Modelo Tributário Modelo Tributário Brasileiro:Brasileiro:

Histórico e Histórico e Determinantes da Determinantes da Competição TributáriaCompetição Tributária

CoordenaçãoCoordenação--Geral de Política TributáriaGeral de Política Tributária

Competição Tributária e Competição Tributária e Desenvolvimento EconômicoDesenvolvimento Econômico

ÉÉ a competia competiçãção tributo tributáária instrumento ria instrumento leglegíítimo para se alcantimo para se alcanççar o ar o desenvolvimento econdesenvolvimento econôômico regional? mico regional?

ÉÉ posspossíível um pavel um paíís estabelecer s estabelecer desenvolvimento econdesenvolvimento econôômico sustentmico sustentáável vel baseado em uma polbaseado em uma políítica de conflito tica de conflito federativo interno?federativo interno?

Teoria das Finanças PúblicasTeoria das Finanças Públicas

Necessidade de intervenção do Estado na Necessidade de intervenção do Estado na economiaeconomia:: Consenso Consenso

–– correção das falhas de mercado e persecução das correção das falhas de mercado e persecução das metas macroeconômicas e metas macroeconômicas e redistributivasredistributivas..

Forma de intervençãoForma de intervenção:: DissensoDissenso–– Setor Público deve agir similarmente ao privado => Setor Público deve agir similarmente ao privado =>

competição leva à eficiência econômicacompetição leva à eficiência econômica–– Competição entre governos gera distorção econômica Competição entre governos gera distorção econômica

=> => subprovisãosubprovisão de bens e serviços públicos.de bens e serviços públicos.

Corrente PróCorrente Pró--CompetiçãoCompetição

Modelo de Modelo de TieboutTiebout (1956):(1956): quando os quando os eleitores escolhem o estado em que vão eleitores escolhem o estado em que vão residir, revelam sua combinação preferida residir, revelam sua combinação preferida de impostos e bens públicos (de impostos e bens públicos (votingvoting withwithoneone´s ´s feetfeet).).

Descentralização governamental atua Descentralização governamental atua como uma “mão invisível” no setor público como uma “mão invisível” no setor público => alocação econômica eficiente.=> alocação econômica eficiente.

Corrente Contra a CompetiçãoCorrente Contra a Competição

Moderna Teoria Econômica (a partir dos anos Moderna Teoria Econômica (a partir dos anos 80):80): ambiente de globalização e ocorrência ambiente de globalização e ocorrência de competição tributária internacionalde competição tributária internacional

Críticas ao Modelo de Críticas ao Modelo de TieboutTiebout:: agentes agentes econômicos não têm mobilidade perfeita; econômicos não têm mobilidade perfeita; agentes governamentais não agem em agentes governamentais não agem em competição perfeita => jogo estratégico competição perfeita => jogo estratégico entre governos e setor privado.entre governos e setor privado.

CT e CT e ExternalidadeExternalidade

Posição atual:Posição atual: a Competição Tributária é a Competição Tributária é um tipo de um tipo de externalidadeexternalidade e assim deve ser e assim deve ser tratada;tratada;

MintzMintz e e TulkensTulkens (1986):(1986): “ Existe CT “ Existe CT quando as decisões fiscais de um governo afetam quando as decisões fiscais de um governo afetam as receitas tributárias de outros governos. Cada as receitas tributárias de outros governos. Cada governo tem a possibilidade de modificar o governo tem a possibilidade de modificar o tamanho de sua base tributária às custas (ou em tamanho de sua base tributária às custas (ou em benefício) dos seus vizinhos.”benefício) dos seus vizinhos.”

Competição Tributária e Competição Tributária e Federalismo NãoFederalismo Não--CooperativoCooperativo

O grande problema do ambiente O grande problema do ambiente federativo competitivo é que os federativo competitivo é que os estados não levam em estados não levam em consideração, quando decidem consideração, quando decidem questões de política tributária, o questões de política tributária, o benefício ou malefício impostos benefício ou malefício impostos sobre outros estados.sobre outros estados.

Competição Tributária e Competição Tributária e Federalismo NãoFederalismo Não--CooperativoCooperativo

Mesmo que cada governo esteja agindo Mesmo que cada governo esteja agindo em prol de seus próprios cidadãos, em prol de seus próprios cidadãos, nenhum estará se preocupando com nenhum estará se preocupando com os benefícios ou malefícios que os benefícios ou malefícios que impõem sobre os cidadãos de outros impõem sobre os cidadãos de outros governos. governos.

Em conseqüência, a decisão econômica Em conseqüência, a decisão econômica será ineficiente e o bemserá ineficiente e o bem--estar estará estar estará em nível abaixo do ótimo social.em nível abaixo do ótimo social.

Principais Principais ExternalidadesExternalidades

Modelo de Modelo de GordonGordon (1993):(1993):

•• exportação de tributos;exportação de tributos;•• efeitos efeitos redistributivosredistributivos;;•• efeitos sobre o congestionamento;efeitos sobre o congestionamento;•• impactos sobre a arrecadação;impactos sobre a arrecadação;•• impactos sobre os custos públicos; eimpactos sobre os custos públicos; e•• impactos sobre os termos de trocaimpactos sobre os termos de troca..

ExternalidadesExternalidades SecundáriasSecundárias

Modelo de Modelo de KeenKeen e Marchand (1997):e Marchand (1997):

A competição tributária não gera apenas um A competição tributária não gera apenas um nível ineficiente de gastos públicos, mas nível ineficiente de gastos públicos, mas também ineficiência em sua composição.também ineficiência em sua composição.

Resultado: governos passam a despender mais Resultado: governos passam a despender mais recursos nos gastos com a produção (infrarecursos nos gastos com a produção (infra--estrutura) do que nos gastos com o consumo estrutura) do que nos gastos com o consumo (área social, parques, bibliotecas).(área social, parques, bibliotecas).

CT CT –– Evidências EmpíricasEvidências Empíricas

Tributação do Consumo:Tributação do Consumo:–– crosscross--frontierfrontier shoppingshopping, comércio eletrônico, comércio eletrônico

Tributação da Renda da Pessoa Física:Tributação da Renda da Pessoa Física:–– regressividaderegressividade da tributação, dada a maior da tributação, dada a maior

mobilidade dos indivíduos de alta rendamobilidade dos indivíduos de alta renda

Tributação da Renda da Pessoa Jurídica:Tributação da Renda da Pessoa Jurídica:–– paraísos fiscais, lavagem de dinheiro, atração paraísos fiscais, lavagem de dinheiro, atração

desonesta de investimentos diretos desonesta de investimentos diretos

CT no Brasil CT no Brasil ––Fatores EstruturaisFatores Estruturais

RT 66RT 66

Introdução de dois IVAs em níveis governamentais distintos => competição pela mesma capacidade contributiva (CT Vertical)

Concessão do principal IVA aos governos subnacionais com adoção do regime da origem (CT Horizontal)

CT no Brasil CT no Brasil ––Fatores EstruturaisFatores Estruturais

Falta de fórum técnico adequado para Falta de fórum técnico adequado para a resolução dos conflitos federativos a resolução dos conflitos federativos (LC 24/75)(LC 24/75)

Nó cego Nó cego quanto ao pacto federativo, quanto ao pacto federativo, ààautonomia estadual, autonomia estadual, àà competicompetiçãção o tributtributáária interna e, especialmente, ria interna e, especialmente, ààtranspartransparêência e simplicidade do ncia e simplicidade do sistema tributsistema tributáário para o cidadrio para o cidadãão. o.

CT no Brasil CT no Brasil ––Fatores EstruturaisFatores Estruturais

Evidências de CT já no início dos anos 70Evidências de CT já no início dos anos 70

Simonsen: Simonsen: “O“Os Estados continuavam a tributar s Estados continuavam a tributar os residentes em outras unidades da federaos residentes em outras unidades da federaçãção. o. Essa possibilidade de transferir tributos via ICM Essa possibilidade de transferir tributos via ICM interestadual acabou gerando as guerras de interestadual acabou gerando as guerras de isenisençõções entre estados, para atrair indes entre estados, para atrair indúústrias strias para o seu territpara o seu territóório, o mesmo problema que jrio, o mesmo problema que jááhavia surgido sob a havia surgido sob a éégide do IVC da CF/46.Todos gide do IVC da CF/46.Todos esses conflitos, de fato, espelhavam um sistema esses conflitos, de fato, espelhavam um sistema tributtributáário desafinado com o princrio desafinado com o princíípio federativo.pio federativo.””

CT no Brasil CT no Brasil -- Anos 70 e 80Anos 70 e 80

CondicionantesCondicionantes

ResultadosResultados

• Crises externas • Crise fiscal da União/Estaduais

• Política Tributária focada em aumento de arrecadação => entretanto, houve estagnação da Carga Tributária

• Estagflação

• Financiamento via endividamento (impostos maiores no futuro)

Constituição de 1988Constituição de 1988

Não promove mudanças estruturais no STBNão promove mudanças estruturais no STB

Repasse de receitas a Estados e Municípios Repasse de receitas a Estados e Municípios sem a respectiva transferência de gastossem a respectiva transferência de gastos

Agrava a crise fiscal da União => FSE/FEFAgrava a crise fiscal da União => FSE/FEF

Aumenta conflitos federativos => política Aumenta conflitos federativos => política de aumento de arrecadação por tributos de aumento de arrecadação por tributos nãonão--partilháveispartilháveis

Anos 90 Anos 90 ––Fatores ConjunturaisFatores Conjunturais(Explicam o aumento da CT a partir do início dos (Explicam o aumento da CT a partir do início dos

anos 90)anos 90)

–– Ampliação paulatina da autonomia estadual Ampliação paulatina da autonomia estadual (anos 80 e pós/CF 88);(anos 80 e pós/CF 88);

–– Disputa pelo novo surto de investimentos Disputa pelo novo surto de investimentos estrangeiros e nacionais; eestrangeiros e nacionais; e

–– Crise financeira estadual (paradoxo).Crise financeira estadual (paradoxo).

CT CT -- ResultadosResultados

Utilização da Política Tributária como substituta da Utilização da Política Tributária como substituta da Política Industrial e de Desenvolvimento RegionalPolítica Industrial e de Desenvolvimento Regional

Erros de Sinalização EconômicaErros de Sinalização Econômica: : –– divergência entre objetivos macroeconômicos divergência entre objetivos macroeconômicos

nacionais e estaduais;nacionais e estaduais;–– divergência entre estratégias de divergência entre estratégias de

desenvolvimento de curto e longo prazos;desenvolvimento de curto e longo prazos;–– impacto na formação de preços de mercado.impacto na formação de preços de mercado.

Impactos da CTImpactos da CT(perdedores e ganhadores nos (perdedores e ganhadores nos regimes de origem/destino)regimes de origem/destino)

G/GG/GG/GG/GG/GG/GG/GG/GOutro PaísOutro País

G/GG/GP/PP/PX/PX/PP/PP/PEstado BEstado B(blefe)(blefe)

G/GG/GG/PG/PP/XP/XP/PP/PEstado AEstado A

EmpresaEmpresaEstado BEstado BEstado AEstado AFederaçãoFederaçãoDestino do Destino do IEDIED

CT CT -- ResultadosResultados

A Federação sempre perde bemA Federação sempre perde bem--estar;estar;

O Estado A geralmente perde, caso não tome O Estado A geralmente perde, caso não tome contracontra--medidas. Se tomar, melhora de posição, o medidas. Se tomar, melhora de posição, o que alimenta a competição tributária;que alimenta a competição tributária;

O Estado B ganha no regime de origem e perde O Estado B ganha no regime de origem e perde no de destino; ganha quando a Federação ganha no de destino; ganha quando a Federação ganha e perde quando acredita no blefe do empresário;e perde quando acredita no blefe do empresário;

O capital privado sempre ganha, ou seja, é o O capital privado sempre ganha, ou seja, é o agente que está em melhor posição no jogo.agente que está em melhor posição no jogo.

CT CT -- ResultadosResultados

Jogo competitivo de soma negativa Jogo competitivo de soma negativa para a federação;para a federação;

Deturpação do verdadeiro fim da Deturpação do verdadeiro fim da política tributária => arrecadação e política tributária => arrecadação e neutralidade;neutralidade;

Baixa transparência social (inexistência Baixa transparência social (inexistência de estudos de custode estudos de custo--benefício).benefício).

ConclusõesConclusões

A RT deve perseguir um único objetivo: A RT deve perseguir um único objetivo: a construção de um ST que propicie o a construção de um ST que propicie o adequado financiamento do Estado, adequado financiamento do Estado, com a menor distorção econômica com a menor distorção econômica possível, e respeitando os princípios da possível, e respeitando os princípios da economicidade, simplicidade, economicidade, simplicidade, factibilidadefactibilidade e neutralidadee neutralidade..

ConclusõesConclusões

A CT fere todos esses princípios e, por isso, A CT fere todos esses princípios e, por isso, enquanto não for devidamente enfrentada, enquanto não for devidamente enfrentada, enganaengana--se quem achar que, mediante esse se quem achar que, mediante esse instrumento, estaremos caminhando para a instrumento, estaremos caminhando para a minimização das diferenças regionais.minimização das diferenças regionais.

Não há crescimento econômico sustentável Não há crescimento econômico sustentável quando o federalismo fiscal não busca o quando o federalismo fiscal não busca o cooperativismo.cooperativismo.

Tributação X IsençãoTributação X Isenção

A tributação se justifica quando a utilização A tributação se justifica quando a utilização pública dos recursos supera, em utilidade, pública dos recursos supera, em utilidade, a aplicação privada dos mesmos recursos.a aplicação privada dos mesmos recursos.

Se isso é verdade, há mérito na tributação Se isso é verdade, há mérito na tributação e nada justifica a concessão desses e nada justifica a concessão desses recursos ao setor privado;recursos ao setor privado;

Se isso não é verdade e não há mérito na Se isso não é verdade e não há mérito na tributação, devetributação, deve--se, então, ao invés de se, então, ao invés de isentar, se extinguir o tributo.isentar, se extinguir o tributo.

Tributação X IsençãoTributação X Isenção

O que se deseja no Brasil, hoje, não é o O que se deseja no Brasil, hoje, não é o Poder de Tributar mas o Poder de IsentarPoder de Tributar mas o Poder de Isentar..

Isso significa, portanto, abrir mão de maior Isso significa, portanto, abrir mão de maior utilidade de recursos aplicados utilidade de recursos aplicados publicamente para privilegiar, com menor publicamente para privilegiar, com menor utilidade, a aplicação privada dos recursos. utilidade, a aplicação privada dos recursos.

Em outras palavras, Em outras palavras, CT significa uma CT significa uma política sem mérito algumpolítica sem mérito algum..