monografia entregue

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URLEY ANTÔNIO NUNES LUCA CARVALHO INSTITUTO BRASIL EXTENSÃO E PÓS-GRADUAÇÃO IBEP DA FACULDADE JK A CARGA TRIBUTÁRIA NO BRASIL E A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO NAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS - MPE´s Brasília/2013

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Page 1: Monografia entregue

URLEY ANTÔNIO NUNES LUCA CARVALHO

INSTITUTO BRASIL EXTENSÃO E

PÓS-GRADUAÇÃO IBEP DA FACULDADE JK

A CARGA TRIBUTÁRIA NO BRASIL E A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO

TRIBUTÁRIO NAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS - MPE´s

Brasília/2013

Page 2: Monografia entregue

URLEY ANTÔNIO NUNES LUCA CARVALHO

A CARGA TRIBUTÁRIA NO BRASIL E A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO

TRIBUTÁRIO NAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS - MPE´s

Trabalho de Conclusão do Curso apresentado ao

Curso de Pós-Graduação Lato Sensu do Instituto

Brasil Extensão e Pós-Graduação IBEP da

Faculdade JK, como parte dos requistos para

obtenção do título de ”MBA” em Planejamento

Tributário, Gestão e Auditoria Tributária com

Docência Superior.

Orientador: Prof. Roney Fraga

Brasília/2013

Page 3: Monografia entregue

Termo de Compromisso

O aluno Urley Antônio Nunes Luca Carvalho, do Curso de Pós-Graduação Lato Sensu

do Instituto Brasil Extensão e Pós-Graduação IBEP da Faculdade JK realizado nas

dependências do Centro de Pós – Graduação JK, em Brasília – DF, no período de 02 de

novembro de 2012 a 06 de dezembro de 2013 declara que o conteúdo deste Trabalho de

Conclusão de Curso intitulado ”MBA” em Planejamento Tributário, Gestão e Auditoria

Tributária com Docência Superior é autêntico, original, e de sua autoria exclusiva.

Brasília, DF, 11 de novembro de 2013

__________________________________________________

Urley Antônio Nunes Luca Carvalho

Page 4: Monografia entregue

Urley Antônio Nunes Luca Carvalho

A Carga Tributária no Brasil e a Importância do Planejamento Tributário nas Micro e

Pequenas Empresas – MPE´s

Trabalho de Conclusão do Curso apresentado ao

Curso de Pós-Graduação Lato Sensu do

Instituto Brasil Extensão e Pós-Graduação

IBEP da Faculdade JK, como parte dos

requisitos para a obtenção do título de

especialista em ”MBA” em Planejamento

Tributário, Gestão e Auditoria Tributária com

Docência Superior, aprovado em 10/10/2013

_____________________________________________

Prof. Esp. Roney Fraga

Brasília, 2013

Page 5: Monografia entregue

A minha querida esposa Maria de Lourdes, aos

meus filhos Urley Jr. e Nicolas, pelos momentos

em que me ausentei, ao meu pai Abinélio por

financiar o curso e minha mãe, eu dedico este

trabalho.

Page 6: Monografia entregue

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Jesus Cristo, por conceder esta oportunidade de crescimento

profissional, oferecendo - me, por meio de sua infinita bondade e disponibilidade , força,

ânimo e perseverança diante das tribulações da vida.

A minha incrível esposa e filhos, que me enchem de alegria e disposição para continuar

estudando, além de me proporcionarem momentos incríveis.

Aos meus pais, pelo apoio incondicional que sempre oferecem. Realmente, sinto-me

privilegiado por tê-los ao meu lado como pais.

Agradeço, também, as minhas irmãs, os meus amigos e irmãos da Igreja que sempre

estiveram juntos me dando força, incentivo e apoio.

Desejo responder a tanto apoio e carinho prestando serviço e ensinando com ética,

competência, caráter e honestidade.

Page 7: Monografia entregue

“Insanidade é continuar fazendo sempre a mesma coisa e esperar resultados diferentes”

(Albert Einstein)

Page 8: Monografia entregue

RESUMO

O presente trabalho propõe-se a discorrer sobre o tema da importância do Planejamento

Tributário para Micro e Pequenas Empresas, tendo em vista o grande ônus dos tributos e a

possibilidade da redução da carga tributária através do uso adequado dos meios legais que

permitam melhor interpretar a carga tributária. A princípio, esse estudo surgiu, com o

desígnio de demonstrar a carga tributária no Brasil e corroborar com a importância do

planejamento tributário para a Micro ou Pequena Empresa. Tendo isso em vista, achou-se

importante entender o conceito de tributos e suas espécies, os tributos que incidentes sobre o

faturamento, o que é Micro Empresa e Empresa de Pequeno Porte, os Regimes Tributários.

Sem deixar de demonstrar na prática um quadro comparativo entre Lucro Presumido x Lucro

Real e Simples Nacional. No intuito de asseverar o proveito para o gestor que usa o

Planejamento Tributário como ferramenta de gestão.

Palavras Chave: Lucro real. Lucro presumido. Simples Nacional. Planejamento tributário.

Page 9: Monografia entregue

ABSTRACT

This paper proposes to discuss the theme of the importance of Tax Planning for Small

and Medium Enterprises , in view of the heavy burden of taxes and the possibility of

reducing the tax burden through the appropriate use of legal means better interpret the

load tax . At first , this study emerged , with the design to demonstrate the tax burden in

Brazil and corroborate the importance of tax planning for Micro and Small Enterprises

. Keeping this in view , it was felt important to understand the concept of taxes and their

species , that taxes levied on the income , which is Micro Enterprise and Small

Businesses , Tax Regimes . Without failing to demonstrate practically a comparative

table between Presumed Income x Real Income and Simple National . In order to assert

the benefit to the manager that uses tax planning as a management tool .

Keywords : real income . Deemed income . Simples Nacional . Tax planning .

Page 10: Monografia entregue

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

arts. artigos

BTN Bônus do Tesouro Nacional

CF Constituição Federal de 1988

CLT Consolidação das Leis Trabalhistas

CNAE Código Nacional de Atividade Econômica

Cofins Contribuição para Financiamento da Seguridade Social

CSLL Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido

CTN Código Tributário Nacional

EC Emenda Constitucional

EPP Empresa de Pequeno Porte

Finsocial Fundo de Investimento Social

IBPT Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário

IN Instrução Normativa

IN/SRF Instrução Normativa da Secretaria da Receita Federal

IPTU Imposto Predial e Territorial Urbano

IPVA Imposto sobre a Propriedades de veículo automotores

IR Imposto de Renda

IRPJ Imposto de Renda Pessoa Jurídica

IRRF Imposto de Renda Retida na Fonte

ITR Imposto Territorial Rural

LA Lucro Arbitrado

Page 11: Monografia entregue

Lalur Livro de Apuração do Lucro Real

LALUR Livro de Apuração do Lucro Real

LP Lucro Presumido

LR lucro Real

ME Micro Empresa

MP Medida Provisório

MPE´s Micro e Pequena Empresa

ORTV Obrigações Reajustável do Tesouro Nacional

OTN Obrigação do Tesouro Nacional

p. página

PIB Produto Interno Bruto

PIS Produto de Integração Social

PIS/Pasep Programa de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público.

PJ Pessoa Jurídica

RIR Regulamento do Imposto de renda

UFIR Unidade Fiscal de Referência

STJ Superior Tribunal de Justiça

STF Supremo Tribunal Federal

TFR Tribunal Federal de Recursos

Page 12: Monografia entregue

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO...................................................................................................................14

1.1 JUSTIFICATIVA DO ESTUDO............,,,,,,...................................................................15

1.2 OBJETIVOS.......................................................................................................................15

1.2.1 Objetivo Geral................................................................................................................15

1.2.2 Objetivos específicos......................................................................................................15

1.3 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO........................................................................................16

1.4 PROBLEMA.......................................................................................................................16

1.5 METODOLOGIA...............................................................................................................16

2. A CARGA TRIBUTÁRIA BRASILEIRA.......................................................................17

2.1 Tributos vigentes................................................................................................................17

3. SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL...............,,,........................................................25

3.1 CONCEITO.......................................................................................................................25

3.2 TRIBUTO...........................................................................................................................25

3.2.1 TRIBUTOS DIRETOS E INDIRETOS--------------------------------------------------------26

3.2.1.1 Tributos diretos...........................................................................................................26

3.2.1.1 Tributos indiretos........................................................................................................27

3.2.2 TRIBUTOS VINCULADOS...........................................................................................27

3.2.3 TRIBUTOS NÃO VINCULADOS.................................................................................27

Page 13: Monografia entregue

3.2.4 ESPÉCIES DE TRIBUTOS----------------------------------------------------------------------27

3.2.4.1 Impostos......................................................................................................................28

3.3.4.2 Taxas............................................................................................................................28

3.3.4.2.1 Taxa de serviço.............................,,,,,,,,,,,,,,,,,............................................................28

3.3.4.2.2 Taxa de polícia...........................................................................................................29

3.3.4.3 Contribuição de melhoria.............................................................................................29

3.3.4.4 Contribuição especiais..................................................................................................31

3.3.4.5 Empréstimo compulsório..............................................................................................33

3.4 REGIMES TRITUTÁRIOS E SEUS ENQUADRAMENTOS.........................................34

3.4.1 Lucro real ......................................................................................................................34

3.4.2 Lucro presumido...........................................................................................................38

3.4.3 Lucro arbitrado.............................................................................................................39

3.4.4 Simples nacional............................................................................................................40

3.5 COMPETÊNCIAS DOS TRIBUTOS...............................................................................41

3.6 ELEMENTOS FUNDAMENTAIS DO TRIBUTO..........................................................41

3.6 TRIBUTOS INCIDENTES SOBRE O LUCRO..............................................................43

3.6.1 Imposto de renda...........................................................................................................43

3.6.2 Período de incidência ...................................................................................................45

3.6.3 Contribuição social sobre o lucro................................................................................46

3.7 TRIBUTOS INCIDENTES SOBRE O FATURAMENTO..............................................47

Page 14: Monografia entregue

3.7.1 Pis e cofins......................................................................................................................47

3.7.2 Pis e cofins cumulativos................................................................................................47

3.7.3 Pis e cofins não cumulativos.........................................................................................48

4. PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO.................................................................................48

4.1 CONCEITO.......................................................................................................................48

4.2 ELISÃO.............................................................................................................................49

4.3 EVASÃO...........................................................................................................................49

4.4 TIPOS DE PLANEJAMENTO...........................................................................................49

5. CONCLUSÃO.....................................................................................................................51

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................................................................52

Page 15: Monografia entregue

14

1. INTRODUÇÃO

Tendo em vista a necessidade de sobrevivência das Micro e Pequenas Empresas -

MPE´s, o gestor precisa auferir lucro e diminuir despesas para que seu produto possa ser

capaz de oferecer preço competitivo. Por isso, diante da realidade tributária no Brasil, o custo

tributário é bastante elevado.

Neste cenário, o Planejamento Tributário surge como uma ferramenta essencial para

cooperar com a necessidade da obtenção de menor custo tributário.

É importante destacar que nossa legislação tributária é complexa. Atualmente,

segundo informações do Portal Tributário, o Brasil tem 88 tributos, entre impostos, taxas,

contribuições e contribuições de melhoria. Existindo diversas leis e constantes alterações que

tornam necessário uma análise mais detalhada e atualizada dos tributos. Sendo assim, o

Planejamento Tributário não é uma ferramenta que deve ser usada somente por grandes

empresas. Fazer um bom planejamento antes de definir a opção de tributação e analisar

soluções para que haja menor custo tributário de forma lícita é indispensável para a

sobrevivência de qualquer empresa que deseja competir no mercado.

Diante desse contexto, o gestor necessita do auxílio do Contador ou contabilista

capacitado para angariar formas legais de obter menor custo tributário, evitando sonegação e

mantendo o gestor atualizado quanto às mudanças da legislação tributária. No entanto,

existem alguns fatores que contribuem para que muitos gestores não usufruam dessa

ferramenta. Os principais são o desconhecimento da importância dessa ferramenta devido a

falta de profissionais capacitados que possam explicar-lhes sua importância, a falta de

interesse do gestor em valorizar o trabalho do profissional.

Page 16: Monografia entregue

15

1.1 JUSTIFICATIVA DE ESTUDO

O presente estudo busca mostrar a importância do Planejamento Tributário para as

MPE´s, tendo em vista a grande quantidade de tributos e a elevada carga tributária vigente no

Brasil. Segundo estudo concluído no dia 4 de março de 2013, pelo Instituto Brasileiro de

Planejamento Tributário – IBPT, a carga tributária brasileira em 2012 chegou a 36,27% do

PIB. Outro estudo recente, Abril de 2013, sobre Causas do Desaparecimento das Micro e

Pequenas Empresas, relata que 85% do total de empresas no Brasil é composta por MPE´s,

sendo 46,82% Micro Empresas e 7,39% Empresa de Pequeno Porte. O IBPT destaca que a

segunda principal causa da mortalidade dessas empresas é a complexidade tributária e

burocracias a serem cumpridas, atingindo 16,51% dos empreendimentos e que o sistema

tributário é o principal motivo das MPE´s não desenvolverem. A maioria das MPE´s opta

pelo regime do Simples Nacional, sendo que somente 7,19% facultativamente saem deste

regime tributário e 8,26% são desenquadradas de ofício. No entanto, 62,03% das empresas

desenquadradas do Simples Nacional ficam inadimplentes em até 2 anos após o

desenquadramento. Isto torna evidente que o custo tributário é um dos principais fatores que

desestimulam o crescimento e sobrevivência das MPE´s, tornando o Planejamento Tributário

um ferramenta empresarial vultosa para auxiliar o gestor na tomada de decisões.

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo Geral

O objetivo deste projeto é enfatizar a importância do Planejamento Tributário nas

Micro e Pequenas Empresas - MPE´s.

1.2.2 Objetivos específicos

Para atingir o objetivo geral, são necessários os seguintes objetivos específicos:

a.1) relacionar quais tributos incidem nas atividades das Micro e Pequenas Empresas;

a.2) definir o que é Planejamento Tributário e demonstrar sua execução;;

Page 17: Monografia entregue

16

a.3) mostrar a importância do Planejamento Tributário ao gestor de MPE´s;

a.4) demonstrar as vantagens e desvantagens de cada uma das formas de tributação.

1.3 DELIMITAÇÃO DE ESTUDO

Delimita-se o presente estudo em verificar A CARGA TRIBUTÁRIA NO

BRASIL, NOÇÕES BÁSICAS DO SISTEMA TRIBUTÁRIO E A IMPORTÂNCIA DO

PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO NAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS - MPE´s.

1.4 PROBLEMA

O Planejamento Tributário tem sido discutido e é tema de muitos estudos na área

tributária. O fato de ser uma MPE´s não é motivo de não haver Planejameno Tributário para

auxiliar o gestor. No entanto, muitos gestores de MPE´s não entendem ou não consideram

importante o trabalho do Contador para fins de gestão. Nosso país tem uma carga tributária

pesada e diversificada. Isto torna difícil a sobrevivência das empresas. Portanto, como

demonstrar a importância do Contador e do Planejamento Tributário para as MPE´s?

1.5 METODOLOGIA

Classificação da pesquisa

Tendo em vista o objetivo geral estabelecido, esse estudo classifica-se como

demonstrativo, pois se limita a demonstrar a realidade do objeto de estudo. Os resultados

deste estudo podem ser utilizados para obter base para entender um pouco sobre tributos que

envolvem as micro e pequenas empresas, no intuito de ajudar o gestor a obter planejamento

tributário do Contador ou profissional capacitado.

Coleta, análise e interpretação dos dados.

Para a coleta de dados, foram utilizadas informações constantes no referencial teórico e

em publicações que tratam de dados do Planejamento Tributário para Micro e Pequenas

Empresas.

Page 18: Monografia entregue

17

2. A CARGA TRIBUTARIA BRASILEIRA

Segundo dados divulgados em 13 de abril de 2013 no “Estudo sobre a Carga

Tributária/PIB X IDH” do IBPT, o Brasil está entre os 30 países com maiores cargas

tributárias do mundo.

A carga tributária, segundo estudo citado do IBPT é a relação percentual obtida pela

divisão do total geral da arrecadação de tributos do país em todas as suas esferas (federal,

estadual e municipal) em um ano, pelo valor do PIB (Produto Interno Bruto), ou seja, a

riqueza gerada durante o mesmo período de mensuração do valor dos tributos arrecadados.

A carga tributária bruta é constituída pelos tributos diretos (que incidem sobre a renda

e o patrimônio) e pelos tributos indiretos (que incidem sobre o consumo).

2.1 TRIBUTOS VIGENTES

De acordo com portal tributário esses são os tributos vigentes em nosso país até a data

de 22/07/2013.

1. Adicional de Frete para Renovação da Marinha Mercante – AFRMM - Lei

10.893/2004

2. Adicional de Tarifa Aeroportuária - ATA - Lei 7.920/1989

3. Contribuição á Direção de Portos e Costas (DPC) - Lei 5.461/1968

4. Contribuição ao Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico -

FNDCT - Lei 10.168/2000

5. Contribuição ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), também

chamado "Salário Educação" - Decreto 6.003/2006

6. Contribuição ao Funrural

Page 19: Monografia entregue

18

7. Contribuição ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) - Lei

2.613/1955

8. Contribuição ao Seguro Acidente de Trabalho (SAT)

9. Contribuição ao Serviço Brasileiro de Apoio a Pequena Empresa (Sebrae) - Lei

8.029/1990

10. Contribuição ao Serviço Nacional de Aprendizado Comercial (SENAC) - Decreto-Lei

8.621/1946

11. Contribuição ao Serviço Nacional de Aprendizado dos Transportes (SENAT) - Lei

8.706/1993

12. Contribuição ao Serviço Nacional de Aprendizado Industrial (SENAI) - Lei

4.048/1942

13. Contribuição ao Serviço Nacional de Aprendizado Rural (SENAR) - Lei 8.315/1991

14. Contribuição ao Serviço Social da Indústria (SESI) - Lei 9.403/1946

15. Contribuição ao Serviço Social do Comércio (SESC) - Lei 9.853/1946

16. Contribuição ao Serviço Social do Cooperativismo (SESCOOP) - art. 9, I, da MP

1.715-2/1998

17. Contribuição ao Serviço Social dos Transportes (SEST) - Lei 8.706/1993

18. Contribuição Confederativa Laboral (dos empregados)

19. Contribuição Confederativa Patronal (das empresas)

20. Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico – CIDE Combustíveis - Lei

10.336/2001

21. Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico – CIDE Remessas Exterior - Lei

10.168/2000

Page 20: Monografia entregue

19

22. Contribuição para a Assistência Social e Educacional aos Atletas Profissionais - FAAP

- Decreto 6.297/2007

23. Contribuição para Custeio do Serviço de Iluminação Pública - Emenda

Constitucional 39/2002

24. Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional –

CONDECINE - art. 32 da Medida Provisória 2228-1/2001 e Lei 10.454/2002

25. Contribuição para o Fomento da Radiodifusão Pública - art. 32 da Lei 11.652/2008

26. Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta (CPRB) - art. 8º da Lei

12.546/2011

27. Contribuição Sindical Laboral (não se confunde com a Contribuição Confederativa

Laboral, vide comentários sobre a Contribuição Sindical Patronal)

28. Contribuição Sindical Patronal (não se confunde com a Contribuição Confederativa

Patronal, já que a Contribuição Sindical Patronal é obrigatória, pelo artigo 578 da CLT, e a

Confederativa foi instituída pelo art. 8, inciso IV, da Constituição Federal e é obrigatória

em função da assembleia do Sindicato que a instituir para seus associados, independentemente

da contribuição prevista na CLT)

29. Contribuição Social Adicional para Reposição das Perdas Inflacionárias do FGTS -

Lei Complementar 110/2001

30. Contribuição Social para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS)

31. Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL)

32. Contribuições aos Órgãos de Fiscalização Profissional (OAB, CRC, CREA, CRECI,

CORE, etc.)

33. Contribuições de Melhoria: asfalto, calçamento, esgoto, rede de água, rede de esgoto,

etc.

Page 21: Monografia entregue

20

34. Fundo Aeroviário (FAER) - Decreto Lei 1.305/1974

35. Fundo de Combate à Pobreza - art. 82 da EC 31/2000

36. Fundo de Fiscalização das Telecomunicações (FISTEL) - Lei 5.070/1966 com novas

disposições da Lei 9.472/1997

37. Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) - Lei 5.107/1966

38. Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (FUST) - art. 6 da Lei

9.998/2000

39. Fundo Especial de Desenvolvimento e Aperfeiçoamento das Atividades de

Fiscalização (Fundaf) - art.6 do Decreto-Lei 1.437/1975 e art. 10 da IN SRF 180/2002

40. Fundo para o Desenvolvimento Tecnológico das Telecomunicações (Funttel) - Lei

10.052/2000

41. Imposto s/Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS)

42. Imposto sobre a Exportação (IE)

43. Imposto sobre a Importação (II)

44. Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA)

45. Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU)

46. Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR)

47. Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza (IR - pessoa física

e jurídica)

48. Imposto sobre Operações de Crédito (IOF)

49. Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS)

50. Imposto sobre Transmissão Bens Inter-Vivos (ITBI)

Page 22: Monografia entregue

21

51. Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD)

52. INSS Autônomos e Empresários

53. INSS Empregados

54. INSS Patronal (sobre a Folha de Pagamento e sobre a Receita Bruta - Substitutiva)

55. IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados)

56. Programa de Integração Social (PIS) e Programa de Formação do Patrimônio do

Servidor Público (PASEP)

57. Taxa de Autorização do Trabalho Estrangeiro

58. Taxa de Avaliação in loco das Instituições de Educação e Cursos de Graduação - Lei

10.870/2004

59. Taxa de Avaliação da Conformidade - Lei 12.545/2011 - art. 13

60. Taxa de Classificação, Inspeção e Fiscalização de produtos animais e vegetais ou de

consumo nas atividades agropecuárias - Decreto-Lei 1.899/1981

61. Taxa de Coleta de Lixo

62. Taxa de Combate a Incêndios

63. Taxa de Conservação e Limpeza Pública

64. Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental – TCFA - Lei 10.165/2000

65. Taxa de Controle e Fiscalização de Produtos Químicos - Lei 10.357/2001, art. 16

66. Taxa de Emissão de Documentos (níveis municipais, estaduais e federais)

67. Taxa de Fiscalização da Aviação Civil - TFAC - Lei 11.292/2006

Page 23: Monografia entregue

22

68. Taxa de Fiscalização da Agência Nacional de Águas – ANA - art. 13 e 14 da MP

437/2008

69. Taxa de Fiscalização CVM (Comissão de Valores Mobiliários) - Lei 7.940/1989

70. Taxa de Fiscalização de Sorteios, Brindes ou Concursos - art. 50 da MP 2.158-

35/2001

71. Taxa de Fiscalização de Vigilância Sanitária Lei 9.782/1999, art. 23

72. Taxa de Fiscalização dos Produtos Controlados pelo Exército Brasileiro - TFPC - Lei

10.834/2003

73. Taxa de Fiscalização dos Mercados de Seguro e Resseguro, de Capitalização e de

Previdência Complementar Aberta - art. 48 a 59 da Lei 12.249/2010

74. Taxa de Fiscalização e Controle da Previdência Complementar - TAFIC - Entidades

Fechadas de Previdência Complementar - art. 12 da Lei 12.154/2009

75. Taxa de Licenciamento Anual de Veículo - art. 130 da Lei 9.503/1997

76. Taxa de Licenciamento, Controle e Fiscalização de Materiais Nucleares e Radioativos

e suas instalações - Lei 9.765/1998

77. Taxa de Licenciamento para Funcionamento e Alvará Municipal

78. Taxa de Pesquisa Mineral DNPM - Portaria Ministerial 503/1999

79. Taxa de Serviços Administrativos – TSA – Zona Franca de Manaus - Lei 9.960/2000

80. Taxa de Serviços Metrológicos - art. 11 da Lei 9.933/1999

81. Taxas ao Conselho Nacional de Petróleo (CNP)

82. Taxa de Outorga e Fiscalização - Energia Elétrica - art. 11, inciso I, e artigos 12 e 13,

da Lei 9.427/1996

Page 24: Monografia entregue

23

83. Taxa de Outorga - Rádios Comunitárias - art. 24 da Lei 9.612/1998 e nos art. 7 e 42

do Decreto 2.615/1998

84. Taxa de Outorga - Serviços de Transportes Terrestres e Aquaviários - art. 77, incisos

II e III, a art. 97, IV, da Lei 10.233/2001

85. Taxas de Saúde Suplementar - ANS - Lei 9.961/2000, art. 18

86. Taxa de Utilização do SISCOMEX - art. 13 da IN 680/2006

87. Taxa de Utilização do MERCANTE - Decreto 5.324/2004

88. Taxas do Registro do Comércio (Juntas Comerciais)

89. Taxas Judiciárias

90. Taxas Processuais do Conselho Administrativo de Defesa Econômica - CADE - art. 23

da Lei 12.529/2011

Page 25: Monografia entregue

24

QUADRO GERAL DOS TRIBUTOS VINGENTES

Exclusivos da Pessoa Jurídica

S/ faturamento S/folha de salários S/lucro

(Receita bruta)

Cofins INSS IRPJ

PIS SAT ADIC/IR

IPI Terceiros CSLL

ICMS/ISS FGTS

Gerais (PF ou PJ) e incidem sobre patrimônio ou renda conforme atividade praticada

(ocorrência do fato gerador):

Imposto

Renda pessoa física IRPF

Propriedade de veículos automotores IPVA

Propriedade territorial urbana IPTU

Propriedade territorial rural ITR

Importação II

Exportação IE

Transmissão de bens inter vivos ITBI inter vivos

Transmissão de bens causa mortis ITBI causa mortis

Contribuições

À seguridade social (empregado) INSS

Provisória s/ movimentações financeiras (extinta) CPMF

Contribuições de intervenção no domínio econômico Cide

Contribuições de interesse das categorias profissionais ou econômicas

Grandes fortunas IGF ⃰ ⃰

Empréstimo compulsório EC ⃰ ⃰ ⃰

Fonte: direito tributário para os cursos de administração e ciências Contábeis/ Láudio Camargo Fabretti. 8. Ed. –

São Paulo: atlas, 2011

Page 26: Monografia entregue

25

3. SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL

3.1. CONCEITO

“O sistema tributário nacional é o que se estrutura de acordo com a base econômica da

incidência, independentemente de considerações sobre a pessoa jurídica titular da

competência impositiva.” (TORRES, 2003, p. 321)

3.2 TRIBUTO

Definição de tributo no CTN:

Art. 3˚ Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela

se possa exprimir, que não constitua sanção por ato ilícito, instituída em lei e cobrada

mediante atividade administrativa plenamente vinculada.

Essa definição pode ser melhor deslindado da seguinte forma:

a) Prestação pecuniária, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir.

A prestação deverá ser satisfeita em dinheiro, em moeda corrente, pois pecuniário é

aquilo que consiste em dinheiro. No entanto, o texto legal faz observação de outra forma de

prestação. Nela devemos entender que tal observação enuncia que o tributo poderá ser

expresso de forma que não seja moeda, tais como: Ufir, BTN, OTN, ORTN, etc. Essas

expressões poderão ser facilmente convertidas em dinheiro, para fins de pagamento. João

Marcelo Rocha entende que o fato do tributo não poder ser pago por meio de mercadorias,

serviços ou outras utilidades se faz pertinente tendo em vista que o CTN em seu artigo 162

evidencia os meios de pagamento para extinção do crédito tributário. No entanto, é importante

salientar que o CTN sofreu alteração em consequência à publicação da Lei Complementar

104/2001, a qual adicionou o inciso XI ao art. 156. Nela a dívida tributária poderá ser extinta

mediante dação em pagamento em imóveis. Entende-se por dação em pagamento em imóvel

uma forma de extinção da dívida tributária, de forma que haja a substituição do objeto da

prestação

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26

b) É prestação compulsória.

O contribuinte é obrigado a pagar tributos mediante imposição regulada em lei.

c) É instituído em lei.

A CF, art. 5º, II diz que ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer nada, senão em

virtude de lei, portanto se o tributo for compulsório deverá ser instituído em lei.

d) Não é sanção de ato ilícito.

O tributo não é penalidade. Ele não decorre em função de transgressão. É importante

salientar que tributo e multa não se confundem. A obrigação de pagar o tributo surge com o

fato gerador. Este é uma situação prevista na lei que institui o tributo. Exemplo: Imposto de

Renda, o seu fato gerador é auferir renda; IPVA - Imposto sobre a Propriedade de Veículo

Automotor.

e) É cobrado mediante atividade administrativa plenamente vinculada à lei.

A lei é quem determina de quem cobrar o tributo, na quantidade e nas épocas por ela

também definidas. Não compete às autoridades do Fisco deixar ou não de exigir o tributo,

alem de estipular valor maior ou menos, conforme sua decisão.

3.3 TRIBUTOS DIRETOS E INDIRETOS

Os tributos poderão ser classificados como diretos e indiretos em relação à pessoa que

suporta o ônus da carga tributária.

3.4 TRIBUTOS DIRETOS

Isto ocorre quando o contribuinte de direito, aquele que tem, por lei, o dever de pagar

e o contribuinte de fato, o que absorve o impacto da carga tributária, coincidem na mesma

pessoa. A incidência do tributo tem relação direta com o contribuinte que, estabelecido por

lei, não repassa o encargo econômico para outrem. Exemplo: IRPF - Imposto de Renda da

Pessoa Física, IRPJ - Imposto de Renda da Pessoa Jurídica, IPTU - Imposto Predial e

Territorial Urbano, ITR - Imposto Territorial Rural, IPVA - Amposto sobre a Propriedade de

Veículos Automotores. Incidentes sobre o patrimônio e a renda.

Page 28: Monografia entregue

27

3.5 TRIBUTOS INDIRETOS

Diferentemente dos tributos diretos, no tributo indireto o contribuinte repassa o

encargo econômico do tributo para outra pessoa. O nome dado a esse repasse é de

repercussão. Portanto, o contribuinte será apenas de direito e não de fato. Incidentes sobre

venda ou serviço.

3.6 TRIBUTOS VINCULADOS

O fato gerador está vinculado a algum tipo de atividade estatal. Sendo o tributo

instituído por lei, são devidos apenas quando houver atividade estatal prestada ou colocada à

disposição do contribuinte. Exemplo: Taxas, Poder de polícia e Contribuições de melhoria.

3.7 TRIBUTOS NÃO VINCULADOS

Eles não tem relação do fato gerador com qualquer atividade estatal destinada ao

contribuinte. Portanto, não estão vinculados a nenhuma prestação específica do Estado ao

sujeito passivo. Exemplo: Imposto de Renda e Empréstimo compulsório.

3.8 ESPÉCIES DE TRIBUTO

Segundo Torres (2003), a CF é confusa ao classificar quantitativamente os tributos.

Nela podemos entender em seu art. 145 que os tributos tem classificação tripartida: impostos,

as taxas e a contribuição de melhoria. No entanto, apesar da maioria dos tributaristas ter

predileção por aquela classificação, não se pode deixar de considerar o disposto nos arts. 148

e 149. Tendo em vista estes artigos, conclui-se que a CF adotou a classificação quadripartida:

imposto, taxa, a contribuições especiais e o empréstimo compulsório.

A classificação qualitativa do tributo permite-nos diferenciá-los em vinculados ou não

vinculados.

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28

3.8.1 Imposto

Definido no art. 16˚ do CTN:

Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação

independentemente de qualquer atividade específica, relativa ao contribuinte”

Conforme exposto na CF, art. 145, § 1º, a relação do imposto com o contribuinte é de

acordo com a capacidade contributiva. Quanto maior a manifestação de riqueza em dada

situação, maior será o valor do imposto devido.

O imposto é de competência privativa, atribuída pela CF, ou seja, é exclusivamente da

União ou dos Estados ou dos Municípios ou do Distrito Federal, consoante arts. 153 a 155 e

156 da CF.

3.8.2 Taxa

Definida nos arts. 77 e 78 do CTN, ao lermos o dispositivo é notório que o Código, em

verdade, considera dois tipos de taxa, a de serviço e a de polícia.

3.8.2.1 Taxa de serviço

Seu fato gerador é a prestação de serviço de algum serviço, do qual o poderá ser

efetiva ou potencial, segundo o CTN. No entanto, é preciso existir a prestação de serviço, não

basta apenas o Estado ter a incumbência de prestá-lo. Ele deve existir em condições razoáveis

de utilização.

A utilização efetiva do serviço é quando o contribuinte usufrui do serviço prestado

pelo Estado enquanto que a potencial o ele não utiliza, porém o serviço está a sua disposição.

Portanto, a cobrança é obrigatória. O contribuinte não tem poder de decisão sobre pagar ou

não o tributo. Ele poderá não requerer individualmete o serviço, porém a coletividade é quem

decide, nos termos da lei, sobre a prestação, e compete ao Estado exigir o tributo.

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29

3.8.2.2 Taxa de polícia

No CTN, art. 78 considera-se poder de polícia atividade da administração pública que,

limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção

de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos

costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas

dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao

respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos.

Alguns exemplos dessa modalidade de taxa muito comum é a taxa de alvará ou de

fiscalização de obras, vigilância sanitária. Por isso é de se observar que mesmo todo cidadão

sendo livre para estabelecer seu negócio, não se pode, entretanto, instalá-lo sem obter

autorização da prefeitura para obtenção de alvará e, se for trabalhar com alimentos, não

deixar de oferecer condições básicas de higiene, a qual deverá ser autorizada por órgão

fiscalizador competente. Esses órgãos fiscalizadores exercem o poder de polícia para que o

interesse da coletividade seja preservado.

3.8.3 Contribuição de melhoria

O seu fato gerador é a valorização imobiliária resultando de obra pública (Exemplo:

pavimentação de uma via, construção de uma ponte, criação de uma praça), conforme

dispositivo do CTN:

Art. 81. “A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito

Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer

face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite

total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar

para cada imóvel beneficiado.”

Art. 82. A lei relativa à contribuição de melhoria observará os seguintes requisitos

mínimos:

I - publicação prévia dos seguintes elementos:

a) memorial descritivo do projeto;

b) orçamento do custo da obra;

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30

c) determinação da parcela do custo da obra a ser financiada pela contribuição;

d) delimitação da zona beneficiada;

e) determinação do fator de absorção do benefício da valorização para toda a zona ou

para cada uma das áreas diferenciadas, nela contidas;

II - fixação de prazo não inferior a 30 (trinta) dias, para impugnação pelos

interessados, de qualquer dos elementos referidos no inciso anterior;

III - regulamentação do processo administrativo de instrução e julgamento da

impugnação a que se refere o inciso anterior, sem prejuízo da sua apreciação judicial.

O Estado ao executar uma obra, a qual suscita valorização ao imóvel, obviamente

empreende um esforço financeiro. Em ocorrendo tal situação, o Poder Público que realizou a

obra passa a ter legitimidade para instituir uma contribuição, a qual será exigida dos

proprietários de imóveis.

A ideia é que o custo de tal benfeitoria seja ressarcido por aqueles que dela se

beneficiaram por meio de enriquecimento. Essa ideia baseia-se no princípio geral de direito de

que ninguém deve enriquecer sem justa causa (Princípio do não – enriquecimento sem causa).

Entende-se que o enriquecimento não pode ser baseado no mero esforço alheio, mas deve ter

uma causa justa.

Não podemos deixar de destacar que é estatuído no art. 81 do CTN os limites para

exigência da contribuição. O limite da cobrança entende que o total de despesas é o valor do

limite total da despesa realizada. O limite individual se baseia no acréscimo que o imóvel teve

sobre seu valor. Isto representa uma proteção a cada proprietário, pois não poderá ser cobrado

um montante além da valorização obtida.

Ao obter a valorização do imóvel, consequentemente, é passível o acréscimo do IPTU,

além da exigência da contribuição de melhoria. Eles são tributos diferentes, pois incidem

sobre fatos diferentes. O IPTU incide sobre a propriedade, pois sofrendo ela valorização, seja

qual for o motivo, o imóvel passará a ter um valor maior e, consequentemente, o imposto será

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31

maior. Em verdade, o contrário trará desvalorização e menor valor do imposto. A contribuição

de melhoria incide sobre a valorização obtida por meio de obra custeada pelo Estado.

A obra pública poderá acarretar, em algumas hipóteses, a desvalorização do imóvel.

Nessa situação o fato gerador da contribuição de melhoria não acontece e, consequentemente,

o proprietário cujo imóvel sofre tal desvalorização não é passível de ser atingido pelo tributo.

Em verdade, o Estado deverá oferecer ao proprietário uma indenização. Caso ele não seja

oferecida ou, se oferecida, o valor seja injusto, o proprietário deverá buscar a reparação por

meio de via judicial.

3.8.4 Contribuições Especiais

Contribuição é o tributo devido pela realização de serviço ou obra pública

indivisível em favor de determinado grupo social, de que decorra benefício

especial para o cidadão que dele participa. Na contribuição, por conseguinte,

se apresentam dois elementos, em permanente interação: a atividade estatal

praticada no interesse de determinado grupo e a vantagem individual auferida.

(TORRES, 2003, p. 365).

De acordo com Rocha (2009), as contribuições especiais que alguns autores

reconhecem como parafiscais. Podem ser:

a) Contribuições sociais;

Seu objetivo, em sentido amplo, é que os recursos granjeados sejam utilizados pelo

Poder Público ou entidades de utilidade pública na concretização dos direitos sociais.

Segundo Rocha (2009), existem dois tipos de contribuições sociais consideradas pela

jurisprudência dominante. Temos as para seguridade social, a qual destinam-se a direitos

relativos à saúde, previdência e assistência social e as gerais, estas são destinadas a outros

tipos de direitos sociais.

A competência de instituir a seguridade social e as gerais é da União. Tendo a ressalva

de que os Estados-membros, Distrito Federal e Municípios instituem sobre seus respectivos

Page 33: Monografia entregue

32

servidores públicos estatutários, com a finalidade de manter seus próprios regimes de

previdência e assistência social.

b) Contribuições de intervenção no domínio econômico (contribuições interventivas);

Sua finalidade é custear as atividades de intervenção da União que buscam promover

controle de mercado e da qualidade do produto ou serviço, assim também expandir e

aprimorá-la. Sendo assim, tal contribuição é instituída pela União que será exigida, no mais

das vezes, das entidades de determinado setor que sofreram a intervenção.

A União poderá agir de duas formas para aplicar a intervenção, por meio de

fiscalização e atividades de fomento (oferecimento de linhas de créditos, desenvolvimento de

pesquisas que beneficiem o setor)

c) Contribuições em favor de entidades representativas de categoria econômica ou

profissional (contribuições corporativas);

Ela é instituída por lei federal e sua finalidade é favorecer a subsistência de entidades

que representam categorias de profissionais (trabalhadores) ou econômicas (empregadores)

contribuindo no custeio das atividades representativas e sindicais dessas entidades.

A contribuição corporativa é chamada vulgarmente de imposto sindical e não há de se

confundir com a contribuição sindical. Esta contribuição é voluntária e fixada em assembleia

da entidade, podendo os membros não pagá-la ao desligar-se do sindicato, sem prejuízo de

exercer sua atividade profissional ou econômica. Por sua vez, aquela é compulsória por se

tratar de tributo instituído por lei (CLT, arts. 578 a 591).

d) Contribuições de iluminação pública.

Essa contribuição é assegurada aos Municípios e Distrito Federal devido a Emenda

Constitucional (EC 39/2002). Essa foi acrescentada ao art. 149-A de nossa CF dando aqueles

competência para instituí-la.

Existem algumas pequenas controvérsias sobre elas serem ou não tributos. No entanto,

de forma dominante, há o entendimento de que elas são tributos. Pelo fato da CF, em seu

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33

artigo 149 determinar que elas, as contribuições especiais, atentem para os dispositivos

contidos nos art. 146, III, e 150, I e III da própria CF. Neles tais controvérsias perdem

argumento, pois a Carta Magna submete as contribuições aos princípios constitucionais

tributários e às normas gerais, fixadas em lei complementar, pertinentes ao direito tributário.

As contribuições assemelham - se às taxas e impostos. A primeira por ser

remuneratórias de serviço público enquanto que o segundo por seu fato gerador estar descrito

em lei, independentemente de exibição de vontade do contribuinte. Porém, tais contribuições

não podem ser baseadas somente pelo princípio da capacidade contributiva (imposto) e da

contraprestação (taxa). Nelas determinados grupos contribuem em favor do próprio grupo ou

de toda a sociedade, não havendo compromisso por parte do Estado de que o contribuinte será

beneficiado de forma específica e nem que haja proporção entre o valor contribuído e o

benefício abiscoitado.

3.8.5 Empréstimo compulsório

Essa espécie de tributo encontra opiniões díspares, uma delas diz respeito ao fato dela

não ser um tributo, conforme expõe Rocha (2009, p. 38):

Procuremos entender esse outro ponto de vista, De certo modo invadindo a

seara do direito financeiro, podemos dizer que, segundo a técnica financeira e

contábil, receita significa um ingresso de valor que ocasiona um aumento na

situação líquida de dada pessoa. Nem sempre os ingressos de numerário

significam mutação da situação liquida da pessoa que os percebe. Veja – se,

por exemplo, a questão do empréstimo. Ele proporciona o ingresso, mas gera,

na mesma medida, um acréscimo das obrigações, o que, em consequência,

deixa a situação líquida da pessoa que o recebeu inalterada. De efeito, alguns

autores defendem a ideia de que empréstimo compulsório não pode ser

tributo, eis que, antes de qualquer coisa, não é uma receita.

Esta espécie de tributo é tratado no art. 15 de CTN e no dispositivo há um parágrafo

único que apraza ao citar que ele é instituído por lei e que nela será determinado o prazo e sua

condição de resgate. Portanto, fica explicito que o empréstimo compulsório é um tributo

provisório e que por ser empréstimo há a contrapartida do seu resgate.

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34

Somente a União, privativamente, é que tem competência para instituí-lo, por meio de

lei complementar. Isto em 3 situações categóricas: Guerra externa ou sua iminência;

calamidade pública; investimento público de caráter urgente e relevante interesse social. Por

ser intituido somente por lei complementar sua aprovação se torna mais difícil. Isto porque

esse tipo de lei requer aprovação da maioria absoluta dos membros do Congresso Nacional

(CF, arts. 59, II e 69). A maioria absoluta seria mais da metade dos membros da casa,

enquanto que maioria simples é mais da metade dos membros presentes no momento da

votação.

Tratando-se de situações atípicas, o texto constitucional em seu art. 148 expõe que esta

espécie de tributo não está submetida ao princípio da anterioridade (CF, art. 150, III, “b” e

“c”), pois poderá ser cobrado no mesmo ano de sua instituição. Contudo, o último fato

gerador citado, investimento público de caráter urgente e relevante interesse social, em

verdade não estão sujeito ao princípio da anterioridade, não sendo permitida sua exigência no

mesmo ano de sua publicação e, também, somente após 90 dias de sua publicação e o início

da exigência.

3.9 REGIMES TRIBUTÁRIOS E SEUS ENQUADRAMENTOS

3.9.1 Lucro real

A palavra real é usada pelo Código Tributário Nacional em oposição

aos termos presumido e arbitrado, com o principal objetivo de exprimir

o que existe de fato, verdadeiro, ou seja, o que não é presumido ou arbitrado.

Verdadeiro no sentido do que é convencional ou no sentido do que é aceito

para todos os fins efeitos de direito. (Latorraca (2000, apud Oliveira e

Chieregato, 2011, p. 170).

A apuração do Lucro real exige maior atenção as normas fiscais e comerciais gerando

maior intrinco na execução das rotinas contábeis e tributárias.

Page 36: Monografia entregue

35

Oliveira e Chieregato (2011, p. 170) conceituam o lucro real da seguinte forma:

É o lucro líquido do período apurado na escrituração comercial, denominado

lucro contábil, ajustado pelas adições, exclusões e compensações autorizadas

pela legislação brasileira do Imposto de Renda. Os ajustes do lucro líquido do

período de apuração e a demonstração da apuração do lucro real devem ser

transcritos no Livro de Apuração do Lucro Real (Lalur).

Como dito por Oliveira e Chieregato, podemos entender que o lucro real é o confronto

das receitas, custos e despesas da pessoa jurídica. O calculo parte do lucro líquido apurado

com base no direito empresarial e sobre ele são efetuados os ajustes. O primeito ajuste é o das

adições. Nesse constam receitas que são tributadas, mas que ficaram fora do resultado

contábil. Além disso, incluem-se as despesas que, segundo a legislação tributária, não são

dedutíveis, mas ficaram fora da apuração do lucro líquido. Por sua vez, processam – se as

exclusões. Nela subtraem-se as receitas imunes, não incidência ou isenção), as despesas

dedutíves relacionadas na legislação tributária que não foram deduzidas na apuração do lucro

líquido. É importante destacar que a legislação atual permite que o prejuízo fiscal acumulado

de períodos anteriores pode ser compensado sem limitação temporal, mas com limite

quantitativo. Sendo em cada período de apuração, o valor a ser compensado não poderá

ultrapassar 30% de lucro líquido ajustado pelas adiçõe e exclusões (RIR/1999, art. 250, III).

No Decreto 3.000, art. 246 constam quem são as pessoas jurídicas que estão obrigadas

à apuração do lucro real (Lei nº 9.718, de 1998, art. 14), conforme podemos observar:

I - cuja receita total, no ano-calendário anterior, seja superior ao limite de vinte e

quatro milhões de reais, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a

doze meses;

II - cujas atividades sejam de bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos de

desenvolvimento, caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamento e investimento,

sociedades de crédito imobiliário, sociedades corretoras de títulos, valores mobiliários e

câmbio, distribuidoras de títulos e valores mobiliários, empresas de arrendamento mercantil,

cooperativas de crédito, empresas de seguros privados e de capitalização e entidades de

previdência privada aberta;

Page 37: Monografia entregue

36

III - que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior;

IV - que, autorizadas pela legislação tributária, usufruam de benefícios fiscais

relativos à isenção ou redução do imposto;

V - que, no decorrer do ano-caledário, tenham efetuado pagamento mensal pelo

regime de estimativa, na forma do art. 222;

VI - que explorem as atividades de prestação cumulativa e contínua de serviços de

assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção e riscos, administração de

contas a pagar e a receber, compras de direitos creditórios resultante de vendas mercantis a

prazo ou de prestação de serviços (factoring);

Parágrafo único. As pessoas jurídicas não enquadradas nos incisos deste artigo

poderão apurar seus resultados tributáveis com base nas disposições deste Subtítulo.

Registramos que, legalmente, não estão obrigadas à tributação com base no

lucro real, as pessoas jurídicas referidas nos incisos I, III, IV e V que

aderiram ao Programa de Recuperação Fiscal (Refis). Essas empresas

poderão, durante o período em que ficarem submetidas ao referido

programa, optar pela tributação com base no lucro presumido (art. 4º da

Lei nº 9.964/2000). Isso vale também para as sociedades em conta de

participação, observados os procedimentos estabelecidos na IN SRF nº

16/2001. (SANTOS E BARROS, 2013, p. 37)

As pessoas jurídicas tem duas opções de recolhimento que devem ser decididas no

começo de cada ano, sendo mais específico o último dia útil do mês de fevereiro. A opções

são trimestral ou mensal. Se a empresa recolher naquela data optará pela estimativa mensal,

uma vez que recolherá o imposto apurado no mês de janeiro. Via de regra, o não recolhimento

até fevereiro torná-la-a obrigada ao recolhimento trimestral. E nesse caso, o recolhimento

deverá ser efetuado até o último dia útil de abril.

a) Apurado anualmente (estimativa mensal)

Segundo Santos e Barros (2013) esta opção é mais interessante para a empresa. O

IRPJ e a CSLL são pagas mensalmente, no mês subsequente ao da apuração e calculados em

bases estimadas.

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37

A alíquota do IRPJ é de 15% e do adicional de Imposto de Renda é de 10%, esse

deverá ser pago mensalmente sobre a parcelo do lucro estimado que ultrapassar R$ 20.000,00.

A empresa optante por esta opção irá fazer sua apuração do lucro real anual em 31 de

dezembro.

As empresas que iniciam suas atividades optarão por esta estimativa com o pagamento

correspondente ao primeiro mês de atividade. A opção é definitiva para todo o ano-calendário

em ambas as opções (art. 232 do RIR/1999).

b) Apuração trimestral

Diferente da apuração mensal, esta é efetuada no resultado líquido de cada trimestre

(31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro). Esse resultado é apurado

mediante levantamento das demonstrações contábeis, fazendo observância as normas

estabelecidas pela legislação comercial e fiscal. Em verdade, ele será ajustado pelas adições,

exclusões e compensações exigidas ou autorizadas na legislação tributária.

O Imposto de renda trimestral será calculado por meio de aplicação da alíquota de

15% sobre o total da base de cálculo. Poderá incidir um adicional de imposto de renda sobre a

parcela da base de cálculo que exceder o limite de R$ 60.000,00 no trimestre. Se for início de

atividade, o limite será proporcional ao número de meses no trimestre, portanto, R$ 20.000,00

por mês.

Tabela 1 – Percentuais

Atividades da pessoa jurídica geradora da receita bruta – base de

estimativa para os pagamentos mensais dos tributos do Imposto de

Renda

Percentuais

aplicáveis sobre a

receita

Revenda para consumo de combustíveis derivados d petróleo, álcool etílico,

carburante gás natural

1,6%

Venda de mercadorias ou produtos, exceto revenda de combustíveis para

consumo

8%

Prestação de serviços de transporte de cargas 8%

Prestação dos demais serviços de transporte 16%

Page 39: Monografia entregue

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Prestação de demais serviços em geral, para os quais não esteja previsto

percentual específico

32,0%

Prestação de serviços em geral por empresa com receita bruta anual não

superior a R$ 120.000,00, exceto serviços hospitalares, de transportes e de

profissões regulamentadas

16%

Instituições financeiras e entidades a elas equiparadas 16%

3.9.2 Lucro presumido

A legislação ao inserir este regime tributário, buscou facilitar para empresas de menor

porte e estrutura ao definirem percentuais de presunção de lucros que são aplicados sobre a

receita bruta auferida por elas. Ele é aplicável somente a pessoa jurídica. O lucro obtido por

elas é presumido pelo legislador. De forma simplificada é feita à apuração de base de cálculo

do IRPJ e CSLL. Além disso, elas não são obrigadas a terem escrituração contábil detalhada

de suas receitas e despesas para fins fiscais, o livro caixa é suficiente. No entanto, de acordo

com Santo e Barros (2013) não é recomendável deixar de tê-la.

Só podem optar por esta forma de tributação a empresa que granjeou no ano-

calendário anterior ou, em caso de início de atividade, proporcional aos números de meses

receita bruta inferior a R$ 48.000.000,00 e que não estejam obrigadas à tributação com base

no lucro real.

É importante destacar que nesta opção a empresa sempre terá imposto a pagar, pois

sempre existirá presunção de lucro ao haver receita auferida, independente de eventuais

prejuízos.

O ganho de capital abiscoitado na alienação de bens e direitos do Ativo Imobilizado

serão acrescentados a sua base de calculo.

O PIS/Pasep e a Cofins serão cumulativos, alíquotas de 0,65% e 3%, respectivamente,

sem tomar créditos. Isto posto, o lucro presumido pode apresentar, em vários casos, uma

carga tributaria auspiciosa.

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39

Como dito anteriormente, a legislação fixa um percentual de presunção de lucro para

cada tipo de atividade, conforme disposito do RIR, arts. 518 e 519.

Tabela 2 – Percentuais de lucro por atividade

Espécies De Atividades: Percentuais sobre a receita

Industria e comércio em geral 8%

Serviços em geral 32%

Serviços hospitalares e de transporte de cargas 8%

Demais serviços de transporte 16%

Revenda de combustível para consumo 1,6%

3.9.3 Lucro arbitrado

Esta modalidade é utilizada pelo Fisco para determinar do tributo devido. Isto ocorre

quando a escrituração contábil do contribuinte não é confiável por falta ou insuficiência de

documentos comprobatórios que permitam a verificação da base de calculo utilizada ou da

recusa de fornecer os livros e documentos contábeis e fiscais (RIR, art. 530). A forma de

apuração é semelhante ao do lucro presumido, pois quando possível apurar a receita bruta,

aplicam-se sobre ela coeficientes para arbitrar o lucro. Esses são os mesmo do lucro

presumido, majorados em 20% (RIR, art.532). Nas situações em que não for possível o

conhecimento da receita bruta, a apuração será baseada no valor do último lucro real apurado

de modo idôneo, do ativo, do capital social, do patrimônio líquido, das compras de

mercadorias, da folha de salários ou do valor de aluguel devido (RIR, art.535).

Há situações em que a pessoa jurídica poderá optar por ele.

Quase sempre o arbitramento do lucro representa maior carga tributária. Por isso, não

é comum empresas optarem por esta forma de tributação, pois como entendido, sua finalidade

é determinar o imposto devido quando não há como fazê-lo por meio do lucro real ou

presumido.

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3.9.4 Simples Nacional

Instituído pela Lei Complementar nº 123/2006 e vigente desde 01 de julho de 2007, o

Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições – Simples Nacional

revogou o Simples Federal (Lei nº 9.841/1999) e o estatuto da ME e da EPP (Lei nº

9.841/1999).

Essa forma de tributação tem como objetivo regular o tratamento diferenciado,

simplificado e apaniguado, aplicável as ME e EPP conforme dispositivo da lei complementar

123/2006. Ele unifica o recolhimento de forma simplificada do IRPJ, IPI, CSL, Cofins e

PIS/Pasep, ICMS e ISS e sua base de calculo é a receita bruta granjeada.

A opção, feita por meio da internet, é irretratável para todo o ano-calendário. Ela só

poderá ser efetuada quando a empresa cumprir os requisitos determinados na lei

complementar 123/2006. Dois dos diversos requisitos é o enquadramento e o CNAE – Código

Nacional de Atividade Econômica. Somente poderá optar a empresa que for ME ou EPP.

Considera-se essa, a sociedade empresária, a sociedade simples e o empresário (Código

Civil/2002, art. 966) registrados no Registro de Empresas Mercantis ou no Registro Civil de

Pessoas Jurídicas. Por oportuno, considera-se ME a pessoa jurídica ou a ela equiparada que

aufira, em cada ano-calendário, receita bruta igual ou inferior a R$ 360.000,00 e EPP nas

mesmas condições, porém com receita bruta superior a R$ 360.000,00 e igual ou inferior a R$

3.600.000,00. A empresa que iniciar atividade durante o ano calendário, o limite do

enquadramento da empresa será dividido pelo nº de meses do ano-calendário e será

considerada a fração correspondente ao nº de meses compreendido entre o inicio de atividade

e o final do ano calendário.

Se no ano-calendário a empresa exceder o limite da ME, ela irá passar, no ano

seguinte, automaticamente a condição de EPP. Por sua vez, a EPP que não ultrapassar o limite

da ME será automaticamente a condição de ME.

Considera-se receita bruta o produto da venda de bens e serviços nas operações de

conta própria, o preço dos serviços prestados e o resultado nas operações em conta alheia.

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41

Não deixando de considerar a exclusão das vendas canceladas e os descontos incondicionais

concedidos.

3.10 COMPETÊNCIAS DOS TRIBUTOS

Repartição das competências

União Impostos: II, IE, IPI, IRPJ, IRPE, IOF, ITR, IGF

Taxas: Serviços ou poder de polícia

Contribuições: Melhoria

Sociais

Intervenção no domínio econômico

Categorias profissionais ou econômicas

Empréstimo compulsório

Competência residual de União – art. 154 da CF

Estados Impostos: ICMS , IPVA, ITCMD

Taxas: Serviços ou poder de polícia

Contribuições de melhoria

Municípios Impostos: IPTU, ITBI, inter vivos, ISS

Taxas: Serviços ou poder de polícia

Contribuições de melhoria

Contribuição para custeio de iluminação pública

Distrito Federal Os mesmos tributos de competência dos Estados e dos

Municípios

Fonte: direito tributário para os cursos de administração e ciências Contábeis/ Láudio Camargo Fabretti. 8. Ed. –

São Paulo: atlas, 2011.

3.11 ELEMENTOS FUNDAMENTAIS DO TRIBUTO

a) a lei - principal elemento da obrigação, pois ela cria e dita as condições da cobrança

do tributo.

b) o objeto – representa as obrigações exigidas ao sujeito passivo (obrigação principal

e acessória).

Page 43: Monografia entregue

42

c) o fato gerador – o que gera a obrigação do pagamento do tributo.

Segundo Torres (2003), a obrigação principal é a ligação jurídica entre o sujeito ativo

(Fazenda Pública) e o sujeito passivo (contribuinte ou responsável).

No art. 113, § 1º do CTN a obrigação tem como objeto o pagamento do tributo ou

penalidade pecuniária. Tributo e penalidade são coisas diferentes. No entanto, a penalidade é

cobrada junto com o crédito de tributo.

d) base de cálculo – “É o valor sobre o qual se aplica o percentual (ou alíquota) com a

finalidade de apurar o montante a ser recolhido.” (OLIVEIRA E CHIEREGATO,2011, p. 8)

Ela é sujeita ao princípio da legalidade, anterioridade, irretroatividade e deve ser definida em

lei complementar.

e) alíquota – é o percentual que será aplicado sobre a base de calculo. Ela se submete

ao princípio da legalidade, anterioridade e irretroatividade.

f) imunidade tributária – estabelecida pela CF, ela concede apanágio a alguém que

ficará livre de certas obrigações, pois estará em condição especial. Existem imunidade

diplomática, judicial, parlamentar e tributária.

g) isenção tributária – De acordo com Oliveira e Chieregato (2011, p.8):

Entendem-se na linguagem jurídica como isenção a dispensa, a imunidade, a

concessão atribuída a alguma coisa ou alguma pessoa, para que se possa

livrar, esquivar ou desobrigar de algum encargo que a todos pesa, ou para que

se livre de qualquer obrigação.

A isenção é concedida por lei e seus principais casos são:

I – templo de qualquer culto;

II – instituição de educação sem finalidade lucrativas;

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43

III – instituição de assistência social;

IV – partido político; e

V – entidade sindical de trabalhadores

3.12 TRIBUTOS INCIDENTES SOBRE O LUCRO

3.12.1 Imposto de renda

Este imposto sempre foi competência da União e teve seu status constitucional em

1934, no entanto já era cobrado anteriormente.

Ele deve respeitar os critérios da progressividade, generalidade e universalidade.

a) Progressividade – quanto maior a renda, maior será a alíquota incidente.

b) Generalidade – decorrente da isonomia, a generalidade evita que haja tratamentos

diferenciados para os contribuintes, pois todas as pessoas estarão sujeitas ao

imposto, não importante o cargo que ocupem ou a função que exercem.

c) Universalidade – todas os rendimentos do contribuinte estão sujeitos ao imposto,

não importando o título jurídico de tais acréscimos patrimoniais. Ela também

deriva da isonomia.

Este imposto é calculado sobre os rendimentos de ano – base e a aplicação da lei

vigente é no exercício financeiro em que deve ser apresentada a declaração. Ano-base é o

período em que os rendimentos foram granjeados, enquanto que o financeiro e o período

seguinte.

O CTN expressa que o imposto incide no auferimento da renda ou provento de

qualquer natureza. Renda é entendida como produto do capital (juros, lucros), do trabalho

(salários, honorários) ou da presença de ambos (rendimentos de empresário individual, que

investiu recursos na empresa e disponibiliza seu trabalho a ela). Provento, diferentemente

daquele, é acréscimo patrimonial que não seja renda (prêmios em sorteios, doações,

heranças).

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É interessante observar que o conceito de renda não se pode equiparar ao de receita.

A jurisprudência tem se posicionado em favor de renda ser um efetivo acréscimo patrimonial

e que tem posicionamento constitucional. Portanto, valores que apenas recompõem um

patrimônio jurídico ou econômico lesado, não são considerados para imposição do imposto.

Exemplo: indenização de férias não gozadas (STJ, Súmula 125; STF, RE 195.059 e 188.684),

indenização por desapropriação administrativa ou judicial (extinto TFR, Súmula 39).

A aquisição da disponibilidade da renda ou do provento pode ser econômica ou

jurídica, conforme menção do CTN. Porém, há grande divergência doutrinaria sobre o

conceito de cada uma delas. De acordo com Rocha (2009), a disponibilidade econômica é

financeira, o efetivo recebimento de rendimentos. Por sua vez, a jurídica seria o direito ao

recebimento do rendimento, embora não tenha em mãos a parte financeira. Tal distinção

parece ter relação com o fato do reconhecimento contábil das receitas. Por exemplo, as

pessoas jurídicas, devido ao princípio da competência fixa que as receitas devem ser

reconhecidas no período em que houver direito ao recebimento, já na tributação para pessoas

naturais é usado o regime de caixa. Sendo assim, o recebimento deve ser destinado à

tributação quando houver o recebimento financeiro.

ALÍQUOTAS DO IRPJ AO LONGO DOS ANOS

As alíquotas normais do IRPJ vingentes desde 1991 são, basicamente, as seguintes

(para alguns casos, há alíquotas especiais):

Periodo Aliquotas Adicional Parcela do Lucro sujeita ao adicional

Fundamentação Legal Normal

1991

30%

Art. 10 da Lei n. 7.689/1988 e art. 19,§ 1˚, da Lei n˚ 8.218/1991

5%

Acima de Cr$ 35.000.000,00 até Cr$

70.000.000,00 (no ano)

10% Acima de Cr$

70.000.000,00 (no ano)

1993

30% Art. 49 da Lei n˚ 8.383/1991 e IN RF n˚ 90/1992

10%

Acima de 25.000 Ufir (no mês)

Acima de 150.000 Ufir (no semestre)

1993 e 25% Arts. 3˚, § 1˚ e 10 da Lei

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45

1994

10%

Acima de 25.000 Ufir (no mês)

n˚ 8.541/1992

Acima de 300.000 Ufir (no ano)

1995

25%

Arts. 33 e 39 da Lei n˚ 8.981/1995

12%

Acima de R$ 15.000,00 até R$ 65.000,00 (no mês)

Acima de R$ 180.000,00 até R$ 780.000,00 (no ano)

18%

Acima de R$ 65.000,00 (no mês)

Acima de R$ 780.000,00 (no ano)

1996

15% Arts. 3˚ da Lei n˚ 9.249/1995 e art. 37 da IN SRF n˚ 11/1996

10%

Acima de R$ 20.000,00 (no mês)

Acima de R$ 240.000,00 (no ano)

Desde 1997

15%

Arts. 2˚ e 4˚ da Lei n˚ 9.430/1996 e art. 2˚ da IN SRF n˚ 93/1997

10%

Acima de R$ 20.000,00 (no mês)

Acima de R$ 60.000,00 (no trimestre)

Acima de R$ 240.000,00 (no ano)

Fonte: Imposto de Renda Pessoa Jurídica para Contadores 7˚ Edição – IOB

3.12.2 Período de incidência

No que refere-se ao fato gerador e à base de calculo, o imposto submete-se ao

princípio de independência dos exercícios. Cada exercício é apurado e a situação apurada não

irá influenciar os exercícios subsequentes. Tratando-se de pessoa física esse princípio é

absoluto. Ela, em determinado exercício, não poderá usar despesas dedutíveis daquele

exercício para ser compensado com rendimentos de exercícios subsequentes. Nas pessoas

jurídicas pode-se contar com exceções. A principal é o fato de poder contabilizar o prejuízo

de um exercício para compensar nos subsequentes.

Page 47: Monografia entregue

46

3.12.3 Contribuição social sobre o lucro

Originada no final da década de 80, instituída pela Lei nº 7.689/1988 e vigente até os

dias atuais, ela sofreu muitas mudanças.

Todas as pessoas jurídicas domiciliadas no país e as que lhe são equiparadas pela

legislação do IRPJ são contribuinte desta contribuição. No entanto, as entidades beneficentes

de assistência social que atendam as determinações de legislação poderão usufruir de

imunidade. Essa imunidade não atinge entidade mantida por outra que esteja no exercício da

imunidade.

As instituições filantrópicas de finalidades recreativa, cultural e cientifica e as

associações civis que prestem serviços sem perder a finalidade para qual foram constituídas e

os coloquem a disposição do grupo de pessoas a que se destinam, sem finalidade lucrativa

gozarão de isenção se observarem os dispositos da lei, entre os quais estão: não remunerar,

por qualquer forma, seus dirigentes pelos serviços prestados; aplicar integralmente seus

recursos na manutenção e desenvolvimento dos seus objetivos sociais etc. Além das

observadas, as sociedades cooperativas, desde que não seja de consumo, obedecerem ao

disposto na legislação específica relativos aos atos cooperados, estão isentas de CSL.

De acordo com Santos e Barros (2013) sua base de calculo deverá ser determinada

pela legislação vigente na data da ocorrência do respectivo ato gerador. Referente ao lucro

real será considerado o resultado ajustado do lucro líquido do período apurado antes da

provisão para o IRPJ. A pessoa jurídica tributada no lucro real poderá apurar e recolher com

base na presunção do lucro. No lucro presumido sua base de calculo será composta por 12%

da receita bruta auferida no período de apuração, 12% da parcela das receitas auferidas no

período de apuração nas exportações a pessoas vinculadas ou para países com tributação

favorecida, os ganhos de capital, os rendimentos e ganhos líquidos granjeados em aplicações

financeiras etc.

Alíquota aplicável na determinação da base de cálculo é de 15% para algumas pessoas

jurídicas discriminadas na legislação e para as demais 9% sobre o resultado ajustado para

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todas as empresas. Elas foram estabelecidas pela MP nº 413/2008, a qual foi convertida na Lei

nº 11.727/2008.

Não se aplica a retenção aos pagamentos efetuados a:

a) Cooperativas em relação ao atos cooperados, com exceção de consumo;

b) Empresas estrangeiras de transporte de valores;

c) Pessoas jurídicas optantes pelo Simples Nacional.

3.13 TRIBUTOS INCIDENTES SOBRE O FATURAMENTO

3.13.1 Pis e cofins

O PIS - Programa de Integração Social foi instituído por volta da década de 70. Seu

intuito era desenvolver e integrar o empregado nas empresas. Já a Cofins teve a finalidade de

substituir a antiga contribuição Finsocial e foi instituída pela Lei Complementar 70/1991.

Existem dos tipos de regimes aplicáveis as pessoas jurídicas. Um é o cumulativo e o

outro não cumulativo.

3.13.2 Pis e cofins cumulativo

No regime cumulativo as pessoas jurídicas devem calcular suas contribuições

aplicando as alíquotas de 0,65% para PIS e de 3% para COFINS sobre o faturamento bruto.

Os contribuintes sujeitos a este regime são de direito privado em geral, inclusive as pessoas a

elas equiparadas pela legislação do Imposto de Renda, com exceção de:

a) PJ sujeitas à modalidade não cumulativa da contribuição;

b) As microempresas e as empresas de pequeno porte submetidas ao regime do

Simples Nacional; e

c) Outras definidas em lei.

Sua base de cálculo é o total das receitas auferidas pelas PJ.

Page 49: Monografia entregue

48

3.13.3 Pis e cofins não cumulativos

As alíquotas do regime não – cumulativas são 1,65% do PIS e de 7,6% do COFINS

sobre o faturamento bruto. Os contribuintes sujeitos a este regime são, basicamente, as

pessoas jurídicas de direito privado e as que lhe são equiparadas pela legislação do imposto de

renda, tributados com base no lucro real, no entanto há algumas exceções, entre elas, as

instituições financeiras e algumas receitas determinadas em lei. Sua base de cálculo é a

mesma do cumulativo, o valor total do faturamento mensal, independentemente de sua

denominação ou classificação contábil.

4. PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO

4.1 CONCEITO

“Costuma-se, então, denominar de Planejamento Tributário a atividade

empresarial que, desenvolvendo-se de forma estritamente preventiva,

projeta os atos e fatos administrativos com o objetivo de informar quais os

ônus tributários em cada ma das opções legais disponíveis. O objeto do

planejamento tributário é, em última análise, a economia tributária.

Cotejando as várias opções legais, o administrador obviamente procura

orientar os seus passos de forma a evitar, sempre que possível, o

procedimento mais onerosos do ponto de vista fiscal.”

(LATORRACA, 2000, apud OLIVEIRA e CHIEREGATO, 2011, p. 19)

“a natureza ou essência do Planejamento Fiscal – ou Tributário – consiste em

organizar os empreendimentos econômico-mercantis da empresa, mediante o

emprego de estruturas e forma jurídicas capazes de bloquear a concretização

da hipótese de incidência tributária ou, então, de fazer com que sua

materialidade ocorra na medida ou no tempo que lhe sejam mais

propícios.Trata-se, assim, de um comportamento técnico-funcional, adotado

no universo dos negócios, que visa excluir, reduzir ou adiar os respectivos

encargos tributários.” (BORGES, 2000, apud OLIVEIRA e CHIEREGATO,

2011, p. 20)

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49

4.1 ELISÃO

Rocha (2009, p. 296) diz que: “Elisão é a prática de evitar o acontecimento do fato

gerador ou fazer com que seu acontecimento se dê da maneira mais branda às finanças do

contribuinte.”

Na elisão a pessoa física ou jurídica pode evitar a tipicidade em uma lei, no intuito de

lhe parecer menos custoso. Isto porque ele se basea no principio da legalidade e da tipicidade

tributária.

4.2 EVASÃO

Rocha (2009, p. 296) diz que: “A evasão, de outro lado, significa mecanismo ilícito,

por meio do qual o contribuinte faz esconder o fato gerador ou faz com que ele tenha a

aparência de uma situação não tributada ou tributada de forma mais suave.”.

4.3 TIPOS DE PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO

De acordo com Sonza, (2012, p. 55):

• Preventivo – desenvolvido continuadamente por meio de orientações,

manuais de procedimentos e reuniões dos especialistas contábeis e

tributários, abrangendo, principalmente as atividades responsáveis pelo

cumprimento da legislação tributária.

• Corretivo – ao serem detectadas anormalidades, inicia-se um estudo para

levantar as possíveis alternativas de correção do problema. Desta forma,

podemos inferir que, em empresas que possuem o tipo preventivo de

planejamento tributário, não deveria existir esse tipo corretivo.

• Especial – surge de uma eventualidade, de algo novo que precise da

necessidade de um planejamento tributário adicional, como em caso de

aquisição de empresas, abertura de filiais, alienações, incorporações ou

fusões e, até mesmo, oriundas do lançamento de novos produtos.

O planejamento tributário pode ser desenvolvido em qualquer empresa, desde que

sejam observadas suas peculiaridades, tais como: o tipo de operações que ela exerce (receitas

e despesas), os custos dos produtos que são industrializados, os produtos comercializados etc.

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50

Conforme Oliveira e Chieregato (2011) é importante e essencial que o contador

conheça, com profundidade sobre:

a) Despesa e provisões permitidas pelo Fisco que possam ser dedutíveis na

apuração do lucro tributável;

b) Observar os incentivos e benefícios fiscais concedidos nas três esferas,

Federal, Estadual e municipal;

c) Usufruir as brechas que a legislação dispõe, as mudanças que sofrem as

normas e perceber quais consequências que podem gerar no resultado da empresa.

d) Fornecer melhor gerenciamento do fluxo de caixa ao reconhecer quais

recolhimentos podem ser postergados;

e) Atentar para os créditos tributários possíveis e os impostos não cumulativo

(ICMS e IPI), assim como o Pis e o Cofins.

O objetivo é executar um bom planejamento tributário, capaz de possibilitar uma

economia do custo tributário sem deixar de agir de forma legal.

E importante destacar que o planejamento tributário lícito é questionado pelas

autoridades fiscais. Eles não a consideram como uma forma subjetiva de redução de tributos.

Por isso, existem algumas operações que são investigadas pelo fisco, tais como: compensação

de créditos e de prejuízos fiscais, indicativos de que a operação não corresponde à realidade

fática.

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51

6. CONCLUSÃO

Existe uma imensa carga tributária no Brasil e as Micro e Pequenas Empresas são

afetadas por ela. No entanto, não é comum entre os gestores o uso do planejamento tributário.

Conforme visto neste estudo, pode-se observar que obter um conhecimento aprofundado

sobre cada um dos tributos citados é um desafio para os contadores, pois surgem,

constantemente, alterações e novas normas que tornam necessário estudo e atualização. O

contador deve assumir uma postura que possa beneficiar sua profissão e conhecimento

adquirido por meio de estudo, o qual custou investimento financeiro. Infelizmente, a grande

parte dos contadores prestadores de serviços de Micro e Pequenas Empresas não estão

qualificados para efetuarem um planejamento tributário, pois estão focados no trabalho

operacional e não estratégico. Como consequência, os gestores entendem que a contabilidade

tem como finalidade evitar problemas com o Fisco.

O planejamento tributário é uma excelente ferramenta para ajudar os gestores no seu

planejamento estratégico e apreciação do profissional contábil, isto quando efetuado de forma

eficiente.

Page 53: Monografia entregue

52

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Amaral, Gilberto Luiz do. et al. Carga tributária recorde em 2012: 36,27% do PIB.

Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário. Disponível em

<https://www.ibpt.org.br/noticia/559/Carga-tributaria-recorde-em-2012-36-27-do-PIB >.

Acesso em 01 Jun 2013.

Amaral, Gilberto Luiz do. et al. Causas de Desaparecimento das Micros e Pequenas

Empresas. Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário. Disponível em

<https://www.ibpt.org.br/img/uploads/novelty/estudo/701/CausasDeDesaparecimentoDasMic

rosEPequenasEmpresas.pdf>. Acesso em 01 Jun 2013.

Amaral, Gilberto Luiz do. et al. Estudo da Relação da Carga Tributária Versus Retorno

dos Recursos à População em Termos de Qualidade de vida. Instituto Brasileiro de

Planejamento Tributário. Disponível em

<https://www.ibpt.org.br/img/uploads/novelty/estudo/787/ESTUDOFINALSOBRECARGAT

RIBUTARIAPIBXIDHIRBESMARCO2013.pdf> Acesso em 08 Set 2013.

BRASIL. Código Tributário Nacional. Disponível em

<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5172.htm>, dia 07 de setembro de 2013.

BRASIL. Código Tributário Nacional. Disponível em

<http://www.receita.fazenda.gov.br/legislacao/codtributnaci/ctn.htm>

BRASIL. Secretaria da Receita Federal. Regulamento do Imposto de Renda – RIR/99.

Disponível <www.receita.fazenda.gov.br>

FABRETTI, Laúdio Camargo, Contabilidade Tributária. 12 ed. São Paulo: Atlas, 2012.

OLIVEIRA, João Martis. CHIEREGATO, Renato. JUNIOR, José Hernandez Perez. GOMES,

Marliete Bezerra. Manual de contabilidade tributária. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2011.

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<http://www.portaltributario.com.br/tributos.htm>. Acesso em 17 Mai 2013.

ROCHA, João Marcelo. Direito Tributário. 7. ed. Rio de Janeiro: Ferreira, 2009.

RODRIGUES, Ortiz Aldenir, et. al. IRPJ e CSLL: Manual do Imposto de Renda Pessoa

Jurídica e Contribuição Social sobre o Lucro Liquido. 4˚ ed. São Paulo: IOB, 2010.

SANTOS, Cleônimo dos. BARROS, Sidney Ferro, Imposto de renda das pessoas jurídicas

para contadores. 8. ed. São Paulo: IOB, 2013.

SANTOS, Cleônimo dos, Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas para Contadores: 7.

Ed. – São Paulo: IOB, 2012

Sonza, Claudir. Planejamento Tributário I. 2012. 57 f. Apostila.

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TORRES, Ricardo Lobo, Curso de Direito Financeiro e Tributário. 10 ed. Rio de

Janeiro:Renovar, 2003