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Adauto da Costa Santos A AUTO-AUDITORIA INTEGRADA COMO FERRAMENTA EFICAZ DE CONTROLE INTERNO: O CASO CORREIOS. Brasília 2008

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"Não acredito em auto-auditoria. Isso é coisa de Comunista." Foi o que me disse o general, novo coordenador do curso, ao conceder-me o autógrafo de aprovação. Respondi-lhe que o Apóstolo Paulo, bem antes do advento do comunismo, já havia escrito em I Corintios 11:31, o seguinte: "Porque, se nós nos julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados."

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Page 1: Monografia Adauto2008

Adauto da Costa Santos

A AUTO-AUDITORIA INTEGRADA COMO FERRAMENTA EFICAZ DE CONTROLE INTERNO:

O CASO CORREIOS.

Brasília

2008

Page 2: Monografia Adauto2008

SANTOS , A.C. A AUTO-AUDITORIA INTEGRADA COMO FERRAMENTA EFICAZ

DE CONTROLE INTERNO: O CASO CORREIOS.

Page 3: Monografia Adauto2008

i

Adauto da Costa Santos

A AUTO-AUDITORIA INTEGRADA COMO FERRAMENTA EFICAZ DE CONTROLE INTERNO: O CASO CORREIOS

Trabalho de final de curso apresentado à Coordenadoria de Pós-Graduação do Instituto de Cooperação e Assistência Técnica, da Associação de Ensino Unificado do Distrito Federal, para obtenção do grau de Especialista. Área de concentração: Auditoria Interna e Externa Orientador Prof. Alfram Rodrigues Albuquerque Coordenador Prof. Luciano Phaelante Casales Brasília

2008

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ii

SANTOS, Adauto da Costa. A auto-auditoria integrada como ferramenta eficaz de controle interno: O caso Correios / Adauto da Costa Santos.

Brasília: 2008. 150 f.; 30 cm.

Orientação: Alfram Rodrigues Albuquerque. Trabalho de conclusão de curso apresentado à Coordenadoria de Pós-Graduação do Instituto de Cooperação e Assistência Técnica, da Associação de Ensino Unificado do Distrito Federal, para obtenção do grau de Especialista. ICAT / UniDF Brasília, DF. 2008.

Inclui anexos e bibliografia.

1. Auditoria Interna e Externa 2. Tecnologia da Informação 3. Governança Corporativa. 4. Auto-auditoria. 5. Processo. 6. Conformidade. 7. Correios do Brasil. I. Título.

Page 5: Monografia Adauto2008

iii

Adauto da Costa Santos

A AUTO-AUDITORIA INTEGRADA COMO FERRAMENTA EFICAZ DE CONTROLE

INTERNO: O CASO CORREIOS.

TERMO DE APROVAÇÃO

Trabalho de final de curso considerado adequado para obtenção do grau de Especialista Docente, apresentado à Coordenadoria de Pós-Graduação do Instituto de Cooperação e Assistência Técnica, da Associação de Ensino Unificado do Distrito Federal. Área de concentração: Auditoria Interna e Externa

____________________________________________

Prof. Alfram Rodrigues Albuquerque (Orientador)

____________________________________________

Prof. Luciano Phaelante Casales (Coordenador)

____________________________________________

Profª Elizabeth Danziato Rego

____________________________________________

Prof. Geraldo Magela Lopes de Freitas

Brasília

2008

Page 6: Monografia Adauto2008

iv

Agradecimentos

Ao Deus Criador, ao seu filho Jesus Cristo: o Senhor, e ao Espírito Santo:

Consolador; Trindade que, em perfeita simbiose, preserva-me com saúde,

disposição e inteligência, dons estes aplicados na aquisição de, mais que mero

conhecimento, sabedoria para conviver bem e servir cada vez melhor.

A minha família, cuja renúncia e compreensão permitiram-me a tranqüilidade

necessária a mais esta realização. Homenageio especialmente a minha mãe Ruth

da Costa Santos, conduzida ao Paraíso a dois dias de completar 73 anos de total

dedicação à família e à prática da fé e dos valores cristãos que me legou.

À Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), na pessoa do seu Auditor-

Chefe, Prof. Silas Roberto de Souza, cujo patrocínio tornou possível esta

capacitação.

Aos Professores Alfram Rodrigues Albuquerque, Elizabeth Danziato Rego e Geraldo

Magela Lopes de Freitas, cuja disponibilidade e competente orientação apuraram,

além deste trabalho acadêmico, a própria percepção deste estudante quanto à

relevância do objeto em estudo e suas implicações acadêmicas e profissionais.

Aos demais mestres, colegas e pessoal de apoio do ICAT/UniDF, cuja convivência

por cerca de um ano e meio proporcionou-me oportunidades preciosas de

crescimento pessoal.

Page 7: Monografia Adauto2008

v

ABSTRACT

It deals with self-assessment1 as being the primary tool to evaluate the managers’

achievement of their first commitment, which is to implement controls over

organizational processes, by using Information Technology resources in an

integrated and convergent approach, to assure the effectiveness on reaching the

strategic objectives of the Institution. Those resources, if selectively incorporated to

the organizational environment, can give automatic feedbacks with relevant risk

assessment inputs to those managers in general and, particularly, to Internal Auditors

at the Institution, due to build up the risk matrix, which is the main feature of the

auditing planning process. The problem to solve is to know if there are alternatives

available for the self-assessment process automatization to shorten the gap between

non-compliance audit findings, its consequences and the timely required actions

(preventive or corrective) to mitigate the hazards and losses suffered by the

organization. The objective is to characterize IT solutions which fulfill timely

achievement of consistent results of on-site self-assessment, giving greater

assurance to IT auditing and corporative governance at Brazilian Post Office (ECT).

The adopted methodology starts with descriptive bibliographic quotations, evolves to

field work supported by semi-structured interviews and questionnaires applied to key

managers of IT and Internal Auditing areas of ECT, as well as related data collected

on specialized bibliography like: technical magazines, folders, prospects,

presentations, courses and events concerned to the subject.

Descriptors: Internal and External Auditing. Information Technology. Corporative

Governance. Self-assessment. Process. Compliance. Brazilian Post.

1 Self-assessment noun [C or U] a judgment, sometimes for official purposes, which you make about your abilities, principles or decisions. Assess verb [T] to judge or decide the amount, value, quality or importance of something: (from Cambridge Advanced Learner's Dictionary).

Page 8: Monografia Adauto2008

vi

RESUMO

Aborda-se a auto-auditoria como um instrumento de avaliação do compromisso

prioritário dos gestores: implantar controles sobre os processos organizacionais, por

meio da utilização dos recursos tecnológicos de modo integrado e convergente, com

vistas a assegurar a consecução dos objetivos estratégicos da instituição. Tais

recursos, se seletivamente incorporados ao ambiente organizacional, podem ofertar

retornos automáticos com informações de risco aos próprios gestores em geral e,

em particular, aos auditores internos da instituição, subsidiando a elaboração da

matriz de risco, que é o principal elemento do processo de planejamento de

auditoria. O problema a resolver é saber se há alternativas de automatização do

processo de auto-auditoria2 que diminuam o fosso existente entre a ocorrência do

fato em desconformidade, a constatação de suas conseqüências e a adoção

tempestiva de providências, preventivas ou corretivas, que minimizem os danos e

prejuízos suportados pela organização. O objetivo é caracterizar soluções de

Tecnologia da Informação que viabilizem a obtenção tempestiva de resultados

consistentes das auto-auditorias setoriais, conferindo maior efetividade às auditorias

de TI e à Governança Corporativa na ECT. A metodologia adotada parte da

pesquisa bibliográfica descritiva e contempla levantamentos de campo por meio de

entrevistas semi-estruturadas, suportadas por questionários dirigidos aos gestores-

chave das áreas de TI e de Auditoria Interna da ECT, bem como informações

colhidas em bibliografia especializada tais como: revistas técnicas, apostilas, folders,

prospectos, palestras, cursos e eventos relacionados ao tema.

Palavras-chave: Auditoria Interna e Externa. Tecnologia da Informação. Governança

Corporativa. Auto-auditoria. Processo. Conformidade. Correios do Brasil.

2 Auto-auditoria é um julgamento, algumas vezes para propósitos oficiais, que você faz acerca de suas próprias habilidades, princípios ou decisões (Tradução livre do Dicionário Cambridge do Aprendiz Avançado).

Page 9: Monografia Adauto2008

vii

Na Auditoria conhecemos a empresa ‘como realmente é, não como nos dizem que é’ (informação verbal). 3

A palavra Imagem é hoje conhecida de todos nós, mas o significado se perdeu de tal forma que agora significa praticamente o oposto do significado original, ‘semelhança’. Hoje, um político contrata um consultor de imagem, um candidato a emprego se veste para ter uma boa imagem, uma empresa procura a imagem certa. Em todos esses casos, o termo ‘imagem’ significa a ilusão de algo que aparenta ser, em lugar da essência do que realmente é. (BRAND, 2003).

3 Citação do Prof. Silas Roberto de Souza, Auditor-Chefe da ECT, durante aula no ICAT/UniDF, parafraseando MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. A Ideologia Alemã. São Paulo: Martin Claret, 2006.

Page 10: Monografia Adauto2008

viii

Sumário

1. INTRODUÇÃO................................................................................................................ 1

1.1. OBJETIVO GERAL ............................................................................................................. 7

1.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS .................................................................................................. 8

1.3. PROBLEMA....................................................................................................................... 8

1.4. HIPÓTESE......................................................................................................................... 8

1.5. METODOLOGIA ................................................................................................................. 9

1.5.1. RESULTADOS ESPERADOS ..................................................................................................... 9

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .................................................................................... 11

2.1 CONCEITOS BÁSICOS....................................................................................................... 11

2.1.1 CATEGORIAS:......................................................................................................................... 12

2.1.2 ONTOLOGIAS ......................................................................................................................... 12

2.1.3 ORIENTAÇÃO AO OBJETO – UMA APLICAÇÃO DAS CATEGORIAS ........................................... 14

2.1.4 ANÁLISE DE DADOS ............................................................................................................... 15

2.1.5 GOVERNANÇA CORPORATIVA................................................................................................ 17

2.1.6 AUDITORIA E AUTO-AUDITORIA.............................................................................................. 20

2.1.7 GOVERNANÇA DE TI .............................................................................................................. 26

2.1.8 BALANCED SCORECARD (BSC®) ......................................................................................... 28

2.1.9 A MÉTRICA E OS SISTEMAS DE MENSURAÇÃO ...................................................................... 32

2.1.10 OUTROS CONCEITOS (ITIM, ITSM, ITIL®, PRINCE, MSP, M_O_R)................................. 34

2.2 CONTEXTO HISTÓRICO E EVOLUÇÃO PROGRESSIVA DA GOVERNANÇA ............................... 49

2.2.1 EVOLUÇÃO DA FUNÇÃO DE TI DENTRO DAS ORGANIZAÇÕES................................................. 52

2.3 OS PADRÕES NACIONAIS E INTERNACIONAIS DE CONFORMIDADE EM TI ............................. 56

2.3.1 OS PADRÕES PARA DESENVOLVIMENTO DE SOFTWARE ........................................................ 57

2.3.2 LEI SARBANNES-OXLEY......................................................................................................... 58

2.3.3 O PADRÃO FINANCEIRO - BASILÉIA ..................................................................................... 59

2.3.4 O PADRÃO DE AVALIAÇÃO DOS CONTROLES INTERNOS ....................................................... 61

2.3.5 O PADRÃO PARA GOVERNANÇA DE TI .................................................................................... 64

2.3.6 OS PADRÔES DE SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO.................................................................... 70

2.3.7 PADRÃO DE MATURIDADE ORGANIZACIONAL EM GERENCIAMENTO DE PROJETOS (OPM3) 75

Page 11: Monografia Adauto2008

ix

2.3.8 O PADRÃO PARA GERENCIAMENTO DE RISCOS (ERM).......................................................... 77

2.3.9 O PADRÃO PARA GESTÃO DO CONHECIMENTO (GED E WORKFLOW) .................................. 78

3. CONTEXTO ATUAL ..................................................................................................... 81

3.1 TENDÊNCIAS TECNOLÓGICAS ........................................................................................... 81

3.1.1 VIRTUALIZAÇÃO ..................................................................................................................... 82

3.1.2 CONVERGÊNCIA..................................................................................................................... 82

3.1.3 OFFSHORE DE TI ................................................................................................................... 82

3.1.4 INFORMAÇÃO INTELIGENTE.................................................................................................... 82

3.1.5 SERVIÇOS GERENCIADOS ..................................................................................................... 83

3.2 INTEGRAÇÃO DE FRAMEWORKS........................................................................................ 84

3.3 O CASO ECT................................................................................................................... 90

3.3.1 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL.............................................................................................. 91

3.3.2 GOVERNANÇA DE TI NA ECT................................................................................................. 95

3.3.3 AUTO-AUDITORIA NA ECT ..................................................................................................... 99

3.3.4 GESTÃO DE PROCESSOS NA ECT .......................................................................................102

4. POSSIBILIDADES...................................................................................................... 111

4.1 AUDITORIA REMOTA ...................................................................................................... 111

4.2 APROVEITAMENTO DE SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS........................................................... 112

4.3 IMPLANTAÇÃO DO FRAMEWORK ERM ............................................................................ 113

4.4 APROVEITAMENTO DA CAMADA DE INTEGRAÇÃO NA AUTOMATIZAÇÃO DOS PROCESSOS DE

AUDITORIA INTERNA....................................................................................................... 113

4.5 ALINHAMENTO AO PROGRAMA NACIONAL DE GESTÃO PÚBLICA E DESBUROCRATIZAÇÃO

(GESPÚBLICA)........................................................................................................... 114

5. CONCLUSÃO............................................................................................................. 116

6. REFERÊNCIAS .......................................................................................................... 119

7. ANEXOS..................................................................................................................... 126

ANEXO A - ENTREVISTA SISTEMATIZADA - AUDIT............................................................... 127

ANEXO B - ENTREVISTA SISTEMATIZADA - TI ...................................................................... 133

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x

Lista de Siglas

ASL - Application Services Library.

BI - Business Intelligence.

BPMNS – Business Process Management Network System.

BSC – Balanced ScoreCard.

ECT – Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos.

CIO – Chief Information Officer.

CITEX - Centro de Informática do Exército.

COBIT - Control Objectives for Information and related Technology.

COSO - Comitê das Organizações Patrocinadoras da Comissão Treadway.

CMM – Capability Maturity Model.

CMMI – Capability Maturity Model on Information.

CRM – Costumer Relationship Management.

DCT - Departamento de Correios e Telégrafos.

DIS – Decision Information System.

DSDM - Dynamic Systems Development Method.

DW – Data Warehouse.

ERM – Enterprise Risk Management.

ERP – Enterprise Resource Planning.

GESPÚBLICA - Programa Nacional de Gestão Pública e Desburocratização

H/H – Hora-Homem.

IIA – Institute of Internal Auditors.

Page 13: Monografia Adauto2008

xi

IDC – Instituto de Defesa do Consumidor

IP – Internet Protocol.

ISACA - Information Systems Audit and Control Association

ISPL - Information Services Procurement Library.

ITGI – Information Technology Governance Institute.

MIS – Management Information System.

ONU – Organização das Nações Unidas.

OPM3 - Organizational Project Management Maturity Model.

PAAAI - Plano de Atividades de Auditoria Interna.

PI - Propriedade Intelectual.

PMI – Project Management Institute

PMMM – Project Management Maturity Model

PMO – Project Management Office.

ROI – Return over Inversion.

SI - Segurança da Informação.

Sintegra - Sistema Integrado de Informações Fiscais sobre Operações Interestaduais

com Mercadorias e Serviços.

SPB - Sistema de Pagamentos Brasileiro.

SRF/MF – Secretaria da Receita Federal do Ministério da Fazenda.

SOA – Service Oriented Architecture.

SOX – Sarbanes-Oxley.

TI – Tecnologia da Informação.

VoIP – Voice over Internet Protocol.

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xii

Lista de TABELAS

TABELA 1: PRINCIPAIS BENEFÍCIOS (TCU, 2007)

TABELA 2: AUDITORIA: ABORDAGEM TRADICIONAL VERSUS PROGRESSIVA

TABELA 3: REFERÊNCIAS INTERNACIONAIS E PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS ASSOCIADAS

TABELA 4: FOCO ESTRATÉGICO E ESTRUTURA ORGANIZACIONAL

TABELA 5: MATRIZ GUT

Page 15: Monografia Adauto2008

xiii

Lista de FIGURAS

FIGURA 1: CLASSE, OBJETOS E ATRIBUTOS (PIMENTEL, 2007)

FIGURA 2: FISCALIZAÇÕES CONCLUÍDAS POR INICIATIVA (TCU, 2007)

FIGURA 3: HISTÓRICO DOS MONTANTES DAS COBRANÇAS EXECUTIVAS ENCAMINHADAS AOS

ÓRGÃOS EXECUTORES (TCU, 2007).

FIGURA 4: DIAGRAMA BALANCED SCORECARD (KAPLAN, 2007)

FIGURA 5: DIAGRAMA ITIL (OGC, 2007)

FIGURA 6: RELACIONAMENTOS ENTRE ISO/IEC 12207, ISO/IEC 15504, CMMI E MPS.BR

(ALVES, 2007)

FIGURA 7: RELACIONAMENTOS ENTRE INFORMAÇÃO E ATORES INTERESSADOS

FIGURA 8: O CUBO COBIT

FIGURA 9: PROCESSO GERAL DE AUDITORIA

FIGURA 10: INTEGRAÇÃO DOS FRAMEWORKS

FIGURA 11: TI COMO HABILITADOR DO NEGÓCIO

FIGURA 12: ARQUITETURA DE EXCELÊNCIA DOS PROCESSOS DO NEGÓCIO

FIGURA 13: CONTEXTO DA GOVERNANÇA DE TI NA ECT (SOUZA N., 2007)

FIGURA 14: ESTRUTURA DE TI NA ECT

FIGURA 15: CONTEXTO DA GOVERNANÇA DE TI NA ECT

FIGURA 16: MAPEAMENTO BSC CORPORATIVO-COBIT-BSC DA TI

FIGURA 17: PROCESSO

FIGURA 18: MODELO (SISTEMOGRAFIA) DE IMPLANTAÇÃO DE PROCESSO NA ECT

FIGURA 19: PROCESSO DE IMPLANTAÇÃO DA GESTÃO DE PROCESSOS NA ECT

Page 16: Monografia Adauto2008

1

1. INTRODUÇÃO

É de domínio público que os brasileiros, historicamente, estão vulneráveis aos

desvios éticos e à impunidade de prepostos políticos em todos os níveis, sem que os

cidadãos e as instituições disponham de instrumentos que viabilizem um Controle

Social efetivo.

Embora o Estado já disponha de uma infra-estrutura tecnológica de vanguarda, cujo

potencial pode favorecer a transparência na gestão dos recursos auferidos da

sociedade, a inclusão digital ainda é um recurso disponível apenas a uma parcela

ínfima da sociedade brasileira, de acordo com estimativa do IBOPE (Instituto

Brasileiro de Opinião Pública e Estatística)/NetRatings (IBOPE, 2004).

O número de internautas brasileiros cresceu significativamente nos últimos anos – de 14,3 milhões para 20,5 milhões de usuários domiciliares potenciais (pessoas que moram em domicílios que possuem pelo menos um computador com acesso à Internet)4. Apesar disso, sua densidade ainda é baixa em comparação aos países mais avançados, mesmo sendo similar à dos países vizinhos (Apud TCU, 2006).

Neste contexto, várias iniciativas de governança eletrônica vêm sendo

implementadas desde o final da década de 1980, nas esferas Federal, Estadual e

Municipal, apresentando resultados plenamente favoráveis para o lado da

administração das origens e fontes de recursos, tais como:

� Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB);

� Programa de Reestruturação Fiscal da Secretaria da Receita Federal do Ministério da Fazenda;

� Sistema Integrado de Informações Fiscais sobre Operações Interestaduais com Mercadorias e Serviços (Sintegra);

Além do desenvolvimento de aplicativos afins, peculiares às prefeituras municipais e

distritais, há também o advento do Governo Eletrônico (e-Gov), cujos pontos

4 Essa estimativa é feita com base em ‘um conjunto de indicadores, incluindo levantamentos telefônicos trimestrais sobre o uso da Internet no Brasil, assim como outras pesquisas do Grupo IBOPE e dados governamentais, combinando a penetração de linhas telefônicas nos domicílios, posse de computadores, número médio de usuários por computadores e número médio de residentes em casas com linhas telefônicas fixas’ (IBOPE, 2004 Apud TCU, 2006).

Page 17: Monografia Adauto2008

2

positivos revelaram-se um importante instrumento no processo de modernização do

Estado.

De acordo com o Terceiro Fórum Global em Reinvenção do Governo [ONU/ASPA (2001)], ocorrido em 2001, há um consenso quanto ao potencial do governo eletrônico no sentido de melhorar a qualidade de vida dos cidadãos (com uma redução de custos e tempo despendidos), fortalecer a capacidade institucional (com a melhora na oferta de serviços, a redução da corrupção através de maior transparência e controle social) e desempenhar o papel de disseminador das novas tecnologias entre a sociedade civil e a empresarial (COELHO, 2001).

No entanto, a conscientização e o aparelhamento do cidadão para o controle efetivo

dos usos e abusos financeiros e orçamentários, por via de instituições públicas ou de

organizações não governamentais, ainda é um dos desafios para a promoção e a

democratização da justiça social no Brasil.

Conquanto as questões da problemática nacional já ocupem as mentes de

estudiosos e os espaços midiáticos do cotidiano, os desafios propostos por um

horizonte global de incertezas multiplicam-se no contexto prático carente de

instrumentos efetivos de controle, especialmente na esfera da Administração

Pública.

[...] No plano administrativo, que é quase sempre esquecido quando se discute a corrupção, em grande parte das instituições falta quase tudo, de carreiras estáveis a gente qualificada e a sistemas gerenciais minimamente organizados. Quando se desce do plano federal aos planos estadual e municipal, o que mais se encontra são desertos em que nada floresce e a incompetência domina, juntamente com sua aliada mais natural, a picaretagem. O que os escândalos mostram é que o Estado brasileiro carece urgentemente de reforma, tanto institucional quanto gerencial. Quais serão as chances de isto acontecer? Infelizmente, não parecem muito grandes. Não falta quem afirme que tudo se resolverá com uma reforma política. Essa é conversa fiada [...] (ABRAMO, 2007).

Em face do recrudescimento de necessidades complexas e plurais, há limitação de

recursos que permitam real incremento de produtividade e satisfação profissional, o

que requer o uso otimizado do potencial das ferramentas disponíveis.

No contexto da atividade de auditoria, salvo melhor juízo, a análise dos riscos das

organizações ainda é feita muito a posteriori, por meio de relatórios de auditoria cuja

palavra-chave, invariavelmente, é: constatou-se.

Page 18: Monografia Adauto2008

3

Decorrido um longo tempo da constatação de ocorrências de desconformidade ou

desvios de finalidade, apontam-se fatos já consumados com pouca ou nenhuma

possibilidade de reversão de seus efeitos daninhos sobre a continuidade dos

negócios.

Neste contexto é que, referindo-se aos eventos desencadeados pelas denúncias

envolvendo agentes públicos que resultaram na instalação da CPI dos Correios, o

autor do artigo “Falta ética ou auditoria?” (SILVA, 2005) afirma que a função da

auditoria não se restringe à aferição de normas contábeis.

Segundo SILVA (2005), o conceito de auditoria envolve o acompanhamento da

administração empresarial como um todo, por meio da verificação dos fatos e seu

relato posterior a quem solicita o trabalho, do proprietário ou conselheiro da

empresa, bem como do gestor público.

Instrumentos de auditoria estão disponíveis para análise e correção, tais como

revisão analítica, análise de demonstrações financeiras, de “business plan”, de

saldos e repasses, tanto em instituições públicas quanto religiosas, com vistas a

proporcionar segurança e transparência aos interessados (stakeholders, ou seja:

empresário, clientes, investidores, instituições públicas e sociedade).

No entanto, há carência de material humano qualificado no Brasil, haja vista a

desproporção, por exemplo, entre os 12.800 auditores brasileiros (1/14.720

habitantes) e os auditores holandeses (1/1.000 habitantes) (SILVA, 2005).

A falta de fiscalização eficaz acaba por estimular o agravamento do quadro

econômico e ético da sociedade brasileira, manipulado por oportunistas públicos e

privados. Qualquer instituição que movimente recursos expressivos deveria ser alvo

de uma auditoria.

A falta de uma cultura de auditoria preventiva e recorrente favorece ações pontuais

associadas ao apontamento de problemas a posteriori, ou seja, quando já não há

como evitar o prejuízo.

É hora de aproveitar a oportunidade e utilizar os mecanismos disponíveis que

garantam o conhecimento da realidade para agir sobre ela, abandonando posturas

Page 19: Monografia Adauto2008

4

laissez-faire e atuando proativamente na validação dos acertos e na correção dos

erros, bem como na incorporação das melhores práticas regulatórias, como aquelas

adotadas pela França, cuja legislação obriga a análise de balanço por duas

empresas de auditoria independentes (SILVA, 2005).

Trata-se de uma abordagem realista de quem não apenas registra, desconfiado, os

atos e os fatos ocorridos, mas assume uma postura de transformação da realidade

fática, pela incorporação do aprendizado contínuo à cultura empresarial e social.

Já para KANITZ (1999), no caso brasileiro, a corrupção é histórica e tem aval na

definição estrutural das prioridades, por exemplo, as educacionais.

Durante os anos da ditadura, quando a liberdade de imprensa e a auditoria não eram prioridade, as verbas da educação foram redirecionadas para outros cursos. Como conseqüência, aqui temos doze economistas formados para cada auditor, enquanto nos Estados Unidos existem doze auditores para cada economista formado. Para eliminar a corrupção teremos de redirecionar rapidamente as verbas de volta ao seu devido destino, para que sejamos uma nação que não precise depender de dedos-duros ou genros que ‘botam a boca no trombone’, e sim de profissionais competentes com uma ética profissional elaborada.

Países avançados colocam seus auditores num pedestal de respeitabilidade e de reconhecimento público que garante a sua honestidade. Na Inglaterra, instituíram o Chartered Accountant. Nos Estados Unidos, eles têm o Certified Public Accountant. Uma mãe inglesa ou americana sonha com um filho médico, advogado ou contador público. No Brasil, o contador público foi substituído pelo engenheiro.

Bons salários e valorização social são os requisitos básicos para todo sistema funcionar, mas no Brasil estamos pagando e falando mal de nossos fiscais e auditores e nem ao menos treinamos nossos futuros auditores. Nos últimos nove anos, os salários dos nossos auditores públicos e fiscais têm sido congelados e seus quadros reduzidos - uma das razões do crescimento da corrupção. Como o custo da auditoria é muito grande para ser pago pelo cidadão individualmente, essa é uma das poucas funções próprias do Estado moderno. Tanto a auditoria, como a fiscalização, indo dos alimentos à segurança de aviões até os direitos do consumidor e aos direitos autorais.

O capitalismo remunera quem trabalha e ganha, mas não consegue remunerar quem impede o outro de ganhar roubando. Há quem diga que não é o papel do Estado produzir petróleo, mas ninguém discute que é sua função fiscalizar e punir quem mistura água ao álcool. Não serão intervenções cirúrgicas (leia-se CPI), nem remédios potentes (leia-se códigos de ética), que irão resolver o problema da corrupção no Brasil. Precisamos da vigilância de um poderoso sistema imunológico combatendo a infecção no nascedouro, como acontece

Page 20: Monografia Adauto2008

5

nos países considerados honestos e auditados. Portanto o Brasil não é um país corrupto. É apenas um país pouco auditado (KANITZ, 1999)

Para superação deste legado fatídico, além da formação de Auditores, a tecnologia

deve ser agregada ao gerenciamento dos processos, pois tende a favorecer a

ampliação do escopo a ser avaliado, com utilização ótima dos recursos disponíveis,

potencializando ações mais abrangentes e mais tempestivas.

Para viabilizar o acesso direto, e em tempo real, às informações corporativas de

interesse da Auditoria em uma empresa do porte da Empresa Brasileira de Correios

e Telégrafos (ECT), por que não aproveitar ao máximo o advento das novas

tecnologias e a crescente tendência por integrá-las?

Considerando-se as importantes limitações à efetividade dos trabalhos realizados

em todo o território nacional, quais sejam: capilaridade e dispersão geográfica de

abrangência continental e inversamente proporcional à efetividade dos sistemas de

controle interno, bem como a precária proporção entre os cerca de 40 auditores

internos e os cerca de 100 mil colaboradores, dos quais 80% atuando em nível

operacional, este parece ser um questionamento pertinente.

Tal contexto abre a possibilidade de sondagem das alternativas de diminuição da

defasagem existente entre o fato e suas conseqüências, propiciando a adoção

tempestiva de providências, preventivas ou corretivas, que minimizem os danos e

prejuízos suportados pela organização, possibilitando maior agilidade aos processos

de Controle Interno e de Tomada de Contas Especiais.

SANTOS (2007) avalia a relevância dessa questão nos seguintes termos:

O governo tem em suas mãos informações e ativos que são de importância vital por estarem diretamente ligados à vida dos cidadãos. A necessidade de gerenciar todo esse universo começa a abrir os olhos de alguns gestores para a necessidade de sistemas integrados. Esses pioneiros começam a perceber que o investimento num sistema desse porte, que pode ser bastante alto, tem retorno garantido. Não só financeiro: traz benefícios em termos de agilidade e transparência, duas características que são muito cobradas pela população e que, sem dúvida, geram votos.

Além da carência a ser suprida, a estabilidade econômica também faz com que se pense em investir em tecnologia para aprimorar os processos no setor público. ‘Todas as propostas que recebemos são de órgãos e autarquias que nunca tiveram um sistema de gestão, é

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6

só projeto novo’, diz Monteiro. ‘Com a estabilidade, esses órgãos começam a direcionar verbas para atualização tecnológica’.

A mudança é bem-vinda, e chega em boa hora. Só a Totvs5 trabalha hoje em 40 projetos de sistemas integrados para órgãos públicos, número 30% maior do que o que havia há um ano. A empresa conta hoje com uma equipe de quatro pessoas dedicada exclusivamente a projetos no governo. Marcelo Monteiro vê essas mudanças na empresa como um reflexo da mudança de mentalidade do setor público. Ao longo dos próximos três ou quatro anos, estima o executivo, a estabilidade e as pressões por controles mais eficazes e maior transparência levarão o mercado cada vez mais para esse caminho. Esperamos que assim seja. (SANTOS, 2007).

Busca-se, neste trabalho, caracterizar a viabilidade da agregação convergente dos

fatores tecnológicos disponíveis ao recém institucionalizado processo de auto-

auditoria na ECT, conforme preconizado no subitem 9 do item 1 do Plano Anual de

Atividades de Auditoria Interna (PAINT 2008).

Tais fatores são, genericamente, os seguintes:

a) os padrões e sistemas integrados de gerenciamento das informações;

b) os modelos automatizados de gestão do conhecimento (comunidades virtuais de

práticas, fóruns de discussão eletrônica, teleconferência, etc.);

c) as ferramentas automatizadas de suporte aos processos decisório e de negócios.

A questão que se apresenta é: será possível aproveitar o advento das novas

tecnologias e metodologias de governança para viabilizar a implantação de soluções

automatizadas de monitoramento contínuo das auto-auditorias?

Na busca por uma resposta positiva, serão focalizados os aspectos relacionados à

análise de métodos, práticas e ferramentas automatizadas, disponíveis na ECT, que

permitam o monitoramento contínuo dos processos gerenciais em nível corporativo.

Vislumbra-se, assim, uma oportunidade de contribuição efetiva ao processo de

controle interno da ECT, diante da veloz obsolescência do conhecimento, principal

ativo da instituição e o mais vulnerável diante da ameaça constante de evasão do

capital intelectual.

5 Fornecedor de Sistema Integrado de Informações Gerenciais (ERP), líder de mercado no Brasil, conforme pesquisa da FGV reproduzida à página 57 deste trabalho.

Page 22: Monografia Adauto2008

7

Portanto, a motivação para elaboração desta monografia, mais que o cumprimento

de um requisito curricular, apresenta-se na possibilidade da agregação de

ferramentas de qualidade ao exercício do controle interno na ECT, cujo propósito é

atuar tempestivamente na mitigação dos riscos à consecução dos objetivos

organizacionais com efetividade, eficiência e eficácia (Art. 57 da Constituição

Federal/1988).

Os auditores precisam extrapolar a síndrome do perito analista de corpus delitus que

se limita a dissecar o de cujus, identificando a causa mortis, passando a uma

postura proativa de prevenção que evite a morte do paciente, no caso: a empresa.

Tal postura decorre de uma cosmovisão progressista, não fatalista, que apreende a

realidade como um processo passível de aperfeiçoamento contínuo.

[...] A filosofia pode facilitar a disciplina espiritual do estudo. O estudo em si mesmo é uma disciplina espiritual, e o simples ato de estudar pode mudar o eu. Aquele que experimenta a disciplina do estudo vive experiências que desenvolvem algumas habilidades decorrentes desse hábito: enquadrar um tema, resolver problemas, aprender a pesar a evidência e eliminar os fatores irrelevantes, aperfeiçoar a capacidade de observar as distinções importantes em vez de confundi-las, e assim por diante. A disciplina do estudo também ajuda no desenvolvimento de certas virtudes e valores, por exemplo, o desejo pela verdade, a honestidade com os dados, a abertura à crítica, a auto-reflexão e a habilidade para se relacionar não defensivamente com aqueles que são de opinião contrária (MORELAND, 2005).

Para tanto, requer-se a atualização tecnológica continuada dos instrumentos e

métodos de trabalho dos estudiosos, bem como dos gestores e colaboradores em

todos os níveis da organização.

1.1. OBJETIVO GERAL

Caracterizar soluções de Tecnologia da Informação que viabilizem a obtenção

tempestiva de resultados consistentes das auto-auditorias setoriais, conferindo maior

efetividade às auditorias de TI e à Governança Corporativa na ECT.

Page 23: Monografia Adauto2008

8

1.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

a) Caracterizar as tecnologias disponíveis no âmbito corporativo da ECT,

potencialmente convergentes com a necessidade de controle efetivo sobre as

ações gerenciais, e seu alinhamento aos objetivos estratégicos da

organização;

b) Propor a inclusão ou o aproveitamento de soluções disponíveis de TI, ou de

módulos de auto-auditoria automatizada, nos Sistemas e Modelos Integrados

de Informações Gerenciais (ERP, DW, BSC, BI);

c) Propor a incorporação de melhores práticas, padrões, modelos,

funcionalidades e trilhas de auditoria que permitam a identificação de

fragilidades, vulnerabilidades e oportunidades de melhoria dos processos de

Controle Interno da ECT.

1.3. PROBLEMA

Há alternativas de automatização do processo de auto-auditoria (self-assessment)

que diminuam o fosso (gap) existente entre a ocorrência do fato em

desconformidade, a constatação de suas conseqüências e a adoção tempestiva de

providências, preventivas ou corretivas, que minimizem os danos e prejuízos

suportados pela organização?

1.4. HIPÓTESE

Há uma contumaz e extremamente prejudicial falta de integração das informações

de suporte aos processos decisório e de negócios, comprometendo a efetividade

das ações gerenciais nas empresas.

Planos, Programas e Projetos que sofrem solução de continuidade e Estudos de

Viabilidade Técnico-Econômica que não se confirmam na prática, são algumas das

constatações decorrentes da falta de uma governança corporativa eficaz.

Page 24: Monografia Adauto2008

9

Um desses projetos especiais: o pessoal de TI pretende instalar um módulo, no sistema de gestão, para calcular o retorno do investimento (ROI) de um projeto depois de alguns meses de funcionamento. Nós, CIOs, temos o hábito de medir o retorno para justificar a compra do projeto. Depois, não mais (JANSSEN, 2007).

A constatação acima, infelizmente, não se restringe aos CIOs; é generalizada em

todos os níveis de várias organizações em ambos os setores: público e privado.

1.5. METODOLOGIA

A metodologia adotada parte da pesquisa bibliográfica descritiva e contempla

levantamentos de campo por meio de entrevistas semi-estruturadas, suportadas por

questionários dirigidos aos gestores-chave das áreas de TI e de Auditoria Interna da

ECT, bem como informações colhidas em bibliografia especializada tais como:

revistas técnicas, apostilas, folders, prospectos, palestras, cursos e eventos

relacionados ao tema.

A referência a trabalhos já desenvolvidos por outros colegas, no âmbito da ECT ou

fora dela, tem a finalidade de remeter o leitor àquelas fontes, no sentido do eventual

interesse em aprofundar-se na matéria aqui estudada e demais ferramentas

pertinentes, cuja metodologia não se pretende explorar, senão na medida da

necessidade específica desta monografia.

1.5.1. RESULTADOS ESPERADOS

a) Conscientizar quanto à possibilidade de realização remota de procedimentos de

auditoria que dispensem o deslocamento físico dos auditores, minimizando

custos com tempo (H/H), passagens, hospedagem e diárias, a partir do acesso

on-line às auto-auditorias e às bases de dados corporativos;

b) Estimular o uso otimizado dos recursos tecnológicos disponíveis, fomentando a

tempestividade nas ações gerenciais e maior efetividade na governança

corporativa, de modo a identificar os riscos mais representativos ao negócio e

assegurando a atuação tempestiva com vistas à continuidade da instituição;

Page 25: Monografia Adauto2008

10

c) Propor a incorporação de modelos orientados por processos automatizados via

Intranet para integração corporativa e monitoramento contínuo das auto-

auditorias localizadas nas diversas áreas da organização.

O desenvolvimento deste trabalho, a partir do Capítulo 2 - Fundamentação Teórica,

aborda os principais Conceitos Básicos, o Contexto Histórico e a Evolução

Progressiva da Governança, os Padrões Nacionais e Internacionais de

Conformidade, as principais Tendências Tecnológicas e propõe a Integração de

Estruturas (Frameworks), de Padrões e Melhores Práticas, culminando com um

Estudo de Caso aplicável à ECT.

No Capítulo 3 – Possibilidades há alternativas de automação do processo de auto-

auditoria na ECT, tais como: Auditoria Remota, Aproveitamento de Soluções

Tecnológicas, Implantação do Framework de Gestão de Risco (ERM),

Aproveitamento da Camada de Integração na Automatização dos Processos de

Auditoria Interna. Propõe-se o Alinhamento ao Programa Nacional de Gestão

Pública e Desburocratização (Gespública).

No Capítulo 4 – Conclusão retoma-se o Objetivo e o Problema sob a luz da

discussão elaborada no escopo, avalia-se o alcance dos objetivos específicos, as

constatações e restrições encontradas, as Conclusões obtidas e os Resultados

Esperados do presente estudo, remetendo as questões deixadas em aberto aos

desdobramentos futuros, eventualmente em nível de Mestrado ou Doutorado.

Page 26: Monografia Adauto2008

11

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 CONCEITOS BÁSICOS

A definição conceitual dos termos, a despeito da parcialmente pertinente crítica

materialista6 ao plano das idéias, é fundamental para a compreensão crítica que

deve anteceder as ações7 humanas.

Portanto, oferecer um espaço de discussão sobre idéias ao mesmo tempo inovadoras e instigantes não se constitui um artifício de requinte intelectual para um punhado de iluminados. Denota, mais propriamente, a sintonia com a incerteza e a perplexidade em que vivemos hoje, não só no domínio do conhecimento científico, mas também no espaço do cotidiano de nossas vidas. Para Edgar Morin, o debate sobre o conhecimento ‘não poderia constituir um domínio privilegiado para pensadores privilegiados, uma competência de experts, um luxo especulativo para filósofos, mas uma tarefa histórica para cada um e para todos. A epistemologia complexa deveria instalar-se, senão nas ruas, ao menos nas mentes, mas isso exige, sem dúvida, uma revolução mental’ (ALMEIDA, 2004).

Neste sentido, não há isenção ideológica possível, pois cada sujeito está

subordinado por suas próprias pressuposições e a dialética própria com que as

expressa, como bem explica CHAUÍ (1988):

O conhecimento da realidade exige que diferenciemos o modo como é concretamente produzida. Imediato, abstrato e aparência são momentos do trabalho histórico negados pela mediação, pelo concreto e pelo ser. Isto significa que esses termos são contraditórios e reais. Sua síntese é efetuada pelo espírito. Essa síntese é o que Hegel denomina: conceito.

Esses vários aspectos do pensamento hegeliano (aqui grosseiramente resumidos) constituem a dialética, ou seja, a história como processo temporal movido internamente pelas divisões ou negações (contradição) e cujo Sujeito é o Espírito como reflexão. Essa dialética é idealista porque seu sujeito é o Espírito, e seu objeto também é o Espírito. Em última instância, portanto, a história é o movimento de posição, negação e conservação das Idéias - unidade do sujeito e do objeto da história, que é Espírito (CHAUÍ, 1988:34-42).

6 “Os filósofos se limitaram a interpretar o mundo de diferentes maneiras (...), mas o que importa é transformá-lo” (cf. a tese XI – Ad Feuerbach) (SANT’ANNA, 2006:24).

7 “Assim também a fé, se não tiver obras, é morta em si mesma”. Tiago 2:17 (ALMEIDA, J.F. 1986).

Page 27: Monografia Adauto2008

12

A Tecnologia da Informação e a Auditoria, disciplinas-chave do tema desta

monografia, vêm tomando emprestada uma infinidade de termos e conceitos

oriundos de várias áreas do conhecimento, a começar da Filosofia, dentre os quais

se destacam, para o objetivo deste trabalho, os seguintes:

2.1.1 CATEGORIAS:

É notório como o conceito de categoria, por meio da decomposição, se aplica aos

processos básicos de percepção, apreensão e classificação, recursos de que

dispomos na busca pela compreensão da complexidade para organização do próprio

conhecimento, conferindo-lhe utilidade funcional concreta, pré-requisito necessário a

qualquer ação que se pretenda efetivar.

Na história da filosofia tem havido várias opiniões sobre a natureza das categorias, ou seja, ao que corresponde um conjunto de categorias, sendo que as duas principais escolas do pensamento sobre categorias são representadas por Aristóteles e Immanuel Kant.

De acordo com Aristóteles, há dez categorias básicas da realidade: substância, quantidade, qualidade, relação, lugar, tempo, posição, estado, ação e paixão. Para Aristóteles, as dez categorias podem, por sua vez, ser entendidas tomando-se a categoria de substância como fundamental ou básica e as outras nove categorias como modos diferentes pelos quais a substância pode ser modificada ou pode ser qualificada.

O que é mais crucial na visão de Aristóteles sobre as categorias não é, no entanto, a natureza precisa ou o número das suas classificações. Antes, o que é mais importante na sua abordagem sobre as categorias é que sua proposta nos proporciona divisões reais no próprio mundo real, como existe ‘lá fora’, i.e., como ele é em si mesmo independente do pensamento ou da linguagem humana. Para ele, as categorias são as mais amplas e reais divisões do ser (MORELAND, 2005).

2.1.2 ONTOLOGIAS

Conforme CARDOSO (2007), o termo Ontologia é vastamente conhecido e aplicado

em áreas como a Filosofia e Epistemologia significando respectivamente, um ‘sujeito

da existência’ e um ‘conhecimento e saber’.

Page 28: Monografia Adauto2008

13

Recentemente esse termo passou a ser usado também na área de Inteligência

Artificial, visando descrever conceitos e relacionamentos utilizados por um agente ou

uma co-unidade destes. Do ponto de vista de Banco de Dados (BD), uma ontologia

é uma ‘especificação parcial de um domínio ou meta-domínio, descrevendo

entidades, relações entre elas e regras de integridade’.

Assim, uma ontologia pode ser vista como um modelo conceitual de dados. Um

modelo conceitual descreve, dentre outras coisas, a estrutura dos dados do Banco

de Dados num alto nível de abstração, enquanto que uma ontologia contém um

vocabulário de conceitos ou classes, estrutura de árvore, relacionamentos entre

conceitos.

Na busca por significado, o homem tem recorrido historicamente aos artifícios e

artefatos, inclusive de linguagem, que lhe permitam reduzir a complexidade a um

nível que lhe seja possível manipular.

Para compreender um pouco o uso de Ontologias, podemos utilizar um exemplo de duas lojas de vendas de automóveis que mantêm schemas próprios que descrevem as respectivas estruturas nas quais as informações de seus produtos estão armazenadas.

Para a troca de informações entre as lojas X e Y, uma ontologia poderia ser utilizada para explicitar formalmente que a propriedade chamada ‘Automóvel’ na loja X é equivalente à propriedade ‘Carro’ na loja Y. Por este motivo é possível dizer que ontologias realizam definições comuns e compartilhadas sobre domínios de conhecimento, pois a partir dela, um agente de softwares está apto a ‘entender’ que o conceito ‘Automóvel’ tem o mesmo significado que o conceito ‘carro’ na outra loja [CHANDRASEKARAN, 1999, apud CARDOSO].

Por ocasião do Fórum TIC Governo, realizado em abril de 2008 em Brasília, um

representante8 da Controladoria Geral da União (CGU) apresentou um estudo de

caso sobre o uso da Tecnologia da Informação na prevenção e combate às fraudes.

Naquele contexto foi mencionado o uso do conceito de ontologia na produção de

provas judiciais a partir da identificação e análise de padrões em milhares de

transações financeiras e complexas redes de relacionamento.

8 Informação verbal de Marcelo Stopanovski Ribeiro. Disponível em: www.itec.al.gov.br/sala-de-imprensa/noticias-nacionais/forum-apresenta-solucoes-em-t-i-para-governo Acesso em: 07/05/2008.

Page 29: Monografia Adauto2008

14

2.1.3 ORIENTAÇÃO AO OBJETO – UMA APLICAÇÃO DAS CATEGORIAS

Na cronologia do desenvolvimento de sistemas, a evolução das linguagens de

programação se deu a partir das linguagens de baixo nível (Ex.: Assembler),

passando pelas estruturadas, compiladas ou interpretadas (Ex.: Pascal, COBOL e

APL), atingindo o status atual das linguagens chamadas de alto nível, cujo alto

desempenho e maior flexibilidade permitiram a implantação da metodologia de

Orientação ao Objeto.

No paradigma procedural, o software é decomposto em uma hierarquia de procedimentos ou tarefas. No paradigma orientado a objetos, o software é decomposto em uma hierarquia de componentes que interagem entre si (normalmente objetos). (PAGLIARES, 2007)

Conceitos úteis originados para além do escopo telemático, tais como os elencados

a seguir, são hoje lugar comum no cotidiano dos Analistas de Sistemas,

freqüentemente, sem que se tenha a noção de sua origem filosófica.

Sistema:

O termo sistema vem sendo utilizado desde longa data nos vários ramos do conhecimento humano, mas passou a ser tratado de forma mais consistente a partir da ‘Teoria Geral dos Sistemas’ (1947), elaborada por Ludwig Von Bertalanffy, e a partir da obra de Norberto Wiener, ‘Cibernética e sociedade’ (1950). ‘Sistema é um pacote de energia constituinte – com uma pele limitando a faixa interna e a faixa externa – por onde se dá o intercâmbio de energia reconstituinte (...) regulado por auto, hetero e inter-feedback (...)’ (GREGORI, 1988:32 Apud SANT’ANNA, 2006:19).

No contexto específico de TI, segundo PAGLIARES (2007), os sistemas complexos

possuem as seguintes características:

• Possuem uma estrutura hierárquica;

• A escolha de quais componentes são primitivos no sistema é arbitrária;

• Um sistema pode ser dividido em relacionamentos intra e intercomponentes.

Esta separação de interesses permite o estudo de cada parte isoladamente.

• Sistemas complexos são normalmente compostos de poucos tipos de componentes em diversas combinações.

Page 30: Monografia Adauto2008

15

• Um sistema complexo de sucesso, de uma forma ou de outra, evolui de um sistema simples.

O paradigma de Orientação ao Objeto (OO) é uma aplicação evoluída a partir do

conceito de categorias, resultando em uma metodologia bem sucedida de

desenvolvimento de sistemas.

FIGURA 1: CLASSE, OBJETOS E ATRIBUTOS (PIMENTEL, 2007).

2.1.4 ANÁLISE DE DADOS

Conforme o teor da Apostila do Curso Básico em ACL – Audit Command Language,

ministrado nas dependências da Tech Supply, em São Paulo, no ano de 2005, todo

projeto de análise de dados deve seguir um ciclo regular de atividades. Isto ajuda a

assegurar que seu trabalho será minucioso, preciso e realizado com eficiência. O

ciclo de análise de dados possui cinco estágios:

• Planejamento (defina objetivos claros, desenvolva estratégias e estime

tempo e recursos necessários);

• Acesso aos dados (localizar, solicitar, transferir... );

• Verificação da integridade dos dados (correção e completude);

• Análise dos dados (testes objetivos, combinar comandos, filtros e campos

calculados);

• Apresentação de Resultados (criar relatórios multi-linhas, detalhados e

sumarizados).

Page 31: Monografia Adauto2008

16

Na opinião de ALLES9 (2006), uma coisa é, para um auditor, escolher basear os

procedimentos de auditoria em dados limitados quando estes são muito

dispendiosos de serem obtidos, e outra coisa bem distinta é continuar agindo assim

quando dados ilimitados estão prontamente disponíveis.

Esta última situação é aquela em que a profissão de auditor irá crescentemente

encontrar-se envolvida, até que procedimentos e sistemas de auditoria sejam

desenvolvidos para poder explorar a disponibilidade de dados tempestivos e

altamente desagregados.

Em outras palavras, a profissão de auditor tem que responder à questão de o que

planeja fazer com todos os dados que logo estará apta a obter facilmente, dados

que provém um nível de detalhe da ordem de magnitude três, para além dos dados

amostrais e altamente agregados que são a base da metodologia de auditoria atual;

ou, então, explicar por que os dados são jogados fora sem uso.

Certamente existem desafios em lidar com tal quantidade de dados, cuja qualidade é

variável, mas os custos que o auditor enfrenta ao processá-los deve ser pesado

contra os benefícios potenciais associados com a oportunidade generalizada do

multibilionário investimento feito em dólar pelas empresas na implantação dos

sistemas ERP, o que torna a provisão daqueles dados possível, a princípio.

É incumbência dos auditores o desenvolvimento de metodologias que explorem

aquela oportunidade de modo que possam prover seus clientes com auditorias mais

efetivas, mais eficientes e de maior qualidade.

9 Tradução Livre.

Page 32: Monografia Adauto2008

17

2.1.5 GOVERNANÇA CORPORATIVA

A WIKIPEDIA (2007) traz, para o verbete Governança Corporativa, que o conceito

consiste no “Sistema pelo qual as sociedades empresariais são dirigidas e monitoradas

pelo mercado de capitais, envolvendo os relacionamentos entre acionistas, conselho,

diretoria e auditoria.”

Descreve ainda o processo de tomada de decisão e de implantação ou não

implantação das decisões tomadas, em que as instituições públicas conduzem os

negócios públicos, administram recursos públicos e buscam assegurar a realização

dos direitos humanos.

Além disso, no caso de Tecnologia da Informação, condiz também com o

relacionamento entre a área de TI e o restante da organização, definindo as oito

principais características da ‘boa governança’ como:

• Participação;

• Estado de direito;

• Transparência;

• Responsividade;

• Orientação por consenso;

• Igualdade e inclusividade;

• Efetividade e eficiência;

• Prestação de contas (Accountability)”.

Tem-se, na mesma fonte, o seguinte detalhamento para uma melhor definição

destes termos:

Participação: que homens e mulheres devem participar igualmente das atividades

de governo. A participação deve contemplar a possibilidade de participação direta ou

participação indireta através de instituições ou representantes legítimos.

A participação implica a existência de liberdade de expressão e liberdade de

associação por um lado e uma sociedade civil organizada, de outro lado.

Page 33: Monografia Adauto2008

18

Estado de Direito: que a boa governança requer uma estrutura legal justa que se

aplica a todos os cidadãos do Estado independentemente de sua riqueza financeira,

poder político, classe social, profissão, raça e sexo.

A boa governança deve assegurar total proteção dos direitos humanos, pertençam

as pessoas a maiorias ou a minorias sociais, sexuais, religiosas ou étnicas.

A boa governança deve assegurar que o poder judiciário seja independente do

poder executivo e do poder legislativo. A boa governança deve assegurar que as

forças policiais sejam imparciais e incorruptíveis.

Transparência: que as decisões tomadas e sua fiscalização são feitas através de

regras e regulamentos conhecidos. Toda a informação governamental é livremente

disponível e diretamente acessível para aqueles que serão afetados por tais

decisões e pelos trabalhos de fiscalização.

Responsividade: que as instituições governamentais e a forma com que elas

procedem são desenhadas para servir aos membros da sociedade como um todo e

não apenas a pessoas privilegiadas. Os processos das instituições governamentais

são desenhados para responder às demandas dos cidadãos dentro de um período

de tempo razoável.

Decisões orientadas para um Consenso: que as decisões são tomadas levando-

se em conta que os diferentes grupos da sociedade necessitam mediar seus

diferentes interesses.

O objetivo da boa governança na busca de consenso nas relações sociais deve ser

a obtenção de uma concordância sobre qual é o melhor caminho para a sociedade

como um todo. Além disso, as decisões também devem ser tomadas levando em

conta a forma como tal caminho pode ser trilhado.

Essa forma de obter decisões requer uma perspectiva de longo prazo para que

ocorra um desenvolvimento humano sustentável. Essa perspectiva também é

necessária para conseguir atingir os objetivos desse desenvolvimento.

Igualdade e inclusividade: que a boa governança deve assegurar igualdade de

todos os grupos perante os objetivos da sociedade. O caminho proposto pelo

governante deve buscar promover o desenvolvimento econômico de todos os grupos

sociais.

Page 34: Monografia Adauto2008

19

As decisões devem assegurar que todos os membros da sociedade sintam que

façam parte dela e não se sintam excluídos em seu caminho para o futuro.

Esta abordagem requer que todos os grupos, especialmente os mais vulneráveis,

tenham oportunidade de manter e melhorar seu bem–estar.

Efetividade e eficiência: a boa governança deve assegurar que os processos e

instituições governamentais devem produzir resultados, os quais vão ao encontro

das necessidades da sociedade ao mesmo tempo em que fazem o melhor uso

possível dos recursos à sua disposição. Veja Lei do Ótimo de Pareto (80/20). Isso

também implica que os recursos naturais sejam usados sustentavelmente e que o

ambiente seja protegido.

Suporte à auditoria fiscalizadora: que as instituições governamentais, as

instituições do setor privado e as organizações da sociedade civil devem poder ser

fiscalizáveis pelas pessoas da sociedade e por seus apoiadores institucionais. De

forma geral, elas devem ser fiscalizáveis por todas aquelas pessoas que serão

afetadas por suas decisões, atos e atividades.

LOPES, C. (2007), em seu artigo sobre o que é governança corporativa, publicado

no site da revista iMasters10, afirma que:

Uma boa governança corporativa é importante para os investidores profissionais. Grandes instituições atribuem à governança corporativa o mesmo peso que aos indicadores financeiros quando avaliam decisões de investimento. Estudos comprovam que investidores profissionais se dispõem até mesmo a pagar um grande ágio para investir em empresas com altos padrões de governança. Em sua essência a governança corporativa tem como principal objetivo recuperar e assegurar a confiabilidade em uma determinada empresa para os seus acionistas. Tarefa esta difícil, pois como na vida real, a confiança uma vez abalada, demora-se para se recuperar a confiabilidade em uma determinada pessoa. Assim também é com as empresas (LOPES, 2007).

Destaca ainda, o mesmo autor, para que haja aderência ao negócio e sua

estratégia, a existência de seis ativos principais, cujos elementos essenciais de cada

ativo incluem:

10 http://www.imasters.com.br/artigo/3941/governanca/o_que_e_governanca_corporativa/

Page 35: Monografia Adauto2008

20

� Ativos humanos: pessoas, habilidades, planos de carreira, treinamento,

relatório, mentoring, competências etc.

� Ativos financeiros: dinheiro, investimentos, passivo, fluxo de caixa, contas a

receber etc.

� Ativos físicos: prédios, fábricas, equipamentos, manutenção, segurança,

utilização etc.

� Ativos de Propriedade Intelectual (PI), incluindo o know-how de produtos,

serviços e processos devidamente patenteados, registrados ou embutidos nas

pessoas e nos sistemas da empresa.

� Ativos de informação e TI: contemplando dados digitalizados, informações e

conhecimentos sobre clientes, desempenho de processos, finanças, sistemas

de informação e assim por diante.

� Ativos de relacionamento: relacionamentos dentro da empresa, bem como

relacionamentos, marca e reputação junto a clientes, fornecedores, unidades

de negócio, órgãos reguladores, concorrentes, revendas autorizadas etc.

A governança destes ativos ocorre por meio de um grande número de mecanismos

organizacionais (por exemplo: estruturas, processos, comitês, procedimentos e

auditorias), pelo que a maturidade na governança desses ativos varia

significativamente na maioria das empresas, com os ativos financeiros e físicos

sendo tipicamente os mais bem governados, enquanto os ativos de informação

figuram entre os piores.

2.1.6 AUDITORIA E AUTO-AUDITORIA

Conforme KIMURA et. al. (1999), grande parte das teorias de administração advoga

um processo administrativo composto pelo menos das seguintes atividades:

planejamento, execução, controle e ajustes ou feedback.

Page 36: Monografia Adauto2008

21

Neste contexto, a administração deve estabelecer planos de longo, médio e curto

prazos, onde objetivos e metas devem refletir a visão e as exigências dos acionistas.

Numa perspectiva mais moderna, devem também ser levados em consideração, a

motivação dos funcionários, a satisfação dos clientes, o relacionamento com

fornecedores e com todos os demais elementos que estão envolvidos com a

empresa, como por exemplo, os credores, a comunidade, o meio ambiente, etc.

Ainda em função das atividades da administração, deve-se colocar os planos em

prática visando a busca e a efetivação das ambições e desejos estabelecidos no

processo de planejamento.

Surge naturalmente, portanto, a necessidade de monitoramento da implantação das

operações da empresa, no sentido de verificar a conformidade e consistência dos

resultados e eventualmente identificar problemas e falhas visando impulsionar ações

de ajuste e adequação de todo o processo, desde a compra de matéria-prima e

operacionalização da produção até serviços de pós-venda.

Para a atividade de monitoramento e conseqüente avaliação de desempenho, são

necessários a coleta de informação e o cálculo de indicadores que permitam a

comparação entre valores efetivos e valores planejados, a avaliação dos desvios e o

diagnóstico de pontos de melhoria.

Ainda segundo KIMURA, a mensuração do desempenho empresarial representa

tema gerador de controvérsias. Se por um lado as medidas usuais, baseadas em

modelos financeiros, propiciam a fundamentação de comparações e o fácil

entendimento, uma vez que retorno monetário e fluxo de caixa são conceitos

extremamente intuitivos, por outro lado, pode-se argumentar que aspectos distintos

devem ser considerados quando se julga o desempenho.

A ênfase excessiva na consideração de medidas inerentemente financeiras pode

distorcer a avaliação de desempenho, haja vista que muitas variáveis presentes no

contexto da empresa dificilmente podem ser apropriadamente traduzidas em termos

financeiros, principalmente quando envolvem itens intangíveis e interpretações

subjetivas.

Page 37: Monografia Adauto2008

22

Tradicionalmente, os modelos de monitoramento da eficiência produtiva baseiam-se

em indicadores quantitativos, facilmente mensuráveis e de caracterização imediata,

como quantidade de falhas, desvios em relação a especificações determinadas,

tempo de inicialização de máquinas e equipamentos, taxa de utilização da

capacidade produtiva, número de itens produzidos, etc.

Assim, tendo em vista a preocupação em mensuração de aspectos tangíveis, que

representavam papel fundamental na era industrial, dado à relevância das economias

de escala e de escopo, tornaram-se padrão para a avaliação de desempenho da

corporação, medidas financeiras, como por exemplo, rentabilidade sobre capital,

margem de contribuição, custos unitários, grau de alavancagem financeira e

operacional, etc.

Se a maximização de lucro ou de valor consiste em objetivo empresarial plausível,

então a mensuração do desempenho (performance) financeiro é plenamente

justificada.

Ainda mais, os indicadores financeiros podem facilmente ser extraídos ou derivados

da base de dados já disponível para a elaboração de relatórios para atendimento de

requisitos legais (balanços patrimoniais, demonstrativos de resultados, etc.),

motivando sua utilização para o processo de avaliação e tomada de decisão.

Porém, com o desenvolvimento de tecnologias e a aceleração do processo de

mudança de paradigmas pode-se observar um atraso na evolução dos sistemas de

mensuração de desempenho organizacional.

Enquanto ocorriam alterações drásticas no processo produtivo através do uso de

técnicas modernas de gestão, com desdobramentos de qualidade total, minimização

de estoques, melhorias contínuas, reengenharia, avaliação de carteiras,

automatização, informatização e integração de atividades, os indicadores de

desempenho continuaram focando-se, basicamente, na perspectiva financeira.

KIMURA e outros inferem que, se o processo produtivo vem sofrendo grandes

modificações, torna-se lógico que os modelos de monitoramento e avaliação de

desempenho (performance) devem também se ajustar para incorporar novos

aspectos presentes na era da informação: exploração dos ativos intangíveis,

Page 38: Monografia Adauto2008

23

acompanhamento da inovação tecnológica, aproveitamento de alternativas implícitas

nos negócios, cadeia de valor virtual, integração corporativa, etc.

Para a execução dessa tarefa de avaliação do desempenho organizacional é que

existem os tipos gerais de Auditoria, que são:

• Externa (contratada para emissão de pareceres anuais independentes);

• Interna (responsável pela verificação continuada dos controles internos); e

• Governamental, que no Brasil é incumbência do:

o Tribunal de Contas da União (TCU, atuando em última instância como

um Tribunal Superior);

o pelos Tribunais de Contas Estaduais (TCs); e

o pela Secretaria Federal de Controle (SFC) da Controladoria Geral da

União (CGU, atuando no âmbito do Poder Executivo).

A percepção popular é que, historicamente, a atuação dos Tribunais Superiores no

Brasil, embora assessorada tecnicamente, está sujeita a um forte viés político que,

no caso do TCU o tornaria uma espécie de apêndice ao Congresso Nacional e

poderia explicar o baixo índice de recuperação efetiva de perdas e prejuízos sofridos

pela Administração Pública (cerca de um por cento), especialmente em delitos que

costumam envolver Agentes Políticos.

No entanto, o Relatório Anual de Atividades do TCU, relativo ao exercício de 2007,

aponta um elevado índice de iniciativa própria resultando num montante de cerca de

R$ 600,2 milhões encaminhados aos órgãos responsáveis pela execução judicial,

sendo que desse total cerca de R$ 566,3 milhões correspondem a débitos e R$ 33,9

milhões a multas.

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24

FIGURA 2: FISCALIZAÇÕES CONCLUÍDAS POR INICIATIVA

FIGURA 3: HISTÓRICO DOS MONTANTES DAS COBRANÇAS EXECUTIVAS ENCAMINHADAS AOS

ÓRGÃOS EXECUTORES (TCU, 2007)

Além disso, o referido Relatório cita como principais benefícios da atuação do TCU

os constantes da tabela abaixo:

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25

TABELA 1: PRINCIPAIS BENEFÍCIOS (TCU, 2007)

Com a CGU, a despeito da feliz iniciativa do Portal da Transparência publicado via

WEB para viabilizar o Controle Social, além das demais ações de rotina, a percepção

não é muito diferente, já que aquela agência estatal compõe a própria estrutura do

Poder Executivo que lhe compete auditar, dando-se o mesmo com os órgãos de

Auditoria Interna nas diversas instituições públicas.

Já o Ministério Público Federal vem alcançando maior visibilidade e manifesta mais

independência em suas ações, o que sugere a necessidade de revisão do modelo

atual adotado para o funcionamento do Sistema de Controle no Brasil.

Daí que se entende aqui, a despeito do chavão tradicional de “quem audita não faz”,

ser indispensável focar a iniciativa nos próprios gestores, de forma tanto quanto

possível proativa, para a instituição e avaliação dos controles, pois daquela postura

exclusivista não deriva a prerrogativa de isenção de responsabilidade solidária em

relação à qualidade dos processos e atividades de sua competência.

A auto-auditoria é, portanto, a implantação em primeira mão de controles internos

efetivos e a verificação continuada de sua qualidade por parte dos próprios gestores,

posto que estes são os maiores interessados na conformidade de seus processos e

atividades aos requisitos definidos nos planos, programas, manuais e demais

normativos aplicáveis, bem como na avaliação de desempenho e resultados, bem

Page 41: Monografia Adauto2008

26

como do seu indispensável alinhamento com os objetivos estratégicos da

organização.

A cultura ativista dos executivos brasileiros, no entanto, não tem favorecido esta

concepção, pois se verifica a prática contumaz de delegar a terceiros, especialmente

aos auditores internos, as tarefas de proposição e até mesmo implantação de

controles, sob a desculpa de que não há tempo para que os gestores delas se

ocupem.

É freqüente o acionamento dos auditores internos, por parte dos gestores, com o fim

de validarem ou proporem alternativas de controles, comportamento este que deve

ser prontamente rechaçado pelos auditores internos, pois tal prática conflita com a

indispensável independência na realização isenta da função de auditoria.

Ademais, na faculdade que tem os gestores de exercitarem o poder discricionário já

está disponível a competência para agregar contribuições de consultorias e

assessorias técnicas especializadas para, no melhor interesse da organização,

identificar os riscos, os fatores críticos de sucesso, as tecnologias e os recursos

necessários à consecução dos objetivos organizacionais, observando sempre, entre

outros, os princípios da legalidade, moralidade, impessoalidade da administração

pública, eficiência, eficácia e economicidade (Artigo 37 da Constituição Federal de

1988).

2.1.7 GOVERNANÇA DE TI

Controlar e monitorar continuamente estes ativos não é tarefa fácil e necessita-se

uma forte receptividade e patrocínio por parte da direção da empresa. Dentre todos

estes ativos se destacam os Ativos de informação, uma vez que as informações

disponibilizadas pela área de TI sustentarão a empresa e todos os controles,

processos, procedimentos e métricas partirão da TI.

Tradicionalmente, as organizações dedicam grande atenção para com seus ativos tangíveis físicos e financeiros, mas relativamente pouca atenção aos ativos de informação que possuem. Em anos recentes, contudo, a informação assumiu importância vital para manutenção dos negócios, marcados pela dinamicidade da

Page 42: Monografia Adauto2008

27

economia globalizada e permanentemente on-line, de tal forma que, atualmente, não há organização humana que não seja dependente da tecnologia de informações, em maior ou menor grau, de forma que o comprometimento do sistema de informações por problemas de segurança pode causar grandes prejuízos ou mesmo levar a organização à falência (CARUSO, 1999 apud CASANAS et. al. 2001).

Segundo WEILL (2005), a Governança de TI se dá por meio da especificação dos

direitos decisórios e da estrutura de responsabilidades para estimular

comportamentos desejáveis na utilização da TI. Com base em um estudo feito junto

a 250 empresas de todo o mundo, Weill e Ross afirmam que o valor de negócios de

TI resulta diretamente de uma governança de TI eficaz (da alocação, pela empresa,

da responsabilidade e dos direitos decisórios).

Suas pesquisas revelam que as empresas com superioridade em governança de TI

têm lucros no mínimo 20% maiores do que as com má governança, considerados os

mesmos objetivos estratégicos. Mas somente 38% da alta gerência conseguem

descrever com precisão sua governança de TI (como, então, os demais gerentes

poderão tomar boas decisões pela empresa a esse respeito?).

Em Governança de TI, os autores mostram como conceber e Implantar um sistema

de direitos decisórios que enderecem três questões fundamentais:

� Quais decisões devem ser tomadas para assegurar o uso e a gestão

apropriados da TI?

� Quem deve tomar estas decisões?

� Como tomá-las e monitorá-las?

Com suas ilustrações vívidas de sistemas de governança usados pelas empresas de

melhor desempenho nos setores público e com fins lucrativos (incluindo a Du Pont, a

UPS, a UNICEF, a State Street Corporation, a Motorola e a Panalpina), o livro

GOVERNANÇA DE TI: Tecnologia da Informação oferece um modelo e as

ferramentas para customizar um sistema de governança de TI:

• As cinco decisões principais que determinam o uso eficiente da TI;

• Um conjunto de modelos aprovados para alocar os direitos decisórios;

• Vários mecanismos comprovados para Implantar a governança de TI;

Page 43: Monografia Adauto2008

28

• Uma Matriz de Arranjos de Governança para alinhar a TI aos objetivos gerais

de negócio.

A máxima é: pare de pensar em TI como função isolada e comece a desenvolvê-la

como uma competência organizacional.

2.1.8 BALANCED SCORECARD (BSC®)

A constatação da importância dos mapas estratégicos motivou os autores Robert

Kaplan e David Norton a escrever um terceiro livro da série Balanced Scorecard

(KAPLAN et. al., 2007), em que apresentam várias novas contribuições importantes.

Entre essas contribuições estão:

• um padrão que descreve os componentes básicos de como se cria valor nas

perspectivas de processos internos e de aprendizado e crescimento;

• ]temas, baseados nos processos que criam valor, capazes de esclarecer a

dinâmica da estratégia; e

• um novo arcabouço para descrever, medir e alinhar os três ativos intangíveis

da perspectiva de aprendizado e crescimento com os processos e objetivos

estratégicos da perspectiva dos processos internos:

o capital humano;

o capital informacional; e

o capital organizacional.

Page 44: Monografia Adauto2008

29

FIGURA 4: DIAGRAMA BALANCED SCORECARD (KAPLAN, 2007)

Um Painel de Indicadores estratégicos definidos para cada uma das perspectivas

acima (Financeira, Cliente, Processos Internos e Aprendizado e Crescimento), a

princípio tratados por exceção a partir de alertas pictográficos (vermelho, amarelo e

verde), possibilita aos gestores a atuação imediata no estado atualizado on-line e

real time dos pontos de controle.

Tal metodologia permite, inclusive, detalhar desdobramentos até o nível

operacional, pela via de ferramentas de Business Inteligence (BI) e de Extração,

Transformação e Carga (ETL), tais como os chamados softwares generalistas de

auditoria de tecnologia da informação, que envolvem o uso de aplicativo em

ambiente batch, podendo processar, além de simulação paralela, uma variedade de

funções de auditoria e nos formatos que o auditor desejar.

Exemplos:

� ACL (Audit Command Language): é um software de extração e análise de

dados, desenvolvido no Canadá;

� IDEA (Interactive Data Extraction & Analysis): software para extração e

análise de dados, também desenvolvido no Canadá;

Page 45: Monografia Adauto2008

30

� Audimation: é a versão norte-americana do IDEA, da Caseware-IDEA, que

desenvolve consultoria e dá suporte para o produto;

� Galileo: software integrado de gestão de auditoria. Inclui gestão de riscos de

auditoria, documentação e emissão de relatórios para auditoria interna;

� Pentana: software de planejamento estratégico da auditoria, sistema de

planejamento e monitoramento de recursos, controle de horas, registro de

checklists e programas de auditoria, inclusive de desenho e gerenciamento

de plano de ação.

O que é ACL

� É uma ferramenta que permite a leitura e a análise de dados, independente

de tamanho, formato ou diversidade de arquivos dispersos em bancos de

dados de diferentes plataformas (Windows, Unix, Oracle, etc.).

� É utilizado por analistas de dados, auditores, contadores e outros

profissionais de negócios que necessitem de acesso aos dados em tempo

hábil e de forma a analisá-los eficaz e eficientemente.

� Objetiva dar suporte aos processos de tomada de decisões e planejamento

administrativo de forma confiável.

� O limite de uso depende de sua imaginação. Veja o que vem sendo feito

mundialmente no site: http://www.acl.com

Vantagens:

� Pode processar vários arquivos ao mesmo tempo;

� Pode processar vários tipos de arquivos com formatos diferentes, por

exemplo: EBCDIC ou ASCII;

� Poderia também fazer uma integração sistêmica com vários tipos de

softwares e hardwares;

� Reduz a dependência do auditor do especialista de informática para

desenvolver aplicativos específicos para todos os auditores de sistemas de

informação

Page 46: Monografia Adauto2008

31

Desvantagens:

� Como o processamento das aplicações envolve gravação de dados

(arquivos) em separado para serem analisados, poucas aplicações podem

ser feitas em ambiente on-line;

� O software não consegue processar cálculos complexos, pois como se trata

de um sistema generalista, não aprofunda na lógica e na matemática muito

complexas.

Já os Softwares Especialistas de auditoria consistem em programas desenvolvidos

especificamente para certas tarefas em certas circunstâncias.

Vantagens:

� Pode atender sistemas ou transações não contempladas por softwares

generalistas;

� O auditor, quando consegue desenvolver softwares específicos numa área

muito complexa, pode utilizar isso como vantagem competitiva.

Desvantagens:

� Pode ser muito caro, pois terá uso limitado e normalmente restrito a

determinado cliente;

� Atualização pode ser complicada devido à falta de recursos que

acompanhem as novas tecnologias.

Há ainda programas utilitários em que o auditor usa softwares utilitários para

executar funções muito comuns de processamento, como sortear arquivo,

sumarizar, concatenar, gerar relatórios. Pode ser um EXCEL, ou recursos de

bancos de dados como o SQL, Dbase2, etc.

Vantagem:

� Pode ser utilizado como alternativa na ausência de outros recursos.

Desvantagem:

Page 47: Monografia Adauto2008

32

� Sempre necessitará do auxílio do funcionário da empresa auditada para

operar a ferramenta (no caso de ferramentas complexas, como bancos de

dados).

2.1.9 A MÉTRICA E OS SISTEMAS DE MENSURAÇÃO

Willian Thompson, ou Lorde Kelvin (1824-1907), conceituado físico que deu

fundamental contribuição à termodinâmica, costumava dizer: “Se algo não pode ser

medido, ele realmente não existe”. Medir objetos e eventos não é apenas uma

necessidade científica, mas é dar significado à complexidade dos fenômenos

naturais.

Medir é uma atividade rotineira do ser humano e de sua interação com a natureza.

Para que se possa realizar medições é condição fundamental a existência de

métricas e instrumentos de trabalho adequados.

Conforme ROZADOS (2005) são apresentados documentos que lidam com

indicadores de desempenho concernentes a bibliotecas tradicionais e digitais, entre

os quais estão os padrões internacionais ISO 11620, ISO 20983, o Projeto

EQUINOX, mais um manual publicado pela UNESCO, como fontes básicas e

qualificadas para a formação e seleção de indicadores e metodologias. (...)

Segundo Geisler (2000), fenômenos físicos como temperatura, peso, massa, são

adequadamente medidos, em geral, com o uso de um simples aparelho. O mesmo

autor também afirma que as Ciências Sociais, Administrativas e Comportamentais

são fenômenos considerados muito menos precisos, dos quais, muitas vezes,

possuímos pouco conhecimento, o que os torna muito mais difíceis de medir. O que

medir é, portanto, o primeiro princípio da mensuração.

Uma vez decidido o que medir, passa-se a definir que instrumento de medida pode

dar conta do que se deseja medir. Instrumentos de mensuração têm uma variedade

de características que impactam sua eficiência.

GEISLER (2000) identifica, ainda, que o processo de seleção de uma métrica é

influenciado por três fatores: a cultura da organização; um conjunto disponível de

Page 48: Monografia Adauto2008

33

métricas e o tipo de atividade a ser medida; e outras influências, como os atores

envolvidos (comunidade científica e de negócios ou interesses governamentais).

A definição de métrica inclui três aspectos: o item medido (o que medir), a unidade

de medida (como medir) e o inerente valor associado com a métrica (por que medir

ou o que se pretende encontrar com esta mensuração).

Afirma, também, que para avaliar ciência e tecnologia existe um único método viável:

mensuração por indicadores. Torna a enfatizar que múltiplos indicadores são

necessários para proporcionar uma adequada cobertura de dimensões e aspectos

de processos complexos, atividade e resultados.

Conforme ROZADOS (2005), um indicador é uma medida reservada para a

descrição ou representação de um dado evento ou fenômeno11. Uma métrica pode

conter um ou mais indicadores

Os objetivos são:

• Estudar ocorrências de fraudes em relatórios financeiro-contábeis;

• Desenvolver recomendações (companhias, auditores, outros reguladores e

instituições educacionais);

• O aperfeiçoamento dos relatórios financeiros (Ética, Controle Interno e

Governança Corporativa);

• Definição comum de Controle Interno atendendo à necessidade de diferentes

interessados;

• Padrão para avaliar sistemas de controles (empresas pequenas ou grandes, do

setor público ou privado, visando lucro ou não).

Em contextos de crescente complexidade convém considerar também a Lógica

Fuzzy12 como mais uma possibilidade de análise das diversas variáveis envolvidas, o

que já vem sendo adotado em sistemas especialistas de inteligência artificial.

11 Categoria definida por Immanuel Kant. 12 Disponível em http://users.femanet.com.br/~fabri/fuzzy.htm Acesso em 06/05/2008.

Page 49: Monografia Adauto2008

34

Os Conjuntos Fuzzy e a Lógica Fuzzy provêm a base para geração de técnicas poderosas para a solução de problemas, com uma vasta aplicabilidade, especialmente, nas áreas de controle e tomada de decisão.

A força da Lógica Fuzzy deriva da sua habilidade em inferir conclusões e gerar respostas baseadas em informações vagas, ambíguas e qualitativamente incompletas e imprecisas. Neste aspecto, os sistemas de base Fuzzy têm habilidade de raciocinar de forma semelhante à dos humanos. Seu comportamento é representado de maneira muito simples e natural, levando à construção de sistemas compreensíveis e de fácil manutenção.

A Lógica Fuzzy é baseada na teoria dos Conjuntos Fuzzy. Esta é uma generalização da teoria dos Conjuntos Tradicionais para resolver os paradoxos gerados a partir da classificação “verdadeiro ou falso” da Lógica Clássica. Tradicionalmente, uma proposição lógica tem dois extremos: ou “completamente verdadeiro” ou “completamente falso”. Entretanto, na Lógica Fuzzy, uma premissa varia em grau de verdade de 0 a 1, o que leva a ser parcialmente verdadeira ou parcialmente falsa.

Com a incorporação do conceito de “grau de verdade”, a teoria dos Conjuntos Fuzzy estende a teoria dos Conjuntos Tradicionais. Os grupos são rotulados qualitativamente (usando termos lingüísticos, tais como: alto, morno, ativo, pequeno, perto, etc.) e os elementos destes conjuntos são caracterizados variando o grau de pertinência (valor que indica o grau em que um elemento pertence a um conjunto). Por exemplo, um homem de 1,80 metro e um homem de 1,75 metro são membros do conjunto “alto”, embora o homem de 1,80 metro tenha um grau de pertinência maior neste conjunto.

2.1.10 OUTROS CONCEITOS (ITIM, ITSM, ITIL®13, PRINCE, MSP, M_O_R14)

A evolução da Gestão de TI passou por várias fases em que a abordagem variava

de acordo com as ênfases do momento. Por exemplo:

a) IT Infrastructure Management (ITIM) – Visão de TI como despesa provendo infra-estrutura de TI

fuzzy logic noun [C usually singular] a theoretical system used in mathematics, computing and philosophy to deal with statements which are neither true nor false (from Cambridge Advanced Learner's Dictionary).

13 ITIL® is a Registered Trade Mark, and a Registered Community Trade Mark of the Office of Government Commerce, and is Registered in the U.S. Patent and Trademark Office. IT Infrastructure Library® is a Registered Trade Mark of the Office of Government Commerce.

14 Disponível em: http://www.ogc.gov.uk/index.asp Acesso em 13/05/2008 © Crown Copyright 2008

Page 50: Monografia Adauto2008

35

A abordagem inicial dada à Tecnologia da Informação caracterizava-se por uma

visão mecanicista, focada nos equipamentos, privilegiando os investimentos em

infra-estrutura.

b) IT Service Management (ITSM) – Visão de TI como investimento provendo serviços de TI:

Conforme MAGALHÃES et. al. (2007), o Gerenciamento de Serviços de Tecnologia

da Informação é o instrumento pelo qual a área pode iniciar a adoção de uma

postura proativa em relação ao atendimento das necessidades da organização,

contribuindo para evidenciar a sua participação na geração de valor.

O Gerenciamento de Serviços de TI visa alocar adequadamente os recursos

disponíveis e gerenciá-los de forma integrada, fazendo com que a qualidade do

conjunto seja percebida pelos seus clientes e usuários, evitando-se a ocorrência de

problemas na entrega e na operação dos serviços de Tecnologia da Informação.

Para alcançar este objetivo, a tática que vem sendo adotada é o desenho, a

implantação e o gerenciamento de processos internos da área de TI de acordo com

as práticas reunidas na InformationTechnology Infrastructure Library (ITIL).

c) IT Infrastructure Library (ITIL) – Visão sistêmica do papel das áreas de TI.

Conforme o ITSMF seção Brasil, o Reino Unido identificou que, apesar de muitos

esforços estarem sendo direcionados para a redução de custos e riscos, inclusive o

desenvolvimento de projetos com esse intuito, havia pouca informação disponível a

respeito de como controlar os sistemas de informação IS (Information Systems) a

partir do momento em que eles eram implantados.

Pesquisas mostravam, porém, que mais de 80% do custo dos Serviços de

Informática estava relacionado ao dia-a-dia de sua operação e apenas 20% ao

estágio de desenvolvimento. Por esse fato, foi criada a Biblioteca de Infra-estrutura

de TI pelo CCTA, um centro governamental para sistemas de informações.

Esta Biblioteca de Infra-estrutura é o mais acessível e estruturado modelo para

gerenciamento de serviço de TI atualmente disponível. A Biblioteca de Infra-estrutura

Page 51: Monografia Adauto2008

36

de TI considera todos os hardwares, softwares e telecomunicações sobre os quais a

aplicação dos sistemas e serviços é desenvolvida e entregue.

A Biblioteca é formada por módulos que trazem as melhores práticas retiradas de

empresas públicas e privadas. Para formá-la, foram dedicados vários anos de

consultoria em empresas do setor público, grandes empresas do setor privado e

indústria de informática, fazendo dela o mais completo e acessível guia para

gerentes de serviços de TI.

A Biblioteca se tornou de fato um padrão para gerenciamento de serviços de TI. Sem

a TI muitas empresas não funcionam e sem qualidade em TI estas empresas não

funcionam bem.

A orientação da Biblioteca de Infra-estrutura permite que as organizações tenham,

no mínimo, um bom padrão de qualidade de gestão de serviços de TI. Os maiores

resultados obtidos na utilização da ITIL estão nas melhorias dos serviços oferecidos

aos clientes e a redução dos custos e riscos.

A Biblioteca não é uma propriedade privada, está disponível para todos (mediante

compra) e é publicada pela HSMO, sendo produzida utilizando-se os procedimentos

certificados para o padrão ISO-9001/BS5750.

A ITIL® é a abordagem ao gerenciamento de serviços de TI mais largamente aceita

no mundo e é uma estrutura de melhores práticas coesa, projetada para os setores:

público e privado, internacionalmente.

Descreve a organização dos recursos de TI para entregar valor ao negócio,

documenta processos, funções e papéis em IT Service Management (ITSM). A ITIL

é suportada por um esquema compreensivo de qualificações, organizações de

treinamento acreditadas e ferramentas de implantação e controle.

A versão original da ITIL foi desenvolvida ao mesmo tempo e em alinhamento com

BS 15000, o antigo padrão do Reino Unido (UK) para o Gerenciamento de Serviços

de TI. BS15000 foi lançada em 2005 para tornar-se ISO/IEC 20000, o primeiro

padrão internacional em ITSM.

Page 52: Monografia Adauto2008

37

O Governo Britânico, por meio do Office of Government Commerce (OGC) está

comprometido com a manutenção do alinhamento entre as futuras versões da ITIL e

da ISO/IEC 20000, que é o primeiro padrão mundial especificamente projetado para

o Gerenciamento de Serviços de TI (IT Service Management). Descreve um conjunto

integrado de processos de gerenciamento e seus clientes.

FIGURA 5: DIAGRAMA ITIL (OGC, 2007)

O cerne da ITIL é a estratégia de serviço, que tem entrada em todos os estágios do

ciclo de vida. O ciclo é: Projeto, Transição, Operação e Melhoramento Contínuo, que

está envolvido no todo.

A organização do material ITIL reflete o ciclo PDCA do Deming (Planejar-Fazer-

Checar-Agir), mas note-se que nem sempre há um relacionamento linear entre os

estágios, pois existem muitas ligações entre um estágio e outro.

Pessoas familiarizadas com a versão dois da ITIL freqüentemente expressam

preocupação acerca de processos, que são o cerne da versão dois. A versão três

ainda tem os processos, muitos dos quais atingem mais de um estágio de ciclo de

vida.

Onde isto acontece, cada processo tem uma casa onde é mais ativo no livro dos

estágios do ciclo de vida. Pode-se pensar em processos como sendo ortogonais aos

Page 53: Monografia Adauto2008

38

estágios. A abordagem de ciclos de vida dá uma estrutura melhorada e holística,

dentro da qual são descritas todas as funções, processos, papéis e

responsabilidades que constituem a Melhor Prática de Gerenciamento de Serviços

de TI.

O foco da ITIL hoje é a integração da TI ao negócio, assegurando a entrega de valor

ao negócio e o tratamento dos serviços como ativos de negócio. A ITIL descreve a

vida de um serviço “da concepção à aposentadoria”, dentro de um Portafólio de

Serviços.

A parte anterior do portafólio é o Service Pipeline, que é o conjunto dos serviços em

planejamento e desenvolvimento, e a última parte o familiar Catálogo de Serviços,

que contém os serviços em uso ou ofertados para uso.

A ITIL entrega processos tentativos e já testados que assegurem resultados

previsíveis, repetíveis e confiáveis em TI, assegurando a entrega de valor ao

negócio. Os benefícios incluem:

� Uso otimizado dos investimentos em TI;

� Integração do valor do negócio e da TI;

� Portafólio orientado aos ativos de serviço;

� Clara demonstração do Retorno sobre os Investimentos (ROI);

� Adaptação ágil e flexível aos modelos de serviços;

� Desempenho e medições que são baseados em valor do negócio;

� Ativos de Serviços de TI ligados aos serviços do negócio.

Treinamento, exames & qualificações. Existem atualmente três níveis de certificação

no esquema de qualificação ITIL:

Certificação nos Fundamentos ITIL (Foundation Certificate):

Projetada para prover um nível fundamental de conhecimento em gerenciamento de

serviços de TI, é voltada para todo o pessoal que queira tornar-se familiar com as

melhores práticas em Gerenciamento de Serviços de TI, como definido na Biblioteca

de Infra-estrutura de TI (ITIL). A Certificação nos Fundamentos capacita as pessoas

a compreender, em particular, a terminologia usada dentro da ITIL.

Page 54: Monografia Adauto2008

39

Certificação Prática (Practitioner's Certificate):

Destinada àqueles que são responsáveis, no contexto de suas organizações, pelo

projeto de processos específicos dentro da disciplina de Gerenciamento de Serviços

de TI e pela execução das atividades que pertençam àqueles processos. A

Certificação Prática focaliza em profundidade o entendimento e a aplicação

daqueles assuntos, tratando cada assunto como uma especialidade.

Certificação Gerencial (Manager's Certificate):

A Certificação Gerencial é destinada àqueles que precisam demonstrar capacidade

para gerenciar soluções baseadas em ITIL e soluções que tangenciem o âmbito dos

assuntos relativos ao Gerenciamento de Serviços.

As Certificações ITIL demonstram que um indivíduo alcançou certo padrão em

Gerenciamento de Serviços, conforme definido pelo Certificador Oficial da OGC, o

Grupo APM, suportado por um Painel Global de Examinadores especialistas em

ITIL. O esquema oficial é suportado por institutos de exame, incluindo a APMG, a

EXIN e o ISEB.

Com a emissão da nova versão ITIL em junho de 2007, o esquema de qualificação

vem sendo revisado e melhorado. Um novo curso de Certificação nos Fundamentos

ITIL e novos exames estão disponíveis, bem como haverá cursos-ponte para

atualização dos detentores da Certificação anterior (versão 2).

Quanto à ISO/IEC 2000015, esta norma é alinhada e complementa a abordagem de

processos definida na ITIL, consistindo de duas partes:

1 – ISO/IEC 20000-1:2005 é a especificação formal que define os requisitos para

uma organização entregar serviços gerenciados em qualidade aceitável para seus

clientes, cujo escopo inclui:

� Requisitos para o sistema de gerenciamento;

15 Tradução Livre. Original Disponível em: http://www.isoiec20000certification.com/about/whatis.asp Acesso em 16/05/2008.

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40

� Planejamento e implantação do gerenciamento de serviço;

� Planejamento e implantação de novos serviços ou mudanças;

� Processos de entrega de serviço;

� Processos de relacionamento;

� Processos de resolução;

� Processos de controle; e

� Processos de publicação.

2 - ISO/IEC 20000-2:2005 é o Código de Práticas e descreve as melhores práticas

para os processos de Gerenciamento de Serviços dentro do escopo da ISO/IEC

20000-1. O código de práticas será de uso particularmente recomendado para

aquelas organizações que se preparam para serem auditadas em conformidade com

a ISO/IEC 20000 ou com as melhores práticas de planejamento de serviços.

d) PRINCE (Projects in Controlled Environments), o que significa Projetos em

Ambientes Controlados, foi inicialmente desenvolvido em 1989, pelo governo do

Reino Unido, como uma abordagem padrão ao gerenciamento de projetos para o

governo central.

Desde então, o método tem sido aperfeiçoado para tornar-se uma abordagem

genérica de melhores práticas aplicáveis a todos os tipos de projetos, e tem um

registro validado nos setores governamentais e de TI.

O PRINCE2 tem sido largamente adotado e adaptado por ambos os setores público

e privado, e é agora o padrão de fato para o Gerenciamento de Projetos no Reino

Unido. Tem havido também um rápido crescimento do interesse internacional no

padrão PRINCE2, que é projetado para incorporar os requisitos e experiências dos

usuários existentes ao redor do mundo.

O PRINCE é um método genérico, simples e adaptável para seguir no

Gerenciamento de Projetos. Ele cobre como organizar, gerenciar e controlar seus

projetos. É destinado a capacitá-lo a entregar com sucesso os produtos certos, em

tempo e dentro do orçamento.

Page 56: Monografia Adauto2008

41

Como Gerente de Projeto, pode-se aplicar os princípios do PRINCE2 e o

treinamento associado a qualquer tipo de projeto. Isto o ajudará a gerenciar risco,

controlar a qualidade e a mudança com efetividade, tanto quanto tirar o melhor

proveito de situações desafiadoras e de oportunidades que surjam dentro de um

projeto.

Um projeto PRINCE2 tem as seguintes características:

� Um ciclo de vida finito e definido;

� Produtos de negócio definidos e mensuráveis;

� Um conjunto de atividades correspondentes para alcançar os produtos de

negócio;

� Um montante definido de recursos;

� Uma estrutura organizacional com responsabilidades definidas para gerenciar

o projeto.

O PRINCE2 não cobre todos os aspectos do Gerenciamento de Projetos. Certos

aspectos (como liderança e perfis de gerenciamento de pessoas, cobertura

detalhada das técnicas e ferramentas de gerenciamento de projetos) são bem

cobertos por outros métodos existentes e provados, portanto foram excluídos deste

método.

O método PRINCE2 é documentado na publicação da OGC intitulada "Managing

Successful Projects with PRINCE2", prontamente disponível através do seu agente

oficial de publicações: TSO. Este livro principal é suportado por um número de

publicações complementares que adicionam orientação sobre como adaptar o

método, como gerenciar seu pessoal em projeto PRINCE.

Exteriorizando os benefícios para o seu negócio ao adotar essa abordagem de

gerenciamento de projetos, ajusta cada processo em uma estrutura de componentes

essenciais que precisam ser aplicados ao longo do projeto e ajuda a exercitar quais

papéis devem ser envolvidos em seus projetos, o que eles serão responsáveis e

quando serão necessários.

Page 57: Monografia Adauto2008

42

O conjunto de processos e controles providos estruturam suporte à vida do projeto,

explicando que informação deverá ser agregada ao longo do caminho. O método

PRINCE2 demonstra como o projeto pode ser dividido em etapas ou estágios

gerenciáveis, permitindo planejar à frente mais realisticamente, além de chamar

seus recursos no tempo necessário.

O PRINCE2 age como uma linguagem comum entre todos os clientes, usuários e

fornecedores, trazendo essas partes juntamente à direção do projeto, embora não

inclua o gerenciamento de contratos como tal, provê os controles e as fronteiras

necessários para todos trabalharem em conjunto dentro dos limites de qualquer

contrato relevante. Adicionalmente, a direção do projeto provê suporte ao gerente de

projeto na tomada de decisões-chave.

O mais importante de tudo é que PRINCE2 permite ao seu negócio focar a execução

dos projetos certos, na hora certa, pelas razões corretas, por meio de fazer o início

de um projeto e sua existência continuada dependente de um estudo de caso válido

e contínuo. Usar PRINCE proverá maior controle de recursos, além da habilidade de

gerenciar o risco do negócio e do projeto mais efetivamente, com benefícios para:

� Gerentes de projeto;

� Diretores/executivos (proprietários) dos projetos, e

� Organizações.

O uso do PRINCE2 em seus projetos dará à organização sistemas, procedimentos e

linguagem comuns. Isto capacitará a cometer menos erros, aprender com aqueles

cometidos anteriormente e, finalmente, poupar dinheiro e esforço.

O método não é proprietário e é fácil de aprender, além de incorporar melhores

práticas estabelecidas e testadas por todas as organizações que contribuíram para a

sua evolução desde 1980. Pela adoção do PRINCE2 como o seu método de

gerenciamento de projetos, a instituição beneficia-se pelas lições aprendidas por

todas aquelas organizações.

Page 58: Monografia Adauto2008

43

Em síntese, o reconhecimento formal das responsabilidades PRINCE2 dentro de um

projeto, juntamente com o seu foco sobre o que o projeto deve entregar (o porquê,

quando e para quem) proverá sua organização com:

� Uma abordagem comum e consistente;

� Um início, meio e fim controlado e organizado;

� Revisões regulares do progresso confrontado com o planejado;

� Segurança de que o projeto continua a ter uma justificativa de negócio;

� Pontos de decisão flexíveis;

� Gerenciamento e controle de qualquer desvio do planejado;

� O envolvimento da gerência e dos interessados (stakeholders) no tempo e lugar certos durante o projeto;

� Bons canais de comunicação entre o projeto, a gerência de projeto e o restante da organização;

� Meios de captura e compartilhamento das lições aprendidas;

� Uma rota para aperfeiçoar os perfis e competências das gerências de projetos e do pessoal da organização em todos os níveis.

e) Managing Successful Programmes (MSP) é uma estrutura flexível que permite

gerenciar e controlar todas as atividades envolvidas no gerenciamento de um

programa, por meio de consultoria organizacional, de processos, de comunicação de

inovação. Existe uma ligação estreita entre MSP e PRINCE2™.

Gerenciamento de Programa está se tornando um aspecto crescente das mudanças

em gerenciamento de negócios, quer em partes de uma organização ou em toda a

organização, ou ainda, em um grupo de organizações. As diretivas para mudança

podem ser internas, tais como melhoria da qualidade dos produtos, ou externas,

como uma nova política governamental.

A segunda edição dessa publicação descreve a abordagem da OGC para gerenciar

efetivamente a mudança, baseada em experiências de melhores práticas dentro do

governo e no setor privado.

Isto provê uma visão geral da estrutura de gerenciamento de programa e considera

princípios-chave como liderança, gerenciamento de benefícios, de partes

interessadas e comunicação, bem como gerenciamento de riscos, planejamento e

Page 59: Monografia Adauto2008

44

controle de programas, de casos de negócios e de assuntos relacionados à

qualidade.

Então, parte-se para a discussão do ciclo de vida do gerenciamento de programa,

incluindo a identificação e definição detalhada do programa, gerenciando o portafólio

do projeto, entrega e quantificação dos benefícios de negócio mensuráveis, além do

fechamento do programa e de sua infra-estrutura.

Um programa é composto por um número de projetos que, se coordenados ou

integrados no programa, são provavelmente mais factíveis de atingir os objetivos

estratégicos e entregar benefícios mensuráveis para a organização.

Produtos de Gerenciamento de Projetos, MSP e Programa da OGC

O Programa da OGC e os produtos de Gerenciamento de Projetos do PRINCE2™; o

Gerenciamento bem sucedido de Programas (MSP) e Gerenciamento de Riscos

(M_o_R® - Management of Risk) oferecem abordagens padrões para “o que e o

como” do bom gerenciamento de programa, projetos e riscos.

Eles suportam e aperfeiçoam os cadernos de programas, projetos e riscos da OGC,

e complementam o OGC Gateway™, obtenção (procurement) e o Guia de

Atingimento da Excelência.

Eles são projetados por gerentes seniores, gerentes de negócios e praticantes em

todos os níveis de times, através do nível diretivo. A OGC tem os produtos e

gerencia seu desenvolvimento continuo por meio de seus parceiros, que asseguram

que os produtos são suportados internacionalmente por serviços de qualidade

garantida em certificação e publicação.

Existe uma vasta faixa de provedores acreditados, incluindo treinamentos e serviços

de consultoria. Existem também publicações que aperfeiçoam o conjunto principal.

As qualificações associadas oferecem aos indivíduos uma rota para aperfeiçoarem

seu desenvolvimento profissional.

Page 60: Monografia Adauto2008

45

Como exemplos das melhores práticas, todo o conteúdo é periodicamente revisado

e atualizado para incorporar pesquisas relevantes e benefícios de experiências

práticas em sua aplicação.

A metodologia MSP ajuda a atingir benefícios reais de negócios por meio de um

processo formal de:

� Identificação de benefícios;

� Medições;

� Gerenciamento e

� Constatações.

MSP não é:

� Uma forma de gerenciamento de grandes projetos;

� Um guia detalhado de gerência de mudança de negócios;

� Um guia para gerenciamento contínuo de serviços ou gerenciamento do

cotidiano normal do negócio.

Managing Successful Programmes (MSP) é uma orientação definitiva em gerência

de projetos inter-relacionados como um programa coordenado de mudanças de

negócios, de forma a gerenciar os riscos e os benefícios mais efetivamente.

Managing Successful Programmes (MSP) é largamente adotada nos setores: público

e privado, sendo desenvolvida por um consórcio de cerca de 100 organizações,

incluindo muitas dentre as indústrias de serviços.

Conjuntamente com outras referências de Gerenciamento de Projetos e Programas

disponíveis na OGC e seus parceiros, a MSP objetiva:

� Prover padrões de referência;

� Prover uma estrutura de princípios e conceitos de melhores práticas

explicitados a partir de experiências recentes e prática comprovada;

� Habilitar praticantes na adaptação das orientações às situações da vida real;

� Estar acessível às equipes e organizações, tanto quanto aos indivíduos

praticantes;

Page 61: Monografia Adauto2008

46

� Ajudar os praticantes a melhorar sua tomada de decisões e torná-las

melhores ao Implantar mudanças benéficas;

� Capacitar indivíduos a demonstrarem seu nível de conhecimento e

compreensão de cada produto pela obtenção de qualificação globalmente

reconhecida.

f) Management of Risk (M_o_R) é o padrão sugerido na sequência das

recomendações constantes do relatório Turnbull, no sentido de que as organizações

devem Implantar estruturas de gerenciamento de riscos e declarações de controle

interno, para fixar firmemente o gerenciamento de riscos aos processos de gestão.

A OGC decidiu juntar alguma orientação para prover as organizações com um

valoroso estímulo para inovação e uma abordagem de sonoro encorajamento à

cultura de gerenciamento de risco.

Esta abordagem M_o_R foi projetada para complementar as orientações da OGC

sobre gerenciamento de programas, projetos e serviços (MSP, PRINCE2 e ITIL),

mas cobre elementos de gerenciamento de riscos em maior nível de detalhe. Esta

publicação deriva da experiência de uma variedade de especialistas de ambos os

setores: público e privado.

Ela entrega uma estrutura para tomada de decisões informada acerca dos riscos de

projetos, programas e nível estratégico para assegurar que os riscos-chave são

identificados, controlados e que a ação adequada é tomada para cada um deles.

Toda organização gerencia seus riscos, mas nem sempre o faz de forma visível,

repetível e consistentemente aplicada para suporte ao processo decisório.

A tarefa do modelo de Gerenciamento de Risco da OGC (M_o_R) é habilitar

qualquer organização a fazer um uso de custo efetivo de um processo de risco que

tem uma série de passos bem definidos.

O alvo é suportar melhor a tomada de decisões por meio de um bom entendimento

dos riscos e de seus impactos prováveis.

Page 62: Monografia Adauto2008

47

M_o_R provê uma estrutura genérica para o gerenciamento de risco através de

todas as partes de uma organização: estratégia, programa, projeto e operacional.

Incorpora todas as atividades requeridas para identificar e controlar a exposição,

positiva ou negativa, a qualquer tipo de risco que possa ter impacto no atingimento

dos objetivos de negócio da organização.

M_o_R objetiva ajudar as organizações a alocar estruturas efetivas para a tomada

de decisões bem informadas sobre riscos.

A orientação provê um mapa de rotas para o gerenciamento de riscos, trazendo

junto abordagens recomendadas, checklists e ponteiros para fontes mais detalhadas

de aconselhamento em ferramentas e técnicas. Expande-se isto nas Guidelines for

Managing Risk da OGC.

M_o_R cobre uma vasta faixa de tópicos, inclusive de gerenciamento de

continuidade de negócios, segurança, de risco de projetos ou programas, e de

serviços operacionais. Estes tópicos são colocados no contexto de uma estrutura

organizacional para gerenciamento de riscos.

Alguns tópicos relacionados ao risco, tal como segurança, são altamente

especializados e esta orientação provê somente uma visão geral de tais aspectos.

O processo de avaliação de investimentos que são auditados em termos de custos,

benefícios e riscos, está fora do escopo deste guia. No entanto, muitos dos

princípios e técnicas aí descritos podem ser usados quando do desenvolvimento do

caso de negócio.

As organizações que estão implementando a estrutura M_o_R devem esperar para

ver alguns ou todos os seguintes benefícios:

� O processo de tomada de decisão corporativa é melhorado por meio da alta

visibilidade da exposição ao risco, tanto para as atividades individuais quanto

para os principais projetos através da organização inteira.

� Um estilo gerencial progressista e uma cultura de melhoramento contínuo que

estimule a qualidade pelo encorajamento da abertura em relação ao risco.

Page 63: Monografia Adauto2008

48

� Os objetivos da organização e seus interessados são provavelmente mais

constatáveis por meio da identificação precoce e gerenciamento proativo das

ameaças ao custo, tempo e desempenho.

� As necessidades de governança corporativa são atendidas pela fixação dos

processos M_o_R que provém diretivas e uma mensagem clara.

� Há clara propriedade e prestação de contas para riscos e seu gerenciamento,

de modo que eles sejam monitorados efetivamente e gerenciados

proativamente.

� Benefícios financeiros para a organização por meio de melhores ‘valores

monetários’ e melhor gerenciamento de projetos e programa financeiro.

� O gerenciamento de risco do projeto é explicitado dentro de um contexto mais

abrangente de programas, de modo que minimize o risco individualizado de

falha de projeto por meio de maior visibilidade do impacto potencial de outros

projetos.

� Consistencia da abordagem por meio de direção e monitoramento em alto

nível.

� Criação de um ambiente para aceitação consciente dos riscos do negócio em

uma base bem informada.

� Planos de contingência melhorados e planos de continuidade dos negócios

da organização.

� Melhor atenção em todo o pessoal, relativamente às implicações de custo e

benefício para suas ações.

Page 64: Monografia Adauto2008

49

2.2 CONTEXTO HISTÓRICO E EVOLUÇÃO PROGRESSIVA DA GOVERNANÇA

Cícero Lopes (2002) descreve bem a necessidade de uma governança corporativa

que assegure razoável credibilidade às instituições:

A governança corporativa tornou-se um tema dominante nos negócios devido à safra de escândalos corporativos em meados de 2002 – Enron, Worldcom e Tyco, para citar apenas algumas. O interesse na governança corporativa não é novo, mas a gravidade dos impactos financeiros das fraudes executadas pelas empresas já citadas abalou a confiança dos investidores. A crise de confiança do setor corporativo contribuiu para a pressão descendente nos preços das ações, estimulando assim as empresas a tomarem uma atitude para contornar esta situação. (LOPES, 2002).

Segundo LINDOW (2002), tal mudança de atitude dos gestores frente aos fatos

resultou na mudança de abordagem da Auditoria, de mera relatora de

desconformidades a posteriori para promotora da eficácia da gestão.

Isto se dá por meio de mecanismos de monitoramento que assegurem um relativo

grau de certeza quanto ao estado dos controles internos, conforme detalha o quadro

abaixo, transcrito do Artigo Beyond Traditional Audit Techniques.

Papel e Envolvimento da Auditoria Interna

Tradicional Progressiva (melhores práticas)

Foco na Auditoria Foco no Negócio

Baseada em Transações Baseada em Processos

Focada em Contas Financeiras Focada no Cliente

Objetiva Conformidade Objetiva identificação de risco e melhoria

de processos

Foco em Políticas e procedimentos Foco em Gerenciamento de Riscos

Cobertura plurianual de auditoria Cobertura de monitoramento contínuo do

risco

Aderente às Políticas Facilitadora de mudanças

Page 65: Monografia Adauto2008

50

Papel e Envolvimento da Auditoria Interna

Tradicional Progressiva (melhores práticas)

Orçamento por centro de custos Prestação de Contas por resultados e

melhoria de desempenho

Auditores de carreira Oportunidades para outras posições

gerenciais

Metodologia: Foco sobre Políticas,

transações e conformidade

Metodologia: Foco sobre metas,

estratégias e processos de gerenciamento

de riscos

TABELA 2: AUDITORIA: ABORDAGEM TRADICIONAL VERSUS PROGRESSIVA

Conquanto já se tenha no Brasil a perspectiva das mudanças necessárias para a

migração da concepção tradicional do papel da Auditoria Interna para a tendência

progressista, conforme demonstrado na tabela acima, na prática ainda se esbarra

em dificuldades estruturais, culturais e tecnológicas de toda ordem, tornando

penoso, senão utópico, o requerido processo de mudança.

Sem prioridades claramente definidas e o patrocínio de fato da administração

superior, é praticamente impossível, no curto prazo, auferir os benefícios

decorrentes da almejada transição.

Em suas análises, Rasmussen16 constatou que as corporações gastam muito

dinheiro com a implantação de processos de Governança, Risco e Compliance

(GRC) sem uma visão holística da empresa.

As equipes não se comunicam. Por isso, criam projetos diferentes e desperdiçam

recursos. Como resultado disso, faz-se os mesmos questionamentos para projetos

de SOX, Basiléia II, planos de continuidade de negócios, avaliações de riscos de TI

e outros.

16 RISK MANAGEMENT REVIEW pág. 11 Apud Modulo News Nº. 489.

Page 66: Monografia Adauto2008

51

A proposta do modelo de GRC é criar uma única plataforma com sistemas

automatizados para que todos possam trocar informações, sem que precisem

levantar as mesmas questões semanalmente.

A integração fará com que todos adotem políticas comuns, além de eliminar dúzias

de sites para documentar procedimentos diferentes.

Rasmussen reforça que GRC forma uma rede de comunicação entre os vários

setores da companhia, avaliando os riscos a que a organização está sujeita. Assim,

por meio dessa infra-estrutura única todos trabalham afinados e em sintonia. Há

cooperação entre as áreas como auditoria, finanças, departamento jurídico, TI e

negócios.

Ganhos do Modelo

Num primeiro momento, são as corporações pressionadas pelas regulamentações

que estão adotando GRC com o objetivo de simplificar os processos de Governança,

Riscos e Conformidade (Compliance).

Entre as que estão nesse movimento, Rasmussen menciona bancos e as que atuam

no segmento de ciência da vida, que engloba laboratórios farmacêuticos, indústrias

químicas, fabricantes de cosméticos e de produtos alimentícios entre outras. Porém,

ele frisa que essa não é uma filosofia que lida apenas com questões de adequação.

“Muitas organizações estão adotando GRC porque perceberam que é um modelo que traz

benefícios para o negócio”, afirma o consultor, salientando o fato das corporações

terem muito a ganhar com GRC, pois a visão integrada sinaliza que procedimentos

precisam ser mudados para aumentar a competitividade delas.

Outra vantagem é que a padronização de processos e de plataformas

automatizadas reduz custos com auditorias e correção de falhas, além de acelerar

adequações às regulamentações.

O guru de GRC ressalta que essa prática exige mudanças da gestão de processos e

investimento em tecnologia. Por isso, ele sugere que os projetos sejam bem

definidos e que adotem software para automação de funções que sejam flexíveis.

Page 67: Monografia Adauto2008

52

“É importante entender o que é melhor para sua organização, estabelecer bem os papéis

das áreas envolvidas e ter certeza de que a tecnologia atende às questões de GRC”, afirma

o consultor. O segredo para o sucesso dessa nova prática, segundo ele, é a

colaboração dos envolvidos com a iniciativa.

Papel do Responsável pela Segurança de Informações (CSO17)

A nova cultura vai exigir alteração na forma dos CSOs trabalharem, já que o lema é

a integração. “A segurança não pode operar sozinha e terá um assento na mesa de

colaboração de GRC”, afirma o consultor Rasmussen.

Para Alberto Bastos18, a mudança que o novo movimento traz é positiva para os

profissionais de Segurança da Informação. Sua recomendação é que eles procurem

compreender a empresa não como partes isoladas e incomunicáveis, mas como um

único conjunto que apresenta interatividade entre os setores.

Esse entendimento pode ser mais complexo para alguns por causa da formação

acadêmica do CSO, geralmente focada na parte técnica, mas não impossível.

2.2.1 EVOLUÇÃO DA FUNÇÃO DE TI DENTRO DAS ORGANIZAÇÕES

Em treinamento para obtenção da certificação COBIT Foundations19, foi informado

que as áreas de Tecnologia da Informação (TI) atuam desde o seu surgimento como

provedores de tecnologia, ajudando o negócio a realizar suas atividades de forma

mais eficiente.

Estas áreas se tornaram suportes estratégicos para o negócio, realizando funções

que, sem o seu concurso, seriam impossíveis e constituíram-se em elemento

essencial para as organizações.

17 Chief Security Officer 18 Sócio-fundador da Módulo Security

19 Treinamento preparatório para certificação CobIT Foundations – ISACA/QualiLog/ECT, agosto/2007.

Page 68: Monografia Adauto2008

53

A atuação das áreas de TI nas organizações evoluiu da condição de provedoras de

tecnologia para a de verdadeiros parceiros estratégicos envolvendo toda a

sofisticação requerida neste novo perfil, objetivando a geração de valor para o

negócio e implementando modelos de governança.

As áreas de suporte tecnológico começaram a se transformar em parcerias

estratégicas, alavancando novas oportunidades de negócios, a partir da integração

dos processos de TI com os processos do ciclo de vida do negócio, melhorando a

qualidade dos serviços e conferindo maior agilidade aos negócios.

A continuidade dos negócios tradicionais ocorria em um ambiente ainda com pouco

apoio da TI. Nesta fase de transição, várias metodologias têm sido desenvolvidas e

hoje a Tecnologia da Informação é um fator crítico de sucesso para a organização.

Com o maior peso da TI dentro da organização, estas áreas passaram a ter os

seguintes desafios:

1. Manutenção da disponibilidade dos serviços de TI;

2. Geração de valor nos projetos de TI;

3. Otimização de custos;

4. Mitigação dos riscos;

5. A administração dos ambientes de TI de maior complexidade;

6. Aumento da pressão para a agregação de tecnologia nas estratégias de negócio;

7. Requerimento de conformidade com normas regulatórias;

8. Manutenção da segurança sobre as informações.

A disponibilidade dos serviços é extremamente crítica, pois contribui para a

produtividade dos usuários, afetando diretamente a continuidade dos negócios.

Sua descontinuidade pode acarretar os seguintes problemas:

1. Processos críticos do negócio são interrompidos. Ex.: processamento de pedidos;

2. Comprometimento da execução de atividades de rotina. Ex.: envio de e-mails ou

acesso a documentos;

Page 69: Monografia Adauto2008

54

3. Quebra da comunicação com os clientes e conseqüente perda de negócios,

redução de lucros e prejuízos à imagem institucional. Ex.: falta de acesso aos call

centers.

Ainda conforme o ISACA, a maioria dos projetos de TI ultrapassa o orçamento inicial

ou o prazo de entrega por dificuldades gerenciais decorrentes de:

a) Requisitos mal definidos;

b) Complexidade dos sistemas a serem desenvolvidos;

c) Falta de pessoas capacitadas;

d) Avaliação subestimada do esforço necessário;

e) Falta de gerenciamento sistematizado do projeto.

A título de contextualização e como evidência da relevância do tema em face do

volume de investimentos em TI, reproduz-se abaixo o artigo: “Empresas investem

5,7% do faturamento em TI”, publicado na newsletter Módulo News.

Empresas investem 5,7% do faturamento em TI O investimento médio das empresas brasileiras em TI foi de 5,7% do faturamento líquido em 2007. 08 Mai 2008| FONTE - Info Corporate O número é resultado da 19ª Pesquisa Administração de Recursos de Informática, realizada pela FGV (Fundação Getúlio Vargas) com 1700 grandes e médias empresas brasileiras. O estudo mostra que o gasto das companhias do Brasil com tecnologia tem aumentado. Em 1988, o primeiro ano da pesquisa, o percentual de investimento era de 1,3%. Em 2002 chegou a 4,7% e hoje está na casa de 5,7%. A maior parte desse investimento é direcionada para serviços. "As empresas têm terceirizado a maior parte da gestão de TI, inclusive hardware e software, por isso o maior gasto fica com os serviços", diz Fernando Meirelles, professor responsável pelo levantamento. Os bancos são os maiores investidores, gastando 12,3% do faturamento em TI. O setor de Serviços aparece com um gasto de 8,2% das receitas em TI. A Indústria investe um percentual de 3,8% e o comércio tem um investimento médio de 2,6% em tecnologia. Considerando a venda de 10,5 milhões de PCs no ano passado, o estudo conclui que a base instalada de computadores nas empresas do país é de 45 milhões de máquinas, o que equivale a 1,1 micro por

Page 70: Monografia Adauto2008

55

usuário. O número era de 18 milhões em 2002 e de 1 milhão em 1988. A maior parte das máquinas, 81%, são Pentium 4. Mas computadores com configurações mais obsoletas não saíram de uso. Ainda estão na ativa 12% de Pentium III, 4% de Pentium II, 1% de Pentium e x86 e 2% de outros processadores. No mundo de sistemas operacionais para servidores a Microsoft lidera com 65% do market share. A seguir vem o Unix e seus derivados, com 31%. A Novell tem 2% e outros programas 2% do mercado. O Netware da Novell foi o que mais perdeu espaço nos últimos 20 anos: diminuiu de 30% para 2% sua presença. Já entre os micros dos usuários, o Windows tem uma maior hegemonia, com 97% de presença, contra 3% de outros sistemas operacionais. Entre os bancos de dados a Microsoft não tem a liderança. A Oracle é a número 1, com 35% do mercado. O SQL Server tem 28%. A seguir vêm Access (7%), Progress (7%), xbase (5%), DB2 (5%) e outros (13%). É nos pacotes de ERP que a presença nas empresas está mais disputada. Os quatro primeiros colocados têm 81% do mercado, com participações muito parecidas. O Grupo Totvs tem 24% de penetração nas companhias brasileiras. A SAP fechou 2007 com 23%, a Oracle soma 17% e a Datasul, 16%. Outros pacotes têm uma fatia de 20%.

Page 71: Monografia Adauto2008

56

2.3 OS PADRÕES NACIONAIS E INTERNACIONAIS DE CONFORMIDADE EM TI

A tabela abaixo contempla as principais referências em normas, padrões e melhores

práticas testadas e validadas internacionalmente.

Referência Objectivo Audiência Alvo Entidade Emitente

CobiT Objectivos de Controlo de Governação de TIC (uso diário)

Gestores de Topo, Gestores de TIC, Utilizadores e Auditores

IT Governance Institute

ITIL Abordagem para Fornecedores de Serviços de Gestão de TIC

Pessoas Responsáveis por Serviços de Gestão de TIC

British Office of Government Commerce (OCG) UK.

ISO/IEC 17799:2000

Orientações para Implantação da Segurança da Informação

Pessoas Responsáveis pela Segurança da Informação

International Organizational for Standardization and International Electrotechnical Comission Joint Technical Committee (ISO/IEC JTC 1), Switzerland

ISO/IEC TR 13335

Orientações sobre aspectos da Gestão da Segurança de TIC

Gestores Seniores e Pessoas Responsáveis pela Medição da Segurança de TIC

International Organizational for Standardization and International Electrotechnical Comission Joint Technical Committee (ISO/IEC JTC 1), Switzerland

ISO/IEC 15408

Definição de Critérios para Avaliação da Segurança da Informação

Consumidores, Programadores e Avaliadores

International Organizational for Standardization and International Electrotechnical Comission Joint Technical Committee (ISO/IEC JTC 1), Switzerland

TickIT

Sistemas de Gestão da Qualidade para Desenvolvimento de Software e Critérios de Certificação

Clientes, Fornecedores e Auditores

TickIT Office, British Standards Institute (BSI), UK

NIST 800-14

"Baseline" para o Estabelecimento e Revisão de Planos de Segurança de TIC

Terceiras Partes Responsáveis pela Segurança de TIC para Organizações Governamentais

Computer Security Resource Centre (CSRC), National Institute of Standards and Technology (NIST), US Department of Commerce, USA

COSO Gestão e Controlo do Risco das Organizações

CIO, CEO, CFO, CxOs, Utilizadores e Auditores Internos

Committee of Sponsoring Organizations of the Tradeway Comission (COSO), USA

TABELA 3: REFERÊNCIAS INTERNACIONAIS E PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS ASSOCIADAS20

A seguir serão detalhadas algumas dessas referências.

20 Disponível em: http://www.sinfic.pt/SinficNewsletter/sinfic/Newsletter15/Dossier3.COBIT.html Acesso em 15/05/2008.

Page 72: Monografia Adauto2008

57

2.3.1 OS PADRÕES PARA DESENVOLVIMENTO DE SOFTWARE

FIGURA 6: RELACIONAMENTOS ENTRE ISO/IEC 12207, ISO/IEC 15504, CMMI E

MPS.BR21

O Manual de Auditoria do TCU (1998) traz, a partir da página 29, um ROTEIRO

PARA AVALIAÇÃO DOS CONTROLES DE SISTEMA, aparentemente aderente aos

padrões ilustrados na figura acima, pois está subdividido em controles:

� gerais,

� organizacionais,

� de projeto, desenvolvimento e modificação de sistemas,

� de segurança,

� aplicativos,

� da entrada de dados,

� de processamento de dados,

� da saída de dados,

e nas avaliações abaixo:

� extensiva dos controles de sistema,

21 Alves (2007)

Page 73: Monografia Adauto2008

58

� moderada dos controles de sistema e

� reduzida dos controles de sistema.

Segundo Machado [MACHADO01], a globalização da economia vem influenciando as empresas produtoras e prestadoras de serviços de software a alcançar o patamar de qualidade e produtividade internacional para enfrentarem a competitividade cada vez maior. A norma internacional NBR ISO/IEC 12207 – Tecnologia da Informação – Processos de Ciclo de Vida de Software [ISO12207: 97] é usada como referência em muitos países, inclusive no Brasil, para alcançar esse diferencial competitivo. (NOGUEIRA, 2003).

A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), por meio do Programa de

Software Padrão da Organização (PSPO), também incorporou os requisitos

propostos nestes padrões e normas e os vem implantando nos novos

desenvolvimentos internos, bem como nos testes de homologação das novas

aquisições de software.

2.3.2 LEI SARBANNES-OXLEY

A Lei Sarbanes-Oxley, elaborada pelos senadores norte-americanos que lhe deram

o nome, se propõe a permitir ao investidor a possibilidade de confiar nas

companhias em que investe. Isso exige que as empresas pratiquem (e demonstrem)

boas práticas corporativas, que envolvem três componentes principais:

a) Procedimentos efetivos de Governança Corporativa;

b) Penalidades por mau comportamento por parte da companhia e por parte do

mercado, imposição de leis civis e criminais;

c) Cultura de ética profissional.

Principais Seções

a) Seção 404 – Avaliação dos Controles Internos;

b) Seção 302 – Comunicação de Irregularidades e Atos Ilegais;

c) Seção 208 – Restrição a Serviços Prestados pela Auditoria.

Também no Brasil, o problema da fraude afetou, entre outros inclusive, o patrimônio

dos fundos de pensão que, atraídos pela oferta de elevada rentabilidade das

Page 74: Monografia Adauto2008

59

aplicações, investiram com risco excessivo e viram suas expectativas de ganhos

virarem fumaça, no caso do Banco Santos, que pagava juros acima da média do

mercado (marcação ao mercado) para assegurar um bom retorno para as

aplicações.

2.3.3 O PADRÃO FINANCEIRO - BASILÉIA

Especificamente no contexto bancário (BCB, 1997), há o padrão consensado pelos

representantes das principais instituições financeiras mundiais, na cidade de

Basiléia, na Suíça, cujo escopo consiste basicamente em 25 Princípios básicos

indispensáveis para um sistema de supervisão realmente eficaz.

Os Princípios referem-se a:

� Precondições para uma supervisão bancária eficaz - Princípio 1;

� Autorizações e estrutura - Princípios 2 a 5;

� Regulamentos e requisitos prudenciais - Princípios 6 a 15;

� Métodos de supervisão bancária contínua - Princípios 16 a 20;

� Requisitos de informação - Princípio 21;

� Poderes formais dos supervisores - Princípio 22, e

� Atividades bancárias internacionais - Princípios 23 a 25.

O Comitê de Supervisão Bancária da Basiléia (Basle Committee on Banking

Supervision) congrega autoridades de supervisão bancária e foi estabelecido pelos

Presidentes dos bancos centrais dos países do Grupo dos Dez (G-10), em 1975.

É constituído por representantes de autoridades de supervisão bancária e bancos

centrais da Bélgica, Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Luxemburgo,

Holanda, Suécia, Suíça, Reino Unido e Estados Unidos. Normalmente se reúne no

Banco de Compensações Internacionais, na Basiléia, Suíça, onde se localiza sua

Secretaria permanente.

Page 75: Monografia Adauto2008

60

Adicionalmente, o documento contém explanações sobre os vários métodos que os

supervisores podem adotar para implantação dos Princípios. As agências nacionais

devem aplicar os Princípios na supervisão de todas as organizações bancárias

dentro de suas jurisdições.

Os Princípios são requisitos mínimos e, em muitos casos, poderão requerer

suplementação mediante outras medidas definidas para atender a condições e

riscos particulares nos sistemas financeiros de cada país, individualmente.

Os Princípios Essenciais da Basiléia se apresentam como referência básica para

órgãos supervisores e outras autoridades públicas em todos os países e

internacionalmente.

As autoridades supervisoras, muitas das quais buscam ativamente fortalecer seus

atuais sistemas de supervisão, devem usar o documento anexo para revisar seus

atuais procedimentos e para iniciar um programa voltado para reduzir quaisquer

deficiências, com a agilidade que a competência formal de cada um permitir.

Os Princípios foram concebidos para serem amplamente seguidos por supervisores

locais, por grupos regionais de supervisão e pelo mercado. O papel do Comitê da

Basiléia, juntamente com outras organizações interessadas, será o de monitorar o

progresso dos países na implantação dos Princípios.

Sugere-se que o FMI, o Banco Mundial e outras organizações interessadas usem os

Princípios na assistência individual aos países, para o fortalecimento de seus

procedimentos de supervisão, combinando com ações que visem promover,

sobretudo, a estabilidade macroeconômica e financeira.

A implantação dos Princípios será revista e avaliada na Conferência Internacional de

Supervisores Bancários, em Outubro de 1998, e, a partir daí, a cada dois anos.

Page 76: Monografia Adauto2008

61

2.3.4 O PADRÃO DE AVALIAÇÃO DOS CONTROLES INTERNOS

Em 1992, o Comitê das Organizações Patrocinadoras da Comissão Treadway

(COSO®)22 emitiu o documento Controle Interno: uma metodologia integrada

(Internal Control - Integrated Framework), cujos objetivos eram estabelecer uma

definição comum de controle interno e prover um padrão para ajudar os profissionais

de auditoria a acessar sistemas de controle e determinar como melhorá-los.

O COSO definiu controle interno como sendo:

Um processo, efetuado pelo corpo diretivo de uma entidade, seus gestores e demais colaboradores, designados para prover razoável segurança relativamente ao atingimento dos objetivos nas seguintes categorias: Efetividade e Eficiência das operações, Confiabilidade dos relatórios financeiros e Conformidade com leis e regulamentos aplicáveis. (LINDOW, 2002).

O COSO afirma que o controle interno consiste de cinco componentes inter-

relacionados que derivam da maneira como os gestores tocam o negócio e estão

integrados no processo gerencial:

1. Ambiente de Controle

O tom da organização influencia a consciência de controle de seu pessoal.

Exemplos incluem a integridade, os valores éticos e a competência dos empregados;

a filosofia gerencial e estímulos do corpo diretivo.

2. Gerenciamento de Risco

Identificação e análise de riscos relevantes para o atingimento dos objetivos

corporativos, determinação de como tais riscos devem ser gerenciados e

implantação de um processo de endereçamento de riscos associado à mudança.

3. Atividades de Controle

Políticas, procedimentos e processos que ajudem a assegurar que uma companhia

concretize diretrizes gerenciais. Exemplos incluem aprovações, verificações,

22 Copyright © 2006 by ISACA

Page 77: Monografia Adauto2008

62

reconciliações, revisões do desempenho operacional, segurança dos ativos e

segregação de funções.

4. Informação e Comunicação

A comunicação se dá dentro da companhia e com partes externas relacionadas, tais

como: clientes, órgãos reguladores e acionistas.

Por exemplo: relatórios que contenham dados operacionais, de conformidade ou

financeiros, ou que compartilhem idéias ou eventos por meio de linhas de negócios

são gerados a partir de sistemas de informação.

FIGURA 7: RELACIONAMENTOS ENTRE INFORMAÇÃO E ATORES INTERESSADOS23

5. Monitoramento

Acessando a qualidade dos sistemas de controle interno da companhia por meio de

monitoramento contínuo das atividades dentro das unidades de negócio e de uma

avaliação independente pelos auditores dos controles existentes.

Este aspecto do acesso continuado ao estado dos controles é especialmente

relevante ao tema desta monografia.

23 Ferreira, L. E. A et. al. Entendendo o COSO. GRA Campinas - SP

Page 78: Monografia Adauto2008

63

É neste contexto que se inserem as possibilidades reais de automatização do

processo de auto-auditoria, a partir das ferramentas (algumas já citadas) de:

• Business Intelligence (BI),

• Balance ScoreCard (BSC) ; e

• Extração, Transformação e Carga (ETL) de dados.

Tal acesso deverá ser provido, preferencialmente, a partir do repositório Data

Warehouse (DW) disponível no escopo da arquitetura dos sistemas integrados de

informações gerenciais (ERP).

Business Intelligence é uma solução em que todos os dados importantes armazenados na empresa são filtrados e distribuídos de uma forma mais adequada e de fácil acesso, para diversos componentes da organização. Em outras palavras, através do Business Intelligence, os dados transacionais da empresa, geralmente espalhados por vários sistemas, são transformados em informação útil para tomada de decisões.

A solução em BI trabalha em conjunto com todas as ferramentas de Gestão de Negócio, como ERP, CRM, SUPPLY CHAIN, E-COMMERCE, E-BUSINESS e outras, além de envolver conceitos de tratamento de base de dados como data WAREHOUSE, DATA MART, e também conceitos voltados à gestão empresarial, como BALANCED SCORECARD e custo baseado em atividades24.

O DW é um repositório dos dados da organização e tem um enorme potencial,

quando colocado à disposição dos gestores, em geral, e dos auditores, em

particular.

Devidamente explorado, com o auxílio de tecnologias e métodos adequados, este

instrumento propiciará o tratamento seletivo e qualitativo das informações críticas da

organização.

Paralelamente, metodologias consagradas de gerenciamento de projetos, tais como

PMBoK©25, estabelecem a necessidade de definição de pontos de controle

(milestones) que devem ser continuamente monitorados, com vistas a assegurar o

cumprimento de prazos e a correta precedência entre as atividades, por meio da

definição de prioridades via caminho crítico (PERT/CPM), além de várias

24 http://www.prosperi.com.br/paginas/bus.htm Acesso em 07/02/2008 às 10h40min. 25 Marca registrada do Project Management Institute (PMI)

Page 79: Monografia Adauto2008

64

informações adicionais indispensáveis à tempestiva intervenção gerencial rumo à

eficácia empresarial.

2.3.5 O PADRÃO PARA GOVERNANÇA DE TI

FIGURA 8: O CUBO COBIT®26

O padrão Control Objectives for Information Technology (CobIT) define 34 áreas de

PROCESSOS de TI, agrupados em quatro DOMÍNIOS:

• PO - Planejamento e Organização;

o A estratégia dos negócios e a TI estão alinhadas?

o A empresa alcança o uso ótimo dos seus recursos?

o Todos na organização compreendem os objetivos de TI?

o Os riscos são compreendidos e gerenciados?

o A qualidade dos sistemas é apropriada às necessidades dos negócios?

• AI - Aquisição e Implantação;

o Os novos projetos são adequados para entregar soluções que atendam às necessidades dos negócios?

26 Copyright © by ISACA.

Page 80: Monografia Adauto2008

65

o Os novos projetos são adequados em termos de prazos e orçamento?

o Os novos sistemas funcionarão adequadamente quando forem implantados?

o As mudanças serão feitas sem atrapalhar a operação dos negócios atuais?

• DS - Entrega e Suporte

o Os serviços de TI são entregues alinhados aos requisitos e prioridades dos negócios?

o Os custos de TI são otimizados?

o A força de trabalho está apta a utilizar os sistemas de TI de forma produtiva e segura?

o Os requisitos de qualidade estão adequados: confidencialidade, integridade e disponibilidade?

• M – Monitoramento

o O desempenho da TI pode ser mensurado e os problemas podem ser detectados antes que seja demasiado tarde?

o A vigilância independente é necessária para assegurar que áreas críticas estejam operando como se espera?

O framework CobIT 4.0 busca orientar a implantação de um sistema padrão de 214

OBJETIVOS DE CONTROLE, adequados para o ambiente de TI, ou seja, o

ferramental para a implantação, a execução e o acompanhamento da

GOVERNANÇA DE TI nas organizações.

Adota os seguintes PRINCÍPIOS:

• Direção e Controle

• Responsabilidades (Matriz RACI27)

• Prestação de Contas

• Atividades

Qual é a diferença entre o COBIT e o COSO?

Ambos os frameworks são instrumentos complementares na consecução da

governança corporativa, cuja diferença básica consiste principalmente na finalidade:

• COBIT: tem por finalidade o controle das atividades pelo gestor de TI.

27 R=Report to A=Accountable to C=Check I=Inform to.

Page 81: Monografia Adauto2008

66

• COSO: tem por finalidade sistematizar os processos de Auditoria, inclusive

remetendo ao COBIT os processos de Auditoria de TI.

FIGURA 9: PROCESSO GERAL DE AUDITORIA

Na figura acima, em termos gerais, tem-se um diagrama esquemático do processo

de auditoria, partindo-se da definição dos requisitos de auditoria, da estrutura dos

controles e da observação de como estes controles são implantados, para uma

diretriz genérica de auditoria.

Tal diretriz genérica contempla etapas tais como a identificação, avaliação e testes

dos processos, de seus controles internos e a definição de responsabilidades.

São reportadas as respectivas oportunidades de auditoria utilizando, em

combinação, diretrizes detalhadas e testes substantivos tanto mais quanto os

controles forem considerados insuficientes, precários ou mesmo inexistentes.

Conforme FERNANDES (2004), o framework COBIT tem, ainda, como ESCOPO

sistematizar o instrumental que viabilize respostas às seguintes questões:

a) Quão longe se deve ir ao controle da TI?

Page 82: Monografia Adauto2008

67

b) O custo do controle justifica os benefícios?

c) Quais os fatores críticos de sucesso da organização?

d) Quais os riscos de não alcance dos objetivos?

e) Quais as melhores práticas?

f) Como nos comparamos com outras organizações?

g) Qual estratégia de melhoria adotar?

Para tanto, busca-se priorizar:

a) alinhamento estratégico;

b) entrega de valor;

c) gerenciamento de riscos;

d) gerenciamento de recursos;

e) monitoração de desempenho (performance);

f) estrutura (framework) de controle – características;

g) foco no negócio;

h) orientado aos processos;

i) padrão aceito (realidades práticas);

j) linguagem (terminologia) comum;

k) requisitos regulatórios;

l) benefícios da governança;

m) confiança da alta administração;

n) TI + comprometimento com o negócio;

o) retorno sobre os investimentos (ROI) maior;

p) serviços confiáveis;

q) mais transparência.

Os Critérios de Informação ou Requisitos de Negócio são:

a) Processos: conjunto de atividades correlatas aos insumos ofertados com vistas à

consecução dos resultados demandados;

b) Recursos: insumos necessários como pessoal, matéria prima, dinheiro, etc.;

c) Aplicações: sistemas específicos para automatização de uma determinada

função ou atividade;

d) Informação: significado relevante obtido a partir de um ou mais dados

relacionados;

Page 83: Monografia Adauto2008

68

e) Infra-estrutura: conjunto de elementos físicos (hardware) necessário a

determinadas operações;

f) Pessoas: indivíduos com perfis habilitados ao desempenho profissional

adequado às atribuições pertinentes.

Os Critérios de Informação são:

a) Requisitos de qualidade;

b) Qualidade;

c) Custo;

d) Entrega.

Os Requisitos Fiduciários são:

a) Eficácia e eficiência: Eficácia tem a ver com os fins e é o atingimento assertivo do

resultado almejado no prazo. Eficiência tem a ver com os meios e é a utilização

ótima dos recursos, ou seja, fazer mais com menos;

b) Confiabilidade: grau de segurança de que o dado ofertado corresponde ao dado

demandado;

c) Conformidade: grau de adesão às Leis, normas, orientações, etc.

Os Requisitos de Segurança são:

a) Confidencialidade: controle do acesso, conferindo-o apenas àqueles usuários

formalmente autorizados;

b) Integridade: grau de completude e de unicidade da informação;

c) Disponibilidade: grau de estabilidade do acesso à informação.

Os Requisitos de Negócio são:

a) Eficiência;

b) Eficácia;

c) Confidencialidade;

d) Conformidade;

e) Confiabilidade;

f) Integridade;

g) Disponibilidade.

Page 84: Monografia Adauto2008

69

Conforme GHERMAN, O Modelo de Governança é constituído por componentes

associados, que tornam TI um habilitador do negócio.

Componentes do modelo:

� Fatores Críticos de Sucesso (CSFs - Critical Success Factors) - O que há de

mais importante a ser feito para permitir que uma tarefa ou processo sejam

concluídos;

� Indicadores de Meta (KGIs - Key Goal Indicators) - São os parâmetros utilizados

para reconhecer se o Processo alcançou as metas definidas (associadas aos

objetivos);

� Indicadores de Desempenho (KPIs - Key Performance Indicators) - Definem quão

bem é o desempenho do Processo, em direção ao que foi definido como objetivo.

A figura abaixo correlaciona esses elementos.

FIGURA 10: TI COMO HABILITADOR DO NEGÓCIO

Page 85: Monografia Adauto2008

70

2.3.6 OS PADRÔES DE SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO

Ao longo da história, desde a mais remota antigüidade, o ser humano vem buscando

controlar as informações que julga importantes.

Conforme relaciona SCHNEIER (2001), na antiga China a própria linguagem escrita

era usada como uma forma de criptografia na medida em que somente as classes

superiores podiam aprender a ler e a escrever.

Outros povos, como os egípcios e os romanos deixaram registrado na história sua

preocupação com o trato de certas informações, especialmente as de valor

estratégico e comercial.

Com a Segunda Guerra Mundial, a questão da segurança ganhou uma nova

dimensão, na medida em que sistemas automáticos, eletromecânicos foram criados

tanto para criptografar como para efetuar a cripto-análise e quebrar a codificação.

Já SOLMS, (1998) apud CASANAS (2001), explicita o esforço do qual resultaram a

ISO17799 e a Norma ABNT, que remontam a 1987 quando o departamento de

comércio e indústria do Reino Unido (DTI) criou um centro de segurança de

informações, o CCSC (Commercial Computer Security Centre).

O CCSC tinha entre suas atribuições a tarefa de criar uma norma de segurança das

informações para companhias britânicas que comercializavam produtos para

segurança de TI (Tecnologia da Informação) através da criação de critérios para

avaliação da segurança Outro objetivo do CCSC era a criação de um código de

segurança para os usuários das informações.

Com base nesse segundo objetivo, em 1989 foi publicada a primeira versão do

código se segurança, denominado PD0003 - Código para Gerenciamento da

Segurança da Informação. Em 1995, esse código foi revisado e publicado como uma

norma britânica (BS), a BS7799:1995. Em 1996, essa norma foi proposta ao ISO

para homologação mas foi rejeitada (...)

Page 86: Monografia Adauto2008

71

HEFFERAN, 2000 apud CASANAS et al, 2001, afirma que uma segunda parte desse

documento foi criada posteriormente e publicada em novembro de 1997 para

consulta pública e avaliação. Em 1998, esse documento foi publicado como BS7799-

2:1998 e, após revisado, foi publicado junto com a primeira parte em abril de 1999

como BS7799:1999.

Novamente CASANAS cita SOLMS relatando que, em 1998, a lei britânica,

denominada “Ato de Proteção de Dados”, recomendou a aplicação da norma na

Inglaterra, o que viria a ser efetivado em 1o de março de 2000.

Ao longo de seu desenvolvimento, a norma foi sendo adotada não só pela Inglaterra

como também por outros países da Comunidade Britânica, tal como Austrália, África

do Sul e Nova Zelândia.

A ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), operando em sintonia com a

ISO e atenta às necessidades nacionais quanto à segurança da informação,

disponibilizou o projeto na versão brasileira da norma ISO para consulta pública e

posterior votação e publicação.

A parte “1” desse documento foi levada à ISO e proposta para homologação pelo

mecanismo de "Fast Track" para um trâmite rápido, pois normalmente, uma norma

leva até cinco anos para ser avaliada e homologada pela ISO.

Em outubro de 2000, na reunião do comitê da ISO em Tóquio, a norma foi votada e

aprovada pela maioria dos representantes.

Os representantes dos países do primeiro mundo, excetuando a Inglaterra, foram

contrários à homologação, mas, sob votação, venceu a maioria, e a norma foi

homologada como ISO/IEC 17799:2000 em 01 de dezembro de 2000.

Objetivos e Abrangência

O objetivo fundamental da norma ISO e da norma brasileira, nela baseada, é assegurar a continuidade e minimizar o dano empresarial, prevenindo e minimizando o impacto de incidentes de segurança. (ISO/IEC 17799:2000).

Percebe-se que, antes mesmo da publicação do documento oficial, as empresas

brasileiras se anteciparam no sentido de preparar suas estruturas para implantação

dos itens que compõem a norma.

Page 87: Monografia Adauto2008

72

Tal procedimento justificava-se na medida em que as empresas mudavam seu

comportamento quanto à questão da segurança da informação, premidas pelo risco

crescente de roubos e ataques a seus sistemas.

Por outro lado, compreenderam que as normas ISO e ABNT eram o resultado de um

esforço internacional que consumiu anos de pesquisa e desenvolvimento para se

obter um modelo de segurança eficiente e universal.

Os Capítulos que compunham a Norma original eram os seguintes:

1 – Objetivo;

2 - Termos e definições;

3 - Política de segurança;

4 - Segurança organizacional;

5 - Classificação e controle dos ativos de informação;

6 - Segurança em pessoas;

7 - Segurança ambiental e física;

8 - Gerenciamento das operações e comunicações;

9 - Controle de acesso;

10 - Desenvolvimento de sistemas e manutenção;

11 - Gestão de continuidade do negócio;

12 – Conformidade.

A ISO17799 cobria os mais diversos tópicos da área de segurança, possuindo mais

de 100 controles que deveriam ser atendidos para assegurar a segurança das

informações de uma empresa, de forma que a obtenção da certificação pode ser um

processo demorado e muito trabalhoso, consistindo num desafio para as empresas.

Em contrapartida, a certificação é uma forma bastante clara de mostrar à sociedade que a empresa dá à segurança de suas informações e de seus clientes a importância que merecem, de tal forma que se espera que em poucos anos todas as grandes empresas terão aderido à norma e obtido suas certificações como forma de não só assegurar sua sobrevivência, mas também como parte do marketing de suas imagens junto ao público e como mais um fator diferencial de competitividade no mercado. (...)

Page 88: Monografia Adauto2008

73

Segurança da Informação conforme definido pela ISO/IEC 17799:2000, é a proteção contra um grande número de ameaças às informações, de forma a assegurar a continuidade do negócio, minimizando danos comerciais e maximizando o retorno de investimentos e oportunidades. A segurança da informação é caracterizada pela preservação dos seguintes atributos básicos:

• Confidencialidade: segurança de que a informação pode ser acessada apenas por quem tem autorização.

• Integridade: certeza da precisão da informação. • Disponibilidade: garantia de que os usuários autorizados

tenham acesso a informação e aos recursos associados, quando necessário.

A preservação desses atributos constitui no paradigma básico da Norma Internacional para Gerenciamento da Segurança da Informação, a ISO17799 e de toda a ciência da Segurança da Informação. (CASANAS et al, 2001).

Na seqüência, a nova Norma28 ABNT NBR ISO/IEC 27002:2005 (antiga ABNT NBR

ISO/IEC 17799:2005) apresenta um Código de Prática para a Gestão da Segurança

da Informação e a Norma ABNT NBR ISO/IEC 27001:2006 Sistemas de Gestão de

Segurança da Informação: Requisitos é bem abrangente, pretendendo contemplar

todos os aspectos da segurança da informação.

� ISO 27002 (BS17799): Code of Practice for Information Security Management;

� ISO 27001: Information Security Management Systems – Requirements.

Como sugerem os títulos originais29, a ISO 27002 é um "código de práticas" e a ISO

27001 é um conjunto de "requisitos para sistemas de gestão de segurança da

informação". Na primeira, não há obrigatoriedade de serem seguidas as

recomendações. Para a outra (ISO 27001), no entanto, todos os itens do item 4.2 são

obrigatórios.

Outra questão é a certificação, pois não é possível certificar ISO 17799, apenas ISO

27001. Há a certificação BS 7799 (part1) que é a versão inglesa (British Standard) e

fonte da ISO 17799. No entanto, não há certificação BS 7799 (part2), mas há a

certificação ISO 27001.

28 Disponível em: http://www.abnt.org.br/m3.asp?cod_pagina=1132 Acesso em 10/02/2008. 29 Disponível em: http://www.istf.com.br/vb/archive/index.php?t-10162.html Acesso em 12/05/2008.

Page 89: Monografia Adauto2008

74

A ISO 27001 é uma norma para gerenciar segurança na corporação, ou seja, criar

um sistema de segurança (SGSI) dentro da empresa, o que em nenhum momento

garante segurança.

Com um sistema desses implantado consegue-se visualizar o problema de

segurança muito mais facilmente. Nesta norma estão contidos controles de

segurança.

Por exemplo, o controle: a.9.1.1 é perímetro de segurança física, o que quer dizer

que as áreas de segurança que o Security Officer, o gestor, e/ou o diretor definirem

como sendo de segurança devem ser protegidas por meio de barreiras lógicas ou

físicas.

Para restringir as possibilidades de interpretações díspares, a ISO 17799 contem

todos os controles que tem na ISO 27001, enriquecidas com explicações e exemplos

de implantação.

Interessante acrescentar também que os controles não são correlacionados, ou seja,

um controle que na ISO 27001 é o número 10, não tem correspondência direta na

ISO 17799, até porque as duas normas tem revisão em times diferentes.

Pode-se dizer que a ISO 17799 está contida na ISO 27001 que, porém, a sobrepuja

por abranger outras normas ISO.

Por exemplo: a ISO 15408 (segurança no desenvolvimento). O que não quer dizer

que ao ser atendida a norma ISO 27001, em 100%, será atendida a ISO 15408 ou o

ITIL, que também é contemplado nessa ISO, onde essas metodologias "emprestam"

seus controles.

Por exemplo, na ISO 27001, o controle a.10.3.2 (aceitação de sistemas), ou seja,

homologação, não tem todas as informações que se encontram na ISO 15408. Isso

indica uma nova tendência das normas ISO, que é a convergência em um ponto,

resultado de várias interseções (com outras ISO).

Portanto, audita-se Segurança com base na ISO 27001, o que não quer dizer que um

serviço de auditoria não utilize a ISO 17799 como referência ou "tira-dúvidas" do

controle.

Page 90: Monografia Adauto2008

75

O selo 27001, contem um descritivo do escopo, ou seja, quando uma empresa fala

que é certificada ISO 27001. Portanto leia-se o selo, pois a Empresa pode ser

certificada apenas no CPD, ou na sala de XEROX. Quanto aos custos, a obtenção do

selo 27001 varia de acordo com o órgão certificador.

Não há nada tabelado e tudo é acordado. Por exemplo, a empresa certificadora (que

emite o selo) pode não arcar com os custos de viajem ou hospedagem do Auditor,

porém se acordado, tudo é negociável.

2.3.7 PADRÃO DE MATURIDADE ORGANIZACIONAL EM GERENCIAMENTO DE PROJETOS

(OPM3) 30

OPM3® é um padrão distinto de outros modelos de maturidade contemporâneos. O

sítio WEB combinado com o livro oferecem uma abordagem abrangente, ajudando

as organizações a avaliar e desenvolver sua habilidade para entregar projetos com

êxito, de forma coerente e previsível.

OPM3 oferece a chave para a maturidade no gerenciamento de projetos

organizacionais com três elementos inter-relacionados:

a) conhecimento;

b) avaliação;

c) aprimoramento.

O elemento CONHECIMENTO, encontrado no sítio WEB e no livro que acompanha

os Fundamentos de Conhecimento do OPM3, permitirá às organizações a

descoberta de centenas de melhores práticas e lhes mostrará como usar a

informação disponível em OPM3.

O elemento AVALIAÇÃO é uma ferramenta de base de dados interativa acessível no

sítio WEB que permitirá às organizações avaliarem sua situação atual e identificar

áreas que precisem ser melhoradas.

30 Tradução livre a partir da URL http://opm3online.pmi.org/Overview.aspx acessada às 17h: 40min em 17/10/2007.

Page 91: Monografia Adauto2008

76

Se uma organização decidir embarcar no caminho para uma maturidade superior, o

elemento APERFEIÇOAMENTO, também acessível no sítio WEB como uma base

de dados, ajudará a mapear os passos necessários para o alcance de seus

objetivos.

Além da metodologia PRINCE referida anteriormente, o Guia para o Corpo de

Conhecimento de Gerenciamento de Projetos (PMBOK® Guide) também oferece

valiosos recursos, dos quais nenhuma organização deve prescindir.

OPM3 ajudará as organizações a alinhar a conclusão de projetos bem sucedidos

aos seus objetivos estratégicos e compreenderá seu nível de maturidade

organizacional em gerenciamento de projetos.

O mais importante para as organizações que desejam aperfeiçoar seu nível de

maturidade organizacional em gerenciamento de projetos, é que OPM3 provê

orientação para ajudar as organizações a planejar seus projetos, no sentido de

aprimorar sua maturidade, enquanto preserva recursos.

Benefícios do Padrão OPM3

1. Avançar objetivos estratégicos

OPM3 provê um caminho para o avanço dos objetivos estratégicos de uma

organização por meio da aplicação dos princípios e práticas de gerenciamento de

projetos, ligando o abismo entre a estratégia e os projetos individuais.

2. Compreensão das Melhores Práticas

OPM3 provê um corpo abrangente de conhecimento recomendando o que constitui

as Melhores Práticas dentro do gerenciamento dos projetos organizacionais.

3. Identificar a maturidade:

OPM3 assiste uma organização com a identificação de qual é a situação atual da

maturidade organizacional em gerenciamento de projetos e, ainda, forma uma base

de decisão quanto a perseguir ou não o aprimoramento por Estágio e Domínio.

Page 92: Monografia Adauto2008

77

4. Planejar atividades de aprimoramento:

OPM3 assiste às organizações com a priorização e planejamento das atividades que

devem suportar o processo decisório.

Possibilidades OPM3

1. Gerenciamento de Desempenho

OPM3 facilitará o desenvolvimento de capacidades que ajudarão os usuários e suas

organizações a navegar o processo de gerenciamento de desempenho ao longo do

tempo.

2. Expansão da Linguagem

O conceito de maturidade organizacional em gerenciamento de projetos expandirá o

léxico da ciência de gerenciamento.

3. Oportunidades para o diálogo

OPM3 criará novas oportunidades para diálogo entre os profissionais de

gerenciamento.

2.3.8 O PADRÃO PARA GERENCIAMENTO DE RISCOS (ERM)

Além do M_o_R referido anteriormente, o modelo Evaluation Risk Management

(ERM) do ISACA/ITGI também documenta a abordagem de gerenciamento de riscos

da organização. Há cinco principais componentes do Modelo:

1. Fundamentação dos Riscos (Risk Foundation):

a) articular e abordar a política ERM da organização;

b) determinar e atualizar as orientações de risco;

c) estabelecer papéis e responsabilidades de alto nível;

d) prover relatórios e diretrizes de comunicação dos riscos.

Page 93: Monografia Adauto2008

78

2. Identificação dos Riscos (Risk Identification):

a) identificar e monitorar riscos emergentes e existentes que tenham algum

impacto na estratégia da organização;

b) executar entrevistas, supervisão, etc. para identificar riscos;

c) atualizar o modelo de riscos e suas definições;

d) identificar e comunicar oportunidades disponíveis.

3. Controle de Riscos (Risk Assessment):

a) priorizar riscos baseado em impacto e semelhança;

b) identificar riscos de elevada prioridade confrontados pela organização;

c) reportar os riscos de elevada prioridade ao CEO e ao Conselho.

4. Resposta aos Riscos (Risk Response):

a) identificar o proprietário do risco;

b) determinar a abordagem de resposta aos riscos;

c) executar análise da resposta aos riscos;

d) identificar as recomendações de resposta aos riscos;

e) obter aprovação para os planos de ação de resposta aos riscos.

5. Avaliação e Monitoramento (Evaluation & Monitoring):

a) monitorar o estado de implantação dos itens de ações de resposta aos riscos;

b) atualizar as respostas aos riscos, quando necessário;

c) avaliar periodicamente a efetividade do modelo ERM;

d) atualizar o modelo ERM, quando necessário.

2.3.9 O PADRÃO PARA GESTÃO DO CONHECIMENTO (GED E WORKFLOW)

A gestão do conhecimento é uma abordagem fundamental para a retenção do

capital intelectual das organizações, especialmente aquelas dependentes da

tecnologia da informação, cujos profissionais são sujeitos a um alto índice de

Page 94: Monografia Adauto2008

79

rotatividade (turnover), o que torna tais instituições altamente vulneráveis à perda de

conhecimento técnico específico e relevante à continuidade de seus processos.

Segundo BALDAM (2007), os principais benefícios da adoção das ferramentas de

Gestão Eletrônica de Documentos (GED) e Workflow são:

� Agrega valor de fato aos objetivos da organização.

� Possui maior aceitação, apoio e fluidez para expandir a solução.

� Possui aderência imediata para que todos os colaboradores ajudem na

gestão e ainda sejam beneficiados com isso.

� Estar alinhado ao propósito das organizações.

� Estar informado de como proceder para garantir recursos.

� Poder auditar processos para saber se o Gerenciamento de Documentos

atende à demanda ou se há falhas a serem corrigidas ou ainda melhorias a

propor.

Neste sentido, além dos citados até aqui como essenciais, convém considerar

padrões internacionais de referência em termos de documentação. Portanto, não

menos importantes são os padrões relativos à documentação das bibliotecas

eletrônicas, cuja referência internacional segue abaixo:

A combinação destes dois fatores torna o ambiente propício à elaboração e à publicação da Norma Internacional ISO 11620 - Indicadores de Desempenho para bibliotecas tradicionais (ISO, 1998, 2003a) e, posteriormente, da Norma Internacional ISO 20983 – Indicadores de Desempenho para bibliotecas eletrônicas (ISO, 2003b). Salienta-se aqui o fato de que, após o surgimento da Norma Internacional ISO 11620, ficou muito claro o fato de que a referida norma não atendia as exigências impostas por uma nova ordem de bibliotecas: as bibliotecas eletrônicas. Para amenizar este problema, a União Européia auspiciou o denominado Projeto EQUINOX (EQUINOX, 1999; BROPHY et al, 2000; BROPHY et al, 2001 Apud ROZADOS, 2005).

Ainda conforme BALDAM, os fatos atestam que:

� Parece ser consenso, tanto dentro como fora do Brasil, que há escassez de

recursos para arquivos permanentes.

Page 95: Monografia Adauto2008

80

� A maioria do pessoal que trabalha somente com arquivos não trabalha em

nível de visão de negócio.

� Os investimentos para este serviço não tem retorno financeiro, salvo

exceções.

� Os investidores preferem outro tipo de abordagem.

� A maioria dos documentos de que precisamos são recentes.

Conseqüências desta abordagem no gerenciamento de arquivos intermediários e

permanentes:

� Haverá folga de equipamentos, pois os equipamentos têm de ser projetados

para períodos de pico.

� As tecnologias envolvidas “engolem”, com muita sobra de características

técnicas, as soluções de arquivos intermediários e permanentes.

� A maior preocupação do passado que era custos com mídias digitais e a

perenidade das mesmas não tem mais fundamentos hoje.

� Os trabalhos já possuirão aceitabilidade e mesmo documentos ainda não

digitalizados dos arquivos permanentes podem ser feitos sob demanda. Ou

seja, o usuário sempre terá seu documento de forma eletrônica.

Page 96: Monografia Adauto2008

81

3. CONTEXTO ATUAL

3.1 TENDÊNCIAS TECNOLÓGICAS

Segundo Artigo assinado por SOARES, E. (2007), os investimentos em segurança

da informação apresentam-se crescentes, assegurando maior confiabilidade aos

usuários da Internet:

O aumento da confiança dos brasileiros nas transações pela internet contribui para o avanço das vendas on-line. Em 2006, mais de 6,5 milhões de pessoas compraram pela internet. Atualmente, são altos os investimentos realizados em segurança. A utilização de eficazes sistemas contra fraudes aumentou o índice de confiabilidade na rede de tal maneira que, até mesmo, o governo estimula a transferência de dados sigilosos pela internet. (SOARES, E., 2007).

Por fim, o trabalho dos Correios também pode ser considerado um dos propulsores

do comércio on-line nacional. Em entrevista à revista Época, de 16/6/2007, o

presidente da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico, Sr. Manuel Mattos,

afirmou:

Os Correios deixaram de ser uma empresa que só entrega correspondências para virar uma das mais importantes empresas de logística do mundo. (ECT, 2007).

Em tal contexto, ainda segundo nos relata SOARES, E. (2007), as tendências

tecnológicas do cenário para o futuro próximo são identificadas a partir do aumento

das ameaças cibernéticas e as necessidades de adequação às novas

regulamentações que pedem adoção das melhores práticas de gestão em TI,

obrigando as organizações a investir mais em sistemas de Segurança da Informação

(SI).

Entre as novidades estão os sistemas integrados dotados de maior inteligência para

controlar a rede de ponta a ponta e barrar visitantes estranhos logo na porta de

entrada, evitando que eles se espalhem pelos computadores da empresa.

A nova safra traz ainda aplicações para colocar lacre nas portas USB e autenticar

dispositivos sem fio (Wireless) que acessam a companhia remotamente.

Page 97: Monografia Adauto2008

82

As seis tendências apontadas por uma pesquisa da IDC, que revelou que a América

Latina gastaria US$ 42 bilhões em TI só em 2007, representando um aumento de

12,8% sobre o montante de 2006, ou seja, quase o dobro da média mundial de

investimento projetada (6,7%), são:

3.1.1 VIRTUALIZAÇÃO

A América Latina caminha para o modelo Dynamic IT para aprender a usar melhor

sua infra-estrutura de hardware, software e serviços. Por isso a virtualização, que

permite processar vários sistemas operacionais em uma mesma máquina, é uma

das prioridades das companhias para 2007.

3.1.2 CONVERGÊNCIA

A tecnologia Voz sobre Internet Protocol (VoIP) ganhará espaço nas empresas de

médio porte. Outro serviço que terá destaque é o triple play, pacote que une banda

larga e telefonia fixa e móvel;

Arquitetura Orientada a Serviços (SOA) – Projetos saem da gaveta para suportar

aplicações de missão crítica dentro das grandes empresas.

3.1.3 OFFSHORE DE TI

A América Latina é considerada uma das opções das empresas internacionais para

prover serviços de tecnologia por causa do custo de mão-de-obra competitivo. O

Brasil é um dos candidatos a exportar serviços, principalmente para o segmento

financeiro, que é uma de suas habilidades.

3.1.4 INFORMAÇÃO INTELIGENTE

As empresas vão recorrer mais aos programas de Business Intelligence (BI) e

Business Process Management (BPM) para integrar informações que ajudam na

tomada de decisão.

Page 98: Monografia Adauto2008

83

3.1.5 SERVIÇOS GERENCIADOS

Estão em alta e estimou-se que iriam movimentar US$ 1 bilhão na América Latina

em 2007. O segmento será disputado pelas operadoras de telefonia, os

fornecedores de tecnologia e os provedores de rede.

Mais especificamente relacionadas a TI, afloram as seguintes tendências

preferenciais:

Quando perguntados para quais aspectos da gestão global de riscos de negócios as redes IP terão o papel mais crítico, 45,9% dos executivos brasileiros escolheram a alternativa ‘Assegurar o fluxo contínuo de informações operacionais para gerentes seniores em importantes áreas de risco’. Para 32,4% deles a opção mais relevante é ‘Viabilizar a monitoração contínua das atividades globais de logística, precavendo-se contra interrupções na cadeia de suprimento’. Em terceiro lugar, com 27% das respostas, vem ‘Dar suporte a planos de continuidade de negócios no caso de emergências.’ (AT&T, 2007).

Relativamente ao BI, o diretor de manufatura do SAS Institute, Ivan Pezzolli, diz que

a demanda por projetos de pesquisa operacional começa a ressurgir com a

consolidação do ciclo dos sistemas de gestão empresarial (ERPs).

Isso porque as empresas possuem todas as informações necessárias para

determinar as variáveis a serem estudadas.

O Business Intelligence (BI) também já é realidade em muitas empresas, então nós já temos relatórios prontos e datawarehouses com informações ricas a serem utilizadas. (...) A pesquisa operacional, mais o conceito que chamamos de Business Analytics é a evolução do BI (Pezzolli Apud LOPES, F., 2007).

Ainda, segundo PEZZOLLI, um grande problema é que, em muitas empresas,

alguns processos ainda estão somente na cabeça do programador, o que pode

impedir, inclusive, a continuidade do negócio.

Com a implantação de uma solução de pesquisa operacional, essa questão acaba se resolvendo, porque se cria uma formalização dos processos de decisão para que tudo fique devidamente exposto dentro da modelagem dos dados que precisa ser utilizada nas previsões e simulações. Isso acaba deixando a gestão da empresa muito mais transparente (Pezzolli Apud LOPES, F., 2007).

Page 99: Monografia Adauto2008

84

3.2 INTEGRAÇÃO DE FRAMEWORKS

Os Modelos Integrados de Gestão tem por objetivo possibilitar as diversas visões da

empresa nos níveis estratégico, tático e operacional, a saber: Organização, Dados,

Processos e Funções.

Consideradas as tendências e os padrões internacionais elencados anteriormente, o

Estado da Arte em Governança Corporativa será alcançado quando for possível, de

fato, a integração entre os diversos frameworks (COSO, COBIT, SOX, etc.) e sua

correspondência com os normativos internos e com os requisitos da legislação local

aplicável.

O IT Governance Institute (ITGI) já está atuando nessa direção, conforme se

depreende do cubo a seguir, cujo escopo busca justamente integrar os frameworks

COSO, COBIT e SOX:

INTEGRATING FRAMEWORKS (ITGI, 2007)

FIGURA 11: INTEGRAÇÃO DOS FRAMEWORKS

Page 100: Monografia Adauto2008

85

Conforme o ITGI (2007) a intenção é explicar, aos usuários de negócios e aos

gerentes de alto nível, o valor das melhores práticas de TI e como sua

harmonização, implantação e integração podem ser feitas de modo mais fácil.

Os direcionadores de Negócio e o uso das melhores práticas

As melhores práticas de TI tornaram-se significativas devido a um número de

fatores:

a) Os gestores de negócios e os Corpos Diretivos demandam melhores retornos

dos investimentos em TI, i.e., que a TI entregue o que os negócios precisam para

agregar valor para os acionistas;

b) Concernentes ao nível geralmente crescente das despesas com TI;

c) A necessidade de atender aos requisitos regulatórios para os controles de TI em

áreas como privacidade e relatórios financeiros (por exemplo: a Lei Sarbannes-

Oxley) e em setores específicos como finanças, farmacêuticos e de cuidados

com a saúde;

d) A seleção de provedores de serviço e do gerenciamento dos serviços

terceirizados e de aquisição;

e) Riscos crescentes e complexos relacionados a TI, como a segurança de redes;

f) Iniciativas de governança de TI que incluem a adoção dos frameworks de

controle e as melhores práticas para monitorar as atividades críticas de TI, com

vistas a aumentar o valor e reduzir riscos para os negócios;

g) A necessidade de otimizar custos pela adoção, onde seja possível, de padrões,

mais do que de abordagens especialmente desenvolvidas;

h) A maturidade crescente e a conseqüente aceitação dos frameworks melhor recomendados como ITIL®, CobIT®, ISO® 17799, ISO 9002, CMM®, Project in Controlled Environments (PRINCE), Managing Succesful Programs (MSP), Management of Risk (M_o_R®) and Project Management Body of Knowledge (PMBOK®);31

31 COPYRIGHT NOTICE. Copyright © 1997 CPA Journal's and/or its suppliers, 530 Fifth Avenue, New York,

NY 10036 U.S.A. All rights reserved. Vide também Aligning COBIT®, ITIL® and ISO 17799 for Business Benefit A Management Briefing from ITGI and OGC

TRADEMARKS. Microsoft, Windows, Windows NT, MSN, The Microsoft Network and/or other Microsoft products referenced herein are either trademarks or registered trademarks of Microsoft.

Page 101: Monografia Adauto2008

86

i) A necessidade das organizações acessarem o status do seu desempenho em

relação aos padrões geralmente aceitos em referência aos seus pares

(benchmarking);

j) Declarações de analistas recomendando a adoção das melhores práticas, por

exemplo: ferramentas frameworks fortes são essenciais para assegurar que os

recursos de TI estão alinhados com os objetivos de negócio da empresa, e que

os serviços e as informações atendem às necessidades de qualidade, fiduciárias

e de segurança.

CobIT e ITIL não são mutuamente exclusivos e podem ser combinados para prover

poderosas governança, controles e estruturas de melhores práticas no

gerenciamento dos serviços de TI.

As empresas que queiram colocar seu programa ITIL dentro do contexto de uma

estrutura de governança e de controle mais abrangentes devem usar CobIT.

Desafios Atuais

O crescimento no uso dos padrões e melhores práticas cria novos desafios e

demandas para guiar a sua implantação:

a) Criação da vigilância dos propósitos do negócio e dos benefícios dessas práticas;

b) Suporte ao processo decisório em que práticas usar e como integrá-las com as

políticas e procedimentos internos;

c) Formatação para atender a requisitos específicos da organização (GARTNER,

2002).

Melhores Práticas provêm muitos benefícios

Conforme o ITGI (2003), a adoção efetiva das melhores práticas pode prover muitos

benefícios, especialmente na área da tecnologia avançada e isto inclui:

� Evitar reinvenção da roda;

� Reduzir dependência dos especialistas em tecnologia;

Outros nomes de produtos e de empresas mencionados podem ser marcas registradas de seus respectivos proprietários, pelo que todos os direitos são reservados.

Quaisquer direitos não expressamente liberados no contexto são reservados.

Page 102: Monografia Adauto2008

87

� Incrementar o potencial para utilizar pessoal menos experiente, se

propriamente treinado;

� Tornar mais fácil a elevação da assistência externa;

� Superar feudos verticais e comportamentos de inconformismo;

� Reduzir riscos e erros;

� Aumentar a qualidade;

� Aumentar a habilidade para gerir e monitorar;

� Aumentar padronização levando a redução de custos;

� Aumentar a confiabilidade e a confiança dos gestores e parceiros;

� Criar respeito dos reguladores e outros revisores externos;

� Salvaguardar e prover valor.

A Aderência às melhores práticas também ajuda a fortalecer as relações entre

fornecedores e clientes, torna as obrigações contratuais mais fáceis de monitorar e

exigir e aumenta a posição de Mercado daqueles provedores de serviço vistos como

conformes com os padrões aceitos, tais como a BS 15000.

Estruturas Hierárquico-Funcionais

As empresas Estatais brasileiras, herdeiras de um legado autocrático militar,

mantêm-se ainda atreladas ao modelo funcional hierárquico e, embora pressionadas

pela realidade das mudanças conjunturais que exigem agilidade e flexibilidade nas

decisões, ainda são fortemente acopladas a uma cultura de defensividade funcional.

Esta postura tradicional tem se prestado como um recurso de manutenção de

pessoas representativas de interesses corporativos em estruturas organizacionais

hierarquizadas e burocratizadas, conseqüentemente, lentas e ineficientes, inclusive

na conclusão de importantes processos de apuração de responsabilidades.

Page 103: Monografia Adauto2008

88

A cultura organizacional é, também, fator determinante no resultado das ações e

projetos empresariais, pois pode comprometer ou viabilizar a estratégia empresarial

adotada.

Há, portanto, necessidade de se aferir o grau de maturidade em gerenciamento de

projetos, bem como o estilo estrutural da organização, previamente à implantação de

um Escritório de Projetos e à introdução de Soluções Integradas de Gestão

Empresarial.

Uma estrutura organizacional pode ser: funcional, matricial (que possui variações) e por projeto. De acordo com o tipo de estrutura funcional, a disponibilidade de recursos será limitada, bem como a autoridade do gerente de projetos. (PMA®32, 2005).

Pode-se fazer um paralelo metafórico da evolução tecnológica (especialmente a

telemática) com as diferentes estruturas organizacionais, posto que ambas refletem

a adoção da Teoria Geral de Sistemas, concebida inicialmente por Ludwig Von

Berthalanfy como um modelo pedagógico do funcionamento biológico.

Para tanto e a título ilustrativo, abordaremos a seguir alguns conceitos básicos sobre

a arquitetura das redes e dos sistemas computacionais.

A evolução tecnológica e a conseqüente diminuição dos custos dos computadores tornou cada vez mais atraente a distribuição do poder computacional em módulos processadores localizados em diversos pontos de uma organização. A necessidade de interconexão desses módulos processadores, de forma a permitir o compartilhamento de recursos de hardware e software e a troca de informações entre seus usuários, criou o ambiente propício para o desenvolvimento das Redes de Computadores. (SOARES, 1995).

Como no processo de evolução tecnológica, também nos modelos organizacionais

as ferramentas estão disponíveis. O que falta, no mais das vezes, é vontade política

dos gestores para “virar a própria mesa” (SEMLER,1988) e fazer as coisas

acontecerem, ou seja, atuar proativamente ao invés de reativamente.

32 Professional Management.

Page 104: Monografia Adauto2008

89

Ferramentas de Suporte Automatizado

Sistemas de Gerenciamento dos Processos de Negócio em Rede (BPMNS ARIS®33,

INTALIO®34)

Uma visão integrada: O nível estratégico da organização visualiza, “fica de olho” no

negócio, o nível tático pensa o negócio e o nível operacional “põe a mão na massa”

e operacionaliza o negócio.

© IDS Scheer AG www.ids-scheer.com

Business Process Excellence - Arquitetura

FIGURA 12: ARQUITETURA DE EXCELÊNCIA DOS PROCESSOS DO NEGÓCIO

Outro aspecto extremamente importante na relação do PMO com a gestão do conhecimento, além da própria sedimentação de boas práticas e processos na condução dos projetos em si, diz respeito a uma avaliação da maturidade da empresa no gerenciamento de projetos. Da mesma forma que o envolvimento da alta gerência é condição mandatária para que se desenvolva a gestão do conhecimento, vale o mesmo raciocínio para o desenvolvimento da maturidade no gerenciamento de projetos. Uma das formas explícitas de manifestação desse apoio é através do estabelecimento (ou até do empoderamento) de um Escritório de Projetos, que será competente para avaliar o estágio atual da empresa e conduzir o seu processo de amadurecimento, por exemplo, promovendo e

33 IDS Scheer AG, "ARIS", "IDS" and the "Y" Symbol are registered trademarks of IDS Scheer AG, Saarbrücken: 2006.

34 Intalio, Intalio|BPMS, Intalio|Designer, Intalio|Server, Intalio|Workflow, are trademarks or registered

trademarks of Intalio, Inc. BPML is a trademark of the Business Process Management Initiative. Java is a trademark of Sun Microsystems, Inc. XML is a registered trademark of the World Wide Web Consortium. All other names are trademarks or registered trademarks of their respective owners.

Page 105: Monografia Adauto2008

90

coordenando a aplicação de um modelo de maturidade (CMMI, PMMM, OPM3, etc). (NEGREIROS, 2007).

3.3 O CASO ECT

No site institucional dos correios, tem-se um interessante relato histórico da ECT, do

qual se reproduz abaixo um extrato, com vistas a situar o leitor no contexto da

organização postal brasileira.

Com o desenvolvimento dos setores produtivos do Brasil tornou-se necessária a reorganização do serviço postal em torno de um modelo mais moderno que o do antigo Departamento de Correios e Telégrafos (DCT), que não apresentava infra-estrutura compatível com as necessidades dos usuários.

Nesse sentido foi criada, em 20 de março de 1969, pela Lei nº. 509, a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), como empresa pública vinculada ao Ministério das Comunicações.

O surgimento da ECT correspondeu a uma nova postura por parte dos poderes públicos com relação à importância das comunicações e, particularmente, dos serviços postais e telegráficos, para o desenvolvimento do País.

O ciclo de desenvolvimento ocorrido na década de 70 correspondeu a novas necessidades de uma clientela que, pouco a pouco, viu as distâncias serem encurtadas e percorridas graças ao serviço postal, que se estruturou e passou a desenvolver e oferecer produtos e serviços de acordo com a realidade do mercado e as necessidades de sua clientela.

Ao mesmo tempo, nesse período a ECT consolidava seu papel como importante agente da ação social do Governo, atuando no pagamento de pensões e aposentadorias, na distribuição de livros escolares, no transporte de doações em casos de calamidade, em campanhas de aleitamento materno, no treinamento de jovens carentes e em inúmeras outras situações em que se demonstra sua preocupação com o bem-estar da sociedade.

Paralelamente, a partir de 1980 se intensificava a preocupação com a ação cultural e o desenvolvimento de ações voltadas à preservação do patrimônio cultural do Brasil, sobretudo no que se refere à memória postal. (ECT, 2007).

Diante de tantos desafios, a instituição Correios no Brasil necessita ajustar

continuamente seus processos empresariais às demandas sociais e de mercado, de

modo a balancear rentabilidade e responsabilidade social, sem o que seu

desempenho estará comprometido.

Page 106: Monografia Adauto2008

91

Em palestra proferida no Centro de Informática do Exército (CITEX), por ocasião da

MOSTRA DE SOLUÇÕES EM INFRA-ESTRUTURA DE TI (agosto de 2007), o

representante da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) descreveu o

processo de implantação da Governança de TI nos Correios Brasileiros.

Na ocasião, mencionou-se o ponto de partida a partir do CobIT como tendo derivado

de iniciativa de vanguarda da área de auditoria, embora levado a efeito pela área de

tecnologia, cujo principal viés tem sido a conscientização e o treinamento, incluindo

as demais áreas da organização.

3.3.1 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL

A questão da renovação mostra como é arriscado para uma empresa ficar presa aos

seus modelos mentais, a sua atual base de conhecimentos, e depender de um único

conjunto de competências essenciais.

Para a inclusão da renovação estratégica nos projetos de Balanced Scorecard, a

formulação de algumas questões pode ser de grande utilidade, como é mostrado na

Tabela constante na página a seguir:

Page 107: Monografia Adauto2008

92

Estabilidade: A Estratégia Atual

Foco no Curto Prazo

Renovação: A Estratégia Emergente

Horizonte de 5 a 10 anos

• Que segmentos de clientes a

empresa está servindo

atualmente?

• Que novos segmentos de clientes

a empresa estará servindo no

futuro?

• Qual é a atual proposição de

valor para os clientes?

• Que inovações serão introduzidas

na futura proposição de valor?

• Qual é a base da vantagem

competitiva da empresa hoje?

• Qual será a nova base da

vantagem competitiva da empresa

no futuro?

• Quem são os concorrentes de

sua empresa hoje?

• Quem serão os concorrentes de

sua empresa e os prováveis

novos entrantes no mercado, no

futuro?

• Que competências essenciais

tornam a empresa diferenciada

no mercado?

• Que competências essenciais

precisarão ser desenvolvidas para

tornar a empresa única no

mercado, no futuro?

• Através de que canais a empresa

atinge os clientes hoje?

• Através de que canais a empresa

atingirá os novos clientes no

futuro?

• De que rede de valor a empresa

participa hoje?

• De que novas redes de valor a

empresa irá participar no futuro?

Fonte: Adaptado de Gary Hamel e C.K. Prahalad (APUD HERRERO, 2005).

TABELA 5: FOCO ESTRATÉGICO E ESTRUTURA ORGANIZACIONAL

Page 108: Monografia Adauto2008

93

Até agosto de 2007, a empresa pública detentora do monopólio postal no Brasil, a

ECT, esteve estruturada em três níveis decisórios (estratégico, tático e operacional),

respectivamente representados pelas seguintes unidades organizacionais: Diretoria,

Departamento e Divisão.

Subsidiariamente, havia ainda um nível consultivo, representado pelas Assessorias e

Consultorias, e um nível de apoio técnico-administrativo, representado pelas

Coordenações técnico-administrativas. A conseqüência mais emblemática era que

cerca de 30 pessoas se reportavam diretamente ao Presidente da Empresa.

Em setembro de 2007, a Diretoria e o Conselho de Administração da ECT

aprovaram um ajuste organizacional focado estrategicamente na Administração

Central, que redirecionou seus recursos na busca de expansão auto-sustentável,

fazendo frente às pressões pela valorização dos seus profissionais, inovação de

seus produtos e processos.

No raciocínio Lean35, o cerne é saber quem é o cliente e como se pode atendê-lo. Organizações como o Handelsbanken e a American Express estão diminuindo as camadas na empresa. Isso é importante para o trabalho fluir. Quanto menos camadas, mais produtividade. Todas as organizações podem ser divididas em cinco ou seis grandes processos, como produção, serviço de pós-venda, processamento de dados e outros, segundo ele.

Para isso, de acordo com HOPE, temos de pensar quais os produtos, clientes e processos são lucrativos. As atividades que não agregam valor devem ser terceirizadas. E para saber quais são essas atividades, é necessário saber se elas não vão prejudicar a produção de seus produtos se eliminadas. (HOPE, 2007).

A posteriori, a Empresa comunicou o conjunto de medidas preliminarmente

adotadas, quais foram:

1. Fortalecimento dos princípios de governança corporativa

a) Diretoria focada em atividades estratégicas:

o liderando a busca da sustentabilidade da Empresa;

35 “O Lean Seis Sigma (Six Sigma) é uma poderosa metodologia para melhorar o desempenho através da eliminação do

desperdício e das causas de defeitos nos processos administrativos, processos de produção ou processos de

manufatura.” Disponível em: http://www.can.com.br/p_lss.asp Acesso em 06/05/2008.

Page 109: Monografia Adauto2008

94

o concentrando grande parte dos seus esforços no futuro;

o identificando oportunidades de alianças estratégicas, trabalhando no

sentido de os profissionais representarem uma vantagem competitiva.

b) Delegação de responsabilidades para demais níveis hierárquicos, de tal

forma que cada um possa atuar diante das competências que a eles forem

estabelecidas em todos os níveis: estratégico, tático e operacional.

2. Redirecionamento das atividades da Administração Central da ECT para

ações predominantemente estratégicas e táticas.

a) Implantação do conceito de Centros de Serviço.

b) Separação das atividades transacionais e operacionais das táticas e

estratégicas, preparando-as para realocação futura.

Neste contexto, a imprensa (SINOPSE, 2007) tem divulgado medidas, ainda em

estudo, no sentido da abertura de capital com lançamento de ações no mercado,

criação de uma empresa de logística de transporte aéreo e terrestre e uma parceria

público-privada para absorção do Banco Postal.

3. Inserção da inovação como elemento-chave de gestão, iniciando este

processo com a criação de um órgão corporativo de inovação empresarial.

a) Foco no horizonte de longo prazo.

b) Busca de novas oportunidades e novas soluções em gestão e em

negócios.

4. Adequação do modelo remuneratório, com a implantação de um modelo de

carreira técnica.

a) Organização da carreira técnica paralelamente à carreira gerencial.

b) Criação de horizontes de desenvolvimento profissional dentro da

organização, com inserção de mecanismos no novo Plano de Carreiras,

Cargos e Salários (PCCS) e nas demais normas internas.

5. Modelo organizacional mais leve e ágil nas decisões.

a) Redução de níveis hierárquicos;

Page 110: Monografia Adauto2008

95

b) Redução do número de órgãos;

c) Redução de custos decorrentes da gestão de conflitos e demora nas

decisões.

6. Estrutura organizacional mais flexível, permitindo maior liberdade para

adaptação às mudanças e às estratégias da Empresa.

a) Cada área definirá sua estrutura para responder à sua função diante da

missão da ECT;

b) A estrutura proposta deverá limitar ao orçamento de funções de cada área

e aos parâmetros estabelecidos.

3.3.2 GOVERNANÇA DE TI NA ECT

FIGURA 13: CONTEXTO DA GOVERNANÇA DE TI NA ECT (SOUZA N., 2007)

A estrutura da Diretoria de Tecnologia e de Infra-estrutura (DITEC), criada em 2004,

foi desenvolvida, tendo a Governança de TI (CobIT) como um dos seus pilares. O

trabalho iniciou-se com palestras de sensibilização e conscientização, a partir do

apoio da alta administração, cuja percepção era de que a solução de certos

problemas só viria com uma abordagem sistêmica e integrada.

Consoante o depoimento colhido (ANEXO B) do gestor da então Coordenação de

Integração de Projetos com suporte de TI na ECT, a DITEC tem como missão

GOVERNANÇA DA EMPRESA

GOVERNANÇADA TI

INTEGRAÇÃO E

ATENDIMENTO

INFRA-ESTRUTURA

ESISTEMAS

GESTÃO DE RISCOSERM

CONFORMIDADE

MERCADO / GOVERNO

CLIENTES

ÓRGÃOSREGULA-DORES

FORNECE-DORES

CIDADÃO

ALINHAMENTO

OBJETIVOS ESTRATÉGICOS

NEGÓCIOS

SEGURANÇA

Page 111: Monografia Adauto2008

96

coordenar as ações de tecnologia da informação e as ações de engenharia,

objetivando dar o devido suporte tecnológico ao modelo de negócios e ao modelo

operacional da Empresa, bem como propor a inserção de novas tecnologias, como

fruto de um trabalho de prospecção, identificação e adaptação dessas tecnologias

para o ambiente da ECT.

FIGURA 14: ESTRUTURA DE TI NA ECT

Dos 50 colaboradores certificados em CobIT e ITIL na DITEC, 25 eram CobIT e 30

ITIL em 2007, porém ainda era difícil dizer o percentual de “implantação” dos

frameworks, visto que eles não são estruturas que ditam regras, mas apenas

sugestões de melhores práticas que devem ser adaptadas à realidade da empresa.

Embora os sistemas mais antigos e os legados não estejam ainda conformes, a

DITEC segue a metodologia interna do Programa de Software Padrão da

Organização (PSPO) para o desenvolvimento de sistemas, aderente à Norma

internacional NBR ISO/IEC 12207: Tecnologia da Informação, Processos de Ciclo de

Vida de Software.

Page 112: Monografia Adauto2008

97

O estágio atual de implantação das melhores práticas ITIL na ECT contempla:

Projeto de Serviços e Gerenciamento de Processos:

• Service Level Agreement (SLA),

• Gerência de segurança,

• Gerência de disponibilidade e contingência,

• Relatórios de serviço,

• Gerência de capacidade e gerência financeira,

Processos de Controle:

• Gerência de ativos; e

• Gerência de configuração,

Processos de Liberação (Gerência de Mudanças)

Processos de Suprimento:

• Gerência de relacionamento com clientes; e

• Gerência de suprimentos,

Processos de Resolução:

• Gerência de incidentes; e

• Gerência de problemas.

Atualmente, a Empresa está em fase de implantação das Gerências de Incidentes,

Problemas, Configuração e Mudanças, além da função Service Desk.

Quanto ao COBIT, todos os 34 processos e respectivos objetivos de controle, que

têm observância nas atividades da ECT, estão implantados na DITEC.

Alguns processos tem maior maturidade, outros menor, porém esses controles ainda

não são monitorados de forma automatizada e o grau de integração dos sistemas

com o ERP é incipiente, embora haja uma iniciativa em disponibilizar os processos

operacionais das áreas em Data Warehouse (DW).

Page 113: Monografia Adauto2008

98

FIGURA 15: CONTEXTO DA GOVERNANÇA DE TI NA ECT

Os principais benefícios da implantação da Governança de TI nos Correios são a melhoria dos controles internos e o efetivo alinhamento das ações da Área de Tecnologia com a gestão empresarial e os negócios da ECT. As metodologias e os modelos só têm aplicabilidade quando interpretados à luz da cultura da organização (Souza Neto, 2007).

O alinhamento de todos os processos e atividades relevantes aos objetivos

estratégicos da organização deverá ser monitorado mediante a utilização de um

painel de indicadores para cada dimensão do Balanced ScoreCard, integrando os

domínios do CobIT como o padrão da Governança de TI.

Page 114: Monografia Adauto2008

99

FIGURA 16: MAPEAMENTO BSC CORPORATIVO-COBIT-BSC DA TI

3.3.3 AUTO-AUDITORIA NA ECT

Consiste na verificação dos controles por parte dos próprios gestores das atividades

e contempla as Interseções entre o processo de Macroavaliação de Riscos e o

Planejamento Estratégico, assegurando o alinhamento entre processos e atividades

com os objetivos estratégicos da instituição.

Para uma abordagem que induza ao sucesso, como decorrência da natureza

precípua do empreendedorismo, faz-se necessário avaliar cenários, prospectar

mercados, identificar oportunidades e ameaças, e mensurar fatores críticos de

sucesso, bem como os riscos inerentes às atividades do ramo de negócio em que se

pretende atuar.

Neste sentido, técnicas, metodologias e práticas são componentes indispensáveis

ao curso de ação dos administradores, tendo em vista o grau de incerteza em que se

desenvolve o processo decisório, em ambiente crescentemente competitivo e, não

raro, hostil à livre iniciativa dos que ousam amealhar fatias ou nichos de mercado

onde há pluralidade de interesses, nem sempre conciliáveis.

O Cronograma de Atividades de Auditoria é a peça do Plano Estratégico de Auditoria Interna que relaciona, em ordem temporal,

Page 115: Monografia Adauto2008

100

as auditorias a serem realizadas dentro do período compreendido pelo Ciclo de Auditoria. (SOUZA, 2006).

Como peça importante deste ferramental, no contexto da Auditoria Interna, a técnica

de macroavaliação de riscos tem como ponto de partida o planejamento estratégico

da organização, pois deriva dos objetivos organizacionais e busca um constante

alinhamento com estes ao longo de todo o processo de identificação, classificação e

priorização dos riscos a serem mitigados por meio de mecanismos de controle

específicos.

O processo de Macroavaliação de Risco visa subsidiar o Plano Estratégico de Auditoria, dando ao auditor meios para alocação sistemática dos seus recursos em segmentos da organização que mais se beneficiariam com a realização de auditorias. Importante lembrar que uma das características fundamentais do planejamento como função administrativa é a flexibilidade. Portanto, o Plano Estratégico de Auditoria não deve ser tomado como uma peça imutável. Pelo contrário, deve ser constantemente ajustado ao longo do Ciclo de Auditoria quando da elaboração dos planos tático e operacional. (SOUZA, 2006).

A dinamicidade do ambiente empresarial, do mercado e da própria sociedade é a

razão pela qual a flexibilidade dos instrumentos utilizados no planejamento das

atividades deve conferir rápida adaptabilidade e a conseqüente exeqüibilidade ao

planejamento traçado, tangenciando todos os seus desdobramentos: estratégico,

tático e operacional.

Isto posto, percebe-se que há íntima correlação entre a Macroavaliação de Risco e o

Planejamento Estratégico, no sentido de viabilizar o alinhamento de todas as

atividades, especialmente as táticas e operacionais, à consecução dos objetivos

empresariais, mitigando riscos e potencializando oportunidades.

Há, no entanto, um equívoco muito comum quando se atribui essa tarefa a um órgão

de auditoria interna ou de compliance, desonerando os gestores da responsabilidade

imediata na verificação e instituição de controles sobre os processos e atividades de

sua competência.

A auto-auditoria consiste na iniciativa primária do próprio gestor em verificar e

instituir controles que lhe assegurem o alinhamento de seus processos e atividades

aos objetivos da organização.

Page 116: Monografia Adauto2008

101

Conforme o depoimento do Auditor responsável pela coordenação das auditorias de

TI (ANEXO A), detentor de Certificação DNV de Auditor Lider em BS-7799, estão em

processo de certificação CobIT Foundation três dos cinco colaboradores da área de

Auditoria Interna na ECT.

Foi contratada uma consultoria pela área de TI que trabalhou na identificação dos

processos e no tratamento da maturidade de cada um dos processos em TI, porém

ainda não existem processos nem mecanismos de avaliação de controles internos

na área de auditoria com relação ao framework COSO.

No entanto, a partir do ano 2000 foram envidados esforços no sentido de estruturar

a auditoria de Tecnologia da informação na Empresa. Foram treinados auditores

para viabilizar a empreitada. Os treinamentos foram baseados no framework CobIT.

No ano de 2001, foi feito um planejamento de auditoria que previu a realização de

auditorias utilizando-se dos domínios do CobIT. As auditorias foram realizadas com

sucesso no ano de 2002.

Posteriormente, coube à auditoria alavancar, junto à área técnica, a necessidade da

utilização do framework CobIT como a estrutura que prevê as melhores práticas em

nível mundial para o tratamento dos processos de TI.

Ratificando informação anterior, a área técnica “comprou” a idéia e, a partir do ano

de 2004, aproximadamente, contratou-se uma consultoria para o levantamento e

identificação de todos os processos de TI e a classificação do nível de maturidade

de cada um dos processos identificados.

Para avaliação dos processos a serem auditados não é utilizado um framework

ERM, as análises são feitas a partir das orientações da Chefia da Auditoria, quando

da elaboração do Plano Anual de Atividades de Auditoria (PAAAI, atual PAINT).

Na fase de planejamento das auditorias, é elaborada uma macro-avaliação dos

riscos. Objetiva-se a realização da micro-avaliação de riscos após a fase de trabalho

de campo.

Na Auditoria Interna da empresa, os processos são divididos em Planejamento,

Trabalho de Campo, Relatório e Acompanhamento (follow-up).

Page 117: Monografia Adauto2008

102

Todos os relatórios são elaborados a partir do editor de textos MS Word, podendo

migrar futuramente para a suíte BROFFICE em Software Livre, não sendo possível

precisar em termos percentuais o atual grau de automatização dos processos da

área.

Está em fase de levantamento para desenvolvimento interno com suporte da DITEC,

uma aplicação que poderá automatizar em torno de 95% dos processos e atividades

na Auditoria Interna. Porém tal iniciativa sofreu solução de continuidade com o ajuste

organizacional que fundiu as áreas de auditoria e inspeção em um só Departamento.

Constatou-se a existência de funcionalidades comuns aos sistemas em uso na nova

área, os quais não estão integrados, requerendo esforços (Projeto de integração) da

área de Tecnologia e de Auditoria nesse sentido.

A empresa dispõe da ferramenta de análise de dados ACL, porém as versões do

software estão defasadas e o contrato de manutenção está vencido,

comprometendo o uso eficaz deste recurso para a execução de testes substantivos

de auditoria, principalmente por não haver suporte técnico disponível.

3.3.4 GESTÃO DE PROCESSOS NA ECT

No contexto da ECT, a Governança Corporativa traduz-se na efetiva viabilização de

“procedimentos utilizados pelos representantes dos proprietários (por exemplo, acionistas

etc.) para atribuir responsabilidades sobre riscos e processos de controle administrados

pelas gerências” (DITEC, 2006).

‘Os processos de negócio são definidos como um conjunto de tarefas logicamente relacionadas e executadas para alcançar um determinado resultado. ’ (Davenport and Short, 1990).

Como os vultosos investimentos em sistemas ERP indicam, os processos de negócio são considerados hoje como elementos atômicos fundamentais para a formatação de uma companhia, tanto quanto o inventário de seus ativos físicos ou os empregados o foram anteriormente.

A criação de processos de negócios baseada em benchmarks requer dados irrestritos em um nível altamente desagregado, bem abaixo do nível dos balanços contábeis que são usados na maioria dos procedimentos analíticos de hoje, tais como a análise de taxas ou comparações com os exercícios financeiros anteriores. O teste do conteúdo do fluxo de dados de uma determinada firma contra

Page 118: Monografia Adauto2008

103

benchmarks focaliza-se no exame tanto de transações excepcionais quanto de resultados de transações excepcionais. Idealisticamente, os softwares de Auditoria Contínua monitorarão contínua e automaticamente as transações da companhia, comparando suas características genéricas com benchmarks observados e esperados, identificando situações anômalas. Quando discrepâncias significativas ocorrerem, alarmes serão registrados e remetidos aos interessados apropriados.

O objetivo deste projeto é então explorar os benefícios de se usar procedimentos analíticos baseados em processos de negócios para criar um sistema de auditoria contínua ao nível dos dados. (ALLES, 2006).

A Diretoria de Tecnologia e Infra-Estrutura (DITEC) da ECT, na vanguarda das

atuais tendências de governança corporativa e em sintonia com as atuais políticas

de integração dos sistemas de informação do Programa Governo Eletrônico,

adquiriu, em 1997, a ferramenta de gerenciamento de processos de negócios ARIS

Tool Manager, com o objetivo de mapear os processos de TI.

A Assessoria de Planejamento (APLAN, atual DPLAN) da Presidência da empresa

assumiu posteriormente essa atividade com o objetivo de padronizar o uso em todas

as áreas da empresa, sendo que a metodologia, a ferramenta BPM ARIS e o

pessoal a ela alocado foram transferidos da DITEC para aquela APLAN.

A representação dos objetos, então definidos como padrão para serem utilizados na

elaboração dos Modelos, foi elaborada em consonância com a estrutura

organizacional anterior, refletindo uma perspectiva funcional e não a atual orientação

aos processos, recentemente implementada com a adoção do COBIT.

Uma das poucas constantes, no mundo atual, é a transformação tecnológica e organizacional. Hoje mais do que nunca, a rentabilidade e capacidade competitiva de uma organização são determinadas por seus processos. Processos são a fonte de uma gestão transparente, eficiente e inovadora. (IDS SCHEER, 2006)

To decrease unplanned downtime, service-oriented architecture applications need strong life cycle management. There are three aspects of this: organization, process and technology. (GOVEKAR, 2007)

A DITEC emitiu a Portaria PRT/DITEC-13/2006, de 01/06/2006, com vistas à

implantação do Gerenciamento de Serviços de TI por processos, para o que

designou um Grupo de Trabalho composto por um Gerente de Projeto e cinco

gestores de nível tático (Chefes de Departamento), suportados por quatro Equipes

Técnicas, sendo três compostas de sete técnicos cada, e uma por oito

Page 119: Monografia Adauto2008

104

colaboradores. Foi, ainda, definido o padrão ITIL como a metodologia a ser seguida

no mapeamento dos processos de gerenciamento de serviços de TI.

Post-project evaluations provide essential feedback for process improvement, yet few organizations successfully complete them on a regular basis. Many organizations struggle to establish the criteria for the review. The solution can be found in the business case and the project plan (SMITH, 2007).

FIGURA 17: PROCESSO

Page 120: Monografia Adauto2008

105

Uma das ferramentas de análise de risco do processo, que podem ser utilizadas

para identificar oportunidades de melhoria, é a Matriz de Pontuação – GUT.

PONTOS GRAVIDADE

G

URGÊNCIA

U

TENDÊNCIA

T

5

Os prejuízos

ou dificuldades

são

extremamente

graves

É necessária

uma ação

imediata.

Se nada for feito,

haverá um grande

e imediato

agravamento do

problema.

3

Os prejuízos

ou dificuldades

são graves

É necessária

uma ação o

mais cedo

possível.

Se nada for feito,

haverá um

agravamento do

problema em

médio prazo.

1

Os prejuízos

ou dificuldades

não são

graves

Não há pressa

para agir.

Se nada for feito,

não haverá

agravamento do

problema,

podendo até

melhorar.

TABELA 6: MATRIZ G U T

Ferramentas como esta matriz GUT e outras similares, como a matriz RACI, se

convenientemente aplicadas, podem facilitar o planejamento das auditorias, por

meio da identificação daqueles processos mais relevantes, cujos riscos justifiquem a

alocação das equpes de auditoria, bem como dos responsáveis pela implantação de

controles e da correspondente auto-auditoria em níveis tático-operacionais.

Page 121: Monografia Adauto2008

106

Estratégias Corporativas

Especificaçãoda Cadeiade Valor

DecomposiçãoMP/Identificação e

seleção de processo

Modelagemde processo

Definição deindicadores

de desempenho

Análisecrítica deprocesso

Melhoriade processo

Implantaçãode processo

Indicadoresestratégicos

Indicadores deprocessos

Realinhamento Estratégico

FIGURA 18: MODELO (SISTEMOGRAFIA) DE IMPLANTAÇÃO DE PROCESSO NA ECT

Page 122: Monografia Adauto2008

107

Melhoria de Processo

Com base nas informações resultantes da análise critica de processo (diagnóstico, a

identificação de oportunidades de melhoria e a definição das intervenções a serem

implementadas), serão desencadeadas as ações e iniciativas de melhoria de

processos na Empresa.

As intervenções de melhoria em processos devem ser precedidas por um

planejamento bem elaborado no sentido de orientar as pessoas envolvidas e definir

os recursos metodológicos e tecnológicos a serem empregados na ação, com base

no ciclo PDCA (Plan, Do, Check e Act.)

As intervenções de melhoria de processos serão apoiadas pelas ferramentas

disponíveis na Empresa [Gerenciamento de Rotinas e Gerenciamento de Melhorias

(GRGM), SEIS SIGMA©, etc.], bem como as demais soluções de mercado que se

apliquem às necessidades e interesses da ECT.

As intervenções de melhoria serão focadas em aumentar os ganhos de

produtividade, eficácia, e redução de tempo e custos de processos.

Um processo que passou pela fase de análise crítica pode, de acordo com as

informações geradas anteriormente e a avaliação da equipe responsável pelo

estudo, ser ou não redesenhado. Remete o redesenho à formatação de um

processo novo, objetivando projetar uma visão futura ideal para substituir ou

aprimorar a solução que estava funcionando antes.

A solução de redesenho é aplicada a um determinado processo visando melhorar a

sua produtividade, eficiência, eficácia e adaptabilidade, definir uma nova forma de

executar as atividades e analisar as demandas de recursos existentes.

Como exemplo, este autor elaborou uma Proposta de Automatização Piloto, Via MS

Outlook, do Processo de Cadastro das Comunicações Internas (CIs) no

Departamento de Rede Corporativa (DERCO) em 2004

Page 123: Monografia Adauto2008

108

Gerenciamento de processos

Depois de implantado, o processo deve ser tratado como um recurso valioso da

organização. O seu desempenho deve ser medido, monitorado, acompanhado e

avaliado, e, periodicamente, deverão ser feitas revisões e averiguações para

levantamento de necessidade evidenciadora de ações de manutenção. Estas

iniciativas abrangem a verificação e análise contínua do andamento do processo,

medindo e avaliando sua capacidade, identificando pontos de folga e gargalos.

A gestão de processos empresariais é uma ferramenta de gestão que permite, após

implantação dos processos identificados, mapeados e modelados, avaliá-los e

acompanhá-los no âmbito da organização, visando à excelência nos resultados e

garantia de satisfação ao cliente (gerar excelência para o cliente).

O processo após ser implantado será gerenciado pelo seu dono (responsável) e sua

equipe, previamente designados, apoiados tecnicamente pelo Gestor de Processo e

suporte metodológico.

Os processos depois de implantados passarão a ser gerenciados continuamente

com foco nas variáveis a seguir relacionadas:

a) monitoramento;

b) acompanhamento;

c) avaliação;

d) desempenho (indicadores);

e) melhoria e redesenho de processos.

Page 124: Monografia Adauto2008

109

Podemos classificar as ferramentas (aplicativos) de apoio à gestão de processos

como:

a) ferramentas de auxílio gráfico sem referencial metodológico e não baseadas em

banco de dados (Visio, Flowchart, Powerpoint, etc);

b) ferramentas com referências metodológicas, não baseadas em banco de dados

(Flowcharter, Ithink, Microsaint e Visio);

c) ferramentas com referências metodológicas e, ainda, baseadas em banco de

dados (Meta software; KBSI; ARIS© TOOL SET; System Architect, etc). Os

objetos e informações modelados são armazenados de forma organizada em um

banco de dados, garantindo consistência e unicidade.

Ferramentas que atualmente vem sendo utilizadas pela Empresa para suportar

iniciativas vinculadas a processos (mapeamento, modelagem, melhoria, etc.):

a) ARIS© Tool Set;

b) Gerência da Rotina e Gerenciamento de Melhorias - GRGM;

c) SEIS SIGMA©36;

d) Gestão de Produtividade Aplicada aos Correios - GPAC;

e) Sistema de Melhorias de unidades de tratamento - SMEL.

Estas ferramentas serão utilizadas de acordo com a necessidade e a incorporação

da gestão de processo na Empresa.

36 Artigo Os Seis Mitos do Seis Sigma por Celerant Consulting.

Page 125: Monografia Adauto2008

110

Implantação daGestão de Processos

Decomposição,Identificação e

seleção processos

Modelagemde processo

Definição deindicadores

de desempenho

Análisecrítica deprocesso

Melhoriade processo

Monitora-mento

Acompanha-mento

Análise eAvaliação

Averiguação/Medição de

desempenho

Processo comproblema

Processo semproblema

Especificaçãoda Cadeiade Valor

Gerenciamentode Processos

Implantaçãode processo

FIGURA 19: PROCESSO DE IMPLANTAÇÃO DA GESTÃO DE PROCESSOS NA ECT

Page 126: Monografia Adauto2008

111

4. POSSIBILIDADES

A Auditoria Interna (AUDIT) da ECT está se preparando para automatizar seus

processos internos, com vistas ao máximo aproveitamento das facilidades de acesso

on-line às informações de seu interesse.

Dos demais gestores, em todos os níveis, a partir de suas unidades e processos,

vislumbram-se iniciativas como a da DITEC e da Diretoria Administrativa (DIRAD),

no sentido de implantarem procedimentos automatizados de auto-auditoria e gestão

de processos, que minimizem a necessidade de testes substantivos e agreguem

valor ao negócio multifacetado, especialmente no contexto dos Correios brasileiros,

com o fim de se prepararem e aculturarem seu pessoal para um novo estágio do

controle interno nas organizações.

Do que foi exposto, o que se presume como possibilidades a serem incorporadas de

imediato, guardadas as devidas proporções com a realidade de cada Regional e

Diretoria de Área, é:

4.1 AUDITORIA REMOTA

A empresa ECT dispõe da tecnologia Data Warehouse (DW) e de um Sistema

Integrado de Informações Gerenciais (ERP), potencializando a realização remota de

procedimentos de auditoria, pela via de ferramentas de extração, transformação e

Carga de dados (ETL) que dispensem o deslocamento físico dos auditores,

minimizando custos com tempo (H/H), passagens, hospedagem e diárias.

Além disso, já estão disponíveis soluções no mercado que foram formatadas para

atender aos requisitos do Sistema de Controle Interno do Governo Federal, inclusive

uma aplicação recentemente desenvolvida em plataforma cliente-servidor, por um

Page 127: Monografia Adauto2008

112

renomado Auditor junto ao TST37 em parceria com a TechSupply, representante do

software de análise de dados ACL - Audit Command Language.

De acordo com um relatório de pesquisa do American Institute of Certified Public

Accountants (CICA/AICPA), a Auditoria Contínua (AC) consiste em:

‘uma metodologia que habilita auditores independentes a proverem uma declaração escrita sobre um assunto usando uma série de relatórios emitidos simultaneamente com, ou em um curto período de tempo após, a ocorrência de eventos subliminares ao assunto relevante. ’

A Auditoria Contínua (AC) depende fortemente da Tecnologia da Informação. Enquanto o conceito de AC já tem mais de uma década, os rápidos avanços em tecnologia tem agora tornado a AC mais factível. Exemplos dessa tecnologia incluem banda larga, tecnologia de servidores de aplicações WEB, soluções de WEB scripting e onipresentes sistemas de banco de dados com conectividade padrão.

A AC alavanca tecnologia e abre a arquitetura dos bancos de dados para permitir aos auditores monitorarem os sistemas da companhia via Internet, usando sensores e agentes digitais. Quaisquer discrepâncias entre os registros e as regras definidas nos agentes digitais são transmitidas via e-mail ao cliente e ao Auditor, ao ponto de o Auditor poder determinar a ação apropriada a ser tomada. Por exemplo: um agente digital executando procedimentos analíticos sobre as contas enviaria um e-mail ao Auditor contendo um relatório de exceção sobre aquelas contas que flutuassem fora dos parâmetros definidos no agente digital. (...) Relatórios de exemplo podem ser acessados em: acctnt.bus.utk.edu/ld/default2.cfm. (SEARCY, 2003).

A assimilação e incorporação de fato da cultura de gerenciamento por processos,

viabilizando controles automatizados de forma integrada, a partir das ferramentas

disponíveis, possibilitará a realização de auditorias e inspeções remotas em

quaisquer dos processos organizacionais relevantes.

4.2 APROVEITAMENTO DE SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS

A empresa detém know-how privilegiado na formatação de soluções tecnológicas

próprias, cuja expertise pode ser também aproveitada na customização e absorção

37 Informação dada pelo Professor André Cavalcanti da Universidade Católica durante palestra na Embaixada do Canadá em Dezembro/2007.

Page 128: Monografia Adauto2008

113

de tecnologias de mercado, com vistas ao uso otimizado dos recursos tecnológicos

disponíveis, fomentando a tempestividade nas ações gerenciais e uma maior

efetividade na governança corporativa.

Contudo, é extremamente recomendável que sejam elaborados estudos cada vez

mais consistentes de viabilidade técnico-econômica para as aquisições e

desenvolvimentos pretendidos.

4.3 IMPLANTAÇÃO DO FRAMEWORK ERM

A empresa dispõe de uma massa crítica capaz de desenvolver e implantar a cultura

de gerenciamento de riscos, objetivando a identificação daqueles riscos mais

representativos ao negócio e assegurando a atuação tempestiva com vistas à

continuidade da instituição.

Torna-se indispensável a disseminação destes conceitos e instrumentos de

alavancagem de eficácia, economicidade e efetividade por toda a organização,

porém a configuração atual do negócio precisa ser adaptada aos novos tempos sem

que se comprometa o potencial já desenvolvido e a ser incrementado.

Ações como o recente ajuste organizacional apontam nesta direção e precisam ser

aperfeiçoados sob o foco em processos em lugar de funções, especialmente no

tocante ao status da Auditoria Interna na estrutura organizacional, assegurando a

necessária independência ao trabalho dos auditores internos, bem como permitindo-

lhes auferir os benefícios da automatização dos processos e do gerenciamento de

riscos em todas as etapas de seu trabalho, especialmente na fase de planejamento.

4.4 APROVEITAMENTO DA CAMADA DE INTEGRAÇÃO NA AUTOMATIZAÇÃO DOS PROCESSOS

DE AUDITORIA INTERNA

A empresa está desenvolvendo uma camada de integração (CICS) de suas

aplicações corporativas, iniciativa que associada a um modelo automatizado de

gestão orientado a processos via Intranet, poderá viabilizar a integração corporativa

Page 129: Monografia Adauto2008

114

e o monitoramento contínuo das auto-auditorias localizadas nas diversas áreas da

organização.

Os principais processos da área de contratações, na Diretoria Administrativa

(DIRAD), já foram mapeados com o suporte de uma consultoria especializada e da

ferramenta BPMN ARIS, servindo como uma implantação piloto da gestão orientada

por processos automatizados a serem disseminados pelas demais áreas.

A convergência tecnológica agregada às técnicas de auditoria, especialmente

aquelas relacionadas à auto-auditoria (self-assessment), apresentam-se como uma

oportunidade viável de reversão de tendências históricas de ineficácia gerencial,

pelo concurso do monitoramento contínuo e on-line.

4.5 ALINHAMENTO AO PROGRAMA NACIONAL DE GESTÃO PÚBLICA E DESBUROCRATIZAÇÃO

(GESPÚBLICA)

O Programa Nacional de Gestão Pública e Desburocratização (GESPÚBLICA) visa

contribuir para a melhoria da qualidade dos serviços públicos prestados aos

cidadãos e para o aumento da competitividade do País, formulando e

implementando medidas integradas em agenda de transformações da gestão,

necessárias à promoção dos resultados preconizados no plano plurianual, à

consolidação da administração pública profissional voltada ao interesse do cidadão e

à aplicação de instrumentos e abordagens gerenciais, foi instituído pelo Decreto nº

5.378, de 23 de fevereiro de 2005.

Referencial Estratégico

Missão

Promover a excelência em gestão pública, visando contribuir para a melhoria da

qualidade dos serviços públicos prestados ao cidadão e para o aumento da

competitividade do País.

Page 130: Monografia Adauto2008

115

Visão

Até 2015, a excelência em gestão pública deverá ser um valor preservado pelas

instituições públicas e requerido pelo cidadão.

Estratégia

Mobilizar pessoas e organizações voluntárias para atuarem como agentes

transformadores da gestão pública brasileira. Havia um total de 66 organizações

públicas participantes do GesPública em 2007.

Page 131: Monografia Adauto2008

116

5. CONCLUSÃO

Retomemos o Objetivo Geral deste trabalho, qual seja: caracterizar soluções de

Tecnologia da Informação que viabilizem a obtenção tempestiva de resultados

consistentes das auto-auditorias setoriais, conferindo maior efetividade às auditorias

de TI e à Governança Corporativa na ECT.

Neste sentido, desde a introdução foram elaborados os conceitos básicos

indispensáveis à contextualização do tema.

Foram também enumerados os principais padrões e melhores práticas aplicáveis,

bem como se abordou o estágio atual de sua implantação na ECT, como um estudo

de caso.

Identificaram-se, ainda, as várias possibilidades disponíveis em termos de soluções

tecnológicas, padrões e melhores práticas a serem integradas ao escopo da

Governança Corporativa na Empresa.

A partir das entrevistas e levantamentos realizados, no entanto, constatou-se que

tais recursos e controles ainda não são monitorados de forma automatizada e que o

grau de integração dos sistemas com o Sistema Integrado de Informações

Gerenciais (ERP) ainda é incipiente.

Contudo, identificou-se que há uma iniciativa em estudo, no sentido de disponibilizar

os processos operacionais das diversas áreas a partir do repositório Data

Warehouse (DW).

Portanto, retomemos o Problema identificado para esta monografia, qual seja:

Se haveria alternativas de automatização do processo de auto-auditoria (self-

assessment) que diminuíssem o fosso (gap) existente entre a ocorrência do fato em

desconformidade, a constatação de suas conseqüências e a adoção tempestiva de

providências, preventivas ou corretivas, que minimizem os danos e prejuízos

suportados pela organização.

Page 132: Monografia Adauto2008

117

Conclui-se que existem de fato as várias possibilidades mencionadas na unidade

anterior, caracterizando oportunidades potencialmente positivas de melhoria, se

convenientemente implantadas.

No entanto, diante dos fatos de domínio público envolvendo a tradicional instituição

Correios em denúncias de corrupção, a Presidência da ECT, como Autoridade

instauradora de dezenas de sindicâncias, se vê a braços com o enfrentamento do

enorme desafio de saneamento da empresa, o que vem se dando de forma

sistemática por meio da Auditoria Interna, também encarregada da apuração de

responsabilidades.

Tal enfrentamento conta com o suporte logístico do Ministério Público da União, via

Procuradoria Geral da República no Distrito Federal, inclusive com o concurso de

cerca de uma dezena de auditores da empresa cedidos para composição de uma

Força Tarefa, bem como pela Controladoria Geral da União (CGU), via Secretaria de

Fiscalização e Controle.

Em face das dificuldades inerentes ao processo de contratação nas empresas

públicas, a aversão ao risco acentuou-se muito e os gestores estão resistentes a

assumir os riscos da aquisição de soluções disponíveis no mercado e, quando o

fazem, vêem-se diante de excessivos entraves burocráticos e formalidades legais

(Lei 8.666/93). No entanto, convém observar que tais restrições não servem como

justificativa para a omissão, atitude igualmente sujeita à imputação de

responsabilidade pelos Órgãos de Controle Interno e Externos.

Relativamente ao desenvolvimento de soluções internas, há uma recorrente

descontinuidade e falta de integração das iniciativas em curso, comprometendo os

resultados preconizados e postergando a adoção das alternativas evolutivas

eventualmente propostas.

Ademais, a atuação da área de TI como fábrica de software foge ao core business

da instituição e, por concorrer com as prioridades demandadas pelas demais áreas,

pode inviabilizar o cumprimento tempestivo da missão de coordenação e suporte às

demandas do negócio. Por outro lado, como salientamos, o papel desempenhado

pela DITEC como habilitadora do negócio é vital à manutenção dos sistemas em uso

na organização, bem como ao desenvolvimento ou aquisição de novas soluções.

Page 133: Monografia Adauto2008

118

Quanto aos resultados esperados, agregando-se a presente contribuição na

divulgação interna das oportunidades e possibilidades identificadas, presume-se

promover a conscientização dos interessados (stakeholders) quanto à real

possibilidade de realização remota de procedimentos de auditoria, bem como quanto

à relevância e conveniência de assim proceder.

A partir do acesso on-line às auto-auditorias e às bases de dados corporativos,

ainda que as condições de contorno não sejam imediatamente favoráveis, objetiva-

se minimizar custos de deslocamento, traduzidos em tempo (H/H), passagens,

hospedagem e diárias, bem como atuar mais tempestivamente e por exceção na

identificação dos riscos mais relevantes à consecução dos objetivos organizacionais.

Como oportunidades, buscam-se ações no sentido de estimular o uso otimizado dos

recursos tecnológicos disponíveis, fomentando a tempestividade nas ações

gerenciais e maior efetividade na governança corporativa, como resultado

decorrente das atitudes assumidas diante do que se apresenta no cenário delineado

neste e em outros trabalhos citados na seção de referências.

A relevância do trabalho se traduz em fomentar a identificação dos riscos mais

representativos ao negócio, assegurando a atuação tempestiva com vistas à

continuidade da instituição, o que é uma questão de sobrevivência em face da

possibilidade iminente de privatização ou flexibilização do monopólio postal no

Brasil.

Portanto, a incorporação de modelos orientados por processos automatizados via

Intranet para a integração corporativa e o monitoramento contínuo das auto-

auditorias localizadas nas diversas áreas da organização, bem como a adoção de

padrões e melhores práticas, dentre as várias aqui citadas, há de se constituir em

diferenciais competitivos importantes no cenário de incertezas que ronda as

atividades da empresa e a continuidade de seus negócios.

As lacunas aqui deixadas poderão ser preenchidas nos desdobramentos internos e

externos, inclusive em eventuais extensões deste estudo ao nível de Mestrado ou

Doutorado, haja vista a relevância do tema para o aperfeiçoamento das instituições.

Page 134: Monografia Adauto2008

119

6. REFERÊNCIAS

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Supply. São Paulo: 2005. ALLES, Michael G. et. al. CONTINUOUS DATA LEVEL AUDITING: Business

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textos em Hebraico e Grego. Imprensa Bíblica Brasileira, Rio de Janeiro: 1986. ALMEIDA, Maria da Conceição de. UM ITINERÁRIO DO PENSAMENTO DE

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BARROS, Sarah. PETISTAS VÃO DISCUTIR FIM DE INDICAÇÃO POLÍTICA

PARA JUDICIÁRIO. Site Último Segundo, Santafé Idéias, 25/05/2007.

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Page 141: Monografia Adauto2008

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7. ANEXOS

ANEXO A - Entrevista Sistematizada (Questionário – AUDIT).

ANEXO B - Entrevista Sistematizada (Questionário – TI)

Page 142: Monografia Adauto2008

127

ANEXO A - ENTREVISTA SISTEMATIZADA - AUDIT

Disponibilidade de Acesso On-Line para monitoramento de Controles

Internos na ECT (Self-Assessment)

O propósito deste roteiro é coletar informações relevantes com alguns

dos gestores-chave de TI e da Auditoria Interna da ECT para a elaboração

de estudo de caso, objetivando compor a monografia de conclusão do

curso de Pós-graduação em Auditoria Interna e Externa no ICAT/UniDF.

Versão 4.0

11 de outubro de 2007

Qualquer informação confidencial deve ser preservada, devendo ser

compartilhado apenas o que puder ser publicado e divulgado externamente à

ECT. Havendo informações ou esclarecimentos adicionais que julgue

relevante, favor anexar ao questionário.

Page 143: Monografia Adauto2008

128

ANEXO A – Questionário - AUDIT

Preenchido pelo gestor:

Sumarize as

Atribuições e

Responsabilidades de

sua área:

Coordenar as atividades de auditoria em

Tecnologia da Informação

Relação % dos

colaboradores

certificados COSO,

COBIT, CISA, ERM, etc.

versus total de

colaboradores da área.

0% COSO 0% COBIT 0% CISA

0% ERM.

Obs.: Estão em processo de certificação CobIT Foundation 3

colaboradores da área de Auditoria

Qual o % de

implantação por

framework?

0% COSO 25% COBIT 0% CISA

0% ERM

Passo 2

Obs.: Foi contratada uma consultoria pela área de TI que trabalhou

na identificação dos processos e no tratamento da maturidade de

cada um dos processos em TI. (ver anexos)

Passo 3 Como gestor V.Sa.

classifica sua atuação

em que nível

organizacional?

(Marque com um X a

• (X) Estratégico

• ( ) Tático

• ( ) Operacional

• ( ) Outro (Especificar)

Page 144: Monografia Adauto2008

129

opção correspondente)

Nível de Maturidade

CMM:

(Marque com um X a

opção correspondente)

A área foi objeto de avaliação de

maturidade? ( ) SIM (n ) NÂO.

Qual foi o diagnóstico + recente? ( ) 0 ( ) 1

( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5

Passo 4

Quais processos do

framework COSO e

quais mecanismos de

avaliação de controles

internos estão

implantados em sua

área/atividade?

(Descrever os mecanismos de avaliação

de controles para cada processo abaixo)

Ambiente de Controle:

Avaliação e Gerenciamento de Riscos:

Atividade de Controle:

Informação e Comunicação:

Monitoramento:

Page 145: Monografia Adauto2008

130

Obs.: Não existem processos nem mecanismos de avaliação de

controles internos na área de auditoria com relação ao framework

COSO. No entanto, a partir do ano 2000 foram envidados esforços

no sentido de estruturar a auditoria de Tecnologia da informação na

Empresa. Foram treinados auditores para viabilizar a empreitada. Os

treinamentos foram baseados no framework CobIT. No ano de 2001

foi feito um planejamento de auditoria que previsse auditorias

utilizando-se dos domínios do CobIT (Planejamento e Organização,

Aquisição e Implantação, Entrega dos Serviços e Suporte e

Monitoração). As auditorias foram realizadas com sucesso no ano de

2002. Posteriormente, coube à auditoria alavancar, junto à área

técnica, a necessidade da utilização do framework CobIT como a

estrutura que prevê a melhores práticas em nível mundial para o

tratamento dos processos de TI. A área técnica comprou a idéia e, a

partir do ano de 2004, aproximadamente, contratou-se uma

consultoria para o levantamento e identificação de todos os

processos de TI e a classificação do nível de maturidade de cada um

dos processos identificados.

Quais processos do

framework ERM e quais

mecanismos de

avaliação de controles

internos estão

implantados em sua

área/atividade?

(Descrever os mecanismos de avaliação

de controles para cada processo abaixo)

Fundamentos de Risco:

Identificação de Riscos:

Controle de Riscos:

Resposta aos Riscos:

Avaliação e Monitoramento:

Page 146: Monografia Adauto2008

131

Obs.: Para avaliação dos processos a serem auditados não é

utilizado um framework ERM, as análises são feitas a partir das

orientações da Chefia da Auditoria, quando da elaboração do Plano

Anual de Atividades de Auditoria (PAAAI).

Essas informações são

processadas e

comunicadas às partes

interessadas com

adequação e

tempestividade?

Sim / Não

Sim

Por que meios?

( X ) Relatórios impressos

( ) Hot site

( ) Outros (especificar)

Há relatórios

gerenciais relativos ao

framework ERM que

permitem revisão da

auditoria

interna/externa?

Sim / Não

Não

Especificar:

Obs.: Na fase de planejamento das auditorias, é elaborada uma

macro-avaliação dos riscos. Objetiva-se a realização da micro-

avaliação de riscos após a fase de trabalho de campo.

Qual o grau de

automatização de seus

processos/atividades

internos?

Planejamento __% Execução __%

Relatórios __% Follow-up 80 %

Outras__%

Passo 5

Obs.: Os processos na Auditoria são divididos em Planejamento,

Trabalho de Campo, Relatório e Acompanhamento (follow-up). Todos

os relatórios são elaborados a partir do editor de textos Word. Não

posso precisar em termos percentuais tal grau de automatização.

Existe fase de levantamento uma aplicação que acredito irá

automatizar em torno de 95% dos processos/atividades internos na

Auditoria.

Page 147: Monografia Adauto2008

132

Há alguma solução

automatizada que

permita o acesso aos

dados de interesse da

auditoria de forma

integrada? (Ex.: ERP,

DataMining, Business

Objects, etc.)

Sim / Não

Sim

Especificar e detalhar os

resultados obtidos:

Tais ferramentas, entretanto,

não estão integradas. Devem

existir esforços (Projeto de

integração) da área de

Tecnologia e de Auditoria

nesse sentido.

Passo 6 A Auto-auditoria (Self-

Assessment) em sua

área utiliza ferramentas

automatizadas de

suporte? (Ex.: ACL,

RiskManager, etc.)

Sim / Não

Não

Especificar e detalhar os

resultados obtidos:

Temos a ferramenta ACL,

porém não é utilizada para

Auto-auditoria

Page 148: Monografia Adauto2008

133

ANEXO B - ENTREVISTA SISTEMATIZADA - TI

Disponibilidade de Acesso On-Line para monitoramento de Controles

Internos na ECT (Self-Assessment)

O propósito deste roteiro é coletar informações relevantes com alguns

dos gestores-chave de TI e da Auditoria Interna da ECT para a elaboração

de estudo de caso, objetivando compor a monografia de conclusão do

curso de Pós-graduação em Auditoria Interna e Externa no ICAT/UniDF.

Versão 4.0

08 de outubro de 2007

Qualquer informação confidencial deve ser preservada, devendo ser

compartilhado apenas o que puder ser publicado e divulgado externamente à

ECT. Havendo informações ou esclarecimentos adicionais que julgue

relevante, favor anexar ao questionário.

Page 149: Monografia Adauto2008

134

ANEXO B – Questionário - TI

Preenchido pelo gestor:

Área/Organização: (Sumarize as Atribuições e

Responsabilidades de sua área)

DITEC/ECT

A Diretoria Tecnologia e de Infra-estrutura tem como missão

coordenar as ações de tecnologia da informação e as ações de

engenharia, objetivando dar o devido suporte tecnológico ao

modelo de negócios e ao modelo operacional da Empresa, bem

como propor a inserção de novas tecnologias, como fruto de um

trabalho de prospecção, identificação e adaptação dessas

tecnologias para o ambiente da ECT.

Seu pessoal possui

certificação COBIT, ITIL,

etc.

Sim / Não

Sim

Relação % dos

colaboradores

certificados COBIT, ITIL,

etc. versus total de

colaboradores da área.

Quantidade de colaboradores com

certificação na DITEC:

25 COBIT 30 ITIL

Passo 2

Qual o % de

implantação por

framework?

20 % COBIT 20 % ITIL

Page 150: Monografia Adauto2008

135

Obs.: Difícil dizer o percentual de “implantação” dos frameworks,

visto que eles não são frameworks que ditam regras, mas apenas

sugestões de melhores práticas que devem ser adaptadas à

realidade da empresa.

Como gestor V.Sa.

classifica-se em que

nível organizacional?

(Marque com um X a

opção correspondente)

• ( ) Estratégico

• ( ) Tático

• ( ) Operacional

• ( ) Outro (Especificar)

Nível de Maturidade

CMM:

(Marque com um X a

opção correspondente)

A área foi objeto de avaliação de

maturidade? ( ) SIM (X) NÂO.

Qual foi o diagnóstico + recente? ( )

0 ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5

Passo 3

Obs.: A DITEC segue a metodologia interna do PSPO para

Sistemas.

Descreva o estágio atual de implantação das melhores

práticas ITIL em sua organização:

Passo 4

Projeto de Serviços e Gerenciamento de Processos (SLA,

gerência de segurança, gerência de disponibilidade e

contingência, relatórios de serviço, gerência de capacidade e

gerência financeira)

Processos de Controle (Gerência de ativos e de configuração)

Processos de Liberação (Gerência de Mudanças)

Processos de Suprimento (gerência de relacionamento com

clientes e gerência de suprimentos)

Processos de Resolução (gerência de incidentes e de problemas)

Page 151: Monografia Adauto2008

136

Obs.: Estamos em fase de implantação das Gerências de

Incidentes, Problemas, Configuração e Mudanças, além da

função Service Desk.

Quais dos 34 Processos

do COBIT 4.0 e quais os

controles internos

respectivos estão

implantados em sua

área/atividade, para

cada perspectiva?

(Descrever cada processo

implantado e os controles

correspondentes)

Planejamento e Organização

Aquisição e Implantação

Entrega e Suporte

Monitoração e Avaliação

Obs.: Todos os 34 processos e respectivos objetivos de controle

que têm observância nas atividades da ECT estão implantados

na DITEC. Alguns com maior, outros com menor maturidade.

Esses controles utilizam

algum tipo de

ferramenta

automatizada de

monitoramento?

Sim /

Não

Não

Especificar o grau de

integração com ERP:

Há uma iniciativa em

disponibilizar os processos

operacionais das áreas em

DW.

Há relatórios gerenciais

que permitem revisão

da auditoria?

Sim /

Não

Especificar (inclusive a

periodicidade):