monografia planejamento estratégico

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS Curso de Administração PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO: UM ESTUDO DE CASO NA CONCESSIONÁRIA DE MOTOCICLETAS BS MOTOS. Dante Bacelar Ferreira Sá Serro 2010

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Page 1: Monografia Planejamento Estratégico

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS Curso de Administração

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO: UM ESTUDO DE CASO NA

CONCESSIONÁRIA DE MOTOCICLETAS BS MOTOS.

Dante Bacelar Ferreira Sá

Serro 2010

Page 2: Monografia Planejamento Estratégico

DANTE BACELAR FERREIRA SÁ

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO: UM ESTUDO DE CASO NA

CONCESSIONÁRIA DE MOTOCICLETAS BS MOTOS.

Este projeto de conclusão de curso tem por objetivo ser apresentada ao Curso de Graduação em Administração da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais bem como servirá como requisito parcial de avaliação para obtenção do título de Bacharel em Administração. Orientador (a): Isabella Fernandino

Serro 2010

Page 3: Monografia Planejamento Estratégico

Dante Bacelar Ferreira Sá

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO: UM ESTUDO DE CASO NA

CONCESSIONÁRIA DE MOTOCICLETAS BS MOTOS.

Projeto apresentado à disciplina de TCCI e TCCII do curso de Administração da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais.

_______________________________________

Isabella (Orientadora) – PUC Minas

Resumo das avaliações

Do professor orientador: _________________________

Da apresentação oral: _________________________

Nota de aproveitamento: _________________________

Conceito: _________________________

Serro, 24 de Novembro de 2010.

Page 4: Monografia Planejamento Estratégico

A meus pais pelo incansável esforço e

apoio, a minha namorada Bárbara pelo

constante incentivo e a todos os meus

colegas de curso por mais uma etapa

vencida.

Page 5: Monografia Planejamento Estratégico

AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus pelo dom da vida.

Aos meus pais, pelo apoio incansável e pela educação que me foi ensinada.

Ao meu irmão, namorada e amigos que me deram força e motivo para superar as

dificuldades nesta etapa da minha vida.

Aos meus orientadores, Prof. Marcelo e Prof. Isabella que me conduziram com muita

paciência.

A todos os meus colegas de curso pelo companheirismo e parceria em todas nossas

conquistas e derrotas ocorridas até aqui, inclusive aos que por algum motivo nos

deixaram durante esta caminhada.

Às bibliotecárias Ozana e Solange pela paciência e dedicação.

Page 6: Monografia Planejamento Estratégico

“Você pode criar, conceber e construir o mais belo lugar do

mundo, mas serão os homens que permitirão que o sonho se

torne realidade.”

Walt Disney

Page 7: Monografia Planejamento Estratégico

RESUMO

Este trabalho realizou um estudo na empresa denominada BS Motos, a qual possui

a matriz na cidade de Diamantina-MG e possui filiais nas cidades de Curvelo e Rio

Vermelho. O objetivo principal do trabalho consiste em conhecer as principais forças

e fraquezas, oportunidades e ameaças (Análise SWOT) que podem ser trabalhadas

em um processo de Planejamento Estratégico no crescimento da empresa BS

Motos. Com isso, foi aplicada uma entrevista junto aos funcionários da referida

empresa, visando alcançar tais objetivos. Como resultados, percebemos alguns

pontos importantes. A localização da empresa se destacou perante os pontos fortes

da empresa e a concorrência desleal e intrigas internas foram considerados os

fatores mais prejudiciais ao andamento das atividades. Sugerimos algumas medidas

que podem ser tomadas para sanar as irregularidades, ou pelo menos, diminuí-las

ao máximo.

Palavras-chave: Crescimento Organizacional, Planejamento Estratégico.

Page 8: Monografia Planejamento Estratégico

ABSTRACT

This work conducted a study in the company called BS Motorcycles, which has

headquarters in the town of Diamantina, Minas Gerais and has offices in the cities of

Curvelo and Red River. The aim of this work is to understand the main strengths and

weaknesses, opportunities and threats (SWOT analysis) that can be worked into a

Strategic Planning process in the company's growth BS Motorcycle. Therefore, we

applied an interview with employees of this company, aiming to achieve these goals.

As a result, we see some important points. The location of the company stood before

the company's strengths and unfair competition and internal intrigues were the

factors considered most harmful to the progress of activities. We suggest some

measures that can be taken to remedy the deficiencies, or at least reduce them to

the fullest.

Keywords: Organizational Growth, Strategic Planning.

Page 9: Monografia Planejamento Estratégico

.LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Níveis de Planejamento.............................................................................31

Quadro 2: Tipos de Planejamento..............................................................................32

Quadro 3: Negócio sob enfoque de duas visões.......................................................35

Quadro 4: Análise de recursos internos ....................................................................41

Page 10: Monografia Planejamento Estratégico

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Passos do Processo Formal de Planejamento..........................................20

Figura 2: Estrutura do PGEM (Planejamento e Gestão Estratégica de Marketing)...21

Figura 3: Principais etapas do processo de administração estratégica.....................23

Figura 4: Exemplo de fatores ambientais a serem monitorados pela administração

estratégica..................................................................................................................24

Figura 5: Diagnosticando problemas de uma estratégia............................................26

Figura 6: Etapas do Processo de Administração Estratégica....................................27

Figura 7: Tarefa de implementação da estratégia......................................................28

Figura 8: Ciclo básico dos tipos de planejamento......................................................31

Figura 9: Posição da missão na organização.............................................................36

Figura 10: Ambiente do sistema empresa..................................................................40

Figura 11: Organograma da empresa........................................................................46

Page 11: Monografia Planejamento Estratégico

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 11 1.1 Problemática ....................................................................................................... 12 1.2 Justificativa .......................................................................................................... 15 1.3 Objetivos ............................................................................................................. 17 1.3.1 Objetivo Geral .................................................................................................. 17 1.3.2 Objetivos Específicos ....................................................................................... 17 2. REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................................... 18 2.1 A Administração e suas Tendências ................................................................... 18 2.2 A Excelência Organizacional ............................................................................... 19 2.3 O Planejamento ................................................................................................... 21 2.3.1 Conceito de Planejamento ............................................................................... 21 2.3.2 O que é Estratégia ........................................................................................... 24 2.3.3 Implementação de uma Estratégia na Organização ......................................... 27 2.3.4 O Planejamento Estratégico ............................................................................. 31 2.3.5 O Modelo ideal ................................................................................................. 35 2.4 Elementos do Planejamento Estratégico ............................................................. 37 2.4.1 O Negócio ........................................................................................................ 37 2.4.2 Missão .............................................................................................................. 38 2.4.3 Visão ................................................................................................................ 39 2.4.4 Objetivos .......................................................................................................... 39 2.4.5 Metas................................................................................................................ 40 2.5 Análise do Ambiente (S.W.O.T) .......................................................................... 40 2.5.1 Aplicabilidade da análise SWOT no contexto organizacional ........................... 44 3. CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA ..................................................................... 46 4. METODOLOGIA .................................................................................................... 50 4.1 Tipos de Pesquisa ............................................................................................... 50 4.2 Método de Pesquisa ............................................................................................ 51 4.3 Instrumento de Pesquisa ..................................................................................... 52 4.4 Definição da Amostra .......................................................................................... 54 4.5 Análise e Tratamento dos Dados ........................................................................ 55 5. ANÁLISE DOS DADOS ......................................................................................... 57 5.1 Gráficos Dos Dados Demográficos ..................................................................... 57 5.1.1 Escolaridade: .................................................................................................... 57 5.1.2. Cargo: .............................................................................................................. 58 5.1.3. Gênero: ........................................................................................................... 59 5.1.4. Faixa Etária ..................................................................................................... 60 5.1. 5. Tempo que trabalha na empresa .................................................................... 61 5.2. Análise sobre as Respostas dos Entrevistados .................................................. 62 6. CONCLUSÃO ........................................................................................................ 65 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 67 APÊNDICE - INSTRUMENTO DE PESQUISA – ENTREVISTA ............................... 73

Page 12: Monografia Planejamento Estratégico

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1. INTRODUÇÃO

A crescente exigência dos consumidores por bens de consumo e serviços,

advinda da evolução da sociedade, está obrigando as empresas a oferecerem

produtos e serviços de qualidade. Esse fator aumenta consideravelmente a

concorrência no mercado. Neste contexto, verifica-se que as empresas que não se

enquadram às exigências deste mercado, não sobrevivem por muito tempo, ou seja,

perdem ou nem chegam a ganhar espaço no mercado.

As mudanças ocorridas nos últimos anos referentes à estabilidade da

economia obrigam as empresas a se sujeitarem a grandes mudanças a fim de se

tornarem mais competitivas. Com a entrada de novos competidores, o controle

rigoroso dos custos e a atenção completamente voltada para o cliente, estão se

sobrepondo a fatores como aplicações em fundos, gestão de caixa, enfim.

Conforme Cafardo (2002), ainda assim, algumas empresas ainda não se

deram conta da ameaça do mercado e não tomam atitudes sérias para enfrentar

esse quadro. Tais empresas ainda estão presas a velhos vícios e não adotam uma

política profissional de gestão com um atendimento com foco no cliente. Muitas

empresas poderiam apresentar uma melhor performance perante o mercado, caso

alguns critérios fossem obedecidos. Tais critérios podem estar agregados em um

tema muito presente na administração: O Planejamento Estratégico.

Filho (2001, p. 17) vai ainda além do Planejamento Estratégico e afirma que

“o mundo cooperativo deverá ser repensado, reestruturado, reinventado, desde as

relações com empregados e fornecedores até o uso da tecnologia e do marketing”.

Os caminhos abertos por novas concepções de gestão surgiram com

alterações significativas nos setores social, político, econômico e cultural, os quais

afetam profundamente a forma como se analisam e se concebem as organizações

do trabalho e produção.

O Planejamento Estratégico possui alguns propósitos. Segundo Oliveira

(2004), o propósito principal do planejamento estratégico é desenvolver técnicas e

processos que melhor se adaptem as situações em que o administrador se encontra,

tornando desta forma viável os procedimentos empresariais em busca de sucesso

no empreendimento, tendendo assim a reduzir as incertezas envolvidas no processo

Page 13: Monografia Planejamento Estratégico

12

decisório das organizações e fazendo com que as chances de sucesso se tornem

cada vez maiores.

Outro tema de relevância para o presente estudo é a administração

estratégica. Para Cobra (1991), a administração estratégica pode ser considerada

como um processo dinâmico, que visa relacionar os problemas e necessidades dos

grupos populacionais que vivem em espaços geográficos delimitados, com os

conhecimentos e recursos, institucionais e comunitários, de forma que seja possível

definir as prioridades, alocar recursos, considerar alternativas reais de ação e

conduzir o processo estratégico até a superação ou controle dos problemas.

Este mesmo autor complementa que nos tempos atuais estamos vivenciando

grandes mudanças em todos os ambientes e novas ondas, tendências e

descontinuidades afetam diretamente dirigentes, executivos, gerentes e

responsáveis por empresas e organizações com ou sem fins lucrativos.

Complementando, este autor explica ainda que a empresa pode ser avaliada pela

maneira como reage às ações que estão ao seu redor e, também, através da

competência dos profissionais que a administram.

Diante desta complexidade do mercado e diante das mudanças ocorridas, a

empresa objeto deste estudo carece de um Planejamento estratégico que consiga

adequar a organização às exigências. A BS Motos não possui um Planejamento que

consiga atender aos principais objetivos e esta pesquisa irá subsidiar conhecimento

para que as falhas sejam sanadas e sejam explorados os pontos fortes da empresa,

bem como sejam aproveitadas as oportunidades, além de diminuir os pontos fracos

e se sobressair diante das ameaças.

1.1 Problemática

Conforme Maximiano (2002), a Administração exerce um papel de extrema

importância em qualquer área de utilização de recursos e contribui para que

objetivos individuais, familiar, grupal, organizacional ou social sejam alcançados.

Para que se alcance o sucesso, tudo o que a organização for implementar em seus

processos carece de planejamento, organização, controle e execução. Neste

contexto, este autor assevera que o processo administrativo é importante em

Page 14: Monografia Planejamento Estratégico

13

qualquer contexto de utilização de recursos e é necessário estudá-lo para se

conhecer os seus impactos sobre o desempenho das organizações.

Complementando, este autor acredita que o principal objetivo da existência das

organizações é o fato de que certos objetivos só podem ser alcançados por meio da

ação coordenada de grupos de pessoas.

Para que um processo administrativo seja vantajoso, no sentido de

organização e execução com resultados eficazes, é necessário, segundo Maximiano

(2002), que haja uma divisão do trabalho. Neste sentido, acredita-se que a divisão

do trabalho é o processo por meio do qual uma tarefa é dividida em tarefas menores,

cada uma das quais é atribuída a uma pessoa diferente. A divisão do trabalho

permite às organizações realizarem tarefas complexas, como montagem de

equipamentos de grande porte, ou fabricar produtos em grande quantidade.

Vê-se nessa premissa que as organizações estão sujeitas a contínuas

mudanças. Segundo Storne (1999), a constante mutação em que passa o mercado

consumidor é o grande desafio da administração. O ambiente externo passa por

mudanças rápidas, com efeitos de longo alcance sobre as organizações e suas

estratégias administrativas. As novas e modernas tecnologias que impulsionam este

mercado tornaram possível eliminar milhares de empregos na administração

intermediária, o que também ajuda a mudar o cenário da administração onde todos

os setores, até mesmo os governamentais, passam por estas mudanças. Assim os

administradores precisam se adequar às mudanças constantes e pensar de maneira

holística, pois todas as organizações no mundo estão interligadas, e ações que

ocorrem em um lugar no mundo logo repercute em todo o mercado.

Devido a essa mutabilidade do mercado, Storne (1999) cita que os

administradores e as organizações devem ficar bem atentos ao ambiente onde a

empresa está inserida e estudar todos os fatores que exercem influência sobre ela.

Neste contexto, Storne (1999) relata que para compreender este ambiente e seus

efeitos sobre as organizações, devem ser observados alguns pontos da teoria dos

sistemas. A teoria dos sistemas descreve que nenhuma organização é alto

suficiente, nem independente. Desta forma, Storne (1999) descreve que o ambiente

externo tem elemento de ações diretas e indiretas que influenciam no dia-a-dia das

organizações.

Indo mais além acerca da necessidade das organizações em se estruturarem

e se prepararem diante das mudanças do ambiente, surge um conceito da

Page 15: Monografia Planejamento Estratégico

14

administração que irá subsidiar o presente trabalho. Este conceito trata-se da

administração estratégica que Certo (1993) define como um “... processo contínuo e

interativo que visa manter uma organização como um conjunto apropriadamente

integrado a seu ambiente.” O autor complementa que administração estratégica

acentua que os administradores se dediquem a uma série de etapas. Essas etapas

são a realização de uma análise do ambiente, estabelecimento de uma diretriz da

organização, formulação e implementação da estratégia organizacional e exercício

do controle estratégico.

A administração estratégica pode trazer diversos benefícios se praticada

apropriadamente. Segundo Certo (1999), o benefício mais importante pode ser a

tendência de que uma administração estratégica bem planejada nas organizações

aumente seus níveis de lucro. Ainda segundo Certo (1993), além das organizações

se beneficiarem financeiramente, podem também gozar de outras vantagens na

implementação de um sistema de administração estratégica.

Neste contexto, surge o Planejamento Estratégico que é definido por Las

Casas (2006, p. 13) como “... o processo gerencial de desenvolver e manter uma

direção estratégica que alinhe as metas e os recursos da organização com suas

mutantes oportunidades de mercado.” No mesmo sentido, Fishmann (1991, p. 25)

define o Planejamento Estratégico como:

[...] uma técnica administrativa que, através da análise do ambiente de uma organização, cria a consciência das suas oportunidades e ameaças dos seus pontos fortes e fracos para o cumprimento da sua missão e, através desta consciência, estabelece o propósito de direção que a organização deverá seguir para aproveitar as oportunidades e evitar riscos.

Complementando, Tavares (2005, p. 70) assevera que esse Planejamento

Estratégico implementa ações para aproveitar as oportunidades e neutralizar as

ameaças ambientais. Daí a importância do Planejamento Estratégico. Las Casas

(2006) complementa salientando que quanto mais complexo e incerto for o mercado,

maior a necessidade da empresa em planejar suas ações. Ademais, o autor

complementa que em mercados estáveis e previsíveis, pode-se dispensar o

planejamento formal, no entanto, a empresa em questão, está inserida em um

ambiente de grande competitividade.

O Planejamento, segundo Neves (2005), possui diversas vantagens, tais

como: o aumento da flexibilidade de reação da empresa frente às mudanças

Page 16: Monografia Planejamento Estratégico

15

imprevistas, a condução da empresa para resultados melhores; além de levar a uma

melhor posição para a organização, ajudando-a a progredir nos rumos que a

administração considera mais adequados, frente ao ambiente competitivo.

A empresa BS Motos, objeto do presente estudo, está situada em um

ambiente de extrema competitividade e, como se não bastasse, também precisa

estar atenta ao mercado e adotar uma postura estratégica para que não perca seus

clientes e continue atendendo satisfatoriamente seus objetivos, diante das

mudanças ocorridas no cenário de concessionárias.

A empresa busca seu crescimento no setor na cidade de Diamantina e, para

tanto, vários são os aspectos a serem observados no ambiente no qual a empresa

está inserida para que ela não cresça de forma desordenada e não se posicione de

forma correta diante do mercado. Essa busca pelo conhecimento do ambiente da

empresa forma a base da presente pesquisa, onde a análise das forças e fraquezas,

oportunidades e ameaças, serão trabalhadas de forma a nortear o Planejamento

Estratégico a ser aplicado na empresa BS Motos.

Com base na assertiva de Oliveira (2004), de que a estratégia, além de ser

um instrumento administrativo que facilita e otimiza as interações da empresa com o

ambiente no qual ela está inserida, também exerce influência sobre os fatores

internos da empresa, percebe-se que a BS Motos busca seu crescimento e

aperfeiçoamento. Tal busca de uma medida estratégica para melhor desempenho e

satisfação de necessidades esbarra na falta de conhecimento das melhores

decisões a serem tomadas pela empresa, bem como a postura a ser implementada

diante do contexto de crescimento e mudanças.

Face ao exposto, busca-se com este trabalho pesquisar sobre a seguinte

questão: Quais as principais forças e fraquezas, oportunidades e ameaças (Análise

SWOT) podem ser trabalhadas em um processo de Planejamento Estratégico para o

crescimento da empresa BS Motos?

1.2 Justificativa

As organizações devem primar por ações que visem conhecer o cenário em

que se encontram para a adoção das medidas mais cabíveis aos diversos

Page 17: Monografia Planejamento Estratégico

16

problemas enfrentados. Diante disso, a assertiva sobre a aprendizagem

organizacional ilustra que:

[...] os tomadores de decisão não conhecem tudo o que deveriam conhecer quando começam a resolver um problema. Eles aprendem à medida que progridem na solução de problemas. É o processo decisório que produz a aprendizagem, não o contrário, porque os tomadores de decisão agem por tentativa e erro e, ao fazê-lo, descobrem que é possível e impossível. (CYERT, MARCH apud MAXIMIANO, 2000, p. 118).

Maximiano (2002) já alerta que o processo administrativo é importante em

qualquer contexto de utilização de recursos e há uma razão principal para estudá-lo

bem como seu impacto sobre o desempenho nas organizações. Diante disso, o

presente trabalho irá proporcionar um grande conhecimento na formação acadêmica

e um conhecimento teórico acerca do processo de Planejamento Estratégico das

empresas para este graduando, fazendo com que futuramente, possam ser

aplicados na gestão da empresa.

Vários são os problemas enfrentados pela BS Motos no decurso de suas

atividades. Tais problemas devem ser enfrentados de forma a minimizar seus

efeitos. Ademais, muitos desses problemas podem ser evitados através de um

estudo sistematizado de suas causas e de um conhecimento mais aprofundado dos

ambientes interno e externo da empresa.

A abordagem do tema aqui proposto justifica-se pela importância da análise

deste ambiente organizacional e os fatores que nele exercem influência buscando-

se aspectos relevantes que possam ajudar no crescimento da empresa. Neste

contexto, o presente estudo é de suma relevância para se conhecer o ambiente

organizacional da empresa BS Motos, bem como elencar aspectos de importância

que possam proporcionar conhecimento ao planejamento estratégico da empresa na

busca de seus objetivos de crescimento empresarial.

Page 18: Monografia Planejamento Estratégico

17

1.3 Objetivos

1.3.1 Objetivo Geral

Este trabalho tem como objetivo geral conhecer as principais forças e

fraquezas, oportunidades e ameaças (Análise SWOT) que podem ser trabalhadas

em um processo de Planejamento Estratégico para o crescimento da empresa BS

Motos.

1.3.2 Objetivos Específicos

• Conhecer, de um modo geral, os conceitos teóricos de Planejamento

Estratégico, presentes na Administração, a fim de que a presente pesquisa

tenha um embasamento científico;

• Elaborar um instrumento de pesquisa que melhor se adéqüe à

realidade da empresa BS Motos e que possibilite verificar a percepção dos

funcionários da empresa no que tange aos principais aspectos a serem

trabalhados no Planejamento Estratégico;

• Fazer uma análise crítica dos resultados coletados na pesquisa de

campo a fim de formar uma base para a construção da estratégia de

implantação do Planejamento Estratégico;

• Apresentar as principais mudanças que poderão ocorrer na empresa

com a futura implantação de um Planejamento Estratégico.

Page 19: Monografia Planejamento Estratégico

18

2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 A Administração e suas Tendências

Percebe-se nos dias atuais que o ambiente externo está passando por

profundas transformações, sendo estas rápidas e contínuas. A mutabilidade do

mercado é incrível e o surgimento de novas tecnologias propicia um mercado volátil

e cada vez mais promissor. Stonerr e Freeman (1995) afirmam que hoje, mais do

que nunca, os gestores das organizações sofrem pressão cada vez maior em dar

uma pronta resposta a essas mudanças com um pensamento estratégico.

Neste contexto, Maximiano (2000, p. 27) afirma que “a administração é o

processo que procura assegurar a eficácia e a eficiência das organizações.” Nesta

linha, percebe-se que a perfeição é buscada a todo momento e os objetivos das

organizações integram uma busca incessante. Por isso, o autor complementa que a

razão de ser das organizações é baseada no fato de que os objetivos só podem ser

alcançados por meio da ação coordenada de pessoas.

Lacombe e Heilborn (2003, p. 309) abordam acerca dessa questão sobre as

pessoas e acreditam que a ênfase maior focaliza em seu comportamento e na sua

motivação para o alcance dos objetivos e na forma como o administrador se

posiciona para influenciar o comportamento dessas pessoas.

Em outra esteira, Maximiano (2000, p. 42) coloca em discussão a questão:

“(...) no início do século XX, a palavra-chave era a eficiência. No final do século XX,

a palavra-chave é competitividade.” O certo é que se percebe que há uma

preocupação em melhorar continuamente. Seja por meio da eficiência, ou por meio

da competitividade. De certa forma, as organizações querem atingir a excelência

organizacional a fim de que os objetivos traçados sejam alcançados de maneira

satisfatória. No entanto, Matos (1982, p. 17) alerta que, apesar da necessidade de

mudanças das organizações, surge um problema que o autor levanta por meio do

questionamento: “... como levar as organizações a se comportarem de maneira

criativa?”. Tal questionamento fundamenta-se, segundo este autor, na idéia de que

as empresas consideram a mudança como algo indesejável, como um trauma ou um

fator de sofrimento.

Page 20: Monografia Planejamento Estratégico

19

Kotler (1998, p. 72) também percebe isso ao afirmar que “um dos principais

desafios enfrentados pelas empresas atuais é como construir e manter negócios

viáveis em um mercado e ambiente empresarial rapidamente mutantes”. Porém,

Geus (1998, p. 7) assevera que:

(...) qualquer entidade precisa desenvolver a capacidade de migrar e mudar, de desenvolver novas habilidades e atitudes: em resumo, a capacidade de aprender (...) a essência do ato de aprender é a capacidade de gerir a mudança mediante a mudança em si mesmo.

Para realizar essa mudança, Malschitzky afirma que:

(...) o homem deve ser o elemento chave no processo de mudanças da organização, pois é ele que detém a experiência e a competência, mas como a máquina, precisa ser ‘lubrificado’ com valorização e aproveitamento adequado em suas habilidades e em seu conhecimento. (Malschitzky, 2000, p.79).

Com base nisso, há a necessidade de se preparar para as mudanças de

mercado. A mutabilidade do ambiente externo faz com que haja uma preocupação

grande com as tendências de mercado e tendo conhecimento sobre essas

tendências, o presente estudo se enriquecerá em todos os aspectos, além de

justificar o pensamento em planejar sempre.

A empresa BS Motos vive uma mudança em seu contexto desde sua criação.

E é neste contexto que o presente estudo ganha forma, pois surge a necessidade de

estudar esta mudança, além de aliá-la ao mercado que também se encontra em

constante mutação.

2.2 A Excelência Organizacional

Diante das mudanças de mercado, Alvarez (1996, p. 12) acredita que a

crescente preocupação com a qualidade e a eficiência vem se tornando um

imperativo na gestão dos negócios de empresas, governos e outras organizações e

essa preocupação prioriza a agregação de valor para os clientes e consumidores de

um produto ou serviço; além de direcionar a organização para um processo de

qualidade que agregue valor ao produto ou serviço. Acerca dessa eficiência,

Page 21: Monografia Planejamento Estratégico

20

Rossetti e outros (1993, p. 264) asseveram que a eficiência “[...] é a capacidade de

fazer as tarefas de maneira certa [...]” e complementam que ela deve estar presente

em todos os níveis das organizações.

Conforme salienta Oliveira (1994, p. 19), as organizações não têm alternativa

senão buscar aumentar a competitividade e sua capacidade de atrair clientes além

de lhes fornecer produtos e serviços que sejam considerados relevantes e que

satisfaçam as suas necessidades. Costa (1994, p. 8) também remonta à idéia de

que:

A grande tendência do meio empresarial é buscar a excelência naquilo que a empresa sabe fazer de melhor, no que lhe é mais estratégico. É concentrar todos os seus esforços no aprimoramento e desenvolvimento do seu produto final.

Diante disto, Oliveira (1994, p. 19-20) alerta que a luta das organizações pelo

alcance da competitividade deve ser constante e elas precisam estar atentas a todo

o momento ao mercado e suas mudanças. Este último autor complementa que as

organizações precisam ser capazes de responder às mudanças com rapidez e

eficiência, além de buscarem constantemente novos e melhores meios de reduzir

custos e melhorar a qualidade dos serviços prestados.

No entanto, é necessário ter cautela no processo de mudança, pois, conforme

Leiria, Souto e Saratt (1992, p. 29) “no processo de mudança, é fundamental o

trabalho de conscientização dos públicos interno e externo, a fim de que todos

assumam a responsabilidade de trabalhar e crescer juntos.”

Giosa (1997, p. 12) ao afirmar que as organizações passaram a focar no

cliente, aborda que o conceito básico de horizontalização foi sendo aplicado, em

tempos de mudanças significativas na administração, migrando para a

verticalização, onde todas as atividades técnicas e administrativas passam a ser o

fator primordial na execução das tarefas. Com isso, Oliveira (1994) conclui que

nessa permanente batalha pela eficiência, as organizações que conseguem manter-

se no mercado são justamente aquelas que conseguem extrair resultados efetivos

dos seus esforços.

Complementando, Matos (1982) afirma que as empresas sentem uma

necessidade imensa de crescer, momento em que diante do crescimento,

aumentam-se os problemas, podendo chegar a uma inércia organizacional. É neste

Page 22: Monografia Planejamento Estratégico

21

contexto que surge-se a necessidade de um Planejamento adequado que

proporcione à empresa crescer sem perder seu foco. A busca pela excelência

organizacional também é uma realidade na BS Motos que deve se preocupar com

as mudanças do ambiente externo.

2.3 O Planejamento

2.3.1 Conceito de Planejamento

Muito se discute sobre o que é o Planejamento. Pode ser entendido como um

processo prático das determinações do plano, o que pode garantir continuidade do

processo, havendo uma continuidade das situações, das propostas, dos resultados e

soluções, lhe conferindo assim dinamismo, baseado na multidisciplinaridade, num

processo contínuo de tomada de decisões.

Para Robbins (2000, p. 116), o planejamento:

(...) compreende a definição das metas de uma organização, o estabelecimento de uma estratégia global para alcançar essas metas e o desenvolvimento de uma hierarquia de planos abrangente para integrar e coordenar atividades. Diz respeito, portanto, aos fins (o que será feito) e também aos meios (como será feito).”

Já para Stoner (1995), o planejamento pode ser visto como uma função inicial

da administração. Considerando o planejamento como uma locomotiva que puxa o

trem das ações de organizar, liderar e controlar. Seria como pensar no planejamento

como a raiz da árvore principal da qual sai os ramos organizacionais da liderança e

controle.

A partir de então, o planejamento foi evoluindo. Conforme Tavares (2000,

p.43):

(...) a evolução do planejamento teve início com a contribuição esparsa de teóricos e práticos da administração em sua interação com a prática, sistematizada em quatro momentos: planejamento financeiro, planejamento a longo prazo, planejamento estratégico e gestão estratégica.

Page 23: Monografia Planejamento Estratégico

22

A figura 1 ilustra o processo formal do que é um planejamento dentro de uma

organização.

Figura 1: Passos do Processo Formal de Planejamento

Fonte: Stoner 1995 p. 139.

1. Formulação dos Objetivos

2. Identificação das Metas e Estratégias Atuais

9. Medida e Controle do Processo

8. Implementação da Estratégia.

7. Tomada de Decisão Estratégica:

• Desenvolver alternativas

• Avaliar alternativas • Selecionar

alternativas

6. Análise dos Hiatos: Determinar a Extensão das Mudanças Necessárias na

Estratégia Atual

5. Identificação de Oportunidades

Estratégicas e Ameaças.

4. Análise de Recursos Forças e Fraquezas da

Organização

3. Análise Ambiental Externa

Responsabilidades Sociais

Valores dos Dirigentes

Responsabilidades Sociais

Valores dos Dirigentes

Page 24: Monografia Planejamento Estratégico

23

Neves (2005) mostra a estrutura do planejamento e gestão estratégica de

marketing com as etapas de um plano:

Figura 2: Estrutura do PGEM (Planejamento e Gestão Estratégica de Marketing)

Adaptado de Neves (2005, p. 28)

O presente trabalho será elaborado conforme as três primeiras etapas do

planejamento proposto por Neves (2005). Tais etapas tratam-se da introdução do

planejamento e gestão estratégica de marketing, a análise do ambiente externo com

enfoque na rede da empresa e por fim, a análise da situação interna e concorrentes.

A BS Motos se encontra em um ambiente altamente competitivo e deve estar atenta

às mudanças do mercado. O quadro proposto por Neves (2005) pode auxiliar o

planejamento a ser implantado na BS Motos por mostrar uma análise dos ambientes

para que as mudanças destes não afetem negativamente a organização e as

oportunidades de mercado sejam bem aproveitados.

Page 25: Monografia Planejamento Estratégico

24

2.3.2 O que é Estratégia

Segundo Cobra (1992), a estratégia pode ser definida como um conjunto de

medidas que vêm sendo usadas indiscriminadamente na área administrativa,

compreendendo todo seu ambiente organizacional. Trata-se de um conceito de

grande emprego acadêmico e empresarial, dotado de uma grande amplitude e

diversificação que, em alguns aspectos, é complementar e em outros, divergentes.

No entanto, conforme Mintzberg (1988, p. 1):

Não há uma definição única aceita universalmente. Diferentes autores e gerentes utilizam o termo (estratégia) diferentemente; por exemplo, alguns incluem metas e objetivos como parte da estratégia, enquanto outros fazem firme distinção entre eles... será útil pensar sobre o significado de estratégia [...] para ver se certas definições se encaixam em diversos contextos.

Para Almeida (2001, p.21) “estratégia é o caminho que a entidade deverá

seguir, sendo que se pode considerar uma decisão mais estratégica à medida que

seja mais difícil voltar atrás e tenha-se uma interferência maior em toda a entidade”.

Por outro lado, Stoner (1995) afirma que o conceito de estratégia pode ser definido,

conforme pelo menos. duas perspectivas diferentes. Tais perpectivas tratam-se do

que a organização pretende fazer e o que a organização eventualmente faz.

Por fim, Oliveira (2004, p. 194) afirma que a estratégia pode ser definida como

“(...) um caminho, ou maneira, ou ação formulada e adequada para alcançar,

preferencialmente, de maneira diferenciada, os desafios e objetivos estabelecidos, n

melhor posicionamento da empresa perante seu ambiente.”

Após os diversos conceitos sobre estratégia, pode-se adentrar mais neste

conceito e conhecer sobre o processo de administração estratégica. Para Certo

(1993), o processo de administração estratégica começa com a análise do ambiente,

que tem como objetivo monitorar todo ambiente organizacional e identificar os riscos

e oportunidades presentes e futuras. Neste sentido, Porter (1986, p. 22) afirma que:

(...) a chave para o desenvolvimento de uma estratégia é pesquisar em maior profundidade e analisar as fontes de cada força. O conhecimento destas fontes subjacentes da pressão competitiva põe em destaque os pontos fortes e os pontos fracos críticos da companhia, anima o seu posicionamento em sua indústria, esclarece as áreas em que mudanças estratégicas podem resultar no retorno máximo e põem em destaque as

Page 26: Monografia Planejamento Estratégico

25

áreas em que as tendências da indústria são da maior importância, quer como oportunidades, quer como ameaças”.

Figura 3: Principais etapas do processo de administração estratégica.

Fonte: CERTO (1993 p. 14)

Segundo Certo (1993), muitos administradores valorizam o fato de se ter uma

diretriz organizacional que seja claramente pela missão da organização. Na figura 4,

pode-se perceber as situações que influenciam o ambiente organizacional:

Etapa 4: Implementação da Estratégia

Etapa 3: Formulação

da Estratégia

Etapa 2: Estabelecendo

a Diretriz Organizacional.

• Missão • Objetivos

FEEDBACK

Etapa 5: Controle

Estratégico

Page 27: Monografia Planejamento Estratégico

26

Figura 4: Exemplo de fatores ambientais a serem monitorados pela administração estratégica.

Fonte: Certo (1993, p. 15)

De acordo com Mayer, citado por Certo (1993), o impacto de se ter uma

missão organizacional claramente definida foi essencial para a reviravolta que as

organizações experimentaram com a implementação da administração estratégica.

No que tange à formulação de uma estratégia, passo importante para o

sucesso do processo, Certo (1993) diz que a estratégia é definida como um curso de

ação com vistas a garantir que a organização alcance seus objetivos. Formular a

estratégia compreende então em projetar e selecionar as estratégias que levem à

realização dos objetivos organizacionais.

Certo (1993) descreve também sobre um passo importante que é a

implementação da estratégia. Nesta etapa é onde se coloca em ação as estratégias

desenvolvidas que surgiram de etapas anteriores para se chegar a implementação

da estratégia.

O ambiente organizacional deve ser completamente avaliado, pois é através

da análise deste ambiente que se vai avaliar as ameaças e oportunidades,

presentes e futuras que poderão alterar o processo de implementação e execução

Características Organizacionais • Participação no mercado • Quantidade dos produtos • Fluxo de caixa/investimento de

capital bruto

Comportamento de mercado e do consumidor

• Segmentação do mercado • Tamanho do mercado • Desenvolvimento do novo

mercado • Lealdade do comprador

Fornecedor • Principais mudanças na

disponibilidade de matérias-primas

Estrutura Industrial • Taxa de mudanças

tecnológicas em produtos ou processos

• Grau de diferenciação do produto

• Estrutura de preço/custo da indústria

• Economia de escala Social Econômico e Político

• Tendência do PND • Taxa de Juros • Disponibilidade de energia • Governo – estabelecidos e

legalmente impostos

Page 28: Monografia Planejamento Estratégico

27

da estratégia organizacional. Os administradores atuais têm a necessidade de se

realizar uma análise no ambiente, que se baseia na teoria geral dos sistemas. É

neste contexto que a BS Motos se encontra. Num ambiente de rápidas mudanças,

há a necessidade de se elaborar um planejamento adequado que possa se preparar

para tais mudanças e aproveitar as oportunidades.

2.3.3 Implementação de uma Estratégia na Organização

Segundo Certo (1993) o resultado mais provável quando uma organização

tem uma boa estratégia implementada é o sucesso. Para atingir seus objetivos, uma

organização deve além de formular, fazer uma boa implementação da estratégia,

pois, se houver divergência em uma destas tarefas, é provável que o resultado seja

uma falha na implementação da estratégia. Segundo Porter (1986, p. 22): “a meta da

estratégia competitiva para uma unidade empresarial em uma indústria é encontrar

uma posição dentro dela em que a companhia possa melhor se defender contra

essas forças competitivas ou influenciá-las em seu favor.”

Page 29: Monografia Planejamento Estratégico

28

Figura 5: Diagnosticando problemas de uma estratégia.

Fonte: CERTO (1993. p. 159)

De acordo com Certo (1993), a figura acima relata problemas que podem

ocorrer na implementação da estratégia. Assim, roleta 1envolve situações em que

uma estratégia mal formulada é bem implementada.

Dentro da formulação da estratégia, o problema é caracterizado por situações

em que uma estratégia bem formulada é mal implementada. A maioria dos erros

ocorre porque os envolvidos no processo concentram apenas na formulação da

estratégia e falham na implementação.

Segundo Certo (1993), o fracasso provavelmente ocorre quando uma

estratégia é mal formulada e mal implementada. Quando isto ocorre, os

administradores envolvidos têm grandes dificuldades de voltarem para o caminho

certo, pois, se recomeçarem a estratégia, provavelmente ocorrerá falha, e se

reformularem a estratégia, o fracasso torna-se um risco. O autor relata que

problemas estratégicos desta célula da matriz são muito difíceis de serem

diagnosticados e remediados.

Segundo Certo (1993), deve ficar claro que a implementação da estratégia é

tão importante quanto a sua formulação. Infelizmente, acontece que os

administradores, quando formulam estratégias, simplesmente assumem que haverá

implementação efetiva, o que nem sempre ocorre e acontecem as falhas e o

fracasso.

Durante a primeira etapa de implementação de uma estratégia, é util ter uma

idéia clara do quanto a organização terá de mudar para que a estratégia seja

1 O termo está no itálico por se tratar de uma expressão não-usual usada pelo autor.

Sucesso

Fracasso

Roleta

Problemas

IMPLEMENTAÇÃO DE

ESTRATÉGIA

Boa

Ruim

FORMULAÇÃO DA ESTRATÉGIA

Boa Ruim

Page 30: Monografia Planejamento Estratégico

29

implementada com sucesso. Há algumas estratégias a serem implementadas nas

empresas que necessitam fazer pequenas alterações na forma como elas conduzem

seus negócios e outras já necessitam que nas empresas façam mudanças

expressivas para que possa receber as estratégias.

Neste sentido, a figura 6 abaixo ilustra as etapas do processo de

administração estratégica, a saber:

Figura 6: Etapas do Processo de Administração Estratégica

Fonte: Adaptado de Certo e Peter (1993, p. 35).

A implementação de um estratégia para provocar mudanças, pode ser vista

como uma corrida contínua em que não existe variação estratégica até que ocorra a

alteração completa da missão da organização. De acordo com Certo (1993), a

implementação de uma estratégia torna-se complexa à medida que ela muda de

uma estratégia de continuação para um redirecionamento organizacional, porque a

quantidade de unidades organizacionais, pessoas e tarefas aumenta em um número

considerável.

Ambiente

• Interno • Externo

Implementação

da Estratégia

Formulação

da Estratégia

Diretrizes

• Missão • Objetivos

FEEDBACK

Controle

Estratégico Operacional

Page 31: Monografia Planejamento Estratégico

30

Figura 7: Tarefa de implementação da estratégia

Fonte: (Certo 1993, p. 160).

Com base nisso, Stoner (1995, p. 141) afirma que:

(...) assim que a estratégia for determinada, ela tem de ser implementada, ou incorporada às operações cotidianas da organização. Mesmo a estratégia mais sofisticada e criativa não irá beneficiar a organização, a menos que seja implementada com eficácia. Quer seja ou não registrada em um plano estratégico formal e detalhado, a estratégia deve ser traduzida em planos operacionais apropriados.

A implementação da estratégia organizacional deve seguir todos os detalhes

estipulados na sua formulação, para que não haja perda de informações e para que

o resultado final seja o sucesso da operação. Pode-se concluir, até então, que a

estratégia deve seguir determinados parâmetros antes de ser colocada em prática

Análise das mudanças estratégicas

Análise da Estrutura Organizacional

Análise da cultura organizacional

Seleção de uma abordagem de implementação

Page 32: Monografia Planejamento Estratégico

31

na organização. Desta forma, percebe-se a importância de se fazer o presente

estudo para que o Planejamento Estratégico tenha os efeitos almejados na

organização.

2.3.4 O Planejamento Estratégico

Gracioso (1996, p.41) afirma que o “objetivo do planejamento estratégico

consiste em encontrar formas diferentes de conduzir os negócios para melhorar a

performance futura da empresa” (itálico no original). Com a definição dos conceitos

de estratégia e planejamento, pode-se trabalhar mais a fundo a definição de

Planejamento Estratégico. Fischmann (1991, p. 25) o define como:

(...) uma técnica administrativa que, através da análise do ambiente de uma organização, cria a consciência das suas oportunidades e ameaças dos seus pontos fortes e fracos para o cumprimento da sua missão e, através desta consciência, estabelece o propósito de direção que a organização deverá seguir para aproveitar as oportunidades e evitar riscos.

Já Pagnoncelli (1992, p. 10) define Planejamento Estratégico como “(...)

processo através do qual a empresa se mobiliza para atingir o sucesso e construir o

seu futuro, por meio de um comportamento proativo, considerando seu ambiente

atual e futuro.”.

Pagnoncelli (1993, p. 98) julga ser importante para o processo de

Planejamento Estratégico, a análise do ambiente, onde serão analisadas as forças e

fraquezas, oportunidades e ameaças, além de definir quais os objetivos a

organização pretende alcançar, por meio de dados quantitativos e qualitativos em

um determinado período. Queiroz (1992) também propõe essa leitura de ambiente e

vê-se que ela é de suma importância para uma mudança organizacional planejada.

No entanto, Chiavenato (2002) salienta que existem algumas condições para

a eficácia do Planejamento Estratégico, tais como a definição da missão da

empresa, formulação dos objetivos organizacionais, estabelecimento de metas,

acompanhamento e avaliação do cumprimento de tais metas; dentre outras que

visem corrigir e replanejar sempre que necessário.

Page 33: Monografia Planejamento Estratégico

32

Nesse mesmo sentido, Graelm (2000) alerta que planejamento estratégico

não dá garantias de sucesso, ele aumenta a probabilidade de acerto das decisões

da organização e possibilita uma probabilidade maior de maximizar os retornos de

investimento e minimizar a gravidade e as chances de ocorrência de fatos

desfavoráveis, o que justifica o seu uso nas organizações atuais.

Porém, Certo (1993) afirma que um número muito pequeno de organizações

utiliza do verdadeiro Planejamento Estratégico. Já a maioria das empresas ainda

utilizam as ultrapassadas técnicas do planejamento a longo prazo, que se baseiam

em extrapolação das situações passadas, como se fossem técnicas do

planejamento estratégico. Isso ocorre por falta de conhecimento das características

deste Planejamento.

Por fim, Porter (1986, p. 9) assevera que a necessidade de planejar é

necessária no sentido de que “(...) as empresas nunca podem parar de aprender

sobre o setor em que atuam, suas rivais ou formas de melhorar ou modificar sua

posição competitiva.”. É nesta linha de pensamento que o Planejamento Estratégico

se torna algo necessário a toda e qualquer empresa. Silva (2001, p.37)

complementa esse pensamento ao aduzir que “o planejamento é uma característica

intrínseca do desenvolvimento e da evolução do ser humano”.

Diante dos fatos elencados pelos autores sobre conceito de Planejamento

Estratégico, pode-se deduzir que no presente estudo há a necessidade de se

estudar essa ferramenta mais a fundo, devido às suas diversas peculiaridades e

devido a sua grande importância, além de ser uma ferramenta a ser utilizada e

modificada constantemente de acordo com as variações do meio ambiente em que a

empresa está inserida.

Nesta esteira, Kotler (1993, p.168) afirma que o Planejamento Estratégico faz:

(...) as empresas pensarem sistematicamente no futuro e melhoram as interações entre executivos da empresa, obriga a empresa a definir melhor seus objetivos e políticas, proporcionando uma melhor coordenação dos esforços da empresa e proporciona padrões de desenvolvimento mais fáceis de controlar.

Para Chiavenato, existem três níveis de Planejamento. O Quadro 01 ilustra da

seguinte forma:

Page 34: Monografia Planejamento Estratégico

33

Quadro 1: Níveis de Planejamento

Planejamento Conteúdo Extensão Amplitude Estratégico Genérico, sintético,

abrangente Longo prazo Aborda a empresa

como uma totalidade Tático Menos genérico e

mais detalhado Médio prazo Aborda cada

unidade da empresa separadamente

Operacional Detalhado, específico, analítico

Curto prazo Aborda cada tarefa ou operação apenas

Fonte: Chiavenato (2000b, p.199)

Segundo este mesmo autor, o planejamento estratégico envolve a empresa

como um todo e é decidido pela direção da organização; a preocupação neste nível

se estende ao longo prazo. O planejamento tático envolve cada departamento da

organização, abrangendo recursos específicos; definido por cada um deles; é

projetado para o médio prazo, geralmente um ano. Já o planejamento operacional

envolve cada atividade isoladamente e é projetado para o imediato, ou seja, a rotina

diária das atividades executadas na organização. Esses planos restringem-se a

aspectos específicos da organização.

Oliveira ilustra os tipos planejamento estratégico, conforme o quadro abaixo:

Figura 8: Ciclo básico dos tipos de planejamento

Adaptado de Oliveira (1999, p.45)

Complementando, Oliveira apresenta o quadro dos tipos de Planejamento

Estratégico de forma a relacioná-los aos níveis hierárquicos do planejamento,

detalhando o planejamento operacional:

Planejamento

estratégico da

empresa

Análise e

controle de

resultados

Planejamento

Tático da

empresa

Análise e

controle de

resultados

Consolidação

e interlig. dos

resultados

Análise e

controle de

resultados

Planejamentos operac. das

unidades Org.

Page 35: Monografia Planejamento Estratégico

34

Quadro 2: Tipos de Planejamento

Adaptado de Oliveira (1999, p.44)

Por fim, este autor explica o quadro anterior da seguinte forma:

O delineamento compreende a estruturação do processo de planejamento estratégico. Portanto, o básico deste momento é o executivo escolher a estrutura metodológica do processo de planejamento estratégico. (...) A elaboração inclui a identificação das oportunidades e ameaças no ambiente da empresa e a adoção de estimativas de risco para as alternativas, o executivo deve identificar e avaliar os pontos fortes e fracos da empresa e sua capacidade real e potencial de tirar vantagens das oportunidades percebidas no ambiente bem como de enfrentar as ameaças. (...) A implementação envolve assuntos organizacionais, os sistemas de informações, os sistemas de incentivo, a competência operacional, o treinamento e a liderança necessária ao desenvolvimento do processo. (OLIVEIRA 2004, p.66).

Indo de acordo com o pensamento de Costa (2005), percebe-se que o

planejamento está intrinsecamente ligado à busca pela satisfação personalizada de

cada cliente em uma organização. Para que haja um entendimento neste sentido,

devem ser adotadas metodologias para análise e implementação do planejamento,

TIPO

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

Planejamento Mercadológico

Planejamento Financeiro

Planejamento de produção

Planejamento de recursos humanos

Planejamento Organizacional

Plano de preços e produtos

Plano de despesas

Plano de capacidade de produção

Plano de recrutamento e seleção

Plano diretor de sistemas

Plano de promoção

Plano de investimentos

Plano de controle de qualidade

Plano de treinamento

Plano de estrutura organizacional

Plano de vendas

Plano de utilização de mão-de-obra

Plano de estoques

Plano de cargos e salários

Plano de rotinas administrativas

Plano de distribuição

Plano de fluxo de caixa

Plano de promoções

Plano de informações gerenciais

Plano de pesquisas de mercado

Plano orçamentário

Plano de expedição de produtos

Plano de capacitação interna

Plano de comunicações

Plano de compras

NÍVEL

Estratégico

Tático

Page 36: Monografia Planejamento Estratégico

35

conhecendo a estrutura organizacional, analisando seus fatores externos e internos,

definindo passos para implementar e acompanhar tal planejamento.

2.3.5 O Modelo ideal

É importante elencar alguns aspectos relativos às vantagens e desvantagens

do Planejamento Estratégico. Enquanto uma ferramenta gerencial, o Planejamento

Estratégico possui o lado bom e o lado ruim.

Segundo Certo e Peter (2002), uma organização pode obter diversas

vantagens ao aplicar a administração estratégica efetiva em seu contexto, dentre as

quais, destacam-se o aumento da lucratividade e o alcance de metas a longo prazo.

Nesta mesma linha, Ackoff (1974) diz que o Planejamento Estratégico agiliza o

processo decisório, desenvolve a capacidade gerencial, melhora o conhecimento do

ambiente e incentiva a eficácia e a efetividade.

Conforme já assegura Bertáglia (2003, p.39):

O planejamento estratégico é um esforço para produzir decisões que orientarão as ações da organização. Deve ser simples e claro, e conter a missão, os princípios, as metas e os objetivos da empresa, e se basear nas premissas e variáveis internas e externas.

Robbins (2000, p.117) acredita que “o planejamento dá direção, reduz o

impacto da mudança, minimiza o desperdício e a redundância e fixa os padrões para

facilitar o controle”. Pereira (2002) complementa que o planejamento estratégico

possibilita um comportamento com sinergia às áreas funcionais da organização, o

que permite a obtenção de melhores resultados operacionais. Além disso, segundo

o autor, o Planejamento Estratégico dá uma base forte ao processo decisório,

possibilitando à organização manter maior interação com o ambiente e aumenta o

nível de interação entre os indivíduos da organização através da concentração de

esforços para os objetivos organizacionais.

Por outro lado, Certo e Peter (2002) asseveram que o emprego ineficiente da

administração estratégica no seio da organização pode resultar em problemas, tais

surpresas ambientais que podem mutilar a organização, bem como pode levar à

baixa motivação dos funcionários para atingir as metas organizacionais. Segundo

Page 37: Monografia Planejamento Estratégico

36

Robbins (2000), há uma certa dificuldade no que tange à mudança em um ambiente

turbulento, e cria-se uma rigidez onde os sistemas não podem substituir a

criatividade, levando as organizações bem-sucedidas a preocuparem-se

demasiadamente com os fatores responsáveis por seu sucesso, deixando de focar

em atividades básicas da organização.

Outro fator que pode levar o Planejamento Estratégico a uma desvantagem, é

elencado por Ansoff (1991, p. 17) ao acreditar que:

(...) o ambiente global das empresas tem passado por mudanças significativas que, na maioria dos casos, nenhum precedente tinham tido no clima empresarial anterior. As mudanças têm se tornado mais freqüentes e rápidas, e o mundo empresarial ficou ainda mais complexo”.

Ackoff (1974) complementa o entendimento deste último autor afirmando que

o Planejamento Estratégico é muito complexo, onde exige muito esforço intelectual e

dedicação. Segundo este autor, a ferramenta não faz milagres e é preciso, primeiro,

implementar o planejamento para que as ações modifiquem a realidade.

Diante das vantagens e desvantagens do Planejamento conhecidos até

então, o presente estudo se valerá do Planejamento Estratégico como a ferramenta

mais adequada como sendo o modelo ideal. Esse entendimento está conforme a

assertiva de Oliveira (2004, p. 48):

O planejamento estratégico é, normalmente, de responsabilidade dos níveis mais altos da empresa e diz respeito tanto na formulação de objetivos quanto à seleção dos cursos de ação a serem seguidos para a consecução, levando em conta as condições externas e internas à empresa e sua evolução esperada. Também considera as premissas básicas que a empresa, como um todo, deve respeitar para que o processo estratégico tenha coerência e sustentação decisória.

Nessa premissa, o planejamento estratégico é o modelo de planejamento

mais adequado para o presente estudo, devido ao seu direcionamento ao nível mais

alto da organização.

Page 38: Monografia Planejamento Estratégico

37

2.4 Elementos do Planejamento Estratégico

2.4.1 O Negócio

É importante que se defina qual é o negócio da empresa. Dessa forma, os

integrantes dela irão compreender a sua forma de atuação. Conforme Maximiano

(2000), muitas empresas preferem usar a palavra negócio para definir a sua missão.

Muitas empresas nem precisam explicitar seu negócio, pois este já está bastante

óbvio. No entanto, conforme o quadro a seguir, pode-se notar que o negócio da

organização pode ser vista sob uma visão míope e sob uma visão estratégica:

Quadro 3: Negócio sob enfoque de duas visões

Fonte: Vasconcellos & Pagnoncelli (1992)

Page 39: Monografia Planejamento Estratégico

38

2.4.2 Missão

Segundo Chiavenato (2000, p.49):

(...) toda a organização foi criada para atender alguma finalidade: oferecer um produto ou serviço à sociedade. A missão representa essa finalidade ou incumbência. Em outros termos, a missão significa a própria razão de ser e de existir da organização e qual é o seu papel na sociedade.

Complementando essa definição, Chiavenato apresenta a figura abaixo para

melhor entendimento da missão e sua representação em uma organização:

Figura 9: Posição da missão na organização

Fonte: Chiavenato (2002)

Para Certo e Peter (1993, p.76), “a missão organizacional é a proposta para a

qual, ou a razão pela qual uma organização existe.” Neste mesmo sentido, Wright,

Kroll e Pamell (2000, p. 93) asseveram que

(...) a missão da organização é definida de modo formal, por escrito, em uma declaração de missão – uma declaração de propósito genérica mas duradoura, que identifica o alcance das operações de uma organização e o que ela pode oferecer para seus vários stakeholders.

Page 40: Monografia Planejamento Estratégico

39

Complementando, os autores afirmam que a missão vai mais além ao

acreditarem que “uma empresa com um senso agudo de sua própria identidade tem

muito mais chances de obter sucesso do que uma outra que não tenha um

entendimento claro de sua razão de existir”. (Wright, Kroll e Parnell, 2000, p.95)

2.4.3 Visão

Conforme o próprio nome já diz e conforme a afirmação de Lamounier (1995,

p.74) “a visão é um sonho da organização”. Costa (2002, p.35) discorda deste último

autor e vai mais além. Segundo ele, a visão não é um mero sonho, mas sim “um

modelo mental, claro, de um estado ou situação altamente desejável, de uma

realidade futura possível”.

Para Chiavenato (2000, p.50), a visão “serve para mirar o futuro que se

deseja alcançar. A visão é a imagem que a organização define a respeito do seu

futuro, ou seja, do que ela pretende ser”.

2.4.4 Objetivos

O Objetivo organizacional, segundo Certo e Peter (2002, p. 81), é definido

como: “(...) uma meta para a qual a organização direciona seus esforços.” Diferem

da missão por, segundo o autor, ter um escopo mais específico e são projetados par

ajudar na montagem dos planos operacionais e colocar em prática a estratégia.

Bateman e Snell (1998, p.124) afirmam que os objetivos “constituem os alvos

principais ou resultados finais, que se referem à sobrevivência a longo prazo, ao

valor e ao crescimento da organização”.

Para Tavares (1991), os objetivos são as formas de ação para se seguir a

estratégia estabelecida. Ainda segundo Tavares (2000, p.364) a função dos

objetivos “é posicionar a organização, orientar a ação, definir o ritmo dos negócios,

motivar pessoas, facilitar a avaliação do desempenho e incorporar intuição e

racionalidade”.

Page 41: Monografia Planejamento Estratégico

40

2.4.5 Metas

Fischmann e Almeida (1991, p.25) afirmam que “metas são valores definidos

dos objetivos a serem alcançados ao longo do tempo”. Complementando essa

definição, Almeida (2001, p.30) ressalta que “meta é uma segmentação do objetivo,

em que o aspecto quantitativo em uma importância maior, ou seja, é mais preciso

em valor e em data, pois é mais próximo que o objetivo”.

Ao relacionar as metas com os demais elementos do Planejamento

Estratégico, Kotler (1998) afirma que a empresa pode desenvolver metas

específicas de planejamento para um determinado período de tempo após ter

definido sua missão e examinado seus ambientes externo e interno. Os objetivos

devem ser transformados em metas mensuráveis, de forma que o planejamento seja

de fácil entendimento.

Conhecendo, portanto, os elementos do Planejamento Estratégico, pode-se

perceber que o Planejamento Estratégico terá uma possibilidade maior de atingir a

eficiência, caso todos eles sejam esclarecidos de forma plena na organização. Ao

definir a missão, visão, dentre os outros elementos, a organização irá ter uma razão

de existência e isso irá implicar numa melhor gestão dos negócios tanto para a alta

gerência quanto para os funcionários. O presente estudo se enriquece ao abordar

tais elementos.

2.5 Análise do Ambiente (S.W.O.T)

Agora será trabalhada uma análise acerca do ambiente. Segundo Fischmann

e Almeida (1991, p.25), o “ambiente de uma organização é tudo aquilo que a

influencia nos seus negócios e que esta não tem condições para alterá-lo”. É o que

diz Robbins (2000, p. 89), ao assegurar que o ambiente de uma organização “é

composto por forças e instituições externas a ela que podem afetar o seu

desempenho.”

Em outras palavras, a análise do ambiente é conhecida como análise SWOT.

Segundo Kotler (2000, p. 98) a análise SWOT (dos termos em inglês strengths,

Page 42: Monografia Planejamento Estratégico

41

weaknesses, opportunities, threats) é a avaliação global das forças, fraquezas,

oportunidades e ameaças da organização. Complementando este entendimento,

Ferrel et al (2000, p. 33-34) assevera que a análise SWOT foca os fatores internos

(forças e fraquezas) e externos (oportunidades e ameaças) derivados da análise

ambiental que, se usados e compreendidos da forma correta, dão à empresa certas

vantagens, além de satisfazer as necessidades de seus mercados-alvo. Essas

forças, fraquezas, oportunidades e ameaças devem ser analisadas em relação às

necessidades e à concorrência de mercado. Essa análise ajuda e empresa a

identificar o que está bem e o que não está.

Para Thompson Jr (2003, p. 42):

A análise ambiental objetiva avaliar as situação da empresa relativamente aos ambientes interno e externo. Essa avaliação é realizada mediante a determinação dos fatores - chaves de sucesso para a empresa, os quais orientam a identificação e a análise das variáveis ambientais críticas internas e externas.

Segundo Almeida (2001, p.18), na análise ambiental “são identificadas as

oportunidades e ameaças, que são os principais condicionantes da eficácia

organizacional, ou seja, para se ter sucesso, deve-se aproveitar as oportunidades e

evitar as ameaças”. Complementando esta idéia, Chiavenato (2000a, p.71) afirma

que “o ambiente representa todo o universo que envolve externamente uma

empresa; é tudo aquilo que está fora da empresa. O ambiente é a própria sociedade

maior, constituída de outras empresas, organizações, outros grupos sociais”.

Oliveira (1999, p.53) define “ambiente como um conjunto de fatores que,

dentro de um limite específico, se possa conceber como tendo alguma influência

sobre a operação do sistema”. A figura abaixo, adaptada deste mesmo autor, mostra

a configuração do ambiente de uma organização:

Page 43: Monografia Planejamento Estratégico

42

Figura 10: Ambiente do sistema empresa

Fonte: Adaptado de Oliveira (1999, p.53)

Neste ambiente organizacional, existem o ambiente interno e o externo. O

ambiente externo é definido por Bateman e Snell (1998, p.70) como sendo “todas as

forças relevantes além dos limites da empresa”. Acerca do ambiente externo, Hitt et

al (2005, p. 68) acreditam que:

Um objetivo fundamental da análise do ambiente geral é a identificação precoce de mudanças e tendências significativas entre os elementos externos. Com seu enfoque voltado para o futuro, a análise do ambiente geral permite que as empresas identifiquem oportunidades e ameaças. É também um ator crítico para as operações futuras de uma empresa o conhecimento do ambiente da indústria e de seus concorrentes.

Segundo Ferrel e outros (2000, p. 33), a análise do ambiente externo deve

incluir todos os fatores relevantes econômicos, competitivos, sociais, políticos/legais

e tecnológicos que podem exercer pressões consideráveis diretas e indiretas sobre

as atividades da empresa. Complementando esta idéia em relação à análise

externa, Costa (2006) elenca outros fatores a serem considerados que são: os

cenários, conjuntos de premissas consideradas importantes pela organização e os

interessados no negócio, ou seja, os stakeholders, que são os sustentáculos do

negócio; as pessoas que os rodeiam, que compram, que influenciam na demanda da

empresa de uma forma geral.

Page 44: Monografia Planejamento Estratégico

43

Já sobre o ambiente interno, Oliveira (2004, p. 79) acredita que:

Nos estabelecimento das etapas dos processos de definição de pontos fortes, fracos e neutros da empresa, a estrutura organizacional aparece como um dos principais atributos a serem analisados, pois somente uma empresa com a estrutura organizacional bem definida pode alcançar seus objetivos de maneira adequada.

Para Montana e Charnov (1998, p.53) “o ambiente interno consiste nos

fatores dentro de uma organização que constituem os recursos organizacionais,

principalmente os fatores financeiros, físicos, humanos e tecnológicos”. A análise de

tal ambiente permite encontrar os pontos fortes e os pontos fracos da organização:

Pontos fortes são aquelas características positivas de destaque na instituição que a favorecem no cumprimento de seu propósito; pontos fracos são características negativas, que a prejudicam no comprimento de seu propósito; e pontos a melhorar são características positivas na instituição, mas não nível ou grau suficiente para contribuir efetivamente para o cumprimento de seu propósito. (COSTA, 2005, pg. 112).

Ao fazer uma análise deste ambiente interno, Bateman e Snell sugerem o

quadro que analisam as principais áreas da organização com suas potencialidades e

suas fraquezas:

Quadro 4: Análise de recursos internos

Fonte: Bateman e Snell (1998, p. 129)

Page 45: Monografia Planejamento Estratégico

44

Neste mesmo sentido, Wrigth (2000) complementa que o ambiente interno

possibilita, além disso, uma identificação dos fatores da empresa que a dê

condições de se posicionar perante o ambiente para tirar vantagens das

oportunidades e minimizar as ameaças. Ainda segundo este autor:

(...) os pontos fracos e fortes de uma empresa constituem seus recursos. Incluem seus recursos humanos (experiências, capacidades, conhecimentos, habilidades e julgamento de todos os funcionários da empresa), os organizacionais (os sistemas e processos da empresa, inclusive suas estratégias, estrutura, cultura, administração de compras, materiais, produção, operações, base financeira, pesquisa e desenvolvimento, marketing, sistema de informação e sistema de controle), e físicos (instalações e equipamentos, localização geográfica, acesso a matérias-primas, rede de distribuição e tecnologia).

O modelo da análise SWOT a ser utilizado no presente estudo levará em

consideração os fatores econômicos e tecnológicos e sociais, pois tais fatores são

de extrema relevância para a BS Motos e de certa forma, são os que mais afetam a

empresa na atual conjuntura. O fator tecnológico influencia com os avanços da

modernidade, os processos de inovação da tecnologia, dentre outros. O fator

econômico influencia com os tipos de clientes do local, a concorrência e a economia

que gira em um ambiente. Já o fator social é dotado de gosto dos consumidores,

hábitos e valores que podem de certa forma, interferir na hora da escolha de um

produto/serviço.

2.5.1 Aplicabilidade da análise SWOT no contexto organizacional

Segundo Bryson (1995), a exploração dos ambientes internos e externos da

organização combinada com a orientação da missão já vista anteriormente neste

estudo, formam a fundação para identificar as questões estratégicas envolvidas e o

desenvolvimento de estratégias efetivas que crescerão nas competências internas.

Esta combinação aproveita as oportunidades e minimiza as fraquezas e ameaças.

Ainda segundo o autor, a organização deve realizar análises SWOT

periodicamente, criando métodos e sistemas para facilitar este processo. Neste

mesmo sentido, Kaufman e Herman (1991) acreditam que uma análise SWOT deve

Page 46: Monografia Planejamento Estratégico

45

completar todo o processo que desenhou o futuro desejado de uma organização que

já tenha os objetivos definidos e aceitos, no intuito de permitir aos planejadores,

analisarem as competências disponíveis para implementar estratégias e táticas.

É de acordo com o entendimento de Padoveze (2002. p.13) que pode-se

perceber a relação do Planejamento Estratégico e a análise SWOT:

O Planejamento Estratégico emerge de um processo de tradução das informações existentes em planos para atender a metas e objetivos organizacionais. A base de todo o processo está em identificar, coletar, armazenar, mesurar, analisar, entender, interpretar e julgar informações, além de consolidar idéias e conceitos baseados nessas informações para os processos decisórios subseqüentes. A análise de Swot é o procedimento mais recomendado no planejamento Estratégico.

Percebe-se neste sentido, que a análise SWOT é de grande ganho para o

contexto organizacional por colaborar para uma leitura mais adequada do ambiente

e proporcionar conhecimento para o processo decisório e o conjunto de ações da

organização. O modelo a ser utilizado será voltado para os fatores econômicos,

sociais e tecnológicos, pois são fatores que mais influenciam o setor de motocicletas

na região em que a BS Motos se encontra.

Page 47: Monografia Planejamento Estratégico

46

3. CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA

A BS Motos é uma empresa de pequeno porte com razão social Bacelar e Sá

Motos LTDA. A empresa iniciou suas atividades no ano 2000 quando ainda se

chamava Moto e Companhia. No ano de 2008 tornou-se concessionária autorizada

da Suzuki passando então, a chamar-se: BS Motos. A empresa está localizada na

Avenida Silvio Felício dos Santos, 106 Centro – Diamantina/MG.

Com uma aquisição dessa franquia junto à Suzuki, a empresa foi

conquistando um mercado ainda maior, tornando-se uma empresa conhecida em

toda a região. A BS MOTOS conta com uma estrutura diferenciada na região e com

profissionais aptos a desenvolver um atendimento de alto nível, buscando a

satisfação de seus clientes.

A BS Motos oferece a seus clientes, além de venda de motos, serviços

completos de reparos e consertos em geral, possuindo uma oficina completa de

multimarcas, num ambiente limpo e organizado, de acordo com os padrões de

qualidade Suzuki. Todos os serviços de revisão e manutenção são realizados por

profissionais treinados e certificados, garantindo desta maneira, a padronização,

confiabilidade, qualidade, agilidade e excelência no atendimento, além de dispor de

uma completa seção de peças, multimarcas e boutique, onde os motociclistas

encontram roupas, equipamentos e acessórios em geral.

Atualmente, a empresa conta em seu quadro com 13 (treze) funcionários

divididos da seguinte forma em seus setores: 2 diretores, 1 gerente Geral, 1

coordenador de peças, 1 coordenador de serviços, 1 coordenados de vendas, 1

coordenador financeiro e administrativo, 1 balconista, 1 estoquista, 2 mecânicos, 1

auxiliar de vendas e 1 auxiliar administrativo. A direção da empresa é exercida pelo

proprietário, juntamente com um dos filhos. Os demais funcionários são contratados

de BS Motos e treinados pela empresa para executarem suas funções.

A BS Motos conta com o desenvolvimento contínuo de sua excelente equipe

de colaboradores no intuito de acelerar o seu processo de crescimento e continuar o

sucesso que está adquirindo junto a seus clientes, confiante no crescente uso da

motocicleta como meio de transporte rápido, seguro, barato e extremamente

acessível. A BS Motos espera continuar com sua expansão e consolidação como o

Page 48: Monografia Planejamento Estratégico

47

maior grupo de concessionária Suzuki em sua região. Abaixo, segue o organograma

da empresa para que seja melhor visualizado, conforme figura 11.

Page 49: Monografia Planejamento Estratégico

48

Figura 11: Organograma da empresa Fonte da pesquisa: Desenvolvida pelo autor deste estudo

João Ferreira Diretoria Diretoria

Gerente geral

Coordenador de peças Coordenador de serviços Coordenador de

vendas

Coordenador financeiro

administrativo

Balconista Estoquista

Mecânico

1

Mecânico 2

Auxiliar de vendas e

administrativo Auxiliar de

vendas

Page 50: Monografia Planejamento Estratégico

49

A empresa possui todos os seus sistemas informatizados, permitindo assim,

maior controle de seus produtos, suas vendas e seus estoques. Todos os processos

que envolvem o dia-a-dia da BS Motos são informatizados, permitindo também, um

controle dos revendedores que atuam na macro-região de Diamantina, área onde

está instalada a empresa.

No que se refere a sua atividade principal, que é a venda de motocicletas, a

empresa trabalha em parceria com empresas financeiras que permitem que todas as

pessoas tenham acesso a seus produtos pelas facilidades oferecidas por linhas de

créditos.

A BS Motos possue revendedores nas cidades vizinhas que representam a

empresa e divulgam seu nome junto aos possíveis clientes, e a marca Suzuki que é

nova na região.

Quanto ao perfil dos clientes é bem diversificado compreendendo todo tipo de

pessoas que optam pela motocicleta como meio de transporte ou como ferramenta

de trabalho.

A BS Motos utiliza como meio de divulgação da empresa um plano de

marketing simples, compreendendo apenas as emissoras de radio local, patrocínios

em alguns eventos de Diamantina e região. Possui alguns panfletos que são

distribuídos pelos revendedores que viajam na região para fazer entregas de vendas

e deixam os mesmos em pontos estratégicos visando atingir seus clientes

potenciais.

Page 51: Monografia Planejamento Estratégico

50

4. METODOLOGIA

É preciso que se faça uma definição do que é a metodologia. De acordo com

Diehl e Tatim (2004, p. 48), metodologia é a “maneira utilizada de forma padronizada

para alcançar os objetivos gerais e específicos do projeto de pesquisa”. Para

Deslandes (1994), a metodologia na pesquisa é mais que uma descrição formal dos

métodos e técnicas a serem utilizados, indo ainda mais além, indicando as opções e

a leitura operacional que o pesquisador fez do quadro teórico.

Complementando este entendimento, Vergara (2005) afirma que a

metodologia consiste na utilização de métodos de pesquisa, bem como a definição e

descrição do tipo de pesquisa a ser usada. A metodologia a ser usada neste projeto

de pesquisa buscará se adequar de maneira coerente à realidade da organização

objeto do estudo. Em se tratando de métodos, Cervo e Bervian (1983, p. 23)

afirmam que:

O método é a ordem que se deve impor aos diferentes processos necessários para atingir um fim dado ou um resultado desejado. Nas ciências, entende-se por método o conjunto de processos que o espírito humano deve empregar na investigação e demonstração da verdade.

Neste sentido, o presente estudo carece de métodos a serem utilizados para

um melhor esclarecimento do problema de pesquisa deste trabalho. Esses métodos

são divididos em: tipos de pesquisa, método de pesquisa, instrumento de pesquisa,

definição da amostra, análise e tratamento dos dados, que serão definidos a seguir.

4.1 Tipos de Pesquisa

Gil (2002) afirma que o tipo de pesquisa deve ser classificado de acordo com

o objetivo do projeto e deve ser escolhido sob algum critério. Existem três tipos de

pesquisa: explicativa, descritiva e exploratória. Para Gil (2002) as pesquisas

descritivas têm como objetivo primordial a descrição das características de uma

população. Este autor complementa que a pesquisa descritiva vai além da simples

Page 52: Monografia Planejamento Estratégico

51

identificação da existência de relações entre variáveis e busca determinar algo maior

na natureza dessa relação.

Apesar de que Rúdio (2007, p. 69) salienta que a pesquisa descritiva “[...]

procura conhecer e interpretar a realidade, sem nela interferir para modificá-la.”. De

qualquer forma, complementa este autor, descrever é narrar o que acontece e após

a descrição, classificar os dados e interpretá-los. “As pesquisas descritivas são,

juntamente com as exploratórias, as que habitualmente realizam os pesquisadores

sociais preocupados com a atuação prática.” (GIL, 2002, p. 42).

Já a pesquisa exploratória, segundo o mesmo autor, tem como principal

objetivo o aprimoramento de idéias ou a descoberta de intuições. Vergara (2007)

mostra que a pesquisa exploratória não deve ser confundida com a leitura

exploratória e deve ser realizada em uma área que se tem pouco conhecimento

acumulado e sistematizado.

Segundo Mattar (2001), a pesquisa exploratória visa prover o pesquisador de

maior conhecimento sobre o tema ou problema de pesquisa em questão. Diante do

exposto, este tipo de pesquisa é o melhor para ser desenvolvido no presente estudo,

pois o conhecimento amplo do tema e do problema é de fundamental importância

para que os objetivos sejam atingidos. Além disso, em função do problema de

pesquisa e fatores como o tempo em que será realizada a pesquisa, há uma

influência sobre a escolha deste tipo de pesquisa. Outro fator que influencia é o

recurso disponível para o projeto e o fato de não existirem estudos prévios acerca do

tema pesquisado na empresa objeto de estudo.

O estudo exploratório será constituído de pesquisas de natureza qualitativas,

que, ainda segundo Malhotra (2001), é baseada em pequenas amostras que

proporciona melhor visão e compreensão do contexto do problema. Deste modo, a

amostra será composta pelo quadro de funcionários da empresa objeto do estudo.

4.2 Método de Pesquisa

Para Cervo e Bervian (1983, p.57), o estudo de caso trata-se de uma

“pesquisa sobre um determinado (...) grupo ou comunidade para examinar aspectos

variados de sua vida.” Neste mesmo sentido, Gil (2002, p. 54) acredita que o estudo

Page 53: Monografia Planejamento Estratégico

52

de caso “[...] consiste no estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de

maneira que permita seu amplo e detalhado conhecimento [...]”.

O estudo de caso, conforme Yin citado por Roesch (2005, p. 155), é uma

estratégia de pesquisa que tem a finalidade de examinar um determinado fenômeno

dentro de seu contexto. Este autor complementa que o estudo de caso pode ser

utilizado de modo exploratório que vise levantar questões e hipóteses para futuros,

através de dados qualitativos.

Não há melhor aplicação de técnica de pesquisa neste estudo, portanto,

senão o estudo de caso. O presente estudo se valerá do estudo de caso para

conhecer um fenômeno existente na empresa objeto do presente estudo e, por sua

característica de estudá-lo profundamente, irá proporcionar um conhecimento de

extrema relevância para este trabalho.

4.3 Instrumento de Pesquisa

O instrumento de pesquisa para Rúdio (2007, p. 114) é a forma como será

feita a coleta de dados. Têm-se dois tipos: questionário e entrevista. A entrevista,

segundo Gil (2002, p. 117), apresenta grande flexibilidade. Vergara (2007, p. 55)

afirma que a entrevista pode ser tanto pessoalmente quanto por meios de mídia

interativa. O que se percebe é que há a necessidade de uma busca por informações

e devem ser observadas algumas formalidades para elaborar as perguntas de forma

organizada e sistematizada. Gil define a entrevista como:

[...] a técnica em que o investigador se apresenta frente ao investigado e lhe formula perguntas, com o objetivo de obtenção dos dados que interessam à investigação. A entrevista é, portanto, uma forma de interação social. Mais especificamente, é uma forma de diálogo assimétrico, em que uma das partes busca coletar dados e a outra se apresenta como fonte de informação. (GIL, 1999, p. 117).

Gil (1999, p. 117) também afirma que a entrevista é uma das técnicas de

coleta de dados mais utilizadas no campo das ciências sociais e é bastante

adequada para a obtenção de informações sobre pessoas que sabem como

funcionam determinadas coisas. O autor afirma que a entrevista também possui

Page 54: Monografia Planejamento Estratégico

53

vantagens e limitações. As vantagens consistem em obter uma abrangência de

dados muito grande e estes dados são suscetíveis de classificação e quantificação.

Como limitação, o autor aponta a falta de motivação do entrevistado para responder

as perguntas que lhe são feitas, a inadequada compreensão do significado das

perguntas e os custos com o treinamento de pessoal e a aplicação das entrevistas.

No entanto, conforme Gil (1999, p. 119), as desvantagens da entrevista podem ser

contornadas e é necessário que se foque em treinamento para a sua realização e

aplicação.

É possível fazer uma classificação dos tipos de entrevista. Segundo Gil (1999,

p. 119), elas se classificam em informais, focalizadas, por pautas e formalizadas.

Roesch (2005, p. 141) salienta que é importante tomar alguns cuidados para que as

respostas do entrevistado não sejam influenciadas pelo entrevistador, sob pena de

distorcer os resultados da pesquisa.

Com isso, a entrevista se torna o instrumento mais adequado para a obtenção

dos dados necessários para o desenvolvimento deste projeto de pesquisa pela

riqueza de informações que este instrumento de pesquisa proporciona ao trabalho. A

entrevista será aplicada aos funcionários da empresa em estudo e a gama de

informações que ela irá oferecer, enriquecerá bastante este trabalho. A entrevista

será semi estruturada devido à proximidade que o aplicador possui com os

entrevistados. Por se tratarem de funcionários da BS Motos e o entrevistador

conviver diariamente com estes funcionários, a entrevista semi estruturada poderá

enriquecer mais o presente trabalho.

A teoria que servirá de base para a colheita das informações será a análise

SWOT, logo, os funcionários irão relatar as oportunidades e ameaças, bem como as

forças e fraquezas da organização conforme a sua percepção. Isso sustentará uma

possibilidade grande do problema de pesquisa ser esclarecido por mostrar a visão

das pessoas que estão diretamente envolvidas no processo de crescimento da

organização mostrando o que elas pensam acerca do que pode melhorar e o que

pode piorar no contexto organizacional com as mudanças internas e externas ao

ambiente em que se encontram.

Dentro da análise SWOT, o presente trabalho terá como base uma análise

voltada para os fatores econômicos, sociais e tecnológicos. Tais fatores estão

presentes no dia a dia da empresa e é de fácil visualização no contexto em que a BS

Motos está inserida.

Page 55: Monografia Planejamento Estratégico

54

4.4 Definição da Amostra

Definindo o conceito de amostra, Marconi e Lakatos (1991, p. 163) asseveram

que ela é “uma parcela convenientemente selecionada do universo (população)”.

Essa população é definida por Gil (2002, p. 91) como “[...] um conjunto de elementos

que possuem determinadas características. Comumente fala-se de população como

referência ao total de habitantes de determinado lugar”.

Vergara (2007, p. 50) afirma que existem dois tipos de amostra: probabilística

e não probabilística. Neste sentido, a definição de amostra não probabilística é:

Aquela em que a seleção dos elementos da população para compor a amostra depende ao menos em parte do julgamento do pesquisador ou do entrevistador no campo. Não há nenhuma chance conhecida de que um elemento qualquer da população venha a fazer parte da amostra (MATTAR, 1996, p. 132).

Para Samara e Barros (2002), as amostras não probabilísticas são

selecionadas por critérios subjetivos do pesquisador, de acordo com sua experiência

e com objetivos do estudo. Desta forma, não há obtenção de conceitos estatísticos e

os elementos da amostra são selecionados conforme um critério de julgamento do

pesquisador, tendo como base o que se acredita que o elemento selecionado possa

fornecer ao estudo. Para Marconi e Lakatos (1990), a amostragem não probabilística

é uma técnica que confia no julgamento pessoal do pesquisador, e não na chance

de selecionar os elementos amostrais.

Dentre os tipos de amostragem não probabilística, existe a amostragem por

tipicidade, que segundo Vergara (2000, p.51), é “constituída pela seleção de

elementos que o pesquisador considere representativos da população-alvo, o que

requer profundo conhecimento dessa população”. Neste mesmo sentido, Marconi e

Lakatos (1990) afirmam que quando não se pode usar uma amostra probabilística, o

pesquisador procura um subgrupo que seja típico, em relação à população como um

todo, vindo a se tornar a amostragem por tipicidade.

Tendo em vista que será aplicada uma entrevista com todos os funcionários

da empresa objeto de estudo, a amostra a ser utilizada no presente trabalho é não

probabilística e por tipicidade, pois este pesquisador possui amplo conhecimento do

quadro de funcionários da empresa, além de que estes funcionários representam

Page 56: Monografia Planejamento Estratégico

55

significativamente a população como um todo e irão proporcionar o máximo de

informações relevantes a serem utilizadas no estudo.

4.5 Análise e Tratamento dos Dados

Nesta etapa vai ser abordada a maneira como os dados colhidos serão

tratados, ou seja, interpretados e explicados. “O mais importante na análise e

interpretação dos dados no estudo de caso é a preservação da totalidade da

unidade social.” (GIL, 2002, p. 141). Sobre essa assertiva do autor, vê-se que deve

ter uma preocupação na análise e tratamento dos dados uma vez que, há o risco de

que o assunto seja desviado e acabe por não conseguir responder ao problema da

pesquisa. Essa preservação da unidade social de que trata o autor se refere

justamente a este fato e o pesquisador deverá observar isso de forma a não perder

seu foco durante o tratamento dos dados.

O conceito de análise de conteúdo é dada por Bardin (1994, p. 53) como:

[...] um conjunto de técnicas de análise das comunicações visando obter, por procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens, indicadores (quantitativos ou não) que permitam a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção/recepção (variáveis inferidas) destas mensagens.

Roesch (2005) apresenta um roteiro onde são vistos critérios para se fazer

uma boa análise de conteúdo. Este autor afirma que é preciso codificar todo o texto

e apresentar os dados de forma criativa. Por fim, o autor afirma que é preciso

interpretar os dados com base em teorias conhecidas ou levantar hipóteses acerca

destes dados. Neste sentido, Gil (2002, p. 141) afirma que um dos problemas mais

comuns na análise dos dados é a falsa sensação de certeza de o próprio

pesquisador tirar suas conclusões.

A pesquisa qualitativa é segundo Roesch (2005), apropriada para a avaliação

formativa, ou seja, é usada quando se tem a proposta de intervir sobre algum

determinado problema através de seu estudo prévio. A análise e tratamento dos

dados deste trabalho será o meio qualitativo por se tratar de conteúdo absorvido

através da entrevista e pelo fato de ser uma forma mais abrangente de se estudar

Page 57: Monografia Planejamento Estratégico

56

este conteúdo, possuindo uma tendência maior em agregar mais conhecimento à

pesquisa.

Page 58: Monografia Planejamento Estratégico

57

5. ANÁLISE DOS DADOS

5.1 Gráficos Dos Dados Demográficos

5.1.1 Escolaridade:

Gráfico 1 Fonte: Elaborado pelo autor

Baseado na entrevista, 60 % dos entrevistados responderam que possuem o

ensino médio completo. 20 % responderam que possuem o ensino médio

incompleto. 10 % responderam que possuem o ensino superior incompleto e 10 %

possuem o ensino superior completo. Percebe-se um grupo de funcionários com

elevado grau de capacitação. Apesar do elevado grau de funcionários com o ensino

médio completo, a presença do curso superior na empresa é de um ganho muito

alto.

Page 59: Monografia Planejamento Estratégico

58

5.1.2. Cargo:

Gráfico 2 Fonte: Elaborado pelo autor

Neste item, 20 % dos entrevistados são vendedores. 20 % mecânicos e 20 %

balconistas. 10 % estoquista, 10 % coordenador de vendas. 10 % coordenador de

peças. 10 % coordenador administrativo. O equilíbrio nas funções se deve ao fato de

que a empresa é familiar e há um enxugamento de funções, onde a demanda não

exige um maior número de funcionários.

Page 60: Monografia Planejamento Estratégico

59

5.1.3. Gênero:

Gráfico 3 Fonte: Elaborado pelo autor

Em relação ao gênero dos entrevistados, 70 % são do sexo masculino e 30 %

são do sexo feminino. A diferença basicamente se deve ao fato de que o setor de

motocicletas estar mais voltado para o público masculino, no entanto, a presença de

mulheres no seio da BS Motos revela a tendência de atingir esse público em médio

prazo.

Page 61: Monografia Planejamento Estratégico

60

5.1.4. Faixa Etária

Gráfico 4 Fonte: Elaborado pelo autor

A faixa etária dos entrevistados é distribuída com 30 % com idade de 26 a 30

anos, 20 % de 31 a 35 anos, 20 % até 20 anos, 20 % de 51 a 55 anos e os demais

10 % de 21 a 25 anos. Percebe-se um grupo de funcionários maduros com idade

compatível com as funções que exercem.

Page 62: Monografia Planejamento Estratégico

61

5.1. 5. Tempo que trabalha na empresa

Gráfico 5. Fonte: Elaborado pelo autor

Quanto ao tempo de empresa, 40 % dos entrevistados possuem de 3 a 5

anos de empresa, 30 % possuem de 1 a 3 anos, 10 % possuem entre 5 e 7 anos, 10

% possuem menos de um ano e 10 % possuem mais de 7 anos. A média de tempo

dos funcionários da empresa quando comparados com o tempo de existência da

organização é satisfatória. A BS Motos possui 9 anos de existência e preserva seus

funcionários.

Page 63: Monografia Planejamento Estratégico

62

5.2. Análise sobre as Respostas dos Entrevistados

Na pergunta 6, os entrevistados foram questionados quanto a sua rotina

diária. A referida questão busca conhecer as atribuições diárias dos funcionários da

BS Motos, a fim de que se possa conhecer a afinidade que cada um tem com o

problema de pesquisa, além de conhecer os cargos existentes na empresa.

A pergunta 7 busca conhecer a percepção dos funcionários sobre a

localização da BS Motos. É sabido que uma empresa do ramo de motocicletas

precisa estar bem localizada e manter fácil acesso aos seus clientes. Com base

nisso, os entrevistados foram unânimes em afirmarem que a localização da empresa

é um ponto forte e de fácil acesso aos clientes, além de considerarem a localização

também como um ponto estratégico.

Os entrevistados mostraram diante da pergunta 8 os pontos fortes e fracos,

as oportunidades e ameaças da BS Motos. Quanto aos pontos fortes, foram

mencionados como principais: a localização, a confiança e a qualidade da marca

Suzuki. Quanto aos pontos fracos, os entrevistados demonstram uma certa carência

de marketing e citaram as questões relativas a relacionamento interpessoal entre os

funcionários, alegando excesso de intrigas e fofocas, coisas que podem atrapalhar o

andamento das atividades da empresa e comprometer o resultado final.

Em relação às ameaças, os funcionários relatam a questão da concorrência

desleal na cidade de Diamantina e o surgimento de novas marcas na região de

atuação da BS Motos. Quanto às oportunidades, os entrevistados apontam o

crescimento da demanda por motocicletas na região e o crescimento da marca

Suzuki frente aos consumidores.

Na pergunta 9 os entrevistados são questionados quanto às promoções

realizadas pela BS Motos. Praticamente todos afirmam que a empresa realiza

promoções, mas não na intensidade necessária. Alguns apontam que a carência das

promoções pode ser o fator a ser trabalhado para alavancar as vendas.

Diante da pergunta 10, parte dos entrevistados afirmam que os processos da

BS Motos são eficazes e o restante afirma que não são eficazes. Essa divergência

de opiniões se deve às diferentes funções existentes na empresa. O entrevistado

está relatando uma visão com base em sua área de atuação dentro da empresa e

não à empresa como um todo.

Page 64: Monografia Planejamento Estratégico

63

Na pergunta 11, os entrevistados relatam a sua visão referente à forma em

que a BS Motos deve atuar em caso de uma situação difícil no mercado. Essa

situação difícil se refere às possíveis mudanças que podem ocorrer no mercado e

que podem de certa forma, afetar a empresa. Segundo os entrevistados, com um

planejamento estratégico adequado e com um investimento em promoção de reforço

à marca, pode-se atingir uma fidelização dos clientes e atrair novos. Outro ponto

importante enfatizado pelos entrevistados refere-se à busca constante por um

atendimento diferenciado da concorrência. Essa busca pela fidelização dos clientes

não é feita com um planejamento estratégico, e sim no dia a dia no contato direto

com alguns clientes.

Os entrevistados apontam na pergunta 12 que para lidar com a concorrência,

a BS Motos deve continuar seu foco em atendimento diferenciado e zelar pela

confiança que os clientes têm da empresa.

A pergunta 13 refere-se às vantagens e desvantagens da BS Motos, sob a

ótica dos entrevistados. Como vantagens volta-se a frisar o atendimento

diferenciado e a confiança depositada na empresa por parte dos clientes. Como

desvantagem, volta-se a ressaltar a questão das intrigas e dificuldades de

relacionamento interpessoal entre os funcionários. Alguns entrevistados apontam

que alguns “não vestem a camisa da empresa”. Outra desvantagem apontada é o

reflexo da concorrência desleal no setor de motocicletas na região.

Diante da pergunta 14, busca-se conhecer se todos os funcionários da

empresa conhecem as demais lojas que compõem a BS motos. Dos 10

entrevistados, 7 (sete) conhecem a estrutura das demais lojas e 3 (três) não

conhecem. Mostra-se um percentual elevado quanto ao conhecimento dos

funcionários de toda a estrutura da empresa nas cidades em que a BS Motos se

encontra atuante.

Na questão 15, comparando o atendimento da BS Motos com a concorrência,

os entrevistados apontam um fator importante que pode ser trabalhado e vir a ser

um diferencial competitivo. Tal fator é o pós-venda que segundo alguns

entrevistados, não existe na empresa. O pós-venda pode atrair mais clientes e

fidelizar os existentes, ajudando no processo de planejamento da empresa.

Nas perguntas 16 e 17, é colocado em “xeque” o preço da BS Motos frente ao

preço da concorrência. Os funcionários são unânimes ao afirmarem que o preço da

BS Motos é um fator competitivo pois busca-se cobrir ofertas da concorrência, além

Page 65: Monografia Planejamento Estratégico

64

de oferecer serviços adicionais aos clientes, buscando agregar valor ao produto.

Além disso, o produto da marca Suzuki reforça o fator do preço estar aliado a um

produto de grande qualidade.

Na pergunta 18, busca-se avaliar as sugestões do entrevistado frente as

mudanças que poderiam ocorrer na empresa. É mencionado a questão da

contratação de mais um mecânico que ajude a honrar os compromissos relativos

aos serviços adicionais oferecidos aos clientes que compram produtos da empresa.

Outra sugestão importante e que deve ser elencada trata-se do investimento em

marketing e no serviço pós-venda. Investir nos funcionários com treinamento é

lembrado por um dos funcionários e inovar os serviços oferecidos também.

Os entrevistados na pergunta 19, reconhecem a dificuldade em agradar a

todos os clientes, mas afirmam que a empresa atinge seu objetivo de satisfazer seu

público. Por fim, na pergunta 20 busca-se conhecer a visão dos entrevistados em

relação a um processo de mudança na BS Motos. Há uma grande preocupação por

parte dos entrevistados em planejar todo o processo de mudança, além de mudar de

forma gradual e lenta com acompanhamento periódico. O planejamento estratégico

é apontado como a ferramenta ideal para fazer esse acompanhamento.

Page 66: Monografia Planejamento Estratégico

65

6. CONCLUSÃO

Considerando que, atualmente no mundo dos negócios e com o advento da

globalização existe uma concorrência muito forte entre as empresas e há uma busca

constante pela conquista de novos clientes e, considerando também que, não se

conhece um caminho certo pelo qual teriam elas a certeza de seus sucessos, surge-

se uma ferramenta da Administração conhecida como Planejamento Estratégico.

Ao término deste trabalho, pode-se ressaltar sobre a importância do

planejamento estratégico para as empresas e para o mercado. As organizações,

mais do que nunca, precisam implantar um planejamento que adéqüe as suas

atividades diárias às exigências do mercado.

O trabalho valeu-se de fundamentação teórica de autores conhecidos no meio

acadêmico e com vasto conhecimento na administração. Os principais autores que

contribuíram para a realização deste trabalho foram Certo, Cobra, Las Casas, Kotler

e Costa. Estes autores são unânimes ao trabalharem o planejamento estratégico

numa organização como uma necessidade para sobrevivência.

Enquanto estudo de caso, através de uma análise qualitativa, a entrevista foi

o meio mais adequado para a realização do trabalho. A obtenção de resultados

relevantes permite afirmar que a metodologia utilizada neste estudo foi adequada e

contribuiu para o alcance dos objetivos pretendidos.

Com a aplicação da entrevista, foi possível verificar os pontos fortes e fracos,

bem como as oportunidades e ameaças encontrados na BS Motos. Os entrevistados

puderam discorrer sobre o que os afeta no andamento de suas atividades e as suas

percepções quanto a aspectos como crescimento organizacional, estratégias de

marketing, planos de ação, dentre outros. Percebeu-se que a empresa possui

pontos fortes que podem ser melhor trabalhados a fim de proporcionarem mais

ganhos para a organização como um todo. Um destes fatores é a boa localização

em que a empresa se encontra. Localizada na área comercial central da cidade de

Diamantina e de fácil acesso, a BS Motos pode explorar esse fator como diferencial

competitivo perante os concorrentes. Por outro lado, fatores como intrigas pessoais

internas entre funcionários da organização, afetam o andamento das atividades e

precisam ser trabalhados, de modo a evitar danos maiores.

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Ainda sob este enfoque, os funcionários apontam a execução de serviços,

como o pós-venda, que podem se tornar diferenciais competitivos e que ainda não

são efetuados pela empresa. Outra observação dos entrevistados se refere ás

ameaças da concorrência. A deslealdade da concorrência é um fator apontado pelos

entrevistados e a ela deve ser dada uma atenção especial, devido aos danos que

podem vir a causar na organização.

Quanto às limitações do estudo, pode-se atribuí-las ao fato da pesquisa se

limitar à matriz da BS Motos em Diamantina. A empresa é composta por diversas

filiais em outras cidades e o tempo reservado para o estudo não permitiu um estudo

nas mesmas. Cabe sugerir para futuros estudos a inclusão destas filiais, além da

disponibilização de um maior período para coleta de dados para que seja possível

auferir um conjunto de dados mais consistente.

Com isso, pode-se concluir que este trabalho alcançou seus objetivos: geral e

específicos, respondendo à pergunta de pesquisa na medida em que se encontrou

todos os possíveis impactos que o crescimento da BS Motos pode afetar no seu

desempenho, além dos pontos fortes, fracos, oportunidades e ameaças na atual

conjuntura da empresa.

Page 68: Monografia Planejamento Estratégico

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APÊNDICE - INSTRUMENTO DE PESQUISA – ENTREVISTA

Esta entrevista possui fins acadêmicos e servirá como fonte de informações para minha monografia de conclusão do curso de graduação em Administração da PUC Minas Serro. A identificação da entrevista é opcional e as informações serão tratadas com sigilo. Ao respondê-la com sinceridade, você estará contribuindo com informações que poderão ajudar a empresa em estudo oferecendo possíveis sugestões de melhoria. Desde já agradeço sua colaboração Dante Bacelar Ferreira Sá 8° Período de Administração.

Perguntas da entrevista ao pessoal da empresa BS Motos

1. Escolaridade:

2. Cargo:

3. Sexo

4. Idade

5. Há quanto tempo você está na empresa?

6. Quais são as suas atribuições diárias? Fale um pouco de sua rotina.

7. Sob a sua ótica, a empresa está bem localizada? (de fácil acesso aos clientes)

8. Quais os pontos fortes e fracos, bem como as oportunidades e ameaças que a

empresa BS Motos possui, sob sua visão.

9. A BS Motos realiza promoções interessantes que conseguem atrair clientes?

10. Os processos da BS Motos são eficazes? Explique?

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11. De que forma você acredita que, diante de uma situação difícil no mercado, a BS

Motos poderá se sobressair?

12. Como a BS Motos lida com a concorrência no setor de motocicletas em

Diamantina?

13. Na sua visão, o que a BS Motos possui de vantagens e desvantagens?

14. Você conhece toda a estrutura da empresa (demais lojas)? Caso sim, qual a sua

percepção acerca das demais lojas?

15. Qual a sua percepção acerca do atendimento da BS Motos comparados à

concorrência?

16. Qual a sua percepção acerca dos preços da BS Motos comparados à

concorrência?

17. Qual a sua percepção acerca dos produtos/serviços da BS Motos comparados à

concorrência?

18. Quais mudanças poderiam ocorrer na BS Motos que você vê como uma

oportunidade de crescimento?

19. A BS Motos, segundo sua visão, alcança seu objetivo em agradar aos seus

clientes? De que forma?

20. Como você acredita que deveria ser o processo de crescimento da empresa?