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EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___VARA CIVEL DA COMARCA DE BELO HORIZONTE-MG

NATUREZA DA AO: COBRANA PROCESSO N AUTOR REU BRASIL S.A. : DISTRIBUIO : JOSE DOS SANTOS SILVA : COMERCIAL DE CIMENTOS JK LTDA e BANCO DO

JOS DOS SANTOS SILVA, brasileiro, casado, comerciante, inscrito no CPF sob o n 222.333.111-13, portador da Carteira de Identidade n MG- 13.243.152, filho de Joaquina da Fonseca Silva e Antonio Freitas Silva, residente e domiciliado a Rua das Orqudeas, n 444, Bairro Santa Clara, Contagem-MG, , CEP 35511-000, vem, respeitosamente, a presena de Vossa Excelncia, por suas procuradoras que ao final subscrevem, com escritrio localizado na Rua das Accias, n 27, Centro, nesta cidade, onde recebem intimaes, com instrumento procuratrio em anexo, propor a presente:

DECLARAO DE INEXISTENCIA DE RELAO JURIDICA c.c DANOS MORAIS c.c TUTELA ANTECIPADA

em face de COMERCIAL DE CIMENTOS JK LTDA, inscrita no CNPJ oooooooooo, situada na Rua Alagoas, n 121, em So Jos dos Campos - SP e BANCO DO BRASIL S.A, inscrita no CNPJ 000000000, situada a Rua Pernambuco, n 242, Belo Horizonte- MG DA COMPETENCIA O foro competente para processar e julgar a presente ao o Juzo da Comarca de Belo Horizonte - MG, pois conforme leciona o artigo 94, pargrafo quarto, do nosso Cdigo de Processo Civil:

Havendo dois ou mais rus, com diferentes domiclios, sero demandados no foro de qualquer deles, escolha do autor. DO RITO: Dispe o artigo 275 do CPC brasileiro em seu inciso I: as causas cujo valor no exceda 60 vezes o salrio mnimo observar-se- o procedimento sumario. DOS FATOS E FUNDAMENTOS: Em 02 de janeiro do corrente ano, o autor, objetivando realizar o sonho da aquisio da casa prpria, ingressou com um pedido de financiamento de um apartamento, junto a Caixa Econmica Federal.

Alguns dias aps deixar toda a documentao necessria para anlise, a citada instituio financeira informou ao autor, que tal negociao no seria possvel, em razo da negativao do seu nome junto aos rgos de proteo ao credito SPC e SERASA. Foi informado ainda, que seu nome foi negativado em virtude de uma dvida no valor de R$ 4.050,66 (quatro mil e cinqenta reais e sessenta e seis centavos), correspondente a uma duplicata emitida pela primeira requerida em 12 de julho de 2010, e levada a protesto pelo segundo requerido atravs de transferncia por endosso mandato, junto ao 3 Tabelionato de Protestos de ttulos e documentos de Belo Horizonte.

Acontece Exa., que o autor nunca comprou no referido estabelecimento comercial, sendo que no esteve nem mesmo na cidade de so Jos dos Campos no estado de So Paulo. Tanto que a empresa Comercial de Cimentos JK ltda admitiu o equvoco e a emisso da duplicata por engano, inclusive fornecendo ao autor, declarao comprobatria da inexistncia de relao jurdica entre si e da prpria dvida cobrada. No entanto, o segundo requerido Banco do Brasil S.A, se negou a baixar o protesto, mesmo diante da apresentao do documento fornecido pela primeira requerida, sob a alegao de que somente o faria mediante a quitao da dvida, porque tinha assumido apenas a incumbncia de cobrana do valor (endosso-mandato) e no havia recebido nenhuma comunicao oficial da credora determinando sua sustao. Diante disso, o autor retornou at a empresa credora, que voltou a responsabilidade pelo protesto a instituio bancria. Por isso, at a presente data o nome do autor continua na lista dos mal pagadores sem nenhuma razo plausvel, gerando prejuzos incalculveis ao mesmo. DAS CONSEQUNCIAS DO EVENTO Conforme j mencionado o autor comerciante, e em razo da negativao do seu nome, se viu obrigado a fechar o seu estabelecimento comercial, porque no conseguia

mais comprar atravs de crdito, passando atualmente por dificuldades financeiras motivada pelo acontecido. Assim, tambm no foi possvel que o autor adquirisse sua to sonhada casa prpria, estando morando at hoje de aluguel. As diversas tentativas do autor de resolver a situao de forma amigvel foram todas fadadas ao insucesso, o que levou o autor a diversos problemas de sade, inclusive a depresso. DO DIREITO DA RESPONSABILIDADE CIVIL: Como regra geral, aquele que, por ao ou omisso, cause dano a outrem fica obrigado a repar-lo. Como dispe o Cdigo Civil: Art. 186. Aquele que, por ao ou omisso voluntria, negligncia ou imprudncia, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilcito. A seguir deciso do STJ que entende que o Banco tem legitimidade passiva ad causam."AO DECLARATRIA C/C CANCELAMENTO DE PROTESTO E INDENIZATRIA. DUPLICATAS ENDOSSADAS. LEGITIMIDADE PASSIVA DO BANCO ENDOSSATRIO CONFIGURADA. NEGLIGNCIA. I. Na ao declaratria de inexistncia de relao jurdica, cancelamento de protesto e indenizatria, devem figurar no plo passivo tanto a empresa emitente da crtula, como o banco endossatrio que enviou o ttulo a protesto, eis que, quanto a este, impossvel o processamento da demanda no que tange, pelo menos, ao cancelamento do ttulo, sem a sua presena na lide. II. A responsabilidade da instituio bancria que recebe a crtula em endosso-mandato, entretanto, no que tange ao pagamento de eventual indenizao e verba sucumbencial, depender da sua atuao, considerando-se que pratica ato gerador do dever de ressarcir os danos materiais e morais quando ou atua culposa ou dolosamente, enviando a crtula a protesto inobstante previamente advertida a respeito de possvel irregularidade na cobrana, ou quando resiste, no mrito, ao pedido. (...)." (STJ - 3 T., REsp 332813, Rel. Min. Aldir Passarinho Jnior; DJU 27.06.05, p.395)

Sendo direito resguardado na nossa Constituio Federal, conforme abaixo dita:

Art. 5. Todos so iguais perante a lei, sem distino de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no Pas a inviolabilidade do direito vida, liberdade, igualdade, segurana e propriedade, nos termos seguintes: (...) V - assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, alm da indenizao por dano material, moral ou imagem; (...) X - so inviolveis a intimidade, a vida privada, a honra o e a a imagem das pessoas, dano assegurado direito indenizao pelo

material ou moral decorrente de sua violao.

Em resumo, inconteste a obrigao de indenizar dos requeridos, diante de tantos danos causados ao autor, que viu seus sonhos desmanchados, em razo de gritante erro alheio. Como bem ensina a doutrina e jurisprudncia, a indenizao no deve ser usada com o intuito de prejudicar uma das partes, bem como, como fonte de enriquecimento. A indenizao nada mais que a tentativa de reparar os danos sofridos, deixando a parte atingida o mais prximo daquele estado que era dantes, e ainda, evitar a repetio de tal conduta irresponsvel. Da a necessidade de ser justo o valor da indenizao, que no deve ser exagerado a ponto incitar a propositura de tais aes por motivos banais, nem nfimos, de maneira que no alcanasse o objetivo almejado. Nesse sentido, podem-se ver julgados procedentes vrios pedidos de indenizao por cobranas indevidas na jurisprudncia ptria:

TRF1 - APELAO CIVEL: AC 50762 MG 1998.01.00.050762-9Resumo: Indenizao - Cobrana Indevida de Suposto Dbito - Dano Moral - Configurao.

Relator(a): JUIZ EVANDRO REIMO DOS REIS (CONV.) Julgamento: 05/09/2002 rgo Julgador: TERCEIRA TURMA SUPLEMENTAR Publicao: 31/07/2003 DJ p.85

EmentaINDENIZAO - COBRANA INDEVIDA DE SUPOSTO DBITO - DANO MORAL CONFIGURAO. 1. Constitui dano moral a cobrana indevida de dbito inexistente. 2. Apelao provida.

AcrdoA Turma, por unanimidade, deu provimento apelao.

Neste sentido, o entendimento do aresto seguinte:DANO MORAL PURO. (RSTJ 34/284). RECURSO ESPECIAL N 8.768 - SP (Registro n 91.0003774 - 5) Relator: o Exmo. Sr. Ministro Barros Monteiro Recorrente: Luiz Antnio Martins Ferreira Recorrido: Banco Nacional S/A Advogados: Drs. Luiz Antnio Martins Ferreira e Cludio Jacob Romano e outros EMENTA: CARACTERIZAO. Sobrevindo perturbao nas em razo de ato ilcito, na DANO MORAL PURO.

relaes

psquicas,

tranqilidade, nos sentimentos e nos afetos de uma pessoa, configura-se o dano moral, passvel de indenizao. Recurso especial conhecido e provido.

ACRDO Vistos e relatados estes autos em que so partes as acima indicadas: Decide a Quarta Turma do Superior Tribunal de Justia, por unanimidade, conhecer do recurso e dar-lhe provimento, na forma do relatrio e notas taquigrficas constantes dos autos, que ficam fazendo parte integrante do presente julgado. Custas, como de lei. Braslia, 18 de fevereiro de 1992 (data do julgamento). Braslia, 18 de fevereiro de 1992 (data do

julgamento). Ministro ATHOS CARNEIRO, Presidente.

Ministro BARROS MONTEIRO, Relator.

O entendimento jurisprudencial tranqilo e pacfico no sentido de que a violao de direito do dano moral puro deve ser reparada mediante indenizao.

Nesta trilha, pode-se trazer colao o seguinte julgado:DANO MORAL PURO. (RT 639/155). INDENIZAO - Dano moral - Cabimento Independente materiais. Ementa oficial: Danos morais. Os danos puramente morais so indenizveis. Ap. 31.239 - 2 C. - j. 14.8.90 - rel. Des. Eduardo Luz. da comprovao dos prejuzos

Merece ser citada, ainda, deciso proferida pelo 4 Grupo de Cmaras Cveis do Tribunal de Justia do Rio De Janeiro, constante da Revista Forense n 328, pgs. 187 e 188, in verbis:RESPONSABILIDADE CIVIL - VIOLAO DO DIREITO IMAGEM - DANO MORAL - O dano moral puro no se confunde com repercusso econmica dele decorrente. O primeiro, a dor, a vergonha, o vexame, a humilhao e o constrangimento sofrido pela vtima em razo de agresso a um bem integrante da sua personalidade; o segundo, o prejuzo econmico, so as perdas patrimoniais experimentadas pela vtima em decorrncia da agresso ao mesmo bem personalssimo. - Hoje j se tornou pacfica a reparao do dano moral puro, independentemente de qualquer repercusso econmica que ele tenha produzido, admitindo-se at a acumulao de ambos se este ltimo tambm ocorre (Smula n. 37 do STJ). (Embs. Inf. n. 245/93 na Ap. n. 1.185/93 - Relator: DES. SRGIO CAVALIERI FILHO)

Oportuna ainda, a transcrio dos seguintes entendimentos pretorianos:DANO MORAL PURO. (RSTJ 34/284). RECURSO ESPECIAL N 8.768 - SP (Registro n 91.0003774-5) Relator: Exmo. Sr. Ministro Barros Monteiro Recorrente: Luiz Antnio Martins Ferreira Recorrido: Banco Nacional S/A Advogados: Drs. Luiz Antnio Martins Ferreira e Cludio Jacob Romano e Outros EMENTA: CARACTERIZAO. DANO MORAL PURO.

Sobrevindo perturbao nas

em

razo

de

ato

ilcito, na

relaes

psquicas,

tranqilidade, nos sentimentos e nos afetos de uma pessoa, configura-se o dano moral, passvel de indenizao. Recurso especial conhecido e provido.

APLICAO DO CDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR

Os requeridos so prestadores de servios, restando perfeitamente includos no rol elencados no Cdigo de Defesa do Consumidor.

Cabvel, desta forma, a inverso do nus da prova, eis que tal disposio encontra-se regulamentada pelo Cdigo do Consumidor, conforme abaixo:

"Art. 6 - So direitos bsicos do consumidor:

(...)

VIII a facilitao da defesa de seus direitos, inclusive com a inverso do nus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critrio do juiz, for verossmil a alegao, ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinrias da experincia."(grifamos)

JUSTIA GRATUITA

O peticionrio no possui condies de arcar com as despesas processuais da presente demanda sem o prejuzo em seu sustento e o de seus dependentes. Por este motivo, requer sejam concedidos os benefcios da JUSTIA GRATUITA, na forma da lei, postula tal benefcio.

Assistncia Requisito. Prazo.

Judiciria

Gratuita.

Pedido.

suficiente a simples afirmao do estado de pobreza para obteno do benefcio da justia gratuita. O pedido de assistncia judiciria pode ser formulado em qualquer fase do processo." (STJ Rec. Esp. 174.538 SP Rel. Min. Garcia Vieira J. em 08/09/98 DJ de 26.10.98).

DA ANTECIPAO DA TUTELA

No se pode admitir ento que os rus, usando de sua posio de supremacia na relao consumerista, possa coagir de qualquer forma o consumidor, que in casu se encontra cabalmente correto, a pagar-lhe faturas indevidamente emitidas. Insta salientar que o autor uma pessoa que sempre honrou com seus compromissos. A necessidade da antecipao do provimento, ante a negativao do nome do autor perante o SERASA e/ou SPC. Diante do exposto, pede e requer se digne Vossa Excelncia deferir o pedido de antecipao os efeitos da tutela, confirmando-o posteriormente na ocasio da sentena, no sentido de conceder a liminar consistente em determinar que os requeridos retirem o nome do autor no SERASA e/ou SPC, e demais rgos de restrio cadastral, inclusive a retirada do ttulo do Cartrio de Protesto at o final julgamento da presente ao.

I-

DOS PEDIDOS:

FACE AO EXPOSTO, requer a Vossa Excelncia:

a) A condenao dos requeridos a indenizar: a ttulo de danos morais o importe de R$20.000,00 (vinte mil reais), e, caso no seja este o entendimento de Vossa Excelncia, requer seja arbitrado outro valor desde que compatvel com todos os danos sofridos pelo autor e a capacidade econmica do lesante, tudo conforme exposto em fundamentao, doutrinas e jurisprudncias; b) reconhea a inexistncia de relao jurdica e consequentemente determine a imediata retirada do nome do autor do SPC, SERASA e PROTESTO, diante do iminente perigo de continuidade do dano; conforme pedido da antecipao de tutela, sob pena de aplicao de multa cominatria a ser fixada por V. Exa.; c) a citao dos rus para que compaream a audincia designada por Vossa Excelncia e acompanhe a todos os demais termos e atos do processo, inclusive com a apresentao de resposta, querendo, sob pena de revelia, confesso e julgamento de plano, nos termos dos artigos 277 e seguintes do CPC; d) sejam os rus condenados ao pagamento das custas processuais e honorrios advocatcios a serem arbitrados por V. Exa; e) o palio da assistncia judiciria, por ser o autor pobre no sentido legal do termo, no possuindo condies de arcar com as custas e despesas processuais sem prejuzo de suas necessidades bsicas e de sua famlia, conforme declarao anexa. f) A inverso do nus da prova, cabendo aos rus o nus de produzir todas as provas atinentes ao presente processo, sob pena de vir a ser condenada, com a procedncia total da ao, na indenizao pleiteada.

Ainda, requer a produo de prova documental e testemunhal, a oitiva das testemunhas abaixo arroladas e a juntada dos documentos em anexo, os quais afirmam as Procuradoras que esta subscreve, nos termos do artigo 365, IV do CPC, que todas as fotocpias que se juntam so autenticas.

D-se a causa o valor de R$20.000.00 (vinte mil reais). Nesses termos, Pede Deferimento e Juntada.

Contagem, 04 de maio de 2011.

Fulano Alves da Silva OAB-MG

Beltrano Alves de Almeida OAB-MG

Rol de Testemunhas: 1- Patrcia Ferreira Resende, brasileira, casada, residente e domiciliada Rua Pedro Leopoldo, n. 567, Bairro Confins, Contagem-MG; 2- Fernando Copato Lopes, brasileiro, casado, residente e domiciliado Rua Souza Soares, n. 861, Bairro Flores, Contagem-MG; 3- Geraldo Andrade Rodrigues, Brasileiro, casado, residente e domiciliado Rua Tupinamb, n. 731, Contagem-MG.