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Monitoramento da Qualidade de Água Superficial Reservatório da Usina Hidrelétrica Passo São João UHE-PSJ RELATÓRIO 18 ETAPA 2 3º ano Setembro/2014

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Monitoramento da Qualidade de Água

Superficial

Reservatório da Usina Hidrelétrica Passo São João UHE-PSJ

RELATÓRIO 18

ETAPA 2 3º ano

Setembro/2014

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SUMÁRIO

Introdução............................................................................... ................................... ............ 13

Área de Estudo............................................................................................................ ........... 14

Rede de monitoramento............................................. ................................................. .......... 18

Metodologia de trabalho............................................................................................. .......... 19

Frequência de amostragem..................................... .................................................... .......... 22

Amostragem................................................................................................................. .......... 22

Análises laboratoriais............................. ..................................................................... ........... 25

Resultados analíticos................................................................................................... ........... 28

Caracterização físico-química da água....................................................................... ............ 32

Temperaturas (Ar e Água).......................................................................... ............. 33

Transparência (Secchi) e Turbidez................ ................................................ ........... 36

Cor................................................................................................................. ........... 42

pH.......................................................... ....................................................... ............ 45

Condutividade elétrica............................................................................... ............. 48

Alcalinidade..................................................... ........................................... .............. 51

Oxigênios: Dissolvido, Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO5), Demanda

Química de Oxigênio (DQO) e Saturação em Oxigênio..................... ......................

53

Sólidos: Sedimentáveis, Suspensos e Dissolvidos.......................................... .......... 61

Fósforos: Fósforo Total, Fosfato Total e Ortofostato....................................... ....... 68

Nitrogênios: Total Kjedhal, Amoniacal, Inorgânico Total, Nitrito e Nitrato............. 76

Caracterização biológica da água.................................................................................... ....... 86

Coliformes: Totais e Termotolerantes.............................................................. ....... 86

Clorofila “a”..................................................................................................... ........ 91

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Plâncton.......................................................................................................... ......... 95

Fitoplâncton................................................................................................... .......... 95

Cianobactérias e cianotoxinas................................................................................. 96

Zôoplancton.................................................................................................. ........... 106

Invertebrados Bentônicos......................................................................... .............. 113

Indicadores de qualidade de água............................................................................ ............. 117

Classes de Usos – CONAMA 357/05........................................................................... ............ 117

IQA - Índice de Qualidade da Água.............................................................................. .......... 119

IQAr – Índice de Qualidade de Água de Reservatório......................................... ................... 124

IET – Índice do Estado Trófico................ .................................................................... ............ 130

Considerações finais.................................................................................................... .......... 137

Bibliografia de apoio............. ..................................................................................... ............ 145

ANEXO I - Mapa dos pontos de amostragens de água superficial............................ ............. 150

ANEXO II - Fichas com anotações de dados campo................................................... ............ 151

ANEXO III - Registros fotográficos das estações de amostragens.......................... ............... 152

ANEXO IV - Caracterização físico e química da água............................ ........................ .......... 160

ANEXO V - Caracterização biológica da água............................................................... .......... 151

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LISTA DAS TABELAS

Tabela 1. Descrição das Estações de Amostragens (listadas conform e a direção do fluxo do rio e seus afluentes: da nascente a foz). Tabela 2. Classes de uso, conforme Resolução CONAMA nº 357/05. Tabela 3 a,b,c. Parâmetros e Métodos de Análises Físico-Química e Biológicas. Tabela 4. Parâmetros físico-químicos e biológicos: dados agrupados e extraídos dos laudos analíticos (Anexo IV), nos pontos de amostragens na área de influência da UHE PSJ na campanha XXIV (setembro/2014),3 ano de monitoramento – pós-enchimento do reservatório. Tabela 5. Parâmetros biológicos: Fitoplâncton (indivíduos/mL) dados agrupados e extraídos dos laudos analíticos (Anexo V), nos pontos de amostragens a área de influência da UHE PSJ, campanha XXIV (setembro/2014), 3º ano de monitoramento - pós-enchimento do reservatório. Tabela 6. Parâmetros biológicos: Cianobactérias (cél/mL) dados extraídos dos laudos analíticos (Anexo V), nos pontos de amostragens a área de influência da UHE PSJ, campanha XXIV (setembro/2014), 3º ano de monitoramento - pós-enchimento do reservatório. Tabela 7. Parâmetros biológicos: Zooplâncton (indivíduos p/L) dados extraídos dos laudos analíticos (Anexo V), nos pontos de amostragens a área de influência da UHE PSJ, campanha XXIV (setembro/2014), 3º ano de monitoramento – pós-enchimento do reservatório. Tabela 8. Parâmetros biológicos: Invertebrados Bentônicos (indivíduos p/m2) dados extraídos dos laudos analíticos (Anexo V), nos pontos de amostragens a área de influência da UHE PSJ, campanha XXIV (setembro/2014), 3º ano de monitoramento - pós-enchimento do reservatório. Tabela 09. Organismos de macroinvertebrados bentônicos amostrados e os locais onde foram encontrados – campanha de setembro/2014 3º ano de amostragem - UHPSJ. Tabela 10. Classificação dos pontos amostrados com base na Resolução CONAMA 357/05, conforme cores simbólicas demonstrada na tabela para este monitoramento, campanha XXI (dezembro/2013), pós-enchimento - 2º ano de monitoramento do reservatório. Tabela 11: Pesos relativos a cada parâmetro utilizado no cálculo do índice, adotado pelo COMITÊSINOS. Tabela 12 . Faixas de qualidade de água - IQA Tabela 13. Variáveis selecionadas e seus respectivos pesos “wi” para o cálculo do IQAr. Tabela 14. Determinação das classes de qualidade (qi = 1 a 6) com relação a concentração da variável “i”, segundo IAP (2009). Tabela 15. Interpretação dos cálculos do IQAR, com base nas Classes e suas definições, com base no IAP (Barzan et al, 2007). Tabela 16. Valores obtidos do IQAr (índice de qualidade de água do reservatório) obtido no ponto PS3 (profundidades: I- superfície; II- meio; III- fundo) reservatório da UHE PSJ, campanha XXI (dezembro/2013), pós-enchimento - 2º ano de monitoramento do reservatório. Tabela 17. Classificação do estado de trofia, segundo Carlson e Toledo et al. Tabela 18. Classificação do Estado Trófico, segundo CETESB. Tabela 19. Valores obtidos do IETm para os pontos amostrados na área de influência da UHE PSJ, obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, campanha XXI (dezembro/2013), pós-enchimento - 2º ano de monitoramento do reservatório. Tabela 20. Valores obtidos do IETm comparativo e médias das medições (cores simbólicas) obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ nas campanhas realizadas nas Etapa 1: fases Pré-Enchimento (agosto, novembro/2008; fevereiro, maio/2009 e julho/2011), Enchimento (agosto, setembro/2011) e do Pós-Enchimento (1º ano de monitoramento do reservatório): 1° Trimestre -

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outubro, novembro e dezembro /2011; 2° Trimestre - janeiro, fevereiro e março/2012; mensal - junho e setembro/2012) e Etapa 2: fase Pós-Enchimento (2º ano de monitoramento do reservatório): janeiro, março, junho, dezembro/2013 e suas cores simbólicas: Ultraoligotrófico (azul claro); Oligotrófico (azul escuro); Mesotrófico (verde); Eutrófico (amarelo); Hipereutrófico (vermelho).

LISTA DAS FIGURAS Figura 1: Fonte: Imagens Google (mapa das regiões hidrográficas do Rio Grande do Sul). Figura 2a. Imagem do reservatório. Dados do reservatório - Potência instalada: 77 megawatts; Geração média prevista: 39 megawatts; Reservatório: 25,24 km²’; Perímetro do lago : 20 km². Fonte: Google Earth (2012). Figura 2b. Imagem dos Reservatórios da UHE São José e UHE Passo São João, além das estações de amostragens (SJ1, PS6, PS5, PS5, PS4, PS3, PS2, PS1, Alça PSJ, Jus PSJ) da área de abrangência da UHE PSJ. Fonte: Google Earth (2012). Figura 3. Registros fotográficos demonstrando meio de transporte (terrestre e fluvial) e os equipamentos utilizados para procedimentos de coleta e análises utilizadas em campo. Figura 4. Valores de temperatura Ar (°C) obtida nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ neste monitoramento, campanha XXIV (setembro/2014), pós-enchimento - 3º ano de monitoramento do reservatório. Figura 4. Valores de temperatura Ar e Água (°C) obtida nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ neste monitoramento, campanha XXIV (setembro/2014), pós-enchimento - 3º ano de monitoramento do reservatório. Figura 5. Valores de temperatura da água (°C) obtida nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ neste monitoramento, campanha XXIV (setembro/2014), pós-enchimento - 3º ano de monitoramento do reservatório. Figura 6. Valores médios de temperatura Ar e Água (°C) obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ nas campanhas realizadas, respectivamente, na Etapa 1: fases Pré-Enchimento (agosto,novembro/2008; fevereiro, maio/2009 e julho/2011), Enchimento (agosto, setembro/2011) e do Pós-Enchimento (1º ano de monitoramento do reservatório): 1° Trimestre - outubro, novembro e dezembro /2011; 2° Trimestre - janeiro, fevereiro e março/2012; mensal - junho e setembro/2012) e Etapa 2: fase Pós-Enchimento ( 2º ano de monitoramento do reservatório): janeiro, março, junho, setembro; e, (3o ano de reservatório) dezembro/2013, março 2014, junho/2014 e setembro/2014. Figura 7. Valores de transparência Secchi (m), obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ neste monitoramento, campanha XXIV (setembro/2014), pós-enchimento - 3º ano de monitoramento do reservatório. Figura 8. Valores de Turbidez (NTU), obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ neste monitoramento, campanha XXIV (setembro/2014), pós-enchimento - 3º ano de monitoramento do reservatório. Figura 9. Valores médios de turbidez (NTU (fig. 8ª) e transparência de Secchi (m) (fig.8b) e médias das medições obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ nas campanhas realizadas, respectivamente, na Etapa 1: fases Pré-Enchimento (agosto,novembro/2008; fevereiro, maio/2009 e julho/2011), Enchimento (agosto, setembro/2011) e do Pós-Enchimento (1º ano de monitoramento do reservatório): 1° Trimestre - outubro, novembro e dezembro /2011; 2° Trimestre - janeiro, fevereiro e março/2012; mensal - junho e setembro/2012) e Etapa 2: fase Pós-Enchimento ( 2º ano de monitoramento do reservatório): janeiro, março, junho, setembro; e, (3o ano de reservatório) dezembro/2013, março 2014, junho/2014 e setembro/2014. Figura 10. Valores de turbidez obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ em comparação a classificação da Resolução do CONAMA 357/05, campanha XXIV (setembro/2014), pós-enchimento - 3º ano de monitoramento do reservatório. Figura 11. Valores de Cor (hazen) obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ neste monitoramento, campanha XXIV (setembro/2014), pós-enchimento - 3º ano de monitoramento do reservatório. Figura 12. Valores médios da cor (Hz) da água, obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ nas campanhas: XVIII (janeiro/2013), XIX (março/2013), XX (junho/2013), XXI (dezembro/2013), XXII (março/2014) e XXIII (junho/2014) e XXIV (setembro/2014), 3º ano de monitoramento do reservatório.

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Figura 13. Valores de pH, obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ neste monitoramento, campanha XXIV (setembro/2014), pós-enchimento - 3º ano de monitoramento do reservatório Figura 14. Valores médios de pH das medições obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ nas campanhas realizadas, respectivamente, na Etapa 1: fases Pré-Enchimento (agosto,novembro/2008; fevereiro, maio/2009 e julho/2011), Enchimento (agosto, setembro/2011) e do Pós-Enchimento (1º ano de monitoramento do reservatório): 1° Trimestre - outubro, novembro e dezembro /2011; 2° Trimestre janeiro, fevereiro e março/2012; mensal - junho e setembro/2012) e Etapa 2: fase Pós-Enchimento (2º ano de monitoramento do reservatório): janeiro, março, junho, setembro; e, (3o ano de reservatório) dezembro/2013, março/2014, junho/2014 e setembro/2014. Figura 15. Valores de pH obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ neste monitoramento, campanha XXIV (setembro/2014), pós enchimento - 3º ano de monitoramento do reservatório. Figura 16. Valores de condutividade elétrica (µS/cm) obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, campanha XXIV (setembro/2014), pós-enchimento - 3º ano de monitoramento do reservatório. Figura 17. Valores médios de condutividade elétrica e médias das medições obtidas nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ nas campanhas realizadas, respectivamente, na Etapa 1: fases Pré-Enchimento (agosto,novembro/2008; fevereiro, maio/2009 e julho/2011), Enchimento (agosto, setembro/2011) e do Pós-Enchimento (1º ano de monitoramento do reservatório): 1° Trimestre - outubro, novembro e dezembro /2011; 2° Trimestre - janeiro, fevereiro e março/2012; mensal - junho e setembro/2012) e Etapa 2: fase Pós-Enchimento (2º ano de monitoramento do reservatório): janeiro, março, junho, setembro; e, (3o ano de reservatório) dezembro/2013, março 2014, junho/2014 e setembro/2014. Figura 18. Valores de condutividade elétrica (µS/cm) obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, campanha XXIV (setembro/2014), pós-enchimento - 3º ano de monitoramento do reservatório. Figura 19. Valores médios de alcalinidade (mg/L) obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, campanhas: XVIII (janeiro/2013), XIX (março/2013), XX (junho/2013) XXI (dezembro/2013), XXII (março/2014) e XXIII (junho/2014) e XXIV (setembro/2014). Figura 20. Valores de oxigênio dissolvido (mg/L) obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, campanha XXIV (setembro/2014), pós-enchimento - 3º ano de monitoramento do reservatório. Figura 21. Valores de DQO (mg/L) obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, campanha XXIV (setembro/2014), pós-enchimento - 3º ano de monitoramento do reservatório. Figura 22. Valores de DQO (mg/L) obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, campanha XXIV (setembro/2014), pós-enchimento - 3º ano de monitoramento do reservatório. Figura 23. Valores da demanda química de oxigênio (mg/L) obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, campanhas: XVIII (janeiro/2013), XIX (março/2013), XX (junho/2013), XXI (dezembro/2013), XXII (março/2014), XXIII (junho/2014) e setembro/2014, neste 3º ano de monitoramento do reservatório. Figura 24. Valores médios de oxigênio dissolvido (mg/L) obtidas nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ nas campanhas realizadas, respectivamente, na Etapa 1: fases Pré-Enchimento (agosto,novembro/2008; fevereiro, maio/2009 e julho/2011), Enchimento (agosto, setembro/2011) e do Pós-Enchimento (1º ano de monitoramento do reservatório): 1° Trimestre - outubro, novembro e dezembro /2011; 2° Trimestre - janeiro, fevereiro e março/2012; mensal - junho e setembro/2012) e Etapa 2: fase Pós-Enchimento (2º ano de monitoramento do reservatório): janeiro, março, junho; e, (3o ano de reservatório) dezembro/2013, março 2014, junho/2014 e setembro/2014.

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Figura 25. Valores médios de demanda bioquímica de oxigênio (mg/L) obtidas nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ nas campanhas realizadas, respectivamente, na Etapa 1: fases Pré-Enchimento (agosto,novembro/2008; fevereiro, maio/2009 e julho/2011), Enchimento (agosto, setembro/2011) e do Pós-Enchimento (1º ano de monitoramento do reservatório): 1° Trimestre - outubro, novembro e dezembro /2011; 2° Trimestre - janeiro, fevereiro e março/2012; mensal - junho e setembro/2012) e Etapa 2: fase Pós-Enchimento (2º ano de monitoramento do reservatório): janeiro, março, junho; e, (3o ano de reservatório) dezembro/2013, março 2014, junho/2014 e setembro/2014. Figura 26. Valores de sólidos suspensos (mg/L) obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, campanha XXIV (setembro/2014), pós-enchimento - 3º ano de monitoramento do reservatório. Figura 27. Valores de sólidos sedimentáveis (mL/L) obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, campanha XXIV (setembro/2014), pós-enchimento - 3º ano de monitoramento do reservatório. Figura 28. Valores de sólidos dissolvidos (mg/L) obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, campanha XXIV (setembro/2014), pós-enchimento - 3º ano de monitoramento do reservatório. Figura 29. Valores médios dos sólidos: sedimentáveis (mL/L), e médias das medições obtidas nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ nas campanhas realizadas, respectivamente, na Etapa 1: fases Pré-Enchimento (agosto,novembro/2008; fevereiro, maio/2009 e julho/2011), Enchimento (agosto, setembro/2011) e do Pós-Enchimento (1º ano de monitoramento do reservatório): 1° Trimestre - outubro, novembro e dezembro /2011; 2° Trimestre - janeiro, fevereiro e março/2012; mensal - junho e setembro/2012) e Etapa 2: fase Pós-Enchimento (2º ano de monitoramento do reservatório): janeiro, março, junho, setembro; e, (3o ano de reservatório) dezembro/2013, março 2014, junho/2014 e setembro/2014. Figura 30. Valores médios dos sólidos: suspensos (mg/L), e médias das medições obtidas nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ nas campanhas realizadas, respectivamente, na Etapa 1: fases Pré-Enchimento (agosto,novembro/2008; fevereiro, maio/2009 e julho/2011), Enchimento (agosto, setembro/2011) e do Pós-Enchimento (1º ano de monitoramento do reservatório): 1° Trimestre - outubro, novembro e dezembro /2011; 2° Trimestre - janeiro, fevereiro e março/2012; mensal - junho e setembro/2012) e Etapa 2: fase Pós-Enchimento (2º ano de monitoramento do reservatório): janeiro, março, junho, setembro; e, (3o ano de reservatório) dezembro/2013, março 2014, junho/2014 e setembro/2014. Figura 31. Valores médios dos sólidos dissolvidos totais (mg/L), e médias das medições obtidas nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ nas campanhas realizadas, respectivamente, na Etapa 1: fases Pré-Enchimento (agosto,novembro/2008; fevereiro, maio/2009 e julho/2011), Enchimento (agosto, setembro/2011) e do Pós-Enchimento (1º ano de monitoramento do reservatório): 1° Trimestre - outubro, novembro e dezembro /2011; 2° Trimestre - janeiro, fevereiro e março/2012; mensal - junho e setembro/2012) e Etapa 2: fase Pós-Enchimento (2º ano de monitoramento do reservatório): janeiro, março, junho, setembro; e, (3o ano de reservatório) dezembro/2013, março 2014, junho/2014 e setembro/2014. Figura 32. Valores de sólidos dissolvidos totais (mg/L) obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ em comparação a classificação da Resolução do CONAMA 357/05, campanha XXIV (setembro/2014), pós-enchimento, 3º ano de monitoramento do reservatório. Figura 33. Valores de fósforo total, ortofosfato e fosfato total (mg/L) obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, campanha XXIV (setembro/2014), pós-enchimento - 3º ano de monitoramento do reservatório. Figura 34. Valores de ortofosfato (mg/L) obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, campanhas: XVIII (janeiro/2013), XIX (março/2013), XX (junho/2013), XXI (dezembro/2013), XXII (março/2014), XXIII (junho/2014) e setembro/2014, neste 3º ano de monitoramento do reservatório.

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Figura 35. Valores de fósforo total (mg/L) obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, campanhas: XVIII (janeiro/2013), XIX (março/2013), XX (junho/2013), XXI (dezembro/2013), XXII (março/2014), XXIII (junho/2014) e XXIV setembro/2014, neste 3º ano de monitoramento do reservatório. Figura 36. Valores de fosfato total (mg/L) obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, campanhas: XVIII (janeiro/2013), XIX (março/2013), XX (junho/2013), XXI (dezembro/2013), XXII (março/2014), XXIII (junho/2014) e XXIV (setembro/2014), neste 3º ano de monitoramento do reservatório. Figura 37. Enquadramento do fósforo total (mg/L) em Classes de Uso da Resolução 357/2005 do CONAMA, campanha XXIV (setembro/2014, pós-enchimento - 3º ano de monitoramento do reservatório. Figura 38. Valores das formas de nitrogênio (Kjeldhal, amoniacal, nitrito, nitrato e inorgânico total em mg/L) obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, campanha XXIV (setembro/2014), pós-enchimento - 3º ano de monitoramento do reservatório. Figura 39. Valores médios de nitrogênio total Kjeldhal (NTK), em mg/L, das medições obtidas nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ nas campanhas realizadas, respectivamente, na Etapa 1: fases Pré-Enchimento (agosto,novembro/2008; fevereiro, maio/2009 e julho/2011), Enchimento (agosto, setembro/2011) e do Pós-Enchimento (1º ano de monitoramento do reservatório): 1° Trimestre - outubro, novembro e dezembro /2011; 2° Trimestre - janeiro, fevereiro e março/2012; mensal - junho e setembro/2012) e Etapa 2: fase Pós-Enchimento (2º ano de monitoramento do reservatório): janeiro, março, junho; e, (3o ano de reservatório) dezembro/2013, março 2014, junho/2014 e setembro/2014. Figura 40. Valores médios de nitrogênio amoniacal, em mg/L, das medições obtidas nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ nas campanhas realizadas, respectivamente, na Etapa 1: fases Pré-Enchimento (agosto,novembro/2008; fevereiro, maio/2009 e julho/2011), Enchimento (agosto, setembro/2011) e do Pós-Enchimento (1º ano de monitoramento do reservatório): 1° Trimestre - outubro, novembro e dezembro /2011; 2° Trimestre - janeiro, fevereiro e março/2012; mensal - junho e setembro/2012) e Etapa 2: fase Pós-Enchimento (2º ano de monitoramento do reservatório): janeiro, março, junho; e, (3o ano de reservatório) dezembro/2013, março 2014, junho/2014 e setembro/2014. Figura 41. Valores das formas de nitrogênio inorgânico total em mg/L, obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, nas campanhas: XVIII (janeiro/2013), XIX (março/2013), XX (junho/2013), XXI (dezembro/2013), XXII (março/2014), XXIII (junho/2014) e XXIV (setembro/2014) neste 3º ano de monitoramento do reservatório. Figura 42. Valores médios de nitrato, em mg/L, das medições obtidas nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ nas campanhas realizadas, respectivamente, na Etapa 1: fases Pré-Enchimento (agosto,novembro/2008; fevereiro, maio/2009 e julho/2011), Enchimento (agosto, setembro/2011) e do Pós-Enchimento (1º ano de monitoramento do reservatório): 1° Trimestre - outubro, novembro e dezembro /2011; 2° Trimestre - janeiro, fevereiro e março/2012; mensal - junho e setembro/2012) e Etapa 2: fase Pós-Enchimento (2º ano de monitoramento do reservatório): janeiro, março, junho; e, (3o ano de reservatório) dezembro/2013, março 2014, junho/2014 e setembro/2014. Figura 43. Valores médios de nitrito, em mg/L, das medições obtidas nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ nas campanhas realizadas, respectivamente, na Etapa 1: fases Pré-Enchimento (agosto,novembro/2008; fevereiro, maio/2009 e julho/2011), Enchimento (agosto, setembro/2011) e do Pós-Enchimento (1º ano de monitoramento do reservatório): 1° Trimestre - outubro, novembro e dezembro /2011; 2° Trimestre - janeiro, fevereiro e março/2012; mensal - junho e setembro/2012) e

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Etapa 2: fase Pós-Enchimento (2º ano de monitoramento do reservatório): janeiro, março, junho; e, (3o ano de reservatório) dezembro/2013, março 2014, junho/2014 e setembro/2014. Figura 44. Valores da contagem de coliformes termotolerantes (NMP/100mL) obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, campanha XXIV (setembro/2014), pós-enchimento - 3º ano de monitoramento do reservatório. Figura 45. Valores da contagem de coliformes totais (NMP/100mL ) obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, campanha XXIV (setembro/2014), pós-enchimento - 3º ano de monitoramento do reservatório. Figura 46. Valores médios de coliformes totais (NMP/100mL) e médias das medições obtidas nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ nas campanhas realizadas, respectivamente, na Etapa 1: fases Pré-Enchimento (agosto,novembro/2008; fevereiro, maio/2009 e julho/2011), Enchimento (agosto, setembro/2011) e do Pós-Enchimento (1º ano de monitoramento do reservatório): 1° Trimestre - outubro, novembro e dezembro /2011; 2° Trimestre - janeiro, fevereiro e março/2012; mensal - junho e setembro/2012) e Etapa 2: fase Pós-Enchimento (2º ano de monitoramento do reservatório): janeiro, março, junho, setembro; e, (3o ano de reservatório) dezembro/2013, março 2014, junho/2014 e setembro/2014. Figura 46. Valores médios de coliformes totais (NMP/100mL) e médias das medições obtidas nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ nas campanhas realizadas, respectivamente, na Etapa 1: fases Pré-Enchimento (agosto,novembro/2008; fevereiro, maio/2009 e julho/2011), Enchimento (agosto, setembro/2011) e do Pós-Enchimento (1º ano de monitoramento do reservatório): 1° Trimestre - outubro, novembro e dezembro /2011; 2° Trimestre - janeiro, fevereiro e março/2012; mensal - junho e setembro/2012) e Etapa 2: fase Pós-Enchimento (2º ano de monitoramento do reservatório): janeiro, março, junho, setembro; e, (3o ano de reservatório) dezembro/2013, março 2014, junho/2014 e setembro/2014. Figura 47. Valores de coliformes termotolerantes (NMP/100 mL) obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ em comparação a classificação da Resolução do CONAMA 357/05, campanha XXIV (setembro/2014), pós-enchimento - 3º ano de monitoramento do reservatório. Figura 48. Valores médios dos organismos representantes do zooplâncton (ind/L) obtidas nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ nas campanhas realizadas, respectivamente, na Etapa 1: fases Pré-Enchimento (agosto,novembro/2008; fevereiro, maio/2009 e julho/2011), Enchimento (agosto, setembro/2011) e do Pós-Enchimento (1º ano de monitoramento do reservatório): 1° Trimestre - outubro, novembro e dezembro /2011; 2° Trimestre - janeiro, fevereiro e março/2012; mensal - junho e setembro/2012) e Etapa 2: fase Pós-Enchimento (2º ano de monitoramento do reservatório): janeiro, março, junho, dezembro/2013. Figura 49. Valores médios de clorofila a das medições obtidas nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ nas campanhas realizadas, respectivamente, na Etapa 1: fases Pré-Enchimento (agosto,novembro/2008; fevereiro, maio/2009 e julho/2011), Enchimento (agosto, setembro/2011) e do Pós-Enchimento (1º ano de monitoramento do reservatório): 1° Trimestre - outubro, novembro e dezembro /2011; 2° Trimestre - janeiro, fevereiro e março/2012; mensal - junho e setembro/2012) e Etapa 2: fase Pós-Enchimento (2º ano de monitoramento do reservatório): janeiro, março, junho, setembro; e, (3o ano de reservatório) dezembro/2013, março 2014, junho/2014 e setembro/2014. Figura 50. Valores de clorofila a, obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ em comparação a classificação da Resolução do CONAMA 357/05, campanha XXIV (setembro/2014), pós-enchimento - 3º ano de monitoramento do reservatório Figura 51. Grupos taxonômicos representantes dos organismos fitoplantônicos (total de ind/mL) obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, campanha XXIV (setembro/2014), pós-enchimento - 3º ano de monitoramento do reservatório. Figura 52. Grupos taxonômicos representantes dos organismos fitoplantônicos (total de ind/mL) obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, nas campanhas: XVIII

11

(janeiro/2013), XIX (março/2013), XX (junho/2013), XXII (março/2014), XXIII (junho/2014) e XXIV (setembro/2014) neste 3º ano de monitoramento do reservatório. Figura 53. Grupos taxonômicos representantes dos organismos fitoplantônicos (%) de ocorrência obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, campanha XXIV (setembro/2014), pós-enchimento - 3º ano de monitoramento do reservatório. Figura 54. Fitoplâncton: Densidade (cél/mL) e Riqueza de Espécies, obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, campanha XXIV (setembro/2014), pós-enchimento - 3º ano de monitoramento do reservatório. Figura 55. Valores de densidade (cél/mL) e de riqueza (no de espécies) de cianobactérias obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, campanha XXIV (setembro/2014), pós-enchimento - 3º ano de monitoramento do reservatório. Figura 56. Valores de clorofila a, obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ em comparação a classificação da Resolução do CONAMA 357/05, campanha XXIII (junho/2014), pós-enchimento - 3º ano de monitoramento do reservatório. Figura 57. Densidade total de organismos zooplantônicos (ind/L) obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, neste monitoramento, campanha XXIV (setembro/2014), pós enchimento - 3º ano de monitoramento do reservatório. Figura 58. Grupos taxonômicos representantes dos organismos zooplantônicos (total de ind/L) obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, neste monitoramento, campanha XXIV (setembro/2014), pós enchimento - 3º ano de monitoramento do reservatório. Figura 59. Frequência relativa dos grupos zooplantônicos (% de ocorrência) obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, campanha XXIV (setembro/2014), pós enchimento - 3º ano de monitoramento do reservatório Figura 60. Zooplâncton: - Diversidade (bits/ind) e Equidade obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, campanha XXIV (setembro/2014), pós enchimento - 3º ano de monitoramento do reservatório. Figura 61. Valores médios de densidade dos organismos zooplanctônicos (ind/L) obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ nas campanhas realizadas na Etapa 2: fase Pós Enchimento - 3º ano de monitoramento do reservatório: junho de 2014 (CAMP XXIII) e setembro de 2014 (CAMP XXIV, e seu comparativo do 2º ano de monitoramento do reservatório: setembro de 2013 (CAMP XX). Figura 62. Valores médios de densidade dos organismos zooplanctônicos (ind/L) obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ nas campanhas realizadas, respectivamente, na Etapa 1: fases Pré Enchimento (agosto,novembro/2008; fevereiro e maio/2009 e julho/2011), Enchimento (agosto e setembro/2011) e do Pós Enchimento (1º ano de monitoramento do reservatório): 1° Trimestre - outubro, novembro e dezembro /2011; 2° Trimestre - janeiro, fevereiro e março/2012; mensal - junho e setembro/2012) e Etapa 2: fase Pós Enchimento (2º ano de monitoramento do reservatório): março, junho, setembro e dezembro/2013; (3º ano de monitoramento do reservatório): março/2014, junho/2014 e setembro/2014. Figura 63. Grupos taxonômicos representantes da macrofauna bentônica (ind/m2) obtidos nos pontos (Setembro/2014), pós enchimento - 3º ano de monitoramento do reservatório. Figura 64. Índice de qualidade das águas, obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, campanha XXIV (setembro/2014), pós-enchimento - 3º ano de monitoramento do reservatório. Figura 65. Grau de qualidade (IQA) comparativo médios das medições obtidas nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ nas campanhas realizadas, respectivamente, na Etapa 1: fases Pré-Enchimento (agosto,novembro/2008; fevereiro, maio/2009 e julho/2011), Enchimento (agosto, setembro/2011) e do Pós-Enchimento (1º ano de monitoramento do reservatório): 1° Trimestre - outubro, novembro e dezembro /2011; 2° Trimestre - janeiro, fevereiro e março/2012; mensal - junho

12

e setembro/2012) e Etapa 2: fase Pós-Enchimento (2º ano de monitoramento do reservatório): janeiro, março, junho, setembro; e, (3o ano de reservatório) dezembro/2013, março 2014, junho/2014 e setembro/2014. Figura 66. IQAR – Índice de Qualidade de Águas do Reservatório comparativos entre as classes de qualidade na Etapa 1: fases Pré-Enchimento (agosto,novembro/2008; fevereiro, maio/2009 e julho/2011), Enchimento (agosto, setembro/2011) e do Pós-Enchimento (1º ano de monitoramento do reservatório): 1° Trimestre - outubro, novembro e dezembro /2011; 2° Trimestre - janeiro, fevereiro e março/2012; mensais - junho e setembro/2012) e Etapa 2: fase Pós-Enchimento (2º ano de monitoramento do reservatório): janeiro, março, junho, setembro; e, (3o ano de reservatório) dezembro/2013, março 2014, junho/2014 e setembro/2014. Figura 67. Grau de Trofia (IET) obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, campanha XXIII (junho/2014), pós-enchimento - 3º ano de monitoramento do reservatório e suas cores simbólicas: Ultraoligotrófico (azul claro); Oligotrófico (azul escuro); Mesotrófico (verde); Eutrófico (amarelo); Hipereutrófico (vermelho). Figura 68. IET – índice do estado trófico (grau de trofia) comparativo e médias das medições obtidas nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ nas campanhas realizadas nas Etapa 1: fases Pré-Enchimento (agosto,novembro/2008; fevereiro, maio/2009 e julho/2011), Enchimento (agosto, setembro/2011) e do Pós-Enchimento (1º ano de monitoramento do reservatório): 1° Trimestre - outubro, novembro e dezembro /2011; 2° Trimestre - janeiro, fevereiro e março/2012; mensal - junho e setembro/2012) e Etapa 2: fase Pós-Enchimento (2º ano de monitoramento do reservatório): janeiro, março, junho, setembro; e, (3o ano de reservatório) dezembro/2013, março 2014, junho/2014 e setembro/2014 e suas cores simbólicas: Ultraoligotrófico(azul claro); Oligotrófico(azul escuro); Mesotrófico (verde); Eutrófico (amarelo); Hipereutrófico (vermelho).

13

INTRODUÇÃO

O presente relatório apresenta os dados obtidos da campanha XXIV, realizada no dia

22 (vinte dois) de setembro/2014, fazendo parte do terceiro ano de monitoramento

após o enchimento do reservatório UHE Passo São João, ocorrido em agosto de 2011.

Este terceiro ano de monitoramento iniciou-se em janeiro de 2013 (considerado como

uma segunda etapa do trabalho (Etapa 2), tendo como a primeira etapa (Etapa 1)

ocorrida entre 2008 e 2012 compreendendo as fases do pré-enchimento, enchimento

e pós-enchimento do reservatório, no seu primeiro ano de monitoramento.

Este serviço é parte integrante do programa de “Monitoramento Limnológico e de

Qualidade da Água” e visa atender a Condicionante 4.2, 4.3 e 4.4 da Licença de

Operação nº 4490/2012-DL, emitida em agosto de 2012 pela Fundação Estadual de

Proteção Ambiental – FEPAM.

O objetivo deste monitoramento é acompanhar a evolução das alterações da

qualidade da água ao longo da operação da Usina; aplicar Índices de Qualidade da

Água; aprimorar os instrumentos de análise; permitir a elaboração de estudos e

prognósticos e propor intervenções à mitigação dos impactos indesejáveis gerados

pela implantação/operação do reservatório.

Os dados de qualidade das águas superficiais aqui apresentados foram determinados

nos pontos de amostragem aprovados pela FEPAM, descritos e apresentados no Plano

Básico Ambiental da Usina Hidrelétrica Passo São João.

14

2 ÁREA DE ESTUDO

A região do estudo em questão é denominada fisiograficamente de Missões, situada

na porção noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, distando aproximadamente 600

km do município de Porto Alegre.

A UHE Passo São João está implantada no município de Roque Gonzáles, na sub-bacia

do rio Ijuí (U-90) (Fig. 1) que pertence à região Hidrográfica do Uruguai, a qual está

inserida integralmente nos terrenos da Bacia do Paraná.

Figura 1:Fonte: Imagens Google (mapa das regiões hidrográficas do Rio Grande do Sul).

15

Nas Figuras 2a e 2b abaixo se visualiza uma imagem do aplicativo Google Earth com as

estações de amostragens onde foram realizados os monitoramentos de qualidade de

água.

Figura 2a. Imagem do reservatório. Dados do reservatório - Potência instalada: 77 megawatts; Geração média prevista: 39 megawatts; Reservatório: 25,24 km²; Perímetro do lago: 20 km². Fonte: Google Earth (2012).

Figura 2b. Imagem dos Reservatórios da UHE São José e UHE Passo São João, além das estações de amostragens (SJ1, PS6, PS5, PS5, PS4, PS3, PS2, PS1, Alça PSJ, Jus PSJ) da área de abrangência da UHE PSJ. Fonte Google Earth (2012).

2.1 Rede de Monitoramento

A rede de monitoramento é composta de 09 estações de amostragens localizadas na

área do reservatório, a jusante do mesmo e no arroio Lageado das Pedras (afluente

localizado na alça de vazão reduzida da UHE Passo São João). As estações de

amostragens são denominadas como: SJ1, PS6, PS5, PS4, PS3, PS2, AlçPSJ e JusPSJ; e

PS1 que é a estação localizada no arroio Lajeado das Pedras (afluente do rio Ijuí).

No ponto PS3, após a formação do reservatório, as coletas estão sendo realizadas em

três profundidades (superfície, meio e fundo), acrescendo mais 02 (duas) amostras em

cada campanha, totalizando 11 pontos amostrados e 53 amostras coletadas por

campanha.

O mapa com a localização das estações de amostragem e demais dados estão

apresentados em Informações Adicionais - Anexo I (MAPA - Pontos de Amostragens de

Água Superficial), Anexo II (Fichas de Campo), Anexo III (fotos das Estações de

Amostragens).

A Tabela 1 abaixo descreve as estações, conforme definido no PBA - Programa de

“Monitoramento Limnológico e de Qualidade da Água ”.

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Tabela 1. Descrição das Estações de Amostragens (listadas conforme a direção do fluxo do rio e seus afluentes: da nascente a foz).

Pontos Coordenadas UTM

Descrição

PS-1 690691.8766 6884452.6817

Arroio Lageado das Pedras quase na confluência com o rio Ijuí (Alça de Vazão Reduzida da UHE Passo São João)

PS-2 691301.0207 688.5341.2211

Rio Ijuí imediatamente a jusante do barramento da UHE Passo São João

PS-3 692924.8909 6886146.6919

Rio Ijuí/reservatório logo a jusante da foz do arroio que drena parte do município de Roque Gonzales

PS-4 694024.1159 6881896.9404

Rio Ijuí/reservatório logo a jusante da confluência com o arroio Limoeiro

PS-5 699619.5060 6879848.0824

Rio Ijuí/reservatório logo a jusante da confluência com o arroio Tigre

PS-6 706504.0917 6882836.4165

Rio Ijuí/reservatório logo a jusante da confluência com o arroio Pobre

SJ1 711491.4797 6882789.1330

Rio Ijuí a jusante da UHE São José e a montante do reservatório da UHE Passo São João

Jus PSJ 691487.9162 6887574.6180

Rio Ijuí a jusante da confluência com a água turbinada pela Usina Hidrelétrica Passo São João (Abaixo do canal de fuga da Usina)

Alç PSJ 690363.9220 6884858.1654

Rio Ijuí na alça de vazão reduzida após a foz com o arroio Lageado das Pedras

Fonte: PBA – Programa de Monitoramento Limnológico e de Qualidade de Água (ELETROSUL).

3 METODOLOGIA DO TRABALHO

O monitoramento em execução compreende a coleta sistemática de amostras de água

e a determinação de variáveis físicas, químicas e biológicas nas nove estações de

monitoramento especificadas no PBA, bem como, a aplicação de índices de qualidade

das águas tais como: IQA (Índice de Qualidade de Água), conforme COMITÊSINOS; do

IET (Índice do Estado Trófico) em todos os pontos amostrados e o IQAR (Índice de

Qualidade de Água de Reservatório) aplicado somente no ponto PS3.

Embora estes cursos d’água ainda não tenham enquadramento pela Resolução nº

357/2005 do CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente), serão utilizados os

20

parâmetros analisados para fins de comparação aos limites estabelecidos nas classes

de usos (Classe 1 – C1, Classe 2 – C2, Classe 3 – C3, Classe 4 – C4) da referida

Resolução.

As cores atribuídas na tabela abaixo (Tabela 2) expressarão, simbolicamente, a

qualidade da água das referidas classes: C1 (azul – excelente); C2 (verde – boa); C3

(amarelo – regular) e C4 (vermelho - ruim).

21

Tabela 2. Enquadramentos de parâmetros em Classes de Uso, conforme Resolução CONAMA nº 357/05.

Parâmetros

RESOLUÇÃO CONAMA 357/05

Unid C1 C2 C3 C4 Oxigênio dissolvido

mg/L 6,0 5,0 4,0 > 2,0

Coliformes fecais NMP/100 mL

200 1000 2.500 4.000

Clorofila a

µg/L 10 30 60

Densidade de cianobactérias cel/mL ou

mm3/L

20.000 cel/mL ou 2 mm3/L

até 50000 cel/mL ou 5 mm3/L

100.000 cel/mL ou 10 mm3/L

pH

6 a 9 6 a 9 6 a 9 6 a 9

DBO 20

5

mg/L

3,0

5,0

10,0

Fósforo Total Lêntico Fósforo Total Intermediário Fósforo Total Lótico

mg/L 0,020

0,025

0,1

0,030

0,050

0,1

0,05

0,075

0,15

Turbidez

UNT 40 40 100

Sólidos Dissolvidos Totais

mg/L 500 500 500

Nitrato

mg/L 10,0 10,0 10,0

Nitrito

mg/L 1,0 1,0 1,0

Nitrogênio Amoniacal mg/L 3,7mg/L N, para pH ≤ 7,5

2,0 mg/L N, para

7,5 < pH ≤ 8,0

1,0 mg/L N, para 8,0 < pH ≤ 8,5

0,5 mg/L N, para

pH > 8,5

3,7mg/L N, para pH ≤ 7,5

2,0 mg/L N, para 7,5 <

pH ≤ 8,0

1,0 mg/L N, para 8,0 < pH ≤ 8,5

0,5 mg/L N, para pH >

8,5

13,3 mg/L N, para pH ≤ 7,5

5,6 mg/L N, para 7,5 <

pH ≤ 8,0

2,2 mg/L N, para 8,0 < pH ≤ 8,5

1,0 mg/L N, para pH >

8,5

Obs: Legenda da Tabela 2:

Classe1 Classe 2 Classe 3 Classe 4

22

3. Frequência de Amostragem

As coletas e análises das águas superficiais do presente monitoramento são

distribuídas através de 12 campanhas (campanhas XVIII, XIX, XX, XXI, XXII, XXIII, XXIV,

XXV, XXVI, XVII, XXVIII, XXIX) que iniciaram a partir do (2º) segundo ano de formação

do reservatório, fazendo parte da segunda etapa do trabalho (Etapa 2), tendo o

primeiro (1º) ano de monitoramento do reservatório ocorrido entre 2011 e 2012, o

qual está inserido na primeira etapa do trabalho (Etapa 1), conforme descreve-se a

seguir:

ØEtapa 1 (2008-2012):

• 1º ano de monitoramento do reservatório: campanhas pós enchimento - X a

XVII, realizadas entre os anos 2011 e 2012.

ØEtapa 2 (2013-2015):

• 2° ano de monitoramento do reservatório: campanhas XVIII, XIX, XX, XXI,

realizados, ano 2013.

• 3° ano de monitoramento do reservatório: campanhas XXII, XXIII, XXIV, XXV, em

realização, ano 2014.

• 4° ano de monitoramento do reservatório: campanhas XXVI, XXVII, XXVIII e XXIX ,

a serem realizadas, ano 2015.

3.2 Amostragem

As amostragens desta campanha ocorreram no dia 22 (vinte dois) de setembro de

2014. No ponto PS3 as amostragens foram realizadas em três profundidades, a fim de

se verificar a eventual formação de padrões verticais de estratificação com influência

23

nas características físicas e químicas. As profundidades realizadas estão especificadas a

seguir:

Profundidade I: camada da zona eufótica com 40% da luz incidente, onde é esperado o limite da

profundidade de produção primária de fitoplâncton.

Prof. I = ZdS. 0,54; onde:

ZdS= profundidade Secchi;

0,54= fator para calcular 40% da luz incidente.

Profundidade II: metade da zona afótica, onde independentemente da ocorrência de estratificação

térmica, a respiração e a decomposição são predominantes sobre a produção autotrófica.

Prof II = (Zmax+Zeu)/2, onde:

Zmax = profundidade máxima (m), na estação de amostragem; Especificação Técnica

Zeu = zona eufótica, que é igual à profundidade Secchi*F;

F = 3 (fator correspondente a aproximadamente 1% da luz incidente na superfície da água).

Profundidade III: quando, durante as medições “in situ”, for detectada uma zona anóxica, mais uma

amostra é coletada na porção intermediária.

Prof III = (Zmax – prof II)/2

Pt= profundidade total

Todas as amostras de águas superficiais do rio Ijuí e afluentes diretos foram obtidas

com amostrador Van Dorn (análises físicas, químicas e biológicas), com exceção das

amostras para o exame de fitoplâncton (cianobactérias) e zooplâncton, onde foi

utilizada rede de plâncton com 20cm de diâmetro, 60 cm de comprimento e malhas de

20μm (fitoplâncton+cianobactérias) e 48μm (zooplâncton), filtrando-se 20 e 40L de

amostras d’água respectivamente, nas profundidades I, II e III.

Nas amostragens de invertebrados bentônicos, foi utilizado o amostrador draga de

Petersen, com área de 592 cm2, compondo um dado através da extração de três

24

amostras de sedimentos de fundo; quando possível, no centro de cada ponto de coleta

ou, nas margens direita ou esquerda destes quando impossível a coleta na calha

central do ponto.

Alguns parâmetros físicos foram medidos e avaliados em campo, tais como:

- temperatura da água e do ar (termômetro simples)

- transparência (disco de Secchi)

- as condições do tempo (observação visual) e com referência a previsão

climática da região

- posição geográfica com GPS, medidas de latitude e longitude

- profundidade total e da coleta (corda com peso de profundidade graduada a

cada 10 cm)

Abaixo, registros fotográficos visualizando-se os materiais diversos, equipamentos,

embarcação, transporte e procedimentos utilizados em campo (Fig. 3).

25

Figura 3. Registros fotográficos demonstrando meio de transporte (terrestre e fluvial) e os equipamentos utilizados para procedimentos de coleta e análises utilizadas em campo. 3.3. Análises Laboratoriais

As análises laboratoriais foram realizadas segundo métodos padronizados pelo

Standard Methods for Examination of Water and Wastewaters – 21a edição (2005).

Na Tabela 3 (a, b e c), são citados os métodos de análise estabelecidos para cada

parâmetro utilizando-se como apoio outras referências técnicas pertinentes às

avaliações em questão.

Tabela 3 a,b,c. Parâmetros e Métodos de Análises Físico-Química e Biológicas.

a) Parâmetros Físicos

Parâmetro Método de Análise

Temperatura da água (°C) PO 045– conforme SMWW 21º Ed.2005, Método 2550

Transparência Secchi (m) Disco de Secchi

Turbidez (NTU ou UNT) PO 047 – conforme SMWW 21º Ed. 2005, Método 2130

Condutividade Elétrica (µS/cm) PO 010 – conforme SMWW 21º Ed. 2005, Método 2510 B

pH PO 031 – conforme SMWW 4500 – H+ B

Cor verdadeira (Hz) POP 005 – conforme SMWW 21º Ed. 2005, Método 212 °C

[E1] Comentário: Inserir fotos dessa última campanha.

[E2] Comentário: Por que já não foram inseridas fotos da última campanha? O comentário acima é da primeira revisão desse relatório.

26

b) Parâmetros Físicos e Químicos

Parâmetros Métodos

Oxigênio Dissolvido (mg OD/L) POP 030 – conforme SMWW 21º Ed. 2005, Método 4500

DBO5 (mg DBO5/L) POP 015 – conforme SMWW 21º Ed 2005, Método 5210B

DQO (mg DQO/L) conforme SMWW 21º Ed 2005, Método 5220 C

Sólidos Dissolvidos Totais (mg SDiss/L) POP 039 – conforme SMWW 21º Ed. 2005, Método 2540 C

Sólidos Sedimentáveis (mL SD/L) POP 034 – conforme SMWW 21º Ed.2005, Método 2540 F

Sólidos Suspensos (mg SS/L) POP 036 – conforme SMWW 21º Ed. 2005, Método 2540 G

Fósforo Total (mg P/L) POP 021 – conforme SMWW 21º Ed. 2005, Método 4500 P D

Ortofosfato (mg P/L) POP 029 – conforme SMWW 21º Ed. 2005, Método 4500 P D

Fosfato Total (mg/L PO4) POP 029 – conforme SMWW 21º Ed. 2005, Método 4500 P

Nitratos (mg N-NO3/L) POP 024 – conforme SMWW 21º Ed 2005, Método NO3 B

Nitritos (mg N-NO2/L) POP 025 – conforme SMWW 21º Ed 2005, Método 4500 NO2 B

Nitrogênio Amoniacal (mg NH3-N/L) POP 026 – conforme SMWW 21º Ed 2005, Método 4500 NH3 C

Nitrogênio Total Kjedhall (mg NH3-N/L) POP 027 – conforme SMWW 21º Ed 2005, Método 4599 N B

Nitrogênio Inorgânico Total (mg NH3 - N/L) POP 026 – conforme SMWW 21º Ed 2005, Método 4500 NH3 C

Alcalinidade (mg/L) POP 002 – conforme SMWW 21° Ed. 2005, Método 2320 B

27

c) Parâmetros biológicos

Parâmetros Métodos

Clorofila “a” (µ/L ou mg/m3) POP 008 SMWW 21º Ed 2005, Método 10200-H

Coliformes termotolerantes (org/L ou NMP/100 mL)

POP 009 - conforme SMWW 21º Ed 2005, Método 9223 B

Coliformes totais (org/L ou NMP/100 mL) POP 009 - conforme SMWW 21º Ed 2005, Método 9223 B

Fitoplâncton (ind/mL) Sedimentação/identificação/contagem

(contagem em Câmara de Segdwick-Rafter/Microscópio Ótico)

Cianobactérias (cel/mL) Sedimentação/identificação/contagem

(contagem em Câmara de Segdwick-Rafter/Microscópio Ótico)

Zooplâncton (ind/L) Sedimentação/identificação/contagem

(contagem em Câmara de Segdwick-Rafter/Microscópio Ótico)

Invertebrados bentônicos (ind/m2) Peneiração/Triagem/identificação/contagem

(Lupa estereomicroscópica e microscópico Ótico)

Nas amostras coletadas foram analisados, ao todo: 06 (seis) parâmetros físicos, 15

(quinze) químicos e 07 (sete) biológicos de qualidade para águas superficiais.

28

4 RESULTADOS ANALÍTICOS

Para as discussões dos dados obtidos foram utilizados como apoio bibliográfico as

descrições do EIA-RIMA do Empreendimento, relatórios de programas ambientais

referentes a outros empreendimentos de mesma natureza, legislação ambiental

pertinente, entre outros documentos técnicos relevantes ao assunto em questão. Os

dados foram agrupados em tabelas e as configurações destes valores são visualizadas

em formato gráfico.

Os resultados dos parâmetros físicos medidos em campo e os parâmetros físicos,

químicos e biológicos analisados em laboratório, encontram-se arrolados nos laudos

analíticos nos anexos IV e V.

Abaixo, encontram-se agrupados e tabelados os dados dos parâmetros físicos,

químicos e biológicos obtidos nesta campanha extraídos dos laudos de campo e

laboratório para fins da caracterização textual e visualização gráfica (Tabelas 4, 5, 6, 7

e 8).

Tabela 4. Parâmetros físico-químicos e biológicos: dados agrupados e extraídos dos laudos analíticos (Anexo IV), nos pontos de amostragens na área de influência da UHE PSJ na campanha XXIV (setembro/2014), 3º ano de monitoramento - pós-enchimento do reservatório

Estações de amostragens Unidade SJ1 PS6 PS5 PS4 PS3 S PS3 M PS3 F PS2 PS1 ALÇ PSJ JUS PSJ Parâmetros setembro 22/set 22/set 22/set 22/set 22/set 22/set 22/set 22/set 22/set 22/set 22/set Horário H 07:30 08:30 13:20 12:00 18:00 18:20 18:10 17:40 14:00 15:20 15:00 Temperatura do Ar °C 15,0 15,0 21,0 23,0 23,0 23,0 23,0 23,0 26,0 26,0 25,0 Temperatura Água °C 18,0 18,0 20,0 22,0 21,0 20,6 19,0 21 22,0 22,5 25,0 Transparência de Secchi m 0,63 0,64 0,65 0,65 0,56 0,58 0,40 0,70 0,63 pH 7,42 7,26 7,42 7,28 7,4 7,39 7,21 7,4 7,13 7,41 7,3 Oxigênio Dissolvido mg/L 8,8 8,7 8,1 6 5,2 8,4 7,4 7,0 6,8 10,1 5,9 DBO5 mg/L 7,5 0,95 2,25 0,95 0,95 3,5 3,75 2,750 0,950 2,750 3,3 DQO mg/L 19,8 4,61 4,61 4,61 4,61 4,61 11,7 4,6 4,61 4,61 4,6 Fósforo Total mg/L 0,156 0,084 0,079 0,229 0,086 0,079 0,237 0,060 0,015 0,081 0,1 Ortofosfato mg/L 0,019 0,008 0,015 0,03 0,021 0,017 0,029 0,024 0,004 0,029 0,0 Fosfato Total mg/L 0,156 0,257 0,242 0,229 0,263 0,242 0,726 0,183 0,045 0,248 0,171 Nitrogênio Total Kjeldhal mg/L 0,6 0,54 0,51 0,52 0,54 0,08 1,11 0,55 0,76 0,26 0,22 Nitrogênio Amoniacal mg/L 0,07 0,1 0,08 0,04 0,1 0,11 0,13 0,08 0,013 0,13 0,1 Nitrogênio Inorgânico mg/L 4,11 8,69 1,3 6,62 10,01 3,96 6,84 3,95 1,03 3,59 3,84 Nitrito mg/L 0,261 0,169 0,153 0,338 0,266 0,292 0,292 0,323 0,02 0,277 0,297 Nitrato mg/L 3,85 6,97 1,15 6,28 9,74 3,67 6,55 3,6 1,01 3,32 3,54 Condutividade elétrica µ/cm 61,1 92,1 71,1 59,3 60,9 60 60,8 60,8 100,5 65,8 61,6 Sólidos Sedimentáveis mg/L 1 1 1 1 1 1 1 1,0 1 1 1,0 Sólidos Suspensos mg/L 2 1 2 1 2 2 1 1,0 1 5 6,0 Sólidos Dissolvidos Totais mg/L 59 73 84 86 89 92 85 83,0 101 66 62,0 Turbidez NTU 21,22 13,78 12,31 24,25 19,11 19,29 29,86 21,96 4,23 22,6 25,1 Coliformes Fecais NMP/100mL 94 191 47 508 350 2542 1340 398,0 750 862 671,0 Coliformes Totais NMP/100mL 31470 25060 34465 50560 3065 50560 43520 45695,0 3675 39575 41485,0 Cor Hz 43,92 24,53 30,24 48,64 47,09 59,08 58,23 50,4 13,32 52,16 52,02 Alcalinidade Total mg/L 30 36,2 42,5 35 30 28,7 29 27,50 31,2 32,5 28,7 Clorofila a µg/L ND ND ND ND ND ND ND ND ND 4 ND

30

Tabela 5. Parâmetros biológicos: Fitoplâncton (indivíduos/mL) dados agrupados e extraídos dos laudos analíticos (Anexo V), nos pontos de amostragens na área de influência da UHE PSJ, campanha XXIV (setembro/2014), 3º ano de monitoramento - pós-enchimento do reservatório.

Setembro/2014 SJ1 PS6 PS5 PS4 PS3 s PS3m PS3f PS2 PS1 Alc PSJ Jus PSJ

CYANOPHYTA 0 0,7 0 0,7 0 0 0 0 0 1,4 0

CHLOROPHYTA 0 0,7 0,7 0 0 0 0 0 0,7 0 0

BACILLARIOPHYTA 2,1 11,5 7,1 11,4 0 3,6 2,9 0 9,9 8,6 3,5

FLAGELADOS PIGMENTADOS 0,7 0,7 0 0 3,1 1,4 0 0 0 0 0 Densidade Total (ind/mL) 2,8 13,6 7,8 12,1 3,1 5 2,9 0 10,6 10 3,5

Riqueza de Espécies 2 4 2 2 1 2 1 0 2 2 1

Tabela 6. Parâmetros biológicos: Cianobactérias (cel/mL) dados extraídos dos laudos analíticos (Anexo V), nos pontos de amostragens a área de influência da UHE PSJ, campanha XXIV (setembro/2014), 3º ano de monitoramento - pós-enchimento do reservatório.

Cianobactérias/Estações amostragem SJ1 PS6 PS5 PS4 PS3s PS3m PS3f PS2 PS1 Alc PSJ Jus PSJ Densidade (cél/mL) 0,0 9,4 0,0 105,8 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 255,6 0,0 Riqueza de espécies 0 1 0 1 0 0 0 0 0 1 0

TOTAL 0,0 9,4 0,0 105,8 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 255,6 0,0

31

Tabela 7. Parâmetros biológicos: Zooplâncton (indivíduos/L) dados extraídos dos laudos analíticos (Anexo V), nos pontos de amostragens a área de influência da UHE PSJ, campanha XXIV (setembro/2014), 3º ano de monitoramento – pós-enchimento do reservatório Grupos Taxonômicos SJ1 PS6 PS5 PS4 PS3s PS3m PS3f PS2 PS1 Alc PSJ Jus PSJ PROTOZOA 54 0 36 18 216 126 189 36 54 10,8 18 ROTIFERA 0,0 0 0 0 18 72 81 0 0 0 0 CRUSTACEA 18 18 0 36 0 18 27 0 0 0 0 MOLLUSCA 0 0 0 0 0 0 0 0 0,0 0 0 ZOOFLAGELADOS 0 0 0 0 0 0 0 0 0,0 0 0 GASTOTRICHA 0 0 0 0 0 0 0 0 0,0 0 0 FUNGI 0 0 0 0 0 0 0 0 0,0 0 0 NEMATODA 0 0 0 0 0 0 0 0 0,0 0 0 Densidade (ind/L) 72 18,0 36 54 234 216 297 36 54 10,8 18 Riqueza de espécies 2 1 1 2 4 6 3 1 2 1 1

Tabela 8. Parâmetros biológicos: Invertebrados Bentônicos (indivíduos/m2) dados extraídos dos laudos analíticos (Anexo V), nos pontos de amostragens a área de influência da UHE PSJ, campanha XXIV (setembro/2014), 3º ano de monitoramento - pós-enchimento do reservatório.

Grupos Taxonômicos/ Estações amostragens SJ1 PS6 PS5 PS4 PS3 f PS2 PS1 Alc PSJ Jus PSJ

Arthropoda/arachnida(Halacaridade) 0 0 0 0 41,7 30,3 0 55 39

Arthropoda/Insecta (Diptera) 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Arthropoda Insecta (Ephemeroptera) 0 4,5 0 0 0 0 0 0 0

Arthropoda Insecta (Collembola) 0 0 6,8 0 0 0 0 0 5,6

Annelida (Hirudinea) 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Annelida (Oligochaeta) 28,4 0 0 0 0 0 0 0 0

Mollusca( Bivalvia) 0 0 0 0 0 0 0 5 0

Mollusca (Gastropoda) 0 0 6,8 0 0 0 0 0 0

TOTAL 28,4 4,5 6,8 0 41,7 30,3 0 60 44,6 Riqueza de espécies 1 1 1 0 1 1 0 2 2

4.1 Caracterização físico-química da água

4.1.1 Temperatura

Conforme a localização geográfica do ponto de coleta, da altitude, da vegetação no entorno

da área de abrangência e da cor da água, a temperatura pode ser um forte indicativo das

variações de concentração do oxigênio, assim com de outros gases na água.

A maior parte dos organismos aquáticos tem sua temperatura regulada pelo meio externo,

pois suas reações metabólicas dependem da temperatura da água. Elevadas temperaturas

podem ocasionar a diminuição da solubilização do oxigênio afetando os organismos

aquáticos, além de acelerar os mecanismos de respiração, nutrição, reprodução e

movimentação destes indivíduos e estimular o crescimento de organismos indesejáveis

produtores de gosto e odor.

As altas temperaturas do ar e água associadas à alta luminosidade da coluna d´água e ao

elevado teor de nutrientes aportados ao corpo hídrico, podem beneficiar o surgimento de um

super desenvolvimento de organismos planctônicos na coluna d’água, o que certamente será

prejudicial ao ecossistema aquático como um todo.

ØAvaliação do comportamento do parâmetro nas estações de amostragens:

•Temperatura do Ar: A temperatura do ar apresentou um comportamento mínimo

de 15,0o C e máximo de 26,0 o C.

•Temperatura da água: A temperatura da água manteve-se com mínima de

18,0°C e máxima de 25°C.

33

As temperaturas do ar e da água medidas nesta campanha XXIV apresentaram características

que condizem com o período sazonal amostrado, ou seja, de início de primavera, com valores

do ar e da água similares, indicando troca térmica espacial e na interfácie entre os meios ar-

água (figuras 4 e 5). As temperaturas da água obtidas nas profundidades superfície, meio e

fundo do reservatório (PS3), apresentaram pequena diminuição na coluna d’água, indicando

condições de ausência de estratificação térmica no trecho do reservatório e no período de

medição (figura 5).

Figura 4. Valores de temperatura Ar (°C) obtida nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ neste monitoramento, campanha XXIV (setembro/2014), pós-enchimento - 3º ano de monitoramento do reservatório.

34

Figura 5. Valores de temperatura da água (°C) obtida nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ neste monitoramento, campanha XXIV (setembro/2014), pós-enchimento - 3º ano de monitoramento do reservatório.

Comparativamente entre as fases monitoradas na Etapa 1, onde se avaliou o reservatório nos

períodos do pré-enchimento, enchimento e pós-enchimento (Figura 6); os valores médios

constatados tanto para a temperaturas do ar como da água, apresentaram-se mais elevados

para a fase do pré-enchimento e pós-enchimento. Avalia-se que o decréscimo encontrado na

fase do enchimento é devido ao período sazonal de inverno em que ocorria o monitoramento

e também pelo revolvimento das águas o que não permitiu a estabilização das mesmas para

obtermos medições mais homogêneas, embora essa condição refletisse parcialmente as

condições naturais do ecossistema amostrado.

É sabido que o comportamento da temperatura do ar reflete diretamente no comportamento

da temperatura da água, embora durante o dia a temperatura da água geralmente se

apresente menor que a encontrada nas temperaturas do ar, o que foi observado no contexto

35

geral das campanhas realizadas, explicável pelo alto calor específico que a água apresenta em

relação ao ar.

Figura 6. Valores médios de temperatura Ar e Água (°C) obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ nas campanhas realizadas, respectivamente, na Etapa 1: fases Pré-Enchimento (agosto,novembro/2008; fevereiro, maio/2009 e julho/2011), Enchimento (agosto, setembro/2011) e do Pós-Enchimento (1º ano de monitoramento do reservatório): 1° Trimestre - outubro, novembro e dezembro /2011; 2° Trimestre - janeiro, fevereiro e março/2012; mensal - junho e setembro/2012) e Etapa 2: fase Pós-Enchimento ( 2º ano de monitoramento do reservatório): janeiro, março, junho, setembro; e, (3o ano de reservatório) dezembro/2013, março 2014, junho/2014 e setembro/2014.

36

Cabe ressaltar que existe uma relação a ser considerada entre todos os períodos amostrados.

Iniciando pela fase do pré-enchimento (abrangeu as estações de inverno, primavera, verão e

outono); do enchimento (estações de inverno e primavera) e, o pós-enchimento (no 1º, 2o e

3o anos de monitoramento do reservatório), o que reflete nas médias calculadas nos meses de

amostragens nesta atual fase de monitoramento. As variações nas médias das temperaturas

do ar e da água, nas diferentes fases deste estudo são, na realidade, consequência das

variações sazonais do clima, mas também das diferenças que a sazonalidade apresenta ao

longo do tempo do estudo.

4.1.2 Transparência Secchi e Turbidez

A transparência da água também varia bastante nos ecossistemas aquáticos, dependendo

sempre do regime de circulação da massa d’água, da natureza geoquímica da bacia, do uso do

solo na bacia de drenagem e do regime de chuvas. Sua relação com a matéria orgânica

dissolvida tem demonstrado um incremento na dispersão da matéria particulada em

suspensão, na dependência tanto dos aspectos qualitativos, como nos quantitativos das

substâncias dissolvidas e particuladas presentes no meio.

O parâmetro da turbidez tem importância nos ecossistemas aquáticos, pois este significa o

transporte de material ao longo de um curso d’água. Este parâmetro é lido em função da

passagem da luz na coluna d’água e dos materiais suspensos tais como, partículas inorgânicas

(areia, silte, argila) e de detritos orgânicos (algas e bactérias, plâncton em geral, matéria

orgânica particulada e dissolvida), que absorvem ou desviam esta luz.

Naturalmente este parâmetro apresenta uma estreita relação com a vazão, devido ao

aumento da sua concentração, quando nos períodos de cheias decorrente do revolvimento do

37

material sedimentado de fundo é suspenso na coluna d’água, ainda decorrente da erosão das

margens dos rios e escoamento superficial em estações chuvosas.

A erosão pode decorrer do mau uso do solo que impede a fixação da vegetação. Este exemplo

mostra também o caráter sistêmico da poluição, ocorrendo inter-relações ou transferência de

problemas de um ambiente (água, ar ou solo) para outro. No entanto, estes elementos

respondem de certa forma a quantidade dos particulados suspensos encontrados nos

períodos de alta intensidade pluviométrica e, ao contrário, quando diminui a intensidade de

chuvas diminui o material particulado na coluna d’água.

Sua relação direta com a concentração de clorofila, em águas muito produtivas, tem sido

utilizada para inferir a densidade fitoplanctônica e pode ser útil na avaliação do estado trófico

das águas (embora possa mascarar esta avaliação em ambientes de rios e reservatórios).

Assim sendo, o comportamento de elevada transparência e de baixa turbidez na coluna

d’água pode conduzir a um maior desenvolvimento da flora planctônica e ocasionar sérios

prejuízos ao ecossistema aquático, se ocorrer aumento da temperatura e concentração de

nutrientes.

ØAvaliação do comportamento do parâmetro nas estações de amostragens:

Em consequência das cheias ocorridas na bacia do rio Uruguai durante o mês de junho, os

processos erosivos nos latossolos da região repercutiram fortemente na turbidez e seus

valores devem ser considerados altos. Este é um fenômeno natural na região, mas os altos

valores são, em parte, também, consequência de um uso do solo pouco conservativo e baixa

cobertura do solo. Comparativamente nesta campanha de setembro/2014 tanto a

transparência Secchi como a turbidez continuaram a demonstrar um comportamento de

valores próximos aos do trimestre anterior ao longo do trecho amostrado a montante e a

38

jusante ao reservatório (Figuras 7 e 8). Nas profundidades amostradas no ponto PS3,

constatou-se maior valor de turbidez na amostra do meio (PS3m), podendo indicar condição

de um processo de cunha do arroio de Roque Gonzales a penetrar na coluna da água do

reservatório. A indicação de uma gradual sedimentação dos particulados finos ao longo do

eixo do rio à medida que ocorre diminuição da velocidade de fluxo no represamento do

reservatório da UHE Passo São João deixa de existir por ocasião de cheias e com fluxo rápido.

0,00

0,10

0,20

0,30

0,40

0,50

0,60

0,70

0,80

SJ1 PS6 PS5 PS4 PS3 S PS3 M PS3 F PS2 PS1 ALÇ PSJ JUS PSJ

met

ros

Transparência Secchi

Figura 7. Valores de transparência Secchi (m), obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ neste monitoramento, campanha XXIV (setembro/2014), pós-enchimento - 3º ano de monitoramento do reservatório.

A contribuição dos arroios que drenam as águas para o rio Ijuí, mesmo sendo a jusante do

reservatório, é uma indicação de que esses corpos de água de mais baixa ordem são

fornecedores de materiais em grande escala, contribuindo para a baixa classificação de

39

qualidade dos rios (ponto PS1). Esta é uma forte razão de utilizar a turbidez como um

parâmetro indicador de qualidade ambiental decorrente dos efeitos do clima regional.

0

5

10

15

20

25

30

35

SJ1 PS6 PS5 PS4 PS3 S PS3 M PS3 F PS2 PS1 ALÇ PSJ JUS PSJ

NTU

Turbidez

Figura 8. Valores de Turbidez (NTU), obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ neste monitoramento, campanha XXIV (setembro/2014), pós-enchimento - 3º ano de monitoramento do reservatório.

Comparando-se as médias dos valores da turbidez e da transparência encontrados ao longo

da formação do reservatório, pode-se observar que a turbidez apresentou valores mais

elevados na fase de enchimento e no terceiro ano de monitoramento do reservatório e,

naturalmente, a transparência com valores menores nesta mesma sequência de amostragens.

40

.

-

0,20

0,40

0,60

0,80

1,00

1,20

1,40

1,60

SJ1 PS6 PS5 PS4 PS3s PS3m PS3f PS2 PS1 AlçPSJ

JusPSJ

met

ros

Transparência Secch

PreEnch

Ench

PósEnch-1º ano

PósEnch-2º ano

PósEnch - 3° ano

Figura 9. Valores médios de turbidez (NTU (fig. 8ª) e transparência de Secchi (m) (fig.8b) e médias das medições obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ nas campanhas realizadas, respectivamente, na Etapa 1: fases Pré-Enchimento (agosto,novembro/2008; fevereiro, maio/2009 e julho/2011), Enchimento (agosto, setembro/2011) e do Pós-Enchimento (1º ano de monitoramento do reservatório): 1° Trimestre - outubro, novembro e dezembro /2011; 2° Trimestre - janeiro, fevereiro e março/2012; mensal - junho e setembro/2012) e Etapa 2: fase Pós-Enchimento ( 2º ano de monitoramento do reservatório): janeiro, março, junho, setembro; e, (3o ano de reservatório) dezembro/2013, março 2014, junho/2014 e setembro/2014.

41

As médias obtidas nas três fases de monitoramento (pré-enchimento, enchimento e pós-

enchimento) (Figura 9a), para o parâmetro da turbidez, apresentaram-se menores na

campanha do pós-enchimento e pré-enchimento, sendo elevados na campanha do

enchimento. O contrário foi observado para o parâmetro da transparência. Este

comportamento oscilante pode ser atribuído ao revolvimento das águas na nova margem

formada, que estavam ocorrendo na coluna d’água no momento do enchimento do

reservatório (figura 9b).

Este comportamento pode também ser atribuído aos períodos de chuvas na região, que

afetaram diretamente as variações destes parâmetros e no evento do enchimento do lago

que estava carreando sedimentos e material particulado ao corpo hídrico. Com a estabilização

das águas no momento em que o reservatório concluiu seu enchimento na fase do 1º ano

pós-enchimento, foi verificado nitidamente que este fenômeno diminuiu os valores da

turbidez com elevação da transparência. Contudo, no 2º ano de monitoramento e atualmente

(3º ano do monitoramento) os valores de turbidez voltaram a ser elevados. Disso se pode

depreender que os efeitos do represamento são minimizados quando ocorrem enchentes e o

reservatório passa a ser um sistema de passagem como um trecho de rio, onde apenas os

materiais mais grosseiros se depositam. Pode-se presumir que a gradual diminuição da

velocidade de fluxo irá também resultar na gradual deposição dos finos no reservatório.

42

-

1,0

2,0

3,0

4,0

SJ1 PS6 PS5 PS4 PS3 s PS3 m PS3 f PS2 PS1 Alc PSJ Jus PSJ

Clas

ses

de U

sos

estações de amostragens

Turbidez - CONAMA 357/05

Classe 1 Classe 2 Classe 3 Classe 4

Figura 10. Valores de turbidez obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ em comparação a classificação da Resolução do CONAMA 357/05, campanha XXIV (setembro/2014), pós-enchimento - 3º ano de monitoramento do reservatório.

Com relação à classificação do CONAMA 357/05, o parâmetro de turbidez é enquadrado na

Classe 1, cujo limite é superior é de 40 UNT em todos os pontos (Figura 10).

4.1.3 Cor

A cor da água resulta da existência de substâncias em solução. Pode ser causada pelo ferro ou

manganês, pela decomposição da matéria orgânica da água (principalmente vegetais), pelas

algas ou pela introdução de esgotos industriais e domésticos. Um padrão aceitável deve ser

inferior a 5Hz, embora o padrão de potabilidade estabelecido pela Portaria 158/MMS de 2004

seja aceitável até 15 Hz.

43

É uma característica da água que pode fornecer, ao observador, importantes indícios de

fenômenos naturais (lavagem do solo pelas enxurradas, p.ex.) ou da agressão antrópica

(proliferação de algas devido o lançamento de esgotos) ao lago ou reservatório. Dependendo

de sua intensidade, também pode interferir na medição da transparência e da turbidez. Como

as descrições verbais são inseguras e subjetivas, ao se registrar a cor da água de um

manancial, é desejável que se utilize um padrão reprodutível de comparação.

ØAvaliação do comportamento do parâmetro nas estações de amostragens:

Figura 11. Valores de Cor (hazen) obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ neste monitoramento, campanha XXIV (setembro/2014), pós-enchimento - 3º ano de monitoramento do reservatório.

Na avaliação ao longo do eixo represado do rio Ijuí pode ser observado que há um incremento

dos valores de cor (Hz) ao longo do eixo longitudinal do reservatório, o que permite inferir

que esse incremento se deve à entrada das águas dos afluentes, que são, na realidade, os

responsáveis por essa e outras características de uma bacia hidrográfica (Figura 11). O

44

incremento de cor na profundidade da coluna da água do ponto PS3 pode estar relacionado à

entrada do arroio que drena o escoamento superficial de Roque Gonzales e que, nesse ponto,

formaria uma cunha, penetrando nas camadas inferiores.

Com relação à classificação do CONAMA 357/05, o parâmetro de cor é enquadrado na Classe

1 no ponto PS1, e na Classe 2 nos demais pontos, por se encontrarem no intervalo entre 15

mg Pt/L e 75 mg Pt/L .

Avaliando-se as médias das quatro campanhas realizadas no segundo ano da fase pós-

enchimento (campanhas XVIII, XIX, XX, XXI) e as médias neste 3° ano de monitoramento do

reservatório (campanhas XXII, XXIII e XXIV) (Figura 12), observou-se uma proximidade de

valores entre os períodos analisados, mas perceptíveis diferenças entre os pontos mantendo-

se heterogeneidade entre eles. Todos os valores medidos nestas campanhas amostradas

ultrapassam o valor padrão especificado na legislação e não atendem as especificidades para

o consumo humano, pois foram observados valores maiores que 15Hz estabelecido pela

portaria supracitada.

Figura 12. Valores médios da cor (Hz) da água, obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ nas campanhas: XVIII (janeiro/2013), XIX (março/2013), XX (junho/2013), XXI (dezembro/2013), XXII (março/2014) e XXIII (junho/2014) e XXIV (setembro/2014), 3º ano de monitoramento do reservatório.

45

Não deve ser desconsiderado, na avaliação da qualidade da água, que na região do

reservatório e da bacia hidrográfica do rio Ijuí, os solos são do tipo latossolo, onde

predominam os óxidos e hidróxidos de ferro, que resultam em acentuada coloração da água,

facilmente constatável por simples observações da paisagem.

4.1.4 pH

O pH (potencial hidrogeniônico) está relacionado com a quantidade livre de íons hidrogênio

em solução aquosa. Quanto maior a quantidade de íons de hidrogênio em solução, menor o

pH. Indica a capacidade de tamponamento das águas, sendo uma medida da atividade do íon

hidrogênio, representando o equilíbrio ácido-base obtido pelos compostos dissolvidos, sais,

formas de carbono inorgânico e gases na água.

Em cursos d’água o efeito do pH é mais significativo, pois valores extremos são letais para a

maioria das formas de vida aquáticas incluindo os peixes. O pH é muito influenciado pela

quantidade de matéria orgânica em decomposição, ou seja, quanto maior a quantidade de

matéria disponível menor o pH, pois para decomposição desta matéria orgânica muitos ácidos

são produzidos.

ØAvaliação do comportamento do parâmetro nas estações de amostragens:

Nesta campanha, os valores do pH mantiveram-se praticamente homogêneos ao longo do

trecho do rio Ijuí, levemente superiores a 7,0 e inferiores a 7,5, considerado uma condição

levemente alcalina (Figura 13). Isto indica a boa capacidade de tamponamento do pH pela

água da bacia hidrográfica.

46

6,95

7

7,05

7,1

7,15

7,2

7,25

7,3

7,35

7,4

7,45

SJ1 PS6 PS5 PS4 PS3 S PS3 M PS3 F PS2 PS1 ALÇ PSJ JUS PSJ

pH

Figura 13. Valores de pH, obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ neste monitoramento, campanha XXIV (setembro/2014), pós-enchimento - 3º ano de monitoramento do reservatório

Na comparação das médias obtidas entre as três fases monitoradas na etapa 1 (pré-

enchimento, enchimento e pós-enchimento) com as médias das etapas do segundo e terceiro

ano pós-enchimento pode-se verificar valores mais elevados e similares aos constatados no 1°

ano de monitoramento do reservatório da fase pós-enchimento, ao contrário do que

observado nas fases do pré enchimento e enchimento do reservatório.

Embora na fase do pré-enchimento do reservatório os valores apresentassem uma sensível

elevação com relação ao enchimento, estas médias mesmo assim foram menores que a fase

do pós-enchimento no seu 1° e 2° ano de monitoramento do reservatório. No terceiro ano do

pós-enchimento os valores novamente diminuíram, coincidindo com período chuvoso.

Cabe ressaltar que na fase do enchimento os valores apresentaram-se entre > 7,0 e < 8,0,

podendo ser atribuído ao período de instabilidade do trecho amostrado devido ao

47

enchimento do reservatório. Nas demais fases apresentaram-se predominantemente acima

de 7,5 (Figura 14).

Uma observação mais acurada ao longo do acompanhamento do monitoramento poderá dar

uma indicação da variação do pH em condições de chuvas ou de estiagem, pois a geoquímica

da região indica frequentemente água subterrânea com pH mais elevado. Assim, o período de

chuva baixaria o pH (com escoamento superficial e água da chuva) enquanto o período de

estiagem elevaria o pH (água subterrânea). Esta observação se confirma com os valores desta

campanha (XXIV), próximos a 7,0.

Figura 14. Valores médios de pH das medições obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ nas campanhas realizadas, respectivamente, na Etapa 1: fases Pré-Enchimento (agosto,novembro/2008; fevereiro, maio/2009 e julho/2011), Enchimento (agosto, setembro/2011) e do Pós-Enchimento (1º ano de monitoramento do reservatório): 1° Trimestre - outubro, novembro e dezembro /2011; 2° Trimestre janeiro, fevereiro e março/2012; mensal - junho e setembro/2012) e Etapa 2: fase Pós-Enchimento (2º ano de monitoramento do reservatório): janeiro, março, junho, setembro; e, (3o ano de reservatório) dezembro/2013, março/2014, junho/2014 e setembro/2014.

48

Com relação ao enquadramento dos pontos amostrados na Resolução CONAMA 357/05 nesta

campanha, verifica-se que este parâmetro continua apresentando limites estabelecidos para

uma boa qualidade de água (comportamento que não apresenta nocividade aos organismos

aquáticos) permitindo, portanto, que o seu enquadramento mantenha-se na Classe 1, o

mesmo que estava sendo constatado nas fases anteriores da etapa 1 e no 1º ano de

monitoramento do reservatório (Fig. 15).

Figura 15. Valores de pH obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ neste monitoramento, campanha XXIV (setembro/2014), pós enchimento - 3º ano de monitoramento do reservatório.

4.1.5 Condutividade elétrica

A condutividade elétrica da água depende também do pH, variando em função das atividades

da fotossíntese e respiração dos organismos. Está relacionado com a quantidade de íons

49

dissolvidos na água, os quais conduzem a corrente elétrica. Quanto maior a quantidade de

íons maior a condutividade elétrica.

Os íons são levados ao corpo d’água pelas chuvas ou de águas residuárias e expressam a

condutância elétrica na água vinculada à concentração iônica ou eletrólitos na água. Como

tem estreita relação com o pH, reflete também a condição da geologia local estimulados

através dos efeitos do intemperismo sobre rochas, configurando uma composição química nas

águas que drenam através da superfície rochosa e de seu manto de alteração.

As águas interiores geralmente contêm sais minerais em solução em quantidades

relativamente pequenas. Entretanto, o lançamento de despejos industriais pode elevar as

concentrações de sais a níveis superiores aos naturais, prejudiciais aos organismos devido a

modificações ocorrentes na pressão osmótica. Na região monitorada, não foi observada a

incidência de poluidores industriais, apenas verifica-se a existência de extensas áreas com

cultivos agrícolas.

ØAvaliação do comportamento do parâmetro nas estações de amostragens:

Neste monitoramento os valores constatados demonstraram certa homogeneidade, embora o

ponto PS1 continue apresentando um valor mais alto, certamente como resposta de pequeno

afluente com drenagem urbana e geoquímica particular de micro bacia hidrográfica (Figura

16).

50

Figura 16. Valores de condutividade elétrica (µS/cm) obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, campanha XXIV (setembro/2014), pós-enchimento - 3º ano de monitoramento do reservatório.

Na comparação das três fases monitoradas na etapa 1 na relação com o pós-enchimento no 2°

ano de monitoramento, as médias dos valores encontrados nas campanhas XVIII, XIX, XX e XXI

(Figura 17) foram menores do que as constatados no 1° ano de monitoramento (exceção PS1).

Destaca-se o ponto PS1 após o enchimento do reservatório sempre com valores maiores

(Figura 17). Além disso, PS1 representa um ponto de arroio afluente, portanto com

características inerentes à sua micro bacia hidrográfica.

A condutividade elétrica não é parâmetro de enquadramento em Classes de Uso da Resolução

357/2005 do CONAMA.

51

Figura 17. Valores médios de condutividade elétrica e médias das medições obtidas nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ nas campanhas realizadas, respectivamente, na Etapa 1: fases Pré-Enchimento (agosto,novembro/2008; fevereiro, maio/2009 e julho/2011), Enchimento (agosto, setembro/2011) e do Pós-Enchimento (1º ano de monitoramento do reservatório): 1° Trimestre - outubro, novembro e dezembro /2011; 2° Trimestre - janeiro, fevereiro e março/2012; mensal - junho e setembro/2012) e Etapa 2: fase Pós-Enchimento (2º ano de monitoramento do reservatório): janeiro, março, junho, setembro; e, (3o ano de reservatório) dezembro/2013, março 2014, junho/2014 e setembro/2014. 4.1.6 Alcalinidade A alcalinidade é uma medida da capacidade que as águas têm de neutralizar ácidos. Esta

capacidade é devida à presença de bases fortes, de bases fracas, de sais de ácidos fracos (tais

como bicarbonatos, boratos, silicatos e fosfatos) e de sais de ácidos orgânicos, tais como o

ácido húmico. Em águas superficiais, o comportamento elevado da alcalinidade pode ser

devido à presença de grande quantidade de algas, pois estes organismos removem dióxido de

carbono da água, podendo elevar o pH em níveis próximo a 10,0.

É uma medida total das substâncias presentes numa água, capazes de neutralizar ácidos.

52

Numa água com certa alcalinidade a adição de uma pequena quantidade de ácido fraco não

provocará a diminuição de seu pH, porque os íons básicos presentes irão neutralizar o ácido.

A alcalinidade da água é uma medida de sua capacidade em reagir com ácidos fortes para

atingir determinado valor de pH. A alcalinidade da água natural é, tipicamente, uma

combinação de íons bicarbonato (HCO3-), íons carbonato (CO3

2-) e hidroxilas (OH-). Na água

potável, a alcalinidade contribui também para o sabor da água.

ØAvaliação do comportamento do parâmetro nas estações de amostragens:

Figura 18. Valores de condutividade elétrica (µS/cm) obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, campanha XXIV (setembro/2014), pós-enchimento - 3º ano de monitoramento do reservatório.

A alcalinidade desta campanha de setembro/2014 apresentou resultados semelhantes entre

os pontos. A partir do ponto PS5 há um gradual decréscimo no valores ao longo do eixo maior

do reservatório, podendo indicar alguma influência do represamento por liberação de íons

ácidos do processo de decomposição (figura 18)

53

A alcalinidade do terceiro ano da fase de pós-enchimento apresentou valores acima das dos

valores das campanhas do segundo ano da fase três, além de evidenciar valor mais alto no

ponto PS1 (Figura 19). De certa forma, o ponto PS1 salientou-se nas últimas campanhas em

relação aos demais. Este comportamento não demonstra evidências de anormalidade para o

referido parâmetro, mas possibilidade e geoquímica de rochas mais alcalinas. A campanha

XXIV apresentou valores significativamente maiores do que os das campanhas anteriores,

também sem significado de perda de qualidade (figura 19).

Figura 19. Valores médios de alcalinidade (mg/L) obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, campanhas: XVIII (janeiro/2013), XIX (março/2013), XX (junho/2013) XXI (dezembro/2013), XXII (março/2014) e XXIII (junho/2014) e XXIV (setembro/2014).

4.1.7 Oxigênio Dissolvido, Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO5), Demanda Química de Oxigênio (DQO) e Saturação em Oxigênio:

O oxigênio dissolvido é o mais importante gás dissolvido da água. Tem baixa solubilidade e

alto consumo pelos seres vivos. Depende também da temperatura, salinidade, pressão

atmosférica e da turbulência das águas. Por outro lado, fatores tais como despejos poluidores

e variações de temperatura podem prejudicar as concentrações deste gás no corpo hídrico.

54

Com relação à demanda bioquímica de oxigênio (DBO5), esta tem uma tendência a um

comportamento inversamente proporcional ao parâmetro do oxigênio, pois quanto maior o

consumo de oxigênio maior o decaimento da concentração deste gás nas águas e,

consequentemente, a elevação do consumo de oxigênio para a oxidação da matéria orgânica.

Estes episódios são comuns principalmente quando um corpo hídrico é receptor direto de

esgotos domésticos.

A demanda química de oxigênio (DQO) é a quantidade de oxigênio necessária para oxidação

da matéria orgânica através de um agente químico de oxidação. Os valores da DQO serão

iguais ao da DBO se toda matéria orgânica do meio for oxidável em até cinco dias – como a

glicose e a frutose, p. ex. - mas normalmente são maiores que os da DBO5, pois apresenta

mais material pouco lábil e de degradação que inicia quando os mais lábeis estiverem

esgotados, as proteínas, por exemplo. O aumento da concentração de DQO num corpo d'água

se deve principalmente a despejos de origem industrial, além de ser muito útil para observar a

biodegradabilidade de despejos.

Como na DBO5 mede-se apenas a fração biodegradável num prazo de cinco dias, quanto mais

este valor se aproximar da DQO significa que mais facilmente biodegradável será o efluente.

Mas valores muito elevados desta relação indicam grandes possibilidades de insucesso, uma

vez que, a fração biodegradável torna-se pequena, tendo-se ainda o tratamento biológico

prejudicado pelo efeito tóxico sobre os microrganismos exercido pela fração não

biodegradável.

ØAvaliação do comportamento dos parâmetros nas estações de amostragens:

A medição dos valores do oxigênio dissolvido apresentou um comportamento de diminuição

de concentração ao longo do antigo eixo do rio Ijuí de PS6 a PS3. No ponto PS3 a

55

profundidade do meio da coluna da água apresentou valor maior do que o de superfície, o

que foge à regra sobre corpos de água. A explicação plausível para esse caso é de possível

cunha formada por fluxo junto ao canal das turbinas (figura 20). O baixo valor de oxigênio

dissolvido encontrado no ponto PS3S determina a pior Classe de Uso da Resolução 357/2014

do CONAMA, constituindo também uma anomalia nesse aspecto, pois na região há a

indicação histórica de boa qualidade da água e baixo metabolismo biológico nas águas.

Figura 20. Valores de oxigênio dissolvido (mg/L) obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, campanha XXIV (setembro/2014), pós-enchimento - 3º ano de monitoramento do reservatório.

Na demanda química de oxigênio, os valores apresentaram certa heterogeneidade,

destacando os pontos SJ1 e PS3f, com valores mais elevados em relação aos demais pontos,

que apresentaram valores inferiores a 5 mg/L, no limite do método analítico utilizado (figura

21).

56

0

5

10

15

20

25

SJ1 PS6 PS5 PS4 PS3 S PS3 M PS3 F PS2 PS1 ALÇ PSJ JUS PSJ

mg/

L

DQO

Figura 21. Valores de DQO (mg/L) obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, campanha XXIV (setembro/2014), pós-enchimento - 3º ano de monitoramento do reservatório.

A demanda bioquímica de oxigênio apresentou valores pouco homogêneos entre os pontos.

O valor mais alto em SJ1 só pode ser atribuído ao recebimento de carga orgânica mais lábel da

UH São José, a montante. Os valores mais altos nos pontos PS3m e PS3f confirma a hipótese

de ocorrência de cunha mais fria advinda da entrada do arroio de Roque Gonzales. Nos

demais pontos os valores podem ser considerados baixos (figura 22).

57

0

1

2

3

4

5

6

7

8

SJ1 PS6 PS5 PS4 PS3 S PS3 M PS3 F PS2 PS1 ALÇ PSJ JUS PSJ

mg/

L

DBO 5

Figura 22. Valores de DQO (mg/L) obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, campanha XXIV (setembro/2014), pós-enchimento - 3º ano de monitoramento do reservatório.

Para efeito comparativo entre as médias das formas do oxigênio dissolvido, DBO5 e DQO, não

foram utilizadas as médias da DQO comparativamente aos parâmetros citados, devido à

análise deste parâmetro haver sido iniciado apenas no segundo ano de monitoramento do

reservatório, não podendo então ser comparado com o primeiro ano de monitoramento.

58

. Figura 23. Valores da demanda química de oxigênio (mg/L) obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, campanhas: XVIII (janeiro/2013), XIX (março/2013), XX (junho/2013), XXI (dezembro/2013), XXII (março/2014), XXIII (junho/2014) e setembro/2014, neste 3º ano de monitoramento do reservatório.

Na comparação das médias do OD e DBO5 nas fases pré-enchimento, enchimento e pós-

enchimento (1º ano após a formação do reservatório), das campanhas XVIII, XIX, XX e XXI (2º

ano após a formação do reservatório) e XXII, XXIII e XXIV (3º ano após a formação do

reservatório) observa-se que os valores médios do oxigênio dissolvido oscilaram entre mais e

menos com relação aos valores encontrados no 1º ano de monitoramento após o

enchimento do reservatório (Figura 23).

Conforme já havia sido comentado, a fase do pré-enchimento, por estar envolvendo cinco

amostragens realizadas em períodos sazonais distintos, contempla estas diferenças sazonais,

cujos valores médios foram bem acentuados com relação às médias das demais fases. No

período do enchimento, levou-se em conta o revolvimento das águas e a mudança das

características naturais da fase lótica do rio para o comportamento lêntico, o que

provavelmente influenciou no comportamento das concentrações encontradas para estes

parâmetros.

59

Na fase do pós-enchimento verificou-se certa estabilização e início do amadurecimento do

reservatório; excetuando-se as campanhas realizadas em períodos com eventos chuvosos,

que podem ter interferido nas condições de qualidade das águas, afetando assim o

comportamento de todos os parâmetros analisados.

O gráfico do oxigênio dissolvido (Figura 24) do terceiro ano da fase pós-enchimento

apresentou os mais altos valores em relação às demais fases, podendo-se explicar por ser um

período de temperaturas mais baixas e maior capacidade de saturação.

. . Figura 24. Valores médios de oxigênio dissolvido (mg/L) obtidas nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ nas campanhas realizadas, respectivamente, na Etapa 1: fases Pré-Enchimento (agosto,novembro/2008; fevereiro, maio/2009 e julho/2011), Enchimento (agosto, setembro/2011) e do Pós-Enchimento (1º ano de monitoramento do reservatório): 1° Trimestre - outubro, novembro e dezembro /2011; 2° Trimestre - janeiro, fevereiro e março/2012; mensal - junho e setembro/2012) e Etapa 2: fase Pós-Enchimento (2º ano de monitoramento do reservatório): janeiro, março, junho; e, (3o ano de reservatório) dezembro/2013, março 2014, junho/2014 e setembro/2014.

60

. Figura 25. Valores médios de demanda bioquímica de oxigênio (mg/L) obtidas nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ nas campanhas realizadas, respectivamente, na Etapa 1: fases Pré-Enchimento (agosto,novembro/2008; fevereiro, maio/2009 e julho/2011), Enchimento (agosto, setembro/2011) e do Pós-Enchimento (1º ano de monitoramento do reservatório): 1° Trimestre - outubro, novembro e dezembro /2011; 2° Trimestre - janeiro, fevereiro e março/2012; mensal - junho e setembro/2012) e Etapa 2: fase Pós-Enchimento (2º ano de monitoramento do reservatório): janeiro, março, junho; e, (3o ano de reservatório) dezembro/2013, março 2014, junho/2014 e setembro/2014.

Os valores médios para a DBO neste terceiro ano de monitoramento após a formação do

reservatório são mais baixos em relação à média do segundo ano e se equivalem ao período

de enchimento e do primeiro ano pós-enchimento (figura 25).

Os percentuais observados para a saturação em oxigênio evidenciam condições normais à

presença deste gás, com exceção dos pontos PS4 e PS3, onde o déficit está em torno de 60%

de saturação.

Quadro 01: Comparativo de OD com Saturação de Oxigênio

SJ1 PS6 PS5 PS4 PS3s PS3m PS3f PS2 PS1 AlçPSJ JusPSJ OD (mg/L) 8,8 8,7 8,1 6 5,2 8,4 7,4 7 6,8 10,1 5,9 Saturação

Oxigênio % 92,93 91,7 89,11 68,65 58,33 88,46 79,74 78,52 77,78 116,76 71,43

61

A condição de temperatura baixa nas águas do reservatório aliadas aos valores de OD mais

baixos em relação às expedições anteriores implicam num percentual de saturação abaixo de

100%, o que habilita a que o ambiente em análise esteja em condição normal e não limita os

processos metabólicos e de produção e reprodução das comunidades aquáticas locais. Pode-

se afirmar que a variação da concentração para PS4 e PS3, com acréscimo da superfície para o

fundo, portanto sem estratificação química.

Na avaliação destes parâmetros com relação às classes de usos do CONAMA 357/05 (Figura

26), permite-se aferir que o Oxigênio Dissolvido apresentou-se enquadrado na Classe de Uso

2 nos pontos PS3s e JUS PSJ, enquanto os demais pontos estão enquadrados na Classe de Uso

1 da Resolução 357/2005 do CONAMA.

Para a Demanda Bioquímica de Oxigênio foi constatado o enquadramento na Classe de Uso 2

no ponto SJ1, enquanto os demais pontos estão enquadrados na Classe de Uso 1 da Resolução

357/2005 do CONAMA, nesta campanha.

4.1.8 Sólidos: Sedimentáveis, Suspensos e Dissolvidos

Os sólidos podem ser classificados de acordo com seu tamanho e características químicas. Os

sólidos contidos em uma amostra de água apresentam, em função do método analítico

escolhido, características diferentes entre si e, consequentemente, têm designações distintas

(sólidos totais, em suspensão, dissolvidos, fixos e voláteis).

• Sólidos Sedimentáveis – representam os particulados sólidos que sedimentam em um

determinado tempo, geralmente com utilização de cone de sedimentação, durante

uma hora.

62

• Sólidos Suspensos – representam o total dos sólidos que permanecem em suspensão

na coluna d’água, incluindo todos os sólidos. São separados por filtração. Quando em

elevados valores são prejudiciais à qualidade da água.

• Sólidos Dissolvidos Totais - representam a parcela de compostos que se encontram na

água após filtração, filtrados em membrana 2µm de porosidade. Elevados valores

deste parâmetro significam problemas com odor, gosto e aspecto nas águas.

ØAvaliação do comportamento dos parâmetros nas estações de amostragens:

A concentração de sólidos suspensos para esta campanha (setembro/2014) teve certa

homogeneidade de valores no corpo represado. Contudo em ALÇ PSJ e JUS PSJ o valores

foram mais elevados, possivelmente por efeito da drenagem do arroio das Pedras e o

turbilhonamento após passagem pelas túrbidas (figura 26).

Figura 26. Valores de sólidos suspensos (mg/L) obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, campanha XXIV (setembro/2014), pós-enchimento - 3º ano de monitoramento do reservatório.

63

O parâmetro dos sólidos sedimentáveis manteve-se no limite de detecção definido pela

análise laboratorial (1,0mL/L), indicando que o sistema rio Ijuí apresenta baixa competência

para o transporte de sedimentos mais grosseiros na área do monitoramento, além da

indicação de que os latossolos da região são dominados por sedimentos finos, que não

sedimentam no intervalo de tempo do método de medição utilizado (Figura 27).

Figura 27. Valores de sólidos sedimentáveis (mL/L) obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, campanha XXIV (setembro/2014), pós-enchimento - 3º ano de monitoramento do reservatório.

Cabe ressaltar que a forma de sólidos dissolvidos normalmente apresenta valores mais altos

em relação às demais formas de sólidos o que se confirma neste trimestre, ao contrário do

que ocorrera no trimestre anterior. A indicação para essa condição pode ser atribuída à baixa

composição granulométrica de argilas e óxi-hidróxidos de ferro das amostras, com transporte

de suspensos em maiores proporções, aspecto a ser observado em possíveis comparações de

escoamento na presença ou ausência de escoamento superficial na bacia de drenagem (Figura

28). Neste trimestre voltou à condição de maior concentração de sólidos dissolvidos.

64

. Figura 28. Valores de sólidos dissolvidos (mg/L) obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, campanha XXIV (setembro/2014), pós-enchimento - 3º ano de monitoramento do reservatório.

Excetuando os sólidos sedimentáveis, porque este parâmetro apresentou valores baixos e

não detectáveis na análise laboratorial (Figura 27), as formas de sólidos dissolvidos totais e

suspensos foram comparadas entre as fases anteriores: pré-enchimento, enchimento e pós-

enchimento (1º ano de monitoramento do reservatório), com as médias das campanhas

realizadas neste terceiro ano de monitoramento do reservatório.

65

.

Figura 29. Valores médios dos sólidos: sedimentáveis (mL/L), e médias das medições obtidas nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ nas campanhas realizadas, respectivamente, na Etapa 1: fases Pré-Enchimento (agosto,novembro/2008; fevereiro, maio/2009 e julho/2011), Enchimento (agosto, setembro/2011) e do Pós-Enchimento (1º ano de monitoramento do reservatório): 1° Trimestre - outubro, novembro e dezembro /2011; 2° Trimestre - janeiro, fevereiro e março/2012; mensal - junho e setembro/2012) e Etapa 2: fase Pós-Enchimento (2º ano de monitoramento do reservatório): janeiro, março, junho, setembro; e, (3o ano de reservatório) dezembro/2013, março 2014, junho/2014 e setembro/2014.

Na comparação entre as diferentes fases destaca-se a campanha da fase do pós-enchimento

(1º ano de monitoramento) onde os sólidos suspensos devido à ocorrência do revolvimento

das águas nesta fase, apresentaram os maiores valores. Nas campanhas do segundo ano e

principalmente do terceiro ano de monitoramento da fase pós-enchimento houve sensível

decréscimo de sólidos suspensos, mesmo tratando-se de períodos de maiores chuvas (figura

30).

66

Figura 30. Valores médios dos sólidos: suspensos (mg/L), e médias das medições obtidas nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ nas campanhas realizadas, respectivamente, na Etapa 1: fases Pré-Enchimento (agosto,novembro/2008; fevereiro, maio/2009 e julho/2011), Enchimento (agosto, setembro/2011) e do Pós-Enchimento (1º ano de monitoramento do reservatório): 1° Trimestre - outubro, novembro e dezembro /2011; 2° Trimestre - janeiro, fevereiro e março/2012; mensal - junho e setembro/2012) e Etapa 2: fase Pós-Enchimento (2º ano de monitoramento do reservatório): janeiro, março, junho, setembro; e, (3o ano de reservatório) dezembro/2013, março 2014, junho/2014 e setembro/2014.

Na fase do pré-enchimento os sólidos dissolvidos totais, apresentaram maiores

concentrações em relação às demais fases, possivelmente devido à condição lótica das águas

em todos os pontos amostrados. Na fase de pós-enchimento os sólidos dissolvidos

apresentaram valores decrescentes, o que pode ser uma boa indicação de qualidade para o

ambiente alterado, ou de ajustamento à nova condição ecossistêmica (figura 31).

67

Figura 31. Valores médios dos sólidos dissolvidos totais (mg/L), e médias das medições obtidas nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ nas campanhas realizadas, respectivamente, na Etapa 1: fases Pré-Enchimento (agosto,novembro/2008; fevereiro, maio/2009 e julho/2011), Enchimento (agosto, setembro/2011) e do Pós-Enchimento (1º ano de monitoramento do reservatório): 1° Trimestre - outubro, novembro e dezembro /2011; 2° Trimestre - janeiro, fevereiro e março/2012; mensal - junho e setembro/2012) e Etapa 2: fase Pós-Enchimento (2º ano de monitoramento do reservatório): janeiro, março, junho, setembro; e, (3o ano de reservatório) dezembro/2013, março 2014, junho/2014 e setembro/2014.

68

Figura 32. Valores de sólidos dissolvidos totais (mg/L) obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ em comparação a classificação da Resolução do CONAMA 357/05, campanha XXIV (setembro/2014), pós-enchimento, 3º ano de monitoramento do reservatório. No que tange aos limites estabelecidos para este parâmetro na Resolução CONAMA 357/05,

que fixam o valor de 500 mg/L para os sólidos dissolvidos totais em todas as Classes de Usos,

pode-se observar que os valores encontrados se enquadraram nos limites permissíveis para a

Classe 1 (Figura 32).

4.1.9 Fósforo, Fosfato Total e Ortofostato

O fósforo geralmente está presente na natureza na forma de fosfato orgânico e inorgânico,

podendo se apresentar nas águas sob três formas diferentes. Os fosfatos orgânicos são as

formas em que o fósforo compõe moléculas orgânicas, como a de um detergente por exemplo

(polifosfatos) e da composição do protoplasma dos seres vivos.

69

Os ortofosfatos (fosfato inorgânico dissolvido), por outro lado, são representados pelos

radicais que se combinam com cátions formando sais inorgânicos nas águas. Na maioria dos

ecossistemas, as quantidades disponíveis de ortofosfato, seja no solo, seja na água, são muito

baixas e este elemento é o fator limitante da produção biológica. Os polifosfatos ou fosfatos

condensados são polímeros de ortofosfatos.

No entanto, esta terceira forma não é muito importante nos estudos de controle de qualidade

das águas, porque os polifosfatos sofrem hidrólise se convertendo rapidamente em

ortofosfatos nas águas naturais que é a forma mais comum e a mais utilizada pelos vegetais.

Tais compostos estão em quantidades muito pequenas na água, porém constituindo um

importante elemento componente da substância viva (nucleoproteínas), além de estar ligado

ao metabolismo respiratório e fotossintético.

O fósforo aparece em águas naturais oriundo do intemperismo das rochas e, em certas

regiões, da liberação de rochas sedimentares fosfatadas, como a apatita, constituindo baixas

concentrações. Águas drenadas de regiões com forte atividade antrópica incrementam suas

concentrações em fósforo, principalmente, pelas descargas de esgotos sanitários. Nestes, os

detergentes superfosfatados empregados em larga escala doméstica constituem a principal

fonte além da própria matéria fecal, que é rica em proteínas. Alguns efluentes industriais

(indústrias de fertilizantes, pesticidas, químicas em geral, conservas alimentícias, abatedouros,

frigoríficos e laticínios) apresentam fósforo em quantidades excessivas. As águas drenadas em

áreas agrícolas e urbanas também podem provocar a presença excessiva de fósforo em águas

naturais.

Assim como o nitrogênio, o fósforo constitui-se em um dos principais nutrientes para os

processos biológicos, ou seja, é um dos chamados macro-nutrientes por ser exigido também

em grandes quantidades pelas células. Ainda por ser nutriente para processos biológicos o

70

excesso de fósforo em esgotos sanitários e efluentes industriais, por outro lado, conduz a

processos de eutrofização das águas naturais.

Este elemento é o nutriente mais limitante aos organismos aquáticos, essencial para o

crescimento destes e pode ser o nutriente que limita a produtividade primária de um corpo

d’água.

O fósforo total é a soma de todas as formas de fósforos encontrados no ambiente aquático.

Apresenta geralmente valores baixos, em médias inferiores a 0,05 mg/L em corpos hídricos

naturais. O fosfato pode ser encontrado nos sistemas aquáticos sob algumas formas: solúveis

em água propriamente dita (0,0005%), incorporada ao plâncton (3,4%), solúveis ao solo

(0,7%), precipitado nos substratos (94,1%) e solúveis nos organismos bentônicos (1,85%).

ØAvaliação do comportamento dos parâmetros nas estações de amostragens:

Na campanha de setembro/2014 o fosfato total e o fósforo total (Figura 33) apresentaram os

maiores valores nos pontos PS3f e PS4. Os valores de ortofosfato encontrados são baixos e

recomendados para ambientes lóticos e semi-lênticos O fósforo total é a forma utilizada como

critério de enquadramento em Classes de Uso do CONAMA, enquanto o ortofosfato é a forma

mais importante para a compreensão de possível processo de eutrofização, por ser a forma

utilizada na absorção pelas algas. Mesmo para ambientes lóticos e semi-lênticos os valores de

fósforo total encontrados devem ser considerados altos e têm consequências sobre

enquadramento de qualidade de água.

71

0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

0,8

SJ1 PS6 PS5 PS4 PS3 S PS3 M PS3 F PS2 PS1 ALÇ PSJJUS PSJ

mg/

L

Formas de Fósforo

ortofosfato

fósfato total

fosforo total

Figura 33. Valores de fósforo total, ortofosfato e fosfato total (mg/L) obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, campanha XXIV (setembro/2014), pós-enchimento - 3º ano de monitoramento do reservatório. Na avaliação das diferentes fases e campanhas, em relação ao ortofosfato houve sensível

decréscimo nas médias no segundo e terceiro anos do período de pós-enchimento,

considerando que no primeiro ano do pós-enchimento ocorreram as maiores concentrações.

(figura 34) Nos trimestres posteriores houve gradual decréscimo de concentração do

ortofosfato, à medida que os pontos representaram a área represada da UHE Passo São João.

Isso permitiu induzir que o fósforo estava gradualmente em processo de sedimentação no

reservatório (ligado física e quimicamente aos hidróxidos e óxidos de ferro insolúveis). No

presente trimestre essa condição não se confirmou, presumindo-se que o processo de

floculação não ocorreu, pelo pouco tempo para floculação devido ao fluxo de cheia no

reservatório.

Uma característica que pode ser evidenciada trata-se da baixa concentração do ortofosfato e

marcante homogeneidade ao longo do rio Ijuí em todas as fases; embora, com as menores

médias encontradas no monitoramento realizado a partir do segundo ano de monitoramento

do reservatório. De certa forma, o ortofosfato por estar com valores abaixo do limite de

detecção (definido pelo método laboratorial utilizado), permite constatar uma condição de

72

equilíbrio na qualidade, o que dispensa preocupação em excesso, embora no ponto PS3 haja

concentrações maiores e, por ser trecho de condições mais lênticas, merece observações

sobre possível eutrofização futura (figura 34).

Figura 34. Valores de ortofosfato (mg/L) obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, campanhas: XVIII (janeiro/2013), XIX (março/2013), XX (junho/2013), XXI (dezembro/2013), XXII (março/2014), XXIII (junho/2014) e setembro/2014, neste 3º ano de monitoramento do reservatório.

Com base em citações bibliográficas sobre o comportamento do fósforo, a forma de fosfato é

uma variável que não é equivalente ao fósforo total, pois inclui as formas minerais que não

são biologicamente absorvíveis (apatita, por exemplo). Mas, por uma questão de

simplificação, o termo fósforo total tem sido bastante utilizado para representar o fósforo na

forma de fosfato não mineral que ocorre no meio, portanto também representado pelo

fósforo presente nos seres vivos e que fazem parte do seu metabolismo.

Após o enchimento do reservatório até o final do segundo ano do pós-enchimento podia-se

afirmar que a formação do reservatório já demonstrava certa estabilização das suas águas,

73

com as explicações inerentes a esses resultados. Contudo, o aumento dos valores do fósforo

total ao longo do ano de 2014 (campanhas XXII, XXIII e XXIV), indicou sensível alteração dessas

condições (figura 35), o que tem resultado em perda de qualidade na classificação da

Resolução do CONAMA. As fortes chuvas durante o ano de 2014 possivelmente podem ser o

principal fator desencadeador do aumento do fósforo total na água, oriundo do escoamento

superficial das áreas agrícolas de toda bacia hidrográfica.

Figura 35. Valores de fósforo total (mg/L) obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, campanhas: XVIII (janeiro/2013), XIX (março/2013), XX (junho/2013), XXI (dezembro/2013), XXII (março/2014), XXIII (junho/2014) e XXIV setembro/2014, neste 3º ano de monitoramento do reservatório.

74

Figura 36. Valores de fosfato total (mg/L) obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, campanhas: XVIII (janeiro/2013), XIX (março/2013), XX (junho/2013), XXI (dezembro/2013), XXII (março/2014), XXIII (junho/2014) e XXIV (setembro/2014), neste 3º ano de monitoramento do reservatório. Para efeito de comparação entre as médias das formas de fósforo total, ortofosfato e fosfato

total, não foram utilizadas as médias do fosfato total comparativo aos parâmetros citados,

devido a análise deste parâmetro ter se iniciado apenas no segundo ano de monitoramento

do reservatório (2013). No entanto, observando as campanhas XVIII, XIX e XX observa-se

destaque para o ponto PS1 na campanha XVIII e no ponto PS6 na campanha XIX (Figura 36).

Nas campanhas XXII a XXIV os valores de fosfato total mantiveram-se em níveis próximos a

0,15 mg/L, à exceção do ponto PS3f, certamente por influência da presença do fósforo ligado

a cátions com propriedade de baixa solubilidade e tendência a deposição junto ao sedimento,

ou seja, nas camadas mais profundas da coluna da água.

75

Para a classificação do CONAMA 357/05, os limites do fósforo total são divididos para três

ambientes: lêntico, intermediário e lótico. Pelo fato destes ambientes ainda apresentarem

oscilação entre os ambientes lótico e lêntico, considerou-se para esta análise a condição do

regime lótico para os pontos SJ1, PS6, PS5, PS4, PS2, Alç PSJ e Jus PSJ (inferindo-se os limites

definidos por esta Resolução entre 0,1 e 0,15mg/L para estes pontos). No entanto, para o

ponto PS3 (superfície, meio e fundo), localizado no reservatório, adotou-se o regime lêntico,

devido às características das águas neste local, cujos limites ficam entre 0,02 a 0,05 mg/mL,

ou seja, limites estabelecidos para ambientes lênticos (Figura 37).

. Figura 37. Enquadramento do fósforo total (mg/L) em Classes de Uso da Resolução 357/2005 do CONAMA, campanha XXIV (setembro/2014, pós-enchimento - 3º ano de monitoramento do reservatório. Na avaliação dos pontos amostrados nesta campanha de setembro/2014 os valores

encontrados apresentaram níveis de enquadramento na Classe 1 os pontos PS6, PS5, PS2,

PS1, AlçPSJ e JusPSJ; na Classe 2 o ponto SJ1 e na Classe 4 os pontos PS4 e PS3f, na Resolução

357/2005 do CONAMA.O critério da resolução 357 para o enquadramento do fósforo total nas

classes de uso 1, 2 e 3 do CONAMA é considerado fortemente restritivo, visto que a maioria

das nascentes já apresentam valores superiores a 0,02 mg/L de fósforo total, motivo porque

76

tantos resultados de estudos e de monitoramento, mesmo de águas naturais sem influência

antrópica, apresentarem enquadramento nas classes 2, 3 e 4..

Cabe salientar que, no decorrer dos demais monitoramentos, se necessário, poderão ser

atribuídas medidas de intervenção apropriadas para a melhoria das águas e destes

parâmetros caso o ambiente não responda naturalmente às adequações do ecossistema

aquático para nova situação de lago, cuja finalidade é a manutenção das águas em Classe 2,

considerada pela legislação como águas de boa qualidade.

4.1.10 Nitrogênio Total Kjedhal, Amoniacal, Nitrito e Nitrato

O nitrogênio manifesta-se no ambiente de diversas formas, quais sejam:

• Nitrogênio molecular (N2): livre na atmosfera; • Nitrogênio orgânico: dissolvido e em suspensão no corpo d’água; é o Nitrogênio

albuminóide resultante da degradação das proteínas por microrganismos heterotróficos secretores;

• Amônia (livre=NH3): é um produto da atividade de degradação microbiana nos aminoácidos, p.ex.; ou oriundo de processos de tratamento da água por residual de cloro;

• Amônia inorgânica: ionizada; amônio; íon amônio; NH4+;

• Nitrito: oxidado (NO2-);

• Nitrato: oxidado (NO3-).

O nitrogênio é encontrado no meio aquático em diversas formas, sendo de origem natural

(proteínas, clorofila e outros compostos biológicos) ou origem humana e/ou animal, oriundo

dos resíduos domésticos, industriais e excrementos. Nos esgotos domésticos predomina a

forma de amônia/albuminóide e o orgânico (amônia livre/amoniacal), sendo o nitrogênio total

o somatório destes dois, mais o nitrato e o nitrito. Está intimamente relacionado ao consumo

do oxigênio, pois este é necessário durante o processo de nitrificação do nitrogênio

(transformação do nitrogênio amoniacal a nitrito e posteriormente a nitrato). Destaca-se

77

como elemento de grande importância (como o fósforo) no desenvolvimento do fito e

zooplâncton, com influência no processo de eutrofização.

A Amônia Orgânica é resultante de excretas, urina, fezes ou da morte dos seres vivos, ou

mesmo ainda da presença de aminoácidos. Também é a fração formada pela adição de uma

solução alcalina no que resultou da destilação do nitrogênio amoniacal, sendo indicador de

poluição orgânica. Sua transformação em nitrogênio amoniacal e depois em amônia

inorgânica (NH4+), indica o início da oxidação que produzirá o nitrito/NO2

-, (nitrogênio nitroso)

e em seguida o nitrato/NO3- (nitrogênio nítrico), sendo estas duas etapas finais realizadas por

bactérias autotróficas quimiossintetizantes.

Se o nitrogênio albuminóide (amônia orgânica/NH3, sem ação dos organismos) for maior que

o nitrogênio amoniacal, indica a presença de matéria orgânica ainda não degradada por

organismos. Se o contrário, revela que a água já se encontra em processo de decomposição. A

transformação do N- albuminóide para N- amoniacal é mais rápida quando a matéria orgânica

provém de excretas de animais do que de vegetais (folhas e galhos, p.ex.), apontando que a

água teve contato recente com excretas.

O Nitrogênio Amoniacal é a forma intermediária ainda não ionizada entre o composto

nitrogenado de origem natural (proteínas, clorofila e outros compostos biológicos) e dos

excretos dos animais e dos humanos. Quando sob ação microbiana sofrem degradação,

decomposição e hidrólise, originando a amônia inorgânica/NH4+ (íon amônio) ionizada. Então,

as frações encontradas na amostra analisada podem ser fração tóxica e a não tóxica como

matéria orgânica não ionizada livre/NH3 e ionizada/NH4+.

O Nitrogênio Amoniacal pode ser pouco ou muito tóxico, dependendo sempre do pH,

temperatura e salinidade do corpo hídrico. Está intimamente relacionado ao consumo do

78

oxigênio, pois este é necessário durante o processo de nitrificação do nitrogênio

(transformação do nitrogênio amoniacal a nitrito e posteriormente a nitrato).

A Amônia Inorgânica é a primeira forma de composto nitrogenado não orgânico formado

com a água. O nitrogênio albuminóide/NH3, na forma orgânica (por degradação,

decomposição e hidrólise), ao chegar à água é rapidamente transformado em nitrogênio

amoniacal/NH4-, ou amônia inorgânica, passando depois para nitrogênio nitroso/NO2

-, e

finalmente nitrogênio nítrico/NO3-. Essas duas últimas transformações só ocorrem em águas

que contenham oxigênio dissolvido.

O aumento do pH na água (alcalinização) diminui gradativamente a concentração da amônia

inorgânica, porém não caracterizando uma menor toxicidade na água, visto que com isso, a

presença ou retenção da amônia livre se torna maior. Em pH 7,0 espera-se 99% de amônia

inorgânica/ NH4+ para 1% da amônia livre; mas em pH 9,0 essa relação é de 64% para a forma

inorgânica e 36% para a forma livre/orgânica e em pH 9,5 tem uma inversão nesses valores.

O Nitrito é a forma química do nitrogênio normalmente encontrada em quantidades

diminutas nas águas superficiais, pois o nitrito é instável na presença do oxigênio ocorrendo

como uma forma intermediária. A presença de nitritos em água indica processos biológicos

ativos influenciados por poluição orgânica. É encontrado na água como resultado da

decomposição biológica devido à ação de microrganismos sobre o nitrogênio amoniacal, ou

também proveniente de aditivos oriundos de efluentes industriais (anticorrosivos de

instalações industriais).

O nitrito é uma forma transitória, sendo rapidamente oxidado a nitratos/NO3-. Sua

persistência indica despejo contínuo de matéria orgânica. Não se pode esperar concentrações

acima de 0,2 mg/l nas águas naturais. O íon nitrito pode ser utilizado pelas plantas como uma

79

fonte de nitrogênio. A presença de nitrito (NO2-) ou nitrogênio nitroso em concentração

elevada indica que a fonte de matéria orgânica presente na água encontra-se a pouca

distância do ponto onde foi feita a amostragem para análise.

A forma de nitrogênio mais oxidada é o Nitrato (NO3-), constituindo um importante nutriente

das algas e plantas vasculares. Quando em grande concentração (junto ao fósforo) propicia o

crescimento algáceo e/ou macrófitas aquáticas. É a principal forma de nitrogênio configurado

encontrado nas águas. Representa a fase oxidada no ciclo do nitrogênio, e é normalmente

encontrado em concentrações maiores nos estágios finais da oxidação biológica.

Águas naturais em geral contêm nitrato em solução. Já as que recebem esgotos podem conter

quantidades variadas de outros compostos nitrogenados mais complexos, ou menos oxidados,

tais como: compostos orgânicos quaternários, amônia e nitrito, denunciando, no caso,

poluição recente.

Elevadas concentrações indicam condições sanitárias inadequadas, pois a principal fonte de

nitrato são os dejetos de humanos e animais. Por outro lado, em concentração baixa tal forma

estimula o desenvolvimento de plantas, sendo que organismos aquáticos como algas,

florescem na presença deste.

O Nitrogênio Total Kjedhal (NTK) é a forma predominante do nitrogênio nos esgotos

domésticos brutos. É basicamente a soma do nitrogênio orgânico (aminas e amidas) e

inorgânico (amônias). Ambas as formas estão presentes em detritos de nitrogênio orgânico

oriundos de atividades biológicas naturais. Representa o menor estado de oxidação do

nitrogênio, podendo ser separado em fração orgânica e inorgânica. Na água pode representar

o inverso da capacidade de degradação da matéria de origem orgânica, mais a fração

inorgânica.

80

ØAvaliação do comportamento dos parâmetros nas estações de amostragens:

Os valores encontrados para as formas de nitrogênio foram praticamente heterogêneos entre

todos os pontos amostrados (Figura 27). As formas do nitrato e do nitrogênio inorgânico total

apresentam valores praticamente similares e mais elevados com relação às demais formas,

com destaque ao ponto PS3s que apresentou os maiores valores nesta campanha. Nitrogênio

total Kjedhal apresentou valores menores que as formas de nitrogênio citadas acima, o que

indica condições oxidativas nos pontos amostrados e pequena participação nos processos

amonificantes (ambiente oxidativo) (figura 38).

Figura 38. Valores das formas de nitrogênio (Kjeldhal, amoniacal, nitrito, nitrato e inorgânico total em mg/L) obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, campanha XXIV (setembro/2014), pós-enchimento - 3º ano de monitoramento do reservatório.

81

Figura 39. Valores médios de nitrogênio total Kjeldhal (NTK), em mg/L, das medições obtidas nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ nas campanhas realizadas, respectivamente, na Etapa 1: fases Pré-Enchimento (agosto,novembro/2008; fevereiro, maio/2009 e julho/2011), Enchimento (agosto, setembro/2011) e do Pós-Enchimento (1º ano de monitoramento do reservatório): 1° Trimestre - outubro, novembro e dezembro /2011; 2° Trimestre - janeiro, fevereiro e março/2012; mensal - junho e setembro/2012) e Etapa 2: fase Pós-Enchimento (2º ano de monitoramento do reservatório): janeiro, março, junho; e, (3o ano de reservatório) dezembro/2013, março 2014, junho/2014 e setembro/2014.

Com relação ao nitrogênio total Keljdhal (NTK), observou-se heterogeneidade em todas as

fases amostradas; embora na fase do pré enchimento este parâmetro tenha apresentado

valores bem mais elevados que nas demais fases. As médias encontradas no 3º ano de

monitoramento após o enchimento do reservatório, apresentam significativo aumento em

relação às médias das campanhas anteriores, à exceção dos pontos PS3m, AlçPSJ e JusPSJ.

82

Figura 40. Valores médios de nitrogênio amoniacal, em mg/L, das medições obtidas nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ nas campanhas realizadas, respectivamente, na Etapa 1: fases Pré-Enchimento (agosto,novembro/2008; fevereiro, maio/2009 e julho/2011), Enchimento (agosto, setembro/2011) e do Pós-Enchimento (1º ano de monitoramento do reservatório): 1° Trimestre - outubro, novembro e dezembro /2011; 2° Trimestre - janeiro, fevereiro e março/2012; mensal - junho e setembro/2012) e Etapa 2: fase Pós-Enchimento (2º ano de monitoramento do reservatório): janeiro, março, junho; e, (3o ano de reservatório) dezembro/2013, março 2014, junho/2014 e setembro/2014.

Para o nitrogênio amoniacal os valores constatados na fase do pré-enchimento apresentaram

resultados muito altos se comparados às demais campanhas ao longo do estudo. Os valores

dos resultados das demais fases indicaram baixas concentrações, reforçando a hipótese de

processos pouco representativos de decomposição de compostos nitrogenados como

proteínas, por exemplo. Contudo na média das três campanhas de 2014 houve forte aumento

nas concentrações, cuja única explicação plausível seria o escoamento superficial das terras

adjacentes da bacia hidrográfica, rica em restos orgânicos (figura 40).

83

Figura 41. Valores das formas de nitrogênio inorgânico total em mg/L, obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, nas campanhas: XVIII (janeiro/2013), XIX (março/2013), XX (junho/2013), XXI (dezembro/2013), XXII (março/2014), XXIII (junho/2014) e XXIV (setembro/2014) neste 3º ano de monitoramento do reservatório. O nitrogênio inorgânico revela a forte influência do nitrato, que é a forma mais oxidada de

todas as combinações dos compostos nitrogenados. Como o nitrato apresentou forte

incremento nas campanhas XXIII e XXIV, o mesmo resultou com o nitrogênio inorgânico

(figura 41). A importância dos valores de nitrogênio inorgânico está na sua utilização no

cálculo do Índice de qualidade ambiental de reservatórios (IQAR).

Quanto à forma do nitrato, constata-se que os valores encontrados continuam apresentando

comportamento heterogêneo, principalmente entre as campanhas, com as médias

relativamente baixas encontradas para este parâmetro até o segundo ano de monitoramento

(com o reservatório formado). No entanto as médias do terceiro ano de monitoramento pós-

enchimento encontram-se significativamente mais elevadas com relação às demais fases

anteriores (figura 42).

84

0

1

2

3

4

5

6

7

SJ1 PS6 PS5 PS4 PS3s PS3m PS3f PS2 PS1 AlçPSJ

JusPSJ

mg/

L

Pontos de coleta

Nitrato

Pré-EnchimentoEnchimentoPós-Ench.-1º anoPós Ench.-2º anoPós-Ench.-3º ano

Figura 42. Valores médios de nitrato, em mg/L, das medições obtidas nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ nas campanhas realizadas, respectivamente, na Etapa 1: fases Pré-Enchimento (agosto,novembro/2008; fevereiro, maio/2009 e julho/2011), Enchimento (agosto, setembro/2011) e do Pós-Enchimento (1º ano de monitoramento do reservatório): 1° Trimestre - outubro, novembro e dezembro /2011; 2° Trimestre - janeiro, fevereiro e março/2012; mensal - junho e setembro/2012) e Etapa 2: fase Pós-Enchimento (2º ano de monitoramento do reservatório): janeiro, março, junho; e, (3o ano de reservatório) dezembro/2013, março 2014, junho/2014 e setembro/2014.

Para o nitrito, as médias da fase pré-enchimento apresentaram-se bem baixas com relação às

fases de enchimento e pós-enchimento do reservatório. Vale comentar que foi mudada a

metodologia utilizada anteriormente, que alterou desta forma o limite de detecção

laboratorial de 0,05 para 0,08mg/L.

Contudo a média dos resultados do terceiro ano da fase do pós-enchimento ficou

significativamente mais elevada que a das campanhas pregressas (figura 43). Como o nitrato

também teve um forte incremento nos valores do mesmo período, pode-se inferir que há

uma rota de nitrificação, com capacidade oxidativa até a formação do nitrato.

.

85

Figura 43. Valores médios de nitrito, em mg/L, das medições obtidas nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ nas campanhas realizadas, respectivamente, na Etapa 1: fases Pré-Enchimento (agosto,novembro/2008; fevereiro, maio/2009 e julho/2011), Enchimento (agosto, setembro/2011) e do Pós-Enchimento (1º ano de monitoramento do reservatório): 1° Trimestre - outubro, novembro e dezembro /2011; 2° Trimestre - janeiro, fevereiro e março/2012; mensal - junho e setembro/2012) e Etapa 2: fase Pós-Enchimento (2º ano de monitoramento do reservatório): janeiro, março, junho; e, (3o ano de reservatório) dezembro/2013, março 2014, junho/2014 e setembro/2014.

No que tange a avaliação da Resolução CONAMA 357/05 (adotando-se as medições na faixa

de pH entre 7,5 a 8,0 definidas por esta resolução e aos encontrados no corpo d’água que

manteve-se entre 7,12 a 7,30) pode-se enquadrar o nitrogênio amoniacal nos limites

permissíveis de uso para a Classe 1. O mesmo pode ser avaliado para as outras formas de

nitrogênio, tais como o nitrito e o nitrato que também apresentaram valores permissíveis

para o enquadramento nesta mesma classe.

86

4. 2 Caracterização biológica da água

4.2.1 Coliformes Totais e Termotolerantes O grupo coliforme é formado por um número de bactérias que inclui os gêneros Klebsiella,

Escherichia, Serratia, Erwenia e Enterobacteria. Do grupo dos coliformes a forma mais comum

é a Escherichia coli do grupo das termotolerantes, referenciada como representante na

indicação de poluição de origem sanitária.

Mostra-se mais significativo o uso da bactéria coliforme total porque as bactérias fecais estão

restritas ao trato intestinal de animais de sangue quente. Ambientes com excessiva

concentração de coliformes fecais podem estar recebendo constantes despejos oriundos de

resíduos domésticos sem tratamento adequado.

ØAvaliação do comportamento dos parâmetros nas estações de amostragens:

Nesta campanha (setembro/2014) observou-se um forte aumento no número de organismos

do grupo coliformes termotolerantes nas profundidades média (PS3m) e fundo (PS3f), cuja

contagem indica condição de ambiente contaminado por esgoto doméstico (Figura 44). Como

tem sido registrado valores diferenciados para os mesmos pontos de vários outros

parâmetros, pode-se, novamente, inferir que há uma cunha da entrada do arroio que drena

área urbana da cidade do Roque Gonzales nas profundidades indicadas e não na superfície.

87

Figura 44. Valores da contagem de coliformes termotolerantes (NMP/100mL) obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, campanha XXIV (setembro/2014), pós-enchimento - 3º ano de monitoramento do reservatório.

Pode-se atribuir que a flutuação da densidade de organismos no corpo hídrico amostrado

também pode ser influenciada pelas cargas pluviométricas ocorridas na região nos dias

anteriores às amostragens e, que carreia cargas poluidoras das margens ao corpo da água,

afetando a sua qualidade. Ao contrário, em períodos de estiagem, por não ocorrer intenso

afluxo de cargas ao corpo hídrico e baixo volume d’água, direciona para uma baixa densidade

de organismos ao corpo hídrico. É sabido que tanto coliformes fecais como coliformes

termotolerantes são apresentados como contagens de colônias formadas em meio de cultura

e incubação. Tal metodologia pode conduzir a grandes diferenças de contagens. Daí porque se

considera as grandezas de contagem como Número Mais Provável em 100 mL (NMP/100 mL).

Tal metodologia é consagrada e seus resultados são aceitos como indicadores da presença,

em determinadas concentrações, desses microorganismos.

88

Figura 45. Valores da contagem de coliformes totais (NMP/100mL) obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, campanha XXIV (setembro/2014), pós-enchimento - 3º ano de monitoramento do reservatório.

Comparando-se os resultados obtidos durante a formação do reservatório e nas fases do pós-

enchimento, observa-se a alta média das contagens de coliformes termotolerantes do

segundo ano (Figura 46). Mesmo apresentando contagens mais baixas, as médias do terceiro

ano (2014) também apresentam pontos não recomendados para atividades de laser e contato

físico. É importante ressaltar que é comum ocorrerem grandes oscilações nas contagens das

colônias de coliformes, pois se trata de incubação em meio de cultura, com diluições, onde as

diferenças de colônias se multiplicam nas contagens, sempre na ordem de 10. De todo modo,

os altos valores nas contagens indicam que a região do rio Ijuí merece preocupações de

saneamento, seja de emissão de esgotos domésticos, seja através do escoamento superficial e

através dos arroios, do esgoto dos criatórios de animais, especialmente de suínos.

89

Figura 46. Valores médios de coliformes termotolerantes (NMP/100mL) e médias das medições obtidas nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ nas campanhas realizadas, respectivamente, na Etapa 1: fases Pré-Enchimento (agosto,novembro/2008; fevereiro, maio/2009 e julho/2011), Enchimento (agosto, setembro/2011) e do Pós-Enchimento (1º ano de monitoramento do reservatório): 1° Trimestre - outubro, novembro e dezembro /2011; 2° Trimestre - janeiro, fevereiro e março/2012; mensal - junho e setembro/2012) e Etapa 2: fase Pós-Enchimento (2º ano de monitoramento do reservatório): janeiro, março, junho, setembro; e, (3o ano de reservatório) dezembro/2013, março 2014, junho/2014 e setembro/2014. Com respeito aos coliformes totais, verificam-se densidades médias semelhantes na fase pós-

enchimento, principalmente a partir do 2º ano e no 3º ano de formação do reservatório,

praticamente demonstrando que houve uma continuidade na densidade dos organismos

entre estes dois monitoramentos (Figura 47).

90

Figura 46. Valores médios de coliformes totais (NMP/100mL) e médias das medições obtidas nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ nas campanhas realizadas, respectivamente, na Etapa 1: fases Pré-Enchimento (agosto,novembro/2008; fevereiro, maio/2009 e julho/2011), Enchimento (agosto, setembro/2011) e do Pós-Enchimento (1º ano de monitoramento do reservatório): 1° Trimestre - outubro, novembro e dezembro /2011; 2° Trimestre - janeiro, fevereiro e março/2012; mensal - junho e setembro/2012) e Etapa 2: fase Pós-Enchimento (2º ano de monitoramento do reservatório): janeiro, março, junho, setembro; e, (3o ano de reservatório) dezembro/2013, março 2014, junho/2014 e setembro/2014. Na avaliação do enquadramento segundo a Resolução CONAMA 357/05 (Figura 47), o

parâmetro coliformes fecais apresentou os seguintes enquadramentos: classe 1 para os

pontos SJ1, PS6 e PS5; Classe 2 para os pontos PS4, PS3s, PS2, PS1, AlçPSJ e JusPSJ e, Classe 3

para o ponto PS3f e Classe 4 para o ponto PS3m (figura 47).

Cabem severas considerações sobre os resultados das contagens de coliformes

termotolerantes a partir do ponto PS3. Como os valores mais expressivos ocorreram na

coluna da água nas profundidades PS3m e PS3f, consolida-se a hipótese de que o arroio que

drena águas da cidade de São Roque forma um cunha no ponto PS3, misturando suas águas

contaminadas por coliformes nas camadas mais profundas do reservatório. A partir dessa

mistura de profundidade passa a haver a dispersão na água na direção jusante do

reservatório.

91

Cabe ainda considerar que contagens de coliformes termotolerantes acima de 200

NMP/100mL não é recomendado para atividades de contato – como banho – conforme

recomendação da Resolução 274/2000 do CONAMA.

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

4

4,5

SJ1 PS6 PS5 PS4 PS3s PS3m PS3f PS2 PS1 AlçPSJ JusPSJ

Núm

ero

da C

lass

e

Coliformes Fecais - CONAMA 357/05

Figura 47. Valores de coliformes termotolerantes (NMP/100 mL) obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ em comparação a classificação da Resolução do CONAMA 357/05, campanha XXIV (setembro/2014), pós-enchimento - 3º ano de monitoramento do reservatório.

4.2.3 Clorofila a A clorofila a é tida como um indicador essencial da concentração de algas e cianobactérias,

representando aproximadamente 2% da biomassa de algas de um ambiente aquático, pois

está presente na pigmentação dos organismos clorofilados fotossintetizantes.

A concentração do plâncton na massa d’água, especificamente organismos representantes do

fitoplâncton, está fortemente relacionada à presença deste elemento na coluna d’água,

podendo indicar também possível ocorrência de florações e ambientes eutrofizados.

92

A determinação das concentrações de clorofilas proporciona uma estimativa da biomassa

fitoplanctônica e os feopigmentos indicam o seu grau fisiológico, uma vez que numa

população em declínio o teor de clorofilas diminui enquanto que seus produtos de

degradação (feopigmentos) e os carotenóides aumentam. Isso ocorre porque as clorofilas são

facilmente alteradas por variações no pH, alta incidência luminosa ou temperatura, entre

outros fatores, tendo como produto desta alteração a feofitina.

ØAvaliação do comportamento do parâmetro nas estações de amostragens:

Os resultados apresentados nesta campanha de setembro de 2014 indicaram que o efeito das

cheias se fez sentir nas atividades biológicas, onde a turbidez, os sólidos e a baixa

transparência, além do rápido fluxo da água, foram as principais condicionantes de limitação.

Apenas no ponto AlçPSJ foi detectada a presença do pigmento clorofila a. Nos demais pontos

este parâmetro não foi constatado (Figura 48).

Estes resultados continuam confirmando que o rio Ijuí e o trecho represado apresentam

baixíssima atividade de produção primária pelas algas. O único ponto a apresentar resultados

de concentração de clorofila, nesta campanha, é o AlçPSJ, cuja fonte certamente foi do arroio

Lageado das Pedras (figura 48).

93

. Figura 48. Valores de clorofila a, obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, campanha XXIV (setembro/2014), pós enchimento - 3º ano de monitoramento do reservatório.

Com base nas médias encontradas nas fases pré-enchimento, enchimento e pós-enchimento

(1º ano de monitoramento após a formação do reservatório) com as campanhas realizadas no

2º ano e 3º ano do reservatório, optou-se por desconsiderar para análise comentada as

campanhas realizadas no período do pré-enchimento devido ao limite de detecção

laboratorial definido em 10 µg/L da época. Considera-se que os valores, embora ainda

encontrados abaixo do limite acima citado, continuando demonstrando baixa relevância para

o ambiente estudado nos dois anos de monitoramento do reservatório (Figura 49).

94

Figura 49. Valores médios de clorofila a das medições obtidas nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ nas campanhas realizadas, respectivamente, na Etapa 1: fases Pré-Enchimento (agosto,novembro/2008; fevereiro, maio/2009 e julho/2011), Enchimento (agosto, setembro/2011) e do Pós-Enchimento (1º ano de monitoramento do reservatório): 1° Trimestre - outubro, novembro e dezembro /2011; 2° Trimestre - janeiro, fevereiro e março/2012; mensal - junho e setembro/2012) e Etapa 2: fase Pós-Enchimento (2º ano de monitoramento do reservatório): janeiro, março, junho, setembro; e, (3o ano de reservatório) dezembro/2013, março 2014, junho/2014 e setembro/2014.

Para a Resolução CONAMA 357/05 as amostras analisadas mantiveram os limites permissíveis

ao enquadramento da Classe 1 (Figura 50) em todos os pontos amostrados.

95

Figura 50. Valores de clorofila a, obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ em comparação a classificação da Resolução do CONAMA 357/05, campanha XXIV (setembro/2014), pós-enchimento - 3º ano de monitoramento do reservatório. 4.2.3 Plâncton

• 4.2.3.1 Fitoplâncton

Os organismos fitoplanctônicos respondem rapidamente às alterações ambientais

decorrentes da interferência antrópica ou natural e constituem os principais produtores

primários da cadeia alimentar da maioria dos ambientes aquáticos. A presença de algumas

espécies em altas densidades pode comprometer a qualidade das águas, causando restrições

ao seu tratamento e distribuição.

O grupo das bacilariofíceas tem como representantes as diatomáceas, cujas carapaças são

constituídas de sílica e de coloração parda, beneficiam-se em ambiente ricos em sílica para a

constituição de suas carapaças, predominando na maioria dos ambientes de águas correntes.

96

Já os flagelados pigmentados, tanto quanto as clorofíceas, apresentam grande afinidade com

ambientes de baixa turbidez e elevada transparência, permitindo a realização dos processos

fotossintéticos em ambientes bem oxigenados.

As clorofíceas apresentam certa importância no ambiente aquático e geralmente predominam

nos eventos de florações e nos processos de eutrofização de um corpo hídrico, bem como, as

cianobactérias que podem representar sérios riscos à saúde do ambiente aquático devido à

produção de toxicidade aos demais organismos aquáticos, inclusive o homem.

A presença das cianobactérias está altamente relacionada com os altos valores de pH nos

períodos de intensa luminosidade nos ambientes aquáticos. Uma rápida resposta de

ambientes eutrofizados é dada pela presença massiva dos organismos fitoplanctônicos,

principalmente por este grupo, pela elevada concentração de nutrientes associados às

condições de pH entre 6 e 9, pela alta transparência e baixa turbidez nas águas, além de uma

boa oxigenação. Uma atenção especial deve ser dada a este grupo, pois possuem espécies

potencialmente tóxicas. A ocorrência das cianobactérias tem sido relacionada a eventos de

mortandade de animais e danos à saúde humana.

• 4.2.3.1.1 Cianobactérias e cianotoxinas

Nos sistemas aquáticos naturais e sem influências de cargas de nutrientes, as cianobactérias e

demais organismos ocorrem naturalmente em determinadas proporções da biodiversidade.

Entretanto, a eutrofização dos corpos d’água, principalmente os lênticos, tem causado um

desequilíbrio ecológico, promovendo rápido desenvolvimento das cianobactérias,

ocasionando assim problemas sérios aos ambientes por gerar excesso de matéria orgânica

(lodo), produção de toxinas, que afetam a saúde do homem, mortandade de peixes e de

outros animais.

97

As toxinas de cianobactérias são liberadas para água com o rompimento das células. As

florações ou “blooms” se caracterizam pelo intenso crescimento desses microorganismos na

superfície da água, formando uma densa camada de células a vários centímetros de

profundidade.

Muitos sistemas lóticos recebem aportes de diferentes sistemas lênticos marginais

(reservatórios, esgotos, brejos etc.) que contribuem com a transposição das espécies para os

rios e os córregos. Com a morte dessas espécies e também uso incorreto de algicidas, a

liberação da toxina poderá acontecer.

Segundo a Portaria 518, do Ministério da Saúde (2004), que estabelece os procedimentos e

responsabilidades relativos ao controle e vigilância da qualidade da água para consumo

humano, fica estabelecido um padrão de potabilidade para as microcistinas no limite de 1,0

µg/L, sendo aceitável a concentração de até 10 μg/L de microcistinas em até 3 (três) amostras,

consecutivas ou não, nas análises realizadas nos últimos 12 (doze) meses.

Cabe destacar algumas espécies principais, do universo das cianobactérias que são

consideradas potencialmente tóxicas, em especial: Coelosphaerium kuetzingianum, Snowella

lacustris, Synechocystis salina, Microcystis aeruginosa, Microcystis wesenbergii, Radiocystis

fernandoi, Anabaena spiroides, Cylindrospermopsis raciborskii, Geitlerinema amphibium,

Jaaginema quadripunctulatum, Planktolyngbya limnetica, Planktothrix agardhii e Radiocystis

fernando.

As principais cianotoxinas produzidas por cianobactérias que apresentam efeitos adversos à

saúde por ingestão oral são classificadas como hepatotoxinas (microcistina e nodularina),

neurotoxinas (anatoxina-a, anatoxina-as, homoanatoxina-a e saxitoxina), citotoxinas

(cilindrospermopsina) e dermatoxinas (lingbiatoxina).

98

Quadro 02: lista de cianotoxinas com respectivas cianobactérias causadoras Cianotoxinas Gêneros com potencial de síntese

Anatoxina-a Oscillatoria, Aphanizomenon, Planktothrix, Anabaena, Cylindrospermum

Anatoxina-a(S) Aphanizomenon, Anabaena e Lyngbya Cilindrospermopsina Cylindrospermopsis, Umezakia, Aphanizomenon, Raphidiopsis Homoanatoxina-a Planktothrix Lingbiatoxina Lyngbya

Microcistinas Microcystis, Planktothrix, Anabaena, Nostoc, Anabaenopsis, Hapalosiphon

Nodularinas Nodularia

Saxitoxinas Aphanizomenon, Anabaena, Lyngbya, Cylindrospermopsis e Planktothrix

Abaixo encontra-se a descrição de algumas delas e seus efeitos:

a) microcistinas - hepatotoxinas heptapeptídicas cíclicas produzidas por cianobactérias, com

efeito potente de inibição de proteínas fosfatases dos tipos 1 e 2A e promotoras de tumores.

Episódios de ingestão de microcistina são responsáveis por morte de peixes, animais

importantes para a indústria agropecuária, animais de estimação e seres humanos.

b) cilindrospermopsina - alcalóide guanidínico cíclico produzido por cianobactérias, inibidor

de síntese protéica, predominantemente hepatotóxico, apresentando também efeitos

citotóxicos nos rins, baço, coração e outros órgãos; e

c) saxitoxinas - grupo de alcalóides carbamatos neurotóxicos produzido por cianobactérias,

não sulfatados (saxitoxinas) ou sulfatados (goniautoxinas e C-toxinas) e derivados decarbamil,

apresentando efeitos de inibição da condução nervosa por bloqueio dos canais de sódio.

ØAvaliação do comportamento dos parâmetros nas estações de amostragens:

üFitoplâncton:

Nesta campanha (setembro de 2014) a comunidade fitoplanctônica apresentou o predomínio

dos organismos flagelados pigmentados, constatado com maior densidade nos pontos PS4 e

JusPSJ. A Divisão de Bacillariophyta apresentou concentração na proporção de abundante em

99

PS6, PS3, PS2, AlcPSJ e JusPSJ A presença de maiores densidades da Divisão Bacillariophyta é

considerada na literatura científica sobre grupos de algas como fenômeno característico de

ambientes lóticos, por serem originalmente formada por espécies epilíticas, aderidas a

substratos rochosos de fundo dos rios. A sua ocorrência “rio abaixo” e em reservatórios é

consequência do seu desprendimento do substrato, seguido de transporte (Figura 51). Em

alguns pontos foram encontrados alguns indivíduos coloniais de cianobactérias, embora em

concentrações inferiores às limitações impostas pelas portarias de controle de qualidade e de

risco à saúde.

Fitoplâncton

0

2

4

6

8

10

12

14

SJ1 PS6 PS5 PS4 PS3 s PS3m PS3f PS2 PS1 AlcPSJ

JusPSJ

estações de amostragens

ind/

mL

CYANOPHYTA

CHLOROPHYTA

BACILLARIOPHYTA

FLAGELADOS PIGMENTADOS

Figura 51. Grupos taxonômicos representantes dos organismos fitoplantônicos (total de ind/mL) obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, campanha XXIV (setembro/2014), pós-enchimento - 3º ano de monitoramento do reservatório. Comparando o total de indivíduos da comunidade fitoplantônica obtidos nas campanhas

realizadas no 2º ano de monitoramento do reservatório (figura 52), constata-se que a

campanha XVIII apresentou relevância para o ponto PS4 e, na campanha XX e XXI para o

ponto JusPSJ. De certa forma, a densidade de organismos apresentou-se com certa

heterogeneidade no contexto dos organismos constatados ao longo do rio Ijuí e seu afluente

para esta campanha, condição frequente quando se trata de organismos microscópicos.

100

0,0

50,0

100,0

150,0

200,0

250,0

300,0

350,0

400,0

450,0

500,0

SJ1 PS6 PS5 PS4 PS3s PS3m PS3f PS2 PS1 Alc PSJ Jus PSJ

CAMP XVIII

CAMP XIX

CAMP XX

CAMP XXI

CAMP XXII

CAMP XXIII

CAMP XXIV

Figura 52. Grupos taxonômicos representantes dos organismos fitoplantônicos (total de ind/mL) obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, nas campanhas: XVIII (janeiro/2013), XIX (março/2013), XX (junho/2013), XXII (março/2014), XXIII (junho/2014) e XXIV (setembro/2014) neste 3º ano de monitoramento do reservatório. A figura 53 apresenta uma visão da distribuição percentual dos grandes grupos taxonômicos

de algas e cianobactérias, expressa como frequência (%). Nesta figura evidenciam-se as

maiores abundâncias de fitoflagelados e diatomáceas (Bacillariophyta) e alguma presença de

Chlorophyta. A presença de fitoflagelados, principalmente representados pelo gênero

Ceratium sp., provavelmente da espécie Ceratium furcoides, que está ocorrendo em grande

escala em vários reservatório do Brasil, inclusive nos reservatórios do rio Uruguai e rio Jacuí,

também constitui risco de produção de florações no reservatório da UH São João, quando as

condições de nutrientes e térmicas forem favoráveis.

101

Fitoplâncton

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

SJ1 PS6 PS5 PS4 PS3 s PS3m PS3f PS2 PS1 AlcPSJ

JusPSJ

estações de amostragens

FLAGELADOS PIGMENTADOS

BACILLARIOPHYTA

CHLOROPHYTA

CYANOPHYTA

Figura 53. Grupos taxonômicos representantes dos organismos fitoplantônicos (%) de ocorrência obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, campanha XXIV (setembro/2014), pós-enchimento - 3º ano de monitoramento do reservatório.

• Densidade de organismos versus riqueza de espécies:

Os resultados apresentaram baixa densidade, principalmente considerando que se trata de

pontos de ambiente lótico e semi-lótico. Pode-se mesmo afirmar que os resultados indicaram

ambientes pobres em presença de organismos do fitoplâncton. Maiores valores de densidade

no ponto ALçPSJ são plenamente justificados por serem de local de alça à jusante do

reservatório, certamente com maior tempo de residência da água, o que possibilita aumento

de densidade de organismos. Quanto à riqueza cabe informar que se trata de ambientes

muito pobres em espécies (também gêneros), o que pode ser atribuído, além da condição de

rio de alta turbidez, à metodologia de contagem utilizada e ao nível de identificação até

Gênero (figura 54).

102

Fitoplâncton

0

2

4

6

8

10

12

14

16

SJ1 PS6 PS5 PS4 PS3 s PS3m PS3f PS2 PS1 Alc PSJ Jus PSJ

estações de amostragens

Tota

l

Densidade Total (ind/mL)

Riqueza de Espécies (ind)

Figura 54. Fitoplâncton: Densidade (cél/mL) e Riqueza de Espécies, obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, campanha XXIV (setembro/2014), pós-enchimento - 3º ano de monitoramento do reservatório.

Baseado nos resultados apresentados avalia-se que, nesta fase pós-enchimento do

reservatório, não se vislumbram condições de riscos para a ocorrência de florações. Esta

possibilidade não deve ser descartada a partir do tempo em que passar a haver incremento de

carga orgânica – ou aumento de drenagem de nutrientes de origem agrícola – associado ao

aumento da transparência da água (diminuição de turbidez) e períodos de aumento de

temperatura da água.

103

Deve ser feito o registro de continuidade de ocorrência em alguns pontos de coleta do

fitoflagelado Ceratium furcoides, que é uma espécie invasora e de registro recente em águas

brasileiras e que em temperaturas mais elevadas da água apresentam grandes florações.

üCianobactérias versus cianotoxinas

Com base na avaliação das cianobactérias verifica-se que a baixa densidade de células de

indivíduos coloniais, bem como a baixa riqueza de espécies para os ambientes estudados, não

apresentam características, neste momento, que possam causar preocupação para a

ocorrência de eventos de florações (figura 54 e 55). Entretanto, estes organismos foram

constatados em maior concentração nos pontos SJ1 e PS6, podendo-se inferir que para SJ1 há

carga recebida de reservatório à montante, pois a natureza do rio não seria de desenvolver

maiores concentrações de algas.

Cianobactérias

0

0,2

0,4

0,6

0,8

1

1,2

1,4

1,6

SJ1 PS6 PS5 PS4 PS3s PS3m PS3f PS2 PS1 Alc PSJ Jus PSJ

estações de amostragens

cél/

mL

Figura 54. Valores de contagens de cianobactérias (cél/mL) obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, campanha XXIV (setembro/2014), pós-enchimento - 3º ano de monitoramento do reservatório.

104

C ianobac térias

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

S J1 P S 6 P S 5 P S 4 P S 3s P S 3m P S 3f P S 2 P S 1 A lc P S J J us P S J

e sta çõe s de a m ostra g e ns

Dens idade (cél/mL) R iquez a de es péc ies

Figura 55. Valores de densidade (cél/mL) e de riqueza (no de espécies) de cianobactérias obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, campanha XXIV (setembro/2014), pós-enchimento - 3º ano de monitoramento do reservatório. As espécies encontradas nos pontos amostrados estão listadas no quadro abaixo:

Quadro 03: Lista de espécies de cianobactérias encontradas nos pontos de coletas

Estações de amostragens Espécies de cianobatérias constatadas

PS6 Cylindrospermopsis raciborski

PS5 Merismopedia glauca

PS4 Coelomoron tropicalis

PS3s Ausência de cianobactérias

PS3m Ausência de cianobactérias

PS3f Ausência de cianobactérias

PS2 Ausência de cianobactérias

PS1 Ausência de cianobactérias

Alc PSJ Coelomoron tropicalis

Jus PSJ Ausência de cianobactérias

105

As espécies registradas no quadro acima podem apresentar cepas produtoras de cianotoxinas,

de efeitos tóxicos em animais, mas que, nas concentrações encontradas, não constituem risco

à saúde.

Com relação ao Enquadramento em Classes de Uso da Resolução 357/05 do CONAMA,

denota-se que a quantificação destes organismos não foi relevante para o ecossistema

estudado, uma vez que se encontra dentro do limite permissível do enquadramento da Classe

1, não ultrapassando a 20.000 cel/mL ou 2mm3/L estabelecido para esta Classe (figura 56).

Figura 56. Valores de clorofila a, obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ em comparação a classificação da Resolução do CONAMA 357/05, campanha XXIII (junho/2014), pós-enchimento - 3º ano de monitoramento do reservatório.

Frente ao que preconiza esta Resolução, a água dos locais amostrados atende os requisitos

básicos para o uso a que se destina, podendo ser mantido o monitoramento padrão para as

106

cianobactérias, uma vez que não ultrapassa o valor que começa a causar preocupação na

qualidade das águas.

• 4.2.3.2. Zooplâncton

Como o zooplâncton encontra-se mais desenvolvido em ambientes lênticos, a maioria das

relações propostas para esta comunidade foi desenvolvida para aplicação em lagos e grandes

reservatórios artificiais. São organismos com grande sensibilidade ambiental e respondem a

diversos tipos de impactos, tanto pela alteração na quantidade de organismos como na

composição e diversidade da comunidade.

Sabe-se que diversos fatores são controladores da abundância e riqueza zooplanctônica

(estratégias e disponibilidade alimentar, predação, competição, aporte de nutrientes,

estrutura térmica, circulação) e que as mudanças no clima associadas às regras operacionais

diferenciadas (que alteram a vazão efluente, volume e consequentemente, o tempo de

retenção das águas do reservatório) têm um papel decisivo na dinâmica da comunidade.

De certa forma, as elevadas temperaturas também propiciam a presença destes organismos

devido à disponibilidade alimentar proporcionada pela floração de algas, considerando que

estas comunidades reestruturam o corpo hídrico.

ØAvaliação do comportamento do parâmetro nas estações de amostragens:

•Densidade

As densidades absolutas de organismos zooplanctônicos nos diversos pontos amostrais

oscilaram entre 11 e 297 ind/L, com média de 95 ind/L, valores bastante superiores à

107

campanha XXIII anterior. Os pontos PS3 (PS3s, PS3m e PS3f) apresentaram as densidades

mais elevadas, acima de 200 ind/L, enquanto os demais pontos apresentaram valores bem

abaixo de 100 ind/L (figura 57).

Figura 57. Densidade total de organismos zooplantônicos (ind/L) obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, neste monitoramento, campanha XXIV (setembro/2014), pós enchimento - 3º ano de monitoramento do reservatório.

Protozoa foi o grupo zooplanctônico mais representativo em número de organismos

na atual campanha, especialmente nos pontos PS3 (PS3s, PS3m e PS3f), sendo o responsável

pelas altas densidades observadas nestes locais. Os rotíferos seguem como o segundo grupo

que contribuiu com as elevadas densidades destes mesmos três pontos.

Quanto aos crustáceos, que não haviam sido registrados na campanha anterior

(junho/2014), foram registrados em densidades mais baixas (figura 58).

0

50

100

150

200

250

300

SJ1 PS6 PS5 PS4 PS3s PS3m PS3f PS2 PS1 AlçPSJ JusPSJ

ind/

L

estações de amostragens

Zooplâncton

108

Figura 58. Grupos taxonômicos representantes dos organismos zooplantônicos (total de ind/L) obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, neste monitoramento, campanha XXIV (setembro/2014), pós enchimento - 3º ano de monitoramento do reservatório.

Na análise frequencial dos grupos zooplanctônicos verifica-se que os protozoários

tiveram presença marcante nesta campanha, atingindo 100% dos organismos registrados nos

pontos PS5, PS2, PS1, AlçPSJ e JusPSJ, além de mais de 50% dos organismos nos pontos SJ1 e

PS3 (s,m,f). Os rotíferos foram registrados somente nos pontos PS3 (s,m,f), assim como os

cladóceros, que foram registrados somente em PS4. Os copépodos foram registrados em

quatro pontos amostrais (SJ1, PS3m, PS3f e PS6), sendo neste último a totalidade de

organismos na amostra (Figura 59).

0

25

50

75

100

125

150

175

200

225

SJ1 PS6 PS5 PS4 PS3s PS3m PS3f PS2 PS1 AlçPSJ JusPSJ

ind/

L

Zooplâncton

COPEPODA

PROTOZOA

ROTIFERA

CLADOCERA

Estações de amostragem

109

Figura 59. Frequência relativa dos grupos zooplantônicos (% de ocorrência) obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, campanha XXIV (setembro/2014), pós enchimento - 3º ano de monitoramento do reservatório.

• Riqueza de espécies, diversidade e equidade:

Constatou-se na presente amostragem uma baixíssima riqueza de espécies para o

zooplâncton (6 morfotipos, variando de 1 a 2 por ponto amostral, com exceção dos pontos

PS3, onde variou de 3 a 6). Os protozoários foram os mais representativos, com 4 táxons,

seguidos pelos rotíferos com 3. Cladóceros e copépodos apresentaram somente um táxon

cada, sendo neste último grupo registradas formas larvais também.

Em função de 5 dos 11 pontos amostrais apresentarem somente um táxon registrado, os

índices de diversidade e equidade não puderam ser aplicados nestes. Nos demais, os valores

de diversidade oscilaram entre 0,56 e 1,58 bits/ind (média 0,89 bits/ind), enquanto que os

valores de equidade oscilaram entre 0,57 e 0,92 (média 0,79) (figura 60). A diversidade média

ficou mais elevada em comparação à campanha anterior de junho/2014 em função da maior

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

SJ1 PS6 PS5 PS4 PS3s PS3m PS3f PS2 PS1 AlçPSJ JusPSJ

Estações de amostragem

Zooplâncton

CLADOCERA

ROTIFERA

PROTOZOA

COPEPODA

110

riqueza na atual campanha, embora os valores de equidade tenham sido inferiores em função

da maior concentração de organismos em táxons específicos.

Figura 60. Zooplâncton: - Diversidade (bits/ind) e Equidade obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, campanha XXIV (setembro/2014), pós enchimento - 3º ano de monitoramento do reservatório.

•Comparativo entre campanhas de amostragem

A atual campanha XXIV é a terceira da fase “3º ano de monitoramento pós-enchimento”.

Comparando com a campanha XX, realizada no mesmo período do ano, em 2013 (2º ano de

monitoramento pós-enchimento), verificam-se densidades relevantemente superiores em

todos os pontos amostrais. Já em relação à campanha XXIII, imediatamente anterior à atual,

verificam-se densidades de organismos mais aproximadas à campanha atual. Os pontos de

profundidade da coluna d’água de PS3, que apresentaram os maiores valores de densidade na

0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

0,8

0,9

1

0

0,2

0,4

0,6

0,8

1

1,2

1,4

1,6

1,8

SJ1 PS6 PS5 PS4 PS3s PS3m PS3f PS2 PS1 AlçPSJ JusPSJ

Equi

dade

Div

ersi

dade

Estações de amostragem

Diversidade Shannon (H') Equidade Pielou (J)

111

atual campanha, não puderam ter um comparativo com a campanha anterior por falta de

dados (Figura 61).

Figura 61. Valores médios de densidade dos organismos zooplanctônicos (ind/L) obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ nas campanhas realizadas na Etapa 2: fase Pós Enchimento - 3º ano de monitoramento do reservatório: junho de 2014 (CAMP XXIII) e setembro de 2014 (CAMP XXIV, e seu comparativo do 2º ano de monitoramento do reservatório: setembro de 2013 (CAMP XX).

Comparando os organismos encontrados nas campanhas realizadas nas fases pré-

enchimento, enchimento, pós-enchimento 1º ano de monitoramento, 2º ano de

monitoramento e atual 3º ano de monitoramento (com três campanhas) verifica-se que as

fases de pré-enchimento e pós-enchimento 2º ano foram as que apresentaram as densidades

médias mais elevadas, em geral. Entre estes dois momentos (pós-enchimento 1º ano),

somente dois pontos (SJ1 e PS4) apresentaram densidades tão elevadas quanto. O atual 3º

0

250

500

750

1000

1250

1500

1750

2000

2250

2500

2750

3000

3250

SJ1 PS6 PS5 PS4 PS3s PS3m PS3f PS2 PS1 Alc PSJ Jus PSJ

ind/

L

estações de amostragens

Zooplâncton

CAMP XX CAMP XXIII CAMP XXIV

112

ano pós-enchimento vem, até o momento, apresentando densidades inferiores ao ano

anterior (Figura 62).

Resultados mais precisos sobre as variações na densidade zooplanctônica serão

obtidos com a soma da última campanha a ser realizada ainda neste 3º ano de

monitoramento.

Figura 62. Valores médios de densidade dos organismos zooplanctônicos (ind/L) obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ nas campanhas realizadas, respectivamente, na Etapa 1: fases Pré Enchimento (agosto,novembro/2008; fevereiro e maio/2009 e julho/2011), Enchimento (agosto e setembro/2011) e do Pós Enchimento (1º ano de monitoramento do reservatório): 1° Trimestre - outubro, novembro e dezembro /2011; 2° Trimestre - janeiro, fevereiro e março/2012; mensal - junho e setembro/2012) e Etapa 2: fase Pós Enchimento (2º ano de monitoramento do reservatório): março, junho, setembro e dezembro/2013; (3º ano de monitoramento do reservatório): março/2014, junho/2014 e setembro/2014. Numa análise geral a partir dos resultados a atual campanha de amostragem (terceira do 3º

ano de monitoramente pós-enchimento), apresentou essencialmente o grupo dos

protozoários como o mais abundante. Os pontos PS3 com resultados de profundidade

destacaram-se como os de maiores densidades (em média, o dobro superiores aos demais).

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

SJ1 PS6 PS5 PS4 PS3s PS3m PS3f PS2 PS1 Alc PSJ Jus PSJ

ind/

L

estações de amostragens

Zooplâncton

PreEnch Ench PósEnch-1º ano PósEnch-2º ano PósEnch-3º ano

113

De uma forma geral, as densidades elevaram-se bastante em relação à campanha anterior de

junho de 2014. A riqueza de espécies ainda foi bastante baixa, que, somada à grande

concentração de organismos em poucos táxons, contribuíram para uma queda nos índices de

diversidade e equidade.

• 4.2.3.3 Invertebrados bentônicos

Invertebrados bentônicos constitui um grupo extremamente diversificado sendo composto

por organismos de diferentes classes animais e sem relação filogenética “direta” entre si, o

que os torna um grupo polifilético. Os principais grupos taxonômicos que compõem os

invertebrados bentônicos são: Platyhelminthes, Mollusca, Nematoda, Annelida e Arthropoda.

Destes, o grupo dos Arthropoda representados pela classe Insecta com aproximadamente

90% da diversidade observada em diversas amostras. Por ser um grupo polifilético a relação

entre os diferentes grupos taxonômicos mencionados acima se dá quanto ao habitat que

ocupam isto é o sedimento dos corpos hídricos, sejam eles de água salgada ou doce (lênticos

e lóticos) seja em toda ou em parte de seu ciclo de vida.

Apesar de serem encontrados no mesmo “habitat” observa-se uma diversificação quanto à

ocupação neste habitat. Alguns grupos possuem hábitos fossoriais, isto é enterram-se no

sedimento e aqui podemos encontrar indivíduos pertencentes à ordem Diptera (Insecta) e da

classe Oligochaeta (Annelida). Outros por sua vez são observados sobre e sob a superfície de

seixos como indivíduos das ordens Ephemeroptera, Plecoptera e Trichoptera (Insecta) e

moluscos da classe Bivalva. Há aqueles que por sua vez são observados junto aos restos

vegetais como representantes das ordens Ephemeroptera, Plecoptera, Trichoptera e Diptera

(Insecta).

Os invertebrados bentônicos são organismos com mobilidade relativamente reduzida, ou seja,

são organismos que tendem a permanecer muito tempo num determinado local do habitat

onde são encontrados, seja em um seixo, folhiço ou macrófita. Devido a essa característica e

114

pela sua alta diversidade, os macroinvertebrados bentônicos estão sujeitos a diversos eventos

de perturbações, com isso este grupo é largamente utilizado como indicadores de qualidade

ambiental. A principal fonte de poluição para os ambientes aquáticos é o esgotamento

sanitário. Quando não tratado de forma adequada despeja grandes quantidades de matéria

orgânica no ambiente causando o processo conhecido como eutrofização, que pode ser

entendi como o “enriquecimento” pelos nutrientes, principalmente fósforo e nitrogênio. Uma

vez que a matéria orgânica esteja na coluna d’água o oxigênio presente na água é utilizado

para decomposição do conteúdo orgânico, assim causando a diminuição de oxigênio e

consequentemente restringindo sua disponibilidade para os organismos aquáticos, dentre

eles os invertebrados bentônicos.

Os impactos causados aos ambientes aquáticos pela atividade humana acarretam nas

comunidades de invertebrados bentônicos a diminuição da sua diversidade e uniformidade.

Assim sendo deixamos de ter um ambiente com uma distribuição mais igualitária de

indivíduos entre os diferentes grupos taxonômicos (uniformidade) para uma situação na qual

poucos grupos conseguem sobreviver, tendo então sua abundância (n° de indivíduos)

aumentada consideravelmente.

ØAvaliação do comportamento do parâmetro nas estações de amostragens:

As amostragens indicaram que dos nove pontos monitorados somente dois não possuem

indivíduos, os pontos PS4 e PS1 (Tabela 09; Figura 63). Houve variação nos pontos amostrados

de março para setembro. Dos pontos que continham organismos em março permaneceram

com indivíduos em setembro os pontos PS5, Alç Jus e Jus PSJ, os demais pontos com

indivíduos amostrados em setembro não apresentavam indivíduos em março. Comparando a

amostragem de setembro de 2014 com setembro de 2013 observa-se que apenas em três

pontos há persistência de organismos: SJ1, PS6 e Jus PSJ. Dos sete organismos amostrados em

115

março apenas dois táxons foram observados em setembro, Corbicula sp. (Mollusca:

Corbicullidae) e Turbificaida (Anellida). Estes táxons também foram observados em setembro

de 2013, porém se comparados 2014 com 2013, observamos que a riqueza de táxons se

manteve, no entanto houve uma substituição na comunidade observada.

Dos organismos observados Halacaridae (Hydracarina) foi aquele que apresentou a maior

densidade, seguido por Tubificidae, enquanto Corbicula sp. foi aquele com menor densidade

(tabela XXX). Tanto a densidade quanto a riqueza de táxons diminuiram de março para

setembro. Em março a densidade total observada foi 310 indivíduos enquanto em março

216,3. A riqueza passou de 7 táxons amostrados em março para 5 em setembro. Assim como

o observado para março, houve uma “distribuição” em relação aos tipos de habitats que

continham organismos em setembro, sendo observados organismos tanto em ambientes com

características lóticas quanto lênticas.

As diferenças observadas de março para setembro muito se deve à sazonalidade observada. A

amostra de março se deu no outono enquanto a de setembro na primavera. Contudo a

substituição na comunidade observada entre os meses de setembro de 2013 e 2014,

provavelmente se devem nas condições ambientais, o que remete na presença de

determinados táxons em detrimento de outros. A substituição entre os dois meses de

setembro foi de 60%, ou seja, houve a substituição de 3 táxons de 2013 para 2014.

116

Tabela 09. Organismos de macroinvertebrados bentônicos amostrados e os locais onde foram encontrados – campanha de setembro/2014 3º ano de amostragem - UHPSJ.

SJ1 PS6 PS5 PS3f PS2 Alc PSJ Jus PSJ Arthropoda Hydracarina Halacaridae 41,7 30,3 55 39 Collembola Entomobryidae 6,8 5,6 Ephemeroptera Ephemerillidae 4,5 Mollusca Bivalva Corbicullidae Corbicula sp. 5 Annelida Haplotaxida Tubificidae 28,4 Densidade total 28,4 4,5 6,8 41,7 30,3 60 44,6 Riqueza de táxons 1 1 1 1 1 2 2

Figura 63. Grupos taxonômicos representantes da macrofauna bentônica (ind/m2) obtidos nos pontos (Setembro/2014), pós enchimento - 3º ano de monitoramento do reservatório.

117

ØAvaliação do comportamento do parâmetro nas estações de amostragens:

As amostragens indicaram que nos nove pontos monitorados não foram encontrados

organismos bentônicos.

A sazonalidade se mostrou um decisivo componente: cheias, enxurradas, arraste de

sedimentos e organismos, que resultou na não ocorrência de organismos bentônicos, baseado

na metodologia de amostragem utilizada.

.

4.3 Indicadores de qualidade de água 4.3.1 Classes de Usos – Classificação CONAMA 357/05

Na aplicação da Resolução CONAMA 357/05, utilizaram-se os valores dos parâmetros

analisados em comparação aos limites estabelecidos com base nas classes de usos permitidas

para um corpo hídrico. As classes determinadas pela referida resolução são classificadas

como: Classe 1; Classe 2; Classe 3; Classe 4 conforme tabela 2 (página 19). As cores, definidas

“simbolicamente” expressam a qualidade da água (C1: azul; C2: verde; C3: amarelo e, C4:

vermelho), expressando os limites permissíveis ao enquadramento de cada classe.

ØAvaliação do comportamento do indicador nas estações de amostragens:

Verifica-se que a Classe 1 apresentou predominância em quase todos os parâmetros e nos

pontos amostrados ao longo do rio Ijuí e seu afluente. Entretanto alguns parâmetros

apresentaram valores que caíram em intervalos de classificação nas Classes 2, 3 e 4. Para o

Fósforo Total PS6, PS5, PS2, PS1, AlçPSJ e JusPSJ foram enquadrados na Classe 1, SJ1 na Classe

2, PS3s e PS3m na Classe 3 enquanto PS4 e PS3f foram enquadrados na Classe 4. Desta forma,

ocorreu uma piora de qualidade nos pontos de maior profundidade no trecho de condições

118

lênticas, considerando o enquadramento de Classes de Uso da Resolução 357/05 do

CONAMA, em relação ao fósforo total do trimestre. Em relação às contagens de coliformes

fecais (termotolerantes) apenas SL1, PS6 ePS5 foram enquadrados na Classe 1. A partir do

ponto PS4 houve piora no enquadramento em Classes de Uso: PS4 e PS3s foram enquadrados

na Classe 2, enquanto os pontos PS3m e PS3f foram enquadrados na Classe 3, condição

explicável pela drenagem afluente da cidade de Roque Gonzales nas maiores profundidades

da coluna d’água. A diluição do efluente ao longo do eixo maior do reservatório resultou

novamente no enquadramento na Classe 2 dos demais pontos. Os pontos à jusante do ponto

PS4 não são recomendados para atividades de contato físico, como banho. Por fim,

considerando a avaliação da qualidade da água baseado nos coliformes, cabe ressaltar que o

critério definitivo de enquadramento deverá considerar a média de 5 amostras subsequentes

semanais, o que não comporta segundo as normas de análises trimestrais.

Na tabela abaixo (tabela 10) encontra-se a distribuição dos parâmetros analisados – e

enquadráveis – bem como os pontos de coletas e sua classificação nas Classes de Uso da

Resolução 357/2005 do CONAMA.

Tabela 10. Distribuição dos pontos de coletas e seu enquadramento nas Classes de Uso da Resolução 357/05 do CONAMA, campanha de setembro/2014, pós-enchimento – 3o ano de monitoramento do reservatório da UHE Passo São João. Parâmetros SJ1 PS6 PS5 PS4 PS3s PS3m PS3f PS2 PS1 AlçPSJ JusPSJ Oxigênio dissolvido Coliformes fecais Clorifila a Cianobactérias pH DBO Nitrato Nitrito Nitrogênio amoniacal Fósforo total Turbidez Sólidos totais

Classe1 Classe 2 Classe 3 Classe 4

119

4.3.2 IQA - Índice de Qualidade da Água

O IQA (índice de qualidade da água) é um valor numérico, com nota de 0 a 100, que expressa

sinteticamente a qualidade da água de um rio. A sua forma de apresentação permite uma avaliação

rápida e compreensível do ambiente em estudo.

É considerada atualmente uma ferramenta útil para agregar e sumarizar dados de qualidade

das águas superficiais, permitindo verificar a efetividade da implantação de medidas para

minimização da poluição e observação das variáveis espaço-temporais da qualidade das

águas.

O cálculo do IQA pode ser feito através de modelos ponderados ou não ponderados. Os não

ponderados atribuem a cada parâmetro o mesmo valor relativo e consideram, por isso, que

todos são igualmente significativos para avaliar a qualidade da água. Os ponderados

contemplam pesos maiores aos parâmetros mais significativos e que melhor refletem as

características essenciais à manutenção biológica.

Os pesos relativos foram adotados pelo National Sanitation Foundation Institution (NSF), que

desenvolveu este índice em 1970 nos Estados Unidos da América por Brown et al, 1970, sendo

portanto, testado em diversas áreas geográficas.

O IQA proposto por esta Instituição (IQA-NSF) utiliza a forma somatória (soma linear) através

da formulação abaixo:

IQA: Índice de Qualidade da Águas (0-100)

120

qi:qualidade do i-ésimo parâmetro, (0-100), obtido da respectiva “curva média de variação de

qualidade” em função de sua concentração ou medida.

wi: peso correspondente ao i-ésimo parâmetro, (0-1), atribuído em função da sua importância para a

conformação global de qualidade.

Além da equação do somatório, sendo:

n= número de parâmetros que entram no cálculo do IQA.

No Brasil o IQA-NSF foi implementado pela Companhia de Tecnologia de Saneamento

Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB) com modificações. No Rio Grande do Sul sofre

adaptações pelo Comitêsinos (1990, 1993) para o seu uso e aplicações nas águas do Estado,

tendo em vista a não ponderação constituir-se num modelo mais simplificado e adotado para

o rio dos Sinos, e, do modelo ponderado tendo como base os atribuídos pela NSF.

O uso do IQA proposto por este Comitesinos utiliza a forma produtória (multiplicativa) e não a

somatória (linear) proposta pela NSF, pois a produtória apresenta uma boa sensibilidade

quando um número de parâmetros tem baixa qualidade relativa, situação que caracteriza o

maior número de ocorrências. É a mais indicada por não apresentar problemas de

ambigüidades e eclipse (Tabela 9), conforme a formulação abaixo.

121

sendo:

Π = símbolo do produtório;

qi: qualidade relativa do i-ésimo parâmetro

wi; peso relativo do i-ésimo parâmetro

i: número de ordem do parâmetro (1 a 8)

O estabelecimento da qualidade relativa de cada variável é obtida através de curvas de

variação que relacionam o respectivo valor da variável a uma nota (0 a 100) para a

classificação de qualidade das águas.

Os respectivos pesos atribuídos às variáveis da qualidade e a interpretação do índice seguem

conforme Tabela 11 abaixo:

Tabela 11: Pesos relativos a cada parâmetro utilizado no cálculo do índice, adotado pelo COMITESINOS.

Parâmetros Pesos relativos(wi)

Oxigênio dissolvido 0,19

Coliformes fecais 0,17

pH 0,13

Demanda Bioquímica de Oxigênio 0,11

PO4 – fosfato total 0,11

N03 - Nitrato 0,11

turbidez 0,09

Sólidos Totais 0,09

Fonte: COMITÊSINOS (1993)

Ficando assim estabelecidas as seguintes faixas de qualidade de água, conforme Tabela 12

abaixo.

122

Tabela 12: Faixas de qualidade de água – IQA.

Faixas de IQA Classificação da Qualidade

0 - 25 Muito Ruim

26 - 50 Ruim

51 - 70 Regular

71 - 90 Bom

91 - 100 Excelente

ØAvaliação do comportamento do indicador nas estações de amostragens:

A qualidade da água de todos os pontos amostrados para esta campanha XXIV

(setembro/2014) pode ser classificada segundo o índice de qualidade de água como REGULAR

a BOA (Figura 64). Os pontos PS4, PS3s,PS3f e JusPSJ apresentaram Índice de Qualidade

Regular, enquanto os pontos SJ1, PS6, PS5, PS3m, PS2, PS1 e AlçPSJ apresentaram Índice de

Qualidade Boa.

Figura 64. Índice de qualidade das águas, obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, campanha XXIV (setembro/2014), pós-enchimento - 3º ano de monitoramento do reservatório.

123

O IQA apresenta uma melhora significativa quando comparada à classificação obtida na

campanha realizada em junho/14 (campanha XXIII), onde a maioria dos pontos apresentava

um Índice RUIM (ver tabela 12), o que significa indicadores de qualidade das águas do

reservatório para esta estação climática (primavera).

Na figura 65 observa-se o comportamento nas médias dos índices de qualidade destas águas

entre as fases monitoradas até o presente momento.

Pode-se observar ao longo das campanhas que algumas variáveis são as grandes responsáveis

pelos resultados das campanhas: a turbidez (fenômeno relacionado ao tipo e uso do solo na

região); ao fósforo que é um parâmetro fortemente restritivo para as características naturais

da geoquímica e do uso do solo e, aos coliformes termotolerantes, devido à criação de

animais domésticos e do esgoto não tratado das comunidades urbanas e rurais da região.

Figura 65. Grau de qualidade (IQA) comparativo médios das medições obtidas nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ nas campanhas realizadas, respectivamente, na Etapa 1: fases Pré-Enchimento (agosto,novembro/2008; fevereiro, maio/2009 e julho/2011), Enchimento (agosto, setembro/2011) e do Pós-Enchimento (1º ano de monitoramento do reservatório): 1° Trimestre - outubro, novembro e dezembro /2011; 2° Trimestre - janeiro, fevereiro e março/2012; mensal - junho e setembro/2012) e Etapa 2: fase Pós-Enchimento (2º ano de monitoramento do reservatório): janeiro, março, junho, setembro; e, (3o ano de reservatório) dezembro/2013, março 2014, junho/2014 e setembro/2014.

124

Cabe salientar, ainda, que os períodos chuvosos elevam o volume das águas e

consequentemente carregam poluentes das margens para o corpo hídrico e, provavelmente

contribuem, mesmo que pontualmente, para a piora da qualidade das águas. Esses eventos

foram importantes no 1º ano de monitoramento após o enchimento do reservatório e nas

campanhas XVIII e XIX realizadas na continuidade do monitoramento que ocorreu no período

de verão de 2013, mas que continua apresentando resultados semelhantes ao longo do 3º

ano deste estudo.

4.3.3 IQAR – Índice de Qualidade de Água do Reservatório Com o objetivo de estabelecer diferentes classes dos reservatórios em relação ao grau de

degradação da qualidade de suas águas, uma matriz contendo os intervalos de classe dos

parâmetros mais relevantes foi desenvolvida pelo IAP (Instituto Ambiental do Paraná). Um

estudo realizado nos reservatórios do Estado do Paraná com diferentes características

tróficas, morfológicas e hidrodinâmicas propiciou a geração de informações que foram

armazenadas em um banco de dados. Todas as variáveis foram submetidas à análise

estatística multivariada para selecionar aquelas mais relevantes para uma clara caracterização

da qualidade da água.

A metodologia utilizada neste estudo faz uso de sete parâmetros: déficit de oxigênio, fósforo

total, nitrogênio inorgânico total, clorofila a, transparência (disco de Secchi), DQO (demanda

química de oxigênio), diversidade e quantificação de espécies fitoplanctônicos e ocorrências

de florações. Utiliza ainda as seguintes características morfométricas do reservatório: tempo

de residência hidráulica e profundidade média, selecionados através de análise estatística

multivariada, formando assim uma matriz de classificação da qualidade de água que varia de 1

a 6. A matriz desenvolvida apresenta seis classes de qualidade de água que foram

estabelecidas a partir de percentuais de 10, 25, 50, 75 e 90% de cada uma das variáveis mais

relevantes.

125

As seis classes de qualidade da água definidas em função do nível de comprometimento são

identificadas através do cálculo do IQAR (Índice de Qualidade da Água de Reservatórios) a

partir da equação abaixo.

IQAR= Σ (wi . qi) ________ Σ wi Onde, wi = pesos calculados para variáveis “i” qi = classe de qualidade de água em relação a variável “i”, q pode varia de 1 a 6.

Nas Tabelas 13 e 14 são apresentadas as variáveis selecionadas e seus pesos, bem como, as

classificações estabelecidas através dos estudos realizados nos reservatórios no estado do

Paraná entre 2005 e 2008 (IAP, 2009).

Tabela 13. Variáveis selecionadas e seus respectivos pesos “wi” para o cálculo do IQAr.

Variáveis “i”

Pesos “wi”

Déficit de oxigênio dissolvido (%) * 17

Fósforo Total (PO2mg/L) ** 12 Nitrogênio Inorgânico Total (N-mg/L) ** 08

Clorofila a (μg/L) *** 15 Profundidade de Secchi (metros) 12

Demanda Química de Oxigênio (O2 - mg/L) ** 12 Cianobactérias (células/ml)*** 08

Tempo de Residência (dias) 10 Profundidade média (metros) 06

OBS: (*) média da coluna da água (**) média das profundidades I e II (***) Profundidade I

Tabela 14. Determinação das classes de qualidade (qi = 1 a 6) com relação a concentração da variável “i”, segundo IAP (2009).

Variável “i”

Classe I (qi=1)

Classe II (qi=2)

Classe III (qi=3)

Classe IV (qi=4)

Classe V (qi=5)

Classe VI (qi=6)

Déficit de Oxigênio (%)

≤ 5 6-20 21-35 36-50 51-70 > 70

Fósforo Total (PO2mg/L)

≤ 0,010 0,011-0,025

0,026-0,040 0,041-0,085 0,086-0,210 > 0,210

Nitrogênio Inorgânico Total

(N-mg/L)

≤ 0,15 0,16-0,25 0,26-0,60 0,61-2,00 2,00-5,00 > 5,00

Clorofila a (μg/L)

≤ 1,5 1,5-3,0 3,1-5,0 5,1-10,0 11,0-32,0 > 32,0

126

Disco de Secchi (m)

≥ 3,0 3,0-2,3 2,2-1,2 1,1-0,6 0,6-0,3 < 0,3

Demanda Química de Oxigênio (O2 - mg/L)

≤ 3

3-5 6-8 9-14 15-30 > 30

Tempo de Residência (dias)

≤ 10 11-40 41-120 121-365 366-550 > 550

Profundidade Média (m)

≥ 35 34-15 14-7 6-3,1 3-1,1 < 1

Cianobactérias (células/ml) (1)

<1.000 1.001-5000 5.001-20.000

20.001-50.000 50.001-100.000

>100.000

(1)Modificado em 2008. As classes são definidas e descritas abaixo, conforme variáveis “i ” e os pesos “wi” (Classes I a

IV) e interpretação do IQAR (IAP, 2009):

• Classe I: Não Impactado a Muito Pouco Degradado - Apresenta corpos d’água

saturados de oxigênio, baixa concentração de nutrientes, concentração de matéria

orgânica muito baixa, alta transparência das águas, densidade de algas muito baixa,

normalmente com pequeno tempo de residência das águas e/ou grande profundidade

média. A qualidade de água é excelente/ótima

• Classe II: Pouco Degradado – Apresenta corpos de água com pequeno aporte de

nutrientes orgânicos/inorgânicos e matéria orgânica, pequena depleção de oxigênio

dissolvido, transparência das águas relativamente alta, baixa densidade de algas,

normalmente com pequeno tempo de residência das águas e/ou grande profundidade

média. A qualidade de água é muito boa/boa.

• Classe III: Moderadamente Degradado. Contém corpos de água com déficit

considerável de oxigênio dissolvido na coluna de água, podendo ocorrer anoxia na

camada de água próxima ao fundo, em determinados períodos. Apresenta médio

aporte de nutrientes e matéria orgânica, grande variedade e/ou densidade de algas

(sendo que algumas espécies podem ser predominantes), tendência moderada a

eutrofização, tempo de residência das águas considerável. A qualidade de água é

regular/aceitável.

127

• Classe IV: Criticamente Degradado a Poluído. Apresenta corpos de água com entrada

de matéria orgânica capaz de produzir uma depleção crítica nos teores de oxigênio

dissolvido da coluna de água, aporte considerável de nutrientes, alta tendência a

eutrofização, ocasionalmente com desenvolvimento maciço de populações de algas,

ocorrência de reciclagem de nutrientes, baixa transparência das águas associada

principalmente à alta turbidez biogênica. A partir desta classe, é possível a ocorrência

de mortandade de peixes em determinados períodos de acentuado déficit de oxigênio

dissolvido. A qualidade de água é crítica/ruim.

• Classe V: Muito Poluído. Contém corpos de água com altas concentrações de matéria

orgânica, geralmente com supersaturação de oxigênio dissolvido na camada superficial

e depleção na camada de fundo. Apresenta grande aporte e alta reciclagem de

nutrientes, corpos de água eutrofizados, com florações de algas que frequentemente

cobrem grandes extensões da superfície da água, o que limita a sua transparência. A

qualidade de água é muito ruim.

• Classe VI: Extremamente Poluído. Contém corpos de água com condições bióticas

seriamente restritas, resultantes de severa poluição por matéria orgânica ou outras

substâncias consumidoras de oxigênio dissolvido. Ocasionalmente, ocorrem processos

de anoxia em toda a coluna de água. Apresenta aporte e reciclagem de nutrientes

muito alto, corpos de água hipereutróficos, com intensas florações de algas cobrindo

todo o espelho d’água e eventual presença de substâncias tóxicas. A qualidade de água

é péssima.

A Tabela 15 apresenta a interpretação dos cálculos do IQAR, baseado nas Classes e suas

definições do IAP citado por Barzan et. al (2007).

128

Tabela 15. Interpretação dos cálculos do IQAR, com base nas Classes e suas definições, com base no IAP (Barzan et al, 2007).

Cálculo do IQAR Classificação Definição

0 a 1,5 Classe I Não impactado a pouco degradado

1,6 a 2,5 Classe II Pouco degradado

2,6 a 3,5 Classe III Moderadamente degradado

3,6 a 4,5 Classe IV Criticamente degradado a poluído

4,6 a 5,5 Classe V Muito poluído

5,6 a 6,0 Classe VI Extremamente poluído

ØAvaliação do comportamento do indicador nas estações de amostragens:

De acordo com a classificação do IQAr a qualidade da água do reservatório (ponto PS3),

apresentou o valor de 2,53 para a campanha realizada em setembro de 2014, definido como

Classe III: moderadamente degradado (Tabela 16). No entanto cabe ressaltar que valor do

IQAr de 2,53 está no limite centesimal entre o intervalo de Classe II (2,50 = pouco degradado)

e Classe III (2,51 = moderadamente degradado).

Tabela 16. Valores obtidos do IQAr (índice de qualidade de água do reservatório) obtido no ponto PS3 (profundidades: I- superfície; II- meio; III- fundo) reservatório da UHE PSJ, campanha XXIV (setembro/2014), pós enchimento - 2º ano de monitoramento do reservatório.

Parâmetros Unidade wi qi wi . qi Déficit de oxigênio % * 24,49 17 3 51

Fósforo Total (PO2mg/L) ** 0,083 12 4 48 Nitrogênio Inorgânico Total (N-mg/L) ** 6,985 8 4 32

Clorofila "a" (μg/L) *** 0 15 1 15 Profundidade de Sechi m 0,56 12 4 48

Demanda Química de Oxigênio (O2 - mg/L) ** 4,61 12 2 24 Prof undidade média m 9,5 6 1 6

Fitoplâncton cel/mL*** 8 1 8 Tempo de residência dias 10 1 10

TOTAL (Σ) 100 253 Cáculo - IQAr CLASSE - IQAr 2,53

OBS: (*) média da coluna da água (**) média das profundidades I e II (***) Profundidade I.

Embora este reservatório ainda esteja muito jovem, a medição do IQAr (índice de qualidade

da água no reservatório) atribui uma classificação como um reservatório ainda com pouca

129

degradação. Desta forma, entende-se que a classificação deste índice já reflete uma qualidade

que caracteriza a parcial estabilidade destas águas, o que inspira certos cuidados.

Pelas observações dos resultados do IQAr do ponto PS3 (nas três profundidades) das

diferentes campanhas realizadas ao longo do tempo pós-fechamento, constatam-se

oscilações entre Classe II (pouco degradado) e Classe III (moderadamente degradado).

(Figura 66). Acompanhamento dos resultados, ao longo do tempo, poderá indicar se as

variações são dependentes da sazonalidade ou se há um gradual comprometimento da

qualidade da água no reservatório.

Figura 66. IQAR – Índice de Qualidade de Águas do Reservatório comparativos entre as classes de qualidade na Etapa 1: fases Pré-Enchimento (agosto,novembro/2008; fevereiro, maio/2009 e julho/2011), Enchimento (agosto, setembro/2011) e do Pós-Enchimento (1º ano de monitoramento do reservatório): 1° Trimestre - outubro, novembro e dezembro /2011; 2° Trimestre - janeiro, fevereiro e março/2012; mensais - junho e setembro/2012) e Etapa 2: fase Pós-Enchimento (2º ano de monitoramento do reservatório): janeiro, março, junho, setembro; e, (3o ano de reservatório) dezembro/2013, março 2014, junho/2014 e setembro/2014.

De acordo com a descrição das classes de qualidade encontradas até o presente momento,

pode-se afirmar que, enquanto este reservatório apresentar valores no intervalo da CLASSE II

pode-se caracterizar estes corpos de água com: pequeno aporte de nutrientes

orgânicos/inorgânicos; pequena depleção de oxigênio dissolvido; transparência das águas

130

oscilando entre baixa e média, baixa densidade de algas; normalmente com pequeno tempo

de residência das águas e/ou grande profundidade média.

Com os resultados no intervalo da CLASSE III, estas águas poderão apresentar um pequeno

decréscimo na qualidade das águas, caracterizando um reservatório que apresenta déficit

considerável de oxigênio dissolvido na coluna de água e ocorrência de anoxia na camada de

água próxima ao fundo em determinados períodos. Apresenta médio aporte de nutrientes e

matéria orgânica, grande variedade e/ou densidade de algas, tendência moderada a

eutrofização e tempo considerável de residência das águas. A qualidade de água poderá ser

de regular a aceitável.

Neste trimestre (setembro/2014) o índice do IQAR foi de 2,53, ficando no intervalo de CLASSE

III (Moderadamente degradado), mas muito próximo do intervalo 2,50, que é o limite

superior da CLASSE II (Pouco degradado).

Esta classificação está repetindo os valores dentro dos intervalos de pouco degradado a

moderadamente degradado ao longo dos trimestres de acompanhamento do reservatório.

Mesmo que os valores de saturação de oxigênio dissolvido estejam próximos a 100% e

apresente baixas contagens de cianobactérias, os altos valores de fósforo total, clorofila a e

DQO, além da baixa transparência Secchi, deslocam os valores de qualidade para

moderadamente impactado, portanto no mesmo nível que o do trimestre anterior.

Acompanhamentos futuros devem preocupar-se com os valores de fósforo total e a

consequente concentração de clorofila a, já que outras variáveis utilizadas no cálculo do IQAR

são de difícil controle.

4.3.4 IET – Índice do Estado Trófico

O índice de qualidade de água e o índice do estado trófico visam resumir as variáveis

analisadas a um número (grau) que possibilite analisar a evolução da situação do ambiente,

no tempo e no espaço e que possa facilitar a interpretação de extensas listas de variáveis ou

indicadores.

131

Existem vários métodos e índices para se avaliar o estado trófico de lagos, sendo que a

maioria destes índices foi desenvolvido em ambientes de clima temperado. Desta forma, sua

aplicação em regiões tropicais deve ser feita de forma cuidadosa. A escolha do índice a ser

utilizado também deve levar em consideração a consistência dos dados disponíveis.

Segundo a CETESB, o IET – Índice do Estado Trófico - classifica corpos d’água em diferentes

graus de trofia, avalia a qualidade da água quanto ao enriquecimento por nutrientes e seu

efeito relacionado ao crescimento das algas ou de macrófitas aquáticas.

As variáveis mais utilizadas para o cálculo do Índice do Estado Trófico são a clorofila a e o

fósforo total, podendo também ser utilizados os parâmetros de ortofosfato (forma disponível

e assimilável do fósforo pelos organismos aquáticos). Os valores de transparência muitas

vezes não são representativos no estado de trofia, pois pode estar afetada pela elevada

turbidez causada por componentes inorgânicos na coluna da água.

A CETESB cita ainda que nesse índice os resultados correspondentes ao fósforo, IET(P), devem

ser entendidos como uma medida do potencial de eutrofização, já que este nutriente atua

como o agente causador do processo.

A avaliação correspondente à clorofila a (IET Cl a), por sua vez, deve ser considerada como

uma medida da resposta do corpo hídrico ao agente causador, indicando de forma adequada

o nível de crescimento de algas. Assim, o índice médio engloba de forma satisfatória a causa e

o efeito do processo.

132

Dessa forma, o índice do estado trófico foi desenvolvido com o intuito de classificar as águas

de lagos e reservatórios, facilitando assim aos agentes de tomada de decisões e a

comunicação ao público sobre o estado ou a natureza na qual se encontram tais sistemas.

Para Margalef (1983) e Toledo Jr. et al (1983), a classificação ou estado trófico do ambiente é

padronizado da seguinte maneira: oligotrófico (O), mesotrófico (M) e eutrófico (E). Outros

sistemas de classificação incluem-se ainda as classificações de ultraoligotrófico e

hipereutrófico (Tabela 17).

Neste contexto destaca-se o índice de estado trófico (IET) proposto por Carlson (1977) que

dentre suas vantagens inclui a simplicidade e objetividade dos resultados, possuindo como

principal limitação o fato de ter sido desenvolvido com base em dados de reservatórios de

regiões de clima temperado, o que pode restringir sua aplicação a regiões de clima tropical.

Desta maneira Toledo et al (1983) propuseram modificações na formulação matemática do

IET de Carlson (op cit), visando adaptá-los às condições climáticas de ambientes tropicais, com

base em uma pesquisa realizada no reservatório de Barra Bonita- SP (Tabela 18).

O IET considera os valores obtidos para transparência da água (S) em metros, fósforo total (P)

em µg/L, fosfato inorgânico (PO4) em µg/L e clorofila a (Cl a) em µg/L. De acordo com Toledo

(op cit), a transparência é muito afetada pela elevada turbidez; assim sugerem ponderar o IET

médio de forma a dar menor peso a esta variável.

Neste estudo optou-se em não utilizar este parâmetro no cálculo médio do IET devido às

considerações supracitadas. Entretanto será apresentado o comportamento isolado desta

variável conforme os dados abaixo.

133

Tabela 17. Classificação do estado de trofia, segundo Carlson e Toledo et al.

IET – Carlson (1977)

IETm - Toledo Jr (1985)

Índice

Classificação Índice Classificação

< 20 Ultraoligotrófica < 45 Oligotrófica 20 - 40 Oligotrófica 40 - 50 Mesotrófica 45 - 55 Mesotrófica 50 - 60 Eutrófica > 55 Eutrófica > 60 Hipereutrófica

Para esta avaliação, utilizou-se a classificação proposta pela CETESB (Tabela 18) avaliando-se

os dados obtidos para o IET em todos os pontos amostrados, conforme listados na tabela

abaixo e cores atribuídas relacionadas à qualidade apresentada.

Tabela 18. Classificação do Estado Trófico, segundo CETESB.

Classificação IET Oligotrófico < 44 Mesotrófico >44 <54

Eutrófico >54 < 74 Hipereutrófico > 74

• Oligotrófico: águas limpas, de baixa produtividade, pouca interferência sobre a

qualidade das águas

• Mesotrófico: produtividade intermediária, implicações com níveis aceitáveis.

• Eutrófico: alta produtividade, baixa transparência, em geral afetadas por atividades

antrópicas interferindo indesejadamente sobre a qualidade das águas.

• Hipereutrófico: águas extremamente afetadas, com elevadas concentrações de

matéria orgânica e nutrientes. Geralmente estão associados a mortandade de peixes e

demais organismos aquáticos.

134

ØAvaliação do comportamento do indicador nas estações de amostragens:

Nesta campanha, considerando as médias dos elementos de fósforo total (PT), que remete a

qualidade das águas (IETm) do reservatório da UHE Passo São João, o mesmo apresentou

valores para o grau de mesotrofia, caracterizando águas limpas de baixa produtividade com

pouca interferência sobre a qualidade das águas. (Tabela 19 e Figura 67).

Tabela 19. Valores obtidos do IETm para os pontos amostrados na área de influência da UHE PSJ, obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, campanha XXII (setembro/2014), pós-enchimento - 3º ano de monitoramento do reservatório.

Estações de amostragens IET PT

SJ1 53,9

PS6 59,7

PS5 53,9

PS4 46,5

PS3 s 53,9

PS3 m 46,5

PS3 f 38,0

PS2 59,7

PS1 59,7

Alc PSJ 49,7

Jus PSJ 43,9

135

Figura 67. Grau de Trofia (IET) obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, campanha XXIII (junho/2014), pós-enchimento - 3º ano de monitoramento do reservatório e suas cores simbólicas: Ultraoligotrófico (azul claro); Oligotrófico (azul escuro); Mesotrófico (verde); Eutrófico (amarelo); Hipereutrófico (vermelho).

Na comparação das médias constatadas nas campanhas realizadas nas fases de pré-

enchimento, enchimento e no pós-enchimento (primeiro e segundo ano de monitoramento

do reservatório) pode-se observar uma certa homogeneidade do comportamento no índice

aplicado (Tabela 20, Figura 54), sendo que todos os resultados constatados levaram o

comportamento médio dos valores do IETm ao longo do rio Ijuí e no arroio afluente para a

classificação predominante do grau OLIGOTRÓFICO, caracterizando águas limpas de baixa

produtividade com pouca interferência sobre a qualidade das águas.

136

Tabela 20. Valores obtidos do IETm comparativo e médias das medições (cores simbólicas) obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ nas campanhas realizadas nas Etapa 1: fases Pré-Enchimento (agosto,novembro/2008; fevereiro, maio/2009 e julho/2011), Enchimento (agosto, setembro/2011) e do Pós-Enchimento (1º ano de monitoramento do reservatório): 1° Trimestre - outubro, novembro e dezembro /2011; 2° Trimestre - janeiro, fevereiro e março/2012; mensal - junho e setembro/2012) e Etapa 2: fase Pós-Enchimento (2º ano de monitoramento do reservatório): janeiro, março, junho, setembro; e, (3o ano de reservatório) dezembro/2013, março 2014 e junho/2014, e suas cores simbólicas: Ultraoligotrófico(azul claro); Oligotrófico(azul escuro); Mesotrófico (verde); Eutrófico (amarelo); Hipereutrófico (vermelho).

Figura 68. IET – índice do estado trófico (grau de trofia) comparativo e médias das medições obtidas nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ nas campanhas realizadas nas Etapa 1: fases Pré-Enchimento (agosto,novembro/2008; fevereiro, maio/2009 e julho/2011), Enchimento (agosto, setembro/2011) e do Pós-Enchimento (1º ano de monitoramento do reservatório): 1° Trimestre - outubro, novembro e dezembro /2011; 2° Trimestre - janeiro, fevereiro e março/2012; mensal - junho e setembro/2012) e Etapa 2: fase Pós-Enchimento (2º ano de monitoramento do reservatório): janeiro, março, junho, setembro; e, (3o ano de reservatório) dezembro/2013, março 2014, junho/2014 e setembro/2014 e suas cores simbólicas: Ultraoligotrófico(azul claro); Oligotrófico(azul escuro); Mesotrófico (verde); Eutrófico (amarelo); Hipereutrófico (vermelho).

137

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nas amostragens realizadas até o presente momento, abrangendo as cinco (05) campanhas (I,

II, III, IV e V) de monitoramento na fase do pré-enchimento; quatro (04) campanhas (VI, VII,

VIII e IX) na fase do enchimento; e as campanhas realizadas no 1º primeiro ano de

monitoramento do reservatório completo: oito (08) campanhas na fase do pós-enchimento

(1º trimestre: campanhas X, XI e XII; 2° trimestre: campanhas XIII, XIV, XV e mensais:

campanhas XVI e campanha XVII); no 2º segundo ano de monitoramento do reservatório

completo com as campanhas XVIII, XIX, XX e XXI realizadas respectivamente nos meses de

janeiro, março, junho e setembro de 2013, e, 3º ano de monitoramento do reservatório com

as campanhas XXII e XXIII e XXIV temos a considerar o que segue:

• Parâmetros Físicos e Químicos:

Temperatura do Ar e Água: apresentando valores condizentes com a época das amostragens;

sem a constatação de anormalidades. São, portanto, parâmetros que indicam a sazonalidade

da região, com intervalos típicos das variações climáticas.

Turbidez e Transparência: pequena alteração na fase do pré-enchimento e alterados na fase

inicial do enchimento do reservatório. Na fase pós-enchimento (primeiro ano de

monitoramento) de forma pontual e, devido à pluviosidade, ocorreram algumas alterações

nestes parâmetros. Nestas últimas campanhas realizadas no segundo ano de monitoramento

do reservatório (respectivamente nos meses de janeiro, março, junho e setembro de 2013),

não foram constatadas interferências destes parâmetros para estas águas. Nas amostragens

de 2014 os valores de transparência foram baixos (e os de turbidez foram altos) na campanha

de setembro/2014 devido ao período de altas precipitações.

138

Cor: Nas campanhas realizadas no segundo ano de monitoramento, observou-se que os

pontos próximos ao barramento apresentaram valores altos próximos a 40hz. Nos demais

pontos, porém em menor intensidade, os valores ultrapassaram o limite da portaria

estabelecida em 15Hz, não atendendo as especificidades para o consumo humano. Se nas

campanhas iniciais de 2014 os valores de cor foram baixos, na campanha de setembro os

valores voltaram a ser altos pela conhecida interferência dos hidróxidos e óxidos de ferro do

escoamento superficial de períodos de chuvarada.

Condutividade elétrica: Embora que na fase do enchimento tenha apresentado valores

sensivelmente alterados, nas demais campanhas não foram constatadas anormalidades

relevantes, mesmo com os índices atuais de pós-enchimento. A condutividade elétrica é

repetidamente uma expressão ou da geoquímica das águas nos pontos amostrados, ou do

efeito de diluição oriunda das precipitações na bacia hidrográfica do rio Ijuí.

pH: mantém-se dentro dos valores normais em todas as campanhas, embora levemente

alcalino, característica da geoquímica das águas da região. O pH tem indicado boa capacidade

de tamponamento do sistema ácido-base das águas da região de estudo.

Alcalinidade: Este parâmetro não se mostrou relevante no ecossistema avaliado,

apresentando grande homogeneidade, também indicador da boa reserva alcalina das águas

monitoradas.

OD e DBO: Valores sensivelmente alterados nas campanhas realizadas nas fases de pré-

enchimento, enchimento e pós-enchimento em seu primeiro ano de monitoramento do

reservatório, principalmente nos meses de verão para alguns pontos. Nas últimas campanhas

realizadas os valores de oxigênio dissolvido voltaram à normalidade, equilibrando o ambiente

139

aquático; trazendo consigo elevados percentuais de saturação de oxigênio, como ocorreu na

campanha de setembro/2014. De maneira geral, representa uma melhora da saúde do

ecossistema. Os valores de DBO têm sido baixos, indicando pequena presença de matéria

orgânica lábil, com algumas exceções pontuais.

DQO: Os valores apresentados indicam, no conjunto, um ambiente de pouca influência de

material orgânico, mesmo pelos compostos pouco lábeis.

Fósforo Total: valores alterados na fase do pré-enchimento e mais homogêneo nos períodos

posteriores. Por ser um parâmetro importante, mas de enquadramento restritivo, seus

resultados sempre indicam qualidade menos recomendada, principalmente nas Classes de

Uso do CONAMA..

Fosfato Total: parâmetro analisado a partir do segundo ano de monitoramento do

reservatório, apresentando no geral uma concentração mais elevada que o determinado para

o fósforo e o ortofosfato. É um parâmetro de forte indicação dos minerais transportados e

quelados a bases como o ferro.

Ortofosfato: Apresentaram valores elevados nas campanhas realizadas após o enchimento do

reservatório, em específico no primeiro ano do reservatório. Nas últimas campanhas (2014) a

concentração do ortofosfato decresceu em todos os pontos em relação às demais campanhas

mantendo baixos valores

Nitrogênio Total Kjedhal (NTK): Apresentou-se elevado nas campanhas realizadas na fase pré-

enchimento e pós-enchimento primeiro ano em todos os pontos, porém com menores

concentrações na fase do enchimento. Nesta campanha de setembro/2014 o nitrogênio NTK

voltou a apresentar valores sensivelmente superiores a algumas campanhas anteriores.

140

Nitrogênio Inorgânico Total: Parâmetro analisado a partir do segundo ano de monitoramento

do reservatório, apresentando-se elevado nas campanhas de janeiro e junho/13 e tendo uma

menor concentração em março/13. Nesta campanha de 2014 os valores se mantiveram na

dependência da concentração de nitrato, o que constitui uma indicação de ambiente

oxidativo. Num contexto de ambientes de rios, as campanhas dos últimos trimestres tem

indicado baixas concentrações de nitrogênio amoniacal.

Nitrogênio Amoniacal: De forma geral apresentou-se alterado na fase pré-enchimento, cuja

concentração ficou com valores significativos, o que pode ser considerado uma situação

preocupante para o ambiente aquático. Entretanto, nas fases do enchimento e no primeiro

ano de monitoramento após enchimento do reservatório, não foram observadas alterações

relevantes. A partir do segundo ano de monitoramento do reservatório este parâmetro vem

apresentando um comportamento considerado dentro da normalidade.

Nitrito: De uma maneira geral continua mantendo-se dentro da normalidade na fase do pós-

enchimento, tanto no primeiro ano como no segundo ano de monitoramento do reservatório.

Contudo neste trimestre os valores de nitrito são considerados muito altos para um ambiente

oxidativo, indicando haver forte atividade de bactérias autotróficas quimiossintetizantes.

Nitrato: Foram registradas alterações nas fases do pré-enchimento, enchimento e pós-

enchimento (primeiro ano de monitoramento do reservatório). Porém, nas campanhas

realizadas no segundo ano de monitoramento, os valores foram bem mais acentuados que as

demais fases avaliadas. Nesta fase do acompanhamento os valores de nitrato são

consideravelmente altos para águas naturais. Possivelmente pode haver influência do

escoamento superficial de solos de atividade agrícola, com forte adubação nitrogenada.

141

Sólidos Sedimentáveis: Os valores encontrados em todas as fases amostradas estiveram

sempre abaixo dos limites de detecção estabelecido na metodologia laboratorial, ou seja, sem

relevância para os ambientes estudados.

Sólidos Suspensos: Apresentaram-se alterados no primeiro ano de monitoramento após o

enchimento do reservatório e no segundo ano de monitoramento do reservatório. Nas de

2013 não apresentaram valores considerados preocupantes para o contexto do ecossistema

aquático. Contudo nas amostras de 2014 os valores são mais altos indicando a forte influência

do período de cheias na região.

Sólidos Totais Dissolvidos: Elevados na fase do pré-enchimento, seguido do enchimento e no

primeiro ano de monitoramento após o enchimento do reservatório. Nas campanhas de 2013

e 2014 as concentrações apresentaram-se maiores interferindo na classificação do IQA.

• Parâmetros Biológicos:

Coliformes Termotolerantes: Verifica-se uma acentuada elevação na campanha XVIII

(janeiro/13) se comparada às demais campanhas realizadas nas fases pré-enchimento,

enchimento e no primeiro ano após a formação do reservatório. Esta campanha, realizada em

junho/2014, apresentou valores considerados aceitáveis ao ambiente aquático, desde que

sem contato como banho. Contudo os valores apresentados são pouco recomendados para os

usos plenos, indicando influência negativa da drenagem superficial na região. Fica evidente

que a partir do ponto PS3 – em direção jusante – há persistente contaminação das águas por

coliformes, com comportamento de dispersão nas camadas mais profundas.

142

Coliformes Totais: Merecem as mesmas considerações dadas aos Coliformes termotolerantes,

com a ocorrência de amplas drenagens de restos excretados de várias fontes animais da

região.

Clorofila: Sem anormalidades no contexto geral, mas com presença esporádica de

concentrações em pontos variados, sem indicação clara de localização de maiores

concentrações de algas.

Fitoplâncton: Predomínio dos diatomáceas (Bacillariophyta). As clorofitas foram observadas

com predominância na fase do pós-enchimento (campanha XIII) e as cianofitas somente na

campanha XI (primeiro ano de monitoramento do reservatório). Nas coletas de março/2014

constatou-se a preocupante presença do dinoflagelado Ceratium furcoides, que é uma espécie

invasora no Brasil, e que nas amostras deste trimestre de setembro/2014 continuou sendo

identificada.

Cianobactérias: Parâmetro avaliado a partir do segundo ano do enchimento do reservatório,

onde está sendo constatada baixa densidade de organismos, assim como, uma baixa riqueza

de espécies para este grupo, fato que não está sendo considerado relevante para este

monitoramento. Desta forma, não é necessário ainda o exame de cianotoxinas para os

ambientes estudados.

Zooplâncton: Predomínio dos protozoários na fase do pré-enchimento e no 1º ano de

monitoramento após o enchimento . Porém, no ano atual de monitoramento do reservatório,

continua a ser observado este mesmo grupo, mas com presença também dos rotíferos.

Quantitativamente e em número de espécies todo ambiente tem-se mostrado pobre em

organismos deste grupo do zooplâncton.

143

Invertebrados Bentônicos: Este parâmetro continua não apresentando características

relevantes ao ambiente analisado devido ao baixo número de indivíduos e baixa riqueza de

espécies encontradas em todos os pontos monitorados. Nesta campanha foi constatada

pequena presença de animais bentônicos, possivelmente ainda devido ao estresse da

velocidade e alta vazão dos rios no período do estudo.

• Índices:

IQA: predomínio de BOA qualidade da água nas fases pré-enchimento, enchimento e no 1º

ano de monitoramento após a formação do reservatório. Porém, neste segundo ano de

monitoramento na campanha de janeiro/2013, a qualidade de água decresceu sensivelmente

apontando para uma qualidade RUIM. Embora que, nas campanhas de março e junho de

2013, a qualidade da água passou à REGULAR para todo o curso d’água amostrado. Neste

trimestre de setembro/2014 o IQA tem apresentado resultados melhores em relação aos

demais trimestres deste ano e alguns trimestres de anos anteriores, com enquadramento nos

intervalos de REGULAR e BOA.

IQAr: predomínio da Classe II em quase todas as campanhas do monitoramento pós

enchimento, excetuando o 1º trimestre do primeiro ano do reservatório, onde constatou-se a

Classe III. O mesmo comportamento foi constatado nas campanhas de março e junho/2013. A

atual campanha está enquadrando o reservatório na Classe II (pouco degradado) e Classe III,

ou seja, (moderadamente degradado), na distribuição dos pontos amostrados.

IET: Ocorrência do estado de MESOTROFIA, porém pouco evidenciado para os ambientes

estudados. O mesmo está sendo observado para as campanhas de janeiro, março, junho e

dezembro/2013, cuja condição de OLIGOTROFIA foi encontrada para estas águas. Neste

144

estudo foi encontrada a condição de estado mesotrófico, baseado nas análises do fósforo

total, por ausência de clorofila nas amostras. Se forem tomadas as médias entre o IET do

fósforo total e clorofila, o estado será oligotrófico.

• Resolução do CONAMA 357/05:

Predominância da CLASSE 1 para quase todos os parâmetros, significando que estas águas

ainda enquadram-se para usos nobres. Porém as CLASSES 2, 3 e 4 estão sendo constatadas

para alguns parâmetros, tais como: Fósforo Total, Turbidez, clorofila e Coliformes

Termotolerantes, o que significa contribuição antrópica e orgânica, o que leva a afirmar a

ocorrência de aporte de resíduos domésticos a estas águas, mesmo de forma pontual.

De uma maneira geral, avalia-se que nas fases pré-enchimento, enchimento e 1º ano de

monitoramento após a formação do reservatório, as águas apresentaram uma BOA

QUALIDADE físico, química e biológica; muito embora alguns parâmetros se destacavam

pontualmente levando a um decréscimo de qualidade das águas para REGULAR e RUIM. Nas

campanhas realizadas neste segundo ano de monitoramento do reservatório, ocorreram

algumas situações peculiares, onde foram constatadas qualidades RUIM e REGULAR,

principalmente para o ponto PS1. Atribuiu-se à sazonalidade de verão e à elevada

pluviosidade, onde geralmente os ecossistemas aquáticos respondem de maneira mais

sensível a estas interferências climáticas.

Avalia-se que ainda deva ser mantido o monitoramento proposto, no intuito de se comparar a

evolução de melhorias destas águas, uma vez que a situação encontrada até o presente

momento pode ser reflexo da estabilização do reservatório e pelo pouco tempo de retenção

145

das águas neste sistema, e, por ainda estar sendo considerado jovem para obter-se uma

grande resposta para a condição lêntica das águas.

Se a situação de qualidade assim permanecer, principalmente para os pontos considerados

mais críticos (SJ1, PS6, PS5, PS3 e PS1), pois estes recebem diretamente aporte de cargas

poluidoras oriundas dos municípios de Roque Gonzales, São Pedro do Butia e também

contribuição do reservatório da UHE São José; deverá ser proposto algum tipo de intervenção

necessária para que se possa dirimir os possíveis impactos aos ambientes monitorados da

UHEPSJ e principalmente no seu reservatório, evitando assim futuros transtornos causados

pela eutrofização, florações de algas e super desenvolvimento de macrófitas, eventos que

além de comuns são de difícil controle nos reservatórios brasileiros.

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150

Giovani Guimarães Ramires Biólogo CRBio: 41313-03D

Serlecio Guilherme Pinz Geólogo CREA-RS 101946D

151

ANEXO I – Mapa dos pontos de amostragens de água superficial

152

ANEXO II - Fichas com anotações de dados de campo

153

ANEXO III – Registros Fotográficos.

Ponto PS1: Arroio das Pedras, confluência com Rio Ijuí. a. margem direita (arroio); b. margem esquerda ( Rio Ijuí); c. Campo de gado; d. confluência dos rios.

a

dc

b

Ponto PS2: Rio Ijuí à jusante da confluência do barramento da UHE PSJ. a, b. margem direita; c,d. margem esquerda.

[E3] Comentário: Texto do PS2 está atrás das imagens.

154

Ponto PS3: Rio Ijuí à jusante da foz do arroio da cidade Roque Gonzales. a, b. margem direita; c,d. margem esquerda.

a

c

b

d

155

Ponto PS4: Rio Ijuí, logo à jusante da confluência com Arroio Limoeiro. a, b. margem direita; c,d. margem esquerda.

a

c

b

d

a

a b

[E4] Comentário: Inserir as letras nas imagens.

156

Ponto PS5: Rio Ijuí à jusante da confluência do Arroio Tigre. a,b. margem direita; c,d. margem esquerda. c d

157

Ponto PS6. Rio Ijuí à jusante da confluência do Arroio Pobre. a,b. margem direita; c,d. margem esquerda ; e. Avistamento de macrófitas a caminho do ponto PS6; f. Avistamento de gado.

a

c

b

d

e f

158

Ponto ALÇ PSJ. Rio Ijuí na alça da vazão reduzida após a foz do Arroio das Pedras. a, b. margem direita; c,d. margem esquerda; e,f. detalhe da mata ciliar.

a

c

b

d

e f

159

Ponto Jus PSJ: Rio Ijuí à jusante da confluência da água barrada pela UHE PSJ. a, b. margem direita; c,d. margem esquerda; e. detalhe da mata ciliar margem direita; f. detalhe da mata ciliar margem esquerda.

c

a b

e

d

f

160

Ponto SJ1: Rio Ijuí à jusante da UHE São José, a leste do reservatório da UHE PSJ. a, b. margem direita; c,d. margem esquerda.

c d

a b

161

ANEXO IV – Laudos das análises Físico-química da Água

162

ANEXO V – Laudos das análises biológicas da água.