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INSTITUTO TEOLÓGICO PALAVRA DE VIDA CURSO BACHAREL INTENSIVO MÓDULO I - I.T.P.V. GRAVATAÍ-RS 1 BACHAREL EM TEOLOGIA INTENSIVO MODULO I Pastor Marcelo Vargas Bacharel e-mail: [email protected] FONE: 51-3311-3309

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BACHAREL EM TEOLOGIA

INTENSIVO

MODULO I

Pastor Marcelo Vargas – Bacharel

e-mail: [email protected]

FONE: 51-3311-3309

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CURSO BACHAREL INTENSIVO DE TEOLOGIA CARTA DE APRESENTAÇÃO:

Gravataí, 01 de Dezembro de 2011. Prezados Ministros, Professores e Líderes (Discipuladores) e principalmente você nosso ALUNO, A Paz do Senhor Jesus seja convosco. Estamos vivendo tempos de fome espiritual, onde heresias têm procurado se instalar no seio da Igreja; Deus levantou o projeto para um grande avivamento espiritual. Não bastam apenas termos talentos naturais ou compreensão das conseqüências das crises que o mundo atravessa. Precisamos exercer influências com nosso testemunho perante os que dispomos a ensinar a Palavra de Deus. Esse treinamento do é muito importante porque nos dará ampla visão da teologia Divina, atrairá futuros líderes ao aprendizado e criará um ambiente mais espiritual na nossa Igreja (Koinonia). Aprendizados errados geram desastres e resistência à Obra de Deus. Somente o correto de forma correta leva ao sucesso, na consciência e submissão ao Espírito Santo que rege a igreja. Temos que combinar estratégias de ensino com o nosso caráter revelado em nossas vidas; devemos incentivar a confiança dos alunos na Escritura, com coerência e potencial. Temos capacidade, em Deus, de mudarmos o mundo, começando do mundo interior das consciências humanas dos alunos, que se tornarão futuros evangelizadores capacitados na Bíblia. Professor: Tome esta certa decisão: Estude, antes, o material, reúna seus alunos, apresente os planos de aula, dê um tempo para refletirem, divulgue a doutrina, em conjunto, como facilitador do processo educacional, tranqüilize e encoraje os outros a fazerem parte de novas turmas. Não preguemos a verdade para ferirmos os outros ou para destruir, mas para ajudar e corrigir as almas,com amor, esperando que Deus lhes conceda o entendimento do Reino dos Céus. Como facilitador da visão de ensino, conheça os quatro pilares da Educação: 1) Aprender a Conhecer: - Tenha a humildade de saber que não sabes tudo; Seja competente, compreensivo, útil, atento, memorizador e informe o assunto de forma contextualizada com a realidade atual. 2) Aprender a fazer: - Seja Preparado para ministrar as aulas, conhecendo a matéria previamente, estimulando a criatividade dos alunos, preparando-os para a tarefa determinada de Jesus de serem discípulos. 3) Aprender a Viver juntos: - Estimule a descoberta mútua entre os alunos da Palavra de Deus, em forma de solidariedade, cooperativismo, promovendo auto-conhecimento e auto-estima entre os alunos, na solidariedade da compreensão mútua; o objetivo do curso não é apenas ter conhecimento, mas “ser cristão”. 4) Aprender a Ser: - Resgate a visão holística (completa) e integral dos alunos, preparando-os para integrarem corpo, alma e espírito com sensibilidade, ética, responsabilidade social e espiritualidade, formando juízo de valores, levando-os a aprenderem a decidir por si mesmos, com a ajuda do Espírito Santo. Lembrem-se de que a primeira impressão é a que fica marcada na consciência. Temos que ser perceptivos, hábeis para lidar com as dúvidas, sem agressões, procurando soluções com base bíblicas sem fundamentalismo de usar textos sem contextos por pretextos de posicionamentos individuais. Estimule os alunos, com liberdade de pensamento para terem respostas. Tome comum a mensagem, filtrando os resultados no bom-senso.

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Seja amável, compreensivo, sincero, sem ter uma visão exclusivista do seu ponto de vista, em detrimento da Palavra de Deus, que sempre é o referencial. Que este Curso Básico de Teologia te ajude a crescer o número de salvos em qualidade, para que as pessoas possam construir as suas vidas em Jesus, aplicando a Palavra de Deus, restaurando suas vidas espirituais e buscando viver de modo semelhante ao de nosso Senhor Jesus Cristo. Agradecemos a Deus, aos amados Líderes e aos alunos por seu interesse. Deus vos abençoe. Marcelo Vargas da Fontoura Pastor e Bacharel em teologia – Diretor e fundador do I.T.P.V./GRAVATAÍ-RS Pastor Presidente da Assembleia de Deus Ministério Profético Palavra de Vida

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Apostila DOUTRINA CRISTÃ DE DEUS

PREÂMBULO. 03 INTRODUÇÃO. 06 I, DEFINIÇÃO DE DEUS. 06 II, ENTENDENDO DEUS, A PARTIR DA DEFINIÇÃO DO TEÓLOGO A. B. LANGSTON. 07 II, 1, A NATUREZA DE DEUS. 07 II, 1, A, DEUS É ESPÍRITO. 07 II, 1, B, DEUS É ESPÍRITO PESSOAL. 07 II, 1, C, A APARÊNCIA DE DEUS. 08 II, 2, O CARÁTER DE DEUS. 10 II, 3, RELAÇÃO DE DEUS COM O UNIVERSO. 10 II, 3, A, DEUS É O CRIADOR DE TUDO O QUE HÁ. 10 II, 3, B, DEUS É O SUSTENTADOR DE TUDO O QUE HÁ. 10 II, 3, C, DEUS É DIRIGENTE DE TUDO O QUE HÁ. 10 II, 4, OS MOTIVOS DE DEUS PARA COM TUDO O QUE FOI CRIADO. 10 III, A EXISTÊNCIA DE DEUS. 10 III, 1, PROVAS DA EXISTÊNCIA DE DEUS. 11 III, 1, A, PROVA DA EXISTÊNCIA DE DEUS ATRAVÉS DO UNIVERSO. 11 III, 1, A, a, PRIMEIRA ALTERNATIVA PARA A EXISTÊNCIA DO UNIVERSO. 12 III, 1, A, b, SEGUNDA ALTERNATIVA PARA A EXISTÊNCIA DO UNIVERSO. 12 III, 1, B, PROVA DA EXISTÊNCIA DE DEUS ATRAVÉS DA HISTÓRIA UNIVERSAL. 13 III, 1, C, PROVA DA EXISTÊNCIA DE DEUS ATRAVÉS DAS PERCEPÇÕES HUMANAS. 14 III, 1, D, PROVA DA EXISTÊNCIA DE DEUS ATRAVÉS DA FÉ. 14 III, 1, E, PROVA DA EXISTÊNCIA DE DEUS ATRAVÉS DA EXPERIÊNCIA CRISTÃ. 15 III, 2, A ETERNIDADE DE DEUS. 16 IV, ATRIBUTOS DE DEUS. 16 IV, 1, ATRIBUTOS NATURAIS DE DEUS. 17 IV, 1, A, ONIPRESENÇA. 17 IV, 1, B, ONISCIÊNCIA. 18 IV, 1, C, ONIPOTÊNCIA. 18 IV, 1, C, a, ONIPOTÊNCIA MORAL. 18 IV, 1, D, UNIDADE. 19 IV, 1, E, INFINIDADE. 19 IV, 1, F, IMUTABILIDADE. 19 IV, 2, ATRIBUTOS MORAIS DE DEUS. 20 IV, 2, A, SANTIDADE. 20 IV, 2, B, JUSTIÇA, (RETIDÃO). 20 IV, 2, C, AMOR. 21 V, A SOBERANIA DE DEUS. 21 V, 1, CARACTERÍSTICAS DA SOBERANIA DE DEUS. 21 V, 1, A, A SOBERANIA UNIVERSAL DE DEUS. 21 V, 1, B, A SOBERANIA ABSOLUTA, TOTAL, COMPLETA E PERPÉTUA DE DEUS. 21 V, 2, A SOBERANIA DE DEUS EM RELAÇÃO AOS SERES MORAIS, INCLUSIVE O HOMEM; O LIVRE ARBÍTRIO. 21 VI, DEUS E O MAL. 23

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VII, ALGUNS NOMES DE DEUS, NA BÍBLIA SAGRADA. 23 CONCLUSÃO. 25 BIBLIOGRAFIA. 26 DOUTRINA CRISTÃ DE DEUS 3. PREÂMBULO. APRESENTAÇÃO E REFERÊNCIA AOS ESTUDOS Os estudos apresentados neste curso não são criação ou invenção nossa, são, isto sim, principalmente, compilados da literatura evangélica relacionada na bibliografia. Por isso, orientamos todos os alunos a adquirirem os livros base destes estudos, para que o conhecimento se multiplique. Este trabalho não esgota os temas expostos, pois seria pretensão inoportuna. Nosso intuito é abrir alas à estruturação doutrinária dos salvos por JESUS CRISTO e amantes da DOUTRINA CRISTÃ. Reconhecemos que a linha mestra destes estudos, pelo menos à primeira vista, não será aprovada, apoiada ou adotada por todas as correntes do CRISTIANISMO, nem por todos os leitores, ou estudiosos destes trabalhos. Porém, isso não nos preocupa, porque cremos que todo o conteúdo está de acordo com a PALAVRA DE DEUS, a qual é, para todos os efeitos, a fonte, imutável, de toda a revelação DIVINA e, por isso, da totalidade da DOUTRINA CRISTÃ. Assim sendo, cremos, inabalavelmente, em tudo o que está escrito, já que, não saiu de nós, veio de DEUS. Outro ponto a considerar é o aspecto subjetivo dos estudos realizados, visto que, estes não são uma transcrição dos livros contidos na bibliografia, são, isto sim, uma adaptação resumida dos mesmos, visando ajudar os irmãos que não acessam estudos mais profundos das DOUTRINAS CRISTÃS. Além disto, e ainda, em virtude da subjetividade destes estudos, talvez haja alguns pontos não encontrados nas obras da bibliografia ou em outras obras escritas, porém, ainda que isto aconteça, a BÍBLIA SAGRADA é a base de todos eles, haja vista as passagens BÍBLICAS, as quais, jamais poderão ser alteradas. Estudar as DOUTRINAS CRISTÃS extraídas da BÍBLIA SAGRADA é muito importante para todo o cristão, visto que, tal estudo, tranqüiliza, e muito, a mente do estudioso. Tal tranqüilidade acontece porque o crente que estuda a DOUTRINA CRISTÃ, nela crê e se apoia, fica imune a heresias que aparecem e reaparecem na IGREJA DE JESUS CRISTO, vindas de todos os lados, com o intuito de desviar os salvos por JESUS CRISTO da obediência a DEUS. Porém, quanto a problemas de ordem secular, material e pessoal, jamais prometeremos que os mesmos terminarão com estes estudos, ainda que isso possa acontecer em alguns ou, até, em muitos casos. DOUTRINA CRISTÃ DE DEUS 4. Tais problemas poderão continuar na vida dos crentes, porém, no aspecto espiritual, muitos e muitos desaparecerão em virtude dos esclarecimentos doutrinários que, com toda a certeza, penetrarão na mente e coração do filho de Deus que se dispõe a estudar. ALGO IMPORTANTE ACERCA DA DOUTRINA CRISTÃ. O estudo das DOUTRINAS CRISTÃS é importantíssimo para a IGREJA DE JESUS CRISTO, como um todo, bem como, para cada salvo por JESUS CRISTO em particular, visto que, a prática da vida natural e secular, tanto quanto, da vida espiritual de cada pessoa (salva por JESUS CRISTO ou não) é determinada pelas doutrinas que a mesma tem no coração, a não ser que seja desobediente ao que crê.

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Um aspecto muito importante a considerar sobre a DOUTRINA CRISTÃ é a dificuldade que, infelizmente, tolda a visão de grande parte de pessoas, qual seja, a falta de discernimento entre doutrina e costumes. A DOUTRINA CRISTÃ é imutável, tanto quanto a BÍBLIA SAGRADA é imutável. Os costumes, como é natural, mudam com o passar dos tempos e variam de lugar para lugar, ou de povo para povo, de acordo com as circunstâncias e tradições. Nosso intuito é tratar das DOUTRINAS IMUTÁVEIS DO CRISTIANISMO, quanto aos costumes, se estes não são pecaminosos, não há motivo para normatizá-los, pois o CRISTIANISMO autêntico, não o é pela aparência, mas pela essência, a qual produz no coração do salvo por JESUS CRISTO coragem e decisão para mudar o que necessário for para melhor honrar e glorificar a DEUS. Vejamos portanto o significado normal da palavra doutrina e apliquemo-la ao CRISTIANISMO. A palavra doutrina, segundo Aurélio, significa: 01, Conjunto de princípios que servem de base a um sistema religioso, filosófico, científico, etc. 02, Catequese cristã. 03, Ensinamento. De acordo com a primeira designação, a DOUTRINA CRISTÃ é o conjunto de princípios ou verdades que servem de base ao CRISTIANISMO. Se a IGREJA CRISTÃ é de JESUS CRISTO o qual é, indiscutivelmente, DEUS, toda a DOUTRINA DA IGREJA DO SENHOR E SALVADOR JESUS CRISTO há de vir do próprio DEUS. Já que a fonte da DOUTRINA CRISTÃ é DEUS, onde poderemos encontrá-la? A resposta é simples, a fonte, autorizada, da DOUTRINA CRISTÃ, não pode ser outra senão a BÍBLIA SAGRADA, porque, não há qualquer sombra de dúvida, esta é a PALAVRA DE DEUS, revelada ao homem. Portanto, para o cristão genuíno, a DOUTRINA CRISTÃ é o conjunto, ou a somatória dos princípios e ou verdades, extraídas da BÍBLIA SAGRADA, em que o CRISTIANISMO VERDADEIRO se baseia e ou apoia. DOUTRINA CRISTÃ DE DEUS 5. Em virtude disto: JÁ QUE A BÍBLIA SAGRADA É IMUTÁVEL, A DOUTRINA CRISTÃ, TAMBÉM É IMUTÁVEL. Por ser imutável, a DOUTRINA CRISTÃ dos dias atuais é a mesma da IGREJA PRIMITIVA e continuará sendo a mesma até a consumação dos séculos. A DOUTRINA CRISTÃ é tão importante que a BÍBLIA SAGRADA a ela dedica várias passagens, Is¨29:22-24; Mat¨7:28, 22:33; Mar¨1:22, 27; Luc¨4:32; João¨7:16-18, 18:19; At¨2:42, 5:28, 13:12, 17:19; Rom¨6:17-18, 16:17; 1ªCor¨14:6; Ef¨4:14, 6:4; 1ªTim¨1:1-10 (3, 10), 4:6, 16, 6:1-5; 2ªTim¨4:1-3; Tito¨1:9, 2:1, 7-10; Heb¨13:9; 2ªJoão¨9-11. Todos os estudos doutrinários do curso visam ajudar o filho de DEUS a resolver, possivelmente, grande quantidade de problemas de ordem espiritual, os quais, se estiverem ocupando sua mente, com certeza absoluta, estão, totalmente, fora da vontade de DEUS. Antes de iniciar os estudos, é necessário abrir a mente e coração, de tal forma que não haja permissão para a colocação de obstáculos, de ordem pessoal, tais como: 01, É muito grande¨! 02, É muito difícil¨! 03, Não tenho tempo para estudar¨! 04, Não conseguirei aprender nada¨! 05, A minha cabeça não dá para fazer este estudo¨!

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06, Etc. Jamais permita que tais pensamentos dominem vossa mente, porque: 01, DEUS nos fez seus filhos, João¨1:12. 02, DEUS nos deu a mente de CRISTO, 1ªCor¨2:16. 03, DEUS nos alimenta através da sua PALAVRA, Mat¨4:4. 04, DEUS nos dá a doutrina do SENHOR, At¨13:12. 05, DEUS deseja que nos esclareçamos e instruamos em sua PALAVRA, 2ªTim¨3:16-17. 06, DEUS quer que nos humilhemos diante dele, 1ªPed¨5:6. 07, DEUS nos quer sóbrios para vencermos nosso maior inimigo, qual seja, o diabo, que brama como leão ao derredor de nós, tentando nos tragar, 1ªPed¨5:8. Estudemos, portanto, com coragem e fé, para o bem pessoal, para honra e glória de DEUS e para a, verdadeira, expansão do SEU REINO. DOUTRINA CRISTÃ DE DEUS. 6. DOUTRINA CRISTÃ DE DEUS. INTRODUÇÃO. A pessoa salva por JESUS CRISTO jamais poderá prescindir do estudo Sobre DEUS, O CRIADOR, SUSTENTADOR, LEGISLADOR E GOVERNADOR de tudo o que há, quer seja do mundo visível ou invisível. Este estudo não contém a totalidade, nem a profundidade, do conhecimento humano acerca do SER DIVINO que é a causa de tudo o que veio a existir, porém, com toda a certeza, nos colocará a par dos ensinamentos básicos acerca de DEUS. Estudemos, portanto, com muito amor, vontade e dedicação, sobre o mais importante ser existente em toda a extensão do universo, para nossa compreensão e benefício, em todas as áreas da vida, principalmente a espiritual. I, DEFINIÇÃO DE DEUS. Definir DEUS, talvez seja tarefa impossível ao ser humano, principalmente, porque, para o ser da dimensão de DEUS, uma definição há de ser dada em poucas palavras. Porém, quem crê na existência de DEUS e estuda o que sobre ele está revelado na BÍBLIA SAGRADA, há de ter condições de defini-lo, ainda que seja uma definição sucinta e um tanto quanto incompleta. Vejamos algumas definições de DEUS, as quais são, na verdade, tentativas de defini-lo, já que sempre faltará algo, importante, nas mesmas. O minidicionário Aurélio define DEUS como: 01, Ser infinito, perfeito, criador do universo. O conciso dicionário de teologia CRISTÃ, diz: 01, Paul Tillich concebeu DEUS não como um ser dentre muitos e nem até mesmo como o ser supremo, mas o fundamento de todos os seres, a força ou o poder dentro do qual todas as coisas são de sua autoria. O dicionário da BÍBLIA nos diz: 01, Nome da suprema divindade que os homens invocam e adoram. 02, A palavra grega que em o Novo Testamento traduz o objeto de adoração, é Espírito. 03, A palavra hebraica do Antigo Testamento que por sua vez, representa esta idéia, leva-nos a pensar na força geradora de todas as cousas. 04, Nos lábios CRISTÃOS, portanto, a palavra DEUS designa fundamentalmente o Espírito Poderoso que é adorado, e cujo auxílio invocamos. O teólogo A. B. Langston define DEUS, como segue: DEUS É ESPÍRITO PESSOAL, PERFEITAMENTE BOM, QUE, EM SANTO AMOR, CRIA, SUSTENTA E DIRIGE TUDO.

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Nesta última definição encontramos, sem dificuldade, a natureza de DEUS, seu caráter, sua relação com o universo e seus motivos para com tudo o que foi criado. DOUTRINA CRISTÃ DE DEUS. 7. NOTA IMPORTANTE. É indispensável decorar esta definição. Estudemos todos estes aspectos de DEUS. II, ENTENDENDO DEUS, A PARTIR DA DEFINIÇÃO DO TEÓLOGO A. B. LANGSTON. Na definição de DEUS de A. B. Langston, como já vimos, encontramos: 1, A NATUREZA DE DEUS. 2, O CARÁTER DE DEUS. 3, A RELAÇÃO DE DEUS COM O UNIVERSO. 4, OS MOTIVOS DE DEUS, PARA COM TUDO O QUE FOI CRIADO. Vejamos cada um destes itens em particular. II, 1, A NATUREZA DE DEUS. DEUS É ESPÍRITO PESSOAL. II, 1, A, DEUS É ESPÍRITO. João¨4:24; 2ªCor¨3:17. II, 1, B, DEUS É ESPÍRITO PESSOAL. Êx¨3:1-22; Is¨43:11-15; Jer¨26:12. A natureza de DEUS é muito diferente da natureza do ser humano. Esta diferença está no fato de DEUS não possuir corpo físico. DEUS não possui corpo físico, nem pode posssuí-lo, porque é ESPÍRITO. Por ser ESPÍRITO, DEUS existe numa dimensão invisível ao ser humano, pelo menos, enquanto este estiver na existência terrena e dotado de corpo físico. Todos nós conhecemos muitas pessoas, todas elas, dotadas de corpo físico, ou seja, composto de matéria concreta, palpável e visível, por isso, à primeira vista, talvez seja difícil ao ser humano, crer na existência de um ser pessoal que não tenha corpo. Porém, também o homem após a morte física continua existindo sem corpo físico, já que, o corpo físico do ser humano, se torna pó, Gên¨3:19; Ecle¨12:7. Compreendendo esta realidade, não é tão difícil aceitar a verdade de que DEUS, ainda que, sendo ESPÍRITO e sem corpo físico, é pessoa. Pessoa é todo o ser que tem, pelo menos três características, quais sejam: 01, INTELIGÊNCIA. 02, AFEIÇÃO. 03, VONTADE. Estas três características, por sua vez, se expressam através de vários poderes, quais sejam: 01, PODER DE PENSAR. 02, PODER DE SENTIR. 03, PODER DE QUERER. 04, PODER DE PENSAR EM SI MESMO. 05, PODER DE DIRIGIR-SE A SI MESMO. DOUTRINA CRISTÃ DE DEUS. 8. Nos estudos sobre a DOUTRINA CRISTÃ DO ESPÍRITO SANTO, DO HOMEM E ACERCA DO diabo, entramos nos detalhes destes itens. Pelos textos lidos, no início deste item, está claramente provado que DEUS é, com toda a certeza, um

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ser pessoal. Não há qualquer dificuldade para verificarmos que quando DEUS se comunica com o ser humano, ao referir-se a si mesmo, sempre usa o pronome pessoal da primeira pessoa do singular como qualquer pessoa humana, Gên¨17:1, 26:24; Lev¨22:33, 23:22; Deut¨5:6; Juí¨6:8-10; 1ºSam¨10:18; Is¨41:17; Jer¨7:23; Ez¨20:19, etc. Por outro lado, quando o homem se dirige a DEUS também o trata como pessoa, Gên¨3:9-10, 16:13; Êx¨32:11, etc. Ao referir-se a DEUS, o homem também o trata como pessoa, Êx¨15:2, 23:25; Josué¨7:19; Sof¨3:17, etc. Nos três casos alistamos, apenas, alguns exemplos com pronomes retos, porém, há, também, os oblíquos e os ocultos. II, 1, C, A APARÊNCIA DE DEUS. Terá o homem subsídios ou condições, suficientes, para conceber e determinar qual seja a forma ou a aparência de DEUS¨? A BÍBLIA SAGRADA, em muitas de suas passagens, ao referir-se a DEUS atribui-lhe muitas partes, ou órgãos, que fazem parte do corpo humano, as quais aparentemente, também, fazem parte da natureza DIVINA. Vejamos: 01, Coração do SENHOR, Gên¨8:21. 02, Braço de DEUS, Êx¨6:6. 03, Destra e narinas do SENHOR, Êx¨15:6-8¨(8). 04, Dedo de DEUS, Êx¨31:18. 05, Face, mão e costas do SENHOR, Êx¨33:20-23. 06, Ouvidos do SENHOR, Núm¨11:1. 07, Boca do SENHOR, Deut¨8:3. 08, Olhos do SENHOR, Deut¨11:12. 09, Pés do SENHOR, 2ºSam¨22:10. 10, Cabeça do SENHOR, Sal¨60:6-7¨(7). Poderá alguém afirmar: “Se Moisés viu o SENHOR pelas costas, como nos declara Êx¨33:23, DEUS tem forma de homem”¨! Além desta visão que Moisés teve de DEUS, há mais uma oportunidade em que além de Moisés, também Arão, Nadabe, Abiú e mais setenta anciãos de Israel viram a DEUS, é o que verificamos na narrativa de Êx¨24:9-11. DOUTRINA CRISTà DE DEUS . 9. Por isso, em conseqüência destes fatos há, não poucas, pessoas que, infelizmente, pensam que DEUS tem forma humana. Porém, vejamos o que o legislador israelita, Moisés, nos fala em Deut¨4:1-20¨(14-20). Os órgãos humanos atribuídos a DEUS estão colocados na BÍBLIA SAGRADA em linguagem antropológica, a fim de que o ser humano possa entender o poder, majestade e glória de DEUS. A verdade é que nem Moisés, o qual, a BÍBLIA SAGRADA diz que viu DEUS pelas costas, considerou a possibilidade de DEUS ter aparência humana. Na verdade, o que houve foi uma Teofania ou uma Epifania. Teofania é, manifestação de Deus em algum lugar, acontecimento ou pessoa. Epifania é, Aparição ou manifestação divina. Por isso, Moisés proibiu o povo israelita e, por extensão, a todos os demais povos, a jamais compararem DEUS a qualquer coisa existente, quer no céu, quer na Terra, quer debaixo da terra, quer na água debaixo da terra, Deut¨4:15-20.

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Outra dificuldade que se nos apresenta está em Gên¨1:26-27, onde se lê que DEUS fez o homem à sua imagem e semelhança, e em Gên¨5:1, verificamos, novamente, que DEUS criou o homem à SUA semelhança. À primeira vista, pode parecer que o homem tem sua imagem física semelhante a DEUS. Fato este que por sua vez pode levar o homem a pensar que Deus é, em sua aparência, semelhante ao homem. Porém, os conhecedores da língua hebraica, idioma da quase totalidade do ANTIGO TESTAMENTO, incluindo as passagens citadas, ensinam que: “As palavras hebraicas TSELEM e DEMUT, traduzidas por imagem e semelhança, não se referem ao aspecto físico”. Este fato concorda, perfeitamente, com João¨4:24 e 2ªCor¨3:17, passagens que nos mostram claramente que: “DEUS É ESPÍRITO”. Porque DEUS É ESPÍRITO é invisível ao ser humano, pelo menos, enquanto este estiver no seu corpo corruptível e mortal, Col¨1:15; 1ªTim¨1:17, vejamos ainda Luc¨24:39. Para terminar este assunto, vejamos João¨1:18; 1ªTim¨1:17, 6:16; 1ªJoão¨4:12, passagens estas que nos afirmam que DEUS nunca foi visto por homem algum, porque é invisível e imortal. Portanto, para nosso bem-estar espiritual, jamais atribuamos a DEUS qualquer tipo de imagem, ou semelhança com qualquer coisa material, At¨17:29. DOUTRINA CRISTÃ DE DEUS . 10. II, 2, O CARÁTER DE DEUS. DEUS É PERFEITAMENTE BOM. Várias passagens BÍBLICAS atestam a perfeita bondade de DEUS, 1ºCrô¨16:34; 2ºCrô¨5:13, 7:3, 30:18-19; Esd¨3:11; Sal¨25:8, 34:8, 52:8-9, 54:6, 73:1, 86:5, 100:5, 106:1, 107:1, 118:1-5, 29, 119:68, 135:3, 136:1-26; Jer¨33:11; Lam¨3:25; Naum¨1:7; Mar¨10:18; Luc¨18:18-19; 1ªPed¨2:3. II, 3, RELAÇÃO DE DEUS COM O UNIVERSO. DEUS se relaciona com o universo e com tudo o que nele há, numa relação de total e irrestrita superioridade. Tal relação de superioridade é comprovada em três aspectos: A, DEUS É CRIADOR DE TUDO O QUE HÁ. B, DEUS É SUSTENTADOR DE TUDO O QUE HÁ. C, DEUS É DIRIGENTE DE TUDO O QUE HÁ. II, 3, A, DEUS É O CRIADOR DE TUDO O QUE HÁ. Várias passagens BÍBLICAS afirmam que DEUS é criador de tudo o que há, Gên¨1:1, 11-12, 21, 27, 2:3, 5:1-2, 6:7; Deut¨4:32; Neem¨9:6; Ecle¨11:5; Is¨42:5, 43:7, 44:24, 45:7, 51:13, 65:17; Jer¨10:12, 16, 51:15, 19; João¨1:3-4; Rom¨11:36; Ef¨3:9; Col¨1:16; Heb¨3:4, 11:3; Apoc¨4:11, 10:6. II, 3, B, DEUS É O SUSTENTADOR DE TUDO O QUE HÁ. DEUS sustenta tudo o que há, não só na Terra, mas em todo o universo, Deut¨8:3-16; Col¨1:17; Heb¨1:3, o último, versículo é referente a JESUS CRISTO, porém, JESUS CRISTO é DEUS, como podemos verificar em João¨1:1-14; 1ªJoão¨5:20. II, 3, C, DEUS É DIRIGENTE DE TUDO O QUE HÁ. As próximas passagens BÍBLICAS atestam que DEUS dirige tudo o que há, Sal¨45:6, 66:7, 145:13; Lam¨5:19; Dan¨4:3.

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II, 4, OS MOTIVOS DE DEUS PARA COM TUDO O QUE FOI CRIADO. A vinda de JESUS CRISTO à Terra para dar a SALVAÇÃO ETERNA ao ser humano, mostra claramente qual é o motivo de DEUS em relação à criação, principalmente em relação ao ser humano, João¨3:16; Rom¨5:8. Estas passagens mostram que DEUS se relaciona com o ser humano em amor, não poderia ser de outra forma, porque DEUS É AMOR, 1ªJoão¨4:7-21. Porém, sobram motivos para crermos que DEUS se relaciona com tudo o que criou com santo amor. III, A EXISTÊNCIA DE DEUS. Com certeza, DEUS é um ser provável, ou seja, é possível ao homem provar a existência de DEUS. DOUTRINA CRISTÃ DE DEUS . 11. DEUS, na pessoa DIVINA do ESPÍRITO SANTO, ao inspirar o escritor SACRO do livro de Gênesis, não se preocupou em provar por A mais B a sua existência, apenas fez uma simples e breve declaração, porém, dotada de uma convicção tão certa e indubitável que é impossível derrubá-la. Vejamos a transcrição da declaração do primeiro versículo do primeiro livro da BÍBLIA SAGRADA, Gên¨1:1: “No princípio criou DEUS os céus e a Terra”. Sendo DEUS um ser provável, é possível provar sua existência, não só a partir desta declaração BÍBLICA, mas também, a partir de algumas outras evidências, como verificaremos a seguir. III, 1, PROVAS DA EXISTÊNCIA DE DEUS. Estudaremos algumas provas da existência de DEUS, as quais, hão de estar de acordo com a definição de DEUS, estudada anteriormente. Não iremos, portanto, provar a existência de um DEUS qualquer, porém, O DEUS revelado na BÍBLIA SAGRADA. Para muitas pessoas, provar a existência de DEUS, é coisa desnecessária, porque se DEUS existe, sua existência deve ser patente e indubitável. Porém, façamos uma simples analogia, tomando como base um ser humano desprovido do formidável sentido da visão. A pessoa sem o sentido da visão desconhece, completamente, a luz. Quem vê, prova que a luz existe, mas quem não vê, há de ter uma enorme dose de boa vontade para aceitar a realidade de uma coisa que não pode ser constatada por ele. Por isso, a aceitação das provas da existência de DEUS dependem, e muito, da pessoa que as escuta, já que, cada um é livre para crer e aceitar ou não aquilo que ouve. Entretanto, DEUS existe e é possível provar sua existência, em, pelo menos cinco aspectos. A, PELO UNIVERSO. B, PELA HISTÓRIA UNIVERSAL. C, PELAS PERCEPÇÕES HUMANAS. D, PELA FÉ. E, PELA EXPERIÊNCIA CRISTÃ. Vejamos cada uma em particular. III, 1, A, PROVA DA EXISTÊNCIA DE DEUS ATRAVÉS DO UNIVERSO. Para a existência do universo, há apenas duas alternativas possíveis: a, PRIMEIRA ALTERNATIVA. O universo é produto de uma criação, evolução e direção próprias. DOUTRINA CRISTÃ DE DEUS . 12. b, SEGUNDA ALTERNATIVA. O universo foi criado, é sustentado e dirigido por um ser inteligente e onipotente. Se a primeira opção for provada, o universo estará impossibilitado de nos apresentar qualquer prova

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da existência de DEUS. Porém, se a primeira opção não puder ser provada, há razões suficientes para procurarmos no universo provas da existência de um ser, totalmente, poderoso e inteligente, para o qual nos renderemos em reconhecimento da sua total capacidade para CRIAR, SUSTENTAR E DIRIGIR TUDO O QUE HÁ. III, 1, A, a, PRIMEIRA ALTERNATIVA PARA A EXISTÊNCIA DO UNIVERSO. O UNIVERSO COMO PRODUTO DE UMA CRIAÇÃO, EVOLUÇÃO E DIREÇÃO PRÓPRIAS. A ciência concluiu que há noventa e dois elementos na natureza (hoje há mais, porém, além dos noventa e dois, são todos artificiais), os quais, combinados na imensidão das possibilidades e em variadas quantidades, possibilitam a existência de tudo o que há, no mundo físico. Imaginemos os noventa e dois elementos coexistindo irracionalmente. Apesar da sua irracionalidade, combinaram-se entre si, e construíram (para não multiplicar a, possível, confusão da nossa mente pensando no universo) o planeta Terra, com todos os materiais que o constitui. Além das matérias do planeta Terra, esses noventa e dois elementos, irracionais, da natureza, também criaram os seres vivos, quais sejam, as plantas de toda a espécie, os animais de toda a espécie e o ser humano. Notemos que, se aceitarmos esta primeira possibilidade da existência do universo, somos forçados a aceitar que esses noventa e dois elementos irracionais, tiveram a capacidade de produzir (no caso do ser humano) um ser inteligente, afeiçoado e voluntarioso, que tem os poderes de pensar, sentir, querer, consciência própria e direção própria. Aceitar esta hipótese é aceitar: 01, Que DEUS, O CRIADOR, não existe (ateísmo). 02, Que os noventa e dois elementos primários são eternos e criadores por acaso. 03, Que o ser humano (sem contar com tudo o que mais existe, apenas na Terra) foi criado pelo acaso, ou seja, é um produto ocasionado pela junção indiscriminada desses noventa e dois elementos primários, brutos, ignorantes e impensantes. 04, Que a coisa criada (pelo menos, no caso do ser humano) é infinitamente superior ao que a criou. III, 1, A, b, SEGUNDA ALTERNATIVA PARA A EXISTÊNCIA DO UNIVERSO. O UNIVERSO FOI CRIADO, É SUSTENTADO E DIRIGIDO POR UM SER INTELIGENTE E ONIPOTENTE (DEUS). DOUTRINA CRISTÃ DE DEUS . 13. Olhemos o universo como algo que passou a existir como resultado da obra do Criador, DEUS, Gên¨1:1; Is¨44:24, 45:7. Admitir que a matéria (os noventa e dois elementos primários) começou a existir, é admitir que foi produzida por algo ou alguém que já existia. Em virtude disso, a matéria é efeito, não causa. Na relação causa efeito, há um aspecto importante a considerar, qual seja: Nem tudo o que a causa tem é encontrado no efeito. Porém, tudo o que é encontrado no efeito, a causa, também, possui. Por isso, a causa é sempre superior ao efeito. Lembramos que na primeira alternativa (pelo menos em relação ao ser humano) acontece o contrário, ou seja, o efeito é maior que a causa. O universo, com sua imensidão e harmonia, as quais, ultrapassam a nossa finita compreensão, demonstram a grandiosidade do poder, conhecimento, presença e harmonia do CRIADOR. Portanto, sem entrarmos em mais detalhes, com toda a certeza: O UNIVERSO PROVA A EXISTÊNCIA DE DEUS.

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III, 1, B, PROVA DA EXISTÊNCIA DE DEUS ATRAVÉS DA HISTÓRIA UNIVERSAL. É bem verdade que a idéia correta de DEUS foi perdida na maioria das civilizações mundiais, porém, é importante notar que a idéia de DEUS sempre esteve, e está presente, onde quer que o ser humano seja encontrado. DEUS mandou destruir os povos da Terra prometida, em virtude da sua religiosidade não estar de acordo com a verdade, Êx¨23:23-25. Porém, não há dúvida que tais povos, ainda que erradamente, tentavam atender aos anseios da alma, através da comunhão com DEUS. O povo egípcio, não adorava o DEUS verdadeiro, porém, a história mostra que o serviço da vida religiosa dos egípcios gastava muito mais, recursos financeiros, do que as necessidades da vida cotidiana do povo. A esfinge e as pirâmides egípcias estão aí como, grandiosos, monumentos à religiosidade daquele povo, ou seja, à sua pretensão, ainda que errada de servir ou chegar a DEUS. A arqueologia tem encontrado muitas provas da crença (ainda que de forma errada) do povo babilônico em DEUS. Quanto ao povo israelita, há um fato altamente relevante, qual seja, a história de Israel jamais poderá ser explicada ou entendida, se a dissociarmos da ligação que este povo tinha com DEUS. Levando em consideração todos estes fatos, e muitos outros, que fogem um pouco ao nível básico desta matéria, é impossível que DEUS não exista. DOUTRINA CRISTÃ DE DEUS . www.pastorgilsondeoliveira.com 14. O maior monumento da prova da existência de DEUS, através da história universal, preservado entre a humanidade, é a BÍBLIA SAGRADA, a qual, ao longo dos tempos tem modelado e mudado, sempre para melhor, a natureza de inúmeras e inúmeras pessoas, Prov¨30:5; Luc¨11:28; João¨5:24; 1ªCor¨1:18; 2ªTim¨3:16. Não há dúvida: A HISTÓRIA UNIVERSAL PROVA A EXISTÊNCIA DE DEUS. III, 1, C, PROVA DA EXISTÊNCIA DE DEUS ATRAVÉS DAS PERCEPÇÕES HUMANAS. As percepções humanas acontecem em, pelo menos, três áreas: 01, PERCEPÇÕES DO MUNDO OBJETIVO. 02, PERCEPÇÕES DO MUNDO SUBJETIVO. 03, PERCEPÇÕES DO MUNDO ESPIRITUAL (TAMBÉM, OBJETIVO). Para que haja uma percepção é necessário que haja algo a perceber. Ninguém percebe o que não existe. Pensemos numa coisa que não existe¨! Como foi tal pensamento¨? As percepções do mundo objetivo e as do mundo subjetivo, ninguém coloca dúvida, já que aquelas todos podem ver, estas todos sentem. As percepções do mundo espiritual são mais difíceis de provar, visto que estas poderão acontecer em níveis e aspectos diferentes de pessoa para pessoa. Vejamos o que nos diz o autor do Salmo¨42:1-2, “Assim como o cervo brama pelas correntes das águas, assim suspira a minha alma por ti, ó DEUS! a minha alma tem sede de DEUS, do DEUS vivo”. Vejamos também Davi, Sal¨63:1 “A minha alma tem sede de ti”. É verdade que os salmistas fazem parte do povo de DEUS. Porém, em virtude da realidade do ser humano ter percepções do mundo espiritual, é que são formadas tantas e tantas religiões pelo mundo afora, as quais já foram, rapidamente, consideradas no item anterior. Assim sendo:

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AS PERCEPÇÕES HUMANAS PROVAM A EXISTÊNCIA DE DEUS. III, 1, D, PROVA DA EXISTÊNCIA DE DEUS ATRAVÉS DA FÉ. Fé é confiança, porém, a fé é mais precisa e preciosa, se a tivermos como certeza. Nos relacionamentos humanos, a fé que depositamos em alguém, ou em alguma coisa, pode falhar. DOUTRINA CRISTÃ DE DEUS . 15. Quando alguém crê numa promessa BÍBLICA, mas interpretada ou entendida incorretamente, também, poderá ficar desiludido, contudo, tal desilusão não é causada por falha de DEUS ou da BÍBLIA SAGRADA, mas de quem a entendeu, interpretou, creu e a ensinou, erradamente, 2ªPed¨2:1-22¨(1-3), 3:15-16. Porém, quando depositamos nossa fé em DEUS, baseados em suas revelações registradas na BÍBLIA SAGRADA, jamais seremos enganados ou iludidos, em qualquer tempo, lugar ou situação, Sal¨37:28; 2ªCor¨4:8-9; Heb¨13:5. Quando uma pessoa aceita a JESUS CRISTO como SEU ÚNICO E SUFICIENTE SALVADOR, ou seja, passa a ser filha de DEUS, João¨1:12, é criado um elo inquebrável e interminável entre DEUS e essa pessoa, de tal forma que, JESUS CRISTO a segura na sua mão, a tal ponto que, aconteça o que acontecer, jamais a lançará fora, João¨6:37-40, nem, de forma alguma, permitirá que quem quer que seja a arrebate da sua mão, João¨10:27-30. Esta obra de JESUS CRISTO opera no coração do salvo uma certeza indestrutível, inquebrantável e interminável de forma que o mesmo jamais se arrependerá de ter aceitado a JESUS CRISTO como seu único e suficiente SALVADOR, 2ªCor¨7:10. Para completar vejamos Heb¨11:6. Este versículo nos mostra que, não havendo a FÉ CRISTÃ, é impossível agradar a DEUS. Com absoluta certeza: A VERDADEIRA FÉ CRISTÃ PROVA A EXISTÊNCIA DE DEUS. III, 1, E, PROVA DA EXISTÊNCIA DE DEUS ATRAVÉS DA EXPERIÊNCIA CRISTÃ. Já convertido, ou seja, já regenerado, 2ªCor¨5:17; Tito¨3:5, e transformado em filho de DEUS, João¨1:12, o crente passa a ter experiências da ação de DEUS em sua vida cotidiana, as quais jamais experimentaria caso não houvesse a conversão genuína. Tais experiências, não significam, taxativamente, que haverá, pleno, sucesso intelectual, físico, social, econômico ou financeiro, etc, mas que, principalmente e acima de tudo, haverá submissão à soberana vontade de DEUS, o apóstolo Paulo é um exemplo disto, 2ªCor¨4:8-18; Filip¨4:10-13. Estêvão, também, sofrendo o apedrejamento que o levou à morte, teve uma formidável experiência CRISTÃ com DEUS, At¨6:8-7:60¨(7:54-60). E assim cada crente em JESUS CRISTO tem as suas experiências formidáveis e inesquecíveis com DEUS, as quais provam, ainda que não para os incrédulos, mas, principalmente e acima de tudo, ao menos para si, que DEUS existe, o qual, é muito real em sua vidas. AS EXPERIÊNCIAS DE TODOS OS FILHOS DE DEUS, COM O PAI CELESTIAL, ABSOLUTAMENTE, COMPROVAM A EXISTÊNCIA DE DEUS. DOUTRINA CRISTÃ DE DEUS . 16. III, 2, A ETERNIDADE DE DEUS. Vimos acima algumas provas da existência de DEUS. Porém, a existência de DEUS é, um tanto quanto, diferente de todas as demais coisas e seres existentes no universo. Como já vimos, DEUS é criador de todas as coisas, quer sejam visíveis ou invisíveis, Col¨1:16.

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Uma pergunta, aparentemente, lógica pode aflorar à nossa mente, ou chegar aos nossos ouvidos, qual seja: Quem criou DEUS¨? A resposta pode parecer absurda mas a BÍBLIA SAGRADA nos diz que DEUS é eterno, Gên¨21:33; Deut¨33:27; Is¨40:28; Jer¨10:10. Por ser eterno, DEUS não foi criado. Por ser eterno, DEUS não teve início nem terá fim, Sal¨90:2, 93:2; Is¨57:15; Hab¨1:12, 3:6. Vejamos algumas passagens no livro de Apocalipse que nos esclarecem corretamente acerca da eternidade de DEUS, Apoc¨1:8, 21:6, 22:13. Somente o eterno DEUS pode declarar-se como ALFA E ÔMEGA, PRINCÍPIO E FIM. Para termos uma idéia de princípio e fim sem que haja uma demarcação, olhemos um anel. Quem tiver coragem, determine onde está o começo e onde está o final do anel. Nós não temos essa coragem. Assim é DEUS, é eterno, sempre existiu e sempre há de existir; jamais teve começo e jamais terá fim. IV, ATRIBUTOS DE DEUS. Os atributos de uma pessoa são o conjunto de suas características ou qualidades especiais, as quais as distinguem de todas as demais pessoas. Os atributos de DEUS são o conjunto das suas características ou qualidades, as quais podem ser descortinadas ao longo das páginas da BÍBLIA SAGRADA. Os atributos DIVINOS mais conhecidos estão divididos em duas classes, quais sejam: 1, ATRIBUTOS NATURAIS. 2, ATRIBUTOS MORAIS. Vejamos, cada um em separado. NÃO HÁ COMO DISTINGUIR O INICIO NEM O FINALDOUTRINA CRISTÃ DE DEUS . 17. IV, 1, ATRIBUTOS NATURAIS DE DEUS. Os atributas naturais de DEUS são inerentes apenas, e tão somente, a DEUS, ou seja, são atributos que só DEUS e ninguém ou nada mais os possui. Os atributas naturais de DEUS, referem-se à sua natureza e mostram como Deus é. Os atributos naturais de DEUS são: A, ONIPRESENÇA. B, ONISCIÊNCIA. C, ONIPOTÊNCIA. D, UNIDADE. E, INFINIDADE. F, IMUTABILIDADE. Vejamos cada um em particular. IV, 1, A, ONIPRESENÇA. A onipresença de DEUS é a capacidade que só DEUS possui, qual seja, a de poder estar em todos os lugares, ao mesmo tempo, Deut¨4:39; Sal¨139:3-16; Prov¨15:3; Is¨66:1; Jer¨23:23-24. 01, Porém, DEUS não é matéria, não está na matéria, nem a matéria é DEUS, porque DEUS é ESPÍRITO, João¨4:24; 2ªCor¨3:17. 02, Se DEUS fosse matéria, estivesse na matéria, ou se a matéria fosse DEUS, teríamos que aceitar o (absurdo) panteísmo como verdadeiro. 03, DEUS também, não tem necessidade de encher o universo com a sua presença. Vejamos Gên¨3:8; Is¨57:15; Jer¨23:23-24, por estes versículos, podemos verificar que a onipresença de DEUS não é, nem está, limitada pelo tempo nem pelo espaço, mas que onde houver necessidade da sua presença, lá está DEUS em ação.

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04, Por isso, DEUS é, simultaneamente, imanente e transcendente. Transcendência significa: 01, Qualidade ou estado de transcendente. 02, Em Religião, o conjunto de atributos do Criador que lhe ressaltam a superioridade em relação à criatura. Transcendente entre outros, tem este significado: 01, Que transcende; muito elevado; superior, sublime, excelso. Por isso, DEUS é infinitamente superior a nós, ou seja, está muito acima e além de nós, em essência, poder e majestade. Imanência significa: 01, Qualidade de imanente. DOUTRINA CRISTÃ DE DEUS . 18. Imanente significa: 01, Que existe sempre em um dado objeto e inseparável dele. Mas, a imanência de DEUS não se restringe apenas a esta definição de Aurélio. DEUS não está em nenhuma matéria, muito menos na nossa, além disso, a nossa matéria também não é DEUS. Contudo, DEUS age junto de nós e em nós. Pela capacidade de DEUS ser, ao mesmo tempo, transcendente e imanente, tem a possibilidade de agir a distâncias astronômicas, sem que essa ação longínqua o impeça de agir particular e concomitantemente em cada um ou em todos nós. Vejamos novamente Is¨57:15; Jer¨23:23-24, para gravarmos o real conceito da transcendência e da imanência de DEUS. 01, A transcendência pura é deísmo, o qual ensina que, haveria um DEUS distante e por isso, inalcançável, ou seja, fora do alcance do homem. 02, A imanência pura é panteísmo, o qual ensina que, DEUS está em tudo, é tudo e tudo é DEUS. 03, Por isso, a transcendência de DEUS destrói o panteísmo puro e a sua imanência destrói o deísmo puro. Graças a DEUS porque podemos desfrutar desta gloriosa capacidade DIVINA. IV, 1, B, ONISCIÊNCIA. A onisciência de DEUS é a capacidade que só DEUS tem, qual seja, a capacidade de saber tudo, quanto ao passado, presente e futuro, 1ºReis¨8:39; Sal¨139:1-4; Mat¨6:8; Heb¨4:13; 1ªJoão¨3:20. IV, 1, C, ONIPOTÊNCIA. A onipotência de DEUS é a capacidade que só DEUS possui, qual seja, a capacidade de ter todo o poder (DEUS é Todo-Poderoso), Gên¨17:1; Is¨43:13, 45:7; Sal¨68:14, 91:1; Ez¨1:24; Mat¨19:26; Mar¨14:36; Luc¨1:37; Apoc¨21:22. IV, 1, C, a, ONIPOTÊNCIA MORAL. A onipotência moral de DEUS é a capacidade que só DEUS possui, qual seja, a capacidade de jamais pecar. DEUS não é, nem tentado pelo mal, Tiago¨1:13. Se DEUS cometesse pecado, não seria DEUS. É importante notar que, a ONIPOTÊNCIA de DEUS está sempre voltada para o bem, jamais para o mal, não poderia ser diferente, porque a sua benignidade dura para sempre, Sal¨136:1-26, não poderia ser diferente, visto que DEUS é amor, 1ªJoão¨4:8. DOUTRINA CRISTÃ DE DEUS .

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19. IV, 1, D, UNIDADE. A onipresença, onisciência e onipotência de DEUS nos dão a idéia real da sua unidade. Na sua onipresença, temos a presença de DEUS onde quer que seja. Na sua onisciência, temos o conhecimento total de DEUS acerca de tudo. Na sua onipotência, temos o poder ilimitado DEUS. Somados aos atributos morais que serão estudados daqui a pouco, vemos que. Na sua santidade, temos que, em DEUS não há nada que não seja santo. Na sua justiça, temos que, em DEUS não há nada injusto. No seu amor, temos que, em DEUS não há nada que não seja amor. Com todos os seus atributos, DEUS age uniformemente, de tal forma que, quando no uso de qualquer um de seus atributos, não há neutralização, diminuição ou contradição alguma com todos os demais. A UNIDADE DE DEUS É SEM PARALELO. IV, 1, E, INFINIDADE. A infinidade de DEUS é sua qualidade de ser infinito em: 01, SUA PRESENÇA (ONIPRESENÇA). 02, SEU CONHECIMENTO (ONISCIÊNCIA). 03, SEU PODER (ONIPOTÊNCIA). 04, SUA SANTIDADE. 05, SUA JUSTIÇA. 06, SEU AMOR. Não há, a mais remota, possibilidade de qualquer atributo de DEUS chegar ao fim. IV, 1, F, IMUTABILIDADE. Imutabilidade é a capacidade que só DEUS tem, qual seja, a capacidade de jamais mudar os seus propósitos, Sal¨33:11, 102:27; Rom¨11:29; Heb¨13:8; Tiago¨1:17. Além disso, a lógica nos leva a crer que, com certeza, DEUS jamais deixará de ser onipresente, onisciente, onipotente, santidade, justiça nem amor. Há várias passagens BÍBLICAS que, em virtude de se referirem a arrependimento de DEUS, aparentemente, contradizem a IMUTABILIDADE DE DEUS, Gên¨6:6-7; Êx¨32:14; 1ºSam¨15:11, 35; 2ºSam¨24:16; Sal¨135:14; Jer¨15:6, 18:8, 10, 26:3, 13, 19; 42:10; Ez¨24:14; Joel¨2:13; Amós¨7:3, 6; Jonas¨3:9-10, 4:2; Zac¨8:14. Porém, o arrependimento de DEUS é diferente do arrependimento humano. Quando o homem se arrepende de alguma coisa é porque muda seu modo de pensar por haver feito algo que não devia ter feito. Depois dessa sua mudança, muda seu modo de agir. Já o arrependimento de DEUS acontece apenas no modo de agir. Isto em virtude de DEUS ser, totalmente, justo, por isso, não faz nada errado que necessite de arrependimento semelhante ao do ser humano. DOUTRINA CRISTÃ DE DEUS . 20. IV, 2, ATRIBUTOS MORAIS DE DEUS. Atributos morais, também são encontrados no ser humano, porém, só DEUS os possui, no mais alto grau, ou seja, num grau inatingível e insuperável. Os atributos morais de DEUS mostram seu modo de agir. Os atributos morais de DEUS são: A, SANTIDADE. B, JUSTIÇA (RETIDÃO). C, AMOR.

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Vejamos cada um em separado. IV, 2, A, SANTIDADE. A santidade de DEUS é a capacidade que só DEUS tem, qual seja, a capacidade de ser totalmente SANTO, Lev¨11:44-45, 19:2; 1ªPed¨1:16. DEUS é santíssimo, Is¨6:1-3; Apoc¨4:8. DEUS não peca, João¨8:46; 2ªCor¨5:20-21. DEUS não é tentado pelo mal, Tiago¨1:13. IV, 2, B, JUSTIÇA, (RETIDÃO). A justiça de DEUS é a capacidade que só DEUS tem, qual seja, ser totalmente justo (reto), 2ºCrô¨12:6; Sal¨9:8, 50:6, 119:142; Jer¨33:16; Rom¨1:17. 01, DEUS é sem injustiça, Deut¨32:4. 02, DEUS é juiz justo, Sal¨7:11; Jer¨11:20. 03, DEUS julga o mundo com justiça e os povos com retidão, Sal¨9:8. 04, DEUS tem a sua justiça muito alta, Sal¨71:19. 05, DEUS tem seu trono baseado na justiça e no juízo, Sal¨89:14, 97:2. 06, DEUS não é injusto, Sal¨92:15; Rom¨9:14; Heb¨6:10. 07, DEUS julga o mundo com justiça e o povo com eqüidade, Sal¨98:9. 08, DEUS ama o juízo e faz juízo e justiça, Sal¨99:4. 09, DEUS é detentor de justiça eterna, Sal¨111:3, 119:142; Is¨51:6-8. 10, DEUS é totalmente justo, Sal¨145:17. 11, DEUS justo e SALVADOR não há além de mim, diz DEUS, Is¨45:21. 12, DEUS faz seu julgamento segundo a verdade, Rom¨2:2. 13, DEUS, pela sua justiça, condena todo o pecado com a morte, Rom¨6:23. DOUTRINA CRISTÃ DE DEUS . 21. IV, 2, C, AMOR. O amor de DEUS é a capacidade que só DEUS tem, qual seja, a capacidade de ser totalmente amor, João¨3:16. Em Rom¨5:8 temos uma clara demonstração do amor de DEUS. DEUS é amor, 1ªJoão¨4:8,16. V, A SOBERANIA DE DEUS. Pela sua natureza, caráter, criação, relacionamento com o universo e atributos, concluímos, sem dificuldade, que a soberania de DEUS não é como a soberania humana, mas extremamente superior, visto que, sua autoridade ultrapassa a tudo e a todos, pois não há nada, do que veio à existência, que não lhe esteja sujeito, quer seja no aspecto material e visível ao ser humano, quer no invisível e imaterial, 1ºCrô¨29:11; 1ªPed¨3:22. V, 1, CARACTERÍSTICAS DA SOBERANIA DE DEUS. A soberania da DEUS tem basicamente duas características, as quais são: A, SOBERANIA UNIVERSAL. B, SOBERANIA ABSOLUTA, TOTAL E COMPLETA. Vejamos cada uma destas em separado. V, 1, A, A SOBERANIA UNIVERSAL DE DEUS. A soberania de DEUS se sobrepõe a todas as coisas que, em virtude da sua vontade, foram trazidas à existência. A soberania de DEUS abrange a totalidade da imensidão do universo, com suas medidas astronômicas e com tudo o que este contém, Deut¨4:39; 1ºCrô¨29:10-12; Sal¨103:19 V, 1, B, A SOBERANIA ABSOLUTA, TOTAL, COMPLETA E PERPÉTUA DE

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DEUS. Além de universal, a soberania de DEUS é absoluta, total, completa e perpétua, sobre tudo o que criou, Sal¨45:6, 103:19, 145:13; Dan¨4:1-3, 34; Heb¨1:8; 2ªPed¨1:11. Não há, portanto, restrições ou limitações à soberania de DEUS. V, 2, A SOBERANIA DE DEUS EM RELAÇÃO AOS SERES MORAIS, INCLUSIVE O HOMEM; O LIVRE ARBÍTRIO. O homem junto com os anjos são os únicos seres criados por DEUS dotados de inteligência e moral, as quais, são exaltadas porque ambos têm o livre arbítrio, também dado por DEUS. Quanto ao livre arbítrio dos anjos, vejamos 2ªPed¨2:4; Judas¨6. Quanto ao homem, este usa o livre arbítrio, em virtude da sua inteligência, a qual lhe dá condições de discernir e decidir a conduta da sua vida entre o bem e o mal, Gên¨3:1-24. DOUTRINA CRISTÃ DE DEUS . 22. O soberano DEUS dotou o homem com esta capacidade e age, para com o ser humano, de tal forma que não interfere arbitrariamente, nas decisões que o mesmo toma durante a sua vida. Contudo, DEUS exerce a sua soberania sobre o homem, ainda que, de um modo, um tanto quanto, diferente da soberania exercida sobre os demais seres e materiais do universo. Por ocasião da queda de Adão e Eva no pecado, Gên¨3:1-24, o homem morreu espiritualmente em conseqüência da desobediência destes ao, simples, conselho de DEUS, Gên¨2:16-17. Tal desobediência foi provocada pela tentação diabólica, entretanto, foi levada a efeito, porque o ser humano colocou o seu livre arbítrio em ação e usou-o mal. Esta morte espiritual foi uma catástrofe para a humanidade, visto que, separou o homem de DEUS e atingiu a totalidade dos descendentes de Adão e Eva, Rom¨3:23, 5:12. A união entre o homem e DEUS, perdida por ocasião da queda dos nossos primeiros pais, jamais poderia ser recuperada, apenas e tão-somente, pela ação e esforço do ser humano. Porém, compadecido do lamentável estado do ser humano, o soberano DEUS toma a gloriosa iniciativa de tirá-lo do seu estado de perdição. Esta iniciativa é levada a efeito em duas etapas, quais sejam: 01, A proibição do homem comer da árvore da vida, para que não comesse e vivesse eternamente em estado de perdição, ou seja, separado de DEUS, Gên¨3:22-24. Em Apoc¨22:1-2 podemos descobrir a árvore da vida, regada com as águas do rio que sai do trono de DEUS e do CORDEIRO, a qual está reservada a todos os filhos de DEUS. 02, A providencia de DEUS em enviar a pessoa DIVINA DO SEU FILHO, O SENHOR E SALVADOR, JESUS CRISTO, João¨3:16-18. Aliás, JESUS CRISTO é o próprio DEUS que encarnou, que se fez homem, João¨1:14, para concretizar a obra da SALVAÇÃO ETERNA, João¨3:16-18, ou seja, proporcionar ao ser humano a possibilidade de recuperar a vida espiritual perdida por ocasião da queda no pecado, Gên¨3:1-24. Desta forma, a soberania de DEUS é exercida e manifestada sobre o ser humano, porque, por um ato de sua estrita vontade e autoria dá oportunidade ao homem de recuperar o que havia perdido, ou seja a VIDA ETERNA, Mat¨18:11; Luc¨19:10. Portanto, com relação à SALVAÇÃO ETERNA do homem, a soberania de DEUS é exercida, porque; É DEUS, quem toma a iniciativa de salvar o homem, bem como, quem realiza a obra da SALVAÇÃO ETERNA, João¨3:16-18. DOUTRINA CRISTÃ DE DEUS . 23. VI, DEUS E O MAL. Como já vimos, DEUS é criador de tudo, Is¨44:24, inclusive do mal, Is¨45:7.

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Segundo historiadores, a palavra certa do verbo em hebraico BARA pode significar tanto criar como cortar, então podemos entender que Deus pode não ter criado o mal, mas sim cortado. Já no Éden estava a árvore do conhecimento do bem e do mal, Gên¨2:9. Segundo Aurélio, entre outros significados, mal significa: 01, Aquilo que é nocivo, prejudicial, mau; aquilo que prejudica ou fere. 02, Aquilo que se opõe ao bem, à virtude, à probidade, à honra. Alguém poderá afirmar: Se DEUS criou o mal é porque não é bom como afirmam que é. Porém, isso é uma inverdade, porque a existência do mal não é problema. O problema é o uso do mal. Uma droga mortífera só mata quem a usa de forma, fatalmente, inconveniente. No que concerne ao ser humano, este só viu a força do mal após a desobediência, Gên¨3:1-7, à ordem que DEUS havia dado, Gên¨2:15-17. Cremos que, se Adão não houvesse desobedecido a DEUS, no momento certo chegaria o tempo em que teria o conhecimento correto do bem e do mal, de tal forma que tal conhecimento ser-lhe-ia muito útil. Quase sempre, o que acontece antes da hora certa é mau, só um exemplo, a rosa é uma linda flor, porém, se alguém forçá-la a abrir-se enquanto é botão, trará danos fatais ao que seria uma bela e perfumada rosa. Assim sendo, o que prejudicou o ser humano, não foi a existência do mal que havia sido criado, soberanamente, por DEUS. O que prejudicou Adão foi seu abuso em usar aquilo que DEUS criara, mas que, por uma ordem sua, estava vedado ao uso. Em termos humanos, o mal é relativo, porque, muitas vezes o que é um mal para certa pessoa, pode ser um bem para outro alguém, novamente, apenas um exemplo, a doença é um mal para o enfermo, porém, para o médico, o fabricante de remédios e seus funcionários, farmácia e seus funcionários é um bem, já que, estes vivem em virtude das enfermidades. Este seria o pensamento ao qual todos usariam, porém Deus é bom em todo o tempo Ele é bom. VII ALGUNS NOMES DE DEUS, NA BÍBLIA SAGRADA. Nas páginas da BÍBLIA SAGRADA (nas línguas originais) nos deparamos com vários nomes pelos quais DEUS é conhecido. É bom saber que no Antigo Testamento os nomes próprios, costumam descrever o caráter da pessoa que os possui. Os nomes atribuídos a DEUS também têm esta característica. Vejamos alguns nomes, usados na BÍBLIA SAGRADA, atribuídos a DEUS: 1, EL. Talvez seja o nome mais antigo e geral dado a DEUS. DOUTRINA CRISTÃ DE DEUS . 24. Este nome, também era usado para deuses pagãos. Este nome, dá a idéia de, “aquele que vai adiante, começa, ou seja, cria as coisas”. Dá também a idéia de, o forte, o poderoso. Partindo desse nome simples, temos algumas composições, vejamos. 1, A, ELOAH. Este nome, é singular e significa, aquele a quem pertence todo o poder; o plural de ELOAH é ELOHIM. Na forma plural, é encontrado na BÍBLIA SAGRADA, cerca de 2.500 vezes. Este nome, é traduzido por DEUS. 1, B, EL SHADDAY. Este nome, significa: DEUS ONIPOTENTE, ou seja, TODO PODEROSO, Gên¨17:1. 1, C, EL EYON.

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O DEUS ALTÍSSIMO, Gên¨14:19. 1, D, EL OLAM. O DEUS ETERNO, Gên¨21:33. 2, JAVÉ OU JEOVÁ. Aparece mais de 6.000 vezes no ANTIGO TESTAMENTO. Era o nome mais dado a DEUS e apenas a DEUS, o SANTO de ISRAEL. Este nome aparece nas nossas BÍBLIAS, ou seja, nas traduzidas em língua portuguesa, com as seguintes traduções: 01, SENHOR. 02, O DEUS ETERNO. 03, EU SOU. A exemplo do nome El, também, o nome JEOVÁ pode ser composto, agregando-se a ele outros nomes, os quais atribuem a DEUS algo relativo à sua pessoa, como podemos ver a seguir. 2, A, JEOVÁ JIRÉ. O SENHOR PROVERÁ, Gên¨22:14. 2, B, JEOVÁ NISSI. O SENHOR É MINHA BANDEIRA, Êx¨17:15. DOUTRINA CRISTà DE DEUS . 25. 3, ADONAI. Este nome geralmente mostra DEUS, como grande ajudador em tempo de necessidade. Josué, deu o nome de ADONAI A DEUS, após a derrota do povo Israelita em Ai, Josué¨7:9. 4, KÚRIOS. Esta é uma palavra grega, equivalente à palavra hebraica ADONAI. Esta palavra é traduzida por SENHOR, com referência a JESUS CRISTO. Tanto ADONAI, no ANTIGO TESTAMENTO, como KÚRIOS, no NOVO TESTAMENTO, são palavras tidas como equivalentes a JEOVÁ. CONCLUSÃO. Finalizamos este estudo sobre DEUS. Reconhecemos a brevidade, entretanto, cremos que, mesmo sucinto, nos servirá de base para o fortalecimento da nossa fé, bem como, de parâmetro, para os demais estudos doutrinários ou sobre os mais variados assuntos, quer sejam BÍBLICOS ou não, onde poderemos compara o pensamento e a fé das pessoas que nos rodeiam quando conosco abordarem temas, tais como a majestade, poder, glória, santidade, amor, bondade de DEUS, SALVAÇÃO ETERNA, etc. DOUTRINA CRISTà DE DEUS 26. BIBLIOGRAFIA. 01, BÍBLIA SAGRADA. Tradução, Almeida, João Ferreira de. Edição corrigida e revisada fiel ao texto original. Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil, 1.994, 1.995, São Paulo, SP, Brasil. 02, CONCISO DICIONÁRIO DE TEOLOGIA CRISTÃ. Erickson, Millard J. JUERP, 1.991, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. 03, DICIONÁRIO DA BÍBLIA.

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Davis, John D. JUERP, 7a Edição, 1.980, Rio de Janeiro, RJ. 04, DOUTRINAS 1. Novas Edições Líderes Evangélicos. 1a Edição, 1.979, São Paulo, SP, Brasil. 05, ESBOÇO DE TEOLOGIA SISTEMÁTICA. Langston, A. B. JUERP, 8a Edição, 1.986, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. 06, MINIDICIONÁRIO AURÉLIO. Ferreira, Aurélio Buarque de Holanda. Editora Nova Fronteira, 1a edição, 6a impressão, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. 07, O PENTATEUCO E SUA CONTEMPORANEIDADE. Coelho Filho, Isaltino Gomes. JUERP, 2.000, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

QUESTIONÁRIO PARA APRENDIZADO

1. O QUE É TEOLOGIA? 2. EXPLIQUE A IMPORTÂNCIA DA DOUTRINA CRISTÃ: 3. CITAR 3 PASSAGENS BÍBLICAS QUE COMPROVAM A IMPORTANCIA DA

DOUTRINA CRISTÃ: 4. CONFORME O ESTUDO TENTE DEFINIR DEUS: 5. COMO VOCÊ ENTENDE DEUS A PARTIR DA DEFINIÇÃO DO TEÓLOGO A. B.

LANGSTON. 6. QUAIS OS ÓRGÃOS QUE FAZEM PARTE DO CORPO HUMANO, AS QUAIS

APARENTEMENTE, PELA BÍBLIA, TAMBÉM FAZEM PARTE DA NATUREZA DIVINA.

7. DESCREVA TEOFANIA E EPIFANIA: 8. DESCREVA O CARÁTER DE DEUS: 9. DEFINA A EXISTÊNCIA DE DEUS E SUAS REFÊRENCIAS BÍBLICAS: 10. COMO AS PERCEPÇÕES HUMANAS PROVAM A EXISTÊNCIA DE DEUS? 11. CITE 7 DAS EXPERIÊNCIAS DE TODOS OS FILHOS DE DEUS, COM O PAI

CELESTIAL, QUE ABSOLUTAMENTE, COMPROVAM A EXISTÊNCIA DE DEUS: 12. DEFINA O QUE SÃO ATRIBUTOS E DESCREVA OS ATRIBUTOS NATURAIS DE

DEUS: 13. DESCREVA DEUS E O MAL: 14. DESCREVA OS NOMES DE DEUS E SEUS SIGNIFICADOS:

Estude com fé depois de ter terminado os seus estudos, envie seu questionário com as respostas devidas para o endereço de e-mail: [email protected] , se assim quiser, logo após respondido e corrigido o questionário, enviaremos a prova e alcançando media acima de 7,5, em cada módulo, você receberá seu histórico e certificado.

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A DOUTRINA DA BÍBLIA - BIBLIOLOGIA

A Bíblia

Bíblia é uma palavra de origem grega que significa "livros". Daí que se deu o título Bíblia à coleção dos livros que, sendo de diversas origens, extensão e conteúdo, estão essencialmente unidos pelo significado religioso que têm para o povo de Israel e para todo o mundo cristão: unidade e diversidade que não se opõem entre si, mas que se complementam para dar à Bíblia o seu especialíssimo caráter. Diversidade de designações: Desde tempos remotos, este livro sem igual tem sido conhecido com diferentes designações. Assim, os judeus, para os quais a Bíblia somente consta da parte que os cristãos conhecem como o Antigo Testamento refere-se a ela como Lei, Profetas e Escritos (cf. Lc 24.44), termos representativos de cada um dos blocos em que, para o Judaísmo, se divide o texto bíblico transmitido na língua hebraica: a) Lei (hebr. torah), que compreende os cinco primeiros livros da Bíblia: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números, Deuteronômio b) Profetas (hebr. nebiim), agrupados em: Profetas anteriores: Josué, Juízes, 1 e 2Samuel, 1 e 2Reis; Profetas posteriores: Isaías, Jeremias, Ezequiel, Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias, Malaquias c) Escritos (hebr. ketubim): Jó, Salmos, Provérbios, Rute, Cântico dos Cânticos, Eclesiastes, Lamentações, Ester, Daniel, Esdras, Neemias, 1 e 2Crônicas. O título referido, Lei, Profetas e Escritos, aparece reduzido em ocasiões como a Lei e os Profetas (cf. Mt 5.17) ou, de modo mais singelo, a Lei (cf. Jo 10.34). No Cristianismo, com a incorporação dos livros do Novo Testamento e justamente a partir da maneira que ali são citadas passagem do Antigo é comum referir-se à Bíblia como as Sagradas Escrituras ou, de forma alternativa, como a Sagrada Escritura, as Escrituras ou a Escritura (cf. Mt 21.42; Jo 5.39; Rm 1.2). Freqüentemente, com essa última designação mais breve, faz-se referência a alguma passagem bíblica concreta (cf. Mc 12.10; Jo 19.24). As locuções Antigo Testamento e Novo Testamento, respectivamente, no seu sentido de títulos respectivos da primeira e da segunda parte da Bíblia, começaram a ser utilizadas entre os cristãos no final do séc. II d.C. com base em textos como 2Co 3.14. A palavra "testamento" representa aqui a aliança ou pacto que Deus estabelece com o seu povo: em primeiro lugar, a aliança com Israel (cf. Êx 24.8; Sl 106.45); depois, a nova aliança anunciada pelos profetas e selada com o sangue de Jesus Cristo (cf. Jr 31.31-34; Mt 26.28; Hb 10.29). Classificação dos livros da Bíblia:

Os livros da Bíblia nem sempre são classificados na mesma ordem. Ainda hoje aparecem dispostos de maneiras distintas, seguindo para isso os critérios sustentados a esse respeito por diferentes tradições. A versão de João Ferreira de Almeida, em todas as suas edições, tem-se sujeitado à norma de ordenar os livros de acordo com o seu caráter e conteúdo, na seguinte forma:

ANTIGO TESTAMENTO:

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a) Literatura histórico-narrativa: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números, Deuteronômio, Josué, Juízes, Rute, 1 e 2Samuel, 1 e 2Reis, 1 e 2Crônicas, Esdras, Neemias, Ester b) Literatura poética e sapiencial (ou de sabedoria): Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes, Cântico dos Cânticos c) Literatura profética: Profetas maiores: Isaías, Jeremias, Lamentações, Ezequiel, Daniel Profetas menores: Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias, Malaquias. NOVO TESTAMENTO: a) Literatura histórico-narrativa: Evangelhos: Mateus, Marcos, Lucas, João Atos dos Apóstolos b) Literatura epistolar: Epístolas paulinas: Romanos, 1 e 2Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, 1 e 2Tessalonicenses, 1 e 2Timóteo, Tito, Filemom Epístola aos Hebreus: Hebreus Epístolas universais: Tiago, 1 e 2Pedro, 1, 2 e 3João, Judas c) Literatura apocalíptica: Apocalipse (ou Revelação) de João A formação da Bíblia Para compreender os distintos aspectos do processo de formação deste conjunto de livros que chamamos de Bíblia, é necessário atentar para o fato básico da sua divisão em duas grandes partes indissoluvelmente vinculadas entre si por razões culturais e espirituais: o Antigo Testamento e o Novo Testamento. O Antigo Testamento recolhe e transmite a experiência religiosa do povo israelita desde as suas origens até a vinda de Jesus Cristo. Os livros que o compõem são o testemunho permanente da fé Israelita no único e verdadeiro Deus, Criador do universo. É o Deus que quis revelar-se de maneira especial na história do seu povo, guiando-o com a sua Lei, beneficiando-o com a aliança da sua graça e fazendo-o objeto das suas promessas. Passo a passo, Deus converteu o seu povo numa nação unida pela fé, sustentou-a e, em todo tempo, mostrou o caminho da justiça e santidade que devia seguir para que não perdesse a sua identidade como povo escolhido. Assim, o Antigo Testamento documenta a história de Israel desde a perspectiva do sentimento religioso, mantém viva a expressão de adoração da sua fé através do culto e recolhe as instruções dos seus profetas e as inspiradas reflexões dos seus sábios e poetas. O Novo Testamento é a referência definitiva da fé cristã. Nele, se encontram consignados os acontecimentos que deram origem à Igreja de Jesus Cristo, o Filho eterno de Deus. Os Evangelhos narram o nascimento de Jesus no tempo do rei Herodes, os seus atos e ensinamentos, a sua morte numa cruz por ordem de Pôncio Pilatos, governador da Judéia, e a sua ressurreição, depois da qual manifestou-se vivo àqueles que havia antes escolhido para que anunciassem a mensagem universal da salvação. Está também no Novo Testamento o relato dos primeiros movimentos de expansão da fé cristã, como viveram e atuaram os primeiros discípulos e apóstolos, como nasceram e se desenvolveram as primeiras comunidades e como o Espírito Santo impulsionou os cristãos de então a

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darem testemunho da sua esperança em Jesus Cristo para todas as raças, nações e culturas. O processo de redigir, selecionar e compilar os textos da Bíblia prolongou-se pelo espaço de muitos séculos. Com o decorrer dos anos, foram desaparecendo os dados relativos à origem de grande parte dos livros, isto é, o momento em que os relatos e ensinamentos foram fixados por escrito, os quais até então e talvez durante muitas gerações tinham sido transmitidos oralmente. Por outro lado, nesse longo e complexo processo de formação, é muito difícil e até mesmo impossível fixar os autores. Isso ocorre especialmente nos casos em que foram vários redatores que escreveram textos, os quais, posteriormente, foram compilados num único livro ou quando também, na composição da literatura bíblica, são utilizados ou incluídos documentos da época (p. ex., Nm 21.14; Js 10.13; Jd 14-15). Valor religioso da Bíblia A Bíblia é, sem dúvida, um dos mais apreciados legados literários da humanidade. Contudo, o seu verdadeiro valor não se firma de maneira substancial no fato literário. A riqueza da Bíblia consiste no caráter essencialmente religioso da sua mensagem, que a transforma no livro sagrado por excelência, tanto para o povo de Israel quanto para a Igreja cristã. Nessa coleção de livros, a Lei se apresenta como uma ordenação divina (Êx 20; Sl 119), os Profetas têm a consciência de serem portadores de mensagens da parte de Deus (Is 6; Jr 1.2; Ez 2-3) e os Escritos ensinam que a verdadeira sabedoria encontra em Deus a sua origem (Pv 8.22-31). Esses valores religiosos aparecem não só no título de Sagradas Escrituras, mas também na forma que Jesus e, em geral, os autores do Novo Testamento se referem ao Antigo, isto é, aos textos bíblicos escritos em épocas precedentes. Isso ocorre, p. ex., quando lemos que Deus fala por meio dos profetas ou por meio de algum dos outros livros (cf. Mt 1.22; 2.15; Rm 1.2; 1Co 9.9) ou quando os profetas aparecem como aquelas pessoas mediante as quais "se diz" algo ou "se anuncia" algum acontecimento, forma hebraica de expressar que é o próprio Deus quem diz ou anuncia (cf. Mt 2.17; 3.3; 4.14); também quando se afirma a permanente autoridade das Escrituras (Mt 5.17-18; Jo 10.35; At 23.5), ou quando as relaciona especialmente com a ação do Espírito Santo (cf. At 1.16; 28.25). Formas magistrais de expressar a convicção comum a todos os cristãos em relação ao valor das Escrituras são encontradas em passagens como 2Tm 3.15-17 e 2Pe 1.19-21. A Igreja cristã, desde as suas origens, tem descoberto na mensagem do evangelho o mesmo valor da palavra de Deus e a mesma autoridade do Antigo Testamento (Mc 16.15-16, Lc 1.1-4, Jo 20.31, 1Ts 2.13). Por isso, em 2Pe 3.16, se equiparam as epístolas de "nosso amado irmão Paulo" (v. 15) às "demais Escrituras". Gradativamente, a partir do séc. II d.C., foi sendo reconhecida aos 27 livros que formam o Novo Testamento a sua categoria de livros sagrados e, em conseqüência, a plenitude da sua autoridade definitiva e o seu valor religioso. Tal reconhecimento, que implica o próprio tempo da presença, direção e inspiração do Espírito Santo na formação das Escrituras, não descarta, em absoluto, a atividade física e criativa das pessoas que redigiram os textos. Elas mesmas se referem a essa atividade em diversas ocasiões (Ec 1.13, Lc 1.1-4, 1Co 15.1-3,11, Gl 6.11). A presença de numerosos autores materiais é, precisamente, a causa da extraordinária riqueza de línguas, estilos, gêneros literários, conceitos culturais e reflexões teológicas que caracterizam a Bíblia.

ORIGEM DA BÍBLIA

OS ORIGINAIS Grego, hebraico e aramaico foram os idiomas utilizados para escrever os originais das Escrituras Sagradas.

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O Antigo Testamento foi escrito em hebraico. Apenas alguns poucos textos foram escritos em aramaico. O Novo Testamento foi escrito originalmente em grego, que era a língua mais utilizada na época. Os originais da Bíblia são a base para a elaboração de uma tradução confiável das Escrituras. Porém, não existe nenhuma versão original de manuscrito da Bíblia, mas sim cópias de cópias de cópias. Todos os autógrafos, isto é, os livros originais, como foram escritos pelos seus autores, se perderam. As edições do Antigo Testamento hebraico e do Novo Testamento grego se baseiam nas melhores e mais antigas cópias que existem e que foram encontradas graças às descobertas arqueológicas. Para a tradução do Antigo Testamento, a Comissão de Tradução da SBB usa a Bíblia Stuttgartensia, publicada pela Sociedade Bíblica Alemã. Já para o Novo Testamento é utilizado The Greek New Testament, editado pelas Sociedades Bíblicas Unidas. Essas são as melhores edições dos textos hebraicos e gregos que existem hoje, disponíveis para tradutores. O ANTIGO TESTAMENTO EM HEBRAICO Muitos séculos antes de Cristo, escribas, sacerdotes, profetas, reis e poetas do povo hebreu mantiveram registros de sua história e de seu relacionamento com Deus. Estes registros tinham grande significado e importância em suas vidas e, por isso, foram copiados muitas e muitas vezes e passados de geração em geração. Com o passar do tempo, esses relatos sagrados foram reunidos em coleções conhecidas por A Lei, Os Profetas e As Escrituras. Esses três grandes conjuntos de livros, em especial o terceiro, não foram finalizados antes do Concílio Judaico de Jamnia, que ocorreu por volta de 95 d.C. A Lei continha os primeiros cinco livros da nossa Bíblia. Já Os Profetas, incluíam Isaías, Jeremias, Ezequiel, os Doze Profetas Menores, Josué, Juízes, 1 e 2 Samuel e 1 e 2 Reis. E As Escrituras reuniam o grande livro de poesia, os Salmos, além de Provérbios, Jó, Ester, Cantares de Salomão, Rute, Lamentações, Eclesiastes, Daniel, Esdras, Neemias e 1 e 2 Crônicas. Os livros do Antigo Testamento foram escritos em longos pergaminhos confeccionados em pele de cabra e copiados cuidadosamente pelos escribas. Geralmente, cada um desses livros era escrito em um pergaminho separado, embora A Lei freqüentemente fosse copiada em dois grandes pergaminhos. O texto era escrito em hebraico - da direita para a esquerda - e, apenas alguns capítulos, em dialeto aramaico. Hoje se tem conhecimento de que o pergaminho de Isaías é o mais remoto trecho do Antigo Testamento em hebraico. Estima-se que foi escrito durante o Século II a.C. e se assemelha muito ao pergaminho utilizado por Jesus na Sinagoga, em Nazaré. Foi descoberto em 1947, juntamente com outros documentos em uma caverna próxima ao Mar Morto. O NOVO TESTAMENTO EM GREGO Os primeiros manuscritos do Novo Testamento que chegaram até nós são algumas das cartas do Apóstolo Paulo destinadas a pequenos grupos de pessoas de diversos povoados que acreditavam no Evangelho por ele pregado. A formação desses grupos marca o início da igreja cristã. As cartas de Paulo eram recebidas e preservadas com todo o cuidado. Não tardou para que esses manuscritos fossem solicitados por outras pessoas. Dessa forma, começaram a ser largamente copiados e as cartas de Paulo passaram a ter grande circulação. A necessidade de ensinar novos convertidos e o desejo de relatar o testemunho dos primeiros discípulos em relação à vida e aos ensinamentos de Cristo resultaram na escrita dos Evangelhos que, na medida em que as igrejas cresciam e se espalhavam, passaram a ser muito solicitados. Outras cartas, exortações, sermões e manuscritos cristãos similares também começaram a circular. O mais antigo fragmento do Novo Testamento hoje conhecido é um pequeno pedaço de papiro

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escrito no início do Século II d.C. Nele estão contidas algumas palavras de João 18.31-33, além de outras referentes aos versículos 37 e 38. Nos últimos cem anos descobriu-se uma quantidade considerável de papiros contendo o Novo Testamento e o texto em grego do Antigo Testamento. OUTROS MANUSCRITOS Além dos livros que compõem o nosso atual Novo Testamento, havia outros que circularam nos primeiros séculos da era cristã, como as Cartas de Clemente, o Evangelho de Pedro, o Pastor de Hermas, e o Didache (ou Ensinamento dos Doze Apóstolos). Durante muitos anos, embora os evangelhos e as cartas de Paulo fossem aceitos de forma geral, não foi feita nenhuma tentativa de determinar quais dos muitos manuscritos eram realmente autorizados. Entretanto, gradualmente, o julgamento das igrejas, orientado pelo Espírito de Deus, reuniu a coleção das Escrituras que constituíam um relato mais fiel sobre a vida e ensinamentos de Jesus. No Século IV d.C. foi estabelecido entre os concílios das igrejas um acordo comum e o Novo Testamento foi constituído. Os dois manuscritos mais antigos da Bíblia em grego podem ter sido escritos naquela ocasião - o grande Codex Sinaiticus e o Codex Vaticanus. Estes dois inestimáveis manuscritos contêm quase a totalidade da Bíblia em grego. Ao todo temos aproximadamente vinte manuscritos do Novo Testamento escritos nos primeiros cinco séculos. Quando Teodósio proclamou e impôs o cristianismo como única religião oficial no Império Romano no final do Século IV, surgiu uma demanda nova e mais ampla por boas cópias de livros do Novo Testamento. É possível que o grande historiador Eusébio de Cesaréia (263 - 340) tenha conseguido demonstrar ao imperador o quanto os livros dos cristãos já estavam danificados e usados, porque o imperador encomendou 50 cópias para as igrejas de Constantinopla. Provavelmente, esta tenha sido a primeira vez que o Antigo e o Novo Testamento foram apresentados em um único volume, agora denominados Bíblia. HISTÓRIA DAS TRADUÇÕES A Bíblia - o livro mais lido, traduzido e distribuído do mundo -, desde as suas origens, foi considerada sagrada e de grande importância. E, como tal, deveria ser conhecida e compreendida por toda a humanidade. A necessidade de difundir seus ensinamentos através dos tempos e entre os mais variados povos resultou em inúmeras traduções para os mais variados idiomas e dialetos. Hoje é possível encontrar a Bíblia, completa ou em porções, em mais de 2.000 línguas diferentes. A PRIMEIRA TRADUÇÃO Estima-se que a primeira tradução foi elaborada entre 200 a 300 anos antes de Cristo. Como os judeus que viviam no Egito não compreendiam a língua hebraica, o Antigo Testamento foi traduzido para o grego. Porém, não eram apenas os judeus que viviam no estrangeiro que tinham dificuldade de ler o original em hebraico: com o cativeiro da Babilônia, os judeus da Palestina também já não falavam mais o hebraico. Denominada Septuaginta (ou Tradução dos Setenta), esta primeira tradução foi realizada por 70 sábios e contém sete livros que não fazem parte da coleção hebraica; pois não estavam incluídos quando o cânon (ou lista oficial) do Antigo Testamento foi estabelecido por exegetas israelitas no final do Século I d.C. A igreja primitiva geralmente incluía tais livros em sua Bíblia. Eles são chamados apócrifos ou deuterocanônicos e encontram-se presentes nas Bíblias de algumas igrejas. Esta tradução do Antigo Testamento foi utilizada em sinagogas de todas as regiões do Mediterrâneo e representou um instrumento fundamental nos esforços empreendidos pelos primeiros discípulos de Jesus na propagação dos ensinamentos de Deus.

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OUTRAS TRADUÇÕES Outras traduções começaram a ser realizadas por cristãos novos nas línguas copta (Egito), etíope (Etiópia), siríaca (norte da Palestina) e em latim - a mais importante de todas as línguas pela sua ampla utilização no Ocidente. Por haver tantas versões parciais e insatisfatórias em latim, no ano 382 d.C, o bispo de Roma nomeou o grande exegeta Jerônimo para fazer uma tradução oficial das Escrituras. Com o objetivo de realizar uma tradução de qualidade e fiel aos originais, Jerônimo foi à Palestina, onde viveu durante 20 anos. Estudou hebraico com rabinos famosos e examinou todos os manuscritos que conseguiu localizar. Sua tradução tornou-se conhecida como "Vulgata", ou seja, escrita na língua de pessoas comuns ("vulgus"). Embora não tenha sido imediatamente aceita, tornou-se o texto oficial do cristianismo ocidental. Neste formato, a Bíblia difundiu-se por todas as regiões do Mediterrâneo, alcançando até o Norte da Europa. Na Europa, os cristãos entraram em conflito com os invasores godos e hunos, que destruíram uma grande parte da civilização romana. Em mosteiros, nos quais alguns homens se refugiaram da turbulência causada por guerras constantes, o texto bíblico foi preservado por muitos séculos, especialmente a Bíblia em latim na versão de Jerônimo. Não se sabe quando e como a Bíblia chegou até as Ilhas Britânicas. Missionários levaram o evangelho para Irlanda, Escócia e Inglaterra, e não há dúvida de que havia cristãos nos exércitos romanos que lá estiveram no segundo e terceiro séculos. Provavelmente a tradução mais antiga na língua do povo desta região é a do Venerável Bede. Relata-se que, no momento de sua morte, em 735, ele estava ditando uma tradução do Evangelho de João; entretanto, nenhuma de suas traduções chegou até nós. Aos poucos as traduções de passagens e de livros inteiros foram surgindo. AS PRIMEIRAS ESCRITURAS IMPRESSAS Na Alemanha, em meados do Século 15, um ourives chamado Johannes Gutemberg desenvolveu a arte de fundir tipos metálicos móveis. O primeiro livro de grande porte produzido por sua prensa foi a Bíblia em latim. Cópias impressas decoradas a mão passaram a competir com os mais belos manuscritos. Esta nova arte foi utilizada para imprimir Bíblias em seis línguas antes de 1500 - alemão, italiano, francês, tcheco, holandês e catalão; e em outras seis línguas até meados do século 16 - espanhol, dinamarquês, inglês, sueco, húngaro, islandês, polonês e finlandês. Finalmente as Escrituras realmente podiam ser lidas na língua destes povos. Mas essas traduções ainda estavam vinculadas ao texto em latim. No início do século 16, manuscritos de textos em grego e hebraico, preservados nas igrejas orientais, começaram a chegar à Europa ocidental. Havia pessoas eruditas que podiam auxiliar os sacerdotes ocidentais a ler e apreciar tais manuscritos. Uma pessoa de grande destaque durante este novo período de estudo e aprendizado foi Erasmo de Roterdã. Ele passou alguns anos atuando como professor na Universidade de Cambridge, Inglaterra. Em 1516, sua edição do Novo Testamento em grego foi publicada com seu próprio paralelo da tradução em latim. Assim, pela primeira vez estudiosos da Europa ocidental puderam ter acesso ao Novo Testamento na língua original, embora, infelizmente, os manuscritos fornecidos a Erasmo fossem de origem relativamente recente e, portanto, não eram completamente confiáveis. DESCOBERTAS ARQUEOLÓGICAS Várias foram às descobertas arqueológicas que proporcionaram o melhor entendimento das Escrituras Sagradas. Os manuscritos mais antigos que existem de trechos do Antigo Testamento datam de 850 d.C. Existem, porém, partes menores bem mais antigas como o Papiro Nash do

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segundo século da era cristã. Mas sem dúvida a maior descoberta ocorreu em 1947, quando um pastor beduíno, que buscava uma cabra perdida de seu rebanho, encontrou por acaso os Manuscritos do Mar Morto, na região de Jericó. Durante nove anos vários documentos foram encontrados nas cavernas de Qumrân, no Mar Morto, constituindo-se nos mais antigos fragmentos da Bíblia hebraica que se têm notícias. Escondidos ali pela tribo judaica dos essênios no Século I, nos 800 pergaminhos, escritos entre 250 a.C. a 100 d.C., aparecem comentários teológicos e descrições da vida religiosa deste povo, revelando aspectos até então considerados exclusivos do cristianismo. Estes documentos tiveram grande impacto na visão da Bíblia, pois fornecem espantosa confirmação da fidelidade dos textos massoréticos aos originais. O estudo da cerâmica dos jarros e a datação por carbono 14 estabelecem que os documentos foram produzidos entre 168 a.C. e 233 d.C. Destaca-se, entre estes documentos, uma cópia quase completa do livro de Isaías, feita cerca de cem anos antes do nascimento de Cristo. Especialistas compararam o texto dessa cópia com o texto-padrão do Antigo Testamento hebraico (o manuscrito chamado Codex Leningradense, de 1008 d.C.) e descobriram que as diferenças entre ambos eram mínimas. Outros manuscritos também foram encontrados neste mesmo local, como o do profeta Isaías, fragmentos de um texto do profeta Samuel, textos de profetas menores, parte do livro de Levítico e um targum (paráfrase) de Jó. As descobertas arqueológicas, como a dos manuscritos do Mar Morto e outras mais recentes, continuam a fornecer novos dados aos tradutores da Bíblia. Elas têm ajudado a resolver várias questões a respeito de palavras e termos hebraicos e gregos, cujo sentido não era absolutamente claro. Antes disso, os tradutores se baseavam em manuscritos mais "novos", ou seja, em cópias produzidas em datas mais distantes da origem dos textos bíblicos. ORIGEM DO DIA DA BÍBLIA O Dia da Bíblia surgiu em 1549, na Grã-Bretanha, quando o Bispo Cranmer, incluiu no livro de orações do Rei Eduardo VI um dia especial para que a população intercedesse em favor da leitura do Livro Sagrado. A data escolhida foi o segundo domingo do Advento - celebrado nos quatro domingos que antecedem o Natal. Foi assim que o segundo domingo de dezembro tornou-se o Dia da Bíblia. No Brasil, o Dia da Bíblia passou a ser celebrado em 1850, com a chegada, da Europa e dos Estados Unidos, dos primeiros missionários evangélicos que aqui vieram semear a Palavra de Deus. Durante o período do Império, a liberdade religiosa aos cultos protestantes era muito restrita, o que impedia que se manifestassem publicamente. Por volta de 1880, esta situação foi se modificando e o movimento evangélico, juntamente com o Dia da Bíblia, se popularizando. Pouco a pouco, as diversas denominações evangélicas institucionalizaram a tradição do Dia da Bíblia, que ganhou ainda mais força com a fundação da Sociedade Bíblica do Brasil, em junho de 1948. Em dezembro deste mesmo ano, houve uma das primeiras manifestações públicas do Dia da Bíblia, em São Paulo, no Monumento do Ipiranga. Hoje, o dia dedicado às Escrituras Sagradas é comemorado em cerca de 60 países, sendo que em alguns, a data é celebrada no segundo Domingo de setembro, numa referência ao trabalho do tradutor Jerônimo, na Vulgata, conhecida tradução da Bíblia para o latim. As comemorações do segundo domingo de dezembro mobilizam, todos os anos, milhões de cristãos em todo o País.

I. INTRODUÇÃO A) Terminologia: Bíblia - Derivado de biblion, “rolo” ou “livro” (Lc 4.17) Escrituras - Termo usado no Novo Testamento (N.T.) para, os livros sagrados do A.T., que eram

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considerados inspirados por Deus (2Tm 3.16; Rm 3.2). Também é usado no N.T. com referência a outras porções do N.T. (2Pe 3.16) Palavra de Deus - Usada em relação a ambos os testamentos em sua forma escrita (Mt 15.6; Jo 10.35; Hb 4.12) B) Atitudes em Relação à Bíblia: Racionalismo - a. Em sua forma extrema nega a possibilidade de qualquer revelação sobrenatural. b. Em sua forma moderada admite a possibilidade de revelação divina, mas essa revelação fica sujeita ao juízo final da razão humana. Romanismo - A Bíblia é um produto da igreja; por isso a Bíblia não é a autoridade única ou final. Misticismo - A experiência pessoal tem a mesma autoridade da Bíblia. Neo-ortodoxia - A Bíblia é uma testemunha falível da revelação de Deus na Palavra, Cristo. Seitas - A Bíblia e os escritos do líder ou fundador de cada uma possuem igual valor. Ortodoxia - A Bíblia é a nossa única base de autoridade. C) As Maravilhas da Bíblia: 1) Sua formação: levou cerca de 1500 anos. 2) Sua Unidade: Tem cerca de 40 autores, mas é um só livro. 3) Sua Preservação. 4) Seu Assunto. 5) Sua Influência. II. REVELAÇÃO A) Definição: “Um desvendamento; especialmente a comunicação da mensagem divina ao homem” B) Meios de Revelação: 1) Pela Natureza (Rm 1.18-21; Sl 19) 2) Pela Providência (Rm 8.28; At 14.15-17) 3) Pela Preservação do Universo (Cl 1.17) 4) Através de Milagres (Jo 2.11) 5) Por Comunicação Direta (At 22.17-21) 6) Através de Cristo (Jo 1.14) 7) Através da Bíblia (1Jo 5.9-12) III. INSPIRAÇÃO A) Definição:

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Inspiração é a ação supervisionadora de Deus sobre os autores humanos da Bíblia de modo a, usando suas próprias personalidades e estilos, comporem e registrarem sem erro as palavras de Sua revelação ao homem. A Inspiração se aplica apenas aos manuscritos originais (chamados de autógrafos). B) Teorias sobre a Inspiração: 1) Natural - não há qualquer elemento sobrenatural envolvido. A Bíblia foi escrita por homens de grande talento. 2) Mística ou Iluminativa - Os autores bíblicos foram cheios do Espírito como qualquer crente pode ser hoje. 3) Mecânica (ou teoria da ditação) - Os autores bíblicos foram apenas instrumentos passivos nas mãos de Deus como máquinas de escrever com as quais Ele teria escrito. Deve-se admitir que algumas partes da Bíblia foram ditadas (e.g., os Dez mandamentos). 4) Parcial - Somente o não conhecível foi inspirado (e.g., criação, conceitos espirituais) 5) Conceitual - Os conceitos, não as palavras, foram inspirados. 6) Gradual - Os autores bíblicos foram mais inspirados que outros autores humanos. 7) Neo-ortodoxa - Autores humanos só poderiam produzir uma registro falível. 8) Verbal e Plenária - Esta é a verdadeira doutrina e significa que cada palavra (verbal) e todas as palavras (plenária) foram inspiradas no sentido da definição acima. 9) Inspiração Falível - Uma teoria, que vem ganhando popularidade, de que a Bíblia é inspirada mas não isenta de erros. C) Características da Inspiração Verbal e Plenária: 1) A verdadeira doutrina é válida apenas para os manuscritos originais. 2) Ela se estende às próprias palavras. 3) Vê Deus como o superintendente do processo, não ditando aos escritores, mas guiando-os. 4) Inclui a inerrância. D) Provas da Inspiração Verbal e Plenária: 1) 2Tm 3.16. Theopneustos, soprado por Deus. Afirma que Deus é o autor das Escrituras e que estas são o produto de Seu sopro criador. 2) 2Pe 1.20,21. O “como” da inspiração - homens “movidos” (lit., “carregados”) pelo Espírito Santo. 3) Ordens especificas para escrever a Palavra do Senhor (Ex 17.14; Jr 30.2). 4) O uso de citações (Mt 15.4; At 28.25). 5) O uso que Jesus fez do Antigo Testamento (A.T.) (Mt 5.17; Jo 10.35). 6) O N.T. afirma que outras partes do N.T. são Escrituras (1Tm 5.18; 2Pe 3.16). 7) Os escritores estavam conscientes de estarem escrevendo a Palavra de Deus (1Co 2.13; 1Pe 1.11,12) E) Provas de Inerrância: 1) A fidedignidade do caráter de Deus (Jo 17.3; Rm 3.4). 2) O ensino de Cristo (Mt 5.17; Jo 10.35). 3) Os argumentos baseados em uma palavra ou na forma de uma palavra (Gl 3.16, “descendente”; Mt 22.31,32, “sou”).

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IV. CANONICIDADE. A) Considerações fundamentais: 1) A Bíblia é auto-autenticável e os concílios eclesiásticos só reconheceram (não atribuíram) a autoridade inerente nos próprios livros. 2) Deus guiou os concílios de modo que o cânon fosse reconhecido. B) Cânon do Antigo Testamento (A.T.): 1) Alguns afirmam que todos os livros do cânon do A.T. foram reunidos e reconhecidos sob a liderança de Esdras (quinto século a.C.). 2) O N.T. se refere a A.T. como escritura (Mt 23.35; a expressão de Jesus equivaleria dizer hoje “de Gênesis a Malaquias”; cf. Mt 21.42; 22.29). 3) O Sínodo de Jamnia (90 A.D.) Uma reunião de rabinos judeus que reconheceu os livros do A.T. C) Os princípios de Canonicidade dos Livros do Novo Testamento (N.T.): 1) Apostolicidade. O livro foi escrito ou influenciado por algum apóstolos? 2) Conteúdo. O seu caráter espiritual é suficiente? 3) Universalidade. Foi amplamente aceito pela igreja? 4) Inspiração. O livro oferecia prova interna de inspiração? D) A Formação do Cânon do Novo Testamento (N.T.): 1) O período dos apóstolos. Eles reivindicaram autoridade para seus escritos (1Ts 5.27; Cl 4.16). 2) O período pós-apostólico. Todos os livros forma reconhecidos exceto Hebreus, 2 Pedro e 3 João. 3) O Concílio de Cartago, 397, reconheceu como canônicos os 27 livros do N.T.

V. ILUMINAÇÃO A) Em Relação aos Não-Salvos: 1) Sua necessidade (1Co 2.14; 2Co 4.4) 2) O ministério do convencimento do Espírito ( Jo 16.7-11) B) Em Relação ao Crente: 1) Sua necessidade (1C0 2.10-12; 3.2). 2) O ministério do ensino do Espírito (Jo 16.13-15)

VI. INTERPRETAÇÃO A) Princípios de Interpretação: 1) Interpretar histórica e gramaticalmente. 2) Interpretar de acordo com os contextos imediatos e mais amplo. 3) Interpretar em harmonia com toda a Bíblia, comparando Escritura com Escritura.

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B) Divisões Gerais da Bíblia: 1) Antigo Testamento (A.T.): A- Livros históricos: de Gênesis a Ester. B- Livros poéticos: de Jó a Cantares. C- Livros proféticos: de Isaías a Malaquias. 2) Novo Testamento (N.T.): A- Evangelhos: Mateus a João. B- História da Igreja: Atos. C- Epístolas: de Romanos a Judas. D- Profecia: Apocalipse. C) Alianças Bíblicas: Noética (Gn 8.20-22) Abraâmica (Gn 12.1-3) Mosaica (Ex 19.3 - 40.38) Palestiniana (Dt 30) Davídica (2Sm 7.5-17)

Nova Aliança (Jr 31.31-34; Mt 26.28)

QUESTIONÁRIO PARA APRENDIZADO

1. O QUE SIGNIFICA BÍBLIA? 2. COMO É A CLASSIFICAÇÃO DOS LIVROS DA BÍBLIA NA VERSÃO DE JOÃO

FERREIRA DE ALMEIDA? 3. EXPLIQUE O ANTIGO TESTAMENTO PELA FORMAÇÃO DA BÍBLIA: 4. EXPLIQUE O NOVO TESTAMENTO PELA FORMAÇÃO DA BÍBLIA: 5. EXPLIQUE O VALOR RELIGIOSO DA BÍBLIA: 6. QUAIS FORAM OS IDIOMAS UTILIZADOS PARA ESCREVER OS ORIGINAIS DA

BÍBLIA? 7. CONFORME A PÁGINA 4 , QUE MATERIAL FOI UTILIZADO PARA ESCREVER OS

LIVROS DO ANTIGO TESTAMENTO? 8. QUE OUTROS MANUSCRITOS CIRCULARAM NA ERA CRISTÃ? 9. EXPLIQUE A PRIMEIRA TRADUÇÃO: 10. FAÇA UM RESUMO SOBRE OUTRAS TRADUÇÕES: 11. EM QUE ÉPOCA, EM QUE IDIOMA E POR QUEM FORAM AS PRIMEIRAS

ESCRITURAS IMPRESSAS? 12. QUAL FOI A MAIOR DESCOBERTA ARQUEOLÓGICA EM 1947? 13. COMO SURGIU O DIA DA BÍBLIA? 14. SEGUNDO A TERMINOLOGIA, DESCREVA: BÍBLIA, ESCRITURAS E PALAVRA DE

DEUS.

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15. DECSREVA ATITUDES EM RELAÇÃO A BÍBLIA: 16. CITE AS MARAVILHAS DA BÍBLIA: 17. DEFINA REVELAÇÃO E SEUS MEIOS: 18. DEFINA INSPIRAÇÃO E SUAS TEORIAS: 19. O QUE VOCÊ ENTENDE POR INSPIRAÇÃO VERBAL E PLENÁRIA SEGUNDO AS

CARACTERÍSTICAS? 20. DEFINA CANONICIDADE, ILUMINAÇÃO E INTERPRETAÇÃO: 21. QUAIS SÃO AS DIVISÕES GERAIS DA BÍBLIA?

Estude com fé depois de ter terminado os seus estudos, envie seu questionário com as respostas devidas para o endereço de e-mail: [email protected] , se assim quiser, logo após respondido e corrigido o questionário, enviaremos a prova e alcançando media acima de 7,5, em cada módulo, você receberá seu histórico e certificado.

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GEOGRAFIA BÍBLICA Aula 1 INTRODUÇÃO Noções de Geografia Geografia Bíblica é a parte da Geografia Geral que estuda as terras e os povos bíblicos e conduz à História Bíblica

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Definições Geografia é a ciência da superfície da terra. Geografia Bíblica é a ciência das terras identificadas com a história da Bíblia. A Importância da Geografia Bíblica É de muita importância o estudo da geografia bíblica como meio auxiliar no estudo e compreensão da Bíblia. Mensagens e fatos descritos na Bíblia, tido como obscuros tornam-se claros quando estudados à luz

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da geografia bíblica. Deus permitiu a inserção de grande volume dessa matéria na Bíblia. Um exame, mesmo superficial, mostrará que a cada passo, a Bíblia menciona terras, povos, montes, cidades, vales, rios, mares e fenômenos físicos da natureza. O Porquê Dessa Importância ? 1. A Geografia é o palco terreno e humano da revelação Divina. É ela que juntamente com a cronologia, situa a mensagem no tempo e no espaço, quando for o caso. 2. Ela dá cor ao relato sagrado, ao localizar, situar, fixar e documentá-los. Através dela, os acontecimentos históricos tornam-se vívidos e as profecias mais expressivas. 3. O ensino da Bíblia torna-se objetivo e de fácil comunicação quando podemos apontar, mostrar e descrever os locais onde os fatos se desenrolaram. Exemplos: Lc 10.30 ("descia um homem de Jerusalém para Jericó"); 4. As nações vêm de Deus, logo o estudo deste assunto à luz da Bíblia é profícuo sob todos os pontos de vista. Ler Dt 32.8; At 17.26 5. Inumeráveis personagens tomam vida quando estudados à luz da Geografia. Ver as peregrinações de Abraão, Jacó, Moisés e o Êxodo, Davi, Paulo, sem falar em Jesus. Por exemplo: “Enviou Moisés, de Cades, mensageiros ao rei de Edom, a dizer-lhe: Assim diz teu irmão Israel: Bem sabes todo o trabalho que nos tem sobrevindo; como nossos pais desceram ao Egito, e nós no Egito habitamos muito tempo, e como os egípcios nos maltrataram, a nós e a nossos pais; e clamamos ao SENHOR, e ele ouviu a nossa voz, e mandou o Anjo, e nos tirou do Egito. E eis que estamos em Cades, cidade nos confins do teu país. Deixa-nos passar pela tua terra; não o faremos pelo campo, nem pelas vinhas, nem beberemos a água dos poços; iremos pela estrada real; não nos desviaremos para a direita nem para a esquerda, até que passemos pelo teu país. Porém Edom lhe disse: Não passarás por mim, para que não saia eu de espada ao teu encontro. Então, os filhos de Israel lhe disseram: Subiremos pelo caminho trilhado, e, se eu e o meu gado bebermos das tuas águas, pagarei o preço delas; outra coisa não desejo senão passar a pé. Porém ele disse: Não passarás. E saiu-lhe Edom ao encontro, com muita gente e com mão forte. Assim recusou Edom deixar passar a Israel pelo seu país; pelo que Israel se desviou dele

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Passagem de Edom, atual Petra

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“Nasceu-lhe, pois, um filho varão, que há de reger todas as nações com cetro de ferro. E o seu filho foi arrebatado para Deus até ao seu trono. A mulher, porém, fugiu para o deserto, onde lhe havia Deus preparado lugar para que nele a sustentem durante mil duzentos e sessenta dias” (Ap 12:5,6) Fontes de estudo da Geog. Bíblica A Bíblia É a fonte principal. Ela faz menção de inúmeros lugares, fatos, acidentes geográficos, povos, nações, cidades. É evidente que isto merece um cuidadoso estudo. A Bíblia contém capítulos inteiros dedicados ao assunto. Exemplo Gn 10; Js 15-21; Nm 33,34; Ez 45-47. Somente cidades da Palestina Ocidental a Bíblia registra cerca de 600. Não registradas, há inúmeras outras como o prova a arqueologia. Um problema nesse assunto, é o fato de grande número de países, cidades, regiões inteiras e outros elementos geográficos, terem atualmente novos nomes. Exemplos: a antiga Pérsia é hoje o Irã; a Assíria é parte do atual Iraque; a Ásia do Novo Testamento é hoje a Turquia; a Dalmácia do tempo de Paulo (II Tm 4.10) é hoje a Iugoslávia e assim por diante. A Arqueologia Bíblica Esta, tem prestado enorme contribuição para o esclarecimento de dificuldades bíblicas e trazido à tona a história de povos do passado, considerados como lendários, como o caso dos hititas, mitânios e hicsos.

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A arqueologia bíblica teve seu começo em 1811 com as atividades nesse sentido do cidadão inglês Claude James Rich, na Mesopotâmia, quando lá se encontrava cuidando de interesses ingleses. A História Geral Aqui é preciso certa cautela. Muitos manuais hoje em uso no estudo secular estão eivados de erros, por seus autores desconhecerem a Bíblia. Temos vários casos documentados. A Cartografia A ciência dos mapas. Certas editoras especializadas editam atlas e mapas bíblicos, apropriados ao estudo da Geografia Bíblica.

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Aliança entre o Império Romano E Israel

O Mundo Bíblico O mundo bíblico situa-se no atual Oriente Médio e terras do contorno do Mar Mediterrâneo. É ele o berço da raça humana. Mais precisamente a Mesopotâmia, nas planícies entre os rios Tigre e Eufrates. Foi daqui que partiram as primeiras civilizações. Na dispersão das raças após o Dilúvio (Gn caps. 10 e 11):

● Sem povoou o sudoeste da Ásia;

● Cão povoou a África;

● Canaã povoou a península arábica e Jafé povoou a Europa e parte da Ásia Limites do Mundo Bíblico Ao Norte: Da Espanha ao Mar Cáspio A Leste: Do Mar Cáspio ao Mar Arábico (Oceano Índico) Ao Sul: Do Mar Arábico à Líbia. A Oeste: Da Líbia à Espanha.

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Regiões, áreas, países e Acidentes Naturais do mundo bíblico

1. Mesopotâmia Gn 24.10; At 2.9; Dt 23.4. Berço da humanidade A História Geral declara ser o Egito o berço da humanidade, mas a verdade está na Bíblia. Aqui existiu o Éden Adâmico Na Mesopotâmia destacam-se dois países: Babilônia, de capital do mesmo nome. Outros nomes antigos: Caldéia (Ez 11.24); Sinear (Gn 14.1); Súmer. É o sul da Mesopotamia; Assíria, Gn 2.14; 10.11. É o norte da Mesopotâmia. É hoje parte do Iraque. Capital: Nínive, destruída em 607 AC. 2. Arábia Capital: Petra (gr); Sela (heb.) Vai da foz do Nilo ao Golfo Pérsico.

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Aí, Israel peregrinou em demanda de Canaã. A região de Ofir, fornecedora de ouro ficava possivelmente aí (I Rs 9.28). A parte da península do Sinai era chamada Arábia Pétrea. A Lei foi dada aí e o tabernáculo erigido a primeira vez. 3. Pérsia Hoje parte do Irã. Capitais: teve as seguintes, pela ordem: Ecbátana, Pasárgada, Susã, Persépolis. Foi cenário do livro de Ester e parte do livro de Daniel. Aí, primeiramente floresceram os medos. Depois os persas assumiram a liderança. Ver At 2.9. A Média, quando na supremacia tinha por capital Hamadã (entre os gregos Ecbátana.) 4. Elão Hoje incorporado no Irã. Capital: Susã, Gn 14.1; At 2.9. 5. Armênia ou Ararat Cap. 6 de Gênesis. 6. Síria Capital: Damasco, Is 7.8. Seu território não é o mesmo da Síria moderna (At 11.26). Nos dias de Jesus tornara-se sede da província romana, da qual fazia parte a Palestina (Lc 2.2). A capital dessa província era Antioquia. A Síria era na época governada por um legado romano 7. Fenícia Hoje: Líbano, em parte. Cidades principais: Tiro e Sidon. Navegantes famosos. Primitivos exploradores. Fundaram Cartago, na África do Norte (hoje Tunis.) Nosso alfabeto vem dos fenícios, cerca de 1500 AC. Ver Mt 15.21; 11.22; I Rs 9.26-28. 8. Egito É o país mais citado na Bíblia depois de Israel. Em hebraico seu nome é Mizraim, Gn 10.6. Teve várias capitais nos templos bíblicos. Parte do seu futuro, profeticamente falando, está em Ez 29.15. 9. Etiópia A profecia de Sl 68.31 a respeito da Etiópia, teve seu cumprimento a partir de At 8.26-39, quando a fé cristã foi ali introduzida. É país de princípios cristãos até hoje. A Etiópia da Bíblia compreende hoje a Abissínia e a Somália. 10. Líbia Extensa região da África do Norte. Simão, o que ajudou Jesus a levar a cruz, era natural de Cirene - cidade da Líbia, Mt 27.32. Igualmente, no dia de Pentecoste estavam cireneus em Jerusalém, At 2.10.

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11. Ásia A Ásia dos tempos bíblicos nada tinha com o atual continente asiático. Era uma província romana situada na parte ocidental da chamada Ásia menor ou Anatólia. Ler At 6.9; 19.22; 27.2; I Pe 1.1; Ap 1.4,11. Capital dessa província: Éfeso. Toda a região dessa antiga Ásia Menor compreende hoje o território da Turqui 12. Grécia ou Hélade At 20:2 No Antigo Testamento, em hebraico, é Javã ou Iônia (Gn 10.4,5). A maior parte da Grécia Antiga era conhecida pelo nome de Acaia (At 18.12), nome esse derivado dos Aqueus - povo que a habitou. Na época do NT a Grécia era constituída de Estados isolados sob os romanos. Sua capital política era Corinto e não Atenas. Em Corinto residia o procônsul romano 13. Macedônia At 19:21 Ficava ao norte da Grécia. A antiga Macedônia é hoje parte do território de vários países, a saber: norte da Grécia, sul da Bulgária, Iugoslávia, e parte da Turquia. O ministério do apóstolo Paulo ocorreu na Ásia Menor, Grécia e Macedônia, principalmente. A capital da Macedônia era Pella. 14. Ilírico Rm 15:19 Região européia onde Paulo ministrou a Palavra de Deus. É hoje a Albânia e parte da Iugoslávia. A parte principal da Iugoslávia de hoje é a antiga Dalmácia de II Tm 4.10. 15. Itália At 27:1; Hb 13:24 País banhado pelo Mediterrâneo, situado ao sul da Europa. Em Roma, sua capital, foi fundado um diminuto reino em 753 AC, que mais tarde viria a ser senhor absoluto do mundo conhecido - O Império Romano. Para a Itália Paulo viajou e pregou o Evangelho como prisioneiro. 16. Espanha Rm 15:24,28 Segundo os estudiosos da Bíblia, a cidade de Társis mencionada em Jn 1.3; 4.2, ficava ao sul da Espanha, sendo no tempo de Jonas o extremo do mundo conhecido do povo comum. Foi a Espanha grande perseguidora dos cristãos durante a Idade Média, especialmente através dos tribunais da sinistra Inquisição. 17. Israel ou Canaã Gn 15:18 Principal terra da Bíblia. Foi prometida por Deus aos Hebreus (Gn 15:18). É o centro geográfico da terra (Ez 5:5), “a coroa de todas as terras” (Ez 20:15); “terra desejável e a mais formosa das nações” (Jr 3:19); Ocupava, aproximadamente, 31.000 Km2, 1/8 do Estado de São Paulo. “Ora, Agar é o monte Sinai, na Arábia, e corresponde à Jerusalém atual, que está em escravidão com seus filhos” (Gl 4:25).

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Geografia de Israel

Israel (Canaã) Foi prometido por Deus aos hebreus (Gn 15.18; Êx 23.31); É, sob o ponto de vista Divino, o centro geográfico da terra, (Ez 5.5; 38.12b); Melhor terra do mundo (Ez 20.6,15; Jr 3.19; Am 6.1); Se atualmente isto parece contraditório, a palavra profética assegura a sua restauração e esplendor no futuro. A Nação Para que Deus chamou e elegeu a nação israelita? Trazer o Messias ao mundo; produzir e preservar as Escrituras; ser um povo sacerdotal; e difundir o conhecimento do Senhor entre as nações.

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Os judeus seriam um povo destacado dos demais, sem dúvida alguma. Nomes Aplicados à Terra Santa Canaã, Gn 13.12 Terra dos Hebreus, Gn 40.15 Terra do Senhor, Os 9.3 Terra de Israel, I Sm 13.19; Mt 2.20; II Rs 5.2 Terra de Judá, Judéia, Ne 5.14; Is 26.1; Jo 3.22; At 10.39 Terra Formosa, Dn 8.9 Terra Gloriosa, Dn 11.41 Terra da Promessa, Hb 11.9 Terra Santa, Zc 2.12; Israel (modernamente.)

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Dimensões Principais A linha litorânea, de Gaza até Tiro é de cerca de 176 km. De Tiro ao Rio Jordão, 40 km De Gaza ao Mar Morto, 96 km Uma linha reta do Rio Jordão, desde o Monte Hermon ao extremo sul do Mar Morto é de cerca de 240 km. Essa extensão variou com as épocas e situações de sua história. O Clima O tipo de relevo do solo de Israel resulta numa superfície muito variada, com muitas regiões elevadas e baixas, originando por isso toda espécie de climas, desde o tropical, no Jordão, até o de intenso frio no Hermom, a 2.815 metros de altitude. No litoral a temperatura média é de 21 graus. No vale do Jordão ela a 40 graus. Jerusalém oscila entre os 6 graus no inverno a 29 no verão. É por essa variedade de climas que a Palestina presta-se a toda espécie de culturas. A Flora Mais de 1.300 espécies vegetais na região, como:

• Cereais (trigo, cevada, milho);

• Hortaliças (pepinos, cebola, alho);

• Árvores frutíferas (figueira, oliveira, videira);

• Condimentos e aromáticos (incenso, bálsamo);

• Plantas para fins industriais (linho, algodão);

• Árvores do bosque (acácia, cedro, carvalho);

• Plantas de adorno (lírio, rosa);

• Plantas aquáticas (cana, junco);

• Ervas e cardos (sarça, urtiga); Plantas diversas (ervas amargas, mandrágora)

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A Fauna São catalogadas 50 espécies de mamíferos, 42 de invertebrados, 46 de aves e 19 de répteis, peixes e anfíbios, que podem também ser classificados como:

• Selvagens (leão, corça, víbora, raposa);

• Domésticos (ovelha, vaca, camelo);

• Aves (perdiz, galinha, pombo)

• Insetos (abelhas, gafanhotos, formigas);

• Peixes diversos

Montanhas e Planícies de Israel

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As Principais Elevações Na parte ocidental do rio Jordão Monte Hermom (A montanha principal) – Norte de Israel. Altitude de 2.818 m. é a nascente do rio Jordão. Especialistas dizem que foi ali a transfiguração de Jesus.

Monte Tabor - Fica na Galiléia, perto de Nazaré. Altitude: 615 m. Outros especialistas crêm que foi alí ocorreu a transfiguração de Jesus. Dali foi que Baraque desceu para derrotar Sísera.

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Montes Ebal (pedra) e Gerizim - Ficam na Samaria. Montes das maldições e bênçãos. Ali Jesus revelou-se à mulher samaritana

Abaixo á esquerda Monte Carmelo

- Significa "jardim" ou "campo

fértil". Local do duelo espiritual entre

Elias e os profetas de Baal. Elias

provou o Deus de Israel era o

verdadeiro Deus, e não Baal.

Também Davi, Nabal e Abigail

As outras duas figuiras Monte Tabor

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As Principais Elevações Na parte ocidental do rio Jordão Líbano (a montanha branca) – Corre paralelo ao Mar Mediterrâneo, por 170 km. Altitude varia de 1000 a 3000 metros Monte Gilboa (Fonte Borbulhante) - Fica em Samaria. Altitude: 543 m. Ultimo campo de batalha de Saul. Os Principais Montes Em Jerusalém Monte Moriá – (Terra onde o Senhor aparece) Local onde Abraão iria sacrificar Isaque. Nele Salomão construiu o templo de Deus. Hoje está a mesquita do Domo. Monte Sião - O local e o termo Sião são usados de modo diverso na Bíblia. No Sl 133.36 Jerusalém. Em Hb 12.22 e Ap 14.1 é uma referência ao céu. Monte das Oliveiras - Aí, Jesus orou sob grande agonia na noite em que foi traído. Sobre esse monte Jesus descerá quando vier em glória para julgar as nações. Monte Calvário - Pequena elevação fora dos muros de Jerusalém. Fica ao norte, perto da Porta de Damasco. Calvário vem do latim "calvária" - crânio. Em aramaico é Gólgota - crânio, caveira No local, em 1885 o general inglês Charles George Gordon descobriu um túmulo, cujas pesquisas revelaram nunca ter sido o mesmo ocupado continuamente. Passou a ser tido como o de Cristo.

As Principais Elevações Na parte oriental do rio Jordão

● Basã, a 1848 m

● Gileade – lugar onde Labão e Jacó fizeram um

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pacto;

● Pisga – Local onde Moisés avistou a Terra Prometida

● Nebo – Local onde morreu e foi sepultado Moisés

● Abarim – As montanhas de Moabe onde Balaão abençoou Israel

Monte Pisga –

Local onde Moisés avistou a Terra

Prometida

Visão da Terra Prometida, a partir do

Monte

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As Principais Elevações fora dos limites de Israel

● Ararat – na Armênia, com altitude de 5.247 m. Local onde repousou a arca de Noé

● Sinai (Horebe) – fica na Arábia

● Seir – possessão de Esaú, em Edom

● Tauro – Cordilheira atravessada por Paulo e Barnabé – chega a 3.692 m. A terra de Canaã, propriamente dita, se divide em três grandes regiões: 1) Orla marítima 2) Planalto Central 3) Vale do Jordão Definições Planície: grande porção de terreno plano Planalto: grande porção de terreno plano sobre montes ou serras Planícies em Israel Na orla, descendo:

● Acre ou Aco - (Jz 1:31), a partir de Tiro até o Monte Carmelo

● Sarom (bosques) – terras ricas e produtivas, logo abaixo do Carmelo;

● Filístia – A maior extensão - nasce em Jope e vai até Gaza. Tel-Aviv, capital de Israel está nessa planície

Planícies em Israel Planalto Central

● Alta Galiléia - Vai do Líbano até a Síria;

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● Baixa Galiléia – Intermediária, até Samaria

● Jezreel – onde fica o vale de Megido, local da batalha do Armagedom;

● Samaria – onde estão Dotã (José, no poço) e Siquém (Diná, filha de Jacó; a mulher Samaritana)

● Judéia – vai até Berseba

● Negueve – Região árida, seca, extensa

● Vale do Jordão e Mar Morto

● Em cerca de 240 km de extensão, vai de 3000 m. acima do mar a 400 m. abaixo do nível do mar.

● São 3 trechos distintos: Vale do Jordão e Mar Morto 1) Do Hermom ao Mar da Galiléia – abundância de água, clima ameno, ventos suaves, terra boa, muito orvalho; Mais perto do mar da Galiléia forma a planície de Genezaré; 2) Do Mar da Galiléia a Jericó – Desnível de cerca de 100 m. Boas terras, campinas. Forma a Planície de Jericó (Cidade das Palmeiras). Israel acampou nessa planície depois de atravessar o Jordão. Aí o maná cessou e o povo passou a comer dos frutos da terra; 3) de Jericó ao Mar Morto – terra que Ló avistou e cobiçou Planícies da Transjordânia (do outro lado do Jordão) Região montanhosa, com poucas planícies. As principais são: 1) Haura; 2) Galeede (onde Labão e Jacó levantaram memorial); 3) Moabe, terra de Rute Vales de Israel

● Acor – Perturbação – Nome dado por causa de Acã – ao sul de Jericó;

● Aijalom – Vale das Gazelas – 8 km a oeste de Jerusalém – local onde Josué orou e o sol se deteve;

● Beraca – Bênção – onde Deus livrou a Josafá contra a coligação de Amom, Moabe e Edom;

● Cedrom – Negro ou sombrio – Separa Jerusalem do Monte das Oliveiras – Cemitério judeu de um lado e muçulmano de outro;

● Hinom (Geena) – ao sul de Jerusalém, junto à porta do Oleiro Jesus usou com ilustração do inferno (Mc 9:43,44), pois havia fogo ininterrupto nele; O Rei Josias o cobriu com ossos humanos e o tornou imundo; Depois do cativeiro babilônico o vale passou a ser usado para queimar cadáveres de criminosos e animais e também o lixo da cidade.

● Escol – Cacho – Ao sul de Hebrom, de onde os doze espias trouxeram um gigantesco cacho de uvas

● Hebrom – União – 35 km ao sul de Jerusalém. Há também uma cidade do mesmo nome. Ali está também a sepultura de Sara, Abraão, rebeca, Isaque, Lia e Jacó.

● Refaim – local de gigantes. Os valentes de Davi atravessaram esse vale só para buscar água para o rei. Ali Davi venceu os filisteus duas vezes

● Escol – Cacho – Ao sul de Hebrom, de onde os doze espias trouxeram um gigantesco cacho de uvas

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● Hebrom – União – 35 km ao sul de Jerusalém. Há também uma cidade do mesmo nome. Ali está também a sepultura de Sara, Abraão, rebeca, Isaque, Lia e Jacó.

● Refaim – local de gigantes. Os valentes de Davi atravessaram esse vale só para buscar água para o rei. Ali Davi venceu os filisteus duas vezes

Desertos de Israel Deserto, em Israel, nem sempre é sinônimo de região rochosa ou estéril. Pode ser uma região despovoada, onde não se pode cultivar nada, mas com pastos para ovelhas e gado. Situam-se principalmente ao sul e ao oriente da região. Dividem-se em dois grupos: 1) Sur, Sin, Sinai, Parã, Cades, Zin e Berseba – Todos formam um grande e mesmo deserto, ao sul 2) Maon, Zife, Engedi, Tecoa, Jeruel, Jericó, Bete-Avem e Gabaom – formam o deserto de judá, ao oriente Outros apontados na Bíblia são: Iduméia, Moabe, Arábia, Quedeamote, Diblate e Bezer Províncias e Cidades de Israel As Províncias de Israel no Tempo do Novo Testamento 1) A oeste do Rio Jordão: - Judéia (Arquelau e depois, Pôncio Pilatos) - Samaria (Arquelau e depois, Pôncio Pilatos) - Galiléia (Herodes Antipas) 2) A leste do Rio Jordão: - Peréia (Herodes Antipas) - Decápolis (Filipe) As Capitais de Israel Gilgal: No tempo de Josué; Siló: No tempo dos juizes; Gibeá: No tempo do rei Saul; Jerusalém: A partir do rei Davi em diante. Seu primitivo nome foi Salém (Gn 14:18), depois Jebus (Js 18:28) e por fim Jerusalém (Jz 19:10). Nos dias do NT a capital política da Judéia era Cesaréia, e Jerusalém a capital religiosa.

Mispá e Tiberíades, foram capitais por pouco tempo, durante o exílio babilônico e uma revolta em 135 dD.

Jerusalém Fundada pelos hititas (heteus), fica a 21 km a oeste do Mar Morto, e a 51 a leste do Mar Mediterrâneo. Nos tempos bíblicos tinha cinco zonas ou bairros: Ofel, a sudeste; Moriá, a leste; Bezeta, ao norte; Acra, a noroeste; Sião, a sudoeste. Na distribuição da terra de Canaã, Jerusalém ficou situada no território de Benjamim, mas foi conquistada em parte por Judá, mas pertencia de fato a Benjamim. Tinha povo de Judá e Benjamim. É chamada Santa Cidade, em Ne 11.1; Mt 4.5.

A cidade de Jerusalém saindo do jugo romano, caiu em poder dos árabes em 637 AD, e, salvo uns 100 anos durante as Cruzadas, foi sempre cidade muçulmana. Em 1518 os turcos conquistaram-na. Em 1917, os britânicos assumiram o controle, ficando a Palestina depois sob seu mandato por delegação da então Liga das Nações. A partir de 1948 passou a ser cidade soberana (isto é, o setor novo), porém, na Guerra dos Seis Dias

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em 1967, foi reconquistada aos árabes, os quais dela tinham se assenhorado na guerra de 1948. Reedificada sempre sobre suas próprias ruínas, Jerusalém (não Roma) permanece a Cidade Eterna do mundo, símbolo da Nova Jerusalém que se há de estabelecer na consumação dos séculos. Jerusalém será então metrópole mundial. Isso, durante o Milênio, quando estará vestida do seu prometido esplendor, Is 2.3; Zc 8.22; Jr 31.38. Nesse tempo Israel estará à testa das nações. Na Jerusalém de hoje nada pode ver-se da Jerusalém de Davi, de Salomão, de Ezequias, de Neemias e de Herodes. Tudo se acha sepultado sob os escombros de muitos séculos, sob metros e metros de entulho Cidades Importantes de Israel

● Jericó,

● Hebrom,

● Jope,

● Siquém,

● Samaria,

● Cesaréia,

● Cesaréia de Filipe,

● Tiberíades,

● Cafarnaum Cidades Visitadas por Jesus, além de Jerusalém

● Nazaré, Lc 4.16;

● Betânia, Jo 1.28;

● Caná, Jo 2.1;

● Sicar, Jo 4.5;

● Naim, Lc 7.11;

● Cafarnaum, Jo 6.59;

● Betsaida, Jo 12.21;

● Corazim, Mt 11.21;

● Tiro e Sidom, Mt 15.21;

● Cesaréia de Filipe, Mt 16.13;

● Jericó, Lc 19.1;

● Betânia, Jo 11;

● Emaús, Lc 24.13,14

Resumo histórico de Israel até o tempo presente

● Conquistada pelos israelitas sob Josué em 1451-1445 AC.

● Governada por Juízes: 1445-1110 AC.

● Monarquia: 1053-933 AC.

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● Reinos divididos de Judá e Israel: 933-606 AC.

● Sob os babilônicos: 606-536 AC.

● Sob os persas: 536-331 AC.

● Sob os gregos: 331-167 AC.

● Independente sob os Macabeus: 167-63 AC.

● Sob os romanos 63 AC a 634 AD.

● Sob os árabes: 634-1517 AD. Período das Cruzadas: 1095-1187. As Cruzadas foram tentativas do "Cristianismo" para libertar a Palestina das mãos dos muçulmanos árabes. Sob os turcos (Império Otomano): 1517-1914. Os turcos são também muçulmanos, apenas com mais influência oriental. Sob os ingleses, como protetorado, por delegação da Liga das Nações: 1922-1948. Como nação soberana: a partir de 14/5/1948. Nessa data foi proclamado o ESTADO DE ISRAEL, com a estrutura de república democrática. O primeiro governo autônomo em mais de 2.000 anos! De agora em diante cumprir-se-á Am 9:14,15 “Mudarei a sorte do meu povo de Israel; reedificarão as cidades assoladas e nelas habitarão, plantarão vinhas e beberão o seu vinho, farão pomares e lhes comerão o fruto. Plantá-los-ei na sua terra, e, dessa terra que lhes dei, já não serão arrancados, diz o SENHOR, teu Deus” (Amós 9:14,15)

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QUESTIONÁRIO PARA APRENDIZADO

1. O QUE É GEOGRAFIA BÍBLICA E SUAS DEFINIÇÕES? 2. QUAL A IMPORTÂNCIA DA GEOGRAFIA BÍBLICA E O POR QUE DESTA

IMPORTÂNCIA? 3. QUAIS AS FONTES DE ESTUDOS DA GEOGRAFIA BÍBLICA? 4. O QUE TEM FEITO A ARQUEOLOGIA BÍBLICA PARA OS ESTUDOS? 5. ONDE SE SITUA O MUNDO BÍBLICO E QUAIS OS SEUS LIMITES? 6. DEFINA AS REGIÕES, ÁREAS, PAÍSES E ACIDENTES NATURAIS DO MUNDO

BÍBLICO 7. PARA QUE DEUS CHAMOU E ELEGEU A NAÇÃO ISRAELITA E QUAIS OS NOMES

APLICADOS A TERRA SANTA? 8. DESCREVA O CLIMA, A FLORA E A FAUNA: 9. QUAIS AS PRINCIPAIS ELEVAÇÕES NA PARTE OCIDENTAL DO RIO JORDÃO? 10. QUAIS AS PRINCIPAIS ELEVAÇÕES NA PARTE ORIENTAL DO RIO JORDÃO? 11. QUAIS AS PRINCIPAIS ELEVAÇÕES FORA DOS LIMITES DE ISRAEL? 12. EM QUE SE DIVIDE A TERRA DE CANAÃ? 13. DEFINA PLANÍCIE E PLANALTO: 14. DESCREVA AS PLANÍCIES DE ISRAEL: 15. DESCREVA OS VALES DE ISRAEL E OS SEUS DESERTOS: 16. DESCREVA PASSO A PASSO AS CIDADES E PROVÍNCIAS DE ISRAEL: 17. EXPLIQUE O PERÍODO DAS CRUZADAS:

Estude com fé depois de ter terminado os seus estudos, envie seu questionário com as respostas devidas para o endereço de e-mail: [email protected] , se assim quiser, logo após respondido e corrigido o questionário, enviaremos a prova e alcançando media acima de 7,5, em cada módulo, você receberá seu histórico e certificado.

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PANORAMA DO ANTIGO TESTAMENTO

TEXTO E FORMA Antigo Testamento é o nome dado, desde os primórdios do Cristianismo, às escrituras sagradas do povo de Israel, formadas por um conjunto de livros muito diferentes uns dos outros em caráter e gênero literário e pertencente a diversas épocas e autores. O Antigo Testamento ocupa, sem dúvida, um lugar preeminente no quadro geral da importante literatura surgida no Antigo Oriente Médio. No decorrer da sua longa história, egípcios, sumérios, assírios, babilônicos, fenícios, hititas, persas e outros povos da região produziram um importante tesouro de obras literárias, porém nenhuma delas se compara ao Antigo Testamento quanto à riqueza dos temas e beleza de expressão e, muito menos, quanto ao valor religioso. Os gêneros literários do Antigo Testamento Em termos gerais, todos os escritos do Antigo Testamento podem ser incluídos em um ou outro dos dois grandes gêneros literários que são a prosa e a poesia em tudo, uma segunda aproximação permite apreciar a grande diversidade de classes e estilos que, muitas vezes misturados entre si, configuram ambos os gêneros. Quanto à prosa, é o gênero no qual estão escritos textos como os seguintes: a) relatos históricos, presentes sobretudo nos livros de caráter narrativo e que, a partir de Abraão (Gn 11.27-25.11), referem-se ou diretamente ao povo de Israel e aos seus personagens mais significativos ou indiretamente aos povos e nações cuja história está relacionada muito de perto com Israel; b) o relato de Gn 1-3 sobre as origens do mundo e da humanidade, o qual, do ponto de vista literário, merece referência à parte; c) passagens especiais (p. ex., a história dos patriarcas), narrações épicas (p. ex., o êxodo do Egito e a conquista de Canaã), quadros familiares (p. ex., o livro de Rute), profecias (em parte), visões, crônicas oficiais, diálogos, discursos, instruções, exortações e genealogias; d) textos legais e normas de conduta e regulamentação da prática religiosa coletiva e pessoal. Quanto à poesia, o Antigo Testamento oferece vários modelos literários, que podem ser resumidos em: a) cúlticos (p. ex., Salmos e Lamentações); b) proféticos (uma parte muito importante dos textos dos profetas de Israel); c) sapienciais, os quais recolhem reflexões e ensinamentos relativos à vida diária (Provérbios e Eclesiastes) ou que giram em torno de algum problema de caráter teológico (Jó). Autores e tradição De acordo com a sua origem, os livros do Antigo Testamento podem ser classificados em dois grandes grupos. O primeiro é formado pelos escritos que deixam transparecer a atividade criadora do autor e parecem ser marcados pelo selo da sua personalidade. Tal é o caso de boa parte dos textos proféticos, cuja mensagem inicial foi, às vezes, ampliada, chegando, posteriormente, ao seu pleno desenvolvimento em âmbitos onde a inspiração do profeta original se deixava sentir com intensidade. No segundo grupo são incluídos os livros nos quais, não tendo permanecido marcas próprias do autor, foram as tradições que se encarregaram de transmitir a mensagem preservada pelo povo,

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proclamando-a e aplicando-a às circunstâncias próprias de cada tempo novo. A esse grupo pertence uma boa parte da narrativa histórica e da literatura cúltica e sapiencial.

Transmissão do texto A passagem da tradição oral para a escrita chega ao Antigo Testamento num tempo em que o papiro e o pergaminho já estavam em uso como materiais de escrita. Deles se faziam longas tiras que, convenientemente unidas, formavam os chamados "rolos", uma espécie de cilindros de peso e volume às vezes consideráveis. Assim, chegaram até nós os textos do Antigo Testamento (cf. Jr 36), ainda que não nos seus manuscritos hebraicos originais, porque com o tempo todos desapareceram, mas graças à grande quantidade de cópias feitas ao longo de muitos séculos. Dentre elas, as mais antigas que temos pertencem ao séc. I a.C. Foram descobertas em lugares como Qumran, a oeste do mar Morto, algumas em muito bom estado de conservação e outras, muito deterioradas e reduzidas a fragmentos. Das cópias que contêm o texto integral da Bíblia Hebraica, a mais antiga é o Códice de Alepo, que data do séc. X d.C. e é o reflexo da tradição tiberiense. O sistema alfabético utilizado nos primitivos manuscritos hebraicos carecia de vogais: na sua época e de acordo com um uso comum de diversas línguas semíticas, somente as consoantes tinham representação gráfica. Essa peculiaridade era, obviamente, uma fonte de sérios problemas de leitura e interpretação dos escritos bíblicos, cuja unificação realizaram os especialistas judeus do final do séc. I d.C. O trabalho daqueles sábios foi favorecido na última parte do séc. V a.C. pelo desenvolvimento, sobretudo em Tiberíades e Babilônia, de um sistema de leitura que culminou entre os séculos VIII e XI d.C. com a composição do texto chamado "massorético". Nele, fruto do intenso trabalho realizado pelos "massoretas" (ou "transmissores da tradição"), ficou definitivamente fixada a leitura da Bíblia Hebraica através de um complicado conjunto de sinais vocálicos e entonação. Apesar do excelente cuidado que os copistas tiveram para fazer e conservar as cópias do texto bíblico, nem sempre puderam evitar que aqui e ali fossem introduzidas pequenas variantes na escrita. Por isso, a fim de descobrir e avaliar tais variantes, o estudo dos antigos manuscritos implica uma minuciosa tarefa de comparação de textos, não somente entre umas ou outras cópias hebraicas, mas também em antigas traduções para outras línguas: o texto samaritano do Pentateuco (escrita samaritana) as versões gregas, especialmente a LXX (feita em Alexandria entre os séculos III e II a.C. e utilizada freqüentemente pelos escritores do Novo Testamento) as aramaicas (os targumim, versões parafrásticas) as latinas, em especial a Vulgata as siríacas, as coptas ou a armênia. Os resultados desse trabalho de fixação do texto se encontram sintetizados nas edições críticas da Bíblia Hebraica. GEOGRAFIA E RELIGIÃO A Palestina do Antigo Testamento A região onde se desenrolaram os acontecimentos mais importantes registrados no Antigo Testamento está situada na zona imediatamente a leste da bacia do Mediterrâneo. O nome mais antigo dela registrado na Bíblia é "terra de Canaã" (Gn 11.31), substituído posteriormente, entre os israelitas, por "terra de Israel" (1Sm 13.19 Ez 11.17 Mt 2.20). Os gregos e romanos preferiram chamá-la de "Palestina", termo derivado do apelativo "filisteu", pelo qual era conhecido o povo que habitava

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a costa do Mediterrâneo. No tempo em que o Império Romano dominou o país, pelo menos uma região deste recebeu o nome de "Judéia". Durante a maior parte do período monárquico (931-586 a.C.), a terra de Israel esteve dividida em duas: ao sul, o reino de Judá, sendo Jerusalém sua capital e ao norte, o reino de Israel, tendo a cidade de Samaria como capital. As grandes diferenças políticas que separavam ambos os reinos aumentaram ainda mais quando, em 721 a.C., o reino do Norte foi conquistado pelo exército assírio. O território palestino é formado por três grandes faixas paralelas que se estendem do Norte ao Sul. A ocidental, uma planície banhada pelo Mediterrâneo, estreita-se em direção ao Norte, na Galiléia, e depois fica cercada pelo monte Carmelo. Nessa planície se encontravam as antigas cidades de Gaza, Asquelom, Asdode e Jope (atualmente um subúrbio de Tel Aviv) e a Cesaréia romana, de construção mais recente. A faixa central é formada por uma série de montanhas que, desde o Norte, como que se desprendendo da cordilheira do Líbano, descem paralelas pela costa até penetrar no Sul, no deserto de Neguebe. O vale de Jezreel (ou de Esdrelom), entre a Galiléia e Samaria, cortava a cadeia montanhosa, cujas duas alturas máximas estão uma (1.208 m) na Galiléia e a outra (1.020 m), na Judéia. Nessa faixa central do país, encontra-se a cidade de Jerusalém (cerca de 800 m acima do nível do mar) e outras importantes da Judéia, Samaria e Galiléia. A oriente da região montanhosa serpenteia o rio Jordão, o maior rio da Palestina, o qual nasce ao norte da Galiléi

a, no monte Hermom, e caminha em direção ao sul ao longo de 300 km, (pouco mais de 100 km, em linha reta). No seu curso, atravessa o lago Merom e depois o mar ou lago da Galiléia (ou ainda "mar de Tiberíades") e corre por uma depressão que se torna cada vez mais profunda, até desembocar no mar Morto, a 392 m abaixo do nível do Mediterrâneo. Mais além da depressão do Jordão, no seu lado oriental, o terreno torna a elevar-se. Sobretudo na região norte há cumes importantes, como, já fora da Palestina, o monte Hermom, com até 2.758 m de altura. A Palestina é predominantemente seca, desértica em extensas regiões do Leste e Sul do país, com montanhas muito pedregosas e poucos espaços com condições favoráveis para o cultivo. Os terrenos férteis, próprios para a agricultura, encontram-se, sobretudo, na planície de Jezreel, ao norte, no vale do Jordão e nas terras baixas que, ao ocidente, acompanham a costa. As altas temperaturas predominantes se atenuam nas partes elevadas, onde as noites podem chegar a ser frias. As duas estações mais importantes são o inverno e o verão (cf. Gn 8.22 Mt 24.20,32), mas, quanto ao clima, o essencial para os trabalhos agrícolas é a regularidade na chegada das chuvas: as temporãs (entre outubro e novembro) e as serôdias (entre dezembro e janeiro). Armazena-se, então, a água em algibes (ou cisternas), para poder tê-la durante os outros meses do ano. Valorização religiosa do Antigo Testamento No Antigo Testamento, como em toda a Bíblia, é reconhecida, em sua origem, uma autêntica experiência religiosa. Deus se revelou ao povo de Israel na realidade da sua história e fez isso como o único Deus, Criador e Senhor do universo e da história, não se assemelhando a nenhuma outra experiência humana, nem se identificando com alguma imagem feita pelos homens. Deus é o Autor da vida, o Criador da existência de todos os seres e é um Deus salvador, que está sempre ao lado do seu povo, mas que não se deixa manipular por ele que impõe obrigações morais e sociais, que não se deixa subornar, que protege os fracos e ama a justiça. É um Deus que se achega ao povo, especialmente no culto um Deus perdoador, que quer que o pecador viva, porém julga com justiça e castiga a maldade. As idéias e a linguagem do Antigo Testamento transparecem nos escritos do Novo Testamento, em cujo pano de fundo está sempre presente o Deus do Antigo Testamento, o Pai de Jesus Cristo, em quem é revelado, definitivamente, o seu amor e a sua vontade salvadora para todo

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aquele que o recebe pela fé. O Antigo Testamento dá especial atenção ao relacionamento de Deus com Israel, o seu povo escolhido. Um dos mais importantes aspectos desse relacionamento é a Aliança com Israel, mediante a qual Javé se compromete a ser o Deus daquele povo que tomou como a sua possessão particular e dele exigem o cumprimento religioso dos mandamentos e das leis divinas. Assim, a fé comum, as celebrações cúlticas e a observância da Lei são os elementos que configuram a unidade de Israel, uma unidade que se rompe quando se torna infiel ao Deus ao qual pertence. A história de Israel como povo escolhido revela que o mais importante é manter a sua identidade religiosa em meio ao mundo ao seu redor, passo necessário que será dado em direção à mensagem universal que depois, em Jesus Cristo, será proclamada pelo Novo Testamento. Nem todos os aspectos do Antigo Testamento mantêm igual vigência para o cristão. O Antigo Testamento deve ser interpretado à luz da sua máxima instância, que é Jesus Cristo. A projeção histórica e profética do povo de Israel no Antigo Testamento é uma etapa precursora no caminho que conduz à plena revelação divina em Cristo (Hb 1.1-2). Por outro lado, o Novo Testamento é o testemunho de fé de que as promessas feitas por Deus a Israel são cumpridas com a vinda do Messias (cf., p. ex., Mt 1.23 Lc 3.4-6 At 2.16-21 Rm 15.9-12). Por isso, certas instruções absolutamente válidas para o povo judeu deixam de ser igualmente vigentes para o novo povo de Deus, que é a Igreja (cf. At 15 Gl 3.23-29 Cl 2.16-17 Hb 7.11-10.18) e alguns aspectos da lei de Moisés, do culto do Antigo Testamento e da doutrina sobre o destino do ser humano, pessoal e comunitariamente considerado, devem ser interpretados à luz do evangelho de Jesus Cristo, o Filho de Deus. HISTÓRIA E CULTURA A existência de Israel como povo remonta, provavelmente, ao último período do séc. XI a.C. Era o tempo do nascimento da monarquia e da unificação das diversas tribos, que viviam separadas entre si até que, sob o governo do rei Davi, constituiu-se o Estado nacional, com Jerusalém por capital. Até chegar a esse momento, a formação do povo havia sido lenta e difícil, mesclada freqüentemente com a história das mais antigas civilizações que floresceram no Egito, às margens do Nilo e na Mesopotâmia, nas terras regadas pelo Tigre e o Eufrates. As fontes extrabíblicas da história de Israel naquela época são muito limitadas, carentes da base documental necessária para se estabelecerem com precisão as origens do povo hebreu. Nesse aspecto, o livro de Gênesis proporciona alguns dados de valor inestimável, pois o estudo dos relatos patriarcais permite descobrir alguns aspectos fundamentais da origem do povo israelita. A época dos patriarcas Os personagens do Antigo Testamento, habitualmente denominadas "patriarcas", eram chefes de grupos familiares seminômades que iam de um lugar a outro em busca de comida e água para os seus rebanhos. Não havendo chegado ainda à fase cultural do sedentarismo e dos trabalhos agrícolas, os seus assentamentos eram, em geral, eventuais: duravam o tempo em que os seus gados demoravam para consumir os pastos. Gênesis oferece uma visão particular do começo da história de Israel, que é mais propriamente a história de uma família. Procedentes da cidade mesopotâmica de Ur dos caldeus, situada junto ao Eufrates, Abraão e a sua esposa chegaram ao país de Canaã. Deus havia prometido a Abraão que faria dele uma grande nação (Gn 12.1-3 cf. 15.1-21 17.1-4) e, conforme essa promessa nasceu o seu filho Isaque, que, por sua vez, foi o pai de Jacó. Durante a sua longa viagem, primeiro na direção norte e depois na direção sul, Abraão deteve-se em diversos lugares mencionados na Bíblia: Harã, Siquém, Ai e Betel (Gn 11.31-12.9) atravessou a região desértica do Neguebe e chegou até o Egito, de onde, mais tarde, regressou para, finalmente, estabelecer-se em um lugar conhecido como "os carvalhais de Manre", junto a Hebrom (Gn 13.1-3,18). Ao morrer Abraão (Gn 25.7-11 cf. 23.2,17-20), Isaque converte-se no protagonista do relato bíblico, que o apresenta como habitante de Gerar e Berseba

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(Gn 26.6,23), lugares do Neguebe (Gn 24.62), na região meridional da Palestina. Isaque, herdeiro das promessas de Deus a Abraão, aparece no meio de um quadro descritivo da vida seminômade do segundo milênio a.C.: busca de campos de pastoreio, assentamentos provisórios, ocasionais trabalhos agrícolas nos limites de povoados fronteiriços e discussões por causa dos poços de água onde se dava de beber ao gado (Gn 26). Depois de Isaque, a atenção do relato concentra-se nos conflitos pessoais surgidos entre Jacó e o seu irmão Esaú, que são como que uma visão antecipada dos graves problemas que, posteriormente, haveriam de acontecer entre os israelitas, descendentes de Jacó, e os edomitas, descendentes de Esaú. A história de Jacó é mais longa e complicada que as anteriores. Consta de uma série de relatos entrelaçados: a fuga do patriarca para a região mesopotâmica de Padã-Arã a inteligência e a riqueza de Jacó o regresso a Canaã o episódio de Peniel, onde Deus mudou o nome de Jacó para Israel (Gn 32.28) a revelação de Deus e a renovação das suas promessas (Gn 35.1-15) a história de José e a morte de Jacó no Egito (Gn 37.1-50.14). A saída do Egito A situação política e social das tribos israelitas, do Egito e dos países do Oriente Médio, no período que vai da morte de José à época de Moisés, sofreu mudanças consideráveis. O Egito viveu um tempo de prosperidade depois de expulsar do país os invasores hicsos. Este povo oriundo da Mesopotâmia, depois de passar por Canaã, havia se apropriado, no início do séc. XVIII a.C., da fértil região egípcia do delta do Nilo. Os hicsos dominaram no Egito cerca de um século e meio, e, provavelmente, foi nesse tempo que Jacó se instalou ali com toda a sua família. Esta poderia ser a explicação da acolhida favorável que foi dispensada ao patriarca, e de que algum dos seus descendentes como aconteceu com José (Gn 41.37-43), chegaram a ocupar postos importantes no governo do país. A situação mudou quando os hicsos foram finalmente expulsos do Egito. Os estrangeiros residentes, entre os quais se encontravam os israelitas, foram submetidos a uma dura opressão. Essa mudança na situação política está registrada em Êx 1.8, que diz que subiu ao trono do Egito um novo rei "que não conhecera a José." Durante o mandato daquele faraó, os israelitas foram obrigados a trabalhar em condições subumanas na edificação das cidades egípcias de Pitom e Ramessés (Êx 1.11). Porém, em tais circunstâncias, teve lugar um acontecimento que haveria de permanecer gravado, para sempre, nos anais de Israel: Deus levantou um homem, Moisés, para constituí-lo libertador do seu povo. Moisés, apesar de hebreu por nascimento, recebeu uma educação esmerada na própria corte do faraó. Certo dia, Moisés viu-se obrigado a fugir para o deserto, e ali Javé (nome explicado em Êx 3.14 como "EU SOU O QUE SOU") revelou-se a ele e lhe deu a missão de libertar os israelitas da escravidão a que estavam submetidos no Egito (Êx 3.1-4.17). Regressou Moisés ao Egito e, depois de vencer com palavras e ações maravilhosas a resistência do faraó, conseguiu que a multidão dos israelitas se colocasse em marcha em direção ao deserto do Sinai. Esse capítulo da história de Israel, a libertação do jugo egípcio, marcou indelevelmente a vida e a religião do povo. A data precisa desse acontecimento não pode ser determinada. Têm-se sugerido duas possibilidades: até meados do séc. XV e até meados do séc. XIII. (Neste último caso seria durante o reinado de Ramsés II ou do seu filho Meneptá.). Durante os anos de permanência no deserto do Sinai, enquanto os israelitas dirigiam-se para Canaã, produziu-se um acontecimento de importância capital: Deus instituiu a sua Aliança com o seu povo escolhido (Êx 19). Essa Aliança significou o estabelecimento de um relacionamento singular entre Javé e Israel, com estipulações fundamentais que ficaram fixadas na lei mosaica, cuja síntese é o Decálogo (Êx 20.1-17). A conquista de Canaã e o período dos juízes. Depois da morte de Moisés (Dt 34), a direção do povo foi colocada nas mãos de Josué, a quem coube

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guiá-lo ao país de Canaã, a Terra Prometida. A entrada naqueles territórios iniciou-se com a passagem do Jordão, fato de grande significação histórica, porque com ela inaugurava-se um período decisivo para a constituição da futura nação israelita (Js 1-3). Conquistar e assentar-se em Canaã não se tornou empresa fácil. Foi um longo e duro processo (cf. Jz 1), às vezes, de avanço pacífico, mas, às vezes, de inflamados choques com os hostis povos cananeus (cf. Jz 4-5), formados por populações diferentes entre si, ainda que todas pertencentes ao comum tronco semítico muitas delas terminaram absorvidas por Israel (cf. Js 9). Naquele tempo da chegada e conquista de Canaã, os grandes impérios do Egito e da Mesopotâmia já haviam iniciado a sua decadência. Destes eram vassalos os pequenos Estados cananeus, de economia agrícola e cuja administração política limitava-se, geralmente, a uma cidade de relativa importância nos limites das suas terras. Em relação à religião, caracterizava-se sobretudo pelos ritos em honra a Baal, Aserá e Astarote, e a deuses secundários, geralmente divindades da fecundidade. A etapa conhecida como "período dos juízes de Israel" sucedeu à morte de Josué (Js 24.29-32). Desenvolveu-se entre os anos 1200 e 1050 a.C., e a sua característica mais evidente foi, talvez, a distribuição dos israelitas em grupos tribais, mais ou menos independentes e sem um governo central que lhes desse um mínimo sentido de organização política. Naquelas circunstâncias surgiram alguns personagens que assumiram a direção de Israel e que, ocasionalmente, atuaram como estrategistas e o guiaram nas suas ações de guerra (ver, p. ex., em Jz 5, o Cântico de Débora, que celebra o triunfo de grupos israelitas aliados contra as forças cananéias). Entre todos os povos vizinhos, foram, provavelmente, os filisteus que representaram para Israel a mais grave ameaça. Procedentes de Creta e de outras ilhas do Mediterrâneo oriental, os filisteus, conhecidos também como "os povos do mar", que primeiramente haviam intentado sem êxito penetrar no Egito, apoderaram-se depois (por volta de 1175 a.C.) das planícies costeiras da Palestina meridional. Ali se estabeleceram e constituíram a "Pentápolis", o grupo das cinco cidades filistéias: Asdode, Gaza, Asquelom, Gate e Ecrom (1Sm 6.17), cujo poder reforçou-se com a sua aliança e também com o monopólio da manufatura do ferro, utilizado tanto nos seus trabalhos agrícolas quanto nas suas ações militares (1Sm 13.19-22). O início da monarquia de Israel A figura política dos "juízes", apta para resolver assuntos de caráter tribal, mostrou-se ineficaz ante os problemas que, mais tarde, haveriam de ameaçar a sobrevivência do conjunto de Israel no mundo palestino. Assim, pouco a pouco, veio a implantação da monarquia e, com ela, uma forma de governo unificado, dotado da autoridade necessária para manter uma administração nacional estável. Ainda que a monarquia tenha enfrentado, no início, fortes resistências internas (1Sm 8), paulatinamente chegou a impor-se e consolidar-se. Samuel, o último dos juízes de Israel, foi sucedido por Saul, que em 1040 a.C. iniciou o período da monarquia, que se prolongou até 586 a.C., quando, durante o reinado de Zedequias, os babilônios sitiaram e destruíram Jerusalém, tendo Nabucodonosor à frente. Saul, que começou a reinar depois de ter obtido uma vitória militar (1Sm 11) e de ter triunfado em outras ocasiões, todavia, nunca conseguiu acabar com os filisteus, e foi lutando contra eles no monte Gilboa que morreram os seus três filhos e ele próprio (1Sm 31.1-6). Saul foi sucedido por Davi, proclamado rei pelos homens de Judá na cidade de Hebrom (2Sm 2.4-5). O seu reinado iniciou-se, pois, na região meridional da Palestina, mas depois estendeu-se em direção ao norte. Reconhecido como rei por todas as tribos israelitas, conseguiu unificá-las sob o seu governo. Durante o tempo em que Davi viveu, produziram-se acontecimentos de grande importância: a anexação à nova entidade nacional de algumas cidades cananéias antes independentes, a submissão de povos vizinhos e a conquista de Jerusalém, convertida desde então na capital do reino e centro religioso por excelência. Próximo já da sua morte, Davi designou por sucessor o seu filho Salomão, sob cujo governo alcançou o reino as mais altas cotas de esplendor. Salomão soube estabelecer

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importantes relacionamentos políticos e comerciais, geradores de grandes benefícios para Israel. As riquezas acumuladas sob o seu governo permitiram realizar em Jerusalém construções de enorme envergadura, como o Templo e o palácio real. O prestígio de Salomão fez-se proverbial, e a fama da sua prudência e sabedoria nunca tiveram paralelo na história dos reis de Israel (1Rs 5-10). A ruptura da unidade nacional A despeito de todas as circunstâncias favoráveis que rodearam o reinado de Salomão, foi precisamente aí que a unidade do reino começou a fender-se. Por um e outro lado do país, surgiam vozes de protesto pelos abusos de autoridade, pelos maus tratos infligidos à classe trabalhadora e pelo agravamento dos tributos destinados a cobrir os gastos que originavam as grandes construções. Tudo isso, fomentando atitudes de descontentamento e rebeldia, foi causa do ressurgimento de antigas rivalidades entre as tribos do Norte e do Sul. Os problemas chegaram ao extremo quando, morto Salomão, ocupou o trono o seu filho Roboão (1Rs 12.1-24). Sem a sensatez do seu pai, Roboão provocou, com imprudentes atitudes pessoais, a ruptura do reino: de um lado, a tribo de Judá, que seguiu fiel a Roboão e manteve a capital em Jerusalém de outro, as tribos do Norte, que proclamaram rei a Jeroboão, antigo funcionário da corte de Salomão. Desde esse momento, a divisão da nação em reino do Norte e reino do Sul se fez inevitável. Judá, sempre governada por um membro da dinastia davídica, subsistiu por mais de trezentos anos, ainda que a sua independência nacional tivesse sofrido importantes oscilações desde que, no final do séc. VIII a.C., a Assíria a submeteu a uma dura vassalagem. Aquele antigo império dominou a Palestina até que medos e caldeus, já próximo do séc. VI a.C., apagaram-na do panorama da história (Na 1-3). Então, em Judá, onde reinava Josias, renasceram as esperanças de recuperar a perdida independência mas, depois da batalha de Megido (609 a.C.), com a derrota de Judá e a morte de Josias (2Cr 35.20-24), o reino entrou em uma rápida decadência, que terminou com a destruição de Jerusalém em 586 a.C. O Templo e toda a capital foram arrasados, um número grande dos seus habitantes foi levado ao exílio, e a dinastia davídica chegou ao seu fim (2Rs 25.1-21). Ao que parece, a perda da independência de Judá supôs a sua incorporação à província babilônica de Samaria, mas, além disso, o país havia ficado arruinado, primeiro pela devastação que causaram os invasores e em seguida pelos saques a que o submeteram os seus povos vizinhos, Edom (Ob 11), Amom e outros (Ez 25.1-4). O reino do Norte, Israel, nunca chegou a gozar uma situação politicamente estável. A sua capital mudou de lugar em diversas ocasiões, antes de ficar finalmente instalada na cidade de Samaria (1Rs 16.24), e várias tentativas para constituir dinastias duradouras terminaram em fracasso, freqüentemente de modo violento (Os 8.4). A aniquilação do reino do Norte sob a dominação assíria ocorreu gradualmente: primeiro foi a imposição de um grande tributo (2Rs 15.19-20) em seguida, a conquista de algumas povoações e a conseqüente redução das fronteiras do reino e, por último, a destruição de Samaria, o exílio de uma parte da população e a instalação de um governo estrangeiro no país conquistado. O exílio Os babilônios permitiram que os exilados do reino de Judá formassem famílias, construíssem casas, cultivassem pomares (Jr 29.5-7) e chegassem a consultar os seus próprios chefes e anciãos (Ez 20.1-44) e, igualmente, permitiram-lhes viver em comunidade, em um lugar chamado Tel-Abibe, às margens do rio Quebar (Ez 3.15). Assim, pouco a pouco, foram-se habituando à sua situação de exilados na Babilônia. Em semelhantes circunstâncias, a participação comum nas práticas da religião foi, provavelmente, o vínculo mais forte de união entre os membros da comunidade exilada e a

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instituição da sinagoga teve um papel relevante como ponto de encontro para a oração, a leitura e o ensinamento da Lei, o canto dos Salmos e o comentário dos escritos dos profetas. Desta maneira, com o exílio, a Babilônia converteu-se num centro de atividade religiosa, onde um grupo de sacerdotes entregou-se com empenho à tarefa de reunir e preservar os textos sagrados que constituíam o patrimônio espiritual de Israel. Entre os componentes desse grupo se contava Ezequiel, que, na sua dupla condição de sacerdote e profeta (Ez 1.1-3 2.1-5), exerceu uma influência singular. Dadas as condições de tolerância e até de bem-estar em que viviam os exilados na Babilônia, não é de estranhar que muitos deles renunciassem, no seu tempo, regressar ao seu país. Outros, pelo contrário, mantendo vivo o ressentimento contra a nação que os havia arrancado da sua pátria e que era causa dos males que lhes haviam sobrevindo, suspiravam pelo momento do regresso ao seu longínquo país (Sl 137 Is 47.1-3).

Retorno e restauração A esperança de uma rápida libertação cresceu entre os exilados quando Ciro, rei de Anshan, empreendeu a sua carreira de conquistador e fundador de um novo império. Elevado já ao trono da Pérsia (559-530 a.C.), as suas qualidades de estrategista e de político permitiram-lhe superar rapidamente três etapas decisivas: primeiro, a fundação do reino medo-persa, com a sua capital Ecbatana (553 a.C.) segundo, a conquista de quase toda a Ásia Menor, culminada com a vitória sobre o rei de Lídia (546 a.C.) terceiro, a entrada triunfal na Babilônia (539 a.C.). Desse modo, ficou configurado o império persa, que, durante mais de dois séculos, dominou o panorama político do Oriente Médio. Ciro praticou uma política de bom relacionamento com os povos submetidos. Permitiu que cada um conservasse os seus usos, costumes e tradições e que praticasse a sua própria religião, atitude que redundou em benefício aos judeus residentes na Babilônia, os quais, por decreto real, ficaram com a liberdade de regressar à Palestina. O livro de Esdras contém duas versões do referido decreto (Ed 1.2-4 e 6.3-12), no qual se ampararam os exilados que quiseram voltar à pátria. E é importante assinalar que o imperador persa não somente permitiu aquele regresso, mas também devolveu aos judeus os ricos utensílios do culto que Nabucodonosor lhes havia arrebatado e levado à Babilônia. Para maior abundância, Ciro ordenou também uma contribuição de caráter oficial para apoiar economicamente a reconstrução do templo de Jerusalém. O retorno dos exilados realizou-se de forma paulatina, por grupos, o primeiro dos quais chegou a Jerusalém sob a liderança de Sesbazar (Ed 1.11). Tempos depois iniciaram-se as obras de reconstrução do Templo, que se prolongaram até 515 a.C. Para dirigir o trabalho e animar os operários contribuíram o governador Zorobabel e o sumo sacerdote Josué, apoiados pelos profetas Ageu e Zacarias (Ed 5.1). O passar do tempo deu lugar a muitos problemas de índole muito diversa. As duras dificuldades econômicas às quais tiveram que fazer frente, as divisões no seio da comunidade e, muito particularmente, as atitudes hostis dos samaritanos foram causa da degradação da convivência entre os repatriados em Jerusalém e em todo Judá. Ao conhecer os problemas que afligiam o seu povo, um judeu chamado Neemias, residente na cidade de Susã, copeiro do rei persa Artaxerxes (Ne 2.1), solicitou que, com o título de governador de Judá, tivesse a permissão de ajudar o seu povo (445 a.C.). Neemias revelou-se um grande reformador, que atuou com capacidade e eficácia. A sua presença na Palestina foi decisiva, não somente para que se reconstruíssem os muros de Jerusalém, mas também para que a vida da comunidade judaica experimentasse uma mudança profunda e positiva (cf. Ne 8-10). Artaxerxes investiu, também de poderes extraordinários, ao sacerdote e escriba Esdras, a fim de que

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este, dotado de plena autoridade, se ocupasse de todas as necessidades do Templo e do culto em Jerusalém e cuidasse de colocar sob a lei de Deus tanto os judeus recém-repatriados como os que nunca haviam saído da Palestina (Ed 7.12-26). Entre eles, promoveu Esdras uma mudança religiosa e moral tão profunda, que, a partir de então, Israel converteu-se no "povo do Livro". A sua figura ocupa nas tradições judaicas um lugar comparável ao de Moisés. Com relação às referências a Artaxerxes no livro de Esdras (7.7) e no de Neemias (2.1), se correspondem a um só personagem ou a dois, os historiadores não têm chegado a uma conclusão definitiva. O período helenístico O domínio persa no Oriente Médio chegou ao seu fim quando o exército de Dario III sucumbiu em Isso (333 a.C.) ante as forças de Alexandre Magno (356-323 a.C.). Ali começou a hegemonia do helenismo, que se manteve até 63 a.C. e que entre os seus sucessos contou com o estabelecimento de importantes vínculos entre Oriente e Ocidente. Mas as rivalidades surgidas entre os sucessores de Alexandre (os Diádocos) impediram o estabelecimento de uma unidade política eficaz nos territórios que ele havia conquistado. De tais divisões originou-se, com referência à Palestina, a que fora dominada primeiro pelos ptolomeus (ou lágidas) do Egito e depois pelos selêucidas da Síria, duas das dinastias fundadas pelos generais sucessores de Alexandre. Durante a época helenística estendeu-se consideravelmente o uso do grego, e muitos judeus residentes na "diáspora" (ou "dispersão") habituaram-se a utilizá-lo como língua própria. Chegou um momento em que se fez necessário traduzir a Bíblia Hebraica para atender às necessidades religiosas das colônias judaicas de fala grega. Essa tradução, chamada de Septuaginta ou Versão dos Setenta, foi feita aproximadamente entre os anos 250 e 150 a.C. Durante o reinado do selêucida Antíoco IV Epífanes (175-163 a.C.), produziu-se na Palestina um intento de helenização do povo judeu, que causou entre os seus membros uma grave dissensão. Muitos adotaram abertamente costumes próprios da cultura grega, divergentes das práticas judaicas tradicionais, enquanto que outros se agarraram com tenaz fanatismo à lei mosaica. A tensão entre eles foi crescendo até desembocar na rebelião dos macabeus. Essa rebelião desencadeou-se quando um ancião sacerdote chamado Matatias e os seus cinco filhos organizaram a luta contra o exército sírio. Depois da morte de Matatias, Judas, o seu terceiro filho, ficou à frente da resistência e, chefiando os seus, reconquistou o templo de Jerusalém, que havia sido profanado pelos sírios, e o purificou e o dedicou. A Hannuká ou Festa da Dedicação (Jo 10.22) comemora esse fato. Convertido em herói nacional, Judas foi o primeiro a receber o sobrenome de "macabeu" (provavelmente "martelo"), que depois foi dado também aos seus irmãos. Depois da morte de Simão, o último dos macabeus, a sucessão recaiu sobre o seu filho João Hircano I (134-104 a.C.), com quem teve início a dinastia hasmonéia. Ainda viveu a Judéia alguns dias de esplendor, mas, em geral, durante o governo dos hasmoneus, a estabilidade política deteriorou-se progressivamente. Mais tarde, entrou em jogo o Império Romano, e, no ano 63 a.C., o general Pompeu conquistou Jerusalém e a anexou, com toda a Palestina, à que já era oficialmente província da Síria. A partir desse momento, a própria vida religiosa judaica ficou hipotecada, dirigida aparentemente pelo sumo sacerdote em exercício, mas submetida, em última instância, à autoridade imperial.

Introdução ao Antigo Testamento

Antigo testamento (AT) é o nome que os cristãos dão ao conjunto das Escrituras Sagradas do povo de

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Israel. Esses livros, originalmente escrito em hebraico, fazem parte também da Bíblia Sagrada dos cristãos. O Antigo Testamento fala sobre a antiga aliança de Deus, por meio dos patriarcas e de Moisés, fez com o seu povo. Já o Novo Testamento trata da nova aliança que Deus, por meio de Jesus Cristo, fez com o seu povo. Os israelitas agrupam os livros do antigo Testamento em três divisões: 1- Lei: A Lei agrupa os primeiros cinco livros do AT. 2- Profetas: Os profetas têm duas divisões: Os Profetas Anteriores (de Josué a 2Reis), e os Posteriores (Isaias a Malaquias). Os profetas de Oséias a Malaquias recebem dos israelitas o nome de “O Livro dos Doze”. 3- Escritos: fazem parte desta divisão os seguintes livros: Salmos, Jó, Provérbios, Rute, Cântico dos Cânticos, Eclesiastes, Lamentações, Ester, Daniel, Esdras, Neemias e Crônicas. As três divisões correspondem à ordem histórica em que os seus livros foram aceitos como autorizados a fazerem parte do cânon dos israelitas. “Cânon” é a coleção de livros aceitos como Escrituras Sagradas. As Igrejas Cristãs seguem, em geral, um arranjo diferente do dos israelitas, mas os livros são os mesmos, em número de trinta e nove. Essa ordem se encontra nas antigas versões gregas e latinas usadas pela igreja primitiva. Os primeiros cinco livros do AT são chamados de “Pentateuco” ou “Os Livros da Lei”. A palavra “Pentateuco” quer dizer “cinco volumes”. Eles falam sobre a criação do mundo e da humanidade e contam a história dos hebreus, começando com a chamada de Abraão e continuando até a morte de Moisés, que aconteceu quando o povo de Israel estava para entrar em Canaã, a Terra Prometida. Os doze livros seguintes, de Josué até Ester, são livros históricos, que narram os principais acontecimentos da história de Israel desde a sua entrada na Terra Prometida até o tempo em que as muralhas de Jerusalém foram reconstruídas, depois da volta dos israelitas do cativeiro. Isso aconteceu uns quatrocentos e quarenta e cinco anos antes do nascimento de Cristo. Os livros de Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes, Cântico dos Cânticos e Lamentações de Jeremias são chamados de Livros Poéticos. Os últimos dezessete livros do AT contêm mensagens de Deus anunciadas ao povo de Israel pelos profetas. Esses mensageiros de Deus condenavam os pecados do povo, exigiam o arrependimento e prometiam as bênçãos divinas para as pessoas que confiassem em Deus e vivessem de acordo com a vontade dele. Es livros estão divididos em dois grupos: Profetas Maiores (Isaias a Daniel) e Profetas Menores (Oséias a Malaquias). Algumas versões antigas, tais como a Septuaginta, em grego, e a Vulgata, em latim, incluem no AT alguns livros que não se encontram na Bíblia Hebraica de Israel. Esses livros foram escritos no período intertestamentário. A Igreja Romana os aceita e os chama de “Deuterocanônicos”, isto é, pertencem a um “segundo cânon”. São eles: Tobias, Judite, Ester Grego, 1 e 2 Macabeus, Sabedoria, Eclesiástico, Baruque, Carta de Jeremias e os acréscimos a Daniel, que são a Oração de Azarias e as histórias de Suzana, de Bel e do Dragão. A formação do Antigo Testamento

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Os trinta e nove livros que compõem o AT foram escritos durante um período de mais de mil anos. As histórias, os hinos, as mensagens dos profetas e as palavras de sabedoria foram agrupadas em coleções, que, com o tempo foram juntadas e aceitas como escritura sagrada. Alguns livros de história que são mencionados no AT se perderam. São eles: Livro do Justo (Js 10.13), a História de Salomão (1Rs 11.41), a História dos Reis de Israel (1Rs 14.19) e a História dos Reis de Judá (1Rs 14.29). Os livros de Salmos e de Provérbios são obra de vários autores. Para o povo de Israel conhecer o autor de determinado livro das Escrituras não era tão importante como reconhecer que se tratava de livro que tinha sido escrito por inspiração divina e que continha mensagem ou mensagens de valor permanente a respeito de Deus e de seus relacionamentos com o povo de Israel em particular e com os povos do mundo em geral. São variadas e divididas as opiniões dos estudiosos das Escrituras quanto à autoria de cada livro em particular. Prosa e Poesia no Antigo Testamento Boa parte do AT está escrita em prosa. Estão escritos em prosa os relatos da vida de pessoas, como se pode ver em Gênesis e Rute. Outros livros narram a história de Israel, por exemplo, Êxodo 1-19, partes de Números, Josué, Juizes, Samuel, Reis, Crônicas, Esdras, Neemias e Ester. Estão em prosa os registros das leis dadas por Deus a Israel, bem como os assuntos relacionados ao culto. O Livro de Deuteronômio consta principalmente de discurso pronunciados por Moisés. Há livros de profetas escritos em prosa, como, por exemplo, Jeremias (boa parte), Ezequiel, Daniel e os profetas menores, menos Naum e Habacuque. Nos livros de Provérbios e Eclesiastes, aparece uma forma especial de prosa apropriada à literatura de sabedoria. Há vários livros e partes de livros que foram escritos em forma de poesia. A poesia hebraica se expressa de uma forma especial chamada de paralelismo. As características desse tipo de poesia são tratadas em Salmos, ela se chama litúrgica, porque os Salmos forma escritos para serem usados no culto. O livro de Jó também é poético. Há livros proféticos que empregam a linguagem poética, como Isaías, partes de Jeremias, Lamentações, Naum e Habacuque. Geografia de Israel Incluindo-se os territórios dos dois lados do rio Jordão, o Israel antigo ocupava uma área de mais ou menos 16.000 km quadrados. De norte a sul, isto é, de Dã até Berseba, a distância era de 240 km. De leste a oeste, isto é, de Gaza até o mar Morto, a distância é de 86 km. Mas é impressionante o fato de que um país tão pequeno tenha exercido uma influência religiosa tão poderosa que se estende pelo mundo inteiro até hoje. Os vizinhos mais próximos de Israel eram, no litoral, os filisteus e os fenícios; ao norte, estavam os heteus e os arameus (sírios); a leste do Jordão, habitavam os amonitas e os moabitas; e, ao sul, os edomitas. Os vizinhos mais distantes eram o Egito e a Assíria. Durante o período da conquista dos Juízes, o país foi dividido pelas tribos de Israel. No período do Reino unido, a capital era Jerusalém. Após a divisão a capital de Judá (Reino do Sul), era Jerusalém e capital de Israel (Reino do Norte), era Samaria. Na terra de Israel, observam-se quatro zonas paralelas, na direção norte-sul. A primeira zona é a planície costeira. A segunda, no centro, é a região montanhosa. A terceira é o vale do Jordão, rio que desemboca no mar Morto. E a quarta é o planalto onde hoje está a Jordânia. Os Israelitas dividiam o ano em duas estações. No verão, fazia calor e se colhiam frutas; no inverno, terminavam as colheitas, chovia e fazia frio.

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Períodos da História de Israel A história do povo de Deus no AT divide-se em oito períodos. 1º Período: De mais ou menos 1900 a 1700 aC, e nele viveram os patriarcas Abraão, Isaque e Jacó. 2º Período: Escravidão no Egito e êxodo, mais ou menos de 1250 a 1030 aC. O líder nesse período é Moisés. 3º Período: Conquista e posse de Canaã, mais ou menos de 1250 a 1030 aC. O povo é comandado por Josué e pelos Juízes. O último juiz foi Samuel. 4º Período: O Reino unido, mais ou menos de 1030 a 932 aC. O povo é governado por três reis: Saul, Davi e Salomão. 5º Período: O Reino dividido, de 931 a 586 aC. O Reino de Israel, ao norte, durou 200 anos. Samaria, sua capital, caiu em 722 aC. Conquistada pelos assírios. O Reino de Judá, ao sul, durou 345 anos, tendo chegado ao fim com a conquista de Jerusalém pelos babilônios em 587 ou 586 aC. 6º Período: O período do cativeiro, também chamado de exílio, começou em 722, com a conquista de Samaria. Os moradores do Reino do norte foram levados como prisioneiros para a Assíria. 136 anos depois, em 587 ou 586, Jerusalém foi conquistada, e os moradores do Reino do sul foram levados para a Babilônia. 7º Período: A volta do povo de Deus à Terra Prometida começou em 538 aC, por ordem de Ciro, rei da Pérsia, que havia dominado a Babilônia. Vários grupos de judeus voltaram para a terra de Israel, ficaram morando nela e reconstruíram o templo (520 aC) e as muralhas de Jerusalém (445-443 aC). 8º Período: É o intertestamentário, isto é, o que fica entre o fim do Antigo Testamento e o começo do Novo Testamento. Ele vai de Malaquias, o último profeta, que profetizou entre 500 e 450 aC, até o nascimento de Cristo. Este período é chamado de helenístico por causa do domínio e da cultura grega. O rei grego Alexandre, o Grande, começou a governar Israel em 333 aC. De 323 a 198, o governo foi exercido pelos ptolomeus, descendentes de um general de Alexandre. De 198 a 166, o domínio foi dos selêucidas, descendentes de um general de Alexandre que havia governado a Síria. De 166 a 63, Israel viveu 123 anos de independência, sendo o país governado pelos asmoneus, que eram descendentes de Judas Macabeu, o líder da libertação de Israel. Em 63 aC, Jerusalém caiu em poder dos romanos e passou a fazer parte do Império Romano. O governo em Israel era exercido por reis nomeados pelo Imperador de Roma. Um desses reis foi Herodes, o Grande, que governou de 37 a 4 aC. Valores Religiosos O Antigo Testamento registra a experiência que os seus autores e o povo de Israel tiveram com Javé, o verdadeiro Deus. As nações vizinhas tinham vários deuses e deusas, que eram adorados na forma de imagens (ídolos). A crença de Israel era diferente. Javé era o único Deus de Israel, e dele não se faziam imagens. Javé era o Deus único, Criador e Senhor do Universo. Ele era um Deus vivo e salvador, sempre vivendo com o seu povo. Esse Deus impunha aos seus adoradores leis e normas morais que tinha em vista um procedimento correto nos relacionamentos da vida. E havia leis sociais que protegiam interesses das outras pessoas, inclusive as marginalizadas, e do povo como um todo. Javé perdoava as pessoas que quebravam suas leis. Mas o perdão era somente concedido na condição de as pessoas se arrependerem, confessarem os seus erros e se disporem a corrigir-se. As pessoas que permaneciam em pecado eram julgadas por Deus e castigadas. Javé fez com o povo de Israel uma aliança, pela qual ele prometeu ser o Deus de Israel; e o povo, por sua vez, prometeu ser fiel a Deus, disposto a seguir e obedecer às suas leis. Essa doutrina

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fundamental da crença do povo de Israel é complementada por estas palavras que Jesus pronunciou na ocasião da instituição da Ceia: “Este cálice é a nova aliança feita por Deus com o seu povo, aliança que é garantida pelo meu sangue, derramado em favor de vocês” (Lc 22.20). Por meio de símbolos e de profecias, o AT preparou o povo de Deus para a vinda do Messias, aquele que Deus iria enviar a fim de trazer a salvação completa para as pessoas. Para se entender bem o Novo Testamento, é necessário recorrer ao AT, porque este forma a base para os ensinamentos encontrados no Novo Testamento. Mas nem todo os ensinamentos encontrados no AT têm validade para os cristãos. O cristão lê o AT com a luz que vem da maneira de Jesus interpretá-lo e completá-lo. Jesus disse: “Não pensem que eu vim acabar com a Lei de Moisés ou com os ensinamentos dos profetas. Não vim para acabar com eles, mas para dar o seu sentido completo” (Mt 5.17). E, logo adiante Jesus afirmou algo que é totalmente novo: “Vocês sabem o que foi dito: ‘Ame os seus amigos e odeie os seus inimigos.’ Mas eu lhes digo: ‘Ame os seus inimigos e amem os que perseguem vocês’” (Mt 5.43,44). Essas palavras de Jesus sobre inimigos vão muito além dos ensinamentos do AT sobre o assunto. Os ensinamentos do AT sobre a lei, o culto, a conduta das pessoas, a sua vida, a sua morte e a sua vida após a morte são entendidos e vividos pelos cristãos à luz da revelação completa e final que se encontra no Novo Testamento.

QUESTIONÁRIO PARA APRENDIZADO 1. SEGUNDO TEXTO E FORMA O QUE É O ANTIGO TESTAMENTO? 2. DESCREVA OS GENEROS LITERÁRIOS DO ANTIGO TESTAMENTO: 3. DESCREVA A TRASMISSÃO DO TEXTO: 4. QUAL A REGIÃO ONDE SE DESENROLARAM OS ACONTECIMENTOS MAIS

IMPORTANTES REGISTRADOS NO ANTIGO TESTAMENTO? 5. DEFINA A PALESTINA NO ANTIGO TESTAMENTO: 6. CITE ALGUMAS CARACTERÍSTICAS DA VALORIZAÇÃO RELIGIOSA DO ANTIGO

TESTAMENTO: 7. FAÇA UM RESUMO DA HISTÓRIA E CULTURA DO ANTIGO TESTAMENTO: 8. FAÇA UMA NARRATIVA COM SUAS PALAVRAS DA SAÍDA DO EGITO: 9. RESUMA O INÍCIO DA MONARQUIA EM ISRAEL: 10. DEFINA A RUPTURA DA UNIDADE NACIONAL: 11. COM SUAS PALAVRAS FALE SOBRE O EXÍLIO: 12. COM SUAS PALAVRAS FAÇA UMA NARRATIVA DO RETORNO E RESTAURAÇÃO: 13. COMO FOI O PERÍODO HELENÍSTICO? 14. COMO OS ISRAELITAS AGRUPAM OS LIVROS DO ANTIGO TESTAMENTO?

EXPLIQUE: 15. EXPLIQUE A FORMAÇÃO DO ANTIGO TETAMENTO: 16. FAÇA UMA DEFINIÇÃO DE PROSA E POESIA DO ANTIGO TESTAMENTO: 17. DESCREVA OS PERÍODOS DA HISTÓRIA DE ISRAEL: 18. FAÇA UM RESUMO DE VALORES RELIGIOSOS:

Estude com fé depois de ter terminado os seus estudos, envie seu questionário com as respostas devidas para o endereço de e-mail: [email protected] , se assim quiser, logo após respondido e corrigido o questionário, enviaremos a prova e alcançando media acima de 7,5, em cada módulo, você receberá seu histórico e certificado.

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Metodologia cientifica

Esboço contendo os principais passos do método científico. O método começa pela observação, que deve ser sistemática e controlada, a fim de que se obtenham os fatos científicos. O método é cíclico, girando em torno do que se denomina Teoria Científica, a união indissociável do conjunto de todos os fatos científicos conhecidos e de um conjunto de hipóteses testáveis e testadas capaz de explicá-los. Os fatos científicos, embora não necessariamente reprodutíveis, têm que ser necessariamente verificáveis. As hipóteses têm que ser testáveis frente aos fatos, e por tal, falseáveis. As teorias nunca são provadas e sim corroboradas.

O método científico é um conjunto de regras básicas de como se deve proceder a fim de produzir conhecimento dito científico, quer seja este um novo conhecimento quer seja este fruto de uma integração, correção (evolução) ou expansão da área de abrangência de conhecimentos pré-existentes. Na maioria das disciplinas científicas consiste em juntar evidências empíricas verificáveis [Nota 1] [Ref. 1] - baseadas na observação sistemática e controlada, geralmente resultantes de experiências ou pesquisa de campo - e analisá-las com o uso da lógica. Para muitos autores o método científico nada mais é do que a lógica aplicada à ciência.

Metodologia científica literalmente refere-se ao estudo dos pormenores dos métodos empregados em cada área científica específica, e em essência dos passos comuns a todos estes métodos, ou seja,

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do método da ciência em sua forma geral, que se supõe universal. Embora procedimentos variem de uma área da ciência para outra (as disciplinas científicas), diferenciadas por seus distintos objetos de estudo, consegue-se determinar certos elementos que diferenciam o método científico de outros métodos encontrados em áreas não científicas, a citarem-se os presentes na filosofia, na matemática e mesmo nas religiões.

A metodologia científica tem sua origem no pensamento de Descartes, que foi posteriormente desenvolvido empiricamente pelo físico inglês Isaac Newton. Descartes propôs chegar à verdade através da dúvida sistemática e da decomposição do problema em pequenas partes, características que definiram a base da pesquisa científica [Nota 2]. Compreendendo-se os sistemas mais simples, gradualmente-se incorpora mais e mais variáveis, em busca da descrição do todo.

O Círculo de Viena acrescentou a esses princípios a necessidade de verificação e o método indutivo.

Karl Popper demonstrou que nem a verificação nem a indução sozinhas serviam ao propósito em questão - o de compreender a realidade conforme esta é e não conforme gostaria-se que fosse - pois o cientista deve trabalhar com o falseamento, ou seja, deve fazer uma hipótese e testar suas hipóteses procurando não apenas evidências de que ela está certa, mas sobretudo evidências de que ela está errada. Se a hipótese não resistir ao teste, diz-se que ela foi falseada. Caso não, diz-se que foi corroborada. Popper afirmou também que a ciência é um conhecimento provisório, que funciona através de sucessivos falseamentos. Nunca se prova uma teoria científica [Ref. 2][Nota 3].

Thomas Kuhn percebeu que os paradigmas são elementos essenciais do método científico, sendo os momentos de mudança de paradigmas chamados de revoluções científicas. O método científico é construído de forma que a ciência e suas teorias evoluam com o tempo.

Não apenas recentemente mas desde os primórdios a metodologia científica tem sido alvo de inúmeros debates de ordem filosófica, sendo críticada por vários pensadores aversos ao pensamento cartesiano [Nota 4], a citarem-se as críticas elaboradas pelo filósofo francês Edgar Morin. Morin propõe, no lugar da divisão do objeto de pesquisa em partes, uma visão sistêmica, do todo. Esse novo paradigma é chamado de Teoria da complexidade (complexidade entendida como abraçar o todo). Embora tal paradigma não implique a a rigor na invalidade do método científico em sua forma geral, este certamente propõe uma nova forma de se aplicá-lo no que se refere às particularidades de cada área quanto ao objetivo é compreender a realidade na melhor forma possível.

ÍNDICE

1 O contexto de uma pesquisa - 2 Elementos do método científico - 3 Ciências humanas

4 A evolução do conceito de método - 5 O acidente (serendipidade) - 6 A hipótese

7 As crenças e o Método Científico - 9 Notas - 10 Referências

11 Bibliografia complementar

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O contexto de uma pesquisa

Primeiramente os pesquisadores definem proposições lógicas ou suposições - as hipóteses - para explicar certos fenômenos e observações, e então desenvolvem experiências ou observações a serem feitas em que testam essas hipóteses. Se confirmadas, as hipóteses podem gerar leis, e juntamente com as evidências associadas, geram as teorias científicas. Embora as hipóteses sejam geralmente formuladas em cima de um subconjunto de fatos de particular interesse ou relevância, vale ressaltar que o método impõe a integração entre todo conhecimento produzido, e a rigor não há inúmeros subconjuntos de evidências, cada um particular a uma teoria restrita, mas sim um conjunto único de evidências, universal, evidências com as quais, qualquer que seja, uma hipótese válida não pode conflitar, quer seja esteja esta hipótese associada a um sistema em particular que busque esta ser uma explicação geral para os fenômenos naturais. Integrando-se o conjunto de fatos e as hipóteses de diversas áreas em uma única e coerente estrutura de conhecimento formam-se teorias cada vez mais amplas e abrangentes, e ao fim o que se denomina por ciência. Com tal imposição do método colocam-se as hipóteses sempre que possível em um patamar bem mais amplo de abrangência, podendo estas virem a receber o título honorífico de leis científicas, e as teorias pertinentes virem a ser reconhecidas consensualmente pela comunidade científica como um paradigma válido à época em questão.

Outra característica do método é que o processo de produção do conhecimento científico precisa ser objetivo, e o cientista deve ser imparcial na interpretação dos resultados. Sobre a objetividade, que consiste em atenter às propriedades do objeto em estudo e não às do sujeito que as estuda (subjetividade), é conhecida a afirmação de Hans Selye, pesquisador canadense que formulou a moderna concepção de stress: "Quem não sabe o que procura não entende o que encontra" referindo-se à necessidade de formulação de definições precisas (a essência dos conceitos) e que possam ser respondidas com um simples sim ou não, e aos cuidados que se deve ter com a subjetividade inerente ao ser humano. Tanto a imparcialidade (evidência) como a objetividade foram incluídas por René Descartes (1596 – 1649) nas regras lógicas que caracterizam o método científico.

Além disso, o procedimento precisa ser documentado, tanto no que diz respeito à fonte de dados como às regras de análise, para que outros cientistas possam re-analisar, reproduzir e verificar a confiabilidade dos resultados. Assim se distinguem os relatos científicos (artigos, monografias, teses e dissertações) de um simples estilo (padrão) ou arquitetura de texto orientados pelo que caracterizam as normas da Retórica ou o estudo do uso persuasivo da linguagem, em função da eloqüência.

É comum o uso da análise matemática ou estatística de forma direta ou mediante aproximação por modelos abstratos idealizados ao qual se acrescem gradualmente as variáveis necessárias para satisfazer à complexidade do problema enfocado e precisão desejada, precisão que depende do objetivo da pesquisa (identificar, descrever, analisar, etc.). Embora os estudos preliminares possam ter natureza qualitativa, o enfoque final deve ser quantitativo, e este é essencial à ciência, sendo "o universo do mais ou menos" um universo a rigor alheio ao método científico.

A divisão da ciência em grandes áreas, áreas de estudo, cadeiras e disciplinas científicas distintas têm levado em consideração, em vista do debatido acima, as adequações dos diferentes pormenores da metodologia científica exigidas pelo alvo dos estudos em cada situação. É comum a afirmação de que em função da evolução e definição atual do método cientifico, num extremo têm-se a física e química seguida da biologia, da geologia, e demais cadeiras das ciências naturais, e no outro, se não violando mantendo-se contudo na fronteira dos rigores do método científico, as ciências sociais, a citar-se a psicologia e as ciências jurídicas, estas quase se aproximando da filosofia e estudo das crenças (senso comum) ou ciências do espírito (sistemas mítico - religiosos), estas últimas já certamente alheias ao que se denomina de área científica de estudo.

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Contudo pensadores contemporâneos vêem nessas duas abordagens uma oposição complementar, enquanto que as pesquisas quantitativas que visam descrever e explicar fenómenos que produzem regularidades mensuráveis são recorrentes e exteriores ao sujeito (objetivos), na pesquisa qualitativa o observador (sujeito) é da mesma natureza que o objeto de sua análise e, ele próprio, uma parte da sua observação (o subjetivo).

É importante ter em mente que as pesquisas cientificas se relacionam com modelos, com uma constelação de pressupostos e hipóteses, escalas de valores, técnicas e conceitos compartilhados pelos membros de uma determinada comunidade científica num determinado momento histórico, ou seja, a um paradigma válido à época em consideração.

Elementos do método científico

"Ciência é muito mais uma maneira de pensar do que um corpo de conhecimentos." - Carl Sagan

"...ciência consiste em agrupar factos para que leis gerais ou conclusões possam ser tiradas deles." - Charles Darwin

O método científico é composto dos seguintes elementos:

Caracterização - Quantificações, observações e medidas.

Hipóteses - Explicações hipotéticas das observações e medidas.

Previsões - Deduções lógicas das hipóteses.

Experimentos - Testes dos três elementos acima.

O método científico consiste dos seguintes aspectos:

Observação - Uma observação pode ser simples, isto é, feita a olho nu, ou pode exigir a utilização de instrumentos apropriados. Contudo deve ser sistemática e controlada a fim de que seus resultados correspondam à realidade e não a ilusões derivadas da deficiência inerente aos sentidos humanos em captar a realidade.

Descrição - O experimento precisa ser replicável (capaz de ser reproduzido). É importante especificar que fala-se aqui dos procedimentos necessários para testarem-se as hipóteses, e não dos fatos em si, que não precisam ser antropogenicamente reproduzidos, mas apenas verificáveis.

Previsão - As hipóteses precisam ser válidas para observações feitas no passado, no presente e no futuro.

Controle - Para maior segurança nas conclusões, toda experiência deve ser controlada. Experiência controlada é aquela que é realizada com técnicas que permitem descartar as variáveis passíveis de mascarar o resultado.

Falseabilidade[Ref. 3] - toda hipótese tem que ser testável, e por tal falseável ou refutável. Isso não quer dizer que a hipótese seja falsa, errada ou tão pouco dúbia ou duvidosa, mas sim que ela pode ser verificada, contestada. Ou seja, ela deve ser proposta em uma forma que a permita atribuir-se a ela ambos os valores lógicos, falso e verdadeiro, de forma que se ela realmente for falsa, a contradição com os fatos ou contradições internas com a teoria venha a demonstrá-lo.

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Explicação das Causas - Em todas as áreas da ciência a causalidade é fator chave , e não tem-

se teoria científica - ao menos até a presente data - que viole a causalidade[Nota 5][Ref. 4]. Nessas condições os seguintes requisitos são vistos como importantes no entendimento científico:

Identificação das causas

Correlação dos eventos - As causas precisam ser condizentes com as observações, e as correlações entre observações e evidências devem realmente implicar relação de causa efeito [Nota 6] .

Ordem dos eventos - As causas precisam preceder no tempo os efeitos observados.

Na área da saúde a natureza da associação causal foi formulada por Hence e adaptada por Robert Koch em 1877 para demonstração da relação causal entre microrganismos e patologias, fundando-se a proposta de Koch basicamente nos mesmos princípios enunciado acima, ou seja: força da associação, ou conectividade (correlação nem sempre implica causalidade); seqüência temporal (assimetria); transitividade (evidência experimental); previsibilidade e estabilidade dos resultados.

Uma maneira linearizada e pragmática de se seguir o método científico está exposto a seguir passo-a-passo. Vale a pena notar que é apenas uma referência, podendo haver, em acordo com a situação, passos necessários, contudo nesta lista não relacionados ou mesmo passos listados; cujos cumprimento não se faz necessário. Na verdade, na maioria dos casos não se seguem todos esses passos, ou mesmo parte deles. O método científico não é uma receita: ele requer inteligência, imaginação e criatividade. O importante é que os aspectos e elementos apresentados anteriormente estejam presentes.

Definir o problema.

Recolhimento de dados.

Proposta de uma ou mais hipóteses.

Realização de uma experiência controlada, para testar a validade da(s) hipótese(s).

Análise dos resultados

Interpretar os dados e tirar conclusões, o que serve para a formulação de novas hipóteses.

Publicação dos resultados em monografias, dissertações, teses, artigos ou livros aceitos por universidades e ou reconhecidos pela comunidade científica.

Observe-se que nem todas as hipótese podem ser facilmente confirmadas ou refutadas por experimentos ou evidências e que em muitas áreas do conhecimento o recolhimento de dados e a tentativas de interpretá-los já é uma grande tarefa como nas ciências humanas e jurídicas (criminologia), contudo a necessidade de fazê-lo é inerente à ciência.

Ciências humanas

A limitação ética da realização de experimentos com seres humanos, o estudo das subjetividades ou do essencialmente subjetivo, individual e particular psiquismo humano, ou a natureza histórica do objeto das ciências sociais, conduziram os pensadores a distintos caminhos ou proposições de estudo para o método científico. Contudo, parafraseando Minayo,..."uma base de dados quando bem trabalhada teórica e praticamente, produz riqueza de informações, aprofundamento e maior fidedignidade interpretativa"... [Ref. 5]

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As principais divergências na análise dos resultados de pesquisas em ciências sociais ou humanas se dão no plano da contextualização dos dados ou informações obtidas em campo nos diversos sistemas teóricos ou seja conjunto de teorias e leis reconhecidas como consensuais em distintos momentos históricos e/ou segmentos das comunidades científicas. Nas ciências sociais identifica-se três grandes correntes de pensamentos:

Positivismo / Auguste Comte.

Fenomenologia (Fenomenologia do Espírito / Estruturalismo)

Materialismo dialético; Dialéctica / Marxismo

A evolução do conceito de método

A história do método científico se mistura com a história da ciência. Documentos do Antigo Egito já descrevem métodos de diagnósticos médicos. Na cultura da Grécia Antiga, os primeiros indícios do método científico começam a aparecer. Grande avanço no método foi feito no começo da filosofia islâmica, principalmente no uso de experimentos para decidir entre duas hipóteses. Os principios fundamentais do método científico se consolidaram com o surgimento da Física nos séculos XVII e XVIII. Francis Bacon, em seu trabalho Novum Organum(1620)-uma referência ao Organon de Aristóteles-especifica um novo sistema lógico para melhorar o velho processo filosófico do silogismo.

A metodologia científica tem sua origem no pensamento de Descartes, que foi posteriormente desenvolvimento empiricamente pelo físico inglês Isaac Newton. René Descartes propôs chegar à verdade através da dúvida sistemática e da decomposição do problema em pequenas partes, características que definiram a base da pesquisa científica.

Lê-se no livro o Discurso do método: [Ref. 6]

...''E como a multiplicidade de leis serve frequentemente para escusar os vícios, de sorte que um estado é muito melhor governado quando, possuindo poucas, elas são aí rigorosamente aplicadas, assim, em lugar de um grande número de preceitos dos quais a lógica é composta, acrediteis que já me seriam bastante quatro, contanto que tomasse a firme e constante resolução de não deixar uma vez só de observá-los O primeiro consistia em nunca aceitar, por verdadeira, coisa nenhuma que não conhecesse como evidente; isto é, devia evitar cuidadosamente a precipitação e a prevenção; e nada incluir em meus juizos que não se apresentasse tão claramente e tão distintamente ao meu espírito que não tivesse nenhuma ocasião de o pôr em dúvida. O segundo – dividir cada uma das dificuldades que examinasse em tantas parcelas quantas pudessem ser e fossem exigidas para melhor compreendê-las. O terceiro – conduzir por ordem os meus pensamentos, começando pelos objetos mais simples e fáceis de serem conhecidos, para subir, pouco a pouco, como por degraus, até o conhecimento dos mais compostos, e supondo mesmo certa ordem entre os que não se precedem naturalmente uns aos outros. e o último – fazer sempre enumerações tão completas e revisões tão gerais, que ficasse certo de nada omitir''."...

Correntemente estas regras são: 1) da evidência; 2) da divisão ou análise; 3) da ordem ou dedução; e, 4) da enumeração (contar, especificar), classificação.

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O acidente (serendipidade)

É comum considerar alguns dos mais importantes avanços na ciência, tais como as descobertas da radioatividade por Henri Becquerel ou da penicilina por Alexander Fleming, como tendo ocorrido por acidente. No entanto, o que é possível afirmar à luz da observação científica é que terão sido parcialmente acidentais, uma vez que as pessoas envolvidas haviam aprendido a "pensar cientificamente", estando, portanto, conscientes de que observaram algo novo e interessante.

Os progressos da ciência são acompanhados de muitas horas de trabalho cuidadoso, que segue um caminho mais ou menos sistemático na busca de respostas a questões científicas. É este o caminho denominado de método científico.

A hipótese

A Hipótese (do gr. Hypóthesis) é uma proposição que se admite de modo provisório como verdadeira e como ponto de partida a partir do qual se pode deduzir, pelas regras da lógica, um conjunto secundário de proposições, que têm por objetivo elucidar o mecanismo associado às evidências e dados experimentais a se explicar.

Literalmente pode ser compreendida como uma suposição ou proposição na forma de pergunta, uma conjetura que orienta uma investigação por antecipar características prováveis do objeto investigado e que vale quer pela concordância com os fatos conhecidos quer pela confirmação através de deduções lógicas dessas características, quer pelo confronto com os resultados obtidos via novos caminhos de investigação (novas hipóteses e novos experimentos).

No método científico, a proposição de hipóteses é o caminho que deve levar à formulação de uma teoria. O cientista, na sua hipótese, tem dois objetivos: explicar um ou geralmente um conjunto de fatos e prever outros acontecimentos e fatos dele decorrentes (deduzir as consequências). A hipótese deverá ser testada frente a fatos obtidos de observações sistemáticas e controladas resultantes de experiências laboratoriais e de pesquisa em campo. Se, após muitas dessas experiências, os resultados obtidos pelos pesquisadores não contrariarem a hipótese, esta então será aceita como válida, promovida à lei se for simples contudo de abrangência geral, e integrada à teoria e/ou sistema teórico pertinente. A promoção da hipótese ao patamar de integrante de uma teoria ou sistema teórico pertinente não lhe aufere, contudo, o título de dogma. Todas as hipóteses científicas estão em perpétuo teste frente aos fatos naturais, frente aos resultados experimentais e frente aos rigores de consistência lógica com as demais hipóteses aceitas como válidas no presente momento! Uma hipótese indubitável hoje pode ser falsa amanhã, e isto vale para todas as hipóteses científicas, independente dos "títulos honoríficos" que possuam. Mesmos as leis científicas não passam de meras hipóteses neste contexto.

As crenças e o Método Científico

Pontos importantes a se considerar são a necessidade da falseabilidade das hipóteses científicas e as consequências advindas desta restrição. Considere como exemplo as seguintes proposições: "A salamandra e o rato são anfíbios" e "A maça é verde ou não é verde". A primeira admite os valores lógicos falso e verdadeiro, sendo possível demonstrar que seu valor lógico é em verdade falso ao constatar-se experimentalmente que o rato não é um anfíbio. Contudo a segunda expressão não é testável pois, conforme proposta, ela sempre será verdadeira, independente da cor da maça obtida experimentalmente. Analise com cautela o exemplo e perceba que, em essência, frases não falseáveis não carregam informação útil (ou seria não carregam informação alguma?), pois uma informação sempre pode ser falsa ou veredadeira. Por tal a primeira é condizente com uma hipótese científica, a segunda não.

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Um exemplo de hipótese científica - testável - e até o presente momento com valor lógico verdadeiro é "O valor da velocidade da luz é uma constante que independente do referencial inercial adotado" (ver relatividade restrita). Esta hipótese é testável pois admite os valores lógicos falso e verdadeiro e pode ser mostrada falsa por experimentos, bastando encontrar-se experimentalmente um referencial inercial onde não se verifique o que ela afirma. Como, contudo, até a presente data, este não foi encontrado, esta é, até a presente data, para todos os efeitos, verdadeira.

Seguindo-se os exemplos, mas agora tocando em um assunto delicado para alguns, a hipótese "Há um Deus transcendental, onisciente, onividente, onipresente e onipotente que controla tudo" não é, por princípio, uma hipótese testável frente aos experimentos e fatos naturais pois, qualquer que seja o resultado experimental, ele é condizente com a onisciência, onipotência, onipresença e onividência de Deus, e, conforme postulado pela própria hipótese, Deus diretamente mostra-se inacessível aos experimentos naturais devido à sua transcendência, de forma que se fosse verificado diretamente a existência de Deus por algum experimento, a frase estaria falsa em virtude de sua transcendência ser falsa, e mantida a sua transcendência, a frase não é testável. Visto que nunca verificou-se a existência direta de Deus - sendo em verdade esta a razão lógica da transcendência figurar na hipótese - a hipótese é em verdade uma frase não falseável - não testável - e por tal transcende também o escopo da ciência.

Em resumo: Deus não é testável e por tal "a ciência não entra no mérito de Deus", sendo a ciência expressamente cética, por definição; tal consideração coloca praticamente todas as religiões, monoteístas ou não, além do mérito e alheias à ciência. Embora o inverso passa - com muito zelo - ser verdade, não há lugar para as religiões dentro da ciência.

Notas

1. ↑ "A ciência só pode determinar o que é, não o que deve ser, e fora de seu domínio permanece a necessidade de juízos de valor de todos os tipos" (Albert Einstein). Conforme relatado por Singh, Simon - Big Bang (pág. 459)

2. ↑ Trata-se da metodologia reducionista, certamente em larga escala difundida em várias áreas científicas modernas: compreenda primeiro cada uma das partes e como estas interagem entre si para então compreender o todo. Embora o alicerce de muitas cadeiras científicas, com destaque certamente para as ciências naturais como física, química e biologia, esta metodologia não é em absoluto necessária à definição do método científico, havendo metodologias de trabalho não reducionistas que também mostram-se completamente compatíveis com o método científico em sua forma geral, a citar-se a metodologia atrelada às teorias complexas, como a teoria do caos.

3. ↑ "... qualquer teoria em Física [científica] é sempre provisória, no sentido de que é apenas uma hipótese, você nunca pode prova-la em definitivo. Não importa quantas vezes os resultados das experiências estejam de acordo com algumas teorias, não se pode ter a certeza de que na próxima vez o resultado não irá contradizê-las. Por outro lado, você pode refutar uma teoria por encontrar uma única observação que não concorde com as suas previsões" - Stephen Hawking - Conforme publicado em Uma breve história do tempo

4. ↑ Existem várias e várias áreas do conhecimento em que os métodos científicos não se aplicam - ou cujos métodos transcendem os definidos pela metodologia científica - e como exemplo pode-se citar a própria Filosofia. Em ambos os casos tais áreas não se caracterizam, contudo, como áreas de estudo científicas, e no caso particular das críticas filosóficas à metodologia científica a ciência geralmente responde de forma enfática: "Ciência é o que você

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sabe. Filosofia é o que você não sabe" (Bertrand Russell); "A filosofia da ciência é tão útil para o cientista quanto a ornitologia para os pássaros" (Richard Feynman) - conforme relatado por Simon Singh - Big Bang - pág. 459.

5. ↑ Nem mesmo as ideias e fatos associados à mecânica quântica, área da física moderna que trouxe à tona consideráveis debates sobre a validade ou não de diversos pressupostos inerentes ao método científico, foram capazes de derrubar a validade da causalidade, e tão pouco da localidade a esta associada (o postulado segundo da relatividade restrita), como princípios básicos para a descrição da natureza. Conforme encontrado em Griffitsh, David J. -Introduction to Quantum Mechanics, encontrando-se subentendido no texto por "Influências causais" todos os entes capazes de estabelecer relação de causa e efeito, quer seja informação, quer energia, ou mesmo matéria: "Influências causais não podem propagar-se mais rápido que a velocidade da luz", mesmo no âmbito da mecânica quântica, de forma que o evento causa e o evento efeito sempre ordenam-se adequadamente no tempo. Para maiores informações, vide: Griffith, David J. - Introduction to Quantum Mechanics - pág.: 381, entre outras. Ver também o artigo Tempo.

6. ↑ É relevante perceber que nem toda correlação implica causalidade. Um excelente exemplo foi explorado por Bobby Henderson em sua carta ao conselho educacional do estado norteamericano do Kansas que culminou na fundação de uma nova religião, o Pastafarianismo. Nela o autor compara a correlação existente entre o aumento nas temperaturas médias anuais nos últimos séculos - associado ao aquecimento global - e o decréscimo do número de piratas no mesmo período, demonstrando que há uma correlação precisa entre os dois.

Referências

1. ↑ SINGH, Simon. Big Bang. Rio de Janeiro; São Paulo: Editora Record, 2006. ISBN: 85-01-07213-3. Capítulo "O que é ciência?", e demais.

2. ↑ HAWKING, Stephen. Uma breve história do tempo. Lisboa: Gradiva, 1988. ISBN 972-662-010-4. Rio de Janeiro: Rocco, 1988. ISBN 85-325-0252-0.

3. ↑ Estudos do método científico (pdf).

4. ↑ GRIFFITHS, David J. Introduction to Quantum Mechanics. Printice Hall, 1994. ISBN 0-13-124405-1.

5. ↑ MINAYO, Maria Cecília de Souza (Org.); DESLANDES, Suely Ferreira; GOMES, Romeu. Pesquisa social, teoria método e criatividade. Petrópolis, RJ: Vozes, 2007.

6. ↑ DESCARTES, René. Discurso do método. Tradução, prefácio e notas de João Cruz Costa. São Paulo: Ed de Ouro, 1970. Disponível para download em: Domínio Público e eBooket -IntraText René Descartes - e-books

Bibliografia complementar

BECKER, Howard S. Métodos de pesquisa em ciências sociais. São Paulo: Hucitec, 1999.

CHIZZOTTI, Antonio. Pesquisa em ciência humanas e sociais. São Paulo: Cortez, 2006.

HADDAD, Nagib. Metodologia de estudos em ciências da saúde: como planejar, analisar e apresentar um trabalho científico. São Paulo: Roca, 2004.

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LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia científica. São Paulo: Atlas, 2007.

SELYE, Hans. Stress a tensão da vida. São Paulo: IBRASA, 1965.

QUESTIONÁRIO PARA APRENDIZADO

1. O QUE É MÉTODO CIENTÍFICO? 2. O QUE É METODOLOGIA CIENTÍFICA? 3. O QUE VOCÊ ENTENDE POR CONTEXTO DE UMA PESQUISA? 4. QUAIS SÃO OS ELEMENTOS DO MÉTODO CIENTÍFICO? 5. CITE OS ASPECTOS DO MÉTODO CIENTÍFICO E EXPLIQUE-OS: 6. BASEADO NA PÁGINA 5 O MÉTODO CIENTIFICO NÃO É UMA RECEITA, O QUE

ELE REQUER? 7. DESCREVA A MANEIRA LINEARIZADA E PRAGMÁTICA DE SE SEGUIR O MÉTODO

CIENTÍFICO: 8. EXPLIQUE AS CIÊNCIAS HUMANAS:

9. NAS CIÊNCIAS SOCIAIS IDENTIFICA-SE TRÊS GRANDES CORRENTES DE PENSAMENTOS, QUAIS SÃO:

10. DESCREVA A EVOLUÇÃO DO MÉTODO CIENTÍFICO: 11. DE ACORDO COM O LIVRO “O DISCURSO DO MÉTODO” O QUE VOCÊ ENTENDE? 12. DESCREVA O ACIDENTE(SERENDIPIDADE): 13. DESCREVA A HIPÓTESE: 14. DESCREVA AS CRENÇAS E O MÉTODO CIENTÍFICO: 15. SEGUNDO AS NOTAS O QUE VOCÊ PODE CONCLUIR?

Estude com fé depois de ter terminado os seus estudos, envie seu questionário com as respostas devidas para o endereço de e-mail: [email protected] , se assim quiser, logo após respondido e corrigido o questionário, enviaremos a prova e alcançando media acima de 7,5, em cada módulo, você receberá seu histórico e certificado.

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História de Israel I

I – CONCEITO DE HISTÓRIA NO ANTIGO TESTAMENTO - O AGIR DE DEUS NA HISTÓRIA A história é, para Israel, o lugar de encontro com Deus. A fé desse povo conforme exposta na Bíblia, não se fundamenta em mitos atemporais, alienados do espaço e do tempo que nos rodeiam. É uma fé que nasce e se desenvolve em contato direto com os acontecimentos desse mundo, no dizer de J.L. Sicre (Vide Sl. 136). Uma comparação feita por A. K. Grayson sobre outros ambientes culturais revelou o motivo do interesse que os assírios e caldeus tinham em contar o passado. Foram cinco, os motivos básicos: 1) Propaganda política. 2) Finalidade didática. 3) Exaltação do herói. 4) Consciência da importância de recordar certas coisas. 5) Utilidade prática (calendário, adivinhação, astrologia, etc.). No caso particular de Israel, todos os elementos da pesquisa de Grayson foram notados, excluindo-se apenas o item 5, reprovado pelos textos bíblicos. Não se discute aqui as formas literárias que emolduraram as tradições israelitas, mas é fato que houve um interesse profundo na interpretação dos eventos do ponto de vista histórico. O problema é que nossa concepção de história não pode ser projetada sobre a forma dos escritos israelitas. Estes relatam o seu passado numa historiografia que possui três vertentes básicas: 1) Historiografia Épico-Sagrada · Teve importância nos primeiros séculos de Israel. · Sagas de heróis (façanhas militares). · Aglomerado de episódios individuais sem unidade. · Tendência a “exagerar” dados. · Predileção especial por milagres. · Exemplo : Jz. 7:1; 8:1. 2) Historiografia Profana · Ao contrário da anterior, aqui a história se desenvolve pela vontade de homens cativos de suas paixões e ambições, sem a intervenção extraordinária de Deus. · Exemplos: I Rs. 11 e 12 (Morte de Salomão e a divisão do reino); II Sm. 9-20 w I Rs.1-2 (história da sucessão do trono de Davi). 3) Historiografia Religioso-Teológica · Predominante no Antigo Testamento. · O dados do passado são compilados com o objetivo de inculcar no ouvinte uma idéia, uma mensagem. · Exemplo: A maneira de narrar a história no livro de Juízes. II - HISTÓRIA DE ISRAEL NO PERÍODO BÍBLICO DO ANTIGO TESTAMENTO 2.1– RETROSPECTO DA HISTÓRIA DE ISRAEL–PERÍODO PATRIARCAL (2000 A 1850 a.C.) De acordo com a Bíblia, a história de Israel começa com a migração dos patriarcas hebreus da Mesopotâmia para a Palestina. Essas narrativas são encontradas no livro de Gênesis caps. 12 a 50. De acordo com Bright, as narrativas do Gênesis são em preto e branco numa tela simples, sem nenhuma perspectiva de profundidade. Esse livro nos pinta certos indivíduos e suas famílias movimentando-se dentro de um mundo, como se vivessem sozinhos nele. Os grandes impérios, mesmo o pequeno povo de Canaã, se são mencionados, não passam de vozes que se ouvem de fora do palco. Se os faraós do

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Egito têm uma modesta parte nas narrativas, eles não são identificados pelos nomes; não sabemos quem eram eles; tampouco, nenhum antepassado hebreu mencionado no Gênesis foi revelado ainda em nenhuma inscrição contemporânea. Em conseqüência de tudo isso se torna impossível dizer em termos exatos quando Abraão, Isac e Jacó realmente viveram; tampouco podemos subestimar a evidência arqueológica. O testemunho da Arqueologia é indireto. Ele tem dado ao quadro das origens de Israel um sabor de probabilidade e tem fornecido o “background” para o entendimento desse quadro, mas não tem provado que as histórias são verdadeiras em seus pormenores. Ao mesmo tempo não apareceu ainda nenhuma evidência que contradiga a tradição bíblica. Segundo Bright, as origens de Israel não eram tão simples fisicamente. Teologicamente eram todos descendentes de Abraão; fisicamente eles provinham de outros troncos diferentes, clãs que imigraram na Palestina no começo do segundo milênio antes de Cristo e aí se misturaram e proliferaram com o passar do tempo. Muitos desses clãs se estabeleceram onde puderam encontrar terra e se organizaram em cidades-estado segundo o padrão feudal. A maior parte desses clãs veio da Mesopotâmia, onde reinava um ambiente de confusão política gerando a desintegração da cidade de Ur com dinastias rivais lutando entre si. No Egito, sob os faraós do Médio Império (de Tebas a Menfis), instalava-se uma época de prosperidade. Os faraós da 12ª dinastia empreenderam projetos ambiciosos, sistema de canais e de fortificações, desenvolvendo-se ainda a Medicina e a Matemática. Os patriarcas propriamente ditos seriam os chefes de clãs consideráveis. 2.1.2 – COSTUMES E CARACTERÍSTICAS PATRIARCAIS – Muitos fatos mencionados no Gênesis são endossados pelo conhecimento da cultura de reinos na Mesopotâmia dessa época. Segue abaixo algumas das diversas características desses clãs. Outras características serão consideradas na unidade III quando estudaremos as instituições israelitas do tempo do Antigo Testamento. · O patriarca tinha influência decisiva na escolha de conjugues para seus filhos. · Os casais sem filhos adotavam um filho que os servia durante toda a vida e seria o herdeiro. Mas se nascesse um filho natural, o filho adotivo tinha que ceder seu direito de herdeiro. · Os contratos nupciais obrigavam a mulher estéril a providenciar uma substituta para o seu marido. · Se nascesse um filho dessa união ficava proibido o desprezo à esposa escrava e ao seu filho. · A aparência desses patriarcas era semelhante à dos seminômades do segundo milênio na Palestina; vestidos com roupas multicoloridas, deslocando-se a pé com todos os seus pertences e filhos em lombo de burro (conf. gravura em um túmulo do séc. X a.C., encontrado em Beni-Asan, no Egito). · Habitavam em tendas. 2.1.2 – A FÉ DOS PATRIARCAS – A Bíblia considera Moisés como fundador da religião de Israel (Ex. 3). Apesar disso, a narrativa bíblica liga a religião javista com a religião dos patriarcas (Ex. 3:6-13; 6:3). Estudaremos mais sobre a revelação especial do nome de Deus (Yehweh) no capítulo sobre o Êxodo. O quadro que se tem dos patriarcas é que eles adoravam a Deus sob vários nomes; esses nomes estavam ligados a um feito de Deus no passado e em local especial. Os descendentes dos patriarcas adorariam na memória do nome do patriarca, o Deus que esse patriarca legou, sob diversos nomes. A Bíblia menciona alguns deles, a saber: · ‘El Shaddai (Gn. 17:1; 43:14) – “Deus Todo-Poderoso”. · ‘El Elyon (Gn. 14:18-24) – “Deus Altíssimo”. · ‘El Olam (Gn. 21:33) – “Deus Eterno”. · ‘El Yir’eh (Gn. 22:14) – “Deus Proverá”.

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· ‘El Roy (Gn. 16:13) – “Deus que me vê”. Na narrativa do Gênesis, cada patriarca é representado adorando ao seu Deus por livre e pessoal escolha e entregando-se, depois a este seu Deus “O Deus de Abraão”, em Gn. 28:13; 31:42-53; “O Temido de Isac” em Gn. 31:42-53; “O Poderoso de Jacó” em Gn. 49:24. O quadro do Gênesis de uma relação pessoal entre o indivíduo e seu Deus fundamentada por uma promessa e selada por uma aliança é da maior autenticidade. A fé na promessa divina representa o elemento original da fé dos antepassados seminômades de Israel. 2.2 – OS HEBREUS NO EGITO (1850-1420 a.C. OU 1750 – 1300 a.C.?) 2.2.1 – CONTEXTO HISTÓRICO – Antes do conhecimento das circunstâncias que levaram os descendentes dos patriarcas a se instalarem no Egito, é necessária uma compreensão do contexto histórico dos impérios que cercavam a Palestina. Por exemplo, no Egito, durante o Séc. XVIII a.C., o poder do Médio Império estava sendo enfraquecido. Com as migrações dos povos asiáticos para as bandas do sul da Palestina, as portas do delta egípcio estavam sendo abertas para a dominação estrangeira. Nessa época, o Egito sofreu a invasão dos soberanos estrangeiros chamados de hicsos (chefes estrangeiros – 1720 a 1540 a.C.), os quais efetuaram sua conquista em duas fases: a) entrincheiraram-se no Delta, consolidando posições (1720); b) iniciaram o domínio político propriamente dito. Os hicsos foram expulsos do Egito em 1540 a.C. pelo faraó nacionalista Amósis. A presença dos hicsos no Egito representa um período de franca abertura para a entrada de estrangeiros, inclusive hebreus. Outro importante império foi o da Babilônia. Durante essa época encontrava-se ameaçado pela Assíria ao norte e Larsa ao sul. Porém, com a ascensão do rei Hamurabi ao trono essa situação de inferioridade se reverteu e a Babilônia resistiu a todas as ameaças, vencendo os seus inimigos. Através de Hamurabi a Babilônia gozou um grande florescimento cultural. Desse período temos uma riqueza de textos: cópias de épicos antigos (por exemplo, narrativas babilônicas da criação e do dilúvio), listas de palavras, dicionários, tratados de matemática e de astronomia, etc. Contudo a mais importante de todas as realizações de Hamurabi foi o seu famoso código de leis, publicado no final de seu reinado. 2.2.2 – COMO OS HEBREUS FORAM PARA O EGITO – Esse período da história representa uma época na história de Israel onde a Bíblia é a nossa única fonte. Os registros egípcios nunca fizeram menção de uma presença de Israel. Uma explicação para isso é que, ocorrendo essa passagem dos hebreus pelo Egito durante o período dos soberanos hicsos, os egípcios teriam considerado essa época vergonhosa demais para ser descrita. O fato é que a narrativa bíblica tem o seu valor e, de acordo com o pensamento de Bright, exige uma fé a priori: “uma tradição dessa espécie nenhum povo poderia inventar. Não se trata de nenhum episódio épico e heróico da migração, mas da recordação de uma servidão vergonhosa da qual somente o poder de Deus poderia livrar”. Um argumento muito forte que reforça a historicidade da passagem de Israel pelo Egito são os nomes egípcios comumente encontrados entre os israelitas nessa época, por exemplo: Moisés, Ofiní, Finéias, Merarí, etc. Duas perguntas devem ser colocadas aqui: 1) O que levou os israelitas a se instalarem no Egito? 2) Sob que circunstâncias viveram? Primeiramente, todos os teólogos e estudiosos do Antigo Testamento concordam em afirmar que os israelitas chegaram ao Egito através das migrações dos seminômades que habitavam o sul da

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Palestina. Nos tempos de fome e carestia esses iam buscar uma vida melhor no Vale do Nilo, que era fértil e não dependia das chuvas. Esta situação é pressuposta em algumas passagens do Gênesis (Gn. 12:10; 20:1; 26:1; 42:1, 43:1, 46:1). Essa era uma situação repetida todos os anos e muitos desses grupos seminômades fixaram residência no Egito. Ora, na medida em que se compreende que o período de dominação hicsa foi favorável à entrada de grupos estrangeiros no Egito, compreende-se também que, a partir do momento em que os mesmo foram banidos e expulsos, deu-se início uma política nacionalista xenofobista (aversão ou medo aos estrangeiros) que inclui a perseguição às etnias estrangeiras (Ex. 1:9-10). A partir daí muitos desses grupos seminômades foram convocados pelos egípcios para determinados serviços, sendo inclusive recrutados contra a vontade como trabalhadores braçais, mão-de-obra barata pra atividades na área da construção e olarias. De acordo com a Bíblia (Ex. 12:40), o período de permanência dos hebreus no Egito foi de 430 anos. 2.3 – O ÊXODO, A PEREGRINAÇÃO E A CONQUISTA DE CANAÃ (1420 a 1300 OU 1300 A 1200 a.C.??) 2.3.1 – CONTEXTO E ÊXODO – Baseados em descobertas arqueológicas e em relatos bíblicos do livro do Êxodo, podemos situar com aproximação o contexto histórico da opressão dos hebreus no Egito, cujas circunstâncias foram estudadas no capítulo anterior. Nessa época, os egípcios dominavam boa parte do mundo de então, incluindo a Palestina (Canaã), a qual era formada pela aglomeração de cidades-estados, cada uma delas com o seu rei, pagando ao Egito pesados tributos estipulados pelo faraó do momento. Embora a Palestina fosse dividida politicamente, formava uma unidade cultural, pois os povos que lá viviam possuíam língua, costumes e religião semelhantes. No Egito livre, sem a presença do hicsos os hebreus amarguravam uma situação de opressão, forçados ao trabalho nas olarias e na construção das cidades de Pitom e Ramsés (Ávaris, antiga capital dos hicsos), conforme relato de Ex. 1:1-14. Contudo a questão em torno data do Êxodo não é de comum acordo dos teólogos, como veremos a seguir. 2.3.2 – A QUESTÃO EM TORNO DAS DATAS DO ÊXODO No caso específico dos faraós da opressão e do êxodo temos um problema histórico visto que dois grupos de historiadores e teólogos têm discordado quanto à datação da escravidão israelita, em virtude de interpretações diferentes para as evidências históricas e arqueológicas. As discussões concentram-se entre os faraós da 18ª e 19ª dinastias. Vejamos, primeiramente, um quadro histórico aproximado desses faraós: Dinastia / Faraós Período de reinado Hicsos dominam o Egito 1720 - 1570 Amósis 1570-1546 Amenófis I 1546-1526 Tutmósis I 1526-1512 Tutmósis II 1512-1504 Hatshepsut 1503-1483 Tutmósis III 1504-1450 Amenófis II 1450-1425 Tutmósis IV 1425-1417

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Amenófis III 1417-1379 Amenófis IV (Akenaton) 1379-1362 Semenca 1364-1361 Tutankamon 1361-1352 Ai 1352-1348 18ª dinastia Horembeb 1348-1320 Ramsés I 1320-1318 Set I 1318-1304 Ramsés II 1304-1236 19ª dinastia1 Merneftá 1236-1223 O primeiro grupo de teólogos e historiadores considera que os faraós da opressão e do êxodo estão na 18ª dinastia. Partem do princípio da literalidade de I Reis 6:1 que informa que o êxodo aconteceu cerca de 480 anos antes da fundação do templo de Salomão, fato que ocorreu em aproximadamente 966 a.C, o que colocaria a datação da saída de Israel do Egito por volta de 1446 a.C., época de Amenófis II (1450- 1425). Essa articulação, estando correta, colocaria o nascimento de Moisés para o período de transição entre Amenófis I (1546-1526) e Tutmósis I (1526 a 1512), visto que, de acordo com Ex.7:7, Moisés estava com 80 anos pouco antes do êxodo. Moisés teria sido adotado pela filha de Tutmósis I, Hatshepsut (1503-1483), a qual, por sua vez, teria se casado com seu meio-irmão, Tutmósis II (1512-1504), bem mais jovem que sua meia-irmã. Tendo morrido cedo em virtude de doença misteriosa, deixou Tutmósis III (1504 1450) ainda menino como rei, estando o Egito nesse momento regido ainda que não oficialmente2 por Hatshepsut. Tutmósis III teria sido o mais ilustre e poderoso dos faraós da 18ª dinastia, tendo realizado cerca de 16 campanhas militares na Palestina, consolidando o domínio egípcio nessa região. Hatshepsut, por sua vez, enquanto esteve no poder, caracterizou-se por grande autoridade e tato político. Merrill (2002, p.54) argumenta que o jovem Moisés teria sido uma ameaça para Tutmósis III3, visto que ele era “filho da filha de faraó” (Hb.11:24), o que teria justificado a fuga de Moisés depois deste ter matado um egípcio. O raciocínio aqui é que depois que os hicsos foram expulsos do Egito, Amósis (1570-1546), o faraó mencionado em Ex.1:8 como o rei “que não conhecera a José”, teria iniciado uma política de trabalhos forçados (Ex.1:11-14) em olarias e na construção civil aos estrangeiros que ficaram no país, aproveitados como mão de obra escrava, dentre eles, descendentes da Jacó. Como se não bastasse essa política escravizante, um dos faraós seguintes, Amenófis I (1546-1526) ou Tutmósis I (1526-1512), teria praticado um genocídio (Ex.1:15-16). Assim, pesquisadores como Merrill (ibid, p.55-56) colocam Amenófis II (1450-1425) como o faraó do êxodo, visto que duas de suas campanhas militares na Palestina (Em 1450 e 1446) combinariam com uma possível perseguição a um povo em fuga, tendo seu exército sido desmoralizado numa tentativa frustrada de passagem pelo Mar dos Juncos (tema que será abordado adiante). O outro grupo de teólogos e historiadores defende que os faraós da opressão e do êxodo estão

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situados na 19ª dinastia. Partem dos princípios da interpretação simbólica de I Rs.6:1 e da contribuição da ciência histórica e arqueológica para elucidar essa discordância. Primeiro, porque segundo alguns (BRIGHT, 1978, p.158), a idéia de 480 anos seria simbólica, resultante da multiplicação de 40 vezes 12, harmonizando com I Cr. 6, texto que contaria cerca de 12 gerações no período em discussão. Uma geração ideal abrangeria 40 anos. Mas torna-se simbólica, porque uma geração durava de 20 a 25 anos, o que colocaria a datação do êxodo para os meados do XIII Século antes de Cristo, época dos faraós da 19ª dinastia. Segundo, porque segundo alguns estudos (ALLEN, 1987, p.376), no período da 19ª dinastia, a capital do Egito foi mudada de Tebas, no “Alto-Egito”, para Mênfis, no “Baixo-Egito”, na época de Set (1318-1304), ocorrendo nesse período intensa atividade na área da construção civil. Tendo residido no Alto Egito, os faraós da 18ª dinastia teriam se preocupado pouco com a construção civil nessa região. Isso coaduna com a localização geográfica da escravidão na região de Gosén, bem próxima a Sucot, local de onde partiria o povo de Israel em fuga, e Ramsés, uma das cidades reconstruídas pelos escravos hebreus. Aliás, argumentam ainda que sendo o nome da cidade “Ramsés”, um nome de um faraó da 19ª dinastia, por si só isso já seria um argumento decisivo. A outra cidade, chamada “Pitom”, significa “Casa de Tom”, o deus-sol, uma lembrança de Akenaton (Amenófis IV, 1379-1362). Outros argumentos a favor dessa teoria (GLUECK apud ALLEN, 1987, p.387) defendem que os reinos famosos invadidos pelos israelitas na época da conquista só teriam sido fundados depois do 13º século visto que antes os moradores da Palestina viviam como nômades. Da mesma forma, os reinos de Edom e Moabe, citados em Nm.20 e 21. Afirmam também, à luz da arqueologia, que cidades cananéias como Láquis e Debir, mencionadas na conquista, teriam experimentado grande destruição no Século XIII a.C. Nesse sentido, Set I (1318-1304) teria sido o “faraó que não conhecera a José” (Ex.1:8)4, o faraó da opressão e Ramsés II (1304-1236), o faraó do êxodo. Ultimamente alguns pesquisadores têm discordado dessa opinião (MERRILL, 2002). Argumentam que os nomes “Pitom” e “Ramsés” aplicados às cidades construídas pelos hebreus podem ser, na verdade, anacronismos. Ou seja, mais tarde, quando os relatos da escravidão foram escritos, as cidades foram identificadas com os nomes posteriormente conhecidos, e não com os seus nomes originais. Assim, “Ramsés” seria o nome posterior para a cidade de Tanes. Um exemplo simples para a compreensão dessa linha de raciocínio é que ao contar a história do Brasil, nenhum historiador afirma que os descobridores chegaram à “Ilha de Vera Cruz”, termo usado por Cabral na época da descoberta. Ou ainda “Terra de Santa Cruz”, termo usado mais tarde quando descobriram que a “ilha” era, na verdade, um continente. Mas os historiadores usam o termo “Brasil”, termo do Século XVI, posterior, portanto, aos termos anteriormente citados. Um outro grande problema para a datação do êxodo no Século XIII a.C., é que na tentativa de harmonização de Ex.2:15,23 e Ex.4:19 com a cronologia histórica, verifica-se que Moisés não teria retornado ao Egito antes que aquele faraó que tentou tirar-lhe a vida estivesse morto, o que colocaria uma dificuldade para situar os eventos no período de Set I (1318-1304) e Ramsés II (1304-1236), dado o curto período de governo de Set I e o longo período de Ramsés II, para que se justificasse uma fuga de Moisés do Egito aos 40 anos de idade e o seu retorno aos 80.

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Merril (2002, p.65) cita mudanças de perspectiva no exame dos vestígios encontrados nos sítios Arqueológicos palestinenses, após as escavações feitas por Glueck. Outros arqueólogos têm chegado à conclusão de que muitos dos achados remontam à Era do Bronze Recente (1600-1200), ou era até mais antigos, o que comportaria as conquistas dos que saíram do Egito numa época em torno de 1400 anos antesde Cristo. O fato é que os dois lados têm argumentos plausíveis e isso explica a divisão no meio históricoteológico. Contudo, julgamos mais razoáveis os argumentos a favor de uma datação para a opressão e o êxodo para meados do Século XV a.C. 2.3.3 – PEREGRINAÇÃO NO DESERTO – O período no qual o povo hebreu viajou pelo deserto entre a região do Sinai e a região média da Palestina tem duas importâncias básicas: 2.3.2.1 – É a época intermediária entre a história de Israel no Egito e a conquista de Canaã. 2.3.2.2 – Representa o período quando Israel recebeu a sua religião característica, o Javismo, assumindo com ela a consciência de um povo. Isso não quer dizer que o Javismo não tenha evoluído com o passar dos séculos até ganhar a caracterização da religião pós-exílica conhecida posteriormente pelo nome de Judaísmo. Fato importante é que os profetas fizeram alusões a esse período como o momento e o local onde Israel aprendeu a amar ao Senhor nos moldes de uma relação esposo-esposa (Jr.2:2; Os.2:14). De acordo com os pesquisadores do Antigo Testamento, a peregrinação dos hebreus pelo deserto ocorreu em três fases: A primeira fase corresponde à viagem para a cadeia de montes do Sinai (Horebe). Embora a localização do monte seja incerta é pensamento comum que foi lá que Israel recebeu parte da lei de Moisés; a segunda fase corresponde do período da saída do Sinai até a região sul da Palestina conhecida pelo nome de Cades-Barnéia ou Qadesh, onde os israelitas experimentaram uma derrota parcial para o rei de Arad, não podendo assim entrar em Canaã pelo sul; a terceira fase vai da saída de Qadesh à incursão feita pelo flanco oriental, incluindo a instalação na região da Transjordânia, região na qual morreu Moisés de acordo com a narrativa bíblica (Dt. 34). 2.3.4 – A CONQUISTA DE CANAÃ – O pensamento básico que a Bíblia nos apresenta sobre a entrada dos israelitas na Palestina não é a conquista ou invasão feita por um povo estrangeiro, mas o retorno de tribos que num passado distante, lá viveram através dos seus antepassados patriarcas. Dt. 26:1 apresenta o pensamento que foi Yehweh quem deu a terra de Canaã a Israel. Martin Metzger descreve essa “reconquista” seguindo duas etapas: 2.3.3.1 – Instalação das tribos israelitas nas regiões montanhosas, menos férteis, parcialmente habitadas e pouco guarnecidas (Jz. 1:19). 2.3.3.2 – Com o crescimento do povo israelita no decorrer dos anos nos territórios cananeus, houve também a conquista de cidades fortificadas tais como Jericó, Hasor e Ai (Js. 17:13). 2.4 – O PERÍODO DOS JUÍZES (1300 a 1050 OU 1200 A 1050 a.C.??) O período dos Juízes representa uma época em que as tribos israelitas estão crescendo na Palestina com seu assentamento na terra. Aos poucos, as condições materiais dos israelitas melhoravam. Tornaram-se um povo agricultor, aprenderam a construir cisternas. Em suas necessidades extremas de mais solo (terras), mostraram-se engenhosos no aproveitamento de terras desérticas e de florestas. Suas cidades, escassas e mal fortificadas tinham um caráter rural diferente das cananéias e filistéias. Entretanto, apesar dessas conquistas menores, outras maiores estavam esperando por

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realizações. A necessidade de defender o território já conquistado e de avançar em novas conquistas fez do período dos Juízes uma época de muitas batalhas e confrontos com os povos vizinhos. Os filisteus, por exemplo, eram um ameaça constante pois eram mais fortificados e mais desenvolvidos. Os filisteus eram um povo Egeu, haviam sido expulsos de seus lares em Creta e no litoral da Ásia Menor por invasores vindos do norte. Fracassando em sua tentativa de entrar no Egito, conseguiram uma cabeça de ponte na costa palestinense, ocupando boa parte das terras mais férteis da região. Nas épocas quando os conflitos entre as tribos e os filisteus ou entre as tribos e outros povos se agravavam, levantavam-se homens carismáticos que lideravam um ou mais tribos na campanha de defesa da terra ou de novas conquistas. Esses homens eram os Juizes, cujo sentido do original hebraico tem relação com a idéia de “salvadores”. Apesar do nome os Juízes tinham uma função muito mais militar que propriamente judiciária. O conhecimento desse momento na história de Israel levará o estudante ao fato que não havia uma união caracteristicamente política que envolvesse todas as tribos num projeto de conquista nacional. Entretanto as tribos estavam unidas por uma ordem sacra, formando um tipo de liga sacral, chamada de Anfictionia (união voluntária e apolítica de tribos numa comunhão cultural com um santuário central). Apesar do termo anfictionia na história antiga se referir mais ao período pré-estatal grego, o mesmo pode ser utilizado com bastante cuidado e sem comparações detalhistas para com a formação das tribos israelitas. Aliás, era costume nos povos antigos a constituição de 12 tribos a partir de 12 filhos de um ancestral importante, por exemplo, Naor (Arameus, Gn.22:20-24), Ismael (Gn.25:12-16), Esaú (Transjordânia, Gn.36:10-14). De acordo com a Bíblia, a constituição da liga sacral das 12 tribos ocorreu no Congresso de Siquém (Js. 24). Nesse evento, Josué (efraimita) firmou um pacto com as tribos, evidenciando-se as seguintes características: · Comprometem-se com a adoração a Yehweh como único Deus (Js.24:18,21,24) e o afastamento dos outros deuses, nos moldes do pacto do Sinai. · Celebram o culto em um mesmo santuário em torno da arca da aliança. · Têm um estatuto e um direito comum (Js.24:25-26). Nesse sentido a nuvem do sagrado paira sobre a comunidade que rejeita as transgressões contra esse direito, “abominações” que não devem existir no meio do povo de Deus (Jz.19:30; 20:6,10). · As 12 tribos têm consciência dos laços que as unem pois compartilhavam de um mesmo nome original. Os nomes dessas tribos eram originalmente nomes de pessoas (Gn. 29:31; 30:24; Dt.33:1-29) e designavam um antepassado, o qual dera a denominação a tribo, no caso de Israel, o patriarca Jacó. Provavelmente esses nomes foram dados após a tomada da terra. Deduz-se daí que, pelo menos, essas tribos não eram grandezas determinadas, dotadas de um nome antes da tomada da terra, mas com a vida na terra cultivada, diversos clãs foram unindo-se formando tribos. O fato é que a história é contada de um prisma presente sobre os eventos do passado. · Eis uma relação dos nomes das tribos de Israel a partir do patriarca Jacó, tomando-se como referência os textos acima: a) Filhos de Lia: Rúben, Simeão, Levi, Judá, Issacar e Zebulom. b) Filhos de Raquel: José (Efraim e Manasses) e Benjamim. c) Filhos das escravas: Dã e Naftali (de Bila), Gad e Aser (de Zilpa). Numa outra lista, considerada por Werner Schmidt (1994, p.25) como posterior, em Nm.1 e 26, faltam os nomes de Levi e de José compensados por Efraim e Manasses (filhos de José). Os filhos de Levi

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teriam recebido não o epônimo para uma tribo territorial, mas a posse de 48 cidades espalhadas nas 12 tribos para ministrarem o culto (Js.21:41). A razão está em Js.13:14,33; de acordo com Roland de Vaux (2003, p.24) pessoas que não eram originalmente descendentes de Jacó foram agregadas às tribos. Cita Calebe, filho de Jefoné, o quenezeu (Nm.32:12; Js.14:6,14), o qual foi integrado à tribo de Judá em Js.15:13. Não podemos esquecer que Moisés convidou Hobabe (midianita) a seguir com Israel pelo deserto em direção à terra prometida. Não podemos também esquecer de mulheres tais como Tamar e Raabe (cananitas), além de Rute (moabita). A liga das 12 tribos constituída em Siquém passou a chamar-se “Israel” e Yehweh tornou-se o “Deus de Israel”. 2.5 – PERÍODO DA MONARQUIA (1050 A 586 a.C.) Do conhecimento da época dos juízes extrai-se uma lição que permeia a literatura que narra a história desde Josué a II Reis, exposta através de uma fórmula marcada por altos e baixos, por feitos positivos e negativos, denunciando assim uma teologia que recebeu o nome de “teologia deuteronomista”. Essa teologia caracterizou-se por pregar uma fé que obedecia não pelo medo ou pressão, mas pela vontade e pelo amor a Yehweh (Dt. 6:1-7). A conclusão dessa obra é que a história de Israel se resume numa história da fidelidade de Deus e da infidelidade do próprio Israel. Esse tipo de mensagem ficou bem claro na leitura do livro dos Juízes. Como já foi estudado, o modelo de governo que caracterizou o período dos Juízes foi a Anfictionia. Ora, o conhecimento da história de Israel no momento de estabelecimento das tribos na Palestina pressupõe uma reprovação do sistema monárquico como forma política, o que era comum entre os povos filisteus e cananeus lá presentes. Isto é o que se expressa em formulação concisa na resposta de Gideão aos que queriam entregar-lhe a chefia hereditária sobre Israel, conforme Jz.8:22-23. A razão principal é que a instituição de um reinado nos moldes pagãos opõe-se a reivindicação da soberania de Yehweh sobre Israel. Segundo Martin Metzger, o fator que motivou o requerimento de um sistema monárquico em Israel foi o aumento das incursões dos filisteus, os quais queriam dominar toda a Palestina (I Sm. 13:3-5,16-23; II Sm. 23:14). Porém, a gota d’água para esta mudança em Israel foi a conquista da “Arca da Aliança”, a qual ficava no santuário central de Silo (Jr. 7:12,14; 26:6,9). A arca significava que Deus estaria sempre com o seu povo; era o principal símbolo da Anfictionia. Um outro fator que sugere a necessidade de um reinado em Israel é a crise interna na Anfictionia com a decadência do sacerdócio que se dedicava ao ministério da Arca (I Sm. 2:12-17). O desejo de mudança está expresso em I Sm. 8:4-5, 19-20. O processo de transição foi difícil e lento pois a Anfictionia não aprovou a monarquia. O estudo do período da monarquia deve ser feito dividindo-o em dois outros períodos: a) Monarquia Unida (Israel Unido) – 1050 a 932 a.C. b) Monarquia Dividida (Dois Reinos) – 932 a 586 a.C. b.1- Reino do Norte, Israel, capital: Samaria (932 a 722 a.C) b.2- Reino do Sul, Judá, capital: Jerusalém (932 a 586 a.C.) 2.5.1 – A MONARQUIA UNIDA (1050 A 932 a.C.) – Compreende a atuação dos três primeiros reis de Israel: Saul, Davi e Salomão. Para uma melhor compreensão deste período, será feito um estudo da contribuição de cada rei citado.

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2.5.1.1 – SAUL, O PRIMEIRO REI – Com as conquistas dos filisteus em partes do território palestinense e a conquista da Arca da Aliança, os israelitas começaram a desejar um rei que unisse as tribos num estado militar. Nesse período, a pessoa de Samuel foi de grande importância. Atuando como líder de grande carisma (último juiz), conseguiu unir as tribos na esperança de vitória sobre os filisteus ainda que fosse contra o sistema monárquico. Porém, com o crescimento das pressões populares, Samuel escolheu Saul, da tribo de Benjamin (I Sm. 9:1 a 10:16). A maneira de sua primeira atuação pública aconteceu exatamente nos moldes de um líder carismático. Reprimiu vitoriosamente a tentativa dos amonitas de conquistarem Israel entrando pela Transjordânia. Assim, foi logo visto como homem de Deus (I Sm. 11:6). O reinado de Saul caracterizou-se por ser um governo militar (I Sm. 14:52), com bases nacionais, semelhante ao dos povos vizinhos. O principal empreendimento de Saul foi a quebra do domínio dos filisteus em Israel. Porém, isto não significa dizer que a monarquia sob Saul elevou Israel à condição de Estado pois faltam nele as características básicas de um Estado. Vê-se aí um Israel ainda desorganizado politicamente e também em menor escala, do ponto de vista militar. Após algumas vitórias sobre os filisteus, o reinado de Saul passou a enfrentar uma grande crise por conta das divergências entre as exigências tradicionais da Guerra Santa (Anfictionia) e aquilo que Saul considerava necessário sob o ponto de vista estratégico e político (I Sm. 13:08-13; 15:1-3; 7:11, 20). Isso causou a sua separação de Samuel, o qual passou a anunciar que Yehweh rejeitara a Saul (I Sm. 15 e 16:14). O reinado de Saul não durou muito. Com a crise interna, os filisteus cresceram novamente, fazendo incursões na região média da Palestina. Na batalha do Monte Gilboa, Saul foi derrotado e morto pelos filisteus, os quais voltaram a dominar uma parte do território palestinense. 2.5.1.2 – O GRANDE REINO DE DAVI – Foi durante o reinado de Davi que Israel experimentou uma importância política jamais conhecida, nem antes nem depois. Davi era escudeiro de Saul (I Sm. 16:21). Obteve grande sucesso como guerreiro profissional e conseguiu com isso o ódio e a inveja de Saul (I Sm. 18:5-9); dessa forma foi perseguido por Saul, retirando-se para a parte meridional da tribo de Judá, onde reuniu um bando de mercenários de procedência dúbia (I Sm. 22:2), passando a levar uma vida de salteador. Chegou mesmo a colocar o seu exército a serviço do rei filisteu Aquis (I Sm. 27) em troca da localidade de Ziglaque. Após a morte de Saul, Davi voltou para Hebron, na tribo de Judá, onde foi proclamado “rei sobre a casa de Judá” (I Sm. 2:4). No início, o seu domínio estendeu-se apenas às tribos do sul. O filho de Saul, Is-Bosete fora constituído rei sobre Israel em meio a uma série de crises políticas. Após a morte de Is-Bosete, sem nenhuma alternativa de sucessão dentro da família de Saul, Davi foi ungido rei sobre todo o Israel (II Sm. 5:1-3). O reinado de Davi caracterizou-se por alguns fatores: a) Derrotou de vez os filisteus, banindo-os da vida dos israelitas (II Sm. 5:17-25). b) Uniu, a partir de sua pessoa, as tribos do sul às tribos do norte, através de atos políticos e diplomáticos (por exemplo, a transferência da residência real para Jerusalém, cidade cananéia, que não pertencia nem às tribos do norte nem às tribos do sul – II Sm.5). c) A ampliação dos domínios israelitas às terras da Transjordânia (Amom e Moabe, dos quais recolhia pesados impostos), e às terras dos arameus no norte (II Sm.8; 12:30), exercendo a soberania sobre toda a Palestina e Síria. Numa época em que as potências Egito e Assíria enfrentavam uma queda em seus desenvolvimentos, o grande reino de Davi era a potência política mais forte de seu tempo.

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2.5.1.3 – SALOMÃO E A CONSOLIDAÇÃO DO ESTADO ISRAELITA – Após a morte de Davi, em meio a intrigas na corte e por decisão do próprio Davi, assume o trono o seu filho Salomão. O período de seu governo caracterizou-se pela pompa, no estilo dos grandes reis orientais, por grande atividade em construções e no comércio, por um grande intercâmbio diplomático e pelos primeiros frutos de uma vida intelectual em Israel. Tudo isso leva uma boa parte dos estudiosos do Antigo Testamento a defender a idéia que em Salomão temos a consolidação de um estado em Israel. Apesar de todo o luxo do reinado de Salomão, havia a insatisfação popular por causa dos pesados impostos e das grandes diferenças sociais, em virtude da criação do sistema de intendências (I Rs. 4:7-19), uma forma de manutenção da corte a partir da arrecadação interna de impostos. A partir do período de Salomão, conquistas militares feitas por Davi foram perdidas em virtude das prioridades de governo do seu filho. Tem-se a partir daí um momento novo que irá desembocar na divisão do reino de Israel, tema que será estudado no próximo capítulo. 2.5.2 – A MONARQUIA DIVIDIDA (932 A 586 a.C.) – Após a morte de Salomão, assumiu o trono o seu filho Roboão, o qual foi aclamado rei em Jerusalém, no Sul. Ao chegar em Siquém, no Norte, para ser aclamado rei de acordo com o costume, encontrou inclinação favorável desde que aceitasse uma política e afrouxamento nas imposições feitas por Salomão tais como: pagamento de pesados impostos (através da implantação do sistema de Intendências) e trabalhos forçados, os quais tornaram-se insuportáveis para a população. Como Roboão se recusou a atender ao clamor popular (II Cr. 10:10), houve um movimento civil nas dez tribos do Norte, o qual iniciou-se com o apedrejamento de Adorão, o enviado de Roboão para sujeitar os israelitas a submissão, indo até a escolha de Jeroboão como rei do Norte (I Rs. 11:26-32), aquele que tinha sido antes superintendente de Salomão nas tribos de Efraim e Manasses, nos trabalhos forçados. Jeroboão foi perseguido por Salomão por ter iniciado um movimento contra o rei, tendo fugido para o Egito, permanecendo lá até a morte de Salomão. A partir de então, passaram a existir dois reinos independentes: Norte (Israel) e Sul (Judá). A cisão do reino unido precisa de um estudo separado para melhor compreensão das escrituras. 2.5.2.1 – REINO DO NORTE (ISRAEL) – 932 A 722 a.C. – Durante dois séculos, o reino do Norte foi governado por 19 reis, cujas características marcantes foram as seguintes: 2.5.2.1.1 – Reintrodução do culto a Baal, deus dos cananeus, e de outras formas de idolatria em Israel. Jeroboão I (932 a 907 a.C.) coloca dois bezerros de ouro, símbolos de Baal, em Dã e Betel, elevando essas cidades a santuários (I Rs.12:26ss). 2.5.2.1.2 – Estabelecimento de uma inimizade política com o reino do Sul (I Rs.14:30; 15:16), até em função dos limites territoriais dos dois reinos tendo na região de Benjamin pontos de conflitos. A exceção está no rei Omri (876 a.C.), o qual firmou relacionamento amistoso com Judá. Contudo, Omri e seu filho Acabe, são responsáveis pelo sincretismo entre a religião baalista e a religião javista, duramente condenado por Elias. 2.5.2.1.3 – Período de agravamento das crises sociais com a concentração do poder econômico em uma classe superior (Jeroboão II - 787 a 747 a.C.). 2.5.2.1.4 – Período de atividade dos profetas Elias (875 a 842 a.C.), Eliseu (842 a 795 a.C.), Jonas (785 a.C.?), Amós (760 a.C.), Oséias (750 a 722 a.C.).

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2.5.2.1.5 – Período de crises militares internas, com golpes feitos a partir de componentes insatisfeitos do exército. Por exemplo, Jéu (842), assumiu o trono através de uma revolução apoiada por grupos fiéis a Yehweh, e tentou fazer uma reforma religiosa no reino do Norte (II Rs.9), combatendo o sincretismo. 2.5.2.1.6 – Período de enfraquecimento político e de alianças com povos estrangeiros, as quais incluíam não só o lado político, mas o lado religioso. 2.5.2.1.7 – Período do surgimento e crescimento de potências do norte da Palestina. Primeiramente a Assíria, que tomou posse da Síria em 854 a.C., através da Batalha de Carcar. A partir de 740 houve a submissão do reino do Norte aos assírios em três fases: a) Cobrança de pesados impostos aos israelitas no período do rei Menaém (738 a.C.), conforme temos em II Rs.15:19ss. b) Desmembramento do estado de Israel-norte em 732, através da implantação de 3 províncias dos assírios: Dor, Megido e Gileade (II Rs.15:29). Nessa época, o rei Oséias era uma espécie de “boneco” subserviente aos interesses assírios. c) Destruição de Samaria, capital de Israel, em 722 a.C, depois de um cerco de 3 anos. Os assírios imprimiram uma forte política de miscigenação racial, deportando israelitas da classe alta para Nínive e trazendo estrangeiros para habitarem no norte de Israel. Dessa mistura surgiriam, mais tarde, os samaritanos. Posteriormente, surgiria a Babilônia, a qual submeteria os próprios assírios e o reino do Sul, Judá. Ao contrário dos exilados de Judá na Babilônia, os deportados do norte foram espalhados e dispersos com o passar do tempo (II Rs.17:6), o que não permitiu o retorno dos mesmos para uma possível repatriação. 2.5.2.2 – REINO DO SUL (JUDÁ) – 932 A 586 a.C. – Reino mais importante da narrativa bíblica, principalmente em virtude de sua ligação com Davi. As características mais evidentes desse reino são as seguintes: 2.5.2.2.1 – Uma das características mais fortes deste reino é que ele manteve-se fiel à dinastia de Davi, ou seja, os seus reis foram sempre descendentes de Davi. 2.5.2.2.2 – Digno de nota é o período do rei Ezequias, visto que o mesmo liderou uma conspiração contra Senaqueribe entre 701 e 700 a.C. Nesse período estavam ocorrendo diversas rebeliões contra o jugo assírio na Palestina e é provável que o levante acontecido em Asdode (filistia) entre 713 e 711 a.C. tenha influenciado Ezequias (Is.20). Conhecemos o livramento dado a Judá (II Rs.19:35-37), o que foi suficiente para evitar a destruição de Jerusalém, mas não para evitar a continuidade do domínio assírio com sua política de cobrança de pesados tributos, de acordo com Werner Schmidt (1994, p.31). 2.5.2.2.3 – Outro momento importante foi o do rei Josias (639 a 609 a.C.), bisneto de Ezequias. Depois do triste legado de seu avô Manasses, Josias conseguiu reconquistar a autonomia política, resgatando parte do território do antigo reino do Norte (Israel), visto que nessa época o império assírio estava em franca queda (Em 612 a.C. Nínive foi destruída pelos babilônios). Além disso, empreendeu um movimento de reforma político-religiosa que culminou com a destruição de altares pagãos e a centralização do culto em Jerusalém baseadas no texto do Deuteronômio, encontrado no templo entre 622 e 621 a.C. (Hilquias, em II Rs.22).

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Josias morreu em 609 a.C. em combate contra o Faraó Neco, em Megido. Neco se dirigia para Nínive para tentar libertar os assírios do jugo caldeu. 2.5.2.2.4 – Após a morte de Josias, Judá tornou-se vassala do neo-império caldeu, sob Nabucodonozor. O problema começou quando seu filho, rei Jeoiaquim (608 a 598 a.C. – Jeoiaquim substituiu a Jeoacaz, seu irmão, levado pelo faraó Neco para o Egito) tentou sustar o pagamento de impostos à Babilônia, gerando com isso o sítio de Jerusalém pelos caldeus e, em 597 a.C., quando seu sucessor Joaquim, já era rei, a primeira deportação de judeus para a babilônia, sendo levada a classe alta de Jerusalém, incluindo a família real, artesãos e até alguns profetas, como Ezequiel. 2.5.2.2.5 – Se nesse primeiro momento Jerusalém não foi destruída, ao assumir o trono, colocado por Nabucodonozor, Zedequias (597 a 587 a.C. - cujo nome era Matanias e foi mudado pelo rei caldeu), um tio de Joaquim, desconsiderou a mensagem de não-resistência do profeta Jeremias, empreendeu um levante contra Babilônia, causando dessa vez, o segundo cerco e a destruição de Jerusalém em 586 a.C. Ocorre aí mais outra deportação de judeus para a Babilônia e um governador títere, Gedalias, é colocado no lugar do rei para dirigir os judaítas que ficaram. Mas sete meses depois foi assassinado por um grupo liderado por um tal Ismael (II Rs.25:22-30), que liderou fuga em massa para o Egito. Jeremias foi nesse grupo contra a sua vontade (Jr.43:1-7). Termina assim a monarquia davídica e a perda da autonomia política de Judá, que seguirá na história como província, primeiro dos babilônios (608 a 539 a.C.), depois dos persas (539 a 333 a.C.), gregos (333 a 323 a.C.), ptolomeus-egípcios (301 a 198 a.C.) e selêucidas-sírios (198 a 163 a.C), até o tempo dos macabeus, quando recuperará sua independência política por um período de aproximadamente 100 anos (163 a 63 a.C.), entrando depois na história do povo de Israel o domínio romano. 2.5.2.2.6 – Período de atividade dos seguintes profetas: Joel (587 a.C.? 400 a.C.?), Isaías (740 a 698 a.C.), Miquéias (730 a 700 a.C.), Naum (663 a.C? 612 a.C?), Sofonias (640 a 630 a.C.), Jeremias (627 a 586 a.C.), Habacuque (entre 608 e 598 a.C.), Obadias (entre 586 e 585 a.C.). 2.5.2.2.7 – Período de fusão de duas importantes tradições que deram origem à boa parte do Pentatêuco (Gn.-Ex.): A Eloísta (oriunda do Norte), assim chamada porque nestas narrativas Deus sempre era conhecido pelo nome de “Elohim”; a Javista (oriunda do Sul), assim chamada porque em suas narrativas Deus era conhecido por “Yehweh”. Também, no reino do Sul, organiza-se o Deuteronômio e o conjunto das tradições sobre Josué, Juízes, Samuel e Reis. Sobre os documentos que deram origem ao Pentatêuco veremos na última unidade deste módulo. 2.5.2.2.8 – Temos ainda a produção de grande parte dos Salmos e das pregações de Sofonias, Naum, Habacuque e Jeremias (produção escriturística conforme Jr.36). 2.6 – O PERÍODO DO EXÍLIO BABILÔNICO (586-538 a.C.) A catástrofe de 586 a.C. trouxe consigo uma conseqüência forte para a fé dos judeus. A destruição de Jerusalém e do seu santuário mergulhou os exilados na maior crise de fé que iria culminar, posteriormente, em mudanças consideráveis. É importante lembrar que, com a destruição de Jerusalém e a deportação dos judeus, o povo perdeu tudo o que constituía a base de sua cidadania e seu sentimento religioso: a) A TERRA, sinal concreto da benção de Deus sobre o povo (A terra não era uma dádiva de Yehweh? - Dt. 4:1).

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b) O REI, mediador desta benção, garantia da unidade do povo e seu representante junto a Deus (Yehweh não havia assegurado duração eterna ao reino davídico na profecia de Natã? - II Sm. 7:16). c) O TEMPLO, lugar onde habitava o nome do Senhor (O templo de Jerusalém não era a residência de Deus? – I Rs. 8:13). d) A FÉ, herança das antigas promessas de Deus aos patriarcas (Marduque, o deus da Babilônia, era mais poderoso que Yehweh? – Sl.137:3; Is.14:12-14; Is.46:6-9) A partir da destruição de Jerusalém formam-se 3 comunidades judaicas distintas: a que ficou na cidade destruída, formada basicamente pela parte mais pobre da população; a que fugiu para o Egito depois do assassinato de Gedalias; a que foi deportada para a Babilônia pelo menos em duas levas (597 e 586 a.C.). As duas últimas comunidades constituem o judaísmo da dispersão ou diáspora. As características principais da comunidade judaica na Babilônia foram as seguintes: 2.6.1 – Viviam, não na condição de escravos, mas como semi-livres. Moravam em colônias cercadas, situadas às margens do Rio Quebar (Ez. 1:1-3), em Tel-Abib (Ez. 3:15) e outros locais. Podiam se movimentar livremente, mas eram obrigados a executar determinados serviços por ordem dos babilônios. Tinham a possibilidade de construir casas, plantar pomares e constituir famílias (Jr. 29:5). 2.6.2 – Tinham a liberdade para realizar reuniões (Ez. 33:30-33) e para instituir líderes religiosos (Ez. 8:1; 14:1; 20:1). É nesse período que se encontram os fundamentos da sinagoga do Novo Testamento. Podemos dizer que tanto a característica do gueto citada no item anterior quanto a capacidade da comunidade judaica ser um grupo religioso dirigido por líderes, fez com que a sua identidade pudesse ser preservada para a posteridade e a consecução do plano divino na história. 2.6.3 – Nesse momento surge o apelido “judeus”, atribuído pelos babilônios àqueles que vinham de Judá. É também o período em que os judeus começam a assimilação de uma nova língua, o aramaico, que será a língua falada pelo povo judeu inclusive no tempo de Jesus. 2.6.4 – É o período de atuação de dois profetas: o sacerdote Ezequiel (593 a 571 a.C.) e um discípulo de Isaías de Jerusalém, cujo nome não sabemos, responsável pelas pregações constantes a partir do capítulo 40 do livro de Isaías, apelidado de “Deutero-Isaías” (550 a 540 a.C.). 2.6.5 – Época do surgimento de dois importantes documentos do Antigo Testamento: 2.6.5.1 – Obra historiográfica deuteronomística, a qual abrange os livros de Josué, Juízes, I e II Samuel e I e II Reis. Trata-se de uma exposição dos caminhos de Israel desde a época de Moisés até o Exílio, numa postura nitidamente teológica. A tese central que conduz essa obra é a seguinte: “Toda a história de Israel resume-se numa história da fidelidade de Deus ou da infidelidade de Israel”. 2.6.5.2 – Escrito Sacerdotal, o qual apresenta um diagrama da história salvífica desde a criação até o acontecimento do Sinai, através de material antigo (listas, rituais, genealogias, liturgias), numa linha histórica que segue CRIAÇÃO – NOÉ – ABRAÃO – MOISÉS. 2.7 – O PERÍODO DA RESTAURAÇÃO (PERSA)– RETORNO DO EXÍLIO (538 A 333 a.C.) Como já foi abordado em capítulos anteriores, a partir do nono século antes de Cristo, as chamadas “potências do Norte” estavam em ascensão. Primeiramente, A Assíria, chagando a conquistar Síria e Israel, reino no Norte, com a destruição de Samaria em 722 a.C.; depois, a Babilônia, chegando a conquistar Nínive e Judá, com a destruição de Jerusalém em 586 a.C. Agora, um novo reino domina: o dos medopersas, vizinhos dos babilônicos. Ciro (559 a 530 a.C.), chamado de “ungido” em Is. 45:1 é o homem

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responsável e instrumento nas mãos de Deus para dar cumprimento à profecia de Jeremias (Jr. 29). Ciro subjugou a Ásia Menor através da vitória sobre Creso, rei da Lídia e, em 539 a.C., invadiu a Babilônia. Ao conquistar a Babilônia, ele estava também liberando os judeus para retornarem à sua pátria e reconstruírem os símbolos do seu passado: a cidade e o templo. Abaixo, algumas das principais características desse período: 2.6.1 – O retorno do exílio foi gradual e em turmas. Temos o conhecimento de 3 turmas: a) A primeira, liderada por Zorobabel (538 a.C. – Esd.1-6). Parece que nesse momento foram lançados os alicerces do templo, mas os samaritanos do norte fizeram forte oposição, impedindo o intento. Nessa primeira turma voltaram 42.360 pessoas e 7.337 servos e servas (Mesquita, 1974, p.252) b) A segunda, liderada por Esdras (458 a.C. – Esd.7-10), encontrando Jerusalém num estado moral e espiritual dignos de censura. Esdras tem grande valor nesse momento. A ele são atribuídas a implantação do cumprimento rigoroso da Lei com a valorização da leitura pública da Torah, o que viria também a influenciar na formação do cânon. Nessa segunda turma retornaram cerca de 1.296 pessoas (Ibidem) c) A terceira, liderada por Neemias (445 a.C. – Ne.2:11), com o objetivo de reconstrução dos muros de Jerusalém, visto que as pessoas eram constantemente molestadas por invasores oportunistas. Além disso as condições morais e espirituais continuam péssimas e idênticas àquelas que levaram o povo ao exílio. 2.6.2 – Atuou um profeta anônimo, discípulo de Isaías de Jerusalém, responsável pelo conteúdo dos capítulos 56 a 66, apelidado de Trito-Isaías (entre 538 e 520 a.C.). Atuaram também os profetas Ageu (520 a.C.), Zacarias (520 a 518 a.C.) e Malaquias (433 a 428 a.C.). 18 anos após o edito de Ciro, os dois primeiros exortaram os judeus à retomada da reconstrução do templo, cuja obra só foi concluída em 515 A.C. 2.6.3 – Nesse período, ocorre a fixação da primeira coleção de livros do Antigo Testamento, ou seja, o Pentateuco, conhecido por “Torah” – LEI (Gn-Ex-Lv-Nm-Dt). 2.6.4 – A característica mais marcante desta época é, sem dúvida, o grande impacto causado na religião judaica por conta de uma série de mudanças do pensar teológico, com a assimilação de doutrinas não exploradas no Antigo Testamento: Teologia do Bem e do Mal, anjos e demônios, céu e inferno, ressurreição; além disto, a influência sacerdotal leva a religião à ênfase na prática de rituais antigos: o “Shabat”, os jejuns, a circuncisão, as festas. Essa ênfase é apresentada através da obra historiográfica cronista, constituídas pelos livros de I e II Crônicas, Esdras e Neemias. Assim, pode-se falar na religião pós-exílica com o nome de “Judaísmo”. Esse é o período de transição para o Novo Testamento. 2.6.5 – O período de dominação persa foi um período de tranqüilidade política para os judeus. O culto pode ser prestado sem impedimentos e Jerusalém ficou governada por sacerdotes, os quais passam a ter uma influência sem precedentes, do ponto de vista político-religioso. III – HISTÓRIA DE ISRAEL NO PERÍODO INTERBÍBLICO 3.1 – SOB OS GREGOS (Alexandre, o Grande) – 332 a 323 a.C.

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Durante as campanhas de Alexandre contra Tiro e Gaza, em 332 a.C., a Palestina é anexada ao novo império. Sobre a atitude de Jerusalém para com Alexandre, a principal fonte que possuímos é um texto de Flávio Josefo, que merece ser, pelo menos, parcialmente transcrito. "Chegando à Síria, Alexandre tomou Damasco, apoderou-se de Sidônia e cercou Tiro. De lá enviou uma carta ao sumo sacerdote dos judeus, pedindo-lhe que lhe mandasse reforços, que fornecesse provisões para o seu exército e que, aceitando a amizade dos macedônios, lhe mandasse os presentes que costumava mandar a Dario; e acrescentou que os judeus não teriam nada a temer. O sumo sacerdote respondeu aos mensageiros que tinha prometido com juramento a Dario que não pegaria em armas contra ele, e que não ia faltar à palavra jurada enquanto Dario fosse vivo. Ouvindo isto, Alexandre se encolerizou muito (...) Depois de tomar Gaza, Alexandre se apressou em subir a Jerusalém. O sumo sacerdote Jadus, ao ouvir isto, encheu-se de angústia e temor, não sabendo como se apresentar aos macedônios, cujo rei devia estar muito irritado com a sua recente desobediência". O texto prossegue dizendo que o sumo sacerdote, em apuros, suplica a Deus e deste recebe uma mensagem em sonhos, segundo a qual ele deve ir, em trajes de festa, com os sacerdotes, ao encontro de Alexandre. Isto feito, Alexandre prostra-se diante do sumo sacerdote, dizendo tê-lo visto em sonhos e por isso pensa que vencerá Dario e quebrará o poder dos persas. Alexandre vai ao Templo, onde sacrifica a Deus, e depois atende a vários pedidos do sumo sacerdote em benefício de seu povo. Deste texto deduz-se que a situação da Judéia sob Alexandre permanece a mesma vigente na época persa: a comunidade continua governada pelo sumo sacerdote, regida pela Torá e ligada ao Templo. As disposições tomadas por Alexandre a respeito do povo judeu, a pedido do sumo sacerdote, são plausíveis: "a liberdade de viverem segundo as leis de seus pais" "a isenção de impostos a cada sete anos" "que os judeus de Babilônia e da Média vivessem segundo suas próprias leis". Acontece, porém, que Alexandre jamais esteve em Jerusalém ou na Judéia, que fica fora de sua rota em direção ao Egito. O que ele pode ter feito foi enviar até lá um de seus oficiais para obter a submissão da comunidade judaica aos novos senhores da região. O texto de Flávio Josefo é fantasioso e está construído sobre temas típicos: a proteção divina dispensada ao Templo e ao povo fiel a Iahweh; os sonhos, o do sumo sacerdote e o de Alexandre, este último, inclusive, legitimando as suas conquistas como vontade de Iahweh. Entretanto, o texto é importante, na medida em que mostra a boa acolhida de Alexandre entre os judeus e as expectativas que suas conquistas criam para o pequeno distrito governado pelo Templo. C. Saulnier observa sobre este texto que "a referência às profecias de Daniel, se ela não foi introduzida pelo próprio Flávio Josefo, indica que a história deve ter sido forjada aí pela metade do século II, em um círculo filo-heleno, provavelmente alexandrino, sob a inspiração de romances gregos e mais especialmente do romance de Alexandre". Já em Samaria a situação é diferente. Anexada sem maiores problemas, acontece, em seguida, uma revolta, quando o prefeito de Alexandre na Síria, Andrômaco, é queimado vivo pelos samaritanos. A punição determinada por Alexandre, ao voltar do Egito, é terrível. Samaria é destruída e no lugar se estabelece uma colônia macedônia. Alexandre morreu aos 32 anos de idade na Babilônia, enfermo, em 323 a.C. Depois de sua morte, seu império ficou dividido entre 6 de seus generais, os quais começaram a lutar pela hegemonia do poder. Os dois que mais se destacaram foram Ptolomeu e Selêuco. O primeiro assumiu o controle do Egito e estabeleceu sua capital na nova cidade de Alexandria. O outro, assenhorandose da Babilônia,estendeu o seu poder até a Síria e em direção leste até o Irã. 3.2 – SOB OS PTOLOMEUS – 323 a 200 a.C

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Com a proximidade geográfica em relação ao Egito, a Palestina foi governada durante pouco mais de um século pelos ptolomeus. O que mais caracterizou esse período foram as relações tributárias entre o rei e os seus dominados. Sob os Ptolomeus a terra é do rei, mas não totalmente. Parte dela vai para a coletividade: são as terras das cidades (póleis) e dos templos. Enquanto outra parte fica com particulares: são as terras dos veteranos, a cleruquia, e as terras doadas pelo rei aos altos funcionários do governo de Alexandria, as chamadas dôreaí (= doações). O nome "cleruquia" vem da forma como a terra é entregue aos veteranos: por cléros, isto é, por "sorteio". Como administravam os ptolomeus o Egito e as terras que conquistavam, como por exemplo, a Palestina? O ponto de partida é o seguinte: como o rei é o conquistador, pelo "direito de lança" toda a terra do país é propriedade pessoal do rei, é sua oikos, sua "casa". Ao lado do rei há um administrador ou tesoureiro, que é o dioikêtês (= dioceta): depois do rei ele é o homem mais importante do governo, pois é ele que se encarrega de todo o setor econômico e administrativo do Estado. Um pouco acima já falei de Apolônio, que é o dioceta de Ptolomeu II Filadelfo durante muitos anos. O Egito é dividido em trinta distritos ou nomos. À frente de cada distrito Ptolomeu I Soter coloca um stratêgós (= estratego, general), um militar que representa diretamente o poder real e é o encarregado de manter a ordem. Ao lado do estratego há um oikonómos (= ecônomo, administrador) que é o encarregado das finanças e do comércio de cada distrito. O ecônomo responde por seus atos ao dioceta e não ao estratego, o que produz um certo equilíbrio de poderes civis e militares nos distritos. Os distritos podem ser subdivididos, e cada subdivisão é dirigida por um nomarca, funcionário civil de médio escalão que supervisiona a produção agrícola. Cada nomarca é assessorado por um escrivão real, responsável pela escrita pública do nomo, o basilicogrammateus. O sistema de taxação é sofisticado e rigoroso. E os tributos cobrados nas terras reais são os mais pesados. Além dos vários tributos, o Estado arrecada riqueza também através do monopólio das mercadorias mais importantes. Oprimidos pelo sistema, os camponeses judeus da Palestina preferem fugir. Ou para o deserto - mas aí a sobrevivência é muito difícil - ou para Alexandria, onde se escondem no meio da multidão e encontram um modo para sobreviver. É a chamada anacorese. Ou é possível refugiar-se em um santuário, junto ao altar, lugar sagrado de asilo, de onde pode-se negociar com os administradores das terras condições melhores de salário. 3.3 – SOB OS SELÊUCIDAS – 200 a.C a 166 a.C Os reis selêucidas sempre consideram o domínio dos ptolomeus na Palestina como um “roubo” de terras, que eles acreditavam ser deles, por direito. Depois da subida de Antíoco III, o Grande (223 a 187 aC) a situação dos ptolomeus mudou. Em 198 a.C. Antíoco destroçou os exércitos egípicios na Palestina e expulsou definitivamente Ptolomeu V. A partir de então, a política externa dos selêucidas foi a de tentar dominar o mundo inteiro, inclusive Roma, fato que não se concretizou. Em 175 a.C. Selêuco IV é assassinado. Assume o poder o seu irmão Antíoco IV Epífanes (175-164 a.C.), que voltava de Roma, onde era refém desde 188 a.C., quando seu pai Antíoco III perdera a batalha de Magnésia e assinara o tratado de Apaméia. A instabilidade do reino selêucida aumenta e Antíoco IV toma medidas

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helenizantes como forma de consolidar o seu poder. Concede o status de pólis a várias cidades, promove a adoração de Zeus e reivindica para si prerrogativas divinas. Em 169 a.C., na volta de sua primeira campanha egípcia, campanha vitoriosa, Antíoco IV saqueia o Templo de Jerusalém, com a aprovação de Menelau. 1Mc 1,21-23 narra este saque do Templo, do qual se desconhece a causa. Talvez seja a sempre crescente necessidade de dinheiro. Já em 168 a.C., em sua segunda campanha contra o Egito, Antíoco IV é impedido de entrar em Alexandria, e de assim anexar o país, pelo legado romano Popilius Laenas. Roma defende, deste modo, o fraco Egito e vigia de perto os Selêucidas. Na Palestina corre o falso boato de que Antíoco morrera no Egito e Jasão ataca Jerusalém. Menelau refugia-se na acrópole. Jasão promove sangrento massacre na cidade, mas foge com a chegada de Antíoco IV, que restabelece Menelau no poder. Consta que, no final do verão de 168 a.C., o rei Selêucida, pensando estar havendo uma revolta, pune Jerusalém, executando muitos judeus e vendendo a outros como escravos. Antíoco IV deixa na cidade o frígio Filipe com uma guarnição, mas este não consegue controlá-la (2Mc 5,5-14). No começo de 167 a.C. Antíoco IV envia a Jerusalém Apolônio, o misarca (comandante das tropas mísias), com forte contingente. Ataque, assassinatos em massa, escravidão. Muralhas demolidas e construção de poderosa fortaleza em Jerusalém, conhecida, em grego, como Acra (= cidadela), sede de uma guarnição e verdadeira pólis, no coração de Jerusalém, encostada no Templo. Durante cerca de 25 anos a Acra será o braço armado selêucida em Jerusalém, espinho atravessado na garganta dos judeus fiéis. Por outro lado, é preciso considerar que esta intervenção direta e brutal contra os costumes e os deuses de outros povos não é uma praxe grega. É quase certo que o partido helenista de Jerusalém tenha pedido a intervenção real e tenha apontado as medidas necessárias para aniquilar os judeus tradicionais. Como norma geral, duas medidas são tomadas (1Mc 1,41-53): o a abolição da Torá, com seus mandamentos e suas proibições: ficam proibidas as práticas do sábado, das festas, da circuncisão, da distinção de alimentos puros e impuros. Todos os manuscritos da Lei devem ser destruídos. Qualquer violação destas normas tem a morte por punição o uma reforma do culto em toda a Judéia: a abolição dos sacrifícios e da sacralidade do santuário e dos sacerdotes, a ereção de altares em todo o país e o sacrifício de porcos e outros animais impuros a deuses estrangeiros. Para completar, em dezembro de 167 a.C., é introduzido o culto de Zeus Olímpico no Templo de Jerusalém, com respectiva imagem e sacrifício.Explica C. Saulnier que "deus iminente dos gregos, Zeus representava os valores do poder e da autoridade; o epíteto Olímpico recordava suas prerrogativas sobre as outras divindades e seu aspecto uraniano (isto é, de deus do céu); na Síria ele fora assimilado a Baal Shâmin, deus soberano, senhor das tempestades e da fecundidade. Tais aspectos podiam aparentemente aproximá-lo de Iahweh que, desde a época persa, era designado nos textos judaicos como "o Deus dos céus". Nestas condições, podemos admitir que Antíoco IV quisesse introduzir em Jerusalém uma divindade sincrética, que permitisse a judeus, sírios e gregos reconhecer nela a emanação de um deus soberano". A introdução deste culto no Templo é a "abominação da desolação", segundo Dn 11,31. Os judeus são também obrigados a participar da festa de Dionísio e do sacrifício mensal em honra do aniversário do rei (2Mc 6,7). Enfim, uma verdadeira cruzada contra a Lei. 3.4 – LIBERDADE SOB OS HASMONEUS – 166 a 63 a.C. A perseguição sob Antíoco Epifânio IV, ao invés de causar o fim do povo judeu, criou uma grande resistência, liderada pela família de Matatias, um sacerdote que tinha cinco filhos, João, Simão, Judas,

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Eleazar e Jônatas. Fugindo para as montanhas, recrutou um grande número de seguidores, principalmente oriundos dos Hasidim (os perfeitos, justos), predecessores dos fariseus do Novo Testamento. Depois de muitas batalhas contra alguns dos exércitos de Antíoco, os hasmoneus foram retomando o controle de toda a Judéia e, finalmente, de Jerusalém. O terceiro filho de Matatias, Judas, apelidado de Macabeu, foi o responsável pelas maiores conquistas, visto que seu pai morrera de velhice nesse período. Antíoco não deu muita importância a esse movimento pois seu exército principal estava concentrado numa campanha contra os partos, ao Norte. Em dezembro de 164, três anos depois de sua profanação, o Templo foi reconsagrado com festas e grande alegria, dando origem ao Hanukkah. O culto voltou a acontecer e os ídolos gregos foram retirados do Templo. Nesse primeiro momento houve a liberdade religiosa do povo judeu e, mais tarde, em 142 a.C., houve a conquista da liberdade política, culminando, logo depois, com o colapso da dinastia selêucida. O povo judeu ficou sendo governado durante quase um século por líderes próprios, oriundos da família dos hasmoneus. Por volta de 63 a.C., Roma entra na história de Israel, através da intervenção do Imperador Pompeu.

QUESTIONÁRIO PARA APRENDIZADO

1. CITE OS 5 MOTIVOS QUE OS ASSÍRIOS E CALDEUS TINHAM EM CONTAR O PASSADO:

2. DEFINA HISTORIOGRAFIA ÉPICO-SAGRADA: 3. DEFINA HISTORIOGRAFIA PROFANA: 4. DEFINA HISTORIOGRAFIA RELIGIOSO-TEOLÓGICA: 5. CITE COSTUMES E CARACTERÍSTICAS PATRIARCAIS: 6. DESCREVA A FÉ DOS PATRIARCAS: 7. DESCREVA COMO OS HEBREUS FORAM PARA O EGITO: 8. COMO VIVERAM NO EGITO? 9. QUEM FOI O MAIS ILUSTRE E PODEROSO DOS FARAÓS DA 18ª DINASTIA? 10. O QUE VOCÊ ENTENDE POR PEREGRINAÇÃO NO DESERTO? 11. CITE AS 2 ETAPAS DA CONQUISTA DE CANAÃ: 12. DEFINA O PERÍODO DOS JUÍZES: 13. DEFINA O PERÍODO DA MONARQUIA: 14. DEFINA A MONARQUIA UNIDA: 15. RESUMA O REINADO DE SAUL CONFORME O ESTUDO: 16. CONFORME O TEXTO RESUMA O REINADO DE DAVI O GRANDE REI: 17. EXPLIQUE SALOMÃO E A CONSOLIDAÇÃO DO ESTADO ISRAELITA: 18. EXPLIQUE A MONARQUIA DIVIDIDA: 19. EXPLIQUE O REINO DO NORTE: 20. EXPLIQUE O REINO DO SUL: 21. EXPLIQUE A RESTAURAÇÃO PERSA: 22. RESUMA A HISTÓRIA DE ALEXANDRE O GRANDE: 23. FALE SOBRE OS PTOLOMEUS: 24. FALE SOBRE OS SELÊUCIDAS: 25. DESCREVA A LIBERDADE SOBRE OS HASMONEUS:

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Estude com fé depois de ter terminado os seus estudos, envie seu questionário com as respostas devidas para o endereço de e-mail: [email protected] , se assim quiser, logo após respondido e corrigido o questionário, enviaremos a prova e alcançando media acima de 7,5, em cada módulo, você receberá seu histórico e certificado.

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APOSTILA - HISTÓRIA DE ISRAEL II HISTÓRIA DE ISRAEL II – AULA DE Nº 1 Introdução: O interesse pelo Antigo Testamento é universal. Milhões de pessoas examinam suas páginas para descobrir os primórdios do judaísmo, do cristianismo ou do islamismo. Eruditos estudam diligentemente o Antigo Testamento quanto à contribuição arqueológica, histórica, geográfica e lingüística que ele faz em direção de uma compreensão melhor da cultura do Oriente Próximo anterior à era cristã. Se desejamos conhecer a história de Israel não podemos deixar de ler as Escrituras Sagradas, principalmente os dezessetes primeiros livros do Antigo Testamento (de Gênesis a Ester), pois estes apresentam a narrativa do desenvolvimento histórico de Israel até o final do século V a.C. Outras nações só participam do quadro naquilo que se vinculam à história de Israel. A narrativa histórica se interrompe bem antes dos dias de Cristo, de tal modo que há um intervalo de quatro séculos entre o Antigo e o Novo Testamento. A literatura apócrifa, adotada pela Igreja Católica, se desenvolveu durante esse período, mas jamais foi reconhecida pelos judeus como parte de seus livros sagrados, ou seja, o “cânon”. 1 - AS ORIGENS DE ISRAEL (Gn 1 – 11) O Antigo Testamento nos traz um breve panorama de acontecimentos que se refere ao surgimento da raça humana e da distribuição dos povos antigos, nos conduzindo até a era patriarcal, onde se conta como se deu o surgimento do povo e da nação israelita. Vamos olhar de maneira bem sucinta essa introdução relatada nos primeiros capítulos do livro de Gênesis. • O homem é de pronto distinguido como a mais importante dentre todas as criações de Deus (Gn 2.4b-25). • Ao homem foi confiada não só a responsabilidade de cuidar dos animais, mas também recebeu a comissão de dar-lhes nome. • Dentre os filhos nascidos de Adão e Eva, só três são mencionados por nome (Caim, Abel e Sete). • As experiências de Caim e Abel revelam as condições do homem em seu estado alterado. • Visto que já havia sido advertido por Deus, Caim exibiu uma atitude de desobediência deliberada e se tornou o primeiro homicida. • A civilização de Caim e seus descendentes se refletem em uma genealogia que sem dúvida representa um longo período de tempo (Gn 4.17-24). O próprio Caim fundou uma cidade. A comunidade urbana na antiguidade, naturalmente era muito dada à criação de rebanhos de gado vacum e ovino. • Foi nos dia do filho de Sete, Enos, que os homens começaram a se voltar para Deus. • Nos dias de Noé a impiedade crescente da civilização atingiu um ponto critico. A atitude de pesar, da parte de Deus, por haver criado o gênero humano se tornou evidente no plano de por fim a vida humana. • Só Noé achou favor aos olhos do Senhor. Noé era homem obediente, quando lhe foi ordenado que construísse a arca, ele seguiu as instruções recebidas por Deus (Gn 6.11-22). Por cerca de um ano Noé ficou confinado na arca, enquanto o mundo era açoitado pelo juízo divino. • Tomando o côvado como cerca de 46 cm, a arca teria cerca de 137 m x 22,5 m x 13,5 m, em que os três dados representariam comprimento, largura e altura, respectivamente. • NOVO COMEÇO DA RAÇA HUMANA, após o dilúvio através de Noé e sua família. • Por ser uma unidade racial e lingüística, a raça humana permaneceu em uma localização por período indefinido (Gn 11.1-9).

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• A distribuição geográfica dos descendentes de Noé é dada na forma de breve sumário (Gn 10.1-32). o Jafé e seus filhos se estabeleceram nas vizinhanças dos mares Negro e Cáspio, estendendo-se daí para o oeste, até a Espanha (Gn 10.2-5). Mui provavelmente os gregos, os povos indo-germânicos e outros grupos relacionados descendem de Jafé. o Cão teve quatro filhos. Três filhos desceram e entraram na África (Gn 10.6-14). Subsequentemente, espalharam-se para o norte, pela terra de Sinear e pela Assíria, edificando cidades como Nínive, Cala, Babel, Acade e outras. Canaã, o quarto filho de Cão, se estabeleceu às margens do mar Mediterrâneo, desde Sidom até Gaza, e daí para o oriente. Embora fossem camitas em sua origem étnica, os cananeus usavam um idioma similar às línguas semitas.

Canaã, filho de Cão, recebeu a maldição proferida por Noé (Gn 9.25). o Sem e seus descendentes ocuparam a área ao norte do golfo Pérsico (Gn 10.21-31). Elão, Assur, Arã e outros nomes locativos estavam associados aos semitas. Após o ano 2000 a.C., cidades como Mari e Naor tornaram-se centros liderantes da cultura semita.

Da descendência de Sem nasce Abrão, filho de Terá. • O clímax se dá quando da apresentação de Abrão, mais tarde conhecido como Abraão (Gn 17.5), em quem se concentra o início de uma nação escolhida – a nação de Israel. 1.1 A Era Patriarcal (Gn 12 – 50) Geograficamente, o mundo dos patriarcas é identificado como o Crescente Fértil. Estendendo-se para o norte, desde o golfo Pérsico, ao longo das bacias do Tigre e do Eufrates, e então voltando-se para o sudoeste, através de Canaã até o fértil vale do rio Nilo, essa área foi o berço das civilizações pré-históricas. O desabrochar da história coincide com o desenvolvimento da escrita, no Egito e na Mesopotâmia (cerca de 3500 – 3000 a.C.). As descobertas arqueológicas nos têm conferido discernimento quanto às culturas que prevaleceram durante o terceiro milênio a.C. o período de 4.000 – 3.000 a.C., ou a era calcolítica, usualmente é reputado com uma civilização pré-alfabetizada, que pouco produziu na forma de matéria escrita. Mesopotâmia Os sumérios, um povo não-semítico, controlaram a região do Eufrates inferior, ou Suméria, durante o período Dinástico Antigo, cerca de 2800 – 2400 a.C. Esses sumérios nos doaram a primeira literatura da Ásia. No mundo da escrita cuneiforme o sumério era a língua clássica, tendo florescido em forma escrita por todo o tempo das culturas babilônica e assíria, até cerca do primeiro século d.C., embora tenha sido abandonado como idioma falado em cerca de 1.800 a.C. A avançada cultura suméria da Primeira Dinastia de Ur, a última fase do período Dinástico Antigo, foi descoberta em um cemitério escavado por C. Leonard Wooley. Esta descoberta nos trouxe a revelação de que este povo já acreditava na vida após a morte. Acadianos Entrementes, um povo semita, conhecido como acadianos, fundou a cidade de Agade ou Acade, ao norte de Ur às margens do rio Eufrates. Começando com Sargão, essa dinastia semita se apoderou dos sumérios, e assim se manteve na supremacia durante cerca de dois séculos. Depois de derrubar Lugalzagisi, Sargão nomeou sua própria filha como sumo-sacerdotisa de Ur, em reconhecimento ao deus-lua Nanar. Os acadianos não tinham qualquer hostilidade cultural, tal fato pode ser assim concluído, porque eles adotaram a cultura dos sumérios. A escrita destes foi adaptada para servir à língua babilônico-semita. Gutos

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A invasão guta, vinda do norte (cerca de 2080 a.C.), pôs fim ao domínio da dinastia acadiana. Embora pouco se saiba acerca desses invasores caucasianos, eles ocuparam a Babilônia durante aproximadamente um século. Após um século de supremacia ruiu essa dinastia neo-sumeriana, e a terra da Suméria reverteu ao antigo sistema de cidades-estados. Egito Quando Abraão chegou ao Egito, esse país podia ufanar-se de uma cultura com mais de mil anos de antiguidade. O começo da história egípcia usualmente retrocede até ao rei Menés (cerca de 3.000 a.C.), o qual uniu dois reinos – um no delta e outro no vale do rio Nilo. Os túmulos reais, escavados em Abidos têm produzido vasos de pedra, jóias, vasos de cobre e outros objetos enterrados junto com os monarcas, o que refletia um alto nível de civilização durante esse antigo período. A era clássica da civilização egípcia, conhecida como período do Reino Antigo (cerca de 2700 – 2200 a.C.) e que compreendeu as Dinastias III – IV, testemunhou certo número de notáveis realizações. Imensas pirâmides, maravilhas do séculos seguintes, provêem amplo testemunho sobre a avançada cultura daqueles primeiros governantes. As cincos dinastias seguintes que governaram o Egito (cerca de 2200 – 2000 a.C.) surgiram durante um período de decadência. O governo centralizado decresceu. A capital foi mudada de Mênfis para Heracleópolis. A literatura clássica desse período reflete um governo fraco e em mudança. O Reino Médio (cerca de 2000 – 1780 a.C.) assinala o reaparecimento de um poderoso governo centralizado. Embora nativa de Tebas, a Décima Segunda Dinastia estabeleceu sua capital perto de Mênfis. O Reino Médio fez sua contribuição na literatura clássica. Escolas palacianas treinavam oficiais que sabiam ler e escrever, durante os próspero reinados dos Amenemetes e Senusertes da Décima Segunda Dinastia. Canaã O nome “Canaã” se aplica às terras que jazem entre Gaza, no sul, e Hamate, no norte, ao longo das Costas orientais do mar Mediterrâneo (ver Gn 10.15-19). Desde o século XV a.C. o nome “Canaã” vinha sendo aplicado, de modo geral, à província egípcia da Síria, ou pelo menos as costas fenícias, o centro da indústria da púrpura. Mais tarde essa área veio a ser conhecida como Síria e Palestina. Com a migração de Abraão para Canaã, essa terra se torna o centro das atenções nos desenvolvimentos históricos e geográficos dos tempos bíblicos. Estando estrategicamente localizada entre os dois grandes centros que abrigavam as mais antigas civilizações, Canaã servia de ponte natural que vinculava o Egito à Mesopotâmia. Em resultado disso, não é de surpreender que fosse mista a população da região. Cidades de Canaã, como Jericó, Dotã e outras, já vinham sendo ocupadas desde séculos antes dos tempos patriarcais. Estendendo-se por 250 km de comprimento desde Berseba, ao norte, até Dã, a Palestina tem uma área de 9654 km quadrados, entre o mar Mediterrâneo e o rio Jordão. A largura média é de 64 km, com um máximo de 87 km desde Gaza até o mar Morto, estreitando-se para 45 km no mar da Galiléia. Com a adição de 6436 km quadrados, a leste de Jordão, área essa com freqüência denominada Transjordânia, essa região envolve cerca de 16.090 km quadrados, isto é, ligeiramente maior que o estado brasileiro de Sergipe. A erudição moderna concorda em atribuir aos patriarcas um lugar na história do Crescente Fértil, na primeira metade do segundo milênio a.C. A assertiva de que a narrativa bíblica consiste tão somente de lendas fabricadas tem sido substituída pelo respeito geral pela qualidade histórica de Gn 12-50. Grandemente responsável por essa mudança revolucionária foi a descoberta e publicação dos tabletes de Nuzu (ou Nuzi), além de outras informações arqueológicas que vieram à luz desde 1925.

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A cronologia dos patriarcas continua um ponto debatido. Dentro desse período geral, a data advogada para Abraão varia do século XXI ao século XV a.C. Visto que as cronologias relativas a esse período estão em estado de fluxo, convém dar atenção a vários pontos de vista quando se fixam as datas sobre os patriarcas. HISTÓRIA DE ISRAEL II – AULA DE Nº 2 2. OS PATRIARCAS Abraão A Mesopotâmia, a terra entre os dois rios, era a terra natal de Abraão (veja Gn 12.6; 24.10 e At 7.2). Localizada às margens do Balique, um tributário do rio Eufrates, Harã constituía o cento da cultura onde ele vivia com seus parentes. Nome da gente de Abraão – Terá, Naor, Pelegue, Serugue, além de outros – são confirmados nos documentos de Mari e dos assírios como nomes de cidades daquela área. Em obediência à ordem divina de deixar sua terra natal e sua parentela, Abraão deixou Harã a fim de fixar nova residência na terra de Canaã. Abraão vivera em Ur dos caldeus antes de ter vinda para Harã (ver Gn 11.28-31). Referências freqüentes indicam que Abraão era homem de considerável riqueza e prestigio. Longe de ser um nômade vagabundo, no sentido beduíno, ele demonstrou ter atividades mercantis. Os chefes tribais da palestina reconheciam em Abraão um príncipe com quem estabeleceram alianças e firmaram tratados (Gn 14.13; 21.22 e 23.6). Do ponto de vista das instituições sociais, a narrativa do Gênesis sobre Abraão forma um estudo fascinante. Os planos de Abraão para que Eliezer fosse o herdeiro de suas possessões, porquanto não tinha filhos (Gn 15.2), refletem as leis de Nuzu, que determinavam que um casal sem filhos poderia adotar como filho um servo fiel, o qual teria plenos direitos legais e seria recompensado com a herança, em troca do cuidado constante e de um sepultamento condigno, quando da morte daqueles. Os costumes maritais provenientes de Nuzu, bem como o código de Hamurabi, estabeleciam que se a esposa de um homem não lhe desse filhos, então um filho de uma criada poderia ser reconhecido como herdeiro legal. O relacionamento de Hagar com Abraão e Sara tipifica os costumes que prevaleciam na Mesopotâmia. A preocupação de Abraão pelo bem estar de Hagar também pode ser explicado pelo fato que, legalmente, uma criada que desse um filho a um homem não podia ser vendida como escrava. Sua vida de fé e seu relacionamento com Deus nos levam a compreender muitos fatos históricos. Abraão teve seu nome “engrandecido” não somente como pai dos israelitas e islamitas, mas também como o grande exemplo de fé para os crentes cristãos, nos escritos neotestamentarios das epístolas aos Romanos, aos Gálatas, aos Hebreus e de Tiago. A promessa de que Abraão seria uma benção foi literalmente cumprida durante sua vida, bem como em tempos subseqüentes. Finalmente, a promessa de que seriam abençoadas todas as famílias da terra se desdobra em escopo mundial, quando Mateus inicia seu relato sobre a vida de Jesus Cristo, ao declarar se ele “filho de Abraão”. O pacto desempenhou importante papel na experiência de Abraão. Notemos as sucessivas revelações de Deus, depois da promessa inicial à qual Abraão respondeu obedientemente. na medida em que Deus foi ampliando essa promessa, Abraão foi exercendo fé, o que lhe era lançado na conta como justiça (Gn 15). Nesse pacto, a terra de Canaã foi especificamente prometida à descendência de Abraão. Com a promessa de um filho, a circuncisão se tornou o sinal do pacto (Gn 17). Esse pacto-promessa foi finalmente selado quando do ato de obediência de Abraão, ao mostrar ele sua disposição em sacrificar seu filho único, Isaque (Gn 22). Abraão descendia de uma cultura politeísta, onde o deus-lua Nanar era reconhecido como principal

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divindade da cultura babilônica. Abraão rompe com o politeísmo para iniciar uma relação com um único Deus, dando início a uma cultura monoteísta. Isaque Isaque, o filho prometido, foi herdeiro de tudo quanto Abraão possuía. Outros filhos de Abraão, como Ismael, de quem descendem os árabes; Midiã, pai dos midianitas; e os demais filhos receberam presentes, ao se despedirem da terra de Canaã (Gn 25), deixando este território para Isaque. Antes de sua morte, Abraão proveu para seu filho Isaque uma esposa, Rebeca. Abraão também comprou a caverna de Macpela, que se tornou lugar de sepultamento para Abraão, Isaque, Jacó e suas respectivas esposas. O caráter de Isaque, retratado no livro de Gênesis, é um tanto obscurecido pela vidas movimentadas tanto de seu pai quanto de seu filho. Embora Isaque tivesse herdado as riquezas de seu pai e tivesse prosseguido no mesmo padrão de vida, é interessante observar que ele se ocupou da agricultura, perto de Gerar (Gn 26.12). De certa feita, Abraão estivera em Gerar, no território filisteu, mas passava a maior parte de seu tempo nas cercanias de Hebrom. Quando Isaque começou a cultivar o solo, colheu safras que produziram a cem por um. Esse sucesso incomum no plantio excitou a inveja dos filisteus, em Gerar, pelo que Isaque viu ser mister mudar-se para Berseba, a fim de poder manter relações pacificas. Jacó De comportamento belicioso, Jacó emergiu como herdeiro do pacto. De acordo com os costumes de Nuzu ele negociou com Esaú, para adquirir os direitos de herança. Em adição a isso, Jacó obteve a benção final de Isaque, mediante truques e engodos instigados por sua mãe, Rebeca. A significação dessa aquisição pode ser melhor compreendida quando se faz confronto com as leis contemporâneas, que tornavam essas bênçãos orais obrigatoriamente legais. Digno de atenção, entretanto, é o fato de que a narrativa bíblica salienta o lugar da liderança acima das bênçãos materiais. Temendo o provável casamento de Jacó com mulheres hetéias, como também a vingança de Esaú, Rebeca traçou um plano para enviar seu filho favorito a Padã-Arã. Tendo recebido acolhida na terra de seus antepassados, Jacó entra em acordo com Labão, o irmão de Rebeca. Diante do fato de ter que reencontrar com seu irmão Esaú, Jacó ora a Deus e durante a solidão da noite, lutou contra um certo homem. Nessa estranha experiência, que ele reconheceu como um encontro divino, o seu nome foi mudado de “Jacó” para “Israel”. Na rota para Hebrom, Jacó acampou em Siquém, Batel e Belém. Quando foi instruído por Deus para mudar-se para Betel, Jacó preparou-se para seu retorno a esse lugar sagrado, removendo a idolatria de sua casa. Em Betel ele erigiu um altar. Ali Deus renovou seu pacto, dando a certeza que não só uma nação, mas um conjunto de nações e reis emanaria de Israel (Gn 35.9-15). Esaú Esaú gerou a Edom. Os edomitas evidentemente tiveram uma história ilustre. Pouco se sabe sobre eles fora dessa narrativa sumária (Gn 36.1-43), que indica que eles tiveram vários reis, antes mesmo que qualquer rei tivesse reinado em Israel. Dessa maneira, a narrativa do Gênesis expõe de modo final a linhagem colateral, antes de reiniciar a narrativa patriarcal. José Em uma das mais dramáticas narrativas na literatura mundial, as experiências de José entrelaçaram a vida patriarcal com o Egito. Se os contatos anteriores haviam sido primariamente com o meio ambiente mesopotâmico, a transição para o Egito resultou numa mescla de costumes derivados

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desses dois centros máximos da civilização. José, filho de Raquel, era o orgulho e a alegria de Jacó. Para mostrar seu favoritismo, Jacó o enfeitou com uma túnica que aparentemente era sinal distintivo de um chefe tribal. Seus irmãos, que já se ressentiam dos maus relatórios de Jacó a respeito deles, foram incitados por isso a um ódio mais profundo. A questão chegou a um ponto critico quando José lhes contou dois sonhos que previam sua exaltação pessoal. Os irmãos mais velhos deram vazão a seus sentimentos ao venderem José como escravo a traficantes midianitas e ismaelitas, que o venderam para Potifar, no Egito. Diante uma forte seca que atingiu toda Canaã, Jacó e seus filhos foram obrigados a se refugiar no Egito. Neste período José, era o principal administrador do Egito podendo dessa forma prover salvação para toda sua família e familiares. A posição e o prestigio de José possibilitaram-lhe separar a terra de Gôsen para ser ocupada pelos israelitas. HISTÓRIA DE ISRAEL II – AULA DE Nº 3 3. DO ÊXODO À CONQUISTA DE CANAÃ Moisés O grande líder e legislador por meio de quem Deus tirou os hebreus para fora do Egito, que os constituiu como nação para servi-Lo, e que os levou às fronteiras da terra prometida aos seus antepassados. Em Êx 2:10 é dito que "Esta lhe chamou Moisés, e disse: Porque das águas o tirei”. A maioria dos interpretes identifica a palavra esta com a filha de faraó, e isso tem levados muitos a suporem uma origem egípcia para o nome de Moisés, em egípcio Ms, "criança" ou "nascido" sendo a melhor possibilidade. Não obstante alguns identificam o antecedente de "esta" com a mãe de Moisés, e, isto significaria, que a própria mãe de Moisés é quem deu seu nome. Moisés (Mõsheh – raiz mãshâ "retirar"), tal como se encontra, é um particípio ativo que significa "alguém que retira", e pode ser uma elipse de alguma frase mais longa. Moisés pertencia a tribo de Levi, ao clã de Coate, e a casa e família de Anrão (Êx 6:16 e segs.) Para salvar seu bebê do edito faraônico que ordenava a destruição de todas as crianças recém-nascidas do sexo masculino entre os hebreus, a mãe de Moisés o pôs numa cestinha de juncos ou de papiro recoberta de piche, entre as canas que havia à beira do Nilo, e ordenou que sua irmã, Miriã, vigiasse. Pouco depois a filha de faraó veio com suas criadas a fim de banhar-se no rio, encontrou a criança, e se encheu de compaixão por ela. Miriã discretamente se ofereceu para encontrar uma ama para o bebê (de fato sua mãe) e assim a vida de Moisés foi poupada. Ao ser desmamado foi entregue a sua mãe adotiva, a princesa egípcia (Êx 2:1-10). Sobre sua juventude nada se fala, mas é muito provável que um jovem em sua posição, no período do Novo Reino, criado nos círculos palacianos, não podia deixar de ter recebido um treinamento básico substancial naquela "ciência dos egípcios" que Estevão lhe credita (At 7:22). O líder Na qualidade de líder de seu povo, Moisés estava não apenas tecnicamente equipado, mediante sua educação e treinamento egípcios, mas igualmente era, num nível muito mais fundamental, um líder supremo por ser tão aconchegado servidor de seu Deus, mediante a fé (Hb 11:23-29; At 7:23-37). Grande, realmente, era a mansidão e longanimidade de Moisés, que em meio a rebeldia do povo a Deus e a sua pessoa, a rebeldia de sua própria família (Êx 32:1 e segs.), ele intercedia constantemente a favor de Israel, que pecava (Nm 14:13 e segs.; Nm 16:46) e pleiteava perante Israel que fosse fiel a seu Deus que a libertara. A maravilha disso tudo não é que Moisés tenha pecado apenas uma vez (Nm 20:10 e segs.), mas que ele não se tivesse desesperado perante aquele povo "rebelde de dura cerviz" e perante tanta sobrecarga não tenha falhado muitas outras vezes. Que ele era um homem de fé duradoura no Deus invisível (Hb 11:27b) e portanto, zeloso pela honra do nome de Deus (Nm 14:13 e segs.) são as únicas coisas que podem explicar suas realizações.

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A ocupação de Canaã Chegara o dia a muito esperado. Tendo morrido Moisés, Josué foi comissionado a conduzir a nação de Israel na conquista da Palestina. O povo de Canaã não apresentava uma organização que apresentasse fortes unidades políticas. Fatores geográficos, tanto quanto a pressão de nações circunvizinhas, no Crescente Fértil, que se utilizavam de Canaã como território tampão, explicam o fato de que os cananeus jamais formaram um império forte e integrado. Numerosas cidades-estados controlavam tanto território quanto possível, com a cidade fortificada de forma a resistir a possíveis ataques inimigos. Quando Canaã era atravessada por exércitos, essas cidades com freqüência evitavam ser atacadas mediante o pagamento de um tributo. Canaã era cobiçada pelas nações mais fortes por estar localizada entre os dois grandes centros da civilização (Egito e Síria) e por seus vales férteis. A religião de Canaã era politeísta. El era reputado como principal divindade Cananéia, era conhecido como “pai toro” Visto que as divindades dos cananeus não teriam caráter moral, não é de se surpreender que a moralidade daquele povo fosse extremamente baixa. A experiência e o treinamento haviam preparado Josué para a exaustiva tarefa de conquistar Canaã. Em Refidim, ele dirigiu o exército israelita na derrota imposta a Amaleque (Êx 17.8-16). Tendo sido espia, ele obtivera conhecimento em primeira mão sobre as condições vigentes na Palestina (Nm 13-14). Sob a tutela de Moisés, Josué foi treinado para a liderança, tendo sido preparado para dirigir a conquista e a ocupação da terra prometida. Durante o período da vida de Josué a terra de Canaã foi tomada pelos israelitas, mas de modo algum foram expulsos todos os seus habitantes. Josué passou 40 anos no deserto (Js 5.6). Faleceu com a idade de 110 anos (Js 24.29). Calebe tinha quarenta anos de idade quando Moisés enviou Josué e Calebe como espias (Js 14.7-10). Supondo-se que Josué fosse da idade de Calebe, os eventos registrados no livro de Josué ocorreram durante um período de vinte e cinco a trinta anos. A era das conquistas Acampado em Gilgal, o povo de Israel foi preparado para viver em Canaã, como nação escolhida por Deus. Durante quarenta anos, enquanto a geração incrédula morria no deserto, a circuncisão, que servia de sinal de relação de pacto (Gn 17.1-27), não fora observada. Por meio dessa rito a nova geração foi dolorosamente relembrada do pacto e da promessa de Deus de que os introduziria na terra que “mana leite e mel”. A entrada na terra também foi assinalada pela observância da Páscoa e pela cessação da provisão do maná. O povo remido, doravante, consumiria os frutos da terra. Josué tinha a consciência de que a conquista da terra não dependia somente dele, mas que ele fora divinamente comissionado e dotado. Embora fosse o líder responsável por Israel, Josué era apenas um servo, sujeito ao comandante do exército do Senhor (Js 5.13-15). A conquista de Jericó foi uma vitória que serviu de exemplo. Israel não atacou a cidade de acordo com a estratégia militar regular, mas simplesmente seguiu as instruções dadas pelo Senhor. A derrota para Ai também serviu de exemplo para demonstrar que o sucesso de cada batalha dependia de uma vida de dependência, obediência e santidade para com Deus. Quando se espalharam por Canaã as noticias da conquistas de Jericó e Ai, os povos de várias localidades organizaram resistências contra a ocupação israelita (Js 9.1,2). Os habitantes de Gibeom, cidade localizada a doze quilômetros e meio ao norte de Jerusalém, traçaram astutamente um plano de engodo levando Josué a fazer uma aliança com eles. De forma sumária, o trecho de Js 11.16-12.24 relata a conquista de toda a terra de Canaã por parte de Israel. O território coberto pelas forças de ocupação se espraiou desde Cades-Barnéia, ou seja, nos extremos do Neguebe, até ao norte quanto o vale do Líbano, abaixo do Monte Hermon. No lado

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oriental da fenda do Jordão, a área que previamente fora conquistada por Moisés se estendeu desde o Monte Hermon, no norte, até o vale do rio Arnom, a leste do mar Morto. Trinta e um reis são alistados entre os derrotados por Josué. Havendo tantas cidades-estados, cada qual com seu próprio rei, em país tão pequeno, foi possível a Josué e aos israelitas derrotarem esses governantes locais em pequenas federações. Embora os reis tivessem sido derrotados, nem todas as cidades foram realmente capturadas ou ocupadas. Apesar dos principais reis terem sido derrotados e que então prevaleceu um período de paz, restavam ainda muitas áreas não ocupadas na terra (Js 13.1-7). Josué foi divinamente comissionado para dividir o território conquistado entre as nove tribos e meia. Rúben, Gade e metade da tribo de Manassés tinham recebido seus quinhões a leste do rio Jordão, sob Moisés e Eleazar (Js 13.8-33 e Nm 32). Durante o período de conquista o acampamento de Israel ficava localizado em Gilgal, ligeiramente para nordeste de Jericó, perto do Jordão. A tribo de Levi não recebeu quinhão na forma de território, porquanto eram responsáveis pelos serviços religiosos por toda a nação. As diversas tribos foram encarregadas da obrigação de selecionarem cidades para os levitas. Terras de pasto, em redor de cada uma das quarentas e oito cidades, foram igualmente providenciadas, pelo que os levitas podiam dar pasto a seu gado vacum e ovino. HISTÓRIA DE ISRAEL II – AULA DE Nº 4 TRABALHO EM SALA 1) Qual o significado da palavra páscoa? 2) O que significa a páscoa para o povo de Israel? 3) Quais são os rituais que a nação de Israel deve realizar na páscoa conforme Deuteronômio 16? (O que deveriam comer? Por quê? Etc.). 4) Em que mês é celebrado a páscoa pelos israelitas? HISTÓRIA DE ISRAEL II – AULA DE Nº 5 4. A ERA DOS JUÍZES Israel não contava com qualquer capital política nos dias dos juízes. Silo, que fora estabelecida como centro religioso, nos dias de Josué (Js 18.1), continuou nessa categoria nos dias de Eli (1 Sm 1.3). Visto que Israel não tinha rei, não havia localidade central de onde um juiz pudesse oficiar. Esses juízes subiram a liderança conforme o exigiam as condições locais ou nacionais. A influência e reconhecimento de muito deles, não há que duvidar, se limitava às suas comunidades ou tribos locais. A ocupação parcial da terra deixou Israel em continuas dificuldades. O ciclo de acontecimentos se repetia interminavelmente.

o o juízo vinha na forma de opressão Israel pecava Deus levantava um juiz (um campeão para

desafiar aosarrependimento ... Israel pecava Israel era liberta opressores)

TRISTEZAPECADO PECADO... RELAXAMENTO SALVAÇÃO SUPLICA Podemos dizer que este período abrange aproximadamente os primeiros 350 anos da história de Israel em Canaã. Este é o período do regime teocrático, em que o próprio Senhor é o “Rei invisível” de

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Israel. O título “juízes” (Shophetim) é devido aos líderes levantados intermitentemente por Deus, para que houvesse liderança em época de emergência durante o período que vai de Josué até o reinado de Saul. O nome “Juízes” descreve duas funções desses líderes: A – Livrar o povo dos seus opressores, na função de líder militar. B – Resolver disputas e defender a justiça, na função de líder civil. Os períodos de 400 anos da história de Israel são dignos de nota; observemo-los no quadro: Desde o nascimento de Abrão até a morte de José no Egito (o período familiar) cerca de 400 anos Desde a morte de José até o êxodo do Egito (o período tribal) cerca de 400 anos Desde o Êxodo até Saul, o primeiro rei (o período teocrático) cerca de 400 anos Desde Saul até Zedequias e o exílio (o período monárquico) cerca de 400 anos O período dos juízes encontra-se no terceiro desses períodos de 400 anos, ou seja, o teocrático. A teocracia foi uma gloriosa experiência com possibilidades superlativas; e o fracasso de Israel é mais trágico ainda. Estado da Nação 1. Após a morte de Josué, Israel ficou sem um líder nacional por mais de 300 anos. As tribos mostravam-se independentes e cada indivíduo era uma lei perante si próprio. Durante esse tempo o Senhor levantou juízes principalmente nas emergências para livrá-los dos inimigos invasores e defender a justiça civil. 2. Esse foi um período em que o Senhor testou a nação para ver como ela guardaria a sua aliança num ambiente pagão e idólatra (3:1-5). Os israelitas caíram e uma condição crônica de apostasia. Aceitavam entusiasticamente os livramentos do Senhor, mas quando lhes faltava uma forte liderança, retornavam rapidamente às praticas pagãs que o rodeavam. 3. O estado espiritual da nação contrasta vivamente com o da época de Josué. Seu livro apresenta uma história de obediência, fé e vitória sob a liderança teocrática desse grande homem de Deus. Juízes, porém, é um livro que apresenta uma história de contínuo fracasso: “cada qual fazia o que parecia direito aos seus próprios olhos” (17:6). Se não fosse pelas misericordiosas operações de livramento do Senhor durante esse período, a nação teria afundado numa idolatria pagã irrecuperável. Doze juízes são citados sucessivamente: Otniel, Eúde, Sangar, Débora (com Baraque), Gideão, Tola, Jair, Jefté, Ibsã, Elom, Abdom e Sansão. Seis deles se destacam mais – pois toda a história concentra-se em seis apostasias e períodos de cativeiro de Israel e nos seis libertadores ou juízes que conseguiram libertar o povo. São eles: Otniel, Eúde, Débora, Gideão, Jefté e Sansão. As seis principais apostasias são assinaladas em cada caso pelas palavras: “Os filhos de Israel fizeram o que era mau perante o Senhor”. Elas ocorrem no corpo do livro apenas essas seis vezes, e em cada caso sobrevém o juízo com a conseqüente servidão. Os cativeiros de Israel não foram simples acidentes, mas castigos. O pecado e o sofrimento sempre andam juntos. É também verdade que a súplica e a salvação

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igualmente estão ligadas. Deus se enternecerá com uma súplica sincera em que o mal é abandonado. Ele mostrará então Sua salvação. HISTÓRIA DE ISRAEL II – AULA DE Nº 6 TRANSIÇÃO PARA MONARQUIA Nos séculos XI e X a.C. Israel estabeleceu e manteve a mais poderosa monarquia (Saul, Davi e Salomão) de toda a sua história. Nem antes e nem depois aquela nação teve fronteiras tão amplas e mereceu tanto respeito internacional. Alguns fatos contribuíram para esta expansão: • O Egito declinara a uma posição muito debilitada, já não era um grande inimigo. • Os assírios, sob Tiglate-Pileser (1113-1704 a.C.), ampliaram sua influência para oeste, incluindo a Síria e a Fenícia. • O arquiinimigo que ameaçava seriamente o soerguimento de Israel como potencia era a Filístia. Repelidos em sua tentativa de entrar no Egito, os filisteus se estabeleceram em grande números, na planície marítima da Palestina, pouco depois de 1200 a.C. Cinco cidades foram transformadas em fortalezas dos filisteus: Asquelom, Asdode, Ecrom, Gaza e Gate (1 Sm 6:17). • A real explicação da superioridade dos filisteus sobre os israelitas se acha no fato de que os filisteus conservavam o segredo da fundição do ferro. Os hititas da Ásia Menor contavam com oficinas de fundação de ferro desde antes de 1200 a.C., mas os filisteus tornaram-se os primeiros a usar este processo na Palestina. Resguardando cuidadosamente este monopólio, mantiveram Israel à sua mercê. Isso é claramente referido em 1 Sm 13.19-22. 1. Fonte Histórica O primeiro e o segundo livro de Samuel são as fontes da qual baseamos nosso estudo sobre a transição de Israel para Monarquia. 1 e 2 Samuel eram originalmente um único livro, tendo sido a atual divisão estabelecida na Septuaginta. Datas do período histórico do livro de 1 e 2 Samuel – 1100 a 970 a.C. aproximadamente. . Os acontecimentos relatados nos dois livros cobrem o período do nascimento de Samuel até o fim do reinado de Davi. Supondo que Samuel tivesse 30 anos aproximadamente quando começou a sua liderança em 1070 (cinco anos após a morte de Eli), ele deve ter nascido em 1100 a.C., aproximadamente. Visto que o reinado de Davi estendeu-se de 1010 a 970, o período de tempo para os livros de Samuel é de cerca de 130 anos. . Antes da magistratura de Samuel, diversos juízes governaram Israel. Eli o sacerdote e juiz foi quem educou Samuel na cidade de Silo. . O LIVRO (1 e 2 Samuel) foi escrito aproximadamente no ano 930 a.C. 2. Samuel o líder da Transição do Estado de Anarquia Para Monarquia Teocrática Samuel, palavra que significa "nome de Deus" ou possivelmente uma abreviatura de "pedido a Deus". Poucos se igualam a Samuel em termos de caráter, e como agente no desenvolvimento inicial da nação só Moisés pode ser comparado a ele. O ministério de Samuel marca a instituição da monarquia. A partir de agora veremos Israel sob o governo de reis.

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Além disso, o aparecimento de Samuel assinala a instituição do cargo de profeta. Havia alguns homens em Israel, mesmo antes do tempo de Samuel, sobre quem o manto da profecia havia caído (Nm 11:25; Jz 6:8). O próprio Moisés é chamado de profeta (Dt 18:18). Mas não havia um oficio profético organizado. Samuel fundou as escolas de profetas e deu origem à ordem profética. É muito provável que Natã, Gade e outros profetas ativos na época de Davi tenham passado por sua escola. Num sentido muito real, portanto, ele é "o primeiro dos profetas", e tal distinção está no Novo Testamento, conforme mostram os seguintes versículos: "E todos os profetas, a começar com Samuel, assim como todos quantos depois falaram, também anunciaram estes dias" (At 3:24). "Depois disto lhes deu (Deus) juízes até o profeta Samuel" (At 13:20). "E que mais direi ainda? Certamente me faltará o tempo necessário para referir o que há a respeito de Gideão... de Samuel e dos profetas" (Hb 11:32). Samuel é, pois, uma figura marcante. Ele termina o período dos juízes, encabeça a ordem dos profetas, dá origem ao primeiro grande movimento educacional na nação; coloca o primeiro rei de Israel no trono e, mais tarde, unge Davi, o maior de todos os reis de Israel. Sua obra educacional Samuel dedicou-se à tarefa de dar à nação cultura mental e um governo ordeiro. Estas eram as necessidades mais urgentes. A base de toda a sua reforma foi a restauração da vida moral e religiosa do povo. É preciso começar sempre nesse ponto. Além do mais, Samuel era demasiadamente sábio para confiar apenas em sua influência pessoal. Muitos homens de grande influência em sua época nada deixaram de duradouro. Se Israel tivesse que ser salvo, seria através de instituições que exercessem pressão contínua, empurrando o povo para cima, para um nível superior. O meio que ele empregou para este crescimento interno da nação foi a fundação de escolas. Estas, além de elevar Israel a um nível mental mais alto, auxiliaram na adoração do Senhor, ao transmitir idéias verdadeiras sobre a natureza divina. 3. Estado religioso em que se achava a nação O período começou com a idolatria e a imoralidade ainda predominando em Israel (1 Sm 7:3). Embora Eli fosse fiel como sacerdote, ele deixou de honrar a Deus por não disciplinar os seus filhos (1 Sm 2:29) que serviam no tabernáculo de Silo com flagrante imoralidade e cobiça. Por esse motivo o Senhor proferiu julgamento contra a casa de Eli, dizendo que seria afastada do sacerdócio (1 Sm 2:33). A história de Eli serve de peno de fundo do ministério de Samuel. Na posição de sumo sacerdote, Eli estava encarregado da adoração e dos sacrifícios no tabernáculo de Silo. Os israelitas esperavam dele a liderança e a orientação, nas questões religiosas e civis. A religião de Israel se encontrava no nível mais baixo que já se registrara, nos dias de Eli. Esse estado de religião superficial e de práticas imorais era evidentemente comum em todo Israel e fez com que o Senhor, para disciplinar o seu povo, permitisse a invasão dos filisteus. Foi nessa atmosfera abominável que Samuel foi criado na infância, sob os cuidados de Eli como fora entregue. 4. Estado político da União 1. Divisões internas. No começo do século 11 a.C. o fraco estado espiritual de Israel combinava com o seu fraco estado político. Foi uma época de lideranças dividas e anarquia geral. Desde a morte de Josué, a nação vinha sem liderança central, mas nas emergências as tribos eram julgadas por juízes indicados por Deus e, às vezes, por governantes sacerdotes (Finéias e Eli). 2. Opressões externas. Os filisteus do sudoeste fizeram nessa época a maior oposição externa a Israel,

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embora Israel fosse também atacada esporadicamente pelos seus vizinhos consangüíneos que lhe ficavam a leste, e pela Síria ao norte. Os filisteus tomaram-lhe não somente a arca; toda a Jordânia ocidental foi várias vezes quase tomada por eles. Muitas campanhas de guerra foram empreendidas contra os filisteus no século onze. 3. A religião: Esta chegara a um nível tão baixo que o povo acreditava que a Arca que representava a própria presença de Deus, poderia salvá-los. Transformaram a Arca do senhor em amuleto. Será que existe alguma semelhança com a religiosidade de nossos dias? 4. Sob o reinado de Davi, os problemas de anarquia interna e opressão externa foram resolvidos aos poucos. A partir de um grupo de tribos rivais, a nação tornou-se uma força política unida e respeitada por todas as nações da região. Sob a liderança do salmista os filisteus foram expulsos; Edom, Moabe, Amom e Síria tornaram-se vassalos de Israel, e concluiu-se um tratado de paz com a Fenícia. 5. A transição dos juízes para os reis O pedido A mudança aconteceu devido à insistência do próprio povo, como vemos no capitulo 8, que marca o ponto critico. (Ler os versículos 4 e 5). Não se tratava de um impulso momentâneo, mas sim do resultado de deliberação e conferências prévias, pois os anciãos foram a Ramá com o propósito de apresentar o assunto ao profeta. Sem dúvida alguma, eles se reuniram e consideraram a questão muito bem, antes de darem um passo com tanta resolução. Sua aproximação de Samuel foi marcada pelo respeito. Eles não estavam descontentes com o profeta em si; mas em vista de sua idade avançada e do comportamento insatisfatório dos filhos dele, queriam insistir que o governo passasse a ser uma monarquia, enquanto Samuel ainda se achava entre eles e com a aprovação de sua autoridade. Os anciãos realizaram uma reunião de comissão e não de oração! Agora estavam determinados a dar um passo para trás, em vez de avançar com Deus. Quantas vezes a incredulidade é revestida com a sabedoria corporativa das comissões! Duas razões se destacam neste pedido: Primeiro: Acreditavam que um rei poderia criar uma resistência aos filisteus. Os filisteus organizaram exércitos fortes com carros e cavalos e estabeleceram guarnições militares nas montanhas para recolher tributos dos israelitas. A defesa dos israelitas com exército de voluntários teve dificuldades em fazer frente à força dos filisteus. Esta pressão externa juntou-se às forças internas para criar um clima favorável à centralização política. Segundo: Salientavam que Samuel era um homem idoso e seus filhos eram moralmente ineptos para assumir seu lugar. A corrupção dos juízes na administração da justiça foi um dos problemas internos (1 Sm 8.5). A resposta Devemos notar três coisas sobre esta exigência de um rei: Primeira, sua razão externa era a depravação dos filhos de Samuel. Segunda, o motivo interior era que o povo fosse como as outras nações. Terceira, o significado mais profundo era que Israel rejeitara a teocracia, sendo esta a questão mais séria de todas, enfatizada na resposta divina: "Pois não te rejeitaram a ti, mas a MIM, para eu não reinar sobre eles". Diante o pedido do povo, Deus, concede por meio de Samuel o rei tão desejado pelo povo. Se inicia o período da MONARQUIA TEOCRÁTICA.

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HISTÓRIA DE ISRAEL II – AULA DE Nº 7 SAUL, o primeiro rei de Israel Saul, o primeiro rei de Israel, é uma das figuras mais notáveis e trágicas do Antigo Testamento. Saul começou a reinar com grande firmeza, mas em breve decaiu, decepcionando a todos, e terminou de maneira tão lamentável que o processo de decadência que o arruinou se torna monumental para todos que prestam atenção. Notemos as três fases principais de sua carreira: 1. O início promissor (9-12): Jamais um jovem mostrou-se tão promissor ou teve possibilidade tão brilhante em sua juventude. Para começar, ele se distinguia por uma superioridade física surpreendente. Saul é descrito como "moço, tão belo que entre os filhos de Israel não havia outro mais belo do que ele; desde os ombros para cima sobressaía a todo o povo" (9:2). Em segundo lugar, o jovem Saul demonstrava certas qualidades de caráter altamente recomendáveis. Lemos sobre sua modéstia (9:21; 10:22), discrição (10:27) e espírito generoso (11:13). Havia também outras excelentes qualidades – o respeito pelo pai (9:5), sua valentia e bravura (11:6, 11), sua capacidade para amar intensamente (16:21), sua oposição enérgica a males como o espiritismo (28:3) e sua evidente pureza moral nas relações sociais. Em terceiro lugar, Deus lhe dera instrumentos especiais quando ele se tornou rei. Lemos: "Deus lhe mudou o coração", de modo que passou a ser "outro homem" (10:6,9). Outro sim, "o Espírito de Deus se apossou de Saul, e ele profetizou" (10:10). Essas expressões indicam que Saul sofreu uma renovação interior e se achava sob a orientação especial do Espírito Santo. Saul tinha também um conselheiro de confiança junto de si, o inspirado Samuel. Este era o jovem e promissor Saul. Extraordinariamente rico em talentos naturais e preparado de modo especial por meio de dons sobrenaturais, seu futuro parecia de fato brilhante. O chamado para ser rei foi uma oportunidade ímpar, dada a um homem em um milhão. Quanta chance para uma gloriosa colaboração com Deus! Que oportunidade para abençoar os homens! Sua ascensão ao trono de Israel sem dúvida foi uma manhã de promessas. 2. A decadência posterior (13-27): A promessa inicial de Saul infelizmente provou ser uma alvorada logo encoberta por nuvens sombrias. Apostasia, decadência, degeneração, desastre – esta é a escala funesta e decrescente que logo se estabelece, até que este herói-gigante morre de modo ignóbil, cometendo suicídio devido à sua perturbação mental. A primeira apostasia ocorreu logo no início. Veja o capítulo 13. Tratava-se de um ato de orgulho irreverente. Os filisteus estavam prontos para pelejar contra Israel. Saul recebeu ordens para aguardar Samuel em Gilgal. Quando parecia que o profeta não viria antes de expirar o prazo combinado, Saul, impaciente, violou a prerrogativa do sacerdote e insensatamente ousou oferecer ao Senhor, com suas próprias mãos, os sacrifícios pré-estabelecidos. Podemos aceitar a impaciência de Saul, mas não sua violação a lei de Deus. Saul usurpou o lugar do sacerdote, por ser rei achou que poderia exercer o oficio do sacerdote. Samuel repreendeu-o: "Procedeste nesciamente em não guardar o mandamento que o Senhor teu Deus te ordenou". A próxima falha vem a seguir. Veja o capitulo 14. Foi um ato de obstinação temerária. Mais uma vez Saul se impacienta e não aguarda uma resposta de Deus, e, age imprudentemente após Jônatas ter provocado a ira dos filisteus,e coloca todos os seus homens em pecado ao sentenciar uma ordem para que ninguém se alimentasse naquele dia. No capitulo 15 surge uma falha ainda mais grave. É uma mistura de desobediência e engano, uma manifestação de que Saul se achava agora um "rei" diante de Deus e não mais um servo. Saul já não se preocupava em agradar a Deus, mas ao povo e a si mesmo. Saul recebeu um governo teocrático, onde Deus reinaria através de sua vida, contudo Saul decidiu reinar sozinho. Saul recebe uma ordem para destruir completamente os amalequitas, mas poupa o rei e a melhor parte do gado. A seguir mente a Samuel, culpando o povo pelos despojos. A reprovação de Samuel começa assim:

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"Porventura, sendo tu pequeno ao teus olhos..." A humildade fora infelizmente substituída pela arrogância e o mesmo é advertido de que Deus se agrada mais da obediência do que de sacrifícios. A partir deste ponto a decadência se acelera. "Tendo-se retirado de Saul o Espírito do Senhor" (16:14). 3. O fracasso final (28-31): Sua carreira em declínio finalmente o leva a feiticeira de En-Dor. Este destroço de homem, que antes gozara do conselho direto do céu, trata agora com o submundo. Feitiçaria e suicídio! Saul não existe mais. Jaz morto, juntamente com o bondoso Jônatas. Como os poderosos caem! Como esse filho da manhã foi levado à ruína? Sim, Saul – você que teve um início promissor, mas depois veio a decair e se destruiu, você procedeu definitivamente "como um louco" (26:21)! Os dois pecados principais de Saul foram a arrogância e a desobediência a Deus. Por trás de ambas jazia a vontade própria impulsiva, indisciplinada. Saul vivia no culto ao "eu". Buscava satisfazer sua vontade, se auto-afirmar e conseguiu se autodestruir. Características do reinado de Saul • Não tinha um sacerdócio oficial como era comum dos demais reis. • Não tinha um aparelho civil (organização) para cobrar impostos. • Não organizou uma capital para a nação, continuo vivendo em Gabaá de Benjamim, seu povoado, que nem sequer possuía uma muralha. A falta de uma capital segura o impediu de organizar tudo que o estado precisava para se tornar forte. • Seu exército era mantido em grande parte pelos despojos de suas conquistas. • Os cidadãos pagavam tributos mais ao exército do que ao próprio rei enviando seus filhos para se alistarem. Organograma de Israel no tempo de Saul Deus rei (Saul) exército Profeta Aldeias organizadas por tribos HISTÓRIA DE ISRAEL II – AULA DE Nº 8 DAVI, o segundo rei de Israel Davi inicia sua vida pública como militar no exército de Saul. A derrota do gigante filisteu foi o marco para que este caísse na graça do povo e se tornasse um herói nacional. Sem dúvida, no entanto, foram muitas outras façanhas em campo de batalha que levaram o povo a cantar: “Saul matou mil mas Davi matou dez mil” (1 Sm 18.7). Casou-se com Mical uma das filhas de Saul, por ter derrotado o gigante Golias. Entretanto Saul passa a desejar a sua morte e Davi se torna um fugitivo. Por um tempo se esconde nas terras dos filisteus, mas o rei Aquis, rei de Gate, não lhe dá refugio. Davi então se esconde nas cavernas de Adulão, onde se une a ele quatrocentos homens, incluindo sua família e o profeta Gade. Davi e seus homens passam a prestar serviço de proteção aos residentes da região, livrando-os de ladrões assaltantes, em troca recebiam alimentos e dinheiro. Foi neste período que Nabal resistiu a Davi chamando-o de fugitivo. Abigail sua esposa para não ver seu marido morto e nem sua casa

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saqueada pede a Davi misericórdia e lhe oferece presentes. Quando Nabal vem a falecer, Abigail se torna esposa de Davi. O número de homens que acompanhavam a Davi vai se tornando maior rapidamente. Com a morte de Saul, seu filho Isbaal (Isboset) passou a ser o rei, contudo a tribo de Judá seguiu a Davi. Isboset reinou dois anos. Por um período curto Israel teve dois reis. Da idade de trinta anos era Davi quando começou a reinar; e reinou quarenta anos. Em Hebrom reinou sobre Judá sete anos e seis meses; em Jerusalém reinou trinta e três anos sobre todo o Israel e Judá. 2 Samuel é o livro dos quarenta anos do reinado de Davi. Como já foi mencionado, 1 e 2 Samuel eram originalmente um único livro, tendo sido a atual divisão estabelecida na Septuaginta. O reinado memorável de Davi é destacado e apresentado como objeto de grande relevância, merecendo um estudo especial. Uma vez que Davi foi o verdadeiro fundador da monarquia, o reorganizador da adoração religiosa de Israel, o herói proeminente, o rei e poeta de seu povo, e como sua dinastia continuou no trono de Judá até o cativeiro, assim como o Messias prometido deveria ser da linhagem davídica, não é surpreendente que lhe fosse conferida tanta relevância. Davi em Hebrom (2 Sm 1-5) Perguntamos: Por que Abner e Israel a principio rejeitaram Davi? Uma razão pode ter sido um temor ciumento da parte de Abner, receoso de não conseguir manter sua posição de suprema liderança sob um rei como Davi, que já tinha os seus próprios "valentes" de renome ao seu redor. Mas pode ter havido outra razão para Israel rejeitar o novo rei: a confiança em Davi tinha se abalado por causa de sua recente estadia entre os principais inimigos da nação, os filisteus, a fim de escapar de Saul. É louvável o comportamento adotado por Davi perante a delicada situação criada pela rejeição de Israel. Ele não tentou subir ao trono mediante o poder de seu exército. Davi sabia que Deus o indicara para o trono, e sua experiência com Ele durante a disciplina dos anos precedentes lhe ensinara a esperar pelo tempo de Deus. O Senhor não havia falhado. Davi não agiria sem orientação divina (2:1). Somente depois do pronunciamento abaixo de todo Israel representado por um grupo de anciãos, Davi se torna rei de toda nação israelita. "Somos do mesmo povo de que tu és. Outrora, sendo Saul ainda rei sobre nós, eras tu que fazias entradas e saídas militares com Israel; também o Senhor te disse: Tu apascentarás o meu povo de Israel e serás chefe sobre Israel" (5:1,2). Vemos que o reconhecimento do direito de Davi ao trono apoiava-se numa base tríplice: 1. Seu parentesco humano: "Somos do mesmo povo de que tu és". 2. Seu mérito comprovado: "Tu fazias entradas e saídas militares com Israel". 3. Sua autorização divina: "O Senhor te disse: ...serás chefe sobre Israel". Não é este um sermão em si mesmo, falando do direito de Cristo de reinar sobre nossas vidas? Ele é nosso parente – "osso de nossos ossos e carne da nossa carne". Ele é nosso salvador, cujo mérito já foi comprovado, que esposou nossa causa e lutou contra nosso inimigo, trazendo-nos libertação da culpa e tirania do pecado. Ele é também rei por permissão divina, o príncipe e Senhor de Seu povo, aquele a quem foi entregue toda autoridade no céu e na terra. "O governo está sobre os seus ombros" (Is 9:6). Será que cada um de nós pode dizer: "O governo de minha vida está sobre os ombros dEle"? A aliança davídica Vamos agora para o capitulo 7, onde passamos a conhecer a aliança davídica (ler 7:11-16). A partir da época em que esta aliança foi anunciada, os judeus sempre creram que o Messias procederia da linhagem davídica. Eles criam nisso nos dias do Senhor e continuam crendo hoje. Os

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profetas confirmaram tal fato mais tarde, em passagens como Isaías 11:1; Jeremias 23:5 e Ezequiel 37:25. Foi de acordo com tais profecias que o anjo Gabriel anunciou Jesus a Maria: "Este será grande e será chamado Filho do Altíssimo; Deus, o Senhor, lhe dará o trono de Davi, seu pai; ele reinará para sempre sobre a casa de Jacó, e o seu reinado não terá fim" (Lc 1:32,33). Nota-se muito bem que as duas alianças, a abrâmica e a davídica, são incondicionais. Isto se deve ao fato de ambas encontrarem seu cumprimento final em Cristo, pois sabemos que não pode haver falhas por parte dEle. O grande pecado de Davi Com relação ao pecado de Davi devemos considerar quatro coisas: 1) Devemos observar a vida de Davi como um todo – não é justo nem honesto enfatizar esta mancha no registro de Davi a fim de fazê-lo parecer o maior fato na vida dele. Devemos ver sua fé e obediência para com Deus por vários anos, sua retidão geral e generosidade, sua conduta baseada em princípios elevados e aspirações espirituais ardentes, qualidades que o caracterizaram quase sempre em toda sua carreira. 2) Devemos levar em consideração o arrependimento de Davi – jamais houve alguém mais abatido e envergonhado pela autocondenação e arrependimento santo do que Davi depois de seu pecado. O Salmo 51 é a expressão de sua penitência depois da visita de Nata para repreendê-lo. 3) Devemos julgar o caráter de Davi de acordo com sua época – o evangelho cristão e a ética do Novo Testamento não haviam ainda sido entregues aos homens naquele tempo. 4) Devemos observar a vida interior de Davi revelada nos salmos davídicos – Nos livros de Samuel e Crônicas vemos a vida exterior de Davi. Nos Salmos davídicos vemos a vida interior. A história da vida de Davi em seu todo, apoiada pelo nobre testemunho de seus salmos, mostra decididamente que, apesar de algumas derrotas e de uma queda notória e triste, o resultado final veio a justificar o pronunciamento de que ele era um homem que agradava a Deus. Lições notáveis com relação ao seu pecado 1) A honestidade e a fidelidade da Bíblia – Se a tarefa de escrever a Bíblia tivesse sido deixada em mãos humanas, ela não conteria um capitulo desse tipo. A culpa de Davi é exposta sem o menor esforço para atenuá-la e muito menos retirá-la. (Nota: o Talmude nega o adultério de Davi com base na idéia de que todo guerreiro tinha de se divorciar da mulher antes de partir para o campo de batalha. Bate-Seba seria então livre). 2) A queda de Davi ocorreu quando ele se achava em conforto e ociosidade – Todos os seus inimigos haviam sido esmagados. A pressão dos perigos que o mantiveram em espírito de oração havia desaparecido. A prosperidade e o conforto são sempre perigosos, e jamais ficamos tão expostos à tentação do que quando estamos inativos. 3) Davi dera lugar a sensualidade, convivendo com muitas mulheres (2 Sm 5:13). Não devemos dar lugar a carne (leia Dt 17:17). 4) Se cairmos no pecado, a única medida segura é a confissão e a restituição (1 Jo 1:9). 5) O pecado é perdoado, mas pode trazer conseqüências terríveis para nossas vidas (12:11). "Por que fiz isso? Como pude agir desse modo? Essas podem ser as perguntas mais amargas e trágicas que homens e mulheres fazem a si mesmos. Algo feito que não pode ser desfeito, algo final e irrevogável, e o homem olha para aquilo e não pode acreditar que o tenha cometido, não pode ver-se ali e, no entanto, sabe que o praticou e que a culpa será sua para sempre". Organograma de Israel no tempo de Davi Deus rei (Davi) sacerdócio Exército administração

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Profeta Aldeias organizadas por tribos Características do reinado de Davi

Davi• Político construiu um império. Possivelmente porque desta forma poderia sustentar um significativo aparelho de Estado sem impor pesados tributos às tribos de Israel. Mantendo sob seu domínio os edomitas, os moabitas, os filisteus, os amonitas e os arameus e cobrando-lhes tributos, Davi podia manter seus palácios, seu exército e sua capital, aliviando assim as tribos de Israel deste grande peso. o Criou uma capital para seu reino. Jerusalém foi a cidade escolhida. Seus habitantes eram jebuseus. Estes não aceitaram unir-se às tribos de Israel e nem essas puderam submetê-los. No tempo de Davi era um enclave monárquico no interior das montanhas controladas pelas tribos de Israel, constituindo assim um obstáculo às comunicações entre Judá ao sul e as demais tribos do norte. Com a conquista de Davi e seu exercito a cidade passou a ser chamada como “cidade de Davi” (2 Sm 5.6-12).

Davi introduziu algumas novidades que• Religioso mudaram a natureza da religião de Jeová (Javé). A primeira foi trazer a arca da aliança para a sua nova capital. A segunda foi a nomeação do sacerdote-chefe como funcionário da Coroa, caminho este dos demais reis das nações, instituindo um culto controlado pelo rei. • Sob muitos aspectos o Estado davídico era similar aos estados cananeus. Existia, como entre os cananeus, um exército, um sacerdócio e uma administração civil que dependia diretamente da vontade do rei e de seu apoio econômico. • A nação de Israel nascida como sociedade revolucionária (se rebelou contra o reino do Egito) voltou a ser, sob o reinado de Davi, uma sociedade de classes. Seu governo porém, não foi opressivo. Podia viver em grande parte, com os tributos pagos pelos povos conquistados. HISTÓRIA DE ISRAEL II – AULA DE Nº 9 O REI SALOMÃO Numa visão histórica, seu interesse especial está no fato de ele representar o período de maior prosperidade de Israel como reino. Seu reinado marca a época mais esplêndida e rica da história dos hebreus. Também foi o último a governar sobre o reino unido. Num aspecto pessoal, Salomão é sem dúvida uma figura notável, embora não seja fácil avaliar realmente seu caráter. Sua sabedoria acima do normal fez dele um prodígio para todos os povos vizinhos. Sua oração quando o templo foi dedicado revela uma elevada capacidade espiritual. Sua administração bem sucedida no governo mostra sua habilidade mental superior. No que se refere à santidade pessoal, porém, há certa hesitação, uma falta de vigor moral. Sentimos que não existe aquele esplendor de paixão altruísta que caracterizava a piedade de Davi. Apesar de Salomão jamais ter cedido à desobediência impetuosa e arrogante como fez Saul, ele não demonstrou também uma devoção fervorosa a Deus como Davi demonstrara. Se escapa parcialmente da condenação de Saul, não chega a receber a aprovação concedida a Davi. A ascensão de Salomão (1-2) – Salomão era muito jovem quando subiu ao trono. Ele próprio disse: "Não passo de uma criança" (3:7). Sua ascensão precoce foi precipitada por uma conspiração de Adonias, o filho mais velho de Davi, ainda vivo, e que aspirava ao trono. Adonias aparentemente julgou poder aplicar seu golpe de estado com base em três coisas: o enfraquecimento de Davi, por

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causa da idade, a desqualificação de Salomão, em vista de sua imaturidade, e sua própria qualificação como filho favorito de Davi e dono de uma personalidade atraente (1:6). Ele foi apoiado por Joabe, comandante do exército, e por Abiatar, chefe dos sacerdotes, ambos provavelmente procurando servir seus próprios interesses – Joabe para se manter no comando do exército como acontecerá com Davi, e Abiatar para expulsar seu rival, Zadoque. O estratagema, porém, não surtiu efeito devido às providencias imediatas tomadas pelo profeta Natã. A culpa de Adonias é vista em sua confissão, ocorrida logo depois, de que ele sabia que o reino era de Salomão, da parte "do Senhor" (2:15). A sabedoria de Salomão (3-4) – A oração de Salomão pedindo sabedoria, em vez de riqueza, poder e longevidade, é uma passagem belíssima (3:1-5). Ela revela que o jovem rei já possuía um bom grau de maturidade, pois o fato de ter pedido sabedoria acima de tudo já era um sinal de sabedoria. A sabedoria buscada por Salomão – e que lhe foi concedida sobrenaturalmente – foi critério administrativo, julgamento perspicaz, conhecimento intelectual, aptidão para adquirir tal conhecimento, sabedoria pratica no controle dos assuntos do reino. Neste tipo de sabedoria ele ultrapassou até mesmo os renomados filósofos de sua época, como lemos em 4:29-34. O fracasso de Salomão (11) – As seguintes frases encontradas no capítulo 11, contam a história de seu fracasso: "...amou Salomão muitas mulheres estrangeiras" (v.1); "a estas se apegou Salomão pelo amor" (v.2); "...suas mulheres lhe perverteram o coração para seguir outros deuses" (v.4); "assim fez Salomão o que era mau perante o Senhor" (v.6); "pelo que o Senhor se indignou contra Salomão" (v.9); "por isso disse o Senhor a Salomão: ... tirarei de ti este reino” (v.11). Esta infidelidade de Salomão precipitou a divisão do reino em dois. O mais sábio dos homens tornara-se o maior dos insensatos, pois pecara contra Deus (construiu templos a Camos ou Baal-Peor o ídolo de Moabe; Moloque, o deus de Amon; e a Astarote deusa dos sidônios). Sua própria grandeza o traiu. Os tesouros, mulheres e carros eram todos contrários ao espírito e preceitos da lei (Dt 17:16,17). Observamos em Salomão que a mais elevada dose de sabedoria humana é inferior à verdadeira piedade. "O temor do Senhor é início da sabedoria", então, com certeza, a maior sabedoria é obedecer a Deus em todas as coisas e andar diante dEle com um coração perfeito. Se alguém poderia sentir-se satisfeito por ter obtido tudo quanto desejava, esse alguém era Salomão; todavia, ele deixou escrito que tudo sob o sol é vaidade e aflição de espírito (Eclesiastes). A vida de Salomão é a vida do "eu" em sua plenitude, que acaba se tornando triste e saturada de tudo. Organograma de Israel no tempo de Salomão Deus rei (Salomão) sacerdócio exército administração Governadores opressores Camponeses oprimidos Características do reinado de Salomão • Durante seu reinado Israel não fez guerra (portanto não tinha despojos de outros povos).

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• A nomeação de governadores sobre os territórios tradicionais das tribos é uma novidade significativa. o Cada governador era responsável pelo levantamento de tributos suficientes para a manutenção do aparelho do Estado pelo período de um mês por ano. • Além dos tributos em bens materiais Salomão introduziu o tributo em trabalhos forçados. • À riqueza era em parte derivada da exploração da população de Israel. • Salomão obteve lucro do comércio por ele estimulado. • Construção do Templo, algo desejado por seu pai. 1) Reino dividido em 931 a.C. (1 Rs 12) – Após oitenta anos de construção e estabelecimento do reino, sob Davi e Salomão, ele foi dividido definitivamente em dois reinos logo depois da morte deste último. Dez tribos reuniram-se sob Jeroboão e as duas restantes sob Roboão, com o nome de Israel e Judá. Três foram os motivos da divisão do reino de Israel: espiritual, econômico e político. A. Espiritualmente – aconteceu como o Senhor havia predito, devido a idolatria de Salomão causada por suas muitas esposas, o que em si já era violação (1 Rs 11:11). B. Economicamente – foi o resultado da tirania de Salomão e dos pesados impostos. Ele estabeleceu um trono magnífico, mas o povo estava pobre e oprimido (1 Rs 12). C. Politicamente – havia antiga rivalidade entre Judá e Efraim, a qual foi explorada por Jeroboão, que era efraimita. Essa tribo relutou muitas vezes a inclinar-se à liderança de Judá. O primeiro Livro dos Reis pode ser memorizado por nós como o livro da "ruptura", indicando com isso que ele registra a divisão em dois do reino unido – sobre o qual Saul, Davi e Salomão governaram – que serão daqui por diante conhecidos como "Israel" e "Judá". O reino de Israel, compreendendo dez tribos, torna-se o reino do norte, enquanto o de Judá, abrangendo Judá e Benjamin, torna-se o reino do sul. No reino do norte (Israel), a capital passa a ser Samaria. No reino do sul (Judá), Jerusalém continua sendo a capital. Este primeiro Livro dos Reis dividi-se e duas partes principais tão evidentes que não precisariam ser indicadas. Há 22 capítulos. Os onze primeiros são dedicados a Salomão e seu esplendido reinado de 40 anos. Os últimos onze capítulos cobrem aproximadamente os primeiros 80 anos dos reinos de Israel e Judá depois da separação. HISTÓRIA DE ISRAEL II – AULA DE Nº 10 REVOLTA DAS TRIBOS CONTRA A DINASTIA DAVÍDICA Antes da morte de Salomão, houve um levante das tribos encabeçado por Jeroboão de Efraim. Jeroboão era um alto funcionário encarregado do recrutamento da “casa de José”, provavelmente nos distritos de Efraim e Benjamim (1 Rs 11,26-28). Com o fracasso da rebelião, Jeroboão refugiou-se no Egito junto ao rei Sesac de quem recebeu asilo (1 Rs 11.40). A morte de Salomão no ano 931 a.C. e o descontentamento das tribos ofereciam ótima oportunidade a Jeroboão. Este voltou e organizou uma assembléia das tribos em Siquém, antiga e importante cidade de Efraim. As tribos convocaram o jovem rei Roboão, filho de Salomão, “para proclamá-lo rei” (1 Rs 12.1). Antes, porém, de proclamá-lo rei ofereceram ao jovem algumas condições: “... agora, alivia a dura servidão de teu pai e o jugo pesado que ele nos impôs e nós te serviremos” (1 Rs 12.4). Pois bem, parece que depois de Jeroboão e seus seguidores haverem feito suas exigências, Roboão

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mandou consultar os anciãos das tribos que Salomão destituíra substituindo-os pelos governadores. Estes repetiram as exigências de Jeroboão (1 Rs 12.24). Reunido depois com os seus próprios conselheiros, “que comiam na mesa com ele”, concordaram em manter a linha dura, pensando que de outro modo os pedidos não acabariam nunca (1 Rs 12.24). Diante da recusa de Roboão em atender seus pedidos, o povo recusou-se a proclamá-lo rei. Roboão permaneceu rei somente sobre as tribos de Judá e a maior parte de Benjamim (1 Rs 12.21). Estas duas tribos passaram a ser conhecidas como Reino do Sul ou Reino de Judá. As demais tribos de Israel, enquanto isso, proclamaram rei Jeroboão que fez de Siquém sua capital provisória (1 Rs 12.20,25). Mais tarde Jeroboão transferiu sua capital para Tersa, cidade localizada dentro da jurisdição dos anciãos de Manassés. Este reino passou a ser chamado de Reino do Norte ou Reino de Israel ou ainda “Efraim”. De todos os modos é significativa a resposta dos profetas ao gemido das tribos de Israel frente à apostasia e a opressão. O levante das tribos contra a casa de Davi teve o apoio de Deus e seus profetas. EVENTOS SIMULTÂNEOS (SCHULTZ, Samuel J. A história de Israel no Antigo Testamento, págs. 158-162) O Reino da Síria O reino de Arã, cuja capital era Damasco, é melhor conhecido pelo nome de Síria. Durante cerca de dois séculos desfrutou de poder e prosperidade às expensas de Israel. Quando Davi expandiu seu reino, derrotou Hadadezer, governante de Zobá, e firmou amizade com Toi, rei de Hamate. Salomão ampliou as fronteiras de seu reino até mais de 160 km além de Damasco e Zobá, conquistando Hamate, às margens do Orontes, e estabelecendo cidades-armazéns naquela região. Durante a porção final de seu reinado, Rezom, que fora jovem oficial militar sob Hadadezer, em Zobá, antes de haver sido derrotado por Davi, apossou-se de Damasco e lançou os alicerces para o reino arameu ou sírio. Durante os dois séculos seguintes a Síria se tornou um dos contendores à cata de poder, na área da Síria-Palestina. A guerra que houve entre Judá e o reino do Norte, cujos governantes respectivos foram Asa e Baasa, forneceu à Síria, governada por Ben-Hadade, a oportunidade de emergir como a nação mais poderosa da terra de Canaã, perto dos fins do século IX a.C. (...) O Grande Império Assírio Na extremidade norte do Crescente Fértil, espraiando-se por cerca de 560 km ao longo do rio Tigre, e com uma largura aproximada de 320 km, ficava a terra conhecida como Assíria. Tal designação provavelmente se originou na divindade conhecida como Assur, de cujo nome se deriva a designação de uma de suas principais cidades. A importância da Assíria durante o período do reino dividido se torna evidente de pronto diante do fato de que, no auge, de seu poder, absorveu os reinos da Síria, de Israel, de Judá, e até do Egito, até Tebas. Durante aproximadamente dois séculos e meio exerceu tremenda influência sobre os acontecimentos na terra de Canaã, razão pela qual com freqüência figurava nos registros bíblicos.(...) Estes dois reinos tiveram grandes influência nos acontecimentos vividos pelo Reino do Norte e do Sul. DINASTIA DE JEROBOÃO (Reino do Norte – Israel)

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1°) Jeroboão - Jeroboão se transformou numa liderança militar do tipo de Saul. Era responsável pelo exército de Israel, porém não controlava um sistema de arrecadação de tributos com sua respectiva burocracia civil. Tampouco mantinha um templo e os sacerdócios dependentes da coroa. A guerra civil prevaleceu durante os vinte e dois anos do reinado de Jeroboão, embora as escrituras não indiquem a extensão do levante. Sem dúvida a agressividade de Roboão foi temperada pela ameaça de invasão egípcia, mas 2 Cr 12.15 registra guerras contínuas. Até mesmo cidades do reino do Norte foram atacadas por Sisaque. Após a morte de Roboão, Jeroboão lançou um ataque contra Judá, cujo novo rei, Abias, repelira Israel ao ponto de assumir controle sobre Betel e outras cidades israelitas (2 Cr 13.13-20). Talvez isso tenha afetado a escolha de uma capital, por parte de Jeroboão. Jeroboão tomou iniciativa quanto às questões religiosas. Naturalmente, ele não desejava que o seu povo freqüentasse as festividades sagradas de Jerusalém para que não se tornassem leais a Roboão. Erigindo bezerros de ouro em Dã e Betel, ele instituiu a idolatria em Israel (2 Cr 11.13-15). Nomeou sacerdotes livremente, ignorando as restrições mosaicas e permitindo que os israelitas oferecessem sacrifícios em vários lugares. Deus o advertiu por meio de um profeta que não é mencionado o nome, e mais tarde também o advertiu por meio do profeta Aiás por meio de quem condenou toda sua casa a morte. Dentro de poucos anos, a detestável advertência do profeta se cumpriu. 2°) Nadabe - Nadabe, filho de Jeroboão, governou por menos de dois anos. Quando assediava a cidade filistéia de Gibetom, foi assassinado por Baasa. HISTÓRIA DE ISRAEL II – AULA DE Nº 11 A DINASTIA DE BAASA – (909 - 884 a.C) 3°) Baasa - Da tribo de Issacar, estabeleceu-se como rei de Israel, em Tirza. Embora uma guerra crônica com Judá tivesse prevalecido por todo o decurso de seu reinado, ocorreu uma crise notável quando ele procurava fortificar Ramá. Aparentemente um grande número de Israelitas desertara para Judá nos anos de 896-895 a.C. (2 Cr 15.9). A fim de contrabalançar esse estado de coisas, Baasa fez avançar suas fronteiras até Ramá, a 8 km ao norte de Jerusalém. Ocupando essa importante cidade, ele podia controlar as estradas principais procedentes do norte, pois convergiam em Ramá e levavam a Jerusalém. Em retaliação contra esse ato agressivo, Asa, rei de Judá, assinalou um tento no campo da diplomacia, ao renovar aliança com Ben-Hadade I, de Damasco. Em resultado, Ben-Hadade anulou sua aliança com Israel e invadiu o reino do Norte, passando a controlar várias cidades do reino de Israel. Também adquiriu a rica e fértil região a oeste do lago da Galiléia, além das planícies a ocidente do monte Hermon. Isso outorgou a Síria o controle sobre as lucrativas rotas comerciais de caravanas até Aco, nas costas marítimas da Fenícia. Em face dessa pressão vinda do norte, Baasa abandonou a fortificação de Ramá, assim sendo aliviada a ameaça contra a Jerusalém. Nos dias de Baasa, o profeta Jeú, filho de Hanani, proclamava ativamente a mensagem do Senhor. Admoestou Baasa para que servisse ao Senhor. 4°) Elá – Foi o sucessor de seu pai, Baasa, tendo reinado menos de dois anos (886-885 a.C.). Tendo sido achado embriagado na casa de seu mordomo-mor, Elá foi assassinado por Zinri, o qual estava a frente da metade dos carros de guerra do rei. Em poucos dias se cumpriu a palavra de Jeú, quando Zinri tirou a vida de todos os parentes e amigos da família de Baasa e Elá. 5°) Zinri ou Zambri – O reinado de Zinri em Israel foi apressadamente estabelecido e terminou abruptamente – tudo dentro de sete dias. Sem dúvida ele deixou de aclarar seus planos com Onri,

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que estava encarregado das tropas israelitas acampadas defronte de Gibetom. É óbvio que Zinri não contava com o apoio de Onri, porquanto este último fez suas tropas marcharem contra Tirza. Em desespero, Zinri se abrigou a portas trancadas no palácio real, enquanto este era reduzido a cinzas. Visto que teve um reinado de apenas sete dias, Zinri dificilmente merece ser mencionado como cabeça de uma dinastia reinante. DINASTIA DE ONRI OU AMRI – (884-841 a.C.) Este é um período negro da história de Israel. É um tempo em que os reis quiseram, por razões de estado, separar o povo de sua fidelidade exclusiva ao Deus de Abraão Surgiram os grandes profetas Elias e Eliseu para fazer frente à crise. 6°) Onri – Fundador da mais notória dinastia do reino do Norte. Embora a narrativa bíblica sobre seu reinado de doze anos se limite a oito versículos (1 Rs 16.21-28). Onri estabeleceu o prestígio internacional do reino do norte. Quando comandava o exército, sob Elá (e talvez, igualmente, sob Baasa), Onri obteve valiosa experiência militar. Com o apoio das forças armadas, ele dominou o reino dos sete dias depois do assassinato de Elá. Aparentemente sofreu a oposição de Tibni, o qual morreu seis anos mais tarde, deixando Onri como único governante em Israel. Samaria foi escolhida como novo sítio para sua capital. Sob suas ordens, ela foi estabelecida como a cidade mais bem fortificada de todo o Israel. Estratégicamente localizada, a 12 km a noroeste de Siquém, na estrada que conduzia à Fenícia, à Galiléia e a Esdrelom. Samaria ficou com o lugar garantido de capital inexpugnável de Israel por mais de um século e meio, até que foi conquistada pelos assírios, no ano de 722 a.C. Samaria foi fortificada e cercada por muralhas. Onri conseguiu firmar bem sucedidas relações estrangeiras. Os moabitas se tornaram sujeitos a Israel no período de Onri. Controlando o comércio e cobrando tributos, Israel acumulou grandes riquezas. Onri estabeleceu relações amistosas com a Fenícia, o que foi selado mediante o casamento de Acabe, seu filho, e Jezabel, filha de Etbaal, rei dos sidônios (1 Rs 16.31). Isso foi vitalmente significativo para a expansão comercial de Israel, e por certo deu início a uma política de sincretismo religioso, que floresceu nos dias de Acabe e Jezabel. Esse sincretismo religioso parece ficar subentendido em 1 Rs 16.25, onde Onri é acusado de maiores perversidades que as praticadas por todos os reis antes dele. Embora tivesse prevalecido a guerra civil entre Judá e Israel, nos dias de Baasa, não há qualquer indício, nas Escrituras, de que esse estado de coisas tenha continuado na época de Onri. É bem possível que a guerra foi substituída por atitudes de amizade para com o reino do Sul, o que culminou em casamentos mistos entre as famílias reais de Israel e Judá. Atalia, filha de Acabe, foi dada em casamento a Jorão de Judá, filho de Josafá, para cimentar as novas e boas relações entre dois países que tiveram um mesmo passado na época tribal de Israel. Quando Onri morreu em 874 a.C., a cidade de Samaria se tornou um monumento duradouro de seu governo. No aspecto religioso fez construir um templo consagrado ao deus Baal (1 Rs 16.32). Isto é surpreendente, porém se pode entender pela “necessidade” de um sacerdócio que exalte a figura do rei para fortificá-lo politicamente. Era impossível domesticar a Jeová que já deixará suas leis estabelecidas e que já anunciará sua bênção a família de Davi. 7°) Acabe (874-853 a.C.) – Foi o mais destacado monarca da dinastia de Onri. Herdeiro de um reino que tinha favoráveis relações políticas com as nações circunvizinhas, Acabe expandiu com êxito os interesses políticos e comerciais de Israel, durante os vinte e dois anos de seu reinado. Tendo contraído matrimônio com Jezabel, de Sidom, Acabe fomentou relações favoráveis com os fenícios. O crescente comércio entre esses dois países representava uma ameaça séria aos lucrativos

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interesses comerciais da Síria. Por toda a nação de Israel Acabe construiu e fortificou a muitas cidades, incluindo Jericó (1 Rs 16.34 e 22.39). Além disso, ele impôs pesado tributo a Moabe, na forma de gado (2 Rs 3.4), o que lhe conferiu favorável balança comercial com a Síria e com a Fenícia. Assegurou uma política de amizade com Judá, por meio do casamento de sua filha, Atalia, com Jeorão, filho de Josafá (cerca de 865 a.C.). O apoio dado por Judá fortaleceu Israel contra a Síria. Mantendo a paz e desenvolvendo um comércio lucrativo, Acabe pôde dar prosseguimento ao programa de construção, em Samaria. Por meio de uma diplomacia eficaz e de tratados favoráveis, Acabe foi capaz de manter relações pacificas com os países ao redor, até a porção final de seu reinado. O motivo por detrás do ataque sírio contra o reino israelita que se soerguia não é esclarecido (1 Rs 20.1-43). Talvez o rei sírio quisesse tirar vantagem de Israel, depois que este país sofrera sob a fome. Também é possível que a ameaça assíria tenha impelido Ben-Hadade a uma ação agressiva, naquela oportunidade. Apoiado por trinta e dois reis vassalos, o exército sírio assediou Samaria. Aconselhado por um profeta, Acabe empregou seus governadores distritais para reunirem uma força de sete mil homens, que desfechasse um ataque de surpresa. E com o apoio de tropas regulares, os israelitas puseram os sírios em fuga, os quais sofreram grandes perdas na forma de homens, cavalos e carros de guerra. O encontro final de Elias e Acabe teve lugar na vinha de Nabote (1 Rs 21.1-29). Frustrado em sua tentativa de comprar essa vinha, o desapontamento não pôde ser ocultado perante Jezabel, sua esposa. A violenta Jezabel não demonstrava respeito pelas leis de Israel, e não deu ouvidos à recusa escrupulosa de Nabote em vender sua herdade – mesmo que fosse para o rei. Acusado por falsas testemunhas, Nabote foi condenado pelos anciãos e foi apedrejado. Acabe teve pouca oportunidade de desfrutar da possessão cobiçada, antes de ter-se encontrado com Elias. O porta-voz de Deus corajosamente acusou Acabe de haver derramado sangue inocente. Devido a essa grosseira injustiça, a dinastia de Onri foi condenada à destruição. Embora Acabe tivesse se arrependido, o juízo foi suavizado somente por meio do adiamento de sua execução para depois da morte do rei. A famosa batalha de Carcar (835 a.C.) levou os Assírios a atacarem a Síria. Acabe ajuda Ben-Hadade a deter o avanço dos assírios. Evitado o perigo imediato de uma invasão assíria, chegou o fim o período de três anos de tréguas entre Israel e a Síria, quando Acabe tentou recuperar Ramote de Gileade (1 Rs 22.1-40). Josafá deu seu apoio a Acabe nessa aventura, mas se preocupou genuinamente com a orientação divina. Os 400 profetas de Acabe asseguraram aos reis a vitória, contudo Micaías assegurou que Acabe seria morto durante a batalha. Em resultado disso Micaías foi aprisionado sob ordens reais de que só seria solto quando Acabe regressasse em paz. Sabendo da previsão, Acabe se disfarçou, enquanto Israel e Judá desfechavam seu ataque contra Ramote de Gileade. Reconhecendo em Acabe um bem sucedido e hábil líder de Israel, o rei da Síria baixou ordens para que ele fosse morto. Quando os sírios perseguiram o carro real e reconheceram que seu ocupante era Josafá, afrouxaram a perseguição. Mas sem que os sírios tivessem tomado conhecimento, uma flecha perdida atravessou Acabe, ferindo-o mortamente. No aspecto religioso – Embora Onri, talvez, tenha introduzido em Israel a adoração a Baal, Acabe promoveu a adoração a esse ídolo. Na grande capital de Samaria ele erigiu um templo dedicado a Baal (1 Rs 16.30-33). Centenas de profetas falsos foram levados a Israel, para que o baalismo se tornasse a religião do povo governado por Acabe. Elias é o profeta de Deus que se levanta contra a apostasia promovida por Acabe. O grande problema de Onri e Acabe estava no aspecto espiritual. Viveram de maneira desagradável aos olhos do Deus de Israel. 8°) Acazias (853 – 852 a.C.) – Este sucedeu Acabe, e reinou por aproximadamente um ano. Duas coisas devem ser relembradas acerca de suas relações exteriores. Não somente Acazias foi mal sucedido em suas reivindicações sobre Moabe, para que viesse a pertencer a dinastia de Onri (2 Rs 3.5), mas sua

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expedição naval, em conjunto com Josafá, no golfo de Ácaba, também terminou em fracasso (2 Cr 20.35). Quando Acazias propôs outra aventura, Josafá tendo sido repreendido por causa dessa aliança pelo profeta Eliezer, recusou-se a cooperar (1 Rs 22.47-49). No aspecto religioso – Quando Acazias caiu da grade de um quarto alto e adoeceu, ele ignorou a presença de Elias e enviou mensageiros que consultassem Baalzebube , em Ecrom. Elias interceptou esses mensageiros com a solene advertência de que Acazias não se recuperaria. Elias advertiu pessoalmente a Acazias de que o juízo divino lhe sobreviria, porquanto ele prestara honras a deuses pagãos e ignorara o Deus de Israel. Elias e Eliseu haviam cooperado no estabelecimento de escolas de profetas. 9°) Jorão (852 – 841 a.C.) – outro filho de Acabe e Jezabel, tornou-se rei de Israel após a morte de Acazias, em 852 a.C. Durante os doze anos desse último rei da dinastia de Onri, Eliseu se associou a Jorão. Em conseqüência a narrativa acerca desse período (2 Rs 3.1-9.26) se devota principalmente ao útil ministério desse grande profeta. A rebelião dos moabitas foi um dos primeiros problemas com que Jorão teve de ver-se a braços ao tornar-se rei de Israel. Obtendo o apoio de Josafá, Jorão conduziu os exércitos unidos de Israel e de Judá em uma marcha de sete dias ao redor da extremidade sul do mar Morto, onde os edomitas se uniram à aliança. Eliseu assegurou que haveria água para os três reis por causa da presença de Josafá. Jorão unidos ao exército de Josafá e dos edomitas triunfa sobre o exército dos moabitas, e seu rei Mesa desesperado sacrifica seu filho mais velho ao deus moabita, Quemós. A Síria era a nação a ser temida por Jorão, seu crescimento e suas investidas a Israel em outros tempos, sempre o deixavam preocupados. É neste clima tenso que Naamã desce a Israel em busca de cura para a lepra que o atormentava. Quando Naamã chega ao rei solicitando que o mesmo pudesse curá-lo, Jorão pensou ser uma estratégia de Ben-Hadade, rei da Síria, para começar uma guerra contra Israel. Eliseu salvou o dia, relembrando muito apropriadamente a Jorão de que havia profeta em Israel. Houve guerra intermitente entre a Síria e Israel, durante o reinado de Jorão (2 Rs 6.8-17.20). Quando Ben-Hadade se deu conta de que seus movimentos militares em território de Israel eram antecipados por Jorão, suspeitou de que algum sírio se tivesse tornado traidor. Mas não era isso que sucedia; antes, era Eliseu, em seu ministério profético, que vinha dando avisos ao rei de Israel. Mediante ao ministério de Eliseu, Israel por várias vezes se livrou dos ataques do reino da Síria e de seu rei Ben-Hadade. O ministério de Eliseu foi reconhecido até mesmo pelos sírios, que o chamavam de “homem de Deus”. Perto do fim do reinado de Jorão (cerca de 843 ou 842 a.C.), Eliseu visitou Damasco (2 Rs 8.7-15). Quando Ben-Hadade ouviu a respeito, enviou ser servo, Hazael, à presença de Eliseu. Distribuindo presentes de modo impressionante, à testa de uma caravana de quarenta camelos, segundo os costumes orientais, Hazael fez inquirição ao profeta, perguntando se Ben-Hadade, rei da Síria, se recuperaria de sua atual enfermidade. Eliseu retratou dramaticamente a Hazael as devastações e os sofrimentos que aguardavam seus compatriotas israelitas. Então o profeta cumpriu parte da comissão dada a Elias, no monte Horebe (1 Rs 19.15), ao informar a Hazael que ele seria o próximo monarca da Síria. Quando Hazael retornou a Ben-Hadade, entregou a mensagem de Eliseu e sufocou o débil monarca com uma toalha molhada, no dia seguinte, Então Hazael se apossou do trono da Síria, em Damasco. Tendo havido troca de monarcas no trono sírio, Jorão fez a tentativa de recuperar Ramote de Gileade, no último ano de seu reinado (2 Rs 8.28,29). Nesse esforço foi apoiado por seu sobrinho, Acazias, que vinha governando em Jerusalém por cerca de um ano (2 Cr 22.5). Embora Jorão houvesse capturado essa fortaleza estratégica, foi ferido na batalha. Enquanto se recuperava do ferimento em Jezreel, Acazias, rei de Judá, foi visitá-lo. E Jeú foi deixado encarregado do exército israelita estacionado em Ramote de Gileade, a leste do rio Jordão.

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Eliseu voltou uma vez mais ao centro das atenções nacionais quando realizou outra missão, dada a Elias no monte Horebe, e que fora deixada sem cumprimento (1 Rs 19.15,16). Nessa oportunidade, Eliseu não foi pessoalmente, mas enviou um dos seminaristas a Ramote de Gileade, para que ungisse Jeú rei de Israel (2 Rs 9.1ss.). Jeú foi incumbido da responsabilidade de vingar-se do sangue dos profetas e servos do Senhor. A família de Acabe e Jezabel teria de ser exterminada, tal como as dinastias de Jeroboão e Baasa o tinham sido, antes de Onri. HISTÓRIA DE ISRAEL II – AULA DE Nº 12 A DINASTIA DE JEÚ (841 – 753 a.C.) A Dinastia de Onri teve seu ocaso no ano de 841 a.C. provocado por uma rebelião do exército, como acontecerá anteriormente com as dinastias de Jeroboão e Baasa. O setor do exército, protagonista do golpe de estado, como nos outros dois casos era sensível ao povo defraudado de Israel. Sua intenção era acabar com a tirania dos reis que não consideravam o bem-estar do povo, nem respeitavam as tradições legais populares que defendiam os direitos dos pobres. O golpe foi dirigido por um certo Jeú, oficial do exército, que combatia contra Aram na Transjordânia. Foi um golpe extraordinariamente sangrento. Jorão foi assassinado (2 Rs 10.1-11). Acazias, rei de Judá, encontrando-se em Israel, possivelmente para participar na guerra contra Aram, também morreu (2 Rs 9.27-29). Ele era filho de Atalia, a filha de Acabe que se casara com o rei de Judá. Morreu também um grupo da família real de Judá (2 Rs 10.12-14). A religião, da mesma maneira que exercera um papel importante no fortalecimento do Estado no tempo de Amri e sua casa, desempenhou um papel não menos importante na sua derrocada. O texto bíblico sublinha que o levante de Jeú foi incitado pelo profeta Eliseu (2 Rs 9.1-10) e é considerado a culminância das profecias de Elias contra Acabe (2 Rs 9.25-26, 36). Pelas razões estudadas podemos assegurar que a hostilidade dos profetas de Jeová (Javé) contra os amridas era muito profunda. 10°) Jeú No aspecto religioso - O livro de 2 Reis ressalta a importância das medidas religiosas tomadas por Jeú para eliminar de Samaria o culto a Baal (2 Rs 10.18-27). Não só matou seus sacerdotes e profetas, mas também expurgou aqueles que pôde identificar como adeptos de Baal. Contudo é bom ressaltar que Jeú eliminou o culto oficial a Baal na capital e dessacralizou o templo ali construído pelos reis, “porém Jeú não se afastou dos pecados com os quais Jeroboão, filho de Nabot, tinha seduzido os israelitas, isto é, os bezerros de ouro em Betel e Dã” (2 Rs 10.29). Esta atitude de Jeú em não destruir os bezerros de ouro, nos leva a crer que assim como Jeroboão, ele entendia que tais bezerros não implicavam em um afastamento de Jeová; e colaboraria para o afastamento do povo de Jerusalém. No aspecto político – As mortes da família real de Judá causadas pelo golpe de estado de Israel provocaram o fim da aliança entre os dois países, como era de se esperar. A guerra só estourou cinquenta anos mais tarde, quando o rei Amasias de Judá atacou o exército de Joás em Israel. Amasias sofreu uma derrota completa e foi levado cativo à Samaria (2 Rs 14.8-14). Politicamente Jeú foi perturbado por todos os lados. Ao exterminar a dinastia de Onri, ele perdeu as boas graças de Judá e da Fenícia, cujas famílias reais estavam em relação de aliança íntima com Jezabel. Também não se aliou ao novo rei sírio, Hazael, em oposição ao avança assírio para o ocidente. Após Hazael conseguir se livrar dos ataques assírios sozinho, ele se voltou contra o reino de Israel ocupando a terra de Gileade e Basã, a leste do rio Jordão (2 Rs 10.32,33). 11°) Jeoacaz (814 - 798 a.C.) – Filho de Jeú, teve de haver-se com Hazael, monarca sírio, durante todo

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o seu reinado. Hazael tirou vantagem do novo governante de Israel ampliando os domínios sírios para que incluíssem a região montanhosa de Efraim. O exército de Israel foi reduzido a 50 cavaleiros, 10 carros de combate e 10 mil infantes. Nos dias de Acabe, Israel fornecera 2.000 carros de guerra, na batalha de Carcar. Hazael avançou para além de Israel, a fim de capturar Gate, e ameaçou conquistar Jerusalém durante o reinado de Jeocaz (2 Rs 12.17). A gradual absorção de Israel pela Síria enfraqueceu o reino do Norte de maneira tal que Jeoacaz não conseguiu oferecer resistência a outros invasores. As nações circunvizinhas, como Edom, Amom, Filístia e Tiro se aproveitaram da má sorte de Israel. Isso é refletido nos escritos de Amós (1.6-15) e Isaías (9.12). Debaixo da opressão estrangeira, Jeocaz se voltou para Deus e Israel não foi completamente assolada pelos sírios. A despeito desse alívio, contudo, ele não se afastou da idolatria de Jeroboão, e nem destruiu os postes-ídolos de Samaria (2 Rs 13.1-9). 12°) Jeoás (798 -782 a.C.) – Terceiro monarca da dinastia de Jeú, governou Israel durante dezesseis anos. Com a morte de Hazael, pouco antes da mudança do século, foi possível dar início à restauração das fortunas de Israel, sob a liderança de Jeoás. O profeta Eliseu ainda vivia quando Jeoás ascendeu ao trono. Quando o profeta já estava em seu leito de morte, Jeoás desceu para visitá-lo. Chorando em sua presença, o rei exprimiu preocupação com a segurança de Israel. Moribundo, Eliseu instruiu dramaticamente ao rei para atirar com o arco, assegurando-lhe que isso significaria a vitória dos israelitas sobre a Síria. Havendo troca de governantes na Síria, Jeoás se viu capaz de preparar uma forte força combatente. Ben-Hadade II foi definitivamente reduzido a uma posição defensiva, ao passo que Jeoás reconquistou grande parte dos territórios ocupados pela Síria, sob Hazael. A recuperação da área a leste do Jordão talvez não tivesse sido levado a efeito senão nos dias de seu sucessor, mas aquele foi um período de preparação, durante o qual Israel começou a elevar-se em poder e prestígio. Durante o reinado de Jeoás, Amazias, rei de Judá, contratou uma força combatente israelita (100 mil homens) para ajudá-lo a subjugar os edomitas (2 Cr 25.6); entretanto, por conselho de um profeta, essa força foi dispensada por Amazias. Na volta a Israel, esta força militar, atacou algumas cidades de Judá matando três mil pessoas e tomando para si vários despojos. Retornando triunfalmente da vitória sobre os edomitas, Amazias que trouxera os deuses de Seir (edomitas), e os estabeleceu como seus próprios deuses, inclinando-se diante deles e queimando lhes incenso; sendo repreendido por um profeta, o rei o ameaçou de morte e o mandou sair de sua presença. Contudo o profeta não saiu antes de dizer que Deus o reprovará por não ter dado ouvido a Sua repreensão e que colocaria fim ao seu reino. Logo após o ocorrido Amazias resolve acertar contas com Jeoás desafiando-o para uma batalha. Este respondeu com uma advertência sobre a sorte do espinheiro que fizera um pedido ao cedro do Líbano. Evidentemente Amazias não compreendeu o espírito da coisa. No encontro militar daí resultante, Jeoás não somente derrotou Amazias, mas também invadiu Judá, derrubando parte das muralhas de Jerusalém, pilhou o palácio e o templo, e levou alguns reféns para Samaria. Embora Jeoás se tenha sentido perturbado ante a perda de Eliseu, não estava sinceramente interessado em servir a Deus, mas deu prosseguimento a seus caminhos idólatras. Seu breve reinado marcou o ponto decisivo das fortunas de Israel, conforme Eliseu predissera. 13°) Jeroboão II (793 – 753 a.C.) – O quarto monarca da dinastia de Jeú, foi o mais notável rei do reino do Norte. Ele reinou durante quarenta e um anos, incluindo doze anos de co-regência com seu pai. A semelhança de Onri, o mais poderoso soberano antes dele, a historiografia de Jeroboão é muito breve nas Escrituras (2 Rs 14.23-29). A vasta expansão política e comercial, sob o poderoso rei, é sumariada na profecia de Jonas, filho de Amitai, que bem pode ter sido o profeta do mesmo nome

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enviado em missão a Nínive (Jn 1.1). Jonas predisse que Jeroboão restauraria Israel desde o mar Morto até às fronteiras de Hamate. Neste período Ben-Hadade II não pôde reter o reino estabelecido por seu pai, Hazael. Dois ataques contra a Síria, feitos por Adadinirari III (805-802 a.C.) e Salmaneser IV (773 a.C.) debilitaram-na muito às expensas da Assíria. Depois de 773 a.C., os assírios andavam tão ocupados com problemas locais e nacionais que não pensaram em atacar a Palestina senão depois de época de Jeroboão. Consequentemente, o reino israelita gozou de uma prosperidade pacífica sem igual desde os dias de Salomão. Amós e Oséias, cujos livros figuram entre os Profetas Menores, refletem a prosperidade desse período. O sucesso militar e comercial de Jeroboão trouxe grande abundância de riquezas para Israel. Juntamente com o luxo veio o declínio moral e a indiferença religiosa que foram acometidos ousadamente por esses profetas. Jeroboão II fizera o que é mau aos olhos do Senhor e levara Israel a pecar, tal como o fizera o primeiro rei de Israel. 14°) Zacarias (753 a.C) – Quando morreu Jeroboão II, em 753 a.C., seu filho, Zacarias, cujo reinado durou apenas seis meses, o substituiu. Foi assassinado por Salum (2 Rs 15.8-12). Isso pôs fim abrupto ao governo da dinastia de Jeú. HISTÓRIA DE ISRAEL II – AULA DE Nº 13 OS ÚLTIMOS REIS DO REINO NORTE 15°) Salum (752 a.C.) – Salum teve o mais breve reinado que houve no reino do Norte, com exceção do governo de sete dias de Zinri. Após ter assassinado Zacarias e de ter se apossado do trono, governou durante apenas um mês. Foi assassinado. 16°) Menaém (752 a.C.) – Menaém tinha melhores perspectivas para o futuro. Foi capaz de firmar-se tão bem que permaneceu no trono por aproximadamente uma década. Pouco se sabe sobre sua política doméstica, exceto que ele continuou nos padrões idólatras de Jeroboão I. O mais sério problema que Menaém teve de enfrentar foi a agressão assíria. Em 745 a.C., Tiglate-Pileser III ou Pul, começou a governar a Assíria como um dos mais poderosos reis daquela nação. Ele aterrorizou as nações introduzindo a norma de transportar povos conquistados para lugares distantes. Cidadãos liderantes, executivos e políticos era substituídos por estrangeiros, a fim de impedir posteriores rebeldias, após a conquista. Nos anos de 743 – 738 a.C., Pul desencadeou uma campanha na direção noroeste que envolveu as nações Palestina. Evidências arqueológicas favorecem a teoria de que Uzias, rei de Judá, liderou as forças da Ásia Ocidental contra o avanço esmagador da Assíria. Nas crônicas assírias, Menaém é citado como quem foi reentronizado, sob a condição de pagar tributo. Embora o tempo exato desse pagamento não possa ser determinado conclusivamente, evidências favorecem a primeira porção dessa campanha para noroeste como algo que coincidiu com o ano final do reinado de Menaém. Pacificado por essa concessão, Pul retornou à Assíria e Menaém faleceu em paz, tendo seu filho assumido a liderança do reino do Norte. 17°) Pecaías (741 – 739 a.C.) – Pecaías seguiu as normas de seu pai. Ao continuar a coleta de impostos, como vassalo da Assíria, Pecaías deve ter tido de enfrentar oposição da parte de seu próprio povo. É bem provável que Peca tenha encabeçado um movimento de revolta contra a Assíria, tendo sido o responsável pelo assassinato de Pecaías. 18°) Peca (739 – 731 a.C.) – Os oito anos do reinado de Peca assinalaram um período de crise tanto

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nacional quanto internacional. Embora a Síria, com sua capital, Damasco, tivesse sido subjugada por Israel, na época de Jeroboão II; ela se impôs sob a liderança de um novo soberano, Rezim, durante esse período de declínio em Israel. Enfrentando um adversário comum, os assírios, Peca foi fortalecido em sua política anti-assíria, ao colaborar com Rezim. Em Judá, o partido pró-assírio corrente, aparentemente, obteve sucesso (735 a.C.) ao conduzir Acaz ao controle ativo do reino, embora Jotão ainda estivesse vivo. Em conseqüência disso, ele resistiu a convites da parte de Israel e da Síria para cooperar com eles contra a Assíria. Acaz estava aliançado ou talvez ele já fosse um tributário do rei da Assíria (2 Cr 28.16-21). A pressão siro-israelita contra Judá terminou num combate real que se tornou conhecido como a guerra síro-efraimita (2 Rs 16.5-9; 2 Cr 28.5-15 e Is 7.1-8;8). Exércitos sírios desceram marchando para Elate a fim de recuperarem aquele porto marítimo de Judá para os edomitas, que sem dúvida davam seu apoio à coligação contra Assíria. Embora Jerusalém tenha sido assediada e tivessem sido levados cativos de Judá para Samaria e Damasco, o reino de Judá não foi subjugado e nem forçado a unir-se a essa aliança anti-assíria. Dois importantes acontecimentos afetaram a retirada das forças que tinham invadido Judá. Primeiro: Quando os cativos foram conduzidos a Samaria, um profeta, de nome Obede, declarou ser aquele um juízo divino contra Judá, tendo advertido os israelitas de que estava iminente a demonstração da ira divina. Devido à presença feita pelos príncipes e por uma assembléia do povo israelita, os cativos foram soltos pelos oficiais do exército. Segundo: Acaz se recusou a ceder ante as exigências síro-efraimitas, mas apelou diretamente a Pul, pedindo-lhe socorro. O soberano Assírio sem dúvida formulara seus planos para subjugar as terras ocidentais. Esse convite o estimulou a uma ação imediata, tendo Damasco se tornado o ponto focal de seu ataque, nas campanhas de 733 e 732 a.C. Pul conquistou 591 cidades da área Síria e em 732 a.C. conquistou Damasco. A Síria foi reduzida a impotência, não mais podendo intervir no avanço da Assíria para o ocidente. Durante o século seguinte, Damasco e suas províncias, que por duzentos anos constituíra o influente reino da Síria, estiveram subordinadas ao controle assírio. A queda de Damasco teve repercussões subseqüentes em Samaria. Peca, que subira ao poder como campeão da política anti-assíria, agora estava envergonhado. Estando a Síria prostrada diante do poder assírio, as chances de sobrevivência para Israel tinham desaparecido. Peca foi vitimado por uma conspiração conduzida por Oséias, o rei seguinte. Sem dúvida foi a remoção de Peca que salvou Samaria de ser conquistada nessa ocasião. 19°) Oséias (731 – 722 a.C.) – Quando Oséias se tornou dirigente do reino do Norte, em 731 a.C., tinha bem poucas alternativas em sua política inicial. Era vassalo de Pul, que se jactava de tê-lo posto no trono de Samaria. Os domínios de Oséias estavam quase todos confinados à região montanhosa de Efraim. A Galiléia e o território a leste do rio Jordão tinham estado sob o controle assírio desde a campanha de 734 a.C. Tiglate-Pileser III ou Pul pode ter conquistado Megido durante essa série de investidas para o ocidente, passando a usá-la como capital administrativa de suas províncias galiléias. Em 727 a.C., Tiglate-Pileser III, o grande rei da Assíria, faleceu. Na esperança que Salmaneser V não seria capaz de manter controle sobre esse extenso território, Oséias dependia do apoio egípcio quando descontinuou o pagamento do tributo à Assíria. Tal, entretanto, não aconteceu. Salmaneser V marchou com seus exércitos até Israel e assediou a cidade poderosamente fortalecida de Samaria, 725 a.C. Durante três anos Oséias foi capaz de resistir ao assalto do poderoso exército assírio, mas finalmente teve de render-se, em 722 a.C. Isso decretou o fim do reino do Norte. Sob as normas assírias de deportação, os israelitas foram levados às regiões da Pérsia. Durante dois séculos os israelitas tinham seguido os padrões fixados por Jeroboão I, fundador do reino do Norte. Apesar da troca de dinastia, Israel jamais se divorciou da idolatria que se opunha

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diametralmente à lei de Deus, segundo as prescrições do decálogo. No decurso de todo esse período profetas fiéis tinham proclamado a mensagem de Deus, advertindo aos monarcas e ao povo comum do juízo iminente. Por causa de sua grosseira idolatria, e por não terem servido a Deus, os israelitas foram sujeitados ao cativeiro às mãos dos governantes assírios. HISTÓRIA DE ISRAEL II – AULA DE Nº 14 O REINO DE JUDÁ (REINO DO SUL) Ao longo destes dois séculos, desde a rebelião das tribos contra a casa de Davi (931 a.C.), quando se deu a divisão do Reino de Israel, até a destruição da Samaria (722 a.C.), a antiga tribo de Judá manteve-se como um pequeno estado à parte. Jerusalém, a cidade de Davi, não se uniu à rebelião e pôde manter consigo Judá e parte de Benjamim. Com a incorporação dos territórios de Israel ao sistema de províncias da Assíria e a dispersão forçada de seus líderes com a tomada de Samaria, Judá permaneceu como o único representante legítimo do povo israelita. Os Livros dos Reis dão prioridade a Israel (Reino do Norte) sobre Judá (Reino do Sul), refletindo a realidade de Israel que possuía a maior força política, e o fato de as origens tribais encontrarem maior continuidade ali. Esta história é escrita, no entanto, para preparar a destruição de Samaria e justificar a ação de Jeová em acabar com Israel, deixando somente Judá. O pecado-chave, segundo os historiadores deuteronomístico, é o de Jeroboão em separar Israel do templo de Jeová e introduzindo a idolatria na vida do povo. Os livros de Crônicas narram a mesma história, com a diferença que começam com Davi para terminar, igualmente, com a destruição de Jerusalém. Quase tudo que diz respeito ao Reino de Israel é omitido. O livro mostra a história do Reino de Judá como o verdadeiro Israel e de Jerusalém como a cidade Santa. O Reino de Israel é considerado como apóstata desde o início por ter-se rebelado contra Davi, o eleito de Jeová (ler o discurso de Abia – 2 Cr 13.4-12). Esta é a história apresentada a partir dos olhos daqueles que permaneceram fiéis a aliança davídica. Tendo Jerusalém como sua capital, a linhagem real de Davi manteve sucessão ininterrupta, governando o pequeno reino de Judá durante aproximadamente três séculos e meio. OS REIS DE JUDÁ 1°) Roboão ou Reoboão (931 – 913 a.C.) - Quando as tribos se levantaram contra o jovem rei Roboão, ele pôde refugiar-se em Jerusalém, cidade cercada de muros em que viviam majoritariamente seus próprios “servos”, os administradores do reino. Em Jerusalém ele e seus descendentes puderam implantar um reino diferente de Israel que continuasse as tradições políticas e religiosas de Davi. Durante os primeiros anos de seu reinado, Roboão mostrou-se muito ativo, construindo e fortificando a muitas cidades por todo o território de Judá e Benjamim. Roboão desejou guerrear contra Jeroboão I, rei de Israel, entretanto, o profeta Semaías orientou-o para que não fizesse guerra contra Jeroboão I. Roboão obedeceu a ordem de Deus entregue pelo profeta. Contudo mais tarde Roboão e todo o povo deixaram de seguir ao Senhor, voltando a prática da idolatria. Como repreensão Deus permitiu que neste período Sisaque, rei do Egito atacasse o reino de Judá e fizesse de Roboão seu vassalo. Quando a divisão se tornou uma realidade, os sacerdotes e levitas de várias partes da nação mudaram-se para o reino do sul. Isso promoveu um autêntico fervor religioso por todo o reino do Sul, durante os três primeiros anos do reinado do Roboão. 2°) Abias (913 – 910 a.C.) – Guerreou com Israel buscando alargar suas fronteiras; mais do que isso, Abias desejou unificar o reino novamente. Ele guerreou contra Jeroboão I por entender que a vontade de Deus era que Israel fosse reinada pelos filhos de Davi. Deus concedeu a Abias a vitória e este

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conquistou várias cidades do reino do Norte, entretanto não conseguiu unificar o reino. Abias deu prosseguimento à tradição de inclusivismo religioso iniciada por Salomão e promovida por Roboão. Ele não aboliu o culto a Deus, no templo, mas, simultaneamente, permitiu a adoração a divindades estrangeiras. 3°) Asa (910 – 869 a.C.) – “fez o que era bom e reto perante o Senhor seu Deus”. Assim como Abias viveu em conflito com o Reino de Norte, agora mais motivada por Baasa, rei de Israel. Os dez primeiros anos de seu reinado foram de paz o que lhe permitiu fazer as reformas religiosas necessárias. Asa inicia suas reformas mandando abolir os altares dos deuses estranhos, e o culto nos altos, quebrou as colunas e cortou os postes-ídolos. Ordenou a Judá que buscasse o Senhor Deus de seus pais, e que observassem os mandamentos (2 Cr 14.3-4). A paz é interrompida por um ataque de Zerá, rei dos etíopes. Asa defende o seu reino de Zerá que foge diante da intervenção de Deus. O profeta Azarias, filho de Odede, estimula o rei a continuar sua reforma religiosa. Diante das palavras do profeta, Asa manda lançar fora todas as abominações da terra de Judá, Benjamim e também das cidades que tomara na região montanhosa de Efraim (reino do Norte) e renovou o altar do Senhor (2 Cr 15.8-9). Nestes dias muito de Israel vieram morar nas terras do reino de Judá. Asa chegou a depor sua mãe, da dignidade de rainha-mãe, porquanto ela havia feito a Aserá uma abominável imagem. No ano trigésimo sexto do reinado de Asa subia Baasa, rei de Israel, contra Judá, e edificou a Ramá, para que a ninguém fosse permitido sair de junto de Asa, rei de Judá, nem chegar a ele. Diante disso Asa fez aliança com Ben-Hadade I, rei da Síria, e lhe entregou os tesouros da casa do Senhor e da casa do rei. Por ter Asa buscado ajuda do rei da Síria e não ter confiado em Deus este veio a ser repreendido por Hanani. Asa se enfureceu com o profeta e o mandou prender. Nos últimos anos de seu reinado parece que Asa não viveu uma espiritualidade fervorosa como no início de seu reinado; basta observarmos que mandou prender o profeta de Deus. No trigésimo nono ano do seu reinado, adoeceu gravemente, contudo na sua enfermidade não recorreu ao Senhor, mas confiou nos médicos . Asa morreu no ano quarenta e um do seu reinado. 4°) Josafá (872 – 848 a.C.) – “O Senhor foi com Josafá, porque andou nos primeiros caminhos de Davi...” Nos tempos do rei Josafá foi estabelecida a paz com Israel. Esta ficou cimentada com o matrimônio de seu filho Jorão com Atalia, filha de Acabe, rei de Israel. Josafá promoveu uma nova reforma religiosa, e porque não dizermos um reavivamento, ao ordenar a remoção dos altos e dos postes-ídolos de Judá, e também ordenou que os sacerdotes ensinassem ao povo o que estava no livro da Lei do Senhor. Árabes e filisteus lhe traziam gado e outros presentes como reconhecimento de sua grandeza. O rei de Israel, Acabe, fez guerra contra os Sírios e chamou Josafá para guerrear com ele. Josafá aceitou lutar ao lado de Acabe, e por isso foi advertido pelo profeta Jeú, filho de Hanani , por ter lutado ao lado daquele que aborrecia ao Senhor. Josafá diferente de seu pai aceitou a advertência do profeta. Pouco depois disto os filhos de Moabe e os filhos de Amom vieram pelejar contra Josafá. Diante o grande número de homens que vieram contra Judá, Josafá teve medo e pôs a buscar o Senhor. Deus lhe concedeu a vitória de maneira extraordinária. Antes de morrer Josafá se uniu agora com o novo rei de Israel, Jorão, para invadir Moabe que havia deixado de pagar impostos ao rei Jorão de Israel. Mais uma vez foi advertido por causa dessa aliança com um reino injusto aos olhos de Deus. Eliseu foi o profeta usado por Deus para advertir e mostrar a Josafá que tinha se unido a reis ímpios.

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Josafá foi um grande rei e fez o que era reto perante o Senhor, entretanto não tirou os altos, porque o povo não tinha disposto o coração para com o Deus de seus pais (2 Cr 20.33). 5°) Jeorão (848 – 841 a.C.) – “Fez o que era mau perante o Senhor”. Ao assumir o trono mandou matar todos os seus irmãos. Jorão seguiu os caminhos de Acabe, rei de Israel. Jeorão fez altos nos montes de Judá e seduziu os habitantes de Judá à idolatria. Tudo o que Josafá havia feito para implantar uma consciência de adoração ao Deus de Abraão, Isaque, Jacó e Davi, foi desfeito em pouco tempo por seu filho Jeorão. Elias envia uma carta a Jeorão dizendo que Deus o havia reprovado por este ter escolhido os caminhos de Acabe e não os de seu pai Josafá. Edom se revoltou contra Jeorão e os edomitas conquistaram sua independência. Logo em seguida os árabes e os filisteus invadiram Judá levando todos os bens reais. Deus ainda o feriu nas suas entranhas com uma doença incurável que o fez sofrer muito até a morte Os efeitos trágicos e chocantes de seu breve reinado se refletem no fato de que ninguém lamentou sua morte. 6°) Acazias (841 a.C.) – “Fez o que era mau perante o Senhor”. Os moradores de Jerusalém, em lugar de Jeorão, fizeram rei a Acazias, seu filho mais moço, porque a tropa que viera com os árabes ao arraial tinha matado a todos os irmãos mais velhos. Sua mãe filha de Onri, chamava-se Atalia, e ela era quem o aconselhava a proceder iniquamente, porque não temia a Deus. Acazias aliou-se a seu tio Jorão que em batalha; que pelejava contra Hazael, rei da Síria. Os sírios feriram a Jorão (filho de Acabe), rei de Israel. Acazias desceu para Jezreel, onde Jorão estava tratando de suas feridas; entretanto Jeú, que tinha sido ungido para reinar em lugar do Jorão, desceu a Jezreel e matou a toda a família real de Israel e acabou matando a Acazias também. Desta forma a paz entre Israel e Judá foi abruptamente quebrada com a morte da família real por Jeú, que assumiu o Reino do Norte, e matou Acazias. Atalia (841 – 835 a.C.) – A rainha Atalia ficou no trono de Judá, mãe do defunto rei Acazias, assassinado por Jeú em Israel. Para assegurar sua posição como líder, ela ordenou a execução de todos quantos pertencessem à linhagem real, e assim iniciou um reinado de terror. Nenhum dos herdeiros do trono escapara, com exceção de Joás, que foi escondido por sete anos pela irmã do rei Acazias, Jeoseba, no templo. Atalia foi derrubada por uma coalizão dos sacerdotes, liderado por Joiada (sacerdote que fora testemunha dos reavivamentos religiosos dirigidos por Asa e Josafá), com os principais homens das províncias de Judá. Ela contava com o apoio do pessoal real, mas os sacerdotes lhe faziam oposição, pois queria e de fato colocou um templo de Baal em concorrência com o templo oficial. O movimento levantado pelos sacerdotes tinha o apoio dos principais de Judá e de parte do exército. Atalia foi assassinada e seu neto Joás, a quem ela tentará matar, com 7 anos de idade foi coroado em seu lugar. 7°) Joás (835 – 796 a.C.) – O rei Joás, filho de Acazias, assume o trono, com apenas sete anos de idade tendo o apoio dos sacerdotes. Joiada assume a política do estado até sua morte. Inicialmente, no reinado de Joás, fora mandado banir toda a adoração a Baal. Altares e templos foram destruídos, e, até os sacerdotes de Baal foram mortos. Por outro lado, Joás, seguindo o conselho de Joiada manda restaurar o culto a Jeová. Para que o culto fosse restaurado plenamente viu que era necessário restaurar o templo. Diante disso, Joás, dá ordem aos sacerdotes que recolhessem fundos pela nação com este propósito. O apoio popular à verdadeira religião atingiu um novo ponto culminante sob a influência de Joiada, tendo sido restaurado o templo. Após a morte de Joiada, a apostasia retornou qual varredura, quando os príncipes de Judá

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persuadiram Joás a reverter aos ídolos e ao culto dos postes-ídolos. Embora alguns profetas advertiram o povo a decisão errada que estavam tomando, este não deram ouvido. Quando Zacarias, filho do sacerdote Joiada, advertiu ao povo de que não prosperariam se continuassem a desobedecer os mandamentos de Deus, estes o apedrejaram no átrio do templo. Joás nem ao menos lembrou-se da bondade de Joiada, e não tentou salvar a vida de Zacarias. Este veio a ser assassinado por seus servos depois de um longo reinado de quarenta anos (2 Rs 12.21). 8°) Amazias (796 – 767 a.C.) – Com a morte de Joás, seu filho Amazias governou por um período de vinte e nove anos. Tanto Judá quanto Israel tinham sofrido severamente sob o poder agressor de Hazael, rei da Síria. A morte de Hazael, na volta do século, assinalou um ponto decisivo para o fortalecimento dos reinos hebreus. Amazias volta a conquistar Edom e os edomitas são colocá-los sob o domínio de Judá novamente. Ao ir lutar contra Edom este havia contratado homens de Israel para lutar ao seu lado. Entretanto orientado por um profeta ele despede estes homens para casa. Ao retornarem para Israel estes homens atacam várias pessoas do reino de Judá. Logo após Amazias voltar vitorioso de sua batalha em Edom, e, de ter trazido as imagens dos deuses de Edom para Judá, com o fim de prestar-lhes culto, ele recebe a notícia do que os homens que havia contratado fizeram. Diante deste fato Amazias empreendeu novamente guerra contra Israel, com resultados desastrosos (2 Rs 14.8-14). Depois disto houve paz durante o século VIII, até a destruição de Samaria. No ano de 792 a.C. se tornou prisioneiro de Israel, contudo este veio a ser libertado e no ano 767 foi assassinado em Jerusalém. 9°) Uzias (790 – 739 a.C.) – Aos dezesseis anos de idade, Uzias começou a reinar, porque seu pai Amazias se tornou prisioneiro do rei de Israel, Jeoás. Em 782-781 a.C., após a morte do rei Jeoás, seu filho, Jeroboão II decidiu soltar Amazias, e, este foi restaurado ao trono de Judá, enquanto Uzias continuava sendo co-regente. É muito provável que Uzias tenha continuado a reger Judá neste período, pois Amazias não havia feito um bom governo e não era bem visto pelo povo por causa de sua política desastrosa. Enquanto este esteve preso o jovem Uzias já vinha restaurando a cidade de Jerusalém e recuperando economicamente a nação de Judá. Tudo leva a crer que neste período Uzias e Jeroboão II mantinham uma política de paz e cooperação. Embora eventos bastante cruciais tivessem sucedido durante seu governo de 52 anos, o relato bíblico é relativamente breve (2 Cr 26.1-23; 2 Rs 14.21,22 e 15.1-7). Digno de nota foi o fato de que, durante esse longo período, Uzias foi governante único por apenas dezessete anos. Tão eficaz se mostrou ele no soerguimento de Judá do estado de vassalagem à posição de forte potência nacional que ele é reconhecido como o mais hábil soberano que o reino do Sul conhecera desde a época de Salomão. Economicamente, Judá gozou de prosperidade sob Uzias. Interessava-se vitalmente o rei pela agricultura e pela criação animal. A expansão territorial colocou Judá no controle de importantes cidades e rotas comerciais que conduziram à Arábia, ao Egito e a outros países. Em Elate, no mar Vermelho, as indústrias de mineração de cobre e ferro, que haviam sido florescentes nos dias de Davi e Salomão, foram reconquistadas pelo reino do Sul. A prosperidade de Uzias se relacionava diretamente à sua dependência de Deus (2 Cr 26.5-7). Zacarias, profeta de outro modo desconhecido, instruía eficazmente ao monarca, o qual, até cerca de 750 a.C., mostrou atitude sã e humilde para com Deus. No auge de seu sucesso, porém, Uzias pôs na cabeça que poderia entrar no templo e queimar incenso. Mesmo sendo advertido pelos sacerdotes, e pelo sumo sacerdote Azarias, que esta era uma prerrogativa exclusiva daqueles que haviam sido

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consagrados para este serviço; Uzias irado desafiou aos sacerdotes. Como juízo divino, ficou leproso e por causa de sua doença foi lançado fora do palácio e perdeu todos os privilégios que tinha como rei. Uzias passou a morar numa casa fora da cidade. 10°) Jotão (750 – 732 a.C.) – Quando Uzias foi colocado para fora do palácio, seu filho Jotão, assumiu o trono. Jotão esteve intimamente ligado a seu pai de 750 a 740 a.C. Visto que Uzias foi um governante tão forte e firme, Jotão teve posição secundária como regente de Judá. Quando assumiu pleno controle, em 740 a.C., continuou as normas ditadas por seu pai. Ante a iminência de uma desastrosa invasão assíria, Jotão se defrontou com dificuldades, ao insistir em sua política anti-assíria. Quando os exércitos assírios se mostraram ativos na regiões do monte Nal e Urartu, em 736-735 a.C., o partido pró-assírio de Jerusalém elevou Acaz ao trono davídico, na qualidade de co-regente de Jotão. 11°) Acaz (732 – 716 a.C.) – O reinado de vinte anos de Acaz (2 Cr 28.1-17; 2 Rs 16.1-20) foi eivado de dificuldades. Os monarcas assírios avançavam, em sua tentativa por controlar o Crescente Fértil, e Acaz foi continuamente sujeitado à pressão internacional. O reino do Norte já havia aceito a política de resistência ditada por Peca. Com a idade de vinte anos, Acaz foi confrontado com o enigmático problema de manter a paz com a Síria e com Israel ou manter a paz com a Assíria. Acaz optou pelo segundo, mantendo a paz com a Assíria. Foi nessa época de crise angustiante que Isaías se mostrou ativo no ministério profético, por cerca de seis anos. Neste ano de 732 a Assíria invade Damasco, capital da Síria e põe fim ao reino Sírio. Dez anos depois, em 722, a Assíria invade Samaria e transforma o Reino do Norte em mais uma de suas províncias. Embora contasse com o grande profeta Isaías como seu contemporâneo, Acaz promoveu as mais esdrúxulas práticas idólatras. De acordo com costumes pagãos, ele fez seu filho para pelo fogo. Não somente retirou muitos tesouros do templo, para satisfazer às exigências do rei assírio, mas também introduziu cultos estrangeiros no lugar onde só Deus era adorado. Não admira que Judá houvesse incorrido na ira de Deus. 12°) Ezequias (716 – 686 a.C.) – Ezequias começou a reinar em 716 a.C. Sua liderança de vinte e nove anos assinala uma extraordinária era religiosa na história de Judá. Em drástica reação à deliberada idolatria de seu pai, Ezequias começou a reinar impondo a mais extensa reforma que houve na história do reino do Sul. Um novo reavivamento começou na história de Judá através da vida do rei Ezequias. Não podemos afirmar, mas talvez por ter visto em sua infância o Reino de Israel acabar nas mãos da Assíria, por não terem guardado os mandamentos de Deus e por terem vivido na idolatria, desobedecendo deliberadamente a Deus, tenha feito com que Ezequias temesse a Deus. De Jerusalém, a reforma se expandiu por todo o território de Judá, Benjamim, Efraim e Manassés. Ezequias chegou a destruir a serpente de cobre que Moisés fundira (Nm 21.4-9), porque o povo a utilizava como objeto de adoração. Inspirado pelo exemplo do monarca, o povo se lançou à tarefa de demolir colunas, postes-ídolos, lugares altos e altares por toda a terra. Por todo esse registro de reformas religiosas não se faz qualquer menção a Isaías. E nem o notável profeta faz alusão às reformas de Ezequias em seu livro. Depois de sua notável reforma religiosa, ele concentrou suas atenções em um programa de defesa, aconselhando-se com os principais chefes militares de seu governo. Foram reforçadas as fortificações em torno de Jerusalém. Artífices produziam escudos e armas, ao passo que comandantes de combate treinavam os soldados. A fim de assegurar água, durante algum cerco prolongado, Ezequias construiu um túnel que ligava o poço de Siloé com a fonte de Giom.

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Embora Ezequias houvesse feito tudo quanto estava ao seu alcance para preparar-se para o ataque assírio, ele não dependia exclusivamente dos recursos humanos. Anteriormente, quando o povo se reunira na praça da cidade, Ezequias os encorajava, ao expressar destemidamente a sua confiança em Deus (2 Cr 32.8). As ameaças de Senaqueribe contra o reino de Judá se tornaram realidade em 701 a.C. Ezequias sobreviveu ao ataque crucial contra Jerusalém. Diferente de certo número de seus antepassados, Ezequias foi sepultado honrosamente. Dotado de sincera devoção à tarefa, ele conduziu seu povo à maior reforma que houve na história de Judá, atingindo até mesmo o território do Reino do Norte que já não existia mais. 13°) Manassés (696 – 642 a.C.) – A Manassés se atribui o mais longo reinado da história de Judá (2 Rs 21.1-17 e 2 Cr 33.1-20); incluindo a década de co-regência com Ezequias, ele foi rei por cinqüenta e cinco anos (696 – 642 a.C.). Mas seu governo foi a antítese do governo de seu pai. Do pináculo do fervor religioso o reino do Sul foi projetado para dentro da mais negra era de idolatria, sob a liderança de Manassés. Mui provavelmente, Manassés não começou a reverter a política de seu progenitor senão depois da morte deste. Reconstruindo os lugares altos, erigindo altares a Baal e levantando postes-ídolos, Manassés mergulhou Judá em grosseira idolatria, similar àquela que Acabe e Jezabel tinham promovido no reino do Norte. Sacrifícios humanos eram oferecidos aos deuses pagãos, ocultismo, adivinhações e a astrologia foram sancionadas oficialmente como práticas comuns. Alguns historiadores ligam o martírio do profeta Isaías ao iníquo rei Manassés. Possivelmente Manassés aderiu a essas práticas religiosas para agradar ao Império Assírio. Enquanto o império assírio invadia o Egito, um levante acontecia na Babilônia por volta do ano 648 a.C. No meio desta confusão, Manassés é levado como prisioneiro na Babilônia. Durante seu período de cativeiro ele se arrepende de todos os seus atos e busca a Deus. Embora não temos uma data precisa, parece que restou muito pouco tempo para Manassés promover uma reforma religiosa significativa em Judá. Contudo, não podemos deixar de mencionar que ele se esforçou em seus últimos dias para conduzir o povo a servir ao Senhor Deus de Israel. 14°) Amom – (642 – 640 a.C.) – Amom sucedeu a seu pai, Manassés, como rei de Judá. Sem hesitação ele voltou às práticas idólatras que haviam sido iniciadas e promovidas por Manassés, durante a maior parte de seu reinado. Amom foi assassinado por escravos de seu palácio. Embora seu reinado tenha sido curto, o ímpio exemplo dado durante esses dois anos proveu a oportunidade de Judá voltar a um estado de terrível apostasia. Um breve resumo dos dois primeiros séculos do reino davídico: No decurso dos dois séculos anteriores, as fortunas do reino do Sul tinham conhecido pontos altos e baixos. Os reinados de Atalia, Acaz e Manassés haviam sido caracterizados por uma idolatria sem freios. A Reforma religiosa começou com Joás, adquiriu ímpeto com Uzias e atingiu um nível sem precedentes com Ezequias. Politicamente falando, Judá chegou ao seu ponto mais baixo nos dias de Amazias, quando Jeoás, do reino do Norte, invadiu Jerusalém. Durante esse período inteiro de dois séculos a prosperidade e o governo autônomo de Judá foram sombreados pelos interesses expansionistas dos reis assírios. Uma breve introdução ao último século do reino davídico: Durante mais de um século Judá vinha sobrevivendo à expansão irrefreável do império assírio. Desde que Acaz pusera em perigo a liberdade de Judá, mediante um tratado firmado com Tiglate-Pileser III (Pul), esse pequeno reino foi atravessando crise após crise como um vassalo de mais de cinco governantes assírios. Tratados, manobras diplomáticas, resistência e intervenções sobrenaturais tiveram todos um papel vital na existência contínua de um governo semi-autônomo, no qual regentes ímpios e justos ocuparam o trono de Davi. Agora que a Assíria afrouxava a manopla sobre Judá, renasceram uma vez mais as

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esperanças nacionalistas, durante as três décadas do reinado de Josias. O fim abrupto de sua liderança assinalou o começo do fim do reino do Sul. Antes que tivessem passado vinte e cinco anos, essas esperanças começaram a desaparecer, debaixo do poder crescente do império babilônico. Em 586 a.C., as ruínas de Jerusalém serviam de lembrete realista da predição de Isaías, no sentido de que a dinastia davídica sucumbiria diante da Babilônia. 15°) Josias (640 – 609 a.C.) – Com a tenra idade de oito ano, Josias foi subitamente coroado rei em substituição a seu pai que foi assassinado por seus servos. A influência assíria, em declínio desde os anos finais de governo de Assurbanipal, que faleceu em cerca de 630 a.C., ofereceu a Judá a oportunidade de ampliar sua influência sobre o território do norte. Com a queda da cidade assíria de Assur perante os medos, em 641 a.C., e com a destruição de Nínive, em 612 a.C., pelas forças aliadas da Média e da Babilônia, as perspectivas judaicas para o futuro se tornaram ainda mais favoráveis. Durante esse período de desassossego político e de rebelião no Oriente, Judá obteve completa liberdade da vassalagem assíria, o que naturalmente, deu origem a um sentimento de nacionalismo. Quando Josias chegou à idade adulta, reagiu às condições de pecaminosidade que havia em seus dias. Com a idade de dezesseis anos ele já buscava fervorosamente a Deus, ao invés de amoldar-se à práticas idólatras. Em quatro anos sua devoção a Deus se cristalizara a um ponto em que ele deu início à reforma religiosa (628 a.C.). A reforma atingiu seu clímax com a observância da Páscoa em 622 a.C. Se a reforma efetuada sob Josias representou um reavivamento genuíno entre o povo comum, é algo de que se tem dúvidas. Visto que foi iniciada e executada por ordens reais, a oposição ficou paralisada enquanto Josias continuou vivo. Mas imediatamente depois de seu falecimento o povo retornou à idolatria, sob Jeoaquim. Jeremias foi chamado ao ministério profético no décimo terceiro ano de Josias (627 a.C.). Quando passaram a circular em Jerusalém as notícias sobre a queda de Assur (614 a.C.) e sobre a destruição de Nínive (612 a.C.), sem dúvida alguma Josias voltou a atenção para as questões internacionais. Em estado de preparação militar, ele incorreu em seu equívoco fatal. Em 609 a.C., os assírios combatiam uma guerra frouxa com seu governo no exílio, em Harã. Neco, rei do Egito, fez seus exércitos marcharem através da Palestina, para ajudar os assírios. Visto que Josias pouco se importava com a preservação dos assírios, dirigiu precipitadamente as suas tropas Megido acima, no esforço de fazer os egípcios recuarem. Josias foi fatalmente ferido quando os seus exércitos foram postos em fuga. As esperanças nacionais e religiosas de Judá sumiram repentinamente, quando o rei, aos trinta e nove anos de idade, foi sepultado na cidade de Davi. Após dezoito anos de associação íntima com Josias, o grande profeta é destacado por nome, no parágrafo de conclusão: “Jeremias compôs uma lamentação sobre Josias...”. 16°) Jeoacaz (609 a.C.) – O povo de Judá entronizou a Jeoacaz, filho de Josias, em Jerusalém (2 Cr 36.1-4). E o novo rei teve de sofrer as conseqüências da intromissão de Josias nas questões egípcias. Governou por três meses apenas. Tendo derrotado os judeus em Megido, os egípcios marcharam para o norte, até Carquemis, refreando temporariamente o avanço babilônico para o Ocidente. Sob o comando do Faraó Neco, Jeoacaz foi deposto do trono de Judá e levado prisioneiro para o Egito. Ali morreu Jeoacaz, também conhecido pelo nome de Salum, conforme fora predito pelo profeta Jeremias (22.11,12). 17°) Jeoaquim ou Eliaquim (609 – 597 a.C.) – Jeoaquim, um outro filho de Josias, começou a reinar por nomeação de Neco. Não somente o Faraó egípcio mudou seu nome de Eliaquim para Jeoaquim, mas também cobrou pesado tributo de Judá (2 Rs 23.35). Por onze anos ele continuou reinando em Judá. Enquanto os babilônios não desalojaram os egípcios de Carquemis (605 a.C.), Jeoaquim

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continuou vassalo do rei Neco. O profeta Jeremias sofreu severa oposição, enquanto reinou Jeoaquim. De pé no átrio do templo, Jeremias predisse o cativeiro babilônico para os habitantes de Jerusalém. O quarto ano de Jeoaquim (605 a.C.) foi um tempo crucial para Jerusalém. Na decisiva batalha de Carquemis, no começo do verão, os egípcios foram postos em fuga pelos babilônicos. Em agosto, Nabucodonosor já havia avançado o bastante, pelo sul da Palestina, para reivindicar tesouros e reféns em Jerusalém – tendo sido Daniel e seus amigos os mais notáveis dentre os cativos judeus (Dn 1.1). Embora Nabucodonosor não tenha enviado seus exércitos conquistadores a Jerusalém, pelo espaço de vários anos, ele incitou assaltos contra Judá da parte de bandos de caldeus saqueadores, apoiados por moabitas, amonitas e sírios. No decurso dessa guerra, o reinado de Jeoaquim chegou subitamente ao fim pela morte, deixando nas mãos de seu jovem filho, Joaquim, uma precária política anti-babilônica. 18°) Joaquim ou Jeconias (597 a.C.) – Joaquim, conhecido também pelo nome de Jeconias ou Conias, resistiu apenas por três meses como rei de Jerusalém. Em 597 a.C., os exércitos babilônicos lançaram cerco à cidade. Percebendo ser inútil a resistência, Joaquim rendeu-se a Nabucodonosor. Dessa vez o monarca babilônico não somente levou prisioneiros como também despojou o templo e os tesouros reais. Neste período Ezequiel foi levado ao cativeiro. Matanias, cujo nome Nabucodonosor mudou para Zedequias, foi deixado encarregado do povo que ficou em Jerusalém. 19°) Zedequias (597 – 586 a.C.) – Este era o filho mais jovem de Josias. Visto que Joaquim foi considerado o legítimo herdeiro do trono davídico, Zedequias passou a ser reputado um monarca títere – subordinado à soberania babilônica. Após uma década de política fraca e vacilante, Zedequias perdeu o governo nacional de Judá. Jerusalém foi destruída em 586 a.C. No verão de 586 a.C., os babilônios entraram na cidade de Jerusalém, através de uma brecha feita nas muralhas. Zedequias tentou escapar, mas foi capturado em Jericó e levado a Ribla. Após terem sido executados os seus filhos, Zedequias, o último rei de Judá, foi cegado e levado em cadeias para Babilônia. O grande templo de Salomão, que fora o orgulho e a glória de Israel durante quase quatro séculos, ficou reduzido a cinzas, ao mesmo tempo que a cidade de Jerusalém jazia arruinada.

QUESTIONÁRIO PARA APRENDIZADO 1. AS ORIGENS DE ISRAEL, CITE 5 DA INTRODUÇÃO RELATADA NOS PRIMEIROS

CAPÍTULOS DO LIVRO DE GÊNESIS. 2. DEFINA ERA PATRIARCAL. 3. DEFINA MESOPOTAMIA. 4. DEFINA ACADIANOS. 5. CONFORME O ESTUDO RESUMA ABRAÃO. 6. CONFORME O ESTUDO FAÇA UM PANORAMA SOBRE ISAQUE, JACÓ, ESAÚ E

JOSÉ. 7. O NOME “JUÍZES” DESCREVE DUAS FUNÇÕES DESSES LÍDERES, QUAIS SÃO? 8. DEFINA TRANSIÇÃO PARA MONARQUIA.

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9. DEFINA O ESTADO RELIGIOSO EM QUE SE ACHAVA A NAÇÃO. 10. RESUMA A TRANSIÇÃO DE JUÍZES PARA REIS. 11. CITE AS CARACTERÍSTICAS DO REINADO DE SAUL. 12. CITE AS CARACTERÍSTICAS DO REINADO DE DAVI. 13. CITE AS CARCATERÍSTICAS DO REINADO DE SALOMÃO. 14. RESUMA O REINADO DE JEROBOÃO. 15. CITE OS REIS DE JUDÁ.

Estude com fé depois de ter terminado os seus estudos, envie seu questionário com as respostas devidas para o endereço de e-mail: [email protected] , se assim quiser, logo após respondido e corrigido o questionário, enviaremos a prova e alcançando media acima de 7,5, em cada módulo, você receberá seu histórico e certificado.