monografia ufpi meio
TRANSCRIPT
-
1
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAU UFPI
CAMPUS SENADOR HELVDIO NUNES DE BARROS CSHNB
CURSO DE BACHARELADO EM ADMINISTRAO
FRANCISCO EDSON DE SOUSA SANTANA
DESENVOLVIMENTO SUSTENTVEL E RESPONSABILIDADE AMBIENTAL: UM
ESTUDO COMPARATIVO COM O DOCUMENTO FINAL DA RIO+20.
PICOS PI
2013
-
2
FRANCISCO EDSON DE SOUSA SANTANA
DESENVOLVIMENTO SUSTENTVEL E RESPONSABILIDADE AMBIENTAL: UM
ESTUDO COMPARATIVO COM O DOCUMENTO FINAL DA RIO+20.
Monografia apresentada ao Curso de Bacharelado em Administrao da Universidade Federal do Piau UFPI, em cumprimento parcial das exigncias para obteno do ttulo de Bacharel em Administrao.
Orientador(a): Prof. Daniel Arruda Nascimento, Dr.
PICOS PI
2013
-
3
FICHA CATALOGRFICA Servio de Processamento Tcnico da Universidade Federal do Piau
Biblioteca Jos Albano de Macdo
S729c Santana, Francisco Edson de Sousa.
Desenvolvimento Sustentvel e Responsabilidade
Ambiental: Um estudo comparativo com o Documento Final
da Rio+20 / Francisco Edson de Sousa Santana 2013.
CD-ROM: il.; 4 pol. (158 p.)
Monografia (Bacharelado em Administrao) Universidade
Federal do Piau. Picos-PI, 2013.
Orientador (A): Prof. Dr. Daniel Arruda Nascimento
1. (Rio+20). 2. Desenvolvimento Sustentvel. 3.
Responsabilidade Ambiental. 4. Meio Ambiente. I. Ttulo.
CDD 658.3
-
4
-
5
Dedico este trabalho aos meus pais (Valdisa
Maria e Francisco Xavier), meus irmos (Maria
da Conceio e Elimar), onde contriburam
para o trmino deste trabalho, com suas
palavras de incentivo, a minha namorada
(Sueli Silvestre), e aos meus avs.
-
6
AGRADECIMENTOS
Agradeo primeiramente a Deus por ter me dado a ddiva da vida, fora psicolgica
e fsica para a concluso desse trabalho e muita f.
Em especial aos meus pais Valdisa Maria de Sousa Santana e Francisco Xavier
Brito de Santana por terem me fornecido condies e apoio para a realizao deste
trabalho junto com meus irmos, Maria da Conceio de Sousa Santana e Elimar de
Sousa Santana.
O meu orientador Prof. Daniel Arruda Nascimento, por estar disposio em todos
os momentos de dvidas, pois sem o mesmo no teria chegado concluso dessa
monografia.
Aos professores que fizeram a diferena em minha graduao, e a turma por todos
esses anos de convivncia.
Obrigado por tudo Senhor!
-
7
Aprenda como se voc fosse viver para sempre. Viva como se voc fosse morrer amanh.
Mahatma Gandhi
-
8
RESUMO
O presente trabalho baseia-se em um estudo comparativo do Documento Final das
Naes Unidas sobre Desenvolvimento Sustentvel (Rio+20) do ano de 2012.
Objetivando investigar as noes de desenvolvimento sustentvel e
responsabilidade ambiental no avano da economia sustentvel assim como a
tecnologia e o aspecto scio-cultural para a preservao do meio ambiente,
analisando as prticas do documento (Rio+20) que possam de alguma forma
contribuir para a alavancagem do desenvolvimento sustentvel e a responsabilidade
ambiental do planeta. O estudo sobre o tema de suma importncia para a
conscientizao da sociedade para com o meio natural, tentando de alguma forma
melhorar o envolvimento do ser humano ao meio ambiente. Entende-se que o meio
natural prioridade para a sobrevivncia da humanidade, pelo contrrio no existiria
vida na terra. O estudo caracterizou-se como qualitativo, e a pesquisa sendo
bibliogrfica e documental, e se desenvolveu em comparao ao documento da
(Rio+20). Os resultados alcanados permitiram a identificao das prticas de
desenvolvimento sustentvel pelo documento (Rio+20), que ainda no se
materializaram, mas que, organizaes esto tentando de certa forma alcana-los.
Palavras chave: (Rio+20), desenvolvimento sustentvel, responsabilidade
ambiental, meio ambiente.
-
9
ABSTRACT
This work is based on a comparative study of the Final Document of the United
Nations on Sustainable Development (Rio +20) in the year 2012. Aiming to
investigate the concepts of sustainable development and environmental responsibility
in advancing sustainable economy as well as technology and the socio-cultural
aspect to the preservation of the environment, analyzing the practices of the
document (Rio +20) that may in some way contribute to the leverage sustainable
development and environmental responsibility on the planet. The study on the topic is
of paramount importance to society's understanding of the natural environment,
trying to somehow improve the involvement of human beings to the environment. It is
understood that the natural environment is a priority for the survival of humanity,
instead there would be life on earth. The study was characterized as qualitative, and
research and literature and documents, and developed in comparison to the
document (Rio +20). The study was characterized as qualitative, and research and
literature and documents, and developed in comparison to the document (Rio +20).
The results obtained allowed the identification of sustainable development practices
through the document (Rio +20), which have yet to materialize, but that organizations
are trying to somehow reach them.
Keywords: (Rio +20), sustainable development, environmental responsibility,
environment.
-
10
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Resumo dos principais acontecimentos relacionados com o desenvolvimento sustentvel............................................................27
-
11
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS CNMA Conferncia Nacional do Meio Ambiente
GA Gesto Ambiental
UFPI Universidade Federal do Piau
UFRJ Universidade Federal do Rio de Janeiro
UNESCO Organizao para a Educao, a Cincia e a Cultura das Naes Unidas
ONU Organizao das Naes Unidas
CMMAD Comisso Mundial sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento
UNCED Conferncia das Naes Unidas sobre o Meio Ambiente e
Desenvolvimento
DDT Dicloro-Difenil-Tricloroetano
PNUMA Programa das Naes Unidas sobre o Meio Ambiente
IUCN Unio Internacional para a Conservao da Natureza e dos Recursos
Naturais
WWF World Wildlife Fund
EUA Estados Unidos da Amrica
ONGs Organizaes no Governamentais
APD Ajuda Pblica ao Desenvolvimento
PIB Produto Interno Bruto
-
12
SUMRIO
1. CAPTULO 1 INTRODUO ............................................................................. 13
1.1 Definio do problema......................................................................................... 14
1.2 Objetivos ............................................................................................................. 15
1.2.1 Objetivo geral....................................................................................................16
1.2.2 Objetivos especficos.........................................................................................16
1.3 Justificativa...........................................................................................................16
1.4 Limitaes da pesquisa........................................................................................18
1.5 Estrutura da monografia.......................................................................................18
2. CAPTULO 2 REFERENCIAL TERICO............................................................19
2.1 Despertar da humanidade e as consequncias ambientais................................ 19
2.2 Conceituando desenvolvimento sustentvel e responsabilidade ambiental....... 20
2.3 Problemas ambientais e programas de sustentabilidade.................................... 22
2.4 Responsabilidade ambiental no aspecto econmico.......................................... 28
2.4.1 Estmulos econmicos ou fiscais para que os fatores influenciadores da insustentabilidade diminuam..................................................................................... 31
2.5 Responsabilidade ambiental no aspecto scio-cultural...................................... 32
2.6 Responsabilidade ambiental no aspecto tecnolgico......................................... 33
3. CAPTULO 3 PROCEDIMENTOS METODOLGICOS.................................... 36
3.1 Conceituando a metodologia cientfica................................................................ 36
3.2 Caracterizao da pesquisa................................................................................ 36
3.3 Tipos de fontes.................................................................................................... 37
3.4 Amostragem........................................................................................................ 38
4. CAPTULO 4 ANLISE DO DOCUMENTO DA RIO+20................................... 39
5. CAPTULO 5 CONSIDERAES FINAIS......................................................... 44
5.1 Sugestes para futuras pesquisas...................................................................... 45
BIBLIOGRAFIA......................................................................................................... 47
ANEXO...................................................................................................................... 50
-
13
1 INTRODUO
Desenvolvimento sustentvel e responsabilidade ambiental: uma tima
combinao. Diferentemente de empresa e meio ambiente, que a princpio uma
combinao no muito sustentvel, pois os aspectos econmicos, tecnolgicos e
scio-culturais das empresas iriam de contra ponto com o meio natural. As grandes
empresas so, muitas vezes, responsveis pela situao em que se encontra o
planeta hoje, e pelas alteraes ocorridas nos recursos naturais para a obteno de
insumos e formao de produtos para fins lucrativos.
O processo utilizado at ento pelas empresas para atender as
necessidades das pessoas, est sendo esquecido pelos seus mentores em funo
de problemas ambientais causadas pelas mesmas.
Por muitos anos as empresas e indstrias do sculo XVIII principalmente,
quando se dava incio a Revoluo Industrial, eram tidas como vils do meio
ambiente. Atualmente algumas delas tentam reverter essa imagem negativa,
implementando uma gesto ambiental dentro da empresa. Gesto Ambiental seria
uma maneira totalmente consciente do ser humano se relacionar com o meio
ambiente de forma a no prejudic-lo.
Com tudo isso, de acordo com Seiffert (2010, p. 45), o processo de gesto
ambiental surgiu como uma alternativa para buscar a sustentabilidade dos
ecossistemas antrpicos, harmonizando suas interaes com os ecossistemas
naturais.
Em relao ao que j foi explanado, nos anos 90 seguido da primeira
dcada do sculo XXI, empresas comearam a desenvolver solues para a
preservao ambiental, no sentido de lucrar, o que era perfeito, desenvolverem
estratgias, formas, solues para a sustentabilidade do planeta e
consequentemente ter lucratividade nos seus negcios, aumentando ainda mais a
competitividade entre as empresas.
Mas, at ento, o problema ambiental encontrado no ecossistema no
apenas decorrente das indstrias e empresas, pois a maior parte da populao do
Brasil vive em cidades, totalizando 84%, e apenas 16% vivem em zonas rurais, o
que informa a 4 Conferncia Nacional do Meio Ambiente (CNMA) de 2013. A CNMA
seria uma forma da populao brasileira ter a oportunidade de contribuir para a
Conferncia Nacional, participando das conferncias municipais, regionais e
-
14
estaduais havendo espaos para debates presenciais e virtuais tambm, a CNMA,
fala que a quantidade da populao tambm influencia no meio ambiente, pois os
leos de cozinha que so despejados em ralos e pias das casas formam um
processo acumulativo de gorduras poluindo a gua, matando peixes e plantas.
Por serem vrios os meios de poluio do planeta, englobando
praticamente todas as reas sociais existentes, desde os primrdios da vida humana
na terra, veio necessidade de um maior embasamento na rea ambiental, nesse
contexto a pesquisa foi realizada com base em uma leitura comparativa com a
Declarao Final da Conferncia das Naes Unidas sobre Desenvolvimento
Sustentvel (Rio+20) direcionado para os temas de Desenvolvimento Sustentvel e
Responsabilidade Ambiental.
Percebeu-se a importncia de estudar o desenvolvimento sustentvel e a
responsabilidade ambiental, no intuito de melhorar o envolvimento do ser humano ao
meio ambiente. Foram abordadas algumas definies de Desenvolvimento
Sustentvel e de Responsabilidade Ambiental de acordo com a Declarao Final da
Conferncia das Naes Unidas sobre Desenvolvimento Sustentvel (Rio+20) e
outros autores correspondentes, para um maior embasamento terico.
1. 1 Definio do problema
O desenvolvimento sustentvel e a responsabilidade ambiental para a
humanidade deve ser prioridade de vida, pois todos os seres vivos so de certa
forma gestores do planeta em que vivem, ou, pelo menos, o que deveria ser, mas
o que se v o contrrio, para ter uma ideia de 189 mil toneladas de resduos
slidos produzidos por dia no Brasil, apenas 1,4% formalmente reciclado, (IBGE,
2010-MMA, 2012), imagina-se o que desperdiado no planeta todo.
Em relao s empresas, a Gesto Ambiental (GA) uma ferramenta do
desenvolvimento sustentvel, chegou com muita utilidade para as pessoas
envolvidas dentro das empresas, para os consumidores e acionistas terem maior
responsabilidade social e uma maior noo de sustentabilidade. A gesto ambiental
tem o objetivo de diminuir os impactos causados pelas empresas ao meio ambiente.
A gesto ambiental tambm ajuda no processo produtivo de uma
organizao, fazendo com que profissionais desenvolvam produtos renovveis, mais
conhecidos como logstica reversa: o processo que gera materiais reaproveitados
-
15
que retornam ao processo tradicional de suprimento, havendo assim um
desenvolvimento sustentvel.
De acordo com Lacerda (s/d, p. 1):
Existe uma clara tendncia de que a legislao ambiental caminhe no sentido de tornar as empresas cada vez mais responsveis por todo ciclo de vida de seus produtos. Isto significa ser legalmente responsvel pelo seu destino aps a entrega dos produtos aos clientes e do impacto que estes produzem no meio ambiente.
Para que as empresas se tornem cada vez mais responsveis por todo o
ciclo de vida de seus produtos, seria necessrio uma tima gesto ambiental, e para
que se tenha uma gesto ambiental de tima qualidade dentro de uma empresa,
necessitaria de pessoas bastante proativas, capacitadas, formadoras de opinies e
motivadas com o que fazem, havendo assim um desenvolvimento sustentvel e
consequentemente responsabilidade ambiental para com o ecossistema.
As empresas esto tentando reparar os erros que cometeram sculos
passados, pois so cobradas, por leis municipais, estaduais e federais j
estabelecidas, ao contrrio da populao em massa, onde as leis no so o
bastante, seria preciso ir mais a fundo, penetrando na cultura das pessoas,
estabelecendo certas responsabilidades ambientais, como vem acontecendo em
alguns municpios, regies e estados do Brasil, como exemplo, a Conferencia
Nacional do Meio Ambiente, com o objetivo da populao brasileira poder discutir
participativamente de assuntos sobre sustentabilidade e responsabilidade ambiental,
assim como reduzir os impactos ambientais no planeta. Todavia, o enfoque desse
estudo ser na Declarao Final da Conferncia das Naes Unidas sobre
Desenvolvimento Sustentvel (Rio+20) do ano de 2012, cuja prioridade da
conferncia o desenvolvimento sustentvel, erradicao da pobreza e da fome,
integrando aspectos econmicos, sociais e ambientais.
Com base no exposto, apresenta-se a seguinte problemtica: Qual a
relevncia das noes de desenvolvimento sustentvel e responsabilidade ambiental
para o avano econmico e para a preservao do ecossistema do planeta?
-
16
1. 2 Objetivos
1. 2. 1 Objetivo geral
Investigar a relevncia das noes de desenvolvimento sustentvel e
responsabilidade ambiental para o avano econmico e para a preservao do meio
ambiente, bem como realizar um estudo comparativo com o Documento Final da
Conferncia das Naes Unidas sobre Desenvolvimento Sustentvel (Rio+20).
1.2.2 Objetivos especficos
Compreender as noes de desenvolvimento sustentvel e de
responsabilidade ambiental, tendo em vista a recente produo acadmica
sobre o tema;
Compreender as relaes que se estabelecem entre a responsabilidade
ambiental e os seus aspectos econmicos, scio-culturais e tecnolgicos;
Analisar o teor da Declarao Final da Conferncia das Naes Unidas sobre
Desenvolvimento Sustentvel (Rio+20), ocorrida no ano de 2012;
Identificar prticas que, sob a perspectiva do documento analisado, possam
contribuir para o desenvolvimento sustentvel e a responsabilidade ambiental.
1. 3 Justificativa
H muito tempo a competitividade entre as empresas em relao
preservao do meio natural vem aumentando, no deixando espao para outras
que no esto acompanhando essa evoluo, antes fatores considerados no muito
importantes resurgem, e uns desses fatores seriam: Gesto Ambiental,
Responsabilidade Social ou Ambiental e Desenvolvimento Sustentvel. Gesto
ambiental um fator muito importante para a humanidade e influencia diretamente
para a preservao do meio ambiente, principalmente para empresas e indstrias.
O nvel de competitividade de uma empresa depende de um conjunto de fatores, variados e complexos, que se inter-relacionam e so mutuamente dependentes, tais como: custos, qualidade dos produtos e servios, nvel de controle de qualidade, capital humano, tecnologia e capacidade de inovao. Ocorre que nos ltimos anos a gesto ambiental tem adquirido
-
17
cada vez mais uma posio destacada, em termos de competitividade, devido aos benefcios que traz ao processo produtivo como um todo e a alguns fatores em particular que so potencializados. (DIAS, 2010, p.52).
A Declarao Final da Conferncia das Naes Unidas sobre
Desenvolvimento Sustentvel Rio+20 (2012, pargrafo 3), ressalta o termo
desenvolvimento sustentvel, reconhecendo a importncia para a humanidade.
Reconhecemos que os povos esto no centro do desenvolvimento sustentvel e, nesse sentido, trabalhamos por um mundo justo e equitativo para todos, e nos comprometemos a trabalhar juntos, por um crescimento econmico sustentvel que beneficie a todos, pelo desenvolvimento social e pela proteo do ambiente favorecendo o interesse de todos.
No momento, o planeta sofre por fatores bastante influenciadores em
relao poluio, e as pessoas juntamente com as organizaes ainda no
perceberam que podem mudar essa viso mope de desenvolvimento desordenado
para uma viso de oportunidades, aproveitando-se da responsabilidade ambiental.
Esse um dos pontos, alm da erradicao da pobreza e da fome, que a
conferncia Rio+20 est tentando desenvolver nas mentes das pessoas.
Com as informaes coletadas em um estudo aprofundado na Declarao
Final da Conferncia das Naes Unidas sobre Desenvolvimento sustentvel
(Rio+20), correlacionado com a Responsabilidade Ambiental, foi possvel expandir
ainda mais essas informaes facilitando para as fontes de pesquisas que viro a
ser desenvolvidas. Informaes estas que podero ser utilizadas para outras
pesquisas sobre desenvolvimento sustentvel e responsabilidade ambiental, de
forma a lidar com o ecossistema com mais precaues.
Esses dados serviro como ferramenta de apoio para a sociedade se
conscientizar e estabelecer formas de sustentabilidade como exemplo, e para que
no haja mais degradaes ao meio ambiente.
A elaborao desta monografia justifica-se, pois de suma importncia
desempenhar solues de desenvolvimento sustentvel e de responsabilidade
ambiental para a conscientizao da humanidade estabelecendo polticas concretas,
planos, programas, projetos e aes para promover a sustentabilidade do planeta.
-
18
1. 4 Limitaes da Pesquisa
O estudo sobre desenvolvimento sustentvel e responsabilidade ambiental
um pouco complexo, pois abrange ou encerra muitos elementos ou partes, podendo
ser observados sob diferentes aspectos, estando diretamente ligado ao
desenvolvimento do planeta e relacionado com as responsabilidades humanas para
com o meio natural.
No decorrer desse trabalho foram encontrados alguns pontos que
dificultaram o desenvolvimento da pesquisa, comeando com o acervo bibliogrfico
encontrado na biblioteca da UFPI, onde estava disponibilizado para os alunos
poucos autores em relao ao tema pesquisado.
Dificuldades tambm encontradas na Regio Nordeste, pois, no so
comentados encontros ou discusses envolvendo desenvolvimento sustentvel ou
responsabilidades sociais para com o meio ambiente.
1. 5 Estrutura da monografia
Nesta seo sero abordados de forma concisa os tpicos principais de
cada captulo, visando uma maior clareza em localiz-los e objetivando um rpido
entendimento da estrutura monogrfica.
No primeiro captulo, esto presentes a introduo, a formulao do
problema, os objetivos gerais e especficos, as justificativas, as limitaes da
pesquisa e esta seo. No segundo captulo, encontra-se o embasamento terico,
onde os conceitos so encontrados, mostrando a viso dos autores correspondentes
sobre os assuntos abordados nesse trabalho. No terceiro captulo, so apresentados
os procedimentos metodolgicos, enfatizando a importncia da metodologia
cientfica, seguido posteriormente da pesquisa realizada quanto os tipos de fontes,
terminando com o levantamento da amostra e seus elementos.
No quarto captulo encontram-se a apresentao do estudo do Documento
Final da Conferncia das Naes Unidas sobre Desenvolvimento Sustentvel
(Rio+20). Analisando a relevncia das noes de desenvolvimento sustentvel e
responsabilidade ambiental.
Finalizando, no quinto captulo, apresentam-se as consideraes finais
acerca deste trabalho seguido das sugestes para futuras pesquisas.
-
19
CAPTULO 2 REFERENCIAL TERICO
2. 1 Despertar da humanidade e as consequncias ambientais
Atualmente, as pessoas esto se preocupando muito mais com a
degradao do meio ambiente, devido s variaes e impactos ambientais ocorrido
no ecossistema do planeta. Com o passar do tempo situao em que se encontra
o meio ambiente se agrava cada vez mais, basta constatar as variaes climticas
ocorridas atualmente como tempestades, terremotos e enchentes. Portanto, certa
parte da humanidade est ciente que algo tem que ser feito pela preservao e o
desenvolvimento sustentvel.
Camargo (2003, p.43), apud Estender, Pitta (2007, p. 3) define o termo
desenvolvimento sustentvel:
Em essncia, o desenvolvimento sustentvel um processo de transformao no qual a explorao dos recursos, a direo dos investimentos, a orientao do desenvolvimento tecnolgico e a mudana institucional se harmonizam e reforam o potencial presente e futuro, a fim de atender s necessidades e aspiraes humanas.
O desenvolvimento sustentvel seria o melhor caminho de se desenvolver
um bom plano, de acordo com as necessidades atuais, para preservar as geraes
futuras. Caso contrrio, esta sofrer com a escassez de produtos. O termo
desenvolvimento sustentvel designa-se como forma de desenvolvimento ao ponto
de ser capaz de responder s necessidades do presente e futuro sem de fato
prejudic-los. Nesse contexto, o principal objetivo do desenvolvimento sustentvel
seria a melhoria das condies de vida dos indivduos, preservando devidamente o
meio em que vivem a curto, mdio e longo prazo. O mesmo pode ser garantido
atravs de um tipo de desenvolvimento economicamente eficaz, socialmente
equitativo e ecologicamente sustentvel (NUNES, 2008).
Devido aos problemas ambientais, a degradao do planeta, o esgotamento
de matria-prima e as variaes climticas; profissionais que tm certo envolvimento
no processo de gesto ambiental (administradores, gelogos, bilogos e
engenheiros), tentam se aprofundar na rea ambiental com o intuito de tentar
minimizar os efeitos que esto sendo causados ao ecossistema.
-
20
Os problemas ambientais so to persistentes, que de acordo com Freire
Dias (2006), na dcada de 1970, a poluio e a degradao do planeta atingiu nveis
catastrficos, no s no Brasil, mas no planeta inteiro. Pessoas morreram
envenenadas e vrias crianas nasceram defeituosas.
2. 2 Conceituando desenvolvimento sustentvel e responsabilidade ambiental
A conceituao de desenvolvimento sustentvel antiga, tanto que a
primeira vez que uma definio bem elaborada surgiu, [...] produzido pela Comisso
Brundtland, ou Rio-92 que desenvolveu um relatrio chamado Nosso Futuro
Comum (DIAS, 2010), comisso esta que ser abordada mais frente, o relatrio
define o que seria o desenvolvimento sustentvel:
Procura estabelecer uma relao harmnica do homem com a natureza, como centro de um processo de desenvolvimento que deve satisfazer s necessidades e s aspiraes humanas. Enfatiza que a pobreza incompatvel com o desenvolvimento sustentvel e indica a necessidade de que a poltica ambiental deve ser parte integrante do processo de desenvolvimento e no mais uma responsabilidade setorial fragmentada, (DIAS, 2010, p. 31).
O relatrio Nosso Futuro Comum expressa uma das definies mais
relevantes do conceito de desenvolvimento sustentvel. Conforme Barbosa (2008, p.
2), Batista e Albuquerque (2007, p. 4 - 5): o desenvolvimento sustentvel aquele
que atende as necessidades do presente sem comprometer as possibilidades de as
geraes futuras atenderem suas prprias necessidades. Contudo, Kisil (2005, p.
132) relaciona o conceito quando que o desenvolvimento sustentvel em um
sentido mais amplo, [...] se ele pode dar aos membros da prxima e das futuras
geraes um nvel de desenvolvimento per capita igual ou superior aquele
adquirido pelos membros da gerao atual.
O processo de desenvolvimento sustentado possibilitam novas ideias e
aes proativas que sejam institucionalizadas, ou seja, adquiridas por vrias
organizaes que pode vir a pertencer ao governo, ao mercado privado e at
mesmo por organizaes voluntrias, pois o conceito de institucionalizao muito
parecido com os de sustentabilidade do processo de desenvolvimento (KISIL, 2005).
-
21
O conceito de desenvolvimento sustentvel pode proporcionar vrios
objetivos que visam crescimento, igualdade, tica profissional e ambiental, cultura,
conscientizao, educao, responsabilidade social, etc.
Sustentabilidade significa a possibilidade de se obterem continuamente
condies iguais ou superiores de vida para um grupo de pessoas e seus
sucessores em todo ecossistema (CAVALCANTE, 2003, p. 165).
No muito longe do conceito de desenvolvimento sustentvel, o conceito de
responsabilidade ambiental seria uns dos pontos primordiais para a obteno do
desenvolvimento sustentvel, a responsabilidade ambiental envolve diretamente a
educao ambiental, onde a responsabilidade criada por meio da educao
fundamental do envolvimento social e da relao com o meio.
Conforme Sauv (2005, p. 317):
A educao ambiental no , portanto, uma forma de educao (uma educao para...) entre inmeras outras; no simplesmente uma ferramenta para a resoluo de problemas ou de gesto do meio ambiente. Trata-se de uma dimenso essencial da educao fundamental que diz respeito a uma esfera de interaes que est na base do desenvolvimento pessoal e social: a da relao com o meio em que vivemos, com essa casa de vida compartilhada. A educao ambiental visa a induzir dinmicas sociais, de incio da comunidade local e, posteriormente, em redes mais amplas de solidariedade, promovendo a abordagem colaborativa e crtica das realidades socioambientais e uma copreenso autnoma e criativa dos problemas que se apresentam e das solues possveis para eles.
No muito despeo de Sauv, o Documento Final da Conferncia das
Naes Unidas sobre Desenvolvimento Sustentvel (2012, pargrafo 230),
reconhece que necessrio melhorar a qualidade e o acesso educao para alm
do nvel primrio, a fim de ser promovido o acesso educao de qualidade, e
consequentemente preparar melhor os jovens para a promoo do desenvolvimento
sustentvel:
Reconhecemos que as geraes mais jovens so os guardies do futuro, e que necessrio melhorar a qualidade e o acesso educao para alm do nvel primrio. Ns, portanto, resolvemos dotar nossos sistemas educacionais de meios para preparar melhor os jovens para a promoo do desenvolvimento sustentvel, nomeadamente atravs de uma melhor formao de professores, do desenvolvimento de currculos em torno da sustentabilidade; do desenvolvimento de programas escolares que abordem as questes ligadas sustentabilidade; de programas de formao que preparem os estudantes para carreiras em reas relacionadas com a sustentabilidade; e de uma utilizao eficaz de tecnologias de informao e comunicao para melhorar os resultados da aprendizagem. Apelamos para uma maior cooperao entre escolas, comunidades e autoridades, em seus esforos para promover o acesso educao de qualidade em todos os
-
22
nveis, (Documento Final da Conferncia das Naes Unidas sobre Desenvolvimento Sustentvel, 2012, pargrafo 230).
Os conceitos de responsabilidade ambiental so muito utilizados pelas
organizaes como novas bases de negcios e de ideias, a empresa estabelece
uma responsabilidade ambiental por processos e produtos que envolvem um
relacionamento diferente, [...] no que se refere preveno da poluio,
minimizao dos resduos e proteo dos recursos naturais (SANCHES, 2000, p.
79). Responsabilidades essas que so desenvolvidas pelas empresas muitas vezes
em longo prazo, priorizando tambm as geraes futuras.
2. 3 Problemas ambientais e programas de sustentabilidade
O processo de produo usado pelas empresas e indstrias desde a
Revoluo Industrial era tido como o principal problema para a sustentabilidade do
planeta.
A Revoluo Industrial baseou-se no uso intensivo de grandes reservas de recursos naturais, mas particularmente de combustveis fsseis, abrindo caminho para uma expanso indita da escala das atividades humanas, que pressiona fortemente a base de recursos naturais do planeta. Ou seja, mesmo que todas as atividades produtivas humanas respeitassem princpios ecolgicos bsicos, sua expanso no poderia ultrapassar os limites ambientais que definem a capacidade de carga do planeta. (SEIFFERT, 2010, p. 67).
A Revoluo Industrial parece ser a grande autora dos desastres ambientais
com seus princpios norteadores de produo, tanto que a partir dessa revoluo o
planeta comea a entrar em completa desordem ambiental, de forma a degradar
todos os mecanismos existentes.
Segundo Seiffert (2010), as leis da natureza determinam que a cada ao
exista uma reao correspondente, a ao dessas indstrias teve a reao de
desequilbrio ambiental, mudanas climticas e aquecimento global e outras
existentes.
De acordo com Philippi (2001), apud Vasconcelos e Lima (2010, p. 3):
Os conceitos sobre sustentabilidade surgem, ento, com a necessidade de desenvolver atividades visando o longo prazo, se auto-mantendo, abastecendo o presente e preservando a sobrevivncia futura da atividade. Ou seja, prope a sustentabilidade em todos os setores, em especial no
-
23
meio ambiente, pois deste de onde so extrados os recursos essenciais sobrevivncia humana e precisam ser sustentveis para atender s necessidades bsicas das geraes seguintes.
Feita essas anlises, cabe ao homem reestruturar seus processos
produtivos introduzindo nesse contexto a implementao da Gesto Ambiental que
seria uma das grandes formas de sustentabilidade empresarial.
Com tudo isso, segundo Dias (2010) a humanidade esperou surgir as
catstrofes ambientais de grande relevncia para que algo pudesse ser feito em
relao mesma, tanto que s na metade do sculo XX se deu incio a um
movimento globalizado com conferncias, acordos e tratados envolvendo vrios
pases.
J para Freire Dias (2006), o quadro est diferente, pois, as indstrias que
antigamente eram consideradas vils do meio ambiente, aperfeioaram os seus
processos de produo, desenvolvendo assim cuidados especiais com a sade, com
a segurana das pessoas e com o meio ambiente. Comenta-se tambm que as
empresas brasileiras tm se destacado no cenrio mundial com empresas mais
evoludas e criativas em termos de gesto ambiental.
De acordo com Dias (2010, p. 13), no ano de 1968, trs encontros foram
fundamentais para delinear uma estratgia para o enfrentamento dos problemas
ambientais na dcada de 70 e seguinte:
Em abril de 1968, pessoas consideradas importantes para com o meio
ambiente se reuniram em Roma e Itlia com o objetivo de discutirem dilemas mais
atuais e o futuro dos seres humanos. Deste encontro nasce um clube de carter
impessoal, ou seja, uma organizao informal chamada clube de Roma, com a
finalidade de entender profundamente os componentes que formam o sistema
global, econmico, poltico, natural e social.
Arajo et al.( 2006, p.1), tambm comenta o encontro de 1968:
As primeiras discusses sobre ecodesenvolvimento foram engendradas pelo Clube de Roma, organizao formada em 1968 por iniciativa do industrial italiano Aurelio Peccei, com o objetivo de examinar o complexo de problemas que desafiavam a humanidade: a pobreza em meio riqueza; a degradao do meio ambiente; a perda de confiana nas instituies; o crescimento urbano descontrolado; a insegurana no emprego; a alienao da juventude; a rejeio de valores tradicionais; e a inflao e outras rupturas econmicas e monetrias. Pressupunham que era possvel entender o mundo como um sistema e analis-lo.
-
24
Em 1968, a Assembleia das Naes Unidas, decide quatro anos depois
realizar uma Conferncia Mundial sobre o Meio Ambiente Humano na Sucia.
No ano de 1968, outro encontro foi fundamental para o enfrentamento dos
problemas ambientais, agora feito pela UNESCO na Frana, que foi uma
conferncia sobe a conservao e o uso racional dos recursos da biosfera do
programa homem e a biosfera.
So movimentos como esses que fundamentam a participao dos pases
subdesenvolvidos e principalmente desenvolvidos, por serem os primeiros a
sofrerem com os impactos provocados pela revoluo industrial devido
intensificao do crescimento econmico mundial.
Empresas que poluem do um exemplo pblico de incompetncia. Toda poluio resultado de desperdcio e m administrao. Com a gesto ambiental, todos ganham. O meio ambiente protegido oferece uma qualidade de vida melhor. A empresa minimiza seus custos, aumenta a sua competitividade e valoriza a sua imagem, (FREIRE DIAS, 2006, p.181).
Baseado nessa afirmao, Freire Dias (2006) d exemplos de uma tima
administrao, apontando, por exemplo, o SEBRAE, que possui um excelente
servio de orientao tcnica para a implementao de planos de gesto ambiental
nas empresas brasileiras.
Ainda conforme Dias (2010), na dcada de 80 especialmente no ano de
1983 a Organizao das Naes Unidas (ONU), devido as grandes preocupaes
ambientais, estabeleceu a Comisso Mundial sobre o Meio Ambiente e o
Desenvolvimento (CMMAD), o seu objetivo era estabelecer propostas viveis
conforme o desenvolvimento do meio ambiente.
Sendo assim, para Vasco e Zakrzevski (2010, p. 18), apud Ablio e Sato
(2012, p. 41):
Compreender as inter-relaes entre o homem e o ambiente, suas expectativas, anseios, satisfaes e insatisfaes, julgamentos e condutas em relao ao espao onde est inserido. Desse modo, fornecem subsdios para o estabelecimento de estratgias para amenizar os problemas socioambientais para a elaborao e implementao de programas de educao e comunicao ambiental, que assegurem a participao social e o envolvimento dos distintos atores nos processos de gesto ambiental.
A ONU seria uma forma de relacionamento dos homens lderes de todos os
pases para com as preocupaes com o meio em que vivemos.
-
25
De acordo com Dias (2010, p. 18), a presidente da comisso, Gro
Brundtland, estabeleceu no prefcio do relatrio, o que foi solicitado para a
comisso: apresentar um trabalho que consistiria numa agenda global para
mudana para, entre outras coisas:
Propor estratgias para o meio ambiente de forma a viabilizar a
sustentabilidade do planeta por volta de 2000 em diante caracterizando um
desenvolvimento sustentvel;
Aconselhar novas formas de colaborao na rea ambiental entre os pases
desenvolvidos e subdesenvolvidos na parte econmica e social;
Encontrar um jeito que a comunidade internacional possa saber lidar com as
preocupaes ambientais;
Contribuir com o objetivo de influenciar as pessoas a terem noes comuns
de preservao ao meio ambiente em longo prazo.
Esse documento foi de suma importncia para a realizao dos debates
realizados no Rio de Janeiro em 1992 caracterizando a relevncia do termo
sustentabilidade e desenvolvimento ambiental.
A Conferncia das Naes Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD), tambm conhecida como cpula da terra, ou Eco-92, foi realisada no Rio de Janeiro em 1992, com representantes de 179 pases que discutiram durante 14 dias os problemas ambientais globais e estabeleceram o desenvolvimento sustentvel como uma das metas a serem alcanadas pelo governo e sociedades em todo o mundo, (DIAS, 2010, p. 33).
Conforme Brseke (2003, p. 34), em junho de 1992 reuniram-se no Rio
mais de 35 mil pessoas, entre elas 106 chefes de governos, para participar da
conferncia da ONU sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (UNCED).
Segundo Dias (2010), o informe Brundtland da (CMMAD), conhecido como
Nosso Futuro Comum, envolvendo a discusso de desenvolvimento sustentvel,
pode ser considerado um dos mais importantes documentos sobre a questo
ambiental e o desenvolvimento dos ltimos anos.
Brseke (2003, p. 33), tambm comenta sobre o relatrio Brundtland:
O relatrio parte de uma viso complexa das causas dos problemas socioeconmicos e ecolgico da sociedade global. Ele sublinha a interligao entre economia, tecnologia, sociedade e poltica e chama tambm ateno para uma nova postura tica, caracterizada pela
-
26
responsabilidade tanto entre as geraes quanto entre os membros contemporneos da sociedade atual.
Dias (2010) afirma tambm que, na dcada de 90 e incio do sculo XXI, a
questo ambiental era tida como prioridade na agenda global, devido o grau de
insustentabilidade que o planeta ocupava, esse perodo foi de inmeros debates e
encontros entre os pases envolvendo os modelos de crescimento insustentveis
geradas pelas grandes multinacionais.
Com tudo que j foi explanado neste tpico sobre os principais
acontecimentos abrangendo o desenvolvimento sustentvel, e no podendo relatar
todos eles, ser transcritos em uma tabela resumindo todos os principais
acontecimentos envolvendo esse tema.
No quadro 1, Dias (2010, p. 35; 36; 37), apresenta um resumo dos principais
acontecimentos relacionados com o desenvolvimento sustentvel:
Quadro 1 - Resumo dos principais acontecimentos relacionados com o
desenvolvimento sustentvel
Ano Acontecimento Observao
1962 Publicao do livro Primavera Silenciosa (Silent spring)
Livro publicado por Rachel Carson que teve grande repercusso na opinio pblica e expunha os perigos do inseticida DDT.
1968 Criao do Clube de Roma Organizao informal cujo objetivo era promover o entendimento dos componentes variados, mas interpendentes econmicos, polticos, naturais e sociais -, que formam o sistema global.
1968 Conferncia da Unesco sobre a conservao e o uso racional dos recursos da biosfera
Nessa reunio, em Paris, foram lanadas as bases para a criao do Programa: Homem e a Biosfera (MAB).
1971 Criao do Programa MAB da UNESCO
Programa de pesquisa no campo das Cincias Naturais e sociais para a conservao da biodiversidade e para a melhoria das relaes entre o homem e o meio ambiente.
1972 Publicao do livro Os limites do crescimento
Informe apresentado pelo Clube de Roma no qual previa que as tendncias que imperavam at ento conduziriam a uma escassez catastrfica dos recursos naturais e a nveis perigosos de contaminao num prazo de 100 anos.
-
27
1972 Conferncia das Naes Unidas sobre o Meio Ambiente Humano em Estocolmo, Sucia
A primeira manifestao dos governos de todo o mundo com as conseqncias da economia sobre o meio ambiente. Participaram 113 Estados-membros da ONU. Um dos resultados do evento foi a criao do Programa das Naes Unidas sobre o Meio Ambiente (PNUMA).
1980 I Estratgia Mundial para a Conservao
A IUCN, com a colaborao do PNUMA e do World Wildlife Fund (WWF), adota um plano de longo prazo para conservar os recursos biolgicos do planeta. No documento aparece pela primeira vez o conceito de desenvolvimento sustentvel.
1983 formada pela ONU a Comisso sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (CMMAD)
Presidida pela Primeira-Ministra da Noruega, Gro Harlem Brundtland, tinha como objetivo examinar as relaes entre meio ambiente e o desenvolvimento e apresentar propostas viveis.
1987 publicado o informe Brundtland, da CMMAD, o Nosso Futuro Comum
Um dos mais importantes sobre a questo ambiental e o desenvolvimento. Vincula estreitamente economia e ecologia e estabelece o eixo em torno do qual se deve discutir o desenvolvimento, formalizando o conceito de desenvolvimento sustentvel.
1991 II Estratgia Mundial para a Conservao: Cuidando da Terra
Documento conjunto do IUCN, PNUMA e WWF, mais abrangente que o formulado anteriormente; baseado no Informe Brundtland, preconiza o reforo dos nveis polticos e sociais para a construo de uma sociedade mais sustentvel.
1992 Conferncia das Naes Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, ou Cpula da Terra
Realizada no Rio de Janeiro, constitui-se no mais importante foro mundial j realizado. Abordou novas perspectivas globais e de integrao da questo ambiental planetria e definiu mais concretamente o modelo de desenvolvimento sustentvel. Participaram 170 Estados, que aprovaram a Declarao do Rio e mais quatro documentos, entre os quais a Agenda 21.
1997 Rio + 5 Realizado em New York, teve como objetivo analisar a implementao do Programa da Agenda 21.
1997 Protocolo de Kyoto Visa combater o aquecimento global que causa o efeito estufa.
2000 I Foro Mundial de mbito Ministerial Malmo (Sucia)
Teve como resultado a aprovao da Declarao de Malmo, que examina as novas questes ambientais para o sculo XXI e adota compromissos no sentido de contribuir mais efetivamente para o desenvolvimento sustentvel.
2002 Cpula Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentvel Rio + 10
Realizada em Johannesburgo, nos meses de agosto e setembro, procurou examinar se foram alcanadas as metas estabelecidas pela Conferncia do Rio-92 e serviu para que os Estados reiterassem seu compromisso com os princpios do desenvolvimento sustentvel.
-
28
Fonte: Reinaldo Dias, Gesto Ambiental, Editora Atlas (2010, p. 35; 36; 37).
Os acontecimentos, aqui mencionados, visando sustentabilidade do
planeta, foi uma das maneiras encontradas para solucionar ou amenizar os
problemas ainda vigentes na atualidade, acontecimentos esses, que com certeza foi
e ser de muita importncia para a questo ambiental.
2. 4 Responsabilidade ambiental no aspecto econmico
De certo modo, a economia est inter-relacionada com o desenvolvimento
sustentvel de um pas, que seria mais conhecida para uns, como economia verde e
para outros como economia da sustentabilidade. A Declarao Final da Conferncia
das Naes Unidas sobre Desenvolvimento Sustentvel Rio+20 (2012, pargrafo
56), ressalta que, a economia verde deve contribuir para a erradicao da pobreza
e para o crescimento econmico sustentvel, reforar a incluso social, melhorando
o bem estar humano [...]. Conforme Cavalcante (2003), o sentido da economia da
sustentabilidade, muito claro. A princpio implica dizer que existe uma combinao
de recursos para a realizao do processo econmico, no que se referem, os
ecossistemas trabalham dentro de uma amplitude capaz de conciliar condies
econmicas e ambientais.
Em outras palavras, Cavalcante (2003), esclarece que ao deixar a lgica do
desenvolvimento da economia entrar em conflito com a que controla a evoluo da
biosfera, os seres humanos e o mundo natural estariam numa rota de coliso. No
se pode aceitar que esse tipo de conflito, seres humanos e mundo natural se
desenvolva, como tem ocorrido na experincia dos ltimos cinquenta anos.
Como fala o Sindicato Nacional dos Funcionrios do Banco Central
Revista Por Sinal (2012, p. 1):
O mundo est em crise e a crise financeira internacional est se agravando so frases que ouvimos todos os dias. No entanto, tais afirmaes e prognsticos no so de hoje, existem desde os primrdios da civilizao. Registros de filsofos e pensadores prevendo o final dos tempos caminham juntos com a prpria Histria.
Portanto, no de hoje, que os seres humanos e o mundo natural
sustentaram at os tempos modernos certo tipo de conflito, explorando e destruindo
-
29
os recursos naturais sem se preocupar com a degradao ambiental, de certo modo
podemos afirmar que, os prprios seres humanos esto se destruindo e levando
com eles o meio natural.
O senador Cristovam Buarque em uma entrevista a Revista Por Sinal (2012,
p. 17), contraria a ideia de Cavalcante em dizer o seguinte:
Eu acho que a sustentabilidade no tem muito a ver com o sistema financeiro. Sustentabilidade uma coisa bem mais ampla, na qual o sistema financeiro entra como um agente sem poder. Porque o que faz uma sociedade, digamos assim, no ser sustentada o excesso de consumo. E ai a gente vai aos bancos para financiar o nosso consumo. No o banco que deve parar de emprestar dinheiro, a gente que deve parar de pedir dinheiro emprestado.
Mais, ainda de acordo com Cavalcante (2003, p.18), a economia no pode
ser vista como um sistema dissociado do mundo da natureza, pois no existe
atividade humana sem gua, fotossntese ou ao microbiana no solo.
Sendo assim, o ser humano desenvolve uma grande economia associado de
certo modo ao meio ambiente, pois sem gua no h vida. Quem possibilita a
humanidade a exercer suas atividades culturais, financeiras, tecnolgicas, polticas e
econmicas a natureza.
Para Meadows et al. (1972, p.20), apud Bseke (2003, p.30):
Para alcanar a estabilidade econmica e ecolgica, Meadows et al. propem o congelamento do crescimento da populao global e do capital industrial; mostram a realidade dos recursos limitados e rediscutem a velha tese de Malthus do perigo do crescimento desenfreado da populao mundial.
Conforme Rohde (2003, p. 41; 42), [...] perfeitamente possvel discernir
quatro fatores principais que tornam a civilizao contempornea claramente
insustentvel a mdio e longo prazo. Vejamos esses fatores:
crescimento exponencial da populao;
depleo, ou seja, reduo do nvel da base de recursos naturais;
sistemas de produo que utiliza-se de tecnologias poluentes;
sistema de valores que proporciona a expanso ilimitada do consumo
material.
De acordo com Moura et al. (2011, p. 3):
-
30
A partir da metade do sculo XX, o Brasil apresentou um crescimento demogrfico muito grande, passando a ter mais de 70% da sua populao vivendo na zona urbana. O processo de industrializao ocorreu de forma acelerada, atraindo ainda mais pessoas para as cidades. Todas essas mudanas provocaram profundos impactos no meio ambiente.
Sem dvida, certos fatores como: o crescimento contnuo acelerado e
permanente da populao em um planeta finito prejudica ainda mais a sua
estabilidade, e tambm o acmulo cada dia mais rpido de materiais e energia, a
destruio de certos sistemas de base para a sobrevivncia da vida humana, como
florestas, e o ar que respiramos. Esses fatores desestruturam toda a vida na terra.
Mas, o que os pases no devem fazer simplesmente parar de
desenvolver. De acordo com a declarao final da conferncia das naes unidas
sobre desenvolvimento sustentvel Rio+20 do ano de (2012), a priorizao da
conferncia seria o desenvolvimento sustentvel na alocao de recursos, conforme
as necessidades nacionais, com o apoio financeiro de todas as fontes para o
desenvolvimento sustentvel de todos os pases, favorecendo os pases em
desenvolvimento.
Essa priorizao seria da seguinte forma, como informada na Declarao
Final da Conferncia das Naes Unidas sobre Desenvolvimento Sustentvel
Rio+20 (2012, pargrafo 255):
Ns concordamos em estabelecer um processo intergovernamental sob a Assembleia Geral da ONU, com apoio tcnico do Sistema das Naes Unidas, e em consulta aberta e ampla, com organizaes internacionais, instituies financeiras regionais e outras partes interessadas. O processo vai avaliar as necessidades de financiamento, considerar a eficcia, coerncia e sinergias de instrumentos e quadros existentes, e avaliar as iniciativas adicionais, com vista a preparar um relatrio que proponha opes sobre uma Estratgia de Financiamento do Desenvolvimento Sustentvel eficaz para facilitar a mobilizao de recursos e sua efetiva utilizao na realizao dos objetivos de desenvolvimento sustentvel.
De certa forma, essa estratgia envolvendo a assembleia geral da ONU, seria
um comeo para um mundo moderno, envolvendo significativamente o conceito da
palavra desenvolvimento sustentvel priorizando os pases em desenvolvimento
com os j ento desenvolvidos.
-
31
2. 4. 1 Estmulos econmicos ou fiscais para que os fatores influenciadores da
insustentabilidade diminuam
Para que os fatores influenciadores da insustentabilidade do planeta
diminuam, foram estabelecidas por Vernier (2005, p. 119) quatro tipos de estmulos
econmicos e fiscais j ativos.
Taxas que serve para a penalizao de produtos e atividades que sejam
desfavorveis ao meio ambiente. No intuito de limitar produtos que no desejam ser
proibido, atribuindo a ele uma taxa que enriquecer o produto. Esse mtodo parece
ser prefervel s polticas de cotas ou de contingentes, muito burocrticas.
So muitos os exemplos de taxas e impostos em todos os pases
(VERNIER, 2005, p. 120), fala que os mesmos podem ter dois objetivos:
Coletar fundos com um objetivo especfico, mas, nesse caso o seu
nvel muito baixo, como mostra os seguintes exemplos (a taxa dos
produtos petrolferos e qumicos nos EUA, alimentando um fundo de
reabsoro dos despejos perigosos, ou tambm, os impostos
estabelecidos sobre o rudo das aeronaves, servindo assim, para a
indenizao dos ribeirinhos;
Incitar a inovao do conhecimento, j esse, o nvel dever ser
bastante elevado caso contrrio o seu efeito incitador ser nulo. As
taxas cobradas sobre a poluio das guas na Frana e nos pases
baixos respectivamente, de carter bastante incitador, junto com as
taxas cobradas sobre as sacolas plsticas a Itlia. Agora exemplos
de efeitos incitador que so considerados um fracasso so os
impostos cobrados sobre os adubos e pesticidas na ustria e pases
escandinavos.
O segundo fator seria a iseno de taxas ou subvenes conforme Vernier
(2005, p. 120), para, inversamente, favorecer os produtos ou as atividades
simpticas. Como por exemplo, a importante neutralizao, imparcialidade de taxas
da gasolina especial sem chumbo teve em muitos pases a queda de seu preo
ficando a baixo da gasolina especial com chumbo.
Quanto s subvenes, podem ser citadas ajudas depurao da gua ou
do ar, as ajudas europeias s prticas agrcolas favorveis ao meio ambiente [...].
(VERNIER, 2005, p. 122).
-
32
O terceiro fator so os sistemas de consignao aquele a quem se
consignam mercadorias, ou que recebe em consignao o equivalente do que lhe
devido, que j est em vigor h muito tempo para as garrafas de vidro, as de
plsticos foram estendidas em sistemas de depsitos por alguns pases,
considerando assim para a Alemanha vrias embalagens (bebidas, sabes em p,
tintas), qualquer que seja seu material. Na Noruega, existe uma consignao de
veculos desde 1978, no intuito de evitar as sucatas, outra espcie de consignao
a taxa paga sobre os leos ao serem efetuada a sua compra e que retrocede aos
coletadores ou regeneradores.
E por ultimo, o quarto fator: as bolsas de poluio esse sistema, s foi de
fato testado nos EUA, tanto para a gua quanto para o ar. Vernie (2005, p. 122),
relata, o princpio, grosso modo, o seguinte: uma usina pode depurar mais do que
lhe exigem e permitir desse modo que outra usina depure menos, claro que
atravs de incentivos financeiros, seria como se uma vendesse um crdito de
poluio.
2. 5 Responsabilidade ambiental no aspecto scio-cultural
Um modo de preservar o ecossistema disponibilizando do meio social, seria
de certa forma, a prtica cultural voltada para a responsabilidade ambiental, que ao
passar do tempo fica cada vez mais longe.
O primrdio para uma cultura verde disponibilizaria primeiramente de uma
excelente educao, para s assim, a humanidade possuir a prtica do
conhecimento, e poder utiliz-la devidamente no meio social. Jacobi (2002) comenta
que, o ecossistema estabelece-se mais ou menos como uma atividade envolvendo
pessoas do universo educativo, potencializando o engajamento das diversas formas
de conhecimento, a prpria capacitao de profissionais e ainda os universitrios
numa perspectiva interdisciplinar.
A produo de conhecimento deve necessariamente contemplar as inter-relaes do meio natural com o social, incluindo a anlise dos determinantes do processo, o papel dos diversos atores envolvidos e as formas de organizao social que aumentam o poder das aes alternativas de um novo desenvolvimento, numa perspectiva que priorize novo perfil de desenvolvimento, com nfase na sustentabilidade socioambiental, (JACOBI,
2002, p. 2).
-
33
Para alguns a prpria natureza seria um corpo inorgnico do ser humano,
como fala Marx e Fernandes (s/d) apud Almeida Jnior, (2003, p. 141):
A natureza um corpo inorgnico do homem, a saber, a natureza na medida em que ela mesma no corpo humano. O homem vive da natureza, significa: a natureza o seu corpo, com o qual tem de permanecer em constante processo para no morrer.
De certa forma a humanidade est morrendo aos poucos, ela est se
asfixiando lentamente, uns at tentam encontrar alternativas de se relacionar com a
natureza, com a formao de ONGs, e tambm os encontros de lderes, como por
exemplo, o ocorrido em 1992 com vrios lderes nacionais e internacionais no Rio de
Janeiro que teve como principal tema a sustentabilidade e o desenvolvimento
ambiental, mas o sistema muito burocrtico, pois no mundo atual a maioria das
pessoas possuem interesses capitalistas, onde o que importa o crescimento
desordenado das cidades sem se incomodar com o meio natural.
A Declarao Final da Conferncia das Naes Unidas sobre
Desenvolvimento Sustentvel (Rio+20) do ano de 2012 ressalta que o planeta terra
e seus ecossistemas so a nossa casa. Afirma que s alguns pases reconhecem os
direitos da natureza em relao promoo do desenvolvimento sustentvel e que
esto convencidos de que para que o planeta possa alcanar um equilbrio justo
entre as necessidades econmicas, ambientais e sociais das geraes presentes e
futuras, necessrio promover a harmonia com a natureza.
2. 6 Responsabilidade ambiental no aspecto tecnolgico
Revoluo tecnolgica vil ou heroica, de certo modo esse perodo foi
caracterizado por uma grande transformao tecnolgica em acelerao e sem
precedentes, o mundo moderno em que se vive, no conseguiria sobreviver sem
os subsdios que a tecnologia nos proporciona. Castells (2006) afirma que essa
revoluo de fato foi um grande aumento repentino e inesperado de aplicaes
tecnolgicas que possibilitaram a transformao dos processos de produo criando
enxurradas de novos produtos. Comeando assim, um grande conflito com o meio
natural.
Segundo os historiadores, houve pelo menos duas revolues industriais: a primeira comeou pouco antes dos ltimos trina anos do sculo XVIII,
-
34
caracterizada por novas tecnologias como a mquina a vapor, a fiadeira, o processo Cort em metalrgica e, de forma mais geral, a substituio das ferramentas manuais pelas mquinas; a segunda, aproximadamente cem anos depois, destacou-se pelo desenvolvimento da eletricidade, do motor de combusto interna, de produtos qumicos com base cientfica, da fundio eficiente de ao e pelo incio das tecnologias de comunicao, com a difuso do telgrafo e a inveno do telefone (CASTELLS, 2006, p. 71).
Em cada uma das revolues industriais explanadas, destacam-se pelo
menos duas caractersticas proporcionalmente ligadas com a degradao do
planeta: na primeira revoluo destaca-se a mquina a vapor, responsvel pela
poluio do ar, causando assim o efeito estufa e consequentemente buracos na
camada de oznio e na substituio das ferramentas manuais pelas mquinas, ou
seja, mais mquinas causadoras de poluio. Na segunda revoluo tecnolgica
destaca-se o motor de combusto interna, e de produtos qumicos com base
cientfica que so os principais causadores das poluies em rios, mares etc.
Essas tecnologias desenvolvidas para a melhoria da humanidade e
aperfeioamento dos processos produtivos foram de certa forma um grande passo
para o avano do planeta. Um marco importantssimo para o progresso. Contudo,
um desenvolvimento repentino, inesperado e simplesmente desordenado. Alguns
podem at comentar sobre efeitos positivos que a tecnologia proporcionou como a
qualidade de vida, aumento considervel da expectativa de vida, mas esquecem que
isso s levar a acumulao da populao em um planeta finito, como foi comentado
por Rohde (2003).
Muitos reconhecem o papel crucial da tecnologia, e substancialmente a
importncia de suas inovaes para a humanidade, principalmente para os pases
em desenvolvimento. A Declarao Final da Conferncia da Rio+20 (2012), foi o
encontro com governantes que estudariam solues viveis e criariam condies
propcias de aplicaes das tecnologias, pesquisa, desenvolvimento e as
inovaes, respeitando o meio ambiente, no intuito de preservar a economia verde
em relao ao desenvolvimento sustentvel e a erradicao da pobreza .
Para isso, a Declarao Final da Conferncia das Naes Unidas sobre
Desenvolvimento Sustentvel Rio+20 (2012, p. 53), relata as tecnologias
ambientalmente saudveis:
Salientamos a importncia do acesso de todos os pases a tecnologias ambientalmente saudveis, aos novos conhecimentos, ao know-how e s competncias especializadas. Destacamos a importncia de aes de cooperao em inovao tecnolgica, pesquisa e desenvolvimento.
-
35
Estamos de acordo para explorar modalidades nas instncias pertinentes para maior acesso s tecnologias ambientalmente saudveis por parte dos pases em desenvolvimento.
De acordo com o Documento Final da Conferncia Rio+20 (2012, pargrafo
272), Isso pode ajudar os pases, em particular, pases em desenvolvimento,
especialmente a desenvolverem suas prprias solues inovadoras, pesquisa
cientfica e novas tecnologias ambientalmente saudveis, com o apoio da
comunidade internacional.
Uma forma de empowerment para os pases em crescimento, criando assim
um ambiente propcio para o desenvolvimento e para a transferncia de tecnologias
ambientalmente saudveis aprimorando suas capacidades cientficas e tecnolgicas,
para um grande progresso de sustentabilidade.
-
36
CAPTULO 3 PROCEDIMENTOS METODOLGICOS
3. 1 Conceituando a metodologia cientfica
A metodologia seria a forma real de o pesquisador fundamentar as suas
decises no decorrer do trabalho cientfico.
Segundo Gil (2009), a metodologia descreve os procedimentos, mtodos,
maneiras a serem seguidos na realizao da pesquisa. Sua organizao varia
conforme as peculiaridades de cada pesquisa. Contudo, requer a apresentao de
informaes acerca de alguns aspectos, como, o tipo de pesquisa a ser abordado,
populao e amostra, coleta de dados e anlise dos dados.
muito importante que os dados obtidos durante a pesquisa no sejam a
princpio indiferentes forma de sua obteno.
3. 2 Caracterizao da pesquisa
O presente trabalho teve como objetivo a conceituao de desenvolvimento
sustentvel e responsabilidade ambiental e bem como um estudo comparativo com
o documento final da conferncia Rio+20, acontecida no Rio de Janeiro no ano de
2012, referentes gesto sustentvel e a responsabilidade ambiental.
Sendo assim segundo Gil (2009, p.41):
sabido que toda e qualquer classificao se faz mediante algum critrio. Com relao s pesquisas, usual a classificao com base em seus objetivos gerais. Assim, possvel classificar as pesquisas em trs grandes grupos: exploratrias, descritivas e explicativas.
Tendo como base a classificao de Gil (2009) que apresenta os seguintes
aspectos pesquisa: quanto aos fins, que neste caso vem a ser a pesquisa
explicativa, e quanto aos meios, que seria a pesquisa documental e a bibliogrfica.
Quanto aos fins, concidera-se explicativa, pois tem como principal objetivo
tornar algo em que se possa compreender bem, justificar os motivos, registrar e analisar os fenmenos estudados e buscar identificar suas causas, atravs da
aplicao do mtodo experimental, ou atravs da interpretao possibilitado pelos
mtodos qualitativos.
-
37
Quanto aos meios, concidera-se como sendo bibliogrfica e pesquisa
documental.
Para Gil (2010, p. 50), a vantagem da pesquisa bibliogrfica reside no fato
de permitir ao investigador a cobertura de uma gama de fenmenos muito mais
ampla do que aquela que poderia pesquisar diretamente.
A pesquisa foi bibliogrfica, pois, foi realizada a partir do registro disponvel,
decorrente de pesquisas anteriores, elaborado atravs de materiais constitudos a
principio de livros, ou seja, a partir de fontes bibliogrficas.
Consequentemente, fez-se tambm pesquisa documental, pois, foi realizada
em documentos conservados no interior de rgos pblicos e privados, ou tambm
com pessoas (VERGARA, 2007).
De acordo com Cervo; Bervian; Silva, (2007, p. 62):
So investigados documentos com o propsito de descrever e comparar usos e costumes, tendncias, diferenas e outras caractersticas. As bases documentais permitem estudar tanto a realidade presente como o passado, com a pesquisa histrica.
Gil (1996) comenta que as fontes documentais consideradas clssicas so
arquivos de rgos pblicos e documentos oficiais, imprensa e arquivos
considerados privados, como por exemplo, de igreja, empresas, sindicatos etc.
Nesse caso, o contedo dos textos ainda no teve nenhum tratamento analtico,
matria-prima, a partir da qual o pesquisador vai desenvolver sua investigao e
anlise.
A abordagem utilizada foi qualitativa, pois costuma se direcionar, no decorrer
do seu desenvolvimento, ela tambm no mede fatos , e normalmente no compe
de instrumentos estatsticos para a anlise dos dados, as informaes obtidas no
podem ser quantificadas. Os dados obtidos foro analisados indutivamente, a
interpretao dos fenmenos e a atribuio de significados foram bsicas no
processo de pesquisa qualitativa.
3. 3 Tipos de fontes
A pesquisa se classificou como fonte primria e secundria. Primria, pois
os dados foram coletados de forma direta dentro do prprio documento da Rio+20 e
-
38
tambm por livros originais de autores correspondentes. Secundria, devido
utilizao de livros e artigos que j foram publicados.
3. 4 Amostragem
Geralmente, os levantamentos englobam um universo de elementos
considerados enormes que se tornam impossveis consider-los em sua totalidade,
devido a isso, o mais comum trabalhar com uma pequena amostra, uma parte dos
elementos que copem esse universo.
De acordo com Gil (2010, p. 89), universo e populao o conjunto definido
de elementos que possuem determinadas caractersticas. Comumente, fala-se de
populao como referncia ao total de habitantes de determinado lugar.
Agora a amostragem uma parcela convenientemente selecionada do
universo (populao); um subconjunto do universo (MARCONI; LAKATOS, 2007,
p. 165).
J neste caso, a amostragem foi o prprio documento final da Rio+20, pois
segundo Marconi; Lakatos (2007, p. 176), a caracterstica da pesquisa documental
que a fonte de coleta de dados est restrita a documentos, escritos ou no,
constituindo o que se denomina de fontes primrias.
O estudo teve uma amostragem no probabilstica sendo por acessibilidade,
longe de qualquer procedimento estatstico, foram selecionados elementos pela
facilidade de acesso a eles.
-
39
CAPTULO 4 ANLISE DO DOCUMENTO DA RIO + 20
A Conferncia Sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento conhecida tambm
por Eco-92, realizada no Rio de Janeiro em 1992, volta a acontecer, a cidade volta a
ser palco de importantes debates sobre como associar desenvolvimento, incluso
social, acesso irrestrito a bens de consumo e proteo ao meio ambiente (REVISTA
POR SINAL, 2012).
Com a volta da conferncia ao Brasil, conhecida agora por Conferncia das
Naes Unidas sobre Desenvolvimento Sustentvel (Rio+20), este captulo abordar
um estudo aprofundado sobre o Relatrio Final da Conferncia da Rio+20.
Este documento um relatrio que mostra os objetivos da Conferncia
Rio+20, onde foram reunidos chefes de Estado com participaes da sociedade com
intenes de programar um futuro melhor.
[...] Chefes de Estado e de Governo, e representantes de alto nvel, reunidos no Rio de Janeiro, Brasil, de 20 a 22 de junho de 2012, com a plena participao da sociedade civil, renovando o compromisso com o desenvolvimento sustentvel e com a promoo de um futuro econmico, social e ambientalmente sustentvel para o planeta e para as atuais e futuras geraes (Documento Final da Conferncia das Naes Unidas sobre Desenvolvimento Sustentvel Rio+20, 2012, pargrafo 1).
O conceito de desenvolvimento sustentvel seria um requisito indispensvel
para erradicar a pobreza com o compromisso de libertar a sociedade, o quanto antes
da misria e da fome (DOCUMENTO RIO+20, 2012). Mas para isso acontecer, ou
seja, para que possa ser alcanado esse objetivo de desenvolvimento sustentvel, a
sociedade precisaria de instituies em todos os nveis, eficazes, transparentes,
responsveis e democrticas (DOCUMENTO RIO+20, 2012).
O Documento Final da (Rio+20) tenta despertar o envolvimento das pessoas
com o meio ambiente, pois reconhecido de fato que o planeta terra a nossa
casa, e que para essa aproximao seria necessrio promover a harmonia com a
natureza:
Reconhecemos que o planeta Terra e seus ecossistemas so a nossa casa e que a expresso Me Terra comum em vrios pases e regies e que alguns pases reconhecem os direitos da natureza no contexto da promoo do desenvolvimento sustentvel. Estamos convencidos de que, para alcanar um justo equilbrio entre as necessidades econmicas, ambientais e sociais das geraes presentes e futuras, necessrio promover a
-
40
harmonia com a natureza (Documento Final das Naes Unidas sobre Desenvolvimento Sustentvel Rio+20, 2012, pargrafo 39).
O documento da Rio+20 gradativamente relevante para os conceitos de
desenvolvimento sustentvel e responsabilidade ambiental para a sociedade em
relao a gesto dos recursos naturais e preservao do meio ambiente, como
informa o Documento Final da Conferncia das Naes Unidas sobre
Desenvolvimento Sustentvel Rio+20 (2012, pargrafo 4):
Reconhecemos que a erradicao da pobreza, a mudana dos modos de consumo e produo no viveis para modos sustentveis, bem como a proteo e gesto dos recursos naturais, que estruturam o desenvolvimento econmico e social, so objetivos fundamentais e requisitos essenciais para o desenvolvimento sustentvel. Reafirmamos tambm que, para a realizao do desenvolvimento sustentvel, necessrio: promover o crescimento econmico sustentvel, equitativo e inclusivo; criar maiores oportunidades para todos; reduzir as desigualdades; melhorar as condies bsicas de vida; promover o desenvolvimento social equitativo para todos; e promover a gesto integrada e sustentvel dos recursos naturais e dos ecossistemas, o que contribui notadamente com o desenvolvimento social e humano, sem negligenciar a proteo, a regenerao, a reconstituio e a resilincia dos ecossistemas diante dos desafios, sejam eles novos ou j existentes.
Este pargrafo do documento da Rio+20 relaciona os objetivos essenciais
da sociedade, para a obteno das metas do desenvolvimento sustentvel como
forma de responsabilidade socioambiental, visando o consumo consciente e o fim da
pobreza. O conceito de desenvolvimento sustentvel aparece de forma ampla no
documento Rio+20 (2012, pargrafo 13):
[...] ressaltamos que o desenvolvimento sustentvel exige aes concretas e urgentes. Ele s pode ser alcanado com uma ampla aliana de pessoas, governos, sociedade civil e setor privado, todos trabalhando juntos para garantir o futuro que queremos para as geraes presentes e futuras.
A priori, um desenvolvimento com um nvel de participao de toda a
sociedade para a sustentabilidade do planeta, consistiria em uma responsabilidade
social para a permanncia das geraes futuras, priorizando os conceitos de
desenvolvimento sustentvel e responsabilidade ambiental. Conceitos esses que
podem ser correlacionados com os aspectos econmicos, socioculturais e
tecnolgicos. O Documento final da Conferncia das Naes Unidas sobre
Desenvolvimento Sustentvel Rio+20, (2012) afirma que os pases, principalmente
-
41
em desenvolvimento, precisariam de recursos adicionais para que possam crescer
sustentavelmente, e reconhecem tambm que uma boa liderana governamental o
estado de direito nacional e internacional so indispensveis para o crescimento
econmico sustentvel de um pas.
Reconhecemos que o cumprimento de todos os compromissos de Ajuda Pblica ao Desenvolvimento (APD) crucial, incluindo os compromissos assumidos por muitos pases desenvolvidos de dedicar 0,7 % de seu PIB para a APD aos pases em desenvolvimento at 2015, bem como 0,15 a 0,20 % do PNB para a APD aos pases menos desenvolvidos, (Documento Final da Conferncia das Naes Unidas sobre Desenvolvimento Sustentvel Rio+20, 2012, pargrafo 258).
A Conferncia das Naes Unidas Rio+20 (2012, pargrafo 6), associa o
conceito desenvolvimento sustentvel ao fator econmico, trabalhar juntos, por um
crescimento econmico sustentvel que beneficie a todos, pelo desenvolvimento
social e pela proteo do ambiente favorecendo o interesse de todos.
O desenvolvimento sustentvel envolve no s a economia, mais tambm o
desenvolvimento social, proteo ambiental etc. (Documento Final da Conferncia
Rio+20, 2012, pargrafo 10):
Reconhecemos que a democracia, a boa governana e o Estado de Direito, nos nveis nacional e internacional, bem como um ambiente favorvel so essenciais para o desenvolvimento sustentvel, incluindo um crescimento econmico sustentvel e igualitrio, desenvolvimento social, proteo ambiental e a erradicao da pobreza e da fome [...].
O conceito tambm envolve alcanar a estabilidade econmica e o
crescimento econmico sustentvel atribuindo responsabilidades s mulheres.
[...] reafirmamos a necessidade de alcanar a estabilidade econmica e o crescimento econmico sustentvel, de promover a equidade social e a proteo do meio ambiente, reforando simultaneamente a igualdade de gnero e o empoderamento das mulheres, e oferecendo as mesmas possibilidades a todos, bem como protegendo e garantindo a sobrevivncia e o desenvolvimento da criana para a realizao plena de seu potencial, inclusive atravs da educao (Documento da Conferncia Rio+20, 2012, pargrafo 11).
Os conceitos de desenvolvimento sustentvel e responsabilidade ambiental
tambm so fundamentais para os aspectos scio-culturais das cidades
sustentveis e assentamentos humanos, conforme o Documento final da
-
42
Conferncia das Naes Unidas sobre Desenvolvimento Sustentvel Rio+20 (2012,
pargrafo 134):
Reconhecemos que, se bem planejadas e desenvolvidas, inclusive atravs de mtodos de planejamento e de gesto integrados, as cidades podem promover sociedades sustentveis no plano econmico, social e ambiental. Nesse sentido, reconhecemos a necessidade de uma abordagem holstica para o desenvolvimento urbano e assentamentos humanos, que fornea habitao e infraestrutura a preos acessveis e priorize a urbanizao de favelas e revitalizao urbana. Ns nos comprometemos a trabalhar para melhorar a qualidade dos assentamentos humanos, incluindo as condies de vida e de trabalho dos moradores urbanos e rurais no contexto da erradicao da pobreza, para que todas as pessoas tenham acesso a servios bsicos, habitao e transporte. Reconhecemos tambm a necessidade de conservao adequada do patrimnio natural e cultural dos assentamentos humanos, de revitalizao dos bairros histricos, e de reabilitao dos centros das cidades.
Os aspectos scio-culturais se relacionam com o patrimnio natural, ou seja,
cultura das pessoas, por isso to primordial a construo dos conceitos de
desenvolvimento sustentvel e responsabilidade ambiental para o meio social, para
que assim os respectivos conceitos possam ser enraizados na mente das pessoas.
Os conceitos at agora vigentes so um pouco despeo dos aspectos
tecnolgicos, porm no dissociados, tanto que os pases esto visando tecnologias
ambientalmente saudveis, ou seja, aos novos conhecimentos, ao know-how e s
competncias especializadas (Documento Final da Conferncia das Naes Unidas
sobre Desenvolvimento Sustentvel Rio+20, 2012).
Ressaltamos a necessidade de criar um ambiente propcio para o desenvolvimento, adaptao, difuso e transferncia de tecnologias ambientalmente saudveis. Nesse contexto, nota-se o papel do investimento direto estrangeiro, comrcio internacional e da cooperao internacional na transferncia de tecnologias ambientalmente saudveis. Engajamo-nos em nossos pases, bem como atravs da cooperao internacional, a promover o investimento em inovao, cincia e tecnologia a servio do desenvolvimento sustentvel (Documento Final da Conferncia das Naes Unidas sobre Desenvolvimento Sustentvel Rio+20, 2012, pargrafo 271).
O foco seria tentar reverter as necessidades da humanidade em relao s
tecnologias tangveis, priorizando a capacidade intelectual, estabelecidas como
tecnologias ambientalmente saudveis, promovendo investimentos em inovao e
em pesquisas cientficas. Com a anlise feita do Documento Final da Conferncia
das Naes Unidas sobre Desenvolvimento Sustentvel Rio+20, percebe-se a
-
43
importncia do desenvolvimento sustentvel e a responsabilidade que a humanidade
tm para com o meio ambiente.
A Conferncia das Naes Unidas sobre Desenvolvimento Sustentvel
Rio+20, bastante relevante para a implementao de polticas concretas, planos,
programas, projetos e aes para promover o desenvolvimento sustentvel e a
erradicao da pobreza no mundo.
-
44
CAPTULO 5 CONSIDERAES FINAIS
O referente trabalho buscou estudar profundamente o Documento Final da
Conferncia das Naes Unidas sobre Desenvolvimento Sustentvel (Rio+20);
compreender as noes de desenvolvimento sustentvel e de responsabilidade
ambiental, conforme o documento da Rio+20; conhecer as relaes que se
estabelecem entre a responsabilidade ambiental e os seus aspectos econmicos,
scio-culturais e tecnolgicos e Identificar prticas que em relao ao documento,
possam de certa formar contribuir para o desenvolvimento sustentvel e a
responsabilidade ambiental, tudo isso analisando o teor da Declarao Final da
Conferncia das Naes Unidas sobre Desenvolvimento Sustentvel (Rio+20),
ocorrida no ano de 2012.
Atualmente, o planeta sofre por inmeras consequncias desenvolvidas pela
sociedade desde os primrdios da vida humana, para ser mais exato, no sculo
XVIII, quando se dava incio a Revoluo Industrial, porque na mente das pessoas a
prioridade era desenvolver, sem se importar com a sustentabilidade do ecossistema,
nenhuma pessoa fsica ou jurdica era responsabilizada pelas consequncias
ambientais ocorridas desde ento. Tanto, que s nos anos 60 aconteceu o primeiro
evento relacionado ao desenvolvimento sustentvel, isto , Publicao do livro
Primavera Silenciosa (Silent spring), livro este que foi publicado por Rachel Carson
que teve uma grande repercusso na opinio pblica, pois relatava os perigos do
inseticida DDT.
Isso serviu de pontap para que acontecessem outros 14 grandes
acontecimentos relacionados com desenvolvimento sustentvel, e neste trabalho
priorizado o mais recente, o Relatrio Final da Conferncia Rio+20.
Marilene Ramos, presidente do Instituto Estadual de Ambiente do Rio de
Janeiro, diz que as expectativas da Rio+20 no so promissoras em se tratando de
grandes acordos internacionais para o financiamento do desenvolvimento
sustentvel, relata ainda que ser penoso a conferencia no alcanar certos
avanos para as metas e financiamentos (REVISTA POR SINAL, 2012).
J o economista Cludio Frischtak, scio da Inter.B, que presta consultoria
estratgica e econmica, prev que a Rio+20:
[...], vai mobilizar a sociedade, deve produzir uma espcie de declarao que ser o ponto de partida com metas, sem sanes, que podem servir de
-
45
orientao para a sociedade no futuro, mas as questes mais importantes, a fadiga de proposta que no so operacionalizadas e de onde vo sair os recursos para a transio para uma economia verde devem ficar a margem, (REVISTA POR SINAL, 2012, p. 13).
Marta Irving, professora do Programa Eicos, de Ecologia Social e
Psicossociologia de Comunidades, da Universidade Federal do Rio de Janeiro
(UFRJ), se contrape a Marilene Ramos, dizendo que do ponto de vista
governamental, no se espera nenhum tipo de acordo internacional, mas todos os
esforos so de busca de parmetros de desenvolvimento sustentvel. De qualquer
forma seria uma maneira de a sociedade expor suas opinies conforme os objetivos
que buscam.
Diante do que foi estudado sobre o referente tema, tendo como base o
Relatrio Final da Conferncia das Naes unidas sobre Desenvolvimento
Sustentvel Rio+20 do ano de 2012, conclui-se que, desenvolvimento insustentveis
aconteceram, e que em contrapartida, acontecimentos relacionados com o
desenvolvimento sustentvel estaro por vir, o foco seria a diminuio desses
efeitos insustentveis por meios da responsabilidade ambiental para com o meio
ambiente conforme os aspectos econmicos, scio-culturais e tecnolgicos,
implementando polticas concretas, planos, programas, projetos e aes para
promover o desenvolvimento sustentvel.
Acredita-se que os objetivos retratados foram alcanados, pois este trabalho
servir para futuras pesquisas relacionadas sustentabilidade do planeta, podendo
servir de orientao para a sociedade no futuro assim como o Relatrio Final da
Conferncia das Naes Unidas sobre Desenvolvimento Sustentvel Rio+20.
5.1 Sugestes para futuras pesquisas
O meio ambiente depende da humanidade e a humanidade tambm
depende do meio ambiente para a sobrevivncia da espcie humana, no entanto, as
pessoas vem o planeta simplesmente como um grande depsito de lixos, sem ter a
conscincia de que o planeta servir para as futuras geraes.
de grande relevncia que a humanidade se conscientize com as
catstrofes desencadeadas, que isso resultado da forma de vivncia, muitas vezes
errada dos seres racionais do planeta. E para que a conscientizao possa
-
46
acontecer, seria necessria a contribuio de toda a sociedade estabelecendo
responsabilidades ambientais.
Diante do exposto, sugere-se que futuras pesquisas tenham como fonte
outros conceitos e documentos relacionados com o desenvolvimento sustentvel e a
responsabilidade ambiental.
-
47
BIBLIOGRAFIA
ABLIO, Francisco Jos Pegado; SATO, Michle. Educao ambiental: do currculo da educao bsica s vivncias educativas no contexto do semirido paraibano, Joo Pessoa: Universitria da UFPB, 2012. ALMEIDA JNIOR, Antnio Ribeiro de. in Desenvolvimento e natureza: estudos para uma sociedade sustentvel: a ideia de corpo: suas relaes com a natureza
e os assuntos humanos. 4. ed. So Paulo: Cortez, 2003. ARAJO, Geraldino Carneiro de; BUENO, Miriam Pinheiro; SOUSA, Adriana Alvarenga de; MENDONA, Paulo Srgio Miranda. Sustentabilidade Empresarial:Conceito e Indicadores, Minas Gerais: 2006. < http://www.convibra.com.br /2006/artigos/61_pdf.pdf>. Acesso em 23/10/12. BATISTA, Ieda Hortncio; ALBUQUERQUE, Carlossandro Carvalho de. Desenvolvimento sustentvel: novos rumos para a humanidade. Revista Eletrnica Abor, 2007. Disponvel em: . Acesso em 07/03/2013. BARBOSA, Gisele Silva. O desafio do desenvolvimento sustentvel. Rio de
Janeiro: Revista Vises, 4 edio, 2008. Disponvel em: . Acesso em 07/03/2013. BRSEKE, Franz Josef. in Desenvolvimento e natureza: estudos para uma sociedade sustentvel: o problema do desenvolvimento sustentvel. 4. ed. So
Paulo: Cortez, 2003. CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede: a era da informao: economia, sociedade e cultura. 9. ed. So Paulo: Paz e Terra, 2006. CERVO, Amado Luiz; Bervian, Predro Alcino; SILVA, Roberto da. Metodologia cientfica. 6. ed. So Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007. CAVALCANTE, Clvis. in Desenvolvimento e natureza: estudos para uma sociedade sustentvel: breve introduo economia da sustentabilidade. 4. ed.
So Paulo: Cortez, 2003. DOCUMENTO. Declarao Final da Conferncia das Naes Unidas sobre Desenvolvimento Sustentvel (RIO+20): O futuro que queremos. Rio de Janeiro,
2012. Disponvel em: . Acesso em 14/01/2013. DIAS, Genebaldo Freire. Atividades interdisciplinares de educao ambiental: prticas inovadoras de educao ambiental. 2. ed. So Paulo: Gaia, 2006.
-
48
DIAS, Reinaldo. Gesto ambiental: responsabilidade social e sustentabilidade, So
Paulo: Atlas, 2010.
______. Gesto ambiental: responsabilidade social e sustentabilidade, So Paulo:
Atlas, 2006. ESTENDER, Antnio Carlos; PITTA, Tercia de Tasso Moreira. O conceito do desenvolvimento sustentvel. Rio de Janeiro, 2009. Disponvel em:
. Acesso em 02/10/2012. GIL, Antnio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. So Paulo: Atlas, 2009. ______. Mtodos e tcnicas de pesquisa social. 6. ed. So Paulo: Atlas, 2010.
______. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. Ed. So Paulo: Atlas, 1996.
IOSCHPE, Evelyn [et. al.]. 3 Setor: Desenvolvimento social sustentado. 3. ed. Rio
de Janeiro: Paz e Terra, 2005. JACOBI, Pedro. Educao ambiental, cidadania e sustentabilidade. Cadernos de Pesquisa, n. 118, p. 189-205, maro/ 2003. Disponvel em: . Acesso em 14/01/2013. JORNAL. Vamos cuidar do Brasil: 4 Conferncia nacional do meio ambiente sobre resduos slidos, 2013. LACERDA, Leonardo. Logistica reversa: uma viso sobre os conceitos bsicos e
as prticas operacionais. s/d. Disponvel em: . Acesso em 18/03/2013. MARCONI, Maria de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de metodologia cientfica. 6. ed. So Paulo: Atlas, 2007.
MOURA, Geovanne Dias de; FANK, Odir Luiz; SANCHES, Joo Roberto; TOLEDO FILHO, Jorge Ribeiro de. Perfil das pesquisas na rea de gesto de custos ambientais e responsabilidade social do congresso brasileiro de custos de 2005 a 2009. Revista de Gesto Social e Ambiental RGSA, So Paulo: Saraiva, v. 6, n. 1, p. 161-176, jan./abril 2012. Disponvel em: . Acesso em 14/01/2013. NUNES, Paulo. Cincias econmicas e empresariais: Conceito de
desenvolvimento sustentvel. Data de criao 31/10/2008. Disponvel em: . Acesso em 23/10/2012.
-
49
REVISTA POR SINAL. Revista do sindicato nacional dos funcionrios do banco central: a responsabilidade do Banco Central na preservao do planeta. Rio de Janeiro, 2012. Edio especial Rio+20. ROHDE, Geraldo Mrio. in Desenvolvimento e natureza: estudos para uma sociedade sustentvel: mudanas de paradigma e desenvolvimento sustentvel. 4. ed. So Paulo: Cortez, 2003. SANCHES, Carmen Silva. Gesto ambiental proativa. So Paulo: Revista de
Administrao de Empresas, v. 40, n. 1, p. 76-87, 2000. Disponvel em: . Acesso em 07/03/2013. SAUV, Lucie. Educao ambiental: possibilidade e limitaes. So Paulo:
Educao e Pesquisa, v. 31, n. 2, p. 317-322, 2005. Disponvel em: . Acesso em 07/03/2013. SEIFFERT, Mari Elizabete Bernadini. Gesto ambiental: instrumentos, esferas de
ao e educao ambiental, So Paulo: Atlas, 2010. VASCOCELOS, Cleiton Rodrigues de; LIMA, Joo Henrique Ribas de. Sustentabilidade Empresarial: Um estudo sobre as dimenses e prticas em uma
organizao hospitalar. Piau: 2010. Disponvel em: . Acessado em 23/10/12. VERGARA, Sylvia Contant. Projeto e relatrio de pesquisa em administrao. 8. ed. So Paulo: Atlas, 2007. VERNIER, Jacques. O meio ambiente. 7.ed. Campinas, So P