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MÓDULO I Curso de Cálculos Trabalhistas AULA 09 Rua Barão do Serro Azul, 199 Centro Curitiba-Paraná Fone: 41 3323-1717 www.portalciveltrabalhista.com.br

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MÓDULO I

Curso de Cálculos Trabalhistas

AULA 09

Rua Barão do Serro Azul, 199 – Centro – Curitiba-Paraná – Fone: 41 3323-1717

www.portalciveltrabalhista.com.br

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Sumário

1. FGTS – NOÇÃO BÁSICA .......................................................................................... 3

1.1. FGTS COMO VERBA ASSESSÓRIA ..................................................................... 3

1.2. FGTS COMO VERBA PRINCIPAL ....................................................................... 3

1.3. MULTA DE 40% DO FGTS OU MULTA FUNDIÁRIA ........................................ 8

1.4. CONSIDERAÇÕES .................................................................................................. 9

2. GRATIFICAÇÃO DE CAIXA .................................................................................. 10

2.1. Classificação da Verba ............................................................................................ 10

2.2. Base de Cálculo ....................................................................................................... 11

2.3. Caso Prático – Exemplo de Condenação ................................................................. 11

3. GRATIFICAÇÃO DE FUNÇÃO ............................................................................... 13

3.1. Classificação da Verba ............................................................................................ 13

3.2. Base de Cálculo ....................................................................................................... 13

3.3. Caso Prático – Exemplo de Condenação ................................................................. 13

4. GRATIFICAÇÃO DE PRODUTIVIDADE .............................................................. 15

4.1. Classificação da Verba ............................................................................................ 15

4.2. Base de Cálculo ....................................................................................................... 15

4.3. Caso Prático – Exemplo de Condenação ................................................................. 16

5. GRATIFICAÇÃO SEMESTRAL .............................................................................. 18

5.1. Classificação da Verba ............................................................................................ 18

5.2. Base de Cálculo ....................................................................................................... 18

5.3. Caso Prático – Exemplo de Condenação ................................................................. 19

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1. FGTS – NOÇÃO BÁSICA

Não iremos tratar do conceito jurídico do FGTS (Lei 8.036/90), basta-nos a noção de

que o FGTS é a importância pecuniária consistente em 8% (oito por cento) das parcelas

de caráter salarial percebidas pelo empregado, a qual os empregadores estão obrigados a

depositar nas contas vinculadas de seus empregados.

1.1. FGTS COMO VERBA ASSESSÓRIA

O FGTS é verba puramente acessória quando a sua incidência é autorizada sobre

qualquer verba salarial que a empresa seja condenada a pagar.

Neste passo, basta apenas que se somem todas as verbas salariais, excetuando-se as

indenizatórias, e aplique-se o percentual de 8% (oito por cento) sobre elas, obtendo-se o

valor do FGTS.

Exemplo de Sentença Condenatória de Forma Global:

“Defere-se a incidência do FGTS na base de 8% sobre todas as parcelas salariais

acolhidas, exceto sobre férias indenizadas, multa do artigo 477/CLT, dobra do artigo

467/CLT, seguro desemprego e devolução de descontos, ante o caráter indenizatório de

tais verbas”.

A condenação do FGTS pode ser dada de forma geral, conforme exemplo acima, ou, de

forma Individualizada, ou seja, condenação de reflexos sobre o FGTS para cada verba.

Exemplo de Sentença Condenatória de Forma Individualizada:

“Defere-se em favor do reclamante as diferenças salariais requeridas. Reflexos sobre:

aviso prévio, 13º salário, férias, terço de férias e FGTS 11,2% (exceto férias

indenizadas).”

1.2. FGTS COMO VERBA PRINCIPAL

O fundo de garantia é tratado como verba principal quando não houver o recolhimento

regular, isto é, quando comprovadamente a empresa deixar de recolher a importância

devida, ainda que num único mês.

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Sendo confirmada a falta de depósito, defere-se nos autos a execução direta dos valores

equivalentes e inerentes ao período comprovadamente não recolhido pelo empregador.

Neste caso, deve-se recompor a base de cálculo do FGTS e apurar os valores devidos.

Evidentemente, devem ser abatidos os eventuais valores sacados ou depositados.

O problema, contudo, reside em como se fazer o abatimento, ou seja, se pelo valor

depositado (mês a mês) ou pelo valor sacado.

Estando em ordem toda documentação, melhor será que se proceda comparando as

Guias de Recolhimentos e as Relações de Empregados, embora muito mais trabalhoso o

cálculo. Também é possível elaborar o cálculo com base no valor sacado. Para tanto,

deve-se utilizar a tabela do mês do saque e atualizar o que seria devido para tal data,

abatendo-se o valor sacado.

Os dois critérios estão corretos (e em tese o valor encontrado seria o mesmo não fosse a

correção monetária diferente), mas, aplicando-se o segundo critério, deve-se ter o

cuidado de averiguar se houve saque durante a vigência do contrato de trabalho, por

exemplo, para aquisição ou quitação de saldo devedor de casa própria, situação em que

também deverá ser considerado este valor para fins de abatimento.

Cada um desses critérios apresenta vantagens e desvantagens.

Pelo primeiro critério não precisamos nos preocupar com o detalhe dos saques, já que o

abatimento é realizado com base nas guias de recolhimento (GR’s) e as relações de

empregados (RE’s). Neste caso, o valor total constante da relação de empregados

deverá ser idêntico ao recolhido na GR. O nome do empregado deverá constar na RE.

A desvantagem é a manipulação desses documentos.

Já pelo segundo critério, não é preciso manipular a referida documentação. Por outro

lado, os valores fundiários devem ser corrigidos com base na tabela de correção do

FGTS, ou seja, a tabela de juros e atualização monetária (JAM), divulgada pela Caixa

Econômica Federal.

Caso Prático

Comando sentencial:

“Defere-se a incidência do FGTS sobre todas as parcelas salariais pagas durante o

contrato de trabalho, abatendo-se os valores depositados ou sacados”.

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Devemos ter em mente que a sentença quer que se abatam todos os valores, sejam eles

depositados ou sacados, pois a intenção é evitar-se o enriquecimento sem causa.

Faremos dois exemplos, o primeiro recompondo o FGTS mês a mês e o segundo com

base na data do saque:

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Os exemplos anteriores apontam duas formas de cálculos e expressam diferenças entre

si, isso em razão do momento em que os valores foram corrigidos. No primeiro caso os

valores não depositados foram atualizados pelos índices da tabela do TRT referente aos

meses a que aludem e, no segundo caso, a diferença foi atualizada pelo índice do TRT

referente ao mês do saque. A tabela de juros e atualização monetária (JAM) do FGTS

não é a mesma do TRT, eis, pois, o motivo da diferença.

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Entretanto, nenhum dos cálculos está incorreto. A vontade concreta da decisão foi

observada, ou seja, evitar-se o enriquecimento sem causa.

Citamos, ainda, mais um procedimento que lamentavelmente é o mais aplicado, mas

não o reputamos correto, uma vez que parte da atualização mensal dos depósitos pela

tabela do TRT, e abate-se, ao final, o valor sacado. Entretanto, o valor sacado está

acoplado dos rendimentos mensais do FGTS (juros). Logo, este procedimento só é

aceitável na forma como indicada no exemplo “I”, posto que não sendo incluídos os

rendimentos, inviável a sua compensação, devendo o abatimento adstringir-se tão

somente aos valores mensalmente depositados. Trata-se de um procedimento mais

rápido e efetivo, mas não é a forma recomendável em face da distorção gerada no valor

final da conta.

Vejamos:

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1.3. MULTA DE 40% DO FGTS OU MULTA FUNDIÁRIA

A multa do FGTS é devida quando a dispensa ocorre sem justa causa, ou seja, por

iniciativa do empregador nos termos do § 1º, art. 18, da Lei 8.036/90. A multa é devida

na ordem de 40% (quarenta por cento), calculado sobre a totalidade dos depósitos

fundiários, considerando-se inclusive os saques havidos durante o contrato de trabalho,

como, por exemplo, no caso do saque do FGTS para aquisição de casa própria.

Assim sendo, em se tratando de despedida sem justa causa, incide sobre o montante do

FGTS (quer seja verba acessória ou principal) a multa fundiária de 40% (quarenta por

cento).

Deste modo, sendo deferida a multa, aplica-se 40% sobre o FGTS apurado.

Exemplo 1:

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Exemplo 2:

1.4. CONSIDERAÇÕES

Por fim, é bom que se diga, desde logo, que normalmente a correção monetária

aplicável à atualização dos valores devidos a título de FGTS é a da Justiça do Trabalho.

Entretanto, há entendimentos no sentido de que o FGTS é corrigido única e

exclusivamente pelas tabelas editadas pela Caixa Econômica Federal (CEF), entretanto,

sempre há que se considerar o exposto nos autos.

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2. GRATIFICAÇÃO DE CAIXA

A Gratificação de Caixa é uma verba de caráter salarial e exclusiva de algumas

categorias profissionais, como, por exemplo, a categoria dos bancários, ou seja, ela tem

previsão convencional.

É uma parcela paga ao funcionário que exerce a função de caixa nos Banco ou em

algumas empresas cuja categoria profissional tenha previsão convencional.

A Gratificação de Caixa também é denominada de Gratificação Quebra de Caixa.

Sendo uma verba definida através de convenção coletiva ou acordo coletivo do trabalho

(CCT ou ACT), o valor da gratificação está expresso em cláusula específica da CCT.

Geralmente a condenação é pela falta de pagamento da verba ou em razão da não

observação da clausula convencional que define a verba.

A Gratificação de Caixa pode integrar a base de cálculo de outras parcelas, como por

exemplo: horas extras, adicional noturno, violações intervalares, domingos e feriados

laborados, etc.

A Gratificação de Caixa gera reflexos sobre: aviso prévio, 13o salário, férias, terço de

férias, gratificação semestral, FGTS 8% e multa do FGTS 40%.

2.1. Classificação da Verba

A Gratificação de Caixa pode ser classificada da seguinte maneira:

É uma verba de caráter salarial. Seguindo uma sequência lógica de cálculo das verbas, a

Gratificação de Caixa vem após o salário mensal ou após o cálculo das diferenças

salariais.

A Gratificação de Caixa pode integrar a base de cálculo de outras parcelas, como por

exemplo: horas extras, adicional noturno, violações intervalares, domingos e feriados

laborados, etc.

Por ser uma parcela de caráter salarial, sofre as incidências do INSS e do Imposto de

Renda.

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2.2. Base de Cálculo

O valor da Gratificação de Caixa geralmente é fixada pela convenção coletiva da

categoria. Pode ainda ser fixada com base em percentual a ser calculado sobre o salário

base.

Exemplo I - Valor Fixo na CCT:

Valor Mensal da Gratificação de Caixa = R$ 192,00

Exemplo II - Percentual Fixado na CCT:

Percentual fixado = 15% Sobre o Salário Base Mensal

Salário Base = R$ 2.450,00

Gratificação de Caixa - Valor Mensal = R$ 2.450,00 x 15% = R$ 367,50

2.3. Caso Prático – Exemplo de Condenação

Sentença

"De acordo com a cláusula 9a das CCT´s 2006/2007 e 2007/2008, a gratificação de

caixa era devida na ordem de R$ 192,00 para o período de setembro de 2006 a agosto

de 2007 e R$ 212,00 para o período de setembro de 2007 a agosto de 2008. Para o

período o reclamado pagou apenas R$ 112,00 para o primeiro período e R$ 132,00

para o segundo período. Restam devidas em favor do reclamante as diferenças entre o

consignado nas CCT´s e os valores pagos ao reclamante no referido período. Defere-se

a diferença em favor do reclamante, com reflexos em férias, terço de férias, 13o salário

e fgts 11,2%."

Admissão: 01.06.2007 Demissão: 31.08.2008

Cálculo

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3. GRATIFICAÇÃO DE FUNÇÃO

A Gratificação de Função é uma verba de caráter salarial, paga de forma exclusiva

para algumas categorias profissionais, somente com previsão convencional, ou seja, ela

é paga ao funcionário somente quando há previsão consignada na convenção coletiva da

categoria.

Sendo uma verba definida através de convenção coletiva ou acordo coletivo do trabalho

(CCT ou ACT), o valor da gratificação poderá estar expresso em valor fixo ou em

percentual a ser aplicado sobre o salário do funcionário, com definição específica em

cláusula da CCT.

Geralmente a condenação é pela falta de pagamento da verba ou em razão da não

observação da clausula convencional que define a verba.

3.1. Classificação da Verba

A Gratificação de Função pode ser classificada da seguinte maneira:

É uma verba de caráter salarial. Seguindo uma sequência lógica de cálculo das verbas, a

gratificação de função vem após o salário mensal ou após o cálculo das diferenças

salariais.

Geralmente integra a base de cálculo de outras parcelas, como, por exemplo: horas

extras, adicional noturno, violações intervalares, domingos e feriados laborados, etc.

Por ser uma parcela de caráter salarial, sofre as incidências do INSS e do Imposto de

Renda.

3.2. Base de Cálculo

Pode ser calculada com base em percentual sobre o salário fixo do funcionário ou o seu

valor pode estar definido de forma expressa na Convenção Coletiva da Categoria.

3.3. Caso Prático – Exemplo de Condenação

Sentença: "O autor cumpria função que demandava o pagamento de Gratificação de

Função, conforme restou plenamente comprovado nos auto. A norma coletiva, na

cláusula 12ª, define o percentual de 40% sobre o salário base, a ser pago mensalmente

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a partir da mudança de cargo que ocorreu no período de fevereiro de 2010 até março

de 2011. No período posterior os pagamentos foram realizados, como comprovam os

recibos de pagamentos colacionados aos autos. "

Admissão: 01/02/2009 Demissão: 31/01/2012

Cálculo

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4. GRATIFICAÇÃO DE PRODUTIVIDADE

A Gratificação de Produtividade é uma verba de caráter salarial e exclusiva de

algumas categorias profissionais, ou seja, ela tem previsão convencional.

É uma verba definida em uma convenção coletiva ou acordo coletivo do trabalho (CCT

ou ACT).

Seu pagamento está condicionado à eficiência e produção do empregado. É como se

fosse um prêmio para os trabalhadores cuja produção se mantém em um nível elevado.

Quase sempre corresponde a um percentual do salário base, mas também pode ser o

equivalente a um valor fixo, definido nas CCT´s anuais firmadas entre os sindicados

patronais e dos trabalhadores.

Geralmente a condenação é pela falta de pagamento da verba ou em razão da não

observação da clausula convencional que define a verba.

4.1. Classificação da Verba

A Gratificação de Produtividade pode ser classificado da seguinte maneira:

É uma verba de caráter salarial. Seguindo uma sequência lógica de cálculo das verbas, a

Gratificação de Produtividade vem após o salário mensal ou após o cálculo das

diferenças salariais.

A Gratificação de Produtividade pode integrar a base de cálculo de outras parcelas,

como por exemplo: horas extras, adicional noturno, violações intervalares, domingos e

feriados laborados, etc.

Por ser uma parcela de caráter salarial, sofre as incidências do INSS e do Imposto de

Renda.

4.2. Base de Cálculo

A base de cálculo da Gratificação de Produtividade é definida na convenção coletiva do

trabalho inerente a categoria do reclamante.

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Deste modo, o valor pode ser um percentual sobre o salário base ou um valor fixo,

ambos expressamente descritos na convenção coletiva.

A gratificação de produtividade também pode ser uma verba definida pela empresa,

como um prêmio ao funcionário que mantiver uma produtividade dentro ou acima do

esperado pelo empregador.

Exemplo - Cláusula Convencional: Fica estipulado um adicional de 15% a título de

gratificação de produtividade a todos os funcionários no período de vigência da presente

convenção coletiva. O adicional deve ser calculado com base no salário base do

funcionário.

Salário Fixo = R$ 1.000,00 x 15% = R$ 150,00

4.3. Caso Prático – Exemplo de Condenação

Vejamos um exemplo prático de condenação envolvendo a gratificação de

produtividade:

Sentença: "Em todo o período contratual, restou comprovado nos autos através dos

controles de jornadas bem como das provas testemunhais, que o reclamante sempre

esteve presente ao trabalho e sempre foi considerado pelas avaliações bimestrais como

um trabalhador classe "A", ou seja, com grande produtividade. A clausula 21a. da CCT

colacionada aos autos, determina o percentual de 15% do salário base a título de

gratificação de produtividade. Defere-se ao autor o adicional requerido em todo o

período contratual. Reflexos sobre aviso prévio, 13o salários, férias, terço

constitucional e FGTS 11,2%."

Admissão: 01/02/2012 Demissão: 31/08/2012 Salário Base: R$ 1.000,00

Cálculo:

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5. GRATIFICAÇÃO SEMESTRAL

A Gratificação Semestral é uma verba de caráter salarial reflexa, ou seja, ela

recepciona os reflexos de outras parcelas salariais, como por exemplo, o salário base, as

horas extras, o adicional noturno entre outras parcelas.

Mesmo sendo uma parcela reflexa, a gratificação semestral gera reflexos sobre o 13o

salário, nos termos da OJ 197 da SDI-1/TST.

OJ 197 da SDI-1 do TST. Gratificação semestral. Repercussão no 13o salário.

Enunciado 78/TST. Aplicável.

É uma verba exclusiva da categoria dos bancários, está definida em cláusula

convencional.

Sua formação é na base de 1/6 das parcelas salariais pagas mensalmente ao funcionário,

até sua formação integral na ordem de 6/6. A verba é normalmente paga nos meses de

janeiro de julho de cada ano.

Exceção feita à gratificação paga pela Caixa Econômica Federal que, embora tenha a

nomenclatura de gratificação semestral, na verdade a parcela é paga de forma mensal na

base de 25% da remuneração (salário base, ats, horas extras, adicional noturno, entre

outras parcelas).

5.1. Classificação da Verba

A Gratificação Semestral é uma verba de caráter salarial reflexa, ou seja, ela

recepciona os reflexos de outras verbas salariais, como por exemplo: salário base, horas

extras, adicional noturno, etc..

Seguindo uma sequência lógica de cálculo das verbas, a Gratificação Semestral está no

mesmo nível das demais parcelas reflexas: aviso prévio, férias, etc.

Por ser uma parcela de caráter salarial, sofre as incidências do INSS e do Imposto de

Renda.

5.2. Base de Cálculo

A base de cálculo da gratificação semestral é composta por todas as parcelas de caráter

salarial: salário base, horas extras, adicional noturno, entre outras parcelas.

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É uma parcela reflexa, ou seja, ela recepciona os reflexos de outras parcelas.

Assim resta definida a base de cálculo da gratificação semestral pela Súmula 115 dos

TST:

Súmula 115 do TST. Horas Extras. Gratificações Semestrais. O valor das

horas extras habituais integra o "ordenado" do trabalhador para cálculo das

gratificações semestrais. (RA 117/80 DJU 03.11.1980)

5.3. Caso Prático – Exemplo de Condenação

Sentença:

"A gratificação semestral está definida na cláusula 12a da CCT carreada aos autos

pelo Autor. A empresa não pagou as gratificações devidas no período contratual ao

reclamante. Deste modo, defiro ao reclamante as gratificações semestrais devidas nos

meses de janeiro e julho de cada ano do período contratual."

Admissão: 01/01/2011 Demissão: 31/07/2012 Salário Base: R$ 1.000,00

Cálculo