mono-metep-lixo urbano-concluída- set2010

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Thiago Boffo Yasmin Barddal Sérgio Paulo Botter Jéssica Chuck Rosângela Fogaça Raphaella de Lourenço Storto Eduardo Jambiski LIXO URBANO Monografia apresentada à disciplina Metodologia e Técnica de Pesquisa, ministrada pela Prof. Débora

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Page 1: MONO-Metep-LIXO URBANO-Concluída- set2010

Thiago BoffoYasmin Barddal

Sérgio Paulo BotterJéssica Chuck

Rosângela FogaçaRaphaella de Lourenço Storto

Eduardo Jambiski

LIXO URBANO

Monografia apresentada à disciplina Metodologia e Técnica de Pesquisa, ministrada pela Prof. Débora

Maringá

2010

Page 2: MONO-Metep-LIXO URBANO-Concluída- set2010

Thiago BoffoYasmin Barddal

Sérgio Paulo BotterJéssica Chuck

Rosângela FogaçaRaphaella de Lourenço Storto

Eduardo Jambiski

LIXO URBANO

Monografia apresentada à disciplina Metodologia e Técnicas de

Pesquisas, ministrada pela professora Débora

Aprovada em:

______________________________________Prof. Débora

Faculdade Maringá

_____________________________________Prof.............................................

Faculdade Maringá

____________________________________Prof............................................

Faculdade Maringá

Maringá2010

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Page 3: MONO-Metep-LIXO URBANO-Concluída- set2010

DEDICATÓRIA

À Professora Débora por orientar-nos e

conduzir nossos saberes para a conclusão deste

trabalho.

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AGREDECIMENTOS

A Deus,

“Pois sem Ele, nada seria possível, e nos permite a vida, e nos dá

discernimento e sabedoria para a condução de nosso arbítrio”.

Ao Mestre

À professora Débora que, pacientemente, esta contribuindo para a formação

de um novo saber”.

A família

Às nossas famílias que nos incentivam sempre, colaborando com todas as

forças para o nosso êxito.

Aos Sábios

Há dois tipos de sabedoria: a inferior e a superior. A sabedoria inferior é

dada pelo quanto uma pessoa sabe e a superior é dada pelo quanto tem de consciência do que

não sabe. A sabedoria superior tolera, a inferior julga; A sabedoria superior perdoa, a inferior

condena.

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RESUMO

O meio ambiente vem sofrendo transformações impostas pelo homem, desde quando este se

tornou sedentário e iniciou o cultivo de plantas e criação de animais para a sua sobrevivência.

Com o crescimento das populações intensificou-se a exploração dos recursos naturais, não

existindo a preocupação em preservar o meio ambiente. Quando a natureza deu ao homem

evidentes sinais que estava sentindo a agressão a ela imposta, iniciarem-se, a poucas décadas,

manifestações em prol da conscientização das nações sobre a preservação e utilização racional

dos recursos naturais disponíveis. Criam-se, então, fóruns mundiais para estudos de medidas

de regulamentação e padronização no trato do meio ambiente. O Brasil ganha legislação

específica. No entanto, persiste, ainda, uma das agressões ao meio ambiente e também ao

próprio homem, o problema milenar da produção do Lixo Urbano. Com o desenvolvimento

industrial e as novas tecnologias, aliados ao rápido crescimento das aglomerações urbanas,

colimadas com a deficiente infra-estrutura das cidades, os resíduos sólidos, que agora já não

podem ser depositados nas ruas ou mesmo em aterros a céu aberto, tornaram-se um grande e

urgente problema a ser equalização. Este trabalho tem como objeto demonstrar que os

resíduos sólidos carecem de maior atenção da sociedade e dos órgãos gestores, bem como

evidenciar a evolução da legislação pertinente, e as possíveis soluções na geração e destinação

desses materiais.

Palavras chave: Meio ambiente, direito ambiental e lixo urbano.

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ABSTRACT

The environment has been undergoing changes wrought by man, since when it became

sedentary and began planting crops and raising animals for their survival. With population

growth instensificou the exploitation of natural resources, and there's concern to preserve the

environment. When nature gave man to man were obvious signs that her sense of aggression

imposed-started, a few decades ago, demonstrations in support of awareness of the nations on

the preservation and rational use of natural resources. Are created, then global forums to study

and standardize the regulatory measures in dealing with the environment. Brazil wins specific

legislation. However, there remains still one of the attacks on the environment and also to the

man himself, the age-old problem of the production of Urban Garbage. With industrial

development and new technologies, combined with rapid growth of urban agglomerations,

collimated with the poor infrastructure of cities, solid waste, which now can no longer be

deposited in the streets or even in landfill sites, became a large and urgent problem to be

equalizing. This work aims to demonstrate that solid waste need greater attention from society

and the governing bodies, as well as showing the evolution of legislation, and possible

solutions in the generation and disposal of these materials.

Key words: environment, environmental law and urban waste

SUMÁRIO

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INTRODUCAO............................................................................................................... 08

1 MEIO AMBIENTE ..................................................................................................... 09

1.1 Conceito de Meio Ambiente................................................................................ 09

1.2 O homem Transformando o Meio ambiente.................................................... 12

2 DIREITO AMBIENTAL............................................................................................. 17

2.1 Histórico do Direito Ambiental.......................................................................... 17

2.1.1 Direito ambiental no Brasil........................................................................ 17

2.2 Conceito do Direito Ambiental.......................................................................... 22

2.3 Direito Ambiental influenciando a produção de resíduos................................ 25

3 LIXO URBANO........................................................................................................... 30

3.1 Conceitos de Lixo Urbano................................................................................... 30

3.2 Causas do Lixo Urbano...................................................................................... 34

3.3 Evolução na produção do Lixo Urbano............................................................. 39

3.3.1 A origem do lixo.......................................................................................... 39

3.4 Destino do Lixo Urbano...................................................................................... 42

3.4.1 Esquema de um aterro sanitário............................................................... 43

3.5 Possíveis Soluções para o Impacto do Lixo Urbano no Meio Ambiente......... 49

CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................ 56

REFERENCIAS............................................................................................................. 57

ANEXO 01....................................................................................................................... 61

ANEXO 02...................................................................................................................... 62

7

Page 8: MONO-Metep-LIXO URBANO-Concluída- set2010

8

INTRODUÇÃO

Este trabalho apresentará as conceituações dadas ao termo “meio ambiente”,

e as legislações que regulamentam a sua integração com homem.

A evolução do homem e a influência que exerce, desde os primórdios da

humanidade, na transformação do meio ambiente.

Tornando-se esta matéria um assunto de interesse global, fez-se necessário

criar regulamentos e leis para a proteção ambiental, e este trabalho trará o histórico do direito

ambiental no Brasil e as leis que na sua história regeram a relação com o meio ambiente.

Conceituará o direito ambiental dentro da política nacional de meio

ambiente.

No capítulo 3, foco principal do trabalho, conceituará lixo urbano, com a

exposição das suas formas de apresentação e origens, causas da geração do lixo urbano,

trazendo sua destinação e as alternativas possíveis para a equalização dos problemas que

atualmente o lixo urbano causa ao homem e ao meio ambiente.

A metodologia utilizada para a produção deste trabalho foi a pesquisa

bibliográfica.

Page 9: MONO-Metep-LIXO URBANO-Concluída- set2010

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1 MEIO AMBIENTE

1.1 Conceito de Meio Ambiente (Thiago Boffo)

O meio ambiente, comumente chamado apenas de ambiente, envolve todas

as coisas vivas e não-vivas ocorrendo na Terra, ou em alguma região dela, que afetam os

ecossistemas e a vida dos humanos. O conceito de meio ambiente pode ser identificado por

seus componentes: Completo conjunto de unidades ecológicas que funcionam como um

sistema natural sem uma massiva intervenção humana, incluindo toda a vegetação, animais,

microorganismos, solo, rochas, atmosfera e fenômenos naturais que podem ocorrer em seus

limites. Recursos e fenômenos físicos universais que não possuem um limite claro, como ar,

água, e clima, assim como energia, radiação, descarga elétrica, e magnetismo, que não se

originam de atividades humanas. O ambiente natural se contrasta com o ambiente construído,

que compreende as áreas e componentes que foram fortemente influenciados pelo homem.

Matheus Braga afirma:

Meio ambiente  é o conjunto de interações físicas, químicas e biológicas que permitem e abriga vidas de varias formas, como plantas, pássaros e outros tipos de animais, inclusive o ser humano. Quando pensamos em meio ambiente logo vem a nossa cabeça uma imagem de florestas, grama e arvores, não está errada, mas na verdade meio ambiente não é apenas isso, essa imagem de floresta e apenas um exemplo de meio ambiente.Tudo que tenha um clima bom e condições para se viver pode ser considerado parte do meio ambiente, é lógico que isso é uma visão um pouco mais profundo do assunto, mas é a mais correta1.

De acordo com a resolução CONAMA 306:2002, “Meio Ambiente é o

conjunto de condições, leis, influencia e interações de ordem física, química, biológica, social,

cultural e urbanística, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas”.

Encontra-se na ISO 14001:2004 a seguinte definição sobre meio ambiente:

“circunvizinhança em que uma organização opera, incluindo-se ar, água, solo, recursos

naturais, flora fauna, seres humanos e suas inter-relações.”

1BRAGA, Matheus. O Meio ambiente. Disponível em: <http://www.blogers.com.br/conceito-de-meio-ambiente/>. Acesso em: 24 Set. 2010.

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Uma organização é responsável pelo meio ambiente que a cerca, devendo,

portanto, respeitá-lo, agir como não poluente e cumprir as legislações e normas pertinentes

(ISO 14001).

No Brasil muitas questões relacionadas ao meio ambiente são tratadas pelo

STF ( Supremo Tribunal Federal ), em vista que as matérias que regem o assunto ainda

carecem de um perfeito entendimento nacional.

Um tema recorrente no Supremo Tribunal Federal e que ainda voltará à

pauta da Corte para grandes debates, como os julgamentos das ações que questionam as

normas que proíbem a importação de pneus usados ou que tratam da proteção das cavernas

brasileiras.  Em decisões recentes, o STF se pronunciou sobre a demarcação de terras

indígenas, com regras para a exploração dos meios naturais, e sobre o uso de amianto na

construção civil.

Alguns casos que aguardam a decisão do STF e alguns que já foram

julgados. Aguarda julgamento pelo STF a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI 4218)

ajuizada contra o Decreto 6.640/2008, que trata da proteção das cavernas brasileiras. Em 27

de março deste ano, o ministro Eros Grau determinou o julgamento da ação em definitivo e

diretamente pelo Plenário da Corte.

A ação foi proposta pela Procuradoria Geral da República sob a alegação de

que os critérios de utilização de cavernas somente podem ser fixados por lei, e não por meio

de decreto, conforme o parágrafo 3º do inciso III da Constituição Federal. Outro dispositivo

constitucional violado seria o inciso IV do artigo 84, que veda a edição autônoma de decretos.

Um exemplo das dificuldades na definição de conceitos e aplicações legais

sobre o meio ambiente é o Código Florestal. Aguarda decisão final do STF a ação que trata do

Código Florestal. Em 1º de setembro de 2005, o Plenário decidiu manter a eficácia dos

dispositivos do Código Florestal questionados na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI)

3540, proposta pela Procuradoria Geral da República.

A ação contesta o artigo 1º da Medida Provisória nº 2.166/01 na parte em

que alterou o artigo 4º, caput e parágrafos 1º, 2º, 3º, 4º, 5º, 6º e 7º do Código Florestal (Lei

4.771/65). Esses dispositivos prevêem a alteração ou supressão de vegetação de área de

preservação permanente por meio de autorização dos órgãos ambientais do Poder Executivo.

Em 19 de março deste ano, o Plenário concluiu o julgamento sobre a

demarcação da reserva indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima. No julgamento da Petição

3388, o Tribunal decidiu que a terra indígena deve ter demarcação contínua e que os

produtores de arroz que lá se encontravam deveriam deixar a região.

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Os ministros ainda impuseram 19 condições para firmar a ocupação da terra

pelos índios de forma a manter a soberania nacional. Entre elas, a atuação das Forças

Armadas da Polícia Federal na área indígena independentemente de consulta a comunidades

indígenas envolvidas e à FUNAI.

Já em 22 de abril deste ano, o ministro Ricardo Lewandowski indeferiu o

pedido de liminar na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 109. Na

ação, a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria (CNTI) contesta lei municipal

de São Paulo que proíbe o uso do amianto na construção civil.

O ministro Lewandowski fundamentou sua decisão no julgamento do

Plenário na Ação Direita de Inconstitucionalidade (ADI 3937), no qual a Corte decidiu que,

por uma questão de saúde, a lei que proíbe o amianto estava de acordo com a Constituição

Federal. Esse julgamento ocorreu em 4 de junho de 2008.

O Supremo manteve por 7 votos a 3 a vigência da Lei paulista 12.684/07,

que proibiu o uso de qualquer produto que utilize o amianto no estado.

Atualmente tramitam no STF 376 processos que tratam especificamente de

matéria ambiental, cujos assuntos mais comuns são: concessão ou revogação de licença

ambiental, crimes contra o meio ambiente e o patrimônio genético, danos à flora e fauna

brasileiras, unidades de conservação da natureza, poluição, aplicação de multas ambientais,

entre outros. Além disso, existem outras 164 ações que envolvem questões indígenas que, em

geral, são afetadas tangencialmente pela questão meio ambiental, como o uso dos recursos

naturais localizados em reservas ou áreas de preservação destinadas aos índios.

Concluo mediante o estudo feito sobre o conceito do Meio ambiente e tudo

o que nos rodeia sendo vivo ou não o que faz parte do nosso dia-a-dia cada dia vem sendo

estudado mais o meio ambiente tanto no âmbito Jurídico. É evidente que isso decorre do fato

de que a cada dia, também, os problemas ambientais são maiores. Portanto, o meio ambiente

necessariamente faz parte de nossas vidas e que também fazemos parte. O meio ambiente esta

em vários problemas, assim podemos citar algum deles : falta de esgoto sanitário, da falta de

água, da energia elétrica, do ar poluído, da qualidade dos alimentos, da disposição dos vários

tipos de lixo e etc. Então o Meio Ambiente e a nossa vida e onde vivemos e tudo que nos

rodeia.

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1.2 O Homem Transformando o Meio Ambiente (Yasmin Barddal)

Habitando sobre a Terra há poucos milhares de anos, um instante apenas da

história do planeta, o homem é, todavia, o animal que mais profundamente vem

transformando o ambiente que o rodeia.

Tudo terá começado há cerca de 9000 anos, quando ergueu as primeiras

construções. Daí até ao momento presente, mudou o mundo. Começou a praticar a agricultura,

seleccionando espécies e combatendo outras; desenvolveu métodos para modificar as plantas

segundo as suas conveniências; domesticou animais e transformou-os, por necessidade ou

prazer. Introduziu novos animais e plantas em sítios em que não existiam, provocando

profundas transformações nos ecossistemas. Provocou o desaparecimento de espécies em

vastas regiões e favoreceu o surgimento de outras. Criou habitats artificiais (como as

monoculturas e as cidades) onde se instalaram e a que se adaptaram uma enorme diversidade

de animais. Espalhou inseticidas por toda a Terra, com isso alterando os ecossistemas.

Produziu inúmeros detritos, desde os lixos urbanos, aos gases fabris que foi despejando na

Natureza, julgando que o mundo é tão grande que, de alguma maneira, todos os venenos

gerados pela sua actividade desaparecerão. Capturou espécies animais precisas em tal

quantidade que desequilibrou as populações, quebrando ciclos naturais. Está a destruir as

florestas tropicais.

“Mas se o poder do homem para mudar a face da Terra é hoje imenso,

amanhã será, por certo, ainda maior.”

O próprio homem se encarrega de quebrar o ciclo natural da sobrevivência.

E em nome do conforto, do bem estar - e mais, do poder - o homem está transformado o seu

meio ambiente, trazendo a poluição e provocando tragédias ecológicas.

Isso porque não está sabendo explorar adequadamente os recursos

renováveis e não-renováveis da natureza. Até meados do século 19, a actividade do homem

não concorria de forma tão acentuada para provocar mudanças drásticas que pudessem alterar

a biosfera. A partir de revolução industrial, entretanto, e das grandes guerras mundiais, é que

essas transformações começaram a ser sentidas com intensidade. É nessa época que a

Inglaterra começa a conhecer os problemas de poluição do ar e da água.

A medida que o homem foi adaptando o meio ambiente às suas exigências

progressistas, criando vacinas, meios de transportes, novas habitações, aparelhos sofisticados,

novas formas de energia, explorando desordenadamente os recursos naturais, foi causando

impactos e poluindo o ambiente.

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Impacto Ambiental é a alteração no meio ou em algum de seus componentes

por determinada ação ou atividade. Estas alterações precisam ser quantificadas, pois

apresentam variações relativas, podendo ser positivas ou negativas, grandes ou pequenas. É

importante saber que avaliar as conseqüências de algumas ações, par que possa haver a

prevenção da qualidade de determinado ambiente que poderá sofrer a execução de certos

projetos ou ações, ou logo após a implementação dos mesmos. As ações humanas sobre o

meio ambiente. Pode ser positivo ou negativo, dependendo da qualidade da intervenção

desenvolvida. A ciência e a tecnologia podem, se utilizadas corretamente, contribuir

enormemente para que o impacto humano sobre a natureza seja positivo e não negativo. De

acordo com o tipo de alteração, pode ser ecológica, social e/ou econômica.

Impacto ambiental deve ser entendido como um desequilíbrio provocado

por um choque, resultante da ação do homem sobre o meio ambiente. No entanto, pode ser

resultados de acidentes naturais: a explosão de vulcão pode provocar poluição atmosférica.

Mas devemos dar cada vez mais atenção aos impactos causados pela ação do homem. Quando

dizemos que o homem causa desequilíbrios, obviamente estamos falando do sistema

produtivo construído pela humanidade ao longo de sua historia. Estamos falando do

particularmente do capitalismo, mas também do quase finado socialismo.

Um impacto ocorrido em escala local pode ter também conseqüências em

escala global. Por exemplo, a devastação de florestas tropicais por queimadas para a

introdução de pastagens pode provocar desequilíbrios nesses ecossistemas naturais. Mas a

emissão de gás carbônico como resultado da combustão das árvores vai colaborar para o

aumento da concentração desse gás na atmosfera, agravando o “efeito estufa”. Assim, os

impactos localizados, ao se somarem, acabam tendo um efeito também em escala global.

A industrialização, acompanhada da urbanização, causou grandes impactos

ambientais nas cidades em que se processou com maior intensidade. Convém ressaltar, no

entanto, que eles também foram e são verificados em meios ambientes afastados das cidades,

em decorrência da construção de grandes empreendimentos de engenharia, como usinas

hidrelétricas, termoelétricas e termonucleares, da exploração mineral, da construção de

ferrovias e rodovias, sempre motivadas pela própria industrialização (sem considerar os

impactos causados pela agricultura, pecuária, silvicultura, caça e pesca).

. As mudanças no meio ambiente são diretas no cenário local, premeditadas

no sentido da implantação, mas imprevistas a respeito das alterações nos fluxos de energia e

no meio ambiente. Se a urbanização diretamente cria ambientes que são avaliados como

positivos a saúde e ao bem-estar das pessoas, ao mesmo tempo gera efeitos que podem

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promover a desestabilização do ecossistema. Muitos impactos indiretos encontram-se

associados a urbanização normalmente imprevistos e não planejados, ocasionando

conseqüências positivas ou negativas, tanto a curto como a longo prazo.

O impacto direto e imediato no meio ambiente consiste na mudança

paisagística, substituindo o cenário expressivo da cobertura vegetal pelo do casario e ruas,

com a aglutinação de um contingente populacional. Ao lado do aspecto visual externo,

implanta-se também uma rede de comunicações e novos fluxos para o abastecimento das

necessidades. Interligam-se transformações outras ligadas com a agricultura e o comércio

regionais. Nesse sentido a analise do impacto ocasionado pela urbanização no meio ambiente

insere-se no contexto da organização espacial e deve ser acompanhada na escala histórica, e

avaliada em termos das mudanças no âmbito regional.

Poluição é qualquer degradação das condições ambientais, do habitat de

uma coletividade humana. È uma perda, mesmo que relativa, da qualidade de vida em

decorrência de mudanças ambientais. São chamados de poluentes os agentes que provocam a

poluição, como um ruído excessivo, um gás nocivo na atmosfera, detritos que sujam rios ou

praias ou ainda um cartaz publicitário que degrada o aspecto visual de uma paisagem. O

problema da poluição, portanto, diz respeito à qualidade de vida das aglomerações humanas.

A degradação do meio ambiente do homem provoca uma deterioração dessa qualidade, pois

as condições ambientais são imprescindíveis para a vida, tanto no sentido biológico como no

social.

Foi a partir da Revolução Industrial que a poluição passou a constituir um

problema para a humanidade. É lógico que já existiam indícios de poluição, mas o grau

aumentou muito com a industrialização e urbanização, e a sua escala deixou de ser local para

se tornar planetária. Isso não apenas porque a indústria é a principal responsável pelo

lançamento de poluentes no meio ambiente, mas também porque a Revolução Industrial

representou a consolidação e a mundialização do capitalismo, sistema sócio-econômico

dominante hoje no espaço mundial. E o capitalismo, que tem na indústria a sua atividade

econômica de vanguarda, acarreta urbanização, com grandes concentrações humanas em

algumas cidades. A própria aglomeração urbana já é por si só uma fonte de poluição, pois

implica numerosos problemas ambientais, como o acúmulo de lixo, o enorme volume de

esgotos, os congestionamentos de tráfego, etc. Além disso, o capitalismo se expandiu e

unificou o mundo, criando uma visão internacional do trabalho.

A partir da Revolução Industrial, com o desenvolvimento do capitalismo, a

natureza vai pouco a pouco deixando de existir para dar lugar a um meio ambiente

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transformado, produzido pela sociedade moderna. O homem deixa de viver em harmonia com

a natureza e passa a dominá-la, dando origem ao que se chama de “segunda natureza”: a

natureza modificada pelo homem, como o meio urbano com seus rios canalizados, solos

cobertos por asfalto, vegetação nativa completamente devastada, assim como a fauna original

da área, etc., que é muito diferente da “primeira natureza”, a paisagem natural sem

intervenção humana.

Desde os tempos mais remotos, o homem costuma lançar seus detritos nos

cursos de água. Até a Revolução Industrial, porém esse procedimento não causava problemas,

já que os rios, lagos e oceanos têm considerável poder de autolimpeza, de purificação. Com a

industrialização, a situação começou a sofrer profundas alterações. A industrialização

acompanhada da urbanização causou grandes impactos ambientais nas cidades em que se

processou com maior intensidade. Convém ressaltar, no entanto, que eles também foram e são

verificados em meios ambientes afastados das cidades, em decorrência da construção de

grandes empreendimentos de engenharia, da exploração mineral, da construção de ferrovias e

rodovias, sempre motivadas pela própria industrialização. O volume de detritos despejados

nas águas tornou-se cada vez maior, superando a capacidade de purificação dos rios e

oceanos, que é limitada. Além disso, passou a ser despejada na água grande quantidade de

elementos que não são biodegradáveis, ou seja, que não são decompostos pela natureza. Tais

elementos como os plásticos, a maioria dos detergentes e os pesticidas, vão se acumulando

nos rios, lagos e oceanos, diminuindo a capacidade de retenção de oxigênio das águas e,

conseqüentemente, prejudicando a vida aquática.

Como já dito, a natureza vem sendo transformada pelo homem que destrói e

contribui na maioria das vezes com a extinção de espécies animais e vegetais existentes no

planeta, também colabora através de práticas inconseqüentes para a poluição do ar, do solo e

principalmente da água. Nossa saúde está integrada ao meio ambiente, por isso se este estiver

sendo negligenciado, pense, que com ele está sendo destruída principalmente a vida que

inclui, o nosso bem estar e o de todos os seres vivos, conseqüentemente, o futuro deste

planeta. 

Há milhares de anos o homem vem degradando a natureza, passo a passo,

através de agressões como: as queimadas, as derrubadas de florestas, o desenvolvimento

industrial que se tornou o principal responsável pela degradação da natureza e do meio

ambiente. 

Apesar de o homem ser parte integrante da natureza, ele a destrói. Por quê?

Esta é uma pergunta que deverá ser respondida antes que as próximas gerações venham sofrer

Page 16: MONO-Metep-LIXO URBANO-Concluída- set2010

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conseqüências dramáticas causadas pelas ações mal planejadas do homem. Existem muitos

exemplos de poluição e degradação da natureza e garanto-lhes que por detrás de todos, o

homem está presente. 

A preocupação com o meio ambiente deve fazer parte da vida de cada

cidadão, e dos governantes. Todos devem tornar as cidades em que vivemos um lugar

prazeroso e saudável. O tratamento de esgoto, a fiscalização das indústrias, a criação de

parques e praças com muito verde, a fiscalização das áreas de preservação ambiental são

algumas das atribuições que os governantes e cidadãos têm por obrigação zelar. Devemos

contribuir para diminuir a poluição fazendo a nossa parte: separando o lixo para ser reciclado,

não sujando as ruas e lugares públicos, não jogando lixo nas encostas e rios, economizando

água e luz, evitando usar garrafas pet, etc.

Para cada problema existe uma solução possível, o ideal é evitar que os

problemas aconteçam. É melhor agirmos com precaução em todas as nossas ações. Assim o

céu ficará mais azul e as cidades serão lugares agradáveis de morar. Devemos nos

conscientizar de que fazemos parte da natureza assim, quando a desrespeitamos estamos nos

desrespeitando também.

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2 DIREITO AMBIENTAL

2.1 Histórico do Direito Ambiental (Sérgio Paulo Botter)

O surgimento de uma preocupação ambiental no mundo está intimamente

ligada ao crescimento populacional, isto devido à circunstância lógica de que os recursos

naturais deveriam, em tese, igualmente aumentar, porém o que ocorreu foi exatamente o

contrário.

Para Oliveira Júnior, 2006, “antigamente o espírito exploratório era

desenfreado e sem critérios, o que motivou os cientistas a começaram a estudar a questão”2.

Thomas Robert Malthus, influenciado pelas teses de Adam Smith e David Hume, no final do

século XVIII, afirmou a tendência do crescimento da população ser em progressão geométrica

enquanto os alimentos somente aumentam em progressão aritmética. Chegará o dia em que a

população será maior que os meios de subsistência,[...]. Esta posição assustou deveras o

mundo pelo elevado pessimismo quanto ao futuro da espécie humana, principalmente o

ocidental, e despertou mais ainda a necessidade premente do estabelecimento de regras para o

controle do uso dos recursos ambientais, sob pena de no futuro condenarmos nossos

descendentes.3

2.1.1 Direito ambiental no Brasil (Sérgio Paulo Botter)

No Brasil, em matéria de proteção ambiental, (FREITAS, 2002), temos

como primeiros normativos as Ordenações do Reino (Afonsinas, Manoelinas e Filipinas)4 que

2MALTHUS, Thomas Robert. Ensaio sobre os Princípios da População. Apud OLIVEIRA JÚNIOR, Zedequias de. Disponível em: <http://www.ufrr.br/component/option,com_docman/Itemid,0/task... - 55k>. Acesso em: 15 Set 2010 3Ibid4 Afonsinas, Livro V, Título LVIV, proibição do corte deliberado de árvores frutíferas; Manoelinas, Livro V, Título LXXXIV, vedação da caça de perdizes, lebres e coelhos com redes, fios, ou outros meios e instrumentos capazes de causar dor e sofrimento na morte desses animais e Filipinas, Livro LXXV, Título LXXXVIII, parágrafo sétimo, protegia as águas punindo com multa quem jogasse material que as sujasse ou viesse a matar os peixes.

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pontualmente exigiram velamento da natureza e, inclusive, com aplicação de sanções para as

hipóteses que entendiam graves para a Coroa.

Seguindo, com um pouco mais de amplitude histórico-constitucional, a

Constituição Federal imperial outorgada, de 25.03.1824, sequer tratou da matéria, e somente

no ano de 1830 é que fez constar no Código Penal, os Art. 178 e 257 que puniam o corte

ilegal de árvores.5

DA SILVA, 2004, consta que a Constituição Federal Republicana

promulgada, em 24.02.1891, previu a competência da União para legislar sobre minas e

terras, sendo que sob sua vigência foi aprovada e entrou em vigor o Código Civil de 1916,6

que em diversos dispositivos relacionados a direitos de vizinhança7 protegiam o meio

ambiente, só que de forma indireta e reflexa, atrelando-o ao interesse privado, representando

nítida limitação a sua defesa pois o interesse ambiental somente seria de fato tutelado quando

surgisse para o particular prejuízo ou risco de ameaça ao seu pretenso direito. Esta

representou para o ordenamento jurídico ambiental brasileiro um avanço significativo. O

primeiro Código Florestal8 coibiu maus tratos a animais.9

Já a Constituição Federal promulgada, em 16.07.1934, por seu turno

ampliou o leque legislativo anterior para disciplinar as riquezas do subsolo, metalurgia, água,

energia hidrelétrica, florestas, caça e pesca e sua exploração. A Constituição Federal

outorgada, em 10.11.1937, praticamente repetiu a anterior, o mesmo se diga com respeito a

promulgada, em 18.09.1946. [...] o Código Penal de 1940, que tipificou condutas que

indiretamente englobam o meio ambiente. Sob os auspícios da CF/46 entrou em vigor o

vigente Código Florestal brasileiro, Lei nº 4.771, de 18.09.1965, e Lei da Ação Popular-Lei nº

4.717/65, que enfocava proteção aos interesses artístico, estético, histórico ou turístico10, Lei

de Proteção a Fauna, Lei 5.197/67, que no seu Art. 34 trazia a inafiançabilidade dos crimes

nela previstos e o Código de Pesca, Decreto-Lei nº 221/67.11

5FREITAS, Wladimir Passos de. A Constituição Federal e a efetividade das normas ambientais. 2. ed. rev. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2002. p. 19.6 Lei nº 3.071, de 01.01.19167Art. 572 e 578, respectivamente direito de construir e construção de estrebarias, currais, pocilgas e estrumeiras, dentre outras que causem incômodo8 Decreto-Lei nº 23.793, de 23.01.1934 e o Decreto-Lei nº 24.645, de 10.07.19349 DA SILVA, José Afonso. Curso de direito constitucional positivo. 23. ed. rev. e atual. Editora Malheiros: São Paulo, 2004. p. 41-42.10 O meio-ambiente, como termo jurídico, somente veio a ser inserido como obrigação a partir da CF/88, Art. 5º, inciso LXXIII11 DA SILVA, José Afonso. Curso de direito constitucional positivo. 23. ed. rev. e atual. Editora Malheiros: São Paulo, 2004. p. 42

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19

Em 24.01.1967, fora outorgada a Constituição Federal, substancialmente

alterada com a emenda constitucional nº 01, de 17.10.1969. [...] propiciou, em 31.08.1981, a

publicação da Lei de Política Nacional do Meio Ambiente, que teve como pressuposto a

Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente. realizada em Estocolmo, Suécia, de

5 a 16 de junho de 1972, da qual o Brasil veio a contribuir de certo modo negativamente por

que pretendia implantar o desenvolvimento a todo custo, no entanto restou vencido e acatou a

deliberação da maioria.

O primeiro diploma normativo do Brasil que tratou de proteção ambiental

foi o Decreto-Lei nº 1.413, de 14.08.1975, que abordava a prevenção sobre ocorrência de

poluição de indústrias.

Nesta lei de política nacional há definição de meio ambiente como sendo o

conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que

permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas (art. 3º, inciso I, da Lei de Política

Nacional do Meio Ambiente) e o de poluição que é a degradação ambiental genérica, exigindo

como instrumento da política nacional o licenciamento ambiental para os empreendimentos

ou atividades considerados efetiva ou potencialmente poluidores e os que possam causar

degradação ambiental (Art. 9º, inciso IV c/c Art. 10) e como um dos princípios a recuperação

do meio ambiente degradado(Art. 2º, inciso VIII).12

Como fonte imediata do direito ambiental e de integração, a Lei de Política

Nacional do Meio Ambiente previu desde princípios norteadores das políticas públicas,

objetivos e instrumentos capazes de implementá-la, como também criou o SISNAMA13, do

qual são integrantes os órgãos ambientais da União (IBAMA), dos Estados e dos Municípios,

e consignou de relevante a exigência de licença ambiental para eventual liberação de

financiamento público (Art. 12).14

Pela primeira vez surgiu um mecanismo formal de tutela jurisdicional do

meio ambiente, incumbindo tanto o Ministério Público Estadual quanto o Federal o poder-

dever de adotar providências no sentido do resguardo deste superior interesse, inclusive,

possibilitando a promoção da ação penal, nos casos das infrações penais ambientais (crimes

ou delitos ou ilícitos penais e contravenções penais) quanto a propositura da ação civil

pública.

12 DA SILVA, José Afonso. Curso de direito constitucional positivo. 23. ed. rev. e atual. Editora Malheiros: São Paulo, 2004. p. 41.13 Sistema Nacional do Meio Ambiente14LEME MACHADO, Paulo Affonso. Direito ambiental brasileiro. 9. ed. rev., atual. e ampl. São Paulo: Malheiros, 2001. p. 304.

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Este regramento trouxe para o direito brasileiro

a responsabilidade objetiva ou sem culpa em consonância com a teoria da responsabilidade objetiva, instituto jurídico este por demais salutar e, em tese, eficiente para o pronto resguardo, isto porque implica no dever do órgão acusatório demonstrar a prática do ato, o seu autor e, como conseqüência, o nexo de causalidade, e à defesa é que incumbe o direito de provar o contrário, ou seja, inverte-se o ônus da prova em prol do meio ambiente (Art. 14, §1º), isto em matéria civil, pois na penal a responsabilidade é de ordem subjetiva. O doutrinador Sérgio Ferraz, pioneiramente aduziu que em termos de dano ecológico, não se pode pensar em outra colocação que não seja a do risco integral.15

O professor Leme Machado, 2004, exara com singular precisão o seguinte:

“quem danificar o ambiente tem o dever jurídico de repará-lo. Presente, pois, o binômio

dano/reparação. Não se pergunta a razão da degradação para que haja o dever de reparar”16.

Foi com Constituição Federal promulgada de 1988 que quebrou paradigmas

e estabeleceu regras e princípios de proteção para o meio ambiente, recepcionando inúmeras

normas editadas antes de sua entrada em vigor. que ocorreu no dia 05.10.1988, no Diário

Oficial da União nº 5 A, como o Código Florestal, a Lei de Política Nacional do Meio

Ambiente, a Lei da Ação Civil Pública, Lei do Patrimônio Histórico, dentre outros. Elevou o

meio ambiente como norma-princípio fundamental, configurando-o como cláusula pétrea e

desta forma não pode ser abolido por emenda à constituição.17

O Art. 22518 assegurou o interesse das futuras gerações, e não só a presente

deve ser observada . Estabeleceu, no geral, o meio ambiente como objeto comum de análise,

regulação e tutela para todos os entes federados.

Somando estes fatores fundamentais com a imprescindibilidade de Estudo

Prévio de Impacto Ambiental-EPIA e controle da poluição das atividades ou

empreendimentos que direta ou indiretamente comportem em risco para a vida, a qualidade de

vida e o meio ambiente, seguindo as premissas do licenciamento ambiental e aplicação do

princípio da publicidade, percebe-se o condão visionário e acautelatório da Carta Magna.19

15 DA SILVA, José Afonso. Curso de direito constitucional positivo. 23. ed. rev. e atual. Editora Malheiros: São Paulo, 2004. p. 41.-4216MACHADO, Paulo Affonso Leme. Direito ambiental brasileiro. 9. ed. rev., atual. e ampl. São Paulo: Malheiros, 2001. p. 304.17 LANFREDI, Geraldo Ferreira. Política ambiental: busca de efetividade de seus instrumentos. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2002. p. 71 e 19918 Art. 225, da CF19VARELLA, Marcelos Dias; PLATIAU, Ana Flávia Barros. Princípio da precaução. Editora Del Rey: Belo Horizonte, 2004. p. 375.

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Além de prever a responsabilização administrativa, penal e civil (obrigação

de reparar os danos causados) que foram constitucionalizadas,[...], emergiu pioneiramente no

Brasil, com a penalização da pessoa física, coletiva ou jurídica20, pela prática de crime

ambiental, o que fora, inicialmente refutado por doutrinadores renomados de direito penal

como o ex-Ministro do Superior Tribunal de Justiça Luiz Vicente Cernicchiaro, mesmo

porque teve inspiração, até certo ponto recente, na Conferência das Nações Unidas para o

Meio Ambiente realizada na cidade do Rio de Janeiro, de 3 a 14 de junho de 1992, mais

conhecida como ECO/92.21

Com amparo na CF/88 entrou em vigor a Lei nº 9.605, de 12.02.1998.

Conhecida como Lei dos Crimes Ambientais ou Lei da Vida, traz em seu bojo figuras típicas

criminais e a correlação da imposição da sanção administrativa (Art. 70) que se viu

implantada somente em 1999, com a regulamentação dada pelo Decreto Federal nº 3.179/99.

Esta lei não condensa todas as infrações penais ambientais[...]. A grande maioria dos crimes

ambientais é de menor potencial ofensivo22, principalmente aplicando-se analogicamente o

posicionamento da Lei nº 10.259/0123 que ampliou o leque para os preceitos secundários das

normas penais incriminadores que prevêem em seus dispositivos sanção máxima até dois

anos. 24

Afirma-se que

um dos fatores que elevam tal norma legislativa ao rol das principais do Brasil é a previsão textual da imprescindibilidade de reparação do meio ambiente degradado para a aplicação dos benefícios descriminalizantes, como a transação penal e a suspensão condicional do processo, no que exigiu a reparação do dano ambiental com expressa demonstração de sua implementação para a decretação da extinção da punibilidade.25

Com isso descrevem-se os principais instrumentos formais de proteção

ambiental no Brasil, não querendo dizer que os outros deixam de ser importantes. É

imperioso, entretanto, acrescer a este rol as resoluções aprovadas em colegiado

multidisciplinar do CONAMA26, órgão de cúpula deliberativo e consultivo do SISNAMA27,

20Segunda inovação, pois a primeira consta do art. 173, §5º, da CF21 COSTA NETO, Nicolao Dino de Castro; BELLO FILHO, Ney de Barros; COSTA, Flávio Dino de Castro e. Crimes e infrações administrativas ambientais. Distrito Federal: Brasília Jurídica, 2000. p. 47-5722 Art. 61 da Lei nº 9.099/95 – Lei dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais23 instituiu os Juizados Especiais perante o órgão do Poder Judiciário no âmbito da Justiça Federal24 COSTA NETO, Nicolao Dino de Castro; BELLO FILHO, Ney de Barros; COSTA, Flávio Dino de Castro e. Crimes e infrações administrativas ambientais. Distrito Federal: Brasília Jurídica, 2000. p. 47-5725 Ibid26 Conselho Nacional do Meio Ambiente27 Sistema Nacional do Meio Ambiente

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22

que constitucionalmente vem normatizando28, e vem exercendo importante papel na tutela do

meio ambiente. Existem, ainda, outros atos normativos federais, estaduais e do Distrito

Federal, e Municipais, resoluções dos conselhos ambientais, etc.,29

“O surgimento do Direito Ambiental rompe [...] com o chamado

antropocentrismo tradicional para dar importância e preponderância para o ecocentrismo, isto

sem esquecer do fator humano”30, considerando-o, “[...] como elemento deste meio a ser

resguardado, e buscando o reconhecimento do Ser Humano como parte integrante da

Natureza”..31

A implementação do direito ambiental, carece da adoção de política pública

ambiental conscientizadora, preventiva e, se for o caso, sancionatória, e que envolva os

diversos setores educacionais, públicos ou privados, meios de comunicação, assim como

entidades não governamentais interessadas legitimamente na questão, para que possa surtir os

efeitos desejados pela norma.32

Afinal, o meio ambiente é um “bem de uso comum do povo”33 e “ninguém

se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece”34.

No Brasil existem normas jurídicas para tudo, o meio ambiente não é

diferente e até vem amplamente disciplinado, mas carece concretamente é de sua aplicação

nos moldes preconizados com este interesse fundamental por todos.

2.2 Conceito de Direito Ambiental (Rosangela)

O Direito Ambiental é a área do conhecimento jurídico que estuda as

interações do homem com a natureza e os mecanismos legais para proteção do meio ambiente.

É uma ciência holística que estabelece relações intrínsecas e transdisciplinares entre campos

28 Amparado no Art. 8º e s. da Lei nº 6.938/81-Lei de Política Nacional do Meio Ambiente (recepcionada pelo Art. 24, incisos VI e VIII, §1º da CF. 29MILARÉ, Edis. Direito do ambiente: doutrina-prática-jurisprudência. São Paulo: Editora dos Tribunais, 2000. p. 93.30 ANTUNES, Paulo de Bessa. Direito ambiental. 6. ed. rev., ampl. e atual. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2002. p. 25, 31Ibid32LANFREDI, Geraldo Ferreira. Política ambiental: busca de efetividade de seus instrumentos. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2002. p. 71 e 199.33 Art. 225, caput, da CF34Art. 3º do Decreto-Lei nº 4.657/42-Lei de Introdução ao Código Civil e que se aplica ao direito em geral

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23

diversos, como antropologia, biologia, ciências sociais, engenharia, geologia e os princípios

fundamentais do direito internacional, dentre outros.

No Brasil, o emergente Direito Ambiental estabelece novas diretrizes de

conduta, fundamentadas na Política Nacional do Meio Ambiente (lei 6.938, de 31/8/81). Esse

código estabelece definições claras para o meio ambiente, qualifica as ações dos agentes

modificadores e provê mecanismos para assegurar a proteção ambiental.

O objeto do Direito Ambiental passou por uma profunda transformação no

decorrer da evolução do movimento ambientalista até o estágio atual. À medida que o caráter

multidisciplinar foi sedimentando-se como característica indissociável deste ramo do Direito,

os valores tidos como base de toda a doutrina ambiental foi se alterando em um processo

evolutivo típico de uma doutrina ainda em formação. O presente analisa a forma como o

objeto do Direito Ambiental transcendeu o paradigma antropocêntrico para desenvolver ares

biocêntricos. Não que a legislação brasileira comporte maiores digressões em tal sentido,

apenas revela-se que o paradigma da natureza servil está sendo relativizado e que de forma

efetiva pode-se comprovar que o meio ambiente natural já é protegido por seus próprios

valores e não apenas por viabilizar a via da espécie humana.

O desenvolvimento tecnológico da humanidade associado à explosão

demográfica, originaram uma preocupação secundária para a manutenção da vida: a

necessidade de proteção e garantia às condições mínimas para que o homem possa sobreviver.

Essa preocupação, inicialmente totalmente especista e egoísta, estimulou pesquisas e

influenciou a população mundial, dando origem à proteção ao meio ambiente e à sadia

qualidade de vida. Dessa necessidade de se proteger o meio em que se vive, mesmo que dos

próprios seres humanos, é que se desenvolveu toda a ciência do Direito Ambiental, tornando

as interações entre homem e natureza, em uma visão simplista, merecedoras de atenção por si,

e não apenas preocupações secundárias de origens mercadológicas.

É dessa forma que o Direito Ambiental nasceu e foi se estruturando

concomitantemente com o crescimento do movimento ambientalista, até ser absolutamente

sedimentado no ordenamento jurídico nacional com a Constituição Federal de 1988.

O artigo 225 da constituição de 1988 diz que “Todos têm o direito ao meio

ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à qualidade de

vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para

as presentes e futuras gerações”.

A lei 6.938, regulamentada pelo decreto nº 99.274, de 6 de junho de 1990,

institui também o Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA), constituído por órgãos e

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24

entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos municípios e pelas fundações

instituídas pelo poder público, responsáveis pela proteção e melhoria da qualidade ambiental,

conforme a seguinte estrutura:

A legislação ambiental brasileira é uma das mais avançadas do mundo. A

própria Constituição Federal dedica um capítulo ao meio ambiente, com abordagem moderna

e inovadora do direito de propriedade, e as constituições estaduais e legislações municipais

incorporaram o tema ambiental, ampliando o foco regional do tratamento dado pela

Constituição Federal.

A lei que estabelece a Política Nacional do Meio Ambiente foi concebida

em 1981 (lei 6.938, de 31 de agosto de 1981). A principal qualidade dessa legislação foi

reconhecer que a proteção jurídica ao meio ambiente demanda ações descentralizadas, em que

Estados e municípios se tornam executores de medidas e providências solidamente embasadas

no postulado de que o meio ambiente representa "um patrimônio a ser necessariamente

assegurado e protegido, tendo em vista o uso coletivo’’.

Existem 17 leis que regem o direito ambiental dentre elas:

1 - Lei da Ação Civil Pública - número 7.347 de 24/07/1985

2 - Lei dos Agrotóxicos - número 7.802 de 10/07/1989

3 - Lei da Área de Proteção Ambiental - número 6.902 de 27/04/1981

4 - Lei das Atividades Nucleares - número 6.453 de 17/10/1977

5 - Lei de Crimes Ambientais - número 9.605 de 12/02/1998

6 – Lei da Engenharia Genética – número 8.974 de 05/01/1995.

7 – Lei da Exploração Mineral – numero 7.805 de 18/07/1989.

8 – Lei da Fauna Silvestre – número 5.197 de 03/01/1967.

9 – Lei das Florestas – número 4.771 de 15/09/1965.

10 – Lei do Gerenciamento Costeiro – número 7.661 de 16/05/1988.

11 – Lei da criação do IBAMA – número 7.735 de 22/02/1989.

12 – Lei do Parcelamento do Solo Urbano – número 6.766 de 19/12/1979.

13 – Lei Patrimônio Cultural - decreto-lei número 25 de 30/11/1937.

14 – Lei da Política Agrícola - número 8.171 de 17/01/1991.

15 – Lei da Política Nacional do Meio Ambiente – nº 6.938 de 17/01/1981.

16 – Lei de Recursos Hídricos – número 9.433 de 08/01/1997.

17 – Lei do Zoneamento Industrial nas Áreas Críticas de Poluição – número

6.803 de 02/07/1980.

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25

Segundo Celso Fioriolli, direito o ‘’Direito Ambiental protege a natureza

para benefício do homem ou se protege a natureza em função dela por si só’’35.

Para o autor, o direito ambiental “é um ordenamento jurídico capaz de

proteger toda forma de vida, pois, em última instância, toda vida influencia na sobrevivência

do planeta e, conseqüentemente, na sobrevivência humana’’36.

O meio ambiente “bem de uso comum do povo” (CF, art. 225, caput), como

interesse ou direito difuso, afigura-se em “direito transindividual, tendo um objeto indivisível,

titularidade indeterminada e interligada por circunstâncias de fato” (FIORILLO, 2000, p. 6).37

Já para Miguel Reale o Direito Ambiental consiste em

A civilização tem isto de terrível: o poder indiscriminado do homem abafando os valores da Natureza. Se antes recorríamos a esta para dar uma base estável ao Direito (e, no fundo, essa é a razão do Direito Natural), assistimos, hoje, a uma trágica inversão, sendo o homem obrigado a recorrerao Direito para salvar a natureza que morre.38

2.3 Direito Ambiental Influenciando a produção de resíduos (Jéssica)

O tema lixo, abordado, é um problema que precisa ganhar espaço na

sociedade , pois o mundo em que vivemos, é baseado na produção e no consumo, sendo

assim, o descarte é algo inevitável. É função do direito, de acordo com os meios legais, buscar

soluções e punições cabíveis na relação indevida com o lixo.

O Lixo é algo que sempre existiu no nosso meio, pois é do ser humano o

hábito de descartar o que não lhe parece necessário. Desde os primórdios essa prática existe.

Porém foi a Partir da revolução industrial que isso se intensificou, dado ao capitalismo que

emergia. Ano após ano o consumo excessivo, e o número de resíduos descartados tem

aumentado.

O lixo é um dos grandes problemas socioambientais de nossos tempos.

Dizemos socioambientais porque afetam não somente as questões ambientais como se

pensava antes, mas também sociais. Temos como exemplos, as grandes catástrofes que tem

35FIORILLO, Celso Antônio Pacheco. Curso de direito ambiental brasileiro. 8.ed. São Paulo: Saraiva, 2007. p.6 36 ibid37FIORILLO, Celso Antônio Pacheco. Curso de direito ambiental brasileiro. 8.ed. São Paulo: Saraiva, 2007. p.638 REALE, Miguel. Memórias. São Paulo: Saraiva, 1.987, v. 1, p. 297

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acontecido nos últimos tempos, terremotos, enchentes, chuvas torrenciais.. Todos esses

fatores intervêm diretamente na sociedade e na qualidade de vida.

Para que aconteçam mudanças na prática da população, é muito importante,

que o Direito imponha as normas e sanções que cabem no que se refere a Lixo urbano.

De acordo com Mandarino (2000) “não considera Resíduo Sólido e Lixo

como sendo a mesma coisa”. Para ela, o “Lixo é algum objeto inútil, enquanto o Resíduo

Sólido pressupõe nova utilização quer como matéria-prima para produção de outros bens de

consumo quer como composto orgânico para o solo, entre outros”. Já, Pinto (2004)

diferentemente de Mandarino trata “Resíduo Sólido e Lixo como sinônimos”.

O resíduo sólido pode ser definido como materiais heterogêneos, (inertes,

minerais e orgânicos) resultantes das atividades humanas e da natureza, os quais podem ser

parcialmente utilizados, gerando, entre outros aspectos, proteção à saúde pública e economia

de recursos naturais, já o lixo é todo o tipo de material desnecessário, não aproveitável ou

indesejado, originado no processo de produção e consumo de produtos úteis.

Conforme Mota citado por Carvalho:

Quando o lixo é despejado em depósitos a céu aberto, a poluição do solo pode resultar em: aspecto estético desagradável; maus odores, resultantes da decomposição de detritos; proliferação de insetos e roedores, transmissores de doenças; possibilidade de acesso de pessoas, podendo ocasionar doenças por contato direto; poluição da água subterrânea ou superficial, através da infiltração de líquidos e carregamento de impurezas pó escoamento superficial; possibilidade de queima dos resíduos, com incômodos à população e causando a poluição do ar; desvalorização de áreas próximas ao depósito dos resíduos sólidos (1999, p. 23).

A deposição de resíduos sólidos a céu aberto causa não só a poluição visual,

como também a poluição do solo e a poluição da água via escoamento ou infiltração

promovendo a disseminação de chorume no meio ambiente. É evidente, portanto, que o

destino final dado aos resíduos sólidos é de interesse socioambiental, pois quando recebem

tratamento inadequado causam problemas à saúde pública, uma vez que afetam as populações

que entram em contato, direto ou não, com aqueles materiais.

Percebe-se assim, que a deposição de resíduos sólidos torna-se ainda mais

séria e problemática quando a deposição é feita em águas ou é carregada de alguma forma

para estas, já que as águas têm um poder de disseminação ainda maior, o que possibilita que a

contaminação seja proporcional.

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27

A crescente produção do lixo está intimamente ligada ao consumismo

exacerbado que se instalou na sociedade de um modo geral, sendo um problema não só local,

mas planetário. A densidade populacional, o poder aquisitivo e o modelo de vida norte-

americano contribuem para que objetos sejam rapidamente substituídos por outros com

melhores marcas, com mais potências, com maior velocidade ou porque estão na moda. O

êxodo rural com a conseqüente concentração populacional nos centros urbanos também são

fatores importantes no desenvolvimento de tal problema.

O homem sempre teve o instinto de consumir e, portanto, de gerar material a

ser descartado, após a Revolução Industrial com a proliferação da sociedade consumista, a

produção de lixo também aumentou significativamente, gerando preocupações..

O lixo vem se tornando um sério problema socioambiental. Logo, se faz

necessário identificar as causas deste problema, que para nós está no modo como vimos

produzindo nossa existência na sociedade capitalista, baseada na produção e no consumo e,

portanto, no descarte.

Nessa corrida pelo consumo, o indivíduo precisa cada vez mais de poder

aquisitivo, que na sociedade capitalista, trata-se do dinheiro.

Significa então dizer que os problemas socioambientais causados pelo lixo

são decorrentes do consumismo. Entende-se por consumismo a compra exagerada, sem

necessidade e/ou utilidade mediata e o conseqüente descarte de outro objeto que já não atende

mais aos padrões de modernidade.

Já no que se refere a questão de proteção ambiental, sobretudo no que diz

respeito à gestão dos resíduos sólidos algumas considerações acerca da legislação vigente

precisam ser feitas, uma vez que a situação produzida pelo lixo faz com que necessitemos

procurar nos arcabouços legais soluções a estes problemas.

De acordo com Mandarino (2000) a legislação necessita de sistematização

com vistas à superação de suas falhas que comprometem seu cumprimento, uma vez que

carece de explicitação e critérios para a matéria dos resíduos sólidos domésticos em especial,

embora seja pródigo em comandos genéricos.

Já Alessandra Fernandes Nascimento Pereira (2004) diz que a quantidade

expressiva de leis ambientais que historicamente restam com pouca efetividade, assim como

reafirma a necessidade de uma Política Nacional de Resíduos Sólidos, a qual se encontra hoje

sob a forma de um Projeto de Lei, o PL nº 203 de 1991.

Há um significativo passo para a observância de padrões sanitários mínimos

em todo o País. Entretanto, pela Constituição Federal de 1988 não se prevê possa a União ou

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28

os Estados intervir nos Municípios que deixarem de agir adequadamente do ponto de vista

sanitário na coleta, tratamento e destinação dos resíduos sólidos. É matéria ser cogitada no

futuro, pois a negligência de um município pode acarretar graves prejuízos ecológicos.

O Município tem peculiar interesse na organização dos serviços de limpeza

pública e coleta, transporte e depósito dos resíduos sólidos. Seu interesse predomina sobre os

da União e dos Estados na matéria. Contudo, dada a necessidade de experiência técnica mais

avançada para certos tipos de tratamento dos resíduos e o investimento de largas somas para

implantar usinas de tratamento, decorre que a União e os Estados, além de estabelecerem

normas, precisam intervir, auxiliando financeiramente.

Os aterros sanitários podem e devem ser feitos exclusivamente à custa dos

municípios. Contudo, quando haja viabilidade para o comércio (e o volume de lixo comporte)

a usina para composto merece a inversão de capital estadual e federal na sua montagem.

Em Municípios de grande porte, em havendo necessidade de usinas para

incineração, da mesma forma é de se esperar a canalização de recursos Federais e Estaduais

para sua instalação. Essa política de amparo financeiro da União e dos Estados para a

resolução dos problemas dos resíduos sólidos é encontrada nos Estados Unidos e no Japão.

Nesses Países dispõe-se que o governo nacional fará planos de desenvolvimento técnico para

tratamento dos resíduos e esforçar-se-á para dar a necessária assistência técnica e financeira às

municipalidades e aos governos provinciais para o adequado cumprimento de seus deveres.

O auxílio financeiro, legalmente possível, e aqui preconizado não é sob

forma de financiamento ou de empréstimo, o que pressupõe pagamento posterior pelo

Município, ainda que parcelado. Para que houvesse financiamento, seria necessário o aumento

excessivo das taxas de remoção do lixo e de limpeza pública. Quanto à punição dos atos

poluidores por lançamento e destinação inadequada dos resíduos sólidos temos as punições

administrativa, penal e cível.

Quanto á punição administrativa vale dizer que apenas campanhas

educativas não são suficientes, é preciso revestir tais normas de coercibilidade. As infrações

previstas pelas legislações estaduais e federais não inibem as Prefeituras Municipais de

também legislarem sobre a matéria, desde que não invadam as normas já estatuídas, dispondo

em contrário. As posturas municipais, portanto, poderão ampliar as situações infracionais,

cominando penalidades adequadas a elas.

De acordo com o sistema administrativo brasileiro, o particular (prejudicado

ou não) não tem meios legais de exigir ou de reivindicar que a Administração Pública

imponha a penalidade prevista, mesmo ocorrendo a infração. O direito de representação não

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passa de comunicação. Dada a limitação dos crimes de prevaricação e de condescendia

criminosa, o primeiro exigindo a satisfação de interesse ou sentimento pessoal e o segundo ser

o funcionário motivado por indulgência na sua omissão, vemos que a apenação do ilícito

administrativo cai no campo discricionário da Administração Pública.

Como se vê, a figura legal contém uma norma penal em branco. Só a pena

está previamente estatuída. O comportamento do infrator dependerá da adequação de sua

conduta às prescrições legais ou regulamentares federais, estaduais e municipais.

Conscientizadas do problema e das necessidades de novas medidas legais,

as estruturas administrativas e judiciais hão de trabalhar sintonizadas. Os Tribunais têm sido

constantemente solicitados em rever as ações administrativas que dizem respeito aos

interesses fundamentais da pessoa humana, quanto à vida, à saúde e à liberdade. Esses em

confronto com os interesses econômicos em risco. Uma resposta eficaz ao desafio da poluição

não dependerá somente de um quadro jurídico fixo, mas do entendimento franco e contínuo

entre administradores e juristas com o fim de realizarem conjuntamente os programas de

interesse comum de preservação e melhoria da qualidade de vida.

O acelerado processo de urbanização no Brasil nas últimas décadas, seguido

da falta de planejamento na ocupação dos espaços urbanos e no uso inadequado dos recursos

naturais, contribui para que as cidades brasileiras apresentem os mais diversos problemas,

inclusive no que se refere à coleta de resíduos sólidos, já que o lixo é um dos grandes

responsáveis por tais problemas.

As questões ambientais dizem respeito às diferentes maneiras pelas quais a

sociedade, através dos tempos, se relaciona com o meio físico-natural. Através da interação

com a natureza e com outros homens ela produz valores, atitudes, bens materiais, modos de

perceber o mundo e com isto constrói seu patrimônio cultural.

O homem e o meio ambiente estão inevitavelmente interligados, sendo uma

das preocupações centrais a qualidade do meio ambiente, que se reflete na sua qualidade de

vida. A tentativa de atender a demanda do consumo faz com que o homem transforme cada

vez mais a matéria-prima em produtos acabados gerando maiores quantidades de resíduos e

contaminando cada vez mais seus recursos.

3 LIXO URBANO

Este capítulo apresentará o conceito de lixo urbano, ou resíduo sólido, bem

como suas categorias e periculosidades atinentes a estas categorias de resíduos, presentes nos

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30

meio urbanos, além de suas causas, destinação e possíveis alternativas para equalização de

problemas decorrentes do acumulo do lixo urbano.

3.1 Conceito do Lixo Urbano (Sérgio Paulo Botter)

O conceito legal de lixo, ou resíduo sólido, está regulamentado pela Lei

12.305, de 02 de agosto de 2010, no Título I, do Capítulo II, Art. 3º, no seu inciso XVI, com a

seguinte redação: “resíduos sólidos: material, substância, objeto ou bem descartado resultante

de atividades humanas em sociedade, a cuja destinação final se procede, se propõe proceder

ou se está obrigado a proceder, nos estados sólido ou semissólido, bem como gases contidos

em recipientes e líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede

pública de esgotos ou em corpos d’água, ou exijam para isso soluções técnica ou

economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia disponível”. 

Para conceituar lixo urbano é necessário observar que atividade humana esta

sempre em evolução e em transformação, e nesse processo o homem se utiliza dos materiais e

alimentos disponíveis na natureza, produzindo e consumindo, e da interação resulta as sobras

não aproveitadas e não consumidas que se transformam nos indesejáveis resíduos sólidos ou

lixo, conforme definição do IPT/CEMPRE,39 “resíduos sólidos constituem aquilo que

genericamente se chama lixo: materiais sólidos considerados sem utilidade, supérfluos ou

perigosos, gerados pela atividade humana, e que devem ser descartados ou eliminados40, e

ainda acrescenta:

O conceito de "lixo" pode ser considerado como uma invenção humana, pois em processos naturais não há lixo. As substâncias produzidas pelos seres vivos e que são inúteis ou prejudiciais para o organismo, tais como as fezes e urina dos animais, ou o oxigênio produzido pelas plantas verdes como subproduto da fotossíntese, assim como os restos de organismos mortos são, em condições naturais, reciclados pelos decompositores.[...].Embora o termo lixo se aplique aos resíduos sólidos em geral, muito do que se considera lixo pode ser reutilizado ou reciclado, desde que os materiais sejam

39IPT/CEMPRE – IPT é a sigla do Instituto Tecnológico do Estado de São Paulo. CEMPRE- Compromisso Empresarial de Reciclagem, uma associação empresarial dedicada à promoção da reciclagem e gestão integrada do lixo, que tem como integrantes grandes empresas, como a Alcoa, AmBev, HP, Intel, Klabin, Nestlé, entre outras.40 LIXO municipal: manual de gerenciamento integrado.Instituto de pesquisas tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT). São Paulo: IPT/CEMPRE. 1995. 278 p. apud Geologia Ambiental. Módulo 12. Disposição de resíduos. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Res%C3%ADduos_s%C3%B3lidos>. Acesso em: 07 Jun. 2010.

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adequadamente tratados. Certos resíduos, no entanto, não podem ser reciclados, a exemplo do lixo hospitalar e do lixo nuclear.41

O lixo que comumente está presente no cotidiano do ser humano, o lixo

urbano, ou resíduo sólido urbano, pode ser dividido em algumas categorias, que não formam

consenso entre os elaboradores dessas categorias, e aqui procuramos apresentar algumas

dessas categorias:

Os resíduos sólidos urbanos (RSU's), vulgarmente denominados por lixo urbano, são resultantes da atividade doméstica e comercial das povoações. A sua composição varia de população para população, dependendo da situação sócio-econômica e das condições e hábitos de vida de cada um. Esses resíduos podem ser classificados das seguintes maneiras:Matéria orgânica: Restos de comida, da sua preparação e limpeza. Papel e papelão: Jornais, revistas, caixas e embalagens. Plásticos: Garrafas, garrafões, frascos, embalagens, boiões, etc. Vidro: Garrafas, frascos, copos, etc. Metais: Latas Outros: Roupas, óleos de cozinha e óleos de motor, resíduos informáticos[…]42

Para o IPT/CEMPRE, “os resíduos sólidos urbanos podem ser classificados

quanta à natureza física, à composição química, aos riscos que podem causar ao meio

ambiente e, ainda, quanto à sua origem, apresentando cada uma dessas classificações suas

subdivisões”43, conforme classificação descrita no Anexo 01.

Os resíduos sólidos, quanto à origem, podem, ainda, serem agrupados por

blocos, ou seja, classificados por grupos de geradores por suas similaridades de origem e

destino: resíduo urbano; resíduo de construção ou demolição; resíduo industrial; resíduo

hospitalar; resíduo nuclear, sendo os dois primeiros de menor periculosidade, definidos como

“Resíduo sólido urbano: [...] o resíduo doméstico assim como o resíduo produzido em

instalações públicas (parques, por exemplo), em instalações comerciais, bem como restos de

construções e demolições”44, e “resíduos de construção e demolição: ou RCD, são resíduos

provenientes de obras civis - construção, reconstrução, ampliação, alteração, conservação e

41LIXO municipal: manual de gerenciamento integrado.Instituto de pesquisas tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT). São Paulo: IPT/CEMPRE. 1995. 278 p. apud Geologia Ambiental. Módulo 12. Disposição de resíduos. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Res%C3%ADduos_s%C3%B3lidos>. Acesso em: 07 Jun. 2010.42RESÍDUOS sólidos: categoria. Disponível em: < http://pt.wikipedia.org/wiki/Res%C3%ADduos_s%C3%B3lidos_urbanos>. Acesso em: 07 Jul.201043 LIXO municipal: manual de gerenciamento integrado.Instituto de pesquisas tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT). São Paulo: IPT/CEMPRE. 1995. 278 p. apud Geologia Ambiental. Módulo 12. Disposição de resíduos. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Res%C3%ADduos_s%C3%B3lidos>. Acesso em: 07 Jun. 2010.44RESÍDUOS sólidos: categoria. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Res%C3%ADduos_s%C3%B3lidos_urbanos>. Acesso em: 07 Jul.2010.

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demolição ou derrocada de edificações, assim como o solo e lama de escavações”45. Já os

demais implicam em maior rigor na coleta e manuseio, conforme descreve-se:

Resíduo industrial: é gerado pela indústria, e pode ser altamente prejudicial ao meio ambiente e à saúde humana. Resíduo hospitalar: é a classificação dada aos resíduos perigosos produzidos dentro de hospitais, como seringas usadas, aventais, etc. Por conter agentes causadores de doenças, este tipo de lixo é separado do restante dos resíduos produzidos dentro de um hospital (restos de comida, etc), e é geralmente incinerado.[...]. Resíduo nuclear: composto por produtos altamente radioativos, como restos de combustível nuclear, produtos hospitalares que tiveram contato com radioatividade (aventais, papéis, etc), [...].Devido ao fato de que tais materiais continuam a emitir radioatividade por muito tempo, eles precisam ser totalmente confinados e isolados do resto do mundo.46

Alguns tipos de resíduos podem obter reaproveitamento dos materiais que

os compõem, e se não reprocessados possuem grande poder de poluição. Existem algumas

derivações com grande capacidade de reciclagem, mas se foram lançados simplesmente no

meio ambiente demandam períodos muitos longos para se decomporem. Temos, ainda,

aqueles que, se não rejeitados adequadamente são nocivos de forma imediata, ao homem e ao

meio ambiente, como vamos ver:

O chamado lixo orgânico tem origem animal ou vegetal. Nessa categoria inclui-se grande parte do lixo doméstico, restos de alimentos, folhas, sementes, restos de carne e ossos, etc. Quando acumulado ou disposto inadequadamente, o lixo orgânico pode tornar-se altamente poluente do solo, das águas e do ar. Ademais, a disposição inadequada desses resíduos cria um ambiente propício ao desenvolvimento de organismos patogênicos.47

Temos, ainda, aqueles que podem ser reaproveitados, como “o lixo orgânico

pode, entretanto, ser objeto de compostagem para a fabricação de adubos ou utilizado para a

produção de combustíveis como biogás, que é rico em metano. Resíduos de plásticos, metais e

ligas, vidro, material de construção etc”48, mas outros são nocivos de forma imediata, ao

45 Ibid46Ibib.47LIXO municipal: manual de gerenciamento integrado.Instituto de pesquisas tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT). São Paulo: IPT/CEMPRE. 1995. 278 p. apud Geologia Ambiental. Módulo 12. Disposição de resíduos. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Res%C3%ADduos_s%C3%B3lidos>. Acesso em: 07 Jun. 2010.48LIXO municipal: manual de gerenciamento integrado.Instituto de pesquisas tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT). São Paulo: IPT/CEMPRE. 1995. 278 p. apud Geologia Ambiental. Módulo 12. Disposição de resíduos. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Res%C3%ADduos_s%C3%B3lidos>. Acesso em: 07 Jun. 2010.

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homem e ao meio ambiente, se não passarem por um processo de tratamento, como vamos

ver:

[...]quando lançados diretamente no ambiente, sem tratamento prévio, demoram muito tempo para se decompor. O plástico, por exemplo, é constituído por uma complexa estrutura de moléculas fortemente ligadas entre si, o que torna difícil a sua degradação e posterior biodigestão por agentes decompositores (primariamente bactérias). Para solucionar este problema, diversos produtos industrializados são biodegradáveis. Lixo tóxico: Lixo nuclear e hospitalar entram nesta categoria. Esses resíduos precisam receber tratamento especial, antes da disposição final, de modo a evitar danos ambientais e à saúde das pessoas. O lixo nuclear deve ser isolado, enquanto lixo hospitalar deve ser incinerado.49

A tabela de tempo de decomposição de materiais é poderoso instrumento de

sensibilização que, invariavelmente, faz as pessoas pensarem nas suas responsabilidades

individuais com relação ao lixo. Há, porém, uma enorme variação de informações sobre o

assunto. Isso se deve ao fato de que o tempo de decomposição deverá variar de acordo com as

condições de solo ou ambiente em que os materiais foram descartados. De qualquer forma os

dados são incontestes no que se refere ao fato de que o lixo continua existindo depois que o

jogamos na lixeira, conforme demonstrado na tabela anexa.50

O lixo urbano e os problemas decorrentes não são exclusividade de um povo

ou de uma nação, está presente em todas as regiões, passando a questão ser de interesse global

Ao longo dos anos, o lixo passou a ser uma questão de interesse global. E os problemas são os mesmos de um lado a outro do globo: o destino do lixo e seu acondicionamento inadequado têm trazido graves problemas a todas as nações. Produzidos em todos os estágios das atividades humanas, os resíduos, em termos tanto de composição como de volume, variam em função das práticas de consumo e dos métodos de produção utilizados. As principais preocupações estão voltadas para as repercussões que podem ter sobre a saúde humana e sobre o meio ambiente (solo, água, ar e paisagens).51

Os problemas gerados pelos resíduos sólidos urbanos nas cidades, está

preocupando sobremaneira as autoridades municipais, que convivem com a “[...]realidade do

país, que possui em torno de 80 municípios brasileiros que realizam coleta seletiva, e em

contrapartida 40% das cidades brasileiras não recebem nenhum serviço de coleta de lixo”52,

no entanto essa preocupação exarada não se materializa e 49Ibid50GONÇALVES, Pólita. Tempo de decomposição. Disponível em: <http://www.lixo.com.br/index.php?Itemid=252&id=146&option=com_content&task=view>. Acesso em: 05 Ago. 2010. 51 CARVALHO, Geila Santos. Lixo: conseqüências, desafios e soluções. Disponível em:<http://www.cenedcursos.com.br/lixo-consequencias-desafios-e-solucoes.html>. Acesso em: 31 maio 2010. 52SCAGLION, Ricardo Cavichioli. Lixo Urbano e suas conseqüências. Disponível em: <http://www.ongorigem.org.br/blog/lixo-urbano-e-suas-consequencias-4/>. Acesso em: 01 Ago. 2010.

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[...] Infelizmente, a administração de nossa cidade há décadas vem protelando o solucionamento definitivo do despejo irregular do lixo composto de materiais de toda natureza a céu aberto, sem haver licença ambiental para tal atividade, muito menos adequar-se a legislação ambiental pertinente e se enquadrar no modelo de aterro controlado. Afinal, para tanto deveria apresentar um planejamento detalhado da área, com licitação, empresa gestora responsável pelo tratamento destes resíduos, relatório de impacto ambiental, além dos investimentos necessários no local,[...], evitando quaisquer agressões ambientais, sejam elas do solo, do ar, das águas subterrâneas e águas de superfície.53

Concluí-se que o lixo urbano, ou resíduo sólido, é produto da atividade

humana, e apresenta-se como um dos grandes problemas urbanos a serem equalizados, uma

vez que o seu crescente volume está expondo o homem e o meio ambiente a danos de

conseqüências muito danosas.

3.2 Causas do Lixo Urbano (Raphaella Lourenço Storto)

O “lixo” é uma grande diversidade de resíduos sólidos de diferentes

procedências, dentre eles, o resíduo sólido urbano gerado em nossas residências. O lixo faz

parte da história do homem, já que sua produção é inevitável .

Na Idade Média acumulava-se pelas ruas e imediações das cidades,

provocando sérias epidemias e causando a morte de milhões de pessoas. A partir da

Revolução Industrial iniciou-se o processo de urbanização, provocando um êxodo do homem

do campo para as cidades. Observou-se assim um vertiginoso crescimento populacional,[...].

A partir de então, os impactos ambientais passaram a ter um grau de magnitude alto, devido

aos mais diversos tipos de poluição, dentre eles a poluição gerada pelo lixo

O fato é que o lixo passou a ser encarado como um problema, o qual deveria

ser combatido e escondido da população. A solução para o lixo naquele momento não foi

encarada como algo complexo, pois bastava simplesmente afastá-lo, descartando-o em áreas

mais distantes dos centros urbanos, denominados lixões .

Nos dias atuais, com a maioria das pessoas vivendo nas cidades e com o

avanço mundial da indústria provocando mudanças nos hábitos de consumo da população,

53SCAGLION, Ricardo Cavichioli. Lixo Urbano e suas conseqüências. Disponível em: <http://www.ongorigem.org.br/blog/lixo-urbano-e-suas-consequencias-4/>. Acesso em: 01 Ago. 2010

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vem-se gerando um lixo diferente em quantidade e diversidade. Até mesmo nas zonas rurais

encontram-se frascos e sacos plásticos acumulando-se devido a formas inadequadas de

eliminação. Em um passado não muito distante a produção de resíduos era de algumas

dezenas de quilos por habitante/ano[...].

A produção elevada de lixo norte-americana deve-se ao alto grau de

industrialização e aos bens de consumo descartáveis produzidos e amplamente utilizados pela

maioria da população. No caso do Brasil, a geração do lixo ainda é, em sua maioria, de

procedência orgânica; contudo, nos últimos anos vem se incorporando o modo de consumo de

países ricos, o que tem levado a uma intensificação do uso de produtos descartáveis [...].

O lixo representa, hoje, uma grande ameaça à vida no Planeta por duas

razões fundamentais: a sua quantidade e seus perigos tóxicos. Em toda parte do mundo, a

mídia incentiva as pessoas a adquirirem vários produtos e a substituírem os mais antigos por

outros, mais modernos, provocando a insensatez do uso indiscriminado dos recursos naturais.

Este fato tem levado ao grande volume de lixo produzido no mundo, cujo aumento foi três

vezes maior que o populacional, nos últimos 30 anos. A taxa de geração de resíduos sólidos

urbanos está relacionada aos hábitos de consumo de cada cultura, onde se nota uma correlação

estreita entre a produção de lixo e o poder econômico de uma dada população.

Do material descartado no Brasil, 76% é abandonado a céu aberto em locais

impróprios, permitindo a proliferação de vetores capazes de transmitir várias doenças. A

matéria orgânica disposta de forma desordenada entra em processo de putrefação,[...]. Um

outro problema é a contaminação dos recursos hídricos devido à migração de chorume.

Os resíduos sólidos domésticos, comerciais, industriais e das operações

agrícolas, apresentam cada vez mais papéis, plásticos, vidros, um sem número de tipos de

embalagens. Todo este material cria crescentes problemas de coleta, despejo e tratamento.

Seus depósitos constituem-se muitas vezes em foco de crescimento de mosquitos e roedores.

Podem até reduzir o valor dos terrenos sobre os quais se acumulam. Todo esse material

contribui enormemente para a deterioração do ambiente humano.

Os resíduos gerados por aglomerações urbanas e, também, por processos

produtivos constituem um grande problema,[...]; deve ser fruto também do empenho de cada

cidadão, que tem o poder de recusar produtos potencialmente impactantes, participar de

organizações não-governamentais ou simplesmente segregar resíduos dentro de casa,

facilitando assim os processos de reciclagem. O conhecimento da questão do lixo é a única

maneira de se iniciar um ciclo de decisões e atitudes que possam resultar em uma efetiva

melhoria de qualidade ambiental e de vida.

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36

O manejo inadequado de resíduos sólidos de qualquer origem gera

desperdícios,[...]. A situação evidencia a urgência em se adotar um sistema de conscientização

educacional adequado para o manejo dos resíduos, definindo uma política para a gestão e o

gerenciamento, a qual assegure a melhoria continuada do nível de qualidade de vida,

promovendo ações práticas recomendadas para a saúde pública e protegendo o meio

ambiente.

Por outro lado, o descarte inadequado de resíduos sólidos nos centro

urbanos, [...]. Essa situação é ainda pior ao se considerar que a água potável vai se tornar, em

breve, um fator de grande competitividade entre as nações [...].

A compreensão da problemática do lixo e a busca de sua resolução

pressupõem mais do que a adoção de tecnologias. Uma ação na origem do problema exige

reflexão não sobre o lixo em si, no aspecto material, mas quanto ao seu significado simbólico,

seu papel e sua contextualização cultural, [...], relações históricas estabelecidas pela sociedade

com os seus rejeitos.

As mudanças ainda são lentas na diminuição do potencial poluidor do

parque industrial brasileiro, principalmente no tocante às indústrias mais antigas, [...], sendo,

portanto, necessários altos investimentos de controle ambiental e custos de despoluição para

controlar a emissão de poluentes, o lançamento de efluentes e o depósito irregular de resíduos

perigosos.

O armazenamento ou tratamento do lixo tem seu destino mais comum o

aterro sanitário.

Grande parte do material que é descartado e deve ser armazenado em

depósitos não é perigoso, correspondendo simplesmente a lixo doméstico ou resíduo. O

principal método para armazenar o lixo sólido municipal é a sua colocação em um aterro

sanitário (em alguns casos denominados depósito de lixo ou lixão), o qual consiste em uma

grande escavação no solo (ou mesmo uma parte descoberta ao nível do solo) que em geral é

coberta com solo e/ou argila, uma vez que esteja preenchida.

Por exemplo, no Reino Unido, entre 85 e 90% do lixo doméstico e

comercial é depositado em aterros, cerca de 6% é incinerado e a mesma fração é reciclada ou

reutilizada; dados similares aplicam-se a muitas municipalidades da América do Norte. Os

aterros predominam porque seus custos diretos são substancialmente menores que a

disposição por outros meios.

No passado, os aterros eram buracos no solo que tinham sido criados

durante as atividades de extração mineral –[...], sobretudo, nos aterros que usaram fossas de

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37

areia, dado que a água pode percolar facilmente através desta. Esses aterros não foram

projetados, controlados ou supervisionados e acumularam muitos tipos de resíduos, incluindo

alguns perigosos. Os aterros municipais modernos são muito melhor projetados e gerenciados,

freqüentemente não aceitam resíduos perigosos e seus locais são selecionados para minimizar

o impacto ambiental.

Além do depósito em aterros, uma outra maneira de se tratar os resíduos é

através da incineração - oxidação de materiais por combustão controlada até produtos simples

mineralizados, como dióxido de carbono e água. A principal vantagem da incineração do lixo

sólido municipal é a redução substancial do volume de material que deve ser aterrado. No

caso de substâncias tóxicas ou perigosas, um objetivo ainda mais importante é a eliminação

do perigo tóxico associado ao material.

O principal problema ambiental da incineração é a poluição do ar, tanto por

gases quanto por partículas. Os controles das emissões dos incinerados de lixo sólido

municipal podem controlar grande parte, mas não todas as substâncias tóxicas lançadas no ar

pelo processo de combustão. Portanto, é necessário supervisionar periodicamente os filtros

dos incineradores e fazer uso de lavadores de gás para minimizar os gases e o pó gerado

através da combustão.

A compostagem é o processo natural de decomposição biológica de

materiais orgânicos de origem animal ou vegetal, pela ação de microrganismos. Consiste num

processo biológico de decomposição controlada da fração orgânica biodegradável contida nos

resíduos, de modo que resulte em um produto estável, similar ao húmus (matéria orgânica

homogênea).

Este produto final, o composto, preparado com restos animais e/ou vegetais,

domiciliares, separados ou combinados, pode ser considerado um material condicionador de

solos. Além disso, o composto orgânico tem outros benefícios, tais como a melhoria das

características físicas estruturais do solo com conseqüente aumento da capacidade de retenção

de água e ar do solo,[...], que contribui para a estabilidade do pH e melhora o aproveitamento

de fertilizantes minerais; ativação substancial da vida microbiana e estabelecimento de

colônias de minhocas, besouros e outros animais que revolvem e adubam o solo; [...]; além de

auxiliar o desenvolvimento do sistema radicular e a recuperação de áreas degradadas.

Denomina-se reciclagem a separação de materiais do lixo domiciliar, tais

como papéis, plásticos, vidros e metais, com a finalidade de trazê-los de volta à indústria, para

serem beneficiados. Esses materiais são novamente transformados em produtos

comercializáveis no mercado de consumo.

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38

Para se proceder à reciclagem de resíduos, a coleta seletiva deve ser

extremamente cuidadosa, pois, sem esta etapa, todo o material reciclável fica sujo e

contaminado, tornando seu beneficiamento mais complicado e mais caro. Além disso, a

separação tem que ser feita nos depósitos, através de processos manuais ou eletromecânicos, o

que exige a presença de catadores.

Nas últimas décadas,[...] desenvolvidos para reduzir a quantidade de

material descartado como lixo após um único uso. O objetivo é a conservação das fontes

naturais, incluindo a energia, utilizada para produção dos materiais, e a redução do volume de

material que deve ser disposto em aterros ou por meio de incineração.

[...], reutilizar os materiais uma vez formulados, reciclar materiais mediante

processos de re-fabricação e recuperar o conteúdo energético dos materiais caso não possam

ser reutilizados ou reciclados. Estes princípios podem ser, e são aplicados a todos os tipos de

resíduos, inclusive os perigosos.

A reciclagem propicia vantagens, como a preservação de recursos naturais,

economia de energia, economia de transporte, geração de empregos e renda e, principalmente,

a conscientização da população para as questões ambientais.

Embora o lixo seja considerado uma grande ameaça à vida, verifica-se que é

possível minimizar seus impactos, ao se adotar medidas preventivas, abandonando práticas de

consumo exagerado ou então, conscientizando a população, seja em relação ao destino ou às

formas de reciclagem do lixo gerado.[...], visando gerenciar de modo mais adequado a grande

quantidade e diversidade de resíduos que são produzidos diariamente.

Estas práticas não só reduzirão o volume de resíduos produzidos

diariamente, mas também permitirão o exercício de reuso, culminando num melhor

gerenciamento dos resíduos. [...], a fim de proteger o ar, o solo e a água, trazendo como

conseqüência melhores condições de saúde humana, qualidade de vida e saúde ambiental.

3.3 Evolução na Produção do Lixo Urbano (Sergio Paulo Botter)

Este capítulo demonstrará que o lixo urbano não é uma prerrogativa da

contemporaneidade, mas uma moléstia da infra-estrutura urbana que acompanha o homem em

sua trajetória pelos tempos, agravando-se com o crescimento populacional desordenado e a

mudança nos padrões de consumo.

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39

3.3.1 A origem do lixo (Sergio Paulo Botter)

O lixo sempre acompanhou a história do homem. “Na Idade Média

acumulava-se pelas ruas e imediações das cidades, provocando sérias epidemias e causando a

morte de milhões de pessoas”54. A partir da Revolução Industrial iniciou-se o processo de

urbanização, provocando um êxodo do homem do campo para as cidades. Observou-se assim

um vertiginoso crescimento populacional, favorecido também pelo avanço da medicina e

conseqüente aumento da expectativa de vida. A partir de então, os impactos ambientais

passaram a ter um grau de magnitude alto, devido aos mais diversos tipos de poluição, dentre

eles a poluição gerada pelo lixo. O fato é que o lixo passou a ser encarado como um

problema, o qual deveria ser combatido e escondido da população.55

Continua como um dos grandes desafios que se impõem às sociedades

contemporâneas a solução da questão do lixo produzido a partir da formação de centros

urbanos. Observa-se um aumento expressivo na geração dos resíduos sólidos e uma mudança

significativa nas características desse lixo. O modelo de desenvolvimento adotado pelos

povos e aos padrões de consumo destas cidades pode-se atribuir tais mudanças.

O crescimento populacional desordenado e o “inchamento” cidades de

maneira descontrolada, contribuem para uma produção de grandes quantidades de resíduo

sólidos, e para redução de áreas disponíveis para deposição correta desses resíduos.

Na análise de Rodrigues & Cavinatto (1997), até meados do século XVIII, o

lixo era produzido em pequena quantidade e se constituía basicamente de sobras de alimentos.

Com o advento da revolução industrial, a industrialização dos produtos

aliada ao aumento do contingente populacional das cidades, o desenvolvimento tecnológico e

a mudança dos padrões de consumo, tornaram-se fatores determinantes no aumento e

diversificação da produção de lixo descartado.56

Ainda afirmam os autores que o aumento e a diversificação do lixo

descartado nos centros urbanos, se intensificam, ainda mais, com o surgimento dos conceitos

de “obsolescência e descartabilidade”.

54 BRANCO, Samuel Murgel. Poluição: A morte de nossos rios. São Paulo: ASCETESB, 1983, 2 ed., 1983. p. 16655ibib 56RODRIGUES, Francisco Luiz; CAVINATTO, Vilma Maria. Lixo. De onde vêm? Para onde vai? São Paulo: Moderma, 1997

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40

Descartabilidade é conferido aos produtos de menor durabilidade e maior

necessidade de reposição em curto prazo, cuja função é suprir necessidades imediatas do

indivíduo, com rapidez, conforto e praticidade. São fabricados, em sua maioria, com materiais

como o alumínio, plástico, papel, vidro, isopor e materiais que não se degradam ou tem essa

propriedade no longo prazo. Como exemplos temos: copos plásticos, canetas, embalagens de

bebidas, de alimentos, de cosméticos, de produtos de limpeza, entre outros.

Já o conceito de obsolescência, o de produtos obsoletos, surge com o avanço

da tecnologia, e é aplicado a objetos, tais como computadores, TV, vídeos, etc., que mesmo

sem estarem deteriorados são substituídos por modelos e versões mais modernas e

atualizadas. Sendo um processo crescente em todo o mundo, mas, em alguns países

desenvolvidos(Japão, EUA, Europa), ocorre com muito maior velocidade, aumentando

sobremaneira o volume de “lixo” descartado nos grandes centros urbanos.57

Estas observações também estão presentes na visão de STOREL (2010),

onde constata que “a evolução das formas de aglomerações humanas, o êxodo das populações

para os centros urbanos e a maciça presença da indústria nas cidades desenvolveu de maneira

acelerada um problema já existente, mas que não se apresentava tão nocivo ao homem”58.

Observando esta evolução STOREL ainda nos traz:

[...] Analisando a questão num contexto histórico é fácil perceber que o crescimento vertiginoso do contingente de população urbana, como conseqüência da industrialização, traz consigo alguns problemas graves, extremamente sérios, agressivos ao meio ambiente e à própria qualidade de vida da população. Entre eles, se destacam: a destinação do lixo e dos esgotos que têm sua gravidade aumentada proporcionalmente à densidade populacional.59

Dando clareza e precisão aos seus acentos o autor demonstra com

propriedade como a evolução da organização social afeta diretamente a produção de lixo no

meio urbano:

Só para citar um exemplo: numa quadra que contenha só construções térreas em suas quatro faces, perfazendo um total de quarenta moradias, com média de quatro pessoas morando em cada uma, teríamos uma população de 160 pessoas; se nessa mesma quadra, existissem cinco edifícios de 20 andares

57RODRIGUES, Francisco Luiz; CAVINATTO, Vilma Maria. Lixo. De onde vêm? Para onde vai? São Paulo: Moderma, 1997, p. 3158STOREL, Antonio Oswaldo Storel. Fim dos lixões. A tribuna, Piracicaba, 20 Jul. 2010. Folha artigos. Disponível em: <http://www.tribunatp.com.br/modules/publisher/item.php?itemid=1438>. Acesso em: 29 Ago. 2010 59STOREL, Antonio Oswaldo Storel. Fim dos lixões. A tribuna, Piracicaba, 20 Jul. 2010. Folha artigos. Disponível em: <http://www.tribunatp.com.br/modules/publisher/item.php?itemid=1438>. Acesso em: 29 Ago. 2010

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com quatro apartamentos por andar, nós teríamos uma população de 1.600 pessoas só nos edifícios, elevando em dez vezes a quantidade de lixo e esgoto a serem retirados[...].60

Confirma Rodrigues & Cavinatto (1997) a associação direta da produção de

lixo urbano com o de desenvolvimento de determinada uma região, desvendando os resíduos

que compõe o lixo urbano, em qualquer tempo e em qualquer lugar, o modo de vida e a

situação econômica de uma sociedade61.

O desenvolvimento das nações impulsionam seus habitantes ao consumismo

e a uma crescente utilização de recursos naturais, renováveis ou não. 62Os maiores produtores

de lixo são aqueles que mais consomem63.

Para BIDONE, “em um passado não muito distante a produção de resíduos

era de algumas dezenas de quilos por habitante/ano; no entanto, hoje, países altamente

industrializados como os Estados Unidos produzem mais de 700 kg/hab/ano”.64

No Brasil, o problema do lixo tem sido pouco relevado e por isso pouco

conhecido e de pouca importância para os administradores públicos, para os segmentos

empresariais e, conseqüentemente para a sociedade como um todo. Resíduos sólidos são um

dos principais impactos negativos responsáveis pela contaminação de grande parte do solo, do

ar e particularmente dos recursos hídricos existentes no país. [...] ocorre com freqüência

aterros clandestinos ou aterros sem infra-estrutura. Destas formas impróprias de destinar os

resíduos sólidos, de acordo com Tchobanoglous, “originam-se os gazes nocivos mais comuns

nas concentrações de lixo: metano, dióxido de carbono, nitrogênio, oxigênio, sulfurosos,

dissulfurosos, mercaptanos, amoníaco, hidrogênio, monóxido de carbono e outros”.65

60ibid61 RODRIGUES, Francisco Luiz; CAVINATTO, Vilma Maria. Lixo. De onde vêm? Para onde vai? São Paulo: Moderma, 1997, p. 362HELENE, Maria Elisa Marcondes; HELENE, André Frazão. Eu consumo, tu consomes: A origem da sociedade de consumo. In KUPSTAS, Márcia. Ecologia em debate: Livro do professor. São Paulo: Moderna, 1997. 6319% do lixo do mundo são produzidos nos EUA. Um jovem americano nascido em 1973 esta destinado a descartar durante toda sua vida (expectativa nos EUA é de 76 anos): 10 mil garrafas retornáveis; 2,3 automóveis; 17,5 mil latas; 27 mil tampinhas de garrafas e 126 toneladas de lixo. Ele produz todo esse lixo consumindo: 98,4 milhões de litros d’água; 52 mil quilos de ferro e aço; 250 mil litros de petróleo; 6 mil quilos de papel; 80 mil litros de gasolina; 50 mil quilos de comida; 4,6 quilos de fertilizantes.(HELENE & HELENE, 1997). 64BIDONE, Francisco Antônio. Introdução. In: BIDONE, Francisco Antônio (Org.). Metodologias e técnicas de minimização, reciclagem e reutilização de resíduos sólidos urbanos. Rio de Janeiro: PROSAB, 1999.65TCHOBANOGLOUS, George. Produtos perigosos típicos empregados em residências.In: HAMADA, Jorge. Resíduos sólidos: concentração e caracterização. Disponível em: <http://www.bvsde.paho.org/bvsacd/cd48/aula01.pdf>. Acesso em: 20 Set 2010.

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Para Fellemberg “os lixões constituem uma das formas mais primitivas para

destinação final do lixo”66. Esta formas inadequada e primitiva remonta à história antiga, se

desdobrando num tema atual e ainda carente de equalização:

Desde o surgimento dos primeiros núcleos urbanos relatados na história da Grécia Antiga, algumas áreas próximas às cidades são destinadas à recepção do lixo nelas produzidas e muitas cidades em todo o Brasil ainda dão o mesmo destino para o seu lixo. Os inconvenientes e os riscos dos lixões não são poucos67. Imensas áreas, a céu aberto, recebem diariamente toneladas de lixo de toda espécie, sem qualquer tratamento ou seleção prévia, tornando-se com isto verdadeiros focos de problemas de toda ordem.68

Concluí-se que o problema do lixo faz parte da sociedade civil e das esferas

governamentais desde que os homens se organizaram em aglomerações urbanas. E como a

densidade populacional se intensifica, adotando novos e abusivos padrões de consumo, cresce

na mesma proporção a dificuldade dos governos em equacionar as questões que permeiam os

resíduos urbanos.

3.4 Destino do Lixo Urbano (Raphaella Lourenço Storto)

O destino do lixo é (deve ser) diferente, de acordo com cada tipo de resíduo

que o constitui. Entretanto, o destino mais comum que se dá para qualquer resíduo no Brasil

são os chamados “Lixões”. Em aproximadamente 70% das cidades brasileiras os resíduos

ainda são jogados neste destino final. 13% dos municípios destinam seus resíduos a aterros

sanitários e 17% em aterros controlados. Menos de 10% dos municípios brasileiros realizam

coleta seletiva e reciclagem.

Os lixões são um espaço aberto, localizado geralmente na periferia das

cidades onde o lixo fica apodrecendo, ou então é queimado. Não devem ser confundidos com

aterros sanitários, pois consiste em um método que não leva em consideração critérios

sanitários ou ecológicos, provocando a contaminação das águas subterrâneas e do solo e a

poluição do ar com gases tóxicos.66 FELLEMBERG, Gunter. Introdução aos problemas de poluição ambiental. ed.Usp. São Paulo: EPU Springer, 1980. p. 221-22267Famílias de baixa renda, que vivem da catação do lixo, passam a conviver com animais transmissores de doenças e com o ambiente infectado dos lixões. Em condições inadequadas, os lixões podem permitir a contaminação de riachos, rios e lagos68FELLEMBERG, Gunter. Introdução aos problemas de poluição ambiental. ed.Usp. São Paulo: EPU Springer, 1980. p. 221-222

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É muito comum também o despejo do lixo em córregos ou em terrenos

baldios pela população de periferias que não recebem atenção quanto à coleta ou educação

municipal. 20% da população brasileira ainda não contam com serviços regulares de coleta.

Outrossim, uma parcela significativa da população “educada” e que recebe serviços de coleta

joga lixo em locais inadequados como, principalmente, nas vias públicas (lamentável!).

O lixo comum e entulhos devem ir para aterros sanitários quando não há

mais a possibilidade de reciclagem ou reutilização . Os aterros sanitários são basicamente

locais onde os resíduos são confinados no solo, livre do contato com o ar e cobertos com uma

camada de terra. O terreno é impermeabilizado para permitir que os líquidos e os gases

resultantes da decomposição que estes resíduos sofrem embaixo da terra (principalmente por

bactérias) sejam drenados e tratados, para evitar a contaminação do ambiente. Ainda há falta

de aterros sanitários no Brasil. Por outro lado, a maioria dos existentes não foi construída de

acordo com os padrões técnicos, comprometendo o solo e os recursos hídricos. Também

existem os aterros controlados que são basicamente um sistema intermediário de destinação

de resíduos entre os lixões e os aterros sanitários, pois há um controle de entrada de pessoas e

cobertura diária do lixo. Porém, os impactos que causam estão mais para o lado negativo dos

lixões do que dos aterros sanitários, pois a contaminação do solo e dos corpos hídricos não é

controlada.

3.4.1 Esquema de um aterro sanitário (Raphaella Lourenço Storto)

O lixo séptico ou hospitalar deve ir para valas sépticas ou ser incinerado (a

incineração é diferente da queima, pois é feita em máquinas especiais e não simplesmente

pelo fogo). Entretanto, em muitas cidades, o lixo hospitalar é depositado em aterros sanitários

ou mesmo lixões. Isto quando a coleta é irregular ou inexistente. Além disso, muitos resíduos

infectantes vão para aterros sanitários através da coleta domiciliar, já que muitas pessoas são

tratadas de enfermidades nas suas próprias residências.

Cabe a você mudar isso, caso você ou mesmo alguém conhecido o faça. O

ideal é encaminhar o lixo séptico a farmácias e clínicas do setor.

O lixo tóxico deve ir para aterros especiais ou centros de triagem específicos

para que os resíduos possam ser reciclados ou reutilizados. Em Curitiba a coleta do lixo

tóxico segue um sistema especial de coleta.

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Em algumas cidades, o lixo orgânico é encaminhado para usinas de

compostagem. Estas usinas consistem basicamente em locais onde estes resíduos são

misturados com terra e esterco, misturados constantemente e submetidos à ação de fungos e

bactérias, para serem transformados em adubo orgânico, também chamado de húmus, material

muito rico em nutrientes.

Existe uma diferença entre destino final e tratamento de resíduos. O

tratamento é prévio ao destino final, sendo que para cada tipo de resíduo existe um tratamento

e um destino final específico.

No caso dos resíduos comuns, geralmente não há tratamento antes de seu

destino final e os resíduos vão das fontes geradoras até os aterros sanitários.

A triagem e a reciclagem são tipos de tratamento para alguns tipos de

resíduos, bem como a compostagem, a pirólise, a incineração etc. A triagem é um tratamento

necessário para a reciclagem e a reciclagem é um tratamento necessário para a fabricação de

produtos feitos com matéria prima reciclada. Ambos os processos geram rejeitos então a outra

parte dos resíduos é encaminhada para aterros sanitários.

A incineração é um tipo de tratamento para, por exemplo, lixo hospitalar,

que depois vira cinza e esta vai para os aterros sanitários. O lixo hospitalar também pode

passar por tratamentos como microondas e autoclavagem e depois serem encaminhados a

aterros sanitários ou valas sépticas (dependendo do teor de contaminação dos resíduos

resultantes).

Resíduos tóxicos passam por tratamento prévio, como blendagem e

encapsulamento, e são encaminhados para o seu destino final que são os aterros especiais.

Esta breve explicação mostra como é complicado lidar com lixo e, portanto,

como é importante o seu papel no cuidado com o lixo. Contribuir com o Princípio dos Três

Erres (Reduzir, Reutilizar, Reciclar) é uma maneira ao seu alcance para minimizar diversos

problemas ambientais, melhorando a sua própria qualidade de vida e garantindo um futuro

ideal para seus filhos sobreviverem.

Hoje em dia produzimos lixo domiciliar, comercial, de varrição e feiras

livres, serviços de saúde e hospitalares, portos e aeroportos, terminais ferroviários e

rodoviários, industriais, agrícolas e entulhos.

O lixo domiciliar vem das residências, constituído por restos de alimentos

(tais como, cascas de frutas, verduras etc.), produtos deteriorados, jornais e revistas, garrafas,

embalagens em geral, papel higiênico, fraldas descartáveis e uma grande diversidade de

outros itens. Contém, ainda, alguns resíduos que podem ser tóxicos. Hoje cada brasileiro

Page 45: MONO-Metep-LIXO URBANO-Concluída- set2010

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produz em média quinhentos gramas de lixo por dia, e dependendo do lugar que mora e seu

poder aquisitivo, pode chegar a mais de um quilo. Sua composição média é de vinte e cinco

por cento de papel, quatro por cento de metal, três por cento de vidro, três por cento de

plástico e sessenta e cinco por cento de matéria orgânica

O comercial é originado dos diversos estabelecimentos comerciais e de

serviços, tais como, supermercados, estabelecimentos bancários, lojas, bares, restaurantes,

etc.. O lixo destes estabelecimentos e serviços tem um forte componente de papel, plásticos,

embalagens diversas, e resíduos de asseio dos funcionários, tais como, papéis toalha, papel

higiênico etc...

O lixo público são aqueles originados dos serviços: de limpeza pública

urbana, incluindo todos os resíduos de varrição das vias públicas, limpeza de praias, de

galerias, de córregos e de terrenos, restos de podas de árvores etc.; de limpeza de áreas de

feiras livres, constituídos por restos vegetais diversos, embalagens etc...

O lixo de serviços de saúde e hospitalar, se constitui dos resíduos sépticos,

ou seja, que contêm ou potencialmente podem conter germes patogênicos. São produzidos em

serviços de saúde, tais como: hospitais, clínicas, laboratórios, farmácias, clínicas veterinárias,

postos de saúde etc.. São agulhas, seringas, gazes, bandagens, algodões, órgãos e tecidos

removidos, meios de culturas e animais usados em testes, sangue coagulado, luvas

descartáveis, remédios com prazos de validade vencidos, instrumentos de resina sintética,

filmes fotográficos de raios X etc.. Resíduos assépticos destes locais, constituídos por papéis,

restos da preparação de alimentos, resíduos de limpezas gerais (pós, cinzas etc.), e outros

materiais que não entram em contato direto com pacientes ou com os resíduos sépticos

anteriormente descritos, são considerados como domiciliares.

O lixo municipal vem dos portos, aeroportos, terminais rodoviários e

ferroviários constituem os resíduos sépticos, trazidos aos portos, terminais rodoviários e

aeroportos. Basicamente, originam-se de material de higiene, asseio pessoal e restos de

alimentação que podem veicular doenças provenientes de outras cidades, estados e países.

Também neste caso, os resíduos assépticos destes locais são considerados como domiciliares.

O lixo industrial é originado nas atividades dos diversos ramos da indústria,

tais como, metalúrgica, química, petroquímica, papeleira, alimentícia, etc.. O lixo industrial é

bastante variado, podendo ser representado por cinzas, lodos, resíduos alcalinos ou ácidos,

plásticos, papel, madeira, fibras, borracha, metal, escórias, vidros, cerâmicas, etc.. Nesta

categoria, inclui-se a grande maioria do lixo considerado tóxico.

Page 46: MONO-Metep-LIXO URBANO-Concluída- set2010

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O lixo agrícola são resíduos sólidos das atividades agrícolas e da pecuária,

como embalagens de adubos, defensivos agrícolas, ração, restos de colheita, etc.. Em várias

regiões do mundo, estes resíduos já constituem uma preocupação crescente, destacando-se as

enormes quantidades de esterco animal geradas nas fazendas de pecuária intensiva. Também

as embalagens de agroquímicos diversos, em geral altamente tóxicos, têm sido alvo de

legislação específica, definindo os cuidados na sua destinação final e, por vezes, co-

responsabilizando a própria indústria fabricante destes produtos.

O entulho são resíduos da construção civil: demolições e restos de obras,

solos de escavações, etc... Ele é geralmente um material inerte, passível de reaproveitamento.

Todo esse lixo gerado tem um destino, ou seja: 76% do lixo coletado no país

fica a céu aberto, ou seja, 182400 toneladas que é coletado por dia. O restante vai para aterros

(controlados, 13%; ou sanitários, 10%), usinas de compostagem (0,9%), incineradores (0,1%)

e uma insignificante parte é recuperada em centrais de reciclagem.

Estima-se que o Brasil perca, por ano, R$ 4,6 bilhões (cálculo de 1996) no

mínimo, ao não reaproveitar o lixo que produz. 40% dos municípios não recebem nenhum

serviço de coleta de lixo. 40 mil toneladas de lixo ficam sem coleta diariamente. A coleta

seletiva é praticada em pouco mais de 80 municípios brasileiros, basicamente nas regiões Sul

e Sudeste do país.

O motivo disso é que reciclar é quinze vezes mais caro que jogar lixo em

aterros. Para se ter uma idéia, cada cinqüenta quilos de papel usado, transformado em papel

novo, evita que uma árvore seja cortada.

Cada cinqüenta quilos de alumínio usado e reciclado, evita que sejam

extraídos do solo cerca de cinco mil quilos de minério, a bauxita.

Com um quilo de vidro quebrado, faz-se exatamente um quilo de vidro

novo. E a grande vantagem do vidro é que ele pode ser reciclado infinitas vezes.

Agora imagine só os aterros sanitários: quanto material que está lá,

ocupando espaço, e poderia ter sido reciclado! Quantas latinhas você já jogou fora? Quantas

árvores você poderia ter ajudado a preservar?

Uma das alternativas dos destinos do lixo é o aterro sanitário que é um

processo utilizado para a disposição de resíduos sólidos no solo, particularmente, lixo

domiciliar, 88% que, fundamentado em "critérios de engenharia e normas operacionais

específicas, permite a confinação segura em termos de controle de poluição ambiental,

proteção à saúde pública" ; ou, "forma de disposição final de resíduos sólidos urbanos no solo,

através de confinamento em camadas cobertas com material inerte, geralmente, solo, de

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acordo com normas operacionais específicas, e de modo a evitar danos ou riscos à saúde

pública e à segurança, minimizando os impactos ambientais" .

Entretanto, hoje, os Aterros Sanitários recebem aproximadamente 16.000

toneladas por dia de lixo domiciliar, praticamente bruto, que contribui para que sua vida útil

se esgote de maneira muito rápida.

Infelizmente, a cidade de São Paulo, devido à expansão urbana e as

exigências ambientais, está com falta de área para novos aterros. Atualmente, os que estão em

funcionamento, considerando as expansões já previstas, têm vida útil estimada em, no

máximo, mais três anos e meio, se for mantida a mesma tonelagem diária de lixo recebida

hoje.

Outra forma é o aterro controlado que é uma técnica de disposição de

resíduos sólidos urbanos no solo, sem causar danos ou riscos à saúde pública e a sua

segurança, minimizando os impactos ambientais. Este método utiliza princípios de engenharia

para confinar os resíduos sólidos, cobrindo-os com uma camada de material inerte na

conclusão de cada jornada de trabalho.

Esta forma de disposição produz, em geral, poluição localizada, pois

similarmente ao aterro sanitário, a extensão da área de disposição é minimizada. Porém,

geralmente não dispõe de impermeabilização de base (comprometendo a qualidade das águas

subterrâneas), nem sistemas de tratamento de chorume ou de dispersão dos gases gerados.

Este método é preferível ao lixão, mas, devido aos problemas ambientais

que causa e aos seus custos de operação, a qualidade é inferior ao aterro sanitário.

Outra forma do destino do lixo é o lixão ele é um local onde há uma inadequada disposição

final de resíduos sólidos, que se caracteriza pela simples descarga sobre o solo sem medidas

de proteção ao meio ambiente ou à saúde pública. É o mesmo que descarga de resíduos a céu

aberto.

Os resíduos assim lançados acarretam problemas à saúde pública, como

proliferação de vetores de doenças (moscas, mosquitos, baratas, ratos etc.), geração de maus

odores e, principalmente, a poluição do solo e das águas superficiais e subterrâneas através do

chorume (líquido de cor preta, mau cheiroso e de elevado potencial poluidor produzido pela

decomposição da matéria orgânica contida no lixo), comprometendo os recursos hídricos.

Acrescenta-se a esta situação, o total descontrole quanto aos tipos de

resíduos recebidos nesses locais, verificando-se, até mesmo, a disposição de dejetos

originados dos serviços de saúde e das indústrias.

Page 48: MONO-Metep-LIXO URBANO-Concluída- set2010

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Comumente, os lixões são associados a fatos altamente indesejáveis, como a

criação de porcos e a existência de catadores (que, muitas vezes, residem no próprio local).

Uma das alternativas criada para a quantidade de lixo orgânico (todo o resto de plantas e

animais, folhagens, restos de alimentos, palhas, cascas de frutas, ovos, verduras, etc)

produzido é a compostagem, um processo pelo qual determinados tipos de materiais podem

ser decompostos e misturados para transformarem-se em adubo. Na compostagem a

decomposição da matéria orgânica é feita pela ação dos decompositores e precisa de

condições físicas e químicas adequadas para levar à formação de um produto de boa

qualidade.

Outra forma de reciclagem do lixo orgânico é a sua utilização como fonte de

energia e adubo, através de biodigestores, isto é, equipamentos que além da decomposição

realizada na compostagem, realizam também o aproveitamento do metano, gás que é libertado

na bioestalização do lixo orgânico.

Outra opção para diminuir o lixo é o incinerador, projetado por Alfred

Fryer, em 1874, na Inglaterra. É um processo em que o lixo é queimado, reduzindo o peso e o

volume, porém esse meio pode trazer prejuízo para a natureza e para a economia, pois tem

alto custo. Um exemplo é se a combustão é incompleta pode aparecer monóxido de carbono e

partículas que acabam sendo lançadas na atmosfera como fuligem ou negro fumo. Muitas

substâncias são altamente tóxicas, poluindo rios, trazendo mau cheiro e a poluição visual.

O melhor caminho para o lixo é a compostagem e a reciclagem, pois o lixo

já utilizado pode ser reutilizado diversas vezes, como é o caso do papel, papelão, metais,

vidros, plásticos, borracha e materiais orgânicos.

3.5 Possíveis Soluções Para o Impacto do Lixo Urbano no Meio ambiente (Eduardo

Jambiski)

Possíveis soluções para o lixo urbano:

1 – Diminuir a geração de lixo;

2 – Aumentar a coleta seletiva, através de pontos de entrega voluntária, campanhas de

conscientização, coleta porta a porta;

3 –  Incentivos fiscais para empresas que comercializarem produtos com menos embalagens,

e/ou embalagens 100% recicláveis;

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4 – Pontos de entrega voluntários para coleta do lixo eletrônico, lixo tóxico e lixo perigoso;

As soluções tem que ser desenvolvidas e aplicadas de acordo com o porte

do município, buscando otimização do gerenciamento.

“Gerenciar resíduos não se limita a tratar e dispor o lixo gerado. O

enfrentamento do problema começa na concepção dos produtos que serão

descartados mais tarde e na revisão da cultura da fartura e do desperdício.

Enfrentar o problema exige a responsabilização dos diferentes atores, desde

a indústria produtora de bens, até o consumidor final”. Revista Bio 10-

12/2009

Todos temos um papel nesta história, os consumidores, os produtores, o

governo. E cabe a cada um de nós fazer nossa parte na construção de um mundo mais limpo!

Afinal, o lixo urbano acarreta em uma série de problemas ambientais:

- entupimento de bueiros, que geram enchentes e alagamentos;

- contaminação do solo e lençol freático devido a disposição final inadequada;

- transmissão de doenças e proliferação de vetores;

- desperdício de recursos naturais, em: http://www.problemasambientais.com.br/residuos-

solidos/solucoes-para-o-lixo-urbano/

A Secretaria Estadual das Cidades realizou, neste sábado,16, em Picos, o segundo seminário

para apresentação da Proposta de Regionalização referente ao Plano de Gestão Integrada de

Resíduos Sólidos, que visa encontrar soluções adequadas para resolver os problemas

relacionados ao lixo urbano.

Para o vice-governador Wilson Martins, que representou o governador no

evento, o destino certo dos resíduos sólidos é tão importante quanto tratar da saúde do povo.

“Quero parabenizar o governador Wellington Dias por essa iniciativa que permitiu ao

secretário das Cidades comandar esse plano de resíduos sólidos, com a participação dos

municípios, objetivando cuidar do lixo, preservando o meio ambiente e a saúde da

população”, afirma o vice-governador.

O evento, que aconteceu no prédio da Associação Comercial, reuniu

representantes dos 71 municípios que compõem os territórios de desenvolvimento do Vale do

Guariba, Vale do Canindé e Vale do Sambito.

Segundo o secretário Estadual das Cidades, Flávio Nogueira, já existem

recursos assegurados pelo Ministério do Meio Ambiente, na ordem de R$ 13 milhões, para

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50

enfrentar o problema do lixo urbano nos 33 municípios da região de Parnaíba, que compõem

os territórios Planície Litorânea e Cocais.

 O secretário de Fazenda, Antônio Neto, comentou que pela importância do

plano, irá se esforçar para assegurar recursos para investir no tratamento dos resíduos sólidos

de outros municípios do Estado. “O meu papel, como secretário da Fazenda, é ajudar a

alavancar recursos, inclusive, em outras áreas, tanto do Tesouro Estadual, como direto do

governo federal ou do Orçamento da União, para atender esse tipo de política, essencial para

melhorar a qualidade de vida da população”, garante Antônio Neto.

Também participaram do seminário, a deputada estadual Lílian Martins, o

secretário Estadual da Saúde, Assis Carvalho, o promotor Flávio Abreu, o deputado federal

Júlio César Lima e o vice-prefeito de Picos, Raimundo Neiva Eulálio, além de outros gestores

dos 71 municípios da região.

Ainda vão acontecer mais seminários para discutir esse plano, sendo os

seguintes locais: na Câmara dos Vereadores de São Raimundo Nonato (23 de maio), no

Colégio Agrícola de Bom Jesus (06 de junho) e no auditório da Assembléia Legislativa do

Piauí, em Teresina (19 de junho).

Secretaria das Cidades vai elaborar plano de gestão integrada

depois de concluído o estudo da regionalização dos recursos sólidos, a Secretaria das Cidades

vai elaborar o Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos nos municípios piauienses

integrantes da bacia hidrográfica do Rio Parnaíba. Os recursos disponibilizados para esse

plano irão melhorar significativamente a política de saneamento desses municípios.

Informações preliminares dão conta de que as melhorias nas áreas de

destinações finais se restringem a algumas cidades de porte médio e a capital que, dentre as

medidas mais importantes, destacam-se ações corretivas que visam a transformação de seus

lixões em aterros controlados. “Estamos propondo a criação de consórcios integrados por

vários municípios que visem contribuir para a melhoria dos resíduos sólidos nos municípios

piauienses”, enfatiza Flávio Nogueira.

O objetivo principal do plano de resíduos sólidos é o desenvolvimento do

saneamento no Estado, visando a universalização e integralidade dos serviços de manejo de

resíduos sólidos, o alcance de padrões de prestação de serviços mais homogêneos em todo

Estado, a proteção do meio ambiente e da saúde pública, a inclusão social dos catadores e a

geração de trabalho e renda, garantindo sustentabilidade técnica, econômica, social e

ambiental dos serviços prestados.

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51

Solução ideal para o lixo urbano. Prezados(as) Amigos(as) do Grupo

Agroflorestal. Sob a autorização da Ecosustentável, ong da qual faço parte como sócia

contribuinte (www.ecosustentavel.org.br), divulgo abaixo um resumo do projeto das usinas de

processamento de 100% do lixo; trata-se de um projeto novo e único, que produz adubo

orgânico livre de metais pesados, a partir do lixo orgânico do município, sem produzir

chorume nem emissões de metano. Foi elaborado pelo Engº Químico Celso Luís Giampá que,

desde 1976, é um dos maiores especialistas em reciclagem e saneamento básico do Brasil,

sócio fundador da Associação Brasileira de Resíduos Sólidos e Limpeza Urbana.

Se alguém da rede tiver interesse em "batalhar" pela abertura de usinas

100% em municípios, entre em contato com a Ecosustentável; eles estão abrindo

representações.Abraços a todos(as).Cida Stockler.Engª Ambiental – MG.

Projeto: Segue abaixo uma cópia da proposta que enviamos à Secretaria do

Meio Ambiente de Curitiba, que poderá servir de exemplo para outros municípios.Trata-se da

solução ideal e definitiva para todo o problema do lixo. Esta mesma proposta já foi enviada

várias vezes a vários órgãos do governo do estado do PR, desde novembro do ano passado,

sem que ninguém ainda tenha dado nenhuma resposta nem nos atendido para conversar a

respeito, infelizmente, apesar do projeto já ter sido aprovado por 31 municípios, inclusive pela

CSN (Cia Siderúrgica Nacional) em Volta Redonda-RJ e a 1ª usina já estar em construção.

Aqui no PR, temos esperança de que possamos solucionar definitivamente o problema do lixo

de Curitiba se a Secretaria Municipal do Meio Ambiente tomar as devidas providências junto

ao Consórcio Intermunicipal para Gestão dos RSU de Curitiba, agora que o Aterro da

Caximba não agüenta mais. Isto acontece com muitos municípios no Brasil: eles têm um

problema grave; não têm mais onde colocar o lixo; nós temos como construir usinas que

transformam todo o lixo em matérias primas para empresas e em adubo orgânico sem

contaminação de metais pesados, que pode e deve ser utilizado na agricultura. Nossa usina

não gera gases, chorume, nem provoca acumulação, etc. Tudo o que é processado na usina é

vendido (aterro sanitário e lixão são coisas obsoletas); e "ELES" não querem a solução ideal;

nós não conseguimos entender o porque. Ainda por cima, abrimos parceria e sociedade nas

usinas para ELES, pois as usinas são muito lucrativas. A solução existe e está aí. Precisa só da

vontade e da inteligência dos políticos para aplicá-la. "Parece" que não há interesse em

solucionar o problema do lixo por parte dos políticos e administradores. Nós temos o ideal de

mudar o mundo, a tecnologia e a boa vontade, mas os políticos não se mobilizam se não

houver benefícios pessoais. Que diferença!!! Nosso trabalho é voluntário.Abraços. Luiz

Augusto.Ecosustentável.

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USINA DE PROCESSAMENTO DE 100% DOS RSU: O lixo é um

problema crítico para a maioria dos municípios do Brasil. Apresentamos aqui a solução ideal

e definitiva para todos os problemas do lixo: Usina de Processamento 100%. Podemos

construir uma usina em apenas 4 meses em qualquer município e todos os problemas do lixo

acabam, ou seja, acabam os lixões e aterros sanitários. Os RSU processados através de nossa

usina transformam-se em matéria prima para diversas empresas e em excelente adubo

orgânico, sem metais pesados, analisado e certificado. Tudo é aproveitado. A menor usina é

para 50 toneladas de lixo por dia (equivalente a uma população de 80.000 habitantes) e a

maior para 300 ton/dia (500.000 habitantes). Gostaríamos de construir usinas em locais

estratégicos, que possam processar o lixo de vários municípios, distritos e vilas vizinhos ao

mesmo tempo, aproveitando o máximo possível o investimento e abrangendo o máximo de

população possível. A usina não interfere no sistema de coleta, a não ser no fato de que o lixo

deverá ser entregue na usina separado em orgânico (úmido) e reciclável (seco).

Fluxo do processo de

1- O município doa o lixo à empresa credenciada "Clínica de Engenharia" por 20 anos,

renováveis por mais 20

2- O município repassa em regime de comodato 1 terreno de no mínimo 3Ha (o ideal é 10Ha),

em local estratégico, para a construção da usina

3- O município ajuda na obtenção do financiamento para a construção da usina ou paga à

empresa R$35,00 por tonelada de lixo a ser depositada, enquanto a usina estiver sendo

construída.

4- A empresa repassará ao município 50% dos créditos de carbono obtidos pela usina

5- A empresa repassará ao município 2% do faturamento da usina, a partir do 31º mês de

funcionamento da usina.

6- Aterro Sanitário Existente no Município: é descontinuado e sofrerá um plano de

recuperação total, a ser realizado pela empresa "Clínica de Engenharia" da seguinte forma:69

1-Regularizar a forma do recebimento do lixo;

2-Regularizar a compactação do lixo (não basta passar a máquina por cima);

3-Acertar a sua cobertura regularmente todo dia;

4-Colocar a tubulação de captação dos gases;

5-Direcionar os gases para queima;

69Tanto a catação como a coleta nas ruas e no aterro são trabalhos insalubres e indignos da condição humana, por isso, a nossa proposta é acabar com tudo isso e dar trabalho digno na unidade de processamento e na coleta seletiva.

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6-Regularizar a coleta do chorume (o melhor possível, pois não tem mais

jeito para neutralizar o solo);

7-Recuperar o chorume, eliminando-o.

8- Preparar para a realização do PRAD após a sua eliminação.

Para a coleta do lixo:

a)-Acabar com os "carrinheiros" (catadores de lixo) e definir uma coleta

seletiva profissional.

b)-Cadastrar os catadores de lixo para verificar o seu aproveitamento.

c)-Direcionar a coleta seletiva para a Unidade de Processamento de

Resíduos Sólidos a ser implantada.

7- Não é necessário fazer licitação porque as prefeituras não gastarão nada: para reciclar o

lixo nas usinas não há despesa nenhuma para o município. Ele vai doar o lixo à usina,

entregando-o separado em orgânico e reciclável, através da coleta seletiva. As usinas são

"fabricas" - empresas lucrativas que não dependerão de nenhum dinheiro dos municípios.

8- Após a liberação do financiamento e dos terrenos para a construção, usinas começam a

funcionar em 4 meses.

ESTE EXEMPLO DE CURITIBA PODE SER ADAPTADO AO SEU MUNICÍPIO

Pré-análise do lixo da Região Metropolitana de Curitiba - Consórcio de 16 Municípios:

População aproximada: 2.950.000 habitantes

Resíduos Depositados per capita: 0,7 Kg/habitante por dia

Estimativa Total de Resíduos Depositados: 2065 ton/dia

Usinas de Reciclagem de 100% dos RSU - média 200 ton/dia de RSU por usina: 10 usinas

estrategicamente localizadas (minimizar transporte). Coleta: usinas não interferem na coleta -

muitos catadores serão contratados pelas usinas (inclusão social dos catadores) - lixo deverá

ser entregue nas usinas separado em Orgânico (úmido) e Reciclável (seco)- coleta seletiva

bem mais fácil - Empresa dará treinamento a toda população.

Previsão de geração de emprego: no mínimo 3000 funcionários contratados (sem incluir mão-

de-obra indireta das microempresas que se instalarão nas proximidades da usina) - preferência

de contratação para catadores de lixo.

Estimativa de Crédito de Carbono-MDL (Considerando 17 Euros/ton): R$12,8 milhões por

ano - pode ser negociado o repasse aos municípios em troca de garantia para obtenção de

financiamentos para a empresa.

Reciclagem: Lixo orgânico, Lixo reciclável

Page 54: MONO-Metep-LIXO URBANO-Concluída- set2010

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Possível inclusão de usinas paralelas para: Reciclagem de Lixo Hospitalar, Reciclagem de

Óleo de Cozinha Usado, Aproveitamento de Entulhos da Construção Civil - projetos

separados e independentes das usinas de Reciclagem 100%.

Contrapartida dos Municípios: concessão dos RSU por 20 anos, renováveis por mais 20 se o

contrato for cumprido - doação em regime de comodato de 10 terrenos com infra-estrutura, de

50 mil m² cada , em lugares estratégicos onde serão construídas as usinas de Reciclagem

100%. Ajuda à empresa na obtenção de financiamentos para a implantação da usina (aval,

garantias, etc)

O projeto será executado pela empresa Clínica de Engenharia. Após os acertos dos detalhes e

a liberação dos recursos necessários, as usinas poderão funcionar entre 3 e 5 meses. As usinas

são muito rentáveis, não precisam que o município pague todo mês o processamento do lixo,

como é feito nos pretensos, obsoletos e ultrapassados "aterros sanitários".

Gostaríamos de instalar usinas de Reciclagem 100% em todos os municípios estratégicos.

Uma usina de Reciclagem 100% custa bem menos do que um aterro sanitário e gera emprego,

renda e inclusão social, além de todos os benefícios ambientais e de saúde.Atenciosamente,

Engº Luiz Augusto Sorrenti. Ecosustentável.

O lixo  além de ser um problema ambiental no Brasil também pode ser

considerado um problema econômico (gastos para remoção de 240 toneladas diárias). Um

simples ato de jogar um papel na rua acarreta a contratação de milhares de garis, produção de

milhões de quilos de lixo e riscos a saúde humana.

Algumas cidades estão adotando fornos de

incineração de lixo, permitindo reduzir o volume desse material (porém há a poluição do ar

que essa queima do material gera. Outra forma de tratar o lixo é criar aterros sanitários, que

diminuem o contato urbano com o lixo. Nos aterros o lixo é lançado no solo e compactado

através de tratores (pode gerar problemas de contaminação do solo e lençóis freáticos).

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O lixo urbano  parece ser um problema sem solução. Todas as formas de tratamento atuais

geram algum outro problema. Os aterros apesar das vantagens de desvantagens apresentadas

são caros. A melhor forma de auxiliar com o lixo é a diminuição do mesmo.

Apesar das inúmeras tecnologias diferentes desenvolvidas para processar o lixo, a melhor

saída (mais econômica) parece estar ligada a mudança de comportamento das pessoas.

Alternativas para auxiliar o problema do lixo:

a) Menor produção de lixo por pessoa;

b) Reciclar, doar e ter outras finalidades para embalagens, roupas, etc…

Boas idéias (sacola reciclável, que já está sendo adotada em várias cidades

do Brasil como meio de reduzir a utilização de sacos plásticos);

c) Aterros sanitários, que seguem procedimentos de segurança, possuindo

sistemas de drenagem e tratamento de resíduos.

CONSIDERAÇÔES FINAIS

Entre os muitos desafios que a sociedade moderna se defronta, um que se apresenta

para equacionamento na atualidade é a questão do lixo, gerado nos centros urbanos.

O modelo de desenvolvimento vigente, cumulado com a evolução dos

padrões de produção e consumo das cidades, proporcionam um aumento significativo na

geração dos resíduos sólidos, acompanhado, também, por uma alteração relevante nas

características desses resíduos.

O centro da questão também encontra o crescimento populacional

desordenado, uma urbanização impetuosa, que arrasta volumes crescentes de industrialização,

culminando em grande produção de resíduos sólidos.

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Nessa esteira, espera solução o destino dos resíduos sólidos, uma vez que as

formas apresentadas na atualidade não estão atendendo a legislação que rege a matéria, muito

embora ela, a lei, ainda seja recente e carente de formas aplicação.

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.

.

.

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ANEXO 01 (Sérgio Paulo Botter)

CLASSIFICAÇÃO DOS RESIDUOS SÓLIDOS

QUANTO À NATUREZA FÍSICA Secos Molhados

QUANTO À COMPOSIÇÃO QUÍMICA Matéria Orgânica Matéria InorgânicaQUANTO AOS RISCOS POTENCIAIS AO MEIO AMBIENTE Resíduos Classe I – Perigosos

Resíduos Classe II – Não perigosos: Resíduos classe II A – Não Inertes

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Resíduos classe II B – Inertes

QUANTO À ORIGEM Doméstico, Comercial e Público Serviços de Saúde Resíduos Especiais Pilhas e Baterias Lâmpadas Fluorescentes Óleos Lubrificantes Pneus Embalagens de Agrotóxicos Radioativos Construção Civil / Entulho Industrial Portos, Aeroportos e Terminais Rodoviários e Ferroviários Agrícola

Fonte: IPT/CEMPRE, 2000

ANEXO 02 (Sérgio Paulo Botter)

Tabela de tempo necessário(aproximado) para decomposição de alguns resíduos produzidos a

partir de produtos utilizados ou consumidos rotineiramente pela sociedade

FONTE: Campanha

Ziraldo

Comlurb

website

SMA

São Sebastião

DMLU

POA

UNICEF

website

Material          

Casca de banana ou laranja   2 anos 2 a 12 meses    

Papel 3 a 6 meses  De 3 meses a

vários anos 2 a 4 semanas 3 meses

Papel plastificado   1 a 5 anos      

pano 6 meses a 1 ano        

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Ponta de cigarro 5 anos 10 a 20 anos De 3 meses a

vários anos   1 a 2 anos

Meias de lã   10 a 20 anos      

Chiclete 5 anos 5 anos 5 anos   5 anos

Madeira pintada 13 anos       14 anos

Fralda descartável         600 anos

Nylon Mais de 3 anos       30 anos

Sacos plásticos   30 a 40 anos      

Plástico Mais de 100

anos 

Mais de 100

anos450 anos 450 anos

Metal Mais de 100

anosAté 50 anos 10 anos 100 anos  

Couro   Até 50 anos      

Borracha Tempo

indeterminado        

Alumínio   80 a 100 anos Mais de 1000

anos 200 a 500 anos 200 a 500 anos

Vidro 1 milhão de

anosIndefinido

Mais de 10 mil

anos Indeterminado 4 mil anos

Garrafas plásticas   Indefinido      

Longa vida     100 anos    

Palito de fósforo     6 meses    

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