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11 INTRODUÇÃO O interesse de estudar sobre a atuação do pedagogo nas empresas nasceu da nossa trajetória profissional e acadêmica. Por muitos anos, desempenhando funções técnicas em empresas de médio e grande porte, o trabalho educativo sempre esteve presente em nossas atividades diárias. Aos poucos, devido ao interesse e habilidade natural em lidar com a dinâmica do ensinar e aprender desenvolvida nas empresas foram surgindo oportunidades de crescimento profissional na área de Recursos Humanos que nos possibilitou a buscar sempre mais conhecimentos no tocante à educação, humanização e capacitação de pessoas. Porém, apesar do sucesso que o trabalho vinha alcançando, a prática pedagógica desenvolvida era carregada de informalidade, resultado de uma indevida dicotomia entre a teoria e a prática, gerada pela formação extremamente técnica e pela falta de conhecimentos sobre a ciência da educação. Constatamos, então que, para tornar a prática educativa mais eficaz, ser capaz de trabalhar com maior rigor conceitual, sistematizar adequadamente os conhecimentos, ter uma clara definição dos fins a serem atingidos pelos treinamentos e escolher os meios mais eficazes a serem utilizados, era preciso fazer algum curso que proporcionasse o conhecimento necessário para

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Pedagogia 2009

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Page 1: Monografia Gracielle Pedagogia 2009

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INTRODUÇÃO

O interesse de estudar sobre a atuação do pedagogo nas empresas

nasceu da nossa trajetória profissional e acadêmica. Por muitos anos,

desempenhando funções técnicas em empresas de médio e grande porte, o

trabalho educativo sempre esteve presente em nossas atividades diárias. Aos

poucos, devido ao interesse e habilidade natural em lidar com a dinâmica do

ensinar e aprender desenvolvida nas empresas foram surgindo oportunidades

de crescimento profissional na área de Recursos Humanos que nos possibilitou

a buscar sempre mais conhecimentos no tocante à educação, humanização e

capacitação de pessoas. Porém, apesar do sucesso que o trabalho vinha

alcançando, a prática pedagógica desenvolvida era carregada de

informalidade, resultado de uma indevida dicotomia entre a teoria e a prática,

gerada pela formação extremamente técnica e pela falta de conhecimentos

sobre a ciência da educação.

Constatamos, então que, para tornar a prática educativa mais eficaz, ser

capaz de trabalhar com maior rigor conceitual, sistematizar adequadamente os

conhecimentos, ter uma clara definição dos fins a serem atingidos pelos

treinamentos e escolher os meios mais eficazes a serem utilizados, era preciso

fazer algum curso que proporcionasse o conhecimento necessário para

desenvolver o processo educacional. Foi então que o curso de graduação de

Pedagogia na Universidade do Estado da Bahia – Campus VII nos fez

apaixonar ainda mais pela educação de pessoas. Apesar do curso a priori estar

direcionado à educação formal escolarizada, tornou-se bastante útil e

aproveitável para as atividades na educação organizacional.

À medida que o curso prosseguia, mais e mais, a presença do

profissional de Pedagogia nas organizações se fazia mais importante, pois, os

princípios filosóficos, sociológicos e antropológicos, as metodologias, a

didática, a teoria do trabalho por projetos, dentre outros conteúdos estudados,

muito contribuíam para o desenvolvimento e sucesso dos trabalhos educativos

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na empresa. Porém, isto não era suficiente e a busca pela transposição dos

saberes pedagógicos à realidade organizacional era árdua e solitária, pois o

projeto pedagógico do curso de Pedagogia não contemplava nenhum conteúdo

específico com enfoque para a área de Gestão de Pessoas, que favorecesse o

desenvolvimento do processo educacional desenvolvido nas empresas.

Entretanto, partindo da nossa experiência pessoal na empresa Embasa

– Empresa Baiana de Águas e Saneamento/ UNS – Unidade de Negócios de

Senhor do Bonfim – BA, exercendo atividades na Gestão de Pessoas

laboramos este trabalho de conclusão do curso de Pedagogia com habilitação

em Docência e Gestão dos Processos Educativos, evidenciando a necessidade

da atuação do Pedagogo como educador organizacional e parceiro dos demais

profissionais nos setores de Recursos Humanos.

Neste trabalho, procuramos contribuir para o conhecimento sobre a

educação do trabalhador promovido pelas empresas e proceder à análise deste

processo pelo viés da Pedagogia que se ocupa do ensino-aprendizagem nas

organizações empresariais.

Para tanto, foram utilizadas pesquisas bibliográficas enriquecedoras que

nortearam o nosso trabalho concernente à grande contribuição desse

profissional nos diversos setores organizacionais e a nossa metodologia de

trabalho, constituiu-se, na primeira parte, em uma revisão bibliográfica da

produção acadêmica encontrada sobre o tema, o diálogo e a identificação de

semelhanças e contrapontos presentes nas idéias de autores dedicados às

áreas de Gestão de Pessoas com autores da Educação e Trabalho, e entre

aqueles das áreas de Educação e os da Pedagogia Empresarial (Amaral,

Ribeiro, Chiavenato, Martins, Ferreira, Bom Sucesso, Pimenta, Almeida, Lopes,

Santos, Libâneo, Greco, entre outros).

Na segunda parte, constituída pela pesquisa in lócus, identificamos,

através de questionário fechado e entrevistas aos gestores e componentes da

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Embasa/UNS - Unidade de Negócios de Senhor do Bonfim-BA, a respeito da

importância da atuação do Pedagogo na Gestão de Pessoas, para através da

análise dos discursos destes profissionais, elucidarmos as questões

pesquisadas.

As principais questões que nortearam este trabalho e constituíram parte

importante para situar o contexto e a problemática da pesquisa foram

referentes ao conhecimento do perfil do Pedagogo que atua nas organizações

empresariais e sua visão sobre a profissão, a contribuição que dá ao

desenvolvimento profissional do trabalhador, as suas opiniões sobre o

processo educativo realizado pelas empresas e, especialmente, o que constitui

o nosso objeto de estudo, os saberes utilizados e mobilizados por ele para esta

prática educativa.

Sob o ponto de vista da educação e do mundo do trabalho, este trabalho

objetiva, sobretudo, trazer a educadores, empresários e gestores, um novo

enfoque acerca da necessidade de uma abordagem pedagógica nos

programas de educação desenvolvidos nas empresas, no sentido de que o

processo de ensino-aprendizagem que se processa nas organizações

empresariais possa contribuir para a educação integral do trabalhador e para a

construção de sua cidadania.

Em relação à área da Pedagogia, o objetivo é trazer, através da leitura

deste trabalho, uma oportunidade de reflexão e tomada de decisão em relação

ao desenvolvimento dos saberes necessários à atuação do Pedagogo, para

que tanto estes, quanto os seus formadores, possam vislumbrar nas

organizações empresariais espaços para o desenvolvimento de uma

verdadeira prática educativa, benéfica ao trabalhador, à sociedade e ao próprio

Pedagogo enquanto profissional.

A Educação na empresa é uma ferramenta que tem como princípio

aprender e aplicar. Os programas de capacitação técnica e a valorização

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profissional produzem um grau elevado de desenvolvimento profissional e

motivação pessoal para os trabalhadores.

Nessa perspectiva, surgem alguns questionamentos a serem abordados

no decorrer deste trabalho:

a) Qual a contribuição do profissional de pedagogia nas organizações

empresariais?

b) Como a Pedagogia Empresarial tem ganhado cada vez mais espaço no

mercado mundial de trabalho?

c) Até que ponto a ação educativa está inserida na Gestão de Pessoas? E

qual a importância de atuação do Pedagogo nesses setores?

d) Qual a visão dada pelos gestores e componentes da Embasa/UNS em

relação à contribuição desenvolvida pelo pedagogo empresarial nesta

empresa?

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CAPÍTULO I

1.1 – O Pedagogo: Novas Perspectivas de Atuação

As transformações ocorridas no Brasil e no mundo nesses últimos

tempos, decorrentes de um conjunto de eventos políticos, técnicos, sociais e

econômicos, estão associadas ao processo de reestruturação produtiva e fez

as instituições de ensino, cientistas, pesquisadores e empresas voltarem sua

atenção para a necessidade de desenvolvimento das pessoas no contexto

empresarial.

A reestruturação produtiva torna-se possível pela difusão de inovações

tecnológicas e organizacionais nas cadeias produtivas e pela reorganização

dos mercados internos e externos em cada país. A globalização que se

consolida no mercado mundial com o advento da Internet muda as relações de

consumo e o comportamento do consumidor. As formas como as pessoas se

comunicam e se relacionam passam a ser fator de peso no encaminhamento

da sua formação profissional. A formação profissional não cessa com a

conclusão de um curso. Qualquer que seja, ela precisa continuar e acomodar-

se no espírito do profissional sob pena de dissipar-se e desaparecer com o

tempo.

Qualificar pedagogos e administradores para atuarem no âmbito

empresarial, visando os processos de planejamento, capacitação, treinamento,

atualização e desenvolvimento do corpo funcional da empresa é o foco da

Pedagogia Empresarial. As mudanças nos requisitos de qualificação dos

profissionais podem tanto potencializar os mecanismos de exclusão social

econômica, quanto pode significar, aliado as propostas mais amplas de

redemocratização da sociedade, instrumento importante de construção da

cidadania, inclusão social, inclusão digital e crescimento econômico do país.

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Neste sentido, torna-se imprescindível no interior das empresas, órgãos

públicos, instituições educativas e escolares de todos os níveis, Infantil,

Fundamental, Médio, Superior, Jovens e Adultos e Profissionalizantes, a

presença de profissionais com conhecimentos especializados em educação,

qualificados na gestão, organização, planejamento, avaliação, seleção,

recrutamento e treinamento de funcionários. A educação assume grande

relevância perante essa reestruturação do mundo do trabalho. No universo

produtivo, portanto, faz-se necessário que o profissional da educação, dotado

de bases teóricas e metodológicas sólidas, assuma um espaço de forma

efetiva no interior das organizações.

De fato, a sobrevivência em mercados competitivos exige posturas

inovadoras, arrojadas e principalmente, calcados de reconhecimento e

valorização do ser humano, alicerce fundamental a qualquer negócio.

(CHIAVENATO, 1992, p. 52) A atuação desse novo profissional precisa ocorrer

de forma relacionada e cooperativa com a dos outros profissionais de gestão.

Assim será possível elaborar e consolidar planos, projetos e ações que visem

colaborar para a melhoria da atuação dos funcionários, bem como para

melhorar o desempenho da empresa.

O que o pedagogo empresarial busca é efetivar os saberes corporativos

e com o seu domínio colaborará para a melhoria do clima organizacional, da

qualidade laboral, da qualidade de vida e aumento da satisfação pessoal de

todos.

A atuação do pedagogo empresarial está aberta. É ampla e extrapola a

aplicação de técnicas visando estabelecer políticas educacionais no contexto

escolar. Sua atuação avança sobre as pessoas que fazem as instituições e

empresas de todos os tipos, portes e áreas. A contemporaneidade revela uma

“sociedade pedagógica” (Beillerot, 1985, p. 41), revelando amplos campos de

atuação pedagógica, definindo ao pedagogo duas esferas de ação educativa:

escolar e extra-escolar.

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1.2 – O Pedagogo Escolar x Extra-Escolar: Formação e Área de Atuação

A educação está inserida nos diversos campos da sociedade, como:

família, escola, organizações etc., ou seja, ela vai além do sistema educacional

formal. O indivíduo passa por processos educativos constantemente,

interferindo assim no seu comportamento de forma cognitiva, social e afetiva.

Esses conhecimentos são transmitidos através de reportagens sobre variados

temas, como meio-ambiente, drogas, saúde e etc. É uma forma de

conscientizar as pessoas para um determinado problema.

Libâneo (2000) refere que o pedagogo está inserido em dois espaços na

prática educativa: a escola e a extra-escola. No campo da ação pedagógica

escolar destacam-se três tipos de atividades:

a) a de professores do ensino público e privado de todos os níveis de ensino e

dos que exercem atividades correlatadas fora da escola convencional;

b) a de especialista da ação educativa escolar operando nos níveis centrais,

intermediários e locais dos sistemas de ensino (supervisores pedagógicos,

gestores, administradores escolares, planejadores, coordenadores orientadores

educacionais, etc);

c) Especialistas em atividades pedagógicas paraescolares atuando em órgãos

públicos, privados e públicos não-estatais, envolvendo associações populares,

educação de adultos, clínicas de orientação pedagógica/psicológica, entidades

de recuperação de deficientes etc, (instrutores, técnicos, animadores,

consultores, orientadores, clínicos, psicopedagogos, etc.)

No campo extra-escolar destacam-se profissionais que exercem de

forma sistemática atividades pedagógicas e os que ocupam apenas parte de

seu tempo nestas atividades:

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a) formadores, animadores, instrutores, organizadores, técnicos, consultores,

orientadores, que desenvolvem atividades pedagógicas (não-escolares) em

órgãos públicos, privados e públicos não-estatais, ligadas às empresas, à

cultura, aos serviços de saúde, alimentação, promoção social etc;

b) formadores ocasionais que ocupam parte de seu tempo em atividades

pedagógicas em órgãos públicos estatais e não estatais e empresas referentes

à transmissão de saberes e técnicas, ligados à outra atividade profissional

especializada.

O campo da atividade pedagógica extra-escolar é extenso. Inclui-se toda a gama de agentes pedagógicos que atuam no âmbito da vida privada e social: pais, famílias, trabalhadores voluntários em partidos políticos, sindicatos, associações, centros de lazer, etc. (PIMENTA, 1998, p. 125)

Dentre as atividades pedagógicas no campo extra-escolar, a empresa se

destaca por reconhecer gradativamente a necessidade de desenvolver

pessoas. A fase em que o empregado era visto apenas como executante de

tarefas está sendo superada. Hoje o empregado passa a ser incentivado ao

auto-conhecimento, a empresa necessita ter pessoas com um elevado grau de

conhecimento para garantir a qualidade de seus produtos. Isto se torna

possível à medida que os empregados desenvolvem seu senso criativo e agem

de forma eficaz diante da solução de problemas, ou seja, o empregado deve

adquirir competências cognitivas e comportamentais e isso só é possível

através da educação.

Tais observações nos levam a refletir sobre a inclusão do pedagogo em

outros campos de atuação, visto que, existe caráter intencional na educação

empresarial, portanto é necessária uma ação pedagógica.

Desse modo, o curso de pedagogia deveria levar em consideração a

questão dessa intencionalidade da educação e desenvolver o pedagogo

também para atuar em outras áreas profissionais.

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Para Libâneo (2000, p.56) “A sociedade foi se tornando cada vez mais

pedagógica, enquanto a quantidade e qualidade profissional dos pedagogos

foram diminuindo”.

Diversificar as ações do pedagogo significa valorizar o seu papel na

sociedade, pois sabemos que existe de certa forma, uma desvalorização desse

profissional no mercado de trabalho no momento que ele parte em busca de

outro campo de atuação.

Para a sociedade o pedagogo só tinha competências para desenvolver

trabalho no sistema educacional formal. Mas, felizmente esse paradigma

anteriormente arraigado tem sido substituído por novas perspectivas. O

pedagogo aos poucos vem conquistando novos espaços de atuação não só

como educador, mas também como construtor de idéias muito além das

escolas e instituições, contudo, para as empresas organizacionais que são

escolas de produção.

Diante de nossas experiências profissionais na empresa Embasa/UNS

Unidade de Negócios de Senhor do Bonfim na área de Gestão de Pessoas, a

nossa questão de pesquisa é refletir neste presente estudo sobre a importância

da atuação do Pedagogo Empresarial na ação educativa organizacional bem

como parceiro dos demais profissionais nos setores de Recursos Humanos.

Nessa perspectiva, apresentamos os objetivos a serem propostos nesse

trabalho distribuídos da seguinte forma:

1.3– Objetivos geral e específicos:

1.3.1 – Objetivo Geral: Analisar as ações educativas dentro da

Pedagogia Empresarial.

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1.3.2 – Objetivo Específico: Elucidar a relevância da presença do

pedagogo na Gestão de Pessoas, e nos setores de Recursos Humanos para

os gestores e componentes da Embasa/UNS.

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CAPÍTULO II

QUADRO TEÓRICO

A fim de analisar e refletir acerca das práticas educativas dentro da

Pedagogia Empresarial, no decorrer deste capítulo, abordaremos a relevância

da presença do pedagogo nas organizações empresariais, através de nossas

experiências vivenciadas na área de Gestão de Pessoas da Embasa/UNS –

Unidade de Negócios de Senhor do Bonfim e utilizaremos os seguintes

conceitos que nortearam o nosso estudo: Pedagogia, Pedagogia Empresarial,

O Pedagogo Empresarial.

2.1 – Pedagogia: Breve Histórico

A Pedagogia é um tema muito rico, e por ser muito extenso requer muito

estudo e pesquisa. Depende não só das gerações passadas, dos

desbravadores deste campo, mas também das novas gerações de profissionais

ousarem e produzirem trabalhos e pesquisa com qualidades científicas para

dar continuidade ao trabalho já começado.

A história é o exercício da memória realizado para compreender o

presente e para nele ler as possibilidades do futuro, mesmo que seja um futuro

a construir, a escolher, a tornar possível.

A utilidade da história da pedagogia não pode ser posta em causa. Não falo apenas da atracção que ela pode exercer, [pois] a história da pedagogia não pode ser encarada unicamente como um espetáculo agradável: ela é, de facto, uma escola de educação, uma das fontes da pedagogia definitiva. Quando se trata de física ou de

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química, a história destas ciências no passado não é mais do que um assunto de erudição e de curiosidade... Na ciência da educação, pelo contrário, como em todas as ciências filosóficas, a história é a introdução necessária, a preparação para a própria ciência. (COMPAYERÉ, 1911 apud CAMBI,1999, p. 11).

Pedagogia: Segundo o dicionário Aurélio é “a teoria e ciência da

educação e do ensino. Conjunto de doutrinas, princípios e métodos de

educação e instrução que tendem a um objetivo prático. O estudo dos ideais de

educação, segundo uma determinada concepção de vida, e dos meios

(processos e técnicas) mais eficientes para efetivar estes ideais. Por fim,

profissão ou prática de ensinar”.

Para Pimenta (1998, p. 15) o centro da definição para a pedagogia é “a

reflexão sobre a prática educativa que se efetiva através e por meio das

diversas Ciências Sociais e Humanas, procurando delimitar o “ser” do ato

educativo”.

Segundo Cambi (1999, p.21) a história da pedagogia no sentido próprio

nasceu entre os séculos XVIII e XIX e desenvolveu-se no decorrer deste último

como pesquisa elaborada por pessoas ligadas à escola, empenhadas na

organização de uma instituição cada vez mais central na sociedade moderna

(para formar técnicos e para formar cidadãos), preocupados, portanto em

sublinhar os aspectos mais atuais da educação-instrução e as idéias mestras

que haviam guiado seu desenvolvimento histórico.

A Grécia Clássica pode ser considerada o berço da pedagogia. No

início, na paidéia grega haviam ali “paidagogos” que significa “aquele que

conduz a criança” (Aranha, 1996, p.41), ou, neste caso, o escravo que

acompanha a criança para o local da relação ensino-aprendizagem; não era

exclusivamente um instrutor, ao contrário, era um condutor, alguém

responsável pela melhoria da conduta geral do estudante, moral e intelectual.

No passado este era um simples escravo ou servo, tinha a norma para a boa

educação. Se por acaso, precisasse de especialistas para a instrução,

conduzia a criança até lugares específicos, os lugares próprios para o "ensino

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de idiomas, de gramática e cálculo", de um lado, e para a "educação corporal"

de outro. O pedagogo (paidagogo) transportava a pequena bagagem de seu

jovem amo e a lanterna que servia para iluminar o caminho. Por vezes até

transportava a própria criança, se esta estivesse fatigada.

E na educação romana percebemos três fases: a latina original, de

natureza patriarcal; depois, a influência do helenismo (movimento grego) é

criticada pelos defensores da tradição; por fim, dá-se a fusão entre a cultura

romana e a helenística.

A educação na idade média se resume a uma frase: a formação do

homem de fé. Os parâmetros da educação na idade média se fundam na

concepção do homem como criatura divina, de passagem pela Terra e que

deve cuidar, em primeiro lugar, da salvação da alma e da vida eterna.

Predomina a visão teocêntrica, a de Deus como fundamento de toda a ação

pedagógica e finalidade da formação do cristão. Quanto às técnicas de ensinar,

a maneira de pensar rigorosa e formal cada vez mais determina os passos do

trabalho escolar. O mundo antigo coloca como central a figura do pedagogo,

significativamente ativa na vida do indivíduo, reconhecendo-lhes as qualidades.

No decorrer do tempo, a Pedagogia, com seus objetivos e currículo

pertinentes progredia, frente a novas exigências e novas fórmulas educativas,

novos sujeitos dos processos formativos, educativos e novas orientações

político-culturais. A partir do século XXI, o universo da pedagogia se mostra

como que envolvido numa complexa fermentação, atravessado por impulsos

radicais.

A pedagogia, como bem nos aponta o verbete do dicionário, trabalha

com uma série de técnicas, fundamentações teóricas, experiência,

conhecimento elaborado, com ideais educativos que passam a ser ideais de

vida. É um saber em transformação, em crise e em crescimento, atravessado

por várias tensões, por desafios novos e novas tarefas, por instâncias de

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radicalização, de autocrítica, de desmascaramento de algumas ou de muitas

estruturas. É um saber que se reexamina, que revê sua própria identidade,

que se reprograma e se reconstrói, fixando novas fronteiras, elaborando novos

procedimentos. Portanto, a pedagogia pode-se dizer, mobiliza o indivíduo por

inteiro.

Para Libâneo (2005, p.200),

(...) o que justifica a existência da pedagogia é o fato de esse campo ocupar-se do estudo sistemático das práticas educativas que se realizam em sociedade como processos fundamentais da condição humana. A pedagogia, segundo o autor, serve para investigar a natureza, as finalidades e os processos necessários às práticas educativas com o objetivo de propor a realização desses processos nos vários contextos em que essas práticas ocorrem. Ela se constitui, sob esse entendimento, em um campo de conhecimento que possui objeto, problemáticas e métodos próprios de investigação, configurando-se como “ciência da educação”.

O momento atual, de grandes transformações já não se contenta com a

aquisição, pura e simples, da leitura e da escrita. Hoje, temos um mundo

profundamente alterado, não só em termos da pós-industrialização, mas,

sobretudo, em relação às demandas humanas, repleto de várias culturas e

conhecimentos que ocupam uma parte fundamental na vida e formação de

cada indivíduo.

Conhecer é mais do que obter as informações ou ter acesso a elas.

Conhecer significa trabalhar as informações para que lhes sejam úteis. O

conhecimento é complexo, não pode, simplesmente, ser transmitido de uma

pessoa para outra, mas construído a partir do diálogo e da relação

interpessoal. Só pode ser compreendido no todo se for relacionado com outros

conhecimentos, com a subjetividade e com a realidade social do indivíduo.

Também chamada de “ciência da prática educativa” por Da Costa (1981,

p. 23), a pedagogia ora é tomada como tecnologia, ora como ciência, ora como

filosofia aplicada.

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A pedagogia – ciência tradicional da educação – sofre toda uma evolução conduncente à afirmação das ciências da educação. Transita-se assim, em primeira análise, de uma via unidisciplinar a uma outra multi ou pluridisciplinar que se exprime através de uma mutação terminológica, a qual passa, numa fase intermediária, pelas “ciências pedagógicas”. A passagem do singular ao plural é acompanhada, finalmente, por um lado, pelo abandono do vocábulo (“pedagogia”), por outro, pela introdução do termo “educação”. (DIAS DE CARVALHO, 1988, p.185)

A reflexão sobre educação não se esgota jamais. O processo educativo,

seja o formal transmitido pela escola, seja o não-formal desenvolvido em

instituições educativas fora dos marcos institucionais, seja o obtido através da

experiência de vida, não é efêmero e se presta a insistentes debates e intenso

estudo.

2.1.1 – Pedagogia: Avanços Frente à Modernidade

A explosão dos negócios mundiais, acompanhada pelo avanço

tecnológico da crescente robotização e automação das empresas, nos faz

antever profundas modificações no trabalho e, conseqüentemente, na

educação. Diante das transformações da alta tecnologia, que muda em pouco

tempo os produtos e a maneira de produzi-los, extingui então umas profissões

e surgi outras. Daí a necessidade de uma educação permanente, que permita o

acesso às informações, mediante uma auto-formação continuada.

Diante dessas perspectivas, o pedagogo vai progressivamente

adquirindo outras funções, nomeadamente ao nível da responsabilidade moral

e do cuidado geral sobre a criança. Na verdade, ao acompanhar a criança à

palestra, tornava-se necessário protegê-la contra os perigos da cidade. Por

passar com a criança grande parte do dia, o pedagogo exercia sobre o seu

pupilo uma contínua vigilância. Não é, pois de estranhar que, pouco a pouco,

lhe fosse confiada à educação moral do seu pupilo. E isto quer dizer que,

apesar do seu caráter servil e de pouco prestígio que muitas vezes lhe era

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26

atribuído, o pedagogo cuidava da educação moral da criança, das suas boas

maneiras e do seu caráter.

A identidade profissional do pedagogo se reconhece, portanto, na identidade do campo de investigação e na sua atuação dentro da variedade de atividades voltadas para o educacional e para o educativo. O aspecto educacional diz respeito a atividades do sistema educacional, da política educacional, da estrutura e gestão da educação em suas várias modalidades, das finalidades mais amplas da educação e de suas relações com a totalidade da vida social. (PIMENTA, 1998, p. 119-120)

A pedagogia precisa pensar-se a si própria em sua relação com a prática

na qual se enraíza e a partir da qual e para a qual estabelece proposições.

Partindo por esse ponto de vista, Schmied-Kowarzik (1983, p. 15) salienta que:

(...) a pedagogia não é apenas “uma diretriz no plano teórico da ciência da educação, mas a preocupação teórico-científica da fundamentação da pedagogia como ciência que, enquanto prática, não possui seu sentido em si mesma, mas na humanização da práxis”.

A pedagogia tem efeitos disciplinares sobre a conduta humana e sobre

os modos como pensamos, falamos e atuamos em relação a questões

educacionais. Tem efeitos disciplinares sobre os modos como os indivíduos se

vêem a si próprios e sobre os modos como agem sobre si mesmos, bem como

sobre os modos como significam o mundo e as relações sociais e nelas

interferem.

2.2 – Pedagogia Empresarial: Educação x Humanização

A pedagogia deixou de ser apenas mais uma disciplina da área de

educação, entrou no mercado de maneira mais ampla, suprindo as

necessidades da sociedade e das empresas, onde seleção, treinamento e

contínuo aperfeiçoamento são a garantia da produtividade, e requer atenção e

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profissionais adequados na preparação dos profissionais da organização

(SANTOS, 2004, p. 7).

Almeida (2006, p. 06) afirma que o foco da Pedagogia Empresarial é

“qualificar pedagogos e administradores para atuarem no âmbito empresarial,

visando aos processos de planejamento, capacitação, treinamento, atualização

e desenvolvimento do corpo funcional da empresa”.

Nas empresas, os pedagogos atuam na área de Recursos Humanos, em

setores como: desenvolvimento e treinamento, recrutamento e seleção,

desenvolvimento gerenciado. O pedagogo acompanha todo o desenvolvimento

profissional do funcionário através de sua performance e acompanha o

processo de avaliação de desempenho desse profissional, sendo assim, a

proximidade e o acesso a todos os funcionários é constante, o que dá condição

a esse profissional de exercer um papel significativo no desenvolvimento dos

empregados.

Segundo Santos (2004, p. 4) a pedagogia moderna visa preparar o

pedagogo para uma atuação junto às empresas de vários ramos: tem sido a

perspectiva de um novo e amplo campo de trabalho para pessoas que desejam

trilhar uma nova carreira empresarial, que não esteja ligada, diretamente, às

áreas administrativa e econômica. Visa a utilizar técnicas diferenciadas, que

são aplicadas de acordo com a necessidade do setor ou das pessoas em

análise.

Conforme Ferreira (1985, p. 74) “um dos propósitos da Pedagogia na

Empresa é a de qualificar todo o pessoal da organização nas áreas

administrativas, operacional, gerencial, elevando a qualidade e a produtividade

organizacionais”.

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É interessante perceber que a atuação do pedagogo na empresa tem

como pressupostos principais a filosofia e a política de recursos humanos

adotadas pela Organização.

O impacto das transformações da sociedade nas organizações possibilita constatar o destaque dado a pontos como competências necessárias ao profissional moderno: espírito de liderança, orientação para o cliente, orientação para resultados, comunicação clara e objetiva, flexibilidade e adaptabilidade, criatividade e pró-atividade e aprendizagem contínua. (LOPES, TRINDADE, CARVALHO e CADINHA, 2006)

A competência humana é uma qualidade profissional indispensável para

o êxito no mercado de trabalho. É preciso humanizar a competência para que

saibamos lidar com o próximo, principalmente porque a formação humana é o

grande diferencial para o sucesso profissional.

Cabe à Pedagogia a busca de estratégias e metodologias que garantam

uma aprendizagem melhor e com apropriação de informações e

conhecimentos, tendo como base sempre a realização de idéias, se ocupando

basicamente com os conhecimentos, as competências, as habilidades e

atitudes diagnosticadas, indispensáveis à melhoria da produtividade. E, para

isso, implantar projetos, dentre eles: programa de qualificação, requalificação

profissional, produção e construção de conhecimento, estruturar o setor de

treinamento, desenvolver e adequar métodos de informação e da comunicação

para as práticas de treinamento (FERREIRA, apud RIBEIRO, 1985).

A pedagogia empresarial existe, portanto, para dar suporte tanto em

relação à estruturação das mudanças quanto em relação à ampliação e à

aquisição de conhecimento no espaço organizacional. O pedagogo empresarial

“promove a reconstrução de conceitos básicos, como criatividade, espírito de

equipe e autonomia emocional e cognitiva”. (LOPES, 2006, p. 74).

A realidade empresarial requer, hoje, um apoio específico de

profissionais que permitam uma garantia de resultados e soluções para os

problemas existentes com rapidez e eficiência.

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2.2.1 – A Pedagogia Empresarial e a Gestão de Pessoas

Uma mudança fundamental em escala mundial vem ocorrendo no meio

ambiente e no contexto interno das organizações. Nos dias de hoje em pleno

século XXI presenciamos essas novas e significativas mudanças nas

organizações empresariais.

Até o final da década de 1970 prevalecia nas empresas o modelo

organizacional vertical e compartimentado, onde as várias áreas vivenciavam

“seu negócio” e se comunicavam através de canais formais de hierarquia. Com

isso sua integração ficava comprometida e o nível de responsabilidade dos

gerentes, reduzido ao limites de seus setores.

Já nos anos 1990, com o advento da estruturação das organizações por

processos e com a competitividade sendo mandatária na era da globalização,

eliminaram-se as barreiras internas e os gerentes foram obrigados a assumir

papéis de “donos” do negócio.

Os gerentes tiveram seu perfil a uma nova realidade e a gestão dos

recursos humanos que estivessem sob sua responsabilidade passou a fazer

parte da sua rotina de trabalho. Com isso sua capacitação passou a incluir

disciplinas voltadas para a área de comportamento, condição fundamental para

que pudessem se comunicar melhor com os subordinados, compreendendo

melhor seus problemas pessoais. É como se entende hoje por Gestão de

Pessoas.

A evolução da Administração de Recursos Humanos para Gestão de

Pessoas passa, necessariamente, pelo conhecimento dos ambientes internos e

Page 20: Monografia Gracielle Pedagogia 2009

30

externos, pela participação efetiva do planejamento estratégico global da

organização, buscando a efetividade dos produtos e/ou serviços oferecidos aos

clientes, aos fornecedores e aos clientes internos da organização.

Chiavenato (2003, p.80) afirma que:

A moderna gestão de pessoas procura tratar as pessoas como pessoas e simultaneamente como recursos organizacionais, mas rompendo a maneira tradicional de tratá-las meramente como meios de produção. E completa afirmando que “é o conjunto de políticas e práticas necessárias para conduzir os aspectos da posição gerencial relacionados com as pessoas, ou recursos humanos, incluindo, recrutamento, seleção, treinamento, recompensas e avaliação de desempenho”.

A Gestão de Pessoas vem passando por um amplo processo de

transformação, na medida em que os sistemas tradicionalmente utilizados

como referencial - centrados em cargos - vem demonstrando fragilidades

diante do ambiente turbulento e mutável pelo qual vem passando as

organizações.  

A visão empresarial aponta para a busca de um corpo funcional

saudável, tanto física como mentalmente. O aumento da produtividade e o

diferencial competitivo entre as empresas podem estar diretamente vinculados

ao incentivo ao bem-estar da força de trabalho. A qualidade de vida no

cotidiano e no trabalho, a saúde no trabalho e produtividade, as principais

doenças ocupacionais, o prazer no exercício da função, a evolução histórica do

trabalho e a implantação de programas de qualidade e investimento na saúde

ocupacional como estratégia corporativa, têm se tornado grandes instrumentos

de trabalho nas grandes empresas.

As organizações começam a entender que precisam participar da transformação dessa realidade, desenvolvendo programas de conscientização e apoio visando encontrar um equilíbrio entre trabalho e melhoria da qualidade de vida, uma vez que as dificuldades emocionais decorrentes da vida pessoal interferem de forma significativa no desempenho profissional. (BOM SUCESSO, 2002, p. 13)

Page 21: Monografia Gracielle Pedagogia 2009

31

Esse novo conceito de estratégia corporativa mostra-se recente na

história do trabalho e na visão dos empresários. Há espaço suficiente e

evoluções no sentido de descartar os conflitos, o autoritarismo, o ser humano

considerado como mero recurso e as relações friamente concebidas e buscar

um cenário de qualidade de vida, prazeroso e altamente satisfatório, em que

tanto as expectativas da empresa quanto as do trabalhador possam ser

atendidas.

De suma importância é a atenção prestada ao ser humano – o homem

por trás da máquina. Feliz em sua colocação, Bom Sucesso (2002, p.13)

coloca que “O mais forte desafio tem sido viver com qualidade em um mundo

de alto desenvolvimento tecnológico e baixo desenvolvimento humano”.

2.3 – O Pedagogo Empresarial

O envolvimento das pessoas nas organizações nos chama atenção para

o desafio no sentido de obter o compromisso da mudança constante dos

envolvidos. Compreender intelectualmente a necessidade e as vantagens da

mudança parece lugar comum. Agir de modo diferente do que têm feito é o

ponto crucial para as organizações. Treinamento e programas de formação

profissional sustentam as mudanças e possibilitam melhores resultados com

melhor qualidade de vida. Na perspectiva das mudanças nas organizações, as

áreas da Gestão de Pessoas e da Pedagogia Empresarial estão sendo

chamados a responder de forma mais efetiva em termos da sua real

contribuição para o desempenho global da organização. Uma das alternativas

metodológicas, neste contexto, é a gerência de projetos que permite uma

capacitação de pessoas e o aumento da produtividade tanto em nível pessoal

quanto organizacional para a valorização do ser humano nas empresas.

Page 22: Monografia Gracielle Pedagogia 2009

32

No contexto em que mudanças ocorrem a todo o momento, a

organização precisa estar alinhada em torno de definições estratégicas claras,

sustentadas por uma gestão com amplo envolvimento e participação. Uma

organização que pretende ter de si mesma uma visão estratégica precisa levar

em conta que há um fluxo de conhecimentos que afeta a produção como um

todo.  

É preciso, portanto, estabelecer um compromisso com a força de

trabalho, baseado em respeito mútuo em uma comunicação aberta, ou seja,

com o envolvimento dos clientes internos e externos.  O momento atual exige

ampla transformação, uma nova "filosofia de gestão", o que implica uma

grande mudança no paradigma anterior.  

Torna-se fundamental a criação de novas formas organizacionais em

torno de equipes e processo.

De acordo com Martins (2003), as funções desempenhadas pelo

Pedagogo dentro de uma companhia estão em constante movimento, já que

são influenciadas por diversos fatores, como o desenvolvimento tecnológico, a

competitividade e as exigências de mercado.

Geralmente os pedagogos são responsáveis pelo programa de

integração de novos funcionários, ou seja, eles têm a responsabilidade de

veicular, nos primeiros momentos do empregado novo na empresa todas as

informações que precisam saber sobre a organização e sobre a atividade que

irá desenvolver.

O momento da integração é fundamental para a empresa porque é

nesse momento que, além de transmitirem informações sobre a instituição,

informações técnicas, burocráticas, passa-se à ideologia da organização, à

cultura, à missão, aos valores e às expectativas com relação ao trabalhador

que está entrando na Organização. Ou seja, o Pedagogo começa a exercer

Page 23: Monografia Gracielle Pedagogia 2009

33

poder e influência a partir do primeiro momento em que o trabalhador coloca os

pés na empresa, é ele que mostra “a cara” da empresa.

De acordo com Lorenzo (2007), o Pedagogo não é mais só o profissional

que atua no ambiente escolar. Ao contrário, dispõe de uma imensa área de

atuação, tais como: empresas de diversos setores, ONGS, editoras, sites,

consultorias especializadas em T&D e em todas as áreas que requeiram um

trabalho educativo.

O Pedagogo dentro da Gestão de Pessoas acompanha todo o

desenvolvimento profissional do funcionário, através de sua performance,

viabilizando cursos internos e externos, técnicos ou comportamentais,

palestras, cursos de idiomas e acompanha o processo de avaliação de

desempenho desse profissional. Sendo assim, a proximidade e o acesso a

todos os funcionários é constante, o que dá condição a esse profissional de

exercer um papel significativo no desenvolvimento dos empregados.

A tarefa do Pedagogo Empresarial é, entre outras, a de ser o mediador e

o articulador de ações educacionais na administração de informações dentro

do processo contínuo de mudanças e de gestão do conhecimento. Gerenciar

processos de mudança exige novas posturas e novos valores organizacionais,

características fundamentais para empresas que pretendem manter-se ativas e

competitivas no mercado.

Um outro aspecto do trabalho que o pedagogo pode vir realizar na

empresa se refere à elaboração de programas instrucionais ou diretrizes

didáticas. Nas empresas podemos constatar que todas elas fazem um

planejamento prévio das etapas de treinamento contendo conteúdos, objetivos,

técnicas e avaliação, porém esse planejamento é realizado sem suporte

educacional, ainda que o objetivo seja a qualificação dos trabalhadores, que

por mais restrito que se entenda esse conceito, em geral, refere-se à aquisição

de conhecimentos do processo produtivo e desenvolvimento de capacidades

Page 24: Monografia Gracielle Pedagogia 2009

34

intelectuais e comportamentais no sujeito que aprende determinado conteúdo

(GRECO, 2005, p. 42).

Dessa forma, o profissional da educação atua na área de Gestão de

Pessoas direcionando seus conhecimentos para os colaboradores da empresa

com o objetivo da melhoria de resultados coletivos, desenvolve projetos

educacionais, seleciona e planeja cursos de aperfeiçoamento e capacitação,

representa a empresa em negociações, convenções, simpósios, realiza

palestras, aporta novas tecnologias, pesquisa a utilização e a implantação de

novos processos, avalia desempenho e desenvolve projetos para o treinamento

dos funcionários.

O pedagogo empresarial pode focar seus conhecimentos em duas

direções: no funcionário ou no produto da empresa. No primeiro caso, trata-se

da atuação no departamento de Recursos Humanos (RH), realizando

atividades relacionadas ao treinamento e desenvolvimento do trabalhador. O

pedagogo é o responsável pela criação de projetos educacionais que visam

facilitar o aprendizado dos funcionários.

Estudos como o de Market (apud GRECO, 2005), demonstram a

necessidade de desenvolver um conceito de qualificação profissional com base

na nova forma de organizar a produção, e também, os novos modelos

organizacionais parecem requerer que as experiências adquiridas na prática do

trabalho estejam subsidiadas de suporte educacional a fim de traduzir o

momento no qual o trabalhador despende sua força de trabalho em ganhos

individuais e que as equipes de trabalho inovem, troquem experiências e

interajam entre si, não apenas em uma perspectiva de execução, mas de

concepção do trabalho.

O pedagogo empresarial precisa de uma formação filosófica,

humanística e técnica sólidas. Ele sabe que o foco do seu trabalho deve estar

direcionado para as partes descritas, empregadores e empregados; ele ainda

Page 25: Monografia Gracielle Pedagogia 2009

35

interage com todos os níveis hierárquicos, promovendo ações de

reciprocidade, de trocas mútuas, através de suas ações de humanização.

O maior patrimônio da empresa é o ser humano, por este motivo o foco

maior é a Gestão de Pessoas. O pedagogo empresarial tem a capacidade e

conhecimentos necessários para identificar, selecionar e desenvolver pessoas

para o âmbito empresarial. Este profissional possui competências para

trabalhar com Recursos Humanos chegando até a estar frente numa empresa,

na liderança e na execução de projetos.

CAPÍTULO III

Page 26: Monografia Gracielle Pedagogia 2009

36

METODOLOGIA

Conforme especificamos no Capítulo I, os objetivos desta pesquisa

visam analisar as ações educativas dentro da Pedagogia Empresarial e

elucidar a relevância da presença do pedagogo na Gestão de Pessoas e nos

setores de Recursos Humanos para os gestores e componentes da

Embasa/UNS. O alcance desses objetivos nos levou a definir como ponto

principal a pesquisa qualitativa e etnográfica e optar pelas estratégias que

expomos a seguir:

3.1 – Pesquisa Qualitativa e Etnográfica

A pesquisa pode ser considerada um procedimento formal de

pensamento reflexivo que requer um tratamento científico e se constitui num

caminho para se conhecer a realidade ou para descobrir verdades parciais.

Ludke e André (1986, p. 10) “afirmam que todos os dados da pesquisa

são considerados importantes, contudo, para se realizar uma pesquisa é

preciso confronto entre dados, as evidências, as informações coletadas sobre

determinado assunto e o conhecimento teórico acumulado a respeito dele”.

Para eles, o pesquisador deve atentar para o maior número possível de

elementos presentes supostamente triviais, mas que podem ser essenciais

para melhor compreensão do problema que está sendo estudado.

Esta pesquisa é de caráter qualitativo, pois ainda segundo os autores

acima citados (1986, p. 11), “a pesquisa qualitativa tem ambiente natural como

sua fonte direta de dados e pesquisador como seu principal instrumento, sendo

Page 27: Monografia Gracielle Pedagogia 2009

37

o pesquisador um ativo descobridor de significados das ações e das relações

sociais”.

A pesquisa qualitativa supõe contato direto e prolongado do pesquisador

com o ambiente e a situação que está sendo investigada. Portanto, esse tipo

de pesquisa focaliza a interpretação, dá mais ênfase na subjetividade inerente

ao processo de pesquisa.

É sob esse prisma que incluímos a pesquisa como o elemento

articulador entre a teoria e a prática, como a forma capaz de fazer com que o

pensar e o fazer, se encontrem em um movimento contínuo, estabelecendo

assim a necessária sintonia entre o ensino e o mercado de trabalho de forma

dinâmica e contínua, como base não somente do trabalho científico, mas

também como processo de formação educativa.

Por meio do ensino fundamentado na pesquisa, na medida em que os

sujeitos se inserem no processo de produção do conhecimento como atores de

uma prática coletiva que supõe compromisso histórico-social, não só contribui

para a formação desses sujeitos como faz com que continuem aprendendo na

realidade do dia-a-dia, em que exercem a sua prática.

3.1.1 – Pesquisa Etnográfica

Esse instrumento de pesquisa tem sido fundamental em nosso trabalho.

Como observador, recorremos aos conhecimentos e experiências profissionais

na Gestão de Pessoas e setores de Recursos Humanos da Embasa/UNS que

nos auxiliaram nos processos de compreensão e interpretação do fenômeno

estudado.

Page 28: Monografia Gracielle Pedagogia 2009

38

A descrição de um trabalho de pesquisa com enfoque etnográfico é

como um relato de nossas experiências de vida, sempre um processo muito

difícil que requer reflexão, habilidade na descrição e clareza, de tal forma que

permita expressar em palavras, acontecimentos, comportamentos, processos

sociais e contextos com vivências e experiências dos sujeitos.

Originariamente desenvolvida na antropologia, a pesquisa etnográfica

propõe-se a descrever e a interpretar ou explicar o que as pessoas fazem em

um determinado ambiente, os resultados de suas interações, e o seu

entendimento do que estão fazendo (Watson-Gegeo, 1988, p. 576). Em outras

palavras, esse tipo de pesquisa procura descrever o conjunto de

entendimentos e de conhecimento específico compartilhado entre participantes

que guia seu comportamento naquele contexto específico, ou seja, a cultura

daquele grupo (Hornberger, 1994, p. 688). Portanto, parece consensual que a

etnografia descreve a cultura de um grupo de pessoas, interessada no ponto

de vista dos sujeitos pesquisados.

Ferreira (1986, p. 21) define a etnografia como “estudo e descrição dos

povos, sua língua, raça, religião e manifestações materiais de sua atividade;

descrição da cultura material dum determinado povo”. Ou seja, é a descrição

de determinados aspectos da cultura sem que se faça juízo de valor.

Para André (1995, p. 41), a etnografia coloca, pois,

(...) uma lente de aumento na dinâmica das relações e interações que constituem o seu dia-a-dia, apreendendo as forças que a impulsionam ou que a retêm, identificando estruturas de poder e os modos de organização do trabalho (...) e compreendendo o papel e a atuação de cada sujeito nesse complexo interacional onde ações, relações, conteúdos são construídos, negados, reconstruídos ou modificados.

O pesquisador etnógrafo lida com uma modalidade de pesquisa que se

vê conforme salienta André (2004, p. 20) “diante de diferentes formas de

interpretações da vida, formas de compreensão do senso comum, significado

Page 29: Monografia Gracielle Pedagogia 2009

39

variados atribuído pelos participantes às suas experiências e vivências e tenta

mostrar esses significados múltiplos ao leitor”.

Outra característica definidora da pesquisa do tipo etnográfico é o fato

de o pesquisador ser o instrumento principal na coleta e na análise dos dados.

Este fato deixa implícito no trabalho o principio da interação, uma vez que

sempre, entre o pesquisador e o objeto pesquisado, os dados são mediados

pelo instrumento humano. O fato de ser uma pessoa o põe numa situação

diferenciada, pois permite-lhe fazer mudanças, rever, localizar outros sujeitos,

enfim reorientar sua pesquisa quando for necessário.

O etnógrafo observa e paralelamente interpreta. Seleciona do contexto o que há de significativo em relação à elaboração teórica que está realizando. Cria hipóteses, realiza uma multiplicidade de análises, reinterpreta, formula novas hipóteses. Constrói o conteúdo dos conceitos iniciais, não o pressupondo. Ao deparar-se com o aparente “caos” da realidade, que costuma provocar de imediato, juízos etnocêntricos, aprende a abandonar a formulação abstrata e demasiadamente precoce, pois é necessário “suspender o juízo” por um momento. Assim, é possível construir um objeto que dê conta da organização peculiar do contexto, incluindo as categorias sociais que expressam relações entre os sujeitos. No duplo processo de observação e interpretação, abre-se a possibilidade de criar e enriquecer a teoria (Rockwell, 1986, p. 50).

Fazer pesquisas etnográficas é sempre um processo muito difícil, requer

reflexão, habilidade na descrição e clareza que permita expressar em palavras

acontecimentos, comportamentos, processos sociais e contextos com vivências

e experiências significativas dos sujeitos.

3.2 – Lócus de Pesquisa

O lócus é de fundamental importância para a pesquisa, ele leva o

pesquisador a refletir sobre seu problema. Sendo assim, nosso lócus de

pesquisa foi realizado na empresa Embasa – Empresa Baiana de Águas e

Page 30: Monografia Gracielle Pedagogia 2009

40

Saneamento S.A. – UNS- Unidade de Negócios de Senhor do Bonfim,

localizada na Avenida do Contorno, S/N, Casas Populares, no município de

Senhor do Bonfim – BA, semi-árido baiano, diante de nossas experiências

profissionais na área de Gestão de Pessoas como mão de obra terceirizada.

3.2.1 – A Estrutura Física

Empresa de patrimônio público com economia mista, a Embasa –

Empresa Baiana de Águas e Saneamento S.A. – UNS- Unidade de Negócios

de Senhor do Bonfim está subdividida em 05 (cinco) divisões setoriais:

Gerência Geral (UNS); Divisão Admnistrativa-Financeira (UNS-A); Divisão

Comercial (UNS-C); Divisão Operacional (UNS-O) e Divisão de Manutenção

(UNS-M). A Embasa atualmente atende a xxx municípios e xxx localidades,

possuindo 23 (EL’s) Escritórios Locais distribuídos na macro região de Senhor

do Bonfim.

Possui uma estrutura física bastante considerável com 20 (vinte) salas;

01 (uma) recepção; 01 (uma) cozinha; 04 (quatro) banheiros; 01 (uma) guarita;

01 (uma) Estação de Tratamento de Água; 01 (uma) Casa de Bombas; 02

(duas) oficinas, sendo que uma de manutenção e outra de hidrômetros; 01

(hum) almoxarifado; 01 (hum) laboratório de controle da qualidade da água; 01

(uma) loja de atendimento a clientes externos; estacionamento amplo para

carros e motos; ampla área verde e jardinada aos redores da empresa.

3.2.2 – Quadro Funcional

Page 31: Monografia Gracielle Pedagogia 2009

41

A Embasa – Empresa Baiana de Águas e Saneamento S.A. – UNS-

Unidade de Negócios de Senhor do Bonfim, possui um quadro funcional

bastante variado, composta por 123 (cento e vinte e três) funcionários efetivos

e concursados, 207 (duzentos e sete) funcionários terceirizados sendo que,

200 (duzentos) de administração direta, 04 (quatro) vigilantes, 02 (dois)

zeladores, 01 (hum) motorista, totalizando 329 funcionários; 08 (oito)

estagiários de nível médio e 06 (seis) nível superior e 05 (cinco) jovens

aprendizes.

3.3 – Sujeitos da Pesquisa

Para a realização desta pesquisa há fundamental participação e

contribuição dos sujeitos. A reunião dos dados obtidos através da sua

cooperação incide para um melhor aproveitamento, análise e resultados deste

trabalho.

Os sujeitos desta pesquisa são os 15 componentes do quadro funcional

da Embasa/UNS que estão distribuídos da seguinte forma:

02 Gerentes (Gerente Geral e Gerente Administrativo-Financeiro);

05 Funcionários Efetivos;

06 Funcionários Terceirizados;

01 Estagiária (Nível Superior);

01 Jovem Aprendiz.

Page 32: Monografia Gracielle Pedagogia 2009

42

A escolha por estes sujeitos se deu pelo fato de se tratar de

colaboradores atuantes nos diversos setores da empresa, a fim de obtermos

um maior aproveitamento nos resultados deste trabalho.

3.4 – Estratégias e Instrumentos da Pesquisa

Para uma maior compreensão do objeto estudado, ao pesquisar a

Embasa/UNS, optou-se como instrumentos de coleta de dados: questionário

fechado para gestores e componentes do quadro funcional da empresa,

entrevista semi-estruturada e análise documental sobre a empresa.

Com o intuito de perceber se existe dentro da empresa a não

segregação, ou seja, a inclusão de todos e quaisquer indivíduos independente

de suas limitações, recorremos às abordagens qualitativas de pesquisa

norteadas pela técnica da observação direta, questionário fechado, entrevista

semi-estruturada e análise documental. A observação direta possibilita um

contato pessoal e estreito entre pesquisador e pesquisando como afirma Ludke

(1986, p. 26):

A observação direta permite também que o observador chegue mais perto da “perspectiva do sujeito”, um importante alvo nas abordagens qualitativas. Na medida em que o observador acompanha in loco as experiências diárias dos sujeitos, pode tentar aprender sua visão de mundo, isto é o significado que eles atribuem à realidade que os cerca e às suas próprias ações.

Nosso grande desafio no decorrer desta pesquisa foi saber trabalhar o

envolvimento e a subjetividade, mantendo o necessário distanciamento, como

é exigido na execução de um trabalho científico. Para Lüdke e André (1986, p.

28), a observação é instrumento válido e fidedigno de investigação, desde que

seja realizada de modo controlado e sistemático, o que supõe seu

planejamento cuidadoso e a rigoroso preparo do pesquisador.

Page 33: Monografia Gracielle Pedagogia 2009

43

Tanto quanto a entrevista, a observação ocupa um lugar privilegiado nas

novas abordagens de pesquisa educacional. Usada como principal método de

investigação ou associada a outras técnicas de coleta, a observação possibilita

um contato pessoal e estreito do pesquisador com o fenômeno pesquisado, o

que apresenta uma série de vantagens. Sendo o principal instrumento da

investigação, o observador pode recorrer aos conhecimentos e experiências

pessoais como auxiliares no processo de compreensão e interpretação do

fenômeno estudado. (LÜDKE e ANDRÉ ,1986, p. 26).

Nossa observação pautada pela pesquisa qualitativa e etnográfica e por

meio de análise documental, nos propiciou para um fortalecimento de laços de

confiança in lócus promovendo a interação entre todos os envolvidos nesse

processo.

3.4.1 – Questionário Fechado

Com o objetivo de levantar informações sobre a percepção dos

colaboradores da UNS sobre a importância da atuação do pedagogo nesta

empresa foi aplicado um questionário fechado com 08 questões objetivas e um

questionário aberto por meio de entrevista semi-estruturada com 07 perguntas

abertas sobre o tema abordado os quais foram respondidos individualmente

(ver roteiro nos anexos 01).

O questionário fechado assegura maior precisão na expressão de

opiniões. É de quase total ausência de pressão sobre o indivíduo, pois

geralmente é permitido tempo para refletir sobre suas respostas.

(GRESSLER,1989).

3.4.2 – Entrevista Semi-Estruturada

Page 34: Monografia Gracielle Pedagogia 2009

44

A entrevista semi-estruturada permite liberdade e espontaneidade do

entrevistado. Como explicita Trivinos 1987 (p.145-146):

Para a pesquisa qualitativa a entrevista semi-estruturada é um dos principais meios que tem o investigador para realizar a coleta de dados (...) Pois esta ao mesmo tempo em que valoriza a presença do investigador, oferece todas as perspectivas possíveis para que o informante alcance liberdade e a espontaneidade necessária, enriquecendo a investigação.

Por fim, vale dizer que, sempre que possível, é interessante que a

transcrição das entrevistas seja feita pelo próprio pesquisador, tendo em vista

ser este um rico momento de análise inicial de seu conteúdo. Pois, o processo

de transcrição simboliza a escuta em detalhe, palavra por palavra, tom a tom,

tornando mesmo possível re-avivar seu contexto e dinâmica. Assim, é mister

considerar, na transcrição, não apenas as falas, mas também as hesitações,

risos, silêncios, lapsos, interrupções etc., muitas vezes reveladores de

conteúdo.

3.4.3 – Análise Documental

A Análise documental é uma das técnicas de maior confiabilidade,

segundo Godoy (1995, p.21). Os dados coletados na análise documental

possibilitaram a validação das informações obtidas durante a entrevista com os

gestores e componentes da Embasa/UNS pesquisadas na primeira etapa de

coleta de dados. 

A análise documental consiste em uma série de operações que visam a

estudar e a analisar um ou vários documentos, para descobrir as diversas

circunstâncias com as quais podem estar relacionados. No caso específico

desta pesquisa a nossa análise documental constou de análises dos seguintes

documentos: arquivos históricos da empresa, pesquisas na intranet, anotações

prévias pós-observações informais em reuniões setoriais, planejamentos e

Page 35: Monografia Gracielle Pedagogia 2009

45

projetos estratégicos de transformação e mobilização profissional, entre outros

disponíveis na organização.

Segundo Spink (2000, p. 126), os documentos são:

produtos em tempo e componentes significativos do cotidiano; complementam, completam e competem com a narrativa e a memória. [...] Sua intersubjetividade é produto da interação com um outro des-conhecido, porém significativo e freqüentemente coletivo.

Lüdke e André (1986) sugerem um procedimento diante do material

construído na pesquisa de campo, baseando-se no método proposto por

Michelat (1980, p. 48):

É preciso ler e reler o material até chegar a uma espécie de ‘impregnação’ do seu conteúdo. Essas leituras sucessivas devem possibilitar a divisão do material em seus elementos componentes, sem contudo perder de vista a relação desses elementos com todos os outros componentes

Por estarem situados em tempo e refletirem a interação intersubjetiva de

interlocutores, constituem práticas discursivas que representam idéias

diferentes, saberes, fazeres e múltiplos elementos, e que denunciam imagens,

usos, sentidos e processos humanos.

Todos esses instrumentos utilizados nos permitem uma variedade de

informações e nos levará a uma apreensão mais completa do objeto estudado.

CAPÍTULO IV

Page 36: Monografia Gracielle Pedagogia 2009

46

ANÁLISE DE DADOS E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS

A partir deste Capítulo, analisaremos os dados coletados desta pesquisa

desenvolvida na empresa Embasa/UNS – Unidade de Negócios de Senhor do

Bonfim, com gestores e componentes desta organização, além de observação

participante no nosso ambiente de trabalho.

Para tanto, utilizamos alguns elementos que nos auxiliaram para um

melhor aproveitamento desta pesquisa: os questionários fechados entregues a

alguns gestores e componentes da empresa; a entrevista semi-estruturada

realizadas com o mesmo público e a observação participante.

4.1 – A Embasa

Fundada em 1971, atendendo a exigência do Plano Nacional de

Saneamento – Planasa, que pedia a implantação de um organismo central em

cada estado para comandar o setor de saneamento, a Embasa localizada em

Salvador - BA vem ampliando seu Sistema de Abastecimento de Água a cada

dia, atendendo atualmente em várias cidades baianas, disseminando esses

Sistemas em Unidades Norte e Sul de Negócios distribuídas em quase toda a

Bahia. O Sistema de Abastecimento de Água da Unidade de Negócios de

Senhor do Bonfim atualmente atende a 240 localidades em 30 municípios.

4.1.1 – A Embasa: Identidade Organizacional

Page 37: Monografia Gracielle Pedagogia 2009

47

A Identidade Organizacional da Embasa está pautada em cima de

critérios de excelência essenciais para o crescimento da empresa, tendo como

principal Negócio o abastecimento de água e esgotamento sanitário. Sua

Missão é assegurar o abastecimento de água e serviços de esgotamento

sanitário, garantindo a satisfação dos clientes, acionistas, colaboradores e

poder concedente, interagindo com fornecedores, buscando o equilíbrio

econômico e financeiro, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida da

sociedade e a preservação do meio ambiente. A Visão norteadora da empresa

é ser reconhecida nacionalmente como uma empresa de excelência no setor

de saneamento. Seus Valores estão pautados na ética, no comprometimento,

na criatividade, na responsabilidade ambiental e social, na integração,

valorização e desenvolvimento de pessoas.

4.1.2 – A Embasa: Política Organizacional

A Política da Embasa consiste em um conjunto de regras ou enunciados

que orienta a tomada de decisões. São orientações para medidas futuras

baseadas em experiências passadas ou em crenças e valores. Enquanto as

crenças e valores dizem respeito ao âmbito mais geral da empresa, a Política

refere-se geralmente, a sistemas. As principais Políticas empresariais da

Embasa são: Política da Qualidade, Política Administrativa, Política de Gestão

de Pessoas, Política de Segurança do Trabalho, Política de Atendimento ao

Cliente, Política Operacional, Política Comercial, Política Financeira, Política

tecnológica, Política de Marketing e Comunicação, Política de Expansão e

Política Ambiental.

Dentre as políticas citadas, destacamos a Política de Gestão de Pessoas

que conforme o seu Planejamento Estratégico (2004/2007, p.15) consiste em

“desenvolver, promover e valorizar os seres humanos, de forma a ampliar

Page 38: Monografia Gracielle Pedagogia 2009

48

continuamente o desempenho, a empregabilidade e o nível de satisfação,

saúde e segurança dos profissionais da empresa”.

Com base nesses fenômenos organizacionais estabelecidos na

Embasa/UNS mencionados acima, percebemos que tais aspectos

instrumentais tornam-se mais sensíveis à dinâmica das relações indivíduo-

sociedade. As experiências cotidianas vivenciadas por nós neste ambiente de

trabalho, nos fazem compreender que o espaço organizacional é, sobretudo,

um espaço de valorização da dimensão e da dignidade humana.

4.2 – O Perfil dos Sujeitos

Como foi mencionado anteriormente foram aplicados questionários

fechados a 02 (dois) gestores e 13 (treze) colaboradores da Embasa/UNS,

onde por meio destes pudemos traçar o perfil dos sujeitos conforme a análise

dos gráficos a seguir:

4.2.1 – Idade e Gênero

Conforme o Gráfico 4.2.1, procuramos variar a faixa etária dos

colaboradores questionados a fim de melhor avaliarmos as opiniões coletadas

nesta pesquisa. No quesito “Idade”, 46% possuíam idade entre 18 a 25 anos;

27% entre 36 a 45 anos; 20% estavam entre 26 a 35 anos e 7% tinham mais

de 45 anos de idade.

Page 39: Monografia Gracielle Pedagogia 2009

49

Idade

46%

20%

27%

7%

18 a 25 anos 26 a 35 anos 36 a 45 anos acima de 45 anos

Gráfico 4.2.1 “Idade”

No Gráfico 4.2.2, no quesito “Gênero”, 60% eram mulheres e 40%

homens. Nessa perspectiva, observamos a presença da mulher no mercado de

trabalho que vem aumentando a cada ano. De acordo com a Constituição

Federal, o artigo 5°, inciso I determina: “Homens e mulheres são iguais em

direitos e obrigações nos termos desta Constituição”, ficando destacado assim

o princípio da igualdade. Das mulheres entrevistas, 56% são pedagogas,

porém não atuam em sua profissão dentro da empresa, entretanto, suas

opiniões não entraram em desacordo com os 44% das outras mulheres que

participaram da entrevista.

Gênero

40%

60%

Femino Masculino

Gráfico 4.2.2 “Gênero”

Page 40: Monografia Gracielle Pedagogia 2009

50

4.2.2 – Escolaridade

O Gráfico 4.2.3 a seguir, refere-se ao grau de escolaridade dos

entrevistados, constatamos, onde 40% possuem o nível superior incompleto;

33% o nível superior completo e 27% o nível médio completo. Nesta situação,

podemos destacar que os 27% em sua maioria, referem-se aos funcionários

mais antigos na empresa e que possuem uma idade mais avançada que aos

demais. Em contrapartida, os 73% restantes, por exigência do atual e

globalizado mercado de trabalho, têm buscado uma melhor posição acadêmica

a fim de conseguirem uma melhor posição dentro deste contexto.

Escolaridade

27%

33%

40%

Médio Completo Superior Completo Superior Incompleto

Gráfico 4.2.3 “Escolaridade”

4.2.3 – Situação e Função na Empresa

Dos 15 sujeitos entrevistados, 46% são funcionários efetivos; 40%

terceirizados; 7% estagiário de nível superior e 7% Jovem Aprendiz, conforme

o Gráfico 4.2.4 “Situação na Empresa”. Dentre estes, destacamos 86% que

foram admitidos na empresa mediante concurso público, os demais, ou seja,

Page 41: Monografia Gracielle Pedagogia 2009

51

14% foram efetivados na empresa em meados da década de 90, através de

ordem superior sancionada pelo ex-governador Valdir Pires.

Situação na Empresa

46%

40%

7% 7%

Efetivo Terceirizado Estagiário Jovem Aprendiz

Gráfico 4.2.4 “Situação na Empresa”

No que se refere à função exercida na empresa Embasa/UNS, dos 15

sujeitos entrevistados o Gráfico 4.2.5 nos mostra que 7% exerce a função de

gerente geral; 7% gerente de divisão setorial; 7% a função de químico; 39%

exercem a função de Agente de Serviço Administrativo exercendo atividades

nos diversos setores da empresa; e 40% possuem outras funções tais como

(assistente social, técnico contábil, técnico operacional, coordenador de

processo, dentre outras).

Função na Empresa

7% 7%7%

39%

40%

Gerente Geral Gerente de Divisão

Quimico Ag.Serv.Administrativo

Outros

Gráfico 4.2.5 “Função na Empresa”

4.2.4 – Cargo Ocupacional e Qualificação Profissional

Page 42: Monografia Gracielle Pedagogia 2009

52

Com respeito ao cargo ocupado pelos sujeitos questionados

constatamos segundo o Gráfico 4.2.6 que 7% ocupa o cargo de Engenheiro;

7% o cargo de Economista; 7% o de Técnico Contábil; 33% são Agentes de

Serviço Administrativo; e 46% ocupam outras funções na empresa como

(Monitor de Serviço, Químico, Jovem Aprendiz, Estagiário, Assistente Social,

entre outros.

Cargo Ocupacional

7% 7%

33%

7%

46%

Engenheiro EconomistaAg.Serv.Administrativo Técnico ContábilOutros

Gráfico 4.2.6 “Cargo Ocupacional”

No quesito 07, perguntamos qual a qualificação dos sujeitos

questionados, onde 7% possuem a formação de Engenheiro Civil; 7%

Economista; 7% Químico; 20% são Agentes de Serviço Administrativo; e 59%

tinham outras qualificações profissionais na empresa, dentre elas: Técnico

Contábil, Pedagogo (não atuante), Assistente Social, Estagiário Nível Superior,

Jovem Aprendiz, entre outras, conforme o Gráfico 4.2.7 abaixo:

Page 43: Monografia Gracielle Pedagogia 2009

53

Qualificação Profissional

7% 7%

20%

7%59%

Engenheiro Civil EconomistaAg.Serv.Administrativo QuímicoOutros

Gráfico 4.2.7 “Qualificação Profissional”

4.2.5 – Tempo de Serviço

No último quesito, perguntamos o tempo de serviço dos colaboradores

da Embasa/UNS tinham na empresa e o Gráfico 4.2.8 nos mostra os seguintes

resultados: 40% estão na empresa entre 2 a 5 anos; 33% estão entre 6 a 12

anos; 20% entre 6 a 12 meses; e 7% trabalham na empresa a mais de 20 anos.

Apesar dos entrevistados não atuarem na empresa durante o mesmo tempo de

serviço, observamos que a percepção e opinião frente às questões levantadas

não se diferenciaram muito entre eles. Entretanto, vale ressaltar mediante este

quesito que, a grande maioria dos entrevistados teve um pouco de dificuldade

em responder se a empresa já desenvolvia ações educativas antes de haver a

presença do pedagogo empresarial, em vista de muitos não conhecerem a

história da empresa antes de atuarem nela e/ou durante o seu pouco tempo de

atuação nela.

Page 44: Monografia Gracielle Pedagogia 2009

54

Tempo de Serviço

20%

40%

33%

7%

6 a 12 meses 2 a 5 anos 6 a 12 anos Acima de 20 anos

Gráfico 4.2.8 “Tempo de Serviço”

4.3 – A atuação do pedagogo nas empresas: O olhar dos gestores e

funcionários

Com o intuito de obtermos uma captação imediata e corrente das

informações coletadas, entrevistamos 15 componentes da Embasa/UNS,

sendo 02 (dois) gestores e 13 colaboradores dos diversos setores existentes

na empresa, focalizando a reflexão dos interlocutores quanto à atuação do

pedagogo nesta empresa, buscando a interação numa atmosfera de influência

recíproca entre quem pergunta e quem responde.

O processo de reflexão tende a ser mais burocratizado naquelas organizações que têm uma área de atuação mais voltada para o macrossocial, para a sociedade global; percebe-se que, em geral, essas organizações, apesar de algumas delas apresentarem nítidos traços de contestação do social, não inovaram ainda os seus processos de reflexão. (SERVA, 1993. p.39)

A intensidade das interações é um dos fatores primordiais para um

estado de vivência e avaliação do presente que se sobrepõe às preocupações

com o futuro, valorizando mais a política do cotidiano do que o planejamento de

ações para longo prazo.

Page 45: Monografia Gracielle Pedagogia 2009

55

A entrevista, especialmente a semi-estuturada, ocupa papel importante

na construção da pesquisa etnográfica. Oliveira (2000, p.21) destaca a

entrevista, ou o “ouvir”, como momento em que os participantes da pesquisa

refletem acerca daquilo que foi “observado” pelo pesquisador, deixando que ele

se aproxime de suas significações.

Assim, apresentamos abaixo as categorias que nos permitiram

responder a nossa questão de pesquisa:

4.3.1 A importância do pedagogo na empresa

Perguntamos aos gestores se existia a importância da presença do

pedagogo empresarial na Gestão de Pessoas e nos setores de Recursos

Humanos. Conforme mostra o Gráfico 4.3.1.1, 100% dos entrevistados acham

que existe tal importância.

Opinião dos Gestores

100%

Sim Não

Gráfico 4.3.1.1 “Opinião dos gestores quanto à importância do pedagogo na empresa”

O Gráfico 4.3.2 nos mostra a opinião dos 13 funcionários entrevistados

sendo unânime com 100% em suas respostas no que diz respeito à

importância de atuação do pedagogo nos setores acima citados.

Page 46: Monografia Gracielle Pedagogia 2009

56

Opinião dos Funcionários

100%

Sim Não

Gráfico 4.3.1.2 “Opinião dos funcionários quanto à importância do pedagogo na empresa”

Para salvaguardar a identidade dos sujeitos utilizamos o código “S”

seguidos de numerais. Vejamos algumas respostas dos entrevistados:

O “S” (1) 01 nos respondeu que:

“(...) tanto o pedagogo como a empresa tem o mesmo objetivo em

relação às pessoas. Trabalhar a qualidade de vida, capacitando profissionais

com o fim de atingir ideais e objetivos, tanto da empresa como do colaborador”.

O “S” 02 nos afirma a importância “para uma melhor organização de

atividades que contribuam para a qualificação dos funcionários”.

O “S” 03 acrescenta dizendo que, ”é importante para a construção,

manutenção e desenvolvimento do caráter e ética profissionais, assim como

também é importante para a promoção da integração entre os colaboradores

da empresa como um todo”.

Ribeiro (2007, p.9), salienta que “a atuação do pedagogo na empresa

tem como pressupostos principais a filosofia e a política de Recursos Humanos

adotadas pela Organização”. Sua participação na empresa torna-se um

Page 47: Monografia Gracielle Pedagogia 2009

57

elemento essencial de articulação entre o desenvolvimento das pessoas e as

estratégias organizacionais.

4.3.2 – As mudanças na empresa após a presença do pedagogo

Apesar de detectarmos na opinião dos entrevistados a existência da

importância do pedagogo na Gestão de Pessoas e nos setores de Recursos

Humanos, ao perguntarmos se antes de haver a presença do pedagogo

empresarial, a empresa já desenvolvia ações educativas na gestão de

Pessoas, percebemos uma relatividade nas respostas, transparecendo assim

que muitos desconheciam ou ainda não haviam refletido sobre tais práticas

educativas na empresa, conforme mostra o Gráfico 4.3.3, onde informa que

53% disseram que sim; 27% disseram que não; e 20% não souberam

responder tal questão:

A empresa desenvolvia ações educativas antes da presença do pedagogo

53%

20%

27%

Disseram Que Sim Disseram Que NãoNão Souberam Responder

Gráfico 4.3.1.3 “Ações educativas antes da presença do pedagogo”

Um outro ponto questionado aos entrevistados foi que tipo de ações

educativas o pedagogo empresarial tem desempenhado na Gestão de Pessoas

Page 48: Monografia Gracielle Pedagogia 2009

58

e se essas ações têm promovido atitudes transformadoras, mobilizadoras e

motivadoras dentro da empresa?

Vejamos algumas respostas dadas:

As ações desempenhadas pelo pedagogo têm transformado as atitudes dos colaboradores de forma positiva. Essas ações têm tornado o convívio e o trabalho mais harmonioso e prazeroso, devido à prática política do bom relacionamento e tratamento interpessoal entre funcionários, desde o superior (chefe) ao menos favorecido (pião). (“S” 04)

O “S” 05 acrescenta:

Hoje em dia há uma maior participação do corpo funcional nas atividades executadas (...) As dinâmicas e os encontros em datas e eventos festivos faz com que o funcionário se sinta valorizado, reconhecido e se integre aos demais.

O “S” 06 enfoca as ações educativas exercidas pelo pedagogo “através

do conhecimento disseminado pelos cursos, palestras, seminários, os

empregados tem oportunidade de analisar aspectos relacionados a sua saúde

e qualidade de vida”.

Ribeiro (2007, p. 58) enfatiza que é do papel do pedagogo empresarial:

Auxiliar o desenvolvimento de instrumentos e capacitação quanto à observação sistemática do funcionário, à obtenção de dados e informações a respeito dos funcionários em termos de seu desempenho, assim como quanto à proposição de medidas com vistas a corrigir os desvios constatados.

Vale acrescentar que o incentivo é um fator indispensável ao funcionário

posto que ele se sentirá valorizado no seu próprio trabalho, o que influirá

positivamente na boa qualidade do seu desempenho.

Tanto ações educativas como os programas de capacitação e

desenvolvimento profissional são processos intercomplementares, nunca

excludentes, cujos objetivos buscam muito mais do que acumular técnicas ou

Page 49: Monografia Gracielle Pedagogia 2009

59

conhecimentos, mas, acima de tudo, promover mudanças de atitudes mais

amplas que ultrapassem os limites do ambiente de trabalho.

4.3.3 – Os pontos fracos da atuação

Quando questionamos os pontos fracos que dificultam para um melhor

desempenho das atividades do pedagogo empresarial na Embasa/UNS

obtivemos os seguintes resultados conforme o Gráfico 4.3.4, sendo que 73%

responderam que o fato de ser de um trabalho terceirizado, torna-se mais difícil

por muitas vezes não ter autonomia para tomar determinadas decisões, tendo

que aguardar as posições e autorizações da chefia local (Senhor do Bonfim) e

central (Salvador); 20% responderam que ainda há uma certa resistência por

parte de alguns funcionários efetivos, talvez por se tratar da mesma

característica anterior(terceirização), ou por questões particulares; e 7%

disseram que o fato de a Universidade em que o pedagogo estuda ainda não

incluir em sua grade curricular disciplinas que discutam a Pedagogia

Empresarial incentivando uma reflexão maior sobre o tema, e/ou até mesmo

atrapalhando no momento de implementações de projetos e ações

pedagógicas-organizacionais.

Pontos fracos que dificultam o desempenho das atividades

73%

20%

7%

Trabalho Terceirizado/Falta de autonomiaResistência dos funcionáriosConhecimento acadêmico do curso

Gráfico 4.3.1.4 “Pontos Fracos que dificultam o desempenho das atividades”

Page 50: Monografia Gracielle Pedagogia 2009

60

Observemos alguns comentários:

O “S” 07 comenta que:

por se tratar de uma mão-de-obra terceirizada , lotado especialmente em um setor que cuida especialmente de questões de ordem própria (o RH), a falta de autonomia em decisões pertinentes a estes serviços e a realização de determinadas ações, como por exemplo a realização de um certo treinamento (que depende da ordem superior), talvez seja uma grande dificuldade para o desempenho deste profissional na empresa.

O “S” 08 nos diz que “existe a resistência por parte de alguns

colaboradores às mudanças, principalmente por parte dos funcionários efetivos

mais antigos e também pelo pedagogo ser terceirizado”.

“O curso de Pedagogia na Universidade não está direcionado para as

atividades empresariais”. (“S” 09)

“A Universidade deveria incluir disciplinas que o ajudassem a melhor

desenvolver suas atividades, pois assim, juntamente com o potencial deste

profissional, haveria muito mais benefícios para a empresa e para os

funcionários”. (“S” 10)

Suchodolski (1977, p. 19) desenvolve a seguinte idéia:

Este é o método de toda ciência moderna: conhecer a realidade através da construção de uma nova realidade. (...) A definição de pedagogia que aqui propomos assume precisamente esse caráter. Trata-se do conhecimento da realidade educativa mediante a participação na criação das formas mais adequadas às necessidades da civilização em desenvolvimento e às tarefas que a humanidade deve solucionar nestas condições. Ao considerar a pedagogia como uma ciência sobre a atividade transformadora da realidade educativa, temos a possibilidade de uma nova determinação dos objetivos da educação e de suas categorias fundamentais.

Page 51: Monografia Gracielle Pedagogia 2009

61

Em termos práticos, percorrido esse processo de reflexão, nada impede

que se formule um núcleo de disciplinas nas Universidades que contemplem

uma base comum de formação do educador, naturalmente sempre submetida a

uma análise metodológica crítico-social.

A Pedagogia precisa pensar-se a si própria em sua relação com a prática na qual se enraíza e a partir da qual e para a qual estabelece proposições. Por isso ela não é apenas “uma diretriz no plano teórico da ciência da educação, mas a preocupação teórico-científica da fundamentação da pedagogia como ciência que, enquanto prática, não possui seu sentido em si mesma, mas na humanização da práxis”. (SCHMIED-KOWARZIK, 1983, apud PIMENTA, 1998 p.121)

Ainda que as práticas educativas hoje se encontrem bastante

ampliadas, não se reduzindo ao ensino, continua pertinente reconhecer nesses

elementos constitutivos do pedagógico o núcleo de referência dos

conhecimentos científicos, filosóficos e técnico-profissionais que compreendem

a competência profissional do pedagogo.

4.3.4 – Como melhorar: Sugestões dos pesquisados

Finalizando nossa entrevista, pedimos aos entrevistados que nos

apontassem algumas oportunidades de melhoria que nos possibilitarão a ter

um melhor desempenho profissional na Embasa/UNS. Foram pontuadas as

seguintes sugestões:

Oportunidades de Melhoria

Inserção do pedagogo como cargo efetivo

Inclusão de disciplinas no curso de Pedagogia

Maior autonomia na tomada das decisões

Qualificação profissional reconhecida e uma formação contínua

Persistência no trabalho

Maior disseminação da importância de atuação do pedagogo nas empresas

Page 52: Monografia Gracielle Pedagogia 2009

62

Desenvolver mais projetos que proporcione maior integração entre os funcionários

Alcançar ao atendimento e sensibilização igualitários entre próprios e terceirizados

Reconhecer como essencial esse profissional nas atividades da empresa

Quadro 01: Oportunidades de Melhoria

Numa organização empresarial, é essencial desenvolver a sensibilidade

para proceder às devidas adequações de modo que atendem, sempre, ao

mesmo tempo, os anseios dos indivíduos e da própria organização.

Nestas organizações, observa-se uma intenção geral de que o trabalho seja uma atividade prazerosa, onde o processo de sua realização vincula-se à existência de uma participação efetiva de cada um na vida da organização. A intensidade das relações interpessoais é bastante elevada e pretende criar condições para a expressão de sentimentos no cotidiano. (AMARAL, 2007, P.104)

Esse caminho a ser percorrido é, na verdade, uma construção pessoal e

profissional permanente, que nos leva para a reflexão e retomada do ponto de

partida.

4.4 – O olhar do pesquisador: A síntese

Mediante as considerações desenvolvidas ao longo deste trabalho, e

considerando nossas experiências profissionais na Embasa/UNS, podemos

compreender a pesquisa como descoberta, criação e como diálogo a fim de

desenvolvermos olhares que nos permitam alcançar novos horizontes que nos

levem a reflexão da nossa prática pedagógica dentro e fora da escola.

Em vista de nossas experiências profissionais na empresa pesquisada e

diante das sugestões colocadas pelos entrevistados, refletimos que o nosso

papel como pedagogo empresarial na Gestão de Pessoas e nos setores de

Recursos Humanos, assim como as nossas ações educativas, já são

perceptíveis pelos gestores e componentes da empresa, porém, ainda

precisamos galgar muitos degraus para obtermos um melhor resultado em

Page 53: Monografia Gracielle Pedagogia 2009

63

nossa atuação a fim de realizarmos um excelente trabalho no espaço

organizacional.

O nosso trabalho se propôs a contribuir com o desvelamento de novas

questões sobre a educação do trabalhador no interior das empresas pelo viés

da Pedagogia Empresarial, entendida aqui, como a área da Pedagogia que se

ocupa do processo de ensino-aprendizagem nos ambientes organizacionais ou

empresariais.

O nosso intuito na pesquisa qualitativa e etnográfica foi o de conhecer o

Pedagogo atuante nas organizações empresariais e descobrir a visão que os

gestores e componentes da Embasa/UNS têm sobre a atuação profissional do

Pedagogo Empresarial nesta empresa, assim como perceber qual a

contribuição dada por este à educação do trabalhador e a sua opinião a cerca

do processo educativo realizado na empresa.

Os discursos dos nossos entrevistados, sobre a experiência deste

profissional e sobre os saberes realmente utilizados por ele, levam-nos a inferir

que são justamente os aspectos pedagógicos, sociais, filosóficos, éticos e

técnicos presentes na formação do Pedagogo, assim como a missão e a

postura de educador construídas ao longo de sua formação profissional, que

fazem a prática educativa desenvolvida por eles nas organizações ser bem

sucedida e requerida pelas empresas.

O diferencial entre o Pedagogo Empresarial e o Pedagogo Escolar está

menos nos saberes mobilizados e utilizados por ambos do que na amplitude de

visão em relação ao papel do educador, na concepção de educação e na

importância dada ao processo de ensino-aprendizagem em outros ambientes

fora dos "muros" da escola.

Page 54: Monografia Gracielle Pedagogia 2009

64

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A pesquisa foi realizada na empresa Embasa/UNS, com o objetivo de

analisar as ações educativas dentro da Pedagogia Empresarial e elucidar a

relevância da presença do pedagogo na Gestão de Pessoas e nos setores de

Recursos Humanos para os gestores e componentes desta empresa.

O tema da pesquisa está voltado para a atuação do pedagogo nas

Page 55: Monografia Gracielle Pedagogia 2009

65

empresas organizacionais e a sua contribuição como educador organizacional,

visto que a empresa também é um espaço educativo para o crescimento dos

funcionários e da própria empresa.

Os elementos utilizados nesta pesquisa nos possibilitaram uma melhor

compreensão ao coletarmos e analisarmos os dados durante esse processo

nos ajudando a não fugir dos nossos objetivos propostos.

Apesar de ser um trabalho terceirizado na empresa, procuramos

desempenhar o nosso papel de forma séria e humanizada, e em se tratando de

ser uma empresa pública com um quadro funcional extenso, como em todo

espaço de trabalho, encontramos dificuldades que por muitas vezes nos faz

desanimar, mas ao refletirmos e observarmos a importância da nossa atuação

como pedagogo empresarial nas organizações empresariais, promovendo

ações educativas transformadoras e mobilizadoras, nos impulsiona cada vez

mais a nos qualificarmos a cada dia para continuarmos inseridos dentro deste

campo ainda não conhecido amplamente dentro da sociedade, mas com um

valor imenso de poder direcionar as ações e projetos desenvolvidos na

empresa para obtenção da excelência no atendimento às exigências do

mercado e da sociedade.

Sobre a perspectiva da Gestão de Pessoas, pontuamos a necessidade

de adaptação das empresas às novas tecnologias como estratégias de

educação empresarial, assim como de desenvolvimento das competências

exigidas pelo mercado de trabalho geralmente desprezadas e/ou ignoradas

pela escola. A operacionalização dessas novas competências no âmbito da

formação profissional, implicam, antes de qualquer coisa, constantes inovações

em todos os âmbitos da sociedade, principalmente o impacto na dinâmica das

relações sociais em nível do ambiente de trabalho.

Concluímos então que a Pedagogia Empresarial nos dá suporte tanto

em relação à estruturação das mudanças quanto em relação à ampliação e à

aquisição de conhecimento no espaço organizacional. O papel de mediação

exercido pelo pedagogo propiciará um melhor discernimento quanto às

Page 56: Monografia Gracielle Pedagogia 2009

66

necessidades educativas de sua Organização, planejando cada atividade com

clareza, identificando o que de fato, constitui-se como prioridade.

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ANEXO 01 – QUESTIONÁRIO FECHADO

UNEB – UNVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIADEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO CAMPUS VIIPEDAGOGIA 2004DISCIPLINA: TCCPROFª: SIMONE FERREIRA DE SOUZA WANDERLEY

Page 61: Monografia Gracielle Pedagogia 2009

71

ALUNA: GRACIELLE SILVA ROCHA

Tema do trabalho: A atuação do pedagogo nas empresas.

Sua opinião é muito importante para o desenvolvimento deste trabalho. Para tanto,

garantimos o sigilo de suas respostas para fins exclusivos de finalização desta

pesquisa.

Questionário

Nome: _________________________________________________________

Empresa: Embasa/UNS - Unidade de Negócios de Senhor do Bonfim

1) Você possui idade entre:

18 a 25 anos ( ) 26 a 35 anos ( )

36 a 45 anos ( ) acima de 45 anos ( )

2) Você é do sexo:

Feminino ( ) Masculino ( )

3) Qual a sua escolaridade?

Ensino Fundamental Completo ( ) Ensino Médio Completo ( )

Ensino Fundamental Incompleto ( ) Ensino Médio Incompleto ( )

Ensino Superior Completo ( ) Ensino Superior Incompleto ( )

Outros ( ) ___________________________________

4) Em que situação você se encontra?

Funcionário Efetivo ( ) Funcionário Terceirizado ( )

5) Qual a função que você ocupa na empresa?

Gerente Geral ( ) Gerente de Divisão Setorial ( )

Page 62: Monografia Gracielle Pedagogia 2009

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Supervisor ( ) Outros ( )______________________________

6) Qual o cargo que você ocupa na empresa?

Engenheiro ( ) Economista ( ) Biólogo( ) Administrador ( )

Agente de Serviço Administrativo ( ) Técnico Administrativo ( )

Técnico Contábil ( ) Outros _________________________________

7)Qual a sua qualificação profissional na empresa?

Engenheiro ( ) Economista ( ) Biólogo( ) Administrador ( )

Outros _________________________________

8) Há quanto tempo você trabalha na Embasa?

1 a 4 semanas ( ) 2 a 5 meses ( ) 6 a 12 meses ( )

2 a 5 anos ( ) 6 a 12 anos( ) 13 a 20 anos ( )

acima de 20 anos ( )

ANEXO 02 – ENTREVISTA SEMI-ESTRUTURADA

UNEB – UNVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIADEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO CAMPUS VIIPEDAGOGIA 2004DISCIPLINA: TCCPROFª: SIMONE FERREIRA DE SOUZA WANDERLEY

Page 63: Monografia Gracielle Pedagogia 2009

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ALUNA: GRACIELLE SILVA ROCHA

Tema do trabalho: A atuação do pedagogo nas empresas.

Sua opinião é muito importante para o desenvolvimento deste trabalho. Para tanto,

garantimos o sigilo de suas respostas para fins exclusivos de finalização desta

pesquisa.

Questionário

1) Antes de haver a presença do pedagogo empresarial na Embasa/UNS, a empresa já desenvolvia ações educativas na Gestão de Pessoas? Em caso afirmativo, cite algumas?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

2) Em sua opinião, existe a relevância da presença do pedagogo empresarial na Gestão de Pessoas e nos setores de Recursos Humanos?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

3) De que forma o pedagogo empresarial tem contribuído como educador

organizacional nos setores de Recursos Humanos e nas vivências de ação

humanizada nessa empresa?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

Page 64: Monografia Gracielle Pedagogia 2009

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4) As ações educativas desempenhadas pelo pedagogo têm promovido

atitudes transformadoras e mobilizadoras dentro da empresa? Em caso

afirmativo, de que forma?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

5) Quanto aos programas de desenvolvimento, capacitação e motivação

profissional, aponte algumas contribuições exercidas por este profissional?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

6) Quais as dificuldades existentes na empresa que dificultam para um melhor

desempenho das atividades do pedagogo empresarial na Embasa?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

7) Com base na questão anterior, aponte as oportunidades de melhoria que

possibilitarão um melhor desempenho desse profissional na Embasa?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

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