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Denise Maranho Carlos Andr Teixeira Tiago Marques Arajo Teixeira

PROCEDIMENTOS DE INVESTIGAO E AVALIAO DA CONTAMINAO EM POSTOS DE COMBUSTVEIS, UTILIZANDO METODOLOGIAS DE ANLISE DE RISCO: APLICAO DA ACBR EMESTUDO DE CASO NA RMS

SALVADOR 2007

ESCOLA POLITCNICA - UFBA DEPARTAMENTO DE HIDRAULICA E SANEAMENTO CURSO DE ESPECIALIZAO EM GERENCIAMENTO E TECNOLOGIAS AMBIENTAIS NA INDSTRIA

Denise Maranho Carlos Andr Teixeira Tiago Marques Arajo Teixeira

PROCEDIMENTOS DE INVESTIGAO E AVALIAO DA CONTAMINAO EM POSTOS DE COMBUSTVEIS, UTILIZANDO METODOLOGIAS DE ANLISE DE RISCO: APLICAO DA ACBR EM ESTUDO DE CASO NA RMS

Monografia apresentada ao Curso de Especializao em Gerenciamento de Tecnologias Ambientais e Tecnologias, da Universidade Federal da Bahia UFBA, como requisito parcial para obteno do ttulo de Especialista. Orientador: Prof. Iara Brando de Oliveira.

Salvador 2007

LISTA DE TABELAS

Tabela 2.1 Tabela 2.2 Tabela 2.3 Tabela 2.4 Tabela 2.5 Tabela 2.6 Tabela 2.7 Tabela 3.1 Tabela 3.2 Tabela 3.3 Tabela 3.4 Tabela 3.5 Tabela 3.6 Tabela 3.7 Tabela 3.8 Tabela 3.9

Composio Molar da Gasolina por Tipo de Grupo e N de Carbonos Causa dos Acidentes em Postos de Combustveis Normas Tcnicas para Postos de Combustveis reas Contaminadas no Estado de So Paulo - Maio de 2006 Autuaes em Postos de Combustveis na Bahia

10 13 19 22 23

Legislaes Municipais Relacionadas Instalao de Posto de Combustveis 26 em Salvador Classificao de reas e de Aes de Resposta para Tipo 1 Risco Imediato Concentraes de COV das Amostras de Solo Resultados das Amostras Geotcnicas 33 57 59

Resultados do Levantamento Topogrfico Relativo dos Poos e da Medio do 63 Nvel dgua e Fase Livre Resultados das Anlises Qumicas do Solo - BTEX E TPH - (mg/Kg) Resultados das Anlises Qumicas do Solo - PAH - (mg/Kg) Resultados das Anlises Qumicas da gua Subterrnea - BTEX E TPH (mg/L) Resultados das Anlises Qumicas da gua Subterrnea - PAH - (mg/L) Levantamento dos Cenrios de Exposio Resultados das Anlises Qumicas do Solo, Valores de Interveno e NABR para BTEX e TPH (mg/Kg) 70 70 71 71 72 75 75 76 76 80 81 81 82

Tabela 3.10 Resultados das Anlises Qumicas do Solo, Valores de Interveno e NABR para PAH - (mg/Kg) Tabela 3.11 Resultados das Anlises Qumicas da gua Subterrnea, Valores de Interveno e NABR para BTEX e TPH - (mg/L) Tabela 3.12 Resultados das Anlises Qumicas da gua Subterrnea, Valores de Interveno e NABR para PAH - (mg/L) Tabela 3.13 Resultados das Anlises Qumicas do Solo e CMEA para BTEX (mg/Kg) Tabela 3.14 Resultados das Anlises Qumicas do Solo e CMEA para PAH - (mg/Kg) Tabela 3.15 Resultados das Anlises Qumicas da gua Subterrnea e CMEA para BTEX (mg/L) Tabela 3.16 Resultados das Anlises Qumicas da gua Subterrnea e CMAE para PAH (mg/L)

LISTA DE FIGURAS Figura 2.1 Figura 2.2 Figura 2.3 Figura 2.4 Figura 2.5 Figura 2.6 Figura 2.7 Figura 2.8 Figura 2.9 Figura 2.10 Figura 3.1 Figura 3.2 Figura 3.3 Figura 3.4 Figura 3.5 Figura 3.6 Figura 3.7 Processos de Transporte do NAPL na Subsuperfcie Cenrio Hipottico de Contaminao Elementos da Anlise de Risco em Nveis (ASTM) Fluxograma Geral de Abordagem da ACBR Tabela de Nvel de Avaliao Baseados no Risco Benzeno 8 29 30 31 35

Fluxograma do Novo Procedimento da CETESB para Aplicao da 39 Metodologia ACBR Estrutura Conceitual do Modelo C Soil Tipos e Freqncias de Aplicao de Tecnologias de Remediao de Solo 41 45

Tipos e Freqncias de Aplicao de Tecnologias de Remediao de gua 46 Subterrnea Tcnicas de Remediao Implantadas no Estado de So Paulo Perodo 47 de2002 at maio de 2006 Foto Area do Local Croqui do Posto de Gasolina Mapa de Isoconcentraes de COV (ppm) e a Planta Situao da rea 50 52 56

Mapa de Localizao das Sondagens e Distribuio dos Resultados Analticos 58 em Solo Perfis Litolgicos e Construtivos das Sondagens e Poos, com as 60 Concentraes de COV em Profundidade Mapa de Localizao dos Poos Instalados, Distribuio dos Resultados 61 Analticos em gua e Mapa Potenciomtrico Seo Hidrogeolgica A-A e Distribuio Vertical das Concentraes de 67 COV (ppm)

SUMRIO 1 1.1 1.1.2 1.1.3 2 2.1 2.2 2.3 INTRODUO OBJETIVO GERAL Objetivos Especficos Estrutura da Monografia REVISO TERICA CONTAMINAO DE SOLO E COMBUSTVEIS AUTOMOTIVOS CONTAMINAO NOS POSTOS EQUIPAMENTOS DE PREVENO GUA DE SUBTERRNEA COMBUSTVEIS POR 3 6 6 6 7 7

E 12

LEGISLAES FEDERAIS, ESTADUAIS, MUNICIPAIS E NORMAS 17 TCNICAS RELACIONADAS AO FUNCIONAMENTO DE POSTOS DE COMBUSTVEIS METODOLOGIAS DE AVALIAO DE RISCO RBCA (ASTM E 1739 27 95) E ACBR (CETESB 10/2006/C) METODOLOGIA DE AVALIAO DE RISCO C- SOIL TECNOLOGIAS DE REMEDIAO PARA POSTOS DE COMBUSTVEIS MATERIAIS E MTODOS 40 44 48

2.4 2.5 2.6 3 3.1 3.2 3.2.1 3.2.2

CARACTERIZAO DO POSTO COMBUSTVEL NA RMS E DA REA 49 DE ESTUDO INVESTIGAES REALIZADAS METODOLOGIA ACBR PARA APLICAO DA 53

Investigao Preliminar, Coleta de Dados Bsicos e Atendimento 53 Emergencial Investigaes Confirmatrias 54 54

3.2.2.1 Atividade de Sondagem do Solo, Instalao de Poos e Coletas de Amostras

3.2.2.2 Levantamento Topogrfico, Mapa Potenciomtrico da rea e Espessura da Fase 63 Livre nos Poos de Monitoramento 3.2.2.3 Ensaio de Permeabilidade 3.2.2.4 Estudo de Caracterizao Geolgica e Hidrogeolgica Local 64 66

3.2.2.5 Estudo de Caracterizao da Contaminao Local e Resultados das Anlises 68 Qumicas

3.3 3.4 3.4.1 3.4.2 3.5 4 4.1 4.2 4.3 5

MODELO CONCEITUAL DE EXPOSIO ANLISE DE RISCO UTILIZANDO A METODOLOGIA ACBR Anlise de Risco Nvel 1 Anlise de Risco Nvel 2

72 74 74 78

COMENTRIOS SOBRE O ESTUDO DE CASO E RECOMENDAES AO 83 EMPREENDEDOR RESULTADOS E DISCUSSO PROCEDIMENTOS PARA AVALIAO ESTABELECIDOS EM SO PAULO PROCEDIMENTOS PARA AVALIAO ESTABELECIDOS NA BAHIA O ESTUDO DE CASO CONCLUSES E RECOMENDAES REFERNCIAS ANEXOS ANEXO I: Planilhas do RBCA Tool Kit for Chemical Releases, Version 1.3 b. DA DA 85 CONTAMINAO 85 CONTAMINAO 85 86 88 90 94 94

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1 INTRODUO

No Brasil existem cerca de 36.000 postos que envolvem a revenda de combustveis (AGNCIA NACIONAL DE PETRLEO, 2005) e abastecem diariamente milhares de veculos automotores, o principal meio de transporte nacional. Estes postos esto distribudos em todas as regies do pas, mas se concentram, principalmente, nas regies de maior densidade populacional, por haver uma maior concentrao de veculos e, conseqentemente, um maior mercado consumidor. De acordo com dados da Agncia Nacional de Petrleo ANP, So Paulo o estado que possui maior nmero de postos, seguido por Minas Gerais, Paran, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Santa Catarina e na stima colocao a Bahia (GOUVEIA, 2004, p. 9). J h algum tempo, os postos de servio tm sido fonte de preocupao motivada pelos riscos scio-ambientais e de segurana relacionados s suas atividades. Os combustveis so produtos txicos que podem contaminar fontes de abastecimento de gua devido presena na sua constituio de hidrocarbonetos monoaromticos como benzeno, tolueno, etilbenzeno e xilenos (denominados BTEX), considerados substncias perigosas por serem depressantes do sistema nervoso central, alm de causar leucemia (CORSEUIL; MARINS, 1997, p. 2). Tambm so produtos inflamveis, podendo causar acidentes com incndio e exploso, caso ocorra o acmulo de combustveis em locais confinados como caixas de telefonia e cabos eltricos, subsolo de edificaes, dentre outros ambientes. Os acidentes ambientais em postos esto relacionados, principalmente, com vazamentos e derramamentos de combustveis gerados por falhas construtivas (ex.: corroso em tanques e tubulaes, ausncia de pavimentao) e falhas operacionais (ex.: vazamentos durante a operao de abastecimento dos veculos e vazamentos durante o descarregamento de combustvel do caminho tanque) que atingem o solo e a gua subterrnea. Esses acidentes ocorrem com maior freqncia em instalaes de postos antigos, com tanques, tubulaes e bombas com vinte anos de operao, em estabelecimentos ainda no licenciados e fora dos padres atualmente exigidos. Os registros de acidentes ambientais atuais revelam que os postos de servio so um dos principais causadores deste tipo de ocorrncia no pas, justificando os motivos de preocupao da sociedade em geral. De acordo com os dados do rgo ambiental do Rio de Janeiro, Fundao Estadual de Engenharia do Meio Ambiente (FEEMA), de 1983 a 2003, os

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postos foram responsveis por 12% dos atendimentos de emergncia realizados no estado, ficando na quarta posio das atividades com maior incidncia de acidentes (GOUVEIA, 2004, p.16). Em So Paulo, dados do ano de 2006 revelam que os postos contriburam com 73% da contaminao no estado, sendo a atividade que mais contamina, seguida das atividades industriais com 16% (COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL, 2006). Antes de 2000, os postos de combustveis j eram fiscalizados pelos estados e/ou prefeituras, atravs de suas secretarias e rgos ambientais, entretanto esta fiscalizao no era to criteriosa como atualmente. A partir da Resoluo Conama n 273, de 29 de novembro de 2000, o licenciamento de postos de combustveis se tornou obrigatrio em todo territrio nacional, exigindo que todos os estados ou municpios fiscalizem esta atividade. Com base nessa Resoluo, surgiram legislaes estaduais mais especficas, definindo, inclusive, critrios construtivos mnimos com base em normas tcnicas da ABNT. O aumento da fiscalizao dos rgos ambientais aos postos de combustveis gerou um incremento na identificao de reas contaminadas e tambm nas cifras envolvidas para descontaminar esses locais. As metas de descontaminao a serem atingidas para gua subterrnea tinham como referncia padres de potabilidade da gua para o consumo humano, tornando necessrios investimentos financeiros altos para atingir estes valores que muitas vezes no eram alcanados. Para o proprietrio do posto as conseqncias das contaminaes so graves, pois muitas vezes necessria interdio do posto com paralisao das vendas, so aplicadas multas e, segundo dados da EPA, o custo de recuperao ambiental da ordem de US$ 125 mil para extrao do combustvel e tratamento do solo na rea de um posto e nas circunvizinhanas (EPA, 2002b apud KAIPPER, 2003, p. 5). O impacto econmico da contaminao , de fato, um problema. Os custos de remediao so elevados e algumas reas contaminadas so de instalaes abandonadas, algumas de empresas falidas, dificultando a definio dos responsveis pelo crime ambiental. Para tentar resolver esta questo, em 2005 o estado de So Paulo elaborou um projeto de lei (PL 368/2005), similar ao Superfund nos EUA, para a criao de um Fundo Estadual para Preveno e Remediao de reas Contaminadas FEPRAC, visando financiar inicialmente as remediaes de reas contaminadas sem responsveis identificados (FURTADO, 2005); entretanto esse projeto de lei ainda no foi aprovado e a sua operacionalizao ainda est sendo bastante discutida.

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O alto custo e dificuldades tecnolgicas associadas remediao de solos e aqferos contaminados tornaram necessrio desenvolver metodologias de avaliao de reas degradadas utilizando consideraes de anlises de risco como ferramenta para tomada de deciso. Com isso, evita-se a utilizao de critrios nicos, tais como os padres de potabilidade de gua, em locais de pouco risco ao meio ambiente e a populao, evitando-se grandes gastos. Assim os padres so estabelecidos considerando-se as condies e os riscos do local contaminado, relacionados sade humana e ao meio ambiente. Devido tendncia crescente do uso dos mananciais de gua subterrnea, reas densamente povoadas e altos custos envolvidos em remediao de reas contaminadas; a avaliao de risco fundamental para que solues sejam tomadas com menores custos, mas sem detrimento da sade pblica. No Brasil, as avaliaes de riscos das reas contaminadas por vazamentos de combustveis so realizadas, principalmente, com base na metodologia ACBR (Aes Corretivas Baseada no Risco), adaptada da metodologia da norma norte americana ASTM E1739 95. Esta monografia avalia os procedimentos de investigao e avaliao de contaminao em postos de combustveis do estado da Bahia, que possui atualmente cerca de 1700 postos (AGNCIA NACIONAL DE PETRLEO, 2005). Desde 2002, os postos esto passando pelo processo de licenciamento e por uma maior fiscalizao por parte do rgo ambiental do estado, tendo sido j identificadas diversas reas contaminadas por estes estabelecimentos. Sabe-se que a manuteno adequada da sade pblica passa pelo controle das fontes para abastecimento de gua potvel, destaca-se o cuidado para evitar a contaminao dos solos e guas subterrneas cujos maiores causadores so os vazamentos e derramamentos de postos de combustveis, tema desta monografia. Este trabalho tambm responde questes relacionadas contaminao do solo e guas subterrneas por postos de combustveis. Como ocorre o fenmeno de contaminao? Qual a origem da contaminao? Quais so as legislaes ambientais que regulamentam a atividade dos postos de combustveis? O que avaliao de risco e como feita? Quais so os riscos envolvidos em uma contaminao por combustveis? Quais so as tcnicas de remediao mais aplicadas para contaminao por postos de combustveis? Como poderia ter sido evitada a contaminao?

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1.1 OBJETIVO GERAL

O objetivo geral desta monografia apresentar procedimentos de investigao e avaliao da contaminao em postos de combustveis, utilizando o mtodo de anlise de risco ACBR, aplicado ao estudo de caso realizado no estado da Bahia.

1.1.2 Objetivos Especficos

Para alcanar este objetivo geral, o trabalho tem os seguintes objetivos especficos: a) comparar as legislaes do estado da Bahia que disciplinam as atividades dos postos de combustveis com referncia as legislaes de So Paulo; b) investigar a contaminao em um posto de gasolina na Regio Metropolitana de Salvador RMS, como estudo de caso; c) fazer a avaliao de risco do local utilizando a metodologia de Anlise de Risco ACBR; d) sugerir um programa de monitoramento ou recomendaes para remediao da rea contaminada.

1.1.3 Estrutura da Monografia

Esta monografia foi elaborada com base em pesquisa bibliogrfica executada pelos autores do trabalho, bem como em resultados oriundos da execuo de trabalhos tcnicos relacionados a este assunto, obtidos na atividade profissional dos mesmos. O texto da monografia composto de cinco captulos. O segundo captulo apresenta a reviso terica sobre os assuntos: contaminantes e o fenmeno de contaminao por combustveis automotivos, a origem da contaminao em postos de combustveis e equipamentos de preveno, legislaes pertinentes, mtodos de avaliao de risco (ACBR e C-Soil) e tcnicas de remediao mais utilizadas para postos de combustveis.

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O captulo trs destina-se a Materiais e Mtodos. feita uma anlise de risco pela metodologia ACBR para um caso de contaminao por um posto combustvel ocorrido em Salvador-BA. Neste estudo de caso, primeiro caracteriza-se o cenrio de contaminao, com informaes sobre as atividades do posto, equipamentos existentes no local e informaes dos arredores; depois so descritas todas as atividades de atendimento emergencial, investigao e anlise de risco seguindo a metodologia ACBR utilizada pela CETESB para atendimento deste tipo de ocorrncia no estado de So Paulo. No captulo quatro, relativo a Resultados e Discusses, so apresentados alguns aspectos relevantes identificados na aplicao da anlise de risco ACBR realizada para o estudo de caso. As Concluses e Recomendaes so apresentadas no captulo cinco, nas quais se destacam algumas observaes e oportunidades de melhorias identificadas na aplicao da anlise de risco ACBR e na Norma Tcnica do CRA NT 002/2006, recm publicada no Estado da Bahia.

2 REVISO TERICA

2.1 CONTAMINAO DE SOLO E GUA SUBTERRNEA POR COMBUSTVEIS AUTOMOTIVOS

De acordo com as estatsticas da CETESB, entre o perodo de 1984 at novembro de 2006 (COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL, 2006), nas ocorrncias de vazamentos de tanques em postos de combustveis no estado de So Paulo, os produtos mais identificados nestes acidentes so a gasolina e o leo diesel, com percentuais de 71,1% e 18,6%, respectivamente. Um vazamento de gasolina ou leo diesel se assemelha ao comportamento de um contaminante no miscvel a gua, tambm chamado de NAPL (Non Aqueous Phase Liquids Fase Lquida No Aquosa). Por serem menos denso que a gua (light), ambos seguem o comportamento do LNAPL, geralmente caracterizada por duas regies na subsuperfcie, a rea da fonte (LNAPL

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puro) e uma pluma de contaminao, na qual os contaminantes orgnicos hidrofbicos (COHs) vo se espalhar na franja capilar da zona saturada, enquanto a frao dissolvida transportada com o fluxo da gua subterrnea. Aps o derramamento de um NAPL na superfcie do terreno, o lquido migra para baixo atravs da zona no saturada do subsolo. H ento, a formao de gnglios do lquido, que ficam retidos nos poros do solo, criando uma fase denominada residual. No caso dos LNAPLs, o lquido se deposita no topo da franja capilar. Em presena dos NAPLs com densidade maior que a da gua (Dense Non Aqueous Phase Liquids - DNAPLs), o lquido continua a migrar para baixo atravs da zona saturada, at toda a sua massa ser distribuda como fase residual ou at encontrar uma camada impermevel, formando uma fase livre. A concentrao dos contaminantes orgnicos na subsuperfcie pode ser afetada por vrios processos. Normalmente esses processos incluem: a infiltrao do NAPL na zona insaturada da subsuperfcie pelas foras gravitacional e de capilaridade, migrao no topo da franja capilar e expanso do NAPL no lenol fretico (pluma de contaminao), dissoluo do NAPL na gua, transporte com a gua subterrnea em direo a juzante, bem como perdas por vaporizao, soro e biodegradao (como pode ser visto na figura 2.1) (POWERS et al., 2001 apud KAIPPER, 2003, p.28)

SASC Infiltrao atravs da zona insaturada Expanso no lenol fretico Volatilizao

Dissoluo de espcies qumicas para gua subterrnea (zona saturada) Co-solvncia Limitaes taxa transporte gua/NAPL Aveco e Disperso com Soro e Biodegradao

Figura 2.1: Processos de Transporte do NAPL na Subsuperfcie Fonte: POWERS et al., 2001 apud KAIPPER

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Ressalta-se ainda que a distribuio dos contaminantes dos combustveis no se restringe apenas ao solo e a gua subterrnea, existem outros processos de transporte, ou seja da distribuio da contaminao. Os contaminantes podem ser adsorvidos pelo solo, dissolverem-se na gua, podem ser transferidos do solo para gua, volatilizarem do solo ou gua para o ar ou podem ser sorvidos do solo por plantas e outros vegetais. Um composto tambm pode sofrer degradao foto ou microbiolgica. A tendncia de um composto se mover ser definido pelas suas propriedades fsico-qumicas (densidade, solubilidade em gua, coeficientes de partio octanol/gua - Kow, coeficientes de partio carbono orgnico/gua - Koc, presso de vapor e constante de Henry), as quais iro interferir no transporte e destino do mesmo (JERNIGAN et al., 1990 apud KAIPPER, 2003, p.28). Os vrios processos de transporte dos contaminantes tambm determinam diferentes rotas de exposio aos seres vivos, pois a contaminao humana pode ocorrer no somente atravs da ingesto direta da gua e contato com a pele durante o banho, mas tambm por inalao do vapor que migraram por entre os poros do solo, por exemplo. leo diesel e gasolina so combustveis produzidos a partir do petrleo pelo processo de craqueamento ou destilao do leo cru que separa as diversas fraes de acordo com as aplicaes definidas para as mesmas. Quanto ao petrleo, uma mistura complexa de hidrocarbonetos gerados ao longo de milhes de anos (15 a 500 milhes de anos) da decomposio da matria orgnica de plantas aquticas e animais pr-histricos. A composio do petrleo pode variar dependendo da fonte e do histrico geolgico de cada jazida. Esto presentes, no petrleo, diversas classes de hidrocarbonetos como os alcanos, alcenos, alcinos, cicloalcanos (comumente chamados de naftenos), aromticos, etc. O leo diesel formado por um mistura de destilados intermedirios do leo cru do petrleo, com hidrocarbonetos variando de C8 a C30, sendo composto de aproximadamente 40% de n-alcanos, 40% de iso e cicloalcanos, 20% de hidrocarbonetos aromticos e menores porcentagens de enxofre, nitrognio e compostos oxigenados. No entanto, a composio de um leo diesel especfico depender da fonte do petrleo e dos mtodos utilizados para produzi-lo (processos de destilao e outros). No diesel tambm podero ser adicionados vrios tipos de aditivos (inibidores de corroso, surfactantes e aditivos para melhorar a estabilidade e ignio) (LEE et al., 1992 apud KAIPPER, 2003, p. 11). Na investigao de contaminao por leo diesel, para presena de hidrocarbonetos totais de petrleo (HTP) so analisadas amostras de gua subterrnea e solo. Neste grupo existe um subgrupo de hidrocarbonetos com caracterstica mais txica e que demanda uma

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maior preocupao, denominado de hidrocarbonetos policclicos aromticos (HPAs), do qual fazem parte os seguintes compostos: naftaleno, acenaftileno, acenafteno, fluoreno, fenantreno, antraceno, fluoranteno, pireno, benzo(a)antraceno, criseno, benzo(b)fluoranteno, e benzo(k)fluoranteno, benzo(a)pireno, dibenzo(a,h)antraceno, benzo(g,h,i)perileno

indeno(1,2,3-cd)pireno. A maior presena de HPAs nas amostras de gua subterrnea e solo pode caracterizar uma maior toxicidade da contaminao. Sabe-se que os HPAs e seus derivados esto associados ao aumento da incidncia de cncer no homem (Netto et al., 2000). Nos EUA, a EPA estabeleceu a incluso destes 16 HPAs na lista dos contaminantes orgnicos prioritrios, motivado pelo alto grau de toxicidade, potencial carcinognico e mutagnico e ao fato de serem resistentes biodegradao (GABARDO et al., 1995; FRAN LAI et al., 1995; BOUZIGUE et al., 1999; MANOLE et al.,1999 apud KAIPPER, 2003, p.12) Quanto gasolina constituda basicamente por hidrocarbonetos com nmero de carbonos que variam de 4 a 8, podendo chegar at 12 carbonos. Estes hidrocarbonetos so, em geral, mais "leves" do que aqueles que compem o leo diesel, pois so formados por molculas de menor cadeia carbnica; eles tm estruturas moleculares diversas e podem estar classificados em grupos de acordo com os tipos de cadeias carbnicas: n-parafinas, isoparafinas, naftnicos, olefnicos e aromticos. A composio molar da gasolina est apresentada na tabela 2.1. Tabela 2.1: Composio Molar da Gasolina por Tipo de Grupo e N de CarbonosN de Carbonos C4 C5 C6 C7 C8 C9 C10 C11 Percentual por Grupo 10,28 35,40 2,95 0,09 51,04 Percentual n-Parafinas 1,94 1,61 0,27 0,05 6,41 Isoparafinas Naftnicos 3,60 2,00 1,74 27,60 0,40 0,01 0,01 0,29 0,21 0,14 2,29 0,02 Olefnicos 0,05 0,04 Aromticos 0,04 50,90 0,08 0,02 por igual n de carbono 1,94 5,55 2,56 52,80 36,40 0,40 0,052 0,01

Fonte: CATALUA; SILVA, 2005.

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A formulao da gasolina pode demandar a utilizao de diversas correntes nobres oriundas do processamento do petrleo como nafta leve (produto obtido a partir da destilao direta do petrleo), nafta craqueada que obtida a partir da quebra de molculas de hidrocarbonetos mais pesados (gasleos), nafta reformada (obtida de um processo que aumenta a quantidade de substncias aromticas), nafta alquilada (de um processo que produz iso-parafinas de alta octanagem a partir de iso-butanos e olefinas), etc. Os maiores problemas relacionados com a contaminao por gasolina so atribudos presena dos hidrocarbonetos monoaromticos denominados BTEX (benzeno, tolueno, etilbenzeno e xilenos), constituintes da gasolina mais solveis em gua e com maior potencial de migrao na gua subterrnea, contribuindo para expanso da pluma de contaminao. Estes contaminantes tambm so considerados substncias perigosas por serem depressantes do sistema nervoso central e podem causar leucemia (CORSEUIL; MARINS, 1997, p. 2). Dos BTEX, o benzeno considerado o mais txico e o mais solvel em gua. O padro de potabilidade do benzeno, tolueno, etilbenzeno e xileno, listados na tabela de Padro de Aceitao para Consumo Humano da Portaria 518 de 2004 do Ministrio da Sade, so os respectivos valores mximos permitidos: 5 g/l, 0,17 mg/L, 0,2 mg/L e 0,3 mg/L. Outro fator importante que deve ser considerado na avaliao da contaminao por gasolina que este combustvel comercializado, na maioria dos estados brasileiros, atravs de uma mistura de 80 % de gasolina e 20% lcool etlico anidro combustvel (AEAC), ou o etanol anidro (conforme disposto na Resoluo do Conselho Interministerial do Acar e do lcool (CIMA), n. 35, de 22 de fevereiro de 2006). Estudos revelaram que o etanol presente na gasolina comercial brasileira aumenta a solubilizao dos hidrocarbonetos de petrleo na gua atravs do efeito de co-solvncia, ou seja, as plumas de compostos BTEX podero ter maiores concentraes em derramamentos de gasolina misturada com etanol do que em derramamentos de gasolina pura. (KAIPPER, 2003, p. 34). Anlises experimentais realizadas em laboratrio revelaram que o aumento da massa total de BTEX atingiu aproximadamente 30%, para uma frao de etanol na fase aquosa de 10%. Este efeito foi mais significativo para os xilenos que so os compostos menos solveis dentre os BTEX. Como o efeito de cosolvncia maior para os constituintes da gasolina mais hidrofbicos (COH- Compostos Orgnicos Hidrofbicos), provvel tambm que altas concentraes de etanol na gua do aqfero facilitem uma maior solubilizao de hidrocarbonetos policclicos aromticos - HPA, que, conforme j apresentado so altamente nocivos sade humana (FERNANDES; CORSEUIL, 1999).

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Outro produto adicionado gasolina brasileira o MTBE (ter metlico terc-butlico), mas neste caso quase que exclusivamente no estado do Rio Grande do Sul, utilizado como substituto do etanol. Embora no tenha o efeito de co-solvncia do lcool, no aumentando a solubilidade dos hidrocarbonetos de petrleo na gua, o MTBE tem outros efeitos danosos como causar odor e sabor gua, mesmo em baixas concentraes (100 g/L); resistncia degradao biolgica; suspeitas de ser um agente potencialmente cancergeno aos seres humanos; alm de causar dor de cabea, nuseas, dificuldade de respirao, irritao nasal e nos olhos, desorientao e erupes na pele. Atualmente existe um movimento internacional contra o uso do MTBE na gasolina; o estado da Califrnia proibiu a utilizao em 1999 e depois a EPA recomendou a eliminao do uso deste produto em todo os EUA. Alm de todo o risco sade humana, a adio de agentes oxidantes (lcool e MTBE, dentre outros) tambm influencia na composio da gasolina e consequentemente no comportamento dos seus constituintes no aqfero e no solo.

2.2 CONTAMINAO NOS POSTOS DE COMBUSTVEIS E EQUIPAMENTOS DE PREVENO

A contaminao de solos e guas subterrneas causada pelos postos de servio , na grande maioria dos casos, provocada por vazamentos em tanques e tubulaes subterrneas ou constantes e sucessivos extravasamentos junto s bombas e bocais de enchimento. De acordo com um estudo realizado pela CETESB, das causas dos acidentes nos postos de combustveis em So Paulo, entre o perodo de 1984 at novembro de 2006, verificaram-se as porcentagens apresentadas na tabela 2.2:

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Tabela 2.2: Causa dos Acidentes em Postos de CombustveisCausas Tanque Passivo Ambiental Tubulao Extravasamento Descarte Outros Desativado Tubulao e Tanque Bomba No identificada Caixa separadora % 31,5 17,7 16,3 8,1 5,4 5,4 4,6 4,0 3,0 2,1 1,8

Fonte: (COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL, 2006) Geralmente os acidentes so percebidos somente aps o afloramento do produto em galerias de esgoto, redes de drenagem de guas pluviais, no subsolo de edifcios, em tneis, escavaes e poos de abastecimento d'gua. Os vazamentos em tanques de armazenamento de combustveis que apresentou o maior percentual (31,5%) so gerados principalmente por corroso nos pontos de solda das chapas causadas por agentes do subsolo (acidez, salinidade, correntes eltricas, umidade, flutuao do lenol fretico, concentrao de oxignio no solo, etc). Estatsticas norteamericanas recentes indicam que 91% dos tanques subterrneos sofrem corroso a partir do seu exterior, enquanto que, apenas 9% deles sofrem corroso a partir da parte interna. A corroso a partir da parte interna dos tanques subterrneos est normalmente relacionada aos componentes do produto comercializado, como o caso do leo diesel com altos teores de enxofre, que facilita a degradao das chapas metlicas, sendo que a oxidao tender a ser mais intensa na parte vazia dos tanques, pela presena de oxignio. A corroso nada mais do que a reverso natural dos metais para sua condio mais estvel, como so originalmente encontrados na natureza, isto , sob a forma de mineral; o metal deixa seu estado metaestvel e retorna espontaneamente a sua forma combinada (oxidada). A maior ou menor durabilidade do tanque corroso depende tambm das protees aplicadas a sua chapa metlica (exemplo de protees: parede dupla de ao-

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carbono, revestimento externo reforado, parede dupla com externa no-metlica, proteo catdica, etc.). Os tanques de parede dupla, sendo a parede externa no-metlica, so denominados tanques jaquetados e apresentam um grande avano no controle de vazamentos. Esses tanques so construdos com duas paredes e com um sensor especial instalado no espao intersticial com presso negativa. Este sensor ser acionado pela alterao da presso interna, provocada, tanto pela entrada de ar ou da gua do lenol fretico por falta de estanqueidade da parede externa; como pela entrada do produto por falta de estanqueidade da parede interna. A maioria desses tanques jaquetados construda com dois materiais distintos, sendo que a parede interna, a exemplo do modelo convencional, construda com ao-carbono, enquanto a parede externa construda com uma resina termofixa, no sujeita corroso, a qual fica em contato direto com o solo. Alguns outros modelos de tanques possuem as duas paredes fabricadas com resina. Esses tanques novos possuem grandes cmaras de calada, as quais possibilitam o acesso boca de visita e a visualizao das suas tubulaes. Qualquer vazamento ocorrido nessas tubulaes ser contido no interior da cmara, podendo ser facilmente identificado. Infelizmente, os tanques ainda utilizados hoje, foram instalados h vinte anos atrs e no possuem estas protees, por isso esto sendo trocados por outros mais resistentes. Ressaltase que os pontos de vazamentos no so exclusivamente dos tanques, mas tubulaes e conexes que tambm sofrem o efeito da corroso ou rupturas por tores. Normalmente os vazamentos em tanques combustveis no so grandes, mas pequenas infiltraes (de 2 a 3 litros por dia) que com dez, quinze anos de operao acabam contaminando o subsolo, guas subterrneas e superficiais, atingindo outras reas fora do limite do posto. Por isso, existe uma grande dificuldade em detectar estes pequenos vazamentos, eles passam despercebidos pelos administradores dos postos, que s tomam providncias quando h uma perda significativa de combustvel. Estas pequenas perdas so consideradas por estes administradores como resultantes do processo de colocao do combustvel nos tanques dos veculos e dos nveis normais de evaporao. A ausncia de sensores capazes de detectar vazamentos reduz a sensibilidade de controle das perdas de combustveis. Alm da corroso em tanques e tubulaes existem outros aspectos que tm igual importncia como fontes de derramamentos ou vazamentos de combustveis, por exemplo, alguns aspectos construtivos do posto podem propiciar rotas de migrao dos combustveis. A

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CETESB (COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL, 2006) destaca os mais significativos:a) as trincas ou afundamentos existentes no piso das pistas de abastecimento do posto,

reflexos do esforo mecnico imposto pela circulao de veculos no local, principalmente, veculos pesados (caminhes e carretas). Nestas condies, as tubulaes e tanques subterrneos esto sujeitos aos efeitos da vibrao e da movimentao do solo, podendo gerar rupturas, principalmente nas conexes.b) no pavimentao da pista de abastecimento ou construo com blocos de concreto,

asfalto ou paraleleppedos, os quais permitem que, durante as operaes de descarregamento ou de abastecimento dos produtos, qualquer vazamento superficial de combustvel, se infiltre no solo.c) a ausncia de canaleta ou canaleta direcionada para via pblica e no para um separador

gua e leo. Desta forma, os produtos extravasados acumulam-se nas caladas e sarjetas, atingindo as galerias de guas pluviais ou de esgotos, gerando atmosferas inflamveis em seu interior.d) falta de estanqueidade das bombas de abastecimento. Neste caso recomendvel a

utilizao de cmara de conteno impermevel que impede o contato direto do produto vazado com o solo.e) instalao com tubulaes metlicas galvanizadas convencionais que so mais

susceptveis a vazamentos, pois so mais sujeitas fragilizao por esforo mecnico.f) cmara de calada da boca de descarga de combustvel no impermeabilizada e sem rea

de conteno para caso de eventuais extravasamentos no descarregamento de combustvel, sendo comum observar a presena de combustvel acumulado nas bocas de descarga ou a presena de solo impregnado com o produto ao redor das mesmas.g) manutenes das vlvulas extratoras (conhecidas tambm como vlvulas de p) que ao

serem reinstaladas inadequadamente podem gerar vazamentos, os quais so visualmente detectados pela presena de produto impregnado na parte superior da vlvula de abastecimento ou impregnado no solo, ao redor e no interior da cmara de calada.h) extravasamento nos respiros durante as operaes de descarga do produto, devido ao

excessivo enchimento dos tanques.i)

vazamentos atravs das conexes e tubulaes do sistema de filtragem de leo diesel. Os vazamentos podem ser visualmente detectados atravs da impregnao externa do equipamento, das suas tubulaes expostas e do piso ao seu redor.

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as caixas separadoras de gua e leo esto sujeitas ocorrncia de trincas em sua estrutura ou mesmo ao extravasamento por excessivo acmulo de resduos. Outros fatores importantes que contribuem para a contaminao so os aspectos

operacionais, alguns deles relacionados falta de treinamento ou imprudncia no servio. Segundo a CETESB, dentre esses se destacam: a) o controle de estoque atravs do mtodo manual (considerado muito rudimentar), que utiliza uma rgua de medio, cuja confiabilidade no total, pois existe a possibilidade de que as pequenas variaes no volume do produto estocado no sejam detectadas ou sejam consideradas como perdas aceitveis associadas evaporao do produto. b) vazamentos durante a operao de abastecimento dos veculos. Dentre as principais causas, destacam-se as falhas operacionais no acionamento do sistema automtico de bloqueio do fluxo dos bicos de abastecimento e a movimentao do veculo durante o abastecimento. c) vazamento durante a operao de descarregamento de combustvel prximo aos bocais de descarga, provocados pelo transbordamento do tanque ou pelo derramamento do produto ainda presente na tubulao de descarga do caminho-tanque, ao final da operao. Em razo deste grande nmero de fatores que podem gerar contaminaes ambientais, as agncias reguladoras esto sendo mais rigorosas, atualmente, com relao s instalaes e os equipamentos utilizados na operao de um posto de combustvel. Tanto em postos novos ou reformados, existem vrias protees que esto sendo solicitadas atravs de normas regulamentadas pelos rgos ambientais estaduais. O CRA, em sua Norma Tcnica NT002/2006, define que o posto que possua tanque subterrneo dever atender a norma brasileira NBR 13786 da ABNT (Posto de Servio Seleo dos Equipamentos para Sistemas para Instalaes Subterrneas de Combustveis). J a CETESB, tem procedimento prprio para licenciamento de postos o qual estabelece exigncias tcnicas para as novas instalaes de tanques subterrneos, chamados Sistemas de Armazenamento Subterrneo de Combustvel SASC. Algumas exigncias para os SASC so: a) tubo de descarga com cmara de calada impermevel e estanque para conteno de derramamentos; b) descarga selada (bocal adaptador para descarga selada); c) vlvula anti-transbordamento, instalada no tubo de descarga do tanque; d) tanque de parede dupla com monitoramento intersticial ligado a sistema de monitoramento contnuo, construdos de acordo com a norma NBR 13785; e) cmara de acesso boca de visita do tanque, estanque e impermevel;

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f) unidades de abastecimento (bomba) com cmara de conteno estanque e impermevel com sensor de deteco de lquidos ligado a sistema de monitoramento contnuo; g) unidades de abastecimento (bomba) com vlvula de reteno junto bomba (check valve); h) eliminao da vlvula de p; i) vlvula de segurana ou sentinela para as unidades de abastecimento que trabalham sob presso positiva; j) tubulaes subterrneas flexveis e no metlicas atendendo as especificaes previstas na norma NBR 14722; k) equipamentos de proteo para sistema de filtragem de diesel; l) cada tanque ou compartimento deve possuir tubulao de respiro independente. m) pista de abastecimento coberta; n) piso da pista de abastecimento em concreto armado com sistema de drenagem; o) piso da rea de descarga em concreto armado e com sistema de drenagem direcionado para sistema de tratamento de efluentes; p) sistema de drenagem e sistema de tratamento de efluentes constitudo de caixa de areia e separador gua-leo com placas coalescentes para efluentes gerados na pista de abastecimento. O Procedimento para Licenciamento Ambiental de Postos e Sistemas Retalhistas de Combustveis da CETESB vai alm das exigncias tcnicas citadas acima, mas define uma srie de critrios necessrios para construo, instalao e operao de postos de combustveis, importantes para prevenir e detectar possveis vazamentos de combustveis.

2.3 LEGISLAES FEDERAIS, ESTADUAIS, MUNICIPAIS E NORMAS TCNICAS RELACIONADAS AO FUNCIONAMENTO DE POSTOS DE COMBUSTVEIS

A Lei Federal n6938/81, regulamentada pelo Decreto Federal n 99274/90, dispe-se sobre a Poltica Nacional de Meio Ambiente e menciona que as atividades de armazenamento de combustveis, lavagem de veculos, troca de leo, gerao de resduos e emisses atmosfricas so atividades potencialmente poluidoras. O exerccio da atividade do comrcio varejista de combustveis regulamentada atravs da Lei 9478/97, chamada Lei do Petrleo. Essa lei estabelece como funo da Agncia

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Nacional de Petrleo (ANP) rgo vinculado ao Ministrio de Minas e Energia a regulao, contratao e fiscalizao do setor, incentivando a livre concorrncia e o desenvolvimento nacional, com responsabilidade pela preservao do interesse pblico e do meio ambiente. Alm desta lei existem a Portaria n 9/97 do Ministrio de Minas e Energia e as Portarias n 116/00 e n 32/01 da ANP que regulamentam o exerccio desta atividade; enquanto a Resoluo Conama n 237/90 regulamenta os critrios para utilizao do sistema de licenciamento como instrumento de gesto ambiental e define que as atividades de comrcio varejista de combustveis esto sujeitas ao licenciamento ambiental. A Associao Brasileira de Normas Tcnicas (ABNT) comeou a elaborar normas tcnicas voltadas para o armazenamento de lquidos inflamveis e combustveis, seus equipamentos e acessrios de tanques combustveis, em 1992, e, a partir de 1997, passou a publicar as primeiras normas para disciplinar as atividades de postos e sistemas retalhistas de combustveis, por meio da Comisso de Estudos para Lquidos Inflamveis e Combustveis. Essas normas tratam da construo, instalao e sistemas de proteo de tanques areos e subterrneos, deteco de vazamentos em SASC, poo de monitoramento para deteco de vazamento, controle de estoque e remoo e destinao de tanques subterrneos usados, dentre outras. Elas tomaram como referncia as normas internacionais, especificamente a norte-americana. Desde que a ABNT publicou estas normas, as instalaes de tanques e acessrios em postos de combustveis melhoraram bastante (GOUVEIA, 2004, p. 38), pois os equipamentos tornaram-se mais seguros, atravs de adoo de materiais mais adequados, de melhor tecnologia e com caractersticas mais rgidas de construo, como por exemplo, o controle de rastreabilidade do material usado na confeco dos tanques. Na tabela 2.3 so apresentadas as normas em vigor que abragem os postos de combustveis.

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Tabela 2.3: Normas Tcnicas para Postos de CombustveisN 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 Nmero NBR 13212:2004 NBR 13312:2003 NBR 13781:2001 NBR 13782:2001 NBR 13783:2005 NBR 13784:2006 NBR 13785:2003 NBR 13786:2005 NBR 13787:1997 NBR 13895:200 NBR 14605:2000 NBR 14606:2000 NBR 14639:2001 NBR 14722:2001 NBR 14867:2002 NBR 14973:2004 NBR 15005:2003 NBR 15015:2006 NBR 15072:2004 NBR 15118:2004 NBR 15138:2004 NBR 15139:2004 Ttulo Posto de servio Construo de tanque atmosfrico subterrneo em resina termofixa reforada com fibras de vidro, de parede simples ou dupla Posto de servio - Construo de tanque atmosfrico subterrneo em aocarbono Posto de servio - Manuseio e instalao de tanque subterrneo de combustveis Posto de servio - Sistemas de proteo externa para tanque atmosfrico subterrneo em ao-carbono Posto de servio - Instalao do sistema de armazenamento subterrneo de combustveis SASC Armazenamento de lquidos inflamveis e combustveis - Seleo de mtodos para deteco de vazamentos e ensaios de estanqueidade em sistemas de abastecimento subterrneo de combustveis (SASC) Posto de servio - Construo de tanque atmosfrico de parede dupla, jaquetado Posto de servio - Seleo dos equipamentos para sistemas para instalaes subterrneas de combustveis Controle de estoque dos sistemas de armazenamento subterrneo de combustveis (SASC) nos postos de servio Construo de Poos de Monitoramento e Amostragem - Procedimentos Sistema de drenagem oleosa Entrada em espao confinado Instalaes eltricas Tubulao no metlica Tubos metlicos flexveis Remoo e destinao de tanques subterrneos usados Vlvula antitransbordamento Vlvulas de esfera flutuante Construo de tanque atmosfrico subterrneo ou areo em ao-carbono ou resina termofixa reforada com fibra de vidro para leo usado Cmaras de conteno construdas em polietileno Armazenagem de combustvel - Dispositivo para descarga selada

Armazenagem de combustvel - Vlvula de reteno instalada em linhas de suco NBR 15205:2005 Armazenamento de combustvel Revestimento interno de tanque instalado, com a criao de parede dupla e espao intersticial NBR 15288:2005 Armazenamento de lquidos inflamveis e combustveis Posto revendedor veicular (servios) Plano de atendimento a emergncias (PAE) NBR 15427:2006 Armazenamento de lquidos inflamveis e combustveis - Vlvula de segurana da mangueira NBR 15428:2006 Armazenamento de lquidos inflamveis e combustveis - Manuteno de unidade de abastecimento NBR 17505-1:2006 Armazenamento de lquidos inflamveis e combustveis - Parte 1: Disposies gerais NBR 17505-2:2006 Armazenamento de lquidos inflamveis e combustveis - Parte 2: Armazenamento em tanque e em vasos

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NBR 17505-3:2006 Armazenamento de lquidos inflamveis e combustveis - Parte 3: Sistemas de tubulaes NBR 17505-4:2006 Armazenamento de lquidos inflamveis e combustveis - Parte 4: Armazenamento em recipientes e em tanques portveis NBR 17505-5:2006 Armazenamento de lquidos inflamveis e combustveis - Parte 5: Operaes NBR 17505-6:2006 Armazenamento de lquidos inflamveis e combustveis - Parte 6: Instalaes e equipamentos eltricos NBR 17505-7:2006 Armazenamento de lquidos inflamveis e combustveis - Parte 7: Proteo contra incndio para parques de armazenamento com tanques estacionrios

Fontes: Associao Brasileira de Indstria de Equipamentos para Postos de Servio ABIEPS e Associao Brasileira de Normas Tcnicas (ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 2006) Em 2000 foi publicada a Resoluo Conama n 273/00, determinando que o licenciamento dos postos e sistemas retalhistas passe a ser obrigatrio. O no cumprimento desta resoluo sujeita os proprietrios, arrendatrios ou responsveis pelo estabelecimento, ou pelos equipamentos, penalidades como, multas, suspenso parcial ou total das atividades dos postos, cancelamento da licena de funcionamento ou de permisso para continuar operando, dentre outras medidas. A Resoluo n 273/00 tambm estabelece como competncia do rgo ambiental estadual ou municipal a responsabilidade de exigir que os empreendedores das atividades de postos e sistemas retalhistas de combustveis obtenham as seguintes licenas ambientais: a) Licena Prvia-LP: concedida na fase preliminar do planejamento do empreendimento aprovando sua localizao e concepo, atestando a viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos bsicos e condicionantes a serem atendidos nas prximas fases de sua implementao; b) Licena de Instalao-LI: autoriza a instalao do empreendimento com as especificaes constantes dos planos, programas e projetos aprovados, incluindo medidas de controle ambiental e demais condicionantes da qual constituem motivo determinante; c) Licena de Operao-LO: autoriza a operao da atividade, aps a verificao do efetivo cumprimento do que consta das licenas anteriores, com as medidas de controle ambiental e condicionantes determinados para a operao. As Licenas Prvias e de Instalao podero ser expedidas concomitantemente, a critrio do rgo ambiental competente.

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Em dezembro de 2002 foi estabelecida a Resoluo Conama n 319/02 dando nova redao a Resoluo Conama n 273/00, dispondo sobre a preveno e controle da poluio em postos de combustveis. Esta nova resoluo d nfase aos equipamentos e sistemas destinados ao armazenamento e distribuio de combustveis automotivos, assim como a sua montagem e instalao, determinando que os mesmos devam ser avaliados quanto sua conformidade, no mbito do Sistema Brasileiro de Avaliao da Conformidade. No mbito estadual, as agncias ambientais comearam a controlar as atividades de postos e sistemas retalhistas de combustveis em perodos distintos e de formas distintas. No estado do Rio Grande do Sul, por exemplo, desde 1997 o programa de regularizao destas atividades realizado pelo servio de emergncia ambiental e o servio de petrleo e petroqumica. Ressalta-se que, por meio de acordo entre os sindicatos de classes e distribuidores, o cadastramento exigido pela Resoluo Conama n 273/00 foi dispensado, j que os postos esto licenciados ou em fase de licenciamento no rgo ambiental do estado FEPAM (Fundao Estadual de Proteo Ambiental Henrique Luis Roessler 33). Em So Paulo, A CETESB j exercia ao fiscalizadora e de carter corretivo mediante a aplicao de penalidades de advertncias e multas desde 1984, com base na Lei Estadual n 997, de 31 de maio de 1976, e em seu regulamento aprovado pelo Decreto n 8468, de setembro de 1976 (GOUVEIA, 2004, p. 35). Em 2001, a Secretaria de Meio Ambiente do Estado de So Paulo promulgou a resoluo n 5/01, que estabeleceu a obrigatoriedade do cadastramento e licenciamento dos postos e sistemas retalhistas de combustveis. A partir desta resoluo, os postos de combustveis do estado de So Paulo passaram a ser mais fiscalizados e por isso foram identificadas novas fontes de contaminao de solo e guas subterrneas, sendo atualmente, a atividade que mais contribui para a contaminao do meio ambiente em So Paulo, conforme publicado pela prpria CETESB em seu site. A tabela 2.4 apresenta a relao de reas contaminadas no estado de So Paulo por regio e atividade econmica, conforme registro de maio de 2006.

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Tabela 2.4: reas Contaminadas no Estado de So Paulo Maio de 2006Regio/Atividade So Paulo RMSP outros Interior Litoral Vale do Paraba Total Percentual (%) Comercial 27 14 48 10 1 100 6 Industrial 45 73 89 32 20 259 16 Resduos 20 11 23 11 0 65 4 Postos de 406 253 409 70 83 1.221 73 Acidentes 2 4 12 1 0 19 1 Total 500 355 581 124 104 1.664 100 combustvel desconhecidos

Fonte: (COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL, 2006)

Como pode ser verificado na tabela 2.4, os eventos de contaminao por postos de combustveis se destacam em todas as regies. Segundo a CETESB, a contribuio de 73% do nmero total de reas contaminadas registradas atribudas aos postos de combustveis resultado do desenvolvimento do programa de licenciamento que se iniciou em 2001 com a publicao da Resoluo CONAMA N 273 de 2000. (COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL, 2006). Em janeiro de 2006, a CETESB promulgou a Deciso da Diretoria n 010-2006-C, estabelecendo novos procedimentos para licenciamento de posto e sistemas retalhistas de combustveis e outras disposies. O licenciamento de postos passou a ser regulamentado pelos seguintes anexos e sub-anexos dessa Deciso: a) Anexo I Procedimento para Licenciamento Ambiental de Postos e Sistemas Retalhistas de Combustveis Roteiro nico b) Anexo II Quadros de Exigncias para o Licenciamento Ambiental de Postos e Sistemas Retalhistas de Combustveis, contendo 4 sub-anexos; c) Anexo III Roteiro de Inspeo de Tanques Areos de Armazenamento de Combustveis e suas Tubulaes d) Anexo IV Procedimento para Identificao de Passivos Ambientais em Estabelecimentos com Sistema de Armazenamento Subterrneo de Combustveis (SASC), contendo 3 sub-anexos: tabela para determinao do nmero de sondagens, procedimento para avaliao de gases no solo e procedimento para amostragem de gua subterrnea;

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e) Anexo V Procedimento para Identificao de Passivos Ambientais em Estabelecimentos com Sistema de Armazenamento Areo de Combustveis (SAAC), contendo um nico sub anexo para amostragem de gua subterrnea; f) Anexo VI Procedimento para Remoo de Tanques e Desmobilizao de Sistema de Armazenamento e Abastecimento de Combustveis, contendo um nico sub anexo para avaliao de gases no solo; g) Anexo VII Aes Corretivas Baseadas em Risco (ACBR) Aplicadas a reas Contaminadas com Hidrocarbonetos Derivados de Petrleo e Outros Combustveis Lquidos Procedimentos, contendo 3 sub-anexos: tabelas de referncia dos Nveis Aceitveis Baseados no Risco (NABR), bibliografia consultada, glossrio de termos utilizados no ACBR. Na Bahia, o licenciamento de postos de combustveis comeou a partir de 28 de Junho de 2002, atravs da promulgao da Resoluo CEPRAM n 2986, regulamentada pela Norma Tcnica NT-005/02. Aps essa resoluo, a fiscalizao a estes estabelecimentos aumentou e desde ento, vrios postos de combustveis e depsitos de derivados de petrleo j foram multados pelo CRA, devido a vrios tipos de irregularidades (ausncia de licena ambiental, contaminao do solo e guas subterrneas, descarte de efluentes lquidos e resduos slidos de forma inadequada, dentre outras). Tomando como referncia a planilha de controle de multas de infrao do CRA, disponibilizada no prprio site do rgo (CENTRO DE RECURSOS AMBIENTAIS, 2006) verifica-se um nmero significativo de autuaes sobre estes estabelecimentos, conforme quadro abaixo. Tabela 2.5: Autuaes em Postos de Combustveis na BahiaAno 2003 2004 2005 N de Multas 39 10 19 Percentual Entre Todas as Autuaes (%) 14,9 5,0 7,2 Valor das Multas Mdia de R$ 2.000,00 a R$ 3.000,00 Valor Mximo de R$ 40.000,00

Fonte: CENTRO DE RECURSOS AMBIENTAIS, 2006.

No foi possvel determinar a origem das irregularidades, mas as causadas por contaminao do solo e guas subterrneas devem ter uma parcela significativa do total, devido idade avanada dos tanques ainda no trocados por novos e o no atendimento as normas construtivas e de instalao destes equipamentos (NBR-13.312 e NBR-13.788).

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Em 2006, a Norma Tcnica NT-005/02 passou por modificaes importantes e agora a legislao que regulamenta este assunto a Resoluo CEPRAM n 3656, de 25 de agosto de 2006, atravs da Norma Tcnica NT-002/2006. Essa norma ficou mais criteriosa do que a anterior pela exigncia de atendimento a padres normativos; e maior nmero de medidas preventivas para o controle dos impactos relacionados atividade dos postos de combustveis. Outros aspectos apresentados nessa nova norma tcnica podem ser destacados como avano, como por exemplo: a) relao de normas da ABNT e legislaes relacionadas ao assunto mais completa, com a incluso de um tpico exclusivo para as normas de referncia e documentos de referncia; b) necessidade de licenciamento para desativao de postos de combustveis; c) licenciamento de postos de combustveis poder ser realizado pelos municpios; d) aumento da Capacidade de Armazenamento - CA e a diferenciao entre sistemas de armazenamento exclusivos para lquidos e para lquido e gases; e) maior aderncia entre as exigncias para licenciamento com padres normativos existentes, esclarecendo para o empreendedor o padro que dever ser seguido. f) disposies especficas separadas para sistemas com tanques subterrneos, tanques areos e sistema de abastecimento de gs natural. Observa-se nestas medidas a determinao de freqncia para execuo de testes de estanqueidade e testes hidrostticos; g) disposies especficas para o atendimento de emergncia ambiental e remediao, apresentando, na prpria norma do CRA, a lista de valores para avaliao da qualidade do solo e gua subterrnea; h) maior clareza na relao de informaes e documentos que devem ser fornecidos ao CRA, de acordo com o estgio de funcionamento do estabelecimento e ao atendimento a padres normativos (1- empreendimentos novos, 2- empreendimentos operando e reformados de acordo com o padro estabelecido e 3- empreendimentos operando mas com reformas fora do padro estabelecido). De acordo com esta nova norma do CRA, os postos de combustveis devem ser classificados segundo sua capacidade de armazenamento. As instalaes classificadas como de porte MICRO ou PEQUENO sero objeto de Licena Simplificada (LS); as de Porte MDIO, GRANDE ou EXCEPCIONAL sero objeto de Licena de Implantao (LI) e Licena de Operao (LO). Ficam dispensadas do licenciamento ambiental as instalaes areas com capacidade total de armazenamento menor ou igual a 15 m (quinze metros cbicos), desde que destinadas exclusivamente ao abastecimento do detentor das instalaes.

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Apesar da NT-002/2006 estabelecer um melhor controle do processo de licenciamento ambiental e da preveno dos impactos ambientais relacionados s atividades dos postos de combustveis; esta norma no define padres a serem seguidos para as medidas corretivas necessrias, em caso de acidentes ambientais tipo vazamentos e derramamentos de combustveis. Como por exemplo, pedido que o empreendedor tome aes cabveis imediatas para controle de situaes de emergncia, mas no se estabelecem quais e nem que norma de referncia poderia ser seguida. O Plano de Atendimento de Emergncia pede que atenda a NR 23 do MTR, mas esta norma regulamentadora est relacionada apenas a proteo contra incndios, no estabelece os requisitos para combater os vazamentos e derramamentos de combustveis. Como eliminar de imediato o vazamento ou transbordamento do produto? Como retirar ou coletar o produto que vazou? Como esvaziar um tanque que est sob suspeita de vazamento? Como medir e eliminar os riscos de explosividade em ambientes fechados? necessrio definir os requisitos mnimos para que o empreendedor possa ter uma equipe capacitada e possa atuar adequadamente em todos os tipos de emergncias. necessrio definir padres mnimos de: n de pessoas da equipe de atendimento de emergncia, EPIs, ferramentas e equipamentos de monitoramento necessrios, treinamentos, dentre outros. Atualmente a definio das aes corretivas para vazamentos e derramamentos est a cargo apenas do empreendedor, o CRA fica apenas responsvel em aprovar ou no. A NT 002/2006 poderia ter estabelecido que o Plano de Atendimento a Emergncia seguisse uma norma mais abrangente, no restrita a incndios e exploses e que atendesse a realidade dos postos de abastecimento. Uma questo importante que tambm deve ser ressaltada que atualmente o CRA no realiza atendimento emergencial em postos de combustveis (GOUVEIA, 2004, p. 9), ou seja, o rgo no dispe de uma equipe especializada e preparada que possa apoiar e orientar no local, os atendimentos aos casos de emergncias. Em caso de acidentes, apenas o corpo de bombeiros e a defesa civil iro atuar para ajudar na soluo do problema. Em estados como So Paulo, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro, os atendimentos as emergncias relacionadas a vazamentos e derramamentos de combustveis de postos de servios tambm so realizados pelos bombeiros e defesa civil, mas contam com o apoio de equipe de emergncias do rgo ambiental (GOUVEIA, 2004, p. 9). A Bahia o stimo estado do Brasil em nmero de postos de combustveis (1246 postos em 2002, segundo a ANP), e o maior em nmero de postos no norte-nordeste. Portanto, em reas metropolitanas como Salvador, com cerca de duzentos postos revendedores (SINDICATO DE

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REVENDEDORES DE COMBUSTVEIS, 2006), o rgo ambiental deveria ter uma equipe para pronto atendimento a emergncias ambientais. No momento, faltam legislaes que propiciem a criao e participao desta equipe especializada, pois no rgo ambiental que esto as informaes e o conhecimento que ajudariam a extinguir o problema. No municpio de Salvador, para que um posto de combustvel, ou qualquer outro estabelecimento comercial, seja instalado, necessrio atender as disposies dos seguintes instrumentos legais, conforme apresentado na tabela 2.6: Tabela 2.6: Legislaes Municipais Relacionadas Instalao de Posto de Combustveis em SalvadorINSTRUMENTOS LEGAIS Lei 3377/84 - Lei do Ordenamento do Uso e da Ocupao do Solo Lei 3.903/88 - Cdigo de Obras Decreto n 13.131/01 DESCRIO Estas leis estabelecem aspectos construtivos que devem ser obedecidos para que o empreendimento obtenha o Alvar de Construo e depois o Alvar de Funcionamento Complementa as leis n 3377 e n 3903 e determina atravs do artigo 3 que fossem atendidas as regulamentaes: Portarias da ANP n 116/00 e n 32/01, a Norma Tcnica NBR12.236/1994, Resoluo Conama n 273/00, Portarias do INMETRO n 75/96 e n 32/97

No artigo 4 do Decreto n 13.131, estabelecido que a cada trs anos, o posto de combustvel dever requerer a vistoria da Superintendncia de Controle e Ordenamento do Solo do Municpio SUCOM, objetivando verificar o atendimento s questes de segurana do estabelecimento (SUPERINTENDNCIA DE CONTROLE E ORDENAMENTO DO USO DO SOLO DO MUNICPIO DE SALVADOR, 2006). Para que seja feita a vistoria, o posto dever apresentar os certificados do corpo de bombeiros, rgo ambiental, ANP e INMETRO. Este Decreto alinhou a legislao municipal s principais regulamentaes Esta demanda federais e estaduais relacionadas atividade dos postos de combustveis, entretanto, faltam legislaes municipais especficas que melhor regulamentem este assunto. poder ser suprida futuramente pela Superintendncia do Meio Ambiente SMA do municpio, criada em 28 de dezembro de 2004, que tem como uma de suas competncias o

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licenciamento ambiental (SUPERINTENDNCIA DE MEIO AMBIENTE DO MUNICPIO DE SALVADOR, 2006).

2.4 METODOLOGIAS DE AVALIAO DE RISCO RBCA (ASTM E 1739 95) E ACBR (CETESB 10/2006/C)

A forma tradicional de se fazer o gerenciamento de reas contaminadas baseado no perigo que a contaminao representa, sendo direcionado para que a massa de contaminantes presentes no local seja reduzida a nveis naturais (chamado background) ou atinja os valores de referncia conservativos estabelecidos por agncias reguladoras. Esta abordagem tem como foco limpeza total dos locais, a nveis que permitam sua re-utilizao, independente do fim a que se destinam. A experincia ao longo do tempo demonstrou que tal sistemtica no eficaz na utilizao de recursos, tanto humano quanto financeiro e tecnolgico, pois freqentemente o benefcio final no proporcional quantidade de esforos, e os riscos de exposio aos contaminantes no so suficientemente minimizados. Visando um melhor aproveitamento dos recursos disponveis, foi desenvolvida uma abordagem para o gerenciamento de reas contaminadas, no mais baseada no perigo, mas sim no risco que este perigo representa. Esta filosofia foi inicialmente desenvolvida pela agncia ambiental americana Environmental Protection Agency - EPA e posteriormente homologada pela American Society for Testing and Materials - ASTM, e vem sendo utilizada cada vez mais pelos rgos ambientais e pela indstria do mundo inteiro para a identificao e diagnstico de reas contaminadas e determinao da necessidade de aes corretivas. Uma dessas abordagens de anlise de risco denominada Risk-Based Corrective Action RBCA, descrita pela norma norte-americana ASTM E1739 95 Standard Guide for Risk-Based Corrective Action - RBCA Applied at Petroleum Release Sites. O RBCA utiliza mtodos de avaliao de exposio e risco, bem como modelos matemticos de transporte de contaminantes. Esta metodologia fornece subsdios tcnicos a um processo mais racional de tomada de decises relacionadas alocao de recursos em uma determinada rea, definindo a necessidade e a prioridade de aes corretivas, os graus de remediao aceitveis em relao sade e ao meio ambiente, e as alternativas tecnolgicas aplicveis a cada caso. Os graus de remediao so estabelecidos tendo em vista valores-alvo a serem atingidos para as

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concentraes dos contaminantes de interesse no ambiente impactado. Abaixo do valor-alvo considerado que no existem efeitos adversos inaceitveis aos receptores do determinado local. A grande vantagem de uma anlise de risco baseia-se no fato de poder avaliar uma determinada rea isoladamente, ou mesmo parte desta rea individualmente. Desta forma, possvel estabelecer medidas de remediao especficas para cada nvel de risco identificado. Atravs da identificao e quantificao, os riscos, quando considerados no aceitveis, tero que ser estabelecidas algum tipo de interveno para poder reduzir a nveis aceitveis. O tipo de interveno que pode ser direto ou indireto definido em funo das caractersticas da rea (residencial, industrial, comercial) ou das exigncias das partes envolvidas (proprietrios, rgo ambientais, sociedade em geral). A interveno direta significa a aplicao de medidas de remediao para reduo dos nveis de contaminantes. J a interveno indireta pode ser a aplicao de mecanismos que impeam o contato entre os potenciais receptores e as vias de exposio relevantes, no caracterizando desta forma o conceito de risco. O RBCA, por utilizar uma anlise direcionada, precisa estabelecer um modelo conceitual especfico para cada local a ser avaliado, de tal forma que permita um entendimento qualitativo da atual situao da rea em questo. Este modelo inicial normalmente estabelecido com base nos dados obtidos, aps as investigaes preliminares de reconhecimento do site, e por coleta de dados, que devem informar: a) histrico de uso da rea, fontes de contaminao, contaminantes de interesse, extenso do meio afetado, os potenciais receptores, vias de transporte e exposio; b) caractersticas da rea e seu contexto local e regional (informaes da geologia, hidrogeologia, topografia); c) utilizao atual e futura do local. Conforme mostrado na figura 2.2, o modelo conceitual apresenta uma viso global da rea com base nas informaes disponveis, dentre elas: potenciais fontes de contaminao, receptores, mecanismos de transporte e vias de exposio.

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Figura 2.2: Cenrio Hipottico de Contaminao A visualizao mostrada na figura 2.2 ajuda a identificar a necessidade de aes iniciais de controle de perigos potenciais, de determinar as incertezas e apontar a necessidade de informaes adicionais que confirmem ou no as hipteses assumidas inicialmente. O modelo conceitual deve ser considerado como uma ferramenta dinmica, necessria para aplicao da metodologia RBCA, devendo ser atualizado de acordo com o avano do conhecimento do site no decorrer do processo da anlise de risco. Desta forma se garantir que aspectos fundamentais para a determinao de solues aceitveis para o gerenciamento das reas contaminadas no sejam esquecidos. Alm do modelo conceitual, a metodologia RBCA utiliza uma abordagem escalonada em trs nveis para a identificao e gerenciamento de riscos. Ressalta-se que em cada nvel, feita uma avaliao para trabalhar diferentes graus de informao, mas em todos os nveis so asseguradas premissas que garantam a proteo sade, segurana e ao meio ambiente. Quanto mais alto o nvel da abordagem, maior ser o grau de detalhamento necessrio s informaes coletadas, assim como mais rigorosos sero os modelos matemticos

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aplicados, tornando a definio dos riscos cada vez mais precisa sob as condies especficas de cada rea. Aps concluso de cada nvel, poder ser necessrio definir alguma ao de interveno (ex.: interdio e isolamento da rea, remediao, monitoramento) ou dever ser dada continuidade anlise, em nveis mais avanados. Este procedimento possibilita a otimizao de planejamento e de recursos, de acordo com a especificidade do caso. A anlise de risco com a abordagem em nveis ilustrada na figura 2.3.

Figura 2.3: Elementos da Anlise de Risco em Nveis (ASTM) Fonte: ASTM, 2000. Visando adaptar a metodologia RBCA s condies especficas locais no Brasil, em 2000, a Cmara Ambiental do Comrcio de Derivados de Petrleo desenvolveu um procedimento chamado de Aes Corretivas Baseadas no Risco (ACBR) para o gerenciamento da contaminao em postos de servios, bases de distribuio de combustveis, terminais ou em outras reas, onde sejam manipulados e/ou armazenados compostos

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derivados de petrleo. Alm desta adaptao, o procedimento ACBR teve tambm como objetivo, estabelecer tabelas de referncia para a anlise de nvel 1, considerando o risco sade humana e dados especficos para o estado de So Paulo (CMARA AMBIENTAL DO COMRCIO E DERIVADOS DE PETRLEO DO ESTADO DE SO PAULO- GRUPO DE AVALIAO DE RISCO, 2000). O fluxograma apresentado na figura 2.4 do procedimento ACBR, trs uma viso geral da metodologia de avaliao de risco:

Figura 2.4: Fluxograma Geral de Abordagem da ACBR Fonte: CMARA AMBIENTAL DO COMRCIO E DERIVADOS DE PETRLEO DO ESTADO DE SO PAULO- GRUPO DE AVALIAO DE RISCO, 2000.

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De acordo com o procedimento da ACBR, a metodologia desenvolve-se da seguinte forma: a) Primeira etapa: comea por investigaes preliminares com o objetivo de confirmar a existncia de vazamento e/ou contaminao, a existncia de risco e elaborar o modelo conceitual inicial da rea. As principais atividades realizadas na investigao preliminar so: - Coleta de informaes sobre as instalaes, as operaes realizadas no local, os produtos manuseados, o histrico de ocorrncias e a existncia de estudos anteriores; - Realizao de inspees na rea do estabelecimento e nas edificaes vizinhas, principalmente no sistema hidrulico, sanitrio e eltrico, de modo a identificar a existncia de indicadores de contaminao (presena de produto e vapores em ralos, pias, caixas de passagem, caixas de inspeo, etc.); - Levantamento do uso e ocupao do solo em um raio de 100 metros; - Identificao dos receptores potenciais (trabalhadores do posto, trabalhadores eventuais, moradores da vizinhana, etc.) e das vias de exposio existentes na rea (ex.: ingesto de gua, contato dermal, inalao, etc.). Com base na investigao preliminar deve ser desenvolvido um modelo conceitual visando identificao dos cenrios de exposio atuais e potenciais. Para definio dos cenrios de exposio devem ser obtidas as seguintes informaes: meio impactado (ex.: solo, gua, ar) fontes primrias (ex.: tanques subterrneos) e fontes secundrias de poluio (ex.: solo contaminado); compostos qumicos de interesse (CQI) para a rea; mecanismos de transporte (ex.: volatizao, lixiviao, disperso atmosfrica) e dos caminhos de exposio (ex.: uso de gua contaminada de poos de abastecimentos, obras de abertura de piso no local, servios de varrio); vias de ingresso (ex.: ingesto de gua, contato dermal, inalao, consumo de vegetais contaminados); receptores atuais e potenciais, dentro e fora da rea impactada. Vale ressaltar que o modelo conceitual do site deve ser atualizado medida que sejam obtidas novas informaes relevantes e/ou mais detalhadas sobre a rea, ou caso ocorra alguma modificao relacionada ao uso e ocupao das reas do entorno contaminao. A definio do modelo conceitual de exposio permitir que a rea seja classificada com base no risco que possa oferecer sade humana, segurana da populao, ao patrimnio e ao meio ambiente. Esta classificao ser importante para orientar a implementao, ou no, de aes emergenciais, destinadas a minimizar os riscos agudos e

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torn-los aceitveis, bem como de aes que contenham a expanso dos contaminantes em todas as fases (produto livre, dissolvido ou na forma de vapor). A tabela 2.7 apresenta um exemplo de classificao de reas e de aes de resposta que podem ser adotadas em funo dos cenrios observados. Tabela 2.7: Classificao de reas e de Aes de Resposta para Tipo 1 Risco ImediatoCRITRIOS PARA ENQUADRAMENTO EXEMPLOS DE AES DE RESPOSTANotificar as autoridades apropriadas, donos das propriedades, partes potencialmente afetadas e - Nveis de explosividade que possam causar riscos segurana das pessoas ou ao patrimnio esto presentes em uma residncia ou em outra construo. - Produto em fase livre est presente em quantidades significativas na superfcie do solo, em corpos dgua superficiais, em outras linhas de utilidades que no sejam as de suprimento de gua ou em galerias de guas pluviais. - Um poo ativo de suprimento de gua, uma linha de abastecimento de gua, ou tomada superficial de gua para consumo humano esto impactados ou imediatamente ameaados. - As concentraes de vapor ou partculas no ambiente excedem as concentraes de referncia de uma exposio aguda. - Vapores em nveis explosivos esto presentes em sistema(s) de utilidade(s) subsuperficial, mas nenhuma construo ou residncia foi afetada. - Um habitat sensvel (manguezais, restinga, mata atlntica, etc.), reas de proteo ambiental ou receptores sensveis (espcies economicamente importantes, espcies em perigo ou ameaadas) esto impactados ou afetados. - Instalar barreiras de vapor (tampes, espumas, e assim por diante), remover fonte, ou restringir o acesso rea afetada. - Evacuar os ocupantes e dar incio s medidas de mitigao tais como ventilao da rea ou pressurizao do prdio. - Minimizar a extenso do impacto com medidas de conteno e implementar gerenciamento do habitat para minimizar a exposio. - Notificar usurio(s), prover fonte alternativa de gua, controlar hidraulicamente a gua contaminada, e tratar a gua no ponto de consumo. avaliar a necessidade de: - Evacuar a vizinhana imediata e dar inicio s medidas de mitigao tais como ventilao. - Prevenir a migrao futura de produto em fase livre por meio de medidas de conteno apropriadas, instituir recuperao de produto em fase livre, e restringir o acesso rea.

Fonte: CMARA AMBIENTAL DO COMRCIO E DERIVADOS DE PETRLEO DO ESTADO DE SO PAULO- GRUPO DE AVALIAO DE RISCO, 2000. No procedimento da ACBR existem outros exemplos de aes para outros nveis de risco, como os riscos de curto prazo (0 a 2 anos), riscos de longo prazo (mais do que 2 anos) e nenhum risco demonstrvel.

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Uma vez feita a investigao preliminar e, em caso de necessidade, realizadas as aes emergenciais, passa-se para a segunda etapa. b) Segunda etapa: investigao confirmatria cujo principal objetivo confirmar a existncia de contaminao em subsuperfcie, localizando os pontos de maiores concentraes dos compostos qumicos de interesse (CQI). Nesta etapa so geradas informaes que podero ser utilizadas na avaliao no nvel 1. Sendo assim, as investigaes de campo so conduzidas com o foco na identificao das concentraes dos CQI para cada meio impactado que foi considerado como fonte secundria de contaminao em pelo menos um cenrio de exposio. Atravs da investigao confirmatria, o modelo conceitual deve ser atualizado a partir dos dados obtidos, podendo haver uma reclassificao da rea. Esta reclassificao deve ser considerada quando informaes adicionais obtidas indicarem uma mudana expressiva nas condies da rea, ou caso ocorra alguma mudana significativa no quadro da contaminao da rea devido implementao das aes de resposta. Aps atualizao do modelo conceitual, prossegue-se para uma nova etapa. c) Terceira etapa: avaliao da rea no nvel 1. Para isto feita a comparao das maiores concentraes dos CQI observadas na rea de estudo com os valores calculados dos Nveis de Avaliao Baseados no Risco - NABR, tambm denominado de RBSL (RiscBased Screening Levels), que esto apresentados em forma de tabela e podem ser encontrados no procedimento da ACBR. A ttulo de exemplo, uma dessas tabelas est apresentada na figura 2.5, para o composto qumico de interesse benzeno. Os valores dos NABR indicados nestas tabelas foram calculados atravs de frmulas matemticas que relacionam parmetros toxicolgicos, de exposio, do meio fsico e caractersticas fsico-qumicas dos CQI. Estas frmulas esto apresentadas no procedimento ACBR. Cada NABR foi calculado de forma restritiva e conservadora, sendo adotados os valores correspondentes mediana dos dados identificados para as propriedades inerentes ao meio fsico representativo do Estado de So Paulo, e valores conservadores relativos aos parmetros de exposio. Para cada cenrio de exposio a ser avaliado no nvel 1, foi calculado um valor de NABR correspondente.

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Figura 2.5: Tabela de Nvel de Avaliao Baseados no Risco Benzeno. Fonte: CMARA AMBIENTAL DO COMRCIO E DERIVADOS DE PETRLEO DO ESTADO DE SO PAULO- GRUPO DE AVALIAO DE RISCO, 2000.

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De acordo com o procedimento do ACBR os pontos de exposio (POE) so considerados como os pontos de potencial contato entre um receptor e um meio contaminado e os pontos de conformidade (POC), so os locais selecionados entre as reas de fonte e os pontos potenciais de exposio, onde as concentraes dos CQI, devem estar abaixo, ou nos nveis alvo determinados para o meio. Na avaliao de nvel 1 feita uma comparao das concentraes encontradas na rea com os valores dos NABR das tabelas de referncia, onde os pontos POE e os pontos POC so assumidos de forma conservadora como estando sobre a rea-fonte, onde as mais altas concentraes dos CQI foram identificadas. Entretanto, esta comparao tambm deve considerar as concentraes de background dos CQI, uma vez que os NABR podem, por vezes, ser inferiores s concentraes de background. Outros critrios de referncia tambm podem ser adotados para auxiliar na avaliao no nvel 1, como por exemplo: - critrios estticos associados ao local estudado e sua vizinhana; - valores de background para a regio; - legislaes municipais ou estaduais; - determinaes decorrentes, por exemplo, de acordos firmados entre a agncia ambiental, o ministrio pblico e o proprietrio da rea. Aps a comparao das concentraes dos CQI com os NABR correspondentes inicia-se outra etapa. d) Quarta etapa: esta etapa corresponde a um processo de avaliao da necessidade de algum tipo de ao na rea (ex: monitoramento, remediao, controle institucional, controle de engenharia, etc.), ou de passar para um nvel mais alto da avaliao de risco. Caso as concentraes encontradas na rea estejam de acordo com os NABR e outros critrios estabelecidos, deve-se avaliar a possibilidade de se monitorar a rea impactada e as reas prximas, segundo um plano de monitoramento, no sendo necessrias aes imediatas de remediao. J se os nveis de concentrao observados na rea ultrapassarem os NABR, dever ser avaliada a necessidade de adotar medidas de remediao, ou a possibilidade de investigaes adicionais na rea para passar de nvel. No caso da implantao de um programa de ao corretiva, as metas propostas com base nos dados levantados devem ser avaliadas levando-se em considerao a viabilidade tcnico-econmica de implementao. Um programa de remediao deve proporcionar a combinao entre a remoo da fonte, tcnicas de tratamento e tecnologias de conteno, assim como controles institucionais e de engenharia.

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Se as metas de remedio forem consideradas impraticveis ou se existe alguma limitao tecnolgica ou financeira, devem-se conduzir os trabalhos para um nvel de maior detalhamento de informaes, considerando a coleta de dados adicionais da rea para desenvolvimento da Concentrao Meta Especfica da rea - CMEA nos nveis 2 e/ou 3. Nvel 2 - Devero ser calculadas as concentraes - CMEA especficas para a rea em estudo, sendo que estas serviro como base para os programas de aes corretivas (projetos de remediao e/ou monitoramento). Ressalta-se que existem outras fontes que denominam os CMEA de SSTL (Nveis Alvo Especficos da rea - Site-Specific Target Levels). No nvel 2 devem ser estabelecidos os pontos de conformidade - POC e calculadas as CMEA para os compostos qumicos de interesse - CQI, assim definidos para o POC, para a rea-fonte e para os pontos de exposio - POE. Tambm devem ser identificados os cenrios de exposio indireta a serem avaliados (cenrio indiretos so aqueles em que o risco avaliado para um meio que no est em contato direto com os receptores, mas que poder afet-los em decorrncia do transporte do CQI no meio fsico). O nvel 2 do ACBR possibilita o clculo da CMEA considerando mltiplos cenrios de exposio. As CMEA so calculadas atravs da associao entre dados obtidos por meio da investigao adicional e dos resultados do modelamento matemtico de transporte e atenuao desenvolvido com dados especficos da rea em estudo. Desta forma possvel quantificar as concentraes tericas nos POE e POC, utilizando como concentraes iniciais as obtidas nas reas fonte da contaminao. A definio dos modelos matemticos de transporte e atenuao de contaminantes em meio saturado e no saturado utilizados no nvel 2 deve ser feita em funo da complexidade de cada meio contaminado e da importncia de cada cenrio de exposio a ser avaliado. Podem ser utilizados modelos matemticos analticos, numricos ou at mesmo a combinao dos dois tipos de modelagem. Associados aos modelos de transporte de contaminantes, possvel utilizar modelos que estimam as taxas de bioatenuao especficas para a rea em estudo. As concentraes nos POE e POC, no nvel 2, tambm podem ser obtidas por meio de medidas diretas em campo, ou pela realizao de anlises qumicas de amostras de solo, gua e ar. Depois de calculada as CMEA para cada cenrio de exposio e CQI considerado para a rea, estas concentraes devem ser comparadas com as concentraes observadas nos POE

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e POC, identificando-se os cenrios que apresentam concentraes no POE e POC acima das CMEA. Caso as CMEA estejam abaixo das concentraes observadas nos POE e POC, devese elaborar um plano de monitoramento considerando os POC como ponto de interesse para o cenrio avaliado, no sendo necessrias aes imediatas de remediao. No entanto, se os nveis de concentrao observados na rea ultrapassarem as CMEA calculadas para cada cenrio avaliado, dever ser verificada a necessidade de adotar medidas de remediao, ou a possibilidade de investigaes adicionais para passagem ao nvel 3. Se a opo selecionada for o desenvolvimento e implantao de um projeto de remediao, deve ser realizada uma avaliao das tcnicas de remediao aplicveis ao caso para identificar a alternativa de melhor relao custo-benefcio para atingir as metas definidas pelas CMEA. Projetos detalhados e desenvolvimento das especificaes necessrias devem ser realizados para instalao e operao do sistema de remediao proposto. O sistema ou a ao de remediao deve funcionar at quando as concentraes dos CQI no mais estiverem acima das CMEA, nos POE, POC e/ou reas-fonte. Um plano de monitoramento ser necessrio para demonstrar a efetividade das aes de remediao implementadas, podendo confirmar uma pior, melhor ou inalterada condio da contaminao da rea. O programa de ao corretiva concludo quando as metas de remediao so atingidas ou quando tiver sido demonstrado que as CMEA foram atingidas nos POE, POC ou reas-fonte; e assim, o monitoramento do local encerrado, pois a rea no apresentar mais riscos. Caso tenham sido exigidos controles institucionais (formas de restrio ao uso ou acesso ao local, ex: cercas, muros, etc) eles devem permanecer instalados. Em janeiro de 2006, a CETESB revisou o procedimento da ACBR apresentando um conjunto de novos procedimentos para licenciamento de postos e sistemas retalhistas de combustveis, atravs da Deciso da diretoria da CETESB n 010-2006-C. Este novo procedimento estabelece claramente as aes que devem ser tomadas no decorrer da anlise de risco, conforme apresentado na figura 2.6.

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Figura 2.6: Fluxograma do Novo Procedimento da CETESB para Aplicao da Metodologia ACBR Fonte: (COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL, 2006a) Nota-se, como principais mudanas, o direcionamento das aes corretivas a serem tomadas. Estas aes corretivas so denominadas de aes respostas, so estabelecidas trs aes respostas ao longo da anlise de risco. A ao resposta 1 determinada para atender ao

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risco imediato; a ao resposta 2 para eliminar a fase livre; e a ao resposta 3 para atingir as metas de remediao (NABR ou CMEA). Estas aes so tomadas de acordo com a evoluo de investigao do caso e da anlise custo beneficio e as atividades que as compe esto listadas no procedimento. Observa-se que na anlise de risco nvel 1, diferentemente do procedimento ACBR anterior, os valores encontrados do site so comparados com os valores de interveno da CETESB Lista de Valores Orientativos (COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL, 2005d) e depois com os valores NABR (COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL, 2006a) que tambm esto diferentes dos valores do procedimento anterior.

2.5 METODOLOGIA DE AVALIAO DE RISCO C- SOIL

A Holanda foi o primeiro pas a desenvolver padres de qualidade para solos e guas subterrneas utilizando critrios numricos para controle e preveno da poluio. A Lei de Proteo do Solo de 1994 do Ministrio da Habitao, Planejamento Espacial e Meio Ambiente - VROM estabeleceu os padres holandeses atualmente em vigor. Os valores propostos por esta Lei resultaram de pesquisas cientficas e conhecimentos adquiridos atravs de modelos matemticos de anlise de risco. O modelo de anlise de risco C-SOIL foi desenvolvido para avaliar a exposio humana solos contaminados. Os modelos matemticos do CSOIL incorporam a: a) distribuio entre as fases do solo; b) transferncia a partir das diferentes fases do solo para o meio (interface) de contato; c) exposio direta e indireta. Os clculos do C-SOIL tem como ponto de partida o contedo do solo (Van Den BERG, 1991/1994). Segundo a teoria da fugacidade de MACKAY e PATERSON (1981) calculada a distribuio entre as fases mveis do solo (gua intersticial e vapor). As rotas de exposio disponveis no modelo so: inalao de ar; inalao de partculas de solo; absoro dermal a partir do solo; ingesto de solos; consumo de gua; inalao durante o banho; absoro dermal durante o banho; consumo de produtos agrcolas. O conceito do modelo CSOIL apresentado na figura 2.7.

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Contedo Representativo nos Solos

Distribuio entre as Fraes do Solo

Concentrao nos Vapores do Solo

Concentrao nas guas Intersticiais

Transporte para a Superfcie

Transporte para as guas Subterrneas

Adsoro e Acmulo na Vegetao

Processos de Transferncia

Diluio no Ar Interno e Externo

Transporte para guas de Abastecimento

Permeao Atravs das guas de Abastecimento

Exposio Direta

Ingesto, Inalao e Absoro Dermal de Solo

Inalao e Absoro Dermal do Ar

Exposio Indireta

Ingesto de gua de Abastecimento, Contato Dermal e Inalao Durante o Banho

Consumo de Vegetao

Figura 2.7: Estrutura Conceitual do Modelo C-Soil Fonte: COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL, 2006a O modelo matemtico C-Soil foi conceitualmente desenvolvido pelo Instituto de Sade Pblica e Proteo Ambiental da Holanda RIVM e transformado em uma planilha eletrnica pela empresa Tauw Milieu, com o nome comercial XS. O C-Soil fundamentado na metodologia de anlise de risco e baseia-se atravs da Norma Holandesa de Proteo aos Solos em dois nveis de qualidade de solos e guas subterrneas, denominados: S (Valor de Referncia) e I (Valor de Interveno).

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O Valor de Referncia S foi definido em funo do risco potencial a ecossistemas, indicando assim a qualidade ambiental para todos os propsitos de utilizao. J o Valor de Interveno I foi definido com base no risco potencial a seres humanos e ecossistemas. Estes dois nveis permitem definir a qualidade ambiental do meio, classificando-o numa escala de limpo at severamente poludo. Alm dos valores de Referncia S e I, h um terceiro, denominado T (Valor de Alerta), o qual pode ser considerado como levemente poludo, utilizado para a indicao da necessidade de investigaes adicionais. importante ressaltar que este valor no se baseia em avaliaes de risco, mas sim, mdia aritmtica entre os valores S e I. Os valores de referncia S, T e I definidos pela Norma Holandesa (tambm conhecida por Lista Holandesa) independem da utilizao do solo, isto , correspondem a um nico cenrio padro de uso, aplicvel a reas residenciais, industriais, reservas naturais, dentre outras. Caso seja excedido algum valor de interveno (I), o conceito genrico adotado para a remediao o estabelecimento das caractersticas multifuncionais do solo. Nos casos em que a remediao no vivel, devido aos efeitos adversos da remediao ao meio ambiente, ou por problemas e limitaes tcnicas e/ou econmicas, devem ser adotadas medidas de preveno exposio, tais como o isolamento ou conteno da contaminao. Esta deciso deve ser tomada com base nos resultados da anlise de risco especfica para o local. A deciso sobre a necessidade de remediao baseada na avaliao da situao caso a caso, ou seja, nos riscos especficos existentes em cada rea. A Lista Holandesa no define valores-padro para diferentes tipos de utilizao uma vez que o risco pode variar em funo da utilizao especfica do solo. Ou seja, para cada situao devem ser definidos