montagem pio

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Montagem Emanuel Cruz

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Page 1: Montagem pio

Montagem

Emanuel Cruz

Page 2: Montagem pio

Montagem

uma actividade de pós-produção realizador tem um papel activo na escolha das

imagens que irão dar corpo ao filmeactividade de extrema importância: escolher de entre várias hipóteses de imagens

recolhidas para a mesma cena aquela que transmite melhor a intencionalidade

estética do realizador

Page 3: Montagem pio

Montagem

com alguma criatividade do editor de imagem

com o auxílio da moderna tecnologia ao nível da edição de imagem

ultrapassar falhas registadas durante as filmagens fraca iluminaçãomenor desempenho dos actores

Page 4: Montagem pio

Montagem

É através da montagem que se vai criando a narrativa

juntar planos formando sequências inserir planos em sequências aproveitar som directo dessas sequências juntar comentários, música, ruídos,

silêncio

Page 5: Montagem pio

Ritmo da Montagem

depende de vários factores poder informativo e sedutor da história

está ligado à gestão desses factores agrupam-se à volta da noção puramente

psicológica de TEMPO

Page 6: Montagem pio

Ritmo da Montagem

Criar a narrativa consiste: gerir o ESPAÇO e o TEMPO

nunca esquecendo que tão importante é O QUE ESTÁ DENTRO COMO O QUE ESTÁ FORA

assim como O QUE VEM ANTES COMO O QUE VEM DEPOIS A interpretação de um plano depende do que já foi

visto e da expectativa relativamente ao que estará para vir !

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Ritmo da Montagem relação entre o tempo real (físico) e o tempo

fílmico (psicológico)1. TEMPO REAL = TEMPO FÍLMICO

Ex.: gravação integral de debate na TV2. TEMPO REAL > TEMPO FÍLMICOCondensação: um dia em 3 minutos3. TEMPO REAL < TEMPO FÍLMICODistensão: recordações, retrospectivas

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Funções da Montagem

A- funções narrativas Definem-se segundo relações de

causalidade/temporalidade ordem de sucessão é o elemento primordial1. montagem linear - os planos são dispostos

uns a seguir aos outros por uma ordem lógica e cronológica

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Funções da Montagem

A- funções narrativas

2. montagem invertida - a ordem cronológica não é respeitada e existem um ou vários regressos ao passado (flash-back); pode também introduzir-se um futuro no presente (flash-forward)

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Funções da Montagem

A - funções narrativas

3. montagem alternada / em paraleloapresentação de duas ou mais acções separadas, mostradas em alternância, que serão percebidas como uma só acção em simultâneo, a qual reúne os vários elementos das duas acções. Pode haver ou não um objectivo de comparação entre as duas acções

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Funções da Montagem

B - funções sintácticas ligação - consiste na continuidade de

representação. alternância - através da montagem

alternada, duas acções uma a seguir à outra,podem parecer uma só

Page 12: Montagem pio

Funções da Montagem

C - funções semânticas denotação- ligada aos aspectos da

causalidade, paralelismo, comparação...

conotação - ligada à montagem narrativa (espácio-temporal

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Funções da Montagem

D - funções rítmicas Pode ser estabelecida, de algum

modo, uma relação proporcional entre ritmo e sucessão de planos

Cria-se convergência entre atenção do espectador e movimento das imagens

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Funções da Montagem

D - funções rítmicas –aspectos chave Um plano provoca uma atenção diferente no

início e no fim1. Primeiro é reconhecido e situado; 2. em seguida existe um nível de atenção

máximo, em que é captado o seu significado;

3. por fim a atenção diminui.

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Funções da Montagem

D - funções rítmicas –aspectos chave

1. Sucessões de planos muito curtos podem traduzir uma subida de intensidade em direcção a um clímax.

2. Se em contrapartida eles forem cada vez mais longos podem contribuir para a calma, o relaxe, a tranquilidade

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Funções da Montagem

E - funções expressivas Com a montagem alternada

podemos sugerir sentimentos ou emoções diferentes numa mesma personagem

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Raccord e elipse

A continuidade da narrativa pode ser assegurada, entre outros aspectos, por ligações credíveis nas passagens de uns planos para os outros

os raccords

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Raccord e elipse

Tipos de raccord

1. movimento ou acção2. de elementos fixos3. técnicos

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Raccord e elipse

1. movimento ou acçãoEx: se uma personagem entra pela esquerda

e sai pela direita no plano 1, deve entrar pela esquerda no plano 2, se não quisermos que o espectador

julgue que ele vai voltar para trás...

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Raccord e elipse

1. movimento ou acçãoEx: se no plano 1 a personagem leva um copo à

boca, no plano 2 ela deve continuar a beber... se no plano 1 a personagem A olha para a

personagem B, da esquerda para a direita, no plano 2 B olha para A, da direita para a esquerda

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Page 24: Montagem pio

Raccord

1. movimento ou acção pode então ser construído relativamente

ao ângulo de visão ou à escala (regras dos 30º),

à direcção, ao gesto, ao olhar, ao campo/contra-campo (regra dos

180º),

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Raccord

2. de elementos fixos Cuidado com os “toques” que se dão

aos adereços entre o registo do plano 1 e do plano 2.

Ex.: cinzeiros, candeeiros, cadeiras, outros objectos do cenário...

ou relógios que trocam de braço, fitas de cabelo, mudanças de roupa sem justificação de mudança no tempo...

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Raccord

3. Raccords técnicos Mudanças na luz, nas condições da captação de

som, utilização de câmaras que dêem

imagens muito diferentes, etc.

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A elipse forma de “fabricar” a condensação do

tempo resumir uma acção, suprimindo uma

quantidade de elementos narrativos e/ou descritivos

é indispensável que, apesar dessa supressão se transmitam dados suficientes para fazer supor que aqueles elementos existem

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A elipse

Ex.: O nosso protagonista entra na

cama e apaga a luz (plano 1) O nosso protagonista está a tomar

o pequeno almoço (plano 2)Resultado: espectador admite que tivessem passado algumas horas

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A elipse

A ELIPSE PODE SERVIR PARA TORNAR A NARRATIVA MENOS PESADA

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Transiçõescorte e encadeado

O corte (cut) é a transição “natural” em que a última imagem do plano 1 está colada à primeira imagem do plano 2.

É necessária uma planificação muito cuidadosa para que se consiga montar várias sequências sempre em corte, evitando a falta de raccord.

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Transiçõescorte e encadeado

O encadeado (mix) é uma transição em que as últimas imagens do plano 2 aparecem gradualmente à medida que as últimas imagens do plano 1 vão desaparecendo.

Podemos construir encadeados mais lentos ou mais rápidos.

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Transiçõescorte e encadeado

Servem para efectuar mudanças de espaço e/ou de

tempo, para marcar ritmos de montagem de acordo

com o tipo de planos para efectuar elipses para evitar saltos de imagem se não

cumprirmos a regra dos 30º .

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Transiçõesfade in / fade out

aparecimento progressivo da imagem (fade in).

desvanecimento progressivo (fade out)

A seguir a um fade out vem normalmente um fade in

úteis para separar sequências ou temas de forma mais marcante

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Outros efeitos

movimento lento (slow motion) mostrar fenómenos que se passam

com demasiada rapidez dá relevância a um gesto ou pormenor

de decomposição do movimento; fazer subir a intensidade emocional; pode aumentar efeitos trágicos, ambientes pesados...

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Outros efeitosmovimento acelerado (fast motion) Pode avivar o tempo. Na maioria dos casos pode ter efeitos

cómicos. Usa-se para estudo de fenómenos

lentos que escapam à visão normal.

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Outros efeitosinversão ou observação de movimentos em sentido inverso

pode servir para sublinhar uma acção perpetuar determinado momento rever acção efeitos cómicos surpreendentes.

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Outros efeitosimagem gelada (freeze)

facilita a descrição, ajuda a dizer algo sobre o passado; significa paragem no tempo, morte, fracasso, fim da história... .

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Outros efeitosdistorsões

compressões, distensões, explosões, implosões... ,

podem ter efeitos estéticos alucinatórios, oníricos, fantásticos

muito utilizados em publicidade e em videoclips

servem ideias muito precisas - a utilizar com moderação

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Outros efeitossobre-exposição

saturação das cores para criar atmosferas particularmente

originais pode contrastar com uma visão da

realidade nua e crua

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Outros efeitoschroma key

A imagem A rompe a imagem B, coexistindo as duas a 100%.

Permite trazer um cenário para o estúdio, ou seja,

colocar personagens em ambientes onde elas nunca estiveram

Pode fazer diminuir enormemente os custos de produção

Page 41: Montagem pio

Outros efeitoscortinas e as trajectórias

Conduzir o olhar e a atenção do espectador

circunscrevem, tapam, destapam, fazem circular imagens no écran a 2D e a 3D

Page 42: Montagem pio

Composição

Pontos, linhas, formas

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Composição

consiste em dispor esteticamente os elementos que aparecem no enquadramento com o objectivo de dar eficácia ao conteúdo

Page 44: Montagem pio

Composição

No interior do plano existem certos pontos e linhas privilegiados em relação ao resto.

QUAIS?

Page 45: Montagem pio

Composição

As diagonais que se cruzam no centro determinam um primeiro ponto forte

Page 46: Montagem pio

Composição

OUTROS PONTOS FORTES

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Composição

As linhas A predominância das horizontais dá a

sensação de calma,paz, tranquilidade

Page 48: Montagem pio

Composição

As linhas As verticais produzem a sensação de

solidez, poder, tensão espiritual, elevação, actividade

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Composição

As linhas As diagonais dão sensação de

angústia, insegurança, desequilíbrio

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Composição

As linhas As quebradas podem dar a impressão

de instabilidade, fracasso

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Composição

As linhas As curvas são geralmente mais agradáveis e

dão a sensação de suavidade e calor

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Composição

As formas Triangulares

Page 53: Montagem pio

Composição

As formas Rectangulares – estabilidade, calma

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Composição

As formas Ovais – melancolia, tristeza

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Composição

As formas Circulares – harmonia, equilíbrio,

suavidade

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Composição

As massas Dão o peso ao enquadramento e asseguram

o seu equilíbrio A sensação de equilíbrio das massas resulta

da relação proporcional entre: 1. as maiores e as mais pequenas 2. as zonas mais iluminadas e as menos

iluminadas3. as zonas mais cheias e as mais vazias

Page 57: Montagem pio

Composição

POR FIM, IMPORTA: Definir bem o CENTRO DE

INTERESSE, assente nos pontos e linhas de força

Page 58: Montagem pio

Composição

POR FIM, Os primeiros planos podem

reforçar as sensações de PROFUNDIDADE

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Composição

POR FIM, O ACESSO ao motivo deve ser fácil

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Escala de Planos

gramática e retórica visual

Page 61: Montagem pio

Escala de Planos

PLANO: unidade mínima provida de sentido

série de parâmetros e de códigos inscritos no espaço

elementos limitados pelo enquadramento

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Escala de Planos

Espaço e disposição Apesar dos limites receptor não pode, por razões de

percepção e interpretação, ficar confinado aos mesmos

tão importante é o que está dentro (CAMPO), como o que está fora (FORA DE CAMPO)

Page 63: Montagem pio

Escala de Planos

3ª dimensão (eixo z) pode ser mais facilmente

conseguida pelo estabelecimento de planos em profundidade

1º plano, 2º plano,... último plano

Page 64: Montagem pio

Escala de Planos

Abertura do plano plano aberto – linhas deformadas no sentido do

ponto de fuga plano médio - reprodução mais fiel do ângulo de

visão plano fechado - compressão da profundidade de

campo

Page 65: Montagem pio

Escala de Planos

o ponto de vista normal, ao nível do motivo picado, de cima para baixo, tende a

achatar o motivo (diminuição psicológica)

contra-picado, de baixo para cima, tende a alongar o motivo (aumento psicológico)

Page 66: Montagem pio

Escala de Planos

o ponto de vista oblíquo, cria desequilíbrio, aumenta

efeito dramático subjectivo, o que a personagem (que se

encontra fora de campo) pode ver

Page 67: Montagem pio

a grandeza do plano

tem como padrão

o corpo humano

Escala de Planos