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40
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS INSTITUTO DE ESTUDOS COSTEIROS CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE BRAGANÇA MONITORIAMENTO DE MUDAS DE ESPÉCIES ARBÓREAS DE MANGUE NA RODOVIA PA DO KM 17, BRAÇANÇA-PARÁ. Bragança PA 2013

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

INSTITUTO DE ESTUDOS COSTEIROS

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE BRAGANÇA

MONITORIAMENTO DE MUDAS DE ESPÉCIES ARBÓREAS DE MANGUE NA

RODOVIA PA DO KM 17, BRAÇANÇA-PARÁ.

Bragança – PA

2013

i

MONITORIAMENTO DE MUDAS DE ESPÉCIES ARBÓREAS DE MANGUE NA

RODOVIA PA DO KM 17, BRAÇANÇA-PARÁ

CLAUDIA PATRÍCIA SOARES ARRUDA

Bragança – PA

2013

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao

Colegiado do Curso de Licenciatura Plena em

Ciências Biológicas, da Universidade Federal do

Pará, Campus de Bragança, como requisito parcial

para a obtenção do Grau de Licenciado em

Ciências Biológicas.

Orientadora: Profa. Dra. Erneida Coelho de

ii

MONITORIAMENTO DE MUDAS DE ESPÉCIES ARBÓREAS DE MANGUE NA

RODOVIA PA DO KM 17, BRAÇANÇA-PARÁ

CLAUDIA PATRÍCIA SOARES ARRUDA

Data de aprovação: ___ de ____________________ de 2012. __________________________________________________– Orientador ProfªDrª Erneida Coelho de Araújo Universidade Federal do Pará, Campus de Bragança- UFPA __________________________________________________–Co-orientador Prof. Dr. Marcus Emanuel Fernandes Universidade Federal do Pará, Campus de Bragança- UFPA __________________________________________________– Titular Dr. Cesar França Braga Universidade Federal do Pará, Campus de Bragança- UFPA __________________________________________________– Titular Msc. Aninha Melo Moreira Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia - IFPA

iii

DEDICATÓRIA

Dedico esse trabalho aos meus pais,

pessoas importantes e indispensáveis

na minha vida.

iv

AGRADECIMENTO

Primeiramente agradeço a Deus que meu deu disposição e força para

concluir essa etapa de minha vida acadêmica. Em segundo lugar agradeço aos

meus pais que com sua dedicação me ajudaram a chegar até aqui, me ajudando

com seu apoio incondicional.

Agradecimento especialmente a minha tia Clarice e a minha prima Charlene

que foram muito importantes no início desta jornada, cedendo sua casa para que eu

pudesse fazer cursinho e posteriormente me estabelecer na cidade durante minha

graduação, sendo para mim como uma segunda casa.

Agradeço a minha orientadora Erneida Coelho pela paciência e contribuição.

Agradeço as pessoas que foram muito importante nas minhas coletas de

campo, contribuindo muito para a realização desse trabalho,Dielly,Joice, João

Emilio, Jonathan que era a pessoa que mais gostava de ir ao mangue, a Lidiane

Gomes que é a parceira de coleta e a pessoa que me ajudou como pode nesse

trabalho, ao Cassio Tiago que teve uma significativa contribuição.

A equipe formada por Alana Watanabe,Camila Alves,Lidiane Gomes, Emelly

de Paula e Romário Menezes pessoas muitos especiais, que sempre me deram

força e me ajudaram além de me proporcionar momentos maravilhosos, me

dandomuita alegria.

Ao laboratório e a UFPA pelo suporte necessário para a concretização da

pesquisa, agradeço a todos os funcionários da instituição que de alguma forma

tiveram sua contribuição.

v

EPÍGRAFO

“A educação tem raízes amargas, mas

os seus frutos são doces”.

Aristóteles

vi

RESUMO

A pesquisa teve o objetivo de avaliar e associar a sobrevivência e o crescimento das mudas de Aviccenia germinans, Rhizoplora mangle e Lagucularia racemosa aos atributos físico-químicos de um solo degradado. O experimento foi instalado na rodovia PA 458 do KM 17, no município de Bragança-PA. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos ao acaso, com 3 tratamentos e 6 repetições. Cada parcela experimental foi constituída de 20 mudas, espaçadas por 1,0 m entre plantas e 1,0 m entre linhas. Totalizando 360 mudas, sendo 120 por bloco. Os dados foram analisados pelo pacote estatístico Primer® 6, nos dados abióticos foram aplicados à Análise dos Componentes Principais (PCA). A relação entre os dados bióticos e abióticos foi realizada através procedimento BIOENV que calcula o coeficiente de correlação de Spearman. Concluiu-se que as características físico-químicas do solo degradado associado ao maior déficit hídrico no período de menor precipitação, afetaram negativamente a sobrevivência das mudas e impossibilitaram o crescimento no pós-plantio e a manutenção das espécies arbóreas de mangue na área impactada.

Palavras chave –solo, nutrientes, sobrevivência de mudas

vii

ABSTRACT

The research had the objective to associate the survival and growth of seedlings

Avicennia germinans (L.) Stearn, Rhizophora mangle L. and Laguncularia racemosa

(L.)Gaertn.F. with the physico-chemical properties of a degraded soil. The

experiment was installed in Rodovia PA 458, km 17 municipality of Bragança, Pará,

Brazil. The experimental design was the randomized block with 3 treatments (3

species) and 6 reps. Each plot consisted of 20 plants spaced 1.0 m between plants

and 1.0 m between rows. Totaling 360 seedlings, 120 per block. The data were

analyzed using the PRIMER v6. In abiotic variables were applied the Principal

Component Analysis (PCA) and the relationship between biotic and abiotic data was

established using the procedure BIOENV which calculated the Spearman correlation

coefficient. It was concluded that the physico-chemical properties of a degraded soil,

combined with the higher water deficit in the period of lower precipitation, negatively

affected seedling survival and unable the growth in the post-planting and

maintenance of mangrove trees species in the impacted area.

Keywords - soil, nutrients, seedling survival

viii

LISTAS DE FIGURAS

Figura 01-Rhizophora mangle.............................................................................................13

Figura 02Laguncularia racemosa........................................................................................14

Figura 03- Avicenniagerminans .........................................................................................14

Figura 04 Mapa mostrando a área de estudo no Km 17 (área degradada) (llI), lado leste do

pará do Pará (ll), mapa do Brasil (l) modificado (Fernandes et al, 2007)............................17

Figura 05- Área degradada no Km 17.Período chuvoso ( Fev de 2012).............................18

Figura 06- Precipitação pluviométrica anual e média mensal registrada durante a

condução do experimento.................................................................................................18

Fig 07- Produção de mudas em viveiro. Comunidade de Tamatateua................................19

Figura 08 - Área de estudo no período chuvoso (Fev 2012)...............................................19

Figura 09- área de estudo no período seco ( Dez 201).......................................................19

Figura 10 - medição em altura (cm)......................................................................................20

Figura 11 - medição em diâmetro cm²..................................................................................20

Figura 12 – Trado..................................................................................................................21

Figura 13 – Coleta do solo...................................................................................................21

Figura 14 - Configuração da análise de Escalonamento Multidimensional (MDS em

relação a sobrevivência com base nosmeses, área experimental da rodovia PA 458......23

Figura 15- Configuração da análise de Escalonamento Multidimensional (MDS) em

relação a altura com base nos meses de avaliação da área experimental do .................24

Figura 16 - Configuração da análise de Escalonamento Multidimensional (MDS) em relação

ao diâmetro com base nos meses, área experimental do km 17.......................................24

Figura 17 - Resultados obtidos da PCA realizados com a variação entre os parâmetros

abióticos das amostras de solo do mangue. Apresentando a formação de dois

grupos..................................................................................................................................27

ix

LISTAS DE TABELAS

Tabela 01-Analise física química do solo área experimental (Laboratório de solo da

Universidade federal do Pará.....................................................................................22

Tabela 02 - Tabela de Contribuição das variáveis aos dois primeiros componentes

do PCA para solo de mangue, área experimental do km 17, Bragança-Pa...............26

Tabela 03-Resultados análise estatística BIOENV: correlação de Spearman............28

x

SUMÁRIO

RESUMO.................................................................................................................... vi

ABSTRACT ............................................................................................................... vii

1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 11

1.1 Ecossistema manguezal .............................................................................. 11

1.1 Solo de manguezal....................................................................................... 12

1.3 Composição florística ....................................................................................... 13

1.4 Tecnologias de restauração de manguezais .................................................... 15

1.5 Restauração de manguezais ........................................................................... 15

1.6 Restauração de manguezal no Brasil .............................................................. 16

2. OBJETIVO ............................................................................................................. 17

3. MATÉRIAIS E MÉTODOS..................................................................................... 17

3.1 Caracterização da área experimental .............................................................. 17

3.2 Clima da região e regime de maré ................................................................... 18

3.3 Espécies utilizadas e manutenção do plantio .................................................. 19

3.4 Sobrevivência, crescimento em altura e diâmetro ........................................... 20

3.5 Análises físico-químicas ................................................................................... 20

3.6 Análises de dados ............................................................................................ 21

4.RESULTADOS ....................................................................................................... 21

4.1 Análises físico-químicas ................................................................................... 21

4.2 Sobrevivência................................................................................................... 23

4.3- Crescimento em altura .................................................................................... 23

4.4 Diâmetro .......................................................................................................... 24

4.5 componentes principais (PCA .......................................................................... 25

4.6 Análise de correlação entre fatores bióticos e abióticos .................................. 27

5. DISCUSSÃO ......................................................................................................... 28

5.1 Sobrevivência................................................................................................... 28

5.2 Crescimento e diâmetro ................................................................................... 31

5.3 Componentes principais ................................................................................... 31

5.4 Fatores bióticos e abióticos (Bioenv) ............................................................... 32

6 – CONCLUSÃO ...................................................................................................... 33

7-REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 34

11

1. INTRODUÇÃO

1.1 Ecossistema manguezal

Os manguezais são considerados referências das zonas tropicais e

subtropicais, sendo influenciados diretamente pelas marés, localizam-se na zona de

transição entre os ambientes terrestre e marinho. São compostos por espécies

vegetais típicas, além de micro e macroalgas, adaptadas a flutuação de salinidade.

Estão presentes em zonas abrigadas nas áreas costeiras onde ocorrem condições

propicias para alimentação, proteção e nidificação de muitas espécies animais, são

considerados ainda como importantes transformadores de nutrientes em matéria

orgânica e geradores de bens e serviços (SCHAEFFER-NOVELLI, 1995). Vale

enfatizar que, em regiões tropicais e subtropicais, o mangue representa um dos

mais, se não o mais produtivo dos ecossistemas naturais (ODUM, 1962).

O Brasil apresenta a segunda maior área de manguezal do mundo com cerca

13.000 km², correspondendo a 8,5% do total mundial, área menor apenas que a

indonésia com 31.894 km² (SPALDING et al., 2010). Os Manguezais brasileiros

estão distribuídos desde o extremo norte do Amapá até Santa Catarina com

predominância no Pará e Maranhão (DIEGUES, 2001; IUCN 2002). No nordeste

paraense, localiza-se o manguezal bragantino, onde o clima quente e úmido típico

da região Amazônica, favorece o manguezal (MORAES, 2005). Bragança tem a

região costeira coberta por estuários e baías, medindo cerca de 180km2, sendo que

160km2 estão cobertos por bosques de manguezal (KRAUSE; SCHORIES; DIELE,

2001).

Ao longo dos anos, esse ecossistema vem sofrendo redução significativa na

sua extensão e a principal ameaça aos manguezais é descrita através do

desmatamento para produção de carvão, conversão das suas terras para áreas de

exploração com aquicultura, construções de obras civis e outros usos (PENNING DE

VRIES, 2003).

No município de Bragança na década de 70, construiu-se a rodovia PA – 458

que propiciou a a ligação entre o município à vila de Ajuruteua, e cortou 26 km de

floresta de mangue. De acordo com (LARA; COHEN, 2003) a partir de 1974, surgiu

uma área impactada de manguezal de aproximadamente 3,8 km2, no lado oeste da

rodovia. A área em questão recebe influência dos rios taperuçu e caeté, porém com

12

a construção da rodovia, apenas seis furos permaneceram: furo da Taicí, Estiva

Grande, Ostra Chato e Café (FERNANDES et al.,2007).

A dinâmica da costa é fator determinante para o movimento de colonização

dos manguezais. Quando está apresenta em progressão, os manguezais colonizam

ativamente, estabilizando as novas estruturas de deposição, porem onde a dinâmica

esta estável e os aportes de sedimentos escassos, a progressão até o mar e

limitada ou inexistente e nos locais onde a erosão e intensa o mangue termina

subitamente junto com o talude erodido e não consegue estabelecer uma fase

colonizadora (CINTRON, 1987).

1.1 Solo de manguezal

As informações a respeito da gênese de solos de manguezais ainda são

relativamente escassas, apesar do crescente número de trabalhos nos últimos anos.

Por essa razão, esses solos forma designados durante muito tempo como “solos

indiscriminados de mangues” (LEPSCH et al., 1983). É comum a referência ao

substrato onde se desenvolvem os bosques de manguezal como “sedimentos”

(MACKEY; MACKAY 1996; TAM, 1998), até mesmo em trabalhos recentes (BRITO

et al., 2009). A própria dinâmica sedimentar do ambiente, intensa devido à sua

posição na interface entre ambiente continental e marinho (COOPER et al, 2001),

induz à referência a esse substrato como sedimento.

Pode-se afirmar que esses solos estão sujeitos ao halomorfismo, devido à

salinidade elevada, o que pode ser explicado pela proximidade com a linha de costa

e influência das marés, e pelo acúmulo de matéria orgânica, evidenciada pelos altos

teores de Carbono orgânico, devido ao prevalecimento das condições redutoras

(PRADA-GAMERO et al., 2001).

De acordo com CINTRON & SCHAEFFER-NOVELLI (1983) os solos do

mangue são resultados da decomposição de sedimento autóctones ou alóctones,

em ambientes com baixa energia e predominando o acumulo de porções finas

(argila e limos) mais elevadas quantidade de matéria orgânica e sais solúveis

resultantes do contato com o mar. O pH do solo é devido a conteúdo de umidade e

flutuações do nível freático.

13

1.3 Composição florística

Segundo TOMLINSON (1986) é identificada uma baixa diversidade florística

nas florestas de mangue em relação a outras florestas tropicais, estando associada

ascondições especificas: salinidade da água intersticial, baixa disponibilidade de

oxigênio no substrato lodoso, e as flutuações diárias das mares, o que restringe

espécies altamente especializadas.

A costa nordeste do estado do Pará a noroeste do Maranhão apresenta uma

baixa diversidade das espécies arbóreas de manguezais, sendo contraposta a

grande variabilidade espacial em resposta as condições locais de inundação e

salinidade (PROST & RABELO, 1996). A Variação fito-espacial é um bom exemplo

dos manguezais que resistem em diferentes condições do meio, variando de alta

salinidade até a baixa salinidade, onde recebe água de rio (MENEZES et al.,2005).

Na península de Ajuruteua, ocorre a predominância de três espécies arbóreas:

Rhizophora mangle, Avicennia germinans, Laguncularia racemosa (MENEZES,

2006).

A Rhizophora mangle (mangue-vermelho) L.,1753 é utilizada para tingir

roupas e também é usada como medicamento. Apresenta rizóforos que tem a

função de sustentação e de realizar trocas gasosas através das lenticelas presentes

nessa estrutura. As lenticelas são responsáveis pelas trocas de O2 e CO2 entre a

planta e o meio quando acontece a inundação da área (COSTA, 1995). Essa planta

possui uma adaptação muito importante a vivipariedade, onde as sementes

permanece presas a árvore-mãe, até se tornarem propágulos ou seja embriões,

aptos a germinar (SOFFIATI, 2006).

Figura 01-Rhizophora mangle

14

Avicennia germinans (mangue negro) necessita da água salobra para se

desenvolver e encontra em solos com varias texturas e salinidade. Nos solos onde

se tem uma maior concentração de pirita essa espécie é bem encontrada (JIMENEZ

& LUGO, 1988). A espécie apresenta cristais de sal excretadas pelas folhas, onde

são bem visíveis, possui folhas de forma lanceolada (SCHAEFFER e NOVELLI,

1995). De acordo com TOMILSON (1986) a Avicennia germinans possui raízes com

geotropismo negativo (pneumatoforos), onde sua função é de fazer trocas gasosas

entre a planta e o meio (Fig.2)

Figura 2. Avicennia. Germinans

Laguncularia racemosa (L) Gaertn. f, 1805 (tinteira mangue - branco), desenvolve

–se em solos instáveis salinos, essa espécie é caracterizado como arbórea halófita,

possui folha em forma de ovo, grossa com uma pequena entrada na pontas. Na

América e no oeste da Ásia ela ocorre isoladamente ou com outras espécies

formando extensas florestas nas zonas costeiras (TOMLISON,1996). A Laguncularia

racemosa é a espécie mais dominante entre os bosques de manguezais, elas ficam

localizadas em áreas inundadas e mais no interior do manguezal (SILVA et al., 2005;

CUZZUOL & CAMPOS, 2001).

Figura 03- Laguncularia racemosa

15

1.4 Tecnologias de restauração de manguezais

Segundo VANNUCCI (2002) para iniciar a recuperação de áreas degradadas

é necessário primeiro um trabalho de reflorestamento com espécies mais adequadas

às condições locais atuais para depois considerar o tipo de gerenciamento na área,

pois à medida que a floresta cresce, o ecossistema se reconstitui espontaneamente

e só então é possível administrar os recursos.

Em seu estudo de replantando o manguezal, TISUJI (2008) utilizou algumas

técnicas de replantio. No reflorestamento, duas técnicasforam utilizadas, na primeira

utilizou a produção de mudas em viveiro, as quais permaneceram no viveiro até se

tornarem aptas ao transplantio para o campo, na segunda os propágulos foram

semeados direto no campo, na técnica conhecida como semeadura direta(TISUJI,

2008).

BONILLA (2010) utilizou para o replantio de áreas degradadas, em Sapiranga,

Fortaleza, CE algumas técnicas: construção de viveiro, abertura de covas para

implantação das mudas no campo.

1.5 Restauração de manguezais

Há muitas formas de degradação de diferentes ecossistemas que podem ser

encontrados por quem quer trabalhar com o desafio da recuperação de áreas

degradadas e a importância desses programas para a ecologia, pois é difícil fazer

simulação teórica com este trabalho (JORDAN III et al. 1987).

Os ecossistemas de manguezais quando atingidos por certos tipos de

impactos,sofrem alteração além do suportável e necessitam de ser replantadas

artificialmente, pois não conseguem se auto-regenerar, mesmo que hajam

propágulos suficientes (VANNUCCI, 2002).

Na Colômbia BOHORQUEZ E PRADA, (1986), realizou trabalho com

replantio de manguezal com a espécie R. mangle em diferentes ilhas do litoral

Caribenho, esse trabalho teve como intuito a diminuição da erosão das bordas, a

escolha da espécie ocorreu em função do seu melhor desenvolvimento nas bordas.

No Japão, WARUSHIMA et al. (1994) realizou pesquisa com implantação de

propágulos de Kandelia candel, Bruguiera gymnorthiza e Rhizophora stylosa. O

estudo foi realizado com implantação de propágulos no campo em solos com ph

16

diferentes, houve o acompanhamento do crescimento e desenvolvimento das

espécies para verificar em qual solo elas melhor se adaptaram. O melhor

desenvolvimento delas se deu em solo similar ao seu habitat natural.

A restauração dos bosques no Paquistão no delta do rio Indus foi

realizadacom espécies nativas: Rhizophora mucrato, Ceriopstagal, Avicennia

marina, e as exóticas Rhizophora apiciculata, Rhizophora stylisa. Para a produção

de mudas houve a construção de um viveiro, onde as mudas permaneceram até

serem implantadas para o campo (QUERESH, 1990)

1.6 Restauração de manguezal no Brasil

Os manguezais brasileiros vêm sofrendo grandes degradações ao longo dos

anos, mesmo sendo considerado um local de preservação (OLIVEIRA, 2005).Os

trabalhos de recuperação de manguezal no Brasil ainda são incipientes, mas já

existem algumas pesquisas importantes, além dos trabalhos científicos, possui

alguns trabalhos na linha de educação ambiental e sensibilização da população.

Os primeiros trabalhos de recuperação de manguezal no Brasil aconteceram

nos estados da Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo (OLIVEIRA, 1975), (OLIVEIRA &

Krau, 1976), esses autores são considerados como os principais investigadores

desses estudos que fazem parte de uma serie de publicações da baía de Guanabara

que recomendavam o plantio de manguezal.

No município de Cubatão, no estado de São Paulo, na baixada Santista foi

realizado um trabalho de recuperação de manguezais e se desenvolveu em duas

fases. Na primeira, foram observados os processos de regeneração natural da área

com a espécie arbórea Rhizophora mangle. As parcelas 1 e 2 localizavam-se em

área fortemente degradada e a parcela 3 em um local com solo mais consolidado,

com bosques de Rhizophora mangle. A taxa de sobrevivência das espécies

utilizadas no experimento foi superior a 70% (MENEZES et al., 2005) no solo mais

preservado.

O projeto SOS mangue de Maragojipe, estado da Bahia desenvolveu um

trabalho de preservação e conscientização da população do local, o grupo produziu

as mudas em viveiro e realizou o replantio de mudas Rhizophora mangle e

Laguncularia racemosa em áreas impactadas (CESÁR, 1995).

17

2. OBJETIVO

Avaliar e associar a sobrevivência e o crescimento das mudas Aviccenia

germinans, Rhizoplora mangle e Lagucularia racemosa com as condições físico-

químicas de um solo degradado.

3. MATÉRIAIS E MÉTODOS

3.1 Caracterização da área experimental

O estudo foi realizado no Km 17 (00º 55’36,3”S e 046º42’12,9”W) da rodovia

PA 458, Bragança–Pará-Brasil, a qual liga o município de Bragança à praia de

Ajuruteua. A área do estudo sofreu perturbações antrópicas, na década de 80 em

função da construção da rodovia PA 458 (FERNANDES, 2007).

Figura 04- Mapa mostrando a área de estudo no Km 17 (área degradada) (llI), lado leste do pará do Pará (ll), mapa do Brasil (l) modificado (Fernandes et al, 2007).

l

ll

lll

Área degradada Km 17

18

Figura 05 - Área degradada no Km 17. Período chuvoso (Fev 2012)

3.2 Clima da região e regime de maré

O clima da região é do tipo AW (KÖPPEN, 1994). Apresentando clima quente

e úmido. A estação chuvosa se estende, de dezembro a maio e a estação seca de

junho a novembro; a precipitação pluviométrica varia de 2.500 mm a 3.000mm, e

umidade relativa do ar de 80% a 91% (MARTORANO et al., 1993).

A Precipitação Pluviométrica (Fig. 6) foi elevada no período de fevereiro a

julho de 2011 (período chuvoso). No período de agosto a dezembro de 2011, o

índice pluviométrico foi inferior (período seco), e se elevou novamente de janeiro a

fevereiro de 2012. A precipitação pluviométrica anual foi de 2345.1mm, e os valores

foram fornecidos pela estação Meteorológica de Tracuateua, Pará (INMET, 2012).

Figura 06- Precipitação pluviométrica anual e média mensal registrada durante a condução do experimento (Km 17 da rodovia PA 458 – Bragança-Pará).

0

100

200

300

400

500

600

Fev

Ma

r

Ab

rl

Ma

io

Ju

n

Ju

l

Agos

Se

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Ou

t

No

v

De

z

Ja

n

Fev

Pre

cip

ita

çã

o (

mm

)

Meses

19

3.3 Espécies utilizadas e manutenção do plantio

As mudas das três espéciesarbóreas de manguezal (Rhizophora mangle,

Aviccenia germinans e Laguncularia racemosa) foram produzidas em um viveiro,

localizado na comunidade de Tamatateua (Bragança-PA) e transplantadas para a

área do estudo situada no Km 17, no mês de fevereiro de 2011. O delineamento

utilizado foi de blocos ao acaso com 3 tratamentos (3 espécies) e 6 repetições, cada

parcela foi constituída de 20 mudas, as covas foram espaçadas de 1,0 m entre

plantas e 1,0 m entre linhas, com 120 mudas por bloco, totalizando total 360 mudas.

Figura 07- Produção de mudas em viveiro. Comunidade de Tamatateua.

As mudas foram analisadas bimestralmente durante 10 meses,no períodos

chuvoso (fig.08) e seco (fig.09), também se realizou a coleta de solo com trado para

posterior análise físico-química.

Figura 09- área de estudo no período seco ( Dez 201)

Figura 08 - Área de estudo no período

chuvoso (Fev 2012).

20

3.4 Sobrevivência, crescimento em altura e diâmetro

Foi avaliada bimestralmente a evolução da taxa de sobrevivência e o

crescimento em altura das espécies arbóreas de mangue por dez meses, nos

períodos chuvoso e seco. As medições do crescimento em altura (cm) foram feitas

de em dois meses com o auxilio de uma régua (Fig.10) ou fita métrica. A medição

das plantas foi realizada a partir do substrato até o último par de folhas. O processo

de medição de diâmetro (cm) se deu através do paquímetro digital, 5 cm acima do

nível solo (Fig. 11)

Figura 10 - medição em altura (cm) Figura 11 - medição do diâmetro (cm)

3.5 Análises físico-químicas

A coleta das amostras de solo na área experimental foi realizada a 20 cm de

profundidade, com o uso do trado, durante os meses de avaliação da pesquisa. Em

cada amostra de solo foram analisados os seguintes parâmetros: granulometria

(percentuais de areia, silte e argila), macronutrientes (P, Na, K, Ca, Mg), M.O, pH,

Corg e micronutrientes (Cu, Fe, Mn, Zn), sendo posteriormente encaminhadas ao

laboratório da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA). A análise

granulométrica foi feita pelo método da pipeta (Embrapa, 1997), O teor demacro e

micronutrientes e as propriedades químicas: pH em água, CO e M.O, foram

determinadas conforme Embrapa (1997) em todas as amostras.

21

.

Figura 12 - Trado Figura 13 – Coleta do solo

3.6 Análises de dados

Os dados foram analisados pelo pacote estatístico (Plymouth Routines In

Multivariate Ecological Research) Primer® 6, para avaliar se houve diferenças

significativas entre os meses, períodos, espécies e blocos avaliados, utilizou-se a

análise multivariada não paramétrica de similaridade (ANOSIM) com a matriz de

similaridade calculada pelo índice de similaridade de Bray-Curtis. Nos dados

abióticos foram aplicados à Análise dos Componentes Principais (PCA). A relação

entre os dados bióticos e abióticos, por local de coleta, foi estabelecida utilizando o

procedimento BIOENV que calcula o coeficiente de correlação de Spearman.

4.RESULTADOS

4.1 Análises físico-químicas

Na Tabela 01 são apresentados os resultados das analises físico-químicas

das amostras de solo da área experimental. Observou que o pH do solo variou de

5.8 a 7.4, havendo uma tendêcia para a neutralidade.

22

Tabela 01-Análises físico- química de solo da área experimental (Laboratório de solo da Universidade Federal Rural da Amazônia)

mês bloco PH Corg m.o P Na K Ca Cu Fe Mn Zn Mg Areia Silte Argila

H2O gkg-¹ Cmol/dm-³ Cmol/dm-³ Cmol/dm-³ Cmol/dm-³ Cmol/dm-³ Mg dm-³ Mg dm-³ Mg dm-³ Mg dm-³ Cmol/dm-³ g/Kg g/Kg g/Kg

Abril 7,4 9,79 16,88 9,05 2,8 3,32 20,78 1,9 1222,9 119,8 7,9 0,09 23 29 48

Junho 6,6 13,31 22,95 47,75 2,62 4,39 20 1,5 1600,9 169,4 7,8 0,09 26 32 42

Agosto Bloco I 7,0 12,14 20,93 52,25 3,42 4,29 24,78 1,7 1549,1 124,3 6,4 0,09 58 13 29

Outubro 6,64 13,31 22,95 10,53 3,85 4,33 27,38 1,3 1764,1 81,5 6,8 0,09 29 29 42

Dezembro 6,6 11,36 19,58 89,03 3,48 7,8 27,8 1,3 1765,3 146 6,6 0,09 47 19 34

Fevereiro 7,3 10,18 17,55 95,01 2,98 6,05 27,61 1,3 1259 171,3 6,8 0,09 26 21 53

Abril 7,34 11,36 19,58 41,34 2,53 3,22 18,78 1,4 1517,9 159,7 8,1 0,09 17 30 53

Junho 7,1 12,73 21,94 34,16 2,24 2,83 16,68 1,4 1269,9 109,5 6,8 0,09 36 27 37

Agosto Bloco II 6,90 11,36 19,58 43,72 3,59 4,59 22,73 1,4 1536,1 134 6,6 0,09 20 32 48

Outubro 6,9 11,75 20,25 42,53 2,87 6,54 19,32 1,1 1287,3 99,8 5,7 0,09 32 26 42

Dezembro 6,6 10,96 18,9 50,15 3,08 6,34 29,76 1,1 1321,9 108,1 6 0,09 10 35 55

Fevereiro 6,80 13,31 22,95 52,25 3,97 3,3 29,87 1,3 1486,5 116,4 6,5 0,09 23 35 42

Abril 7,2 12,53 21,6 37,65 3,08 3,41 19,51 1,7 1397,9 116,8 8,9 0,09 14 31 55

Junho 6,8 13,7 23,63 31,96 2,23 3,9 19,82 1,3 1678,1 107,7 9,3 0,09 23 29 48

Agosto Bloco III 7,0 11,75 20,25 44,73 0 4,2 25,07 0,09 20 32 48

Outubro 6,7 11,36 19,58 45,92 3,09 4,88 21,66 1,2 1401,9 154,3 5,8 0,09 26 32 42

Dezembro 5,84 17,23 29,7 44,93 3,47 7,8 25,37 1,5 1575,4 171,9 6 0,09 26 29 45

Fevereiro 6,9 16,05 27,68 66,6 3,27 6,15 31,9 1,5 1774,1 99,1 9,4 0,09 44 22 34

23

4.2 Sobrevivência

Ao se comparar os blocos pela análise de similaridade (Anosim) não se

observou diferença significativa (Anosim R= - 0,004; p= 0,45) entre os mesmos

quando se avaliou a sobrevivência. Para o fator mês houve diferença significativa

(AnosimR= 0,5; p= 0,01), observando-se a formação de dois grupos (Fig 14).

Observou-se a formação de dois grupos.

Figura 14 - Configuração da análise de Escalonamento Multidimensional (MDS) em relação a

sobrevivência com base nosmeses de avaliação da áreaexperimental da rodovia PA 458 do km 17.

4.3- Crescimento em altura

A Anosim foi realizada para os três blocos e se observou que não houve

diferença significativa entre os blocos (Anosim R; 0,04; p = 0,17). A Anosim (análise

de similaridade) foi realizada para cada grupo entre os diferentes meses, e se

constatou que variação foi significativa (Anosim R; 0,302; p = 0,001). Observou-se a

formação de dois grupos (Fig.15)

24

Figura 15- Configuração da análise de Escalonamento Multidimensional (MDS) em relação a altura

com base nos meses de avaliação da área experimental do km 17.

4.4 Diâmetro

A análise de similaridade foi realizada para os três blocos e se observou que

não houve diferença significativa entre os blocos (AnosimR=0,01; p=0,30).

Verificaram-se diferenças significativas ao se comparar os meses (AnosimR= 0,27;

p=0,01). Observa-se formação de dois grupos (Fig.16).

Figura 16 - Configuração da análise de Escalonamento Multidimensional (MDS) em relação ao

diâmetro com base nosmeses, áreaexperimental do km 17.

25

4.5 componentes principais (PCA)

A análise de componentes principais (PCA) foi utilizada para obter a

correlação entre as variáveis abióticas nos blocos. O primeiro e o segundo eixos do

PCA foram responsáveis por 59,2% da variância dos dados abióticos. As

contribuições das variáveis aos eixos desta análise mostram que o primeiro eixo foi

influenciado positivamente pelos elementos Na, Fe e Mn. O segundo eixo,

responsável por 35,8% da distribuição teve maior contribuição positiva do pH, silte e

argila.

26

Tabela 02 - Tabela de Contribuição das variáveis aos dois primeiros componentes

do PCA para solo de mangue, área experimental do km 17, Bragança-Pa.

Variabilidade PC1 PC2

Ph -0,102 0,336

C org 0,140 -0,342

m.o 0,140 -0,342

P 0,030 -0,255

Na 0,414 0,084

K 0,097 -0,333

Ca 0,029 -0,308

Cu 0,405 0,193

Fe 0,424 0,152

Mn 0,412 0,170

Zn 0,404 0,199

Mg 0,000 0,000

Areia 0,182 -0,304

Silte -0,166 0,215

Argila -0,178 0,328

Auto valor 5,01 3,27

% Explicação 35,8 23,4

Explicação acumulada 35,8 59,2

27

Figura 17 - Resultados obtidos da PCA realizados com a variação entre os parâmetros abióticos das

amostras de solo do mangue. Apresentando a formação de dois grupos.

4.6 Análise de correlação entre fatores bióticos e abióticos

A análise BEST/BIOEN foi usada para obter uma correlação entre as

variáveis abióticas e as variáveis bióticas: sobrevivências, crescimento em altura e

diâmetro. Para a sobrevivência os nutrientes que mais influenciaram foram K, Na, e

site. Para a variável sobrevivência os elementos Na, Cu e Zn (associados

positivamente) tiveram maior contribuição. Quanto ao crescimento em altura os

elementos que mais contribuíram foram o K e Ca. Os elementos que tiveram valores

elevados foram o silte, quando se considerou o diâmetro.

28

Tabela 03 - Resultados análise estatística BIOENV: correlação de Spearman

Altura Diâmetro Sobrevivência

N.vars Correlação Selections N.vars Correlação Selections N.vars Correlação Selections

2 0,248 6;7 1 0,243 7 1 0,194 14

3 0,248 6;7;12 1 0,170 6 2 0,194 12;14

1 0,243 7 1 0,135 14 2 0,186 14;15

2 0,243 7;12 1 0,024 3 3 0,186 12;14;15

1 0,170 6 1 0,023 2 3 0,184 7;14;15

2 0,170 6;12 1 0,022 13 4 0,184 7;12;14;15;

3 0,166 2;6;7 1 0,048 4 2 0,178 7;14

4 0,166 2;6;7;12 1 0,051 15 3 0,178 7;12;14

3 0,166 6;7;13 1 0,069 5 3 0,178 7;13;14

4 0,166 6;7;12;13 1 0,114 11 4 0,178 7;12-14

Variáveis: 1.pH,2.Corg,3.M.O.,4.P,5.Na,6.K,7.Ca,8.Mg,9.Cu,10.Fe,11.Mn,12.Zn,13.areia,14.silte,15.argila.

5. DISCUSSÃO

5.1 Sobrevivência

Os resultados mostraram que os meses chuvosos favoreceram a

sobrevivência das mudas. Ressalta-se que a precipitação média do período chuvoso

registrada foi de 503,1mm e a média observada na estação seca foi de 42,2mm. No

trabalho de Paludo & Klonowki (1999) constatou-se o ressecamento dos propágulos

em áreas pouco irrigadas, havendo alta mortalidade.

O manguezal da região bragantina na área do Km 17 no lado oeste da

estrada é um local degradado e pouco irrigado devido a construção da rodovia PA-

458, e essa área foi a mais prejudicada segundo Fernandes et al (2007) o autor cita

também que este trecho foi transformado completamente em uma área alterada

29

com árvores mortas e poucos indivíduos remanescentes, os quais resistiram ao solo

ressecado, hipersalino e exposto à alta radiação solar.

Como a construção da rodovia PA-458 interrompeu a periodicidade do fluxo

das marés para a área focal do presente estudo e tornou o suprimento de água

escasso, houve o ressecamento do solo (Fernandes et al., 2007). Segundo o mesmo

autor, outra consequência da construção dessarodovia foi evidenciada nos

parâmetros físico-químicos monitorados na área, os quais foram alterados. A

salinidade da água de percolação, por exemplo, assumiu valores maiores,

certamente em função da ausência de cobertura vegetal e da escassez de água, o

que proporcionou maior evaporação e, consequentemente, um excessivo acúmulo

de sal. Os efeitos da salinidade e sodicidade observados durante o crescimento das

plantas têm sido descritos por vários autores (GREENWAY & MUNNS, 1980;

SHANNON et al.,1994). Os autores afirmam que uma das alternativas encontradas

para diminuir o impacto desses solos sobre os vegetais é a aplicação de corretivos

que venham reduzir o excesso de sódio, baixar o PH e, consequentemente, liberar

mais nutrientes às plantas.

De acordo com Barbier & Cox (2003) a obstrução dos canais-de-maré para a

construção da rodovia (PA 458) interferiu na hidrodinâmica local, promovendo a

degradação de uma grande área de manguezal. Em estudo realizado nessa mesma

área, a baixa frequência de inundação registrada no local deve ter determinado a

existência de uma floresta de mangue, particularmente sensível às perturbações

hídricas (Lara & Cohen, 2003).

O estabelecimento, a qualidade das mudas e a avaliação de sobrevivência

são de fundamental importância para o sucesso das mudas e posteriormente para

obtenção de plantas adultas saudáveis (CARNEIRO,1983).

Devido à topografia dessas regiões, algumas zonas são inundadas

diariamente, enquanto outras são atingidas apenas algumas vezes, em

determinadas épocas, pelas grandes preamares de sizígia. Essa variação na

frequência de inundação do manguezal pelas marés pode acarretar diferenças nas

concentrações de sal, tanto em relação à distância do mar, quanto em relação à

fonte de água doce (SCHWEUDENMANN, 1998 & WOLFF et al., 2000). As florestas

de mangue são inteiramenteinundadas apenas nas marés de sizígia, enquantoos

pequenos canais e furos dos manguezais são alagados diariamente. A energia das

30

marés altas e asfortes correntes, especialmente durante as marés de sizígia,

carregam grande quantidade de sedimento,especialmente nas partes externas do

estuário (Wolff et al., 2000). Destaca-se que o KM 17 é inundado somente nas

marés de sizígia, corroborando as afirmativas anteriores.

Em estudo realizado na península de Ajuruteua TSUJI (2010) obteve

resultados superiores para a sobrevivência de Rizhophora mangle através de

semeadura de propágulos.

Em estudo realizado no manguezal do Saco na fazenda de Itajaí-SC, através

de replantio de propágulos e árvores de 2 metros de altura, pode-se observar que a

sobrevivência das espécies foi de 50%, atingindo assim bom aproveitamento

(TOGNELA et al.,2002) .

Bonilla et al. (2010) realizou trabalho na reserva de Sapiranga-Fortaleza-

Ceará, Brasil, através de recuperação de área degradada, utilizando espécies

nativas do estuário (Rhizophora mangle, Avicennia germinans, Laguncularia

racemosa e Conocarpus erectus). Utilizou a produção de mudas de viveiro,

posteriormente foi realizado transplantio dessas para o campo, em relação à

sobrevivência a Laguncularia racemosa, teve de 50 a 60%, Avicennia germinans,

50% Conocarpus erectus ficou abaixo de 40% e para a espécie Rhizophora mangle

a sobrevivência se manteve em torno de 25%, o autor relata ainda que a taxa de

crescimento foi maior no período chuvoso.

Ao realizar trabalho de replantio de manguezal na Baía de Santo Amaro,

estado da Bahia, Orge (1997) avaliou a sobrevivência e comparou altura das

plantas, ramos laterais e fixação de propágulos de Rhizophora mangle, no período

de fevereiro de 1994 a dezembro de 1995, o mesmo obteve uma taxa de

sobrevivência de 60% e uma altura em média de 35 cm.

Moscatelli & Almeida (1994), em estudo realizado na praia da Chácara em

Angra dos Reis (RJ) manteve os propágulos imersos por 30 a 40 diasem água

potável, em seguida fez o plantio dos propágulos de Rhizophora mangle no campo,

a taxa de sobrevivência encontrada foi de 77% após três meses, 40% após 17

meses e 34% após 29 meses.

Terrados (1997) em seu trabalho sobre o crescimento e sobrevivência de

mudas de Rhizophora apiculada e o efeito da acumulação desedimentos, demostrou

que a taxa de mortalidade aumenta nos primeiros meses após a acumulação de

31

sedimentos. O autor também relata que mudas de Rhizophora Apiculada não terão

um bom desenvolvimento em áreas costeiras com grandes descargas de nutrientes.

Ressalta-se que as características físico-químicas do solo da área do

presente estudo comprometeram a sobrevivência e a manutenção das mudas das

espécies arbóreas de mangue, acentuando a mortalidade das mudas no período

seco da região.

5.2 Crescimento e diâmetro

Em relação ao crescimento e diâmetro, observaram-se valores significativos

para o R global (Anosim R= 0,27; p= 0,01) para o fator mês, indicando a influência

positiva dos meses chuvosos nesses parâmetros.

As diferenças nutricionais do solo de abril/ 2011a fevereiro de 2012 (Tabela

02) demonstram que os baixos teores minerais encontrados, principalmente dos

elementos fósforo, potássio, sódio, cálcio, magnésio e zn, associados á menor

pluviosidade no período seco afetaram o crescimento das plantas. Segundo

(PEROTES, 1996), o nitrogênio e potássio influenciam diretamente no

desenvolvimento das plantas, o fósforo interfere no crescimento e produção foliar e o

magnésio tem maior interferência no crescimento do sistema radicular.

TERRADOS & DUARTE (1998) no estudo dos manguezais Asiáticos,

documentam que ocrescimento de mudas Rhizophora apiculata, está diretamente

relacionado com nutrientes e sedimentos. O nitrogênio, fósforo e outros sedimentos

são essenciais para a regulação do crescimento das mudas. O autor relata que o

crescimento de Rhizophora Apiculada nas bordas foi limitado pela quantidade

excessiva de nutrientes.

5.3 Componentes principais

No primeiro componente foram computados valores mais elevados para as

variáveis Na, Fe e Zn.No segundo, os componentes que apresentaram correlação

positiva foram PH,além de mais duas variáveis físicas, silte e argila. De maneira

geral, o primeiro e segundo eixos do PCA explicaram 59,2% da variação encontrada

para os atributos do solo, indicando gradientes característicos de um solo ácido e

pobre em nutrientes, com alta porcentagem de silte e argila. Segundo Ferreira et al.

32

(2007) as espécies de manguezais podem se desenvolver em solos argilosos para

areno-argilosos.

É importante ressaltar que os blocos foram instalados em um solo degradado,

e assim as características físico-químicas do mesmo, também se constituirarm em

um fator limitante para a sobrevivência e crescimento das espécies avaliadas.

Acrescenta-se que na pesquisa não foi realizado suprimento nutricional, embora se

conheça a importância dos macro e micronutrientes, como também da granulométria

para o desenvolvimento das espécies florestais de mangue.

De acordo com Tam (1993); Wong (2000) a retenção e mobilidade de

nutrientes no sedimento são influenciadas por características como textura, teor de

matéria orgânica, pH, salinidade, Al, Fe, Mn e o solo com maior percentual de areia

tem menos capacidade de reter matéria orgânica e nutrientes.

SILVA & FERNANDES (2004) em estudo realizado no bosque de Bragança,

obtiveram para o primeiro componente maior contribuição de Ca, Mg, argila e

salinidade, mostrando solo salino e retentor de macronutrientes, no segundo

componente os elementos K e Na apresentaram maior contribuição. Os autores

encontraram tambémcorrelação positiva entre as taxas de C (carbono orgânico) e

M.O (matéria orgânica) com a variável granulométrica silte, indicando um gradiente

de solos ricos em silte, os quais são bons retentores de matéria orgânica.

De acordo com a Tabela 1, observou-se que o PH do solo variou de 5.8 a

7.3, havendo uma tendêcia para a neutralidade. Segundo Cintrón (1981) os solos de

manguezais normalmente apresentam pH que variam de 4,8 a 8,8. A redução na

disponibilidade de nutrientes, com a elevação do pH de um solo de reação alcalina,

foi observada por GUPTA et al. (1987).

5.4 Fatores bióticos e abióticos (Bioenv)

Os elementos Na, Cu e Zn tiveram maior influência para a sobrevivência.

Para o crescimento em altura das mudas foram os nutrientes K e Ca e para o

variável diâmetro, o silte foi o sedimento que mais contribuiu. Segundo MARIUS &

LUCAS (1991), o teor elevado de Na está associado ao período de baixa

precipitação pluviométrica, pois nessaépoca a salinidade do mar se eleva, e

consequentemente as áreas que sofrem inundações periódicas apresentam maior

concentração desse elemento.

33

BOTO,1984; KRISTENSE et al. (1995) afirmam que em condições normais,

os solos de mangue recebem insumos elevados de matéria orgânica da vegetação

em si, inorgânicos, e os nutrientes que são importados do mar. De acordo com

TERRADOS & DUARTE, (1998), uma fração substancial do material em partículas

finas e nutrientes, fazem a deposição do sedimento que sustenta o ecossistema

manguezal.

Segundo RODRIGUES et al. (1995) o manguezal paraense possui um solo

com altos teores de Na, Ca, Mg e K, os quais tem uma influência direta na troca de

cátions e condutividade elétrica que se torna altíssima na presença desses

componentes.

Poucos trabalhos foram realizados com o intuito de avaliar o binômio solo-

planta no litoral paraense, dentre esses citam-se as pesquisas que abordarama

composição mineralógica dos sedimentos da região (BEHLING & COSTA, 2004),

(COSTA et al., 2004). FERNANDES (1997) mostrou que as espécies de Rhizophora

tendem a se associar com solos mais ácidos do que A. germinans. Contudo, ainda

afirma que é necessário traduzir a distribuição das espécies vegetais, em termos de

distribuição de um mosaico de solos.

Os atributos edáficos associados ao baixo índice pluviométrico registrado no

período seco e consequentemente a baixa umidade do solo, explicam a razão pela

qual a mortalidade das mudas foi crescente ao longo da pesquisa na área

experimental.

6 – CONCLUSÃO

As características físico-químicas do solo degradado associado ao maior

déficit hídrico no período de menor precipitação, registrado entre os meses de

agosto a dezembro (período seco), afetaram negativamente a sobrevivência das

mudas e impossibilitaram o crescimento no pós-plantio e a manutenção das

espécies arbóreas de mangue na área impactada.

34

7-REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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