montes claros - arte, tradição e fé

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MONTES CLAROS arte, tradição e fé Rua Cel Antônio dos Anjos Praça Dr. Carlos Praça Cel. Costa Rua Dr. Santos

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Livro oficial da Prefeitura de Montes Claros/MG, mostra a extensa e diversa riqueza cultural de nossa região, com suas festas populares, seus artistas, artesãos, músicos, a beleza de seu povo. Projeto Gráfico e Diagramãçao: Anderson Clayton.

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MONTES CLAROSarte, tradição e fé

Rua Cel Antônio dos Anjos Praça Dr. Carlos Praça Cel. Costa Rua Dr. Santos

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Edição 2015

MONTES CLAROSarte, tradição e fé

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PrefácioMontes Claros é terra rica, tanto por suas belezas naturais, seu povo

hospitaleiro, a expressividade natural de seu povo, quanto pela abun-dância de seus eventos. A riqueza desses eventos passa pela manifes-tação popular legítima, pela fé, pela tradição e pela nossa história, com raízes fortemente fincadas em mais de 240 anos de história, raízes plan-tadas ainda nos tempos do Arraial das Formigas.

Com este livro, a Prefeitura de Montes Claros mostra a farta e diver-sa riqueza de nosso povo, expressadas em festas, cultura, religiosidade, gastronomia, beleza natural e todas as manifestações da arte montes--clarense e norte-mineira. É através dessa diversidade cultural que os principais bens culturais do nosso povo são preservados e, através de ações eficazes da Prefeitura de Montes Claros, com apoio e estrutura, estes ricos valores são resgatados e difundidos. Este livro é mais uma destas ações, pois a cultura de um povo não se resume somente na his-tória e nas belezas de suas festas, mas, principalmente, na importância da cadeia produtiva gerada pela manutenção e difusão de nossa cultu-ra. É através dessa cadeia que artesãos, atores, artistas plásticos, es-critores, músicos, grupos folclóricos, grupos de dança e demais artistas podem manifestar, produzir e comercializar sua arte. É também através dessa cadeia, amplamente apoiada pela Prefeitura de Montes Claros, através da Secretaria de Cultura, que todo um processo de produção e logística gera emprego e renda para diversos setores da economia local, além de atrair visitantes, estimulando o turismo.

Estamos divulgando o que de melhor nosso povo tem: sua hospitali-dade, sua beleza natural e sua rica história. No semblante de cada pes-soa da “cidade da arte e da cultura” e na beleza de seus sorrisos e olha-res alegres, uma grande história se revela, a história do povo de Montes Claros. E é um pedacinho dessa história que temos a honra e o orgulho de apresentar neste livro.

Boa leitura!

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ApresentaçãoA Prefeitura de Montes Claros, através da Secretaria

de Cultura, lança o livro “Montes Claros – Arte, Tradição e Fé”. Nele, apresentamos os principais eventos cultu-rais, sobretudo aqueles que são representados de for-ma espontânea através das manifestações populares.

Desde a primeira cidade criada pelo homem, na re-gião da Mesopotâmia, entre os rios Tigre e Eufrates, a cidade de Quish, cerca de 4.500 anos antes de Cristo, o homem já começou a sua personalização cultural. Ao longo dos tempos, essas manifestações foram criando raízes e tradições.

A história humana se repete impetuosamente, como se nunca tivesse acontecido antes. Assim, as mani-festações culturais, sempre presentes nos dias atuais, repetem-se a cada momento, como se fossem únicas para quem a está vivenciando.

A Secretaria de Cultura apresenta justamente as raízes de nossas tradições, que mostram a importância de Montes Claros no cenário artístico e na cultura bra-sileira. O conteúdo resgatado neste livro retrata toda nossa criatividade e nossas características, fazendo jus ao nome de “Cidade da Arte e da Cultura”. Todo mundo faz arte, todo mundo é envolvido, todas as nossas mani-festações têm “ritmo”, têm alegria, têm movimento, têm uma essência bela, e as pessoas querem ver isso. Den-tre as manifestações culturais espontâneas do povo de Montes Claros, a mais importante consiste nas Festas de Agosto, em que temos as manifestações religiosas, promovidas pela Associação dos Catopês, Marujos e Caboclinhos, com levantamento de mastros na Igreji-nha do Rosário. Tudo isso é muito importante, e é neces-sário que sejam resgatados e preservados esses ricos valores culturais. Apresentamos aqui nossa riqueza cultural, mostrando como aconteceu no passado, suas origens, e como são as manifestações nos dias de hoje, mas mantendo as tradições de 175 anos de festa. Isso é uma coisa bela: mesmo antes de Montes Claros ser cidade, já aconteciam essas manifestações. Outra im-portante festa popular, o Festival Folclórico, é um evento que reúne apresentações de músicos, comidas e danças ligados à nossa região, mostrando nossas tendências.

A Festa Nacional do Pequi é sempre realizada no fi-nal de ano, época de maior produção de nosso principal fruto, o pequi, representante legítimo do cerrado de nos-

sa região. A festa tem apresentações interessantes de nossa música popular brasileira e regional, com alcance nacional. Dentro dessa festa, acontece o Concurso do Arroz com Pequi, no Mercado Municipal, com exposição de pratos típicos que competem entre si. Após a pre-miação, o público presente degusta gratuitamente os pratos do concurso.

Importante espaço destinado à cultura, o Centro de Educação e Cultura Hermes de Paula (Centro Cultural), tem sua história contada desde sua fundação, passan-do por sua reforma mais recente, com pintura interna e externa. Também foram trocadas todas as cadeiras do Auditório e Teatro Cândido Canela e, com essas medidas, preservamos o principal centro de cultura de Montes Claros, onde acontecem aberturas, exposições, teatro, lançamento de livros, mostras diversas e gran-des eventos da expressão popular. É também no Centro Cultural que funciona a Diretoria de Juventude e a Bi-blioteca Municipal, que atende toda comunidade.

Outras importantes ações da Secretaria de Cultura são as apresentações culturais na Rua Coronel Celes-tino, ao lado do Casarão da Fafil: é o Corredor Cultural Padre Dudu, com o projeto “Arte no Corredor”. Uma vez por mês, são realizados grandes eventos e apresenta-ções de música popular, erudita, sertaneja e de dança, bem como eventos de datas festivas e comemorativas. Assim, incentivamos os artistas da cidade e oferecemos lazer para toda comunidade.

Na Praça Doutor Chaves, todos os domingos, acon-tece a Feirinha de Arte, em parceria com a Secretaria de Cultura, onde são comercializadas as produções artesa-nais da nossa região, apresentações de música ao vivo, peças de teatro infantis e barraquinhas com comidas típicas.

A Casa do Artesão tem como objetivo incentivar a atividade artesanal no município e região, transforman-do-se em polo regional de artesanato, como forma de incentivo à cultura popular e a profissionalização e ren-da para esse segmento. Os cursos de cerâmica, borda-dos em geral, confecção de bonecas, pintura em tecido, crochê, macramê, tricô, além de cursos para as pessoas da 3ª idade, são realizados em amplas salas e ambien-tes propícios às oficinas.

Outros resgates importantes são o Réveillon (Virada

Cultural) e o carnaval de rua (Carnaval na Lagoa), que, desde 2013, estão sendo realizados na Lagoa do Inter-lagos. A Virada Cultural é uma grandiosa festa, em que bandas de música se apresentam antes e após a virada de ano novo. No centro da lagoa, em grandes balsas, acontece a grande queima de fogos de 17 minutos de duração. Em dezembro de 2014 foi realizada a 1ª Vira-da Cultural de Montes Claros, com duração de cinco dias com apresentações de bandas de música, teatro e dança. Também na Lagoa do Interlagos acontece o Carnaval na Lagoa. Durante três dias, são apresentadas escolas de samba, desfiles de blocos infantis e adulto, barracas de alimentação com comidas típicas na orla da lagoa e bandas de axé se apresentando no palco de música, com esquema de segurança bem montado, especialmente para garantir tranquilidade e conforto à comunidade.

O Festival de Forró e Quadrilha, no ano de 2014, foi apresentado de uma forma como nunca havia acon-tecido em toda nossa história: nos distritos de Montes Claros. Dessa maneira, a Prefeitura de Montes Claros, através da Secretaria de Cultura, leva o Festival às suas origens, na zona rural. Os distritos que receberam o Festival de Forró e Quadrilha foram Nova Esperança, Aparecida do Mundo Novo, Lagoinha e Santa Rosa de Lima. A Secretaria de Educação levou para esses dis-tritos grupos de quadrilha infantis. A apresentação de encerramento aconteceu no Bairro Cintra, com todas as quadrilhas participantes, e a população compareceu em peso para prestigiar essa grande festa.

Nos meses de novembro e dezembro de 2014 , a cada final de semana, aconteceu o Projeto Palco Itine-rante, que levou artistas do teatro, da música e da dan-ça aos bairros e distritos.

Nossa cultura é isso: manifestações das quais toda comunidade pode participar e com as quais pode inte-ragir, com muita animação, muita segurança e diversão.

Ricamente ilustrado, este livro pretende ser uma contribuição a mais para nossa cultura, um documento impresso de nossas origens e tradições, um presente da Prefeitura de Montes Claros para toda a população.

Secretaria de Cultura, Esporte e Juventude de Montes Claros

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PREFEITORuy Adriano Borges Muniz

VICE-PREFEITOJosé Vicente

SECRETÁRIO MUNICIPAL DE CULTURA, ESPORTE E JUVENTUDE

Carlos Roberto Borges Muniz

Projeto GráficoAnderson Clayton

Diagramação, Arte e TextosAnderson Clayton

Revisão de TextosAndreia Pereira

FotografiaAnderson Clayton

Fábio MarçalSilvana Mameluque

ImpressãoCoan Gráfica

Tiragem5.000 exemplares

SECRETARIA MUNICIPAL DE CULTURARua Coronel Celestino, 99

Centro, Montes Claros, Minas GeraisCEP: 39.400-014

Telefone: (38) 3214.4176email: [email protected]

facebook/secretariadeculturamontesclarosLEVI-STRAUSS, apud MELLO 1986, p. 397

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Conjunto de conhecimentos, crenças, artes, leis, costumes

e várias outras aptidões e hábitos adquiridos pelo homem como membro de

uma sociedade.

Cultura“

”LEVI-STRAUSS, apud MELLO 1986, p. 397

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ÍndiceBreve História de Montes Claros

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Festas de AgostoPágina 26

Festival Folclórico de Montes ClarosPágina 66

Festa Nacional do PequiPágina 82

Festival de Música de Montes ClarosPágina 90

Concurso de Arroz com PequiPágina 106

Receitas com PequiPágina 110

Temporada de Forró e Quadrilha de Montes ClarosPágina 112

Aniversário de Montes ClarosPágina 122

Carnaval na LagoaPágina 126

Reveillon na LagoaPágina 130

Virada Cultural de Montes ClarosPágina 132

Corredor CulturalPágina 136

Centro de Educação e Cultura Dr. Hermes de PaulaPágina 144

Casa do ArtesãoPágina 176

MemóriaPágina 186

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MONTESCLAREOU

Tino Gomes - Georgino Junior

Montes Claros, montesclareou,

Meus olhos cegos de poeira e dor,

Tudo é previsto pelos livros santos,

Que só não falam que o sonho acabou,

A marujada vem subindo a rua,

Suores brilham nos rostos molhados,

Agosto chega com a ventania,

Cálice bento e abençoado,

A dor do povo de São Benedito,

No mastro existe para ser louvado,

Louvado seja o Santo Rosário,

Louvado seja poeira e dor,

Louvado seja o sonho infinito,

E mestre Zanza que é cantador...

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Breve História de Montes Claros

Praça Doutor Chaves (Praça da Matriz)

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1768 - Arraial das Formigas

A Expedição Espinosa - Navarro, composta por 12 homens determinados, talvez espanhóis e portugueses, foi a primeira a pisar nas vastas terras da região do Norte de Minas, habitada pe-los índios Anais e Tapuias. Mas era muito cedo ainda para fundar as cidades do sertão, longe do litoral. Bandeirantes partiram de São Paulo, pro-curando pedras preciosas, e embrenharam-se pelo sertão do Norte da Capitania de São Paulo e Minas de Ouro. Fernão Dias Pais, Governador das Esmeraldas, organizou a mais célebre Ban-deira, para conquistar “Esmeraldas”, da “Serra Resplandecente”.

Antônio Gonçalves Figueira, que pertencia à Bandeira de Fernão Dias, acompanhou-o até às

margens do Rio Paraopeba, onde, com Matias Cardoso, abandonou o chefe, regressando para São Paulo, chegando lá dois anos depois.

Seduzidos pela fertilidade do Sertão Mineiro e talvez na esperança de conquistarem riquezas, Antônio Gonçalves Figueira e Matias Cardoso retornaram, tornando-se colonizadores caçando índios e construindo fazendas, cujas sedes se transformaram em cidades.

Formaram-se três grandes fazendas: Jaíba, Olhos d’Água e Montes Claros, esta situada nas cabeceiras do Rio Verde, pela margem esquerda, próxima a montes formados por xistos calcá-rios, com pouca vegetação. Pelo alvará de abril de 1707, Antônio Gonçalves Figueira obteve a sesmaria de uma légua de largura por três com-primentos, que constituiu a Fazenda de Montes

Claros. Formigas foi o segundo povoado da Fa-zenda Montes Claros. Gonçalves Figueira, para alcançar mercado para o gado, construiu estra-das para Tranqueiras na Bahia e para o Rio São Francisco. Era grande o seu interesse de expan-são do comércio de gados, e com isto, procurou ligar-se ao Rio das Velhas e também a Pitangui e Serro. A região foi se povoando e a Fazenda de Montes Claros transformou-se no maior centro comercial de gado do norte de Minas Gerais.

O próspero Arraial de Formigas, depois Arraial de Nossa Senhora da Conceição e São José de Formigas, Vila de Montes Claros de Formigas e por fim cidade de Montes Claros, iniciou-se, as-sim, em local diferente da sede de Antônio Gon-çalves Figueira, em torno da capela erguida por José Lopes de Carvalho.

Praça Doutor Chaves (Praça da Matriz)

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Rua Dr. Veloso

Praça Raul Soares

Praça de Esportes

Rua 15 de Novembro Rua Dr. Santos Feira nas imediações do antigo Mercado Municipal

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1831 - Vila de Montes Claros de Formigas

Cento e vinte quatro anos após obtenção da Sesmaria, por Antônio Gonçalves Figueira, dono e construtor da Fazenda de Montes Cla-ros, já estava o Arraial de Nossa Senhora de Conceição e São José de Formigas suficiente-mente desenvolvido para tornar-se indepen-dente, desmembrando-se de Serro-Frio. Pelo esforço dos líderes políticos o Arraial foi ele-vado a Vila pela Lei de 13 de outubro de 1831, recebendo o nome de “Vila de Montes Claros de Formigas”.

Os vereadores, primeiros líderes construto-res do progresso de Montes Claros, naquele tempo longínquo, eram: José Pinheiro Neves (Presidente), Laurenço Vieira de Azevedo Cou-tinho, Luiz de Araújo Abreu, Antônio Xavier de Mendonça, Francisco Vaz Mourão e Joaquim José Marques, que substituiu José Fernandes Pereira Correia. A 22 de julho de 1834, toma posse o primeiro juiz municipal, Dr. Jerônimo Máximo de Oliveira e Castro. Apareceu na Vila um dos primeiros médicos e facultativos: Ma-noel Hipólito de Palma, com licença para exer-cer a profissão de cirurgião.

Outros facultativos apareceram em 1835, e, em 1847, chega à Vila o primeiro médico for-mado: Dr. Carlos Versiani.

A Vila de Montes Claros de Formigas desen-volvia-se pelo constante esforço dos líderes, os costumes ainda eram primitivos, em casa fa-ziam-se comida, as quitandas, o sabão, as ren-das de almofada, tecidos no tear, etc. No ano de 1817 já haviam três sobrados: o do Coronel João Alves Maurício, o do Simeão e o Mirante. Ao longo do tempo, outros foram construídos, tinham piso de assoalho, maior número de ja-nelas e melhor acabamento.

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Rua Rui Barbosa

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Praça Coronel Costa (1952) Juscelino kubitschek, em desfile na Praça da Matriz (1957)

Praça Doutor Chaves (Praça da Matriz) Colégio Imaculada Conceição

Jardineira que fazia o transporte interurbano Baile do Centenário de Montes Claros

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1857 - A Vila de Montes Claros de Formigas passa a cidade

Em 1857, a Vila Montes Claros de Formigas teria pouco mais de 2.000 habitantes, mas os políticos já pleiteavam a elevação à cidade, pois os melhoramentos existentes eram os mesmos de quase todos os municípios da Província.

Assim, pela Lei 802 de 03 julho de 1857, a Vila passou a Cidade de Montes Claros, sem formi-gas, que desagradava a todos os formiguenses. A partir dali seriam “montesclarenses”.

A 12/07/1858 tomaram posse os novos vere-

adores. Por muito tempo, o aspecto da cidade permaneceu quase o mesmo. O desenvolvimen-to da cidade continuava lento, pois os meios de transporte primitivos permaneciam: cavalos e liteira para as pessoas, carros de bois e tropas de burros que conduziam mercadorias, num co-mércio mútuo, suadas andanças pelas estradas estreitas e poeirentas, muitas delas abertas pe-los bandeirantes.

Entre as décadas de 70 e 80, a cidade alcan-ça altos índices de desenvolvimento, e não mais parou, tendo a indústria e o comércio como importantes atividades econômicas, sendo

considerada um polo industrial regional e um dos maiores polos educacionais do país. Atu-almente Montes Claros é subdivida em mais de 340 bairros e povoados. O município conta com diversos atrativos naturais, históricos ou culturais, como os Parques Municipal Milton Prates, Guimarães Rosa e Sapucaia, que cons-tituem importantes áreas verdes, e construções como a Catedral de Nossa Senhora Aparecida e a Igrejinha dos Morrinhos, além de vários sítios arqueológicos.

Fonte: www.montesclaros.mg.gov.br

Rua Dr. VelosoIgreja do Santuário Bom Jesus

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Altar da Igreja Matriz de Nossa Senhora e São José

Praça Raul Soares (Praça da Estação) Rua Dr. Veloso Prédio do Fórum (1932)

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Parque Municipal Milton Prates

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Hino do município de Montes Claros

Letra por Yvonne SilveiraMelodia por Clarice Sarmento

Nas manhãs gloriosas das Bandeiras,Nasceste protegida pela cruz,

Plantada pela fibra de Figueira,Ao pé dos montes, refletindo luz.No sertão ressequido das Gerais,

O pranto inaugural dos filhos teusRasgou teu solo, para nunca mais

Perderes lutas nem perderes Deus.

Salve, Montes Claros! És nortestrela!Crescendo arrojada e altaneira,

Histórias vais fluindo de bravurasCom o orgulho de seres brasileira.

Tu és uma cidade consagradaPela vez dos teus bardos e cantores,Que centelhas de ouro, na alvorada,

Semearam, exaltando os teus primores.Os dois irmãos alertas, lucinantes

Louvam o teu progresso, tua grandeza,E em sintonia, nos teus horizontes,

A Liberdade brilha em realeza.

Salve, Montes Claros! És nortestrela!Crescendo arrojada e altaneira,

Histórias vais fluindo de bravurasCom o orgulho de seres brasileira.

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Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida

Praça Dr. Chaves

Praça Dr. Carlos

Parque Municipal Milton Prates

Parque das Mangueiras

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Festas de AgostoFÁ

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Igreja de Nossa Senhora do Rosário

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281 PAULA, Hermes de: Montes Claros, sua história, sua gente, seus costumes. Volume III, Montes Claros, 1979, pág. 138

Catopês se reunem na Igreja do Rosário - 1988 A mais antiga e tradicional festa de Montes Claros é as Festas de Agosto. O historiador Hermes de Paula, em seu livro de 1979, relata que “a mais antiga notícia sobre o assunto é datada de 23 de maio de 1839, quando Mar-celino Alves pediu licença para tirar esmolas para as festas de Nossa Senhora do Rosário e Divino Espírito Santo, que pretendia fazer nesta freguesia 1”. Naquela época, antigas atas da Câmara Municipal já faziam menção a respeito. A cidade, ainda pequena, se enchia de pesso-as vindas de toda parte. As Festas de Agosto duravam três dias, com seus tradicionais Ca-topês, Marujos e Caboclinhos. Portanto, já são 175 anos de história, o que a torna a mais importante festa de iniciativa popular regional, sendo altamente relevante para a educação e preservação patrimonial histórica. As Festas de Agosto também pro-porcionam, às novas gerações, contato direto e legítimo sobre a mais fecunda manifestação popular de Montes Claros.

Missa na Matriz Nossa Senhora e São José - 1980

Grupo de Catopês - 1980

Marujada - 1979

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Mestre Zanza, no centro - 1985FO

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Miguel Sapateiro

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A festa surgiu a partir do culto ao Rosário, que tem origem na ordem dos Dominicanos, e ao seu fundador, São Domingos de Gusmão. No Brasil, este culto aparece através da ação missionária nos primeiros tempos de colonização e foi rapidamente absorvido pela classe mais pobre e pelos negros. Nas regiões mineradoras do século XVIII foi fundada a irmandade do Rosário dos Homens de Pretos pelos escravos, que construíram suas capelas e igrejas. Organizavam festas para homenagear sua padroeira, Nossa Senhora do Rosário, ocasiões em que acompanhavam as procissões logo atrás do pálio, ricamente vestidos. Essa era a festa do Rosário. Quando terminava o cortejo religioso, saíam pelas vilas e povoados cantando e dançando. Este foi o início das populares “Festas de Agosto”, dos folguedos conhecidos como reinados e congados, de onde surgiram os Catopês ou dançantes. Em quase toda Minas Gerais elas são realizadas em agosto ou outubro. As Festas de Agosto têm seu ponto alto nos desfile dos cortejos de reinados e império, com sua corte de príncipes e princesas, damas e pajens, e nos ternos de Catopês, Marujos e Caboclinhos. Para conhecer mais sobre os 3 grupos das Festas de Agosto de Montes Claros, vamos voltar no tempo e conhecer as raízes que influenciaram na origem de cada terno.

Os Marujos têm origem baseada na epo-peia da Nau Catarineta. A Nau Catrineta (Nau Catarineta no Brasil) é um poema provavelmente inspirado na tumultuada viagem do navio Santo António, que trans-portou Jorge de Albuquerque Coelho (filho de Duarte Coelho Pereira, donatário da capitania hereditária de Pernambuco), do porto de Olinda, no Brasil, até o porto de Lisboa, em 1565. A história narra as des-venturas dos tripulantes na longa traves-sia marítima - os mantimentos que esgo-taram, a presença de tentação diabólica e, afinal, a intervenção divina, que guia a nau a seu destino. Os ritmos que caracterizam os Marujos são os do fandango, com pan-deiros e rabecas, o violão, o cavaquinho e a viola. O santo homenageado pelos Ma-rujos é o Divino Espírito Santo.

Nos registros históricos, conta-se que os Caboclinhos surgiram por ocasião dos festejos religiosos dos jesuítas, que introduziram a dança nos festejos com fins de catequese, que, com o tempo, passaram a integrar as festas religiosas. O padre jesuíta Fernão Cardin, em seu livro de 15892, faz comentário sobre a existência dessa dança. O nome Cabo-clinhos vem da palavra Caboclo, utiliza-da para designar o índio ou, no máximo, o cruzamento de índio com o branco. E caboclinhos são os filhos dos caboclos, daí o nome do grupo, pois, naquela épo-ca, os Caboclinhos eram compostos so-mente por homens, sendo que a maioria eram crianças. Os instrumentos usados hoje em dia pelos Caboclinhos em sua dança são o violão, a viola e a rabeca.

MARUJOS CABOCLINHOSCATOPÊS

ORIGEM

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Conhecidos antigamente por dançantes, a origem dos Catopês é influenciada pela trajetória da vida de Chico Rei. Galanga, monarca guerreiro do Congo, capturado e feito escravo, chegou ao Brasil em 1740. Trabalhando como escravo, conseguiu comprar sua liberdade e de seu filho. Jun-tando dinheiro, foi comprando a alforria de seus compatriotas que o consideravam rei, daí surgindo seu nome, Chico Rei. O grupo formado pelos escravos libertos as-sociou-se a uma irmandade em honra de Santa Ifigênia, erguendo então a Igreja de Nossa Senhora do Rosário, em Vila Rica, onde comemoravam, no dia da Santa, o Reinado de Nossa Senhora do Rosário. Os instrumentos usados pelos Catopês são os de percussão: caixa, tamborim e pandeiro.

2 CARDIM, Fernão. Tratados da Terra e Gente do Brasil. Volume I, 1939

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MESTRE ZANZA

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João Pimenta Santos Filho, o Mestre Zanza, nasceu em 1933. Com 4 anos de idade já participava oficialmente dos Catopês. Em 1950, então com 17 anos, se tornou Mestre de seu terno, sendo atualmente o mais antigo mestre de Catopês de Montes Claros. Chefe do 1º Grupo de Catopês de Nossa Senhora do Rosário e presidente da Associação dos Grupos de Catopês, Marujos e Caboclinhos de Montes Claros, Mestre Zanza é o mais importante ícone das Fes-

tas de Agosto, patrimônio vivo da mais expressiva festa popular espontânea do norte de Minas Gerais.

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MESTRE JOÃO FARIAS

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João Batista Farias, o Mestre João Farias, é chefe do 2º Grupo de Catopês de Nossa Senhora do Rosário. Mestre há 52 anos, João Farias nasceu em 1943 e tem atualmente 71 anos. Filho de José Soares Farias, caixeiro de frente dos Catopês, com 8 anos começou a participar dos Catopês. Em 1971, aos 28 anos, João Farias assume o comando do Terno. Dinâmico no comando do Terno, Mestre João Farias se destaca pela força e capacidade vocal, sendo quase

sempre solista dos grupos nos momentos de atuação coletiva dos Ternos.

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MESTRE EXPEDITO

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José Expedito Cardoso do Nascimento, o Mestre Zé Expedito, nasceu em 1943. Aos 5 anos de idade já brincava na Marujada e, em 1951, aos 8 anos, Zé Expedito passou a participar dos Catopês, tornando-se Mestre do Terno de São Benedito por volta do ano de 1984. Mestre Zé Expedito foi escolhido Chefe do Terno de São Benedito por decisão do Mestre Zanza, em conjunto com a Secretaria de Cultura de Montes Claros, levando em conta a experiência e o

profundo conhecimento de Zé Expedito sobre os costumes e tradição dos Catopês.

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MESTRE TONE CACHOEIRA

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Chefe do 2º Grupo de Marujos ou Marujada, Antônio Ferreira, o Tone Cachoeira assumiu a 2ª Marujada após o falecimento do querido Mestre Miguel Pereira (Miguel Marujo), que era, também, vice-presidente da Associação dos Grupos de Catopês, Marujos e Caboclinhos de Montes Claros. Para ser um bom líder de marujada, Mestre Tone Cachoeira utiliza de muita humildade e sabedoria. Além disso, tem uma boa voz para cantar e responsabilidade com

o grupo em primeiro lugar.

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MESTRE TIM

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Iderielton Oliveira da Cruz, o Mestre Tim, Chefe do 1º Grupo de Marujos, é filho do saudoso José Calixto da Cruz, o grande Mestre Nenzinho. O Mestre Tim tem sob sua responsabilidade 112 anos do 1º Grupo de Marujos dentro de uma mesma família. Fundada em 1902 por Francisco Taboca e Geraldo Tropeiro, a chefia e tradição passaram de

geração para geração, até os dias atuais, até o comando vigoroso do Mestre Tim, bisneto de Francisco Taboca.

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Maria do Socorro Pereira Domingos (Cacicona Socorro), chefe do Grupo de Caboclinhos ou Caboclada, ligados ao Divino Espírito Santo, é filha do saudoso Mestre Joaquim Poló. Desde os 8 anos de idade, aprendeu harmonia musi-cal e a devoção pelo Divino Espírito Santo. Ela é pioneira no grupo dos Caboclinhos e o ensinamento foi transmitido

pelo pai, Joaquim Pereira da Silva, o mestre Poló, falecido em 2008.

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Três grupos de Catopês (sendo dois de Nos-sa Senhora do Rosário e um de São Benedito), dois grupos de Marujos e um de Caboclinhos. Reinado de Nossa Senhora do Rosário, Reina-do de São Benedito e Império do Divino Espí-rito Santo, cada um com seus estandartes em homenagem aos santos. Os dançantes dos ternos, com suas fitas multicoloridas e seus capacetes de penas. Assim são as Festas de Agosto, de fundamentação religiosa e de gran-

de importância para o catolicismo popular de Montes Claros. Festa de manifestação popu-lar espontânea, as Festas de Agosto aconte-cem em um período de 5 dias. No primeiro dia, por volta das 21 horas, é levantado o primeiro mastro, o de Nossa Senhora do Rosário. A ani-mação e empolgação dos grupos contagiam o público, que, extasiado, não perde um detalhe do momento de devoção e fé à Nossa Senhora do Rosário.

A partir do levantamento do Mastro, inicia-se o Reinado de Nossa Senhora do Rosário, que vi-gora até o dia seguinte, quando é levantado, à noite, o Mastro de São Benedito, iniciando-se aí o Reinado de São Benedito. No dia seguinte, à noite, acontece o levantamento do Mastro do Divino Espírito Santo, dando início assim o Im-pério do Divino Espírito Santo, que vigora até o dia seguinte, encerrando os levantamentos, reinados e o império.

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Ao se aproximar da Igreja do Rosário, os integrantes dos grupos soltam fogos, e o sino da Igreja do Rosário repica, para anunciar a chegada do Mastro. A cada levantamento, os ternos se revezam, ao pé do Mastro do santo homenageado do dia, apresentando suas danças e cantos característicos. Os fiéis acendem velas ao pé do Mastro, fazem promessas e rezam, em demonstração de respeito e fé.

A cada dia do reinado de Nossa Senhora do Ro-sário e de São Benedito, e no dia do Império do Di-vino Espírito Santo, os ternos se reúnem na parte da manhã, na praça Honorato Alves e de lá seguem a pé, pelas ruas do centro da cidade, seguidos pelo séquito dos reis, rainhas, príncipes e princesinhas do Reinado de Nossa Senhora do Rosário e de São Benedito e dos imperadores e imperatrizes do Divino Espírito Santo, chegando à Igreja de Nossa Senhora do Rosário por volta do meio dia.

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Durante toda a caminhada, a população toma as ruas do centro da cidade, assistindo e aplaudindo. Após a chegada do último terno, é realizada a missa em homenagem ao santo do reinado vigente. Fechando com maestria os cortejos, apresenta-se a Banda de Música do 10º Batalhão de Polícia Militar de Minas Gerais.

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Durante as Festas de Agosto, partici-pam também ternos de outras cidades. Em 2014, tivemos a participação da Guarda de Moçambique, do Instituto Cultural e Religioso Reino do Rosário da cidade de Timóteo-MG, no Vale do Aço. A guarda é uma corrente da irman-dade de Nossa Senhora do Rosário.

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Para quem assiste as Festas de Agosto, não imagina que as festividades se iniciam um mês antes. Durante o mês de julho acontecem as visitas às casas dos mordomos e dos festeiros. Essas visitas são dedicadas a Nossa Senhora do Rosário, a São Benedito e ao Divino Espírito Santo. É quando os mordomos, festeiros e organizadores realizam ensaios, danças e acertam os últimos detalhes para a grande festa. As visitas acontecem todos os finais de semana, no sábado, a partir do mês de julho, e vão até o último sábado anterior às Festas de Agosto.

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Apresentação de Música Municipal de Montes Claros

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As Festas de Agosto de 2014 de Montes Claros foram abertas oficialmente às 20 horas do dia 12 de agosto, no Centro de Edu-cação e Cultura Hermes de Paula com a apresentação da Banda de Música Municipal, o lançamento do livro “Raymundo Colares e o Fogo Alterante da Criação”, da escritora Felicidade Patrocínio, o lançamento do selo personalizado em homenagem ao Centenário de Yvonne Silveira, a exposição individual da artista plástica Lia Murta, “Magia do Metal” e o show musical “A Viola e a Cantoria”, com Maia e Herberth Lincoln. As festividades aconteceram até o dia 17 de agosto e todos os dias os cortejos desfilaram pelas ruas de Montes Claros, sendo antecedidos pelos levantamentos de mastros. Paralelamente às Festas de Agosto, foi promovido o 36º Festival de Folclórico de Montes Claros, com barraquinhas, shows musicais e apresentações culturais. Na abertura, a presença dos Mestre dos Catopês, Marujos e Caboclinhos

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O lançamento do selo em homenagem ao Centenário de D. Yvonne de Oliveira Silveira

Felicidade Patrocínio e seu livro “Raymundo Colares e o Fogo Alterante da Criação”

Exposição “Magia do Metal” da artista plástica Lia Murta

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Show musical com Augusto Gonzaga, Herberth Lincoln, Carlos Maia e Charles Boavista

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Mastro de Nossa Senhora do Rosário

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Reinado de Nossa Senhora do Rosário

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Mastro de São Benedito

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Reinado de São Benedito

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Mastro do Divino Espírito Santo

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Império do Divino Espírito Santo

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Ao fim de cada cortejo, os ter-nos, reunidos na Igreja do Rosá-rio, participam da missa de cele-bração ao santo homenageado do dia. Ao saírem da igreja, os Catopês, sempre de frente para o altar, dançam de forma respeito-sa, em conjunto:

Deus te salve, Casa Santa

Deus te salve, Casa Santa

Onde Deus fez a morada

Onde mora o Cálix Bento

E a Hóstia Consagrada.

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No domingo, dia de encerra-mento das festividades, o primei-ro acontecimento é também um dos mais importantes das Festas de Agosto: o Encontro Mineiro de Ternos de Congado, que acontece na Associação dos Grupos de Ca-topês, Marujos e Caboclinhos de Montes Claros. Durante o encon-tro, onde se reúnem os represen-tantes dos grupos, assim como representantes de grupos convi-

dados de outras cidades, aconte-cem ensaios e danças, onde cada terno de Congado se apresenta, com discussões sobre suas tra-dições, costumes e sobre sua participação nos eventos a cada ano. Dessa forma, o Encontro de Ternos compartilha conhecimento, ajudando a preservar e perpetuar a expressão cultural popular, um dos bens imateriais mais impor-tantes de um povo.

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Por volta de meio-dia, é servido um grande almoço, oferecido pela Secre-taria de Cultura para todos os Ternos e convidados especiais. Às 15 horas, inicia-se a Procissão de Encerramen-to, com participação de todos os ternos, partindo de frente ao Centro Cultural Hermes de Paula, passando pelas principais ruas do centro da ci-dade, chegando então até a Igreja do Rosário, onde acontece a celebração e benção. A missa marca também o encerramento das celebrações reli-giosas. Nesse mesmo dia acontece à noite o encerramento do Festival Folclórico, com apresentações cul-turais e musicais. A população mon-tes-clarense e os visitantes de outras cidades se espalham pela Praça da Matriz, desfrutando das delícias da culinária regional, com seus beijus e pastéis, carne de sol com mandio-ca, arroz com pequi e feijão tropeiro, acompanhados pela beleza das can-ções ao vivo, encerrando com sucesso a mais tradicional manifestação cul-tural de Montes Claros.

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Festival Folclórico de Montes Claros

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3 Comissão Nacional do Folclore. Carta do Folclore Brasileiro. Capítulo I - Conceito. Salvador, 1995.

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Segundo a UNESCO “Folclore é o conjunto das criações culturais de uma comunidade, baseado nas suas tradições expressas indi-vidual ou coletivamente, representativo de sua identidade social. Constituem-se fatores de identificação da manifestação folclórica: aceitação coletiva, tradicionalidade, dinami-cidade, funcionalidade.3"Assim, o Folclore é parte essencial da cultura de um povo.

Folclore vem do inglês “folk”, que significa gente ou povo, e “lore”, que significa conhe-cimento, saber. Portanto, folclore é o “saber do povo”, suas tradições, crenças e supersti-ções, transmitidas de geração para geração, através das tradições, lendas, provérbios, danças, contos, canções, artesanato, religio-sidade, mitos, jogos, brincadeiras, idiomas e dialetos característicos, festas, adivinhações e demais atividades culturais que nasceram e se desenvolveram com o povo.

Montes Claros, por suas características culturais marcantes, possui no folclore uma de suas mais importantes festas: o Festi-val Folclórico, que acontece paralelamente

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às Festas de Agosto. Grupos folclóricos, como o Saruê, o grupo Zabelê, Grupo Fitas e Gru-po Banzé, com suas danças características, apresentam o encanto e a beleza da cultura de nosso povo e também de povos de outros países. Durante o Festival Folclórico são mostra-dos para a população e turistas, todos os dias, apresentações belíssimas, dançadas em ritmo contagiante, aos pares ou em grupos, e também apresentações de capoeira, música de raiz e ou-tras manifestações populares. A Secretaria de Cultura, empenhada em preservar e revelar o melhor de nossa cultura, nosso conhecimento e convívio de nossas mais importantes tradições até a comunida-de, promove as apresen-tações do Festival Folcló-rico em diversas partes da cidade, como o Mercado Municipal, a Praça da Ma-triz e a praça da Igrejinha de Nossa Senhora do Rosário.

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O Grupo Folclórico Banzé iniciou suas atividades em 20 de maio de 1968 dentro da sala de aula do Conservatório de Músi-ca Lorenzo Fernandez em Montes Claros, Minas Gerais.

Por iniciativa da professora Maria José Colares Moreira (Zezé Colares), encoraja-dos pelo dinamismo da Sra. Marina Loren-zo Fernandez Silva e dos alunos do Curso de Folclore e História da Música, criou - se um grupo místico de danças, que passou a se chamar “Bandinha da Zezé” e, posterior-mente, Banzé.

O Banzé adquiriu nome com as primeiras apresentações e passando por várias cida-des do Brasil, até que, em 1980, atendendo a um convite do Ministério das Relações Exteriores, Maria José Colares, fundadora do grupo, viajou para Viena, na Áustria, onde se reuniu o Comitê Internacional de Artes e Tradições Populares (IOV) para o qual foi eleita vice-presidente, fato que aju-dou a levar o Banzé a se exibir na Europa. Desde então o Grupo teve a oportunidade de se apresentar em festivais em diversos países, como: França, Bélgica, Áustria, Por-tugal, Estados Unidos, Espanha, Peru, Itá-lia, Holanda, Polônia, Canadá.

Desde sempre o grupo vem manten-do vivas as nossas tradições e difundido o nosso folclore pelo Brasil e pelo mundo, mostrando a riqueza e beleza do folclore brasileiro através da dança e da música.

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Fundado em 2005, filiado à Funda-ção Cultural Marina Lorenzo Fernandes – FCMLF - um grupo de amigos motiva-dos pelo amor à cultura brasileira, em especial à cultura mineira, e sentindo a necessidade de divulgar cada vez mais sua tradição, resolveu fundar o Fitas Grupo de Tradições Folclóricas, com o intuito de cultivar e representar o que foi legado pelos seus antepassados, proporcionando informação cultural através da alegria e descontração das danças brasileiras.

O Grupo Fitas se propõe a manter, in-centivar, divulgar e apoiar o culto folcló-rico de todas as etnias, exaltando o con-teúdo cultural, com ênfase no folclore mineiro. Tudo isso, com certa liberdade, respaldado por pesquisas de projeção folclórica. O balanço das saias, os fortes sons dos tambores, as fitas a colorirem o espaço, o canto, a poesia - tudo nos tornam capazes de aproximar o presen-te do passado e difundir a cultura que encanta e ensina gerações inteiras.

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O Grupo Folclórico Zabelê, cons-tituído por alunos e professores de arte, entre crianças, jovens e profes-sores de música, busca preservar cantos e danças da cultura popular brasileira, especialmente do Norte de Minas.

Criado em fevereiro de 1994, com o objetivo de resguardar a memória e as tradições culturais do Brasil, o gru-po nasceu da proposta da então di-retora do Conservatório Estadual de Música Lorenzo Fernandez, Marina Sarmento Velloso. Marina Sarmento propôs à professora e musicista Ma-ria Lúcia Macedo Oliveira a criação do grupo, com o objetivo de desper-tar nos alunos o gosto pela cultura popular regional e pelo folclore bra-sileiro.

Em conjunto com professores de música, crianças, adolescentes e integrantes do Conservatório, Ma-ria Lúcia pesquisou sobre danças e cantos folclóricos brasileiros. Des-sa forma, foi criada a identidade do Grupo Zabelê, baseada nas músicas e danças típicas de cada região do país, suas origens, seus costumes, crenças e superstições. Preservando as expressões estéticas originais, es-tes elementos foram adicionados às performances do grupo, fazendo do Grupo Zabelê um dos mais importan-tes grupos atuantes na transmissão e preservação da cultura popular.

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O Grupo Parafolclórico Saruê foi fun-dado em 29 de março de 2003 como um projeto de extensão do curso de Educação Física da Unimontes – Universidade Esta-dual de Montes Claros. Realizou inúmeras apresentações em eventos e solenidades institucionais e participou de edições do Festival Internacional do Folclore, realizadas em Montes Claros, em 2004, 2006 e 2008. O grupo foi além das fronteiras brasileiras,

representando o país no III Festival Interna-cional de Folclore de Itauguá, no Paraguai. Recentemente, o grupo participou do Fes-tival Internacional de Folclore de Minas Ge-rais em 2012, dos Festejos de Santa Cruz em Januária/MG em 2013 e em 2014 do 1º Encontro Nacional e Internacional de Dan-ças, em Montes Claros.

O Saruê leva a magia do Folclore por onde passa e tem como objetivos: conhecer, vivenciar e valorizar as danças folclóricas de representação local, regional, nacional e es-trangeira. No repertório inclui danças como o Carimbó, Lundu, Siriá e Pretinhas D’angola (Pará); Boi-bumbá de Parintins (Amazonas); Frevo, Maracatu, Baianá, Xote (Pernambu-co); Coco de Roda (Alagoas); Chorinho (Rio de Janeiro); Xote Carreirinho, Pezinho e Pau de Fitas (Rio Grande do Sul); além das ma-nifestações regionais do Norte de Minas, como a Catira, Maria Manteiga, Catopé, São Gonçalo e Calango.

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Além de promover interação e socialização, o Festival Folclórico é uma importante fonte de entretenimento e cultura para a população e visitantes. Durante todos os dias, da manhã à noite, opções variadas de lazer para crianças e adultos. A Feira de Artes, nos dias da sema-na das Festas de Agosto, funciona à noite; no sábado e domingo funciona da manhã até a noite. A Feira de Artes oferece diversas opções: artigos de artesanato feitos com argila, rosas feitas de biscuit, bonecas feitas a mão, madei-ra talhada, bordados, bijuterias e artigos de decoração em geral.

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Um dos grandes fatores de sucesso de pú-blico das festas é, certamente, as comidas e bebidas típicas. Pastéis, feijão tropeiro, carne de sol com mandioca, beiju, torresminhos, o famoso arroz com pequi e frango com pequi, lombo na chapa, as conhecidas cachaças ar-tesanais do Norte de Minas, broas, doces, bis-coitos caseiros... Inúmeras guloseimas típicas da região, que agradam imensamente a todos. Turistas que visitam as Festas de Agosto de-gustam do melhor de nossa culinária regional.

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Durante o Festival Folclórico, acontecem nos palcos da Igreja do Rosário e Praça da Matriz apresentações musicais e culturais. Uma diversificada e seleta agenda, organizada pela Secretaria de Cultura da Prefeitura Municipal de Montes claros, traz o melhor da música regional, raiz e caipira, e da música popular brasileira,

com artistas regionais e consagrados. No 36º Festival Folclórico, em 2014, no palco montado na Praça da Matriz, apresentação da Orquestra Sinfônica de Montes Claros, sob a regência da Maestrina Maria Lúcia. Logo após, show de MPB com Hilton Nunes e, encerrando a noite, muita música regional com Chico Lobo.

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No palco Hélio Guedes, apresentação de música de raiz com a Orquestra de Ra-beca do Sertão. Logo após, apresentou--se a dupla Zé Paiva e Leovanir. Formada por um marceneiro e um fabricante de rabeca, a dupla já se apresentou no Con-gresso Nacional.

No palco da Praça da Matriz, apresen-tação com o grupo de MPB Flor da Pele e a cantora de sertanejo universitário, Ra-chel Antonini.

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Também houve muita música de raiz com Machado da Viola e Noêno da Viola, no palco Hélio Guedes. Na Praça da Ma-triz, execuções de músicas da MPB com a banda do 10º Batalhão de Polícia Militar de Minas Gerais, sob a regência do Maes-tro Major Jorge. O show de Marcelo Godoy também animou a festa.

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Na Praça da Matriz, foi realizada a Tarde do Rock e Reggae, uma pro-gramação especial com Magical Mstery Band (banda cover dos Beatles) e muito reggae com Bob Silva. Mais tarde se apresentaram André Águia e Convidados com show de rock e também música regional com Prego de Linha e Saldanha Rolim. O show sertanejo com a dupla Alan e Alex também animou o evento.

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No último dia do Festival Folclórico, a Praça da Matriz recebeu o espetá-culo Mambembrincantes, que apre-sentou um repertório resultante de uma fusão de instrumentos e ritmos de diversas partes do Brasil: ciranda com viola caipira, afoxé com rabeca, percussão com modas de viola. São “brincados” personagens de festas tradicionais brasileiras, como: bum-ba-meu-boi, jaraguá, burrinha e bone-cos gigantes, cada um coreografando canções autorais, especialmente com-postas para eles e para o show. Mais tarde, Herberth Lincoln e Convidados apresentaram pérolas da música re-gional, como “Brejo das Almas” e “De Trem para Montes Claros”. Encerran-do a noite, apresentação de grandes sucessos da moda de viola, na voz de Mariano e Banda.

Marina Helena Lorenzo Fernândez Silva

Uma das grandes incentivadoras das artes em Montes Claros, nas-ceu na cidade do Rio de Janeiro, no dia 08 de fevereiro de 1926, filha do maestro e compositor Oscar Lorenzo Fernândez e Irene Sotto. Casou-se com Joaquim Alves da Silva, indo fixar residência na cidade de Montes Claros em 1947, onde o marido possuía uma Concessionária da FORD. Foi o 1º casal considerado Cidadãos Montesclarenses.

Mãe de quatro filhos: Ricardo, Eduardo, Maria Antonieta e Irene, al-guns seguiram seus passos na música.

Professora de piano ficara, empolgada com o alto nível e musicali-dade dos montesclarenses, surgindo assim, a ideia de fundar um con-servatório. Contando com o apoio de senhoras da sociedade e com aju-da do então prefeito da época Dr. Simeão Ribeiro Pires, em 14 de março de 1961 funda o Conservatório Municipal de Música, que leva o nome do seu pai (Oscar Lorenzo Fernândez) e, em 1962, é estadualizado.

À frente do conservatório, com pulso forte e com ajuda das funda-doras, realiza trabalhos maravilhosos e de grande valor para cidade, criando sempre propostas de inovação e motivação através da arte. Mulher dinâmica, à frente do seu tempo, que vê perspectivas de mu-danças no ser humano através das realizações artísticas.

Após contribuir com o enriquecimento artístico-cultural da cidade e região, aposenta-se em 1987, indo fixar residência no Rio de janeiro, para assim tomar conta do Conservatório Brasileiro de Música, funda-do pelo seu pai.

Marina Lorenzo com o colunista social Theodomiro Paulino

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FESTA NACIONALDO PEQUI

Pode cheirar, tocar, lamber, chupar, sentir, apertar, sorver, se lambuzar e deleitar.

Só não pode morder. Nunca.*

*Revista Piauí, março de 2007

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Fruto nativo do cerrado brasileiro, o pe-qui é muito utilizado na cozinha nordestina, centro-oeste e no Norte de Minas. É também conhecido como piqui, piquiá, pequerim, amêndoa-de-espinho, grão-de-cavalo, suarí. A palavra pequi, na língua indígena, significa “casca espinhosa”. Muito rico em vitamina A e C, a polpa do pequi, altamente calórica, per-fumada e com gosto adocicado, contém boa quantidade de óleo comestível, que pode ser facilmente encontrado nos mercados e feiri-

nhas, in natura ou vendido em litros, o famoso “Óleo de Pequi”. O fruto do pequi é bastante utilizado para se cozinhar com arroz e outros pratos salgados, podendo ser preparado com os mais variados alimentos: no macarrão, frango, carnes, leite, etc. Além disso, o licor de pequi é um dos mais apreciados. A castanha, comestível e saborosa, é usada pela indústria de cosméticos na produção de cremes para fortalecer a pele. A madeira do pequizeiro tem boa durabilidade, alta qualidade e resis-

tência, sendo usada para dormentes, postes, obras de arte, etc. O chá das folhas é conhe-cido por regular o ciclo menstrual e as cinzas da árvore pode ser utilizada na fabricação do sabão. O pequi possui grande valor econômi-co para o sistema dos cerrados e do seu povo, que tem essa cultura como fonte de renda e de emprego através da colheita, processa-mento e comercialização do pequi. A árvore do pequizeiro é protegida por lei, que impede seu corte e comercialização.

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O pequi é considerado o rei do Cerrado

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Por ser considerado o rei do cerrado, o pequi foi escolhido para representar a biodiversida-de dessa região. No ano de 2001, em concur-so realizado pelo Instituto Estadual de Flores-tas-MG, o pequizeiro foi eleito “Árvore Símbolo

do Estado de Minas Gerais”. Devido à enorme importância do fruto para Montes Claros e re-gião, foi oficializada pela Prefeitura Municipal de Montes Claros,em 1990, a Festa Nacional do Pequi. O evento já se tornou tradicional e

conquistou lugar de destaque entre as festas populares mais importantes de nosso país. A festa tem por objetivo divulgar o fruto e atuar como forma de conscientização da população sobre a importância de sua preservação.

A Festa

A 1ª edição da Festa Nacional do Pequi aconteceu em 1988. Ao longo dos anos, várias transformações na festa aconteceram, sem jamais perder sua principal identidade: integração da comunidade em prol de objetivos diversos e fundamentais, como a preservação do meio ambiente, a manutenção da cultura regional, a difusão de nossa gastronomia e a afirmação de nosso povo como referência original de nosso Norte de Minas.AR

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Na edição da Festa Nacional do Pequi de 2013, diversas atividades integraram o evento. A Banda de Música Mu-nicipal de Montes Claros se apresentou na solenidade de abertura da festa, na Galeria Godofredo Guedes do Centro de Extensão e Cultura “Hermes de Paula”, com as presenças do vice-prefeito José Vicente Medeiros e do secretário de Cultura, Carlos Muniz, além de convidados ilustres de diver-sas áreas culturais de Montes Claros. Além disso, no 1º dia, também aconteceram os seguintes lançamento de livros: “A Bruxa que Não Gostava de Escola”, de Amelina Chaves; “70

anos de História”, de Téo Azevedo; e “A Baixada, Nosso Ber-ço (Um Pedaço da Nossa História)”, de João Afonso Guerra Maurício.

Além disso, aconteceu também a exposição “Fotografia de Pinhole - A Cidade em Foco”, de autoria de Lidiane da Silva Santos. No encerramento do 1º dia de festa, a beleza da música regional encantou o público, com apresentação de Rodrigo Azevedo, Cadu da Viola e Rebolo, Marimbondo Chapéu e o belíssimo trabalho de Téo Azevedo: “Salve Gon-zagão 100 anos”, agraciado com o Grammy latino.

Apresentação da Banda Municipal de Música de Montes Claros, sob a regência

do Maestro Aldo Mineiro

FESTA NACIONAL DO PEQUI 2013

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Amelina Chaves autografa seu livro, “A Bruxa que Não Gostava de Escola”

Exposição “Fotografia de Pinhole – A Cidade em Foco”

Théo Azevedo, recebe

homenagem por ocasião de sua merecida

premiação com o Grammy Latino pelo cd “Salve Gonzagão 100

Anos”

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Barraquinhas de alimentação fizeram a festa dos visitantes,

que se deliciaram com os pratos típicos da nossa

gastronomia.

Organizado pela Prefeitura Municipal de Montes Claros,

através da Secretaria de Cultura, a Festa Nacional do Pequi é um sucesso. Prestigiada por grande

público e visitantes de outras cidades, a festa já se tornou

tradição, sendo data importante do calendário de eventos oficiais

da cidade e região.

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Festival de Música de Montes Claros

O vencedor do 10º Festival de Música de Montes claros, Kléber Albuquerque

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O Festival de Música de Montes Claros é um dos eventos mais importantes da agenda da Festa Nacional do Pequi. Na ocasião, artistas da terra e de outras regiões se apresentam, gratuitamente, para um grande público. O Festival de Música valoriza a cultura regional através da promoção e troca de experiências entre compositores, intérpretes, poetas e outros artistas.

O 10º Festival de Música de Montes Claros aconteceu no palco Cori Gonzaga, na Praça da Matriz, e apresentou ao público candidatos de altíssimo nível, presenteando o público com apresentações primorosas da boa música. As músicas inscritas apresentaram toda beleza em suas melodias, com as letras das canções bem construídas e a execução contribuiu ainda mais com o imenso sucesso da Festa organizada pela Secretaria de Cultura.

O arranjo, a letra, a melodia e a interpretação das canções foram avaliados por uma competente mesa julgadora, ficando assim o resultado final:

1º lugar – Prêmio de R$ 5.000,00 - “Encontro de Zé Limeira com a Mulher de um Dedo só”, de Kléber Albuquerque;

2º lugar – Prêmio de R$ 2.500,00 - “Conselheiro de Canudos”, de Jaivan Souza;

3º lugar – Prêmio de R$ 1.000,00 - “Agnólia”, de Achiles Silveira Neto (também levou o prêmio de melhor arranjo);

Alexandre Rodrigues, intérprete da canção “Beija-Flor”, foi considerado o melhor intérprete do 10º Festival de Música da 23ª Festa Nacional do Pequi.

Jaivan Souza faturou o prêmio de 2º lugar O 3º lugar ficou com Achiles Siveira Alexandre Rodrigues foi eleito o melhor intérprete

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Através do Festival de Música, a Festa Nacional do Pequi apresenta consagrados nomes de nossa música regional e nacional. Nomes como Bete Guedes, Téo Azevedo, Tino Gomes, Yuri Popoff, Carlos Maia e Boavista, Banda Maracutaia, Deborah Rosa, Jukita Queiroz, Pedro Boi, Marcelo Godoy, o saudoso Zé Coco do Riachão, Orquestra de Rabeca do Sertão, Laurinho Karniely, Vanderdaik, Zé Paiva e Leovanir, Noêno da Viola e Machado da Viola e muitos outros.

Autênticos representantes da música regional norte-mineira, Maia y Boavista cantam histórias e beleza do agreste da região. Após 10 anos de parceria e quatro CDs gravados, a dupla participou, em abril deste ano, na França, com Davi Seabra, de três espetáculos da 6ª Temporada Brésil Sertão et Mer.

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Carlos Maia y Boavista

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André Águia Deborah Rosa Jukita Queiroz

Banda Maracutaia

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Herbert Lincoln Wanderdaik

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Laurinho Karniely

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Pedro Boi

Pedro Raimundo dos Reis, o Pedro Boi é violonista, compositor, cantor e pesquisador de fatos verídicos da região norte de Minas Gerais. Seu primeiro instrumento musical foi a sanfona, que ganhou de presente do seu pai, e aos 11 anos de idade ganhou seu primeiro cachê por um show musical, quando tocou em uma festa de quadrilha. Pedro Boi foi integrante de um dos mais im-portantes grupos de música de raiz do Brasil, o Grupo Agreste, que gravou sucessos como “Jaíba”, “Zumbi”, “Lenda do Arco Íris” e “Quebra de Milho”. Cantador que luta pela música da terra, Pedro Boi é autêntico em seu trabalho, que, além das letras românticas e caipiras, tem de principal o jeito simples de ser e dizer o que pensa.

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Nação do Rock

Urublues

Leo Lopes

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Thalita Peres

Pianista, Talitha Peres estudou com a professora Marina Lorenzo Fer-nandez Silva no Conservatório Estadual de Música Lorenzo Fernandez. Foi integrante do Corpo Docente da Universidade Estadual do Norte de Minas Gerais (Unimontes) e Conservatório Brasileiro de Música (CBM).

Mestre em Musicologia pelo Conservatório Brasileiro de Música, pes-quisou a obra de Chiquinha Gonzaga e analisou os tangos para piano. Laureada em vários concursos de piano, apresentou-se como concertista e atuou como solista em várias orquestras. Pesquisou sobre a Música Po-pular Norte-Mineira, sobre trabalhos dos compositores Iuri Popoff, Godo-fredo Guedes, Beto Guedes e João Chaves.

Interpretando obras de Chiquinha Gonzaga, participou de concertos ao lado de Gilson Peranzzetta e Yuri Popoff, entre outros. Em 1984, participou do disco "Vozes de Minas", juntamente com o Coral Lorenzo Fernandez, de Montes Claros. Dez anos depois, em 1994, junto com Maria Lúcia Godoy, gravou o CD "A obra de canto e piano de Lorenzo Fernandez". Em 1999, lançou o CD "Chiquinha Gonzaga - clássicos e inéditos". No ano 2000, na Confeitaria Colombo, no Rio de Janeiro, apresentou-se com Marcelo Gon-çalves (violão de sete cordas), Henrique Cazes (cavaquinho) e Beto Cazes (pandeiro). Também em 2000 fez show com o grupo de choro Pedacinho do Céu, na Sala Juvenal Dias, no Palácio das Artes, em Belo Horizonte.

Maristela Cardoso Marimbondo ChapéuRoberto Monte Sá

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Josecé Santos

Marcos Paracatú Beth Antunes

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Tatarana Trio

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Filhos da Luz

Bob Silva

Charles Brown Marques

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Criada em 2004, a Orquestra de Rabeca do Sertão surgiu com o obje-tivo de resgatar e preservar a tradição das folias de reis, suas músicas e sua importância cultural para a música mineira.

Durante as folias de reis e ternos de congados, violeiros e rabequeiros se encontravam e, durante esses encontros, os músicos interagiam e for-mavam um só grupo, discutindo sobre técnicas e sobre os instrumentos, ensaiando e tocando músicas do cancioneiro popular, como Almir Sater e Zé Coco do Riachão. Foi a partir daí que nasceu a ideia da criação da Orquestra de Rabeca do Sertão. Inicialmente com 22 músicos, a primei-ra apresentação oficial da Orquestra foi por ocasião da apresentação do compositor, arranjador, luthier, maestro e pesquisador gaúcho Jose Bonifácio Kruel Gomes, internacionalmente conhecido como Zé Gomes, quando de sua passagem por Montes Claros, em 2004.

Orquestra de Rabeca do Sertão

Apresentação da Orquestra de Rabeca do Sertão durante o 36º Festival Folclórico de Montes Claros AN

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Hoje, a Orquestra é composta por 16 integrantes: Hermínio Dias (diretor da Orquestra), Alcides, Aristides, Carlos Ney, Chiquim, Davi, Izidinho, Manoel Messias (Fumaça), Marcionílio, Marquim, Moisés Montes, Preto Caetano, Tião, Vadú, Zé Binga e Zé Raimundo. São 12 rabecas, 2 violas, 1 pandeiro e 1 caixa, todos de fabricação arte-sanal. O instrumento base é a rabeca, uma variante do violino, de som e timbre mais baixo, de quatro cordas que são friccionadas com crina untada em breu. O som da rabeca, pelo seu timbre mais baixo que do violino, causa uma percepção mais melancólica na apresentação.

Além de apresentações em festivais, a Orquestra já fez várias apresentações especiais, como no Palácio das Artes, na Assem-bleia Legislativa de Minas Gerais e no Memorial Darcy Ribeiro.

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Zé Vicente

Nossa música de raiz e música caipira também estão muito bem representadas por artistas consagrados. No-mes como Zé Paiva e Leovanir, Zé Vicente, Noêno da Viola, Maurinho e Machado da Viola são artistas profundamente ligados às origens do homem sertanejo e a sua cultura pe-culiar e original de ser.

Machado da Viola

Noeno da Viola e Maurinho

Zé Paiva e Leovanir

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Zé Coco do Riachão, em apresentação na Festa Nacional do Pequi, do ano de 1993

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No dia em que nasci, chegou uma

folia na casa de meu pai. Foi no

mês de janêro, no dia primêro. Nasci

à noite. Fui cabano de nascê, chegou

a folia e cantou lá fora.

Zé Coco do Riachão

José Barbosa dos Santos, o Zé Coco do Riachão (1912-1998) era luthier, instrumentista, acordeonista, compositor, tocador de rabeca e viola, conhecedor das afinações Rio Abaixo, Rio Acima, Meia Guitarra, Guitarra Inteira, Cebolão, Oitava e Avançador. Foi também sapateiro, marceneiro, fa-zedor de cancelas, de engenho, de carro de boi, curral de tira e roda de ralar mandioca. Autodidata, deixou discípu-los espalhados em várias partes do país, especialmente em Minas Gerais, São Paulo e Goiás, onde a viola faz esco-la. Entre essa nova geração de violeiros e rabequeiros, es-tão Marimbondo Chapéu, Sinval de Gameleira, Paulo Frei-re, Roberto Corrêa e Chico Lobo. Zé Coco do Riachão não sabia ler nem escrever, e toda a habilidade desenvolvida

com os instrumentos veio do convívio com eles sem ne-nhum estudo formal. Considerado pelos críticos alemães como o “Beethoven do Sertão”, Zé Coco é um símbolo da viola brasileira e foi um dos maiores construtores do ins-trumento. A primeira vez que Zé Coco subiu no palco foi no extinto Barzinho Retorno, de Ismoro da Ponte, no ano de 1978, que, à época, era o único bar com música ao vivo de Montes Claros. A última apresentação de Zé Coco do Riachão foi em São Paulo, por ocasião do lançamento do CD “Violeiros do Brasil”, um projeto que reuniu importantes artistas da viola caipira de diversas regiões do Brasil. Zé Coco deixou valseados, marchas caipiras, corta-jacas, ca-langos, dobrados, mazurcas, guaianos, lundus e cateretês.

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Téo Azevedo

Cantor. Compositor. Violeiro. Repentista. Declamador de poesia matuta. Escritor.

Folclorista. Radialista. Produtor fonográfico. Nasceu na localidade de Alto Belo, município

de Bocaiúva, Norte de Minas, localizado entre os vales dos rios Jequitinhonha e

São Francisco. Aos 8 anos de idade, Téo Azevedo começou a cantar repentes,

participando de concursos de calouros em circos e parques. Com nove anos começou

a acompanhar o camelô pernambucano Antônio Salvino, vendedor de remédios

caseiros à base de ervas, em feiras do interior, cantando calangos, atividade que exerceu

até os 14 anos. Em 1969, Téo seguiu para a capital paulista, onde aprendeu todas as

modalidades de cantoria do Nordeste com o cantador alagoano Guaiatã de Coqueiros.

Além de mais de 10 discos gravados, nos quais Téo Azevedo tem divulgado os mais

variados ritmos da cultura do norte-mineiro, tais como calango, coco de viola, lundu,

guaiano, chula campeira, repente e toada de Alto Belo, também tem participações

especiais em discos de diversos cantadores, tais como Rolando Boldrin e Luiz Gonzaga.

Téo Azevedo foi também Mestre de Folia de Reis durante 30 anos, tendo sido um dos

criadores do “Terno de Folia de Alto Belo”, além de promover anualmente a “Festança de Alto Belo”, considerada a maior festa de

Folia de Reis do Brasil.Em 2013, a consagração máxima: Téo

Azevedo foi o vencedor do Grammy Latino com o álbum “Salve Gonzagão 100 anos”, na

categoria melhor álbum de raiz.

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Tino Gomes

Nascido em Montes Claros, norte das Minas Gerais, Tino Gomes é mineiro

universal, multiartista a transitar lúcido e intenso nos caminhos valiosos

das muitas expressões culturais que, consistentes, possam revelar sua

essência. Considerado um dos artistas mais completos de Minas, Tino é

compositor, cantor, ator, humorista, escritor infantil, apresentador de TV e

autor de jingles. O montes-clarense traz na sua bagagem 40 anos de trabalho

pela cultura do povo de Minas e do Brasil. Desde criança, Tino já tocava violão. Dos 10 aos 16 anos, quando

foi seminarista, cantava no coro e, no teatro no seminário, atuava em dramas

e comédias. Em Montes Claros, ainda adolescente, montou sua primeira banda

de rock, “The Wilds”. Em 1972, junto com mais três atores (Charles Boavista,

Angela Linhares e Eliane Steves) fundou o “Grupo Raízes”, cuja proposta era

fortalecer a música regional do Brasil. Em 1975, de volta a Montes Claros, Tino

Gomes retornou ao Grupo Folclórico Banzé. Em discos e dividindo palcos, Tino

Gomes já teve como parceiros Ivan Lins, Flávio Venturini, Nivaldo Ornelas, Elza

Soares, Gorete Milagres, Beto Guedes, Milton Nascimento, Marcus Viana,

Jackson Antunes e outros. Um talento que despontou ainda criança e que

continua a se recriar constantemente e a buscar novos caminhos.

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Eltomar Gomes Santos, o icônico

“Elthomar Santoro”, é mineiro de Pasárgada

– nome dado por Elthomar a São João da Ponte, sua “terra do pequi,

cagaita, ananás e pitomba”, onde “tomava água de cacimba para matar a sede”.

Ainda muito jovem, Elthomar mudou-se para Belo Horizonte, onde montou a “Banda do

Lixo”, na qual, pela primeira vez, seus pais o viram tocar. Esse momento foi determinante para a vida do

artista, pois desde então a música e a literatura foram uma constante em sua atribulada e profícua carreira. A presença e influência mais marcantes vieram de seu pai, Justino Santos,

que dedicava várias horas de seu dia para discutir com Santoro “tudo que se passava nesse mundo”. Essa foi a base inicial da

carreira artística de Santoro, que produziu, ao longo de toda a vida, centenas de músicas, peças de teatro e até um livro, o “Astrolábio

Cigano”, lançado em Belo Horizonte. Entre as peças de teatro, destaca-se o espetáculo “O Caso das Galinhas do Prefeito”,

que ganhou o Prêmio Mambembe deTeatro Infantil,em Campinas, São Paulo.

Na década de 70, Elthomar se muda para a casa do seu irmão Ismoro da Ponte, no bairro do Glicério, em São Paulo, onde

viveu por muitos anos. Dos anos de convivência com Ismoro da Ponte, cantor, compositor e músico, nasceu o grande sucesso

“Disparate” (Rapariga do Bonfim), música que obteve repercussão nacional, sendo cantada e regravada por

dezenas de artistas Brasil afora. Elthomar Santoro nasceu em 06 de dezembro de 1957 e

foi se encontrar com “um monte de gente boa” em 29 de setembro de 2014, como bem disse seu irmão Ismoro da Ponte.

Elthomar dizia que nunca estaria longe,"mas do outro lado do caminho..."

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Elthomar Santoro

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A música e os aviões sempre tiveram muito em comum na vida de Beto Guedes. Quando pegou num instrumento ela primeira vez - aos oito anos, em Montes Claros (MG), sua cidade natal. O tempo livre de Beto sempre foi dividido entre os aviõezi-nhos de brinquedo e a paixão pelos instrumentos herdada do pai, Godofredo Gue-des, músico e compositor, responsável pela maioria dos bailes e serestas de Montes Claros. O gosto pela música estava diretamente ligado aos Beatles. Em 1964, aos 12 anos, quando o quarteto de Liverpool já era febre no mundo inteiro, Beto, morando em Belo Horizonte, juntou-se aos vizinhos para formar o grupo, The Bevers. Os vizi-nhos, no caso, eram os irmãos Márcio, Yé e Lô Borges. A Beatlemania durou toda a adolescência e ainda incluiu um outro grupo, Brucutus, que animava festinhas du-rante as férias em Montes Claros. No final da década, mais amadurecidos, Beto e Lô começaram a compor e participar de festivais. Em 1969, quando foram ao Rio par-ticipar do Festival Internacional da Canção com a música "Feira Moderna", bateram na porta do conterrâneo Milton Nascimento. A acolhida de Milton não poderia ter

Beto Guedes

sido mais proveitosa. A amizade e a admiração profissio-nal mútua fizeram com que ele convidasse Beto Guedes para participar do antológico LP "Clube da Esquina", de 1971. Tocando baixo, guitarra, percussão e fazendo vocais, Beto começava a ganhar projeção junto com uma turma talentosa, que incluía nomes como Wagner Tiso, Ronaldo Bastos e Toninho Horta.

Em 1977, Beto lança o LP "A Página do Relâmpago Elé-trico". O disco, que tinha a colaboração de vários amigos mineiros, chamou a atenção por revelar seus dotes como cantor, já que até então, ele era conhecido apenas pela versatilidade de multiinstrumentista. A música "Lumiar" viraria um dos hinos da juventude cabeluda paz-e-amor e pró-natureza e Beto seria um dos ídolos dessa geração, principalmente após o lançamento de seu segundo álbum, "Amor de Índio".

Em 1984. Beto lança o 5º álbum, "Viagem das Mãos", um marco em sua carreira, que trazia a canção que, junto com "Amor de Índio", seria o maior sucesso de sua carreira: "Paisagem da Janela", de Lô Borges e Fernando Brant. O ápice de sua acabou sendo "Alma de Borracha", que, lan-çado em 1986, finalmente lhe rendeu um Disco de Ouro e o reconhecimento no exterior.

*Marcelo Janot

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Marcelo Godoy, cantor e compositor, é mineiro de Montes Claros, principal cidade do norte de Minas, onde as influências musicais vêm de várias regiões do país. Em particular, durante muito tempo ele fez parte do grupo “Banzé”, um dos grupos fol-clóricos mais célebres do Brasil, com o qual fez várias turnês pela Europa. Em 1991, depois de dois anos de uma rica vivência musical em Londres, retorna ao Brasil, onde o contato com músicos como Beto Lopes, Toninho Horta, Lô Borges e outros reforça a maturidade e o refinamento do seu trabalho. Neste mesmo ano, Godoy grava no Rio de Janeiro seu primeiro CD, “Inspiral”, independente, com participação especial de Iury Popoff, Lena Horta e Marcos Suzano, além de outros músicos como Ciro Cruz, Renato Massa e Zé Marcos e direção musical e arranjos de Beto Lopes, renomado guitarrista mineiro. Residente desde 93 em Rotterdam, na Holanda, criou e orquestrou diferentes projetos no intuito de aproximar as comunida-des brasileiras e holandesas. Dentro do projeto “Brazilian Soul”, apoiado pelo Ministério da Relações Exteriores do Brasil, Marcelo excursionou com o Quarteto Raiz em 2008 pelo Oriente Médio e em 2010 pela África do Sul, Moçambique e Tanzânia. Seu último CD, “Paralelo 16”, fruto do encontro entre dois continentes, é um magnífico testemunho da riqueza e variedade da música brasileira e reflete a maturidade desse artista.

Yuri Menezes Popoff, contrabaixista e compositor, nasceu em Espinosa (MG), em 18 de julho de 1951. Filho de um ucraniano com uma mineira, Yuri foi criado na cidade de Montes Claros, onde estudou no Conservatório Oscar Lorenzo Fernandes. A sua formação acadêmica foi na Universidade de Minas Gerais, com o contrabaixista YkedaMakot. Começou a atuar profissionalmente em 1975, na Orquestra Sinfônica de Campinas e em 1979 se tornou integrante da Orquestra Sinfônica do Estado de Minas Gerais. Yuri participou de várias turnês, shows e gravações de artistas como Beto Guedes, Nana Caymmi, Maria Bethânia, João Donato, Leila Pinheiro, Wagner Tiso, Clara Sandroni, Flávio Venturini, Selma Reis, Mauro Senise, entre outros.

Profissional reconhecido, pesquisou e lecionou na Universidade Estácio de Sá, dando aulas de contrabaixo e técnica instrumental por um

período de 16 anos. Entre 1993 e 1997, lecionou no CIGAM (Escola de Ian Guest) e atuou como

professor de harmonia e arranjo em música popular nos Festivais de Ouro Preto e Internacional de Brasília. A convite

do grupo Bayu, Yuri Popoff produziu a trilha musical da Peça “Cuenda”, que aborda a história do Congado Mineiro. “Cuenda” abriu caminhos para uma

vasta pesquisa sobre a cultura do Congado em Minas Gerais. Esta pesquisa resultou no seu último CD “Lua no Céu Congadeiro”, que foi lançado em 2005.

Yuri Poppof

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Concurso Arroz com Pequi

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Um dos acontecimentos mais esperados durante a Festa Nacional do Pequi é certamente o Concurso Arroz com Pequi. A diversidade de nosso cerrado, riquíssimo em frutos exóticos e saborosos, tem no pequi seu maior representante, sendo em novembro a época de maior intensidade na produção do fruto. O concurso, que acontece desde a 1ª edição da Festa Nacional do Pequi, acontece atualmente no Mercado Municipal e tem por objetivo preservar nossa culinária regional, assim como também divulgar, através da grande presença do público, essa gastronomia tão rica e saborosa, além de ser excelente opção de lazer para as famílias montes-clarenses e os visitantes da festa. Através do empenho e trabalho da Secretaria de Cultura, mostrando toda preocupação e zelo com as tradições regionais, o Festival de Arroz com Pequi perpetua, através de gerações, nossas riquezas e costumes.

Prato concorrente do Concurso de Arroz com Pequi, ano 2000.

Degustação de pratos do Concurso de Arroz com Pequi (1988)

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Chamado de “Ouro do Sertão”, o pe-qui faz parte da culinária norte-mineira. A partir do tradicional Arroz com Pequi, novas receitas com o exótico fruto ga-nharam espaço: licores, óleo, farinha, conservas, tortas, bolo, sorvete, etc. Além de ser ingrediente fundamental e tradi-cional da culinária norte-mineira, o pequi

gera trabalho, sendo fonte de renda para centenas de famílias. Durante o concurso, realizado no Mercado Municipal, todos os convidados e também o público podem saborear das delícias dos pratos concor-rentes. Cada participante pode concorrer com apenas um prato à base de arroz com pequi decorado a gosto.

Realizado no Mercado Municipal, os visitantes degustaram, gratuitamente, de todos os pratos concorrentes

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Prato campeão 1º Lugar do 23º Concurso Arroz com Pequi 2013

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O Concurso Arroz com Pequi 2014, realizado no Mercado Mu-nicipal Christo Raeff, foi bastante prestigiado. 17 receitas concor-reram com excelente qualidade no sabor e belíssimas apresen-tações na decoração dos pratos. Depois de julgarem os pratos nos quesitos sabor, visual do prato e criatividade da receita, Girley Alves de Jesus sagrou-se campeã. O público compareceu em grande quantidade, prestigiando o mais tradicional evento dentro da Festa Nacional do Pequi. Prato campeão 1º Lugar do Concurso Arroz com Pequi 2014

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Receitas com Pequi

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Observações: Para esta receita, não utilize panela de ferro, pois a fruta fica preta. Cuidado! Se você morder o caroço, ficará com a boca cheia de espinhos. O jeito certo de comer o pequi é roendo.

Dica: Para acompanhar, carne-de-sol frita ou assada no espeto sobre brasas.

Arroz com Pequi Ingredientes:1/4 de xícara de chá de óleo ou banha de porco1/2 litro de pequi lavado2 dentes de alho espremidos1 cebola grande picada 2 xícaras de chá de arroz4 xícaras de chá de água quenteSal a gostoPimenta-de-cheiro ou Malagueta a gostoSalsinha, cebolinha picada a gosto

Modo de Preparo:Coloque o pequi no óleo ou gordura fria (se usar o fruto inteiro, não é preciso cortar, mas cuidado com o caroço). Acrescente o alho e a cebola e deixe refogar em fogo baixo, mexendo sempre com uma colher de pau para não grudar na panela, e respingue um pouco de água quando for necessário. Quando o pequi já estiver macio e a água secado, acrescente o arroz e deixe fritar um pouco. Junte a água e o sal. Quando o arroz estiver quase pronto, coloque a pimenta-de-cheiro ou malagueta a gosto. Na hora de servir, polvilhe o arroz com salsa e cebolinha e um pouco de pimenta.

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Licor de Pequi

Ingredientes:1 kg de açúcar1 litro de álcool de cereais ou vodka1 1/2 xícara massa de pequi1 litro de água

Modo de preparo:Lavar bem o pequi e colocar para cozinhar. Deixar esfriar, eliminando os caroços e colocar a massa do pequi na “infusão” por 15 dias no álcool ou vodka. Coar, filtrar e fazer o xarope com água e açúcar. Colocar a infusão no xarope frio, engarrafar e deixar envelhecer.

Frango com Pequi

Ingredientes:Um quilo de frangoCebolinha picada

Modo de preparo:Corte o frango em pedaços, tempere com alho e sal e refogue. Deixe grelhar um pouco e, a seguir, acrescente os pequis e a cebolinha, cubra com água e cozinhe por cerca de 20 minutos. Sirva quente. Para acompanhar, arroz branco.

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Temporada de Forró e Quadrilhade Montes Claros

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FORRÓ: Dança popular brasileira de origem nordestina, o forró é bastante praticado nas festas juninas e outros eventos. A origem de seu termo é incerta, não existindo consenso quanto a definição de seu estilo musical, sendo geralmente associado a uma generalização de vários rit-mos musicais nordestinos, como baião, quadrilha e o xa-xado, que tem influências holandesas, e o xote, de origem portuguesa. O forró é também chamado de arrasta-pé, ba-te-chinela e fobó. Conhecido e praticado em todo o Brasil, o forró é tocado basicamente por um sanfoneiro (tocador de acordeão - que no forró é tradicionalmente a sanfona de oito baixos), um zabumbeiro e um tocador de triângulo.

QUADRILHA: De origem holandesa com influência por-tuguesa, a quadrilha é uma contradança, bastante popu-lar nos salões aristocráticos e burgueses do século XVII no mundo ocidental. A quadrilha foi introduzida pelo aparato militar no Brasil durante o período colonial, em 1530. Com o tempo, a dança caiu no gosto do povo, que a modificou, principalmente sua música e suas evoluções, recebendo então o primeiro nome de “Quadrilha de Arraiais”, passan-do a fazer parte das comemorações das festas juninas. Na quadrilha, um animador pronuncia frases e ordens, enquanto os dançantes, aos pares, se movimentam de acordo com as frases. Os instrumentos musicais que geral-mente acompanham a quadrilha são a sanfona (acordeon, campestre), o “triângulo” (haste de ferro com formato de triângulo, e um bastão, também de ferro) e a “zabumba” (tambor baixo e largo, de origem militar). É comum usar também a viola (violão, campestre) e a chamada rabeca (o violino, campestre).

FESTAS JUNINAS: Com origem na Idade Média, as fes-tas juninas é uma festa católica que celebra 3 santos, Santo Antônio (13 de junho), São João Batista (25 de junho) e São Pedro e São Paulo (29 de junho). Suas principais caracte-rísticas são a fogueira (costume que se tornou um atributo da festa do santo católico São João Batista, que acontece todo dia 25 de junho), o levantamento do mastro (celebran-do os três santos ligados à festa, três bandeirinhas com o nome dos santos são amarrados no topo do mastro), o uso de balões e fogos de artifício. A quadrilha se firmou como uma característica das festas juninas na segunda metade do século XX.

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ATemporada de Forró e Quadrilha, ano 1987

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A Em toda sua história, o homem tem a necessidade de demonstrar, de afirmar e expor suas manifestações cultu-rais. Uma das formas mais utilizadas para isso é a músi-ca, com seu ritmo e sua dança. Por ser uma extensão do nordeste do Brasil, o norte de Minas tem como uma das principais influências a cultura nordestina. Assim sendo, é grande o gosto de nosso povo pelo forró e pela quadrilha.

O forró e a dança de quadrilha tradicionais foram, com o tempo, se diversificando, devido a influência dos meios de comunicação. O enorme sucesso do principal artista do forró, Luiz Gonzaga, fez com que a música e dança se espalhasse por todo o Brasil. Essa massificação fez surgir diversas vertentes do forró tradicional, com bandas que utilizam instrumentos eletrônicos, como teclado e bateria, no lugar da velha “sanfona” e do triângulo.

Atualmente o forró é praticado de forma profissional, com escolas de dança ensinando o ritmo, enquanto que o forró pé de serra, praticado es-pontaneamente, vem perdendo cada vez mais espaço.

Por ser a atividade cultural popular mais praticada de forma espontâ-nea no Brasil, a Secretaria de Cultura da Prefeitura Municipal de Montes Claros promove, anualmente, a Temporada de Forró e Quadrilha de Mon-tes Claros. Com o passar dos anos, a Temporada se tornou um evento multicultural, pois além de preservar uma tradição do povo brasileiro, pro-move também maior harmonia e igualdade social, pois durante o evento, todas as classes da população de Montes Claros se encontram e feste-jam entre si.

A primeira vez que aconteceu a Temporada de Forró e Quadrilha em Montes Claros foi em 1987. Organizada pela Secretaria de Cultura, a Temporada acontece nos quatro finais de semana do mês de junho. Nesse período, a cidade de Montes Claros se enfeita para o evento, com realização de barraquinhas de comidas e bebidas típicas, quadrilha, brincadeiras e muito forró. A cada ano, são escolhidas grandes regiões de Montes Claros onde acontece uma etapa em cada fim de semana. No último fim de semana do mês de junho, todas as quadrilhas participantes se re-únem em um grande evento de encerramento. Até 2013, aconteciam julgamentos onde eram decididos o campeão de cada etapa e, na grande final, o grande campeão do ano. A Temporada se encerra com shows de bandas de forró, muita animação, alegria e folia.

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Temporada de Forró e Quadrilha, ano 1991

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Em 2013, a Secretaria de Cultura organizou a Temporada de Forró e Quadrilha com enorme sucesso, que teve ampla participação de nos-sa comunidade, premiando as melhores quadrilhas de forró, assim

como a melhor decoração das barracas. O evento se tornou mais uma opção de lazer saudável para a população montescla-

rense, tornando-se também um novo atrativo turístico para o município. Tão importante quanto atender

função social e cultural da sociedade, a Tem-porada de Forró e Quadrilha também abre

espaço de trabalho para músicos e ban-das, gera emprego e renda e perpetua

a tradição ao incentivar nossas festas de Santo Antônio, São João e São Pe-dro, que têm dentro de suas comemo-

rações, costumes como quadrilhas, danças e músicas folclóricas, comi-

das e bebidas típicas, decoração típica, entre outros.

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Em 2014, Secretaria de Cultura preparou uma grande novidade, que agradou a toda Montes Cla-ros e região: a Temporada de Forró e Quadrilhas foi realizada na na zona rural. As localidades escolhi-das foram Lagoinha, Nova Esperança, Santa Rosa de Lima e Aparecida do Mundo Novo, sendo que a grande final aconteceu no perímetro urbano, no bairro Cintra. A Prefeitura de Montes, através da Secretaria de Cultura, levou toda estrutura para as comunidades rurais escolhidas: palco para shows, sonorização, segurança, apresentações musicais com cantores e bandas de forró, além de apresenta-ção com quadrilha de forró da cidade. Com grande adesão das comunidades escolhidas, a Temporada promoveu importante ação social, pois moradores, escolas e igrejas das comunidades escolhidas fica-ram responsáveis por montar as barraquinhas de comidas típicas e o valor arrecadado revertido em benfeitorias para a população.

Na etapa da localidade de Lagoinha, as esco-las municipais Joaquim Costa e Mariana Santos apresentaram quadrilhas infantis e dança country. Além disso, houve apresentação do grupo Mon-tesclarear. 4 mil pessoas lotaram o evento que, encerrando a noite, teve show de forró com Júnio Sareva e Banda. No distrito de Nova Esperança, a animação musical ficou por conta da Banda Toque Xote. Em Santa Rosa de Lima, show musical com Eduardinho do Acordeon. Em Aparecida do Mundo Novo, Zé Lu e Banda.

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O último evento do Festival de Quadrilhas 2014 aconteceu no Bairro Cintra, em Montes Claros. Du-rante o dia, atividades promovidas pela Secretaria de Esportes, barraquinhas com comidas típicas, decoração característica de festa junina e muita animação foram os ingredientes dessa grande festa. À noite, aconteceu apresentação com cinco quadrilhas e logo após o show com a banda Balan-ça Pança agitaram o último dia do Festival.

Com essa nova dinâmica, a Secretaria de Cultu-ra enriquece ainda mais nossas festas, tradições e costumes pois, além de levar a festa do forró para seu lugar de origem, faz também a aproximação do homem da cidade com o homem do campo, for-talecendo ainda mais as raízes de nossa cultura. A Temporada de Forró e Quadrilha também movi-menta o setor de turismo, pois revive tradições da cidade e da região e atrai multidões pela beleza e encantamento das festividades.

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Aniversário de Montes Claros

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Os portões do Parque de Exposições João Alencar Athayde se abrem para o público às 8 horas da ma-nhã e, durante todo dia e à noite, a Prefeitura Munici-pal de Montes Claros promove sorteios de inúmeros prêmios para a população. São distribuídos geladei-ras, fogões, televisores, bicicletas e utilidades domés-ticas em geral, com animação do Palhaço Bobo, que diverte as famílias presentes no evento. O prefeito de Montes Claros e a primeira dama participam da festa e distribuem pessoalmente vários prêmios, re-conhecendo o valor de uma data tão importante para nossa cidade.

Com a realização de diversas apresentações artís-ticas e culturais que valorizam os artistas da região e proporcionam gratuitamente entretenimento às crianças e adultos, durante todo o dia e à noite, as famílias montesclarenses encontram, no Parque de Exposições João Alencar Athayde, muita comodida-de e segurança durante todo o dia até a noite. Além das atrações promovidas pela Secretaria de Cultura, a população conta com ações de saúde promovidas pela Secretaria de Saúde e ainda desfruta, gratuita-mente, de todas as atrações oferecidas por ocasião tradicional festa agropecuária de Montes Claros - Ex-pomontes.

As atrações musicais são um show à parte. Em 2013 a Prefeitura de Montes Claros ofereceu shows gratuitos, com apresentações de artistas locais e re-gionais, como Boneca Jukita e sua Trupe; Zé Vicente e Álvaro Vicente; Téo Azevedo, Jorge Takahashi; Edmil-son Batista e a Banda Municipal de Música de Mon-tes Claros. Nossos artistas puderam mostrar todo talento e beleza em apresentações culturais e musi-cais. À noite, uma grande apresentação musical com Paulinha e Marlus, ex-integrantes da Banda Calcinha Preta; Gian e Giovani; Don e Juan; Galã do Brega, Da-niel Diau; e Forrozão Espelho Mágico.

Sorteio de prêmios

Diversão para toda família

Shows musicais

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Algumas pessoas choraram, ou-tras sorriram, outras agradeceram a Deus. Estas foram as manifestações naturais de quem acabava de dar um grande passo para a aquisição da tão sonhada casa própria. Foi assim o sorteio de 1.159 casas do programa Minha Casa Minha Vida realizado durante o aniversário de Montes Claros no ano de 2014, no parque de exposições João Alencar Athayde. No parque, uma multidão de quase dez mil pessoas espera-va ansiosamente para ver ou ouvir o nome na lista dos que receberam uma casa nos residenciais Montes Claros II e Vitória II.

O processo foi totalmente infor-matizado, feito por meio de um sof-tware desenvolvido pela Secretaria

Municipal de Ciência e tecnologia. Todo o processo foi conduzido des-ta forma, desde o cadastro, onde se inscreveram mais de 20 mil pes-soas, até o sorteio final. Os critérios adotados foram os dispostos na portaria 595/2013, do Ministério das Cidades, e no decreto municipal 3.195/2014. Ser morador de área de risco, mulher chefe de família ou família com deficientes, são alguns dos critérios estabelecidos.

Cerca de 1500 pessoas foram selecionadas, formando assim um cadastro de reserva. Foram obser-vadas também as cotas para defi-cientes físicos e idosos. As famílias sorteadas recebem a visita de as-sistentes sociais da Secretaria de Desenvolvimento Social.

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Após o sorteio das casas,

as atrações musicais com a

Associação dos Repentistas

Populares do Norte de Minas,

show de Hip-Hop, Palhaço

Bobo, Banda Aviso Prévio,

Ministério Conexão Jesus, Doro

do Brasamundo, Mariano e

Banda, Edmilson Batista, Aggeu

Marques e, fechando a noite,

show com Gian e Giovane.

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Carnaval na Lagoa

Texto: Daniel Moraes

Foi um sucesso a volta do Carnaval de rua de Montes Claros, que aconteceu nos dias 1, 2 e 3 de março de 2013, no entorno da Lagoa do Interlagos. A folia, que contou com desfile de blocos caricatos, adultos e infantis, além de shows musicais no palco montado próximo ao vertedouro da lagoa, atraiu um grande público.

Entre 60 e 70 mil pessoas passaram pelo local, nos três dias da festa. O que torna ainda mais relevante o fato de não ter havido nenhu-ma ocorrência dentro do circuito montado para o Carnaval. Cerca de 160 pessoas atuaram na segurança do evento, com destaque para a participação das polícias Militar (através da presença de policiais do 10º e do 50º Bata-lhão, da Patrulha Embarcada da Companhia Independente de Meio Ambiente e Trânsito Rodoviário e da Companhia de Missões Espe-ciais, coordenados pela 11ª Região da Polícia Militar), Civil e Federal; do Corpo de Bombei-ros; Guarda Municipal; Vigilância Patrimonial; Exército; além de seguranças particulares que atuaram com detectores de metal, nas entra-das montadas para o evento.

O evento conta ainda com ambulâncias (equipadas com desfibriladores), posto médi-co, um posto para a emissão de boletins de ocorrência e um posto de comando, com repre-sentantes de todas as instituições de seguran-ça presentes. Atuaram na festa servidores das secretarias de Cultura, Saúde e Defesa Social.

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O Carnaval de rua é marcado pela presença dos blocos caricatos, que trazem para a festa seu caráter tradicional, de festejo popular. No ano de 2013 aconteceram desfiles dos blocos infantis “Bloco das Baianas” e “Ma-gia do Circo”. Na categoria adulto, desfilaram os blocos “Danda Lunda” e “Império do Novo Horizonte”. No domingo os desfiles continuaram, com os blocos infantis “Unidos da Alegria” e “Bloco Copa do Mundo”, e os blocos adultos “Unidos das Vilas Oliveira e Mauriceia” e “Estrelas da Zona Sul”.

A volta dos blocos de rua marca o renascimento criativo e a renovação do Carnaval de Montes Claros, onde a participação maciça da juventude aposta no novo: novos sambistas, novos carnavalescos, novas ideias. Foi um Carnaval familiar, pacífico, e a presença de blocos infantis planta uma semente para o futuro do Carnaval de Montes Claros. A festa também é sucesso do ponto de vista comercial, pois gera renda para quem trabalha nas barracas de alimentos.

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Famílias e milhares de foliões se divertem ao som de Batukerê, Bárbara Lopes e Axé Lenhada.

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Uma festa para a família. Assim pode ser definida a grande festa que acontece na Lagoa do Interlagos durante a virada do ano. O Reveillon na Lagoa, um evento de sucesso e que já faz parte do calendário da cidade, é esperado por toda população, devido a sua beleza e também pela ótima opção de lazer que o evento oferece para toda família. A festa, promovida pela Secretaria de Cultura da Prefeitura de Montes Claros, é organizada com muita diversão e também com muita segurança, proporcionando tranquilidade e lazer para a família, o que faz com que as expec-tativas de Ano Novo sejam vividas com intensidade pelas pessoas presentes ao evento.

A organização passa por diversas reuniões pelos representantes da Secretaria de Serviços Urbanos, Secretaria Municipal de Cultura, Secretaria Municipal de Defesa Social, além de outros seguimentos, como

a CEMIG e Corpo de Bombeiros, Polícia Civil, Polícia Militar, SAMU e outras instituições, para que fossem definidos aspectos importantes para o conforto das famílias presentes, como a segurança pública, servi-ços de saúde, praça de alimentação e organização do tráfego de veículos, o uso de bafômetros e detecto-res de metais nas intermediações do evento além da proibição de comercialização de bebidas alcóolicas em garrafas de vidro.

No centro da Lagoa do Interlagos, três balsas espe-cialmente montadas pela organização proporcionam um espetáculo de tirar o fôlego. São mais de 17 minu-tos de queima de fogos de artifícios, com pirotecnias e evoluções diversas pelo céu, atraindo a atenção das milhares de pessoas presentes. Para embelezar ain-da mais a noite especial, uma árvore de Natal gigan-te, toda enfeitada com 120 mil micro-lâmpadas.

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1ª ViradaCulturalde Montes Claros

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Terra Samba

Forró Sapeká

A cada ano, a Prefeitura de Montes Claros inova ainda mais. No reveillon de 2014, a secretaria de Cultura apresentou para a população a "1ª Virada Cultural de Montes Claros", um grandio-so evento, que aconteceu de 27 a 31 de dezembro. A festa teve apresentações de teatro, danças folclóricas e performances mu-sicais de bandas regionais e nacionais.

Com forte esquema de segurança, as famílias montesclaren-ses puderam se divertir com muito conforto todos os dias da Vi-rada. Através de parcerias, a secretaria de Cultura da Prefeitura de Montes Claros pôde oferecer tranquilidade total para o pú-blico presente, que contou com a presença e atuações da secre-taria de Defesa Social, secretaria de Meio Ambiente, secretaria de Saúde, secretaria de Desenvolvimento Social, do Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, Guarda Municipal, SAMU e Conselho Tutelar.

Para o entretenimento do público, foram montadas na orla da Lagoa do Interlagos barraquinhas com comidas típicas, banhei-ros químicos, tendas de apoio e a imensa árvore de Natal, ilumi-nada por milhares de luzes de led. A diversificada agenda da Vi-rada Cultural foi aberta oficialmente no dia 27 de dezembro, com show musical de Eurico Nobre, Forró Sapeká e a grande atração da noite, a banda Terra Samba, comandada por Márcio Bahia.

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Rachel AntoniniBárbara Lopes

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No dia 28, o Maestro Major João Jorge iniciou as atrações com a Banda do 10º Batalhão de Polícia Militar de Montes Claros, acompanhado por Marcos Paracatú. Em seguida, se apresentaram Denisar Mota e Coral Vozes de Botumirim, Ricardo Vianna e a banda de rock O Meio. O Grupo Família Atitude se apresentou no dia 29, que teve ainda muita moda de viola com apresentações de duplas e cantores da Associação Roda de Viola de Janaúba e, finalizando a noite, o agito do Baião

Tropical. Na terça, dia 30, o público apreciou belíssimo espetáculo de danças folclóricas com

o grupo Fitas e a criançada riu e se divertiu muito com os palhaços da Trupe da Alegria. Gatinha Assanhada levantou o público e Buiú e Banda encerraram a noite.

No último dia, Sérgio e Rodrigo apresentou o melhor do sertanejo universitário e, na hora da virada, Bárbara Lopes comandou a contagem regressiva com o público, que presenciou o céu iluminado por milhares de fogos de artifício. Encerrando a 1ª Virada Cultural, Rachel Antonini agitou o público, que só deixou o local após a última música.

Um festa inesquecível!AN

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Corredor CulturalRealizado pela Prefeitura de Montes

Claros através da Secretaria de Cultura, o “Arte no Corredor” é um projeto cultural que acontece no Corredor Cultural “Padre Dudú” e tem como

objetivo promover artistas da terra e movimentar o centro histórico de Montes Claros. A entrada de todos

os eventos do projeto é gratuita para toda população. O projeto acontece

uma vez por mês, sempre destacando um tipo de arte, mas sem deixar de

lado as artes complementares. Dessa forma, o objetivo de incentivar artistas locais a frequentar um espaço que é de toda a sociedade, acaba por promover

também a interação do artista com o público, alavancando a carreira do

artista ao mesmo tempo que promove entretenimento e lazer. Todos esses

ingredientes fazem do “Arte no Corredor" uma excelente oportunidade

de reunir os amigos para compartilhar música de qualidade.

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O local onde acontece o projeto “Arte no Corredor” não poderia ser melhor. O “Corredor Cultural Padre Dudu” passou por revitalização urbana e arquitetônica da chamada “Cidade Ve-lha”, formado pela Praça Dr. Chaves e adjacên-cias. Essa revitalização foi idealizada e execu-tada pela Prefeitura de Montes Claros, através da Secretaria Municipal de Cultura, tendo como objetivo principal a preservação do patrimônio histórico e cultural de Montes Claros. Inicial-mente, o projeto de revitalização contemplou a Travessa José de Alencar e as ruas Cabo San-tana e Coronel Celestino, onde se situam três dos mais notáveis casarões antigos da cidade: o Sobrado da Escola Normal/Prédio da Fafil, o Sobrado do Dulce Sarmento (antiga pensão de Dona Geny) e o Sobrado dos Versiani-Maurí-cio – que hoje abriga a Secretaria de Cultura. A execução da obra primou pelo embelezamento e valorização do perímetro histórico de Montes Claros, com a instalação de piso e calçamento especiais, luminárias de época e outros deta-lhes adequados ao estilo colonial. As calçadas foram alargadas, passando a ter 3,8 metros de largura, priorizando a passagem de pedes-tres. Houve também substituição de alvenaria, nos fundos da Igreja da Matriz, por um gradil de 5,30 por 3 metros - uma grade ornamental separatória e de proteção - para quem transi-tar pela Rua Coronel Celestino ter uma visão da Praça da Matriz, e também, quando a igreja assim permitir, uma abertura da Travessa Late-ral, que ligava antigamente até o outro lado. E para enfeitar e enriquecer ainda mais este tra-dicional espaço, a Secretaria de Meio Ambiente plantou exemplares de Ipê Mirim, que possui uma belíssima floração amarela.

Dessa forma, O Corredor Cultural “Padre Dudu” se constitui em uma das maiores con-tribuições para a construção de um cenário tu-rístico de importância relevante para o desen-volvimento da cidade como um todo, atraindo investimentos como galerias de arte, lojas de artesanato, museus e barzinhos culturais.

Algumas etapas da revitalização do Corredor Cultural “Padre Dudu”

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Ciro Araújo e Convidados

Boa música, comidas típicas, muito humor em um cenário especial, com a lua brilhando forte no céu. Foi assim o primeiro “Arte no Corredor” de 2013. Coman-dando o espetáculo, o cantor, compositor, instrumen-tista e produtor musical, o mineiro Ciro Araújo. Com apresentações até no Japão e dono de uma longa e vitoriosa carreira, o músico já lançou três CD´s. O show do artista Ciro Araújo teve um refinamento especial, pois contou com repertório eclético e participações especiais como do humorista Joãzinho de Lucha, do instrumentista Martinho da Gaita, do violeiro Marcos Maracatu e da cantora lírica Simone Santana.

Dia do Cooperativismo

Em 2013, no dia 19 de julho (data de comemoração do Dia In-ternacional do Cooperativismo), aconteceu belíssima apresentação da Orquestra Norte Mineira de Vio-la Caipira. O evento foi prestigiado por grande público .

Feira de Livros de Escritores de Montes Claros

Organizada pela Secreta-ria de Cultura, A Feira de Li-vros de Escritores de Montes Claros reuniu diversos estilos de nossa literatura. Destaque também para o show de De-borah Rosa e Nara Jorge.

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JK em Seresta

Um dos mais importantes espetáculos na-cionais, “JK em Seresta” foi apresentado no Corredor Cultural “Padre Dudu”, dentro do projeto “Arte no Corredor”. Foram três horas de apresentação, durante as quais o público assistiu instrumentistas e cantores profissio-nais interpretarem um vasto repertório que resgata as serestas dos anos 60. Além de valorizar a música do período, o projeto “JK

em Seresta” também presta homenagem ao ex-presidente Juscelino Kubitscheck, que go-vernou o país entre os anos de 1956 e 61, e era um entusiasta de serestas, sendo ele mesmo natural de Diamantina, um dos berços da se-resta no Brasil.

Como é costume nas apresentações do “JK em Seresta”, importantes personalidades e instituições do município receberam um di-ploma especial assinado por membros da fa-mília de Juscelino. Os homenageados foram

Dom José Alberto Moura, arcebispo de Mon-tes Claros, Eli de Oliveira Penido, provedor da Santa Casa, Luiz de Paula Ferreira, escritor e fundador da Coteminas e da Fafil, Elmar de Oliveira Santana, presidente da Agência de Desenvolvimento da Região Norte de Minas (Adenor), Ruy Muniz, prefeito de Montes Cla-ros, Stela Gleide Martins Leite, presidente da APAS, além de um diploma para um veículo de comunicação, no caso o Jornal Gazeta Nor-te Mineira.

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Dia Internacional da Mulher

Em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, a Prefeitura de Montes Claros pro-moveu no Corredor Cultural Padre Dudu uma grande homenagem a todas as mulheres que fizeram e fazem a nossa história. Doze mu-lheres montes-clarenses foram presenteadas, em nome de todas as suas conterrâneas, com uma cesta de presentes. Foram homenagea-das: Yvonne Oliveira Silveira, Juscemira Rocha Araújo, Lili Brant Maia Penido, Maria das Mer-cês Meira Borém, Valmira Fernandes Oliveira, Maristela Pereira Gonçalves, Vera Nice dos Santos (Brexó), Joana Darque da Silva Leo-cádio, Terezita Dias de Figueiredo Braga, Ruth Proença Mendes Almeida, Adalgisa Maria de Jesus e Joaquina dos Santos Carvalho.

A noite foi encerrada com o show de lança-mento do CD “Forrozeiro”, de Zé Lú. Além do próprio artista, participaram os convidados Téo Azevedo (vencedor do Grammy Latino 2013), Pedro Boi, Álvaro Vicente, João Carlos, Denildo e Deny Jr., Balança Pança, Nilo, Eduar-dinho e Toque Xote.

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No ano de 1979, a Prefeitura de Montes Claros ini-ciou a construção de um prédio, próximo ao Palácio do Bispo. Na época, a edificação destinava-se à instala-ção da biblioteca pública, considerada arrojada para a Montes Claros de então, por estar prevista a cons-trução de um auditório para conferências. Por aquela época, existia um grupo autodenominado Tapuia. Esse grupo, formado por Reginauro Silva, Eduardo Brasil, Raimundo Mendes, Aroldo Pereira, Márcia Patrocínio, Mário Filho (Mário Boy), entre outros, iniciou, boca a boca, questionamentos sobre a necessidade de um te-atro na cidade, no lugar da biblioteca. Esse “movimen-to” espontâneo ganhou força entre a população, até chegar ao então prefeito Antônio Lafetá Rebello. Uma comissão, representando o “movimento”, se reuniu com o prefeito, que solicitou ao arquiteto José Corrêa Machado a alteração do projeto. As obras foram então suspensas, até que as mudanças fossem adequadas à ideia do novo projeto. Não demorou muito, e os cama-

rins, cochias, painel de som, sistemas de iluminação foram implantados no novo formato da obra.

Enfim, o Centro Cultural Hermes de Paula “ganhou vida”. Na inauguração, o espetáculo “A Formiga que Queria ser Cidade e virou Princesa”, peça do Grupo Ta-puia, que contava a história de Montes Claros e seus personagens, de forma irônica e sarcástica. A apresen-tação da peça durava duas horas, e permaneceu em cartaz por seis meses, com participação de dezenas de atores. Clarice Maciel, na época diretora do Centro Cul-tural, foi de vital importância para o sucesso do even-to. Os ensaios para a peça aconteceram no canteiro de obras, e a mescla de atores, diretores, operários e materiais de construção criaram um contraste e uma atração à parte.

Referência: Revista Verde Grande / Universidade Estadual de Montes Claros - Unimontes, Prefeitura Municipal de Montes Claros, Secretarias Munici-pais de Cultura, Educação e Meio Ambiente - Vol. 1, n. 1 (jun./ago.2005) - Montes Claros, MG

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A Voz que vem do Coração

No dia 25 de junho de 2013, o Centro de Educação e Cultura Dr. Hermes de Paula recebeu o espetáculo “A Voz que vem do Coração”, em homenagem a Cori Gonzaga. O espetáculo foi apresentado no auditório Cândido Canela, com entrada gratuita. O repertório do espetáculo, com músicas do homenageado, foi interpretado por ami-gos seus e artistas, como André Águia, Aroldo Pereira, Bob Marcilio, Charles Boa-vista, Deborah Rosa, Durval Santos, Elcio Lucas, Elthomar Santoro, Fábio Parrela, Haroldo Tourinho, Henrique Tourinho, João Balaio, João Rafael Gonzaga, Joaquim Porã, Jorge Takahashi, Jukita Queiroz, Léo Lopes, Marcim, Rafael Tibo, Ricardo Vian-na, Roboão Rodrigues e Robson Nascimento. A Secretaria de Cultura, através desse evento, prestou justo reconhecimento a um grande artista da terra. Cori Gonzaga gravou, quando era integrante do grupo Raízes, o LP “Olhe Bem as Montanhas”, com várias músicas de sua autoria. Durante os eventos de comemoração aos 150 anos de Montes Claros, foi Cori Gonzaga quem compôs a música “Princesa do Nor-te”, tema do Salão Nacional de Poesia Psiu Poético.

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Comédia Adultérios e Outras Pequenas Traições

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35 Anos do Centro Cultural

Com grande sucesso de público, o Centro de Educação e Cultura Hermes de Paula come-morou, no dia 22 de maio de 2014, 35 anos de existência. Nos meses anteriores aconteceram espetáculos, shows e diversos eventos culturais, alusivos ao aniversário do Centro Cultural. Um dos eventos mais importantes foi a homenagem ao cantor Elthomar Santoro, que teve músicas de sua autoria interpretadas por músicos da nova geração. Na programação da semana do ani-versário, no dia 17/05, show musical com Liege Rocha e convidados, no dia 19/05, performance

poética musical: “Menestrel do Sertão”, com o Grupo Rebenta Boi, no dia 20/05, Tom da Terça com a banda Seu Istylinga, no dia 21/05, apre-sentação do Coral Lorenzo Fernandez e Núcleo de Ópera da Unimontes, com regência de Maristela Cardoso.

No dia 22/05, às 19h, dia do aniversário do Centro Cultural, apresentação do Encontro de Se-restas na Praça da Matriz e a Abertura Oficial do Aniversário de 35 Anos do Centro Cultural foi ce-lebrada com apresentação da Banda Municipal de Música, na Galeria Godofredo Dias. A noite de comemorações foi encerrada com show musical de Deborah Rosa. No dia 23/05, domingo, show

Stand up “Riso na Cara” com Gilmar Honorato e show musical com Jukita Queiroz e banda. O Centro de Extensão Cultural Hermes de Paula, no decorrer de seus 35 anos, recebeu exposições de artistas plásticos que contribuíram para o enri-quecimento de seus eventos, como: Andrei Crhis-toff (in memoriam), Darlan Rego (in memoriam), Aderbal Esteves (in memoriam), Mario Boy (in memoriam), Hélio Guedes (in memoriam), Lour-des Mota (in memoriam) e Nelson Evangelista (in memoriam).

O atual diretor do Centro Cultural é o colunista social João Jorge, que sucedeu a artista plástica Conceição Melo.

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Reforma do Centro Cultural

O Centro Cultural é o ponto de referência não só para os artistas montes-clarenses mostrarem sua arte como também um importante espaço para a cultura de todo o norte de Minas, pois oferece para a popula-ção oportunidade de conhecer os artistas da terra e ter acesso a lazer de qualidade.

Assim sendo, foi com repercussão positiva e imensa alegria que convidados compareceram ao evento de entrega das novas cadeiras do Auditório Cândido Canela e outras reformas do Centro Cultural, em 4 de dezembro de 2013. Dentre as melhorias estão reforma dos banheiros (masculino e feminino), projeto de acessibilidade ao teatro, reforma do camarim, troca e aquisição de novos bebedouros, reforma das partes elétrica e hidráulica, reforma e manutenção dos equipamentos de som e de iluminação, manutenção do sis-tema de ventilação (ar condicionado e central de ar) e aquisição de 82 poltronas para completar o número de assentos. Com a troca e aumento das cadeiras, o auditório passa a ter 200 lugares e é a primeira vez, desde a década de 70, que as cadeiras são trocadas.

Como parte da reabertura oficial do Auditório Cândido Canela e da agenda do Centro Cultural, a Com-panhia da Farsa apresentou a comédia Adultérios e Outras Pequenas Traições, texto e direção de Sérgio Abritta e no elenco, Alex Zanonn, Alexandre Toledo, Jacqueline Calazans, Marcus Labatti, Pedro Vieira e Sid-neia Simões. A peça conta histórias conhecidas da vida real, além de situação inusitadas. O tema central, sempre casos de traição, apresentados de forma cômica, gira em torno uma família tradicional e também de relacionamentos não convencionais.

Cadeiras antigas do Centro Cultural Novas cadeiras

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Afonso Teixeira

Nascido em José de Freitas/PI, Afonso Celso Teixeira Júnior veio para Montes Claros ainda criança. A paixão pelas tintas e pincéis mos-trou sua força logo cedo, fazendo-o abandonar o sonho de ser antropólogo. Aos 22 anos mu-da-se para o Rio de Janeiro, indo trabalhar no atelier de Ray Colares. A evolução do fenôme-no estético, desde os pintores renascentistas e barrocos até a transformação das técnicas de representação, é sempre apresentado em suas obras, que compõem um estilo realista, envol-vendo percepção complexa da relação entre realidade e pintura.

Biolla

Biolla (Fábio de Assis Ribeiro), natural de Engenheiro Dolabela/MG, é pintor, escultor, criador de instrumentos musicais e cenó-grafo. Consolidou sua carreira em Montes Claros, onde reside. Iniciou-se em Artes Plás-

ticas como autodidata em 1975, estudou na Fundação Escolas Guihard em Belo Horizonte (1983). Participou de várias exposições indi-viduais, coletivas e salões de arte, onde rece-beu vários prêmios. Possui obras em acervos de galerias e de colecionadores particulares no Brasil e no exterior.

Conceição Melo

Naturalista por vocação e inspiração, a “Tuca” tem estilo bem definido, porém expe-rimenta sempre novas técnicas e linguagens, aliando temas ligados ao homem e à nature-za. Esse é um traço marcante em suas obras, pois a artista tem grande preocupação com

o meio ambiente, e essa tendência é expres-sada intensamente pelo lado humano. Com 26 anos de carreira, a artista nos remete à Semana de Arte Moderna de 1922, onde grandes artistas mudaram os caminhos da pintura brasileira e nessa busca por novas expressões artísticas, os trabalhos de Con-ceição Melo ganham novos horizontes.

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Carlos Muniz

Natural de Montes Claros, Carlos Muniz é ar-tista consagrado nacional e internacionalmente, tendo já participado de sucessivos salões, indi-viduais e coletivas ao redor do mundo. Cirurgião plástico, o exercício da medicina não mudou o rumo das intenções artísticas de Carlos Muniz. Aliás, ele faz da medicina um exercício da arte, uma vez que, levado pela inata habilidade e mani-festo senso estético, ele optou pela cirurgia plásti-ca de exigências minuciosas e delicadas. No início de seu trabalho, suas obras eram constituídas por vários elementos que, no decorrer do tempo, fo-ram sendo simplificados. Atualmente, Carlos Mu-niz trabalha suas formas como um balé de cores, buscando essencialmente equilíbrio e harmonia.

Fausto Ferreira

Mineiro de Patrocínio, mudou-se para Montes Claros aos 9 anos de idade. Por um tempo, reside em Uberlândia, onde fez o curso superior de Engenharia Mecânica. Após voltar para Montes Claros, na década de 90, a influência de seu irmão, o também artista plástico Sérgio Ferreira, o faz se render à mágica de seus dotes artísticos. Suas obras, produzidas através da técnica mista, onde escultura e pintura se fundem em uma única obra com aplicação de elementos como o aço, a madeira e o acrílico, encantam pela primazia do estilo contempo-râneo, valorizando as formas geométricas, retangulares e redondas.

Célio Barroso

Artista pintor, atua nas técnicas de aquarela têmperas acrílica, vinilica, gua-che e óleo sobre tela. Formado pela Es-cola de Belas Artes da Universidade Fe-deral do Rio de Janeiro, Célio teve como professores os artistas Jordão de Oliveira e Edson Motta. Além de artista plástico, já trabalhou com restaurador do Patri-mônio Histórico Nacional e também é escritor de livros infantis. Seus títulos já foram publicados em diversos idiomas.

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Francisco Lopes

Francisco Lopes Neto, nascido em Montes Claros, é médico-cirurgião aposentado, e foi fundador da Cadeira de Clínica Cirúrgica da Faculdade de Medicina da Unimontes. Iniciou suas aventuras nas Artes Plásticas na década de 2000, como autodidata. Pinturas e escul-turas sem estilo definido, tendência pelo mo-dernismo e suas variações, comunicação com elementos da natureza – paisagens, florais, animais, ou suas interpretações personalíti-cas. Expôs seus trabalhos nas exposições in-dividuais “Dois Anos de Pintura Autodidata” e “Harmonia na Diversidade”, no ano de 2004, além de diversas participações em eventos re-alizados no Centro Cultural Hermes de Paula, galerias e shoppings de Montes Claros

Gemma Fonseca

Gerônimo Martins Fonseca, o Gemma Fonseca, natural de Mirabela, ainda criança da zona rural, já se interessava por pintura e desenho. Aos 18 anos chegou a fazer curso de desenho por correspondência. Quando residia em Belo Horizonte, trabalhou como cartazis-ta em uma rede de supermercados e, a partir da década de 80, Gemma se dedicou à arte plástica e começou a pintar. Tendo como ídolo o pintor Van Gogh, Gemma Fonseca é um dos maiores artistas plásticos do norte de Minas Gerais.

Felicidade Patrocínio

Artista plástica que trabalha no seu bem mon-tado ateliê, prepara suas esculturas, faz palestras e administra cursos de arte. Artista incansável, molda suas esculturas procurando fazer um diálo-go com o mundo contemporâneo usando o barro como sua essência maior. Trabalha as nossas raí-zes com grande carga simbólica e expressividade, procurando retratar em suas esculturas o registro da nossa história.

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Guilhermina Lúcia

Mineira de Montes Claros, onde fez várias exposições enfocando sua terra, paisagens sertanejas, seu povo, folclore, sua história e seus costumes. Seus trabalhos traduzem o sentimento vivo pelo lugar. Suas telas, paisagens, fi-guras, composições, possuem a singeleza e a graça, harmoniosa-mente unidas à força e a nobreza, dando qualidade a sua obra, com-provando assim sua autenticida-de artística.

Helio Brantes

Helio Brantes retrata em suas obras uma abstração poética, onde mostra mulheres em reflexos de percepção objetiva. As mulheres retratadas, com figuras alongadas e assimétricas, mos-tra que o artista busca uma visualidade de imagem desnuda, onde a percepção subjetiva é menos importante, porém seu realismo é retratado através da lin-guagem da arte inserida na sociedade.

Georgino Júnior

Georgino Júnior é na-tural de Uberlândia, mas por acidente: é montes-clarense de coração e de fato. Foi professor universitário, mas por acidente: é artista, e dos bons. Dos bons não, dos melhores. Desses artis-tas absolutamente pri-vilegiados, porque con-verge em si uma matiz plural de dons. O dom da escrita, da composição musical, do traço. Isso é tão naturalmente intrín-seco a ele, que por vezes nos confunde. A ponto de não identificarmos onde começa um artista e finda o outro. É como se ele desenhasse com as palavras ou pintasse crônicas e poemas com seus quadros e dese-nhos. É assim, simples-mente, Georgino Júnior.

Georgino Neto.

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João Rodrigues

Mineiro de Montes Claros, engenheiro, arquiteto, João Rodrigues é a própria busca do inverso na intimi-dade circular de seu próprio e uno conteúdo. É o artista entregue – arte em busca da linearidade dos sentidos em expressões detidas no verbo corpo. Sinceridade, erotismo e sensualidade, sua obra é pura composição, exposta em conceitos intrínsecos e emocionados, clara-mente configurados em si próprio. O tempo e o espaço na obra de João Rodrigues são as incógnitas e os mis-térios, a noite e a carne que propõem a geometria uma, concreta e sacramentada do artista no corpo que entor-ta para sonhos dantescos.

Lúcio Saraiva

Em telas que atraem pelas cores e pelas formas, Lúcio Sarai-va dá vida em lances atrevidos da imaginação, que leva o es-pectador a viajar por um universo que ainda não foi alcançado. Natural de Juiz de Fora, hoje vive em Montes Claros onde, como o próprio artista diz, “é de lá que partem minhas visões nebulo-sas, minhas linhas entrelaçadas num universo de cores fortes”. Filho de pai desenhista e mãe professora de música, o artista sempre teve ligações fortes com a pintura, onde faz do abstrato o ponto crucial de sua arte, e se volta contra os parâmetros es-téticos, usando de sua intuição para conseguire relevos sutis de linhas superpostas em um cromatismo singular.

Igor Christoff

Traços precisos, habilidade e gran-de talento marcam a carreira de Igor Christoff, filho que seguiu a carreira do pai, Konstatin Christoff. O envol-vimento com a arte começou muito cedo, com grande incentivo de seu pai. Apesar da estreita relação pai e filho, Igor tem em sua arte uma técnica dis-tinta. Segundo o artista, sua principal influência nasceu da “fome da própria arte”. Seu estilo contemporâneo uti-liza elementos da arte abstrata e do hiper-realismo.

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Sérgio Ferreira

Mineiro de Patrocínio, Sérgio Fer-reira pode ser considerado um artista contemporâneo em plena ascensão. Transferiu-se para Montes Claros ainda jovem, onde desenvolve a sua arte. Tem como principal característica a grande diversidade de temas em sua obra, de variações de florais com vida própria até os figurativos que se mesclam com os abstratos, relatando o ser humano em sua total plenitude. Alma, dom e tons são elementos que se uniram par fazer existir um trabalho pictórico ino-vador, peculiar e genuíno. É notório o descompromisso com um tema especí-fico e, dentro de um conceito expressio-nista que faz a fusão do abstrato e do figurativo, são perceptíveis a unidade e a personalidade que se vêem nas telas de Sérgio Ferreira.

Márcio Leite

Cartunista, caricaturista, quadrinhista e ilustrador, Márcio Leite nasceu dia 14 de ja-neiro de 1976, em Montes Claros. Ponto deci-sivo de seu ingresso nas artes plásticas, aos 17 anos, conheceu o médico e artista plástico

Konstantin Christoff e a duradoura amizade influenciou Márcio no cartum e nas artes plás-ticas. Em 2002, juntamente com Konstantin, Georgino Júnior e Wandaick Santos, criam o primeiro salão de humor de Montes Claros em parceria com a Unimontes. Atualmente, Már-cio investe primordialmente na pintura e na comercialização de obras de arte, montando a Galeria Internacional de Arte Márcio Leite para facilitar o acesso das pessoas à arte e à cultura e também valorizar os artistas regio-nais, nacionais e internacionais.

Márcio Antunes

Apaixonado pela arte desde a adoles-cência, o montesclarense Márcio Antunes é publicitário, jornalista e artista plástico. O conceito de criar sempre foi uma inquietação que acompanha o artista desde criança, se tornando prioridade em toda sua vida, tanto na carreira profissional quanto na artística. Seus primeiros quadros foram pintados aos 14 anos de idade, sendo que um deles foi premiado no 1º Salão de Artes Plásticas de Montes Claros. Sua arte, com características próprias, são pintadas por impulso em telas montadas pelo próprio artistas, sem esboço ou planejamento. Segundo Márcio Antunes, “pintar é como domar uma fera... caso não seja domada, ela te devora”.

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Walmir Alexandre

Natural de Montes Claros/MG, Walmir Alexandre tem formação autodidata. Passou por várias escolas em Montes Claros, Diamantina, Ouro Preto, Rio de Janeiro e Belo Horizonte onde fez cursos livres de de-senho, pintura, escultura, gravura e cerâmica. Visitou a Índia em grupo de estudo e intercâmbio, onde pôde conhecer e trocar conhecimentos sociocultural com este rico país asiático. Atualmente desenvolve traba-lhos com a temática do seu estado de origem, Minas Gerais, onde explora diversos temas relacionados às artes, costumes, flora e fauna e a diversificada cultura do estado.

Yara Tupinambá

Natural de Montes Claros, Yara Tupinambá fez estu-dos artísticos com Alberto da Veiga Guignard e Oswald Goeldi e também foi bolsista da Pratt Institute, em New York. Foi professora e diretora da Escola de Belas Artes da UFMG, e também foi professora na Escola Guignard, em Belo Horizonte. Entre suas obras mais famosas estão o painel "A Árvore da Vida", que retrata Adão nu e Eva se-minua, na igreja Matriz de Ferros, descrito no livro "Hilda Furacão", de Roberto Drummond, que causou polêmica entre as moralistas, sendo notícia da mídia nacional e in-ternacional, e o painel "Minas", do século XVII ao século XX, na Assembléia Legislativa de Minas Gerais.

Wandaick Santos

Natural de Montes Claros, é desenhista, designer gráfico, multi-instrumentista, arranjador e compositor. Artista plástico de grande talento, seus trabalhos são executados nas técnicas “Óleo sobre Tela” (pintura) e “Latonagem ou Metaloplastia”. Juntamente com Kons-tantin Christoff, Márcio Leite e Georgino Júnior, realizou em Montes Claros, junto à Universidade Estadual de Montes Claros - UNIMONTES, o "I Salão Nacional do Hu-mor". Durante mais de três décadas, foi o responsável pela criação visual da decoração de grandes eventos de Montes Claros, como o Festival Folclórico, a decoração natalina e a Festa Nacional do Pequi.

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Clarice Maciel

Primeira diretora do Centro Cultural Hermes de Paula e criadora do Festival Folclórico de Montes Claros, a soprano Clarice Maciel iniciou sua formação musical no curso técnico de Canto, Conservatório Lorenzo Fernandez, em Montes Claros, onde foi docente em Técnica Vocal e Impostação e solista do Grande Coral Lorenzo Fernandez. É graduada pelo Conser-vatório Brasileiro de Música (Rio de Janeiro) e possui mestrado em School of Music, pela University Campellsville, Estados Unidos. Na capital sul-mato-grossense, lecionou canto no Curso de Música da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e foi uma das fundadoras do Centro de Arte Viva que, desde 1989, atua com cursos livres de música, tea-tro e artes plásticas, realizando com pioneirismo espetáculos de óperas, cursos arrojados, musicais, recitais temáticos, festivais e participação ativa na vida cultural e artística. Em turnê pela Europa, cantou no Vaticano para o Papa João Paulo II, posteriormente gravando um CD de Coletâneas de Ave Maria. Atualidade, realiza recitais com os pianistas Evandro Higa e Nillo Cunha.

Auto de Natal - Encontro de Serestas"A verdadeira história de Natal é a história de Deus se tornando um ser

humano na pessoa de Jesus Cristo".Esse foi o tema do Auto de Natal, que aconteceu no Centro Cultural Her-

mes de Paula dentro da semana natalina do ano de 2014. Com participa-ção das serestas "Amo-te Muito" (fundada em 1977), "Cordas e Vocais" (fundada em 2003), "João Chaves" (fundada em 1967), "Namorados da Lua" (fundada em 1988) e "Vozes de Prata" (fundada em 1995), o evento atraiu grande público, que lotou o auditório Cândido Canela.

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Raymundo Colares 70 Anos

No dia 25 de abril de 2014, o Cen-tro Cultural apresentou a exposição que celebra os 70 anos de nasci-mento do grande artista plástico Raymundo Colares. Ray Colares, como é conhecido, levou o nome de Montes Claros para o mundo, atra-vés de seu imenso e nato talento.

A organização do evento prepa-rou uma exposição diferente, em conjunto com os diversos artistas plásticos da cidade, que fizeram, cada um com seu talento individual, uma releitura da obra do artista ho-menageado, que mesmo hoje ainda inspira as novas gerações. Artistas como Hélio Brantes, Carlos Muniz, Márcia Prates, Márcio Antunes, Con-ceição Melo, Gemma Fonseca, Lúcio Saraiva, Felicidade Patrocínio e Igor Christoff emprestaram seu talento para homenagear o grande artista. As obras inspiradas em Ray Colares ficaram expostas de 25 de abril a 22 de maio de 2014, sendo que duran-te esse período, foi intensa a visita-ção para prestigiar mais um grande evento do Centro de Educação e Cul-tura de Montes Claros.

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Pintura de Ray Colares

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Igor Xavier

Dentre vários eventos importantes em sua história, o Centro Cultural Hermes de Paula já recebeu espetáculos de dança de Igor Leonardo La-cerda Xavier, ator e bailarino icônico da cultura de Montes Claros. Incan-sável na luta da criação cultural, através de sua arte, Igor Xavier incenti-vou a classe artística do norte de Minas, além de apresentar belíssimos espetáculos ao público, pois suas performances eram sempre intensas, com entrega total dentro das apresentações. Morto de forma traumática em 2002, o ator e bailarino se tornou referência para a classe artística que, juntamente com segmentos da sociedade, idealizou a Semana Cul-tural Igor Xavier, manifestação que promove integração e envolvimento de toda a sociedade através de oficinas, palestras, performances teatrais e de dança, aulas, workshops e cinema, focando principalmente nos te-mas de respeito, integração e igualdade social.

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Exposição Temática Afonso Teixeira

O artista plástico Afonso Teixeira apresen-tou, durante a abertura das Festas de Agos-to de 2013, exposição de 10 telas, homena-geando os mestres dos ternos de Catopês,

Marujos e Caboclinhos. Dono de técnica e estilo apurados, onde explora cores vibran-tes, Afonso Teixeira está há mais de 40 anos no mundo das artes plásticas. Sua obra é bastante conhecida por retratar símbolos e temas da cultura regional.

Prefiguração Apocalíptica I

O Centro Cultural recebeu, nos meses de junho e julho, ex-posição do artista plástico Paulo Roberto Sarmento, o Shaul. Nascido em Montes Claros em 1943, Shaul tem como carac-terística principal a influência do cristianismo em suas telas. A exposição apresenta parte de um projeto de vinte anos, onde o artista retrata passagens da Bíblia Sagrada.

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O artista plástico Paulo Roberto Sarmento, o Shaul.

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Vivenças

Com realização do Curso de Artes/Teatro/Unimontes e apoio do Teatro Universitário/TU, o Centro Cultural apresentou o espetáculo teatral “Vivenças”, com texto e direção assinados por Nelcira Durães e música de Jukita Queiroz. O espetáculo foi apresentado pelos formandos do Curso de Artes/Teatro 2013, e aconteceu no auditório Cândido Canela. A peça mostra uma via-gem pela memória de dois narradores com representações que dão significado ao dia a dia de homens e mulheres, com seus ritos, jogos, festejos e também sobre a amizade e o amor. A peça é composta por situações vividas em momentos de trabalho, momentos sagrados e momentos de folga dos personagens, sempre como pano de fundo a vida na roça. A montagem é baseada nos contos de moradores idosos de Morro Alto, na zona rural de Bocaiúva/MG.

O Defunto Premiado

O que você faria se descobrisse que, durante uma Missa de Sétimo Dia, seu marido foi enter-rado com um bilhete de loteria premiado em 30 milhões de reais? Essa é a temática da peça “O Defunto Premiado”, do grupo teatral Oficinato. Com direção de Aldo Pereira, a peça teve gran-de sucesso em Montes Claros nos anos 90, e ficou em cartaz por sete anos. Em 2003 e 2006 a peça foi reapresentada e, em 2013, foi nova-mente encenada com grande sucesso.

O Defunto Premiado é uma peça vencedora de um concurso promovido nos anos 60 pelo Movimento Brasileiro de Alfabetização (Mobral), com texto de Oraci Gemba, e foi adaptada por Aldo Pereira, que também assina a produção e direção da peça.

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O cantor Jukita Queiroz

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O Pequeno Príncipe

O Centro Cultural apresentou, no ano de 2013, um espetáculo que instigou o públi-co a pensar e repensar os valores e o real sentido da vida em sociedade. O espetáculo conta a história de um garoto que mora em um asteroide e tem como única companhia uma flor. Instigado por ela, o garoto começa a viajar por vários planetas para conhecer o universo, e aprende a importância da vida e

de valorizar as pessoas. O Pequeno Príncipe é baseado no famoso clássico de Exupery, e trabalha basicamente os valores da vida. A montagem do espetáculo, feita há três anos, é toda formada por atores de Montes Claros e dirigida por Sarney Jomesoli, que também atua na peça e é presidente do Grupo de Te-atro Katapalmas. O espetáculo já viajou por várias cidades brasileiras, dos estados de São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

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Espetáculo Travessia

Um espetáculo que tem o jeito e o cheiro do Brasil. Assim foi a apresentação do musical “Travessia”, do grupo de teatro Ponto de Partida. O espetáculo aconteceu no Centro Cultural Hermes de Pau-la, no dia 5 de abril de 2014.

No espetáculo Travessia, o grupo Ponto de Partida continua sua pesquisa de linguagem em que o ator é o centro da encenação. Ele canta, dança, interpreta, empresta seu corpo para desenhar o es-

petáculo. O palco está nu e os elementos de cena tanto são signos para leitura do espetáculo, como instrumentos de percussão.

Travessia, além de apresentar-se em várias cidades brasileiras, tem uma carreira essencialmente internacional, com temporadas na África, na América Latina e na Europa. É um espetáculo que ritu-aliza nossa alegria, brinca com nossos ritmos. Que está desenhado com nossa negritude e nossa latinidade. A intenção do espetáculo é cantar nossas raízes e nossos sonhos, nossas particularidades e nossos pontos de contato com todo homem.

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Os Saltimbancos

O Centro Cultural Hermes de Paula foi palco de grandiosa peça teatral. A peça, inspirada no conto dos irmãos Grimm “Os Músicos de Bremen”, narra a história do encontro de quatro animais (um ju-mento, um cachorro, uma galinha e uma gata), que devido a maus tratos, fugiram de seus patrões. Juntos decidem formar

um grupo musical e rumam à cidade para começar a carreira artística. No caminho encontram seus antigos donos e temendo serem novamente escravizados, resolvem enfrentá-los. Os bichos vencem e chegam à conclusão de que unidos conseguirão superar todas as dificuldades. A autoria da peça original é de Sérgio Bardotti e Chico Buarque e tem adaptação livre e coletiva do Grupo Olho de Gato, de Montes Claros.

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Terra Brasil VII

O Centro Cultural recebeu, durante o mês de março de 2014, a exposição Terra Brasil VII, da artista plástica Márcia Prates. A artista usa técnica de pintura com pigmento mineral natural, tão admirada e respeitada pelos eu-ropeus, e a exposição Terra Brasil já esteve na Alemanha, na Dinamarca e na França.

A apresentação aconteceu em Montes Cla-ros graças ao incentivo do Projeto COMCULTU-RA da Secretaria Municipal de Cultura. Através do COMCULTURA, o objetivo do projeto foi viabilizar a realização da exposição “Terra Bra-

sil VII” e de oficinas gratuitas (de setembro/13 a março/14) para crianças e adolescentes da rede municipal de ensino, em escolas escolhi-das previamente. Esta iniciativa incentivou a produção artístico-cultural, usando um mate-rial alternativo de sustentabilidade, promoveu o surgimento de novos valores na arte e con-tribuiu para o enriquecimento cultural e educa-cional de comunidades menos providas dessas oportunidades, além de viabilizar o contato desses alunos, seus pais e professores com a arte, conscientizando-os para a preocupação ambiental e artística. O resultado foi muito sa-tisfatório e gratificante.

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Psiu Poético

O Centro Cultural Hermes de Paula é palco, todo ano, de um dos mais importantes eventos culturais do Brasil: o Psiu Poético.

O Salão Nacional de Poesia Psiu Poético é um Festival de arte contemporânea que tem a Literatura – Arte Poética como eixo central. O Projeto é realizado pelo Grupo de Literatura & Teatro Transa Poética de forma ininterrupta, tendo como curador um de seus idealizadores, o poeta, ator e agitador cultural João Aroldo Pereira. Sendo referência no fomento e valorização da literatura brasileira, o Psiu Poético influenciou gerações se firmando como um projeto de resistência cultural, responsável diretamente pela formação de escritores, poetas e artistas. Nomes como Waly Sa-lomão, Alice Ruiz, Fernando Bonassi, Adão Ventura, Arnaldo An-tunes, Anelito de Oliveira, Mirna Mendes, Adélia Prado, Thiago de Mello, Jorge Mautner, Virna Teixeira, Makely Ka, Ricardo Aleixo, Murilo Antunes, Nicolas Behr, Karla Celene Campos, José Carlos Capinam, Leila Míccolis, Carlos Nejar, Renilson Durães, Yvonne Silveira, Estrela Leminski, entre tantos outros já participarão das edições do projeto. Ao longo de sua trajetória, o Psiu Poético se firmou como um projeto de integração cultural que tem a poe-sia como principal referência, mas usando elementos de outras expressões artísticas, como música, cinema, performance e artes plásticas. A vasta e diversificada programação do projeto é total-mente gratuita e aberta ao público, possibilitando a democratiza-ção cultural.

Fonte: www.psiupoetico.com.brAN

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Magia do Metal

Metaloplastia. Este é o nome da técnica utilizada pela artista plásti-ca Lia Murta para trabalhar em metal. A artista demonstrava vocação para as artes plásticas desde criança, através de desenhos, pinturas em telas, caligrafia e desenhos realistas, trabalhos que a levaram até a Metaloplastia. Esta identificação com a arte dos metais surgiu como possibilidade de criar mais, dentro da segmentação das artes plásticas, colocando a artista como ponto de referência entre os artistas da região.

Mineiranças

“Mineiranças” é o nome da exposição de esculturas da artista plástica montes-clarense Janine Almeida Borborema, que trabalha com múltiplas técnicas e diferentes materiais, onde procura estabelecer um re-finado diálogo da sua arte com a poesia, delineando com beleza singular o pas-sado e o presente onde desperta um olhar latente na rica história de Minas Gerais. Uma forma intri-gante e ao mesmo tempo sedutora de arte contem-porânea, onde a utilização de materiais diversos com-põem alusão direta a Minas Gerais, especificamente ao período colonial, com a ex-ploração de ouro e pedras preciosas e também ao minério de ferro. Na exposição, a artis-ta apresentou, ao lado de suas esculturas, poemas de Cecília Meireles (Romanceiro da Inconfidência), Castro Alves (Navio Negreiro) e do poeta montes-clarense Fabiano Amaral, unindo as artes plásticas com a poesia.

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• Associação de Rock de Montes Claros e Região - ARMCR

• Associação dos Artesãos do Município de Montes Claros

• Associação dos Artistas do Norte de Minas - ASANORTE

• Associação dos Artistas e Técnicos em Espetáculo de Diversão - AARTED

• Associação dos Artistas Plásticos de Montes Claros - AAPM

• Associação dos Catopês, Marujos e Caboclinhos de Montes Claros

• Associação dos Repentistas e Poetas Populares do Norte de Minas - ARPPNM

• Associação dos Seresteiros e Amigos da Arte - ASAMA

• Associação dos Ternos de Folia de Reis e Pastorinhas de Montes Claros

• Associação Sociocultural Igor Vive - ACIV• Fundação Cultural Marina Lorenzo Fernândez• Instituto Histórico e Geográfico do Norte de Minas• Liga Norte-Mineira de Capoeira (Associação

de Capoeira Mandingueiros de Palmares - Associação Desportiva e Cultural Negros de Sinhá - Associação Recreativa Cultural Aberrê Capoeira - Centro Cultural Capoeirando - Centro de Capoeira Arte e Equilíbrio - Companhia Pernas Pro Ar - Escola de Capoeira Celeiro de Minas - Grupo Angoleiros do Norte - Grupo Arundê Capoeira - Grupo Berimbau de Ouro - Grupo Cordão de Ouro)

Montes Claros é cidade que vive e respira cultura. Muito mais que berço de artistas, a cidade também é celeiro de inúmeros e im-portantes eventos culturais. A diversidade cultural dos eventos pode ser facilmente notada nas mais variadas manifestaçoes culturais que acontecem por toda cidade. A Secretaria de Cultura da Prefeitura de Mon-tes Claros realiza, apóia e também trabalha em parceria com diversos órgãos, de forma a propiciar segurança, tranquilidade e conforto para os organizadores do evento e os partici-pantes. A estrutura disponibilizada pela Se-cretaria de Cultura oferece suporte completo aos mais diversos eventos. A Coordenadoria de Segurança em Eventos (responsável por articular e coordenar a segurança para os eventos, envolvendo as instituições relativas - Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Polícia Federal, Polícia Civil, Guarda Municipal, Vi-gilância Patrimonial, MCTrans, Fiscalização de Serviços Urbanos, Codema, Promotoria de Meio Ambiente, Juizado e Promotoria da Vara da Infância e Juventude, SAMU), Coor-denadoria de Desenvolvimento de Convê-nios e Parcerias (responsável por desenvol-ver os projetos que viabilizam as parcerias, apoios e patrocínios aos eventos), Gerência de Preservação do Patrimônio Histórico de Montes Claros (setor responsável pelas polí-ticas de proteção e fomento do conjunto das

manifestações produzidas socialmente ao longo do tempo no espaço urbano, com seus atributos naturais, intangíveis e edificados), Assessoria de Promoção e Marketing (res-ponsável pela criação, desenvolvimento e produção de projetos gráficos), Coordenado-ria de Memória Cultural e Patrimônio Históri-co (responsável pela concepção e produção de projetos especiais para fomento e registro das manifestações culturais) e Coordenado-ria de Logística e Promoção de Eventos (se-tor que organiza a infraestrutura dos even-tos, desde o local onde será realizado, até o transporte e montagem da estrutura dos eventos), Coordenadoria de Apoio Adminis-trativo (responsável por toda administração da Secretaria de Cultura, essa coordenadoria é o setor que viabiliza, nas formas e trâmites da lei, a realização dos eventos e o funciona-mento administrativo da Secretaria).

É através do trabalho sério e competente dos profissionais ligados a estes setores que nossas riquezas culturais são resgatadas, difundidas, preservadas e valorizadas em nossas diversas manifestações, nossos bens materias e imateriais e em nossa memória coletiva. Com essa estrutura à disposição, a secretaria de Cultura apóia e é parceira em diversificados eventos, além de contar tam-bém com o apoio de artistas e associações culturais:

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Here comes the Beatles

Realizado em comemoração ao Dia do Cooperativismo, a Secretaria de Cultura apoiou o show “Here comes the Beatles”. O evento, gratuito, teve como atração principal a apresentação da Orquestra Sinfônica de Montes Claros interpretando grandes sucessos da banda inglesa Be-atles, como Yesterday, I Want To Hold Your Hand e Strawberry Fields Forever. Composta por 37 integrantes e regida pela maestrina Maria Lúcia Avelar, a Orquestra Sinfônica de Montes Claros presentou o pú-blico com interpretações magistrais de uma das bandas mais impor-tantes e influentes da história da música, levando entretenimento e cultura para pessoas de todas as idades.

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Show Roberto Carlos

Milhares de pessoas puderam prestigiar um dos maiores espetá-culos do Brasil acontecerem aqui mesmo, em Montes Claros. Com apoio da Secretaria de Cultura, o rei da música brasileira, Roberto Carlos, fez apresentação única, em uma noite memorável. Como sempre, o rei Roberto Carlos se apresentou com sua orquestra que, com regência do maestro Eduardo Lages, apresentou ao público músicas inesquecíveis da carreira do rei, como Lady Laura, Nossa Senhora, Detalhes, entre outras.

A Secretaria de Cultura da Prefeitura de Montes Claros ofere-ceu todo apoio e suporte na segurança e no suporte à saúde de todos os presentes. Toda a estrutura do espetáculo foi montada pela mesma equipe do Rock in Rio. O grande espetáculo, parte do roteiro da turnê do rei em Minas Gerais, aconteceu num domingo, dia 9 de junho de 2014, no Ginásio Poliesportivo Tancredo Neves.

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5º Encontro Nacional de Motociclistas

Realizado durante os dias 5, 6 e 7 de se-tembro de 2014, o 5º Encontro Nacional de Motociclistas reuniu praticantes e amantes do motociclismo, em um evento livre para todas as idades. A Praça da Matriz de Montes Claros ficou em festa durante todos os dias, com gran-de público.

Durante os 3 dias, os participantes e visitan-tes do encontro puderam ver de perto motoci-cletas de todos os tamanhos e modelos. Mo-tocicletas icônicas, como Harley-Davidson, e motos modernas dividiram democraticamente a atenção de todos. Verdadeiras máquinas de

desejo popular, as motos eram a atração prin-cipal. Além das máquinas potentes, o público também pôde se deliciar com comidas típicas das barraquinhas, lojas onde eram oferecidos os mais diversos equipamentos e adereços para motos e motociclistas e, à noite, shows incríveis com diversas bandas de rock do cenário regio-nal: Núcleo Base, Umeazero, Urublues, Novos, Ares, Nigth Rider, Yellow Stones, Pirassununga Blues, Garimpos, Dragão de Ares e outras.

Realizado pela Associação dos Motociclistas de Montes Claros, que conta com 22 moto-clu-bes, este foi mais um dos grandes eventos rea-lizados com apoio da Secretaria de Cultura de Montes Claros.

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1º Encontro Nacional e Internacional de Danças

Além do Festival Folclórico, a Secretaria de Cultura da Prefeitura de Montes Claros realiza e apoia as diversas manifestações folclóricas de nossa cidade, a exemplo do 1º Encontro Nacional e Internacional de Danças, evento realizado pela Fundação Cultural Marina Lorenzo Fernandez em parceria com o Grupo Fitas.

O evento foi realizado durante os dias 4, 5, 6 e 7 de setembro. Com objetivo de mostrar e promover a cultura de outras regiões e integrar os grupos de música e dança, o Encontro contou com a participação de grupos folclóricos de outros paí-ses (Paraguai, Portugal e Espanha), de outros estados do Brasil (São Paulo e Cea-rá) e de outras cidades (Belo Horizonte e Pirapora). Ao todo foram 12 grupos de fol-clore, sendo que Montes Claros foi representada pelos grupos Banzé, Fitas, Saruê, Zabelê, Arraiá do Pequizá e Studio Paulo de Tarso. As apresentações aconteceram em diversas escolas da cidade, movimentando setores da cultura popular, sendo que as principais apresentações ocorreram no Colégio Marista São José. Toda a programação foi gratuita ao público.

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II Campori da Missão Mineira Norte – Fiel como Daniel

Realizado pela Missão Mineira Norte (Sede Administrativa da Igreja Adventista do Sétimo Dia para o Norte e Noroeste de MG), com apoio da Secretaria de Cultura da Prefeitura de Montes Claros, o “II Campori da Missão Mineira Norte – Fiel como Daniel” aconteceu do dia 10 a 13 de outubro de 2014, no Parque de Exposições João Alencar Athayde. Todo suporte à segurança e saúde, organi-zada pela Coordenadoria de Segurança para Eventos da Secretaria de Cultura, em parceria com o Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, MCTrans, Secretaria de Meio Ambiente, Secretaria de Saúde, SAMU, proporcionou aos participantes e convidados total tranquilidade durante todos os dias do evento. A abertura do evento contou com a participação especial da Banda de Música do 10º Ba-talhão da PMMG e no último dia o evento se despediu com desfile no centro de Montes Claros, se iniciando na Praça da Catedral e encerrando com um abraço dos desbravadores ao redor da Praça da Matriz.

O evento, já em sua 2ª edição, tem como principais objetivos motivar os participantes a serem fiéis aos ensinos de Jesus, inspirar adolescentes e líderes ao serviço de Deus, à conservação da na-tureza, motivar a prática de serviços à comunidade, proporcionar momentos de alegria através da interação com novos amigos, favorecer o conhecimento, as experiências e a troca de informações entre os clubes de outras regiões e fortalecer as capacidades mentais, físicas e espirituais. Os obje-tivos são alcançados através de eventos e atividades diversas, tais como gincanas, acampamentos (onde são trabalhados os conceitos da importância do trabalho coletivo, ajuda ao próximo, intera-ção entre grupos de outras localidades, estreitamento dos laços de amizade, etc), orações, palestras motivacionais através de conscientização sobre os malefícios do uso de drogas, bebidas alcoólicas, cigarro, além do acesso indiscriminado e sem orientação da internet (redes sociais e sites proibidos e nocivos ao bom convívio social, etc), relacionamento íntimos em idade precoce e outros.

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FIEMG e Cultura

Em celebração aos 80 Anos de funda-ção da FIEMG, a Secretaria de Cultura ofe-receu suporte e apoio ao grande show da banda mineira Skank, em parceria com a Orquestra Sinfônica do SESI Minas. Cerca de 5.000 pessoas foram brindadas com um espetáculo de encher os olhos, com a banda Skank executando seus principais

sucessos, acompanhados pela Orquestra Sinfônica do SESI Minas. O espetáculo foi gratuito, um evento de grande sucesso que, com apoio da Secretaria de Cultura, viabili-zou suporte e apoio da Guarda Municipal, Vigilância Patrimonial, MCTrans, Polícia Militar, Polícia Cilvil, Polícia Federal, SAMU, Corpo de Bombeiros, ambulâncias do 55º BI, levando tranquilidade e segurança para o grande público presente.

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Palco Itinerante das Artes Integradas

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Com o objetivo de levar cultura e lazer a toda Montes Claros, a secretaria de Cultura da Prefeitura de Montes Claros, em parceria com a Fundação Nacional de Artes – FUNARTE, apresentou de 22 de novem-bro a 13 de dezembro o Palco Itinerante das Artes Integradas de Montes Claros. O evento foi realizado em 11 bairros da área urbana e 4 distritos

da zona rural, com apresentações musicais, teatrais e folclóricas. Ao possibilitar que a comunidade tivesse acesso às atividades artísticas, criando opção de lazer para as famílias de bairros e também zonas ru-rais, o projeto fomentou o circuito turístico da região. Devido ao grande sucesso, no ano de 2015 o Palco Itinerante terá uma segunda edição.

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Artesanato (de artesão + ato) é essencial-mente o próprio trabalho manual ou produção de um artesão. Mas com a mecanização da in-dústria o artesão é identificado como aquele que produz objetos pertencentes à chamada cultura popular.

Tradicionalmente, o artesanato é a pro-dução de caráter familiar na qual o produtor (artesão) possui os meios de produção (sendo o proprietário da oficina e das ferramentas) e trabalha com a família em sua própria casa, realizando todas as etapas da produção, des-de o preparo da matéria-prima, até o acaba-mento final; ou seja, não havendo divisão do trabalho ou especialização para a confecção de algum produto.

O artesão é um criador, usa de sua criati-vidade nata e habilidade manual para gerar bens artísticos ou de consumo. Geralmente, utiliza matéria prima do ambiente em que vive.

Casa do Artesão

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Dessa forma, o artesão é fiel representante da cultura e tradições onde mora, ajudando a preservar, através da história contada por sua arte, as raízes do povo de um lugar. O traba-lho do artesão desperta curiosidade e fascí-nio, pois sua criação independe de formação profissional, sendo uma manifestação espon-tânea do artista, que usa de suas habilidades como fator de satisfação estética e espiritual e ao mesmo tempo gerador de renda. Geral-mente, a arte é passada de geração para ge-ração e, em alguns casos, a arte torna-se uma identidade natural de uma linhagem familiar.

Considerado patrimônio cultural, o arte-sanato é feito a partir de materiais típicos de cada lugar, como sementes, miçangas, cerâ-mica e madeiras. Aos poucos, garrafas pet, plástico, vidro, entre outros, também passa-ram a ser incorporados à atividade, criando um artesanato sustentável.

Com mãos habilidosas e sensibilidade

nata, a ceramista Cida

da Cerâmica produz peças

que encantam

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Fundada em 14/03/1990, a Casa do Artesão é uma entidade sem fins lucrativos, sendo uma divisão da Secretaria de Municipal de Cultura. Com amplo espaço (área de 505.78 m2), os artesãos produzem, expõem e comercializam suas obras. A finalidade da Casa do Artesão é proporcionar aos artesãos condições de execu-tarem suas ideias, dar forma à sua imagina-ção. Funciona como escola, onde os artesãos

e a população podem receber aulas e treina-mento para seu aperfeiçoamento. Além disso, a Casa do Artesão favorece a aquisição de ma-téria-prima e comercializa suas obras. Ainda mais importante é a promoção da integração dos artesãos da cidade e região, preservando e solidificando as tradições culturais, manifesta-das através do artesanato. A Casa do Artesão proporciona a visitantes e turistas uma ocasião

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A artesã Maura produz e pinta as peças, na técnica conhecida como “pintura em cerâmica”

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de lazer, pela apreciação da beleza das peças em exposição, constan-te e contínua. A instituição atua com o intuito de fomentar o fazer artesanal objetivando transformar a região em um polo de produção e comercialização das mais variadas peças, que contam com o reconhe-cimento artístico e cultural.

A Casa do Artesão se tornou um importante referencial para a região e promove atividades ar-tesanais que valorizam a cultura regional, além de manter vivo o artesanato municipal. Todo ano, a entidade promove a “Semana do Artesão”. Dentro da “Semana do Artesão”, é comemorado o Dia do Artesão, dia 19, data especial para aqueles que criam com as próprias mãos obras de arte, dando uma característica única, contando uma história. A data também é uma ho-menagem ao São José Carpinteiro que, segundo a religião cristã, foi pai do menino Jesus.

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A expressão concentrada do artesão Aílton expressa toda sua entrega na belíssima arte de

dar forma e beleza aos vasos em argila

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A entidade também desenvolve um trabalho junto com a coordenadoria do Idoso, “Projeto Idosas Solidárias”, com cursos de bordados para pessoas idosas e com a Secretaria de Saúde e PSF do bairro de Lourdes, oferecendo oficinas de Terapia Ocupacional.

A entidade oferece à população di-versos cursos, entre eles modelagem em cerâmica, confecção de viola e rabeca, pintura em tecido e bordados em patchwork. Montes Claros é reco-nhecida como a "cidade da arte e cul-tura", é muito rica em cultura popular e erudita. Muitos são aqueles que se destacam na música, na literatura e nas artes de modo geral. Mas o for-te é a cerâmica, e às vezes o artesão enfrenta a dificuldade em ter acesso à matéria prima necessária para desen-volver seu trabalho e até mesmo por falta de espaço. A Casa do Artesão facilita para o artesão a aquisição de matéria prima, disponibiliza o local de trabalho para produção e comerciali-zação das peças.

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O trabalho da Casa do Artesão promove o en-contro de manifestações culturais diversas, com o intuito de instigar a prática e de inspirar novas ações de valorização da cultura popular e de estabelecer elos entre mestres, artesãos, artis-tas e as novas gerações que serão portadoras e guardiãs deste legado. Na Casa do Artesão funciona também uma oficina de lutheria, que é um espaço de fabricação de rabecas e de vio-

las caipira. A oficina funciona como uma escola de manutenção e de transmissão de saberes daqueles que dominam o ofício da construção de viola caipira e da rabeca. Neste importante trabalho os mestres de oficio repassam o saber e o fazer a todas as pessoas interessadas, de diversas faixas etárias, dando-lhes a oportuni-dade de dominarem a confecção do instrumen-to. Nesta oficina, que contempla um público

alvo de faixa etária diversa, observa-se que a terceira idade é bastante freqüente e interessa-da. Despertar nesses alunos o interesse não só pela confecção, mas também pelo aprendizado dos métodos de como tocar esses instrumentos também foi conseqüência natural do trabalho na oficina. Os saberes da construção de viola caipira e rabeca é passado através do trabalho do luthier Lauzinho e luthier Moisés Montes.

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O luthier Lauzinho também é um exímio tocador de rabeca e viola caipira

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A Casa do Artesão possui também uma loja, onde comercializa o artesanato ali pro-duzido. A loja funciona no Sobrado Versia-ni-Maurício, sede da Secretaria de Cultura da Prefeitura de Montes Claros. População e turistas encontram lá as melhores peças ela-boradas na Casa do Artesão, excelentes para quem quer presentear como lembrança de Montes Claros.

A loja recebe autoridades, estrangeiros e pessoas de vários lugares do Brasil em visita ao centro histórico de Montes Claros. Muitas peças foram exportadas para a Dinamarca. Interessados em participar das oficinas de-verão entrar em contato através do telefone: 3229-3459 ou no endereço: Rua Andradita 681, Bairro de Lourdes (ao lado do Posto de saúde) de segunda a sexta de 08:00 as 18:00.

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O luthier Moisés Montes ensina o ofício ao aluno Zé Paulo

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Base do conhecimento, através da qual damos significado

ao cotidiano e acumulamos experiências para utilizar

durante a vida.

Memória“

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Voz, música, imagem, textos e outros docu-mentos compõem suportes empíricos que per-mitem serem passados, de geração a geração, os fatos e experiências do passado.

O homem possui essa capacidade, e essa ferramenta é de tal forma preponderante no ser humano que é este mecanismo o que nos permite evoluir de forma ininterrupta e grada-tiva.A essa ferramenta, essa capacidade, esse mecanismo, damos o nome de memória.

A memória pode ser individual, compreen-dendo as vivências e experiências particulares de cada indivíduo, segundo sua própria per-cepção, sua influência sobre os fatos. Essa me-mória, apesar de individual, recebe influências externas, do local onde o indivíduo vive, sua sociedade e seu meio de sobrevivência.

A outra memória é a denominada memória coletiva, que é um conjunto de fatos e aspectos relevantes e concernentes a um passado cole-tivo de determinada sociedade. Essa memória coletiva é expressada nos chamados lugares da memória, que são os monumentos, qua-

dros, obras literárias, registros diversos (músi-cas, poemas, crônicas, etc), grafismos e outros elementos disponíveis ao acesso popular.

Montes Claros possui uma peculiaridade bastante marcante, que a coloca no rol das ci-dades que se autodenominam “cidade da arte e da cultura”: nossa memória cultural.

A memória cultural de nossa cidade é bas-tante rica e prolífera, e tem uma base muito bem assentada, graças a diversas personali-dades históricas das mais diversas áreas, seja da arquitetura, da música, da poesia, da políti-ca ou mesmo de grupos específicos, que com-põem sua própria história e, assim, ajudam a formar a história de nosso povo, exemplo dos Catopês, Marujos e Caboclinhos.

Nas páginas seguintes, reunimos alguns dos mais importantes personagens de nossa his-tória. Evidentemente que, pelo fato deste livro não se tratar de obra acadêmica, não estão presentes todas as personagens, e tampouco a história dos personagens aqui mostrada é completa e definitiva.

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Mineiro de Montes Claros, Cyro Versiani dos Anjos foi jornalista, professor, cronista, romancista, ensaísta e memorialista. Após concluir os cursos primário e secundário em Montes Claros, cursou Direito na Universidade Federal de Minas Gerais, formando-se 1932. Trabalhou como funcionário público e jorna-lista. Foi oficial de gabinete do secretário das Finanças, oficial de gabinete do governador, diretor da Imprensa Oficial, membro do Con-selho Administrativo do Estado e presidente do mesmo Conselho. De 1940 a 1946 foi pro-fessor de Literatura Portuguesa na Faculdade de Filosofia de Minas Gerais. Em 1937, publica seu mais famoso romance “O Amanuense Belmiro”. Em 1976, muda-se para o Rio de Janeiro, assumindo funções na administração federal.

Em 1952, foi para o exterior, exercendo car-gos no México e depois em Lisboa. Foi duran-te esse período que publicou o ensaio “A Cria-ção Literária”. Retornou ao Brasil em 1955e, em 1976, ao se aposentar, retornou para o Rio de Janeiro, onde lecionou na Universida-de Federal do Rio de Janeiro. Considerado o romancista mais poético e sutil da década de 30, seus romances são marcados pelo lirismo e pela delicadeza de traços. Faleceu em 4 de agosto de 1994.

Darcy Ribeiro nasceu em Montes Claros, Minas Gerais, em 26 de outubro de 1922. For-mou-se em Antropologia em São Paulo (1946) e dedicou seus primeiros anos de vida profis-sional ao estudo dos índios do Pantanal, do Brasil Central e da Amazônia. Neste período fundou o Museu do Índio e criou o Parque In-dígena do Xingu. Escreveu uma vasta obra et-nográfica e de defesa da causa indígena. Nos anos seguintes (1955) dedicou-se à educação primária e superior. Criou a Universidade de Brasília e foi Ministro da Educação. Mais tar-de foi Ministro-Chefe da Casa Civil. Foi lança-do ao exílio pelo golpe militar de 64. Viveu em vários países da América Latina onde, con-duzindo programas de reforma universitária, com base nas ideias que defende em “A Uni-versidade Necessária”. Foi assessor do pre-sidente Salvador Allende, do Chile, e Velasco Alvarado, do Peru. Escreveu neste período os cinco volumes de seus Estudos de Antropolo-gia da Civilização (O processo civilizatório, As Américas e a Civilização, O dilema da América Latina, Os Brasileiros: 1. Teoria do Brasil, e Os índios e a Civilização), que têm 96 edições em diversas línguas. Neles propõe uma teoria ex-plicativa das causas do desenvolvimento de-sigual dos povos americanos. Ainda no exílio, começou a escrever os romances Maíra e O

mulo, e já no Brasil escreveu dois outros: Utopia selvagem e Migo. Publicou “Aos Trancos e Bar-rancos” e uma coletânea de ensaios insólitos: (Sobre o óbvio), e um balanço de sua vida inte-lectual: Testemunho. Edita com Berta G. Ribeiro a Suma Teológica brasileira. Seu último livro é “A Fundação do Brasil”.

Retorna ao Brasil em 1976. Elegeu-se vice--governador do estado do Rio de Janeiro, foi se-cretário da Cultura e Coordenador do Programa de Educação, com o encargo de implantar 500 CIEPs que são grandes escolas de turno com-pleto para 1000 crianças e adolescentes. Criou a Biblioteca Pública Estadual, a Casa França--Brasil, a Casa Laura Alvin, o Centro Infantil de Cultura de Ipanema. Criou o Sambódromo, em que colocou 200 salas de aula para fazê-lo fun-cionar também como uma enorme escola pri-mária. Elegeu-se senador da República, função que exerce defendendo vários projetos, entre eles, uma lei de trânsito para defender os pe-destres contra a selvageria dos motoristas; uma lei dos transplantes que, invertendo as regras vigentes, torna possível usar órgãos dos mortos para salvar os vivos; uma lei contra o uso vicioso da cola de sapateiro que envenena e mata mi-lhares de crianças. Combate energicamente no Congresso para que a Lei de Diretrizes e Bases da Educação seja mais democrática e mais efi-caz. Publica pelo Senado a revista Carta, onde os principais problemas do Brasil e do mundo são analisados e discutidos. Foi eleito membro da Academia Brasileira de Letras. Estão entre suas façanhas maiores haver contribuído para o tombamento de 98 quilômetros de belíssimas praias e encostas, além de mais de mil casas do Rio antigo. Colaborou na criação do Memorial da América Latina, edificado em São Paulo com projeto de Oscar Niemeyer. Gravou um disco na série mexicana “Vozes da América”. E mereceu títulos de Doutor Honoris Causa da Sorbonne e das Universidades de Montevidéu, Copenhague e da Venezuela Central. Faleu em 17 de fevereiro de 1997.

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Hermes Augusto de Paula nasceu no dia 6 de dezembro de 1909, em Montes Claros (MG). De origem humilde, filho de tropeiros, seu pai era Basílio de Paula Ferreira e sua mãe Dona Joaquina Mendonça de Paula. Concluiu o curso primário no Grupo Escolar Gonçalvez Chaves de Montes Claros e, na adolescência, trabalhou na farmácia da cidade com o mé-dico Plínio Ribeiro, influência que futuramente o levaria à carreira médica. Aos 18 anos de idade, após sua mãe ganhar um prêmio da loteria mineira, prosseguiu seus estudos em Belo Horizonte. Depois, mudou-se para Juiz de Fora, onde continuou seus estudos. Em 1934, já na Faculdade Fluminense de Medicina de Niterói, durante o curso de graduação, ficou amigo do renomado Professor e Doutor Vital Brazil. Após concluir o curso médico e obter o título de especialista em laboratório, foi convi-dado pelo Dr. Vital Brazil a trabalhar sob seu serviço. Mas, apaixonado por Montes Claros, retorna a sua cidade e monta o primeiro la-boratório de análises clínicas da região (onde hoje é o café “Galo”). Ali, atuava também como clínico geral.

Foi diretor-clínico da Santa Casa “Nossa Senhora das Mercês”, de Montes Claros, em 1949; sócio e membro do Conselho Consul-tivo da Associação Médica de Minas Gerais;

Professor de Higiene e Puericultura da Escola Normal Oficial de Montes Claros; Diretor-geren-te do Instituto Antônio Teixeira de Carvalho; e Chefe da 5a Delegacia Regional de Saúde. Foi também idealizador da Faculdade de Medicina do Norte de Minas, hoje pertencente à Universi-dade Estadual de Montes Claros - UNIMONTES.

Mesmo não se considerando um literato, o Dr. Hermes de Paula era membro da Acade-mia Montesclarense de Letras, da Academia Municipalista de Letras de Belo Horizonte e da Academia de Letras de Piracicaba. Trabalhava como jornalista (sendo diretor da Gazeta do Norte) e escreveu vários livros, como: o “Sesqüi-centenário da Paróquia de Nossa Senhora e São José”, que relata história dessa paróquia no pe-ríodo do Padre Chavez ao Padre Dudu; “Montes Claros, sua história, sua gente, seus costumes”, importante enciclopédia montesclarense que conta a história do município a partir do ano de 1707; “A medicina dos médicos e a outra...” com curiosidades médicas de sua região. Também deixou obras como o “Caderno de Modinhas”, “Legisladores de Montes Claros” e o esboço de “Aconteceu em Montes Claros”.

Mesmo sem tocar instrumentos, fundou o Grupo de Serestas João Chaves, que se apre-sentou por todo o Brasil e até em um festival em Buenos Aires - Argentina. Dirigidas por ele mes-mo, as apresentações do grupo eram recheadas por palestras sobre a cultura do sertanejo mon-tesclarense e foi em uma apresentação ao en-tão Presidente da República Costa e Silva, que o Dr. Hermes de Paul conseguiu o presidente a implantação asfáltica da BR-135.

Idealizador da Faculdade de Medicina do Norte de Minas, foi durante o “Seminário dos Professores e Alunos da Faculdade de Medici-na”, Hermes de Paula foi declarado pelo então diretor, José Nildo, como sendo o primeiro a re-ceber o título “Doutor Honoris Causa” da Facul-dade de Medicina da cidade de Montes Claros.

Apenas dois dias depois, veio a falecer, dia 10 de junho do ano de 1983.

Cartunista, chargista, caricaturista, ilustra-dor, Konstantin Christoff nasceu na Bulgária em 1923 e, aos 9 anos, veio para Montes Cla-ros com a família. Ainda adolescente, interes-sou-se pelo desenho de humor e pelas histó-rias em quadrinhos. Nos anos 40, mudou-se para Belo Horizonte onde cursou e diplomou--se em Medicina. De volta a Montes Claros, se dedica à pintura e faz retratos, paisagens, naturezas mortas. Na Santa Casa, trabalhou como cirurgião geral. Ilustrou livros e publicou inúmeros desenhos na Imprensa brasileira, in-clusive nas famosas revistas “Careta” (Rio de Janeiro), “Edição Extra” (São Paulo) e Playboy, que deu-lhe a oportunidade de mostrar os encantos da mulher nua na exposição indivi-dual: “Nus – Estudos para a Viúva do Grande Homem”, na Galeria Novotempo, em Belo Horizonte. No início dos anos 80, iniciou uma série de auto-retratos que chamou a atenção da crítica de arte brasileira. Organizou uma exposição itinerante, onde percorreu espaços culturais de vários estados brasileiros, tornan-do-o nacionalmente conhecido. Produziu as séries: Via Sacra, Viagem a América e Os Oito Pecados Capitais.

Konstantin Christoff faleceu aos 87 anos de idade, em Montes Claros, e se imortalizou através da genialidade do seu trabalho.

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Cantora e compositora, Aline Mendonça nasceu em Montes Claros em 25 de dezem-bro de 1946. Começou a cantar nas serestas da família e aos 12 anos entrou para o Con-servatório Lorenzo Fernandez, em Montes Claros/MG, para estudar canto. Aos 17 anos deixou Montes Claros, transferindo-se para Belo Horizonte e em 1976 iniciou estudos de canto com Eládio Pérez-González. Em 1966 participou dos espetáculos “Taí nosso can-to” e “Collage 66”, que apresentavam novos artistas mineiros. Por essa época, junto com Clementina de Jesus, fez o show “O velho e o novo”.

Em 1972 participou do programa de ca-louros de Silvio Santos, em São Paulo, e ga-nhou o primeiro prêmio interpretando “Atrás da porta” (Francis Hime e Chico Buarque) e “Expresso 2222” (Gilberto Gil), o que lhe va-leu a antológica nota máxima do crítico José Fernandes e uma crônica, no Jornal O Dia, na qual ele a chamou de “A Sarah Bernhardt da canção”.

Em 1973, contratada pela gravadora RCA, mudou-se para o Rio de Janeiro. Na ocasião, gravou várias versões da composição “Amo--te (mesmo?) muito”, composta por Caetano Veloso especialmente para a cantora, não lançadas pela gravadora com a justificativa

de serem pouco comerciais. Gravou então um outro compacto simples com as canções “Quase meio dia” (Piry Reis, João Carlos Pádua e Geral-do Carneiro) e “Viva México” (Piry Reis e Geraldo Carneiro), lançado pela gravadora, porém não trabalhado pelo departamento de Marketing. Logo depois, a cantora rescindiu contrato com a RCA Victor. Nesse período, sobreviveu cantando nas casas noturnas da Lapa, centro do Rio de Janeiro. Participou de vários shows coletivos, como “Circuito aberto de música brasileira”, que buscavam espaço para os novos músicos. Tam-bém apresentou shows elogiados pela crítica: “Canto mulato”, “O riso e a faca”, “Cante a palo seco” e “Batalhão das sombras”. Por essa épo-ca, participou intensamente do Comitê Brasilei-ro pela Anistia e dos movimentos de resistência ao regime militar.

Em 1978, com Jards Macalé e Moreira da Sil-va, fez o Projeto Pixinguinha no Teatro Dulcina. No ano seguinte, fundou a “Companhia Vento de Raio”, seu próprio selo fonográfico. Lançou o primeiro disco, no qual interpretou, entre ou-tras, “O cavaleiro e os moinhos” (João Bosco e Aldir Blanc), “Perna curta” (J.C Mello, Passoca e Gerson Deslandes), “Amo-te muito” (João Cha-ves), “Amo-te (mesmo) muito” (Caetano Veloso), “Vento de maio” (Telo e Márcio Borges), “Esta é a sua vida” (João Bosco e Aldir Blanc), “Tá lembrado de mim?” (R. Nascimento e W. Mon-tenegro), “Ponta do Seixas” (Cátia de França), “A mulata” (D.P), “A carta” (Tom Zé), “Meu amor não sabia” (Ivan Lins e Vítor Martins), “Negação” (João Bosco e Aldir Blanc) e “Amanheceremos” (Jaime Alem). Este foi um dos primeiros discos independente de uma cantora no Brasil.

Em 1982 lançou o LP “Uma face outra face”. Neste mesmo ano, fez vários shows de lança-mento do disco, dentre eles o show “Uma face, outra face”, no Sesc de São João de Meriti, com direção de Sidney Cruz. Ainda em 1982, produ-ziu o disco “Planalto dos cristais”, do pianista e arranjador Helvius Vilela.

Em 1986, em São Paulo, no Centro de Pesqui-

sas Teatrais, dirigido por Antunes Filho, aprofun-dou seu trabalho de pesquisa sobre a obra de João Guimarães Rosa.

No ano de 1987 apresentou em vários espa-ços o espetáculo “Amo-te muito”, com canções entremeadas com textos de Guimarães Rosa. No ano seguinte lançou o LP “Mares de Minas”, acompanhada em quase todas as faixas pelo guitarrista Toninho Horta. No disco foram in-cluídas, entre outras, “Mar de Espanha” (Sueli Costa e Capinam), “Papel marchê (João Bosco e Capinam), “Dois mil e índio” (João Bosco e Aldir Blanc), “Vida consagrada” (Élcio Lucas e Men-ça), “Infância” (Hélvius Vilela), “Noite no sertão” (Aline), “Era só o começo do fim” (Yuri Popoff), “O bardo” (João Chaves), “Yo digo que las estrellas” (Silvio Rodríguez) e “Rama da alegria” (Sônia Prazeres). No ano seguinte apresentou espetá-culos baseados na obra de Guimarães Rosa, “O melhor de tudo é a água” e “Alegria é o justo”.

Em 1988 regressou a Montes Claros, onde dedicou-se a uma vasta pesquisa da música popular brasileira, que resultou no chamado “Projeto raízes e antenas”, que foi articulado com sindicatos, ONGs ambientalistas, movi-mentos sociais, universidades e escolas, e de-bateu temas como a ecologia dos cerrados, a desagregação da cultura sertaneja, a condição da mulher e os direitos humanos. Produziu tra-balhos coletivos com a obra de João Guimarães Rosa, como as pesquisas “Grande sertão vere-das e seus ecossistemas”; “Cavernas do Grande sertão”; “Ecossistemas Grande sertão: veredas - as transformações culturais e a destruição ambiental no norte de Minas”; “Veredas do Pe-ruaçu” e “O ciúme em Grande sertão veredas”.

Faleceu em 2003. Deixou dois trabalhos iné-ditos: um com gravação de canções de amor, entre elas “Beatriz” (Edu Lobo e Chico Buarque), “Paula e Bebeto” (Milton Nascimento e Caetano Veloso) e “Volver a los dicesiete” (Violeta Parra), feitas com o músico francês Bernard Aygadoux, e uma gravação da obra da artista plástica e compositora mineira Lisabeth Emmermacher.

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Cândido Simões Canela nasceu na cida-de de Montes Claros, no dia 22 de agosto de 1910. Filho de Antônio Canela e de dona Luzia Simões Canela.

Concluiu o curso primário na sua terra na-tal, na Escola Normal de Montes Claros, no ano de 1929. Tabelião do 1º Ofício, Vereador à Câmara Municipal de Montes Claros por vá-rios mandatos.

Humorista satírico e inspirado trovador, considerado pelo compositor e produtor Téo Azevedo como um dos maiores poetas brasi-leiros, teve os livros “Lírica e humor do sertão” e “Rebenta boi”, consagrados pelo público com edições esgotadas. Aborda predominan-temente a cultura popular em seus contos, causos e versos.

Em 1978, foi vencedor do Primeiro Festival Brasileiro de Música Sertaneja, promovido pela Rádio Record de São Paulo, com a mú-sica “Ternos pingos da saudade”, em parceria com Téo Azevedo. Sua composição “Saracuri-nha Três Pontes”, foi gravada por Tonico e Ti-noco e Pena Branca e Xavantinho. Membro da Academia Montesclarense de Letras. Contista e poeta filiado à escola de Catulo da Paixão Cearense.

Cândido Canela faleceu no dia sete de mar-ço de 1993.

Nascida na cidade de Coração de Jesus/MG, mas criada em Montes Claros/MG, He-lena Netto sempre foi uma artista nata. Na década de 70 muda-se para a capital minei-ra, Belo Horizonte, onde estudou e formou em arte na Escola Guignard. Durante dois anos, teve a orientação do professor Amilcar de Castro na área da escultura. Pesquisando os mais diferentes materiais, passa pelo relevo, o objeto e o conceitual. Sua relação de exposi-ções individuais começa em Montes Claros e se estende por muitas outras cidades e capi-tais do país, contando cerca de dez registros. Sempre presente nos salões nacionais de arte, conta quinze prêmios significativos. No âmbito internacional, participa do Grupo “Es-cultores Latino Americanos”, com itinerância pelo Brasil, Chile, Argentina, Colombia, Uru-guay. Expôs em Paris na “Brasil Art Gallerie” e na Feira Internacional de Arte em Barcelona - Espanha. É autora do projeto de uma fonte luminosa com escultura em aço inox, para o Movimento Pró-Savassi. Seu nome figura com destaque entre os artistas da escultura em Minas Gerais com seu domínio da forma e sua fértil criatividade. Determinada e convic-ta, sua meta era alcançar sempre um estágio mais elevado, no contexto da arte contempo-rânea. Faleceu no dia 23 de março de 2014.

João Chaves era compositor, poeta e ins-trumentista. Nasceu em Montes Claros/MG em 22/5/1887 e desde criança dedicou-se à música e estudou flauta, pistom e violão. Por volta de 1908, compôs a canção “O bardo”. Em 1910, compôs a modinha “Amo-te muito”, considerada sua obra prima. Em 1964, a mo-dinha “Amo-te muito” foi gravada duas vezes, pelo Coral de Ouro Preto, e pela cantora Eli Ca-margo. Em 1973, sua canção “Amo-te muito” foi regravada pelo cantor Luiz Cláudio, no LP “Caatingas”, lançado pela gravadora Odeon. Em 1976, “Amo-te muito”, na gravação de Luis Cláudio, contando com as participações de Iberê Gomes Grosso, no cello, Vidal Ramos, no contrabaixo e Radamés Gnattali, no piano, foi incluída no álbum “Cantares brasileiros I - A modinha”, da Companhia Internacional de Seguros. Publicou o livro de poemas “Risos e lágrimas”. Fundou os jornais “A palavra” e “O sol” Colaborou com os jornais “O Boêmio” e “Veneta”. Pouco antes de falecer escrevia para o jornal “A Gazeta do Norte”. Entre suas obras está a modinha “Segredo”, com letra de Antônio Cardoso Faria. Em 1999, foi homena-geado pelo cantador e violeiro Téo Azevedo, de Montes Claros (MG), que compôs a modi-nha sertaneja “Réquiem a João Chaves”, par-ceria com Amelina Chaves. Faleceu em 1970.

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Raymundo Felicíssimo Colares, o Ray Co-lares nasceu em Grão Mogol, em 1944, e se mudou para Montes Claros aos 7 anos. Es-tuda, em 1966, na Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Nes-sa época, torna-se amigo dos artistas Anto-nio Manuel e Hélio Oiticica. No ano seguinte, deixa a EBA e passa a frequentar o ateliê li-vre de Ivan Serpa (1923-1973), no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ). A convite de Antonio Dias (1944), participa da exposição Nova Objetividade Brasileira, no MAM/RJ. A partir de 1968, passa a produzir os “gibis” - livros-objeto, nos quais explora as dobras e cores do papel, cujas folhas devem ser manuseadas pelo espectador. Apresenta, em 1969, os primeiros trabalhos tridimensio-nais, nos quais utiliza alumínio pintado. No mesmo ano, leciona no Ateliê Livre do MAM/RJ. Recebe o prêmio de viagem ao exterior, do Salão Nacional de Arte Moderna (SNAM), em 1970. Viaja para Nova York, Trento e Milão, em 1972. Volta a residir em Montes Claros, onde permanece até 1981. Nesse ano, muda-se para Teresópolis, Rio de Janeiro. Em 1983, as galerias Saramenha e Paulo Klabin, no Rio de Janeiro, realizam uma mostra-resumo de sua produção. Em 1986, já em Montes Claros, um trágico acidente de incêndio tira sua vida.

Godofredo Guedes nasceu em Riacho de Santana, na Bahia, em 1908. Músico e com-positor, Godofredo era o responsável pela maioria dos bailes e serestas de Montes Cla-ros, cidade onde chegou em 1935. Tocava vio-lão e clarinete, entre outros instrumentos que, exímio artesão, ele mesmo construía. Compôs mais de 100 músicas, principalmente choros e sambas. No entanto, entre suas músicas estão também modinhas, serestas, marchas, dobrados e boleros.

As artes plásticas eram outro campo de exercício do talento de Godofredo. Foi dese-nhista e pintor, autor de obras de grande ex-pressividade plástica, muitas delas de grande dimensão, com temática popular e gosto em retratar paisagens mineiras. Suas obras fa-zem parte de acervos particulares e públicos em várias regiões de Minas. Como suas músi-cas, as criações do artista plástico Godofredo Guedes parecem falar de um país com forte marca provinciana, no sentido nobre da pala-vra. É pintura figurativa, com poderoso apelo emocional.

Com a mulher, Júlia, teve oito filhos. A arte musical do baiano de alma montes-clarense já está presente na terceira geração dos Gue-des. O compositor e artista plástico faleceu em 1983.

Nivaldo Maciel Araújo, um dos ícones da história cultural de Montes Claros, popu-larmente conhecido pelo seu famoso “aboio de vaqueiro sertanejo” de origem rural, nas-ceu em Montes Claros em 1920 e faleceu em 2009, aos 89 anos de idade. Foi político, seresteiro, cantador e radialista. Através da música tornou-se conhecido popularmente por seu inconfundível “aboio” e se destacou em vida como uma das personagens mais importantes para a cultura montes-clarense, através de participação nas tradicionais cava-lhadas, grupos de música e festas agropecu-árias. Como ex-vereador, notabilizou-se pelo legado à educação, através da implantação de escolas municipais nos diversos distritos do município.

Um dos episódios marcantes da vida do se-resteiro foi o pedido feito ao então presidente da República Artur da Costa e Silva, em Brasí-lia, em 1967, de asfaltamento da BR-135 (tre-cho entre Curvelo e Montes Claros). À época, Nivaldo Maciel integrava o grupo de serestas João Chaves, do qual participou de sua cria-ção e fez a reivindicação logo após a apresen-tação para o presidente e comitiva.

Fonte: http://unimontes.br/index.php/todas-as-no-ticias/7408-editora-unimontes-lanca-livro-sobre--a-vida-do-politico-e-seresteiro-nivaldo-maciel

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O Conselho Municipal do Patrimônio Ar-tístico e Cultural de Montes Claros – COMPAC, ór-gão colegiado, autônomo, consultivo e deliberativo, vinculado à Secretaria Municipal de Cultura, tem por finalidade deliberar sobre diretrizes, políticas, normas regulamentares e técnicas para proteção e preservação do patrimônio cultural, histórico, natu-ral e científico de interesse de preservação do mu-nicípio. Assim, é atribuído ao COMPAC, dentre suas várias competências:

- Propor o tombamento dos bens culturais, históricos, naturais e artísticos;- Propor planos de execução de serviços e obras ligados à proteção, conservação

ou recuperação de bens- Promover e estimular a realização de ações educativas, de identificação, valori-

zação e proteção dos bens culturais, junto à sociedade e a instituições de natureza pública ou privada;

- Proceder a levantamento, pesquisa, registro e difusão dos acervos considera-dos de interesse de preservação;

- Analisar, aprovar ou vetar qualquer projeto público ou privado que implique em impacto sobre o patrimônio cultural do município;

- Responder a consultas sobre matéria de sua competência, bem como orientar os interessados e o público em geral quanto à aplicação de normas de proteção do patrimônio histórico, artístico e cultural e, ainda, divulgar relatório sobre situação do patrimônio cultural no município;

- Acionar o órgão próprio do Poder Executivo e recorrer ao Poder Judiciário, sem-pre que houver ações lesivas ao patrimônio tutelado pelo município;

- Manter intercâmbio com instituições públicas e privadas, nacionais e interna-cionais, com vistas à mútua cooperação técnica, científica e financeira.

A Secretaria Municipal de Cultura, atra-vés do projeto COMCULTURA I, financia importan-tes manifestações artísticas e culturais em Mon-tes Claros, com finalidade de apoiar, incentivar, difundir, valorizar, desenvolver e preservar as ex-pressões artísticas e o patrimônio cultural do Mu-nicípio de Montes Claros. No ano de 2013 foram contemplados projetos culturais de 23 artistas de diversas áreas, utilizando 1,5% do IPTU do ano de 2012. O COMCUlTURA II será realizado no ano de 2015, em homenagem a Konstatin Christoff, com o tema “Arteboi”.

A Política Cultural do Município compreende o conjunto de ações voltadas para a área cultural e tem como objetivos:

I - criar condições para que todos exerçam seus direitos culturais e tenham acesso aos seus bens;

II - incentivar a criação e produção culturais; III - promover as manifestações culturais típicas regio-

nais, passadas e atuais; IV - estimular a pesquisa artística e científica sobre a

cultura do município e da região, sobre o povo montescla-rense, suas origens e suas ações, seu meio ambiente, seu modo de vida, suas lutas e conquistas;

V - proteger os bens que constituem o patrimônio cultu-ral do município;

VI - compatibilizar o desenvolvimento econômico-social com a preservação da qualidade do meio ambiente e o desenvolvimento e preservação da cultura local em suas mais diversas manifestações;

VII - definir áreas prioritárias de ação governamental re-lativa à cultura do município;

VIII - atuar em sintonia com a área de Educação, para que a escola seja agenciadora da diversidade cultural.

Princípios da Política Cultural do Município de

Montes Claros:

No planejamento e execução de ações na área da cultu-ra serão observados os seguintes princípios:

I - a cultura como fator de desenvolvimento humano e social;

II - o respeito à liberdade de criação e produção de bens culturais e à sua livre divulgação;III - o respeito à concepção filosófica ou convicção política expressa em bem ou evento cultural;

IV - a valorização dos bens culturais como expressão da diversidade sócio-cultural do município;

V - o estímulo à sociedade para a criação, produção, pre-servação e divulgação de bens cu1turais, bem como para a realização de manifestações do setor;

VI - a atuação de forma organizada e integrada dos ór-gãos públicos municipais e destes com os Poderes Públi-cos Estadual e Federal e, principalmente, com as entidades da sociedade civil, para a produção de ações de interesse cultural;

VII - a descentralização das ações administrativas;

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