modelo de previsão de inflação utilizando o modelo var

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  • MODELO DE PREVISO DE INFLAO UTILIZANDO O MODELO

    VAR (VETOR AUTORREGRESSIVO)

    Kennedy Carvalho Lopes1

    Universidade Federal da Paraba

    [email protected]

    O controle da inflao um dos mais importantes objetivos da politica monetria, por isso,

    prever o comportamento futuro da inflao de primordial importncia para a determinao

    da melhor politica a ser adotada pelo BCB. Assim, este artigo, inicialmente, tem como

    objetivo analisar a capacidade dos modelos VAR (Vetores Autorregressivo) de fornecer uma

    boa previso da inflao brasileira. As variveis analisadas neste estudo foram: a Inflao

    medida pelo IPCA, a taxa de juros medida pela Selic, a taxa de cmbio e o agregado

    monetrio (M1). Estas variveis esto entre as variveis utiliza pelo BCB para prever a taxa

    de inflao futura. Os dados foram coletados no perodo de janeiro de 2000 a dezembro de

    2010, sendo que a previso da inflao foi para o perodo de janeiro de 2010 a dezembro de

    2010. Os resultados encontrados mostram que o modelo VAR uma excelente ferramenta

    para prever a inflao futura, alm de mostrar como os choques em uma das variveis

    analisadas afeta o comportamento das outras variveis e o tempo de durao destes choques.

    Palavras Chaves: Macroeconomia, Modelo VAR, Previso de Inflao.

    1. INTRODUO

    A inflao foi um dos maiores desafios que a economia brasileira enfrentou no sculo

    xx, em especial aps a dcada de 1950 e principalmente nas dcadas de 80 e 90. Neste

    perodo, vrios foram os planos econmicos que tiveram como objetivo combater a inflao,

    tendo alguns por um perodo muito curto conseguido debelar o processo inflacionrio

    brasileiro, mas logo a inflao voltava com mais fora. Porm, em meados dos anos 90, com a

    implantao do Plano Real o Brasil conseguiu finalmente controlar a inflao.

    Aps mais de uma dcada de sua implementao, o Plano Real mostrou-se

    extremamente eficaz na estabilizao do nvel geral de preos. Institudo em 1994, reduziu

    abruptamente a inflao com taxas superiores a 1.000% ao ano para menos de 20% em um

    1 Mestrando em Economia do PPGE/ UFPB.

  • curto perodo de tempo, e sem grandes rupturas. Na vspera de seu advento, a taxa de inflao

    ultrapassou 40% ao ms.

    Em meados de 1999, aps um forte ataque especulativo, que culminou com uma

    grande desvalorizao cambial, o Brasil passou a adotar o regime de metas de inflao.

    Segundo CHAN (2009) a autoridade monetria, aps a implementao do regime de metas de

    inflao, deve compreender a dinmica da inflao passada para realizar previses

    inflacionrias apuradas e tomar decises de poltica monetria que faam com que a inflao

    atinja a meta de inflao estabelecida dentro do horizonte de poltica monetria, sendo de

    fundamental importncia conhecer todas as variveis que afetam a inflao.

    No regime de metas de inflao, o Banco Central se compromete a atuar de forma a

    garantir que a inflao observada esteja em linha com uma meta pr-estabelecida, no caso

    brasileiro, inicialmente a meta de inflao foi de 8% ao ano em 1999, com uma banda de 2

    pontos percentuais para cima ou para baixo. Nos anos seguintes a meta foi diminuindo e hoje

    a meta de inflao de 4,5% ao ano com 2 pontos percentuais para cima ou para baixo.

    CHAN (2009) afirma que h trs tipos de modelos de sries temporais que so

    utilizados no processo de previso da inflao no curto prazo: os modelos de sries temporais

    univariados, o modelo estrutural e o modelo de srie temporal multivariado. Os modelos de

    sries temporais univariados so basicamente modelos economtricos. Alguns exemplos desse

    tipo de modelo so: o modelo NAIVE, ARIMA e GARCH. O modelo estrutural baseado na

    teoria econmica, um dos exemplos desse tipo de modelo a Curva de Phillips. Por ltimo, o

    modelo multivariado VAR.

    O Banco Central do Brasil, assim como a grande maioria de seus pares internacionais,

    utiliza modelos VAR como instrumento de anlise e, principalmente, de previso de inflao

    desde a implementao do regime de metas para a inflao, em junho de 1999. As

    informaes proporcionadas pelos modelos VAR, juntamente s geradas por outras

    ferramentas economtricas, constituem insumos importantes para o processo decisrio do

    Comit de Poltica Monetria (Copom). Dessa forma, e considerando que o sistema

    econmico dinmico, os modelos utilizados nas previses de inflao do Banco Central

    esto constantemente sujeitos a aprimoramentos.

    Assim, o principal objetivo desse trabalho analisar a capacidade do modelo VAR de

    fornecer uma boa previso da inflao brasileira. Para isso, o trabalho alm de sua Introduo

    est dividido em quatro sees. Na segunda seo apresentada a reviso da literatura. Na

    seo seguinte detalhada a metodologia de pesquisa. Na quarta seo so analisados os

    resultados da pesquisa e na ltima seo so apresentadas as consideraes finais do trabalho.

  • 2. REVISO DA LITERATURA

    A Metodologia de Vetores Auto Regressivos (VAR) uma abordagem bastante

    utilizada na anlise de questes macroeconmicas e tambm utilizada em estudos

    relacionados a finanas corporativas e a mercados financeiros. (ONO et al, 2005; ABRAS,

    1999).

    Sims (1980) introduziu o modelo de vetores autorregressivos como alternativa aos

    modelos macroeconmicos estruturais, que eram formados, em sua maioria, por uma grande

    quantidade de equaes que apresentavam restries tericas difceis de serem testadas e que

    resultavam em previses inacuradas.2 Tendo funcionamento simples e previses avaliadas

    como bem-sucedidas, os modelos VAR tiveram boa aceitao no mundo acadmico.3

    A ideia era desenvolver modelos dinmicos com o mnimo de restries, nos quais

    todas as variveis econmicas fossem tratadas como endgenas. Sendo assim, os modelos

    VAR so sistemas de equaes simultneas que capturam a existncia de relaes de

    interdependncia entre variveis, e que permitem avaliar o impacto de choques estocsticos

    sobre determinada varivel do sistema, impondo como restries estrutura da economia

    somente: a escolha do conjunto relevante de variveis e do nmero mximo de defasagens

    envolvidas nas relaes entre elas.

    Os modelos VAR, evidentemente, tm as suas limitaes, que foram objeto de um

    grande volume de pesquisa nas dcadas seguintes. Duas limitaes so lembradas com

    frequncia. A primeira refere-se ao elevado nmero de parmetros dos modelos VAR, com

    reflexo no tamanho de amostra requerido para que se obtenha uma estimao confivel. A

    segunda diz respeito ao fato de que cada modelo VAR simplesmente uma "forma reduzida",

    ou seja, as mesmas relaes entre as variveis e suas defasagens so simultaneamente

    compatveis com vrios diferentes modelos que descrevem tambm as relaes

    contemporneas entre as variveis (chamados de "formas estruturais").

    A aplicao de um modelo VAR permite analisar empiricamente qual a participao

    de cada uma das variveis no entendimento das alteraes ocorridas nas outras (anlise de

    decomposio de varincia) ou a resposta de uma varivel em relao ocorrncia de um

    choque ou inovao em outro componente (anlise das funes resposta ao impulso)

    (BROOKS, 2002; LUTKEPOHL, 1993; SIMS, 1980).

    2 Ver ENGLE e GRANGER 1987; CAMPBELL e SHILLER, 1987

    3 De acordo com Sims (1980) e Litteman (1979; 1986) os modelos VAR so mais apropriados para se fazer

    previses, principalmente, contra modelos de equaes simultneas.

  • 3. METODOLOGIA UTILIZADA

    3.1. O Modelo VAR

    O modelo utilizado para verificar o comportamento das variveis que compem o

    modelo o de Vetor Autorregressivo (VAR). Os modelos VAR foram inseridos

    pioneiramente na literatura econmica com o lanamento do famoso paper "Macroeconomics

    and Reality" foi introduzida por Sims (1980). A metodologia VAR ao tratar todas as variveis

    simetricamente sem impor qualquer restrio quanto independncia e dependncia entre elas

    permite descrever cada uma das variveis endgenas no sistema como uma funo dos valores

    defasados de todas as variveis endgenas.

    A expresso matemtica bsica do modelo VAR de ordem {p} ou, simplesmente,

    VAR(p) dada por:

    0 1 1t t p t p tY A AY A Y (1)

    onde 1( , , )t t ktY Y Y um vetor de k variveis endgenas; 0A um vetor de termos

    independentes; 0 PA A so matrizes de coeficientes; 1( , , )t t kt representa um

    vetor de perturbaes aleatrias no correlacionadas com os seus prprios valores passados e

    no correlacionados com nenhuma das variveis do segundo membro, embora possam estar

    contemporaneamente correlacionadas, e com matriz de covarincia no singular.

    Visto que somente surgem valores defasados de variveis endgenas nos segundos

    termos das equaes do modelo VAR, o emprego do mtodo dos mnimos quadrados (MQO)

    na estimao de cada uma das equaes do sistema (1) vai produzir estimativas consistentes,

    mesmo que as perturbaes t possam estar contemporaneamente correlacionadas, j que

    todos os regressores dos segundos termos so idnticos.

    Assim, garantindo a possibilidade de invertibilidade das matrizes do modelo VAR, o

    processo Y tem a seguinte representao mdia mvel (MA):

    1 2

    1 1 2( ) ( )P

    t P t tY I AB A B I B B

    1

    0

    j t

    j

    n

    (2)

    sendo Y-T expresso em termo dos valores presentes e passados do vetor de perturbaes t :

    ( , , )KY Y corresponde ao vetor de mdias no condicionadas de 1 , ,t ktY Y . Os

    coeficientes na representao das medias moveis so obtidos por meio de um mtodo

    recursivo atravs da relao de identidade como mostra a seguinte expresso.

  • 21 1 2( )( )P

    PI AB A B I B B I (3)

    assim resultando os seguintes coeficientes MA:

    1 1 1 2 1 1 2 2, , S S S P S PA A A A A (4)

    Em muitos casos as pesquisas econmicas buscam determinar qual a resposta de uma

    varivel ao choque ocorrido em outras variveis em sistemas integrados por diversas

    variveis, ou seja, a resposta de uma varivel a choques sofridos em outras variveis pode

    sugerir uma relao causal da varivel em relao outra.

    As funes impulso resposta detectam o efeito do choque exgeno em uma varivel

    aleatria sobre os valores presentes e passados das variveis endgenas do sistema. Portanto,

    uma perturbao atravs de um choque em qualquer varivel afeta tanto de forma direta essa

    varivel como tambm todas as variveis endgenas atravs de estrutura dinmica do modelo

    VAR.

    A representao bsica de um modelo simples VAR (1) bivariado:

    1 1 1 111 12

    21 222 2 2 2

    t t t

    t t t

    Y Ya a

    a aY Y

    (5)

    A ocorrncia de perturbaes em t afeta imediatamente 1tY , entretanto no tem

    impacto sobre 2tY , porm nos perodos t+1, t+2, , esta perturbao acarreta impactos no

    somente nos valores futuros de 1tY mas tambm nos valores futuros de 2tY , devido estas

    variveis estarem em defasagem em ambas as equaes do sistema (5).

    O modelo VAR mostra a trajetria das variveis endgenas dado um choque

    estrutural.

    Todavia, se os termos 1t e 2t no forem autocorrelacionados as funes impulso

    respostas obtidas do termo 2t sugerem os impactos de um desvio padro em 2tY sobre os

    resultados presentes e futuros de 1Y e 2Y . Embora sejam muito mais comuns os termos 1t e

    2t serem correlacionados, de modo que, possuem uma componente comum que no pode ser

    associada com uma varivel especifica. No entanto possvel superar este problema

    amputando todos os efeitos de qualquer componente comum a primeira varivel no sistema

    VAR representado na equao (5). Assim sendo, atribuda a 1t , pois o termo que antecede

    2t .

    De tal forma que o termo 1t que impacta 1Y e 2t modificado para extrair a

    componente comum a 1t por meio da metodologia de fatorao de Choleski, que consiste em

  • aplicar uma transformao P s perturbaes 1( , , )t t kt ' de modo que tornem os termos

    erros no autorrelacionados, ou seja, (0, )i tu P D onde 1 2( , )t t tu u u um vetor de

    perturbaes ortogonais com matriz de covarincia diagonal.

    O modelo VAR estimado apresenta-se da seguinte forma, sendo a taxa de

    inflao, a taxa de juros; e a taxa de cmbio.

    1,1 1 1,2 1 1,3 1 1,4 t

    3.2. Descrio das Variveis e Modelos

    O modelo geral de estimao inclui como variveis endgenas a varivel de poltica

    monetria - a taxa bsica de juros - e as informaes a que o Banco Central reage, entre elas

    proxies da atividade da economia, nvel de preos internos, taxa de cmbio e agregado

    monetrio, composio verificada em trabalhos como os de Christiano, Eichenbaum e Evans

    (1999).

    3.2.1. Variveis do Modelo

    Para as estimaes do modelo VAR mencionado acima se considerou o perodo de

    janeiro de 2000 a dezembro de 2008, as projees fora da amostra foram realizadas para o

    perodo de janeiro de 2009 a janeiro de 2011. A seleo do perodo a partir de 1999 deve-se s

    mudanas estruturais ocorridas na economia brasileira (implementao do sistema de metas

    de inflao e flexibilizao do cmbio). As variveis listadas a seguir so as mais importantes

    na teoria econmica que afetam o nvel geral de preos, e que foram utilizadas nos modelos

    economtricos apresentados na seo subsequente. Os dados utilizados nos modelos foram:

    IPCA (% ao ms): o ndice Nacional de Preos ao Consumidor Amplo, medido pelo

    IBGE, possui periodicidade mensal e o parmetro utilizado pelo Banco Central do

    Brasil para decises de poltica monetria.

    Selic / Overnight (% ao ms): a taxa bsica de juros da economia brasileira, e o

    instrumento utilizado pelo BCB para combater a inflao.

    Base Monetria (R\$ milhes): medida pelo Banco Central e definida como o papel-

    moeda emitido mais reservas bancrias. A srie medida com base na mdia mensal,

    levando-se em considerao apenas os dias teis.

    Taxa de Cmbio (R\$/US\$): a mdia da taxa de cmbio comercial de venda,

    R\$/US\$, tambm mensurada pelo Banco Central.

  • 3.2.2. Tratamento dos Dados

    Nos modelos de projeo realizados, estamos interessados na projeo da taxa de

    inflao (IPCA) um passo frente. Como a inflao apresenta sazonalidade utilizou-se o

    mtodo de dessazonalizada X-12 do E-Views.

    Analisar a estacionaridade de sries temporais, o que permite proceder inferncias

    estatsticas sobre os parmetros estimados com base na realizao de um processo estocstico,

    atravs do teste Dickey Fuller Aumentado, um dos primeiros procedimentos adotados pela

    literatura de sries temporais em geral. Porm, Sims, Stock e Warson (1990), que mostraram

    que para modelos autorregressivos, a diferenciao das variveis, os testes de cointegrao

    so desnecessrios, sendo os resultados consistentes assintoticamente.4

    Para corroborar com tal deciso metodolgica, podemos citar os trabalhos realizados

    por Toda e Yamamoto (1995), que afirmam para um VAR em nvel, com variveis com

    ordem de integrao e cointegrao desconhecidas, as propriedades estatsticas permanecem

    robustas se defasagens adicionais, iguais ao nmero de integrao mxima das variveis,

    forem adicionadas ao nmero de defasagem timo do modelo. A questo colocada por Toda e

    Yamamoto (1995) que, primeiramente, os testes de razes unitrias so muito imprecisos

    contra a alternativa da hiptese de as variveis serem estacionrias com tendncia. Alm

    disso, difcil saber, a priori, se as variveis so estacionrias com tendncia, integradas ou

    cointegradas, e de que ordem. Uma ltima razo da escolha do uso das variveis em nvel a

    perda de informao ao se trabalhar em primeira diferena, o que relevante para o presente

    estudo, no sentido em que existe importante diferena do nvel das variveis testadas,

    notadamente em relao taxa bsica de juros. Desta forma, deu-se preferncia, sempre que

    possvel, ao critrio de escolha que indica o maior nmero de defasagens, com o objetivo de

    alcanar a robustez dos modelos VAR testados.

    A seguir apresentaremos o melhor modelo obtido. Para determinar o melhor modelo

    utilizou-se o critrio de Akaike e Schwarz.

    4 Esta metodologia vem sendo adotada por Bernanke e Gertler (1995) e Cpedes, Lima e Maka (2008) em seus

    estudos.

  • 4. ANLISE DOS RESULTADOS

    O modelo utilizado pelo Banco Central do Brasil (BCB) para prever o comportamento

    da inflao o modelo VAR. A proposta do modelo abaixo de tentar replicar o modelo

    usado pelo BCB.

    O melhor modelo foi escolhido pelo critrio de Schwarz. Por este critrio, o melhor

    modelo deve ter 3 defasagens de cada varivel.

    A partir da decomposio de Cholesky para a estimao do VAR, escolher a ordem

    certa das variveis de fundamental importncia para a anlise da decomposio da varincia.

    A ordem que se mostrou razovel para anlise dada por: cmbio, inflao, taxa de juros,

    base monetria.

    Aps a realizao dos principais testes, o melhor modelo exclui a varivel estoque

    monetrio (M1) da regressa, por mostrar no ser estatisticamente significativa ao nvel de 5%

    de significncia no perodo analisado.

    Justifica-se tal ordenamento pelo fato de que variaes na taxa de cmbio influenciam,

    de forma significativa, o comportamento das demais variveis envolvidas no modelo. Assim,

    um aumento do cmbio tende a aumentar a inflao, que por sua vez norteia o comportamento

    da taxa de juros. A taxa de juros definida e sua meta alcanada atravs de operaes de

    mercado aberto, que por sua vez afeta a variao da base monetria e consequentemente da

    oferta de moeda - um aumento da taxa de juros obtido por meio de uma reduo da oferta de

    moeda.

    Variance Decomposition of IPCA_SA:

    Period S.E. TX_CAMBIO IPCA_SA SELIC

    1 0.239927 0.098760 99.90124 0.000000

    2 0.297959 0.840670 99.12336 0.035974

    3 0.344567 16.42363 83.54566 0.030718

    4 0.363896 23.22587 76.73748 0.036650

    5 0.380493 29.32704 70.61974 0.053219

    6 0.387244 31.57888 68.34815 0.072974

    7 0.392121 33.14051 66.78247 0.077020

    8 0.394759 33.87050 66.00776 0.121736

    9 0.396738 34.43233 65.44009 0.127585

    10 0.398176 34.84842 65.01817 0.133413

    11 0.399252 35.15788 64.70818 0.133945

    12 0.400097 35.41288 64.45373 0.133391

    Tabela 1: Decomposio da Varincia. Fonte: Elaborao prpria a partir dos resultados da estimao.

    A anlise da decomposio da varincia da inflao revela que as principais variveis

    em ordem de importncia na explicao da varincia at seis meses aps os choques so a

    inflao, cmbio, e taxa de juros. A inflao no primeiro perodo aps o choque explica

  • aproximadamente 99% de sua varincia. No stimo perodo, o cmbio passa a explicar cerca

    de 33% da varincia da inflao, a inflao 66%, a taxa de juros 7%. Decorridos doze meses

    dos choques a ordem de importncia continua a ser a mesma, com inflao sendo responsvel

    por 64%, taxa de cmbio 35% e juros por 13%.

    O modelo apresentou bons resultados na previso da inflao do ms subsequente ao

    observado, conforme ilustra o grfico a seguir. A REQM foi de 0,1599 e isto confirma a

    hiptese de que as variveis econmicas so relevantes para a modelagem economtrica da

    inflao.

    Nos meses de novembro de 2009, a diferena entre a inflao observada e a prevista

    foi menor ou igual 0,20 p. p.. A maior divergncia ocorreu no ms de dezembro de 2010

    aproximadamente 0,61 p. p..

    -0.5

    0.0

    0.5

    1.0

    1.5

    2.0

    2.5

    3.0

    00 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10

    IPCA_SA PREV_IPCA

    Figura 1: Comparao Inflao e Previso Modelo VAR para o perodo analisado.

    Os resultados das Funes Impulso Resposta (FIR) apontam que uma alterao em um

    desvio padro na SELIC acarreta um aumento de aproximadamente 0.1 desvios padro no

    ipca no primeiro perodo e 0.01 no segundo. Com uma nova elevao no quito perodo, e a

    partir do sexto perodo a Selic volta ao seu nvel inicial.

    Verifica-se tambm que h uma elevao na taxa de retorno do cmbio em torno de

    0.1 desvios padro no primeiro perodo, a partir de ento, se observa um movimento de queda

    da varivel chegando h ficar um pouco abaixo do nvel inicial no segundo perodo, no

    entanto, a partir do quinto perodo se estabiliza no nvel antes do choque na Selic.

  • -.1

    .0

    .1

    .2

    1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

    Response of TX_CAMBIO to TX_CAMBIO

    -.1

    .0

    .1

    .2

    1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

    Response of TX_CAMBIO to IPCA_SA

    -.1

    .0

    .1

    .2

    1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

    Response of TX_CAMBIO to SELIC

    -.1

    .0

    .1

    .2

    .3

    1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

    Response of IPCA_SA to TX_CAMBIO

    -.1

    .0

    .1

    .2

    .3

    1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

    Response of IPCA_SA to IPCA_SA

    -.1

    .0

    .1

    .2

    .3

    1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

    Response of IPCA_SA to SELIC

    -.6

    -.4

    -.2

    .0

    .2

    .4

    .6

    1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

    Response of SELIC to TX_CAMBIO

    -.6

    -.4

    -.2

    .0

    .2

    .4

    .6

    1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

    Response of SELIC to IPCA_SA

    -.6

    -.4

    -.2

    .0

    .2

    .4

    .6

    1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

    Response of SELIC to SELIC

    Response to Cholesky One S.D. Innovations 2 S.E.

    Figura 1: Funo Impulso Resposta IPCA_SA

    Quanto um choque no IPCA ocorre variao do prprio choque inicialmente, logo

    a seguir declina para aproximadamente 0.5 no quarto perodo, e a partir do observa-se uma

    tendncia rpida de queda da intensidade do choque at dissipar-se por volta do 10 perodo

    aps o choque inicial.

    Este resultado corrobora com o resultado encontrado na Tabela 1 que mostra a

    importncia da prpria inflao na explicao de sua varincia, mostrando que at o quinto

    perodo aps o choque inicial 70% de sua varincia deve-se a prpria inflao.

  • 5. CONCLUSES

    O modelo VAR uma dos modelos mais utilizados para realizar previses de

    variveis econmicas. Muitos so os trabalhos que utilizam o mtodo VAR para fazer

    previses sobra inflao. Este trabalho tinha com principal objetivo verificar a capacidade

    do modelo VAR de fornecer uma boa previso da inflao brasileira.

    Os resultados obtidos atravs das funes de resposta impulso e da decomposio da

    varincia sugerem a existncia de uma relao muito forte entre a taxa de cmbio e a inflao.

    Esta relao sugere que a inflao impactada pelo cmbio via taxa de taxa de juros.

    Como os resultados mostram, o modelo VAR conseguiu fazer excelentes previses,

    tendo chegado muito prximo da taxa de inflao efetiva constatada durante o perodo de

    anlise. Mostrando que os Bancos Centrais esto corretos ao utiliza-lo com um dos

    instrumentos para a previso da inflao.

    Referncias

    ABRAS, M. A. Finanas Corporativas e Estratgia Empresarial: Turbulncia do Ambiente,

    Alavancagem Financeira e Performance da Firma no Ambiente de Negcios Brasileiros.

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