monografia Áurea pedagogia itiúba 2012

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO CAMPUS VII PROGRAMA REDE UNEB 2000/ITIÚBA CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA ÁUREA DAMASCENO ROSA EVANICE LARANJEIRA DOS SANTOS GIVANILDA MENDES DA SILVA MANOEL ALVES FILHO A IMPORTÂNCIA DA INTEGRAÇÃO FAMÍLIA E ESCOLA SENHOR DO BONFIM 2012

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Pedagogia Itiúba 2012

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Page 1: Monografia Áurea Pedagogia Itiúba 2012

UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO – CAMPUS VII PROGRAMA REDE UNEB 2000/ITIÚBA

CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA

ÁUREA DAMASCENO ROSA

EVANICE LARANJEIRA DOS SANTOS

GIVANILDA MENDES DA SILVA

MANOEL ALVES FILHO

A IMPORTÂNCIA DA INTEGRAÇÃO FAMÍLIA E ESCOLA

SENHOR DO BONFIM

2012

Page 2: Monografia Áurea Pedagogia Itiúba 2012

ÁUREA DAMASCENO ROSA

EVANICE LARANJEIRA DOS SANTOS

GIVANILDA MENDES DA SILVA

MANOEL ALVES FILHO

A IMPORTÂNCIA DA INTEGRAÇÃO FAMÍLIA E ESCOLA

Monografia apresentada ao Departamento de Educação da Universidade do Estado da Bahia–UNEB/CAMPUS VII, como parte dos requisitos para conclusão do Curso de Licenciatura em Pedagogia.

Orientador: Prof. Dr. Gilberto Lima dos Santos

Senhor do Bonfim 2012

Page 3: Monografia Áurea Pedagogia Itiúba 2012

ÁUREA DAMASCENO ROSA

EVANICE LARANJEIRA DOS SANTOS

GIVANILDA MENDES DA SILVA

MANOEL ALVES FILHO

A IMPORTÂNCIA DA INTEGRAÇÃO FAMÍLIA E ESCOLA

Monografia apresentada ao Departamento de Educação da Universidade do Estado da Bahia–UNEB/CAMPUS VII, como parte dos requisitos para conclusão do Curso de Licenciatura em Pedagogia.

Aprovada em 15 de junho de 2012.

BANCA EXAMINADORA

_______________________________________________________________

Prof. Dr. Gilberto Lima dos Santos – Universidade do Estado da Bahia–UNEB

(Orientador)

_______________________________________________________________

Profa. MSc. Maria Elizabeth Souza Gonçalves – Universidade do Estado da

Bahia–UNEB (Examinadora)

_______________________________________________________________

Profa. MSc. Maria da Conceição Curaçá Gonçalves (Examinadora)

Page 4: Monografia Áurea Pedagogia Itiúba 2012

Agradecimentos

A Deus, nossa Força, nossa Luz e nossa Esperança.

Ao nosso Orientador, Professor Dr. Gilberto Lima dos

Santos, pelo incentivo, orientação e disposição em todos

os momentos durante a realização deste trabalho.

As professoras Maria Elizabeth Souza Gonçalves e Maria

Conceição Curaçá que participaram da banca

examinadora.

A professora Alayde Ferreira dos Santos pelo incentivo.

À Universidade do Estado da Bahia–UNEB e à Prefeitura

Municipal de Itiúba, que nos proporcionaram a

oportunidade de aprendizagem e crescimento.

Page 5: Monografia Áurea Pedagogia Itiúba 2012

Aos nossos pais, que nos apoiaram e possibilitaram que

chegássemos até aqui.

Aos nossos familiares, por todo o suporte e carinho,

essenciais para percorrer esta longa jornada.

Aos nossos mestres, que nos guiaram ao longo do

caminho.

A todos os nossos amigos, que colaboraram para que

toda essa jornada valesse a pena. E a você...

Page 6: Monografia Áurea Pedagogia Itiúba 2012

“Não se pode educar eficientemente se os pais e

professores se desconhecem, se a educação

escolar estiver isolada da educação familiar”.

(Suenens)

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RESUMO

O presente estudo tem como tema, A Importância da Integração Família e Escola e buscou conhecer e analisar a participação da família no processo de aprendizagem dos filhos, alunos do Ensino Fundamental I da Escola Municipal Luiz Navarro de Britto, localizada no Bairro do Alto na cidade de Itiúba, Bahia. Para isso, foi importante saber como as famílias influenciam no processo de aprendizagem dos filhos e como ocorre essa interação família-escola. Tendo como problema de pesquisa a seguinte questão norteadora: O que leva os pais a não participarem da vida escolar de seus filhos? E em que esta participação poderia contribuir?. Nossos objetivos foram: avaliar se a participação da família na vida escolar de seus filhos tem alguma relação com o desempenho deles, compreender como algumas famílias acompanham a vida escolar de seus filhos, bem como caracterizar o desempenho escolar desses estudantes. O método utilizado para a realização desse trabalho foi a entrevista, realizada no mês de março de 2012 e teve como participantes dois professores e oito pais de alunos. Como resultados principais da pesquisa, podemos observar que de acordo com as respostas dos oito pais entrevistados, sete se mostram como participativos na vida escolar dos filhos e apenas um diz não ser tão participativo nas atividades escolares dos filhos. Sendo assim, a primeira categoria representa 87,5% do total de entrevistados, (pais que participam da vida escolar dos filhos). Já a segunda categoria (pais que não participam da vida escolar dos filhos) corresponde a 12,5% dos participantes. De acordo com os resultados da pesquisa, ficou evidente que de modo geral o desempenho dos alunos cujos pais se declararam como participantes da vida escolar de seus filhos é superior ao dos alunos em que os pais não participam de forma ativa. Assim, pode-se entender que a interação da família com a escola influencia de forma direta no desempenho escolar dos alunos. Para que estes consigam obter êxito no processo de ensino e aprendizagem e nas tarefas escolares, precisam do apoio dos pais, pois não importa o preparo intelectual, se não tiver o afeto da família. A relação família e escola precisa criar possibilidades para a ocorrência de uma relação equilibrada com o objetivo de proporcionar uma maior participação dos pais no espaço escolar, contribuindo, assim, para superar os obstáculos existentes, colaborando para o desenvolvimento do processo educativo dos educandos.

PALAVRAS-CHAVE: Família. Escola. Parceria Família-Escola. Desempenho Escolar.

Page 8: Monografia Áurea Pedagogia Itiúba 2012

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...................................................................................................09

CAPÍTULO I:

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA........................................................................13

1. 1 Família........................................................................................................14

1. 2 Escola........................................................................................................18

1. 3 Parceria Família-Escola...........................................................................25

1. 4 Desempenho Escolar...............................................................................30

CAPÍTULO II:

METODOLOGIA................................................................................................34

2. 1 O Paradigma da Pesquisa.......................................................................34

2. 2 Participantes e Lócus..............................................................................36

2. 3 Instrumentos de coleta de dados...........................................................37

2. 4 Procedimentos de coleta de dados........................................................38

2. 5 Análise dos dados...................................................................................39

CAPÍTULO III:

ANÁLISE DE DADOS E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS...........................40

3. 1 Entrevistas com os pais de alunos.........................................................41

3.1.1 Categoria 1: Pais que dão suporte aos filhos......................................41

3.1.2 Categoria 2: Pais que frequentam a escola..........................................43

3.1.3 Categoria 3: Pais que participam de eventos escolares.....................44

3.1.4 Categoria 4: Pais que acompanham a vida escolar dos filhos..........44

3.1.5 Categoria 5: Pais que contribuem para a realização de atividades

escolares..........................................................................................................45

Page 9: Monografia Áurea Pedagogia Itiúba 2012

3.1.6 Categoria 6: Pais que atuam para melhorar o rendimento escolar dos

filhos.................................................................................................................46

3. 2 Entrevistas com os professores (as)......................................................47

3.2.1 Categoria 1: Ações da escola para garantir a parceria com a

família................................................................................................................47

3.2.2 Categoria 2: Conflitos que emergem da parceria................................48

3.2.3 Categoria 3: Benefícios da parceria para a comunidade....................49

3.2.4 Categoria 4: Motivos da não participação dos pais na vida escolar

dos filhos..........................................................................................................50

3.2.5 Categoria 5: Crenças dos professores sobre a participação da

família................................................................................................................51

CONSIDERAÇÕES FINAIS..............................................................................56 REFERÊNCIAS.................................................................................................59 APÊNDICES......................................................................................................64

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NTRODUÇÃO Este estudo, que tem como temática “a Importância da Integração

Família e Escola”, surgiu a partir da necessidade de fazer uma reflexão sobre a

importância da participação da família na vida escolar de seus filhos,

observando em quais aspectos esta interação implica na aprendizagem dos

alunos.

Ao longo do curso, surgiu a necessidade, no momento em que foi

elaborado um projeto de oficina Intercurricular, ministrada pelo grupo de

professores-alunos do Programa Rede UNEB 2000, pois sentimos uma grande

afinidade com a temática.

Diante da complexidade em que nos encontramos nos dias atuais, a

família deposita a responsabilidade plena do ato de educar os seus filhos na

escola, alegando uma sociedade capitalista em que precisam trabalhar cada

vez mais para garantir a sobrevivência, deixando para a escola a função de

educar.

Com o passar do tempo, as famílias sofreram muitas mudanças. O

modelo da família nuclear burguesa de trinta anos atrás tem passado por

transformações, surgindo outros modelos de famílias. E com isso a Educação

foi se modificando, aparecendo conflitos difíceis de serem resolvidos por falta

do apoio familiar.

Desta forma, os valores coletivistas é que estão sendo substituídos por

valores individualistas na sociedade contemporânea, abrindo espaço de forma

significativa para a indisciplina ou conflitos, a intolerância, gerando uma

sociedade cada vez mais individualista.

Contudo, diante desse contexto, o ato de educar tem se tornado um

processo árduo e complexo, tanto a sociedade quanto a família esperam que a

escola dê conta sozinha da formação dos educandos, responsabilizando-a por

todo e qualquer problema que surgir dentro dela, contribuindo assim para a

inquietação dos educadores, pois os mesmos estão sendo desrespeitados e

desvalorizados pelos estudantes. Antigamente os pais ou responsáveis

estabeleciam limites as criança e adolescente, hoje, porém muitos professores

buscam respeito e atenção dos alunos e nem sempre conseguem.

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Por isso, faz-se necessário que família e escola caminhem juntas, numa

mesma direção, na tentativa de formar cidadãos competentes e conscientes de

seu papel na sociedade. Atualmente o educador tem o direito de instruir seus

discentes a serem competentes e autônomos neste mundo de ultra-rápidas

tecnologias e multiplicidades de conhecimentos, observa-se que o saber, cada

vez mais estará dependente de modificações. Segundo Moraes (1997, p. 36),

Não podemos continuar produzindo uma educação onde as pessoas sejam incapaz de pensar e de construir seu conhecimento. Na nova escola, o conhecimento é produto de uma constante construção, das interações e de enriquecimento mútuos de alunos e professores.

É preciso haver uma parceria eficaz entre Escola e Família, pela qual

ambas as instituições possam buscar resgatar os valores morais necessários

para a construção de uma sociedade mais justa, pois o que se percebe é que a

escola sozinha, não consegue desenvolver de modo satisfatório o ensino e a

aprendizagem dos educandos, se a família não colabora de forma eficiente.

É extremamente importante que os pais estejam informados sobre a vida

escolar de seus filhos, contribuindo assim para o desenvolvimento e

crescimento dos mesmos. Cabe à escola o papel de atrair os pais para o

ambiente escolar, proporcionando uma palestra criativa e inovadora,

adequando os horários necessários, garantindo sucesso no aprendizado dos

filhos.

A escola que reconhece essa prática possivelmente terá uma qualidade

de ensino diferenciado das demais unidades escolares, pois o modelo de

educação vivenciado recentemente na história brasileira requer o mais rápido

possível uma mudança de mentalidade de todos os envolvidos no processo

educacional.

Portanto, a partir do momento que a Escola e Família conseguirem uma

parceria de como conduzir a educação dos educandos-filhos, poderá diminuir

os conflitos existentes no âmbito escolar. Assim, para que isso ocorra, é de

fundamental importância que a família participe da vida escolar de seus filhos.

Faz-se necessário uma boa relação com a escola, transmitindo para a criança

sentimentos de afeto e segurança, possibilitando uma autoconfiança.

No decorrer da nossa prática pedagógica, ficam claras as dificuldades

apresentadas pelos alunos cujos pais não participam da educação escolar de

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seus filhos, assim como fica evidente o bom rendimento daqueles que contam

com a contribuição dos pais no currículo escolar.

Diante dessas inquietações geradas durante todo o percurso dos

estudos da graduação e a partir dessas observações, podemos então sintetizar

o nosso problema de pesquisa explanando-o através da seguinte questão

norteadora: O que leva os pais a não participarem da vida escolar de seus

filhos? E em que esta participação poderia contribuir?

A partir desses questionamentos levantados do tema proposto para a

realização desse Trabalho de Conclusão de Curso (T.C.C.), torna-se

necessário definirmos os nossos objetivos de pesquisa, tendo como objetivo

geral: avaliar se a participação da família na vida escolar de seus filhos tem

alguma relação com o desempenho deles; e tendo como objetivos específicos:

compreender como algumas famílias acompanham a vida escolar de seus

filhos, bem como caracterizar o desempenho escolar desses estudantes.

Portanto, é notório que nos dias atuais a Escola não vive sem a Família

e tampouco a Família vive sem a Escola. Porém nesse processo é fundamental

uma parceria, onde ambas interajam em conformidade, buscando garantir um

bom rendimento do aluno no ambiente escolar.

Nesta pesquisa serão abordados os principais motivos que levam os

pais a não participarem da vida escolar dos filhos e em que aspectos isso

implica a aprendizagem do educando. O que a Escola está fazendo para

garantir uma parceria entre Família e Escola? Quais conflitos surgem por falta

dessa parceria? Em que seria favorável para a sociedade essa parceria?

O presente estudo foi dividido em quatro capítulos. No primeiro capítulo,

abordamos o problema de estudo e sua importância. No segundo capítulo,

apresentamos os estudos de teóricos e algumas considerações acerca da

temática estudada. No terceiro capítulo, enunciamos os caminhos

metodológicos percorridos para o esclarecimento da problemática,

descrevemos a trajetória da nossa pesquisa quanto à metodologia,

instrumentos, sujeitos e local da pesquisa. No quarto capítulo apresentamos as

análises e discussões construídas a partir da coleta de informações da

entrevista realizada com dois professores e oito pais de alunos, no mês de

março de 2012. Por fim, nas considerações finais, trazemos uma reflexão sobre

os principais resultados da pesquisa. Diante disso, esperamos que os

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resultados deste trabalho proporcionem uma reflexão sobre a temática,

buscando respostas para as dificuldades encontradas em sala de aula pelos

professores, para que possamos através desse estudo aprofundarmos as

discussões desenvolvidas em torno do objeto em questão, encontrando assim

ações corretas que possam superar essas dificuldades.

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CAPÍTULO I

1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

No capítulo anterior construímos a nossa problemática fazendo algumas

considerações em relação à importância da participação da família na vida

escolar dos filhos. Nesse capítulo apresentaremos os aportes teóricos que

serão utilizados como fundamentos para a realização deste estudo.

Abordaremos a relação família-escola, do ponto de vista de Nérici (1983), Scoz

(1994), Romanelli (2005), Gentile (2006), Young (2007), Reis (2007), Souza

(2009) e Solidade, Molinari e Prince (2011) entre outros. Em relação ao

desempenho escolar, orientamo-nos por Polity (2001) e Souza (2009).

Diante da grande diversidade cultural de nossa sociedade

contemporânea, as escolas se deparam com uma série de discentes que

consideram indisciplinados. As famílias estão perdendo o controle dos filhos

não se dando conta da importância da vida escolar, mudando seus valores e

deixando a responsabilidade da educação dos filhos apenas nas mãos da

escola. De acordo com Castro (2011, s/p) “A família teve origem em tempos

remotos da humanidade. As ações pedagógicas, tiveram sua origem na Grécia

antiga onde surgiu a figura do pedagogo: “aquele que conduz a criança””.

As instituições família e escola são as responsáveis diretas por

desenvolver nas pessoas as ações evolutivas. “Tanto a escola quanto a família,

as duas instituições cuja relação é nosso objeto de análise, sofreram

transformações profundas ao longo da nossa história” (CASTRO;

REGATTIERI, 2009, p. 20). A família constitui-se em uma estrutura básica da

sociedade, é nela que convivemos por um longo período de tempo, é com a

família que as crianças realizam suas experiências iniciais de aprendizagem,

que muitas vezes acabam também influenciando no seu comportamento.

A educação só acontece quando as pessoas tiverem a capacidade de

ouvir e este relacionamento tem que ser aberto, claro e íntegro. Ainda segundo

Castro (2011, s/p),

Se para existir escola é preciso que exista prioritariamente a família, por que tantas escolas insistem em manter as famílias distantes? Por

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que muitos professores, coordenadores, orientadores educacionais e até diretores, procuram manter os pais ausentes do ambiente escolar?

Diante desses e outros questionamentos, procuramos responder, neste

capítulo, as seguintes indagações: O que é família? Como ela tem mudado? E

a organização e a dinâmica da família? O que é escola?, Como a escola tem

se reconstituído historicamente e atualmente?.

1. 1 FAMÍLIA

Segundo Prado (1981, p. 51) “O termo FAMÍLIA origina-se do latim

FAMULUS que significa: conjunto de servos e dependentes de um chefe ou

senhor”. A família é e continua sendo a base de toda organização social, pois é

considerada como “o primeiro grupo com o qual a pessoa convive e seus

membros são exemplos para a vida” (GENTILE, 2006, p. 35). Segundo Knobel

(1992, p. 3), “(...) não há melhor escola de formação cultural, social e

psicológica que o próprio lar”. De acordo com Young (2007, p. 1288), “As

famílias, como tal, têm um papel único, que é o de reproduzir sociedades

humanas e fornecer condições que possibilitem suas inovações e mudanças”.

Diante disso pode-se perceber o grande valor que a família representa para a

sociedade. Prado (1981, p. 12) afirma que:

“[...] a família não é um simples fenômeno natural. Ela é uma instituição social variando através da História e apresentando até formas e finalidades diversas numa mesma época e lugar, conforme o grupo social que esteja sendo observado”.

Ultimamente, mudanças ocorridas na sociedade têm causado alterações

expressivas dentro das famílias e um dos principais fatores é a necessidade

enfrentada pelos pais e mães que trabalham fora do lar, pois isso tem gerado

alguns conflitos no modo de desenvolvimento da educação dos filhos.

Uma das transformações mais significativas na vida doméstica e que redunda em mudanças na dinâmica é a crescente participação do sexo feminino na força de trabalho, em conseqüência das dificuldades enfrentadas pelas famílias (ROMANELLI, 2005, p. 77).

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Ao comentar as mudanças ocorridas na estrutura familiar, Solidade,

Molinari e Prince (2011, p. 1) observam que:

Ao longo da história brasileira, a família passou por transformações importantes relacionadas com o contexto social econômico e político do país. Na atualidade, assim como a escola , a família também passa por uma crise, pois ambas perderam sua identidade, ou seja, qual seria a real função da escola e da família?

Mesmo diante do processo de transformação que a sociedade moderna

tem enfrentado, família e escola não podem deixar de exercer as funções que

são inerentes às mesmas. Romanelli (2005, p. 6) define de modo claro o

objetivo principal de ambas as instituições, quando faz a seguinte colocação:

Tanto a família quanto a escola têm o objetivo de educar crianças e adolescentes, por isso, parece evidente que ambas devam manter uma relação de proximidade e cooperação, porém, o que parece tão óbvio não ocorre de fato.

A família de modo geral tem encarado diversas dificuldades, o que tem

contribuído de forma decisiva para o afastamento da mesma do espaço escolar

e isso tem prejudicado o relacionamento entre pais e professores, o que pode

interferir de maneira negativa no desempenho escolar dos alunos. Sendo

assim, “Família e escola precisam, juntas, criar uma força de trabalho para

superarem as suas dificuldades, construindo uma identidade própria e coletiva;

para isto, é fundamental que se encarem como parceiras de caminhada, [...]”

(SOUSA; FILHO, 2008, p. 7), pois ambas têm a responsabilidade de influenciar

de modo positivo na educação e formação de cidadãos cônscios e autônomos

para conduzir a sociedade.

Portanto, é imprescindível que família e escola atuem juntas como agentes facilitadores do desenvolvimento pleno do educando, pois é através da educação que vão se constituir em agentes institucionais capazes de exercer seu papel para a mudança da estrutura social (SOUSA; FILHO, 2008, p. 7).

As instituições de ensino desempenham grande importância educativa

na formação do ser humano, por isso, a harmonia entre escola e família é

essencial para que contribuam de modo a vir provocar mudanças na estrutura

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social. A atual estrutura familiar presente na sociedade se apresenta de modo

diferenciado da que estamos habituados a observar.

A família também tem passado por modificações. Resgatando um pouco da história, a família burguesa se limitava a pai, mãe e filhos, sendo que o pai era o responsável pelo sustento e a mãe cuidava da casa e dos filhos, devendo obediência ao seu marido. O casamento era indissolúvel e normalmente ligado a negócios (MARTINS; TAVARES, 2010, p. 260).

O conceito de família tem se modificado ao longo dos anos, em várias

discussões de teóricos e pesquisas a cerca do assunto, o que tem

demonstrado dificuldade em se definir de modo exato o que é família. Entende-

se por família o grupo, habitualmente constituído pelo pai, mãe e filhos, juntos

residindo no mesmo lar. Porém atualmente as famílias são compostas de

formas diversas, umas apenas por mãe e filhos, ou pais e filhos, avós e netos,

ou até por pessoas que moram sozinhas, todos podem ser consideradas como

uma família (FUSVERKI; PABIS, 2008).

Algumas questões precisam ser levadas em consideração, como por

exemplo, a que se refere à atuação da mulher no contexto atual, pois conforme

Martins e Tavares (2010, p. 260) “A mulher da sociedade contemporânea faz

parte do mercado de trabalho e já não tem mais o mesmo tempo para cuidar

dos seus filhos, dividindo esta tarefa com a escola”. Esta necessidade de

ausentar-se do lar por um longo período diário tem levado os pais refletirem a

respeito da complexa tarefa de dividirem as responsabilidades da educação

dos filhos com outras instituições, principalmente a escola. De acordo com Tiba

(1996, p. 44), "Os pais estão sendo consumidos pelo trabalho, construindo

patrimônios para seus filhos (...) não sobra tempo para acompanhar os filhos

nem para conviver com a família". Por isso as famílias têm delegado à escola a

responsabilidade de educar e ensinar os filhos.

Porém é importante lembrar que os pais precisam participar da vida

escolar de seus filhos, contribuindo assim para facilitar uma boa atuação da

escola junto à comunidade na qual está inserida. Parolim (2003, p. 59) observa

que a família tem um “importante papel formador, mas precisa da escola (...)

para construir conhecimentos com seu filho. A escola necessita da família, de

sua história (...) para cumprir seu papel educacional”.

Page 18: Monografia Áurea Pedagogia Itiúba 2012

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A função da família é essencial, pois a mesma é que tem a autoridade

de definir logo cedo o que seus filhos necessitam estudar, quais locais poderão

frequentar e o que é indispensável saberem para contribuir no seu

desenvolvimento futuro.

Nos dias atuais professores e gestores escolares vêm discutindo a falta

de participação da família nas atividades das escolas. Envolver a família na

elaboração da proposta pedagógica pode ser a meta da escola que pretende

ter um equilíbrio no que diz respeito à diversidade de seus educandos.

Contudo, acredita-se que é necessário haver uma reforma por parte das

políticas públicas para atrair os alunos com uma nova metodologia de trabalho

e recursos para que os mesmos não deixem de estudar. Por essa razão, dentro

das escolas as discussões que procuram compreender esses quadros tão

complexos e muitas vezes caóticos, no qual a educação se encontra

mergulhada, são cada vez mais frequentes.

No ponto de vista de Aquino (1996), a escola e a família são as duas instituições responsáveis pela educação num sentido amplo. O processo educacional depende da articulação desses dois âmbitos institucionais. Um não substitui o outro, devem sim, complementar-se. Se tanto a família como a escola são as principais responsáveis pela formação da criança ou o adolescente, é preciso que haja coerência entre princípios e valores de uma e outra, evitando confrontos entre professores, alunos, família e escola, o que favoreceria a rebeldia e a indisciplina dos alunos (TODERO; PERUZZOLO e MROCZKOSKI, 2009, p. 10-11).

Os pais precisam compartilhar das atividades da escola de seus filhos,

cooperando com a direção e professores na tomada de decisões, pois uma

gestão escolar participativa é essencial, considerando que o ambiente escolar

é constituído, por vários indivíduos, que necessitam permanecer em harmonia

com o objetivo de obter resultados satisfatórios no campo educacional.

Uma das funções da família é construir em parceria com os filhos

situações adequadas para que ambos se tornem mais afetivos e receptivos. As

famílias precisam criar ações que mostrem a eles os limites necessários para

desenvolver uma personalidade equilibrada emocionalmente e afetivamente.

Mas para que isso ocorra a família precisa estabelecer vínculos de harmonia

durante momentos de decepções, para que todos posam receber

Page 19: Monografia Áurea Pedagogia Itiúba 2012

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reciprocamente carinho, atenção e compreensão diante das dificuldades

apresentadas. Esses acontecimentos formarão a identidade do verdadeiro

cidadão que se deseja formar na sociedade moderna.

1. 2 ESCOLA

A escola é um espaço de aprender, trabalhar e fazer educação.

Configurou-se ao longo do tempo como uma instituição formadora da ação

individual e social. A atuação da escola é fundamental na construção do

indivíduo como ser humano. Rodrigues (1991, p. 56) enfatiza o principal papel

da escola, quando diz que:

A escola tem por função preparar o indivíduo para o exercício da cidadania moderna, para a modernidade. Isso significa formar o homem capaz de conviver numa sociedade em que se cruzam interveniência e influências mundiais da cultura, da política, da economia, da ciência e da técnica.

Sendo assim, a principal função da escola é ensinar os alunos para que

estes possam interagir no seu meio social. Este meio é formado por uma

diversidade de culturas, estando sempre em constantes transformações,

ocorrendo assim, demandas diferenciadas e contraditórias, gerando a partir daí

conflitos e oposição de ideias. Atualmente a escola vem se destacando como

um ambiente que tem como função transmitir conhecimento, socializar o

indivíduo e prepará-lo para os desafios que ele enfrentará num mundo

globalizado, onde o mercado de trabalho absorve apenas as pessoas

preparadas e com uma boa qualificação profissional. Através dos estudos

sobre a origem da escola e seus efeitos, sabe-se de sua importante

contribuição para o progresso da humanidade.

De acordo com a história sobre as instituições escolares, como coloca

Ariès (1981), o educandário cumpriu duas funções: uma referente à

substituição do poder de educar da igreja, enfatizando o disciplinar, e outra no

que diz respeito à preparação para um novo tipo de trabalho, industrial, fabril.

Conhecer estes fatores históricos é compreender a escola como uma

instituição em movimento, que se configurou numa rede social significativa à

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constituição do sujeito. Durante a Idade Média, havia um modo de educação

muito característico aos artesãos, nesta época existia uma interação familiar,

ou seja, crianças e jovens iam para outras famílias com o intuito de serem

educadas por pessoas diferentes, famílias diferentes. Neste modo de

educação, as crianças e os adolescentes faziam serviços domésticos e

recebiam do mestre tarefas de ofício.

Ao se desenvolverem as manufaturas, os orfanatos, que anteriormente

eram destinados a abrigar infantes que não eram nobres e que vagavam pela

cidade, transformaram-se em escolas industriais. As crianças serviam como

mão-de-obra para a indústria que estava emergente na época e eram

ensinadas, de forma rudimentar, a ler e calcular. Sendo assim a escola se

constituiu como segundo espaço de formação intelectual, moral e social do

indivíduo.

A educação escolar tornou-se o modo de educação predominante nas sociedades modernas, democráticas, a partir da escolarização compulsória em fins do século XIX, com uma organização específica: currículo seriado, sistema de avaliação, níveis, diplomas, professores, professoras e outros profissionais especializados (CARVALHO, 2004, p. 49).

Infelizmente, a escola de modo geral ainda não tem conseguido cumprir

com a sua função de maneira plena, o que pode ser comprovado nas

colocações de Solidade, Molinari e Prince (2011, p. 2),

Quanto às escolas, ao mesmo tempo, estão mais preocupadas em instruir e não em educar, querem cumprir o currículo e pronto. O dilema muitas vezes está na postura de alguns pais que não querem se envolver, com a questão do rendimento escolar e nem mesmo, com a lição de casa de seus filhos.

Ao longo dos anos a incumbência da escola concernente à instrução

dos indivíduos tem se modificado, devido ao vácuo deixado pela família na

realização da sua função. Para Nérici (1977, p. 195) “A escola, entretanto, não

tem se revelado tão eficiente como seria de se desejar, não só pela falta de

cooperação da família, como também, por determinantes sociais gerais (...)”.

Conforme o comentário do autor, as transformações sociais, econômicas e

políticas, pelas quais a sociedade vem passando, têm ocasionado mudanças

na estrutura familiar e escolar, pois o papel da família é o de instruir

moralmente os filhos, passando segurança, carinho e amor. No entanto, ela

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tem se distanciado do seu papel, em razão das exigências do mercado de

trabalho (reciclagem constante; necessidades econômicas etc.), deixando a

cargo da instituição escolar a sua função de educadora.

A família não pode deixar apenas para a escola o dever de educar os

seus filhos, pois no processo de educação, ela necessita andar unida com a

escola, compartilhando de modo ativo de toda a construção do conhecimento

dos alunos, a fim de que eles sintam-se aptos para resolver as suas

dificuldades, tornando-se dessa forma adultos conscientes do seu papel na

sociedade em que vivem.

Como função social a Escola é um local onde visa a inserção do cidadão na sociedade, através da interelação pessoal e da capacitação para atuar no grupo que convive. Forma cidadãos críticos e bem informados, em condições de compreender e atuar no mundo em que vive... (Thomaz, 2009, s.p. apud MARTINS; TAVARES, 2010, p. 257).

A escola deve formar cidadãos capazes de desempenhar

conscientemente suas atividades na sociedade, que participem dos problemas

existentes no cotidiano, dando sua contribuição para que haja solidariedade,

justiça e paz, pois segundo Nérici (1977, p. 194) “A escola existe para

completar a ação educativa do lar, na sua tarefa de preparar novas gerações

para o exercício pleno da cidadania”. A educação escolar veio a ser o modo

predominante na sociedade moderna. Na concepção da escola, o envolvimento

ou a participação dos pais na educação dos filhos significa comparecimento às

reuniões de pais e mestres, atenção à comunicação escola–casa e,

principalmente, no acompanhamento dos deveres de casa e das notas obtidas.

Esse envolvimento pode ser espontâneo ou incentivado por políticas da escola

ou do sistema de ensino.

A escola tem um papel importante na socialização da criança, na promoção do conhecimento social e no desenvolvimento das capacidades cognitivas, influenciando na compreensão que elas têm do mundo social. Para que ela se desenvolva é necessário que se socialize, satisfazendo suas necessidades e assimilando a cultura da sociedade em que vive. Para o processo de socialização, as crianças precisam aprender o que é correto no meio em que elas estão inseridas, aprendam e respeitem os valores morais desse meio. Quando a criança nasce, ela já faz parte de um grupo e chega à escola trazendo todas as vivências de seu cotidiano, sejam positivas ou negativas (MARTINS; TAVARES, 2010, p. 257).

Page 22: Monografia Áurea Pedagogia Itiúba 2012

21

As escolas são espaços que recebem todos os caracteres de

dificuldades sociais, portanto faz-se necessário de modo urgente que ocorra

algumas mudanças na sua estrutura. Acredita-se que a partir dessas

mudanças, será possível alcançar melhorias no contexto social, como por

exemplo, a construção de uma sociedade mais justa e com ensino de

qualidade para todos. Portanto cabe aos pais e a escola a importante tarefa de

educar a criança, transformando em cidadãos participativos, atuantes e

conscientes de seus deveres e direitos. Os pais podem exercer grande

influência no trabalho do educador através da integração entre família e escola.

Sabe-se que atualmente na sociedade pós-moderna estão ocorrendo

transformações de forma rápida em todas as esferas sociais, principalmente na

educação, em virtude disso torna-se necessário a utilização pelas escolas de

novos métodos de ensino, por exemplo, o uso de tecnologias, como as redes

eletrônicas no processo de ensino e aprendizagem. Por isso, este novo modelo

de educação requer que os educadores acompanhem estas transformações

que contribuem para sua agilidade profissional. O educador, usando as redes

eletrônicas, poderá gerar e gerenciar uma abundância de noções e

conhecimentos, trabalhando na análise e na produção de novos

conhecimentos.

Assim, o objetivo principal do educador deve está centralizado em ser

aberto para aprender a cada momento, e não em ser considerado como o dono

da verdade absoluta, pois vale salientar que não podemos refletir, nos dias

atuais, que nossos educandos são inferiormente responsáveis ou menos

organizados do que em outros tempos. O que temos que observar é que o

padrão do mundo está se distorcendo ligeiramente e que as técnicas têm

contribuído para isto. Ao educador, competirá o trabalho de instruir seus

educandos a tornarem corajosos neste mundo marcado pelas multiplicidades

de conhecimentos. Não se pode prosseguir produzindo uma educação pautada

no paradigma de que as pessoas não sejam capazes de refletir em busca da

construção de seus próprios conhecimentos. No modelo atual de educação,

esse conhecimento é tido como fruto de constantes reflexões e interações

entre alunos e professores.

Em todo momento o educador não caminha à frente do aluno, mas lado

a lado com os mesmos, trilhando sua aprendizagem e fazendo intervenções

Page 23: Monografia Áurea Pedagogia Itiúba 2012

22

necessárias, estimulando a buscar informações em diferentes fontes,

ajudando-o a encontrar por si próprio a resposta para sua ação ou dificuldade.

Escola e família têm uma semelhança de ajuda na formação do ser

humano. A criança ao nascer vai depender do espaço onde está inserida, pois

é por meio deste lar que ela vai receber os ensinamentos principais e torná-la

apta e habilitada a enfrentar os desafios do mundo adiantado. Deste modo, a

família continua a ser a base da formação do sujeito de um modo geral. Para

Tiba (1996, p. 140), “O ambiente escolar deve ser de uma instituição que

complemente o ambiente familiar do educando, os quais devem ser agradáveis

e geradores de afetos. Os pais e a escola devem ter princípios muito próximos

para o benefício do filho/aluno”. A criança ao nascer vai depender do espaço

onde ela está inserida, pois é por meio deste lar que ela vai receber os

ensinamentos principais e torná-la apta para enfrentar os desafios atuais. De

acordo com Gokhale (1980, p. 41),

A família não é somente o berço da cultura e a base da sociedade futura, mas é também o centro da vida social. A educação bem sucedida da criança na família é que vai servir de apoio à sua criatividade e ao seu comportamento produtivo quando for adulto. A família tem sido, e será a influência mais poderosa para o desenvolvimento da personalidade e do caráter das pessoas.

Sabemos que a escola é lugar de compartilhar valores e de agregar

conhecimentos, desenvolvendo capacidades, inteligências sociais, afetivas e

éticas etc. Sendo assim, “A escola não é somente um espaço de transmissão

da cultura e de socialização. É também um espaço de construção de

identidade” (CASTRO; REGATTIERI, 2009, p. 20).

Diante disso, o professor tem o dever de se preparar para lidar com

situações e comportamentos distintos, preparo esse intelectual, emocional e

ético, para que o educador seja capaz de mediar e resolver conflitos, já que a

escola é também lugar de formação de competências para a participação na

vida social, econômica e cultural. O educador precisa trabalhar com o objetivo

de promover a aprendizagem nos alunos, procurando auxiliar estes a superar

as dificuldades de aprendizagem.

O professor deve valorizar sempre a participação do aluno na construção

do conhecimento, pois a relação entre o educador e o educando é horizontal,

Page 24: Monografia Áurea Pedagogia Itiúba 2012

23

ou seja, professor e aluno aprendem juntos mediante a realização de

atividades diárias. Nesta ação, o professor necessita estar comprometido com

um trabalho transformador, buscando despertar no aluno, a valorização de sua

linguagem e cultura.

Diante disso, é imprescindível que o professor valorize as várias formas

de linguagem, culturas e conhecimentos dos alunos. Colaborando com a

discussão sobre o tema de nosso trabalho, Young (2007, p. 1296) tece

algumas considerações:

[...] as escolas nem sempre têm sucesso ao capacitar alunos a adquirir conhecimento poderoso. Também é verdade que as escolas obtêm mais sucesso com alguns alunos do que com outros. O sucesso dos alunos depende altamente da cultura que eles trazem para a escola.

Um bom aspecto para a educação, o primeiro passo que um educador

deve ampliar é o de criar estratégias em equipe com a família dos educandos

com a finalidade de promover e defrontar as situações imprevistas. Ainda de

acordo com Young (2007, p. 1291),

As escolas são tratadas como um tipo de agência de entregas, que deve se concentrar em resultados e prestar pouca atenção ao processo ou ao conteúdo do que é entregue. Como resultado, os propósitos da escolaridade são definidos em termos cada vez mais instrumentais, como um meio para outros fins. Com as escolas sendo controladas por metas, tarefas e tabelas comparativas de desempenho, não é de se espantar que os alunos fiquem entediados e os professores sintam-se desgastados e apáticos.

Gadotti e Romão (2002, p. 120) afirmam que “a escola não deve apenas

transmitir conhecimentos, mas também preocupar-se com a formação global

dos alunos”. Segundo Dayrell (2007, p. 1106),

Para os jovens, a escola se mostra distante dos seus interesses, reduzida a um cotidiano enfadonho, com professores que pouco acrescentam à sua formação, tornando-se cada vez mais uma “obrigação” necessária, tendo em vista a necessidade dos diplomas.

A educação tem um papel fundamental na vida das pessoas, formar

cidadãos cônscios de seus direitos e deveres, a fim de que possam atuar de

maneira crítica no contexto social em que estão inseridos, e que possam

Page 25: Monografia Áurea Pedagogia Itiúba 2012

24

perceber que a sua intervenção é de grande valia na transformação da

sociedade. Sabe-se que a escola, por ser uma instituição responsável pela

educação de uma clientela social, política, cultural e economicamente

diversificada, enfrenta inúmeros problemas de relacionamento entre os

indivíduos.

Estes fatores interferem diretamente na disciplina, pois a falta desta tem

sido apontada como alvo principal dos conflitos escolares, o que

consequentemente tem interferido de forma negativa no processo de ensino e

aprendizagem. Machado (1991, p. 19) ressalta que:

A vivência familiar é insubstituível. No entanto essa possibilidade de ampliar esta vivência entre outras crianças, desde que num ambiente propício, com adultos qualificados e uma metodologia que levem em conta suas necessidades e características, favorece e enriquece seu desenvolvimento desde que nasce e isto só é possível numa instituição voltada para este fim. Escola e família não se excluem, se completam.

Segundo Torres (2006), uma das principais funções sociais da escola é

preparar o cidadão para o pleno exercício da cidadania, vivendo como

profissional e cidadão. Isto mostra que a escola tem como papel social

democratizar informações e constituir cidadãos participativos e atuantes na

sociedade.

O papel da escola é o de oferecer condições, propiciar oportunidades e estímulos dos mais variados para a criança educar-se, socializar-se, formar-se independente e autônoma para enfrentar situações de conflito dos mais diversos, apropriando-se do processo de aprendizagem como sujeito de sua história (FAZENDA, 1991, p. 24).

Analisando a escola como uma das primeiras instituições pela qual o

indivíduo passa, ressaltamos o espaço físico também como um aliado na tarefa

de auxiliar no desenvolvimento do mesmo. O ambiente escolar é muito mais

que um espaço que abriga, guarda, ele é também educador (GANDINI, 1999).

Page 26: Monografia Áurea Pedagogia Itiúba 2012

25

1. 3 PARCERIA FAMÍLIA-ESCOLA

Entende-se que a família, em parceria com a escola, deva exercer papel

fundamental na orientação dos educandos. Silveira (2003, p. 131) apresenta

que a escola e a família necessitam criar uma parceria para construir

“alternativas a partir da realidade que está se apresentando”. É necessário

haver essa parceria entre ambas as instituições. A Escola precisa criar

situações que aumentem a participação dos pais na unidade escolar. Conforme

Gentile (2006, p. 32), “O bom relacionamento deve começar da matrícula e se

estender a todos os momentos”. Esse é um dos fatores fundamentais para o

sucesso da parceria. De acordo com Souza (2009, p. 3),

A boa vontade e simplicidade pode ser a chave para uma aproximação entre família e escola, além do diálogo e compromisso de ambas as partes, pois, quanto maior for a participação da família, mais eficaz será o trabalho da escola.

A escola juntamente com a família são as instituições sociais que mais

causam reflexos nas crianças, sejam estes positivos ou não. A escola será

determinante para o desenvolvimento cognitivo e social da criança e, portanto,

para o curso posterior da vida. Naturalmente que, depois da família, é na

escola que as crianças permanecem mais tempo, e as expectativas em relação

ao seu desempenho escolar aumentam, assumindo maior importância na vida

em família.

Educação não é só ensinar, instruir, treinar, domesticar, é, sobretudo formar a autonomia do sujeito histórico competente, uma vez que, o educando não é o objetivo de ensino, mas sim sujeito do processo, parceiro de trabalho, trabalho este entre individualidade e solidariedade (Demo, 1996, p. 16, apud CRUZ, 2009, s.p.).

É preciso rever esta situação resgatando os valores emocionais, morais

e espirituais da família, reforçando a importância do que está sendo aprendido.

Castro (2011, s/p) observa que:

Haver uma aliança entre pais e professores é essencial, produtivo e eficaz. É importante terem em mente que as reuniões de pais e mestres não são para falar mal ou bem do aluno, ou do filho, e sim reportar seus progressos e dificuldades, discutindo melhorias ou soluções de problemas.

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26

Muitos educadores reclamam da ausência dos pais no acompanhamento

da vida escolar dos filhos, porém não abrem espaços para que as famílias

frequentem a escola periodicamente, no entanto sabemos que muitos pais não

dão o apoio necessário que a criança precisa, para ter um bom rendimento

escolar. Um ponto que faz a diferença nos resultados da educação nas escolas

é a proximidade dos pais no esforço diário dos professores. Por isso é

indispensável haver uma parceria entre Escola e Família. De acordo com Scoz

(1994, p. 71),

A Escola deve reavaliar os objetivos das reuniões que promove e o espaço de participação que oferece aos pais. Inúmeras experiências de trabalho com a comunidade escolar têm demonstrado que raramente os pais sentem-se motivados a comparecer às reuniões cujos objetivos são apenas os de prestar contas de questões de ordem administrativa ou de instruí-los sobre normas e procedimentos a serem cumpridos.

A Escola deve criar situações que aumentem a participação dos pais na

unidade escolar. Eles precisam compreender o quanto é importante oferecer a

sua contribuição na educação de seus filhos. Na relação família e escola, a

família legitima o discurso escolar, buscando adequar as práticas culturais

familiares às práticas escolares. Muitas vezes os pais acabam não atribuindo

certos limites aos filhos, permitindo que estes decidam sozinhos como agir em

suas vidas, isto tem causado sérios prejuízos na formação dos mesmos.

Alguns alegam que não têm tempo, trabalham demais e não dispõe de

condição para acompanhar de modo mais direto a vida dos seus filhos.

Os pais precisam estabelecer princípios desde cedo para seus filhos,

assim eles podem crescer sabendo que precisam respeitar normas em casa,

na escola, nas ruas etc. Cury (2003, p. 52) diz que:

Antigamente os pais eram autoritários, hoje, são os filhos. Antigamente os professores eram os heróis dos alunos, hoje, são vítimas deles. Os jovens não sabem ser contrariados. Nunca na história assistimos a crianças e jovens dominando tanto os adultos. Os filhos se comportam como reis, cujos, desejos têm de ser imediatamente atendidos. Em primeiro lugar, aprenda a dizer “não” para seus filhos sem medo. Se eles não ouvirem “não” dos pais, estarão despreparados para ouvir “não” da vida. Não terão chance de sobreviver.

Page 28: Monografia Áurea Pedagogia Itiúba 2012

27

A parceria entre a família e a escola no sentido de garantir um

desenvolvimento pleno para os educandos no mundo atual e a forma de educar

também interferem no desempenho escolar dos mesmos. Através de pesquisa

bibliográfica, verificou-se que para superar os obstáculos impostos pelo

cotidiano é necessário que haja união entre estas duas instituições sociais. A

família e a escola juntas conseguirão obter melhores resultados no

desenvolvimento dos estudantes.

Além de preparar o educando para o mercado de trabalho, a Escola tem

o dever de preparar este para atuar na sociedade como um cidadão consciente

de seu papel. Porém a Escola só conseguirá fazer isso, se contar com a

participação dos pais, pois estes precisam dar continuidade em casa ao que é

ensinado na escola, visto que a escola não deve ser só um lugar de

aprendizagem, mas também um campo de ação na qual haverá uma

continuidade da vida afetiva.

É imprescindível ressaltar que para formar um verdadeiro cidadão

construindo um futuro melhor, depende da confiança e apoio mútuo entre a

família e a escola. Segundo Castro (2011, s/p), “O bem estar surge da

confiança de sermos capazes de nos autossustentar continuamente, mesmo

diante de situações em que nos tornarmos frágeis e emocionalmente reativos”.

Acredita-se que se a família conseguir superar estes entraves e aliar-se à

instituição escolar haverá um avanço significativo na aprendizagem dos

educandos e consequentemente tornaria possível minimizar a evasão e a

violência na escola. Gentile (2006, p. 37), observa que “Nas grandes cidades, a

falta de tempo é um dos fatores que afastam as famílias da escola. Na área

rural, é a distância”.

Acredita-se que uma grande maioria da população não se dá conta de

que a educação é um dos meios mais viáveis para a transformação do cidadão.

Alguns pais não ajudam seus filhos a superar suas dificuldades escolares, pois

não tiveram oportunidades para estudar. Candau et al. (1995, p. 13) afirmam

que “Para a grande maioria dos brasileiros vida digna supõe lutar pela

satisfação de necessidades básicas”. Diante desta complexidade que se

encontra a educação nos dias atuais, o professor tem o dever de preparar-se

para lidar com diversas personalidades humanas e é cobrado pela sociedade a

desempenhar seu papel como orientador, formando cidadãos capazes de

Page 29: Monografia Áurea Pedagogia Itiúba 2012

28

enfrentar o mercado de trabalho. Na Declaração Universal dos Direitos

Humanos, o Artigo 26 enfatiza que:

A educação terá por finalidade o pleno desenvolvimento de personalidade humana e o fortalecimento do respeito aos direitos humanos e às liberdades fundamentais; (...) os pais terão direito de preferência na escolha do tipo de educação que será dada aos seus filhos (CANDAU ET AL, 1995, p. 102)

Observa-se que a sociedade tem passado por diversas transformações,

pois há alguns anos, só frequentavam as escolas os filhos de pessoas que

dispunham de condição financeira favorável. Hoje é diferente, a educação

constitui-se em um direito de todos, sem exclusão de raça, cor, gênero,

orientação religiosa etc. A escola precisa preparar-se, para acolher seus alunos

e prepará-los para a vida pessoal e profissional. Ainda segundo Candau et al

(1995, p. 102), o Artigo 53 do Estatuto da Criança e do Adolescente expressa

que:

A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, assegurando-se-lhes: I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; II - direito de ser respeitado por seus educadores; III - direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias escolares superiores; IV - direito de organização e participação em entidades estudantis; V - acesso à escola pública e gratuita próxima de sua residência. Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo pedagógico, bem como participar da definição das propostas educacionais.

Atualmente as escolas precisam de uma parceria mútua dos pais, pois

sabemos que os mesmos são responsáveis pela orientação e construção da

identidade de cada filho. Inicialmente, pode-se afirmar que nos dias atuais a

família não pode viver sem a escola e a escola sem a família. Assim, a escola e

a família têm uma ampla tarefa a cumprir, uma vez que nelas é que se

desenvolvem os principais grupos sociais, pessoas interessadas em evoluir e

se aperfeiçoar como cidadãos, comprometidos com mudança na sociedade.

É preciso que as famílias tenham o compromisso de se envolverem com

a escola deixando seus filhos se sentirem protegidos e valorizados como seres

humanos. As crianças e adolescentes têm os adultos como referência que irão

Page 30: Monografia Áurea Pedagogia Itiúba 2012

29

proporcionar o seu desenvolvimento. De acordo com Durkheim (1978, p. 52),

“A educação não é um elemento para a mudança social, e sim pelo contrário, é

um elemento fundamental para a conservação e funcionamento do sistema

social”. A relação entre Escola e Família tem sido muito discutida nos dias

atuais, isso ocorre devido aos problemas enfrentados por profissionais da

Educação em sala de aula, como por exemplo, a indisciplina dos alunos, a

violência escolar, as dificuldades de aprendizagem etc.

Para Bassedas; Huguet e Solé (1999, p. 282) “precisa ficar claro que a

escola e família são contextos diferentes e que nesses contextos, as crianças

encontrarão coisas, pessoas e relações diversas”. Diante disso é necessário

que haja parceria entre escola e família, pois entendemos que é de grande

valor para o desenvolvimento da aprendizagem dos alunos. Gentile (2006, p.

32), afirma que: “Abrir as portas à participação de familiares e da comunidade

ajuda os alunos a ter sucesso na vida escolar e colabora para diminuir a

evasão e a violência”. Em relação aos objetivos da escola e da família, afirma

Gentile (2006, p. 33),

Escola e família têm os mesmos objetivos: fazer a criança se desenvolver em todos os aspectos e ter sucesso na aprendizagem. As instituições que conseguiram transformar os pais ou responsáveis em parceiros diminuíram os índices de evasão e de violência e melhoraram o rendimento das turmas de forma significativa.

As escolas conseguem melhorar o rendimento dos alunos contando com

a participação efetiva dos pais no acompanhamento do desenvolvimento das

atividades escolares dos filhos. Atualmente tem se tornado comum alguns pais

irem à escola questionar, desde as atividades escolares até a forma dos

professores avaliarem os alunos, outros, após matricularem os filhos,

entregarem à escola toda a problemática relacionada à educação (desde o

conteúdo até a formação ética). Ambas as maneiras em nada colaboram para o

desenvolvimento intelectual e afetivo dos educandos. Se a relação estiver

abalada, deve-se buscar as causas para tentar resolver as dificuldades que na

maioria das vezes surgem de ideias equivocadas, difundidas por alguns que

não detêm conhecimentos pedagógicos para fundamentar suas críticas.

Quando os pais não confiam mais na escola (e vice-versa), o caos se instala e

Page 31: Monografia Áurea Pedagogia Itiúba 2012

30

os alunos/filhos são bastante prejudicados. De acordo com Medeiros (2006, p.

15),

A escola é uma instituição direcionada ao ensino que, como outras, é um importante espaço de socialização, possibilita o encontro de jovens de díspares culturas e com tendências à busca e a experimentação, facilita o confronto com a autoridade do saber, o que implica poder e domínio.

É importante que no espaço escolar os estudantes tenham contato com

diversas informações e vivências culturais, pois isso colabora de forma positiva

no desempenho escolar dos mesmos, sempre valorizando a participação

efetiva dos pais no contexto escolar e na educação dos filhos. Reis (2007, p.

6), diz que: “A escola nunca educará sozinha, de modo que a responsabilidade

educacional da família jamais cessará. Uma vez escolhida a escola, a relação

com ela apenas começa. É preciso o diálogo entre escola, pais e filhos”.

1. 4 DESEMPENHO ESCOLAR

Considerando o desenvolvimento físico, intelectual, moral, espiritual e

social dos estudantes atuais nas escolas brasileiras, percebe-se que de modo

geral esses educandos não estão desenvolvendo de maneira plena todas

essas potencialidades, já que muitas dessas crianças não possuem família e

quando têm é família desajustada, que causa algumas dificuldades no

aprendiz, tais como, dúvidas, insatisfações, descrenças na vida e reações

adversas, o que tem contribuído para a má formação de alguns cidadãos na

atual sociedade complexa e individualista. Segundo Fusverki e Pabis (2008, p.

4),

A desestrutura familiar permeia a nossa sociedade o que influencia diretamente na formação primeira da criança, pais separados têm uma grande influência no desenvolvimento psicológico, emocional e afetivo das nossas crianças.

Isso tem afetado de forma direta o desempenho escolar de muitos

estudantes. Para que estes consigam obter êxito no processo de ensino e

aprendizagem e nas tarefas escolares, precisam do apoio da família, pois não

importa o preparo intelectual, se não tiver o afeto. É preciso fazer uma

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31

“discussão e reflexão sobre a necessidade do bom relacionamento entre a

família e a escola para um melhor desempenho escolar das crianças” (SOUZA,

2009, p. 5), pois a participação da família na escola ajuda para que o educando

obtenha uma aprendizagem melhor. Com a participação dos pais no processo

de ensino e aprendizagem, o aluno adquire confiança ao perceber que tanto a

escola quanto a família se interessam por ele.

A escola e a família necessitam conhecer as dificuldades enfrentadas

pelos alunos, bem como seus conhecimentos, pois educação se constitui em

um elemento de socialização para as futuras gerações:

A educação é a ação exercida, pelas gerações adultas, sobre as gerações que não se encontrem ainda preparadas para a vida social: tem por objetivo suscitar e desenvolver, na criança, certo número de estados físico, intelectuais e morais, reclamados pela sociedade política, no seu conjunto e pelo meio especial a que a criança particularmente se destine (DURKHEIM, 1978, p. 41).

Torna-se importante a participação dos pais na educação dos filhos, pois

“Por falta de um contato mais próximo e afetuoso, surgem as condutas caóticas

e desordenadas, que se refletem em casa e, quase sempre, também na escola,

em termos de indisciplina e de baixo rendimento escolar” (MALDONADO, 1997,

p. 11).

Sabemos que uma família afetiva, participativa na educação de seu filho,

ajuda na construção desse indivíduo, pois nessa fase a criança precisa

principalmente desse afeto e apoio para realizar suas escolhas e

transformação para tornar-se um verdadeiro cidadão. Isto ocorrerá de forma

satisfatória se a família estiver caminhando junto com a escola na

aprendizagem integral desses jovens.

Comprova, deste modo, a necessidade de um trabalho conjunto entre

família e escola, no sentido de favorecer a superação destas dificuldades, é

preciso os pais incentivarem os filhos a estarem na sala de aula, é, portanto,

tarefa valiosa e primordial.

A hipótese é que crianças e jovens com dificuldade de aprendizagem podem ser beneficiados com uma intervenção familiar, que lhes possibilite sair da posição portadora do sintoma para a construção de uma nova relação com o saber. Pois, penso que seja qual for a etiologia da dificuldade de aprendizagem (neurológica, emocional,

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32

cognitiva ou genética), o grupo familiar é fator decisivo para a condução e/ou resolução da situação (POLITY, 2001, p. 16).

A família e a escola, por serem as primeiras unidades de contato

contínuo, são também os primeiros contextos nos quais se desenvolvem

padrões de socialização e problemas sociais. É fácil perceber que estas duas

instituições interferem diretamente na estrutura pessoal de um indivíduo,

principalmente, quando esse está em formação.

Quando os pais são participativos nas atividades realizadas pela escola o aluno se desenvolve com maior facilidade, quando surge uma dificuldade pais e professores dialogam buscando resolver juntos o problema, deixando de lado as acusações feitas “quando as notas altas deixam a desejar, e começa o jogo de empurra, professores acusam os pais e os pais acusam os professores”, e assim surgem as transferências de responsabilidade, fazendo cada um a sua parte. A escola precisa abrir as portas para essa participação dos pais, trazendo-os à escola com as atividades diversificadas e do interesse deles (FUSVERKI; PABIS, 2008, p. 13).

Diante disso, entende-se que a parceria entre a escola e a família é de

essencial valor, pois ambas as instituições, unidas auxiliarão no

desenvolvimento educativo, político, cultural e social dos educandos, fazendo

com que os mesmos se tornem cidadãos críticos e conscientes em reivindicar

seus direitos e cumprir com os deveres que lhes são atribuídos, e para que isso

ocorra é necessário que essas organizações (família e escola) caminhem

unidas em busca de objetivos comuns, aquisição da liberdade como atuação

política, participativa. É preciso haver uma parceria entre a família e a escola,

pois segundo Castro (2011, s/p),

Haver uma aliança entre pais e professores é essencial, produtivo e eficaz. A própria escola tem de mostrar coesão e transparência, trabalhando em equipe, entre si, e em relação à família de seus alunos. A Escola pode dar o primeiro passo, pela própria base de formação da qual é portadora. É importante ter em mente que as reuniões de pais e mestres não são para falar mal ou bem do aluno, ou do filho, e sim reportar seus progressos e dificuldades, discutindo melhorias ou soluções de problemas. Pais e escola devem educar juntos (e não separados) para um bem maior. A criação de um verdadeiro cidadão, construtor de um futuro melhor para as próximas gerações, depende desta aliança, do relacionamento e da confiança mútua.

Page 34: Monografia Áurea Pedagogia Itiúba 2012

33

Espera-se que a participação que abrange a família e a escola possa

estabelecer uma sociedade justa e democrática. Entende-se que, para que o

processo de ensino e aprendizagem se efetive na prática, é necessário que

ocorra uma parceria entre a família e a escola. Compreende-se que, desse

modo, o intercâmbio entre família e escola é imprescindível para que ambas

reconheçam suas realidades e limitações e que possam buscar caminhos que

facilitem o entendimento entre si, em busca do sucesso na educação dos seus

filhos e alunos.

Page 35: Monografia Áurea Pedagogia Itiúba 2012

34

CAPÍTULO II 2. METODOLOGIA 2.1 O Paradigma da Pesquisa A partir deste capítulo estão dispostos todos os dados coletados e que

norteiam a presente pesquisa. É aqui que se apresentam os elementos já

conferidos e comparados aos diversos autores que fundamentam esse estudo.

Segundo Best (1972 apud LAKATOS e MARCONI, 1991, p. 167), a análise

“representa a aplicação lógica e indutiva do processo de investigação. A

importância dos dados não está em si mesma, mas em proporcionarem

respostas às investigações”.

Deste modo, como elemento final do processo de pesquisa, a análise e

interpretação dos dados coletados através de entrevistas (instrumento este

utilizado com o objetivo de reunir as informações necessárias para nossas

discussões) permitiram comparar os dados obtidos, os quais foram

fundamentais para o esclarecimento da problemática e também responder aos

objetivos propostos pelo presente estudo. Lüdke e André (1986, p. 45) afirmam

que:

Analisar os dados qualitativos significa “trabalhar” todo o material obtido durante a pesquisa, ou seja, os relatos de observação, as transcrições de entrevista, as análises de documentos e as demais informações disponíveis. A tarefa de análise implica, num primeiro momento, a organização de todo o material, dividindo-o em partes, relacionando essas partes e procurando identificar nele tendências e padrões relevantes.

Ao examinar os dados coletados, procurou-se fazer de modo cuidadoso

e imparcial, pois de acordo com Wilson (1977 apud LÜDKE; ANDRÉ, 1986, p.

15), na perspectiva qualitativa “O pesquisador deve exercer o papel subjetivo

de participante e o papel objetivo de observador, colocando-se numa posição

ímpar para compreender e explicar o comportamento humano”. Ainda em

relação ao papel exercido pelo pesquisador, Lüdke e André (1986, p. 12)

argumentam que “Nesses estudos há sempre uma tentativa de capturar a

Page 36: Monografia Áurea Pedagogia Itiúba 2012

35

“perspectiva dos participantes”, isto é, a maneira como os informantes encaram

as questões que estão sendo focalizadas”.

A investigação realizada utilizou-se de pesquisa qualitativa, levando em

consideração os dados dos informantes (pais e professores), para descrever e

explicar as possíveis contribuições da participação dos pais na vida escolar dos

filhos, ou seja, da interação entre a Família e a Escola.

Assim, objetivamos apresentar os embasamentos teórico-metodológicos

da trajetória percorrida para a realização desse estudo, apresentamos o lócus,

os sujeitos e os instrumentos de coleta de dados da pesquisa. Este estudo

busca focalizar a importância da integração família e escola e foi direcionado

sob o enfoque qualitativo, procurando compreender o fenômeno estudado.

Partindo deste pressuposto, decidimos realizar este estudo, pois segundo

Demo (1993, p. 127) “a alma da vida acadêmica é constituída pela pesquisa,

como princípio científico e educativo, ou seja, como estratégia de geração de

conhecimento e de promoção da cidadania”.

Para a realização dessa pesquisa, além da revisão bibliográfica, optou-

se metodologicamente pela realização de entrevistas com professores e pais

de alunos. Ressaltamos que a presente pesquisa tem características

predominantemente de natureza qualitativa, pois apresenta algumas de suas

características básicas, apontadas por Bogdan e Biklen (1982 apud LÜDKE e

ANDRÉ, 1986, p. 11-13), conforme segue:

• A pesquisa qualitativa tem o ambiente natural como sua fonte direta de dados e o pesquisador como seu principal instrumento; • Os dados coletados são predominantemente descritivos; • A preocupação com o processo é muito maior do que com o produto; • O “significado” que as pessoas dão às coisas e à sua vida são focos de atenção especial pelo pesquisador; • A análise dos dados tende a seguir um processo indutivo.

Segundo Goldenberg (2000, p. 49), “os dados da pesquisa qualitativa

objetivam uma compreensão profunda de certos fenômenos sociais apoiados

no pressuposto da maior relevância do aspecto subjetivo da ação social”.

Diante disso, concluí-se que quanto à abordagem qualitativa, o foco da

investigação centra-se na compreensão dos significados atribuídos pelos

sujeitos às suas ações, e que, durante seu desenvolvimento,

Page 37: Monografia Áurea Pedagogia Itiúba 2012

36

[...] o investigador introduz-se no mundo das pessoas que pretende estudar, tenta conhecê-la, dar-se a conhecer e ganhar sua confiança, elaborando um registro escrito e sistemático de tudo aquilo que ouve e observa (Bogdan; Biklen, 1994, p.16 apud DOURADO, 2009, p. 31-32).

Por isso a pesquisa de campo é importante para conseguirmos obter

uma análise mais completa e qualificada do processo que vem sendo

estudado. A pesquisa qualitativa permite ao pesquisador envolver-se de modo

direto com as fontes, o espaço, e o tempo vivido pelos pesquisados e, por

participar de seus conhecimentos, os quais tornam o intercâmbio de

informação mais rica em dados, o que beneficia o estudo.

Segundo Bogdan e Biklen (1994, p. 47 apud DOURADO, 2009, p. 31)

“Na investigação qualitativa, a fonte direta de dados é o ambiente natural,

constituindo o investigador o instrumento principal”. Optamos pela a

abordagem qualitativa, pois entendemos que a mesma atende nosso propósito.

Ainda de acordo com Bogdan e Biklen (1994, p. 48 apud DOURADO, 2009, p.

31) “Os investigadores qualitativos freqüentam locais de estudo porque se

preocupam com, o contexto. Entendem que as ações podem ser melhor

compreendidas quando são observadas no seu ambiente de ocorrência”. A

pesquisa qualitativa tem como objetivo principal interpretar o fenômeno que

observa, ou seja, nela não existe a suposta certeza do método experimental,

trabalhando com valores, crenças, opiniões, atitudes e representações, tenta

atingir o objetivo.

A pesquisa qualitativa ou naturalística, segundo Bogdan e Biklen (1982), envolve a obtenção de dados descritivos, obtidos no contato direto do pesquisador com a situação estudada, enfatiza mais o processo do que o produto e se preocupa em retratar a perspectiva dos participantes (LÜDKE; ANDRÉ, 1986, p. 13).

Na pesquisa qualitativa o que se quer alcançar é “a compreensão dos

comportamentos a partir da perspectiva dos sujeitos da investigação” (Bogdan;

Biklen, 1994, p.16 apud DOURADO, 2009, p. 31).

2. 2 Participantes e Lócus

Page 38: Monografia Áurea Pedagogia Itiúba 2012

37

O mencionado trabalho de pesquisa tem como participantes dois

professores e oito pais de alunos do ensino fundamental I da Escola Municipal

Luiz Navarro de Britto, que fica situada no Bairro do Alto, na cidade de Itiúba,

Bahia. Esse estabelecimento de ensino atende a crianças do ensino

fundamental, nos turnos matutinos e vespertinos, onde se buscou coletar

informações e dados referentes à participação da Família junto à referida

Escola. A escolha do município de Itiúba como lócus para a realização desta

pesquisa justifica-se por ser nosso domicílio de moradia e trabalho.

O município de Itiúba está localizado no semi-árido do Norte Baiano na

Região do Território do Sisal, a cerca de 300 km da capital do estado

(Salvador). Possui área total de 1.737,8 km², sua população é estimada em

36.113 habitantes, o que dá uma densidade populacional de aproximadamente

20,78 hab/km², segundo o censo do IBGE (BRASIL, 2010). Sua emancipação

política ocorreu em 17 de janeiro de 1935, quando foi desmembrada do

município de Queimadas. A economia local tem seu forte na pecuária e na

extração mineral (minério de ferro e cromo). Os municípios que fazem limite

com Itiúba são: Monte Santo, Cansanção, Queimadas, Andorinha, Senhor do

Bonfim, Filadélfia e Ponto Novo. A sede do município é cercada por belíssimas

serras, por isso é particularmente conhecida como “Cidade Serrana”.

2. 3 Instrumentos de coleta de dados

Inicialmente para a realização deste trabalho, foi feito um estudo

bibliográfico. Gil (1991, p.16) diz que: “a pesquisa bibliográfica é elaborada a

partir de material já publicado, constituído principalmente de livros, artigos de

periódicos e atualmente com material disponibilizado na internet”. Através de

estudo de alguns autores, buscamos subsídios teóricos que respondam os

questionamentos apresentados e partindo das respostas encontradas,

rumaremos para segunda parte, se tratando da pesquisa de campo ao qual

avaliaremos a relação que a família-escola tem no processo de aprendizagem.

Para obtermos os dados apresentados nesse trabalho, utilizamos

instrumento de investigação e as técnicas disponibilizadas pelo mesmo, o que

de acordo com Rodrigues (2006, p. 92) é muito importante, pois a “técnica é o

suporte instrumental e prático que auxilia o pesquisador a chegar a um

Page 39: Monografia Áurea Pedagogia Itiúba 2012

38

determinado resultado." E para isso adotamos a entrevista com professores e

alguns pais de alunos da referida escola. Segundo Marconi e Lakatos (2001, p.

196) “a entrevista tem como objetivo principal a obtenção de informações do

entrevistado, sobre determinado assunto ou problema.”

A entrevista é considerada um dos mais importantes e básicos

instrumentos de pesquisa, muitos estudiosos compartilham desse pensamento,

como é o caso de Lüdke e André (1986) quando observam que ao lado da

observação, a entrevista representa um dos instrumentos básicos para coleta

de dados, pois ela desempenha importante papel não apenas nas atividades

científicas como em muitas outras atividades humanas,

A grande vantagem da entrevista sobre outras técnicas é que ela permite a captação imediata e corrente da informação desejada, praticamente com qualquer tipo de informante e sobre os mais variados tópicos. Uma entrevista bem-feita pode permitir o tratamento de assuntos de natureza estritamente pessoal e íntima, assim como temas de natureza complexo e de escolhas nitidamente individuais (LÜDKE; ANDRÉ, 1986, p. 34).

Ainda em relação à importância da utilização da entrevista como

instrumento de coleta de dados, entende-se que esta é uma excelente

ferramenta para a obtenção das informações necessárias para a conclusão

deste trabalho. Além das entrevistas realizadas com os participantes,

resolvemos avaliar o rendimento escolar de alunos, filhos de sujeitos que

participaram da nossa pesquisa. Para esse fim, utilizamos dos registros das

notas destes alunos contidas nos diários escolares, dos quais foram fornecido

cópias, mediante solicitação formal junto à direção da referida escola.

2. 4 Procedimentos de coleta de dados

Solicitamos da direção da Escola a autorização para realizarmos a

entrevista com professores e alguns pais de alunos do referido estabelecimento

de ensino. Antes da realização da entrevista (Apêndices A e B), informamos de

modo detalhado o objetivo da pesquisa e coletamos as assinaturas dos

professores e pais de alunos através do Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido (Apêndice C), o qual nos autoriza a analisar e publicar os dados

coletados, garantindo a total preservação dos nomes destes professores e pais

Page 40: Monografia Áurea Pedagogia Itiúba 2012

39

de alunos, bem como dados de caráter particular que possibilitem a

identificação dos sujeitos pesquisados. Fizemos as entrevistas com pais e

professores, separadamente e finalmente, por meio da gravação da entrevista,

avaliamos a compreensão dos entrevistados, iniciando assim a análise final

dos dados coletados durante a mesma.

É nesta conjuntura que faremos a análise dos dados fornecidos sem, no

entanto, identificar diretamente os sujeitos participantes. Deste modo,

utilizaremos Prof.° acompanhado de uma numeração para indicar os

professores e professoras participantes deste estudo, bem como usaremos a

letra P para indicar os pais participantes desse trabalho, pois de acordo com

Fiorentini e Lorenzato (2006, p. 199) é necessário que “O pesquisador, ao

relatar os resultados de sua pesquisa, precisa também preservar a integridade

física e a imagem pública dos informantes”. Por meio de procedimentos

metodológicos, baseados em entrevista com questões abertas, busca-se

conhecer as concepções dos professores e pais de alunos acerca da relação

Família e Escola.

2. 5 Análise dos dados Procuramos a seguir, por meio da análise e interpretação dos dados

coletados, compreender e explicar o nosso foco de estudo, partindo do

pressuposto de que é impossível se conceber a existência isolada de um

fenômeno social. No caso particular do presente estudo, ouvimos os

participantes em seus próprios contextos e consideramos suas concepções

acerca dos questionamentos realizados. Assim partimos então para uma

reflexão, à luz dos embasamentos teóricos que possibilitaram descobertas e

respostas para a problemática apresentada inicialmente. Por fim, fizemos a

análise dos dados encontrados para responder nossos objetivos de pesquisa,

sugerindo assim uma proposta de ação que possa contribuir com a questão em

estudo. Resolvemos examinar os dados coletados, a partir de categorias, por

entendermos que desse modo se compreenderia melhor os resultados obtidos,

focalizando fatores gerais e específicos da realidade estudada.

Cada uma dessas categorias será exemplificada com relatos dos pais e

todas serão discutidas, a seguir, com base na literatura consultada.

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40

CAPÍTULO III

3. ANÁLISE DE DADOS E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

A análise de dados e discussão dos resultados iniciou-se juntamente

com a coleta, e foram tomando forma à medida que eram redigidas as

anotações e transcritas as gravações, pois segundo Alves-Mazzotti e

Gewandsznajder (2001, p.162) “a análise e interpretação dos dados vão sendo

feitas de forma interativa com a coleta, acompanhando todo o processo de

investigação”.

Nos últimos anos, a integração família-escola tem sido bastante

destacada, por ser considerada como um dos principais recursos utilizados

para a melhoria da aprendizagem dos educandos. Esta parceria deve basear-

se na participação dos pais na vida escolar dos filhos, visando seu

desenvolvimento educacional.

A partir dos nossos objetivos de pesquisa que são: avaliar se a

participação da família na vida escolar de seus filhos tem alguma relação com

o desempenho deles; compreender como algumas famílias acompanham a

vida escolar de seus filhos e caracterizar o desempenho escolar desses

estudantes, resolvemos organizar os dados coletados, em categorias. Segundo

Bogdan e Biklen (1994, p. 221 apud DOURADO, 2009, p. 33),

As categorias constituem um meio de classificar os dados descritivos que recolheu á medida que se vai lendo os dados, repetem-se ou destacam-se certas palavras, frases, padrões de comportamento, forma dos sujeitos pensarem e acontecimentos. (...) Determinadas questões e preocupações de investigação dão origem a determinadas categorias.

De acordo com as respostas dos entrevistados, agrupamos os mesmos

em duas categorias: a dos pais participativos na vida escolar dos filhos (7) e a

dos pais não participativos (apenas 1). A primeira categoria representa 87,5%

do total de entrevistados, (pais que participam da vida escolar dos filhos). Já a

segunda categoria (pais que não participam da vida escolar dos filhos)

corresponde a 12,5% dos participantes. A participação dos pais é de

fundamental importância para o sucesso do sistema educacional, pois este

Page 42: Monografia Áurea Pedagogia Itiúba 2012

41

depende da relação de proximidade entre a família e a instituição de ensino,

sua abertura para transformá-lo num espaço de socialização em que todos

(alunos, pais de alunos, professores, direção, coordenação pedagógica e

comunidade em geral) interajam formando e fortalecendo parcerias

proveitosas. Segundo Pacheco (2004, p. 20), “É necessário que a escola e

seus projetos político-pedagógicos levem em consideração não apenas as

atividades internas, mas procurem desenvolver atividades externas,

envolvendo as famílias e outras entidades [...]”, isso proporciona integração e

fortalece o papel de cada instituição envolvida no processo de aprendizagem.

Assim, passaremos à análise da entrevista com os pais de alunos e

posteriormente com os professores. Vale aqui ressaltar que as falas dos pais

participantes dessa entrevista forram transcritas sem correção gramatical.

3.1 Entrevistas com os pais de alunos

3.1.1 Categoria 1: Pais que dão suporte aos filhos

Perguntamos inicialmente aos pais envolvidos na pesquisa, qual o

suporte que eles dão aos seus filhos na vida escolar e registramos algumas de

suas respostas a seguir:

Eu compartilho, tou todos os dias aqui, fui voluntária o ano passado numa sala, ajudei fiz de tudo tanto os meus como os outros, que sentia que precisavam de mim (P1).

A partir da resposta registrada percebemos que há um envolvimento

positivo da entrevistada com a instituição de ensino. Neste enfoque Prado

(1981, p. 13) vem trazendo uma importante contribuição quando diz que: “A

família influencia positivamente quando transmite afetividade, apoio e

solidariedade e negativamente quando impõe normas através de leis, dos usos

e dos costumes”.

Vejamos a fala de outro pai entrevistado:

Assim eu cumpanho as reunião, chega em casa também vou saber se teve dever, se teve pego no pé deles para eles fazer, e me preocupo muito assim para eles não perder aula, e as vezes vou

Page 43: Monografia Áurea Pedagogia Itiúba 2012

42

levar até o meio da escola vou levar sempre eles, o dia que eles dormem muito assim que perdem, nossa eu fico nervosa e faço questão deles não perder aula, e (P2).

Diante das respostas apresentadas, podemos observar que os pais

dizem que dão algum tipo de suporte para os seus filhos na vida escolar,

principalmente comparecendo às reuniões realizadas pela escola e, ainda,

colocando seus filhos para fazer as tarefas que o professor passa para serem

feitas em casa. Os pais entrevistados demonstram também preocupação com

as faltas dos filhos na escola em dias de aula.

Ajudo bem, porque eu gosto que eles estudem, quando eles chegam eu tenho que olhar direitinho, eu pergunto a eles se eles não é pra responder a professora é pra ter aducação, eu acompanho assim dando ensinamento assim, tem que respeitar os mais velhos, a professora, conversano (P3).

Eu boto elas pra estudarem, quando elas tão assim, eu pergunto a R. se elas tem alguma tarefa pra fazer, quando elas traz elas diz que traz, quando elas não traz elas diz que não tem nada pra fazer aí eu deixo elas brincarem (P4).

Também analisando os discursos aqui citados, podemos ver que o pai

se preocupa pela aprendizagem do filho.

Continuando os discursos:

Eu coloco no reforço particular e vou ensinando em casa também, não espero só a professora aqui na escola (P5).

O incentivo, pelos estudo, eu incentivo elas estudar, porque hoje só se adquire alguma coisa com estudo, porque sem o estudo tudo fica mais difícil e que não tem condição a coisa é pior (P6).

Essas que falei, pergunto se teve atividade (P7).

Assim para ajudar nas tarefas, eu não sei não, só assinar o nome, é por que só sei assinar o nome, não vou andar me “gavano’’ (P8).

Os resultados acima demonstram que os pais procuram dar o apoio

necessário para o desenvolvimento escolar de seus filhos, porém vale ressaltar

que é preciso buscar meios, a fim de que esse apoio seja ampliado de modo a

alcançar a totalidade dos educandos matriculados nas escolas.

3.1.2 Categoria 2: Pais que frequentam a escola

Page 44: Monografia Áurea Pedagogia Itiúba 2012

43

Neste sentido, buscamos, na próxima questão (ou categoria)

informações relativas à frequência dos pais em relação à unidade escolar em

que seu filhos estudam.

Sempre, sempre, trago e venho pegar (P1).

Todos os dias não frequento, eu não pergunto, sempre eles não faltam aula, quando eles faltam aula porque eu tava fazendo tratamento fora eu tenho que levar um e outro fica, sempre vou lá converso com a professora, com a diretora (P3).

Todos os dias vou levar e vou buscar (P4).

Como podemos constatar em algumas falas:

Eu sempre tou na escola, sempre levo eles acompanho até a escola, pois é muito importante eles ter alguma segurança, um apoio (...) (P6). As runiões é (P7).

Vez em quando, quando tem reunião eu vou mais não é... como amanhã vai ter eu já não vou, festinha eu num vou, porque minha mãe manda o fio do meu irmão, aí eu tenho essa duas pequenas que agora que botei elas na creche, aí eu ia deixar com quem para ir para festinha nem pra reunião, tinha vez que eu ia tinha vez que eu num ia não (P8).

Todos esses discursos nos apontam para a grande necessidade que se

tem da família frequentar regularmente a unidade escolar que os filhos

estudam e também participar de decisões relacionadas à educação dos filhos.

Segundo Nogueira (1999, p. 15), “Se a escola é uma instituição pública da qual

os pais dos alunos fazem parte, estes devem poder participar de tomadas de

decisão em relação aos objetivos educacionais, à prioridade e às metas do

projeto educativo”.

Diante dos relatos dos pais entrevistados, podemos constatar que a

maior parte deles afirma frequentar periodicamente a unidade escolar em que

seus filhos estudam. Assim, de acordo com Szymanski (2001, p. 82), as

famílias “Esperam da escola um tipo de organização que permita mais contato

com os pais, por meio de reuniões em que possam saber sobre o rendimento

Page 45: Monografia Áurea Pedagogia Itiúba 2012

44

dos filhos, assim com um registro, um boletim”. Dessa forma, acreditamos

ainda que, “(...) se toda pessoa tem direito à educação, é evidente que os pais

também possuem, o direito de serem senão educados, ao menos informados e

mesmo formados no tocante à melhor educação a ser proporcionada a seus

filhos” (PIAGET, 1972, p. 50).

3.1.3 Categoria 3: Pais que participam de eventos escolares

Em seguida, perguntamos aos pesquisados se eles participam ou já

participaram de algum evento da escola de seus filhos. Conforme podemos

observar, as respostas foram as seguintes:

Já sim, as festinhas que tem aqui sempre participo, venho ajudar ornamentar (P1).

Não, porque, assim quando eles querem fazer a festinha que me pedem algum... um real, dois, três aí eu ajudo, tenho que ajudar (P3). Já o ano passado a R. foi a rainha do amendoim, e ,eu fui, o ano retrazado elas dançaram uma quadrilha, aí eu tou sempre presente (P4).

Já participei da II Conferencia do PNE da escola (P5).

Também (P7).

Nunca fui pra festinha não, nem nos dias das mães eu nunca vou, nem quando eu morava na Serra eu nunca ia, porque eu não gosto (P8).

Em relação a essa questão, entendemos que

(...) é imprescindível que família e escola atuem juntas como agentes facilitadores do desenvolvimento pleno do educando, pois é através da educação que vão se constituir em agentes institucionais capazes de exercer seu papel para a mudança da estrutura social (SOUSA; FILHO, 2008, p. 7).

3.1.4 Categoria 4: Pais que acompanham a vida escolar dos filhos

Page 46: Monografia Áurea Pedagogia Itiúba 2012

45

Na questão seguinte, questionamos aos pesquisados (as) se em casa

eles acompanham a vida escolar de seus filhos. De modo que podemos

observar os seguintes registros:

Com os deveres, quando eles chegam eu vou logo perguntando se tem dever, como se foi como eles responderam, no outro dia pergunto a professora como foi o dia-a-dia dele o amanhã com ele, pergunto tudo (P1).

Segundo Rossini (2004, p. 19), “Criar um filho sem nunca dizer “não”

significa comprometer seu equilíbrio futuro: será um ser com dificuldade de

tomar conta do próprio destino. Quanto mais cedo começarmos a estabelecer

os limites melhor”.

Não. Sempre a gente ajuda nas tarefas, as vez nem dá precisão, porque eles ensinam bem eles tão muito, esse daí mesmo é muito inteligente. Sabem ler e é muito inteligente, sempre eles não me dão trabalho (P3).

Assim, outros pais entrevistados justificam suas respostas:

Assim eu ensino elas no que posso ensinar no que eu sei, quando tenho alguma dúvida eu procuro alguém né que possa ajudar, mas assim na medida do possível eu mesmo ajudo elas, mas assim elas participam de uma ONG, e o rapaz me ajuda muito com elas (P6).

Foi como eu falei, eu não ajudo não, é só a menina, que eu não sei ler, a irmã (P7).

3.1.5 Categoria 5: Pais que contribuem para a realização de atividades

escolares

Na quinta questão solicitamos que os pais informassem de que forma

contribuem para a realização das atividades escolares de seus filhos.

Para tanto, registramos as seguintes respostas:

Da primeira forma é com os materiais e o incentivo, todos os dias, isso aos dois professores como tão a vida deles na sala de aula, se participam, se conversam (P1).

Não sei o que acontece lá no colégio, porque aqui em casa ele é obediente (P3).

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46

Quando não sabe, eu arrumo alguém que sabe que meu menino já tá no ginásio, eu digo não... eu arrumo uma banca (P4).

Coloco no reforço, compro livrinho de leitura e esta criança já sabe ler tudo com sete anos, ela se enteressa muito pela escola ela consegue ler todo leitura de mundo. Eu acompanho a vida escolar do meu filho e vejo desempenho enquanto outros que são os meus vizinhos tem muita dificuldade (P5). Eu vou coisar sem eu saber? Fia de Deus eu só sei assinar meu nome (...) (P8).

Segundo Paro (2000, p. 68), “parece haver, por um lado, uma

incapacidade de compreensão por parte dos pais, daquilo que é transmitido na

escola; por outro lado, uma falta de habilidade dos professores para

promoverem essa comunicação”.

3.1.6 Categoria 6: Pais que atuam para melhorar o rendimento escolar dos

filhos

Finalmente, na sexta e última das questões procuramos saber dos pais

o que eles fazem para melhorar o rendimento escolar de seus filhos.

Eu ajudo, eu não boto na banca, eu que sou a professora deles em casa eu ajudo bastante eles em casa, ensino sempre a tarde, eles sai meio-dia, toma banho vão almoçar, quando é 3:00 horas tou com eles ensinando, as vezes acontecem de perguntar se eles deram lição no livro, se eles leram? Se não leram boto para ler e assim eu incentivo (...) (P1).

Observamos nesta afirmativa uma preocupação do pai em relação a

vida escolar dos filhos, ele afirma que incentiva os filhos na leitura e também

ensina eles em casa. Vejamos outras falas:

Eu sempre fico procurando saber se eles estão fazendo as atividades, porque a queixa do professor é que as tarefas vem e voltam sem fazer, entendeu, eu nunca recebir queixa não, mas os pais a maioria, vejo os professores reclamando nas reuniões, sempre os professores reclamam, porque as crianças vai pra casa e as tarefas voltam sem fazer (...) (P6). Eu converso com eles, e eles se interessam, um é 2ª e o outro é 3ª série, mas não consegue ler, passou mais não sabe (...) (P7).

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47

Constatou-se, nesse estudo, que são diversas as concepções que os

pais têm em relação à interação entre a família e a escola. Diante disso,

podemos constatar que os pais pesquisados consideram importante sua

participação na vida escolar dos filhos, ainda que essa participação seja um

pouco tímida, tanto por parte da família como pela escola.

A seguir, procederemos às análises da entrevista com os professores

(as).

3. 2 Entrevistas com os professores (as)

3.2.1 Categoria 1: Ações da escola para garantir a parceria com a família

Na primeira questão perguntamos sobre o que a instituição de ensino

está fazendo para garantir uma parceria entre a Família e a Escola. Os

professores se posicionaram do seguinte modo:

Reuniões periódicas, palestras e projeto Cine Família que vem surtindo um efeito muito positivo, pois atrai os pais, os quais frequentam ansiosamente, pois é uma forma diferenciada de atraí-los para a Escola (PROF.°1).

Tenta fazer reuniões de pais e mestres de forma diferenciada, não mais de mostrar a vida do aluno para todo mundo, com exposição desnecessária, trata de outras questões que auxiliem no convívio com a família e aí uma reunião de forma individualizada para falar mesmo da vida escolar do aluno, eu acho que tem surtido efeito que o nosso número de pais na reunião tem crescido e é considerável, outra coisa que a gente tem que eu acredito que é uma característica diferenciada da escola é um projeto que a gente elaborou o ano passado Cine Família, sentou todo corpo docente da escola e a gente decidiu trazer isso para os pais em outro momento, no turno noturno que geralmente é o horário que eles podem e Cine Família traz uma proposta diferente porque a gente trabalha com filme que auxilia no tratamento das famílias, como lidar com a família com a nova família de acordo com o contexto social e também palestra com profissionais, a ideia era ser feito quinzenalmente ou então uma vez por mês, a gente conseguiu cumprir algumas, mas também tem sido uma coisa boa. A participação ainda era pouca do que a gente gostaria, mas eles vêm e saem falando bem, fora também os convites que a gente sempre estende a eles para passeio, para abertura de projetos (PROF.°2).

Castro (2011, s/p) faz o seguinte questionamento: “(...) por que tantas

escolas insistem em manter as famílias distantes? Por que muitos professores,

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48

coordenadores, orientadores educacionais e até diretores, procuram manter os

pais ausentes do ambiente escolar?”. Diante das respostas dos professores,

vemos que na escola pesquisada isto não acontece, já que a equipe escolar

tem buscado constantemente aproximar a escola da comunidade, através da

implantação de diversos projetos como, por exemplo, o Cine Família. Assim,

podemos entender que atualmente a relação família-escola tem se tornado um

pouco mais visível, pois muitas escolas têm aberto as suas portas para a

participação das famílias. Quando isso acontece os pais participam mais

ativamente e colaboram para despertar nos filhos o interesse pelas atividades

escolares. Entretanto, ainda existe muita insatisfação por parte dos pais com

relação às práticas de articulação família e escola. A escola, por sua vez, está

buscando cada vez mais estratégias de aproximação, as quais ainda carecem

ser implantadas de modo que priorizem a cooperação e o respeito mútuo entre

as partes envolvidas.

3.2.2 Categoria 2: Conflitos que emergem da parceria

Na questão seguinte, solicitamos que os professores listassem os

conflitos que surgem por falta da parceria entre a família e a escola. Essa

questão foi formulada com a intenção de verificar quais são esses tipos de

conflitos. Vejamos as respostas dos professores entrevistados:

Comportamento, agressividade, o baixo rendimento escolar, falta de compromisso, indisciplina por parte dos alunos por não terem o acompanhamento dos pais (PROF.°1).

Aqui dá pra gente ver de forma bastante clara por questão do turno, pois os meninos que estudam no turno matutino eles tem uma parceria maior em casa, são pais que vem trazer e a gente ver que o desenvolvimento é outro, em termo de desenvolvimento de aprendizagem, questão da disciplina de saber onde é o limite deles. Já no vespertino a gente já não encontra tanto isto, e aí chama a atenção bastante sobre isto e aí claro reflete na aprendizagem formal na questão da disciplina o básico para eles (PROF.°2).

Diante das respostas dos professores entrevistados, vemos que eles

destacam como principais conflitos causados por falta da parceria entre a

família e escola, o comportamento agressivo, o baixo rendimento escolar, a

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49

falta de compromisso com os estudos e a indisciplina. Os docentes ainda

colocam que existe uma diferença em relação ao turno de estudo, pois os

alunos que estudam no turno matutino, em que os pais participam mais

ativamente das atividades escolares dos filhos, levando os mesmos à escola,

os professores afirmam que o desenvolvimento da aprendizagem escolar do

aluno é bem maior do que dos alunos do turno vespertino em que a

participação dos pais é um pouco menor.

3.2.3 Categoria 3: Benefícios da parceria para a comunidade

Neste sentido, buscamos saber dos profissionais envolvidos, em que

esta parceria entre a família e a escola, seria favorável para a comunidade. De

acordo com os entrevistados (as):

A comunidade vai ter um cidadão futuramente responsável, vai ser um adulto e profissional responsável e isto vai contribuir para a comunidade (PROF.°1).

Na formação integral do indivíduo, porque o objetivo inicial da escola seria formação do conhecimento formal do ler, escrever, mas hoje a escola tem um papel a mais que é o de cidadania, essa questão de formação integral mesmo, claro que a escola tem que ter esta participação, mas este papel é característica da família (PROF.°2).

A família é e continua sendo a base de toda organização social, pois é

considerada como “o primeiro grupo com o qual a pessoa convive e seus

membros são exemplos para a vida” (GENTILE, 2006, p. 35). Por isso, a

formação do ser humano como cidadão ético e responsável é responsabilidade

primeiramente da família.

De acordo com as respostas dos professores participantes, são vários

os benefícios para a comunidade advindos da parceria entre a família e a

escola, principalmente no que se refere à formação integral do indivíduo, pois o

objetivo inicial da escola é a formação do aluno em relação ao aprender a ler e

escrever, porém atualmente a escola tem um papel muito mais amplo,

principalmente no tocante à cidadania, à formação integral do aluno como

cidadão. Vale também ressaltar que, mesmo a escola tendo essa função, o

Page 51: Monografia Áurea Pedagogia Itiúba 2012

50

papel principal na formação da pessoa como cidadão é característica própria

da família.

Diante disso, concordamos que “A escola tem um papel preponderante

na contribuição do sujeito, tanto do ponto de vista de seu desenvolvimento

pessoal e emocional, quanto da constituição da identidade, além de sua

inscrição futura na sociedade” (SZYMANSKI, 2001, p. 90).

3.2.4 Categoria 4: Motivos da não participação dos pais na vida escolar

dos filhos

Na questão seguinte procuramos saber qual o motivo que leva os pais a

não participarem da vida escolar de seus filhos. Obtivemos como respostas os

seguintes comentários:

Alguns por motivos banais, não vou deixar de assistir minha novela, para ir para reuniões dos meus filhos, deixa a responsabilidade de aprendizagem para a escola, muitas vezes tem reuniões, eu passo e vejo pais de alunos sentados nas calçadas de suas casas, outros alegam questão de cansaço eu trabalho não tenho tempo, mas para o filho a gente tem que ter tempo, pois se coloca o filho no mundo tem que ter tempo para os filhos, pois eles vão sentir que tem algum responsável por eles, mas se minha mãe não liga, ele não está nem aí (PROF.°1).

Eu acredito que é forma mesmo de não saber como participar da vida escolar dos alunos, ah porque eles não têm a escrita e a leitura, aí eles acham que não pode ajudar de forma nenhuma, então isto é um mito, que a gente também vem discutindo nas reuniões as diversas formas que eles podem tá ajudando a criança e eu acredito também acho que o próprio a repetição que fizeram com eles, cresceram numa família que pai e mãe não levavam na escola eles podem reproduzir isso por não saber o valor que a escola tem e a importância na vida da criança e alguns também acho que por ser dedicado ao trabalho, nem todos tem esse compromisso ou sabe lidar com trabalho, por que hoje a família tem que trabalhar dar conta de muitas coisas, acho que despreparo também, uma coisa repetitiva ensinar todos os dias muitos não se dispõem mesmo a isto por não saber o valor que a escola tem e a importância que ela vai ter na vida do filho. Muitos ver a escola como guarda e se ver livre, o mais popular que eles dizem hoje não tem aula vão perturbar meu juízo em casa, infelizmente (PROF.°2).

É possível observar que os professores citam fatos corriqueiros como

exemplos de motivos que levam os pais a não participarem da vida escolar de

seus filhos, deixando a responsabilidade de cuidar da aprendizagem dos

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51

mesmos apenas a cargo da instituição de ensino. Os docentes ainda observam

que até mesmo em dias de reuniões de pais e professores, muitos pais de

alunos preferem ficar em casa em vez de vir à escola participar dessas

reuniões, outros alegam estarem muito cansados, pois trabalham muito e não

dispõem de tempo.

O professor (Prof° 2) ainda afirma que muitos pais não participam da

vida escolar de seus filhos, por “não saber o valor que a escola tem e a

importância que ela vai ter na vida do filho. Muitos ver a escola como guarda e

se ver livre, o mais popular que eles dizem hoje não tem aula vão perturbar

meu juízo em casa, infelizmente”.

Diante dessas informações, podemos supor que muitos pais ainda não

conseguem entender seu verdadeiro papel no processo educacional de seus

filhos e, por isso, não valorizam a participação na vida escolar diária dos

mesmos. Segundo Solidade, Molinari e Prince (2011, p. 1) “Na atualidade,

assim como a escola, a família também passa por uma crise, pois ambas

perderam sua identidade, ou seja, qual seria a real função da escola e da

família?” Sá (2001, p. 97) observa que, normalmente, alguns professores

exigem um conhecimento que os pais não possuem, acabando por afastar a

família do convívio escolar, o que, consequentemente, traz dificuldades, pois

“(...) ao recusarem as ofertas participativas que lhe são proporcionadas,

arriscam-se a ser etiquetados como pais negligentes, inaptos e irresponsáveis,

a quem pode facilmente ser imputada a culpa pelos eventuais insucessos dos

seus educandos”.

3.2.5 Categoria 5: Crenças dos professores sobre a participação da

família

Na questão a seguir, perguntamos aos professores se eles acreditam

que a participação da família na vida escolar dos filhos poderia contribuir no

desempenho escolar dos mesmos. Houve unanimidade nas respostas:

Sim. Como afirmei antes, se a escola x família nesta parceria e houver um intercâmbio, a escola comunica aquele pai, olhe pai seu filho não está fazendo atividade de casa, tem alunos que fala que vem para a escola, mas não vem e nunca chegou aqui, e assim a escola abrindo as portas para família aí não vai ter esse problema

Page 53: Monografia Áurea Pedagogia Itiúba 2012

52

porque o pai vai ter que vir meu filho veio professor ontem, então tem essa parceria, não tendo essa parceria, vai acontecer evasão, porque o aluno não vem hoje vai acostumar não vem amanhã aí vai evadir porque tem aqueles alunos que não gosta de escola, não quer estudar que o pai conversa meu filho você precisa, pois para ser um cidadão você precisa do estudo e hoje nós temos um estudo globalizado e moderno que se não tiver estudo tá fora do mercado de trabalho, então tem que ter essa parceria para desenvolvimento da aprendizagem do aluno, que a escola sozinha, o professor sozinho não faz nada, se não tiver apoio dos pais não faz nada o aluno não vai desenvolver (PROF.°1).

Observamos a seguir o registro do outro (a) professor (a) em relação a

essa questão:

Sim. Pois é notório o desempenho dos alunos que tem essa participação. Embora a escola tenha a parceria com os programas sociais do município Crás, Creas, Conselho Tutelar né, os pais não tem esse compromisso de levar os filhos para esses programas (PROF.°2).

Vemos que os professores acreditam que deve haver essa parceria

entre a família e a escola e que a participação dos pais pode contribuir muito

no desempenho escolar dos alunos, pois a escola e o professor, sem a

participação efetiva da família, não consegue desenvolver um trabalho de

forma plena, necessitando sem dúvida dessa parceria. Segundo Sousa e Filho

(2008, p. 7), “Família e escola precisam, juntas, criar uma força de trabalho

para superarem as suas dificuldades, construindo uma identidade própria e

coletiva; para isto, é fundamental que se encarem como parceiras de

caminhada, [...]”.

Faremos aqui a caracterização e verificação do desempenho dos alunos

e mostraremos a relação entre este desempenho e a interação da escola com

a família.

Os alunos E1 e E2 são filhos do pai P1 que afirma participar da vida

escolar dos filhos. De acordo com os registros dos professores, as notas de E1

são todas excelentes e variam de 8,5 a 9,5, já a aluna E2 “foi promovida com

bom rendimento” (observação escrita pelo professor(a) da mesma).

Os alunos J1 e J2 são filhos do pai P2 que também afirma participar da

vida escolar dos filhos, porém após fazermos uma análise do boletim escolar

desses alunos, observamos que eles apresentam um número significativo de

faltas e péssimo rendimento escolar durante o ano letivo. Esses alunos foram

Page 54: Monografia Áurea Pedagogia Itiúba 2012

53

aprovados apenas porque o sistema “obriga”, pois já estão incluídos na

situação de distorção idade-série.

A aluna R é filha do pai P4, este diz participar ativamente da vida

escolar da filha. As notas de R são satisfatórias, a aluna fez recuperação final

apenas em uma matéria e foi aprovada.

A aluna B é filha do pai P6 que se declarou como pai participativo da

vida escolar da filha. B apresenta bom desempenho, número reduzido de faltas

e notas satisfatórias em seu boletim escolar, variando de 6,0 a 8,5.

A aluna J3 é filha do pai P7, que afirmou durante a entrevista participar

das atividades escolares da filha. Analisando o boletim escolar da aluna,

podemos observar que esta possui bastante faltas e seu rendimento é

insatisfatório, o que levou a mesma a ser conservada na série que cursou no

ano passado. De acordo com a descrição do desempenho do aluno, a aluna

apresenta: pouca participação oral e dificuldades na leitura e em cálculos (não

reconhece todas as letras e números).

O aluno J4 é filho do pai P8, o único pai que durante a realização da

entrevista declarou não participar da vida escolar do filho “pois só sabe fazer o

nome”. Analisando o boletim escolar do aluno, podemos observar que ele

possui bastante faltas, as notas são insatisfatórias e há ainda uma observação

em que diz que o aluno ficou suspenso por um período de dois dias.

Fazendo uma análise criteriosa dos dados apresentados, podemos

perceber que há algumas contradições nas afirmações dos pais entrevistados,

pois de acordo com a direção da escola e os registros nas listas de frequências

das reuniões de pais e mestres, geralmente não consta os nomes de alguns

dos pais que declararam participar ativamente das reuniões, eventos e outras

atividades promovidas pela a escola. Aqui vale ainda lembrar que antes de

começarmos as entrevistas gravadas, os pais se preocuparam em questionar

se éramos funcionários da Secretaria de Assistência Social e se fazíamos parte

do programa do Governo Federal “Bolsa Família”. Diante disso, pode-se

levantar o seguinte questionamento: Será que os pais se preocuparam em

afirmar que participavam ativamente da vida escolar dos filhos por causa do

recebimento do benefício social do governo? Não podemos afirmar, porém

como já foi colocado anteriormente, segundo a direção da escola e a

frequência das reuniões de pais e professores, alguns desses pais

Page 55: Monografia Áurea Pedagogia Itiúba 2012

54

entrevistados, não são frequentadores assíduos das atividades promovidas

pela escola.

Deste modo, entendemos que a interação entre a família e a escola é

muito importante, e ambas as instituições devem criar possibilidades para a

ocorrência de uma relação equilibrada com o objetivo de proporcionar uma

maior participação dos pais no espaço escolar, contribuindo, assim, para

superar os obstáculos existentes e colaborando para o desenvolvimento do

processo educativo dos educandos.

Ainda de acordo com o registro das falas dos professores entrevistados,

podemos destacar que:

Uma ligação estreita e continuada entre os professores e os pais leva pois a muita coisa mais que a uma informação mútua: este intercâmbio acaba resultando em ajuda recíproca e, frequentemente, em aperfeiçoamento real dos métodos. Ao aproximar a escola da vida ou das preocupações profissionais dos pais, e ao proporcionar, reciprocamente, aos pais um interesse pelas coisas da escola, chega-se até mesmo a uma divisão de responsabilidades (...) (PIAGET, 1972, p. 50).

A interação da família com a escola influencia de forma direta no

desempenho escolar dos alunos. Para que estes consigam obter êxito no

processo de ensino e aprendizagem e nas tarefas escolares, precisam do

apoio dos pais, pois não importa o preparo intelectual, se não tiver o afeto da

família. Assim, torna-se necessário fazer uma “discussão e reflexão sobre a

necessidade do bom relacionamento entre a família e a escola para um melhor

desempenho escolar das crianças” (SOUZA, 2009, p. 5), pois a participação da

família na escola ajuda para que o educando alcance uma aprendizagem

significativa. Com a participação dos pais no processo de ensino e

aprendizagem, o aluno adquire confiança ao perceber que tanto a escola

quanto a família se interessam por ele.

Os resultados obtidos indicam que a participação e integração entre a

família e a escola são fundamentais para o desenvolvimento pleno da

aprendizagem escolar dos alunos. Foi possível constatar também que os

problemas vivenciados pelos pais em acompanhar o processo escolar dos seus

filhos vêm resultando no surgimento de outras práticas de acompanhamento,

ou seja, quando não é possível os pais irem constantemente à escola, procura-

Page 56: Monografia Áurea Pedagogia Itiúba 2012

55

se auxiliar no aprendizado dos filhos na própria casa. O mais importante na

relação família-escola é não atribuir a uma única instituição a responsabilidade

de ambas, pois sabemos que buscar uma relação de parceria não significa

transferir a responsabilidade da família para a escola, assim como a escola não

pode responsabilizar totalmente os pais pelo possível fracasso escolar dos

filhos.

Page 57: Monografia Áurea Pedagogia Itiúba 2012

56

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A relação entre a família e a escola nunca se fez tão necessária como

atualmente, principalmente por conta dessa confusão de papéis e por diversas

vezes transferência de responsabilidades que a cada dia que passa se percebe

aumentar. Partindo deste pressuposto, buscamos realizar algumas reflexões

acerca dessa temática.

As discussões e estudos feitos sobre o tema, A importância da

integração família e escola, foram frutos de pesquisas e inquietações

vivenciadas por nós durante todo o período de estudos de Graduação, assim

como da necessidade de compreender como se dá a participação dos pais na

vida escolar de seus filhos.

Deste modo, como podemos observar, a discussão sobre a participação

da família na vida escolar de seus filhos não é recente. Há décadas que se

vem refletindo sobre como envolver a família, promover a co-responsabilidade

e torná-la parte do processo educativo. Sem dúvida, tal aproximação trata-se

de uma difícil tarefa, isto, em função das inseguranças, incertezas e da falta de

esclarecimento sobre o processo educacional, suas limitações, bem como sua

abrangência. Compor uma parceria entre escola e família pressupõe de ambas

as partes, a compreensão de que a relação família-escola deve se manifestar

de forma que os pais não responsabilizem somente a escola pela educação de

seus filhos e, por outro lado, a escola não pode eximir-se de ser co-

responsável no processo de formação plena do aluno.

Diante da pergunta que impulsionou essa pesquisa – O que leva os pais

a não participarem da vida escolar de seus filhos? E em que esta participação

poderia contribuir? –, o que nos resta neste momento, é respondê-la, não como

anseio de concluir este estudo, pois ainda resta muito a ser acrescido, mas

sim, por uma obrigação formal de concluí-lo, ainda que de forma parcial. A

problemática aqui apresentada permite analisar a situação atual dos pais e

suas dificuldades em acompanhar o processo escolar dos filhos, assim como a

sua postura em relação à escola, e servirá de fonte de estudo para os

profissionais da educação que pretendem construir uma relação de parceria

Page 58: Monografia Áurea Pedagogia Itiúba 2012

57

com as famílias, já que escola e família são de suma importância para a

construção de uma aprendizagem significativa.

Os resultados desta pesquisa mostraram que dos oito pais entrevistados

sete se apresentam como participantes da vida escolar dos filhos e, apenas um

afirma não participar ativamente das atividades escolares, alegando que não

possui conhecimento suficiente para colaborar no acompanhamento dos

estudos dos filhos.

Também como resultados da pesquisa, os entrevistados destacaram

que a participação da família nas atividades da escola é de fundamental

importância e que sempre que possível estão colaborando com os eventos

organizados pela escola. Assim sendo, a relevância do presente trabalho

concentrou-se na visão dos pais e professores de como eles compreendem a

importância da participação da família no cotidiano escolar.

Deste modo, conseguimos alcançar o objetivo geral do nosso trabalho

que era avaliar se a participação da família na vida escolar de seus filhos tem

alguma relação com o desempenho deles. Ainda atingimos os objetivos

específicos que visavam compreender como algumas famílias acompanham a

vida escolar de seus filhos, bem como caracterizar o desempenho escolar

desses estudantes. Constatamos que o desempenho escolar dos estudantes

encontra-se ligado à interação entre a família e a escola, pois podemos

observar que, quando os pais participam da vida escolar dos filhos, estes

conseguem aprender melhor e sentem-se valorizados.

Após fazermos a análise dos resultados, acreditamos que este trabalho

nos deu oportunidade de aprofundar nossos conhecimentos em relação à

temática e esperamos que esse estudo possa ser utilizado como fonte de

informações e desperte novas investigações, para que possamos continuar

obtendo transformações significativas no campo da educação como um todo,

cabendo à escola cumprir suas funções básicas, que, além de garantir a

aprendizagem de conteúdos e habilidades, precisa também preparar o

educando para a inserção social, buscando dessa forma construir uma escola

mais eficiente, onde os alunos tenham possibilidades de serem mais

autônomos, críticos e cidadãos.

Page 59: Monografia Áurea Pedagogia Itiúba 2012

58

A sociedade necessita de uma parceria positiva entre escola e família,

pois só assim poderá, realmente, fazer uma educação de qualidade e que

possa promover o bem estar de todos.

O diálogo deve ser a principal ferramenta na construção da relação

família e escola. Entretanto, precisa existir por parte de pais e demais

envolvidos na escola um comprometimento com a educação dos seus filhos e

alunos. Portanto, uma das tarefas que a família deve exercer na vida estudantil

dos filhos é justamente a de acompanhar seus estudos, e que essa

participação pode ser espontânea ou proposta pela própria instituição de

ensino.

Esperamos, pois, que estes estudos contribuam, de alguma maneira,

para novas reflexões acerca da necessidade da participação dos pais na vida

escolar de seus filhos. Esperamos, por fim, que estes estudos sirvam como

base para ampliar esta pesquisa numa nova vertente que envolva outros

aspectos aqui não considerados, a exemplo da participação dos pais na vida

escolar dos alunos de escolas particulares do município.

Page 60: Monografia Áurea Pedagogia Itiúba 2012

59

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64

APÊNDICES

Page 66: Monografia Áurea Pedagogia Itiúba 2012

65

APÊNDICE A

UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB DEPTO. EDUCAÇÃO/ CAMPUS VII - SENHOR DO BONFIM/BA

CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA- PROGRAMA REDE UNEB 2000 PESQUISADORES RESPONSÁVEIS: ÁUREA DAMASCENO ROSA, EVANICE

LARANJEIRA DOS SANTOS, GIVANILDA MENDES DA SILVA e MANOEL ALVES FILHO

PROFESSOR ORIENTADOR: Dr. GILBERTO LIMA DOS SANTOS MONOGRAFIA

ROTEIRO DA ENTREVISTA

PERGUNTAS PARA PROFESSOR

1.° O que esta instituição de ensino está fazendo para garantir uma parceria

entre a Família e a Escola?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

2. ° Quais os conflitos que surgem por falta dessa parceria?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

3. ° Em que esta parceria seria favorável para a comunidade?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

4. ° Qual o motivo que leva os pais a não participarem da vida escolar de seus

filhos?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

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66

5. ° Você acredita que esta participação poderia contribuir no desempenho

escolar dos alunos? Justifique:

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

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67

APÊNDICE B

UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB DEPTO. EDUCAÇÃO/ CAMPUS VII - SENHOR DO BONFIM/BA

CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA- PROGRAMA REDE UNEB 2000 PESQUISADORES RESPONSÁVEIS: ÁUREA DAMASCENO ROSA, EVANICE

LARANJEIRA DOS SANTOS, GIVANILDA MENDES DA SILVA e MANOEL ALVES FILHO

PROFESSOR ORIENTADOR: Dr. GILBERTO LIMA DOS SANTOS MONOGRAFIA

ROTEIRO DA ENTREVISTA

PERGUNTAS PARA PAIS

1. ° Qual o suporte que você dá ao seu filho na vida escolar?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

2. ° Você frequenta periodicamente a unidade escolar que o seu filho estuda?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

3. ° Você participa ou já participou de algum evento da escola de seu filho?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

4. ° Em casa, como você acompanha a vida escolar de seu filho?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

5. ° De que forma você contribui para a realização das atividades escolares de

seu filho?

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68

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

6. ° O que você faz para melhorar o rendimento escolar de seus filhos?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

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69

APÊNDICE C

UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO/CAMPUS VII

Programa Rede Uneb 2000

TERMOS DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Tendo conhecimento de que este estudo aborda (A IMPORTÂNCIA DA

INTEGRAÇÃO FAMÍLIA E ESCOLA) e que minha participação será através de

(ENTREVISTAS), realizadas em minha (PRÓPRIA ESCOLA E/OU PRÓPRIA

RESIDÊNCIA), sem prejuízo para minhas atividades cotidianas, declaro consentir em

participar.

Estou informado (a) de que este estudo é conduzido no Programa Rede Uneb 2000,

Universidade do Estado da Bahia, pelos (as) alunos (as) do curso de Pedagogia,

(ÁUREA DAMASCENO ROSA, EVANICE LARANJEIRA DOS SANTOS,

GIVANILDA MENDES DA SILVA e MANOEL ALVES FILHO), que podem ser

contatados pelos respectivos telefones (74) 9968-1316; (74) 9135-2860; (74) 9946-6380

e (74) 9123-4764 ou pelos respectivos endereços eletrônicos,

[email protected]; tendo como orientador o Prof. Dr. Gilberto Lima dos

Santos, telefone (71) 9284-0292, e-mail [email protected].

Estou informado (a), também, de que, se houver qualquer dúvida quanto aos

procedimentos adotados durante a condução da pesquisa, tenho total liberdade para

questionar ou mesmo recusar-me a continuar participando.

Meu consentimento, fundamentado na garantia de que as informações fornecidas serão

respeitadas, é baseado nas seguintes restrições:

a) não serei obrigado(a) a realizar nenhuma atividade para a qual não me sinta

disposto(a)/apto(a)/capaz;

b) não participarei de qualquer atividade que possa me trazer qualquer prejuízo;

c) meu nome e os dos demais participantes da pesquisa não serão divulgados;

d) todas as informações terão caráter estritamente confidencial;

e) os pesquisadores estão obrigados a me fornecer, quando solicitados, as

informações coletadas;

f) posso, a qualquer momento, solicitar aos pesquisadores que as informações

fornecidas por mim sejam excluídas da pesquisa.

Ao assinar este termo, passo a concordar com a utilização das informações para os fins a

que se destina, salvaguardando as diretrizes universalmente aceitas da ética na pesquisa,

desde que sejam respeitadas as restrições acima mencionadas.

Page 71: Monografia Áurea Pedagogia Itiúba 2012

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Itiúba-BA, _____/_____/_____.

Nome: _________________________________________ RG: __________________

Assinatura: _____________________________________