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CLÍNICA MÉDICACLÍNICA MÉDICA
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MÓDULO II
2018
Clínica Médica | Clínica Cirúrgica | NeurologiaSUS e Saúde Coletiva | Ginecologia | Pediatria
MATERIALDEMONSTRATIVO
© 2018 by Quality HealthTodos os direitos reservados.A cópia, venda, distribuição ou reprodução deste material, total ou parcialmente, é expressamente proibido.
Texto: Bianca Beatriz de Oliveira
Capa, projeto gráfico e diagramação: Jorge L. G. M. Herrero
Revisão geral: Cleiton Mendes Lopes e Bianca Beatriz de Oliveira
Revisão especialidades: Pediatria - Dr. Orígenes José Capellani (CRM 12564);Ginecologia - Profª. Tatiana Pinheiro Rocha de Souza Alves; Neurologia - Profº.Elton Gomes da Silva; Clínica médica - Profº. André Fernandes Ribeiro Maia;Clínica cirúrgica - Profº. Amon Mendes Franco Sousa; SUS e Saúde coletiva - MSc. Sandro Jair Moisés Bottini Scarpetta.
Este material foi desenvolvido para contribuir na preparação do aluno para o processo de revalidação do diploma médico. Os protocolos do ministério da saúde serviram de principal base para o desenvolvimento deste conteúdo, sendo assim, podem existir divergências em relação às demais fontes (livros, associações, instituições, etc).
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MÓDULO II
2018
Clínica Médica | Clínica Cirúrgica | NeurologiaSUS e Saúde Coletiva | Ginecologia | Pediatria
CLÍNICA MÉDICACLÍNICA MÉDICA
HIPERTENSÃOARTERIAL SISTÊMICA
DIAGNÓSTICO E CLASSIFICAÇÃO
MEDIÇÃO RESIDENCIAL DA PRESSÃO ARTERIAL (MRPA)
Recomenda-se a medição da PA pelo menos a
cada dois anos para os adultos com PA ≤ 120/80 mmHg,
e anualmente para aqueles com PA > 120/80 mmHg e <
140/90 mmHg.
A MRPA é uma modalidade de medição realiza-
da com protocolo específico, consistindo na obtenção
de três medições pela manhã, antes do desjejum e da
tomada da medicação, e três à noite, antes do jantar,
durante cinco dias.
Outra opção é realizar duas medições em cada
uma dessas duas sessões, durante sete dias. São
considerados anormais valores de PA ≥ 135/85 mmHg.
FATORES DE RISCO PARA HAS
hipertensão arterial sistêmica (HAS) é caracteri-
zada pela elevação dos níveis pressóricos ≥ 140
e/ou 90 mmHg. Se associa a distúrbios metabóli-
cos, alterações funcionais e/ou estruturais de órgãos-alvo,
sendo agravada pela presença de outros fatores de risco
(FR), como dislipidemia, obesidade abdominal, intolerân-
cia à glicose e diabetes melito (DM).
• Idade: está diretamente associado o enve-lhecimento e a prevalência de HAS.
• Sexo e etnia: mais comum em mulheres e pessoas da raça negra.
• Excesso de peso e obesidade: aumento da prevalência de indivíduos com excesso de peso e obesidade.
• Ingestão de sal: um dos principais fatores de risco, está associado a eventos cardiovasculares e renais.
• Ingestão de álcool: Consumo crônico e elevado de bebidas alcoólicas aumenta a PA de forma consistente.
• Sedentarismo: associação significativa entre HA e idade, sexo masculino, sobrepeso, adipo-sidade central, sedentarismo nos momentos de folga e durante o trabalho.
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MONITORIZAÇÃO AMBULATORIAL DA PRESSÃO ARTERIAL (MAPA)
HIPERTENSÃO DO AVENTAL BRANCO
HIPERTENSÃO MASCARADA
A MAPA é o método que permite o registro
indireto e intermitente da PA durante 24 horas ou mais,
enquanto o paciente realiza suas atividades habituais
durante os períodos de vigília e sono. São atualmente
consideradas anormais as médias de PA de 24 horas ≥
130/80 mmHg, vigília ≥ 135/85 mmHg e sono ≥
120/70 mmHg.
É caracterizada por valores normais da PA no
consultório, porém com PA elevada pela MAPA ou medi-
das residenciais.
Fluxograma para diagnóstico de hipertensão
arterial (modificado do Canadian Hypertension Educa-
tion Program).
É a situação clínica caracterizada por valores
anormais da PA no consultório, porém com valores
considerados normais pela MAPA ou MRPA.
Emergência / UrgênciaHipertensiva encami-nhar serviço urgência
PA ≥ 140/90 com risco cardiovascu-lar alto ou baixo
ConsiderarMRPA
ConsiderarMAPA
Pressão deConsultório
Visita 2< 140/90
Visita 2PAS ≥ 140
ouPAD ≥ 90
Hiperten-são
MAPA/MR-PA na
suspeita de Hiperten-
são do Avental branco
Normoten-são
MAPA/MR-PA na
suspeita de Hiperten-
são Mascarada
Visita 2PAS ≥ 135
ouPAD ≥ 85
Visita 2PA vigília< 135/80
Visita 2PA
< 135/80
Hiper-tensão
do avental branco
Hiper-tensão
do avental branco
Visita 2PAS 24h> 130 ouPAD 24h
> 80
PA ≥ 140/90 com risco cardiovascu-
lar alto ouPA ≥ 180/110
DIAGNÓSTICO DEHIPERTENSÃO
DIAGNÓS-TICO DEHIPER-
TENSÃO
DIAGNÓS-TICO DEHIPER-
TENSÃO
SIM
OUOU
VISITA 1
MEDIDA DA PA
ANAMNESE, EXAME FÍSICO E AVALIAÇÃO LABORATORIAL
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CLÍNICA MÉDICACLÍNICA MÉDICA
TRATAMENTO
TRATAMENTO NÃO MEDICAMENTOSO
AVALIAÇÃO CLÍNICA E COMPLEMENTAR
• Idade (homem > 55 e mulheres > 65 anos).
• Tabagismo.
• Dislipidemias: triglicérides > 150 mg/dl; LDL-C > 100 mg/dl; HDL-C < 40 mg/dl.
• DM.
• História familiar prematura de DCV: homens < 55 anos e mulheres < 65 anos.
Considera-se hipertensão sistólica isolada se
PAS ≥ 140 mm Hg e PAD < 90 mm Hg, devendo a
mesma ser classificada em estágios 1, 2 e 3.
Metas a serem atingidas com o tratamento:
Hipertensos em estágio 1 e 2, com risco cardiovascular
baixo e moderado e HAS estágio 3= <140/90 mm Hg
Hipertensos estágios 1 e 2 com risco CV alto= <130/80
mmHg.
O tratamento não medicamentoso (TNM) da HAS
envolve controle ponderal, medidas nutricionais, prática de
atividades físicas, cessação do tabagismo, controle de
estresse, entre outros.
CLASSIFICAÇÃO
Classificação da PA de acordo com a medição casual ou no consultório a partir de 18
anos de idade:
Normal
Quando a PAS e a PAD situam-se em categorias diferentes, a maior deve ser utilizada para classi-ficação da PA.
≤ 120
121-139
140-159
160-179
≥ 180
≤ 80
81-89
90-99
100-109
≥ 110
Pré- Hipertensão
Hipertensão estágio 1
Hipertensão estágio 2
Hipertensão estágio 3
PAS mmHg PAD mmHg
Anamnese
Exame Físico
Fatores de risco cardiovascular adicionais:
• Análise de urina.
• Potássio plasmático.
• Glicemia de jejum ) e HbA1c.
• Creatinina plasmática.
• Colesterol total, HDL e triglicérides plasmá-ticos.
• Ácido úrico plasmático.
• Eletrocardiograma convencional .
Exames de rotina para pacientes hipertensos:
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TRATAMENTO MEDICAMENTOSO
CRISE HIPERTENSIVA
A emergência hipertensiva se caracteriza por eleva-
ção aguda da PA associada a lesão de órgão alvo (LOA). A
urgência hipertensiva é a elevação da PA superior ao
percentil 99 mais 5 mmHg (estágio 2), associada com sinto-
mas menos graves, em paciente sob risco de evolução para
LOA progressiva, sem evidência de acometimento recente.
Na urgência hipertensiva, o tratamento é via oral, com
redução da PA em 24 a 48h, sob monitorização. Na emer-
gência hipertensiva a redução deve acontecer de maneira
lenta e progressiva, sendo 30% do programado em 6 a 12
horas, 30% em 24 horas, ajuste final em 2 a 4 dias. A
redução muito rápida é contraindicada pelo risco de
hipotensão, falência de mecanismos autorreguladores e
possibilidade de isquemia cerebral e visceral. O medica-
mento mais utilizado para esse fim é o Nitroprussiato de
sódio. Após a estabilização do paciente, recomenda-se
substituir a medicação por via oral.
Fonte: VII Diretriz de hipertensão arterial- Sociedade Brasi-
leira de cardiologia.
Metas a serem atingidas com o tratamento:
Hipertensos em estágio 1 e 2, com risco cardiovascular
baixo e moderado e HAS estágio 3= <140/90 mm Hg
Hipertensos estágios 1 e 2 com risco CV alto= <130/80
mmHg.
HIPERTENSÃO
Estágio 1 + RCV Baixo e Moderado
Não atingiu metas ou efeitos colaterais intoleráveis.
Não atingiu metas
Acrescentar outros anti-hipertensivos
TNM + MONOTERAPIA
DIUIECABCCBRABB (em casos específi-cos)
Dose
Associar 2º
Trocar medicação
TNM + COMBINAÇÕES
Dois Fármacos - Classes diferentes em doses baixas.
Estágio 1 + RCV Alto
Estágios 2 e 3
Dose
Associar 3º
Trocar combinação
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CLÍNICA MÉDICACLÍNICA MÉDICA
INFARTOAGUDO DO MIOCÁRDIO (IAM)
infarto agudo do miocárdio caracteriza-se por necro-
se miocárdica causada por isquemia prolongada, que
geralmente é causada por trombose e/ou vasoespas-
mo sobre uma placa aterosclerótica.
O Infarto agudo do miocárdio pode se apresentar de
duas formas: infarto agudo do miocárdio com supra de ST
(IAMCSST), e sem supradesnivelamento do segmento ST
(SCASSST). O IAM com supra de ST de apresenta quando
há uma obstrução completa do vaso. O IAM sem supra de ST
quando há uma obstrução parcial.
o
QUADRO CLÍNICO
DIAGNÓSTICO
A dor pré cordial é o sintoma mais característico. A
apresentação clínica usual do paciente com “dor torácica”
atribuída ao IAM geralmente é prolongada (entre 20-30
minutos), na maioria das vezes recente e usualmente inten-
sa, em aperto, constrição, queimação ou peso. Pode ter
início em repouso ou durante estresse físico, que não
melhora com repouso ou uso de vasodilatadores coronaria-
nos.
A dor precordial pode ser acompanhada de palidez
cutânea, sudorese e dispneia. A dor é tipicamente retroes-
ternal e pode se irradiar para ombro, axila, braços, mandíbu-
la, dentes e região dorsal. Por vezes o desconforto é limita-
do ao epigástrio e descrito como queimação. Subgrupos de
pacientes, como idosos, mulheres, diabéticos e pacientes
no pós-operatório apresentam muitas vezes sintomas
atípicos (dispneia, síncope, fadiga, náusea ou confusão)
como manifestações de IAM.
O diagnóstico é feito com base no quadro clínico,
nas alterações eletrocardiográficas e na elevação dos
marcadores bioquímicos de necrose.
ELETROCARDIOGRAMA
É um exame fundamental no diagnóstico de
infarto. Deve ser realizado seriadamente nas primeiras
24 horas e diariamente após o primeiro dia. O suprades-
nível do segmento ST de 2mm ou mais em duas deriva-
ções contíguas determina o diagnóstico e correlaciona-
-se com a topografia do infarto. O bloqueio de ramo
esquerdo (BRE) agudo na vigência de dor precordial
também permite o diagnóstico de IAM. Porém, se o
BRE é antigo, o diagnóstico eletrocardiográfico é
dificultado, mas possível se houver supra de ST maior
do que 1mm concordante com o QRS, ou maior do que
5mm discordante do QRS.
Deve ser lembrado que um número expressivo
de pacientes pode se apresentar na fase superaguda do
IAM com ECG absolutamente normal ou com alterações
inespecíficas, sendo obrigatório para este subgrupo um
período maior de observação para a definição diagnósti-
ca.
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ENZIMAS CARDÍACAS
• CPK: É sensível, porém pouco específica. Sua elevação ocorre de 4 a 8 horas após o infarto.
• CK-MB: inicia a sua elevação após algumas horas (em média 4 a 8 horas) da ocorrência do infar-to. O pico ocorre com 24 horas, e está relacionado com a extensão do infarto. Após 72 horas retorna aos níveis normais.
• Mioglobina: Proteína integrante da fibra muscular, eleva-se precocemente. Pouco específica, porém muito sensível.
• Troponina: São as mais específicas. Elevam--se em torno de 6 a 8 horas e podem persistir eleva-das por vários dias.
• Nitratos.
• Morfina.
• Betabloqueador VO para todos os pacientes, salvo contra-indicações.
• IECA
• Estatinas.
• Oxigênio: É indicada sua administração rotineira em pacientes com saturação de oxigênio < 94%, congestão pulmonar ou na presença de desconforto respiratório.
• Ácido acetilsalicílico na dose de 200 a 325 mg, de acordo com o protocolo local.
• Clopidogrel na dose de 300 mg.
INFARTO
TRATAMENTO
Após a confirmação do diagnóstico deve-se iniciar
com:
REPERFUSÃO MIOCÁRDICA
É parte fundamental do tratamento, e deve ser
feito o mais breve possível. Pode ser realizado cateteris-
mo cardíaco ou fibrinolítico, de acordo com a disponibili-
dade do serviço e as condições do paciente.
Fontes:
Sociedade Brasileira de cardiologia:http://publicacoes.cardiol.br/2014/diretrizes/2015/02_TRATAMENTO%20DO%20IAM%20COM%20SUPRADESNIVEL%20DO%20SEGMENTO%20ST.pdf
http://www.scielo.br/pdf/ramb/v50n2/20786
http://www.saude.pr.gov.br/arquivos/File/HOSPSUS/protocolo_sindrome_coronariaMS2011.pdf
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CLÍNICA MÉDICACLÍNICA MÉDICA
EDEMAAGUDO DE PULMÃO
edema agudo de pulmão (EAP) é uma urgência
clínica, causado pelo acúmulo de líquido no espaço
intersticial do pulmão.
Pode ser de origem cardiogênica ou não cardiogêni-
ca. O edema de origem cardiogênico ocorre por aumento da
pressão capilar (hipertensão pulmonar) que causa o aumento
do líquido intersticial, como na insuficiência cardíaca, no
infarto agudo do miocárdio ou exacerbação isquêmica de
disfunção ventricular pré-existente, sobrecargas agudas de
volume para o ventrículo esquerdo e a estenose mitral. O
edema de origem não cardiogênico ocorre por aumento da
permeabilidade capilar pulmonar, como por exemplo na
síndrome do desconforto respiratório agudo.
o
TRATAMENTO
DIAGNÓSTICO
O Diagnóstico de edema agudo de pulmão é
essencialmente clínico. Os exames complementares devem
ser utilizados racionalmente, como subsídios para as
condutas terapêuticas adotadas.
Recomenda-se que o paciente esteja sentado.
Deve receber oxigênio por máscara facial.
• Diuréticos: preferencialmente furosemida.
• Morfina.
• Vasodilatadores.
• Inotrópicos.
Fontes:
http://revista.fmrp.usp.br/2003/36n2e4/6_edema_pulmonar_agudo.pdf
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