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Monografia de Petroleo

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  • OTIMIZAO DA PRODUO EM CAMPO DE PETRLEO

    PELO ESTUDO DO PROBLEMA DE LOCALIZAO DE POOS

    E UNIDADES DE PRODUO

    Roberta Gomes de Souza Santana

    Projeto de Graduao apresentado ao Curso de

    Engenharia de Petrleo da Escola Politcnica,

    Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte

    dos requisitos necessrios obteno do ttulo de

    Engenheiro.

    Orientador: Prof. D. Sc. Virglio Jos Martins Ferreira

    Filho.

    Coorientador: M. Sc. Vincius Ramos Rosa

    RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL JULHO, 2012.

  • ii

    Gomes de Souza Santana, Roberta. Otimizao da Produo em

    Campo de Petrleo pelo Estudo do Problema de Localizao de Poos

    e Unidades de Produo / Roberta Gomes de Souza Santana. Rio de

    Janeiro: UFRJ/ Escola Politcnica, 2012.

    xvi, 121 p.: il.; 29,7 cm.

    Orientador: Virglio Jos Martins Ferreira Filho

    Coorientador: Vincius Ramos Rosa

    Projeto de Graduao UFRJ/ Escola Politcnica/ Curso

    de Engenharia do Petrleo, 2012.

    Referncias Bibliogrficas: p. 110-111.

    1. Localizao de Poos. 2. Anlises Estatsticas. 3.

    Modelagem de reservatrios. I. Ferreira, Virglio. II.

    Universidade Federal do Rio de Janeiro, Escola Politcnica,

    Curso de Engenharia do Petrleo. III. Titulo.

  • iii

    Dedicatria Dedico este trabalho minha famlia, que sonhou com a minha formatura,

    abdicou de seus desejos para viver a minha luta, e vencemos.

  • iv

    Agradecimentos

    minha me, que foi e sempre ser o alicerce de todo meu crescimento e de

    tudo que hoje posso me orgulhar do que sou.

    Ao meu pai, que, de maneira brilhante, tornou-se uma inspirao do que ser pai

    e amigo.

    minha irm, que, nos momentos mais difceis, fez ser clara a importncia do

    companheirismo, compreenso e amizade.

    Ao professor e orientador Virglio Jos Martins Ferreira Filho pelos

    ensinamentos e por estar inteira disposio sempre que necessrio.

    Ao coorientador Vincius Ramos Rosa, que esteve sempre disponvel e tornou

    esse trabalho possvel.

    Schlumberger, pelo suporte dado a este trabalho atravs da cesso da sute de

    softwares de simulao de reservatrios.

    Ao Minitab Inc., pela permisso de uso de seu software Minitab nesse projeto.

    Ao CNPq, pelo apoio financeiro e suporte ao longo do desenvolvimento desse

    trabalho.

    UFRJ pela disponibilidade do laboratrio LORDE, que me forneceu o

    ambiente e ferramentas necessrias para a confeco desse projeto.

    Aos meus colegas de turma, pelos 5 (cinco) anos de trabalho e cooperao, pelas

    amizades criadas e por tudo que me ensinaram, tanto pessoalmente quanto

    profissionalmente.

    Roberta Gomes de Souza Santana

  • v

    Resumo do Projeto de Graduao apresentado Escola Politcnica/ UFRJ como parte

    dos requisitos necessrios para a obteno do grau de Engenheiro do Petrleo.

    Otimizao da Produo em Campo de Petrleo pelo Estudo do Problema de

    Localizao de Poos e Unidades de Produo

    Roberta Gomes de Souza Santana

    Julho/2012. Orientador: Virglio Jos Martins Ferreira Filho Curso: Engenharia de Petrleo

    O presente projeto apresenta um processo de determinao da melhor localizao de

    poos e unidades produtoras em um campo de petrleo a fim de melhor a performance

    do reservatrio e otimizando o volume de leo recuperado, maximizando a

    rentabilidade. O processo apresentado usa diversas anlises estatsticas sob os valores

    resultantes de simulaes de reservatrios em softwares comerciais, sob determinadas

    consideraes e parmetros. Anlise de sensibilidade e a metodologia de superfcies de

    resposta so tambm aplicadas para a melhor compreenso de como cada poo

    influencia na produo total e como a localizao da plataforma e/ou manifold pode ser

    alterada para a otimizao da produo. O mtodo demonstrado sendo aplicado em um

    campo de escala real, com dados sintticos e objetiva ser mais uma maneira de guiar a

    tomada de decises sobre um projeto de desenvolvimento de um campo produtor.

    Palavras-chave: localizao de poos, anlises estatsticas, Plackett-Burman, modelagem

    e simulao de reservatrios.

  • viii

    Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment of

    the requirements for the degree of Petroleum Engineer.

    Production Optimization by Solving the Well and Unit Production Location Problem

    Roberta Gomes de Souza Santana

    July/2012.

    Advisor: Virglio Jos Martins Ferreira Filho

    Course: Petroleum Engineering

    This Project provides a process for determining the Best location of well and

    production units in an oil field in order to optimize the reservoir performance and the

    volume of recovered oil, maximizing the profitability. The process uses various

    statistical analyses presented in the reservoir simulation results, under considerations

    and parameters. Sensibility analysis and response surface methodology is also applied

    to a better understanding of how each well influence the total production and the

    location of the platform and/or manifold can be changed to optimize the production. The

    method is shown being applied on a field scale with synthetic data. It aims to be a new

    way of guiding decision-making on a project to develop a field production.

    Keywords: well location, statistics analysis, Plackett-Burman, modeling and reservoir

    simulation.

  • 2

    Sumrio

    1 Introduo: ........................................................................................................................... 1

    1.1 Estruturao do trabalho: .............................................................................................. 3

    2 Definio do problema: ........................................................................................................ 3

    3 Geoengenharia do petrleo: .................................................................................................. 6

    3.1 Migrao do petrleo:................................................................................................... 7

    3.2 Rocha reservatrio ........................................................................................................ 7

    3.3 Rocha Selante ............................................................................................................... 8

    3.4 Principais propriedades do reservatrio ........................................................................ 8

    3.4.1 Propriedades da Rocha ......................................................................................... 8

    3.4.2 Mecanismos de produo ................................................................................... 10

    3.4.3 Os mecanismos de produo de um reservatrio so: ......................................... 10

    3.4.4 Propriedades dos Fluidos .................................................................................... 13

    3.5 Modelagem de Reservatrios ..................................................................................... 19

    3.5.1 Prospeco .......................................................................................................... 19

    3.5.2 Incertezas geolgicas: ......................................................................................... 22

    3.6 Heterogeneidade do reservatrio ................................................................................ 24

    3.6.1 Upscaling ............................................................................................................ 24

    3.6.2 Petrel .................................................................................................................. 25

    3.7 Simulao de Reservatrios ........................................................................................ 25

    3.7.1 Fluxo em meio poroso ........................................................................................ 25

    3.7.2 Eclipse ................................................................................................................ 32

    4 Sistemas martimos de produo ........................................................................................ 35

    4.1 Tipos de poos ............................................................................................................ 36

    4.1.1 Poo vertical: ...................................................................................................... 36

    4.1.2 Poos horizontais: ............................................................................................... 36

    4.1.3 Poos Tipo 1: ...................................................................................................... 36

    4.1.4 Poos Tipo 2: ...................................................................................................... 36

    4.1.5 Poos Tipo 3: ...................................................................................................... 36

    4.1.6 Poos Tipo Designer (3D): ................................................................................. 36

  • 3

    4.2 Tipos de completao ................................................................................................. 38

    4.2.1 Completao a poo aberto: ................................................................................ 38

    4.2.2 Liner rasgado ou canhoneado: ............................................................................ 39

    4.2.3 Revestimento canhoneado: ................................................................................. 40

    4.2.4 Mtodos para controle da produo de areia:...................................................... 40

    4.3 Arranjo de poos ........................................................................................................ 42

    4.4 Manifolds ................................................................................................................... 44

    4.5 Unidades Estacionrias de Produo (UEPs) .............................................................. 45

    4.5.1 UEPs fixas .......................................................................................................... 45

    4.5.2 UEPs flutuantes .................................................................................................. 47

    4.6 Parmetros para a definio da UEP em um projeto de desenvolvimento. ................. 50

    4.7 Linhas de produo e risers: escoamento e estocagem de leo ................................... 51

    5 Elevao e escoamento ....................................................................................................... 57

    5.1 Fluxo na coluna e linhas de produo: ........................................................................ 59

    5.1.1 Fluxo bifsico ..................................................................................................... 59

    5.1.2 Relaes do Escoamento Bifsico ...................................................................... 62

    5.1.3 Perda de presso no fluxo bifsico: .................................................................... 65

    5.2 Simulao de fluxo: Pipesim .................................................................................... 69

    5.2.1 Correlao de fluxo multifsico vertical e horizontal: ........................................ 69

    6 Localizao de facilidades .................................................................................................. 69

    6.1 Ferramentas estatsticas .............................................................................................. 70

    6.1.1 Anlise de experimentos de Plackett-Burman .................................................... 70

    6.1.2 Superfcie de resposta ......................................................................................... 75

    6.1.3 Minitab ............................................................................................................. 78

    7 Metodologia de Soluo ..................................................................................................... 79

    7.1 Partio do reservatrio: planejamento dos poos ...................................................... 80

    7.2 Simulao dos cenrios criados .................................................................................. 80

    7.3 Anlise de sensibilidade para definir o melhor cenrio .............................................. 80

    7.4 Criao da equao de superfcie de resposta para cada poo e global ....................... 81

    7.5 Anlise da viabilidade econmica do projeto ............................................................. 84

    8 Estudo de caso: FIELD....................................................................................................... 84

  • 4

    8.1 Planejamento dos poos ............................................................................................. 93

    8.2 Otimizao da localizao dos poos ......................................................................... 94

    8.3 Representao do solo marinho usando isovazes ...................................................... 96

    8.4 Simulao de Fluxo: Pipesim: .................................................................................. 96

    8.5 Superfcie de Resposta para obteno da equao que representa perda de carga

    multifsica entre o fundo do poo e a plataforma: .................................................................. 99

    8.6 Clculo das vazes de leo ao longo do tempo correspondentes s possveis posies

    da plataforma ....................................................................................................................... 102

    8.7 Clculo do valor presente lquido ............................................................................. 103

    9 Concluses e discusses ................................................................................................... 105

    10 Sugestes de desenvolvimento futuros ......................................................................... 108

    11 Referncias bibliogrficas ............................................................................................ 109

    12 ANEXO I ............................................................................ Erro! Indicador no definido.

  • 1

  • 1

    1 Introduo:

    O petrleo e seus derivados so partes importantes e determinantes para a matriz

    energtica mundial e para a produo de bens em diversas escalas, influenciando o

    desenvolvimento econmico dos pases, seja pela produo, comercializao ou

    utilizao em diversos nveis da cadeia produtiva mundial. Nessa perspectiva,

    relevante o estudo e desenvolvimento de mtodos que permitam a otimizao da

    produo de campos petrolferos, seja durante o planejamento ou durante a operao,

    favorecendo a lucratividade e o aumento de volume da matria-prima disponvel.

    Utilizando informaes tcnicas das fases iniciais da explorao de um campo

    de petrleo necessria a definio da estratgia de desenvolvimento do campo

    considerado, a fim de adequar a tecnologia disponvel para tal rentabilidade esperada

    da produo, gerenciando o volume de petrleo possvel de ser extrado. Uma das

    etapas desta definio a localizao de facilidades consideradas no projeto para

    maximizar sua rentabilidade. No entanto, em um campo a ser estudado, existem

    infinitas possibilidades de estruturao da estratgia, o que traz a necessidade de

    estabelecimento de consideraes prvias que reduzam o universo de opes para guiar

    o processo de definio do plano de desenvolvimento, de forma a permitir que,

    rapidamente, possam conhecer as possibilidades que mais se aproximam da soluo

    tima final. Como variveis de projeto podem ser citadas a localizao e tipo de poos

    produtores. Um aproveitamento eficiente de um campo produtor depende das decises

    de longo prazo tomadas nos primeiros estgios do desenvolvimento.

    Como o ponto focal para a determinao do plano final de desenvolvimento de

    um campo o valor presente lquido do projeto, baseado no volume estimado de leo a

    ser produzido, necessrio fazer tais previses. A ferramenta mais utilizada para

    realizar esta estimativa de produo de leo, gs e gua a simulao de fluxo em meio

    poroso em reservatrios. Nela, o reservatrio representado por um modelo de

    simulao, desenvolvido a partir das seguintes informaes: a profundidade da

    formao e suas caractersticas geomtricas, a temperatura e presso o qual est

    submetido, as propriedades de rocha e fluidos (leo, gs e gua), a presena ou no de

    um aqufero e de fraturas, a disposio dos poos de produo e injeo e as condies

    de operao de cada poo. Essa a melhor forma de estimar a produo por cada opo

    de estratgia considerada.

  • 2

    Faz-se ento necessrio o estudo do fluxo dos fluidos produzidos do reservatrio

    a unidade de produo. Nesse momento, o escoamento multifsico necessita ser

    considerado para que haja a garantia da chegada da produo at seu destino final.

    Durante o escoamento, ocorre a perda de energia do fluido devido frico das

    partculas fluidas entre si e entre partculas fluidas com a parede interna do tubo, em

    funo da extenso da tubulao, de sua rugosidade, de seu dimetro e da velocidade do

    escoamento. Ainda existem as perdas que se devem a qualquer acessrio que altere a

    velocidade do escoamento do fluido tais como o aumento ou reduo de turbulncia, a

    mudana de direo e a variao de dimetro. Assim, uma possvel reduo no

    comprimento de tubulao a que esse fluido estaria submetido reduziria a perda de

    energia. Nesse ponto de vista, a localizao da plataforma de produo e possveis

    manifolds relevante dentro do escopo de otimizao do plano de desenvolvimento a

    ser estabelecido.

    Ainda, a reduo das distncias a serem percorridas pelos dutos que conectam os

    poos s plataformas e a necessidade de equipamentos adicionais vai ao encontro do

    objetivo de maximizao do valor presente lquido do projeto por meio de reduo dos

    custos de operao e de instalao de equipamentos (dutos, manifolds e etc.). Segundo

    FRANCO[8], a maior frao dos custos de projeto est relacionada s linhas de

    produo de tubulaes necessrias, o que torna a reduo da utilizao destas

    importante para o aumento da rentabilidade.

    Nesse projeto descreve-se uma metodologia para a otimizao do valor presente

    lquido de um projeto de desenvolvimento de um campo produtor, considerando a

    localizao de poos produtores, manifold e plataforma de produo, a fim de trazer

    viabilidade econmica ao campo, guiando a tomada de deciso da equipe de

    planejamento com ferramentas simples, agilizando a determinao da estratgia final. O

    reservatrio estudado tratado com softwares comerciais de modelagem e simulao. O

    fluxo de fluidos pelo solo marinho recebe uma descrio especfica que auxilia o

    entendimento de como ser localizada a plataforma de produo. O fluxo dos fluidos

    atravs dos dutos de escoamento analisado tambm com a ajuda de software comercial

    e so aplicadas diversas ferramentas estatsticas (Planejamento de Experimentos e

    Superfcie de Resposta,) sobre os valores obtidos das simulaes de reservatrio e das

    anlises de fluxo para que esses dados sejam interpretados de forma simples e possam

    nortear a tomada de decises de definio do layout submarino do projeto.

  • 3

    1.1 Estruturao do trabalho: O presente estudo encontra-se estruturado em 10 captulos, incluindo esta

    introduo a qual descreve a origem, os objetivos, uma breve reviso bibliogrfica e a

    motivao deste estudo. No segundo captulo apresentado o contexto fsico do

    problema estudado: os sistemas martimos de produo. A teoria relativa elevao e

    escoamento utilizada neste trabalho descrita resumidamente no terceiro captulo. O

    quarto captulo trata das ferramentas estatsticas e computacionais necessrias para o

    projeto. Enquanto o quinto captulo descreve a metodologia usada para trabalhar o

    problema, o sexto captulo descreve o estudo caso e seus detalhes, modelagem aplicada

    e resultados obtidos. A anlise dos resultados do problema exemplo, concluses e

    recomendaes para trabalhos futuros so descritos no stimo captulo. O oitavo

    captulo rene a bibliografia utilizada neste estudo.

    2 Definio do problema:

    Uma explorao eficiente de campos de petrleo depende de importantes decises a

    longo prazo tomadas no incio do desenvolvimento desse campo. A fim de reduzir

    custos e incertezas, alm de maximizar os lucros, diversos mtodos tm sido propostos

    para a otimizao da produo com o auxlio da localizao das estruturas necessrias

    para permitir o fluxo de fluidos do reservatrio at a unidade de produo. Os

    problemas de localizao de facilidades tratados em diversos artigos so modelados por

    programao linear, mtodos de simulao, mtodos heursticos e programao

    dinmica. Nesse aspecto, o trabalho aqui proposto busca o uso de ferramentas

    computacionais que tratam ferramentas estatsticas e usam baixo volume de

    processamento computacional, aps resultados de simulao de reservatrios.

    DOGRU [6]entende a necessidade de reduzir o custo da perfurao em um projeto

    de explorao e trabalha com a otimizao da posio da plataforma para atingir seu

    objetivo. Ainda, foca na reduo de tempo computacional e considera as caractersticas

    do reservatrio em suas anlises. Aplica a Teoria Grfica, uma programao no linear,

    para localizar os poos e cria as possibilidades de layout submarino possveis para o

    plano de desenvolvimento, dimensionando plataformas e planejando a rede de dutos de

  • 4

    escoamento. Muitos autores, como GRIMMETT[9], focam seus estudos no

    desenvolvimento de algoritmos que interajam com as decises de projeto, como

    trajetrias de poo e mtodos de completao, para a minimizao de custos por

    anlises matemticas, localizando as facilidades no solo marinho.

    DAMSLETH et. al.[5] apresenta uma aplicao conjunta da anlise de

    experimentos com a metodologia de superfcies de resposta, que sero explicadas no

    captulo 5, para propor uma alternativa de desenvolvimento de um campo de petrleo no

    Mar do Norte. Seu objetivo foi mostrar a obteno de um cenrio equivalente ao j

    aplicado ao campo com poucas simulaes, ou seja, com baixo uso computacional,

    mostrando que h aplicabilidade dessas teorias na indstria de petrleo, o que no

    feito extensivamente. Essa a principal ideia da aplicao da anlise de experimentos

    que tambm usada no presente trabalho. Os autores concluem o trabalho, mostrando

    com os resultados obtidos a viabilidade de obteno de cenrios de produo

    equivalente com 30 a 40% menos de uso de simulaes de reservatrios.

    VANEGAS et. al. [22] usa as mesmas duas metodologias que DAMSLETH et.

    al.[5], com foco em analise de incertezas da produo de um campo a partir dos valores

    possveis de VPL para a viabilidade do campo. Este trabalho usa variveis diferentes do

    presente estudo, mas ainda estuda a performance do reservatrio e da estrutura

    produtora instalada. A anlise de experimentos possibilitou quantificar o impacto das

    incertezas do reservatrio na produo final e a regresso para a construo das

    superfcies de resposta facilitou a visualizao da soluo para o problema proposto.

    BEGGS [2] em seu estudo de otimizao de produo por anlise nodal prope a

    soma de equaes para a descrio de um nico padro de fluxo por uma superfcie.

    Considera que cada n de um sistema de fluxo estabelece um padro de fluxo por uma

    superfcie e esse padro pode ser descrito por uma equao. Essa equao ser funo

    dos parmetros que governam esse fluxo. O estudo verifica que as equaes formadas

    pelo comportamento individual de cada n podem ser somadas e descrever o

    comportamento do sistema. A integrao das metodologias usadas nos trabalhos usados

    como referncia para esse projeto permitiu a construo de uma sequncia de aplicaes

    de ferramentas para a soluo do problema de localizao de poos e facilidades, sob

    determinadas consideraes.

    A relevncia do presente trabalho est na integrao de diversas etapas de

    determinao de uma boa soluo para uma estratgia de desenvolvimento de campo de

    petrleo. Os trabalhos usados como base trabalham separadamente a localizao de

  • 5

    poos, estudos de fluxo de fluidos e localizao de facilidades e aqui essas etapas sero

    tratadas como partes de um nico projeto, necessrias para delinear uma opo rentvel

    de desenvolvimento de campo petrolfero, formada a partir de uma metodologia

    especfica. J YETEN et. al [24] estudam a aplicao conjunta da metodologia de

    superfcie de respostas e planejamento de experimentos, que sero tratadas no captulo

    5, para a otimizao da produo. Entende-se que elas podem ser usadas

    complementarmente, concluindo, aps a aplicao sobre dados de campos sintticos e

    reais, que essa combinao parece ser a mais adequada para entender quais so os

    parmetros mais influentes no resultado final da produo. Os autores comparam a

    eficincia da combinao sequencial do uso do planejamento de experimentos com a

    metodologia de superfcie de resposta, variando os modelos da anlise de experimentos

    usados e o grau da equao da superfcie (linear, quadrtica e outros formatos mais

    complexos). O objetivo foi reduzir o tempo de anlise dos parmetros, atingir a

    rentabilidade do projeto e determinar os parmetros mais influentes para a otimizao.

    Como concluso relevante para o presente projeto, destaca-se o modelo de Plackett-

    Burman como o mais adequado para estimar os parmetros mais influentes para os

    casos estudados.

    O problema exemplo FIELD desenvolvido tendo como base um cenrio com um

    campo de petrleo sinttico. O objetivo localizar uma plataforma de produo

    flutuante interligada a poos satlites. So consideradas caractersticas do sistema

    martimo de produo, reservatrio, geometria de poos e propriedade de fluidos.

    Para a resoluo do problema, so feitas as seguintes consideraes:

    Escoamento bifsico (leo e gua);

    Poos verticais;

    Apenas poos produtores;

    Geometria da linha de interligao entre manifold e unidade de produo

    simplificada por uma trajetria perpendicular;

    Anlise da produtividade do campo nos oito primeiros anos;

    Solo marinho plano;

    Lmina dgua de 1000m.

  • 6

    As consideraes aqui determinadas reduzem as variveis e interferncias

    durante o uso das ferramentas estatsticas e de otimizao, focando o presente projeto na

    aplicao e desenvolvimento da metodologia.

    3 Geoengenharia do petrleo:

    A busca por petrleo fora a imaginao de volta ao passado, a pensar 200 ou

    300 milhes de anos atrs e encontrar o local onde o leo pode ter sido formado.

    Gelogos otimizam essa busca assumindo suposies sobre o desenvolvimento da Terra

    e dos reservatrios de leo e gs, que ocorrem a partir do acmulo de matria orgnica,

    normalmente plncton e outros organismos microscpicos aquticos. O cenrio muitas

    vezes um mar raso, mas pode ser um lago, rio, recife de coral ou tapete de algas. A

    busca comea por sedimentos depositados em ambientes aquticos. Em seguida, a rea

    deve ser uma bacia, uma depresso na crosta terrestre que pode ter quilmetros de

    espessura. Para um ambiente criar petrleo, o material orgnico deve ser submetido a

    quatro etapas importantes e consecutivas: soterramento, calor, presso e migrao.

    A criao de petrleo exige no s a convergncia de sorte de todas estas

    condies no lugar certo, mas tambm no momento certo. Para que o reservatrio seja

    efetivo, e necessrio ter a rocha selante que evite sua contnua migrao. O gs no

    reservatrio resultado da degradao das longas cadeias de carbono formadoras do

    petrleo em funo da ao de elevadas temperaturas e presses presentes nas rochas

    geradoras. A rocha geradora e a rocha reservatrio devem estar prximas uma da outra

    de modo a serem conectadas por falhas que permitem a migrao do petrleo. Apesar da

    necessria proximidade, as idades geolgicas destas rochas podem estar separadas por

    milhes de anos.

    Apesar de os quatro quesitos para a criao de um reservatrio de leo ou de

    gs so constantes, h uma variedade quase interminvel de reservatrios. Alguns so

    camadas planas de rocha, outros so curvos, como uma tigela invertida, fraturados ou

    inclinados. O trabalho do gelogo reconstruir o passado da Terra para entender onde o

    petrleo e gs foram formados e onde ainda podem ser encontrados hoje.

  • 7

    3.1 Migrao do petrleo: Para ter uma acumulao de petrleo necessrio que, aps o processo de

    gerao, ocorra a migrao e que esta tenha seu caminho interrompido pela existncia

    de algum tipo de armadilha geolgica.

    Do estudo dos fatores controladores da ocorrncia do petrleo, a migrao o

    mais questionado, o menos conclusivo, e o que mais suscita polmica entre os gelogos

    de petrleo. Acredita-se que o petrleo gerado em uma rocha dita fonte, ou geradora, e

    se desloca para outra, onde se acumula, dita reservatrio. A explicao clssica para o

    processo atribui papel relevante fase de expulso da gua das rochas geradoras, que

    levaria consigo o petrleo durante o processo de compactao. Outra explicao estaria

    no microfraturamento das rochas geradoras. Isto facilitaria o entendimento do fluxo

    atravs de um meio de baixssima permeabilidade, assim como a constituio das rochas

    geradoras so as rochas argilosas (folhelhos).

    A expulso do petrleo da rocha onde foi gerado chama-se de migrao

    primria. Ao seu percurso ao longo de uma rocha porosa e permevel at ser

    interceptado e contido por uma armadilha geolgica d-se o nome de migrao

    secundria. A no conteno do petrleo em sua migrao permite a migrao at que

    ocorram exsudaes, oxidao e degradao bacteriana do leo na superfcie.

    3.2 Rocha reservatrio O petrleo, aps ser gerado e ter migrado, eventualmente acumulado em uma

    rocha que chamada de reservatrio: rocha sedimentar, normalmente arentica,

    calcarentica ou carbontica, contendo hidrocarbonetos. Para se constituir em um

    reservatrio deve apresentar espaos vazios no seu interior (porosidade) e que estes

    vazios estejam interconectados, conferindo-lhe permeabilidade. Algumas rochas, como

    folhelhos e alguns carbonatos, normalmente porosos, porm impermeveis, podem ser

    reservatrios quando se apresentam naturalmente fraturados.

    Uma rocha-reservatrio, de uma maneira geral, composta por gros unidos

    por um material chamado de cimento. Tambm existe entre os gros outro material

    muito fino: a matriz. O volume do reservatrio a soma do volume dos gros, matriz e

    comento, e dos espaos vazios entre o material slido.

  • 8

    Figura 3.1 - Desenho de uma seo transversal de uma amostra de rocha (ROSA et. al.[16])

    3.3 Rocha Selante Existe a necessidade de uma barreira que pare a contnua migrao de petrleo

    para superfcie em funo de sua menor densidade. Essa barreira chama de rocha

    selante e tem como principal caracterstica a baixa permeabilidade. Alm disso, a rocha

    deve ser dotada de plasticidade, o que permite manter sua capacidade selante mesmo

    sob esforos deformantes. Folhelhos e evaporitos so selantes por excelncia. A

    extenso e espessura determinam a eficincia selante.

    3.4 Principais propriedades do reservatrio

    3.4.1 Propriedades da Rocha

    3.4.1.1 Porosidade

    A porosidade uma das mais importantes propriedades das rochas, j que

    mede a capacidade de armazenamento de fluidos pela rocha. Ela pode ser definida como

    a relao entre o volume de vazios e o volume total da rocha:

    =

    Equao 3.1

    onde o volume poroso ou de vazios, o volume total da rocha.

    A porosidade depende as forma, da arrumao e da variao de tamanho dos

    gros da rocha reservatrio, alm do grau de cimentao da rocha. A porosidade que se

    desenvolveu quando da converso do material sedimentar em rocha denominada

  • 9

    primria. No entanto, a rocha pode ser submetida a esforos mecnicos, podendo

    resultar em fraturas e ento ao aparecimento de mais espaos vazios: a porosidade

    secundria. Em rochas calcrias, comum a ocorrncia da dissoluo de parte dos

    slidos por ataque de gua, o que d origem tambm porosidade secundria.

    Quanto mais porosa a rocha, mais fluido poder estar contido em seu interior.

    A porosidade efetiva a relao entre os espaos vazios interconectados e o volume

    total da mesma, sendo o valor que se deseja quantificar, porque representa o espao

    ocupado por fluidos que podem ser deslocados no meio poroso.

    A porosidade medida por perfis eltricos no poo ou por ensaios de

    laboratrio.

    3.4.1.2 Compressibilidade Efetiva

    Quando fluidos so produzidos de uma rocha-reservatrio, o esgotamento dos

    mesmos no espao poroso leva a uma variao de presso interna da rocha levando-a a

    tenses resultantes diferentes. Essa variao de tenses provoca modificaes nos gros,

    nos poros e algumas vezes no volume total da rocha.

    A compressibilidade efetiva muito importante no estudo de reservatrios e

    expressa a variao de volume de poros em funo da variao de presso ao qual a

    rocha est submetida.

    = 1 [ 2 ]1 Equao 3.2

    onde p a presso.

    3.4.1.3 Permeabilidade

    Como citado anteriormente, alta porosidade no suficiente para garantir um

    fluxo eficiente de fluido atravs da rocha reservatrio. A permeabilidade avalia a

    capacidade de uma rocha permitir o fluxo de fluidos. Quando existe apenas um nico

    fluido, chamamos de permeabilidade absoluta, definida pelo engenheiro francs

    Henry DArcy (1803-1858) que descreveu o fluxo de um fluido em meio poroso linear:

    = .. (1 2) []

    Equao 3.3

  • 10

    onde a viscosidade do fluido, A a rea de fluxo, q a vazo, L o comprimento do

    meio poroso (1 2) o diferencial de presso de entrada e sada do meio poroso. 3.4.2 Mecanismos de produo

    Os mecanismos de produo de um reservatrio so:

    Mecanismo de gs em soluo;

    Mecanismo de capa de gs;

    Mecanismo de influxo de gua;

    Mecanismo combinado.

    Para uma perfeita compreenso dos mecanismos de produo precisaremos saber alguns

    termos usuais em reservatrio:

    RGO (razo gs/leo) - quociente entre as vazes instantneas de gs e de leo,

    medidas em condies-padro;

    RAO (razo gua/leo) - quociente entre as vazes instantneas de gua e de

    leo, medidas em condies-padro;

    Corte de gua (cut) - frao ou porcentagem definida pelo quociente entre as

    vazes instantneas de gua e de lquidos (leo + gua), medidas em condies-

    padro.

    Fator de recuperao - frao ou porcentagem do volume original de

    hidrocarbonetos (medido em condies-padro) recuperada durante a vida

    produtiva de um reservatrio.

    3.4.2.1 Mecanismos de Gs em Soluo

    A produo de fluidos provoca reduo na presso, que por sua vez, alm de

    proporcionar a vaporizao de mais componentes leves, acarreta a expanso dos fluidos.

    Como o gs muito mais expansvel que o lquido, basicamente devido sua

    expanso que vai acontecer o deslocamento do lquido para fora do meio poroso. Ento,

    o mecanismo exatamente esse: a produo o resultado da expanso do gs que

    inicialmente estava dissolvido e que vai saindo de soluo. Quanto mais a presso cai,

    mais o gs se expande e mais lquido deslocado. A figura 3.2 mostra o decaimento da

  • 11

    presso em dois patamares: at que a presso fique abaixo da presso de saturao e

    aps esse ponto. Ainda, mostra o teor de gua na produo praticamente constante e a

    razo gs-leo da produo com aumento rpido aps a presso atingir a presso de

    saturao da mistura.

    Figura 3.2 - ROSA et. al. [16]

    3.4.2.2 Mecanismo Capa de Gs

    A zona de lquido colocada em produo, enquanto a zona de gs

    preservada, j que a principal fonte de energia para a produo est no gs da capa. O

    mecanismo funciona da seguinte maneira: a zona de leo colocada em produo, o

    que acarreta uma reduo na sua presso devida retirada de fluido. Essa queda de

    presso se transmite para a capa de gs, que se expande penetrando gradativamente na

    zona de leo. O gs da capa vai ocupando espaos que anteriormente eram ocupados

    pelo leo. A figura 3.3 abaixo mostra a queda de presso gradativamente com o

    aumento da razo gs-leo na produo. Os picos da RGO se do pela intruso de bolas

    de gs na rea de canhoneado.

  • 12

    Figura 3.3 - ROSA et. al. [16][16]

    3.4.2.3 Mecanismo de Influxo de gua

    O mecanismo se manifesta da seguinte maneira: a reduo da presso do

    reservatrio, causada pela produo de hidrocarbonetos, aps certo tempo transmitida

    e se faz sentir no aqufero, que responde a essa queda de presso atravs da expanso da

    gua nele contida e da reduo de seu volume poroso H, portanto uma invaso da zona

    de leo pelo volume de gua excedente. Essa invaso, que recebe o nome de influxo de

    gua, vai, alm de manter a presso elevada na zona de leo, deslocar este fluido para os

    poos de produo. A figura 3.4 mostra a queda de presso e crescimento da razo

    gua-leo com o tempo de produo. Esse crescimento mais rpido que o crescimento

    da razo gs-leo no mecanismo anterior.

    Figura 3.4 - ROSA et. al. [16]

  • 13

    3.4.2.4 Mecanismo Combinado

    Trata-se da combinao dos trs meios anteriormente mencionados. Os fluidos do reservatrio so, simultaneamente, estimulados pelo influxo de gua e pela capa de gs existente. 04. Fluxo

    Figura 3.5 - ROSA et. al. [16]

    3.4.3 Propriedades dos Fluidos

    As propriedades dos fluidos existentes nos reservatrios de petrleo constituem

    importantes informaes para o estudo do comportamento desses reservatrios. De

    preferncia, essas propriedades devem ser determinadas experimentalmente em anlises

    de laboratrio, mesmo muitas vezes sendo estimadas pelo uso de bacos ou correlaes

    empricas por motivos econmicos ou operacionais.

    3.4.3.1 Saturao de Fluidos

    Define-se saturao de um determinado fluido em um meio poroso, como

    sendo a frao ou a porcentagem do volume de poros ocupado pelo fluido.

    = Equao 3.4

    onde f indica o fluido para o qual est sendo calculada a saturao. A saturao

    expressa geralmente, em porcentagem.

    So = saturao do leo

    Sw = saturao da gua

  • 14

    Sg = saturao do gs

    + + = 1 Equao 3.5

    Figura 3.6 - Fludos da Formao - leo, gua e gs (ROSA et. al.[16])

    Mtodos de determinao da saturao dos fludos do reservatrio:

    a) Mtodos Diretos

    Ocorre atravs de amostragem.

    b) Mtodos Indiretos

    Ocorre atravs de perfis eltricos, presso capilar.

    Os problemas na amostragem ocorrem na retirada do testemunho, trajeto entre

    o poo e o laboratrio e com o filtrado da lama de perfurao. Torna-se complexo a

    manuteno das condies de reservatrio sobre o fluido retirado e, assim, anlise de

    suas caractersticas e comportamento ao longo da vida produtiva do campo.

    3.4.3.2 Compressibilidade

    A compressibilidade define-se como sendo uma variao infinitesimal do

    volume por unidade de variao de presso. Em termos mais simples, a propriedade

    que a matria apresenta quando sofre a ao de foras adequadamente distribudas,

    tendo seu volume diminudo. Como na rocha reservatrio, importante conhecer a

    variao de volume de cada fluido em funo da variao da presso. A determinao

    similar ao da rocha e usa a mesma unidade.

    A compressibilidade isotrmica de um lquido pode ser escrita como:

    = 1

  • 15

    Equao 3.6

    Onde a massa especfica do fluido.

    J para gases, a compressibilidade isotrmica dada como:

    = 1

    Equao 3.7

    Onde p a presso que o gs est submetido.

    3.4.3.3 Fator Volume-Formao

    Chama-se volume-formao () a razo entre o volume que a fase i ocupa em

    condies de presso e temperatura quaisquer e o volume que ela ocupa em condies

    de superfcie. O fator volume formao do leo () na equao 3.8 expressa o volume

    da mistura numa condio de presso e temperatura qualquer necessrio para se obter

    uma unidade do volume de leo nas condies de superfcie.

    = + , () Equao 3.8

    Consideraremos a gua com um fator volume-formao que no ir depender

    das condies do reservatrio, sendo um fluido incompressvel, ou seja, Bw = 1.

    3.4.3.4 Viscosidade

    A viscosidade de um fluido afetada pelas variaes de temperatura e presso.

    Indica a resistncia do fluido ao fluxo e medida em centipoise (cp).

    3.4.3.5 Permeabilidade efetiva e relativa

    Como uma rocha reservatrio sempre contm dois ou mais fluidos, a

    permeabilidade absoluta no uma medida adequada para compor as variveis que

    definem a facilidade com que cada fluido se move no meio poroso. A permeabilidade

    efetiva ao fluido considerado uma medida mais adequada, pois dependem das

    saturaes de cada um dos fluidos no meio poroso. A cada valor de saturao existe um

    valor correspondente de permeabilidade efetiva quele fluido, como pode ser observado

    na Figura 3.8.

  • 16

    Figura 3.7 - ROSA et. al. [16]

    A permeabilidade relativa resultado da normalizao dos valores de

    permeabilidade efetiva pela permeabilidade absoluta. Observe nas Figuras 3.8 e 3.9

    como as permeabilidades absolutas e relativas se comportam em relao saturao de

    gua.

    Figura 3.8 - Permeabilidade efetiva (ROSA et. al.[16])

  • 17

    Figura 3.9 Permeabilidade relativa (ROSA et. al.[16])

    3.4.3.6 Presso Capilar

    Quando dois os mais fluidos imiscveis so colocados em um recipiente, os

    mais densos ficam embaixo, formando uma superfcie horizontal de separao entre os

    fluidos. Isto no ocorre em um meio poroso de capilares de diferentes dimetros, pois a

    superfcie de separao no ser mais brusca, existindo uma zona de transio devido

    ao de fenmenos capilares. Os fenmenos capilares so resultantes das atraes de

    molculas de diferentes substncias na massa fluida. Uma molcula situada no interior

    do lquido estar equilibrada por ser atrada igualmente em todas as direes pelas

    molculas que a cercam. O mesmo no ocorre com uma molcula na superfcie, que no

    ser atrada igualmente por estar cercada por molculas de tipos diferentes.

    A fora que impede o rompimento da superfcie, por unidade de comprimento,

    chama-se tenso superficial, entre fluidos gasosos e lquidos; ou interfacial entre

    fluidos lquidos. J a fora que tende a puxar uma superfcie para o centro chama-se

    fora capilar que, se dividida pela rea de contato, chama-se presso capilar, que so

    fatores que influem a eficincia do escoamento do fluido de interesse pelo reservatrio.

  • 18

    3.4.3.7 Molhabilidade

    A molhabilidade uma propriedade relativa, no podendo ser observada

    individualmente como uma relao absoluta entre o fluido e a rocha. Essa propriedade

    expressa a tendncia que um fluido tem em aderir-se s paredes do reservatrio em

    detrimento a outro fluido presente no meio. Esta medida atravs da anlise do ngulo

    de contato do fluido com a rocha como mostrado na Figura 3.11.A propriedade da

    molhabilidade varia de acordo com os fluidos e os slidos envolvidos.

    Figura 3.10 Alfa Connection, website

    3.4.3.8 Razo de mobilidade

    Costuma-se definir a razo de mobilidade M como o conceito que relaciona as

    principais propriedades dos fluidos envolvidas no deslocamento. A razo de

    mobilidades a relao entre a mobilidade da gua w (fluido deslocante), e a

    mobilidade do leo o (fluido deslocado) tal como apresentado na Equao 3.9:

    =

    Equao 3.9

    em que a mobilidade da gua e do leo esto indicadas pelas Equaes em

    3.10:

    = =

    Equao 3.10

  • 19

    em que krw permeabilidade relativa da fase gua, kro a permeabilidade

    relativa da fase leo, o a viscosidade do leo e w a viscosidade da gua.

    3.5 Modelagem de Reservatrios

    A primeira etapa de um programa exploratrio a realizao de um estudo

    geolgico com o propsito de reconstituir as condies de formao e acumulao de

    hidrocarbonetos em uma determinada regio. So elaborados mapas que descrevem a

    regio para a melhor escolha do programa de explorao a ser aplicado, bem como

    tentam dimensionar suas propriedades.

    3.5.1 Prospeco

    A prospeco visa fundamentalmente localizar em uma bacia sedimentar as

    situaes geolgicas apresentem condies para a acumulao de petrleo e verificar

    quais tem mais chances de conter petrleo em condies comercializveis. Os mtodos

    de prospeco so separados em geolgicos, potenciais e ssmicos. Eles no so

    absolutos e devem ser analisados em conjunto, complementam-se em informaes

    relevantes.

    3.5.1.1 Mtodos geolgicos

    a) Geologia de superfcie: atravs do mapeamento das rochas que afloram

    na superfcie.

    b) Aerofotogrametria e fotogeologia: construo de mapas geolgicos a

    partir de fotos tiradas de avies devidamente equipados.

    c) Geologia de subsuperfcie: a partir de um poo exploratrio, analisando

    amostras dos cascalhos e correlacionando poos na mesma regio de interesse.

  • 20

    Figura 3.11 - Geologia de superfcie (THOMAS[21])

    3.5.1.2 Mtodos potenciais:

    a) Gravimetria: entre outras utilidades, analisa a densidade de rochas em

    subsuperfcie, podendo identificar presena anmala de densidade como possvel

    acumulao de leo ou domo salino.

    b) Magnetometria: tem o objetivo medir pequenas variaes na intensidade

    do campo magntico terrestre.

  • 21

    Figura 3.12 Gravimetria (THOMAS[21])

    3.5.1.3 Mtodos ssmicos:

    Inicia-se com a gerao de ondas elsticas, atravs de fontes artificiais, que se

    propagam pelo interior da Terra, onde refletidas e refratadas nas interfaces que separam

    rochas de diferentes constituies petrofsicas e retornam superfcie, onde so

    captadas por equipamentos de registro (geofones, se em terra, e hidrofones, no mar). Os

    dados adquiridos so processados, podendo ser exibidos em vrias dimenses,

    auxiliando a interpretao das estruturas em subsuperfcie. O mapa gerado pode

    incrementar os projetos de perfurao, localizando com mais preciso a trajetria do

    poo. Poos exploratrios podem tambm ser fontes de informaes ssmicas, ajudando

    a captar informaes da geologia ao redor do poo.

    A maior parte dos dados no pode ser medida diretamente, necessitando de

    ajustes para contabilizar os efeitos da geometria dos equipamentos e fluidos do poo. Os

    mtodos de aquisio de dados so interpretados e, como foi dito, so complementares

    entre si, na tentativa de reduzir ao mximo as incertezas inseridas no modelo geolgico

    final. A interpretao final um resultado de anlise de distribuies probabilsticas

    sobre cada parte de volume do reservatrio em questo. A anlise estatstica da

    distribuio dos valores dados pode levar a melhores estimativas entre pontos medidos

  • 22

    e, assim, a heterogeneidade do reservatrio melhor representada. A geoestatstica usa

    a correlao espacial de valores medidos de uma propriedade para estimar o valor da

    propriedade em outros locais e pode integrar diferentes fontes de dados.

    Figura 3.13 - Resultado ssmico 3D (THOMAS[21])

    3.5.2 Incertezas geolgicas:

    Quando modelamos um reservatrio passamos por vrias fases de construo

    da integrao dos dados geolgicos. Isso vai refletir na preciso dos modelos, na

    resoluo e na distribuio das propriedades que queremos modelar. O processo de

    determinar as incertezas do modelo geolgico sempre complexo devido ao elevado

    nmero de variveis que devem ser consideradas. As infinitas realizaes possveis na

    simulao estocstica de um reservatrio podem ser obtidas variando-se a fonte de

    aquisio de dados ou os diferentes dados empregados na construo do modelo.

    Tradicionalmente, perfilagens e dados ssmicos so usados para caracterizar o

    reservatrio, mas ambos mantm vazios de informaes, dados seus limites de

    resoluo eficiente. Perfilagens tem uma boa resoluo vertical, em escala de

    centmetros, mas coleta informaes de uma poro muito pequena de todo o

  • 23

    reservatrio. Dados ssmicos sofrem de baixa resoluo tanto verticalmente como

    horizontalmente. Entre perfilagens e dados ssmicos, ainda existem lacunas de

    informaes, dificultando a caracterizao de reservatrios.

    Dadas as dificuldades de obteno de dados na modelagem de reservatrios, os

    valores de propriedades da rocha obtidos podem ser normalmente distribudos,

    expressando o valor mais provvel de ser compatvel com a realidade da rocha. Assim,

    os valores adotados das propriedades da rocha reservatrio no espao so resultados

    probabilsticos, inserindo incertezas ao resultado final de modelagens e simulaes.

    ROSA[17] mostra a importncia do uso da estatstica na caracterizao de reservatrios

    de petrleo. Como as propriedades do reservatrio so desconhecidas, acredita-se que

    cada ponto da regio definida pelo reservatrio esteja associado a uma srie de funes

    de densidade de probabilidade, associando cada propriedade a uma varivel aleatria. A

    anlise de perfis, de testemunhos e outras fontes de dados trazem valores absolutos das

    propriedades da rocha, no sendo, portanto variveis aleatrias. O valor medido passa

    ento a ser a mdia da varivel aleatria cuja funo de distribuio definida dentro do

    volume onde houve a medio, podendo ser usado para estimar a mdia da varivel

    aleatria em outros pontos do reservatrio. A figura abaixo ilustra um reservatrio que

    teve pontos com propriedades medidas e outros no.

    Figura 3.14 - Distribuio de uma propriedade de reservatrio (SAMPAIO[18])

  • 24

    Figura 3.15 - Histograma da porosidade obtido no Petrel

    Esse projeto utiliza a anlise probabilstica das propriedades de reservatrio,

    usando as ferramentas computacionais que sero descritas a seguir para que as

    incertezas inseridas sejam plenamente analisadas e consideradas durante os planos de

    desenvolvimento do campo.

    3.6 Heterogeneidade do reservatrio

    Informaes sobre as propriedades das rochas constituem-se em fatores

    decisivos para o estudo do comportamento de reservatrios de petrleo e, portanto, a

    sua coleta e a sua interpretao devem merecer uma ateno especial. A caracterizao

    da heterogeneidade de um reservatrio importante para entender e otimizar a produo

    de leo e gs. Reservatrios podem conter unidades litolgicas impermeveis e uma

    distribuio heterognea de porosidade e permeabilidade que so, ainda, afetadas por

    um conjunto de falhas que alteram o fluxo de fluidos dentro do reservatrio. A

    heterogeneidade do reservatrio ocorre numa escala de metros, controlada pela

    estratificao, mudana de fluidos residentes e efeitos diagenticos.

    3.6.1 Upscaling

    Modelos geolgicos podem conter milhes de informaes em uma nica

    clula, contudo a capacidade computacional muitas vezes limitada para suportar tal

    volume de informaes. Assim, um modelo menos detalhado pode ser necessrio para

    que a modelagem e simulaes computacionais sejam possveis. A tcnica usada

    chamada de upscaling, quando os valores das propriedades de uma regio do modelo

  • 25

    so simplificadas por um nico valor mdio das clulas prximas, reduzindo as

    caractersticas inerentes e, assim, a complexidade do modelo.

    3.6.2 Petrel

    Petrel um software da Schlumberger que integra dados de mtodos de

    prospeco de reservatrios de leo de mltiplas fontes. Isso permite que o usurio

    interprete dados ssmicos, de poos de correlao, construindo modelos de reservatrio

    que podem ser simulados e ter os resultados da simulao visualizados. Ainda, permite

    o clculo de volume de leo in place e o estudo de campanhas de desenvolvimento do

    campo que maximizem o volume produzido. O software suporta a anlise ssmica at a

    simulao, trazendo o todo o fluxo de dados, permitindo que riscos e incertezas ao

    longo da vida produtiva do reservatrio sejam avaliados.

    3.7 Simulao de Reservatrios

    3.7.1 Fluxo em meio poroso

    O estudo do fluxo nos meios porosos tem como ponto central uma equao,

    chamada equao da difusividade hidrulica ou simplesmente equao da difusividade,

    a partir da qual so desenvolvidas solues para as diversas situaes em que os

    reservatrios podem se encontrar. A equao da difusividade hidrulica, como

    utilizada na engenharia de reservatrios, obtida a partir da associao de trs equaes

    bsicas: equao da continuidade, que uma equao de conservao de massa, a lei de

    Darcy, que uma equao de transporte de massa, e uma equao de estado que tanto

    pode ser uma lei dos gases, como a equao da compressibilidade para o caso de

    lquidos, ROSA et. al.[16].

    3.7.1.1 Equao da continuidade:

    O texto desse tpico baseado no trabalho de HARTMANN[11]. Essa lei,

    descrita na equao 3.11 diz que o excesso do fluxo de massa, por unidade de tempo,

    entrando ou saindo de qualquer elemento infinitesimal de volume de controle somado a

    um termo fonte e multiplicado pela densidade igual mudana por unidade de tempo

    na densidade desse mesmo elemento multiplicada pelo volume vazio desse elemento..

  • 26

    ()

    = . (. ) + () Equao 3.11

    Considere uma clula que durante determinado intervalo de tempo ocorre

    movimentao de fluido atravs de seu meu poroso, o que significa que houve entrada e

    sada de fluido atravs de suas faces. Considera-se tambm a presena de um poo

    injetor mp nesta clula, como mostra a Figura 3.17 abaixo:

    Figura 3.16 - Fluxo de fluidos atravs de uma clula (HARTMANN[11])

    O caso mais geral aquele que ocorre movimentao do fluido nas trs

    direes, x,y e z. O fluido penetra no meio poroso atravs de uma face perpendicular a

    cada uma das direes e sai pela face oposta. A Figura 3.17 ilustra a movimentao no

    fluido nas trs direes, em destaque descritivo, a direo x. O fluido que se desloca

    nessa direo, ao entrar no meio poroso o faz atravs da face A, normal direo x, e ao

    sair, o faz atravs da face oposta A. O mesmo raciocnio pode ser utilizado para os

    fluxos nas direes y e z. importante salientar a presena de um fluxo mssico injetor,

    representado por mp, por exemplo, um poo injetor.

    Matematicamente, podemos descrever a figura 3.17 atravs da equao 3.12:

  • 27

    = Equao 3.12

    Onde me o fluxo mssico na entrada, sendo considerado por conveno positivo e ms o fluxo mssico na sada, negativo.

    Sabe-se que a massa (m) de um determinado fluido contido em um elemento

    infinitesimal que estamos utilizando como parmetro :

    = Equao 3.13

    Expandindo os termos da equao 3.13 temos que:

    = + + + Equao 3.14

    = + + + + + + Equao 3.15

    No entanto, pode-se escrever ainda que o fluxo mssico de entrada em cada

    uma das direes :

    = = = Equao 3.16

    E, o fluxo mssico de sada em x, y e z:

    + = + () + = + () + = + ()

    Equao 3.17

  • 28

    = Equao 3.18

    Com as equaes acima 3.14 e 3.18, a equao 3.13 pode ser reescrita. Com as

    simplificaes necessrias, teremos:

    ()

    = ()

    ()

    ()

    + (, ) Equao 3.19

    O termo (, ) possui unidades [1], mas se a equao for divida por dxdydz, este termo fonte passar a ter unidade de [31], o que demonstra que a equao 3.19 pode ser reescrita como:

    ()

    = ()

    ()

    ()

    + () Equao 3.20

    As equaes 3.19 e 3.20, apesar da sua aparente sofisticao, representam

    apenas um balano de materiais que pode ser explicada como sendo a diferena entre a

    massa que entra e a massa que sai nas trs direes do fluxo se iguala variao da

    massa dentro do meio poroso.

    3.7.1.2 Lei de DArcy:

    Em 1856, Henry DArcy concluiu, observando resultados de experincias para

    a purificao de gua atravs da utilizao de filtros de areia, que existia uma relao

    direta entre a vazo que atravessava o leito da areia e a diferena de carga associada a

    essa vazo. Um esquema do aparelho usado por DArcy pode ser observado na Figura

    3.18.

  • 29

    Figura 3.17 Fonte: Faculdade do Sul da Bahia, material didtico

    Em suas experincias, DArcy tambm concluiu que as dimenses do leito

    poroso afetavam os resultados obtidos e apresentou a relao matemtica que se tornaria

    a base para a compreenso do fenmeno do escoamento de fluidos atravs de meios

    porosos.

    = 1 2

    Equao 3.21

    Onde q a vazo volumtrica travs do leito poroso, K uma constante de

    proporcionalidade que depende do meio poroso, A a rea transversal do meio poroso,

    L o comprimento do leito poroso e (h1-h2) a diferena de carga dgua associada

    vazo obtida.

    Para a deduo da equao da difusividade necessria a associao da

    equao da continuidade com uma lei que rege o transporte de fluido no meio poroso,

    ou seja, com a Lei de DArcy:

    = Equao 3.22

  • 30

    Onde s uma trajetria de fluxo qualquer, a permeabilidade do meio poroso

    na direo do fluxo, o peso especfico do fluido, a viscosidade do fluido e o

    potencial de fluxo. O potencial de fluxo o agente responsvel e propulsor do

    deslocamento do fluido no meio poroso. Os fluidos se deslocam sempre de pontos de

    maior potencial para pontos de menor potencial, como, por exemplo, o deslocamento do

    fluido para pontos de menor presso ou menor densidade.

    3.7.1.3 Equao de estado:

    So equaes que representam as compressibilidades dos fluidos e da rocha.

    Para o fluxo de lquidos, pode-se usar a equao geral da compressibilidade dos fluidos:

    = 1

    Equao 3.23

    A compressibilidade da rocha pode ser usada a anteriormente explicitada:

    = 1 [ 2 ]1 Equao 3.24

    A compressibilidade dos gases no ser citada novamente, por o reservatrio

    usado no apresentar gs in place, no exemplo solucionado por esta monografia.

    3.7.1.4 Equao da difusividade:

    A equao da difusividade clssica apresentada considera:

    Meio poroso homogneo e isotrpico;

    Fluxo estritamente horizontal e isotrmico;

    Trecho do poo aberto ao fluxo penetrando totalmente a formao;

    Permeabilidade constante;

    Pequenos gradientes de presso;

    Fluido com compressibilidade pequena e constante, e viscosidade

    constante;

    Foras gravitacionais desprezveis;

    Fluidos e rochas no reagente entre si.

  • 31

    Essas aproximaes e consideraes do origem equao a partir da

    combinao das equaes da continuidade, de estado e da Lei de DArcy:

    2

    2+ 22

    + 22

    = 1

    Equao 3.25

    Onde =

    e ct, a compressibilidade total, escrita como:

    = + + Equao 3.26

    3.7.1.5 RGO, RAO e BSW:

    Os projetos de recuperao secundria que injetam gua, cedo ou tarde

    produziro quantidades crescentes de gua. No incio, com pequena produo de gua,

    mede-se o chamado BSW (basic sediments and water) que a frao de gua produzida,

    comparada com a produo total.

    A razo gs-leo (RGO) a relao entre a vazo de gs e a vazo de leo,

    medidas nas condies de superfcie. Uma razo gs-leo elevada pode ser o indicador

    de numerosos componentes mais volteis na mistura lquida do reservatrio ou de

    gerao de capa de gs secundria no reservatrio. Quando a produo de gua atinge

    valores elevados, ela medida pela razo gua-leo (RAO).

    3.7.1.6 ndice de produtividade

    A presso do reservatrio decresce com o tempo de produo, isto , com a

    produo acumulada durante a vida do reservatrio, e para cada valor de presso do

    reservatrio, existem elementos na equao de DArcy que permanecem constantes, os

    quais dependem das caractersticas da formao e dos fluidos produzidos, como

    permeabilidade e viscosidade do fluido. Ento, a razo da vazo medida e do diferencial

    de presso entre o reservatrio e o fundo do poo chamada de ndice de produtividade

    (IP), sendo um indicativo da produtividade do poo. Em consequncia disso, a equao

    de DArcy pode ser escrita da seguinte forma:

    = ( ) Equao 3.27

  • 32

    Para fluxo de uma s fase em condies estabilizadas, ou seja, acima da

    presso de saturao, o IP dos poos assumido constante e linear, como o caso dos

    reservatrios com influxo de gua ativa. Para o fluxo bifsico, isto , quando a presso

    de fluxo em frente aos canhoneados estiver abaixo da presso de saturao, ou seja,

    existe gs saindo de soluo dentro do reservatrio, o IP no chega a ser linear. A

    saturao de gs prximo ao poo aumentar com o consequente aumento na

    permeabilidade relativa ao gs. Isto provocar uma diminuio na permeabilidade

    relativa ao leo, e diminuio no IP, ou seja, quanto menor a presso dinmica de

    fundo, maior a saturao de gs prximo ao poo, menor permeabilidade relativa ao

    leo e, portanto, menor o IP.

    Figura 3.18 Curva de IPR Linear. Fonte: Material didtico, Engenharia de Petrleo, UFRJ, 2010.

    3.7.2 Eclipse

    Eclipse um simulador de reservatrios que oferece solues numricas de

    previses de comportamento do reservatrio, considerando diversos nveis de

    complexibilidade estruturais, geolgicos, de fluidos e de desenvolvimento. Permite a

    modelagem dos fluidos do reservatrio sob diferentes condies (modelo Black Oil,

    composicional).

    A integrao do Petrel e Eclipse permite uma interface simples e clara do fluxo

    de dados e informaes, permitindo controle de poos, operaes de planejamento e

  • 33

    aplicao de mtodos especiais de recuperao. Ainda, a integrao prope um melhor

    entendimento sobre as incertezas inseridas, otimizando o fator de recuperao do

    volume de leo in place. As simulaes e modelagens podem incluir anlises de

    sensibilidades e de incertezas.

    O programa oferece dois modelos diferentes para a anlise dos fluidos do

    reservatrio. Um deles o Black Oil, que consiste em modelar os hidrocarbonetos como

    uma mistura de trs componentes (leo, gua e gs) em trs fases (lquido, gs e gs em

    soluo), podendo estes componentes ser miscveis em diversas propores. Este

    modelo utilizado quando as reservas de leo e a quantidade de leo recupervel

    necessitam ser determinadas, mas a influncia da composio das fases no

    comportamento do fluxo no considerada. Atravs deste software possvel tambm a

    simulao de sistemas com mais de quatro componentes, onde este quarto componente

    pode vir da injeo de fluidos que sejam miscveis aos hidrocarbonetos do reservatrio.

    A abordagem black oil largamente utilizada na prtica e na grande maioria dos estudos

    de simulaes de reservatrio e de escoamento.

    O modelo composicional considera no somente a presso e a temperatura do

    reservatrio, mas tambm as composies das diversas fases eventualmente presentes

    no meio poroso. til quando uma equao de estado requerida para descrever o

    comportamento fluido da fase do reservatrio ou as mudanas composicionais

    associadas com a profundidade. Este modelo a escolha correta para estudar

    condensados, leos muito volteis, programas da injeo do gs e estudos secundrios

    da recuperao. O conhecimento do comportamento composicional requerido tambm

    para o exato planejamento e projeto das instalaes de produo de superfcie.

    No presente projeto, os inputs de simulaes no Eclipse foram:

    malha com os dados geolgicos do reservatrio;

    propriedades dos fluidos e rocha;

    parmetros rocha-fluido;

    condies iniciais;

    dados de poos onde se definem as condies de operao.

  • 34

    3.7.2.1 Simulao Black-Oil

    Como citado anteriormente, o modelo black-oil no considera a composio

    das fases e, ainda:

    a) no existem trocas de componentes entre as fases;

    b) uma fase ocorre entre o gs e o leo, isto , o gs se move em soluo ou

    no no leo, mas no ocorre vaporizao do leo para a fase gs. Assim, desconsidera-

    se a condensao do gs ou vaporizao do leo;

    As equaes que regem o comportamento black-oil so:

    -Para a gua:

    . []

    ( ) = Equao 3.28

    - Para o leo:

    . []

    ( ) = Equao 3.29

    - Para o gs:

    . []

    ( ) + . [] + = + Equao 3.30

    Onde Bi so os fatores volume de formao, i so as massas especficas dos

    fluidos, pi so as variaes de presso dos fluidos, Rs a razo definida por como a

    razo dos volumes de gs e leo em superfcie, e Qi so as vazes de produo dos

    fluidos.

    O comportamento da produo de fluidos ao longo do tempo resultado da

    anlise das equaes mostradas acima, junto com a Equao 3.26, que formam o

    conjunto das quatro equaes essenciais para a simulao de reservatrios. Focando na

    anlise da produo de leo, possvel identificar que o volume produzido depender

    da permeabilidade relativa, variao de presso e saturao de leo no meio poroso ao

    longo do tempo. A maneira com que a rocha formada e, assim, permite o fluxo de

  • 35

    fluidos por sua estrutura, uma das principais variveis da produo de um campo, mas

    precisa ser analisada em conjunto com as outras citadas. A variao de presso na

    produo define a capacidade do reservatrio de transmitir essa queda pelo meio poroso

    por consequncia da produo, o que tambm permite interpretar a ao do gs em

    soluo como mecanismo de produo, caso a presso caia para um valor abaixo da

    presso de saturao. Assim, possvel prever a produo de leo, de gs, decaimento

    da produo, entre outras importantes informaes para o planejamento de produo de

    um campo de petrleo.

    4 Sistemas martimos de produo

    Um sistema de produo consiste de uma ou mais plataformas ou unidades

    estacionrias de produo (UEP), equipamentos localizados no convs das UEPs e os

    localizados no fundo do mar, que constituem o layout submarino. Toda a rede montada

    por esses equipamentos responsvel por levar o leo que chega at a rvore de natal

    at o sistema de escoamento para processamento. Podemos observar na Figura 4.1um

    exemplo de configurao de sistema martimo de produo, na Bacia de Campos, em

    todas as suas etapas, desde a elevao do leo em reservatrio at a chegada unidade

    de processamento:

    Figura 4.1 - Material didtico, Engenharia de Petrleo, UFRJ, 2010

  • 36

    4.1 Tipos de poos

    Com base em seu direcionamento, os poos podem ser classificados como

    verticais ou direcionais.

    4.1.1 Poo vertical: Um poo considerado vertical quando o seu objetivo est sob a sonda e no

    apresenta mudana de direo (dog-leg) considervel.

    Qualquer poo em que seja necessria a mudana de direo ou inclinao

    chamado direcional. Os poos direcionais podem ser divididos em Tipo 1, Tipo 2, Tipo

    3, horizontais e de grande afastamento (ERW).

    4.1.2 Poos horizontais:

    Os poos do tipo horizontal se caracterizam por ter inclinao final perto de 90

    graus. Sua vantagem possibilitar um maior intervalo de exposio do reservatrio,

    otimizando a captao do leo existente no mesmo.

    4.1.3 Poos Tipo 1:

    Os poos do tipo 1 se caracterizam por ter KOP (kick of point), ponto onde se

    inicia o ganho de inclinao do poo, baixa profundidade, seguido de um trecho com

    inclinao constante, at atingir o alvo.

    4.1.4 Poos Tipo 2:

    Os poos do tipo 2 caracterizam-se por ter um trecho de build-up, trecho com

    ganho de ngulo, e um trecho de drop-off, com perda de ngulo. O poo pode atingir o

    alvo na vertical ou no.

    4.1.5 Poos Tipo 3:

    Os poos do tipo 3 caracterizam-se por ter o KOP grande profundidade, e um

    trecho de ganho de ngulo para atingir o alvo. Este tipo de poo muito utilizado para

    aproveitamento de poos j perfurados.

    4.1.6 Poos Tipo Designer (3D):

    O poo tipo 3D aplicado normalmente em situaes onde o posicionamento

    da plataforma restrito, mo permitindo o alinhamento da cabea do poo com o

    objetivo e tem trajetria com alterao de direo e giros. Tambm usado quando se

  • 37

    objetiva reduzir as linhas de produo por motivos tcnicos e/ou econmicos. VIEIRA

    [23]

    Figura 4.2 - Material didtico, Engenharia de Petrleo, UFRJ, 2010

    Figura 4.3 - Material didtico, Engenharia de Petrleo, UFRJ, 2010

    Os poos perfurados de forma perpendicular so (poos verticais) e podem ser

    produtores ou projetados para obteno de dados de reservatrio (exploratrios)

    permitindo uma maior preciso nos projetos seguintes, onde outros poos verticais

  • 38

    podem ser perfurados ou de trajetrias oblquas, os poos direcionais. Os poos

    horizontais so de emprego cada vez maior na produo offshore. Eles permitem uma

    cobertura maior do reservatrio, aumentando a vazo de produo de fluidos se

    comparado a vazo obtida por um poo vertical.

    4.2 Tipos de completao

    A Completao de poos consiste no conjunto de servios e equipamentos

    instalados no poo desde o momento em que a broca atinge a base da zona produtora de

    produo. Este um conceito operacional da atividade, note que, por esta definio, a

    cimentao do revestimento de produo, ou seja, aquele que entra em contato com a

    zona produtora, uma atividade de Completao.

    Os mtodos de completao podem ser classificados quanto interface entre a

    coluna e a zona produtora:

    4.2.1 Completao a poo aberto:

    A completao a poo aberto frequentemente utilizada em espessas sees de

    reservatrios constitudos por tipos de rochas bem firmes. o mtodo mais antigo de

    completao de poos. As vantagens deste mtodo so as seguintes: THOMAS [21]

    a zona de interesse inteira aberta para a coluna; no h gasto com canhoneio do revestimento; existe a intercomunicao de fluidos em todo o intervalo aberto para produo; drawdown pode ser reduzido por causa da larga rea de fluxo; h uma reduo no custo do revestimento; o poo pode ser facilmente aprofundado; a completao pode ser facilmente convertida para outro tipo de completao

    como o liner rasgado ou revestimento canhoneado;

    pelo fato de no haver revestimento, no h risco de haver dano formao causada pelo cimento.

    A completao a poo aberto particularmente atrativa onde perdas com uma

    filtragem ruim do fluido de perfurao pode levar a grandes prejuzos. Porm existem

    desvantagens e limitaes deste mtodo de completao, so elas: THOMAS [21][21]

    formaes que apresentam grandes razes gs-leo / gua-leo normalmente no podem ser controladas porque todo o intervalo aberto para produo;

  • 39

    o controle do poo durante a completao pode ser mais difcil; a tcnica no aceitvel para formaes constitudas por reservatrios separados

    que contm fluidos com propriedades incompatveis;

    as diversas zonas dentro do intervalo de completao no podem ser facilmente selecionadas;

    este tipo de completao vai requerer freqentes limpezas se houver produo de areia ou se a formao no estiver estvel.

    4.2.2 Liner rasgado ou canhoneado:

    Para controlar problemas de desmoronamento, os primeiros produtores de

    petrleo colocaram tubos com fendas ou telas na parte inferior do poo como um filtro

    de areia. O uso deste tipo de completao como mtodo para controle de areia vem se

    tornando muito popular hoje em dia em algumas reas. Este mtodo tem praticamente as

    mesmas vantagens e desvantagens da completao a poo aberto.

    Na maneira mais simples e antiga um tubo com fendas colocado dentro do

    poo. As fendas so pequenas o suficiente para que a areia fique retida. Para areias

    muito finas so colocadas telas de arame. Esta tcnica um mtodo de controle de areia

    razoavelmente eficaz.

    Algumas vezes este o nico mtodo de controle de areia que pode ser usado

    por causa da perda de presso e consideraes sobre a geometria do poo. Entretanto,

    este mtodo no muito recomendado por que: THOMAS[21].

    O movimento da areia para a coluna faz com que haja um impedimento da permeabilidade devido mistura de diferentes de tamanhos de gros.

    Gros de areia finos tendem a obstruir a tela. A tela pode sofrer desgaste devido movimentao da areia. Um suporte ineficaz da formao pode causar desabamento.

    Para solucionar estes problemas, o anular entre o poo e a tela preenchido

    com gros de areias mais grossos. A areia ou cascalho serve como suporte para a parede

    do poo e para prevenir o movimento de areia. Este mtodo pode remover alguns dos

    estragos causados pelo fluido de perfurao.

  • 40

    4.2.3 Revestimento canhoneado:

    O mtodo envolve cimentao do revestimento na rea de interesse, onde a

    comunicao com a formao feita atravs de buracos perfurados no revestimento e

    no cimento, denominados canhoneados.

    Este canhoneio feito para comunicar o interior do poo com a zona de

    interesse. Se o poo revestido e no-canhoneado durante os estgios iniciais da

    operao de perfurao, o controle do poo mais fcil e os custos de completao

    podem ser reduzidos.

    Usando vrias tcnicas de controle de profundidade, possvel decidir quais

    zonas sero perfuradas e abertas para produo, evitando assim, a comunicao de

    fluidos indesejveis como gs e gua, zonas fracas que podem produzir areia ou ainda,

    zonas improdutivas.

    Esta seletividade que completamente dependente de um bom trabalho de

    cimentao e canhoneio adequado tambm permite que um simples poo produza vrios

    reservatrios separados, sem que haja comunicao entre eles.

    Este canhoneio pode tambm ser usado para controlar o fluxo da zona de

    interesse, fechando o canhoneado ou injetando fluidos para transformar as zonas em

    menos permeveis.

    A deciso de colocao do revestimento pode ser adiada at que a avaliao do

    reservatrio seja concluda, reduzindo gastos com poos secos. Em suma, as vantagens

    desta completao incluem:

    Operaes mais seguras; Seleo mais segura das zonas a serem completadas; Reduo da relevncia de estragos causados pela perfurao; Facilitao da estimulao seletiva; Possibilidade de completao em zonas mltiplas; Custos reduzidos com poos secos; Planejamento mais fcil de operaes de completao.

    4.2.4 Mtodos para controle da produo de areia:

    O texto desse tpico em referncia ao SILVA[20]. A extrao do leo em

    arenitos friveis tem apresentado constantes desafios indstria do petrleo, nem tanto

  • 41

    pela necessidade da conteno da produo de areia propriamente dita, mas pelas altas

    perdas de carga impostas pelo processo, que podem abreviar em alguns anos, a vida

    produtiva de um poo. Os principais problemas causados pela produo de areia so:

    Deposio de areia no poo encobrindo os canhoneados, ou formao de bridge na coluna de produo, reduzindo ou at mesmo causando a

    interrupo do fluxo;

    Eroso de equipamentos de superfcie, como linhas e chokes, e de subsuperfcie como DHSV e mandris de gaslift;

    Acumulao de areia nos equipamentos de superfcie; Criao de grandes vazios por trs do revestimento, onde

    desmoronamentos podero causar reduo drstica da permeabilidade nas

    imediaes do poo ou colapso do prprio revestimento;

    Perda de isolamento hidrulico.

    a. Tubos rasgados (Slotted Liner): so usados em poos com baixa produtividade

    ou em longos intervalos produtores, incluindo-se os poos horizontais. Existem

    novos equipamentos desenvolvidos para maior rea aberta ao fluxo e aplicao

    especfica para poos horizontais, dos quais so destacados: Sinterpack,

    Stratapack e Excluder.

    b. Tela pr-empacotada: so dois tubos selados, concntricos, tendo o espao

    anular entre eles preenchido com areia ou cermica. recomendvel somente em

    poos com longos intervalos canhoneados e altamente desviados, ou horizontais.

    c. Areia resinada: consiste no preenchimento de espaos criados atrs do

    revestimento, devido produo de areia com gravel pr resinado. Aps a pega da

    resina descida a broca para remoo do excesso de gravel dentro do poo. Esta

    tcnica se restringe a ser aplicada em poos com pequena extenso canhoneada,

    sendo tambm recomendada para poos antigos que j produziram grandes

    volumes de areia.

    b) Gravel pack: a mais difundida mundialmente. Consiste no preenchimento

    dos canhoneados e anular tubo telado/revestimento com uma areia (gravel) de

    granulometria bem selecionada, formando um pacote compacto, que impede a

    movimentao da areia da formao.

  • 42

    4.2.4.1 Gravel Pack

    Esta tcnica, empregada em poo aberto ou revestido, pode variar desde a

    simples utilizao de um nico tubo telado uma complexa completao mltipla. Aps

    o condicionamento do revestimento, descido um sump packer, formando o fundo

    necessrio para a ancoragem da do Gravel Pack, em seguida o poo canhoneado e o

    conjunto de Gravel Pack, composto de tubos telados, tubos cegos, wash pipes,

    crossover tool e packer instalado.

    Aps a instalao do conjunto, feito o bombeio e deslocamento do gravel,

    que conter a produo de areia da formao.

    As vantagens do Gravel Pack em relao aos outros mtodos alternativos so:

    Mais efetivo no controle de areia em longos intervalos, em intervalos com pequenas intercalaes de folhelhos, e em zonas com alto teor de

    argila e silt;

    Suporta a maioria das reaes desenvolvidas em um tratamento qumico possivelmente necessrio ao longo da vida produtiva do poo, e no se

    deteriora com o tempo;

    Apresenta melhores resultados nas aplicaes em poos antigos com histrico de grande produo de areia;

    menos afetado pelas variaes de permeabilidade da formao ao longo da extenso do gravel pack.

    As desvantagens do Gravel Pack so:

    Reduo do dimetro interno do poo, pela utilizao de tubos telados; Reparos ou recompletaes requerem a remoo do conjunto; As telas esto sujeitas corroso e/ou eroso devido s altas velocidades

    de fluxo ou produo de fluidos corrosivos.

    Apresenta maior dificuldade no isolamento de futuros intervalos produtores de gua.

    4.3 Arranjo de poos

    O arranjo dos poos pode ser do tipo satlite ou agrupado. Os poos agrupados

    posicionam-se geralmente abaixo da Unidade Estacionria de Produo (UEP), que

  • 43

    sero descritas na seo 4.5 desse captulo, e os poos satlites localizam-se em vrios

    pontos do campo, ao redor da UEP, como mostra a figura 4.5 e 4.4 respectivamente.

    A utilizao de poos satlites apresenta vantagem em relao aos poos

    agrupados, pois podem ser posicionadas sobre as regies de maiores concentraes de

    leo no reservatrio. Entretanto o investimento muito maior comparando-se aos poos

    agrupados, pois necessrio a cada poo satlite mais equipamentos e maior

    comprimento de tubulaes para o escoamento da produo dos poos.

    Alguns dos parmetros que influenciam a definio do arranjo dos poos so a

    rea do reservatrio, a profundidade, o tipo e o nmero de poos a perfurar.

    A escolha do arranjo de poos a ser adotado interage com diversas variveis de

    projeto e torna-se bastante complexa na medida em que poucas aproximaes ou

    consideraes so adotadas, ou seja, h a necessidade de assumirem-se premissas que

    reduzam o nmero de possibilidades para a construo do arranjo de poos.

    Figura 4.4 - Material didtico, Engenharia de Petrleo, UFRJ, 2010

  • 44

    Figura 4.5 - Material didtico, Engenharia de Petrleo, UFRJ, 2010

    4.4 Manifolds

    O manifold submarino uma estrutura metlica apoiada no fundo do mar e que

    acomoda vlvulas e acessrios que permitem que este esteja conectado rvore de natal

    molhada, outros sistemas de produo, de tubulaes e risers. Esse equipamento

    permite que a produo de vrios poos seja recebida em um nico sistema de elevao,

    como uma subestao de captao, reduzindo o comprimento de tubulao usada no

    escoamento submarino. Essa configurao organiza os poos em clusters. Ainda, o uso

    de manifolds pode estar relacionado capacidade de recebimento de poos pela UEP ou

    necessidade de limitao da vazo de surgncia antes que o fluxo chegue s

    instalaes da UEP.

  • 45

    Figura 4.6 - Manifold Submarino

    4.5 Unidades Estacionrias de Produo (UEPs)

    Unidades Estacionrias de Produo tambm denominadas plataformas de

    produo, so unidades industriais cuja funo receber, tratar e enviar os fluidos

    produzidos pelo reservatrio. As plataformas so classificadas e projetadas de acordo

    com a produo esperada do campo, a profundidade do mar e intempries ambientais.

    Durante o projeto de desenvolvimento do campo, so analisadas diversas alternativas

    em estudos de viabilidade tcnico-econmica (EVTE). Nesta fase, o tipo de UEP

    selecionado.

    4.5.1 UEPs fixas

    Foram as primeiras unidades utilizadas e tem sido preferida nos campos

    localizados em lminas dgua de at 300 m. So constitudas de estruturas modulares

    de ao, instaladas no fundo do mar. Alm disso, so projetadas para receber todos os

    equipamentos de perfurao, estocagem de materiais, alojamento de pessoal, bem como

    todas as instalaes necessrias para a produo dos poos. Caracterizam-se por estarem

    apoiadas diretamente no fundo do mar e praticamente por no apresentarem grandes

    movimentos. Elas permitem a utilizao de rvore de natal na superfcie (completao

    seca) bem como a perfurao e interveno nos poos a partir de sondas instaladas no

    seu convs.

  • 46

    4.5.1.1 Jackup ou auto elevatria

    So constitudas, basicamente de uma balsa equipada com estrutura de apoio

    ou pernas que, que acionadas mecnica ou hidraulicamente movimenta-se para baixo at

    atingirem o fundo do mar. Em seguida, inicia-se a elevao da plataforma acima do

    nvel da gua, a uma altura segura e fora da ao das ondas. So plataformas mveis,

    sendo transportadas por rebocadores ou com propulso prpria, destinadas a lminas

    dgua que variam de 5 a 130 metros.

    Figura 4.7 - Jackup, Polnia, 2005

    4.5.1.2 Jaqueta

    As plataformas jaquetas so estruturas metlicas instaladas com estacas

    cravadas no fundo do mar, ilustradas na figura 4.9. Normalmente possuem grande

    capacidade de processar o leo e o gs produzido, muitas vezes atendendo no somente

    o campo onde est instalada, mas tambm campos adjacentes. So em geral projetadas

    para vida til de 20 a 30 anos e representam altos investimentos. O seu posicionamento

    requer cuidados especiais e deve ser bastante preciso, pois uma vez instalada no poder

    ser removida para outra locao. O tempo necessrio para sua construo muitas vezes

    considerado longo.

  • 47

    Figura 4.8 Projeto de Jaqueta. Fonte: Suporte Consultoria e Projeto LTDA.

    4.5.2 UEPs flutuantes

    4.5.2.1 Spar

    O sistema Spar consiste de um cilindro vertical de ao de grande dimetro,

    ancorado, operando com um calado de profundidade constante de cerca de 200 metros,

    o que gera apenas pequenos movimentos verticais e, consequentemente, possibilita a

    adoo de risers rgidos verticais de produo. Neste tipo de plataforma, h utilizao de

    supressores de vrtices em torno do cilindro com o objetivo de inibir vibraes.

    Figura 4.9 - Spar. Fonte: Marine Talk

  • 48

    4.5.2.2 Semi-Submersveis (SS)

    Este tipo de plataforma se apoia em flutuadores cuja profundidade pode ser

    alterada atravs do bombeio de gua para o tanque de lastro. As plataformas de

    produo ficam na locao em torno de 20 anos. Dois tipos de sistema so responsveis

    pelo posicionamento da unidade flutuante: sistema de ancoragem (ancoragem

    convencional e ancoragem do tipo taut-leg) e o sistema de posicionamento dinmico

    (propulsores no casco acionado por computador restauram a posio). Entre suas

    vantagens esto os menores movimentos que um casco tipo navio, a facilidade para

    mudar de locao e por ter sua tecnologia j consolidada. Como desvantagens, podem

    ser citadas a necessidade de completao molhada (rvores de natal molhada) ser muito

    sensvel carga do convs e ter capacidade de estocagem reduzida.

    Figura 4.10 Plataforma Semi-submersvel. Fonte: Portal NewsComex

    4.5.2.3 TLP

    Sua estrutura semelhante da plataforma semi-submersvel. Porm, sua

    ancoragem ao fundo do mar diferente: as TLPs so ancoradas por tendes (estruturas

    tubulares) fixos ao fundo do mar por estacas e mantidos esticados pelo excesso de

    flutuao da plataforma, o que reduz severamente o movimento de heave (movimento

    vertical da estrutura) desta, permitindo a completao seca.

  • 49

    Figura 4.11 - TLP. Fonte: Oil and Gas Processing

    4.5.2.4 FPSO

    Os navios FPSOs (Floating Production Storage Offloading) surgiram para

    atender os desafios de escoamento da produo em guas profundas. Consistem em uma

    unidade estacionria de produo que utiliza um navio ancorado, o qual suporta no seu

    convs uma planta de processo. Alm de possuir tanques para o armazenamento do leo

    produzido, permitem o escoamento da produo para outro navio, chamado aliviador,

    que periodicamente amarrado no FPSO para receber e transportar o leo at os

    terminais petrolferos.

    O primeiro FPSO foi instalado pela Shell no Campo de Castellon, Espanha, em

    1977, utilizando-se um sistema de ancoragem chamado SALM (Single Anchor Leg

    Moooring) projetado pela empresa Mnaco-SBM. Durante os anos 80, essa tecnologia

    de FPSO ficou centrada em aplicaes em guas calmas e profundidades moderadas,

    quando, ento, ficou demonstrado ao mercado a segurana operacional e viabilidade

    econmica da mesma.

    As unidades devem ser capazes de armazenar o leo cru estabilizado. Para

    produzir leo cru estabilizado, necessita-se separar o leo, o gs e a gua produzida e

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    tratar cada um deles convenientemente, de modo a se dispor dos mesmos. Assim, uma

    planta de processo se faz necessria. Para uma planta funcionar, uma srie de sistemas

    deve