montados 2012.ppt [modo de...
TRANSCRIPT
1
Mário Cunha
Textos dedicados a docência exclusivamente para circulação interna dos alunos da disciplina de Silvicultura Geral FCUP
Sistemas florestais que integram o sobreiro e a azinheira
Mário Cunha FCUP
SILVICULTURA GERAL
Mário Cunha
ConceitosMontado Guarda
SISTEMA AGRO-FLORESTAIS TRADICIONAISOs sistemas de exploração da terra que integram o sobreiro estão associados às extensas paisagens alentejanas, onde as árvores aparecem dispersas na paisagem ou em povoamentos muito pouco densos. Todavia, os sobreiros também são frequentes noutras regiões e o povoamento pode ser bastante diferente.O sobreiro pode ser explorado por dois tipos de sistemas:-Sistema florestal ou sobreiraisAproveitamento florestal, marcadamente monofuncional (ver figura).Geralmente de origem espontanea, com estrutura irregular ou ajardinada e um abundante sub-coberto. Caracterizado por uma floresta densa, medianamente alta, com estrato arbustivo que pode ser dominado por espécies esclerófilas que não chegam a atingir o porte arbóreo, sem componentes pecuária e agrícola, onde a produção de cortiça se alia à cinegética e à apicultura. Fazia parte de florestas mais complexas mas tem-se expandido devido à actividade humana e tem grande importância económica. A cortiça começou a ser importante comercialmente no sec. XVIII devido ao comércio do vinho o que esteve na origem de uma forte expansão deste sistema florestal.-Montado de Sobro e AzinhoCaracterizado pela multifuncionalidade, em que a componente arbórea em povoamento aberto de baixa densidade está associada uma cultura agrícola em sob-coberto e/ou componente animal. Formaram-se a partir da mata primitiva: a charneca. Primeiro, foi aberto o de azinho para alimentação da vara de porcos e, mais tarde, no litoral, o de sobro, quando em meados do século XIX começou a valorizar-se a cortiçaEm Portugal o sobreiro é predominantemente explorado em regime de montado (70% da área total). No entanto independentemente do tipo de sistema em que está integrado o sobreiro, existe sempre o aproveitamento da cortiça.
2
Mário Cunha
ConceitosMontado Guarda
SISTEMA AGRO-FLORESTAIS TRADICIONAIS
Os bosques de sobreiro (Quercus suber) e azinheira(Q.rotundifolia and Q. ilex) ou os sistemas agro-silvo pastorisderivados (montados em Portugal, dehesas em Espanha,pascolo arbolato em Itália) são sistemas com elevado valorsocio-económico e ambiental. Estes sistemas ocorrem naPenínsula Ibérica, Sul de França, Sardenha, Argélia, Marrocos eTunísia. Para além de fonte de rendimento e subsistência (Ex:cortiça, lenha, pasto) suportam uma grande variedade deespécies, algumas delas em risco crítico de extinção (Ex: oLince-ibérico Lynx pardina, Águia-imperial Aquila adalberti,Veado-berbere Cervus elaphus barberi).
Mário Cunha
Modelos de exploração (sistemas de cultura)Montado Guarda
- Sistemas florestais que integram o sobreiro:
•Sobreirais (Florestal)
•Montado de sobro (Agroflorestal)
- Sistemas florestais que integram a azinheira:
•Azinhais (Florestal)*
•Montado de azinho (Agroflorestal)
* Menos frequente
SOBREIRO E AZINHEIRA
3
Mário Cunha
Modelos de exploração (sistema de cultura)Montado Guarda
Sobreiral:
-↑ densidade
-Monofuncional
SOBREIRO E AZINHEIRA
Montado:
-↓ densidade
-multifuncionalidade
Mário Cunha
Principais serviçosMontado
SOBREIRO E AZINHEIRA
Montados e sobreirais
- Fixação de CO2- Regulação do ciclo da água- Biodiversidade- Controlo de incêndios- Paisagem cultural- Utilização recreativa-…
4
Mário Cunha
Principais bens e serviçosMontado
SOBREIRO E AZINHEIRA
Montados e sobreirais:-Cortiça (sobreiro)-Fruto-Caça e apicultura-Madeira
Montados• Cultura agrícola ou pastagem• Pecuária (pastagem, fruto e rama)• Ervas aromáticas e medicinais• Produção de cogumelos• …
Mário Cunha
5
Mário Cunha
SISTEMA AGRO-FLORESTAIS TRADICIONAIS
Mário Cunha
Silvo pastorilSilvo arável (agro-silvo-(pastoril))
Azinheira após o corte do cereal Pastagens em montado de sobro
Corte da rama
Alimento de socorro em anos de elevada escassez
MONTADO DE SOBRO E AZINHO
6
Mário Cunha
MONTADO DE SOBRO E AZINHO
- Lupinus luteus (semeado) Gramínea (cereal) - Cistus (espontâneo)
Mário Cunha
Guarda
Bragança
“Animais do montado”
MONTADOS
“Porco Preto” “Mertolenga”*
“brava”“ovinos”
* Também a raça Alentejana
7
Mário Cunha
MONTADO DE SOBRO E AZINHO
“Porco do Montado”
Mário Cunha
Montado Guarda
Bragança
Azinheiras (Quercus rotundifolia)
“recursos cinegéticos e outros”
MONTADOS (AZINHO)
8
Mário Cunha
Distribuição NacionalMontado Guarda
Azinheiras(Quercus rotundifolia)
Sobreiro(Quercus suber)
Sobro: - Silvo (pastoríl)- 710.000 ha- Sul-Oeste- Solos arenosos-humidade do ar
Azinho:- Agro-silvo-pastoríl- 460 000ha- Sul-Este- Solos + argilosos
Provavelmente o maior sistema agro-florestal da Europa
SOBREIRO E AZINHEIRA
Mário Cunha
SOBREIRO E AZINHEIRA
- Sobreiro: concentração dos povoamentos em função da sua aptidão para a produção de cortiça
- Azinheira: evolução condicionada pelas componentes do sistema agro-florestal (ex porco).
Evolução da área
9
Mário Cunha
Ecologia e Distribuição MundialMontado Guarda
SOBREIRO
- Região ocidental da baciamediterrânica- Óptimo ecológico nosudoeste da Península Ibérica
- Condições edáficas• Pouco exigentes em fertilidade do solo• pH ácido é essencial para o crescimento• Não tolera solos calcários• Não tolera solos encharcados
- Condições climáticas• Clima mediterrânico (influência atlântica)• Temperatura média anual 15 a 19ºC (pouca amplitude anual)• Precipitação média anual >500m
- Altitude <200m
Mário Cunha
Distribuição NacionalSOBREIRO
Área potencial de vegetação do sobreiro. Carta ecológica de
Portugal
Área 1960 Área 1995
O sobreiro encontra as melhores condições de vegetação sob influência atlântica, com pequenas oscilações térmicas anuais e estiagens longas, mas atenuadas pela proximidade do mar. Esta preferência pelo atlântico permite incluir todo o território Nacional na sua área actual de vegetação.
Por razões económicas associadas à produção de cortiça veio a concentrar-se na parte Sul de Portugal
10
Mário Cunha
SOBREIRODistribuição e importância económica
Mário Cunha
Distribuição Nacional da produção
SOBREIRO
Produção de cortiça em Portugal por região (%)
11
Mário Cunha
BiologiaMontado
SOBREIRO
- Tronco• Ramificação a baixa altura• Inserção das pernadas a 45º
- Copa• Grandes dimensões (aberta)• ↓perda de agua do solo
Porte e forma dos sobreiros num sobreiral
Porte e forma dos sobreiros no sistema cultural montado de sobro
Muito dependente dosistema de cultura
Mário Cunha
Biologia
SOBREIRO
- Sistema radical• Raiz aprumada e profundante• Microrrização• Sustentação• Reserva de água
• “Water Lift System”
- Folhas• Folha persistente• Folhas coriaceas com baixa densidade
de estomas• Desenvolvimento Março (Fev) a Junho• Leaf Life Span (1 a <2)• Queda na Primavera
Sistema radical de sobreiro adulto, com desenvolvimento vertical e horizontal e cobertura com cortiça das raízes expostas.
12
Mário Cunha
BiologiaMontado Guarda
SOBREIRO
- Cortiça•Diminui a perda de água•Isolamento do calor•Grande valor económico
Mário Cunha
Montado Guarda
SOBREIRO: cortiçaMas, afinal, o que é que os sobreiros têm de diferente para que se possa explorar de nove em nove anos as espessas pranchas de cortiça, ou seja, a “casca” dos seus troncos?
A cortiça que se extrai dos sobreiros, é um tecido vegetal denominado em histologia botânica por felema ou por súber. O súber é formado pelo tecido de divisão celular (um meristema secundário) mais externo ao tronco dos sobreiros, e é denominado por felogene ou câmbio subero-felodérmico. Este meristema divide-se para o exterior para formar o súber, e para o interior para formar a feloderme. O conjunto felema-felogene-feloderme corresponde à periderme da árvore (o correspondente à nossa pele). Todos os anos, os sobreiros formam uma nova periderme, ficando as velhas no seu exterior, constituindo o ritidoma ou casca do sobreiro. Como a felogene origina poucas fiadas de células para o interior (i.e. origina uma feloderme muito estreita), e produz faixas largas de felema para o exterior, a periderme de um sobreiro é quase na sua totalidade constituída por súber ou felema.A periderme forma-se como tecido de protecção dos troncos, ramos e raízes, com funções da epiderme. Todas as plantas têm epiderme, mas com o início do chamado crescimento secundário, a epiderme é substituída pela periderme. Os sobreiros têm uma felogene especial, em parte devido à sua longevidade. A primeira felogene forma-se no inicio do crescimento secundário, na periferia do tronco, e mantém-se activa nos períodos de crescimento vegetativo dos anos seguintes, cessando a sua actividade apenas pela sua morte ou lesões do exterior.Mas além da longevidade, a felogene do sobreiro tem outras vantagens, que a tornam única, e possibilitam a exploração contínua e sustentada da cortiça. A felogene é contínua ao longo do perímetro, formando cilindros de cortiça relativamente uniformes, tem a capacidade de se regenerar e produz grandes quantidades de tecido suberoso.
13
Mário Cunha
Montado Guarda
SOBREIRO: cortiça
A cortiça virgem e a cortiça amadia
A cortiça é constituida por células vegetais que já não tem actividade fisiológica, estão mortas, e são formadas por uma parede celular que envolve uma cavidade interior, o lúmen das células, vazio e contendo apenas ar.
O primeiro súber do sobreiro é a cortiça virgem. Quando se retira a cortiça virgem do sobreiro, a vida da primeira felogene é interrompida. A separação da cortiça faz-se ao nível da primeira felogene, levando à regeneração de uma nova felogene que mantém as mesmas características de longevidade da primeira e que vai originar uma nova periderme. A cortiça segundeira apresenta vantagens relativamente à cortiça virgem, como sejam o menor número de sulcos longitudinais que apresenta. A cortiça virgem apresenta muitos sulcos devido às tensões provocadas pelo aumento do diâmetro do tronco. A partir da terceira cortiça tirada, a chamada cortiça amadia já não apresenta os sulcos, e é esta que serve de base à exploração industrial. Por outro lado, a felogene das cortiças amadias produzem grandes quantidades de súber em cada período de crescimento activo anual, só assim atingindo espessuras suficientes para o fabrico de peças maciças, como as rolhas. A cortiça virgem só pode ser retirada quando os troncos têm perímetros superiores a 70 cm, podendo-se realizar os cortes de cortiça seguintes de nove em nove anos, pelo que quando se extrai a primeira cortiça amadia os sobreiros têm já cerca de 40 anos.
Mário Cunha
SOBREIRO
0 5 10 15 20 25 30 35 40 150
Inst
alaç
ão/a
den
sam
ento
-R
egen
eraç
ão n
atur
al-
Sem
ente
ira/p
lant
ação
Des
cort
içam
ento
9/ 9
an
os
Controlo dos matos
Poda de formação
“vida económica”
Manutenção do soloSobreirais: controlo dos matos 9/9 anosMontados: componente agro e pecuária
Podas manutenção 12/12 anos
Desbastes 10/10 anos
Silvicultura para a produção de cortiça
Idad
e (a
no
s)
14
Mário Cunha
Montado Guarda
Bragança
-Cistus spp
•Invasoras naturais do montado
•Concorrem com a erva
•Estimulam a regeneração da vegetação arbórea
Regeneração natural
MONTADOS
- Condicionado:
•Grau de cobertura
•Presença do gado
•“Facilitadores” (Fauna)
Mário Cunha
Montado Guarda-Protectores individuais
Regeneração natural
MONTADOS
15
Mário Cunha
Guarda
Tubos de crescimento
MONTADOSInstalação do montado de sobro
Compasso Inicial:-6 a 8 m x 2 a 4 m => 600 a 800 arv/ha
Compasso final:-100 a 120 arv/ha-Desbastes selectivos
Povoamento juvenil de sobreiros a entrar em produção com compasso apertado de 400 arv/ha
Material certificado (semente/planta)
Mário Cunha FCUP
TUBOS DE CRESCIMENTOExemplos de utilização
Regeneração dos montados
16
Mário Cunha
Guarda
Bragança
“Pioneira de Regeneração” Gleditzia triachantus•Crescimento rápido e grande produção de vagens•Protecção das azinheiras/sob na fase juvenil:
•Microclima favorável•Dificulta o acesso dos animais (mimetismo)
Alternativas de regneração
MONTADOS
Tema de estudo
Mário Cunha
Montado Guarda
Bragança
-Cistus spp
•Invasoras naturais do montado
•Concorrem com a erva
•Estimulam a regeneração da vegetação arbórea
Regeneração natural
MONTADOS
17
Mário Cunha
Taxas de mortalidade do sobreiro (DGF) em diferentes programas:
•69% no PAF,•67% no Reg. 797 e •55% no PDF.
POLIMEROS SUBER ABSORVENTES (PSA)Aplicações
PAF (Plano de Acção Florestal), o Regulamento 797 e o PDF (Plano de Desenvolvimento Florestal)
Mário Cunha FCUP
Mário Cunha
As razões do insucesso da regeneração artificial têm a ver com um conjunto de factores, não tendo uma única causa isolada. Entre eles temos, por exemplo:
- As condições de clima e solo desfavoráveis;- O facto do Sobreiro e da Azinheira serem espécies denominadas “de sombra”, ou seja, crescerem melhor debaixo do coberto de outras árvores. No entanto, na maioria das plantações as árvores são instaladas em terreno nu;- A utilização de técnicas incorrectas de preparação do solo;- O uso de contentores desadequados para o transporte das plantas dos viveiros florestais até ao local onde são plantadas;- A elevada variabilidade genética, de difícil controlo, do Sobreiro e da Azinheira, que leva à existência de uma grande heterogeneidade na resistência à secura das árvores que são produzidas e vendidas pelos viveiros florestais.
Mário Cunha FCUP
MONTADOSRegeneração do montado
18
Mário Cunha
O sobreiro e Azinheira não são espécies tolerante ao sol (na fase juvenil)
como são os pinheiros. Plantar vastas áreas de sobreiro após operações de
ripagem, lavoura ou outras é sujeitar as árvores a condições extremamente
adversas, longe do seu “intervalo de condições ambientais preferenciais”.
Quando era mais comum a sementeira, era usual os agricultores colocarem
um arbusto por cima da semente com o objectivo de a protegerem o mais
possível durante os estágios iniciais do seu desenvolvimento pelo
ensombramento que proporcionava. Os arbustos são também de grande
importância na regeneração natural do montado. Porque não imitar a
natureza?
A utilização de polimeros superabsorventes na cova de plantação pode ser
uma alternativa para a escassez de água após a plantação.
Ambas as soluções carecem de estudos mais aprofundados.
MONTADOS
Mário Cunha FCUP
Características do Gel:
• absorvem 400x o seu peso em H2O• Força de retenção < Fabsorção planta• Biodegradável no solo• Podem fornecer nutrientes
Principio:- Aplicados na plantação- Água disponível para a planta:
• Evita perdas por gravidade• Evita perdas por evaporação
Mário Cunha FCUP
Utilização de polímeros “super-absorventes”
PLANTAÇÃO
19
Mário Cunha
SOBREIRO
0 5 10 15 20 25 30 35 40 150
Inst
alaç
ão/a
den
sam
ento
-R
egen
eraç
ão n
atur
al-
Sem
ente
ira/p
lant
ação
Des
cort
içam
ento
9/ 9
an
os
Controlo dos matos
Poda de formação
“vida económica”
Manutenção do solo:- Sobreirais: controlo dos matos 9/9 anos- Montados: componente agro e pecuária
Podas manutenção 12/12 anos
Desbastes 10/10 anos
Condução dos povoamentos para a produção de cortiça
Mário Cunha
Podas de formação
MONTADOS
Sobreiros jovens com 6 a 8 anos em queforam efectuadas podas formação parapromover o crescimento em altura do fuste
- Iniciar aos 4 a 8 anos- Até 1º descortiçamento- 2 a 3 intervenções (geralmente)
- Período de maior crescimentoem altura do sobreiro
Objectivo: formar o fuste da árvoreevitando ramificação baixas.
- Fuste limpo com 2 a 3 m de altura
- 2 a 3 pernadas bem distribuídas
20
Mário Cunha
Podas manutenção
MONTADOS
- Ramos mal inseridos- Ramos doentes- Anos extrema secura- …
Objectivos:
- Novembro a Março- Não pode ser feita no
período de 2 anosantes e depois de cadatiragem
Legislação:
Mário Cunha
Desbastes
MONTADOS
- Obtenção de um espaçamento adequado às árvores a manter- Seleccionar as melhores árvores: fuste direito, inserção das
ramificações
Chaparral:
- Eliminar árvores mortas e de menor valor- Garantir o espaçamento e densidade apropriados:
• Montado (povoamentos irregulares): 120 arv/há• Povoamentos regulares:
• Espaçamento (média) = ½ do raio das copas
Povoamentos em produção:
Eliminação de árvores do povoamento para obter a densidade de árvores desejável
Necessitam de autorização das autoridades
21
Mário Cunha
Descortiçamento
MONTADOS
1ª tiragem (“cortiça virgem”)•25 a 30 anos•DAP 70 cm•Menor interesse tecnológico
2ª tiragem (“cortiça secundeira”)•Após 9 anos•Menor interesse tecnológico
Tiragens seguintes (“Cortiça amadia”)•9 em 9 anos•Melhor cortiça
Sobreiro c/ 20 anosCortiça virgem
Sobreiro c/ 10 anosFendas resultam do crescimento. Ramo da esquerda apenas com pequenas fissuras.
Mário Cunha
Altura máxima de descortiçamento
MONTADOS
A altura máxima da árvore para descortiçamento está regulamentada pelo coeficiente de descortiçamento (CD).A altura máxima para descortiçamento medida sobre o fuste e ao longo das pernadas (H) depende do seu perímetro (P) e, portanto, da sua idade e do seu crescimento, através da seguinte relação:
CD = H/P em que - P – Perímetro sobre cortiça, a 1,3 m do solo
A lei impõe os seguintes valores para o CD:-CD <2 Árvores Virgens, que vão ser desboiadas, ou seja, como as árvores só podem ser descortiçadas com o perímetro mínimo de 70 cm, a altura máxima de descortiçamento é de 1,4 m.
-CD < 2,5 nas árvores com extracção da cortiça secundeira
-CD < 3 nas árvores com extracção da cortiça amadia
22
Mário Cunha
DescortiçamentoMONTADOS
Solicitação de autorização
Técnica de tiragem:•Època: Maio a Agosto (>act do felogénio)•Tiragem manual•Machado c/ lâmina arredondada e ponta do cabo em bisel.•Evitar danos no tronco•Marcar o tronco com ano da tiragem
Vida económica de um sobreiro:• 10 a 14 tiragens C. amadia• 25 + 9 + 12x9 = 142 anos
Crescimento anormal do fuste em resposta a feridas de descortiçamento
Feridas devido a mau descortiçamento
Mário Cunha
SOBREIRO
0 5 10 15 20 25 30 35 40 150
Inst
alaç
ão/a
den
sam
ento
-R
egen
eraç
ão n
atur
al-
Sem
ente
ira/p
lant
ação
Des
cort
içam
ento
9/ 9
an
os
Controlo dos matos
Poda de formação
“vida económica”
Manutenção do solo:- Sobreirais: controlo dos matos 9/9 anos- Montados: componente agro e pecuária
Podas manutenção 12/12 anos
Desbastes 10/10 anos
Condução dos povoamentos para a produção de cortiça
23
Mário Cunha
OportunidadesMontado
SOBREIRO
- Óptimo ecológico é atingido em Portugal
- Menores risco de incêndio• Condições da árvore• Sistema de produção
- Fileira produtiva• Organização• Dimensão• Integração vertical
- Reconhecimento dos bens e serviços
Mário Cunha
Principais ameaçasMontado
SOBREIRO
- Extrema dependência de um só produto
- Pressão de outros usos do solo•Urbanização•Outras culturas agrícolas e florestais
- Factores bióticos• Elevada mortalidade
- Factores abióticos• fogo
- Flexibilização da legislação
“Declinio das quercínias”
24
Mário Cunha
Actuações possíveisMontado
SOBREIRO
- Preservar a cortiça como produto único•Necessidade de inovar•Necessidade de divulgar
-Incentivar a instalação e exploração
- Regeneração do montado•Investigação sobre o declínio das quercíneas•Melhorar os processos de propagação
- Modelos de exploração
Povoamentojuvenil de sobreirocom pinheiromanso (Pinuspinea)
Mário Cunha
Actuações possíveis
MONTADOS (AZINHO)Montado Guarda
- Grande importância na definição das características organolépticas únicas do porco alentejano (P. preto, P. montanheira),
-O teor de óleo das bolotas apresenta grande variabilidade (até 5x) ínter e intra árvore(s) sendo urgente um programa (inter)Nacional de melhoramento,
-para obtenção de árvores genearcas de grande qualidade que serão posteriormente propagados,
-Incremento da qualidade e quantidade da produção de carne de porco de montanheira
Melhoramento do fruto (bolota) da azinheira
25
Mário Cunha
BIBLIOGRAFIABoas práticas de gestão em sobreiro e azinheira. Disponível em (http://www.afn.min-agricultura.pt)
Silva, J. 2007. Os montados. Muito para além das arvores. Ed. Publico, Comunicação Social, SA e Fundação Americana para o Desenvolvimento. Colecção Arvores e Florestas de Portugal.
Ferreira, D. 2001. Evolução da Paisagem de Montado no Alentejo interior ao longo do século XX: dinâmica e incidências ambientais. Finisterra, XXXVI, 72: 179-193.
NATIVIDADE, Joaquim Vieira.Published by Lisboa, DirecçãoGeral dos Serviços Florestais e Aquícolas, 1950., 1950