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LIBRAS

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  • Universidade Federal de Santa Maria

    Pr-Reitoria de Graduao

    Centro de Educao

    Curso de Graduao a Distncia de Educao Especial

    1Edio, 2006

    LIBRAS III6 Semestre

  • S587 Silveira, Carolina Hessel Libras III : 6 semestre / [elaborao do contedo: profa. CarolinaHessel Silveira, Juliana Corra de Lima ; reviso pedaggica e de estilo:profa. Eliana da Costa Pereira de Menezes, profa. Cleidi Lovatto Pires].- 1.ed. - Santa Maria, Universidade Federal de Santa Maria, Pr-Reitoria deGraduao, Centro de Educao, Curso de Graduao a Distncia deEducao Especial, 2006.

    p. : il. ; 30 cm.

    1. Educao 2. Ensino 3. Educao especial 4. Surdos 5. Libras 6.Lngua brasileira de sinais I. Lima, Juliana Corra de II. Menezes, Eliana daCosta Pereira de III. Pires, Cleidi Lovatto IV. Universidade Federal de SantaMaria. Curso de Graduao a Distncia de Educao Especial

    CDU: 376.33

    Ficha catalogrfica elaborada porMaristela Eckhardt CRB-10/737Biblioteca Central - UFSM

    Elaborao do ContedoProfa. Carolina Hessel SilveiraProfessora Pesquisadora (Conteudista)

    Juliana Corra de LimaAcadmica Colaboradora

    Desenvolvimentodas Normas de RedaoProfa. Ana Cludia Pavo SilukProfa. Luciana Pellin Mielniczuk (Cursode Comunicao Social | Jornalismo)Coordenao

    Profa. Maria Medianeira PadoinProfessora Pesquisadora ColaboradoraDanbia MatosIuri Lammel MarquesAcadmicos Colaboradores

    Reviso Pedaggica e de EstiloProfa. Eliana da Costa Pereira de MenezesProfa. Cleidi Lovatto PiresComisso

    Reviso TextualProfa. Marta AzzolinCoordenao

    Direitos Autorais(Direitos Autorais | Ncleo de Inovao e deTransferncia Tcnolgica | UFSM)

    Projeto de IlustraoVinicius de S MenezesTcnico

    Fotografia da CapaBanco de imagens sxc.hu

    Projeto Grfico, Diagramaoe Produo Grfica(Curso de Desenho Industrial | Programao Visual)

    Prof. Volnei Antonio MattCoordenao

    Clarissa Felkl PrevedelloTcnicaBruna LoraFilipe Borin da SilvaAcadmcos Colaboradores

    ImpressoGrfica e Editora Pallotti

    * o texto produzido de inteira responsabilidade do(s) autor(es).

  • Presidente da Repblica Federativa do BrasilLuiz Incio Lula da Silva

    Ministrio da EducaoFernando HaddadMinistro da Educao

    Prof. Ronaldo MotaSecretrio de Educao a Distncia

    Profa. Cludia Pereira DutraSecretria de Educao Especial

    Universidade Federal de Santa Maria

    Prof. Clvis Silva LimaReitor

    Prof. Felipe Martins MllerVice-Reitor

    Profa. Nilza Luiza Venturini ZampieriPr-Reitora de Planejamento

    Prof. Jorge Luiz CunhaPr-Reitor de Graduao

    Profa. Cleuza AlonsoCoordenadora de Planejamento Acadmicoe de Educao a Distncia

    Prof. Alberi VargasPr-Reitor de Administrao

    Sr. Fernando Portin da RochaDiretor do CPD

    Profa. Maria Alcione MunhzDiretora do Centro de Educao

    Coordenao da Graduaoa Distncia em Educao Especial

    Prof. Jos Luiz Padilha DamilanoCoordenador Geral

    Profa. Vera Lcia MarostegaCoordenadora Pedaggica e de Oferta

    Profa. Andra ToniniCoordenadora de Tutorias e dos Plos

    Profa. Vera Lcia Marostega eProf. Jos Luiz Padilha DamilanoCoordenadores da Produo do Material do Curso

    Coordenao Acadmica do Projeto doCurso de Licenciatura a Distncia deEducao Especial - Graduao - Oferta do1 ano - Projeto MEC/SEED-UFSM 02/2005

    Prof. Jos Luiz Padilha DamilanoCoordenador

    Profa. Maria Ins NaujorksCoordenadora/Gestora Financeira do Projeto

    Joo Rafael Presa LeiteAssessor Tcnico

  • Sumrio

    4

    APRESENTAO DA DISCIPLINA

    UNIDADE AREPRESENTAES DO SER SURDO

    1. Identidade Surda

    2. Comunidade Surda

    3. Cultura Surda

    4. A surdez como diferena poltica

    5. A surdez como experincia visual

    UNIDADE BGRAMTICA II

    1. Tipos de frases na LIBRAS

    2. Advrbios de tempo

    3. Pronomes e expresses interrogativas

    UNIDADE CCONTEXTUALIZANDO EM LIBRAS I

    1. Narrativas em LIBRAS

    UNIDADE DSINAIS BSICOS IV

    1. Cidades

    2. Estados Brasileiros

    3. Pases

    REFERNCIASReferncias Bibliogrficas

    05

    07

    09

    11

    13

    16

    20

    25

    27

    28

    29

    33

    36

    37

    39

    40

    41

    43

  • 5Apresentaoda Disciplina

    Nesta disciplina, assim como nas demais, sero estudados

    assuntos pertencentes ao seu respectivo programa, porm a

    ementa referente a esta disciplina foi pensada e planejada

    anteriormente reforma de contedos relacionados ao estudo da

    Lngua Brasileira de Sinais (LIBRAS). Logo, aprenderemos, no da

    maneira seqencial em que os cadernos se apresentam, como

    por exemplo. Tipos de frases na LIBRAS que j foi trabalhada no

    caderno LIBRAS II. Alguns contedos no esto em ordem, porm

    foram colocado em outro caderno anterior e no prximo caderno.

    Assim sendo, em nada ser alterado o contexto da disciplina,

    apenas os contedos sero mais aperfeioados realidade.

    Lembre-se de que a Libras uma lngua e, como todas as

    outras, dinmica, sofrendo alteraes no decorrer do tempo e

    espao e no prprio processo interativo. Nesta disciplina,

    aprofundaremos o conhecimento sobre a Comunidade, a

    Identidade e a Cultura Surda e tambm sobre o aprendizado de

    LIBRAS, sendo capaz de realizar interaes comunicativas com a

    Comunidade Surda. A disciplina abrange quatro unidades que

    nos permitiro conhecer a LIBRAS. Na primeira unidade, iremos

    conhecer a Identidade e a Comunidade Surda, a surdez como

    diferena poltica e a surdez como experincia visual. Na segunda

    unidade, trabalharemos a gramtica II: tipos de frases na LIBRAS;

    pronomes e expresses interrogativas e advrbio de tempo. Na

    terceira unidade, mostraremos o contexto em LIBRAS I: Narrativas

    em LIBRAS. Em seguida, iremos conhecer sinais bsicos IV:

    cidades, estados brasileiros e pases.

    LIBRAS III6 Semestre

    Esta disciplina ser desenvolvida com uma carga horria

    de quarenta e cinco (45) horas/aula.

  • 6AlertaAlerta o leitor sobre algum assunto que estsendo tratado no momento.

    Saiba Mais - RecomendaoIndica fontes externas e outras leituras,como livros, stios na internet, artigos, outrositens da prpria apostila, etc.

    Contedos RelacionadosSugere ao aluno conhecer um ou maiscontedos especficos para melhorentendimento do contedo atual.

    AtividadesAs atividades dizem respeito aos exercciosabordados no tpico anterior, podem seranalgicas ou digitais.

    Veja o VdeoIndica que o aluno assista o vdeo.

    Entenda os nossos cones!

  • Objetivos da Unidade:

    UN

    IDA

    DE

    7

    REPRESENTAESDO SER SURDO

    Aps o estudo do contedo e a realizao das

    atividades propostas, esperamos que voc alcance

    os seguintes objetivos:

    - Conhea o cotidiano do ser surdo;

    - Aprofunde as principais vises atuais sobre

    representaes do ser surdo.

  • C U R S O D E E D U C A O E S P E C I A L | U F S M

    8

    Introduo

    de extrema importncia conhecer as

    representaes do ser surdo e como esta foi

    se desenvolvendo para que se possa refletir

    sobre ela. Iremos observar os grandes

    elementos das representaes do ser surdo:

    como a identidade surda, a comunidade surda,

    a cultura surda, a surdez como diferena poltica,

    a surdez como experincia visual.

  • 9U N I D A D E A

    1 Identidade Surda

    Figura A.1: : Professor surdo dando aulas para alunos surdos, a importncia da identificao entre professor surdo

    e alunos surdos

    Para falar sobre identidade surda, vamos

    primeiro falar como os Estudos Culturais

    pensam sobre as identidades.

    Atualmente, se pensa que as identidades

    no so fixas. As pessoas no tm s uma

    identidade em toda vida e em todos os lugares.

    Como diz Hall (1998, p. 46), as identidades

    so "abertas, contraditrias, inacabadas,

    fragmentadas".

    Bauman (2005, p.19) afirma:

  • C U R S O D E E D U C A O E S P E C I A L | U F S M

    10

    Essa pesquisadora mostra como existe uma

    relao entre a identidade surda, currculo e

    pedagogia. Ela traz algumas perguntas, como:

    Qual pedagogia se configura como referncia

    para a aprendizagem dentro da comunidade

    surda? (...) Como pode haver relaes entre

    currculo e cultura para possibilitar o acesso

    diferena? Perlin (2000)

    Perlin traz algumas respostas para essas

    perguntas e diz que j existe uma proposta nas

    novas diretrizes do MEC. Ele fala em trs boas

    A idia da identidade cultural nas comunidades surdasno se apresenta estvel. Ela ameaadaconstantemente pelo "outro". Este outro pode sereferir aos surdos que optaram pela representaoda identidade ouvinte. Esta poltica de representaogeralmente ter uma incidncia negativa.

    Sempre h alguma coisa a explicar, desculpar,esconder ou, pelo contrrio, corajosamente ostentar,negociar, oferecer e barganhar. H diferenas aserem atenuadas ou desculpadas ou, pelo contrrio,ressaltadas e tornadas mais claras.As "identidades" flutuam no ar, algumas de nossaprpria escolha, mais outras infladas e lanadas pelaspessoas em nossa volta, e preciso estar em alertaconstante para defender as primeiras em relao sltimas.

    condies para a escola produzir identidades

    surdas e no identidades de deficientes

    auditivos ou identidades ouvintistas. Essas

    condies so (Perlin, 2000, p. 27): presena

    do professor surdo na sala de aula de alunos

    surdos, presena de professor ouvinte com

    domnio de lngua de sinais e capacitado para

    ensino de portugus como segunda lngua, e

    contato do surdo com a cultura surda.

    No mesmo fcil ter uma identidade surda

    num mundo em que a maioria ouvinte. Nesse

    sentido, Miranda (2001, p. 23) diz para a gente

    pensar:

  • 11

    U N I D A D E A

    2 Comunidade Surda

    As pessoas comentam que o grupo dos

    surdos uma comunidade surda, mas este

    termo o correto? Vemos que ultimamente o

    grupo de surdos comeou a se nomear como

    povo surdo. Em relao aos dois nomes -

    comunidade e povo - preciso entender a

    diferena. Na opinio de Bauman (2003, p.7),

    comunidade um lugar confortvel e

    aconchegante, que tem proteo e segurana.

    Estas duas palavras so diferentes; assim, os

    surdos participam na comunidade surda,

    freqentam a associao de surdos, escolas,

    igrejas, os pontos de encontro surdo (tipo de

    bar, praa, shopping, etc.), onde h o prazer

    entre surdos com a comunicao de LS; tm a

    mesma identidade, mesma cultura, inclusive

    piadas. Este um tipo de resistncia da

    comunidade surda, assim como Bauman diz que

    "tem proteo e segurana": a segunda casa

    dos surdos. Porm os surdos moram com

    famlias e a maioria das famlias dos surdos so

    ouvintes, fazendo com que eles no tenham a

    mesma comunicao com a famlia ouvinte. A

    comunidade surda tambm abre fronteira aos

    ouvintes que participam dela, como escolas de

    surdos que tm intrpretes, professores

    ouvintes e surdos; algumas famlias surdas tm

    parentes ouvintes que vo associao, etc.

    Segundo Padden e Humphries (1988, p.5),

    Figura A.2: Encontro surdos para bate-sinais como a resistncia da Comunidade Surda

  • C U R S O D E E D U C A O E S P E C I A L | U F S M

    12

    Um exemplo a comunidade surda que

    pode ter estudantes surdos mestrandos e

    doutorandos, intrpretes, professores

    surdos e ouvintes, usurios de LIBRAS, que

    participam no Grupo de Estudos Surdos

    O 'povo' surdo alegre. Talvez porque tenha havidomuito sofrimento em sua infncia. Eles tm prazerem se comunicar e se alegram sempre. Em umptio de recreao ou em um restaurante, um grupode surdos que falam algo incrivelmente vivo.Falamos, falamos, exprimimo-nos s vezes durantehoras. Como se tivssemos uma sede inesgotvelde dizer as coisas, das mais superficiais s maissrias. Os surdos teriam me chamado de 'Flor quechora', caso eu no tivesse tido acesso suacomunidade lingstica. A partir dos sete anos tornei-me falante e luminosa. A linguagem de sinais eraminha luz, meu sol, no pararia mais de me exprimir,aquilo saa, saa, como uma grande abertura emdireo luz. No conseguia mais parar de falarcom as pessoas. Tornei-me 'O sol que vem docorao'. Era um belo sinal.

    uma comunidade surda um grupo de pessoasque vivem num determinado local, partilham osobjetivos comuns dos seus membros, e que pordiversos meios trabalham no sentido de alcanaremestes objetivos. Uma comunidade surda pode incluirpessoas que no so elas prprias Surdas, mas queapiam ativamente os objetivos da comunidade etrabalham em conjunto com as pessoas Surdas paraos alcanar.

    As pessoas no nascem com as identidades

    prontas, pois essas identidades so construdas

    na sociedade. A mdia tambm produz

    identidades - as pessoas querem andar na moda,

    ter carro da moda, ser iguais aos artistas da

    moda, etc. As escolas fazem parte importante

    da sociedade e o currculo produz identidades.

    Existem muitos lugares onde se produzem

    identidades.

    Um exemplo: "ser homem" e "ser mulher"

    so identidades construdas. "Mulher no pode

    fazer isso", "Homem no pode fazer aquilo"

    (chorar, por exemplo), "menina usa cor-de-

    rosa", "menino usa azul", etc. Aprende-se as

    identidades com a famlia, com a escola e com

    os grupos. Assim a identidade surda tambm

    se aprende.

    Perlin (2000, p. 25) fala da identidade surda

    assim:

    uma identidade que deve ser construda no interiordesta representao cultural e que se fortalece noseio da comunidade surda. (...) Sendo, apenas, umaspecto da identidade cultural, a identidade surdano se caracteriza como a totalidade da identidadeou subjetividade da pessoa.

    (GES), na Universidade Federal de Santa

    Catarina (UFSC). Isto muito importante

    para resistncia das lutas polticas e

    educacionais e que favorecem o povo

    surdo.

    Existem surdos com vrias identidades, como

    surdo oralizado, surdo ndio, surda mulher, surdo

    que vive na roa, surdo que vive no interior,

    surdo que vive na capital, etc. Eles so do povo

    surdo. Os surdos tm identidades diferentes,

    mas tm uma coisa comum que a cultura

    surda. Strobel (2006, p.6) define povo surdo

    como o conjunto de sujeitos surdos que no

    habita no mesmo local, mas que esto ligados

    por uma origem, tais como a cultura surda,

    usam lngua de sinais, tm costumes e

    interesses semelhantes, histrias e tradies

    comuns e qualquer outro lao compartilhado.

    Na Comunidade Surda algumas pessoas

    surdas participam, outras no. Nossa identidade

    constri nossa comunidade e faz surgir o povo

    surdo. Observe como a autora surda Laborit

    escreveu (s/d, p. 75):

  • 13

    U N I D A D E A

    3 Cultura Surda

    A cultura surda como viver nas fronteiras entre

    dois mundos: um mundo visual e um mundo

    Figura A.3: Cultura surda, exemplo, surdo escrevendo a mensagem no celular; televiso que tem closed caption e

    legenda; televiso que tem janela que mostra interprete sinalizando ao traduzir; ao tocar campainha, piscar a luz que

    tem pessoa tocando a campainha; beb chora, a luz piscar ao aviso aos pais surdos; uso Internet como Messenger

    (MSN), usar webcam para bate-sinais, comum que surdos comunicam aos surdos de outros estados at outros

    pases; TDD (Telecommunications Device for the Deaf), o telefone dos surdos comunicam ao digitar e ler a

    escrita.

    dos sons. Conforme afirma Bhabha (1998, p.

    19) sobre viver em fronteiras:

  • C U R S O D E E D U C A O E S P E C I A L | U F S M

    14

    Os surdos sempre viveram uma vida na

    fronteira entre o mundo surdo e o mundo dos

    sons, s vezes nos "entre-lugares" negociando

    sua cultura. Segundo Bhabha, sempre a cultura

    dentro da fronteira precisa encontrar o "novo."

    Ou seja: no passado, h histrias reprimidas,

    mas que podem trazer aprendizagem, para no

    futuro melhorar ou modificar a cultura surda.

    Porm, existem alguns surdos que ficam

    revoltados com o passado das suas histrias

    reprimidas, por isso Bhabha fala que precisa

    renovao do passado e, segundo Perlin (2003,

    p. 224), Andar na fronteira equivale ao

    hibridismo.

    Como nasce a cultura surda? Wrigley (1996,

    p. 45) afirma que "o trao significante que

    define a cultura dos surdos o uso de uma

    lngua de sinais". A lngua de sinais natural

    dentro dos corpos surdos. Surdos tm a prpria

    cultura diferente; pode-se pensar que a cultura

    dos surdos a cultura de pessoas que

    experienciam o mundo visualmente

    independente de sons (Skliar; Quadros, 2000,

    p. 43). uma cultura que construda pelos

    surdos, no uma cultura adaptada dos

    ouvintes. Como afirma Miranda (2001, p.20):

    A comunidade surda constri uma cultura e produzidentidades em espaos geogrficos, no sentido deno nascerem dentro desses, mas em espaospossibilitados ou conquistados para que ocorra,intencionalmente ou no, a organizao e a produosurda.

    A cultura surda autnoma. Ela coloca os

    surdos no espao territorial diferente, simblico.

    Nesse sentido, h uma inveno no lugar da

    A experincia visual desde o ponto de vista fsico(os encontros, as festas, as estrias, as casas, osequipamentos...) at o ponto de vista mental (alngua, os sonhos, os pensamentos, as idias...).Como conseqncia possvel dizer que a cultura visual. As produes lingsticas, artsticas,cientficas e as relaes sociais so visuais.

    Mas os ouvintes no entendem isso, porque

    esto dentro de outra cultura. Conforme Perlin

    (2004, p. 76) mostrou, "percebe-se que o

    sujeito surdo est descentrado de uma cultura

    e possui uma outra cultura. Percebe-se o surdo

    sem seu deslocamento da cultura ouvinte ou

    cultura universal e emergente na problemtica

    da diferena cultural prpria".

    Surdos podem se deslocar da cultura

    ouvinte, como aqueles surdos que eram

    oralizados anteriormente na cultura ouvinte,

    descobrem que tm outros corpos iguais aos

    surdos sinalizadores e comeam a se deslocar

    para a cultura surda, atravessando a fronteira

    sem barreira, sem "necessitar de documentos".

    Existe a violncia contra a cultura surda at hoje,

    como acontece em escolas inclusivas que Perlin

    (2004, p. 79) descreveu na Histria:

    A violncia contra a cultura surda foi marcada atravsda histria. Constatamos, na histria, eliminao vitaldos surdos, a proibio do uso de lngua de sinais,a ridicularizaro da lngua, a imposio do oralismo,a incluso do surdo entre os deficientes, a inclusodos surdos entre os ouvintes.

    Nossa existncia hoje marcada por uma tenebrosasensao de sobrevivncia, de viver nas fronteirasdo "presente", para as quais no parece haver nomeprprio alm do atual e controvertido deslizamentodo prefixo "ps": ps-modernismo, ps-colonialismo,ps-feminismo...

    cultura surda, pois segundo Perlin (2004, p.73);

    Entrar no lugar da cultura surda requer

    conhecimento da experincia do ser surdo/a

    com toda a transformao que o acompanha.

    Mas, como a cultura surda?

    Na cultura surda, a parte visual importante

    para toda a vida dos surdos. Skliar e Quadros

    (2000, p. 49) explicam muito bem isso:

  • 15

    U N I D A D E A

    Lane (1992, p. 40) ainda fala sobre o que

    mais importante para surdos como marca da

    cultura dos surdos: a) a sua dignidade, ou seja,

    no aceitar o que os mdicos dizem "que so

    deficientes"; isto no prprio da cultura; b)

    sua linguagem: os educadores no respeitam,

    s reprimem a prpria lngua da cultura dos

    surdos; c) sua histria surda: os ouvintes roubam

    a histria prpria dos surdos e dentro no

    currculo nunca ensinam a histria prpria dos

    surdos; d) sua organizao social e costumes: A

    maioria dos profissionais da medicina falam mal

    dos costumes dos surdos, dizendo que so

    bobagens e tm menor nvel do que os

    costumes dos ouvintes, mas isso no verdade;

    e) sua agenda poltica: os ouvintes continuam

    diminuindo ou abaixando o poder dos lderes

    surdos, no respeitam as opinies dos surdos e

    at "empurram" os surdos para trs em suas

    conquistas, s vezes.

    Assim importante entender que a cultura

    composta por prticas sociais sem

    neutralidade. uma marcao de territrios, que

    deve ser estabelecida politicamente pelos

    prprios surdos. Perlin (2000, p.23) coloca que,

    se a base da cultura surda no estiver presente

    no currculo, dificilmente o sujeito surdo ir

    percorrer a trajetria de sua nova ordem, que

    ser oferecida com as representaes da prpria

    cultura.

  • C U R S O D E E D U C A O E S P E C I A L | U F S M

    16

    4 A surdez como diferena poltica

    Durante muitos anos, os surdos lutaram no

    movimento de surdos querendo seu prprio

    direito, que diferente do que pensam os

    ouvintes. Significa lutar pelo surdo, no pelo

    deficiente e nem pelo doente.

    No sculo 19, alguns grupos de surdos

    franceses, europeus e americanos (engenhei-

    ros, filsofos, artistas e professores, todos

    surdos), organizaram as reunies anuais

    "Banquetes de Surdos" para comemorar o

    aniversrio do nascimento de L`Epee.

    Teve o primeiro banquete silencioso, que

    ocorreu no dia 30 de novembro de 1834, em

    comemorao aos 122 anos do nascimento do

    L`Epee. Assim comeou a movimentao dos

    surdos, foi criada uma associao de surdos em

    Paris - Frana, chamada Sociedad Central de

    Sordo-Mudos de Paris, fundado em 1934. A

    influncia das associaes de surdos espalhada

    no mundo at hoje, pois o local onde os surdos

    se encontram no mesmo modelo e na mesma

    lngua. Conforme Quadros (2004, s/p):

    L'Epee: Padre eprofessor ouvinte quemostrou que os surdosso capazes, ensinou acomunicao, a leiturae a escrita, assimfundou a primeiraescola pblica desurdos. Veja o cadernode LIBRAS I.

    Figura A.4: Movimento dos surdos quando lutam o que precisa como ser cidado

    No Brasil, as associaes de surdos brasileiros foramsendo criadas e tornando-se espao de "bate-papo"e lazer em sinais para os surdos, enquanto as escolasespeciais "oralizavam" ou as escolas "integravam"as crianas surdas nas escolas regulares de ensino.

    Durante anos, mais de 42% do professores

    na escola para surdos eram Surdos (EUA e

    Europa) e isso durou at 1879. Um dos mais

    importantes professores surdos foi o francs

    Laurent Clerc, convidado para lecionar nos

  • 17

    U N I D A D E A

    1900 - Maior parte das escolas para surdos de todomundo j no utiliza mais a Lngua de Sinais porcausa da oralizao, gerando queda significativa nonvel de escolarizao dos Surdos (...), fazendocom que os Surdos buscassem no esporte suaforma de expresso mais genuna, no sentido devencer esse grande trauma lingstico, cognitivo ecomunitrio(...)

    Houve uma exploso do movimento, foi um

    momento emocionante e de exemplo para o

    mundo dos surdos.

    No dia 8 de maro de 1988 (1 semana de

    movimento), houve greve na University

    Gallaudet para exigir uma pessoa surda na

    direo, no ao ouvinte. Surdos divulgaram

    muitas campanhas, cartazes, papis, etc.,

    mostrando a escrita: "Greve no Gallaudet",

    "Surdos em greve pelos Surdos", "Estudantes

    exigem reitor surdo", etc. Conforme Sacks

    (1998, p. 145)

    Um comit do corpo diretivo escolheu entre

    trs finalistas (uma ouvinte e dois surdos) a

    candidata ouvinte Elizabeth Ann Zinser. No dia

    seguinte, houve um movimento de mil

    estudantes surdos, que saram em passeata,

    marchando seis quarteires at a Casa Branca

    e, em seguida at o Capitlio. Aps alguns dias,

    o movimento aumentou para 3 mil surdos nos

    EUA, entre famlia, atores surdos, no-

    estudantes, trabalhadores, etc. Finalmente

    trocaram a direo e atualmente Gallaudet tem

    em sua direo um surdo que King Jordan.

    Houve outro grande movimento em Porto

    Alegre - RS. No dia 21 a 24 de abril de 1999,

    aconteceu o V Congresso Latino Americano de

    Educao Bilinge para Surdos na Universidade

    Federal de Rio Grande do Sul (UFRGS).

    Tambm o Pr-Congresso ao V Congresso de

    Educao Bilinge para Surdos nos dias 20 a

    21 de abril de 1999. Mais de mil pessoas

    assistiram s palestras, discusses, etc. para fazer

    uma mudana da educao de surdos nos anos

    2000. Um dia, houve uma mobilizao dos

    surdos na rua, como pode-se observar abaixo,

    na notcia do jornal Correio do Povo - Porto

    Alegre - RS no dia 24 de abril de 1999, sobre

    governador Olvio Dutra que colocou luvas

    brancas nas mos deles. O documento sobre a

    situao na educao de surdos foi entregue

    pelos surdos ao governador Olvio Dutra.

    Estados Unidos, fundou a escola pblica para

    surdos em 1816. Mais tarde (1864) escola

    Gallaudet, logo transformada na primeira

    faculdade para surdos e atualmente Gallaudet

    University, em Washington.

    Em 1880, foi realizado o Congresso de

    Milo, no qual o mtodo oral foi adotado nas

    escolas de surdos, proibindo assim o uso da

    lngua de sinais. Neste caso, os professores

    surdos foram demitidos. Ferreira (2000, p. 29)

    declarou:

    Vejo uma moa fazendo sinais para seu cachorro;este, obediente, deita, rola, d a pata. O prpriocachorro veste um pano branco com os dizeres, decada lado: ENTENDO A LNGUA DE SINAIS MELHORDO QUE SPILMAN. (A presidente do corpo diretivodo Gallaudet ocupou o cargo por sete anos semaprender praticamente nada da lngua de sinais).

  • C U R S O D E E D U C A O E S P E C I A L | U F S M

    18

    Figura A.5: Jornal Correio do Povo, 24 de abril de 1999

    Aqui em Santa Maria, h uma associao de

    surdos, chamada ASSOCIAO DOS SURDOS

    DE SANTA MARIA (ASSM), fundada em 13 de

    julho de 1985, localizada na Av. Oliveira

    Mesquita, 84, no bairro Salgado Filho. Os surdos

    participam da associao como uma casa, onde

    encontram outros surdos para bater-mos

    praticar esportes, jogar, etc. Antigamente quando

    no havia esse local, no tinham um ponto fixo

    de encontro de surdos para bater-mos, etc.

    Atualmente, em Santa Maria, existe uma

    escola de surdos, a Escola Estadual de

    Educao Especial Dr. Reinaldo Fernando

    Coser. Esta escola de surdos tem alguns

    professores surdos dando aula, isto muito

    mais importante, pois traz a referncia e a

    identificao. Observamos que h uma

    crescente evoluo dos surdos e que

    continua cada vez mais em garantia dos

    plenos direitos como cidados.

  • 19

    U N I D A D E A

    Ronice Mller deQuadros: que acoordenadora geralresponsvel do cursoLETRAS/LIBRAS naUFSC, professora epesquisadora da UFSC.Gacha, filha de paissurdos e fez vrioslivros sobre Lingisticae Educao de Surdos.Veja mais no site http://www.ronice.ced.ufsc.br/index.htm

    Agora h o decreto n 5.626, de 22 de

    dezembro de 2005, que obriga o ensino de

    LIBRAS nos cursos de licenciatura. Tambm

    sabemos que foi lanado o curso de graduao

    a distncia em LETRAS/LIBRAS na Universidade

    Federal de Santa Catarina (UFSC) com nove

    plos nas universidades federais em alguns

    estados do Brasil. Entre eles est a UFSM

    (Universidade Federal de Santa Maria), em

    Santa Maria, RS, que possui 55 alunos surdos.

    Observe que o decreto n 5.626, de 22 de

    dezembro de 2005, inclui a lei de LIBRAS -

    Lngua Brasileira de Sinais, n 10.436 de 24

    de abril de 2002, reconhecida como a

    comunicao e expresso de surdos brasileiros.

    Se no fosse o movimento, a luta dos surdos

    possvel que no houvesse a lei.

    surdo o sujeito que aprende o mundo por meiode experincias visuais e tem o direito e apossibilidade de apropriar-se da lngua brasileira de

    Porm, muitas pessoas desconhecem o que

    um surdo, pensa que uma deficincia, uma

    pessoa incapaz, um coitado que precisa ser

    normalizado, etc. preciso um maior respeito

    ao surdo, no podemos normalizar, temos que

    aceit-lo. O maior problema a discriminao,

    o que inaceitvel para os surdos.

    Perlin e Miranda (2003, p. 218) explicam

    o que ser surdo:

    Se vocs nos perguntarem aqui: o que ser surdo?Temos uma resposta: ser surdo uma questo devida. No se trata de uma deficincia, mas de umaexperincia visual. Experincia visual significa autilizao da viso, (em substituio total a audio),como meio de comunicao. Desta experinciavisual surge a cultura surda representada pela lnguade sinais, pelo modo diferente de ser, de seexpressar, de conhecer o mundo, de entrar nasartes, no conhecimento cientfico e acadmico. Acultura surda comporta a l ngua de sinais, anecessidade do interprete, de tecnologia de leitura.

    sinais e lngua portuguesa, de modo a propiciar seupleno desenvolvimento e garantir o trnsito emdiferentes contextos sociais e culturais.

  • C U R S O D E E D U C A O E S P E C I A L | U F S M

    20

    5 A surdez como experincia visual

    No aprendizado, a percepo visual o

    ponto mais importante dos surdos. Geralmente

    a educao clnica trabalha com o treinamento

    de ouvir, focaliza a audio dos surdos. Isso

    perda de tempo, simplesmente o uso da

    experincia visual. Ser surdo no quer somente

    dizer no ouvir, existem outros sentidos, o ser

    Surdo uma pessoa com uso de Lngua de

    Sinais, que tem identidade prpria, cultura, etc.

    Os surdos tm experincia visual e adquirem

    uma lngua visual-espacial, identificam-se como

    surdos, assim como os ouvintes tm experincia

    oral-auditiva. Conforme Quadros (2004, p.4),

    Figura A.6: Como os surdos desenvolvem ao aquisio, cognio, aprendizado, etc. usar a visual, quer mostrar a

    experincia visual. Este desenho que mostrar uma crnea, quando v a imagem ou paisagem, que atravessar ao

    caminho para crebro.

    surdo o sujeito que aprende o mundo por meiode experincias visuais e tem o direito e apossibilidade de apropriar-se da lngua brasileira desinais e lngua portuguesa, de modo a propiciar seupleno desenvolvimento e garantir o trnsito emdiferentes contextos sociais e culturais.

    Porm, muitas pessoas desconhecem o que

    um surdo, pensa que uma deficincia, uma

    pessoa incapaz, um coitado que precisa ser

    normalizado, etc. preciso um maior respeito

    ao surdo, no podemos normalizar, temos que

    aceit-lo. O maior problema a discriminao,

    o que inaceitvel para os surdos.

    Perlin e Miranda (2003, p. 218) explicam

    o que ser surdo:

    Se vocs nos perguntarem aqui: o que ser surdo?Temos uma resposta: ser surdo uma questo devida. No se trata de uma deficincia, mas de umaexperincia visual. Experincia visual significa autilizao da viso, (em substituio total a audio),como meio de comunicao. Desta experinciavisual surge a cultura surda representada pela lnguade sinais, pelo modo diferente de ser, de seexpressar, de conhecer o mundo, de entrar nasartes, no conhecimento cientfico e acadmico. Acultura surda comporta a l ngua de sinais, anecessidade do interprete, de tecnologia de leitura.

  • 21

    U N I D A D E A

    Por isso ser surdo uma diferena humana,

    no doena ou deficincia como mdicos,

    fonoaudilogos e outros clnicos costumam falar.

    A Lngua de Sinais uma lngua de

    modalidade gestual-visual, tendo sua estrutura

    diferenciada da estrutura do portugus, que tem

    por base o campo oral-auditivo. Os sinais so

    formados a partir da combinao da forma e

    do movimento das mos e do ponto no corpo

    ou no espao em que esses sinais so feitos.

    Assim, como as lnguas orais, a LIBRAS possui

    sua estrutura gramatical prpria, contemplando

    todos os requisitos para a sua oficializao como

    lngua.

    Aps a aquisio da linguagem, a lngua de

    sinais ajuda os surdos desenvolvem a escrita

    de portugus e leitura. Existem filhos surdos

    de pais surdos que escrevem melhor do que

    filhos surdos dos pais ouvintes. Conforme

    Quadros (1997, p. 26), "em alguns surdos que

    tiveram oportunidade de desenvolver a lngua

    de sinais desde a mais tenra idade (por serem

    filhos de pais surdos), percebeu-se a qualidade

    das produes escritas e de suas leituras

    superior produo e compreenso de muitos

    alunos surdos que no tm acesso lngua de

    sinais precocemente".

    Leia o texto destacado abaixo:

    Como so os surdos? Para responder esta

    pergunta, foram feitos pelo menos trs

    estudos. Pode-se refletir-se em primeiro

    lugar sobre a identidade dos surdos; eles

    pertencem uma categoria e esta tem

    atributos que constituem uma parte da

    nossa cultura popular, como conseqncia

    do tratamento do surdo na literatura e nos

    meios de comunicao. Em segundo lugar,

    tentemos dar um salto do mundo ouvinte

    e tentar imaginar como seria o nosso

    mundo se fossemos surdos. A maior parte

    das pessoas ouvintes se for levada a pensar

    nos surdos, do de imediato o salto do seu

    mundo para o mundo dos surdos, visto no

    terem mais nada em que se basear. Estas

    pessoas nunca leram nada sobre a

    linguagem e cultura dos surdos, por isso,

    esta passagem imaginria do mundo ouvinte

    para o mundo surdo o nico meio a que

    podem recorrer para tentarem obter um

    conhecimento mais real. Se por acaso

    conhecermos algum que seja surdo, est

    aberto um terceiro caminho para a

    compreenso da surdez, que baseada nas

    caractersticas dessa determinada pessoa,

    por exemplo: .

    Normalmente, todos estes estudos levam

    as pessoas ouvintes ao mesmo ponto de

    partida respeitante s representaes dos

    surdos: a surdez no um privilgio.

    Na sociedade ouvinte, a surdez

    estigmatizada; o socilogo, Erving Goofman

    distingue trs tipo de estigma: fsico,

    psicolgico e social. ,

    REPRESENTAES DO SURDO

  • C U R S O D E E D U C A O E S P E C I A L | U F S M

    22

    explica. > Qualquer desvio

    susceptvel de impor um estigma e ns

    temos tendncia a atribuir muitos estigmas

    quando encontramos apenas algum. Todas

    estas trs categorias de estigmas so

    atribudas aos surdos os quais fisicamente

    so considerados deficientes, facto este que

    faz com que surjam algumas caractersticas

    indesejveis da sua personalidade, tais

    como: raciocnios confusos e

    comportamentos impulsivos. Os ouvintes

    podem tambm considerar os surdos como

    indivduos pertencentes a uma comunidade

    especfica, chegam mesmo a consider-los

    um mundo parte, indesejvel, causando-

    lhes desse modo distrbios sociais, como

    aqueles presentes na lista de Goffman:

    prostitutas, toxicodependentes,

    delinqente, criminosos, msico de jazz,

    bomios, ciganos, artistas de rua,

    vagabundos, gente de espetculos,

    jogadores, , homossexuais e

    os pobres que sobrevivem nas cidades sem

    vontade de trabalhar. Mas mesmo que a

    comunidade dos surdos americanos fosse

    conhecida pelo que uma minoria

    lingstica e cultural com uma rica e nica

    herana, estaria ainda sujeita a um estigma

    tribal, tal como acontece com a

    comunidade hispano-americana.

    O estigma relativo. Na comunidade dos

    surdos, ser-se surdo no mudo , como j

    vimos inaceitvel. Ser-se surdo no mudo

    significa que este faz ms opes de vida,

    que adoptou indiscriminadamente valores

    fora do comum que privilegiam a fala. As

    pessoas ouvintes no conseguem ver o que

    est errado com os surdos no mudos; a

    articulao privilegiada na sociedade

    americana, enquanto a gesticulao j no

    o .

    No esteretipo do ouvinte, a surdez

    representa a falta e no a presena de algo.

    O silencio sinnimo de vcuo. De acordo

    com Padden e Humphries, a comunidade

    dos surdos reconhece que o

    . Por

    isso a revista publicada pela National

    Association of the Deaf (NAD) foi intitulada

    durante muito tempo por The Silent

    Worker. Mas, para o ouvinte,

    representa o lado obscuro

    do surdo. Quem surdo no pode ter a

    mesma orientao e segurana no seu

    ambiente que ns temos no nosso; com

    certeza, que no podem apreciar msica,

    dizemos a ns prprios; nem participarem

    numa conversa, ouvir anncios ou utilizar

    o telefone. A pessoa surda anda toa,

    parece que est numa redoma; existe uma

    barreira entre ns, por isso o surdo est

    isolado. Gerasin, personagem de Ivan

    Turgenev, por exemplo, foi , tal como foi o protagonista

  • 23

    U N I D A D E A

    surdo de Carson McCulters em The Heart

    is a Lonly Hunter.

    O surdo, na realidade, no consegue

    comunicar na linguagem do ouvinte; para

    ele o simples facto de tentar como se

    envolvesse num dialogue ds sourdes - um

    dilogo surdo significa a no compreenso

    mutua. O ouvinte muitas vezes, em

    sentido figurado, chamado surdo, quando

    se recusa a ouvir, principalmente, os

    conselhos morais. Se os grandes progressos

    em ingls esto associados a uma mente

    instruda, um discurso simples, pouco

    cuidado, assim como a gesticulao esto

    associados a uma mente simples. Porque a

    linguagem e a inteligncia esto muito

    interligadas, quando tentamos classificar

    uma pessoa (ficamos surpreendidos ao ouvir

    uma inteligncia superior manifesta - a no

    ser que tal acontea de livre vontade - numa

    linguagem lenta, arrastada ou em frases

    gramaticalmente incorrectas), a surdes surge

    como uma deficincia do intelecto. O

    do surge

    no s para fazer referncia mudez, como

    tambm fraqueza da mente. O casal surdo

    em In This Sign, de Joanne Greenberg,

    ignorante mesmo em assuntos respeitantes

    ao nascimento de uma criana.

    Paradoxalmente, a surdez pode parecer

    digna: a to simplicidade da mente e a

    inocncia de uma criana revelam uma

    alma pura, sem os artifcios da civilizao.

    Sophy de Dicken parece que veio do

    paraso; Gargan de Maupassant no

    consegue falar, um pastor ignorante, mas

    forte, honesto e ntegro na sua misria.

    De facto, imaginamos dois tipos de

    surdez, estando nas nossas mentes o tipo

    mais freqente associado a empregos de

    nvel inferior ou mesmo a pobreza. O casal

    surdo de The Key, de Eudora Welty pobre

    ingnuo, > e tem o

    comportamento de uma criana. Uma

    pessoa surda pode vender cartas gravadas

    com o alfabeto dos surdos excepcional que

    consegue falar e ler os lbios, que como

    todos ns, excepo de uma ligeira

    diferena. (Que alivio!). Este no vende

    cartas nem faz trabalhos manuais, no

    pobre, nem pertence classe mdia na

    nossa imaginao, mas distinto e elegante.

    Henry Kisor, o editor de Sun-Times, em

    Chicago, confirmou esta boa imagem do

    surdo na sua autobiografia, em 1990,

    Whats That Pig Outdoors. (O ttulo foi

    escolhido para ilustrar os riscos da leitura

    dos lbios).

    A nossa sociedade suficientemente

    rica e instruda para que estejamos

    preparados para conviver com marginais, os

    quais defendem as nossas normas, mas que

    por razes para alm de seu controlo, no

    conseguem viver com elas. Marlee Matlin,

    a actriz surda, conquistou a admirao de

    muitas pessoas ouvintes quando optou por

    comunicar oralmente na televiso nacional

    e no ter recorrido a um intrprete ao

    receber o Oscar pelo seu papel de surda

    culta no filme Filhos de um Deus Menor.

    No entanto, pelo mesmo acto, foi alvo de

    muitos criticismos por parte de alguns outros

    membros da comunidade dos surdos

    americanos. Para eles, naquelas poucas

  • 24

    C U R S O D E E D U C A O E S P E C I A L | U F S M

    palavras hesitantes, ela renegou os

    princpios da histria que to

    brilhantemente tinha representado.

    Simbolicamente, ela optou por no receber

    o prmio como um membro da comunidade

    dos surdos e, pareceu mesmo defender a

    idia de que o recurso a quaisquer palavras

    em ingls mais vantajoso para os surdos

    do que a mais eloqente American Sign

    Language.

    Fonte: LANE, Harlan. A Mscara daA Mscara daA Mscara daA Mscara daA Mscara da

    Benevo lnc iaBenevo lnc iaBenevo lnc iaBenevo lnc iaBenevo lnc ia: a comunidade surda

    amordaada. Lisboa: Instituto Piaget, 1992.

    1. Faa uma relao do texto lido com o

    contedo da unidade.

    2. Na sua opinio os surdos so vistos como

    pessoas a parte, sozinhas? Por-qu?

    3. Como os surdos so vistos na sua cidade?

    4. Existe, em sua cidade, exemplos de

    respeito cultura e comunidade surda? Cite

    algum.

    5. D sua opinio sobre o fato de a atriz

    Marlee Matlin no necessitar de intrprete

    no Oscar

    Disponibilize a atividade no ambiente virtual

    conforme orientaes do professor da

    disciplina.

    Atividade FinalAtividade FinalAtividade FinalAtividade Final

    Atriz Marlee Matlin,vencedora do oscar1987, melhor atriz, quefez o filme FILHOS DOSILNCIO, diretorRanda Haines, EUA,1986. Ela surda, americana, fez vriosfilmes, na sua maioriacomo surda.

  • Objetivos da Unidade:

    UN

    IDA

    DE

    25

    GRAMTICA II

    Aps o estudo do contedo e a realizao das

    atividades propostas, esperamos que voc alcance

    os seguintes objetivos:

    - aprofunde a gramtica da lngua de Sinais;

    - identifique os tipos de frases na LIBRAS, pronomes

    e expresses interrogativas e advrbio de tempo.

  • C U R S O D E E D U C A O E S P E C I A L | U F S M

    26

    Introduo

    Nessa unidade, conheceremos mais

    profundamente a gramtica da Lngua de Sinais

    e sua importncia.

  • 27

    U N I D A D E B

    Tipos de frasesna LIBRAS

    1

    Revise o caderno LIBRAS II em constam frases

    em LIBRAS.

    Figura B.1: Observe o desenho que o menino faz a expresso diferente cada pergunta ou conversa

  • C U R S O D E E D U C A O E S P E C I A L | U F S M

    28

    Na LIBRAS, no h marca de tempo nas formas

    verbais. como se os verbos ficassem na frase

    quase sempre no infinitivo, geralmente os

    advrbios vm no comeo da frase como por

    exemplo:

    Advrbios de tempo2

    Figura B.2

    Observe o desenho que mostrar o turno

    como manh, tarde, noite e madrugada.

    Advrbios de tempo

    HOJE e AGORA que d idia de presente:

    HOJE o tempo est lindo!

    ONTEM, ANTEONTEM que d idia de

    passado: ONTEM eu cheguei em casa s 21h.

    AMANH que d idia de futuro: AMANH

    vai fazer muito calor aqui em Santa Maria.

  • 29

    U N I D A D E B

    Pronomes e expressesinterrogativas

    3

    3.1QUAL, COMO,PARA QUE e PORQUE

    Na LIBRAS, os pronomes QUAL, COMO e PARA

    QUE tendem a ser utilizados no final da frase

    e o POR QUE no inicio da frase.

    preciso saber que a diferena entre o "por

    que" interrogativo e o "porque" explicativo est

    no contexto e nas expresses facial e corporal

    Exemplos:

    - QUAL?

    a.CAMISETA MAIS BONIT@. ROSA OU

    VERDE, QUAL?

    MAIS BONIT@ ROSA URSO BONITO

    (expresso facial infantil)

    b. VOC LER LIVRO? QUAL NOME?

    NOME "A MSCARA DA BENEVOLENCIA"

    - COMO?

    a. VOC IR ESCOLA AMANH COMO?

    EU IR A ESCOLA DE NIBUS, VAMOS

    JUNTOS?

    b. EL@ COMPRAR CARRO? COMO

    DINHEIRO?

    EL@ PEDIR DINHEIRO EMPRESTADO

    - PARA QUE?

    a. PRA QUE COMPRAR ROUPA?

    AMANH TEM FESTA NA CASA DA MNICA.

    a. PRA-QUE ROUPA CHIQUE?

    EU GOSTAR.

    POR QUE?

    a. POR QUE FALTAR SEGUNDA-FEIRA

    PASSADA NA ESCOLA?

    POR-QUE EU IR NO MDICO.

    3.2QUANDO, DIA, QUE-HORA,QUANTAS-HORAS

    - QUANDO e DIA

    A expresso facial simultaneamente indica

    que os pronomes esto na forma interrogativa.

    O QUANDO, em uma resposta est relacionado

    a um advrbio de tempo. Assim h trs sinais

    diferentes especificando passado, futuro ou dia.

    Exemplos:

    - QUANDO-PASSADO (interrogativo)

    a. EL@ FAZER COMPRAS DA PASSAGEM

    QUANDO-PASSADO?

    ONTEM, MS PASSADO, ANO-PASSADO,

    etc.

  • C U R S O D E E D U C A O E S P E C I A L | U F S M

    30

    - QUANDO-FUTURO ou DIA

    a. EL@ IR NA ESCOLA QUANDO-FUTURO?

    AMANH, PRXIMO MS, DOMINGO, etc;

    DIA

    a. EU CONVIDAR VOC ESTUDAR COMIGO.

    VOC PODER DIA?

    TERA-FEIRA QUE-VEM, EU PODER.

    Que-horas e Quantas-horas

    Na LIBRAS, a expresso QUE HORAS? Est

    relacionada com tempo cronolgico e usa-se a

    mesma configurao dos numerais para

    quantidade. Depois do meio-dia, conta-se

    novamente as horas, pois pelo contexto j se

    sabe a que turno do dia se est referindo, mas

    se for necessrio especificar, acrescenta-se o

    sinal de TARDE aps a hora, exemplo:

    QUE-HORAS

    - AULA COMEAR QUE-HORA ?

    - VOC IR NO MDICO QUE-HORA?

    Figura B.3: Relgio que mostrar QUE-HORAS; a viagem de carro que mostrar QUANTAS-HORAS

    - SEU NIBUS VEM QUE-HORA?

    - O FILME COMEA QUE-HORA?

    A expresso interrogativa QUANTAS-HORAS

    est sempre relacionada ao tempo gastou para

    se realizar alguma atividade ou acontecer alguma

    coisa, exemplos:

    QUANTA-HORA

    VIAJAR DE CARRO QUANTA-HORA?

    ESTUDAR ESCOLA QUANTA-HORA?

  • 31

    U N I D A D E B

    Expresses idiomticasrelacionadas ao ano sideral

    Na LIBRAS, a palavra DIA tem dois sinais: um

    relacionado ao dia do ms e outro para durao

    (todo dia).

    Exemplos:

    DIA ONTEM?

    ONTEM DIA 27

    VIAJAR MARANHO AVIO 3 DIA

    "Eu viajei 3 dias de avio para o Maranho"

    Pode ser incorporado aos sinais DIA

    (durao) os numerais de 1 a 4, a partir do

    nmero 5 forma o sinal seguido do numeral.

    exemplos:

    1 DIA, 2 DIA

    2 SEMANA, 3 SEMANA

    VEZ-1, VEZ-2, VEZ-3, MUIT@-VEZES

    DIA 20, SEMANA 8, ANO 6

    Tambm pode ser incorporado aos sinais DIA

    (durao) a freqncia ou a durao atravs

    de movimentos repetidos ou prolongados.

    Comparativo de igualdade,superioridade e inferioridade

    NA LIBRAS, h trs situaes pra ser comparada

    uma qualidade: superioridade, inferioridade

    para isso so usados os sinais MAIS antes do

    adjetivo comparado, seguido da conjuno

    comparativa DO-QUE, exemplo:

    X MAIS ------- DO-QUE Y;

    X MENOS ---- DO-QUE Y.

    E tambm o de igualdade que pode ser

    utilizado como: IGUAL (dedos indicadores e

    mdios das duas mos roando um no outro) e

    IGUAL (duas mos em B, viradas para frente

    encostadas lado a lado), geralmente no final

    da frase. Exemplos:

    a. VOC MAIS BONIT@ DO-QUE EL@

    b. VOC 2 IDADE IGUAL

    3.3

    Exemplos:

    TODOS-OS-DIAS - movimento repetido;

    DIA-INTEIRO "o dia todo" - movimento

    alongado;

  • 32

  • Objetivos da Unidade:

    UN

    IDA

    DE

    33

    CONTEXTUALIZANDOEM LIBRAS I

    Aps o estudo do contedo e a realizao das

    atividades propostas, esperamos que voc alcance

    os seguintes objetivos:

    - sinalize as narrativas em LIBRAS e entenda o que

    professor sinalizou aps observar o vdeo;

    - saiba qual a diferena dos sinais da pessoas,

    coisas e animais;

    - conhea os sinais de locais.

  • C U R S O D E E D U C A O E S P E C I A L | U F S M

    34

    Introduo

    Nessa unidade, iremos aprofundar a

    contextualizao em LIBRAS III, existe alguns

    sinais iguais, mas que dependendo do contexto

    tem outro sentido, quer. Por exemplo, o sinal

    Figura C.1

    de "laranja" e "sbado" so iguais, mas o

    contexto diferente, observe (estrutura em

    LIBRAS): "eu adoro comer laranja"; "combinar

    festa sbado?"; "vestido laranja horrvel".

    Pessoa Coisa Animal

  • 35

    U N I D A D E C

    Figura C.2

    Locais

  • 36

    C U R S O D E E D U C A O E S P E C I A L | U F S M

    Narrativas em LIBRAS1

    Observe que o professor sinalizar, ao narrar

    em LIBRAS, alguma histria.

    Soletrao

    Visualize a soletrao e anote os nomes:

    1. 6.

    2. 7.

    3. 8.

    4. 9.

    5. 10.

    No vdeo, h uma figura para cada pergunta.

    Aps, a professora sinalizar os locais.

    Observe o vdeo e marque a alternativa

    correta. Envie atravs do ambiente virtual

    conforme orientaes do professor da

    disciplina.

    Acerte qual o sinal do local, colocando a,

    b ou c.

    1. Qual o sinal do local?

    _______________________________

    2. Qual o sinal do local?

    __________________________________

    3. Qual o sinal do local ?

    _________________________________

    4. Qual o sinal do local ?

    _________________________________

    Atividade FinalAtividade FinalAtividade FinalAtividade Final

  • Objetivos da Unidade:

    UN

    IDA

    DE

    37

    SINAIS BSICOS IV

    Aps o estudo do contedo e a realizao das

    atividades propostas, esperamos que voc alcance o

    seguinte objetivo:

    - conhea os sinais de cidades, estados brasileiros e

    pases.

  • C U R S O D E E D U C A O E S P E C I A L | U F S M

    38

    Introduo

    Nessa unidade iremos conhecer os sinais de

    cidades, estados brasileiros e pases. Para os

    lugares que no tm sinal, preciso soletrar no

    alfabeto dactilolgico. Existe vrios exemplos,

    que explicaremos no decorrer da unidade. H

    cidades distantes, que ns surdos no temos

    contato, e no sabemos se h escola de surdos

    ou associao. O melhor quando se conhece

    uma cidade, a perguntamos para o lder surdo

    dessa cidade sobre os sinais corretos usados

    por aquela comunidade e aproveitamos para

    us-los. Muitas vezes no sabemos os sinais

    utilizados em alguns pases, por isso tambm

    comum que alguns surdos viajem para outros

    pases, a passeio ou para Congressos e trazem

    os sinais originais destes outros pases para o

    Brasil, e assim se espalha estes sinais originais.

  • 39

    U N I D A D E D

    Cidades1

    Figura D.1

  • C U R S O D E E D U C A O E S P E C I A L | U F S M

    40

    Estados Brasileiros2

    Figura D.2

  • 41

    U N I D A D E D

    Pases3

    Figura D.3

  • C U R S O D E E D U C A O E S P E C I A L | U F S M

    42

    No vdeo, aparece uma figura para cada

    pergunta. A professora sinalizar os lugares

    como cidades, estados, pases. Observe o

    vdeo e marque a alternativa correta. Aps

    envie atravs do ambiente virtual conforme

    orientaes do professor da disciplina.

    Acerte qual o sinal do local, colocando a,

    b ou c.

    1. Qual o sinal do lugar?

    ________________________________

    2. Qual o sinal do lugar?

    ________________________________

    3. Qual o sinal do lugar ?

    ________________________________

    4. Qual o sinal do lugar ?

    ________________________________

    5. Qual o sinal do lugar ?

    ________________________________

    6. Qual o sinal do lugar ?

    ________________________________

    Atividade FinalAtividade FinalAtividade FinalAtividade Final

    Aps isso, sugiro quevoc assista ao vdeo"Literatura em LSB"com Nelson Pimenta, apoesia "Bandeira doBrasil".

  • 43

    R E F E R N C I A S

    Referncias Bibliogrficas

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    A N O T A E S

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