monografia final facol 2010

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0 ASSOCIAÇÃO VITORIENSE DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E CULTURA FACULDADE ESCRITOR OSMAN DA COSTA LINS COORDENAÇÃO DO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO EM MARKETING - BACHARELADO ANDERSON DIEGO FARIAS DA SILVA CLEBER ADRIANO DE MELO CONTRIBUIÇÃO DA COPERGÁS NA INTERIORIZAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO DO ESTADO DE PERNAMBUCO VITÓRIA DE SANTO ANTÃO 2010

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Page 1: Monografia Final Facol 2010

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ASSOCIAÇÃO VITORIENSE DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E CULTURA FACULDADE ESCRITOR OSMAN DA COSTA LINS

COORDENAÇÃO DO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO EM MARKETING - BACHARELADO

ANDERSON DIEGO FARIAS DA SILVA CLEBER ADRIANO DE MELO

CONTRIBUIÇÃO DA COPERGÁS NA INTERIORIZAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO DO ESTADO DE PERNAMBUCO

VITÓRIA DE SANTO ANTÃO 2010

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ANDERSON DIEGO FARIAS DA SILVA CLEBER ADRIANO DE MELO

CONTRIBUIÇÃO DA COPERGÁS NA INTERIORIZAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO DO ESTADO DE PERNAMBUCO

Monografia Final apresentada ao Curso de Administração em Marketing da Faculdade Escritor Osman da Costa Lins – FACOL, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Administração em Marketing.

Orientador: Célio Mauro Brasileiro da Silva

VITÓRIA DE SANTO ANTÃO 2010

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S586c SILVA, Anderson Diego Farias da. Contribuição da Copergás na interiorização do

desenvolvimento do Estado de Pernambuco. / Anderson Diego Farias da Silva; Cleber Adriano de Melo. Vitória de Santo Antão: FACOL – Faculdade Escritor Osman Lins, 2010.2.

57f.

Bibliografia Monografia realizada no Curso de Administração em Marketing. Orientada pelo Prof. Célio Brasileiro.

1. O Gás Natural. 2. Gasoduto da Interiorização. 3. Copergás. 4. Interiorização do Desenvolvimento. 5. Impactos.

CDD 658.835

Page 4: Monografia Final Facol 2010

3

Dedicamos esta obra a todos aqueles idealistas e lutadores brasileiros,

que acreditam na América Latina livre e desenvolvida. E que buscam

no sentimento de cooperação e de unidade entre os povos a superação

dos problemas e a reparação social para com tantas famílias

espalhadas por toda a América Latina.

Page 5: Monografia Final Facol 2010

4

A Deus, por intermédio do nosso Senhor Jesus Cristo, por nos permitir

o privilégio da vida, e por nos honrar, permitindo que pudéssemos

iniciar uma graduação e assim vivenciar esta importante experiência

de vida.

A Faculdade Escritor Osman da Costa Lins, especialmente, aos nossos

professores, funcionários e colegas de sala de aula, pela oportunidade

do conhecimento, pela interação e a troca de experiências existentes.

A Historiadora, Escritora e Engenheira Maria do Amparo Pessoa

Ferraz, autora do Livro “o Gás em Pernambuco – breve história da

utilização do gás a partir do século XIX”, por contribuir no

enriquecimento do nosso estudo.

A Companhia Pernambucana de Gás – Copergás, em especial, aos

Ilustríssimos Senhores Aldo Guedes (Presidente da Copergás), Jaílson

Galvão (Diretor Técnico-Comercial) e Hubert Hirschle (Gerente de

Novos Negócios e Ouvidor da Copergás), pelas valorosas

contribuições dadas na construção deste estudo.

Ao Governo de Pernambuco, na pessoa do Governador Eduardo

Campos, e dos Secretários dos Esportes George Braga e de Ciência,

Tecnologia e Meio Ambiente Luciana Santos.

As nossas famílias, em especial, Maricleide Maria e Aridelson Ozório,

Tácila Raiana, Thaíssa Raianne e Wallacy Arcanjo, Renata Brasileiro,

Page 6: Monografia Final Facol 2010

5

Manuel Arcanjo Filho, Elite Maria, Manuel Arcanjo, Ozório Justino

da Silva (in memorian) e Hilda Maria (in memorian), Edvaldo

Arcanjo, Ednaldo Arcanjo, Ernandes Arcanjo, Edson Arcanjo, Maria

José Farias, Ana Kátia e Carlos Antônio, Carlos Henrique, Adeilda

Silva, Alexsandro Ozório, Abraão Ozório, Ozório Neto, Nelson

Ozório, Arnaldo Ozório (in memorian), Alisson Silva, Alayana

Rodrigues, Alane Rodrigues, Maria Francisca de Melo, Jose Carlos de

Melo, Cesar Rodrigo, Carlos Flaviano, Anna Silvia da Silva

Gonçalves de Melo, Murilo Gonçalves, Maria das Graças, Jose

Ferreira Neto, João Jose de Melo ,João Éric, João Éverton, Guilherme

Gonçalves de Melo, Alex Melo, Bruno Melo, Jacksson, Jafsson.

A todos os amigos, entre eles, Renata Danielle, Amanda Danielle,

Roberta Mendes, Fabiano Silva, Osmar Berto, Anderson Delleon,

Célio Brasileiro E Edna, Pedro Silva, Rodolfo Brasileiro, Adinael

Silva, Aurino Firmo, Geovânia Apolinária, Alinny Alves, Pedro

Selva, Gonçalo Bernardo, Adriano, Flávio, Carlos Alberto, Eduardo

Jorge, Adair Nelo, Nestor Gumes, Ednaldo Torres, Josinaldo Correia,

Ednaldo, Junior Dalmário, Alessander Barros, Anderson Milane,

Zózimo Ferreira, Ramany Serra, Elaine Cristina, Gidilvânia Santos.

Aos companheiros de lutas, especialmente, Ossi Ferreira, Juliano

Silva e Izauriana Borges, Geraldo Villar, Silvana Paula, Anne Cabral,

Anne Benevides, Patrick Arcanjo e Luana Oliveira, Virginia Barros,

Jardel Silva, Thiara Milhomen e Elton Gutemberg, Dayseane Ribeiro,

Matheus Lins, Ingrid Ivonoska, André Tokarski, Augusto Chagas,

Gustavo Petta, Jairo Medeiros, Pedro Augusto, Magno Augusto,

Alexandre Souza (in memorian), Luís Felipe Maciel, Ulissivaldo,

Isabelle Farias, Kelly Lopes, Jazielle, João Severino, Aridelson,

Júnior, Deputado Estadual Luciano Siqueira, Deputado Estadual

Nelson Pereira, Deputado Estadual Luciano Moura, Vereador Vicente

André Gomes, Alanir Cardoso, Magnífico Reitor da UNIVASF José

Webber, e aos membros do Diretório Central dos Estudantes e

Diretório Acadêmicos da FACOL (gestão 2006 -2008) e da União dos

Estudantes de Pernambuco Cândido Pinto (gestão 2007 – 2010).

E a você por ler e analisar esta obra!

Page 7: Monografia Final Facol 2010

6

“Não há limite para a produção de livros, e o estudar demais deixa

exausto o corpo. Agora que já se ouviu tudo, aqui está a conclusão:

Tema a Deus e guarde os seus mandamentos, pois isso é o essencial

para o homem.”

Eclesiastes 12: 12 e 13

Page 8: Monografia Final Facol 2010

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RESUMO

Este estudo objetiva investigar os impactos econômicos, sociais, comerciais e mercadológicos que o Estado de Pernambuco obteve através da construção do Gasoduto da Interiorização. Empreendimento projetado pela Copergás teve o lançamento do Trecho Recife – Caruaru em 2009, esta é a primeira etapa do projeto do Gasoduto da Interiorização que pretende chegar ao sertão pernambucano. Em Caruaru, foi criada a Central de Distribuição de Gás Natural, que leva o Gás Natural Comprimido através de carretas para o abastecimento dos municípios do sertão do estado. Para tanto, foi elaborada uma investigação acerca da história do Gás Natural em Pernambuco e realizado um estudo acerca da Companhia Pernambucana de Gás – Copergás, Instituição responsável pela oferta e distribuição do Gás Natural em todo o estado. O trabalho mostra alguns dos resultados gerados através do novo ciclo de desenvolvimento vivido pelo Estado de Pernambuco e os desafios para ampliação e extensão da oferta de Gás Natural para todas as suas regiões, como parte importante na consolidação da infra-estrutura do estado para receber estes novos empreendimentos e estas novas indústrias, a exemplo, da Refinaria de Petróleo General Abreu e Lima, do Estaleiro Atlântico Sul e o relançamento da indústria naval brasileira, da Transnordestina, da Transposição do Rio São Francisco, e das fábricas da Sadia em Vitória de Santo Antão, da Perdigão em Bom Conselho, dentre outras. Também serão avaliados alguns dos impactos Tecnológicos e Ambientais que o Estado sofreu com a construção do Gasoduto da Interiorização, além de lançar alguns dos desafios que o estado deverá superar para que estes investimentos se prolonguem a médio e longo prazo. Palavras-Chaves: 1. COPERGÁS; 2. DESENVOLVIMENTO; 3. PERNAMBUCO; 4. GÁS NATURAL; 5. IMPACTOS.

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ABSTRACT

This study aims to investigate the economic impacts, social, commercial and marketing that the State of Pernambuco has obtained through the construction of the pipeline of Internalization. Project designed by Copergás had the release of Excerpt Recife – PE in 2009, this is the first step of the project pipeline of Internalization you want to get to Pernambuco backwoods. In Caruaru, was created the distribution center of natural gas, which takes the compressed natural gas through trailers for supplies of the municipalities do sertão of State. For both, was drafted a research about the history of natural gas in Pernambuco and conducted a study about Company Pernambucana de Gas – Copergás, institution responsible for supply and distribution of natural gas throughout the State. The work shows some of the results generated through new development cycle lived by the State of Pernambuco and challenges for expansion and extension of the supply of natural gas for all its regions, as an important part in the consolidation of State infrastructure to receive these new ventures and these new industries, such as oil refinery General Abreu e Lima, South Atlantic shipyard and the relaunch of the Brazilian naval industry, Transnordestina, transposition of the São Francisco River, and factories of Sadia in Vitória de Santo Antão, Perdigão in good advice, among others. Will also be evaluated some of the Technological and environmental impacts that the State have suffered with the construction of the Pipeline of Internalization and throw some of the challenges that the State must overcome so that these investments extend the medium and long term. Key Words: 1. COPERGÁS; 2. DEVELOPMENT; 3. PERNAMBUCO NATURAL GAS; 4. IMPACTS.

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1- Projeto de expansão do Gás no Interior de Pernambuco ...................................... 29

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LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1 - Estrutura da oferta de energia no Mundo.........................................................18 GRÁFICO 2 - Consumo médio (m³/dia)..................................................................................27 .

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1- Oferta e Demanda de Gás Natural........................,..............................................20 TABELA 2- Projetos de Integração Dutoviária de Gás Natural...............................................21 TABELA 3 - Principais Estatísticas – Brasil............................................................................23 TABELA 4 - Indicadores de Pernambuco................................................................................34

Page 13: Monografia Final Facol 2010

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LISTA DE SIGLAS

AIE – Agência Internacional de Energia ANP – Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis BEN – Balanço Energético Nacional BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social CAV – Centro Acadêmico da Vitória de Santo Antão CAA – Centro Acadêmico do Agreste CD – Centrais de Distribuição CEEN – Conselho Estadual de Energia CELPE – Companhia Energética de Pernambuco CFN – Companhia Ferroviária do Nordeste CONDEPE/FIDEM - Agência Estadual de Planejamento e Pesquisa de Pernambuco COPERGÁS – Companhia Pernambucana de Gás CPRH – Companhia Pernambucana de Recursos Hídricos ETE – Escola Técnica Estadual FDNE – Fundo de Desenvolvimento do Nordeste FINOR – Fundo de Investimentos do Nordeste GAC – Grupo de Apoio a Criança Carente com Câncer GASBOL – Gasoduto Bolívia – Brasil GASENE – Gasoduto Sudeste - Nordeste GN – Gás Natural GNV – Gás Natural Veicular GNL – Gás Natural Liquefeito GNC – Gás Natural Comprimido IFET – Instituto Federal de Ensino Técnico ISO – Organização Internacional para Padronização MERCOSUL – Mercado Comum do Sul PAC – Programa de Aceleração do Crescimento PIB – Produto Interno Bruto PLANGÁS – Plano Nacional de Gás Natural PDVSA – Petróleos de Venezuela S.A. PROMINP – Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás PROMEF – Programa de Modernização e Expansão da Frota SUDENE – Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste TIC – Tecnologia da Informação e Comunicação UPE – Universidade de Pernambuco UFPE – Universidade Federal de Pernambuco

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.............................................................................................................

2 REFERENCIAL TEÓRICO...........................................................................................

2.1.1 O Gás Natural....................................................................................................

2.1.2 O Gás Natural na América do Sul.......................................................................

2.1.3 O Gás Natural no Brasil...........................................................................................

2.1.3 O Gás Natural em Pernambuco..............................................................................

2.2. A Companhia Pernambucana de Gás...........................................................................

2.2.1 Empreendimentos da Copergás..........................................................................

2.2.2 Aspectos mercadológicos e Comerciais da Copergás.......................................

2.2.3. Política ambiental da Copergás............................................................................

2.3 A interiorização do desenvolvimento............................................................................

2.3.1 Indicadores.............................................................................................................

2.3.2 Principais Empreendimentos no Estado................................................................

2.3.2.1 Gasoduto da Interiorização.........................................................................

2.3.3 Contribuição da Copergás......................................................................................

3 METODOLOGIA.............................................................................................................

3.1 Realização de Pesquisas Qualitativas.......................................................................

3.2 Realização de Pesquisas Bibliográficas...................................................................

3.2.1 Aspectos......................................................................................................................

3.2.2 Configurações.............................................................................................................

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO......................................................................................

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................................

REFERÊNCIAS..................................................................................................................

APÊNDICE ..........................................................................................................................

APÊNDICE A ........................................................................................................................

APENDICE B.......................................................................................................................

14

18

18

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22

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1. INTRODUÇÃO

O Gás Natural surge como uma importante alternativa para a quebra do

monopólio energético no mundo atual. Por ser considerada uma energia de fonte limpa, assim

como, a solar, a eólica e os biocombustíveis. Nascida no final século XVIII e utilizada

principalmente durante o século XIX, a indústria do Gás manufaturado a partir da queima do

carvão mineral visou à iluminação dos principais centros urbanos da Europa, Estados Unidos

e algumas outras cidades em países menos desenvolvidos. Atualmente, o Gás Natural é

extraído, principalmente, dos poços de extração de Petróleo, de onde é retirado e canalizado

através dos gasodutos, e utilizado nos processos industriais, automotivos, residenciais,

termoelétrico e cogeração, dentre outros.

No Brasil, a indústria do Gás Natural começou a ser fortalecida com a fundação

da Petrobrás, em meados do século XX. Inicialmente, o Gás Natural era utilizado nos

processos industriais da própria Petrobrás para a extração do petróleo, e por outros

empreendimentos industriais instalados, principalmente, no sul do País. Atualmente, o País

vive um novo ciclo de desenvolvimento, onde, grandes obras de infra-estrutura estão sendo

realizadas e o País vem demonstrando sua grande capacidade em atrair novos negócios.

Exitosas políticas sociais estão sendo aplicadas, isto é, mais investimentos em saúde,

segurança pública, educação, qualificação de Recurso Humano e ampliação da oferta ao

crédito e aos bens de consumo em geral. Permitindo assim, a ampliação e a melhor

distribuição da oferta de Gás Natural em todo País e em todos os níveis de processos.

Em 1859, Pernambuco receberia a primeira visita do Imperador Dom Pedro II,

para inaugurar o Sistema de Iluminação Pública a Gás. Considerado um marco naquela época,

Pernambuco já demonstrava sua capacidade em atrair grandes investimentos e dava passos

largos rumo ao desenvolvimento. A partir do novo ciclo desenvolvimentista vivido pelo

Brasil, Pernambuco vem se destacando na atração destes empreendimentos e ganhando de

forma gradativa mais espaço no cenário nacional. Isto pela privilegiada localização geográfica

que o Estado possui e pela infra-estrutura existente. Grandes empreendimentos, como a

Refinaria de Petróleo General Abreu e Lima, a Transposição do Rio São Francisco, a

Transnordestina, o Estaleiro Atlântico Sul, o Complexo Industrial e Portuário de SUAPE, os

Pólos de Confecções do Agreste, de Gesso do Araripe, e de Frutivinicultura irrigada no Sertão

do São Francisco, são algumas das conquistas obtidas pelos Pernambucanos no último

período.

Page 16: Monografia Final Facol 2010

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Outro fator importante acerca do bom momento vivido pelo Estado de

Pernambuco são os impactos na utilização do Gás Natural no Estado. A história do Gás em

Pernambuco surge a partir do século XIX, em especial na Cidade do Recife. De inicio a

iluminação pública do Recife ainda era à base de azeite de carrapateira ou de cachalote, só em

1859, através de contrato de concessão com empresários locais e ingleses se pode ter o

sistema de iluminação a gás, tendo desde já pressão popular por um sistema mais moderno e

eficiente como o tal. O contrato previa a construção de uma Fábrica de Gás e toda a infra-

estrutura de distribuição, e desde esse período já determinava que o gás não se destinasse

apenas à iluminação pública, mas ao suprimento para iluminação de prédios públicos,

comercias e residências.

“contar esta parte da história sobre o gás, como uma das fontes de energias principais do século XIX, também foi contar um pouco da história da iluminação pública” (Autora e Historiadora Maria do Amparo Pessoa, no livro: O gás em Pernambuco – breve história da utilização do gás a partir do século XIX).

A utilização dessa tecnologia marcou a nossa história, porque foi além da função

original da iluminação urbana, que era inicialmente voltada para as questões de segurança,

causando uma grande reformulação urbanística e uma mudança nos hábitos sociais, ao

permitir a vida noturna, fosse para o trabalho ou para o lazer. Ao longo dos anos, a tecnologia

e a utilização do gás foram se aperfeiçoando, chegando ao século XX, mais precisamente em

17 de setembro de 1992, através da Lei Estadual 10.656/1991, criando a Companhia

Pernambucana de Gás - Copergás. Empresa de economia mista, que tem como sócios o

Governo do Estado de Pernambuco (51,0% das ações ordinárias), a Petrobras Gás S.A. –

Gaspetro (24,5% das ações ordinárias) e a Mitsui - Gás e energia do Brasil (24,5% das ações

ordinárias). A Copergás odoriza, canaliza e distribui o Gás Natural em Pernambuco desde

1994, atendendo ao mercado automotivo, residencial, industrial, comercial, termoelétrico e

cogeração.

A Companhia Pernambucana de Gás vem assumindo papel estratégico para a

chegada do desenvolvimento ao interior do estado de Pernambuco, pois, através da construção

do Gasoduto da Interiorização, permitiu-se a instalação de novos empreendimentos, a

exemplo da Sadia em Vitória de Santo Antão, município localizado na Zona da Mata

Pernambucana.

“A idéia é dar competitividade ao interior, para conseguir atingir o objetivo de gerar emprego e oportunidades de trabalho, fazendo com que Pernambuco seja um Estado mais equilibrado.” (Governador de Pernambuco Eduardo Campos na inauguração do Gasoduto da Interiorização, 2009).

Page 17: Monografia Final Facol 2010

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Com 120 km de extensão, o primeiro trecho do Gasoduto da Interiorização foi

inaugurado em 2009 e ligará a capital de Pernambuco ao Agreste do estado (Recife/Caruaru),

com a oferta de gás natural. Beneficiará os segmentos industrial, automotivo, comercial e

residencial dos municípios de Moreno, Vitória de Santo Antão, Pombos, Sairé, Chã-Grande,

Gravatá, Bezerros e Caruaru. Possuirá capacidade média para transportar até um milhão de

metros cúbicos/dia de gás natural, a partir da Central de Distribuição instalada em Caruaru,

podendo transportar o Gás Natural até Araripina, no Sertão Pernambucano.

Surge, portanto, a necessidade em se adequar o estado aos impactos sociais,

econômicos, comerciais, mercadológicos, ambientais e tecnológicos, causados pela

interiorização do desenvolvimento. É necessário ampliar os investimentos em educação com a

interiorização e extensão dos centros universitários e tecnológicos, em infra-estrutura com a

melhoria da logística e a criação, principalmente, de condições de moradia digna para as

pessoas, em saúde pensando na qualidade de vida, em tecnologia e Meio Ambiente pensando

no futuro.

Para tanto, este estudo tem como objetivo geral: canalizar os aspectos gerais que a

Copergás empreende no mercado, através de um estudo de caso, para que possamos

identificar algumas das contribuições dadas pela Companhia Pernambucana de Gás ao

processo da interiorização do desenvolvimento do Estado de Pernambuco.

Esperamos ao realizar este estudo, especificamente: analisar a atuação da

Copergás no empreendimento do Gasoduto da Interiorização e sugerir mecanismos

mercadológicos que ajudem na consolidação da imagem da Copergás no mercado.

Na elaboração deste trabalho, optou-se pela pesquisa de natureza qualitativa,

através do uso de recursos metodológicos que permitiram a utilização de entrevistas semi-

estruturadas com profissionais e técnicos da Copergás e lideranças ligadas ao mercado e ao

estudo do Gás Natural em Pernambuco. Conforme Nagel (apud MARCONI e LAKATOS,

2000), “é possível relacionar os aspectos observados ou comprovados por experiências do

alvo de estudo”. Ou seja, através da pesquisa poderemos compreender as variáveis do

problema e assim desenvolver uma solução eficaz.

“Pesquisa bibliográfica é a atividade de localização e consulta de fontes diversas de informações escritas, para coletar dados gerais ou específicos a respeito de um tema.” (Pesquisa Bibliográfica. Prof. Eniel do Espírito Santo).

Utilizou-se a pesquisa exploratória para uma busca preliminar de outros

levantamentos realizados bibliograficamente sobre o tema escolhido. A exemplo de matérias

em jornais e revistas; textos acadêmicos de reconhecidos autores, alguns extraídos da rede

Page 18: Monografia Final Facol 2010

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mundial de computadores; livros e revistas oficiais dos órgãos públicos Federal, Estadual e de

diversos municípios.

A pesquisa exploratória configura-se como a que acontece na fase preliminar, antes do planejamento formal do trabalho. Ela tem como objetivos proporcionar maiores informações sobre o assunto que vai ser investigado, facilitar a delimitação do tema a ser pesquisado, orientar a fixação dos objetivos e a formulação das hipóteses ou descobrir uma nova possibilidade de enfoque para o assunto. (PRESTES, 2002. p. 26).

O uso de outras obras como referência é importante para centralizar a pesquisa

que será realizada, uma vez que “o pesquisador necessita de agrupar informações recentes e

atualizadas”. (OLIVEIRA, 2000).

Na experimentação, procura-se verificar se a relação existe mesmo e qual é a

proporção de variação encontrada em tal relação. Nesse sentido buscou-se exaltar as

potencialidades ao desenvolvimento existentes no Estado de Pernambuco. Mostrando as

características e condições que estão possibilitando a instalação de importantes

empreendimentos, mais que precisam de condições concretas para permanecer e se estender,

em curto, médio e longo prazo.

Page 19: Monografia Final Facol 2010

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2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1.1 O Gás Natural

O Gás Natural vem se estabelecendo como uma importante alternativa para a

quebra do monopólio energético no mundo atual. Por ser uma energia de fonte limpa, na

mesma categoria da solar, eólica e os biocombustíveis.

Nascido no final do século XVIII, a indústria de gás manufaturado a partir da

queima do carvão mineral visou à iluminação dos principais centros urbanos da Europa,

Estados Unidos e algumas outras cidades em países menos desenvolvidos.

“A Instalação de lampiões a Gás ocorrera pela primeira vez em 1805, em uma Rua de Pall Mall na Inglaterra, seguindo-se a cidade de Londres em 1807, representando um grande marco na engenharia e desencadeando uma transformação de costumes mormente com a criação do trabalho noturno nas fábricas emergentes no período da Revolução Industrial Inglesa. (Ferraz, 2001, p. 15)”

Na metade do século XIX, o gás manufaturado começou a ser substituído pelo

Gás Natural. Essa indústria nasceu e veio acompanhada pelo surgimento de métodos, infra-

estrutura e tecnologias para a construção de grandes gasodutos de aços. Este novo sistema foi

fundamental para a difusão do Gás Natural em diversos mercados, como o residencial e o

industrial. Deste modo, o Gás Natural deu seu primeiro passo na sua inserção na matriz

energética mundial. Segundo dados do Balanço Energético Nacional (BEN) realizado em

2006, o Gás Natural é responsável por deter cerca de 20,9% da oferta mundial de energia.

GRÁFICO 01. Estrutura da oferta de energia no Mundo

Fonte: BEN, 2006

Page 20: Monografia Final Facol 2010

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A expectativa é de que essa participação continue crescendo nos próximos anos.

Segundo dados levantados e o cenário de referência do estudo World Energy Outlook 2006,

da Agência Internacional de Energia (AIE), até 2030 os combustíveis fósseis sempre

representarão mais de 80% da demanda global de energia. Já o gás natural representará a

maior taxa de crescimento anual, ou seja, cerca de 2,0%.

No Cenário alternativo da AIE, ao longo do período 2004-2030, a taxa de

crescimento média anual do consumo de energias fósseis será de 1,1%, abaixo daquela do

consumo total de energia, 1,2%, o que requererá um aumento bem maior, de 1,9% ao ano,

para o conjunto de energias renováveis e nucleares.

Considerando os dois cenários, o gás natural será a única fonte de energia fóssil

que apresentará uma expansão anual média superior à do consumo total de energia. Entre as

energias fósseis, a participação do GN aumentará de 25,5% em 2004 para 27,9% em 2030 (no

Cenário de referência) e 28,5% (no Cenário alternativo).

2.1.2 O Gás Natural na América do Sul

O continente Sul Americano possui significativas reservas de Gás Natural, tendo

grande potencial para ocorrer interconexão entre mercados consumidores e produtores deste

energético, tanto para suprir a necessidade de garantir suprimentos para seus mercados quanto

para suprir sua necessidade de monetizar suas acumulações. As principais reservas de gás

natural na América do Sul estão localizadas na Venezuela (61,5%), Bolívia (10,5%) e

Argentina (7,2%).

“A concepção de um mercado de gás natural integrado no Cone Sul pode propiciar significativos ganhos tanto para os produtores (garantindo retorno dos investimentos em exploração e produção), como para os consumidores (com o aumento da confiabilidade na disponibilidade do energético), e também para os estados nacionais (com expansão do montante de recursos advindos da atividade petrolífera/gasífera, que podem ser revertidos para a realização de projetos de desenvolvimento econômico e social). (Rio Oil & Gas Expo and Conference 2006. Desafios para a integração gasífera na América do Sul).”

Havendo forte tendência de crescimento das acumulações a partir do processo

exploratório desenvolvidos no Brasil e do Peru. Como exemplo, da recente descoberta da

camada do Pré-Sal, fruto do desenvolvimento tecnológico de alto nível da Petrobrás.

Estimasse que a partir da descoberta do Pré-Sal, o Brasil alcance a auto-suficiência do

petróleo, assim como, amplie as suas reservas de Gás Natural.

Page 21: Monografia Final Facol 2010

20

“O Brasil, por sua vez, apresenta potencial para ser o principal mercado consumidor de gás natural do continente, principalmente em função do consumo potencial da região sudeste do país e concentrando-se no abastecimento dos mercados industrial e de geração de energia elétrica. Ressalta-se, contudo, que apesar da intensificação da atividade exploratória (mediante as concessões outorgadas nos leilões de licitação promovidos pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis - ANP), a produção atual não é suficiente para atender à demanda existente hoje. Todavia, algumas descobertas já anunciadas nas Bacias de Santos e de Camamu-Almada podem reverter esse perfil de país importador nato. (Rio Oil & Gas Expo and Conference 2006. Desafios para a integração gasífera na América do Sul).”

1995 2005

Países

Reserva Produção Consumo Reserva Produção Consumo

Provada (Bilhão m³)

(Bilhão

m³) Provada

(Bilhão

m³)

(Bilhão

m³)

(Bilhões m³)

(Bilhão

m³)

Argentina 619,0 25,0 27,0 504,4 45,6 40,6

Bolívia 127,0 3,2 *** 740,0 10,4 ***

Brasil 154,0 4,8 4,8 310,0 11,4 20,2

Chile *** *** 1,6 *** *** 7,6

Colômbia 217,0 4,4 4,4 113,0 6,8 6,8

Equador *** *** 0,1 *** *** 0,2

Peru 201,0 *** 0,4 325,0 *** 1,6

Trinidade

Tobago 349,0 6,1 *** 545,0 29,0 ***

Venezuela 4064,7 27,5 27,5 4315,0 28,9 28,9

Outros 228,0 2,2 7,3 167,0 3,5 18,3

Total 5959,7 73,2 73,1 7019,4 135,6 124,2

Tabela 01: Oferta e Demanda de Gás Natural na América do Sul e Central

Fonte: Elaboração Própria, a partir de BP (2006).

Page 22: Monografia Final Facol 2010

21

Para tanto, ainda restam percalços para a ampliação da logística de distribuição e

comercialização do Gás Natural no cone sul. Apesar dos investimentos efetuados na

construção de novo dutos para a melhoria da oferta de gás na América do Sul.

Origem Destino

Diâmetro Capacidade

Status (Polegadas) Projetada

(Milhões

m³/dia)

San Sebastian Argentina Punta Arenas Chile 14"-10 2 - 4 Em Operação

Pta.Dungenes Argentina Cabo Negro Chile 10"-8" 2,2,8 Em Operação

El Cóndor Argentina Posesíon Chile 12" 2 Em Operação

Loma La Lata Argentina Concepición Chile 24"-20" 10 Em Operação

La Mora Argentina Santiago Chile 24" 9 - 10 Em Operação

Cnel.Cornejo Argentina Meillones Chile 20" 8,5 - 9 Em Operação

Gas Norte Argentina Tocopilla Chile 20"-12" 1,6 - 7,1 - 9 Em Operação

Ramos Argentina Bermejo Bolívia 13" 1,5 Em Operação

Campo Durán Argentina Madrejone Bolívia 12" 1,2 - 2,5 Em Operação

Aldea

Brasileira Argentina Uruguaiana Brasil 24" 10 Em Operação

San Miguel Bolívia Cuiabá Brasil 18" 2,8 Em Operação

Rio Grande Bolívia Porto Alegre Brasil 32"-16" 30 Em Operação

Gas Entrerriano Argentina Paysandú Uruguai 10" 1 - 2,5 Em Operação

Buenos Aires Argentina Montevidéu Uruguai 24"-18" 5,6 Em Operação

Gas Entrerriano Argentina Casa Blanca Uruguai 16" 2 - 5

Fora de

Operação

TABELA 02: Projetos de Integração Dutoviária de Gás Natural na América do Sul

Fonte: Elaboração Própria, a partir de CIER (2004).

Entraves como a falta de coordenação política entre os governos na tomada das

diretrizes econômicas e energéticas a serem adotadas, trazendo a possibilidade de se tomar

decisões protecionistas e estas decisões causarem instabilidade no processo decisório de

empreendedores interessados. Outro fator negativo é a falta de maturação das indústrias por

não compreenderem a importância, muitas vezes, de diferenciar suas matrizes energéticas,

fazendo com que o mercado energético busque sempre esta se atualizando (preços, infra-

estrutura, tecnologia, dentre outros); E por outro lado, falta também de maturidade das

instituições financeiras, em não investirem efetivamente em projetos ousados como estes.

Page 23: Monografia Final Facol 2010

22

“A necessidade de estabelecimento marcos regulatórios estáveis, transparentes e harmoniosos é, portanto, um importante desafio para viabilização de processos de integração. (Rio Oil & Gas Expo and Conference 2006. Desafios para a integração gasífera na América do Sul)”

Por fim, um dos principais desafios, é a construção de um Marco Regulatório que

equalize os desafios e as demandas reais existentes nos países sul-americanos para a

ampliação da oferta de gás natural e conseqüentemente a quebra do monopólio energético.

2.1.3 O Gás Natural no Brasil

Com as campanhas expansionistas de Napoleão Bonaparte na Europa, o Rei de

Portugal, Dom João VI, a partir das pressões sofridas pelo Imperador Francês inicia a vinda

da Corte Portuguesa para o Brasil em 1807, escoltados pela marinha Inglesa, seus grandes

aliados, chegando à Bahia em janeiro de 1808.

“Ainda no Brasil colônia, foi a vinda de D. João VI e toda sua corte para o Rio de Janeiro em 06 de março de 1808 que desencadeou um novo rumo político e de expansão e crescimento das cidades. (Ferraz, 2001, p. 15)”.

Tendo através da Carta Régia de 28 de janeiro de 1808, aberto o comércio do

Brasil as nações estrangeiras. A abertura dos portos era fruto do acordo entre Portugal e Grã

Bretanha em contrapartida do apoio dos ingleses a Portugal naquele momento de

sobrevivência da monarquia portuguesa. Com isso, o Brasil pode contemplar um momento de

grande expansão comercial e de grande importação, na sua grande maioria, de produtos,

serviços e tecnologias advindos dos acordos entre Portugal e Inglaterra.

Entre estes avanços tecnológicos trazidos, permitiu-se a instalação finalmente no

Rio de Janeiro, capital do Brasil agora Império, em 24 de março de 1854, a inauguração do

sistema de Iluminação Pública a Gás.

“Diferentemente do “gás da iluminação” identificado à época como gás carbônico, e hoje como monóxido de carbono, que era obtido pela queimado carvão de pedra, o gás natural é um carbohidrato de alto rendimento energético, encontrado na natureza, associado ou não ao petróleo, sendo considerado um gás rico... (FERRAZ, 2001, p.98).”

Porém, somente no século XX, que a denominação “Gás Natural” começou a ser

utilizada no Brasil. Isto porque, antes do Gás Natural propriamente surgir, o gás utilizado no

Brasil, era obtido através da queima do carvão de pedra, que gerava o gás carbônico.

Com a criação da Petrobrás em 1953, sob a lei nº 2004 de 03 de outubro daquele

ano, cuja função era de refinação, lavrar, comércio e transporte do petróleo e de seus

Page 24: Monografia Final Facol 2010

23

derivados, começou-se a utilizar a expressão Gás Natural, pois, em muitos poços encontrava-

se “gás natural”, destinados efetivamente para uso de alguns processos industriais, entre estas

a própria extração do petróleo. Atualmente, em todo o País o Gás Natural é fonte alternativa

na geração de energia para ser utilizado pelas indústrias, para ser utilizado por edifícios,

automóveis, dentre outros.

Discriminação Unidade 2005 2006 2007

Produção

Total (1) 10³ m³ 17.699.201 17.706.161 18.151.652

Reinjeção 10³ m³ 2.985.658 3.169.930 3.494.306

Queima e Perda 10³ m³ 2.474.442 1.851.708 1.947.489

Consumo na E

& P (2) 10³ m³ 2.473.315 2.805.131 2.878.771

Disponível P/

Distribuição 10³ m³ 9.765.786 9.879.393 9.831.088

Importação(3)

10³ m³ 8.997.552 9.788.751 10.333.337

US$ -

FOB 1.044.006.215 1.559.652.724 1.783.022.303

Consumo aparente (4) 10³ m³ 18.763.338 19.668.144 20.164.423

Venda das Distribuidoras 10³ m³ 14.638.650 15.178.597 N/D

Preço (5)

Nacional

US$/10(6)

BTU 3,7 4,57 5,63

Térmico

US$/10(6)

BTU 3,35 3,73 4,01

Importado

US$/10(6)

BTU 3,78 5,23 5,31

TABELA 03: Principais Estatísticas – Brasil

Fonte: ANP, Petróleo Brasileiro S.A. - Petrobras. Notas: (1) O valor total da produção inclui os volumes de reinjeção, queimas, perdas e consumo próprio de gás natural; (2) Refere-se ao consumo próprio nas áreas de produção e processamento; (3) Conforme informado pela ANP; (4) Consumo aparente = produção disponível para distribuição + importação. (5) Preços médios não ponderados sem PIS/COFINS e sem ICMS. Os dados de 2007 referem-se à média dos três primeiros trimestres (fonte: Petrobras).

A produção e a demanda de Gás Natural em todo o País vêm aumentando. Em

2007, a produção nacional foi de 18,1 bilhões de m³, o que significa um aumento de 2,5% em

Page 25: Monografia Final Facol 2010

24

2007 relativamente a 2006. A Petrobrás respondeu por 15,8 bilhões de m3, ou 87,2% da

produção nacional de GN.

As importações totalizaram 10,3 bilhões de m³, respondendo por 36% da oferta no

mercado interno. O maior fornecedor é a Bolívia (95% do volume importado em 2006),

seguida pela Argentina. O dispêndio total foi de US$ 1,78 bilhão, representando um aumento

de 14% em relação a 2006, o que se deve em parte ao aumento do volume importado, em

parte ao incremento de preço unitário. Cabe observar que as importações de gás natural são

regidas por contratos a médio/longo prazo, em virtude do alto investimento em logística que

se faz necessário.

Por fim, apesar dos avanços tecnológicos, a oferta de Gás Natural ainda é tímida

diante dos desafios colocados para que o País possa figurar entre as grandes potencias do

mundo atual.

Um dos percalços existentes esta relacionado ao Marco Regulatório do Gás

Natural no Brasil, que apesar da conspiração para que não acontecesse, ele foi construído.

Porem, ele ainda não dar necessária segurança jurídica ao País, para que as empresas estatais e

privadas possam explorar e utilizar estes recursos, ampliando assim, a oferta de gás no País.

2.1.3 O Gás Natural em Pernambuco

O Recife receberia em 1859 a primeira visita do Imperador D. Pedro II, onde aqui

inauguraria o sistema de Iluminação Pública a Gás, tendo este gás sua obtenção a partir da

queima do carvão. Considerado um grande marco naquela época, Pernambuco dava passos

largos ao desenvolvimento.

“...o então Presidente da Província de Pernambuco, Francisco do Rego Barros, que mais tarde viria ser o Conde da Boa Vista, celebrou o 1º contrato de concessão de serviço de Iluminação Pública por gás carbônico na cidade do Recife, datado de 15 de julho de 1839, com vigência de trinta e cinco anos entre 01 de julho de 1842 a 01 de julho de 1877...(Ferraz, 2001, p.13)”

O Governo da Província celebraria em meados do século XIX um contrato para a

concessão com empresários locais e ingleses. Este contrato já previa a construção de uma

Fábrica de Gás e toda a infra-estrutura necessária para sua distribuição, incluindo os lampiões.

Inclusive já prevendo a destinação do gás não somente para a iluminação pública, mais para a

iluminação dos prédios do governo, do comércio e das residências.

Com os avanços tecnológicos, a partir do surgimento da energia elétrica, o

desenvolvimento da iluminação a gás, foi interrompido no final do século XIX. Sendo, no

Page 26: Monografia Final Facol 2010

25

Brasil e de Pernambuco, conseqüentemente, a energia elétrica obtida a partir das hidrelétricas,

a principal fonte de energia no século XX.

Outra importante fonte de energia do século XX, apesar de ser uma fonte não-

renovável, foi à utilização do petróleo com seus derivados, que surge mostrando os serviços

que poderia prestar em curto, médio e longo prazo.

Porém, um fato alteraria o curso dos tempos, pois, em 06 de maio de 1967, em

Nova Jersey, Estados Unidos, ocorrerá uma tragédia que desativaria o dirigível Hindenburg,

que levaria a companhia a ser fechada em todo mundo. Com isso, no Brasil restou um estoque

de seis mil cilindros de gás butano nas duas cidades onde havia torre de atracação destes

balões, uma no Recife e outra no Rio de Janeiro.

Passando então a comercializar este tipo de gás que era utilizado para queimar em

aquecedores e fogões. Surgindo a “Empresa Brasileira de Gás a Domicilio LTD.” Serviço este

que obteve plena aceitação da população e que permitiu a compra de um navio, por parte da

empresa, para importação de gás dos Estados Unidos, regularizando o serviço de transportes e

entrega em domicílio em todo o País, que permanece nos dias atuais.

“No entanto, a limitação natural da fonte hidráulica as resistências ambientais à propagação de usinas nucleares e a crise do petróleo a partir da década de setenta com o grande aumento do preço, a criação da OPEP e a perspectiva de esgotamento de suas reservas, trouxeram de novo as discussões mundiais a busca de novas alternativas de geração de energia... (Ferraz, 2001, pag. 98)”

A partir da instalação do Congresso Constituinte de 1985, para a elaboração da

nova Constituição instituída em 1988, o Estado Brasileiro debatia pautas essenciais naquele

processo de redemocratização do País. Um destes temas eram suas matrizes energéticas. O

Gás Natural surgia como uma importante alternativa nas mesas de discussões das fontes

nucleares e hidráulicas na geração de energia.

O Ministério das Minas e Energia, através da portaria nº 733, criaria em 1986 no

Conselho Nacional de Energia, um Grupo de Trabalho para aprofundar os estudos e assim

propor diretrizes na utilização e no processo exploratório do Gás Natural em todo o País.

Paralelamente a todas estas transformações ocorridas na legislação nacional que

caminharia para a construção do Plano Nacional de Gás Natural (PLANGÁS) em 1987, em

Pernambuco, é instituído através do Decreto Estadual nº 12.107 (em 1986) o Conselho

Estadual de Energia (CEEn).

Em 1987, o Governador Miguel Arraes de Alencar instituiria uma portaria criando

a Secretária Extraordinária de Minas e Energia, sendo transferidas da Celpe as atribuições

Page 27: Monografia Final Facol 2010

26

referentes ao Gás Natural em Pernambuco, já vislumbrando o que seria uma “Empresa

Distribuidora de Gás” e o que viria ser a “Companhia Pernambucana de Gás – COPERGÁS”.

Realizou-se também, um estudo de mercado na Região Metropolitana do Recife e nas Cidades

de Goiana e Vitória de Santo Antão para se analisar a viabilidade de tal empreendimento.

Via-se no Sul do País a experiência na utilização do Gás Natural no processo

industrial, porem, havia-se uma demanda industrial também no Nordeste, e a Petrobrás

realizou um grande investimento, implantando o chamado Gasoduto Nordestão (gasoduto

Guamaré/Cabo), com capacidade de transportar até dois milhões de metros cúbicos ao dia do

gás extraído na plataforma submarina de Campos de Ubarama e Agulha no Estado do Rio

Grande do Norte, até um terminal de sua propriedade construída no Porto de SUAPE,

município do Cabo de Santo Agostinho (em 1989).

Segundo Maria do Amparo Pessoa Ferraz, já em 1989, o Gasoduto Nordestão

atendia ao longo do seu comprimento, aproximadamente de quatrocentos e vinte quilômetros,

a cinqüenta e três indústrias com suprimento de uma demanda contratual de até novecentos e

sessenta e cinco mil metros cúbicos ao dia.

A partir disso, começavam a ocorrer mudanças significativas nos processos

industriais em toda a região, pois, o gás natural traria consigo diminuições drásticas de custos

com tarifas, com logística (pois o gasoduto passava na porta das indústrias), dentre outros.

“A Região Nordeste tem apresentado um consumo de gás natural expressivo com destaque para o uso industrial, e especialmente nos pólos petroquímicos de Camaçari-BA e do Cabo-PE, e também para o uso no segmento automotivo (GNV), com uma demanda da ordem de 1,0 MMm³/dia, que chegaram a representar cerca de 12% do volume comercializado em 2005. (Rio Oil & Gas Expo and Conference 2006. Mercado Nordestino de Gás Natural: Suprimento pela importação de Gás Natural Liquefeito (GNL))”

Atualmente no Nordeste, vários empreendimentos vêm recebendo grandes

investimentos, tendo destaque o setor de Térmicas de Pernambuco e da Bahia que foram

responsáveis pelo consumo de 33,7% da oferta de gás em 2005 de toda a região. Outro fator é

o crescimento da oferta de Gás Natural no setor industrial e nos veículos.

Em Pernambuco, a oferta de gás vem aumentando, principalmente com a

instalação dos empreendimentos estabelecidos pela Companhia Pernambucana de Gás

(Copergás).

Entre estes empreendimentos estão: a chegada da oferta de gás no interior do

Estado, através do Gasoduto da Interiorização; o abastecimento a Termo Pernambuco; os

Page 28: Monografia Final Facol 2010

27

empreendimentos industriais em SUAPE; e a ampliação da oferta de Gás Veicular,

residencial, dentre outros.

2.2 A Companhia Pernambucana de Gás

Criada através da Lei Estadual 10.656/1991, a Companhia Pernambucana de Gás

- Copergás, odoriza, canaliza e distribui o Gás Natural em Pernambuco desde 1994,

atendendo aos mercados industrial, automotivo, residencial, comercial , termoelétrico e

cogeração. A Copergás é vinculada a Secretária de Desenvolvimento Econômico do Governo

de Pernambuco (detentor de 51,0% das ações ordinárias da empresa).

“o gás natural é um insumo para a produção de energia limpa e de múltiplos usos. Diretamente na indústria, nos veículos automotores ou para co-geração elétrica (inclusive em uso residencial), ele é instrumento de uma estratégia inteligente e de uma visão futurista de Governo. (Fernando Antônio Caminha Dueire. Secretário de Infra-Estrutura de Pernambuco. Prefácio do Livro O gás em Pernambuco, 2001).”

A Copergás é uma empresa de economia mista, que tem como sócios o Governo

do Estado de Pernambuco (51,0% das ações ordinárias), a Petrobras Gás S.A. – Gaspetro

(24,5% das ações ordinárias) e a Mitsui - Gás e energia do Brasil (24,5% das ações

ordinárias). Detém uma das maiores redes de distribuição do Nordeste, com mais de 300 km

de extensão. Atualmente, a companhia comercializa um volume próximo a 1 milhão de

metros cúbicos/dia de gás natural.

708,009

788

7,811181,685

30,231

10,148

Industrial

Cogeração

Comercial

GNC

Veicular

Residencial

TOTAL: 938.673 m3/dia

GRÁFICO 02: Consumo médio (m3/dia) - Dezembro/2009

Fonte: Copergás

Page 29: Monografia Final Facol 2010

28

A missão da Copergás é a de “Gerir a Distribuição de Gás Natural em todo o

Estado de Pernambuco, superando as expectativas dos Clientes, Colaboradores e Acionistas,

buscando a Excelência em Qualidade, Segurança, Meio Ambiente e Saúde, com

Rentabilidade e Responsabilidade Social (Copergás).” E sua visão é a de “Ser referência

nacional na gestão da distribuição de gás natural até 2013 (Copergás).”

A Copergás dispõe de um código de ética que tem como objetivo “...definir os

princípios que devem orientar a conduta ética a ser adotada por todos os profissionais que a

compõem, estabelecendo deveres, vedações e disciplina pela busca da excelência da qualidade

na gestão da distribuição de gás natural (Objetivo do Código de Ética da Copergás).”

Entre seus produtos comercializados, a Copergás atualmente abastece em todo o

Estado: - Setor Industrial; - Setor Comercial; - Setor Residencial; - Setor Veicular; - Setor de

Geração/Cogeração.

2.2.1 Empreendimentos da Copergás

• Gasoduto da interiorização

O gás natural já é uma realidade para o interior de Pernambuco. O gasoduto da

interiorização, Trecho Recife-Caruaru, que inicialmente ligará o Recife ao Agreste por 120

km de tubulações, passou a operar no final de 2009.

Esta é a primeira etapa da interiorização que pretende chegar ao sertão

pernambucano. O gasoduto parte da capital para o município de Caruaru, beneficiando

também as cidades de Moreno, Pombos, Vitória de Santo Antão, Sairé, Chã-Grande, Gravatá

e Bezerros.

O Gasoduto da interiorização consiste em um gasoduto com 12 polegadas de

diâmetro que passa a abastecer inicialmente os setores industriais e automotivos. O projeto

completo possui quatro fases que ligam a Capital ao Sertão (Recife – Araripina) e soma 1.079

km.

Além da construção do trecho Recife-Caruaru, está em preparação o projeto

básico para as etapas Caruaru – Pesqueira – Toritama. As outras fases compõem os trechos de

Pesqueira – Araripina e mais dois ramais: São Caetano – Garanhuns e Salgueiro – Petrolina.

Page 30: Monografia Final Facol 2010

29

FIGURA 01: Projeto de expansão do Gás no Interior de Pernambuco

Fonte: Copergás

• Construção do Gasoduto Olinda – Paulista

Para fechar a malha norte do gasoduto, foi construído o gasoduto Olinda-Paulista,

com a finalidade de melhorar a distribuição na região norte, atendendo aos mercados

automotivo, industrial, comercial e de cogeração da área. O ramal tem capacidade de

distribuição de 100 mil m³/dia e a expectativa inicial de vendas é de 50 mil m³/dia.

• Construção de um ramal até Camaragibe;

Este ramal terá uma extensão de 5.000 metros. A finalidade do ramal é atender

aos mercados automotivo, industrial, cogeração e comercial.

• Ampliação do Gasoduto da Interiorização até o Sertão do Araripe.

A Copergás já estuda a ampliação do Gasoduto da interiorização até o sertão do

Araripe. Antes do gasoduto chegar a região do Araripe, o gás natural passa a abastecer a

região na forma comprimida - GNC – Gás Natural Comprimido. Esta é a finalidade da Central

de Distribuição de Gás Natural, localizada em Caruaru. De lá, o combustível é levado por

carretas para os municípios que ainda não possuem gasodutos.

2.2.2 Aspectos mercadológicos e Comerciais da Copergás

No ano de 2008, a Companhia Pernambucana de Gás (Copergás) alcançou o

maior lucro líquido de sua história, de R$ 50,8 milhões. Para o ano de 2009, a companhia teve

um orçamento de R$ 44,5 milhões. Destes recursos, cerca de R$ 18 milhões foram utilizados

para a conclusão do primeiro trecho do Gasoduto da Interiorização.

“O governo do estado assinou uma lei que retira o ICMS do gás que vai ser transportado por carretas até as cidades onde o gasoduto não vai chegar.

Page 31: Monografia Final Facol 2010

30

Desta forma compensamos o preço do frete e garantimos o abastecimento. (Aldo Guedes, Presidente da Copergás. Fonte: Energia hoje)”

Para os municípios do interior dos quais ainda não tem tubulações para a

transmissão de gás, a Copergás usar a estratégia de simplificação de tributos e diminuição

destes mesmos, além de levar o gás em carretas para estes municípios.

A Copergás espera aumentar em 30% sua entrega de gás natural em Pernambuco

até o fim de 2010, passando dos atuais 1,28 milhão de m³/dia para 1,66 milhões de m³/dia. O

incremento, de acordo com o presidente da distribuidora, Aldo Guedes, virá majoritariamente

do setor residencial, que deverá saltar de 5 mil residências conectadas para 12 mil até o final

de 2010. Além disso, a inauguração da Petroquímica de Suape, que deverá demandar até 300

mil m³/dia, daria um novo impulso à companhia.

“A Copergás ocupa posição de destaque entre as empresas nacionais e locais no ranking 2009 da Revista Exame (...) a companhia figura na 6ª posição em rentabilidade entre as empresas pernambucanas e ocupa a 8ª posição em crescimento, com um índice de 3,7%. A Copergás aparece, ainda, em 2º lugar pela criação de riqueza por empregado. (Edição Melhores e Maiores da Revista Exame 2009.)

Em Pernambuco, ao longo dos anos, desde sua fundação, a Copergás vem

crescendo e ocupando destaque entre as principais empresas do estado. Tendo uma forte

exposição de sua imagem e marca nos últimos anos, baseada nas estratégicas de Marketing

utilizadas. Isso tem causado repercussões em toda Região Nordeste, colocando a empresa em

patamares cada vez maiores, também, no cenário nacional.

“A Companhia Pernambucana de Gás Natural (Copergás) vai investir R$ 100 mil numa campanha de marketing para apontar as vantagens do gás natural veicular (GNV) e tentar incentivar o aumento nas vendas do combustível, que registraram queda no primeiro trimestre do ano. A campanha, desenvolvida pela agência Aporte (...) (Jornal do Comercio. Caderno de Economia. Acesso: 24/10/2010)”

A Corpegás dispõe de assessoria de comunicação e utiliza em suas campanhas de

Marketing: pesquisas de mercado; campanhas audiovisuais em rede de televisões e internet;

desenvolve um portal na Internet que possibilita sua interlocução com seus clientes,

fornecedores e a sociedade em geral; e utiliza campanhas de outdoors, banners, jornais

impressos e online.

“A Copergás tem implantado ações de responsabilidade social como mecanismo de fortalecimento de sua atuação junto a sociedade. Nessa linha, a Companhia desenvolve políticas de incentivos que atendem a quatro pontos específicos: educação, meio ambiente, esporte e cultura (...) (Copergás)”

Page 32: Monografia Final Facol 2010

31

Entre as principais campanhas de responsabilidade social promovidas pela

Copergás, destacam-se: - Orquestra Criança Cidadã; - Brinquedoteca do GAC; - Doutores da

Alegria; - Atividades de Preservação ambiental; - Projetos educativos e sociais; - Incentivo

aos Esportes; - Incentivos culturais.

A Copergás dispõe de uma Política de Patrocínios que esta diretamente associada às

diretrizes traçadas no Planejamento Estratégico da empresa até o ano de 2012. A Companhia

disponibiliza em seu portal na internet a sua política de patrocínios.

2.2.3 Política ambiental da Copergás

A Companhia Pernambucana de Gás (Copergás) é referencia nacional na

distribuição de Gás Natural. Única do setor a possuir o ISO 9001 no Brasil, busca através do

uso das tecnologias garantir qualidade e segurança na distribuição do Gás. O Gás é uma

energia natural limpa. (Escritora Maria do Amparo Pessoa Ferraz, 2010).

Realiza projetos para a promoção do Meio Ambiente, através de palestras,

incentivos a realização de oficinas e congressos relacionados ao tema, dentre outros.

Através do uso das tecnologias mais atuais, a Copergás busca minimizar os

impactos nas colocações de tubulações (explosões, vazamentos, etc.), explorações erradas e as

possíveis conturbações urbanas nas colocações de tubos, perfurações do solo.

2.3 A interiorização do desenvolvimento

A economia de Pernambuco sempre foi calcada pela produção de comoditties

agrícolas e por pouco destaque na cadeia de produção industrial até os anos 70, no século XX.

A partir desse conceito de inserção competitiva no mercado externo é que vamos propor [...] alguma das linhas básicas de ação, as quais, de forma coordenada entre instituições nacionais, internacionais e também multilaterais [...] poderão dar a esta região um novo formato de desenvolvimento econômico a partir de um componente externo mais expressivo. (MUSSALÉM, 2001, p. 16)

Atualmente passa por um processo de modernização e com fortes investimentos

tanto de capital nacional quanto estrangeiro. Em linhas gerais, o Estado tem uma economia

bastante complexa, com forte participação tanto de setores de ponta - como o de Tecnologia

da Informação e Comunicação (TIC) e logística - quanto da indústria (principalmente de

alimentos e bebidas, petroquímica, metal-mecânica, têxtil/confecções e gesseira) e do

Page 33: Monografia Final Facol 2010

32

agronegócio, cuja melhor termômetro no Estado é o Vale do São Francisco, que movimenta

US$ 500 milhões/ano.

O setor predominante é o de serviços, com participação de 59,6% no Produto

Interno Bruto (PIB) local – e com ênfase na TIC, logística e o varejo – seguido pela indústria

(31,9%) e pela agricultura (8,5%) (conforme dados da Secretária de Estadual de

Desenvolvimento Econômico).

As obras de infra-estrutura pública impulsionaram o crescimento do Produto

Interno Bruto (PIB) de Pernambuco no 1º semestre de 2008, que foi de 7,1%. No Estado, o

setor registrou um crescimento de 20,1% nesse período, enquanto no Brasil houve um

incremento de 9,9%. “O que mais vem contribuindo para este cenário de crescimento são as

obras de infra-estrutura e isso é muito bom para a economia”, afirmou o economista da

consultoria Ceplan, Herodoto Moreira.

Além de desfrutar de uma grande capacidade logística, Pernambuco faz fronteira

com 05 (cinco) dos 09 (nove) estados do Nordeste, além de estar em média a 800 quilômetros

das principais regiões metropolitanas do Nordeste (de Salvador e Fortaleza).

No tocante às relações com o mercado nacional e internacional, o Estado tem

como uma de suas principais estruturas logística o Complexo Industrial e Portuário de Suape,

que conta com 40 escalas mensais de navios, sendo 25 de longo curso e 15 de cabotagem.

Suape, aliás, é hoje a grande aposta do desenvolvimento do Estado. Localizado a

40 quilômetros do Recife, o complexo concentra investimentos privados e da Petrobras que

estão na casa do US$ 1,7 bilhão. Os investimentos públicos chegam a RS$ 400 milhões desde

que Suape começou a ser construído, nos anos 70. O pólo de negócios do complexo é

constituído por 72 empresas – principalmente industriais e de logística – e que geram 5,9 mil

empregos diretos. Um novo patamar será alcançado a partir do estaleiro que o consórcio

Camargo Corrêa/Andrade Gutierrez/Mitsui vai construir, do pólo petroquímico do grupo

italiano M&G e Petrobras e da refinaria a ser implantada pela Petrobras em parceria com a

venezuelana PDVSA.

Quanto as parcerias mais representativas da economia local, um dos destaques é

sem dúvida o setor de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), que tem como

principal âncora o Porto Digital, no Recife, e evidencia o grau de inserção e modernização da

economia local. Ao todo, são 500 empresas de softwares, serviços e equipamentos instaladas

no Estado e que representam hoje 4% do PIB local. A expectativa é que essa participação

cresça para 10% nos próximos 10 anos.

Page 34: Monografia Final Facol 2010

33

Outra parceria de peso é a do setor de bebidas. Ao todo, são 142 unidades

industriais de cervejas, refrigerantes, vinhos, sucos, destilados, aguardente e água mineral,

numa cadeia que está entre as mais organizadas do País, contando com o suporte de indústrias

de vidros, latas, rolhas metálicas, rótulos, caixas e unidades de importação de matérias-

primas, como o malte de cevada.

Entre os setores surgidos nos últimos 30 anos, se destacam o Pólo de Confecções

do Agreste (que movimenta R$ 2,1 bilhões/ano, conta com 12 mil empresas, gera 77 mil

empregos e produz quase 700 milhões de peças anuais) e o Pólo Gesseiro do Araripe, no

Sertão. O núcleo é responsável por 95% da produção nacional de gesso e gipsita e possui em

torno de 420 empresas instaladas. Entre os segmentos mais tradicionais da economia

pernambucana, uma das estrelas é o cluster metal-mecânico, que vem registrando excelente

desempenho, com fortes investimentos em plantas já instaladas, a abertura de unidades e a

chegada de novas empresas. Entre os players de peso que estão presentes no cluster podem ser

citados a Alcoa e Gerdau.

No setor de serviços, uma das melhores performances vem sendo obtida na

logística, com a criação do primeiro pólo planejado de logística do País, aproveitando a

tradicional vocação de Pernambuco com distribuidor regional, a posição geográfica

privilegiada e a infra-estrutura otimizada. O pólo já conta, só no ramo de centrais de

distribuição (CDs), com em torno de 100 empreendimentos, entre instalados, em execução e

em fase de projeto.

No agronegócio, o maior destaque é o Vale do São Francisco, onde o volume

colhido por safra chega a 1,5 milhão de toneladas e as exportações somaram 180 mil

toneladas em 2004. O cultivo irrigado se estende por nada menos que 120 mil hectares, com

predomínio da fruticultura, hortaliças, coco e cana-de-açúcar. Só o plantio de frutas gera 240

mil empregos diretos e 960 mil indiretos.

O Vale ostenta os títulos de maior centro produtor de uvas finas do País e maior

exportador de uvas do Brasil, respondendo por mais de 96% das exportações brasileiras do

produto em 2004. Aliás, é a única região do mundo que produz duas safras e meia de uva por

ano. Representa também 60% das remessas de manga do Brasil para o mercado externo. Ao

todo, as exportações de frutas chegaram a US$ 120 milhões em 2004, sendo US$ 116 milhões

apenas de uva e manga. Não bastasse isso, o Vale passou a contar recentemente com mais um

trunfo, ao entrar para o seleto clube das regiões produtoras de vinhos finos. Estão presentes no

pólo de vitivinicultura tanto a elite dos produtores nacionais de vinho – a gaúcha Miolo é um

Page 35: Monografia Final Facol 2010

34

exemplo disso – quanto investidores internacionais como a Dão Sul (Portugal), Ducos

(França) e Sereníssima (Itália).

2.3.1 Indicadores

Pernambuco está revelando sua vocação natural para os grandes investimentos.

Com 184 municípios, sem contar o Distrito Estadual de Fernando de Noronha, distribuídos

numa área de 98.526,6 km² no centro da região Nordeste, o Estado é, estrategicamente, bem

localizado.

Essa localização privilegiada nos consolida como o centro logístico do Nordeste,

de onde bens e serviços saem com destino aos demais estados da região. As riquezas locais,

que atraíram comerciantes de todo o mundo desde a época do descobrimento, ainda hoje são

atributos que seduzem investidores brasileiros e estrangeiros.

População economicamente ativa 3,8 milhões de pessoas

Participação no PIB do NE 20,10%

Participação no PIB nacional 2,7%

Composição do PIB

Serviços: 59,68%

Indústria: 31,41%

Agropecuária: 9,79%

TABELA 04: Indicadores de Pernambuco

Fonte: Secretária Estadual de Desenvolvimento Econômico do Estado de PE

Com uma população de 8.145.159 habitantes (crescimento de 1% ao ano), o PIB

do Estado cresceu, em 2004, 5,2% no terceiro trimestre e 4,1% no acumulado dos três

primeiros trimestres do ano (dados do Condepe/Fidem), configurando assim, o segundo maior

da região. Pernambuco se destaca também pela sua vocação para o setor de serviços, que vem

mostrando excelente desempenho a cada ano. O setor é preponderante na composição do PIB

estadual.

“Esse ano estamos multiplicando por dois o número de cursos técnicos nas escolas do Estado. E, pela primeira vez, selecionamos 12 mil estudantes do entorno de Suape para serem qualificados para o acesso ao trabalho. É um esforço que também vem acompanhado junto ao Prominp (Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás). (Governador de Pernambuco Eduardo Campos em entrevista ao Jornal do Commercio).”

Page 36: Monografia Final Facol 2010

35

No quesito educacional, Pernambuco é reconhecido nacionalmente como um dos

pólos de educação superior do Nordeste, atraindo estudantes de vários estados da Região.

Atualmente, cerca de 10% da população entre 18 e 24 anos estão matriculados no ensino

superior. Segundo dados do Ministério da Educação, Pernambuco tem ainda 24% dos grupos

de pesquisa da região, ligados a cinco universidades: três federais, uma estadual e uma

comunitária. Existem, ainda, dezenas de outras faculdades particulares, oferecendo cursos nas

mais diversas áreas. Com relação a qualificação técnica e profissionalizante, destacam-se: a

instalação dos novos centros técnicos estaduais (ETE), os novos e ampliados centros federais

(IFET) e as parcerias com as instituições do Sistema “S” (SESC, SENAI, SESI, IEL, SENAC,

SENAR, SENAT, SEST, SEBRAE e SESCOOP). Estas ações são fundamentais na medida

em que garante a empregabilidade e a oportunidade em ter-se uma profissão digna.

2.3.2 Principais Empreendimentos no Estado

• Transnordestina

A retomada da Ferrovia Transnordestina, projeto que remonta ao período do

Brasil - Império, já está trazendo impactos positivos na economia no Sertão do Estado. A obra

está sendo feita com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo

federal. A maior parte do investimento sairá dos cofres públicos.

As obras da Ferrovia Transnordestina estão na cidade de Salgueiro. No local, foi

aberto um grande caminho. Uma parte dele já recebeu o concreto. A outra está só no barro.

No primeiro trecho da obra, o de Salgueiro-Missão Velha (CE), existem cerca de 1.300

homens trabalhando, segundo informações da Companhia Ferroviária do Nordeste (CFN),

empresa responsável pela implantação do projeto. O empreendimento terá um custo de R$ 5,4

bilhões e grande parte dos recursos sairá do poder público.

O trecho que está em obras tem 96 quilômetros de extensão. Nele, não há

qualquer área que já tenha recebido os trilhos. Uma parte dos trilhos que será usada na

ferrovia está armazenada no Porto do Recife há mais de quatro meses.

Os trechos da ferrovia são: Suape - Salgueiro (522 quilômetros), Trindade (no

Sertão do Araripe) a Eliseu Martins (no Piauí) com 420 quilômetros - e Missão Velha –

Pecém (no Ceará), que terá uma extensão de 527 quilômetros.

Dos recursos que serão liberados para a ferrovia Transnordestina, R$ 3,4 bilhões

sairão de fundos da Sudene, sendo R$ 823 milhões do Fundo de Investimentos do Nordeste

Page 37: Monografia Final Facol 2010

36

(Finor, que foi extinto, mas ainda conta com os recursos) e R$ 2,6 bilhões do Fundo de

Desenvolvimento do Nordeste (FDNE).

• Refinaria de Petróleo Abreu e Lima

A refinaria é um empreendimento importantíssimo para mudar o patamar da

economia de Pernambuco. Ela entra no setor da economia do Estado que mais sofreu nos

últimos anos, a indústria. Observando os números da economia do estado, vamos perceber

que houve mudança, mas a indústria de transformação puxou para baixo o crescimento da

economia nas últimas três décadas. Ira-se mudar de padrão com um empreendimento com

efeito multiplicador na economia, que chega ao lado de outros investimentos que têm a ver

com o setor do petróleo, como o pólo de poliéster e o próprio estaleiro, que tem na Petrobras

seu grande cliente, inicialmente.

Ao longo de toda a história de Suape totalizam-se investimentos na ordem de R$

545 milhões no conjunto da infra-estrutura do porto. Só em obras para a infra-estrutura da

refinaria estimasse cerca de R$ 237 milhões em quatro anos (a partir de 2009). Ou seja: 43%

de tudo que já foi feito em Suape terá que ser feito em quatro anos.

A refinaria, sozinha, é quase duas vezes o valor de todos os empreendimentos que

já estão em Suape. Só a refinaria vai gerar, por semestre, 160 navios em óleo bruto. Este ano,

Suape recebeu 584 navios, de janeiro a julho (2009), 102 navios a mais do que no mesmo

período do ano passado (2008). É cerca de 30% do movimento de Suape a mais com a

refinaria. Só na chegada do óleo bruto.

O Governo Brasileiro em conjunto com a Direção da Petrobrás concluiu um

grande investimento para o Brasil, a Refinaria de Petróleo Abreu e Lima. A parceria com o

Governo da Venezuela e a PDVSA é estratégica na busca da integração regional no bloco sul-

americano. A PDVSA foi importante para a decisão de ser em Pernambuco a Refinaria. Desde

1997, no Governo Miguel Arraes, Pernambuco vem estreitando os laços com a PDVSA, o que

de certa maneira influenciou na vinda da Refinaria para o Estado.

O Governo Brasileiro detém 60% da Refinaria, enquanto o Governo Venezuelano

possui os 40% restantes. A partir disso, o projeto vem sendo desenvolvido, já inaugurado a

pedra fundamental, contratação de equipes para montar o restante do projeto já está em

andamento. Estimasse que em 2014 a Refinaria seja completamente inaugurada e já opere em

100% de sua capacidade.

• Estaleiro Atlântico Sul e a retomada da Indústria naval no Brasil

O Estaleiro Atlântico Sul S.A. esta localizado no Complexo Industrial e Portuário

de Suape. Lançou no dia 7 de maio de 2010 o Suezmax N/T ‘João Cândido’, primeiro navio

Page 38: Monografia Final Facol 2010

37

de uma série de 10 navios da mesma classe, encomendados pela Petrobras Transporte S.A.

(TRANSPETRO) – Fronape, Rio de Janeiro.

Retomando assim a indústria Naval Brasileira e iniciando o processo de

renovação da frota baseado no Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef). O

presidente da Transpetro, empresa ligada à Petrobras que encomendou o navio, explicou a

importância do evento de inauguração do N/T ‘João Cândido’. “Depois de 23 anos da última

encomenda, e 13 anos da última entrega, a indústria naval renasce no Brasil. Isso é muito

importante, porque 95% do nosso comércio são feitos por navios, e vamos precisar ainda

mais, devido ao Pré-Sal. Estamos reconstruindo a indústria naval de forma sustentável. É

também o nascimento da indústria naval em Pernambuco. Outros estaleiros vão ser instalados

e isso dá soberania ao Brasil”

O navio foi batizado em homenagem a João Cândido, conhecido como o

Almirante Negro. Ele foi líder da Revolta da Chibata, que ocorreu no Rio de Janeiro no início

do século XX e era contra os castigos físicos impostos aos marinheiros brasileiros.

João Cândido foi preso e expulso da Marinha, mas a luta dele foi vitoriosa e os

castigos, como chicotadas, por exemplo, deixaram de ser praticados na Marinha do Brasil.

• Transposição do Rio São Francisco

Após o início das obras da transposição do rio São Francisco, o projeto está em

estágio adiantado no Sertão pernambucano. O objetivo é levar água para a população do semi-

árido nordestino, em áreas castigadas pela seca.

O projeto emprega 7 mil trabalhadores, na expectativa de atingir 10 mil

funcionários. A previsão é de que o gasto chegue a R$ 6 bilhões.

Uma parte da obra que passa por Pernambuco, de acordo com os coordenadores,

deve ser concluída em 2012. “O eixo Norte vai elevar água do Rio São Francisco até o estado

do Ceará, nós vamos construir três estações de bombeamento”, diz Frederico Oliveira,

coordenador geral de campo do projeto. As bombas são para que a água transponha morros e

atravesse a caatinga, passando por pequenas e grandes cidades.

Paralelamente às obras do eixo Norte, estão em andamento as do eixo Leste, que

devem terminar também no fim de 2010. Um canal parte do lago de Itaparica, na Bahia, e

segue pela Paraíba e por Pernambuco. Pronto, terá 287 quilômetros.

A água será transportada inicialmente do rio para os canais e, a partir deles, para

reservatórios e açudes em quatro estados. O projeto prevê que 1,4% da água do São Francisco

sejam desviados. Pelos planos do Governo Federal, essa quantidade será o suficiente para

abastecer 391 municípios do Nordeste.

Page 39: Monografia Final Facol 2010

38

• Gasoduto

Pernambuco nos últimos anos vem demonstrando sua grande competência em

atrair importantes investimentos. Tem sido assim na ampliação do Complexo Industrial e

Portuário de Suape, principalmente com a vinda da Refinaria Abreu e Lima e do Estaleiro

Atlântico Sul; tem sido assim com as obras da Transnordestina e da Transposição do Rio São

Francisco; e vem sendo assim, com a construção do Gasoduto do Sul que ligará a Venezuela a

Pernambuco, empreendimento fruto da parceria da Petrobrás e a PDVSA.

Inicialmente todo o Gasoduto do Sul prevê um investimento de cerca de US$ 23

bilhões em toda a sua extensão até a Argentina.

Além destes empreendimentos, a Companhia Pernambucana de Gás (Copergás),

vem dando importantes passos para que este desenvolvimento se alastre por todo o Estado.

Criando importantes projetos como o ‘Gasoduto da Interiorização’, que percorrerá todo o

interior do Estado, e assim, atraindo empreendimentos e girando a economia de todas as

regiões do Estado.

Foi assim, que em Vitória de Santo Antão se consolidou a vinda da Multinacional

SADIA, pela capacidade logística da Cidade e pela presença do Gasoduto da Interiorização.

• Gasoduto do Sul

Em 2007, o Presidente do Brasil Luís Inácio Lula da Silva participou de uma

importante reunião com o Presidente da Venezuela Hugo Chávez para tratar de importantes

investimentos para ambos os Países.

A partir desta reunião, Lula e Chávez assinaram um acordo para a construção do

primeiro trecho do gasoduto do Sul, mega-projeto de integração energética idealizado pelo

venezuelano. Ficando acordado que as estatais Petrobras e PDVSA vão construir um trecho

ligando a Venezuela a Recife, com interligações para outras capitais do Nordeste.

Inicialmente, todo o gasoduto do Sul prevê mais de US$ 23 bilhões em toda a sua extensão,

até a Argentina.

As duas empresas estão desenvolvendo o mega-campo de gás de Mariscal Sucre,

cuja metade da produção será destinada a abastecer o gasoduto, que transportará 50 milhões

de metros cúbicos/dia de gás, enquanto para se ter uma idéia o gasoduto Bolívia-Brasil

carrega cerca de 30 milhões.

Page 40: Monografia Final Facol 2010

39

2.3.2.1 Gasoduto da Interiorização

Foi inaugurado pelo Governador de Pernambuco Eduardo Campos, em 2009, o

Gasoduto da Interiorização ‘Trecho Recife – Caruaru’. Grande investimento da Companhia

Pernambucana de Gás (Copergás). A inauguração do Gasoduto da Interiorização Trecho

Recife – Caruaru ocorreu no Pólo de Desenvolvimento Sustentável do Agreste, em Caruaru.

“Isso é um estímulo para as atuais indústrias, e também para as que quiserem investir aqui. (prefeito de Caruaru, José Queiroz).”

Inicialmente o gasoduto irá beneficiar as Cidades de Vitória de Santo Antão,

Gravatá, Bezerros e Caruaru, onde o gás será também engarrafado e distribuído para outras

Cidades do Interior do Estado.

“A idéia é dar competitividade ao interior, para conseguir atingir o objetivo de gerar emprego e oportunidades de trabalho, fazendo com que Pernambuco seja um Estado mais equilibrado. (Governador de Pernambuco, Eduardo Campos)”

Empreendimento idealizado pela Copergás, o Gasoduto da Interiorização, o trecho

entre a capital pernambucana e Caruaru tem 120 quilômetros de extensão e capacidade de

transportar um milhão de metros cúbicos de gás por dia.

Já a central de engarrafamento pode carregar simultaneamente seis carretas,

somando 100 metros cúbicos de gás por dia. O investimento totaliza cerca de R$ 116 milhões.

O primeiro trecho inaugurado de 42 quilômetros de Recife a Vitória de Santo

Antão, foi inaugurado pelo Presidente da República Luís Inácio Lula da Silva. O investimento

neste primeiro trecho foi de R$ 32,4 milhões e disponibiliza cerca de 150 mil metros cúbicos

de gás natural por dia. O gasoduto faz parte da infra-estrutura necessária para a instalação da

Sadia, uma vez que o gás natural fornecido pela Copergás está abastecendo a indústria.

• Impactos comerciais

Em nosso Estado, desde os anos 50 do século passado, quando foram criadas a

Comissão de Desenvolvimento do Estado de Pernambuco (Codepe, hoje Condepe/Fidem) e a

Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), sucessivos governos têm

proclamado o propósito de estender o crescimento econômico, o progresso ao interior.

O governador Miguel Arraes deu muita ênfase à eletrificação rural, o que é básico.

Outros se preocuparam com a implantação de distritos industriais, no Cabo de Santo

Agostinho, no bairro recifense do Curado, entre outros. Mas, na prática, a interiorização do

desenvolvimento foi muito lenta e só vem crescendo mesmo ultimamente, com a consolidação

Page 41: Monografia Final Facol 2010

40

do complexo industrial e portuário de Suape, projeto lançado nos anos 70 pelo governador

Eraldo Gueiros.

"as empresas buscam se localizar nos espaços que oferecem estrutura competitiva. Para criar um ambiente atrativo é preciso oferecer infra-estrutura, mão-de-obra capacitada e inovação tecnológica. (economista Sérgio Buarque, Jornal do commércio)"

Municípios como Ipojuca, Cabo de Santo Agostinho, vem sendo contemplados

com grandes investimentos industriais, imobiliários e pela implantação de unidades de ensino

técnico. Destacam-se e chamam a atenção economias de municípios como o de Vitória de

Santo Antão, Bom Conselho e Belém do São Francisco, que ganharam fábricas da Sadia,

Perdigão e Netuno. Tendo investimentos na ordem de R$ 600 milhões com a geração de mais

de 3 mil empregos.

Tendo destaques ainda os pólos de confecções em torno de Toritama, o de

fruticultura em Petrolina e o farmacoquímico de Goiana, entre outros.

Com a vinda do Gasoduto da Interiorização, observam-se impactos fortes nas

economias locais, que possibilitaram a instalação de novos empreendimentos que geram

empregos, aquecem as economias destes municípios, influenciando a ampliação de créditos e

a disponibilização de produtos de forma mais diversificada.

Além de influenciarem na capacitação da mão de obra, com a ampliação das

escolas de ensino técnico, os novos campi Universitários da Universidade Federal de

Pernambuco em Vitória de Santo Antão (CAV) e Caruaru (CAA). A ampliação das unidades

da Universidade de Pernambuco (UPE) para mais municípios do interior do Estado, dentre

outras importantes iniciativas.

• Impactos Ambientais

A vinda do Gasoduto da Interiorização trás profundos benefícios para os

municípios do interior de Pernambuco, pois, este gás é adquirido da Petrobrás pela Copergás,

através do Gasoduto Bolívia – Brasil e é distribuindo pelo Gasoduto do Interior para o

abastecimento destes municípios.

Ou seja, a agressão ao meio ambiente é minimizada a apenas as colocações dos

tubos que são implantados pelos mais altos níveis de tecnologia e segurança adotados pela

Copergás.

Sobre a extensão do Gasoduto da Interiorização até o Pólo Gesseiro do Araripe, a

Copergás está avaliando as condições do empreendimento, temendo subutilização. O que

significa que as indústrias que exploram a gipsita continuarão queimando lenha e colaborando

para o desmatamento daquela microrregião.

Page 42: Monografia Final Facol 2010

41

• Impactos Econômicos e Sociais

Ainda são muitos os desafios para se consolidar uma ação efetiva de

interiorização do desenvolvimento do Estado de Pernambuco, apesar dos importantes passos

que estão sendo dados. São muitas as reparações e discrepâncias com a forma real de vida

destas pessoas, que ao longo da história sempre foram menos favorecidas e sem muito crédito

na consolidação dos momentos de nosso Estado.

A formação de mão-de-obra qualificada, os investimentos em educação, saúde,

segurança, infra-estrutura, dificilmente chegavam de forma eficaz a estes lugares, o que

dificultava a instalação de novos negócios.

Com novas ações adotadas no cenário político-econômico-social do nosso Estado

nos dias atuais, como exemplos, a duplicação da BR 232 até o município de São Caetano

(agreste de Pernambuco), o Gasoduto da Interiorização concluído o ‘trecho Recife – Caruaru

(agreste) e já no projeto a sua extensão até o sertão do araripe, a extensão do ensino técnico e

superior público para todas as regiões do Estado, possibilitam condições concretas para a

instalação de novos negócios.

Contribuindo para que muitas das reparações sociais e econômicas necessárias a

estas regiões interioranas do Estado possam já esta sendo beneficiadas com estes

investimentos, superando assim, seus agravantes e históricos problemas sociais e econômicos,

e constituindo condições de padrão de vida e de inclusão destas pessoas e regiões.

2.3.3 Contribuição da Copergás

A Companhia Pernambucana de Gás (Copergás) tem muito haver com esse novo

momento econômico – social vivido pelo Estado de Pernambuco, pois, com a vinda do

gasoduto Nordestão, Pernambuco já começava a ter destaque nacional por quebrar o

monopólio energético (antes só elétrico) em todo País. Trazendo como opção a utilização do

Gás Natural, que é uma energia limpa, e que a curto, médio e longo prazo contribui para o

fortalecimento das economias e para essa diversificação das matrizes energéticas.

“O papel principal da Copergás no processo de interiorização do Estado de Pernambuco é contribuir com mais uma fonte de energia, para se instalar a concorrência. (Entrevista com a Professora e Historiadora Maria do Amparo Pessoa Ferraz. Autora do Livro: O GÁS EM PERNAMBUCO).”

O que precisa ser feito é ampliar estes investimentos e melhor distribuí-los por

todo o Estado, permitindo que todas as regiões possam ser beneficiadas e assim contribuírem

de forma mais significativa para a extensão desse novo ciclo de desenvolvimento vivido.

Page 43: Monografia Final Facol 2010

42

Apesar de passos já estarem sendo dados com a construção e já inauguração do

Gasoduto da Interiorização ‘trecho Recife – Caruaru’, que oficialmente declara Pernambuco

um Estado com grande capacidade logística e infra-estrutura propicia para a instalação de

vários empreendimentos, que movimentam a economia e beneficia a região de todo o

Nordeste.

Page 44: Monografia Final Facol 2010

43

3 METODOLOGIA

3.1 Realização de Pesquisas Qualitativas

Para a realização deste estudo foram utilizadas informações adquiridas através de

entrevistas semi-estruturadas com profissionais/técnicos da Companhia Pernambucana de Gás

(Copergás) e autores ligados a história do Gás Natural no Estado de Pernambuco. Segundo

Appolinário, 2006, “a analise dos dados terá por objetivo simplesmente compreender um

fenômeno em seu sentido mais intenso”. Neste caso, objetivou-se elencar alguns aspectos

importantes acerca dos impactos proporcionados e a contribuição dada pela Copergás ao

processo de interiorização vivido pelo Estado de Pernambuco.

3.2 Realização de Pesquisas Bibliográficas

Foram utilizadas pesquisas em livros, revistas e jornais em circulação, consultas a

artigos e textos acadêmicos, alguns extraídos da Rede Mundial de Computadores, além de

livros e revistas dos órgãos públicos Federal e Estadual. O uso de outras obras como

referência é importante para centralizar a pesquisa que será realizada, uma vez que “o

pesquisador necessita de agrupar informações recentes e atualizadas”. (OLIVEIRA, 2000).

3.2.1 Aspectos

Todos os sujeitos foram submetidos a uma entrevista semi-estruturada, isto é, há

um roteiro previamente estabelecido, mas também há espaço para a elucidação de elementos

que surgem de forma imprevista ou informações espontâneas dadas pelo entrevistado

(Appolinário, 2006). O questionário básico utilizado nas entrevistas encontra-se disponível no

Anexo I.

A pesquisa exploratória “...configura-se como a que acontece na fase preliminar,

antes do planejamento formal do trabalho. Ela tem como objetivos proporcionar maiores

informações sobre o assunto que vai ser investigado, facilitar a delimitação do tema a ser

pesquisado, orientar a fixação dos objetivos e a formulação das hipóteses ou descobrir uma

nova possibilidade de enfoque para o assunto. (PRESTES, 2002. p. 26).

Page 45: Monografia Final Facol 2010

44

3.2.2 Configurações

Foram organizadas reuniões com agendamento prévio com os entrevistados, e

foram disponibilizados impressos e através de e-mail (digitalizados) os questionários semi-

estruturados. Para que as informações prestadas pudessem ter suas respostas condizentes com

os objetivos deste estudo.

As pesquisas bibliográficas foram realizadas em Bibliotecas públicas do Estado de

Pernambuco e do Município da Vitória de Santo Antão, como também, em acessos através da

Rede Mundial de Computadores.

Page 46: Monografia Final Facol 2010

45

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Estas entrevistas semi-estruturadas foram realizadas com técnicos/profissionais

ligados a Companhia Pernambucana de Gás (Copergás) e com autores ligados ao estudo do

Gás Natural no Brasil, em especial, no Estado de Pernambuco.

Com as entrevistas e o subsídio dado pelas pesquisas bibliográficas exploradas,

pode-se compreender e retratar alguns dos impactos causados pela interiorização do

desenvolvimento, que o Estado de Pernambuco vem realizando, além das contribuições que a

Copergás vem dando para este oportuno momento vivido através dos empreendimentos, a

exemplo, do Gasoduto da Interiorização.

Para se chegar a constatação de que para estes investimentos possam ser

alavancados e distribuídos a curto, médio e longo prazos, algumas medidas importantes

deverão ser tomadas: a) uma profunda reforma urbana nas cidades do interior do Estado.

Levando em consideração ao inchaço dos grandes centros urbanos, torna-se fundamental

melhorar a infra-estrutura das estradas e acessos as cidades (logística), assim como, melhorar

a condição de moradia das pessoas que ainda é muito precária (qualidade de vida); b) uma

extensa reforma educacional, levando em conta a necessidade de qualificar e formar as

pessoas, para que possam ocupar estes postos de trabalhos ociosos a partir dos investimentos

que chegam ao interior do Estado. Vale salientar que é preciso uma re-educação acerca da

melhor forma de utilizar os recursos naturais não-renováveis; c) a ampliação do dialogo, e a

recíproca, entre o Governo do Estado e os municípios interiorâneos, pensando na

simplificação dos tributos e na desburocratização dos serviços, que muitas vezes atrasam ou

impedem a instalação de empreendimentos importantes.

Outro viés importante deste estudo foi analisar o que representam estes

investimentos para as economias e para as vidas das pessoas que vivem no interior do Estado.

Pois, com a chegada destes empreendimentos, podemos perceber as mudanças econômicas,

sociais, tecnológicas e comerciais que estes municípios sofreram e/ou estão sofrendo para se

adaptarem a este novo momento.

Cabe salientar o que nos disse a Escritora, Historiadora e Engenheira Maria do

Amparo Pessoa Ferraz, com relação aos impactos sociais e econômicos que Pernambuco vive

com a chegada e instalação destes novos empreendimentos: “o impacto positivo é o da

produção e o uso do suprimento de uma energia limpa. Na medida em que a população, e o

setor comercial e industrial aceita e utiliza, impõe as companhias de eletricidade uma

Page 47: Monografia Final Facol 2010

46

concorrência que não existia. Ou seja, eu vou deixar de usar o meu chuveiro elétrico e vou

colocar o chuveiro a gás...”.

Para tanto, é necessário estabelecer condições concretas para a instalação destes

negócios, com relação aos impactos tecnológicos e ambientais que estas regiões sofreram,

cabe destacar o que nos disse o Gerente de Novos Negócios e Ouvidor da Copergás Hubert

Hirschle: “o objetivo da Copergás é buscar sempre melhorar a sua eficiência, para tanto, é

preciso ter pessoas capacitadas e instrumentos que nos levem a esta melhoria.” Ou seja, entre

os objetivos principais da Companhia Pernambucana de Gás, está a qualificação do quadro

técnico e profissional, pensando no desenvolvimento constante de novas tecnologias que

minimizem os impactos na implantação dos Gasodutos e na distribuição do Gás Natural em

todo o Estado. Sobre a política ambiental da empresa, Hubert Hirschle destaca: “nosso

produto é nobre, uma energia muito mais limpa, uma energia mais indicada para a indústria...

tudo nosso é certificado e autorizado pela Companhia Pernambucana do Meio Ambiente, pela

CPRH, com suas licenças em dia, tudo organizado e dentro das normas. Nós temos uma

grande preocupação com a preservação do Meio Ambiente, com ações corretas, com ações de

sustentabilidades. Uma linha que estar, inclusive, em nosso planejamento estratégico...”.

Dentre as pesquisas e entrevistas realizadas, percebeu-se uma mudança

significativa na auto-estima das pessoas, principalmente, no interior do Estado, pois, com os

investimentos que estão sendo aplicados, de forma direta e indireta, essas pessoas estão sendo

favorecidas. São novos centros educacionais, novas e recuperadas estradas, são casas

populares, políticas de credito e acesso aos bens de consumo, novos postos de trabalho e

emprego disponíveis, obras estruturadoras que conspiram e atuam para a chegada desses

novos empreendimentos. Por isso, é fundamental ter-se uma presença forte do Estado,

investindo e criando condições para que estes empreendimentos se consolidem, e possam

gerar seus lucros e a satisfação dos seus consumidores.

Page 48: Monografia Final Facol 2010

47

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

As contribuições dadas pela Companhia Pernambucana de Gás a esse bom

momento vivido pelo nosso estado são fundamentais, pois, com a instalação do Gasoduto da

Interiorização criou-se condições concretas para a oferta e distribuição do Gás Natural no

interior do estado. Com isso, o monopólio energético esta sendo quebrado, pois, o Gás

Natural é uma energia de fonte limpa, na mesma categoria da solar, eólica, Bicombustíveis,

porém, a um preço bem mais econômico e com uma tecnologia bem mais avançada.

Somadas a outras iniciativas, a exemplo da duplicação da BR 232, da construção

da Transnordestina, da Transposição do Rio São Francisco, da ampliação e modernização do

Complexo Industrial e Portuário de Suape, do Estaleiro Atlântico Sul, a construção do

Gasoduto da Interiorização contribui na medida em que viabilidade a vinda dessas indústrias

ao interior do estado, a exemplo da Sadia em Vitória de Santo Antão.

Outro fator importante é a recuperação da auto-estima das pessoas, pois, com a

vinda destes empreendimentos ao interior do estado, dogmas antigos estão sendo superados, a

exemplo, de que os investimentos apenas se concentrem na Região Metropolitana dos estados.

Pernambuco esta mostrando a todo País que é possível crescer de forma equilibrada, isto é,

buscando elencar as potencialidades e afinidades de cada região do estado e distribuir entre

elas o desenvolvimento que se instala.

Algumas ressalvas, contudo, devem ser assinaladas. No que se refere a

estruturação dos municípios para a instalação destes novos negócios que chegam e aos

impactos que deverão e já estão sofrendo, é fundamental investir na infra-estrutura e na

melhor distribuição das pessoas nestas cidades, evitando o efeito de super-população, já que

estas cidades não estavam preparadas para o recebimento destes empreendimentos. Com

ações de construção e adequação destes centros urbanos, com a construção de estradas e

recuperação das existentes, com políticas de construção de moradias populares e ampliação do

acesso ao crédito e a programas sociais que privilegiem este tipo de iniciativa.

Em relação a qualificar e a formar pessoas, é fundamental que os Governos

Federal, Estadual e os Municipais invistam em educação e qualificação profissional, para que

estas pessoas estejam preparadas para assumir estes novos postos de trabalhos e possam

contribuir no desenvolvimento das tecnologias necessárias para a instalação destes

empreendimentos. É preciso construir novos centros universitários no interior do estado,

ampliar e distribuir redes de escolas técnicas, levando em consideração as potencialidades de

cada região, desenvolver novas formas de transmitir o ensino básico, preparando estas pessoas

Page 49: Monografia Final Facol 2010

48

para estes espaços que estão surgindo no campo do trabalho e emprego, no desenvolvimento

de tecnologias e na preservação ambiental, assim como, na qualidade de vida e lazer das

pessoas com ações turísticas, culturais, esportivas, dentre outras.

De uma forma geral, os resultados apresentados sugerem ser esta uma linha de

investigação promissora, na qual diversas questões futuras podem ser levantadas, como, por

exemplo: a) os impactos econômicos, sociais, tecnológicos, ambientais que estas cidades

sofreram com a chegada do desenvolvimento? b) quais iniciativas deverão ser tomadas para

que estes investimentos se propagem a curto, médio e longo prazo? c) como estabelecer um

diálogo permanente entre o Governo do Estado e os Governos Municipais, e vice-versa? d)

quais contribuições a Companhia Pernambucana de Gás deverá dar para que a oferta de gás se

amplie e se distribua melhor em todo o estado, levando em consideração a quebra do

monopólio energético? e) quais ações de marketing e comunicação a Copergás deverá

desenvolver para informar melhor as pessoas e ao mercado consumidor no estado acerca da

oferta de gás e de seus benefícios? Dentre outros.

Em resumo, levando em consideração os resultados deste trabalho, é possível

concluir que ele permitiu compreender alguns aspectos relevantes do processo de

interiorização do desenvolvimento vivido pelo estado de Pernambuco e as contribuições que a

Copergás vem dando para a instalação destes negócios, consequentemente, para a quebra do

monopólio energético em nosso estado. Este se configura, todavia, apenas o ponto de partida

para outros estudos que propiciem uma maior compreensão acerca dos impactos que

Pernambuco vive com a extensão do desenvolvimento e quais ações deverão ser tomadas

pelos diversos agentes para que este bom momento se propague e se estenda ao longo dos

anos. Pois, os benefícios que este momento trará não apenas será fruto deste atual geração,

mais é um patrimônio desta e das próximas gerações que advirão.

Page 50: Monografia Final Facol 2010

49

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PERNAMBUCO. Economia (Perfil). Disponível em <:

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SECRETÁRIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO DO ESTADO DE

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.

Page 54: Monografia Final Facol 2010

53

APÊNDICE

Page 55: Monografia Final Facol 2010

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APÊNDICE A

ENTREVISTA PARA PESQUISA ACADÊMICA ANO 2010

CONTRIBUIÇÃO DA COPERGÁS NA INTERIORIZAÇÃO DO

DESENVOLVIMENTO DO ESTADO DE PERNAMBUCO.

Entrevistadores: Anderson Diego Farias da Silva e Cleber Adriano de Melo.

Entrevistado (opcional): Escritora, Historiadora e Engenheira Maria do Amparo Pessoa Ferraz

1- Comentário acerca do Marco Regulatório do Gás no Brasil.

2- Comentário acerca da utilização do gás no Brasil e em Pernambuco.

3- Quais impactos sociais e econômicos o nosso Estado sofreu com a utilização do Gás?

4- Comentário acerca do histórico e da importância na instalação do Gasoduto da. Qual a

participação da Copergás neste empreendimento? Por que demorou tanto para que o

investimento fosse concluído?

5- Quais medidas vêm sendo ou podem ser aplicadas e passos que estão sendo dados para

que a Copergás contribua para esse aceleramento do processo de interiorização do

desenvolvimento em Pernambuco?

6- Qual a contribuição que o Gasoduto Pernambuco – Venezuela irá trazer para a atração

de novos investimentos relacionados a região Nordeste (benefícios, empreendimentos,

dentre outros)?

7- Quais dificuldades ainda são encontradas, que se tornam percalços para a ampliação

da oferta de gás no Estado (do ponto de vista comercial e mercadológico)?

8- Quais impactos positivos e negativos da utilização do gás no meio ambiente? É uma

energia limpa, por quê?

9- Qual a sua opinião sobre o controle estatal na cadeia produtiva do Gás? Deveria estar

nas mãos da iniciativa privada?

10- Quais os desafios da Copergás (futuro da empresa, do ponto de vista tecnológico à sua

gestão administrativa)? (OBS: Visão, Missão e Planejamento Estratégico)

11- Quais mecanismos mercadológicos podem contribuir para a consolidação da Imagem

da Copergás (marca) no mercado?

12- Quais itens são comercializados pela Copergás no Estado?

13- Como foi feita a pesquisa de mercado quanto a demanda no estado de Pernambuco

sobre as necessidades para o produto?

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14- Quais foram os principais concorrentes para a prestação do serviço no Estado de

Pernambuco e qual foi o diferencial da Copergás para vencê-los?

15- Qual a sua opinião sobre a crença popular que diz que o gás não trás benefícios de

longo prazo para o consumidor, em razão dos custos de manutenção nos veículos.

[email protected] [email protected]

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APÊNDICE B

ENTREVISTA PARA PESQUISA ACADÊMICA

ANO 2010

CONTRIBUIÇÃO DA COPERGÁS NA INTERIORIZAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO

DO ESTADO DE PERNAMBUCO.

Entrevistadores: Anderson Diego Farias da Silva e Cleber Adriano de Melo.

Entrevistado (opcional): Gerente de Novos Negócios e Ouvidor da Copergás Ilustríssimo

Senhor Hubert Hirschle

1- A Copergás tem mercado? Quais os produtos comercializados? É possível disponibilizar

dados estatísticos e mercadológicos?

2- A Copergás dispõe de campo tecnológico para a utilização de seus produtos? A Copergás

tem corpo técnico disponível?

3- Quais impactos sociais e econômicos o nosso Estado sofreu com a utilização do Gás?

4- Comentário acerca do histórico e da importância na instalação do gasoduto (que percorre

esse trecho cerca de 120 km, indo da Cidade do Recife a Caruaru). Qual a participação da

Copergás neste empreendimento? Por que demorou tanto para que o investimento fosse

concluído? Qual previsão para chegar a todas as regiões do Estado?

5- Quais medidas vêm sendo ou podem ser aplicadas e passos que estão sendo dados para

que a Copergás contribua para esse aceleramento do processo de interiorização do

desenvolvimento em Pernambuco?

6- Qual a contribuição que o Gasoduto Pernambuco – Venezuela irá trazer para a atração de

novos investimentos relacionados a região Nordeste (benefícios, empreendimentos, dentre

outros)? Já foi iniciado? Quanto está sendo investido pela PDVSA e a Petrobrás para a

instalação deste Gasoduto?

7- Quais dificuldades ainda são encontradas, que se tornam percalços para a ampliação da

oferta de gás no Estado (do ponto de vista comercial e mercadológico)?

Page 58: Monografia Final Facol 2010

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8- Quais os desafios da Copergás (futuro da empresa, do ponto de vista tecnológico à sua gestão administrativa)? (OBS: Visão, Missão e Planejamento Estratégico)

9- Quais mecanismos mercadológicos podem contribuir para a consolidação da Imagem da

Copergás (marca) no mercado?

10- Como foi feita a pesquisa de mercado quanto à demanda no estado de Pernambuco sobre as necessidades para os produtos da Copergás a serem oferecidos aos seus consumidores?

11- Quais foram os principais concorrentes para a prestação do serviço no Estado de

Pernambuco e qual foi o diferencial da Copergás para vencê-los?

12- É possível disponibilizar informações de investimentos em Marketing e Comunicação no ano de 2009 e/ou previsão em 2010 da Copergás? Quais impactos Comerciais e Mercadológicos são vistos a partir destes investimentos?

13- Qual o futuro da empresa? O que pensa e planeja?

14- Existem parcerias da Copergás com instituições do sistema S e/ou Escolas Técnicas,

Universidades para a formação de corpo técnico e de profissionais para atuar no mercado de atuação da Copergás?

15- Quais investimentos em tecnologia a Copergás vêm realizando?

16- Quais impactos a utilização do Gás gera ao Meio Ambiente? A Copergás dispõe de uma

Política de Preservação do Meio Ambiente?

17- Comente acerca do Marco Regulatório do Gás no Brasil

[email protected]

[email protected]