monografia - computação em nuvem
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INTRODUÇÃO
Na atualidade compendiar custos virou um objetivo constante na maioria das
organizações, principalmente nas pequenas e médias empresas, onde a
sobrevivência das organizações está relacionada, mais do que nunca, à sua
capacidade de captar, absorver e responder as demandas requeridas pelo ambiente.
A tecnologia da informação, desde que necessária, pode se tornar grande
aliada para empresas de médio e pequeno porte. Através dela, empresas focam
mais tempo em estratégias que irão aperfeiçoar os negócios, evitam erros, diminuir
custos, padronizar processos, compilar dados em uma única fonte, agilizam trocas
de informação (disponibilizando as informações adequadas no momento certo para
as pessoas que precisam dela), e entre outros.
Sendo a tecnologia um dos principais instrumentos de que dispõem as
empresas para alcançar competitividade, consequentemente, acadêmicos,
fabricantes de equipamentos e desenvolvedores de sistemas têm investido em
diversas soluções para simplificar o acesso a informação pela Internet e colocaram
seu foco para suprir esta demanda, justificando assim, o crescente aumento do
interesse pela adoção da computação em nuvem, mais especificamente software
como serviços
. Em geral, quando arrostada como um serviço compartilhado a computação
se torna mais barata, nesse caso, uma alternativa atual é a adoção da computação
em nuvens, um novo conceito na área de TI que consiste em compartilhar recursos
computacionais através da interligação de sistemas ao invés de possuir este recurso
localmente dentro da empresa. Esta premissa tem sido discutida durante muito
tempo, mas, até o momento, o modelo centrado no usuário, com máquinas e
aplicações individuais, tem sido dominante.
Na computação em nuvem, os recursos de TI são fornecidos como um
serviço, permitindo aos usuários acessarem os serviços sem a necessidade de
conhecimento sobre a tecnologia utilizada. Assim, os usuários e empresas passaram
a acessar os serviços sob demanda e independente de localização, o que aumentou
a quantidade de serviços disponíveis. O uso desses serviços é, então, cobrado de
acordo com as diferentes políticas de tarifação para o usuário final.
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O objetivo geral desta pesquisa acadêmico foi o de identificar elementos que
possam contribuir com o processo de gestão da tecnologia da informação nas
pequenas e médias empresas do Brasil, bem como os desafios e oportunidades
desta adoção, apontando as vantagens e desvantagens do software como serviços
nas organizações.
No Capítulo 1, o objetivo do presente estudo de caráter descritivo, foi
identificar uma visão geral sobre a computação em nuvem, bem como, conceitos,
características, modelos de implantação, modelos de serviços e desafios.
No Capítulo 2, apresento uma visão geral sobre o crescimento da
infraestrutura de TI implantada na pequena e média empresa.
No Capítulo 3, apresento os desafios que a pequena e média empresa
enfrenta ao adotar software como serviço, é descrito também as oportunidades que
este modelo oferece, e por fim as vantagens e desvantagens.
Finalmente, nas considerações finais, apresento o resultado da que cheguei
por meio da pesquisa realizada, fazendo ainda sugestões para futuras pesquisas
que se voltem para as mesmas questões aqui enfocadas.
16
1 COMPUTAÇÃO EM NUVEM
1.1 Definição
O termo computação em nuvem é uma tendência nova no mercado de TI
(tecnologia da informação) e é fruto da competitividade acirrada, que se faz
necessário para criar novas soluções e tecnologias.
A computação em nuvem tornou-se presente no vocabulário do mercado de
tecnologia da informação a partir do ano de 2008. Refere-se basicamente, na idéia
de utilizar aplicativos e ferramentas de qualquer parte do mundo precisando somente
da internet. Este termo surgiu pelo fato de a computação estar mudando de rumo
Para Buyya et al (2009) a computação em nuvem está se tornando uma das
palavras chaves da indústria de TI. A nuvem é uma metáfora para a Internet ou
infraestrutura de comunicação entre os componentes arquiteturais, baseada em uma
abstração que oculta à complexidade de infraestrutura.
Cada parte desta infraestrutura é provida como um serviço e, estes são
normalmente alocados em centros de dados, utilizando hardware1 compartilhado
para computação e armazenamento.
Para Taurion (2009) computação em nuvem é uma tendência recente de
tecnologia que tem por objetivo proporcionar serviços de TI sob demanda com
pagamento baseado no uso.
Complementando Taurion (2009):
Para entendermos o modelo computacional de computação em nuvens
precisamos compreender quais são os seus desafios tecnológicos. Uma
primeira analise, nos mostra que a Computação em nuvem é um somatório
da evolução de diversas tecnologias, como o grid computing2,
processamento paralelo, autonomic computing3, virtualização, browsers
4 e
outras.
1 Hardware pode ser definido como um termo geral para equipamentos como chaves, fechaduras, dobradiças,
trincos, puxadores, fios, correntes, material de canalização, ferramentas, utensílios, talheres e peças de máquinas. 2 Grid Computing é um modelo computacional capaz de alcançar uma alta taxa de processamento dividindo as
tarefas entre diversas máquinas.
3 Autonomic Computing é uma área da computação, resultado de uma iniciativa da IBM de 2001, cujo objetivo
é o desenvolvimento de sistemas computacionais capazes de auto-gerenciamento e adaptação a mudanças
17
É a idéia de utilizarmos, em qualquer lugar e independente de plataforma, os
mais variados tipos de aplicações através da internet com a mesma facilidade de tê-
las instaladas em nossos próprios computadores. A maioria das pessoas
desconhece o termo computação em nuvem, porem um algum momento de sua vida
já deva ter utilizado algum aplicativo e ou serviço na nuvem.
Segundo Veras (2012):
O que seria o CLOUD COMPUTING5? Na verdade o conceito ainda se
aprimora. A ideia inicial da CLOUD COMPUTING foi processar as
aplicações e armazenar os dados fora do ambiente corporativo, dentro da
grande rede, em estruturas conhecidas como DATA CENTERS 6 otimizando
o uso dos recursos. DATA CENTERS, em resumo, processam aplicações e
armazenam os dados de organizações.
Segundo Taurion (2009) existem varias definições sobre o que significa
computação em nuvem, porem todas elas levam ao mesmo conceito: trata-se de um
padrão de computação no qual, aplicativos, dados e recursos de TI são entregues
aos usuários como serviço, através da internet e cobrados de acordo com o uso. Na
figura 1 podemos ter uma visão geral de uma nuvem computacional.
De acordo com Taurion (2009) o termo computação em nuvem surgiu em
2006, em uma palestra do CEO da Google, Eric Schmidt, sobre como sua empresa
gerenciava seus data centers e a computação em nuvem surge da necessidade de
construir infraestruturas de TI complexas.
Para Alecrim (2008):
Computação em nuvem se refere, essencialmente, à idéia de utilizarmos,
em qualquer lugar e independente da plataforma, as mais variadas
aplicações através da internet com a mesma facilidade de tê-las instaladas
em nossos próprios computadores.
imprevisíveis, permitindo a expansão de sistemas computacionais complexos e uma melhor utilização dos
recursos computacionais. 4 Browser é um programa de computador que habilita seus usuários a interagirem com documentos virtuais da
Internet. 5 Computação em Nuvem.
6Data Center é um Centro de Processamento de Dados.
18
Na figura 1 define uma visão geral de uma nuvem computacional.
Figura 1 – Visão geral de uma nuvem computacional. Fonte: Taurion (2009)
Para Taurion (2009) a computação em nuvem é um termo para descrever um
ambiente de computação baseado em uma imensa rede de servidores, sejam estes
virtuais ou físicos.
Complementando Taurion (2009):
Computação em nuvem é, portanto, uma maneira eficiente de maximizar e flexibilizar os recursos computacionais. Alem disto, uma nuvem computacional é um ambiente redundante e resiliente por natureza. Resiliente pode ser definido como a capacidade de um sistema de informação continuar a funcionar corretamente, apesar do mau funcionamento de um ou mais dos seus componentes.
De acordo com Bechtolsheim (2008) o modelo de computação em nuvem é a
quinta geração da computação, depois do mainframe7, PC (Personal Computer8),
modelo cliente-servidor e internet.
7 Mainframe é um computador de grande porte, dedicado normalmente ao processamento de um volume grande
de informações. 8 Personal Computer é um computador de pequeno porte e baixo custo, que se destina ao uso pessoal ou por um
pequeno grupo de indivíduos.
19
Trata-se de uma evolução do modelo cliente-servidor, diferindo na distribuição
do processamento, o qual é em grande parte centralizado no servidor remoto,
cabendo ao terminal cliente efetuar pequenas tarefas de processamento locais.
De acordo com Brantner et al (2008) a computação em nuvem é uma
evolução dos serviços e produtos de tecnologia da informação sob demanda,
também chamada de utility computing9.
O objetivo da utility computing. é fornecer aos usuários e empresas
componentes básicos como armazenamento, processamento e largura de banda de
uma rede como uma “mercadoria” através de provedores espalhados pelo mundo
todo, especializados nesta tecnologia e um baixo custo por unidade utilizada.
Para Brantner et al (2008) usuários de serviços baseados em utility computing
não precisam se preocupar com escalabilidade, ou seja, com o “tamanho da nuvem”,
pois a capacidade de armazenamento fornecida é de acordo com a necessidade do
cliente e é praticamente infinita. Através deste modelo o usuário poderá acessar
aplicações de negócio online, a partir de qualquer dispositivo virtualmente
disponível, mediante um pagamento por uso.
Segundo Brantner et al (2008):
A Utility Computing propõe fornecer disponibilidade total, isto é, os usuários
podem ler e gravar dados a qualquer tempo, sem nunca serem bloqueados;
os tempos de resposta são quase constantes e não dependem do número
de usuários simultâneos, do tamanho do banco de dados ou de qualquer
parâmetro do sistema.
Os usuários não precisam se preocupar com backups10, pois se os
componentes falharem, o provedor é responsável por substituí-los e tornar os dados
disponíveis em tempo hábil por meio de réplicas.
Para Brantner et al (2008) dependendo do modelo do negócio, é possível que
o provedor de serviços repasse o custo de armazenagem, computação e de rede
para os usuários finais, já que é realizada a contabilização do uso.
9 Utility Computing são produtos de tecnologia da informação sob demanda.
10 Backup é a cópia de dados de um dispositivo de armazenamento a outro para que possam ser restaurados em
caso da perda dos dados originais, o que pode envolver apagamentos acidentais ou corrupção de dados.
20
Uma razão importante para a construção de novos serviços baseados em
utility computing é que provedores de serviços que utilizam serviços de terceiros
pagam apenas pelos recursos que recebem, ou seja, pagam pelo uso. Não são
necessários investimentos iniciais em TI e o custo cresce de forma linear e previsível
com o uso.
De acordo com Veras (2012) a proposta da computação em nuvem é de
alguma maneira melhorar o uso dos recursos e tornar a operação de TI mais
econômica, claro que só pensar em data centers não é suficiente para garantir esta
melhoria.
1.2 Características
Segundo Taurion (2009) podemos destacar as principais características da
computação em nuvem: - ela cria uma ilusão recursos infinita, com ela os recursos
não são provisionados e nem adquiridos com antecedência; - ela oferece
elasticidade possibilitando que as organizações usem os recursos de acordo com
suas necessidades; - o custo dos serviços em nuvem é medido pela quantidade de
recursos utilizados.
Segundo o site do Olhar Digital11 ao utilizar a computação em nuvem obtemos
vários benefícios, entre eles, podemos destacar: redução de custos; elasticidade;
agilidade; simplificação na gestão de TI; facilidade de acesso remoto e economia de
energia.
Complementando, o site do Olhar Digital:
De qualquer forma, Pedro Bicudo, sócio-diretor da consultoria TGT Consult, considera que as empresas não podem ignorar a importância de analisar a adoção de serviços nas nuvens, principalmente, porque isso pode torná-las mais competitivas no mercado, graças à redução dos custos de TI e à agilidade de implementação de novos produtos e soluções no mercado.
De acordo com Veras (2012):
11
http://www.olhardigital.uol.com.br
21
CLOUD COMPUTING pode ser definido de varias formas. Apresentam aqui os conceitos mais bem aceitos e que possuem aplicabilidade. CLOUD
COMPUTING é um conjunto de recursos virtuais facilmente utilizáveis e acessíveis, tais como, hardware, software12, plataformas de desenvolvimento e serviços. Estes recursos podem ser dinamicamente reconfigurados para ajustarem uma carga de trabalho (WORKLOAD13) variável, permitindo a otimização do seu uso. Este conjunto de recursos é tipicamente explorado através de um modelo pague-pelo-uso, com garantias oferecidas pelo provedor através de acordos de níveis de serviços.
Complementando Veras (2012):
CLOUD COMPUTING é substituir ativos de TI que precisam ser gerenciados internamente por funcionalidades e serviços do tipo pague-
conforme-crescer a preços de mercado. Estas funcionalidades e serviços são desenvolvidas utilizando novas tecnologias como VIRTUALIZAÇÃO, arquiteturas de aplicação e infraestrutura orientadas a serviços e tecnologias e protocolos baseados na internet como meio de reduzir os custos do hardware e software usados para processamento, armazenamento e rede.
Segundo NIST (2011) as características essenciais são as vantagens que as
soluções de computação em nuvem vêm a oferecem. Em conjunto, algumas dessas
características definem a computação em nuvem e faz a distinção com outros
paradigmas, entre elas destacamos: Self-service sob demanda onde o usuário pode
adquirir unilateralmente recurso computacional. Dentro de uma nuvem, o hardware e
o Software podem ser automaticamente reconfigurados e estas modificações são
apresentadas de forma transparente para os usuários, que possuem perfis diferentes
e assim podem personalizar os seus ambientes computacionais.
Outra vantagem é o amplo acesso a rede – onde recursos estão disponíveis
através da rede e acessados por meio de mecanismos que promovam o padrão
utilizado por plataformas heterogêneas (por exemplo, telefones celulares, laptops e
tablets14).
Segundo NIST (2011) com isto a interface de acesso à nuvem não obriga os
usuários a mudarem suas linguagens de programação e sistema operacional, já que
12
Software é um programa de computador é composto por uma sequência de instruções, que é interpretada e
executada por um processador ou por uma máquina virtual. 13
Workload, em computação, é o envio de trabalhos a serem processados em um ambiente computacional na
nuvem de processamento, ou seja, o trabalho a ser desenvolvido será realizado nos processadores na internet e o
trabalho pronto direcionado ao dispositivo de saída do solicitante. 14
Tablets é um dispositivo pessoal em formato de prancheta que pode ser usado para uso pessoal.
22
em um cenário com os softwares clientes instalados localmente para o acesso à
nuvem são leves, como um navegador de Internet.
Na figura 2 (A) ilustra a situação comum, onde a capacidade está sempre
sobrando e a figura 2 (B), ilustra a situação ideal onde a capacidade do sistema
acompanha a demanda, promovendo assim uma otimização do uso dos recursos.
Figura 2 – Mudança com computação em nuvem.
Fonte: Veras (2012).
Segundo Taurion (2009) o principal ponto de benefício tanto comercial como
social está na capacidade da computação em nuvens em compartilhar o
conhecimento, sem desgastá-lo, e o combinando com outros conhecimentos,
promovendo assim o crescimento da capacidade de criação.
Para Saraceni et al (2011):
Também não há necessidade de um administrador para atualizar ou
reinstalar o produto individualmente, pois neste modelo os aplicativos
podem ser atualizados remotamente sem nenhuma relação com o usuário.
Pode-se utilizar como exemplo a necessidade de se atualizar a versão do
Microsoft Word15: no modelo em nuvem, o usuário não terá que se
15
Microsoft Word é um processador de texto produzido pela Microsoft.
23
preocupar com isso porque a versão seria atualizada de modo remoto
ficando disponível sempre atualizada para utilização.
Segundo NIST (2011) o Pooling16 de recursos é outra vantagem – os
provedores de recursos de computação são agrupados para atender vários
consumidores através de um modelo com diferentes recursos físicos e virtuais
atribuídos dinamicamente e novamente de acordo com a demanda do consumidor.
Exemplos de recursos incluem o armazenamento, processamento, memória, largura
de banda de rede e máquinas virtuais.
A elasticidade rápida também é considerada uma vantagem – recursos
podem ser adquiridos de forma rápida e elástica, em alguns casos até mesmo
automaticamente, caso haja a necessidade de escalar com o aumento da demanda,
e liberados, na retração dessa demanda. Para os usuários, os recursos disponíveis
para uso parecem ser ilimitados e podem ser adquiridos em qualquer quantidade e a
qualquer momento.
De acordo com NIST (2011) descreve que a ultima vantagem seria o serviço
medido, onde sistemas em nuvem automaticamente controlam e otimizam a
utilização dos recursos, alavancando a capacidade de medição em algum nível de
abstração adequado para o tipo de serviço, por exemplo, armazenamento,
processamento, largura de banda, e contas de usuários ativos.
Pode-se também monitorar e controlar o uso de recursos, garantindo a
transparência para o provedor e o usuário do serviço utilizado. Utiliza-se a
abordagem baseada em nível de serviço SLA17 para garantir a qualidade de serviço.
Complementando NIST (2011) o SLA fornece informações sobre os níveis de
disponibilidade, funcionalidade, desempenho ou outros atributos do serviço como o
faturamento e até mesmo penalidades em caso de violação destes níveis.
A figura 3 resume as características essenciais da nuvem definidas pelo
NIST.
16
Agrupamento. 17
SLA é um Acordo preparado e traduzido para um documento de contrato assinado entre o cliente e o
fornecedor de um serviço que estabelece as condições e obrigações entre as partes.
24
Figura 3 – Características da computação em nuvem. Fonte: NIST (2012).
Segundo Taurion (2009) a computação em nuvem tem algumas
características próprias, que definem o seu conjunto de tecnologias.
Para Taurion (2009):
Essas características são: A abstração da infraestrutura e a distribuição geográfica dos sistemas, exigindo recursos administrativos e gerenciais que permitem autonomia de gestão entre os diversos sites; A heterogeneidade dos sistemas, uma vez que não se pode exigir que os sistemas que constituem uma nuvem sejam da mesma tecnologia; Escalabilidade, que permite que a nuvem seja dinâmica, crescendo a medida que mais sistemas se incorporem aos anteriores; Adaptabilidade, com a nuvem buscando se autorreconfigurar sempre que um determinado nó se torna indisponível. O fundamento básico da Computação em Nuvem é a virtualização dos recursos computacionais.
Geralmente visualizamos estas tecnologias em camadas e estas por sua vez
um conjunto de tecnologias especificas.
Complementando Taurion (2009):
Em primeiro lugar encontram-se os recursos computacionais, que é a
camada mais baixa, composta por servidores, computadores e seus
25
sistemas operacionais, a camada middleware18, que oferece serviços de
gestão de recursos, a seguir encontra-se a camada de serviços e por ultimo
temos a camada de aplicação onde estão os portais de acesso e os
programas que exploram a potencialidade das nuvens.
De acordo com Miller (2008) o Google, a organização pioneira na
disponibilização de serviços em computação em nuvens, elenca as principais
propriedades do modelo. A primeira propriedade do modelo é a orientação ao
usuário – uma vez que o usuário está conectado à nuvem, qualquer documento
armazenado – arquivos de texto, planilhas, apresentações, mensagens, imagens,
aplicações – torna-se propriedade do usuário.
A segunda propriedade do modelo de computação em nuvens é a orientação
à tarefa – o foco está no que o usuário necessita realizar e em como a aplicação
pode auxiliá-lo, em vez de focar na aplicação e o que ela pode fazer.
Para Miller (2008) a terceira propriedade do modelo são as aplicações
tradicionais – editores de texto e planilhas de cálculo, e-mail19 entre outros – estão
tornando-se menos importantes que os documentos criados por elas.
Outra propriedade do modelo é a eficácia – o fato de se conectar centenas ou
milhares de computadores a uma nuvem cria uma riqueza de poder computacional
impossível de ser implementada com um único computador.
Ainda para Miller (2008) a quinta propriedade é a acessibilidade – o usuário
tem a possibilidade de instantaneamente buscar mais informações de diversos
repositórios uma vez que dados são armazenados diretamente nas nuvens. Não há
limitação a uma única fonte de dados, como em uma unidade individual de trabalho.
A Inteligência é a sexta propriedade do modelo de computação em nuvens.
Arquiteturas em nuvem facilitam estas tarefas, uma vez que todos os dados e
aplicações encontram-se centralizados. Com grandes montantes de informação
armazenados em servidores nas nuvens, a mineração e análise de dados são
técnicas necessárias para um aproveitamento mais inteligente da informação
acessível.
18
Middleware ou mediador, no campo da computação distribuída, é um programa de computador que faz a
mediação entre software e demais aplicações. 19
E-mail é um método que permite compor, enviar e receber mensagens através de sistemas eletrônicos de
comunicação.
26
Complementando Miller (2008) a última propriedade do modelo é
programável, muitas tarefas do modelo em nuvem devem ser automatizadas. Por
exemplo, para proteger a integridade dos dados, as informações armazenadas em
um único computador na nuvem devem ser replicadas para outros computadores da
mesma nuvem.
Se este computador ficar indisponível, a programação da nuvem
automaticamente redistribui os dados daquele modo para outro – trata-se de
técnicas de tolerância a falhas.
A computação em nuvem torna possível a mudança de foco do computador
para o usuário, da aplicação para a tarefa e do isolamento de dados para dados
acessíveis em qualquer local e compartilhados com qualquer membro que possua
permissão.
1.3 Modelo de Implantação
Tratando-se do acesso e disponibilidade de ambientes de computação em
nuvem, têm-se diferentes tipos de modelos de implantação. A restrição ou abertura
de acesso depende do processo de negócio, do tipo de informação e do nível de
visão.
Para Mell and Grance (2009):
Tratando-se do acesso e disponibilidade de ambientes de computação em
nuvem, têm-se diferentes tipos de modelos de implantação. A restrição ou
abertura de acesso depende do processo de negócio, do tipo de informação
e do nível de visão. Pode-se perceber que certas empresas não desejam
que todos os usuários possam acessar e utilizar determinados recursos no
seu ambiente de computação em nuvem. Neste sentido, surge a
necessidade de ambientes mais restritos, onde somente alguns usuários
devidamente autorizados possam utilizar os serviços providos. Os modelos
de implantação da computação em nuvem podem ser divididos em nuvem
pública, privada e híbrida.
27
1.3.1 Nuvem privada
Segundo Taurion (2009) diante da necessidade de ter mais segurança às
empresas que querem adotar serviços em computação em nuvem é a nuvem
privada. Como o próprio nome indica, trata-se de um ambiente com todas as
características de computação em nuvem, mas com acesso restrito à uma
corporação ou grupo, sem compartilhar os recursos de TI com outras empresas.
As nuvens privadas, também chamadas nuvens empresariais, correspondem
ao uso do conceito de nuvem computacional localizados internamente ao firewall20.
Para serem consideradas nuvens privadas, o ambiente precisa se acessado fora da
internet, ou seja, ser instalado para dentro do firewall da companhia.
Segundo o NIST (2011) para esse modelo de implantação são empregados
políticas de acesso aos serviços. Gerenciamento de redes, configurações dos
provedores de serviços e a utilização de tecnologias de autenticação e autorização
são as principais características deste modelo.
Esta por sua vez, apesar dos benefícios de ser um ambiente mais controlado,
na maioria dos casos, exige um investimento maior em relação à nuvem pública,
pois esta última prevê que todos os recursos – e por consequência, os custos –
sejam compartilhados com diversos usuários.
1.3.2 Nuvem pública
Para Taurion (2009) as nuvens públicas podem oferecer as empresas um
acesso rápido a infraestruturas computacionais, com custos mínimos. Prosseguindo
com as vantagens, à nuvem pública além do custo, outra questão que tende a ser
favorável é a agilidade de implementação dos serviços, já que encontramos
soluções pré-empacotadas, que por outro lado pode ser um problema para quem
necessita de customizações.
1.3.3 Nuvem híbrida
Existe ainda, um terceiro formato conhecido como nuvem híbrida. Trata-se de
uma modalidade que mistura parte dos dois formatos descritos anteriormente, dos
20
28
recursos de TI em uma nuvem pública e os aplicativos ou infraestruturas mais
críticos em uma nuvem privada.
São poucas as empresas que a curto e médio prazo irão operar totalmente
nas nuvens. Irão operar em ambientes híbridos.
Podemos entender com ambientes híbridos, servidores de e-mail próprios no
data center, com e-mails nos escritórios regionais operados por serviços em nuvens
publicas.
Complementando Chirigati (2009):
As nuvens híbridas combinam os modelos das nuvens públicas e privadas,
elas permitem que uma nuvem privada possa ter seus recursos ampliados a
partir de uma reserva de recursos em uma nuvem pública. Essa
característica possui a vantagem de manter os níveis de serviço mesmo que
haja flutuações rápidas na necessidade dos recursos. A conexão entre as
nuvens pública e privada pode ser usada até mesmo em tarefas periódicas
que são mais facilmente implementadas nas nuvens públicas, por exemplo.
O termo “computação em ondas” é, em geral, utilizado quando se refere às
nuvens híbridas.
1.3.4 Nuvem comunidade
Para Mell and Grance (2009) no modelo de implantação de nuvem
comunidade ocorre o compartilhamento por diversas empresas de uma nuvem,
sendo esta suportada por uma comunidade específica que partilhou seus interesses,
tais como a missão, os requisitos de segurança, política e considerações sobre
flexibilidade.
Este tipo de modelo de implantação pode existir localmente ou remotamente e
geralmente é administrado por alguma empresa da comunidade ou por terceiros.
1.4 Computação em Nuvem e seus papéis
Segundo Marinos e Briscoe (2009) diante na necessidade de ter mais
segurança às empresas que querem adotar serviços em computação em nuvem é a
nuvem privada. Como o próprio nome indica, trata-se de um ambiente com todas as
29
características de computação em nuvem, mas com acesso restrito a uma
corporação ou grupo, sem compartilhar os recursos de TI com outras empresas.
Os desenvolvedores utilizam os recursos fornecidos e disponibilizam serviços
para os usuários finais. Esta organização em papéis ajuda a definir os atores e os
seus diferentes interesses. O provedor é responsável por disponibilizar, gerenciar e
monitorar toda a estrutura para a solução de computação em nuvem, deixando o
desenvolvedor e o usuário final sem esse tipo de responsabilidade e fornecendo
serviços nos três modelos de serviços.
Para Marinos e Briscoe (2009) os atores podem assumir vários papéis ao
mesmo tempo de acordo com os interesses, sendo que apenas o provedor fornece
suporte a todos os modelos de serviços. Para entender melhor a computação em
nuvem, podem-se classificar os atores dos modelos de acordo com os papéis
desempenhados.
Os papéis são importantes para definir responsabilidades, acesso e perfil para
os diferentes usuários que estão envolvidos e fazem parte de uma solução de
computação em nuvem.
A Figura 4 destaca de forma clara estes papéis:
Figura 4 – Papéis na Computação em Nuvem.
Fonte: Marinos e Briscoe (2009).
30
Complementando Marinos e Briscoe (2009):
O provedor é responsável por disponibilizar, gerenciar e monitorar toda a
estrutura para a solução de computação em nuvem, deixando o
desenvolvedor e o usuário final sem esse tipo de responsabilidade e
fornecendo serviços nos três modelos de serviços. Os desenvolvedores
utilizam os recursos fornecidos e disponibilizam serviços para os usuários
finais. Esta organização em papéis ajuda a definir os atores e os seus
diferentes interesses. Os atores podem assumir vários papéis ao mesmo
tempo de acordo com os interesses, sendo que apenas o provedor fornece
suporte a todos os modelos de serviços.
1.5 Escalabilidade de nuvens
Segundo Chirigati (2009):
As aplicações desenvolvidas para uma nuvem precisam ser escaláveis, de
forma que os recursos utilizados possam ser ampliados ou reduzidos de
acordo com a demanda do cliente, por este motivo a escalabilidade é uma
característica fundamental na computação em nuvem.
De acordo com Chirigati (2009) diante deste cenário podemos imaginar a
computação em nuvens como uma enorme rede de nós que precisa ser escalável.
Porem para os usuários a escalabilidade deve ser transparente, ou seja, eles não
precisam saber onde estão armazenados os dados e de que forma eles serão
acessados.
Complementando Chirigati (2009):
A escalabilidade pode ser dividida em horizontal e vertical. Uma nuvem
escalável horizontalmente tem a capacidade de conectar e integrar múltiplas
nuvens para o trabalho como uma nuvem lógica. Uma nuvem escalável
verticalmente pode melhorar a própria capacidade, incrementando
individualmente seus nós existentes.
31
1.6 Arquitetura
Segundo Machado et al (2009) a arquitetura de computação em nuvem é
baseada em camadas, sendo que cada uma destas trata de uma particularidade na
disponibilização de recursos para as aplicações.
A mais baixa das camadas é a de infraestrutura através dela que os
prestadores de infraestrutura disponibilizam os serviços de rede e armazenamento
da nuvem. Nesta camada temos os data centers, clusters21, desktops22 e outros
recursos de hardware, podendo ter recursos heterogêneos.
De acordo com Machado et al (2009) a camada de plataforma esta acima da
camada de infraestrutura e provê os serviços para que as aplicações possam ser
desenvolvidas, implementadas, testadas e trazidas para o ambiente da nuvem pelos
prestadores de serviços. Nesta camada de desenvolvimento os usuários finais não
tem acesso, sendo ela destinada aos usuários mais experientes, ou seja, os
desenvolvedores das soluções para computação em nuvem.
Encontramos nestes ambientes interfaces mashups23, componentes, recursos
de programação concorrente e distribuída, suportes a workflows24, bibliotecas de
programação e linguagens de programação. Acima das duas camadas anteriores,
esta a camada de aplicação, que é a camada de interesse do usuário, pois é através
dela que eles utilizam os aplicativos. A figura 4 esboça as camadas da arquitetura de
computação em nuvem.
Figura 5 – Arquitetura de computação em nuvem.
Fonte: Marinos e Briscoe (2009). 21 Clusters ou aglomerado de computadores é formado por um conjunto de computadores. 22 Desktops são computadores de mesa. 23
Mashup é um site personalizado ou uma aplicação web que usa conteúdo de mais de uma fonte para criar um novo serviço completo 24
Fluxos de trabalho.
32
1.7 Exemplos
Segundo Taurion (2009) apesar de ser um modelo bem recente no mercado
de TI, o conceito de computação em nuvem já é comum em algumas das empresas
mais famosas da internet. Como principais fornecedores destes serviços, podemos
destacar as seguintes empresas e seus serviços já ofertados.
Google, pioneira na disponibilização serviços na camada de aplicação, a
empresa tem disponibilizado de forma gratuita ou paga, de acordo com a quantidade
de usuários.
Para Taurion (2009) entre estes podemos destacar alguns dos aplicativos que
fazem parte do pacote de serviços Google Docs25, onde o usuário pode encontrar
aplicativos de edição de textos, planilhas e apresentações, serviços de agenda,
como o Google Agenda, comunicador instantâneo, como o Google Talk. 26Estes
serviços são gerenciados pelos servidores da Google, sendo necessário que o
usuário tenha apenas acesso a internet e uma conta de usuário.
Amazon, tendo uma enorme capacidade de armazenamento e
processamento de dados, a empresa entrou no mercado oferecendo serviços como
o Simple Storage Solution-S327, para o armazenamento de dados, e o Elastic
Compute Cloud28, serviço que permite aos usuários alugarem computadores virtuais
para a execução de suas aplicações.
Ainda para Taurion (2009) a Microsoft disponibiliza o Live Mesh29, sua
proposta principal é a de permitir que o usuário acesse seu desktop de qualquer
computador, com a diferença que os arquivos estarão sendo armazenados dentro da
nuvem, ou seja, nos servidores da Microsoft.
Também podemos relacioná-las nesta nova modalidade de prestação de
serviços, através do conceito de computação em nuvem, algumas empresas
brasileiras como a Datasul e Aprex,
25
Google Docs é um serviço do Google para uso de domínios próprios em diversos produtos oferecidos pela
rede Google, onde o usuário pode encontrar aplicativos de edição de textos, planilhas e apresentações. 26
Google Talk é um serviço de mensagens instantâneas e de VoIP desenvolvido pela empresa Google 27
Amazon S3 é o armazenamento para a Internet. Ele foi desenvolvido para facilitar a web-escala de
computação para os desenvolvedores. 28
Amazon Elastic Compute Cloud (Amazon EC2) é um serviço web que oferece capacidade computacional
redimensionável na nuvem. Ele é projetado para tornar web escala de computação mais fácil para os
desenvolvedores. 29
Live Mesh é o sistema de sincronização da Microsoft que permite que arquivos e pastas sejam compartilhadas
e sincronizadas em vários dispositivos.
33
De acordo com Taurion (2009) já a empresa brasileira SambaTech trafega
milhares de DVD’s por mês, mas não possui nenhum dos servidores de que precisa,
pois os sistemas funcionam através de equipamentos alugados nos Estados Unidos
(Nogueira e Pezzi, 2009).
A figura 6 demonstra as principais empresas que oferecem serviços de
computação em nuvens.
Figura 6 – Exemplos de Computação em Nuvem. Fonte: Meneses (2011).
Complementando Taurion (2009):
Outro exemplo, a Amazon que de forma pioneira, descobriu que poderia
ganhar dinheiro e vender sua infraestrutura desde o inicio e falando de
usuários domésticos tende a aumentar o uso, pois, não precisa se
preocupar com espaço em disco nem processamento, o PC pode ser
apenas um chip ligado em um monitor com um navegador para se conectar
a Internet.
34
1.8 Desafios da segurança
Segundo Taurion (2009) um dos assuntos muito discutido em computação em
nuvem é a segurança. Dois desafios devem ser perfeitamente endereçados em um
ambiente de computação em nuvem: a gestão da segurança e privacidade e a
gestão dos equipamentos móveis.
Complementando Taurion (2009):
A segurança em computação em nuvem começa no navegador que é o
ponto de entrada de acesso nas nuvens e pode estar rodando em desktops,
laptops30, netbooks
31 ou até mesmo em smartphones
32. Os procedimentos
de segurança em computação em nuvem serão muito diferentes dos usados
atualmente pelos firewalls.
Segundo Agrawal et al (2009) a computação em nuvem é um modelo que
utiliza a Internet para disponibilizar seus serviços. Isso se torna mais complexo visto
que os recursos computacionais utilizam diferentes domínios de redes, sistemas
operacionais, software, criptografia, políticas de segurança, entre outros.
De acordo com Agrawal et al (2009):
Questões de segurança devem ser consideradas para prover a
autenticidade, confidencialidade e integridade. No que diz respeito à
confiabilidade e responsabilidade, o provedor deve fornecer recursos
confiáveis, especialmente se a computação a ser realizada é crítica e deve
existir uma delimitação de responsabilidade entre o provedor e o usuário.
Dessa forma, devem-se ter meios para impedir o acesso não autorizado a
informações e que os dados sensíveis permaneçam privados, pois estes
podem ser processados fora das empresas.
30
Laptop no Brasil é chamado de notebook ou computador portátil leve, projetado para ser transportado e
utilizado em diferentes lugares com facilidade. 31
Netbook é um termo usado para descrever uma classe de computadores portáteis tipo subnotebook com
características típicas: peso reduzido, dimensão pequena ou média e baixo custo. 32
Smartphone (telefone inteligente, numa tradução livre do inglês) é um telemóvel com funcionalidades
avançadas que podem ser estendidas por meio de programas executados por seu sistema operacional.
35
Em Agrawal et al (2009) é apresentado uma abordagem segura e escalonável
para preservar a privacidade. É utilizada uma estratégia de distribuição dos dados
em vários sítios do provedor e técnicas para acessar as informações de forma
secreta e compartilhada em vez de utilizar a criptografia, que é computacionalmente
caro.
Para Cooper et al (2009) cada sistema em geral tem seu próprio, modelo de
dados e política de privacidade destes dados.
Complementando Cooper et al (2009):
Quando ocorre a movimentação de dados entre sistemas, deve-se garantir
a privacidade dos dados mesmo com a mudança entre modelo de dados
diferente e que aplicações multi-inquilino acessem dados de outras
aplicações apenas de acordo com as políticas definidas. Técnicas de
criptografia podem ser utilizadas para garantir a privacidade dos dados.
No entanto, estas técnicas têm implicações significativas de desempenho de
consultas em SGBD’s. Dessa forma, alternativas para a integração de técnicas de
criptografia com SGBD’s devem ser investigadas e desenvolvidas, já que a
complexidade computacional da criptografia de dados aumenta o tempo de resposta
da consulta.
Segundo Brodkin (2008) a computação em nuvem tem atributos únicos que
demandam análise de risco em áreas como integridade de dados, recuperação e
privacidade, e avaliação de questões legais em áreas como: e-discovery33,
compliance34 e auditoria. Alem disto descreve em relatório do instituto Gartner, que a
computação em nuvem está repleta de riscos de segurança.
Em primeiro lugar no relatório de riscos de segurança em computação em
nuvem, está acesso privilegiado de usuários. Dados sensíveis sendo processados
fora da empresa trazem, obrigatoriamente, um nível inerente de risco.
Os serviços terceirizados fogem de controles físicos, lógicos e de pessoal,
que as áreas de TI criam em casa. Gartner (2008) diz em relatório que devemos
33
E-discovery refere-se a qualquer método de busca, pesquisa, localização e obtenção de dados e informações
eletrônicos com a intenção de utilizá-los como evidências, em um processo judicial. 34
Compliance é o conjunto de disciplinas para fazer cumprir as normas legais e regulamentares, as políticas e as
diretrizes estabelecidas para o negócio e para as atividades da instituição ou empresa, bem como evitar, detectar
e tratar qualquer desvio ou inconformidade que possa ocorrer.
36
conseguir o máximo de informação que você precisa sobre quem vai gerenciar seus
dados.
Para Brodkin (2008) em segundo lugar no relatório de riscos de segurança em
computação em nuvem, está o compliance com regulamentação. As empresas são
as responsáveis pela segurança e integridade de seus próprios dados, mesmo
quando essas informações são gerenciadas por um provedor de serviços. Estes
provedores de serviços tradicionais estão sujeitos a auditores externos e a
certificações de segurança.
Em Terceiro lugar no relatório dos principais riscos de segurança em
computação em nuvem está a localização dos dados. Quando uma empresa está
usando a computação em nuvem, ela provavelmente não sabe exatamente onde os
dados estão armazenados, nem ao menos o país em que estão os Data Centers.
Complementando Gartner (2008):
Pergunte aos fornecedores se eles estão dispostos a se comprometer a
armazenar e a processar dados em jurisdições específicas. E, mais, se eles
vão assumir esse compromisso em contrato de obedecer os requerimentos
de privacidade que o país de origem da empresa pede.
De acordo com Brodkin (2008) o quarto risco de segurança em computação
em nuvem, está a segregação dos dados. Dados de uma empresa na nuvem
dividem tipicamente um ambiente com dados de outros clientes. A criptografia é
efetiva, mas não é a cura para tudo, esta por sua vez apenas mitiga o risco.
Complementando Gartner (2008):
“Descubra o que é feito para separar os dados. O fornecedor de
computação em nuvem pode fornecer a prova que a criptografia foi criada e
desenhada por especialistas com experiência. Acidentes com criptografia
pode fazer o dado inutilizável e mesmo a criptografia normal pode
comprometer a disponibilidade dos serviços”.
Em quinto lugar no relatório está a recuperação dos dados. Qual a garantia
destes dados para o cliente em caso de um desastre. Mesmo se a empresa não
37
sabe onde os dados estão um fornecedor de computação em nuvem devem saber o
que vai acontecer se isto ocorrer
Complementando Gartner (2008):
“Qualquer oferta que não replica os dados e a infra-estrutura de aplicações
em diversas localidades está vulnerável a falha completa. Pergunte ao seu
fornecedor se ele tem a habilidade de fazer uma restauração completa e
quanto tempo vai demorar”.
Em sexto lugar no relatório está o apoio à investigação. A investigação de
atividades ilegais pode se tornar impossível em computação em nuvem.
Complementando Gartner (2008):
“Serviços nas nuvem são especialmente difíceis de investigar, por que o
acesso e os dados dos vários usuários podem estar localizados em vários
lugares, espalhados em uma série de servidores que mudam o tempo todo.
Se não for possível conseguir um compromisso contratual para dar apoio a
formas específicas de investigação, junto com a evidência de que esse
fornecedor já tenha feito isso com sucesso no passado.”
Para Brodkin (2008) o ultimo risco de segurança em computação em nuvem,
está viabilidade em longo prazo. No mundo ideal, o seu fornecedor de computação
em nuvem jamais vai falir ou ser adquirido por uma empresa maior. Mas a empresa
precisa garantir que os seus dados estarão disponíveis caso isso aconteça.
Complementando em seu relatório Gartner (2008) diz “pergunte como você
vai conseguir seus dados de volta e se eles vão estar em um formato que você pode
importá-lo em uma aplicação substituta”.
1.9 Modelos de serviço
A seguir, segue as três principais modalidades de serviços oferecidos em
computação em nuvem.
38
1.9.1 Software como serviço (SaaS)
Trata-se de um modelo de distribuição de softwares, no qual, são hospedados
por um fornecedor ou um provedor de serviço terceirizado que permite aos clientes
acessarem esse aplicativo por meio de uma rede, normalmente a internet.
Este modelo também é conhecido no mercado como software como serviço
(software as a service – SaaS), prevê que o fornecedor do serviço responda pela
manutenção, atualização e suporte.
Para o NIST (2011) a capacidade fornecida ao consumidor é usar as
aplicações do fornecedor que funcionam em uma infraestrutura da nuvem.
Complementando o NIST (2011):
As aplicações são acessíveis dos vários dispositivos do cliente através de
uma relação do thin client35
tal como um navegador de internet. O
consumidor não administra ou controla a infraestrutura básica, incluindo
nuvens de rede, servidores, sistemas operacionais, armazenamento, ou
mesmo capacidades de aplicação individual, com a possível exceção de
limitada aplicação específica e definições de configuração de utilizadores
Segundo Taurion (2009, p.110) migrar para o mundo SaaS não será uma
transição fácil e muitas empresas de software estabelecidas, principalmente as de
menor capacidade de investimento, ficarão pelo caminho.
Segundo Aulbach, (2009):
Um mesmo software pode ser utilizado por múltiplos usuários, sejam
pessoas ou empresas. Esse tipo de serviço é executado e disponibilizado
por servidores em Data Centers de responsabilidade de uma empresa
desenvolvedora, ou seja, o software é desenvolvido por uma empresa que
ao invés de vendê-lo ou usá-lo para beneficio exclusivo, disponibiliza-o a um
custo baixo a uma grande quantidade de usuários.
35
Thin Client, ou cliente magro é um computador cliente em uma rede de modelo cliente-servidor de duas
camadas o qual tem poucos ou nenhum aplicativo instalados, de modo que depende primariamente de um
servidor central para o processamento de atividades.
39
Para o NIST (2011) o SaaS representa os serviços de mais alto nível
disponibilizados em uma nuvem. Esses serviços representam as aplicações
completas que são oferecidas aos usuários.
Os prestadores de serviços disponibilizam o SaaS na camada de aplicação, o
que leva a rodar inteiramente na nuvem e pode ser considerado uma alternativa a
rodar um programa em uma máquina local, assim o SaaS traz a redução de custos,
dispensando a aquisição de licença de softwares.
Comparando com o modelo atual onde o cliente instala o software no
computador pessoal, podemos destacar as seguintes vantagens: o cliente não
precisa se preocupar com a infraestrutura, pois o software ira rodar no servidor; no
que se trata de licença de software, permite controlar conforme as necessidades de
uso; sua implantação não requer uma equipe de TI dedicada.
Para SUN et al (2007) software como serviço é um conceito sobre a
implementação de um mesmo software que pode ser adquirido por múltiplos
usuários.
Figura 7 – Arquitetura de uma aplicação SaaS.
Fonte: Velte, Velte e Elsenpeter, (2009).
De acordo com SUN et al (2007) existem grandes vantagens de utilização
desse conceito para o consumidor, destaca-se: - a alta disponibilidade – os arquivos
40
e sistemas podem ser acessados remotamente de qualquer local; - a precificação
simplificada – pagando-se apenas pelo que for necessário para utilização, o
investimento é feito por assinatura; -a implantação rápida – o sistema já está
disponível remotamente, tornando necessário somente a liberação de novos
usuários; - a customização – pode ser adaptado ao cliente por ele mesmo; - a
descentralização – pode ser utilizado a partir de qualquer ponto que atenda todas as
necessidades ao acesso remoto. Não há obrigatoriedade da interface base como em
um sistema de software convencional.
Mas, conforme as empresas desenvolvedoras vão se consolidando,
alternativas para que essas limitações sejam superadas estão sendo encontradas.
De acordo com SUN et al (2007) existem por outro lado algumas limitações
encontradas na computação em nuvem – como os cuidados com segurança já que
os arquivos ficam em servidores de terceiros e a necessidade da internet.
Segundo Melo et al (2012) a figura 8 descreve a comparação de
características entre os modelos de pacotes de software tradicional e de software
como serviço.
Figura 8 – Comparação de pacotes de software tradicional e de SaaS.
Fonte: Melo et al (2012).
41
1.9.2 Infraestrutura como serviço (IaaS)
Trata-se de um modelo onde o usuário contrata o Data Center e a
infraestrutura de hardware e software pela internet ou intranet. O provedor pode
oferecer servidor, sistema operacional, armazenamento em disco, base de dados e
recursos de mensagem.
Pelo uso de um modelo de pagamento elástico, o IaaS tem ganho espaço, no
qual o cliente paga apenas pelos serviços utilizados e pode, facilmente, aumentar ou
reduzir os serviços contratados da forma que necessitar. Todas as tecnologias que
compõem a infraestrutura da empresa podem ser utilizadas para o acesso.
Segundo o NIST (2011) a capacidade prevista para o consumidor é a
prestação de transformação, armazenamento, redes e outros recursos
computacionais, fundamental que o consumidor seja capaz de implantar e executar
programas arbitrários, que podem incluir sistemas operacionais e aplicativos.
Para NIST (2011):
O IaaS traz algumas características, como uma interface única para
administração da infraestrutura, a aplicação API (Application Programming
Interface36) para interação com hosts
37, switches38, roteadores e o suporte
para a adicionar novos equipamentos de forma simples e transparente.
O consumidor não administra ou controla a infraestrutura de nuvem
subjacente, mas tem controle sobre os sistemas operacionais, armazenamento,
aplicativos implantados, e, eventualmente, o controle limitado de componentes de
rede selecionar.
De acordo com NIST (2011):
36
Application Programming Interface (ou Interface de Programação de Aplicativos) é um conjunto de rotinas e
padrões estabelecidos por um software para a utilização das suas funcionalidades por aplicativos que não
pretendem envolver-se em detalhes da implementação do software, mas apenas usar seus serviços. 37
Host é qualquer máquina ou computador conectado a uma rede, podendo oferecer informações, recursos,
serviços e aplicações aos usuários ou outros nós na rede. 38
Switch é um dispositivo utilizado em redes de computadores para reencaminhar módulos (frames) entre os
diversos nós.
42
O IaaS traz os serviços oferecidos na camada de infra-estrutura, nestes
serviços podemos incluir servidores, roteadores, sistemas de
armazenamento e outros recursos de computação. Também é responsável
por prover toda a infraestrutura necessária para a SaaS e o PaaS.
O IaaS é baseado em técnicas de virtualização de recursos de computação.
Observando do lado da economia, não será necessário a aquisição de novos
servidores e equipamento de rede para a ampliação de serviços. Citamos como
exemplo de IaaS o Amazon EC2 (Elastic Cloud Computing) e o Eucalyptus39 (Elastic
Utility Computing Architecture Linking Your Programs To Useful Systems).
Segundo Maluli (2010) ao contrário da terceirização tradicional (outsourcing),
que requer negociações e contratos com fornecedores de infraestrutura, a IaaS é
centrada em um modelo pré-definido, padronizado e otimizado para as aplicações
dos clientes, pois é de acordo com suas necessidades. Resumidamente é a entrega
da infraestrutura de computação como um serviço em um ambiente típico de
plataforma virtualizada.
Para Maluli (2010):
Os fornecedores de IaaS gerenciam a transição e a hospedagem de
aplicações em suas infraestruturas, e os clientes mantêm a propriedade e o
gerenciamento das aplicações, sem se preocupar com a hospedagem das
operações e a manutenção da infraestrutura. Ou seja, ao invés de adquirir
espaço físico, servidores, software e equipamento de rede em centros de
processamento de dados (Data Center), os clientes da IaaS essencialmente
alugam estes recursos de provedores como um serviço terceirizado
completo. Geralmente o serviço é cobrado em base mensal e o cliente paga
somente pelo que consumir de recursos.
Complementando Maluli (2010) cita ainda alguns benefícios dessa
arquitetura: uso de tecnologias atuais para equipamentos de infraestrutura;
plataformas de computação altamente seguras, protegidas e isoladas contra
violações; habilidade em gerenciar oscilações de demandas (picos e vales); custos
baixos devido à redução de investimentos em capital e infraestrutura;
39
Eucalyptus (Elastic Utility Computing Architecture Linking Your Programs To Useful Systems) é uma
plataforma de software para a implementação de privada de computação em nuvem em clusters de computadores
43
1.9.3 Plataforma como serviço (PaaS)
Trata-se de um modelo menos difundido de computação em nuvem, o PaaS
fornece a infraestrutura necessária para que os desenvolvedores de software
construam novos aplicativos ou aumentem as funcionalidades de soluções já
existentes.
Para o NIST (2011) o PaaS tem por objetivo facilitar o desenvolvimento de
aplicações destinadas aos usuários de uma nuvem, criando uma plataforma que
agiliza esse processo.
Complementando o NIST (2011):
O PaaS oferece uma infraestrutura de alto nível de integração para
implementar e testar aplicações na nuvem. Também fornece um sistema
operacional, linguagens de programação e ambientes de desenvolvimento
para as aplicações, auxiliando a implementação de softwares, já que
contém ferramentas de desenvolvimento e colaboração entre
desenvolvedores.
A plataforma como serviço é atraente tanto para empresas que precisar criam
aplicativos customizados, como para os desenvolvedores independentes de software
e empresas que desenvolvem soluções para nichos verticais.
Segundo Maluli (2010) são serviços (interface nas nuvens para criação de
ferramentas), para desenvolver, testar, implantar, hospedar e gerenciar aplicações
em função de suportar o ciclo de vida do desenvolvimento de aplicações. Fornece
algum nível de suporte para simplificar a criação de interfaces de usuários,
conformes padrões, tais como as linguagens HTML ou JavaScript40
Complementando Maluli (2010):
Outras características são a integração com servidores Web e bancos de
dados, e a oportunidade para desenvolvedores terem uma visão melhor de
suas aplicações e do comportamento de seus usuários. Ajuda a remover as
40
JavaScript é uma linguagem de programação utilizada para criar pequenos programinhas encarregados de
realizar ações dentro do âmbito de uma página web.
44
preocupações de desenvolvimento de Software em relação ao uso de
aplicações por muitos usuários concorrentes.
45
2 EMPRESAS DE PEQUENO E MÉDIO PORTE
2.1 Definição
De acordo com o SEBRAE (2012) existem pelo menos três formas de
identificar uma empresa PME (de pequeno e médio porte). Isto é possível analisando
dados como, receita operacional bruta, quantidade de funcionários ou ate mesmo
pelo faturamento anual, como segue abaixo na figura 9:
Figura 9 – Classificação SEBRAE sobre o tamanho das empresas.
Fonte: Chiavenato (2009).
Ainda segundo dados do SEBRAE e a RFB, é caracterizada como uma
empresa de pequeno porte aquela que emprega de 20 a 99 funcionários e gera um
faturamento anual superior a R$ 240.000,00 (Duzentos e Quarenta Mil Reais) e igual
ou inferior a R$ 2.400.000,00 (Dois Milhões e Quatrocentos Mil Reais).
Mantendo os dados do SEBRAE e RFB as empresas de médio porte são
aquelas que empregam de 100 a 499 funcionários e geram um faturamento superior
a R$ 2.400.000,00 (dois milhões e quatrocentos mil reais), e igual ou inferior a R$
60.000.000,00 (sessenta milhões de reais).
De acordo com Drucker (1981):
O tamanho não modifica a natureza de uma empresa ou os princípios de
sua administração, não alteram os problemas básicos dos administradores e
46
ainda, não afetam a administração do trabalho e do trabalhador. Mas o
tamanho afeta a estrutura administrativa, pois cada tamanho exige um
comportamento e uma atitude diferente dos órgãos administrativos.
Complementando Drucker (1981):
Cada um dos estágios do tamanho de uma empresa não só exige uma
estrutura administrativa específica, como também apresenta problemas
distintos e deficiências típicas. Acrescenta que o maior problema das
empresas pequenas e médias é que, geralmente, são pequenas demais
para manter a administração de que precisam. Os cargos de cúpula destas
empresas exigem uma versatilidade maior que as posições correspondentes
nas grandes empresas.
O SEBRAE destaca em 2007 “as micro e pequenas empresas representam
para a economia brasileira 98% das empresas formalmente estabelecidas, gerando
60% dos empregos formais e cerca de 20% do PIB. Estes dados divulgados no site
do SEBRAE evidenciam que a PME representa grande parte do total de empresas
no Brasil.
No Brasil, as PME’s são as que mais empregam, dados do SEBRAE (2003,
2008) cerca de 98% das cerca de 5,1 milhões de empresas no país são PME’s
(SEBRAE, 2010).
O mercado interno brasileiro vem apresentando um forte crescimento
principalmente nos últimos 15 anos. De acordo com o IBGE, em 2010 fechou com
crescimento de 7,5% no PIB.
Este fato tem paralelamente favorecido o crescimento de pequenas e médias
empresas Observa-se que essa classificação tem derivações diferentes em se
tratando de indústrias ou prestadoras de serviços conforme demonstrado da tabela a
seguir:
47
2.2 Infraestrutura de TI e a PME
Segundo Souza (2004), a infraestrutura física de TI é composta pelas
tecnologias de informação e comunicação, pelas plataformas técnicas e de banco de
dados compartilháveis.
Para o autor, as empresas desenvolvem as suas infraestruturas de TI ao
longo de toda a organização e interligam parceiros. Uma boa infraestrutura pode
permitir iniciativas tais como a melhoria no ciclo de entrega, processos
interfuncionais e oportunidades de vendas cruzadas.
De acordo com Bharadwaj (2000), o contrário uma infraestrutura inadequada,
não integrada e dominada por incompatibilidade entre sistemas, restringe
severamente as opções de negócio de uma empresa.
Segundo Weill e Broadbent (1998), a infraestrutura de TI é composta de
conectividade interna, conectividade externa e serviços de infraestrutura que envolve
indicadores do número de microcomputadores por empregado e conectados,
velocidade de conexão da internet e estratégias de segurança.
Weill e Broadbent (1998) afirmam ainda:
Embora os diversos componentes de uma infraestrutura sejam
“commodities41”, os processos gerenciais necessários para integrá-los em
uma infraestrutura customizada ao contexto estratégico de uma empresa
são recursos bastante escassos. Esse processo demanda esforço e
aprendizagem pela experiência.
Confirmando essa ideia, Bharadwaj (2000) afirma que apenas injetando
dinheiro em máquinas e equipamentos e comprando sistemas, pode-se considerar
difícil para as organizações com infraestruturas de TI defasadas alcançarem níveis
de integração desejados.
Para Buonanno et al (2002) as pequenas empresas possuem pouco
conhecimento técnico, o que representa um fator limitante para a implantação de
projetos de TI. Os resultados obtidos em implantações de sistemas de informação
são muito diferentes entre médias e pequenas empresas.
41
Mercadoria.
48
Taurion (2009) exemplifica de modo interessante, às perspectivas de ganhos
ligadas a melhor utilização da infraestrutura, no caso de uma empresa de comércio
eletrônico que faz a venda de produtos pela internet. Neste exemplo, a empresa
precisaria de um parque computacional nos períodos de grande demanda, como
épocas de Natal e Dia das Mães, enquanto nos demais períodos toda essa
capacidade computacional se torna pouco utilizada.
Complementando Taurion (2009):
“Com a computação em nuvem esta empresa não precisa ter este parque
de computadores instalado em seus escritórios. Ela adquire a quantidade de
capacidade necessária e apenas paga por este uso. Não paga pela
capacidade instalada ociosa como fazia no modelo anterior”.
De acordo com Souza (2004) alem deste fator limitante também destacou
alguns fatores que afetam a implementação da infraestrutura de TI, entre eles estão
os aspectos financeiros – o orçamento destas empresas é limitado, não permitindo
gastos altos cujo retorno seja em longo prazo. A grande dificuldade para convencer
as pequenas empresas em investir em infraestrutura em TI é que não é fácil medir o
retorno obtido.
Para Souza (2004) outro fator que afeta a implementação da infraestrutura
de TI, é o treinamento de funcionários – o treinamento para uso desta nova
infraestrutura demanda tempo e dinheiro e nem todos se adaptam a ela.
Alguns por receio de serem sobrecarregados com trabalho extra, outros por
receio de serem substituídos e alguns por dificuldade em utilizar esta nova
ferramenta.
Segundo Souza (2004) o conhecimento técnico sem duvida é outro fator que
afeta a implementação da infraestrutura de TI. A falta de conhecimento técnico pode
levar as empresas a adquirir uma infraestrutura fechada com manutenção e suporte
exclusivos e extremamente caros.
A empresa fica refém do fornecedor da infraestrutura, que pode se mostrar,
com o passar do tempo, limitada e defasada tecnologicamente. Também devido ao
pouco conhecimento técnico em TI as PME’s podem cometer erros ao adquirir uma
infraestrutura subdimensionada ou superdimensionada ao projeto que deseja
49
implementar. O que representa além do custo imediato na aquisição dos
equipamentos, custos adicionais desnecessários de manutenção e suporte do
sistema.
Ainda para Souza (2004) apesar dessas dificuldades, ele afirma que a pouca
familiaridade das pequenas e medias empresas com a tecnologia da informação
pode ser um importante nicho de mercado para fornecedores de soluções de TI.
Estes podem oferecer serviços relacionados à infraestrutura física, sistemas e
recursos humanos que são necessários para que as PME’s atinjam seus objetivos.
Na figura 10 apresenta características de uso da TI pelas pequenas e
medias empresas. Observa-se que o percentual das micro e pequenas empresas
que utilizam microcomputador é baixo, destas que utilizam, 55% usa apenas um
microcomputador. Verifica-se também que apenas 71% dos microcomputadores das
MPE estão conectadas a internet.
Sem duvidas, estes fatores tornam-se limitantes ou impeditivos para o uso
da computação em nuvem. Além disso, 64% das MPE não se informatizam por falta
de conhecimento sobre os benefícios que a TI, e 44% porque não querem
comprometer o seu capital de giro, e acham que requer elevados investimentos.
Esta última razão pode ser minimizada com a adoção da computação em nuvem.
Figura 10 – Características de uso da TI pela MPE. Fonte: Adaptado de SEBRAE (2010).
50
Segundo Technologies (2011) os sistemas de suporte à infraestrutura de TI
são baseados em chamados técnicos aberto pelos usuários em departamentos de TI
das empresas, ou em empresas terceirizadas para essa finalidade.
Geralmente, esses chamados são classificados com base em políticas de
atendimento de suporte. A seguir estão apresentadas algumas categorias de
classificação dos chamados técnicos.
Para Technologies (2011) em primeiro lugar nesta classificação dos
chamados técnicos, está a orientação técnica – nesse grupo identificam-se os
chamados que têm a finalidade de orientar o uso do software, como a configuração
de telas, ou sequência de rotinas a serem feitas, bem como treinamentos sobre
determinados processos utilizando o sistema.
Em segundo lugar nesta classificação dos chamados técnicos, destaca-se o
parque de hardware – nesse grupo se encaixa fatores externos que de alguma
forma que prejudica ou causa erros na utilização do sistema, como por exemplo,
memórias exauridas ou então perda de pacotes do tráfego da rede, o bloqueio por
antivírus ou proxy42 entre outros fatores físicos dos componentes envolvidos no
sistema computacional.
De acordo com Technologies (2011) em terceiro lugar na classificação dos
chamados, estão as falhas de software – nesse grupo estão os chamados que são
identificados como falha no sistema.
Em quarto lugar nesta classificação, está a instalação – nesse grupo encaixa-
se a instalação do software no servidor do cliente, bem como a orientação da
instalação dos sistemas nos terminais.
Ainda para Technologies (2011) a recuperação técnica está em quinto lugar
nesta classificação dos chamados. Este grupo, têm como finalidade a recuperação
dos bancos de dados corrompidos por panes ou falhas ou então otimização do
mesmo.
Em último lugar na classificação dos chamados, estão as melhorias e
atualizações – como a empresa não trabalha com customização do software, ou
seja, adota um modelo de software pronto, surgem várias sugestões de melhoria, e
as mesmas são identificadas e anotadas em um chamado.
42
Proxy é um servidor intermediário que atende a requisições repassando os dados do cliente à frente
51
2.3 A PME no mundo globalizado
Segundo Castells (2006) o mundo globalizado e as novas tecnologias
demandam novas definições ao mundo empresarial. O processo de globalização se
aprofunda proporcionalmente à interpenetração das redes de produção e se
expande pelo mundo de maneira que os elos entre as condições da força de
trabalho de diferentes países se aproximam, ficando cada vez menos distinta em
termos de qualificações especializadas e tecnologia.
Motivadas pelo cenário estável da economia de nosso país as PME’s
atualmente são de extrema importância ao sistema econômico do nosso país, pois
estas, ano a ano vêm demonstrando grande crescimento econômico,
A atual estabilidade da moeda e o controle inflacionário de nosso país
permitiram o crescimento destas empresas auxiliando bastante o sucesso dos
negócios.
Portanto, as PME’s através desta nova visão vêm constantemente buscando
a união através de redes de associados, ou seja, associação de empresas com o
intuito de juntas aumentarem o poder de barganha perante seus fornecedores,
conquistando assim, preços mais competitivos, possibilitando uma igualdade na
concorrência com as grandes empresas.
Esta atual busca vem dando resultados positivos, pois possibilita que as
PME’s ganhem mercado a cada dia.
2.4 O crescimento da PME através da inovação
Segundo Castells (2006) na maioria das vezes as PME’s possuem atividades
diversificadas e estruturas flexíveis, as quais facilitam ações rápidas de adaptação a
novas mudanças, a valorização da flexibilidade e da agilidade, permite que estas
tenham uma maior oportunidade nas inovações, auxiliando-as a permanecer no
mercado o qual muda constantemente.
As iniciativas inovadoras das PME’s visam à continuidade e alcance de
crescimento, investindo sempre na melhoria de seus produtos e serviços e dando
maior atenção a formação de profissionais que possam contribuir para este
52
crescimento com ideias e tecnologias inovadoras, a qual leva a empresa há uma
maior visão e futuro.
Segundo (Souza, 2009):
Esta inovação nas pequenas e médias empresas dá-se através da
percepção de necessidades do mercado, no qual, obriga-se faz com que
estas empresas procurem produzir produtos e serviços que possam suprir
estas necessidades, atraindo maior número de clientes satisfeitos, e com
isto, maior rendimento para estas empresas.
Para garantir a permanência atualmente das empresas em um mercado cada
vez mais acirrado é de extrema importância à melhoria constante de produtos e
serviços a fim de satisfazer o mercado, para isto todos os esforços de uma empresa
estão voltados à satisfação de seus clientes e associados.
De acordo com Souza (2009) a competição entre os funcionários é uma das
formas também utilizadas pelas PME’s para que possam alcançar o crescimento, e
esta, é sempre estimulada, pois com o aumento da competição, traz benefício direto
à empresa - aumento da produtividade.
Grande parte das PME’s atuam também no comercio varejista e na sua busca
incessante pelo crescimento, depara-se com um novo mercado, o do comercio
eletrônico, também conhecido como e-commerce43, no qual se encontra em grande
crescimento nos últimos anos, motivado pelo grande crescimento de usuários da
rede de computadores.
Para Souza (2009) com este considerado crescimento novas empresas são
criadas a cada dia para suprir o comércio eletrônico, desempenhando suas
atividades exclusivamente para atender a este mercado, pois trabalhando apenas
por meio eletrônico, estas empresas reduzem em muito seus custos de operação e
de necessidade de capital, pois neste mercado não se faz necessário o uso de
grandes instalações para atender aos clientes ou de grande número de funcionários
para manter suas atividades, onde as negociações e transferências de fundos são
eletrônicas.
43 E-Commerce é a realização de compras e transferências de fundos eletronicamente, especialmente através da internet.
53
As PME’s, principalmente as do setor de varejo, vêem no comércio eletrônico
a chance de poder diminuir a grande diferença de capital entre elas e às grandes
empresas, pois através do meio eletrônico esta diferença não é notada, o que traz
bastante vantagem às PME’s, podendo prestar serviços mais personalizados aos
seus clientes.
De acordo com a Pesquisa GEM (2010) quando a PME brasileira pensa em
inovar, se depara com problemas tributários e também com o desconhecimento de
incentivos e parcerias com instituições de ensino e pesquisas, além de técnicas
apropriadas para a gestão empresarial.
Com isto algumas iniciativas propõem que a inovação ganhe um crescimento
simultaneamente com o mercado. O SEBRAE é um exemplo disso, pretende
disponibilizar cerca de 800 milhões de reais até 2013, para incentivo a inovação nas
PME’s. No inicio de 2010 visando facilitar o acesso a crédito e subsidiar parte do
investimento para serviços tecnológicos, através do programa SEBRAETEC –
serviço em inovação e tecnologia.
Complementando a Pesquisa GEM (2010) os pequenos e médios
empreendedores buscam mais alternativas para suporte no avanço de suas
atividades.
2.4.1 ERP - Enterprise Resource Planning
Segundo Nogueira e Pessoa (2006) a maioria das grandes empresas utiliza
algum tipo de sistema integrado, sendo o ERP um dos mais utilizados. ERP é um
termo que se refere a um conjunto de atividades executadas por um software
integrando dados de diversas áreas com o objetivo de integrar todos os setores de
uma empresa.
Eles são sistemas independentes da plataforma e a arquitetura do software
interage em todos ou na maior parte do fluxo de informações de atividades de uma
empresa, como fabricação, logística, finanças e recursos humanos. Um ERP pode
apresentar diversos módulos de gestão de serviços.
Para Nogueira e Pessoa (2006) tem-se um módulo central que interage com
os vários módulos de uma arquitetura ERP, proporcionando a administração de
recursos, clientes e fornecedores.
54
O usuário do sistema ERP executa uma aplicação que acessa as informações
de uma base de dados única (servidor) e este interage com todos os aplicativos do
sistema, facilitando o gerenciamento das informações.
2.5 Capacitação tecnológica da PME
Um dos fatores fundamentais para as empresas que pensam em competir é
buscar a capacitação tecnologia, utilizando a tecnologia tanto em produtos como em
processos como recurso potencial.
O processo de incremento de capacitação tecnológica está relacionado à
capacidade de aprender, assimilar e incorporar conhecimentos de natureza técnico-
científica e aplicá-los de modo a manter ou melhorar o seu desempenho
socioeconômico.
Segundo Canuto (1993) este processo ocorre em todas as atividades da
empresa, e compreende “as capacidades de adquirir, assimilar, usar, adaptar, mudar
ou criar tecnologia, em três âmbitos: na fabricação e demais atividades operacionais
correntes; no investimento, ou seja, na execução de novos projetos; e na inovação”.
De acordo com Rocha (1996) alcançar a capacitação tecnológica é um
desafio que se apresenta a todas as empresas e que aumenta na mesma medida
em que aumentam as inovações tecnológicas ocorridas no seu entorno, capazes de
afetar a sua competitividade. Em outras palavras, entende-se por capacitação
científica e tecnológica a ampliação do potencial de desenvolvimento, absorção,
difusão e introdução de inovações tecnológicas.
Segundo Rocha (1996) para os fatores internos, é necessária uma atitude
determinada das pessoas que com no sentido de traçar estratégias para superação
das limitações; já para os fatores externos é preciso que exista a articulação com os
demais atores envolvidos no processo (governo, instituições de ensino e pesquisa,
centros tecnológicos, outras empresas, e entre outros) com vistas à criação e o
fortalecimento de um sistema que privilegie a capacitação tecnológica e a
competitividade das empresas.
A acumulação de capacidade tecnológica está vinculada a uma série de
fatores internos e externos às empresas. Contudo, este não é um processo que
ocorre de forma isolada.
55
3 SOFTWARE COMO SERVIÇO E A PME
3.1 O mercado SAAS e a PME
Quando falamos em valores da computação em nuvem para uma
determinada organização, pensamos em vários fatores que nos motivam a utilizar a
esta tecnologia. É uma grande oportunidade para empresas de tecnologia fornecer
serviços de computação em nuvem.
Segundo Taurion (2009):
Quando o assunto é Computação em nuvem, descrevemos alguns
elementos de valor: utilização de uma infraestrutura flexível e escalável,
com melhor utilização dos recursos computacionais; acelerar o
desenvolvimento de produtos melhorando a vantagem do tempo; maior
produtividade, pensando em resposta rápida de sistemas, que pode gerar
recursos financeiros muito grandes; criar novos negócios para ser uma
empresa inovadora, pois esta tem muito mais chances de crescer.
Segundo Arraial (2011) à medida que adquirem novos equipamentos e
tecnologias, seus esforços para manter os sistemas operacionais se tornam maiores,
uma vez que essas empresas possuem recursos reduzidos.
Complementando Arraial (2011):
Uma alternativa é o uso de recursos de computação em nuvem que
permitem que aplicativos e ferramentas sejam utilizados remotamente sem
a necessidade de se tê-los localmente, eliminando ou reduzindo custos com
instalação, infraestrutura, manutenção e suporte. Adicionalmente, a
computação em nuvem permite um baixo investimento com um rápido
retorno, o que é bom para o fluxo de caixa da empresa.
Segundo Arraial (2011) no Brasil o nível de adoção de serviços de TI nas
PME’s ainda é baixo, em geral, é com o aprendizado desenvolvido ao longo da vida
do empreendimento que os gestores de PME’s brasileiras passam a ter maior
controle das finanças, recursos e processos do negócio.
56
Com o crescimento da organização, surge simultaneamente à necessidade de
uma gestão mais profissional do empreendimento, e é nesta fase que as
ferramentas de tecnologia se mostram mais evidentes.
Para Arraial (2011) o custo das tecnologias de informação de ponta sempre
foi impeditivo para se implantar um serviço de computação em nuvem nas as PME’s,
e é neste cenário que as ofertas de computação em nuvem são promissoras.
Com a perspectiva de custos mais baixos e bom desempenho, a computação
em nuvem começa a entrar na pauta diária das PME’s, o baixo nível de maturidade
em TI das PME’s no Brasil torna o segmento um verdadeiro mar de oportunidades
para as tecnologias de computação em nuvem, ou seja, um mercado ainda muito
pouco explorado.
De acordo com Arraial (2011) nos países desenvolvidos a discussão sobre o
tema computação em nuvem gira em torno da migração de sistemas e aplicações,
no Brasil a discussão sobre o tema deveria ser outra, ou seja, mostrar para as
PME’s que os impactos das ferramentas de TI podem causar na produtividade são
enormes e que elas já estão prontas para utilizar os novos produtos baseados na
computação em nuvem.
Por outro lado para um novo segmento que ainda está descobrindo como tirar
o melhor proveito das ferramentas de TI, os grandes fornecedores de tecnologia
ainda deixam a desejar na questão do suporte ao cliente.
Com certeza os canais atuais de massificação de vendas, como call centers44
e quiosques, não estão prontos para dar um tratamento no mesmo nível para as
PME’s, treinar esse canal será um grande desafio e sem falar que ainda é
necessário que estes conheçam melhor a rotina diária dos gestores de TI das PME’s
para oferecerem tratamento e suporte adequado.
Complementando Arraial (2011), afirma que:
As pequenas e médias empresas, sem duvidas são as maiores beneficiadas
com as novas ofertas de computação em nuvem. As ofertas atuais no
modelo de computação em nuvem ainda possuem modelos de utilização
bastante complexos, algo que nunca foi problema para as grandes
44
Ou central de atendimento é composta por estruturas físicas e de pessoal, que têm por objetivo centralizar o
recebimento de ligações telefônicas.
57
empresas decifrar através dos bem treinados executivos de venda das
grandes corporações multinacionais,
Segundo Prado et al (2011) um dos grandes problemas das PME’s, é o tempo
desperdiçado em tarefas que não estão relacionadas ao seu negócio, como por
exemplo, a infraestrutura de TI.
Diante deste cenário, segundo gestores de TI da GlobalWeb, empresa
especialista em computação em nuvem e outsourcing, descreve algumas razões
para as PME’s adotarem a computação em nuvem, entre elas estão: a possibilidade
de contratar "aluguel" de hardware como serviços; a gestão de maneira globalizada
da principal ferramenta de comunicação usadas pelas empresas: e-mail; o fácil
acesso a tecnologias de armazenagem e backup que antes só grandes empresas
conseguiam pagar; agilidade para ampliar a infraestrutura; o acesso a tecnologias
que trazem inteligência e aumentam competitividade; cumprimento das obrigações
fiscais (emissão de notas fiscais eletrônicas), que cada vez estão mais ligadas à
tecnologia; e por fim a garantia de segurança – todos os dados gerados na nuvem
devem ter uma proteção contra vírus rodando na nuvem e este por sua vez não
estaria nos computadores locais e sim nos servidores da empresa..
Para Taurion (2009):
A velocidade de adoção da computação em nuvem vai depender da
maneira de como as companhias usarão os novos recursos e como elas
atenderão às crescentes expectativas dos seus clientes. Isto significa que
todas as coisas que o Google e Amazon fazem tão bem também devem ser
feitas por grandes empresas em seus data centers. Para poder ter escala
para prestar grandes volumes de serviços, data centers deverão investir em
uma abordagem industrializada, simbolizadas pelas nuvens privadas
3.2 Os desafios
De acordo com NGC (2007) até bem pouco tempo para que tudo estivesse
em pleno funcionamento, os investimentos em tecnologia da informação eram quase
sempre absurdos, pois na maioria das vezes demandava compra de hardwares,
licenças dos softwares e também dos investimentos em servidores e backups.
58
Contava ainda com a contratação de profissionais especializados, que poderiam
comprometer ainda mais a folha de pagamento.
Segundo NGC (2007):
Atualmente, este cenário vem mudando: ainda temos os sistemas de gestão
tradicionais, mas também temos os inovadores, conhecidos como
“softwares como serviço”, que são baseados na web45. Ainda pouco
difundido entre os pequenos e médios empresários, esse formato reduz os
custos, proporciona segurança e confiabilidade dos dados.
Para NGC (2007) este modelo passa a ser uma tendência forte para as
PME’s que não precisam investir muito para ter um serviço mais estratégico.
Ainda para o NGC (2007):
Esses sistemas de gestão, que rodam via Internet, podem ser alugados e
não comprados, o que reduz custos. Fique atento, pois quem deve estar
preparado com a tecnologia de ponta e programas inteligentes é o
fornecedor dos sistemas e assim acompanhar as nuances de mercado, e
não as empresas contratantes, que não podem investir muito.
De acordo com Zillig (2011) o software como serviço envolve uma modalidade
de aquisição de softwares na qual se contrata um “serviço” disponibilizado pelo
aplicativo enquanto durar sua assinatura.
Com a plataforma na nuvem o software é hospedado em um data center, com
isto permite que os dados estejam disponível a qualquer realidade empresarial e de
qualquer lugar. As PME’s por sua vez têm a responsabilidade de fazer as suas
escolhas sobre o tipo de serviço que desejam ter em suas empresas.
Segundo Zillig (2011) a busca pela redução de custos virou uma obsessão
nas empresas, com isto os orçamentos estão cada vez mais apertados e de outro
lado, suas operações necessitam ter soluções eficientes. A área de TI não escapa
disso, principalmente no contexto das PME’s brasileiras. Por esse fato, mercados
como o software como serviço, vêm ganhando relevância. 45
Rede de alcance mundial: é um sistema de documentos em hipermídia que são interligados e executados na
Internet.
59
Segundo Chiavone (2011):
Atualmente, esse conceito está intrinsecamente ligado à definição de cloud
computing, pois, ao utilizarem os aplicativos na nuvem e pagar por isso
mensalmente, as empresas estão trabalhando com a definição de software
como serviço.
De acordo com Chiavone (2011) software como serviço é a forma comercial
na qual os softwares (normalmente hospedados ou baixados da nuvem) deixam de
ser licenciados no modelo tradicional e passam a ser considerados como prestação
de serviços, de forma que o usuário paga efetivamente pelo que utiliza, sem
investimentos antecipados, preocupações com versões e com a garantia da
escalabilidade crescente ou decrescente.
Segundo Macedo (2011) as PME’s estão apostando numa nova modalidade
de serviço para atrair novos clientes com custos efetivamente menores e a principal
alternativa encontrada pelas empresas para manter as estruturas de TI sem
comprometer os serviços foi à utilização do modelo software como serviço. Esta
redução nos custos se dá devido à terceirização de alguns serviços de TI da
empresa contratante para o fornecedor software como serviço.
De acordo com Macedo (2011), segundo as estatísticas do IDC e Gartner em
2011, o mercado de software como serviço vai representar 30% do volume de novas
vendas das licenças de softwares no mundo. A razão deste sucesso consiste no fato
do cliente não ter a obrigação de adquirir a licença de uso. Pagando apenas a taxa
mensal baseada no número de funcionários ou funcionalidades que acessam o
serviço já lhe dá o direito de usar.
Outra vantagem para as PME’s está em não haver mais a necessidade de
contratos de manutenção. O usuário passa a usar o software sem se preocupar com
as atividades que no modelo convencional eram básicas, como: instalação,
manutenção, upgrades, backups e entre outros. Estas por sua vez, passam a ser
responsabilidade do prestador de serviços e não do cliente.
Complementando Macedo (2011), explana que o SaaS já é realidade e em
breve estará dividindo o mercado igualmente com a compra de novas licenças.
Para Taurion (2009), a adoção do software como serviço nas PME’s trazem
alguns benefícios, entre eles estão: - simplificação do gerenciamento dos aplicativos;
60
- redução do investimento em capital; - velocidade de implementação; - possibilitar
que a área de TI se concentre em apoiar o negocio final da empresa; - acesso às
novas funcionalidades de forma rápida e sem o oneroso processo atual de instalar
novas versões.
Segundo o NGC (2007) software como serviço é o modelo que se
compreende melhor dentro do novo panorama de serviços de informática. Neste as
aplicações de negócios contam com um alojamento à distância e se integram
diretamente nos escritórios dos usuários finais.
O software como serviço resultará cada vez mais economicamente à medida
que mais empresas compartilhem seus custos de infraestrutura, pois a grande
maioria dos fornecedores de computação em nuvem oferece seus serviços em um
modelo público de assinatura ou de pagamento pelo uso.
Por outro lado, apesar destas razões Casey (2011) recomenda algumas
precauções que precisam ser tomadas para sua adoção, entre elas: a segurança
dos dados – um dos dilemas para as PME’s é sobre a disponibilização de dados
vitais e confidenciais da empresa para terceiros; a segurança destes dados deve ser
garantida.
A segunda precaução para se adotar um serviço de computação em nuvem é
a disponibilidade de acesso e a confiabilidade – o provedor deve dispor de
redundâncias e cópias de segurança contornando de forma adequada eventuais
contingências e minimizando prejuízos às vezes, incalculáveis ao cliente.
Para Casey (2011) outra precaução é o plano de emergência – as PME’s
devem ter planos de emergência no caso de migração para outro provedor de
serviço ou para a desistência do uso. Com certeza nestes dois casos haverá perdas
de informações importantes, mas é possível mitiga-las.
A última precaução para se adotar um serviço de computação em nuvem são
as regras contratuais – as regras contratuais variam de acordo com o país e deste
modo é preciso muita cautela na seleção e contratação da empresa fornecedora de
serviços.
De acordo com Casey (2011) para se precaver de imprevistos, os contratos
de utilização da computação em nuvem devem abranger aspectos de segurança dos
dados, confiabilidade e recuperação total dos dados com prazo pré-definido.
Além disso, como os dados estão dispersos na rede, muitas vezes torna-se
praticamente impossível definir por onde os mesmos trafegam e onde se hospedam.
61
Para o NGC (2007) a recomendação tanto de fornecedores quanto de
analistas é que as PME’s devem investigar o potencial da computação em nuvem
com pouco risco, ao experimentando os serviços disponíveis no mercado antes de
contratá-los, com isto, elas poderão se preparar para um desenvolvimento que,
mudará o modo de provê e acessar a tecnologia.
Complementando NGC (2007):
Além disso, as empresas que aproveitarem o novo modelo de acesso a TI
descobrirão que com menores custos em tecnologia, terão maior agilidade e
capacidade para concorrer em negócios desafiantes. É possível que o cloud
computing ainda não tenha alcançado sua maturidade, mas se a história
dos avanços tecnológicos se repete as empresas preparadas para a
mudança em TI estarão mais bem posicionadas para aproveitar ao máximo
as novas oportunidades.
Para Chiavone (2011) antes das PME’s optarem pela adoção da computação
em nuvem e consequentemente software como serviço, devem avaliar os pontos
principais a seguir.
Em primeiro lugar devem avaliar a segurança – a estrutura de segurança
existente nos servidores que hospedam os arquivos em computação em nuvem é
normalmente muito superior aos modelos tradicionais, usam normalmente tecnologia
de ponta.
Alguns acreditam compartilharam dados sigilosos e estes deixá-los
espalhadas pela nuvem em um servidor que nem ao menos sabe onde está, o que
definitivamente não é verdade.
Complementa Chiavone (2011):
Dessa forma, para o mercado PME, a segurança se torna uma grande
vantagem ao aderir a tecnologias em cloud e no modelo SaaS, pois poderão
contar com esta estrutura robusta - praticamente as mesmas usadas por
instituições de grande porte - como se fosse o servidor da sua empresa. Por
exemplo, as empresas que oferecem backup online garantem a segurança
dos arquivos de várias formas, entre elas através de encriptação, ou seja,
os dados são codificados na máquina do usuário e permanecem codificados
62
(encriptados) no servidor na nuvem até que o próprio usuário, através de
suas credenciais de acesso, opte por resgatá-los ao seu computador. Só
então serão decodificados.
Segundo Chiavone (2011) em segundo lugar as PME’s devem avaliar quem é
o fornecedor – igualmente ao serviço convencional, as empresas devem buscar
fornecedores conceituados e serviços com credibilidade no mercado. Por exemplo, o
mesmo cuidado e confiança que são dedicados a comprar um software e instalar em
seus desktops, são necessários na contratação de um serviço em computação em
nuvem.
É necessário inicialmente entender exatamente quais são as finalidades da
solução oferecida para assim ajustar as expectativas da empresa, após isto, buscar
um histórico do fornecedor, por exemplo, se oferecem suporte técnico e
principalmente quais as garantias oferecidas contra as possíveis adversidades.
Para Chiavone (2011) em terceiro lugar as PME’s devem avaliar o link46 de
Internet – este sem duvidas é o ponto de maior importância a ser avaliado na
adoção do modelo software como serviço. Sem um link de internet adequado não
adianta contratar um serviço “completo e maravilhoso” na nuvem, pois, com certeza
dificilmente a expectativa será atendida, independentemente da qualidade do
fornecedor do serviço. Lembramos que como a infraestrutura no Brasil Infelizmente
ainda tem muito a evoluir, alguns prestadores de Internet oferecem garantia de
apenas 10% do total contratado (que é o mínimo garantido pela legislação).
De acordo com Chiavone (2011) a escalabilidade vem em quarto lugar – é
extremamente racional ter uma solução com escalabilidade para as PME’s, pois com
o software como serviço, a tecnologia já está disponível de forma ampla.
De acordo com o crescimento da empresa, futuros investimentos na compra
de licenças ou infraestrutura não serão mais necessários, sendo apenas necessário
adequar à quantidade dos serviços já prestados. Da mesma forma se for necessário
reduzir a quantidade não teremos problemas.
Em quinto lugar as PME’s devem avaliar o custo – com soluções na nuvem,
as empresas estão sempre adequadas ao seu momento, ou seja, como descrito
acima, a escalabilidade leva imediatamente uma discussão em relação às vantagens
46
Ou ligação, é uma referência num documento em hipertexto a outras partes deste documento ou a outro
documento.
63
de custo para as PME’s ao investirem em computação em nuvem. A empresa deve
sempre ponderar quais os custos vai ter no modelo tradicional e na adoção de
softwares na nuvem.
Segundo o NGC (2007):
Ao reduzir os custos de TI, o cloud computing poderá proporcionar às
pequenas e médias empresas amplas capacidades computacionais que, de
outro modo, estariam fora do alcance de muitos. E graças à possibilidade de
não possuir e manter hardware e software - e de não necessitar ampla
capacitação para estes sistemas - as pequenas e médias empresas
descobrirão a disponibilidade de mais dinheiro para destinar a outros custos
operativos.
Complementando Chiavone (2011):
No modelo tradicional, é preciso considerar investimentos em licenças,
infraestrutura, servidores, no-breaks47, entre outros. A opção de SaaS está
ligada à possibilidade de transformar gastos antecipados em despesas
mensais adequadas ao volume de utilização, facilitando o fluxo de caixa e a
adequação do investimento de informática à realidade da empresa.
Ainda para Chiavone (2011) as PME’s devem avaliar em sexto lugar o que
levar para a nuvem? Qualquer serviço de computação em nuvem depende
totalmente da internet, por exemplo, uma rede de supermercado, mesmo que seja
pequeno, necessita que a maioria de seus dados sejam armazenados fora da
nuvem, pois os terminais necessitam trocar dados de forma constante, sem
dependência externa.
Complementando Chiavone (2011):
Existe uma previsão de que 50% dos e-mails no mundo estarão
hospedados na nuvem dentro dos próximos três anos, porém para as PMEs
essa adoção será ainda mais rápida. É um desafio muito grande manter um
47
No-break é um sistema de alimentação secundário de energia elétrica que entra em ação, alimentando os
dispositivos a ele ligado, quando há interrupção no fornecimento de energia primária.
64
servidor de e-mail, dependendo do porte, pois requer uma manutenção
considerável. Esse é um bom exemplo para entender onde está a redução
de custos. Basta contabilizar o custo de um servidor de e-mail, mais os
respectivos softwares e comparar com o custo de manter um serviço
baseado em web. Além disso, as empresas podem contratar serviços
adicionais como filtragem Anti-Spam48
e antivírus também na nuvem.
3.3 Perspectivas futuras
Para Saraceni et al (2011) a inserção do modelo software como serviço nas
PME’s pode mudar de forma significativa o modo que é consumida a tecnologia da
informação. Existem ainda expectativas de que o mercado de computação em
nuvem venha se acelerar já que é um novo modelo computacional, sustentável, que
poderá aos poucos substituir o modelo atual. As PME’s avaliam que este modelo
propicia economia de custos e crescimento dos negócios.
Gradativamente, mais empresas irão adotar soluções envolvendo a
computação em nuvem e historicamente este conceito ainda é muito novo.
Principalmente, as PME’s ainda têm dúvidas sobre algumas questões.
Segundo Macedo (2011),
O modelo SaaS é fruto da convergência de diversas tecnologias
(networking49, ferramentas de programação e capacidade computacional)
que vem apresentando custos decrescentes. Estudos mostram que o TCO
(Custo Total de Propriedade) reduz em até 30% em relação ao modelo
convencional de compra de licenças de software. Mas, sem dúvida, o
principal aliado desse modelo é o fator ambiental. Ecologicamente correto
(TI verde), a redução de energia é avaliada em mais de 60% com
servidores, no-breaks, climatização e sistemas anti-incêndio, não
mobilizando a estrutura tecnológica do cliente.
De acordo com Zillig (2011) o serviço é uma grande promessa para os
próximos anos: analistas apontam que esse segmento apresenta um crescimento
48
São sistemas que mantém a caixa de entrada livre de e-mails indesejáveis. 49
Networking é a união dos termos em inglês "Net", que significa "Rede" e "Working", que é "Trabalhando". O
termo, em sua forma resumida, significa que quanto maior for a rede de contatos de uma pessoa, maior será a
possibilidade de essa pessoa conseguir uma boa colocação profissional
65
vigoroso desde o ano passado, podendo chegar a uma receita global de até US$
21,3 bilhões até 2015.
Segundo Taurion (2009) há estimativas de que em menos de cinco anos
cerca de 80% das empresas já disponibilizarão o SaaS como complementação ou
até mesmo substituição do modelo tradicional.
Nos próximos anos, o crescimento do mercado de software como serviço
deve acontecer principalmente pela chegada de novas empresas que começarão a
trabalhar com esse conceito.
Para Chiavone (2011):
A tendência é a unificação das plataformas de trabalho, para ganhar
mobilidade e gerenciamento via web. Hoje já é possível contar com
soluções integradas e disponíveis não somente no PC ou MAC, mas
também em seu smartphone e tablet, ou seja, uma utilização
multiplataforma.
Para Saraceni et al (2011) de acordo com a NWR, acredita-se ocorrer um
aumento de 19% em clientes de pequeno e médio porte que passem a utilizar esse
tipo de solução.
Uma grande adoção pelo cenário empresarial pode desencadear um novo
processo de revolução na economia. A tecnologia da informação como um todo
apresenta um progresso crescente e cabe aos tomadores de decisões levarem em
consideração todos os aspectos e riscos a fim de tomar uma decisão assertiva
diante das especificidades de um sistema de gestão para sua empresa.
O SaaS é um conceito já entendido em larga escala na realidade das grandes
corporações, ele desperta algumas dúvidas no âmbito das PMEs. Segundo Zillig
(2011) “[...] Ainda existem alguns questionamentos quanto à aceitação nas
pequenas e médias por conta da influência de fatores culturais ou falta de
conhecimento [...]”.
Com essas empresas descobrindo as vantagens do modelo, como a cobrança
mensal, mobilidade escabilidade e ausência de servidores, este mercado fará uma
migração natural para o software como serviço através de contratos ou outro
prestador que ofereça esse benefício.
66
Para Chiavone (2011), “[...] o processo de migração é simples, fácil e seguro,
garantindo tranquilidade para as empresas que rapidamente se acostumam com a
comodidade dos novos serviços [...]”. No entanto, como hoje o software como
serviço está ligado diretamente à computação em nuvem, mais ainda existem alguns
desafios a serem superados.
De acordo com Chiavone (2011):
O cloud evoluiu muito e no geral as empresas enxergam esse movimento
como uma realidade. No entanto, essas evoluções não foram suficientes
para dizer que esse segmento já esteja maduro. No Brasil ainda existem
dificuldades com largura de banda para acesso à internet, algumas
preocupações culturais e até mesmo falta de informação a respeito do
conceito.
67
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esta monografia apresentou a origem do termo computação em nuvem, bem
como, os principais aspectos de computação em nuvem e alguns conceitos e
tecnologias relacionadas com estes ambientes.
Foi possível perceber que a computação em nuvem ainda não tem uma
definição clara e completa na literatura, mas que existe um grande esforço neste
sentido. Com a combinação de diversas tecnologias, vem revolucionando a forma de
comercialização dos recursos computacionais, focando na disponibilização dos
recursos em forma de serviços, que podem ser gratuitos os pagos de acordo com a
política da empresa mantedora do mesmo.
No contexto da computação em nuvem como um serviço pode-se observar
que é um paradigma que está cada vez mais popular. Diversas empresas
apresentaram suas iniciativas na promoção da computação em nuvem. A
comunidade científica e grandes consultorias que prestam este serviço também têm
apresentado algumas iniciativas, principalmente com foco em suas necessidades.
Por outro lado, pensando em pequenas e medias empresas, é muito provável
que diversas aplicações destas áreas tornem-se acessíveis através dela, facilitando
a vida dos usuários e profissionais.
Neste estudo, foram discutidos alguns desafios de pesquisa importantes, tais
como aspectos da própria utilização da computação em nuvem, disponibilidade,
gerenciamento de dados, modelos, infraestrutura, segurança e padronização. É
importante ressaltar que, várias soluções, existentes em outros modelos
computacionais, que resolvem ou mitigam estes desafios, podem ser aplicadas em
ambientes de computação em nuvem. Estes desafios geram oportunidades de
pesquisa que devem ser superados, de forma que computação em nuvem seja
amplamente aceita e utilizada por todos.
Avaliando mais a fundo a computação em nuvem, consequentemente,
software como serviço, pode-se verificar certas vantagens de sua adoção para as
PME’s, entre elas destaca-se: a empresa poderá ter acesso a uma arquitetura de
sistema sem a necessidade de adquirir uma licença do software, dispensando o
custo de infraestrutura, da manutenção, dos serviços de apoio, tendo assim um
menor custo total de propriedade, já que não há necessidade, e assim se obtém um
68
melhor retorno do investimento. Em contrapartida, é um cenário com grandes
perspectivas de ganhos para os servidores que disponibilizarem esse tipo de
serviço, já que alternativas para o incentivo de investimento em inovação nas PME’s
estão abrindo portas para o aumento de investimento por parte desses empresários.
Procura-se explicar também os riscos desta adoção, como todos são
conhecedores, todas as aplicações estão sujeita a falhas e o Brasil ainda não dispõe
de uma internet estável e de alta velocidade, portanto antes de efetuar um contrato
com uma empresa para colocar seus dados na nuvem é importante verificar bem o
contrato, saber qual a taxa de transmissão da rede, fazer um estudo e verificar se a
rede não estará sujeita a um congestionamento no tráfego de dados, conhecer bem
a empresa e analisar se realmente é viável estar migrando seu sistema para um
ambiente virtual.
Segundo Taurion (2009, p.47) o resultado final é uma transformação pelo qual
os usuários compram tecnologias, bem como os fornecedores vendem seus
produtos e serviços.
Com o mundo corporativo cada vez mais competitivo, as organizações nos
próximos anos, serão pressionadas para se mostrarem mais eficientes, com isto a
computação em nuvem vai se destacar como sendo uma das melhores alternativas.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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