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MÓDULO I
Curso de Cálculos Trabalhistas
AULA 12
Rua Barão do Serro Azul, 199 – Centro – Curitiba-Paraná – Fone: 41 3323-1717
www.portalciveltrabalhista.com.br
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Sumário
1. HORAS EXTRAS OU HORAS SUPLEMENTARES ................................................ 3
1.1. Base de Cálculo ......................................................................................................... 3
1.2. Classificação da Verba .............................................................................................. 4
1.3. Quantificação das Horas Suplementares ................................................................... 4
1.4. Influência dos Adicionais .......................................................................................... 5
1.5. Bis In Idem ................................................................................................................ 6
1.6. Horas Extras Noturnas ............................................................................................... 8
1.7. Reflexos das Horas Extras Sobre RSR .................................................................... 10
1.8. Reflexos das HE Sobre o Aviso Prévio ................................................................... 10
1.9. Reflexos das Horas Extras Sobre 13º Salário .......................................................... 12
1.10. Reflexos das Horas Extras Sobre Férias ................................................................ 14
1.11. Casos Práticos – Exemplo de Condenação ............................................................ 15
2. HORAS IN ITINERE ................................................................................................. 20
2.1. Base de Cálculo ....................................................................................................... 21
2.2. Classificação da Verba ............................................................................................ 22
2.3. Quantificação das Horas In Itinere .......................................................................... 22
2.4. Caso Prático – Exemplo de Cálculo ........................................................................ 22
3. HORAS DE SOBREAVISO ...................................................................................... 24
3.1. Base de Cálculo ....................................................................................................... 24
3.2. Classificação da Verba ............................................................................................ 25
3.3. Quantificação das Horas de Sobreaviso .................................................................. 25
3.4. Caso Prático – Exemplo de Cálculo ........................................................................ 25
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1. HORAS EXTRAS OU HORAS SUPLEMENTARES
Certamente é a verba de maior incidência nas reclamatórias trabalhistas e a que mais
suscita discordância entre empregados e empregadores.
A verba “Hora Extra” pode ser definida como: o tempo de trabalho que ultrapassa a
jornada ordinária ou normal de serviço fixada por lei ou convenção. É o tempo
excedente àquele estabelecido em lei, convenção coletiva ou contrato de trabalho.
A legislação trabalhista vigente, estabelece que a duração normal do trabalho, salvo os
casos especiais, é de 8 (oito) horas diárias e 44 (quarenta e quatro) semanais, no
máximo.
CF. Art. 7º, Inc. XIII - duração do trabalho normal não superior a oito
horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação
de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção
coletiva de trabalho;
Algumas categorias profissionais estabelecem jornadas diárias superiores a 08 (oito)
horas, entretanto, sempre observando o limite semanal de 44 (quarenta e quatro) horas
como carga máxima. A jornada praticada superior ao limite semanal deve ser paga
como extra.
1.1. Base de Cálculo
A base de cálculo, em regra, é composta de todas as parcelas de natureza salarial, nos
termos do que dispõe o artigo 457 e §§ da CLT e o Enunciado 264 do TST.
Art. 457 da CLT - Compreendem-se na remuneração do empregado,
para todos os efeitos legais, além do salário devido e pago diretamente
pelo empregador, como contraprestação do serviço, as gorjetas que
receber.
Enunciado 264 do TST – A remuneração do serviço complementar é
composta do valor da hora normal, integrado por parcelas de natureza
salarial e acrescido do adicional previsto em lei, contrato, acordo,
convenção coletiva ou sentença normativa.
A base de cálculo das horas extras deve ser constituída por todas as parcelas de caráter
salarial primárias, entre as quais: salário base, adicional por tempo de serviço, anuênio,
comissões, prêmios, comissão de cargo, gratificação de caixa, adicional de
periculosidade, adicional de insalubridade, entre outras parcelas.
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Cabe ressaltar que a base de cálculo da parcela deverá seguir os parâmetros delineados
nos autos pelo Juiz, entretanto, quando isso não ocorrer, a base de cálculo deverá ser a
mesma considerada pela empresa no período contratual, isto quando não houver
discussão nos autos com relação à base de cálculo considerada pela empresa no referido
período.
Assim sendo, o espírito da lei nos fornece uma ideia de unidade salarial em face da
noção de integração ao salário, ou seja, o salário lato sensu.
Importante destacar que o calculista deve ter o cuidado de analisar caso a caso, pois
situações há que só será deferido o adicional suplementar, v.g., quando se tratar de
comissionistas; outras que não haverá a integração desta ou daquela verba, assim por
diante. Enfim, tudo vai depender do comando sentencial.
O adicional de lei é 50% aplicado sobre o valor da hora normal, entretanto, o adicional
poderá ser maior quando fixado através de norma coletiva (CCT).
1.2. Classificação da Verba
É uma verba de caráter salarial e gera reflexos sobre: repousos semanais remunerados,
aviso prévio, 13º salário, férias, terço de férias, gratificação semestral e fgts.
Por ser uma parcela de caráter salarial sofre as incidências fiscais e previdenciárias.
1.3. Quantificação das Horas Suplementares
O levantamento das horas extras deve ser realizado seguindo alguns parâmetros básicos,
os quais devem ser previamente delineados para que o resultado do montante físico de
horas seja compatível com as informações prestadas nos autos.
As horas extras sempre são deferidas nos autos de acordo com o que é requerido pelo
reclamante na petição inicial, desde que o mesmo consiga comprovar a existência das
incorreções apontadas.
A sentença sempre deverá apontar qual é a diferença a ser calculada, qual é o excedente
diário, adicional, abatimento de valores e divisor.
A seguir vejamos a fórmula para se encontrar as horas extras:
Jornada Total Trabalhada = final da jornada (-) saída do almoço (+) entrada do
almoço (-) início da jornada.
Horas Extras = jornada total trabalhada (-) jornada normal ou excedente diário.
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Nota: Importante destacar que devem ser convertidos os minutos para o sistema
decimal, para fins de apuração do quantum, ou seja, da importância monetária. Para
tanto, deve-se dividir os minutos por 60 (sessenta). Isto porque não se pode multiplicar
os minutos pelo valor hora extra, sob pena de diminuição do valor devido.
Exemplo: 01:40 (hora/minuto) é igual a 1,67 (hora/decimal).
1.4. Influência dos Adicionais
Os adicionais suplementares são importantes porque influem no cálculo das horas
extras, marcadamente no que diz respeito ao acréscimo percentual legal, que o
trabalhador tem direito em face do serviço realizado em período extraordinário.
Se, por exemplo, o adicional for o constitucional (50%) e sendo todas as horas diurnas
não haverá necessidade de desmembrá-las. Por outro lado, se houver horas noturnas e a
sentença determinar a observância do adicional noturno, aí deverá ser feita a separação
dessas horas em diurnas e noturnas.
Além disso, há outras situações que também exigem o desagregar das horas extras
distribuindo-as segundo o adicional aplicável. É o caso das convenções coletivas que
estabelecem adicionais suplementares diferenciados, por exemplo, até a 10ª semanal
aplica-se um adicional e após estas, outro.
Caso prático:
“Deferem-se as horas extras excedentes da oitava diária e da quadragésima quarta
semanal, não cumulativas, apuráveis pelos cartões-ponto carreados ao caderno
processual. Observar-se-á o divisor 220, adicionais de 50% até as duas primeiras extras
diárias e 70% nas demais, observada a redução da hora noturna e o respectivo adicional,
quando prestadas no período noturno (22h às 5h).”
Primeiro passo - apurar as horas extras laboradas. Para tanto, considere-se que a jornada
desenvolvida, em um período qualquer, foi das 19h às 7h, com 1 hora de intervalo. O
total devido neste lapso será o que segue no demonstrativo abaixo:
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Feito o levantamento, tem-se que 22 horas deverão ser pagas com 50% de adicional,
acrescidas de 20% (porque noturnas), 22 horas com 70% (diurnas) e 4 horas com 70%,
acrescidas 20% (também noturnas).
Assim sendo, imaginemos que o salário mensal fosse R$ 220,00. Logo, teríamos que
pagar a importância que segue no demonstrativo abaixo:
1.5. Bis In Idem
Problema que acontece amiúde é apurar as excedentes da oitava diária em duplicidade.
Isto porque, nem sempre a sentença faz alusão proibitiva de cumulação de horas.
Vejamos, por exemplo, o seguinte julgado:
“Deferem-se horas extras excedentes da oitava diária e da quadragésima
semanal”.
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Evidentemente, mesmo que haja tal comando, temos que fazer uma leitura lógica, posto
que não se pode apurar a mesma coisa duas vezes. O calculista deve ter bom senso, pois
a diferença é significativa.
Exemplificando:
Se levarmos ao pé da letra o enunciado condenatório, estar-se-á cometendo o tão
repudiado bis in idem, ou seja, duas vezes no mesmo assunto.
Por incrível que pareça este tipo de erro acontece com muita frequência. Por outro lado,
salta aos olhos que as 24 horas excedentes da oitava diária também estão incluídas nas
excedentes semanais. Ora, se foi apurado as excedentes da oitava em coluna própria,
evidentemente elas não podem ser incluídas no somatório das jornadas acumuladas na
semana. Neste somatório só se pode levar em conta as jornadas normais (v.g., oito
horas).
Assim sendo, a apuração correta é a seguinte:
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O mais curioso é que quem faz em duplicidade nunca deve ter parado para atinar que se
fizermos a conta reversa (44h+24h+28h=96h), encontrar-se-á mais horas que as
efetivamente trabalhadas (12hx6=72h).
1.6. Horas Extras Noturnas
Aqui temos algumas considerações a tecer, posto que subsistem umas poucas nuances
que o calculista deve ter em mente.
A base de cálculo é composta do salário-hora diurno acrescido do adicional noturno,
dado que é necessário apurar o salário-hora noturno, que deve ser superior, no mínimo,
20% em relação ao salário diurno, nos termos da CF/88 e dos arts. 73/381 e §§ da CLT.
Art. 73 da CLT - Salvo nos casos de revezamento semanal ou quinzenal,
o trabalho noturno terá remuneração superior à do diurno e, para esse
efeito, sua remuneração terá um acréscimo de 20% (vinte por cento),
pelo menos, sobre a hora diurna.
Art. 381 da CLT - O trabalho noturno das mulheres terá salário
superior ao diurno.
Art. 6º da CF ...
IX - remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;
Logo, aplica-se 20% sobre o salário-hora diurno, para fins de obtenção do salário-hora
noturno, e sobre o resultado aplica-se o adicional suplementar.
Importante destacar que nem sempre será assim. Tudo depende, como já dito
anteriormente, do comando sentencial.
Apuração da Horas Extras Noturnas
O procedimento para fins de apuração é o mesmo que o das horas extras combinado
com o do adicional noturno. Contudo, há que se distinguir horas normais noturnas de
horas extras noturnas. Ambas são prestadas no período de 22h às 5h. Neste ponto, o
que for hora extra não será hora normal.
As horas normais serão remuneradas apenas do adicional de 20%. O salário mensal já
está pago, razão porque só falta a quitação de 20% sobre as horas normais trabalhadas
no período noturno. Ao contrario sensu, falta o acréscimo noturno às horas extras
noturnas, de tal modo que a apuração deve ter em conta o acréscimo do adicional
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noturno ou somente o adicional, se for o caso de apenas diferenças em face do adicional
noturno.
E, também neste ponto, tem-se o problema do bis in idem. Isto porque, quando a
sentença defere adicional noturno e igualmente horas extras noturnas, devemos, repita-
se, separar as horas normais das suplementares, sob pena de repetição da mesma verba.
Vejamos o quadro abaixo:
- Horas Extras Noturnas e Normais Noturnas
Total Total Total
Hrs.Nor H.E. H.E.
Dia/Sem Entrada Saída Noturnas Noturnas Diurnas
segunda 19,00 7,00 5,00 3,00 2,00
terça 19,00 7,00 5,00 3,00 2,00
quarta 19,00 7,00 5,00 3,00 2,00
quinta 19,00 7,00 5,00 3,00 2,00
sexta 19,00 7,00 5,00 3,00 2,00
25,00 15,00 10,00
Pelo quadro acima, vem à mente a inevitável indagação: qual a coluna que devemos
utilizar para fins de pagamento de adicional noturno? A resposta é a de horas normais
noturnas, sob pena de calcular-se duas vezes as mesmas horas.
Apesar da obviedade, este erro é comum, posto que por descuido, ou razões outras,
dificilmente se encontra um cálculo onde são separadas as horas noturnas em normais e
suplementares.
Diferenças de horas extras em face da redução noturna
Existem outras situações em que a sentença condena o pagamento de diferenças de
horas extras em face da não observância da redução da hora noturna. No exemplo
acima, basta apurar uma hora extra diária, pois esta é decorrente da redução.
Imagine-se que a jornada inicie às 21h e finde às 5h. Teremos oito horas trabalhadas e
mais uma hora, ficta, decorrente da redução noturna. Esta uma hora será suplementar
noturna.
Por outro lado, se a jornada começar às 22h e terminar às 6h, teremos oito horas
trabalhadas e mais uma hora fictícia, só que esta uma hora é suplementar diurna.
Estas considerações são importantes para que os cálculos não sejam atacados por
impugnações indesejadas, posto que teremos dois trabalhos: fazer e refazer os cálculos.
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1.7. Reflexos das Horas Extras Sobre RSR
Neste ponto não há nenhuma dificuldade. A ideia é bastante simples. Tal como o
salário, há que se integrar o descanso semanal remunerado para fins de pagamento das
horas extras, por se tratar também de verba de natureza salarial.
O procedimento é simples. Divide-se a quantidade de horas extras pelo número de dias
úteis do mês e multiplica-se o resultado pelo número de domingos e feriados do mesmo
mês (q.v. enunciado 172/TST).
Por exemplo:
Importante destacar que caso o sábado seja tido, por disposição contratual ou
convencional, como dia de repouso, ele não comporá o divisor e sim o multiplicador. É
o que o ocorre com os bancários. Exemplo:
1.8. Reflexos das HE Sobre o Aviso Prévio
O reflexo das horas extras sobre o aviso prévio é apurável com base na média das horas
prestadas nos doze meses antecedentes à dispensa e multiplicado pelo salário-hora extra
do mês da rescisão.
Caso o contrato de trabalho tenha sido rescindo antes de completar 12 meses, a média
aritmética será apurada pelo número de meses laborados.
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Exemplo:
Importante: não confundir média mensal com proporção. Exemplificando: ao aviso
prévio considera-se somente a média mensal.
E mais: se um determinado empregado, por exemplo, tivesse sido admitido em
01/04/1996 e demitido em 31/12/1996, a média devida é a que se apresenta no quadro
apresentado na sequência:
Caso houvesse férias gozadas no período exemplificado no quadro I, haveria implicação
no divisor, posto que o mês de fruição sempre deve ser excluído.
Exemplo:
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1.9. Reflexos das Horas Extras Sobre 13º Salário
O reflexo em gratificação de natal (13º) é apurável pela média de horas extras prestadas
no ano (civil) a que se refere. (Enunciado 45/TST.)
Enunciado 45 TST - A remuneração do serviço suplementar,
habitualmente prestado, integra o cálculo da gratificação natalina
prevista na Lei n. 4090, de 1962.
Exemplo:
Com já se disse, é importante não confundir média com proporção. Suponha-se que a
gratificação natalina de 1996 fosse devida à razão de 6/12, em face da dispensa ter
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ocorrido em 30/junho/96. A média mensal, in casu, seria 27,86 e o valor devido R$
20,89. Vejamos:
A mesma lógica de diminuição do divisor se aplica aqui caso haja férias no período
considerando para fins de obtenção de média. Também se aplica tal lógica se o
problema for de ordem prescricional, devendo ser considerado no divisor apenas os
meses imprescritos.
Todos estes detalhes valem tanto para férias quanto para aviso prévio.
Outrossim, para fins de proporção, ou fração duodecimal, considera-se como mês a
fração igual ou superior a 15 dias (artigo 1º, § 2º da Lei 4.090/62). Assim, se o mês de
admissão, v.g., for inferior a 15 dias, não será incluído no divisor e também não serão
consideradas as horas extras prestadas neste mês para fins de obtenção da média mensal.
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Exemplificando, se a admissão tivesse ocorrido em 18/01/96, o valor devido no
exemplo II seria R$ 18,27, conforme quadro abaixo:
1.10. Reflexos das Horas Extras Sobre Férias
A situação é semelhante à do aviso e à das natalinas. Difere, contudo, somente o período
a ser considerado para obtenção de média, motivo pelo qual é desnecessária a
exemplificação.
Assim sendo, o reflexo das horas extras em férias é apurável pela média das horas extras
prestadas no período aquisitivo, em face do que dispõe o artigo 142, § 1º da CLT e
Enunciado 151/TST.
Art. 142 da CLT - O empregado perceberá, durante as férias, a
remuneração que lhe for devida na data da sua concessão.
§ 1º - Quando o salário for pago por hora com jornadas variáveis,
apurar-se-á a média do período aquisitivo, aplicando-se o valor do
salário na data da concessão das férias.
Enunciado 151 TST - A remuneração das férias inclui a das
extraordinárias habitualmente prestadas (ex-prejulgado n. 24)
Há quem sustente que a média deve ser apurada pelos doze meses anteriores ao período
de concessão. Deste modo, fica registrada a informação.
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1.11. Casos Práticos – Exemplo de Condenação
Dados do Processo:
Processo número.: 1.001/1999 - 1ª. VT de ...
Reclamante .........: Portal Trabalhista.
Reclamado ..........: Portal Trabalhista.
Admissão ............: 01.11.1996
Demissão ............: 31.01.1997
Salário do Autor ..: 02 Salários Mínimos Mensais.
Comando Sentencial:
“No período contratual, ficou provado que o reclamante laborou de segunda a sexta,
das 8h às 19h, com uma hora de intervalo, e, em todos os sábados, das 8h às 13h. Em
face da jornada reconhecida, deferem-se, como horas extras as excedentes da 8ª diária
e da 44ª semanal, com o adicional de 50% e divisor 220. As horas extras ora deferidas
geram diferenças reflexas nos repousos semanais remunerados, e com estes, em: aviso
prévio, 13º salário, férias, abono de férias e fgts 11,2%”.
Com base nos dados do processo e sentença acima, podemos concluir o seguinte:
1. Período de cálculo = 01.11.1996 a 31.01.1997;
2. Piso Salarial = dois salários mínimos mensais;
3. Reflexos em = RSR, 13º salário, férias, 1/3 de férias, av. prévio e fgts (11,2%).
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Processo : 1.001/1999 1ª DE CURITIBA=PR
Empregado: PORTAL TRABALHISTA
Empresa : PORTAL TRABALHISTA
Mês: 11/1996
+==================================================================
| | | | | | TOTAL| | EXCED.| TOTAL |
| | ENT.| SAIDA| ENT.| SAIDA| HORAS|ACUMUL.| |H.EXTRAS|
| DIA | 1 | 1 | 2 | 2 | TRAB.|SEMANAL|SEMANAL|SEM+DIA.|
|======|======|======|======|======|======|=======|=======|========|
|01-SEX| 08:00| 12:00| 13:00| 19:00| 10:00| 8:00| | 2:00|
|02-FER| | | | | | | | |
|03-DOM| | | | | | 8:00| | |
|======|======|======|======|======|======|=======|=======|========|
|04-SEG| 08:00| 12:00| 13:00| 19:00| 10:00| 8:00| | 2:00|
|05-TER| 08:00| 12:00| 13:00| 19:00| 10:00| 16:00| | 2:00|
|06-QUA| 08:00| 12:00| 13:00| 19:00| 10:00| 24:00| | 2:00|
|07-QUI| 08:00| 12:00| 13:00| 19:00| 10:00| 32:00| | 2:00|
|08-SEX| 08:00| 12:00| 13:00| 19:00| 10:00| 40:00| | 2:00|
|09-SAB| 08:00| 12:00| 13:00| 19:00| 10:00| 48:00| 4:00| 6:00|
|10-DOM| | | | | | 48:00| | |
|======|======|======|======|======|======|=======|=======|========|
|11-SEG| 08:00| 12:00| 13:00| 19:00| 10:00| 8:00| | 2:00|
|12-TER| 08:00| 12:00| 13:00| 19:00| 10:00| 16:00| | 2:00|
|13-QUA| 08:00| 12:00| 13:00| 19:00| 10:00| 24:00| | 2:00|
|14-QUI| 08:00| 12:00| 13:00| 19:00| 10:00| 32:00| | 2:00|
|15-FER| | | | | | | | |
|16-SAB| 08:00| 12:00| 13:00| 19:00| 10:00| 40:00| | 2:00|
|17-DOM| | | | | | 40:00| | |
|======|======|======|======|======|======|=======|=======|========|
|18-SEG| 08:00| 12:00| 13:00| 19:00| 10:00| 8:00| | 2:00|
|19-TER| 08:00| 12:00| 13:00| 19:00| 10:00| 16:00| | 2:00|
|20-QUA| 08:00| 12:00| 13:00| 19:00| 10:00| 24:00| | 2:00|
|21-QUI| 08:00| 12:00| 13:00| 19:00| 10:00| 32:00| | 2:00|
|22-SEX| 08:00| 12:00| 13:00| 19:00| 10:00| 40:00| | 2:00|
|23-SAB| 08:00| 12:00| 13:00| 19:00| 10:00| 48:00| 4:00| 6:00|
|24-DOM| | | | | | 48:00| | |
|======|======|======|======|======|======|=======|=======|========|
|25-SEG| 08:00| 12:00| 13:00| 19:00| 10:00| 8:00| | 2:00|
|26-TER| 08:00| 12:00| 13:00| 19:00| 10:00| 16:00| | 2:00|
|27-QUA| 08:00| 12:00| 13:00| 19:00| 10:00| 24:00| | 2:00|
|28-QUI| 08:00| 12:00| 13:00| 19:00| 10:00| 32:00| | 2:00|
|29-SEX| 08:00| 12:00| 13:00| 19:00| 10:00| 40:00| | 2:00|
|30-SAB| 08:00| 12:00| 13:00| 19:00| 10:00| 48:00| 4:00| 6:00|
|==================================================================|
| T O T A I S ---->|240:00| | 12:00| 60:00|
| REPOUSO SEMANAL REMUNERADO ---->| 60:00| | 3:00| 15:00|
|TOTAIS COM R.S.R(DU =24/RS = 6)-->|300:00| | 15:00| 75:00|
+ Decimal +========================================================+
| T O T A I S ---->|240.00| | 12.00| 60.00|
| REPOUSO SEMANAL REMUNERADO ---->| 60.00| | 3.00| 15.00|
|TOTAIS COM R.S.R(DU =24/RS = 6)-->|300.00| | 15.00| 75.00|
+==================================================================+
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Processo : 1.001/1999 1ª DE CURITIBA=PR
Empregado: PORTAL TRABALHISTA
Empresa : PORTAL TRABALHISTA
Mês: 12/1996
+==================================================================
| | | | | | TOTAL| | EXCED.| TOTAL |
| | ENT.| SAIDA| ENT.| SAIDA| HORAS|ACUMUL.| |H.EXTRAS|
| DIA | 1 | 1 | 2 | 2 | TRAB.|SEMANAL|SEMANAL|SEM+DIA.|
|======|======|======|======|======|======|=======|=======|========|
|01-DOM| | | | | | | | |
|======|======|======|======|======|======|=======|=======|========|
|02-SEG| 08:00| 12:00| 13:00| 19:00| 10:00| 8:00| | 2:00|
|03-TER| 08:00| 12:00| 13:00| 19:00| 10:00| 16:00| | 2:00|
|04-QUA| 08:00| 12:00| 13:00| 19:00| 10:00| 24:00| | 2:00|
|05-QUI| 08:00| 12:00| 13:00| 19:00| 10:00| 32:00| | 2:00|
|06-SEX| 08:00| 12:00| 13:00| 19:00| 10:00| 40:00| | 2:00|
|07-SAB| 08:00| 12:00| 13:00| 19:00| 10:00| 48:00| 4:00| 6:00|
|08-DOM| | | | | | 48:00| | |
|======|======|======|======|======|======|=======|=======|========|
|09-SEG| 08:00| 12:00| 13:00| 19:00| 10:00| 8:00| | 2:00|
|10-TER| 08:00| 12:00| 13:00| 19:00| 10:00| 16:00| | 2:00|
|11-QUA| 08:00| 12:00| 13:00| 19:00| 10:00| 24:00| | 2:00|
|12-QUI| 08:00| 12:00| 13:00| 19:00| 10:00| 32:00| | 2:00|
|13-SEX| 08:00| 12:00| 13:00| 19:00| 10:00| 40:00| | 2:00|
|14-SAB| 08:00| 12:00| 13:00| 19:00| 10:00| 48:00| 4:00| 6:00|
|15-DOM| | | | | | 48:00| | |
|======|======|======|======|======|======|=======|=======|========|
|16-SEG| 08:00| 12:00| 13:00| 19:00| 10:00| 8:00| | 2:00|
|17-TER| 08:00| 12:00| 13:00| 19:00| 10:00| 16:00| | 2:00|
|18-QUA| 08:00| 12:00| 13:00| 19:00| 10:00| 24:00| | 2:00|
|19-QUI| 08:00| 12:00| 13:00| 19:00| 10:00| 32:00| | 2:00|
|20-SEX| 08:00| 12:00| 13:00| 19:00| 10:00| 40:00| | 2:00|
|21-SAB| 08:00| 12:00| 13:00| 19:00| 10:00| 48:00| 4:00| 6:00|
|22-DOM| | | | | | 48:00| | |
|======|======|======|======|======|======|=======|=======|========|
|23-SEG| 08:00| 12:00| 13:00| 19:00| 10:00| 8:00| | 2:00|
|24-TER| 08:00| 12:00| 13:00| 19:00| 10:00| 16:00| | 2:00|
|25-FER| | | | | | | | |
|26-QUI| 08:00| 12:00| 13:00| 19:00| 10:00| 24:00| | 2:00|
|27-SEX| 08:00| 12:00| 13:00| 19:00| 10:00| 32:00| | 2:00|
|28-SAB| 08:00| 12:00| 13:00| 19:00| 10:00| 40:00| | 2:00|
|29-DOM| | | | | | 40:00| | |
|======|======|======|======|======|======|=======|=======|========|
|30-SEG| 08:00| 12:00| 13:00| 19:00| 10:00| 8:00| | 2:00|
|31-TER| 08:00| 12:00| 13:00| 19:00| 10:00| 16:00| | 2:00|
|==================================================================|
| T O T A I S ---->|250:00| | 12:00| 62:00|
| REPOUSO SEMANAL REMUNERADO ---->| 60:00| | 2:53| 14:53|
|TOTAIS COM R.S.R(DU =25/RS = 6)-->|310:00| | 14:53| 76:53|
+ Decimal +========================================================+
| T O T A I S ---->|250.00| | 12.00| 62.00|
| REPOUSO SEMANAL REMUNERADO ---->| 60.00| | 2.88| 14.88|
|TOTAIS COM R.S.R(DU =25/RS = 6)-->|310.00| | 14.88| 76.88|
+==================================================================+
18
Processo : 1.001/1999 1ª DE CURITIBA=PR
Empregado: PORTAL TRABALHISTA
Empresa : PORTAL TRABALHISTA
Mês: 01/1997
+==================================================================+
| | | | | | TOTAL| | EXCED.| TOTAL |
| | ENT.| SAIDA| ENT.| SAIDA| HORAS|ACUMUL.| |H.EXTRAS|
| DIA | 1 | 1 | 2 | 2 | TRAB.|SEMANAL|SEMANAL|SEM+DIA.|
|======|======|======|======|======|======|=======|=======|========|
|01-FER| | | | | | | | |
|02-QUI| 08:00| 12:00| 13:00| 19:00| 10:00| 24:00| | 2:00|
|03-SEX| 08:00| 12:00| 13:00| 19:00| 10:00| 32:00| | 2:00|
|04-SAB| 08:00| 12:00| 13:00| 19:00| 10:00| 40:00| | 2:00|
|05-DOM| | | | | | 40:00| | |
|======|======|======|======|======|======|=======|=======|========|
|06-SEG| 08:00| 12:00| 13:00| 19:00| 10:00| 8:00| | 2:00|
|07-TER| 08:00| 12:00| 13:00| 19:00| 10:00| 16:00| | 2:00|
|08-QUA| 08:00| 12:00| 13:00| 19:00| 10:00| 24:00| | 2:00|
|09-QUI| 08:00| 12:00| 13:00| 19:00| 10:00| 32:00| | 2:00|
|10-SEX| 08:00| 12:00| 13:00| 19:00| 10:00| 40:00| | 2:00|
|11-SAB| 08:00| 12:00| 13:00| 19:00| 10:00| 48:00| 4:00| 6:00|
|12-DOM| | | | | | 48:00| | |
|======|======|======|======|======|======|=======|=======|========|
|13-SEG| 08:00| 12:00| 13:00| 19:00| 10:00| 8:00| | 2:00|
|14-TER| 08:00| 12:00| 13:00| 19:00| 10:00| 16:00| | 2:00|
|15-QUA| 08:00| 12:00| 13:00| 19:00| 10:00| 24:00| | 2:00|
|16-QUI| 08:00| 12:00| 13:00| 19:00| 10:00| 32:00| | 2:00|
|17-SEX| 08:00| 12:00| 13:00| 19:00| 10:00| 40:00| | 2:00|
|18-SAB| 08:00| 12:00| 13:00| 19:00| 10:00| 48:00| 4:00| 6:00|
|19-DOM| | | | | | 48:00| | |
|======|======|======|======|======|======|=======|=======|========|
|20-SEG| 08:00| 12:00| 13:00| 19:00| 10:00| 8:00| | 2:00|
|21-TER| 08:00| 12:00| 13:00| 19:00| 10:00| 16:00| | 2:00|
|22-QUA| 08:00| 12:00| 13:00| 19:00| 10:00| 24:00| | 2:00|
|23-QUI| 08:00| 12:00| 13:00| 19:00| 10:00| 32:00| | 2:00|
|24-SEX| 08:00| 12:00| 13:00| 19:00| 10:00| 40:00| | 2:00|
|25-SAB| 08:00| 12:00| 13:00| 19:00| 10:00| 48:00| 4:00| 6:00|
|26-DOM| | | | | | 48:00| | |
|======|======|======|======|======|======|=======|=======|========|
|27-SEG| 08:00| 12:00| 13:00| 19:00| 10:00| 8:00| | 2:00|
|28-TER| 08:00| 12:00| 13:00| 19:00| 10:00| 16:00| | 2:00|
|29-QUA| 08:00| 12:00| 13:00| 19:00| 10:00| 24:00| | 2:00|
|30-QUI| 08:00| 12:00| 13:00| 19:00| 10:00| 32:00| | 2:00|
|31-SEX| 08:00| 12:00| 13:00| 19:00| 10:00| 40:00| | 2:00|
|==================================================================|
| T O T A I S ---->|260:00| | 12:00| 64:00|
| REPOUSO SEMANAL REMUNERADO ---->| 50:00| | 2:18| 12:18|
|TOTAIS COM R.S.R(DU =26/RS = 5)-->|310:00| | 14:18| 76:18|
+ Decimal +========================================================+
| T O T A I S ---->|260.00| | 12.00| 64.00|
| REPOUSO SEMANAL REMUNERADO ---->| 50.00| | 2.30| 12.30|
|TOTAIS COM R.S.R(DU =26/RS = 5)-->|310.00| | 14.30| 76.30|
+==================================================================+
19
Cálculo do Principal e Reflexos Separados:
Média de HE+DSR para cálculo do aviso prévio = 75,00 HE+DSR (11/96) + 76,88
HE+DSR (12/96) + 76,30 HE+DSR (01/97) = 228,18 / 3 (meses) = 76,06
HE+DSR/Média
Média de HE+DSR para cálculo das férias (96/97) = 75,00 HE+DSR (11/96) + 76,88
HE+DSR (12/96) + 76,30 HE+DSR (01/97) = 228,18 / 3 (meses) = 76,06
HE+DSR/Média /12 x 4 = 25,33 + 1/3 = 33,80 HE média proporcional a 04/12 avos
com 1/3 de férias.
Média de HE+DSR para cálculo do 13º salário/1996 = 75,00 HE+DSR (11/96) + 76,88
HE+DSR (12/96) = 151,88 / 2 (meses) = 75,94 HE+DSR/Média / 12 x 2 = 12,66 HE
média proporcional a 02/12 avos.
Média de HE+DSR para cálculo do 13º salário/1997 = 76,30 HE+DSR (01/97) = 76,30
/ 01 (mês) = 76,30 HE+DSR/Média / 12 x 2 = 12,72 HE média proporcional a 02/12
avos.
A proporção correspondente ao 13º salário de 1997 (02/12 avos) e das férias
indenizadas (04/12 avos), está acrescida de 01/12 avos em razão da projeção do aviso
prévio. Como a demissão ocorreu no dia 31/01/1997 e houve o pagamento do aviso
prévio, neste caso o aviso projeta-se para o mês de fevereiro de forma indenizada,
gerando um acréscimo na proporção das parcelas (01/12 avos) sobre férias e 13º salário.
20
2. HORAS IN ITINERE
A verba “Horas In Itinere” pode ser definida como: o lapso de tempo que o trabalhador
dispende para chegar ao local de trabalho, quando o referido local for de difícil
acesso, ou seja, é o tempo gasto pelo empregado em transporte fornecido pelo
empregador, de ida e retorno, até o local da prestação dos serviços de difícil acesso e
não servido por transporte público regular, e que deve ser computado na jornada de
trabalho.
Logo, se o tempo de percurso mais as horas efetivamente trabalhadas excederem a
jornada normal de trabalho, o excesso deverá ser remunerado como serviço
extraordinário, relativo às horas "in itinere".
Segue, neste sentido, o art. 58 da CLT, §§ 2º e 3º:
Art. 58 - A duração normal do trabalho, para os empregados em
qualquer atividade privada, não excederá de 8 (oito) horas diárias,
desde que não seja fixado expressamente outro limite.
...
§ 2º O tempo despendido pelo empregado até o local de trabalho e para
o seu retorno, por qualquer meio de transporte, não será computado na
jornada de trabalho, salvo quando, tratando-se de local de difícil acesso
ou não servido por transporte público, o empregador fornecer a
condução.
§ 3º Poderão ser fixados, para as microempresas e empresas de pequeno
porte, por meio de acordo ou convenção coletiva, em caso de transporte
fornecido pelo empregador, em por local de difícil acesso ou não servido
transporte público, o tempo médio despendido pelo empregado, bem
como a forma e a natureza da remuneração.
De acordo com o dispositivo transcrito acima, são necessários dois requisitos para
configurar o direito a hora “in itinere” para que o lapso temporal de deslocamento do
trabalhador ao local de trabalho integre a jornada diária do trabalhador:
O local tem de ser de difícil acesso ou não servido por transporte público;
O empregador deve fornecer a condução.
Nesta senda, o tempo gasto, se preenchidos os requisitos, será computado na jornada de
labor, pois será considerado tempo à disposição do empregador.
Referente ao tema, vejamos o que diz a súmula 90 do TST:
Súmula nº 90 Horas "In Itinere". Tempo De Serviço.
21
I - O tempo despendido pelo empregado, em condução fornecida pelo
empregador, até o local de trabalho de difícil acesso, ou não servido por
transporte público regular, e para o seu retorno é computável na
jornada de trabalho.
II - A incompatibilidade entre os horários de início e término da jornada
do empregado e os do transporte público regular é circunstância que
também gera o direito às horas "in itinere".
III - A mera insuficiência de transporte público não enseja o pagamento
de horas "in itinere".
IV - Se houver transporte público regular em parte do trajeto percorrido
em condução da empresa, as horas "in itinere" remuneradas limitam-se
ao trecho não alcançado pelo transporte público.
V - Considerando que as horas "in itinere" são computáveis na jornada
de trabalho, o tempo que extrapola a jornada legal é considerado como
extraordinário e sobre ele deve incidir o adicional respectivo.
2.1. Base de Cálculo
A base de cálculo, em regra, é idêntica à base de cálculo das horas extras, ou seja, é
composta de todas as parcelas de natureza salarial, entre as quais: salário base, adicional
por tempo de serviço, anuênio, comissões, prêmios, comissão de cargo, gratificação de
caixa, adicional de periculosidade, adicional de insalubridade, entre outras parcelas.
Cabe ressaltar que a base de cálculo da parcela deverá seguir os parâmetros delineados
nos autos pelo Juiz, entretanto, quando isso não ocorrer, a base de cálculo deverá ser a
mesma considerada pela empresa no período contratual, isto quando não houver
discussão nos autos com relação à base de cálculo considerada pela empresa no referido
período.
Importante destacar que o calculista deve ter o cuidado de analisar caso a caso, pois
situações há que só será deferido o adicional suplementar quando se tratar de base de
cálculo composta por comissões ou prêmios, ou seja, parcelas variáveis.
O adicional de lei é 50% aplicado sobre o valor da hora normal, entretanto, o adicional
poderá ser maior quando fixado através de norma coletiva (CCT).
22
2.2. Classificação da Verba
É uma verba de caráter salarial e gera reflexos sobre: repousos semanais remunerados,
aviso prévio, 13º salário, férias, terço de férias, gratificação semestral e fgts.
Por ser uma parcela de caráter salarial sofre as incidências fiscais e previdenciárias.
2.3. Quantificação das Horas In Itinere
As horas “in itinere” devem ser somadas ao montante físico levantado a título de horas
efetivamente trabalhadas, mês a mês. Se houver o extrapolamento da jornada legal, as
horas que extrapolarem são devidas como extras, acrescidas do adicional legal ou
convencional.
2.4. Caso Prático – Exemplo de Cálculo
Sentença:
Ficou efetivamente comprovado nos autos que o reclamante dispendia de 1 hora diária
em transporte fornecido pelo empregador, em razão de local de difícil acesso, para
chegar à obra onde prestava serviços, configurando tal deslocamento em horas “in
itinere”. Deste modo, no cômputo das horas trabalhadas deve restar acrescido o tempo
de deslocamento na ordem de 01 hora diária. Devidas horas extras para o tempo
excedente da 8ª diária de segunda a sexta-feira. Em razão da não juntada dos controles
de jornadas, fixa-se a jornada diária das 08:00 às 12:00 e das 13:00 às 18:00, mais
01:00 hora referente ao descolamento. Ficou comprovado nos autos que o autor
trabalhou no período de 01/02/2014 a 30/06/2014 em 20 dias fixos em cada mês.
Reflexos tão-somente sobre o FGTS 11,2%. Demais reflexos não requeridos na
exordial. Adicional de 50% e divisor 220. Salário fixo de R$ 1.200,00.
Jornada Total Trabalhada = final da jornada (-) saída do almoço (+) entrada do
almoço (-) início da jornada.
Horas Extras = jornada total trabalhada (+) 01 hora in itinere (-)excedente diário.
Jornada Praticada = 08:00 às 12:00 13:00 às 18:00
Horas Trabalhadas = 18,00 – 13,00 + 12,00 – 08,00 + 01 (hora in itinere)
Horas Extras = 10,00 horas – 08 (excedente diário) = 02 HE
HE Mês = 02 HE x 20 Dias = 40 HE Mês
23
Salário do Autor = R$ 1.200,00 (um mil e duzentos reais)
Cálculo:
Nota: Importante destacar que devem ser convertidos os minutos para o sistema
decimal, para fins de apuração do quantum, ou seja, da importância monetária. Para
tanto, deve-se dividir os minutos por 60 (sessenta). Isto porque não se pode multiplicar
os minutos pelo valor hora extra, sob pena de diminuição do valor devido.
Exemplo: 01:40 (hora/minuto) é igual a 1,67 (hora/decimal).
24
3. HORAS DE SOBREAVISO
Chama-se "Sobreaviso" o período em que o trabalhador fica a disposição da empresa,
após a jornada normal de trabalho.
Deste modo, as horas de sobreaviso se caracterizam pelo período de tempo que o
trabalhador ficar privado de sua total liberdade após o trabalho normal, pois a qualquer
momento poderá ser chamado a intervir em uma situação específica.
O período de sobreaviso pode ser parcial ou total, dependendo da forma de contratação
para a realização do serviço ou tipo de manutenção que o contrato exige.
O período parcial de sobreaviso corresponde às horas previamente contratadas com
período específico, ou seja, duas, quatro, seis horas ou mais, ou contração de horas
integrais para determinados dias da semana (segunda-feira, terça-feira, etc.).
O período total de sobreaviso corresponde ao período integral de horas de cada mês, ou
seja, todas as horas após a jornada de trabalho realizada e em todos os dias da semana e
todos os dias do mês.
Os ferroviários, por exemplo, permanecem em suas casas aguardando serem chamados,
sem que dali possam se ausentar. Neste caso recebem 1/3 do salário normal para o
tempo que permanecerem à disposição da empresa no período de sobreaviso.
Considera-se Horas de Sobreaviso todo o período em que o funcionário permanece à
disposição fora das dependências da empresa:
Art. 244 da CLT - § 2º - Considera-se de "sobreaviso" o empregado
efetivo, que permanecer em sua própria casa, aguardando a qualquer
momento o chamado para o serviço. Cada escala de "sobreaviso" será,
no máximo, de 24 (vinte e quatro) horas. As horas de "sobreaviso", para
todos os efeitos, serão contadas à razão de 1/3 (um terço) do salário
normal. (Redação dada pela Lei nº 3.970 , de 13-10-61, DOU 16-10-61,
que foi revogada e depois restaurada pelo Decreto-lei n.º 5 , de 04-04-
66, DOU 05-04-66)
O artigo 244 da CLT é aplicado de forma analógica a outros trabalhadores que hoje
permanecem a disposição com convocação através de BIP ou Celular.
3.1. Base de Cálculo
A base de cálculo é composta de todas as parcelas de natureza salarial, entre as quais:
salário base, adicional por tempo de serviço, anuênio, comissões, prêmios, comissão de
25
cargo, gratificação de caixa, adicional de periculosidade, adicional de insalubridade,
entre outras parcelas.
Cabe ressaltar que a base de cálculo da parcela deverá seguir os parâmetros delineados
nos autos pelo Juiz, entretanto, quando isso não ocorrer, a base de cálculo deverá ser a
mesma considerada pela empresa no período contratual, isto quando não houver
discussão nos autos com relação à base de cálculo considerada pela empresa no referido
período.
A horas de sobreaviso são devidas na ordem de 1/3 da remuneração.
3.2. Classificação da Verba
É uma verba de caráter salarial e gera reflexos sobre: repousos semanais remunerados,
aviso prévio, 13º salário, férias, terço de férias, gratificação semestral e fgts.
Por ser uma parcela de caráter salarial sofre as incidências fiscais e previdenciárias.
3.3. Quantificação das Horas de Sobreaviso
As horas de sobreaviso são todas aquelas horas em que o funcionário fica a disposição
do empregador após a jornada de trabalho.
O sobreaviso pode ser parcial. Neste caso o funcionário é contratado para ficar um
número de horas pré-fixado para atender as necessidades do empregador. Exemplo:
setor de informática (TI). Essas horas devem ser somadas para efeito de cálculo.
O sobreaviso pode ser total. Neste caso, após o expediente, todas as horas são de
sobreaviso. Para efeito de cálculo soma-se todas as horas do mês e deduz-se as horas
trabalhadas.
3.4. Caso Prático – Exemplo de Cálculo
Sentença:
O autor comprovou através de documentos físicos e prova testemunhal, que ficava todo
o período em que não estava a serviço do réu, de sobreaviso. Por diversas vezes tendo
que trabalhar de madrugada ou em finais de semana para resolver problemas no
servidor da empresa. Deste modo, em face das provas apresentadas e não contestadas
pelo reclamado, restam devidas as horas de sobreaviso requeridas na prefacial,
26
relativas a todo o tempo em que não estava em serviço nas dependências do réu
cumprindo sua jornada normal de trabalho. Reflexos tão-somente sobre o FGTS 11,2%.
Demais reflexos não requeridos na exordial. Base de cálculo: 1/3 da remuneração.
Divisor 180.
Dados do Contrato:
Salário fixo de R$ 2.800,00.
Admissão: 01/03/2014
Demissão: 31/07/2014
Jornada Contratual Diária: 08:00 às 14:00
Cálculo:
Jornada Total Trabalhada = final da jornada (-) saída do almoço (+) entrada do
almoço (-) início da jornada.
Horas Extras = jornada total trabalhada (+) 01 hora in itinere (-)excedente diário.
Jornada Praticada = 08:00 às 14:00 em 25 dias por mês
Horas Trabalhadas = 14,00 – 08,00 = 06,00 Horas Normais Diárias
Horas / Mês = 24,00 horas x 30 dias = 720 Horas
Horas / Mês = 24,00 horas x 31 dias = 744 Horas
Horas Trab. / Mês = 06,00 horas x 25 dias = 150 Horas
Horas Sobreaviso Devidas = 720 horas – 150 horas = 570 horas (mês de 30 dias)
Horas Sobreaviso Devidas = 744 horas – 150 horas = 594 horas (mês de 31 dias)
Cálculo: