monografia finalizada

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NARA REGINA APOLINÁRIO OLIZ SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA Educação à Distância na Área Rural Uso das Tecnologias como ação inclusiva

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agradecimentosAos meus pais e minha irm que me apoiam sempre me levando a vencer tudo o que me for merecido.

A Profa. Cleonice Jose de Souza, minha orientadora que sempre esteve disposio, incentivando o estudo e aprimoramento.Ao Tutor Cludio Augusto dos Santos que sempre me acompanhou nas graduaes anteriores no polo presencial da cidade de Pelotas.Aos professores da Unopar Virtual que contriburam para o meu crescimento e alcance de mais uma meta acadmica.

OLIZ, Nara Regina Apolinrio. Educao Distncia na rea Rural

Uso das Tecnologias como ao inclusiva. 2015. 27 folhas. Trabalho de Monografia Espacializao em Educao Distncia Centro de Cincias Empresariais e Sociais Aplicadas, Universidade Norte do Paran, Pelotas, 2015.

RESUMO

O presente trabalho discute algumas questes acerca da EAD para moradores da zona rural, sejam elas no campo ou pesqueiras considerando as limitaes econmicas e tecnolgicas existentes nos mesmos. A educao distncia vem se popularizando no mundo, mas, o que se quer enfatizar que a Educao Distncia permite um ensino diferente, comportando limitaes, sem que isso venha interferir nos processos educacionais. Alm disso, o trabalho apresenta a necessidade que o trabalhador dessas reas, em especfico, tem de profissionalizao e acesso a conhecimentos relativos sua rea de atuao e como a EAD pode contribuir para esse propsito, fazendo com que os jovens estudantes permaneam e desenvolvam atividades na zona rural. Perante as dificuldades tecnolgicas intrnsecas s reas rurais, as instituies acadmicas precisam adequar seu material didtico de maneira a alcanar de forma mais simples e direta os objetivos traados em leis de diretrizes. As tecnologias nesses casos devem ser utilizadas de forma estratgica no somente para a implementao do curso ead, mas tambm para treinamento adequado de tutores on-line e presencias. Palavras-chave: Educao a distncia. rea rural. Tecnologia. Desenvolvimento. OLIZ, Nara Regina Apolinrio. Educao Distncia na rea Rural

Uso das Tecnologias como ao inclusiva. 2015. 27 folhas. Trabalho de Monografia Espacializao em Educao Distncia Centro de Cincias Empresariais e Sociais Aplicadas, Universidade Norte do Paran, Pelotas, 2015.

ABSTRACT

This paper discusses some questions about the EAD for residents of rural areas, whether in the field or fishing considering the economic and technological limitations existing in them. Distance education has become more popular in the world, but what we want to emphasize is that the Distance Education allows a different school, behaving limitations without that this will interfere with the educational process. In addition, the paper presents the need for the worker of these areas, in particular, has professionalization and access to knowledge concerning their area of expertise and how distance education can contribute to this purpose, so that the young students remain and develop activities in the countryside. Given the intrinsic technological difficulties in rural areas, academic institutions need to adapt their teaching materials in order to achieve a more simple and direct way the objectives outlined in guidelines laws. Technologies such cases should be used strategically not only to implement the ead course, but also for proper training of online tutors and presencias. Key-words: Distance education. Rural beach. Technology. Development.LISTA DE FIGURAS

20Figura 1

20Figura 2

21Figura 3

23Figura 4

24Figura 5

SUMRIO131INTRODUO

131.1.PROCESSO METODOLGICO

152DESENVOLVIMENTO

152.1O JOVEM DA REA RURAL

162.2PEDAGOGIA DA ALTERNNCIA

182.3INSERO DA EDUCAO A DISTNCIA NA REA RURAL

212.4MATERIAIS DIDTICOS ADAPTADOS

232.5O USO DAS MDIAS

252.6AVALIAES

252.7ALGUNS EXEMPLOS DE EAD RURAL BEM-SUCEDIDOS

283CONCLUSO

29REFERNCIAS

1 INTRODUO

Hoje, embora j se tenha grande parte da populao brasileira residindo na rea urbana, uma parcela considervel da populao ainda reside em locais distantes dos grandes centros. Dentro deste ambiente est o trabalhador do campo e de zonas pesqueiras que, na maioria das vezes, passa a vida sem ter acesso a certos graus de estudo como faculdades, universidades devido ao fato dessas instituies situarem-se nos grandes centros urbanos. Os conhecimentos sobre cultivo, manuseio, tcnicas e as possibilidades de implementao de cooperativas e busca de investimentos e parcerias so adquiridos empiricamente e passados s futuras geraes de maneira prtica, sem grandes aprofundamentos.

sabido que a agricultura e a atividade pesqueira nos tempos de hoje, exige que os trabalhadores tenham conhecimento e formao especfica e profissional para que se obtenham resultados efetivos e os trabalhadores ambicionam cada vez mais por especializao e profissionalizao.Neste cenrio a EAD se destaca como um advento de possibilidades, contribuindo para a profissionalizao do trabalhador do campo dando acesso a informaes fora dos grandes centros por ser uma modalidade distncia.

No entanto, nota-se que para conseguir acessar informaes e o conhecimento disponibilizado para Educao a Distncia, os trabalhadores da rea rural necessitam de conhecimento tambm referentes s ferramentas em que essas so disponibilizados, ou seja, computador e internet. 1.1. PROCESSO METODOLGICO

A monografia apresentada analisa as possibilidades de implementao da educao a distncia nas reas rurais e para que fosse desenvolvida foi realizada diversas pesquisas em dimenses tericas e prticas, no que se refere as dificuldades e adequaes de espao, contedo e tecnologias empregadas para difundir essa prtica pedaggica.

Para superar o desconhecimento de minha parte do ambiente inseri-me como observadora e entrevistadora durante alguns meses com visitas peridicas, na Colnia de pescadores Z3 em Pelotas RS, na zona colonial de Pelotas (Colnia Maciel e Bacchini) visando captar as dificuldades relevantes dos moradores. Aps a captao de dados passei ento a reviso bibliogrfica para aprofundar conhecimentos sobre o tema e proporcionar fundamentao terica para posterior anlise. Assim, procurei na literatura especfica de educao a distncia, aprofundar o estudo sobre avaliao, aprendizagem e tecnologia da informao e comunicao.

A leitura e anlise de documentos sobre cursos a distncia teve por objetivo conhecer a atuao de diversas instituies e o percurso que estas traaram ao longo do tempo para implementao e oferta de cursos. Aps anlise de todos os materiais coletados, lidos e selecionados passei a interpret-los tendo como objetivo adequar o uso das TICs para a populao da rea rural de diversos pontos do pas.2 DESENVOLVIMENTOA Educao a Distncia uma modalidade de ensino que permite atingir um nmero significativo de alunos. Na EAD o princpio de que os alunos so construtores do seu conhecimento, a EAD aposta na autonomia do aluno e recupera a essncia da interdisciplinaridade.

Para Preti (2000), A maioria de seus alunos apresenta caractersticas particulares, tais como: so adultos inseridos no mercado de trabalho, residem em locais distantes dos ncleos de ensino, no conseguem aprovao em cursos regulares, so heterogneos e com pouco tempo para estudar no ensino presencial.

Neder (2000) refere-se ao conceito de EAD com bastante propriedade, colocando essa modalidade como, uma forma que permite ampliao do acesso escola, o atendimento a adultos, permitindo o uso de novas tecnologias de comunicao e de informao.

Em seu artigo 80, a Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional (n 9394/96) define a educao a distncia como uma forma de ensino que possibilita a autoaprendizagem, com a mediao de recursos didticos sistematicamente organizados.

No contexto atual de educao as universidades so foradas a mudar a estrutura e organizao para atender s demandas da sociedade da informao. A modalidade EAD com o auxlio das TICs, mais flexvel e adaptativa quanto ao perfil dos alunos.Peters (2003), ao analisar o cenrio das universidades na Sociedade da Informao, esclarece que sua sobrevivncia depende da flexibilidade no acesso de mais alunos ao ensino superior, maior autonomia e responsabilidade pela aprendizagem e a satisfao dos desejos individuais de cada um.

2.1 O JOVEM DA REA RURAL um grande desafio incentivar o jovem a permanecer no meio rural com o aumento do acesso educao e tantas possibilidades de carreira na cidade. A falta de interesse em permanecer na rea rural presenciada em todo o Brasil e historicamente, no houve empenho do poder pblico para implantar um sistema de educao adequado s necessidades do campo. A educao rural sempre procurou suprimir a cultura desta populao, tanto que os jovens que conseguem frequentar a escola e acabam saindo da rea rural, com o agravante de que a maioria no tem o desejo de retornar (Leite, 2002). A partir da dcada de 1990 so iniciados debates pelos movimentos sociais organizados sobre educao do campo, enfatizando a importncia e a funo da escola do campo para a sociedade. Esses debates foram muito importantes para a busca da implantao de um modelo de escola que atendesse as esperanas dos moradores do campo daquela regio da Europa.2.2 PEDAGOGIA DA ALTERNNCIAZimmermann; Vendruscolo E Dorneles (2013), esclarecem que a proposta da Pedagogia da Alternncia surgiu na Frana, na dcada de 1930, motivada, por um lado, pelas transformaes econmicas e sociais de um modo geral, sobretudo na agricultura, e por outro, pelo fato de que, para continuar seus estudos, os jovens precisavam abandonar suas famlias e o campo e seguir sua formao em meio urbano. Por conta das diferenas educacionais um grupo de agricultores familiares franceses discutiram a possibilidade de uma nova educao mais adequada com suas necessidades dos jovens que viviam no campo.

Depois de uma conversa com o proco da comunidade eles decidiram que os jovens que residiam no campo continuariam seus estudos, depois da escola primria, sem ter que abandonar sua famlia e o campo.

Infelizmente as distncias entre as fazendas e a escola eram grandes e as famlias ainda precisavam da ajuda dos filhos em seus trabalhos do dia-a-dia, e concluram que os jovens ficariam na casa do proco durante alguns dias do ms, com estudos em tempo integral, e nos demais dias, estariam em suas casas, dando continuidade sua formao acadmica. A primeira escola da Pedagogia da Alternncia, intitulada Maison Familiale Rurale MFR Casa Familiar Rural, comeou assim, como um esforo de vrias famlias para que seus filhos continuassem a avanar nos estudos, sem perder a ligao deste com o campo.

Na cidade de Canguu no Rio Grande do Sul, est em implementao uma Escola Famlia Agrcola que ir atender jovens agricultores, incentivando estes a permanecer no meio rural, sua primeira turma comear em 2016.

Canguu uma cidade pequena e referncia em agricultura familiar e ir contar com ajuda de poderes pblicos e privados de toda a regio alm de entidades do meio rural e dos prprios agricultores.De acordo com Patrcia Rutz Bierhals membro do Ncleo Padaggico e responsvel pela disciplina de Agricultura e Administrao Rural da Secretaria de Educao e Esportes de Canguu a EFA Sul era idealizada h muito tempo, e desde o final de 2014 comeou a tomar forma, e no momento esto sendo feitos ajustes para a eleio da diretoria e a concluso do estatuto regente para formalizar os documentos junto ao MEC.

A EFA Sul ser instalada em uma escola rural desativada no 4 Distrito de Canguu, em Rinco dos Meles, mas ainda depende de reformas e adaptaes, mas j em 2015 comear a preparao dos professores e monitores com o apoio da Associao Gacha Pr-Escolas Famlias Agrcolas (Agefa).

A EFA-Sul oferecer ensino mdio tcnico em Agricultura, com enfoque nos jovens que desejam ter qualificao para continuar trabalhando no campo. O intuito principal da iniciativa bem-sucedida em 17 estados do pas, oferecer ao jovem do campo a opo de permanecer no meio sem significar o abandono do estudo e da busca por qualificao. O ensino contextualizado na realidade do estudante atravs da metodologia chamada Pedagogia de Alternncia, misturando ensino terico e prtico da escola com a vivncia na propriedade rural.A Pedagogia da Alternncia est fundamentada na Lei de Diretrizes e Bases, em seu Ttulo V, denominado Dos Nveis e das Modalidades de Educao e Ensino, mais especificamente no Captulo II, denominado Da Educao Bsica, em sua Seo I, denominada Das Disposies Gerais, no artigo 23:Art. 23. A educao bsica poder organizar-se em sries anuais, perodos semestrais, ciclos, alternncia regular de perodos de estudos, grupos no-seriados, com base na idade, na competncia e em outros critrios, ou por forma diversa de organizao, sempre que o interesse do processo de aprendizagem assim o recomendar (LDB, 1996).Com a chegada das EFAs no Brasil, foi criada, em 1982, a Unio Nacional das Escolas Famlias Agrcolas do Brasil (UNEFAB), buscando ser uma instituio que representasse e assessorasse as escolas, auxiliando na proposta pedaggica da Alternncia. Alm das EFAs, a UNEFAB congrega tambm as Escolas Comunitrias Rurais (ECRs) e outras instituies que adotam prticas educativas com os mesmos princpios pedaggicos (UNEFAB, 2014).

O intuito principal da Escola Famlia Agrcola oferecer ao jovem da rea rural a opo de permanecer no meio sem significar o abandono do estudo e da busca por qualificao profissional.2.3 INSERO DA EDUCAO A DISTNCIA NA REA RURAL

A educao na sociedade se transforma de modo a responder a uma nova demanda de educao, ofertada na modalidade a distncia. Vemos inmeras instituies implementando este estudo, desde instituies particulares at as pblicas, federais e estaduais.Belloni (2012) complementa que a Educao a Distncia tende a ser cada vez mais um elemento regular dos sistemas educativos, mas assumindo funes de crescente importncia, especialmente no ensino ps-secundrio (educao superior e cursos sequenciais como tcnicos e profissionalizantes), ou seja, na educao da populao adulta, o que inclui o ensino superior regular. Neste sentido, a EAD surge como um meio de educao e desenvolvimento do estudante e/ou trabalhador na qual pode compreender formao profissional, aperfeioamento e treinamento.Devido ao pblico alvo, o maior empecilho na implementao de cursos EAD na rea rural a utilizao do computador, da internet, as TICs.As tecnologias no so boas (ou ms) em si, podem trazer grandes contribuies para a educao, se forem usadas adequadamente, ou apenas fornecer um revestimento moderno a um ensino antigo e inadequado. essencial, porm, que tenhamos conscincia de que sua integrao educao j no uma opo: estas tecnologias j esto no mundo transformando todas as dimenses da vida social e econmica. (BELLONI, Maria Luiza 2012)

Esta citao de Maria Luiza Belloni fala de algo importante no que se refere ao ensino a distncia, que a metodologia em educao, pois, muitos cursos a distncia so fornecidos e ditos como inovadores somente por estarem sendo vinculados com o uso das TICs, mas as tecnologias esto no mundo para auxiliar o processo da educao com foco na aprendizagem, portanto, tecnologia por si s, no faz um curso de ensino a distncia promissor e sim sua estrutura pedaggica.Ento necessria uma adequao do uso do computador atravs de uma plataforma que torne o acesso s disciplinas mais intuitivo com mudanas de layout e interatividade.

Belloni (2012) fala sobre a diferena entre interao e interatividade, e considera que a interao uma ao recproca entre dois ou mais atores onde ocorre intersubjetividade, isto , encontro de sujeitos, que pode ser direta ou indireta (mediatizada). Interatividade pode significar a potencialidade tcnica oferecida por determinado meio ou a atividade humana, do usurio, de agir sobre a mquina, e de receber, em troca, uma retroao da mquina sobre ele.

A incluso de contedos de informtica nos primeiros mdulos de curso tambm bem-vinda pois facilitam a incluso na rotina dos moradores da ferramenta computador.Outro fator importante o fato de boa parte do material didtico estar disponvel via internet e nem todos os alunos terem acesso rede. Os alunos tero de se mobilizar para sanar este problema, procurando uns aos outros para tirar dvidas, portanto, grupos de estudos devem ser criados para desenvolver melhor os contedos, alm de facilitar a supresso das dificuldades, este relacionamento pode causar motivao extra e a permanncia do estudante no curso at o trmino.Para que haja uma melhor adaptao do aluno morador da rea rural aos moldes da educao a distncia o tutor seja ele presencial ou eletrnico deve ser treinado especificamente para realizar instruo adequada a este pblico alvo. De acordo com a Associao Brasileira de Educao a Distncia (ABED) no censo 2013 as instituies costumam treinar seus tutores de maneira satisfatria.

Figura 1Fonte Censo EAD.BR 2013/2014Realizao de treinamento de professores e tutores para uso da tecnologia nos cursos oferecidos pelas instituies participantes do Censo EAD.BR 2013Treinamento de tutores e professoresQuantidade de instituies

FormadorasFormadora-fornecedoraFornecedoraTotal

Nmero%

Realizado pelas

empresas213262226184,5%

No realizado pelas instituies31664313,9%

No informado32051,6%

Total2473428309100%

Figura 2Fonte Censo EAD.BR 2013/2014Mas alm de treinamento, em relao ao uso dos sistemas peculiares a EAD, como o Ava, as avaliaes, chats, fruns e a dinmica do curso, o tutor precisar de treinamento extra para auxiliar os alunos que ainda no dominam o computador e a internet, auxiliando esses alunos nas tarefas de postagens e interao para que haja um domnio gradativo deste aluno com as ferramentas inerentes a educao a distncia.

preciso salientar tambm que o tutor presencial treinado especialmente pata atuar na rea rural dever ter um conhecimento maior do contedo, pois muitas vezes dever assumir o papel de tutor-professor devido s dificuldades de acesso internet dessas populaes, ou seja, sanar dvidas pertinentes s disciplinas no dever ficar a cargo somente do professor da disciplina, mas tambm do tutor online e do tutor presencial.No caso especfico o tutor presencial ir intermediar, orientar e motivar e estar capacitado para amparar alunos e professores, atuando na rea rural ser muito mais colaborador, intervindo no contexto da aprendizagem.

No quadro abaixo escrito por S (1998) permite que possamos diferenciar as funes do professor e do tutor presencial no ensino a distncia:EDUCAO PRESENCIALEDUCAO A DISTNCIA

Conduzida pelo professorAcompanhada pelo tutor

Predomnio de exposies o tempo todoAtendimento ao aluno, em consultas individualizadas ou em grupo, em situaes em que o tutor mais ouve do que fala

Processo centrado no professorProcesso centrado no aluno

Processo como fonte central de informaoDiversificadas fontes de informaes (material impresso e multimeios)

Convivncia em um mesmo ambiente fsico, de professores e alunos, o tempo inteiro (sala de aula)Interatividade entre aluno e tutor, sob outras formas, no descartada a ocasio para os momentos presenciais

Ritmo de processo ditado pelo professorRitmo determinado pelo aluno dentro de seus prprios parmetros

Contato face a face entre professor e alunoMltiplas formas de contato, includa a ocasional face a face

Elaborao, controle e correo das avaliaes pelo professorAvaliao de acordo com parmetros definidos, em comum acordo, pelo tutor e pelo aluno

Atendimento, pelo professor, nos rgidos horrios de orientao e sala de aulaAtendimento pelo tutor, com flexveis horrios, lugares distintos e meios diversos

Figura 3Funes do professor e do tutor presencial2.4 MATERIAIS DIDTICOS ADAPTADOSCom o intuito de expandir o acesso educao aos moradores de zonas rurais e/ou pesqueiras as instituies devero ter seus materiais didticos repensados para atender este pblico-alvo. Um dos primeiros problemas a ser enfrentado o acesso s tele aulas atravs da internet. Como tornar este elemento disponvel em regies sem cobertura? Uma das maneiras de suprir este acesso atravs dos sindicatos rurais ou das cooperativas disponibilizando o contedo atravs de satlites, por antenas parablicas digitais, mantendo aulas em horrios definidos de acordo com o curso a ser ofertado. Caso o aluno ou a turma por algum motivo perca a aula poder ainda comparecer ao polo mais prximo em zona urbana para rever o contedo.Aps vencer o desafio do acesso s aulas, as instituies encontraro outra dificuldade: organizar as atividades didticas do curso. Com enfoque em moradores rurais os materiais devero ter clareza e objetividade, h de se prever tempo para as atividades presenciais e a distncia, escolher as mdias apropriadas.

As tecnologias sempre impactam no modo de interagir com o outro, e o dilogo sempre leva o aluno a pensar como os professores utilizavam as estratgias de ensino h dcadas atrs. Como era a organizao do tempo para estudo? Como se estudava? O que a escola exigia do aluno? Todos esses questionamentos geram uma resistncia do aluno em aprender de forma diferente do convencional, do ensino presencial. Portanto, no momento de se pensar na disciplina, o contedista dever pensar em flexibilidade, pois h de se pensar nas condies desses alunos, nos materiais disponveis, na maneira que este aluno rural ir aprender e transmitir esse conhecimento.As tecnologias no so boas (ou ms) em si, podem trazer grandes contribuies para a educao, se forem usadas adequadamente, ou apenas fornecer um revestimento moderno a um ensino antigo e inadequado. essencial, porm, que tenhamos conscincia de que sua integrao educao j no uma opo: estas tecnologias j esto no mundo, transformando todas as dimenses da vida social e econmica. (BELLONI, Maria Luiza.2012)

Belloni ainda diz que:

Um processo educativo centrado no aluno significa no apenas a introduo de novas tecnologias na sala de aula, mas principalmente uma reorganizao de todo o processo de ensino de modo a promover o desenvolvimento das capacidades de autoaprendizagem. Esta verdadeira revoluo na prtica pedaggica implica um conhecimento seguro da clientela: suas caractersticas socioculturais, suas necessidades e expectativas com relao quilo que a educao pode lhe oferecer. (BELLONI, Maria Luiza, 2012)

A sequncia do estudo no deve ser rgida pois, deve contar com a colaborao do aluno, de seus objetivos, perspectivas, interesse, experincias, neste processo o aluno deve ser participativo.

Como foi descrito at agora o ambiente virtual por si s no gera aprendizagem, pois h dificuldades a serem transpostas e necessrio explorar o ambiente. No quadro vemos algumas orientaes:BOA ESTRUTURAA organizao do curso e seus componentes precisam ser bem definidos e compreensveis para os alunos; deve haver coerncia interna entre as diferentes partes do curso;

OBJETIVOS CLAROSSomente quando um curso tem objetivos de aprendizado, os profissionais que criam a instruo podem identificar as experincias de aprendizado mais adequadas, fazer boas selees de tecnologia e mdia e criar instrumentos apropriados de avaliao;

UNIDADES PEQUENASO contedo do curso deve ser desmembrado e apresentado em unidades pequenas, cada uma das quais pode corresponder a um nico objetivo de aprendizado;

PARTICIPAO PLANEJADAParticipao e interao tm de ser estruturadas. Perguntas e tarefas precisam ser preparadas para assegurar que cada aluno interaja com o instrutor, com outros alunos e com a prpria disciplina. No suficientemente adequado apenas indagar: Alguma pergunta?

INTEGRALIDADEOs materiais do curso constituem mais do que um livro didtico ou um website informativo e devem conter comentrios sobre o contedo, atividades e informaes similares s que so oferecidas, muitas vezes de modo extemporneo, em um ambiente tradicional de sala de aula;

REPETIOAo contrrio de outras aplicaes da mdia, no ensino aceitvel que o texto, o udio, o vdeo ou o sistema baseado na informtica, s vezes, repitam idias e informaes importantes (por exemplo, resumos de finalizao on-line) para oferecer reforo e compensar distraes e limitaes da memria;

SNTESEAs idias importantes expressas nos materiais ou fornecidas pelos alunos devem estar interligadas (especialmente nos resumos). As pessoas no aprendem to bem quando recebem os ensinamentos como quando fazem suas prprias descobertas e ento so auxiliadas a fazer uma sntese ou a organizar aquilo que aprenderam;

SIMULAO E VARIEDADEPor meio de utilizao de formatos, contedo ou convidados, os materiais do curso precisam captar e manter a ateno dos alunos. As informaes devem ser apresentadas em alguns formatos distintos e por mdias diferentes para atender a interesses e formaes variadas dos alunos;

MODULARIDADETarefas, exemplos e problemas devem ser, sempre que possvel, modulares, a fim de permitir que os alunos adaptem os contedos a seus prprios interesses;

FEEDBACK E AVALIAOOs alunos devem receber feedback constante de suas tarefas e do progresso geral do curso. A eficcia da mdia e dos mtodos de instruo deve ser monitorada e avaliada rotineiramente.

Figura 4As orientaes foram retiradas de MOORE, Michel; KEARSLEY, Greg. Educao a Distncia: uma viso integrada. So Paulo: Thomson Learning, 2007.

2.5 O USO DAS MDIASAs TICs esto transformando o mundo, com nos relacionamos com a educao, o conhecimento e transformar informao nesse conhecimento fator importante para a sociedade.

A tecnologia age como um veculo para expandir as mensagens atravs das mdias. O objetivo da mdia dar possibilidades ao aluno de aprofundar o contedo. Para Moore e Kearsley existem quatro tipos de mdia: texto, imagens (fixas e em movimento), sons e dispositivos. O texto pode ser distribudo em livros, apostilas, artigos on-line, etc. O som em cds, arquivos mp3, on-line, etc. Imagens em livros, jornais, revistas, cds, vdeos, e tambm on-line. As tecnologias on-line agregam vrias possibilidades de mdia, e dentro da educao a distncia h de se ter um investimento adequado para que no haja equvocos no uso dessas mdias. Por exemplo, a internet dissemina muito rapidamente vdeos e informaes, mas o discernimento para o uso desses materiais tornou-se falho ao longo dos anos, mas nem por isso deixaremos de usar as veiculaes, apenas deveremos ter o cuidado necessrio para utilizar o que for permitido.

Abaixo Moore e Kearsley (2007) sintetizam no quadro alguns pontos a respeito dessas tecnologias.

PONTOS FORTESPONTOS FRACOS

TEXTO IMPRESSOPode ser barato, confivel, traz informao densa, controlado pelo alunoPode parecer passivo, pode precisar de maior tempo de produo e ter custo elevado

GRAVAES EM UDIODinmicas, proporciona experincia indireta, controladas pelo alunoMuito tempo de desenvolvimento

RDIO/TELEVISODinmicos, imediatos, distribuio em massaTempo de desenvolvimento/custos elevados para se obter qualidade, programvel

APRENDIZADO POR COMPUTADOR E BASEADO NA WEBInterativo, controlado pelo aluno, participativoTempo de desenvolvimento/custos elevados, necessidade de equipamento, certa falta de confiabilidade

Figura 5MOORE, Michel; KEARSLEY, Greg. Educao a Distncia: uma viso integrada. So Paulo: Thomson Learning, 2007A escolha de uma mdia ou tecnologia depende de vrios fatores como as caractersticas dos alunos e o acesso; as caractersticas do ambiente de aprendizagem que pode oferecer ou eliminar certas mdias, os fatores econmicos que tambm podem inviabilizar certas mdias.

percebido que nenhuma mdia ou tecnologia isoladamente pode suprir tudo o que o ensino requere na modalidade EAD, ou seja a h a exigncia de diversidade nos recursos a serem oferecidos deixando claro para o aluno como essas mdias se relacionam entre si. Para alcanar os objetivos da aprendizagem.

claro que temos que levar em conta a linguagem pedaggica que levar ao uso das mdias, o aprendizado ocorrer muito mais na dependncia da forma como as ferramentas sero utilizadas do que necessariamente que tipos sero.

2.6 AVALIAESNum curso a distncia formatado para atingir o pblico que reside na zona rural, as avaliaes devem seguir um planejamento para orientao do aluno.

A avaliao deve enfatizar a aprendizagem, sendo dinmica e formativa. Provas, portflios, atividade orientadas individuais ou em grupo, diferentes tipos de avaliaes podem ser usados como instrumentos para construir o conhecimento. Porm todas as atividades devem ser compartilhadas, assim o aluno poder utilizar a auto avaliao, um mecanismo importante pois permite constatar se o aluno est alcanando os objetivos e mostra que aspectos est necessitando de maior ateno, orientao do tutor ou professor.

As avaliaes devem percorrer o curso e sempre contar com o feedback do aluno para que possam realizar comentrios sobre as atividades a respeito por exemplo, do nvel de aprofundamento, da abordagem, dos conceitos, etc. Este tipo de avaliao formativa importante pois, aponta erros e acertos dos alunos e dos professores no processo de ensino-aprendizagem, ajuda a orientar os estudos.2.7 ALGUNS EXEMPLOS DE EAD RURAL BEM-SUCEDIDOS EAD SENAR

O Senar o Servio Nacional de Aprendizagem Rural, sua misso profissionalizar os moradores rurais consequentemente ajudando na qualidade de vida e o desenvolvimento sustentvel.O EAD Senar possui 11 cursos incluindo capacitaes e incluso digital. O aluno decide qual o melhor lugar para realizar seus estudos, acessando o ambiente de estudos o aluno utiliza todas as ferramentas disponveis para cursar. Os cursos so oferecidos gratuitamente para todo o Brasil.O curso de incluso digital formulado para as pessoas, que precisam de um domnio no uso das ferramentas de informtica, e inclui instrues que vo desde os primeiros passos na informtica, como internet, digitao, uso de e-mail at o uso do canal do produtor para outros cursos oferecidos pela Senar.J as capacitaes tecnolgicas so para o produtor que j possui experincia ou formao tcnica ou superior, so cursos especficos para heveicutura (cultivo da seringueira), silvicultura (cultivo de rvores), floricultura (produo de flores e plantas ornamentais), suinocultura (aspectos gerais da criao de sunos), bovinocultura de leite (aspectos sobre o sistema intensivo de produo leiteira), ovinocultura (manejo de pastagens, produo e comercializao de carne ovina), piscicultura (produo de peixes) e bovinocultura de corte (sistema intensivo).H tambm cursos de empreendedorismo e gesto de negcios que contribuem para e melhoria da administrao da propriedade rural, aumentando a renda e melhorando a qualidade de vida dos produtores. So trs cursos: Com licena vou Luta para mulheres empreendedoras rurais, Trabalhador Empreendedor que procura identificar caractersticas, competncias e habilidades empreendedoras, e Negcio Certo Rural que contribui para a melhoria da gesto da propriedade.O Programa Qualidade de Vida contribui par melhorar a qualidade de vida dos moradores rurais promovendo a preveno de acidentes e doenas relacionadas ao trabalho rural com o uso de agrotxicos e as medidas em casos de intoxicao.CURSO TCNICO EM AGROPECURIA DO INSTITUTO FEDERAL SUDOESTE DE MINHAS GERAIS CAMPUS BARBACENAO curso satisfaz a necessidade que o morador rural tem de profissionalizao e acesso a conhecimentos pertinentes sua rea de atuao, tambm produz um aporte secundrio quanto a incluso digital. O curso oferecido em 2 anos, com encontros presencias nos finais de semana nas cidades polo.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIOSA CAMPUS FLORESTALOferecido em dois polos ao norte e ao sul de Minas Gerais, num total de 100 vagas para alunos egressos do ensino mdio.

Com durao de dois anos, dividido em 4 mdulos semestrais e um estgio supervisionado de 150 horas.

3 CONCLUSOConclui-se que para um curso EAD ministrado para a populao da rea rural h de se ter uma boa estrutura e atender aos propsitos a que foi criado. importante salientar que a estrutura deve ir alm dos grandes centros, da rea urbana da cidade, e ir at a zona rural. Vrias cidades pelo Brasil j contam com cursos voltados para essa populao especfica, mas se v poucos cursos sendo aplicados diretamente aos moradores, no campo, ou em zonas pesqueiras. importante que as instituies desenvolvam cursos no s voltados a agropecuria, mas a outros cultivos e criao de animais, cursos voltados tambm a indstrias de pequeno porte que tem suas sedes na rea rural com a indstria doceira. Cursos de turismo rural tambm so timas opes para moradores que institivamente j preservam e utilizam a natureza como fonte alternativa de renda, fazendo de suas propriedades reas de lazer como camping por exemplo. possvel levar conhecimento bsico a pessoas de cultura simples, evitando assim o xodo rural principalmente dos jovens que vo para cidade estudar e acabam por abandonar a rea rural.Chegou-se concluso de que os trabalhadores buscam aperfeioamento profissional, muitas vezes procuram estabelecimentos de ensino, mas pela distncia e dificuldade de locomoo, acabavam por desistir de ir adiante nos estudos, a EAD vem tornar a capacitao mais acessvel no somente na profissionalizao, mas concomitantemente na incluso digital.

REFERNCIAS

BELLONI, Maria Luiza. Educao a distncia. 6 ed. So Paulo: Autores Associados, 2012.

Instituto Federal Sudoeste de Minas Gerais Campus Barbacena. Disponvel em: Acesso em: 09 de maio de 2015.

LEITE, S. C. Escola rural: urbanizao e polticas educacionais. 2 Edio. So Paulo: CORTEZ, 2002.

MOORE, M.; KEARSLEY, G. Educao a distncia: uma viso integrada. So Paulo: Thomson Learning, 2007.

NEDER, Maria Lcia Cavalli. 2000. A Orientao Acadmica Na Educao a Distncia: a perspectiva de (re) significao do processo educacional. In: PRETI, Orestes (org.). Educao a Distncia: Construindo significados. Cuiab: NEAD/IE UFMT; Braslia: Plano, 2000.

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PETERS, Otto. Didtica do ensino a distncia: experincias e estgio da discusso numa viso internacional. So Leopoldo, RS: Ed. Unisinos, 2003.

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Sistema de Ensino Presencial Conectado

ESPECIALIZAO EM EDUCAO DISTNCIA

NARA REGINA APOLINRIO OLIZ

Educao Distncia na rea Rural

Uso das Tecnologias como ao inclusiva

Pelotas

2015

NARA REGINA APOLINRIO OLIZ

Educao Distncia na rea Rural

Uso das Tecnologias como ao inclusiva

Trabalho de Monografia apresentado Universidade Norte do Paran - UNOPAR, como requisito parcial para a obteno do ttulo de Especialista em Educao Distncia.

Orientador: Prof. Cleonice Jose de Souza

Pelotas

2015

Dedico este trabalho a Deus que me permitiu evoluir como ser humano, e principalmente como esprito.

Sacrifcio significa abrir mo de algo bom, em favor de algo melhor.

Rogrio Caldas

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