modulo 3 - seitas e heresias e doutrina do espirito

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ETM ETM Escola de Treinamento de Ministério Escola de Treinamento de Ministério 1 SEITAS E HERESIAS 2 DOUTRINA DO ESPÍRITO SANTO

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Page 1: Modulo 3 - SEITAS E HERESIAS e Doutrina Do Espirito

ETM ETM Escola de Treinamento de MinistérioEscola de Treinamento de Ministério

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SEITAS E HERESIAS

2DOUTRINA DO ESPÍRITO SANTO

Page 2: Modulo 3 - SEITAS E HERESIAS e Doutrina Do Espirito

SEITASE

RELIGIÕES MODERNAS

“RECONHECENDO O ENGANO”

PR. DANIEL COSTA

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001-INTRODUÇÃOO homem é um ser religioso por natureza. Em todas as culturas ou épocas, encontraremos

os grupos humanos envolvidos em algum tipo de culto ou adoração. Se procuramos diferenças entre a sociedade americana e o povo pigmeu da África, encontraremos muitas, mas algo ambas tem em comum: uma religião, ainda que tenham formas de adoração diferente no geral.

De acordo com a Bíblia, o homem foi feito para viver em comunhão com Deus, seu Criador. Com a quebra desta, devido ao pecado, criaram alternativas a esta necessidade, isto é, religiões. Essa palavra vem do latim “religare” que significa religar ou ligar novamente. Mas todas as religiões levam a Deus? Somente a verdade leva a Deus, mas a mentira, o erro, os falsos ensinamento levam à destruição.

A – DEFINIÇÃOA palavra grega que aparece no Novo Testamento para seita é “hairesis”, que também é

traduzida por partidos (1 Co 11:19), facções (Gl 5:20), heresias (2 Pe 2:1) e por seita (At 5:17;15:5;24:5). No sentido clássico, esta palavra significava inclinação para uma escola de pensamento, partido ou grupo que se separa das outras pessoas por escolha própria. No Novo Testamento esse termo tem o sentido de facção, partido sectário ou divisão. Nem sempre significa ruptura, como ocorreu com os saduceus e fariseus, que mesmo divergindo na doutrina, permaneciam dentro da religião judaica.

Podemos compreender melhor o que são seitas se primeiramente verificarmos qual a diferença entre "seita" e "heresia". Por definição, um herege é um cristão professo que está errado com relação a alguma verdade particular, ao passo que o ponto essencial quanto às seitas é que elas absolutamente não são cristãs.

Em seu sentido mais genérico, seita é "devoção a uma pessoa ou coisa particular, dedicada por uma corporação de adeptos". Esta definição está na raiz de termos como "sectarismo", e por esse ângulo, tanto um partido político quanto uma torcida organizada de futebol, poderiam ser classificados como "seita". Em nosso estudo, no entanto, estamos interessados em estudá-las sob uma perspectiva cristã e nesse prisma, as seitas aparecem, invariavelmente, como falsificações da fé cristã.

Podemos dizer que as seitas, em sua maior parte, são o produto final das heresias, ou seja, o resultado da fermentação herética na massa da igreja. Nem toda heresia culmina na formação de uma seita, mas toda seita possui em seu sistema, elementos heréticos.

Hoje, a palavra seita tem um sentido de grupo ou organização que não segue os ensinos ortodoxos e assim expõe doutrinas contrárias as Escrituras. Mas isto é ainda muito pobre para definir uma seita pois, para tal, é necessário expor algumas características que determinarão com mais precisão, se um grupo pode ou não ser classificado como seita.

É preciso não confundir heresia com apostasia. O apóstata é alguém que rejeitou completamente a fé cristã. Ele continua vinculado a fé, menos os pontos em que seu sistema nega a fé cristã. Por definição, um herege é um cristão professo que está errado com relação a alguma

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verdade particular, ao passo que o ponto essencial quanto às seitas é que elas absolutamente não são cristãs, embora pareçam.

B – DESAFIO DAS SEITASVivemos actualmente uma explosão de seitas e movimentos ocultistas que se alastram por

todo o Brasil e o mundo, causando uma paranóia religiosa tão grande que famílias se dividem e não poucos fanáticos se suicidam ou matam. É tão grande a confusão nesta área que a verdade parece não existir ou pelo menos fica a impressão de que ela é relativa, não havendo absolutos. A Igreja, através do evangelho de Cristo, deve ser como divisor de águas, um farol a alumiar os náufragos que estão à deriva.

O Brasil é o maior país espírita do mundo com 95 milhões de praticantes; é o terceiro país em número de Testemunhas de Jeová e cada casa brasileira já foi visitada pelo menos uma vez por seus adeptos. Os mórmons consideram seu crescimento no Brasil um dos seus maiores sucessos. Eles cresceram mais de 50% (aproximadamente 250.000) nos últimos dez anos. As religiões orientais, como o islamismo e o budismo, já atraíram mais de 2 milhões de brasileiros de todas as classes sociais e continuam se expandindo rapidamente. O islamismo, por exemplo, já conta com quase 300 mesquitas em todo o Brasil e o budismo, que recebeu recentemente seu maior missionário, o Dalai-Lama, está construindo no Rio Grande do Sul, o maior monastério budista da América Latina e tem, na classe artística, seus maiores simpatizantes e discípulos. Os cultos afro-brasileiros, como candomblé, umbanda, quimbanda e outros mais também se espalham por todo o território nacional como religião alternativa. Segundo estimativas, a maioria dos brasileiros, se não praticantes, já procuraram os serviços desses feiticeiros chamados pais e mães-de-santo em algum momento de sua vida. Além de tudo isso, as heresias mais absurdas têm achado lugar no meio evangélico, terreno fértil para se reproduzirem, causando na maioria das vezes, males irreparáveis na família de Deus. Também o misticismo, a astrologia, a cartomancia e outros, têm conseguido, como nunca antes, enorme espaço nos meios de comunicação. São videntes, magos, dizendo fazer o impossível através das fadas, gnomos, duendes e cristais. As seitas religiosas estão infiltradas no coração de algumas das maiores empresas do mundo, tendo acesso até mesmo às fichas de seus funcionários. A afirmação é uma ameaça real e é garantida pelo jornalista francês Tomas Lardeur, especialista em cultos e seitas. Em seu livro “As Seitas dentro das Empresas” ele diz que a moda das companhias pagarem cursos e seminários de relaxamento, auto-conhecimento e similares para seus funcionários e a dificuldade de avaliar os resultados disso, faz delas presas fáceis para gurus dispostos a conquistarem novos adeptos e claro, ganharem mais dinheiro. O processo se inicia pela indicação feita por membros das seitas que trabalham nas empresas. A partir daí, algo que é vendido como um inocente curso anti-estresse para executivos pode acabar virando uma tentativa de doutrinação nos princípios da seita. Segundo este jornalista já caíram no conto firmas como: IBM, Peugeot, Thomson e outras.

A conclusão é uma só: ninguém pode escapar das malhas dos falsos ensinos religiosos. Apenas os que conhecem a verdade, que é a Palavra de Deus, têm condições de saírem ilesos dessa guerra espiritual e ajudar os demais. O mundo espera pela Igreja, pois só ela está credenciada por Deus para ministrar as Boas Novas do Evangelho de salvação e libertação de Jesus Cristo. Você que está estudando a Bíblia e se preparando para servir a Deus, deve estar alerta e pronto para a batalha.

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2-CARACTERÍSTICAS DE UMA SEITAAs seitas, de uma maneira geral, têm certas características que definitivamente dirão se ela

é de fato uma seita. Eis aqui algumas:

A – Controle do AmbienteAs seitas ou cultos conseguem controlar o ambiente em que vivem seus adeptos de diversas

maneiras, mas quase sempre usam a forma de isolamento. Os adeptos são isolados fisicamente da sociedade ou são ameaçados de castigo se entrarem em contacto com as informações da média, sobretudo quando estas podem criar pensamento crítico. Qualquer livro, filme ou testemunho de ex-membros, assim como qualquer informação que seja crítica ao grupo, deve ser evitada.

A seita fornece atentamente as informações aos seus membros. Tudo vem cuidadosamente avaliado por receio de que possa ser contrário ou vá além do pensamento dela. Aos adeptos parece que, pelo fato da organização mostrar ter um vasto conhecimento sobre tudo e todos, esta tem a capacidade de omnisciência.

O senso de comunidade, o vínculo de amor entre seus membros e a atrofia de relacionamento com pessoas de fora, tornam o indivíduo alienado. Para ele, todas as respostas estão na religiosidade, ou mais especificamente, na seita da qual faz parte. Não têm nenhuma participação social, política ou militar. Neste ponto o indivíduo está grandemente preso à seita e aceita praticamente tudo que é dito pelos seus líderes.

O indivíduo é sobrecarregado ou privado de estímulos emocionais. Reduz-se seu sono e sua privacidade. Muda-se sua dieta. Faz-se o uso intensivo de hipnose ou meditação; ele passa a questionar sua própria identidade. Seu passado é redefinido com o implante de falsas memórias. É criada e imposta uma nova identidade ao indivíduo através das sessões de doutrinamento, sendo ele recompensado ou punido de acordo com seu comportamento. Utiliza-se preces ritmadas. A nova identidade é reforçada e ele é separado de sua família e encorajado a abdicar de suas posses materiais. Em muitos casos passa a ter novo nome, novas roupas, novo visual e nova família.

B – Manipulação ReligiosaSe por um motivo qualquer uma pessoa afasta-se, cada doença ou situação ruim que venha

enfrentar é tido como castigo divino e circulam histórias de como Deus realmente faz acontecer coisas maravilhosas aos fiéis, pois eles são da verdade. A organização se reveste de certa misticidade que, para os novatos, é realmente sedutor.

C – “A Santificação”O mundo vem pintado em branco e preto, com pouco espaço para tomar decisões pessoais

baseadas na consciência individual. A conduta individual vem modelada de acordo com a ideologia do grupo, como ensinado em sua literatura. As pessoas ou organizações, são divididas em boas ou malvadas, de acordo com o relacionamento delas com o grupo.

Para controlar seus adeptos, todas as seitas usam o senso de culpa ou de vergonha. Tudo vem polarizado e exemplificado. Todas as coisas classificadas como ruins devem ser evitadas e a pureza alcança-se com a absoluta aceitação da ideologia da seita.

D – O Uso da Confissão

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As culpas graves, de acordo com a ideologia do grupo, devem ser confessadas logo. Se a conduta do membro é contrária às regras, deve-se fazer um relato. Com frequência há inclinação para se ter prazer com a auto-degradação, por meio da confissão. Isto acontece quando é um dever confessar os próprios pecados na frente de outros, o que cria um forte senso de identidade com o grupo.

E – Os Livros SagradosA ideologia da seita torna-se o ponto de vista definitivo que regula a existência humana.

Essa é sagrada demais para ser discutida, e vem apresentada na forma de verdade absoluta e perfeita. Um sistema assim oferece segurança. As seitas, no geral, reconhecem seus livros como autoridade igual ou adicional às Escrituras, o que acaba sobrepujando a Bíblia e se torna sua base para doutrina e governo. O mormonismo tem o “Livro de Mórmon”, “A Pedra de Grande Valor” e “Doutrinas e Alianças”. A Ciência Cristã tem o livro “Ciência e Saúde”, escrito pela sua fundadora, Mary Baker Eddy. Os Adventistas do Sétimo Dia têm os escritos de Ellen G. White etc.

Na época do regime nazista, utilizou-se um método de reprogramação cognitiva (lavagem cerebral), através de repetição. Diziam que uma mentira, repetida 20 vezes, se torna uma verdade para aquele que a repete. Este meio é usado por muitas seitas e é por isso que a maioria delas aplica estudos frequentes de suas publicações. A Bíblia torna-se muitas vezes secundária, diante das publicações "iluminadas" da seita. Muitas chegam a dizer que não se pode conhecer a Deus sem suas publicações (Testemunhas de Jeová). Outras, chegam a colocar suas publicações no mesmo nível, ou até superiores à Bíblia (Mórmons, Igreja da Unificação, Adventistas). O adepto da seita quase nunca questiona as doutrinas, pois a lavagem cerebral lhe faz crer que ele mesmo chegou a tais conclusões. Quando o indivíduo começa a criticar ou a tentar alicerçar suas posições e sanar dúvidas, geralmente é considerado fraco na fé ou até mesmo apóstata (Testemunhas de Jeová).

É bem fácil perceber que os líderes pensam pelos adeptos: pergunte algo para uma Testemunha de Jeová ou para um mórmon aqui no Brasil e faça a mesma pergunta para um deles nos EUA. Você verá que a resposta será a mesma. Se pedir uma explanação, os mesmos termos, argumentos e linha de raciocínio serão usados. Até mesmo as personalidades, a maneira de falar, acabam se tornando muito parecidas. Devido à "morte" da personalidade, o indivíduo geralmente começa a apresentar sérios distúrbios psicológicos, como frequentes depressões, por exemplo.

F – Linguagem e Terminologia Própria. Essas são carregadas, com o uso abundante de clichés que bloqueiam o pensamento, ou

seja, frases ou palavras desenhadas para bloquear uma conversa ou discussão. Um exemplo é as palavras “capitalistas” e “imperialistas” usadas pelos pacifistas na década de 60. Esses são fáceis de lembrar e usar. São chamados “Linguagem do não Pensamento” porque terminam a conversa sem outras considerações.

G – A doutrina é mais importante que a pessoa

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Uma pessoa é valorizada na medida que se conforma às regras da seita. A lógica, se está em desacordo com a ideologia, é desprezada. A história da seita é alterada para adaptá-la à lógica doutrinária.

H – A Seita Define Quem Merece Existir ou Não

A seita estabelece quem "merece" existir e quem não tem este direito, e quem deve morrer na luta final entre o bem e o mal. Toda a família do adepto, e quem não pertence ao grupo, pode não merecer existir!

I – Exclusivismo Afirma-se que o grupo ou organização é o único que detêm a verdade, e desta forma não se

pode encontrar a Deus fora desse. Os demais estão errados e assim a salvação só pode ser alcançada se o indivíduo fizer parte do tal grupo. Muitas seitas, como por exemplo as Testemunhas de Jeová, consideram apóstatas as pessoas que abandonam a organização, sendo que na verdade um apóstata é aquele que abandona a fé e não uma organização humana.

Esta é uma característica invariável das seitas: consideram-se a única expressão válida do cristianismo. O caso do Adventismo do Sétimo Dia é típico: para ministrar o baptismo, esse grupo exige do "catecúmeno" uma confissão de que "a Igreja Adventista do Sétimo Dia é a Igreja remanescente", o que exclui todos os demais grupos cristãos. Seguindo nessa escola, um grupo saiu da Igreja Adventista do Sétimo Dia sob a direcção de uma "profetisa" chamada Jeanine Sautron, e fundou a Igreja Adventista do Sétimo Dia – Os Remanescentes, a qual, num panfleto distribuído recentemente, chamou tanto a Igreja Adventista original, como todos os demais grupos cristãos de "apóstatas".

J – ProselitismoOs adeptos das seitas geralmente buscam pessoas já participantes de outras religiões

afirmando terem eles a verdade. Está característica está intimamente ligada com o sistema de monopólio da salvação. Este proselitismo difere em muito da evangelização feita por Jesus e seus discípulos. Eis algumas características desta forma de proselitismo:

A – Pressão física, moral ou manipulação psicológica, que privam o homem de seu juízo pessoal e de seu poder de decisão livre e responsável.B – Benefício temporal ou material oferecido de maneira aberta ou velada, em troca da aceitação de fé.

C – A utilização plena da miséria, debilidade ou ignorância para levar alguém à conversão.

L – Semelhança com o CristianismoVirtualmente, todas as seitas possuem forte semelhança com a fé cristã legítima e é

justamente essa semelhança que se constitui na principal estratégia do diabo com relação a elas (2 Co 11:13-15).

Todavia, as seitas mesmo parecendo cristãs, não se limitam a discordar da Bíblia em assuntos periféricos ou não essenciais; elas, via de regra, negam aspectos essenciais da fé. Embora a lista possa variar ligeiramente de seita para seita, em geral seus ensinos discordam da verdade bíblica em áreas tão centrais quanto a Pessoa de Jesus, a Pessoa do Espírito Santo, a Trindade de

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Deus, a ressurreição e ascensão física do corpo de Jesus (Testemunhas de Jeová), a obra expiatória de Jesus (Adventistas do Sétimo Dia), a Justificação pela Fé (Mórmons), o ensino das Escrituras sobre o pecado (Pensamento Positivo) entre outros. Além disso, muitas vezes as seitas pregam, junto as negações dessas verdades essenciais, ensinos que não possuem nenhuma base bíblica. É o caso tanto dos Adventistas do Sétimo Dia, quanto das Testemunhas de Jeová, os quais ensinam as doutrinas do sono da alma após a morte e do aniquilamento dos ímpios.

A ausência da oração é um dos sinais mais interessantes nas seitas. Em sua quase totalidade, elas a desvalorizam, o que não causa surpresa. A oração é uma actividade que não oferece atractivos, excepto para aqueles que são filhos de Deus. Como pode haver um legítimo espírito de oração numa seita que nega o conceito de pecado, repudia a obra redentora de Jesus e rejeita o Espírito Santo como Pessoa? (note que esses pontos estão intimamente ligados uns aos outros).

M – Adeptos Sinceros As seitas são povoadas por pessoas zelosas, mas destituídas de verdadeiro entendimento

(veja Rm 10:2). Nunca devemos cometer o erro de questionar a sinceridade dos adeptos de qualquer seita, no entanto, precisamos reconhecer que esse zelo extremo a que se dispõe é uma característica do espírito de religiosidade que age por detrás delas.

N – Sua OrigemPraticamente todas as seitas reivindicam como sua fonte inicial alguma nova revelação da

parte de Deus. Aqui temos uma diferença interessante entre heresia e seita. As heresias, geralmente, começam com pessoas que, estudando diligentemente as Escrituras, acabaram se afastando em sua interpretação. Ário, por exemplo, nunca afirmou ter recebido qualquer revelação divina relativa ao seu ensino sobre a pessoa de Jesus. Seu ensino foi oriundo do estudo que ele fez das Escrituras, dominado por um forte racionalismo. Mas as Testemunhas de Jeová, por exemplo (que tem em Ário um "precursor" de seu fundador, C. T. Russell), constantemente reivindicam revelações adicionais como base para seus ensinos.

O- Ênfase numa "Fórmula" Particular Todas as seitas enfatizam geralmente uma "fórmula" específica, muitas vezes um esquema

rígido que deve ser seguido a fim de obter determinados resultados. Segundo um autor, há uma semelhança interessante entre todas as seitas e os famosos "remédios de charlatães": algo muito simples, sem complicação, que serve para curar todos os males. Muitas vezes, um ensino (as vezes até mesmo bíblico e correcto) é repetido à exaustão e indicado como solução para todos os tipos de problemas.

3-AS SEITAS MAIS CONHECIDAS

1-TESTEMUNHAS DE JEOVÁ

O fundador da seita que conhecemos hoje como Testemunhas de Jeová foi Charles Taze Russell. Ele nasceu em 1852 e teve ensinamento religioso em uma Igreja Congregacional. Russell porém, ainda bem jovem, rejeitou a doutrina do castigo eterno e talvez por esse motivo se sentiu atraído pelas doutrinas adventistas. Mais tarde também abandonou o Adventismo e em 1870 fundou uma classe de estudos bíblicos, em Pittsburgh, Pensilvânia, EUA, da qual, em 1876, elegeu-se "pastor".

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  Russell passou a fazer discípulos e a publicar, em Julho de 1879, uma revista chamada “A Torre de Vigia de Sião” e “Arauto da Presença de Cristo”, com uma tiragem de 6.000 exemplares. Em 1884 registrou a organização Zion´s Watch Tower Tract Society, que em 1886 publicou o primeiro de uma série de livros, cujo autor dos primeiros seis foi o próprio Russell. Hoje, estes livros têm o nome de Estudos das Escrituras, mas primeiramente foram chamados de Aurora do Milénio.

Quando Russell morreu em 1916, o "juiz" Joseph Franklin Rutherford se apoderou da direcção do movimento. Ele e alguns colegas passaram alguns meses na prisão norte-americana quando se iniciou a primeira guerra mundial (1914 – 1918), acusados de fomentar actividades anti-americanas. Mas essa experiência somente serviu para dar mais impulso ao movimento, visto que Rutherford tornou-se uma espécie de "mártir-herói". Ele mudou muita coisa dentro da seita, inclusive o nome, passando a chamar "Testemunha de Jeová" no ano de 1931. Modificou algumas doutrinas de Russell a respeito das profecias e modificou completamente o sistema de governo da seita. Antes dele, a organização era composta de igrejas ou "congregações autónomas, independentes", as quais se governavam a si mesmas. Mas Rutherford estabeleceu uma "teocracia" pela qual todas as congregações eram governadas pela matriz central, por determinado grupo de directores que passaram a se chamar "a classe do servo fiel e prudente" (Lc 12:42), a quem cabia o direito exclusivo de inventar e ensinar as doutrinas oficiais da seita, através da publicação de milhares de exemplares dos seus livros e revistas. Esse sistema continua até hoje com o director principal, Nathan H. Knorr, actual "presidente" da organização. Existe uma submissão total dos adeptos aos ensinos que saem pelas publicações, que procedem da sede de Brooklyn, estado de New York, EUA.

Algumas Falsas Doutrinas

a) Jesus Cristo não é Deus, nem filho de Deus (Jo 1:1;10:30; Hb 1:1-4).b) Jesus Cristo não ressuscitou visivelmente (1 Co 15:1-7).c) Jesus Cristo veio invisivelmente entre 1914 e 1918.d) Jesus Cristo homem, está morto para sempre (1 Tm 2:5)e) Jesus foi criado e não gerado (Fp 2:6,7).f) A Trindade não existe (Mt 28:19).g) O Espírito Santo não é Deus e muito menos uma pessoa (At 13:1-4).h) Não existe inferno (Ap 20:15).i) Somente 144 mil testemunhas de Jeová escolhidos serão salvos (Ap 7:9)·j) O homem não têm alma ou espírito, sendo igual a qualquer outro animal (1 Ts 5:23).l) Adorar a Cristo é pecado, porque dizem que ele não é Deus (Ap 5:8:10)m) Os cidadãos não têm nenhum dever civil para com a pátria (1 Tm 2:1-3)n) É pecado fazer transfusão de sangue, mesmo que seja caso de vida ou morte (não há base bíblica para isto)o) O diabo é filho espiritual de Deus (Satanás é um anjo caído)

Além de inúmeros panfletos, os periódicos regulares são: “Torre de Vigia”, “Despertai”, “Seja Deus Verdadeiro”, e a tradução, que não é fiel ao original grego do Novo Testamento, chamada “A Tradução do Novo Mundo das Sagradas Escrituras”.

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2- MÓRMONS

Joseph Smith Júnior nasceu em 23 de Dezembro de 1805, em Sharon, Estado de Vermont. Foi criado na pobreza e superstição. Não teve instrução alguma e em 1820, quando tinha quinze anos, já residente em Palmira, Nova Iorque, Smith foi orar num bosque e, segundo ele, quando perguntava a Deus a qual igreja devia pertencer, apareceram-lhe dois ‘anjos” resplandecentes que ficaram pairados sobre a terra. "Deus apontou para "Cristo"( na forma dos dois anjos) e disse ao jovem de quinze anos: "Joseph, este é o meu filho, ouve-o". Smith fez a pergunta a qual igreja devia pertencer e "Deus" lhe disse que todas as igrejas estavam desviadas e que ele não se unisse a nenhuma.

Em 22 de Setembro de 1827, diz ter recebido de um anjo um livro escrito em estranhos hieróglifos e composto em placas de ouro, o qual traduziu com grande dificuldade, publicando em seguida como "O Livro de Mórmon". O nome do "anjo" que lhe revelou isso era Moroni (dizem que Moroni era filho de Mórmon).

A seita dos Mórmons, também conhecida como Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, foi organizada em 1830 em Fayete, Estado de Nova Iorque, depois que Joseph Smith Júnior conseguiu convencer algumas pessoas sobre a fantástica "Histórias das visões".

ALGUMAS FALSAS DOUTRINAS

a) O livro de Mórmon também é a Palavra de Deus (Ap 22:18).b) Deus é um homem glorificado e tem um corpo físico como nós, de carne e osso. Para eles, Deus desenvolveu suas forças pessoais e tornou-se Deus (Sl 90:2; Tg 1:17; Jo 4:24).c) Nós um dia seremos Deus.d) Cristo e o diabo são irmãos.e) Jesus era casado com mais de uma mulher, com Marta, Maria e Maria Madalena.f) O homem pode ter quantas mulheres ele quiser.g) Maria não era virgem quando teve Jesus (Mt 1:18,20,23).h) Existem três deuses e não uma trindade.i) Deus não criou nada, apenas reuniu e coordenou aquilo que era matéria (Gn 1:1; Cl 1:15,16).j) A salvação vem pelas obras, principalmente pela obediência aos preceitos e cerimónias da Igreja Mórmon (Ef 2:8,9).l) O Espírito Santo não é Deus, e muito menos uma pessoa, mas uma substância espalhada no espaço.m) Os casamentos realizados segundo os preceitos da Igreja Mórmon perdurarão por toda eternidade (Mt 22:29,30).n) A revelação de Deus está incompleta. Todas as igrejas estão desviadas e eles são os únicos certos.

LIVRO USADO PELOS MÓRMONS

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Os mórmons usam o Livro de Mórmon, publicado em 1830, com a mesma autoridade da Bíblia. Além disso possuem a seguinte literatura: “Pactos e Mandamentos”, “Doutrinas e Convénios”, “Pérola de Grande Valor”, etc...

3- MENINOS DE DEUS

Em plena época do movimento hippie nos Estados Unidos, que chegou a influenciar a juventude mundial, onde o desabafo dos jovens contra a sociedade organizada se misturou com a leviandade, que levou milhares de adolescentes a abandonarem seus lares e passarem a viver como nómadas e peregrinos, surge a seita “Os Meninos de Deus”. Algumas ideologias se tornaram moda nessa época, como a vida em grupo e sem luxo, a prática do sexo sem regras, etc. Neste ambiente muito favorável, aparece o fundador da “Família do Amor”, conhecida até Fevereiro de 1978 como “Meninos de Deus”.

Esta nova seita foi uma tentativa de adaptar um sistema religioso ao modo de vida de hippies e viciados, quando o ideal teria sido o inverso; daí, o abandono da família, a libertinagem e o sexo, bem como os vícios, fazerem parte do "modus vivendi" dos adeptos da nova religião.

O fundador, David Brandt Berg, também conhecido por Mo (Moisés), nasceu em 18 de Fevereiro de 1919, na Califórnia, EUA. Seus pais eram evangelistas da Aliança Cristã Missionária nos Estados Unidos. Berg surgiu dizendo ter recebido de Deus uma revelação acerca de uma missão "diferente". Começou seu trabalho na Califórnia, em 1968, entre os hippies e viciados em tóxicos. Pregando um evangelho apocalíptico e atacando a sociedade americana, bem como as igreja organizadas, Berg não teve dificuldades para atrair seus primeiros seguidores. Por alguns meses, Berg, sua família e perto de uns cinquenta discípulos, viajaram pelos EUA e Canadá, pregando suas doutrinas liberais e confusas, com sabor especial para os hippies e viciados. Durante esse período eles passaram a se chamar “Meninos de Deus” e seu líder agora era Moisés David, ou “Mo”.

Berg formulou então seu programa de estruturação da nova seita e viajou à Europa e Israel para explorar as possibilidades de estabelecer colónias ou comunidades no estrangeiro. Em 1970, cerca de 120 adeptos da nova seita obtiveram permissão para propagar oficialmente a doutrina no Texas e Califórnia, através da TV, em associação com outro grupo bem mais forte na época, "O Povo de Jesus", que lhes concedeu toda a facilidade para divulgar a nova heresia. De 500 membros aproximadamente naquele tempo, houve uma expansão para 4.000 que dedicavam tempo integral à organização. Tudo isso aconteceu em pouco mais de um ano, quando organizaram cerca de 400 colónias por todo o mundo.

Moisés David se intitula um profeta para os nossos dias e procura apoio na Bíblia para sua interpretação através de passagens específicas para demonstrar que ele é o David, segundo profecias bíblicas (Jr 30.9,24; Ez 37.23,24; Os 3.5). Todas essas, segundo Moisés David, tiveram seu devido cumprimento nele. “E os levantarei de todos os lugares da sua resistência em que pecaram... e o meu servo David será rei (ou chefe) sobre eles (Ez 37.23,24). Para testar a veracidade de um profeta devemos ir à Bíblia (Dt 18.20,22). Vejamos as provas:a) Examinando as profecias: Moisés David, disse que o fim dos tempos dos gentios se deu em 1969. "...estes “Tempos dos Gentios” só terminaram no ano do Senhor de 1969, o ano em que os

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Novos Judeus dos Últimos dias (Os Meninos de Deus) se levantaram numa revolução espiritual para reclamar o Reino de Deus nestes últimos dias". O Texto de Lc 21.24 tem aplicação literal e não fantasiosa como quer Moisés David, afirmando que os "Novos Judeus dos últimos dias" são os "Meninos de Deus", que teriam sido libertos do sistema actual das coisas.b) Profecia sobre a destruição da América em 1974: O fim das coisas como elas está agora, incluindo os presentes poderes mundiais, sistemas económicos etc. Em 1974, Moisés David profetizou a destruição de São Francisco, na Califórnia, por um maremoto e foi obrigado a fugir dos EUA no anonimato, por vergonha de sua falsa profecia. c) Profecia sobre a vinda de Cristo. Fixou o ano de 1993 para o retorno de Cristo. Usou o argumento de que Jesus disse somente que não podíamos saber o dia e nem a hora, mas nada falou sobre o ano, semana ou mês. A fixação do ano de 1993 ou de qualquer outro para a volta de Cristo contraria várias passagens bíblicas: “Porém daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, mas unicamente meu pai” (Mt 24.36). “Olhai, vigiai e orai, porque não sabeis quando chegará o tempo” (Mc 13.33). “ Não vos pertence saber os tempos ou as estações que o Pai estabeleceu pelo seu próprio poder” (At 1.7). Moisés David não foi o primeiro, nem o último, a tentar adivinhar o dia da volta de Cristo, mas todos quantos o fizerem caíram no fracasso.

Entendemos, pela Bíblia, que o profeta verdadeiro promove uma adoração verdadeira e seu ensino se harmoniza com a Bíblia. Nesse particular, qual o ensino central de Moisés David (Mo) ? O sexo. Na verdade, essa atitude do fundador deve-se a uma frustração conjugal. Moisés David era casado desde 1944 com Jane. O casal tinha quatro filhos, mas enfrentava um sério problema conjugal. Ela só permitia ter relações íntimas com o esposo uma ou duas vezes por ano, pois cria que o sexo não era importante para os cristãos. Este fato o atormentou até meados de l968, quando conheceu em sua Igreja um jovem chamada Maria, de 23 anos de idade, com a qual passou a ter relações sexuais.

Ele descobriu um “método de evangelismo” realmente revolucionário. Começou a utilizar a prostituição como isca para recrutar novos adeptos e como meio de aumentar os proventos económicos da Família do Amor. Mo afirma: "A cama é a última etapa que pode convencer alguém de que Deus o ama e ele não crerá até que veja isso". Pelo visto, além de falso profeta, Mo também é um depravado. Veja o que disse Jesus em Mt 5. 28. Mo afirmou:“Nós temos um deus sexy, uma religião sexy e um líder muito sexy, com um grupo de jovens seguidores extremamente sexy. Se você não gosta de sexo, que vá embora enquanto pode” . A Palavra de Deus diz que “um abismo chama outro abismo” (Sl 42.7). De passo a passo, todas as formas pervertidas de sexo tomaram lugar nesta seita.

Em suas preocupações ligadas à sexolatria, nem mesmo as pessoas do Pai, Filho e Espírito Santo escaparam dos devaneios sexuais de Moisés David. Ele declarou que “Deus é um proxeneta”. É o maior que há! Usa a sua Igreja a todo o momento para ganhar almas e corações. O dicionário Aurélio define proxeneta como: do latim: pessoa que ganha dinheiro servindo de intermediário em casos amorosos. Aquele que serve de mediador à libidinagem alheia, favorece a prostituição e mantém prostíbulos. Dizer que Deus é um proxeneta é uma das maiores blasfémias, respondida à altura pela própria Bíblia (1 Pe 1.15,16).

Como é próprio de toda seita, Moisés David enfatiza seus próprios ensinos mais do que a própria Bíblia, recomendando aos membros da sua "família" que devem ler primeiro suas cartas à leitura da Bíblia: “Decorar as Escrituras é fantástico desde que não vos impeça de ler as últimas cartas de Mo! E quero dizer-vos francamente: se há uma escolha entre ler a Bíblia, quero dizer-

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vos que é melhor ler o que Deus diz hoje, de preferência, ao que disse a dois ou quatro mil anos! Depois, quando acabarem de ler as últimas cartas de Mo, podem voltar a ler a Bíblia e as cartas velhas de Mo!”. A Palavra de Deus nunca fica velha. Jesus disse: "Os céus e a terra passarão, mas as minhas palavras não há-de passar" (Mt 24.35).

Moisés David conta com muitos auxiliares para executar sua grande obra revolucionária. Um deles é Abaraim, o rei cigano, cujo espírito orienta Mo sobre como deve dirigir o seu grupo cigano chamado outrora de Meninos de Deus. Mo justifica a ajuda que recebe do espírito de Abaraim, da seguinte maneira: "Assim foi como Abaraim veio estar comigo, em nossa constante companhia, como guia e orientador espiritual! Não pense ser estranho que Deus nos oriente pelos seus servos que já morreram!". Essa prática é totalmente condenada pela Bíblia Sagrada. Veja a lição sobre o espiritismo (Hb 9.27; Jr 14.14).

Moisés David ensina que, depois de terem sofrido o suficiente por seus pecados, a punição deles chegará ao fim. E eles eventualmente serão libertados das suas prisões e colocados na Nova Terra do lado de fora da cidade celestial! Ele vai redimir toda humanidade e todos os homens, segundo seu entendimento, de acordo com 1 Tm 2.4. Os ímpios, depois de sofrerem por mil anos no inferno serão finalmente libertados. Como característica dos heréticos, ele usa a Bíblia para dizer o que a Bíblia não diz. A Palavra de Deus é explícita o suficiente quando diz que a salvação é dada agora (Is 55.6,7; 2 Co 6.2; Hb 3.7,8), e que depois da morte vem o juízo ( Hb 9.27), não restando nenhuma outra oportunidade de salvação ( Mt 7.13,14; 25.41,46; Ap 14.15; 19.20; 20.10; 22.11).

4- IGREJA DA UNIFICAÇÃO (Reverendo Moon)Conhecida como “Associação do Espírito Santo para a Unificação do Cristianismo

Mundial”, foi fundada por Sun Myung Moon (Reverendo Moon), nascido em 1920 na Coreia de uma família camponesa convertida ao Cristianismo. Com a idade de dezasseis anos teve uma visão em que "Jesus" lhe explicou que originalmente Deus o tinha enviado para salvar "todos" os homens, mas que a sua missão na terra tinha ficado incompleta devido aos seus contemporâneos não o terem recebido. Era ele, Moon, que deveria completar a sua missão "inacabada". Hesitou por nove anos, mas em 1945 começou seu ministério público.

A igreja de Moon foi fundada oficialmente em 01/05/54 na capital da Coreia do Sul, Seul, justamente após ter sido liberto da prisão por prática de heresias e outras coisas. Como é característica da maioria das seitas, o movimento da Unificação possui um livro escrito por Moon, que é colocado na mesma posição da Bíblia, que para eles não é a revelação completa.

Esse, segundo a seita, foi recebido por Moon progressivamente através da oração, estudo de todas as escrituras religiosas (Alcorão, Gita e outros), meditação, e "comunicação espiritual" com algumas pessoas como Jesus, Moisés e Buda e directa comunicação com Deus.

ALGUNS ENSINAMENTOS a) Unificação com Deus - Oram sempre pedindo que a palavra de Deus, a personalidade e o

coração de Deus, os unifiquem com a divindade. Dizem que através do aperfeiçoamento individual o homem pode ser um com Deus.

b) Paz Universal - Pregam a perfeição própria do homem e a paz, liberdade. c) Eva fornicou com Satanás - Dizem que a narrativa bíblica é uma interpretação simbólica do que realmente aconteceu; para Moon, Eva fornicou com Satanás.

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O livro usado por Moon chama-se "Princípio Divino" e é totalmente contrário ao que é ensinado na Bíblia. Foram criados vários versículos para justificar a teologia da unificação.

5- ESPIRITISMOAlguém declarou brincando: a primeira sessão espírita teve lugar no Éden, onde a serpente

serviu de médium, Satanás de guia e Eva de assistente. A verdade é que até hoje as sessões espíritas são feitas com esses elementos: os médiuns, os demónios ou guias e os assistentes.

O espiritismo moderno é o desenvolvimento das práticas espíritas antigas. Franz Anton Mesmer, médico alemão, foi um dos seus precursores.Swedemborg, contemporâneo de Mesmer, era um filósofo místico que dizia ter recebido de Deus poder para explicar as Escrituras (como Allan Kardec) e comunicar-se com o "outro mundo".

As americanas Magie (Margareth) e Katie Fox deram início definitivo ao espiritismo moderno, em Hydeville, no Estado de Nova Iorque, em 1848. Elas começaram a ouvir pancadas em diferentes lugares da casa onde moravam; depois lençóis começaram a ser arrancados da cama, cadeiras se movimentaram sozinhas e uma das adolescentes foi atacada no rosto por uma mão fria. A partir daí elas começaram a se comunicar com os mortos e eles respondiam através de pancadas.

As práticas espíritas eram chamadas antigamente, como podemos notar nas páginas das Escrituras, de necromancia ou magia. Seus praticantes eram chamados magos, pitonisas, adivinhos, bruxas, feiticeiros etc.

Os centros, tendas ou terreiros eram chamados oráculos, cavernas ou antros.

DIVISÕES DO ESPIRITISMOPara efeito de estudo, podemos dividir o espiritismo da seguinte forma:- Espiritismo Comum: Quiromancia (leitura da mão), cartomancia, grafologia, hidromancia, astrologia, etc.- Baixo Espiritismo: Espiritismo pagão, inculto, sem disfarce. Encontramos nessa classificação o vodu, candomblé, umbanda, quimbanda, macumba (sem formas nem doutrinas) e outras manifestações.- Espiritismo Científico: Também chamado alto espiritismo, espiritismo ortodoxo, ou espiritualismo. Aqui encontramos inclusive "sociedades" que se dizem filosóficas, teológicas, científicas ou beneficentes. Encontramos nessa classe: esoterismo, ecletismo, LBV, teosofismo, rosacrucianismo.- Espiritismo Kardecista: É o tipo de espiritismo mais praticado no Brasil. Tem como base as obras de Allan Kardec (que é o pseudónimo de Hippolyte Léon Denizard Rivail).

ALGUMAS DE SUAS DOUTRINASComunicação de Espíritos de Mortos

Ensinam que pode haver comunicação de espíritos mortos com os vivos. Deus, na sua Palavra proíbe explicitamente tal prática, por ser enganosa. Na realidade, são os demónios que se fazem passar por pessoas (Ec 9:5,6).Doutrina da Reencarnação

Nela classificam os espíritos em quatro categorias: imperfeitos, bons, superiores e puros. Os homens nascem, morrem e reencarnam novamente dentro de um processo evolutivo. Essa

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doutrina anula a ideia de salvação e invalida a obra da redenção mediante a morte de Jesus Cristo (Hb 9:27).

A salvação para eles é uma evolução espiritual através do sofrimento e pela prática de boas obras. A Bíblia mostra que a salvação só se alcança mediante a fé em Jesus Cristo como salvador, e nunca através de méritos pessoais.Deus está longe

Ensinam que Deus existe, mas está longe demais e só se manifesta por meio de intermediários, os guias. Toda a Bíblia nos ensina que Deus nos busca e quer ter comunhão connosco e nos é inteiramente acessível (2 Co 5:18; Hb 10:19).Negam a existência do céu, inferno, condenação e sobretudo do diabo (Ap 20:10,14,15; Lv 19:31;20:6,27; Dt 18:10-12).

6- CONGREGAÇÃO CRISTÃ DO BRASILTalvez seita seja um termo forte para designar este movimento, mas seus princípios e

crenças são amplamente questionáveis. Surgiu entre imigrantes italianos e americanos com a ideia de "um só rebanho e um só pastor", necessidade de criar o rebanho de Jesus. Luigi Francescon (italiano residente nos EUA), por volta de 1910, veio duas ou três vezes ao Brasil e fundou dois núcleos do movimento: um em Santo António de Platina (PR) e outro em São Paulo (onde estão cerca de 80% dos fiéis da Congregação Cristã do Brasil). Fundou também uma igreja no Paraguai. São também conhecidos como os "glórias".

O movimento original era evangélico pentecostal, mas a medida que foi se desenvolvendo no Brasil, se afastou da visão de seu fundador, e adoptou comportamento e doutrina fora da Bíblia.

ALGUMAS DOUTRINAS:a) Dizem que a igreja não precisa de nenhum outro pastor a não ser Jesus (Ef 4:11;

At 20:28).b) Condenam a pregação do Evangelho em praças e ruas (Lc 13:26; At 17:17).c) Não entregam o dízimo (Ml 3:8-10; Mt 23:23; Gn 14:18-20) Abraão entregou o

dízimo ao Sacerdote Melquisedeque 500 anos antes da lei de Moisés.d) Consideram o adultério e a prostituição pecados para morte e sem a possibilidade

de perdão.e) Desenvolvem um forte trabalho de proselitismo junto a outros movimentos

evangélicos, provocando muita confusão e problemas para os líderes destas. Quando trazem membros de outras igrejas para suas fileiras, os obrigam a se baptizarem de novo, ensinando que o baptismo anterior não tem validade.

7- SEICHO-NO-IÊSeicho-no-iê nasceu no Japão em 1930 e como quase todas as religiões japonesas,

representam uma mistura de elementos budistas, xintoístas e religiosidade popular. O nome da seita traduzido significa "lar da prosperidade infinita". O fundador, Masaharu Taniguchi, quando jovem, teve muitos contactos com grupos cristãos e lia não somente as sutras budistas, mas

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também a Bíblia. A infância e juventude de Taniguchi foram marcadas por muitas dificuldades. Pobreza e doença o impediram de realizar seus sonhos. Em 1929, já em idade adulta, ele foi assolado por doença e desemprego. Foi quando teve uma "revelação", que no ano seguinte o levou a publicar a revista "Seicho-no-iê", onde proclama que o homem é o filho de Deus e que o sofrimento e o pecado não existem, são apenas ilusão humana.

ALGUMAS DOUTRINASa) O homem não é pecador; o pecado não existe, é um recalque do subconsciente do homem, não passa de uma ilusão; ter convicção do pecado é um mal.b) Todos os homens são filhos de Deus. Todo o mundo é puro e perfeito.O homem é a própria vida de Deus.c) O homem se eleva à condição de Deus pela libertação da consciência do pecado.d) O homem é Deus (Panteísmo)e) Não existe matéria, carne, corpo ou sofrimento.f) A salvação é pelas obras humanas.g) O homem é seu próprio salvador; Cristo não é salvador do homem, nemmorreu pelos pecados, e foi um homem, como Buda.h) Não existe infernoi) Cristo era ignorante ou enganador, pois reconheceu que o homem é pecador.j) Para eles, Deus é confundido com a natureza. Eles são panteístas (tudo é deus, e o mundo é o conjunto das emanações divinas). Portanto, para eles, Deus é a soma de tudo o que existe.

O livro usado pela Seicho-no-iê chama-se "Sutras Sagradas", onde se ensina a prática e culto aos antepassados, isto é, aos mortos. Todos os vícios são permitidos e aceitos.

8- IGREJA LOCALEsta seita foi fundada por Witness Lee poucos anos atrás. Este andou com Watman Nee, de

quem era admirador, mas acabou se afastando da linha doutrinária de Nee. Condenam o denominacionalismo e são altamente proselitistas.

ALGUMAS DOUTRINASa) O Pai, o Filho e o Espírito Santo são todos a mesma pessoa, bem como o mesmo Deus; cada um deles é um passo ou estágio sucessivo na revelação de Deus ao homem; parece o Modalismo Sebeliano (Mt 3:16,17).b) A igreja é a manifestação, continuação e multiplicação de Deus na carne. O Pai está no Filho; o Filho no Espírito e o Espírito está no corpo.c) Para alcançar os incrédulos não é necessário pregar. Basta ajudá-los a dizer "Oh Senhor" três vezes e eles serão salvos (Jo 3:16).d) Não é necessário usar a mente para tirar proveito da Palavra de Deus, não é preciso reflectir ou meditar a respeito do que se lê (1 Co 14:15;Sl.1:2)e) Confundem, mesclam e torcem a natureza de Deus, do homem, de Satanás e do pecado.

A Igreja Local divulga suas ideias através do jornal "Árvore da Vida" e livros da Editora Árvore da Vida.

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9- A CIÊNCIA CRISTÃQuanto mais se considera a origem da chamada Ciência Cristã, mais se dá conta que é um

sistema de escapismo. Nega a existência da matéria, do sofrimento, da enfermidade, do pecado e de todo o mal. Diz que estas são apenas ideias erróneas, pois na realidade tudo é bom, tudo é perfeito. Esta doutrina é uma mistura de filosofia, sistema de cura e religião.

Na realidade não tem nada de ciência, nem de cristã. Foi fundada por Mary Baker Eddy, nascida em 15 de Junho de 1821, em Bow, Estado de New Hampshire, EUA. A Sra. Eddy, quando jovem, pertenceu a Igreja Congregacional de Tilton, mas se deixou influenciar por um "curandeiro" popular chamado Fineas Quimby, que anunciava um novo método de curar os enfermos, não pela medicina, mas ensinando aos enfermos a natureza de seu mal. Dizia-lhes que podiam curar-se por seu estado mental. Mary procurou Fineas Quimby a fim de buscar alívio para seus males crónicos. Este lhe disse que ela não tinha nada de enferma, era seu espírito que reflectia a angústia sobre o corpo.

Depois da morte de Quimby, Mary sentiu-se inspirada a repartir com outros a “grande verdade” que havia descoberto. Em 1875 publicou o livro que chegou a ser a autoridade suprema na religião que ela fundou. Chama-se "Ciência e Saúde como Chave das Escrituras". Ela afirmava tê-lo escrito sob inspiração divina, porém investigações posteriores revelaram que copiou trinta e três páginas de um manuscrito do Dr. Lieber sobre os escritos de Hegel. Em seu livro, Mary ia além das teorias de Quimby, pois negava a existência não somente da enfermidade, mas da própria matéria. Afirmava que toda aparência de matéria ou de experiência mortal é somente uma ilusão, um sonho. Em realidade tudo o que existe é Deus. Ele é tudo em tudo. Nosso espírito é uma parte dele, e portanto, bom. Não há pecado ou morte. Deve-se aplicar a "ciência cristã" e negar tais ilusões para que desapareçam essas ideias erróneas. Esse é o ensino básico que ela apresentava.

Em 1879 foi organizada a primeira Igreja de Cristo Cientista. Conta actualmente com milhares de adeptos ao redor do mundo. Antes de sua morte, em 1910, Mary Baker Eddy conseguiu uma fortuna com o lucro da venda de seus livros, pois estes escritos ensinavam como receber a cura das enfermidades.

Muitas pessoas são enganadas pela hipocrisia do nome e crêem que é simplesmente outra Igreja cristã. Notam que se cantam hinos e se lê a Bíblia e não se dão conta do paganismo do sistema. Pouco a pouco, vão sendo doutrinados até serem transformados em vítimas do erro. Enfim, começando com a fundadora, parece que alguns abraçam essa fé num esforço de achar algum escape das realidades intoleráveis da vida.

Embora a senhora Eddy tenha dito que a Bíblia era sua autoridade, por outra parte afirma que tantos erros têm se insinuado na Bíblia que já não se pode aceitá-la como verdadeira. Sempre que uma declaração bíblica esteja em contradição com a ciência Cristã, a senhora Eddy diz que trata de um erro da Bíblia. Dizia que a tradução literal da Bíblia a faz sem valor e ainda é base para incredulidade e o desespero. Sabemos que a experiência de milhões de cristãos demonstra que a leitura e interpretação literal da Bíblia, longe de nos levar à incredulidade e ao desespero, têm operado extraordinariamente na vida de quem crê.

Em resposta a pergunta: Existe uma divindade pessoal? Escreve ela: "Deus é amor, e amor é um princípio, não uma pessoa. Este princípio é Mente, substância, Vida, Verdade, Amor. Interpretado correctamente, princípio é o único termo que expressa completamente as ideias de Deus. Isto é um conceito panteísta de Deus, isto é, que Deus é tudo e tudo que existe é Deus. Ele é

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tudo em tudo. Se Deus é tudo o que existe, então só existe o bem. Todos nós sabemos que isto não é verdade. O que a Bíblia diz é que Deus é distinto do que criou, é um ser pessoal.

A ciência Cristã nega a doutrina da trindade. A senhora Eddy diz: "A teoria de três pessoas em um Deus sugere politeísmo em vez do único sempre presente "Eu Sou". Ela disse que a Ciência Cristã é o Espírito Santo. Nas palavras de São João: "Ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco". Este Consolador, entendo ser a "Ciência Divina", disse a Senhora Eddy. Mas a Bíblia tem outro ensinamento: o Espírito Santo é uma pessoa, é Deus. Ele intercede pelos crentes (Rm 8,26,27). Pode ser entristecido (Ef 4.30). A doutrina da Trindade foi ensinada pelo próprio Cristo (Mt 28.19). Paulo cria nela (2 Co 13.14). Isso não significa que temos três deuses, mas que o nosso Deus se revela na forma de três pessoas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo.

Para a ciência cristã, Jesus era simplesmente uma ideia, "o resultado da consciente comunhão de Maria com Deus", segundo a senhora Eddy. "Jesus não era o Filho de Deus num sentido diferente daquele em que todo homem é filho de Deus. Jesus é o ser humano e Cristo a ideia divina". Segundo a Bíblia, a encarnação de Jesus uniu a natureza humana e a divina em uma só personalidade (Lc 1.30-35; Mt 1.18-23; Jo 1.1, 18; Hb 13.8). A ciência Cristã também nega a realidade da morte e ressurreição de Jesus. Com o objectivo de se adaptar a sua doutrina, ela afirma que a “ressurreição era a demonstração da Ciência Divina, o triunfo da Verdade e do Amor imortal sobre o erro". A Palavra de Deus nos ensina é que Cristo morreu, foi sepultado, ressuscitou ao terceiro dia segundo as Escrituras e que foi visto por vários irmãos depois de sua ressurreição (1 Co 15.3-6,14-21; Jo 1.14; 2 Tm 2.8; At 1.1-3,9-11; Lc 24.39,44-46; 50-51; Hb 4.14).

A ciência cristã ensina que a Segunda vinda de Cristo é o despertar de um sono enganoso, para dar-se conta da verdade, claro, quando se ingressa na Ciência Cristã. Segundo a Bíblia, Jesus voltará ao mundo tal como se foi (At 1.11; 1 Ts 4.16,17; Mt 24.23-31,36-44).

Normalmente seus ensinos estão acima da inspiração da Bíblia. Usam-na apenas naquilo que lhes convém. Subtraem ou acrescentam ao texto o que a Bíblia não diz, e afirmam ser isso uma inspiração divina, desprezando todo o contexto escriturístico. Ignoram que os escritores Bíblicos foram plenamente inspirados (2 Pe 1.21; 2 Tm 3.15,16).

Ela defende uma ou outra doutrina bíblica apenas como um chamariz ou coisa parecida; mas normalmente, ataca as principais verdades. Somente a partir da "suposta revelação" da fundadora da seita, é que as verdades foram esclarecidas. Conforme já vimos em outras lições, seus escritos são colocados como chaves para compreensão das Escrituras ou que se não possuírem Bíblia, mas tendo seus escritos em mãos, é a mesma coisa que as Escrituras (2 Tm 4.1,2; 2 Pe 1.20, 2.1,2; 1 Jo 4.1). A senhora Mary Baker Eddy, usando suas revelações especiais, disse que o "diabo é o mal irreal da mente falsa e mortal; que a oração não é petição, mas afirmação; os anjos são somente pensamentos puros da parte de Deus; o homem foi e será sempre perfeito e incapaz de pecar e que não existe inferno, nem juízo, nem um céu literal. Para reforçar seu ensinos, alega que a Bíblia deve se interpretada pela metafísica. Para o leitor e estudioso das Escrituras, esses pensamentos são todos heréticos, porque não se conforma com a Escritura Sagrada ( 2 Jo 7-10).

10- NOVA ERA

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A expressão "Nova Era" é relativamente recente, tanto aqui, como em outros países. Começou a ser usada basicamente a partir de 1975, quando este movimento passou a divulgar abertamente seus planos e ensinamentos. Entretanto, a doutrina e filosofia da Nova Era já estavam presentes em diversas organizações e religiões. Muitos ensinamentos já estavam sendo divulgados pela Maçonaria, Rasacruz e, em larga escala, no espiritismo.

O primeiro fato que nos chama a atenção é que o movimento não tem data de fundação e nem fundador; não tem também liderança humana a que esteja subordinando ou que lhe trace directrizes, embora esteja indo exactamente para onde deseja. Enganamo-nos, no entanto, se pensamos que a Nova Era não possui nenhum tipo de liderança. Os verdadeiros líderes, reconhecidos pelos adeptos, são seres espirituais, a quem chamam de espíritos, anjos, extraterrestres (Cl 2.8.)

Conforme o Dicionário Koogan Larouse, "era" é "época fixa, da qual se começa a contar os anos". É também "época notável em que se estabelece uma nova ordem de coisas". E ainda significa "era geológica”. A razão por que tem-se ouvido tanto sobre uma Nova Era fundamenta-se na sua crença de que os ciclos divinos de evolução são desenvolvidos através de diferentes eras astrológicas, cada uma com sua característica distinta. Acreditam que a humanidade evoluiu dentro das seguintes eras: Era de Touro: de 4304 a.C a 2154 a.C. ; Era de Carneiro: de 2154 a.C. a 4 a.C. Era de Peixes: de 4 a.C. a 2146 d.C; Era de Aquário: 2146 a 4196 d.C.

Ao que parece, o Movimento Nova Era começou a ressurgir mesmo com a fundação da Sociedade Teosófica, em 1875 em Nova York, por uma mulher russa de nome Helena Petrona Blavatsky. Outra seguidora, Alice Bailey, foi a terceira presidente dessa sociedade, de 1880 a 1949. Dentre outros ensinamentos, diziam que todas as religiões tem verdades comuns; afirmavam serem orientadas por mestres ou seres espirituais ou extraterrestres ou até pessoas muito evoluídas ou iluminadas.

O Movimento Nova Era está disseminado hoje em todo o mundo, infiltrado em todas as áreas da sociedade. Além da cooperação de grupos diversos e sociedades secretas, conta com o apoio incondicional de milhares de organizações e instituições para a sua contínua expansão global. Sua filosofia e ideias procedem da orientação de uma hierarquia de mestres cósmicos da sabedoria. Esses supostos "mestres cósmicos" são de fato demónios muito inteligentes, dos mais altos escalões satânicos (Jo14.30; 2 Co 4.4; Ef 6.12).

Algumas doutrinas da Nova Era.

Os princípios do movimento podem ser considerados o extracto de milhares de crenças espalhadas pelo mundo através dos séculos. O número dessas crenças é tão grande e tantas são suas contradições, que parece impossível qualquer tipo de acordo entre elas. Porém, levando-se em consideração o autor espiritual delas, logo todas têm origem comum.· Tudo é Deus. Segundo a nova era, Deus não está sentado em seu trono como Rei soberano, regendo todas as coisas; é apenas uma energia universal de onde derivam todas as coisas. Essa filosofia panteísta faz parte da maioria das religiões espiritualistas e orientais e é contrário aos ensinos da Bíblia Sagrada, na qual aprendemos que Deus é o criador de todas as coisas, mas totalmente distinto delas (Cl 1.16; Ap 4.11; Rm 1.18-25)

O Homem está evoluindo até se tornar divino. O homem é o centro de toda a doutrina da 19

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Nova Era. Como acreditam que tudo o que existe é Deus, o homem se torna a expressão máxima de evolução divina na terceira dimensão, que é a dimensão física. Dentro desse conceito, o homem é nada menos é do que deus. O Padre Lauro Trevisan tenta explicar a doutrina do homem-deus da seguinte forma: "Pode-se dizer agora que não há nada no mundo a não ser o homem; não há nada no homem a não ser a mente; não há nada na mente a não ser Deus". De acordo a Bíblia, o homem está tão distante de Deus que foi preciso Ele vir até nós através de Jesus Cristo (Rm 3.23; 6.23).

Sobre Lúcifer: Marco André cita em seu livro sobre "Nova Era", página 49, que durante o II Congresso Holístico Internacional, ocorrido em Julho de 1991, em Belo Horizonte (MG), Carlos Byngton afirmou que Lúcifer não é um ser maligno, pelo contrário, seu próprio nome já declara que ele é um "emanador de luz". Segundo Carlos Byngton, o cristianismo cometeu um grande erro ao atribuir carácter maligno a Lúcifer. A presença do Factor Lúcifer no movimento Nova Era fica mais patente ao estudarmos as entidades que promovem a filosofia New Age, pois entre elas encontramos a Lucis Trust (que quer dizer Confiança em Lúcifer).· Sobre Jesus Cristo. No pensamento da Nova Era, Cristo não é qualidade redentora exclusiva de Jesus. Acreditam que Cristo é um nível evolutivo que qualquer um pode chegar e que está potencialmente dentro de cada ser. Por isso, pregam que na Nova Era o homem atingirá um estágio de alta evolução crística, e que esse factor faz da era de aquário, uma era de profunda humanidade cósmica. Para eles, Jesus foi apenas um dos muitos mestres cósmicos que tiveram papel importante de auxílio no processo evolutivo da humanidade. Jesus seria nessa visão, um ser de alto desenvolvimento crístico e por isso acabou sendo conhecido como Jesus Cristo. Veja o que a Escritura diz em contrário (Jo 17.3; Jo 14.6; Jo 1.1 ; Ef 2. 5,6; Fp 2.10,11 etc.)

Símbolos da Nova Era:

Os seguidores da Nova Era utilizam muitos simbolismos. Isso se deve ao seu extremo misticismo. É muito grande o número de figuras simbólicas que utilizam, mas cada segmento adopta apenas aquelas que atendem à suas necessidades. Algumas dessas figuras, no entanto, são comuns a todos eles.

a) A borboleta: Simboliza o aquariano que saiu das trevas do casulo de Peixes, para a dimensão celestial de aquário. Pode também significar o próprio movimento Nova Era, tendo o mesmo sentido de libertação do casulo das trevas da Era de Peixes.

b) A Pirâmide: A Pirâmide, como símbolo da Nova Era, é tida como uma espécie de canal poderoso, através do qual recebe energia cósmica. Por outro lado, a pirâmide é representativa da hierarquia espiritual do Movimento Nova Era, desde a sua base até o seu líder máximo, Lúcifer. Uma filosofia ou religião que tem o diabo no comando ou no topo mostra que tais seguidores são adeptos declarados de Satanás. Em Jo 8.44 Jesus mostra as características do Pai da Nova Era.

c) O Ying-Yang. Afirmam que este símbolo representa o equilíbrio entre o masculino e o feminino, entre a energia cósmica negativa e positiva. Representa, na verdade, a ligação energética com os poderes dos demónios. O salvo em Cristo não precisa depender de equilíbrios ou vibrações cósmicas ou astrológicas, para as suas decisões e direcção de sua vida. Deus controla

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todas as forças do Universo e pelo Espírito Santo nos reveste com a medida certa e suficiente de força para as batalhas nossas de cada dia (Fp 4.6).

O Maitreya

Os adeptos da Nova Era esperam por um tipo de messias, avatar, que coloque ordem no mundo e estabeleça a paz. Acreditam que cada Era possui o seu avatar e que para era de aquário também se levantará uma espécie de messias. Os segmentos da Nova Era usam nomes diferentes para designar o avatar; os mais correntes são Saint Germain e Lord Maitreya. No entanto, crêem, unanimemente, na vinda desse avatar e esperam que ele unifique todo o mundo debaixo de um único governo e estabeleça a paz para a humanidade.

O proclamado "Cristo" da Nova Era não é como muitos pensam, o Senhor Jesus Cristo, mas é o Maitreya, um nome extra-bíblico. Esse elemento ainda vai se revelar como o educador do mundo e deverá assumir o governo do planeta. O deus dos adeptos da Nova Era é Lúcifer, de quem receberão o poder para controlar o futuro governo mundial. Conforme o ensino da Nova Era, o Maitreya é o mestre dos mestres. É apresentado como o "Cristo" para enganar o mundo. A ousadia desse escravo de Lúcifer chega ao ponto de afirmar que Cristo teria sido um de seus discípulos, que alcançou um grau muito alto. A sua vinda como Cristo tem sido anunciada pela Nova Era, desde a década de oitenta, como o super ajudador deste mundo (1 Jo 2. 18)

A proposta da Nova Era, contudo, é extremamente hipócrita. Prega a fraternidade entre os homens ao mesmo tempo que restringe a liberdade religiosa. Se todos terão que se submeter a este esperado líder espiritual, o que vai acontecer com os que não se submeterem?

Satanás, sabendo que o Senhor Jesus virá arrebatar a sua Igreja (1 Ts 4.15-17; 1 Co 15.51,52), já arrumou uma explicação para o desaparecimento repentino dos cristãos fiéis. Certos segmentos da Nova Era afirmam existir na Terra um povo muito primitivo, o qual não concordará com as novas premissas e será repentinamente sequestrado numa nave espacial e levado para outro planeta.

Jesus é o único Caminho para Deus (Jo 14.6). Entretanto, a Nova Era afirma que Jesus seria apenas mais um Cristo, entre muitos. Jesus seria apenas o Cristo da Era de Peixes, que estaria se encerrando, para dar início à Era de Aquário, cujo cristo seria o senhor Maitrya. A Bíblia Sagrada nos alertas sobre a vinda do Anticristo: "Ninguém, de maneira alguma, vos engane, porque não será assim sem que antes venha a apostasia e se manifeste o homem do pecado, o filho da perdição, o qual se opõe e se levanta contra tudo o que se chama Deus , ou se adora; de sorte que se assentará, como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus" (2 Ts 2.3,4). Veja 2 Ts 2.8-10.

O movimento Nova Era é uma grande mentira e mesmo desmascarado, não está vencido. É como uma avalanche que continua rolando montanha abaixo, crescendo e enganando o mundo. Acenam com um paraíso terrestre, uma era de paz, uma nova humanidade. A Palavra de Deus diz que quando disserem que há paz e segurança, então lhe sobrevirá repentina destruição (1 Ts 5.3). A Nova Era age para implantar o governo de Satanás, contudo quem é dirigido pelo Espírito Santo sabe discernir entre o falso e o verdadeiro (Mt 24.23-25).

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11- MAÇONARIA

A Maçonaria é talvez um dos maiores alvos da curiosidade das pessoas já há muito tempo. Sendo uma sociedade fechada, ela se auto define como segmento filantrópico, filosófico, educativo progressista. O interesse pelo que está oculto, tem atraído muitos a ela, como insectos às plantas carnívoras. Esta sedução não se limita apenas a pessoas não evangélicas, mas infelizmente está atingindo vários segmentos da Igreja. Muitos líderes, não somente fecham os olhos para o problema, mas também participam como "bons maçons ". É preciso uma análise minuciosa acerca dessa entidade, para que se saiba com que se está lidando.

"Meu povo está sendo destruído porque lhe falta conhecimento" (Os 4:6)

Origem e Fundadores

Pouco se sabe a respeito da origem e fundadores da Maçonaria. Porém o que não faltam são "fábulas" acerca desse assunto. Tubalcaim (Gn 4:22-24) é citado como o primeiro maçom. A lista segue com Ninrode, grande caçador diante do Senhor, figura considerada como fundadora da Babilónia e arquitecto da Torre de Babel (Gn 10:8,9; 11:1-9). Entretanto, o mais reverenciado de todos os "patriarcas" é Hiram Abif, que supostamente participou da construção do templo de Salomão, e aos olhos da Maçonaria, é visto como o arquitecto. Hiram é tido como Mestre (3º grau maçom) que foi assassinado por seus auxiliares, os quais estavam em busca do Segredo da Palavra. Após uma confusa "história" de ressurreição, entende-se que os segredos do Mestre são guardados até o seu descobrimento na Idade Média.

Os Maçons (pedreiro, em francês) eram como um sindicato em seus primórdios, chamados Maçonaria Operativa. Desenvolveu-se com o passar dos séculos, não se restringindo mais apenas a artesãos, mas tornando-se aberto a outros grupos da sociedade. Todos estes tiveram papel importante na formação de doutrinas, rituais e graus de progressão. Nasce assim a Maçonaria Especulativa, que não a isenta do fato de que muito do que há na Maçonaria foi herdado do paganismo antigo e religiões ocultistas medievais. Logo, a Maçonaria moderna é fruto dessas infusões ocultistas, não anulando também os aspectos próprios do sindicato que ressaltam através de símbolos morais (agora revestidos de aspectos espirituais). Em 1717, quatro lojas na Inglaterra se uniram, formando a Grande Loja, da qual se originaram todas as lojas restantes no mundo.

Ainda que declaradamente os maçons não assumam ser uma religião, ela é dotada de uma visão politeísta, é sincretista e monísta. Dividida em três hierarquias (Aprendiz, Companheiro e Mestre), tem duas divisões principais no que se refere ao rito: o de York e Escocês. O grau mais elevado é o 33º, que no Brasil é chamado Grande Inspector-geral. As doutrinas são chamadas Landmarks e de forma geral, resumem-se a três pontos: Paternidade de Deus, Fraternidade Universal e Imortalidade da alma.

Com base na visão deísta, Deus é o Pai de toda humanidade, independente de crença religiosa. A estes, não se revela de forma específica, mas tão-somente através da natureza e da consciência do homem. Ele é inatingível, incognitível e distante. Desta forma, a Maçonaria transforma Deus em algo genérico, que atende a todos os gostos, como os bonés americanos, cujo

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tamanho é "One size fits all" (tamanho único, mas que serve a todos). Para isso dão o nome de Deus de Jabulon, Jeovah, Bel ou Ball e Om formam a "Trindade Maçónica".

Que a Bíblia diz a respeito deste ponto da doutrina maçónica? Deus se revela através da natureza (Rm 1:19-20; Sl 19:1) e da consciência humana (Rm 2:15; Pv 20:27), porém não se limita a isso, revelando-se também por meio das Escrituras (Rm 15:4; 2 Tm 3:16) e mais especificamente por seu Filho Unigénito (Jo 1:14; Hb 1:2).

A associação do nome de Deus com outros deuses fere a integridade daquele que é o Altíssimo, ao qual ninguém se equivale e que subsiste por si só (Ex 3:14; Jo 2:3; Is 40:18). Ele é zeloso e sempre se mostrou presente na história de seu povo (Ex 20:4; 33:14). Realmente, o homem não pode se chegar a Deus por si só, porém ele recebeu a revelação maior, através do qual se pode chegar a Ele, através de Jesus Cristo, seu Filho, o único caminho (Jo 14:6).

A consequência natural do pensamento maçon a respeito da paternidade de Deus é a ideia de que todos os homens são irmãos espirituais. Encontramos neste ensino a natureza humanista da Maçonaria. No sentido terreno, todos somos irmãos, pois todos temos um mesmo pai: Adão. Todavia, no sentido espiritual, nem todos são irmãos. Só nos tornamos verdadeiramente filhos de Deus se recebemos Jesus como nosso único Salvador. Os que assim procedem se tornam irmãos espirituais. Ao colocarem todos os homens como filhos de Deus e irmãos espirituais, os maçons ensinam que o homem é um ser divino e que através do auto conhecimento, pode se chegar ao conhecimento de Deus.

A fé depositada em si mesmo traz ao homem destruição e mal (Is 2:22; Jr 17:5-6). A Bíblia deixa bastante claro a condenação dos que não aceitam a Jesus como único redentor (Jo 3:18). Afirmar que o auto conhecimento oferecido pela Maçonaria é a luz, também não funciona (Jo 3:19-21). Ao se auto intitularem puros de mente e coração, justos e íntegros, contradizem a Palavra de Deus (Gn 8:21; Is 64:6; Rm 3:10).

A Maçonaria tem em mãos um grande trunfo para o crescimento numérico: os segredos. A maioria dos seus adeptos nela adentra por curiosidade. A promessa de revelação de grandes segredos atraem muitos, como açúcar atrai a formiga. Quando alguém detém mais conhecimento que outro, tem sobre este certo poder. A maioria dos maçons é homens de destaque sociais, o que constitui também um atractivo.

O ritual maçónico é a vestimenta de sua doutrina. Ele não é fácil de se definir, pois varia de jurisdição e rito. Passando por uma evolução constante, não se prendeu a um, mas a muitos rituais. As reuniões ou capítulos, constituem-se em uma abertura com cânticos; declara-se então postos e funções dos oficiais, os quais são honrosamente apresentados. São lidas as minutas, membros doentes são mencionados e se há algum a ser iniciado, assim se faz. Isso leva em média duas horas, sendo seguido de uma hora social. Estes rituais têm um claro intuito de aliciar mais membros. O que passar disso é apenas secundário.

A participação da Maçonaria no cenário histórico dos últimos séculos é um factor muito interessante. De maneira bastante discreta, esta sociedade exerceu grande influência em vários acontecimentos. A presença maçónica é vista na Revolução Francesa. Estiveram em foco no

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processo de Independência dos Estados Unidos da América. Ali, pelo menos catorze presidentes foram maçons. Outras sociedades fechadas tiveram seu berço na Maçonaria. O fundador da Máfia, Giuseppi Mazzini (1805-1872), foi uma grande figura entre os maçons do século 19. Do outro lado do oceano, na mesma época, o chamado "Irmão Gémeo" do italiano, Albert Pike (1809-1891) dirigia o espectáculo nos Estados Unidos. Militar como Mazzinni, Pike era general do lado dos confederados, apesar de ser "Ianque", nascido em Boston. Foi um dos idealizadores do grupo KU KLUX KLAN.

A Maçonaria também deixou sua marca na história brasileira. Na Inconfidência Mineira temos o jovem Tiradentes, maçom iniciado na casa de Silva Alvarenga. Observamos as marcas na própria bandeira do estado, que estampa um triângulo com dizeres "Libertas quae seras tamem". Apesar de frustrada essa tentativa, a Maçonaria esteve no encalço da Independência do Brasil. José Bonifácio e D. Pedro I eram maçons. Sua colaboração também se estendeu até a República, pois Marechal Deodoro também fazia parte da organização.

12- SATANISMO

Quando se fala em satanismo, logo nos vem à mente homens vestidos de compridas roupas negras, com um punhal na mão, rodeados por velas pretas, sacrificando alguma vítima. Esta talvez, é a concepção de milhares de pessoas que conhece o termo “satanismo” apenas pela lembrança herdada de filmes de terror ou de alguns livros, cujo conteúdo pertence a idade média. No entanto o satanismo moderno não tem nada que ver com essa imagem grotesca; é mais um tipo de religião humanista.  

A religião satânica moderna é caracterizada pela busca do hedonismo e pela rejeição a toda forma de cristianismo e tende a oferecer ao ser humano, uma liberdade irrestrita no que tange as normas de comportamento e moral estabelecidas, chocando-se claramente com a filosofia cristã de vida.

Devido a mudança de paradigmas em nossa geração, o satanismo ganhou bastante campo e está conquistando um grande número de adeptos, vindos das mais variadas classes sociais. Os jovens são talvez os mais vulneráveis a embrenhar no sub mundo desta religião, haja visto as bandas de rock “pauleira” serem uma, entre muitas, a divulgarem o satanismo.

Existem alguns significados básicos que são usados para descrever os principais grupos de Satanismo, a saber: Satanismo religioso, Satanismo gótico e outros.

Satanismo gótico é o nome moderno para lendas cristãs introduzidas durante a idade média. A Igreja ensinou que algumas " bruxas", principalmente as mulheres, adoravam Satanás. Diziam que elas faziam juramento para entregarem suas vidas ao príncipe das trevas sequestravam e matavam bebés, dedicava suas vida a prejudicarem outros pelo uso de maldições e magia negra e voavam pelo ar em cabos de vassoura. Este tipo de Satanismo não existia então e não existe hoje tão pouco.

  Satanismo religioso é grupos que adoram uma deidade pré-cristã, por exemplo "Set", o deus egípcio. Há até uma igreja com esse nome, chamada de “Templo de Set”, que é uma ramificação da “igreja de Satanás” fundada em 1975.  

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Dabblers satânicos são adolescentes tipicamente rebeldes, que criaram sua própria forma de magia negra. Alguns alegam que é o satanismo religioso, junto com outras religiões do neopaganismo, que são responsáveis pela pichação com símbolos satânicos que são vistos ocasionalmente nos muros e edifícios. Alguns “Dabblers” podem sacrificar um gato ou cachorro pequeno em seus rituais, mas isto é raro.

O maior e o mais tradicional grupo dentro do “Satanismo Religioso” é a Igreja de Satanás, que acredita-se, foi fundada em Abril de 1966 (ano de Satã), por Anton Szandor LaVey (1930-1997). As convicções, práticas e rituais da Igreja de Satanás têm muito pouco a ver com o conceito Cristão de Satanás. O conceito predominante na igreja de Satanás é pré-cristão e derivou da imagem pagã de poder, virilidade, sexualidade e sensualidade. Satanás é visto como uma força da natureza e não uma deidade viva. O conceito deles a respeito de Satanás não tem nada que ver com inferno, demónios, tortura sádica e o mal. Para atrair publicidade, eles clonaram o mesmo ritual católico de missa, que é chamada Missa Negra, para ridicularizar a Igreja Católica.

Não chega a 10 mil os satanistas religiosos na América do Norte, se não forem incluídas as gangues de adolescentes e indivíduos que praticam isoladamente esta forma de religião. A organização Satânica mais bem conhecida, como já dissemos, é a Igreja de Satanás. Os grupos satanistas religiosos já existiam durante os anos de 50, tanto nos Estados Unidos como no Reino Unido, mas eram pouco conhecidos. O satanismo moderno “estourou” em 30 de Abril de 1966, quando LaVey anunciou a criação da Igreja de Satanás. Ele escreveu a “Bíblia Satânica” em 1969, que foi seguido pelo livro “A Bruxa Completa” (1970) que depois mudou para o nome de “A Bruxa Satânica”. “Os Rituais Satânicos” foram publicados em 1972. Estes são, essencialmente, os únicos livros disponíveis ao público no Satanismo. Anton LaVey morreu em 1997.

Em Que Crêem Eles não adoram uma deidade viva. A ênfase principal recai sobre o poder e autoridade do satanista individualmente, em lugar

de um deus ou deusa. Eles acreditam que não existe nenhum redentor que deu sua vida pela humanidade; cada

pessoa é a própria redentora de si mesmo, completamente responsável pela direcção de sua própria vida.

O Satanismo alega respeitar e exaltar a vida. Dizem que as crianças e animais são as mais puras expressões dessa força de vida e como tal, é sagrado e precioso.

DECLARAÇÕES SATÂNICAS As nove declarações Satânicas formam o cerne das convicções da Igreja de Satanás. Eles foram escritos por Anton LaVey. Em forma abreviada, declaram que Satanás representa

Existência vital, não sonhos espirituais vazios.

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Bondade merecida, não amor desperdiçado

Vingança, ao invés de virar a outra face.

O Homem como nenhum outro animal é o mais vicioso de todos.

Satisfação de todos os desejos da carne etc.

Indulgência, não abstinência

TEOLOGIA SATÂNICAPessoas criaram deuses em muitas formas; escolha um. Céu e inferno não existem. Satanás não é relacionado com o conceito moderno do diabo Cristão. Os satanistas vêem Satanás como um princípio de vida pré-cristão que representa os aspectos carnais, terrestres, e mundanos de vida. Satanás não é uma ser, uma entidade viva; ele é uma força de natureza. A vida humana é celebrada e considerada sagrada. O mais importante feriado Satânico é o aniversário de Satanás (30 de Abril). O de menos importância é: “O dia das Bruxas” (noite de 31 de Outubro), mas ambos são igualmente comemorados. Missas negras (paródia com o ritual Católico Romano) normalmente não são executadas por Satanistas (excepto em ocasiões raras). Ter liberdade para tudo, a fim de viver dentro de um ambiente de escolha própria.

A Igreja de Satanás é altamente descentralizada. Acreditam que uma organização central forte não é muito importante. É esperado que cada Satanista siga seu próprio caminho. O local onde os satanistas se reúnem, geralmente é chamado de grottos.   Muitos satanistas usam mágicas e outros rituais para beneficiar a si próprio e a seus amigos, mas nada impede de usá-los também para prejudicar seus inimigos, pessoas que os feriram.

Alguns são acusados de administrar rituais que atacam especificamente convicções e práticas cristãs. Muitos autores, quase todos cristãos conservadores, descreveram rituais Satânicos nos quais os satanistas religiosos recitam a “Oração do Pai-nosso” de trás para frente ou profanam o uso do pão e do vinho, que supostamente roubaram de uma catedral. Os satanistas são frequentemente críticos em relação a todas as outras fés. Eles são particularmente contrários ao Cristianismo por causa de sua suprema posição na sociedade Ocidental e também por causa das históricas perseguições levadas a cabo por cristãos, contra Satanistas.  

  , um13- O SANTO DAIME

Esta seita, puramente brasileira, foi fundada por Raimundo Irineu Serra, nascido em 1892, no Maranhão, e falecido em 1971. Aos 20 anos de idade, integrou um movimento migratório de nordestinos para trabalhar na extracção de látex, na floresta amazónica. Lá, Irineu e seus companheiros, foram misturando a sua cultura com a dos índios e aprenderam a preparar a bebida, que lhe provocava "visões". Numa dessas "visões", apareceu-lhe uma mulher chamada Clara, que se dizia Nossa Senhora da Conceição, a rainha da floresta. “Ela” falhou-lhe: “...O que você está vendo agora ninguém jamais viu, só tu. E eu vou entregar esse mundo para tu governar. Agora tu vai se preparar, porque eu não vou te entregar agora. Vai ter uma preparação para ver se você vai merecer: você vai passar oito dias comendo só macaxeira (mandioca) cozida, com água e mais

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nada”. Relata Irineu que foi ela quem deu o nome de Santo Daime à bebida e ditou normas para a realização do ritual. Ele adquiriu poderes extra-sensoriais e aí passou a ter habilidades sobrenaturais, como “comunicar-se com os mortos”. Eles são conhecidos também como "Povo de Juramidam", expressão composta de Jura (pai) e Midam (filho), o iniciador da seita diz ter recebido esse nome das entidades divinas. Juramidam, segundo ele, representa a segunda volta de Jesus à terra e o povo de Juramidam, o povo de Jesus Cristo. Será que é? O que chama a atenção neste grupo religioso, aparentemente desconhecido, é o fato de celebridades da TV já se pronunciaram publicamente como membros dele. São bem oportunas as palavras bíblicas de Romanos 1.22: "Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos". (a branca, a negra e a

EFEITOS DO CHÁ

A bebida é preparada com o cozimento de dois vegetais da floresta amazónica: o cipó jagube (Banisteriopsis caspi) e a folha chacrona (Psychotria veridis). É ingerida para proporcionar alucinações, comunicação com espíritos, alívio físico e psíquico, curas, etc. É uma porta aberta para os estados alterados de consciência. Produz um desarranjo intestinal tão violento que a pessoa que o bebe sente necessidade de ter ao seu lado um vomitório móvel, porque não há tempo de ir ao banheiro comum.

LIVRO SAGRADO

O livro sagrado que adopta é o seu hinário. As letras dos hinos constituem a directriz para os seguidores. Todos os ensinamentos são ministrados por hinos, naquele estado alterado de consciência proporcionado pelo Daime, encontrando-se neles, suas crenças básicas. A principal característica do Santo Daime é o canto.

14- ADVENTISMO DO SÉTIMO DIAO Adventismo do Sétimo Dia não é como muita gente pensa, "uma denominação igual às

outras com a única diferença de guardar o sábado”. Ela tem doutrinas falsas e perigosas, que mistura muitas verdades bíblicas com erros tremendos no que se refere às doutrinas cristãs. Foi fundada por Guilherme Miller (ou Willian Miller), fazendeiro, baptista, que tendo arranjado uma licença para pregar (embora tivesse muita boa vontade, era ignorante e de pouca instrução), tomou Daniel 8:13,14 e ensinou erradamente que as 2.300 tardes e manhãs são 2.300 anos. Somou 2.300 anos ao ano de 457 a.C., data em que Esdras chegou a Jerusalém vindo da Babilónia, e encontrou o ano de 1843 d.C. Passou então a pregar que Cristo voltaria esse ano e esse ensino passou a ser base de sua pregação. Daí o título "adventista".

Como tal acontecimento não se deu, Miller, alegando um erro de cálculo por ter usado o calendário hebraico em vez de romano, marcou a nova data para 22/10/1844. Tendo sido decepcionado outra vez, Miller teve de fugir de uma multidão enfurecida e frustrada pela vã esperança. O fazendeiro depois disso cessou suas actividades.

Dentre os adeptos de Miller, surgiu a Sra. Hellen White, que se tornou a profetiza e papisa dos sabatistas. Em meio ao ambiente de confusão que reinava em torno de Miller e do ensino do advento, a Sra. White procurou dar uma explicação ao que aconteceu. Inventou a teoria do santuário, onde dizia que o santuário de Daniel 8 estava no céu e não na terra. Disse que Cristo veio em 22/10/1844 a esse santuário do céu para purificá-lo, e depois virá à terra. Tendo

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amenizado o problema com a doutrina do santuário, marcou outras data para a volta de Cristo, logicamente sempre falhando, como exemplo: 1847; 1850; 1852; 1854; 1855...

ALGUMAS DOUTRINASa) Os adventistas consideram os livros da Sra. White "inspirados" por Deus e no mesmo

nível da Bíblia. Possuem a chamada teoria do santuário para onde Jesus foi, segundo ensinam, em 22/10/1844 (Mt 24:30,36).

b) Ensinam que após a morte, o espírito que não é uma personalidade, mas apenas um "fôlego de vida", desaparece juntamente com o corpo.

c) Dizem que quando os homens ressuscitarem, tanto justos como ímpios, os primeiros, que guardaram o sábado e os outros nove mandamentos, receberão a vida eterna por Jesus; os ímpios serão julgados e lançados no inferno.

d) Insistem que a guarda do sábado deve ser observada por todos os homens da terra, tendo restrições e proibições a certas comidas. Essa lei acaba se tornando uma condição para a salvação, segundo os adventistas.

e) Afirmam que os mortos estão reduzidos a um estado de silêncio, inactividade e inteira inconsciência (Lc 16:22-30).

LIVRO USADO PELOS ADVENTISTASUsam principalmente os escritos da Sra. White como: "O Conflito do Séculos", "Vida de

Jesus", "Patriarcas e Profetas", "Vereda de Cristo", "O Desejado de Todas as Nações", além das revistas "Vida e Saúde" e "Atalaia".

Bibliografia

Martin, Walter. O Império das Seitas. Editora Betânia, Belo Horizonte.Vol.1

McElveen, Floyd C. A Ilusão Mórmon. Editora Vida, Miami

Oliveira, Raimundo. Seitas e heresias, um Sinal dos Tempos, CPAD. Rio de Janeiro

R.R Soares. Os Profetas das grandes Religiões, Graça Editorial, Rio de Janeiro

Champlin, Russel. O Novo Testamento Interpretado. A Voz Bíblica, São Paulo

Decker, J.E. Ao Moroni, Com Amor, Editora Vida, Miami

Leite, Tácito da Gama. Seitas Proféticas , Juerp, Rio de Janeiro

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ADOUTRINA

DOESPIRITO SANTO

Conhecendo o Consolador

Pr. Daniel Costa

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INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO ESPÍRITO SANTO

Ao começar este estudo sobre a pessoa e a obra do Espírito Santo deve-se ter o cuidado de obedecer os seguintes princípios:

1- Orar para que o Espírito Santo o ensine (Jo 14:26; 1 Co 2:11-13).

2- Submeter-se às Escrituras como a única regra de fé e prática, especialmente no estudo da obra do Espírito Santo, sabendo que Deus deseja que compreenda-se as doutrinas de sua Palavra. O Salvador Jesus prometeu que o Espírito nos guiaria em toda a verdade (João 16:13).

3- Lembrar-se que a Bíblia contém tudo o que deve saber, e se não compreender agora, deve aceitar pela fé, sabendo que o entendimento virá. Aproximar-se da Escritura com submissão e humildade (Dt 29:29; Job 11:7; 2 Pe 3:15-16).

4- Desejar crescer espiritualmente enquanto aprende. Só o conhecimento, produzirá orgulho, mas a vontade de crescer no Senhor, produzirá edificação.

001-O ESPÍRITO SANTO NO VELHO TESTAMENTO

O valor da obra do Espírito Santo em nós hoje acentua-se quando observamos sua actividade no Velho Testamento. Algo digno de nota é a revelação da maravilhosa unidade da Palavra de Deus em ambos testamentos. Mesmo a Bíblia nos mostrando uma "revelação progressiva", Paulo, em nenhum momento, contradiz a Moisés, mas refere-se a ele para que se confirme a doutrina. Tanto os escritores do Velho como do Novo Testamento revelam a natureza da obra do Espírito de Deus, ainda que algumas vezes em perspectiva diferente.

Há várias referências ao Espírito de Deus ao longo do Velho Testamento. Mesmo não aparecendo denominada como tal, a doutrina da Trindade aparece muitas vezes quando é revelada a personalidade e a divindade do Espírito. No primeiro versículo da Bíblia (Gn 1:1), a palavra hebraica para "Deus" é usada no plural. Em Gn 1:2, o Espírito é expressivamente mencionado. Deus também refere-se a si mesmo no plural (Gn 1:26; 11:7) e pelo menos em um lugar as três pessoas da Trindade são mencionadas juntas (Is 48:16). Muitos dos títulos atribuídos ao Espírito podem ser encontrados no Velho Testamento (Sl 51:11; Zc 12:10; e Job 33:4).

  Muitas das obras divinas são atribuídas às três pessoas da Trindade. Este fato também é verdadeiro na criação. Enquanto o Pai e o Filho são reconhecidos pela obra (At 4:24; Jo 1:3) o Espírito Santo não fica excluído. Ele foi activo na criação do universo (Gn 1:2; Is 40:12-13; Job 26:13) na criação do homem (Job 33:4) e está activo na preservação da natureza (Sl 104:10-30; Is 40:7).

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Também na obra de salvação Ele está presente. Desde a queda de Adão, o homem tem permanecido num estado contínuo de depravação. Sem a influência graciosa do Espírito de Deus não haveria o tempo em que o homem natural pôde amar, confiar ou vir a Deus. Em todas as épocas, o Espírito actuou convencendo (Gn 6:3), vivificando (Sl 119:25), iluminando (Sl 119:27) e conduzindo as pessoas a Deus (Sl 65:3-4). O Espírito Santo tem sido sempre o Guia e o Instrutor do povo de Deus (Nm 9:20).

A crença de que os crentes do Velho Testamento não tinham o Espírito Santo deve ser rejeitada. Ninguém pode negar que o dia de Pentecostes trouxe uma “nova época do Espírito” (Jo 7:37-39; 14:16-17; At 1:8) mas, mesmo assim, devemos entender que nunca houve um filho de Deus que não tivesse o Espírito ao seu lado. A carne nunca pode produzir um crente (Jo 3:3-6; Rm 8:7,8). Em Pv 1:23, a sabedoria promete derramar Seu Espírito sobre aqueles que atentam à sua repreensão. Quando Cristo estava ensinando a respeito da futura descida do Espírito, Ele foi claro ao dizer que o Espírito Santo já estava com os discípulos (Jo 14:16-17).

Da mesma maneira que Cristo prometeu que o Espírito Santo seria nosso Guia, o mesmo Espírito ensinou e dotou os crentes do Velho Testamento. Como disse o profeta Zacarias (Zc 4:6), sem o Espírito de Deus, não se podia oferecer nenhum serviço a Deus.

1- Ele inspirou os profetas (2 Sm 23:2; Ez 2:1-2; Mq 3:8)

2- Ele inspirou as Escrituras do Velho Testamento (2 Pe 1:21; At 1:16)

3- Ele instruiu o povo de Deus (Nm 9:20)

4- Ele deu dons de liderança (Gn 41:38; Nm 11:25; 27:18). Foi o Espírito de Deus quem deu a Israel seus líderes.

5- Deu dons Morais:

A – Coragem (Jz 6:34; 11:29)

B – Indignação (1 Sm 11:6)  

6- Dons Físicos:

A – Força (Jz 14:6; 15:14)

B – Capacidade para construir coisas (Ex 31:2-5)

No Velho Testamento são frequentes as profecias que referem-se a Cristo, mas não devemos nos esquecer daquelas que anunciaram a vinda e a obra do Espírito de Deus.

1- Profecias sobre a obra do Espírito no ministério de Cristo (Is 61:1-3

2- Profecias sobre a obra do Espírito no Reino de Cristo (Is 11:1-9)

3- A descida do Espírito Santo no Dia de Pentecostes (Joel 2:28)

4- A futura obra do Espírito com os judeus (Is 44:2-3; Ez 37:1-14; 39:28-29; Zc 12:10).31

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002-O ESPÍRITO NA VIDA E OBRA DE CRISTO

Mesmo que a inteiração entre as pessoas da Trindade seja cheia de mistérios, é um fato extraordinário a relação entre o Espírito de Deus e o Senhor Jesus. O Salvador era tão Deus quanto homem, cansava-se mas permanecia omnipotente, sabedor de tudo, mas capaz de crescer perfeitamente. Cristo era auto-suficiente como Deus, mas na sua humilhação precisou ser ungido pelo Espírito.

A obra do Espírito na vida de Cristo é muito importante, em especial quando consideramos que o título "Cristo" ou "Messias" significa "Ungido". Jesus é o "Cristo" porque foi ungido pelo Espírito de maneira especial e única (Hb 1:9; Jo 3:34; At 10:38). O Velho Testamento fala muito a respeito do “Ungido” que deveria vir. Note estas profecias a respeito de um rei ungido (Sl 45:7; 2:6; Is 10:27; Lc 4:16-21; Pv 8:23). Também na tipologia do velho concerto podemos notar que a flor de farinha, um tipo da carne imaculada de Cristo, deveria ser oferecida com azeite, um tipo do Espírito (Lv 2:1). No Velho Testamento os homens eram ungidos para o ofício de profeta, sacerdote ou rei. Estes tipos se cumpriram em nosso Salvador, que foi ungido como:

A – Profeta (Is 61:1-3)

B – Sacerdote (Hb 9:14,15)

C – Rei (Is 11:1-4; 42:1-4)

Talvez surja a pergunta: porquê o Filho de Deus necessitava ser ungido pelo Espírito? Isto é parte do grande mistério da encarnação. Devemos considerar o que as Escrituras dizem para não nos afastarmos em especulações. O Senhor, sendo ungido, igualou-se aos seus irmãos pois a aliança da graça requeria de Cristo representar seu povo, tornando-se um servo e com a natureza deles (Fp 2:5-11; Hb 2:14, 17). Dessa maneira Cristo tornou-se o segundo Adão. Como os filhos de Deus são dependentes do Espírito para servir, Cristo também serviu a Deus pelo poder do Espírito (At 10:38; Is 61:1-3). Marcos, que mostra Cristo como servo, diz que Ele foi dirigido pelo Espírito (Mc 1:12).

Como homem, Cristo foi capaz de crescer e assim foi instruído pelo Espírito de Deus (Lc 2:40; Is 11:1-4). Como homem, Ele foi levado pelo Espírito ao deserto (Lc 4:1). Até mesmo as obras de Cristo foram atribuídas ao Espírito Santo (Mt 12:28). Em tudo isso Cristo nunca deixou de ser Deus, mesmo tendo todas as suas reais características humanas manifestadas.

O Espírito Santo capacitou João Batista a fazer a sua obra como precursor de Cristo (Lc 1:15). Até mesmo os pais de João Batista foram cheios do Espírito Santo (Lc 1:41, 67). O Espírito de Deus preparou o corpo humano do Salvador no ventre de Maria (Mt 1:18-20). No seu baptismo, Ele foi ungido (Mt 3:13-17) a fim de:

A – Dar um sinal da completa satisfação do Pai em relação ao seu Filho (Mt 3:17; Sl 45:7)

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B – Dar um sinal para as pessoas (Jo 1:32-34; 6:27). João reconheceu que Cristo tinha o poder do Espírito Santo (Jo 3:34)

C – Equipar a Cristo para o serviço (Is 61:1-4).

O Espírito Santo conduziu Jesus para ser tentado no deserto (Mt 4:1;Mc 1:12). As palavras e as obras maravilhosas de Cristo foram produzidas pelo poder do Espírito (At 10:38; Lc 4:16-21; Mt 12:28). O Espírito Santo também agiu na morte de Cristo (Hb 9:14), como também em sua ressurreição (Rm 1:4;8:11; 1 Pe 3:18). Essa obra, como as demais, foi também atribuída ao Pai e ao Filho. Isso nos faz lembrar que Cristo nunca deixou de ser Deus ou exercer Seu poder Divino.

A respeito da glorificação de Cristo, João Batista ensinou que somente Cristo podia baptizar com o Espírito (Mt 3:11). Isso só aconteceu depois da ascensão de Cristo (Jo 7:39). O direito de doar o Espírito de vida e poder sobre o Seu povo foi dado a Cristo com a condição de que Ele realizasse a obra redentora (Gl 3:13-14). A Bíblia liga a glória do futuro reinado de Cristo ao poder do Espírito (Is 11:1-4; 42:1-4).

003-OS TÍTULOS DO ESPÍRITO SANTO 

Espírito (Ef 5: 18 e Mc 1:10)

A palavra "espírito" é a tradução, no Velho Testamento, da palavra hebraica ruach e no Novo Testamento do termo grego pneuma. Estas palavras também são traduzidas como "vento" (Sl 1:4; Jo 3:8) e podem também se referir ao espírito humano (1 Ts 5:23), aos anjos (Hb 1:7) ou a natureza de Deus (Jo 4:24). A ideia central é a do poder invisível. Todavia, o Espírito Santo é uma pessoa divina e nunca deve ser visto como um espírito criado (o que nega sua divindade) ou como a mera presença ou poder de Deus (que nega a sua personalidade).

A – Títulos que revelam o Seu relacionamento com o Pai:

Espírito de Deus (Mt 3:16)

Espírito do Senhor (Lc 4:18)

Espírito do vosso Pai (Mt 10:20).

B – Títulos que revelam o Seu relacionamento com o Filho:

Espírito de Cristo (Rm 8:9)

Espírito de Jesus Cristo (Fp 1:19)

Espírito de Seu Filho (Gl 4:6)

C – Títulos que revelam os seus atributos:

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Espírito eterno (Hb 9:14)

Espírito de santificação (Rm 1:4)

Os Sete Espíritos (Ap 3:1)  

D – Títulos que revelam a Sua obra:

Espírito da verdade (Jo 14:17)

Espírito de vida (Rm 8:2)

Espírito de graça (Hb 10:29)

Espírito de adopção (Rm 8:15).

O Consolador (Jo 14:16)

E – Outros nomes ou títulos atribuídos ao Espírito Santo na Bíblia Espírito Santo (At 2: 4)

Espírito da glória de Deus (1 Pe 4: 14)

Espírito de inteligência (Is. 11: 2)

Espírito Santo da promessa (Ef 1:13)

Espírito de Sabedoria (Is 11:2)

O Bom Espírito (Sl 143: 10)

Há, na Bíblia, aproximadamente cinquenta títulos atribuídos ao Espírito Santo, sendo que cada um nos revela um aspecto de sua pessoa ou obra.

004- A Divindade do Espírito Santo

A Bíblia nos ensina que há um só Deus (Dt 6:4), que se revela na forma de três pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo (Mt 28:19; 1 Jo 5:7). Não há três “deuses”, mas um só Deus revelado em três pessoas. O Pai é Deus, mas como pessoa é distinto do Filho, que é Deus, mas como pessoa é distinto do Espírito Santo, que também é Deus, mas distinto do Pai e do Filho.

A palavra Trindade, ainda que não apareça na Escritura, é um termo que define essa doutrina bíblica essencial. Reconhecemos que entender totalmente este mistério é impossível nesta vida, mas o que não compreendemos devemos aceitar pela fé. Dt 6:4 diz que o Senhor nosso Deus é o único Senhor. Esta palavra único (echad, no hebraico) fala de uma unidade composta e não uma unidade absoluta. A própria palavra Deus no original (Elohim, com a

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desinência “im” no final) denota pluralidade, que não se traduziria correctamente por “deuses”, mas sim por “Deus”, uma palavra que também no português sugere um plural, mas na verdade é uma unidade composta.

Para uma elucidação do assunto tomaremos alguns exemplos práticos. O homem, segundo a Bíblia, é corpo (parte física), alma (emocional) e espírito (parte espiritual). O homem é um, mas é formado de três partes. É bom que notemos que o homem foi criado por Deus, que teve a si mesmo como modelo. Outro exemplo é a figura do tempo, que se conta como passado, presente e futuro. O passado é tempo, mas distinto do presente, que é tempo, mas distinto do futuro, que também é tempo, mas distinto dos dois primeiros. Estas figuras nos ajudam a entender o mistério da trindade divina.

Neste ser divino, eterno e infinito há três Pessoas: o Pai, a Palavra (Filho) e o Espírito Santo, de uma só substância, poder e eternidade, cada uma tendo toda a essência divina. Deus não é dividido em natureza, nem ser, mas distinguido por propriedades peculiares e relativas, e, por relações pessoais.  

O estudo da pessoa do Espírito Santo como Deus é de grande importância haja visto o grande número de seitas que atacam esta verdade, ensinando que ele não é divino ou nem mesmo uma pessoa. Que essa lição nos leve a um maior conhecimento, submissão e adoração à terceira pessoa da Trindade.

A – O Espírito Santo é chamado Deus (At 5:3-4,9; 1Co 3:16; Ef 2:22; 2Co 3:17), é chamado Adonai (At 28:25; Is 6:8-9), também é chamado Jeová (Hb 10:15-16; Jr 31:31-34).

B – O Espírito Santo está associado ao Pai e ao Filho num mesmo nível de igualdade (Mt 28:19). Observe que a palavra "nome" está no singular significando assim, que o poder, a glória e a autoridade do Pai, do Filho e do Espírito Santo são um só (1Jo 5:7; 2Co 13:14).

C – Os atributos de Deus referidos ao Espírito Santo.

1 - Eternidade (Hb 9:14)

2 - Vida (Rm 8:2)

3 - Omnipresença (Sl 139:7-8)

4 - Santidade (Mt 28:19)

5 - Omnisciência (1Co 2:10)

6 - Soberania (Jo 3:8; 1Co 12:11)

7 - Omnipotência (Gn 1:1-2; Jo 3:5)

D – As obras de Deus referidas ao Espírito Santo.

1 - A criação (Job 33:4).

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2 - A encarnação (Mt 1:18).

3 - A Regeneração (Jo 3:8; 1 Jo 4:7)

4 - A Ressurreição (Rm 8:11)

5 - A inspiração da Palavra de Deus (2Pe 1:21; 2Rs 21:10)  

E – A natureza do pecado ‘sem perdão’ revela a divindade do Espírito Santo (Mt 12:31-32).

  Talvez seja conveniente explicar que na tradução para o português a palavra "senhor" aplicada a Deus no Velho Testamento, pode ser uma tradução de duas palavras hebraicas diferentes para "Deus". Quando impressa com todas as letras maiúsculas ("SENHOR") indica o nome Jeová. Quando somente a primeira letra é maiúscula ("Senhor") trata-se do título Hebraico para Deus – Adonai.

005-A PERSONALIDADE DO ESPÍRITO SANTO

A personalidade, isto é, a realidade do Espírito Santo como uma pessoa é descrita claramente na Bíblia, na mesma forma que o Pai e o Filho o são. Quando alguém nega essa verdade fica evidente sua cegueira espiritual. É coisa antiga, a tentativa satânica de procurar negar a personalidade do Espírito Santo. O herege Arius, logo nos primeiros tempos da Igreja, afirmou que o Espírito é como a "energia exercida por Deus". Se assim fosse o Espírito seria uma mera amostra do poder do Pai. Este erro ainda é divulgado por várias seitas.

Os crentes primitivos conheciam o Espírito Santo como uma pessoa divina que poderia ser seguida (At 13:2) e com quem poderiam ter comunhão (2Co 13:14). Devemos estar alertas para diferenciar sua operação, de sua pessoa. É difícil entender como alguém pode negar a personalidade do Espírito e ainda assim ter bom senso com as Escrituras (Mt 28:19; 2 Co 13:14; 1Jo 5:7). O Espírito Santo tem todos os atributos de uma pessoa, como:

1 - Ele pensa (1Co 2:10-11; At 15:28)

2 - Ele se entristece (Ef 4:30; Is 63:10)

3 - Ele ama (Rm 15:30)

4 - Ele tem poder de escolha (1Co 12:11)

5 - Ele inspirou as Escrituras (2Pe 1:21)

6 - Ele ensina (Jo 14:26)

7 - Ele guia (Rm 8:4)

8 - Ele fala (At 8:29; 13:2)

9 - Ele convence (Jo 16:8-11)36

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10 - Ele regenera (Jo 3:5)

11 - Ele conforta (Jo 14:16)

12 - Ele testifica (Jo 15:26)

13 - Ele intercede (Rm 8:26)

14 - Ele chama para o ministério (At 13:2; 20:28)

15 - Ele cria (Job 33:4)

O Espírito Santo nunca deve ser confundido com os seus dons (1Co 12:4, 7-11; At 2:38). Podemos ter um ou outro dom do Espírito Santo," mas ninguém tem toda a "diversidade de dons". Cristo confortou os discípulos com a promessa da presença de uma outra pessoa divina em sua ausência (Jo 14:16). A palavra 'parakletos', traduzida como "Consolador" em Jo 14:16 é traduzida como "Advogado" em 1Jo 2:1 e neste versículo refere-se a Jesus Cristo. Jesus Cristo é nosso Consolador e assim segue o Espírito, "outro Consolador" que deve ser igualmente uma pessoa divina. A palavra grega usada em João 14:16 para "outro" é allos que significa "um outro do mesmo tipo" ao invés de heteros que significaria "um outro de um tipo diferente". As acções do homem para com o Espírito provam que ele é uma pessoa:

1 - O homem pode blasfemar contra o Espírito Santo (At 5:3)

2 - O homem pode tentar o Espírito Santo (At 5:9)

3 - O homem pode resistir ao Espírito Santo (At 7:51)

4- O homem pode ou não obedecer ao Espírito Santo (At 13:2,3)

Também são usados pronomes pessoais em referência ao Espírito Santo. Em At 13:2 é usado o pronome ‘me’ e o verbo na primeira pessoa ‘tenho’; em Jo 15:26 o pronome ‘ele’ é usado, como também em Jo 16:8,13.

006-AS FIGURAS SIMBÓLICAS DO ESPÍRITO

Alguém disse que o ensino adequado " faz os ouvidos dos homens em olhos". Isto é exemplificado na Bíblia por tipos, parábolas, comparações e metáforas. As verdades espirituais são apresentadas numa multiplicidade de figuras terrestres.

A pessoa e a obra do Espírito Santo são ilustradas nas Escrituras por várias figuras simbólicas. Essas podem ser objectos, pessoas ou eventos, que prefiguram um outro objecto, pessoa ou evento. Nessa lição vamos examinar algumas destas figuras simbólicas do Espírito Santo. Devemos nos lembrar que há figuras que podem especificar mais de uma pessoa ou evento.

1- POMBA

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Em João1:32 encontramos o Espírito tomando a forma de uma pomba. As características dessa ave fazem dela um tipo digno do Espírito, com sua beleza, suavidade, limpeza e característica de ser facilmente incomodada (Ef 4:30). A pomba também é inofensiva (Mt 10:16) e calma. Outras referências nas Escrituras onde este tipo é usado são as seguintes:

1- Em Gn 1:2 o Espírito é visto afagando a criação como um pássaro sobre o seu ninho.

2- Em Gn 8:6-12 uma pomba é solta da arca por Noé. Aqui encontramos pelo menos duas figuras do Espírito Santo:

A – A pomba, ao contrário do corvo, recusou-se a continuar do lado de fora da arca onde nenhum lugar limpo podia ser encontrado. O Espírito, obviamente, só habita naqueles que têm sido lavados pelo sangue de Cristo.

B – A pomba trouxe de volta uma folha de oliveira como um sinal de esperança para aqueles que estavam na arca. Isso prefigura o Espírito que traz a segurança da salvação para os que estão em Cristo.

É interessante notar que o corvo era ave impura (Lv 11:15). Aves também são usadas na Escritura como figuras de espíritos demoníacos (Mt 13:4,19; Ap 18:2).  

2 - ÓLEO/AZEITE.

O óleo de oliveira (azeite) foi um artigo de grande importância na Palestina, sendo usado como comida, remédio, iluminação e unção. É um tipo constante do Espírito Santo, tanto no Velho Testamento, quanto no Novo Testamento.

A – Em Ex 40:9-11 aprendemos que o tabernáculo e os móveis deveriam ser ungidos com azeite. Como o tabernáculo era uma figura de Cristo, o azeite mostra Cristo sendo ungido pelo Espírito.

B – Em Ex 27:20-21 notamos que o interior do tabernáculo era iluminado pelo uso de óleo de oliveira. Como os pertences eram figuras de Cristo, a interpretação é fácil: sem a iluminação do Espírito de Deus ninguém poderá ver a glória do nosso Salvador.  

C – Em Lv 14:14-18 aprendemos que na purificação da lepra eram usados tanto o sangue quanto o azeite. Isto nos revela que quando alguém é convertido e curado do pecado, operam tanto o sangue de Cristo quanto a pessoa do Espírito Santo.  

D – Os profetas, sacerdotes e reis sendo ungidos prefiguravam a Cristo como nosso profeta, sacerdote e rei.  

E – Em Lv 2:1 encontramos a flor de farinha (um tipo do corpo santo de Cristo) que foi ungida com azeite (um tipo do Espírito Santo).  

F – O óleo está frequentemente associado, na Bíblia, a cura (Is 1:6; Lc 10:34; Mc 6:12-13). O Espírito Santo cura tanto física como espiritualmente.

3-A ÁGUA 38

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È um tipo comum do Espírito Santo na salvação.

A – A água é a fonte da vida; sem ela este mundo seria um cemitério desolado e ressequido. Da mesma forma é a presença do Espírito que nos traz a vida (Gl 5:22; Is 44:3; At 2:17).  

B – A terra tem abundância de água. Os remidos também têm uma fonte abundante do poder do Espírito (Jo 7:38).

  C – É necessário água para a limpeza e é o Espírito quem limpa nossos corações na regeneração e continua nos purificando quando diariamente nos aproximamos de nosso Pai celestial (Tt 3:5; Ex 29:4).

  D-O Espírito Santo é comparado à água viva vinda de um rio de águas constantes. Ele é de todas as formas superior aos poços e poças estagnadas deste mundo. Enquanto os prazeres desta vida desaparecem, o Espírito de Deus continua sendo uma fonte interior de vida e gozo (Jo 4:14; 7:37-39).  

4-O VENTO

E um tipo especial do Espírito porque a palavra "espírito" também pode ser traduzida por "vento" e nosso Senhor usa essa palavra como um tipo do Espírito (Jo 3:8).  

A – O vento é invisível na sua obra da mesma maneira que é a operação do Espírito.  

B-O vento não é controlado pelos homens; assim o Espírito Santo é soberano em Suas operações.

C-A presença do vento é percebida pela sua influência (Jo 3:8). Da mesma forma a presença do Espírito é conhecida pela sua influência nos corações.  

D-O vento é poderoso (At 2:1-2). O Espírito Santo pode quebrar o coração mais duro.

  E – Assim como o vento move um barco a velas, o Espírito de Deus move a vida dos crentes.  

5-O FOGO

A – Em At 2:3 vemos que o fogo era um sinal da presença do Espírito. No Velho Testamento o fogo era uma evidência da presença do Senhor (Ex 3:2), de sua aprovação (Lv 9:24) e protecção (Ex 13:21). Talvez todas essas ideias estejam incluídas em At 2:3.

B – Em Ap 4:5 o Espírito é simbolizado por sete lâmpadas de fogo. O número sete tem confundido algumas pessoas, mas parece referir-se ao perfeito conhecimento do Espírito Santo.

007-O ESPÍRITO SANTO NA SALVAÇÃO

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O Espírito Santo é o agente soberano na salvação. Ele opera como quer e a experiência de uma pessoa não deve se tornar padrão para os outros. Algumas têm convicção por meses, enquanto outras logo aceitam a salvação. Alguns, com Paulo, encontram o Senhor sem o estar procurando (Rm 10:20). Para alguns parece ser permitido ver a profundidade da sua depravação antes que achem a paz, enquanto outros reconhecem o seu pecado por completo só depois da salvação.

Há uma obra comum que é preparatória à regeneração e que acontece no coração do pecador. Devido a salvação ser tanto uma obra espiritual quanto legal, essa preparação deve ser esperada. Aqueles que vão gozar eternamente dos benefícios da fé em Cristo são primeiramente tocados para que vejam a necessidade de terem a Cristo. Estudaremos algumas das obras preparatórias do Espírito na salvação.

A – Ele Desperta

O pecador, por si só, não sabe a situação perigosa na qual se encontra (Jo 3:18; Hb 10:31). A Bíblia os retrata como estando adormecidos, cegos e inconscientes. A morte e o julgamento eterno não são realidades para os não regenerados (Is 28:15). Os homens dormem a beira do inferno.

Ao despertar o pecador, o Espírito de Deus impressiona sua mente sobre a realidade da eternidade e do juízo. O pecador se torna consciente de estar debaixo da ira de Deus. Os assuntos espirituais passam a ser importantes. Todavia nem todos os despertados vêm à salvação.

B – Ele Ilumina

Apenas os regenerados podem ser "renovados para o conhecimento" (Cl 3:10) todavia os perdidos podem receber certo grau de iluminação que pode fazê-los ver o perigo do pecado e a gravidade da eternidade sem Deus. Isto é bem diferente da luz da regeneração que capacita o homem a amar a Deus, mas essa iluminação alerta a mente natural do homem sobre o perigo em que está.

C – Ele Convence

Enquanto o "despertar" o faz ver o perigo, na “convicção" o Espírito Santo revela ao pecador a causa do perigo. Por ela o homem é convencido a respeito de sua condição pecaminosa. Só esta pode dar ao pecador o desejo de conhecer a Cristo. De acordo com João 16:8-11, há três áreas nas quais o homem é convencido:

1- Do pecado

O Espírito Santo convence o homem de sua condição pecaminosa, da falha em cumprir seus deveres para com Deus e os homens, enfim, de sua incredulidade.

2- Da Justiça

Os homens são convencidos da justiça de Cristo e da necessidade de sua justiça (Mt 5:6).

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3- Juízo

Os homens são convencidos que Satanás está vencido e Cristo será o Rei; a resistência a isso é tolice. Os poderes do mal não terão oportunidade de vencer, mas todos ficarão diante de Deus.

A convicção é a preparação para o arrependimento. A tristeza segundo Deus (2 Co 7:10) precede o arrependimento, que é uma mudança de atitude do coração e da mente acerca do pecado. É no ouvir da Palavra de Deus, essa, iluminada pelo Espírito Santo, que a fé vem ao coração do pecador. Quando ele se arrepende, confessa seus pecados, reconhece a Cristo como Salvador, está preparado para o novo nascimento.

Em João 3:3,5, o Senhor afirma claramente que o novo nascimento ou regeneração é necessário para a salvação. O homem não só precisa de perdão, como também necessita ter sua natureza transformada. O homem sem Deus é natural (1Co 2:14), sensual (Jd 19), carnal (Rm 8:5-7), é oposto ao que é espiritual (1Co 2:15). A carne pode ser religiosa, refinada, educada e ter aparência moral, mas ainda é carne (Jo 3:6). Esta obra é chamada "Regeneração" (Tt 3:5), "Nascer de novo" (Jo 3:3) ou "Nascer do Espírito" (Jo 3:6). A regeneração é uma obra instantânea do Espírito de Deus pela qual uma disposição santa é dada à alma. As afeições são renovadas pelo amor a Deus e a mente iluminada e capacitada para o entendimento do reino espiritual. Essa obra do Espírito na alma do homem o capacita a entrar no reino de Deus.

008-PECADOS CONTRA O ESPÍRITO SANTO

O Espírito Santo tem o trabalho particular de operar nos corações dos homens fazendo com que recebam os benefícios salvadores da obra de Cristo. Ele habita nos crentes e está presente na igreja do Senhor, todavia, podem ocorrer pecados contra Ele. Estudaremos isso na presente lição.  

A – Mentir ao Espírito Santo.

Em At 4:34-5:11 temos a história de Ananias e Safira que mentiram para o Espírito Santo. Eles retiveram parte do dinheiro doado, mas tiveram a pretensão de dizer que haviam dado tudo, a fim de receberem honra por um sacrifício que não fizeram. Eles são os pais de todos os que buscam elogio por uma consagração que não possuem.

Levar tal coisa à igreja é um pecado contra o Espírito Santo. Tentar enganar a igreja é o mesmo que tentar enganar o Espírito, que é o administrador omnisciente da assembleia. Os homens se esquecem que mexer com a casa de Deus é o mesmo que mexer com o próprio Deus. Levando a cabo o seu pecado, Ananias e Safira estavam tentando a Deus (At 5:9) e seu destino é uma advertência para os que seguem seus passos.

  B- Entristecer o Espírito Santo

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Em Ef 4:30 Paulo nos instrui para que não entristeçamos o Espírito Santo. O fato d'Ele se entristecer implica em que Ele nos ama e se alegra com nossas atitudes correctas. O fato d'Ele nos selar revela seu amor e faz com que Ele habite em nós, nos ajudando e abençoando. O fato d'Ele nos selar até o dia da redenção revela que Ele nunca nos abandonará. Levando em conta tal amor e generosidade desejaríamos pecar ou entristecê-lo?

O Espírito Santo é entristecido através do pecado na vida dos crentes. Nossos corpos são o seu templo e deveríamos estar alertas para não nos sujarmos. Ele é perfeitamente santo e o pecado ofende a Sua pessoa. São mencionados modos particulares pelos quais o Espírito pode ser entristecido no contexto de Ef.4:30.

  A- Palavras pecaminosas (4:29,31; 5:4).

  B- Atitudes pecaminosas (4:31).

C- Actos pecaminosos (Ef 5:3).

3- Extinguir o Espírito Santo.

Em 1Ts 5:19 somos advertidos para não extinguirmos o Espírito, isto é, ir diminuindo a acção do Espírito em nós. Tal situação pode ocorrer se o crente endurece seu coração, por certo tempo, contra a liderança do Espírito. Devemos estar prevenidos para não abafarmos a voz do Espírito. Homens como David, Abraão e Jonas parecem ter “extinguido” o Espírito durante algum tempo e pagaram caro por isso. O Espírito pode ser extinguido se continuamente rebelamos contra a Palavra de Deus como está registada na Bíblia ou uma vontade específica de Deus revelada a nós (1 Ts 5:20).

4- Resistir ao Espírito Santo.

Em At 7:51 Estêvão acusou os judeus de resistirem ao Espírito Santo como fizeram seus pais (Hb 3:7-10; Is 63:10). Em Gn 6:3, Deus fala do Espírito contendendo com as pessoas antes do dilúvio. Aqui denota particularmente o pecador resistindo a acção do Espírito que busca levá-lo a Cristo. Como já dissemos, é o Espírito Santo que conduz o homem a Deus, mas se este continuamente resiste, o Espírito não contenderá para sempre como ele. E como o homem só vai a Deus se Ele o trouxer, logo deduzimos ser extremamente perigosa a situação de uma pessoa que continuamente resiste. Um dia o Espírito não lhe falará mais.  

6- Blasfémia contra o Espírito Santo.

Em Mt 12:22-32 temos a história de algumas pessoas que cometeram esse pecado imperdoável. Alguns fariseus acusaram a Cristo de estar operando pelo poder de Satanás. Fazendo isso eles blasfemaram contra o Espírito Santo sendo que Cristo trabalhava pelo seu poder (At 10:38). Devemos notar aqui que esses homens estavam conscientes de que o poder que operava em Cristo provinha de Deus, mas como estavam se opondo a Jesus, atribuíram sua fonte de poder a Satanás. O Senhor proclama ser este pecado imperdoável.

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Devemos ter muito cuidado quando julgamos (e condenamos) alguém ou um movimento que está proclamando a Cristo e fazendo seu trabalho. Claro que nem tudo que reluz é ouro como também nem tudo que tem aparência divina procede de fato de Deus, mas atribuir a algum movimento evangélico como sendo do diabo pode ser perigoso. Devemos deixar o julgamento para o dia em que Deus julgará os segredos dos homens (Rm 2:16).

009-O BATISMO NO ESPÍRITO SANTO

"PORQUE, NA VERDADE, JOÃO BATIZOU COM ÁGUA, MAS VÓS SEREIS BATIZADOS COM O ESPÍRITO SANTO, NÃO MUITO DEPOIS DESTES DIAS” (AT 1.5).

Uma das principais doutrinas das Escrituras é o Baptismo no Espírito Santo. A respeito disso ela ensina o seguinte:

1 - O Baptismo no Espírito Santo é para todos que professam sua fé em Cristo, os quais nasceram de novo e assim receberam o Espírito Santo para neles habitar.

2 - Um dos alvos principais de Cristo na terra foi baptizar seu povo no Espírito (Mt 3.11; Mc 1.8; Lc 3.16; Jo 1.33). Ele ordenou aos discípulos não começarem a testemunhar até que fossem cheios do Espírito Santo e revestidos do poder do alto (Lc 24.49; At 1.4,5,8).

3 - O Baptismo no Espírito Santo é uma obra distinta da regeneração, ainda que operada pelo mesmo Espírito. No mesmo dia em que Jesus ressuscitou, Ele assoprou sobre os seus discípulos e disse: "Recebei o Espírito Santo (Jo 20.22), indicando que a regeneração e a nova vida estavam lhes sendo concedidas. Depois, Ele disse que também deviam ser"revestidos de poder" pelo Espírito (Lc 24.49; At 1.5,8). Portanto, esse Baptismo é uma experiência subsequente à regeneração.

4 - Ser baptizado no Espírito significa experimentar a plenitude do Espírito de Deus (At 1.5; 2.4) e teria lugar a partir do dia de Pentecostes, depois da ascensão de Cristo (At 1.2-5; Lc 24.49-51; Jo 16.7-14).

5 - O livro de Actos descreve o falar noutras línguas como sinal do Baptismo no Espírito Santo, que definimos como um ato divino através do qual o Espírito Santo vem sobre o crente, enchendo-o plenamente. Um outro termo usado para designar essa experiência foi “derramamento do Espírito”, de acordo com Joel 2.28,29, cujo sentido original é de algo vindo do céu com abundância. No cenáculo, os discípulos foram "cheios" do Espírito, tanto que parecia estar "embriagados".

6 - O baptismo no Espírito Santo outorgará ao crente ousadia e poder celestial para este realizar grandes obras em nome de Cristo e ter eficácia no seu testemunho e pregação (At 1:8; 2:14-41; 4:31; 6.8; Rm 15:18,19; 1Co 2.4). Esse poder não é uma força impessoal, mas de uma manifestação do Espírito Santo, na qual a presença, a glória e a operação de Jesus estão presentes com o Seu povo (Jo 14-16,18;16.14;1Co12.7).

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7 - Outros resultados do baptismo no Espírito Santo são:

a) Mensagens proféticas e louvores (At 2: 4,17; 10:46; 1Co 14:2,15).

b) Maior sensibilidade contra o pecado, uma maior busca de rectidão e uma percepção profunda do Juízo Divino contra a impiedade (Jo 16.8; At 1.8).

c) Uma vida que glorifica a Jesus Cristo (Jo 16:13,14; At4.33).

d) Visão da parte do Espírito (At 2.17).

e) Manifestação dos vários dons do Espírito Santo (1Co12.4-10).

f) Maior desejo de orar e interceder (At 2.41,42; 3.1; Rm 8.26).

g) Maior amor à Palavra de Deus e melhor compreensão dela (Jo16.13;At2.42).

h) Uma convicção cada vez maior de Deus como nosso Pai (At 1.4; Rm 8.15; Gl 4.6)

8 - A Palavra de Deus cita várias condições prévias para o baptismo no Espírito Santo:

a) Devemos aceitar pela fé a Jesus Cristo como Senhor e Salvador.

b) Devemos nos apartar do pecado e do mundo (At 2.38-40; 8.12-17) abandonando tudo que ofende a Deus, para nos tornarmos vasos de honra, santificados e idóneos para o uso do Senhor (2Co2.21).

c) É preciso querer o baptismo, ter grande fome e sede de recebê-lo (Jo 7:37-39; Is 44.3; Mt 5.6; 6.33). Muitos recebem o baptismo como resposta à oração neste sentido (Lc 11.13; At 1.14; 2.1-4; 4.31; 8.15,17). Devemos esperar convictos que Deus nos baptizará no Espírito Santo (Mc11.24;At1.4,5).

9- Que fazer para o baptismo permanecer?

O baptismo no Espírito Santo permanece na vida do crente mediante a oração (At 4.31), o testemunho (At 4.31,33), a adoração no Espírito (Ef 5.18,19) e uma vida santificada. Por mais poderosa que seja a experiência inicial do baptismo no Espírito Santo, se ela não for expressa numa vida de oração, de testemunho e de santidade, logo se tornará numa glória desvanecente.

10 - O baptismo no Espírito Santo ocorre uma só vez na vida do crente e o move a consagração à obra de Deus, para assim, testemunhar com poder e rectidão.

A Bíblia fala de renovações posteriores ao baptismo no Espírito Santo (At 2.4; 4.8,31; 13.9; Ef 5.18). O baptismo no Espírito Santo, portanto, conduz o crente a um relacionamento com o Espírito, que deve ser renovado (At 4.31) e conservado (Ef 5.18).

Um dos maiores eventos da história da Igreja Cristã ocorreu no dia da festa judaica chamada Pentecostes. Esse foi predito pelos profetas do Antigo Testamento, como Joel, Isaías e também João Batista e prometido pelo Senhor Jesus antes de sua ascensão. A Festa de Pentecostes era a segunda grande festa do ano judaico, sendo a primeira a “Festa da Páscoa”.

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O vocábulo "Pentecostes", derivado do grego “penteekostos” significa quinquagésimo e ocorria tradicionalmente cinquenta dias após a Páscoa e era também conhecida por “Festa das Colheitas”, porque nela as primícias da colheita eram ofertadas a Deus (Lv 23.17).

Vejamos algumas profecias relacionadas ao evento ocorrido no Pentecostes:a - O Profeta Joel, conhecido como "profeta do Pentecostes" profetizou o abundante derramamento do Espírito Santo (Jl 28,29). A ele referiu-se o apóstolo Pedro ao pregar naquele dia (At 2,16-18).

b - O Profeta Isaías, tendo vivido 100 anos depois de Joel, também vaticinou sobre aquele evento maravilhoso (Is 28.11,12; 32.15; 42.5 e 44.3).c - João Batista, o precursor de Jesus, também profetizou a respeito (Mt 3.11).d - Promessas do Senhor Jesus:

- Durante sua vida (Jo 14.16,17)- Após ressuscitar (Lc 24.49)- Ao ascender (At 1.8)- Ele animou os discípulos a pedirem (Lc 11,9-13)- Ele mandou os discípulos esperarem (At 1.4)

O cumprimento da promessa exigiu, fé, obediência, preparo espiritual e oração.

11- Ainda ocorre aquele Baptismo?

Sim, cremos nesta verdade. Grandes foram os resultados do evento ocorrido no dia de Pentecostes, como podemos notá-lo na mudança ocorrida em Pedro, outrora inseguro, oscilando entre lances de grande sabedoria e vergonhosas atitudes (negou ao próprio Jesus), que se transformou num pregador audaz e cheio de autoridade; exortando a multidão, milhares se converteram.

Pedro assegurou que aquela promessa, cumprida naquele dia, era privilégio de todos os homens, não só daqueles ali presentes, mas também para as gerações futuras...para todos quanto o Senhor nosso Deus chamar (At 2: 38,39).Cumpre esclarecer que o Baptismo no Espírito Santo não pode ser confundido com o novo nascimento, operado no homem através da Palavra, pelo mesmo Espírito Santo, mas sendo uma experiência distinta. Os discípulos já eram salvos antes do Pentecostes (Lc 10.20), já haviam ceado com o Senhor (Mt 26.26), já haviam pregado (Mt 28.18), porém ainda não estavam revestidos, cheios de poder do alto. O Espírito Santo também age na santificação, porém não é a mesma experiência. A santificação é gradual, paulatina na vida do crente, enquanto o Baptismo é concedido por Deus de uma única vez (At 10.45). As vezes, o baptismo pode ser simultâneo à conversão, como ocorrido na casa de Cornélio (At 10:44-46). O recebimento do baptismo com o Espírito Santo está relacionado a:

A- Perseverança: Os discípulos perseveravam unânimes em oração (At 1:4).

B- Obediência: O Espírito Santo é dado as pessoas que obedecem a Deus (At 5:32).

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C- Oração individual: Paulo jejuou e orou três dias antes de ser cheio do Espírito Santo (At 9:9 e 17).

D- Está ligado às orações dos obreiros cristãos (At 8:14-17).

E- Relacionado as orações em comum na igreja (At 4:31).

F- Derramamento espontâneo, como na casa de Cornélio (At 10:44-47)

Antes do Pentecostes a Bíblia registra a descida do Espírito Santo diversas vezes, porém em nenhuma delas vemos a evidência das línguas estranhas. Veja o ocorrido com:

a - João Batista (Lc 1:47)b - Isabel (Lc 1:41)c - Zacarias (Lc 1:67)d - Simeão (Lc 2:52)

Em Actos 2:4, no entanto, vamos encontrar a evidência comprobatória do Baptismo, ou seja, o falar em outras línguas. Que seria isso? Os oponentes da fé pentecostal, os chamados "crentes tradicionais", entendem que o fenómeno das línguas estranhas foi restrito àquele episódio ocorrido no Pentecostes. Desde o início, Deus vinculou o falar em línguas com o Baptismo aqui tratado, tendo ocorrido isso com os 120 crentes no dia de Pentecostes e nos demais a partir daquele dia, sendo estas línguas a verdadeira comprovação do Baptismo. Porém, isso também aconteceu em Éfeso, através de Paulo (At 19:2-6), com Pedro na casa de Cornélio (At 10:44-46) e tem sido a experiência de milhões de pessoas no decorrer da história.

Este fenómeno, conhecido como GLOSSOLALIA, foi testemunhado por alguns dos "pais da Igreja", tais como Irineu, Santo Agostinho e Lutero. Também sabemos, pela história, que o fenómeno ocorreu com crentes contemporâneos de Wesley e Whitefield, avivalistas do século XVII.

As línguas, como sinal do Baptismo no Espírito Santo, diferem do "dom de línguas" (1Co 12.4.10), o qual também é operado através do Espírito Santo, porém com outra finalidade. Essa, seguida de interpretação, tem a finalidade de transmitir uma mensagem profética à Igreja. Também o falar em línguas edifica o crente quando este se dirige a Deus em devoção particular.

É necessário tomar cuidado com as línguas falsas; devemos nos lembrar que o homem pode sofrer a inspiração de três tipos de espíritos:

A - O Espírito de Deus

B - O espírito humano (distúrbios mentais também podem gerar glossolália, por isso, é preciso o dom de discernimento espiritual, na igreja).

C - O espírito maligno pode levar pessoas a falar em outras línguas, como ocorre nos centros de macumba e umbanda. Por isso é preciso o dom de discernimento espiritual (1Jo 3:6 a 10).

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A finalidade do Baptismo no Espírito Santo é nos capacitar para o serviço. Devemos notar a diferença na vida dos discípulos após o dia de Pentecostes. Também causa crescimento espiritual, aprofundamento da comunhão com Deus (1Co 14.2,4,28). Somos impulsionados a uma íntima comunhão com Deus pela edificação pessoal que essa experiência provoca.

Para receber o baptismo no Espírito Santo devemos entender que os méritos desta gloriosa experiência pertencem ao Senhor, pois trata-se de dom de Deus (At 10:45), concedido conforme sua maravilhosa graça e vontade. Devemos saber que este Baptismo é para todos que se arrependem, passam a obedecer a Deus e buscam incessantemente essa experiência, com desejo ardente no coração, "até receber" (Lc 11:9-13).

O Baptismo no Espírito Santo é uma experiência simples, é para todos os filhos de Deus e deve ser encarado de forma prática. Não adianta saber tudo sobre o Espírito Santo e não ter uma experiência com Ele.

010- OS DONS ESPIRITUAIS

O Vocábulo grego “Charismata” (graças espirituais) com excepção do trecho de 1 Pe 4:10, é um termo usado no Novo Testamento exclusivamente pelo apóstolo Paulo. A forma singular desta palavra (charisma) é usada por ele para se referir a salvação ou redenção como dom de Deus (Rm 5:15;6:23) como também como um dom que capacita o crente a adorar e servir a Deus na igreja local (1 Co 7:7) ou ainda como dons especiais que capacita o crente a cumprir certos ministérios especiais na igreja (1Co 12:28).

Os dons espirituais sempre subentendem serviço prestados na igreja, na edificação da mesma, e não eram dados meramente a fim de autenticar a espiritualidade da igreja, mas talvez servisse a isto de uma forma secundária. Mas um dom não é dom quando a igreja não for ajudada, por seu intermédio, a crescer em Cristo.

Os dons do Espírito são capacidades ou talentos dados a alguém pela operação do Espírito Santo (1Co 12:4-11). Eles não devem ser confundidos com habilidades ou talentos naturais. As pessoas nascem com certas capacidades naturais que podem ser desenvolvidas, todavia, dons espirituais são produto da acção do Espírito Santo visando a edificação da igreja.

De acordo com a Bíblia, os dons são dados à igreja, de maneira soberana, pelo Espírito Santo, visando o bem geral e o funcionamento saudável e correcto do corpo. Eles não são dados para exaltar alguém, mas sim para o bem comum. Cada dom, dentro de sua operacionalidade, como no caso dos diversos órgãos do corpo humano, deve agir de forma a ser útil para todos.

Considerando que os dons espirituais são dados para o benefício do corpo, eles devem ser regulados de maneira que esta finalidade seja alcançada. Embora existam regras específicas (1Co 14:27-35), o preceito geral é permitir que o amor para com os outros controle as nossas acções. O amor é tão importante no exercício dos dons espirituais que a maior exposição de amor na Bíblia é encontrada em meio a uma discussão sobre dons espirituais (1Co 13:1-13).

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Devemos ser levados pela compaixão e pelo sincero interesse de edificar o outro, e não para “aparecer”.

Quando o apóstolo Paulo escreveu aos coríntios, ele não tinha em mente faze-los conhecer a respeito dos dons, mas instruí-los correctamente sobre sua funcionalidade. Eles já tinham os dons, mas precisavam saber como usá-los adequadamente. Devemos reconhecer, guardando as devidas proporções, que provavelmente a mesma questão está em pauta hoje. A realidade dos dons na igreja de hoje não se poder negar, mas há muita confusão a respeito, pouco conhecimento sobre como usá-los. Para um conhecimento mais preciso devemos ir às Escrituras, pois ela nos dá a perspectiva ideal sobre o assunto.

De acordo com Paulo (1Co 12:4-7) quem opera tudo soberanamente é Deus. A trindade está aqui revelada, já que há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo; há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos; há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo.

A Bíblia fala de diversos tipos de dons (Rm 12:5-8; Ef 4:11-12;1 Co 28-30) mas neste capítulo nos deteremos nos dons espirituais citados em 1 Co 12:1-11. Este assunto trata da operacionalidade dos dons do Espírito Santo no meio da igreja, visando a edificação da mesma.

Os Diversos Tipos de Dons

Paulo cita aqui cerca de nove dons do Espírito, que no geral os estudiosos do assunto os classificam como:

A - Dons de poder (Fé, operação de maravilhas, dons de cura)

B - Dons de inspiração (Profecia, variedade de línguas, interpretação de línguas)

C - Dons de revelação (discernimento de espírito, palavra de ciência, palavra de sabedoria).

Vejamos, por ordem, a definição de cada um desses dons:

Dom de Fé

A fé é a base do relacionamento do homem com Deus e a Bíblia diz que sem fé é impossível agradá-lo (Hb 11:6). Todavia a fé tem características diversas. A Escritura fala da fé natural, o tipo de fé que todos os homens têm, numa medida maior ou menor. O ser humano sempre crê em alguma coisa e isto pode ser visto em cada cultura. Até mesmo o ateu “crê” que Deus não existe. Esta fé natural não salva e nem transforma a vida de ninguém. Até mesmo o diabo crê e estremece (Tg 2:19) mas não obedece.

Todavia, a mais importante expressão da fé, a chamada Fé Salvadora, que vem pelo ouvir da palavra de Deus (Rm 10:17) é a que leva à salvação, pois nos faz crer em Cristo. Não podemos ser salvos de outra maneira. Alguém tem de pregar, outro ouvir e crer para ser salvo.

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Há também a fé que é fruto do Espírito (Gl 5:22), que tem a ver com nosso carácter, nossa maturidade, que autentica nossa vida cristã. É bom que se diga aqui que é pelo fruto que se conhece a árvore, como disse Jesus, e não pelos dons espirituais, pois com certeza Judas e Balaão os possuíam, mas fizeram o que fizeram. Mas o assunto frutos do Espírito será tratado num outro capítulo.

A fé como dom espiritual é um poderoso instrumento que leva Deus a mover sua mão de maneira extraordinária, especialmente num momento de crise ou grandes dificuldades, acontecendo assim grandes milagres.

Quando Moisés ergueu a vara e o Mar Vermelho se abriu para o povo de Israel passar, ou quando ordenou as pragas sobre o Egipto, o que “alavancou” a mão de Deus e fez estes milagres ocorrerem? Certamente foi a manifestação do poderoso dom da fé na vida de Moisés. Que havia no coração de Elias quando orou e fogo desceu do céu consumindo o sacrifício? Com certeza foi a manifestação do poderoso dom de fé, já que este homens eram sujeito as mesmas paixões que nós, tiveram períodos de fraquezas, mas num momento de prova para o povo de Deus, a fé prevaleceu e as manifestações sobrenaturais ocorreram. Da mesma maneira, julgamos que foi a manifestação do Dom da fé no coração dos apóstolos que os levou a realizarem obras tão extraordinárias.

Esta fé é para um tempo de teste, de crise, de necessidade, de confrontação. Ela se manifesta nas campanhas evangelísticas, no campo missionário, no dia-a-dia de igrejas que buscam o poder do Espírito para realizar a obra de Deus.

Dons de Cura

Jesus foi ungido pelo Espírito Santo e andou fazendo o bem, curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com Ele (At 10:38). A missão básica do Senhor foi curar, restaurar o homem. A própria salvação da alma tem o sentido de libertação e cura (Lc 4:18).

O Senhor ordenou aos seus discípulos que realizassem o que Ele realizou, dizendo que os que n'Ele cressem, fariam as obras que Ele fez e as fariam maior (Jo 14:12). O Espírito Santo foi enviado para capacitar os homens a serem testemunhas do poder de Jesus e uma das formas disso se realizar é através dos dons de cura. Sem dúvida alguma o mundo precisa de cura, tanto para a alma como para o corpo e Jesus continua a ser o mesmo (Hb 13:8). A cura é uma das formas de autenticar o evangelho. Não foi isso que aconteceu nos tempos apostólicos, dos quais há tantos registros na Escritura? Mesmo hoje, quantos vieram à salvação por terem recebido curas?

Este não é somente um dom, mas a Bíblia o chama de Dons de Cura, que implica diversidade, várias forma d’Ele operar. Diante de um quadro de tanta gente enferma, e a necessidade que o Evangelho tem de ser autêntico, este é um dom que necessitamos muito.

Operação de Maravilhas

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Quando Jesus andou sobre o mar, fato que deixou os discípulos atemorizados, Ele estava operando maravilhas. Talvez alguém diga que pelo fato d’Ele ser Deus, Ele estava realizando aquele ato. Devemos nos lembrar que Jesus, antes de iniciar seu ministério, após seu baptismo nas águas, foi cheio do Espírito Santo. Ainda que Jesus era Deus, Ele se “esvaziou” de sua glória (Fp 2:6-8), tomando a forma de homem. O que Ele fez, foi feito no poder do Espírito Santo. Neste caso então temos uma manifestação do poderoso dom de realizar maravilhas. Isto acontece quando fatos extraordinários, incomuns, ocorrem pelo poder de Deus.

Isto pode acontecer hoje? Com certeza sim. Lembro-me que estava na Argentina anos atrás, durante uma campanha evangelística com um pregador mundialmente conhecido na época. O estádio estava lotado, mas chovia muito na cidade naquele dia, o que estava impedindo a campanha de se realizar. Um evangelista local, homem de fé, subiu na plataforma e disse a todo o público: a obra de Deus precisa ser feita; vamos orar para que esta chuva pare. Ele orou com toda a multidão e após alguns minutos, parou de chover no estádio, ainda que continuasse a chover por toda a Buenos Aires. A campanha foi realizada e após o seu término, voltou a chover forte novamente. Talvez alguém seja tentado a dizer: coincidência. Mas no coração dos que estavam ali ficou a certeza de que Deus operou de maneira particular e muito especial.

Variedades de Línguas (1 Co 12.29,30; 14.2,4,13).

“Falar em línguas” faz parte da doutrina de Cristo e foi predito por Ele (Mc 16.17). Este termo vem do grego "glossolaia", que significa “borbulhar", falar sob a inspiração do Espírito Santo (At 2.4). Variedades de línguas quer dizer: diversidade, várias, subdivisão, diferentes línguas, sem contudo fugir do mesmo princípio ou base fundamental (At 2.2-12).

O falar em línguas estranhas é evidência do baptismo com o Espírito Santo (At 2:4; 10:44-46; 19:6), todavia, variedades de línguas é um dom do Espírito com propósitos bem específicos, entre os quais citamos alguns:

(a) Elas servem para o homem se comunicar com Deus em mistério (1Co 14:2)

(b) Para se edificar espiritualmente. A palavra edificar, no grego, tem o sentido de "carregar", como carregar bateria. É uma edificação espiritual (1Co 14:4): "Se eu orar em outra língua, o meu espírito ora de fato..." (1Co 14:14)

(c) Também serve para trazer uma mensagem para a igreja, desde que tenha intérprete (1Co 14:5).

Paulo afirmou que dava graças a Deus porque falava mais línguas do que os crentes de Corinto (1Co 14:18), o que nos leva a concluir que ele tivesse o dom de variedades de línguas. Ele também exortou que não se proibisse o falar em línguas (1Co 14:39) e ensinou que as línguas são um sinal não para os fiéis, mas para os infiéis (1Co 14:22), como aconteceu em relação aos judeus, no dia de Pentecostes. Todavia o exercício deste, como de todos os demais, deve ser feito com cuidado e ordem (1Co 14:40). Ao se manifestar este dom, é bom que haja intérprete, para que a igreja seja edificada (1Co 14:5,12, 13, 23). Devemos pedir a interpretação do que falamos em línguas (1Co 14.13).

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As línguas nos lembram a presença do Espírito Santo em nós (Jo 14:16,17), mantém nosso coração em conformidade com a vontade de Deus (Rm 8:26), dá-nos estímulo para que oremos pelo que desconhecemos (Rm 8:26) e é uma boa forma de fazer acções de graças (1Co 14.15-17).

Dom De interpretação de Línguas

Dissemos aqui anteriormente que os dons trabalham em conjunto para o bem da igreja. Mas também pode acontecer que um dom tenha de trabalhar directamente ligado a um outro, como aqui neste caso, no dom de interpretação de línguas. Paulo diz que quem fala línguas deve orar para que possa também interpretar. O objectivo é interpretar o que está sendo dito em línguas.

Há quem pense que a profecia é a combinação destes dois dons: variedades de línguas e interpretação. Certamente que não é, ainda que possa parecer. Interpretar é trazer ao conhecimento o que está sendo dito em línguas estranhas. Paulo nos orienta a não orar somente em línguas, para que nosso entendimento também seja edificado na oração (1Co 14.14-19) e chama os coríntios de “meninos” por não saberem exercer o dom de variedade de línguas adequadamente (1Co 14.20). Preferiam o espectáculo. Sem interpretação, sem ordem, as línguas estranhas podem escandalizar os não crentes (1Co 14.21-23). O apóstolo destaca que quando o dom de profecia é exercido, é melhor que as línguas sem interpretação, pois através da profecia o pecado do incrédulo é revelado (1Co 14:24,25; 14.5).

A interpretação de línguas é uma necessidade para a edificação da igreja (1Co 14.26), pois Deus gosta de usar todo o corpo (1Co 14.26), já que sua preferência é usar mais de uma pessoa (1Co 12.10), pois Ele quer que todo o corpo de Cristo esteja em pleno funcionamento (1Co 12.27-30). Mas é bom saber que ordem e decência são necessários, sendo assim Paulo orienta que dois ou no máximo três pessoas falem em línguas estranhas durante o culto público e destaca a importância de haver o dom de interpretação (1Co.14:27,28).). Está claro também que aqueles que possuem dons espirituais podem controlá-los (1Co 14:32-33).

Profecia

O ministério de profeta, como encontrado no Velho Testamento, já não existe (Mt 11:13)  mas sim o dom de profecia. Não é uma ideia muito correcta dizer” a irmã profeta ou o irmão profeta”. De acordo com o Novo Testamento há uma diferença entre dom de profecia e o ministério de profeta.

A igreja precisa desfrutar a plenitude daquilo que Deus deu a ela para o exercício de suas actividades, e os dons espirituais, em particular o dom de profecia, quando exercido correctamente, é um poderoso instrumento na igreja. Quão edificante é ouvir uma profecia durante uma reunião? Somos deveras abençoados e o carácter sobrenatural da igreja é manifesto e o nome de Cristo é glorificado. Recordo de minha infância na igreja e das vezes que havia manifestação do dom de profecia. Posso ainda hoje me lembrar do grande temor de Deus que caía sobre nós e do senso de que o Senhor estava connosco. Que este dom possa ser avivado na igreja hoje.

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Convém todavia lembrar aqui a finalidade deste dom. Segundo a Bíblia, a profecia visa consolar (trazer conforto), edificar (aumentar e solidificar a fé) e exortar (despertar, alertar) (1Co 14:3,4). Não é bíblica a ideia de que devemos nos dirigir por profecia, seja na escolha de alguém para se casar, na mudança de um lugar para outro ou para tomar uma decisão qualquer. Este não é o padrão bíblico, ainda que Deus possa nos falar de diversas formas. A profecia é um sinal para os crentes, ao passo que as línguas estranhas é um sinal para os incrédulos (1Co 14:22). Todavia, a profecia é um poderoso instrumento de convencimento do incrédulo, para que ele reconheça que Deus está no meio da igreja (1Co 14:24,25)

Paulo nos exorta a buscar o dom de profecia (1Co 14:1), já que aquele que profetiza é maior do que o que fala línguas estranhas (isto é, o efeito do dom é maior do que o outro). É um dom que deve ser desenvolvido, como o próprio apóstolo nos ensina (1Co 14:31) e utilizado de maneira sábia e bíblica. Devemos nos lembrar que o que profetiza está no controle de seu espírito, isto é, a manifestação do dom de profecia não tira o nosso controle, portanto deve haver ordem no culto. É necessário lembrar que a autoridade humana maior em uma reunião é o dirigente, o pastor, e seja quem for o profeta, este deve trabalhar debaixo da autoridade do dirigente. Se tivermos o dom de profecia, isto não nos autoriza a quebrar o princípio de autoridade estabelecido por Deus na igreja. Muitos que tem o dom de profecia e são reconhecidos como tais, tendem a ser insubmissos, causando quebra de autoridade na igreja. Por isso em muitos lugares o dom de profecia já não se manifesta ou não se permite manifestar. Devemos considerar que a profecia não é infalível. Isto é tão verdade que Paulo manda julgar as profecias (1Co 14:29) isto é, discernir, julgar sua veracidade, não aceitá-la sem teste. A maior prova da procedência divina é o cumprimento do que foi dito. É bom lembrar que a profecia pode ser preditiva (prever algo que vai acontecer) ou, na maioria dos casos, revelar uma situação desconhecida, ou somente conhecida pela pessoa que a recebe. As profecias podem ter procedência divina, mas também podem proceder de espírito humano ou mesmo de inspiração maligna. Todo cuidado é necessário. Todavia Paulo nos exorta a não desprezar as profecias (1Ts 5:20), pois elas são importantes para nós. As coisas de valor tendem a ser falsificadas, mas que saibamos separar o verdadeiro do que não é.

Palavra de Sabedoria

Este é um dom, existente na igreja, mas nem sempre percebido. Quantas vezes, indo a igreja ou se encontrando com um crente, recebemos uma palavra que nos mostra um caminho singular, excelente, especial para sair de uma situação delicada.

A sabedoria é a coisa mais excelente, segundo Provérbios 4:7. Por ela o Senhor fez o mundo. Quando vemos a criação com toda a sua variedade, o firmamento com todo seu esplendor, podemos perceber a grande sabedoria de Deus. O Espírito Santo, executivo da criação, é sábio e foi Ele que dotou o Rei Salomão de sabedoria, a ponto dele ser considerado o homem mais sábio do mundo (1Rs 4:29-34). Todavia Jesus é maior do que Salomão (Lc 11:31) e quando tentaram faze-lo cair numa armadilha, perguntando-lhe se deveriam pagar ou não tributo a César, pediu-lhes uma moeda e fez a pergunta apontando para a imagem cunhada na moeda: de quem é esta efígie e inscrição? De César, responderam. Dai a César o que é de

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César e a Deus o que é de Deus, disse o Mestre (Mt 22:15-22). Os próprios inimigos de Jesus admitiram que ninguém poderia debater com Ele devido sua grande sabedoria.

A sabedoria é o requisito básico para conhecer e viver uma vida excelente, todavia aqui não se trata de alguém que seja sábio, mas a manifestação de uma palavra (note, uma palavra de sabedoria) dada pelo Espírito no momento necessário, que vai produzir uma saída para uma situação pessoal ou de uma comunidade.

Palavra de Ciência

A única pessoa que conhece tudo é Deus. Não há nada encoberto diante dele (Hb 4:13) e seus olhos penetram todas as coisas (Sl 139). Nós, homens, conhecemos em parte. Ninguém pode dizer, por mais especializado que seja, que conhece tudo, mesmo que seja a respeito de um só assunto. Só Deus sabe todas as coisas.

Este dom se manifesta quando algo oculto, desconhecido dos homens, é revelado por Deus através de alguém. Note que a pessoa não tem todo o conhecimento sobre o que está sendo revelado, mas fala de algo desconhecido, revelado por Deus. Quando Saul estava para ser consagrado rei de Israel, temendo tal função, escondeu-se e ninguém sabia onde estava. Buscaram ao Senhor e Ele revelou que o futuro rei estava escondido no meio da bagagem (1Sm 10:22). O que fez a mulher Samaritana ficar impressionada com Jesus foi a “revelação” de sua vida pessoal (Jo 4:17-19). Vemos aqui a manifestação do dom da palavra de sabedoria, de uma forma muito especial, na vida de Jesus. Na igreja, quando ocorre a revelação de algo oculto, é provavelmente a manifestação do dom da palavra de sabedoria.

Discernimento de Espírito

Alguém uma vez falou que o dom mais necessário na igreja de hoje é o dom de discernimento, para que se possa conhecer o que é verdadeiro e separá-lo do que é falso. Isto é realmente uma verdade. Discernir significa julgar, não no sentido de condenar, mas perceber, entender. João nos alerta a provar os espíritos para saber se eles provem de Deus (1 Jo 4:1). Há hoje muita coisa falsa aparentando ser verdadeira. Quando ocorreu o episódio de Ananias e Safira, que tentaram de comum acordo enganar a igreja recém-nascida, Pedro discerniu claramente o que estava por trás da atitude deles e agiu prontamente (At 5:1-11).

Lembro-me de algo ocorrido quando era novo convertido e participava de uma vigília onde toda a congregação se alegrava na presença do Senhor. De repente, o dirigente da reunião percebeu algo estranho no meio de um grupo que estava orando. Ele foi até eles e tirou uma mulher que estava falando línguas e profetizando, trazendo-a para o meio da congregação. Impondo sobre ela suas mãos, ela imediatamente caiu endemoninhada. Depois de liberta, ela confessou que estava com a vida atrapalhada, envolvida com a seita Testemunha de Jeová e com graves problemas morais. Se o dirigente não tivesse o dom de discernimento, aquela mulher teria permanecido ali, falando línguas e profetizando por inspiração maligna e ninguém teria dado conta disto. Por isso é necessário que a igreja tenha este dom, para o que falso se manifeste.

Palavra Final53

Page 54: Modulo 3 - SEITAS E HERESIAS e Doutrina Do Espirito

Os dons espirituais são dados a alguém para benefício de outros. De maneira nenhuma o dom espiritual demonstra que alguém tem realmente compromisso com Deus e vive de acordo com sua vontade. Os frutos do Espírito sim, evidenciam que alguém agrada a Deus e está caminhando com Ele. O mesmo certamente não se pode dizer dos que possuem dons espirituais. Judas e Balaão receberam dons, mas o que fizeram é de triste lembrança. Os dons espirituais podem nos expor a certas tentações quando não regulados pelo amor. Os coríntios usaram os dons como meio de auto-glorificação. Portanto busque os dons e os use da maneira adequada.

Bibliografia

Severino, Pedro da Silva. A Existência e Pessoa Do Espírito Santo, CPAD. Rio de Janeiro

Bíblia de Referência Thompson. Editora Vida, Miami.

Bíblia de Estudo Plenitude. Sociedade Bíblica do Brasil, S.Paulo.

Champlin, Russel. O Novo Testamento Interpretado. Milêniun Distribuidora. São Paulo

Holy Bible, Thomas Nelson Publishers, Nashville.

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