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INSTITUTO DE MEDICINA PREVENTIVA E SAÚDE PÚBLICA (IMPSP) Diretor: Prof. Doutor J. Pereira Miguel MONITORIZAÇÃO DA SAÚDE PÚBLICA NA ENVOLVENTE À CENTRAL DE TRATAMENTO DE RSU DE SÃO JOÃO DA TALHA RELATÓRIO CIRCUNSTANCIADO REFERENTE ÀS ACTIVIDADES DESENVOLVIDAS NO PERÍODO 2013-2015 Lisboa, 2016

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INSTITUTO DE MEDICINA PREVENTIVA E SAÚDE PÚBLICA (IMPSP)

Diretor: Prof. Doutor J. Pereira Miguel

MONITORIZAÇÃO DA SAÚDE PÚBLICA NA ENVOLVENTE À CENTRAL DE TRATAMENTO DE RSU DE SÃO JOÃO DA TALHA

RELATÓRIO CIRCUNSTANCIADO REFERENTE ÀS ACTIVIDADES DESENVOLVIDAS NO PERÍODO 2013-2015

Lisboa, 2016

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ProVEpA – Programa de Vigilância Epidemiológica Ambiental de São João da Talha

IMP – Instituto de Medicina Preventiva e Saúde Pública / Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa

Relatório de Monitorização da Saúde Pública / 2013-2015 Página 2 de 76

ÍNDICE

Lista das tabelas em anexo ............................................................................................................................................................................ 4

Lista das figuras no texto ............................................................................................................................................................................... 5

1. ENQUADRAMENTO, JUSTIFICAÇÃO E OBJECTIVOS DO PROGRAMA ............................................................................................. 10

2. METODOLOGIA ......................................................................................................................................................................................... 13

2. 1. Monitorizações da componente de Vigilância Biológica ............................................................................................................. 16

2. 1. 1. Grupos de estudo e projectos de monitorização ...................................................................................................................... 16

2. 1. 2. Amostragem e recolha de amostras e de dados ...................................................................................................................... 16

2. 1. 3. Variáveis ................................................................................................................................................................................... 17

2. 1. 4. Tratamento e análise de dados ................................................................................................................................................ 17

2. 2. Monitorizações da componente de Vigilância de Factores de Risco ......................................................................................... 19

2. 2. 1. Grupos de estudo e projectos de monitorização ...................................................................................................................... 19

2. 2. 2. Amostragem e recolha de amostras e de dados ...................................................................................................................... 19

2. 2. 3. Variáveis ................................................................................................................................................................................... 20

2. 2. 4. Tratamento e análise de dados ................................................................................................................................................ 20

2.3. Monitorizações da componente de Vigilância de Efeitos Adversos ........................................................................................... 20

2.3.1. Monitorização da prevalência de asma ...................................................................................................................................... 22

2. 3. 1. 1. Grupos de estudo e projectos de monitorização ............................................................................................................ 22

2. 3. 1. 2. Amostragem e recolha de amostras e de dados ............................................................................................................ 22

2. 3. 1. 2. Variáveis ......................................................................................................................................................................... 22

2. 3. 1. 3. Tratamento e análise de dados ...................................................................................................................................... 23

2. 3. 2. Projecto de monitorização da mortalidade por cancro ............................................................................................................. 23

2. 3. 3. Projecto de monitorização da frequência de alterações da reprodução .................................................................................. 25

2. 3. 3. 1. Monitorização de óbitos associáveis a malformações fetais .......................................................................................... 25

2. 3. 3. 2. Monitorização da mortalidade infantil e perinatal ........................................................................................................... 26

2. 3. 3. 3. Monitorização do baixo peso à nascença e do parto pré-termo .................................................................................... 27

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Relatório de Monitorização da Saúde Pública / 2013-2015 Página 3 de 76

3. RESULTADOS ............................................................................................................................................................................................ 30

3. 1. Projectos de Vigilância Biológica .................................................................................................................................................. 30

3. 1. 1. Monitorização de metais pesados e de dioxinas em adultos da população geral ................................................................... 30

3. 1. 1. 1. Caracterização da amostra de estudo ............................................................................................................................ 30

3. 1. 1. 2. Biomarcadores de exposição ......................................................................................................................................... 31

3. 1. 1. 3. Factores associados aos teores determinados para os biomarcadores de exposição .................................................. 39

3. 1. 1. 4. Monitorização de dioxinas em adultos da população geral ............................................................................................ 42

3. 2. Projectos de Vigilância de Factores de Risco .............................................................................................................................. 45

3.1.2. Monitorização dos hábitos tabágicos ......................................................................................................................................... 45

3.1.3. Monitorização do perfil de consumo de tabaco .......................................................................................................................... 47

3. 2. Projectos de Vigilância de Efeitos Adversos ................................................................................................................................ 50

3. 2. 1. Monitorização da mortalidade por cancro ................................................................................................................................ 52

3. 2. 2. Monitorização da frequência de alterações da reprodução ..................................................................................................... 63

3. 2. 2. 1. Óbitos associáveis a malformações fetais ..................................................................................................................... 63

3. 2. 2. 2. Mortalidade infantil e perinatal ........................................................................................................................................ 66

3. 2. 2. 3. Baixo peso à nascença e parto pré-termo ...................................................................................................................... 67

4. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ..................................................................................................................................................... 70

5. BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................................................................................................... 75

ANEXO I – Tabelas

ANEXO II – Resultados das determinações de dioxinas enviados pelo Laboratório

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Relatório de Monitorização da Saúde Pública / 2013-2015 Página 4 de 169

Lista das tabelas em anexo

Tabela 1 – Número de habitantes residentes nas freguesias em estudo, por Zona de Controlo e Zona Exposta (CENSOS 2001-INE)

Tabela 2 – População-padrão (população residente em Portugal em 2001; CENSOS 2001 - INE)

Tabela 3 – Caracterização da amostra de estudo na população geral (N=180) e análise comparativa entre expostos e não expostos, relativamente às variáveis de caracterização

Tabela 4 – Níveis de exposição a chumbo (µg/dl) na amostra global e nos subgrupos/estratos definidos nas principais variáveis de caracterização da amostra

Tabela 5 – Níveis de exposição a cádmio (µg/dl) na amostra global e nos subgrupos/estratos definidos nas principais variáveis de caracterização da amostra

Tabela 6 – Níveis de exposição a mercúrio (µg/dl) na amostra global e nos subgrupos/estratos definidos nas principais variáveis de caracterização da amostra

Tabela 7 – Evolução dos teores de Pb, Ca e Hg na avaliação de potenciais impactes específicos (µg/dl)

Tabela 8 – Correlação entre os níveis dos biomarcadores (BM) de exposição determinados na amostra de estudo (N=180) e potenciais determinantes

Tabela 9 – Análise de associação entre os níveis de biomarcadores (BM) determinados na amostra de estudo (N=180) e características da amostra (potenciais determinantes desses níveis)

Tabela 10 – Variáveis seleccionadas para as análises de regressão linear múltipla referentes aos níveis de biomarcadores (BM) determinados na amostra de estudo (N=180)

Tabela 11 – Investigação da influência de diferentes co-variáveis nos níveis de biomarcadores (BM) determinados na amostra de estudo (N=180)

Tabela 12 – Estatísticas dos biomarcadores de cada congénere, medidos em expostos e não expostos

Tabela 13 – Menores e maiores valores obtidos para os Limites de Quantificação (LOQ) em cada congénere, no momento de observação actual (2010-2012) e no anterior (2007-2009)

Tabela 14 – Limites de quantificação (LOQ) e percentagem de valores não detectados (ND) em sangue da população geral, neste momento de observação (2010-2012) e no anterior (2007-2009)

Tabela 15 – Distribuição dos inquiridos por grupo etário e área de exposição, no período de monitorização de monitorização

Tabela 16 – Distribuição dos inquiridos por género e área de exposição, no período de monitorização

Tabela 17 – Caracterização dos hábitos tabágicosa relativamente à área de exposição

Tabela 18 – Caracterização dos hábitos tabágicos relativamente ao género

Tabela 19 – Caracterização dos hábitos tabágicos relativamente à idade (1/2)

Tabela 20 – Caracterização dos hábitos tabágicos relativamente à idade (2/2)

Tabela 21 – Prevalência de fumadores regulares, no período 1999-2015 (Análise multivariável) (1/2)

Tabela 22 – Prevalência de fumadores ocasionais, no período 1999-2015 (Análise multivariável) (2/2)

Tabela 23 – Prevalência de hábitos tabágicos (%)

Tabela 24 – Perfil de consumo de tabaco entre os alunos que fumama relativamente à área de exposição

Tabela 25 – Perfil de consumo de tabaco entre os alunos que fumama relativamente ao género

Tabela 26 – Perfil de consumo de tabaco entre os alunos que fumama relativamente à idade (1/2)

Tabela 27 – Perfil de consumo de tabaco entre os alunos que fumama relativamente à idade (2/2)

Tabela 28 – Perfil de consumo diário de tabaco ao longo do período de monitorização

Tabela 29 – Prevalência de asma por área e ano de monitorização (%)

Tabela 30 – Asma e factores associados, no período 1999-2015 (Análise multivariável)

Tabela 31 – Taxas padronizadas de mortalidade por TM (por 100 000 residentes) em 2011, por sexo e grupos etários quinquenais para Portugal, para a área da Grande Lisboa, e para Zonas Exposta e de Controlo (intervalos de confiança das taxas a 95%)

Tabela 32 – Taxas padronizadas de mortalidade por TM (por 100 000 residentes) em 2012, por sexo e grupos etários quinquenais para Portugal, para a área da Grande Lisboa, e para Zonas Exposta e de Controlo (intervalos de confiança das taxas a 95%)

Tabela 33 – Proporção dos óbitos por afecções congénitas e por outras causas seleccionadas, entre os óbitos em crianças com menos de 1 ano (1991-2010)

Tabela 34 – Proporção dos óbitos por afecções congénitas e por outras causas seleccionadas entre os óbitos em crianças com menos de 1 ano (1991-2012)

Tabela 35 – Número de óbitos perinatais em Portugal Continental, na zona da Grande Lisboa, na Zona Exposta e na Zona de Controlo (1991-2001 e 2000-2012)

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Relatório de Monitorização da Saúde Pública / 2013-2015 Página 5 de 76

Lista das figuras no texto

Figura 1 – Distribuição dos níveis de chumbo no sangue dos participantes estratificados por área de exposição

Figura 2 – Distribuição dos teores de chumbo no sangue da amostra global

Figura 3 – Distribuição dos níveis sanguíneos de chumbo nos participantes estratificados por género

Figura 4 – Distribuição dos níveis de cádmio no sangue da amostra estratificada por área de exposição

Figura 5 – Distribuição dos teores de cádmio no sangue da amostra global

Figura 6 – Distribuição dos níveis de cádmio no sangue da amostra estratificada por género

Figura 7 – Distribuição dos níveis sanguíneos de mercúrio na amostra estratificada por área de exposição

Figura 8 – Distribuição dos teores de mercúrio no sangue da amostra global

Figura 9 – Distribuição dos níveis sanguíneos de mercúrio estratificados por género

Figura 10 – Evolução temporal dos teores sanguíneos de Pb, Cd e Hg na amostra global relativamente à situação basal

Figura 11 – Efeito da idade na plumbémia da amostra global

Figura 12 – Efeito da idade nos teores de mercúrio da amostra global

Figura 13 – Efeito da idade nos teores de cádmio da amostra global

Figura 14 - Evolução temporal dos teores sanguíneos médios de dioxinas na amostra potencialmente exposta

Figura 15 - Caracterização dos hábitos tabágicos por área de exposição, género e idade

Figura 16 – Perfil de consumo de tabaco por área de exposição, género e idade

Figura 17 – Prevalência de asma por área de exposição e ano de monitorização

Figura 18 – Perfil das Taxas Padronizadas de Mortalidade por cancro, de 2000 a 20012, nas zonas em estudo (ambos os sexos incluídos)

Figura 19 (1/4) – Evolução cronológica das taxas padronizadas de mortalidade (por 100 000 residentes), por tumores malignos, nas zonas expostas e de controlo (ambos os sexos incluídos)

Figura 19 (2/4) – Evolução cronológica das taxas padronizadas de mortalidade (por 100 000 residentes), por tumores malignos, nas zonas expostas e de controlo (ambos os sexos incluídos)

Figura 19 (3/4) – Evolução cronológica das taxas padronizadas de mortalidade (por 100 000 residentes), por tumores malignos, nas zonas expostas e de controlo (ambos os sexos incluídos)

Figura 19 (4/4) – Evolução cronológica das taxas padronizadas de mortalidade (por 100 000 residentes), por tumores malignos, nas zonas expostas e de controlo (ambos os sexos incluídos)

Figura 20 (1/5) – Perfis anuais das taxas padronizadas de mortalidade por cancro (por 100 000 residentes), nas áreas geográficas em estudo, entre 2000 e 2012

Figura 20 (2/5) – Perfis anuais das taxas padronizadas de mortalidade por cancro (por 100 000 residentes), nas áreas geográficas em estudo, entre 2000 e 2012

Figura 20 (3/5) – Perfis anuais das taxas padronizadas de mortalidade por cancro (por 100 000 residentes), nas áreas geográficas em estudo, entre 2000 e 2012

Figura 20 (4/5) – Perfis anuais das taxas padronizadas de mortalidade por cancro (por 100 000 residentes), nas áreas geográficas em estudo, entre 2000 e 2012

Figura 20 (5/5) – Perfis anuais das taxas padronizadas de mortalidade por cancro (por 100 000 residentes), nas áreas geográficas em estudo, entre 2000 e 2012

Figura 21 – Evolução cronológica das taxas de mortalidade infantil por causas específicas, entre 1991 e 2012

Figura 22 – Evolução cronológica das taxas de mortalidade infantil (por 1 000 nados vivos), por afecções congénitas e outras causas seleccionadas (ambos os sexos incluídos)

Figura 23 – Evolução cronológica da taxa de mortalidade infantil em Portugal, na Grande Lisboa, e nas Zonas Exposta e de Controlo

Figura 24 – Evolução cronológica da taxa de mortalidade perinatal em Portugal, na Grande Lisboa, e nas Zonas Exposta e de Controlo

Figura 25 – Evolução cronológica das taxas de muito baixo peso e de baixo peso à nascença no período de referência, em Portugal, na Grande Lisboa e nas Zonas Exposta e de Controlo

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Relatório de Monitorização da Saúde Pública / 2013-2015 Página 6 de 76

O presente documento constitui o Relatório Circunstanciado de Monitorização da Saúde

Pública na envolvente à Central de Tratamento de Resíduos Sólidos Urbanos (CTRSU) de S.

João da Talha, relativa ao período 2013-2015. A sua elaboração visou apresentar e interpretar

os resultados das actividades decorrentes do Programa de Monitorização da Saúde Pública na

envolvente da CTRSU, no período 2013-2015 e, quando justificado, desde o início da

monitorização, com o objectivo de avaliar a tendência evolutiva dos indicadores em análise.

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Relatório de Monitorização da Saúde Pública / 2013-2015 Página 7 de 76

Responsabilidade

A Unidade de Saúde Ambiental do Instituto de Medicina Preventiva e Saúde Pública da

Faculdade de Medicina, Universidade de Lisboa (IMPSP / FMUL) é a entidade científica

e tecnicamente responsável pelo desenvolvimento do trabalho correspondente ao

presente Relatório Circunstanciado.

Unidade de Saúde Ambiental do IMPSP / FMUL

(Prof.ª Doutora M. Fátima Reis, Coordenadora)

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Relatório de Monitorização da Saúde Pública / 2013-2015 Página 8 de 76

Entidade contratante

VALORSUL – Valorização e Tratamento de Resíduos Sólidos da Área Metropolitana de Lisboa (Norte), S. A.

Responsabilidade científica e técnica

Instituto de Medicina Preventiva e Saúde Pública (IMP&SP) da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa.

Coordenação

M. Fátima Reis (IMPSP)

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Relatório de Monitorização da Saúde Pública / 2013-2015 Página 9 de 76

Equipa técnica

M. Fátima Reis Doutor em Química

Coordenadora da Unidade de Saúde Ambiental do IMPSP/FML

Coordenadora da Unidade I&D da FCT “Instituto de Medicina

Preventiva”

Pedro Aguiar Mestre em Probabilidades e Estatística

Doutor em Saúde Internacional

Consultor de Estatística Médica e Métodos de Iinvestigação

Baltazar Nunes Doutor em Probabilidades e Estatística

Consultor de Estatística Médica e Métodos de Iinvestigação

J. Carlos Silva Técnico de Informática (Microsoft Certified Professional)

Osvaldo Santos Mestre e Doutorando em Psicologia da Saúde

Consultor em Métodos Quali-Quantitativos de Investigação

C. Joana Sousa Licenciada em Ciências da Saúde

Mestre em Nutrição Clínica

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Relatório de Monitorização da Saúde Pública / 2013-2015 Página 10 de 76

1. ENQUADRAMENTO, JUSTIFICAÇÃO E OBJECTIVOS DO PROGRAMA

As emissões dos processos de incineração, em particular as emissões das chaminés, incluem uma variedade de

substâncias que, embora emitidas a níveis baixos, podem constituir perigos e gerar impactes negativos para o

ambiente, com subsequentes riscos directos para a saúde. De facto, os estudos toxicológicos têm, desde há

muito, vindo a demonstrar que a maioria dos poluentes potencialmente emitidos em resultado dos processos de

incineração têm potencial cancerígeno e propriedades tóxicas, designadamente para o sistema nervoso central,

sistema reprodutivo, fígado, rins, coração, entre outros órgãos e sistemas-alvo (Harrad & Harrison, 1996;

Rushton, 2003; WHO, 2007a). É também amplamente reconhecido que, uma vez libertados para o ambiente, a

exposição humana a esta tipo de poluentes pode ocorrer de forma directa – por exemplo, através da inalação –

ou indirecta, sobretudo através da ingestão de alimentos e/ou água contendo estas substâncias (Alssop, Costner

& Johnston, 2001).

Duma maneira geral, os riscos para a saúde podem ser desproporcionados em relação às quantidades emitidas

devido a três ordens de razões: por um lado, os poluentes incluídos nas emissões adicionam-se aos níveis de

poluição ambiental existente; por outro lado, a característica de persistência ambiental da maioria destes

químicos faz aumentar as oportunidades de exposição, a consequente bioacumulação e bioamplificação e a

inerente toxicidade, para além de aumentar o risco dos efeitos de exposições mais elevadas; por outro lado

ainda, existe evidência científica crescente de efeitos adversos da exposição continuada a níveis mesmo que

reduzidos de alguns destes poluentes (Reis, 2011).

São inúmeros os estudos epidemiológicos que têm revelado associação entre a exposição a concentrações

elevadas dos poluentes potencialmente emitidos pelas incineradoras e o aumento de mortalidade por todas as

causas, principalmente devido ao aumento da morbilidade e mortalidade neoplásica, cardiovascular e

respiratória (WHO, 2007a). Esta associação é especialmente relevante em crianças, idosos e doentes crónicos

(Morgan et al, 1998; Hoek et al, 2001; Rushton, 2003; Sigle-Rushton, 2003). As malformações congénitas

parecem igualmente integrar a lista de problemas de saúde associáveis a este tipo de exposição (Thompson &

Anthony, 2008). Para além disso, tem-se acumulado evidência crescente quanto à associação entre exposição

continuada a baixas concentrações destes poluentes e o agravamento de problemas crónicos de saúde,

nomeadamente bronquite e outras patologias de foro respiratório, ou redução da esperança de vida (WHO,

2000; WHO, 2007a). Por isso, sobretudo as emissões atmosféricas decorrentes dos processos de incineração,

potencialmente muito reduzidas nas instalações modernas – desde que construídas com as melhores

tecnologias disponíveis e cumprindo rigorosamente os protocolos adequados de operação e manutenção –,

continuam, apesar de tudo, a constituir motivo de preocupação para o público em geral, comunidade científica,

entidades reguladoras e organizações ambientalistas. De uma maneira ou de outra, todos continuam a sentir e a

manifestar inquietação quanto à exposição a estes poluentes e correspondentes efeitos na saúde humana (US-

EPA, 2007; GAIA, 2008; EIP, 2010; Marimow, 2011).

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Relatório de Monitorização da Saúde Pública / 2013-2015 Página 11 de 76

Estes factores têm vindo a gerar um consenso alargado de que principalmente os químicos como os metais

pesados e as dioxinas, mesmo aos actuais níveis reduzidos, podem ser responsáveis pelo agravamento da

morbilidade, especialmente respiratória e cardiovascular, e pelo aumento das mortes prematuras, apontando

para a necessidade de monitorizar impactes e efeitos (Thompson & Anthony, 2008). Esta monitorização deve ser

realizada não só numa perspectiva de precaução, mas também pela extraordinária relevância do acervo de

dados que se for constituindo, para a correcta interpretação do que possa vir a registar-se num futuro que pode

não ser muito longínquo.

Realizar este tipo de monitorizações e, por esta via, estabelecer a magnitude do risco para as populações

residentes nas proximidades de centrais de incineração não é, contudo, tarefa fácil, nomeadamente devido a

dois factores: por um lado, as dificuldades metodológicas inerentes ao estudo da exposição (Vineis, 2007) e

sobretudo dos efeitos que lhe estão associados tornam difícil tirar conclusões relativamente às relações de

causalidade entre os fenómenos de redução da saúde nas envolventes e as emissões das incineradoras

(Thompson & Anthony, 2008; Martuzzi et al, 2010); por outro lado, esses efeitos, a existirem, implicam

normalmente um longo período de latência (WHO, 2007b; Thompson & Anthony, 2008). Isto leva a que seja

necessário utilizar, no estudo da exposição, indicadores de dose interna determinados por biomonitorização

humana (Angerer, 2002; Angerer, 2010; Angerer, 2011; Reis, 2011; Kolossa-Gehring, 2012) – os marcadores

mais adequados e, por isso, os mais vantajosos, tendo em vista a satisfação dos objectivos a atingir, mas

também geralmente os mais onerosos pelos recursos que envolvem – e adoptar, para o estudo dos efeitos, um

conjunto de indicadores de saúde que sejam potencialmente sensíveis, considerando o tipo de exposição em

causa e a geralmente longa latência dos efeitos previsíveis (Thompson & Anthony, 2008; Martuzzi et al, 2010).

O conhecimento criado com base nos dados recolhidos ao longo de monitorizações deste tipo tem por premissa

epistemológica que o estudo do efeito da poluição (nomeadamente atmosférica) na saúde individual e pública é

sujeito a diversos factores de confundimento, que obrigam a uma análise criteriosa e a uma interpretação muito

prudente. Bastará, a título exemplificativo, realçar que os locais com níveis de poluição mais elevados são

geralmente os mesmos onde se encontram estruturas socioeconómicas mais desfavorecidas, onde a

percentagem dos fumadores é mais elevada e onde a qualidade da alimentação é menos boa (Rylander and

Mégevand, 1993).

Assim, é fundamental o desenvolvimento de programas de vigilância epidemiológica ambiental que integrem as

ações necessárias à proteção da saúde e prevenção da doença dos grupos populacionais da envolvente à

CTRSU, designadamente através de três componentes de vigilância: a biológica, a de fatores de risco e a de

efeitos adversos.

O presente Relatório Circunstanciado, correspondente à apresentação dos resultados das atividades

desenvolvidas nas vertentes de Vigilância de Fatores de Risco (Monitorização da prevalência de consumo de

tabaco) e na Vertente de Vigilância de efeitos adversos (Monitorização da prevalência de asma), do Programa

de Monitorização da Saúde Pública na envolvente da CTRSU, no período de Dezembro de 2013 a Dezembro de

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Relatório de Monitorização da Saúde Pública / 2013-2015 Página 12 de 76

2015. Desenvolvido no âmbito do contrato celebrado entre a VALORSUL – Valorização e Tratamento de

Resíduos Sólidos da Área Metropolitana de Lisboa (Norte), S.A., e a Faculdade de Medicina da Universidade de

Lisboa (por intermédio da Unidade de Saúde Ambiental do Instituto de Medicina Preventiva e Saúde Pública).

Procurando responder às questões que se colocam em relação aos riscos de exposição e efeitos associáveis

das populações da envolvente da CTRSU, o Programa de Monitorização da Saúde Pública, em curso desde

1999, tem vindo a ser desenvolvido com os seguintes objectivos gerais:

1. Contribuir para a salvaguarda da saúde das populações na região de influência da Central;

2. Contribuir para fundamentar adequadamente futuras conclusões sobre os potenciais impactes da

unidade de incineração, à luz e no contexto do que a evolução do conhecimento científico for

evidenciando;

3. Contribuir para dar suporte à estratégia de comunicação do risco, através da demonstração,

cientificamente fundamentada, da eficácia da estratégia de prevenção e de efectivo controlo dos

potenciais impactes negativos da Central.

Especificamente, o Programa tem por objectivo desenvolver e dar continuidade a um conjunto de projectos de

monitorização, dirigidos concretamente à exposição aos poluentes potencialmente emitidos durante os

processos de incineração e que recolhem maior percepção de risco da parte da população (nomeadamente

metais pesados e dioxinas) e aos efeitos associados a essa exposição, designadamente os oncológicos e os

tóxicos, estes últimos relativos à saúde reprodutiva e neonatal.

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2. METODOLOGIA

O Programa de Monitorização da Saúde Pública na envolvente da CTRSU adopta o modelo de vigilância

epidemiológica ambiental, sendo, por isso, designado por Programa de Vigilância Epidemiológica Ambiental (de

acrónimo ProVEpA) da CTRSU.

O desenvolvimento do ProVEpA faz-se através de diferentes projectos específicos, individualizados sobretudo

pelo grupo de risco a que respeitam ou pelas metodologias de observação e recolha de dados que utilizam, e

assenta no pressuposto de que a maiores distâncias da CTRSU de S. João da Talha correspondem menores

níveis de exposição aos poluentes eventualmente emitidos durante os processos de incineração de resíduos

sólidos urbanos que têm lugar na Central e consequentemente valores mais reduzidos nos potenciais efeitos

adversos na saúde das populações abrangidas. Daqui decorre a definição de duas áreas de estudo: uma

eventualmente exposta, definida por um raio de 5 km relativamente à CTRSU, e outra não exposta (ou de

controlo), na área para além desse raio, o mais possível semelhante à exposta, nomeadamente nas

características sócio-culturais e demográficas mais relevantes das populações e fora da potencial influência

ambiental atribuível à CTRSU.

De um modo geral, os procedimentos adoptados para o desenvolvimento do ProVEpA envolvem a recolha,

processamento, integração, análise, interpretação e avaliação sistemática de dados de exposição e/ou de saúde

nas populações potencialmente exposta e de controlo e, directa ou indirectamente, a divulgação atempada da

informação resultante aos principais responsáveis pela prevenção e controlo, quer da exposição, quer dos

efeitos que lhe podem estar associados. Sempre que se justifica, são elaboradas recomendações, tendo em

vista o desenvolvimento de medidas correctivas (preventivas, legislativas, educativas, entre outras) que se

julguem necessárias.

Na lógica de vigilância que lhes está subjacente, cada projecto incluído no ProVEpA é desenvolvido em duas

fases: uma para estabelecimento da situação basal ou de referência e outra, longitudinal, para avaliação de

potenciais impactes específicos. Assim, a estrutura temporal dos diferentes projectos é uma observação seriada

no tempo, com diversos momentos de observação, sendo que o primeiro, o tempo basal, corresponde à

caracterização da situação de referência, e os subsequentes, à avaliação de potenciais impactes ao longo do

tempo, realizada com periodicidade que pode ser diferente de projecto para projecto, em função das respectivas

especificidades.

A hipótese em teste no desenvolvimento de cada projecto é a de que, estando os processos de incineração

controlados, quer a exposição humana aos poluentes mais críticos, quer os efeitos adversos na saúde que lhe

podem estar associados não diferem entre a população potencialmente exposta e a outra, considerada não

exposta, que é tomada para controlo. Por isso, em cada projecto, promove-se a análise comparativa, entre

expostos e não expostos, de indicadores específicos de exposição ou das condições de saúde ou patologias

associáveis à exposição, consoante o projecto seja dirigido à exposição ou aos efeitos. Desta forma, o Programa

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é desenvolvido em três vertentes, no âmbito das quais se realizam as monitorizações dirigidas respectivamente

à exposição aos poluentes mais críticos e aos mais relevantes efeitos adversos na saúde associáveis a essas

exposições, nomeadamente a vertente de:

1. Vigilância Biológica, que compreende dois projetos de monitorização da exposição aos poluentes mais

relevantes dos processos de incineração [metais pesados – chumbo (Pb), mercúrio (Hg) e cádmio (Cd) –

e dioxinas e furanos, referidos pelo termo genérico “dioxinas”], desenvolvidos monitorizando os teores

dos poluentes ou de seus metabolitos, nomeadamente:

a. Monitorização dos 3 metais pesados em sangue de adultos da população geral

b. Monitorização de dioxinas em sangue de adultos da população geral

2. Vigilância de Fatores de Risco, nomeadamente da prevalência do consumo de tabaco (eventual fator

confundente da prevalência de asma), em jovens adolescentes.

3. Vigilância de Efeitos Adversos – patologias ou condições de saúde –, associáveis à exposição aos

poluentes ou a outros fatores potencialmente nocivos com origem na CTRSU, que compreende seis

projetos de monitorização da ocorrência de potenciais efeitos adversos, designadamente:

a. Monitorização da prevalência de asma

b. Monitorização da mortalidade por cancro

c. Monitorização de alterações da reprodução, nomeadamente a monitorização de malformações fetais

– mortalidade associada a malformações fetais, gerais e por causas específicas – e a monitorização da

mortalidade infantil e perinatal, de baixo-peso e muito baixo-peso ao nascer e de parto prematuro.

Para a análise, assegurando-se o controlo do quadro multifactorial da relação exposição / potencial efeito

adverso, assume-se que as diferenças que vierem a ser encontradas nas comparações entre expostos e não

expostos (quer para a exposição, quer para as patologias ou condições de saúde) serão resultado de exposições

distintas aos factores ambientais associados ao normal funcionamento da CTRSU e com potencial desigual

distribuição entre as áreas potencialmente exposta e de controlo.

Atendendo a que relativamente a qualquer das monitorizações, a evidência acumulada demonstra que não são

significativas as diferenças entre os níveis encontrados nos grupos potencialmente expostos e de controlo, nos

dois últimos triénios as observações incidiram apenas sobre indivíduos da zona considerada potencialmente

exposta, emparelhados por sexo em relação ao grupo etário. Desta forma, o grupo de controlo foi constituído por

uma amostra aleatória do acervo histórico das respetivas monitorizações, relativamente ao qual serão realizadas

análises comparativas para cada um dos diferentes indicadores.

Em contextos de monitorização epidemiológica, a noção de multicausalidade associada aos potenciais efeitos da

exposição aos poluentes das emissões fundamenta a necessidade de um desenho de investigação longitudinal

comparativo. Assim, na vigilância de efeitos adversos, para além de se compararem directamente os indicadores

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da zona de influência da CTRSU com os de outras regiões do país, é o estudo da variação temporal que,

acompanhado do mesmo estudo, em paralelo, dedicado à zona de controlo escolhida (por ser à partida,

semelhante do ponto de vista socio-económico e cultural) mais garantias dá de se apreender, de forma válida,

quaisquer efeitos da incineradora, em termos de alterações na saúde comunitária local.

Neste relatório, é divulgada a informação resultante das nossas monitorizações, aos principais responsáveis pela

prevenção e controlo, quer da exposição, quer dos efeitos que lhe podem estar associados. Tendo em conta a

evolução da ciência ao longo da década de vigilância desta monitorização da saúde e a já longa experiência

acumulada pela equipa técnica, não só através deste programa, mas também de outros congéneres que está a

desenvolver, o programa de monitorização da saúde no período a que este contrato respeita é desenvolvido

mediante uma estratégica metodológica que implicitamente integra os passos ou etapas já consignadas nos

anteriores, com as adequações ditadas pela evolução referida.

Neste documento é apresentada toda a informação recolhida e tratada, nomeadamente dados e respetiva

análise, resultante do desenvolvimento do ProVEpA nas vertentes acima mencionadas, no período 2013-2015.

Para os indicadores em análise, quer os relativos à exposição, quer aos efeitos na saúde com eles relacionáveis,

sempre que se justifique inclui-se também a análise dos dados referentes a observações anteriores, para

investigação de tendências temporais.

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2. 1. Monitorizações da componente de Vigilância Biológica

2. 1. 1. Grupos de estudo e projectos de monitorização

No âmbito da Vigilância Biológica, os projectos de monitorização da exposição incluem a biomonitorização de

metais pesados e de dioxinas, em sangue de indivíduos incluídos em amostras de conveniência de dois grupos

distintos da população adulta, estratificados por exposição de acordo com a condição de viver e/ou trabalhar na

área geográfica determinada pelo raio pré-definido de 5 km (grupo exposto), ou viver e trabalhar a distâncias

acima desse raio (grupo de controlo ou não exposto).

O grupo populacional incluído nesta vertente de monitorização é constituído por adultos da população geral,

onde se promove a biomonitorização de chumbo (Pb), mercúrio (Hg) e cádmio (Cd) e também de dioxinas no

sangue de participantes voluntários. Os projectos no âmbito dos quais estas monitorizações são desenvolvidas

designam-se respectivamente por monitorização de metais pesados na população geral e monitorização de

dioxinas na população geral.

2. 1. 2. Amostragem e recolha de amostras e de dados

Entre 1999 e 2009, as monitorizações relativas aos projectos de vigilância biológica foram realizadas

anualmente. No entanto, a relativa estabilidade, ou até mesmo a tendência que se tem vindo a registar para a

redução nos níveis dos indicadores monitorizados, evidenciaram como desnecessária essa frequência para as

observações, levando a que, nesta vertente de vigilância, a monitorização passasse, em 2010, a ter o triénio

como base.

Por outro lado, a evidência acumulada relativamente a qualquer das monitorizações desta vertente de vigilância

tem demonstrado que não são significativas as diferenças entre os níveis encontrados nos grupos

potencialmente exposto e de controlo e em todos os grupos populacionais considerados. Por isso, tal como

aconteceu no triénio 2010-2012, as observações realizadas no triénio 2013-2015 incidiram apenas sobre

indivíduos da zona considerada potencialmente exposta, tendo o “grupo de controlo” de cada monitorização

passado a ser uma amostra de dimensão igual à dos expostos, aleatória e estratificada por faixa etária e,

quando adequado, por sexo, que foi construída a partir do acervo histórico das monitorizações efectuadas no

âmbito do ProVEpA, entre 1999 e 2009. Para a selecção dos elementos de cada amostra de não expostos,

foram considerados apenas os indivíduos para os quais as bases de dados contêm (cumulativamente) dados

para os diferentes marcadores em estudo e para as variáveis apuradas pelos respectivos questionários de

caracterização.

Desta forma e de acordo com o contrato celebrado para o período 2013-2015, a caracterização dos potenciais

impactes específicos da CTRSU em termos de exposição humana envolveu, para a monitorização de metais

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pesados e de dioxinas no sangue de adultos da população geral, o recrutamento de uma amostra de

conveniência de indivíduos adultos (18 a 65 anos), residentes e/ou trabalhadores na zona exposta, num total de

90, emparelhados por género em cada um dos 3 grupos etários previamente definidos (18-35, 36-45 e >45

anos). Como vem sendo habitual, o recrutamento foi realizado, sempre que possível, entre dadores de sangue

(voluntários) elegíveis para o estudo, uma vez que são pessoas fortemente motivadas para este tipo de

actividades e, por esta razão, tornam menos difícil a sempre problemática obtenção de amostras de sangue. O

facto de serem dadores também assegura e até potencia, à partida, um dos critérios de inclusão

(nomeadamente o de os participantes serem aparentemente saudáveis), visto que a condição de bom estado de

saúde é não só aparente como também comprovada por testes clínicos prévios a cada doação. Estando

“naturalmente recrutados”, estes participantes possibilitam também o emparelhamento mais rigoroso por idade e

género, relativamente à zona de estudo. No entanto, devido a algumas dificuldades no acompanhamento de

algumas Brigadas do Instituto Português do Sanngue, neste triénio os participantes foram também indivíduos

saudáveis que se voluntariaram a participar no estudo.

Em cada indivíduo que consentiu em ser incluído na amostra (através do preenchimento e assinatura do

consentimento informado), foi realizada uma recolha de sangue, que foi utilizada para a determinação dos três

metais pesados de maior relevância toxicológica, respectivamente Pb, Cd e Hg, e de dioxinas e furanos

(colectivamente designados por dioxinas). A informação individual relativa aos doseamentos foi complementada

com a de outros indicadores de caracterização, obtidos por entrevista, através do questionário que tem vindo a

ser aplicado nas observações dos anos anteriores. Os dados recolhidos são relativos a estilos de vida, hábitos

alimentares, estado geral de saúde e factores sócio-económicos, entre outros, de forma a permitir avaliar a

similaridade das características dos grupos em estudo e poder vir a controlar eventuais factores confundentes.

2. 1. 3. Variáveis

Na perspectiva da avaliação da exposição humana aos poluentes potencialmente emitidos pelos processos de

incineração, as variáveis dependentes consideradas de maior interesse para os respectivos estudos foram os

teores sanguíneos dos biomarcadores seleccionados, nomeadamente Pb, Cd, Hg e dioxinas e furanos.

Como variáveis independentes, foram identificadas, em ambos os grupos, as variáveis de caracterização sócio-

demográfica, antropométrica, de hábitos alimentares e tabágicos, de estilos de vida, e de saúde.

2. 1. 4. Tratamento e análise de dados

Os dados recolhidos por questionário e resultantes das análises químicas foram codificados e introduzidos em

bases de dados, sendo submetidos a processos de validação adequados, que incluem rotinas de validação

automática durante o carregamento. Quando necessário e tendo em vista os testes estatísticos a utilizar,

procedeu-se à recodificação de variáveis, ou criaram-se novas, por integração de variáveis concorrentes para

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melhor definição de uma dada característica da amostra. Sempre que se justificou, foi realizada a integração dos

dados obtidos na actual observação com os referentes a observações anteriores, para investigação de

tendências temporais.

A estratégia analítica incluiu, numa primeira fase, a caracterização de cada amostra de estudo, quer estratificada

por área de exposição, quer globalmente considerada.

Numa segunda fase, procedeu-se à investigação da homogeneidade entre expostos e não expostos

relativamente às principais características da amostra. Sempre que se verificou homogeneidade entre os grupos,

efectuou-se a caracterização dos níveis dos diferentes biomarcadores na amostra global e a comparação destes

níveis entre os diferentes sub-grupos/estratos definidos nas variáveis independentes mais relevantes.

Por fim e para investigar factores associados (potenciais determinantes) às principais variáveis dependentes em

estudo, foram efectuadas análises bi- e multivariável.

A análise estatística foi efectuada através do SPSS 21.0 (versão Windows), tendo sido utilizados os modelos

mais apropriados aos objectivos de cada projecto e às suas variáveis específicas (Aguiar, 2007; Rothman,

2008).

Para a análise descritiva, determinaram-se as frequências absolutas e relativas (respectivamente contagens e

percentagens) para as variáveis categóricas, e, para as numéricas, medidas de tendência central (média e

mediana) e de dispersão (desvio padrão e amplitude de variação, com máximo e mínimo, e percentis P25 e

P75).

As variáveis referentes aos níveis dos diferentes biomarcadores foram também descritas pela média geométrica

e respectivo intervalo de confiança a 95% e percentis P10, P90, P95 e P98. A média geométrica representa a

medida de tendência central “ideal” no caso de distribuições log-normais e os percentis da gama superior

enfatizam as exposições mais elevadas e, por isso, de maior interesse em termos de prevenção.

A análise comparativa entre variáveis numéricas foi realizada por análise de correlação de Pearson ou

Spearman, conforme adequado, tendo-se utilizado o teste t de Student, a análise de variância (ANOVA) e

análises não paramétricas (Mann-Whitney e Kruskal-Wallis) para comparar os teores dos biomarcadores

(variáveis numéricas) entre os sub-grupos ou estratos definidos nas principais variáveis de caracterização da

amostra. Para comparações relativas a variáveis categóricas, foram utilizados os testes de qui-quadrado (χ2) e

exacto de Fisher.

A magnitude das associações foi medida, conforme adequado, através da razão entre as medianas, coeficientes

de correlação, de regressão e odds ratios e respectivos intervalos de confiança a 95% e ainda por análise de

regressão logística bivariável. Nos testes estatísticos de hipóteses foi adoptado o nível de significância de 5%.

A abordagem multivariável envolveu análise de regressão linear múltipla, para os níveis (numéricos) dos

biomarcadores em estudo. Para entrarem nos modelos, foram seleccionadas as variáveis independentes que,

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para além de não evidenciarem existência de colinearidade, satisfaziam cumulativamente as condições de

p<0,20 na análise bivariável e percentagem de valores omissos inferior a 10%. As variáveis que não satisfaziam

estas condições mas se revestiam de grande relevância para os objectivos do estudo foram também incluídas

nos modelos. A selecção das variáveis a permanecer em cada modelo seguiu o método Backward controlado

pelo investigador, que permite excluir, em cada passo, uma única variável, pelo critério de p mais elevado (com

p>0,10) e, em caso de igual valor de p, pelo menor valor absoluto do coeficiente de correlação parcial ajustado

para as outras variáveis independentes do modelo (nas regressões lineares mútiplas).

2. 2. Monitorizações da componente de Vigilância de Factores de Risco

Na Vigilância de Fatores de Risco procede-se à monitorização de potenciais fatores confundentes das patologias

ou situações de saúde relevantes, tendo-se considerado, para este Programa, a monitorização do consumo de

tabaco, que engloba a monitorização dos hábitos tabágicos e dos perfis de consumo.

O consumo ativo de tabaco tem sido associado com um aumento de complicações do trato respiratório e, de

uma forma geral, com um agravamento dos sintomas e prognóstico de asma em crianças e adolescentes. Este

facto, associado a uma ainda significativa prevalência de consumo de tabaco entre os jovens e à necessidade de

identificar e controlar um eventual efeito confundente sobre os resultados da monitorização da prevalência de

asma, justifica a inclusão da monitorização do consumo de tabaco no ProVEpA.

2. 2. 1. Grupos de estudo e projectos de monitorização

Esta monitorização, em curso desde 1999 até 2009, foi retomada neste triénio, seguindo o procedimento que

vinha sendo utilizado, o qual inclui a aplicação de um questionário único de auto-preenchimento, para

apuramento da prevalência do consumo de tabaco e da prevalência de asma, numa amostra aleatoriamente

selecionada de crianças e jovens, com idades compreendidas entre os 12 e os 18 anos, matriculados em

escolas públicas do Ensino Básico e Secundário, em duas zonas geográficas distintas: uma potencialmente

exposta, definida por um raio de 5 km relativamente à CTRSU, e outra, não exposta, para distâncias superiores

a esse raio, sem limite máximo definido, constituída pelo acervo histórico das monitorizações efectuadas nessa

população.

2. 2. 2. Amostragem e recolha de amostras e de dados

A amostragem para a vigilância de factores de risco e para a monitorização da prevalência de asma foi realizada

de forma a poder ter um mínimo de 600 elementos amostrais da área considerada potencialmente exposta.

Conforme referido, o grupo de controlo para a presente observação foi obtido com base no acervo histórico das

onze monitorizações anteriormente realizadas.

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2. 2. 3. Variáveis

A variável principal em estudo é o consumo de tabaco, tendo-se considerado como consumidor quem fuma

regularmente, quem fuma esporadicamente ou somente refira ter fumado sem quantificar esse consumo. É

também monitorizada a frequência do consumo, dividida nos cinco níveis seguintes: esporádica ou

ocasionalmente, menos de 5 cigarros por dia, entre 5 a 10 cigarros/dia, entre 11 e 20 cigarros/dia, mais de 20

cigarros/dia.

Para além desta varíavel foram consideradas: género, idade e zona de exposição.

2. 2. 4. Tratamento e análise de dados

A caracterização dos hábitos tabágicos (não fumador, fumador ocasional e fumador regular) e do perfil de

consumo de tabaco é feita é feita por área de exposição, género e idade. As amostras de cada ano são

comparadas entre si e entre os vários anos, também em termos de área de exposição, distribuição etária e

género. Para comparar os padrões de consumo de tabaco em cada ano de monitorização foi utilizado o teste de

qui-quadrado.

2.3. Monitorizações da componente de Vigilância de Efeitos Adversos

Na vertente de Vigilância de Efeitos Adversos (isto é, de patologias ou condições de saúde associáveis à

exposição aos factores nocivos com eventual origem na CTRSU), promove-se a monitorização de um conjunto

de indicadores de saúde (nomeadamente prevalência de asma, mortalidade por cancro e frequência de

alterações de reprodução), cujos dados são obtidos através de sistemas de busca activa de informação (por

exemplo, por questionário, como é o caso da monitorização da prevalência de asma), ou por consulta a bases de

dados de saúde e demográficos, que são produzidos a nível nacional e por entidades para tal mandatadas.

O acesso a dados adequados – em termos de nível de desagregação geo-temporal e susceptíveis de possibilitar

o cálculo dos diferentes indicadores incluídos na análise, que são imprescindíveis para o cumprimento dos

objectivos estabelecidos nesta vertente de vigilância do ProVEpA – tem sido possível graças a um protocolo de

colaboração, celebrado em Outubro de 2004 com o Instituto Nacional de Estatística (INE), sendo de salientar

a excelente colaboração que desde então se tem vindo a verificar. No entanto, ultimamente, devido a alterações

no INE, que se reflectiram na política de acesso aos indicadores por grupos ou instituições externas à instituição,

foi problemático o acesso aos dados. Para além de passar a haver um custo associado (mesmo para o caso de

instituições com protocolos celebrados de há muito com o INE), foi necessário solicitar a recodificação

georeferencial dos dados determinada pela reorganização administrativa do território das freguesias, para

garantir a sua comparabilidade com os dos períodos anteriores, que ficaria comprometida em razão da recente

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alteração administrativa e correspondente recategorização das freguesias atuais relativamente às que têm sido

objecto de análise no âmbito destas monitorizações. Esta recodificação levou à extensão acentuada do tempo

de resposta do INE devido a uma alegada enorme falta de recursos.

No referente às monitorizações baseadas na análise de registos existentes e para manter a estrutura dos

relatórios anteriores, neste capítulo é caracterizada a evolução epidemiológica de um conjunto de indicadores

considerados relevantes para o estudo dos eventuais efeitos adversos da actividade da CTRSU na saúde

pública, relativa às áreas geodemográficas que poderão estar mais directamente sujeitas à sua acção. Para o

efeito, são incluídos vários indicadores de mortalidade e de saúde neonatal e reprodutiva, adiante descritos.

Estas monitorizações, de natureza longitudinal e comparativa, têm por base, como as restantes monitorizações

do Programa, a delimitação de duas áreas geodemográficas, numa lógica (em termos de desenho de

investigação) de comparação entre grupo-exposto e grupo-de-controlo: a zona exposta, definida com base em

critérios de potencial maior exposição à acção da CTRSU, e a zona de controlo, escolhida com base em

semelhanças sócioculturais e demográficas, mas fora da influência ambiental atribuível à CTRSU.

Também aqui a zona potencialmente exposta inclui o conjunto de freguesias situadas na região abrangida por

um raio de cinco quilómetros à volta da CTRSU, com a adicional de incluir todas as freguesias com mais de 40%

do seu território no interior dessa região. A zona de controlo foi definida por similitude da zona exposta em

termos geodemográficos, nomeadamente no que se refere à dimensão geográfica, à distribuição etária, aos

estilos de vida (incluindo hábitos alimentares e ocupação profissional), ao ambiente físico (nomeadamente, a

altitude, as condições climáticas, a área geográfica, o tipo de alojamentos familiares) e à frequência e

distribuição de estabelecimentos industriais, comerciais e de serviços e acessibilidades. A estes critérios foi

ainda adicionado o da vizinhança/contiguidade com a zona exposta. Em termos gerais, as zonas seleccionadas

para o estudo abrangem a totalidade do território geográfico dos concelhos de Vila Franca de Xira, Loures e

Odivelas, como se apresenta na Tabela 1.

No que se refere aos intervalos temporais de monitorização, foi estabelecido um período de referência (de

1991 a 2001), que possibilita a comparação entre as áreas geográficas e os períodos temporais de interesse, e

uma data de vigilância epidemiológica, numa lógica de desenho de investigação longitudinal: o ano de 2002. O

período temporal de monitorização da acção da CTRSU anteriormente descrito foi de 2000 a 2010. O presente

relatório alarga o período de vigilância, incluindo os dados relativos a 2011 e 2012. O período total já decorrido

de tempo de observação permitiu a divisão em dois períodos, de referência (1991-2001) e de vigilância (2002-

2012), com igual duração: 11 anos. A avaliação de potenciais impactos em relação ao período de referência

estabelecido no contexto do ProVEpA é feita através da comparação, ao longo do tempo de estudo, dos

mesmos indicadores nas zonas de estudo consideradas.

Desta forma, o plano para os projectos de monitorização da vigilância de efeitos adversos é, na prática, com

excepção da monitorização da prevalência de asma por ter sido interrompido, o mesmo que foi desenvolvido nos

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períodos anteriores. Nas secções seguintes, são apresentadas as diferentes monitorizações, sendo também

apresentados, em resumo, os aspectos mais relevantes do plano de monitorização.

2.3.1. Monitorização da prevalência de asma

A monitorização da prevalência de asma foi realizada através da monitorização, por questionário de auto-

preenchimento, na amostra de jovens adolescentes da zona potencialmente exposta seleccionada para a

monitorização da prevalência do consumo de tabaco.

A asma é uma das doenças crónicas mais comuns em todo o mundo e a sua incidência e prevalência têm vindo

a aumentar gradualmente ao longo das últimas duas décadas. Em Portugal, estima-se que a prevalência atinja

cerca de 11 % e 12 % das crianças, respetivamente entre os 6 e os 7 e entre os 13 e os 14 anos de idade, e à

volta de 5 % dos adultos, entre os 20 e os 44 anos.

A poluição do ambiente exterior, particularmente a poluição de origem industrial, é um dos mais relevantes

fatores de risco de natureza ambiental para o aparecimento ou agravamento das doenças respiratórias,

nomeadamente da asma. Sendo assim, assume especial relevância a inclusão da monitorização da prevalência

desta patologia no ProVEpA.

2. 3. 1. 1. Grupos de estudo e projectos de monitorização

O aparecimento de asma ou o agravamento dos sintomas têm também sido associados a diversos outros

fatores, nomeadamente ao consumo de tabaco, que, por isso, pode constituir um fator de confundimento na

monitorização da prevalência da patologia no contexto do ProVEpA. Desta forma, o Projeto de Monitorização da

prevalência de Asma é desenvolvido conjuntamente com o da prevalência do consumo de tabaco, utilizando-se

os mesmos grupos de estudo e o questionário único já referido na parte deste Relatório no capítulo referente à

vertente de Vigilância de Fatores de Risco.

2. 3. 1. 2. Amostragem e recolha de amostras e de dados

Vide capítulo referente à vertente de Vigilância de Fatores de Risco.

2. 3. 1. 2. Variáveis

A principal variável em estudo é a existência de asma. Considerou-se com asma quem teve dispneia ou pieira no

último ano não associadas a outros sintomas do tracto resporatório superior (“constipações”).

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Para além destas variáveis, foram consideradas o género, idade, freguesia da escola, área de exposição,

história familiar, condições da habitação, entre outros.

2. 3. 1. 3. Tratamento e análise de dados

Na estatística univariada, para as variáveis quantitativas foram calculadas as respectivas médias, medianas e

intervalos de confiança. Para as variáveis qualitativas foram calculadas as respectivas proporções e os intervalos

de confiança. A prevalência de asma foi calculada por área de exposição e ano de monitorização.

Foram realizados estudos de associação do indicador prevalência de asma com factores como área de

exposição, género, história familiar de asma, consumo de tabaco, idade e humidade na casa.

Na estatística bivariada, a magnitude das associações foi medida através dos OR – Odds Ratio e respectivos

intervalos de confiança a 95% e ainda por análise de regressão logística bivariável. Nos testes estatísticos de

hipóteses foi adoptado o nível de significância de 5%.

2. 3. 2. Projecto de monitorização da mortalidade por cancro

No contexto desta componente de monitorização, promove-se a comparação das taxas de mortalidade

padronizada por cancro entre a população exposta e a população de controlo, com o objectivo de confirmar a

hipótese de diferença significativa, não só do ponto de vista estatístico, mas também numa perspectiva de

relevância clínica, entre as duas populações (exposta e de controlo) e ao longo do tempo.

Descrição das taxas em estudo

Sendo consensual que a mortalidade por cancro está associada a muitas outras variáveis para além dos factores

de risco ambientais em estudo, é fundamental que a avaliação de taxas de mortalidade mantenha sob controlo

(ou, dito de outra forma, neutralize), na medida do possível, o efeito de variáveis que se sabe à partida serem

diferentes entre os dois grupos populacionais e que podem influenciar, de forma independente, essas taxas1. Por

exemplo, é de esperar que populações mais idosas apresentem taxas brutas de mortalidade mais elevadas do

que populações mais jovens, apenas pelo efeito da idade e não por eventuais factores de risco associáveis à

região. Por esta razão, importa padronizar as taxas por sexos e por grupos etários, anulando-se assim o efeito

independente destas duas variáveis.

1 Importa referir que a inferência de relações causais entre fenómenos de saúde (como morbilidade e/ou mortalidade) é um exercício sempre susceptível

de vieses resultantes do facto de não ser possível o controlo de todas as variáveis moderadoras e mediadoras de tal complexidade. Contudo, para

efeitos comparativos, importa que os grupos populacionais em estudo sejam semelhantes relativamente a aspectos biológicos básicos (como sexo e

idade), reconhecidos como determinantes major das prevalências de morbilidade e mortalidade.

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Esta padronização de taxa pode ser feita por dois métodos: o método directo e o método indirecto. Por razões já

de há muito estabelecidas2 e explicadas em relatórios anteriores, no programa de monitorização em causa

escolheu-se o método directo de padronização, por sexo e grupos etários quinquenais (para as diferentes

unidades geo-demográficas em estudo), para a análise comparativa das taxas de mortalidade por cancro entre a

população exposta e a de controlo. Para este fim, utiliza-se uma população-padrão de escolha arbitrária, o que

implica que as taxas obtidas são valores também eles arbitrários, com utilidade relativa (ou seja, para efeitos de

comparação) mas sem significado absoluto. No início do exercício de monitorização (em 2003) os Censos

disponíveis referiam-se ao ano de 2001 (Tabela 2). Uma vez que se trata de uma população-padrão arbitrária,

utilizada apenas para padronização dos dados em estudo e como importa manter constante esse processo de

transformação de dados, continuou-se a utilizar a distribuição demográfica reportada pelos Censos de 2001,

apesar de já estarem disponíveis os Censos de 2011.

É ainda de referir que este estudo de comparação de taxas de mortalidade por cancro entre população exposta e

população de controlo apenas faz sentido numa lógica de análise longitudinal – i.e., orientada para a detecção

de eventuais diferenças (significativas) entre as duas populações, no que se refere ao modo como as taxas

evoluem no tempo.

Importa lembrar que, embora o acesso aos dados em causa esteja protocolado, o ritmo de produção dos

mesmos (pelo INE) implica uma dècalage relativamente ao momento actual. Daí o período temporal aqui em

análise terminar em 2012. Apesar de já existirem dados sobre óbitos por causa de morte relativos a 2013, em

2012 foi implementada uma reorganização administrativa do território das freguesias que implica uma

recodificação georeferiencial, agora em curso. Está assegurada a continuidade do protocolo com o INE, pelo que

se prevê que a obtenção de dados relativos aos próximos anos seja possível, já com este procedimento de

recategorização das freguesias atuais, garantindo a comparabilidade dos dados relativos a 2013 e em diante

com os dados recolhidos até 2012.

A monitorização da mortalidade por cancro foi feita através do estudo evolutivo de taxas de óbitos associados a

tumores malignos, em ambas as áreas em estudo, nos intervalos temporais de 1991 a 2001 (período de

referência) e de 2002 a 2012 (período de monitorização).

Consideram-se como indicadores de vigilância:

� a totalidade de mortes por cancro nos períodos considerados (os tumores malignos estão compreendidos, no International Classification of Diseases (ICD): no ICD-9, entre os códigos 1500 e 2399 e, no ICD-10, entre os códigos C00 e C97)3;

� tumores malignos do aparelho digestivo (ICD-9: 1500-1599); ICD-10: C15.0-C26.9;

2 Stone, D. B., Armstrong R.W., Macrina, D. M., Pankau, J. W. (1996). Introdução à epidemiologia. McGraw-Hill. Lisboa.

3 O ICD (OMS, 1990) define os critérios nosológicos aceites pela comunidade científica para classificação dos tumores malignos, atendendo à sua

localização e morfologia. Apesar de o ICD estar já na sua 10ª edição, os dados oficiais de mortalidade (registados em base de dados pelo Instituto

Nacional de Estatística), relativos ao período entre 1991 e 2001, utilizam ainda a classificação do ICD-9.

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� tumores malignos do estômago (ICD-9: 1510-1519; ICD-10: C16.0-C16.9);

� tumores malignos do cólon (ICD-9: 1530-1539; ICD-10: C18.0-C18.9);

� tumores malignos do aparelho respiratório (ICD-9: 1600-1659; ICD-10: C30.0-C39.9);

� tumores malignos da traqueia, brônquios e pulmão (ICD-9: 1620-1629; ICD-10: C33.0-C34.9);

� tumores malignos dos ossos, pele e mama (ICD-9: 1700-1769; ICD-10: C40.0-C41.9 + C43.0-C44.9 + C50.0-C50.9);

� tumores malignos da mama feminina (ICD-9: 1740-1749; ICD-10: C50.0-C50.9);

� tumores malignos do aparelho genito-urinário (ICD-9: 1790-1899; ICD-10: C51.0-C58.0 + C60.0-C63.9 + C64.0-C68.9);

� tumores malignos da próstata (ICD-9: 1850-1859; ICD-10: C61);

� tumores malignos de outras localizações (ICD-9: 1900-1999; ICD-10: C76.0-C76.8);

� tumores malignos dos tecidos linfático e hematopoiético (ICD-9: 2000-2089; ICD-10: C81.0-C96.9).

Para além da causa de óbito, o cálculo das taxas padronizadas implicou o recurso às variáveis sexo do falecido,

idade à data do óbito e freguesia de residência, provenientes das seguintes fontes:

� Base de Dados de Óbitos do INE, para os dados sobre indivíduos diagnosticados com tumores malignos em cada ano, de 1991 a 2012;

� Censos populacionais de 2001.

A análise foi efectuada utilizando o IBM/SPSS 23.0 e o Excel (versão OS X).

2. 3. 3. Projecto de monitorização da frequência de alterações da reprodução

A monitorização da frequência de alterações da reprodução tem sido feita, no âmbito deste projeto, numa

perspectiva de comparação entre as populações exposta e de controlo (zonas anteriormente definidas).

Tal como para a monitorização de mortalidade por cancro, na monitorização da frequência de alterações da

reprodução também se define um período de referência (de 1991 a 2001), pano de fundo para detecção de

desvios em anos futuros no que se refere às taxas dos indicadores. O ano de 2002 é também considerado como

o início do período de vigilância de potenciais impactes específicos que, neste relatório, se estende até ao ano

de 2012. Assim, e como já referido, a amplitude dos períodos de referência e de vigilância é idêntica (11 anos

para ambos).

2. 3. 3. 1. Monitorização de óbitos associáveis a malformações fetais

Descrição das taxas em estudo

Foram analisados os óbitos associáveis a malformações fetais através da consulta da base de dados de óbitos

do INE relativa a crianças com menos de 1 ano (mortalidade infantil), durante o período de 1991 a 2012. Para o

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cálculo destes indicadores foram também tidos em conta os dados provenientes do INE relativos ao número de

nados-vivos para as várias áreas geográficas em estudo. Resumindo, para o cálculo das taxas de mortalidade,

foram consultadas:

� a base de dados de óbitos do INE, relativa aos anos entre 1991 e 2012, nas áreas em estudo;

� a base de dados de nascimentos do INE, de 1991 a 2012, nas mesmas áreas.

Consideram-se como indicadores de vigilância de mortalidade associável a malformação fetal os casos de morte

infantil pelas seguintes causas (e respectivos códigos do ICD-9 e do ICD-10 – este últimos aplicados aos óbitos

referentes aos anos entre 2002 e 2012): afecções congénitas (ICD-9: 7400-7599; ICD-10: Q00-Q99);

� afecções perinatais (ICD-9: 7600-7799; ICD-10: P00-P96);

� doenças do aparelho respiratório (ICD-9: 4600-5199; ICD-10: J00-J98);

� doenças do sistema nervoso (ICD-9: 3200-3899; ICD-10: G00-G98);

� sinais e sintomas mal definidos (ICD-9: 7800-7999; ICD-10: R00-R99).

As variáveis em estudo foram a causa da morte da criança, o sexo e a idade à altura da morte da criança e a

freguesia de residência.

Para o cálculo das taxas brutas de mortalidade infantil por causa específica utilizou-se a seguinte fórmula:

A análise foi efectuada utilizando o IBM/SPSS 23.0 e o Excel (versão OS X).

2. 3. 3. 2. Monitorização da mortalidade infantil e perinatal

Descrição das taxas em estudo

A taxa de mortalidade infantil e a taxa perinatal são indicadores epidemiológicos muito relevantes em termos de

saúde pública por serem sensíveis a determinantes de saúde e patologia ao nível comunitário, incluindo factores

socioeconómicos e ambientais. A taxa de mortalidade infantil expressa a mortalidade em crianças durante o

primeiro ano de vida. Já a taxa de mortalidade perinatal refere-se ao conjunto de óbitos de fetos com mais de 28

semanas de gestão e de recém-nascidos até os 7 dias de vida (inclusive). Um aumento significativo da taxa de

qualquer destes marcadores epidemiológicos constitui um sinal de alarme em termos de saúde pública, que

requer de imediato o estudo sobre as causas prováveis, assim como acções preventivas4.

4 Beaglehole, R., Bonita, R., Kjellström, T. (1993). Epidemiologia básica. Escola Nacional de Saúde Pública. Lisboa.

x 1000

Nº de óbitos até ao primeiro ano de vida, num determinado

período, por determinada causa Nº de nados vivos durante esse período

Taxa (bruta) de mortalidade =

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À semelhança do descrito para os projectos de monitorização de mortalidade já apresentados, nesta exercício

epidemiológico descreve-se a evolução das taxas de mortalidade infantil e perinatal para o período de referência

(de 1991 a 2001) e para o período de vigilância de potenciais impactos específicos (entre 2002 e 2012).

Para o cálculo da taxa de mortalidade infantil, foram consultadas:

� a base de dados de óbitos do INE, relativa aos anos entre 1991 e 2012, nas áreas em estudo (tendo sido consideradas todas os óbitos de indivíduos com menos de um ano de vida);

� a base de dados de nascimentos do INE, de 1991 a 2012, nas mesmas áreas.

As variáveis em estudo foram a idade à altura da morte da criança e a freguesia de residência.

A análise foi efectuada através do IBM/SPSS 23.0 e o Excel (versão OS X). Para o cálculo desta taxa, utilizou-se

a seguinte fórmula:

Já para o cálculo das taxas de mortalidade perinatal, foram utilizadas as variáveis sexo, idade (à altura da morte)

do recém nascido e freguesia de residência, obtidos a partir da consulta às seguintes fontes:

� a base de dados de óbitos perinatais do INE, relativa aos anos 1991 a 2012;

� a base de dados de óbitos do INE, relativa aos anos 1991 a 2012;

� a base de dados de nascimentos, de 1991 a 2012.

E, para o cálculo desta taxa de mortalidade, utilizou-se a seguinte fórmula:

2. 3. 3. 3. Monitorização do baixo peso à nascença e do parto pré-termo

O baixo peso à nascença é um dos maiores problemas da saúde pública actual, quer nos países desenvolvidos,

quer nos países em vias de desenvolvimento. Para além de assistirmos, nos países desenvolvidos, a um

aumento da taxa deste indicador, as taxas de mortalidade e de morbilidade em períodos perinatais e infantis, são

x 1000

N.º de óbitos até ao primeiro ano de vida, num

determinado período

N.º de nados vivos durante esse período Taxa de mortalidade infantil =

x 1000

N.º de mortes fetais com mais de 28 semanas de gestação e

mortes até aos 7 dias, num determinado período de tempo

N.º de nados vivos e mortos fetais durante esse período Taxa de mortalidade perinatal =

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significativamente mais elevadas em crianças com baixo peso à nascença, quando comparadas com crianças

que nascem com peso normal. É também um indicador de grande importância social por reflectir o efeito de

diversos determinantes de saúde pública, como défice nutricional, hábitos tabágicos, múltiplas gestações, entre

outros.5

Não admira assim que o baixo peso à nascença seja considerado como um dos principais determinantes da

mortalidade infantil e em crianças na infância pré-escolar (1 a 4 anos), bem como um importante indicador de

risco ambiental. Alguns autores vão ainda mais longe, afirmando que este indicador é mais sensível aos efeitos

deletérios do ambiente do que a mortalidade infantil ou perinatal6.

Atendendo à importância deste indicador de saúde pública, o Projecto de monitorização de baixo peso à

nascença, no contexto do ProVEpA, inclui a monitorização da sua incidência anual, caracterizando a mesma em

função da exposição, isto é, da área geográfica em que em que o registo de nascimento foi feito.

Em complemento, avalia-se também a taxa de partos prematuros, por este ser um indicador de saúde também

sensível a factores ambientais7.

Descrição das taxas em estudo

À semelhança do que foi feito para os outros indicadores de efeitos adversos associáveis ao funcionamento da

CTRSU, a evolução do baixo peso à nascença e do parto pré-termo foi estudada, nas diferentes áreas de estudo

consideradas, ao longo do período de referência considerado (de 1991 a 2001) e ao longo do período de

vigilância epidemiológica compreendido entre 2002 e 2012.

Considera-se situação de muito baixo peso à nascença quando o recém-nascido vivo tem um peso inferior a

1500 gramas, e baixo peso à nascença quando o peso se situa entre 1500 gramas e menos de 2500 gramas.

Para o cálculo da taxas de baixo peso à nascença e de parto prematuro foi utilizada a base de dados de

nascimentos do INE, relativa aos anos entre 1991 e 2012.

As variáveis em estudo foram o número de semanas de gestação, o peso à nascença e a freguesia de

residência.

5 Grimmer, I., Bührer, C., Dudenhausen, J.W., Stroux, A., Reiher, H., Halle, H., Obladen, M. (2002). Preconceptional factors associated with very low

birthweight delivery in East and West Berlin: a case control study. BMC Public Health, 2:10. 6 Gould, J.M., Sternglass, E.J., Mangano, J.J. (1998). U.S.A newborn deterioration. The radiation and the public health project, presented at the

International Congress on the effects of low dose ionizing radiation in childhood and youth, in medicine, industry and environment in the workplace.

Germany.

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Para o cálculo das diferentes taxas foram utilizadas as seguintes fórmulas:

x 100

N.º de nados vivos que nasceram com peso inferior a

1500 gramas, num determinado período

N.º de nados vivos durante esse período Taxa de muito baixo peso à nascença =

x 100

N.º de nados vivos que nasceram com peso entre 1500 e 2500

gramas e, num determinado período

N.º de nados vivos durante esse período Taxa de baixo peso à nascença =

x 100

N.º de partos com tempo de gestação inferior a 37 semanas, num

determinado período

N.º de partos de nados vivos durante esse período Taxa de partos prematuros =

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Relatório de Monitorização da Saúde Pública / 2013-2015 Página 30 de 76

3. RESULTADOS

3. 1. Projectos de Vigilância Biológica

Os resultados da análise dos dados obtidos através do desenvolvimento da vertente de vigilância biológica no

período 2013-2015 são aqui apresentados, tanto quanto possível de acordo com a sequência da estratégia

analítica que foi utilizada.

3. 1. 1. Monitorização de metais pesados e de dioxinas em adultos da população geral

3. 1. 1. 1. Caracterização da amostra de estudo

A Tabela 3 no Anexo I mostra a caracterização da amostra de estudo, estratificada em expostos e não expostos

e globalmente considerada, e também a análise comparativa entre os grupos de exposição, relativamente às

variáveis de caracterização sociodemográfica, antropométrica, de hábitos alimentares, de hábitos tabágicos, de

estilos de vida, de saúde e de aspectos relativos à maternidade. Da observação desta tabela pode-se concluir

que as diferenças observadas entre os dois grupos não têm significado estatístico para a esmagadora maioria

dos indicadores, evidenciando acentuada homogeneidade entre os grupos em relação às suas principais

características. De notar que, na perspectiva da monitorização em causa, as diferenças registadas, quando

estatisticamente significativas, não só são, regra geral, mais penalizadoras para o grupo dos não expostos, não

tendo, por isso, relevância epidemiológica para os objectivos do estudo, como também apresentam amplitude

reduzida, revelando-se significativas devido ao tamanho amostral.

Por isso, em termos globais, a amostra de estudo, criteriosamente construída em relação ao género e à faixa

etária, pode caracterizar-se como um conjunto de indivíduos adultos, igualmente distribuídos entre homens e

mulheres e em cada um dos 3 grupos etários previamente definidos, com uma idade média/mediana muito

próxima dos 41 anos, a variar entre um mínimo de 18 e um máximo de 65.

A grande maioria dos participantes (83,9%) referem ter apenas 1 ou não ter filhos, e numa proporção

semelhante (76,4%) houve, no máximo, uma gravidez.

Na sua grande maioria (87,1%), vivem há mais de 3 anos na residência indicada à data da aplicação do

questionário, consomem água da torneira (77,8%) e infusões (63,3%) na maioria de forma ocasional (70,2%).

Relativamente ao regime alimentar, este inclui o consumo diário de fruta (81,5%) e de vegetais (60,6%), embora

apenas 17,7% consuma estes alimentos de origem local. Ainda quanto aos hábitos alimentares, a esmagadora

maioria consome leite (80,0%) e ovos (92,1%), cuja origem se desconhece, e também peixe, embora só

ocasionalmente (75,8%), sendo que cerca de metade consome carne diariamente (51,2%). Um pouco mais de

metade dos indivíduos (55%) afirma consumir bebidas alcoólicas, sendo que apenas 15% o faz diariamente.

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Actualmente a maioria (79,4%) dos indivíduos inquiridos não são fumadores e mais de metade refere mesmo

nunca ter fumado (62,2%), sendo que 20% dos indivíduos indica que existe pelo menos um fumador no

agregado familiar, embora este facto que não pareça ser muito valorizado, já que 94,3% do total dos

participantes percepcionam como baixa a exposição a fumo dos familiares. É também elevada a proporção dos

que são de opinião de que têm uma exposição baixa ou mesmo nula a químicos (78,3%), seja em casa ou no

trabalho.

Do apuramento das questões acerca dos estilos de vida, conclui-se que apenas uma ligeira maioria (51,7%)

pratica desporto, embora a maioria destes tenha uma prática semanal. A proporção dos que actualmente

consomem álcool abrange bastante mais do que metade da amostra (62,8%), sendo que quase 30% destes têm

um consumo diário.

Cerca de metade (52,2%) dos participantes refere ter dentes chumbados e quase três quartos da amostra

(71,7%) refere não ter qualquer doença, sendo que a prevalência de qualquer doença em particular nunca é

superior a 12% em nenhum dos grupos em estudo.

3. 1. 1. 2. Biomarcadores de exposição

As estatísticas dos biomarcadores de exposição, nomeadamente dos teores de Pb, Cd e Hg determinados no

sangue dos participantes, são apresentadas nas Tabelas 4, 5 e 6, para a amostra global da presente

monitorização e para os subgrupos ou estratos definidos nas principais variáveis de caracterização da amostra.

A análise relativa aos biomarcadores de exposição ao grupo de químicos aqui denominado como “metais

pesados” foi realizada com base nos dados destas Tabelas.

A distribuição dos níveis de chumbo no sangue, estratificados por área de exposição, e na amostra global é

apresentada respectivamente nas Figuras 1 e 2.

A observação destas figuras permite concluir que o Pb apresenta teores significativamente mais elevados nos

indivíduos não expostos e que a sua distribuição na amostra global é não normal e assimétrica positiva, com

valores médios (medianos) de 4,01 (3,15) µg/dl, que variam entre um mínimo de 0,10 µg/dl e um máximo de 31,9

µg/dl.

A análise comparativa destes teores entre homens e mulheres (Figura 3) permite concluir que, à semelhança

das observações anteriores e de acordo com o que é referido na literatura, os participantes do género masculino

apresentam, em média, plumbémias ligeiramente superiores (H: 4,07 ± 2,8µg/dl; M: 3,95 ± 4,1µg/dl), ainda que

sem significado estatístico. As distribuições para qualquer dos subgrupos são acentuadamente não normais e

assimétricas à direita.

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Figura 1 – Distribuição dos níveis de chumbo no sangue dos participantes estratificados por área de exposição

Figura 2 – Distribuição dos teores de chumbo no sangue da amostra global

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Relatório de Monitorização da Saúde Pública / 2013-2015 Página 33 de 76

Figura 3 – Distribuição dos níveis sanguíneos de chumbo nos participantes estratificados por género

O mesmo tipo de análise comparativa relativamente aos estratos definidos noutras características relevantes da

amostra demonstra que os teores sanguíneos de Pb só apresentam diferenças com significado estatístico para a

área de exposição, sendo mais penalizadora para os indivíduos não expostos, para algumas variáveis referentes

aos hábitos alimentares, nomeadamente a frequência do consumo de álcool e a frequência do consumo de

vegetais e para o número de gravidezes dos indivíduos. Para estas variáveis registam-se teores

significativamente mais elevados para os indivíduos que residem e/ou trabalham na zona não exposta, que

consomem álcool diariamente, que consomem vegetais diariamente e que não tiveram nenhuma gravidez ou

tiveram apenas uma.

Contrariamente ao que se verifica para o Pb, os teores de Cd registam valores mais elevados para os indivíduos

potencialmente expostos (Figura 4), sendo que a diferença tem significado estatístico. No entanto, é de salientar

que essa diferença é, por um lado, reduzida, e, por outro, corresponde a valores muito inferiores aos valores

máximos admissíveis, não se considerando, por isso, relevante na perspectiva desta monitorização.

Globalmente, os teores sanguíneos de Cd (Figura 5) apresentam uma distribuição assimétrica positiva, entre um

mínimo de 0,10 µg/dl e um máximo de 0,80 µg/dl, com valores médios (medianos) de 0,29 (0,30) µg/dl.

Os teores de Cd distribuem-se pelos indivíduos do género masculino e do género feminino duma forma

semelhante (Figura 6), registando-se valores médios que não diferem significativamente por grupo.

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Figura 4 – Distribuição dos níveis de cádmio no sangue da amostra estratificada por área de exposição

Figura 5 – Distribuição dos teores de cádmio no sangue da amostra global

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Figura 6 – Distribuição dos níveis de cádmio no sangue da amostra estratificada por género

A análise comparativa entre os teores sanguíneos de Cd nos estratos definidos nas restantes variáveis

evidenciou diferenças estatisticamente significativas em algumas características, nomeadamente ao nível do

consumo de carne, de questões relativas à natalidade e, tal como seria de esperar, dos hábitos tabágicos. Para

estas variáveis registaram-se teores superiores para os indivíduos que diariamente consomem carne, e também

para os que, de alguma maneira, estão mais expostos a fumo de tabaco, como é, por exemplo, o caso dos que

são fumadores actuais, fumam há mais de 10 anos, fumam mais que 20 cigarros por dia ou não são ex-

fumadores. Os níveis sanguíneos de Cd mais elevados também são mais prevalentes nos participantes que não

têm dentes chumbados e nos que tiveram duas ou mais gravidezes.

Como é evidente da observação da Figura 7, a diferença entre os níveis de mercúrio determinados na sub-

amostra potencialmente exposta e na não exposta têm significado estatístico, novamente com valores mais

elevados para os individiuos não expostos.

Por outro lado e a exemplo do que se registou para aqueles biomarcadores, a distribuição dos níveis de Hg na

amostra global (Figura 8) é acentuadamente assimétrica à direita, apresentando o biomarcador de Hg um valor

médio (e mediano) de 0,30 µg/dl e intervalo de variação entre 0,10 µg/dl e 1,60 µg/dl.

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Figura 7 – Distribuição dos níveis sanguíneos de mercúrio na amostra estratificada por área de exposição

Figura 8 – Distribuição dos teores de mercúrio no sangue da amostra global

A análise comparativa dos teores de Hg por género (Figura 9) revela uma distribuição muito semelhante entre

homens e mulheres e valores médios (medianos) sem diferenças estatisticamente significativas.

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Figura 9 – Distribuição dos níveis sanguíneos de mercúrio estratificados por género

A análise comparativa relativamente aos estratos definidos noutras características relevantes da amostra

demonstra que os teores sanguíneos de Hg só apresentam diferenças com significado estatístico para os ex-

fumadores e para o número de cigarros fumados pelo familiar fumador, parecendo que os indivíduos que são ex-

fumadores ou cujo familiar fuma mais do que 10 cigarros por dia, têm teores sanguíneos de Hg mais elevados.

O estudo da evolução temporal dos teores orgânicos dos três biomarcadores de exposição a metais pesados

(Tabela 7) evidencia que, tanto para os indivíduos expostos, como para os não expostos, ou para a amostra

global e em qualquer momento temporal, os níveis sanguíneos de Pb, Cd e Hg encontram-se sempre bastante

abaixo dos limites ditos “normais” ou de “referência”. Assim, embora as diferenças observadas ao longo do

tempo sejam estatisticamente significativas (p<0,001), estas traduzem variações entre valores que não são

clínica-ou epidemiologicamente relevantes. É também evidente (Figura 10) que os valores de Pb e de Hg têm

vindo a diminuir (principalmente desde as três últimas observações) e que os valores de Cd não têm

apresentado tendência temporal definida, embora tenham diminuído nesta última observação. O facto da

amplitude de oscilação destes teores ser bastante reduzida e de os teores serem bastante mais reduzidos do

que os valores de referência torna esta oscilação irrelevante do ponto de vista epidemiológico.

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Figura 10 – Evolução temporal dos teores sanguíneos de Pb, Cd e Hg na amostra global relativamente à situação basal

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3. 1. 1. 3. Factores associados aos teores determinados para os biomarcadores de exposição

Estudo de associação por análise bivariável

Por intermédio de análise bivariável e no sentido de investigar potenciais determinantes (preditores ou variáveis

potencialmente mais influentes) dos níveis sanguíneos de cada um dos biomarcadores de exposição na amostra

global, estudou-se a associação entre cada variável apurada por questionário e os teores sanguíneos dos

biomarcadores determinados, sendo os resultados apresentados na Tabela 8, para as variáveis numéricas, e na

Tabela 9, para as categóricas. A análise foi também realizada considerando como potenciais factores

determinantes dos teores de cada biomarcador os teores dos outros biomarcadores determinados.

Em termos globais e no que respeita à plumbémia dos participantes globalmente considerados, a análise não

evidencia dependência dos teores determinados relativamente a qualquer das variáveis numéricas analisadas.

Para a idade, em que, dado o carácter cumulativo do chumbo, seria de esperar um aumento dos teores do metal

com o aumento na idade, a Figura 11 evidencia que, existe alguma tendência para o aumento esperado, no

entanto, sem significado estatístico.

Figura 11 – Efeito da idade na plumbémia da amostra global

O mesmo tipo de análise relativamente aos teores sanguíneos de mercúrio (Figura 12) evidencia uma ligeira

tendência para a diminuição com o aumento da idade que, contudo, também não é estatisticamente significativa.

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Figura 12 – Efeito da idade nos teores de mercúrio da amostra global

Quanto aos teores sanguíneos de Cd, parece existir uma tendência para valores mais elevados em indivíduos

mais velhos, a qual, a exemplo das anteriores, não tem significado estatístico (Figura 13).

Figura 13 – Efeito da idade nos teores de cádmio da amostra global

No que respeita às variáveis categóricas, as únicas que se revelaram com interesse (p<0,05) são as que se

apresentam na Tabela 9 assinaladas com um asterisco.

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Estudo de associação por análise multivariável

No sentido de investigar as variáveis de maior interesse identificadas na análise bivariável, relativamente aos

seus efeitos, em simultâneo, sobre os níveis dos 3 biomarcadores de exposição considerados separadamente,

utilizou-se uma abordagem multivariável confirmatória, através de modelos de análise de regressão linear

múltipla.

As variáveis para entrar em cada modelo encontram-se listadas na Tabela 10, tendo sido seleccionadas com

base nos critérios previamente estabelecidos e anteriormente apresentados.

Os modelos finais optimizados, obtidos para os três biomarcadores de exposição estudados, são apresentados

na Tabela 11. Por observação desta tabela verifica-se que, em relação ao Pb, o modelo de regressão linear

múltipla, apesar de estatisticamente significativo (p=0,001), não tem grande relevância na determinação

(explicação) da plumbémia (R2 = 8,0 %), eventualmente devido a que as variáveis, no seu conjunto, não

influenciam de modo muito acentuado os níveis de Pb. Verifica-se também que se confirma a associação

estatisticamente significativa entre a zona de potencial exposição e um menor nível sanguíneo de chumbo, com

uma alteração média introduzida pela exposição de 1,207 µg/dl após ajustamento para as outras co-variáveis. O

efeito do género e da idade sobre a plumbémia, que leva a valores mais elevados no sexo feminino e mais

reduzidos com o aumento da idade, não tem significado estatístico, tal como a associação com a frequência do

consumo de álcool e do consumo de vegetais, em que parece haver aumento dos valores de plumbémia nos

indivíduos com consumos diários, mas sem significado estatístico.

Relativamente aos níveis sanguíneos de Mercúrio, o modelo, embora estatisticamente significativo (p<0,001),

também não tem grande relevância na determinação (explicação) dos níveis observados (R2 = 21,7%). Segundo

este modelo, confirma-se a associação com significado estatístico com a área de exposição, sendo a alteração

média introduzida pela exposição apenas de 0,090 µg/dl após ajustamento para as outras co-variáveis

consideradas e verificando-se no sentido em que os teores de Hg no sangue dos participantes não expostos são

mais elevados do que nos da zona potencialmente exposta. O efeito independente de cada uma das co-variáveis

do modelo optimizado tem apenas significado estatístico na associação com o índice de massa corporal, no

sentido de que os teores de mercúrio são mais elevados nos indivíduos com maior índice de massa corporal. O

modelo demonstra também tendência dos valores a diminuem (embora muito pouco) com a idade e a serem

seperiores nos indivíduos do sexo feminino, embora sem significado estatístico.

No caso dos níveis sanguíneos de Cádmio, o modelo de regressão linear múltipla optimizado não contempla a

zona de exposição, e de todos os outros factores com efeito estatisticamente significativo na variação dos teores

sanguíneos de Cd, o mais relevante é o que se verifica para os fumadores actuais, cujo valor relativo da

alteração média induz uma alteração de 0,073 µg/dl, após ajustamento para as outras co-variáveis, pois, sendo

efeitos directos esperados, acabam por, em certa medida, validar o modelo. Segundo este modelo, os teores

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sanguíneos de Cd são também mais elevados no sexo feminino, nos mais velhos, e nos que não têm dentes

chumbados.

Globalmente o modelo tem um nível baixo na determinação (explicação) dos níveis observados para o Cd no

sangue (13,3%) e é estatisticamente significativo (p<0,001).

3. 1. 1. 4. Monitorização de dioxinas em adultos da população geral

Na Tabela 12, são apresentadas, globalmente e por área de exposição, as estatísticas dos biomarcadores para

dioxinas na população geral (teores sanguíneos de congéneres de dioxinas e furanos em sangue de indivíduos

adultos) e a análise comparativa desses teores entre expostos e não expostos. Na Figura 14, é apresentada a

evolução temporal dos teores de dioxinas apenas para a subamostra dos indivíduos potencialmente expostos,

desde o início da monitorização e até ao actual momento de observação. Faz-se notar que não integram este

documento os resultados da análise de dioxinas no sangue da população geral relativos às seis pools de 15

indivíduos cada (3 de homens e 3 de mulheres, estratiticados por grupos etários de 15 anos, onde não é

esperável virem a verificar-se associações entre a idade e os teores sanguíneos de dioxinas), uma vez que as

determinações analíticas não foram disponibilizadas pelo laboratório em condições de poderem ser

adequadamente analisadas.

Figura 14 – Evolução temporal dos teores sanguíneos médios de dioxinas na amostra potencialmente exposta

Teores de dioxinas nos momentos de observação anterior (T9) e atual (T10) Teores em momentos de observação precedentes

A observação da tabela mostra que os teores totais médios de dioxinas são consideravelmente mais elevados

nos expostos, quando comparados com os não expostos (por um factor próximo de 3 no total PCDD/PCDF), e

que a diferença é estatisticamente significativa (p<0,001). Da observação da figura é evidente um aumento muito

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pronunciado nos teores totais médios de dioxinas nos expostos na observação anterior e um novo aumento

(embora menos acentuado) na observação atual, aumentos esses que modificam completamente a tendência

decrescente que, consistentemente e de forma significativa, se vinha fazendo sentir desde o segundo momento

de observação.

Na passada monitorização, foi realizada uma adenda ao Relatório Circunstanciado, na qual foram apresentados

os resultados obtidos na monitorização de dioxinas, tendo sido identificados os principais motivos para os

valores elevados que então se registaram e deixadas algumas sugestões correctivas, nomeadamente a da

análise das amostras num outro laboratório, a qual, por motivos a que somos alheios, não foi tida em

consideração.

A exemplo do que tinha então sido feito para se procurar compreender e interpretar a alteração na tendência

evolutiva dos teores nos expostos e na diferença destes teores quando comparados com os dos não expostos,

procedeu-se a uma análise detalhada, que teve em conta a tendência evolutiva dos outros biomarcadores

analisados na população geral, nomeadamente os teores de metais pesados no sangue deste grupo

populacional, e a das dioxinas.

Para qualquer dos outros biomarcadores sanguíneos determinados (metais pesados) na mesma população de

estudo, registou-se um comportamento completamente diferente do que é sugerido pelas dioxinas, não só no

que respeita à comparação entre expostos e não expostos (Tabelas 4, 5 e 6), como também em relação à

evolução temporal (Figura 10).

Verifica-se também que as diferenças encontradas entre esta monitorização e a anterior são bastante mais

pequenas do que as encontradas entre a anterior e todo o acervo histórico.

Estas evidências sugerem que a discrepância nos resultados obtidos para as dioxinas no sangue da população

geral só pode ser devida a problemas relativos à análise química, realizada pelo Laboratório contratado desde

2010, e levaram a que se fossem verificar todos os procedimentos relacionados com esta análise e com a forma

como os resultados analíticos são tratados para produzirem os resultados finais dos teores dos poluentes que

servem de base à análise estatística. Os principais aspectos desta verificação e as conclusões a que se chegou

são apresentados em seguida.

Verificação dos procedimentos efectuados pelo laboratório contratado

Consideram-se, em primeiro lugar, os resultados analíticos que o laboratório obteve para estas amostras e que

se apresentam no Anexo II. Da observação destes resultados, uma conclusão imediata é a de que, para a

maioria dos congéneres, a sensibilidade da metodologia utilizada foi insuficiente para conseguir obter

determinações quantitativas, uma vez que os resultados, na sua esmagadora maioria, aparecem como não

detectáveis (ND).

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Relatório de Monitorização da Saúde Pública / 2013-2015 Página 44 de 76

Quando acontece haver resultados ND, a prática usual, em termos de tratamento de dados, é que, para efeitos

do cálculo das estatísticas, esses resultados sejam substituídos pelo próprio limite de detecção, ou por metade

do limite de quantificação (o que, no caso deste laboratório é equivalente, uma vez que o limite de detecção é

igualado a metade do limite de quantificação). No entanto, havendo uma grande proporção de resultados

analíticos nestas condições e sendo os limites de quantificação deste laboratório relativamente elevados –

quando comparados com os dos laboratórios das observações anteriores – e ainda mais elevados nesta última

observação relativamente à anterior (Tabela 13), é natural que se obtenham resultados globais para as dioxinas

(calculados pelo somatório dos resultados dos diferentes congéneres) bastante superiores aos que seriam de

esperar com limites de detecção/quantificação mais reduzidos.

Conforme é evidente da observação da tabela, os LOQ variam por um factor que vai de 9 a 159 comparando a

penúltima monotorização com as anteriores, e com um factor que vai até 3,3 quando se comparam os valores da

penúltima monitorização com a actual. Mesmo quando se consideram apenas os congéneres em que a

proporção de não detecção é mais elevada, este factor varia ainda entre 9 e 136 na observação de 2010-2013,

sendo que, nesta observação, se verifica um aumento ainda maior, uma vez que, comparando a presente

observação com a anterior, ainda se obtêm factores de 3,3. Para além disso, se compararmos também a

percentagem dos valores ND para os diferentes congéneres em cada um dos dois últimos momentos de

observação, verifica-se que essa percentagem é muito superior no momento actual e aumentou desde a última

observação, sendo de 100% ou muito próximo para a maioria das dioxinas e para praticamente todos os furanos

(Tabela 14).

Desta forma, os pressupostos enunciados e os procedimentos utilizados na determinação dos teores de dioxinas

no sangue da população potencialmente exposta podem explicar os valores consideravelmente elevados que se

obtiveram para estes teores. Por outro lado, ao fazer a análise comparativa destes teores com os do grupo dos

não expostos (que, devido à nova estratégia de monitorização, foram calculados em condições de maior

sensibilidade, uma vez que, sendo extraídos do acervo histórico dos indivíduos desta subamostra, utilizaram os

limites de quantificação das observações anteriores), verifica-se uma diferença para valores cerca de três vezes

mais elevados nos expostos, sendo esta diferença estatisticamente significativa.

Do que se expôs, não será de estranhar que, com as condições laboratoriais utilizadas, as concentrações nos

expostos se apresentem bastante mais elevadas do que nos não expostos e, em termos de evolução temporal,

bastante mais elevadas do que o que se tem verificado nos momentos de observação anteriores, sem que isso

corresponda, de facto, a uma elevação na exposição a dioxinas, nem nos períodos das últimas observações,

nem na subamostra dos expostos.

Conclui-se daqui que a metodologia analítica do laboratório a que se recorreu para as análises nos últimos dois

momentos de observação não tem sensibilidade suficiente, tendo sido incapaz de detectar e quantificar as

concentrações relativamente reduzidas que as dioxinas têm apresentado na matriz de sangue analisada.

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Por isso e em conclusão, a análise realizada para as determinações de dioxinas no sangue da população geral

aponta no sentido de que os resultados obtidos pelo laboratório não podem ser considerados, nem na análise

comparativa entre os grupos potencialmente exposto e não exposto, nem no estudo da evolução entre os

diferentes momentos de observação. Nesta conformidade, sugere-se que o remanescente das amostras ainda

disponível seja analisado num laboratório que disponha de técnicas analíticas mais sensíveis, capazes de

analisar os teores expectavelmente reduzidos para as dioxinas nesta matriz biológica.

De notar, no entanto, que o resultado que se vier a obter se esta análise for realizada poderá apenas dar uma

informação global sem permitir fazer qualquer análise comparativa entre os resultados para as diferentes pools,

uma vez que, pelo que conseguimos averiguar, não foi inteiramente correcto o procedimento que o laboratório

utilizou para a constituição das pools.

3. 2. Projectos de Vigilância de Factores de Risco

3.1.2. Monitorização dos hábitos tabágicos

Foram inquiridos 715 (49,8%) estudantes entre os 12 e os 18 anos, pertencentes à área potencialmente exposta,

tendo sido considerado como grupo de controlo uma amostra aleatória de 720 (50,2%) indivíduos do acervo

histórico das monitorizações anteriores na zona geográfica não exposta. Nas Tabelas 15 e 16 é apresentada a

distribuição dos alunos inquiridos, por grupo etário, género e área de exposição, ao longo dos 16 anos de

monitorização. Tal como nos momentos de observação precedentes, a partir dos dados do questionário

correspondentes ao consumo de tabaco, é feita a monitorização da prevalência deste consumo, através da

monitorização dos hábitos tabágicos e do perfil de consumo expresso em número de cigarros fumados

diariamente.

Nas Tabelas 17 a 20 e nos gráficos da Figura 15 é apresentada, para cada ano de monitorização, desde o

período de estabelecimento da situação de referência, a caracterização dos hábitos tabágicos, segundo a área

de exposição, o género e a idade. No que se refere à área de exposição (Tabela 17), verifica-se que é no grupo

dos potencialmente expostos que se encontram as maiores percentagens de jovens que se identificam como

não fumadores. As maiores percentagens de fumadores regulares surgem, em todos os anos, no grupo de

controlo. Quanto aos fumadores ocasionais, observam-se maiores percentagens também para os controlos, com

exceção dos anos de 2006 e 2008. A distribuição das percentagens sugere, para 2015, comportamentos de

consumo tabágico diferentes (p<0,001) entre os grupos potencialmente exposto e de controlo. Assim, exceto

para 2005, 2007, 2008 e 2009, a distribuição das proporções das populações em comparação, apresentando

diferenças estatisticamente significativas entre potencialmente expostos e controlos, mostra que os hábitos

tabágicos, avaliados em termos da frequência e regularidade de consumo de tabaco – fuma/não fuma e fuma

regular ou ocasionalmente – se distribuem de forma diferente entre potencialmente expostos e controlos, com

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uma situação quase sempre mais favorável para os potencialmente expostos, no que respeita aos hábitos

tabágicos.

Relativamente ao género (Tabela 18), observam-se diferenças estatisticamente significativas apenas nos anos

de 2004 a 2006, embora se verifique que, para a maioria das observações efetuadas, os fumadores ocasionais e

regulares são maioritariamente do género feminino e os não fumadores do género masculino. Esta tendência

torna evidente um perfil de hábitos tabágicos mais penalizador para os indivíduos do género feminino, embora

em 2015 se tenham verificado mais fumadores regulares do género masculino. A análise comparativa referente

à idade mostra que, dum modo geral, os fumadores regulares pertencem, em todos os anos de monitorização, à

faixa etária mais elevada, verificando-se, sobretudo a partir dos 16 anos (Tabelas 19 e 20), um aumento mais

evidente da percentagem destes fumadores.

Comparando o grupo dos expostos com o dos controlos no que respeita à prevalência de fumadores regulares

ou ocasionais (Tabela 20), observam-se diferenças estatisticamente significativas para todos os anos exceto

2005, 2007, 2008 e 2009, sendo o grupo dos controlos o que apresenta uma prevalência superior de fumadores,

sobretudo regulares. Por outro lado, de uma forma geral e embora sem significado estatístico para a maioria dos

anos é entre as raparigas que se encontra a maior prevalência de fumadores regulares. Já com significado

estatístico para todos os anos (p<0,001), podemos afirmar que é entre os alunos mais velhos que se encontra a

maior prevalência de fumadores regulares.

Para determinar se as diferenças identificadas nos hábitos tabágicos entre os grupos considerados nas variáveis

área de exposição, género e idade se mantêm depois de controlada a influência das covariáveis, procedeu-se a

uma análise multivariável por regressão logística, tendo-se considerado dois modelos. Num dos modelos, a

variável dependente (consumo de tabaco com as categorias não fumador, fumador ocasional e fumador regular)

toma como categoria de referência a de fumador regular. No outro, a categoria de referência é a de fumador

ocasional. As variáveis independentes são, em ambos os modelos, a área de exposição, o género e a idade,

esta última estratificada nos grupos etários 12-14 e 15-18 anos, sendo as categorias de referência para estas

variáveis, respetivamente, o grupo de expostos, o género masculino e o grupo dos 12-14 anos.

Como se pode verificar a partir da análise realizada (Tabela 21), no que respeita à prevalência de fumadores

regulares, as diferenças entre os grupos potencialmente exposto e de controlo mantêm-se significativas apenas

para 2000 (p=0,03) e para 2015 (p<0,001), quando ajustadas por regressão logística, para a idade e para o

género. No que se refere à prevalência de fumadores ocasionais (Tabela 22), as diferenças entre as áreas

permanecem significativas após o ajustamento, apenas para 2001 (p=0,05), 2006 (p=0,03) e 2015 (p<0,001). As

diferenças entre homens e mulheres que fumam regularmente mantêm-se estatisticamente significativas apenas

em 2002, 2004 e 2005 e, nos que fumam ocasionalmente, em 2005 e 2006. Mantêm-se significativas em todos

os anos, as diferenças de consumo regular de tabaco dos mais velhos (15-18 anos) relativamente ao da faixa

etária dos 12 aos 14 anos e, no que respeita ao fumo ocasional, apenas no ano de 2008 deixam de ter

significado estatístico as diferenças na prevalência.

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Os resultados desta análise sugerem, por isso, um padrão de hábitos tabágicos relativamente homogéneo nos

grupos definidos pela área de exposição e pelo género, evidenciando a influência da idade como fator explicativo

das diferenças observadas na prevalência de fumadores em praticamente todos os anos de monitorização. Em

2015, verificámos que pertencer à área não exposta também parece estar associado a uma menor prevalência

de fumadores, quer regulares, quer ocasionais. Tal pode dever-se ao facto de utilizarmos o acervo histórico

como controlo e da prevalência de consumo de tabaco assumido pelos jovens ter vindo a diminuir com o passar

dos anos.

De facto, analisando os hábitos tabágicos da amostra globalmente considerada ao longo do tempo (Tabela 23),

verifica-se que a percentagem de fumadores tem variado significativamente (p<0,001), observando-se uma

tendência decrescente na variação temporal.

Apesar do aumento da prevalência de fumadores em 2008 e de fumadores ocasionais em 2015, é clara a

redução que se tem vindo a verificar do número de jovens que se assumem como fumadores, sobretudo os

regulares. De facto, a prevalência deste tipo de fumadores tem variado entre um mínimo de 4,0 % (em 2007) e

um máximo de 11,6 % (em 2001), numa gama que não se afasta dos 8,1 % de fumadores regulares observados

num estudo realizado em 191 escolas nacionais, em 2001, numa amostra de jovens com mais de 11 anos de

idade. Quando se procede à comparação com dados internacionais, verifica-se que as prevalências a que se

chegou são, de um modo geral, inferiores aos valores 14 a 17 %, que têm sido observados por alguns estudos

realizados nesta área a nível europeu, em populações com características semelhantes.

3.1.3. Monitorização do perfil de consumo de tabaco

O perfil de consumo de tabaco (Tabelas 24 a 28 e gráficos da Figura 16) apresenta diferenças significativas

entre as duas áreas de exposição apenas em 2006 (p=0,02), com o grupo dos expostos a evidenciar

percentagens superiores quer de fumadores ocasionais, quer de jovens que afirmam fumar mais de 20 cigarros

por dia. O grupo dos controlos apresenta aqui percentagens superiores de fumadores nas categorias intermédias

de consumo. No que se refere ao perfil de consumo por género, apenas se encontram diferenças com

significado estatístico para 2001 (p=0,04) e 2005 (p=0,02), mas, de um modo geral, são os rapazes quem mais

afirma fumar um maior número de cigarros por dia, sendo os mais representados nas duas categorias de

consumo mais elevado. Na comparação, ao longo do tempo, dos perfis de consumo tendo em conta a idade,

registam-se diferenças significativas apenas em 1999 (p=0,01), 2000 (p=0,03), 2008 (p=0,035) e 2009 (p<0,001).

De um modo geral, a percentagem de fumadores ocasionais vai diminuindo à medida que aumenta a idade,

sendo os alunos mais velhos os que referem consumos mais elevados. Considerando a amostra global (Tabela

23), verifica-se que não existem variações significativas no perfil de consumo ao longo do período de observação

(p=0,091).

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Figura 15 – Caracterização dos hábitos tabágicos por área de exposição, género e idade

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Figura 16 – Perfil de consumo de tabaco por área de exposição, género e idade

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3. 2. Projectos de Vigilância de Efeitos Adversos

Na Tabela 29 e no gráfico superior da Figura 17 é apresentada a prevalência de asma por área de exposição e

ano de monitorização. A prevalência na área potencialmente exposta é, em 2015, de 12,8 % e, na área de

controlo, de 11,1 %. De acordo com o que tem vindo a acontecer em observações anteriores, as prevalências

nas duas áreas de estudo no ano de 2015 não diferem entre si (p=0,051). No que se refere à evolução temporal

da prevalência na amostra globalmente considerada, a observação do gráfico inferior da mesma figura evidencia

que não há um padrão de variação definido, embora a variação observada ao longo dos anos se apresente

estatisticamente significativa (p<0,001).

Como acima se referiu, o aparecimento ou o agravamento da asma podem encontrar-se, de algum modo,

associados a hábitos tabágicos, mas essa associação também se verifica relativamente a fatores como história

familiar de asma, humidade na habitação, género e idade. Para avaliar o peso destes fatores, procedeu-se a

uma análise multivariável por regressão logística, cujo modelo tem como variável dependente e categoria de

referência a presença de asma ao longo da vida. Incluíram-se no modelo as variáveis área de exposição,

género, história familiar de asma, consumo de tabaco, idade e humidade na casa, tendo-se tomado como

categorias de referência respetivamente o grupo dos expostos, o género masculino, o facto de apresentar

história familiar da patologia e ser fumador regular. A idade e a humidade da casa foram avaliadas tendo em

conta o risco acrescido, respetivamente por ano de idade e por nível na escala de humidade (seca; um pouco

húmida; húmida; e muito húmida).

Como se pode observar pelos resultados apresentados na Tabela 30, a história familiar é o único fator que se

mantém consistente e significativamente associado à presença de asma em todos os anos. Quanto aos

restantes fatores, a associação com a asma é verificada apenas para alguns (poucos) anos da monitorização e

sem coincidência temporal.

Em conclusão e no que se refere à asma, verifica-se que a prevalência não é diferente entre expostos e

controlos e que, na amostra global, tem variado entre um valor mínimo de 9,3 % (em 2002) e máximo de 14,3 %

(em 2007), sem um padrão de evolução definido. Estes valores não se afastam dos resultados obtidos por outros

estudos realizados em Portugal, em populações com características semelhantes, como é o caso da Fase Três

do ISAAC (International Study of Asthma and Allergies in Childhood), que encontrou prevalências de asma entre

os 12,0 e os 12,9 %. Confirmando o que se encontra referido na literatura da especialidade, a prevalência de

asma encontra-se associada, em todos os anos, apenas à presença de história familiar da doença. Outros

fatores revelam associações menos constantes, como é o caso da área de exposição (em 2008 e 2015), da

idade (em 2007), das condições de humidade na habitação (em 2007, 2008 e 2009), do consumo regular de

tabaco (em 2003, 2004, 2005 e 2009) e do género (em 2006).

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Figura 17 – Prevalência de asma por área de exposição e ano de monitorização

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3. 2. 1. Monitorização da mortalidade por cancro

Análise comparativa dos dados

Apresentam-se de seguida as taxas de mortalidade por tumores malignos, padronizadas por sexo e grupos

etários quinquenais, entre o período de referência (1991-2001) e o período de monitorização (2002-2012).

Importa conhecer em detalhe as variações dos indicadores em causa dentro do período temporal considerado

como de vigilância. Dito de outra forma, é importante saber se houve, no decurso dos anos, fenómenos

epidemiológicos fora do normal. Neste sentido, apresentam-se as taxas padronizadas de mortalidade (TPM) ano

a ano (Figura 18 e Figura 19). Em complemento, são apresentadas estas taxas de mortalidade por tumores

malignos padronizadas por sexo e grupos etários quinquenais para as áreas geodemográficas de Portugal,

Grande Lisboa, Zona Exposta e Zona de Controlo (Tabelas 31 e 32), e as mesmas taxas para os períodos

agrupados de referência (1991-2001) e de monitorização (2000-2012) (Tabela 33). Estes dados permitem ter

uma perspectiva geral da evolução destes indicadores para ambas as zonas em estudo ao longo destes vinte e

dois anos de monitorização.

Observando o perfil das TPM (Figura 18), entre 2002 e 2012, verifica-se que a maior proporção de mortalidade

(dados padronizados) se deve claramente a tumores malignos do aparelho digestivo. Isto é válido quer para todo

o território nacional, quer para as zonas exposta e de controlo. Verifica-se aliás, em todas as unidades

geográficas aqui em análise, haver tendência para o crescimento (anual) da taxa de mortalidade por este tipo de

cancro (Figura 19). Os tumores malignos do aparelho respiratório e do aparelho genito-urinários têm também

uma expressão relevante no que toca às causas de mortalidade para as unidades geográficas e temporais em

estudo (Figura 18).

Figura 18 – Perfil das Taxas Padronizadas de Mortalidade por cancro, 2000 a 20012, nas zonas em estudo (ambos os sexos incluídos)

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Figura 19 (1/4) – Evolução cronológica das taxas padronizadas de mortalidade (por 100 000 residentes), por tumores malignos, nas zonas expostas e de controlo (ambos os sexos incluídos)

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Figura 19 (2/4) – Evolução cronológica das taxas padronizadas de mortalidade (por 100 000 residentes), por tumores malignos, nas zonas expostas e de controlo (ambos os sexos incluídos)

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Figura 19 (3/4) – Evolução cronológica das taxas padronizadas de mortalidade (por 100 000 residentes), por tumores malignos, nas zonas expostas e de controlo (ambos os sexos incluídos)

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Figura 19 (4/4) – Evolução cronológica das taxas padronizadas de mortalidade (por 100 000 residentes), por tumores malignos, nas zonas expostas e de controlo (ambos os sexos incluídos)

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De uma forma geral, e como se pode observar nas Figuras 19 e 20, a evolução das taxas de mortalidade por

cancro tem sido caracterizada por estabilidade e similitude de comportamento entre a Zona Exposta e a de

Controlo. Fogem a esta regra de estabilidade a tendência observável de crescimento (em ambas as zonas em

estudo) das taxas de mortalidade por todos os tumores e a já referida taxa de mortalidade por tumores do

aparelho digestivo. Em sentido contrário, observa-se redução acentuada de taxas de mortalidade por tumores de

outras localizações, observável a partir de 2002.

Comparando as taxas padronizadas médias de mortalidade para os dois períodos de tempo em análise, verifica-

se que as variações são (quer para a totalidade de óbitos por cancro quer para a mortalidade associada à

maioria dos tipos de cancro) pouco relevantes do ponto de vista clínico. De qualquer modo, é de referir que se

registam mais oscilações com diferenças estatisticamente significativas (e superiores a 30%) na zona exposta do

que na zona de controlo (o que pode ser também explicado pelo facto de os denominadores populacionais

serem mais reduzidos na zona exposta do que na zona de controlo).

Na zona exposta, as variações mais acentuadas foram as seguintes (Tabela 33):

� aumento de taxa de mortalidade por todos os tumores malignos, em ambos os sexos (57,1%), nos

homens (62,7%) e nas mulheres (37,1%);

� aumento de taxa de mortalidade por tumores malignos do aparelho digestivo, em ambos os sexos

incluídos (61,8%) e nos homens (44,8%);

� diminuição de taxa de mortalidade por tumores malignos do estômago, nas mulheres (-32,6%);

� aumento de taxa de mortalidade por tumores malignos do cólon, em ambos os sexos incluídos (76,1%);

� aumento de taxa de mortalidade por tumores malignos do aparelho respiratório, em ambos os sexos

incluídos (33,9%).

� aumento de taxa de mortalidade por tumores malignos da traqueia, brônquios e pulmão em ambos os

sexos (32,6%);

� aumento de taxa de mortalidade por tumores malignos do aparelho genito-urinário, em ambos os sexos

incluídos (49,4%);

� aumento de taxa de mortalidade por tumores malignos da próstata (71,0%);

� aumento de taxa de mortalidade por tumores malignos do aparelho genito-urinário, em ambos os sexos

incluídos (49,4%);

� diminuição de taxa de mortalidade por tumores malignos de outras localizações, em ambos os sexos

incluídos (-86,7%), nos homens (-81,6%) e nas mulheres (-88,3%);

� aumento de taxa de mortalidade por tumores dos tecidos linfático e hematopoiético, em ambos os

sexos incluídos (57,5%) e nos homens (40,2%).

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Figura 20 (1/5) – Perfis anuais das taxas padronizadas de mortalidade por cancro (por 100 000 residentes), nas áreas geográficas em

estudo, entre 2000 e 2012

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Figura 20 (2/5) – Perfis anuais das taxas padronizadas de mortalidade por cancro (por 100 000 residentes), nas áreas geográficas em

estudo, entre 2000 e 2012

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Figura 20 (3/5) – Perfis anuais das taxas padronizadas de mortalidade por cancro (por 100 000 residentes), nas áreas geográficas em estudo, entre 2000 e 2012

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Figura 20 (4/5) – Perfis anuais das taxas padronizadas de mortalidade por cancro (por 100 000 residentes), nas áreas geográficas em estudo, entre 2000 e 2012

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Figura 20 (5/5) – Perfis anuais das taxas padronizadas de mortalidade por cancro (por 100 000 residentes), nas áreas geográficas em estudo, entre 2000 e 2012

Já na zona de controlo, as variações mais acentuadas são (Tabela 33):

� aumento de taxa de mortalidade por todos os tumores malignos, em ambos os sexos incluídos (33,5%)

e nos homens (38,7%);

� aumento de taxa de mortalidade por tumor maligno do aparelho digestivo nos homens (31,1%);

� aumento de taxa de mortalidade por tumor maligno do cólon, em ambos os sexos incluídos (46,2%) e

nos homens (33,9%);

� aumento de taxa de mortalidade por tumor maligno do aparelho respiratório, em ambos os sexos

incluídos (36,4%);

� aumento de taxa de mortalidade por tumor maligno da traqueia, brônquios e pulmão, em ambos os

sexos incluídos (45,0%) e nas mulheres (45,0%);

� diminuição de taxa de mortalidade por tumores malignos de outras localizações, em ambos os sexos (-

91,4%), nos homens (-93,9%) e nas mulheres (-85,4%);

� aumento de taxa de mortalidade por tumor maligno dos tecidos linfático e hematopoiético, em ambos os

sexos incluídos (31,6%).

No que se refere às diferenças entre as taxas médias da zona de controlo e da zona exposta no período de

vigilância (de 2002 a 2012), é de realçar:

• o indicador da taxa de mortalidade por tumor maligno do aparelho respiratório, nas mulheres (zona de

controlo com taxa 22,6% superior à zona exposta),

• o indicador da taxa de mortalidade por tumor maligno da traqueia, brônquios e pulmão, nas mulheres

(zona de controlo com taxa 27,0% superior à zona exposta),

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• o indicador da taxa de mortalidade por tumor maligno do aparelho genito-urinário (zona de controlo com

taxa 20,5% superior à zona exposta para os homens),

• o indicador da taxa de mortalidade por tumores malignos de outras localizações (zona exposta com taxa

48,2% superior à zona de controlo, para os homens;

• o indicador da taxa de mortalidade por tumores malignos de outras localizações (zona de controlo com

taxa 22,2% superior à zona exposta, para mulheres.

Em termos de risco associado à exposição à CTRSU, também para o período de vigilância (de 2002 a 2012), é

de realçar a diferença de risco de morte relacionada com tumores malignos de outras localizações, nos homens,

expressas em fracção atribuível7: para o período entre 2002 e 2012, verificou-se 65,1% maior probabilidade de

morte por esta causa na zona exposta do que na zona de controlo.

Importa recordar que estas variações, apesar de significativas do ponto de vista estatístico (teste z de

comparação entre proporções, ao nível de significância α=0,05) devem ser interpretadas de forma cautelosa do

ponto de vista clínico. De facto, as variações de mortalidade registadas estão associadas a poucos efectivos (ou,

dito de outra forma, regista-se um número relativamente pequeno de casos nos intervalos temporais

comparados, para as zonas exposta e de controlo). Assim sendo, a diferença entre uma ou duas mortes por ano,

apesar de estabelecer significância por se tratar de amostras (i.e., denominadores) de grande dimensão, pode

ser em grande parte explicada pelo acaso e, portanto, o seu significado clínico fica seriamente comprometido.

Para além desta reflexão, aumentos de risco epidemiológico inferiores a 50% são de difícil interpretação quando

se trata de avaliar o impacto de poluentes ambientais, entre todos os outros factores biopsicossociais e

ambientais, no aumento de taxa de mortalidade por cancro8.

3. 2. 2. Monitorização da frequência de alterações da reprodução

3. 2. 2. 1. Óbitos associáveis a malformações fetais

Análise comparativa dos dados

De forma a facilitar a interpretação dos valores encontrados para as áreas expostas e de controlo relativamente

às taxas de mortalidade associada a malformação congénita em crianças com menos do que um ano de vida,

foram calculadas as mesmas taxas para a totalidade do território nacional e para a área da Grande Lisboa.

Por outro lado, para facilitar a detecção de acontecimentos-alerta (aparecimento de “surtos” ou clusters de

malformações raras), o comportamento dos indicadores em estudo foi analisado ano a ano. A Tabela 34 resume

7 A fracção atribuível é determinada dividindo o resultado da diferença entre a taxa de mortalidade da área exposta e a da área de controlo pela taxa de mortalidade da área exposta. Em termos práticos, a fracção atribuível expressa a proporção da taxa de mortalidade que seria eliminada se não houvesse exposição.

8 Boffetta, P., Brennan, P., Saracci R. (2002). Neoplasms. In Oxford Textbook of Public Health – The Scope of Public Health. (ed. R. Detels, J. McEwen, R. Beaglehole, H. Tanaka), (4th edn), pp. 1155-92. Oxford University Press, New York.

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a proporção de óbitos notificados em cada ano de monitorização entre 1991 e 2012, por tipo de malformação

congénita, para Portugal, Grande Lisboa e áreas exposta e de controlo. Como se pode verificar, as afecções

perinatais e as afecções congénitas são, no seu conjunto, responsáveis pela maior proporção de óbitos infantis,

em qualquer das unidades geodemográficas em estudo.

Os gráficos da Figura 21 mostram a evolução cronológica (entre 1991 e 2012, ano a ano) das taxas de

mortalidade infantil para as causas consideradas relevantes para o estudo de óbitos associáveis a malformações

congénitas em Portugal, na Grande Lisboa, e nas Zonas Exposta e de Controlo. Como se pode observar, para

praticamente todas as causas de mortalidade consideradas, a evolução epidemiológica nos 22 anos em estudo é

relativamente estável, embora se verifique tendência para redução para alguns indicadores, mias acentuada no

que se refere às taxas de mortalidade infantil (todas as causas incluídas) ao nível do território nacional e da área

da Grande Lisboa. Nas zonas exposta e de controlo, apesar da redução das taxas ser também perceptível para

a maioria dos indicadores de mortalidade, a evolução é mais “acidentada”, por vezes com grandes oscilações de

ano para ano, fruto da maior expressão ao nível da taxa de uma ou duas mortes a mais ou a menos por ano. A

estabilidade temporal das taxas é também corroborada pelo facto de a oscilação que se verifica ano a ano nas

curvas epidemiológica das unidades geodemográficas mais pequenas – zona exposta e zona de controla – ser

sempre numa amplitude relativamente pequena.

De forma a atenuar as oscilações anuais resultantes de denominadores geodemográficos de pouca magnitude e,

deste modo, compreender melhor a evolução destes indicadores epidemiológicos, os dados sobre óbitos infantis

foram agrupados em dois períodos temporais de igual amplitude: o período de referência (de 1991 a 2001) e o

período de vigilância epidemiológica (de 2002 a 2012). Os dados assim agrupados são apresentados nos

gráficos da Figura 22. Este agrupamento dos dados permite observar com mais facilidade a tendência para

redução das taxas de mortalidade infantil em análise, quer para Portugal, quer para a área da Grande Lisboa.

Os dados agregados permitem também confirmar que a mesma tendência de redução de taxas é observável nas

áreas exposta e de controlo (para quase todos estes indicadores de mortalidade infantil). De referir que as

diferenças entre as taxas de mortalidade infantil da zona exposta e as da zona de controlo são, para todas as

causas de morte aqui consideradas, estatisticamente significativas (teste z ao nível de significância α=0,05) mas

pouco relevantes do ponto de vista clínico. De facto, a variação das taxas oscila entre valores muito próximos e,

tal como o verificado para a totalidade do território nacional, muito baixos.

A taxa bruta de mortalidade por afecções perinatais é a única que tem aumentado, e tal variação observa-se

apenas para a zona exposta. De qualquer modo, continua a ser uma variação muito pouco relevante do ponto de

vista clínico e epidemiológico (são taxas muito baixas, inferiores às verificadas para a totalidade do território

nacional). De qualquer modo, e embora este indicador esteja especialmente sujeito ao forte efeito estatístico dos

ainda poucos casos, importa seguir com atenção o seu comportamento nos próximos relatórios. Até mesmo

porque só é possível apreciar devidamente uma tendência epidemiológica com pelo menos três observações de

igual amplitude temporal (e com cúmulos casuísticos – i.e., tamanhos amostrais – menos sujeitos ao acaso).

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Figura 21 – Evolução cronológica das taxas de mortalidade infantil por causas específicas, entre 1991 e 2012

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Figura 22 – Evolução cronológica das taxas de mortalidade infantil (por 1 000 nados vivos), por afecções congénitas e outras causas seleccionadas (ambos os sexos incluídos)

3. 2. 2. 2. Mortalidade infantil e perinatal

Análise comparativa dos dados

Para a análise comparativa nesta monitorização tem que se ter em conta que quer o número anual de

nascimentos, quer o número anual de óbitos de crianças com menos de um ano de vida constituem amostras

relativamente pequenas nas áreas exposta e de controlo. Este facto deriva obviamente da dimensão

geodemográfica também relativamente pequena, a que corresponde pouca dinâmica populacional. De qualquer

modo, neste relatório e pela primeira vez ao longo do ProVEpA, o intervalo temporal de vigilância iguala, em

número de anos, o intervalo temporal de referência. Agregando as casuísticas anuais, consegue-se ter já uma

amostra que permite maior robustez estatística e, por conseguinte, com menos erro ao nível da interpretação

dos dados (apesar de serem ainda números relativamente pequenos, especialmente no que se refere à zona

exposta – Tabela 35).

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Como se pode observar nos gráficos da Figura 23 e da Figura 24, a tendência evolutiva da taxa de mortalidade

infantil e da mortalidade perinatal, no período entre 1991 e 2012, é de diminuição de óbitos para qualquer das

áreas em estudo (incluindo para a totalidade do território nacional). As diferenças entre a zona de controlo e a

zona exposta são estatisticamente significativas (teste z, com uma margem de erro de 5%) em cada período

temporal em estudo.

Também de salientar que a taxa de mortalidade perinatal passou de um valor relativamente mais elevado na

zona exposta do que nas outras unidades geodemográficas em estudo, no período de referência (1991-2001),

convergindo para valores praticamente idênticos aos encontrados nas zonas de comparação, no período de

vigilância. Tal como referido para os óbitos relacionados com malformações fetais, a interpretação a dar a estes

dados deve ser cautelosa por ser necessário, para se poder falar em tendência epidemiológica (no caso,

decrescente), haver um terceiro ponto de análise temporal, com igual amplitude temporal.

3. 2. 2. 3. Baixo peso à nascença e parto pré-termo

Análise comparativa dos dados

Entre 1991 e 2001 foram identificados 9672 nados-vivos em Portugal com muito baixo peso à nascença

(correspondento a 0,8% dos nados-vivos) e 82206 com baixo peso à nascença (6,6% dos nados-vivos). Neste

intervalo temporal, foram registados 90432 partos pré-termo (7,3% dos partos com nados-vivos).

Ainda considerando o período de referência (de 1991 a 2001), a taxa de muito baixo peso à nascença para as

zonas exposta e de controlo foi praticamente a mesma: 0.8% dos nados-vivos para a zona exposta e 0,9% para

a zona de controlo. Já no que se refere a baixo peso, as taxas encontradas para esse período foram de 6.6%

(zona exposta) e de 6.7% (zona de controlo).

Por fim, relativamente ao parto prematuro, as taxas encontrada para o mesmo período temporal (1991-2001) foi

de 4,0% para a zona exposta e de 4,6% para a zona de controlo.

Com este cenário como referência temporal, importa salientar que no período entre 2002 e 2012, na zona

exposta, verifica-se uma ligeira subida da taxa de muito baixo à nascença (passando de 0,8% em 1991-2001

para 1,1% em 2002-2012) e da taxa de baixo peso à nascença (passando de 6,6% em 1991-2001 para 8,0%

em 2002-2012). Na zona de controlo, verifica-se também um ligeiro aumento na taxa de muito baixo peso à

nascença (de 0,9% em 1991-2001 para 1,1% em 2001-2012) e um aumento um pouco mais pronunciado na taxa

de baixo peso à nascença (de 6,7% em 1991-2001 para 8,0% em 2002-2012). Por fim, no que se refere às taxas

de parto prematuro, verifica-se um aumento significativo (do ponto de vista estatístico), embora pouco relevante

do ponto de vista clínico, nas taxas, quer na zona exposta (de 4,0% em 1991-2001 para 7,4% em 2002-2012)

quer na de controlo (de 4,6% em 1991-2001 para 7,4% em 2002-2012).

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Figura 23 - Evolução cronológica da taxa de mortalidade infantil em Portugal, na Grande Lisboa, e nas Zonas Exposta e de Controlo

Figura 24 - Evolução cronológica da taxa de mortalidade perinatal em Portugal, na Grande Lisboa, e nas Zonas Exposta e de Controlo

Para contextualizar os valores encontrados nas zonas exposta e de controlo, importa referir que esta evolução

epidemiológica em sentido crescente segue a tendência encontrada para a totalidade do território nacional no

que se refere ao baixo peso à nascença (passou de 6,6% em 1991-2001 para 7,3% em 2002-2012). No que se

refere à taxa de muito baixo peso à nascença, a tendência nacional é também de ligeiro crescimento entre estes

dois períodos (de 0,8% em 1991-2001 para 1,0% em 2002-2012). Por fim, relativamente à taxa de parto

prematuro, a tendência a nível nacional é também de ligeiro crescimento (de 7,3% em 1991-2001 para 8,3% em

2002-2012). Resumindo, a evolução epidemiológica destes indicadores nas zonas em estudo no ProVEpA é

muito similar ao registado para a totalidade do território nacional.

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O facto de se verificar uma tendência (apesar de pouco relevante do ponto de vista clínico) para aumento das

taxas de muito baixo peso à nascença, de baixo peso à nascença, e de parto prematuro, nas zonas exposta e de

controlo (também observável nos gráficos da Figura 25), sustenta a necessidade da continuidade de vigilância

epidemiológica destes indicadores.

Figura 25 – Evolução cronológica das taxas de muito baixo peso e de baixo peso à nascença no período de referência, em Portugal, na Grande Lisboa e nas Zonas Exposta e de Controlo

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4. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

O presente Relatório Circunstanciado, correspondente a 2013-2015, apresenta o ponto de situação das

actividades do ProVEpA desenvolvidas neste período, para avaliação de eventuais impactes específicos da

CTRSU, em termos da exposição humana aos poluentes considerados mais críticos e das patologias ou

condições de saúde que lhe podem estar associadas.

A análise dos dados recolhidos neste período foi feita, como habitualmente, na dupla perspectiva de identificar e

avaliar as tendências geográfica e temporal dos indicadores em estudo, através da sua comparação entre a

zona considerada potencialmente exposta e uma zona definida como não exposta, e do estudo da respectiva

evolução ao longo do tempo, a partir da situação basal ou de referência estabelecida no âmbito deste Programa.

A análise foi realizada separadamente em relação a três vertentes do ProVEpA (designadamente Vigilância

Biológica, Vigilância de Factores de Risco e Vigilância de Efeitos Adversos), a primeira dirigida à vigilância da

exposição humana aos poluentes potencialmente emitidos pela CTRSU (factor de risco para os efeitos em saúde

associáveis a esta exposição), a segunda dirigida à vigilância de consumo de tabaco e prevalência de asma e a

terceira, à vigilância das mais relevantes patologias e condições de saúde associáveis à exposição àqueles

poluentes.

Para o período 2013-2015 e no que se refere à vertente de Vigilância Biológica, a metodologia de amostragem

foi igual à aplicada no anterior período de monitorização, tendo-se realizado os recrutamentos para qualquer das

monitorizações incluídas nesta vertente apenas nos indivíduos da zona considerada potencialmente exposta,

sendo o “grupo de controlo” uma amostra de dimensão igual à dos expostos, aleatória e estratificada por faixa

etária e, quando adequado, por sexo, que foi construída a partir do acervo histórico das monitorizações

efectuadas, entre 1999 e 2009, no âmbito do ProVEpA. Para a selecção de cada amostra de não expostos,

foram considerados apenas os indivíduos para os quais as bases de dados contêm (cumulativamente) dados

para os diferentes marcadores em estudo e para as variáveis apuradas pelos respectivos questionários de

caracterização.

Desta forma, e de acordo com o contrato celebrado para o período 2013-2015, a caracterização dos potenciais

impactes específicos da CTRSU no referente à exposição humana envolveu, para as monitorizações na

população geral, o recrutamento de apenas uma amostra de conveniência de indivíduos adultos, residentes e/ou

trabalhadores na zona exposta, num total de 90, emparelhados por género em cada um dos 3 grupos etários

previamente definidos.

Considerando os resultados obtidos na vertente de vigilância biológica, não só para o último triénio, mas também

no período anterior, pode-se dizer que esses resultados sugerem um efectivo controlo da exposição humana na

envolvente da CTRSU de S. João da Talha, tanto a metais pesados como a dioxinas. De facto, as comparações

entre os vários grupos de exposição (comprovadamente bastante homogéneos) não evidenciaram, em geral,

diferenças com significado estatístico. Nos casos em que as diferenças foram estatisticamente significativas,

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envolviam teores muito reduzidos, correspondendo geralmente a níveis médios próximos dos limites inferiores

dos intervalos de “referência” ou “normais” (quando estabelecidos) e, por isso, muito inferiores aos valores

máximos admissíveis, pelo que se podem considerar irrelevantes na perspectiva das monitorizações em curso.

Por outro lado, a análise longitudinal para avaliação de eventuais impactes específicos – através da

monitorização de metais no sangue da população geral – evidencia níveis que, na sua maioria, são

sistematicamente inferiores aos determinados na situação de referência e que, para além disso, parecem

tendencialmente ter vindo a diminuir (embora com algumas pequenas oscilações) ao longo dos sucessivos

momentos de observação.

O consumo de tabaco, potencial fator confundente, em relação à CTRSU, na avaliação da prevalência de

patologias como a asma, é objeto de monitorização na vertente de Vigilância de Fatores de Risco. Em termos de

conclusões desta monitorização pode dizer-se que, relativamente aos hábitos tabágicos, quando há diferenças

com significado estatístico, as prevalências são mais penalizadoras para o grupo considerado exposto, a

fundamentar interrogações sobre a contribuição deste consumo na determinação de eventuais maiores

exposições a metais pesados nos expostos, ou de eventuais níveis mais elevados das patologias associáveis ao

consumo de tabaco. É, por isso, uma questão que importa continuar a acompanhar. Este acompanhamento

justifica-se também em relação aos resultados da evolução temporal do indicador. De facto, globalmente a

prevalência de fumadores (regulares ou ocasionais) parece apresentar uma tendência decrescente, atingindo

valores que não se afastam (sendo até inferiores) dos identificados noutros estudos recentes, nacionais e

também internacionais. Mas isto pode significar que a possível contribuição do consumo de tabaco pode estar a

perder peso na explicação de eventuais situações potencialmente mais gravosas na saúde dos expostos.

Na vertente da Vigilância de Efeitos Adversos, a monitorização da prevalência de asma não evidenciou, para o

período em análise, ou para observações anteriores, diferenças com significado estatístico entre os expostos e

os controlos. O que significa que não são evidentes eventuais maiores influências negativas do funcionamento

da CTRSU numa patologia cujo aparecimento ou agravamento podem ser devidos a fatores ambientais com

potencial origem na Central. A prevalência de asma é essencialmente explicada pela história familiar de doença,

mostrando-se, para a maioria dos anos de monitorização, praticamente independente de fatores como a área de

exposição, o género ou a idade dos inquiridos, o consumo de tabaco, ou as condições da habitação (em termos

de humidade). No que respeita à evolução temporal, o indicador não mostra, desde o início da monitorização,

um padrão definido, embora apresente, para 2015, um aumento relativamente a 2009, sendo a variação

observada ao longo dos anos estatisticamente significativa (p<0,001). Assim, embora a diferença entre expostos

e controlos para este momento de observação também não tenha significado estatístico, estes resultados

sugerem a necessidade de continuar as observações, para confirmação dos valores mais recentemente obtidos

e investigação subsequente de todas as suas causas prováveis, incluindo eventual desigual pressão ambiental

associável à CTRSU.

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No que se refere à monitorização de efeitos adversos a partir de registos demográficos e de saúde e pela

primeira vez ao longo do ProVEpA, foi agora possível comparar um intervalo temporal de monitorização (de 2002

a 2012; 11 anos de vigilância) idêntico, em termos de amplitude, ao intervalo temporal de referência (de 1991 a

2001; 11 anos de referência). A agregação dos dados nestas unidades temporais permite maior tamanho

amostral para cada uma das zonas em estudo e, por conseguinte, menor efeito do acaso e, assim, maior

qualidade interpretativa.

Os resultados obtidos pelo estudo da mortalidade por cancro nas áreas em estudo e a sua evolução cronológica

no período de referência (de 1991 a 2001) e no período de vigilância epidemiológica (de 2002 a 2012) da acção

da CTRSU apontam para a estabilidade dos indicadores. A aparente variabilidade, temporal ou espacial,

encontrada em algumas taxas não é clinicamente relevante e estará mais associada ao número relativamente

reduzido de casos. Ainda de referir que, no que se refere a este tipo de indicadores de saúde pública

(mortalidade por cancro) e à eventualidade da actividade da CTRSU se associar a qualquer alteração nas suas

taxas, é importante reafirmar que o efeito poderá ocorrer muitos anos depois da exposição, especialmente a

nível local, atendendo à perspectiva de exposição continuada por parte da população considerada na zona

exposta. Assim sendo, o conhecimento que resulta do conjunto de dados agora analisados deve ser circunscrito

aos efeitos observáveis no período de tempo considerados, não se podendo concluir quanto ao efeito continuado

de exposição durante períodos mais dilatados. Neste sentido, importa continuar vigilante relativamente a este

tipo de indicador.

O mesmo racional se aplica ao exercício da monitorização de alterações de reprodução. O intervalo de tempo

apreciado permitiu já um cúmulo casuístico que garante mais qualidade interpretativa (quer do ponto de vista

estatístico, quer do ponto de vista clínico). Contudo, o reconhecimento de tendências epidemiológicas implica um

mínimo de três momentos de observação. No caso em concreto, e dada a quantidade de casos de óbitos

associáveis com alteração de reprodução por ano bem como de casos de baixo-peso e de parto prematuro, será

fundamental manter o exercício epidemiológico durante pelo menos mais oito anos. Nestas condições, teríamos

dois períodos de monitorização com amplitude temporal igual ao período de referência (a redefinir então como

de 10 anos), permitindo a inferência de padrões epidemiológicos temporais.

Os valores encontrados para a taxa de mortallidade infantil e para a taxa de mortalidade perinatal na zona

exposta não diferem de forma clinicamente relevante das respectivas taxas observáveis na zona de controlo.

Além disso, tal como verificado para a totalidade do território nacional, a tendência evolutiva destas taxas, no

período entre 1991 e 2012, é de diminuição de óbitos pelas causas estudadas.

A evolução das taxas de baixo peso, de muito baixo peso e de parto prematuro observáveis para a zona exposta

tem sido paralela à da zona de controlo e sem diferença clinicamente relevante. Importa referir que a taxa de

partos pré-termo encontrada ao longo deste programa de vigilância epidemiológica é substancialmente elevada,

quando comparada com as taxas de muito baixo peso. Este facto vai no sentido de corroborar a ideia de alguma

independência entre estas duas variáveis. Assim, os dados analisados justificam o uso da taxa de partos

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prematuros como indicador independente e com significado epidemiológico próprio, na avaliação do impacto

ambiental, e não apenas como coadjuvante do estudo do baixo peso à nascença.

Em termos gerais, é de salientar que a vigilância dos indicadores de efeitos adversos eventualmente associáveis

aos produtos da actividade da incineradora de São João da Talha deverá continuar a ser realizada de forma

anual, numa perspectiva de identificação de eventuais “surtos” ou clusters de cada um dos indicadores de saúde

pública aqui em estudo. Por outro lado, uma vez que os riscos de saúde eventualmente atribuíveis aos poluentes

que resultam da incineração de resíduos é certamente diluído no tempo, o actual programa de monitorização

implica a análise de dados agregados em pelo menos três intervalos de tempo com amplitudes idênticas à do

período de referência. Tal permitirá garantir que o estudo deste impacto ambiental seja menos afectado pelas

leis do acaso e permitirá estabelecer uma tendência epidemiológica dos indicadores em estudo.

Em síntese e relativamente à monitorização da exposição humana, pode-se dizer que:

1. Tal como na última monitorização, não foi possível efectual a análise comparativa dos teores de

dioxinas na população exposta e não exposta, devido às razões anteriormente expostas, pelo que

reforçamos a sugestão de que o remanescente das amostras ainda disponível seja analisado num

laboratório que disponha de técnicas analíticas mais sensíveis, capazes de analisar os teores

expectavelmente reduzidos para as dioxinas nesta matriz, e que, numa próxima monitorização, se

tomem as devidas precauções para que a interpretação estatística dos resultados não seja invalidada

devido ao facto de termos condições laboratoriais inadequadas.

2. Até agora, em resultado do desenvolvimento do ProVEpA, há informação sugestiva de que o normal

funcionamento da CTRSU se encontra sob efectivo controlo, conforme decorre dos resultados das

determinações da exposição aos poluentes mais críticos (metais pesados) em amostras populacionais

de conveniência obtidas na envolvente à CTRSU de S. João da Talha.

3. Na sua globalidade, os resultados relativos às monitorizações incluídas na vertente de Vigilância de

Efeitos Adversos, no âmbito das quais se realizou um conjunto de investigações epidemiológicas,

também nas populações da envolvente à CTRSU, sugerem que o funcionamento da Central parece não

afectar, pelo menos por enquanto, a Saúde Pública na envolvente à CTRSU de S. João da Talha.

4. Estas duas últimas conclusões satisfazem um dos objectivos do desenvolvimento deste Programa de

Vigilância Epidemiológica Ambiental, na medida em que contribuem “para dar suporte à estratégia de

comunicação do risco, através da demonstração, cientificamente fundamentada, da eficácia da

estratégia de prevenção e de efectivo controlo dos potenciais impactes negativos da Central”.

5. No entanto, e tendo em consideração:

a. a crescente evidência científica da importância da exposição a metais pesados e a dioxinas,

mesmo a níveis reduzidos, principalmente nas primeiras fases do desenvolvimento humano,

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b. a perspectiva de exposição continuada a estes poluentes, ainda que a níveis muito reduzidos,

na população da envolvente da Central,

c. a evidência de que os efeitos associados a esta exposição poderão ser

detectáveis/mensuráveis muitos anos depois da exposição ter ocorrido,

d. a evidência de que o risco de saúde atribuível à exposição aos poluentes das emissões da

incineração de resíduos é certamente diluído no tempo, o que leva a que a análise de dados

agregados envolva intervalos de amplitude mínima idêntica à do período de referência, para

garantir um menor efeito das leis do acaso e o estabelecimento da tendência epidemiológica

dos indicadores em estudo,

e. a evidência de que, embora o período analisado tenha permitido já um cúmulo casuístico que

garante mais qualidade interpretativa, quer do ponto de vista estatístico, quer do ponto de vista

clínico, não é suficiente para garantir o mínimo de momentos de observação necessários e

com amplitude temporal igual ao período de referência para avaliar tendências

epidemiológicas e inferir um padrão epidemiológico temporal,

os resultados obtidos pelas monitorizações até agora realizadas e as conclusões a que eles permitiram

chegar apontam para a necessidade de continuar este Programa, nomeadamente porque, por um lado,

numa lógica de vigilância, se impõe continuar a dar a atenção necessária aos biomarcadores de

exposição, através de processos susceptíveis de permitir relacionar adequadamente exposição e

efeitos; e, por outro lado, porque o conhecimento epidemiológico que resulta do conjunto de dados já

analisados se circunscreve aos efeitos observáveis no período considerado e não permite concluir

quanto ao efeito continuado de exposição durante períodos mais dilatados. No caso presente e em

concreto, e dada a quantidade anual de, por exemplo, casos de óbitos associáveis a alterações de

reprodução, ou de casos de baixo peso e de parto prematuro, a manutenção do exercício

epidemiológico durante, pelo menos, mais oito anos permitiria chegar aos indispensáveis dois períodos

de monitorização.

Dando continuidade às monitorizações (com periodicidade anual para a recolha de dados

epidemiológicos, numa perspectiva de identificação de eventuais “surtos” ou clusters de cada um dos

indicadores de saúde pública em estudo), é a forma de poder garantir o cumprimento continuado dos

restantes objectivos principais que, desde 1999, justificaram e nortearam o desenvolvimento do

Programa de Monitorização da Saúde Pública da CTRSU de São João da Talha:

• Contribuir para a salvaguarda da saúde das populações na região de influência da Central;

• Contribuir para fundamentar adequadamente futuras conclusões sobre os potenciais impactes

da unidade de incineração, à luz e no contexto do que a evolução do conhecimento científico

for evidenciando.

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ProVEpA – Programa de Vigilância Epidemiológica Ambiental de São João da Talha

IMPSP – Instituto de Medicina Preventiva e Saúde Pública / Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa

Relatório de Monitorização da Saúde Pública / 2013-2015 Página 76 de 76

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INSTITUTO DE MEDICINA PREVENTIVA E SAÚDE PÚBLICA (IMPSP)

Diretor: Prof. Doutor J. Pereira Miguel

MONITORIZAÇÃO DA SAÚDE PÚBLICA

NA ENVOLVENTE À CENTRAL DE TRATAMENTO DE RSU DE SÃO JOÃO DA TALHA

RELATÓRIO CIRCUNSTANCIADO

REFERENTE ÀS ACTIVIDADES DESENVOLVIDAS NO PERÍODO 2013-2015

ANEXO I - TABELAS

Lisboa, 2016

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Homens Mulheres Homens Mulheres

(n) (n) (n) (n)

Apelação 2 990 3 053 Alhandra 3 442 3 763

Bobadela 4 180 4 397 Alverca do Ribatejo 14 275 14 811

Forte da Casa 5 425 5 554 Bucelas 2 358 2 452

Póvoa de Santa Iria 63 683 65 395 Cachoeiras 379 390

Sacavém 8 527 9 132 Calhandriz 416 431

Santa Iría da Azóia 8 740 8 831 Camarate 9 239 9 582

São João da Talha 8 878 9 092 Caneças 158 971 167 765

Unhos 5 284 5 247 Castanheira do Ribatejo 3 561 3 697

Vialonga 7 680 7 791 Famões 4 522 4 486

Fanhões 1 284 1 414

Frielas 1 321 1 355

Loures 11 796 12 441

Lousa 1 671 1 748

Moscavide 5 641 6 543

Odivelas (Lumiar e

Carnide)25 816 27 633

Olival Basto 2 979 3 267

Pontinha 11 712 12 311

Portela 7 566 7 875

Póvoa de Santo Adrião 7 141 7 563

Prior Velho 3 375 3 308

Ramada 7 769 8 001

Sto. Antão do Tojal 2 155 2 037

Sto. António dos

Cavaleiros10 506 11 441

São Julião do Tojal 1 774 1 826

Sobralinho 2 075 2 090

Vila Franca de Xira 8 753 9 689

2 222

Total: 115 387 118 492 Total: 309 242 330 141

São João dos Montes 2 187

Tabela 1 - Número de habitantes residentes nas freguesias em estudo, por Zona de Controlo e Zona Exposta (CENSOS 2001-INE)

Freguesias expostas Freguesias de controlo

Página 1 de 55

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Grupos etários HM H M

<5 539491 275969 263522

05-set 537521 275199 262322

out-14 579590 296385 283205

15 - 19 688686 351422 337264

20 - 24 790901 400087 390814

25 - 29 814661 409243 405418

30 - 34 761457 379363 382094

35 - 39 770781 378783 391998

40 - 44 728518 357528 370990

45 - 49 686134 333382 352752

50 - 54 642516 309484 333032

55 - 59 571452 268899 302553

60 - 64 550916 256179 294737

65 - 69 538165 244230 293935

70 - 74 453962 196615 257347

75-79 348066 143439 204627

80 - 84 201706 76014 125692

85 151594 47920 103674

Total: 10356117 5000141 5355976

Tabela 2 - População-padrão (população residente em Portugal em 2001; CENSOS 2001 - INE)

Página 2 de 55

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p*

Masculino n; % 45 50,0% 45 50,0% 90 50,0%

Feminino n; % 45 50,0% 45 50,0% 90 50,0%

n 90 90 180

MA ± DP; Mediana 41,8 ± 11,6 40,0 40,4 ± 10,4 41,0 41,1 ± 11,0 40,0

P25 ; P75 34,0 48,0 32,0 49,0 33,0 48,0

Mín ; Máx 18,0 65,0 19,0 60,0 18,0 65,0

18-35 n; % 30 33,3% 30 33,3% 60 33,3%

36-45 n; % 30 33,3% 30 33,3% 60 33,3%

>45 n; % 30 33,3% 30 33,3% 60 33,3%

<1 n; % 0 ,0% 6 7,4% 6 3,4%

1 a 3 n; % 4 4,4% 12 14,8% 16 8,9%

4 a 5 n; % 2 2,2% 10 12,3% 12 6,7%

>5 n; % 84 93,3% 53 65,4% 137 76,5%

≤ 3 n; % 4 4,4% 18 22,2% 22 12,9%

> 3 n; % 86 95,6% 63 77,8% 149 87,1%

n 90 75** 165

MA ± DP; Mediana 75,7 ± 16,3 75,0 78,3 ± 13,6 76,0 76,9 ± 15,2 76,0

P25 ; P75 63,0 85,0 66,0 90,0 65,0 86,0

Mín ; Máx 50,0 120,0 55,0 105,0 50,0 120,0

n 90 74** 164

MA ± DP; Mediana 167,4 ± 9,0 166,0 169,4 ± 8,8 169,0 168,3 ± 9,0 168,0

P25 ; P75 160,0 174,0 164,0 175,0 161,5 175,0

Mín ; Máx 150,0 190,0 150,0 187,0 150,0 190,0

n 90 74** 164

MA ± DP; Mediana 26,8 ± 4,4 26,0 27,2 ± 4,3 26,4 27,0 ± 4,3 26,1

P25 ; P75 23,6 29,4 24,1 29,7 23,9 29,6

Mín ; Máx 17,9 38,7 19,9 38,7 17,9 38,7

Género

1,000

Idade (anos)

0,564a 0,394

b

Grupos etários (anos)

1,000

Variáveis Categorias EstatísticasValores

Expostos (n=90) Não expostos (n=90) Amostra global (N=180)

Altura (cm)

0,118a 0,153

b

IMC (Kg/m2)

0,565a 0,572

b

Tempo que vive na residência actual

(anos)

<0,001

Tempo que vive na residência actual

(rec.) (anos) <0,001

Peso (Kg)

0,210a 0,277

b

Tabela 3 - Caracterização da amostra de estudo na população geral (N=180) e análise comparativa entre expostos e não expostos, relativamente às variáveis de caracterização

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p*

Género

1,000

Variáveis Categorias EstatísticasValores

Expostos (n=90) Não expostos (n=90) Amostra global (N=180)

Tabela 3 - Caracterização da amostra de estudo na população geral (N=180) e análise comparativa entre expostos e não expostos, relativamente às variáveis de caracterização

Mineral n; % 18 20,0% 22 24,4% 40 22,2%

Torneira n; % 47 52,2% 37 41,1% 84 46,7%

Mineral e torneira n; % 25 27,8% 31 34,4% 56 31,1%

Não n; % 18 20,0% 22 24,4% 40 22,2%

Sim n; % 72 80,0% 68 75,6% 140 77,8%

Não n; % 21 23,3% 45 50,0% 66 36,7%

Sim n; % 69 76,7% 45 50,0% 114 63,3%

Diariamente n; % 20 71,0% 14 31,1% 34 29,8%

Ocasionamente n; % 49 29,0% 31 68,9% 80 70,2%

Não n; % 4 4,4% 1 1,1% 5 2,8%

Sim n; % 86 95,6% 89 98,9% 175 97,2%

Diariamente n; % 47 54,7% 59 66,3% 106 60,6%

Ocasionalmente n; % 39 45,3% 30 33,7% 69 39,4%

Não n; % 75 87,2% 69 77,5% 144 82,3%

Sim n; % 11 12,8% 20 22,5% 31 17,7%

Não n; % 2 2,2% 0 0,0% 2 1,1%

Sim n; % 88 97,8% 90 100,0% 178 98,9%

Diariamente n; % 77 87,5% 68 75,6% 145 81,5%

Ocasionalmente n; % 11 12,5% 22 24,4% 33 18,5%

Não n; % 1 1,1% 0 0,0% 1 0,6%

Sim n; % 89 98,9% 89 100,0% 178 99,4%

Tipo de água consumida

0,327

Consumo de vegetais

0,184c

Frequência do consumo de vegetais

0,115

Consumo de vegetais de origem

local 0,091

Consumo de água da torneira (rec.)

0,473

Consumo de infusões

<0,001

Frequência do consumo de infusões

0,809

Consumo de fruta

0,249c

Frequência do consumo de fruta

0,039

Consumo de carne

0,503c

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p*

Género

1,000

Variáveis Categorias EstatísticasValores

Expostos (n=90) Não expostos (n=90) Amostra global (N=180)

Tabela 3 - Caracterização da amostra de estudo na população geral (N=180) e análise comparativa entre expostos e não expostos, relativamente às variáveis de caracterização

Diariamente n; % 47 52,8% 33 44,0% 84 51,2%

Ocasionamente n; % 42 47,2% 42 56,0% 80 48,8%

Não n; % 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0%

Sim n; % 90 100,0% 76 100,0% 166 100,0%

Diariamente n; % 24 26,7% 16 21,3% 40 24,2%

Ocasionamente n; % 66 73,3% 59 78,7% 125 75,8%

Carne n; % 46 51,1% 52 59,1% 98 54,4%

Peixe n; % 17 18,9% 15 17,0% 32 17,8%

Igual n; % 27 30,0% 21 23,9% 48 26,7%

Não n; % 63 70,0% 67 76,1% 130 73,0%

Sim n; % 27 30,0% 21 23,9% 48 27,0%

Não n; % 44 48,9% 36 40,9% 80 44,9%

Sim n; % 46 51,1% 52 59,1% 98 55,1%

Baixa n; % 50 55,6% 44 58,7% 94 57,0%

Elevada n; % 40 44,4% 31 41,3% 71 43,0%

Não n; % 4 4,4% 9 12,0% 13 7,9%

Sim n; % 86 95,6% 66 88,0% 152 92,1%

Diariamente n; % 4 4,7% 0 0,0% 4 2,6%

Ocasionamente n; % 82 95,3% 66 100,0% 148 97,4%

Não n; % 18 20,0% 15 20,0% 33 20,0%

Sim n; % 72 80,0% 60 80,0% 132 80,0%

Frequência do consumo de carne

0,261

Consumo de peixe

d

Frequência do consumo de peixe

0,425

Frequência de consumo de peixe,

carne e leite (rec.) 0,688

Consumo de ovos

0,072

Frequência do consumo de ovos

0,099c

Consumo preferencial de carne ou

peixe

0,260

Consumo preferencial de peixe (rec.)

0,356

Consumo preferencial de carne (rec.)

0,284

Consumo de leite

1,000

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p*

Género

1,000

Variáveis Categorias EstatísticasValores

Expostos (n=90) Não expostos (n=90) Amostra global (N=180)

Tabela 3 - Caracterização da amostra de estudo na população geral (N=180) e análise comparativa entre expostos e não expostos, relativamente às variáveis de caracterização

Diariamente n; % 56 77,8% 48 80,0% 104 78,8%

Ocasionalmente n; % 16 22,2% 12 20,0% 28 21,2%

Não n; % 71 78,9% 72 80,0% 143 79,4%

Sim n; % 19 21,1% 18 20,0% 37 20,6%

≤10 n; % 3 15,8% 5 27,8% 8 21,6%

>10 n; % 16 84,2% 13 72,2% 29 78,4%

≤10 n; % 8 42,1% 8 44,4% 16 43,2%

>10 n; % 11 57,9% 10 55,6% 21 56,8%

≤10 n; % 68 75,6% 65 72,2% 133 73,9%

>10 n; % 22 24,4% 25 27,8% 47 26,1%

≤20 n; % 88 97,8% 87 96,7% 175 97,2%

>20 n; % 2 2,2% 3 3,3% 5 2,8%

Não n; % 79 87,8% 70 77,8% 149 82,8%

Sim n; % 11 12,2% 20 22,2% 31 17,2%

≤10 n; % 5 54,5% 8 40,0% 13 41,9%

>10 n; % 6 45,5% 12 60,0% 18 58,1%

≤10 n; % 5 45,5% 12 60,0% 17 54,8%

>10 n; % 6 54,5% 8 40,0% 14 45,2%

Não n; % 60 66,7% 52 57,8% 112 62,2%

Sim n; % 30 33,3% 38 42,2% 68 37,8%

Frequência do consumo de leite

0,756

Fumador actual

0,854

Tempo de fumo (dos fumadores)

(anos) 0,314

c

Já alguma vez fumou (rec.)

0,218

Quantos cigarros fuma (todos os

participantes) (rec.)0,500

c

Nº de cigarros diários (dos

fumadores) 0,886

Tempo de fumo (de todos os

participantes) (rec.) (anos) 0,611

Tempo sem fumar (dos ex-

fumadores) (anos) 0,343

c

Ex-fumador

0,074

Tempo de fumo anterior (dos ex-

fumadores) (anos) 0,532

c

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p*

Género

1,000

Variáveis Categorias EstatísticasValores

Expostos (n=90) Não expostos (n=90) Amostra global (N=180)

Tabela 3 - Caracterização da amostra de estudo na população geral (N=180) e análise comparativa entre expostos e não expostos, relativamente às variáveis de caracterização

Baixa n; % 88 97,8% 87 96,7% 175 97,2%

Elevada n; % 2 2,2% 3 3,3% 5 2,8%

Não n; % 80 89,9% 61 69,3% 141 79,7%

Sim n; % 9 10,1% 27 30,7% 36 20,3%

≤10 n; % 2 22,2% 6 24,0% 8 23,5%

>10 n; % 7 77,8% 19 76,0% 26 76,5%

≤10 n; % 5 55,6% 2 10,5% 7 25,0%

>10 n; % 4 44,4% 17 89,5% 21 75,0%

≤10 n; % 82 92,1% 67 77,9% 149 85,1%

>10 n; % 7 7,9% 19 22,1% 26 14,9%

≤20 n; % 89 100,0% 65 90,3% 154 95,7%

>20 n; % 0 ,0% 7 9,7% 7 4,3%

Baixa n; % 89 96,7% 77 88,5% 166 94,3%

Elevada n; % 0 3,3% 10 11,5% 10 5,7%

Não n; % 44 48,9% 37 41,1% 81 45,0%

Sim n; % 46 51,1% 53 58,9% 99 55,0%

Diariamente n; % 10 21,7% 17 32,1% 27 27,3%

Ocasionalmente n; % 46 78,3% 36 67,9% 72 72,7%

Sim n; % 10 11,1% 17 18,9% 27 15,0%

Não n; % 80 88,9% 73 81,1% 153 85,0%

Exposição a fumo próprio (rec.)

0,500c

Tempo de fumo do familiar (todos os

participantes) (rec.) (anos) 0,007

Quantos cigarros familiar fuma

(todos os participantes) (rec.)0,003

c

Exposição a fumo do familiar (rec.)

0,001c

Familiar fumador na residência

0,001

Tempo de fumo do familiar (dos

participentes que têm familiar

fumador) (anos) 0,649

c

Nº de cigarros diários do familiar

(dos participantes que têm familiar

fumador)0,020

c

Consumo actual de álcool

0,294

Frequência do consumo de álcool

(dos participantes que consomem) 0,247

Consumo de álcool diariamente

0,142

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p*

Género

1,000

Variáveis Categorias EstatísticasValores

Expostos (n=90) Não expostos (n=90) Amostra global (N=180)

Tabela 3 - Caracterização da amostra de estudo na população geral (N=180) e análise comparativa entre expostos e não expostos, relativamente às variáveis de caracterização

Não n; % 50 55,6% 37 41,1% 87 48,3%

Sim n; % 40 44,4% 53 58,9% 93 51,7%

> 1x semana n; % 35 87,5% 36 67,9% 71 76,3%

<=1x semana n; % 5 12,5% 17 32,1% 22 23,7%

Não n; % 71 78,9% 70 77,8% 141 78,3%

Sim n; % 19 21,1% 20 22,2% 39 21,7%

Não n; % 86 95,6% 85 94,4% 171 95,0%

Sim n; % 4 4,4% 5 5,6% 9 5,0%

Não n; % 88 97,8% 81 90,0% 169 93,9%

Sim n; % 2 2,2% 9 10,0% 11 6,1%

Baixa/Nula n; % 71 78,9% 70 77,8% 141 78,3%

Elevada n; % 19 21,1% 20 22,2% 39 21,7%

Não n; % 53 58,9% 33 36,7% 86 47,8%

Sim n; % 37 41,1% 57 63,3% 94 52,2%

Não n; % 57 63,3% 72 80,0% 129 71,7%

Sim n; % 33 36,7% 18 20,0% 51 28,3%

Não n; % 84 93,3% 90 0,0% 174 96,7%

Sim n; % 6 6,7% 0 100,0% 6 3,3%

Não n; % 85 94,4% 88 97,8% 173 96,1%

Sim n; % 5 5,6% 2 2,2% 7 3,9%

Pratica desporto

0,052

Exposição ocupacional a químicos

0,856

Exposição a químicos por hobby

próprio0,500

c

Exposição a químicos por hobby de

familiar 0,024

Frequência da prática de desporto

0,761

Tem diabetes

0,014c

Tem asma

0,222c

Exposição total a químicos (rec.)

0,856

Dentes chumbados

0,003

Tem doenças (rec.)

0,013

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p*

Género

1,000

Variáveis Categorias EstatísticasValores

Expostos (n=90) Não expostos (n=90) Amostra global (N=180)

Tabela 3 - Caracterização da amostra de estudo na população geral (N=180) e análise comparativa entre expostos e não expostos, relativamente às variáveis de caracterização

Não n; % 97 96,7% 90 100,0% 177 98,3%

Sim n; % 3 3,3% 0 0,0% 3 1,7%

Não n; % 79 87,8% 89 98,9% 168 93,3%

Sim n; % 11 12,2% 1 1,1% 12 6,7%

Não n; % 88 97,8% 90 100,0% 178 98,9%

Sim n; % 2 2,2% 0 0,0% 2 1,1%

Não n; % 88 97,8% 90 100,0% 178 98,9%

Sim n; % 2 2,2% 0 0,0% 2 1,1%

Não n; % 87 96,7% 90 100,0% 177 98,3%

Sim n; % 3 3,3% 0 0,0% 3 1,7%

Não n; % 87 96,7% 77 85,6% 164 91,1%

Sim n; % 3 3,3% 13 14,4% 16 8,9%

Não n; % 90 100,0% 90 100,0% 180 100,0%

Sim n; % 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0%

Não n; % 90 100,0% 90 100,0% 180 100,0%

Sim n; % 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0%

Não n; % 89 98,9% 87 96,7% 176 97,8%

Sim n; % 1 1,1% 3 3,3% 4 2,2%

Não n; % 80 88,9% 90 100,0% 170 94,4%

Sim n; % 10 11,1% 0 0,0% 10 5,6%

Tem doença do sangue

0,123c

Tem doença endócrina

0,123c

Tem outra doença

0,007

Tem enxaqueca

d

Tem doença cardiovascular

0,0010

Tem doença do figado

0,249c

Tem doença renal

0,249c

Tem HTA

d

Tem doença pulmonar

0,310c

Tem alergia

<0,001

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p*

Género

1,000

Variáveis Categorias EstatísticasValores

Expostos (n=90) Não expostos (n=90) Amostra global (N=180)

Tabela 3 - Caracterização da amostra de estudo na população geral (N=180) e análise comparativa entre expostos e não expostos, relativamente às variáveis de caracterização

Não n; % 38 86,4% 31 91,2% 69 88,5%

Sim n; % 6 13,6% 3 8,8% 9 11,5%

Não n; % 0 ,0% 1 33,3% 1 11,1%

Sim n; % 6 100,0% 2 66,7% 8 88,9%

Infertilidade Feminina n; % 1 16,7% 0 0,0% 1 14,3%

Infertilidade Masculina n; % 0 0,0% 1 100,0% 1 14,3%

Outro n; % 3 50,0% 0 0,0% 3 42,9%

Não sabe/Não responde n; % 2 33,3% 0 0,0% 2 28,6%

Nenhuma n; % 0 ,0% 15 44,1% 15,00 21,10%

1 ou 2 n; % 27 73,0% 10 29,4% 37,00 52,10%

3 ou mais n; % 10 27,0% 9 26,5% 19,00 26,80%

≤ 1 n; % 21 56,8% 9 47,4% 30 53,60%

≥2 n; % 16 43,2% 10 52,6% 26 46,40%

≤ 1 n; % 57 69,5% 66 83,5% 123 76,4%

≥2 n; % 25 30,5% 13 16,5% 38 23,6%

≤ 1 n; % 66 80,5% 69 87,3% 135 83,9%

≥2 n; % 16 19,5% 10 12,7% 26 16,1%

Legenda

Notas

N: Número de indivíduos/elementos da amostra; n; %: Frequências absoluta (n) e relativa (%) na variável/categoria; MA: Média aritmética; DP: Desvio padrão; P25 e P75: Percentis a 25% e a 75% (valores abaixo dos quais se

situam 25% dos indivíduos e 75% dos indivíduos, respectivamente); Mín: Mínimo; Máx: Máximo; (rec.): Variável recodificada a partir de outra(s) variável(eis) apurada(s) por questionário; IMC: Índice de massa corporal (Kg/m2).

* Valor de p dado pelo teste do Qui-quadrado ( χ2), excepto quando referido especificamente; ** Sem informação para os restantes indivíduos;

a Valor de p dado pelo teste de Mann-Whitney;

b Valor de p dado pelo teste t de Student;

c Valor de p dado pelo teste exacto de Fisher;

d Tratamento estatístico não permitido porque a variável de origem é uma constante;

e Teste do χ

2 não é válido devido a frequências mínimas esperadas baixas.

Nº de gravidezes (de todos os

participantes) (rec.) 0,035

Nº de gravidezes das mulheres

participantes<0,001

Nº de filhos das mulheres que

tiveram gravidezes 0,225

Nº de filhos (de todos os

participantes) (rec.) 0,235

Nº de mulheres que estiveram mais

de um ano a tentar engravidar sem

conseguir0,386

c

Nº de mulheres que após um ano ou

mais conseguiu engravidar0,143

c

Problema associado à dificudade em

engravidar

e

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ICMín ICMáx

Níveis de Pb no sangue da amostra global 180 4,007 3,495 0,100 1,110 1,600 3,150 5,400 7,500 9,535 13,742 31,900 3,002 2,676 3,367

Exposta 90 3,226 2,601 0,800 1,100 1,300 2,500 4,500 7,050 8,100 10,000 16,300 2,481 2,141 2,876

Não exposta 90 4,788 4,070 0,100 1,450 2,300 4,300 5,800 7,900 12,200 14,300 31,900 3,632 3,071 4,295

18-35 60 4,010 4,106 0,800 1,150 1,850 3,350 4,850 6,150 7,350 8,200 31,900 3,123 2,629 3,710

36-45 60 3,475 2,686 0,100 1,150 1,300 2,700 4,800 7,400 7,900 9,800 13,400 2,529 2,024 3,159

>45 60 4,535 3,521 0,900 1,150 1,950 3,250 6,450 8,950 12,650 14,300 16,300 3,425 2,821 4,158

Masculino 90 4,068 2,817 0,300 1,200 2,200 3,100 5,600 7,600 9,800 13,100 13,400 3,220 2,778 3,732

Feminino 90 3,946 4,076 0,100 1,100 1,300 3,350 5,000 7,250 8,100 16,300 31,900 2,799 2,348 3,335

<1 6 8,683 11,552 1,500 1,500 2,600 4,550 7,000 31,900 31,900 31,900 31,900 5,065 2,173 11,802

1 a 3 16 3,400 3,183 0,800 1,000 1,450 3,000 4,050 4,700 14,300 14,300 14,300 2,594 1,816 3,705

4 a 5 12 3,075 2,505 0,100 0,300 1,150 2,600 4,700 6,500 7,700 7,700 7,700 1,823 0,869 3,823

>5 137 3,869 2,821 0,800 1,200 1,600 3,000 5,400 7,500 8,300 13,100 16,300 3,025 2,684 3,409

≤3 22 4,841 6,694 0,800 1,100 1,500 3,200 4,500 7,000 14,300 31,900 31,900 3,113 2,174 4,457

>3 149 3,805 2,797 0,100 1,100 1,500 3,000 5,300 7,500 8,200 13,100 16,300 2,904 2,561 3,293

Não 81 3,944 4,347 0,100 1,100 1,400 2,900 4,800 7,500 8,200 16,300 31,900 2,714 2,241 3,288

Sim 99 4,058 2,622 0,800 1,200 2,000 3,400 5,700 7,500 9,600 12,200 13,100 3,259 2,843 3,736

Diariamente 27 5,830 2,760 1,700 2,300 3,400 5,800 7,300 9,800 10,000 13,100 13,100 5,190 4,283 6,289

Ocasionalmente 72 3,393 2,248 0,800 1,100 1,450 2,750 4,600 6,500 7,500 8,100 12,200 2,738 2,342 3,199

Diariamente 27 5,830 2,760 1,700 2,300 3,400 5,800 7,300 9,800 10,000 13,100 13,100 5,190 4,283 6,289

Ocasionalmente 153 3,685 3,519 0,100 1,100 1,400 2,800 4,700 6,900 8,100 13,400 31,900 2,725 2,405 3,088

Não 40 3,288 1,922 0,900 1,150 1,700 3,050 4,300 6,300 7,550 8,000 8,000 2,775 2,302 3,347

Sim 140 4,212 3,808 0,100 1,150 1,500 3,250 5,700 7,700 9,900 14,300 31,900 3,070 2,675 3,523

Não 5 2,300 1,782 1,100 1,100 1,300 1,500 2,200 5,400 5,400 5,400 5,400 1,911 1,096 3,333

Sim 175 4,055 3,522 0,100 1,200 1,600 3,200 5,500 7,500 9,600 13,400 31,900 3,041 2,706 3,417

Tabela 4 - Níveis de exposição a chumbo (μg/dl) na amostra global e nos subgrupos/estratos definidos nas principais variáveis de caracterização da amostra

Variáveis

(p*)Categorias N MA DP Mín P10 P25 P50

Frequência do consumo de álcool (dos

participantes que consomem)

(p<0,001a)

Máx MGIC 95%

Área de estudo

(p<0,001a)

P75 P90 P95 P98

Grupos etários (anos)

(p=0,222b)

Género

(p=0,236a)

Tempo que vive na residência actual

(anos)

(p=0,337b)

Tempo que vive na residência actual (rec.)

(anos)

(p=0,908a)

Consumo de álcool

(p=0,130a)

Frequência do consumo de álcool (todos

os participantes) (rec.)

(p<0,001a)

Consumo de água da torneira (rec.)

(p=0,357a)

Consumo de vegetais

(p=0,145a)

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ICMín ICMáx

Tabela 4 - Níveis de exposição a chumbo (μg/dl) na amostra global e nos subgrupos/estratos definidos nas principais variáveis de caracterização da amostra

Variáveis

(p*)Categorias N MA DP Mín P10 P25 P50 Máx MG

IC 95%P75 P90 P95 P98

Diariamente 106 4,547 4,069 0,300 1,200 1,900 3,950 5,800 8,000 12,200 14,300 31,900 3,403 2,937 3,943

Ocasionalmente 69 3,300 2,284 0,100 1,100 1,300 2,800 4,500 7,000 7,500 9,800 10,000 2,558 2,127 3,076

Não 144 3,833 2,897 0,100 1,200 1,500 3,050 5,450 7,500 8,200 13,400 16,300 2,898 2,545 3,300

Sim 31 5,087 5,533 1,100 1,600 2,300 4,100 5,800 7,500 12,200 31,900 31,900 3,801 2,949 4,900

Diariamente 80 4,050 3,015 0,800 1,200 1,650 3,150 5,700 7,600 10,200 13,400 14,300 3,132 2,669 3,675

Ocasionamente 84 3,596 2,641 0,100 1,100 1,550 2,900 4,650 7,300 8,100 10,000 16,300 2,770 2,344 3,274

Diariamente 40 4,293 3,292 0,800 1,150 1,700 3,200 6,450 7,950 11,350 14,300 14,300 3,227 2,532 4,112

Ocasionamente 125 3,644 2,660 0,100 1,100 1,500 3,000 4,800 6,900 8,100 12,200 16,300 2,833 2,483 3,231

Carne 98 3,814 3,819 0,100 1,100 1,500 2,950 4,700 7,000 9,800 13,400 31,900 2,770 2,351 3,264

Peixe 32 4,334 3,393 0,800 1,100 1,550 3,250 6,500 8,000 9,600 16,300 16,300 3,219 2,432 4,261

Igual 48 3,981 2,529 0,900 1,300 1,900 3,500 5,300 7,700 8,200 13,100 13,100 3,261 2,709 3,926

Carne 130 3,942 3,713 0,100 1,100 1,500 3,050 5,500 7,400 9,600 13,400 31,900 2,874 2,495 3,311

Peixe ou igual 48 3,981 2,529 0,900 1,300 1,900 3,500 5,300 7,700 8,200 13,100 13,100 3,261 2,709 3,926

Carne ou igual 98 3,814 3,819 0,100 1,100 1,500 2,950 4,700 7,000 9,800 13,400 31,900 2,770 2,351 3,264

Peixe 80 4,123 2,890 0,800 1,200 1,800 3,300 5,750 7,700 8,250 13,100 16,300 3,244 2,773 3,796

Baixa 94 3,486 2,559 0,100 1,100 1,500 2,900 4,600 6,900 8,100 10,000 16,300 2,711 2,326 3,160

Elevada 71 4,218 3,122 0,800 1,200 1,600 3,300 6,200 7,500 12,200 13,400 14,300 3,231 2,711 3,850

Diariamente 104 3,710 2,912 0,100 1,100 1,350 2,850 5,250 6,900 8,000 13,100 16,300 2,778 2,380 3,242

Ocasionalmente 28 4,168 2,452 1,100 1,400 2,250 3,500 5,000 8,200 9,600 10,000 10,000 3,538 2,841 4,406

Não 143 3,971 3,639 0,100 1,200 1,500 3,000 5,400 7,500 8,100 13,400 31,900 2,943 2,581 3,354

Sim 37 4,143 2,908 0,800 1,100 1,600 3,800 5,500 8,200 9,800 14,300 14,300 3,242 2,555 4,114

≤10 8 2,800 1,824 0,800 0,800 1,350 2,100 4,600 5,500 5,500 5,500 5,500 2,271 1,384 3,726

>10 29 4,514 3,063 0,900 1,200 2,200 4,100 6,200 8,300 9,800 14,300 14,300 3,576 2,745 4,660

Frequência do consumo de peixe

(p=0,388a)

Consumo preferencial de peixe ou carne

(p=0,441b)

Frequência do consumo de vegetais

(p=0,026a)

Consumo de vegetais de origem local

(p=0,162a)

Frequência do consumo de carne

(p=0,359a)

Consumo preferencial de peixe (rec.)

(p=0,363a)

Consumo preferencial de carne (rec.)

(p=0,201a)

Frequência de consumo de peixe, carne e

leite (rec.)

(p=0,171a)

Frequência do consumo de leite

(p=0,144a)

Fumador actual

(p=0,523a)

Tempo de fumo (dos fumadores) (anos)

(p=0,142c)

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ICMín ICMáx

Tabela 4 - Níveis de exposição a chumbo (μg/dl) na amostra global e nos subgrupos/estratos definidos nas principais variáveis de caracterização da amostra

Variáveis

(p*)Categorias N MA DP Mín P10 P25 P50 Máx MG

IC 95%P75 P90 P95 P98

≤10 16 3,169 2,224 0,800 1,100 1,250 2,300 4,600 6,200 8,300 8,300 8,300 2,490 1,740 3,562

>10 21 4,886 3,190 0,900 1,500 3,000 4,300 6,500 8,200 9,800 14,300 14,300 3,964 2,944 5,339

≤10 133 3,914 3,658 0,100 1,100 1,500 3,100 5,200 7,500 8,100 13,400 31,900 2,874 2,503 3,300

>10 47 4,268 3,003 0,900 1,200 2,200 3,400 6,000 8,200 9,800 14,300 14,300 3,395 2,781 4,144

≤20 175 3,967 3,440 0,100 1,200 1,600 3,100 5,400 7,500 8,300 13,100 31,900 2,990 2,664 3,355

>20 5 5,400 5,391 0,900 0,900 1,500 4,300 6,000 14,300 14,300 14,300 14,300 3,463 1,316 9,115

Não 149 4,076 3,630 0,100 1,100 1,600 3,300 5,400 7,700 8,300 14,300 31,900 3,041 2,679 3,452

Sim 31 3,674 2,777 0,300 1,200 1,700 2,800 5,400 6,800 9,600 13,100 13,100 2,821 2,145 3,710

Não 112 4,054 3,850 0,100 1,200 1,500 3,200 5,300 7,500 8,100 13,400 31,900 2,977 2,564 3,458

Sim 68 3,929 2,838 0,300 1,100 1,650 3,050 5,450 7,300 9,600 13,100 14,300 3,043 2,543 3,640

Baixa 175 3,967 3,440 0,100 1,200 1,600 3,100 5,400 7,500 8,300 13,100 31,900 2,990 2,664 3,355

Elevada 5 5,400 5,391 0,900 0,900 1,500 4,300 6,000 14,300 14,300 14,300 14,300 3,463 1,316 9,115

Não 141 3,948 2,945 0,300 1,200 1,600 3,200 5,400 7,500 9,600 13,400 16,300 3,046 2,695 3,442

Sim 36 4,322 5,249 0,100 1,100 1,450 3,300 5,350 7,700 8,300 31,900 31,900 2,837 2,061 3,906

≤10 8 3,963 2,431 0,100 0,100 2,250 4,050 5,600 7,800 7,800 7,800 7,800 2,585 0,989 6,758

>10 26 4,404 5,985 0,800 1,100 1,400 2,800 5,000 6,900 7,700 31,900 31,900 2,906 2,098 4,024

≤10 7 2,786 1,924 0,800 0,800 1,100 1,900 4,700 5,200 5,200 5,200 5,200 2,187 1,229 3,891

>10 21 3,219 2,186 0,100 1,100 1,400 2,400 4,600 6,500 6,900 7,700 7,700 2,356 1,554 3,573

≤10 149 3,948 2,913 0,100 1,200 1,600 3,200 5,500 7,500 9,600 13,400 16,300 3,019 2,663 3,423

>10 26 4,404 5,985 0,800 1,100 1,400 2,800 5,000 6,900 7,700 31,900 31,900 2,906 2,098 4,024

≤20 154 3,828 2,858 0,100 1,100 1,500 3,100 5,300 7,300 8,200 13,100 16,300 2,935 2,600 3,312

>20 7 2,829 2,309 1,000 1,000 1,200 2,100 3,600 7,700 7,700 7,700 7,700 2,264 1,363 3,763

Baixa 166 3,873 2,841 0,100 1,100 1,600 3,200 5,400 7,500 8,200 13,100 16,300 2,968 2,637 3,340

Elevada 10 6,100 9,343 1,000 1,100 1,500 2,450 6,200 19,800 31,900 31,900 31,900 3,285 1,712 6,303

Já alguma vez fumou (rec.)

(p=0,866a)

Nº de cigarros diários (dos fumadores)

(p=0,089a)

Ex-fumador

(p=0,640a)

Tempo de fumo (de todos os

participantes) (rec.) (anos)

(p=0,269a)

Quantos cigarros fuma (de todos os

participantes) (rec.)

(p=0,794a)

Quantos cigarros familiar fuma (de todos

os participantes) (rec.)

(p=0,318a)

Tempo de fumo do familiar (todos os

participantes) (anos)

(p=0,593a)

Exposição a fumo do familiar (rec.)

(p=0,924a)

Exposição a fumo próprio (rec.)

(p=0,794a)

Familiar fumador na residência

(p=0,833a)

Tempo de fumo do familiar (dos

participantes que têm familiar fumador)

(anos)

(p=0,537a)

Nº de cigarros diários do familiar (dos

participantes que têm familiar fumador)

(p=0,645c)

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ICMín ICMáx

Tabela 4 - Níveis de exposição a chumbo (μg/dl) na amostra global e nos subgrupos/estratos definidos nas principais variáveis de caracterização da amostra

Variáveis

(p*)Categorias N MA DP Mín P10 P25 P50 Máx MG

IC 95%P75 P90 P95 P98

Não 86 3,898 2,974 0,800 1,200 1,600 2,900 5,300 7,500 9,600 13,400 16,300 3,016 2,588 3,514

Sim 94 4,106 3,924 0,100 1,100 1,600 3,300 5,500 7,500 8,100 14,300 31,900 2,989 2,520 3,544

1 ou 2 37 4,278 3,371 0,800 1,200 1,600 4,300 5,300 7,500 14,300 16,300 16,300 2,374 1,355 4,157

3 ou mais 19 2,679 2,115 0,900 1,100 1,200 1,600 4,500 6,400 7,700 7,700 7,700 2,096 1,540 2,853

Nenhuma 15 3,420 2,339 0,100 1,000 1,200 3,400 5,700 6,500 8,000 8,000 8,000 2,374 1,355 4,157

≤1 45 3,720 2,647 0,100 1,100 1,400 3,600 4,800 6,600 8,000 14,300 14,300 2,793 2,165 3,603

≥2 26 3,581 3,411 0,900 1,100 1,300 1,950 5,400 7,500 7,700 16,300 16,300 2,570 1,892 3,490

≤1 123 4,082 2,794 0,100 1,200 2,200 3,200 5,600 7,500 9,600 13,100 14,300 3,198 2,794 3,660

≥2 38 3,276 3,035 0,800 1,100 1,200 1,850 5,000 6,400 7,700 16,300 16,300 2,383 1,861 3,052

≤1 135 3,952 2,757 0,100 1,200 1,800 3,200 5,400 7,500 9,600 13,100 14,300 3,071 2,696 3,497

≥2 26 3,581 3,411 0,900 1,100 1,300 1,950 5,400 7,500 7,700 16,300 16,300 2,570 1,892 3,490

Não 129 4,207 3,830 0,300 1,200 1,600 3,300 5,500 7,500 9,800 14,300 31,900 3,147 2,758 3,590

Sim 51 3,500 2,407 0,100 1,100 1,500 2,800 4,700 7,500 8,000 8,100 10,000 2,664 2,119 3,349

Não 141 3,996 3,639 0,100 1,100 1,500 3,200 5,400 7,500 8,200 14,300 31,900 2,947 2,577 3,370

Sim 39 4,044 2,955 1,100 1,200 1,800 3,000 5,700 7,700 12,200 13,400 13,400 3,207 2,585 3,979

Não 169 4,030 3,586 0,100 1,100 1,600 3,100 5,500 7,700 9,600 13,400 31,900 2,986 2,647 3,369

Sim 11 3,645 1,558 1,200 1,300 2,200 4,500 4,700 5,000 5,800 5,800 5,800 3,250 2,351 4,492

Não 171 3,992 3,543 0,100 1,100 1,500 3,100 5,400 7,500 9,600 13,400 31,900 2,973 2,640 3,348

Sim 9 4,278 2,515 1,300 1,300 2,900 3,400 5,800 8,300 8,300 8,300 8,300 3,604 2,364 5,494

Baixa/Nula 141 3,996 3,639 0,100 1,100 1,500 3,200 5,400 7,500 8,200 14,300 31,900 2,947 2,577 3,370

Elevada 39 4,044 2,955 1,100 1,200 1,800 3,000 5,700 7,700 12,200 13,400 13,400 3,207 2,585 3,979

Legenda

Notas

Tem doenças (rec.)

(p=0,334a)

Dentes chumbados

(p=0,914a)

Nº de gravidezes das mulheres

participantes

(p=0,184b)

Nº de filhos das mulheres que tiveram

gravidezes

(p=0,616a)

Nº de filhos (de todos os participantes)

(rec.)

(p=0,177a)

Nº de gravidezes (de todos os

participantes) (rec.)

(p=0,018a)

a Teste de Mann-Whitney;

b Teste de Kruskal-Wallis;

c Teste t de Student.

Exposição ocupacional a químicos

(p=0,663a)

Exposição a químicos por hobby de

familiar

(p=0,745a)

Exposição a químicos por hobby próprio

(p=0,404a)

Exposição total a químicos (rec.)

(p=0,663a)

p*: Valor de p para a análise comparativa entre os subgrupos/estratos definidos em cada uma das principais variáveis de caracterização da amostra; N: Número de indivíduos/elementos da amostra; MA: Média aritmética; DP: Desvio

padrão; P10, P25, P50, P75, P90, P95 e P98: Percentis a #% (valores abaixo dos quais se situam #% dos indivíduos, sendo # as percentagens dos percentis correspondentes); Mín: Mínimo; Máx: Máximo; MG: Média geométrica;

IC95%: Intervalo de confiança a 95% para a média geométrica; ICMín: Limite inferior de IC 95%; ICMáx: Limite superior de IC 95%; (rec.): Variável recodificada a partir de outra(s) variável(eis) apurada(s) por questionário.

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ICMín ICMáx

Níveis de Cd no sangue da amostra

global180 0,292 0,125 0,100 0,100 0,200 0,300 0,400 0,400 0,500 0,638 0,800 0,266 0,248 0,284

Exposta 90 0,312 0,087 0,100 0,200 0,300 0,300 0,400 0,400 0,400 0,500 0,600 0,300 0,282 0,319

Não exposta 90 0,272 0,151 0,100 0,100 0,200 0,200 0,300 0,500 0,600 0,700 0,800 0,235 0,210 0,264

18-35 60 0,295 0,114 0,100 0,200 0,200 0,300 0,400 0,400 0,550 0,600 0,600 0,273 0,246 0,303

36-45 60 0,258 0,101 0,100 0,100 0,200 0,300 0,300 0,400 0,400 0,400 0,500 0,236 0,210 0,265

>45 60 0,323 0,148 0,100 0,200 0,200 0,300 0,400 0,500 0,650 0,700 0,800 0,291 0,258 0,329

Masculino 90 0,278 0,110 0,100 0,100 0,200 0,300 0,300 0,400 0,400 0,600 0,700 0,254 0,232 0,279

Feminino 90 0,307 0,137 0,100 0,200 0,200 0,300 0,400 0,500 0,600 0,700 0,800 0,277 0,252 0,305

<1 6 0,217 0,098 0,100 0,100 0,200 0,200 0,200 0,400 0,400 0,400 0,400 0,200 0,141 0,284

1 a 3 16 0,269 0,125 0,100 0,100 0,200 0,250 0,400 0,400 0,500 0,500 0,500 0,239 0,184 0,309

4 a 5 12 0,275 0,087 0,100 0,200 0,200 0,300 0,300 0,400 0,400 0,400 0,400 0,260 0,209 0,322

>5 137 0,283 0,105 0,100 0,100 0,200 0,300 0,300 0,400 0,400 0,500 1,000 0,262 0,244 0,281

≤3 22 0,255 0,118 0,100 0,100 0,200 0,200 0,400 0,400 0,400 0,500 0,500 0,227 0,184 0,280

>3 149 0,283 0,103 0,100 0,100 0,200 0,300 0,300 0,400 0,400 0,500 0,600 0,261 0,244 0,280

Não 81 0,304 0,133 0,100 0,200 0,200 0,300 0,400 0,500 0,600 0,600 0,700 0,275 0,248 0,304

Sim 99 0,283 0,118 0,100 0,100 0,200 0,300 0,400 0,400 0,400 0,700 0,800 0,258 0,237 0,282

Diariamente 27 0,326 0,151 0,100 0,200 0,200 0,300 0,400 0,400 0,700 0,800 0,800 0,296 0,249 0,352

Ocasionalmente 72 0,267 0,099 0,100 0,100 0,200 0,300 0,300 0,400 0,400 0,400 0,500 0,246 0,222 0,271

Diariamente 27 0,326 0,151 0,100 0,200 0,200 0,300 0,400 0,400 0,700 0,800 0,800 0,296 0,249 0,352

Ocasionalmente 153 0,286 0,119 0,100 0,100 0,200 0,300 0,400 0,400 0,500 0,600 0,700 0,261 0,242 0,280

Não 40 0,285 0,117 0,100 0,150 0,200 0,300 0,400 0,400 0,500 0,500 0,500 0,260 0,225 0,299

Sim 140 0,294 0,127 0,100 0,100 0,200 0,300 0,300 0,400 0,550 0,700 0,800 0,267 0,248 0,288

Não 5 0,340 0,055 0,300 0,300 0,300 0,300 0,400 0,400 0,400 0,400 0,400 0,337 0,293 0,386

Sim 175 0,291 0,126 0,100 0,100 0,200 0,300 0,400 0,400 0,500 0,600 0,800 0,264 0,246 0,282

Tabela 5 - Níveis de exposição a cádmio (μg/dl) na amostra global e nos subgrupos/estratos definidos nas principais variáveis de caracterização da amostra

Variáveis

(p*)Categorias N AM SD Mín P10 P25 P50

Frequência do consumo de álcool (dos

participantes que consomem)

(p=0,083a)

Máx MGIC 95%

Área de estudo

(p=0,001a)

P75 P90 P95 P98

Grupos etários (anos)

(p=0,056b)

Género

(p=0,275a)

Tempo que vive na residência actual

(anos) (p=0,408b)

Tempo que vive na residência actual

(rec.) (anos)

(p=0,213a)

Consumo actual de álcool

(p=0,399a)

Frequência do consumo de álcool (de

todos os participantes)

(p=0,201a)

Consumo de água da torneira (rec.)

(p=0,825a)

Consumo de vegetais

(p=0,181a)

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ICMín ICMáx

Tabela 5 - Níveis de exposição a cádmio (μg/dl) na amostra global e nos subgrupos/estratos definidos nas principais variáveis de caracterização da amostra

Variáveis

(p*)Categorias N AM SD Mín P10 P25 P50 Máx MG

IC 95%P75 P90 P95 P98

Diariamente 106 0,295 0,124 0,100 0,200 0,200 0,300 0,400 0,400 0,500 0,600 0,700 0,269 0,247 0,293

Ocasionalmente 69 0,284 0,130 0,100 0,100 0,200 0,300 0,300 0,400 0,500 0,600 0,800 0,256 0,228 0,286

Não 144 0,297 0,128 0,100 0,200 0,200 0,300 0,400 0,400 0,500 0,700 0,800 0,270 0,251 0,291

Sim 31 0,261 0,115 0,100 0,100 0,200 0,300 0,300 0,400 0,400 0,600 0,600 0,236 0,200 0,279

Diariamente 80 0,299 0,100 0,100 0,200 0,200 0,300 0,400 0,400 0,500 0,500 0,600 0,280 0,258 0,305

Ocasionamente 84 0,256 0,105 0,100 0,100 0,200 0,250 0,300 0,400 0,400 0,500 0,600 0,233 0,212 0,257

Diariamente 40 0,290 0,101 0,100 0,150 0,200 0,300 0,400 0,400 0,400 0,500 0,500 0,269 0,236 0,307

Ocasionamente 125 0,274 0,106 0,100 0,100 0,200 0,300 0,300 0,400 0,400 0,500 0,600 0,252 0,234 0,271

Carne 98 0,301 0,135 0,100 0,200 0,200 0,300 0,400 0,500 0,600 0,700 0,800 0,272 0,248 0,298

Peixe 32 0,269 0,097 0,100 0,100 0,200 0,300 0,300 0,400 0,400 0,400 0,400 0,248 0,214 0,288

Igual 48 0,277 0,102 0,100 0,100 0,200 0,300 0,350 0,400 0,400 0,500 0,500 0,255 0,225 0,289

Carne 98 0,301 0,135 0,100 0,200 0,200 0,300 0,400 0,500 0,600 0,700 0,800 0,272 0,248 0,298

Peixe ou igual 80 0,274 0,099 0,100 0,100 0,200 0,300 0,300 0,400 0,400 0,400 0,500 0,252 0,230 0,278

Carne ou igual 130 0,293 0,127 0,100 0,150 0,200 0,300 0,400 0,400 0,500 0,600 0,800 0,266 0,246 0,288

Peixe 48 0,277 0,102 0,100 0,100 0,200 0,300 0,350 0,400 0,400 0,500 0,500 0,255 0,225 0,289

Baixa 94 0,269 0,106 0,100 0,100 0,200 0,300 0,300 0,400 0,400 0,500 0,600 0,247 0,226 0,270

Elevada 71 0,289 0,102 0,100 0,200 0,200 0,300 0,400 0,400 0,400 0,500 0,600 0,269 0,244 0,295

Diariamente 104 0,274 0,100 0,100 0,200 0,200 0,300 0,300 0,400 0,400 0,500 0,600 0,254 0,235 0,275

Ocasionalmente 28 0,300 0,112 0,100 0,100 0,200 0,300 0,400 0,400 0,400 0,600 0,600 0,276 0,234 0,326

Não 143 0,277 0,115 0,100 0,100 0,200 0,300 0,300 0,400 0,400 0,600 0,800 0,254 0,237 0,273

Sim 37 0,351 0,145 0,100 0,100 0,300 0,400 0,400 0,500 0,600 0,700 0,700 0,316 0,268 0,372

≤10 8 0,300 0,169 0,100 0,100 0,150 0,300 0,400 0,600 0,600 0,600 0,600 0,254 0,161 0,400

>10 29 0,366 0,137 0,100 0,200 0,300 0,400 0,400 0,500 0,600 0,700 0,700 0,335 0,283 0,396

Frequência do consumo de leite

(p=0,211a)

Frequência do consumo de vegetais

(p=0,477a)

Consumo de vegetais de origem local

(p=0,156a)

Frequência do consumo de carne

(p=0,007a)

Frequência do consumo de peixe

(p=0,248a)

Consumo preferencial de peixe ou carne

(p=0,692b)

Consumo preferencial de peixe (rec.)

(p=0,772a)

Consumo preferencial de carne (rec.)

(p=0,428a)

Frequência de consumo de peixe, carne e

leite

(p=0,200a)

Fumador actual

(p=0,001a)

Tempo de fumo (dos fumadores) (anos)

(p=0,251a)

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ICMín ICMáx

Tabela 5 - Níveis de exposição a cádmio (μg/dl) na amostra global e nos subgrupos/estratos definidos nas principais variáveis de caracterização da amostra

Variáveis

(p*)Categorias N AM SD Mín P10 P25 P50 Máx MG

IC 95%P75 P90 P95 P98

≤10 16 0,325 0,161 0,100 0,100 0,200 0,300 0,400 0,600 0,700 0,700 0,700 0,287 0,220 0,374

>10 21 0,371 0,131 0,100 0,200 0,300 0,400 0,400 0,500 0,500 0,600 0,600 0,340 0,276 0,419

≤10 133 0,282 0,121 0,100 0,100 0,200 0,300 0,300 0,400 0,500 0,600 0,800 0,257 0,238 0,277

>10 47 0,321 0,132 0,100 0,200 0,200 0,300 0,400 0,500 0,500 0,700 0,700 0,292 0,256 0,334

≤20 175 0,289 0,124 0,100 0,100 0,200 0,300 0,400 0,400 0,500 0,600 0,800 0,262 0,245 0,281

>20 5 0,420 0,084 0,300 0,300 0,400 0,400 0,500 0,500 0,500 0,500 0,500 0,413 0,343 0,497

Não 149 0,301 0,130 0,100 0,100 0,200 0,300 0,400 0,400 0,500 0,700 0,800 0,273 0,254 0,294

Sim 31 0,248 0,085 0,100 0,100 0,200 0,300 0,300 0,300 0,400 0,400 0,400 0,232 0,201 0,267

Não 112 0,285 0,121 0,100 0,200 0,200 0,300 0,300 0,400 0,500 0,600 0,800 0,260 0,240 0,282

Sim 68 0,304 0,131 0,100 0,100 0,200 0,300 0,400 0,500 0,500 0,600 0,700 0,274 0,244 0,308

Baixa 175 0,289 0,124 0,100 0,100 0,200 0,300 0,400 0,400 0,500 0,600 0,800 0,262 0,245 0,281

Elevada 5 0,420 0,084 0,300 0,300 0,400 0,400 0,500 0,500 0,500 0,500 0,500 0,413 0,343 0,497

Não 141 0,290 0,119 0,100 0,100 0,200 0,300 0,400 0,400 0,500 0,600 0,800 0,265 0,246 0,285

Sim 36 0,294 0,137 0,100 0,200 0,200 0,300 0,350 0,500 0,600 0,700 0,700 0,268 0,232 0,309

≤10 8 0,325 0,167 0,100 0,100 0,200 0,300 0,450 0,600 0,600 0,600 0,600 0,285 0,191 0,425

>10 26 0,288 0,134 0,100 0,200 0,200 0,250 0,300 0,400 0,600 0,700 0,700 0,265 0,226 0,310

≤10 7 0,257 0,113 0,100 0,100 0,200 0,200 0,400 0,400 0,400 0,400 0,400 0,234 0,163 0,336

>10 21 0,271 0,106 0,100 0,200 0,200 0,300 0,300 0,400 0,400 0,600 0,600 0,254 0,217 0,298

≤10 149 0,292 0,122 0,100 0,100 0,200 0,300 0,400 0,400 0,500 0,600 0,800 0,266 0,247 0,286

>10 26 0,288 0,134 0,100 0,200 0,200 0,250 0,300 0,400 0,600 0,700 0,700 0,265 0,226 0,310

≤20 154 0,284 0,110 0,100 0,100 0,200 0,300 0,300 0,400 0,500 0,500 0,700 0,261 0,244 0,279

>20 7 0,229 0,076 0,100 0,100 0,200 0,200 0,300 0,300 0,300 0,300 0,300 0,216 0,161 0,289

Baixa 166 0,290 0,121 0,100 0,100 0,200 0,300 0,400 0,400 0,500 0,600 0,800 0,264 0,247 0,283

Elevada 10 0,310 0,152 0,200 0,200 0,200 0,300 0,300 0,550 0,700 0,700 0,700 0,286 0,223 0,366

Já alguma vez fumou (rec.)

(p=0,213a)

Tempo de fumo do familiar (de todos os

participantes) (rec.) (anos)

(p=0,502a)

Exposição a fumo do familiar (rec.)

(p=0,997a)

Exposição a fumo próprio (rec.)

(p=0,009a)

Nº de cigarros diários (dos fumadores)

(p=0,156c)

Ex-fumador

(p=0,038a)

Familiar fumador na residência

(p=0,661)

Tempo de fumo do familiar (dos

participantes com familiar fumador)

(anos)

(p=0,591a)

Quantos cigarros fuma (todos os

participantes) (rec.)

(p=0,009a)

Tempo de fumo (de todos os

participantes) (rec.) (anos)

(p=0,041a)

Quantos cigarros familiar fuma (todos os

participantes) (rec.)

(p=0,172a)

Nº de cigarros diários do familiar (dos

participantes com familiar fumador)

(p=0,836a)

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ICMín ICMáx

Tabela 5 - Níveis de exposição a cádmio (μg/dl) na amostra global e nos subgrupos/estratos definidos nas principais variáveis de caracterização da amostra

Variáveis

(p*)Categorias N AM SD Mín P10 P25 P50 Máx MG

IC 95%P75 P90 P95 P98

Não 86 0,326 0,119 0,100 0,200 0,200 0,300 0,400 0,400 0,600 0,700 0,700 0,304 0,281 0,330

Sim 94 0,262 0,123 0,100 0,100 0,200 0,300 0,300 0,400 0,500 0,600 0,800 0,235 0,213 0,259

1 ou 2 37 0,276 0,104 0,100 0,100 0,200 0,300 0,300 0,400 0,500 0,500 0,500 0,254 0,221 0,292

3 ou mais 19 0,326 0,128 0,100 0,200 0,200 0,300 0,400 0,500 0,600 0,600 0,600 0,301 0,249 0,365

nenhuma 15 0,227 0,080 0,100 0,100 0,200 0,200 0,300 0,300 0,400 0,400 0,400 0,213 0,175 0,258

≤1 45 0,260 0,107 0,100 0,100 0,200 0,200 0,300 0,400 0,500 0,600 0,600 0,239 0,211 0,271

≥2 26 0,312 0,111 0,100 0,200 0,200 0,300 0,400 0,500 0,500 0,500 0,500 0,289 0,246 0,340

≤1 123 0,270 0,106 0,100 0,100 0,200 0,300 0,300 0,400 0,400 0,500 0,700 0,248 0,229 0,268

≥2 38 0,305 0,118 0,100 0,200 0,200 0,300 0,400 0,500 0,500 0,600 0,600 0,281 0,245 0,323

≤1 135 0,272 0,109 0,100 0,100 0,200 0,300 0,300 0,400 0,400 0,600 0,700 0,249 0,232 0,268

≥2 26 0,312 0,111 0,100 0,200 0,200 0,300 0,400 0,500 0,500 0,500 0,500 0,289 0,246 0,340

Não 129 0,304 0,133 0,100 0,100 0,200 0,300 0,400 0,500 0,600 0,700 0,800 0,275 0,254 0,298

Sim 51 0,263 0,096 0,100 0,100 0,200 0,300 0,300 0,400 0,400 0,400 0,500 0,243 0,217 0,273

Não 141 0,299 0,133 0,100 0,100 0,200 0,300 0,400 0,400 0,500 0,700 0,800 0,269 0,249 0,291

Sim 39 0,269 0,089 0,100 0,200 0,200 0,300 0,300 0,400 0,400 0,400 0,400 0,253 0,225 0,285

Não 171 0,295 0,127 0,100 0,100 0,200 0,300 0,400 0,400 0,500 0,600 0,800 0,267 0,249 0,286

Sim 9 0,244 0,073 0,200 0,200 0,200 0,200 0,300 0,400 0,400 0,400 0,400 0,236 0,199 0,281

Não 169 0,296 0,126 0,100 0,100 0,200 0,300 0,400 0,400 0,500 0,600 0,800 0,269 0,251 0,288

Sim 11 0,236 0,103 0,100 0,100 0,200 0,200 0,300 0,400 0,400 0,400 0,400 0,215 0,163 0,284

Baixa/Nula 141 0,299 0,133 0,100 0,100 0,200 0,300 0,400 0,400 0,500 0,700 0,800 0,269 0,249 0,291

Elavada 39 0,269 0,089 0,100 0,200 0,200 0,300 0,300 0,400 0,400 0,400 0,400 0,253 0,225 0,285

Legenda

Notas

Dentes chumbados

(p<0,001a)

Nº de gravidezes das mulheres

participantes

(p=0,043b)

Nº de filhos das mulheres que tiveram

gravidezes

(p=0,032a)

Nº de filhos de todos os participantes

(rec.)

(p=0,066a)

Nº de gravidezes (de todos os

participantes) (rec.)

(p=0,113a)

Exposição total a químicos (rec.)

(p=0,312a)

a Teste de Mann-Whitney;

b Teste de Kruskal-Wallis;

c Teste t de Student.

Tem doenças

(p=0,079a)

Exposição ocupacional a químicos

(p=0,312a)

Exposição a químicos por hobby próprio

(p=0,173a)

Exposição a químicos por hobby de

familiar

(p=0,113a)

p*: Valor de p para a análise comparativa entre os subgrupos/estratos definidos em cada uma das principais variáveis de caracterização da amostra; N: Número de indivíduos/elementos da amostra; MA: Média aritmética; DP: Desvio

padrão; P10, P25, P50, P75, P90, P95 e P98: Percentis a #% (valores abaixo dos quais se situam #% dos indivíduos, sendo # as percentagens dos percentis correspondentes); Mín: Mínimo; Máx: Máximo; MG: Média geométrica;

IC95%: Intervalo de confiança a 95% para a média geométrica; ICMín: Limite inferior de IC 95%; ICMáx: Limite superior de IC 95%; (rec.): Variável recodificada a partir de outra(s) variável(eis) apurada(s) por questionário.

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ICMín ICMáx

Níveis de Hg no sangue da amostra global 180 0,300 0,254 0,100 0,100 0,200 0,300 0,400 0,700 0,900 1,138 1,600 0,271 0,246 0,298

Exposta 90 0,241 0,081 0,100 0,100 0,200 0,200 0,300 0,300 0,400 0,400 0,400 0,226 0,209 0,245

Não exposta 90 0,436 0,323 0,100 0,100 0,200 0,400 0,600 0,900 1,100 1,400 1,600 0,324 0,274 0,384

18-35 60 0,320 0,250 0,100 0,100 0,100 0,300 0,400 0,700 0,900 1,000 1,200 0,248 0,208 0,297

36-45 60 0,373 0,267 0,100 0,200 0,200 0,300 0,450 0,700 0,850 1,100 1,600 0,308 0,265 0,360

>45 60 0,322 0,246 0,100 0,100 0,200 0,300 0,400 0,600 0,850 1,100 1,400 0,259 0,220 0,305

Masculino 90 0,327 0,222 0,100 0,100 0,200 0,300 0,400 0,650 0,800 1,000 1,100 0,266 0,232 0,304

Feminino 90 0,350 0,284 0,100 0,100 0,200 0,300 0,400 0,700 1,000 1,400 1,600 0,276 0,240 0,317

<1 6 0,483 0,286 0,100 0,100 0,300 0,450 0,700 0,900 0,900 0,900 0,900 0,395 0,212 0,735

1 a 3 16 0,369 0,247 0,100 0,100 0,150 0,400 0,500 0,600 1,000 1,000 1,000 0,291 0,202 0,420

4 a 5 12 0,558 0,382 0,100 0,100 0,200 0,600 0,850 1,100 1,100 1,100 1,100 0,404 0,237 0,689

>5 137 0,312 0,216 0,100 0,100 0,200 0,300 0,300 0,600 0,700 1,000 1,600 0,263 0,239 0,289

≤3 22 0,400 0,256 0,100 0,100 0,200 0,400 0,600 0,700 0,900 1,000 1,000 0,316 0,231 0,433

> 3 149 0,332 0,241 0,100 0,100 0,200 0,300 0,400 0,700 0,800 1,100 1,600 0,272 0,246 0,300

Não 81 0,360 0,288 0,100 0,100 0,200 0,300 0,400 0,700 1,000 1,400 1,600 0,283 0,244 0,329

Sim 99 0,320 0,223 0,100 0,100 0,200 0,300 0,400 0,700 0,900 1,100 1,100 0,261 0,230 0,296

Diariamente 27 0,326 0,251 0,100 0,100 0,100 0,300 0,400 0,700 0,900 1,100 1,100 0,255 0,195 0,333

Ocasionalmente 72 0,318 0,213 0,100 0,100 0,200 0,300 0,400 0,600 0,700 1,000 1,100 0,264 0,229 0,304

Diariamente 27 0,326 0,251 0,100 0,100 0,100 0,300 0,400 0,700 0,900 1,100 1,100 0,255 0,195 0,333

Ocasionalmente 153 0,341 0,256 0,100 0,100 0,200 0,300 0,400 0,700 0,900 1,100 1,600 0,274 0,247 0,303

Não 40 0,288 0,199 0,100 0,100 0,150 0,300 0,300 0,450 0,800 1,000 1,000 0,238 0,196 0,288

Sim 140 0,353 0,267 0,100 0,100 0,200 0,300 0,400 0,700 0,950 1,200 1,600 0,281 0,252 0,314

Não 5 0,240 0,055 0,200 0,200 0,200 0,200 0,300 0,300 0,300 0,300 0,300 0,235 0,194 0,286

Sim 175 0,341 0,257 0,100 0,100 0,200 0,300 0,400 0,700 0,900 1,100 1,600 0,272 0,246 0,300

P98

Tabela 6 - Níveis de exposição a mercúrio (μg/dl) na amostra global e nos subgrupos/estratos definidos nas principais variáveis de caracterização da amostra

Variáveis

(p*)Categorias N AM SD Mín P10 P25 P50 Máx MG

IC 95%P75 P90 P95

Frequência do consumo de álcool (dos

que consomem)

(p=0,875a)

Frequência do consumo de álcool (todos

os participantes) (rec.)

(p=0,684a)

Consumo de água da torneira (rec.)

(p=0,221a)

Consumo de vegetais

(p=0,488a)

Área de estudo

(p<0,001a)

Grupos etários (anos)

(p=0,216a)

Género

(p=0,900a)

Tempo que vive na residência actual

(anos)

(p=0,054a)

Tempo que vive na residência actual (rec.)

(anos)

(p=0,139a)

Consumo de álcool

(p=0,474a)

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ICMín ICMáx

P98

Tabela 6 - Níveis de exposição a mercúrio (μg/dl) na amostra global e nos subgrupos/estratos definidos nas principais variáveis de caracterização da amostra

Variáveis

(p*)Categorias N AM SD Mín P10 P25 P50 Máx MG

IC 95%P75 P90 P95

Diariamente 106 0,357 0,261 0,100 0,100 0,200 0,300 0,400 0,700 0,900 1,100 1,400 0,283 0,248 0,322

Ocasionalmente 69 0,317 0,252 0,100 0,100 0,200 0,300 0,400 0,600 0,900 1,000 1,600 0,256 0,220 0,297

Não 144 0,331 0,249 0,100 0,100 0,200 0,300 0,400 0,600 0,800 1,100 1,600 0,266 0,240 0,296

Sim 31 0,390 0,294 0,100 0,100 0,200 0,300 0,600 0,700 1,100 1,200 1,200 0,299 0,229 0,391

Diariamente 80 0,346 0,241 0,100 0,100 0,200 0,300 0,400 0,700 0,850 1,100 1,200 0,281 0,244 0,324

Ocasionamente 84 0,340 0,252 0,100 0,100 0,200 0,300 0,400 0,700 0,900 1,100 1,600 0,279 0,244 0,318

Diariamente 40 0,333 0,203 0,100 0,100 0,200 0,300 0,400 0,600 0,700 1,100 1,100 0,283 0,236 0,339

Ocasionamente 125 0,345 0,259 0,100 0,100 0,200 0,300 0,400 0,700 0,900 1,100 1,600 0,277 0,247 0,310

Carne 98 0,334 0,245 0,100 0,100 0,200 0,300 0,400 0,700 0,900 1,100 1,200 0,285 0,240 0,338

Peixe 32 0,300 0,202 0,100 0,100 0,200 0,300 0,350 0,400 0,900 1,000 1,000 0,252 0,205 0,309

Igual 48 0,346 0,263 0,100 0,100 0,200 0,300 0,400 0,600 0,700 1,600 1,600 0,285 0,240 0,338

Carne 98 0,334 0,245 0,100 0,100 0,200 0,300 0,400 0,700 0,900 1,100 1,200 0,264 0,230 0,302

Peixe ou igual 80 0,328 0,240 0,100 0,100 0,200 0,300 0,400 0,550 0,800 1,100 1,600 0,271 0,238 0,309

Carne ou igual 130 0,325 0,235 0,100 0,100 0,200 0,300 0,400 0,700 0,900 1,000 1,200 0,261 0,233 0,292

Peixe 48 0,346 0,263 0,100 0,100 0,200 0,300 0,400 0,600 0,700 1,600 1,600 0,285 0,240 0,338

Baixa 94 0,348 0,262 0,100 0,100 0,200 0,300 0,400 0,700 1,000 1,100 1,600 0,281 0,247 0,320

Elevada 71 0,334 0,224 0,100 0,100 0,200 0,300 0,400 0,600 0,700 1,100 1,200 0,275 0,237 0,318

Diariamente 104 0,340 0,249 0,100 0,100 0,200 0,300 0,400 0,700 0,700 1,100 1,600 0,276 0,245 0,313

Ocasionalmente 28 0,336 0,251 0,100 0,100 0,200 0,250 0,400 0,700 0,900 1,100 1,100 0,268 0,208 0,343

Não 143 0,340 0,255 0,100 0,100 0,200 0,300 0,400 0,700 0,900 1,100 1,600 0,272 0,244 0,303

Sim 37 0,332 0,254 0,100 0,100 0,200 0,300 0,300 0,700 1,100 1,200 1,200 0,268 0,218 0,330

≤10 8 0,313 0,136 0,200 0,200 0,200 0,300 0,350 0,600 0,600 0,600 0,600 0,291 0,223 0,381

>10 29 0,338 0,280 0,100 0,100 0,200 0,300 0,300 0,700 1,100 1,200 1,200 0,262 0,203 0,338

Frequência do consumo de vegetais

(p=0,300a)

Frequência do consumo de carne

(p=0,984a)

Frequência do consumo de peixe

(p=0,690a)

Consumo preferencial de peixe ou carne

(p=0,702a)

Consumo de vegetais de origem local

(p=0,339a)

Consumo preferencial de peixe (rec.)

(p=0,418a)

Consumo preferencial de carne (rec.)

(p=0,704a)

Frequência de consumo de peixe, carne e

leite (rec.)

(p=0,966a)

Frequência do consumo de leite

(p=0,741a)

Fumador actual

(p=0,772a)

Tempo de fumo (dos fumadores)

(p=0,599a)

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ICMín ICMáx

P98

Tabela 6 - Níveis de exposição a mercúrio (μg/dl) na amostra global e nos subgrupos/estratos definidos nas principais variáveis de caracterização da amostra

Variáveis

(p*)Categorias N AM SD Mín P10 P25 P50 Máx MG

IC 95%P75 P90 P95

≤10 16 0,306 0,246 0,100 0,100 0,200 0,250 0,300 0,600 1,100 1,100 1,100 0,248 0,181 0,339

>10 21 0,352 0,264 0,100 0,100 0,200 0,300 0,400 0,700 0,700 1,200 1,200 0,284 0,214 0,377

≤10 133 0,320 0,227 0,100 0,100 0,200 0,300 0,400 0,600 0,700 1,000 1,400 0,260 0,233 0,290

>10 47 0,389 0,318 0,100 0,100 0,200 0,300 0,500 0,900 1,100 1,600 1,600 0,304 0,249 0,370

≤20 175 0,335 0,256 0,100 0,100 0,200 0,300 0,400 0,700 0,900 1,100 1,600 0,268 0,243 0,295

>20 5 0,440 0,195 0,300 0,300 0,300 0,300 0,600 0,700 0,700 0,700 0,700 0,408 0,281 0,593

Não 149 0,323 0,243 0,100 0,100 0,200 0,300 0,400 0,700 0,800 1,100 1,400 0,258 0,232 0,287

Sim 31 0,410 0,299 0,100 0,200 0,200 0,300 0,500 0,600 1,000 1,600 1,600 0,341 0,276 0,420

Não 112 0,321 0,240 0,100 0,100 0,200 0,300 0,400 0,700 0,800 1,000 1,400 0,255 0,225 0,289

Sim 68 0,368 0,276 0,100 0,100 0,200 0,300 0,400 0,700 1,000 1,200 1,600 0,299 0,257 0,347

Baixa 175 0,335 0,256 0,100 0,100 0,200 0,300 0,400 0,700 0,900 1,100 1,600 0,268 0,243 0,295

Elevada 5 0,440 0,195 0,300 0,300 0,300 0,300 0,600 0,700 0,700 0,700 0,700 0,408 0,281 0,593

Não 141 0,323 0,233 0,100 0,100 0,200 0,300 0,400 0,600 0,900 1,100 1,400 0,265 0,239 0,293

Sim 36 0,369 0,255 0,100 0,100 0,200 0,300 0,550 0,700 0,700 1,200 1,200 0,289 0,227 0,368

≤10 8 0,325 0,212 0,100 0,100 0,150 0,300 0,450 0,700 0,700 0,700 0,700 0,262 0,158 0,435

>10 26 0,381 0,273 0,100 0,100 0,200 0,300 0,600 0,700 0,700 1,200 1,200 0,293 0,219 0,394

≤10 7 0,200 0,058 0,100 0,100 0,200 0,200 0,200 0,300 0,300 0,300 0,300 0,192 0,151 0,244

>10 21 0,448 0,268 0,100 0,100 0,300 0,400 0,600 0,700 0,700 1,200 1,200 0,361 0,263 0,495

≤10 149 0,323 0,231 0,100 0,100 0,200 0,300 0,400 0,600 0,900 1,100 1,400 0,265 0,239 0,293

>10 26 0,381 0,273 0,100 0,100 0,200 0,300 0,600 0,700 0,700 1,200 1,200 0,293 0,219 0,394

≤20 154 0,336 0,241 0,100 0,100 0,200 0,300 0,400 0,700 0,900 1,100 1,400 0,274 0,249 0,303

>20 7 0,371 0,214 0,100 0,100 0,100 0,400 0,500 0,700 0,700 0,700 0,700 0,301 0,169 0,536

Baixa 166 0,329 0,237 0,100 0,100 0,200 0,300 0,400 0,600 0,900 1,100 1,400 0,267 0,243 0,294

Elevada 10 0,410 0,247 0,100 0,100 0,100 0,400 0,700 0,700 0,700 0,700 0,700 0,319 0,190 0,535

Já alguma vez fumou (rec.)

(p=0,141a)

Nº de cigarros diários (dos fumadores)

(p=0,534a)

Ex-fumador

(p=0,028a)

Tempo de fumo (de todos os

participantes) (rec.) (anos)

(p=0,280a)

Quantos cigarros fuma (todos os

participantes) (rec.)

(p=0,117a)

Quantos cigarros familiar fuma (todos os

participantes) (rec.)

(p=0,357a)

Tempo de fumo do familiar (todos os

participantes) (anos) (rec.)

(p=0,393a)

Exposição a fumo do familiar (rec.)

(p=0,205a)

Exposição a fumo próprio (rec.)

(p=0,117a)

Familiar fumador na residência

(p=0,376a)

Tempo de fumo do familiar (anos)

(p=0,600c)

Nº de cigarros diários do familiar

(p=0,024c)

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ICMín ICMáx

P98

Tabela 6 - Níveis de exposição a mercúrio (μg/dl) na amostra global e nos subgrupos/estratos definidos nas principais variáveis de caracterização da amostra

Variáveis

(p*)Categorias N AM SD Mín P10 P25 P50 Máx MG

IC 95%P75 P90 P95

Não 86 0,306 0,227 0,100 0,100 0,200 0,250 0,300 0,600 0,700 1,200 1,400 0,251 0,220 0,286

Sim 94 0,368 0,275 0,100 0,100 0,200 0,300 0,400 0,700 1,000 1,100 1,600 0,291 0,253 0,334

1 ou 2 37 0,335 0,303 0,100 0,100 0,200 0,300 0,300 0,600 1,100 1,600 1,600 0,265 0,216 0,325

3 ou mais 19 0,400 0,254 0,200 0,200 0,200 0,300 0,500 0,700 1,200 1,200 1,200 0,346 0,273 0,438

nenhuma 15 0,427 0,246 0,100 0,100 0,200 0,400 0,700 0,700 0,900 0,900 0,900 0,352 0,249 0,499

≤1 45 0,396 0,311 0,100 0,100 0,200 0,300 0,400 0,700 1,100 1,600 1,600 0,312 0,256 0,381

≥2 26 0,331 0,209 0,100 0,200 0,200 0,250 0,400 0,700 0,700 1,000 1,000 0,286 0,233 0,349

≤1 123 0,350 0,255 0,100 0,100 0,200 0,300 0,400 0,700 0,900 1,100 1,600 0,280 0,249 0,315

≥2 38 0,337 0,232 0,100 0,200 0,200 0,300 0,400 0,700 1,000 1,200 1,200 0,285 0,239 0,341

≤1 135 0,350 0,256 0,100 0,100 0,200 0,300 0,400 0,700 0,900 1,100 1,600 0,280 0,251 0,314

≥2 26 0,331 0,209 0,100 0,200 0,200 0,250 0,400 0,700 0,700 1,000 1,000 0,286 0,233 0,349

Não 129 0,349 0,260 0,100 0,100 0,200 0,300 0,400 0,700 1,000 1,100 1,400 0,275 0,244 0,310

Sim 51 0,312 0,240 0,100 0,100 0,200 0,300 0,400 0,400 0,700 0,900 1,600 0,261 0,223 0,305

Não 141 0,328 0,238 0,100 0,100 0,200 0,300 0,400 0,600 0,700 1,100 1,400 0,266 0,239 0,296

Sim 39 0,374 0,308 0,100 0,100 0,200 0,300 0,400 0,900 1,000 1,600 1,600 0,289 0,231 0,362

Não 171 0,337 0,256 0,100 0,100 0,200 0,300 0,400 0,700 0,900 1,100 1,600 0,269 0,243 0,297

Sim 9 0,356 0,230 0,200 0,200 0,200 0,300 0,400 0,900 0,900 0,900 0,900 0,309 0,220 0,436

Não 169 0,346 0,259 0,100 0,100 0,200 0,300 0,400 0,700 0,900 1,100 1,600 0,278 0,252 0,307

Sim 11 0,218 0,133 0,100 0,100 0,100 0,200 0,400 0,400 0,400 0,400 0,400 0,183 0,126 0,265

Baixa/Nula 141 0,328 0,238 0,100 0,100 0,200 0,300 0,400 0,600 0,700 1,100 1,400 0,266 0,239 0,296

Elavada 39 0,374 0,308 0,100 0,100 0,200 0,300 0,400 0,900 1,000 1,600 1,600 0,289 0,231 0,362

Legenda

Notas

a Teste de Mann-Whitney;

b Teste de Kruskal-Wallis;

c Teste t de Student.

Dentes chumbados

(p=0,105a)

Nº de gravidezes das mulheres

participantes

(p=0,088a)

Nº de filhos das mulheres que tiveram

gravidezes

(p=0,398a)

Nº de filhos (de todos os participantes)

(rec.)

(p=0,838a)

Nº de gravidezes (de todos os

participantes) (rec.)

(p=0,964a)

Tem doenças (rec.)

(p=0,599a)

Exposição ocupacional a químicos

(p=0,524a)

Exposição a químicos por hobby próprio

(p=0,627a)

Exposição a químicos por hobby de

familiar

(p=0,078a)

Exposição total a químicos (rec.)

(p=0,524a)

p*: Valor de p para a análise comparativa entre os subgrupos/estratos definidos em cada uma das principais variáveis de caracterização da amostra; N: Número de indivíduos/elementos da amostra; MA: Média aritmética; DP: Desvio

padrão; P10, P25, P50, P75, P90, P95 e P98: Percentis a #% (valores abaixo dos quais se situam #% dos indivíduos, sendo # as percentagens dos percentis correspondentes); Mín: Mínimo; Máx: Máximo; MG: Média geométrica; IC95%:

Intervalo de confiança a 95% para a média geométrica; ICMín: Limite inferior de IC 95%; ICMáx: Limite superior de IC 95%; (rec.): Variável recodificada a partir de outra(s) variável(eis) apurada(s) por questionário.

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T0 T1 T2a T3 T4 T5 T6 T7 T8 T9 T10 p*

N 168 72 150 150 180 180 180 180 180 180

MA 7,8 6,3 3,8 4,3 3,5 4 4,2 4,1 4,1 4,0

Mediana 6,3 5,6 2,4 3,4 2,8 3,5 3 3,4 3,4 3,2

DP 5,8 3,2 5,1 3,3 3 2,3 3,7 3,2 3,3 3,5

Mín - Máx 2,0 –

48,0

1,6-16,2 0,1-43,6 0,1-19,9 0,1 – 19,4 0,1 –12,6 0,1-23,0 0,1-25,0 0,05-31,9 0,1 - 31,9

N 167 72 150 150 180 180 180 180 180 180

MA 0,6 0,3 0,2 0,2 0,4 0,3 0,3 0,2 0,3 0,3

Mediana 0,6 0,3 0,2 0,2 0,4 0,3 0,3 0,2 0,3 0,3

DP 0,2 0,2 0,1 0,2 0,2 0,3 0,1 0,2 0,2 0,1

Mín - Máx 0,2 – 1,3 0,1-1,2 0,1-0,7 0,1-2,2 0,2 – 0,9 0,1 – 4,4 0,1-0,8 0,1-1,9 0,1-1,0 0,1 - 0,8

N 167 72 150 150 180 180 180 180 180 180

MA 1,1 0,5 0,5 0,3 1,1 0,3 0,5 0,4 0,4 0,3

Mediana 0,9 0,2 0,4 0,3 1 0,3 0,5 0,4 0,4 0,3

DP 0,7 0,6 0,4 0,3 0,8 0,3 0,3 0,3 0,2 0,3

Mín - Máx 0,2 – 4,6 0,1-2,6 0,1-2,1 0,1-1,2 0,1 – 4,1 0,1 – 2,4 0,1-1,8 0,1-1,5 0,1-1,6 0,1 - 1,6

N 138 34 75 75 90 90 90 90 90 90

MA 7,7 7,4 4,7 5,1 3,9 4,6 3,3 3,6 3,4 3,2

Mediana 6,4 6,9 3,1 3,8 3,3 4,1 2,8 2,8 3,1 2,5

DP 5,2 3,6 5,7 4,1 3 2,6 3,1 3,4 1,9 2,6

Mín - Máx 2,0 –36,4 2,5 –

16,2

0,4 – 43,6 0,4 – 19,9 0,1 – 13,7 0,1 – 12,6 0,1-23,0 0,1-25,0 0,05-13,1 0,8 - 16,3

N 137 34 75 75 90 90 90 90 90 90

MA 0,6 0,2 0,2 0,2 0,5 0,4 0,3 0,2 0,4 0,3

Mediana 0,6 0,2 0,2 0,2 0,5 0,4 0,3 0,2 0,4 0,3

DP 0,2 0,1 0,1 0,1 0,1 0,4 0,1 0,2 0,1 0,1

Mín - Máx 0,3 – 1,3 0,1 – 0,3 0,1 – 0,7 0,1 – 0,7 0,2 – 0,9 0,2 – 4,4 0,1-0,6 0,1-0,8 0,2-1,0 0,1 - 0,6

N 138 34 75 75 90 90 90 90 90 90

MA 1 0,7 0,5 0,3 1,3 0,4 0,4 0,5 0,4 0,2

Mediana 0,8 0,6 0,4 0,2 1,1 0,3 0,4 0,6 0,4 0,2

DP 0,7 0,6 0,4 0,2 0,7 0,3 0,3 0,2 0,1 0,1

Mín - Máx 0,2 – 4,6 0,1 – 1,8 0,1 – 1,8 0,1 – 1,1 0,1 – 4,0 0,1 – 2,4 0,1-1,8 0,1-1,3 0,1-0,7 0,1 - 0,4

N 30 38 75 75 90 90 90 90 90 90

MA 8,2 5,3 2,8 3,6 3,1 3,4 5 4,6 4,8 4,8

Mediana 6,1 5,2 1,4 3,2 2,4 3,1 4,2 3,8 4,3 4,3

DP 8,2 2,4 4,2 2,2 2,9 1,8 4,2 3,1 4,1 4,1

Mín - Máx 2,8 –

48,0

1,6 –

13,9

0,1 – 31,9 0,1 – 11,6 0,1 – 19,4 0,8 – 8,3 0,1-23,0 0,2-15,1 0,1-31,9 0,1 - 31,9

N 30 38 75 75 90 90 90 90 90 90

MA 0,7 0,5 0,2 0,2 0,4 0,2 0,3 0,2 0,3 0,3

Mediana 0,7 0,5 0,2 0,2 0,4 0,2 0,3 0,1 0,2 0,3

DP 0,3 0,2 0,1 0,2 0,1 0,1 0,1 0,3 0,2 0,2

Mín - Máx 0,2 – 1,3 0,2 – 1,2 0,1 – 0,5 0,1 – 2,2 0,2 – 0,9 0,1 – 0,5 0,1-0,8 0,1-1,9 0,1-0,8 0,1 - 0,8

N 29 38 75 75 90 90 90 90 90 90

MA 1,5 0,4 0,6 0,3 0,9 0,3 0,6 0,4 0,4 0,4

Mediana 1,4 0,1 0,4 0,3 0,6 0,3 0,6 0,3 0,4 0,4

DP 0,6 0,5 0,5 0,2 0,8 0,3 0,3 0,2 0,3 0,3

Mín - Máx 0,7 – 4,2 0,1 – 2,6 0,1 – 2,1 0,1 – 1,2 0,1 – 4,1 0,1 – 1,6 0,1-1,2 0,1-1,5 0,1-1,6 0,1-1,6

Legenda

Cd

Hg

<0,001

<0,001

<0,001

Tabela 7 - Evolução dos teores de Pb, Cd e Hg na avaliação de potenciais impactes específicos (µg/dl)

Monitorização de metais

pesados na população

geral

Po

pu

laçã

o G

lob

al

Pb

<0,001

Cd

<0,001

Hg

<0,001

<0,001

<0,001

* Teste de Kruskal-Wallis para comparação dos momentos temporais; a Os momentos de observação são designados por Ti, em que i é o número de ordem

da observação. Em T2 não foi possível reunir o número mínimo de participantes.

Notas:

N: Número de indivíduos/elementos da amostra; MA: Média aritmética; DP: Desvio padrão; Mín: Mínimo; Máx: Máximo; Pb: Níveis de chumbo no sangue

(μg/dl); Cd: Níveis de cádmio no sangue (μg/dl); Hg: Níveis de mercúrio no sangue (μg/dl).

<0,001

Não

exp

ost

os

Pb

Hg

Cd

Exp

ost

os

Pb

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Pb Cd Hg IdadeIMC

(n=164)

R: 0,071 R: -0,012 R: 0,081 R: -0,031

– (0,341)1

(0,872)1

(0,281)1

(0,690)1

(0,410)2

(0,920)2

(0,410)2

(0,566)2

R: 0,071 R: 0,100 R: 0,07

– – (0,341)1

(0,182)1

(0,372)1

(0,410)2

(0,101)2

(0,363)2

R: -0,022 R: 0,130

– – – (0,765)1

(0,096)1

(0,551)2

(0,067)2

R: 0,255

– – – – (0,001)1

(0,002)2

– – – – –

Legenda

Notas

Tabela 8 - Correlação entre os níveis dos biomarcadores (BM) de exposição determinados na amostra de estudo (N=180) e potenciais determinantes

Pb

Hg

Cd

Idade

IMC

(n=164)

N: Dimensão da amostra global; n: Dimensão da amostra na variável; Pb: Níveis de chumbo no sangue (μg/dl); Cd: Níveis de cádmio no sangue (μg/dl);

Hg: Níveis de mercúrio no sangue (μg/dl); Idade: Idade dos participantes (anos); IMC: Índice de massa corporal ( Kg/m2); R: Coeficiente de correlação de

Spearman.

1 Valor de p para a análise de correlação de Spearman;

2 Valor de p para a análise de regressão linear.

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1,720*1 1,500* 2,000*

<0,001 2 0,001 <0,001

1,081 1,000 1,000

0,236 0,275 0,900

1,067 1,500 1,333

0,908 0,213 0,139

1,172 1,000 1,000

0,130 0,399 0,474

2,071* 1,000 1,000

<0,001 0,201 0,684

1,066 1,000 1,000

0,357 0,825 0,221

2,133 1,000 1,500

0,145 0,181 0,488

1,411* 1,000 1,000

0,026 0,477 0,300

1,344 1,000 1,000

0,162 0,156 0,339

1,086 1,200* 1,000

0,359 0,007 0,984

1,067 1,000 1,000

0,388 0,248 0,690

1,148 1,000 1,000

0,201 0,428 0,704

1,119 1,000 1,000

0,363 0,772 0,418

1,267 1,333* 1,000

0,523 0,001 0,772

1,097 1,000* 1,000

0,269 0,041 0,280

1,387 1,333* 1,000

0,749 0,009 0,117

1,179 1,000* 1,000*

0,640 0,038 0,028

1,049 1,000 1,000

0,866 0,213 0,141

1,387 1,333* 1,000

0,794 0,009 0,117

1,031 1,000 1,000

0,833 0,661 0,376

1,143 1,200 1,000

0,593 0,502 0,393

1,476 1,500 1,333

0,318 0,172 0,357

1,306 1,000 1,333

0,924 0,997 0,205

1,138 1,000* 1,200

0,914 <0,001 0,105

1,730* 1,000 1,000

0,018 0,113 0,964

1,641 1,000 1,200

0,177 0,066 0,838

Consumo de água da torneira (rec.)

Área de estudo

Tabela 9 - Análise de associação entre os níveis de biomarcadores (BM) determinados na amostra de estudo (N=180)

e características da amostra (potenciais determinantes desses níveis)

Variáveis Pb HgCd

Género

Tempo que vive na residência actual (rec.) (anos)

Consumo de álcool

Frequência do consumo de álcool (de todos os participantes)

Consumo de vegetais

Frequência do consumo de vegetais

Consumo de vegetais de origem local

Frequência do consumo de carne

Frequência do consumo de peixe

Consumo preferencial de carne (rec.)

Consumo preferencial de peixe (rec.)

Fumador actual

Ex-fumador

Já alguma vez fumou (rec.)

Tempo de fumo (de todos os participantes) (rec.) (anos)

Quantos cigarros fuma (todos os participantes) (rec.)

Tempo de fumo do familiar (todos os participantes) (rec.) (anos)

Exposição a fumo do familiar (rec.)

Exposição a fumo próprio (rec.)

Familiar fumador na residência

Dentes chumbados

Nº de filhos (de todos os participantes) (rec.)

Nº de gravidezes (de todos os participantes) (rec.)

Quantos cigarros familiar fuma (todos os participantes) (rec.)

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Área de estudo

Tabela 9 - Análise de associação entre os níveis de biomarcadores (BM) determinados na amostra de estudo (N=180)

e características da amostra (potenciais determinantes desses níveis)

Variáveis Pb HgCd

1,179 1,000 1,000

0,334 0,079 0,599

1,067 1,000 1,000

0,663 0,312 0,524

1,097 1,500 1,000

0,404 0,173 0,627

1,452 1,500 1,500

0,745 0,113 0,078

1,067 1,000 1,000

0,663 0,312 0,524

Legenda

Notas

* Variável com associação estatisticamente significativa; 1 Força de associação, medida através da razão entre as médias ou medianas de

cada categoria da variável; 2 Valor de p dado pelo teste de Mann-Whitney, excepto quando referido especificamente.

Tem doenças (rec.)

Exposição ocupacional a químicos

Exposição a químicos por hobby próprio

Exposição a químicos por hobby de familiar

Exposição total a químicos (rec.)

N: Número de indivíduos/elementos da amostra; Pb: Níveis de chumbo no sangue (μg/dl); Cd: Níveis de cádmio no sangue (μg/dl); Hg: Níveis

de mercúrio no sangue (μg/dl); (rec.): Variável recodificada a partir de outra(s) variável(eis) apurada(s) por questionário.

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1,720 1,500 2,000

<0,001 2 0,001 <0,001

1,081 1,000 1,000

0,236 0,275 0,900

0,081 3

0,100 3

-0,022 3

0,281 4

0,182 4

0,765 4

0,130 3

0,096 4

1,333

0,139

2,071 1,000

<0,001 0,201

1,411

0,026

1,200

0,007

1,000

0,690

1,000

0,041

1,333 1,000

0,009 0,117

1,333

0,001

1,387 1,333 1,000

0,794 0,009 0,117

1,143 1,000

0,593 0,393

1,500 1,333

0,172 0,357

1,000 1,200

<0,001 0,105

1,730 1,000

0,018 0,113

1,641 1,000

0,177 0,066

1,179 1,000 1,000

0,334 0,079 0,599

1,067 1,000 1,000

0,663 0,312 0,524

Legenda

Notas

Área de estudo

Tabela 10 - Variáveis seleccionadas para as análises de regressão linear múltipla referentes aos níveis de

biomarcadores (BM) determinados na amostra de estudo (N=180)

Variáveis Pb HgCd

Tempo que vive na residência actual (anos) (rec.)

Frequência do consumo de álcool (de todos os participantes)

Género

Idade

IMC

Exposição total a químicos (rec.)

1 Força de associação, medida através da razão entre as médias ou medianas de cada categoria da variável, excepto quando referido

especificamente; 2 Valor de p dado pelo teste de Mann-Whitney, excepto quando referido especificamente;

3 Coeficiente de correlação de

Spearman; 4 Valor de p para a análise de correlação de Spearman.

Dentes chumbados

Nº de filhos (de todos os participantes) (rec.)

Nº de gravidezes (de todos os participantes) (rec.)

Tem doenças (rec.)

N: Número de indivíduos/elementos da amostra; Pb: Níveis de chumbo no sangue (μg/dl); Cd: Níveis de cádmio no sangue (μg/dl); Hg: Níveis

de mercúrio no sangue (μg/dl); (rec.): Variável recodificada a partir de outra(s) variável(eis) apurada(s) por questionário; IMC: Índice de massa

corporal ( Kg/m2).

Tempo de fumo do familiar (todos os participantes) (rec.) (anos)

Quantos cigarros familiar fuma (todos os participantes) (rec.)

Exposição a fumo próprio (rec.)

Frequência do consumo de peixe

Consumo de água da torneira (rec.)

Frequência do consumo de vegetais

Consumo preferencial de carne (rec.)

Consumo preferencial de peixe (rec.)

Fumador actual

Tempo de fumo (de todos os participantes) (rec.) (anos)

Quantos cigarros fuma (todos os participantes) (rec.)

Frequência do consumo de carne

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ICMín ICMáx ICMín ICMáx ICMín ICMáx

Género

*Masculino

Feminino

Idade (anos) -0,001 -0,002 0,983 0,127 2,234 0,002 0,139 0,048 0,000 0,003 -0,001 -0,053 0,459 -0,004 -0,002

Área

*Não exposta

Exposta

Exposição a fumo próprio (rec.)*Baixa

Elevada

Fumador actual:

*Não

Sim

Frequência do consumo de

alcool (todos os participantes)*Ocasionalmente

Diariamente

Dentes chumbados*Não

Sim

Frequência do consumo de

vegetais(todos os participantes)

*Ocasionalmente

Diariamente

Consumo preferencial de carne

(rec.) *Carne

Peixe ou igual

Já alguma vez fumou (rec.)*Não

Sim

Frequência do consumo de peixe

*Ocasionalmente

Diariamente

Tem doenças (rec.)*Não

Sim

IMC (Kg/m2) – – – – – – – – – – 0,009 0,166 0,025 0,001 0,018

Tempo de fumo (de todos os

participantes)

*<10 anos

≥10 anos

Consumo de água da torneira

*Não

Sim

R2

ajustado / R2

pmodelo

Legenda

Notas

Tabela 11 - Investigação da influência de diferentes co-variáveis nos níveis dos biomarcadores (BM) determinados

na amostra de estudo (N=180)

– – – –

– – – –

1,181 0,164 0,028 -2,234 -0,180

0,239

1,094

– – – – – 0,073

– – – –

– – – – –

– – – –

– – – – –

– – – –

2,063 0,209 0,010 -1,022

– – – –

3,628

-1,207 -0,172 0,021 -0,500 0,049

0,036 0,005 0,947 0,499

Modelo Chumbo (n=175)

B RParcial pIC (95)%Variáveis

Modelo Cádmio (n=180) Modelo Mercúrio (n=164)

B RParcial pIC (95)%

B RParcial pIC (95)%

0,133

– – – – – -0,220 -0,445 <0,001 -0,288 -0,152

0,025 0,102 0,144 -0,009 0,060 0,063 0,129 0,073 -0,006

– – – – – – – – –

-0,030 – – – –

– – – – – – – – –

– –0,001 0,031 0,116 – – –

– – – – – – – – –

– – –– – – – – –

-0,064 -0,257 0,000 -0,098

– – – – – – – – – –

– – – – – – – – –

– – – – – – – – – –

– – – – – – – – –

N: Número de indivíduos/elementos da amostra; B: Coeficiente de regressão; RParcial: Coeficiente de correlação parcial para uma dada variável

independente e ajustada para as outras variáveis independentes; p: Probabilidade da associação ser devida ao acaso; R2: Coeficiente de determinação do

modelo; R2

ajustado: Coeficiente de determinação do modelo ajustado para as variáveis independentes; IC95%: Intervalo de confiança a 95%; ICMín: Limite

inferior de IC 95%; ICMáx: Limite superior de IC 95%; (rec.): Variável recodificada a partir de outra(s) variável(eis) apurada(s) por questionário; IMC: Índice

de massa corporal ( Kg/m2).

* Categoria de referência.

0,133 / 0,152 0,217 / 0,266

<0,001 <0,001

0,008 / 0,011

0,001

– – – – – – – – –

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ICMín ICMáx

Expostos 90 6,117 1,363 5,100 5,100 5,200 5,650 6,100 9,000 9,000 9,000 9,000 5,990 5,750 6,240

Não expostos 90 0,875 0,551 0,100 0,378 0,615 0,700 0,930 1,841 2,480 2,480 2,480 0,747 0,665 0,838

Amostra global 180 3,496 2,825 0,100 0,470 0,700 3,790 5,650 6,100 9,000 9,000 9,000 2,115 1,794 2,492

Expostos 90 5,750 1,045 4,600 4,600 4,800 5,500 6,700 7,400 7,400 7,400 7,400 5,659 5,454 5,872

Não expostos 90 4,091 1,826 1,600 2,550 2,890 3,500 5,840 6,791 8,110 8,110 8,110 3,728 3,409 4,076

Amostra global 180 4,921 1,700 1,600 2,820 3,500 4,800 6,026 7,400 7,400 8,110 8,110 4,593 4,338 4,863

Expostos 90 1,165 0,153 0,890 0,890 1,100 1,200 1,300 1,300 1,300 1,300 1,300 0,605 0,589 0,622

Não expostos 90 0,205 0,101 0,057 0,077 0,167 0,210 0,237 0,290 0,427 0,535 0,550 0,180 0,160 0,201

Amostra global 180 0,685 0,498 0,057 0,120 0,210 0,720 1,200 1,300 1,300 1,300 1,300 0,330 0,296 0,367

Expostos 90 3,483 2,946 1,200 1,200 1,400 2,400 3,900 9,600 9,600 9,600 9,600 2,586 2,217 3,018

Não expostos 90 1,794 0,622 0,800 1,075 1,280 1,715 2,000 2,500 3,066 3,412 3,851 1,696 1,583 1,818

Amostra global 180 2,639 2,286 0,800 1,200 1,400 1,715 3,400 3,900 9,600 9,600 9,600 2,095 1,915 2,291

Expostos 90 1,232 0,193 0,890 0,890 1,100 1,300 1,300 1,500 1,500 1,500 1,500 1,216 1,174 1,258

Não expostos 90 0,236 0,138 0,057 0,079 0,140 0,229 0,307 0,366 0,496 0,626 0,799 0,198 0,173 0,225

Amostra global 180 0,734 0,526 0,057 0,115 0,229 0,845 1,300 1,300 1,500 1,500 1,500 0,490 0,422 0,569

Expostos 90 0,130 0,081 0,043 0,043 0,060 0,103 0,200 0,270 0,270 0,270 0,270 0,107 0,093 0,122

Não expostos 90 0,399 0,161 0,210 0,259 0,282 0,381 0,443 0,495 0,728 1,034 1,123 0,062 0,018 0,211

Amostra global 180 0,264 0,185 0,043 0,060 0,103 0,265 0,381 0,452 0,495 0,810 1,123 0,200 0,178 0,225

Expostos 90 0,183 0,078 0,096 0,096 0,099 0,177 0,249 0,300 0,300 0,300 0,300 0,166 0,151 0,182

Não expostos 90 0,077 0,037 0,040 0,048 0,051 0,064 0,085 0,113 0,156 0,224 0,237 0,071 0,065 0,077

Amostra global 180 0,130 0,081 0,040 0,051 0,064 0,096 0,219 0,249 0,300 0,300 0,300 0,108 0,099 0,118

Expostos 90 0,780 0,271 0,360 0,360 0,560 0,800 0,960 1,200 1,200 1,200 1,200 0,728 0,671 0,789

Não expostos 90 0,047 0,032 0,019 0,024 0,026 0,032 0,045 0,100 0,100 0,153 0,170 0,039 0,035 0,044

Amostra global 180 0,413 0,415 0,019 0,024 0,032 0,265 0,800 0,960 1,200 1,200 1,200 0,169 0,135 0,212

Expostos 90 0,194 0,042 0,159 0,159 0,159 0,176 0,219 0,276 0,276 0,276 0,276 0,190 0,182 0,198

Não expostos 90 0,017 0,010 0,003 0,006 0,008 0,014 0,025 0,030 0,030 0,033 0,050 0,013 0,012 0,016

Amostra global 180 0,105 0,094 0,003 0,008 0,014 0,104 0,176 0,219 0,276 0,276 0,276 0,051 0,041 0,062

Expostos 90 7,100 4,879 3,300 3,300 3,600 5,550 7,200 17,400 17,400 17,400 17,400 5,922 5,264 6,663

Não expostos 90 1,618 0,550 0,616 0,936 1,089 1,841 1,950 2,487 2,487 2,794 3,020 1,523 1,415 1,639

Amostra global 180 4,359 4,421 0,616 1,020 1,841 3,160 5,550 7,200 17,400 17,400 17,400 3,003 2,661 3,390

1,2,3,7,8-PCDF pg/g de

gordura WHO

TEQ

2,3,4,7,8-PCDF pg/g de

gordura WHO

TEQ

1,2,3,4,6,7,8-HpCDD pg/g de

gordura WHO

TEQ

OCDD pg/g de

gordura WHO

TEQ

2,3,7,8-TCDF pg/g de

gordura WHO

TEQ

1,2,3,4,7,8-HCDD pg/g de

gordura WHO

TEQ

1,2,3,6,7,8-HCDD pg/g de

gordura WHO

TEQ

1,2,3,7,8,9-HCDD pg/g de

gordura WHO

TEQ

1,2,3,7,8-PCDD pg/g de

gordura WHO

TEQ

P50 P75 P90SD Mín

2,3,7,8-TCDD pg/g de

gordura WHO

TEQ

P98 Máx

Tabela 12 - Estatísticas dos biomarcadores de cada congénere, medidos em expostos e não expostos

Biomarcador Unidade Grupo populacional N AM MGIC 95%

P10 P25 P95

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ICMín ICMáx

P50 P75 P90SD Mín

2,3,7,8-TCDD pg/g de

gordura WHO

TEQ

P98 Máx

Tabela 12 - Estatísticas dos biomarcadores de cada congénere, medidos em expostos e não expostos

Biomarcador Unidade Grupo populacional N AM MGIC 95%

P10 P25 P95

Expostos 90 0,725 0,570 0,160 0,160 0,290 0,605 0,790 1,900 1,900 1,900 1,900 0,542 0,461 0,637

Não expostos 90 0,403 0,125 0,250 0,273 0,291 0,376 0,448 0,566 0,589 0,690 0,920 0,386 0,363 0,410

Amostra global 180 0,564 0,442 0,160 0,273 0,290 0,445 0,650 0,790 1,900 1,900 1,900 0,457 0,418 0,500

Expostos 90 0,777 0,174 0,560 0,560 0,670 0,745 0,840 1,100 1,100 1,100 1,100 0,759 0,725 0,793

Não expostos 90 0,403 0,136 0,213 0,250 0,282 0,362 0,515 0,555 0,640 0,640 0,690 0,380 0,354 0,408

Amostra global 180 0,590 0,244 0,213 0,262 0,362 0,560 0,755 0,840 1,100 1,100 1,100 0,537 0,503 0,573

Expostos 90 0,827 0,234 0,580 0,580 0,690 0,765 0,860 1,300 1,300 1,300 1,300 0,799 0,757 0,842

Não expostos 90 0,106 0,048 0,060 0,062 0,068 0,093 0,122 0,179 0,211 0,220 0,280 0,097 0,089 0,105

Amostra global 180 0,466 0,399 0,060 0,064 0,093 0,430 0,765 0,860 1,300 1,300 1,300 0,278 0,236 0,327

Expostos 90 0,802 0,203 0,570 0,570 0,680 0,755 0,850 1,200 1,200 1,200 1,200 0,779 0,742 0,818

Não expostos 90 0,123 0,154 0,024 0,034 0,040 0,053 0,117 0,325 0,442 0,590 0,921 0,075 0,062 0,090

Amostra global 180 0,462 0,385 0,024 0,040 0,053 0,570 0,830 0,850 1,200 1,200 1,200 0,242 0,198 0,294

Expostos 90 0,100 0,050 0,043 0,043 0,060 0,092 0,110 0,200 0,200 0,200 0,200 0,088 0,080 0,098

Não expostos 90 0,088 0,026 0,034 0,059 0,073 0,090 0,100 0,107 0,133 0,184 0,198 0,084 0,079 0,089

Amostra global 180 0,094 0,041 0,034 0,051 0,060 0,090 0,101 0,133 0,200 0,200 0,200 0,086 0,081 0,091

Expostos 90 0,752 0,147 0,550 0,550 0,660 0,735 0,830 1,000 1,000 1,000 1,000 0,738 0,708 0,768

Não expostos 90 0,007 0,008 0,002 0,003 0,004 0,005 0,007 0,011 0,019 0,041 0,058 0,005 0,005 0,006

Amostra global 180 0,379 0,388 0,002 0,003 0,005 0,304 0,735 0,830 1,000 1,000 1,000 0,063 0,044 0,091

Expostos 90 0,006 0,002 0,005 0,005 0,005 0,005 0,007 0,010 0,010 0,010 0,010 0,006 0,006 0,006

Não expostos 90 0,001 0,001 0,000 0,000 0,000 0,000 0,001 0,002 0,003 0,004 0,005 0,001 0,000 0,001

Amostra global 180 0,0040 0,0030 0,0000 0,0000 0,0000 0,0050 0,0050 0,0070 0,0100 0,0100 0,010 0,002 0,001 0,002

Expostos 90 18,060 2,537 14,092 14,092 16,359 18,424 18,649 22,410 22,410 22,410 22,410 17,882 17,367 18,414

Não expostos 90 7,677 2,687 4,338 4,940 5,466 6,693 9,602 12,221 12,522 14,986 15,030 7,256 6,773 7,773

Amostra global 180 12,868 5,821 4,338 5,466 6,693 14,092 18,424 18,649 22,410 22,410 22,410 11,391 10,559 12,289

Expostos 90 12,061 6,037 7,032 7,032 7,074 10,292 13,203 24,476 24,476 24,476 24,476 10,889 9,954 11,913

Não expostos 90 2,811 0,902 1,512 1,744 1,834 3,008 3,376 4,042 4,373 4,804 5,014 2,670 2,496 2,855

Amostra global 180 7,436 6,328 1,512 1,834 3,008 6,023 10,292 13,203 24,476 24,476 24,476 5,392 4,795 6,062

Expostos 90 30,121 7,324 22,899 22,899 23,433 27,828 35,613 43,125 43,125 43,125 43,125 29,305 27,934 30,744

Não expostos 90 10,488 3,520 6,100 6,664 7,300 9,701 13,095 16,264 16,890 19,741 19,790 9,944 9,297 10,637

Amostra global 180 20,3050 11,3900 6,1000 7,3000 9,7010 21,3450 27,8280 35,6130 43,1250 43,1250 43,125 17,071 15,614 18,665(p<0,001)*

Legenda

N: Número de indivíduos/elementos da amostra; MA: Média aritmética; DP: Desvio padrão; P10, P25, P50, P75, P90, P95 e P98: Percentis a #% (valores abaixo dos quais se situam #% dos indivíduos, sendo # as percentagens dos

percentis correspondentes); Mín: Mínimo; Máx: Máximo; MG: Média geométrica; IC95%: Intervalo de confiança a 95% para a média geométrica; ICMín: Limite inferior de IC 95%; ICMáx: Limite superior de IC 95%; (rec.): Variável

recodificada a partir de outra(s) variável(eis) apurada(s) por questionário; *: Valor de p para a análise comparativa entre os subgrupos/estratos definidos na amostra estudada, cálcuado através do teste de Mann-Whitney.

Total PCDD pg/g de

gordura WHO

TEQ

Total PCDF pg/g de

gordura WHO

TEQ

Total PCDD/PCDF pg/g de

gordura WHO

TEQ

1,2,3,4,6,7,8-HpCDF pg/g de

gordura WHO

TEQ

1,2,3,4,7,8,9-HpCDF pg/g de

gordura WHO

TEQ

OCDF pg/g de

gordura WHO

TEQ

1,2,3,6,7,8-HCDF pg/g de

gordura WHO

TEQ

1,2,3,7,8,9-HCDF pg/g de

gordura WHO

TEQ

2,3,4,6,7,8-HCDF pg/g de

gordura WHO

TEQ

1,2,3,4,7,8-HCDF pg/g de

gordura WHO

TEQ

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2013-2015 2010-2012 2007-2009Factor

2013 / 2010

Factor

2010 / 20072013-2015 2010-2012 2007-2009

Factor

2013 / 2010

Factor

2010 / 2007

2,3,7,8-TCDD 10 3,7 0,1 2,7 31 18 5,5 0,4 3,3 16

1,2,3,7,8-PCDD 9,2 4,9 0,3 1,9 15 15 7,7 0,6 1,9 13

1,2,3,4,7,8-HCDD 18 9,9 0,7 1,8 15 27 14,0 1,1 1,9 13

1,2,3,6,7,8-HCDD 18 9,9 0,5 1,8 20 27 14,0 0,7 1,9 20

1,2,3,7,8,9-HCDD 18 9,9 0,4 1,8 23 27 14,0 0,6 1,9 23

1,2,3,4,6,7,8-

HpCDD19 21,0 0,2 0,9 100 35 67,0 0,8 0,5 89

OCDD 37 62,0 0,4 0,6 159 78 180,0 1,2 0,4 157

2,3,7,8-TCDF 7,3 4,1 0,1 1,8 29 16 5,3 0,4 3,0 14

1,2,3,7,8-PCDF 11 4,1 0,2 2,7 27 18 6,3 0,5 2,9 13

2,3,4,7,8-PCDF 11 4,1 0,1 2,7 29 18 6,3 0,4 2,9 15

1,2,3,4,7,8-HCDF 11 9,6 0,2 1,1 42 20 14,0 0,8 1,4 19

1,2,3,6,7,8-HCDF 11 9,6 0,2 1,1 40 20 14,0 0,8 1,4 18

1,2,3,7,8,9-HCDF 11 9,6 0,3 1,1 38 20 14,0 1,3 1,4 11

2,3,4,6,7,8-HCDF 11 9,6 0,5 1,1 20 20 14,0 1,6 1,4 9

1,2,3,4,6,7,8-

HpCDF8,5 21,0 0,4 0,4 54 41 49,0 1,6 0,8 30

1,2,3,4,7,8,9-

HpCDF8,5 21,0 0,5 0,4 41 41 49,0 2,1 0,8 23

OCDF 31 60,0 0,4 0,5 136 65 110,0 1,4 0,6 76

Tabela 13 – Menores e maiores valores obtidos para os Limites de Quantificação (LOQ) em cada congénere, no momento de observação actual

(2010-2012) e no anterior (2007-2009)

Congénere

Menores valores do LOQ Maiores valores do LOQ

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2010-2012 2013-2015 2007-2009 2010-2012 2013-2015 2007-2009

2,3,7,8-TCDD 3,7 - 5,5 10 - 18 0,12 - 0,35 100% 100% 0%

1,2,3,7,8-PCDD 4,9 - 7,7 9,2 - 15 0,33 - 0,59 100% 100% 0%

1,2,3,4,7,8-HCDD 9,9 - 14,0 18 - 27 0,66 - 1,12 100% 100% 0%

1,2,3,6,7,8-HCDD 9,9 - 14,0 18 - 27 0,49 - 0,69 0% 50% 0%

1,2,3,7,8,9-HCDD 9,9 - 14,0 18 - 27 0,44 - 0,62 83% 100% 0%

1,2,3,4,6,7,8-HpCDD 21,0 - 67,0 19 - 35 0,21 - 0,75 17% 17% 0%

OCDD 62,0 - 180,0 37 - 78 0,39 - 1,15 0% 0% 0%

2,3,7,8-TCDF 4,1 - 5,3 7,3 - 16 0,14 - 0,38 100% 100% 20%

1,2,3,7,8-PCDF 4,1 - 6,3 11 - 18 0,15 - 0,48 100% 100% 48%

2,3,4,7,8-PCDF 4,1 - 6,3 11 - 18 0,14 - 0,41 0% 17% 0%

1,2,3,4,7,8-HCDF 9,6 - 14,0 11 - 20 0,23 - 0,75 100% 100% 0%

1,2,3,6,7,8-HCDF 9,6 - 14,0 11 - 20 0,24 - 0,79 67% 100% 0%

1,2,3,7,8,9-HCDF 9,6 - 14,0 11 - 20 0,25 - 1,28 100% 100% 20%

2,3,4,6,7,8-HCDF 9,6 - 14,0 11 - 20 0,47 - 1,63 100% 100% 100%

1,2,3,4,6,7,8-HpCDF 21,0 - 49,0 8,5 - 41 0,39 - 1,62 50% 83% 0%

1,2,3,4,7,8,9-HpCDF 21,0 - 49,0 8,5 - 41 0,51 - 2,11 100% 100% 80%

OCDF 60,0 - 110,0 31 - 65 0,44 - 1,44 100% 100% 100%

Tabela 14 - Limites de quantificação (LOQ) e percentagem de valores não detectados (ND) em sangue da

população geral, neste momento de observação (2010-2012) e no anterior (2007-2009)

CongénereLOQ % ND

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n % n % n %

12-14 308 53,9 167 19,7 475 33,5

15-18 263 46,1 680 80,3 943 66,5

Total 571 100 847 100 1418 100

12-14 272 57 235 29,2 507 39,6

15-18 205 43 569 70,8 774 60,4

Total 477 100 804 100 1281 100

12-14 256 73,1 145 26,9 401 45,1

15-18 94 26,9 394 73,1 488 54,9

Total 350 100 539 100 889 100

12-14 195 61,7 94 26,1 289 42,8

15-18 121 31,3 266 73,9 387 57,2

Total 316 100 360 100 676 100

12-14 172 44,3 132 21,1 304 30

15-18 216 55,7 495 78,9 711 70

Total 388 100 627 100 1015 100

12-14 211 51,6 184 29,2 395 38,1

15-18 198 48,4 443 70,8 641 61,9

Total 409 100 627 100 1036 100

12-14 272 52,2 289 28,6 561 36,6

15-18 249 47,8 723 71,4 972 63,4

Total 521 100 1012 100 1533 100

12-14 269 43,4 229 29,9 498 35,9

15-18 351 56,6 538 70,1 889 64,1

Total 620 100 767 100 1387 100

12-14 242 50,1 243 33,2 485 39,9

15-18 238 49,3 484 66,1 722 59,4

Não indica 3 0,6 5 0,7 8 0,7

Total 483 100 732 100 1215 100

12-14 258 44,9 226 30,3 484 36,6

15-18 315 54,8 518 69,4 833 63,1

Não indica 2 0,3 2 0,3 4 0,3

Total 575 100 746 100 1321 100

12-14 349 44,9 215 26 564 35,1

15-18 425 54,6 605 73,1 1030 64,1

Não indica 4 0,5 8 1 12 0,7

Total 778 100 828 100 1606 100

12-14 417 58,3 360 50 777 54,1

15-18 298 41,7 360 50 658 45,9

Total 715 100 720 100 1435 100

* O valor de p foi obtido com o teste do Qui-quadrado ( χ2) (relativo às diferenças na distribuição em cada ano de monitorização).

Relativamente às diferenças na distribuição, ao longo de todos os anos de monitorização, obtiveram-se os seguintes valores de p

com o teste de Qui-quadrado ( χ2) (para a área de exposição p<0,001; para a idade p<0,001).

2009 < 0,001

20150,002

2008 < 0,001

2007 < 0,001

2006 < 0,001

2005 < 0,001

2004 < 0,001

2003 < 0,001

2002 < 0,001

2001 < 0,001

2000 < 0,001

1999 < 0,001

Tabela 15 - Distribuição dos inquiridos por grupo etário e área de exposição, no período de monitorização de monitorização

Monitorização

da prevalência de asma e

de consumo de tabaco por

grupo etário

Expostos Controlos Totalp*

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n % n % n %

Masculino 292 51,1 380 44,9 672 47,4

Feminino 279 48,9 467 55,1 746 52,6

Total 571 100 847 100 1418 100

Masculino 241 50,5 383 47,6 624 48,7

Feminino 236 49,5 421 52,4 657 51,3

Total 477 100 804 100 1281 100

Masculino 193 55,1 242 44,9 435 48,9

Feminino 156 44,9 296 54,9 452 50,8

Não indica 1 0,3 1 0,2 2 0,2

Total 350 100 539 100 889 100

Masculino 144 45,7 155 42,4 299 43,9

Feminino 172 54,3 205 57,6 377 56,1

Total 316 100 360 100 676 100

Masculino 196 50,5 286 45,6 482 47,5

Feminino 191 49,2 341 64,4 532 52,4

Não indica 1 0,3 0 0 1 0,1

Total 388 100 627 100 1015 100

Masculino 187 45,7 285 45,4 472 45,5

Feminino 222 54,3 342 54,6 564 54,5

Total 409 100 627 100 1036 100

Masculino 268 51,4 448 44,3 716 46,7

Feminino 253 48,6 564 55,7 816 53,3

Total 521 100 1012 100 1533 100

Masculino 301 48,5 352 45,9 653 47,1

Feminino 317 51,1 412 53,7 729 52,6

Não indica 2 0,3 3 0,4 5 0,4

Total 620 100 767 100 1387 100

Masculino 229 47,4 334 45,6 563 46,3

Feminino 254 52,6 398 54,4 652 53,7

Total 483 100 732 100 1215 100

Masculino 270 47 350 46,9 620 46,9

Feminino 305 53 396 53,1 701 53,1

Total 575 100 746 100 1321 100

Masculino 374 48,1 368 44,4 742 46,2

Feminino 402 51,7 457 55,2 859 53,5

Não indica 2 0,3 3 0,4 5 0,3

Total 778 100 828 100 1606 100

Masculino 370 51,7 332 46,1 702 48,9

Feminino 345 48,3 388 53,9 733 51,1

Total 715 100 720 100 1435 100

20150,033

* O valor de p foi obtido com o teste de Qui-quadrado ( χ2) (relativo às diferenças na distribuição em cada ano de

monitorização).

Relativamente às diferenças na distribuição, ao longo de todos os anos de monitorização, obtiveram-se os seguintes valores

de p com o teste de Qui-quadrado ( χ2): para a área de exposição p<0,001; para o género p=0,645).

20090,15

2008 0,989

2007 0,56

2006 0,33

2005 0,008

2004 0,48

2003 0,12

2002 0,51

2001 0,01

2000 0,32

1999 0,02

Quadro 16 - Distribuição dos inquiridos por género e área de exposição, no período de monitorização

Monitorização

da prevalência de asma e

de consumo de tabaco por

género

Expostos Controlos Totalp*

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Fator

Área de exposição Não fumador Fumador ocasional Fumador regular

Expostos 81,4 10,3 8,2

Controlos 73 15,6 11,5

Expostos 81,6 11,9 6,5

Controlos 69,7 17 13,3

Expostos 82,7 10 7,3

Controlos 64,9 20,9 14,2

Expostos 80,4 14,2 5,4

Controlos 64,7 21,1 14,2

Expostos 77,7 16 6,3

Controlos 68,5 19 12,5

Expostos 81,2 11 7,8

Controlos 73,3 14,6 12,1

Expostos 84,9 9,8 5,2

Controlos 80,2 11,7 8,1

Expostos 84,8 10,3 4,9

Controlos 83,4 7,9 8,8

Expostos 92,6 4,3 3,2

Controlos 90,5 4,9 4,6

Expostos 88,8 6,1 5,1

Controlos 86,3 6 7,7

Expostos 90,3 4,8 4,8

Controlos 87,1 6,9 5,9

Expostos 94,1 3,3 2,6

Controlos 79,7 11,8 8,5

2009 0,124

2015 < 0,001

a Os valores apresentados são percentagens. Em alguns casos, as percentagens podem não totalizar os 100 % devido à existência de não

respostas (missing values).

* O valor de p foi obtido com o teste de Qui-quadrado ( χ2) (para avaliar as diferenças nos hábitos tabágicos em cada ano de monitorização).

Para avaliar as diferenças nos hábitos tabágicos ao longo de todos os anos de monitorização, o valor de p < 0,001 foi obtido com o teste de

Qui-quadrado ( χ2).

0,196

2003 0,02

2004 0,02

2005 0,06

2006 0,01

2007 0,42

2008

2000 < 0,001

2001 < 0,001

2002 < 0,001

Tabela 17 - Caracterização dos hábitos tabágicos relativamente à área de exposição

Ano de

observação

Hábitos tabágicos

p*

1999 0,001

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Fator

Género Não fumador Fumador ocasional Fumador regular

Masculino 76,3 14,4 9,2

Feminino 76,4 12,6 11

Masculino 75,8 15,5 8,7

Feminino 72,5 14,8 12,8

Masculino 72,5 15,9 11,6

Feminino 70,9 17,5 11,6

Masculino 71,9 17,8 10,3

Feminino 72,2 17,9 9,9

Masculino 74,9 16,1 8,9

Feminino 69,3 19,4 11,2

Masculino 79,5 13,1 7,4

Feminino 73,7 13,4 13

Masculino 86,4 8,1 5,5

Feminino 77,8 13,7 8,5

Masculino 87,1 6,9 6

Feminino 81,3 10,8 7,9

Masculino 91,9 4,2 4

Feminino 90,9 5 4,1

Masculino 88,7 5,1 6,1

Feminino 86,2 6,8 7

Masculino 87,5 7 5,5

Feminino 89,7 5 5,3

Masculino 86,5 7,5 6

Feminino 87,3 7,6 5,1

2009 0,228

2015 0,75

a Os valores apresentados são percentagens. Em alguns casos, as percentagens podem não totalizar os 100 % devido à existência de

0,366

2003 0,16

2004 0,02

2005 < 0,001

2006 0,02

2007 0,77

2008

2000 0,06

2001 0,88

2002 0,99

Tabela 18 - Caracterização dos hábitos tabágicos relativamente ao género

Ano de

observação

Hábitos tabágicos

p*

1999 0,37

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Fator

Idade Não fumador Fumador ocasional Fumador regular

12 97,6 2,4 0

13 90,3 6,5 3,2

14 81,5 12,8 5,6

15 75,6 16,7 7,7

16 73,4 15,5 11,1

17 66 15,8 18,2

18 66,5 17,3 16,2

12 92,8 4,8 2,4

13 84,7 12 3,3

14 82,9 11,4 5,7

15 68,8 17,6 13,6

16 70 17,7 12,2

17 62,5 23,6 13,9

18 60,1 15,7 24,2

12 89,8 5,8 4,4

13 88,6 8,3 3

14 78,3 14,2 7,5

15 67,1 21,4 11,4

16 60,5 23,5 16

17 58,2 24,1 17,7

18 47,8 22,4 29,9

12 90 8 2

13 92 7,1 0,9

14 82,4 14,8 2,8

15 67 25,7 7,3

16 66 19,6 14,4

17 54,5 25 20,5

18 49,3 23,2 27,5

12 96,3 1,9 1,9

13 90 7,5 2,5

14 78,2 19,3 2,5

15 76,5 14,8 8,6

16 68,9 19,4 11,7

17 54,8 23,2 21,9

18 60,3 27 12,8

12 94,3 3,8 1,9

13 92,8 3,3 3,9

14 82,1 11,1 6,8

15 72,2 18,3 9,5

16 67,9 19,4 12,7

17 67,5 17,2 15,4

18 68 11,3 20,6

2003 < 0,001

2004 < 0,001

a Os valores apresentados são percentagens. Em alguns casos, as percentagens podem não totalizar os 100 % devido à existência

de não respostas (missing values).

* O valor de p foi obtido com o teste de Qui-quadrado ( χ2) (para avaliar as diferenças nos hábitos tabágicos em cada ano de

monitorização).

Para avaliar as diferenças nos hábitos tabágicos ao longo de todos os anos de monitorização, o valor de p < 0,001 foi obtido com o

teste de de Qui-quadrado ( χ2) .

< 0,001

Tabela 19 - Caracterização dos hábitos tabágicos relativamente à idade (1/2)

Ano de observaçãoHábitos tabágicos

p*

1999 < 0,001

2000 < 0,001

2001 < 0,001

2002

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Fator

Idade Não fumador Fumador ocasional Fumador regular

12 96,8 2,2 1,1

13 93,3 5,3 1,4

14 88,9 7,5 3,5

15 81,8 12,6 5,5

16 77,3 13,6 9,1

17 69,3 17 13,8

18 70,5 14,7 14,7

12 96,1 3,9 0

13 92,4 6,5 1,1

14 91,5 6,5 2

15 87,9 5,4 6,7

16 82,1 10 7,9

17 72,4 14,1 13,5

18 68,9 15,5 15,5

12 96,8 1,6 1,6

13 97,3 2,1 0,5

14 95,5 3,6 0,9

15 89 5 6

16 89,3 7 3,7

17 87,9 5,7 6,4

18 84,9 4,2 10,9

12 98,6 1,4 0

13 93,9 5,5 0,6

14 93,8 4,8 1,4

15 88,3 3,5 8,2

16 84,1 8,6 7,3

17 75 6,9 10,9

18 87,5 9,7 15,3

12 94,7 3,2 2,1

13 96,6 2,4 1

14 92,4 6 1,6

15 90,4 5,9 3,7

16 84,9 8,1 7

17 83,1 6,5 10,5

18 77,7 7,4 14,9

12 96,6 2,9 0,6

13 95,1 3 1,9

14 91,6 4,9 3,6

15 86 9,5 4,5

16 80,2 11,8 8

17 72 14,6 13,4

18 71,3 13,8 14,9

2009 < 0,001

2015< 0,001

a Os valores apresentados são percentagens. Em alguns casos, as percentagens podem não totalizar os 100 % devido à existência de

não respostas (missing values).

* O valor de p foi obtido com o teste de Qui-quadrado ( χ2) (para avaliar as diferenças nos hábitos tabágicos em cada ano de

monitorização).

Para avaliar as diferenças nos hábitos tabágicos ao longo de todos os anos de monitorização, o valor de p < 0,001 foi obtido com o

teste de Qui-quadrado ( χ2) .

< 0,001

Tabela 20 - Caracterização dos hábitos tabágicos relativamente à idade (2/2)

Ano de observação

Hábitos tabágicos

p*

2005 < 0,001

2006 < 0,001

2007 < 0,001

2008

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p OR IC95% p OR IC95% p OR IC95%

1999 0,761 1,06 0,7-1,6 < 0,001 0,22 0,1-0,4 0,433 0,87 0,6-1,2

2000 0,028 0,62 0,4-0,9 < 0,001 0,24 0,1-0,4 0,083 0,72 0,5-1,0

2001 0,506 0,83 0,5-1,4 < 0,001 0,27 0,2-0,5 0,661 1,1 0,7-1,7

2002 0,09 0,59 0,3-1,1 < 0,001 0,12 0,0-0,3 < 0,001 0,12 0,0-0,3

2003 0,076 0,64 0,4-1,0 < 0,001 0,17 0,1-0,4 0,244 0,77 0,5-1,2

2004 0,282 0,77 0,5-1,2 < 0,001 0,34 0,2-0,6 0,007 0,54 0,4-0,8

2005 0,55 0,86 0,5-1,4 < 0,001 0,22 0,1-0,4 0,007 0,54 0,4-0,8

2006 0,08 0,65 0,4-1,0 < 0,001 0,13 0,1-0,3 0,34 0,81 0,5-1,3

2007 0,65 0,86 0,5-1,6 < 0,001 0,13 0,0-0,4 0,96 1,01 0,6-1,8

2008 0,473 0,84 0,5-1,4 < 0,001 0,08 0,0-0,2 0,644 0,9 0,6-1,4

2009 0,988 0,99 0,6-1,6 < 0,001 0,18 0,1-0,4 0,794 0,94 0,6-1,5

2015 < 0,001 0,302 0,2-0,5 < 0,001 0,233 0,1-0,4 0,216 1,351 0,8-2,2

OR – Odds Ratio; IC95% - Intervalo de confiança a 95% e p – valor de p do teste (considerando significativo um valor menor que 0,05).

Tabela 21 - Prevalência de fumadores regulares, no período 1999-2015 (Análise multivariável) (1/2)

Factor

Área de exposição Idade (anos) Género

(Referência: expostos) (Referência: 12-14 anos) (Referência: Masculino)

Valor de p dado pelo teste do Qui-quadrado ( χ2)

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p OR IC95% p OR IC95% p OR IC95%

1999 0,176 0,79 0,6-1,1 <0,001 0,49 0,3-0,7 0,214 1,22 0,9-1,7

2000 0,201 0,8 0,6-1,1 <0,001 0,47 0,3-0,7 0,393 1,15 0,8-1,6

2001 0,047 0,63 0,4-1,0 <0,001 0,42 0,3-0,7 0,92 0,98 0,7-1,4

2002 0,422 0,83 0,5-1,3 <0,001 0,4 0,2-0,7 0,884 1,03 0,7-1,6

2003 0,833 0,96 0,7-1,4 0,001 0,49 0,3-0,7 0,166 0,79 0,6-1,1

2004 0,61 0,9 0,6-1,4 <0,001 0,36 0,2-0,6 0,97 0,99 0,7-1,4

2005 0,74 1,1 0,7-1,6 <0,001 0,36 0,2-0,6 0,002 0,57 0,4-0,8

2006 0,03 1,53 1,0-2,3 0,003 0,51 0,3-0,8 0,02 0,61 0,4-0,9

2007 0,9 1,04 0,6-1,8 0,02 0,47 0,2-0,9 0,5 0,82 0,5-1,4

2008 0,732 1,09 0,7-1,8 0,095 0,64 0,4-1,1 0,233 0,75 0,5-1,2

2009* --- --- ----- --- --- ----- --- --- -----

2015 <0,001 0,269 0,2-0,4 <0,001 0,295 0,2-0,5 0,637 1,105 0,7-1,7

OR – Odds Ratio; IC95% - Intervalo de confiança a 95% e p – valor de p do teste (considerando significativo um valor menor que 0,05).

* – o modelo não é válido

Tabela 22 - Prevalência de fumadores ocasionais, no período 1999-2015 (Análise multivariável) (2/2)

Factor

Área de exposição Idade (anos) Género

(Referência: expostos) (Referência: 12-14 anos) (Referência: Masculino)

Valor de p dado pelo teste do Qui-quadrado ( χ2)

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Não fumadorFumador

ocasionalFumador regular

1999 75,8 13,7 10,4

2000 73,3 15,5 11,2

2001 71,7 16,7 11,6

2002 72 17,9 10,1

2003 72 17,8 10,1

2004 76,3 13,2 10,4

2005 81,8 11,1 7,1

2006 84 9 7

2007 91,3 4,6 4

2008 87,4 6 6,6

2009 88,7 5,9 5,4

2015 86,9 7,5 5,5

Tabela 23 - Prevalência de hábitos tabágicos (%)

Ano de

observação

Distribuição dos inquiridos segundo os hábitos

tabágicosp

<0,001

Página 41 de 55

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Fator

Área de exposição Fuma ocasionalmente < 5 5 a 10 11 a 20 > 20

Expostos 55,7 17 17,9 7,5 1,9

Controlos 57,6 11,4 18,3 10,9 1,7

Expostos 64,8 14,8 15,9 4,5 0

Controlos 56,1 18 16,8 8,2 0,8

Expostos 57,9 15,8 22,8 3,5 0

Controlos 59,5 14,6 17,8 7,6 0,5

Expostos 72,4 8,6 15,5 3,4 0

Controlos 59,7 11,8 16 11,8 0,8

Expostos 72 9,8 13,4 3,7 1,2

Controlos 60,3 9,2 17,4 12 1,1

Expostos 58,6 17,1 18,6 4,3 1,4

Controlos 54,7 7,5 22 13,8 1,9

Expostos 65,3 13,9 16,7 1,4 2,8

Controlos 59,1 11 23,2 5,5 1,1

Expostos 67,8 10,3 17,2 2,3 2,3

Controlos 47,4 20,7 23,3 7,8 0,9

Expostos 55,6 16,7 25 0 2,8

Controlos 50,7 17,9 19,4 11,9 0

Expostos 55 13,3 28,3 1,7 1,7

Controlos 44,8 18,8 25 11,5 0

Expostos 50 23 14,9 5,4 6,8

Controlos 53,8 13,5 25 6,7 1

Expostos 53,5 18,6 18,6 4,7 4,7

Controlos 58,3 11,5 17,3 12,2 0,7

2009 0,063

2015 0,177

a Os valores apresentados são percentagens. Em alguns casos, as percentagens podem não totalizar os 100 % devido à existência de não respostas (missing values);

* O valor de p foi obtido com o teste de Qui-quadrado ( χ2) (para avaliar as diferenças nos no perfil de consumo de tabaco em cada ano de monitorização).

Para avaliar as diferenças no perfil de consumo de tabaco ao longo de todos os anos de monitorização, p<0,001 foi obtido com o teste de Qui-quadrado ( χ2) .

0,099

2003 0,22

2004 0,07

2005 0,33

2006 0,02

2007 0,16

2008

2000 0,53

2001 0,73

2002 0,31

Tabela 24 - Perfil de consumo de tabaco entre os alunos que fumam relativamente à área de exposição

Ano de observação

N.º cigarros consumidos por dia

p*

1999 0,62

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Fator

GéneroFuma

ocasionalmente< 5 5 a 10 11 a 20 > 20

Masculino 61 10,1 14,5 11,3 3,1

Feminino 53,4 15,9 21,6 8,5 0,6

Masculino 64,2 11,9 14,6 7,9 1,3

Feminino 53,6 21,5 18,2 6,6 0

Masculino 57,9 14 15,8 11,4 0,9

Feminino 60,2 15,6 21,9 2,3 0

Masculino 63,3 10,1 15,2 10,1 1,3

Feminino 64,3 11,2 16,3 8,2 0

Masculino 64,6 8 13,3 11,5 2,7

Feminino 63,4 10,5 18,3 7,8 0

Masculino 63,7 7,7 16,5 8,8 3,3

Feminino 50,7 12,3 23,9 12,3 0,7

Masculino 59,6 10,1 18 7,9 4,5

Feminino 61,6 12,8 23,2 2,4 0

Masculino 53,2 18,2 16,9 9,1 2,6

Feminino 57,6 15,2 23,2 3,2 0,8

Masculino 47,7 15,9 20,5 13,6 2,3

Feminino 55,9 18,6 22 3,4 0

Masculino 46,2 16,9 24,6 12,3 0

Feminino 50,5 16,5 27,5 4,4 1,1

Masculino 56 14,3 19,8 4,4 5,5

Feminino 48,3 20,7 21,8 8 1,1

Masculino 55,6 8,9 17,8 14,4 3,3

Feminino 58,7 17,4 17,4 6,5 0

2006 0,25

2015 0,079

a Os valores apresentados são percentagens. Em alguns casos, as percentagens podem não totalizar os 100 % devido à existência de não respostas

(missing values);

* O valor de p foi obtido com o teste de Qui-quadrado ( χ2) (para avaliar as diferenças nos no perfil de consumo de tabaco em cada ano de

monitorização).

Para avaliar as diferenças no perfil de consumo de tabaco ao longo de todos os anos de monitorização, p<0,001 foi obtido com o teste de Qui-

2007 0,27

2008 0,396

2009 0,277

2003 0,17

2004 0,14

2005 0,02

2000 0,05

2001 0,04

2002 0,82

Tabela 25 - Perfil de consumo de tabaco entre os alunos que fumam relativamente ao género

Ano de

observação

N.º cigarros consumidos por dia

p*

0,06

1999

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Fator

IdadeFuma

ocasionalmente< 5 5 a 10 11 a 20 > 20

12 100 0 0 0 0

13 66,7 13,3 13,3 0 6,7

14 69,4 8,3 19,4 0 2,8

15 68,6 19,6 7,8 3,9 0

16 58,2 16,4 13,4 10,4 1,5

17 46,5 14,1 28,3 9,1 2

18 51,6 6,3 17,2 23,4 1,6

12 66,7 33,3 0 0 0

13 78,6 10,7 10,7 0 0

14 66,7 14,8 18,5 0 0

15 56,4 20 20 3,6 0

16 59,2 16,9 18,3 5,6 0

17 62,8 15,4 14,1 6,4 1,3

18 39,3 18 19,7 21,3 1,6

12 57,1 28,6 7,1 7,1 0

13 73,3 20 6,7 0 0

14 65,4 7,7 19,2 7,7 0

15 65,2 6,5 17,4 10,9 0

16 59,6 10,6 23,4 4,3 2,1

17 57,6 18,6 23,7 0 0

18 42,9 22,9 17,1 17,1 0

12 80 20 0 0 0

13 88,9 11,1 0 0 0

14 84,2 5,3 10,5 0 0

15 77,8 8,3 11,1 2,8 0

16 57,6 12,1 18,2 12,1 0

17 55 12,5 22,5 10 0

18 45,7 11,4 20 20 2,9

12 50 0 50 0 0

13 76,9 7,7 15,4 0 0

14 88,5 3,8 7,7 0 0

15 63,2 10,5 10,5 13,2 2,6

16 62,3 13,1 13,1 9,8 1,6

17 51,4 11,4 21,4 15,7 0

18 67,9 5,4 19,6 5,4 1,8

12 66,7 33,3 0 0 0

13 45,5 36,4 9,1 0 9,1

14 62,1 13,8 10,3 10,3 3,4

15 66 10,6 17 6,4 0

16 60,4 5,7 18,9 15,1 0

17 52,7 7,3 27,3 9,1 3,6

18 35,5 9,7 35,5 19,4 0

0,03

2004 0,07

a Os valores apresentados são percentagens. Em alguns casos, as percentagens podem não totalizar os 100 % devido à existência de não respostas

(missing values);

* O valor de p foi obtido com o teste de Qui-quadrado ( χ2) (para avaliar as diferenças nos no perfil de consumo de tabaco em cada ano de

monitorização).

Para avaliar as diferenças no perfil de consumo de tabaco ao longo de todos os anos de monitorização, p<0,001 foi obtido com o teste de Qui-quadrado (

χ2).

2001 0,17

2002 0,38

2003 0,65

2000

Tabela 26 - Perfil de consumo de tabaco entre os alunos que fumam relativamente à idade (1/2)

Ano de

observação

N.º cigarros consumidos por dia

p*

0,011999

Página 44 de 55

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Fator

Idade

Fuma

ocasionalment

e

< 5 5 a 10 11 a 20 > 20

12 66,7 0 33,3 0 0

13 78,6 14,3 7,1 0 0

14 68 24 4 4 0

15 69,6 8,7 19,6 0 2,2

16 60 13,3 21,7 3,3 1,7

17 55,2 10,4 22,4 10,4 1,5

18 50 7,9 36,8 2,6 2,6

12 100 0 0 0 0

13 85,7 7,1 0 0 7,1

14 76,5 11,8 11,8 0 0

15 44,8 31 20,7 3,4 0

16 56,1 19,5 17,1 4,9 2,4

17 50,9 17 24,5 5,7 1,9

18 50 8,7 30,4 10,9 0

12 100 0 0 0 0

13 80 20 0 0 0

14 83,3 8,3 8,3 0 0

15 36,4 27,3 27,3 9,1 0

16 62,5 12,5 16,7 4,2 4,2

17 47,4 26,3 21,1 5,3 0

18 27,8 11,1 38,9 22,2 0

12 100 0 0 0 0

13 90,9 9,1 0 0 0

14 78,6 0 21,4 0 0

15 30,8 38,5 19,2 11,5 0

16 54,1 13,5 27 2,7 2,7

17 40 16,7 36,7 6,7 0

18 38,9 11,1 33,3 16,7 0

12 60 20 0 0 20

13 71,4 14,3 14,3 0 0

14 78,9 10,5 5,3 0 5,3

15 61,8 20,6 11,8 5,9 0

16 53,5 18,6 25,6 2,3 0

17 38,1 14,3 26,2 16,7 4,8

18 33,3 22,2 33,3 3,7 7,4

12 83,3 16,7 0 0 0

13 61,5 30,8 0 0 7,7

14 57,7 26,9 11,5 3,8 0

15 65,4 11,5 7,7 15,4 0 0,165

16 59,5 8,1 16,2 13,5 2,7

17 52,2 8,7 26,1 10,9 2,2

18 46,4 7,1 32,1 14,3 0

2009 <0,001

2015

a Os valores apresentados são percentagens. Em alguns casos, as percentagens podem não totalizar os 100 % devido à existência de não

respostas (missing values);

* O valor de p foi obtido com o teste de Qui-quadrado ( χ2) (para avaliar as diferenças nos no perfil de consumo de tabaco em cada ano de

monitorização).

Para avaliar as diferenças no perfil de consumo de tabaco ao longo de todos os anos de monitorização, p<0,001 foi obtido com o teste de

Qui-quadrado ( χ2) .

2006 0,21

2007 0,36

2008 0,035

Tabela 27 - Perfil de consumo de tabaco entre os alunos que fumam relativamente à idade (2/2)

Ano de

observação

N.º cigarros consumidos por dia

p*

2005 0,32

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Fuma

ocasionalmente< 5 5 a 10 11 a 20 > 20

1999 57 13,1 18,2 9,9 1,8

2000 58,4 17,2 16,6 7,2 0,6

2001 59,1 14,9 19 6,6 0,4

2002 63,8 10,7 15,8 9 0,6

2003 63,8 9,4 16,2 9,4 1,1

2004 55,9 10,5 21 10,9 1,7

2005 59,6 12,8 18,3 8,2 1,6

2006 56,2 16,3 20,7 5,4 1,5

2007 51,5 17,8 21,8 7,9 1

2008 48,7 16,7 26,3 7,7 0,6

2009 52,5 17,4 20,8 6,2 3,4

2015 57,1 13,2 17,6 10,4 1,6

Tabela 28 - Perfil de consumo diário de tabaco ao longo do período de monitorização

Ano de

observação

Distribuição dos inquiridos segundo o consumo diário de cigarros (%)

p

0,091

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Sim Não Sim Não Sim Não

1999 9,3 90,7 10,6 89,4 0,41 10,1 89,9

2000 10,9 89,1 12,4 87,6 0,41 11,9 88,1

2001 11,4 88,6 13,2 86,8 0,44 12,5 87,5

2002 11,1 88,9 7,8 92,2 0,14 9,3 90,7

2003 9,8 90,2 9,9 90,1 0,96 9,9 90,1

2004 11 89 11,2 88,8 0,5 11,2 88,8

2005 11,3 88,7 10,7 89,3 0,71 10,9 89,1

2006 9,4 90,6 12,8 87,2 0,05 11,3 88,7

2007 13,3 86,7 15 85 0,39 14,3 85,7

2008 12,3 87,7 15,4 84,6 0,107 14,1 85,9

2009 11,9 88,1 12,3 87,7 0,789 12,1 87,9

2015 12,8 87,2 11,1 88,9 0,051 12 88

Valor de p dado pelo teste do Qui-quadrado ( χ2)

Tabela 29 - Prevalência de asma por área e ano de monitorização (%)

Ano de

observação

Exposto Controlo

p

Amostra global

Asma Asma Asmap

<0,001

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p OR IC95% p OR IC95% p OR IC95% p OR IC95% p OR IC95% p OR IC95%

1999 0,16 0,78 0,5-1,1 0,4 1,2 0,8-1,7 0,3 0,95 0,9-1,0 0,73 0,96 0,7-1,2 < 0,001 2,6 0,8-0,8 0,18 1,47 0,8-2,6

2000 0,34 0,83 0,6-1,2 0,29 1,21 0,9-1,7 0,91 1 0,9-1,1 0,36 1,1 0,9-1,5 < 0,001 2,4 1,7-3,4 0,16 1,47 0,9-2,5

2001 0,66 0,9 0,6-1,5 0,64 1,1 0,7-1,7 0,64 1 0,9-1,2 0,73 0,95 0,7-1,3 0,004 2,25 1,3-3,9 0,99 1 0,5-2,0

2002 0,07 1,74 1,0-3,1 0,08 0,6 0,3-1,1 0,36 1,1 0,9-1,3 0,53 0,87 0,6-1,3 0,002 1,9 1,3-2,9 0,29 0,61 0,2-1,5

2003 0,98 1 0,6-1,6 0,84 0,96 07-1,6 0,87 0,99 0,9-1,1 0,54 1,1 0,8-1,5 0,001 2,1 1,4-3,3 0,005 2,4 1,3-4,4

2004 0,64 1,11 0,7-1,7 0,99 1 0,6-1,5 0,1 1,11 1,0-1,3 0,66 0,93 0,7-1,3 < 0,001 3,81 2,5-5,8 0,013 1,59 0,9-2,9

2005 0,63 0,96 0,8-1,1 0,92 1 0,9-1,2 0,53 0,99 0,9-1,0 0,29 1,06 0,9-1,2 <0,001 2,31 2,0-2,7 < 0,001 1,59 1,3-2,0

2006 0,05 0,68 0,5-1,0 0,03 0,64 0,4-0,9 0,21 0,93 0,8-1,0 0,05 1,31 1,0-1,7 < 0,001 2,75 1,9-4,0 0,57 1,23 0,6-2,4

2007 0,15 0,77 0,5-1,1 0,67 1,08 0,8-1,5 0,04 0,9 0,8-1,0 0,006 1,4 1,1-1,8 < 0,001 2,99 2,1-4,3 0,1 1,9 0,9-4,0

2008 0,027 0,67 0,5-1,0 0,094 0,74 0,5-1,1 0,127 0,92 0,8-1,0 0,003 1,44 1,1-1,8 < 0,001 2,93 2,1-4,1 0,446 1,3 0,6-2,5

2009 0,924 1,02 0,6-1,7 0,099 0,71 0,5-1,1 0,63 1,04 0,9-1,2 0,958 0,99 0,7-1,4 < 0,001 2,08 1,4-3,0 0,038 1,43 1,0-2,0

2015 0,035 1,434 1,0-2,0 0,446 1,135 0,8-1,6 0,374 0,958 0,9-1,1 0,691 1,048 0,8-1,3 < 0,001 0,491 0,3-0,7 0,624 0,836 0,4-1,7

(Risco acrescido por ano de

idade)

Risco acrescido por nível de

escala de humidade(Referência: Com história) (Referência: Fumador Regular)

OR – Odds Ratio; IC95% - Intervalo de confiança a 95% e p – valor de p do teste (considerando significativo um valor menor que 0,05).

Valor de p dado pelo teste do Qui-quadrado ( χ2)

Tabela 30 - Asma e fatores associados, no período 1999-2015 (Análise multivariável)

Factor

Área de exposição Género Idade Humidade na habitação História familiar Consumo de tabaco

(Referência: expostos) (Referência: Masculino)

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Portugal Grande Lisboa Zona Exposta Zona de Controlo

233,6 194,4 269,4 281,8

(232,6 ; 234,5) (188,9 ; 199,8) (251 ; 287,8) (264,4 ; 299,3)

287,4 241,4 329,2 354

(286,4 ; 288,4) (235,4 ; 247,5) (308,9 ; 349,5) (334,5 ; 373,5)

183,3 154,6 197,2 216,7

(182,4 ; 184,1) (149,7 ; 159,5) (181,4 ; 213) (201,3 ; 232)

88,4 68,8 107,5 104,3

(87,9 ; 89) (65,5 ; 72) (95,8 ; 119,2) (93,6 ; 115)

109,9 87,4 105,7 131,9

(109,2 ; 110,5) (83,7 ; 91,1) (94,1 ; 117,3) (119,9 ; 143,9)

68,4 52,4 74,1 75,6

(67,9 ; 68,9) (49,5 ; 55,3) (64,4 ; 83,9) (66,5 ; 84,7)

22,7 14 20,1 22,4

(22,4 ; 23) (12,5 ; 15,5) (15 ; 25,1) (17,5 ; 27,4)

28 17,6 23,9 18

(27,6 ; 28,3) (15,9 ; 19,2) (18,4 ; 29,5) (13,5 ; 22,4)

17,7 10,4 12 12,7

(17,4 ; 17,9) (9,1 ; 11,7) (8 ; 15,9) (8,9 ; 16,4)

24,8 21,4 30,3 31,7

(24,5 ; 25,2) (19,6 ; 23,2) (24,1 ; 36,6) (25,7 ; 37,6)

29 25,5 20,2 34,9

(28,7 ; 29,3) (23,5 ; 27,5) (15,1 ; 25,3) (28,7 ; 41,2)

20,9 17,7 18,5 21,9

(20,6 ; 21,1) (16 ; 19,3) (13,6 ; 23,4) (16,9 ; 26,8)

37,7 33,8 32,4 46,4

(37,3 ; 38,1) (31,5 ; 36,1) (26 ; 38,9) (39,2 ; 53,5)

63,1 56,4 44 48,2

(62,6 ; 63,5) (53,5 ; 59,4) (36,5 ; 51,6) (40,9 ; 55,5)

13,9 13,4 9,5 16,3

(13,7 ; 14,1) (11,9 ; 14,8) (6 ; 13,1) (12,1 ; 20,6)

33,6 30,6 27,6 40,8

(33,3 ; 34) (28,4 ; 32,7) (21,7 ; 33,6) (34,1 ; 47,5)

55,3 50,2 37,5 42,3

(54,8 ; 55,7) (47,4 ; 53) (30,5 ; 44,4) (35,5 ; 49,2)

13,4 12,7 8,2 16

(13,2 ; 13,6) (11,3 ; 14,2) (4,9 ; 11,4) (11,8 ; 20,3)

Todos os tumores

Tabela 31 - Taxas padronizadas de mortalidade por TM (por 100 000 residentes) em 2011, por sexo e grupos etários quinquenais para

Portugal, para a área da Grande Lisboa, e para Zonas Exposta e de Controlo (intervalos de confiança das taxas a 95%)

TM da traqueia, brônquios

TM do aparelho

digestivo

TM do estômago

TM do cólon

TM do aparelho

respiratório

H

M

HM

HM

M

H

M

M

HM

HM

H

M

HM

H

H

M

HM

H

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Portugal Grande Lisboa Zona Exposta Zona de Controlo

Todos os tumores

Tabela 31 - Taxas padronizadas de mortalidade por TM (por 100 000 residentes) em 2011, por sexo e grupos etários quinquenais para

Portugal, para a área da Grande Lisboa, e para Zonas Exposta e de Controlo (intervalos de confiança das taxas a 95%)

HM20,3 18,7 17,8 29,3

(20 ; 20,6) (17 ; 20,4) (13 ; 22,6) (23,6 ; 35)

5,2 4,6 3,7 5,7

(5 ; 5,3) (3,7 ; 5,4) (1,5 ; 5,8) (3,2 ; 8,3)

34,2 26,3 29,2 25,1

(33,9 ; 34,6) (24,3 ; 28,3) (23,1 ; 35,3) (19,8 ; 30,4)

17,1 18,6 28,3 41,9

(16,9 ; 17,4) (16,9 ; 20,3) (22,2 ; 34,3) (35,1 ; 48,7)

39,5 32,6 47,4 46,4

(39,1 ; 39,9) (30,3 ; 34,8) (39,6 ; 55,3) (39,2 ; 53,6)

52,5 44,3 41 58

(52,1 ; 52,9) (41,6 ; 46,9) (33,7 ; 48,3) (50 ; 66)

27,2 23,1 27,5 26,2

(26,9 ; 27,5) (21,2 ; 25) (21,5 ; 33,4) (20,8 ; 31,6)

34,8 28,3 47,8 44,4

(34,4 ; 35,1) (26,2 ; 30,4) (40 ; 55,6) (37,4 ; 51,4)

1,6 1,1 2,3 1,3

(1,6 ; 1,7) (0,7 ; 1,5) (0,6 ; 4,1) (0,1 ; 2,6)

1,3 0,7 4,8 1,2

(1,3 ; 1,4) (0,4 ; 1) (2,3 ; 7,3) (0 ; 2,3)

1,6 ( 1 1,5 2,5

1,5 ; 1,7) (0,6 ; 1,4) (0,1 ; 2,8) (0,8 ; 4,2)

18,4 16,8 22,5 19,8

(18,2 ; 18,7) (15,1 ; 18,4) (17,1 ; 27,8) (15,1 ; 24,5)

20,4 18,4 22,6 15,8

(20,1 ; 20,6) (16,7 ; 20,1) (17,2 ; 28) (11,6 ; 20)

16,5 15,1 14 14,8

(16,2 ; 16,7) (13,6 ; 16,6) (9,7 ; 18,2) (10,8 ; 18,9)

TM dos tecidos linfático

TM dos ossos, pele

TM do aparelho

TM de outras

TM da mama

feminina

TM da próstata H

H

HM

M

M

H

M

HM

HM

HM

H

M

H

M

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Portugal Grande Lisboa Zona Exposta Zona de Controlo

Todos os tumores 230,2 189,3 271,4 271,4

malignos (TM) (229,3 ; 231,1) (183,9 ; 194,7) (252,9 ; 289,9) (254,3 ; 288,5)

283,6 235,3 312,6 336,9

(282,6 ; 284,6) (229,3 ; 241,3) (292,8 ; 332,4) (317,9 ; 355,9)

180,2 150,2 200,9 206,9

(179,4 ; 181) (145,3 ; 155) (185 ; 216,9) (191,9 ; 221,9)

90,3 70,9 105,7 106,4

(89,8 ; 90,9) (67,6 ; 74,2) (94,1 ; 117,4) (95,6 ; 117,3)

112,1 89,5 98,4 133,7 (

(111,5 ; 112,8) (85,8 ; 93,2) (87,1 ; 109,6) 121,6 ; 145,8)

70 54,2 61 77,3

(69,5 ; 70,5) (51,3 ; 57,1) (52,2 ; 69,9) (68,1 ; 86,6)

26,9 18,3 15,7 28,6

(26,6 ; 27,2) (16,6 ; 20) (11,2 ; 20,2) (23 ; 34,2)

33,1 22,8 18,3 30,2

(32,8 ; 33,5) (20,9 ; 24,7) (13,4 ; 23,2) (24,5 ; 36)

21,1 13,8 8 19,6

(20,8 ; 21,3) (12,4 ; 15,3) (4,8 ; 11,2) (14,9 ; 24,2)

28,2 22,6 33,9 33,3

(27,8 ; 28,5) (20,7 ; 24,5) (27,3 ; 40,5) (27,2 ; 39,4)

32,1 26,6 13,5 30

(31,8 ; 32,5) (24,5 ; 28,6) (9,3 ; 17,7) (24,3 ; 35,8)

24,3 19 13 21,6

(24 ; 24,6) (17,3 ; 20,8) (8,9 ; 17,1) (16,7 ; 26,5)

40,3 35,4 39 42,7

(39,9 ; 40,7) (33 ; 37,7) (31,9 ; 46) (35,8 ; 49,5)

64,9 56,4 36,7 43,3

(64,4 ; 65,4) (53,4 ; 59,3) (29,8 ; 43,5) (36,4 ; 50,2)

17,2 15,9 7,2 14

(17 ; 17,5) (14,3 ; 17,5) (4,1 ; 10,2) (10,1 ; 17,9)

TM da traqueia,

brônquios 36,2 32,5 34,4 38,6

e pulmão (35,8 ; 36,5) (30,2 ; 34,7) (27,7 ; 41) (32,1 ; 45,2)

57,1 50,8 32,1 39,4

(56,6 ; 57,5) (48 ; 53,6) (25,7 ; 38,5) (32,8 ; 46)

16,5 15,4 6,7 13,9

(16,3 ; 16,7) (13,8 ; 16,9) (3,8 ; 9,7) (10 ; 17,8)

Tabela 32 -Taxas padronizadas de mortalidade por TM (por 100 000 residentes) em 2012, por sexo e grupos etários

quinquenais para Portugal, para a área da Grande Lisboa, e para Zonas Exposta e de Controlo (intervalos de

confiança das taxas a 95%)

TM do aparelho

respiratório

HM

H

M

HM

H

TM do estômago

HM

H

M

M

TM do cólon

HM

H

M

HM

H

M

TM do aparelho digestivo

HM

H

M

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Portugal Grande Lisboa Zona Exposta Zona de Controlo

Tabela 32 -Taxas padronizadas de mortalidade por TM (por 100 000 residentes) em 2012, por sexo e grupos etários

quinquenais para Portugal, para a área da Grande Lisboa, e para Zonas Exposta e de Controlo (intervalos de

confiança das taxas a 95%)

HMTM dos ossos, pele 23,5 21,5 19,4 28,3

e mama (23,2 ; 23,8) (19,7 ; 23,3) (14,4 ; 24,4) (22,7 ; 33,9)

9,2 8,2 5,2 5,9

(9 ; 9,4) (7 ; 9,3) (2,6 ; 7,8) (3,4 ; 8,5)

36,4 28,9 17,7 28,3

(36 ; 36,8) (26,8 ; 31) (13 ; 22,5) (22,7 ; 33,9)

17,2 18,5 22,2 37,6

(16,9 ; 17,4) (16,8 ; 20,2) (16,9 ; 27,6) (31,2 ; 44,1)

TM do aparelho 42,2 35,1 45,3 49,1

genito-urinário (41,8 ; 42,6) (32,7 ; 37,4) (37,7 ; 53) (41,7 ; 56,4)

55,3 46,5 31,2 56,4

(54,8 ; 55,7) (43,8 ; 49,2) (24,9 ; 37,5) (48,5 ; 64,3)

29,9 25,5 21,1 27,1

(29,6 ; 30,2) (23,5 ; 27,5) (15,9 ; 26,3) (21,7 ; 32,6)

38,2 31 35,8 42,7

(37,8 ; 38,6) (28,8 ; 33,2) (29 ; 42,6) (35,9 ; 49,6)

TM de outras 5,6 4,7 4,8 4,4

Localizações (5,5 ; 5,8) (3,8 ; 5,5) (2,3 ; 7,3) (2,2 ; 6,7)

5,3 4,2 5,6 4,4

(5,1 ; 5,4) (3,4 ; 5) (2,9 ; 8,3) (2,2 ; 6,6)

5,7 4,5 4,5 4,8

(5,6 ; 5,9) (3,7 ; 5,4) (2,1 ; 6,9) (2,5 ; 7,1)

TM dos tecidos linfático 21,6 19,6 23,8 23,4

e hematopoiético (21,3 ; 21,9) (17,8 ; 21,4) (18,3 ; 29,3) (18,3 ; 28,5)

23,6 20,7 15,5 23

(23,3 ; 23,9) (18,9 ; 22,6) (11 ; 20) (17,9 ; 28)

19,5 17,3 12,5 17,1

(19,2 ; 19,8) (15,7 ; 18,9) (8,4 ; 16,5) (12,8 ; 21,5)

HM

H

M

TM da próstata H

TM da mama feminina

H

M

HM

H

M

HM

HM

H

M

M

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de 1991 De 2000 Variação de 1991 De 2000 Variação

a 1999 a 2010 (%) a 1999 a 2010 (%)

Todos os tumores 161,2 253,2

malignos (TM) (146,9 ; 175,5) (235,4 ; 271,1)

186,7 303,7

(171,3 ; 202) (284,2 ; 323,2)

135,4 185,6

(122,2 ; 148,5) (170,3 ; 201)

62,1 100,5

(53,2 ; 71,1) (89,2 ; 111,8)

72,3 104,7

(62,7 ; 82) (93,2 ; 116,3)

51,7 63,6

(43,5 ; 59,8) (54,5 ; 72,6)

19,4 18,8 22,7 25

(14,4 ; 24,4) (13,9 ; 23,8) (17,7 ; 27,8) (19,7 ; 30,3)

20,8 22,3 27,9 24,6

(15,6 ; 26) (17 ; 27,7) (22,4 ; 33,5) (19,4 ; 29,8)

17,9 12,1 18 16,7

(13,1 ; 22,7) (8,1 ; 16) (13,5 ; 22,5) (12,4 ; 21)

16,9 29,7 19,6 28,6

(12,2 ; 21,5) (23,5 ; 35,9) (14,9 ; 24,2) (23 ; 34,2)

19 21,6 21,1 28,3

(14 ; 23,9) (16,3 ; 26,8) (16,3 ; 26) (22,7 ; 33,9)

14,7 15,6 18,2 19,5

(10,4 ; 19,1) (11,2 ; 20,1) (13,7 ; 22,7) (14,9 ; 24,2)

25,8 34,5 28,8 39,3

(20 ; 31,5) (27,8 ; 41,2) (23,2 ; 34,5) (32,7 ; 45,9)

43,1 42 49,4 45,9

(35,7 ; 50,6) (34,7 ; 49,4) (42,1 ; 56,8) (38,7 ; 53)

8,3 7,4 9,7 11,7

(5 ; 11,5) (4,3 ; 10,5) (6,4 ; 13) (8,1 ; 15,3)

TM da traqueia,

brônquios 22,4 29,7 24,3 35,2

e pulmão (17 ; 27,8) (23,5 ; 35,9) (19,1 ; 29,4) (28,9 ; 41,4)

37,3 35,9 41 41,2

(30,4 ; 44,3) (29,1 ; 42,7) (34,3 ; 47,7) (34,4 ; 47,9)

7,3 6,6 8,7 11,4

(4,2 ; 10,4) (3,7 ; 9,5) (5,6 ; 11,8) (7,9 ; 15)

Tabela 33 - Taxas padronizadas médias da mortalidade por tumores malignos (por 100.000 residentes), entre os períodos

1991-2001 e 2002-2012, para a zona exposta e para a zona de controlo, e variação percentual entre o período de referência

e o período de vigilância (intervalos de confiança das taxas a 95%)

Total 32,6 45

Homens -3,9 0,5

Mulheres -10,1 31,9

TM do aparelho

respiratório Total 33,9 36,4

Homens -2,6 -7,2

Mulheres -10,7 20,6

TM do cólonTotal 76,1 46,2

Homens 13,7 33,9

Mulheres 6,2 7,2

TM do estômagoTotal -3,1 10

Homens 7,3 -11,9

Mulheres -32,6 -7,3

Mulheres 37,1161,4 (148,1 ;

174,7)

202,8 (187,9 ;

217,6)25,6

TM do aparelho

digestivo Total 61,8 76,9 (67,7 ; 86,1) 99,5 (89 ; 109,9) 29,4

Homens 44,8 93,4 (83,3 ; 103,6) 122,5 (110,9 ; 134) 31,1

Mulheres 23 61,7 (53,5 ; 70) 74,7 (65,6 ; 83,8) 21

Causa de morte

Zona Exposta Zona de Controlo

Total 57,1196,2 (181,6 ;

210,8)

261,9 (245,1 ;

278,8)33,5

Homens 62,7234,8 (218,8 ;

250,7)

325,6 (306,9 ;

344,3)38,7

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de 1991 De 2000 Variação de 1991 De 2000 Variação

a 1999 a 2010 (%) a 1999 a 2010 (%)

Tabela 33 - Taxas padronizadas médias da mortalidade por tumores malignos (por 100.000 residentes), entre os períodos

1991-2001 e 2002-2012, para a zona exposta e para a zona de controlo, e variação percentual entre o período de referência

e o período de vigilância (intervalos de confiança das taxas a 95%)

Causa de morte

Zona Exposta Zona de Controlo

Total 57,1196,2 (181,6 ;

210,8)

261,9 (245,1 ;

278,8)33,5

TM dos ossos,

pele 17,1 18,6 20,6 25,4

e mama (12,4 ; 21,8) (13,7 ; 23,5) (15,8 ; 25,4) (20,1 ; 30,7)

3,6 3,3 4,6 4,7

(1,4 ; 5,7) (1,2 ; 5,3) (2,4 ; 6,9) (2,4 ; 7)

30,2 26,7 35,3 28,1

(24 ; 36,5) (20,8 ; 32,6) (29,1 ; 41,6) (22,5 ; 33,6)

26,7 27,1 31,2 36,6

(20,9 ; 32,6) (21,2 ; 33) (25,3 ; 37,1) (30,2 ; 43)

TM do aparelho 27,5 41,1 34 44,2

genito-urinário (21,6 ; 33,5) (33,9 ; 48,4) (27,9 ; 40,2) (37,2 ; 51,2)

33,2 35,6 44,1 54

(26,6 ; 39,7) (28,9 ; 42,4) (37,1 ; 51,1) (46,3 ; 61,7)

22,3 23 25,6 25,6

(17 ; 27,7) (17,5 ; 28,4) (20,3 ; 31) (20,2 ; 30,9)

21,2 36,3 29,5 40,2

(16 ; 26,4) (29,4 ; 43,1) (23,8 ; 35,2) (33,5 ; 46,8)

TM de outras 12,8 1,7 14,5 1,2

Localizações (8,7 ; 16,8) (0,2 ; 3,2) (10,5 ; 18,5) (0,1 ; 2,4)

15,3 2,8 16,1 1

(10,8 ; 19,7) (0,9 ; 4,7) (11,9 ; 20,3) (-0,1 ; 2)

10,3 1,2 12,9 1,9

(6,7 ; 13,9) (0 ; 2,4) (9,1 ; 16,7) (0,4 ; 3,3)

TM dos tecidos

linfático 12 18,9 15,9 20,9

e hematopoiético (8,1 ; 15,9) (14 ; 23,9) (11,7 ; 20,1) (16,1 ; 25,7)

12 16,8 17 19,4

(8 ; 15,9) (12,1 ; 21,4) (12,7 ; 21,4) (14,8 ; 24,1)

11,9 12,1 14,9 15,5

(8 ; 15,9) (8,1 ; 16) (10,8 ; 19) (11,4 ; 19,6)

Total 57,5 31,6

Homens 40,2 14,1

Homens -81,6 -93,9

Mulheres -88,3 -85,4

TM da mama

feminina Mulheres 1,4 17,3

Total 49,4 30

Homens 7,4 22,4

Total

Mulheres 1,1 4

Mulheres 2,9 -0,3

TM da próstataHomens 71 36

Total -86,7 -91,4

9,2 23,5

Homens -9,3 1,8

Mulheres -11,7 -20,6

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n % n % n % n %

Afecções Congénitas (ICD: 7400-7599) 3520 26,9 612 24,3 26 18,6 78 19,8

Afecções Perinatais (ICD: 7600-7799) 5794 44,3 1177 46,8 62 44,3 172 43,7

D. do Aparelho Respiratório (ICD: 4600-5199) 453 3,5 92 3,7 18 12,9 51 12,9

D. do Sistema Nervoso (ICD: 3200-3899) 440 3,4 104 4,1 5 3,6 21 5,3

Sinais e Sintomas Mal Definidos (ICD: 7800-7999) 1150 8,8 208 8,3 14 10 36 9,1

Total de óbitos em crianças com menos de 1 ano pelas causas

consideradas (entre 1991 e 2012)11357 86,9 2193 87,1 125 89,3 357 90,6

Total de óbitos em crianças com menos de 1 ano

2002- 1991- 2002- 1991- 2002- 1991- 2002-

2012 2001 2012 2001 2012 2001 2012

Total de óbitos de crianças com menos de 8 dias de vida de 1991

a 20124222 2311 722 515 40 35 130 81

Total de fetos mortos com mais de 28 semanas de gestação 6050 3699 1191 763 73 47 200 145

Total de óbitos perinatais 10272 6010 1913 1278 113 82 330 226

Portugal Grande Lisboa Zona Exposta Zona de Controlo

1991-2001

394140251713067

Tabela 35 - Número de óbitos perinatais em Portugal Continental, na zona da Grande Lisboa, na Zona Exposta e na Zona de Controlo (1991-2001 e 2000-2012)

Tabela 34 - Proporção dos óbitos por afecções congénitas e por outras causas seleccionadas entre os óbitos em crianças com menos de 1 ano (1991-2012)

Portugal Grande Lisboa Zona Exposta Zona de Controlo

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