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Boletim VOLUME 28 - NÚMERO 2 SÃO PAULO-SP - BRASIL MAR./ABR. 2004 www.pge.sp.gov.br CENTRO DE ESTUDOS PROCURADORIA GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

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BoletimVOLUME 28 - NÚMERO 2SÃO PAULO-SP - BRASIL

MAR./ABR.2 0 0 4

www.pge.sp.gov.br

CENTRO DE ESTUDOSPROCURADORIA GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

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145B. Cent. Estud., São Paulo, 28(2):145-148, mar./abr. 2004

Editorial ................................... 147

Entrevista ................................ 149

História da PGE/SP 155

Notícias ...................................... 157

PGE na imprensa ......................... ..... 170Cursos da PGE ............................ ..... 184

PareceresServidor Público – Licença-prêmio.

Período de Gozo. Análise da LeiComplementar n. 857/1999 ............. 185

Cancelamento de Arquivamento deAlterações Contratuais Promovidaspor Sócio Majoritário ....................... 192

Sumário

Peças e JulgadosAgravo de Instrumento – Ação Civil

Pública. Loteamento Irregular.Ilegitimidade Passiva da FazendaPública ............................................. 199

Usucapião de Bens de Sociedade deEconomia Mista ............................... 216

EmentáriosContencioso ......................... ............. 227Assistência Judiciária ........ ................... 231

Legislação Federal ............................................. 235 Estadual ........................................... 268 PGE .................................................. 286 Poder Judiciário .............................. 292

Índice remissivoda Legislação ...................... 301

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B. Cent. Estud., São Paulo, 28(2):145-148, mar./abr. 2004

Expediente

PROCURADORIA GERAL DO ESTADO

Procurador Geral do Estado:Elival da Silva Ramos

Procurador Geral do Estado Adjunto:José do Carmo Mendes Júnior

Procuradora do Estado Chefe de Gabinete:Sylvia Maria Monlevade Calmon de Britto

Subprocuradores Gerais:Ana Maria Oliveira de Toledo Rinaldi (Consultoria), JoséRenato Ferreira Pires (Contencioso), Mariângela Sarrubbo(Assistência Judiciária)

Corregedor Geral da PGE:Dionísio Stucchi Júnior

Ouvidora Geral da PGE:Raquel Freitas de Souza

Procurador do Estado Instrutor:Geraldo Alves de Carvalho

Assessoria:Anadil Abujabra Amorim, Claudia Polto da Cunha, CristinaMargarete Wagner Mastrobuono, Décio Grisi Filho, FátimaFernandes Catellani, Hélio Moretzsohn de Carvalho, JoséMilton Garcia, José Roberto de Moraes, Juan FranciscoCarpenter, Magaly Motta de Oliveira, Maria Emília Pacheco,Mário Engler Pinto Júnior, Marília Schmidt Simonsen, MirianKiyoko Murakawa, Ruth Helena de Oliveira Pimentel, SidneiFarina de Andrade, Sílvia Helena Furtado Martins, Vera Lú-cia Gonçalves Barbosa e Yara Chucralla Moherdaui Blasi

Conselho da PGEElival da Silva Ramos (Presidente), José do Carmo MendesJúnior, Dionísio Stucchi Júnior, Mariângela Sarrubbo, JoséRenato Ferreira Pires, Ana Maria Oliveira de Toledo Rinaldi(membros natos); Claudia Cardoso Chahoud, Cristina GuelfiGonçalves, Ivan de Castro Duarte Martins, Marcelo GrandiGiroldo, Marcia Maria Barreta Fernandes Semer, MaurícioKaoru Amagasa, Shirley Sanchez Tomé e Vitore AndréZilio Maximiano

CENTRO DE ESTUDOS

Procuradora do Estado Chefe:Maria Clara Gozzoli

Assessoria:Maria Aparecida Medina Fecchio, Marialice Dias Gonçalves,Norberto Oya e Raquel Freitas de Souza

Comissão EditorialMaria Clara Gozzoli, Dirceu José Vieira Chrysóstomo, DoraMaria de Oliveira Ramos, Francisco de Assis Miné RibeiroPaiva, Juan Francisco Carpenter, Marialice Dias Gonçalves,Márcia Rodrigues Machado, Mirna Cianci, Mônica TonettoFernandez, Plinio Back da Silva, Simone Aparecida Martins

BoletimMarialice Dias Gonçalves (Coordenação Editorial), RodrigoCorrea da Cunha (pesquisa legislativa e ementários), Simo-ne Vulcano Medeiros (ementários) e Celso de AlmeidaBraga Mitaini (distribuição)

Redação e Correspondência:Serviço de Divulgação do Centro de Estudos da Procura-doria Geral do Estado de São Paulo - Boletim do Centro deEstudos da PGE/SP - Rua Pamplona, 227 - 3º e 4º andaresCEP 01405-902 - São Paulo - SP - Tels. (11) 3372-6426,3372-6490, e-mail: [email protected]

Projeto e produção gráfica:

PÁGINAS & LETRAS Editora e Gráfica Ltda.Tels. (11) 6618-2461 - 6694-3449e-mail: [email protected]

Tiragem: 2.000 exemplares

As colaborações poderão ser encaminhadas diretamen-te ao Serviço de Divulgação do Centro de Estudos. Osartigos jurídicos, pareceres e peças processuais somenteserão publicados com a aprovação da Comissão Edi-torial, e as opiniões neles contidas são de exclusivaresponsabilidade dos respectivos autores, não vincu-lando a Administração Pública.

O Centro de Estudos ofereceos seguintes serviços:

Biblioteca Central e54 Bibliotecas Setoriais

Revista da PGE

Serviços de cópiasdo acervo da

Biblioteca Central

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147B. Cent. Estud., São Paulo, 28(2):145-148, mar./abr. 2004

Editorial

AS PROCURADORIAS REGIONAISE A NOVA LEI ORGÂNICA DA PGE

Dentre as várias expectativas que estão sendo geradas com apossibilidade do advento da nova Lei Orgânica da Procuradoria Geraldo Estado está aquela atinente à configuração que será dada às Pro-curadorias Regionais, ora em número de 12.

Há muito a vetusta Lei Complementar n. 478, de 18 de julho de1986, já não atende aos anseios e necessidades da Instituição (até pelofato de ela preceder a Constituição Federal de 1988 e a ConstituiçãoBandeirante de 1989), o que não é diferente quando a questão é analisadasob o prisma das Unidades Regionais, onde atuam expressivo número deProcuradores do Estado.

Deve-se render encômios, portanto, à iniciativa de constituição dogrupo de trabalho para elaboração do anteprojeto da nova Lei Orgânica(ora em discussão perante o E. Conselho da PGE), que se materializouatravés da Resolução PGE n. 142, de 26 de abril de 2002.

Volvendo à questão das Regionais, parece ser voz uníssona, por exem-plo, que sua atual divisão (nos termos do artigo 30 da L.C n. 478/86) estádivorciada da realidade.

Na Área do Contencioso Fiscal, se for tomada como paradigma aSecretaria da Fazenda, no âmbito da Procuradoria Regional de Campinas(cuja competência territorial abrange 90 municípios) há quatro DelegaciasRegionais Tributárias (DRT-5, DRT-6, DRT-15 e DRT-16), o que evidenciao descompasso existente e causa óbices de toda natureza aos Procuradoresdo Estado (necessidade de adequação ao modo de trabalho de cada DRT,morosidade no recebimento de processos/expedientes via malote, etc.),principalmente se considerarmos que a Secretaria da Fazenda é o maior“cliente” da Área do Contencioso nas Regionais.

A Regional de Campinas apenas foi tomada como exemplo poruma questão de deferência aos demais Chefes e colegas de outrasRegionais, pois não me cabe imiscuir na seara alheia, mas a disparidadeexistente, como já foi dito acima, atinge praticamente a todos, em menorou maior grau.

Nesse passo, para que possam bem desempenhar as atribuições quelhe são conferidas no artigo 36 do anteprojeto da Lei Orgânica, é decurial importância que a divisão das Regionais, preconizada no artigo 30(“Os limites territoriais e a respectiva sede das Procuradorias Regionaisdeverão coincidir com as das Regiões Administrativas do Estado, salvoquando relevantes razões de interesse do serviço justificarem a adoçãode outro critério de organização. Parágrafo único – O número de Procu-radorias Regionais não poderá ser inferior ao de Regiões Administrativasdo Estado.”) e no artigo 27 (e seu parágrafo 1º: “a divisão em subuni-dades deverá basear-se em critério racional e eqüitativo de distribuição

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Editorial

do trabalho, levando-se em conta a quantidade, natureza, complexidade,importância estratégica, valor econômico envolvido, local de exercício egrau de dificuldade na execução dos serviços”) do anteprojeto leve emconsideração, e corrija, as discrepâncias atualmente existentes, que remon-tam a tempos imemoriais, diga-se de passagem.

Insta também dizer que a gratificação por local de exercício, previstano artigo 117 (“Os Procuradores do Estado, cujo local de exercício, pelascondições de acesso, precariedade das instalações, insuficiência dequadros, inclusive de apoio, amplitude da área de atuação, distâncias apercorrer, entre outros requisitos, seja classificado como de difícil aten-dimento farão jus à Gratificação por Local de Exercício, correspondentea 25% (vinte e cinco por cento) da soma do valor da referência e do valordo regime de Advocacia Pública – RAP, do Procurador do Estado NívelEspecial.”) do mencionado anteprojeto, vai ao encontro das necessidadese anseios da Instituição e de seus integrantes, pois, constasse ele da L.C.n. 478/86, certamente a nefasta situação de algumas unidades (e de algunscolegas), seria ao menos mitigada.

Muitos outros aspectos do anteprojeto da Lei Orgânica da PGE mere-ceriam abordagem neste espaço, mas na qualidade de representante deumas das maiores Regionais (em extensão territorial e volume de trabalho),penso que estes dois acima citados certamente são extremamenteimportantes para a redução da iniqüidade ora existente, que, repito,remonta a tempos imemoriais.

Oxalá nossa nova Lei Orgânica mantenha essa vertente traçada emseu anteprojeto, que beneficiará toda a Instituição e seus integrantes.

Adalberto Robert AlvesProcurador do Estado

Respondendo pelo expediente da Regional de Campinas

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149B. Cent. Estud., São Paulo, 28(2):149-154, mar./abr. 2004

Entrevista

CE - Quanto tempo você traba-lhou na PJ-6?

Ingressei na carreira em 1989 e jácomecei a trabalhar na PJ-6. Eu só saíde lá agora, no último dia 22 demarço, quando comecei a trabalhar naPJ-4 (professores). Fiquei portanto naPJ-6 por quase 15 anos. Não diria queforam 15 anos, porque, em 1995, eufiquei alguns meses no Gabinete doProcurador Geral, fui assistente do Dr.Eduardo de Melo (SubprocuradorGeral do Contencioso, de janeiro aoutubro de 1995), no período em queele ficou, então tive uma experiênciadiferente, curta, mas diferente. Masquando saí do Gabinete, voltei para a PJ-6 e, antes deir já exercia a chefia, desde março de 1994. Na prática,exerci a chefia por 10 anos.

CE - Que assuntos predominam na PJ-6?Predomina a responsabilidade civil, notadamente

as ações de reparação de danos, derivadas dosexpedientes da Polícia Militar, que se constitui no maior“cliente” da PJ-6 em quantidade, mas não nacomplexidade. O número de expedientes que vêm daPM é volumoso, o que torna a atividade da Fazenda-autora bem variada, porque o Procurador tem deconvocar o devedor, receber, fazer cálculos, celebraracordos, firmar o termo de confissão de dívida, ajuizara execução etc. Entretanto, os assuntos são bem di-versificados, abrangendo ainda ações civis, improbidadeadministrativa, inadimplementos contratuais, em ex-pedientes originários de todos os poderes do Estado.

CE - Quando começou a parceriada PGE com o Procon?

A rigor começou em 1992, quandoas primeiras ações foram propostaspelo CAT, na época Coordenadoria deApoio Técnico, que ficava junto aoGabinete do Procurador Geral. Coma extinção do CAT, todas essas açõesvieram para PJ-6 para acompanha-mento, já que eram ações em que oEstado estava no pólo ativo. As açõesforam ajuizadas até 2003, quando todomaterial foi encaminhado para oProcon, em razão da resolução quedesignou dois Procuradores para cuidardo contencioso e da consultoria da

Fundação Procon. A partir daí, começamos a separaro que era atividade nossa ao longo desses anos,recolhendo e organizando os trabalhos, em seqüência,para salvaguardar em algum lugar essa memória. Noinício dessa atividade contenciosa, o Procon não erauma fundação, mas um órgão da Secretaria da Justiça.Após a criação da fundação, em um primeiro momento,nós ajuizávamos as ações em nome do Estado, já queo Procon integrava a administração direta e,posteriormente, a partir de um Convênio celebradoentre a PGE e a fundação, passamos a ajuizar açõesjunto com o Procon.

CE - Quando vocês começaram a propor açõescontra os convênios médicos e em favor dosconsumidores?

A primeira ação relativa a convênio médico foi pro-posta em setembro de 1993. Na seqüência, em no-

Entrevista com aDra. Maria Regina Fava Foccacia

Tendo ingressado na carreira em 1989, a Dra. Maria Regina Fava Focaccia atuou durantequinze anos num mesmo lugar: a PJ-6, 6ª Subprocuradoria da Judicial, que cuida das causasda Fazenda-autora. Ao longo desses anos, dos quais dez ficou como Chefe, a Dra. Reginaacompanhou mudanças legislativas, a evolução das questões ligadas ao consumidor e àimprobidade administrativa, e também a mudança de postura do Ministério Público nas açõescivis públicas envolvendo associações e consumidores. Casada, dois filhos, de 19 e 21 anos,ela trabalhou anteriormente oito anos como advogada, no escritório do falecido Biasi Ruggiero,mas diz que foi na Procuradoria do Estado que se encontrou. No último concurso de remoção,optou pela área da Consultoria. Em 22 de março, ela foi para a PJ-4, que cuida da Fazenda-rénas ações ajuizadas por servidores da Educação, até mudar de área. Acompanhe a entrevistadessa combativa Procuradora que, com a Dra. Flávia Piovesan, acabou de ser escolhidacomo ganhadora do prêmio “O Estado em Juízo” 2003.

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Entrevista

vembro de 1994, foi proposta uma ação contra as “Clas-ses Laboriosas”. Nessa oportunidade, o MinistérioPúblico – que tem a missão institucional de promovera defesa do consumidor – proferiu parecer surpreen-dente, entendendo que a relação jurídica travada entreos usuários e as associações não poderia ser enquadradacomo relação de consumo. Posteriormente, nas açõespropostas em 1996, nós ingressamos novamente comações contra duas associações: a “São Cristóvão” e o“Centro Trasmontano”. Já nesses casos, o posiciona-mento do MP foi completamente diferente sobre essamesma questão e, nessa oportunidade, obtivemosliminares em seis ações. Ganhamos praticamente tudono Tribunal.

CE – Que reação vocês tiveram com aquele parecerdo MP entendendo que não havia relação de consumoentre as associações e o usuário do serviço de saúde?

Na verdade, eu não sei se fomos os primeiros,porque as iniciativas partiam dos Procons em todo oBrasil. Mas no caso dos convênios médicos, eu diria,pelo que vi na época, de outras ações anteriormentepropostas pelos outros, que a nossa tese foi original. Agente buscava a nulidade da cláusula contratual doreajuste, defendendo que era incabível o reajuste combase no custo, e com isso traçamos um paralelo dequestões jurídicas já assentadas na jurisprudência sobrea diferença entre o reajuste e a revisão. Então, nomomento em que a empresa fazia reajustes com baseno custo, realmente ela promovia a revisão de preçosunilateralmente. Do que me lembro, não tinha vistoalgo parecido à época.

CE – De quando começou, até sair, você acha queas questões sobre o consumidor ocuparam qualporcentagem na PJ-6?

No começo, havia uma faltade sintonia no MP, entre

aquele que fala como fiscalda lei e aquele que atua na

defesa do consumidor.

Nós ficamos realmente surpre-sos, porque era uma falta de sensi-bilidade pois as “Classes Labo-riosas” têm como grande parte dosbeneficiários os idosos; então, ha-via uma questão social ali, além deeconômica, importante em termosde defesa do direito coletivo deconsumidor. No começo, havia uma falta de sintoniano MP, entre aquele que fala como fiscal da lei e aqueleque atua na defesa do consumidor. Não dá para dissociaras duas atuações, já que o MP tem a atribuiçãoinstitucional de promover a defesa do consumidor, e alesão coletiva evidenciada no processo foi flagrante.No entanto, anos depois, quando ingressamosnovamente com a tutela coletiva enquadrando a relaçãoentre a associação e o usuário do serviço médico comorelação de consumo, o posicionamento deles foi bemdiferente, e eles endossaram integralmente o nossoentendimento nesse sentido.

CE - Como foi que a temática sobre os consumidoresfoi fazendo parte da PJ-6?

Acho que foi crescendo ao longo dos anos em ter-mos de importância, de impacto social, também rela-cionado à própria conscientização sobre o Código. Em1996, foi o nosso auge, nós distribuímos naquele ano12 ações coletivas originárias do Procon, todas elasvoltadas para a questão econômica dos ajustes. Tudorelacionado a uma economia conturbada, porquederivou da aplicação do Plano Real em todos oscontratos de 1994.

CE – Você considera que a PGE foi pioneira nainterposição das ações contra os convênios médicos?

Eu acho que o universo doconsumidor é muito rico, mas oque o Procon encaminhou para aPGE fazer ao longo dos anosparece ter sido infinitamentemenor do que as questões con-trovertidas debatidas na mídia. Aolongo desses anos, tivemos várias

reuniões com o Procon e a gente inclusive sabia queseria pertinente uma série de ações em vários outrossetores, como o bancário, as concessionárias etc.Entretanto, nós aqui na PJ-6 éramos seis Procuradorese a nossa atividade principal nunca foi cuidar dodireito do consumidor, ao contrário, nós atuamos na6ª Subprocuradoria no pólo ativo, propondo as ações,originárias de todos os poderes da Administração. Agrande parte dos expedientes se relaciona a reparaçãode danos e pedido de indenização, e agora, ultima-mente questões relacionadas a improbidade, derivadasdas diferentes Secretarias. Mas a atividade contenciosaversada sobre o direito do consumidor engrandeceua todos que atuaram nessa matéria, porque eradiferente e era novidade. Mas agora, com a resoluçãodo PGE que instalou os Procuradores no Procon, meparece que, daqui pra frente, é possível que venha aser implementado um programa mais consistente detutela do consumidor.

CE - Era uma reivindicação antiga essa de ter umaProcuradoria no Procon?

Reivindicação não diria, mas eu acho que qualquerProcurador pensava ou imaginava que deveria existiruma “Procuradoria do Consumidor”, assim como adivisão do MP, de ter alguém realmente especializado

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Entrevista

na área. Eu aprecio muito, admiro a especialização.Quanto mais especializado você fica, mais fácil, maiságil e mais eficiente se torna o trabalho. Se você estáacostumado a fazer determinada coisa, você cada vezse aperfeiçoa para fazer melhor em menos tempo, semmaiores problemas.

CE – Essa especialização acontece para a Fazenda-ré?

Depois de 15 anos de Fazenda-autora é que estoutendo essa visão de Fazenda-ré. Há mais de um mêsque eu estou aqui e acho que são realidadesincomparáveis. Antes a gente atuava em qualquerárea do consumidor, o que vem do Tribunal de

CE - E quando você começou tinhas quantos?Quando ingressei, acho que eram sete ou oito na

PJ-6, mas naquela época acho até que havia maisprocessos, porque não tinha nenhum mecanismo paraarquivamento ou dispensa de ajuizamento. Duranteesses anos, a PJ-6 apresentou projeto de lei com relaçãoàs causas de pequeno valor, para que houvesse adispensa de ajuizamento, e depois que apresentamos oprojeto, veio outro da Fiscal, que nos incluiu. Aliás,nós sempre postulamos por uma resolução do Gabineteem que houvesse a liberação do ajuizamento, por contada ausência de prova ou a inviabilidade de mérito, eisso nós conseguimos em 1998. Então, baseado nessesdois mecanismos, valor e avaliação de mérito, houve

Contas, o que vem de cadaSecretaria, quer dizer, questõesvariadas, de indenização a des-cumprimento contratual, de víciode obra a medidas cautelares,enfim, para a Fazenda-autora, éimprevisível o que vai acontecer,em termos de ajuizamento. Eestá sendo extremamente interes-sante acompanhar agora umpouquinho da Fazenda-ré porquenão conhecia esse lado, e entãoestou satisfeita de ter mudado.Escolhi mudar para a área daConsultoria porque estava que-rendo variar e como não acon-tecia resolvi trocar “na marra”.Antes desse concurso, eu nunca quis sair, eu semprefui muito feliz na Procuradoria Judicial, que é minhacasa, tanto que, por imaginar que eventualmente essaremoção pudesse não acontecer logo, resolvi trocarna própria casa, e vir a conhecer a Fazenda-ré porquerealmente foi o tempo pra mim, foi a minha cota,eu achava que era o momento.

CE - Você está trabalhando com o quê na Fazenda-ré?

Na PJ-4, 4ª Subprocuradoria da ProcuradoriaJudicial, eu defendo o Estado nas ações basicamenteligadas à Secretaria da Educação, em que os professoresda rede pública estadual ajuízam ação contra o Estado,e também nos mandados de segurança relacionadosaos professores da rede pública. Estou achandointeressante, diferente, estou aprendendo.

CE - Na PJ-6 são seis Procuradores?

Sim.

um saneamento. Hoje, na PJ-6,esse aspecto da questão está re-solvido, porque existe a pos-sibilidade de avaliação da incon-veniência do mérito e, depois daautorização do Procurador Geral,você simplesmente arquiva essesprocessos.

CE – Mas o fato de haver me-nos processos não significa dimi-nuição do serviço, não é?

Não, aliás de lá para cá a com-plexidade das causas aumentoumuito: a Lei de Improbidade é de1992; o Código do Consumidor de1990; e, com as novas leis, foram

sendo encaminhados cada vez mais casos, bem maiscomplexos, além de terem as ações civis públicas seavolumado e, muitas vezes, o Estado entra no póloativo das ações propostas pelo MP.

CE - Então na PJ-6 o Procurador atua em parceriacom o promotor?

Nas ações civis públicas sim, a gente entra comoassistente do MP ou litisconsorte, mas nós temosautonomia no processo.

CE - Vocês entram com ação de regresso?Também é competência lá da PJ-6, muito embora

não haja tantas regressivas mas, em obediência ao re-sultado das sindicâncias, há muitas ações contra servi-dores que causaram danos ao Estado, seja em acidentede trânsito, seja em outra atividade qualquer.

CE - E a união com a PAJ?Dessas ações com o Procon, existia o interesse da

PAJ de participar da execução, depois de as decisões

Eu aprecio muito, admiro aespecialização (...)

você cada vez se aperfeiçoapara fazer melhor.

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Entrevista

já terem transitado em julgado. Na fase de execução,os individualmente lesados podem se habilitar; paraisso, houve muito interesse da PAJ na divulgação dotrânsito em julgado das decisões, para encaminhar aspessoas que tinham algo a receber. Mas isso nuncafoi totalmente resolvido, até porque a PAJ tem deatuar na defesa dos carentes de recursos, o que àsvezes não era bem o caso; no caso de rescisãoimobiliária, idem. Mas eu tenho a impressão que ficouno caminho, eu sei que eles se interessaram, mas issonunca se viabilizou.

CE - Em termos de alterações legislativas, qual foio momento mais crítico para vocês da PJ-6?

A partir do Plano Real, houve uma avalanche deações que suscitaram questões econômicas noscontratos. Também a Lei de Improbidade gerou vá-

CE - Sobre o prêmio, como surgiu a idéia deajuizamento dessa ação, já que foi uma iniciativainédita e criativa?

Na verdade, a Dra. Flávia (Piovesan) era na épocaCoordenadora do Grupo de Direitos Humanos e, comtoda a notoriedade que ela tem nessa matéria e nessaárea, ela travou entendimento com váriosmovimentos de defesa dos direitos humanos einclusive foi na gestão dela que a PGE fez umconvênio com a Câmara Municipal, para efeito depromover especificamente a defesa dos direitoshumanos. Ela era coordenadora do grupo e assistentedo Gabinete do Procurador Geral. Assim, comosurgiu a idéia sobre essa ação, a pergunta tem de serdirigida a ela.

CE - Vocês propuseram outras ações por conta desserios expedientes em tramitação.Mas, particularmente, o que foimais preocupante na PJ-6 foi amudança do Código Civil, que di-minui o prazo prescricional rela-tivo às ações de indenização dereparação de dano. Ao longo desses15 anos em que trabalhei lá, atéjaneiro de 2003, trabalhava-se comprazo prescricional longo (20 anos).Porém, com a modificação do Có-digo Civil, realmente a questão fi-cou mais complicada, no plano deajuizamento: o prazo foi reduzido para três anos. Nósfizemos inclusive várias representações, até porquemuitos expedientes eram devolvidos sem o ajuizamento,porque faltava documento, porque estava contraditório,então agora talvez o pessoal tenha mais cuidado, porquetodas as iniciativas tendentes a regularizar a própriasindicância, para que ela venha com absoluta correçãoe regularidade, não surtiram o efeito desejado.

CE - Qual seria a solução, na sua opinião?Eu acho que a solução está em conscientizar a Admi-

nistração pública para a diminuição do prazo e ensinaraquelas pessoas encarregadas da sindicância que aquilotem de correr rápido, porque o prazo de ajuizamento édiminuto. Assim, uma vez ocorrido o fato, ele deveser rapidamente apurado, com a juntada dos documentoscorretos, de sorte a chegar na Procuradoria em prazorazoável para o ajuizamento. Eu não vejo outra maneira,a médio prazo haverá de ter alguma norma impondoàs Secretarias um prazo máximo para encaminhamentoao Contencioso, porque senão corre-se o risco de entrarcom o expediente na iminência da prescrição.

convênio?Não, essa ação foi única e foi

especial desde o início, porque eradiferente, era uma atuação inéditano assunto para a Procuradoria, enem sei se existe coisa no estilofeito anteriormente por terceiros,em que tenha se discutido oproblema do preconceito racial.Eu acho que essa ação foi ex-tremamente polêmica, porque sediscutia de forma concomitanteum tema político que tramitava

no Congresso, que era o projeto de desarmamento,e a questão racial. O representante da empresa eracolecionador de armas e, na verdade, o pano defundo era o combate dele pessoa física com oestatuto que estava em discussão no Congresso, erauma questão política. Ele de fato foi infeliz naqueleoutdoor, já que realmente afetou a questão racial eos movimentos se irritaram com isso. Es-se caso foi o exemplo de como é conflituoso debatero direito difuso, porque cada um acha uma coisa.Até aqui, na Procuradoria, cada um tinhauma opinião diferente a respeito. Nós nos em-penhamos, graças a Deus, e acabou tudo dando certo,mas era uma polêmica de desfecho imprevisível,sobretudo no aspecto racial, porque ainda o modelodo outdoor se apresentou como branco e, pelodocumento, ele era de fato branco. Então, o processoenvolveu ainda a discussão sobre a definição deraça no Brasil e por isso a empresa entrou comlaudo de um sociólogo no processo e nós tam-bém rebatemos com outro laudo, também deum sociólogo.

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153B. Cent. Estud., São Paulo, 28(2):149-154, mar./abr. 2004

Entrevista

CE - Você advogava antes deentrar na Procuradoria?

Trabalhei de 1981 a 1988 noescritório do Dr. Biasi Ruggiero,mexia com a parte imobiliária, lo-cação e realmente nunca me sentimuito feliz na advocacia privada.Apesar de ter aprendido muitocom ele, eu realmente me en-contrei como profissional do di-reito na Procuradoria.

CE - O que você espera daárea da Consultoria, já que vocêpassou 15 anos no Contencioso?

Pelo que estou acostumada aver durante esses anos, a Con-sultoria parece ser um caminhosem volta, mas eu gosto muito do

pando do Conselho. Acho que a gestão em que fuiconselheira foi bem “pesada” do ponto de vista daCorregedoria, nós tivemos problemas sérios, avalia-mos questões complexas e tivemos de fazer coisasbem desagradáveis. De fato, eu tomei decisões àsvezes absolutamente sozinha, e fazendo umaautocrítica, talvez em algumas questões eu tenha sidomuito radical. Mas não me arrependo de nenhumvoto que dei como conselheira, todos eles forambem pensados, bem estudados. Mas é muito diferentevocê comentar, falar, reclamar quando não temnenhuma responsabilidade sobre o assunto. Entãoisso é até bem parecido com as funções de chefia. Aquestão é que quando a responsabilidade está nassuas mãos, as coisas se modificam um pouco. Eurespeito 100% a decisão dos conselheiros e asdivergências entre eles. Isso é democrático, e aliberdade de pensamento, de manifestação e adivergência fazem parte.

Contencioso e da Procuradoria Judicial. Se os con-cursos fossem mais freqüentes e houvesse maispossibilidades de remoção, talvez eu nem tivesseescolhido. Então, para assegurar a possibilidade deremoção, você vai quando dá e não quando você quer.Mas eu não tenho nenhum problema em ir para aConsultoria pois se houver alguma decepção, eu voltopara o Contencioso e para a Judicial tranqüilamente.Gosto muito de ser advogada do Contencioso, apenasachei que era o momento de conhecer uma outra áreae tenho muita curiosidade, estou com muitasexpectativas boas para a Consultoria.

CE - O que você achou da experiência de ser con-selheira eleita no biênio 1999/2000?

Achei maravilhoso, acho que todo Procuradordevia um dia viver essa experiência, porque é umacoisa incomparável, válida, interessante, você temuma visão bem diferenciada da carreira, partici-

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154 B. Cent. Estud., São Paulo, 28(2):149-154, mar./abr. 2004

Entrevista

P r o c u r a d o rEnvie ao

Centro de Estudos asnotícias de sua Regional e da PGE

publicadas na imprensa local

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155B. Cent. Estud., São Paulo, 28 (2):155-156, mar. /abr. 2004

História da PGE/SP

São Paulo, 22 de março de 2004.

Prezada Colega,

Permito-me uma espécie de confissão, mas só para que sejaavaliada a importância que atribuo à memória histórica: — onde querque estive, sempre considerei a certeza de continuidade do trabalho e anecessidade do registro de atos, fatos e pessoas, que viveram, a seumodo, o seu tempo.

Com esse sentimento é que lhe digo ter lido, agora pelasegunda vez, a sintetizada História da Procuradoria Geral do Estado deSão Paulo. Ela está veiculada no Boletim de nosso Centro de Estudos,vol. 27, número 6, páginas 766/767.

Apresento-lhe um testemunho, como cuidadoso reparo, sópara fazer justiça ao Governo Franco Montoro e à nossa Instituição, parao que destaco vertentes da atuação, que envolveram tantos, no auspiciosomomento da travessia democrática.

Assim, a “tortuosa questão” dos seqüestros das rendaspúblicas iniciou-se naquele governo, com o embate da nossaProcuradoria com o T ribunal de Justiça de São Paulo, no SupremoTribunal Federal. Após demorada batalha, uma vitória favoreceu aproposta do governo, feita e coordenada pela Procuradoria, para aqueleque seria o maior acordo da história do Brasil; e ele aconteceu nos autosda execução da desapropriação das ações da Cia. Paulista de Estradade Ferro, realizada vinte anos antes, e que atingiu o montante aproximadode dois trilhões e quinhentos bilhões de Cruzados. O acordo foi assinado,em sessão solene, no Palácio Bandeirantes.

A intervenção em Hospitais iniciou-se, na história política-administrativa do Estado de São Paulo, com o estudo e o decretoapresentado ao Governador Montoro pela Procuradoria Geral, elogiadapublicamente, no Centro de Convenção Rebouças. Como foi elogiada,em Comício eleitoral, realizado em Mauá, pela sua atuação nadesapropriação amigável do Hospital, que era anseio regional e decisãodo governo.

A primeira ação civil pública originária, de NR. 367, foiproposta perante o Supremo T ribunal Federal, em defesa do estuárioIguape-Cananéia.

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156 B. Cent. Estud., São Paulo, 28 (2):155-156, mar. /abr. 2004

História da PGE/SP

Na área da assistência judiciária, juntamente com aaprovação da Lei Orgânica da Procuradoria, criaram-se 600 (seiscentos)cargos. E o Convênio com a Ordem dos Advogados foi política daquelenosso governo.

A “tortuosa questão” da P AULIPETRO, na história daexploração de Petróleo, no Estado de São Paulo pelo governo Maluf,teve a Coordenação Jurídico - Administrativa da Procuradoria Geral,após parecer do Procurador, Carlos Muniz V entura Jr., que, discutido eaprovado, serviu de rota à atuação do Estado, concentrada suaorientação, na Procuradoria Geral. Ele concluía recomendando ação,perante o Tribunal de Contas, para rescindir os acórdãos que julgaramregulares os Convênios da P AULIPETRO, como ocorreu (a propositura),mediante pedido formal do Governador. E, o Estado de São Paulo,assumindo a posição de litisconsorte ativo, na ação popular que transitoupelo Rio de Janeiro, teve sua defesa citada, expressamente, no acórdãode 09 de outubro de 1997, do Superior Tribunal de Justiça (RESP 14868RJ) que reformou a decisão de Primeira Instância, anulando os contratosda PAULIPETRO, e menciona que “... o Estado de São Paulo, agoraem sua postura ética, na apelação de mais de 30 laudas...”.

Aproveito desse ensejo, para registrar que o discurso, comonecessária justificativa da Lei Orgânica da Procuradoria Geral do Estado,e pronunciado na Secretaria da Justiça, quando de sua promulgação,jamais acompanhou as publicações desse importante diploma, comexceção da primeira delas.

A política agrária do governo Montoro foi pioneira, na áreado Pontal do Paranapanema. Pertence ao período as quatro escrituraspúblicas de acordos celebrados pela Procuradoria, arrecadando terraspara assentamentos.

Certo de que receberá esse registro, como singela contribuiçãoà verdade histórica, gostaria de saber o como será ele recebido e divulgado,porque se, atualmente, me dedico à advocacia, acompanha-me o orgulhoda participação coletiva naquele governo, com nossa Instituição e comaqueles dedicados amigos e colegas, muitos dos quais estão na ativa.

Com o respeito de sempre,

FERES SABINO*

Ilma. Senhora DoutoraMARIA CLARA GOZOLLIDD. PROCURADORA CHEFE do Centro de Estudos da PGE

* O Dr. Feres Sabino foi Procurador Geral do Estado de 30 de maio de 1985 a 16 de março de 1987.

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157B. Cent. Estud., São Paulo, 28(2):157-184, mar./abr. 2004

Notícias

O Corregedor Geral da Procuradoria do Estadodo Mato Grosso do Sul, Dr. Nelson Mendes FontouraJúnior, acompanhado do Procurador que atua na áreade informática da PGE daquele Estado, Dr. RafaelColdidelli Francisco, visitou a Corregedoria daProcuradoria do Estado de São Paulo, no dia 8 demarço.

O objetivo do Dr. Nelson Mendes Fontoura Júnior,além de conhecer como é o trabalho da Corregedoriade São Paulo, de uma forma geral, foi o de buscarsubsídios para a implantação dos relatóriosinformatizados também naquele Estado. Desde junhode 2003, os Procuradores do Estado de São Pauloenviam os relatórios para a Corregedoria via internet,pela página da Instituição (www.pge.sp.gov.br), comacesso restrito. Os relatórios informatizados são umacriação inédita da Procuradoria do Estado, tornadapossível com o auxílio do Procurador do Estado Dr.Geraldo Alves de Carvalho.

Os relatórios feitos pelos Procuradores do Estadosão uma conquista, não só para os Procuradores –que relatam seu trabalho com critérios objetivos euniformes –, como também permitem uma visão geralde cada setor, o que possibilita a reorganização dosserviços. Geralmente, disse o Corregedor Geral daPGE/SP, Dr. Dionísio Stucchi Júnior, a realidade

Corregedores Gerais da PGE/MS e da PGE/TOvisitam a unidade da PGE/SP

mostrada nos relatórios condiz com o que é verificadonas correições.

O Dr. Dionísio Stucchi Júnior é Corregedor Ge-ral desde 7 de maio de 2001 e, até agora, realizoupelo menos uma correição em cada unidade daProcuradoria do Estado, o que significa cerca de 70correições, a maioria das unidades já tendo sidovisitada duas vezes.

A Corregedoria do Mato Grosso do Sul foi cria-da há um ano e meio, quando foi publicada aLei Orgânica da Procuradoria daquele Estado.

Doutor Nelson Fontoura (esquerda) e Doutor Rafael Coldidelli

Da esquerda para a direita,Dra.Patrícia Pizarro,Dra.Raquel Barbosa,Dra.Mirian Dilguerian,Dra.Adriana Haddad,Dra.Fátima Pereira,Dr. Ricardo Kendy,Dr. Dionísio Stucchi eDr. Nelson Fontoura

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158 B. Cent. Estud., São Paulo, 28(2):157-184, mar./abr. 2004

Notícias

A PGE/MS tem um quadro de 53 Procuradores,e sua informatização permite que a inscrição da dívidaativa seja feita pela Procuradoria.

O Dr. Dionísio e seus Corregedores auxiliares dis-ponibilizaram ao Dr. Nelson a legislação afeta à áreaem São Paulo, assim como demonstraram os progra-mas utilizados na Corregedoria. O interesse do Correge-dor do Mato Grosso do Sul surgiu pela consulta àpágina da PGE/SP, e o encontro foi viabilizado pelaDra. Patrícia Ulson Pizarro Werner, presidente do IBAP(Instituto Brasileiro de Advocacia Pública), que estevepresente durante a visita, a convite do Dr. Dionísio.

Tocantins - Tomando conhecimento davisita do Corregedor do Mato Grosso doSul à PGE/SP, no dia 8 de março, pelo siteda Instituição, o Procurador do EstadoCorregedor do Estado do Tocantins, Dr.Carlos Canrobert Pires, fez uma visita àunidade correicional da PGE/SP, no dia 17de março. A visita teve o propósito de buscarsubsídios para incrementar a Corregedoriano seu Estado, já que, como disse, SãoPaulo é referência para as Procuradorias detodo o país.

No Tocantins, a Procuradoria do Estadoé composta por 54 membros, e a Correge-doria é constituída apenas pelo Dr. Canro-bert. Por conta disso, a atuação da Correge-doria está restrita ao controle de relatóriosindividuais, interligados a um protocologeral, e ao acompanhamento de processos

Dr. Dionisio Stucchi e Dr. Carlos Canrobert

disciplinares.O Dr. Canrobert mostrou interesse nos relatórios

qualitativos que estão sendo implantados na Corre-gedoria da PGE/SP. Pelos relatos das experiênciasfeitas pelo Corregedor Geral, Dr. Dionísio Stucchi,e pelos Corregedores Auxiliares, o Dr. Canrobert ficouespantado com o leque de atuações na unidade, etambém com o programa informatizado criado peloProcurador Dr. Geraldo Alves de Carvalho, quepermite, dentre outras possibilidades, fornecer umdiagnóstico preciso da situação de trabalho de cadabanca da Procuradoria.

Procuradoria suspende liminarque facilitava a sonegação

A Procuradoria do Estado deSão Paulo conseguiu suspender, nodia 11 de março, liminar quedesobrigava os comerciantes a terEmissor de Cupom Fiscal (ECF)e TEF (transferência eletrônica defundos). A decisão é do presidentedo Tribunal de Justiça Luiz Tâm-bara, que reconheceu dano poten-cial e grave da fiscalização e arre-cadação do tributo devido, na me-dida em que a emissão dos cuponsfiscais significa garantia maiorcontra a sonegação. A liminar haviasido concedida à Associação

Comercial de São Paulo e à Fede-ração das Associações Comerciaisdo Estado de São Paulo (Facesp).

O ECF é um equipamento deautomação comercial com capaci-dade para emitir documentos fis-cais e realizar controles de natu-reza fiscal, referentes a operaçõesde circulação de mercadorias ouprestações de serviços do ramovarejista. O TEF permite que todasas operações feitas com cartão decrédito ou cartão de débito sejamregistradas e integradas com aSecretaria da Fazenda, evitando a

sonegação. Caso a liminar fossemantida, haveria um prejuízo men-sal ao Estado de R$ 70 milhões.

A Associação Comercial deSão Paulo e a Facesp entraram comum mandado de segurança coletivopara questionar a legislação queobriga seus associados à emissãode documento fiscal mediante oECF. As operações registradas peloECF e pelo TEF significam ga-rantias contra a sonegação, alémde estar comprovado por estudoscomparativos da Diretoria de Dívi-da Ativa da Secretaria da Fazenda

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159B. Cent. Estud., São Paulo, 28(2):157-184, mar./abr. 2004

Notícias

que empresas de pequeno porte quepossuem esse sistema arrecadampelo menos 50% a mais do que asque não o possuem.

Desde 1999, está previsto noregulamento do ICMS a obri-gatoriedade de todas as empresasterem o Emissor de Cupom Fiscal,mas, para que as empresas se

ajustassem ao sistema, foram conce-didos vários prazos de prorrogação.Porém, desde o final de 2000, todasas empresas estão obrigadas a ter,além da máquina emissora docupom fiscal (ECF), a conexão como TEF (transferência eletrônica defundos). Isso significa que asoperações com cartão de crédito e

Procurador Geral do Estado reúne-se com onovo Presidente da OAB/SP

No dia 16 de março, às 15h30,ocorreu o primeiro encontro doProcurador Geral do Estado Dr.Elival da Silva Ramos com o novopresidente da Seccional Paulista daOrdem dos Advogados do BrasilDr. Luiz Flávio Borges D’Urso,desde a sua posse, no dia 10 demarço. Estiveram também presen-tes na reunião o Procurador Adjun-to, Dr. José do Carmo Mendes Jr.;os Subprocuradores, Dr. José Rena-to Ferreira Pires e Dra. MariângelaSarrubbo; além dos Conselheirosda OAB, Dr. Eduardo Cesar Leite,Dr. Marcos José Bernadelli e Dra.Ada Pelegrini Grinover.

Foram discutidos temas impor-tantes para as duas instituições,como o convênio da PAJ com aOAB, a criação da Defensoria Pú-blica e o aperfeiçoamento da Esco-la Superior de Advocacia.

O Dr. Elival salientou que umade suas metas é a de ver criada aDefensoria Pública, mas afirmouque mesmo com a sua instituição,o convênio vai persistir e não vaialterar a situação da OAB, cujoquadro de inscritos na AssistênciaJudiciária é composto por mais de40 mil advogados. O Fundo deAssistência Judiciária, que custeiao convênio, arrecada R$ 180 mi-lhões por ano e gasta R$ 12 mi-lhões por mês.

O Dr. D’Urso confirmou queo Governador também é a favorda criação da Defensoria, poréma Lei de Responsabilidade Fis-cal e as limitações orçamentá-rias ainda são obstáculos para aconcretização.

O presidente da OAB paulistatambém manifestou sua preocu-pação com os valores da tabelado convênio, ao que o Dr. Elivaldisse que elas são corrigidas, masque se poderiam detectar even-tuais distorções pontuais ecorrigi-las.

Por fim, a Dra. Ada Grinover su-geriu que os cursos à distância, tan-to pela internet quanto telepresen-ciais, fossem considerados obriga-tórios para os advogados que se ins-crevem para atuar no convênio, aoque o Dr. D’Urso sugeriu que, emum primeiro momento, iria verifi-car a adesão de tais advogados aoscursos, então facultativos, porém sa-lientou que, uma vez inscritos, osadvogados deverão terminar o cur-so, já que muitos desistem deles noinício, tirando a oportunidade deoutros advogados interessados.

de débito são integradas com aSecretaria da Fazenda.

Atualmente, 80% das empresasde pequeno porte e 45% das mi-croempresas já possuem o ECF.Com a suspensão da liminar, voltaa valer a obrigatoriedade das má-quinas que, se não estiverem insta-ladas, sujeitam as empresas a multa.

Dr. Luiz Flávio D’Urso e Dr. Elival da Silva Ramos

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160 B. Cent. Estud., São Paulo, 28(2):157-184, mar./abr. 2004

Notícias

Procuradora Ivanira Pancheri édesagravada na OAB

No dia 25 de março, às 16 ho-ras, foi realizada a Sessão Solene deDesagravo da advogada IvaniraPancheri, ofendida em suas prerro-gativas profissionais pelo entãoPromotor de Justiça da 4ª Vara doJúri da Penha de França-Capital, Dr.Virgílio Antônio Ferraz do Amaral.

O promotor agrediu a advogadada PAJ verbalmente e ofendeu nãosó a Procuradora, como também ainstituição da PGE.

O ato aconteceu na OAB, Sec-ção de São Paulo, sob a presidênciado Dr. Mário de Oliveira Filho,Conselheiro e Presidente da Comis-são de Direitos e Prerrogativas,cabendo ao Conselheiro Dr. JoséLuiz de Oliveira saudar a desa-gravada, em nome da Seccional.Seu advogado, Dr. Mário Romano,Procurador do Estado aposentado,também discursou em favor daagravada.

Dr. Mário Romano (em pé), Dra.Mariângela Sarrubbo e Dr. SérgioLocatelli)

No ato, estavam presentes aDra. Mariângela Sarrubbo (Sub-procuradora Geral da AssistênciaJudiciária), a Dra. Sílvia HelenaFurtado Martins (Assistente), a Dra.Cíntia Byczkowski (Chefe da PAJ/Criminal), a Dra. Márcia Amino(Assistente), o Dr. Anselmo PietroAlvarez (Chefe da PAJ/Cível) e o

Dr. Sérgio Locatelli Também com-pareceram o Dr. Antonio Maffez-zoli, Presidente do Sindiproesp, eo Dr. Marcos Nusdeo, represen-tando a Apesp.

Após anos de negociações com a Diretoria deArrecadação da Secretaria da Fazenda, a ProcuradoriaRegional da Grande São Paulo passou a realizar, apartir do início de março de 2004, no âmbito de suacompetência territorial, o serviço de inscrição na dívi-da ativa dos débitos de natureza diversa do ICM/ICMS,a exemplo do que já faz também a Procuradoria Fiscal,em relação aos débitos da Capital. São débitos relativosa reposição de vencimentos de servidores públicos,autos de infração lavrados por Secretarias de Estado,multas aplicadas pelo Tribunal de Contas, custasprocessuais, multas criminais aplicadas com base naLei n. 9.268/96, dentre outros. O setor em questãofoi instalado na Sede da Regional, sob a supervisãodos próprios integrantes do Gabinete da PR-1.

A assunção produz incontáveis melhorias que, apartir de agora, poderão ser implementadas no aspecto

PR-1 assume inscrição de débitos na dívida ativaformal do preenchimento das certidões de dívidaativa, tanto no que toca à qualificação dos devedores,quanto no que diz respeito ao histórico da dívida,aos fundamentos legais para a cobrança e aos critériosde atualização monetária dos valores exigidos, alémdos benefícios trazidos pela padronização dosprocedimentos, de modo a evitar discussões dessaordem, nos processos de execução fiscal.

“Trata-se de uma parte da dívida ativa quefinalmente é trazida para a esfera de atuação daPGE, dando efetividade ao comando constitucionale à função institucional da Procuradoria Geral doEstado de promover a inscrição, o controle e acobrança da dívida ativa estadual. Estamos avan-çando, nessa seara, com responsabilidade”, destacaSérgio D’Amico, Procurador do Estado Chefe daUnidade.

Dra. Ivanira Pancheri

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161B. Cent. Estud., São Paulo, 28(2):157-184, mar./abr. 2004

Notícias

Elival mostra na Assembléia a importância daPEC 18 e da implantação das PPDs

PEC 18 é votada,aprovada e publicadaem menos de 30 dias

Em reunião no Colégio de Lí-deres da Assembléia Legislativa deSão Paulo, no dia 23 de março, às11h30, o Procurador Geral doEstado, Dr. Elival da Silva Ramosdemonstrou a importância de quefossem votados com prioridade aProposta de Emenda à Constituiçãon. 18/2002 (PEC 18), que trata daassunção, pela Procuradoria doEstado, da representação judicialdas autarquias, e o projeto de leicomplementar que dispõe sobre acriação da Procuradoria de Proce-dimentos Disciplinares. Em menosde 30 dias, o Diário Oficial do Es-tado de 15 de abril já estampava apublicação da lei.

A proposta da PEC 18 possi-bilitou, além do aperfeiçoamentodo texto de alguns dispositivos daConstituição Estadual que tratamda Procuradoria Geral do Estado,transferir para a referida institui-ção, de forma gradual e segura, oserviço atualmente prestado pelosórgãos jurídicos das entidades au-tárquicas, com exceção das univer-sidades públicas.

As mudanças propiciam tam-bém uma atuação uniforme e coor-denada de toda a Administração emmatéria jurídica, sob a orientaçãoda Procuradoria Geral do Estado.Trata-se de pleito que incorporaas sugestões do Sindicato que re-presenta a categoria, e que foi apro-vado com unanimidade pelo Con-selho da PGE/SP.

Atualmente, existem dezenoveautarquias, entre elas o Departa-mento de Estradas de Rodagem doEstado de São Paulo, o Hospital

das Clínicas e o Departamento deÁguas e Energia Elétrica, todasatendidas por um defasado quadrode Procuradores de Autarquia (inte-grado por menos de 80 profis-sionais).

Como conseqüência dessadefasagem, na comparação entreo valor das condenações judiciaisdo ano passado e do ano anterior,enquanto na PGE houve economia

de cerca de R$ 100 milhões, nasautarquias houve aumento daordem de R$ 200 milhões.

PPDs

O outro projeto, a PLC n. 40/2002, visa a criar, na Procurado-ria do Estado, a “Procuradoria deProcedimentos Disciplinares”, ór-gão especializado em realizar

Dr. Elival Ramos e Dr. Sidnei Beraldo (centro)

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162 B. Cent. Estud., São Paulo, 28(2):157-184, mar./abr. 2004

Notícias

sindicâncias e procedimentos administrativosdisciplinares na Administração. Segundo o Dr.Elival, a PLC n. 40/2002 foi encaminhadajuntamente com o projeto que tratava da “via rápida”(PLC n. 41/2002), aprovado o ano passado, queprevê prazos menores, em até 90 dias, para aapuração e demissão de funcionários públicos quehajam sido condenados em procedimentosdisciplinares. Contudo, a estrutura administrativaainda se encontra deficitária, já que os Procuradoresdo Estado que atuam na apuração das faltasencontram-se espalhados em todas as Secretarias, oque dificulta a padronização de trabalho, a celeridadedos feitos e a racionalização do serviço. Com acriação das PPDs, haverá uma unidade centralizadada Procuradoria para cuidar do assunto, que tambémpermitirá que os acompanhamentos sejam feitos comindependência, já que os Procuradores ficarãodesvinculados das estruturas das Secretarias.

Schering terá de indenizar vítimas porvender pílulas sem princípio ativo

Em ação civil pública proposta pelo Estado de São Paulo (Procuradoria Judicial), em conjuntocom o Procon (Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor), foi confirmada, pelo Tribunal deJustiça de São Paulo, sentença que condenou o laboratório Schering em R$ 1 milhão. O acórdãofoi publicado em 18 de março.

A ação visou a atender aos interesses das vítimas que se utilizaram das pílulas, vendidascomo anticoncepcionais, mas sem o princípio ativo. As pílulas foram chamadas, na época, de“pílulas de farinha”, por sua inocuidade.

Caso o Estado e o Procon sejam vencedores definitivos da ação, as vítimas poderão pleitearindenização na própria ação civil pública proposta pela PJ-6 (Fazenda Autora), Subprocuradoriada Procuradoria Judicial.

PROCURADOREnvie ao Centro de Estudos

seu trabalho jurídico para ser publicado.O trabalho deverá ser remetidoao Serviço de Divulgação, em

três cópias impressas eem disquete, digitada também

a decisão, se houver.

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163B. Cent. Estud., São Paulo, 28(2):157-184, mar./abr. 2004

Notícias

Gabinete do Procurador Geralrecebe visita da nova Diretoria da Apesp

Na manhã do dia 6 de abril, osnovos diretores da Apesp visitaramo Gabinete do Procurador Geral,ocasião em que foram discutidosimportantes assuntos da carreira,tais como a nomeação dos apro-vados no concurso de ingresso, arevalorização da verba honorária,a criação da Defensoria Pública,dentre outros.

Sobre a questão do reajuste daverba honorária, os membros daApesp expuseram seus argumen-tos, no sentido de que, ainda esteano, seja buscada a paridade. OProcurador Geral reafirmou que arecuperação da paridade remunera-tória com as demais carreiras ju-rídicas constitui-se em uma dasprincipais metas de sua gestão àfrente da PGE, mas que ainda não

será atingida neste exercício, emrazão da difícil conjuntura políticae econômica.

Com relação à nomeação dosaprovados no último concurso deingresso, o Procurador Geral re-novou sua firme convicção de queela ocorrerá tão logo os índices dedespesas com pessoal do Estadorevelem-se favoráveis, superandoassim o obstáculo imposto pela Leide Responsabilidade Fiscal.

Quanto à criação da DefensoriaPública no Estado de São Paulo, oProcurador Geral afirmou esperarque o anteprojeto, resultado de am-pla discussão interna, tanto no âm-bito do grupo de trabalho instituídopela Resolução PGE n. 141/2002,quanto no Conselho e no Gabineteda PGE, seja encaminhado, ainda

Da esquerda para a direita: Jacques Lamac (Diretor Cultural), Dirceu José Vieira Chrysóstomo(Vice-Presidente), Marcos Fábio de Oliveira Nusdeo (Diretor Financeiro), Davi Eduardo DepinéFilho (Diretor de Comunicações), José Damião de Lima Trindade (Presidente), Maria BernadeteBolsoni Pitton (Diretora de Patrimônio), Elival da Silva Ramos, José do Carmo Mendes Júnior,Ana Maria Oliveira de Toledo Rinaldi, José Renato Ferreira Pires, Márcia Junqueira SallowiczZanotti (Secretária Geral) e Mariângela Sarrubbo.

no segundo semestre deste ano, àAssembléia Legislativa.

A tônica da reunião foi a deviabilizar mecanismos que resul-tem numa efetiva parceria entre aApesp e o GPG, em prol dos legíti-mos interesses da Instituição e dacarreira, mantida a independênciae o respeito mútuo às funções decada um, conduta que, aliás, reve-lou-se exitosa, ao garantir a rápidaaprovação da PEC n. 18/2002(convertida, após a promulgação,na Emenda n. 19/2004 à Consti-tuição Estadual), histórica con-quista, alcançada graças à conver-gência da ação do Gabinete daPGE, do Sindiproesp e da Apaesp(Associação dos Procuradores Au-tárquicos), com apoio também daApesp.

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Notícias

Supremo julga inconstitucionallei paulista que dá poder de investigação

a Deputados EstaduaisNo dia 15 de abril, o Supremo Tribunal Fe-

deral julgou procedente a Ação Direta de In-constitucionalidade n. 3.046, ajuizada pelo Go-vernador de São Paulo Geraldo Alckmin, e de-clarou inconstitucional a Lei n. 10.869/2001,que regula o poder de investigação dos deputa-dos estaduais. A decisão unânime seguiu o votodo relator Sepúlveda Pertence.

Segundo Alckmin, a norma estabelece que,para o exercício do poder de fiscalização e con-trole do Poder Executivo, o deputado terá livreacesso aos órgãos públicos da Administraçãodireta e indireta. Disse também que, além decometer ao deputado, isoladamente, funçõesque são constitucionalmente conferidas aoLegislativo, atribui-lhe excessiva liberdadeinvestigatória, transformando-o em detetive, embusca de indícios de supostas ou imagináriasirregularidades.

Para o governador, a lei viola o princípio cons-titucional da independência e harmonia dosPoderes (art. 2º) e as normas dos artigos 49, incisoX, e 50 da Constituição, sobre o poder defiscalização dos Poderes Legislativos. Alega queesse poder de fiscalização é atribuído não a cadaum de seus integrantes individualmente consi-derados, como está previsto na lei impugnada.

O ministro relator argumentou que a ação di-reta de inconstitucionalidade demonstra com pre-cisão que às Casas do Poder Legislativo – e, as-sim, no Estado-membro, exclusivamente à Assem-bléia Legislativa –, e às respectivas Comissões, éque se conferiu o poder de fiscalização da Admi-nistração direta ou indireta do Poder Executivo.É poder outorgado, em qualquer hipótese, aosórgãos colegiados, totais ou parciais, da Câmararespectiva, nunca aos seus membros individual-mente, salvo, é claro, quando atuem em represen-tação ou presentação de sua Casa ou Comissão.

Ele refutou parecer do Procurador-Geral daRepública Claudio Fonteles, que opinou pelainconstitucionalidade parcial da lei. A evidênciade que a lei questionada visou converter cadaintegrante da Assembléia Legislativa em fiscalsolitário e independente da Administraçãopública embarga a interpretação conforme aConstituição, que encontra o limite de sua utiliza-ção no raio das possibilidades de se extrair dotexto uma significação normativa harmônicacom a Constituição, disse Pertence.

Ele julgou a ação direta de inconstitucionali-dade procedente e declarou a inconstitucionali-dade da Lei n. 10.869/2001, no que foi seguidopelos demais ministros.

(Fonte: Site do STF)

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Curtas• Desde fevereiro, a Procuradora

do Estado, Dra. Anna Carla Agazzi,que atua na Procuradoria Fiscal, vempresidindo a Comissão do AdvogadoPúblico da OAB/SP. O mandato doPresidente da Comissão é de trêsanos, coincidindo com o do Presi-dente da OAB. Dentre os muitosprojetos a serem desenvolvidos, des-taca-se o acompanhamento dasalterações legislativas que dizemrespeito à advocacia pública.*

• No dia 16 de abril, o Procuradordo Estado, Dr. Sérgio Barhum, queatua em Presidente Prudente, obtevenota dez na defesa de sua tese demestrado, intitulada Contribuiçãoao estudo da ação discriminatóriade terras devolutas. A tese foi de-fendida na Unoeste e a banca exa-minadora foi composta pelo Dr.Donaldo Armelin (ex-Procurador doEstado), Dr. Jonatas Luis Moreira eLima (Professor da Faculdade deDireito da Unipar deUmuarama-PR)e pelo Dr. José Roberto FernandesCastilho (Procurador do Estado).

• No dia 19 de abril, o Procura-dor Geral do Estado, Dr. Elival da

Dr. José Renato Ferreira Pires, Dra. Mariângela Sarrubbo, Dr. Rodrigo César,Dr. Elival da Silva Ramos e Dra. Ana Maria Rinaldi.

Silva Ramos, acompanhado dosSubprocuradores Gerais das áreasDra. Ana Maria Rinaldi (Consulto-ria), Dr. José Renato Ferreira Pires(Contencioso) e Dra. MariângelaSarrubbo (Assistência Judiciária),

visitou o Dr. Rodrigo César RebelloPinho, que desde 29 de março vematuando como Procurador Geral deJustiça de São Paulo.

* Ver matéria do “Jornal do Advogado” na p. 181.

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200 pessoas participam do 39º Curso O Centro de Estudos da Pro-

curadoria Geral do Estado de SãoPaulo promoveu, nos dias 29 e 30de abril, no Hotel The Royal PalmPlaza, em Campinas, o 39º Cursode Atualização Jurídica, que reuniucerca de 200 pessoas, entre Pro-curadores, estagiários e convi-dados. O número de participantessuperou as expectativas: os últimoscursos de atualização reuniram, porexemplo, em Águas de São Pedro,134 Procuradores; em Santos, 72;em Ribeirão Preto, 104.

Deu-se destaque aos temasligados à advocacia pública, tanto

Dr. José Renato, Dra. Ana Rinaldi, Dr. José do Carmo Mendes, Dr. Elival Ramos,Dr. Dionísio Stucchi, Dra. Mariângela Sarrubbo e Dr. Adalberto Robert Alves.

Dra. Maria Clara Gozzoli

Platéia na palestra de abertura

Dr. Adalberto Robert Alves

Dr. Elival da Silva Ramos

Dra. Ana Maria Rinaldi

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na palestra de abertura, proferidapelo Procurador Geral do Estado,quanto na de encerramento, con-duzida pelo Dr. Gilmar FerreiraMendes, Ministro do Supremo Tri-bunal Federal. Verificou-se, ainda,um paralelismo entre a AdvocaciaPública da União e do Estado deSão Paulo, na medida em que, agora,ambas as pessoas políticas tambémsão responsáveis pela assunção dasautarquias.

Houve também subdivisão dogrupo, na sexta-feira de manhã, pa-ra acompanhar as palestras que, si-multaneamente, trataram da Lei n.10.792, de 1°.12.2003, que trouxemodificações profundas no Códigode Processo Penal e na Lei de Exe-cuções Penais, e das questões con-trovertidas em mandado de segu-rança. A Dra. Cleonice Pitombo,Doutora em Processo Penal pelaUSP, cuidou da palestra voltada à

Dra. Cleonice Pitombo Dra. Berenice Maria Gianella

Dr. Rui Carlos Machado Alvim Dra. Lúcia Valle Figueiredo

Dr. Juan Carpenter, Dr. Wagner Manzato, Dr. José Renato Ferreira Pires, Dra. Lúcia Valle Figueiredo e Dra. CarmenMagali Ghiselli.

de Atualização Jurídica em Campinas

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168 B. Cent. Estud., São Paulo, 28(2):157-184, mar./abr. 2004

Notícias

Assistência Judiciária; a Dra. LúciaValle Figueiredo, da PUC, voltou-se ao Contencioso e Consultoria.

Foram convidados, como de-batedores, os Procuradores Be-renice Maria Gianella e Rui CarlosMachado Alvim, da PAJ, e osProcuradores Carmen Magali Cer-vantes Ghiselli (Contencioso) e Dr.Juan Francisco Carpenter (Con-sultoria).

Também houve a abordagem docontrole judicial dos atos admi-nistrativos, pela DesembargadoraFederal do TRF 3ª Região e ex-Procuradora do Estado, Dra. ReginaHelena Costa.

Platéia na palestra da Dra. Lúcia Valle Figueiredo

Dr. José do Carmo Mendes Júnior Dra. Regina Helena Costa Dr. Gilmar Ferreira Mendes

Platéia na palestra do Ministro Gilmar Mendes

Dr. Gilmar Mendes e Dr. Elival Ramos

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Em fevereiro de 2004, o CE realizou uma pesquisa sobre oboletim. O resultado mostrou a importância do informativo paraos Procuradores do Estado.

Mais de 60% dos entrevistados acham que a periodicidadeideal para o recebimento é a mensal; além disso, 72% acreditamque a via eletrônica é atualmente o melhor meio de receber oboletim.

Outros dados revelam a preferência pela segmentação poráreas e pelo desmembramento da seção notícias.

Muitas sugestões dos Procuradores também estão sendoavaliadas pelo CE, entre elas a implantação do Banco dePareceres (pareceres aprovados pelo Procurador Geral epareceres da AJG e Procuradoria Administrativa), cujo processoencontra-se em análise na Consultoria.

Outras idéias, como dados de pagamentos de precatórios,notícias sobre trabalhos realizados nas Unidades, jurisprudênciado STF e STJ, aviso sobre cursos, legislação, entre outras, já seencontram disponíveis no site da Procuradoria: www.pge.sp.gov.br

Veja o resultado das pesquisas:

Boletim eletrônico do Centro de Estudosserá mensal e dividido por áreas

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Notícias

PGE na imprensa

(DOE, Poder Executivo, Seção II, de 9.3.2004, p. III)

(O Estado de S. Paulo, de 8.3.2004, p. C1)

Delegacia da Mulher: OAB amplia convênioUnidade pioneira, no centro, prestará assistência jurídica gratuita

Convênio PGE/Delegacia da Mulher

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Notícias

(Diário de S. Paulo, de 14.3.2004, p. 34)

Justiça derruba liminar e emissor decupom fiscal volta a ser obrigatório

O documento é um instrumento importante de combate à sonegação fiscal

Emissor de Cupom Fiscal

TJ-SP cassa a liminar que suspendia Emissor Fiscal

(Gazeta Mercantil, de 12.3.2004, p. A15)

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Notícias

(Diário Comércio & Indústria, de 12.3.2004, p. A3)

Fiscalização do emissor fiscal vFiscalização do emissor fiscal vFiscalização do emissor fiscal vFiscalização do emissor fiscal vFiscalização do emissor fiscal voltaoltaoltaoltaoltahoje;hoje;hoje;hoje;hoje; 20% ainda estão ir 20% ainda estão ir 20% ainda estão ir 20% ainda estão ir 20% ainda estão irrrrrreeeeegulargulargulargulargulareseseseses

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(Diário Comércio & Indústria, de 12.3.2004, p..A4)

Cai a liminar queCai a liminar queCai a liminar queCai a liminar queCai a liminar quedispensou emprdispensou emprdispensou emprdispensou emprdispensou empresasesasesasesasesas

do emissor fiscaldo emissor fiscaldo emissor fiscaldo emissor fiscaldo emissor fiscalPresidente do tribunal declarou dano à ordem econômica

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(O Estado de S. Paulo, de 13.3.2004, p. C1)

Defensoria Pública

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(Folha de S. Paulo, São Paulo, de 12.3.2004, p. C1)

Nova decisão do TJ mantém controle de saneamentonas mãos da Sabesp

Sabesp

(O Estado de S. Paulo, de 23.3.2004, p. C4)

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(O Estado de S. Paulo, São Paulo, de 19.3.2004, p. C13)

TJ cassa liminar e autorizaflotação no Pinheiros

Flotação no Rio Pinheiros

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Notícias

8 Estados ainda excedem limite da LRFLei de Responsabilidade Fiscal

(Folha de S. Paulo, São Paulo, de 9.3.2004)

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(Diário de S. Paulo, de 6.4.2004, p. B2)

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Notícias

(Valor Econômico, Legislação e Tributos, de 2, 3 e 4.4.2004, p. E1)

Justiça de São Paulo usa penhoraon line para devedores do Estado

Penhora On Line

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Notícias

(Gazeta Mercantil, de 12.3.2003, p.1)

PEC n. 18AdministrativoMedida está prevista em proposta de emenda àConstituição aprovada pela Assembléia de São Paulo

PGE representará autarquias na Justiça

(Valor Econômico, de 8.12.2003, p. E2)

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Notícias

Leilão Judicial

(Gazeta Mercantil, Legal & Jurisprudência, de 30.4.2003, p.1)

Comissão do Advogado PúblicoEm defesa da independência

Fortalecer a liberdade e a autonomia do advogado público no exercício da profissão, de modo a fazer prevalecer o interessepúblico, é o principal objetivo da Comissão do Advogado Público da OAB-SP na atual gestão

A Comissão do Advogado Público daOAB-SP, na atual gestão, pretende promo-ver o fortalecimento da liberdade e da in-dependência desse segmento da advocaciano exercício da profissão. Por meio de pales-tras e de divulgação de matéria doutrináriano interior e na capital, a Comissão vaifomentar na sociedade civil e nas faculdadesde Direito a noção de interesse públicocomo bem indisponível, de modo a dissipara visão conservadora que considera o inte-resse público como o interesse do gover-nante, e a coisa pública como coisa de nin-guém. Por fim, a Comissão atuará de formademocrática, ampliando o debate de ques-tões relevantes que envolve em atualmentea advocacia pública, buscando o aperfeiçoa-mento legislativo da Procuradorias eapoiando a realização de concursos públicospara preenchimento de cargos vagos.

Anna Carla Agazzi, presidente da Co-missão, lembra que as prerrogativas doadvogado público são as mesmas de todosos advogados e de todos os servidores pú-blicos, com a diferença de que o advogadopúblico exerce o controle da legalidade,devendo ter uma atuação livre e indepen-dente, para fazer prevalecer o interessepúblico.

Para ela, o advogado público tem umaimportante contribuição a dar no aperfei-çoamento da administração pública: “Pelaatuação imparcial na orientação jurídicaprestada, para que sejam editadas normas,

regulamentos e atos administrativos, bemcomo para questionar administrativamenteos atos que lhe são submetidos. E reivin-dicando condições adequadas para oexercício de seu mister de curador da coisapública”.

Entre os problemas da categoria, AnnaCarla destaca a falta de unidade da advocaciapública,e principalmente a falta de umespaço comum para realização dos debates,que costumam ser isolados, apesar de versa-rem sobre a mesma temática. São pro-blemas comuns à advocacia pública, exem-plifica a presidente da Comissão, a falta deestrutura para o desenvolvimento dos tra-balhos e desempenho das funções, a faltade divulgação sobre a importância daorientação jurídica dada ao administradorpautada no interesse público, a prevalênciada decisão técnica, pautada pela legalidade,sobre a decisão política.

“Este espaço nos está sendo oferecidopela OAB nesta gestão, portanto esperoque possamos aproveitar a oportunidade,tão cara ao fortalecimento de nossasinstituições. Aproveito para convidar atodos que se sintam motivados e espe-rançosos a contribuir para o fortalecimentoda advocacia pública que se aproximem daOAB, nossa casa”, conclama Anna Carla.

Sobre a greve dos advogados públicosfederais, a presidente da Comissão ressaltaque a paralisação só ocorreu depois de váriastentativas de negociação sem sucesso: “Não

Anna Carla Agazzi é formada pelaUniversidade Mackenzie e mestranda emDireito Constitucional na PUC-SP. Desde1989, é procuradora do Estado, onde atuouna Procuradoria de Assistência Judiciária, foidiretora do Serviço de Aperfeiçoamento,procuradora-chefe do Centro de Estudos daProcuradoria Geral do Estado (PGE),integrante do Grupo de Direitos Humanos daPGE e coordenadora do Centro de OrientaçãoJurídica e Encaminhamento à Mulher.

(Jornal do Advogado, São Paulo, abr. 2004, p. 24)

encontraram outra forma de demonstrar suaindignação, principalmente diante dascondições precárias de trabalho a que vêmsendo submetidos. O sucateamento decarreiras jurídicas não há de ser aplaudido”.

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Notícias

Desagravo

(Jornal do Advogado, São Paulo, abr. 2004, p. 3)

Tarde de desagravos em São Paulo

Em 25 de março, às 16h, no Salão Nobre daOAB-SP, foi realizado um ato de desagravo a19 advogados paulistas. O evento foi presididopor Mário de Oliveira Filho, conselheiro epresidente da comissão de Direitos ePrerrogativas. Coube ao conselheiro José Luísde Oliveira saudar os desagravados em nomeda seccional Paulista.

Perante o auditório lotado, foram desa-gravados Miriam Piolla, ofendida pelo juiz da27ª vara criminal da Capital, Sérgio AntônioRibas; Ivanira Pancheri, ofendida pelo entãopromotor de Justiça da 4ª vara do Júri daPenha, Virgílio Antônio Ferraz do Amaral; eRenata Fiori Puccetti Klotz, ofendida pelodelegado Nilo Faria Hellmeister Junior, trêsinvestigadores de polícia, uma escrivã,

um chefe de investigação policial e um soldadoda PM.

Ofendidos pelo então vereador VicenteCândido, da Câmara Municipal de São Paulo,foram desagravados: Arabela Maria Sampaiode Castro, Clélia Rodrigues Martho Gon-çalves, Eveni Longo, Fernando de PaulaSimões, Geraldo Sérgio Bueno Govea, JoãoAlberto Guedes, Laura Maria de Barros Nas-cimento, Lívia Maria Cavalcanti do Amaral,Magadar Rosália Costa Briguet, Maria doCarmo Prandini Dermenjian, Maria PalmaPalombini, Maria Regina Marino FerreiraConti, Mariana Prado Armani QueirozBarbosa, Suelly Penharrubia Fagundes, Vandade Oliveira Pasqualin e Wanda Lilia DonolaZeidler.

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183B. Cent. Estud., São Paulo, 28(2):157-184, mar./abr. 2004

Notícias

(Jornal da Tarde, de 12.4.2004, p. 2A)

Artigo

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184 B. Cent. Estud., São Paulo, 28(2):157-184, mar./abr. 2004

Notícias

Cursos da PGE

4.3 - Precatórios

12.3 - Treinamento para Execução Orçamentária noâmbito da Procuradoria Geral do Estado

15,16,17, 18, 19, 22.3 - Treinamento sobre oSistema Eletrônico de Gestão deDocumentos (GEDOC)

22, 24, 29 e 31.3; 5, 7, 12 e 14.4 - Curso deRedação e Comunicação Escrita

CURSOS DO CENTRO DE ESTUDOS25.3, 30.3, 1°.4, 6.4, 13.4, 26.4 e 27.4 - Curso de

Atualização Gramatical da LínguaPortuguesa

2.4 - Seminário sobre a Tutela da Biodiversidadee Populações Indígenas

29 e 30.4 - 39° Curso de Atualização Jurídica, emCampinas

9.3 a 22.6 (terças e quintas-feiras) - LegalEnglish, sobre o tema Contracts andBusiness Law – SBDP (5 vagas)

9.3 a 29.6 e 3.8 a 30.11 (terças-feiras) - CursoAnual de Direito Administrativo – SBDP(3 vagas)

10.3 a 16.6 e 4.8 a 24.11 (quartas-feiras) - CursoAnual de Direito Constitucional – SBDP(3 vagas)

11.3 a 24.6 e 5.8 a 2.12 (quintas-feiras) - CursoAnual de Direito Tributário- SBDP (3 vagas)

12.3 a 2.7 e 6.8 a 26.11 (sextas-feiras) – CursoAnual de Direito das Cidades – SBDP(3 vagas)

13.3 a 3.7 e 7.8 a 4.12 (sábados) - Curso Anualde Teoria e Filosofia do Direito – SBDP(3 vagas)

5 e 6.4 - I Fórum Brasileiro sobre AgênciasReguladoras – Consultoria em Educação eEventos Ltda. (5 vagas)

CURSOS EM PARCERIA COM OUTRAS INSTITUIÇÕES

16.4 e 25.6 - Ciclo de Debates sobre DireitoAmbiental – Escola de Magistrados daJustiça Federal da 3ª Região(10 vagas)

17.4 - Novo Código Civil e seus Princípios –Instituto Internacional de Direito (5 vagas)

24.4 - Direito do Menor à Convivência Familiar –Instituto Internacional de Direito(5 vagas)

25.4 - Seminário de Inteligência Emocional –Centro de Aprendizagem Acelerada

25, 26,27 e 28.4 - I Encontro Nacional dosPregoeiros, em Florianópolis/SC

26 , 27 e 28.4 - Responsabilidade da Empresa edo Estado pelo Dano Ambiental – aspectoscivis, administrativos e penais – Instituto“O Direito por um planeta verde”(10 vagas)

28.4; 5, 12, 19, 26.5 e 2, 9 e 16.6 - O que Estáem Pauta no STF? – SBDP (10 vagas)

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185B. Cent. Estud., São Paulo, 28(2):185-198, mar./abr. 2004

Pareceres

Servidor Público – Licença-prêmio.Período de Gozo. Análise da

Lei Complementar n. 857/1999*Processo CRHE-14/99-CC

Parecer n. 1.195/2003

Interessado: Coordenadoria de Recursos Hu-manos do Estado

Assunto: Licença-prêmio. Proposta de edição dedespacho normativo, objetivando afixação de diretrizes sobre os proce-dimentos a serem adotados, com rela-ção à aplicação da Lei Complementarn. 857, de 20.5.1999. Sugestão de deci-são, em caráter normativo, das seguin-tes questões: a) os períodos de licença-prêmio adquiridos na vigência da LeiComplementar n. 857/99 devem serusufruídos no interregno de 4 (quatro)anos e 9 (nove) meses, a contar do tér-mino do período aquisitivo do aludidobenefício; b) os períodos de licença-prêmio adquiridos antes da vigência daLei Complementar n. 857/99 podem serusufruídos a qualquer tempo; c) osservidores deverão observar o prazo de4 (quatro) anos e 9 (nove) meses pararequerer e gozar o benefício, diligen-ciando para que os pedidos sejam for-malmente apreciados, publicando-se aautorização no DOE. O servidor que,no prazo assinalado, não requerer ogozo da licença-prêmio, em tempo há-bil para a necessária instrução do pedi-do, apreciação pela autoridade compe-tente e gozo efetivo, renunciará ao be-nefício; d) pode a Administração Pú-blica, por necessidade de serviço, pos-tergar o gozo de licença-prêmio, desdeque autorize a imediata fruição em outroperíodo, respeitado o prazo de 4 (qua-tro) anos e 9 (nove) meses fixado no

artigo 3º da Lei Complementar n.857/99; e) ocorrendo a hipótese pre-vista na alínea “d”, se o servidor ocu-pante de cargo em comissão for exo-nerado ex officio ou se aposentarcompulsoriamente naquele período,terá a Administração a obrigação deindenizar os períodos de licença-prê-mio não usufruídos, cujo gozo foi obs-tado. Competência do Governador doEstado.

PARECER AJG N. 1.195/2003

1. Cuidam os autos de proposta de ediçãode despacho normativo com o escopo de fixardiretrizes sobre os procedimentos a serem ado-tados, com relação à aplicação da Lei Comple-mentar n. 857, de 20.5.1999, que dispõe sobreo gozo de licença-prêmio.

2. No Parecer PA-3 n. 227/99, foram apro-vadas pelo Procurador Geral do Estado as se-guintes conclusões: a) a Lei Complementar n.857/99 não tem efeito retroativo, porquanto,limitou-se a disciplinar o gozo da licença-prê-mio, a partir de sua vigência; b) os períodos delicença-prêmio, adquiridos na vigência destediploma legal, devem ser usufruídos no inter-regno de 4 (quatro) anos e 9 (nove) meses, acontar do término do período aquisitivo; c) osperíodos de licença-prêmio adquiridos antes davigência da Lei Complementar n. 857/99 podemser usufruídos a qualquer tempo; d) é patente ainconstitucionalidade por vício de iniciativa, dadisposição transitória – artigo único da LeiComplementar n. 857/99, em face do dispostono artigo 63, inciso I da Constituição Federal eda utilização do poder de emenda de forma ex-cessiva, distorcendo a proposta original, cujocerne é a proibição da conversão da licença-prêmio em pecúnia; e) a Lei Complementar n.857/99 proibiu a conversão dos períodos de li-cença-prêmio cuja aquisição se complete a par-tir de 31.12.1999, inclusive. No caso do Poder

* A Lei Complementar n. 857/99 está publicada no Boletim doCentro de Estudos, São Paulo, v. 27, n. 3, p. 388, maio/jun.2003. Ver também os pareceres publicados no Boletim doCentro de Estudos, São Paulo, v. 27, n. 6, p. 793, nov./dez.2003.

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186 B. Cent. Estud., São Paulo, 28(2):185-198, mar./abr. 2004

Pareceres

Executivo, essa norma não terá efeitos enquantovigorar a proibição regulamentar à conversãoem pecúnia, não atingida pela aludida legisla-ção, que remeteu a matéria aos regulamentos aserem editados por cada Poder.

3. Em razão da conclusão aventada na alínea“d” do item precedente, a Procuradoria Admi-nistrativa elaborou minuta de ação direta deinconstitucionalidade, com pedido liminar, ob-jetivando a declaração da inconstitucionalidadedo artigo único das Disposições Transitórias daLei Complementar n. 857/99 (Parecer PA-3n. 304/99). A minuta da ação direta de incons-titucionalidade mereceu parecer favorável destaAssessoria (Parecer AJG n. 1.206/2000) e, apósser subscrita pelo Governador do Estado, foiencaminhada ao Supremo Tribunal Federal(ADIN n. 2.887).

4. Por determinação do Procurador Geraldo Estado, os autos retornaram à ProcuradoriaAdministrativa para nova apreciação, quantoà eficácia temporal da Lei Complementarn. 857/99.

5. No Parecer PA n. 360/2003, aprovado pelachefia da unidade, foi reafirmada a orientaçãoexarada no Parecer PA-3 n. 227/99, no sentidode que o prazo fixado pelo artigo 213 da Lein. 10.261/68, somente se aplica às licenças-prê-mio cujos prazos aquisitivos se implementaramapós a edição da Lei Complementar n. 857/99.

6. Em adendo ao Parecer PA n. 360/2003, aSubprocuradora Geral do Estado da Área daConsultoria propôs a edição de despacho nor-mativo pelo Governador do Estado, com rela-ção aos seguintes pontos:

“a) seja reafirmado que a Lei Comple-mentar estadual n. 857 de 20.5.1999 esta-beleceu prazo extintivo para o gozo daslicenças-prêmio adquiridas a partir da suavigência (4 anos e 9 meses a partir daaquisição); b) seja reconhecido que o pra-zo de 4 anos e 9 meses para pleitear ad-ministrativamente e gozar o benefícionão se confunde com o prazo prescricio-nal de 5 anos para acesso ao Poder Judi-ciário, também contado a partir da aqui-sição do direito; c) sejam orientados osfuncionários no sentido de que deverão

observar o prazo fatal de 4 anos e 9meses para requerer e gozar o benefício,cuidando ainda para que sejam formal-mente apreciados os pedidos, inclusivecom a devida publicação no DOE dorespectivo ato autorizando ou não o go-zo, sob pena de preclusão administrativa,razão pela qual deverão protocolar – comtempo suficiente para a necessáriainstrução, apreciação pela autoridade egozo efetivo – expresso e fundamentadopedido administrativo; d) sejam orienta-dos os funcionários no sentido de que ogozo de licença-prêmio não requerido édireito renunciado: se o funcionário nãorequerer o gozo, em tempo hábil, à autori-dade competente, abdica do direito; e)seja reconhecido que o direito à fruiçãode licença-prêmio, oportuna e regular-mente requerido pelo funcionário, nega-do ou não apreciado pela autoridadecompetente é imprescritível; f) seja reco-nhecido que a autoridade competente nãodeve indeferir o gozo de licença-prêmio,pode apenas postergá-lo provisoriamente,em despacho escrito e devidamente moti-vado quanto à necessidade do serviço, aser publicado no DOE, sendo competentepara autorizar a imediata fruição em outroperíodo em que essa necessidade haja de-saparecido ainda que excedido o lapsotemporal de 4 anos e 9 meses; g) seja res-ponsabilizada a autoridade que der causaa eventual indenização de licença-prêmionão gozada, quando não observado oprocedimento referido na alínea anterior;h) seja reconhecida a obrigação de inde-nizar quando, sobrevindo morte, aposen-tadoria compulsória ou exoneração deofício de ocupante de cargo em comissão,não for possível o gozo do benefício as-segurado na forma prevista nas alíneas‘c’, ‘e’ e ‘f’, supra; i) seja reafirmado quea regra é sempre o gozo do benefício,observada sempre que possível a escalaelaborada pela Administração, só se ad-mitindo a indenização nas hipóteses daalínea ‘h’ eis que o ‘fundamento jurídicodo pagamento em pecúnia do benefício,a título indenizatório, reside no fato de,em algumas circunstâncias, ainda queagindo licitamente, dar a Administração

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Pareceres

ensejo à não-fruição em ócio’ desse di-reito (em conformidade com o adita-mento ao parecer AJG-767/2000 e juris-prudência vigente).”

7. O Procurador Geral do Estado aprovou oParecer PA n. 360/2003, com a complemen-tação aposta pela Subprocuradora Geral doEstado da Área de Consultoria e determinou oencaminhamento de cópia do aludido parecera todas as unidades da Procuradoria Geral doEstado, para ampla divulgação aos órgãos daAdministração, inclusive com publicação noBoletim do Centro de Estudos e no sítio da Pro-curadoria Geral do Estado. Ademais, devolveuos autos à Casa Civil, a fim de que fossemtomadas providências para a edição de des-pacho normativo e o novo encaminhamento damatéria ao Poder Legislativo.

8. Relatados. Opinamos.

9. A Lei Complementar n. 857, de20.5.1999, que dispõe sobre o gozo da licença-prêmio no âmbito da Administração Pública,fixou as seguintes regras: a) vedou a conversãoem pecúnia de períodos de licença-prêmio; b)determinou que a fruição do benefício deveriaobedecer ao prazo de 4 (quatro) anos e 9 (nove)meses, a contar do término do período aqui-sitivo, em período não inferiores a 30 (trinta)dias; e c) estipulou que as autoridades compe-tentes deveriam adotar as medidas administra-tivas cabíveis para que o servidor usufrua obenefício no prazo fixado.

10. A primeira dúvida suscitada diz respeitoao artigo 3º do citado diploma legal, que alteroua redação do artigo 213 da Lei n. 10.261, de28.10.1968, e fixou prazo para o gozo da licen-ça-prêmio. A tormentosa questão a ser dirimidacinge-se a definir se tal prazo abrange os perío-dos de licença-prêmio adquiridos anteriormenteà vigência do aludido diploma legal.

11. Ratificamos nossa manifestação exaradaàs fls., que mantém consonância com os Pare-ceres PA-3 n. 227/99 e PA n. 360/2003.

12. O artigo 3º da Lei Complementar n. 867/99, ao modificar a redação do artigo 213 daLei n. 10.261/68, determinou que “a licença-prêmio deverá ser usufruída no prazo de

4 (quatro) anos e 9 (meses), a contar do términodo período aquisitivo”.

12.1. Ao utilizar a expressão “a contar dotérmino do período aquisitivo”, o legisladorexpressamente fixou o termo inicial da conta-gem do prazo para o gozo das licenças-prêmioadquiridas a partir de sua vigência.

13. A intenção do anteprojeto de lei apresen-tado pelo Poder Executivo, com relação aosperíodos de licença-prêmio adquiridos anterior-mente, foi impedir a conversão em pecúnia des-ses benefícios, mas não o seu gozo. Esse intuitoestá claro no artigo 1º do anteprojeto e na Ex-posição de Motivos apresentada pelo Gover-nador do Estado, cujo excerto ora re-produzimos:

“Tenho a honra de encaminhar a essailustre Assembléia Legislativa, por inter-médio de Vossa Excelência, o inclusoprojeto de lei complementar que tem porobjetivo vedar o ressarcimento em dinhei-ro de períodos de licença-prêmio nãousufruídos a todos os servidores da Ad-ministração Direta e Indireta, aos mem-bros e aos servidores de outros Poderesdo Estado.

A licença, prêmio de assiduidade que é,foi instituída como período de repouso elazer do servidor público para assegurar-lhe a necessária higidez e o desejávelconvívio familiar e proporcionar-lhemaior estímulo ao trabalho.

No entanto, essa vantagem teve sua fina-lidade desvirtuada, com a possibilidadede conversão, até da sua totalidade, empecúnia. Bem por isso, a Lei Comple-mentar n 644, de 26 de dezembro de1989, revogou expressamente dispositivoda Lei n. 10.261, de 28 de outubro de1968 (Estatuto dos Funcionários PúblicosCivis do Estado de São Paulo) que per-mitia aos agentes públicos ali indicadoso gozo da metade do período da licençae o recebimento, em dinheiro, equivalentea outra metade do período.”

13.1. A vedação ao pagamento em pecúniados períodos de licença-prêmio vencidos e nãousufruídos está reforçada com o veto aposto pelo

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Pareceres

Governador do Estado e afastado pela Assem-bléia Legislativa ao artigo único das DisposiçõesTransitórias da Lei Complementar n. 857/99.

14. Entretanto, não há qualquer dispositivona lei em comento, implícito ou explícito, quediscipline o gozo dos períodos de licença-prêmio adquiridos anteriormente à sua vigên-cia. A fixação de regras pelo intérprete sobreessa matéria extrapolaria os limites definidospela legislação.

15. Ressalte-se que interpretação diversa daora pontificada poderia afetar a Administraçãoe a coletividade, com o afastamento por largotempo dos servidores que acumularam váriosperíodos de licença-prêmio não usufruídos,como asseverado com propriedade no ParecerPA n. 360/2003.

15.1. Tal entendimento ofenderia ao princí-pio da razoabilidade, insculpido no artigo 111da Constituição do Estado. Gordillo, citado porMaria Sylvia Zanella Di Pietro1, preleciona que“a decisão discricionária do funcionário seráilegítima apesar de não transgredir nenhumanorma concreta e expressa, se é irrazoável”, oque poderá ocorrer, em várias circunstâncias,mas especialmente quando “não leve em contaos fatos constantes do expediente ou públicose notórios”. No caso vertente, é fato público enotório que a Administração não pode pres-cindir por um lapso de tempo considerável devários funcionários, sem que a prestação doserviço público seja vulnerada.

15.2. Denote-se que o debate ora travadotem seu cerne fixado no campo do direito in-tertemporal, matéria em que o Supremo Tribu-nal Federal tem admitido a possibilidade do in-térprete aplicar o princípio da razoabilidade,conforme se constata na ADIN n. 2.209-PI.2

16. Em face dessas considerações, entende-mos que os períodos de licença-prêmio adqui-ridos antes da vigência da Lei Complementarn. 857/99 podem ser usufruídos a qualquer tem-po; aqueles completados após a vigência do

aludido diploma legal devem ser gozados nointerregno de 4 (quatro) anos e 9 (nove) meses,a contar do término do período aquisitivo.Nesse sentido, as ponderações constantes dasalíneas “a” a “d” da manifestação da Subprocu-radoria Geral do Estado da Área Consultiva sãoinerentes a essa interpretação.

17. Merecem análise mais acurada as con-siderações listadas nas alíneas “e” a “g” da refe-rida manifestação, que dizem respeito à possi-bilidade de a Administração indeferir o gozoda licença-prêmio.

17.1. A Administração Pública tem sistema-ticamente se manifestado no sentido da obriga-toriedade do gozo da licença-prêmio, consi-derando a natureza jurídica do instituto, que éa concessão de um prêmio para repouso e lazerdo funcionário. Nesse sentido, o parágrafo úni-co do artigo 5º do Decreto n 25.013, de16.4.1986, cuja vigência foi restaurada peloDecreto n. 39.907, de 3.1.1995, que dispõe:

“Artigo 5º - (...)

Parágrafo único - Os períodos de licença-prêmio adquiridos a partir de 1º de janei-ro de 1986 deverão, necessária e obri-gatoriamente, ser usufruídos pelo fun-cionário ou servidor premiado, medianteapresentação de requerimento específico,sob pena de, não o fazendo, enquantoem atividade, ter o seu direito perempto.”

17.2. Em manifestação exarada no ProcessoSF n. 7.155/85, o Governador do Estado exarouDespacho Normativo de 7 de março, publicadoem 8.3.1986, determinando que as licenças-prêmio concedidas aos funcionários e servido-res da Administração centralizada e autarquiasdo Estado devem obrigatoriamente ser usufruí-das em gozo, ficando vedado o indeferimento,por absoluta necessidade de serviço ou porqualquer outra justificativa.

17.3. Essas diretrizes foram assentadas nosartigos 2º e 3º da Lei Complementar n. 857/99,ao determinarem às autoridades competentesque adotem as medidas administrativas necessá-rias para que, necessária e obrigatoriamente, oservidor usufrua a licença-prêmio a que tenhadireito, no prazo de 4 (quatro) anos e 9 (nove)

1 Maria Sylvia Zanella Di Pietro, Direito administrativo, 10.ed., São Paulo: Atlas, 1999, p. 72.

2 STF – ADIN n. 2209-PI, Pleno, rel. Min. Maurício Correa,DJU, de 25.4.2003.

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Pareceres

meses, a contar do término do período aqui-sitivo, e no veto aposto pelo Governador doEstado ao parágrafo único do artigo 2º do alu-dido diploma legal, inserido em decorrência daaprovação da Emenda n. 11, ora transcrito:

“O dispositivo prevê que ‘a fruição dalicença-prêmio poderá ser negada ouobstado o seu gozo, a qualquer tempo,em caso de absoluta necessidade de ser-viço devidamente justificada, sem prejuí-zo do direito adquirido pelo seu titular’.

Ora, a regra subverte a proposta gover-namental, frustrando um dos seus prin-cipais objetivos, que é exatamente o deimpor prazo peremptório para a fruiçãoda licença-prêmio.” (grifo nosso)

17.4. Portanto, pelas regras em vigor, o PoderExecutivo, por questão de conveniência e opor-tunidade, determinou que não fossem indeferi-dos os períodos de licença-prêmio. É mister sa-lientar, entretanto, que a suspensão do gozodesse benefício não configura violação a direitodo servidor. Nesse sentido têm se manifestadonossos Tribunais, em acórdãos cujas ementasora reproduzimos:

“Servidor Estadual – Mandado de Segu-rança – Licença-prêmio – Administraçãoque indeferiu o gozo de período do bene-fício por necessidade do serviço – Lega-lidade – Discricionariedade para assimproceder, segundo critérios de oportuni-dade e conveniência – Inteligência do ar-tigo 213 da Lei n. 10.261, de 1968 – Ine-xistência de ilegalidade, arbitrariedade oudesvio de finalidade – Prevalência do in-teresse público em relação ao particular– Impossibilidade de condenação em se-de mandamental – Sentença denegatóriada segurança – Recurso improvido.”(TJSP – Apelação n. 128.077-5/2 - Campi-nas – 2a Câmara de Direito Público – rel.Oswaldo Magalhães – v.u. – j. 7.8.2001).

“Recurso Ordinário em Mandado de Se-gurança – Administrativo – Licença-prê-mio – Gozo – Suspensão.

A suspensão temporária do gozo da licen-ça-prêmio, por conveniência da Adminis-tração, não configura violação a direito

líquido e certo do beneficiário. Recursoimprovido” (STJ – ROMS n. 8.659/MS,6ª T., rel. Min. Hamilton Cavalhido, DJU,de 4.8.2003).

“Recurso Ordinário em Mandado de Se-gurança – Servidor Público.

É possibilitado à Administração que, noexercício de sua competência, analise aconveniência e oportunidade de conferirao servidor o gozo de sua licença-prêmio.O indeferimento de pleito nesse sentido,colocado na necessidade de continuaçãodo serviço público de ensino, não carac-teriza qualquer ilegalidade. Recurso des-provido.” (STJ – ROMS n. 10.634/RS, 5ªT., rel. Min. Felix Fisher, DJU, de4.6.2001).

17.5. Nesse sentido, podemos concluir pelainexistência de óbice à alteração do DespachoNormativo de 7.3.1986, desde que respeitadosos limites impostos pela Lei Complementar n.857/99. Assim, pode a Administração Pública,por necessidade de serviço, postergar o gozode licença-prêmio, desde que autorize a imedia-ta fruição em outro período, respeitado o prazode 4 (quatro) anos e 9 (nove) meses fixado noartigo 3º do aludido diploma legal, que alterouo artigo 213 da Lei n. 10.261/68.

17.6. A lei não proibiu o adiamento do gozoda licença-prêmio por necessidade de serviço.Entretanto, determinou ao administrador que,caso postergue a fruição do aludido benefício,deve autorizar o seu gozo no prazo de 4 (quatro)anos e 9 (nove) meses.

18. Com relação ao item “h” da manifestaçãoda Subprocuradora Geral do Estado da Áreade Consultoria, o Decreto n. 25.353, de10.6.1986, com a alteração introduzida pelo De-creto n. 44.722, de 23.2.2000, disciplina sobreos casos de morte do servidor, incluídos nestacategoria os ocupantes de cargo em comissão:

“Artigo 1º - Aos herdeiros de servidor pú-blico, da Administração direta ou de au-tarquias do Estado, fica assegurado o di-reito de pleitear o pagamento de fériasindeferidas por absoluta necessidade deserviço e/ou licença-prêmio averbadaspara gozo oportuno e não usufruídas ouutilizadas para qualquer efeito legal.

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190 B. Cent. Estud., São Paulo, 28(2):185-198, mar./abr. 2004

Pareceres

Artigo 2º - O direito à percepção da inde-nização de que trata o artigo anterior de-penderá de petição do beneficiário dofuncionário ou servidor público, que de-verá ser formulada dentro de 90 (noventa)dias, contados da data do falecimento.”

18.1. Logo, três são os pressupostos neces-sários para a concessão do benefício em tela:a) os períodos de licença-prêmio devem estaraverbados para gozo oportuno e não usufruídospara qualquer fim; b) o requerente deve serherdeiro do servidor falecido e c) o pedido deveser tempestivo.

18.2. Estando a matéria regulamentada, nãonos parece oportuno a edição de despacho nor-mativo sobre o tema.

19. Nos casos de aposentadoria compulsóriaou exoneração de ofício de ocupante de cargoem comissão, é viável a indenização de perío-dos de licença-prêmio não usufruídos, desdeque haja um nexo de causalidade entre a atua-ção do Estado e o gozo desse direito. O exercí-cio do direito deve ser obstado pela Adminis-tração para que surja a obrigação de indenizar.

19.1. Assim, se alterado o Despacho Norma-tivo de 7.3.1986 para permitir a Administraçãoa postergação do gozo da licença-prêmio, noperíodo de 4 (quatro) anos e 9 (nove) meses,fixado pelo artigo 3º da Lei Complementar n.857/99, ocorrendo a aposentadoria compulsóriaou a exoneração de ofício do ocupante de cargoem comissão nesse interregno, viável aindenização.

20. Com essas considerações, propomossejam decididas em caráter normativo as se-guintes questões:

a) os períodos de licença-prêmio adquiridosna vigência da Lei Complementar n. 857/99devem ser usufruídos no interregno de 4 (qua-tro) anos e 9 (nove) meses, a contar do términodo período aquisitivo do aludido benefício;

b) os períodos de licença-prêmio adquiridosantes da vigência da Lei Complementar n. 857/99 podem ser usufruídos a qualquer tempo;

c) os servidores deverão observar o prazode 4 (quatro) anos e 9 (nove) meses para

requerer e gozar o benefício, diligenciando paraque os pedidos sejam formalmente apreciados,publicando-se a autorização no DOE. O servi-dor que, no prazo assinalado, não requerer ogozo da licença-prêmio, em tempo hábil para anecessária instrução do pedido, apreciação pelaautoridade competente e gozo efetivo, renun-ciará ao benefício;

d) pode a Administração Pública, por neces-sidade de serviço, postergar o gozo de licença-prêmio, desde que autorize a imediata fruiçãoem outro período, respeitado o prazo de 4(quatro) anos e 9 (nove) meses, fixado no artigo3º da Lei Complementar n. 857/99;

e) ocorrendo a hipótese prevista na alínea“d”, se o servidor ocupante de cargo em comis-são for exonerado ex officio ou se aposentarcompulsoriamente naquele período, terá a Ad-ministração a obrigação de indenizar os perío-dos de licença-prêmio não usufruídos, cujogozo foi obstado.

Assessoria Jurídica do Governo, 10 de de-zembro de 2003

MARIA CHRISTINA TIBIRIÇÁBAHBOUTHProcuradora do Estado Assessora

À vista das considerações expendidas no pa-recer retro, das quais resultam questões pon-tuais em parte divergentes das conclusões alcan-çadas pela douta Procuradoria Geral do Estado,com vista a orientar a edição de despacho nor-mativo a ser expedido pelo Senhor Governadordo Estado sobre a matéria em pauta, mostra-seaconselhável colher-se nova manifestação dacitada Instituição, pela Subprocuradoria da Áreade Consultoria, permitindo, destarte e em se-qüência, a elevação do assunto à deliberaçãodo Senhor Governador do Estado.

Para a finalidade acima apontada, restituam-se os autos à Assessoria Técnica do Governo.

Assessoria Jurídica do Governo, 10 de de-zembro de 2003

TERESA SERRA DA SILVAProcuradora do Estado Assessora Chefe

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191B. Cent. Estud., São Paulo, 28(2):185-198, mar./abr. 2004

Pareceres

Processo: CRHE-14/99-CC (Apenso n. 1.031/99)

Interessado: Coordenadoria de Recursos Huma-nos do Estado

Assunto: Comunicado CRHE. Procedimento so-bre a aplicação da Lei Complementarn. 857, de 20 de maio de 1999, quedispõe sobre o gozo de licença-prêmio.

1. Ante os termos do Parecer AJG n. 1.195/2003 e do subseqüente despacho lançado pelad. chefia desse órgão, acresço à minha manifes-tação de fls. os tópicos a seguir expostos.

2. O prazo de 4 anos e 9 meses a que aludeo artigo 213 do Estatuto do Funcionário Públi-co, com a nova redação dada pela Lei Comple-mentar estadual n. 857/99, diz respeito ao iníciodo gozo da licença-prêmio. As diversas peçasopinativas lançadas nestes autos já demons-traram que o diploma legal por último referidoobjetivou não apenas (i) vedar a conversão dascitadas licenças em pecúnia, como também (ii)evitar a configuração de cenários em que talindenização se tornasse inevitável. Esta últimahipótese sucedia amiúde, com a acumulaçãode períodos de licença adquiridos e não goza-dos, que se avolumavam e, em certas situações,acabavam por forçar o sobredito pagamento.Quis o legislador de 1999, assim, que, uma vezconcluído o período aquisitivo, ocorra integral-mente o respectivo gozo antes da aquisição deum segundo período de 90 dias de licença. Daío prazo de 4 anos e 9 meses, o qual, somadoaos 90 dias de licença, perfaz precisamente os5 anos necessários à aquisição de um novo blo-co. Essas considerações são, pois, parte inte-grante “b” e “c” de fls.

3. Por outro lado, penso que é precisamenteo princípio da razoabilidade, bem sumariadoàs fls., que impede seja deferido o gozo de licen-ça-prêmio incompatível com a continuação doserviço público. Noutras palavras, o prazo ago-ra constante do artigo 213 do Estatuto do Fun-cionário Público não se sobrepõe, como é óbvio,aos princípios constitucionais que norteiam aAdministração Pública, entre os quais tambémavulta, no caso em exame, o da eficiência. Nomeu modo de ver, o deferimento da licença (i)

decorrente do cumprimento do indigitado prazomas (ii) incompatível com a efetiva continui-dade do serviço público, por ser irrazoável, cor-responde justamente à decisão “ilegítima apesarde não transgredir nenhuma norma concreta eexpressa” (cit. a fls., item “15.1”). Mantenhoassim, com a devida vênia, o quanto expus noitem “f” de fls.

4. Isso posto, encaminhe-se à deliberaçãodo Senhor Procurador Geral do Estado, comproposta de aprovação da aclaração acimalançada à manifestação retro de fls.

Subg. Cons., em 3 de março de 2004

ANA MARIA OLIVEIRADE TOLEDO RINALDISubprocuradora Geral do EstadoÁrea da Consultoria

1. Aprovo a manifestação retro da Subpro-curadora Geral do Estado – Área da Consul-toria, ficando:

a) aclarado que o prazo de 4 anos e 9 mesesreferido pelo artigo 213 do Estatuto do Funcio-nário Público, em sua redação atual, constituilimite máximo para o início do gozo da licença,o qual, ademais, deve se completar nos 90 diassubseqüentes;

b) ratificada a hipótese de postergação cons-tante do item “f”de fls., nos exatos termos ex-postos e reiterados pela Subprocuradoria Geralda Área.

2. Dêem-se a este despacho e à manifestaçãoretro ora aprovada o encaminhamento e a publi-cidade que determinei no segundo parágrafode meu despacho de fls. Em seguida, retornemos autos a este Gabinete para ajustes e oportunoencaminhamento da proposta de despachonormativo.

GPG, em 3 de março de 2004

ELIVAL DA SILVA RAMOSProcurador Geral do Estado

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192 B. Cent. Estud., São Paulo, 28(2):185-198, mar./abr. 2004

Pareceres

REPLEN n. 990370/02-1

Recorrente: A.G., M.V.G., F.G.G. e N.R.G.B.

Recorrida: F.A. Ltda.

Assunto: Recurso para cancelamento dos ar-quivamento ns. 49.814/02-3 e49.813/02-0

1. Vistos.

2. Trata-se de recurso ao e. Plenário destaJunta Comercial do Estado de São Paulo, inter-posto pelos sócios minoritários da recorrida,contra o arquivamento dos atos societários dealterações contratuais promovidas pelo sóciomajoritário de ns. 49.814/02-3 e 49.813/02-0,em sessão de 7.5.2002, publicados no DOE dodia 16.5.2002.

3. Dada a complexidade da matéria trazidaa debate perante este órgão de Registro de Co-mércio, esta Procuradoria passa a separar emtópicos as razões e as contra-razões apresen-tadas pelas partes envolvidas, a fim de quemelhor se visualizem os argumentos expostos.

Razões do Recurso

4. Os recorrentes, sócios minoritários da em-presa F.A. Ltda., ora recorrida, interpuseram opresente recurso, sob a alegação de que o só-cio majoritário, Senhor A.G., único subscritordas alterações contratuais repugnadas (ns. 23 e24), arquivadas sob os ns. 49.814/02-3 e49.813/02-0, alterou fundamentalmente osdireitos de todos os acionistas, sem observarde preceitos legais pertinentes, alegando, emsíntese:

- sendo as quotas da recorrida iguais paratodos os sócios e de um só tipo, foramelas modificadas, com a criação dequotas classe “A” e quotas classe “B”,criando privilégios para as de classe“A” e restrições para as de classe “B”,ficando o sócio majoritário com as quo-tas de classe “A” e destinando aos

Cancelamento de Arquivamento de AlteraçõesContratuais Promovidas por Sócio Majoritário

sócios minoritários as quotas de classe“B”; tais privilégios e restrições cons-tam da “Cláusula VI – Cessão de Quo-tas”, inserta às fls. dos autos;

- tal procedimento conflitou com o dis-posto no artigo 136, incisos I e II e pa-rágrafos 1º e 4º, da Lei n. 6.404/76, poisos sócios minoritários não foram con-sultados sobre referida deliberação enão concordam em ratificá-la;

- aplica-se à sociedade por quotas de res-ponsabilidade limitada o artigo 18 doDecreto n. 3.708, de 10.1.1919;

- a alteração de quotas em classes distintascontrariou o artigo 16, parágrafo únicoda Lei n. 6.404/76;

- exigência de quorum qualificado paraalteração de contrato de sociedade decaracterística plurilateral;

- a subscrição e a integralização de capitalsocial só pode ser feita próprio sóciointeressado, pois se trata de ato pessoal;

- afronta ao artigo 170, parágrafo 7º daLei n. 6.404/76;

- na subscrição de aumento de capital so-cial, foi desrespeitado o artigo 171 eparágrafos da Lei n. 6.404/76;

- as demais alterações perpetradas pelosócio majoritário contêm cláusulas res-tritivas aos demais sócios minoritáriose não poderiam ser arquivadas nestaJunta Comercial, por estarem em desa-cordo com o estabelecido no artigo 35,inciso VI da Lei n. 8.934/94;

- afronta ao disposto no artigo 5º, incisoXXXV da Constituição Federal.

Contra-razões de Recurso

5. Por sua vez, a recorrida sustenta em seusargumentos constantes às fls. dos autos, asseguintes colocações:

- em preliminar, a recorrida alega: a)ilegitimidade de parte da sociedade

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193B. Cent. Estud., São Paulo, 28(2):185-198, mar./abr. 2004

Pareceres

recorrida figurar no pólo passivo dopresente recurso; b) ausência de inte-resse de agir dos recorrentes, vez queo artigo 15, do Decreto n. 3.708/19 pre-vê a possibilidade de retirada dos sóciosdivergentes; c) inadmissibilidade de in-terposição de recurso de forma conjuntacontra dois arquivamentos;

- no mérito, com relação à 22ª alteraçãocontratual:

- não houve reclassificação das quotasexistentes, conforme alegados pelos re-correntes, mas apenas foram estabele-cidos critérios diferenciados para suacessão e/ou transferência;

- não cabe falar em ações preferenciaisprejudicadas, pois a recorrida não pos-sui quotas preferenciais, razão pela qualnão se aplica o disposto no artigo 136,da Lei das Sociedades Anônimas;

- o artigo 16, parágrafo único da Lei dasSociedades Anônimas, que trata deações ordinárias, não se aplica à recor-rida porque não prevista sua emissãono contrato social e inadmissível a suainstituição nas sociedades limitadas;

- a aplicação supletiva da Lei das Socie-dades Anônimas ao contrato social desociedades limitadas (por força do dis-posto no art. 18 do Dec. n. 3.708/19)só se dá quando o dispositivo legal da-quela for adequado ao desta;

- não tem aplicação a assertiva dos re-correntes de que as alterações contra-tuais arquivadas contêm cláusulas res-tritivas que não podem ser arquivadasna Junta Comercial, face ao que dispõe oartigo 35, inciso VI da Lei n. 8.934/94,vez que de tal dispositivo legal só sepode inferir que “cláusula restritiva” éaquela que estabelece quorum paradeliberações sociais superior à maioriado capital social;

- a cessão de quotas prevista na CláusulaVI do contrato social observou todasas formalidades legais vigentes;

- as alegações referentes à cônjuge-me-eira são infundadas e não estão sujeitasà apreciação da Junta Comercial;

- a possibilidade de exclusão de sócioquotista em razão de desarmonia ousérias divergências não contraria precei-to constitucional insculpido no artigo5º, inciso XXXV da Carta Magna, emesmo que assim fosse, tal matériaestaria sujeita apenas à análise do PoderJudiciário;

- não houve afronta aos direitos essenciaisdos sócios, arrolados no artigo 109 daLei das Sociedades Anônimas, naquiloem que for aplicável às sociedades porquotas de responsabilidade limitada;

- sendo os sócios minoritários diver-gentes quanto às alterações perpetradasno contrato social da sociedade por suamaioria, deveriam utilizar-se da facul-dade prevista no artigo 15 do Decreton. 3.708/19, retirando-se da empresarecorrida;

- no mérito, com relação à 23ª alteraçãocontratual:

- não cabe à Junta Comercial, órgão ad-ministativo, julgar a pertinência do au-mento de capital social efetuado pelosócio majoritário, podendo apenas re-conhecer a existência ou inexistênciadesse direito;

- o artigo 170, parágrafo 7º da Lei dasSociedades Anônimas não se aplica àssociedades por quotas de responsabili-dade limitada;

- o aumento de capital social efetuado im-plicou a subscrição dos sócios minori-tários, ora recorrentes, nos termos dositens 1 e 2 da 23ª alteração contratual.

Manifestação da Procuradoria

6. De início, ressalta-se que o recurso inter-posto pelos recorrentes foi apresentado no pra-zo legal, assim como as contra-razões da re-corrida, à vista dos documentos de fls., encon-trando-se nos termos do artigo 50 da Lein. 8.934/94 e do artigo 67, parágrafo 1º doDecreto n. 1.800/96.

7. No tocante às preliminares elencadas pelarecorrida, em suas contra-razões de fls., enten-demos que devem ser afastadas, por improce-dentes. Senão vejamos:

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Pareceres

8. A legitimidade de parte da sociedade inte-ressada em figurar como recorrida explica-sepelo fato de que um dos principais efeitos docontrato social é a criação de um novo sujeitode direitos – a pessoa jurídica da sociedade que,aliás, é a titular do registro. Há uma extensãodos vínculos obrigacionais para além das partesque subscrevem o contrato social, pois o con-trato social origina direitos e obrigações tam-bém para a pessoa jurídica constituída.

9. Assim, tendo as deliberações e alteraçõescontratuais sido feitas pelo sócio majoritário,representante legal da recorrida (Cláusula VII,parágrafo único do contrato social de fls.), osatos praticados por aquele foram feitos emnome desta por força de seu contrato social e,nessas circunstâncias, vinculam a sociedaderecorrida, nos termos da lei.

10. O interesse de agir dos recorrentes paraa interposição do presente recurso encontra-seclaro nas razões que fundamentam seu apelo,vez que se julgam prejudicados pelas alteraçõescontratuais perpetradas pelo sócio majoritárioda recorrida, dispondo o artigo 15 do Decreton. 3.708/18 apenas de um direito, de uma facul-dade do sócio divergente (direito de retirada),não se encontrando este impedido de provarprejuízo e afronta à lei, quando se julgar pre-terido ou prejudicado em seus direitos de al-guma forma, tratando-se de direito fundamentalprevisto e assegurado no artigo 5º, incisoXXXV da Constituição Federal.

11. Outrossim, improcede a alegação de quea matéria aqui tratada deveria ser objeto derecursos distintos, pois perfeitamente possívelque sua análise e julgamento ocorram no mes-mo recurso admitido no artigo 44, inciso II daLei n. 8.934/94, pois os pedidos de cancela-mento dos arquivamentos estão sendo analisa-dos separadamente e dessa forma, serão julga-dos pelo e. Plenário deste órgão do Registro deComércio.

12. Veja-se, nesse aspecto, que o artigo 292do Código de Processo Civil admite a cumu-lação de pedidos num mesmo processo contrao mesmo réu, ainda que entre tais pedidos nãohaja conexão. No caso em concreto do recursointerposto pelos recorrentes, pode-se alegar,inclusive, o princípio da continuidade, pois o

resultado da análise da 22ª alteração contratualterá implicação direta no julgamento da 23ªalteração contratual.

13. No mérito, melhor razão não assiste àrecorrida, como passaremos a expor. Comefeito. Registre-se, desde já, que é proibido àJunta Comercial arquivar qualquer documentoque não obedeça às prescrições legais ou re-gulamentares, ou que contiver matéria contrá-ria aos bons costumes ou à ordem pública,conforme dispõe o artigo 35, inciso I da Lein. 8.934/94.

14. Como é cediço, de acordo com o artigo18 do Decreto n. 3.708/19, a Lei das SociedadesAnônimas é supletiva ao contrato social dassociedades por quotas de responsabilidadelimitada, naquilo que lhes for aplicável. Poróbvio, não se aplicará a Lei das SociedadesAnônimas aos contratos sociais das sociedadeslimitadas, quando isso implicar burla à legis-lação vigente.

15. Nos termos do artigo 2º do Decreton. 3.708/19, o título constitutivo (contrato so-cial) é regido pelas disposições dos artigos 300e 302 do Código Comercial brasileiro. Em as-suntos em que for omisso o aludido decreto,observa-se o que dispuser o contrato social e,na sua omissão, aplica-se a legislação do ano-nimato, por força do determinado no artigo 18do Decreto n. 3.708/19.

16. Ora, o que se verifica na análise das alte-rações contratuais objeto do recurso interpostopelos sócios minoritários é que houve utiliza-ção, por parte do sócio majoritário, de váriosinstitutos previstos na Lei n. 6.404/76, sendodefeso à parte utilizar-se de uma possibilidadeprevista na lei, recusando-se, concomitante-mente, a cumprir as exigências para a forma-lização legal dos atos praticados, conformesustenta a recorrida em suas contra-razões.

Da 22ª Alteração Contratual

17. Inserto às fls., encontra-se o contrato so-cial da recorrida, sem as alterações promovidasatravés dos arquivamentos ns. 49.814/02-3 e49.813/02-0. De acordo com a Cláusula IV –do Capital Social, conclui-se que o capital dasociedade recorrida era composto por quotasda mesma natureza, sendo que a 22ª alteração

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contratual estabeleceu, em seu item 1, diferentesclasses para referidas quotas sociais (tipos “A”e “B”), com alguns privilégios para as de tipo“A” e algumas restrições para as de tipo “B”,conforme deliberação de item 2.

18. Dispõe o artigo 16 da Lei n. 6.404/76,com as alterações que se seguiram na legislação,in verbis:

“Artigo 16 - As ações ordinárias de com-panhia fechada poderão ser de classesdiversas, em função de:

I - conversibilidade em ações preferen-ciais;

II - exigência de nacionalidade brasileirado acionista; ou

III - direito de voto em separado para opreenchimento de determinados cargosde órgãos administrativos.

Parágrafo único - A alteração do estatutona parte em que regula a diversidade declasses, se não for expressamente previstae regulada, requererá a concordância detodos os titulares das ações atingidas.”(g. n.)

19. A despeito de que a alteração perpetradapelo sócio majoritário, representando a recorri-da, não foi realizada em função das hipótesesprevistas nos incisos retro transcritos, conside-rando os itens 1 e 2 da 22ª alteração contratual,houve efetivamente mudança do contrato ori-ginal, que não previa e regulava expressamentea diversidade de classes sociais e estabelecia odireito de preferência a todos os sócios rema-nescentes, indiscriminadamente, na cessão etransferência de quotas.

20. Portanto, mister a concordância de todosos titulares das quotas atingidas na formaprevista na lei, tendo em conta que a recorridavaleu-se de um instituto da Lei das SociedadesAnônimas, quando estabeleceu diferentes clas-ses para as quotas, e deve observá-lo integral-mente, quando de sua aplicação, pelo princípioda subsidiaridade, que encontra seu apoio legalno artigo 4º da Lei de Introdução ao CódigoCivil, que diz:

“Artigo 4º - Quando a lei for omissa, ojuiz decidirá o caso de acordo com a

analogia, os costumes e os princípios ge-rais de direito.”

21. E, com relação à cessão e transferênciade quotas, havia previsão expressão no contratosocial (Cláusula VI), proibindo a sua ocorrênciasem a prévia observação do direito de prefe-rência dos sócios remanescentes. Vale-se estaProcuradoria, nesta ocasião, da citação transcritapela recorrida às fls. dos autos, por totalmentepertinente ao raciocínio ora enfocado.

22. Dessa forma, também para a alteraçãode cláusula que dispunha sobre um direito desócio (direito de preferência dos sócios rema-nescentes na cessão/transferência de quotas),havia necessidade de quorum qualificado datotalidade do capital social, sob pena de nulidadedo contrato, conforme prevê o artigo 334, doCódigo Comercial, in termis:

“Artigo 334 - A nenhum sócio é lícitoceder a um terceiro, que não seja sócio,a parte que tiver na sociedade, nem fazer-se substituir no exercício das funções quenela exercer sem expresso consentimentode todos os outros sócios; pena de nuli-dade do contrato; mas poderá associá-loà sua parte, sem que por esse fato o asso-ciado fique considerado membro dasociedade”.

23. Outra previsão da Lei n. 6.404/76, exi-gindo quorum qualificado para deliberações,encontra-se no seu artigo 136, transcrito nasrazões e nas contra-razões do presente recurso,que impõe a prévia aprovação ou a ratificação,em prazo improrrogável de 1 (um) ano, portitulares de mais da metade de cada classe deações preferenciais prejudicadas (§ 1º), nashipóteses de alteração nas preferências, vanta-gens e condições de resgate ou autorização deuma ou mais classes de ações preferenciais,ou criação de nova classe mais favorecida(inc. II).

24. Também consta de referido dispositivolegal, em seu parágrafo 4º, que deve constarda assembléia geral que deliberar sobre referidamatéria prevista em seu inciso II, que se nãohouver prévia aprovação, a deliberaçãotomada só terá eficácia após a sua ratificaçãopela assembléia especial prevista no seuparágrafo 1º.

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25. Assim, partindo-se do prescrito na Leidas Sociedades Anônimas para as deliberaçõestomadas pelo sócio majoritário da recorrida,observa-se que tais determinações legais nãoforam cumpridas, pois os sócios minoritários,ora recorrentes, são titulares de mais da metadede cada classe das quotas prejudicadas (tipo“B”) da sociedade, não aprovaram previamentemencionada deliberação e tampouco a ratifi-caram, não constando do teor da 22ª alteraçãocontratual em comento a previsão do parágrafo4º do artigo 136 da Lei n. 6.404/76, o que, porsi só, já seria impedimento para o arquivamentodo documento em tela neste órgão do Registrode Comércio.

26. Observa-se, outrossim, no tocante à re-dação da Cláusula XIII, que trata das hipó-teses de exclusão de sócios, que foram arrola-dos motivos que justificariam a exclusão queapenas podem ser alegados na via judicial,conforme determina o artigo 336 do CódigoComercial brasileiro.

27. Fábio Ulhoa Coelho nos ensina que osócio da sociedade contratual pode ser delaexcluído quando ocorrerem algumas das se-guintes hipóteses estabelecidas em lei: mora naintegralização (art. 289 do CCom) e justa causa(incs. 2 e 3 do art. 336 do CCom). Mais adiante,explica:

“Para a exclusão de um dos sócios, énecessária a ocorrência de alguma destascausas. A exclusão não é, ao contráriodo que se costuma lecionar, assunto dedeliberação da sociedade. Não é a socie-dade que expulsa o seu sócio. São osdemais sócios, à vista da ocorrência defato que a lei define como ensejador daexpulsão, que o decidem. A efetiva ocor-rência de fato dessa natureza é condiçãoinafastável da exclusão.

(...)

A exclusão por inabilidade de sócio, ouincapacidade civil ou mora deste, tambémsó será possível por determinaçãojudicial, à vista da exigência legal contidano fim do inc. 2 do art. 336 do CCom.(...).” (Manual de direito comercial, 12.ed., São Paulo: Saraiva, p. 132).

28. De forma que, também por desconfor-midade de tal previsão contratual com o orde-namento jurídico em vigor, não poderia ser re-ferida alteração contratual arquivada nesta JuntaComercial.

Da 23ª Alteração Contratual

29. Com relação à subscrição para aumentodo capital social, realizada com a presença dosócio majoritário na 23ª alteração do contratosocial, não há como ignorar o fato de que o atode subscrição de quotas para aumento de capitalsocial tem natureza pessoal, só podendo serdeliberado e aprovado pelo próprio sóciointeressado.

30. A subscrição de quotas nada mais é doque o compromisso, a obrigação assumida pelosubscritor de pagar algo, na forma e prazoestipulados em contrato (art. 289 do CCom).Em qual contrato? Naturalmente, naquele quevigia entre os sócios antes dos arquivamentosque são objeto do recurso ora interposto pelosrecorrentes, que se encontra juntado às fls.,supletivamente regido pelos dispositivos doCódigo Comercial que lhe são aplicáveis e, nasua omissão, pela Lei das SociedadesAnônimas.

31. Verifica-se da leitura de referido contratosocial, em sua Cláusula XIII, parágrafo 4º, queaos sócios estava garantido o direito de pre-ferência para a subscrição dos aumentos decapital, na proporção das quotas que possuíam,a ser exercido no prazo de 10 (dez) dias da datada ciência da proposta de aumento. Logo,sendo tal direito de preferência um direitoessencial do sócio, não pode ser exercido poroutro sócio que não aquele com direito deexercê-lo, conforme determinado em contrato.

32. Aliás, não constam dos autos que foidada ciência aos sócios minoritários, orarecorrentes, da proposta de aumento de capitalsocial levada a efeito pelo sócio majoritário na23ª alteração contratual, conforme determinavao contrato social original, em sua CláusulaXIII, parágrafo 4º, o que configura afronta adireito patrimonial do sócio, cujo principalfundamento consiste em manter a mesmaparticipação no capital social, assim preser-vando seu status quo.

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Pareceres

33. No que concerne à faculdade ofertadapela lei aos sócios divergentes, ora recorrentes,retirarem-se da sociedade ora recorrida, que seencontra prevista no artigo 15 do Decreto n.3.708/19, é evidente que se trata de um direitodo sócio quotista, que pode ou não por ele serutilizado, a seu livre arbítrio.

34. Dessa forma, não se acha o sócio di-vergente impedido de provar prejuízo e afrontaà lei quando se julgar preterido ou prejudicadoem seus direitos de alguma forma, tratando-sede direito fundamental previsto e asseguradono artigo 5º, inciso XXXV da ConstituiçãoFederal, consoante já alertado por esta Procu-radoria, quando tratou da análise das preli-minares arroladas em contra-razões.

Considerações Finais

35. Oportuno frisar, antes de finalizar, quenão obstante o sócio majoritário pudesse, aprincípio, alterar o contrato social, por deter amaioria absoluta de votos (76,31%), na formadeterminada na Cláusula XIII do contrato social,as deliberações tomadas por aquele, para teremvalidade, deveriam estar em conformidade coma legislação em vigor, o que não ocorreu, con-forme as considerações elencadas na presentemanifestação e, em particular, porque não foi

observado, nas alterações contratuais em tela,o quorum da unanimidade, vez que, para certasdeliberações terem eficácia, só poderiam ter sidotomadas por todos os sócios.

36. E esta Junta Comercial é competente,sim, para analisar e julgar se as formalidadesprevistas na legislação em vigor foram obede-cidas pelos interessados, face ao previsto noartigo 40 da Lei n. 8.934/94.

37. Assim sendo, por todo o exposto,entende esta Procuradoria que deve ser dadoprovimento ao recurso interposto pelos sóciosminoritários, ora recorrentes, com o conseqüen-te cancelamento dos arquivamentos de ns.49.814/02-3 e 49.813/02-0, datados de7.5.2002.

São Paulo, 15 de agosto de 2002

ROSA MARIA GARCIA BARROSProcuradora do Estado

De acordo:

VERA LÚCIA LA PASTINAProcuradora do EstadoChefe da Procuradoria da JUCESP

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Pareceres

TELEFONES DAS SALAS DA P.A.J.NO COMPLEXO JUDICIÁRIO MINISTRO

MÁRIO GUIMARÃES/BARRA FUNDA 1ª e 2ª Varas Sala n. 18 � 3660.9472 (73) 3ª e 4ª Varas Sala n. 46 � 3660.9474 (75) 5ª e 6ª Varas Sala n. 95 � 3660.9476 (77) 7ª e 8ª Varas Sala n. 125 � 3660.9478 (79) 9ª e 10ª Varas Sala n. 148 � 3660.9480 (81)11ª e 12ª Varas Sala n. 177 � 3660.9482 (83)

13ª e 14ª Varas Sala n. 255 � 3660.9486 (87)15ª e 16ª Varas Sala n. 227 � 3660.9484 (85)

17ª e 18ª Varas Sala n. 362 � 3660.9488 (89)19ª e 20ª Varas Sala n. 392 � 3660.9490 (91)

21ª e 22ª Varas Sala n. 296 � 3660.9492 (93)23ª e 24ª Varas Sala n. 310 � 3660.9495 (96)25ª e 26ª Varas Sala n. 449 � 3660.9497 (98)27ª Vara Sala n. 379 � 3660.950728ª Vara Sala n. 380 � 3660.950829ª Vara Sala n. 312 � 3660.9505

30ª Vara Sala n. 313 � 3660.95061ª Vara – Júri � 3660.9500

� 3660.9501� 3660.9502� 3660.9503

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Peças e Julgados

Agravo de Instrumento – Ação Civil Pública.Loteamento Irregular. Ilegitimidade

Passiva da Fazenda PúblicaExcelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito

da Vara Cível da Comarca de Mogi das Cruzes

O Ministério Público do Estado de São Paulo,por seu Promotor de Justiça infra assinado, comfundamento nos artigos 1º, inciso IV, 5º e 21 daLei n. 7.347/85 (Lei de Ação Civil Pública –LACP), artigos 81, 82, 110 e 117 da Lei n. 8.078/90 (Código de Defesa do Consumidor – CDC),artigo 25, IV “a”, da Lei n. 8.625/93 (Lei Orgâ-nica Nacional do Ministério Público – LOMP),artigo 159, do Código Civil, na Lei n. 6.766/79e artigo 129, inciso III da Constituição Federal,vem propor ação civil pública, pelo procedi-mento ordinário, em face de:

S.F.C. (...);

R.M.F.C. (...);

J.C.T.C. (...);

K. Comercial Imobiliária S/C Ltda., pessoajurídica devidamente registrada no 3º Cartóriode Registro de Títulos e Documentos da Capitalsob n. 89.475 (...), a ser citada na pessoa de seusrepresentantes legais S.F.C. e J.C.T.C., jáqualificados;

Município de Biritiba Mirim, pessoa jurídicade direito público interno, a ser citado na (...)sede de seu Executivo, na pessoa do Excelentís-simo Prefeito B.F., pelas razões de fato e dedireito a seguir expostas:

Estado de São Paulo, pessoa jurídica de direitopúblico interno, a ser citado na (...), endereço desua Procuradoria-Geral;

I - Dos Fatos

Os réus S.F.C. e R.M.F.C. são proprietáriosde duas glebas de terras contíguas, situadas noMunicípio de Biritiba Mirim e denominadas“Sítio Irique” (matrícula n. 31.867 do 2º Cartóriode Registro de Imóveis de Mogi das Cruzes) e

“Sítio Biritiba” (matrícula n. 31.868 do 2ºCartório de Registro de Imóveis de Mogi dasCruzes).

No ano de 1986, tais réus deram início,clandestinamente, a um loteamento na referidaárea, já que ali abriram ruas e fracionaram a glebaem 99 (noventa e nove) lotes, conforme plantajuntada às fls.

Para a implementação do empreendimento,os proprietários contaram com a participaçãodireta do réu J.C.T.C., a quem incumbia aexecução do loteamento e da ré K. ComercialImobiliária S/C Ltda., que se encarregou davenda dos lotes.

Não obstante o loteamento encontrar-se emárea rural, a maior parte dos lotes destina-se àmoradia tão-somente, sendo incontestável seufim urbanístico.

Verifica-se que o loteamento foi executado eos lotes vendidos sem que houvesse aprovaçãopelos órgãos competentes.

Não bastasse isso, os loteadores ainda prome-teram a vendas lotes, conforme demonstram osdocumentos de fls.

A ilegalidade do loteamento na área em ques-tão está fartamente demonstrada, já que as infor-mações e laudos mencionados demonstram ine-xistir aprovação pela Prefeitura, anuência préviados órgãos competentes e obras de infra-estruturabásicas.

II - Do Direito

A Lei Federal n. 6.766/79 estabelece exigên-cias quanto à execução de qualquer parcelamen-to do solo, para fins urbanos, dentre as quais sedestacam:

a) prévia e necessária anuência da autoridademetropolitana competente (art. 13 da Lei

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Peças e Julgados

n. 6.766/79, item 169, Cap. XX, das Normas deServiço da Corregedoria Geral de Justiça), aSecretaria dos Negócios Metropolitanos (Decretoestadual n. 19.191, de 2.8.1982), hoje Secretariada Habitação (Decreto estadual n. 34.542, de9.1.1992); estando o imóvel localizado em áreade proteção aos mananciais ou de proteção am-biental, a anuência compete à Secretaria do MeioAmbiente (art. 1o, parágrafo único do Decretoestadual n. 34.542, de 9.1.1992);

b) licença de instalação pela Cetesb, necessá-ria para a aprovação, implantação e registro deloteamento ou desmembramento, pois qualquerparcelamento do solo é considerado fonte depoluição, independente do fim a que se destina(art. 5º, parágrafo único da Lei estadual n. 997/76; arts. 57, inc. X, e 58, inc. I, ambos do Decretoestadual n. 8.468/76; item 169, Cap. XX, dasNormas de Serviços da Corregedoria Geral daJustiça, art. 2º da Lei 6.766/79);

c) aprovação pela Prefeitura (art. 12 da Lein. 6.766/79, observada também a legislaçãomunicipal respectiva);

d) efetivação do registro especial (art. 18 daLei n. 6.766/79);

e) elaboração de contrato-padrão contendocláusulas e condições protetivas ditadas por lei(arts. 25 a 36 da Lei n. 6.766/79);

f) estar a gleba situada fora das áreas de riscoou de proteção ambiental (art. 3º, parágrafo úni-co da Lei n. 6.766/79), e em zona urbana ou deexpansão urbana, sendo imperiosa prévia au-diência do Incra, quando houver a alteração deuso do solo rural para fins urbanos (arts. 3º,caput e 53 da Lei n. 6.766/79);

g) execução de obras de infra-estrutura (art.18, V da Lei n. 6.766/79).

As limitações de ordem pública relativas auso e ocupação do solo, arruamento, salubridade,segurança, funcionalidade e estética da cidadedestinam-se a propiciar melhor qualidade de vidaà população. Tais preceitos atendem à coletivi-dade como um todo, pois preservam os recursosnaturais destinados ao conforto da população,disciplinam a utilização dos espaços habitáveise, para o bem-estar geral, consagram os critériosde desenvolvimento do Município.

A desordenada ocupação do solo, resultanteda não-observância às normas urbanísticas,conduz:

a) à proliferação de habitações edificadas semcritérios técnicos (insegurança) e em condiçõessub-humanas;

b) ao surgimento de focos de degradação doambiente e da saúde (despejo de resíduosdomésticos em córregos, poluição dos recursoshídricos, disposição de lixo a céu aberto –insalubridade);

c) ao adensamento populacional desprovidode equipamentos urbanos e comunitários defini-dos em lei (art. 4º, § 2º e art. 5º, parágrafo únicoda Lei n. 6.766/79) e incompatível com o meiofísico (má localização), gerando o crescimentocaótico da cidade;

d) à marginalização dos seus habitantes como incremento das desigualdades sociais e reflexosna segurança da população.

A obediência ou a ofensa aos padrões urba-nísticos necessariamente projeta seus efeitos portoda a parte, alcançando indiscriminadamentequem more ou, eventualmente, transite pela cida-de. Está em causa a defesa de condições adequa-das para a vida coletiva (cf. Hely Lopes Meirelles,Direito de construir, 4. ed., São Paulo: Revistados Tribunais, 1983, p. 91), instaurando-se entreos possíveis interessados “tão firme união que asatisfação de um só implica de modo necessárioa satisfação de todos; e, reciprocamente, a lesãode um só constitui, ipso facto, lesão da inteiracoletividade” (cf. José Carlos Barbosa Moreira,Temas de direito processual: 3ª série, São Paulo:Saraiva, p. 195).

O parcelamento do solo aqui tratado espelhaprática comum em Biritiba Mirim: a implantaçãode loteamentos e desmembramentos clandes-tinos, que não atendem às normas urbanísticasfederais, estaduais e municipais.

A responsabilidade dos réus (parceladores,por ação direta, na implantação do loteamento;ente político, por omissão e má atuação na fisca-lização e coibição do parcelamento clandestino)pela regularização do loteamento e pela repara-ção dos correlatos prejuízos aos adquirentes dos

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Peças e Julgados

lotes (alguns não são passíveis de utilizaçãourbana, pois não podem ser aprovados por teremmetragem inferior à mínima permitida e àcoletivididade, por suportar foco de poluição edegradação da qualidade de vida urbana, com oadensamento ilegal) é solidária e provém defontes distintas, como será visto.

III - Responsabilidade dos Parceladores

A responsabilidade dos parceladores advémda Lei n. 6.766/79, ao dispor que lhes cabe aregularização do loteamento e a reparação dosprejuízos causados aos compradores de lotes eao Poder Público (arts. 37 e 47), porque ofen-deram normas de ordem pública e atingiram opatrimônio de terceiros de boa-fé, praticando,inclusive, um delito (art. 50, I, parágrafo único,I, c.c. art. 51 da Lei n. 6.766/79).

Subsidiariamente, normais gerais de respon-sabilidade civil aquiliana incidem sobre suaconduta, pois:

a) por ação voluntária, violaram direitos ecausaram prejuízos a outrem (aos adquirentes,porque lhes alienaram porções de terra nãoregistráveis como lotes, sem possibilidade deaprovação das edificações; e à coletividade,porque o núcleo residencial formado pelo lotea-mento constitui foco de degradação ambiental efere as posturas urbanísticas), obrigando-se,solidariamente, a reparar o dano (art. 159 c.c. oart. 1.518, caput e parágrafo único do CC).

b) Respondem pela prática de atos nulos, porterem celebrado contratos de objeto ilícito, alie-nando lotes sem prévio registro do loteamento(art. 82 c.c. o art. 145, II do CC; art. 37 da Lei n.6.766/79), já que a existência jurídica do lote(bem jurídico contratual) só se opera com o re-gistro do loteamento no ofício predial, antes doque a gleba dividenda permanece intacta, nãose podendo falar na existência de lotes, cuja cons-tituição só ocorre com a fragmentação do imóveloriginário, por ele (registro) efetivada (Cf. DarcyBessone, Da compra e venda, promessa e reser-va de domínio, 3. ed., São Paulo: Saraiva, 1988,p. 86; Sergio A. Frazão do Couto, Manual teóricoe prático do parcelamento urbano, Rio de Janei-ro: Forense, 1981, p. 175; Narciso Orlandi Neto,Os loteamentos irregulares e sua regularização,Revista do Advogado, AASP, n. 18, p. 8, 1985).

c) São agentes poluidores (art. 13º, IV da Lein. 6.938/81: pessoa física ou jurídica, de direitopublico ou privado, responsável, direta ou in-diretamente, por atividade causadora de degra-dação ambiental), tendo agido de forma eficientepara a implantação de desmembramento clan-destino (foco de degradação ambiental), respon-dendo objetivamente (art. 14, § 1º da Lei n.6.938/81) por danos ao meio ambiente, cau-sando poluição (art. 3º, III da Lei n. 6.938/81:degradação da qualidade ambiental resultante deatividades que direta ou indiretamente prejudi-quem a saúde, a segurança, o bem-estar da popu-lação, afetem as condições estéticas ou sanitáriasdo meio ambiente ou lancem matérias ou energiaem desacordo com os padrões ambientais esta-belecidos), gerada principalmente pela produçãoe lançamento de efluentes e esgotos urbanos emcorpos d’água (no Rio Jacu, no caso) semtratamento, apesar de vedação legal (art. 208 daConstituição Estadual).

IV - A Responsabilidade do Município

O controle do uso, do parcelamento e daocupação do solo urbano constitui encargo porexcelência do Município (art. 30, VIII da CF;arts. 180-183 da Constituição Estadual).

No exercício desse controle urbanístico, aMunicipalidade pode (e deve):

1. aplicar multas a quem efetuar parcela-mento do solo sem prévia aprovação municipal,nos termos da legislação em vigor;

2. embargar a obra e intimar o infrator a regu-larizá-la, nos termos da legislação específica;

3. fiscalizar trabalhos que alterem o estadofísico de imóveis (inclusive movimentos deterra) e, constatando infrações à legislação, in-timar o infrator a corrigi-las, adotando os pro-cedimentos fiscais apropriados para impedir queelas prossigam;

4. é dever ainda da Municipalidade: a preser-vação, proteção e recuperação do meio ambientenatural (art. 191 da Constituição Estadual);

5. em matéria urbanística e, particularmentequanto a habitações, a Municipalidade dispõe deamplíssimos poderes para controle e fiscalização,

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Peças e Julgados

inclusive o de aplicar direta e imediatamente assanções adequadas, sem necessidade de mandadojudicial, o que lhe permite prevenir comporta-mentos lesivos de particulares ou, quando menos,atenuar os seus efeitos (Hely Lopes Meirelles,Direito administrativo brasileiro, 17. ed., SãoPaulo: Malheiros, 1992, p. 123, 129, 144-145).

O poder-dever de regularizar desmembra-mentos clandestinos mostra-se evidente, ao secotejar a legislação acima com o texto da Leifederal n. 6.766/79, que disciplina o parcela-mento do solo urbano, especialmente seu artigo40, o qual, embora possa sugerir uma faculdadeao Município, encerra – numa interpretaçãofinalística e sistemática – determinação urbanís-tica e preocupação social, pois a Lei Lehmannpretendeu abolir as urbanizações irregulares,para proteger os legítimos interesses, não só dacoletividade urbana, mas também dos adqui-rentes de lotes.

Exatamente por ser uma atividade essencial-mente pública, é a Administração municipalquem deve realizá-la, sempre que o loteador seabstenha de praticar a conduta a que se obrigara.O Poder Público, nessa hipótese, não estaráexercendo, em substituição, uma atividade doparticular, mas cumprindo, em verdade, funçãoque nunca deixou de ser sua. Daí não se segue,por certo, que a omissão do loteador tenha avirtude de exonerá-lo daquele dever, que seguesendo seu também.

V - A Responsabilidade do Estado

O controle urbanístico não é função exclusivado Município. Com este concorre o Estado-mem-bro, por existir, nas regiões metropolitanas, umentrelaçamento de cidades, que passam a consti-tuir uma única comunidade, com interesseseconômicos e sociais comuns, carentes de umtratamento uniforme.

Algumas funções públicas, dentre as quaisas relativas ao uso do solo, ao aproveitamentodos recursos hídricos, ao controle da poluiçãoambiental e ao saneamento básico (abastecimen-to de água, rede de esgotos, coleta de lixo), ul-trapassam o interesse puramente municipal, con-figurando um peculiar interesse regional. Haven-do nesses casos, aspectos de interesse local eregional, o uso do solo metropolitano sujeita-se,

simultaneamente, à ação do Município e do Esta-do (art. 13, II da Lei n. 6.766/79 c.c. art. 5º daLC federal n. 14/73 e arts. 180, 182 e 191 daConstituição Estadual).

Para o cumprimento de seus deveres, ambossempre poderão usar dos instrumentos legaisapropriados, estando igualmente habilitados aoadequado exercício dessa função de garantia e,portanto, sujeitos a reparar os efeitos de sua inér-cia, dentre os quais os relacionados com a im-plantação de loteamentos clandestinos, queobviamente não teriam surgido se tivessem atua-do com o devido zelo (a propósito da responsa-bilidade municipal, com argumentos que tambémse estendem ao Estado: Lúcia Valle Figueiredo,Disciplina urbanística da propriedade, SãoPaulo: Revista dos Tribunais, 1980, p. 15, 44-45 e 105-106).

De resto, esse encargo não pode ser come-tido, exclusivamente, às Municipalidades, por-que “jamais poderá ser eficientemente providopela ação restrita e isolada das entidades locais”(Hely Lopes Meirelles, Direito municipal bra-sileiro, 4. ed., São Paulo: Revista dos Tribunais,1981, p. 442).

Convergindo os interesses das duas esferasestatais, também devem convergir os seus es-forços para a satisfação do interesse coletivo,atuando cada qual nos específicos limites de suasatribuições.

Embora os poderes instrumentais do Estado,preventivos e repressivos, sejam mais modestose menos explícitos do que os conferidos a cadaMunicípio, onde estão localizados os loteamentosclandestinos ou irregulares, eles constituem con-seqüência lógica de sua competência na matériae, sendo inerentes ao poder de polícia, prescin-dem de específica regulamentação.

Evidente, pois, a necessidade de fiscalizaçãocontínua sobre tais atividades, e de imposição,por ambos (Estado e Município), das medidasrepressivas adequadas, dentre as quais semprefigura, pelo menos, a possibilidade de ordenar acorreção das irregularidades.

Ademais, essa convergência de atuações nãoocorre, apenas, com fundamento no inte-resse metropolitano, havendo outros interesses

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Peças e Julgados

regionais, relacionados com a saúde e o meioambiente, cuja defesa também constitui incum-bência do Estado, a quem cabe:

1. Verificar os planos de loteamentos, parafins urbanos, com o propósito de velar pelosaneamento ambiental e pela preservação dasaúde (art. 23 do Dec.-Lei n. 211, de 30.3.1970c.c. arts. 1º, 3º e 4º do Decreto estadual n. 13.069,de 29.12.1978).

2. Por intermédio da Cetesb, seu órgão de-legado, controlar a qualidade do meio ambiente(água, ar e solo) em todo o território do Estadode São Paulo, devendo exercer atividade fisca-lizadora e repressiva, quanto à instalação e ofuncionamento das fontes de poluição, conceitoem que se inclui qualquer parcelamento do solo(arts. 2o, 3o, 4o e 5o, da Lei estadual n. 997, de31.5.1976; arts. 57, X, 58, I, 76, 77 e 78 do Dec.estadual n. 8.468, de 8.9.1976; e arts. 2º e 3º doDec. estadual n. 5.993, de 16.4.1975).

3. O Estado dispõe de expressos poderes, de-legados à Cetesb, para prevenir e controlar a po-luição ao meio-ambiente, como: a) fiscalizar ocumprimento das normas contidas na Lei esta-dual n. 997, de 31.5.1976 e no Decreto n. 8.468,de 8.9.1976, que a regulamentou, incumbindo-lhe, para tanto, efetuar vistorias, levantamentose avaliações; verificar a ocorrência de infraçõese propor as respectivas penalidades; lavrar deimediato autos de inspeção; exigir esclareci-mentos das entidades poluidoras, ou potencial-mente poluidoras (arts. 76, 77 e 78 do referidoDec. n. 8.468/76); b) aplicar as penalidades deadvertência, multa, interdição temporária oudefinitiva e embargo ou demolição, com auxílioda força policial, se necessário (arts. 80 a 90 doDec. estadual n. 8.468, de 8.9.1976 e art. 3º,inc. I do Dec. estadual n. 5.993/75);

Por fim, deve ser ressaltado que o loteamentoem questão encontra-se localizado em área deproteção aos mananciais. E cabe ao Estado aproteção dos mananciais, que é área de proteçãopermanente, conforme disposto no artigo 197, II,da Constituição Estadual. A notória escassez dereservas hídricas criou um interesse especial emsua preservação, que supera, em muito, aconveniência de cada Município, repercutindo emesfera mais ampla, em que incide a ação estadual.

Essa matéria está regida, basicamente, pelaLei Complementar n. 94, de 29.5.1974 (especial-mente, arts. 2º, II e III e 3º), pelas Leis estaduaisns. 898, de 18.12.1975 e 1.172, de 17.11.1976,e pelos Decretos ns. 9.714, de 19.4.1977,10.755, de 22.11.1977 e 12.219, de 1º.9.1978.

Infere-se desses textos que, nas áreas delimi-tadas e classificadas pelo legislador (art. 2º daLei estadual n. 898/75, arts. 1º a 7º da Lei n.1.172/76 e arts. 2º e 3º do Dec. estadual n. 9.714/77), sem prejuízo de outras atribuições, competeao Estado, basicamente:

a) disciplinar o uso do solo, por meio de pro-vidências normativas, de controle, repressão efiscalização, destinadas a restringir atividades eobras e a exigir, em sua realização, soluções ade-quadas para a coleta, tratamento e destino finaldos resíduos sólidos, líquidos e gasosos e paraos problemas de erosão e escoamento de águas,inclusive as pluviais (LC n. 94/74, especialmentearts. 2º, II e III, e 3º; Lei estadual n. 898/75,especialmente arts. 1º, 6º, I, II e III, 8º, 9º, 11,12; e Lei estadual n. 1.172/76, especialmente arts.9º a 29 e quadros anexos; Dec. estadual n. 9.714/77, especialmente arts. 1º, 5º, I, V, VI, IX, XI,XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, 6º e incisos,8º, VIII, 26, 27, 28 e 58);

b) aprovar, previamente, os projetos e aexecução de arruamentos, loteamentos, edifica-ções e obras, impondo requisitos mínimos parasua implantação, e examinar e aprovar pedidosde adaptação de urbanização e outras atividades(arts. 3º, parágrafo único, 6º, § 2º, 7º da Lei esta-dual n. 898/75; Dec. estadual n. 9.714/77, espe-cialmente arts. 5º, II, III, IV, IV, VII, X e 7º, I).

c) Em harmonia com sua competência orde-nadora, a legislação atribuiu ao Estado, expres-samente, poderes para aplicar aos infratores assanções adequadas (advertência, multa, interdi-ção, embargo e demolição da obra ou constru-ção), sem prejuízo das que couberem, por ini-ciativa da Cetesb (arts. 13 e 14 da Lei estadualn. 898/75; arts. 29 a 42 do Dec. n. 9.714/77).

d) Como se vê, dispondo dos correspon-dentes poderes, o Estado também está habilitadoa interferir na formação de loteamentos e acumprir, assim, a função que nessa matéria lhecabe, para a garantia dos interesses individuais

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e coletivos, conforme vem também expresso naConstituição Estadual, na medida em que lheincumbe, juntamente com o Município, a preser-vação, proteção e recuperação do meio ambienteurbano e natural (arts. 180, III e 191), e a pro-moção de programas de construção de moradiaspopulares, de melhoria das condições habita-cionais e de saneamento básico (art. 182).

VI - Da Responsabilidade Solidária dosRéus e da Desconsideração da PersonalidadeJurídica

Para prevenir a proliferação de loteamentosirregulares, a Lei n. 6.766/79 instituiu peculiarhipótese de desconsideração da personalidadejurídica, formulando a respeito a seguinte regra:“Se o loteador integrar grupo econômico oufinanceiro, qualquer pessoa física ou jurídicadesse grupo, beneficiária de qualquer forma doloteamento ou desmembramento, será solidaria-mente responsável pelos prejuízos por ele causa-dos aos compradores de lotes e ao Poder Público”(art. 47).

Segundo Toshio Mukai, Alaôr Caffé Alves ePaulo José Villela Alomar, “grupo econômico egrupo financeiro, no contexto dessa forma, sãoconceitos amplos, que abrangem larga margemde formas associativas envolvendo pessoas físi-cas e jurídicas” (Loteamentos e desmembramen-tos urbanos, 2. ed., Sugestões Literárias, p. 255).

Visa esse preceito compelir todos os respec-tivos beneficiários, pessoalmente, à regularizaçãode parcelamentos, com desprezo aos artifíciosde que se tenham servido para livrar seupatrimônio da responsabilização.

Não se ignora que, para efeitos jurídicos, asociedade se distingue dos membros que acompõem (art. 20 do CC). A força dessa regra,entretanto, não é absoluta. Por ter uma funçãosocial, o Direito não pode prestigiar a utilizaçãoabusiva de seus institutos nem é curial que estesse prestem como anteparo de fraude ou infraçãoà lei. Bem por isso, quando a pessoa jurídica forempregada de modo impróprio ou com finsilícitos, é possível desconsiderar, no casoconcreto, os efeitos da personificação societária,para impedir o advento de um resultado social-mente indesejável (cf. Rubens Requião, Aspectosmodernos de direito comercial, São Paulo:

Saraiva, 1977, p. 67-84; Marçal Justen Filho,Desconsideração da personalidade societáriano direito brasileiro, São Paulo: Revista dosTribunais, 1987, p. 52-58).

VII - Perdas e Danos Moratórios Causadosà Coletividade

Por disposição legal e pela natureza da ati-vidade, a criação de bens de uso comum é umdos efeitos que derivam de loteamentos, sendoevidente que as prerrogativas peculiares a essacategoria de coisas pertencem a todo o povo.Para esse não há, nessa hipótese, simples espe-rança ou mera expectativa, mas verdadeiramenteum direito, cujo exercício deverá começar, nomáximo, em dois anos, contados do respectivoregistro (art. 18, V da Lei n. 6.766/79), ou doqual desfruta, desde a afetação, ao uso público,de bens originalmente privados (o que sucedequando as obras concernentes ao loteamentoforem feitas com procedência àquela forma-lidade cartorária).

Entretanto, a obrigação, no caso, não foi cum-prida no modo e no tempo devidos, e isso vemimpedindo a fruição, pela comunidade, das van-tagens que poderia obter com a conclusão, com-pleta e oportuna, das obras de infra-estrutura. Jánão basta, portanto, o cumprimento daquelaprestação principal direta, específica, pois seuinjusto retardamento causou perdas e danos quedevem ser indenizados.

Nessa matéria é expressiva a lição de YussefSaid Cahali, para quem, tanto na linguagem leigacomo em acepção jurídica, a noção de dano “éabsolutamente conexa à idéia de uma diminuiçãodo bem-estar, seja moral, seja material”, podendosurgir um dano moral, suscetível de reparação,da ofensa a qualquer direito protegido em lei(Dano e indenização, São Paulo: Revista dosTribunais, 1980, p. 7).

VIII - Da Medida Liminar

Além do poder geral cautelar que a leiprocessual (arts. 798 e 799 do CPC), agora oCódigo de Defesa do Consumidor, dispensandopedido do autor e excepcionando-se, assim, oprincípio dispositivo, autoriza o magistrado aantecipar o provimento final, liminarmente, e adeterminar de imediato medidas satisfativas ou

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que assegurem o resultado prático da obrigaçãoa ser cumprida (art. 84).

Essa regra é aplicável a qualquer ação civilpública que tenha por objeto a defesa de in-teresse difuso, coletivo ou individual homogêneo(art. 21 da Lei n. 7.347/85 – LACP, com aredação dada pelo art. 117 do CDC).

No presente caso, é imperiosa a concessãode medida liminar com esse conteúdo inovador,para sujeitar os réus à abstenção de sua prática,com a qual vêm afrontando a ordem jurídica.

Estão perfeitamente caracterizados os seuspressupostos, consistentes no fumus boni juris eno periculum in mora.

A plausibilidade do direito, caracterizando apresença do primeiro requisito, assenta-se noexpresso texto legal, já que se trata de loteamentoclandestino.

Entretanto, como fartamente demonstradopor laudos de vistoria, além do aspecto formal,há inúmeras obras necessárias ainda não realiza-das, fazendo do loteamento um lugar de qualida-de de vida muito abaixo da que esperava o legis-lador, ao impor tais obrigações ao loteador e aoPoder Público.

IX - Dos Pedidos

Por todo o exposto, propõe a presente ação,a qual deverá ser julgada procedente, e pede:

a) a citação dos réus, com a autorização deque trata o artigo 172, parágrafo 2º do Códigode Processo Civil, para resposta no prazo legal,anotando-se no mandado que, não sendocontestada a ação, ficarão sujeitos aos efeitosda revelia;

b) desconsiderar a personalidade jurídica daK. Comercial Imobiliária S/C Ltda., para quesejam solidariamente responsabilizadas as pes-soas físicas que figuram no pólo passivo destaação, nos termos abaixo aduzidos;

c) condenar os réus, solidariamente e noprazo de quatro anos, a dar cumprimento àlegislação de uso e ocupação do solo, nosseguintes termos:

c.1) em caráter principal, por meio da integraladequação deste núcleo habitacional à LeiFederal n. 6.766/79, e outras de regência: elabo-rando projeto, apresentando-o aos órgãos muni-cipais e estaduais competentes para a análise eaprovação, registrando-o no cartório imobiliário,executando as obras de infra-estrutura e outrasexigidas nos atos administrativos de licença eaprovação;

c.2) caso não seja possível integral adequaçãodo loteamento às leis pertinentes, por meio demodificações no empreendimento, naquilo quefor necessário, segundo as exigências técnicasfeitas pelos órgãos públicos para a regularização,inclusive, caso absolutamente impossível o apro-veitamento das construções e do parcelamentojá efetuados, por força de restrições urbanísticase administrativas invencíveis, com o desfazimentodo loteamento, totalmente ou na parte em quenão possa sobreviver, com a restituição da áreaao estado anterior à fragmentação;

c.3) reparar os danos aos adquirentes de lotes,eventualmente excluídos do loteamento em razãoda alteração do projeto original, indenizando-osem sua plenitude e na forma da lei (arts. 95 e117 do CDC c.c. art. 21 da Lei n. 7.347/85), detodos os prejuízos por eles sofridos, da seguinteforma:

c.3.1) fazendo-se a permuta desses lotes poroutros de sua propriedade (regulares), ou devol-vendo-lhes todas as despesas que tiveram coma compra dos lotes (preço do lote, gastos na ela-boração dos contratos, abertura e reconhecimen-to de firma etc.), atualizados pelos índicesoficiais;

c.3.2) ressarcindo, em qualquer das hipóte-ses supra, integralmente as despesas com mate-rial de construção, mão-de-obra e serviços quetiveram.

d) a concessão de medida liminar, inauditaaltera pars e sem justificação prévia, para deter-minar aos réus obrigação de fazer e não fazer,para cumprimento no prazo de 15 dias, con-sistentes em:

d.1) exibir os respectivos instrumentos eapresentar em Juízo relação de todos os lotesalienados e respectivos adquirentes, com indica-ção dos contratos já quitados, bem como da for-ma e local de pagamento das prestações vencidase vincendas;

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d.2) colocar aviso (pôr placa ou faixa), naestrada do imóvel parcelado, e de modo bemvisível aos transeuntes, informando que o lotea-mento está acoimado de ilegalidade, porquantonão aprovado e registrado;

d.3) absterem-se de realizar vendas, promes-sas de venda, reserva ou quaisquer negócios jurí-dicos que manifestarem intenção de vender lotesdo referido loteamento, bem como fazer a res-pectiva publicidade;

d.4) absterem-se de receber prestações, ven-cidas e vincendas, previstas nos contratos já ce-lebrados e relativas aos lotes do parcelamentoirregular.

e) a condenação dos réus ao pagamento demulta diária no importe de R$ 5.000,00, (cincomil reais) no caso de descumprimento dos itens“c”, “c.1”, “c.2”, “c.3”, “c.3.1”, “c.3.2”, “d”,“d.1”, “d.2”, “d.3”, e “d.4”, quantia sujeita aatualização pelos índices oficiais;

Requer a produção de todas as provas admiti-das em Direito, notadamente documentos, depoi-mento pessoal dos réus, sob pena de confissão,oitiva de testemunhas, realização de perícias einspeções judiciais.

Atribui à causa o valor de R$ 10.000,00.

Mogi das Cruzes, 9 de maio de 2000.

MARCUS VINICIUSMONTEIRO DOS SANTOSPromotor de Justiça

RICARDO AUGUSTO MONTEMÓRPromotor de Justiça

__________________

Processo n. 807/2000

Vistos.

Trata-se de ação civil pública, proposta peloMinistério Público do Estado de São Paulo contraS.F.C., R.M.F.C., J.C.T.C., K. Comercial Imobi-liária S/C Ltda., Município de Biritiba Mirim eEstado de São Paulo, na qual aduz que os doisprimeiros réus são proprietários de duas glebasde terras contíguas situadas no município de

Biritiba Mirim, denominadas “Sítio Irique”e “Sí-tio Biritiba”, e deram início, em 1986, clandesti-namente, a um loteamento. Contaram com a parti-cipação direta do co-réu “J.C.”, a quem incumbiaa execução do loteamento e da co-ré imobiliária“K.”, que se encarregou da venda dos lotes.

Que os “loteamentos” encontram-se em árearural, destinados a moradias, sendo incontestávelseu fim urbanístico, com lotes vendidos sem quehouvesse aprovação pelos órgãos competentes.

A ilegalidade do “loteamento” na área emquestão está demonstrada pelo inquérito civil ins-taurado, inexistindo aprovação pela Prefeitura esem anuência prévia dos órgãos e obras de infra-estrutura básicas.

Numa prévia análise, considerando as limita-ções próprias do início de procedimento, entendopresentes os requisitos fumus boni juris e peri-culum in mora.

Com efeito, o primeiro requisito encontra-secaracterizado, haja vista que assenta-se no ex-presso texto legal, já que se trata de loteamentoclandestino. O periculum in mora, pois, se verifi-ca nos riscos inerentes à continuação dos atosirregulares, cujos danos se ampliarão com opassar do tempo.

Isso posto, com fulcro nos artigos 11 e 12 daLei n. 7.347/85 (LACP), concedo a liminar para:

a) exibir os respectivos instrumentos e apre-sentar em Juízo relação de todos os lotes alie-nados e respectivos adquirentes, com indicaçãodos contratos já quitados, bem como da forma elocal de pagamento das prestações vencidas evincendas;

b) colocar aviso (pôr placa ou faixa), na en-trada do imóvel parcelado e de modo bem visívelaos transeuntes, informando que o loteamentoestá acoimado de ilegalidade, porquanto nãoaprovado e registrado;

c) absterem-se de receber prestações, ven-cidas e vincendas, previstas nos contratos jácelebrados e relativas aos lotes do parcelamentoirregular;

d) absterem-se de receber prestações, ven-cidas e vincendas, previstas nos contratos já

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celebrados e relativas aos lotes do parcelamentoirregular.

e) sob pena de condenação dos réus ao paga-mento de multas diárias no importe de R$5.000,00 (cinco mil reais) no caso de descumpri-mento, nos termos pleiteados no item “e”de fl.

Citem-se com as advertências legais e as prer-rogativas do artigo 172, parágrafo 2º do Códigode Processo Civil.

Int.

Mogi das Cruzes, 25 de julho de 2000

CATARINA SILVIA RUYBALDA SILVA ESTIMOJuíza de Direito

__________________

Excelentíssimo Senhor Presidente do EgrégioTribunal de Justiça do Estado de São Paulo

A Fazenda do Estado de São Paulo, por suaprocuradora, nos autos da ação civil públicaproposta pelo Ministério Público do Estado deSão Paulo, perante o d. Juízo da 4ª Vara Cível daComarca de Mogi das Cruzes (Proc. n. 807/2000), não se conformando, data venia, com or. despacho de fls., o qual concedeu a medidaliminar, vem, respeitosamente, interpor o presenterecurso de agravo de instrumento, pelas razõesexpostas na inclusa minuta, requerendo seja omesmo recebido no efeito devolutivo e suspen-sivo, com base no artigo 527, II do Código deProcesso Civil.

Após seu regular processamento, requer sejao presente recurso conhecido e provido, modi-ficando-se a r. decisão ora recorrida, na formada lei.

Outrossim, a fim de dar cumprimento aodisposto no artigo 524, III do Código de ProcessoCivil, informa a agravante que os d. represen-tantes do autor (Ministério Público) são os se-guintes Promotores Públicos: Doutores MarcusVinicius Monteiro dos Santos e Ricardo AugustoMontemor, da Promotoria de Justiça de Mogi dasCruzes (...).

Requer, ainda que, em 2ª Instância, das pu-blicações a serem feitas no Diário Oficial, conste

o nome da Doutora Nadyr Maria Salles Seguro(...), d. Procuradora do Estado lotada na Procura-doria Judicial.

Ademais, esclarece que instruiu o presentecom as seguintes xerocópias extraídas do pro-cesso judicial:

1 - inicial;

2 - cópias do Processo Administrativo doMinistério Público n. 3/93;

3 - r. despacho ora agravado;

4 - r. certidão de intimação da Fazenda Esta-dual do r. despacho ora agravado.

Finalmente, esclarece que não há procuraçãodos patronos adversos a ser trasladada para ospresentes autos, eis que o autor é representadojudicialmente pelos Promotores Públicos acimamencionados.

Termos em que

P. Deferimento.

Mogi das Cruzes, 18 de dezembro de 2000

MARIA RITA DE CARVALHO MELOProcuradora do Estado

Minuta de Agravo de Instrumento da FazendaEstadual

Egrégio Tribunal:

Ínclitos Julgadores:

No entender da Fazenda Estadual, data venia,a d. magistrada a quo não agiu com o costumeiroacerto ao proferir o r. despacho ora agravado.Assim vejamos:

I - Da Tempestividade do Presente Recurso

Primeiramente, cabe ressaltar que a carta pre-catória de citação da Fazenda Estadual, apesarde já ter sido expedida, não foi juntada aindaaos autos judiciais. Todavia, a subscritora desta,de forma antecipada, tomou ciência expressa do

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r. despacho agravado, o qual concedeu a liminar,aos 30.11.2000. Uma vez que a Fazenda Públicatem prazo em dobro para recorrer, está compro-vada a tempestividade do presente recurso.

II - Dos Fatos

O Ministério Público de São Paulo ajuizouação civil pública em face de S.F.C., Munici-palidade de Biritiba Mirim, Fazenda Estadual eoutros (Proc. n. 807/00- 4ª Vara Cível de Mogidas Cruzes), em virtude da existência de lotea-mento irregular, pleiteando o autor, em síntese,a condenação dos réus na obrigação de fazer,consistente na adequação do loteamento, segun-do as normas atinentes à matéria e, na impos-sibilidade, no desfazimento do desmembramen-to, com a reparação de todos os danos, inclusivedos adquirentes dos lotes (preço pago, despesascom eventuais obras, etc.), sob pena de fixaçãode multa diária. Requereu, ainda a concessão deliminar, com a fixação de multa diária.

Sustenta o d. representante do Ministério Pú-blico, em síntese, que a responsabilidade do Es-tado derivou de sua não fiscalização quanto aocumprimento pelo loteador das normas espe-cíficas atinentes à matéria, bem como por nãoter tomado as medidas repressivas cabíveis.

O d. Juízo a quo, ao receber a inicial, proferiuo r. despacho ora agravado, determinando acitação dos réus e concedendo a liminar nosseguintes termos:

“Isto posto, com fulcro nos artigos 11 e12, da Lei n. 7.347/85 (LACP), concedo aliminar para:

a) exibir os respectivos instrumentos eapresentar em juízo relação de todos oslotes alienados e respectivos adquirentes,com indicação dos contratos já quitados,bem como da forma e local de pagamentodas prestações vencidas e vincendas;

b) colocar aviso (pôr placa ou faixa), naentrada do imóvel parcelado e de modobem visível aos transeuntes, informandoque o loteamento está acoimado de ilegali-dade enquanto não aprovado e registrado;

c) absterem-se de receber prestações, ven-cidas e vincendas, previstas nos contratos

já celebrados e relativas aos lotes do lotea-mento irregular;

d) absterem-se de receber prestações, ven-cidas e vincendas, previstas nos contra-tos já celebrados e relativas aos lotes doloteamento irregular;

e) sob pena de condenação dos réus aopagamento de multas diárias no importede R$ 5.000,00 (cinco mil reais) no casode descumprimento, nos termos pleiteadosno item ‘e’ de fls.

Citem-se com as advertências legais eprerrogativas do artigo 172, parágrafo 2ºdo Código de Processo Civil.”

Todavia, no entender da Fazenda Estadual, or. despacho ora agravado deve ser parcialmentereformado, eis que o d. Juízo a quo não aplicouadequadamente o direito ao caso em tela. Assimvejamos:

III - Da Necessidade de Reforma da r.Decisão Recorrida

1 - Do recebimento da exordial onde está in-cluída no pólo passivo parte manifestamenteilegítima (Fazenda Estadual) – Matéria que podeser alegada a qualquer tempo e deve ser apreciadade ofício – Inicial que deveria ter sido indeferida:

O d. Juízo a quo, ao receber a exordial edeterminar a citação de todos os réus, acaboupor aceitar a inclusão da Fazenda Estadual nopólo passivo da relação processual. Todavia, aFazenda Estadual não é parte legítima parafigurar no pólo passivo da ação.

De fato, o próprio autor, em sua inicial, assimrelata:

“Verifica-se que o loteamento foi executa-do e os lotes foram vendidos sem que hou-vesse aprovação pelos órgãos competentes.

A Prefeitura de Biritiba Mirim informouque não houve qualquer aprovação paraloteamento da área (fls. 65). De igual mo-do, a Secretaria de Estado dos NegóciosMetropolitanos relatou não ter expedido li-cença para sua implementação (fls. 03/05),tanto que aplicou administrativamente aosloteados as penalidades de advertência

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(fls. 9 e 37), multa (fls. 43) e embargo daobra (fls.64).” (p. 4-5 da exordial).

No caso em testilha, a olho desarmado é pos-sível constatar que o inquérito civil e a ação civilpública originaram-se de informações, estudose de representação feita pela Secretaria de Estadodos Negócios Metropolitanos.

Com efeito, consta do citado inquérito civilque a Secretaria dos Negócios Metropolitanos,a partir de novembro de 1987, tomou todas asmedidas cabíveis, expedindo notificações, au-tuações e até ordem de embargo do loteamento.Posteriormente, ou seja, em 17.2.1989, atravésdo Ofício n. 62/89, o Excelentíssimo SecretárioEstadual da Habitação e Desenvolvimento Urba-no representou ao Excelentíssimo Senhor Procu-rador Geral de Justiça, noticiando a existênciado loteamento irregular e pleiteando fossem to-madas as medidas penais e civis cabíveis.

Assim, o autor (Ministério Público), que teveconhecimento dos fatos narrados há mais de 11anos, determinou, na época, a abertura de in-quérito civil, o qual, após o seu processamento,que durou todos estes anos, culminou com oajuizamento da ação civil, em maio de 2000.

Ora, como dizer que houve omissão no exer-cício do poder de polícia administrativa ambien-tal estadual, se as denúncias, penalidades atéagora aplicadas, abertura de inquérito civil e oajuizamento da presente ação partiram dos ór-gãos públicos estaduais, quais sejam: SecretariaEstadual dos Negócios Metropolitanos e Minis-tério Público do Estado de São Paulo?

Além disso, desnecessário dizer que, emborapossua independência funcional, administrativae financeira, o Ministério Público do Estado deSão Paulo também faz parte do Poder Executivodo Estado de São Paulo.

Por outro lado, é absurdo pensar que o Minis-tério Público ajuize ação civil pública, que devevisar a exclusiva defesa dos interesses públicospor atos lesivos ao patrimônio público praticadospor particulares, pretendendo que o Estado deSão Paulo, após ter tomado todas as medidaslegais que lhe competia, venha a ser condenadoa ressarcir, através de recursos públicos, ou seja,pagos por todos os cidadãos comuns, os danoscausados ao meio ambiente exclusivamente

pelos particulares, os quais devem ser os únicosa integrarem o pólo passivo da ação. Imaginaro contrário seria um contra-senso.

Nesse sentido, pedimos vênia para transcreverparte dos seguintes arestos:

“Ação Civil Pública – Loteamento irregu-lar – Regularização – Atribuição de com-petência municipal – Ausência de respon-sabilidade solidária do Estado, quer pelaregularização, quer pelos danos aos adqui-rentes de lotes e ao meio ambiente. Ilegiti-midade passiva ad causam da Fazenda doEstado.” (TJSP – Ap. Cível n. 251.161.1/4– 8ª Câm. Direito Privado – j. 14.8.1996 –Rel. Des. Cesar Lacerda).

“Ação Civil Pública – Loteamento irregu-lar – Imputação de responsabilidade soli-dária ao Estado pela sua regularização epelos danos aos adquirentes dos lotes eao meio ambiente – Ilegitimidade passivaad causam.” (TJSP – Ap. Cível n.265.163.2/4 – 14ª Câm. – j. 8.8.1995 –Rel. Des. Ruiter Oliva).

“Ação Civil Pública visando compelir omunicípio e demais réus a regularizar oloteamento à luz do artigo 40 da Lei n.6.766/79, preceito que configura merafaculdade e não obrigação do ente público– Decreto de extinção do processo (art.267, VI do CPC).” (TJSP – Ap. Cível n.264.604-2/0 – 15ª Câm. – j. 29.8.1995 –Rel. Des. Ruy Camilo).

“Ação Civil Pública – Loteamento irregu-lar – Imputação de responsabilidade so-lidária ao Estado por sua regularização epelos danos aos adquirentes dos lotes eao meio ambiente. Inadmissibilidade.Ilegitimidade passiva ad causam.” (TJSP– AI n. 239.982-1/2, 5ª Câm. – j. 9.3.1995– Rel. Des. Ivan Sartori).

“Ação Civil Pública visando compelir aMunicipalidade de São Paulo e o Estadode São Paulo, compulsória e solidaria-mente, a regularizar loteamento clandes-tino. Inadmissibilidade, pois, à luz doartigo 40 da Lei n. 6.766/79, trata-se demera faculdade e não obrigação do entepúblico. Exclusão da Municipalidade e da

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Fazenda Estadual do pólo passivo daação.” (TJSP – Ap. Cível n. 015.960-5/3– 4ª Câmara Dir. Público – j. 16.4.1998 –Rel. Des. Eduardo Braga).

A legitimidade de partes é matéria de ordempública que deve ser conhecida de ofício e aqualquer tempo.

De fato, o parágrafo 3º do artigo 267 do Có-digo de Processo Civil assim dispõe:

“O juiz conhecerá de ofício, em qualquertempo e grau de jurisdição, enquanto nãoproferida sentença de mérito, matériaconstante dos ns. IV, V e VI; todavia, oréu que não alegar, na primeira oportu-nidade em que lhe caiba falar nos autos,responderá pelas custas no retardamento.”

Ora, no caso em tela, no momento em quefor ofertada a contestação (o prazo para a defesada Fazenda do Estado de São Paulo ainda nãotranscorreu, eis que a precatória de sua citaçãosequer foi ainda juntada aos autos), tal matériaserá novamente alegada pela Fazenda Estadual.Assim, o presente recurso é a primeira oportu-nidade que a Fazenda Estadual tem de alegar asua ilegitimidade passiva, dando-se, assim, cum-primento ao citado parágrafo 3º do artigo 267do Código de Processo Civil.

Porém, antes de receber a inicial, determinara citação dos réus e conceder a liminar (tudoatravés do despacho ora agravado), competia aod. Juízo a quo verificar se a exordial preenchiatodos os requisitos legais, bem como se as parteseram legítimas. No caso em tela, face à flagranteilegitimidade passiva da Fazenda Estadual, de-veria a inicial ter sido indeferida pelo d. magis-trado de primeira instância (art. 295, II do CPC).

Ao receber a inicial e determinar a citação daFazenda Estadual como ré, o d. magistrado a quonegou vigência aos artigos 295, II, 267, VI eparágrafo 3º, ambos do Código de Processo Civil.

Pelo todo exposto, face à manifesta ilegiti-midade passiva da Fazenda Estadual, deverá or. despacho agravado ser reformado, a fim deser indeferida a exordial, ou subsidiariamente,para a exclusão da Fazenda Estadual do pólopassivo da ação civil pública.

2 - Da ilegitimidade ativa e falta de interesseprocessual do Ministério Público para pleiteareventuais direitos individuais dos terceiros ad-quirentes dos lotes – Matéria de ordem pública– Inicial que deveria ter sido indeferida:

A ação foi ajuizada para defesa de, segundoo autor, interesses difusos e coletivos, em virtu-de dos danos causados ao meio ambiente. Écerto que os interesses difusos podem ser de-fendidos pelo Ministério Público, em face dacompetência atribuída pela Carta Magna, arti-go 129, inciso III.

Todavia, a Constituição Federal não atribuiucompetência ao Ministério Público para defesados interesses individuais homogêneos, não po-dendo os artigos 81, inciso I e 91 do Código deDefesa do Consumidor serem aceitos, vez quese está diante de patente inconstitucionalidade.

O artigo 127 da Constituição Federal vedoua atuação do Ministério Público para defesa deinteresses individuais disponíveis, que é exata-mente o caso dos autos, sendo que o artigo 129esclarece que a extensão do rol de atribuiçõessomente é cabível quando compatíveis com suafunções institucionais.

Assim, mesmo se considerarmos que a defesados interesses dos adquirentes dos lotes insere-se na categoria de interesses individuais homo-gêneos (vez que mais parecer tratar-se de plu-ralidade subjetiva de demandas, que dão ensejoao litisconsórcio ativo), a tutela dos mesmos nãopode ser feita pelo d. Ministério Público, sob penade afastamento de suas funções institucionais eofensa à Constituição Federal.

Nesse sentido, precisa é a lição de Rodolfode Camargo Mancuso:

“Uma summa divisio está já estabelecida,separando de um lado, os interessesprivados individuais, de cunho egoístico,e, de outro lado, os interesses meta-indi-viduais, estes compreensivos dos inte-resses que depassam a órbita de atuaçãoindividual, para se projetarem na ordemcoletiva, vale dizer: sua finalidade é altruís-tica.” (Interesses difusos: conceito e legiti-mação para agir, 2. ed., São Paulo: Revistados Tribunais, p. 57).

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Sob a ótica do i. jurista, significaria o “exer-cício coletivo de interesses que são apenas cole-tivos na forma, permanecendo individuais quantoà finalidade perseguida, o que configuraria umexercício coletivo de interesses individuais.” (ob.cit., p. 59).

A eventual justificativa de que os adquirentesdos lotes não teriam condições financeiras decontratar advogados colide com as disposiçõesconstitucionais e infraconstitucionais que con-cedem a todos aqueles nessa situação a prestaçãode assistência judiciária gratuita (Lei n. 1.060/50).Oportuno transcrever trecho do julgado a seguir:

“Por outro lado, não pode o parquet exer-cer o munus que a lei concedeu ao advo-gado, pena de insuportável usurpação evirtual obsolescência da nobre atividade,relegada que estaria ao rol das excentri-cidades das partes, não se vislumbrandoporque alguém – refere-se aqui aos nãopobres no sentido da lei – iria procurar epagar um advogado, se pode ter seus inte-resses superiormente e gratuitamente de-fendidos por uma instituição do porte doMinistério Público, de indiscutível ascen-dência moral e festejável nível intelectual.”(Ap. Civil n. 162.175-1/4, rel. juiz CunhaAbreu, j. 12.12.91, Boletim AASP, n.1.738, p. 103-105).

A jurisprudência mais abalizada caminha nomesmo sentido:

“O MP não tem legitimidade para proporação civil pública, segundo a jurispru-dência:

- para defesa de direitos individuais quevisam a responsabilização de danos so-fridos, fundadas na responsabilidadeaquiliana.” (RT 712/224)

“O MP só tem legitimidade para promoveração pública civil na defesa de interessesdifusos ou coletivos, sendo-lhe vedadovaler-se desse instrumento para porfiar nadefesa de direitos individuais afetos adeterminado grupo. As atribuições do MPsão as previstas na Constituição ou na lei,sendo defeso ao Estado conferir-lhe outrasatribuições através de convênio. (STJ –REsp n. 46.130-8-PR, 1ª T., rel. desig.

Min. Demócrito Reinaldo, j. 2.5.94, DJU,de 20.6.1994, p. 16.062).” (TheotonioNegrão, Código de Processo Civil e legis-lação processual em vigor, 30. ed., SãoPaulo: Saraiva, 1999, nota 2ª ao artigo 5º).

Ademais, a indenização pecuniária pretendidapelo Ministério Público em favor dos adquirentesnão seria idêntica para todos, dependeria dademonstração e comprovação dos danos sofri-dos direta e indiretamente com a aquisição doslotes, o que excederia o âmbito desta ação. Issosem falar que os adquirentes poderiam ver-seindenizados em montante inferior ao que pode-riam comprovar fazerem jus em ação de inde-nização individual, face ao reduzido âmbito paraprodução de tal prova em ação civil pública. E,por outro lado, não se estaria atendendo à regrado artigo 13 da Lei n. 7.347/85, que prevê adestinação da indenização a um fundo especial.

Assim, conforme já exposto no item anterior,a legitimidade de partes é matéria de ordempública que deve ser conhecida de ofício e aqualquer tempo, conforme dispõe o parágrafo3º do artigo 267 do Código de Processo Civil.

Ora, no caso em tela, no momento em quefor ofertada a contestação (o prazo para a defesada Fazenda do Estado de São Paulo ainda nãotranscorreu, eis que a precatória de sua citaçãosequer foi ainda juntada aos autos), tal matériaserá novamente alegada pela Fazenda Estadual.Porém, o presente recurso é a primeira oportu-nidade que a agravante tem de alegar a suailegitimidade passiva, cumprindo-se, assim, odisposto no citado parágrafo 3º do artigo 267do Código de Processo Civil.

Porém, antes de receber a inicial, determinara citação dos réus e conceder a liminar (tudoatravés do despacho ora agravado), competia aod. Juízo a quo verificar se a exordial preenchiatodos os requisitos legais, bem como se as parteseram legítimas e se possuíam interesse proces-sual. No caso em tela, face à flagrante ilegi-timidade ativa e da falta de interesse processualdo Ministério para pleitear indenização para osterceiros adquirentes dos lotes, deveria a inicialter sido indeferida pelo d. magistrado de primeirainstância (art. 295, II e III do CPC).

Ao receber a inicial e determinar a citaçãodos réus, o d. magistrado a quo negou vigência

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aos artigos 295, II e III, 267, VI e parágrafo 3º,ambos do Código de Processo Civil.

Pelo todo exposto, face à manifesta ilegiti-midade ativa e falta de interesse processual doMinistério Público para pleitear direitos indivi-duais de terceiros adquirentes dos lotes, deveráo r. despacho agravado ser reformado, a fim deser indeferida a exordial, na forma da lei.

3 - Da impossibilidade jurídica do pedido eda inépcia da exordial:

Como já foi fartamente explanado nos doisitens anteriores, a Fazenda Estadual é parteilegítima para figurar no pólo passivo da açãocivil pública, como também o Ministério Públicoé parte ilegítima (ativa) para pleitear direitosindividuais dos terceiros adquirentes dos lotes.

Assim, a pretensão do autor de ver a FazendaEstadual condenada a pagar pelos danos causa-dos pelos particulares responsáveis pelo lotea-mento irregular, inclusive aqueles eventualmentesofridos por terceiros adquirentes dos lotes, épedido juridicamente impossível.

Assim, ao invés de receber a inicial atravésdo despacho agravado, deveria o d. magistradoa quo ter indeferido a inicial, agora sob esseprisma.

Ademais, o pedido juridicamente impossívelé uma das causas de inépcia da exordial, a teordo que dispõe o inciso III do parágrafo único doartigo 295 do Código de Processo Civil.

Assim, além da impossibilidade jurídica dopedido, deveria a inicial ter sido indeferida porser inepta, conforme dispõe o artigo 295, I doCódigo de Processo Civil.

E, como é cediço, a inépcia da exordial podeser reconhecida mesmo após a contestação (STF– RT 636/188).

Por outro lado, repita-se, trata-se de matériade ordem pública que pode ser conhecida deofício e em qualquer grau de jurisdição (§ 3º doart. 267 do CPC).

Pelo exposto, deve o r. despacho agravadoser reformado, a fim de ser indeferida a inicial,

em virtude de sua inépcia, como também porconter pedido juridicamente impossível, combase nos supracitados dispositivos legais.

4 - Da impossibilidade de tutela antecipadaou de liminar com efeitos patrimoniais comrelação à Fazenda Estadual:

O d. magistrado a quo, ao proferir o r. des-pacho agravado, concedeu a liminar, a qual, noitem “e”, assim dispõe:

“sob pena de condenação dos réus aopagamento de multas diárias no importede R$ 5.000,00 (cinco mil reais) no casode descumprimento, nos termos pleiteadosno item ‘e’ de fls. 23.”

Sobre o citado dispositivo da liminar, cabefazer várias considerações.

Primeiramente, cabe esclarecer que a liminarfoi concedida para os réus, de forma genérica,não se excluindo, assim, a Fazenda Estadual.

Que o item “e” de fls. 23, citado expressa-mente no item “e” da liminar, na verdade, incluitodos os pedidos formulados na exordial, o quecaracteriza a concessão da tutela antecipada,mesmo contra a Fazenda Pública.

Que à Fazenda Estadual foi aplicada liminar-mente a cominação de pena pecuniária (multa),por obrigações que só podem ser cumpridas porterceiros (loteadores).

Ora, nada mais absurdo.

De fato, como é cediço, a tutela antecipadanão se aplica à Fazenda Estadual.

Assim, não poderiam ter sido deferidos atra-vés da liminar os pedidos contidos no item “e”de fls. 23 da exordial, com relação à FazendaEstadual.

Não é outro o entendimento de nossos tribu-nais, conforme decisões transcritas a seguir:

“Tutela antecipatória.

A antecipação de tutela tem caráter demedida cautelar satisfativa, pois diz diretae frontalmente com o direito do autor edeve conter-se no dispositivo da sentença

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a ser proferida. Assim, não será cabívelcontra atos do Poder Público, pois confor-me dispõe o artigo 1º da Lei n. 8.437/92,é incabível medida liminar que esgote, notodo ou em parte, o objeto da ação.” (RT747/296).

“Tutela antecipatória – Concessão contraa Fazenda Pública – Inadmissibilidade –Interpretação do artigo 475 do Códigode Processo Civil.

Ementa da redação: É inadmissível a con-cessão de tutela antecipada quandofigurar no pólo passivo da relação proces-sual qualquer ente de direito público, ouseja, União, Estado ou Município, emface do disposto no artigo 474 do Códigode Processo Civil.”(RT 755/332)

Por outro lado, não poderia ter sido aplicadaà Fazenda Estadual a pena de multa diária, eisque não é possível a concessão de liminar comefeitos patrimoniais contra a Fazenda Pública.

Com efeito, a concessão de tutela antecipadaou de liminar contra a Fazenda Pública comcaráter patrimonial pode representar evidenterisco de dano irreparável e irreversível ao patri-mônio público, conforme inteligência do artigo273, parágrafo 2º do Código de Processo Civil(nesse sentido: RT 749/465).

Na verdade, a medida liminar, na forma emque foi concedida (item “e” do despacho agra-vado), acabou por negar vigência ao dispostono artigo 475, II do Código de Processo Civil, oqual determina que a decisão proferida contra oPoder Público está sujeita ao duplo grau dejurisdição.

Ademais, o citado dispositivo do despachoagravado contrariou o disposto nos artigo 273 e730 do Código de Processo Civil e artigo 100da Constituição Federal, já que constituiu verda-deira execução provisória contra a FazendaPública, que não é admitida, de forma majoritária,por nossos tribunais (nesse sentido, liminarconcedida na MC n. 486.470-0/3, interposta ao2º TACivSP).

Não bastasse o já alegado, cabe ressaltar queo r. despacho agravado, ao conceder a liminarcontra a Fazenda Pública (em seu item “e”),

negou vigência ao disposto nos artigos 1º e 2ºda Lei n. 8.437/92 e artigo 1º da Lei n. 9.494/97, cuja constitucionalidade já está assentada emnossa jurisprudência. Com efeito, na ADIn n.223 (Rel. Min. Sepúlveda Pertence), constou dovoto proferido que “já se anotaram precedentesbrasileiros de vedação legal à concessão de limi-nar, sem resistência quanto à sua constituciona-lidade” (RTJ 132/587).

Pelo exposto, caso não sejam acolhidos ospedidos formulados nos itens anteriores, deve or. despacho agravado ser reformado, a fim deque a medida liminar deferida seja aplicada so-mente para os demais réus (pessoas físicas),excluindo-se, expressamente, da liminar deferi-da, a Fazenda Estadual.

IV - Da Necessidade de Concessão deEfeito Suspensivo ao Presente Agravo deInstrumento:

O periculum in mora e o fumus boni iurisautorizadores da concessão de medida liminarestão flagrantemente presentes no caso em tela.

Primeiramente, conforme expostos no itemIII, números 1, 2 e 3, não pode a ação civilpública prosseguir, sem que sejam apreciadasas questões de ordem pública concernentes àcarência da ação, bem como sobre a inépcia eindeferimento da petição inicial.

Por outro lado, há de ser suspensa a liminarcom relação à Fazenda Estadual, eis que, confor-me explanado no item III, n. 4, constitui anteci-pação de tutela contra o Poder Público, inclusivede caráter patrimonial, a qual pode trazer gravese irreversíveis danos ao erário.

Pelo exposto, requer a Fazenda Estadual sejao presente recurso recebido, no duplo efeito,suspendendo-se a liminar, exclusivamente emface da Fazenda Pública, até o julgamento finaldo agravo de instrumento. A Fazenda Estadualesclarece que não há oposição quanto à manu-tenção da liminar exclusivamente em face dosdemais réus que não sejam pessoas jurídicas dedireito público.

V - Do Pedido de Suspensão de Liminar (art.4º da Lei n. 8.437/92)

Assim dispõe o artigo 4º da Lei n. 8.437/92:

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“Compete ao presidente do tribunal, aoqual couber o conhecimento do respectivorecurso, suspender, em despacho funda-mentado, a execução de liminar contra oPoder Público e seus agentes, a requeri-mento do Ministério Público ou da pessoajurídica de direito público interessada, emcaso de manifesto interesse público ou deflagrante ilegitimidade, e para evitar gravelesão à ordem, à saúde, à segurança eeconomia públicas.

Parágrafo 1º - Aplica-se o disposto nesteartigo à sentença proferida em processode ação cautelar inominada, no processode ação popular e na ação civil pública,enquanto não transitada em julgado.

(...).”

E, conforme já fartamente exposto nos itensanteriores, cujos termos reiteramos para nãosermos enfadonhamente repetitivos, flagrante éa ilegitimidade de partes (tanto da Fazenda Esta-dual como do Ministério Público), como tambéma liminar concedida, nos termos expostos no item“e” do r. despacho agravado, constitui graveameaça e lesão ao patrimônio público, cons-tituindo-se em verdadeira antecipação de tutelacontra a Fazenda Estadual.

Assim, na hipótese de não ser concedidoefeito suspensivo ao presente recurso, o queadmitimos apenas para argumentar, requer aFazenda Estadual, de modo expresso, sejadeterminada a suspensão da medida liminar comrelação à ora agravante, com base no supracitadodispositivo legal.

VI - Do Pedido

A Fazenda Estadual requer seja o presenterecurso recebido no duplo efeito, conhecido eprovido, a fim de ser reformado o r. despachoora agravado, nas formas requeridas nos itensanteriores. Deixa a Fazenda Estadual de pleiteara condenação do agravado nas cominações deestilo, eis que o autor (Ministério Público) tam-bém faz parte do Poder Público Estadual.

A agravante confia e espera seja restabelecidaa verdadeira justiça!

Mogi das Cruzes, 18 de dezembro de 2000

MARIA RITA DE CARVALHO MELOProcuradora do Estado

Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo

Agravo de Instrumento n. 204.451.5/3 –Mogi das Cruzes

Agravante: Fazenda do Estado de São Paulo

Agravado: Ministério Público

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos deAgravo de Instrumento n. 204.451-5/3-00, daComarca de Mogi das Cruzes, em que é agra-vante a Fazenda do Estado de São Paulo, sendoagravado o Ministério Público:

Acordam, em Sexta Câmara de Direito Públi-co do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo,proferir a seguinte decisão: “deram provimentoao recurso, v. u.”, de conformidade com orelatório e voto do relator, que integram esteacórdão.

O julgamento teve a participação dos De-sembargadores José Habice e Valim Bellocchi.

São Paulo, 23 de abril de 2001

AFONSO FAROPresidente e Relator

VOTO

Agravo de Instrumento – Ação Civil Pú-blica – Decisão que manteve a Fazendano pólo passivo – Responsabilidade pelaproteção ambiental e ao saneamento básico– Ausência de zelo do Estado – Inadmis-sibilidade – Existência nos autos de docu-mentos que atestam a reação do Estado –Recurso provido para excluir o Estado dopólo passivo, cessando contra ele osefeitos da liminar concedida.

1. Cuida-se de agravo de instrumento,extraído dos autos de ação civil pública, contradecisão que manteve a Fazenda no pólopassivo, por suposta omissão do poder depolícia na proteção ambiental, quando se tratade loteamento clandestino.

Prestadas as informações e oferecida con-traminuta, vieram os autos com parecer da

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douta Procuradoria-Geral de Justiça peloimprovimento.

2. A Fazenda agravante tem razão.

A ação civil pública foi proposta contra S.F.C.e outros, entre eles a Fazenda Pública do Estado,em razão da implementação de loteamentosupostamente clandestino.

Contra a Fazenda irroga-se a responsabilidadepela proteção contra a poluição ambiental e aosaneamento básico, dividida com o município,nos termos da Lei Federal n. 6.766/79 e da Cons-tituição Federal (art. 180, 182 e 191). O lotea-mento não teria surgido, diz o autor agravado,se o Estado houvesse atuado com zelo.

É indiscutível o poder/dever de polícia doEstado, por seus organismos especializados, esob a égide da Constituição Federal e legislaçãoespecial, quanto à proteção ambiental e ao sanea-mento básico. Mas, a questão não se resolve,pura e simplesmente, pelo dever de guardar eimpedir. Caberia à hipótese ação indenizatóriapor eventual negligência, pela culpa in vigilando.Todavia, encontram-se nos autos documentosque atestam a reação do Estado ao descumpri-mento das posturas ambientais, inclusive comimposição de multa aos demais co-réus.

O artigo 60 da Lei n. 7.347/85, a Lei da AçãoCivil Pública, a propósito, dispõe:

“Qualquer pessoa poderá e o servidor pú-blico deverá provocar a iniciativa do Mi-nistério Público, ministrando-lhe informa-ções sobre fatos que constituam objeto daação civil e indicando-lhe os elementosde convicção.”

Sob esse prisma, o dever de provocar a açãodo Estado (Ministério Público) está inerente atéao próprio status de Promotor de Justiça que é,por excelência, servidor público.

Estar-se-ia criando inevitável círculo vicioso,sofismático até, levando à condição de réu (oEstado) aquele que deveria ser autor.

O Ministério Público, sob esse enfoque, nãoteria também o dever de fiscalizar juntamentecom o Estado?

Pelo exposto, dá-se provimento ao recursopara excluir o Estado de São Paulo do pólo pas-sivo, cessando contra ele os efeitos da liminarconcedida pelo r. despacho de fls. deste agravo.

AFONSO FARORelator

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Usucapião de Bens de Sociedadede Economia Mista

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz deDireito da 2ª Vara Cível do Foro Regional VII –Itaquera

Autos do Processo n. 3.573/98

Ação de Reintegração de Posse (ordinária)

M.L.M., qualificada nos presentes autos deação de reintegração de posse que lhe move aCia. Metropolitana de Habitação de São Paulo– COHAB/SP, pela Procuradora do Estado queesta subscreve, designada pela Procuradoria deAssistência Judiciária para atuar no feito emepígrafe, dispensada de apresentar instrumentode mandato, por força do disposto no parágrafoúnico do artigo 16 da Lei n. 1.060/50, vem,respeitosamente, à presença de Vossa Exce-lência, apresentar os seus memoriais, fazendo-o nos seguintes termos:

A Companhia Metropolitana de Habitação– COHAB/SP ajuizou a presente ação de rein-tegração de posse, em face de D.S.S., alegando,em síntese, que se trataria da proprietária e dalegítima possuidora do imóvel melhor descritona petição inicial, imóvel este que teria sidoesbulhado pela ré há mais de ano e dia, razãopela qual solicitou sua reintegração na possedo mesmo.

Aduziu a autora, ainda, que teria notificadoa requerida extrajudicialmente, na data de 16de novembro de 1999, para que desocupasseo imóvel voluntariamente, ou para que a pro-curasse para fins de regularização, no prazoimprorrogável de dez dias, o que a ré não teriafeito.

Ocorre que o conjunto probatório não veioa amparar a pretensão da autora. Pelo contrá-rio, corrobora amplamente os fatos narradosna contestação, que são obstativos do alegadodireito da requerente, o que melhor ficará ex-planado a seguir.

I - Da Não Demonstração de Posse Anterior

Trata-se a posse da exteriorização dos po-deres inerentes ao domínio, portanto, de

prerrogativa de fato que é pressuposto do interes-se de agir nas ações possessórias. Nesse diapasão,de se reconhecer que era do ônus da autora pro-mover a comprovação do exercício fático de pos-se imediatamente anterior à da ré, a tanto nãoservindo a comprovação da titularidade dominial.Ao contrário, porém, a realidade dos fatos evi-denciou, no mínimo, o abandono da autora queimplicou a perda da posse que eventualmentetenha praticado no passado. Nesse sentido:

“Reintegração de posse – Perdas e danos –Cumulação – Esbulho – Má-fé – Domínio– Caracterização – Posse – Anterioridade –Prova – Suficiência – Confissão – Pena –Pedido – Análise – Ausência – Sentença –Nulidade

Possessória – Reintegração – Ação baseadaem domínio, em suficiente prova de posseanterior. Recurso provido. Inversão dasucumbência. 1. A posse é fato material enão jurídico. Daí ser a condição primordialnas ações de reintegração, a prova de posseanterior, no local onde se praticou o alegadoesbulho. Se o autor não provar a posse an-terior a do réu, provando, apenas, eventualdomínio, a improcedência da ação se im-põe.” (Apelação Cível n. 0058204500/Ponta Grossa – Juiz Conv. Waldemir Luizda Rocha – Sexta Câmara Cível – j.19.4.1993 – Ac. 2.110 – public. 13.8.1993– nosso grifo).

De se admitir que a autora não se desincumbiudo ônus de comprovar o exercício de posseanterior à da ré. Sequer arrolou testemunhas paraessa finalidade, ao passo que as testemunhas darequerida bem atestaram a circunstância da suaposse longeva. Não vale, aliás, o argumento deque a posse da autora se presumiria do fato de terconstruído as casas populares predominantementeexistentes na região onde se insere o imóvelguerreado. Tal entendimento configura presunçãoque o devido processo legal abomina, e que nãopode ser aceita por esse r. Juízo.

É fato, por outro lado, que, no ano de 1982, arequerente cedeu a posse do imóvel guerreado à

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pessoa de M.C.A.A., e que somente no ano de1998, portanto dezesseis anos depois, enviou osseus agentes para promover averiguação arespeito da situação do imóvel. É o que se verificados termos de vistoria acostados com a petiçãoinicial e com a réplica de fls.

Nesse lapso decorrido entre a ocupação deM.C. e as vistorias realizadas no ano de 1998, adívida concernente ao contrato de ocupaçãoprovisória acumulou-se, sem que a requerentetivesse demonstrado qualquer preocupação. Arequerente não praticou qualquer ato quedemonstrasse sua intenção de exercer a possedo imóvel, embora, nos termos do que VossaExcelência houve por bem decidir em sede desaneamento do feito, o tal contrato de ocupaçãoprovisória se tivesse rescindido automa-ticamente, por força de cláusula resolutiva ex-pressa, com o início do inadimplemento dacessionária.

Ora, estivesse a autora exercendo atos de pos-se quanto ao imóvel guerreado, ou mesmo quan-to aos demais integrantes da área maior de quese afirma proprietária, na época ou no períodoimediatamente anterior, decerto que algumenfrentamento ou providência teria ocorrido paraevitar, ou até para remediar, a ocupação da re-querida. Tal não correu, evidentemente, porquea requerente abandonou a área por período detempo suficientemente longínquo, assim per-dendo a posse que um dia pudesse ter exercidocom a construção do conjunto de casas popu-lares. É o que estabelecia o artigo 520, I do Có-digo Civil brasileiro de 1916, disposição essaque se pode afirmar acolhida pelos termos doartigo 1.223 do Código Civil de 2002.

Acrescente-se que outro ocupante antecedeua requerida, segundo atestaram as testemunhasouvidas em audiência. Em verdade, a ré adquiriuos direitos de posse concernentes ao imóvel guer-reado do possuidor que a antecedeu, o que deixamais evidente o fato de que há muito a requerentenão praticava atos de posse efetivos sobre oimóvel em questão.

Repita-se: em sendo a posse a exteriorizaçãoda propriedade, será perdida quando a coisa forpossuída em desacordo com o modo e formaregulares pelos quais o proprietário costumaservir-se dela.

“A pessoa que se desinteressa pela coisaou direito de que estava de posse perdeesta (...) donde a conclusão de que adiligência do proprietário é uma condiçãoimprescindível à conservação da posse.”1

Para caracterizar o abandono, é preciso ava-liar a intenção do possuidor. E uma vez que aintenção é elemento interno, subjetivo, há quese buscá-la em suas manifestações. No caso daposse, devem-se investigar os indícios queindiquem a utilização da coisa de modo contrárioao uso normal do bem, o que seria prova razoáveldo abandono. Carvalho Santos ensina que oabandono está caracterizado “(...) sempre que opossuidor se mostra tão negligente e desprovidode cuidados para com as coisas que sua condutanão pode ser entendida senão como exteriori-zação do desejo de não mais continuar a possuira coisa, dela continuando a tirar as vantagensque a coisa costumava ou devia produzir.”2

Cumpre lembrar, ademais, que ao interpretare aplicar a lei, as decisões judiciais devem seorientar pelos princípios e normais constitu-cionais. A Constituição Federal de 1988 é cate-górica ao determinar, em seu artigo 170, incisoIII, que a propriedade deve atender à sua funçãosocial.

O fato de a autora ter deixado de tomar provi-dências tendentes à desocupação do imóvelguerreado por pelo menos 16 (dezesseis) anosantes de ajuizar a presente ação, ou mesmo depromover a notificação extrajudicial da ré, deveser analisado à luz do princípio da função socialda propriedade, em consonância com o dispostono artigo 1.223 do Código Civil.

Patente está que a requerente não demonstrousatisfazer o requisito do inciso II do artigo 927do Código de Processo Civil. Impõe-se, portanto,o reconhecimento de improcedência da preten-são que formulou, em benefício da ré, que adqui-riu o imóvel guerreado justamente para que odireito de moradia garantido pelo artigo 6º daConstituição Federal lhe fosse proporcionado.

1 José Manuel Carvalho Santos, Código Civil brasileirointerpretado, 10. ed., Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1984, v.7, p. 235. (sem grifos no original).

2 José Manuel Carvalho Santos, Código Civil brasileirointerpretado, cit., p. 235.

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II - Da Origem da Posse da Ré – Inexis-tência de Esbulho

Posse justa é a não violenta, clandestina ouprecária (art. 1.200 do CC/2002), ou segundo atécnica romana, a adquirida legitimamente, semvício jurídico externo (nec vim, nec clam, necprecario).3

Na hipótese, a instrução probatória logroucomprovar que, mediante contrato verbal decessão gratuita de direitos possessórios, arequerida adquiriu o imóvel guerreado dopossuidor que a antecedeu.

Tem-se, então, que o ingresso da requeridano imóvel guerreado não se deu de maneiraviolenta ou clandestina. Com efeito, deu-seabertamente e à vista de todos, como conse-quência da cessão gratuita de direitos.

E, ainda que Vossa Excelência entendesseeivada a posse da requerida pelo vício da clan-destinidade, o que seria inadmissível diante daevidência de que a mesma não procurou ocultara ocupação, tendo, ao contrário, a realizadoescancaradamente, haveria que reconhecer queesse vício em particular já teria necessariamenteconvalescido com o passar dos vinte anos deocupação mansa e pacífica.

É certo, outrossim, e nos termos do que a re-querida reconheceu em seu depoimento pessoale na contestação ofertada, que o possuidor quea antecedeu, por sua vez, adquiriu os direitos deposse concernentes ao imóvel guerreado depessoa que, originariamente, adquiriu os seusdireitos da própria autora, através de contratode ocupação provisória com pacto de promessade venda que Vossa Excelência entendeu res-cindido por força de cláusula resolutóriaexpressa.

É tanto mais certo, porém, não caber o argu-mento de que tal circunstância operaria em desfa-vor da requerida, por força do disposto no artigo1.203 do Código Civil de 2002 (a que corres-ponde o art. 492 do CC/1916).

Anota Lenine Nequete nada impedir “que ocaráter originário da posse se modifique quando,acompanhando a mudança da vontade, sobre-vém igualmente uma nova causa possessionis.”4

Assim, o locatário, por exemplo, “desde quetenha repelido o proprietário, deixando de pagar-lhe os aluguéis e fazendo-lhe sentir inequivoca-damente a sua pretensão dominial, é fora dedúvida que passou a possuir como dono.”5 Deforma que tal posse, embora precária na origem,tornar-se-ia capaz de conduzir ao usucapião,iniciando-se a contagem do prazo a partir dessainversão.6

Ora, ainda que Vossa Excelência, por umequívoco, cogitasse considerar precária a posseda requerida, por entender originariamenteprecária a posse do seu antecessor, por força dodisposto no artigo 1.207 do Código Civil, difícilcogitar de circunstância mais objetiva a de-monstrar a inversão do caráter originário dessaposse do que os seus mais de vinte anos deocupação sem qualquer oposição. Tal interregno,convém lembrar, não leva em conta o tempo deposse dos possuidores antecessores (accessiopossessionis), mas consiste, exclusivamente, dotempo de posse da ré isoladamente considerado.

Nos seus mais de vinte anos de ocupação, arequerida jamais se dispôs a reconhecer que aautora tivesse quaisquer direitos sobre o bem.Repeliu-a, inclusive, ao responder aos seus agen-tes, em julho de 1999, que adquirira o imóvellegitimamente.

No mínimo houve, então, inversão do caráterda posse apta à promoção do convalescimentoda precariedade que Vossa Excelência, ainda queequivocadamente, entender existente.

É bastante celebrado o princípio, segundo oqual a proteção possessória tem por objetivopromover a pacificação social, através da pre-servação das situações fáticas consolidadas.7

Nesse sentido, entender pela eterna persistência

3 Carlos Roberto Gonçalves, Direito das coisas, 3. ed., SãoPaulo: Saraiva, 2000, p. 14.

4 Lenine Nequete, Da prescrição aquisitiva: usucapião, 3. ed.,Porto Alegre, 1981, p. 123.

5 Carlos Roberto Gonçalves, Direito das coisas, cit., p. 16.6 Idem, ibidem, mesma página.7 Washington de Barros Monteiro, Curso de direito civil - Direito

das coisas, 19. ed., São Paulo: Saraiva, 1979, p. 29.

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da precariedade sem qualquer possibilidade deinversão do caráter da posse, ainda que vintenáriae exercida bem diante dos olhos de quem sealega proprietário, figuraria verdadeiro absurdo,e repugnaria todo e qualquer princípio de se-gurança jurídica.

Frise-se que a disposição do artigo 1.203 doCódigo Civil de 2002 estabelece presunção iuristantum, segundo doutrina e jurisprudência reco-nhecem pacificamente, presunção essa que deveceder diante das peculiariedades do caso concreto.

III - Da Ocorrência de Prescrição Aquisitivaem Favor da Ré – Posse Ad Usucapionem

Já se destacou o fato de que a requerida in-gressou na posse do imóvel guerreado há maisde vinte anos. Frise-se que tal fato, informadona contestação, não foi impugnado pela reque-rente, e foi derradeiramente comprovado, atravésda prova oral produzida.

Para ilustrar, consigne-se que a testemunhaJ.C.S. afirmou, no depoimento reduzido aotermo de fls., que conhecia a autora “desde 1981e, desde então, ela reside na mesma casa que selocaliza na mesma rua que eu moro” (sic). Atestemunha M.B.S., por outro lado, afirmou emseu depoimento que “conheço a ré há unsdezenove anos. Desde que a conheço ela residenuma casa na rua Estefano Pavessi” (sic).

Presente, então, o requisito do decurso dotempo, seja o exigido para o usucapião consti-tucional urbano, seja o previsto para o usucapiãoextraordinário. A respeito desse último, cumpreobservar que o advento do artigo 1.238 do Códi-go Civil de 2002 reduziu o seu prazo de vintepara quinze anos e, se a hipótese se subsumir aodisposto no parágrafo único, o que, in casu, efe-tivamente acontece, até para dez anos.

Igualmente presente se faz, por outro lado, orequisito do exercício da posse com ânimo dedono, exigido para todas as modalidades deusucapião.

Quanto a esse aspecto, não há que se enganarVossa Excelência com a equivocada aparênciaque, num primeiro momento, a literalidade dodepoimento da requerida pode fazer transparecer.

Com efeito, a requerida chegou a afirmar que“sempre soube que aquela casa era da COHAB”,assim, talvez, e involuntariamente, passando aequivocada impressão de que jamais exerceraposse do imóvel como se fosse seu.

Ocorre, Excelência, que tal afirmação darequerida, corroborada pelos depoimentos dastestemunhas, deve ser interpretada à luz de suasimploriedade e do seu total desconhecimentoacerca da técnica jurídica.

É do conhecimento de toda a população daregião onde se insere o imóvel guerreado que asresidências ali existentes foram originariamenteconstruídas pela COHAB em área de propriedadeda COHAB. Nem poderia ser diferente, pois todoo loteamento tem as características de um empre-endimento padrão daquela Companhia de Ha-bitação, desde a disposição das ruas, até o designdas casas originais.

Embora, então, a COHAB de há muito já nãomais estivesse exercendo atos de posse quantoao imóvel guerreado, no pensamento dos mora-dores da região, a Companhia se faz maciçamenteonipresente, por ter sido a criadora do empreen-dimento habitacional na origem. Nesse sentido,quantas vezes Vossa Excelência perguntar a ummorador da região se o imóvel onde reside é daCOHAB, tantas vezes Vossa Excelência ouviráque sim, eis que o morador certamente associaráa pergunta à questão da origem do conjuntohabitacional.

Foi o que aconteceu com a requerida e comas testemunhas por ela arroladas. Afirmaram, semhesitar, que o imóvel guerreado era da COHABporque foi construído por essa Companhia deHabitação e porque sempre pertenceu a umempreendimento que partiu dessa Companhia.

Não há que se confundir, porém, Vossa Exce-lência, onde a ré e suas testemunhas não se fize-ram bem compreender. A se entender de mododiverso, jamais nenhuma ação de usucapião sejulgará procedente se a parte contrária se tratarda COHAB, eis que não haverá possuidor quenão diga saber que o imóvel pertencera àquelaCompanhia Habitacional, na origem.

O comportamento da requerida, de ter residi-do no local há mais de vinte anos, de ter repelido

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a pretensão da requerente mais de uma vez, deter destinado o imóvel à residência da família ede nele ter introduzido benfeitorias com vistasao implemento do seu conforto, tudo evidenciao comportamento de dono. Nem sequer aafirmação, feita pela requerida em seu depoi-mento pessoal, de que aceitara o imóvel de seuantecessor “sobre a obrigação de lhe devolverassim que ele me solicitasse” (sic) tem o condãode prejudicá-la, no que concerne à caracterizaçãoda posse ad usucapionem.

Já se explicou que a consolidação de umadeterminada situação possessória fática, atravésdo passar dos anos, faz presumir o advento deuma nova causa possessionis e, por consequên-cia, a inversão do ânimo da posse, a fim depreservar a segurança das relações jurídicas ede atender ao escopo da pacificação social.

Na hipótese, o que se verifica realisticamenteé a permanência da requerida no imóvel guerrea-do por mais de vinte anos, sem que qualqueroutra pessoa o tivesse reivindicado. Nem seriapossível que, durante todo esse tempo em quetomou os cuidados para preservar o bem, nessesentido buscando a preservação de si própria ede sua família, a requerida não tivesse tomado,dentro de si, a decisão de não mais devolvê-lo.

IV - Da Possibilidade de Aquisição daPropriedade de Bens da COHAB medianteUsucapião – Artigo 173, Parágrafo 2º daConstituição da República

De acordo o parágrafo 2º do artigo 173 daConstituição Federal, as empresas públicas, so-ciedades de economia mista, e suas subsidiáriasque explorem atividade econômica de produçãoou de comercialização de bens, ou de prestaçãode serviços, se sujeitarão ao mesmo regime jurí-dico próprio das empresas privadas, inclusiveno que tange aos direitos e obrigações civis queabarcam, dentre outros temas, as formas deaquisição da propriedade pela prescriçãoaquisitiva, de modo que os bens dessas pessoasjurídicas de direito privado estão também sujeitosà aquisição pela usucapião.

Nesse sentido leciona Odília Ferreira LuzOliveira: “Os bens da sociedade de economiamista são privados e, assim, são alienáveis, po-dem ser adquiridos por usucapião e respondem

pelas dívidas da pessoa jurídica, diversamentedos bens do Estado e das autarquias.”8

Nessa linha de pensamento, o Excelso Supe-rior Tribunal de Justiça decidiu, no julgamentodo Recurso Especial n. 120.702, que os benspertencentes a sociedades de economia mistapodem ser adquiridos por usucapião, já que suanatureza é de direito privado, estando seus bensinseridos na ordem privada e sendo, portanto,bens particulares. Ressalte-se que essa decisãofoi tomada recentemente e por unanimidade pe-los Ministros da 4ª Turma do Superior Tribunalde Justiça:

“Superior Tribunal de Justiça

Acórdão: RESP n. 120.702/DF(199700124916) 398366

Recurso Especial

Decisão: Vistos, relatados e discutidos estesautos, acordam os ministros da QuartaTurma do Superior Tribunal de Justiça, naconformidade dos votos e das notas taqui-gráficas a seguir, por unanimidade, conhe-cer do recurso e dar-lhe provimento, nostermos do voto do Sr. Ministro Relator. OsSrs. Ministros Aldir Passarinho Junior, Sál-vio de Figueiredo Teixeira, Barros Mon-teiro e Cesar Asfor Rocha votaram com oSr. Ministro Relator.

Data da decisão: 28.6.2001

Órgão julgador: Quarta Turma

EMENTA

Usucapião. Sociedade de Economia Mis-ta, CEB – O bem pertencente a sociedadede economia mista pode ser objeto de usu-capião – Precedente – Recurso conhecidoe provido (grifos nossos).

Relator: Ministro Ruy Rosado de Aguiar

Fonte: DJU, de 20.8.2001, p. 468.”

Esse mesmo posicionamento já vinha sendoadotado pelo Superior Tribunal de Justiça desdeo ano de 1997, segundo se verifica do julgadoabaixo colacionado:

8 Odília Ferreira Luz Oliveira, Manual de direito administrativo,Rio de Janeiro: Renovar, p. 85.

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“Superior Tribunal de Justiça

(Acórdão RIP: 00023314 Decisão:29.10.1997 Proc: RESP n.: 0037906 Ano:93 UF: ES Turma: 04 Recurso EspecialPublicação DJU Data: 15.12.1997 p:66.414)

Ementa

Usucapião. Bem pertencente a sociedadede economia mista. Possibilidade. Animusdomini. Matéria de fato.

- Bens pertencentes a sociedade de econo-mia mista podem ser adquiridos porusucapião.

- Dissonância interpretativa insuscetível deconfigurar-se tocante ao animus dominidos usucapientes em face da situação pe-culiar de cada caso concreto. Súmula n.7/STJ.

Recurso especial conhecido, em parte, pe-la divergência jurisprudencial, mas im-provido.

(Relator Ministro Barros Monteiro. Obser-vação: por unanimidade, conhecer emparte do recurso, mas negar-lheprovimento).”

Cabe lembrar, também, a decisão proferidapelo Supremo Tribunal Federal em sede de re-curso interposto contra a r. sentença prolatadanos autos do Processo n. 007.00.002046-6, açãode reintegração de posse que a COHAB moveuem face de Valdomiro da Silva e de Maria ReginaParaguaia perante essa mesma Vara, porque a r.decisão reconhecera em favor dos réus o direitoao usucapião previsto no artigo 183 da Cons-tituição Federal, sustentado como matéria dedefesa, e em conseqüência julgou improcedentea ação possessória. O mesmo entendimento ha-verá de ser adotado por Vossa Excelência, comoúnica forma de respeito ao supramencionadodispositivo constitucional.

Vai ao encontro ao entendimento acima ex-planado o fato de que os bens de uma sociedadede economia mista são penhoráveis. A propósito,o MM. Juiz Egberto de Almeida Penido jáponderou, em caso semelhante:

“As disposições processuais relativas àFazenda Pública não se aplicam às

sociedades de economia mista. Essas pes-soas públicas de direito privado não pos-suem prazo em quádruplo para contestar,nem em dobro para recorrer; além dissoas sentenças contra elas não estão sujeitasao reexame necessário e, em execução porquantia certa contra devedor solvente, seusbens são penhoráveis.” (sem grifos nooriginal).

Ora, os bens públicos são inalienáveis e impe-nhoráveis por força de previsão legal expressa,pelo que se conclui que os bens de qualquer so-ciedade de economia mista, a exemplo daCOHAB, não se enquadram como bens públicos,sendo, pois, privados.

Não se pode olvidar, por outro lado, que aCOHAB tem como uma de suas finalidadesespecíficas tornar acessível às classes de menorrenda a aquisição de casa própria. Ela própriareassegurou tal função na peça inaugural, ao des-tacar que seus objetivos são estritamente de finssociais e voltados para o campo da habitaçãopopular, construindo ou fazendo construir casaspara pessoas pobres e de baixa renda.

O reconhecimento do usucapião em favor darequerida na presente demanda vai ao encontrodas finalidades da requerente, principalmente noque concerne ao cumprimento da sua função so-cial, considerando o fato de se tratar a ré de pes-soa pobre, beneficiária da assistência judiciáriagratuita, e patrocinada pela Procuradoria de Assis-tência Judiciária, órgão público que presta oserviço da Defensoria Pública neste Estado deSão Paulo.

V - Dos Direitos de Indenização e de Reten-ção pelas Benfeitorias

Decerto que a improcedência da ação se im-põe, conforme já se expôs. Contudo, é por cau-tela que à requerida cumpre ressalvar o direitode indenização e de retenção pelas benfeitoriasque introduziu no imóvel no decorrer dessesmais de vinte anos de posse de boa-fé.

Já se esclareceu que aconteceu de a requeridae de suas testemunhas terem afirmado, sem he-sitar, que o imóvel guerreado era da COHABporque as residências contruídas por essa Com-panhia de Habitação permeiam toda a região

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onde residem, eis que tiveram origem num em-preendimento que partiu dessa Companhia.

Nesse sentido se fazia ostensivamente pre-sente a figura da COHAB no ideário dos mora-dores, e não apenas no da requerida. Foi justa-mente esse conhecimento generalizado que le-vou a requerida a procurar, perante a Compa-nhia, informação a respeito dos meios hábeis àregularização formal dos seus direitos, visitasessas que não procurou esconder em seu depoi-mento pessoal e que foram até documentadaspela requerente.

Nenhuma dessas circunstâncias descarac-teriza a sua boa-fé. Nos dizeres da legislação civilde 1916, a boa-fé é o conhecimento a respeitodos obstáculos que impedem a aquisição daposse, e também a aceitação desses obstáculos,o que, na hipótese, nunca ocorreu. Sabia a re-querida das dificuldades que teria na regulari-zação da propriedade, o que não se confunde.Com efeito, no que concerne à posse, a requeridaentendia, como sempre entendeu, que adquiriue exerceu legitimamente, até porque a cadeia dosseus antecessores remontava à mutuária original.

As testemunhas ouvidas, por outro lado, con-firmaram a circunstância, narrada na contestação,de que a ré introduziu benfeitorias no imóvelguerreado, mais precisamente um cômodo naporção frontal deste, e uma parede interna quedividiu o “salão” primitivamente existente emvários cômodos. Ressalte-se, nesse particular, odepoimento da testemunha J.C.S., que afirmousaber que “a ré construiu um ou dois cômodosnessa casa” e que “essa casa, inicialmente, eracomposta de um salão quadrado com um ba-nheiro. Os cômodos que construíram nessa casamedem aproximadamente 3 por 4 metrosquadrados”.

Impõe-se, então, reconhecer em favor darequerida, para a remota hipótese de Vossa Ex-celência entender pela procedência da pretensãoda autora, os direitos de indenização e de re-tenção pelas benfeitorias em questão, nos termosdo que determina a legislação em vigor.

VI - Do Pedido

Diante do exposto, e levando-se em consi-deração tudo o mais o que dos autos consta,solicita a requerida seja reconhecida a improce-

dência da pretensão inicial, ou, subsidiariamente,que sejam reconhecidos em seu favor os direitosde indenização e de retenção pelas benfeitoriasque introduziu no imóvel guerreado, comomedida de legítima justiça.

Termos em que,

Pede deferimento.

São Paulo, 27 de Março de 2003

LIGIA PEREIRA BRAGA VIEIRAProcuradora do Estado

_______________

Foro Regional de Itaquera – 2ª Vara Cível

Visto

Versam estes autos sobre ação possessória dereintegração cumulada com indenização por per-das e danos, movida por Companhia Metropo-litana de Habitação de São Paulo – COHAB-SP,em relação a M.L.M., qualificadas na inicial.

Alegou a autora, em suma: (a) ser proprietáriae legítima possuidora do imóvel localizado nestaCapital, no bairro de Sapopemba, na TravessaEstéfano Pavesi, n. 24, integrante do ConjuntoHabitacional Promorar – Rio Claro; (b) tê-lo aré, há mais de um ano e dia, invadido, nele resi-dindo desde então, sem qualquer interesse emadquiri-lo, recusando-se, ademais, a desocupá-lo. Pediu, por conseqüência, sua reintegração naposse desse imóvel e a condenação da ré nopagamento de indenização por perdas e danos.

A inicial veio instruída com documentos.

Emergiu, de início, conflito negativo de com-petência entre o Juízo da 4ª Vara da Fazenda Pú-blica, que, ao receber os autos, declinou de suacompetência, e este Juízo, dirimido pelo E. Tri-bunal de Justiça, com a declaração de compe-tência deste Juízo.

A ré, citada por hora certa, apresentou con-testação.

Argüiu preliminar de ilegitimidade ativa adcausam por ter transferido, por contrato oneroso,

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Peças e Julgados

a posse do imóvel a outrem, não podendo, as-sim, enquanto não extinto esse contrato, postular,em seu nome, a proteção à posse. No mérito, (a)pugnou pela improcedência da ação sustentando(a1) a perda da posse pela autora, por abandono,que, por mais de vinte anos, deixou de exercerno imóvel qualquer ato possessório, sem sepreocupar, durante esse longe período, com aocupação e uso do imóvel pela ré; e (a2) teradquirido, pelo usucapião especial urbano pre-visto na Constituição Federal, ou pelo extra-ordinário regido pelo Código Civil, a propriedadedo móvel, em razão de nele morar, mansa,pacífica e ininterruptamente, como se fosse seudono, desde meados de 1981, com sua família,não ser proprietária ou possuidora de outroimóvel, ressaltando, nesse aspecto, a sujeição aousucapião dos bens da autora, sociedade deeconomia mista de direito privado, que não sequalificam como públicos; (b) invocou o direitode receber indenização pelas benfeitoriasintroduzidas no imóvel, a saber, a construção deum novo cômodo e de uma parede interna divi-dindo o salão primitivo, podendo retê-lo atérecebê-la; e (c) debateu pela rejeição do pedidoindenizatório porque, deduzido de forma gené-rica, inviabiliza o contraditório e a ampla defesa,e, ademais, contraria o objetivo social da autora,consistente em minorar o déficit habitacionalneste Capital, possibilitando à população maiscarente a aquisição da casa própria, e, se aco-lhido fosse tal pedido, equiparável à indenizaçãoao aluguel, argüiu, invocando o artigo 178, pará-grafo 10, inciso IV, do antigo Código Civil, aprescrição em relação àquelas prestações venci-das há mais de cinco anos.

Em réplica, a autora asseverou (a) ostentarlegitimidade para postular a proteção possessóriaporque o termo de ocupação provisória comopção de compra, ajustado com M.C.A.A., emnovembro de 1982, se extinguiu, ex vi decláusula resolutória expressa, quando, em agostode 1983, foi expulsa do imóvel por amigos daré, deixando-o em definitivo; (b) ter tentado, porvárias vezes, extrajudicialmente, compor-se coma ré, propondo que ela desocupasse o imóvel ouo adquirisse, o que teria interrompido a fluênciado prazo do usucapião; (c) não se sujeitarem seusbens, que são considerados públicos , à aquisiçãopor terceiros pelo usucapião; (d) não ter a rédireito a indenização e a retenção do imóvel por

benfeitorias porque o ocupa clandestina e irre-gularmente, e, ademais, não cuidou de especifi-car e comprovar as afirmativas benfeitorias queteria introduzido no imóvel.

Realizou-se audiência de tentativa de con-ciliação, ocasião em que, infrutífera a tentativaconciliatória, a preliminar de ilegitimidade daautora foi afastada e as partes assentiram com arealização de perícia para constatar e avaliar asbenfeitorias eventualmente em liquidação desentença.

A autora juntou documentos.

Na audiência final, rejeitada novamente a ten-tativa de conciliação, foram ouvidas a ré e astestemunhas que arrolou.

Nos memoriais apresentados, os advogadosda autora insistiram na procedência da ação,sustentando que a ré ocupou o imóvel irregular-mente, para dele cuidar a pedido de um senhor,o que a qualifica como simples detentora, in-viabilizando, assim, a exceção de usucapião por-que ausente o requerido da posse com animusdomini, exceção, aliás, inadmissível por ser oimóvel da autora bem público, insuscetível deser adquirido pelo particular pelo usucapião; aProcuradora do Estado, por sua vez, em defesada ré, debateu-se pela improcedência da açãoafirmando, a tanto, (a) inexistir prova da posseda autora sobre o imóvel, que o abandonou, vis-toriando-o apenas cerca de dezesseis anos apósa pessoa, que o ocupava com o seu consenti-mento, tê-lo deixado; (b) ter adquirido a possedo imóvel, por cessão verbal, do anterior pos-suidor, sem os vícios da clandestinidade e daviolência, há mais de vinte anos, nele morando,desde então, como se fosse sua proprietária; (c)a ocupação ininterrupta, mansa e pacífica doimóvel por esse longo período, ademais, teve ocondão de elidir eventual precariedade inicial-mente existente; (d) preencher os requisitosnecessários à aquisição originária, pelo usucapiãoespecial urbano previsto na Constituição Federal,da propriedade do imóvel, não bastando paraafastar o animus domini o simples fato de apopulação local se referir ao imóvel como sendoda autora, o que, em verdade, significa apenasque foi ela quem o construiu; (e) estarem os bensda sociedade de economia mista sujeitos ao

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Peças e Julgados

usucapião por serem considerados bens públi-cos; e (f) ter, sim, direito a indenização e a reten-ção do imóvel pelas benfeitorias que nele intro-duziu, se o pedido possessório for acolhido.

É o relatório. Decido.

A preliminar de ilegitimidade ativa, fundadana circunstância de a autora ter transferidocontratualmente a posse sobre o imóvel a outremjá foi afastada pela decisão proferida na audiênciade tentativa de conciliação. Tal decisum transitouem julgado, estando, portanto, a questão decidi-da acobertada pela preclusão.

A cessão contratual da posse direta sobre oimóvel da autora a terceiro, provada documental-mente nestes autos pelo instrumento particularde ocupação com opção de compra, datado de9 de novembro de 1982, atesta, por outro lado,posse anterior da autora sobre o imóvel.

Enquanto a pessoa a quem a autora transferiua posse direta do imóvel o ocupou, manteveaquela a posse indireta, perdendo-a apenas quan-do o imóvel passou a ser ocupado por outra pes-soa, o que, segundo as supostas declarações ex-trajudiciais da primitiva ocupante regular, pres-tadas à autora apenas em março de 2000, teriaocorrido em agosto de 1983.

Houve, assim, posse anterior da autora sobreo imóvel, possível, em tese, de ser protegida poresta ação.

A questão principal, debatida nestes autos,relaciona-se ao usucapião, argüindo em defesa,que envolve o problema da qualificação, ou não,dos bens pertencentes às sociedades de economiamista como públicos.

Se considerados públicos, dada a imprescri-tibilidade desses bens, não se sujeitam ao usu-capião; ao contrário, se considerados particula-res, podem ser usucapidos.

Não se olvida a cizânia que ainda grassa sobretal assunto.

O saudoso Hely Lopes Meirelles, a propósito,ensinava que “quanto aos bens das entidades pa-raestatais (empresas públicas, sociedades de eco-nomia mista, serviços sociais autônomos etc.),entendemos que são, também, bens públicos

com destinação especial e administração par-ticular das instituições a que foram transferidospara consecução dos fins estatutários. A origeme natureza total ou predominantes desses benscontinuam públicas; sua destinação é de interessepúblico; apenas sua administração é confiada auma entidade privada, que os utilizará na formada lei instituidora e do estatuto regedor da institui-ção... No mais, rege-se pelas normas do diretopúblico, inclusive quanto à imprescritibilidade porusucapião (...).” (Direito administrativo brasileiro,23. ed., São Paulo: Malheiros, 1990, p. 413).

Já Diógenes Gasparini entende que o patri-mônio da sociedade de economia mista “não éprestigiado pelas cláusulas de inalienabilidade eimpenhorabilidade”, lembrando, porém, que,“se prestadoras de serviços públicos, terão pro-teção especial para os serviços e bens a eles afe-tados, como qualquer concessionária de serviçopúblico tem em razão do princípio da continui-dade do serviço público (...).” (Direito adminis-trativo, 3. ed., São Paulo: Saraiva, 1993, p. 297).

Tupinambá Miguel Castro do Nascimentotambém prestigia a tese de que os bens das so-ciedades de economia mista são particulares,suscetíveis, portanto, de serem usucapidos. E is-so porque tais pessoas jurídicas foram conside-radas como de direito privado e o Código Civil(refere-se ao revogado) diferenciou os bens empúblicos e privados pela pessoa a quem per-tencem. Lembra que o critério utilizado para osqualificar como públicos seria o do vínculo aofim administrativo, observando que “entretanto,é de se repetir que a idéia, embora com razoávelconteúdo sócio-político, não se apóia em qual-quer texto de lei. Ao contrário, o que diz o artigo65 do Código Civil é que os bens pertencentes apessoas jurídicas de direito públicos são públi-cos, mas os não pertencentes são particulares,seja qual for a pessoa a que pertencerem.” (Usu-capião: comum e especial, 5. ed., São Paulo:Aide, 1986, p. 53-55).

E o E. Superior Tribunal de Justiça, como bemlembrou a ilustre Procuradora do Estado em suasalegações finais, no julgamento dos REsp ns.37.906/RS, rel. Ministro Barros Monteiro, e120.702, rel. Min. Ruy Rosado de Aguiar, já seposicionou sobre essa matéria, decidindo pelapossibilidade dos bens pertencentes à sociedade

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Peças e Julgados

de economia mista serem adquiridos porusucapião.

O artigo 173, parágrafo 1º da ConstituiçãoFederal, ao sujeitar a empresa pública, a so-ciedade de economia mista e outras entidadesque explorem atividade econômica ao regimejurídico próprio das empresas privadas, apóia aconclusão de que os bens pertencentes a socie-dades de economia mista, pessoas jurídicas dedireito privado, se qualificam como particulares,suscetíveis, assim, de serem usucapidos.

Forçoso, pois, que tais bens podem, sim, serusucapidos, com ressalva àqueles das sociedadesde economia mista prestadoras de serviços pú-blicos e vinculados à prestação de tais serviços,exceção essa não ocorrente no presente caso.

Firmada a premissa de que os imóveis comer-cializados pela COHAB, sociedade de economiamista, se qualificam como bens particulares,sujeitos à aquisição por usucapião, insta saberse, no presente caso, a ré preencheu os requisitosnecessários para usucapir o imóvel em quereside.

É de se salientar, inicialmente, que a presenteação foi proposta em 17 de setembro de 1998, ea citação realizou-se, por hora certa, apenas em14 de maio de 2002, em razão do conflito nega-tivo de competência e da não localização doimóvel pelo oficial da justiça, na primeira tenta-tiva de cumprimento do mandado.

A autora em nada contribuiu com a demorada citação.

A realização desse ato processual, portanto,interrompeu a prescrição retroativamente na oca-sião da propositura da ação, 17 de setembro de1998, ex vi do artigo 219, e seus parágrafos 1° e2° do Código de Processo Civil.

A prova testemunhal revelou que a ré morana casa, cuja posse é disputada nesta ação, seminterrupção, há aproximadamente vinte anos:desde 1981 ou há uns dezenove anos.

Confessou ela ter ido morar nessa casa a pedi-do de um senhor, que a tinha comprado, e elepediu a ela para morar e cuidar do imóvel, coma obrigação de devolvê-lo quando ele quisesse.

O uso do imóvel pela ré, no início, qualifica-va-se como simples detenção, o que não a legiti-maria, em tese, a postular a usucapião, posto nãopossuir a res como se fosse sua.

Afirmou ela, porém, que desde que começoua ocupar a casa, nunca mais teve contato comesse senhor, que lhe cedeu o uso desse imóvel.

A ré, ademais, revela a prova oral, tentou,por algumas vezes, adquirir a casa da COHAB– a testemunha J.C., a propósito, soube do esposoda ré que eles já se interessaram na aquisição dacasa logo após terem-na ocupado, e aumentou aárea construída, erguendo um outro cômodo elevantou uma parede interna no salão original,dividindo-o em dois cômodos.

Ora, de um lado, o sumiço do senhor quepermitiu a ré no móvel, deixando de se preocuparpor longos anos com a sorte desse bem, e deoutro, as condutas de ré, que tentou adquirir daautora para si o prédio e nele construiu, legitimama ilação de que, com o passar do tempo, a récomeçou a possuir, em seu nome, como se fosseseu, o imóvel, sem o vício da precariedade, dei-xando de ser simples detentora.

Lembre-se com os doutos que a posse podemudar o caráter como foi adquirida, não apenaspor um fundamento jurídico superveniente, co-mo a conclusão de um contrato, mas, também,pela mudança da vontade de possuidor expressamaterialmente “por um fato externo constitutivode uma apropriação unilateral da posse, isto é, eem outros termos, por um ato que, por si só efeita abstração da causa possessionis existente,constituía uma apprehensio (...).” (Carvalho San-tos, Código Civil brasileiro interpretado, 10. ed.,Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1984, v. 7, p. 52;Astolpho Rezende, A posse e sua proteção, 2.ed., Lejus, 2000, p. 265).

E, nesse quadro, é de se aceitar que, decor-ridos aproximadamente dez anos da ocupaçãoininterrupta da casa pela ré, passou ela, a partirde então, a possuí-la em nome próprio.

Assim, razoável a fixação do marco do inícioda posse própria e consolidada do imóvel pelaré no início da década de 90; ela já o possuía hámais de cinco anos, quando da propositura desta

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Peças e Julgados

ação, possibilitando o reconhecimento em seufavor da execução da usucapião especial urbanoestatuído pela Constituição Federal (art. 183).

A circunstância de o imóvel ser conhecidocomo pertencente à autora não exclui o animusdomini da ré ao possuí-lo. O possuidor pode usare gozar a coisa como se fosse dela o dono, aindaque conheça seu proprietário.

Nem se antagonizam com esse elemento sub-jetivo do possuidor, necessário à usucapião, asbaldadas tentativas visando à composição ami-gável das partes sobre o uso do imóvel pela ré.

José Carlos de Moraes Salles, a propósito,menciona precedente da Suprema Corte (RSTJ62/228) no sentido de que “o fato de o possuidorreconhecer a existência de um titular da proprie-dade, junto ao qual pretendera regularizar o do-mínio, não significa que ele exerça a posse semânimo de dono.” (Usucapião de bens imóveis emóveis, 3. ed., São Paulo: Revista dos Tribunais,1995, p. 52).

Os documentos de fls. atestam que a réapenas se preocupou em conhecer a situaçãoem que se achava o imóvel a partir do ano de1998, quando a ré já o possuía como se fosse

seu, ininterruptamente e sem oposição, pormais de cinco anos. As testemunhas, saliente-se, nunca viram alguém pela autora visitandoseus prédios na região.

E as tentativas encetadas pelas partes bus-cando uma solução amigável ao uso do imóvelpela ré não se qualificaram como ato extrajudi-cial inequívoco de reconhecimento, pela ré, dodireito da autora à posse do imóvel, não servin-do, portanto, para interromper o lapso necessárioà usucapião.

Merece, assim, acolhida a exceção de usuca-pião, o que balda o acolhimento dos pedidospossessórios e de indenização deduzidos nestaação.

Isso posto, julgo improcedente esta açãopossessória de reintegração cumulada compedido de indenização por perdas e danos, mo-vida por Companhia Metropolitana de Habitaçãode São Paulo – COHAB-SP, em relação a MaraLemes Moura.

P.R.I.

São Paulo, 23 de abril de 2003

ANTONIO CARLOS MORAIS PUCCIJuiz de Direito

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Ementário

Contencioso29) Administrativo – Recurso ordinário emmandado de segurança. Policiais militares.Reajuste periódico dos vencimentos. Man-dado de injunção. Extinção do processo semjulgamento do mérito. Recurso ordinário. Au-sência de requisito processual (cabimento).Preliminar acolhida. Não conhecimento

Tendo o processo de mandado de injunçãoimpetrado pelos ora recorrentes sido extinto semjulgamento do mérito perante o Tribunal deJustiça do Estado de São Paulo, os mesmosinterpuseram o presente recurso ordinário cons-titucional. Entretanto, o acórdão proferido emsede de mandado de injunção por parte de Tri-bunal Estadual não é recorrível por meio de re-curso ordinário, mas de recursos extraordinárioou especial. Assim, estando ausente o requisitoprocessual do cabimento do recurso, não hácomo conhecer deste. Preliminar suscitada pelarecorrida e ratificada pelo Parquet federal aco-lhida. Precedente (PET n. 983/SP). Recurso nãoconhecido. (STJ – RMS n. 16.751/SP – Rel.Min. Jorge Scartezzini) DJU, de 26.4.2004,Seção 1, p. 182.

30) Civil - Responsabilidade civil. Acidenteferroviário. Vítima fatal. Culpa concorrente.Danos morais e materiais. Proporcionalidade

Neste Superior Tribunal de Justiça, prevalece aorientação jurisprudencial no sentido de que écivilmente responsável a concessionária dotransporte ferroviário pelo falecimento de pe-destre vítima de atropelamento por trem em viaférrea, porquanto incumbe à empresa que ex-plora tal atividade cercar e fiscalizar, eficaz-mente, a linha, de modo a impedir a sua invasãopor terceiros, notadamente em locais urbanose populosos. Nesses casos, é reconhecida aculpa concorrente da vítima que, em razão deseu comportamento, contribuiu para o acidente,por isso a indenização deve atender ao critérioda proporcionalidade, podendo ser reduzida àmetade. Recurso especial parcialmenteprovido. (STJ – REsp n. 257.090/SP – Rel. Min.Castro Filho) DJU, de 1º.3.2004, Seção 1,p. 178.

31) Competência – Conflito positivo. Juízofalimentar e Justiça do Trabalho. Execuçãotrabalhista. Precedentes

Decretada a falência, a execução dos julgados,mesmo trabalhistas, terá início ou prossegui-mento no juízo falimentar, mesmo que já setenha efetuado a penhora em data anterior. Ca-so efetuada a alienação no juízo trabalhista, oseu produto será incorporado à massa, a fim deprocessar-se o concurso no juízo falimentar.Estando o arrematante no Juízo trabalhista jácom a carta de arrematação registrada, deixa-se de declarar a nulidade do ato. (STJ – CC. n.34.635 – Rel. Min. Sálvio de Figueiredo Teixei-ra) DJU, de 1º.3.2004, Seção 1, p. 119.

32) Constitucional – Administrativo. Recursosordinários em mandado de segurança. Inter-posição por quem não tem interesse proces-sual para agir. Não conhecimento. Procura-dora do Estado aposentada. Preliminares deilegitimidade passiva do representante judicialdo Estado e de prescrição. Rejeição de ambas.Incorporação de cargo em comissão (DAS-2). Transformação deste para o cargo dechefia especializada. Estabilidade financeira.Direito líquido e certo à reclassificação. In-terpretação do parágrafo 4º do artigo 77 daLei estadual n. 1.102/90 c.c. parágrafo 8º doartigo 40 da Constituição Federal de 1988.Recurso provido. Ordem concedida, comefeitos financeiros a partir da impetração

Falta ao Estado de Mato Grosso do Sul interesseprocessual para interpor recurso ordinário, jáque o resultado do julgamento do mandamussomente a ele aproveitou, e não à recorrida.Com efeito, tendo o Tribunal a quo denegadoa segurança quanto à E. R., somente esta temlegitimidade ativa para interpor o recurso pre-visto no artigo 105, II, “b” da Carta Magna.Note-se que o favorecido foi o Estado, orarecorrente, inexistindo-lhe qualquer prejuízo(...) No mérito, a recorrente, Procuradora doEstado aposentada, tem estabilidade financei-ra, em decorrência da incorporação do cargoem comissão símbolo DAS-2, já reconhecida

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Ementário

pela Administração pública em 21.11.1991.Assim, tendo tal cargo sido transformado node Chefia Especializada, cuja remuneração ésuperior, a vantagem incorporada pelarecorrente deve ser reclassificada, nos termosda Lei Estadual n. 1.102/90 (art. 77, § 4º).Ressalte-se que os servidores em atividade, emconseqüência da supracitada transformação,estão percebendo a maior do que osaposentados no mesmo cargo, o que viola oparágrafo 8º da Constituição Federal (cf.ROMS ns. 10.726/PR e 9.607/PR). Recursointerposto pelo Estado de Mato Grosso do Sulnão conhecido, por lhe faltar interesseprocessual para agir, e recurso de E. R. co-nhecido e provido para, reformando o v.acórdão de origem, conceder a ordem,determinando a sua reclassificação para ocargo de Chefia Especializada, com a inclusãoda gratificação correspondente em sua folhade pagamento, a partir da data da impetraçãodo writ. (STJ – RMS n. 15.335/MS – Rel. Min.Jorge Scartezzini) DJU, de 26.4.2004, Seção1, p. 179.

33) Constitucional – Tributário. ICMS. Reco-lhimento antecipado. Substituição tributáriapara frente. Restituição dos valores pagos amaior. Revisão do entendimento por força danovel orientação do STF (ADIn 1.851/AL).Impossibilidade

A Corte mantinha entendimento no sentido deque, a partir da vigência da Lei Complementarn. 87/96, o contribuinte substituído, no regimede substituição tributária do ICMS, ostentavalegitimidade para pleitear a restituição dosvalores recolhidos indevidamente. Deveras, oE. Superior Tribunal de Justiça vinhaadmitindo que o contribuinte do ICMS, sujeitoao regime de substituição tributária para frente,se compensasse, em sua escrita fiscal, dosvalores pagos a maior, nas hipóteses em que abase de cálculo real tivesse sido inferior àquelaarbitrada. Todavia, em 8 de maio de 2002, oPlenário do Pretório Excelso, ao julgar a AçãoDireta de Inconstitucionalidade n. 1.851,decidiu pela constitucionalidade da CláusulaSegunda do Convênio ICMS n. 13/97, em

virtude do disposto no parágrafo 7º do artigo150 da Constituição Federal, e considerandoainda a finalidade do instituto da substituiçãotributária, que, mediante a presunção dosvalores, torna viável o sistema de arrecadaçãodo ICMS. Em conseqüência, ficouestabelecido, no âmbito daquela Egrégia Corte,que somente nos casos de não realização dofato imponível presumido é que se permite arepetição dos valores recolhidos, semrelevância o fato de ter sido o tributo pago amaior ou a menor por parte do contribuintesubstituído. A real ideologia do sistemaprocessual, à luz do princípio da efetividadeprocessual, do qual emerge o reclamo da cele-ridade em todos os graus de jurisdição, impõeque o Superior Tribunal de Justiça decida con-soante o Supremo Tribunal Federal acerca damesma questão, porquanto, do contrário, emrazão de a Corte Suprema emitir a últimapalavra sobre o tema, decisão desconforme doSuperior Tribunal de Justiça implicará o ônusde a parte novamente recorrer para obter oresultado que se conhece e que na sua naturezatem função uniformizadora e, a fortiori, ergaomnes. Agravo regimental desprovido. (STJ –AgRg no Ag n. 522.482/SP – Rel. Min. LuizFux) DJU, de 1º.3.2004, Seção 1, p. 135.

34) Processual Civil – Recurso. Taxa judiciá-ria. Isenção por lei do Estado de São Paulo.Recurso especial. Conhecimento

O artigo 511 do Código de Processo Civil dei-xou a critério da lei local a exigência do prepa-ro. No Estado de São Paulo, foi editada a Lein. 4.952/85, isentando de taxa judiciária osembargos à execução. Discussão em torno dalei isencional tem reflexo no Código deProcesso Civil e passa a constituir-se emquestão federal, ensejando o conhecimento dorecurso especial. Jurisprudência do SuperiorTribunal de Justiça que se apresenta oscilante,conhecendo ou não do recurso, ao argumentode que se trata de lei local. Recurso especialde fls. não conhecido e conhecido e providoo recurso especial de fls. (STJ – REsp n.542.526/SP – Rel. Min. Eliana Calmon) DJU,de 1º.3.2004, Seção 1, p. 169.

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Ementário

35) Processual Civil – Tributário. Execuçãofiscal. Redirecionamento para o sócio-geren-te. Impossibilidade. Honorários. Ausência decondenação. Vencida a Fazenda Pública. Fixa-ção com base no valor da causa. Possibili-dade. Artigo 20, parágrafo 4º do Código deProcesso Civil. Precedentes jurisprudenciais

A responsabilidade do sócio não é objetiva. Paraque surja a responsabilidade pessoal, disci-plinada no artigo 135 do Código TributárioNacional, é mister a comprovação de que ele,o sócio, agiu com excesso de mandato, ouinfringiu a lei, o contrato social ou o estatuto.Precedentes jurisprudenciais. Não havendoreferida comprovação, não há como a execuçãofiscal ser redirecionada para ele. Ressalva dovoto com submissão à jurisprudência domi-nante, à luz da função precípua do E. SuperiorTribunal de Justiça, no sentido de que, em prin-cípio, o sócio que recolhe os bônus lucrativosda sociedade, mas não verifica o adimplementodos tributos, locupleta-se e a fortiori comete oilícito que faz surgir a sua responsabilidade. Nascausas em que vencida a Fazenda Pública, ojulgador não fica adstrito aos percentuaismínimo e máximo previstos no artigo 20,parágrafo 3º do Código de Processo Civil. Écabível a fixação de honorários advocatíciosem percentual sobre o valor da causa, nashipóteses em que não há condenação. Agravoregimental improvido. (STJ – AgRg nos EDclno REsp n. 510.590/MG – Rel. Min. Luiz Fux)DJU, de 1º.3.2004, Seção 1, p. 131.

36) Tributário – Agravo regimental. Ação de-claratória. Direito ao crédito. Aplicação doartigo 166 do Código Tributário Nacional.ICMS. Tributo indireto. Transferência de en-cargo financeiro ao consumidor final

Na ação declaratória, o interesse do autor develimitar-se à declaração da existência ou dainexistência de relação jurídica; e daautenticidade ou da falsidade de documento (art.4º do CPC). Mesmo se tratando de açãodeclaratória, busca a agravante, em verdade, oreconhecimento do direito ao reembolso porcreditamento do que teria pago indevidamente.Pretendendo a recorrente, na realidade, que se

proceda à restituição de crédito tributário, emrazão do alegado recolhimento indevido detributo indireto, qual seja, o ICMS, deve então,como contribuinte de direito, comprovar, a teordo disposto no artigo 166 do Código TributárioNacional, que o contribuinte de fato efetivamentenão suportou o encargo financeiro decorrenteda incidência do imposto. Agravo regimental aque se nega provimento. (STJ – AgRg no Ag n.309.036/SP – Rel. Min. João Otávio de Noronha)DJU, de 26.4.2004, Seção 1, p. 159.

37) Tributário – Parcelamento da dívida. De-núncia espontânea. Impossibilidade deexclusão da multa moratória

O pedido de parcelamento do débito nãoconfigura denúncia espontânea, para fins deexclusão da multa moratória, sendo certo queo advento da Lei Complementar n. 104/2001,que acrescentou ao Código Tributário Nacionalo artigo 155-A, somente reforçou o referidoposicionamento (REsp n. 284.189/SP).Ressalva do ponto de vista desta Relatoria, nosentido de que exigir qualquer penalidadeapós a espontânea denúncia é conspirar contraa ratio essendi da norma inserida no artigo 138do Código Tributário Nacional, malferindo ofim inspirador do instituto, voltado a animar epremiar o contribuinte que não se mantémobstinado ao inadimplemento. A denúnciaespontânea exoneradora que extingue aresponsabilidade fiscal é aquela procedidaantes da instauração de qualquer procedimentoadministrativo. Assim, engendrada a denúnciaespontânea nesses moldes, os consectários daresponsabilidade fiscal desaparecem, por issoque reveste-se de contraditio in terminis imporao denunciante espontâneo a obrigação depagar “multa”, cuja natureza sancionatória éinquestionável. Diverso é o tratamento quantoaos juros de mora, incidentes pelo fato objetivodo pagamento a destempo, bem como acorreção monetária, mera atualização doprincipal. Trata-se de técnica moderna indutoraao cumprimento das leis, que vem sendoutilizada, inclusive nas questões processuais,admitindo o legislador que a parte que se curvaao decisum fique imune às despesas proces-suais, como sói ocorrer na ação monitória, na

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230 B. Cent. Estud., São Paulo, 28(2):227-234, mar./abr. 2004

Ementário

ação de despejo e no novel segmento dosjuizados especiais. Agravo regimental pro-vido. (STJ – AgRg no Ag n. 506.015/SP – Rel.Min. Luiz Fux) DJU, de 1º.3.2004, Seção 1,p. 129.

38) Tributário – Processual civil. Execuçãofiscal. Exceção de pré-executividade. Argüi-ção de ilegitimidade passiva. Extenso revol-vimento de provas. Impossibilidade

A possibilidade de verificação de plano, semnecessidade de dilação probatória, delimita asmatérias passíveis de serem deduzidas naexceção de pré-executividade, independen-temente da garantia do juízo. Não se admite aargüição de ilegitimidade passiva ad causampor meio de exceção de pré-executividade,quando sua verificação demandar extensorevolvimento de provas. Recurso especial a quese nega seguimento. (STJ – REsp n. 604.257/MG – Rel. Min. Teori Albino Zavascki) DJU,de 1.3.2004, Seção 1, p. 266.

39) Tributário – Processual Civil. ICMS. Es-torno de crédito de mercadorias exportadase não industrializadas, durante a vigência doConvênio 66/88. Irretroatividade da Lei Com-plementar n. 87/96. Agravo regimental. Au-sência de argumento capaz de infirmar a de-cisão agravada

A aplicação retroativa da legislação tributáriaencontra os seus limites delineados no artigo106 do Código Tributário Nacional, que prevêa possibilidade de retroação, quando se tratarde lei expressamente interpretativa, ou benéficaem prol do contribuinte, nos casos não defini-tivamente julgados, quando a lei deixa de definiro ato como infração, ou deixa de tratá-lo comocontrário a qualquer exigência de ação ouomissão, desde que não tenha sido fraudulentoe não tenha implicado em falta de pagamentode tributo, ou comina penalidade menos severaque a prevista na lei vigente ao tempo de suaprática. A Lei Complementar n. 87/96 nãoversou sobre a redução ou exclusão de multaou de qualquer outra penalidade, mas apenasdisciplinou a forma de cálculo do estorno doICMS relativo a mercadorias exportadas,alterando a metodologia prevista pelo Convênio66/88 e pela Lei n. 1.423/89, razão pela qual alei nova não retroage para beneficiar o contri-buinte, visto que não se enquadra nos casos deretroatividade da lei mais benigna previstos noartigo 106 do Código Tributário Nacional.Deveras, é restritiva a interpretação isencionalno sentido lato do vocábulo. O agravante nãotrouxe argumento capaz de infirmar o decisórioagravado, apenas se limitando a corroborar odisposto nas razões do recurso especial e noagravo de instrumento interpostos, de modo acomprovar o desacerto da decisão agravada.Agravo regimental desprovido. (STJ – AgRgno Ag n. 442.007/RJ – Rel. Min. Luiz Fux)DJU, de 1º.3.2004, Seção 1, p. 125.

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231B. Cent. Estud., São Paulo, 28(2):227-234, mar./abr. 2004

Ementário

Assistência Judiciária

40) Civil – Alienação fiduciária. Busca eapreensão. Purgação da mora. Cálculo dodébito. Inclusão das prestações vencidas atéo momento da emenda. Exclusão das parcelasvincendas. Admissibilidade

Na alienação fiduciária, a purgação da mora éum direito do devedor, qualquer que seja odébito em atraso, sem que, com isso, impliquevencimento antecipado do contrato. O cálculodeve ser restrito às verbas vencidas, comexclusão das vincendas. (2º TAC – AI n.812.053-00/0 - Rel. Juiz Júlio Vidal) Ementárion. 4, de março de 2004. Disponível em:<www.stac.sp.gov.br>.

41) Civil – Alienação fiduciária. Busca e apre-ensão. Purgação da mora. Comissão de per-manência. Índices fixados pela própriafinanciadora. Caráter abusivo. Inadmissibi-lidade. Índices oficiais de correção dos débitosjudiciais pela tabela do Tribunal de Justiça.Aplicabilidade

É ilegal a cláusula que deixa a critério da insti-tuição financeira a fixação de comissão de per-manência a ser cobrada no caso de inadimple-mento, devendo, à mingua de critérios objeti-vos previamente informados ao devedor, seraquela verba substituída pela correção da TabelaPrática do Tribunal de Justiça. (2º TAC – AI n.824.235-00/9 – Rel. Juiz Dyrceu Cintra) Emen-tário n. 4, de março de 2004. Disponível em:<www.stac.sp.gov.br>.

42) Civil – Fiança. Locação. Exclusão donome do fiador do órgão de serviço de prote-ção ao crédito. Dívida sub judice. Decisão demérito. Inexistência. Necessidade

Inexistindo decisão definitiva de mérito, inviá-vel a inserção do nome da parte no Serasa ououtros órgãos similares. (2º TAC – AI n.822.567-00/3 – Rel. Juíza Regina Capistrano)Ementário n. 4, de março de 2004. Disponívelem: <www.stac.sp.gov.br>.

42) Civil – Processual Civil. Ação reivindica-tória. Alegação de usucapião. Instrumentoparticular de compromisso de compra e ven-da. Justo título. Súmula n. 84-STJ. Posse. So-ma. Período necessário à prescrição aquisi-tiva atingido

Ainda que não passível de registro, a jurispru-dência do Superior Tribunal de Justiça reconhe-ce como justo título hábil a demonstrar a posseo instrumento particular de compromisso decompra e venda. Aplicação da orientação pre-conizada na Súmula n. 84. Se somadas as possesda vendedora com a dos adquirentes e atuaispossuidores, é atingido lapso superior ao ne-cessário à prescrição aquisitiva do imóvel,improcede a ação reivindicatória do proprietárioajuizada tardiamente. Recurso especial conhe-cido e provido. (STJ – REsp n. 171.204/GO –Rel. Min. Aldir Passarinho Júnior) DJU, de1.3.2004, Seção 1, p. 186.

43) Penal – Apropriação indébita. Agente quenão devolve CDs e fitas de videocassete aluga-das. Estipulação de cláusula penal para a hi-pótese de não restituição dos objetos à loca-dora. Não configuração. Mero ilícito civil.Ocorrência

Caracteriza mero ilícito civil, e não apropriaçãoindébita, a conduta do agente que aluga CDs efitas de videocassete e não as devolve, se existeestipulação de cláusula penal para a hipótese denão restituição dos objetos à locadora. (TACRIM/SP – Rev. n. 432.330/1 – Rel. Juiz Nicolino DelSasso) Ementário n. 51, de março de 2004.Disponível em: <www.tacrim.sp.gov.br>.

44) Penal – Código de Trânsito Brasileiro. Ar-tigo 310 da Lei n. 9.503/97. Agente que entre-ga a direção de veículo a terceiro não-habili-tado. Ausência de perigo concreto. Absolvição

Deve ser absolvido da imputação do artigo 310da Lei n. 9.503/97, com fundamento no artigo386, III do Código de Processo Penal, o agente

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232 B. Cent. Estud., São Paulo, 28(2):227-234, mar./abr. 2004

Ementário

que entrega a direção de veículo a terceiro não-habilitado, se não ocorre perigo concreto, poissendo a primeira parte desse delito eminente-mente subsidiária do crime do artigo 309 doCódigo de Trânsito Brasileiro, não se configuraautomaticamente se atípico o fato principal(direção inabilitada). (TACRIM/SP – Apelaçãon. 1.368.971/0 – Rel. Juiz Renê Ricupero)Ementário n. 51, de março de 2004. Disponívelem: <www.tacrim.sp.gov.br>.

45) Penal – Crime ambiental. Artigo 38, caputda Lei n. 9.605/98. Lavrador que arrendaapenas 1 (um) hectare de terra para lavourae que, depois de ter gradeado o solo, é sur-preendido por ato da Polícia Florestal,notificando-o de que o local trabalhado cons-tituía área de preservação permanente. Reco-nhecimento de erro de proibição. Pos-sibilidade

É possível reconhecer o erro de proibição naconduta de simples lavrador que arrenda apenas1 (um) hectare de terra para lavoura e que,depois de ter gradeado o solo, é surpreendidopor ato da Polícia Florestal, notificando-o deque o local trabalhado constituía área depreservação permanente, fato que alegadesconhecer, se sequer o proprietário da glebatinha ciência de que se tratava de área depreservação e se não há indícios de ter ocorridoerro gerado por leviandade, imprudência oudescuido. Ademais, a proibição questionadaencontra-se insculpida, de modo específico, emlegislação especial ambiental, o que torna maisdifícil seu conhecimento. (TACRIM/SP –Apelação n. 1.405.367/6 – Rel. Juiz AlfredoFanucchi) Ementário n. 51, de março de 2004.Disponível em: <www.tacrim.sp.gov.br>.

46) Penal – Processual penal. Crimes contraa honra. Violação aos artigos 41, 43, inciso I,e 648, inciso I do Código de Processo Penalnão reconhecida. Ausência de justa causa.Conduta atípica. Trancamento da ação penal.Dissídio jurisprudencial não demonstrado

Não merece reparos o acórdão recorrido que,ao julgar o habeas corpus impetrado em favor

dos réus, ora recorridos, concedeu a ordem paratrancar ação penal, consignando a ausência dejusta causa, por atipicidade da conduta, por-quanto, de pronto, evidencia-se que a acusada,ora recorrida, agiu na qualidade de procuradorade seus clientes, consoante demonstram asprocurações acostadas às fls. dos autos e, no quediz respeito ao segundo recorrido, a inicialacusatória omitiu a indicação da prática de fatotípico. Violação aos artigos 41, 43, inciso I, e648, inciso I, do Código de Processo Penal nãoreconhecida. Divergência jurisprudencial nãodemonstrada na forma preconizada nos artigos541, parágrafo único do Código de ProcessoCivil e 255, parágrafos 1º e 2º do RISTJ. Recursoespecial não conhecido. (STJ - REsp n. 536.464/BA – Rel. Min. Laurita Vaz) DJU, de 1º.3.2004,Seção 1, p. 191.

47) Penal – Tráfico de entorpecentes e trata-mento de dependente

A Turma, tendo em conta as peculiaridades docaso concreto – em que o paciente, presopreventivamente há um ano e meio, possuidependência de múltiplas drogas, transtorno depersonalidade e conduta agressiva, conformelaudo pericial que concluíra pela sua semi-imputabilidade, bem como em razão de oestabelecimento prisional, onde o mesmoencontra-se detido, não possuir condições deoferecer-lhe tratamento médico ambulatorialnecessário – deferiu, em parte, habeas corpusa acusado pela suposta prática de tráfico deentorpecentes para, mantida a prisão cautelar,assegurar-lhe o direito de internar-se em clínicaparticular especializada para tratamento dedependência toxicológica. (STF – HC n. 83657/SP – Rel. Min. Celso de Mello) Informativo n.342, de abril de 2004. Disponível em:<www.stf.gov.br>.

48) Processual Civil – Arrendamento mer-cantil. Leasing. Consignação em pagamento.Revisão contratual. Variação cambial. Prin-cípio da instrumentalidade. Aplicabilidade

Embora parte da doutrina e da jurisprudênciapregue a inviabilidade de revisão de cláusulas

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233B. Cent. Estud., São Paulo, 28(2):227-234, mar./abr. 2004

Ementário

contratuais em sede de ação de consignaçãoem pagamento, o caso concreto recomenda,diante do tempo decorrido, seja ultrapassado oentrave jurídico e aplicado o princípio dainstrumentalidade, uma vez que, em termospráticos, o objetivo do autor pode ser alcançadonesta ação. (2º TAC –Ap. c/ Rev. n. 814.581-00/6 – Rel. Juíza Rosa Maria de Andrade Nery)Ementário n. 4, de março de 2004. Disponívelem: <www.stac.gov.br>.

49) Processual Civil – Citação por edital. Pes-soa que se encontra no exterior. Indicaçãoprecisa do endereço. Inexistência. Equipa-ração a lugar incerto e não sabido. Admis-sibilidade

Em ação de cobrança de despesas condominiais,é válida a citação por edital do réu titular daunidade, que reside no exterior, porém em localincerto e não sabido. A simples indicação do paísem que estaria residindo o citando afigura-semuito vaga, não sendo dever do condomínio,nessas circunstâncias, realizar diligências comvista à localização de endereço certo. A hipóteseé diversa daquela onde, embora não residindono Brasil, deixa o requerido indicações maisconcretas sobre seu paradeiro. (2º TAC – Ap. s/Rev. 723.244-00/5 – Rel. Juiz FranciscoCasconi) Ementário n. 4, de março de 2004.Disponível em: <www.stac.gov.br>.

50) Processual Civil – Civil. Recurso especial.Acórdão. Omissão. Inexistência. Locação.Despejo por falta de pagamento. Sentençaexecução provisória. Caução. Necessidade.Divergência jurisprudencial. Confrontaçãoanalítica

O acórdão recorrido não padece de invalidade,porquanto examinou, de forma clara e precisa,as questões suscitadas pelas partes, assentando-se em fundamentos suficientes à prestaçãojurisdicional invocada. É indispensável a pres-tação de caução para execução provisória desentença proferida em ação de despejo por faltade pagamento. Precedentes. A divergência juris-prudencial deve ser demonstrada por meio daconfrontação analítica dos julgados. Recurso

especial a que se dá provimento parcial. (STJ –REsp n. 613.203/RJ – Rel. Min. Paulo Medina)DJU, de 26.4.2004, Seção 1, p. 224.

51) Processual Civil – Civil. União estável.Requisitos. Convivência sob o mesmo teto.Dispensa. Caso concreto. Lei n. 9.728/96.Enunciado n. 382 da Súmula/STF. Acervofático-probatório. Reexame. Impossibilidade.Enunciado n. 7 da Súmula/STJ. Doutrina.Precedentes. Reconvenção. Capítulo da sen-tença. Tantum devolutum quantum apellatum.Honorários. Incidência sobre a condenação.Artigo 20, parágrafo 3º do Código de Pro-cesso Civil. Recurso provido parcialmente

Não exige a lei específica (Lei n. 9.728/96) acoabitação como requisito essencial paracaracterizar a união estável. Na realidade, aconvivência sob o mesmo teto pode ser um dosfundamentos a demonstrar a relação comum,mas a sua ausência não afasta, de imediato, aexistência da união estável. Diante da alteraçãodos costumes, além das profundas mudançaspelas quais tem passado a sociedade, não é raroencontrar cônjuges ou companheiros residindoem locais diferentes. O que se mostra indis-pensável é que a união se revista de estabilidade,ou seja, que haja aparência de casamento, co-mo no caso entendeu o acórdão impugnado.Seria indispensável nova análise do acervofático-probatório para concluir que o envol-vimento entre os interessados se tratava de meropassatempo, ou namoro, não havendo a inten-ção de constituir família. Na linha da doutrina,“processadas em conjunto, julgam-se as duasações [ação e reconvenção], em regra, ‘na mes-ma sentença’ (art. 318), que necessariamentese desdobra em dois capítulos, valendo cadaum por decisão autônoma, em princípio, parafins de recorribilidade e de formação da coisajulgada”. Nesses termos, constituindo-se emcapítulos diferentes, a apelação interpostaapenas contra a parte da sentença que tratou daação não devolve ao tribunal o exame da recon-venção, sob pena de violação das regras tantumdevolutum quantum apellatum e da proibiçãoda reformatio in peius. Consoante o parágrafo3º do artigo 20 do Código de Processo Civil,“os honorários serão fixados (...) sobre o valor

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234 B. Cent. Estud., São Paulo, 28(2):227-234, mar./abr. 2004

Ementário

da condenação”. E a condenação, no caso, foio usufruto sobre a quarta parte dos bens do decujus. Assim, é sobre essa verba que deveincidir o percentual dos honorários, e não sobreo valor total dos bens. (STJ – REsp n. 474.962/SP – Rel. Min. Sálvio de Figueiredo Teixeira)DJU, de 1º.3.2004, Seção 1, p. 186.

52) Processual Civil – Honorários. DefensoriaPública

Não se há de confundir órgão do Estado com opróprio o Estado, que se enfrentaram na ação,para efeito de suprimir-se a sucumbência. Pelateoria do órgão examina-se de per si cada umdeles para efeito do artigo 20 do Código deProcesso Civil, que impõe sucumbência a quemé vencido. O Estatuto da OAB concede a todosos advogados, inclusive aos defensores públi-cos, o direito a honorários (art. 3º, § 1º da Lei8.906/1994). Recurso especial improvido. (STJ– REsp n. 566.551/RS – Rel. Min. Eliana Cal-mon) DJU, de 1.3.2004, Seção 1, p. 173.

53) Processual Penal – Agravo em execução.Obediência ao procedimento do recurso emsentido estrito. Necessidade

O recurso cabível das decisões proferidas noprocesso de execução é o agravo, cujo proce-dimento, na falta de previsão legal específica,obedece ao do recurso em sentido estrito,aplicando-se analogicamente seus dispositivos.(TACRIM/SP – Ag Ex n. 1.377.719/1 – Rel.Cláudio Caldeira) Ementário n. 51, de marçode 2004. Disponível em: <www.tacrim.sp.gov.br>.

54) Processual Penal – Ação penal. Consta-tação, no curso do feito, de que o réu já foracondenado definitivamente pelo mesmo fato,em outro processo. Extinção por falta de justacausa. Necessidade

Constatado no curso do feito que o réu já foracondenado definitivamente pelo mesmo fato emoutro processo, deve ser extinta a ação penal,por evidente falta de justa causa. (TACRIM/SP– Ap. n. 1.299.279/3 – Rel. Cláudio Caldeira)

Ementário n. 51, de março de 2004. Disponívelem: <www.tacrim.sp.gov.br>.

55) Processual Penal – Direito de apelar em li-berdade. Portador de maus antecedentes querespondeu solto ao processo, comparecendo atodos os atos processuais, sem procurar emba-raçar o seu desenvolvimento. Concessão. Pos-sibilidade

É possível deferir o apelo em liberdade ao por-tador de maus antecedentes que respondeu soltoao processo, comparecendo a todos os atos pro-cessuais sem procurar embaraçar o seu desen-volvimento, exigindo-se a ocorrência de fatonovo para justificar a denegação do benefício.O recolhimento à prisão para recorrer somenteé admitido quando presentes os motivos autori-zadores da prisão provisória cautelar, constantesdo artigo 312 do Código de Processo Penal.(TACRIM/SP – HC n. 453.372/1 – Rel. Guilher-me G. Strenger) Ementário n. 51, de março de2004. Disponível em: <www.tacrim. sp.gov.br>.

56) Processual Penal – Indiciamento posteriorà denúncia. Inadmissibilidade

Após o recebimento da denúncia, não mais seadmite a determinação do indiciamento do acu-sado, que constitui ato de caráter inquisitivo.Habeas corpus concedido. (STJ – HC n.29.392/SP – Rel. Min. Paulo Medina) DJU, de26.4.2004, Seção 1, p. 222.

57) Processual Penal – Instrução criminal.Ausência de réu preso por outro processo àaudiência de produção de prova testemunhalacusatória, embora requisitado. Nulidade

Ocorre nulidade absoluta quando realizada aaudiência de prova testemunhal acusatória sema presença do réu, preso por outro processo,embora requisitado, pois ofende o princípio docontraditório. Ademais, tal nulidade é de ordempública, podendo o juiz decretá-la de ofício,velando, assim, pela regularidade processual.(TACRIM/SP – Ap. n. 1.402.999/6 – Rel. RenéNunes) Ementário n. 51, de março de 2004.Disponível em: <www.tacrim.sp.gov.br>.

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235B. Cent. Estud., São Paulo, 28(2):235-300, mar./abr. 2004

Legislação

Legislação FederalEmenda Constitucional

REGIÕES CENTRO-OESTE E NORDESTE – Recursos Destinados à Irrigação. Artigo 42 doAto das Disposições Constitucionais Transitórias. Alteração

Emenda Constitucional n. 43, de 15.4.2004, publicada no DOU, de 16.4.2004, Seção 1, p. 2.Altera o artigo 42 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, prorrogando, por 10 (dez)anos, a aplicação, por parte da União, de percentuais mínimos do total dos recursos destinados àirrigação nas Regiões Centro-Oeste e Nordeste.

Leis Ordinárias

CONSELHO ADMINISTRATIVO DE DEFESA ECONÔMICA (CADE) – Contratação dePessoal por Tempo Determinado. Disposições

LEI N. 10.843, DE 27 DE FEVEREIRO DE 2004

Acrescenta artigo à Lei n. 8.884*, de 11 de junho de 1994, que transforma o ConselhoAdministrativo de Defesa Econômica – CADE em autarquia e dispõe sobre a prevençãoe a repressão às infrações contra a ordem econômica.

O Presidente da Câmara dos Deputados, no exercício do cargo de Presidente da Repúblicafaço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Artigo 1o - A Lei n. 8.884, de 11 de junho de 1994, passa a vigorar acrescida do seguinteartigo:

“Artigo 81-A - O Conselho Administrativo de Defesa Econômica – CADE poderá efetuar,nos termos do artigo 37, inciso IX, da Constituição Federal, e observado o disposto na Lein. 8.745, de 9 de dezembro de 1993, contratação por tempo determinado, pelo prazo de 12(doze) meses, do pessoal técnico imprescindível ao exercício de suas competênciasinstitucionais, limitando-se ao número de 30 (trinta).

Parágrafo único - A contratação referida no caput poderá ser prorrogada, desde que suaduração total não ultrapasse o prazo de 24 (vinte e quatro) meses, ficando limitada suavigência, em qualquer caso, a 31 de dezembro de 2005, e dar-se-á mediante processo seletivosimplificado, compreendendo, obrigatoriamente, prova escrita e, facultativamente, análisede curriculum vitae, sem prejuízo de outras modalidades que, a critério do CADE, venham aser exigidas.”

Artigo 2o - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

(DOU, Seção 1, de 1º.3.2004, p. 1)

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* A Lei n. 8.884/94 está publicada no Boletim do Centro de Estudos, São Paulo, v. 18, n. 7, p. L202, jul. 1994.

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236 B. Cent. Estud., São Paulo, 28(2):235-300, mar./abr. 2004

Legislação

ENERGIA ELÉTRICA – Comercialização. Disposições

Lei n. 10.848, de 15.3.2004, publicada no DOU, Seção 1, de 16.3.2004, p. 2. Dispõe sobre acomercialização de energia elétrica, altera as Leis ns. 5.655, de 20 de maio de 1971, 8.631, de 4 demarço de 1993, 9.074, de 7 de julho de 1995, 9.427, de 26 de dezembro de 1996, 9.478, de 6 deagosto de 1997, 9.648, de 27 de maio de 1998, 9.991, de 24 de julho de 2000, 10.438, de 26 deabril de 2002, e dá outras providências.

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PIS/PASEP E CONFINS – Importação de Bens e Serviços. Contribuição. Disciplina

LEI N. 10.865, DE 30 DE ABRIL DE 2004

Dispõe sobre a Contribuição para os Programas de Integração Social e de Formaçãodo Patrimônio do Servidor Público e a Contribuição para o Financiamento da SeguridadeSocial incidentes sobre a Importação de Bens e Serviços e dá outras providências.

O Presidente da República Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono aseguinte Lei:

CAPÍTULO I – DA INCIDÊNCIA

Artigo 1o - Ficam instituídas a Contribuição para os Programas de Integração Social e deFormação do Patrimônio do Servidor Público incidente na Importação de Produtos Estrangeiros ouServiços – PIS/PASEP-Importação e a Contribuição Social para o Financiamento da SeguridadeSocial devida pelo Importador de Bens Estrangeiros ou Serviços do Exterior – 1 - COFINS-Importação, com base nos artigos 149, parágrafo 2º, inciso II, e 195, inciso IV, da ConstituiçãoFederal, observado o disposto no seu artigo 195, parágrafo 6º.

§ 1o - Os serviços a que se refere o caput deste artigo são os provenientes do exterior prestadospor pessoa física ou pessoa jurídica residente ou domiciliada no exterior, nas seguintes hipóteses:

I - executados no País; ou

II - executados no exterior, cujo resultado se verifique no País.

§ 2o - Consideram-se também estrangeiros:

I - bens nacionais ou nacionalizados exportados, que retornem ao País, salvo se:

a) enviados em consignação e não vendidos no prazo autorizado;

b) devolvidos por motivo de defeito técnico para reparo ou para substituição;

c) por motivo de modificações na sistemática de importação por parte do país importador;

d) por motivo de guerra ou de calamidade pública; ou

e) por outros fatores alheios à vontade do exportador;

III - os equipamentos, as máquinas, os veículos, os aparelhos e os instrumentos, bem comoas partes, as peças, os acessórios e os componentes, de fabricação nacional, adquiridos no mercadointerno pelas empresas nacionais de engenharia e exportados para a execução de obras contratadasno exterior, na hipótese de retornarem ao País.

Artigo 2o - As contribuições instituídas no artigo 1o desta Lei não incidem sobre:

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237B. Cent. Estud., São Paulo, 28(2):235-300, mar./abr. 2004

Legislação

I - bens estrangeiros que, corretamente descritos nos documentos de transporte, chegaremao País por erro inequívoco ou comprovado de expedição e que forem redestinados ou devolvidospara o exterior;

II - bens estrangeiros idênticos, em igual quantidade e valor, e que se destinem à reposiçãode outros anteriormente importados que se tenham revelado, após o desembaraço aduaneiro,defeituosos ou imprestáveis para o fim a que se destinavam, observada a regulamentação doMinistério da Fazenda;

III - bens estrangeiros que tenham sido objeto de pena de perdimento, exceto nas hipótesesem que não sejam localizados, tenham sido consumidos ou revendidos;

IV - bens estrangeiros devolvidos para o exterior antes do registro da declaração de importação,observada a regulamentação do Ministério da Fazenda;

V - pescado capturado fora das águas territoriais do País por empresa localizada no seuterritório, desde que satisfeitas as exigências que regulam a atividade pesqueira;

VI - bens aos quais tenha sido aplicado o regime de exportação temporária;

VII - bens ou serviços importados pelas entidades beneficentes de assistência social, nostermos do parágrafo 7º do artigo 195 da Constituição Federal, observado o disposto no artigo 10desta Lei;

VIII - bens em trânsito aduaneiro de passagem, acidentalmente destruídos;

IX - bens avariados ou que se revelem imprestáveis para os fins a que se destinavam, desdeque destruídos, sob controle aduaneiro, antes de despachados para consumo, sem ônus para aFazenda Nacional; e

X - o custo do transporte internacional e de outros serviços, que tiverem sido computados novalor aduaneiro que serviu de base de cálculo da contribuição.

CAPÍTULO II – DO FATO GERADOR

Artigo 3o - O fato gerador será:

I - a entrada de bens estrangeiros no território nacional; ou

II - o pagamento, o crédito, a entrega, o emprego ou a remessa de valores a residentes oudomiciliados no exterior como contraprestação por serviço prestado.

§ 1o - Para efeito do inciso I do caput deste artigo, consideram-se entrados no territórionacional os bens que constem como tendo sido importados e cujo extravio venha a ser apuradopela administração aduaneira.

§ 2o - O disposto no parágrafo 1o deste artigo não se aplica:

I - às malas e às remessas postais internacionais; e

II - à mercadoria importada a granel que, por sua natureza ou condições de manuseio nadescarga, esteja sujeita a quebra ou a decréscimo, desde que o extravio não seja superior a 1% (umpor cento).

§ 3o - Na hipótese de ocorrer quebra ou decréscimo em percentual superior ao fixado noinciso II do parágrafo 2o deste artigo, serão exigidas as contribuições somente em relação ao queexceder a 1% (um por cento).

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238 B. Cent. Estud., São Paulo, 28(2):235-300, mar./abr. 2004

Legislação

Artigo 4o - Para efeito de cálculo das contribuições, considera-se ocorrido o fato gerador:

I - na data do registro da declaração de importação de bens submetidos a despacho paraconsumo;

II - no dia do lançamento do correspondente crédito tributário, quando se tratar de bensconstantes de manifesto ou de outras declarações de efeito equivalente, cujo extravio ou avaria forapurado pela autoridade aduaneira;

III - na data do vencimento do prazo de permanência dos bens em recinto alfandegado, seiniciado o respectivo despacho aduaneiro antes de aplicada a pena de perdimento, na situaçãoprevista pelo artigo 18 da Lei n. 9.779, de 19 de janeiro de 1999;

IV - na data do pagamento, do crédito, da entrega, do emprego ou da remessa de valores nahipótese de que trata o inciso II do caput do artigo 3o desta Lei.

Parágrafo único - O disposto no inciso I do caput deste artigo aplica-se, inclusive, no caso dedespacho para consumo de bens importados sob regime suspensivo de tributação do imposto deimportação.

CAPÍTULO III – DO SUJEITO PASSIVO

Artigo 5o - São contribuintes:

I - o importador, assim considerada a pessoa física ou jurídica que promova a entrada debens estrangeiros no território nacional;

II - a pessoa física ou jurídica contratante de serviços de residente ou domiciliado no exterior; e

III - o beneficiário do serviço, na hipótese em que o contratante também seja residente oudomiciliado no exterior.

Parágrafo único - Equiparam-se ao importador o destinatário de remessa postal internacionalindicado pelo respectivo remetente e o adquirente de mercadoria entrepostada.

Artigo 6o - São responsáveis solidários:

I - o adquirente de bens estrangeiros, no caso de importação realizada por sua conta e ordem,por intermédio de pessoa jurídica importadora;

II - o transportador, quando transportar bens procedentes do exterior ou sob controleaduaneiro, inclusive em percurso interno;

III - o representante, no País, do transportador estrangeiro;

IV - o depositário, assim considerado qualquer pessoa incumbida da custódia de bem sobcontrole aduaneiro; e

V - o expedidor, o operador de transporte multimodal ou qualquer subcontratado para arealização do transporte multimodal.

CAPÍTULO IV – DA BASE DE CÁLCULO

Artigo 7o - A base de cálculo será:

I - o valor aduaneiro, assim entendido, para os efeitos desta Lei, o valor que servir ou queserviria de base para o cálculo do imposto de importação, acrescido do valor do Imposto sobreOperações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestação de Serviços de TransporteInterestadual e Intermunicipal e de Comunicação – ICMS incidente no desembaraço aduaneiro edo valor das próprias contribuições, na hipótese do inciso I do caput do artigo 3o desta Lei; ou

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239B. Cent. Estud., São Paulo, 28(2):235-300, mar./abr. 2004

Legislação

II - o valor pago, creditado, entregue, empregado ou remetido para o exterior, antes daretenção do imposto de renda, acrescido do Imposto sobre Serviços de qualquer Natureza – ISS edo valor das próprias contribuições, na hipótese do inciso II do caput do artigo 3o desta Lei.

§ 1o - A base de cálculo das contribuições incidentes sobre prêmios de resseguro cedidos aoexterior é de 8% (oito por cento) do valor pago, creditado, entregue, empregado ou remetido.

§ 2o - O disposto no parágrafo 1o deste artigo aplica-se aos prêmios de seguros não enquadradosno disposto no inciso X do artigo 2o desta Lei.

§ 3o - A base de cálculo fica reduzida:

I - em 30,2% (trinta inteiros e dois décimos por cento), no caso de importação, para revenda,de caminhões chassi com carga útil igual ou superior a 1.800 kg (mil e oitocentos quilogramas) ecaminhão monobloco com carga útil igual ou superior a 1.500 kg (mil e quinhentos quilogramas),classificados na posição 87.04 da Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados– TIPI, observadas as especificações estabelecidas pela Secretaria da Receita Federal; e

II - em 48,1% (quarenta e oito inteiros e um décimo por cento), no caso de importação, pararevenda, de máquinas e veículos classificados nos seguintes códigos e posições da TIPI: 84.29,8432.40.00, 8432.80.00, 8433.20, 8433.30.00, 8433.40.00, 8433.5, 87.01, 8702.10.00 Ex 02,8702.90.90 Ex 02, 8704.10.00, 87.05 e 8706.00.10 Ex 01 (somente os destinados aos produtosclassificados nos Ex 02 dos códigos 8702.10.00 e 8702.90.90).

§ 4o - O ICMS incidente comporá a base de cálculo das contribuições, mesmo que tenha seurecolhimento diferido.

CAPÍTULO V – DAS ALÍQUOTAS

Artigo 8o - As contribuições serão calculadas mediante aplicação, sobre a base de cálculo deque trata o artigo 7o desta Lei, das alíquotas de:

I - 1,65% (um inteiro e sessenta e cinco centésimos por cento), para o PIS/PASEP-Importação; e

II - 7,6% (sete inteiros e seis décimos por cento), para a COFINS-Importação.

§ 1o - As alíquotas, no caso de importação de produtos farmacêuticos, classificados nasposições 30.01, 30.03, exceto no código 3003.90.56, 30.04, exceto no código 3004.90.46, nositens 3002.10.1, 3002.10.2, 3002.10.3, 3002.20.1, 3002.20.2, 3006.30.1 e 3006.30.2 e nos códigos3002.90.20, 3002.90.92, 3002.90.99, 3005.10.10, 3006.60.00, são de:

I - 2,1% (dois inteiros e um décimo por cento), para o PIS/PASEP-Importação; e

II - 9,9% (nove inteiros e nove décimos por cento), para a COFINS-Importação.

§ 2o - As alíquotas, no caso de importação de produtos de perfumaria, de toucador ou dehigiene pessoal, classificados nas posições 3303.00 a 33.07 e nos códigos 3401.11.90, 3401.20.10e 96.03.21.00, são de:

I - 2,2% (dois inteiros e dois décimos por cento), para o PIS/PASEP-Importação; e

II - 10,3% (dez inteiros e três décimos por cento), para a COFINS-Importação.

§ 3o - Na importação de máquinas e veículos, classificados nos códigos 84.29, 8432.40.00,8432.80.00, 8433.20, 8433.30.00, 8433.40.00, 8433.5, 87.01, 87.02, 87.03, 87.04, 87.05 e 87.06,da Nomenclatura Comum do Mercosul – NCM, as alíquotas são de:

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240 B. Cent. Estud., São Paulo, 28(2):235-300, mar./abr. 2004

Legislação

I - 2% (dois por cento), para o PIS/PASEP-Importação; e

II - 9,6% (nove inteiros e seis décimos por cento), para a COFINS-Importação.

§ 4o - O disposto no parágrafo 3o deste artigo, relativamente aos produtos classificados noCapítulo 84 da NCM, aplica-se, exclusivamente, aos produtos autopropulsados.

§ 5o - Na importação dos produtos classificados nas posições 40.11 (pneus novos de borracha)e 40.13 (câmaras-de-ar de borracha), da NCM, as alíquotas são de:

I - 2% (dois por cento), para o PIS/PASEP-Importação; e

II - 9,5% (nove inteiros e cinco décimos por cento), para a COFINS-Importação.

§ 6o - A importação de embalagens para refrigerante e cerveja, referidas no artigo 51 da Lein. 10.833, de 29 de dezembro de 2003, e de embalagem para água fica sujeita à incidência do PIS/PASEP-Importação e da COFINS-Importação, fixada por unidade de produto, às alíquotas previstasnaquele artigo, com a alteração inserida pelo artigo 21 desta Lei.

§ 7o - A importação de refrigerante, cerveja e preparações compostas, referidos no artigo 49da Lei n. 10.833, de 29 de dezembro de 2003, fica sujeita à incidência das contribuições de quetrata esta Lei, fixada por unidade de produto, às alíquotas previstas no artigo 52 da mencionadaLei, independentemente de o importador haver optado pelo regime especial de apuração epagamento ali referido.

§ 8o - A importação de gasolinas e suas correntes, exceto de aviação e óleo diesel e suascorrentes, gás liquefeito de petróleo (GLP) derivado de petróleo e gás natural e querosene deaviação fica sujeita à incidência da contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS, fixadas porunidade de volume do produto, às alíquotas previstas no artigo 23 desta Lei, independentementede o importador haver optado pelo regime especial de apuração e pagamento ali referido.

§ 9o - Na importação de autopeças, relacionadas nos Anexos I e II da Lei n. 10.485, de 3 dejulho de 2002, exceto quando efetuada pela pessoa jurídica fabricante de máquinas e veículosrelacionados no artigo 1o da referida Lei, as alíquotas são de:

I - 2,3% (dois inteiros e três décimos por cento), para o PIS/PASEP-Importação; e

II - 10,8% (dez inteiros e oito décimos por cento), para a COFINS-Importação.

§ 10 - Na importação de papel imune a impostos de que trata o artigo 150, inciso VI, alínea“d”, da Constituição Federal, ressalvados os referidos no inciso IV do parágrafo 12 deste artigo,quando destinado à impressão de periódicos, as alíquotas são de:

I - 0,8% (oito décimos por cento), para a contribuição para o PIS/PASEP-Importação; e

II - 3,2% (três inteiros e dois décimos por cento), para a COFINS-Importação.

§ 11 - Fica o Poder Executivo autorizado a reduzir a 0 (zero) e a restabelecer as alíquotas doPIS/PASEP-Importação e da COFINS-Importação, incidentes sobre:

I - produtos químicos e farmacêuticos classificados nos Capítulos 29 e 30 da NCM;

II - produtos destinados ao uso em laboratório de anatomia patológica, citológica ou deanálises clínicas classificados nas posições 30.02, 30.06, 39.26, 40.15 e 90.18 da NCM.

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Legislação

§ 12 - Ficam reduzidas a 0 (zero) as alíquotas das contribuições, nas hipóteses de importação de:

I - partes, peças e componentes, destinados ao emprego na conservação, modernização econversão de embarcações registradas no Registro Especial Brasileiro;

II - embarcações construídas no Brasil e transferidas por matriz de empresa brasileira denavegação para subsidiária integral no exterior, que retornem ao registro brasileiro como propriedadeda mesma empresa nacional de origem;

III - papel destinado à impressão de jornais, pelo prazo de 4 (quatro) anos a contar da data devigência desta Lei, ou até que a produção nacional atenda 80% (oitenta por cento) do consumointerno;

IV – papéis classificados nos códigos 4801.00.10, 4801.00.90, 4802.61.91, 4802.61.99,4810.19.89 e 4810.22.90, todos da TIPI, destinados à impressão de periódicos pelo prazo de 4(quatro) anos a contar da data de vigência desta Lei ou até que a produção nacional atenda 80%(oitenta por cento) do consumo interno;

V - máquinas, equipamentos, aparelhos, instrumentos, suas partes e peças de reposição, epelículas cinematográficas virgens, sem similar nacional, destinados à indústria cinematográfica eaudiovisual, e de radiodifusão;

VI - aluguéis e contraprestações de arrendamento mercantil de máquinas e equipamentos,embarcações e aeronaves utilizados na atividade da empresa;

VII - partes e peças da posição 88.03 destinadas aos veículos e aparelhos da posição 88.02da NCM;

VIII - nafta petroquímica, código 2710.11.41 da NCM;

IX - gás natural destinado ao consumo em unidades termelétricas integrantes do ProgramaPrioritário de Termelétricas – PPT;

X - produtos hortícolas e frutas, classificados nos Capítulos 7 e 8, e ovos, classificados naposição 04.07, todos da TIPI; e

XI - semens e embriões da posição 05.11, da NCM.

§ 13 - O Poder Executivo regulamentará:

I – o disposto no parágrafo 10 deste artigo; e

II - a utilização do benefício da alíquota 0 (zero) de que tratam os incisos I a VII do parágrafo12 deste artigo.

CAPÍTULO VI – DA ISENÇÃO

Artigo 9o - São isentas das contribuições de que trata o artigo 1o desta Lei:

I - as importações realizadas:

a) pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, suas autarquias e fundações instituídase mantidas pelo poder público;

b) pelas Missões Diplomáticas e Repartições Consulares de caráter permanente e pelosrespectivos integrantes;

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Legislação

c) pelas representações de organismos internacionais de caráter permanente, inclusive os deâmbito regional, dos quais o Brasil seja membro, e pelos respectivos integrantes;

II - as hipóteses de:

a) amostras e remessas postais internacionais, sem valor comercial;

b) remessas postais e encomendas aéreas internacionais, destinadas a pessoa física;

c) bagagem de viajantes procedentes do exterior e bens importados a que se apliquem osregimes de tributação simplificada ou especial;

d) bens adquiridos em loja franca no País;

e) bens trazidos do exterior, no comércio característico das cidades situadas nas fronteirasterrestres, destinados à subsistência da unidade familiar de residentes nas cidades fronteiriçasbrasileiras;

f) bens importados sob o regime aduaneiro especial de drawback, na modalidade de isenção;

g) objetos de arte, classificados nas posições 97.01, 97.02, 97.03 e 97.06 da NCM, recebidosem doação, por museus instituídos e mantidos pelo poder público ou por outras entidades culturaisreconhecidas como de utilidade pública; e

h) máquinas, equipamentos, aparelhos e instrumentos, e suas partes e peças de reposição,acessórios, matérias-primas e produtos intermediários, importados por instituições científicas etecnológicas e por cientistas e pesquisadores, conforme o disposto na Lei n. 8.010, de 29 de marçode 1990.

Parágrafo único - As isenções de que trata este artigo somente serão concedidas se satisfeitosos requisitos e condições exigidos para o reconhecimento de isenção do Imposto sobre ProdutosIndustrializados – IPI vinculado à importação.

Artigo 10 - Quando a isenção for vinculada à qualidade do importador, a transferência depropriedade ou a cessão de uso dos bens, a qualquer título, obriga ao prévio pagamento dascontribuições de que trata esta Lei.

Parágrafo único - O disposto no caput deste artigo não se aplica aos bens transferidos oucedidos:

I - a pessoa ou a entidade que goze de igual tratamento tributário, mediante prévia decisão daautoridade administrativa da Secretaria da Receita Federal;

II - após o decurso do prazo de 3 (três) anos, contado da data do registro da declaração deimportação; e

III - a entidades beneficentes, reconhecidas como de utilidade pública, para serem vendidosem feiras, bazares e eventos semelhantes, desde que recebidos em doação de representaçõesdiplomáticas estrangeiras sediadas no País.

Artigo 11 - A isenção das contribuições, quando vinculada à destinação dos bens, ficarácondicionada à comprovação posterior do seu efetivo emprego nas finalidades que motivaram aconcessão.

Artigo 12 - Desde que mantidas as finalidades que motivaram a concessão e mediante préviadecisão da autoridade administrativa da Secretaria da Receita Federal, poderá ser transferida a

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Legislação

propriedade ou cedido o uso dos bens antes de decorrido o prazo de 3 (três) anos a que se refere oinciso II do parágrafo único do artigo 10 desta Lei, contado da data do registro da correspondentedeclaração de importação.

CAPÍTULO VII – DO PRAZO DE RECOLHIMENTO

Artigo 13 - As contribuições de que trata o artigo 1o desta Lei serão pagas:

I - na data do registro da declaração de importação, na hipótese do inciso I do caput do artigo3o desta Lei;

II - na data do pagamento, crédito, entrega, emprego ou remessa, na hipótese do inciso II docaput do artigo 3o desta Lei;

III - na data do vencimento do prazo de permanência do bem no recinto alfandegado, nahipótese do inciso III do caput do artigo 4o desta Lei.

CAPÍTULO VIII – DOS REGIMES ADUANEIROS ESPECIAIS

Artigo 14 - As normas relativas à suspensão do pagamento do imposto de importação ou doIPI vinculado à importação, relativas aos regimes aduaneiros especiais, aplicam-se também àscontribuições de que trata o artigo 1o desta Lei.

§ 1o - O disposto no caput deste artigo aplica-se também às importações, efetuadas porempresas localizadas na Zona Franca de Manaus, de bens a serem empregados na elaboração dematérias-primas, produtos intermediários e materiais de embalagem destinados a emprego emprocesso de industrialização por estabelecimentos ali instalados, consoante projeto aprovado peloConselho de Administração da Superintendência da Zona Franca de Manaus – SUFRAMA, de quetrata o artigo 5º-A da Lei n. 10.637, de 30 de dezembro de 2002.

§ 2o - A Secretaria da Receita Federal estabelecerá os requisitos necessários para a suspensãode que trata o parágrafo 1o deste artigo.

CAPÍTULO IX – DO CRÉDITO

Artigo 15 - As pessoas jurídicas sujeitas à apuração da contribuição para o PIS/PASEP e daCOFINS, nos termos dos artigos 2º e 3º das Leis ns. 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e 10.833,de 29 de dezembro de 2003, poderão descontar crédito, para fins de determinação dessascontribuições, em relação às importações sujeitas ao pagamento das contribuições de que trata oartigo 1o desta Lei, nas seguintes hipóteses:

I - bens adquiridos para revenda;

II - bens e serviços utilizados como insumo na prestação de serviços e na produção oufabricação de bens ou produtos destinados à venda, inclusive combustível e lubrificantes;

III - energia elétrica consumida nos estabelecimentos da pessoa jurídica;

IV - aluguéis e contraprestações de arrendamento mercantil de prédios, máquinas eequipamentos, embarcações e aeronaves, utilizados na atividade da empresa;

V - máquinas, equipamentos e outros bens incorporados ao ativo imobilizado, adquiridospara utilização na produção de bens destinados à venda ou na prestação de serviços.

§ 1o - O direito ao crédito de que trata este artigo e o artigo 17 desta Lei aplica-se em relaçãoàs contribuições efetivamente pagas na importação de bens e serviços a partir da produção dosefeitos desta Lei.

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Legislação

§ 2o - O crédito não aproveitado em determinado mês poderá sê-lo nos meses subseqüentes.

§ 3o - O crédito de que trata o caput deste artigo será apurado mediante a aplicação dasalíquotas previstas no caput do artigo 2º das Leis ns. 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e10.833, de 29 de dezembro de 2003, sobre o valor que serviu de base de cálculo das contribuições,na forma do artigo 7o desta Lei, acrescido do valor do IPI vinculado à importação, quando integrantedo custo de aquisição.

§ 4o - Na hipótese do inciso V do caput deste artigo, o crédito será determinado mediante aaplicação das alíquotas referidas no parágrafo 3o deste artigo sobre o valor da depreciação ouamortização contabilizada a cada mês.

§ 5o - Para os efeitos deste artigo, aplicam-se, no que couber, as disposições dos parágrafos7º e 9º do artigo 3º das Leis ns. 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e 10.833, de 29 de dezembrode 2003.

§ 6o - O disposto no inciso II do caput deste artigo alcança os direitos autorais pagos pelaindústria fonográfica desde que esses direitos tenham se sujeitado ao pagamento das contribuiçõesde que trata esta Lei.

§ 7o - Opcionalmente, o contribuinte poderá descontar o crédito de que trata o parágrafo 4o

deste artigo, relativo à importação de máquinas e equipamentos destinados ao ativo imobilizado,no prazo de 4 (quatro) anos, mediante a aplicação, a cada mês, das alíquotas referidas no parágrafo3o deste artigo sobre o valor correspondente a 1/48 (um quarenta e oito avos) do valor de aquisiçãodo bem, de acordo com regulamentação da Secretaria da Receita Federal.

§ 8o - As pessoas jurídicas importadoras, nas hipóteses de importação de que tratam osincisos a seguir, devem observar as disposições do artigo 17 desta Lei:

I - produtos dos parágrafos 1o a 3o e 5o a 7o do artigo 8o desta Lei, quando destinados àrevenda;

II - produtos do parágrafo 8o do artigo 8o desta Lei, quando destinados à revenda, ainda queocorra fase intermediária de mistura;

III - produtos do parágrafo 9o do artigo 8o desta Lei, quando destinados à revenda ou àutilização como insumo na produção de autopeças relacionadas nos Anexos I e II da Lei n. 10.485,de 3 de julho de 2002;

IV - produto do parágrafo 10 do artigo 8o desta Lei.

Artigo 16 - É vedada a utilização do crédito de que trata o artigo 15 desta Lei nas hipótesesreferidas nos incisos III e IV do parágrafo 3º do artigo 1º e no artigo 8º da Lei n. 10.637, de 30 dedezembro de 2002, e nos incisos III e IV do parágrafo 3º do artigo 1º e no artigo 10 da Lein. 10.833, de 29 de dezembro de 2003.

Parágrafo único - Gera direito aos créditos de que tratam os artigos 15 e 17 a importaçãoefetuada com isenção, exceto na hipótese de os produtos serem revendidos ou utilizados como insumoem produtos ou serviços sujeitos à alíquota 0 (zero), isentos ou não alcançados pela contribuição.

Artigo 17 - As pessoas jurídicas importadoras dos produtos referidos nos parágrafos 1o a 3o

e 5o a 10 do artigo 8o desta Lei poderão descontar crédito, para fins de determinação da contribuiçãopara o PIS/PASEP e da COFINS, em relação à importação desses produtos, nas hipóteses:

I - dos parágrafos 1o a 3o e 5o a 7o do artigo 8o desta Lei, quando destinados à revenda;

II - do parágrafo 8o do artigo 8o desta Lei, quando destinados à revenda, ainda que ocorrafase intermediária de mistura;

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245B. Cent. Estud., São Paulo, 28(2):235-300, mar./abr. 2004

Legislação

III - do parágrafo 9o do artigo 8o desta Lei, quando destinados à revenda ou à utilizaçãocomo insumo na produção de autopeças relacionadas nos Anexos I e II da Lei n. 10.485, de 3 dejulho de 2002;

IV - do parágrafo 10 do artigo 8o desta Lei, quando destinados à revenda ou à impressão deperiódicos.

§ 1o - As pessoas jurídicas submetidas ao regime especial de que trata o artigo 52 da Lei no10.833, de 29 de dezembro de 2003, poderão descontar créditos, para fins de determinação dacontribuição para o PIS/PASEP e da COFINS, em relação à importação dos produtos referidos noparágrafo 6o do artigo 8o desta Lei, utilizados no processo de industrialização dos produtos de quetrata o parágrafo 7o do mesmo artigo, bem como em relação à importação desses produtos e demaisprodutos constantes do Anexo Único da Lei n. 10.833, de 29 de dezembro de 2003.

§ 2o - Os créditos de que trata este artigo serão apurados mediante a aplicação das alíquotasda contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS incidentes sobre a receita decorrente da venda, nomercado interno, dos respectivos produtos, na forma da legislação específica, sobre o valor de quetrata o parágrafo3o do artigo 15 desta Lei.

§ 3o - Nas hipóteses dos parágrafos 6o e 7o do artigo 8o desta Lei, os créditos serão determinadoscom base nas alíquotas específicas referidas nos artigos 51 e 52 da Lei n. 10.833, de 29 de dezembrode 2003.

§ 4o - Sem prejuízo do disposto no parágrafo 3o deste artigo, os créditos dos demais produtosconstantes do Anexo Único da Lei n. 10.833, de 29 de dezembro de 2003, serão determinadoscom base nas alíquotas de que tratam os incisos I e II do caput do artigo 8o desta Lei.

§ 5o - Na hipótese do parágrafo 8o do artigo 8o desta Lei, os créditos serão determinados combase nas alíquotas específicas referidas no artigo 23 desta Lei.

Artigo 18 - No caso da importação por conta e ordem de terceiros, os créditos de que tratamos artigos 15 e 17 desta Lei serão aproveitados pelo encomendante.

CAPÍTULO X – DO LANÇAMENTO DE OFÍCIO

Artigo 19 - Nos casos de lançamentos de ofício, serão aplicadas, no que couber, as disposiçõesdos artigos 43 e 44 da Lei n. 9.430, de 27 de dezembro de 1996.

CAPÍTULO XI – DA ADMINISTRAÇÃO DO TRIBUTO

Artigo 20 - Compete à Secretaria da Receita Federal a administração e a fiscalização dascontribuições de que trata esta Lei.

§ 1o - As contribuições sujeitam-se às normas relativas ao processo administrativo fiscal dedeterminação e exigência do crédito tributário e de consulta de que trata o Decreto n. 70.235, de 6de março de 1972, bem como, no que couber, às disposições da legislação do imposto de renda,do imposto de importação, especialmente quanto à valoração aduaneira, e da contribuição para oPIS/PASEP e da COFINS.

§ 2o - A Secretaria da Receita Federal editará, no âmbito de sua competência, as normasnecessárias à aplicação do disposto nesta Lei.

CAPÍTULO XII – DISPOSIÇÕES GERAIS

Artigo 21 - Os artigos 1o, 2o, 3o, 6o, 10, 12, 15, 25, 27, 32, 34, 49, 50, 51, 52, 53, 56 e 90 daLei n. 10.833, de 29 de dezembro de 2003, passam a vigorar com a seguinte redação:

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246 B. Cent. Estud., São Paulo, 28(2):235-300, mar./abr. 2004

Legislação

“Artigo 1º - (...)

(...)

§ 3o - (...)

(...)

IV - de venda de álcool para fins carburantes;

(...) (NR)

(...)

Artigo 2o - (...)

§ 1o - Excetua-se do disposto no caput deste artigo a receita bruta auferida pelos produtoresou importadores, que devem aplicar as alíquotas previstas:

I - nos incisos I a III do artigo 4o da Lei n. 9.718, de 27 de novembro de 1998, e alteraçõesposteriores, no caso de venda de gasolinas, exceto gasolina de aviação, óleo diesel e gásliquefeito de petróleo (GLP) derivado de petróleo e gás natural;

II - no inciso I do artigo 1o da Lei n. 10.147, de 21 de dezembro de 2000, e alteraçõesposteriores, no caso de venda de produtos farmacêuticos, de perfumaria, de toucador ou dehigiene pessoal, nele relacionados;

III - no artigo 1o da Lei n. 10.485, de 3 de julho de 2002, e alterações posteriores, no caso devenda de máquinas e veículos classificados nos códigos 84.29, 8432.40.00, 84.32.80.00,8433.20, 8433.30.00, 8433.40.00, 8433.5, 87.01, 87.02, 87.03, 87.04, 87.05 e 87.06, da TIPI;

IV - no inciso II do artigo 3o da Lei n. 10.485, de 3 de julho de 2002, no caso de vendas, paracomerciante atacadista ou varejista ou para consumidores, das autopeças relacionadas nosAnexos I e II da mesma Lei;

V - no caput do artigo 5o da Lei n. 10.485, de 3 de julho de 2002, e alterações posteriores, nocaso de venda dos produtos classificados nas posições 40.11 (pneus novos de borracha) e40.13 (câmaras-de-ar de borracha), da TIPI;

VI - no artigo 2o da Lei n. 10.560, de 13 de novembro de 2002, e alterações posteriores, nocaso de venda de querosene de aviação;

VII - no artigo 51 desta Lei, e alterações posteriores, no caso de venda das embalagens neleprevistas, destinadas ao envasamento de água, refrigerante e cerveja, classificados nos códigos22.01, 22.02 e 22.03, todos da TIPI; e

VIII - no artigo 49 desta Lei, e alterações posteriores, no caso de venda de água, refrigerante,cerveja e preparações compostas classificados nos códigos 22.01, 22.02, 22.03 e 2106.90.10Ex 02, todos da TIPI.

§ 2o - Excetua-se do disposto no caput deste artigo a receita bruta decorrente da venda depapel imune a impostos de que trata o artigo 150, inciso VI, alínea “d”, da ConstituiçãoFederal, quando destinado à impressão de periódicos, que fica sujeita à alíquota de 3,2%(três inteiros e dois décimos por cento).

§ 3o - Fica o Poder Executivo autorizado a reduzir a 0 (zero) e a restabelecer a alíquota inci-dente sobre receita bruta decorrente da venda de produtos químicos e farmacêuticos, classificadosnos Capítulos 29 e 30, sobre produtos destinados ao uso em laboratório de anatomia patológica,citológica ou de análises clínicas, classificados nas posições 30.02, 30.06, 39.26, 40.15 e90.18, e sobre semens e embriões da posição 05.11, todos da TIPI. (NR)

(...)

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247B. Cent. Estud., São Paulo, 28(2):235-300, mar./abr. 2004

Legislação

Artigo 3o - (...)

I - bens adquiridos para revenda, exceto em relação às mercadorias e aos produtos referidos:

a) nos incisos III e IV do parágrafo 3o do artigo 1o desta Lei; e

b) no parágrafo 1o do artigo 2o desta Lei;

II - bens e serviços, utilizados como insumo na prestação de serviços e na produção oufabricação de bens ou produtos destinados à venda, inclusive combustíveis e lubrificantes,exceto em relação ao pagamento de que trata o artigo 2o da Lei n. 10.485, de 3 de julho de2002, devido pelo fabricante ou importador, ao concessionário, pela intermediação ou entregados veículos classificados nas posições 87.03 e 87.04 da TIPI;

(...)

V - valor das contraprestações de operações de arrendamento mercantil de pessoa jurídica,exceto de optante pelo Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições dasMicroempresas e das Empresas de Pequeno Porte – SIMPLES;

(...)

§ 1o - Observado o disposto no parágrafo 15 deste artigo, o crédito será determinado mediantea aplicação da alíquota prevista no caput do artigo 2o desta Lei sobre o valor:

(...)

§ 2o - Não dará direito a crédito o valor:

I - de mão-de-obra paga a pessoa física; e

II - da aquisição de bens ou serviços não sujeitos ao pagamento da contribuição, inclusiveno caso de isenção, esse último quando revendidos ou utilizados como insumo em produtosou serviços sujeitos à alíquota 0 (zero), isentos ou não alcançados pela contribuição.

(...)

§ 6o - (...)

I - seu montante será determinado mediante aplicação, sobre o valor das mencionadasaquisições, de alíquota correspondente a 80% (oitenta por cento) daquela constante do caputdo artigo 2o desta Lei;

(...)

§ 13 - Deverá ser estornado o crédito da COFINS relativo a bens adquiridos para revenda ouutilizados como insumos na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ouprodutos destinados à venda, que tenham sido furtados ou roubados, inutilizados oudeteriorados, destruídos em sinistro ou, ainda, empregados em outros produtos que tenhamtido a mesma destinação.

§ 14 - Opcionalmente, o contribuinte poderá calcular o crédito de que trata o inciso III doparágrafo 1o deste artigo, relativo à aquisição de máquinas e equipamentos destinados aoativo imobilizado, no prazo de 4 (quatro) anos, mediante a aplicação, a cada mês, das alíquotasreferidas no caput do artigo 2o desta Lei sobre o valor correspondente a 1/48 (um quarenta eoito avos) do valor de aquisição do bem, de acordo com regulamentação da Secretaria daReceita Federal.

§ 15 - O crédito, na hipótese de aquisição, para revenda, de papel imune a impostos de quetrata o artigo 150, inciso VI, alínea “d” da Constituição Federal, quando destinado à impressão

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248 B. Cent. Estud., São Paulo, 28(2):235-300, mar./abr. 2004

Legislação

de periódicos, será determinado mediante a aplicação da alíquota prevista no parágrafo 2o

do artigo 2o desta Lei. (NR)

(...)

Artigo 6o - (...)

(...)

II - prestação de serviços para pessoa física ou jurídica residente ou domiciliada no exterior,cujo pagamento represente ingresso de divisas;

(...) (NR)

(...)

Artigo 10 - (...)

(...)

VI - sociedades cooperativas, exceto as de produção agropecuária, sem prejuízo das deduçõesde que trata o artigo 15 da Medida Provisória n. 2.158-35, de 24 de agosto de 2001, e oartigo 17 da Lei n. 10.684, de 30 de maio de 2003, não lhes aplicando as disposições doparágrafo 7o do artigo 3o das Leis ns. 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e 10.833, de 29de dezembro de 2003, e as de consumo;

(...)

IX - as receitas decorrentes de venda de jornais e periódicos e de prestação de serviços dasempresas jornalísticas e de radiodifusão sonora e de sons e imagens;

(...)

XIII - as receitas decorrentes de serviços:

a) prestados por hospital, pronto-socorro, clínica médica, odontológica, de fisioterapia e defonoaudiologia, e laboratório de anatomia patológica, citológica ou de análises clínicas; e

b) de diálise, raios X, radiodiagnóstico e radioterapia, quimioterapia e de banco de sangue;

(...)

XV - as receitas decorrentes de vendas de mercadorias realizadas pelas pessoas jurídicasreferidas no artigo 15 do Decreto-Lei n. 1.455, de 7 de abril de 1976;

XVI - as receitas decorrentes de prestação de serviço de transporte coletivo de passageiros,efetuado por empresas regulares de linhas aéreas domésticas, e as decorrentes da prestaçãode serviço de transporte de pessoas por empresas de táxi aéreo;

XVII - as receitas auferidas por pessoas jurídicas, decorrentes da edição de periódicos e deinformações neles contidas, que sejam relativas aos assinantes dos serviços públicos detelefonia;

XVIII - as receitas decorrentes de prestação de serviços com aeronaves de uso agrícolainscritas no Registro Aeronáutico Brasileiro (RAB);

XIX - as receitas decorrentes de prestação de serviços das empresas de call center,telemarketing, telecobrança e de teleatendimento em geral;

XX - as receitas decorrentes da execução por administração, empreitada ou subempreitada,de obras de construção civil, até 31 de dezembro de 2006;

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249B. Cent. Estud., São Paulo, 28(2):235-300, mar./abr. 2004

Legislação

XXI - as receitas auferidas por parques temáticos, e as decorrentes de serviços de hotelaria ede organização de feiras e eventos, conforme definido em ato conjunto dos Ministérios daFazenda e do Turismo.

Parágrafo único - Ficam convalidados os recolhimentos efetuados de acordo com a atualredação do inciso IX deste artigo. (NR)

(...)

Artigo 12 - (...)

(...)

§ 2o - O crédito presumido calculado segundo os parágrafos 1o e 9o deste artigo será utilizadoem 12 (doze) parcelas mensais, iguais e sucessivas, a partir da data a que se refere o caputdeste artigo.

(...)

§ 7o - O disposto neste artigo aplica-se, também, aos estoques de produtos que não geraramcrédito na aquisição, em decorrência do disposto nos parágrafos 7o a 9o do artigo 3o destaLei, destinados à fabricação dos produtos de que tratam as Leis ns. 9.990, de 21 de julho de2000, 10.147, de 21 de dezembro de 2000, 10.485, de 3 de julho de 2002, e 10.560, de 13de novembro de 2002, ou quaisquer outros submetidos à incidência monofásica dacontribuição.

§ 8o - As disposições do parágrafo 7o deste artigo não se aplicam aos estoques de produtosadquiridos a alíquota 0 (zero), isentos ou não alcançados pela incidência da contribuição.

§ 9o - O montante do crédito presumido de que trata o § 7o deste artigo será igual ao resultado daaplicação do percentual de 7,6% (sete inteiros e seis décimos por cento) sobre o valor do estoque.

§ 10 - O montante do crédito presumido de que trata o parágrafo 7o deste artigo, relativo àspessoas jurídicas referidas no parágrafo único do artigo 56 desta Lei, será igual ao resultadoda aplicação da alíquota de 3% (três por cento) sobre o valor dos bens em estoque adquiridosaté 31 de janeiro de 2004, e de 7,6% (sete inteiros e seis décimos por cento) sobre o valor dosbens em estoque adquiridos a partir de 1o de fevereiro de 2004. (NR)

(...)

Artigo 15 - Aplica-se à contribuição para o PIS/PASEP não-cumulativa de que trata a Lein. 10.637, de 30 de dezembro de 2002, o disposto:

I - nos incisos I e II do parágrafo 3o do artigo 1o desta Lei;

II - nos incisos VI, VII e IX do caput e nos parágrafos 1o, incisos II e III, 6o, inciso I, e 10 a15 do artigo 3o desta Lei;

III - nos parágrafos 3o e 4o do artigo 6o desta Lei;

IV - nos artigos 7o e 8o desta Lei;

V - no artigo 10, incisos VI, IX e XI a XXI desta Lei; e

VI - no artigo 13 desta Lei. (NR)

(...)

Artigo 25 - A pessoa jurídica encomendante, no caso de industrialização por encomenda,sujeita-se, conforme o caso, às alíquotas previstas nas alíneas a ou b do inciso I do artigo 1o

da Lei n. 10.147, de 21 de dezembro de 2000, e alterações posteriores, incidentes sobre areceita bruta decorrente da venda dos produtos nelas referidas.

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250 B. Cent. Estud., São Paulo, 28(2):235-300, mar./abr. 2004

Legislação

(...) (NR)

(...)

Artigo 27 - (...)

(...)

§ 3o - A instituição financeira deverá, na forma, prazo e condições estabelecidas pela Secretariada Receita Federal, fornecer à pessoa física ou jurídica beneficiária o Comprovante deRendimentos Pagos e de Retenção do Imposto de Renda na Fonte, bem como apresentar àSecretaria da Receita Federal declaração contendo informações sobre:

I - os pagamentos efetuados à pessoa física ou jurídica beneficiária e o respectivo imposto derenda retido na fonte;

II - os honorários pagos a perito e o respectivo imposto de renda retido na fonte;

III - a indicação do advogado da pessoa física ou jurídica beneficiária.

§ 4o - O disposto neste artigo não se aplica aos depósitos efetuados pelos Tribunais RegionaisFederais antes de 1o de fevereiro de 2004. (NR)

(...)

Artigo 32 - (...)

I - cooperativas, relativamente à CSLL;

II - empresas estrangeiras de transporte de valores;

(...)

Parágrafo único - (...)

I - a título de transporte internacional de valores efetuados por empresa nacional;

(...) (NR)

(...)

Artigo 34 - (...)

(...)

Parágrafo único - A retenção a que se refere o caput não se aplica na hipótese de pagamentosrelativos à aquisição de gasolina, gás natural, óleo diesel, gás liquefeito de petróleo, querosenede aviação e demais derivados de petróleo e gás natural. (NR)

(...)

Artigo 49 - A contribuição para o PIS/PASEP e a COFINS devidas pelos importadores e pelaspessoas jurídicas que procedam à industrialização dos produtos classificados nas posições22.01, 22.02, 22.03 (cerveja de malte) e no código 2106.90.10 Ex 02 (preparações compostas,não alcoólicas, para elaboração de bebida refrigerante), todos da TIPI, aprovada pelo Decreton. 4.542, de 26 de dezembro de 2002, serão calculadas sobre a receita bruta decorrente davenda desses produtos, respectivamente, com a aplicação das alíquotas de 2,5% (dois inteirose cinco décimos por cento) e 11,9% (onze inteiros e nove décimos por cento).

§ 1o - O disposto neste artigo, relativamente aos produtos classificados nos códigos 22.01 e22.02 da TIPI, alcança, exclusivamente, água, refrigerante e cerveja sem álcool.

(...) (NR)

(...)

Artigo 50 - (...)

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251B. Cent. Estud., São Paulo, 28(2):235-300, mar./abr. 2004

Legislação

(...)

III - verniz, tipo pasta de alumínio e folha de alumínio troquelada gravada, classificadosrespectivamente nos códigos 3208.90.29 e 7607.19.10, quando adquiridos por pessoa jurídicafabricante de latas de alumínio, classificadas no código 7612.90.19 da TIPI, e destinada àprodução desse produto. (NR)

Artigo 51 - As receitas decorrentes da venda e da produção sob encomenda de embalagens,pelas pessoas jurídicas industriais ou comerciais e pelos importadores, destinadas ao envasamentodos produtos relacionados no artigo 49 desta Lei, ficam sujeitas ao recolhimento da contribuiçãopara o PIS/PASEP e da COFINS fixadas por unidade de produto, respectivamente, em:

(...)

II - embalagens para água e refrigerantes classificados nos códigos 22.01 e 22.02 da TIPI:

a) classificadas no código TIPI 3923.30.00: R$ 0,0170 (dezessete milésimos do real) eR$ 0,0784 (setecentos e oitenta e quatro décimos de milésimo do real), por litro de capacidadenominal de envasamento da embalagem final; e

b) pré-formas classificadas no Ex 01 do código de que trata a alínea a deste inciso, com faixade gramatura:

1 - até 30g (trinta gramas): R$ 0,0102 (cento e dois décimos de milésimo do real) eR$ 0,0470 (quarenta e sete milésimos do real);

2 - acima de 30g (trinta gramas) até 42g (quarenta e dois gramas): R$ 0,0255 (duzentos ecinqüenta e cinco décimos de milésimo do real) e R$ 0,1176 (um mil e cento e setenta e seisdécimos de milésimo do real); e

3 - acima de 42g (quarenta e dois gramas): R$ 0,0425 (quatrocentos e vinte e cinco décimosde milésimo do real) e R$ 0,1960 (cento e noventa e seis milésimos do real);

III - embalagens de vidro não retornáveis classificadas no código 7010.90.21 da TIPI, pararefrigerantes ou cervejas: R$ 0,0294 (duzentos e noventa e quatro décimos de milésimo doreal) e R$ 0,1360 (cento e trinta e seis milésimos do real), por litro de capacidade nominal deenvasamento da embalagem final;

IV - embalagens de vidro retornáveis, classificadas no código 7010.90.21 da TIPI, pararefrigerantes ou cervejas: R$ 0,294 (duzentos e noventa e quatro milésimos do real) eR$ 1,36 (um real e trinta e seis centavos), por litro de capacidade nominal de envasamentoda embalagem final.

(...) (NR)

(...)

Artigo 52 - (...)

I - água e refrigerantes classificados nos códigos 22.01 e 22.02 da TIPI, R$ 0,0212 (duzentose doze décimos de milésimo do real) e R$ 0,0980 (noventa e oito milésimos do real);

(...) (NR)

Artigo 53 - Fica o Poder Executivo autorizado a fixar coeficientes para redução das alíquotasprevistas nos artigos 51 e 52 desta Lei, os quais poderão ser alterados para mais ou paramenos, ou extintos, em relação aos produtos ou sua utilização, a qualquer tempo. (NR)

(...)

Artigo 56 - (...)

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252 B. Cent. Estud., São Paulo, 28(2):235-300, mar./abr. 2004

Legislação

Parágrafo único - O disposto no caput não se aplica aos incisos I e II do artigo 51 desta Lei.(NR)

(...)

Artigo 90 - Até a entrada em vigor da lei a que se refere o artigo 89 desta Lei, permanecemsujeitas às normas da legislação da COFINS vigentes anteriormente a esta Lei, não se lhesaplicando as disposições dos artigos 1o a 8o desta Lei, as pessoas jurídicas que, no ano-calendárioimediatamente anterior, tenham auferido receita bruta igual ou inferior a R$ 100.000,00 (cemmil reais) multiplicado pelo número de meses de efetiva atividade, e se dediquem exclusiva ecumulativamente à atividade de desenvolvimento, instalação, suporte técnico e consultoria desoftware, desde que não detenham participação societária em outras pessoas jurídicas, nemtenham sócio ou acionista pessoa jurídica ou pessoa física residente no exterior.

(...)” (NR)

Artigo 22 - Os dispositivos legais a seguir passam a vigorar com a seguinte redação:

I - artigo 4o da Lei n. 9.718, de 27 de novembro de 1998:

“Artigo 4o - As contribuições para os Programas de Integração Social e de Formação doPatrimônio do Servidor Público – PIS/PASEP e para o Financiamento da Seguridade Social –COFINS devidas pelos produtores e importadores de derivados de petróleo serão calculadas,respectivamente, com base nas seguintes alíquotas:

I - 5,08% (cinco inteiros e oito centésimos por cento) e 23,44% (vinte inteiros e quarenta equatro centésimos por cento), incidentes sobre a receita bruta decorrente da venda de gasolinase suas correntes, exceto gasolina de aviação;

II - 4,21% (quatro inteiros e vinte e um centésimos por cento) e 19,42% (dezenove inteiros equarenta e dois centésimos por cento), incidentes sobre a receita bruta decorrente da vendade óleo diesel e suas correntes;

III - 10,2% (dez inteiros e dois décimos por cento) e 47,4% (quarenta e sete inteiros e quatrodécimos por cento) incidentes sobre a receita bruta decorrente da venda de gás liquefeito depetróleo (GLP) dos derivados de petróleo e gás natural;

(...)” (NR)

II - artigo 2o da Lei n. 10.560, de 13 de novembro de 2002:

“Artigo 2o - A contribuição para o PIS/PASEP e a COFINS, relativamente à receita brutadecorrente da venda de querosene de aviação, incidirá uma única vez, nas vendas realizadaspelo produtor ou importador, às alíquotas de 5% (cinco por cento) e 23,2% (vinte e trêsinteiros e dois décimos por cento), respectivamente.” (NR)

Artigo 23 - O importador ou fabricante dos produtos referidos nos incisos I a III do artigo 4o

da Lei n. 9.718, de 27 de novembro de 1998, e no artigo 2o da Lei n. 10.560, de 13 de novembrode 2002, poderá optar por regime especial de apuração e pagamento da contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS, no qual os valores das contribuições são fixados, respectivamente, em:

I - R$ 141,10 (cento e quarenta e um reais e dez centavos) e R$ 651,40 (seiscentos e cinqüentae um reais e quarenta centavos), por metro cúbico de gasolinas e suas correntes, exceto gasolina deaviação;

II - R$ 82,20 (oitenta e dois reais e vinte centavos) e R$ 379,30 (trezentos e setenta e novereais e trinta centavos), por metro cúbico de óleo diesel e suas correntes;

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253B. Cent. Estud., São Paulo, 28(2):235-300, mar./abr. 2004

Legislação

III - R$ 119,40 (cento e dezenove reais e quarenta centavos) e R$ 551,40 (quinhentos ecinqüenta e um reais e quarenta centavos), por tonelada de gás liquefeito de petróleo (GLP) derivadode petróleo e gás natural;

IV - R$ 48,90 (quarenta e oito reais e noventa centavos) e R$ 225,50 (duzentos e vinte ecinco reais e cinqüenta centavos), por metro cúbico de querosene de aviação.

§ 1o - A opção prevista neste artigo será exercida, segundo normas e condições estabelecidaspela Secretaria da Receita Federal, até o último dia útil do mês de novembro de cada ano-calendário,produzindo efeitos, de forma irretratável, durante todo o ano-calendário subseqüente ao da opção.

§ 2o - Excepcionalmente para o ano-calendário de 2004, a opção poderá ser exercida até oúltimo dia útil do mês de maio, produzindo efeitos, de forma irretratável, a partir do dia 1o de maio.

§ 3o - No caso da opção efetuada nos termos dos parágrafos 1o e 2o deste artigo, a Secretariada Receita Federal divulgará o nome da pessoa jurídica optante e a data de início da opção.

§ 4o - A opção a que se refere este artigo será automaticamente prorrogada para o ano-calendário seguinte, salvo se a pessoa jurídica dela desistir, nos termos e condições estabelecidospela Secretaria da Receita Federal, até o último dia útil do mês de outubro do ano-calendário,hipótese em que a produção de efeitos se dará a partir do dia 1o de janeiro do ano-calendáriosubseqüente.

§ 5o - Fica o Poder Executivo autorizado a fixar coeficientes para redução das alíquotasprevistas neste artigo, os quais poderão ser alterados, para mais ou para menos, ou extintos, emrelação aos produtos ou sua utilização, a qualquer tempo.

Artigo 24 - O inciso III do parágrafo 2o do artigo 8o da Lei n. 10.426, de 24 de abril de 2002,passa a vigorar com a seguinte redação:

“Artigo 8o - (...)

(...)

§ 2o - (...)

(...)

III - será de, no mínimo, R$ 20,00 (vinte reais).

(...)” (NR)

Artigo 25 - O disposto no artigo 9o da Medida Provisória n. 2.159-70, de 24 de agosto de2001, aplica-se, também, relativamente aos fatos geradores ocorridos a partir de 1o de abril de2004, às remessas para o exterior vinculadas ao pagamento de despesas relacionadas com apromoção de destinos turísticos brasileiros.

Parágrafo único - Para os fins do disposto no caput deste artigo, entende-se por despesasvinculadas à promoção de destinos turísticos brasileiros aquelas decorrentes de pesquisa de mercado,participação em exposições, feiras e eventos semelhantes, inclusive aluguéis e arrendamentos deestandes e locais de exposição.

Artigo 26 - Ficam excluídos do Anexo único da Lei n. 10.833, de 29 de dezembro de 2003,a cevada cervejeira, o malte não torrado, inteiro ou partido, o malte torrado, inteiro ou partido, oscones de lúpulo triturados, moídos ou em pellets, os sucos e extratos vegetais de lúpulo, o verniz,tipo pasta de alumínio, as preparações antioxidantes, o tereftalato de etileno, destinados à produção

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254 B. Cent. Estud., São Paulo, 28(2):235-300, mar./abr. 2004

Legislação

de garrafas, o ácido algínico, garrafas e garrafões de plásticos, esboços de garrafas de plástico,latas de aço, a folha troquelada gravada, latas de alumínio e rolhas e tampas de metais comuns,classificados, respectivamente, nos códigos 1003.00.91, 1107.10.10, 1107.20.10, 1210.20.10,1302.13.00, 3208.90.29, 3824.90.41, 3907.60.00, 3913.10.00, 3923.30.00, 3923.30.00 Ex 01,73.10.21.10, 7607.19.10, 7612.90.19 e 8309.90.00, todos da TIPI.

§ 1o - As pessoas jurídicas referidas no artigo 49 da Lei n. 10.833, de 29 de dezembro de2003, poderão descontar crédito na forma do artigo 3o da citada Lei, em relação aos produtos deque trata o caput deste artigo, quando destinados à industrialização própria, independentementede terem optado pela tributação pelo regime especial de apuração e pagamento da contribuiçãopara o PIS/PASEP e da COFINS, fixadas por unidade de litro do produto.

§ 2o - O disposto no parágrafo 1o deste artigo aplica-se também ao direito de descontarcrédito na forma do artigo 3o da Lei n. 10.637, de 30 de dezembro de 2002.

Artigo 27 - O Poder Executivo poderá autorizar o desconto de crédito nos percentuais queestabelecer e para os fins referidos no artigo 3o das Leis ns. 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e10.833, de 29 de dezembro de 2003, relativamente às despesas financeiras decorrentes de empréstimose financiamentos, inclusive pagos ou creditados a residentes ou domiciliados no exterior.

§ 1o - Poderão ser estabelecidos percentuais diferenciados no caso de pagamentos ou créditosa residentes ou domiciliados em país com tributação favorecida ou com sigilo societário.

§ 2o - O Poder Executivo poderá, também, reduzir e restabelecer, até os percentuais de quetratam os incisos I e II do caput do artigo 8o desta Lei, as alíquotas da contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS incidentes sobre as receitas financeiras auferidas pelas pessoas jurídicassujeitas ao regime de não-cumulatividade das referidas contribuições, nas hipóteses que fixar.

Artigo 28 - Ficam reduzidas a 0 (zero) as alíquotas da contribuição para o PIS/PASEP e daCOFINS incidentes sobre a receita bruta decorrente da venda, no mercado interno, de:

I - papel destinado à impressão de jornais, pelo prazo de 4 (quatro) anos a contar da data devigência desta Lei ou até que a produção nacional atenda 80% (oitenta por cento) do consumointerno, na forma a ser estabelecida em regulamento do Poder Executivo;

II - papéis classificados nos códigos 4801.00.10, 4801.00.90, 4802.61.91, 4802.61.99,4810.19.89 e 4810.22.90, todos da TIPI, destinados à impressão de periódicos pelo prazo de 4(quatro) anos a contar da data de vigência desta Lei ou até que a produção nacional atenda 80%(oitenta por cento) do consumo interno;

III - produtos hortícolas e frutas, classificados nos Capítulos 7 e 8, e ovos, classificados naposição 04.07, todos da TIPI; e

IV - partes e peças da posição 88.03 destinadas aos veículos e aparelhos da posição 88.02 daNCM.

Artigo 29 - As disposições do artigo 3o da Lei Complementar n. 70, de 30 de dezembro de1991, do artigo 5o da Lei n. 9.715, de 25 de novembro de 1998, e do artigo 53 da Lei n. 9.532, de10 de dezembro de 1997, alcançam também o comerciante atacadista.

Artigo 30 - Considera-se aquisição, para fins do desconto do crédito previsto nos artigos 3o

das Leis ns. 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e 10.833, de 29 de dezembro de 2003, a versãode bens e direitos neles referidos, em decorrência de fusão, incorporação e cisão de pessoa jurídicadomiciliada no País.

§ 1o - O disposto neste artigo aplica-se somente nas hipóteses em que fosse admitido odesconto do crédito pela pessoa jurídica fusionada, incorporada ou cindida.

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255B. Cent. Estud., São Paulo, 28(2):235-300, mar./abr. 2004

Legislação

§ 2o - Aplica-se o disposto neste artigo a partir da data de produção de efeitos do artigo 3o das Leisns. 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e 10.833, de 29 de dezembro de 2003, conforme o caso.

Artigo 31 - É vedado, a partir do último dia do terceiro mês subseqüente ao da publicação destaLei, o desconto de créditos apurados na forma do inciso III do parágrafo 1o do artigo 3o das Leis ns.10.637, de 30 de dezembro de 2002, e 10.833, de 29 de dezembro de 2003, relativos à depreciaçãoou amortização de bens e direitos de ativos imobilizados adquiridos até 30 de abril de 2004.

§ 1o - Poderão ser aproveitados os créditos referidos no inciso III do § 1o do artigo 3o das Leisns. 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e 10.833, de 29 de dezembro de 2003, apurados sobre adepreciação ou amortização de bens e direitos de ativo imobilizado adquiridos a partir de 1o demaio.

§ 2o - O direito ao desconto de créditos de que trata o parágrafo 1o deste artigo não se aplicaao valor decorrente da reavaliação de bens e direitos do ativo permanente.

§ 3o - É também vedado, a partir da data a que se refere o caput, o crédito relativo a aluguele contraprestação de arrendamento mercantil de bens que já tenham integrado o patrimônio dapessoa jurídica.

Artigo 32 - O artigo 41 da Lei n. 8.981, de 20 de janeiro de 1995, passa a vigorar com aseguinte redação:

“Artigo 41 - (...)

(...)

§ 6o - As contribuições sociais incidentes sobre o faturamento ou receita bruta e sobre o valordas importações, pagas pela pessoa jurídica na aquisição de bens destinados ao ativo permanente,serão acrescidas ao custo de aquisição.” (NR)

Artigo 33 - O artigo 5o da Lei n. 9.826, de 23 de agosto de 1999, com a redação dada pelaLei n. 10.485, de 3 de julho de 2002, passa a vigorar com a seguinte redação:

“Artigo 5o - (...)

(...)

§ 6o - O disposto neste artigo aplica-se, também, ao estabelecimento equiparado a industrial,de que trata o parágrafo 5o do artigo 17 da Medida Provisória n. 2.189-49, de 23 de agostode 2001.” (NR)

Artigo 34 - Os artigos 1o e 3o da Lei n. 10.147, de 21 de dezembro de 2000, com a redaçãodada pela Lei n. 10.548, de 13 de novembro de 2002, passam a vigorar com a seguinte redação:

“Artigo 1o - (...)

I - incidentes sobre a receita bruta decorrente da venda de:

a) produtos farmacêuticos classificados nas posições 30.01, 30.03, exceto no código3003.90.56, 30.04, exceto no código 3004.90.46, nos itens 3002.10.1, 3002.10.2, 3002.10.3,3002.20.1, 3002.20.2, 3006.30.1 e 3006.30.2 e nos códigos 3002.90.20, 3002.90.92,3002.90.99, 3005.10.10, 3006.60.00: 2,1% (dois inteiros e um décimo por cento) e 9,9%(nove inteiros e nove décimos por cento);

b) produtos de perfumaria, de toucador ou de higiene pessoal, classificados nas posições33.03 a 33.07 e nos códigos 3401.11.90, 3401.20.10 e 96.03.21.00: 2,2% (dois inteiros edois décimos por cento) e 10,3% (dez inteiros e três décimos por cento);

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256 B. Cent. Estud., São Paulo, 28(2):235-300, mar./abr. 2004

Legislação

(...) (NR)

(...)

Artigo 3o - (...)

(...)

§ 1o - (...)

I - determinado mediante a aplicação das alíquotas estabelecidas na alínea ‘a’ do inciso I doartigo 1o desta Lei sobre a receita bruta decorrente da venda de medicamentos, sujeitas aprescrição médica e identificados por tarja vermelha ou preta, relacionados pelo Poder Executivo;

(...)” (NR)

Artigo 35 - O artigo 3o da Lei n. 10.336, de 19 de dezembro de 2001, passa a vigorar com aseguinte redação:

“Artigo 3o - (...)

(...)

§ 3o - A receita de comercialização dos gases propano, classificado no código 2711.12,butano, classificado no código 2711.13, todos da NCM, e a mistura desses gases, quandodestinados à utilização como propelentes em embalagem tipo aerossol, não estão sujeitos àincidência da CIDE-Combustíveis até o limite quantitativo autorizado pela Agência Nacionaldo Petróleo e nas condições estabelecidas pela Secretaria da Receita Federal.” (NR)

Artigo 36 - Os artigos 1o, 3o e 5o da Lei n. 10.485, de 3 de julho de 2002, passam a vigorarcom a seguinte redação:

“Artigo 1o - As pessoas jurídicas fabricantes e as importadoras de máquinas e veículosclassificados nos códigos 84.29, 8432.40.00, 84.32.80.00, 8433.20, 8433.30.00, 8433.40.00,8433.5, 87.01, 87.02, 87.03, 87.04, 87.05 e 87.06, da Tabela de Incidência do Impostosobre Produtos Industrializados – TIPI, aprovada pelo Decreto n. 4.070, de 28 de dezembrode 2001, relativamente à receita bruta decorrente da venda desses produtos, ficam sujeitasao pagamento da contribuição para os Programas de Integração Social e de Formação doPatrimônio do Servidor Público – PIS/PASEP e da Contribuição para o Financiamento daSeguridade Social – COFINS, às alíquotas de 2% (dois por cento) e 9,6% (nove inteiros e seisdécimos por cento), respectivamente.

(...) (NR)

(...)

Artigo 3o - As pessoas jurídicas fabricantes e os importadores, relativamente às vendas dosprodutos relacionados nos Anexos I e II desta Lei, ficam sujeitos à incidência da contribuiçãopara o PIS/PASEP e da COFINS às alíquotas de:

I - 1,65% (um inteiro e sessenta e cinco centésimos por cento) e 7,6% (sete inteiros e seisdécimos por cento), respectivamente, nas vendas para fabricante:

a) de veículos e máquinas relacionados no artigo 1o desta Lei; ou

b) de autopeças constantes dos Anexos I e II desta Lei, quando destinadas à fabricação deprodutos neles relacionados;

II - 2,3% (dois inteiros e três décimos por cento) e 10,8% (dez inteiros e oito décimos porcento), respectivamente, nas vendas para comerciante atacadista ou varejista ou paraconsumidores.

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257B. Cent. Estud., São Paulo, 28(2):235-300, mar./abr. 2004

Legislação

§ 1o - Fica o Poder Executivo autorizado, mediante decreto, a alterar a relação de produtosdiscriminados nesta Lei, inclusive em decorrência de modificações na codificação da TIPI.

§ 2o - Ficam reduzidas a 0% (zero por cento) as alíquotas da contribuição para o PIS/PASEPe da COFINS, relativamente à receita bruta auferida por comerciante atacadista ou varejista,com a venda dos produtos de que trata:

I - o caput deste artigo; e

II - o caput do artigo 1o deste artigo, exceto quando auferida pelas pessoas jurídicas a que serefere o artigo 17, parágrafo 5o, da Medida Provisória n. 2.189-49, de 23 de agosto de 2001.

§ 3o - Os pagamentos efetuados pela pessoa jurídica fabricante dos produtos relacionados noartigo 1o desta Lei a pessoa jurídica fornecedora de autopeças, exceto pneumáticos e câmaras-de-ar, estão sujeitos à retenção na fonte da contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS.

§ 4o - O valor a ser retido na forma do parágrafo 3o deste artigo constitui antecipação das contri-buições devidas pelas pessoas jurídicas fornecedoras e será determinado mediante a aplicação,sobre a importância a pagar, do percentual de 0,5% (cinco décimos por cento) para a contribuiçãopara o PIS/PASEP e 2,5% (dois inteiros e cinco décimos por cento) para a COFINS.

§ 5o - Os valores retidos deverão ser recolhidos ao Tesouro Nacional até o 3o (terceiro) diaútil da semana subseqüente àquela em que tiver ocorrido o pagamento à pessoa jurídicafornecedora de autopeças.

§ 6o - Na hipótese de a pessoa jurídica fabricante dos produtos relacionados no artigo 1o

desta Lei revender produtos constantes dos Anexos I e II desta Lei, serão aplicadas, sobre areceita auferida, as alíquotas previstas no inciso II do caput deste artigo. (NR)

(...)

Artigo 5o - As pessoas jurídicas fabricantes e as importadoras dos produtos classificados nasposições 40.11 (pneus novos de borracha) e 40.13 (câmaras-de-ar de borracha), da TIPI,relativamente às vendas que fizerem, ficam sujeitas ao pagamento da contribuição para oPIS/PASEP e da COFINS às alíquotas de 2% (dois por cento) e 9,5% (nove inteiros e cincodécimos por cento), respectivamente.

(...)” (NR)

Artigo 37 - Os artigos 1o, 2o, 3o, 5o, 5oA e 11 da Lei n. 10.637, de 30 de dezembro de 2002,passam a vigorar com a seguinte redação:

“Artigo 1o - (...)

(...)

§ 3o - (...)

(...)

IV - de venda de álcool para fins carburantes;

(...) (NR)

(...)

Artigo 2o - (...)

§ 1o - Excetua-se do disposto no caput a receita bruta auferida pelos produtores ouimportadores, que devem aplicar as alíquotas previstas:

I - nos incisos I a III do artigo 4o da Lei n. 9.718, de 27 de novembro de 1998, e alteraçõesposteriores, no caso de venda de gasolinas, exceto gasolina de aviação, óleo diesel e gásliquefeito de petróleo (GLP) derivado de petróleo e gás natural;

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258 B. Cent. Estud., São Paulo, 28(2):235-300, mar./abr. 2004

Legislação

II - no inciso I do artigo 1o da Lei n. 10.147, de 21 de dezembro de 2000, e alteraçõesposteriores, no caso de venda de produtos farmacêuticos, de perfumaria, de toucador ou dehigiene pessoal nele relacionados;

III - no artigo 1o da Lei n. 10.485, de 3 de julho de 2002, e alterações posteriores, no caso devenda de máquinas e veículos classificados nos códigos 84.29, 8432.40.00, 84.32.80.00,8433.20, 8433.30.00, 8433.40.00, 8433.5, 87.01, 87.02, 87.03, 87.04, 87.05 e 87.06, da TIPI;

IV - no inciso II do artigo 3o da Lei n. 10.485, de 3 de julho de 2002, no caso de vendas paracomerciante atacadista ou varejista ou para consumidores, de autopeças relacionadas nosAnexos I e II da mesma Lei;

V - no caput do artigo 5o da Lei n. 10.485, de 3 de julho de 2002, e alterações posteriores, nocaso de venda dos produtos classificados nas posições 40.11 (pneus novos de borracha) e40.13 (câmaras-de-ar de borracha), da TIPI;

VI - no artigo 2o da Lei n. 10.560, de 13 de novembro de 2002, e alterações posteriores, nocaso de venda de querosene de aviação;

VII - no artigo 51 da Lei n. 10.833, de 29 de dezembro de 2003, e alterações posteriores, nocaso de venda das embalagens nele previstas, destinadas ao envasamento de água, refrigerantee cerveja classificados nos códigos 22.01, 22.02 e 22.03, todos da TIPI; e

VIII - no artigo 49 da Lei n. 10.833, de 29 de dezembro de 2003, e alterações posteriores, nocaso de venda de refrigerante, cerveja e preparações compostas classificados nos códigos2202, 2203 e 2106.90.10 Ex 02, todos da TIPI.

§ 2o - Excetua-se do disposto no caput deste artigo a receita bruta decorrente da venda depapel imune a impostos de que trata o artigo 150, inciso VI, alínea d, da Constituição Federal,quando destinado à impressão de periódicos, que fica sujeita à alíquota de 0,8% (oito décimospor cento).

§ 3o - Fica o Poder Executivo autorizado a reduzir a 0 (zero) e a restabelecer a alíquota incidentesobre receita bruta decorrente da venda de produtos químicos e farmacêuticos, classificadosnos Capítulos 29 e 30, sobre produtos destinados ao uso em laboratório de anatomia patológica,citológica ou de análises clínicas, classificados nas posições 30.02, 30.06, 39.26, 40.15 e90.18, e sobre semens e embriões da posição 05.11, todos da TIPI. (NR)

(...)

Artigo 3o - (...)

I - bens adquiridos para revenda, exceto em relação às mercadorias e aos produtos referidos:

a) nos incisos III e IV do parágrafo3o do artigo 1o desta Lei; e

b) no parágrafo 1o do artigo 2o desta Lei;

II - bens e serviços, utilizados como insumo na prestação de serviços e na produção oufabricação de bens ou produtos destinados à venda, inclusive combustíveis e lubrificantes,exceto em relação ao pagamento de que trata o artigo 2o da Lei n. 10.485, de 3 de julho de2002, devido pelo fabricante ou importador, ao concessionário, pela intermediação ou entregados veículos classificados nas posições 87.03 e 87.04 da TIPI;

(...)

V - valor das contraprestações de operações de arrendamento mercantil de pessoa jurídica,exceto de optante pelo Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições dasMicroempresas e das Empresas de Pequeno Porte – SIMPLES;

(...)

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259B. Cent. Estud., São Paulo, 28(2):235-300, mar./abr. 2004

Legislação

§ 1o - O crédito será determinado mediante a aplicação da alíquota prevista no caput doartigo 2o desta Lei sobre o valor:

(...)

§ 2o - Não dará direito a crédito o valor:

I - de mão-de-obra paga a pessoa física; e

II - da aquisição de bens ou serviços não sujeitos ao pagamento da contribuição, inclusiveno caso de isenção, esse último quando revendidos ou utilizados como insumo em produtosou serviços sujeitos à alíquota 0 (zero), isentos ou não alcançados pela contribuição.

(...) (NR)

(...)

Artigo 5o - (...)

(...)

II - prestação de serviços para pessoa física ou jurídica residente ou domiciliada no exterior,cujo pagamento represente ingresso de divisas;

(...) (NR)

Artigo 5oA - Ficam reduzidas a 0 (zero) as alíquotas da contribuição para o PIS/PASEP e daCOFINS incidentes sobre as receitas decorrentes da comercialização de matérias-primas,produtos intermediários e materiais de embalagem, produzidos na Zona Franca de Manauspara emprego em processo de industrialização por estabelecimentos industriais ali instaladose consoante projetos aprovados pelo Conselho de Administração da Superintendência daZona Franca de Manaus – SUFRAMA. (NR)

(...)

Artigo 11 - (...)

(...)

§ 2o - O crédito presumido calculado segundo os parágrafos 1o e 7o será utilizado em 12(doze) parcelas mensais, iguais e sucessivas, a partir da data a que se refere o caput desteartigo.

(...)

§ 5o - O disposto neste artigo aplica-se, também, aos estoques de produtos que não geraramcrédito na aquisição, em decorrência do disposto nos parágrafos 7o a 9o do artigo 3o destaLei, destinados à fabricação dos produtos de que tratam as Leis ns. 9.990, de 21 de julho de2000, 10.147, 21 de dezembro de 2000, 10.485, de 3 de julho de 2002, e 10.560, de 13 denovembro de 2002, ou quaisquer outros submetidos à incidência monofásica da contribuição.

§ 6o - As disposições do parágrafo 5o não se aplicam aos estoques de produtos adquiridos aalíquota 0 (zero), isentos ou não alcançados pela incidência da contribuição.

§ 7o - O montante de crédito presumido de que trata o parágrafo 5o deste artigo será igual aoresultado da aplicação do percentual de 1,65% (um inteiro e sessenta e cinco centésimos porcento) sobre o valor do estoque, inclusive para as pessoas jurídicas fabricantes dos produtosreferidos no parágrafo único do artigo 56 da Lei n. 10.833, de 29 de dezembro de 2003.” (NR)

Artigo 38 - A incidência da contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS fica suspensa nocaso de venda a pessoa jurídica sediada no exterior, com contrato de entrega no território nacional,de insumos destinados à industrialização, por conta e ordem da encomendante sediada no exterior,de máquinas e veículos classificados nas posições 87.01 a 87.05 da TIPI.

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260 B. Cent. Estud., São Paulo, 28(2):235-300, mar./abr. 2004

Legislação

§ 1o - Consideram-se insumos, para os fins deste artigo, os chassis, as carroçarias, as peças,as partes, os componentes e os acessórios.

§ 2o - Na hipótese de os produtos resultantes da industrialização por encomenda seremdestinados:

I - ao exterior, resolve-se a suspensão das referidas contribuições; ou

II - ao mercado interno, serão remetidos obrigatoriamente à pessoa jurídica a que se refere oparágrafo 5o do artigo 17 da Medida Provisória n. 2.189-49, de 23 de agosto de 2001, por conta eordem da pessoa jurídica domiciliada no exterior, com suspensão da contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS.

§ 3o - A utilização do benefício da suspensão de que trata este artigo obedecerá ao dispostono parágrafo 6o do artigo 17 da Medida Provisória n. 2.189-49, de 23 de agosto de 2001.

Artigo 39 - As sociedades cooperativas que obedecerem ao disposto na legislaçãoespecífica, relativamente aos atos cooperativos, ficam isentas da Contribuição Social sobre oLucro Líquido – CSLL.

Parágrafo único - O disposto no caput deste artigo não se aplica às sociedades cooperativasde consumo de que trata o artigo 69 da Lei n. 9.532, de 10 de dezembro de 1997.

Artigo 40 - A incidência da contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS ficará suspensa nocaso de venda de matérias-primas, produtos intermediários e materiais de embalagem à pessoajurídica preponderantemente exportadora, que se dedique à elaboração de produtos classificadosnos Capítulos 2, 3, 4, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 15, 16, 17, 18, 19, 20, 23 (exceto códigos 2309.10.00 e2309.90.30 e Ex 01 no código 2309.90.90), 28, 29, 30, 31 e 64, no código 2209.00.00 e 2501.00.00,e nas posições 21.01 a 21.05.00, todos da TIPI.

§ 1o - Para fins do disposto no caput deste artigo, considera-se pessoa jurídica preponde-rantemente exportadora aquela cuja receita bruta decorrente de exportação para o exterior, no ano-calendário imediatamente anterior ao da aquisição, houver sido superior a 80% (oitenta por cento)de sua receita bruta total no mesmo período.

§ 2o - Nas notas fiscais relativas à venda de que trata o caput deste artigo, deverá constar aexpressão “Saída com suspensão da contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS”, com aespecificação do dispositivo legal correspondente.

§ 3o - A suspensão das contribuições não impede a manutenção e a utilização dos créditospelo respectivo estabelecimento industrial, fabricante das referidas matérias-primas, produtosintermediários e materiais de embalagem.

§ 4o - Para os fins do disposto neste artigo, as empresas adquirentes deverão:

I - atender aos termos e às condições estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal; e

II - declarar ao vendedor, de forma expressa e sob as penas da lei, que atende a todos osrequisitos estabelecidos.

Artigo 41 - Ficam incluídos no campo de incidência do Imposto sobre Produtos Industriali-zados – IPI, tributados à alíquota de 30% (trinta por cento), os produtos relacionados nos códigos2401.10.20, 2401.10.30, 2401.10.40 e na subposição 2401.20 da TIPI.

§ 1o - A incidência do imposto independe da forma de apresentação, acondicionamento,estado ou peso do produto.

§ 2o - Quando a industrialização for realizada por encomenda, o imposto será devido nasaída do produto do estabelecimento que o industrializar e o encomendante responderá solidariamentecom o estabelecimento industrial pelo cumprimento da obrigação principal e acréscimos legais.

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261B. Cent. Estud., São Paulo, 28(2):235-300, mar./abr. 2004

Legislação

§ 3o - As disposições deste artigo produzirão efeitos a partir do 1o (primeiro) decêndio posteriorao 3o (terceiro) mês contado da mesma publicação.

Artigo 42 - Opcionalmente, as pessoas jurídicas tributadas pelo lucro real que aufiram receitasde venda dos produtos de que tratam os parágrafos 1o a 3o e 5o a 9o do artigo 8o desta Lei poderãoadotar, antecipadamente, o regime de incidência não-cumulativa da contribuição para o PIS/PASEPe da COFINS.

§ 1o - A opção será exercida até o dia 31 de maio de 2004, de acordo com as normas econdições estabelecidas pela Secretaria da Receita Federal, produzindo efeitos em relação aosfatos geradores ocorridos a partir do dia 1o de maio de 2004.

§ 2o - Não se aplicam as disposições dos artigos 46 e 47 desta Lei às pessoas jurídicas queefetuarem a opção na forma do caput deste artigo. (Vide Medida Provisória n. 183, de 2004)

Artigo 43 - Fica prorrogado por 90 (noventa) dias o prazo de que trata o artigo 89 da Lei n.10.833, de 29 de dezembro de 2003.

Artigo 44 - Fica revogado o parágrafo 4o do artigo 1o da Lei n. 10.147, de 21 de dezembro de2000, alterado pela Lei n. 10.548, de 13 de novembro de 2002.

§ 1o - Os efeitos da revogação de que trata o caput dar-se-ão a partir do 4o (quarto) mêssubseqüente ao de publicação desta Lei.

§ 2o - (Vetado).

Artigo 45 - Produzem efeitos a partir do primeiro dia do 4o (quarto) mês subseqüente ao depublicação desta Lei, quanto às alterações efetuadas em relação à Medida Provisória n. 164, de 29de janeiro de 2004, as disposições constantes desta Lei:

I - nos parágrafos 1o a 3o, 5o, 8o e 9o do artigo 8o;

II - no artigo 16;

III - no artigo 17; e

IV - no artigo 22.

Parágrafo único - As disposições de que tratam os incisos I a IV do caput deste artigo, naredação original da Medida Provisória n. 164, de 29 de janeiro de 2004, produzem efeitos a partirde 1o de maio de 2004.

Artigo 46 - Produz efeitos a partir do 1o (primeiro) dia do 4o (quarto) mês subseqüente ao depublicação desta Lei o disposto:

I - nos artigos 1o, 12, 50 e artigo 51, incisos II e IV, da Lei n. 10.833, de 29 de dezembro de2003, com a redação dada pelo artigo 21 desta Lei;

II - nos artigos 1o e 3o da Lei n. 10.147, de 21 de dezembro de 2000, com a redação dadapelo artigo 34 desta Lei;

III – nos artigos 1o, 3o e 5o da Lei n. 10.485, de 3 de julho de 2002, com a redação dada peloartigo 36 desta Lei, observado o disposto no artigo 47; e

IV – nos artigos 1o, 2o, 3o e 11 da Lei n. 10.637, de 30 de dezembro de 2002, com a redaçãodada pelo artigo 37 desta Lei.

Artigo 47 - O disposto nos parágrafos 3o a 5o do artigo 3o da Lei n. 10.485, de 3 de julho de2002, com a redação dada por esta Lei, produz efeitos a partir do 1o (primeiro) dia do 3o (terceiro)mês subseqüente ao de publicação desta Lei.

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262 B. Cent. Estud., São Paulo, 28(2):235-300, mar./abr. 2004

Legislação

Artigo 48 - Produz efeitos a partir de 1o de janeiro de 2005 o disposto no artigo 39 desta Lei.

Artigo 49 - Os artigos 55 a 58 da Lei n. 10.833, de 29 de dezembro de 2003, produzemefeitos a partir de 1o de fevereiro de 2004, relativamente à hipótese de que trata o seu artigo 52.

Artigo 50 - Os artigos 49 e 51 da Lei n. 10.833, de 29 de dezembro de 2003, em relação àsalterações introduzidas pelo artigo 21 desta Lei, produzem efeitos a partir de 1o de maio de 2004.

Artigo 51 - O disposto no artigo 53 da Lei n. 10.833, de 29 de dezembro de 2003, com aalteração introduzida pelo artigo 21 desta Lei, produz efeito a partir de 29 de janeiro de 2004.

Artigo 52 - Excepcionalmente para o ano-calendário de 2004, a opção pelo regime especialde que trata o artigo 52 da Lei n. 10.833, de 29 de dezembro de 2003, poderá ser exercida até oúltimo dia útil do mês subseqüente ao da publicação desta Lei, produzindo efeitos, de formairretratável, a partir do mês subseqüente ao da opção, até 31 de dezembro de 2004.

Artigo 53 - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, produzindo efeitos a partir dodia 1o de maio de 2004, ressalvadas as disposições contidas nos artigos anteriores.

(DOU, Seção 1, de 30.4.2004, p. 1 - Edição Extra)

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Medidas ProvisóriasESTATUTO DO DESARMAMENTO – Disposições Gerais. Alteração

MEDIDA PROVISÓRIA N. 174, DE 18 DE MARÇO 2004

Altera o termo inicial dos prazos previstos nos artigos 29, 30 e 32 da Lei n. 10.826*,de 22 de dezembro de 2003.

O Presidente da República, no uso da atribuição que lhe confere o artigo 62 da Constituição,adota a seguinte Medida Provisória, com força de lei:

Artigo 1o - O termo inicial dos prazos previstos nos artigos 29, 30 e 32 da Lei n. 10.826, de22 de dezembro de 2003, passa a fluir a partir da data de publicação do decreto que os regulamentar.

Artigo 2o - Esta Medida Provisória entra em vigor na data de sua publicação.

(DOU, Seção 1, de 19.3.2004, p. 1)_____________*A Lei n. 10.826/03 está publicada no Boletim do Centro de Estudos, São Paulo, v. 27, n. 6, nov./dez. 2003, p. 867.

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CONTRIBUIÇÃO PROVISÓRIA SOBRE MOVIMENTAÇÃO OU TRANSMISSÃO DEVALORES E DE CRÉDITOS E DIREITOS DE NATUREZA FINANCEIRA (CPMF) – Lei n.9.311/1996. Alteração

Medida Provisória n. 179, de 1º.4.2004, publicada no DOU, Seção 1, de 2.4.2004, p. 4. Altera osartigos 8º e 16 da Lei n. 9.311, de 24 de outubro de 1996, que instituiu a Contribuição Provisóriasobre Movimentação ou Transmissão de Valores e de Créditos e Direitos de Natureza Financeira –CPMF, e dá outras providências.

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263B. Cent. Estud., São Paulo, 28(2):235-300, mar./abr. 2004

Legislação

SALÁRIO MÍNIMO – Alteração

MEDIDA PROVISÓRIA N. 182, DE 29 DE ABRIL 2004

Dispõe sobre o salário mínimo a partir de 1o de maio de 2004, e dá outras providências.

O Presidente da República, no uso da atribuição que lhe confere o artigo 62 da Constituição,adota a seguinte Medida Provisória, com força de lei:

Artigo 1o - A partir de 1o de maio de 2004, após a aplicação dos percentuais de sete inteiros ecento e oitenta e um décimos de milésimo por cento, a título de reajuste, e de um inteiro e dois mil,duzentos e oitenta décimos de milésimo por cento, a título de aumento real, sobre o valor de R$ 240,00(duzentos e quarenta reais), o salário mínimo será de R$ 260,00 (duzentos e sessenta reais).

Parágrafo único - Em virtude do disposto no caput, o valor diário do salário mínimocorresponderá a R$ 8,67 (oito reais e sessenta e sete centavos) e o seu valor horário a R$ 1,18 (umreal e dezoito centavos).

Artigo 2o - A partir de 1o de maio de 2004, o valor da cota do salário-família por filho ouequiparado de qualquer condição, até quatorze anos de idade ou inválido de qualquer idade é de:

I - R$ 20,00 (vinte reais), para o segurado com remuneração mensal não superior a R$390,00 (trezentos e noventa reais);

II - R$ 14,09 (quatorze reais e nove centavos), para o segurado com remuneração mensalsuperior a R$ 390,00 (trezentos e noventa reais) e igual ou inferior a R$ 586,19 (quinhentos eoitenta e seis reais e dezenove centavos).

Artigo 3º - Esta Medida Provisória entra em vigor na data de sua publicação.

(DOU, Seção 1, de 30.4.2004, p. 2)

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Decretos

SERVIDORES FEDERAIS – Assistência à Saúde. Artigo 230 da Lei n. 8.112/1990. Regula-mentação. Alteração

DECRETO N. 5.010, DE 9 DE MARÇO DE 2004

Dá nova redação ao caput do artigo 1o do Decreto n. 4.978*, de 3 de fevereiro de2004, que regulamenta o artigo 230 da Lei n. 8.112**, de 11 de dezembro de 1990,que dispõe sobre a assistência à saúde do servidor.

O Presidente da República, no uso da atribuição que lhe confere o artigo 84, inciso IV, daConstituição, e tendo em vista o disposto no artigo 230 da Lei n. 8.112, de 11 de dezembro de 1990,

Decreta:

Artigo 1º - O caput do artigo 1º do Decreto n. 4.978, de 3 de fevereiro de 2004, passa avigorar com a seguinte redação:

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264 B. Cent. Estud., São Paulo, 28(2):235-300, mar./abr. 2004

Legislação

“Artigo 1o - A assistência à saúde do servidor ativo ou inativo e de sua família, de responsa-bilidade do Poder Executivo da União, de suas autarquias e fundações, será prestada mediante:

I - convênios com entidades fechadas de autogestão, sem fins lucrativos, assegurando-se agestão participativa; ou

II - contratos, respeitado o disposto na Lei n. 8.666, de 21 de junho de 1993.”

Artigo 2º - Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

(DOU, Seção 1, de 10.3.2004, p. 1)

_______________* O Decreto n. 4.978/2004 está publicado no Boletim do Centro de Estudos, São Paulo, v. 28, n. 1, p. 81, jan./fev. 2004

** A Lei n. 8.112/90 está publicada no Boletim do Centro de Estudos, São Paulo, v. 14, n. 12, p. 159, dez. 1990.

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FUNDO DE GARANTIA DO TEMPO DE SERVIÇO (FGTS) – Movimentação de Conta.Vítimas de Enchentes. Possibilidade

DECRETO N. 5.014, DE 12 DE MARÇO DE 2004

Regulamenta o inciso XVI do artigo 20 da Lei n. 8.036*, de 11 de maio de 1990, quedispõe sobre o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS, e dá outras providências.

O Presidente da República, no uso da atribuição que lhe confere o artigo 84, inciso IV, daConstituição, e tendo em vista o disposto no artigo 20, inciso XVI, da Lei n. 8.036, de 11 de maiode 1990, e no artigo 2º da Medida Provisória n. 169**, de 20 de fevereiro de 2004,

Decreta:

Artigo 1º - Será permitida a movimentação da conta vinculada do Fundo de Garantia doTempo de Serviço – FGTS, por motivo de necessidade pessoal, cuja urgência e gravidade decorramde desastre natural causado por chuvas ou inundações que tenham atingido a sua área de residência.

Artigo 2º - A movimentação de que trata o artigo 1º será permitida ao titular da conta vinculadaque residir em área de Município comprovadamente atingida por desastre natural causado porchuvas ou inundações após o reconhecimento de situação de emergência ou de estado de calamidadepública, em portaria do Ministro de Estado da Integração Nacional.

Artigo 3º - A comprovação da área atingida de que trata o artigo 2º será realizada mediantefornecimento à Caixa Econômica Federal, pelo Município, de declaração das áreas atingidas pordesastres naturais causados por chuvas ou inundações, que deverá conter a descrição da área,conforme o seguinte padrão:

I - nome do Distrito/Cidade/UF, caso todo o distrito tenha sido atingido;

II - nome do Bairro/Cidade/UF, caso todo o bairro tenha sido atingido;

III - nome do Logradouro/Bairro ou Distrito/Cidade/UF, caso a área atingida se restrinja àsunidades habitacionais existentes naquele logradouro; ou

IV - descrição do Trecho de Logradouro/Nome do Logradouro/Bairro ou Distrito/Cidade/UF, caso a área atingida se restrinja às unidades habitacionais existentes naquele trecho delogradouro.

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265B. Cent. Estud., São Paulo, 28(2):235-300, mar./abr. 2004

Legislação

§ 1º - A declaração referida no caput deverá conter a identificação do Município atingidopelo desastre natural, as informações relativas ao decreto municipal e à portaria do Ministro deEstado da Integração Nacional que reconheceu o estado de calamidade pública ou a situação deemergência e a Codificação de Desastre, Ameaças e Riscos – CODAR.

§ 2º - A falta da declaração de que trata o caput do artigo 3º poderá ser suprida pelo titular daconta vinculada com a apresentação de cópia do decreto municipal, da portaria do Ministro deEstado da Integração Nacional e de documento de órgão da defesa civil que identifique a áreaatingida pelo desastre natural a que se refere este Decreto.

Artigo 4º - O valor do saque será limitado ao saldo existente na conta vinculada, a cadaevento caracterizado como desastre natural e assim reconhecido em ato das respectivas autoridadescompetentes.

Artigo 5º - O titular da conta vinculada que não dispuser de meios para comprovação doendereço residencial poderá fazê-la com apresentação de declaração emitida pelo Governo municipal.

Artigo 6º - Para fins do disposto na alínea “b” do inciso XVI do artigo 20 da Lei n. 8.036, de11 de maio de 1990, acrescido pela Medida Provisória n. 169, de 20 de fevereiro de 2004, ficamdeclaradas pelo prazo de noventa dias, a contar da data de publicação deste Decreto, em situaçãode emergência ou estado de calamidade publica as áreas assim reconhecidas em portaria do Ministrode Estado da Integração Nacional, editadas no período de 1º de janeiro de 2004 até o término doprazo de que trata este artigo.

Artigo 7º - A Caixa Econômica Federal, na qualidade de agente operador do FGTS, expediráinstruções complementares no prazo de até dez dias contado da data de publicação deste Decreto.

Artigo 8º - Este Decreto entra em vigor na data da sua publicação.

(DOU, Seção 1, de 15.3.2004, p. 1)___________________

* A Lei n. 8.036/90 está publicada no Boletim do Centro de Estudos, São Paulo, v. 14, n. 5, p. 175, maio 1990.

** A Medida Provisória n. 169 está publicada no Boletim do Centro de Estudos, São Paulo, v. 28, n. 1, p. 80, jan./fev. 2004.

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PREVIDÊNCIA SOCIAL – Benefícios. Reajuste

DECRETO N. 5.061, DE 30 DE ABRIL DE 2004

Dispõe sobre o reajuste dos benefícios mantidos pela Previdência Social, a partir de1º de maio de 2004.

O Presidente da República, no uso da atribuição que lhe confere o artigo 84, inciso IV, daConstituição Federal, e tendo em vista o disposto no artigo 41 da Lei n. 8.213, de 24 de julho de1991, decreta:

Artigo 1º - Os benefícios mantidos pela Previdência Social serão reajustados, a partir de 1ºde maio de 2004, em quatro vírgula cinqüenta e três por cento.

Parágrafo único - Para os benefícios concedidos pela Previdência Social a partir de 1º dejunho de 2003, o reajuste nos termos do caput dar-se-á de acordo com os percentuais indicados noAnexo a este Decreto.

Artigo 2º - A partir de 1º de maio de 2004, o limite máximo do salário de contribuição e dosalário de benefício é de R$ 2.508,72 (dois mil, quinhentos e oito reais e setenta e dois centavos).

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266 B. Cent. Estud., São Paulo, 28(2):235-300, mar./abr. 2004

Legislação

Artigo 3º - Para os benefícios que tenham sofrido majoração devido à elevação do saláriomínimo, o referido aumento deverá ser descontado quando da aplicação do disposto no artigo 1º,de acordo com normas a serem estabelecidas pelo Ministério da Previdência Social.

Artigo 4º - Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

(DOU, Seção 1, de 30.4.2004, p. 24 – Edição Extra)

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Atos NormativosICMS – Operações Interestaduais. Apropriação de Crédito. Vedação

PROTOCOLO ICMS N. 19, DE 2 DE ABRIL DE 2004

Dispõe sobre a vedação da apropriação de crédito do ICMS nas entradas, decorrentesde operações interestaduais, de mercadorias cujos remetentes estejam beneficiados comincentivos fiscais concedidos em desacordo com a legislação de regência do imposto.

Os Estados do Ceará, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarinae São Paulo neste ato representados pelos seus respectivos Secretários da Fazenda, Finanças, Receitaou Tributação, e

considerando que, nos termos do inciso I do parágrafo 2º do artigo 155 da ConstituiçãoFederal, o ICMS “será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação relativaà circulação de mercadoria ou prestação de serviço com o montante cobrado nas anteriores pelomesmo ou outro Estado ou pelo Distrito Federal”;

considerando que, consoante preceitos estabelecidos pela alínea “g” do inciso XII doparágrafo 2º do artigo 155 da Constituição Federal e pela Lei Complementar n. 24, de 7 de janeirode 1975, é obrigatória a celebração e ratificação de convênios para a concessão ou revogação deisenções, incentivos ou favores fiscais ou financeiro-fiscais, dos quais resulte redução ou eliminação,direta ou indireta, do ônus do ICMS;

considerando que os atos unilaterais concessivos de incentivos, em desacordo com a referidaLei Complementar, são passíveis de nulidade e acarretam a ineficácia do crédito atribuído aoestabelecimento recebedor da mercadoria (art. 8º, I, da LC n. 24/75);

considerando que alguns Estados têm concedido estímulos fiscais que frustram a aplicabilidade,pois permitem o abatimento de imposto que não foi cobrado nas operações ou prestações anteriores;

considerando que as legislações tributárias não consideram cobrado o imposto, ainda quedestacado em documento fiscal, o montante que corresponder a vantagem econômica decorrenteda concessão de qualquer subsídio, redução de base de cálculo, crédito presumido ou outro incentivoou benefício fiscal em desacordo com o disposto na alínea “g” do inciso XII do parágrafo 2º doartigo 155 da Constituição Federal;

considerando que a inadmissibilidade do creditamento restabelece o princípio da neutralidadedo ICMS e recoloca os contribuintes de cada unidade federada deste protocolo em igualdadecompetitiva perante os demais contribuintes do imposto, notadamente nas atividades comerciais ede prestação de serviços;

considerando a necessidade de esclarecer o contribuinte de cada unidade federada deste proto-colo e de orientar a fiscalização quanto a operações realizadas ao abrigo de atos normativos, concessivosde benefício fiscal, que não observaram a legislação de regência do tributo para serem emanados;

considerando, finalmente, o disposto nos artigos 102 e 199 do Código Tributário Nacional –Lei n. 5.172, de 25 de outubro de 1996, a regra matriz da Lei Complementar Federal n. 24/75, e

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267B. Cent. Estud., São Paulo, 28(2):235-300, mar./abr. 2004

Legislação

tendo em vista o interesse de desenvolverem ações conjuntas quanto a apropriação de crédito doICMS, no cumprimento do princípio da não-cumulatividade, e de intercâmbio das respectivasinformações, resolvem celebrar o seguinte:

PROTOCOLO

Cláusula 1ª - O crédito do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias esobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação(ICMS)correspondente à entrada de mercadoria ou recebimento de serviço em estabelecimento localizadoem território de unidade federada partícipe deste Protocolo, a qualquer título, remetida ou prestadapor contribuinte que se beneficie de incentivos concedidos nas atividades comerciais e de prestaçãode serviços em desacordo com a Lei Complementar n. 24, de 7 de janeiro de 1975, somente seráadmitido até o montante em que o imposto tenha sido efetivamente cobrado pela unidade dafederação de origem.

Parágrafo único - As Unidades Federadas partícipes deste Protocolo poderão editar atosdando publicidade dos benefícios concedidos por outra Unidade Federada, em desacordo com aLei Complementar n. 24/75.

Cláusula 2ª - Quando da verificação fiscal de operações ou prestações com benefícios fiscaiscitados na cláusula primeira, a fiscalização poderá apor, no documento acobertador, a título deesclarecimento ao destinatário ou tomador, a informação, conforme o caso, da vedação aocreditamento do imposto relativo à operação ou prestação e/ou da parcela que este está autorizadoa se creditar ou a deduzir.

Parágrafo único - A falta da informação no documento acobertador da operação ou prestação,não autoriza o destinatário a se creditar do ICMS destacado em desacordo com os preceitos desteProtocolo.

Cláusula 3ª - Para os efeitos deste Protocolo, as unidades signatárias obrigam-se mutuamentea disponibilizar informações sobre os contribuintes envolvidos e as operações ou prestaçõesinterestaduais nas situações definidas neste Protocolo.

Cláusula 4ª - Para a operacionalização das atividades, objeto deste Protocolo, poderão seradotados os seguintes procedimentos, sempre em consonância com as normas tributárias dosrespectivos Estados signatários:

I - fiscalização das operações e prestações que envolvam o trânsito de mercadoria e conferênciada autenticidade dos documentos fiscais;

II - retenção de cópias de notas fiscais e documentos de controle, para intercâmbio dos dados.

Cláusula 5ª - As unidades signatárias também poderão realizar outras atividades conjuntascom o objetivo de aumentar a eficácia do objeto deste Protocolo e do respectivo intercâmbio deinformações nas operações e prestações interestaduais.

Cláusula 6ª - Este protocolo entra em vigor na data de sua publicação no Diário Oficial daUnião e terá vigência por prazo indeterminado, podendo ser denunciado por qualquer das partessignatárias, desde que as outras sejam cientificadas com antecedência mínima de 60 (sessenta) dias.

Ceará - José Maria Martins Mendes; Minas Gerais – Fuad Jorge Noman Filho; Paraná –Heron Arzua; Rio de Janeiro – Mário Tinoco da Silva; Rio Grande do Sul – Paulo MichelucciRodrigues; Santa Catarina – Max Roberto Bornholdt; São Paulo – Luiz Tacca Junior p/ EduardoRefinetti Guardia.

(DOU, Seção 1, de 12.4.2004, p. 22)

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268 B. Cent. Estud., São Paulo, 28(2):235-300, mar./abr. 2004

Legislação

Leis EstaduaisEmendas Constitucionais

TRIBUNAL DE ALÇADA CRIMINAL DO ESTADO DE SÃO PAULO – Competência.Alteração

EMENDA CONSTITUCIONAL N. 17, DE 2 DE MARÇO DE 2004

A Mesa da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, nos termos do parágrafo 3º doartigo 22 da Constituição do Estado, promulga a seguinte Emenda ao Texto Constitucional:

Artigo 1º - O artigo 79, caput, da Constituição do Estado de São Paulo, e o seu inciso IIpassam a vigorar com a seguinte redação:

“Artigo 79 - Ressalvada a competência residual do Tribunal de Justiça, compete aos Tribunaisde Alçada processar e julgar, em grau de recurso:

(...)

II - em matéria criminal.

a) os crimes contra o patrimônio, excetuados os com evento morte;

b) os crimes relativos a entorpecentes e drogas afins;

c) os crimes relativos a armas de fogo e os contra a ordem tributária, econômica e contra asrelações de consumo;

d) os crimes de falsidade documental, seqüestro, quadrilha ou bando e corrupção de menorespela indução ou prática com eles de infração penal, se conexos com os crimes de suacompetência;

e) as demais infrações penais a que não seja cominada pena de reclusão, isolada, cumulativaou alternadamente, excetuadas as relativas a falências, as dolosas contra a vida e as deresponsabilidade de Vereadores.” (NR)

Artigo 2º - Esta Emenda Constitucional entra em vigor na data de sua publicação.

(DOE, Poder Legislativo, de 3.3.2004, p. 10)

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EMENDA CONSTITUCIONAL N. 18, DE 30 DE MARÇO DE 2004

A Mesa da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, nos termos do parágrafo 3º doartigo 22 da Constituição do Estado, promulga a seguinte Emenda ao Texto Constitucional:

Artigo 1º - O inciso VI do artigo 16 da Constituição do Estado passa a vigorar com a seguinteredação:

“Artigo 16 - (...)

(...)

VI - que sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado, nos crimes apenadoscom reclusão, atentatórios ao decoro parlamentar.”

Artigo 2º - Esta Emenda Constitucional entra em vigor na data de sua publicação.

(DOE, Poder Legislativo, de 31.3.2004, p. 9)

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269B. Cent. Estud., São Paulo, 28(2):235-300, mar./abr. 2004

Legislação

ADVOCACIA PÚBLICA – Reorganização

EMENDA CONSTITUCIONAL N. 19, DE 14 DE ABRIL DE 2004

A Mesa da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, nos termos do parágrafo 3º doartigo 22 da Constituição do Estado, promulga a seguinte Emenda ao Texto Constitucional:

Artigo 1º - Os dispositivos adiante enumerados da Constituição do Estado de São Paulopassam a vigorar com a seguinte redação:

I - o caput do artigo 98:

“Artigo 98 - A Procuradoria Geral do Estado é instituição de natureza permanente, essencialà administração da justiça e à Administração Pública Estadual, vinculada diretamente aoGovernador, responsável pela advocacia do Estado, sendo orientada pelos princípios dalegalidade e da indisponibilidade do interesse público.”

II - os incisos a seguir indicados do artigo 99:

a) o inciso I:

“I - representar judicial e extrajudicialmente o Estado e suas autarquias, inclusive as deregime especial, exceto as universidades públicas estaduais;” (NR);

b) o inciso II:

“II - exercer as atividades de consultoria e assessoramento jurídico do Poder Executivo e dasentidades autárquicas a que se refere o inciso anterior;” (NR);

c) o inciso V:

“V - prestar assessoramento jurídico e técnico-legislativo ao Governador do Estado;” (NR);

d) o inciso IX:

“IX - realizar procedimentos administrativos, inclusive disciplinares, não regulados por leiespecial;”(NR);

III - o parágrafo único do artigo 100:

“Parágrafo único - O Procurador Geral do Estado será nomeado pelo Governador, emcomissão, entre os Procuradores que integram a carreira e terá tratamento, prerrogativas erepresentação de Secretário de Estado, devendo apresentar declaração pública de bens, noato da posse e de sua exoneração.” (NR);

IV - o artigo 101:

“Artigo 101 - Vinculam-se à Procuradoria Geral do Estado, para fins de atuação uniforme ecoordenada, os órgãos jurídicos das universidades públicas estaduais, das empresas públicas,das sociedades de economia mista sob controle do Estado, pela sua Administração centralizadaou descentralizada, e das fundações por ele instituídas ou mantidas.

Parágrafo único - As atividades de representação judicial, consultoria e assessoramento jurídicodas universidades públicas estaduais poderão ser realizadas ou supervisionadas, total ouparcialmente, pela Procuradoria Geral do Estado, na forma a ser estabelecida em convênio.”(NR)

Artigo 2º - A Constituição do Estado de São Paulo, no Ato das Disposições ConstitucionaisTransitórias, fica acrescida do artigo 11-A, com a seguinte redação:

“Artigo 11-A - A assunção das funções dos órgãos jurídicos das autarquias, inclusive as deregime especial, pela Procuradoria Geral do Estado fica condicionada à adequação da estrutura

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270 B. Cent. Estud., São Paulo, 28(2):235-300, mar./abr. 2004

Legislação

organizacional desta, sem prejuízo da possibilidade de imediata designação de Procuradoresdo Estado para a execução de tarefas específicas do interesse das entidades autárquicas, porato do Procurador Geral do Estado, mediante prévia solicitação do respectivo Superintendente.

§ 1º - Os cargos e as funções-atividades de Procurador de Autarquia, inclusive as de regimeespecial, exceto as universidades públicas estaduais, ficarão extintos, na vacância, na formaa ser estabelecida em lei, assegurado aos seus atuais titulares e ocupantes o exercício dasatribuições respectivas, bem como a ascensão funcional, nos termos da legislação em vigor.

§ 2º - Enquanto não efetivada por completo a assunção dos órgãos jurídicos das autarquiaspela Procuradoria Geral do Estado, a eles continuará aplicável o disposto no artigo 101,caput, desta Constituição, permanecendo os Procuradores de Autarquia que os integramsujeitos às disposições legais atinentes a direitos e deveres, garantias e prerrogativas, proibiçõese impedimentos dos Procuradores do Estado.”

Artigo 3º - Esta Emenda Constitucional entra em vigor na data de sua publicação.

(DOE, Poder Legislativo, de 15.4.2004, p. 10)

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Decretos

ANO ESTADUAL DA MULHER – Instituição

Decreto n. 48.529, de 9.3.2004, publicado no DOE, Seção I, de 10.3.2004, p. 1. Institui o “AnoEstadual da Mulher” no Estado de São Paulo e dá providências correlatas.

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ESCOLAS ESTADUAIS INDÍGENAS – Criação

Decreto n. 48.530, de 9.3.2004, publicado no DOE, Seção I, de 10.3.2004, p. 1. Dispõe sobre acriação de escolas estaduais indígenas na Secretaria da Educação e dá providências correlatas.

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POLÍTICA ESTADUAL DE ATENÇÃO AOS POVOS INDÍGENAS – Diretrizes. Estabeleci-mento. Conselho Estadual dos Povos Indígenas e Comitê Intersetorial de Assuntos Indígenas.Criação

Decreto n. 48.532, de 9.3.2004, publicado no DOE, Seção I, de 10.3.2004, p. 1. Estabelecediretrizes relativas à Política Estadual de Atenção aos Povos Indígenas, cria o Conselho Estadualdos Povos Indígenas e o Comitê Intersetorial de Assuntos Indígenas e dá providências correlatas.

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POSSE E CONDUÇÃO RESPONSÁVEL DE CÃES – Lei n. 11.531/03. Regras de Segurança.Estabelecimento

Decreto n. 48.533, de 9.3.2004, publicado no DOE, Seção I, de 10.3.2004, p. 3. Estabelece regrasde segurança para a condução responsável de cães, nos termos da Lei n. 11.531, de 11 de novembrode 2003, e dá outras providências.

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271B. Cent. Estud., São Paulo, 28(2):235-300, mar./abr. 2004

Legislação

ICMS – Regulamento. Alteração

DECRETO N. 48.534, DE 9 DE MARÇO DE 2004

Introduz alterações no Regulamento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias ePrestações de Serviços – RICMS e dá outras providências.

Geraldo Alckmin, Governador do Estado de São Paulo, no uso de suas atribuições legais ecom fundamento nos artigos 28, 28-A e 59 da Lei 6.374, de 1º de março de 1989, no ConvênioICMS n. 1/2004, celebrado em 29 de janeiro de 2004 e ratificado pelo Decreto 48.495, de 13 defevereiro de 2004, e no Protocolo ICMS n. 28/2003, celebrado em 10 de dezembro de 2003 eaprovado pelo Decreto n. 48.379, de 29 de dezembro de 2003,

Decreta:

Artigo 1º - Passam a vigorar com a seguinte redação os dispositivos adiante enumerados doRegulamento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços, aprovadopelo Decreto n. 45.490, de 30 de novembro de 2000:

I - o parágrafo 3º do artigo 11 das Disposições Transitórias:

“§ 3º - O disposto neste artigo será aplicado aos fatos geradores que ocorrerem até 31 demarço de 2005.”

II - o item 2 do parágrafo 3º do artigo 62 do Anexo I:

“2 - na alínea ‘b’ do inciso I, a que a parcela relativa à receita bruta decorrente das operaçõesesteja desonerada das contribuições para o Programa de Integração Social e de Formação doPatrimônio do Servidor Público – PIS/PASEP e para a Contribuição para o Financiamento daSeguridade Social – COFINS (Convênio ICMS n. 1/2004).”

Artigo 2º - O estabelecimento comercial paulista, exceto o enquadrado no regime tributáriode microempresa e da empresa de pequeno porte, em relação ao estoque existente no dia 31 dejaneiro de 2004 de bebidas hidroeletrolíticas (isotônicas) e energéticas classificadas nas posições2106.90 e 2202.90 da Nomenclatura Brasileira de Mercadorias, Sistema Harmonizado – NBM/SH,excetuadas as já incluídas no regime constante do artigo 293 do Regulamento do ICMS, deverá:

I - elaborar, em duas vias, relação discriminada das mercadorias indicando:

a) seu valor, considerando o custo da aquisição mais recente;

b) o valor da base de cálculo e do imposto devido;

c) os correspondentes códigos da Nomenclatura Brasileira de Mercadorias - SistemaHarmonizado (NBM/SH);

II - entregar, até o último dia útil do mês de fevereiro de 2004, a relação de que trata o incisoI na repartição fiscal a que estiver vinculado, a qual devolverá a 2ª via ao contribuinte, devidamenteprotocolizada, como recibo;

III - recolher o imposto devido pela própria operação e pelas subseqüentes, resultante daaplicação da alíquota vigente para as operações internas sobre a base de cálculo legalmenteprevista, por meio de guia de recolhimentos especiais, mediante o código 063-2, até 10 demarço de 2004.

§ 1º - A base de cálculo do imposto devido será o total dos valores de que trata a alínea “a”do inciso I, incluídos os valores de frete, seguro, impostos e outros encargos assumidos pelaadquirente, acrescida da parcela resultante da aplicação dos seguintes percentuais de margem devalor agregado sobre o montante devido:

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272 B. Cent. Estud., São Paulo, 28(2):235-300, mar./abr. 2004

Legislação

1 - 35% (trinta e cinco por cento), no caso de estabelecimento exclusivamente varejista;

2 - 66% (sessenta e seis por cento), no caso dos demais estabelecimentos.

§ 2º - Existindo saldo credor do imposto no dia em que for efetuado o correspondentelevantamento de estoque, mediante a sua utilização, poderá ser deduzido do valor do impostodevido, observando-se, sem prejuízo das demais exigências, o que segue:

1 - a dedução deverá ser discriminada na relação a que se refere o inciso I;

2 - o saldo do imposto devido, após a dedução referida, deverá ser recolhido nos termosprescritos no inciso III;

3 - a importância deduzida será lançada no Registro de Apuração do ICMS, na folha destinadaà apuração das operações e prestações próprias do período em que ocorrer o aludido levantamentode estoque, no campo “Estornos de Crédito” do quadro “Débito do Imposto”, com a indicação daexpressão “Substituição Tributária - art. 293, § 2º, do RICMS”.

§ 3º - Os procedimentos estabelecidos neste artigo aplicam-se, igualmente, em relação àmercadoria recebida após 1º de fevereiro de 2004, cuja saída do remetente tenha ocorridoanteriormente a essa data sem a retenção antecipada do imposto.

Artigo 3º - Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação, produzindo efeitos:

I - o inciso II do artigo 1º, a partir de 18 de fevereiro de 2004;

II - o artigo 2º, a partir de 27 de janeiro de 2004.

(DOE, Seção I, de 10.3.2004, p. 3)

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TELEFONIA MÓVEL – Restrição do Uso de Serviços às Autoridades Relacionadas. Disciplina.Alteração

DECRETO N. 48.566, DE 25 DE MARÇO DE 2004

Acrescenta os artigos 6ºA e 8ºA ao Decreto n. 47.992*, de 1º de agosto de 2003, quedisciplina e restringe o uso de serviços de telefonia móvel às autoridades que especificae dá providências correlatas.

Geraldo Alckmin, Governador do Estado de São Paulo, no uso de suas atribuições legais,

Decreta:

Artigo 1º - Ficam acrescentados ao Decreto n. 47.992, de 1º de agosto de 2003, os dispositivosa seguir relacionados, com a seguinte redação:

I - o artigo 6ºA:

“Artigo 6ºA - Os limites de despesas com uso de aparelho de telefonia móvel, nos casosespecificados a seguir, serão estabelecidos pelo Titular da respectiva Pasta, com base emestudos fundamentados por parte do órgão interessado e parecer favorável do ConselhoEstadual de Telecomunicações – COETEL:

I - aparelhos de uso individual ou coletivo em atividades operacionais e de supervisão emcampo ou atendimento emergencial à população;

II - aparelhos de uso não pessoal, empregados exclusivamente em comunicação de dados einterligados a sistemas de automação, telemetria e outras aplicações assemelhadas;

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273B. Cent. Estud., São Paulo, 28(2):235-300, mar./abr. 2004

Legislação

III - aparelhos de uso não pessoal, acoplados a centrais privativas de comutação telefônicatipo PABX ou microPABX e destinados exclusivamente à redução de despesas nas ligaçõesda rede fixa para a rede móvel.

Parágrafo único - É vedada a utilização dos aparelhos referidos no inciso I deste artigo porservidores não empregados diretamente em atividades operacionais e de supervisão em campoou atendimento emergencial, incluindo os superiores hierárquicos diretos e indiretos.”;

II - o artigo 8ºA:

“Artigo 8ºA - Caberá a cada Secretaria de Estado, à Casa Militar e à Procuradoria Geral doEstado, bem como a cada autarquia, fundação instituída ou mantida pelo Poder Público,empresa em cujo capital o Estado tenha participação majoritária ou outra entidade por eledireta ou indiretamente controlada, detalhar os procedimentos para o controle dos gastos eos ressarcimentos das despesas não autorizadas, bem como manter todas as informaçõesrelativas a esse controle.”.

Artigo 2º - Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação, retroagindo seus efeitos a2 de agosto de 2003.

(DOE, Seção I, de 26.3.2004, p. 1)____________

* O Decreto n. 47.992/2003 está publicado no Boletim do Centro de Estudos, São Paulo, v. 27, n. 4, p. 544, jul./ago. 2003.

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DIÁRIAS – Servidores da Administração Centralizada e das Autarquias. Concessão. Dis-positivos. Alteração

DECRETO N. 48.580, DE 1º DE ABRIL DE 2004

Dá nova redação aos dispositivos que especifica do Decreto n. 48.292*, de 2 dedezembro de 2003, que dispõe sobre a concessão de diárias aos servidores da Admi-nistração Centralizada e das Autarquias, bem como aos componentes da Polícia Militardo Estado de São Paulo e dá providências correlatas.

Geraldo Alckmin, Governador do Estado de São Paulo, no uso de suas atribuições legais,

Decreta:

Artigo 1º - Os dispositivos a seguir relacionados do Decreto n. 48.292, de 2 de dezembro de2003, passam a vigorar com a seguinte redação:

I - o artigo 4º:

“Artigo 4º - Para o servidor ou policial militar integrante de equipe de apoio às viagens doGovernador, da Primeira-Dama ou do Vice-Governador o valor da diária, apurado na formado artigo 2º, quando for o caso com o acréscimo de que trata o artigo 3º deste decreto, seráacrescido da importância que lhe corresponder a 25% (vinte e cinco por cento).

Parágrafo único - Para fins de concessão do acréscimo previsto neste artigo não serãoconsiderados os deslocamentos de integrante de equipe de apoio destinados a providênciasprecursoras às viagens do Governador, da Primeira-Dama ou do Vice-Governador.”; (NR)

II - o inciso II do artigo 22:

“II - quando não pertencentes à Administração Centralizada ou a Autarquias:

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274 B. Cent. Estud., São Paulo, 28(2):235-300, mar./abr. 2004

Legislação

a) aos integrantes de equipe de apoio às viagens do Governador, da Primeira-Dama ou doVice-Governador, que estiverem ou vierem a ser regularmente colocados à disposição daCasa Civil;

b) aos servidores ou empregados que estiverem ou vierem a ser regularmente colocados àdisposição de Secretarias de Estado, de outros órgãos da Administração Centralizada ou deAutarquias.”.

Artigo 2º - Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

(DOE, Seção I, de 2.4.2004, p. 2)________________

* O Decreto n. 48.292/03 está publicado no Boletim do Centro de Estudos, São Paulo, v. 27, n. 6, p. 910, nov./dez. 2003.

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Atos Normativos

ABONO DE PERMANÊNCIA – Procedimentos

INSTRUÇÃO UCRH N. 1, DE 5 DE MARÇO DE 2004

Procedimentos relativos ao abono de permanência, previsto no parágrafo 19 do artigo 40 daConstituição Federal de 1988, modificado pela Emenda Constitucional n. 41*, de 19, publicada noD.O.U. de 31 de dezembro de 2003, bem como no parágrafo 5º do artigo 2º e parágrafo 1º doartigo 3º, ambos da referida Emenda.

A responsável pela Unidade Central de Recursos Humanos, devidamente autorizada peloSecretário-Chefe da Casa Civil, no Expediente PB 101003/2003, expede a presente instrução,objetivando a padronização dos procedimentos administrativos, dos Órgãos Setoriais, Subsetoriais ede Pessoal, das Secretarias de Estado, da Procuradoria Geral do Estado e das Autarquias do Estado,para aplicação do disposto no parágrafo 19 do artigo 40 da Constituição Federal de 1988, modificadopela Emenda Constitucional n. 41, de 19, publicada no DOU, de 31 de dezembro de 2003, bemcomo do disposto no parágrafo 5º do artigo 2º e parágrafo 1º do artigo 3º, ambos da referida emenda,que instituiu o abono de permanência eqüivalente ao valor da contribuição previdenciária, aos servidoresque tenham completado as exigências para a aposentadoria voluntária com proventos integrais ouproporcionais ou que vierem a completá-las, de acordo com a legislação vigente, até a data daaposentadoria compulsória, e desde que permaneçam em atividade no serviço público estadual:

1. Os Órgãos Setoriais, Subsetoriais e de Pessoal, mediante requerimento do servidor (AnexoI), que preencha as exigências para a aposentadoria voluntária com proventos integrais ouproporcionais, de acordo com a legislação vigente, e tiver certidão de liquidação de tempo, ratificadae publicada, deverão preencher o Formulário (Anexo II), e enviá-lo ao órgão pagador, para asprovidências cabíveis à concessão do abono de permanência, previsto no parágrafo 19 do artigo40 da Constituição Federal de 1988, modificado pela Emenda Constitucional n. 41, de 19, publicadano DOU, de 31 de dezembro de 2003, bem como no parágrafo 5º do artigo 2º e parágrafo 1º doartigo 3º, ambos da referida emenda.

2. A prova hábil necessária para comprovação das exigências para a aposentadoria voluntáriacom proventos integrais ou proporcionais, é a certidão de liquidação de tempo, ratificada e publicadano Diário Oficial do Estado, pelo Órgão de Recursos Humanos respectivo.

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275B. Cent. Estud., São Paulo, 28(2):235-300, mar./abr. 2004

Legislação

3. Na hipótese de acumulação remunerada, para os servidores que preencham as exigênciaspara a aposentadoria voluntária com proventos integrais ou proporcionais, em um ou nos doiscargos e/ou funções-atividades ocupados, os Órgãos Setoriais, Subsetoriais ede Pessoal deverãopreencher um Formulário (Anexo II) para cada uma das situações.

4. À medida que os servidores públicos vierem a completar as exigências para a aposentadoriavoluntária, de acordo com a legislação vigente, e requererem a certidão de liquidação de tempo, osÓrgãos Setoriais, Subsetoriais e de Pessoal, à vista dessa certidão ratificada e publicada, deverãopreencher e assinar o Formulário (Anexo II), e enviá-lo ao órgão pagador, para as devidasprovidências, independente de requerimento do servidor.

5. Para os servidores que preencheram as exigências para a aposentadoria voluntária integralanteriormente à edição da Emenda Constitucional n. 41/2003, ou seja, até 31.12.2003, a data a serconsiderada para a concessão do abono de permanência é 1º.4.2004.

O período de 1º.1.2004 a 31.3.2004 não estará sujeito à contribuição previdenciária, nostermos do parágrafo 6º do artigo 195 da Constituição Federal.

Assim, para os servidores que já apresentaram requerimento nos termos da Lei Complementarn. 943, de 23 de junho de 2003 e Instrução UCRH n. 1, de 21 de agosto de 2003, a concessão doabono de permanência será automática, a partir de 1º.4.2004, ficando dispensados de novorequerimento.

6. Para os servidores que preencheram as exigências para a aposentadoria voluntáriaproporcional anteriormente à edição da Emenda Constitucional n. 41/2003, ou seja, até 31.12.2003,a data a ser considerada para concessão do abono de permanência é 1º.1.2004.

7. A partir de 1º.1.2004, aos servidores que vierem a preencher as referidas exigências, querseja pela aposentadoria voluntária integral ou proporcional, a concessão do abono de permanênciadar-se-á a contar da data em que vier a completá-las, de acordo com os dados constantes dacertidão de liquidação de tempo, ratificada e publicada.

8. O disposto nesta instrução não se aplica aos servidores sujeitos ao regime da Consolidaçãodas Leis do Trabalho – CLT.

9. Esta Instrução entra em vigor na data de sua publicação, retroagindo seus efeitos a1º.1.2004, ficando revogada a Instrução UCRH n. 1/2003 de 21, publicada em 22 de agosto de2003 e retificada em 26 de agosto de 2003.

(DOE, Seção I, de 6.3.2004, p. 1)______________* A Emenda Constitucional n. 41 está publicada no Boletim do Centro de Estudos, São Paulo, v. 27, n. 6, p. 839, nov./dez. 2003.

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PATRIMÔNIO IMOBILIÁRIO DO ESTADO – Contratos de Serviços. Preço. Índices deReajustes. Decreto n. 48.326/03 e Resolução CC n. 79/2003. Disposições

Resolução SF/APE n. 204, de 18.3.2004, e n. 206, de 14.4.2004, publicadas, respectivamente,nos DOE, Seção I, de 19.3.2004, p. 13 e de 16.4.2004, p. 9. Dispõem sobre índices de reajustes depreços de contratos de serviços conforme o disposto no Decreto Estadual n. 48.326 de 12.12.2003e Resolução da Casa Civil n. 79 de 12.12.2003. (O Decreto n. 48.326/03 e a Resolução CC n. 79/2003 estão publicados no Boletim do Centro de Estudos, São Paulo, v. 27, n. 6, p. 914 e 923, nov./dez. 2003).

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276 B. Cent. Estud., São Paulo, 28(2):235-300, mar./abr. 2004

Legislação

ICMS – Transporte Aéreo. Demonstrativo de Crédito. Instituição

Portaria CAT n. 14, de 19.3.2004, publicada no DOE, Seção I, de 20.3.2004, p. 7. Institui oDemonstrativo de Crédito do ICMS no Transporte Aéreo e dá outras providências.

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CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR – Infrações. Penas de Multa. Valor. Critérios deFixação

PORTARIA NORMATIVA PROCON N. 6, DE 14 DE JUNHO DE 2000

Dispõe sobre os critérios de fixação dos valores das penas de multa nas infrações aoCódigo de Defesa do Consumidor.

Considerando a necessidade de se tornar público e dar transparência aos critérios deconveniência e oportunidade adotados para a fixação, no âmbito da Fundação Procon, dos valoresdas multas nas infrações ao Código de Defesa do Consumidor (Lei n. 8.078, de 11.9.1990),considerando os princípios constitucionais e legais da legalidade, impessoalidade, moralidade,publicidade, razoabilidade, finalidade, interesse público, motivação e eficiência a que estão adstritostodos os atos administrativos, assim como as circunstâncias da gravidade da infração, vantagemauferida, condição econômica do fornecedor, a interação desses elementos no estabelecimentodos valores mínimo e máximo para a pena, estabelecimento da pena base e as agravantes e atenuantesna fixação da pena em concreto, o Diretor Executivo da Fundação de Proteção e Defesa doConsumidor - Procon, tendo em vista a competência prevista no artigo 55 do referido código e doartigo 14, VI, da Lei Estadual n. 9.192, de 23.11.1995, resolve expedir a seguinte Portaria:

Artigo 1º - A fixação dos valores das multas nas infrações ao Código de Defesa do Consumidor(art. 57 da Lei n. 8.078, de 11.9.1990), dentro dos limites legais de 200 a 3.000.000 UFIRs, seráfeito de acordo com a gravidade da infração, vantagem auferida e condição econômica do fornecedorna forma prevista pela presente portaria.

Artigo 2º - As infrações serão classificadas de acordo com sua natureza e potencial ofensivoem quatro grupos (I, II, III e IV) pelo critério constante do Anexo I.

(Nova redação dada pela Portaria Normativa Procon n. 14, de 16.10.2003).

Parágrafo único - Consideram-se infrações de maior gravidade, para efeito do disposto noartigo 59 da Lei 8.078/90, aquelas relacionadas nos grupos III e IV do Anexo I da Portaria NormativaProcon n. 6, de 14.6.2000.

(Parágrafo único acrescentado pela Portaria Normativa Procon n. 14, de 16.10.2003).

Artigo 3º - Com relação à vantagem auferida, serão consideradas quatro situações:

a) vantagem não apurada;

b) vantagem de caráter difuso;

c) vantagem de caráter individual ou coletivo;

d) vantagem de caráter individual ou coletivo de valor significativo ao consumidor.

Artigo 4º - A condição econômica do infrator será aferida por meio de sua receita mensalmédia.

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277B. Cent. Estud., São Paulo, 28(2):235-300, mar./abr. 2004

Legislação

§ 1º - A receita média será calculada considerando-se, de preferência, um período de trêsmeses contemporâneos à infração, podendo ser a mesma estimada ou arbitrada na falta ouinaceitabilidade das informações prestadas pelo infrator, hipótese em que o autuado poderá impugnar,no prazo assinalado, o valor estimado ou arbitrado, mediante comprovação documental idônea.

§ 2º - A receita considerada será referente a do estabelecimento onde ocorrer a infração,salvo nos casos de infrações que atinjam outros estabelecimentos do mesmo titular, caso em quesuas receitas também deverão ser computadas.

§ 3º - Considera-se receita, para os fins desta Portaria, a receita bruta, englobando ofaturamento e as receitas não operacionais.

(Parágrafo acrescentado pelo artigo 1º, da Portaria Normativa Procon n. 10, de 3.7.2003).

Artigo 5º - A dosimetria da pena de multa será feita em duas etapas: a fixação da pena-basedentre os seus limites mínimo e máximo previstos para a situação e, após, adição ou subtração dosmontantes referentes às circunstâncias agravantes e atenuantes.

§ 1º - A pena aplicada, após a consideração das circunstâncias atenuantes e agravantes, nãopoderá ultrapassar os limites mínimo e máximo previstos para cada situação.

§ 2º - A base de cálculo para o cômputo das circunstâncias agravantes e atenuantes serásempre a pena-base fixada.

Artigo 6º - Em função da natureza da infração, vantagem auferida e condição econômica doinfrator, os limites mínimo e máximo para a pena serão calculados em UFIR para cada situação pormeio das fórmulas abaixo:

Pmáx = 3 Pmín onde

Pmáx = pena máxima em UFIR;

Pmín = pena mínima em UFIR;

fn = fator de natureza da infração;

fv = fator de vantagem auferida; e

r = receita mensal média em UFIR.

§ 1º - O valor do fator de natureza da infração (fn) será em função do grupo em que estiverclassificada a infração:

fn Grupo

200 I

400 II

600 III

800 IV

§ 2º - O valor do fator de vantagem auferida (fv) será:

fv Vantagem Auferida

20.000.000 vantagem não apurada

12.000.000 vantagem difusa

7.200.000 vantagem individual ou coletiva

4.320.000 vantagem individual ou coletiva de valor significativo

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278 B. Cent. Estud., São Paulo, 28(2):235-300, mar./abr. 2004

Legislação

Artigo 7º - A pena-base será fixada, dentro dos limites estabelecidos para a situação, deacordo com as circunstâncias em que a infração for praticada, levando-se em conta, dentre outros,o grau de culpabilidade, a intensidade do dolo, os antecedentes, a conduta, os motivos, asconseqüências e a extensão da infração.

Parágrafo único - Salvo no caso de fixação no limite mínimo, deverá ser justificada aquantidade da pena-base arbitrada.

Artigo 8º - As circunstâncias agravantes e atenuantes estabelecidas no Código de Defesa doConsumidor e no Decreto Federal n. 2.181, de 20.3.1997, implicam no aumento da pena de 1/3 aodobro ou na diminuição da pena de 1/3 à metade.

Artigo 9º - No concurso de práticas infrativas, a pena de multa será aplicada para cada umadas infrações, podendo, a critério do órgão, desde que não agrave a situação do autuado, seraplicada a multa correspondente à infração de maior gravidade com acréscimo de 1/3.

Artigo 10 - No caso de concurso de agentes, a cada um deles será aplicada pena graduada deconformidade com sua situação pessoal.

Artigo 11 - Os cálculos serão feitos em UFIR com desprezo das frações inferiores à unidade.

Artigo 12 - Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

Anexo I - Classificação das Infrações ao Código de Defesa do Consumidor

I) Infrações enquadradas no grupo I:

1. ofertar produtos ou serviços sem assegurar informações corretas, claras, precisas, ostensivase em língua portuguesa sobre suas características, qualidades, quantidade, composição, condiçõesde pagamento, juros, encargos, garantia e origem entre outros dados relevantes (art. 31);

2. ofertar produtos ou serviços sem assegurar informações claras, precisas, ostensivas e emlíngua portuguesa sobre preço (art. 31);

3. deixar de fornecer prévia e adequadamente ao consumidor, nas vendas a prazo, informaçõesobrigatórias sobre as condições do crédito ou financiamento (art. 52);

4. omitir, nas ofertas ou vendas eletrônicas, por telefone ou reembolso postal, o nome eendereço do fabricante ou do importador na embalagem, publicidade e em todos os impressosutilizados na transação comercial (art. 33);

5. promover publicidade de produto ou serviço de forma que o consumidor não a identifiquecomo tal de forma fácil e imediata (art. 36);

6. prática infrativa não enquadrada em outro grupo.

(Itens 1 a 6 alterados pela Portaria Normativa Procon n. 14, de 16 de outubro de 2003).

II) Infrações enquadradas no grupo II:

1. deixar de sanar os vícios do produto ou serviço, de qualidade ou quantidade, que ostornem impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes diminuem o valor,

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Legislação

assim como por aqueles decorrentes da disparidade, com as indicações constantes do recipiente,da embalagem, rotulagem ou mensagem publicitária (arts. 18, 19 e 20);

2. deixar de cumprir a oferta, publicitária ou não, suficientemente precisa, ou obrigaçãoestipulada em contrato (art. 30 e 48);

3. redigir instrumento de contrato que regulam relações de consumo de modo a dificultar acompreensão do seu sentido e alcance (art. 46);

4. impedir, dificultar ou negar a desistência contratual e devolução dos valores recebidos, noprazo legal arrependimento, quando a contratação ocorrer fora do estabelecimento comercial (art. 49);

5. deixar de entregar, quando concedida garantia contratual, termo de garantia ou equivalenteem forma padronizada, esclarecendo, de maneira adequada, em que consiste a mesma garantia,bem como a forma, o prazo e o lugar em que pode ser exercitada e os ônus a cargo do consumidor(art. 50, parágrafo único);

6. deixar de fornecer manual de instrução, de instalação e uso de produto em linguagemdidática e com ilustrações (art. 50, parágrafo único);

7. deixar de redigir contrato de adesão em termos claros e com caracteres ostensivos e legíveis,de modo a facilitar a sua compreensão pelo consumidor (art. 54, § 3º);

8. deixar de redigir com destaque cláusulas contratuais que impliquem na limitação de direitodo consumidor, impedindo sua imediata e fácil compreensão (art. 54, § 4º).

(Itens 1 a 8 alterados pela Portaria Normativa Procon n. 14, de 16.10.2003)

III) Infrações enquadradas no grupo III:

1. deixar de reparar os danos causados aos consumidores por defeitos decorrentes de projeto,fabricação, construção, montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou acondicionamentode seus produtos ou serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre suautilização e riscos (art. 12);

2. colocar no mercado de consumo produtos ou serviços em desacordo com as normas deregulamentares de fabricação, distribuição ou apresentação ou, se normas específicas não existirem,pela Associação Brasileira de Normas Técnicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacionalde Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial – Conmetro (arts. 18, § 6º, II, e 39, VIII);

3. colocar no mercado de consumo de produtos ou serviços inadequados ao fim que sedestinam ou lhe diminuam o valor (arts. 18, § 6º, III, e 20);

4. colocar no mercado de consumo produtos ou serviços em desacordo com as indicaçõesconstantes do recipiente, da embalagem, da rotulagem ou mensagem publicitária, respeitadas asvariações decorrentes de sua natureza (art. 19);

5. deixar de empregar componentes de reposição originais, adequados e novos, ou quemantenham as especificações técnicas do fabricante, salvo se existir autorização em contrário doconsumidor (art. 21);

6. deixar as concessionárias ou permissionárias de fornecer serviços públicos adequados,eficientes, seguros e, quanto aos essenciais, contínuos (art. 22);

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280 B. Cent. Estud., São Paulo, 28(2):235-300, mar./abr. 2004

Legislação

7. deixar de assegurar a oferta de componentes e peças de reposição enquanto não cessar afabricação ou importação do produto (art. 32);

8. impedir ou dificultar o acesso gratuito do consumidor às informações existentes emcadastros, fichas, registros e dados pessoais e de consumo arquivados sobre ele, bem como sobreas suas respectivas fontes (art. 43);

9. manter cadastro de consumidores sem serem objetivos, claros, verdadeiros e em linguagemde fácil compreensão, ou contendo informações negativas referentes a período superior a cincoanos (art. 43, § 1º);

10. inserir ou manter registros, em desacordo com a legislação, nos cadastros ou banco dedados de consumidores (art. 43 e ss. e 39, caput);

11. inserir ou causar a inserção de informações negativas não verdadeiras ou imprecisas emcadastro de consumidores (art. 43, § 1º);

12. deixar de comunicar por escrito ao consumidor a abertura de cadastro, ficham registro edados pessoais de consumo, quando não solicitada por ele (art. 43, § 2º);

13. deixar de retificar, quando exigidos pelo consumidor, os dados e cadastros nos casos deinexatidão ou comunicar a alteração aos eventuais destinatários no prazo legal (art. 43, § 3º);

14. fornecer quaisquer informações que possam impedir ou dificultar acesso ao crédito juntoaos fornecedores após consumada a prescrição relativa à cobrança dos débitos do consumidor (art.43, § 5º);

15. deixar o fornecedor, na publicidade de seus produtos ou serviços; manter em seu poderpara informação dos legítimos interessados, os dados fáticos, técnicos e científicos que dãosustentação à mensagem (art. 36, parágrafo único); ou deixar de prestar essas informações aoórgão de defesa do consumidor quando notificado para tanto (art. 55, § 4º);

16. promover publicidade enganosa ou abusiva (art. 37);

17. realizar prática abusiva (art. 39);

18. deixar de entregar orçamento prévio discriminando o valor da mão-de-obra, dos materiaise equipamentos a serem empregados, as condições de pagamento, bem como as datas de início etérmino dos serviços (art. 40);

19. deixar de restituir quantia recebida em excesso nos casos de produtos ou serviços sujeitosa regime de controle ou tabelamento de preços (art. 40, § 3º);

20. submeter, na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente a ridículo ou qualquertipo de constrangimento ou ameaça (art. 42);

21. deixar de restituir ao consumidor quantia indevidamente cobrada pelo valor igual aodobro do excesso (art. 42, parágrafo único);

22. inserir no instrumento de contrato cláusula abusiva (art. 51);

23. exigir multa de mora superior ao limite legal (art. 52, § 1º);

24. deixar de assegurar ao consumidor a liqüidação antecipada do débito, total ou parcialmente,mediante redução proporcional dos juros (art. 52, § 2º);

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281B. Cent. Estud., São Paulo, 28(2):235-300, mar./abr. 2004

Legislação

25. inserir no instrumento de contrato cláusula que estabeleça a perda total das prestaçõespagas em benefício do credor que, em razão do inadimplemento, pleitear a resolução do contratoe a retomada do produto alienado (art. 53);

26. deixar de prestar informações sobre questões de interesse do consumidor descumprindonotificação do órgão de defesa do consumidor (art. 55, § 4º).

(Itens 1 a 8 alterados pela Portaria Normativa Procon n. 14, de 16.10.2003)

IV) Infrações enquadradas no grupo IV:

1. exposição à venda de produtos deteriorados, alterados, adulterados, avariados, falsificados,corrompidos, fraudados, nocivos à vida ou à saúde, ou perigosos (art. 18, § 6º, II);

2.colocar ou ser responsável pela colocação no mercado de consumo produto ou serviçoque sabe ou deveria saber apresentar alto grau de nocividade ou periculosidade à saúde ou segurança(art. 10);

3. deixar de informar, de maneira ostensiva e adequada, a respeito da nocividade oupericulosidade de produtos e serviços potencialmente nocivos ou perigosos à saúde ou segurança,ou deixar de adotar outras medidas cabíveis em cada caso concreto (art. 9º);

4. deixar de comunicar à autoridade competente a nocividade ou periculosidade do produtoou serviço, quando do lançamento dos mesmos no mercado de consumo, ou quando da verificaçãoposterior da existência de risco (art. 10, § 1º);

5. deixar de comunicar aos consumidores, por meio de anúncios publicitários veiculados naimprensa, rádio e televisão, a nocividade ou periculosidade do produto ou serviço, quando dolançamento dos mesmos no mercado de consumo, ou quando da verificação posterior da existênciade risco (art. 10, § 1º e 2º);

6. ofertar produtos ou serviços sem assegurar informação correta, clara, precisa, ostensiva eem língua portuguesa sobre seus respectivos prazos de validade e sobre os riscos que apresentamà saúde e segurança dos consumidores (art. 31);

7. expor à venda produtos com validade vencida (art. 18, § 6º, I);

8. ofertar produtos ou serviços sem assegurar informação correta sobre seus respectivospreços (art. 31).

(§ 3º acrescentado pelo artigo 1º da Portaria Normativa n. 10, de 3.7.2001)

(DOE, Seção I, de 24.3.2004, p. 2)

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TAXA DE FISCALIZAÇÃO E SERVIÇOS DIVERSOS – Lei n. 7.645/1991 e Lein. 11.602/2003. Taxa anual. Cobrança. Disciplina

Portaria CAT n. 22, de 31.3.2004, publicada no DOE, Seção I, de 1º.4.2004, p. 10. Disciplina acobrança da taxa anual única prevista no parágrafo 1º do artigo 1º da Lei n. 7.645/91, de 23.12.1991,acrescentado pela Lei n. 11.602/2003, de 22.12.2003.

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282 B. Cent. Estud., São Paulo, 28(2):235-300, mar./abr. 2004

Legislação

SECRETARIA DE ADMINISTRAÇÃO PENITENCIÁRIA – Mandados de SegurançaImpetrados contra Autoridades. Informações ao Poder Judiciário. Acompanhamento Processual.Disposições. Disciplina

RESOLUÇÃO SAP N. 45, DE 2 DE ABRIL DE 2004

Dispõe sobre informações ao Poder Judiciário, nos mandados de segurança impetradoscontra autoridades desta Secretaria, disciplina a prestação de informações e oacompanhamento dos respectivos processos.

O Secretário da Administração Penitenciária, visando disciplinar as informações a seremprestadas pelas autoridades desta Secretaria em ações de mandados de segurança,

Resolve:

Artigo 1º - As autoridades da Secretaria da Administração Penitenciária, quando solicitadas aprestar informações em ação de Mandado de Segurança deverão fazê-lo no prazo de dez diascontados da data de recebimento da notificação.

§ 1º - Os ofícios requisitórios de informações dirigidas pelo Poder Judiciário às autoridadesdesta Pasta, apontadas como coatoras em Mandados de Segurança tramitarão em caráterabsolutamente preferencial, sendo-lhes encaminhados diretamente, salvo na hipótese em que oimpetrado seja o Secretário de Estado, quando, então, esse encaminhamento será efetuado à Chefiade Gabinete.

§ 2º - A autoridade impetrada, se necessário e, em especial quanto às preliminares a seremarguidas, poderá socorrer-se do auxílio do órgão da Procuradoria Geral do Estado de sua região,cuja jurisdição consta da relação anexa.

§ 3º - Quando o mandado de segurança for contra o ato do Secretário as informações serãoelaboradas pela Consultoria Jurídica.

Artigo 2º - a autoridade deverá encaminhar, imediatamente, via fax simile, cópias do ofíciorequisitório das informações e da inicial ao órgão da Procuradoria Geral do Estado que jurisdicionea sua área de atuação (na Capital, à Procuradoria Judicial – 8ª Seccional, sita na Rua Maria Paula,272 – CEP 01319-000 – Fone: 3256-1288 e Fax 3242-9069). Após, prestadas as informações, osdocumentos deverão ser autuados, protocolados e remetidos, no prazo de 3 (três) dias úteis, aoórgão da Procuradoria Geral do Estado, competente para acompanhamento do processo, nos termosdo parágrafo 1º do Decreto n. 50.415, de 25 de setembro de 1968, e, se for o caso, ingresso nosautos em defesa dos interesses da Fazenda Pública.

Artigo 3º - a autoridade impetrada, ao receber o ofício encaminhando copia da decisãojudicial, se esta determinar o cumprimento de ato de sua competência, só poderá expedi-lo apósconsulta à Procuradoria Geral do Estado sobre os efeitos em que foi recebido o eventual recurso,se devolutivo ou suspensivo. Neste último caso, o ato não deverá ser expedido, aguardando-seresultado do recurso do Estado.

Artigo 4º - Os pedidos de esclarecimentos e de quaisquer documentos necessários à elaboraçãodas informações terão caráter absolutamente preferencial e urgente, e deverão ser atendidos noprazo fixado pelo solicitante, sob pena de responsabilidade funcional do servidor que der causa aoretardamento.

Artigo 5º - a autoridade apontada como coatora, na ocorrência de concessão de medidaliminar, enviará imediatamente a respectiva notificação à Consultoria Jurídica da Pasta, que solicitará

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283B. Cent. Estud., São Paulo, 28(2):235-300, mar./abr. 2004

Legislação

à Suprocuradoria Geral do Estado – Contencioso, seja requerida, se for o caso, a suspensão damedida, fornecendo os elementos necessários à justificação do pedido.

Parágrafo único - No interior, a providência referida neste artigo será solicitada às respectivasprocuradorias Regionais, para fins da Portaria PA-3 n. 78 e do Decreto n. 50.415, de 25.9.1968.

Artigo 6º - As providências previstas nos artigos 2º, 3º e 5º, quando o impetrado for o titularda Pasta, incumbirão à Chefia de Gabinete.

Artigo 7º - Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação ficando revogada aResolução SAP n. 76, de 25 de agosto de 1993. (Proc. SAP/GS n. 1.170/2002)

(DOE, Seção I, de 3.4.2004, p. 14)_______________

ADMINISTRAÇÃO DIRETA DO ESTADO – Protocolo Único. Implantação. Grupo Técnicopara Executar o Planejamento e a Estratégia. Instituição

RESOLUÇÃO CC N. 33, DE 8 DE ABRIL DE 2004

Institui Grupo Técnico para executar o planejamento e a estratégia visando aimplantação do Protocolo Único da Administração Direta do Estado.

O Secretário-Chefe da Casa Civil, na qualidade de Presidente do Comitê de Qualidade daGestão Pública, considerando a necessidade de desenvolver o Protocolo Único da AdministraçãoDireta do Estado,

Resolve:

Artigo 1º - Fica instituído, junto ao Comitê de Qualidade da Gestão Pública, Grupo Técnicopara executar o planejamento e a estratégia visando a implantação do Protocolo Único daAdministração Direta do Estado com as seguintes finalidades:

I - promover a comunicação administrativa e a integração entre Órgãos da AdministraçãoDireta do Estado por meio da visualização dos dados identificadores, acompanhamento, tramitação,arquivamento e destinação de documentos;

II - assegurar condições de conservação, proteção e acesso ao patrimônio documental.

Artigo 2º - Ao Grupo Técnico cabe estudar e propor:

I - a definição do escopo e a especificação dos requisitos para analisar as necessidades,avaliar a exeqüibilidade, negociar e especificar soluções, validar a especificação e administrar osrequisitos no ciclo de vida do Protocolo Único da Administração Direta do Estado;

II - a normatização e institucionalização das regras de utilização nos órgãos que compõe aAdministração Direta do Estado;

III - os meios para os órgãos que compõem a Administração Direta do Estado suprirem todasas necessidades voltadas à gestão documental, incluindo a criação, a edição, o armazenamento, adisponibilização e o controle da tramitação de documentos, considerando:

a) critérios de migração dos dados dos sistemas legados dos órgãos que irão compor oProtocolo Único da Administração Direta do Estado;

b) cadastro com a estrutura completa das Unidades Administrativas da Administração Diretado Estado com identificação de núcleos de Protocolo;

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284 B. Cent. Estud., São Paulo, 28(2):235-300, mar./abr. 2004

Legislação

c) integração e desenvolvimento de um método para consolidar as informações de acesso,autenticação e autorização;

d) categorização e classificação de documentos;

e) gestão, estrutura e padronização da tabela de assuntos;

f) temporalidade e política de destinação documental;

g) fluxo de responsabilidades de suporte técnico;

h) fluxo de responsabilidades de negócio.

Artigo 3º - Para atender aos objetivos de agilização na implantação de um Sistema de ProtocoloÚnico, o Grupo Técnico deverá considerar a utilização do Sistema GDOC – Sistema de Gestão deDocumentos, desenvolvido e implantado na Secretaria da Fazenda, pelos demais órgãos daAdministração Direta do Estado, estudando a viabilidade e o impacto da implantação.

Artigo 4º - O Grupo Técnico será composto dos seguintes membros, designados peloSecretário-Chefe da Casa Civil:

I - 2 representantes da Casa Civil, um dos quais exercerá a coordenação geral dos trabalhos;

II - 1 representante da Secretaria da Fazenda, que exercerá a coordenação técnica dos trabalhos;

III - 1 representante da Secretaria do Meio Ambiente;

IV - 1 representante da Secretaria dos Transportes Metropolitanos;

V - 1 representante da Procuradoria Geral do Estado;

VI - 1 representante da Fundação do Desenvolvimento Administrativo – Fundap;

VII - 3 representantes da Companhia de Processamento de Dados do Estado de São Paulo –Prodesp;

VIII - 1 representante do Grupo de Desburocratização do Governo do Estado de São Paulo;

IX - 1 representante do Sistema de Arquivos do Estado de São Paulo – Saesp.

Parágrafo único - O Grupo Técnico poderá convidar para participar de suas reuniões, semdireito a voto, pessoas que, por seus conhecimentos e experiência profissional, possam contribuirpara a discussão das matérias em exame.

Artigo 5º - O Grupo Técnico poderá formar subgrupos de trabalho, bem como solicitar aparticipação de profissionais ligados à administração pública para o desenvolvimento de suasatividades.

Artigo 6º - O Grupo de Trabalho deverá primariamente apresentar ao Comitê de Qualidadeda Gestão Pública, no prazo de 60 dias, contados a partir da data da publicação desta resolução,relatório contendo os seguintes produtos:

I - levantamento da situação atual da Gestão Documental nos respectivos órgãos;

II - análise e adaptação dos requisitos da aplicação;

III - plano estratégico para implantação da aplicação.

Artigo 7º - Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

(DOE, Seção I, de 9.4.2004, p. 1)_______________

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285B. Cent. Estud., São Paulo, 28(2):235-300, mar./abr. 2004

Legislação

ADMINISTRAÇÃO DIRETA DO ESTADO – Grupo Técnico para Executar o Planejamentoe a Estratégia. Implantação. Membros. Designação

RESOLUÇÃO CC S/N. DE 8 DE ABRIL DE 2004

Designando, nos termos do artigo 4º da Resolução CC n. 33, de 8.4.2004, os a seguir indicadospara integrarem, como membros, o Grupo Técnico instituído, junto ao Comitê de Qualidade daGestão Pública, para executar o planejamento e a estratégia visando a implantação do ProtocoloÚnico da Administração Direta do Estado:

Agnaldo do Carmo Lopes e Maria Inez Bernardes Prado, como representantes da Casa Civil,cabendo ao primeiro indicado exercer a coordenação geral dos trabalhos;

Eduardo Fernando Rigolão, como representante da Secretaria da Fazenda, que exercerá acoordenação técnica dos trabalhos;

Abelardo Marcos Júnior, como representante da Secretaria do Meio Ambiente;

Eduardo Ponte da Conceição, como representante da Secretaria dos TransportesMetropolitanos;

Geraldo Alves de Carvalho, como representante da Procuradoria Geral do Estado;

Marcelo Estraviz Rodrigues, como representante da Fundação do DesenvolvimentoAdministrativo – Fundap;

Regina Toshiko Sendai Goto, Nadia Cristina Guimarães Ferreira e Enio Sassaki, comorepresentantes da Companhia de Processamento de Dados do Estado de São Paulo – Prodesp;

Angelo Lourival Ricchetti, como representante do Grupo de Desburocratização do Governodo Estado de São Paulo;

Ieda Pimenta Bernardes, como representante do Sistema de Arquivos do Estado de São Paulo– Saesp.

(DOE, Seção I, de 9.4.2004, p. 1)

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286 B. Cent. Estud., São Paulo, 28(2):235-300, mar./abr. 2004

Legislação

PGEPROCURADORIA GERAL DO ESTADO – Grupo de Planejamento Setorial. Composição.Alteração

RESOLUÇÃO PGE N. 3, DE 1º DE MARÇO DE 2004

Altera em parte a composição do Grupo de Planejamento Setorial Constituído pela ResoluçãoPGE n. 60/1993*.

O Procurador Geral do Estado, considerando as disposições do artigo 3º do Decreto n. 36.995,de 30 de junho de 1993,

Resolve:

Artigo 1º - Designar Geny Tiemi Fukuhara, RG 10.827.230, para, na condição de representanteindicada pelo titular da Pasta da Secretaria de Economia e Planejamento, integrar o Grupo dePlanejamento Setorial da Procuradoria Geral do Estado, em substituição à Edenira Rodrigues Vieira.

Artigo 2º - Esta Resolução entrará em vigor na data de sua publicação.

(DOE, Seção I, de 2.3.2004, p. 27)________________

* A Resolução PGE n. 60/93 está publicada no Boletim do Centro de Estudos, São Paulo, v. 17, n. 9, p. L 189, set. 1993.

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CONSELHO GESTOR DE AÇÕES CONJUNTAS DE COMBATE À EVASÃO FISCAL(CEVAF) – Regimento Interno. Aprovação

PORTARIA CONJUNTA CAT/SUB-G N. 1, DE 5 DE MARÇO DE 2004

Aprova o Regimento Interno do Conselho Gestor de Ações Conjuntas de Combate àEvasão Fiscal – CEVAF.

O Coordenador da Administração Tributária e o Subprocurador Geral do Estado da Área doContencioso, no âmbito de suas competências e tendo em vista o disposto no parágrafo 7º doartigo 4º da Resolução Conjunta SF/PGE n. 1*, de 13 de outubro de 2003,

Resolvem:

Artigo 1º - A atuação do Conselho Gestor de Ações Conjuntas de Combate à Evasão Fiscal –CEVAF reger-se-á segundo o seu Regimento Interno, constante do Anexo Único, que constituiparte integrante desta Portaria Conjunta.

Artigo 2º - A presente Portaria Conjunta entra em vigor na data de sua publicação.

ANEXO ÚNICO

(a que se refere o artigo 1º da Portaria Conjunta CAT-SUBG n. 1, de 5 de março de 2004)

REGIMENTO INTERNO DO CONSELHO GESTOR DE AÇÕES CONJUNTAS DECOMBATE À EVASÃO FISCAL – CEVAF

Artigo 1º - O Conselho Gestor de Ações Conjuntas de Combate à Evasão Fiscal – CEVAF,instituído nos termos do Decreto n. 46.614, de 19 de março de 2002, é responsável pela promoção,

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287B. Cent. Estud., São Paulo, 28(2):235-300, mar./abr. 2004

Legislação

controle e coordenação de ações conjuntas entre a Secretaria de Estado dos Negócios da Fazendae a Procuradoria Geral do Estado, executando as ações ou indicando a forma pelas quais as mesmasdevam ser executadas.

CAPÍTULO I – DO CONSELHO E SUAS COMPETÊNCIAS

Artigo 2º - O CEVAF obedecerá às diretrizes e metas conjuntamente aprovadas peloCoordenador da Administração Tributária da Secretaria de Estado dos Negócios da Fazenda e peloSubprocurador Geral do Estado da Área do Contencioso Geral da Procuradoria Geral do Estado.

Artigo 3º - Compete ao CEVAF:

I - elaborar o Plano Bianual de Metas de Ações Conjuntas, ouvidos os Diretores daCoordenadoria da Administração Tributária, os Delegados Regionais Tributários e os Procuradoresdo Estado Chefes da Procuradoria Fiscal e das Procuradorias Regionais;

II - controlar e avaliar a execução de planos anuais regionais de trabalho conjunto ofertadospelos Delegados Regionais Tributários e Procuradores do Estado Chefes da Procuradoria Fiscal edas Regionais, encaminhando-os posteriormente à aprovação do Coordenador da AdministraçãoTributária e do Subprocurador Geral do Estado da Área do Contencioso Geral.

III - promover o levantamento de dados, estudo de casos e a gestão do conhecimentoproduzido, sempre com a finalidade de produzir novas soluções que inibam ou diminuam osefeitos deletérios de práticas evasivas;

IV - definir e estabelecer rotinas de execução geral de trabalhos conjuntos;

V - elaborar estudos, pareceres e peças de uso das áreas envolvidas;

VI - propor a obtenção de pareceres junto a especialistas;

VII - sistematizar as comunicações internas e externas, respeitado o sigilo da informação fiscal;

VIII - promover treinamentos e dar orientação geral para a prática das ações definidas;

IX - estabelecer ordem de prioridade para atuação frente aos casos selecionados, em razãodos valores envolvidos e da extensão do dano à ordem tributária;

X - documentar as deliberações;

XI - controlar e avaliar as ações;

XII - elaborar, manter e disponibilizar para consulta relatórios de ações, de cumprimento demetas e de resultados.

CAPÍTULO II – DA COMPOSIÇÃO E SUAS ATRIBUIÇÕES

SEÇÃO I – DA COMPOSIÇÃO

Artigo 4º - O CEVAF é integrado por sete Procuradores do Estado da Área do ContenciosoGeral da Procuradoria Geral do Estado, designados pelo Procurador Geral do Estado, e igual númerode Agentes Fiscais de Rendas da Secretaria de Estado dos Negócios da Fazenda, designados peloSecretário da Fazenda.

Parágrafo único - Os integrantes do CEVAF exercerão as seguintes funções:

I - Gestor Fiscal, exercida por Agente Fiscal de Rendas;

II - Gestor Judicial, exercida por Procurador do Estado;

III - Agente de Apoio Técnico, exercida por Agente Fiscal de Rendas e Procurador do Estado.

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288 B. Cent. Estud., São Paulo, 28(2):235-300, mar./abr. 2004

Legislação

Artigo 5º - A composição do CEVAF poderá ser alterada a qualquer tempo por proposta ousolicitação do Presidente do Conselho, ouvidos os conselheiros.

Artigo 6º - Cabe ao Gestor Fiscal administrar e coordenar as atividades do CEVAF que seincluam nas normais atribuições legais da Secretaria de Estado dos Negócios da Fazenda, inclusivequanto ao fornecimento de meios para funcionamento do Conselho, cabendo ao Gestor Judicialadministrar e coordenar as atividades do CEVAF que se incluam nas normais atribuições daProcuradoria Geral do Estado.

Artigo 7º - Na ausência do Gestor, suas funções serão exercidas por outros Conselheiros domesmo grupo, em ordem por ele determinada.

SEÇÃO II – DO PRESIDENTE

Artigo 8º - A Presidência do CEVAF ficará a cargo do Gestor Fiscal, a partir da instalação, atéo dia 30 de junho de 2004 e após esse prazo, em alternância com o Gestor Judicial, por período deum ano, iniciado em 1º de julho e com término em 30 de junho.

§ 1º - Na ausência do Presidente do Conselho, mesmo que para uma única sessão, o outroGestor exercerá as funções da Presidência.

§ 2º - Ausentes os dois gestores, exercerá a Presidência outro agente previamente designado,nos termos do artigo 7º.

Artigo 9º - Cabe ao Presidente do CEVAF, além de representar o Conselho:

I - presidir as sessões, aprovar as pautas, manter a ordem, conceder a palavra aos presentese suspender as sessões;

II - decidir as questões de ordem e submeter os assuntos objeto de pauta à discussão evotação;

III - declarar o resultado de votação;

IV - convocar as sessões do Conselho;

V - determinar o arquivamento de procedimentos administrativos relativos ao CEVAF;

VI - solicitar a designação de novos membros, observada a vacância.

SEÇÃO III – DOS CONSELHEIROS

Artigo 10 - Compete ao Conselheiro:

I - participar, com direito a voto, das sessões do conselho;

II - justificar a ausência à sessão do Conselho, com antecedência;

III - assinar a ata de sessão de que tenha participado, pedindo à Presidência as retificações,supressões ou aditamentos que entender necessários;

IV - submeter à Presidência questões de ordem concernentes ao andamento das sessões e aoprocedimento de discussão e votação das matérias;

V - apresentar propostas sobre assuntos da competência do Conselho a serem discutidos evotados nas sessões;

VI - atuar como relator, apresentando voto fundamentado e por escrito, nos processos quelhe tenham sido distribuídos;

VII - atuar nos trabalhos para os quais tenha sido designado pelo Gestor Fiscal ou Judicial.

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289B. Cent. Estud., São Paulo, 28(2):235-300, mar./abr. 2004

Legislação

SEÇÃO IV – DA SECRETARIA

Artigo 11 - A Secretaria Geral do Conselho será ocupada pelo conselheiro indicado peloPresidente.

Artigo 12 - Compete à Secretaria Geral auxiliar o Presidente na administração do Conselho,especialmente:

I - elaborar as atas;

II - divulgar as pautas das sessões;

III - zelar pelo expediente e pela organização interna.

Artigo 13 - As atas das reuniões serão lidas, aprovadas e assinadas na sessão subsequente,sendo posteriormente arquivadas no CEVAF.

CAPÍTULO III – DO FUNCIONAMENTO

SEÇÃO I – SESSÕES E PROCEDIMENTOS DE VOTAÇÃO

Artigo 14 - O CEVAF deve reunir-se ordinariamente a cada semana, em horário designadopelo Presidente, ouvidos os Agentes.

§ 1º - A pauta de cada sessão será aprovada pela Presidência e será divulgada com antecedênciamínima de 24 horas.

§ 2º - O quorum mínimo para instalação da sessão é de oito conselheiros.

Artigo 15 - Cada Agente CEVAF terá direito a um voto, declarado em aberto, observadas asdisposições deste Regimento Interno.

SEÇÃO II – COMUNICAÇÕES E PROCESSOS ADMINISTRATIVOS

Artigo 16 - As comunicações entre o CEVAF e demais órgãos da administração serão feitospreferencialmente por meio eletrônico, considerando-se recebida toda comunicação eletrônica comprotocolo de recebimento, ainda que não respondida.

Artigo 17 - Os atos do Conselho previstos nos incisos I e II do artigo 3º do Decreto n.46.614/2002 serão autuados e protocolados no arquivo geral da Secretaria da Fazenda.

SEÇÃO III – DISPOSIÇÕES FINAIS

Artigo 18 - As deliberações do CEVAF constarão de ato da Presidência, que expedirá asordens e comunicações para sua execução.

Artigo 19 - As situações não previstas neste Regimento Interno serão resolvidas em sessãodo CEVAF.

Artigo 20 - Propostas de modificação deste Regimento Interno somente serão submetidas aoCoordenador da Administração Tributária e ao Subprocurador Geral do Estado da Área doContencioso após prévia deliberação do CEVAF.

(DOE, Seção I, de 6.3.2004, p. 36)________________

* A Resolução Conjunta SF/PGE n. 1 publicada no Boletim do Centro de Estudos, São Paulo, v. 27, n. 5, p. 723, set./out. 2003.

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290 B. Cent. Estud., São Paulo, 28(2):235-300, mar./abr. 2004

Legislação

ÁREA DO CONTENCIOSO GERAL – Procuradorias Regionais. Procuradores do Estado.Lei Complementar n. 478/86. Designações

RESOLUÇÃO PGE N. 5, DE 17 DE MARÇO DE 2004

Designa os Procuradores do Estado da área do Contencioso Geral classificados nasProcuradorias Regionais de Ribeirão Preto e de São Carlos, para responder pelas atribuições previstasno artigo 30 da Lei Complementar 478*, de 18 de julho de 1986, nos Municípios e Comarcas queespecifica.

O Procurador Geral do Estado de São Paulo,

Considerando o desequilíbrio atualmente verificado entre o número de Comarcas e ForosDistritais a cargo da Procuradoria Regional de Campinas, o número de ações judiciais de interesseda Fazenda do Estado que por elas tramitam e o quadro de Procuradores em exercício naqueleórgão de execução;

Considerando as dificuldades enfrentadas para recompor os quadros da Procuradoria Geraldo Estado, em razão das restrições impostas pela Lei de Responsabilidade Fiscal;

Considerando a necessidade de rever a divisão territorial das Procuradorias Regionais e aurgência na redução do número de Comarcas e Foros Distritais a cargo da Procuradoria Regionalde Campinas;

Considerando a proposta apresentada pelo Subprocurador Geral do Estado da Área doContencioso,

Resolve:

Artigo 1º - Ficam os Procuradores do Estado da área do Contencioso Geral classificados naProcuradoria Regional de Ribeirão Preto – PR-6, designados para responder pelas atribuiçõesprevistas no artigo 30 da Lei Complementar n. 478, de 18 de julho de 1986, em relação aosMunicípios e Comarcas que integram a Seccional de Casa Branca, da Procuradoria Regional deCampinas, composta pelos Municípios de Casa Branca, Caconde, Mococa, Santa Cruz das Palmeiras,São José do Rio Pardo, Tambaú e São Sebastião da Grama.

Artigo 2º - Ficam os Procuradores do Estado da área do Contencioso Geral classificados naProcuradoria Regional de São Carlos – PR-12, designados para responder pelas atribuições previstasno artigo 30 da Lei Complementar n. 478, de 18 de julho de 1986, em relação aos Municípios eComarcas de Brotas, Itirapina e Pirassununga, da Seccional de Rio Claro, da Procuradoria Regionalde Campinas.

Artigo 3º - Compete aos Procuradores do Estado Chefes:

I - da Procuradoria Regional de Campinas:

a) transferir todo o acervo de processos e expedientes administrativos relativos às açõesjudiciais com trâmite nos Municípios e Comarcas mencionados nos artigos 1º e 2º às Chefias dasrespectivas Unidades;

b) fornecer, até o dia 26 de março do corrente ano, às Chefias das respectivas Unidades,relação de ações cuja intimação da Fazenda se faça pela imprensa;

c) oficiar, até o dia 26 de março do corrente ano, aos Juízes de Direito das Comarcas e ForosDistritais mencionados nos artigos 1º e 2º comunicando que, a partir de 1º de abril de 2004, a

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291B. Cent. Estud., São Paulo, 28(2):235-300, mar./abr. 2004

Legislação

Fazenda do Estado de São Paulo será representada, nas ações em que figure como parte, pelosProcuradores do Estado classificados nas respectivas Regionais, fornecendo o nome, número daOAB e endereço da sede dos respectivos Chefes de Unidade;

II - das Procuradorias Regionais de Ribeirão Preto e São Carlos, no âmbito de suas competên-cias, adotar a providência mencionada no inciso II, alínea “c”, deste artigo, por petição, nas diversasações de interesse da Fazenda do Estado de São Paulo, solicitando que as intimações passem a serfeitas em seu nome ou em nome de Procurador do Estado por eles indicado (art. 4º, inc. IV, dasRotinas do Contencioso, instituídas pela Resolução PGE n. 54**, de 4 de julho de 1994);

§ 1º - Os prazos processuais iniciados até 31 de março de 2004, inclusive, serão cumpridospela Procuradoria Regional de Campinas;

§ 2º - a partir de 1º de abril de 2004, os publicações recebidas por Procurador do Estadoclassificado na Procuradoria Regional de Campinas, relativamente a processos judiciais em trâmitenos Municípios e Comarcas mencionados nos artigos 1º e 2º, serão encaminhadas, por fax oucorreio eletrônico, no mesmo dia, às respectivas Unidades responsáveis pelo acompanhamentodas referidas ações.

Artigo 4º - Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

(DOE, Seção I, de 18.3.2004, p. 21)_________________

* A Lei Complementar n 478 está publicada no Boletim do Centro de Estudos, São Paulo, v. 10, n. 7, p. 405, jul. 1986.

** A Resolução PGE n 54 está publicada no Boletim do Centro de Estudos, São Paulo, v. 18, n. 7, p. L 181, jul. 1994.

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MUNICÍPIO DE SANTANA DO PARNAÍBA – Zoneamento Industrial. Minuta de Projeto deLei. Elaboração. Grupo de Trabalho. Instituição

Resolução Conjunta PGE/SMA n. 1, de 22.3.2004, publicada no DOE, Seção I, de 23.3.2004, p.27. Constitui Grupo de Trabalho para elaborar minuta de Projeto de Lei contendo proposta dezoneamento industrial no Município de Santana do Parnaíba, em substituição ao definido na Lein. 10.502, de 17 de fevereiro de 2000.

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PROCURADORIA REGIONAL DE TAUBATÉ – Área do Contencioso Geral. Distribuiçãodos Serviços Judiciais e Administrativos. Disposições

Portaria PR-3 G n. 7, de 31.3.2004, publicada no DOE, Seção I, de 1º.4.2004, p. 109. Dispõesobre a distribuição dos serviços judiciais e administrativos aos senhores Procuradores do Estadoclassificados na Procuradoria Regional de Taubaté na área do Contencioso Geral.

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PROCURADORIA REGIONAL DE SÃO CARLOS – Resolução PGE n. 56/2003. Aplicação.Disciplina

Portaria PR-12 G n. 6, de 28.4.2004, publicada no DOE, Seção I, de 29.4.2004, p. 24. Disciplinaa aplicação da Resolução PGE n. 56, de 7 de outubro de 2003, no âmbito da Procuradoria Regionalde São Carlos. (A Resolução PGE n. 56 está publicada no Boletim do Centro de Estudos, SãoPaulo, v. 27, n. 5, p. 719, set./out. 2003).

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292 B. Cent. Estud., São Paulo, 28(2):235-300, mar./abr. 2004

Legislação

Poder JudiciárioTRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO – Normas de Serviço daCorregedoria Geral da Justiça. Alteração

PROVIMENTO CGJ N. 4/2004

Acrescenta mais dois subitens ao item 37, do Capítulo XI das Normas de Serviço daCorregedoria Geral da Justiça.

O Desembargador José Mario Antonio Cardinale, Corregedor Geral da Justiça do Estado deSão Paulo, no uso de suas atribuições legais,

Considerando o que consta do Provimento CSM n. 664/1999 e Portaria TJ n. 1.983/1981, eo decidido nos autos do Processo CG n. 94879/92 – DEGE 1.3;

Resolve:

Artigo 1º - O item 37, da Subseção III, da Seção IV, do Capítulo XI, do Tomo I, das Normasde Serviço da Corregedoria Geral da Justiça, passa a ter a seguinte redação:

37. (mantido)

37.1. (mantido)

37.2. É vedado ao voluntário, no exercício das funções, o porte de armas de fogo, armasbrancas, algemas ou qualquer outro instrumento de dissuasão, bem como participar de diligênciasde cunho policial.

37.3. É vedado ao voluntário o uso, sob qualquer pretexto ou circunstância, de carteiras,emblemas, distintivos, plaquetas, adesivos e outros meios indicativos de autoridade do PoderJudiciário, ou de seu cargo e função, com ou sem as Armas da República ou do Estado, salvo aidentificação regulamentada no parágrafo único do item 33.

Artigo 2º - Este Provimento entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas asdisposições em sentido contrário.

(DOE, Poder Judic., Caderno 1, Parte I, de 3.3.2004, p. 2)_______________

PRIMEIRO TRIBUNAL DE ALÇADA CIVIL DO ESTADO DE SÃO PAULO – Competência.Alteração

RESOLUÇÃO TJSP N. 169/2004

O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, por seu Órgão Especial, no uso de suasatribuições legais;

Considerando o decidido nos autos do Processo COJ n. 1.152/97;

Considerando a promulgação da Emenda Constitucional n. 17*, de 2 de março de 2004,publicada no Diário Oficial do Estado, Poder Legislativo de 3.3.2004;

Resolve:

Artigo 1º - Fica revogada a Resolução n.157/2003, datada de 8 de outubro de 2003, retornandoà competência do Primeiro Tribunal de Alçada Civil as ações relativas à locação ou prestação de serviços,

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293B. Cent. Estud., São Paulo, 28(2):235-300, mar./abr. 2004

Legislação

regidas pelo Direito Privado, inclusive as que envolvam obrigações irradiadas de contratos de prestaçãode serviços escolares, bancários e de fornecimento de água, gás, energia elétrica e telefonia.

Artigo 2º - Esta Resolução entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposiçõesem contrário.

(DOE, Poder Judic., Caderno 1, Parte I, de 3.3.2004, p. 2)_________________* A Emenda Constitucional n. 17/2004, está publicada na p. 268.

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PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE SÃO PAULO – Horário de Atendimento ao Público.Fixação e Disciplina. Alteração

PROVIMENTO CSM N. 840/2004

O Conselho Superior da Magistratura, no uso de suas atribuições legais,

Considerando que o horário de atendimento ao público, instituído nas unidades cartoráriaspelo Provimento n. 752/2001*, vem se mostrando insatisfatório,

Considerando a necessidade de dotar os ofícios judiciais do Estado de maior disponibilidadede tempo para consecução de suas tarefas, como decidido nos autos do Processo G n. 25.184/92,

Resolve:

Artigo 1º - Fica estabelecido, a título de experiência, por 6 (seis) meses, que o horário deatendimento ao público nos ofícios de justiça será das 13h às 19h, nos dias úteis.

Artigo 2º - Advogados e estagiários de Direito, desde que comprovem inscrição nos quadrosda Ordem dos Advogados do Brasil, exibindo carteira de identidade expedida por aquele órgão,serão atendidos, nos ofícios de justiça de primeira instância de todo o Estado, a partir das 11h.

Artigo 3º - Este Provimento entrará em vigor 15 (quinze) dias após a primeira publicação.

(DOE, Poder Judic., Caderno 1, Parte I, de 11.3.2004, p. 1)________________

* O Provimento CSM n. 752/01 está publicado no Boletim do Centro de Estudos, São Paulo, v. 25, n. 2, p. 197, mar./abr. 2001.

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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO – Mecanismos de Controle deNomeação e Atuação de peritos judiciais. Regulamentação. Alteração

PROVIMENTO CSM N. 842/2004

O Conselho Superior da Magistratura, no uso de suas atribuições legais,

Considerando a necessidade de aprimorar o controle de nomeações e da atuação de peritosjudiciais e outros profissionais técnicos nas Varas e correspondentes Ofícios de Justiça de todo o Estado.

Considerando a possibilidade de atuação conjunta entre os órgãos de classe e o Tribunal deJustiça na fiscalização da atuação dos profissionais técnicos que atuam com auxiliares do Juízo.

Resolve:

Artigo 1º - Alterar os artigos 9º e 10, do Provimento n. 797*, de 13 de março de 2003, osquais passam a vigorar com a seguinte redação:

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294 B. Cent. Estud., São Paulo, 28(2):235-300, mar./abr. 2004

Legislação

“Artigo 9º - Os ofícios de Justiça contarão com classificador para arquivamento obrigatóriode cópia de todas as guias de levantamento expedidas em favor dos profissionais mencionadosno artigo 1º.

Artigo 10 - Os documentos tratados no artigo 2º poderão ser substituídos por atestado decadastramento expedido pelos órgãos oficiais de classe a que pertençam os profissionaismencionados no artigo 1º, mediante prévio convênio a ser celebrado com o Tribunal deJustiça do Estado de São Paulo.”

Artigo 2º - Este Provimento entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas asdisposições em contrário.

(DOE, Poder Judic., Caderno 1, Parte I, de 31.3.2004, p. 1)________________

* O Provimento CSM n. 797/2003 está publicado no Boletim do Centro de Estudos, São Paulo, v. 27, n. 2, p. 298, mar./abr. 2003.

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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO – Setor de Conciliação em SegundoGrau de Jurisdição do Tribunal de Justiça. Criação

PROVIMENTO CSM N. 843/2004

O Conselho Superior da Magistratura, no uso de suas atribuições legais,

Considerando o número de recursos pendentes no Tribunal de Justiça, com prazo dedistribuição e julgamento estimado em mais de três anos;

Considerando que magistrados e integrantes de outras carreiras jurídicas, já aposentados,bem como professores universitários e advogados de reconhecida capacidade e experiência têmprestado relevante colaboração na solução amigável dos conflitos, na condição de conciliadores;

Considerando a necessidade de disseminar a cultura da conciliação, que propicia maiorrapidez na pacificação dos conflitos e não apenas na solução da lide, obtendo-se assim resultadoscom acentuada utilidade social, podendo ser tentada a qualquer tempo, conforme dispõe o artigo125, IV, do Código de Processo Civil;

Considerando, finalmente, os bons resultados obtidos com o Plano Piloto de Conciliação emSegundo Grau de Jurisdição instituído através do Provimento n. 783/2002, do Conselho Superiorda Magistratura e instalado em 26 de março de 2003;

Resolve:

Artigo 1º - Fica criado o Setor de Conciliação em Segundo Grau de Jurisdição do Tribunal deJustiça, com estrutura e atribuições descritas na Portaria n. 7.177/2004, desta data.

Artigo 2º - Para presidir as sessões de conciliação serão selecionados pela ComissãoSupervisora e designados pelo Presidente do Tribunal de Justiça, como conciliadores honorários,sem remuneração, magistrados, membros do Ministério Público e Procuradores do Estado, todosaposentados, além de professores universitários e advogados, todos com larga experiência,reconhecida capacidade e reputação ilibada, mantidos aqueles que já vinham atuando na faseexperimental – Plano Piloto de Conciliação em Segundo Grau.

Artigo 3º - As sessões de conciliação serão realizadas em locais a serem designados peloPresidente do Tribunal de Justiça, por proposta da Comissão Supervisora.

Artigo 4º - Recebido o processo e consultado o conciliador, serão designados dia e hora pararealização da sessão de conciliação cabendo ao Setor de Conciliação providenciar a convocaçãodas partes e de seus patronos.

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295B. Cent. Estud., São Paulo, 28(2):235-300, mar./abr. 2004

Legislação

Artigo 5º - O conciliador, as partes e seus advogados ficam submetidos à cláusula deconfidencialidade, que subscreverão no início dos trabalhos, devendo guardar sigilo a respeito doque for dito, exibido ou debatido na sessão, tais ocorrências não serão consideradas como provapara outros fins, que não os da conciliação.

Artigo 6º - Obtida a conciliação, será lavrado o respectivo termo, assinado pelas partes,pelos advogados e pelo conciliador, e submetido à homologação do Presidente do Tribunal ou, pordelegação deste, do Presidente da Seção a que corresponder o processo.

Artigo 7º - Frustrada a conciliação, o processo retornará à posição anterior em relação àexpectativa de distribuição.

Artigo 8º - Estabelecidos os critérios para a seleção dos processos que serão submetidos àconciliação, qualquer das partes, nos feitos nela não incluídos, poderá requerer, por escrito, arealização da tentativa de conciliação, nos moldes aqui estabelecidos.

Artigo 9º - Este Provimento entrará em vigor na data de sua publicação.

(DOE, Poder Judic., Caderno 1, Parte I, de 16.4.2004, p. 1)_______________

PRESIDENTE PRUDENTE – Vara das Execuções Criminais. Provimento CSM n. 799/2003.Revogação

PROVIMENTO CSM N. 846, DE 25 DE MARÇO DE 2004

O Conselho Superior da Magistratura, no uso de suas atribuições legais;

Considerando as circunstâncias excepcionais que temporariamente comprometeram osserviços da Vara das Execuções Criminais da Comarca de Presidente Prudente;

Considerando o decidido nos autos do Processo GG n. 28.236/89;

Resolve:

Artigo 1º - Fica revogado o Provimento n. 799, de 27 de março de 2003.

Artigo 2º - Esse Provimento entrará em vigor a partir da data de sua publicação.

(DOE, Poder Judic., Caderno 1, Parte I, de 1.4.2004, p. 1)_______________

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO – Regimento Interno. Alteração

ASSENTO REGIMENTAL N. 364/2004

O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, por seu Órgão Especial, no uso de suasatribuições, e tendo em vista o disposto no artigo 343 e seguintes do Regimento Interno,

Resolve:

Artigo 1º - O caput do artigo 501 do Regimento Interno passa a ter a seguinte redação:

“Artigo 501 - Compete aos Grupos civis ou criminais, conforme a natureza da matéria,processar e julgar originariamente os habeas corpus impetrados contra atos das câmaras dorespectivo grupo e de seus juízes, bem como do presidente da respectiva seção, quandooficie como juiz preparador de feitos da câmara.”

Artigo 2º - Este Assento entrará em vigor na data de sua publicação.

(DOE, Poder Judic., Caderno 1, Parte I, de 13.4.2004, p. 1)

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296 B. Cent. Estud., São Paulo, 28(2):235-300, mar./abr. 2004

Legislação

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO – Execução Penal. Vara de ExecuçõesCriminais da Comarca de Guarulhos. Descentralização

PROVIMENTO CSM N. 855/2004

Dispõe sobre a parcial e temporária suspensão de medidas que determinaram adescentralização dos serviços de execução penal pertinentes à Vara de ExecuçõesCriminais da Comarca de Guarulhos.

O Conselho Superior da Magistratura, no uso de suas atribuições legais;

Considerando as dificuldades estruturais e materiais que momentaneamente atingem a Varadas Execuções Criminais da Comarca de Guarulhos,

Considerando a necessidade de se dar trâmite regular aos processos de execução criminaldos reeducandos que cumprem pena nos regimes fechado e semi-aberto naquela Comarca,

Considerando que a nova estruturação da Vara das Execuções Criminais da Capital permiteum exame mais célere das execuções criminais,

Considerando que a medida propiciará uma melhor instalação da recém criada Vara dasExecuções Criminais da Comarca de Guarulhos,

Considerando, ainda, o decidido nos autos do Processo CG n. 960/2001:

Resolve:

Artigo 1º - Serão processadas na Vara das Execuções Criminais da Capital, provisoriamente,todas as execuções relativas aos reeducandos internados na Penitenciária “José Parada Neto” e noPresídio “Adriano Marrey”, situados na Comarca de Guarulhos.

Artigo 2º - Este Provimento entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas asdisposições em contrário.

(DOE, Poder Judic., Caderno 1, Parte I, de 15.4.2004, p. 1)_______________

ASSISTENTES SOCIAIS E PSICÓLOGOS – Corregedoria Geral da Justiça do Estado deSão Paulo. Normas de Serviço. Alteração

PROVIMENTO CGJ N. 7/2004

O Corregedor Geral da Justiça, Desembargador José Mário Antonio Cardinale, no exercíciode suas atribuições legais e regulamentares,

Considerando a necessidade de atualizar as Normas de Serviço da Corregedoria Geral da Justiça,adequando-as à realidade atual onde prestado serviço pelos Assistentes Sociais e Psicólogos Judiciários,

Considerando a edição do Provimento CSM n. 838/2004,

Considerando o decidido no Protocolado CG n. 7647/2003 - DEGE 1.3.,

Resolve:

Artigo 1º - A Subseção I, da Seção IV, do Capítulo XI (Do Serviço Social e de Psicologia)passa a ter a seguinte redação:

“24. Os assistentes sociais e os psicólogos executarão suas atividades profissionais junto àsVaras da Infância e da Juventude, de Família e das Sucessões, e Varas (Únicas, Cumulativasou Cíveis) que tenham jurisdição em matéria de Família e das Sucessões, cumulativamenteou não.

24.1. Compete à equipe interprofissional fornecer subsídios por escrito mediante laudos, ouverbalmente, na audiência, e bem assim desenvolver trabalhos de aconselhamento, orientação,

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297B. Cent. Estud., São Paulo, 28(2):235-300, mar./abr. 2004

Legislação

encaminhamento, prevenção e outras, tudo sob a imediata subordinação à autoridadejudiciária, assegurada a livre manifestação do ponto de vista técnico.

24.2. Pelos atos praticados nos processos, os assistentes sociais e psicólogos responderãoperante o juiz do feito. Ficarão, porém, disciplinarmente subordinados ao Juiz CorregedorPermanente da Vara onde lotados, do Juiz Corregedor Permanente designado pela Presidênciaquando lotados em Setor que atenda diversas Varas cumulativamente, ou do Juiz Diretor doFórum quando lotados na Diretoria.

24.3. Os serviços atinentes a questões de família e infância e juventude, a cumprir mediantecarta precatória, serão atendidos pelos técnicos com posto de trabalho no Juízo, Comarca ouCircunscrição Judiciária para onde for distribuída.

24.4. Os técnicos assinarão ponto diariamente nas Varas, Diretorias ou Setores em queestiverem lotados.

24.5. Os assistentes sociais e psicólogos designados nas Comarcas-Sede do interior do Estadodevem servir, também, às demais Comarcas da mesma Circunscrição que não contarem comquadro próprio desses profissionais, mediante prévia solicitação do Juiz do feito ao Juiz deDireito Corregedor Permanente do Técnico.

25. Os processos relativos à matéria afeta a família e sucessões serão atendidos pelos assistentessociais e pelos psicólogos especialmente designados para tal mister pelo Juiz CorregedorPermanente onde estiverem eles designados. Caso existam Técnicos lotados na Vara daInfância e da Juventude e na Diretoria, serão designados os Técnicos lotados na Diretoria.

25.1. A distribuição entre os técnicos de cada setor será feita respectivamente pelo seuAssistente Social-Chefe e pelo seu Psicólogo-Chefe em cada processo, salvo quando houverdesignação pessoal pelo juiz da causa.

26. Nos processos afetos às matérias relativas a infância e juventude e família e sucessões,ressalvados os casos de assistência judiciária, poderá ser determinado pelo Juiz da causa odepósito de valor até 5 (cinco) unidades das despesas de condução dos oficiais de justiça,vigentes na época, para a cobertura das despesas e transporte do técnico, desde que sejamsuficientemente justificadas. O requerente do laudo, ou o autor, no caso de determinação deofício ou a requerimento do Ministério Público, será intimado a depositar esse valor emconta com atualização monetária em estabelecimento competente (Banco Nossa Caixa S.A.).

26.1. O juiz do feito poderá fixar valor superior ao limite constante no item anterior,considerando a peculiaridade de cada caso concreto.

26.2. O técnico não receberá mandado ou processo para diligência sem o depósito fixadonos termos do item 26 e subitem 26.1, o qual será levantado, com a atualização produzida,mediante autorização judicial, após o oferecimento do laudo.

27. Os setores técnicos de Serviço Social e de Psicologia apresentarão anualmente ao seuJuiz Corregedor Permanente o relatório de suas atividades, com avaliação do trabalho realizadoe proposta de medidas complementares.

28. Os assistentes sociais e os psicólogos darão plantões diários, de segundas às sextas-feiras, no horário das 13 às 18 horas, no próprio recinto de cada Foro, ou onde designado,para atendimento e orientação dos interessados encaminhados pelas Varas com competênciapara matérias relativas à Infância e Juventude e de Família e das Sucessões.

28.1. A designação dos plantonistas será feita mediante escala elaborada pelos chefes doscompetentes setores técnicos, submetida à aprovação do Juiz Corregedor Permanente.”

Artigo 2º - Este Provimento entrará em vigor na data de sua publicação, ficando revogadasas disposições em contrário.

(DOE, Poder Judic., Caderno 1, Parte I, de 15.4.2004, p. 2)_______________

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298 B. Cent. Estud., São Paulo, 28(2):235-300, mar./abr. 2004

Legislação

SEGUNDO TRIBUNAL DE ALÇADA CIVIL DO ESTADO DE SÃO PAULO – Distribuição.Regimento Interno. Alteração

RESOLUÇÃO 2º TACIV/SP N. 1/2004

O Plenário do Segundo Tribunal de Alçada Civil, em Sessão realizada em 13 de abril de2004, no uso das atribuições que lhe confere a alínea “a” do artigo 7º do Regimento Interno,

Resolve:

Artigo 1° - Alterar o artigo 59 do Regimento Interno, parágrafos 4º e 5º, que passam avigorar com a seguinte redação:

“Artigo 59 - A distribuição será feita por processamento eletrônico de dados, preparado deforma a impedir que seja dirigida ou previsível.

(...)

§ 4º - Serão distribuídos imediatamente:

(...)

m) os recursos de apelação de sentença que extinguir a ação antes de formada a relaçãoprocessual.

§ 5º - Todavia terão preferência na distribuição geral:

(...)

c) o recurso de ofício ou a remessa necessária, se não houver também apelação.

d) em caráter excepcional, outros processos conforme deliberação do Plenário.”

Artigo 2° - Esta Resolução entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposiçõesem contrário.

(DOE, Poder Judic., Caderno 1, Parte I, de 15.4.2004, p.124)

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SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL – Prática de Atos Processuais. Correio Eletrônico. Uso.Permissão. E-STF. Instituição

RESOLUÇÃO STF N. 287, DE 14 DE ABRIL DE 2004

Institui o e-STF, sistema que permite o uso de correio eletrônico para a prática de atosprocessuais, no âmbito do Supremo Tribunal Federal.

O Presidente do Supremo Tribunal Federal, no uso das atribuições que lhe confere o artigo13, XVII, combinado com o artigo 363, I, do Regimento Interno, e tendo em vista o decidido naSessão Administrativa do dia 25 de março de 2004, Processo Administrativo n. 285.293, assimcomo o disposto na Lei n. 9.800, de 26 de maio de 1999,

Resolve:

Artigo 1º - Fica instituído no âmbito do Supremo Tribunal Federal o e-STF, sistema detransmissão de dados e imagens, tipo correio eletrônico, para a prática de atos processuais, nostermos e condições previstos na Lei n. 9.800, de 26 de maio de 1999.

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299B. Cent. Estud., São Paulo, 28(2):235-300, mar./abr. 2004

Legislação

Artigo 2º O acesso ao e-STF dá-se por meio da página do Supremo Tribunal Federal nainternet, endereço eletrônico <www.stf.gov.br>, com utilização facultada aos advogados previamentecadastrados e sujeita às regras e condições do serviço constantes do manual do usuário, tambémdisponível nesse sítio.

§ 1º - O interessado deverá cadastrar-se no e-STF e, em seguida, registrar sua senha desegurança, que deverá ser pessoal e sigilosa, assegurando a remessa identificada das petições edos documentos.

§ 2º - As petições eletrônicas enviadas deverão, obrigatoriamente e sob pena de não-recebimento, ser gravadas em um dos seguintes formatos: doc (Microsoft Word), rtf (rich textformat), jpg (arquivos de imagens digitalizadas), pdf (portable document format), tiff (tagged imagefile), gif (graphics interchange file) e htm (hypertext markup language).

Artigo 3º - As petições e os documentos enviados serão impressos e protocolados de formadigital pela Coordenadoria de Registros e Informações Processuais durante o horário de atendimentoao público, das 11h às 19h, nos dias úteis, sendo que os expedientes encaminhados após as 19hsomente serão protocolados no dia útil subseqüente.

§ 1º - É de inteira responsabilidade do remetente o teor e a integridade dos arquivos enviados,assim como a observância dos prazos.

§ 2º - A tempestividade da petição será aferida pela data e hora de recebimento dos dadospelo sistema, observando-se, rigorosamente, o limite de horário para o protocolo de petiçõesestabelecido no caput.

§ 3º Não será considerado, para efeito de tempestividade, o horário da conexão do usuário,o momento do acesso à página do Tribunal na internet ou qualquer outra referência de evento.

§ 4º - Os arquivos recebidos em desacordo com os formatos estabelecidos nesta Resolução ouque estejam, no todo ou em parte, incompletos ou danificados, por qualquer eventualidade técnica,não serão protocolados, cabendo ao interessado acompanhar o seu completo recebimento pelo sistema.

§ 5º - A simples remessa do arquivo pelo sistema não assegura seu protocolo, cuja efetivaçãodependerá de cumprimento das formalidades previstas nesta Resolução.

§ 6º - O Tribunal exime-se de qualquer falha técnica na comunicação e no acesso ao seuprovedor ou à página do STF na internet, cabendo ao interessado a verificação da integridade dorecebimento dos dados.

Artigo 4º - Deverão acompanhar a petição, em arquivos digitais, os documentos que obriga-toriamente a complementam.

Artigo 5º - A utilização do sistema não desobrigará o usuário de protocolar os originais,devidamente assinados, junto à Seção de Protocolo e Informações Processuais do STF, no prazo econdições previstos no artigo 2º e parágrafo único da Lei n. 9.800/99.

§ 1º - A Coordenadoria de Registros e Informações Processuais lançará certidão com a data,a hora do recebimento e o protocolo da petição eletrônica na petição original e nos documentosque a acompanham, assim como verificará a perfeita semelhança entre esta e os originais recebidosposteriormente.

§ 2º - O não-encaminhamento dos originais implicará o arquivamento da via eletrônica dapetição, competindo à Coordenadoria de Registros e Informações Processuais certificar, nosrespectivos autos, tal ocorrência.

§ 3º Deverão ser juntadas aos autos apenas as peças originais, acompanhadas das certidõesrelacionadas ao uso do sistema e-STF, arquivando-se em meio magnético no ambiente informatizadodo Supremo Tribunal Federal a petição eletrônica e seus anexos.

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300 B. Cent. Estud., São Paulo, 28(2):235-300, mar./abr. 2004

Legislação

Artigo 6º - Eventuais casos omissos serão decididos pelo órgão julgador competente.

Artigo 7º - Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

(DJU, Seção 1, de 16.4.2004, p. 1)

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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO – Prestação de Caução Substitutiva.Provimento n. 55/2003. Alteração

PROVIMENTO TJSP N. 62/2004

Altera a redação do artigo 15 do Provimento 55/2003.

O Desembargador Luiz Elias Tâmbara, Presidente do Tribunal de Justiça do Estado de SãoPaulo, no uso de suas atribuições legais,

Considerando o exposto, requerido e decidido nos autos do Processo n. 510/2003.

Resolve:

Artigo 1º - Fica alterada a redação do artigo 15 do Provimento n. 55/2003, acrescentandonovo parágrafo, nos seguintes termos:

“§ 4º - o Tribunal de Justiça poderá, conforme as peculiaridades concretas de cada certame,quando ausente o preenchimento dos índices previstos no parágrafo 1º, exigir a prestação decaução substitutiva, demonstrada sempre a insuficiência do capital e/ou patrimônio líquidodo licitante.”

Artigo 2º - Este Provimento entrará em vigor na data de sua publicação.

(DOE, Poder Judic., Caderno 1, Parte I, de 19.4.2004, p. 1)

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301B. Cent. Estud., São Paulo, 28(2):301-302, mar./abr. 2004

Índice

Índice remissivo da legislação( E= Ementa e I = Íntegra - volume 28, número 2, mar./abr. 2004)

LEGISLAÇÃO FEDERAL

Emenda Constitucional n. 43, de 15.4.2004 (E) . 28(20):235

Lei n. 10.843, de 27.2.2004 (I) ............................. 28(2):235Lei n. 10.848, de 15.3.2004 (E) ............................ 28(2):236Lei n. 10.865, de 30.4.2004 (I) ............................. 28(2):236

Medida Provisória n. 174, de 18.3.2004 (I) .......... 28(2):262Medida Provisória n. 179, de 1º.4.2004 (E) .......... 28(2):262Medida Provisória n. 182, de 29.4.2004 (I) .......... 28(2):263

Decreto n. 5.010, de 9.3.2004 (I) .......................... 28(2):263Decreto n. 5.014, de 12.3.2004 (I) ........................ 28(2):264Decreto n. 5.061, de 30.4.2004 (I) ........................ 28(2):265

Protocolo ICMS n. 19, de 2.4.2004 (I) ................. 28(2):266

LEGISLAÇÃO ESTADUAL

Emenda Constitucional n. 17, de 2.3.2004 (I) .... 28(20):268Emenda Constitucional n. 18, de 30.3.2004 (I) .. 28(20):268Emenda Constitucional n. 19, de 14.4.2004 (I) .. 28(20):269

Decreto n. 48.529, de 9.3.2004 (E) ....................... 28(2):270Decreto n. 48.530, de 9.3.2004 (E) ....................... 28(2):270Decreto n. 48.532, de 9.3.2004 (E) ....................... 28(2):270Decreto n. 48.533, de 9.3.2004 (E) ....................... 28(2):270Decreto n. 48.534, de 9.3.2004 (I) ........................ 28(2):271Decreto n. 48.566, de 25.3.2004 (I) ...................... 28(2):272Decreto n. 48.580, de 1º.4.2004 (I) ....................... 28(2):273

Instrução UCRH n. 1, de 5.3.2004 (I) .................. 28(2):274Portaria CAT n. 14, de 19.3.2004 (E) ................... 28(2):276Portaria CAT n. 22, de 31.3.2004 (E) ................... 28(2):281

Portaria Normativa Procon n. 6, de 14.6.2000 (I) 28(2):276

Resolução CC n. 33, de 8.4.2004 (I) ..................... 28(2):283Resolução CC s/n., de 8.4.2004 (I) ....................... 28(2):285Resolução SAP n. 45, de ??.?.2004 (I) .................. 28(2):282Resolução SF/APE n. 204, de 18.3.2004 (E) ........ 28(2):275

PGE

Portaria Conjunta CAT/Sub-G n. 1, de 5.3.2004 (I) ................................................... 28(2):286Portaria Conjunta PGE/SMA n. 1, de 22.3.2004 (E) ................................................ 28(2):291Portaria PR-3 G n. 7, de 31.3.2004 (E) ................ 28(2):291Portaria PR-12 G n. 6, de 28.4.2004 (E) .............. 28(2):291

Resolução PGE n. 3, de 1º.3.2004 (I) ................... 28(2):286Resolução PGE n. 5, de 17.3.2004 (I) .................. 28(2):290

PODER JUDICIÁRIO

Assento Regimental n. 364/2004 (I) ..................... 28(2):295

Provimento CGJ n. 4/2004 (I) .............................. 28(2):292Provimento CGJ n. 7/2004 (I) .............................. 28(2):296Provimento CSM n. 840/2004 (I) ......................... 28(2):293Provimento CSM n. 842/2004 (I) ......................... 28(2):293Provimento CSM n. 843/2004 (I) ......................... 28(2):294Provimento CSM n. 846/2004 (I) ......................... 28(2):295Provimento CSM n. 855/2004 (I) ......................... 28(2):296Provimento TJSP n. 62/2004 (I) ........................... 28(2):300

Resolução STF n. 287, de 14.4.2004 (I) ............... 28(2):298Resolução TJSP n. 169/2004 (I) ........................... 28(2):292Resolução 2ºTACiv/SP n. 1/2004 (I) .................... 28(2):298

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302 B. Cent. Estud., São Paulo, 28(2):301-302, mar./abr. 2004

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