modelos de planejamento agrÍcola: um cenÁrio para
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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
MESTRADO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
CARLOS ALESSANDRO NEIVERTH OLISZESKI
MODELOS DE PLANEJAMENTO AGRÍCOLA: UM CENÁRIO PARA
OTIMIZAÇÃO DE PROCESSOS AGROINDUSTRIAIS
DISSERTAÇÃO
PONTA GROSSA
2011
CARLOS ALESSANDRO NEIVERTH OLISZESKI
MODELOS DE PLANEJAMENTO AGRÍCOLA: UM CENÁRIO PARA
OTIMIZAÇÃO DE PROCESSOS AGROINDUSTRIAIS
Dissertação apresentada como requisito parcialà obtenção do título de Mestre em Engenhariade Produção, do Programa de Pós-Graduaçãoem Engenharia de Produção,Universidade TecnológicaFederal do Paraná, Área deConcentração: Produção e Manutenção. Orientador: Prof. Dr. João Carlos Colmenero
PONTA GROSSA
2011
Ficha catalográfica elaborada pelo Departamento de Biblioteca da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Campus Ponta Grossa n.29/11
1.1.1.1
1.1.1.2 O46 Oliszeski, Carlos Alessandro Neiverth
Modelos de planejamento agrícola: um cenário para otimização de processos agroindustrial / Carlos Alessandro Neiverth Oliszeski. -- Ponta Grossa: [s.n.], 2011.
97 f.: il. ; 30 cm.
Orientador: Prof. Dr. João Carlos Colmenero Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) - Universidade Tecnológica
Federal do Paraná, Campus Ponta Grossa. Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção. Ponta Grossa, 2011.
AGRADECIMENTOS
A Deus, por sempre estar comigo, reger a sinfonia de minha vida e por me dar
forças para enfrentar os desafios da jornada de cada dia. A ele, sou eternamente
grato.
Agradeço avidamente a minha tão amada família. A Flávia, pelo apoio,
dedicação, pela garra empenhada na tripla jornada e claro, por zelar pelo meu bem
mais precioso, minha filha, meu porto seguro, minha fonte de inspirações,
conquistas e realizações. A vocês, muito obrigado.
A meu pai, Afonso Oliszeski, pelo apoio incondicional em todas as horas e a
minha mãe, Adnir Neiverth Oliszeski, por ser exemplo de dedicação e perseverança.
A minha irmã Carla e sua família (Garça, Ian e Klaus) pelo companheirismo e
parceria.
Agradeço em especial, a quem confiou em meus projetos e propiciou minha
entrada no PPGEP dentro da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, o meu
estimado orientador, professor Dr. João Carlos Colmenero, por ter acreditado em
mim desde o princípio, pelo companheirismo desses anos e pelas dicas e
ensinamentos, os quais nunca esquecerei.
A meu mestre, amigo e mais uma vez, parceiro de caminhada acadêmica,
professor Dr. Eduardo de Freitas Rocha Loures, por sempre estar do meu lado e
nunca se recusar a me auxiliar, no que fosse preciso.
Aos professores Dr. Aldo Braghini Junior e Dr. Ivanir Luiz de Oliveira pelos
conselhos e por atuarem durante o processo de minha qualificação.
A minha médica Dra. Maria Clarícia Parati Wambier, por seu conhecimento,
amizade, por sempre me incentivar a encarar os desafios da vida e pela dedicação
durante todo esse tempo.
Aos colegas de luta em busca do conhecimento da Engenharia de Produção,
em especial ao Álamo, por ter virado mais que um confidente, e também pelos
conselhos. Ao Antão, pela parceria nos seminários e por partilhar seu conhecimento.
A Sandra e ao Paulo pela cumplicidade, simplicidade e pela luta na busca do
entendimento coletivo.
A todos vocês, muito obrigado!
Nem tudo que se enfrenta pode ser modificado, mas nada pode ser
modificado até que seja enfrentado.
(Albert Einstein)
RESUMO
OLISZESKI, Carlos Alessandro Neiverth. Modelos de planejamento agrícola: um cenário para otimização de processos agroindustriais.2011. 99 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) – Programa de Pós-Graduação em Tecnologia, Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Ponta Grossa, 2010. Os setores agroindustriais, cada vez mais, buscam o aprimoramentoe o conhecimento tecnológico dentro de suas áreas de atuação. Não somente pela concorrência, que é cada vez mais acirrada, mas também pela própria e simples sobrevivência no mercado. Isso faz com que haja uma necessidade de se conseguir uma otimização de ações, que no caso da agroindústria é traduzido como produzir e cultivar alimentos com economia de investimentos, evitando o desperdício de matéria-prima, insumos e mão-de-obra, agravado pelo fato de ser um setor que conta com as adversidades do clima. A pesquisa operacional, como ciência, estrutura processos, propondo um conjunto de alternativas de ação, fazendo a previsão e a comparação de valores, de eficiência e de custos. Já os modelos de otimização, são utilizados quando existe o interesse em se encontrar a alternativa que melhor atenda a um ou simultaneamente a vários objetivos, dado um conjunto de restrições, geralmente lineares. Tendo como princípio a obtenção de soluções ótimas para os processos agroindustriais de planejamento e escolha de culturas agrícolas, o objetivo do presente trabalho foi realizar a construçãode modelos de otimização que devem ser considerados para que haja a maximização de lucros em propriedades agrícolas, com melhor aproveitamento de terras, capital e mão-de-obranos sistemas de produção propostos, bem como a maximização do sucesso de se optar por determinadas culturas.Os modelos desenvolvidos, mostraram ser capazes de planejarem e orientarem o tomador de decisão no que dizem respeito ao tipo de sistema de produção a ser utilizado e também sob qual cultura fazer-se os devidos investimentos.No entanto, osmesmos modelos propostos, servem apenas como ferramentas de auxilio a tomada de decisão, não descartando a interpretação técnica ou o conhecimento tácito do empreendedor. Palavras-chave: Otimização, Agroindústria, Pesquisa Operacional, Culturas Agrícolas
ABSTRACT
OLISZESKI, Carlos Alessandro Neiverth. Models for agricultural planning: a scenario for process agribusiness optimization. 2011. 99f. Dissertation (Master in Production Engineering) - Graduate Program in Production Engineering, Federal Technological University of Paraná. Ponta Grossa, 2010. The agro industrial sectors, increasingly, seek to improve knowledge and technology within their areas. Not only the competition, which is increasingly fierce, but also by the very simple and survival in the market. This means that there is a need to achieve an optimization of actions, which in the case of agribusiness is translated to produce and cultivate food with economy investments, avoiding the waste of raw materials, supplies and manpower, aggravated by being an industry with the adversities of climate. The operational research as a science, structure processes, proposing a set of alternative actions, making the prediction and comparison of values, efficiency and cost. Since the optimization models are used when there is interest in finding the alternative that best meets one or several goals simultaneously, given a set of constraints, usually linear. Having as a principle to obtain optimal solutions for the agro industrial processes of planning and choice of crops, the aim of this work was the construction of optimization models that should be considered so that there is profit maximization in agricultural properties, with improved use of land, capital and manpower in production systems proposed, as well as maximizing the success of opting for certain crops. These models have proved to be able to plan and guide the decision maker as they relate to the type of production system used and also from culture to do what is proper investment. However, they proposed models only serve as tools to aid the decision-making, not discarding the technical interpretation or tacit knowledge of entrepreneurs.
Keywords: Optimization, Agribusiness, Operational Research, Croplands
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1– Estrutura do Desenvolvimento do Modelo Matemático ............................. 16 Figura 2 – Etapas da Modelagem de Processos ....................................................... 22 Figura3 – Exemplo de Otimização Agrícola .............................................................. 25 Figura 4 – Fluxo de Ação para o Ajuste .................................................................... 28 Figura 5 – Fatores de Evolução da Gestão Estratégica ............................................ 28 Figura 6 – Cultivo Convencional ................................................................................ 37 Figura 7 – Fases do Plantio Convencional ................................................................ 38 Figura 8 – Cultivo Orgânico. ...................................................................................... 39 Figura 9 – Cultivo em Plantio Direto .......................................................................... 41 Figura 10 – Cultivo Irrigado ....................................................................................... 43 Figura 11 – Formas de Cultivo Protegido .................................................................. 44 Figura 12 – Fluxograma de modelagem .................................................................... 63 Figura 13 – Distribuição das Culturas de Cereais ..................................................... 69 Figura 14 – Lucro das Culturas de Cereais ............................................................... 71 Figura 15 – Sucesso das Culturas de Cereais .......................................................... 71 Figura 16 – Distribuição das Culturas de Cereais ..................................................... 73 Figura 17 – Lucro das Culturas de Hortaliças ........................................................... 75 Figura 18 – Sucesso das Culturas de Hortaliças....................................................... 76 Figura 19 – Distribuição das Culturas de Frutas ....................................................... 77 Figura 20 – Lucro das Culturas de Frutas ................................................................. 79 Figura 21 – Sucesso das Culturas de Frutas ............................................................ 79 Figura 22 – Distribuição do Planejamento Agrícola ................................................... 80
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Lucro e Sucesso dos Cenários de Cereais .............................................. 68 Tabela 2 - Lucro e Sucesso dos Cenários de Hortaliças ........................................... 72 Tabela 3 - Lucro e Sucesso dos Cenários de Hortaliças sem Batatas ...................... 72 Tabela 4 - Lucro e Sucesso dos Cenários de Frutas ................................................ 76
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Valores Típicos de Agricultores e Pecuaristas ........................................ 29 Quadro 2 - Custos de Produção Agrícola .................................................................. 52 Quadro 3 - Coeficientes Técnicos Agrícolas ............................................................. 60 Quadro 4 - Restrições sujeitas às culturas agrícolas ................................................ 62
SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 13 1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO ....................................................................................... 14 1.2 OBJETIVOS DO ESTUDO .................................................................................. 15 1.2.1 Objetivo Geral .................................................................................................. 15 1.2.2 Objetivos Específicos ....................................................................................... 15 1.3 JUSTIFICATIVA .................................................................................................. 15 2 REVISÃO DE LITERATURA ........................... ...................................................... 17 2.1 O PLANEJAMENTO NO EMPREENDIMENTO RURAL ..................................... 17 2.1.1 O que produzir .................................................................................................. 17 2.1.2 Quanto Produzir ............................................................................................... 18 2.1.3 Para Quando Produzir ...................................................................................... 19 2.2 ADMINISTRAÇÃO DE PROPRIEDADES E ATIVIDADES RURAIS ................... 19 2.2.1 Representação Quantitativa dos Custos Rurais ............................................... 20 2.3.A TOMADA DE DECISÃO NA AGRICULTURA .................................................. 21 2.3.1 Tomada de Decisão Multicritério ...................................................................... 22 2.3.2 Modelos de Planejamento Agrícola e Otimização Agroindustrial ..................... 22 2.4 GERENCIAMENTO AGRÍCOLA ......................................................................... 26 2.4.1 Planejamento e Implementação ....................................................................... 26 2.4.2 Controle e Ajuste .............................................................................................. 27 2.5 GESTÃO ESTRATÉGICA DA FAZENDA ............................................................ 28 2.5.1 Definindo a missão do negócio ........................................................................ 28 2.5.2 Formulação dos Objetivos do Negócio ............................................................. 28 2.5.3 Avaliação dos Recursos do Negócio ................................................................ 31 2.5.4 Gestão Tática ................................................................................................... 32 2.5.5 Identificação, Definição do Problema e Soluções ............................................ 32 2.5.6 Coletar dados e informações ............................................................................ 33 2.5.7 Execução da decisão ....................................................................................... 33 2.6 DECISÃO NA AGRICULTURA E NO MEIO AMBIENTE..................................... 33 2.7 NECESSIDADE HÍDRICA DE CULTURAS AGRÍCOLAS ................................... 35 2.8 SISTEMAS DE CULTIVO .................................................................................... 37 2.8.1 Cultivo Convencional ........................................................................................ 37 2.8.2 Cultivo Orgânico ............................................................................................... 39 2.8.3 Cultivo em Plantio Direto .................................................................................. 41 2.8.4 Cultivo Irrigado ................................................................................................. 42 2.8.5 Cultivo Protegido .............................................................................................. 44 2.8.6 Custos de Produção Agrícola ........................................................................... 45 2.8.7 A Função Produção .......................................................................................... 46 2.8.8 Agrotóxicos ....................................................................................................... 47 2.8.9 Fertilizantes ...................................................................................................... 47
2.9 RISCO CLIMÁTICO E ZONEAMENTO AGRÍCOLA ........................................... 48 3 METODOLOGIA DA PESQUISA ......................... .................................................. 49 3.1 MÉTODO CIENTÍFICO ....................................................................................... 49 3.2 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA ...................................................................... 49 3.3 POPULAÇÃO E AMOSTRA ................................................................................ 49 3.4 ESTRUTURA DA METODOLOGIA APLICADA .................................................. 50 3.5 CARACTERIZAÇÃO DA PRODUÇÃO AGRÍCOLA ............................................ 50 3.5.1 Matriz de Componentes e Coeficientes Técnicos ............................................ 51 3.6 DEFINIÇÃO DE PARÂMETROS ......................................................................... 53 3.6.1 Dados Técnicos Necessários para o Zoneamento Agrícola de Risco Climático53 3.7 COLETA DE DADOS .......................................................................................... 54 3.8 DEFINIÇÃO DAS CULTURAS ............................................................................ 55 3.9 CULTURAS EMPREGADAS PARA OS MODELOS ........................................... 55 3.9.1 Hortaliças ......................................................................................................... 55 3.9.2 Cereais ............................................................................................................. 56 3.9.3 Frutas ............................................................................................................... 56 3.10 DESCRIÇÃO DO MODELO .............................................................................. 57 3.10.1 Variáveis de Decisão ...................................................................................... 58 3.10.2 Funções Objetivo ........................................................................................... 58 3.10.3 Restrições ...................................................................................................... 59 3.11 FORMULAÇÃO DO MODELO .......................................................................... 61 4 ANÁLISE DOS RESULTADOS .......................... ................................................... 68 4.1 CENÁRIO C1 – SEM CONHECIMENTO TÉCNICO DO TOMADOR DE DECISÃO EM CEREAIS .......................................................................................... 69 4.2 CENÁRIO C2 – CEREAIS COM SISTEMA DE PRODUÇÃO EM CULTIVO DE PLANTIO DIRETO .................................................................................................... 70 4.3 CENÁRIO C3 – CEREAIS COM SISTEMA DE PRODUÇÃO EM CULTIVO CONVENCIONAL ..................................................................................................... 70 4.4 CENÁRIO C4 – SEM CONHECIMENTO TÉCNICO DO TOMADOR DE DECISÃO EM HORTALIÇAS .................................................................................... 73 4.5 CENÁRIO C5 – HORTALIÇAS EM SISTEMA DE PRODUÇÃO CONVENCIONAL .................................................................................................................................. 74 4.6 CENÁRIO C6 – HORTALIÇAS EM SISTEMA DE PRODUÇÃO ORGÂNICA ..... 74 4.7 CENÁRIO C7 – HORTALIÇAS EM SISTEMA DE PRODUÇÃO ORGÂNICA SEM CULTURA DA BATATA ............................................................................................ 74 4.8 CENÁRIO C8 – HORTALIÇAS EM SISTEMA DE PRODUÇÃO CONVENCIONAL SEM CULTURA DA BATATA .................................................................................... 75 4.9 CENÁRIO C9 – SEM CONHECIMENTO TÉCNICO DO TOMADOR DE DECISÃO EM FRUTAS ............................................................................................ 77 4.10 CENÁRIO C10 – FRUTAS COM LUCRO E SUCESSO COM PESOS IGUAIS 78 4.11 CENÁRIO C11 – FRUTAS COM PESO MAIOR EM SUCESSO DE CULTURAS MAIS SUSCETÍVEIS ................................................................................................. 78 5 CONCLUSÃO ....................................... ................................................................. 81
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 83 APÊNDICE A ........................................ .................................................................... 89 APÊNDICE B ........................................ .................................................................... 92
13
1 INTRODUÇÃO
Os setores da agroindústria sejam eles, de processamento, insumos,
distribuição e produção primária vêm como em outros setores, aprimorando o
conhecimento tecnológico dentro de suas áreas de atuação, não somente pela
concorrência que é cada vez mais acirrada, mas também pela simples sobrevivência
no mercado. Seja por questões de gerenciamento, controladoria ou tomadas de
decisão, a evidência da empresa do futuro deverá ser baseada no equilíbrio entre a
gestão, o controle de seus projetos e a constante busca por tecnologias e o
desenvolvimento de novos produtos.
Tomar decisões exige um embasamento muito forte, principalmente quando
estão envolvidos grandes investimentos. Caso contrário, corre-se o risco de se
realizar investimentos de forma indevida, ou deixar de fazê-los quando eram
necessários.
Paralelamente a essa situação estão os pequenos produtores, que
geralmente possuem uma baixa renda e retiram seu sustento do pequeno espaço de
terra que dispõem em sua propriedade. Essa classe normalmente não possui base
científica ou conhecimento necessário para planejar adequadamente o seu processo
produtivo e dele retirar os melhores resultados possíveis, mesmo com o auxílio de
um profissional.
Por diversas vezes, as pessoas ligadas ao ramo da agroindústria não
conseguem selecionar as melhores culturas a serem cultivadas em seus solos, não
atentam para os melhores resultados de produtividade com relação ao espaço
disponível ou simplesmente, deixam de lado a possibilidade de obter maior lucro
com a mesma quantidade de recursos disponíveis.
Mas, tomar boas decisões raramente é uma tarefa fácil. Os problemas
enfrentados pelos tomadores de decisão no ambiente comercial competitivo e de
ritmo frenético de hoje em dia são geralmente de extrema complexidade e podem
ser resolvidos por vários cursos de ação possíveis. A avaliação dessas alternativas e
a escolha do melhor curso de ação representam a essência da análise de decisão.
A utilização de técnicas de otimização fundamentadas em processos que
envolvem múltiplos objetivos vem crescendo de forma significativa em diversas
14
áreas, especialmente no que se refere a problemas de tomada de decisão no setor
agrícola.
Partindo desse princípio, o desenvolvimento de modelos que contribuam
para a compreensão mais eficaz dos problemas enfrentados por propriedades rurais,
e que, proponham sistemas e métodos que deem suporte às atividades da
agroindústria, seria de grande auxílio para prover um melhor planejamento dos
processos.
Assim, a construção de modelos matemáticos como ferramentas de
pesquisa e promotora de eficiência decisória pode ser um passo importante para
atingir, com maior exatidão, determinados resultados, bem como prever e controlar
possíveis falhas.
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Numa época em que os processos de produção agrícola constituem fator
importante da economia, algumas questões vêm à tona: O que produzir? Quanto
produzir? Para quando produzir? Como produzir?
A obtenção de um modelo para especificar as exigências técnicas e a
quantidade de recursos utilizados para cada tipo de cultura seria de grande valia
para auxiliar não somente pequenos, mas também médios e grandes produtores e
outras organizações do ramo agroindustrial, ou ainda, qualquer pessoa que
disponha de uma área para cultivo e que pretenda montar ali uma área produtiva.
Contini et al, (1986),dizem que o processo de tomada de decisão do
agricultor é geralmente árduo, dada à complexidade inerente à atividade. Neste
processo incluem-se elementos de tradição e aprendizado, condições de
infraestrutura, motivos psicológicos e sociais, para não dizer o maior de todos, a
realização de maiores lucros.
Este ambiente de risco exige do empreendimento agrícola a capacidade de
adaptação a novos contextos, traduzidos em condições mercadológicas,
econômicas, políticas e sociais nas quais sua atividade está inserida.
Embasado por essas considerações, é possível lançar uma pergunta de
pesquisa: Qual é a melhor forma de otimizar a distribuição de culturas agrícolas em
15
uma propriedade, de modo que retorne os maiores lucros, adaptados às condições
de cada região?
1.2 OBJETIVOS DO ESTUDO
1.2.1 Objetivo Geral
Construir um modelo matemático que auxilie a tomada de decisão
considerando a melhor alternativa em maximizar o lucro (receita líquida) e maximizar
o sucesso das culturas em sistemas de produção agrícola.
1.2.2 Objetivos Específicos
• Analisar os parâmetros indicadores de consumo de insumos e fatores de
produção utilizados nos sistemas de cultivo e os custos de produção de algumas
culturas agrícolas de interesse econômico.
• Definir cenários de planejamento para culturas agrícolas, fornecendo ao
tomador de decisão a melhor estratégia de produção a ser adotada para
determinado período.
• Avaliar, através da construção do modelo matemático, o custo, ciclo e risco
das operações agroindustriais inerentes a cada diferente tipo de cultivo.
1.3 JUSTIFICATIVA
Os últimos desenvolvimentos no setor industrial e de produção têm
aumentado a necessidade de maior sofisticação no planejamento de estratégias e
ferramentas para a agroindústria. Porém, a escassez de modelos de planejamento é
uma realidade que prejudica diversos produtores, principalmente os pequenos.
Em um passado não muito distante, a ciência da gestão era um campo
altamente especializado que, em geral, podia ser praticado apenas por aqueles com
acesso a computadores ou que possuíssem conhecimento avançado de matemática
e linguagens de programação de computador.
16
No entanto, a proliferação dos computadores pessoais e o desenvolvimento
de planilhas eletrônicas fáceis de usar, tornaram as ferramentas de gestão muito
mais práticas e disponíveis para um público muito maior.
Gameiro et al. (2008), desenvolveram um modelo que permite visualizar
ganhos no processos no processo de suprimento de tomates para processamento
industrial.
Neste contexto, Tanure et.al (2009),declararam que, a utilização de modelos
vem a auxiliar efetivamente a tomada de decisão pelo produtor rural, constituindo-se
num valioso instrumento de persuasão para implantação de novas tecnologias e
descarte daquelas já ultrapassadas.
Em complemento, o desenvolvimento de modelos para o auxílio ao
planejamento agrícola, seria mais uma ferramenta a produtores e gerentes de
propriedades rurais, dando suporte às atividades da agroindústria e ao planejamento
desses processos.
Para esclarecer a estrutura seguida na elaboração deste trabalho, a Figura
1demonstra os passos adotados para obtenção do modelo proposto.
Figura 1 – Estrutura do Desenvolvimento do Modelo M atemático Fonte: Autoria Própria
17
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 O PLANEJAMENTO NO EMPREENDIMENTO RURAL
Segundo Vilckas (2004), a elaboração e implementação do planejamento no
setor rural representam um desafio muito grande, tendo em vista que os
empreendimentos desse setor estão sujeitos a um grande número de variáveis,
como a dependência de recursos naturais, a sazonalidade de mercado, a
perecibilidade dos produtos, o ciclo biológico de vegetais e de animais eo tempo de
maturação dos produtos.
Já para Batalha (2007), outro fator importante é a possibilidade de
mudanças imediatas na produção, pois uma vez realizado o investimento, é
necessário aguardar o resultado da produção e escoá-la rapidamente, mesmo em
condições desfavoráveis de mercado, a menos que o produto possa ser estocado à
espera de melhores condições de venda.
Essas particularidades resultam em uma maior complexidade no
gerenciamento do empreendimento rural, que pode ser reduzida com o emprego de
técnicas gerenciais que garantam sua competitividade em longo prazo.
De acordo com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) a
utilização de ferramentas gerenciais pelos produtores ainda é reduzida, mas que
estes, têm percebido que só os conhecimentos técnicos de produção/criação,
embora fundamentais, não bastam, e estão reconhecendo a importância da
administração, em especial a do planejamento, em suas atividades.
Os benefícios da administração para o desempenho econômico das
propriedades rurais são muitos e significativos.
2.1.1 O Que Produzir?
Em qualquer empreendimento rural, a primeira questão que se coloca é qual
ou quais serão os produtos a serem produzidos e em quais quantidades, tendo em
vista os recursos disponíveis e o retorno desejado.
18
Participam dessa decisão diversos fatores que podem ser alinhados
segundo suas principais vertentes: características dos recursos disponíveis e
condições de mercado.
A primeira vista, o espectro de alternativas possíveis, na escolha do elenco de produtos pelo qual se pode optar, parece bastante amplo. Entretanto, esse elenco se restringe à medida que se analisem as características dos recursos disponíveis. Assim, o primeiro estágio de análise supõe que se faça uma avaliação do potencial natural, sem o uso do que se poderia denominar como adequadores de produtividade muito complexos ou caros, tais como corretores de solo, equipamentos ou construções sofisticadas. (CAIXETA-FILHO, 2004).
2.1.2 Quanto Produzir?
É evidente que quando se fala em empresa rural a quantidade a produzir
estará inicial e fortemente vinculada a decisão do que produzir (mínimo
economicamente aceitável), a área disponível (máximo possível) e a demanda ou
restrições do mercado, isto é, quantidade recomendável ou contratada.
Se o máximo recomendável ou contratado for compatível com o máximo
possível, tanto melhor, ocupa-se toda a área disponível. Deve-se observar que o
máximo disponível também estará condicionado às necessidades de recuperação do
solo ou cobertura de áreas degradadas pelo uso, exigindo uma rotatividade dos
espaços de produção.
Dependendo do produto da empresa rural e da capacidade econômica do
produtor, deve-se considerar também a hipótese de estocar o produto em face de
condições melhores de venda futura. Desta forma, restrições de mercado podem ser
atenuadas.
A diversidade produtiva tem por vantagens a economia de escopo,
consorciada ou intercalada (produção com menores custos), redução do risco
(eventos que atinjam um produto não atingem necessariamente os outros), uso mais
balanceado dos recursos produtivos ou ainda alguma auto-suficiência para a
empresa rural. Entretanto, essas alternativas podem introduzir complexidade
administrativa, dispersão de esforços e em algumas situações concorrência pelos
recursos produtivos (equipamentos e mão-de-obra). Alguma diversidade é sempre
positiva, tendo em vista a redução de riscos.
19
Quando dedicados a produtos únicos, estes devem ser tais que ocupem
nichos específicos de mercado ou tenham demandas contratadas com
exclusividade.
2.1.3 Para Quando Produzir?
Como para todos os demais produtos, houve época em que a demanda de
produtos primários era superior a oferta e produzia-se tanto quanto fosse possível,
pois se tinha a certeza de que comercializar era só uma questão de ter os meios
para transportar e atingir os mercados. Assim, "quando entregar" não era uma
questão tão relevante.
Havia demanda para receber todos os produtos primários ou artesanalmente manipulados e estocar era uma preocupação do cliente ou usuário. Entretanto, ao longo do tempo, em face da grande oferta, modernização dos meios de transporte e exigências do mercado consumidor, uma gama significativa de produtos primários passou a fazer parte de cadeias agroindustriais tornando-se insumo para enorme diversidade de produtos industrial. (CAIXETA-FILHO, 2004).
Estocar deixou de ser uma preocupação do cliente ou usuário para ser uma
preocupação da indústria transformadora e do comércio. Estes segmentos,
entretanto, muito mais atentos as economias de escala, passaram a pressionar as
empresas rurais a fornecer seus produtos com a frequência requerida pelo
processamento industrial, evitando-se ao máximo estoque e perdas desnecessárias.
Assim, passou-se a exigir entregas de matérias-primas mais constantes em prazos
determinados.
2.2 ADMINISTRAÇÃO DE PROPRIEDADES E ATIVIDADES RURAIS
Brossier (1990), diz que, não é o indivíduo sozinho que toma as decisões, e
muitas vezes o critério de decisão não é a otimização, mas a obtenção de uma
solução satisfatória ou aceitável, ou seja, a empresa tem relações com o ambiente e
isso lhe garante benefícios e lhe impõe limitações.
Segundo Callado (2009), facilmente, pode-se constatar que, embora não
seja verdade absoluta, a administração das empresas ligadas ao agronegócio
20
brasileiro ainda se desenvolve dentro de critérios tradicionais que apresentam um
padrão de desempenho restrito, considerando seu potencial global.
Sobre a importância de um sistema de custos, Marion (2000), destaca seus
objetivos dentro da empresa afirmando que refletem sua importância como
ferramenta básica para a administração de qualquer empreendimento,
especialmente na agropecuária, cujos espaços de tempo entre produção e vendas,
ou seja, entre custos e receitas, fogem a simplicidade de outros tipos de negócios.
A classificação proposta por Marion (2000) contempla as principais
expectativas conceituais sobre custos rurais por sua adequação, referencias e
enfoque, apresentando três tipos:
a) Quanto a Natureza: Classificação que se refere à identidade daquilo que foi
consumido na produção.
b) Quanto à identificação com o Produto: Classificação que se refere a maior ou
menor facilidade de identificar os custos com os produtos, através de uma
medição precisa dos insumos utilizados, da relevância do seu valor ou da
apropriação dos gastos por rateio.
c) Quanto a sua Variação Quantitativa: Classificação que se refere ao fato de os
custos permanecerem inalterados ou variarem em relação às quantidades
produzidas. Ou seja, os custos podem variar proporcionalmente ao volume
produzido ou podem permanecer constantes, independentemente do volume.
2.2.1 Representação Quantitativa dos Custos Rurais
Os custos de fabricação encontrados dentro das atividades produtivas de
uma organização agroindustrial podem ser classificados entre custos diretos e
indiretos.
Callado et al (2001), apresentam um modelo para estruturar
quantitativamente os custos globais e parciais de produção rural para uma empresa
agroindustrial. Para identificar o valor das margens de contribuição para cada um
dos produtos se deve encontrar seus respectivos custos unitários.
21
O planejamento das operações, demandado pela crescente competitividade
sugere que uma perspectiva analítica sobre o comportamento dos custos de
fabricação deve ser desenvolvida e aperfeiçoada. Mais importante se torna o
processo de apuração e alocação dos custos indiretos de fabricação.
Para visualizar a perspectiva que a apuração dos custos globais de uma
determinada empresa rural oferece, observa-se a estrutura da equação:
Onde:
Cg – Custos Globais
V – Elemento de custo das atividades vegetais;
A - Elemento de custo das atividades animais;
I - Elemento de custo das atividades agroindustriais;
C - Elemento de custo das atividades complementares;
P – Custo unitário do item de custo;
i – Quantidade de elementos de custos das atividades vegetais;
k – Quantidade de elementos de custos das atividades animais;
m – Quantidade de elementos de custos das atividades agroindustriais
q – Quantidade de elementos de custos das atividades complementares.
2.3 A TOMADA DE DECISÃO NA AGRICULTURA
Conforme Brossier (1990) são antigos os esforços no sentido de modelar o
processo de tomada de decisão. A teoria microeconômica da firma constitui o
primeiro esforço de elaboração de um modelo que foca o comportamento dos
produtores (o quê, quanto, por que e para quem produzir). Seu objetivo não é
compreender o funcionamento das unidades e sim conhecer como funciona uma
economia global que age sobre pequenas unidades.
Com esse modelo é possível determinar quais são os produtos que serão
produzidos (o que), em que nível (quanto) e com quais fatores de produção (como).
Assim, a decisão de produzir será tomada quando os custos de uma unidade
suplementar são inferiores às receitas, ou seja, quando for possível obter lucro com
a atividade.
22
Os agricultores gerenciam fatores e técnicas para produzir bens e serviços.
Assim, eles tomam decisões técnicas e econômicas, baseados em regras e
princípios escolhidos rapidamente.
Pindyck e Rubinfeld (1994) dizem que é preciso escolher o grau de risco que
se está disposto a assumir. Ou seja, no momento em que as condições futuras são
incertas, tomar decisão envolve riscos. Assim, a escolha do grau de risco a ser
assumido dependerá de alguns fatores pelos quais os administradores poderão ser
influenciados. Esses fatores podem ser a busca de maiores rendimentos, melhores e
maiores oportunidades, probabilidade de ocorrência, etc.
No caso dos produtores rurais, a falta de informações sobre o
comportamento do mercado e sua composição de custos de produção, os deixa à
mercê de posições especulativas, as quais multiplicam em muito os riscos e
incertezas de suas atividades.
2.3.1 Tomada de Decisão Multicritério
Conforme (Gomes et.al, 2002) nos problemas multicritério, é bastante
comum que, para o agente de decisão, alguns critérios sejam mais relevantes do
que outros.
Por motivos diversos, entre os quais estão suas preferências pessoais
(razoavelmente explicitadas ou completamente subjetivas), o agente de decisão
pode considerar alguns critérios menos ou mais importantes do que os demais.
2.3.2 Modelos de Planejamento Agrícola e Otimização Agroindustrial
Com base em programação matemática, um modelo visa compreender
recursos,socioeconômicos e políticos dos principais objetivos do agricultor e deve
seguir os passos como descrito na figura 2.
Figura 2- Etapas da Modelagem de Processos Fonte: Adaptado de Ragsdale (2009)
23
O trabalho de Gameiro et al. (2008), apresenta resultados que permitem
avaliar positivamente a otimização de modelos em processos agroindustriais, pois,
visualizaram potenciais ganhos no processo de suprimento a partir de sua revisão.
Ainda, disseram que, a gestão de pessoas, máquinas, frotas e dos tempos é
fundamental no contexto. A coordenação das atividades, objetivando maior sincronia
entre as etapas interdependentes, foi capaz de gerar resultados financeiros bastante
significativos no segmento de processamento industrial de tomates.
Ahumada e Villalobos (2008) construíram um modelo em que o objetivo era
maximizar o valor líquido das receitas, e sua principal contribuição era a de
determinar em simultâneo a otimização discreta das despesas e de capital para
ambos os padrões, período único e período.
Segundo (Heckelei e Wolff (2003), o uso de uma abordagem de programação
matemática tem a vantagem de modelar explicitamente condições tecnológicas e
políticas (obrigações, cotas de produção e restrições) em que as funções de
comportamento não podem ser derivadas facilmente.
Louhichi et al. (2004),dizem que os principais componentes que devem
englobar a construção de um modelo para o planejamento rural são:
- Um conjunto de variáveis de decisão que descrevem as atividades
agrícolas e do estado do sistema.
- Uma função objetivo que descreve o comportamento do agricultor e os
objetivos em particular sobre o risco.
- Um conjunto de restrições físicas, financeiras, técnicas, econômicas e
agronômicas, representando as especificações de funcionamento do sistema.
- Um conjunto de políticas e medidas ambientais (preço e mercado), cotas e
obrigações, restrições à condicionalidade, etc.
As primeiras aplicações da programação linear (PL) à economia agrícola
realizaram-se no contexto da empresa agrícola (Throsby, 1974), apud Fragoso et al
(2008).
Esses modelos, fáceis de construir, revelaram-se muito úteis para
compreender a realidade.
A sua ampla utilização no estudo de problemas econômicos aplicados à
agricultura deve-se principalmente à facilidade com que incorporam na sua estrutura
24
os princípios da teoria econômica do produtor e ao fato das necessidades de
informação serem substancialmente inferiores às dos métodos econométricos.
HOWITT, (1995).
O problema econômico do produtor agrícola é geralmente formulado sob a
forma primal da PL, em que o objetivo é determinar a combinação das atividades
agrícolas que maximizam o lucro e que são admissíveis relativamente à
disponibilidade dos recursos fixos.
Segundo Howitt (1995) a origem do problema de sobre-especialização da
solução do modelo de PL, principalmente nos modelos agregados, está no reduzido
número de restrições empíricas comparado com o número observado de atividades
agrícolas na situação de referência, na falta de especificação da não linearidade das
tecnologias agregadas e no fato de ser difícil considerar os preços endógenos dos
produtos e o risco no comportamento dos agentes econômicos.
Caixeta Filho (2004), diz que uma das aplicações mais clássicas da
programação linear, ramo da pesquisa operacional, diz respeito ao planejamento
agrícola, ou mais genericamente, planejamento agroindustrial.
Segundo Engau (2009), muitos problemas na decisão de gestão ou
financiamento, bem como várias outras áreas exigem a consideração simultânea de
vários critérios e, assim, são muitas vezes modelados e resolvidos por meio de
métodos multiobjetivo de programação e de tomada de decisão multicritério.
Uma característica comum a todos estes problemas é que, em geral, não
existe uma única solução ideal, mas sim um conjunto dos chamados soluções de
Pareto, entre os quais, o decisor escolhe, com base em preferências pessoais ou
critérios adicionais não incluídos no modelo de otimização original.
Como exemplo, a figura 3 mostra o resultado de uma otimização agrícola,
onde se pretende produzir um tipo de cereal, de forma que se saiba quanto plantar
ou produzir, dispondo de uma área Q de terreno para plantio.
Sendo seu rendimento R e seu custo de produção C, deseja-se saber como
maximizar a produção, obtendo o maior lucro de retorno e também como minimizar
riscos em função do clima Z, obtendo a melhor área para cultivo.
25
A região delimitada pelo trapézio demonstra a área ideal de plantio e cultivo
de um determinado tipo de cereal, o qual teve seus objetivos focados em
maximização de lucro e minimização de riscos, baseados nas condições de restrição
do produtor.
Figura 3–Exemplo de Otimizacão Agrícola Fonte: Adaptado de Huseby e Haavardsson (2009, P. 2 45)
Alencar et al (2009), desenvolveram um sistema de apoio à decisão que
utiliza programação linear para otimização multiobjetivo de áreas irrigadas baseados
no CISDERGO (Curi e Curi; 2001a), no ORNAP (Curi e Curi; 2001)e no modelo de
Santos (2007), onde foi realizado um comparativo entre dois paradigmas distintos: o
manejo agrícola convencional (utilizando agrotóxicos e adubação química) e o
manejo agrícola orgânico, levando em conta critérios financeiros, sociais e
ambientais.
Pinheiro, Coelho & Aguiar (2005) conseguiram encontrar em seu trabalho
resultados que mostram que o método de programação por metas ponderadas é
superior ao de programação linear (com um único objetivo), por ser mais realista na
medida em que atende com maior precisão os interesses dos produtores, que quase
sempre perseguem objetivos múltiplos.
O trabalho de Recio et al. (2003) incorpora uma programação inteira mista
(PIM) para uma decisão de sistemas de apoio (DSS) que fornecem planos
detalhados para os agricultores "atividades como a seleção das culturas, agendando
26
tarefas de campo, análise de investimento, seleção de máquinas e outros aspectos
do processo de produção. O objetivo do modelo é a minimização dos custos
decorridos pelos agricultores durante a campanha agrícola. O modelo foi utilizado
com sucesso como parte da ampliação de serviços na Espanha, fornecendo
recomendações sobre culturas e rentabilidade.
Vitoriano et al. (2003), desenvolveram um modelo usado para planejar a
exploração dos recursos e para programar as diferentes atividades necessárias para
o cultivo das culturas.
O objetivo global do modelo é minimizar custos totais. O modelo considera o
tempo, precedência e recursos, para restringir a programação de produção
e atividades na exploração. O documento considera duas abordagens de
modelagem, uma em que são particionadas em discretas unidades, e uma segunda
que usa um horizonte temporal contínuo. A primeira é preferida para horizontes de
planejamento em curto prazo, enquanto o último é utilizado por longos horizontes de
planejamento
soltas com janelas temporais.
Ayala et al. (1996) analisaram diversos fatores envolvidos no planejamento
agrícola para identificar áreas aptas e seus riscos na província de Almaria, Espanha.
Silva et al. (1999) utilizaram-se de um modelo de simulação para análise e apoio à
decisão em agrossistemas.
DE GES 2.4 GERENCIAMENTO AGRÍCOLA
De acordo com Duffy e Kayg (2007), gestores de fazendas exercem muitas
funções, e grande parte do seu tempo é gasto fazendo trabalhos de rotina. No
entanto, as funções que distinguem um gerente de um simples trabalhador são
aquelas que envolvem uma quantidade considerável de pensamento e julgamento.
2.4.1 Planejamento e Implementação
A fundamental função é o planejamento. Isso significa escolher um curso de
ação, política ou procedimento.
27
Para formular um plano, os gestores devem primeiro estabelecer metas ou
ter certeza de que eles entendem claramente os objetivos do proprietário e do
negócio.
Em segundo lugar, devem identificar a quantidade e a qualidade dos
recursos disponíveis para se cumprir as metas.
Na agricultura, esses recursos incluem a terra, água, máquinas, animais,
capital e trabalho.
Terceiro, os recursos devem ser alocados entre as várias utilizações
concorrentes.
O gestor deve identificar todas as alternativas possíveis, analisá-las e
selecionar aquelas que mais se aproximam do cumprimento das metas do negócio,
e todos estes passos requerem ao gestor tomar decisões de longo e curto prazo.
Uma vez que um plano é desenvolvido, ele deve ser implementado. Isso
inclui a aquisição de recursos e materiais necessários para colocar o plano em vigor,
além de supervisionar todo o processo.
2.4.2 Controle e Ajuste
A função de controle inclui o monitoramento de resultados, o registro de
informações, e a comparação dos resultados com um padrão.
Ele garante que o plano está sendo seguido e produzirá os resultados
desejados, ou fornece um aviso antecipado para que os ajustes possam ser feitos
ou não.
Os resultados e outros dados relacionados podem ser uma fonte de novas
informações para melhorar os planos futuros.
Se a informação recolhida durante o processo de controle mostra que os
resultados não estão atendendo aos objetivos do gerente, ajustes precisam ser
feitos. Isso pode envolver uma afinação na tecnologia que está sendo utilizada, ou
pode exigir mudanças nas empresas.
28
A Figura 4 ilustra o fluxo de ação desde o planejamento até a implementação e controle para o ajuste.
Figura 4–Fluxo de Ação para o Ajuste Fonte: Turban, 1990 apud Porto, 2002
2.5 GESTÃO ESTRATÉGICA DA FAZENDA
Em princípio, a gestão estratégica de uma propriedade agrícola pode ser
estabelecida com a evolução dos fatores indicados como na figura 5.
Figura 5–Fatores de Evolução da Gestão Estratégica Fonte: Vilckas, 2004
2.5.1 Definindo a missão do negócio
A declaração da missão é uma breve descrição do motivo pelo qual uma
empresa existe. Para algumas fazendas e sítios, a missão pode incluir estritamente
realizações de negócios.
Para uma família proprietária e que tenha negócios em operações, a missão
de exploração pode ser apenas um componente da missão global da família, que
podem refletir os valores sociais, religiosos e culturais, bem como considerações de
ordem econômica.
29
As declarações da missão devem enfatizar os talentos especiais e as
preocupações de cada exploração agrícola e de seus gestores.
2.5.2 Formulação dos Objetivos do Negócio
Duffy e Kayg (2007) dizem que os objetivos fornecem um ponto de
referência para a tomada de decisões e medem o progresso.
Para uma fazenda familiar proprietária e operante, os objetivos do negócio
podem ser um subconjunto de metas para a família em geral.
Para as propriedades maiores, onde os gestores contratados são
empregados, os proprietários podem definir os objetivos, enquanto o gerente se
esforça para atingi-los.
Nem todos os administradores de fazenda têm os mesmos objetivos, mesmo
quando seus recursos são semelhantes. Isso ocorre porque as pessoas têm valores
diferentes. Valores de influenciar as pessoas, a definição de metas e que prioridades
puseram sobre elas.
O Quadro 1 apresenta alguns valores típicos de agricultores e pecuaristas.
Como eles se sentem sobre como cada um deles afetará o seu negócio e os
objetivos da família.
1 Uma fazenda é um bom lugar para se estabelecer uma família.
2 Uma fazenda deve ser administrada como uma empresa.
3 É aceitável que os agricultores peçam dinheiro emprestado.
4 O agricultor deve ter pelo menos duas semanas de férias a cada ano.
5 É melhor ser independente do que trabalhar para alguém.
6 É aceitável que um agricultor também trabalhe fora da fazenda.
7 É mais agradável trabalhar sozinho do que com outras pessoas.
8 Os agricultores devem se esforçar para conservar o solo e manter os
recursos de água e ar limpos.
9 A agricultura familiar deve ser transferida para a próxima geração.
10 Todos os membros da família devem ser envolvidos nas operações.
Quadro 1–Valores Típicos de Agricultores e Pecuaris tas Fonte: Zarifian (1999) apud Fleury e Fleury (2004).
Quando mais de uma pessoa está envolvida no estabelecimento de metas, é
importante reconhecer as diferenças de valores e de estar disposto a se
30
comprometer, se necessário, para se chegar a um conjunto de objetivos
mutuamente aceitáveis.
Quando as metas estão sendo estabelecidas, é necessário ter em mente os
seguintes pontos importantes:
1. Os objetivos devem ser escritos. Isso permite que todos os envolvidos possam ver
e concordar com um registro para a revisão em datas posteriores.
2. Metas devem ser específicas. "Possuir 240 hectares de terras agrícolas classe X
no município Y". Elas ajudam o gerente a determinar se uma meta pode ser atingida
e possibilitar um senso de compreensão e uma oportunidade de pensar sobre as
definições das novas metas.
3. Os objetivos devem ter indicadores. O objetivo de possuir, por exemplo,240
hectares é mensurável, e cada ano o gestor pode avaliar o progresso em direção à
meta.
4. As metas devem ter um calendário. "Para possuir 240 hectares dentro de cinco
anos" é mais útil do que uma meta com uma data de conclusão em aberto, ou vago.
O prazo ajuda a manter o gestor focado em alcançar a meta.
Raramente existe um único objetivo; operadores agrícolas geralmente têm
múltiplos objetivos. Quando isso ocorre, o gerente deve decidir quais metas são
mais importantes.
Algumas combinações de metas podem ser impossíveis de alcançar
simultaneamente, o que torna o processo de classificação ainda mais importante.
Outro trabalho do gestor é equilibrar as compensações entre objetivos
conflitantes.
Qualquer um dos objetivos listados pode ocupar a primeira posição para
uma determinada pessoa, dependendo do tempo e das circunstâncias.
As metas podem e devem mudar com as alterações da idade, condição
financeira, situação familiar, e experiência. Além disso, as metas de longo prazo
podem diferir das metas de curto prazo.
31
A maximização do lucro é frequentemente assumida como sendo um dos
principais objetivos de todos os proprietários de negócios, particularmente no estudo
da economia.
No entanto, os operadores agrícolas, muitas vezes optam pela sobrevivência
ou permanência no negócio acima de maximização do lucro.
O lucro é necessário para pagar as despesas da família e os impostos,
aumento de capital do proprietário, a dívida diminui, e possibilitar a expansão da
produção.
No entanto, vários objetivos possíveis na lista implicam minimização ou
prevenção de riscos, que podem conflitar com a maximização do lucro.
Os planos de produção mais rentáveis em longo prazo e estratégias estão
abertos a maiores riscos também.
Lucros altamente variáveis de ano para ano podem reduzir
consideravelmente as chances de sobrevivência, em conflito com o desejo de um
rendimento estável. Por essas e outras razões, a maximização do lucro nem sempre
é o objetivo mais importante para todos os operadores agrícolas.
O lucro pode ser maximizado sujeito a atingir níveis mínimos aceitáveis de
outros objetivos, tais como segurança, lazer e proteção ambiental. No entanto, a
maximização do lucro tem a vantagem de ser facilmente mensurado, quantificado e
comparado entre diferentes negócios.
2.5.3 Avaliação dos Recursos do Negócio
Fazendas variam muito em quantidade e qualidade dos recursos físicos,
humanos e financeiros disponíveis.
Uma avaliação honesta e profunda desses recursos vai ajudar o gerente de
escolher estratégias realistas para alcançar os objetivos do negócio. Este processo é
frequentemente chamado de varredura interna.
A base de recursos físicos da terra é provavelmente o recurso mais crítico.
Produtividade, drenagem, topografia e fertilidade são apenas algumas das
qualidades que determinam o potencial das terras para uso agrícola.
O número de hectares disponíveis e sua localização também são
importantes. Em muitos estados, existem bancos de dados detalhados que
descrevem as características importantes de um tratamento especial da terra.
32
Outros recursos físicos que devem ser avaliados incluem a criação de gado,
construções de cercas, máquinas e equipamentos, instalações de irrigação e o
estabelecimento de culturas perenes, tais como pomares, vinhedos e pastagens.
As competências dos recursos humanos, dos operadores e demais
funcionários, muitas vezes determinam o sucesso ou o fracasso de determinadas
empresas.
Alguns trabalhadores são talentosos com máquinas, outros se destacam em
marketing ou contabilidade. Igualmente importante, é o grau que cada pessoa gosta
ou não de fazer determinados trabalhos.
Realizar uma auditoria completa das habilidades e preferências pessoais de
cada um, antes de identificar as estratégias competitivas de uma empresa agrícola
poderia ser viável.
Especial atenção deve ser dada à identificação de recursos, que dará a
fazenda uma vantagem competitiva sobre outras empresas.
Se alguns recursos fundamentais são considerados em falta, as estratégias
para preencher essas lacunas podem ser formuladas.
2.5.4 Gestão Tática
Depois de uma estratégia global para a propriedade, o gerente deve tomar
decisões táticas sobre como implementá-la.
Decisões táticas incluem quando, onde e quais culturas agrícolas serão
selecionadas, quais máquinas e quem contratar.
2.5.5 Identificação, Definição do Problema e Soluções
Muitos problemas confrontam um gerente de fazenda. A maioria são
decisões táticas, como, escolher qual semente será utilizada, decidir a forma de
produção para o mercado e decidir a forma de obter acesso à terra.
O segundo passo é começar a lista de soluções possíveis para o problema.
Alguns podem ser evidentes, uma vez que o problema é definido, embora alguns
possam exigir mais tempo e pesquisa. Ainda outros podem tornar-se evidentes
durante o processo de coleta de dados e informações. Este é o momento para
discutir e listar ideias.
33
Costume, tradição, hábito ou não devem restringir o número ou tipos de
alternativas consideradas.
2.5.6 Coletar dados e informações
O próximo passo é coletar dados, informações e fatos sobre as alternativas.
Os dados podem ser obtidos a partir de muitas fontes, incluindo os serviços
de extensão universitária, boletins e panfletos de estações experimentais agrícolas,
serviços eletrônicos de dados, comerciantes de insumos agrícolas, vendedores de
insumos agrícolas, rádio e televisão, redes de computadores, revistas, boletins e
normas de recomendações de melhores práticas.
Talvez a fonte mais útil de dados e informações é um conjunto preciso e
completo dos registros do passado para a própria exploração do gestor.
A tomada de decisão geralmente requer informações sobre eventos futuros,
porque os planos para a produção de lavouras devem ser feitos muito antes de o
produto final estar pronto para o mercado.
O tomador de decisão pode ter que formular algumas estimativas ou
expectativas sobre preços futuros e os rendimentos.
Observações passadas fornecem um ponto de partida, mas muitas vezes,
precisa, ser ajustadas para as condições atuais e previstas.
2.5.7 Execução da decisão
Nada vai acontecer e a meta não será cumprida se simplesmente não for
tomada uma decisão. Essa decisão deve ser correta e atentamente executada, o
que significa tomar algumas medidas.
Os recursos devem ser adquiridos, financiamentos devem ser arranjados,
um calendário construído, e as expectativas comunicadas aos parceiros e
funcionários.
2.6DECISÃO NA AGRICULTURA E NO MEIO AMBIENTE
Gerenciar uma fazenda ou uma propriedade agrícola não é muito diferente
de gerir outros tipos de negócios.
34
As funções básicas, princípios e técnicas de gestão são as mesmas em
todos os lugares, mas uma típica fazenda de negócios tem algumas características
que afetam o modo como as decisões são tomadas.
Uma das características mais marcantes da agricultura é a limitação imposta
sobre as decisões de um gestor pelas leis biológicas e físicas da natureza.
Há algumas que não podem ser feitas, como por exemplo, as culturas
requerem um tempo mínimo para atingir a maturidade.
Mesmo as tentativas de controlar os efeitos das alterações climáticas com o
equipamento de irrigação e cultivo protegido podem ser frustradas por tempestades
repentinas.
A imprevisibilidade do processo de produção é exclusiva da agricultura.
Nem mesmo o melhor gerente pode prever com certeza os efeitos das
variações na precipitação, temperatura, doenças, ou combinações genéticas. Isso
introduz um elemento de risco que a maioria das empresas não agrícolas não
enfrenta.
Na maioria das indústrias, uma empresa pode comprar mais matérias-primas
ou replicar instalações de produção quando a demanda por seus produtos aumenta.
No entanto, o fornecimento do recurso mais valioso na produção agrícola, a terra, é
essencialmente fixo.
No planejamento da exploração agrícola, normalmente, o objetivo será o de
maximizar a margem bruta total.
Em termos matemáticos podemos escrever a função objetivo desta maneira:
0BJ = MB (1) x unidades (1) +MB (2) x unidades (2) + MB (3) x unidades (3)
Quando MB (1) é a margem bruta por unidade (por exemplo, acre de
culturas), da primeira empresa e unidades (1) é o número de unidades da empresa
(hectares) produzidas e sucessivamente para todas as empresas a ser considerada
no plano.
Cada cultura, milho, soja, e as outras, devem ser representadas por um
termo na equação.
A ordem das culturas não importa, mas devem ser consistentes durante todo
o modelo de programação linear.
35
Desenvolver as restrições de recursos para o modelo de programação linear
exige a utilização dos coeficientes técnicos e os limites de recursos em geral.
A forma geral das restrições é:
X1 x UNIDADES(1) + X2 x UNIDADES (2) + X3 x UNIDADES (3) ≤
RECURSO
Onde X1 representa a quantidade de um determinado recurso necessário
para produzir uma unidade da cultura, e assim por diante.
O montante total dos recursos disponíveis para todas as utilizações,
representada por RECURSO na equação, limita o número de unidades das três
culturas possíveis que a propriedade pode produzir.
Cada cultura a ser considerada deve ser incluída nas equações e a restrição
deve ser desenvolvida para cada recurso limitado.
O gestor também poderá impor restrições subjetivas, e arbitrariamente
definir um nível mínimo ou máximo em algumas culturas agrícolas.
2.7 NECESSIDADE HÍDRICA DE CULTURAS AGRÍCOLAS
Conforme Mello e Silva 2007, o termo evaporação designa a transferência
de água para a atmosfera sob a forma de vapor que se verifica em um solo úmido
sem vegetação, nos oceanos, lagos, rios e outras superfícies de água.
De maneira geral, o termo evapotranspiração é utilizado para expressar a
transferência de vapor d’água que se processa para a atmosfera proveniente de
superfícies vegetadas.
Fundamentalmente, a evapotranspiração é proveniente de duas
contribuições: a evaporação da umidade existente no substrato (solo ou água) e a
transpiração resultante das atividades biológicas dos vegetais.
Quando a superfície-fonte é vegetada, os fatores intervenientes no processo
de evapotranspiração aumentam, uma vez que diversos fatores passam a interferir
neste.
36
Dentre estes fatores destacam-se a fase de desenvolvimento da cultura, o
índice de área foliar, as condições fitossanitárias e as condições de umidade do
solo.
Informações da quantidade de água evaporada e ou evapotranspirada são
necessárias em diversos estudos hidrológicos e para adequado planejamento e
manejo.
O conhecimento da evapotranspiração é essencial para estimar a
quantidade de água requerida para irrigação.
O conhecimento do consumo de água nas diversas etapas de
desenvolvimento das plantas cultivadas permite que a administração da irrigação
seja feita de forma mais racional, de acordo com a real exigência da cultura.
Esse conhecimento também tem a sua importância na agricultura não
irrigada, pois permite o planejamento de
épocas de semeadura em função da disponibilidade hídrica média da região
considerada, permitindo maior eficiência no aproveitamento das precipitações.
Para realizar estimativas de evapotranspiração da cultura (ETc) o
procedimento usual é utilizar estimativas da evapotranspiração de referência
(ETo),corrigidas por um coeficiente de cultura (Kc). Esse coeficiente de ajuste é
determinado pela relação:
Kc = ETc / ETo
Os valores de Kc variam com a cultura e com seu estágio de
desenvolvimento, sendo apresentado em tabelas por Doorenbos e Pruitt (1977) e
descritopara diferentes culturas por Doorenbos e Kassam(1994).
Esses valores foram baseados em pesquisas desenvolvidas em diferentes
regiões do mundo, porém, sabe-se que os valores de Kc variam de acordo com as
condições edafoclimáticas, assim como com a cultivar ou variedade empregada.
Os valores de Kc são muito utilizados para a determinação das
necessidades hídricas das culturas, tanto em termos de manejo da água de irrigação
como também no planejamento de sistemas hidro agrícolas.
37
2.8 SISTEMAS DE CULTIVO
2.8.1 Cultivo Convencional
Em geral, o termo convencional denomina o cultivo dos campos utilizando as
técnicas tradicionais de preparo do solo e controle fitossanitário. No sistema
convencional, o cultivo agrícola segue basicamente a seguinte ordem:
Figura 6–Cultivo Convencional Fonte: Autoria Própria
a) Remoção da vegetação nativa (desmatamento): processo de
desaparecimento de massas florestais.
b) Aração: processo de revolver o terreno agrícola com um arado,
equipamento mecânico tracionado. Sua finalidade é descompactar a terra para um
melhor desenvolvimento das raízes. Também enterra restos de culturas agrícolas
anteriores ou ervas daninhas, porventura existentes. Melhora ainda a infiltração de
água no solo.
c) Calagem: etapa do preparo do solo para cultivo agrícola na qual se
aplica calcário com os objetivos de elevar os teores de cálcio e magnésio,
neutralização do alumínio trivalente (elemento tóxico para as plantas) e corrigir o pH
do solo, para um desenvolvimento satisfatório das culturas.
d) Gradagem: Após a aração, o solo ainda poderá conter muitos torrões, o
que dificultaria a emergência das sementes e o estabelecimento das culturas. Com a
utilização do implemento grade, os torrões são desfeitos e a superfície do solo torna-
se mais uniforme.
38
e) Semeadura: Operação que consiste em colocar sementes no solo ou
em recipientes para que germinem e formem plantas. No solo, as sementes podem
ser colocadas a lanço ou dispostas nas linhas ou em covas.
f) Adubação mineral: prática agrícola que consiste no fornecimento de
adubos ou fertilizantes ao solo, de modo a recuperar ou conservar a sua fertilidade,
suprindo a carência de nutrientes e proporcionando o pleno desenvolvimento das
culturas vegetais.
g) Aplicação de defensivos agrícolas: substâncias venenosas utilizadas
no combate às pragas, que atacam as plantações. Sendo: Herbicidas; usados para
matar ervas daninhas, Fungicidas; utilizados no combate de fungos parasitas,
Inseticidas; usados contra insetos, e Nematócidos; que controlam nematódios
parasitas.
h) Capinas: procedimento agrícola que consiste na remoção parcial ou
total da cobertura vegetal existente em determinados locais, com utilização de
ferramenta manual ou produtos químicos, de modo a privilegiar o desenvolvimento
da cultura de interesse.
i) Colheita: Operação que consiste em retirar o efetivo da produção dos
campos, hortas e pomares para eventual comercialização.
Figura 7–Fases do Plantio Convencional Fonte: Autoria Própria
39
2.8.2 Cultivo Orgânico
De acordo com o Sebrae (2011), agricultura orgânica é o sistema de
produção que não usa fertilizantes sintéticos, agrotóxicos, reguladores de
crescimento ou aditivos sintéticos para a alimentação animal.
O manejo na agricultura orgânica valoriza o uso eficiente dos recursos
naturais não renováveis, bem como o aproveitamento dos recursos naturais
renováveis e dos processos biológicos alinhados à biodiversidade, ao meio-
ambiente, ao desenvolvimento econômico e à qualidade de vida humana.
Figura 8–Cultivo Orgânico Fonte: Acervo do Autor
Segundo Erlers (1999), os sistemas agrícolas orgânicos dependem de
rotação de culturas, de restos de culturas, estercos animais, de leguminosas, de
adubos verdes e de resíduos orgânicos, bem como de cultivo mecânico.
Ainda, estariam presentes no sistema de produção orgânico, rochas e
minerais e outras formas de controle biológico de pragas e doenças, para manter a
produtividade e a estrutura do solo.
Em destaque, a prática do cultivo orgânico preocupa-se com a saúde dos
seres humanos, dos animais e das plantas, entendendo que seres humanos
saudáveis são frutos de solos equilibrados e biologicamente
ativos, adotando técnicas integradoras e apostando na diversidade de culturas. Para
tanto, apoia-se em quatro fundamentos básicos:
40
• Respeito à natureza: reconhecimento da dependência de recursos
naturais não renováveis;
• A diversificação de culturas: leva ao desenvolvimento de inimigos
naturais, sendo item chave para a obtenção de sustentabilidade;
• O solo é um organismo vivo: o manejo do solo propicia oferta constante
de matéria orgânica (adubos verdes, cobertura morta e composto orgânico),
resultando em fertilidade do solo; e
• Independência dos sistemas de produção: ao substituir insumos
tecnológicos e agroindustriais.
A importância que a produção orgânica vem assumindo no mercado de alimentos exige regulamentação que assegure ao consumidor a garantia de que está adquirindo um item que obedece às normas legais estabelecidas para o produto orgânico. Entre os atributos de qualidade, cada vez mais os produtos relacionados à preservação da saúde ganham força. Emergem também atributos de qualidade ambiental dos processos produtivos, em especial os relacionados à proteção dos mananciais e da biodiversidade. Como decorrência crescem as demandas por processos de certificação de qualidade e sócio ambiental para atender a rastreabilidade do produto e dos respectivos sistemas produtivos a partir de movimentos induzidos pelos consumidores. (SEBRAE, 2011).
Dentro do objetivo final da produção orgânica, pode-se dizer que estaria o
equilíbrio sustentável do meio ambiente.
Nela, não é permitido o uso de agrotóxicos, adubos químicos e sementes
transgênicas.
A grande vantagem disso, além da produção de alimentos mais
saudáveis e naturais, é a preservação do solo, que fica mais fértil e livre da
toxicidade.
Conforme atesta o MDA (2006), além de conservar o solo, o cultivo de
alimentos orgânicos garante a sobrevivência do trabalhador rural e de sua família,
fortalecendo o vínculo do homem com a terra.
41
2.8.3 Cultivo em Plantio Direto
De acordo com Instituto Agronômico de Campinas (2005), o sistema de
plantio direto (SPD) é um sistema de manejo do solo onde a palha e os restos
vegetais são deixados na superfície do solo.
O solo é revolvido apenas no sulco onde são depositadas sementes e
fertilizantes. As plantas infestantes são controladas por herbicidas. Não existe
preparo do solo além da mobilização no sulco de plantio.
Considera-se que para o sucesso do sistema são fundamentais a rotação de
culturas e o manejo integrado de pragas, doenças e plantas invasoras.
O plantio direto é uma técnica de cultivo conservacionista na qual procura-se manter o solo sempre coberto por plantas em desenvolvimento e por resíduos vegetais. Essa cobertura tem por finalidade protegê-lo do impacto das gotas de chuva, do escorrimento superficial e das erosões hídrica e eólica. Existem diversos sinônimos ou termos equivalentes para plantio direto: plantio direto na palha, cultivo zero, sem preparo ("no-tillage"), cultivo reduzido, entre outros. Efetivamente, poderia considerar-se o plantio direto como um cultivo mínimo, visto que o preparo do solo limita-se ao sulco de semeadura, procedendo-se à semeadura, à adubação e, eventualmente, à aplicação de herbicidas em uma única operação. (EMBRAPA, 2006).
Figura 9–Cultivo em Plantio Direto Fonte: Acervo do Autor
Dentre as vantagens agronômicas do cultivo em sistema de plantio direto
estariam o controle da erosão, o aumento da água armazenada no solo, a redução
da oscilação térmica, o aumento da atividade biológica,
o aumento dos teores de matéria orgânica e a melhoria da estrutura do solo.
42
De acordo com Primavesi (2000), o plantio direto compreende um conjunto
de técnicas integradas que visam melhorar as condições ambientais (água-solo-
clima) para explorar da melhor forma possível o potencial genético de produção das
culturas.
Seguindo a afirmação do autor, é possível afirmar que com a adoção do
plantio direto deve seguir pelo menos três requisitos, sendo eles, o não revolvimento
do solo, a rotação de culturas e uso de culturas de cobertura para formação de
palhada, tudo isso associado ao manejo integrado de pragas, doenças e plantas
daninhas.
Além disso, o plantio direto não deve ser visto como uma receita universal,
mas como um sistema que exige adaptações locais.
Essas têm sido executadas por iniciativa dos próprios agricultores, por meio
da integração contínua de esforços com pesquisadores e técnicos, possibilitando
avanços palpáveis no desenvolvimento e na transferência de tecnologias.
Conforme a EMBRAPA (2000), a adoção do plantio direto expressa a
perfeita harmonia do homem com a natureza e proporciona economias significativas
para a sociedade como um todo.
Assim torna-se possível a minimização de custos de produção e também a
maximização da produtividade de insumos e de mão-de-obra.
O cultivo em plantio direto permite também o cumprimento do calendário
agrícola, que no caso de bens de consumo é evidenciado como de extrema
importância, validando as recomendações do zoneamento e sendo um atrativo para
seguradoras, viabilizando a atividade agrícola.
2.8.4 Cultivo Irrigado
Em todo sistema de cultivo, uma necessidade básica de todas as culturas é
a água.
Segundo (Pires et al, 2008, p.99), esta necessidade é devida ao processo
metabólico desempenhado pelas plantas, principalmente no processo de
transpiração.
No entanto, algumas espécies necessitam de complemento em suas taxas
de pluviosidade total quando atingidos por longos tempos de estiagem, ou períodos
de seca.
43
As plantas absorvem água do solo pelas raízes e apenas uma pequena
parte dela é incorporada na matéria vegetal, na forma de água constituinte, e grande
parte é perdida pelas folhas através dos estômatos, para a atmosfera, na forma de
vapor de água.
Figura 10–Cultivo Irrigado Fonte: Bernardo Salassier (2009)
Quando não há água disponível no solo, ocorre o estresse hídrico.
A elevada exigência de água, portanto, é intrínseca da planta, que, se não
satisfeita, afeta o crescimento e a produção.
O conhecimento disso é fundamental para se entender por que a agricultura
irrigada, mesmo a mais racional e eficiente, é grande demandadora de água, dentre
os diferentes setores da sociedade.
Os principais métodos de irrigação utilizados no Brasil são: gotejamento,
Figura (A),pivô central, Figura (B), aspersão convencional, Figura (C) e por sulcos,
Figura (D).
Christofidis (2006) diz que são irrigados no Brasil 3,44 milhões de hectares,
que correspondem a 5,9% da área cultivada no país.
A região Sul é a que apresenta a maior área irrigada no Brasil em função do
cultivo do arroz irrigado por inundação, principalmente no Rio Grande do Sul.
A irrigação tem importante papel a cumprir, garantindo à atividade agrícola,
sustentabilidade econômica, minimizando, sobretudo os riscos tecnológicos,
representados pela escassez de água.
A B
C
C D C
44
O método considerado ideal é aquele que melhor se adequar às condições
locais de topografia, clima, tipo de solo e de cultivo, disponibilidade e qualidade de
água, mão-de-obra e energia.
2.8.5 Cultivo Protegido
A decisão de se cultivar em ambiente protegido deve vir depois de uma
avaliação criteriosa do mercado e das necessidades climáticas e sanitárias da
cultura em questão.
Inúmeros são os fatores a serem levados em conta ao se projetar o
ambiente protegido. A estrutura deve ser tal que atenda a exigência do cultivo.
A primeira indagação que se faz é: do que proteger o cultivo? Excesso de
radiação, chuvas, geada, insetos?
A segunda pergunta é: O benefício da produção protegida dará sobre preço?
O lucro vem da produção fora de época, do produto sem uso de defensivos,
ou do aumento da produtividade?
A terceira pergunta é: O custo da estrutura que é necessária para produzir
tal hortaliça em tal época é pagável pela produção? Só uma estrutura coberta com
plástico é suficiente, ou será preciso acessórios para modificar o microclima?
Figura 11–Formas de Cultivo Protegido Fonte: Acervo do Autor
45
Uma vez respondidas tem-se o tipo de estrutura de proteção para se cultivar,
e só então se fará a pergunta: como manejar o ambiente protegido?
Segundo Cermeño (1990) a produtividade dentro do ambiente protegido
pode ser 2 a 3 vezes maior que as observadas no campo e com qualidade superior.
Além do controle parcial das condições climáticas, o ambiente protegido
permite a realização de cultivos em épocas que normalmente não seriam escolhidas
para a produção ao ar livre.
Esse sistema também auxilia na redução das necessidades hídricas
(irrigação), através de uso mais eficiente da água pelas plantas.
Outro bom motivo para produzir em ambiente protegido é o melhor
aproveitamento dos recursos de produção (nutrientes, luz solar e CO2), resultando
em precocidade de produção (redução do ciclo da cultura) e redução do uso de
insumos, como fertilizantes e defensivos.
2.8.6 Custos de Produção Agrícola
O custo de produção agrícola é uma excepcional ferramenta de controle e
gerenciamento das atividades produtivas e de geração de importantes informações
para subsidiar as tomadas de decisões pelos produtores rurais e, também, de
formulação de estratégias pelo setor público.
Para administrar com eficiência e eficácia uma unidade produtiva agrícola, é
imprescindível, dentre outras variáveis, o domínio da tecnologia e do conhecimento
dos resultados dos gastos com os insumos e serviços em cada fase produtiva da
lavoura, que tem no custo um indicador importante das escolhas do produtor.
A produção na atividade agrícola, pelas suas particularidades, exige
escolhas racionais e utilização eficiente dos fatores produtivos.
Esse processo de tomada de decisão reflete no seu custo total, que, por sua
vez, impacta os resultados ótimos da atividade.
O custo da produção agrícola é parte essencial para a gestão do
empreendimento rural e o seu acompanhamento pelo estado é importante para a
formulação, implementação e avaliação de políticas públicas.
46
2.8.7 A Função Produção
Nesse processo de escolhas podem ser identificados os produtores
(empresas) e os consumidores (famílias).
Os primeiros utilizam recursos (terra, capital e trabalho, capacidade
tecnológica e empresarial)para a produção de bens e serviços que podem atender
às necessidades, desejos e preferências das famílias.
Estas, além de fornecer os recursos, efetuam pagamentos para as empresas
que os repassam de volta em forma de salários, juros, aluguéis (ou arrendamentos)
e lucros, criando, assim, os fluxos monetários e real da economia (CASTRO, 1988).
Do lado dos consumidores, na opinião de Camps (1988), o processo de
escolha dependerá basicamente do preço do bem específico e de outros bens, da
sua renda e de sua preferência.
Da parte das empresas, Segovia (1988) entende que o problema enfrentado
é de decidir por uma alternativa específica de produção, quando há a necessidade
de renunciar a outras opções existentes, sempre tendo como objetivo maior a
geração de lucros como fator de eficiência.
Diante do problema empresarial anteriormente citado, torna-se claro que a
atividade fundamental da empresa é a produção, que consiste na utilização dos
fatores produtivos e dos recursos intermediários para obter bens e serviços
(MOCHÓM, 2007).
Sobre os fatores produtivos, é importante conceituá-los como sendo todo
agente econômico, pessoa ou coisa capaz de acrescentar valor às matérias primas
em algum momento do processo produtivo (IGLESIAS,1988).
Ao decidir o que e quanto, como e para quem produzir, levando em conta as
respostas do consumidor, as empresas procuram variar a quantidade utilizada dos
fatores, para com isso variar a quantidade produzida do produto. Nesse processo
buscam sempre utilizar a melhor tecnologia ao menor custo.
Vasconcelos e Garcia (2004) entendem que no processo produtivo as
empresas podem utilizar fatores de produção variáveis e fixos.
Os primeiros podem ser conceituados como aqueles cujas quantidades
utilizadas variam quando o volume de produção se altera. Os fatores fixos são
aqueles em que as quantidades não mudam quando a quantidade de produto varia.
47
Essa análise é importante para se observar a eficiência econômica das
empresas.
A função produção representa a tecnologia utilizada no processo produtivo
de determinado produto e a tecnologia determina quais insumos, a sua quantidade e
a forma de utilização dos mesmos.
Dada uma tecnologia de produção, os preços e as quantidades de insumos
determinarão os custos totais e em vista das diferentes possibilidades de utilização
desses fatores, é possível combiná-los de forma a minimizar os custos de produção
(CASTRO et al, 2009).
2.8.8 Agrotóxicos
A legislação vigente entende os agrotóxicos como os produtos e os agentes
de processos físicos, químicos ou biológicos, destinados ao uso nos setores de
produção, no armazenamento e beneficiamento de produtos agrícolas, nas
pastagens, na proteção de florestas, nativas ou implantadas, e de outros
ecossistemas e também de ambientes urbanos, hídricos e industriais, cuja finalidade
seja alterar a composição da flora ou da fauna, a fim de preservá-las da ação
danosa de seres vivos considerados nocivos.
Os agrotóxicos são classificados de acordo com a praga que combatem e
são denominados de acaricidas, bactericidas, fungicidas, herbicidas, inseticidas,
nematicidas e moluscidas.
2.8.9 Fertilizantes
De acordo com a legislação em vigor, fertilizante é a substância mineral ou
orgânica, natural ou sintética, fornecedora de um ou mais nutrientes vegetais.
Aplicados ao solo ou diretamente nas plantas, concorre para o aumento da
produtividade. Tem como fontes de matéria-prima produtos oriundos da
petroquímica e da mineração.
Classificam-se quanto à forma (em pó ou farelados; granulados e mistura de
granulados), quanto aos nutrientes (nitrogenados; fosfatados; potássicos e mistos) e
quanto à concentração (baixa, média e alta concentração).
2.9 RISCO CLIMÁTICO E ZONEAMENTO AGRÍCOLA
48
De acordo com a CIIAGRO (2009), as adversidades meteorológicas e as
variações climáticas têm efeito decisivo no desenvolvimento e produção tanto animal
como vegetal.
Os riscos a que estas espécies, em especial os vegetais estão submetidos,
definem a probabilidade de sucesso do empreendimento agrícola.
Tüller et. al (2009), dizem que o Brasil é um dos mercados agrícolas mais
dinâmicos do mundo e responde por um quinto da produção global de alimentos.
Pode-se constatar que, devido à imensa área do país, é inevitável que o
setor agrícola seja extremamente diversificado em termos de condições geográficas,
produtos, tamanho das propriedades e riscos encontrados nas várias regiões.
São comuns, que ocorram no local de produção rural, adversidades
climáticas que podem afetar direta ou indiretamente a produção agrícola dos
diversos produtos produzidos, tais como seca, granizo, geadas, vendaval, chuvas
em excesso, dentre outras.
Para que haja uma redução dos riscos climáticos para a agricultura e
consequente diminuição das perdas para os agricultores, tornou imprescindível
identificar, quantificar e mapear as áreas mais favoráveis ao plantio das culturas de
sequeiro, levando-se em conta a oferta climática e, mais especificamente, a
distribuição pluviométrica.
O estudos de zoneamento agroclimático sob características microclimáticas
determina a potencialidade de exploração agrícola em função dos parâmetros gerais
e restritivos do clima.
Um dos aspectos mais importantes do zoneamento agroclimático, é a
análise de riscos climáticos, para a definição da característica de uma localidade
com respeito à probabilidade de ocorrência de seca ou outro fenômeno adverso em
um estádio de desenvolvimento vegetal especifico.
49
3. METODOLOGIA DA PESQUISA
3.1 MÉTODO CIENTÍFICO
O método de pesquisa utilizado neste trabalho foi o indutivo. Segundo Gil
(2002), Lakatos e Marconi, (1993), as constatações particulares levam à elaboração
de generalizações.
3.2 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA
A pesquisa pode ser classificada:
• Quanto à natureza: Aplicada. A pesquisa aplicada segundo Silva e
Menezes(2001 p.20), tem por objetivo gerar conhecimentos para aplicação prática
dirigida à solução de problemas específicos. Envolve verdades e interesses locais.
• Quanto à forma de abordagem do problema: Qualitativa e Quantitativa.
• Quanto aos objetivos: Exploratória. Para Gil, (2002 p.44) a pesquisa
exploratória tem como principal finalidade desenvolver, esclarecer e modificar
conceitos e ideias, com vistas à formulação de problemas mais precisos ou
hipóteses pesquisáveis para estudos posteriores.
• Quanto aos procedimentos técnicos: Levantamento. Para Silva e
Menezes(2001 p.21), o levantamento acontece quando a pesquisa envolve
interrogação direta das pessoas cujo comportamento se deseja conhecer.
3.3 POPULAÇÃO E AMOSTRA
A população é caracterizada segundo Lakatos e Marconi (2001 p.108) como
um conjunto de seres animados ou inanimados que apresentam pelo menos uma
característica em comum.
Partindo do conceito exposto, a população desse estudo inclui culturas
agrícolas, propriedades rurais e os coeficientes técnicos para os índices de
produção.
Já a amostra refere-se à parte da população ou do universo, selecionada de
acordo com uma regra ou plano (SILVA e MENEZES, 2001 p. 32).
50
Na presente pesquisa, a amostra compreende as culturas agrícolas de 47
tipos de hortaliças, 21 tipos de cereais e 11 tipos de frutas.
3.4 ESTRUTURA DA METODOLOGIA APLICADA A estrutura da metodologia aplicada para a construção do trabalho foi
definida em formato de fluxograma, conforme Figura 1, e evidencia os
procedimentos a serem utilizados até a obtenção e formulação do modelo.
3.5 CARACTERIZAÇÃO DA PRODUÇÃO AGRÍCOLA
Com a finalidade de estabelecer o entendimento das variáveis envolvidas no
processo de produção e planejamento agrícola, as definições abaixo buscam
explicitar o conteúdo dos fatores adotados na realização deste trabalho.
Unidade de produção: é o estabelecimento rural cujos recursos são
dedicados à produção agrícola, sem necessariamente assumir personalidade
jurídica.
A administração da unidade de produção, normalmente, é efetuada pelo
agricultor, mas a família influi diretamente na tomada de decisão.
Custo de oportunidade: é a remuneração que o recurso obteria na melhor
alternativa de uso. Recorre-se a este conceito quando há necessidade de imputar
valores aos recursos que não são diretamente determinados pelo mercado.
Custo direto: é o custo claramente identificável e mensurável, empregado
exclusivamente na produção de uma determinada exploração.
Custo indireto: é o custo arbitrariamente imputado à exploração, por ser
empregado em mais de uma exploração.
Fatores de produção: a administração da propriedade tem maior peso no
controle da análise dos fatores terra, trabalho humano e capital.
A mensuração contábil de cada um destes itens permite, diante das
condições disponíveis, escolher melhor o tipo de exploração agrícola
economicamente mais rentável.
51
3.5.1.Matriz de Componentes e Coeficientes Técnicos
Os componentes são todos os itens de insumos e fatores de produção
considerados.
Os coeficientes técnicos são as quantidades utilizadas em cada tipo de
exploração e para cada sistema específico de produção.
Estes coeficientes, além da óbvia relação com a cultura estão relacionados
com o tipo de solo, fertilidade, topografia, clima, tecnologias, apoio de serviço de
assistência técnica, estradas e estruturas de apoio, forma de associativismo do
produtor, disponibilidade de insumos e serviços e políticas de crédito e seguro.
Algumas dessas condições se alteram ao longo do tempo, de modo que
convém revisar periodicamente a sua influência, de acordo com os conceitos
seguintes.
Custo médio (variável, fixo e total): é a divisão de cada tipo de custo pelo
número de unidades produzidas.
Custo total: é o conjunto dos custos diretos e indiretos realizados durante as
etapas do processo de produção - somatório dos custos fixos e variáveis, por
unidade de área, no sistema produtivo caracterizado.
Custos variáveis: são aqueles que participam, na medida em que a atividade
produtiva se desenvolve, ou seja, aqueles que somente ocorrem ou incidem se
houver produção, tais como insumos, serviços mecânicos, trabalho humano, custos
financeiros, despesas de comercialização e outras taxas.
É o custo que varia em proporção direta com a quantidade produzida ou a
área plantada num determinado período de tempo.
Quando não há produção, o custo variável é zero.
Custos fixos: são aqueles provenientes dos componentes estruturais
necessários ao processo produtivo, como terra, instalações e benfeitorias físicas,
máquinas e equipamentos, trabalho humano fixo e capital investido.
É o custo que não se altera proporcionalmente à quantidade produzida.
O custo existe mesmo que não haja produção.
52
O Quadro 2 mostra os custos envolvidos num sistema de produção agrícola.
Quadro 2–Custos de Produção Agrícola
Fonte: Conab (2008)
O custo da mão-de-obra permanente contratada é calculado com base no
salário médio encontrado no mercado, acrescido dos encargos sociais de acordo
com a legislação pertinente.
Para efeito dos custos de produção, o salário mensal do trabalhador rural
contratado considera uma carga horária mensal de 22 dias úteis de 8 horas diárias.
Serviços Mecânicos: serviços de máquinas, de tração motora ou por animais
para as funções de:
• distribuição e aplicação de adubos e calcários;
• subsolagem, gradagem, aração;
• plantio;
• aplicação de agrotóxicos;
• tratos culturais;
• irrigação;
• colheita;
• transporte interno;
53
• transporte de trabalhadores;
• classificação e seleção.
3.6 DEFINIÇÃO DE PARÂMETROS
A definição dos parâmetros foi gerada com base no levantamento de dados
para verificar as variáveis existentes relacionadas as diferentes culturas,
formas de cultivo, suas características relevantes, dimensões, vantagens,
desvantagens.
O levantamento dos dados para execução do trabalho levou em
consideração as seguintes atribuições:
� Tipo de cultura agrícola
� Área mínima, máxima e total disponíveis para plantio
� Sistema de cultivo adotado
� Mão-de-Obra demandada
� Necessidade hídrica para cada cultura
� Quantidade de horas de máquinas empregadas
� Cálculo de insumos e serviços
� Custo de Produção/ha
� Ciclo da Cultura
� Receita Líquida e risco climático
3.6.1 Dados Técnicos Necessários para o Zoneamento Agrícola de Risco Climático
Para a elaboração do zoneamento agrícola de risco climático e sua revisão anual, se
faz necessário obter as seguintes informações:
• Dados de fenologia e produtividade
Refere-se aos dados fenológicos das espécies cultivadas, sobre
produtividade, ciclos de maturação fisiológica e épocas de semeaduras.
• Dados de solos
Trata de dados de retenção de água no perfil, e levam em conta a textura dos
54
solos, dividindo-os em três classes de retenção de água, para fins de cálculo
do balanço hídrico.
• Dados climatológicos
As variáveis essenciais são temperatura máxima, temperatura mínima e
precipitação pluviométrica. Entretanto, também contam com dados de
temperatura média compensada, radiação solar, velocidade de vento e
umidade relativa do ar, os quais permitem análises mais detalhadas do clima.
• Dados altimétricos
Indicam os períodos que o plantio tem menor risco de perdas.
3.7 COLETA DE DADOS
O início do levantamento dos dados foi obtido com informações sobre o
setor em estudo, adquiridas em fontes de informação do governo brasileiro
(Embrapa, SEAB, MAPA) e revistas específicas sobre agricultura.
A coleta de dados foi efetuada através da análise dos coeficientes técnicos
de cada cultura selecionada para o estudo, e englobou consulta a bases de dados e
também a manuais técnicos de manejo cultural.
Ainda sobre a coleta dos dados, fez-se necessário a pesquisa de dados
específicos do setor analisado, no que diz respeito ao levantamento dos coeficientes
técnicos das formas de cultivo e dos custos de produção para cada uma delas,
consultas a acervos técnico-didáticos de periódicos on-line e literatura específica, e
por fim, análise e balanceamento de operações unitárias agroindustriais para serem
avaliados e poderem gerar dados estruturados para a tomada de decisão.
Os dados de custo de produção das culturas para a construção do modelo
foram extraídos de fontes científicas especializadas em planejamento e gestão
agrícola, dentre elas, o IAC (Instituto Agronômico de Campinas) e a EMATER do
Distrito Federal.
Os dados econômicos de venda das culturas, relacionadas ao modelo, foram
extraídos de pesquisas de mercado nas bases de dados e preços de revenda do
CEAGESP, CEASA (Campinas) e SEAB Paraná.
55
Para satisfazer os dados técnicos de produção e aprimorar a construção do
modelo, a coleta de dados também se fez presente pela consulta através de
manuais técnicos da EMBRAPA.
3.8 DEFINIÇÃO DAS CULTURAS
Uma vez definidos os documentos a serem pesquisados, o passo seguinte
foi a escolha dos tipos de culturas a englobar a construção do modelo.
Em essência, a escolha das culturas envolvidas envolve três grupos
distintos, sendo eles, hortaliças, cereais e frutas.
A opção de escolha destes tipos de culturas se deu em função do ciclo
vegetativo de cada espécie, o que constitui culturas de ciclo rápido (30 a 40 dias),
anuais (60 a 120 dias) e perenes (1 a 7 anos).
3.9 CULTURAS EMPREGADAS PARA OS MODELOS
3.9.1 Hortaliças
Segundo a CNNPA (1978), hortaliça é a planta herbácea da qual uma ou
mais partes são utilizadas como alimento na sua forma natural.
O produto será designado: verdura, quando utilizadas as partes verdes;
legumes, quando utilizado o fruto ou a semente, especialmente das leguminosas e,
raízes, tubérculos e rizomas, quando são utilizadas as partes subterrâneas.
As hortaliças, de acordo com suas características, são classificadas em:
a) Extra - quando constituída por hortaliças de elevada qualidade, bem
desenvolvidas, compactas e firmes. Não são permitidos defeitos nas hortaliças desta
classe. É indispensável uniformidade na coloração, tamanho e conformação.
b) De primeira - quando constituída por hortaliças de boa qualidade, bem
desenvolvidas, compactas e firmes. As hortaliças deverão apresentar coloração
uniforme, típica da variedade. Não são permitidos danos nas hortaliças, que alterem
sua conformação e aparência, contudo, são tolerados ligeiros defeitos ou manchas.
Não são permitidas rachaduras, cortes e perfurações.
56
c) De segunda - quando constituída por hortaliças que não foram
classificadas nas classes anteriores. São tolerados ligeiros defeitos na conformação
e ligeira descoloração desde que não afetem seriamente as suas características.
São também tolerados pequenos danos de origem física ou mecânica, desde que
não causem defeitos graves.
3.9.2 Cereais
Segundo a CNNPA (1978), cereais são as sementes ou grãos comestíveis
das gramíneas, tais como: trigo, arroz, centeio, aveia.
O produto é designado pelo nome do cereal ou do derivado do cereal,
seguido de sua classificação. Ex.: "arroz extra longo", "arroz inflado".
Os derivados de cereais são classificados em:
a) cereais inflados (inclusive pipocas) - quando obtidos por processos
adequados, mediante o qual rompe-se o endosperma e os grão se inflam. Podem
conter ou serem recobertos de outras substâncias comestíveis.
b) cereais laminados, cilindrados ou rolados - quando obtidos de grãos com
ou sem tegumentos, e laminados por processo adequado.
c) cereais em flocos ou flocos de cereais - quando obtidos de cereais, livres
do seu tegumento, cozidos, podendo ser adicionados de extrato de malte, mel,
xaropes, sal e de outras substâncias comestíveis, secos, laminados e tostados.
d) cereais pré-cozidos ou cereais instantâneos - quando obtidos de cereais,
com ou sem tegumento, pré-cozidos e secos por processo adequado, podendo ser
apresentados de diversas maneiras, tais como: inteiros, laminados, em flocos ou sob
forma de farinha.
3.9.3 Frutas
Segundo a CNNPA (1978), fruta é o produto procedente da frutificação de uma
planta, destinado ao consumo, "in natura".
O produto é designado, simplesmente, por seus nomes comuns, EX:
"banana", "laranja", "pêssego".
As frutas, de acordo com as suas características, são classificadas em:
57
a) Extra - Quando constituída por fruta de elevada qualidade, sem defeitos,
bem desenvolvidas e maduras, que apresentam tamanho, cor e conformação
uniformes. Os pedúnculos e a polpa devem estar intactos e uniformes. Não são
permitidas manchas ou defeitos na casca.
b) De primeira - Quando constituída por fruta de boa qualidade, sem defeitos
sérios, apresentando tamanho, cor e conformação uniformes, devendo ser bem
desenvolvidas e maduras. São tolerados ligeiros defeitos na conformação, tamanho
e cor. As frutas podem apresentar ligeiras manchas no epicarpo (casca), desde que
não prejudiquem a sua aparência geral. A polpa deve estar intacta e firme. O
pedúnculo pode estar ligeiramente danificado.
c) De segunda - Quando constituída por frutas de boa qualidade, compactos
e firmes, mas que não foram classificadas nas classes anteriores. As frutas podem
apresentar ligeiros defeitos na cor, desenvolvimento e conformação, desde que
conservem as suas características e não prejudiquem a sua aparência. As frutas não
podem ser de tamanho muito pequeno. A casca não pode estar danificada, sendo,
porém, tolerados pequenos defeitos ou manchas. A polpa deve estar intacta. Não
são permitidas rachaduras nas frutas, contudo são toleradas rachaduras
cicatrizadas.
d) De terceira - esta classe, destinada a fins industriais, será constituída por
frutas que não foram classificadas nas classes anteriores, desde que conservem as
suas características. Não é exigida a uniformidade no tamanho, cor, grau de
maturação e conformação. As frutas podem ser de tamanho pequeno. Não são
permitidas rachaduras abertas, contudo, são toleradas as rachaduras cicatrizadas,
defeitos e manchas na casca.
3.10 DESCRIÇÃO DO MODELO
Essencialmente, o modelo proposto tem a premissa de estabelecer a melhor
política de investimento em culturas agrícolas, visando obter maiores lucros e a
simultânea diminuição de riscos perante as intempéries climáticas.
A estruturação dos parâmetros para a construção do modelo é evidenciada
da forma descrita abaixo:
58
3.10.1 Variáveis de Decisão
Como forma de integrar as necessidades do modelo, as variáveis de decisão
serão estabelecidas como sendo: hectares utilizados por cada cultura agrícola.
3.10.2 Funções Objetivo
Buscando aprimorar o planejamento dos interesses produtivos, o modelo
contará com duas funções objetivo, sendo uma de maximização dos lucros
produzidos pelas culturas e outra de minimização de potenciais perdas associadas
aos riscos climáticos, caracterizando assim o modelo como um problema
multiobjetivo.
Com interesse em se obter os melhores resultados em relação ao lucro das
culturas agrícolas, ou seja, fazer o melhor aproveitamento da área disponível pelo
produtor, paralelamente com a obtenção do melhor lucro proporcionado por elas, a
primeira função objetivo a ser implementada no modelo será a maximização do lucro
das culturas.
A obtenção da maximização dos lucros das culturas será dada em função de
todos os procedimentos operacionais relativos a cada cultura.
Esta mesma função objetivo, de maximização, será embasada em planilhas
de custo referente a cada cultura agrícola, demonstrando todos os seus gastos
operacionais necessários ao desenvolvimento completo até o ciclo de colheita da
cultura.
As planilhas de custo operacional de cada cultura foram obtidas através de
consulta ao banco de dados do governo brasileiro, especificamente do MAPA
(Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento), da EMBRAPA (Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária) e também, através da interpretação dos
coeficientes técnicos de cada cultura, adquirida pelos fornecedores de matéria-
prima.
De posse dos dados operacionais referentes a cada cultura analisada, foi
encontrado o fator custo total, para que cada uma seja produzida.
59
Em seguida, foi estabelecida uma verificação aos preços de venda
praticados pelo CEASA (Centrais de Abastecimento), CEAGESP (Companhia de
Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo) e também pela bolsa de valores, no
caso de alguns produtos que são classificados como commodities.
Esta relação foi feita como forma de obter o lucro líquido na produção das
culturas econômicas escolhidas, e assim, evidenciando a situação:
Lucro = Receita – Custos
Para a obtenção dos índices de riscos associados a cada cultura foi
efetuado um processamento geral das informações encontradas no zoneamento
agrícola elaborado pelo Ministério da Agricultura.
Os riscos relacionados a cada cultura agrícola serão designados em forma
de porcentagem (%), e posteriormente serão elencados na forma de pesos, com
determinada valoração.
Essa valoração se dá em virtude de quão suscetível cada cultura escolhida
está em relação ao risco climático.
3.10.3 Restrições
As restrições aplicadas ao modelo de planejamento agrícola proposto neste
trabalho apresentam-se de duas formas: as necessárias a cada cultura e as
impostas pelo tomador de decisão.
Quanto às exigências de cada cultura agrícola, as mesmas foram levantadas
através de consulta aos coeficientes técnicos disponíveis através da EMBRAPA e
também em outras plataformas, como a recomendação de softwares agrícolas já
utilizados e validados no âmbito agronômico, como o Agrophytos, para
recomendação de adubação.
60
Como para cada operação e aplicação em insumos de cada cultura agrícola
existe um conjunto de apontamentos de consumo de materiais e mão-de-obra, foi
realizado um levantamento de seus coeficientes técnicos nas bases de dados
citadas acima, para que se pudesse obter o gasto operacional e de insumos que
cada cultura demanda, fornecendo assim os dados para as restrições do modelo a
ser construído, baseado no quadro 3:
Quadro3–Coeficientes Técnicos Agrícolas
Fonte: Conab(2008)
De posse dos dados tabulados, o passo seguinte é a construção do modelo
matemático baseado na pesquisa operacional em programação linear (programação
multiobjetivo), ou seja, maximizar o lucro e o sucesso das culturas.
61
Para BARNETT et al. (1982), a programação com múltiplos critérios
apresenta a vantagem de permitir uma representação mais precisa das funções de
utilidades na tomada de decisão, garantindo, assim, melhores previsões e decisões
a serem tomadas.
O método de programação com múltiplos critérios pode ser caracterizado
como descritivo, operacional e combinado.
A abordagem descritiva é utilizada no caso em que o tomador de decisão, ao
possuir múltiplos objetivos, procura hierarquizar os objetivos por meio de pesos.
A abordagem operacional procura hipotetizar pesos para os objetivos, com a
intenção de examinar seus impactos em um modelo de decisão.
A combinação dessas abordagens procura, primeiramente, descobrir
objetivos e seus pesos e, depois, utilizá-los em um modelo de decisão.
3.11 FORMULAÇÃO DO MODELO
O modelo foi formulado de modo a gerar dados necessários a tomada de
decisão na elaboração do melhor plano de produção agrícola.
A construção e formulação do modelo decisório em questão, pode ser
estabelecida como:
Dada uma área total de plantio AT, determinar as áreas Xj a serem cultivadas
por n culturas similares de modo a otimizar as funções objetivo do problema e
satisfazer as restrições operacionais impostas pelos m recursos de produção.
Os recursos englobados ao efetivo planejamento agrícola, abordado nesta
pesquisa, foram sujeitados às restrições que cada cultura agrícola exige, e ainda, às
impostas pelo tomador de decisão.
62
Todas as culturas presentes na construção do modelo estarão em função de
recursos, aos quais necessitam para que cumpram seu ciclo e então maximizem seu
rendimento, como se pode exemplificar no quadro 4:
RECURSOS - RESTRIÇÕES Cultura Tomador Decisão
Sementes (Kg) Mão-de-Obra(dh) Fertilizantes (Kg) Água (L)
Calcário (Ton) Máquinas (hm) Gesso (Ton) Energ. Elétr. (Kw)
Herbicidas (L) Área (ha) Inseticidas (L) Fungicidas (L)
Regul. Cresc. (L) Desfolhante (L)
Espalh. Ades. (L)
Quadro 4 - Restrições sujeitas às culturas agrícola s
Fonte: O Autor
A descrição dos recursos considerados para a estruturação do modelo é
estabelecida abaixo:
• Mão-de-Obra: serviços contabilizados em dias-homem (dh), ou seja, o
mesmo que 1 homem trabalhar por 1 dia e que definem toda e qualquer
atividade trabalhista dentro da produção agrícola.
• Água: quantidade de água disponível para condução e irrigação da cultura.
• Máquinas: estabelecida em hora-máquina, determina a disponibilidade de
mecanização agrícola atribuída ao ciclo da cultura.
• Insumos: especifica a quantidade disponível de insumos agrícolas para a
condução de cada cultura, englobando fertilizantes e defensivos.
• Serviços: recurso designado as atividades extras dentro de uma atividade
agrícola, como as práticas de industrialização.
63
Para evidenciar o encadeamento das operações que compuseram a
construção do modelo, a figura 12demonstra o fluxo seguido nas decisões da
elaboração:
Figura 12–Fluxograma de modelagem Fonte: Autoria Própria
Posteriormente, as informações recolhidas foram tabuladas no formato de
uma matriz, que forneceu os resultados das culturas relacionadas aos seus
recursos, podendo mais tarde, servir de base para a construção do modelo.
O modelo foi formulado, de modo a gerar dados necessários para tomada de
decisão, através do método da Programação Inteira Multiobjetivo e utilizando o
método Minimax.
A determinação do modelo matemático através da elaboração da
programação multiobjetivo teve seu estabelecimento através do seguinte método:
64
a) dadas k funções objetivos, definir uma função objetivo Z que
representa o desvio máximo das k funções;
b) minimizar a função objetivo Z.
As funções objetivo foram orientadas para a maximização do lucro e do
sucesso do desenvolvimento da cultura, obedecendo a seguinte sequência:
Maximizar o lucro total de produção (Z1):Usado para a determinação da
escolha da cultura que seja mais rentável a área de plantio disponível, sem que haja
uma preocupação com fatores externos a economia agrícola.
onde:
Z1 = função objetivo (lucro);
J= índice da cultura {1,...,n};
Xj= área a ser cultivada da cultura j;
Lj= lucro por unidade de área cultivada da cultura i;
Maximizar o sucesso da cultura(Z2):Usado para a determinação da escolha
da cultura que seja mais suscetível ao seu total desenvolvimento junto a fatores
climáticos da região.
onde: Z2 = função objetivo (sucesso);
J= índice da cultura {1,...,n};
Xj= área a ser cultivada da cultura j;
Pj= sucesso por unidade de área cultivada da cultura i, (Pj=1-Risco)
Modelo:
65
Minimizar ϕ (1)
Sujeito a:
(2a)
(2b)
j (3)
j (4)
j (5)
j (6)
j (7)
j (8)
j (9)
j (10)
onde:
Z1= valor ótimo de referência da função objetivo 1;
Z1= valor ótimo de referência da função objetivo 2;
w1= peso da função objetivo 1;
w2= peso da função objetivo 2;
j= índice da cultura {1,...,n};;
cj= quantidade do recurso utilizada pela cultura j;
R1= quantidade disponível de mão-de-obra;
R2= quantidade disponível de água;
R3= quantidade disponível de máquinas;
R4= quantidade disponível de insumos;
R5= quantidade disponível de serviços;
AT= área total de cultivo;
66
DJ= quantidade mínima a ser cultivada da cultura j;
EJ= quantidade mínima a ser cultivada da cultura j;
O modelo minimiza o desvio percentual máximo ponderado dos valores
ótimos (valores de referência) das funções objetivos Z1 e Z2 ((1), (2(a-b)).
A restrição (3) representa as limitações operacionais impostas pela utilização
de mão-de-obra.
A restrição (4) representa as limitações operacionais impostas pela
disponibilidade de água.
A restrição (5) representa as limitações operacionais impostas pela utilização
de máquinas.
A restrição (6) representa as limitações operacionais impostas pela utilização
de insumos agrícolas.
A restrição (7) representa as limitações operacionais impostas pela utilização
de serviços.
A restrição (8) estabelece a utilização de toda a área total AT.
As restrições (9) e (10) estabelecem limites mínimos e máximos de cultivo
para cada cultura.
Os modelos foram implementados em linguagem de programação matemática
(Lingo 11.0.1.6) utilizando dados em planilha eletrônica Excel 2007.
Para melhorar a definição dos procedimentos que objetivam a modelagem
dos processos de otimização seguidos neste trabalho, seguem os seguintes passos:
a) Maximiza-se a renda líquida sujeita às restrições, com o emprego do
Módulo Solver do Ms Excel, ou com o uso do software otimizador Lingo já
referido anteriormente;
b) Desde que a solução encontrada na etapa anterior não seja adequada para
os objetivos do tomador de decisão, identifica-se qual recurso produtivo é o
mais limitante. Corresponde ao de menor relação Restrição de Recurso /
Coeficiente Técnico da variável de decisão de maior renda líquida / hectare,
em valores absolutos. Tal relação representa a área máxima a ser plantada
com cada cultura, com o uso total do respectivo recurso nesta cultura;
67
c) Identificado o recurso mais limitante e desde que seja viável obter aporte
adicional do mesmo, faz-se uma análise de sensibilidade das soluções
pontuais, em função de acréscimos constantes à disponibilidade do recurso
mais limitante. Ou seja, haverá uma solução produzida pelo Solver, para cada
nível desse recurso;
d) Elabora-se uma planilha demonstrativa dos resultados obtidos com a
solução, que entre as obtidas na análise de sensibilidade, mais se aproximar das
pretensões do tomador de decisão;
Passa-se então ao outro objetivo desejado, o de maximizar o sucesso da
cultura, onde se procurará hierarquizar os objetivos por meio de pesos.
A abordagem operacional foi hipotetizar os pesos para os objetivos, com a
intenção de examinar seus impactos no modelo de decisão.
Esta atribuição de pesos será levada em consideração com a porcentagem
do risco, ou ainda, com a probabilidade do risco a que a determinada cultura esteja
ligada.
68
4. ANÁLISE DOS RESULTADOS
A análise preliminar do modelo consistiu em verificar e entender o
mecanismo de construção por meio de equações matemáticas determinísticas
capazes de representar o encadeamento das atividades de cada cultura, sendo
descrito por:
1) Max = ∑ ci xi i
2) Max = ∑ di xi i
onde: ci = Lucro, di = Sucesso
a1 x1 + a2 x2 + ...anxn = b
sujeito a
a11 x1+ a12 x2... a1n xn ≤ b1 (ou ≥, ou =)
a21 x1 a22 x2... a2n xn b ≤ b2(ou ≥, ou =) ...
am1 x1+ am2 x2+...+ amn xn≤ bm (ou ≥, ou =)
x1,x2 ,...,xn ≥ 0
onde: xi =Cultura, ai =Recursos (restrições)
Para estabelecer a eficiência do modelo, foram propostos diversos cenários,
buscando a variação de resultados.
Para o caso dos cereais, foram elaboradas três situações nas quais se
enquadram os meios de cultivo mais comuns atualmente. Sendo eles, o plantio
direto e o convencional. Paralelamente a isso, se enquadra também a situação em
que o tomador de decisão não conhece a parte técnica da produção, deixando a
cargo do programa todas as escolhas de distribuição.
O lucro total e o sucesso dos três cenários ligados aos cereais podem ser
vistos na tabela 1:
Tabela 1–Lucro e Sucesso dos Cenários de Cereais
Cereais - Com Exigência Cultivo PD Cereais - Com Exigência Cultivo PC Cereais - Sem Conhecimento
F. OBJETIVO 1 (LUCRO TOTAL) F. OBJETIVO 1 (LUCRO TOTAL) F. OBJETIVO 1 (LUCRO TOTAL)
120.550,38 114.341,87 136.884,13
F. OBJETIVO 2 (SUCESSO) F. OBJETIVO 2 (SUCESSO) F. OBJETIVO 2 (SUCESSO)
61,14 59,14 62,63
F. OBJETIVO F. OBJETIVO F. OBJETIVO
40 40 40
69
4.1 CENÁRIO C1 – SEM CONHECIMENTO TÉCNICO DO TOMADOR DE DECISÃO EM CEREIAIS
Este cenário toma por base que o tomador de decisão ou proprietário do
local em que será executado o planejamento agrícola não tenha nenhum
conhecimento técnico agronômico sobre as culturas agrícolas, ou seja, que não
saiba interpretar teores e índices sobre as culturas de cereais de verão ou de
inverno.
Ainda, este cenário deixa a escolha inteiramente a cargo do modelo,
sabendo apenas do quê o tomador de decisão dispõe, e de quanto de cada recurso
ele é capaz de disponibilizar.
O programa calcula inteiramente através do peso atribuído a cada função
objetivo a maximização do lucro e a também a maximização do sucesso das
culturas.
Depois de inseridos os dados na planilha e rodado o modelo através do
software Lingo chegou-se ao resultado mostrado como na figura 13:
Figura 13–Distribuição das Culturas de Cereais
Fonte: Autoria própria
70
Fornecendo os valores de disponibilidade de recursos de Mão-de-Obra(Dh):
100, Água (L): 1.000.000, Máquinas (Hm): 120, Insumos (R$/ha): 20.000, Serviços
(R$/ha): 20.000 e Custo de Produção (R$/ha): 50.000, o modelo determina que com
peso maior em sucesso, que primeiramente se opte mais por um planejamento de
agricultura irrigada e depois em sistema de produção convencional.
O modelo mostra que o lucro obtido seja de R$ 136.884,00.
4.2 CENÁRIO C2 – CEREAIS COM SISTEMA DE PRODUCÃO EM CULTIVO DE
PLANTIO DIRETO
Para estabelecimento de outro cenário ligado aos cereais, fez-se uso do
estabelecimento do cultivo por plantio direto das culturas de verão.
Fornecendo os valores de disponibilidade de recursos de Mão-de-Obra(Dh):
100, Água (L): 1.000.000, Máquinas (Hm): 120, Insumos (R$/ha): 20.000, Serviços
(R$/ha): 20.000 e Custo de Produção (R$/ha): 50.000, o modelo estabelece que com
peso maior em sucesso, o lucro obtido seja de R$ 120.550,00.
4.3 CENÁRIO C3 – CEREAIS COM SISTEMA DE PRODUCÃO EM CULTIVO
CONVENCIONAL
Outro cenário ligado aos cereais faz uso do estabelecimento do cultivo
convencional das culturas de verão.
Fornecendo os valores de disponibilidade de recursos de Mão-de-Obra(Dh):
100,Água (L): 1.000.000, Máquinas (Hm): 120, Insumos (R$/ha): 20.000, Serviços
(R$/ha): 20.000 e Custo de Produção (R$/ha): 50.000, o modelo estabelece que com
peso maior em sucesso, o lucro obtido seja de R$ 114.341,00.
71
Em se tratando do lucro total obtido em cada cenário dos cereais, a figura 14
demonstra os resultados da elaboração do modelo em função do planejamento de
cereais.
Figura 14–Lucro das Culturas de Cereais
Fonte: Autoria Própria
Em se tratando do sucesso da cultura em cada cenário, a figura 15
demonstra os resultados da elaboração do modelo em função do planejamento de
cereais.
Figura 15–Sucesso das Culturas de Cereais Fonte: Autoria Própria
72
Para o caso das hortaliças, foram elaboradas cinco situações nas quais se
enquadram os meios de cultivo mais comuns atualmente. Sendo eles, a produção
convencional e a orgânica. Paralelamente a isso, se enquadra também a situação
em que o tomador de decisão não conhece a parte técnica da produção, deixando a
cargo do programa todas as escolhas de distribuição.
O lucro total e o sucesso dos três cenários ligados as hortaliças podem ser
vistos na tabela 2:
Tabela 2 – Lucro e Sucesso dos Cenários de Hortaliç as Hortaliças - Sem
Conhecimento
Hortaliças - Produção
Convencional
Hortaliças - Produção
Orgânica
F. OBJETIVO 1 (LUCRO
TOTAL)
F. OBJETIVO 1 (LUCRO
TOTAL)
F. OBJETIVO 1 (LUCRO
TOTAL)
2.177.869,20 729.619,37 1.490.766,30
F. OBJETIVO 2
(SUCESSO) F. OBJETIVO 2 (SUCESSO)
F. OBJETIVO 2
(SUCESSO)
45,73 24,84 22,15
F. OBJETIVO F. OBJETIVO F. OBJETIVO
40 40 40
Para enfatizar o balanceamento dos dados e impor situações de restrições
de preferência, optou-se por excluir o planejamento, ou zerar a necessidade da
cultura da batata do modelo.
Esta situação se repetiu tanto para o cultivo convencional como para o
orgânico.
O lucro total e o sucesso dos dois cenários ligados as hortaliças sem a
cultura da batata podem ser vistos na tabela 3:
Tabela 3–Lucro e Sucesso dos Cenários de Hortaliças sem Batatas
Hortaliças - Produção Org. sem Batata Hortaliças- Produção Conv. Sem Batata
F. OBJETIVO 1 (LUCRO TOTAL) F. OBJETIVO 1 (LUCRO TOTAL)
1.786.113,60 607.561,11
F. OBJETIVO 2 (SUCESSO) F. OBJETIVO 2 (SUCESSO)
28,28 18,41
F. OBJETIVO F. OBJETIVO
40 40
73
4.4 CENÁRIO C4 – SEM CONHECIMENTO TÉCNICO DO TOMADOR DE
DECISÃO EM HORTALIÇAS
Este cenário toma por base que o tomador de decisão ou proprietário do
local em que será executado o planejamento agrícola não tenha nenhum
conhecimento técnico agronômico sobre as culturas agrícolas, ou seja, que não
saiba interpretar teores e índices sobre as culturas de hortaliças.
Ainda, este cenário deixa a escolha inteiramente a cargo do modelo,
sabendo apenas do quê o tomador de decisão dispõe, e de quanto de cada recurso
ele é capaz de disponibilizar.
O programa calcula inteiramente através do peso atribuído a cada função
objetivo a maximização do lucro e a também a maximização do sucesso das
culturas.
Depois de inseridos os dados na planilha e rodado o modelo através do
software Lingo chegou-se ao resultado mostrado como na figura 16:
Figura 16–Distribuição das Culturas de Cereais Fonte: Autoria própria
74
Fornecendo os valores de disponibilidade de recursos de Mão-de-Obra(Dh):
1200, Água (L): 1.000.000, Máquinas (Hm): 1000, Insumos (R$/ha): 30.000, Serviços
(R$/ha): 30.000 e Custo de Produção (R$/ha): 100.000, o modelo determina que
com peso maior em sucesso, que primeiramente se opte mais por um planejamento
de agricultura orgânica e depois pelo sistema de produção convencional.
O modelo mostra que o lucro obtido seja de R$ 2.177.869,20.
4..5 CENÁRIO C5 – HORTALIÇAS EM SISTEMA DE PRODUÇÃO
CONVENCIONAL
Para estabelecimento de outro cenário ligado as hortaliças, fez-se uso do
estabelecimento do cultivo por plantio convencional das hortaliças.
Fornecendo os valores de disponibilidade de recursos de Mão-de-Obra(Dh):
1200, Água (L): 1.000.000, Máquinas (Hm): 1000, Insumos (R$/ha): 30.000, Serviços
(R$/ha): 30.000 e Custo de Produção (R$/ha): 100.000, o modelo estabelece que
com peso maior em sucesso, o lucro obtido seja de R$ 729.619,37
4.6 CENÁRIO C6 – HORTALIÇAS EM SISTEMA DE PRODUÇÃO ORGÂNICA
Outro cenário ligado as hortaliças faz uso do estabelecimento do sistema de
cultivo orgânico.
Fornecendo os valores de disponibilidade de recursos de Mão-de-Obra(Dh):
1200, Água (L): 1.000.000, Máquinas (Hm): 1000, Insumos (R$/ha): 30.000, Serviços
(R$/ha): 30.000 e Custo de Produção (R$/ha): 100.000, o modelo estabelece que
com peso maior em sucesso, o lucro obtido seja de R$ 1.490.766,30
4.7 CENÁRIO C7 – HORTALIÇAS EM SISTEMA DE PRODUÇÃO ORGÂNICA SEM
CULTURA DA BATATA
Para estabelecimento de outro cenário ligado as hortaliças, fez-se uso do
estabelecimento do cultivo por plantio orgânico das hortaliças sem a cultura da
batata.
Fornecendo os valores de disponibilidade de recursos de Mão-de-Obra(Dh):
1200, Água (L): 1.000.000, Máquinas (Hm): 1000, Insumos (R$/ha): 30.000, Serviços
75
(R$/ha): 30.000 e Custo de Produção (R$/ha): 100.000, o modelo estabelece que
com peso maior em sucesso, o lucro obtido seja de R$ 1.786.113,59
4.8 CENÁRIO C8 – HORTALIÇAS EM SISTEMA DE PRODUÇÃO CONVENCIONAL
SEM CULTURA DA BATATA
Outro cenário ligado as hortaliças faz uso do estabelecimento do sistema de
cultivo convencional sem a inserção da cultura da batata.
Fornecendo os valores de disponibilidade de recursos de Mão-de-Obra(Dh):
1200, Água (L): 1.000.000, Máquinas (Hm): 1000, Insumos (R$/ha): 30.000, Serviços
(R$/ha): 30.000 e Custo de Produção (R$/ha): 100.000, o modelo estabelece que
com peso maior em sucesso, o lucro obtido seja de R$ 607.561,10
Em se tratando do lucro total obtido em cada cenário das hortaliças, a figura
17 demonstra os resultados da elaboração do modelo em função do planejamento
de cereais.
Figura 17 – Lucro das Culturas de Hortaliças Fonte: Autoria Própria
76
No caso do sucesso das culturas em cada cenário, a figura 18 demonstra os
resultados da elaboração do modelo em função do planejamento das hortaliças.
Figura 18–Sucesso das Culturas de Hortaliças Fonte: Autoria Própria
Para o caso das frutas, foram elaboradas três situações, nas quais se
enquadram o caso de classificar as mais suscetíveis ao risco climático.
Para tanto, foram estabelecidos o mesmo peso para lucro e sucesso, e
também outro cenário para estabelecer o maior peso ao sucesso das culturas mais
suscetíveis.
Paralelamente a isso, se enquadra também a situação em que o tomador de
decisão não conhece a parte técnica da produção, deixando a cargo do programa
todas as esc0olhas de distribuição.
O lucro total e o sucesso dos três cenários ligados aos cereais podem ser
vistos na tabela 4:
Tabela 4–Lucro e Sucesso dos Cenários de Frutas
Frutas - Sem Conhecimento Frutas - Pesos Iguais Frutas - Pesos nas Mais Suscetíveis
F. OBJETIVO 1 (LUCRO TOTAL) F. OBJETIVO 1 (LUCRO TOTAL) F. OBJETIVO 1 (LUCRO TOTAL)
4.969.432,97 4.969.432,97 293.528,78
F. OBJETIVO 2 (SUCESSO) F. OBJETIVO 2 (SUCESSO) F. OBJETIVO 2 (SUCESSO)
65,17 65,17 5,10
F. OBJETIVO F. OBJETIVO F. OBJETIVO
40 20,08074061 60
77
4.9 CENÁRIO C9 – SEM CONHECIMENTO TÉCNICO DO TOMADOR DE DECISÃO EM FRUTAS
Este cenário toma por base que o tomador de decisão ou proprietário do
local em que será executado o planejamento agrícola não tenha nenhum
conhecimento técnico agronômico sobre as culturas agrícolas, ou seja, que não
saiba interpretar teores e índices sobre as culturas de frutas.
Ainda, este cenário deixa a escolha inteiramente a cargo do modelo,
sabendo apenas do quê o tomador de decisão dispõe, e de quanto de cada recurso
ele é capaz de disponibilizar.
O programa calcula inteiramente através do peso atribuído a cada função
objetivo a maximização do lucro e a também a maximização do sucesso das
culturas.
Depois de inseridos os dados na planilha e rodado o modelo através do
software Lingo chegou-se ao resultado mostrado como na figura 19:
Figura 19–Distribuição das Culturas de Frutas Fonte: Autoria própria
78
Fornecendo os valores de disponibilidade de recursos de Mão-de-Obra(Dh):
1200, Água (L): 1.000.000, Máquinas (Hm): 1000, Insumos (R$/ha): 45.000, Serviços
(R$/ha): 45.000 e Custo de Produção (R$/ha): 100.000, o modelo determina que
com peso maior em sucesso, que primeiramente se opte pela cultura do abacate e
do coco.
O modelo mostra que o lucro obtido seja de R$ 4.969.432,97
4.10 CENÁRIO C10 – FRUTAS COM LUCRO E SUCESSO COM PESOS IGUAIS
Para estabelecimento de outro cenário ligado as frutas, fez-se uso do
estabelecimento do mesmo peso das funções objetivo.
Fornecendo os valores de disponibilidade de recursos de Mão-de-Obra(Dh):
100, Água (L): 1.000.000, Máquinas (Hm): 120, Insumos (R$/ha): 20.000, Serviços
(R$/ha): 20.000 e Custo de Produção (R$/ha): 50.000, o modelo estabelece que com
peso igual em sucesso e lucro, o lucro obtido seja de R$ 4.969.432,97
4.11 CENÁRIO C11 – FRUTAS COM PESO MAIOR EM SUCESSO DE CULTURAS
MAIS SUSCETÍVEIS
Outro cenário ligado as frutas faz uso do estabelecimento de maior peso na
função objetivo do sucesso aplicado as culturas que são mais sensíveis aos riscos
climáticos.
Fornecendo os valores de disponibilidade de recursos de Mão-de-Obra(Dh):
100, Água (L): 1.000.000, Máquinas (Hm): 120, Insumos (R$/ha): 20.000, Serviços
(R$/ha): 20.000 e Custo de Produção (R$/ha): 50.000, o modelo estabelece que com
peso maior em sucesso, o lucro obtido seja de R$ 293.528,77.
79
Em se tratando do lucro total obtido em cada cenário das hortaliças, a figura
20 demonstra os resultados da elaboração do modelo em função do planejamento
de cereais.
Figura 20 – Lucro das Culturas de Frutas Fonte: Autoria Própria
No caso do sucesso das culturas em cada cenário, a figura 21demonstra os
resultados da elaboração do modelo em função do planejamento das frutas.
Figura 21–Sucesso das Culturas de Frutas Fonte: Autoria Própria
80
A verificação de funcionalidade do modelo foi realizada por meio da análise
da sua estrutura, simulação e comparação com os dados coletados durante a
pesquisa visando aumentar a credibilidade dos resultados. Os resultados obtidos a
partir do modelo e com os parâmetros de ponto ótimo gerados pelo programa foram
comparados com informações empíricas levantadas em campo.
Assim, podem fornecer ao tomador de decisão a melhor estratégia de
produção a ser adotada para determinado período, ou seja, quais culturas agrícolas
devem ser plantadas e mantidas de modo que o lucro seja máximo e sejam
respeitadas as restrições de seus recursos (solo, mercado comprador, dos
equipamentos disponíveis, área, etc).
Consequentemente, pode-se definir quanto de área da propriedade do
tomador de decisão será destinada a cada cultura e qual o sistema de produção
adotado, formando um esquema de distribuição para o planejamento agrícola, como
indicado na figura 22:
Figura 22- Distribuição do Planejamento Agrícola Fonte: Autoria Própria
Área (ha) Frutas
(ha) Cultivo Plantio Direto
(ha) Cultivo
Orgânico
Área (ha) Hortaliças 1
Área (ha) Cereais 2
(ha) Cultivo Protegido
Área (ha) Cereais 1
(ha) Cultivo Irrigado
Área (ha) Hortaliças 2
81
5. CONCLUSÃO
A inserção de modelos de otimização no planejamento agrícola requer a
confecção de modelos matemáticos, que na maioria das vezes, podem ser
complexos se realizados com muitas variáveis.
Como forma de prever custos e gastos desnecessários, o emprego de
modelos de decisão pode funcionar eficazmente, apresentando alto equilíbrio
quando modelado em regime multicriterial.
Os modelos construídos com atribuição de peso, podem realizar uma maior
veracidade e maior facilidade de validação do modelo, porém, é preciso que haja
uma análise criteriosa quando da efetivação desses pesos.
Em geral, o estudo teórico dos parâmetros empregados para a construção
dos modelos de otimização neste trabalho mostra que o processo da coleta de
dados e a tabulação de coeficientes técnicos das culturas constituem a parte mais
importante do planejamento agrícola.
No entanto, o detalhamento na formulação das variáveis de decisão se torna
crucial para uma produção mais precisa e com menos possibilidade de erros.
Os cenários de planejamento desenvolvidos para a realização dos testes de
funcionalidade do modelo mostraram que, independentemente do parâmetro de
produção adotado pelo tomador de decisão, o modelo matemático proposto neste
estudo é capaz de cumprir a função de auxiliar no planejamento da propriedade.
Em todas as situações onde buscou-se impor o estabelecimento de metas
de cultivo, ou de sistemas de produção, o modelo mostrou-se ser mais eficiente,
proporcionando uma melhor distribuição das culturas em função do lucro
simultaneamente com o sucesso das culturas.
Quando o peso da função objetivo sucesso foi maior, pode-se notar que o
modelo mostra a determinação por meios de cultivo que tem maior despesa e
também maior mão-de-obra, porém através disso, o risco que a cultura tem de não
atingir seu ciclo completo torna-se menor, propiciando seu maior sucesso de
produção.
O modelo mostrou ser capaz de planejar e orientar o tomador de decisão no
que diz respeito ao tipo de sistema de produção a ser utilizado e também sob qual
cultura fazer os devidos investimentos.
82
No entanto, o modelo proposto na elaboração deste trabalho serve apenas
como uma ferramenta de auxilio a tomada de decisão, não descartando a
interpretação técnica ou o conhecimento tácito do empreendedor.
Ainda, com referência ao modelo matemático, este deve ser encarado
separadamente para cada tipo de cultura, ou seja, uma solução para cereais, outra
para hortaliças e outra para frutas.
Este fato se deve ao do ciclo das culturas, que variam de espécie para
espécie.
Neste caso, a construção de um modelo envolvendo todas as variáveis de
ciclo cultural, e uma análise hierárquica da decisão precisaria ser feita.
Muitas pessoas ligadas ao planejamento agrícola normalmente não tem
acesso a novas tecnologias em seus projetos e ações, pelo fator do poder aquisitivo
mais baixo ou até mesmo pelo hábito de cultivar velhas práticas.
Porém, as mesmas, desejam implantar algum processo de melhoria que
apresente alguma vantagem competitiva frente a seus concorrentes, já que estão
sendo as mais afetadas pela expansão da economia.
Por fim, espera-se com a construção deste modelo, que haja um melhor
aproveitamento dos processos que envolvem a agroindústria, seja ela de pequeno,
médio ou grande porte, mas em especial, que favoreça os pequenos produtores, que
já por consequência de mercado, e questões financeiras são de longe os mais
atingidos pelas perdas em processos de fabricação, colheita, plantio, logísticas de
entregas ou pela simples economia na hora de produzir.
83
REFERÊNCIAS
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90
MODEL:
!========================================;
SETS:
CULTURA: X, X1, X2, LUCRO, SUCESSO, LINF, LSUP;
RECURSOS: LIMITE;
LINK(RECURSOS, CULTURA): MATRIZ;
OBJETIVO: PESO;
ENDSETS
!========================================;
DATA:
LUCRO, SUCESSO, LINF, LSUP, LIMITE, MATRIZ, PESO, A REA =
@OLE('c:\lingo_carlos_matriz03_TESTE01.xls');
ENDDATA
!========================================;
SUBMODEL A:
FOBJ1 = @SUM(CULTURA(J): LUCRO(J)*X1(J));
MAX = FOBJ1;
@FOR(LINK(I,J):
@SUM(RECURSOS(I): X1(J)*MATRIZ(I,J)) <= LIMITE(I));
@SUM(CULTURA(J):X1(J)) <= AREA;
@FOR(CULTURA(J):
X1(J) >= LINF(J));
@FOR(CULTURA(J):
X1(J) <= LSUP(J));
Z1 = FOBJ1;
ENDSUBMODEL
!========================================;
SUBMODEL B:
FOBJ2 = @SUM(CULTURA(J): SUCESSO(J)*X2(J));
MAX = FOBJ2;
@FOR(LINK(I,J):
@SUM(RECURSOS(I): X2(J)*MATRIZ(I,J)) <= LIMITE(I));
@SUM(CULTURA(J): X2(J)) <= AREA;
@FOR(CULTURA(J):
X2(J) >= LINF(J));
@FOR(CULTURA(J):
X2(J) <= LSUP(J));
Z2 = FOBJ2;
ENDSUBMODEL
!========================================;
91
SUBMODEL C:
FOBJ3 = Q;
MIN = FOBJ3;
PESO(1)*( @SUM(CULTURA(J): (T1 - LUCRO(J)*X(J))/T1)) <= Q;
PESO(2)*( @SUM(CULTURA(J): (T2 - SUCESSO(J)*X(J))/T2)) <= Q;
@FOR(LINK(I,J):
@SUM(RECURSOS(I): X(J)*MATRIZ(I,J)) <= LIMITE(I));
@SUM(CULTURA(J): X(J)) <= AREA;
@FOR(CULTURA(J):
X(J) >= LINF(J));
@FOR(CULTURA(J):
X(J) <= LSUP(J));
Z3 = FOBJ3;
ENDSUBMODEL
!========================================;
CALC:
@SOLVE(A);
T1 = Z1;
@OLE('c:\lingo_carlos_matriz03_TESTE01.xls', 'SOL1', 'O BJ1') = X1, Z1;
@SOLVE(B);
T2 = Z2;
@OLE('c:\lingo_carlos_matriz03_TESTE01.xls', 'SOL2', 'O BJ2') = X2, T2;
@SOLVE(C);
T3 = Z3;
@OLE('c:\lingo_carlos_matriz03_TESTE01.xls', 'SOL', 'OB J', 'OBJ1', 'OBJ2')
= X, T3, T1, T2;
ENDCALC
!========================================;
END
93
Área Total 100
MINIMO 5 5 5 5 5 5 5 5 5
MÁXIMO 25 25 25 25 25 25 25 25 25
Cultura Alho Abóbora Alface
Tipo
Sistema de Produção Convencional Irrigado Japonesa Menina Abobrinha Americana Crespa Lisa Orgânica
Nº 1 2 3 4 5 6 7 8 9
Mão-de-Obra(Dh) 1 123,5 200,0 63,0 73,0 66,0 153,0 153,0 153,0 181,0
Água (L) 2 4870,0 4870,0 6176,0 6176,0 6176,0 10288,0 10288,0 10288,0 10288,0
Máquinas (Hm) 3 27,0 30,0 5,0 5,0 5,0 16,0 16,0 16,0 9,0
Insumos (R$/ha) 4 9265,9 8003,9 2978,0 2387,0 5510,8 4124,0 4124,0 4124,0 3508,1
Serviços (R$/ha) 5 5180,0 8030,0 2235,0 2530,0 2280,0 5285,0 5285,0 5285,0 6045,0
Custo de Produção (R$/ha) 6 14445,9 16033,9 5213,0 4917,0 7790,8 9409,0 9409,0 9409,0 9553,1
Ciclo da Cultura (Dias) MÍNIMO 140,0 140,0 90,0 120,0 45,0 60,0 70,0 60,0 65,0
MÁXIMO 180,0 180,0 120,0 140,0 50,0 70,0 80,0 70,0 75,0
LUCRO 45554,00 51566,00 10787,04 9123,05 1067,04 9340,00 7091,00 7091,00 38196,80
RISCO 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 0,70 0,70 0,70 0,70
5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5
25 25 25 25 25 25 25 25 25 25 25
Batatas Berinjela
Beterrabas Cebola
Cenouras Chuchu
Batata Orgânica Batata Doce Doce Orgânica Convencional Orgânica Convencional Orgânica Chuchu Formação
10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
34,0 130,0 132,0 70,0 142,0 103,0 105,0 102,0 94,0 128,0 237,0
6176,0 6176,0 6176,0 10288,0 10288,0 10288,0 5348,0 10288,0 10288,0 3870,0
22,0 30,0 6,0 5,0 21,0 7,0 7,0 17,0 27,0 9,0 9,0
12452,5 3018,0 3999,4 2740,4 5565,9 5390,0 4133,4 5629,3 4413,0 4831,1 23849,6
17700,0 2220,0 2860,0 2450,0 5005,0 3560,0 3610,0 3840,0 3895,0 4470,0 7665,0
30152,5 5238,0 6859,4 5190,4 10570,9 8950,0 7743,4 9469,3 8308,0 9301,1 31514,6
120,0 120,0 120,0 120,0 120,0 80,0 80,0 170,0 100,0 100,0 90,0
150,0 150,0 150,0 150,0 150,0 100,0 100,0 190,0 110,0 110,0 120,0
5847,00 11349,50 14950,65 18950,00 13429,00 7049,00 8256,60 3346,00 9692,00 15698,90 16485,38
0,30 0,50 0,30 0,30 0,40 0,70 0,70 0,20 0,60 0,60 0,30
94
5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5
25 25 25 25 25 25 25 25 25 25 25
Couves Feijões Inhame
Jiló
Mandiocas
Couve Couve
Flor Couve Flor Orgânica Vagem Vagem rotação com Tomate Convencional Orgânico Mandioca Mand. Salsa
Mand. Salsa Org.
21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31
78,0 66,0 140,0 196,0 184,0 128,0 130,0 140,0 42,0 226,0 187,0
10288,0 10288,0 10288,0 10288,0 10288,0 10288,0 10288,0 10288,0 6176,0 6176,0 6176,0
18,0 21,0 30,0 5,0 0,0 6,0 30,0 5,0 5,0 6,0 30,0
5313,2 7192,7 710,0 10289,3 2349,6 2360,0 1960,0 4970,9 1300,2 5663,7 6880,2
2900,0 2760,0 1620,0 6160,0 5490,0 2902,4 1480,0 4465,0 1800,0 5125,0 4350,0
8213,2 9952,7 2330,0 16449,3 7839,6 5262,4 3440,0 9435,9 3100,2 10788,7 11230,2
90,0 80,0 80,0 50,0 50,0 150,0 150,0 90,0 300,0 300,0 300,0
100,0 90,0 90,0 60,0 60,0 180,0 180,0 100,0 360,0 360,0 360,0
9286,00 5647,00 36670,00 4350,67 7872,40 9000,00 11902,00 14714,10 4819,80 13320,00 15355,00
0,50 0,60 0,80 0,70 0,70 0,50 0,70 0,70 0,30 0,30 0,30
5 5 5 5 5 5 5 5 5 5
25 25 25 25 25 25 25 25 25 25
Maxixe Melancia Morango Pepino Pimentão Quiabo
Pepino Estufa Pepino rot. Com Tomate Pimentão Estufa Pimentão Orgânico Convencional Orgânico
32 33 34 35 36 37 38 39 40 41
82,0 53,0 788,0 247,0 137,0 233,0 150,0 378,0 233,0 267,0
10288,0 10288,0 10288,0 10288,0 10288,0 10288,0 10288,0 10288,0 10288,0 10288,0
9,0 5,0 11,0 0,0 0,0 2,0 5,0 6,0 5,0 6,0
4420,9 4144,6 29625,2 15641,0 2029,5 23338,3 10656,0 975,2 3778,3 861,2
3080,0 1935,0 24350,0 7410,0 4090,0 7130,0 4770,0 3960,0 7270,0 2850,0
7500,9 6079,6 53975,2 23051,0 6119,5 30468,3 15426,0 4935,2 11048,3 3711,2
60,0 90,0 60,0 60,0 60,0 110,0 110,0 110,0 70,0 70,0
65,0 100,0 80,0 70,0 70,0 120,0 120,0 120,0 80,0 80,0
9639,10 15820,41 146184,00 46857,83 17183,36 75133,00 16200,00 16100,00 7800,00 12600,00
0,50 0,50 0,70 0,30 0,50 0,30 0,70 0,85 0,50 0,70
95
5 5 5 5 5 5
25 25 25 25 25 25
Repolho Tomates
Convencional Orgânico Tomate Hibrido em Estufa Tomate Híbrido Tomate Orgânico
42 43 44 45 46 47
89,0 161,0 397,0 322,0 338,0 493,0
10288,0 10288,0 10288,0 10288,0 10288,0 10288,0
21,0 6,0 0,0 5,0 5,0 6,0
6053,8 936,0 30394,0 30644,1 23393,2 1252,0
3440,0 1790,0 11910,0 10010,0 10410,0 5110,0
9493,8 2726,0 42304,0 40654,1 33803,2 6362,0
100,0 100,0 110,0 110,0 100,0 100,0
120,0 120,0 120,0 120,0 110,0 110,0
8506,00 9958,00 177396,02 111445,89 30196,83 185638,00
0,30 0,60 0,30 0,50 0,70 0,70
96
Área Total 100
MINIMO 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5
MÁXIMO 25 25 25 25 25 25 25 25 25 25
Cultura Arroz Aveia Capim
Feijões Tipo Preto Carioca Carioca Preto
Sistema de Produção Sequeiro Irrigado Plantio Direto Convencional Plantio Direto Convencional Plantio Direto Irrigado Orgânico
Nº 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Mão-de-Obra(Dh) 1 0,0 1,6 5,7 15,5 9,2 9,2 9,2 9,2 2,7 110,0
Água (L) 2 6176,0 10288,0 6176,0 6176,0 6176,0 6176,0 6176,0 6176,0 10288,0 6176,0
Máquinas (Hm) 3 9,0 5,9 46,3 5,0 10,0 8,5 10,0 8,5 9,5 60,0
Insumos (R$/ha) 4 819,0 433,5 169,0 1872,9 1461,9 1465,4 1461,9 1465,4 1670,4 330,0
Serviços (R$/ha) 5 660,0 1239,4 432,0 795,0 976,0 871,0 976,0 871,0 983,5 530,0
Custo de Produção (R$/ha) 6 1479,0 1672,9 601,0 2667,9 2437,9 2336,4 2437,9 2336,4 2653,9 860,0
Ciclo da Cultura (Dias) MÍNIMO 90,0 110,0 140,0 15,0 70,0 70,0 70,0 70,0 70,0 70,0
MÁXIMO 120,0 125,0 160,0 30,0 95,0 95,0 95,0 95,0 95,0 95,0
LUCRO 1500,00 2020,80 30,90 10,00 462,36 563,80 1387,10 1488,60 1171,12 6685,00
RISCO 0,50 0,30 0,40 0,10 0,70 0,60 0,70 0,60 0,30 0,60
5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 25 25 25 25 25 25 25 25 25 25 25
Milho Pastagem
Soja Sorgo
Trigo
Convencional Plantio Direto Orgânico Irrigado Convencional Plantio Direto Orgânico Irrigado Convencional
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21
2,0 2,0 40,0 28,0 0,6 1,2 1,2 40,0 2,0 0,6 2,1 6176,0 6176,0 6176,0 10288,0 6176,0 6176,0 6176,0 6176,0 10288,0 6176,0 6176,0
9,5 9,0 60,0 6,0 10,5 9,0 4,5 50,0 9,0 3,0 0,0 1250,4 1300,8 274,0 1523,9 709,9 1185,7 1260,7 306,6 1260,7 267,5 386,2 755,0 720,0 791,0 1250,0 753,0 696,0 381,0 402,3 696,0 214,3 413,4
2005,4 2020,8 1065,0 2773,9 1462,9 1881,7 1641,7 708,9 1956,7 481,8 799,5 115,0 115,0 115,0 100,0 30,0 90,0 90,0 90,0 90,0 100,0 110,0 135,0 135,0 135,0 115,0 60,0 120,0 120,0 120,0 120,0 120,0 120,0
294,58 739,24 2103,90 1057,90 10,00 643,94 883,94 4910,70 1257,30 283,24 55,88 0,50 0,50 0,50 0,20 0,20 0,60 0,50 0,50 0,30 0,50 0,50
97
Área Total 100
MINIMO 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5
MÁXIMO 25 25 25 25 25 25 25 25 25 25 25
Cultura abacate Abacaxi Banana Côco Goiaba Graviola Laranja Limão Mamão Manga Maracujá
Tipo Sistema de Produção
Nº 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Mão-de-Obra(Dh) 1 26,0 57,0 65,0 52,0 69,0 71,0 20,0 25,0 92,5 19,0 99,0
Água (L) 2 10288,0 10288,0 10288,0 10288,0 10288,0 10288,0 10288,0 10288,0 10288,0 10288,0 10288,0
Máquinas (Hm) 3 7,0 15,0 17,0 8,0 12,0 15,0 15,0 17,0 7,0 9,0 9,0
Insumos (R$/ha) 4 1374,1 8997,6 20881,1 3662,8 6888,4 7318,7 4071,7 5096,0 10034,4 2297,3 12216,4
Serviços (R$/ha) 5 1245,0 2740,0 3110,0 2000,0 2580,0 2800,0 1650,0 1940,0 3215,0 1190,0 3575,0 Custo de Produção
(R$/ha) 6 2619,1 11737,6 23991,1 5662,8 9468,4 10118,7 5721,7 7036,0 13249,4 3487,3 15791,4
Ciclo da Cultura (Dias) MÍNIMO 1095 600 300 730 200 1095 1400 1095 1095 1095 210
MÁXIMO 1460 642 420 750 230 1460 1460 1460 1460 1460 270
LUCRO 33744,50 29442,40 49683,90 2952,00 21731,60 99381,30 66278,30 16964,00 595,60 19588,70 18823,60
RISCO