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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO TECNOLÓGICO DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA RAFAEL POLONI BRAGA INVERSOR DE FREQUÊNCIA EM ACIONAMENTO DE MOTOBOMBAS COM FUNÇÃO “BOOSTER”: COMPARATIVO COM OUTROS MÉTODOS, ANÁLISE DE INVESTIMENTO E PROJETO VITÓRIA 2007

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Page 1: Monog Inversor Pid

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO TECNOLÓGICO

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA

RAFAEL POLONI BRAGA

INVERSOR DE FREQUÊNCIA EM ACIONAMENTO DE MOTOBOMBAS COM FUNÇÃO “BOOSTER”: COMPARATIVO COM OUTROS MÉTODOS, ANÁLISE DE INVESTIMENTO E PROJETO

VITÓRIA 2007

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RAFAEL POLONI BRAGA

INVERSOR DE FREQUÊNCIA EM ACIONAMENTO DE MOTOBOMBAS COM FUNÇÃO “BOOSTER”: COMPARATIVO COM OUTROS MÉTODOS, ANÁLISE DE INVESTIMENTO E PROJETO

Projeto de graduação do aluno Rafael Poloni Braga apresentado ao Departamento de Engenharia Elétrica do Centro Tecnológico da Universidade Federal do Espírito Santo, para obtenção do grau de Engenheiro Eletricista. Orientador: Prof. Dr. Wilson Aragão Filho

VITÓRIA 2007

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RAFAEL POLONI BRAGA

INVERSOR DE FREQUÊNCIA EM ACIONAMENTO DE MOTOBOMBAS COM FUNÇÃO “BOOSTER”: COMPARATIVO COM OUTROS MÉTODOS, ANÁLISE DE INVESTIMENTO E PROJETO

Projeto de graduação do aluno Rafael Poloni Braga apresentado ao Departamento de Engenharia Elétrica do Centro Tecnológico da Universidade Federal do Espírito Santo, para obtenção do grau de Engenheiro Eletricista.

COMISSÃO EXAMINADORA ____________________________________ Prof. Dr. Wilson Aragão Filho Universidade Federal do Espírito Santo Orientador ____________________________________ Profª Drª Jussara Farias Fardin Universidade Federal do Espírito Santo Examinadora ____________________________________ Prof. Dr. Gilberto Costa Drumond Souza Universidade Federal do Espírito Santo Examinador

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À minha família, e a Mariana que me ajudaram e me apoiaram durante essa jornada.

Page 5: Monog Inversor Pid

AGRADECIMENTOS

A Deus, que sempre esteve ao meu lado.

Aos meus grandes amigos e companheiros de estudo, que comigo dividiram momentos de alegria e aflição.

Aos companheiros da CESAN Ataíde, Pedro Leite e Ormando pelo apoio.

Ao meu orientador Wilson Aragão Filho e a todos os professores e funcionários do Departamento de Engenharia Elétrica da UFES.

Page 6: Monog Inversor Pid

RESUMO

Este trabalho analisa as características da utilização do inversor de freqüência em

acionamentos de moto-bombas com função booster, comparando-as com aquelas

de métodos de partida e automatismos utilizados em elevatórias presentes no

sistema de distribuição de água da Grande Vitória. Posteriormente é realizado um

estudo que estima a economia de energia com a utilização do equipamento, e

finalmente é apresentada uma aplicação em uma elevatória com a utilização do

inversor de freqüência Danfoss VLT 6000 operando em malha fechada com controle

de pressão. Faz-se ainda um estudo do tempo de retorno de investimento estimado

e de melhorias operacionais esperadas. A comparação é feita entre partida com

chave compensadora, partida com soft-starter, ambos com automatismo que desliga

para falta de carga, e o inversor de freqüência com controle de pressão funcionando

em malha fechada. Os dois primeiros são apresentados e analisados, já o terceiro é

proposto desde o circuito de comando até a configuração do inversor de freqüência

para uma elevatória analisada, estimando preço do investimento e tempo de retorno

do investimento, que conforme mostrado proporciona retorno de médio a curto prazo

e melhoria significativa na operação do sistema.

Page 7: Monog Inversor Pid

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Distribuição de água por gravidade..........................................................14

Figura 2 – Distribuição de água por bombeamento...................................................15

Figura 3 – Perda de carga.........................................................................................16

Figura 4 – Elevação da pressão por bombeamento..................................................17

Figura 5 – Elevatória de água tratada .......................................................................17

Figura 6 – Campo magnético gerado por alimentação 1Φ........................................20

Figura 7 – Campo magnético gerado por alimentação 3Φ........................................20

Figura 8 – Circuito equivalente do motor...................................................................21

Figura 9 – Curva de Torque x Velocidade e Corrente x Velocidade para motor de

indução com tensão e freqüência contínuas ..........................................22

Figura 10 – Variação da Curva de Torque com a velocidade ....................................23

Figura 11 – Carga do tipo potência constante...........................................................24

Figura 12 – Carga do tipo torque constante ..............................................................24

Figura 13 – Carga do tipo torque linearmente crescente ..........................................25

Figura 14 – Carga do tipo torque com crescimento quadrático.................................25

Figura 15 – Ponto de operação do motor de indução acionando uma carga do

tipo Torque com crescimento quadrático para diferentes velocidades ...26

Figura 16 – Bomba Centrífuga ..................................................................................27

Figura 17 – Curvas características da bomba centrífuga ..........................................28

Figura 18 – Sucção positiva e negativa.....................................................................30

Figura 19 – Curva característica da bomba para diferentes rotações .......................32

Figura 20 – Curva (HxQ) em várias rotações e parábolas de iso-eficiência..............33

Figura 21 – Partida com chave compensadora.........................................................35

Figura 22 – Composição básica de uma chave soft-stater........................................36

Figura 23 – Tensão na saída da soft-starter na aceleração ......................................36

Figura 24 – Rampa de tensão aplicada ao motor na aceleração ..............................37

Figura 25 – Tensão na saída da soft-starter na desaceleração ................................37

Figura 26 – Rampa de tensão aplicada ao motor na desaceleração ........................38

Figura 27 – Composição básica do Inversor de freqüência ......................................40

Figura 28 – Formas de onda em cada etapa do Inversor de Freqüência ..................40

Figura 29 – Módulo inversor (chaves) + Motor..........................................................41

Figura 30 – Módulo Inversor monofásico + carga .....................................................41

Page 8: Monog Inversor Pid

Figura 31 – Método PWM Monofásico ......................................................................42

Figura 32 – Variação da amplitude de tensão com técnica de chaveamento PWM..42

Figura 33 – Variação da freqüência com técnica de chaveamento PWM .................43

Figura 34 – Método PWM Trifásico ...........................................................................43

Figura 35 – Tensão de fase na saída do inversor de freqüência...............................44

Figura 36 – Tensão de linha na saída do inversor de freqüência..............................44

Figura 37 – Circuito de comando do Automatismo com chave compensadora.........48

Figura 38 – Circuito de Comando do Automatismo com Sof-Starter .........................51

Figura 39 – Variação da curva característica da bomba com variação da

velocidade ..............................................................................................53

Figura 40 – Circuito de acionamento com Inversor de Freqüência ...........................55

Figura 41 – Curva característica da bomba utilizada na EAT em estudo ..................62

Figura 42 – “Layout” do painel com inversor de Inversor de Freqüência ..................64

Figura 43 – Vazão diária do setor de influência da elevatória...................................66

Figura 44 – Pressão estimada na saída da bomba para operação em velocidade

constante ................................................................................................66

Figura 45 – Pontos de operação da bomba para diferentes vazões .........................67

Figura 46 – Consumo de energia diário para bomba com velocidade constante......68

Figura 47 – Diferentes pontos de operação para bomba com velocidade

constante ................................................................................................69

Figura 48 – Pontos de operação para bomba com velocidade variável ....................69

Figura 49 – Histórico de velocidade diário para velocidade variável da bomba ........71

Figura 50 – Consumo de energia estimada com a utilização do inversor de

freqüência...............................................................................................72

Figura 51 – EAT com acionamento com Inversor de Freqüência..............................74

Figura 52 – Painel de controle local ..........................................................................74

Page 9: Monog Inversor Pid

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Histórico diário de vazão no setor de influência da elevatória. ..................66

Tabela 2 – Dados aleatórios de vazão diária ...............................................................68

Tabela 3 – Rotação em função da vazão para bomba com velocidade

variável ......................................................................................................70

Tabela 4 – Consumo de energia estimada com a utilização do inversor de

freqüência..................................................................................................71

Page 10: Monog Inversor Pid

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Parametrização de entradas digitais .....................................................56

Quadro 2 – Parametrização de entrada analógica ...................................................57

Quadro 3 – Parametrização de relé de saída...........................................................57

Quadro 4 – Lista de material e preço estimado para painel com inversor

de freqüência.........................................................................................65

Quadro 5 – Configuração dos parâmetros de 000 a 017 .........................................75

Quadro 6 – Configuração dos parâmetros de 100 a 117 .........................................76

Quadro 7 – Configuração dos parâmetros de 200 a 228 .........................................77

Quadro 8 – Configuração dos parâmetros de 300 a 328 .........................................79

Quadro 9 – Configuração dos parâmetros de 400 a 427 .........................................81

Page 11: Monog Inversor Pid

LISTA DE SIGLAS

CA – Corrente Alternada

CC – Corrente Contínua

CESAN – Companhia Espírito Santense de Saneamento

EAT – Elevatória de Água tratada

ETA – Estação de Tratamento de Água

IGBT – Insulated Gate Bibolar Transistor (Transistor Bipolar de Gatilho Isolado)

MIT – Motor de Indução Trifásico

NA – Normalmente Aberto

PID – Proporcional Integral Derivativo

PWM – Pulse Width Modulation (Modulação por Largura de Pulso)

TP – Transmissor de Pressão

Page 12: Monog Inversor Pid

11

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 13

2 O SISTEMA DE ABASTECIMENTO ........................................................... 14

2.1 PERDA DE CARGA.................................................................................. 15

2.2 ELEVATÓRIA COM FUNÇÃO “BOOSTER” ............................................. 16

2.3 ELEVATÓRIA DE ÁGUA TRATADA.......................................................... 17

3 O MOTOR DE INDUÇÃO............................................................................ 19

3.1 PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO......................................................... 19

3.2 VARIAÇÃO DA ROTAÇÃO....................................................................... 22

3.3 TIPOS DE CARGA................................................................................... 23

4 BOMBA CENTRÍFUGA .............................................................................. 27

4.1 FUNCIONAMENTO .................................................................................. 27

4.2 DIMENSIONAMENTO DE UMA BOMBA ................................................. 28

4.3 VARIAÇÃO DA ROTAÇÃO....................................................................... 32

5 MÉTODOS DE PARTIDA DO MIT .............................................................. 34

5.1 CHAVE COMPENSADORA ..................................................................... 35

5.2 SOFT-STARTER ...................................................................................... 36

6 INVERSOR DE FREQUÊNCIA ................................................................... 39

6.1 PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO......................................................... 39

6.2 MODULAÇÃO POR LARGURA DE PULSO (PWM) ................................ 41

6.3 MÉTODOS DE CONTROLE DO INVERSOR DE FREQÜÊNCIA ............ 44

7 AUTOMATISMO DO SISTEMA DE ABASTECIMENTO............................. 47

7.1 PROPOSTA DE AUTOMATISMO............................................................. 47

7.1.1 Automatismo com Chave Compensadora.......................................... 47

7.1.2 Automatismo com Partida Suave (Soft Starter) ................................. 50

8 ACIONAMENTO COM INVERSOR DE FREQUÊNCIA .............................. 53

Page 13: Monog Inversor Pid

12

8.1 O CIRCUITO ............................................................................................ 55

9 PROJETO E ESTUDO DE VIABILIDADE ECONÔMICA DE

ELEVATÓRIA COM ACIONAMENTO A INVERSOR DE FREQUÊNCIA ....... 60

9.1 A ELEVATÓRIA DE ÁGUA TRATADA.................................................... 60

9.2 SUBSTITUIÇÃO DO AUTOMATISMO EXISTENTE POR

AUTOMATISMO COM INVERSOR DE FREQÜÊNCIA ................................... 63

9.2.1 Valor estimado do investimento .......................................................... 63

9.2.2 Estudo de retorno de investimento do inversor de freqüência e

de melhoria no sistema ................................................................................. 65

9.3 MONTAGEM E PARAMETRIZAÇÃO DO PAINEL COM INVERSOR

DE FREQÜÊNCIA........................................................................................... 73

10 CONCLUSÕES E TRABALHOS FUTUROS ............................................ 83

11 REFERÊNCIAS......................................................................................... 85

12 ANEXOS ................................................................................................... 87

Page 14: Monog Inversor Pid

13

1 INTRODUÇÃO

No sistema de distribuição de água, muitas vezes se faz necessária a

utilização de equipamentos como bombas centrífugas para fornecer energia à água

na forma de pressão para que esta chegue a consumidores que estão localizados

em pontos mais distantes ou estão em locais com altura elevada em relação ao

ponto inicial de distribuição.

Para o acionamento das bombas, normalmente são utilizados motores de

indução trifásicos, onde durante muito tempo os métodos de partida mais utilizados

eram: partida direta, partida estrela-triângulo e partida com chave compensadora.

Porém esses métodos de partida e o automatismo utilizado para a operação do

sistema apresentam alguns pontos a serem melhorados, que vão desde o golpe de

aríete, até o excesso de pressão na rede de distribuição nos horários de menor

consumo, provocando desperdício de energia elétrica e possíveis danos na

tubulação, podendo gerar perdas por vazamentos. Porém com o avanço da

eletrônica de potência surgiram as chaves Soft-Starters que permitem ao motor

partida e parada suaves, evitando o golpe de aríete. Posteriormente surgiram os

conversores de freqüência, popularmente conhecidos como inversores de

freqüência, que além de permitirem uma partida suave, permite que os motores de

corrente alternada operem em diferentes velocidades proporcionando uma melhor

operação do sistema, aumento da vida útil dos equipamentos e economia de

energia.

Com a finalidade de demonstrar as vantagens advindas do uso do inversor de

freqüência em acionamentos de moto-bombas aplicados em estações elevatórias

com função booster, presentes nos sistemas de distribuição de água, desenvolveu-

se um estudo com levantamento das características de diferentes métodos de

partida e operação, permitindo assim não só levantar o tempo de retorno de

investimento do inversor de freqüência devido à economia de energia, mas destacar

também as vantagens operacionais.

Page 15: Monog Inversor Pid

14

2 O SISTEMA DE ABASTECIMENTO.

O sistema de fornecimento de água consiste basicamente em três etapas:

captação, tratamento e a distribuição da água.

A água bruta é captada nos rios e bombeada até as estações de tratamento

de água (ETA) onde é tratada até atingir um alto nível de potabilidade para

posteriormente ser distribuída aos consumidores.

As estações de tratamento podem estar localizadas em lugares altos, como

na figura 1, possibilitando a distribuição da água através da gravidade. Outra

possibilidade é que estejam na mesma altura ou ainda mais baixas em relação aos

locais a serem abastecidos, como na figura 2, fazendo com que neste caso a

distribuição tenha que ser por bombeamento. Porém, tanto por bombeamento

quanto por gravidade, muitos são os casos em que não se consegue abastecer

lugares muito distantes devido à perda de carga, perda de carga esta que ocorre

devido ao atrito da água com as paredes da tubulação.

Figura 1 – Distribuição de água por gravidade

Page 16: Monog Inversor Pid

15

Figura 2 – Distribuição de água por bombeamento

2.1 PERDA DE CARGA

Para o melhor entendimento do efeito da perda de carga, toma-se como

exemplo a figura 3. Considerando uma estação de tratamento que esteja numa

diferença de cota de 50 m superior à localidade a ser abastecida, deveria esta,

fornecer às casas dessa localidade, água com pressão de 50 mca (metros de coluna

d’água). Porém, devido às perdas de carga na tubulação, a água chega às casas

com uma pressão menor do que os 50 mca previstos, essa pressão de água

fornecida no ramal do consumidor diminui à medida que a distância da casa para a

ETA aumenta, pois a perda de carga é diretamente proporcional à distância

percorrida pela água através da tubulação, e a pressão fornecida no ramal do

consumidor é dada por: pressão fornecida pela ETA menos a perda de carga.

Tomando como exemplo as casas 1 e 2 da figura 3, a pressão com que a

água chegará à casa 1 será maior do que a pressão com que chegará à casa 2,

devido à maior distância desta última à estação de tratamento. Supondo uma perda

de carga de 5 mca no trecho que vai da ETA até a casa 1, a pressão com que a

água chegará até ela será de 45 mca. Porém a perda de carga da ETA até a casa 2

será a perda até a casa1 mais a perda no trecho que vai da casa1 até a casa 2.

Supondo essa perda de 15 mca, a perda de carga total da ETA até a casa 2 será 20

mca, com isso a pressão com que a água chegará até a casa 2 será de 30 mca.

Page 17: Monog Inversor Pid

16

Figura 3 – Perda de carga

2.2 ELEVATÓRIA COM FUNÇÃO BOOSTER

As grandes distâncias e as grandes variações no relevo, muitas vezes não

permitem o abastecimento de algumas regiões diretamente da ETA, pois nesses

casos a pressão fornecida por ela não supre a perda de carga e o desnível a ser

vencido pela água para abastecer determinadas regiões. A solução para este

problema, é a implantação de uma bomba durante o percurso para elevar a pressão

da água para que esta possa chegar às regiões antes não abastecidas. A esse

sistema é dado o nome de elevatória com função booster.

Tomando-se como exemplo a casa 3 da figura 4, suponha-se uma perda de

carga total da estação de tratamento até ela de 30 mca. Como a estação de

tratamento está a uma altura de 50 m, a casa 3 está a uma altura de 25 m e seu

reservatório está a uma altura de 3 m, a água não terá pressão suficiente para

chegar até o reservatório, pois a pressão mínima para que água chegue até ele será

a soma da perda de carga total até a casa 3 que é de 30 mca, mais a altura que está

localizada a casa 3 que é 25 m, mais a altura do reservatório que está a

aproximadamente 3 m do chão, totalizando uma pressão mínima de 58 mca. Como a

pressão da água fornecida pela estação de tratamento é de 50 mca, a pressão não é

suficiente para que a água chegue até o reservatório da casa 3. Nesses casos, para

que a água possa chegar aos reservatórios das casas é necessário que se utilizem

moto-bombas para bombear a água.

Page 18: Monog Inversor Pid

17

Figura 4 – Elevação da pressão por bombeamento.

Em uma metrópole como a Grande Vitória as elevatórias são encontradas em

grande quantidade, existindo aproximadamente 105, num total aproximado de 2,1

MW de potência instalada, representando uma boa parcela dos custos da empresa

de fornecimento de água.

2.3 ELEVATÓRIA DE ÁGUA TRATADA

As elevatórias de água tratada são compostas basicamente dos seguintes

equipamentos: bomba centrífuga, motor de indução trifásico, válvula gaveta

(“registro”) na sucção, válvula de retenção, válvula gaveta no recalque.

Figura 5 – Elevatória de água tratada.

Fonte: Relatório de inspeção CESAN (2005)

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18

A água chega à sucção com determinada pressão, e esta é elevada por uma

bomba centrífuga que é acionada por um motor de indução trifásico, alcançando no

recalque, a pressão necessária para abastecer os locais desejados. A válvula de

retenção tem a função de não permitir que a água bombeada retorne quando a

bomba sair de operação, as válvulas-gavetas têm a função de facilitar a manutenção

quando for preciso. No caso de necessidade de manutenção na bomba, fecham-se

os dois “registros” para possibilitar a retirada da bomba ou mesmo para uma

manutenção local. Os registros têm muitas vezes também função operacional, pois

através do fechamento e abertura deles altera-se o ponto de operação da bomba.

Page 20: Monog Inversor Pid

19

3 O MOTOR DE INDUÇÃO TRIFÁSICO

Para o acionamento de bombas normalmente são utilizados motores de

indução, devido à sua robustez, sua simplicidade e seu baixo custo operacional.

O motor de indução é constituído basicamente pelo estator e pelo rotor. O

estator é a parte fixa do motor e é formado pela carcaça e por enrolamentos que são

responsáveis por criar o campo magnético que proporcionará ao rotor, que é a parte

móvel, uma força para que possa entrar em movimento.

3.1 PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO

O princípio de funcionamento do motor de indução trifásico está baseado nos

três fenômenos do eletromagnetismo [9] que são:

1º) uma corrente elétrica, passando por um condutor, produz um campo magnético

ao redor do condutor, como se fosse um ímã; é o caso do estator que ao ser

percorrido por uma corrente alternada gera um campo magnético constante e

girante;

2o) suponha-se um condutor fechado, colocado em um campo magnético; a

superfície determinada pelo condutor é atravessada por um fluxo magnético; se, por

uma causa qualquer esse fluxo variar, aparecerá no condutor uma corrente elétrica;

esse fenômeno é chamado indução eletromagnética; é o que acontece com o rotor

que pode ser formado por bobinas(rotor bobinado) ou por barras condutoras curto-

circuitadas por anéis(rotor gaiola de esquilo); ao ficar imerso no campo magnético

girante criado pelo estator aparecerá nele uma corrente elétrica;

3o) um condutor, percorrido por corrente elétrica, colocado em um campo magnético,

fica sujeito a uma força; este princípio é o que dá movimento ao rotor: estando ele

imerso no campo magnético girante, aparecerá uma corrente no rotor e este

condutor percorrido por uma corrente imerso num campo magnético ficará sujeito a

uma força que é a força que faz com que ele entre em movimento.

Page 21: Monog Inversor Pid

20

Considerando a figura abaixo, supondo que o estator seja alimentado

somente por uma fase, o campo magnético resultante gerado será um campo

alternado onde a direção muda de acordo com o sentido da corrente numa

velocidade determinada pela freqüência da tensão de alimentação, que no caso do

Brasil é de 60 Hz, variando, portanto a direção 60 vezes por segundo [7].

Figura 6 – Campo magnético gerado por alimentação 1Φ

Fonte:Conversores de Freqüência e Soft-starters – EJM Engenharia

Considerando agora o estator alimentado por três fases deslocadas de 120º

entre si, o campo magnético resultante gerado será um campo magnético girante

conforme a figura abaixo. A velocidade com que esse campo gira é chamada de

velocidade síncrona, e depende da freqüência da tensão de alimentação e do

número de pólos do motor, e pode ser calculada por:

ns = 120 x f p (1)

Figura 7 – Campo magnético gerado por alimentação 3Φ

Fonte: Conversores de Freqüência e Soft-starters – EJM Engenharia

Page 22: Monog Inversor Pid

21

O rotor por sua vez tende a acompanhar a velocidade síncrona, porém se o

rotor girasse na mesma velocidade do campo girante, o campo magnético criado

pelo estator em relação aos condutores do rotor não seria variável, o campo não

sendo variável não haverá corrente induzida no rotor não havendo a força geradora

do torque. Então a velocidade que o rotor gira é sempre menor que a velocidade

síncrona e é dada por[12]:

n = 120 x f x (1 – s) p (2) onde:

n = velocidade em rotações por minutos

f = freqüência da rede em Hertz

s = escorregamento

p = nº. de pólos

O motor de indução pode ser representado através de um circuito equivalente

que permite descrever o funcionamento do motor.

Figura 8 – Circuito equivalente do motor

Fonte:Conversores de Freqüência e Soft-starters – EJM Engenharia

A resistência R1 é o valor da resistência dos condutores das bobinas do

estator e X1 é o valor da reatância de dispersão do estator, onde X1 = 2.π.f.L. A

influência mútua entre o estator e o rotor é representado por Rfe e Xh e o rotor é

representado pela resistência R2 e pela reatância X2, conforme a figura 8 [7].

No instante em que é dada a partida no motor com rotação ainda nula, o

escorregamento ‘s’ é praticamente 1, com isso a resistência “((1-s)/s) x R2“ tende a

zero fazendo com que a corrente seja máxima. Por outro lado considerando o motor

rodando a vazio, o escorregamento ‘s’ tende a zero, com isso a resistência “((1-s)/s)

x R2“ aumenta muito fazendo com que a corrente no rotor tenda a zero. Ou seja,

considerando um motor com partida direta, a corrente drenada pelo motor no

momento da partida chega a aproximadamente 6 vezes a corrente nominal e diminui

Page 23: Monog Inversor Pid

22

à medida em que a velocidade vai diminuindo até atingir um valor estacionário

determinado pela carga [6].

Figura 9 – Curva de torque x Velocidade e Corrente x Velocidade

para motor de indução com tensão e freqüência contínuas.

Fonte: Guia de aplicações de inversor de freqüência WEG

3.2 VARIAÇÃO DA ROTAÇÃO

Todo motor de indução tem como característica construtiva uma velocidade

nominal de operação, ditada pela freqüência da rede, que no Brasil é de 60 Hz e tem

valor constante.

A velocidade nominal pode ser calculada pela equação 2 :

n =120 x f x (1 – s) p (2)

Como o escorregamento e o número de pólos são características do motor,

então, de acordo com a equação acima, para variação da velocidade bastaria variar

a freqüência da tensão de alimentação do motor de indução.

A curva de conjugado pela velocidade pode ser traçada como função da

freqüência do rotor para diferentes valores de freqüência de suprimento conforme

mostrado na figura 10 [1]:

Page 24: Monog Inversor Pid

23

Figura 10 – Conjugado por velocidade para diferentes

freqüências com acionamento mantendo V/f constante.

Fonte: Acionamento de máquinas elétricas – Curso de

Pós Graduação em Engenharia elétrica / UFU.

Observa-se na figura 10 uma redução dos conjugados máximo e de partida

em baixas freqüências. Para melhorar a característica em baixas freqüências, a

tensão terminal deve ser aumentada acima do valor definido pela relação V/f.

3.3 TIPOS DE CARGA [6]

As cargas a serem acionadas pelo motor de indução geralmente se

enquadram em uma das seguintes categorias:

Potência constante – O torque inicial é alto, diminuindo exponencialmente com o

aumento da velocidade. A demanda de potência permanece constante durante toda

faixa de velocidade. Ex.: processos onde há variações de diâmetro, como máquinas

de bobinamento.

Page 25: Monog Inversor Pid

24

Figura 11 – Carga do tipo potência constante

Fonte: Guia de aplicações de inversor de freqüência WEG

Torque constante – o torque exigido pela carga é constante durante toda faixa de

velocidade e a potência demandada cresce linearmente com a carga. Exemplos

desse tipo de carga são: esteira transportadora, guindaste, elevador.

Figura 12 – Carga do tipo torque constante

Fonte: Guia de aplicações de inversor de freqüência WEG

Torque linearmente crescente – o torque cresce linearmente com o aumento da

velocidade, e a potência cresce de forma quadrática. Ex.: prensas.

Page 26: Monog Inversor Pid

25

Figura 13 – Carga do tipo torque linearmente crescente

Fonte: Guia de aplicações de inversor de freqüência WEG

As bombas centrífugas se enquadram no tipo de carga abaixo:

Torque com crescimento quadrático – O torque demandado cresce com o quadrado

da velocidade e a potência cresce com o cubo. Outro ex.: Ventiladores

Figura 14 – Carga do tipo torque com crescimento quadrático.

Fonte: Guia de aplicações de inversor de freqüência WEG

A curva de torque do motor de indução é alterada para diferentes velocidades

conforme representado na figura 10. Em contrapartida o torque necessário para o

acionamento da bomba varia com o quadrado da variação da velocidade, com isso

os pontos característicos de operação para diferentes velocidades podem ser

representados conforme a figura 15.

Page 27: Monog Inversor Pid

26

Figura 15 – Pontos de operação do motor de indução

acionando uma carga do tipo Torque com crescimento

quadrático, para diferentes velocidades.

Esse tipo de carga é a aplicação onde se consegue maior economia de

energia, pois a redução da potência demandada com a redução da velocidade é

superior se comparada com as outras aplicações.

Page 28: Monog Inversor Pid

27

4 BOMBA CENTRÍFUGA

As bombas centrífugas são máquinas que fornecem energia ao líquido por

meio da ação da força centrífuga a fim de promover seu escoamento. Elas

transformam o trabalho mecânico proveniente de fontes externas em energia

cinética e de pressão, que são cedidas ao líquido [8].

4.1 FUNCIONAMENTO

O líquido é encaminhado para a parte central do rotor, entra em movimento de

rotação e é impelido para a periferia do rotor pela ação da força centrífuga,

adquirindo grande velocidade; depois percorre o contorno da carcaça onde parte

dessa energia de velocidade é transformada em energia de pressão e é lançado

para fora da bomba pelo local de descarga [4].

Figura 16 – Bomba Centrífuga

Fonte: Mecânica das bombas

A função da bomba em sistemas elevatórios de abastecimento de água é a de

elevar a pressão para que o líquido possa alcançar alturas que não alcançaria

naturalmente, com uma vazão capaz de suprir a demanda de água exigida de

acordo com o consumo.

Page 29: Monog Inversor Pid

28

4. 2 DIMENSIONAMENTO DE UMA BOMBA [3]

Ao se dimensionar uma bomba, visa-se, basicamente ao fornecimento de

uma determinada vazão em uma determinada altura manométrica, objetivando

sempre obter o maior rendimento possível para a bomba. Porém, de acordo com a

aplicação, poderá haver variação da vazão em relação a de projeto. Para uma

mesma bomba, variando-se a vazão varia-se também a pressão desenvolvida (altura

manométrica) e o rendimento da bomba.

Cada bomba tem um certo campo de aplicação em termos das grandezas que

interferem em seu funcionamento. É importante, então, que se escolha a bomba que

melhor atenda à sua aplicação.

O objetivo é atingido num primeiro estágio, através dos gráficos de seleção e,

num segundo estágio, através das curvas características da bomba que são obtidas

nas bancadas de ensaios e fornecidas pelos fabricantes:

Curvas características de uma bomba centrífuga.

Figura 17 – Curvas características da bomba centrífuga.

Fonte: Instalações elevatórias. Bombas – 3ª Edição

(HxQ) – mostra a variação da altura manométrica desenvolvida em função da vazão

recalcada.

(ηxQ) – mostra a variação do rendimento em função da vazão.

Page 30: Monog Inversor Pid

29

(PxQ) – mostra o relacionamento existente entre a potência necessária ao

acionamento e a vazão recalcada.

(NPSHxQ) – o NPSH é a energia (carga) medida em pressão absoluta disponível na

entrada de sucção de uma bomba hidráulica. O NPSH requerido (NPSHreq) é a

energia em pressão absoluta que a bomba requer na sua entrada de sucção para

evitar que o fenômeno da cavitação ocorra e depende das características

construtivas da bomba, da sua rotação e da vazão. Ele é informado pelo fabricante

da bomba. A curva NPSHxQ mostra a variação do NPSH requerido com a vazão,

(muito importante por ser um parâmetro fundamental na escolha da bomba afim de

se evitar a cavitação).

Do conhecimento e análise destas curvas, podem-se tirar informações

fundamentais relativas ao campo de emprego e à forma de operação das bombas,

possibilitando a escolha da que melhor atenda à necessidade de projeto, ou seja,

uma bomba que forneça a pressão e a vazão desejadas com melhor rendimento

possível, e ainda possibilita que se evite que a bomba opere de forma indesejada.

Para o dimensionamento de uma bomba, portanto, é necessário que se saiba

a vazão a ser recalcada e a altura manométrica que se deseja abastecer. Com

essas duas informações, e através das curvas características da bomba, pode-se

determinar a bomba que atenda aos dois parâmetros com o melhor rendimento.

Determinadas essas variáveis e conhecendo o valor de γ que é característico de

cada fluído, pode-se determinar a potência necessária ao acionamento da bomba.

A potência necessária ao acionamento de uma bomba é dado por:

P = γ . Q . Hman/ (75 . η) (3)

Onde,

P – potência necessária ao acionamento, em CV.

Q – vazão a ser recalcada, em m³/seg.

Hman – altura manométrica, em m.

γ – peso específico do fluido, em kg/m³.

η – rendimento da bomba, em %.

Page 31: Monog Inversor Pid

30

Porém, a vazão pode variar ao longo do dia. Durante a noite, por exemplo, o

consumo de água é mínimo, ao passo que, de manhã e à tarde, o consumo é

elevado. Então, a vazão que deve ser levada em consideração no dimensionamento

da bomba para que não haja deficiência no abastecimento, será a vazão nos

horários de maior consumo. A pressão manométrica, por sua vez, que deverá ser

fornecida pela bomba, não será apenas uma questão geográfica, dependendo

também, da pressão com que o fluido chega à bomba, das perdas de carga na

tubulação, de conexões e peças. A altura manométrica a ser considerada será:

Hman = Ho + ∆H (4)

onde, ∆H são as perdas de carga e Ho é o desnível geométrico e pode ser

encontrado conforme a figura abaixo:

Figura 18 – a) Sucção positiva; b) Sucção negativa

Fonte:Instalações elevatórias. Bombas – 3ª Edição

As perdas de carga, por sua vez, variam de acordo com a vazão. Se há uma

redução da vazão, a perda de carga reduz-se com o quadrado desta.

Page 32: Monog Inversor Pid

31

A perda de carga numa tubulação segundo Darcy-Weissbach é dada por:

∆H = f . L . D . V²/2g (5)

onde,

∆H – Perda de carga, em m.

f – coeficiente de atrito (depende do regime de escoamento (laminar ou

turbulento) e da rugosidade relativa da parede do conduto).

L – comprimento do tubo, em m.

D – diâmetro do tubo, em m.

V² – velocidade média de escoamento, em m/seg.

g – aceleração da gravidade, em m/seg².

A velocidade média de escoamento ‘V’ depende da vazão e é dada por:

V = 4.Q/π.D² (6)

onde,

Q – vazão, em m³/seg.

D – diâmetro da tubulação, em m.

V – velocidade média de escoamento, em m/seg.

O coeficiente de atrito ‘f’ para escoamento laminar é dado por:

f = 64/Re (7)

onde,

Re = V.D/v, sendo:

V – velocidade média de escoamento, em m/seg.

D – diâmetro do tubo, em m.

v – viscosidade cinemática do fluído, em m²/seg.

O coeficiente de atrito para um escoamento turbulento, além de ser função do

regime de escoamento, depende também da rugosidade relativa da tubulação, onde

os valores desta rugosidade relativa são característicos do tipo de material e podem

ser obtidos através de Tabela com valores da rugosidade absoluta de cada material.

Conhecidos o número de Reynolds e a rugosidade relativa, o coeficiente de

atrito f é dado pelo Ábaco de Moody que está em ANEXO A.

Para se conhecer a perda de carga em peças e conexões, pode-se usar dois

métodos, o método dos comprimentos equivalentes que consiste em substituir o

acessório por um valor de comprimento de tubulação reta de mesmo diâmetro e

Page 33: Monog Inversor Pid

32

material, no qual ocorra uma perda de carga igual àquela que acontecerá no

acessório. A substituição dos acessórios por comprimentos equivalentes em tubos

retos é dado por tabelas fornecidas pelos fabricantes. E o método direto, dado por:

∆Hl = K.V²/2g (8)

onde,

∆Hl – perda de carga no acessório, em m.

V – velocidade média de escoamento, em m/seg, dado em tabela.

G – aceleração da gravidade, em m/seg²

4.3 VARIAÇÃO DA ROTAÇÃO.

A variação da rotação de acionamento de uma bomba faz com que as

características de suas curvas sejam alteradas. Para cada ponto (HxQ) da curva de

uma bomba na rotação nominal, existe um outro ponto (H´xQ´) correspondente sob

rotação n´, tal que:

Q´/Q = n´/n (9)

H´/H = (n´/n)² (10)

P´/P = (n´/n)³ (11)

Figura 19 – Curva característica da bomba para

diferentes rotações.

Fonte: Instalações elevatórias. Bombas – 3ª Edição

Page 34: Monog Inversor Pid

33

Com a alteração da rotação, observada as leis de semelhança física de

máquinas hidráulicas rotativas, equações 9 a 11, as curvas de funcionamento da

bomba são alteradas, mudando assim o ponto de operação do sistema.

É importante ressaltar que os novos pontos encontrados são pontos

homólogos, ou seja, operam com mesmo rendimento dos pontos que lhe deram

origem.

Figura 20 – Curva (HxQ) em várias rotações e parábolas de

iso-eficiência.

Fonte: Instalações elevatórias. Bombas – 3ª Edição.

As parábolas que interligam os pontos de mesmo rendimento para diferentes

rotações são chamadas parábolas de iso-eficiência.

De posse das curvas características para rotações diferentes da nominal,

pode-se agora analisar em termos de eficiência energética a operação da bomba

acionada por um motor de indução, que por sua vez, tem sua velocidade controlada

por um inversor de freqüência.

Page 35: Monog Inversor Pid

34

5 MÉTODOS DE PARTIDA DO MIT

Para o acionamento de moto-bombas por motor de indução em elevatórias de

água tratada, 5 métodos principais podem ser destacados: partida direta, partida Y-∆,

partida por chave compensadora, partida por chave soft-starter e inversor de

freqüência.

O método de partida direta é o mais simples para partir um motor de indução,

onde o motor é ligado diretamente à rede, porém é pouco utilizado, principalmente,

em motores de grande porte, devido à alta corrente de partida.

Na partida Y-∆, é necessário que o motor possua ligação dupla de tensão; na

partida o motor é ligado em estrela, fornecendo-se tensão reduzida à bobina do

motor de 1/√3 vezes a tensão nominal, e posteriormente comuta-se a ligação para

triângulo ficando assim em operação com tensão nominal nas bobinas do motor,

possibilitando a redução da corrente de partida em até 1/3.

A partida com chave compensadora tem como característica aplicar uma

tensão reduzida nas bobinas do motor através de um auto-transformador no

momento da partida, depois aplica-se tensão nominal para operação normal do

motor, conseguindo assim uma redução na corrente de partida.

A partida com soft-starter, como próprio nome já diz, permite ao motor uma

partida suave através da variação em rampa da tensão de alimentação do motor,

proporcionada pelo conjunto de pares de tiristores, onde o ângulo de disparo dos

tiristores é controlado eletronicamente. A partida com a soft-starter permite que a

corrente de partida seja aproximadamente o mesmo valor da corrente nominal.

O inversor de freqüência tem como principal característica conseguir alimentar

o motor com tensão e freqüência variáveis, ou seja, diferentes dos valores nominais

da rede, proporcionando ao motor a possibilidade de operar com velocidade

diferente da nominal. Consegue-se, portanto, não só partir, mas também operar o

motor por tempo indeterminado com corrente, tensão e freqüência reduzidas

proporcionando-se um melhor desempenho à máquina elétrica.

Como o método da partida direta é pouco utilizado e as chaves estrela-

triângulo e chave compensadora têm a mesma finalidade, para efeito de

comparação somente as chaves compensadoras, soft-starters e inversores de

freqüência serão analisados, assim como seus princípios de funcionamento, os prós

e os contras da utilização destes na aplicação em bombas.

Page 36: Monog Inversor Pid

35

5.1 CHAVE COMPENSADORA [11]

A partida com chave compensadora tem como principal objetivo a redução da

corrente de partida, utilizando um autotransformador que pode fornecer ao motor

diferentes níveis de tensão, dependendo de suas características construtivas.

No momento da partida é fornecida ao motor através do autotransformador,

uma tensão reduzida, menor que a tensão nominal do motor, posteriormente aplica-

se a tensão nominal, possibilitando uma redução da corrente de partida de até vc² x

Ipnom, onde ‘vc’ é o valor da compensação e Ipnom é a corrente de partida nominal.

Por exemplo, se a tensão fornecida pelo autotransformador ao motor na hora da

partida for de 60% da tensão nominal a redução da corrente de partida poderá

chegar a 0,6² = 0.36, ou seja, redução em até 64%.

Figura 21 – Partida com chave compensadora

Fonte: Comandos elétricos – CEFET-SP

No instante da partida os contatos NAs dos contatores K2 e K3 (Fig. 21) são

fechados, e o motor é alimentado pelo tap do transformador com tensão reduzida,

neste caso com 60% da tensão, e depois de aproximadamente 7 segundos, os

Page 37: Monog Inversor Pid

36

contatos NAs dos contatores K3 e K2 voltam a abrir, e os conatos NAs do contator

K1 são fechados, aplicando portanto a tensão nominal.

5.2 SOFT-STARTER [6]

O funcionamento de uma soft-starter consiste no controle do ângulo de

disparo dos tiristores de uma ponte tiristorizada, a fim de gerar na saída da mesma,

uma tensão eficaz gradual e linearmente crescente até atingir a tensão nominal da

rede.

Figura 22 – Composição básica de uma chave soft-starter

Fonte: Seminário técnico 2003 – Siemens

O controle do ângulo de disparo dos tiristores é feito por uma unidade de

controle (figura 22). Na aceleração o controle é feito através da diminuição do ângulo

de disparo de forma a se obter na saída da soft-starter uma forma de onda do tipo:

Figura 23 – Tensão na saída da soft-starter na aceleração.

Fonte: Seminário técnico 2003 – Siemens

Page 38: Monog Inversor Pid

37

Obtendo assim uma tensão eficaz crescente até atingir seu valor nominal. O

tempo da rampa de aceleração pode ser ajustado na soft-starter, para melhor

adequação ao tipo de carga (figura 24).

Figura 24 – Rampa de tensão aplicada ao motor na aceleração.

Fonte: Guia de aplicação de inversor de freqüência – Weg

O mesmo processo também ocorre na desaceleração, o controle de disparo é

feito de forma a ir aumentando o ângulo de disparo até cessar totalmente a

alimentação.

Figura 25 – Tensão na saída da soft-starter na desaceleração.

Fonte: Seminário técnico 2003 – Siemens

Obtendo assim uma tensão eficaz decrescente em rampa durante um tempo

ajustado no equipamento, até atingir um valor mínimo onde é totalmente desfeita a

alimentação da carga conforme representado na figura 26.

Page 39: Monog Inversor Pid

38

Figura 26 – Rampa de tensão aplicada ao motor na desaceleração

Fonte: Guia de aplicação de inversor de freqüência – Weg

Page 40: Monog Inversor Pid

39

6 INVERSOR DE FREQUÊNCIA

Os inversores de freqüência são dispositivos eletrônicos que fornecem total

controle sobre a velocidade de motores elétricos de corrente alternada através do

controle dos valores da freqüência e de tensão aplicados aos motores. Tais

grandezas são ajustadas de acordo com a necessidade da máquina elétrica e da

aplicação [13].

Durante muitos anos as aplicações industriais que necessitavam de

velocidade variável com motores de indução CA, necessitavam de um segundo

dispositivo de conversão de energia que utilizava componentes mecânicos,

hidráulicos ou elétricos.

Posteriormente como alternativa vieram os motores de corrente continua, que

proporcionam um ótimo controle da velocidade e torque para uma faixa extensa de

operação, predominando por muito tempo nas aplicações onde se exigia alto

desempenho, respostas rápidas e alta precisão no controle de velocidade.

Porém, a busca por avanços tecnológicos tem diminuído esta hegemonia. A

disponibilidade dos semicondutores a partir da década de 60, e seu desenvolvimento

principalmente na área de potência na década de 80, aliados com o grande avanço

na tecnologia de microprocessadores, possibilitaram a implementação de sistemas

com variação de velocidade para motores de CA com excelentes características de

desempenho e confiabilidade, os denominados inversores de freqüência, que com

passar do tempo têm evoluído e ganho cada vez mais espaço.

6.1 PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO

O princípio de funcionamento do inversor de freqüência se baseia em três

etapas: retificação, filtragem e inversão [5].

Page 41: Monog Inversor Pid

40

Figura 27 – Composição básica do Inversor de freqüência.

Fonte: Guia de aplicação de inversor de freqüência – Weg

Na primeira etapa, o retificador, que pode ser controlado ou não, é alimentado

através da rede com tensão e freqüência constantes, gerando uma tensão constante

pulsante (figura 28). Na segunda etapa esta tensão é filtrada e entregue ao inversor.

O inversor é composto de um conjunto de chaves dispostas conforme Figura 29.

Estas chaves são implementadas nos inversores de freqüência por transistores de

potência, onde os mais utilizados são os IGBTs. Tais chaves são controladas, na sua

abertura e no seu fechamento, por uma unidade de controle microprocessada. As

variações de abertura e fechamento das chaves possibilitam obter na saída do

inversor diferentes formas de ondas. Os inversores de freqüência modernos utilizam

para a combinação de abertura e fechamento das chaves, uma técnica chamada

PWM (Pulse Width Modulation) ou Modulação por largura de pulso, permitindo a

geração de ondas “senoidais” de freqüência variável com boa resolução.

Figura 28 – Formas de onda em cada etapa do Inversor de Freqüência.

Fonte: Inversor de Freqüência – ISA

Page 42: Monog Inversor Pid

41

Figura 29 – Módulo inversor (chaves) + Motor.

Fonte: Inversor 1

Outros tipos de técnicas de modulação são utilizados, como exemplo a

técnica PAM modulação por amplitude de pulso. Porém para demonstrar como é

possível através de dispositivos eletrônicos, e a partir da tensão e freqüência

constante da rede, obter um sistema trifásico com freqüência variável, será utilizada

a técnica PWM.

6.2 MODULAÇÃO POR LARGURA DE PULSO (PWM) [2]

A técnica de chaveamento PWM consiste na abertura e fechamento das

chaves, controladas a partir da unidade de controle microprocessada, onde o tempo

de abertura e fechamento das chaves (figura 30) é definido com a comparação de

uma senóide de referência gerada pelo circuito de controle, com uma onda

triangular, o ponto de intersecção destas ondas determina a mudança de estado das

chaves.

Figura 30 – Módulo Inversor monofásico + carga

Tomando como exemplo a Figura 31, é apresentada a onda triangular e a

senóide de referência, que é a senóide que se deseja na saída do inversor de

freqüência. No cruzamento delas tem-se o momento de abertura e fechamento das

chaves.

Page 43: Monog Inversor Pid

42

Figura 31 – Método PWM Monofásico

Fonte: Inversor 1

A forma de onda gerada no gráfico (b) da Figura 31, não é efetivamente uma

senóide, mas sim um sinal de pulsos retangulares onde a tensão média em cada

semi-ciclo se equivale a tensão média de uma onda senoidal, sendo assim

enxergada pelo motor de indução.

Para a variação da amplitude da tensão de saída, basta variar a amplitude da

tensão de referência. A partir dessa variação, haverá também uma mudança no

tempo em que as chaves ficarão abertas, variando assim o módulo da tensão média

da onda pulsante gerada, como no exemplo da figura 32. A amplitude da tensão de

referência é reduzida, com isso o tempo em que as chaves ficam fechadas é

reduzido, fazendo com que a tensão média equivalente também diminua.

Figura 32 – Variação da amplitude de tensão com

técnica de chaveamento PWM.

Fonte: Inversor 1

Para a variação da freqüência basta variar o período da senóide de

referência, como mostrado na figura seguinte. Com isso, haverá uma variação do

número de pulsos, fazendo com que haja a variação da freqüência.

Page 44: Monog Inversor Pid

43

Figura 33 – Variação da freqüência com técnica de

chaveamento PWM.

Fonte: Inversor 1

Outra alternativa do controle PWM é fazê-lo de maneira a evitar os zeros dos

pulsos, utilizando uma onda triangular sem patamares do zero, como no exemplo

trifásico que se segue, cujo módulo inversor mais motor estão representados na

figura 29.

A interseção da onda triangular com a senóide de referência de cada fase

determina a abertura e o fechamento das chaves (figura 34). Com isso o período

que as chaves deverão ficar fechadas é determinado pela largura do pulso de

corrente no “gate” do IGBT.

Figura 34 – Método PWM Trifásico

Fonte: Inversor 1.

Os pulsos que se equivalem à saída senoidal de cada fase Va, Vb, Vc é

mostrado abaixo.

Page 45: Monog Inversor Pid

44

Figura 35 – Tensão de fase na saída do

inversor de freqüência.

Fonte: Inversor 1

Com isso temos na figura abaixo, a tensão de linha Vab gerada na saída do

inversor de freqüência.

Figura 36 – Tensão de linha na saída do

inversor de freqüência.

Fonte: Inversor 1

6.3 MÉTODOS DE CONTROLE DO INVERSOR DE FREQÜÊNCIA [6].

Para variação da velocidade do motor não basta apenas variar a freqüência,

uma variável que tem se tomar um cuidado especial é o torque do motor, com esta

preocupação os métodos de controle utilizados são:

Controle escalar - O método de controle escalar está baseado numa

estratégia de V/f constante. Considerando que o toque é proporcional a V/f, então

ele será mantido constante e igual ao nominal para qualquer velocidade. Como para

variação da velocidade é necessário que se varie a freqüência, neste caso, a tensão

é alterada na mesma proporção, obtendo uma corrente no estator também constante

na ordem da corrente nominal. Para velocidades acima da nominal, não é possível

Page 46: Monog Inversor Pid

45

manter o torque constante, pois para se manter V/f constante, a tensão deve variar

na mesma proporção da freqüência, mas com freqüências acima da nominal, o

máximo valor de tensão que se pode chegar é o valor nominal, entrando o motor em

operação numa região chamada de região de enfraquecimento de campo, onde o

torque diminui à medida que a freqüência aumenta.

Para freqüências acima de 30 Hz, mantendo-se a proporcionalidade V/f, a

resistência R do circuito equivalente do motor de indução não terá muita influência

na corrente, devido aos altos valores das reatâncias séries para freqüências

maiores. Porém para freqüências abaixo de 30 Hz, a resistência R passa a

influenciar na corrente, fazendo com que em freqüências baixas a corrente tenda a

diminuir e com ela o torque. Para que isto seja evitado, é necessário que nessa

região a tensão diminua numa proporção menor que a freqüência através de um

método chamado de compensação IxR.

Devido a essas limitações, os inversores com controle escalar são utilizados

em aplicações onde não são necessários um controle de torque preciso e alto

desempenho.

Controle Vetorial – Em aplicações que exigem alto desempenho e controle

preciso do torque são utilizados os inversores de freqüência com controle vetorial.

No motor de indução alimentado diretamente da rede ou com inversor de

freqüência com controle escalar, a corrente do estator é responsável pela

magnetização e geração de torque, não se tendo um controle direto do torque. O

que o inversor de freqüência com controle vetorial faz é calcular essa corrente de

acordo com o torque requerido, calculando em tempo real através do modelo

matemático do motor. Para se calcular essa corrente, é necessário conhecer os

parâmetros do circuito equivalente do motor, que podem ser parâmetros pré-

programados, em caso de motores conhecidos, ou em inversores mais sofisticados,

podem ser calculados através de funções de auto-ajuste.

Foi esse grande avanço que possibilitou a diminuição da hegemonia dos

motores CC, pois com os inversores de freqüência com controle vetorial foi possível

aliar os altos desempenho e precisão do acionamento CC às vantagens de um

motor CA. E ainda, em aplicações que requerem maiores precisões, são utilizados

“encoders” acoplados ao motor, possibilitando uma maior precisão dinâmica.

Em aplicações de inversores de freqüência para acionamento de

motobombas geralmente os de controle escalar já conseguem atender muito bem,

Page 47: Monog Inversor Pid

46

pois como em função booster as outras aplicações de motobombas normalmente

não exigem respostas extremamente rápidas nem controles tão precisos de torque.

Page 48: Monog Inversor Pid

47

7 AUTOMATISMO DO SISTEMA DE ABASTECIMENTO.

Como em toda aplicação, o sistema de distribuição de água com a utilização

de moto-bombas com função booster, também tem suas particularidades, e alguns

cuidados devem ser tomados para que se tenha um bom resultado no processo.

Para uma boa operação no sistema de abastecimento devem ser analisados

alguns dados importantes como:

• Golpe de aríete, que consiste em variações de pressão na rede que podem

vir a danificar a estrutura da tubulação e/ou rompê-la. Podendo ser evitado com

partida e parada suaves no motor.

• Excesso de pressão na rede, que pode acontecer nos horários em que a

vazão diminui, fazendo com que possa haver rompimentos nas tubulações,

causando vazamentos e conseqüentemente grandes perdas. Podendo ser evitado

através de variadores de velocidade, ou até mesmo de desligamento da bomba em

horários de menor consumo.

• Bomba rodando sem carga, consiste na falta d’água na sucção da bomba,

podendo ser causada, por exemplo, por rompimentos na tubulação antes de chegar

na bomba, ou outras anomalias inesperadas. Este tipo de situação deve ser evitado

para que não se danifique a bomba por sobre aquecimento.

7.1 PROPOSTA DE AUTOMATISMO

Com a finalidade de atender aos requisitos acima serão apresentadas 3

propostas de automatismo, uma para cada tipo de acionamento: chave

compensadora, soft-starter e inversor de freqüência, visando à análise de custo-

benefício do equipamento utilizado e do automatismo implantado.

7.1.1 Automatismo com Chave Compensadora

O automatismo com chave compensadora abaixo, não consegue atender a

todos os requisitos citados acima, porém atende a alguns com bastante eficiência.

O automatismo com a chave compensadora para EAT, cujo diagrama ladder

está representado na figura 37, proporciona uma partida manual e uma

Page 49: Monog Inversor Pid

48

partida/operação automática. A partida manual é feita através de botoeiras-liga,

desliga e a partida automática só é possível nos horários programados e se houver

água na sucção da bomba; caso haja falta d’água na rede o motor sairá de operação

voltando a operar automaticamente assim que voltar a água na rede.

Figura 37 – Circuito de comando do Automatismo com chave compensadora.

Para esta figura tem-se a seguinte legenda:

E1 – Relé de sobrecarga.

Man/Aut – Chave seletora de 3 posições.

Bd – Botoeira desliga.

Bl – Botoeira liga.

RA – Contator Auxiliar.

7PU – Relé temporizador.

K – Contator de força.

RP – Relé programador de horário.

SF – Sensor de fluxo.

RE – Relé de Eletrodo.

Rt – Temporizador.

O Relé programador horário tem como finalidade permitir a partida do motor

somente nos horários programados. Tem um papel importante em setores de

abastecimento onde não se faz necessário o abastecimento durante 24 horas por

Page 50: Monog Inversor Pid

49

dia, porém é necessário um estudo do consumo de água do setor para um melhor

aproveitamento do programador horário.

A chave seletora “Manual-Automático” é uma chave de seleção de três

posições, onde uma posição habilita a partida e a parada manual através das

botoeiras Bl – liga e Bd – desliga. Uma outra posição habilita o automatismo, onde a

partida acontece automaticamente de acordo com os parâmetros de controle. E uma

terceira posição central, onde não é habilitado nenhum dos dois impossibilitando a

partida do motor.

Com a chave na posição Manual, a partida deverá ser feita através da

botoeira bl. Ao ser pressionada, o contator auxiliar RA1 é energizado e o contato NA

paralelo a “botoeira liga” se fechará, e permanecerá neste estado até que RA1 seja

desenergizado através da botoeira bd. Habilitada a partida do motor com a

energização do contator RA1, é energizado também o 7pu. Este é um dispositivo

com dois contatos NAs independentes um do outro. No instante que é energizado,

um dos contatos NAs se fecha, ficando o outro aberto. Depois de um tempo pré-

ajustado no dispositivo, o contato que se encontrava fechado se abre e o contato

que se encontrava aberto se fecha, possibilitando portanto a partida compensada.

No instante da energização do 7pu, K2 e K3 serão habilitados e alimentarão o motor

através do autotransformador (Fig 21). Após o tempo pré-ajustado, k2 e k3 são

desabilitados e K1 é habilitado, passando o motor a ser alimentado com tensão

nominal. Por questão de segurança, é necessário que se faça o intertravamento dos

contatores K1 e K3 conforme a figura 37, para que os dois não sejam habilitados no

mesmo instante evitando um curto.

Com a chave na posição Automático, a partida irá acontecer dependendo da

situação do sistema. O relé de eletrodo tem a função de vigiar se há água na rede,

não permitindo que seja dada a partida no motor sem que haja água na sucção,

evitando que o motor opere a vazio. O relé temporizador de minuto Rt1 tem a função

de garantir que realmente haja água na rede, pois existe a possibilidade de mesmo

não havendo água na rede, por um distúrbio, chegue água até os eletrodos do relé

de eletrodo por um pequeno instante de tempo, fazendo com que ele habilite a

partida. Ainda, se houver um distúrbio oscilatório, ele permitirá várias partidas num

pequeno espaço de tempo, podendo até queimar o motor. Então garantida a

presença de água por um bom intervalo de tempo, o contato NA do relé

temporizador de minuto Rt1 será fechado, habilitando a partida do motor.

Page 51: Monog Inversor Pid

50

Efetuada a partida através da energização do contator RA2, o relé

temporizador de segundo Rt2 também é energizado através do contato NA do relé

de minuto. O Rt2 tem a função de manter o RA2 energizado pelo contato do relé de

minuto até que o contato NA do sensor de fluxo se feche, que será quando o motor

atingir uma corrente mínima pré-ajustada no próprio dispositivo, a partir daí o

contator RA2 será sustentado pelo contato do sensor fluxo. Porém, se houver falta

d’água com o motor operando é necessário que este desligue, e isso é feito através

do sensor de fluxo que é um circuito eletrônico desenvolvido por técnicos da

CESAN, que monitora a corrente do motor, fazendo com que o contato NA do sensor

se feche ou permaneça fechado a partir de um valor de corrente pré-ajustado no

aparelho e volte ao estado aberto se a corrente for menor do que a pré-ajustada.

O automatismo com chave compensadora permite um controle para casos de

falta d’água, evitando que o motor opere a vazio, permite o desligamento do motor

nos horários em que o consumo de água se aproxima a zero, possibilitando uma

pequena economia de energia. Porém não se consegue evitar o golpe de aríete,

reduzir o consumo de energia quando o consumo de água reduzir e evitar o aumento

da pressão na rede.

7.1.2 Automatismo com Partida Suave (Soft-starter)

Para melhorar a operação do sistema, atendendo não só aos quesitos

atendidos pela chave compensadora mas também evitar o golpe de aríete, será

utilizada a partida suave ou soft-starter.

O princípio do automatismo com a soft-starter é o mesmo da chave

compensadora, porém com o avanço desses equipamentos devido ao desejo dos

fabricantes em aumentar seu espaço no mercado, as soft-starters estão aparecendo

com várias funções de proteção e operação do sistema, então foi utilizada a função

de subcorrente da soft-starter na substituição do sensor de fluxo.

O circuito a seguir foi desenvolvido para a soft-starter da WEG modelo SSW-

04 podendo se estender a idéia para outros modelos inclusive de outros fabricantes,

observando, no entanto, especificações de relés de trip, entradas digitais, entre

outros [14].

Page 52: Monog Inversor Pid

51

O tipo de comando utilizado foi o comando por entradas digitais a dois fios,

que consiste na utilização das entradas digitais para comandar a partida e a parada

do motor conforme representado no circuito de comando a seguir:

Figura 38 – Circuito de Comando do Automatismo com soft-starter.

Para o comando de partida, é necessário que se feche o contato que existe

entre as entradas digitais DI 1 e DI 3 através da energização do contator auxiliar

RA1, e assim permaneça para que o motor continue em operação. Para desligar o

motor basta que se abra o contato através da desenergização do contator auxiliar

RA1.

A chave seletora manual/automático tem a mesma função da chave do

circuito de comando da chave compensadora citado anteriormente, assim como o

relé programador de horário (RP). Com a chave na posição manual o acionamento

do motor continua através das botoeiras Bl – liga, Bd – desliga. Com a chave na

posição automático, só é habilitada a partida no horário programado no RP.

Os bornes 10, 11, 12 representados no circuito são bornes do relé 3 da soft-

starter. Este é um relé interno do equipamento que muda de posição com a

mudança de estado, ou seja, quando passa do estado de operação normal para o

estado de ERRO. O estado de erro utilizado é justamente quando há a subcorrente,

ou seja, o motor deverá sair de operação quando a corrente drenada for menor do

que a corrente ajustada no equipamento. Se a soft-starter não estiver no estado de

erro o contato estará fechado entre os bornes 10 e 11, se for para o estado de erro

Page 53: Monog Inversor Pid

52

abre-se o contato entre 10 e 11 e fecha-se entre 11 e 12. Desse modo, se o motor

estiver em operação e por acaso faltar água na rede, o motor irá funcionar sem

carga, e a corrente drenada reduzirá a um valor menor do que o ajustado, fazendo

com que a soft-starter entre em estado de ERRO.

Ao ser iniciada a soft-starter, o estado dela é de operação normal, ou seja,

contato fechado entre 10 e 11, portanto para que seja habilitada a partida é

necessário que tenha água na rede. Havendo água na rede, será fechado o contato

NA do relé de eletrodo. Se confirmada a presença de água durante o intervalo de

tempo ajustado no relé de minuto Rt1, acontecerá a partida do motor através da

energização do contator auxiliar RA2 que irá energizar o RA1. Se por acaso houver

falta d’água, o contato entre 10 e 11 será aberto, desenergizando o RA2 e

conseqüentemente o RA1, assim desligando o motor. Então, a soft-starter sofrerá

um “auto reset” após um tempo programado nela, fazendo com que saia do estado

de ERRO e volte para o estado normal de operação. Com isso, o contato entre 10 e

11 se fecha novamente, ficando em modo de espera até que volte o abastecimento

normal na rede, possibilitando nova partida no motor.

O funcionamento do automatismo com soft-starter é o mesmo da chave

compensadora, porém todas essas partidas e paradas são suaves, fazendo com que

a corrente de partida seja ainda menor e evite o golpe de aríete.

Page 54: Monog Inversor Pid

53

8 ACIONAMENTO COM INVERSOR DE FREQUÊNCIA.

O acionamento com inversor de freqüência é capaz de atender a importantes

quesitos que não são preenchidos pelos métodos de partida citados anteriormente.

Sua capacidade de operar o sistema com velocidades variadas e sua ótima resposta

de controle em malha fechada permitem um grande avanço e melhoria na operação

do sistema.

O sistema de abastecimento com inversor de freqüência apresentado a seguir

tem como característica um sistema de controle com pressão constante. Como a

vazão varia ao longo do dia, o ponto de operação da bomba varia, fazendo com que

a pressão varie também. Considerando a bomba com velocidade constante, para os

horários de menor vazão a pressão fornecida pela bomba tende a ser maior, ao

passo que, em horários de maior vazão a pressão fornecida será menor. Porém

como a pressão a ser fornecida, por norma é uma pressão constante, no mínimo 10

mca no ramal do consumidor, o inversor de freqüência é utilizado para variar a

velocidade da bomba, conseguindo, portanto alterar a curva característica da

bomba, obtendo para diferentes vazões, pressões constantes, conforme

representado na figura abaixo.

Figura 39 – Variação da curva característica

da bomba com variação da velocidade.

Page 55: Monog Inversor Pid

54

Considerando uma bomba que tenha como curva característica a curva n

(Fig. 39), foi dimensionada para abastecer todos os consumidores do setor em pleno

horário crítico, ou seja, o de maior vazão Q, com pressão H na saída da bomba.

Porém no horário em que a vazão diminui de Q para Q1, a bomba passa a operar no

ponto F’, atingindo uma pressão na saída da bomba H’ maior que H.

Essa elevação da pressão tem duas conseqüências principais: o excesso de

pressão na tubulação e o desperdício de energia. O excesso de pressão na

tubulação pode vir a danificar a estrutura ou até mesmo romper a tubulação. Com o

passar do tempo o material da tubulação altera suas características originais e sua

resistência diminui, com isso a probabilidade de rompimento aumenta. Com o

excesso de pressão na rede e com alteração das características resistivas do

material, a possibilidade de rompimento aumenta cada vez mais, rompimentos

esses, que trazem grandes perdas de água, acarretando grandes prejuízos para

empresa e transtorno para os consumidores, podendo ficar sem água até que o

vazamento seja reparado.

O desperdício de energia se dá devido ao excedente de energia fornecida

pela bomba na forma de pressão, considerando que no momento que a vazão

diminui de Q para Q1, a bomba que poderia fornecer a mesma pressão H que

continuaria atendendo a todo setor, fornece uma pressão H’.

A pressão constante na saída da bomba e a economia de energia são

possíveis com a utilização do inversor de freqüência no acionamento do motor de

indução que aciona a bomba. Com a utilização do inversor de freqüência e

conseqüentemente a possibilidade de variação de velocidade, é possível alterar a

curva característica da bomba, passando, por exemplo, de uma curva n para uma

curva n’, conseguindo para uma vazão Q1, uma pressão H, operando no ponto F1.

A potência exigida da rede elétrica para qualquer ponto da curva n, ou seja,

tanto para o ponto F quanto para o ponto F’, será sempre próxima da potência

nominal do motor que aciona a bomba. Ao passo que, a potência exigida para uma

moto-bomba acionada por um inversor de freqüência reduz com o cubo da redução

de velocidade. Ou seja:

P1/P = (n1/n)³ :. P1 = P (n1/n)³

A redução de potência consumida pode ser dada por:

Peco = P – P1

Peco = P – P (n1/n)³

Page 56: Monog Inversor Pid

55

Peco = P(1- (n1/n)³) (12)

8.1 O CIRCUITO [4]

O circuito a seguir foi desenvolvido para o inversor de freqüência Danffos VLT

6000. Tem como uma de suas funções permitir a partida somente quando houver

carga, ou seja, quando houver água na sucção para que não funcione a vazio. Caso

haja falta d’água com o motor em operação, o motor deverá ser desligado e só será

permitida a partida novamente quando o abastecimento retornar a normalidade. A

velocidade do motor será controlada através do controle em malha fechada a que o

inversor de freqüência está submetido, aumentando a rotação para os horários de

maior vazão, e diminuindo a rotação para os horários de menor vazão, procurando

sempre manter a pressão na saída da bomba constante.

Figura 40 – Circuito de acionamento com Inversor de Freqüência

O terminal 12 é uma fonte de tensão de 24V DC, que é utilizado como sinal

de nível lógico para as entradas digitais e como fonte de alimentação para o

Page 57: Monog Inversor Pid

56

instrumento para que este forneça o sinal analógico de 4-20 mA para a entrada

analógica 60.

O instrumento, na aplicação em questão um transmissor de pressão (TP),

pode ser de duas configurações diferentes: a 4 fios e a 2 fios. O instrumento a 4 fios

deve ser alimentado a dois fios por uma fonte externa, ou seja, uma fonte que não

seja a do inversor de freqüência, e outros dois fios levam o sinal analógico ao

inversor de freqüência, sendo um conectado ao terminal 60 (entrada analógica 4 –

20 mA) e outro ao terminal 55 (comum da entrada analógica) . O instrumento a 2

fios, que foi o utilizado acima, utiliza a fonte do inversor como alimentação e com

isso o terminal 39 (comum da saída analógica) deve ser conectado com um jumper

ao terminal 55 como representado acima, sendo assim os dois fios do instrumento

ficam: um ligado ao terminal 12, que é a fonte, e outro ao terminal 60.

As entradas digitais, as entradas analógicas, as saídas analógicas/digitais e

os relés de saída podem ser configurados via LCP (Painel de Controle Local) ou via

“software” através dos seus respectivos parâmetros. Para se configurar, por

exemplo, a entrada digital 27, basta entrar no parâmetro 304 de configuração do

inversor de freqüência e especificar a função que se deseja que ela desempenhe, de

acordo com a tabela de funções fornecida pelo fabricante.

As entradas digitais estão configuradas conforme a descrição abaixo:

Quadro 1 – Parametrização de entradas digitais.

Parâmetro Entrada Dig.

Função

300 16 11 – Partida Manual

301 17 13 – Partida Automática

302 18 1 – Partir

304 27 0 – “Parada por inércia”

305 29 9 – Funcionamento permissivo

Partida Manual – é utilizada para partida e parada do motor e a velocidade é

definida através das teclas de controle +/-. Lógica ‘1’ = Partida, lógica ‘0’ = parada

(modo OFF/STOP).

Partida Automática – A lógica ‘1’ põe o inversor de freqüência em modo

automático, permitindo a existência de um sinal de partida no terminal de controle

Page 58: Monog Inversor Pid

57

(Ent. Di 18), ou seja, através da entrada digital que esteja configurada para partir e

controle de velocidade através de uma entrada analógica que esteja configurada

para tal função.

Partida – é utilizada para comando de partida e parada. Lógica’1’ = partida,

Lógica ‘0’ = parada.

Parada por inércia – é utilizada para forçar o inversor de freqüência a liberar o

motor (os transistores de saída são “desligados”) para que este realize uma parada

livre somente por ação da carga ou atrito natural. A lógica ‘0’ define a parada por

inércia.

Funcionamento permissivo – para que um comando de partida possa ser

aceito, deve haver um sinal de permissão através do terminal que foi programado,

definido através da lógica ‘1’. O funcionamento permissivo tem uma função lógica ‘E’

com a função Partida.

A entrada analógica está com a seguinte configuração:

Quadro 2 – Parametrização de entrada analógica.

Parâmetro Entrada

Analógica nº

Função

314 60 2 – feedback

feedback – Funciona como sinal de feedback para o controle em malha

fechada da pressão.

A saída de relé dos bornes 01, 02, 03 está com a seguinte configuração:

Quadro 3 – Parametrização de relé de saída.

Parâmetro Relé nº Função

323 1 22 – Corrente de saída inferior a Ilow (parâmetro

221)

Corrente de saída inferior a Ilow (parâmetro 221) – o relé estando configurado

para esta função, permanece na posição 01-03 se a corrente no motor for superior

ao valor definido no parâmetro 221, e comuta para 01-02 se a corrente no motor for

inferior ao valor definido no parâmetro 221.

Page 59: Monog Inversor Pid

58

Através da chave seletora de 3 posições “man – desl –aut”, determina-se o

modo de operação do sistema. Ao se selecionar modo manual, será ativado em nível

lógico ‘1’ o terminal 16, assim será realizada a partida do motor. A velocidade de

operação do motor é definida pela tecla de controle (+/-), se for definido por

exemplo, 50 Hz através da tecla de controle, a freqüência permanecerá assim até

que alguém a altere novamente via tecla de controle. A parada do motor será

realizada caso o terminal 16 (Partida Manual) saia do nível lógico ‘1’ e passe para o

nível lógico ‘0’, ou seja, o inversor de freqüência saia de modo manual para modo

OFF/STOP, ou se alguma proteção do inversor de freqüência for ativada no modo

trip, como por exemplo, um trip de sobre carga.

Caso seja selecionada a posição “aut.” (partida automática), será aplicado ao

terminal 17 (Partida automática) nível lógico ‘1’, com isso é habilitada a partida

através dos terminais de controle. Caso haja um comando de partida através do

terminal 18 (Partida), ou seja, nível lógico ‘1’ aplicado no terminal 18, essa só será

permitida se o terminal 29 (Funcionamento permissivo) estiver em nível lógico ‘1’.

Para que o terminal 29 vá para nível lógico ‘1’, é necessário que haja água na

sucção e seja detectada pelo relé de eletrodo, e que esta condição se confirme

durante um tempo pré-ajustado no Rt1 (relé temporizador de minuto). Assim o

contato NA do Relé de eletrodo (RE) ficando fechado durante esse tempo, permite

que o contato NA de Rt1 se feche, energizando o relé auxiliar Ax3 e habilitando a

partida.

Caso haja falta d’água, a motobomba funcionará a vazio, fazendo com que a

corrente do motor diminua bastante abaixo de níveis alcançados pela redução de

rotação. Com isso, o relé 1 de saída estando programado para comutar caso a

corrente do motor seja menor do que o parâmetro 221, passa para o estado 01-02

(ligação) após o tempo definido no parâmetro 324 (Relé 1, atraso de ON). Assim, o

contator auxiliar Ax3 será desenergizado, levando o terminal 29 (funcionamento

permissivo) para nível lógico ‘0’, fazendo com que desligue o motor. Ao ser

desligado, o relé volta para o estado 01-03 (cortado), e somente haverá outra partida

caso volte a água.

O controle de pressão do sistema é feito pela entrada analógica 60 através de

um sinal de 4 a 20 mA vindo de um transmissor de pressão. O valor do set point

(pressão desejada) é ajustado no inversor de freqüência através do parâmetro 418,

e através da variação da velocidade o inversor tenta reduzir a diferença entre o valor

Page 60: Monog Inversor Pid

59

lido pelo instrumento e o set point, tendendo a anulação. Ex.: O sistema funciona

com controle de velocidade com pressão constante, à medida em que for diminuindo

o consumo (vazão) a pressão tende a se elevar para um mesmo valor de velocidade,

o instrumento manda esta informação para o inversor de freqüência através de um

sinal analógico e o inversor para manter essa pressão constante diminui a

velocidade.

Apesar da grande vantagem da utilização do inversor de freqüência em

Elevatórias de água tratada com função booster, o alto custo do investimento, muitas

vezes deixa dúvida em relação ao retorno econômico. Porém, seu alto custo tem

retorno na forma de economia de energia, e para dimensionar esse retorno é

necessário que se conheça o projeto, o valor do projeto e a característica do sistema

a ser implementado o projeto.

Page 61: Monog Inversor Pid

60

9 PROJETO E ESTUDO DE VIABILIDADE ECONÔMICA DE ELEVATÓRIA

COM ACIONAMENTO A INVERSOR DE FREQUÊNCIA.

Neste capítulo será apresentado um exemplo de projeto de uma elevatória

para abastecimento de um setor, e posteriormente será apresentado um projeto de

automatismo com inversor de freqüência, chegando assim a um valor estimado de

investimento e o tempo de retorno desse investimento.

9.1 A ELEVATÓRIA DE ÁGUA TRATADA [10]

O projeto da elevatória a seguir, é um exemplo de projeto para ampliação de

elevatória de água tratada, para abastecimento de setor com deficiência de

abastecimento devido à sua ampliação. Com os dados do setor, determina-se a

bomba ideal para o abastecimento e do motor ideal para acionamento da bomba. O

automatismo utilizado nesta elevatória é o apresentado na secção 7.1.2 –

Automatismo com partida suave.

A região a ser abastecida é uma região elevada, onde o ponto crítico do setor

de abastecimento está a uma altura 50 m tomando como referência a rede principal.

A água chega ao ponto de instalação da elevatória com pressão de 10 mca, não

sendo possível abastecer essa região sem que se eleve a pressão. A demanda de

vazão para este setor nos horários de pico é estimada em 70 m³/h. A distância do

local escolhido para implantação da elevatória até o ponto crítico é de 1 Km.

Dados para projeto da elevatória.

Vazão = 70 m³/h

Pressão com que a água chega na sucção = 10mca

Altura = 50 m

Comprimento linear da tubulação de recalque até o ponto crítico = 1000 m

Diâmetro = a definir

Cálculo das perdas de carga

No ANEXO B, verifica-se que o tubo de diâmetro mais adequado para 70 m³/h é o de

5”, por apresentar menor perda de carga com velocidade de escoamento compatível.

Page 62: Monog Inversor Pid

61

As conexões e acessórios podem ser representados por comprimentos equivalentes

de tubulação. Por segurança utilizando conexões de metal, através do ANEXO B

tem-se:

1 registro gaveta, metal 5” ____________ 0,9 m

1 válvula de retenção horizontal, metal 5” 10,4 m

1 válvula de retenção vertical, metal 5” __ 16,1 m

4 curvas de 90º, metal 5” _____________ 8,4 m

1 redução, metal ___________________ 1,07 m

Comp. linear da tub. de recalque, PVC __ 1000 m

Comprimento total _________________ 1036,87 m

Pela tabela do ANEXO B para 70 m³/h, tubo de 5” tem-se um coeficiente de 1,35%

sendo:

Hper = 1036,87x1,35% = 14 m

Cálculo da altura manométrica total

Hm = Ho + Hmin + Hper – Hsuc

Ho = Altura geográfica.

Hmin = Altura mínima a ser entregue ao fornecedor.

Hper = Perda de carga em tubulação, conexões e acessórios.

Hsuc = Altura crítica com que a água chega à sucção.

Então,

Ho = 50 m, que é a diferença de altitude do ponto crítico até o ponto de instalação da

elevatória.

Hmin = 15 m, por norma a empresa de saneamento é obrigado a fornecer até o ramal

de ligação do cliente, água com pressão de 10 mca no mínimo, porém por

segurança adota-se um valor ligeiramente superior.

Hper = 14 m, conforme calculado acima.

Hsuc = 10 mca, o menor valor de pressão que a água chega até a sucção da bomba.

A altura manométrica total será então:

Hm = 50 + 15 + 14 - 10 = 69 mca.

Page 63: Monog Inversor Pid

62

O cálculo da potência necessária no eixo para acionamento da bomba é dado por:

P = H x Q x 0,37 / η (13)

Onde,

P = potência em CV;

H = Hm, altura manométrica total;

Q = vazão máxima requerida;

0,37 = fator de conversão de unidades;

η = rendimento da bomba em %.

A curva característica da bomba utilizada segue abaixo:

Figura 41 – Curva característica da bomba utilizada na EAT em estudo

Com isso temos:

P = 70 x 70 x 0,37 / 64 = 28,33 cv , ou seja, um motor de 30 cv.

Especificação de equipamentos utilizados

Bomba centrífuga para águas limpas ou turvas, para uso industrial, predial e

agricultura, utilizada em irrigação e transporte de água à distância. Vedação por selo

mecânico ou gaxeta, recalque 2”, sucção 3”, potência 30 cv, rotação 3540 rpm,

altura manométrica 70 mca, vazão 70 m³/h, rendimento 0,70.

Page 64: Monog Inversor Pid

63

Motor de Indução trifásico, rotor tipo gaiola, potência 30 cv / 22 kW, Tensão

nominal 220 v, Corrente nominal 71 A, Velocidade Nominal 3540 rpm, 2 pólos, fator

de potência 0,88, rendimento 0,91, fator de serviço 1,15.

Chave soft-starter, para motor de indução trifásico. 30 cv / 220-440 v, grau

de proteção IP 20. Contendo entradas digitais para comando de partida e parada, e

saída a relé que acuse corrente baixa.

9.2 SUBSTITUIÇÃO DO AUTOMATISMO EXISTENTE POR AUTOMATISMO

COM INVERSOR DE FREQÜÊNCIA.

Considerando a elevatória apresentada na seção anterior já em operação, é

sugerida a substituição do automatismo implantado por um inversor de freqüência

funcionando em malha fechada com controle de pressão visando à melhoria de

operação do sistema e economia de energia. Porém, para implantação do inversor

de freqüência é necessário um alto investimento inicial, investimento esse que tem

retorno financeiro esperado devido à economia de energia proporcionada pelo

inversor de freqüência.

Para aderir ao projeto de implantação do inversor de freqüência, é importante

conhecer o tempo estimado de retorno do investimento para saber se atende às

perspectivas do investidor. Para isso, é necessário conhecer o valor a ser investido e

as características do sistema para quantificar a economia de energia. Uma vez

satisfeita as condições de tempo de retorno de investimento e melhoria de operação

do sistema, o próximo passo é a implantação do projeto com a instalação e

parametrização dos equipamentos.

9.2.1 Valor estimado do investimento

O automatismo utilizado será o apresentado no capitulo anterior. O layout do

painel segue abaixo (Fig. 42).

Page 65: Monog Inversor Pid

64

Figura 42 – layout do painel com inversor de Inversor de Freqüência

A especificação do inversor de freqüência e do transmissor de pressão são:

Inversor de Freqüência para acionamento de motor de indução acoplado a

bomba centrífuga. Potência 30 cv / 22 kW, In 88A, grau de proteção IP54.

Recursos de programação que possibilitem monitorar o sinal de referência de

velocidade. Dotado de entradas digitais programáveis para comando de partida e

parada via bornes, e de entrada analógica 4-20 mA para controle em malha fechada,

saída a relé de 220V programável para função de subcorrente, fonte externa para

alimentação do transmissor de pressão, função de controle e ajuste PID.

Proteção contra curto-circuito, sobre-carga, subcorrente, falta de fase.

Transmissor de Pressão, grau de proteção IP65/67, 0-10 bar, com saída a

dois fios de 4 a 20 mA, alimentação de 10 a 30 V DC a dois fios, conexão ao

processo ½ NPT (National Pipe Taper – conexões que atendem às norma

americanas ANSI e são utilizadas para condução de líquidos, gases e vapores com

uma certa responsabilidade, até um certo nível de pressão e temperatura). Para uso

de controle em malha fechada do inversor de freqüência.

A lista de material para montagem do painel com inversor de freqüência e

demais acessórios segue abaixo:

Page 66: Monog Inversor Pid

65

Quadro 4 – Lista de material e preço estimado para painel com inversor de freqüência.

Material Quantidade Preço (un) Preço (total)

Inversor de Freqüência p/ motor de

30 CV/220 V 1 R$ 5000,00 R$ 5000,00

Transmissor de pressão, 0 a 10

bar, 4-20 mA 1 R$ 1000,00 R$ 1000,00

Painel modular dimensões

1300x800x600, proteção IP 54 1 R$ 1500,00 R$ 1500,00

Barra de cobre 1/4x1” 3 R$ 40,00 R$ 120,00

Chave seccionadora, tripolar, 160 A 1 R$ 300,00 R$ 300,00

Fusível NH – Ultra-rápido – 125 A 3 R$ 32,00 R$ 96,00

Chave seletora 3 posições 1 R$ 70,00 R$ 70,00

Chave seletora 2 posições 1 R$ 60,00 R$ 60,00

Contator auxiliar 3 R$ 80,00 R$ 240,00

Relé de Eletrodo 1 R$ 80,00 R$ 80,00

Relé temporizador, 30 minutos

(Ton) 1 R$ 65,00 R$ 65,00

Fusível diazed – 6A 3 R$ 10,00 R$ 30,00

Preço total estimado R$ 8561,00

Fonte: Representante Danfoss Espírito Santo e Vega materiais elétricos.

Para a instalação do painel com inversor de freqüência será necessário investir

aproximadamente R$ 8.560,00.

9.2.2 Estudo de retorno de investimento do inversor de freqüência e de

melhoria no sistema.

Para um estudo aproximado do retorno de investimento e melhoria da

operação do sistema com a implantação do inversor de freqüência, é necessário que

se conheçam as características do setor de influência da elevatória. Um estudo do

consumo de água ao longo do dia é essencial, com ele e com as curvas

características da bomba pode-se estimar a elevação da pressão em cada horário e

a energia economizada.

Page 67: Monog Inversor Pid

66

O histórico de vazão no setor estudado segue abaixo:

Tabela 1 - Histórico diário de vazão no setor de influência da elevatória.

Hora Vazão

(m³/h)

0:00 26,29

1:00 25,92

2:00 25,15

3:00 25,29

4:00 24,37

5:00 25,37

6:00 29,33

7:00 38,22

8:00 47,62

9:00 57,92

10:00 67,66

11:00 66,88

12:00 67,73

13:00 66,62

14:00 64,62

15:00 64,29

16:00 59,36

17:00 59,88

18:00 61,51

19:00 57,36

20:00 50,92

21:00 42,77

22:00 36,92

23:00 30,77

Figura 43 – Vazão diária do setor de influência da elevatória

Considerando o sistema operando com velocidade constante, nos horários

em que a vazão é reduzida tem-se uma elevação na pressão.

Figura 44 – Pressão estimada na saída da bomba para operação em

velocidade constante.

Page 68: Monog Inversor Pid

67

Comparando as figuras 43 e 44, pode-se notar que nos horários de menor

consumo, que são os horários da noite e durante a madrugada, a bomba opera com

pressão de saída elevada. Como mostrado no estudo da seção 9.1, uma pressão de

70 mca é suficiente para abastecer todo setor dentro da norma, porém sem o

controle de pressão, nos horários mencionados, a bomba opera com pressões

acima dos 70 mca.

Pela curva característica da bomba, tomando como exemplo o horário de

maior vazão, onde esta chega a 67,73 m³/h, a bomba opera no ponto P1 com

pressão de 71,3 mca, e durante a madrugada, tomando o ponto de menor consumo,

com vazão igual a 25,15 m³/h, a bomba opera no ponto P2, fornecendo 90,2 mca de

pressão na sua saída.

Figura 45 – Pontos de operação da bomba para diferentes vazões.

Para operação com velocidade constante, mesmo com a redução no

consumo de água, o consumo de energia é praticamente constante durante todo o

dia, e tem como característica a figura a seguir.

Page 69: Monog Inversor Pid

68

Figura 46 – Consumo de energia diário para bomba com velocidade constante.

O consumo de energia diário dessa elevatória é de aproximadamente 514,4

kWh totalizando um consumo mensal de 15,43 MWh.

Utilizando o inversor de freqüência com controle de pressão, a velocidade é

variada de acordo com a variação da vazão, de maneira a manter a pressão

constante. Neste caso, com a variação da vazão altera-se a curva da bomba e o

ponto de operação, mas a pressão é mantida sempre constante, que é condição

desejada.

Tomando como exemplo alguns horários da tabela 1 de histórico diário de

vazão mostrada acima:

Tabela 2 – Dados aleatórios de vazão diária

Hora Vazão

P1 0:00 26,3

P2 8:00 47,6

P3 12:00 67,7

P4 22:00 36,9

Os pontos de operação para velocidade constante seriam:

Page 70: Monog Inversor Pid

69

Figura 47 – Diferentes pontos de operação para bomba com velocidade constante.

Ao se variar a velocidade de rotação da bomba varia-se também sua curva

característica, possibilitando diferentes curvas características para uma mesma

bomba. Então, utilizando o inversor de freqüência com controle em malha fechada

com pressão constante, à medida que a vazão diminui, o inversor de freqüência

diminui a rotação do motor, mantendo assim para diferentes vazões a mesma

pressão.

Assim os pontos de operação utilizando o inversor de freqüência,

considerando os mesmos horários citados acima seriam:

Figura 48 – Pontos de operação para bomba com velocidade variável

Page 71: Monog Inversor Pid

70

Para o ponto de operação P1 onde se tem a menor vazão, tem-se também a

velocidade n1 menor do que as demais, ao passo que, para o ponto de operação P3

onde se tem a maior vazão, tem-se também a velocidade n3 maior do que as

demais.

Essa possibilidade de poder diminuir a velocidade à medida que a vazão

diminui, faz com que seja possível economizar energia, pois para cargas do tipo

torque quadrático que é o caso da bomba centrífuga, a potência consumida diminui

com o cubo da redução da velocidade.

Através da curva característica da bomba utilizada, obteve-se uma

aproximação polinomial da curva através do Excel. Para a curva já apresentada na

figura 41, a aproximação foi:

H = -0,0048Q² + 0,0012Q + 93,164

Com essa aproximação e com as equações da lei das semelhanças:

n’/n = Q’/Q e n’/n = (H’/H)²; é possível estimar a rotação para cada horário.

Considerando a pressão desejada H’ a pressão constante de 70 mca, a vazão em

cada horário Q’ a vazão conhecida por estudo e mostrada na tabela 1 e a rotação n

a rotação nominal, tem-se assim 3 equações e 3 incógnitas.

1) H = -0,0048Q² + 0,0012Q + 93,164

2) n’/n = Q’/Q

3) n’/n = (H’/H)²

Para o caso analisado, com as características de consumo apresentadas e

mantendo a pressão na saída da bomba constante e igual a 70 mca, o histórico de

rotação foi o seguinte (Figura 49):

Tabela 3 – Rotação em função da vazão para bomba com velocidade variável

Hora Vazão

(m³/h)

Rot.

(rpm)

0:00 26,29 3140

1:00 25,92 3138

2:00 25,15 3134

3:00 25,29 3135

4:00 24,37 3130

5:00 25,37 3135

6:00 29,33 3157

7:00 38,22 3218

8:00 47,62 3297

9:00 57,92 3402

10:00 67,66 3516

11:00 66,88 3506

12:00 67,73 3517

13:00 66,62 3503

14:00 64,62 3479

15:00 64,29 3475

16:00 59,36 3418

17:00 59,88 3424

18:00 61,51 3442

Page 72: Monog Inversor Pid

71

19:00 57,36 3396

20:00 50,92 3329

21:00 42,77 3254

22:00 36,92 3208

23:00 30,77 3166

Figura 49 – Histórico de velocidade diário para velocidade variável da bomba

Ao contrário do sistema com velocidade constante, o sistema que tem a

possibilidade de variar a velocidade pode reduzi-la quando se tem uma redução na

vazão, e com essa redução, reduzir também o consumo de energia elétrica.

Com a variação de rotação (n’/n) em cada horário (Tabela 3), com o consumo

de energia (P x h) medida para a rotação constante (Tabela 4) e com a equação da

lei das semelhanças:

n’/n = (P’/P) ³

é estimado um consumo de energia (P’ x h) considerando uma queda de rendimento

de 2% para redução de velocidade do motor com a utilização do inversor de

freqüência, cujas características são apresentadas abaixo:

Tabela 4 – Consumo de energia estimada com a utilização do inversor de freqüência.

Hora n'/n (n'/n)³ P ( W ) P' ( W ) = P x (n'/n)³/0,98

0:00 0,887 0,698 21000 14951 1:00 0,886 0,696 21100 14994 2:00 0,885 0,694 21100 14937

3:00 0,885 0,694 21100 14947

4:00 0,884 0,691 21000 14810

5:00 0,886 0,694 21000 14882

6:00 0,892 0,709 21100 15272

Page 73: Monog Inversor Pid

72

7:00 0,909 0,751 21300 16322

8:00 0,931 0,808 21500 17730

9:00 0,961 0,887 21500 19470

10:00 0,993 0,980 21800 21791

11:00 0,990 0,972 21900 21712

12:00 0,993 0,980 21900 21907

13:00 0,990 0,969 21800 21554

14:00 0,983 0,949 21900 21207

15:00 0,982 0,946 21800 21038

16:00 0,965 0,900 21800 20020

17:00 0,967 0,905 21700 20031

18:00 0,972 0,919 21500 20171

19:00 0,959 0,883 21600 19455

20:00 0,940 0,832 21300 18075

21:00 0,919 0,777 21300 16886

22:00 0,906 0,744 21200 16097

23:00 0,894 0,715 21200 15473

Consumo diário para rotação constante em kWh

514,40

Consumo diário para rotação variável em kWh

433,73

Figura 50 – Consumo de energia estimada com a utilização do inversor de freqüência

O consumo de energia estimado após a instalação do inversor de freqüência

passa de 514,4 kWh a aproximadamente 433,7 kWh diário, totalizando 13,01 MWh

mensais, representando uma redução no consumo de energia de aproximadamente

Page 74: Monog Inversor Pid

73

80,7 kWh por dia, alcançando uma economia de: Eeco(%) = 80,7 kWh/514,4 kWh =

16%. A energia total economizada por mês se aproxima a 2420,1 kWh.

Considerando o preço do ‘kWh’ igual a R$ 0,34, há uma economia no gasto

de aproximadamente 2420,1 x 0,34 = R$ 822,82 por mês.

Considerando uma taxa mínima de atratividade i = 0,6% ao mês, o valor de

investimento VP = R$ 8.560,00 e uma economia mensal de PGTO = R$ 822,82 por

mês, o tempo estimado de retorno de investimento ‘n’ pode ser encontrado com:

VP = PGTO . (1 + i)n - 1

i (1 + i)n (14)

Com os valores apresentados acima, o tempo estimado de retorno do investimento é

de 10,78 meses.

9.3 MONTAGEM E PARAMETRIZAÇÃO DO PAINEL COM INVERSOR DE

FREQÜÊNCIA.

Uma vez aderido ao projeto de implantação do inversor de freqüência, passa-

se à montagem e parametrização dos equipamentos.

A alimentação sai do padrão de energia que fica localizado na parte externa

da EAT para o barramento do painel, que fica no interior da EAT. O painel é

instalado próximo ao conjunto motobomba, com isso o transmissor de pressão pode

ser instalado próximo à saída da bomba a poucos metros do painel, para obter uma

regulagem em malha fechada. Os eletrodos do relé de eletrodo podem ficar também

próximos à bomba, na sucção, com fios indo diretamente até o relé de eletrodo

instalado no painel.

Page 75: Monog Inversor Pid

74

Figura 51 – EAT com acionamento com Inversor de Freqüência.

Fonte: Manual do Inversor de freqüência VLT 6000 – Danffos.

Com o painel já instalado no local, com o transmissor de pressão e os

eletrodos já em suas respectivas posições o próximo passo é parametrizar o inversor

de freqüência.

A configuração do inversor de freqüência pode ser feita pelo painel de

controle local (LCP).

Figura 52 – Painel de controle local.

Fonte: Manual de operação VLT 6000 – Danfoss

Page 76: Monog Inversor Pid

75

As funções do painel de controle podem ser divididas em cinco grupos:

1 – Visor

2 – Teclas para alterar o modo do visor

3 – Teclas para alterar os parâmetros do programa

4 – Leds indicadores

5 – Teclas para comando local

Utilizando a tecla [EXTEND MENU] da LCP, é possível acessar todos os

parâmetros do inversor de freqüência.

Parâmetros 000-017 – este grupo de parâmetros permite configurar a

unidade de controle, como por exemplo, o idioma, as grandezas que serão

mostradas no visor, ativação e desativação de teclas de controle. Esses parâmetros

não interferem no funcionamento do circuito e variam de acordo com a preferência

do usuário.

Quadro 5 – Configuração dos parâmetros de 000 a 017

Nº par. Descrição Parametrização

001 Idioma 08 – Português

002 Configuração ativa 05 – Configuração múltipla.

007 Indicações no visor grande 03 – Freqüência.

008 Indicações no visor

pequeno 1.1

05 – Corrente do motor.

009 Indicações no visor

pequeno 1.2

15 – feedback

010 Indicações no visor

pequeno 1.3

06 – Potência.

011 Unidade de referência local 00 – Hz.

012 Botão de partida manual 00 – Desabilitado.

013 Botão desligar/parar 00 – Desabilitado.

014 Botão de partida automática 00 – Desabilitado

015 Botão de reset 01 – Habilitado.

016 Bloqueio da alteração de

dados

00 – Não bloqueado.

Page 77: Monog Inversor Pid

76

017 Estado operativo na ligação 00 – Re-arranque automático.

Os parâmetros de indicação no visor definem quais grandezas o usuário

deseja que sejam mostradas.

Algumas teclas de comando foram desabilitadas, pois suas funções já estão

sendo executadas via entrada digital no circuito projetado.

No parâmetro 017 é definido o procedimento no caso da alimentação no

inversor de freqüência ser religada. Para a opção escolhida o inversor de freqüência

deve iniciar nas mesmas condições que existiam no momento imediatamente

anterior ao desligamento.

Parâmetros 100-117 – este grupo de parâmetros permite configurações das

características do motor.

Quadro 6 – Configuração dos parâmetros de 100 a 117.

Nº par. Descrição Parametrização

100 Configuração 00 – Loop fechado.

101 Características de torque 00 – Otimização automática de energia

102 Potência do motor 2200 – 22 kW

103 Tensão do motor 220 V

104 Freqüência do motor 60 Hz

105 Corrente do motor 71,00 A

106 Velocidade nominal do

motor

3540 rpm

107 Adaptação automática do

motor

00 – Otimização não autorizada

110 Torque de partida elevado OFF

111 Atraso da partida 0.0 seg.

112 Pré-aquecimento do motor 00 – Não autorizado

113 Corrente de pré-

aquecimento

0 %

114 Corrente de freio DC 50 %

115 Tempo de frenagem 10 seg

116 Freqüência de corte da

frenagem.

OFF

Page 78: Monog Inversor Pid

77

117 Proteção térmica do motor 04 – ETR Trip 1

No parâmetro 100 foi definido o modo de operação do inversor de freqüência,

no caso “loop fechado”, para um controle em malha fechada da pressão.

O parâmetro 101 está configurado conforme visto, pois será ligado apenas um

motor ao inversor de freqüência. Caso fosse operar com motores em paralelo a

configuração deveria se alterada.

A adaptação automática é um algoritmo de ensaio onde são medidos todos os

parâmetros elétricos do motor para otimização do ajuste do inversor de freqüência,

motor e sistema. Deve ser feito antes da entrada em operação do sistema e depois

deve permanecer desativado.

A função “torque de partida elevado” está desativada, pois a aplicação em

questão não exige torques elevados na partida.

No parâmetro 117 foi definido que quando houver sobrecarga no motor, ele

será retirado de operação. Nessa configuração o inversor de freqüência reconhece a

sobrecarga através do cálculo da carga térmica baseado na corrente e no tempo,

existe a opção também de reconhecimento através de um termistor colocado no

motor.

Parâmetros 200-228 – neste grupo de parâmetros, são configurados tempos de

aceleração, referências, limites de corrente, freqüência, referência e feedback.

Quadro 7 – Configuração dos parâmetros de 200 a 228

Nº par. Descrição Parametrização

200 Faixa de freqüência de saída 0 – 120 Hz

201 Limite inferior de freqüência de

saída 0.0 Hz

202 Limite superior de freqüência de

saída 60.0 Hz

203 Localização das referências 00 – Referências relacionadas com

manual/automático

204 Referência mínima 0,0

205 Referência máxima 10,000

206 Tempo de aceleração 20 seg

207 Tempo de desaceleração 20 seg

Page 79: Monog Inversor Pid

78

208 Desaceleração automática 01 – Habilitada

209 Freqüência de jog 10 Hz

210 Referência tipo 00 – Soma

211 Referência predefinida 0,0

215 Corrente limite 1.0 x Invlt

216 Freqüência de bypass OFF

217 Bypass de freqüência 1 120 Hz

221 Advertência de corrente baixa 40 A

222 Advertência de corrente elevada 81,5 A

223 Advertência de freqüência baixa 0 Hz

224 Advertência de freqüência elevada 120 Hz

225 Advertência de referência baixa -999.999,999

226 Advertência de referência alta 999.999,999

227 Advertência de sinal de feedback

baixo 6,0

228 Advertência valor máximo de

feedback 8,0

No parâmetro 200 existem duas faixas de freqüência de saída possíveis de

serem configuradas, de 0 - 120 Hz e de 0 – 1000 Hz. Foi configurada de 0 – 120 Hz

pois a freqüência máxima desejada na saída é 60 Hz.

O parâmetro 203 - Localização das referências - parametrizado conforme

visto, faz com que a velocidade dependa da referência local para modo manual, e

para modo automático dependa da referência remota e dos pontos de configuração

selecionados.

O parâmetro 204 diz que a referência mínima é 0 bar. Para “loop fechado” a

referência mínima será limitada pelo Valor mínimo de feedback (par. 413), e a

unidade “bar” é determinada no par. 415.

O parâmetro 205 depende do valor máximo de feedback determinado no par

414, e não pode ultrapassar o limite do instrumento, que é um TP com valor máximo

de 10 bar.

As referências máxima e mínima são ignoradas quando a referência local

estiver ativada, isso acontecerá quando o inversor de freqüência estivar em modo

manual.

Page 80: Monog Inversor Pid

79

O parâmetro 208 foi habilitado como forma de segurança caso o tempo de

desaceleração seja configurado demasiadamente curto. Se o inversor de freqüência

detectar uma tensão excessivamente elevada no circuito intermediário, ele

automaticamente aumentará o tempo de desaceleração.

No parâmetro 210 foi configurado o tipo “soma”, onde a referência de controle

será a soma da “referência mínima” (Par. 204), mais a contribuição da referência

externa do sinal de 4-20 mA da entrada analógica 60, mais a referência pré-

estabelecida. Para a aplicação em questão, a referência de controle será

exatamente a contribuição da referência externa do sinal analógico.

Como a função “freqüência de bypass” (Par.216) não está sendo utilizada, os

parâmetros 217-218 (bypass de freqüência 1-4) foram mantidos com valores de

fábrica.

No parâmetro 221 foi definido um valor de corrente ligeiramente superior

àquele em que o motor opera sem carga, ou seja, sem água na sucção da bomba.

Se o motor operar com correntes abaixo desse valor o Relé 01 é ativado (Par. 323)

para desligar o motor.

O “limite máximo de corrente” está configurado para Inom do motor x fator de

serviço. 71 x 1,15 = 81,65 A.

Como o Par 314 (entrada analógica 60) está configurado em feedback e o

valor esperado é 6,87 bar que corresponde a 70 mca, caso este valor ultrapasse 8

bar (Par. 228) ou desça abaixo de 6 bar (Par. 227) será dado um sinal de

advertência.

Parâmetros 300-328 – Neste grupo de parâmetros são definidas as funções

relacionadas com os terminais de entrada e saída do conversor de freqüência.

Quadro 8 – Configuração dos parâmetros de 300 a 328

Nº par. Descrição Parametrização

300 Entrada digital borne 16 11 – Partida Manual

301 Entrada digital borne 17 13 – Partida Automática

302 Entrada digital borne 18 01 – Partir

303 Entrada digital borne 19 00 – Nenhuma função

304 Entrada digital borne 27 00 – Parada por inércia

305 Entrada digital borne 29 09 – Funcionamento permissivo

Page 81: Monog Inversor Pid

80

306 Entrada digital borne 32 00 – Nenhuma função

307 Entrada digital borne 33 00 – Nenhuma função

308 Entrada analógica 53 00 – Fora de Operação

311 Entrada analógica 54 00 – Fora de Operação

314 Entrada analógica 60 02 – feedback

315 Terminal 60, valor de escala

mínimo 4 mA

316 Terminal 60, valor de escala

máximo 20 mA

317 Limite de tempo excedido 5 seg

318 Função após limite de tempo

excedido 04 – Freqüência de saída máxima

319 Saída analógica /digital – borne 42 00 – Nenhuma função

321 Saída analógica /digital – borne 45 00 – Nenhuma função

323 Relé 1, função de saída (Vmáx 240

V AC) – bornes 01,02,03

22 – Corrente de saída inferior a Ilow

par. 221

324 Relé 1, atraso de ON 10 seg

325 Relé 1, atraso de OFF 0 seg.

326 Relé 1, função de saída (Vmáx 50 V

AC ou 75 V DC) – bornes 01,02,03 00 – Nenhuma função

Os parâmetros 309 e 310 são referentes à entrada analógica 53 que não está

sendo utilizada, mantendo-se portanto a configuração de fábrica.

Os parâmetros 312 e 313 são referentes à entrada analógica 54 que não está

sendo utilizada, mantendo-se portanto a configuração de fábrica.

No Par. 314 a entrada analógica 60 pode ser configurada como feedback ou

como referência. Se for como feedback o inversor de freqüência compara o valor da

entrada analógica (realimentação) com o setpoint para fazer o controle PID da

velocidade. Se for como referência o valor da entrada analógica tem relação direta

com a velocidade.

Caso o sinal de feedback desça abaixo de 50 % do valor de escala mínimo

(Par. 413), por um período predefinido no Par. 317 (Limite de tempo excedido), o

inversor de freqüência deverá operar com freqüência máxima (Par. 318) que é de 60

Hz (Par. 202)

Page 82: Monog Inversor Pid

81

Os parâmetro 320 (referente a saída analógica/digital 42), 322 (referente a

saída analógica/digital 45), 327 e 328 (referentes ao Relé 2) são mantidos na

configuração de fábrica, pois suas saídas não estão sendo utilizadas.

Parâmetros 400-427 – neste grupo de parâmetros são definidas as funções

especiais do inversor de freqüência, tais como regulagem do PID, limites de

feedback entre outras.

Quadro 9 – Configuração dos parâmetros de 400 a 427

Nº par. Descrição Parametrização

400 Função de reset 00 – Reset manual

401 Tempo de reset automático 10 seg.

402 Partida rápida 01 – Habilitado

403 Timer de modo “sleep” OFF

409 Função em caso de falta de

carga

01 – Sinal de advertência

410 Função de falha na rede elétrica 00 – Trip

411

Função em excesso de

temperatura no inversor de

freqüência

00 – Trip

413 Feedback mínimo 0,00

414 Feedback máximo 10,00

415 Unidades relacionadas com loop

fechado 16 – bar

416 Conversão de feedback 00 – Linear

417 Função de feedback 01 – Maximo

418 Referência 1 6,87 bar

419 Referência 2 0,00

420 Controle normal/inverso do PID Normal

422 Freqüência de partida do PID 60 Hz

423 Ganho proporcional do PID 0,6

424 Tempo de integração do PID 7 seg.

425 Tempo de diferenciação do PID OFF

427 PID tempo de filtro passa baixa 0,01 seg

Page 83: Monog Inversor Pid

82

Parâmetro 401 – Como não está sendo utilizado reset automático, e sim reset

manual, foi mantido o valor de fábrica “10 segundos”.

Parâmetro 402 – Possibilita que o inversor de freqüência ‘apanhe’ o motor em

rotação.

Alguns parâmetros de proteção podem ser configurados como advertência,

onde só aparecerá um alerta no visor do LPC, ou como Trip, onde o inversor de

freqüência trava e pára de alimentar o motor, só voltando ao estado normal de

operação caso haja um sinal de reset.

Parâmetro 409 – Em caso de falta de carga (Im<Ilow) o inversor emite um sinal

de advertência.

Parâmetro 410 – Se o desbalanceamento da rede ficar alto demais ou se

houver falta de fase, o inversor de freqüência pára o motor. O mesmo acontece para

a função de temperatura elevada no inversor de freqüência.

O sinal de feedback mínimo e máximo (Par. 413 e 414) são utilizados para

definir uma escala para a indicação no visor, assegurando assim, que o sinal de

feedback em uma unidade de processamento seja representado proporcionalmente

ao sinal existente na entrada. No caso, se houver um sinal de 4 mA na entrada

analógica 60, representa uma pressão de 0 bar lida pelo TP, ao passo que se houver

um sinal de 20 mA, representa 10 bar.

Apenas a referência 1 (Par. 418) está sendo utilizada como set point para o

controle em malha fechada. (6,87 bar aproximadamente 70 mca)

Parâmetro 420 – Com a configuração “Normal”, o inversor de freqüência

reduz a freqüência quando há aumento do sinal de feedback.

Como últimos ajustes antes da entrada em operação, são feitas as regulagens

dos parâmetros de controle do PID e detecção da corrente de falta de carga,

parâmetros estes, que devem ser ajustados em campo.

Page 84: Monog Inversor Pid

83

10 CONCLUSÕES E TRABALHOS FUTUROS

Como exposto no capítulo 8, o inversor de freqüência através da sua

capacidade de variar a velocidade e capacidade de controle em malha fechada,

acrescenta uma melhoria muito grande na operação do sistema. Com a variação da

velocidade é possível não elevar a pressão na rede nos horários de menor consumo,

evitando danos à tubulação e à estrutura geral em si, possibilidade esta não

alcançada com os outros métodos de partida apresentados. Apesar de seu alto valor

inicial de investimento, pode-se observar na aplicação do capítulo 9 que a utilização

do inversor de freqüência em elevatórias com função booster tem um tempo de

retorno de investimento de médio a curto prazo variando de acordo com as

características do setor, tornando-se atrativo, pois além do retorno do investimento

num curto espaço de tempo, os gastos operacionais serão reduzidos, não só com a

economia de energia, mas também com a redução de danos a estruturas e perdas

por vazamentos. Ainda há o aumento da vida útil de equipamentos com partes

mecânicas devido à redução do estresse mecânico proporcionado pela redução da

velocidade e dos golpes hidráulicos.

Com as características de carga das bombas centrífugas, que são cargas do

tipo torque com crescimento quadrático, cuja potência decresce com o cubo da

redução da velocidade, os inversores de freqüência são hoje os equipamentos que

melhor atendem em aplicações de motobombas com função booster, não só pela

possibilidade de grande economia de energia, mas também melhor operação do

sistema. Os inversores de freqüência estão sendo utilizados em larga escala em

vários campos de aplicação, e é notória uma ênfase extra dos fabricantes para

aplicações em bombas, haja vista algumas funções específicas para aplicações em

bombas presentes nas configurações dos inversores. Dentre os vários fabricantes

de inversores de freqüência, o utilizado no capítulo 9 é um Danfoss VLT 6000, cuja

literatura técnica é bem completa, explicando desde a instalação mecânica do

equipamento, passando pela parte elétrica, ressaltando detalhes sobre

compatibilidades eletromagnéticas e normas, e chegando à configuração de todos

os parâmetros. Sendo um equipamento que atende muito bem à resolução dos

problemas propostos.

Page 85: Monog Inversor Pid

84

Como possíveis trabalhos futuros sugere-se estudos que quantifiquem a

redução de danos às estruturas, a redução de perdas por vazamentos e o aumento

da vida útil de equipamentos com partes mecânicas.

Page 86: Monog Inversor Pid

85

11 REFERÊNCIAS

[1] ANDRADE, Darizon A..Técnicas de controle para MI com acionamento a

freqüências variáveis. Curso de Pós Graduação em Engenharia Elétrica/UFU.

Disponível em: <http://www.eletrica.ufu.br/ftp/files/cem1/Acion_frequencia_

variavel.pdf>. Acessado em: 02 jun. 2007

[2] ARTHUR, Rangel. Inversor 1. Disponível em: <http://www.dca.fee.unicamp.br/

~rangel/controle/home-page/inversor1.pdf >. Acessado em: 02 abr. 2007.

[3] CARVALHO, Djalma Francisco.Instalações Elevatórias. Bombas. 3 ed.353 p.

[4] DANFOSS. Manual de Operação: Conversores de freqüência VLT 6000.

[5] FERREIRA, Dirceu G. Inversores de Freqüência. ISA. Vitória 2006.

[6] MASCHERONI, José M. (Coord.). Guia de Aplicações de Inversores de

Freqüência – WEG. Jaraguá do Sul. WEG. 238 p.

[7] MATHEUS, Henrique. Conversores de Freqüência e Soft-starters.

Disponível em: <www.ejm.com.br/Downloads/Inversores.pdf>. Acessado em 25

mar. 2007.

[8] LIMA, Epaminondas Pio Correia. Mecânica das bombas. 2 ed. Rio de Janeiro:

Interciência. 2003.

[9] SALMERON, Roberto A. Eletricidade e Magnetismo (básico). Disponível em:

<http://efisica.if.usp.br/eletricidade/basico/campo_corrente/fenomenos_eletrom

ag/>. Acesso em: 30 mar. 2007.

[10] SCHNEIDER. Catálogo Geral de Bombas e Motobombas. Joinvile. 1997.

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86

[11] SIEMENS. Coordenação de partidas de motores elétricos. 2003. Disponível

em: <http://mediaibox.siemens.com.br/upfiles/1742.pdf>. Acesso em: 4 mai.

2007.

[12] TORO, V. Del.Fundamentos de Máquinas Elétricas. LTC. 1999.

[13] VACON. O que são os Drives CA – Inversores de freqüência ?. Disponível

em: <http://www.br.vacon.com/Default.aspx?id=466036>. Acesso em: 10 mai.

2007.

[14] WEG. Manual do usuário: Soft-Starter SSW-04. Jaraguá do Sul.

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87

12 ANEXOS

ANEXO A

Ábaco de Moody

Fonte: Instalações Elevatórias. Bombas. 3 ed

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ANEXO B

Fonte: Catálogo Geral de Bombas e Motobombas. SCHNEIDER.