para trs, como se andasse sobre o gelo, chegadoo momento de um esforo supremo. Os grandes tiranos do passado so meros modelos para os dofuturo. Pessoas e naes sempre se vendero escravido para gratificar suas paixes e conseguirrevanche.O pretexto do tirano, a necessidade, est sempre disponvel e, uma vez o tirano no poder,

    sua necessidade de garantir sua prpria segurana o faz selvagem. Religio um poder e o tiranoprecisa control-lo.

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    Independentes, os santurios da religio podem se rebelar. Ento passa a ser ilegal adorar a Deusao modo de cada um e os velhos despotismos espirituais revivem. As pessoas tm que crer como oPoder quer, ou ento morrem; e, mesmo se crerem como querem, tudo o que tm, terras, casas,

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    corpo e alma, estar carimbado com a marca real. Eu sou o Estado, disse Lus XIV aos seuscamponeses; at as camisas em suas costas so minhas e eu posso tir-las, se quiser.

    E dinastias estabelecidas assim duram, como a de Csar de Roma, a dos Csares deConstantinopla, a dos Stuarts, a dos espanhis, a dos Goths, a dos Valois, at que a raa sedesgaste e termine em lunticos e idiotas que ainda governam. Entre eles no existe concrdia qued fim horrvel servido. O Estado rui, assim como dos golpes estranhos dos elementos

    incoerentes. As furiosas paixes humanas, a sonolenta indolncia humana, a parva ignornciahumana, a rivalidade de castas humanas, so to teis para os reis como as espadas para osPaladinos. Os adoradores tm-se submetido h tanto tempo ao velho dolo que no podem sair sruas e escolher um novo Grande Lama. E assim o Estado estril flutua na corrente lamacenta doTempo at que a tempestade e a mar percebem que o verme consumiu sua fora e o Estadodesmorona para o esquecimento.

    Liberdade civil e religiosa devem andar de mos dadas; e a Opresso amadurece a ambas. Um povosatisfeito com os pensamentos criados para ele pelos sacerdotes de uma igreja estaro satisfeitoscom a Realeza por Direito Divino, a Igreja e o Trono sustentando-se mutuamente. Iro aplainar ocisma, a infidelidade e a indiferena; e, enquanto a batalha por liberdade se desenrola ao seu redor,ele simples e apaticamente afundar na servido e num transe profundo, talvez com a interrupoocasional de furiosos frenesis seguidos de exausto desamparada.

    No difcil acontecer despotismo em qualquer terra que, desde sua infncia, conheceu apenas ummestre; mas no existe nada mais difcil de se conseguir do que aperfeioar e perpetuar o livregoverno do povo por si mesmo, pois no ser necessrio um rei: todos devem ser reis. fcilentronar Masaniello, e em poucos dias ele cair mais baixo do que estava antes. Mas um governolivre cresce lentamente, como as faculdades humanas individuais; e, como as rvores das florestas,desde o mago at a casca. A Liberdade no apenas o direito natural de todos, mas perdidatanto por algum que no a usa quanto por algum que a usa de forma errada. Depende mais doesforo universal do que de qualquer outra propriedade humana. Ela no tem nenhum santurio ounascente sagrada para onde a nao peregrine, pois suas guas brotaro livremente de todo o solo.

    O poder popular livre um dos que somente so conhecidos em sua fora no momento daadversidade, pois todas as suas provas, sacrifcios e expectativas so suas prprias. treinado parapensar por si mesmo e agir por si mesmo. Quando o povo escravizado se prostra na poeira ante ofuraco, como animais do campo assustados, o povo livre o enfrenta de p, com toda a fora da

    unio, em auto-determinao, confiana mtua, com insolncia, contra tudo menos contra a movisvel de Deus. No derrubado pela calamidade nem ensoberbecido pelo sucesso.

    Este vasto poder da persistncia, da ancestralidade, da pacincia e do desempenho somente adquirido pelo exerccio contnuo de todas as funes, como o saudvel vigor fsico humano, como ovigor moral individual.

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    E a mxima to velha quanto verdadeira: o preo da liberdade a eterna vigilncia . curiosoobservar o pretexto universal pelos quais os tiranos de todos os tempos tomam as liberdadesnacionais. Est escrito nos estatutos de Eduardo II que os juzes e os xerifes no mais poderiam sereleitos pelo povo, por causa das manifestaes e dissenses que aconteceriam. O mesmo motivo foi

    dado muito antes para a supresso da eleio popular dos bispos; e existe uma testemunha dessestempos falsos e ainda mais antigos, quando Roma perdeu sua liberdade e seus cidados indignadosdeclararam que liberdade tumultuada era melhor do que tranqilidade em desgraa.

    Com o Compasso e a Rgua podemos traar todas as figuras usadas na matemtica dos planos,que chamamos de GEOMETRIA e TRIGONOMETRIA, duas palavras que, por si apenas, sodeficientes de significado. GEOMETRIA, que na maioria das Lojas dito ser o significado da letraG.., significa medio de terra ou da Terra ou Agrimensura; e TRIGONOMETRIA, a medio detringulos, ou figuras de trs lados ou ngulos. Este ltimo o nome de longe mais apropriado para acincia que visa expressar a palavra Geometria. Nenhum desses nomes tem um significado

  • 7/31/2019 Moral e Dogma

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    suficientemente amplo, pois, apesar das enormes medies de grandes espaos da superfcie daterra e das costas terrestres que so evitadas por marinheiros por medo de naufrgios ecalamidades, so realizadas atravs de triangulao; e era pelo mesmo mtodo que os astrnomosfranceses mediram um grau de latitude e assim estabeleceram uma escala de medidas em baseimutvel; porm, por meio do imenso tringulo que tem como base uma linha desenhada naimaginao entre a posio da terra no espao, agora, e seu lugar h seis meses atrs, e por piceum planeta ou estrela, que foi calculada a distncia de Jpiter e Srius Terra; e ainda existe umtringulo ainda maior, sua base se afastando de ns em ambas as direes, para depois dohorizonte para a imensido, e seu pice indefinidamente distante, acima de ns, ao qual correspondeum tringulo infinito semelhante abaixo o que est acima igual ao que est em baixo, imensidadeigual a imensidade; e a Cincia dos Nmeros, qual Pitgoras deu tamanha importncia e cujosmistrios podem ser encontrados em todo lugar nas religies antigas, e mais ainda na Cabala e naBblia, no suficientemente expresso nem pela palavra Geometria nem pela palavraTrigonometria. Pois aquela cincia inclui estas, juntamente com a Aritmtica, tambm com a

    lgebra, Logaritmos e Clculo Diferencial e Integral; e por meio dela so tratados os grandesproblemas da Astronomia ou as Leis dos Astros.

    A Virtude mais do que bravura herica fazer da coisa pensada uma realidade, apesar de todos osinimigos de carne e osso ou de esprito, apesar de todas as tentaes ou ameaas. As pessoas soresponsveis pela correo de sua doutrina, mas no pela sua legalidade. Um entusiasmo devotado

    mais fcil do que uma boa ao. O fim do pensamento ao; o nico propsito da Religio umatica. Em cincia poltica, a teoria intil, exceto se tiver como fim ser, na prtica, transformada emrealidade.

    Em todos os credos, tanto religiosos, polticos e na alma das pessoas, existem duas regies, aDialtica e a tica; acontece uma perfeita harmonia somente quando as duas esto perfeitamentemisturadas.

    Existem pessoas que, dialeticamente, so Crists, tal como existe um sem-nmero de homens que,dialeticamente, so Maons, porm eticamente infiis, pois so eticamente Profanos, no sentidoestrito: crentes intelectuais, mas ateus na pratica; pessoas que escreveriam Evidncias, em perfeitasintonia com suas lgicas, mas no so capazes de efetiv