monografia marina uece 2013 concluida (1) doc
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ
ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA
MARINA ANGELIM LIMA
PRÁTICA DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE NA CONSULTA DE
ENFERMAGEM EM IDOSOS HIPERTENSOS
FORTALEZA
2012
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MARINA ANGELIM LIMA
PRÁTICA DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE NA CONSULTA DE
ENFERMAGEM EM IDOSOS HIPERTENSOS
Monografia apresentada à Coordenação do Programa de Pós-Graduação em Saúde da Família da Universidade Estadual do Ceará – UECE como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Saúde da Família.
Orientadora: Profª. Dra. Isolda Pereira da Silveira
.
FORTALEZA
2012
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PRÁTICA DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE NA CONSULTA DE
ENFERMAGEM EM IDOSOS HIPERTENSOS
Monografia de Conclusão de Curso apresentado como pré-requisito para
obtenção do título de Especialista em Saúde da Família da Universidade
Estadual do Ceará (UECE), submetida à aprovação da banca examinadora
composta pelos seguintes membros:
Apresentada em: ____/____/2012
Aprovada em: ___/______/2012
BANCA EXAMINADORA
______________________________________________
Profa. Dra. Isolda Pereira da Silveira- ABENFO-CE
(Orientadora)
______________________________________________
Pessoa
local
(1º Examinador)
______________________________________________
Pessoa
local
(2° Examinador)
3
Dedico este trabalho aos meus pais
Expedito e Zulmira por todo o
aprendizado, afeto e compreensão. Por
todas as renúncias feitas em prol da
minha felicidade, enfim, por todo amor
a mim dedicado.
4
AGRADECIMENTOS
À Deus, por conceder-me sempre força e dinamismo na busca de meus objetivos.
Aos meus pais Expedito e Zulmira pelo esforço em prol da minha formação, pelo
amor, carinho e estímulo constantes.
Aos meus irmãos e familiares pelo apoio, amizade e companheirismo, fundamentais
para meu desenvolvimento.
À todos os meus amigos e colegas pela compreensão e carinho. Por todos os bons
momentos compartilhados que me acompanharão por toda a vida, em especial à Vera Lúcia,
Josevane e Everton.
À todos os meus professores pela dedicação e auxílio durante esta jornada, em
especial a Professora Doutora Isolda Pereira da Silveira pela compreensão e dedicação
durante a orientação deste trabalho.
À todos os enfermeiros que colaboraram com esta pesquisa, permitindo o
acompanhamento das consultas com os idosos hipertensos e a realização deste estudo.
5
“O real da vida se dá, nem no princípio e nem no final.”
“Ele se dispõe para a gente é no meio da travessia.”
(Guimarães Rosa)
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RESUMO
LIMA, M. A. Prática de educação em saúde na consulta de enfermagem em idosos
hipertensos. TCC (Especialização). Fortaleza. Universidade Estadual do Ceará – UECE.
48f. 2012.
A educação em saúde é atualmente um dos métodos mais eficazes na promoção da saúde da
população, em especial para os idosos com Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) por se
tratar de uma doença possivelmente controlada por intermédio de ações cotidianas. Frente a
possível associação favorável da educação em saúde para idosos com o domínio das
alterações da pressão arterial, além de ser um dos principais programas atendidos nos
Centros de Saúde da Família (CSF), optou-se pela realização da pesquisa. O objetivo da
pesquisa foi avaliar em consulta de enfermagem com pacientes idosos hipertensos a prática
da educação em saúde nos CSF da regional III, em Fortaleza, Ceará. Para sua realização foi
empregada uma metodologia quantitativa, descritiva e observacional, sendo o questionário
check-list utilizado como instrumento de coleta, analisados estatisticamente pelo Statistical
Package for the Social Sciences (SPSS), versão 17.0.0. Após aprovação do comitê de ética
foi iniciado a pesquisa com a participação de 12 enfermeiros que apresentaram o perfil
profissional com predominância do sexo feminino e estado civil casado, com idade entre 30
e 40 anos. Dentre estes, a maioria (08) tem no máximo 10 anos de formação e em relação ao
tempo de atuação em HAS, há um elevado número de profissionais (10) com no máximo 10
anos. Para a análise estatística, as questões foram agrupadas em 5 tabelas por afinidade do
tema, apresentando o percentual referente a realização ou não das abordagens aos temas
selecionados. Desse modo, obtiveram-se os seguintes percentuais: Explicou o que é a
Hipertensão Arterial Sistêmica? e Explicou quais são os fatores de risco para HAS? Com os
mesmos resultados (sim=91,7%; não=8,3%); Incentivou a realização de atividades físicas?
(sim=83,3%; não=16,7%); Ensinou como deve realizar as atividades físicas? (sim=66,7%;
não=33,3%); Orientou os benefícios da perca de peso para controle da HAS? (sim=75,0%;
não=25,0%); Incentivou a realização de uma alimentação adequada? e Ensinou como ter
uma boa alimentação? Com os mesmos valores (sim=91,7%; não=8,3%); Perguntou como o
paciente se alimenta diariamente? (sim=75,0%; não=25,0%); Orientou sobre a tomada dos
medicamentos? (sim=100,0%); Orientou sobre o monitoramento contínuo da pressão
arterial? (sim=83,3%; não=16,7%); Incentivou a redução do tabagismo? (sim=33,3%;
não=66,7%); Incentivou a redução do consumo de bebidas alcoólicas? (sim=50,0%;
não=50,0%). Com esta pesquisa pode-se concluir que no decorrer das consultas, foi possível
identificar que todos os temas preconizados como relevantes para a educação em saúde pelo
Ministério da Saúde foram expostos como orientação e educação, por quase todos os
enfermeiros. Foi percebido ainda que as orientações estão sendo realizadas de modo
adequado e que a consulta possui a quantidade de informações essenciais para qualificá-la e
melhorar o aspecto de vida dos pacientes.
Palavras-chave: Atenção Integral à Saúde do Idoso; Hipertensão; Assistência de
Enfermagem.
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ABSTRACT
LIMA, M. A. Practice of health education in nursing consultation in elderly
hypertensive patients. TCC (Specialisation). Fortaleza. State University of Ceará - UECE.
48f. 2012.
Health education is currently one of the most effective in promoting population health,
especially for older people with high blood pressure (hypertension) because it is a disease
possibly controlled through daily actions. Faced with possible favorable association of
health education for the elderly with the domain of blood pressure changes, besides being
one of the main programs met the Centers for Family Health (CSF), it was decided to carry
out the research. The objective of the research was to evaluate nursing consultation in
elderly hypertensive patients with the practice of health education in the regional CSF III, in
Fortaleza, Ceará. For its realization was employed a quantitative methodology, descriptive
and observational, and questionnaire checklist used as a tool for collecting, statistically
analyzed using Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) version 17.0.0. After
approval of the ethics committee was initiated research with the participation of 12 nurses
who had professional profile with predominantly female and being married, aged between
30 and 40 years. Among these, the majority (08) has at most 10 years of training and time in
relation to performance in hypertension, there is a high number of professionals (10) with a
maximum of 10 years. For statistical analysis, the questions were grouped into 5 tables
affinity theme, showing the percentage for whether or not the approaches to the topics
selected. Thus, we obtained the following percentages: He explained what is Hypertension?
and explained what are the risk factors for SAH? With the same results (yes = 91.7%, no =
8.3%); encouraged to engage in physical activities? (Yes = 83.3%, no = 16.7%); taught how
to perform physical activities? (Yes = 66.7%, no = 33.3%); supervised the benefits of weight
loss for control of hypertension? (Yes = 75.0%, no = 25.0%), encouraged the realization of
adequate food? and taught how to have a good diet? With the same values (yes = 91.7%, no
= 8.3%); asked how the patient is fed daily? (Yes = 75.0%, no = 25.0%); supervised about
taking drugs? (Yes = 100.0%); supervised on continuous monitoring of blood pressure? (Yes
= 83.3%, no = 16.7%); encouraged to reduce smoking? (Yes = 33.3%, no = 66.7%);
encouraged the reduction of alcohol consumption? (Yes = 50.0%, no = 50.0%). With this
research we can conclude that during the consultations, it was possible to identify all the
issues advocated as relevant to health education by the Ministry of Health were exposed as
guidance and education to almost all nurses. It was also noticed that the guidelines are being
performed properly and that the query has the amount of information essential to qualify it
and improve the appearance of life.
Keywords: Health Services for the Aged. Hypertension; Nursing Care.
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LISTA DE QUADROS E TABELAS
Quadro 1. Perfil profissional dos sujeitos. 25
Tabela 1. Frequência absoluta e relativa sobre Hipertensão Arterial. 27
Tabela 2. Frequência absoluta e relativa sobre atividade física e controle do peso. 28
Tabela 3. Frequência absoluta e relativa sobre a alimentação 31
Tabela 4. Frequência absoluta e relativa sobre controle e monitorização da HAS. 33
Tabela 5. Frequência absoluta e relativa sobre tabagismo e alcoolismo. 35
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 10
2 OBJETIVOS 12
2.1 Objetivo Geral 12
2.2 Objetivos Específicos 12
3 REFERENCIAL TEÓRICO 13
3.1 Políticas Públicas Brasileiras voltadas à população idosa 13
3.2 Acolhimento à pessoa idosa 15
3.3 Consulta da Enfermagem para os Idosos hipertensos da ESF 15
3.4 A Estratégia Saúde da Família 17
3.5 Atenção Primária em Saúde e a implantação da ESF 19
4 METODOLOGIA 21
4.1 Tipo de Estudo 21
4.2 Local e período do Estudo 21
4.3 População e Amostra do Estudo 22
4.4 Coleta de Dados 22
4.5 Análise dos Dados 23
4.6 Aspectos Éticos 23
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO 25
5.1 Perfil dos Sujeitos 25
5.2 Análise Estatística 26
5.2.1 Análise estatística sobre Hipertensão Arterial 26
5.2.2 Análise estatística sobre a realização de atividade física 28
5.2.3 Análise estatística sobre a alimentação do hipertenso 31
5.2.4 Análise estatística sobre controle e monitorização da HAS 33
5.2.5 Análise estatística sobre os vícios na HAS 35
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS 38
REFERÊNCIAS 40
APÊNDICES
10
1 INTRODUÇÃO
Educação em saúde implica em um dos mais importantes elos entre os desejos e
expectativas da população por uma vida melhor e as projeções e estimativas dos governantes
ao oferecer programas de saúde mais eficientes (MELO et al., 2012).
O artigo 196 da Constituição Federal que define a saúde como direito de todos e
dever do estado seja executado, as três instâncias governamentais foram responsabilizadas
pela administração das verbas destinadas à saúde das comunidades (SOUZA, 2002).
O SUS incorpora e reafirma a universalização, a descentralização, a integralidade e
a participação da população como princípios básicos e norteadores, colocando ainda como
prioridade, ações voltadas à prevenção, sem originar prejuízo nos serviços de assistência
(BRASIL, 2006a).
O seu primeiro contato com os usuários é a Atenção Primária em Saúde (APS),
definida como ações de saúde fundamentais ao ser humano (GIL, 2006). De acordo com o
ministério da Saúde, a APS pode ser definida também como ações de saúde que abrangem
promoção e proteção da saúde, prevenção de agravos, diagnóstico, tratamento, assim como a
reabilitação e a manutenção da saúde, seja no âmbito individual ou coletivo (BRASIL,
2009a).
No que concerne às técnicas e métodos de fácil acesso, a APS objetiva proporcionar
à comunidade os serviços de saúde, independente da sua moradia, respeitando os limites de
possibilidade (GOMES et al., 2011).
A Estratégia de Saúde da Família (ESF), por sua vez é vertente nacional da APS
que se caracteriza como a prioritária porta de entrada para um sistema fundamentado no
direito à saúde e na equidade do cuidado, assim como é o SUS (BRASIL, 2010a).
Baseada nos princípios da Reforma Sanitária a ESF tem como foco a reorganização
da Atenção Básica no âmbito nacional, garantindo a doação de serviços à população, bem
como o fortalecimento dos princípios básicos do SUS (BRASIL, 2003).
Dentre os serviços ofertados na APS e ESF está incluída a consulta direcionada à
idosos hipertensos, por profissionais médicos e, principalmente enfermeiros, componentes
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da equipe multidisciplinar. Tais profissionais foram responsabilizados pelo
acompanhamento das famílias que residem no território delimitado (ASSIS et al., 2008).
De acordo com o Ministério da Saúde, a consulta direcionada à Hipertensão
Arterial Sistêmica (HAS) deve ser composta por orientações e educação sobre a importância
da modificação do estilo de vida como terapia e prevenção. Também deve haver educação
sobre a alimentação, peso, prática de exercícios, vícios e medicamentos (BRASIL, 2006a).
Para Rios e Vieira (2007), a prática da educação em saúde deve ser desenvolvida
por todos os profissionais dos Centros de Saúde da Família (CSF), durante todas as
atividades e contatos entre profissionais de saúde e a comunidade, com a intenção de levar
até população uma reflexão sobre a saúde e a adoção de hábitos para a solução de seus
problemas.
No período do estágio curricular do Curso de Especialização em Saúde da Família
da Universidade Estadual do Ceará (UECE), em que se realizava consultas de enfermagem
dentro do programa de atenção aos idosos e aos hipertensos percebeu-se a necessidade de
disseminar a prática de Educação em Saúde nas consultas de enfermagem. Assim,
estabeleceu-se o interesse por este estudo, uma vez que se faz necessário a correta orientação
durante o acompanhamento do paciente.
Cabe assim alguns questionamentos: Que pontos são relevantes para a melhoria da
qualidade de vida dos pacientes portadores de HAS? Qual a importância da Educação em
Saúde durante as consultas de enfermagem a tais pacientes? Como deve ser realizada esta
Educação em Saúde?
Justifica-se a realização deste estudo por meio da necessidade de ampliação das
atividades de Educação em Saúde como medida promotora de qualidade de vida no contexto
da APS, uma das principais atividades dos profissionais das equipes de saúde da família e
NASF.
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2 OBJETIVOS
2.1 Objetivo Geral
Avaliar em consulta de enfermagem com pacientes idosos hipertensos a prática da
educação em saúde no contexto da Estratégia Saúde da Família.
2.2 Objetivo Específico
Identificar quais ações de educação em saúde são realizadas pelo enfermeiro durante
a consulta de enfermagem à pacientes idosos hipertensos.
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3 REFERENCIAL TEÓRICO
3.1 Políticas Públicas Brasileiras voltadas à população idosa
A população brasileira está envelhecendo e faz parte da realidade de muitas
sociedades; as mudanças demográficas estão apresentando-se mais rápidas e
consequentemente a população de idosos tende a quadruplicar até o ano de 2050. Estima-se
cerca de dois bilhões de pessoas com 60 anos e mais no mundo. No Brasil, há atualmente
cerca de 17,6 milhões de idosos (BRASIL, 2006a).
Para o Ministério da Saúde (MS) (2006d, p.7).
Muitas pessoas idosas são acometidas por doenças e agravos crônicos não
transmissíveis (DANT) - estados permanentes ou de longa permanência - que
requerem acompanhamento constante, pois, em razão da sua natureza, não têm
cura. Essas condições crônicas tendem a se manifestar de forma expressiva na
idade mais avançada e, frequentemente, estão associadas (comorbidades). Podem
gerar um processo incapacitante, afetando a funcionalidade das pessoas idosas, ou
seja, dificultando ou impedindo o desempenho de suas atividades cotidianas de
forma independente. Ainda que não sejam fatais, essas condições geralmente
tendem a comprometer de forma significativa a qualidade de vida dos idosos.
O despertar para os programas sociais direcionados ao envelhecimento da população
iniciou-se na década de 1970. E o marco inicial para a promoção de políticas públicas para a
população de idosos deu-se na primeira Assembleia Mundial sobre o envelhecimento em
Viena, Áustria no ano de 1982. Esta questão não havia sido abordada por nenhum órgão
governamental especializada em âmbito internacional (CAMARANO; PASINATO;
LEMOS, 2007).
Segundo Oliveira (2012), o idoso é citado como cidadão, na Constituição brasileira
pela primeira vez em seus artigos 203, 229, e 230. E na década de 1994 é promulgada a Lei
8842, que dispõe sobre a política nacional do idoso, cria o Conselho Nacional do Idoso e dá
outras providências. Em 10 de Dezembro de 1999 foi promulgada a Política Nacional de
Saúde do Idoso (PNSI), através da Portaria 13395/GM, fundamenta a atenção integral à
saúde da população em processo de envelhecimento, em conformidade com o que determina
a Lei Orgânica da Saúde 8080/90 e a Lei 8142/94 que regulamenta o Sistema Único de
Saúde (SUS).
Para a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) o envelhecimento é
conceituado como:
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[...] um processo sequencial, individual, acumulativo, irreversível, universal, não
patológico, de deterioração de um organismo maduro, próprio a todos os
membros de uma espécie, de maneira que o tempo o torne menos capaz de fazer
frente ao estresse do meio-ambiente e, portanto, aumente sua possibilidade de
morte (BRASIL, 2006d).
Lima e Alves (2010) comentam sobre as mudanças próprias do envelhecimento das
pessoas e que levam ao aparecimento de doenças, tais como. Hipertensão arterial, diabetes,
osteoporose e muitas outras. Sobre o cuidado com o idoso consideram que há algum tempo
atrás era pouco praticado, embora, a profissão de enfermagem sempre esteve presente nos
cuidados com os idosos.
As estratégias contempladas na Política Nacional de Promoção da Saúde – Portaria
687/GM, de 30 de março de 2006, tem como prioridade as seguintes ações:
a) Divulgação e implementação da Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS);
b) Alimentação saudável;
c) Prática corporal/atividade física;
d) Prevenção e controle do tabagismo;
e) Redução da morbi-mortalidade em decorrência do uso abusivo de álcool e
outras drogas;
f) Redução da morbi-mortalidade por acidentes de trânsito;
g) Prevenção da violência e estímulo à cultura de paz;
h) Promoção do desenvolvimento sustentável.
Estudo realizado em Maringá no Paraná, com 20 pessoas de idade entre 50 a 80 anos,
demonstrou que a amizade é importante por ser fonte de apoio em que os amigos constituem
para as pessoas vínculos fortes e necessários para os hipertensos. E comentam sobre a
necessidade de os profissionais de saúde valorizar as redes de amizades, pois contempla o
sujeito como um todo (FAQUINELLO; MARCON, 2011).
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3.2. Acolhimento à pessoa idosa
O acolhimento diz respeito à atenção dirigida em todos os momentos para as
pessoas, os usuários e para os trabalhadores de saúde, e que sejam acompanhados com
atenção e humanização. “É uma ação que pressupõe a mudança da relação
profissional/usuário e sua rede social” (BRASIL, 2006b).
Segundo o Ministério da Saúde (2006a), para que o acolhimento da pessoa idosa seja
positivo é necessário que os profissionais de saúde compreendam as especificidades dessa
população e a própria legislação brasileira vigente.
São preceitos prioritários:
Estar preparado para lidar com as questões do processo de envelhecimento,
particularmente no que concerne à dimensão subjetiva da pessoa idosa; Romper
com a fragmentação do processo de trabalho e interação precária nas equipes
multiprofissionais, pois, é preciso reconhecer que a complementaridade
interdisciplinar e a integração entre a rede básica e o sistema de referências;
Facilitar o acesso dos idosos aos diversos níveis de complexidade da atenção;
Investir na qualificação dos trabalhadores, especialmente no que se refere à saúde
da pessoa idosa. Estabelecer relação respeitosa, considerando que, com a
experiência de toda uma vida, as pessoas se tornam em geral mais sábias,
desenvolvem maior senso de dignidade e prudência e esperam ser reconhecidas
por isso; Partir do pressuposto de que o idoso é capaz de compreender as perguntas
que lhe são feitas ou as orientações que lhe são fornecidas, nunca se dirigindo
primeiramente a seu acompanhante; Chamar a pessoa idosa por seu nome e manter
contato visual, preferencialmente, de frente e em local iluminado, considerando
um possível declínio visual ou auditivo; A utilização de uma linguagem clara,
evitando-se a adoção de termos técnicos que podem não ser compreendidos
(BRASIL, 2006d, p.15).
3.3 Consulta da Enfermagem para os Idosos hipertensos da ESF
Por intermédio do Programa Estratégia saúde da Família, o enfermeiro realiza a
consulta de enfermagem ao idoso em que a meta é melhorar a qualidade de vida do idoso. É
necessário que o enfermeiro esteja atualizado e com conhecimentos focados nas políticas
públicas.
No cotidiano da consulta de enfermagem em ESF, após o acolhimento em relação
aos pontos positivos observa-se o desenvolvimento de um conjunto de ações básicas de
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saúde individual e coletiva que abrange a promoção e a proteção à saúde, a prevenção de
agravos, a realização do diagnóstico e tratamento do paciente idoso incluindo a reabilitação
e a manutenção da saúde. Regulamentada pela Portaria GM Nº648 de 28 de março de 2006
(BRASIL, 2006b).
A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é contemplada pelo Ministério da Saúde por
um programa estratégico para o controle da doença, geralmente associado com o controle do
Diabetes Mellitus. Há também programas desse Ministério voltados para a saúde da mulher,
saúde da criança, saúde bucal, controle da tuberculose e eliminação da hanseníase (BRASIL,
2006a).
O Ministério da Saúde (2006d, p.71) assinala que:
Entre as pessoas idosas, a hipertensão é uma doença altamente prevalente,
acometendo cerca de 50% a 70% das pessoas nessa faixa etária. É um fator
determinante de morbidade e mortalidade, mas, quando adequadamente
controlada,reduz significativamente as limitações funcionais e a incapacidade nos
idosos. A hipertensão não deve ser considerada uma conseqüência normal do
envelhecimento.
Segundo Santos (2007, p. 403-404), a função do enfermeiro na atenção básica é:
Prestar assistência individual e coletiva, levando em conta as necessidades da
população, aliando a atuação clínica à prática de saúde coletiva, realizando
cuidados diretos de enfermagem nas urgências e emergências clínicas, realizando
consulta de enfermagem, solicitando exames complementares, prescrevendo ou
transcrevendo medicações. Executa as ações de assistência integral a criança, a
mulher, ao adolescente, ao adulto e ao idoso.
A recomendação do Ministério da Saúde está voltada para o processo de trabalho das
equipes de saúde e o desenvolvimento de ações pró-ativa. O acolhimento em saúde
caracteriza por dar atenção à todos que procuram os serviços de saúde, ouvir as suas
necessidades e assumir no serviço uma postura capaz de acolher,escutar e pactuar respostas
mais adequadas junto aos usuários (BRASIL, 2006b).
A HAS é uma patologia que afeta principalmente os sistemas cardíaco e vascular
com elevado índice na população adulta e idosa. Ela é ainda o principal fator de risco para as
complicações mais corriqueiras como acidente vascular cerebral (AVC) e infarto agudo do
miocárdio (IAM), além da doença renal crônica terminal (BRASIL, 2006c).
Essa morbidade considerada crônica, não é transmitida entre os indivíduos e o
portador dessa patologia tem maior possibilidade de sofrer danos graves, além de
transformações expressivas em sua vida, nas esferas psicológica, familiar, social e
econômica, sendo essencial seu diagnóstico e tratamento (RABETTI; FREITAS, 2011).
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Contudo, por ser assintomática, no proceder do seu desenvolvimento, o diagnóstico e
o tratamento são bastante negligenciados e pouco aceitos e aderidos pelos pacientes. Dessa
forma, a doença é pouco controlada, quando relacionado ao nível considerado normal
(BRASIL, 2006c).
Tal prevenção e tratamento compreendem orientações com a finalidade de introduzir
novos hábitos alimentares e a realização de exercícios, podendo ser utilizado em conjunto
com os medicamentos anti-hipertensivos (RABETTI; FREITAS, 2011).
Borges, Pinheiro e Souza (2012) apontam o profissional de enfermagem como
responsável por desenvolver ações de educação em saúde com os hipertensos em grupos ou
individualmente por meio das consultas de enfermagem. Os autores afirmam ainda que esse
encontro tem o objetivo de melhorar a qualidade de vida.
A educação em saúde, segundo Menezes e Gobbi (2010) é capaz de prevenir
complicações e internações e conscientizar o hipertenso sobre o modo correto de comportar-
se diante das diversas modificações do organismo originadas pela doença. Contudo, é
necessário o estabelecimento de vínculo entre o enfermeiro e os pacientes com suas famílias
com o intuito de obter maior aceitação de informações e adesões ao tratamento, uma vez que
necessita de mudanças de hábitos rotineiros.
Guedes et al. (2005) complementa o texto quando relata que o relacionamento
estabelecido entre profissional e cliente influencia bastante no seguimento terapêutico e está
associado à maior adesão do tratamento, culminando na prevenção e controle da pressão
arterial.
3.4 A Estratégia de Saúde da Família
A Estratégia Saúde da Família (ESF), antes denominada como programa foi lançada
em 1994 e desde o final da década de 90 tem sido assumida pelo Ministério da Saúde como
estratégia fundamental para a organização da atenção básica à saúde brasileira (ELIAS et al.,
2006). Sendo consolidada na Portaria MS/GM nº 648, de 28 de março de 2006 (BRASIL,
2006a).
18
O Programa de Saúde da Família foi originado em 1991 pelo Ministério da Saúde
com a decisão de implantar o Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS), para o
confronto dos índices de morbimortalidade materna e infantil no Nordeste. Como antecessor
do PSF, o PACS teve um papel central na construção do programa, principalmente
relacionados a família e não no indivíduo, além de evitar apenas a intervenção médica e
buscando a integração com a comunidade (BRASIL, 2003).
Segundo Mendonça, Vasconcelos e Viana (2008), desde o surgimento da ESF pode-
se observar mudanças na sustentação financeira e política, o que indica o planejamento de
sua extensão, influenciado pela normatização da não centralização do sistema de saúde.
Para Borges, Pinheiro e Souza (2012) outra proposta de organização do PSF consiste
no desafio de definir políticas públicas que compreendam assuntos complexos envolvendo o
contexto social, ambiental e focando o desenvolvimento, a reafirmação e o adoecimento da
família. Também focando na formação, organização e estratégia para sobrevivência na
sociedade.
A evolução dessa estratégia ocorre na tentativa de reorientar o modelo existente de
atenção à saúde na rede pública dos municípios, acarretando possíveis transformações em
outros níveis de atendimento à comunidade (BRASIL, 2006d).
Essa afirmação é confirmada pelo Ministério da Saúde quando relata que a Atenção
Básica tem a Saúde da Família para sua orientação, sendo que a utiliza com os preceitos do
SUS e apresenta como fundamentos: permitir o acesso universal a serviços de saúde
resolutivos e de qualidade (BRASIL, 2009b).
Por se fazer importante elemento de atendimento no sistema de saúde (SUS), a ESF
tem seu trabalho organizado por equipes ou grupos de profissionais compostas por no
mínimo um médico clínico geral, um enfermeiro, de quatro a seis agentes comunitários de
saúde (ACS) e um auxiliar de enfermagem. Sendo que essa equipe multidisciplinar pode ser
ampliada por dentista, auxiliar e técnico em saúde bucal (FERREIRA; SCHIMITH;
CACERES, 2010).
Para Almeida, Giovanella e Nunan (2011), é componente das atividades da equipe de
ESF, a investigação e identificação de doenças que precisam com urgência receber medidas
de controle, além da notificação obrigatória de determinadas doenças.
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O enfermeiro é o membro dessa equipe multidisciplinar com capacidade para
supervisionar, treinar, avaliar a equipe e as atividades gerenciais. Esse profissional de acordo
com alguns estudos precisa constantemente gerar conhecimento, desenvolver suas
competências e definir as responsabilidades dos membros de sua equipe, além de inovar no
trabalho (BENITO; BECKER, 2007).
3.5 Atenção Primária em Saúde e a implantação da ESF
A Organização Mundial de Saúde (OMS) define a saúde como uma situação de
perfeito bem-estar físico, mental e social, não apenas a ausência de doenças. Para tornar essa
definição presente no cotidiano da comunidade, a atenção primária em saúde (APS) tem
organizado ações que a configuram de forma individual para cada realidade (SEGRE;
FERRAZ, 1997; BAPTISTA; FAUSTO; CUNHA, 2009).
De acordo com a história brasileira, a atenção à saúde nesse território, tem investido
na elaboração, implementação e consolidação de políticas de promoção, proteção e
recuperação da saúde (BRASIL, 2006d). Mas de acordo com Assis et al. (2008) ainda
necessitada de investimentos em sua construção, ampliação e manutenção de rede.
A APS teve a sua primeira determinação em 1978, na declaração de Alma-Ata que
definiu os cuidados primários de saúde como essenciais para a saúde, devendo estar
baseados em métodos e tecnologias bem fundamentadas na ciência e aceitas pela sociedade.
Devendo ainda ser utilizados por todos e com custos acessíveis (DECLARAÇÃO DE
ALMA-ATA, 1978).
Atualmente, o Ministério da Saúde caracteriza a APS ou Atenção Básica como:
[...] um conjunto de ações de saúde, no âmbito individual e coletivo, que abrange
a promoção e a proteção da saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o
tratamento, a reabilitação e a manutenção da saúde. É desenvolvida por meio do
exercício de práticas gerenciais e sanitárias democráticas e participativas, sob
forma de trabalho em equipe, dirigidas a populações de territórios bem
delimitados, pelas quais assume a responsabilidade sanitária, considerando a
dinamicidade existente no território em que vivem essas populações (BRASIL,
2009b, p. 43).
A Atenção Básica também pode ser considerada como ações complexas, realizadas
pela saúde da família que necessitam de intervenções interdisciplinares e intersetoriais com
efeito positivo sobre a saúde e a qualidade de vida. Bem como o primeiro contato da
20
população com a rede assistencial que constitui o sistema de saúde, caracterizado por ser
contínuo, integral e centrado na família (BRASIL, 2010a). Um ponto de partida para a
estruturação dos sistemas locais de saúde (BRASIL, 2006d).
Por sua vez, a atenção à saúde é referente ao cuidado com a saúde do ser humano,
almejando a promoção, a prevenção, a reabilitação e o tratamento, sendo que no SUS, esses
cuidados estão divididos em níveis diferentes de atenção, que são a básica, a de média e a de
alta complexidade. Toda essa estruturação objetiva a melhoria desde a organização até o
planejamento das ações, pois essa atenção deve ser integral (BRASIL, 2009b).
21
4 METODOLOGIA
4.1 Tipo de estudo
O estudo tem abordagem quantitativa, descritiva do tipo observacional. A abordagem
quantitativa é descrita por Günther (2006) como um método que permite ao pesquisador a
obtenção de conclusões por meio de orientações ou compreensões das relações entre
variáveis, não deixando que as crenças e valores de cada indivíduo exerçam considerável
influência em todo o seu processo.
Neste estudo foi empregado o caráter descritivo, pois esse tipo de estudo permite que
o pesquisador observe, registre, analise, classifique e interprete os dados, no entanto, não
permite nenhum tipo de interferência do pesquisador (CERVO; BERVIAN, 2002). De
acordo com Silva (2001) sua finalidade é descrever as características individuais de uma
população ou o relacionamento entre as variáveis estudadas, sendo suas técnicas de coleta de
dados, padronizadas pela observação sistemática.
Tal pesquisa abrange também uma grande área de investigação que objetivam
identificar falhas, descrever os procedimentos, descobrir tendências e reconhecer os
interesses, sendo que este trabalho é baseado em dados coletados (CERVO; BERVIAN,
2002).
Para Creswell (2007) a pesquisa de caráter observacional total é adequada para a
coleta de dados em situações de difíceis divisões, no qual o investigador não exerce nenhum
tipo de intervenção. Lobiondo-Wood e Haber (2001) complementam que nesse estudo os
participantes são conscientizados da observação sem interrupções por parte do realizador do
estudo. Vale ressaltar que ao estudo mesmo sendo de caráter observacional, será utilizado
para orientação, um questionário do tipo check-list (APÊNDICE II).
4.2 Local do estudo
A pesquisa foi realizada nos Centros de Saúde da Família (CSF) pertencentes à
Secretaria Executiva Regional III (SER III) no município de Fortaleza – CE. Essa regional
22
dispõe de 16 CSF distribuídos para o atendimento dos bairros: Amadeu Furtado, Antônio
Bezerra, Autran Nunes, Bonsucesso, Bela Vista, Dom Lustosa, Henrique Jorge, João XXIII,
Jóquei Clube, Olavo Oliveira, Padre Andrade, Parque Araxá, Pici, Parquelândia, Presidente
Kennedy, Rodolfo Teófilo e Quintino Cunha.
Para realização deste estudo foram escolhidos nove CSF (50% + 1), de acordo com a
conveniência do pesquisador.
4.3 População e amostra do estudo
A população e amostra do estudo foram compostas por 12 profissionais com o título
de bacharel em enfermagem, atuantes nas equipes de saúde da família dos CSF,
representando as respectivas unidades selecionadas.
Para a composição dessa amostra foram estabelecidos os critérios de inclusão: estar
devidamente cadastrado como profissional de enfermagem na Secretaria de Saúde Municipal
de Fortaleza; possuir vínculo empregatício no CSF; e realizar as consultas com idosos do
programa HIPERDIA.
Foram excluídos da pesquisa os enfermeiros que não estiveram segundo os critérios
de inclusão citados anteriormente, os que se recusaram a participar da pesquisa e os que não
se encontraram no CSF no período de coleta dos dados.
4.4 Coleta de dados
A coleta de dados foi realizada após a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa
(CEP) e de acordo com os critérios de inclusão e exclusão previamente estabelecidos. Logo
após a identificação da amostra, foi exposto o objetivo e a finalidade do estudo, os aspectos
da bioética relacionados e realizada a solicitação da assinatura no Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido (TCLE) (APÊNDICE I).
23
O instrumento utilizado na coleta de dados consistiu em um check-list, (APÊNDICE
II) que contém os principais assuntos merecedores da realização da educação em saúde pelos
profissionais de enfermagem aos pacientes idosos com HAS.
Desse modo, os profissionais foram abordados em seu local de trabalho e, após sua
assinatura do TCLE, foi realizada a observação das consultas direcionadas aos pacientes
idosos com Hipertensão Arterial Sistêmica. A coleta foi realizada em um horário de acordo
o funcionamento do Centro de Saúde, assim como o horário disponível do pesquisador,
sendo cada enfermeiro acompanhado apenas por um turno.
4.5 Análise dos dados
A análise, com base no questionário do tipo check-list, foi realizada após a
organização e tabulação dos dados, com o auxílio do programa de análise estatística
Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), versão 17.0.0. Foi realizada ainda uma
discussão fundamentada na literatura pertinente ao assunto formada por livros de
enfermagem e artigos indexados em bases de dados.
De acordo com Ruiz (2002) esse trabalho de análise consiste na elaboração de
gráficos, quadros, mapas, estatísticas para análise, interpretações dos dados coletados
tabulação e finalizações de caráter indutivo.
4.6 Aspectos Éticos
Esta pesquisa foi realizada com base nos Aspectos Éticos da Resolução nº 196 de
1996 do Conselho Nacional de Saúde que dispõe de pesquisas que envolvem seres humanos
(BRASIL, 1996). Protocolada sob número 03842812.3.0000.5034 e aprovada por meio do
parecer número 78533.
Para Zoboli (2003), a bioética pode ser explicada como o estudo ordenado da
moral, compreendendo a visão e as regras das ciências referentes à vida e saúde, utilizando
num contexto interdisciplinar, a ética.
24
Segundo o Ministério da Saúde, a bioética tem por princípios básicos a Autonomia;
a Não-Maleficência; a Beneficência; e a Justiça, além de ter como objetivo os direitos e
deveres da comunidade científica, do estado e dos sujeitos da pesquisa (BRASIL, 1996).
Foi consolidado ainda nessa pesquisa o TCLE (APÊNDICE I) que garante aos
sujeitos observados a preservação da identidade, as orientações sobre o método utilizado
para a coleta de dados e seu conhecimento sobre todas as informações referentes ao estudo.
Para Castilho e Kalil (2005), o TCLE deve ser escrito com palavras de fácil
compreensão do sujeito da pesquisa, deve contemplar as informações sobre a pesquisa,
assegurar a privacidade das informações e apresentado de modo confidencial.
25
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1 Perfil dos sujeitos
O Quadro 1 apresenta o perfil profissional dos enfermeiros, sujeitos da pesquisa.
Para preservação da identidade dos profissionais, estabeleceu-se que a inicial “P” referente a
participante, seguida de numerais (P1, P2, P3... P12) os representaria. O quadro apresenta as
seguintes variáveis: Idade, Estado Civil, Tempo de Formação, Tempo de Atuação e Maior
Titulação.
Quadro 1. Perfil profissional dos sujeitos.
Participante Idade Estado
Civil
Tempo de
Formação
Tempo de
Atuação
Maior
Titulação
P1 30 Solteiro 06 06 Especialista
P2 52 Solteira 25 10 Graduada
P3 39 Casada 07 06 Especialista
P4 40 Casada 08 08 Especialista
P5 40 Casada 20 19 Especialista
P6 36 Casada 10 03 Especialista
P7 38 Casada 16 15 Mestre
P8 32 Casada 08 08 Especialista
P9 43 Casada 06 03 Especialista
P10 38 Casado 13 09 Especialista
P11 34 Solteira 10 10 Especialista
P12 33 Casada 08 04 Especialista
Observa-se que em relação à idade e sexo, a maioria dos profissionais são do sexo
feminino e possuem entre 30 e 40 anos de idade. Em relação ao estado civil, também há
predominância de profissionais casados, visto que apenas dois são solteiros.
A predominância da mulher na enfermagem, de acordo com Felli et al. (2011) faz
parte da trajetória da categoria. Para Lins, Veríssimo e Marin (2010), essa predominância
está fortemente relacionada aos aspectos culturais e históricos que qualificam a mulher como
cuidadora.
26
Outro estudo realizado com profissionais de saúde Estratégia Saúde da Família
também constatou a redução de profissionais do sexo masculino, bem como a prevalência de
profissionais casados (THIAGO; TESSER, 2011).
Verifica-se através da variável Tempo de Formação que a maioria (oito) dos
profissionais tem no máximo 10 anos, contudo, há três profissionais formados entre 11 e 20
anos e apenas um com mais de 20 anos. O tempo de atuação no programa de atendimento à
hipertensos também apresenta predominância de sujeitos em número de 10, que atuam há
menos de 10 anos, enquanto apenas dois atuam há mais de 10 anos.
O estudo de Borges, Pinheiro e Souza (2012) com enfermeiras responsáveis pela
consulta de hipertensos confirma os dados encontrados nesta pesquisa, pois relatam que a
média de tempo de graduação das enfermeiras foi menos de dez anos (entre cinco e oito
anos), sendo que o tempo de atuação na Unidade Básica de Saúde apresentou uma média de
quatro anos.
Já em relação a maior titulação dos enfermeiros do programa Hipertensão, nota-se
que um enfermeiro possui apenas a graduação em enfermagem, um possui qualificação de
mestre e os outros 10 profissionais são especialistas.
Em seu estudo, Felli et al. (2011) relatam que há maior procura de investimento na
profissão por parte das mulheres. Os autores atribuem esta procura ao exercício educacional,
além da inserção no mercado de trabalho e a remuneração.
5.2 Análise Estatística
5.2.1 Análise estatística sobre Hipertensão Arterial
Para melhor compreensão e análise, as questões foram agrupadas de acordo com as
diferentes temáticas, estabelecidas pelo Ministério da Saúde como pontos fundamentais a
serem desenvolvidos com os portadores de Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) durante a
consulta de enfermagem. Tais pontos são HAS, exercícios físicos e mudanças do estilo de
vida, monitorização e controle da HAS, etilismo e tabagismo.
A Tabela 1 nos proporciona a avaliação das questões sobre HAS, pois pode-se
observar a abordagem dos enfermeiros relacionada ao tema.
27
Conforme a Tabela 1 pode-se observar que 91,7 % (11) dos enfermeiros explicaram
o que é a HAS, enquanto apenas 8,3% (1) omitiram ao paciente esta informação.
Coincidentemente, os mesmos valores são encontrados para a explicação dos fatores de risco
para a doença, pois dos 12 profissionais, 11 a realizaram.
De acordo com Goldman e Ausiello (2005), a hipertensão arterial consiste no
aumento da pressão dentro dos vasos, gerada por um desequilíbrio podendo gerar lesões em
órgãos como o coração, olhos, cérebro e rins. Tal patologia pode desenvolver-se de modo
assintomático, com evolução lenta, dificultando seu diagnóstico.
Ainda de acordo com Vieira et al. (2012), a HAS é uma das principais morbidades de
saúde pública em todo o mundo, associada a mortalidade, problemas cardiovasculares além
de ser comprometedora da qualidade de vida (QV) de muitos hipertensos.
Os fatores de risco para desenvolvimento da doença são excesso de peso,
dislipidemia, raça negra, alimentação inadequada com excesso de sal, sedentarismo,
tabagismo, etilismo, estresse e idade avançada (BRASIL, 2006c).
Depois de diagnosticada a HAS é fator de risco para doenças graves como
insuficiência cardíaca congestiva (ICC), infarto agudo do miocárdio (IAM) e nefropatia
hipertensiva. Desse modo, mesmo não sendo transmissível, o diagnóstico e o controle são
fundamentais para a prevenção e manejo destas doenças graves (RABETTI; FREITAS,
2011).
A execução da explicação sobre a HAS e seus fatores de risco durante as consultas
de enfermagem torna-se essencial para que o portador da doença seja conhecedor da
Tabela 1. Frequência absoluta e relativa sobre Hipertensão Arterial. Fortaleza, 2012.
(N=12) %
Explicou o que é a Hipertensão Arterial Sistêmica?
Sim 11 91,7
Não 1 8,3
Explicou quais são os fatores de risco para HAS?
Sim 11 91,7
Não 1 8,3
28
patologia com seus fatores de risco e complicações. No entanto, é necessário que o
profissional seja conhecedor do assunto em que realizará a educação em saúde.
Desse modo, os profissionais atuaram corretamente, demonstrando conhecimento
suficiente na abordagem do cliente, exercendo com qualidade seu papel de educador e
cuidador, característico da enfermagem.
5.2.2 Análise estatística sobre a realização de atividades físicas
A Tabela 2 nos traz os resultados da observação da consulta relacionada à realização
de atividade física pelos hipertensos. Para esta análise tornou-se necessário o seguinte
questionamento: Incentivou a realização de atividades físicas?; Ensinou como deve realizar
as atividades físicas?; Orientou os benefícios da perca de peso para controle da HAS?.
Tabela 2. Frequência absoluta e relativa sobre atividades físicas e controle do peso.
Fortaleza, 2012.
(N=12) %
Incentivou a realização de atividades físicas?
Sim 10 83,3
Não 2 16,7
Ensinou como deve realizar as atividades físicas?
Sim 8 66,7
Não
4 33,3
Orientou os benefícios da perca de peso para controle da HAS?
Sim 9 75,0
Não 3 25,0
Em relação às atividades físicas, observa-se na Tabela 2 que 83,3% (10) dos
enfermeiros observados incentivaram os hipertensos à sua realização. Enquanto 16,7% (2)
não incentivaram, nem relataram a sua importância para a promoção da saúde do cliente.
29
O exercício físico consiste em uma atividade corporal que ao ser realizada
regularmente, implica em significativas adaptações a nível autonômico e hemodinâmico,
influenciadores do sistema cardiovascular. Tal influência tem como objetivo manter o
equilíbrio celular, no entanto há outras mudanças durante sua realização como o aumento do
débito cardíaco, uma elevação da perfusão sanguínea nos músculos exercitados, assim como
uma redistribuição de todo o fluxo sanguíneo (SPINATO; MONTEIRO; SANTOS, 2010).
Segundo Mostarda et al. (2009) há forte correlação entre a elevação da pressão
arterial com o aumento da idade na sociedade industrializada. Contudo relatam que há
elevação da pressão sistólica enquanto há uma diminuição da diastólica após os 60 anos,
significando redução da complacência arterial e luz do vaso, junto ao aumento da espessura
da parede.
Após a observação da melhoria dos índices pressóricos ao término das atividades,
tornou-se indicado sua realização para o grupo hipertenso, contudo em um estudo sobre o
conhecimento em relação às atividades físicas, observa-se que há um melhor nível em
grupos sócio-economicamente favorecidos. Devendo assim, ser desenvolvida uma atenção
especial à população mais pobre (KNUTH et al., 2009).
Ainda dentre os benefícios da atividade para o hipertenso, pode-se identificar:
melhora a sensibilidade barorreflexa, a VFC e a VPA, diminui o tônus simpático
e aumenta o tônus vagal, contribuindo para a redução de cardiopatias relacionadas
ao envelhecimento. Tais respostas têm sido associadas com alterações em
receptores sensitivos localizados em órgãos, bem como alterações em vias
aferentes, eferentes e componentes centrais que regulam o sistema nervoso
autônomo (MOSTARDA et al., 2009, p. 59).
Na tabela 2 também se observa que 66,7% (8) dos sujeitos ensinaram o modo correto
de realização das atividades físicas, contudo 33,3 (4) não realizaram tal orientação, muito
relevante para a promoção da saúde e prevenção de algumas patologias.
De acordo com Merquiades et al. (2009), a adesão ou adoção de um estilo de vida
mais saudável, seja por acréscimo das atividades habituais ou a inserção na rotina pode
proporcionar ao idoso um envelhecimento saudável.
Contudo, é necessário que este indivíduo conheça o modo correto de realizar os
exercícios sem que sofra danos. De acordo com o Ministério da saúde, deve ter duração
mínima de 30 minutos, com intensidade moderada, de forma contínua ou acumulada, sendo
30
pelo menos 150 minutos por semana, tornando-se possível para todas as pessoas, pois para
esta intensidade não é necessária a avaliação respiratória e cardíaca (BRASIL, 2006c).
O exercício físico pode ser complementado por atividades de rotina como caminhar,
realizar atividades domésticas dentro e fora de casa, nadar, subir escadas, assim como correr,
fazer ginástica, pedalar, exercícios com pesos ou jogar bola, evitando sedentarismo e
modificando os hábitos (MERQUIADES et al., 2009).
O Ministério da Saúde indica o exercício com intensidade moderada adequado para o
hipertenso, pois define-a como uma atividade em que há aumento da freqüência cardíaca e
respiratória, mas com a possibilidade de manter um diálogo, não caracterizando-a como
fatigante (BRASIL, 2006c).
No estudo de Mostarda et al. (2009) foi evidenciado que apenas 45 minutos de
exercício físico de intensidade leve ocasionou a diminuição da pressão arterial em
hipertensos idosos que não possuíam obesidade, configurando o exercício adequado e
benéfico, independente da intensidade.
Sabe-se que outro benefício para o controle da HAS é a perca de peso, no entanto
pode-se identificar na tabela 2 que 75,0% (9) dos profissionais orientaram os pacientes
acerca desse benefício, e os outros 25,0% (3) deixaram de realizar a orientação.
O excesso de peso, além de predispor ao desenvolvimento da HAS, também está
relacionado à prevalência da doença, incluindo patologias cardiovasculares, pois a
distribuição de gordura, com predominância na região abdominal associa-se à resistência
insulínica levando ao quadro de Diabetes Mellitus, bem como se associa a alterações
pressóricas (BRASIL, 2006c).
Em relação à glicemia, o estudo de Vancea et al. (2009) têm demonstrado que o
exercício físico tem efeito sobre o controle da glicemia, visto que há uma diminuição de seus
níveis depois da execução dos exercícios.
Para o Ministério da Saúde:
A redução da ingestão calórica leva à perda de peso e à diminuição da pressão
arterial, mecanismo explicado pela queda da insulinemia, redução da
sensibilidade ao sódio e diminuição da atividade do sistema nervoso autônomo
simpático (BRASIL, 2006c, p. 25).
31
Nesse contexto, as orientações devem envolver a prática de atividades regulares, bem
como de uma alimentação equilibrada e saudável, logo que estão bem relacionadas e a partir
da prática alimentar pode-se ganhar massa muscular ou perder peso (SPINATO;
MONTEIRO; SANTOS, 2010).
Desse modo, deve ser constantemente averiguado o índice de massa corpórea (IMC),
a circunferência abdominal, a realização das atividades físicas e a investigação da
alimentação para que haja inicialmente redução de no mínimo 10% do peso, com
consequente melhora pressórica (BRASIL, 2006c).
Para esta tabela, é possível identificar que a maioria dos profissionais realizou as
ações preconizadas pelo Ministério da Saúde como fundamentais para que a consulta seja
qualificada. Sendo que não pode ser descartada a possibilidade de alguns profissionais já
terem realizado essa orientação aos clientes, julgando não haver necessidade de repetir as
informações.
5.2.3 Análise estatística sobre a alimentação do hipertenso
A Tabela 3 está relacionada as ações do enfermeiro, voltadas para a alimentação do
hipertenso, sendo avaliadas as questões: Incentivou a realização de uma alimentação
adequada? Perguntou como o paciente se alimenta diariamente? Ensinou como ter uma boa
alimentação?. Preconizadas pelo Ministério da Saúde.
Tabela 3. Frequência absoluta e relativa sobre a alimentação. Fortaleza, 2012.
(N=12) %
Incentivou a realização de uma alimentação adequada?
Sim 11 91,7
Não 1 8,3
Perguntou como o paciente se alimenta diariamente?
Sim 9 75,0
Não 3 25,0
Ensinou como ter uma boa alimentação?
Sim 11 91,7
Não 1 8,3
32
Na Tabela 3 observa-se os dados referentes a temática alimentação dos hipertensos.
A partir desta avaliação constata-se que a maioria (91,7%) dos profissionais incentivou os
clientes a realizar uma alimentação e apenas 8,3% (1) não incentivou. Esta mesma
proporção foi constatada durante o ensino de como realizar uma boa alimentação. Já em
relação ao questionamento sobre a alimentação diária, observa-se que 75,0% (9) dos
enfermeiros fez a indagação, enquanto 25,0% (3) não perguntaram.
A alimentação adequada em conjunto com a realização de atividades físicas
constituem as principais mudanças do estilo de vida, contribuindo fundamentalmente para as
alterações orgânicas favoráveis ao equilíbrio da pressão arterial (BRASIL, 2006c).
Para Silva (2010), a conduta alimentar para os hipertensos deve ter como objetivo a
perca ou manutenção do peso corporal, redução da ingesta de sal, este por meio da retirada
do saleiro da mesa e redução de produtos industrializados que contenham sal. Relata ainda
que deve ser dada preferência aos temperos naturais e não aos industrializados.
A dieta é de grande importância para o controle da HAS. No entanto, esta
alimentação deve minimizar os teores de sódio, não ultrapassando 6 gramas de cloreto de
sódio por dia. Além disto, deve ser baseada em frutas legumes, verduras, leguminosas,
cereais integrais, leite e derivados desnatados, o mínimo possível de lipídeos e colesterol
(BRASIL, 2006c).
No estudo de Oliveira et al. (2012) foi constatado que uma dieta variada proporciona
efeito protetor para as mudanças da pressão sistólica em todos os hipertensos pesquisados.
Os autores evidenciaram respostas negativas após a ingestão de lipídeos, carboidratos, sódio
e proteína, mas respostas positivas para potássio, cálcio e fibras presentes nas hortaliças,
laticínios e frutas.
Além das escolhas dos alimentos, o hipertenso deve ser orientado a fracionar a
alimentação, de modo que se alimente com mais frequência e em menor quantidade,
auxiliando ainda no controle do peso (BRASIL, 2006c).
Nas consultas de enfermagem a abordagem sobre esse assunto deve ser
fundamentada na cultura, no conhecimento da população, ainda na sua condição social,
econômica e psicológica, pois é comum o relato negativo de hipertensos em relação às
mudanças que podem alterar a alimentação de toda a família, em relação ao deixar de comer
o que gosta e a impossibilidade de preparar cardápios diferentes por conta da dificuldade
financeira (SILVA, 2010).
33
Desse modo, é necessário que esta orientação seja feita com base na situação do
paciente, mas de uma maneira que compreenda e dê espaço ao hipertenso expressar-se. Não
agindo conforme os sujeitos do estudo de Borges, Pinheiro e Souza (2012) que colocavam
os saberes preventivos com caráter de prescrições, de ordens como: não coma sal, coma
frutas, faça exercícios físicos, não coma com gordura, geralmente, não aceitos e não
integrantes da realidade do cliente.
5.2.4 Análise estatística sobre controle e monitorização da HAS
A Tabela 4 traz como assunto principal a monitorização e o controle da HAS, sendo
avaliadas as questões: Orientou sobre a tomada dos medicamentos? e Orientou sobre o
monitoramento contínuo da pressão arterial?
Tabela 4. Frequências absolutas e relativas sobre o controle e monitorização da HAS.
Fortaleza, 2012.
(N=12) %
Orientou sobre a tomada dos medicamentos?
Sim 12 100,0
Não - -
Orientou sobre o monitoramento contínuo da pressão arterial?
Sim 10 83,3
Não 2 16,7
No âmbito do controle desta patologia, observa-se na Tabela 4 que houve
unanimidade (100,0%) na orientação sobre a tomada de medicamentos anti-hipertensivos,
utilizados pelos hipertensos atendidos na unidade básica de saúde.
Acerca das orientações sobre a verificação da pressão arterial com frequência,
observa-se que 83,3% (10) realizaram a orientação, e apenas 16,7% (2) deixaram de
orientar.
O tratamento medicamentoso, de acordo com Silva (2010), também é dificilmente
aceito pelos portadores, pois por ser uma doença assintomática e/ou por não apresentar
34
sintomas constantemente, é associada ao bem-estar e não necessidade da tomada contínua
das drogas.
Outra dificuldade encontrada consiste na quantidade de fármacos a serem tomados,
os efeitos colaterais e o cumprimento dos horários estabelecidos. Massierer et al. (2012)
identificaram em seu estudo que a maioria dos hipertensos estudados faziam uso de três
medicamentos anti-hipertensivos, alguns utilizando diuréticos.
Mesmo com esta dificuldade, o tratamento medicamentoso consegue ser mais aceito
do que a mudança de hábitos por conta do efeito imediato e contínuo da droga no controle
da pressão. Silva (2010) relata que há dificuldade de associação do tratamento não-
medicamentoso ao medicamentoso, uma vez que desconhecem a doença e seus modos de
controle. Além de acreditar que as mudanças em curto tempo são traumáticas.
No estudo de Carvalho et al. (2012) foi exposto que os programas de saúde não
garantem a resolução dos problemas, mas há três pontos fundamentais para este fim: a
adesão do hipertenso ao tratamento proposto, estando ciente da condição de saúde; do apoio
da família e por último, o incentivo e esclarecimento dos profissionais. Este último sendo
realizado geralmente pelo enfermeiro, profissional capacitado a realizar de modo adequado a
educação em saúde.
Em relação aos profissionais observados, identifica-se que há uma preocupação com
o idoso, visto que todos se interessaram em orientar sobre a adesão medicamentosa e o modo
correto de utilizar os fármacos.
Deve-se ressaltar que o controle bem sucedido e o acompanhamento do tratamento
dependem da verificação frequente da pressão arterial, pois são diretamente proporcionais.
A pressão pode ser verificada de duas maneiras, através da Monitorização Residencial da
Pressão Arterial (MRPA) ou Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial (MAPA)
(SOUZA et al., 2012).
Para o Ministério da saúde, a MRPA é um método indireto, onde deve ser realizada
três medidas pela manhã e três à noite, em um período de 4-5 dias, já a MAPA, deve ser
realizado em 24 horas, enquanto o paciente realiza suas atividades habituais na vigília e
durante o sono (BRASIL, 2006c).
Independente do método de controle e avaliação da pressão, cabe ao enfermeiro a
ação educacional. O hipertenso deve ser conhecedor da maneira correta de realização da
35
medida, além dos fatores que podem interferir no resultado como a realização de exercícios
há menos de 60 minutos, a ingestão de bebidas alcoólicas e café, utilização de fumo há
menos de 30 minutos, estar com as pernas cruzadas e bexiga cheia (JARVIS, 2008; SOUZA
et al., 2012).
De um modo geral, estes pontos da tabela 4 foram bem abordados e aceitos pelos
profissionais e pacientes, respectivamente. Observa-se que os profissionais estão cientes da
necessidade da educação em saúde para os hipertensos, justificados pela realização das
orientações pela maioria dos enfermeiros.
5.2.5 Análise estatística sobre os vícios na HAS
Esta última tabela é referente as informações sobre os vícios mais comuns na
sociedade: o tabagismo e o etilismo, avaliados através do questionamento: Incentivou a
redução do tabagismo? e Incentivou a redução do consumo de bebidas alcoólicas?
Tabela 5. Frequência absoluta e relativa sobre tabagismo e etilismo. Fortaleza, 2012
(N=12) %
Incentivou a redução do tabagismo?
Sim 4 33,3
Não 8 66,7
Incentivou a redução do consumo de bebidas alcoólicas?
Sim 6 50,0
Não 6 50,0
Na Tabela 5 observa-se diferença em relação às demais, pois há prevalência ou maior
número de não incentivos realizados pelos profissionais. Para o incentivo a redução do
fumo, nota-se que apenas 33,3% (4) realizaram e a maioria 66,7% (8) deixou de incentivar o
hipertenso. Na segunda questão evidencia-se que metade 50,0% (6) incentivou a redução ou
abandono do alcoolismo, e a outra metade 50,0% (6) não o fez.
36
O tabagismo e a HAS de acordo com o estudo de Munaretti et al. (2011), ainda não
tem esclarecimento completo. Relatam ainda que o tabagismo pode ser um pequeno risco
para o desenvolvimento da patologia.
Em contrapartida, no estudo de Feitosa e Pontes (2011) o tabagismo é colocado
como associação direta ao desenvolvimento de doenças, sendo colocados pela ordem:
doenças respiratórias, hipertensão arterial, depressão e problemas alérgicos.
Infelizmente, ainda é crescente o número de fumantes hipertensos. Em um estudo
com equipe de enfermagem portadora de HAS, observa-se que dos 66 sujeitos, 35,4% (46)
permanecem fumando cigarros, 15,4% (20) pararam e menos da metade (49,2%) relataram
jamais terem fumado (CUSTODIO et al., 2011).
De acordo com o Ministério da Saúde, o risco associado ao fumo é proporcional ao
número de cigarros fumados e à profundidade da inalação. Em estudos, foi identificado que
a PA sistólica de fumantes foi mais elevada do que em não-fumantes. Desse modo, os
hipertensos devem ser continuamente estimulados ao abandono da prática (BRASIL, 2006c).
Para o grupo da Tabela 5, evidencia-se que a menor parcela dos profissionais
incentivou a redução ou abandono da prática do tabagismo. Neste caso pode-se considerar
que houve negligenciamento dos enfermeiros para o assunto ou por conhecer o público
atendido, identifica os não fumantes, sendo desnecessária a ação educativa.
O tabagismo pode ainda estar associada ao uso abusivo de álcool, substância
psicoativa com consumo liberado e incentivado pela sociedade. Andrade et al. (2012) nos
mostram que aproximadamente dois bilhões de pessoas consomem bebidas por ano. Relatam
ainda que há prevalência do alcoolismo em 11,2% dos brasileiros, sendo mais elevada nas
regiões norte e nordeste.
As bebidas alcoólicas por possuírem etanol, substância tóxica, lesionam órgãos
nobres como o cérebro, o coração, o fígado e o pâncreas. Pode ainda agravar casos de
gastrite, diminuir os reflexos, dificultar a perda de peso, além de causar dependência
química (BRASIL, 2010c).
Para Andrade et al. (2012) o consumo do álcool de forma abusiva pode interferir na
pressão arterial, elevando seus níveis. Pode ainda ser relacionado à mortalidade
cardiovascular devido ao aumento nos triglicerídeos em indivíduos propensos.
A relação entre o alto consumo de bebida alcoólica e a elevação da pressão
arterial tem sido relatada em estudos observacionais e a redução da ingestão de
37
álcool pode reduzir a pressão arterial em homens normotensos e hipertensos que
consomem grandes quantidades de bebidas alcoólicas. Recomenda-se limitar a
ingestão de bebida alcoólica a menos de 30 ml/dia de etanol para homens e a
metade dessa quantidade para mulheres, preferencialmente com as refeições. Isso
corresponde, para o homem, a ingestão diária de no máximo 720 ml de cerveja
(uma garrafa); 240 ml de vinho (uma taça) ou 60 ml de bebida destilada (uma
dose). Aos pacientes que não conseguem se enquadrar nesses limites de consumo
sugere-se o abandono do consumo de bebidas alcoólicas (BRASIL, 2006c, pag.
26).
No estudo de Silva (2010), o abandono do vício é colocado como barreira para a
adesão ao tratamento frente a sua dificuldade de execução. A autora coloca ainda que é mais
fácil a mudança da dieta do que o desapego aos vícios, definido como fonte de prazer.
Nesta tabela observa-se que 6 dos 12 profissionais incentivaram à redução ou
abandono do alcoolismo, podendo significar que haja cumplicidade e conhecimento entre
profissional e hipertenso, não sendo necessário o incentivo.
Neste contexto, o enfermeiro deve ser capaz de compreender a situação do cliente,
agindo com sensibilidade, profissionalismo, ética e respeito. Compreendendo que estes
vícios são classificados como doença do grupo de transtornos mentais e dependência
química, necessitando de tratamento intensivo (POSSATO; PARADA; TONETE, 2007).
Para este grupo é necessária a intervenção efetiva e contínua das orientações de
enfermagem. O profissional deve mostrar todos os pontos negativos de um modo que o
paciente sinta o desejo de abandonar o vício e quando possível, encaminhá-lo para um
atendimento adequado aos dependentes químicos.
38
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Após aprovação do comitê de ética em pesquisa, foi iniciada a coleta de dados nos
Centros de Saúde da Família. Durante a análise e observação das consultas de enfermagem
aos hipertensos idosos, notou-se a elevada incidência desta patologia em nossa sociedade,
associada ao Diabetes Mellitus e não apenas em idosos.
No decorrer das consultas, foi possível identificar que todos os temas preconizados
como relevantes para a educação em saúde pelo Ministério da Saúde, foram expostos como
orientação e educação por quase todos os enfermeiros. No entanto, realizados de modos
diferentes.
Observou-se que há profissionais que possuem vínculos afetivos e respeitosos com
os idosos, pois conduzem a consulta de modo holístico, delicado, com cautela em
aborgagens como o cuidado com a alimentação e tomada de medicamentos. Contudo, há
outros que mantém uma postura constante de profissional detentor do saber e ditador da
maneira correta de se comportar em relação às mudanças de hábitos e controle da patologia.
Independente do profissional, a educação em saúde foi colocada como primordial
para a conquista do saber pelos hipertensos e quando cumpridas as orientações, sendo
possível identificar a melhora no controle da HAS.
A educação em saúde atualmente é o método que deve ser estudado e muito bem
elaborado, pois o profissional não tem como mudar o estilo de vida das pessoas por meio de
ações, apenas por meio das orientações.
A orientação quando realizada de modo correto tem o poder de estimular o indivíduo
a realizar uma atividade de modo correto com minimização dos riscos, estimulando a
alimentar-se da melhor maneira, de acordo com suas condições econômicas e de um modo
geral, a se cuidar melhor.
Vale ressaltar que o idoso está em uma fase de sua vida, onde há debilidade corporal
e mudanças sentimentais e psicológicas, devendo serem respeitadas e compreendidas. O
profissional ao entender o idoso em todos os seus aspectos é capaz de realizar uma educação
em saúde direcionada e cada vez mais eficiente.
39
Neste estudo, foi percebido que as orientações estão sendo realizadas de modo
adequado, que a consulta possui a quantidade de informações essenciais para qualificá-la e
melhorar o aspecto de vida dos pacientes. No entanto, há ainda necessidade de capacitação
dos profissionais, principalmente no âmbito da humanização e do exercício de colocar-se no
local do próximo, desse modo se abordaria o cliente de modo holístico e não apenas
assistencial, obrigação de trabalho.
40
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44
APÊNDICES
45
APÊNDICE I
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)
Marina Angelim Lima, portador do RG: 99010460160, está realizando a pesquisa
com titulo de “PRÁTICA DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE NA CONSULTA DE
ENFERMAGEM EM IDOSOS HIPERTENSOS”, que tem como objetivo: Avaliar a
prática da educação em saúde durante a consulta de enfermagem com Pacientes idosos
hipertensos no contexto da Estratégia Saúde da Família.
Por essa razão, o Sr.(a) está sendo convidado(a) a participar da pesquisa. Sua
participação será efetuada por meio da observação da consulta de enfermagem. O Sr.(a) não
passará por nenhum desconforto ou risco de qualquer natureza. O questionário do tipo
check-list será utilizado somente para este estudo. Sua identidade será presevada por todo o
decorrer da pesquisa. A sua participação neste estudo é voluntária, portanto não haverá
atribuição de remuneração ao seu consentimento. O Sr.(a) não será prejudicado(a) caso não
aceite ou retire seu consentimento durante qualquer momento da pesquisa.
Se tiver alguma dúvida a respeito dos objetivos da pesquisa e/ou dos métodos
utilizados na mesma, pode procurar, no horário comercial, de segunda a sexta feira.:
- Pesquisador responsável: Marina Angelim Lima
- Endereço: Rua Mendes Guimarães, n° 451, Apto 101ª, São Gerardo
- Telefone: 8742 - 0604
Se o(a) Sr.(a) estiver de acordo em participar deverá preencher e assinar o Termo de
Consentimento Pós-esclarecido que se segue, e receberá uma cópia deste Termo.
TERMO DE CONSENTIMENTO PÓS-ESCLARECIDO
Pelo presente instrumento que atende às exigências legais, o
Sr.(a)______________________________________________, portador(a) da cédula de
identidade__________________________, declara que, após leitura minuciosa do TCLE,
teve oportunidade de fazer perguntas, esclarecer dúvidas que foram devidamente explicadas
pelos pesquisadores, ciente dos serviços e procedimentos aos quais será submetido e, não
restando quaisquer dúvidas a respeito do lido e explicado, firma seu CONSENTIMENTO
LIVRE E ESCLARECIDO em participar voluntariamente desta pesquisa.
E, por estar de acordo, assina o presente termo.
Fortaleza-Ce., _______ de ________________ de ______.
______________________________
Assinatura do participante
______________________________
Assinatura do Pesquisador
46
APÊNDICE II
FORMULÁRIO CHECK-LIST
IDENTIFICAÇÃO PROFISSIONAL
1 Iniciais do enfermeiro(a): __________________
2 Idade: ___________ estado civil __________
3 Tempo de formação:___________
4 Quanto tempo exerce as atividades na consulta aos hipertensos idoso?__________
5Tem especialização? _______________ Mestrado___________ Doutorado_____
CHECK-LIST DE OBSERVAÇÃO
4 Explicou o que é a Hipertensão Arterial Sistêmica? S( ) N ( )
5 Explicou quais são os fatores de risco para HAS? S( ) N ( )
6 Incentivou a realização de atividades físicas? S( ) N ( )
7 Ensinou como deve realizar as atividades físicas? S( ) N ( )
8 Orientou os benefícios da perca de peso para controle da HAS? S( ) N ( )
9 Incentivou a realização de uma alimentação adequada? S( ) N ( )
10 Perguntou como o paciente se alimenta diariamente? S( ) N ( )
11 Ensinou como ter uma boa alimentação? S( ) N ( )
12 Orientou sobre a tomada dos medicamentos? S( ) N ( )
13 Orientou sobre o monitoramento contínuo da pressão arterial? S ( ) N ( )
14 Incentivou a redução do consumo de bebidas alcoólicas? S( ) N ( )
15 Incentivou a redução do tabagismo? S ( ) N ( )