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  • Maria de Lurdes dos Santos Pereira

    Modelo de Interveno em Crises e Modelo Centrado em Tarefas

    Trabalho para Avaliao da Disciplina Teorias e Metodologias do Servio Social

    Curso Servio Social 1 Ano 2 Semestre

    Docente Cristvo Margarido

    Escola Superior de Educao e Cincias Sociais

    16 de Maro de 2011

  • Modelo de Interveno em Crises e Modelo Centrado em Tarefas

    Teorias e Metodologias do Servio Social

    Servio Social 2 Semestre

    1

    ndice

    Introduo ....................................................................................................................................... 2

    Captulo I .......................................................................................................................................... 3

    Captulo II ......................................................................................................................................... 6

    Captulo III ...................................................................................................................................... 13

    Concluso ..................................................................................................................................... 23

    Bibliografia/Webgrafia ............................................................................................................... 24

  • Modelo de Interveno em Crises e Modelo Centrado em Tarefas

    Teorias e Metodologias do Servio Social

    Servio Social 2 Semestre

    2

    IntroduIntroduIntroduIntroduoooo

    O presente trabalho incide essencialmente sobre o tema Modelo de Interveno

    em Crises e Modelo Centrado em Tarefas, que constituem o Captulo 4 da obra

    Teoria do Trabalho Social Moderno da autoria de Malcolm Payne, e destina-se a

    contribuir para a minha avaliao no mbito da disciplina Teorias e Metodologias

    do Servio Social. Para melhor organizar este meu laborioso trabalho, tomei a

    deciso de o ordenar em trs captulos, sendo que no primeiro, e como convm,

    procedi a uma breve apresentao dos dois modelos que constituem o objecto

    deste estudo. J no segundo e terceiro captulos fiz constar as devidas

    explanaes dos respectivos modelos, pela ordem j implcita, isto , comeando

    pela interveno em crises. Malcolm Payne d incio ao captulo 4 da sua obra

    precisamente com algumas referncias a Gerald Caplan, ponderei, portanto,

    incluir neste trabalho algumas consideraes da sua autoria, porque as considerei

    pertinentes para a compreenso do tema em causa, e porque no meu entender,

    elas vo direitinhas ao cerne da questo, quando evidenciam que as crises so

    apangio de uma determinada classe social, ou seja, de uma classe social cujos

    membros empreendem constantes lutas no seu quotidiano, com vista a resolver

    os problemas inerentes sobrevivncia, que se deseja digna, mas que nem

    sempre o conseguem. Como bvio, as crises decorrentes desta situao, no

    devem de ser confundidas com crises de origem biolgica, logo, susceptveis de

    advirem de causas hereditrias. As crises que este meu trabalho refere so crises

    cujas causas nos devem preocupar a todos, pois elas resultam da angstia e

    sofrimento humano, que numa sociedade verdadeiramente civilizada no

    deveriam ter motivos para existir.

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    Teorias e Metodologias do Servio Social

    Servio Social 2 Semestre

    3

    Captulo ICaptulo ICaptulo ICaptulo I

    Modelo de Interveno em Crises

    Modelo Centrado em Tarefas

    Genericamente os dois modelos que servem de tema a este trabalho, apesar das

    suas orientaes diferentes, quer nas circunstncias de aplicao, quer no tipo de

    respostas que visa obter, no deixam, ainda assim, de se apoiarem mutuamente,

    na medida em que, enquanto a interveno em crises pode ser vista como uma

    forma de terapia breve e cognitiva Roberts e Dziegielewski (1995) referidos por

    Malcolm Payne (2002)1, o trabalho centrado em tarefas diz respeito ao

    desempenho de tarefas concretas e especficas e que segundo Gray (1987)

    citado por Malcolm Payne (2002), insere-se, ou est patente, numa equipa

    psiquitrica de interveno em crises. Ambos utilizam o recurso dos contratos

    (acordos especficos entre o trabalhador social e o cliente), so de aplicao

    breve e visam o mesmo objectivo, ou seja, contribuir para melhorar as

    competncias das pessoas, de modo a que estas desenvolvam capacidades para

    lidarem com os problemas inerentes vida.

    Considera-se que uma crise uma alterao que se d no equilbrio do indivduo,

    quando este numa dada altura da sua vida d por si incapaz de resolver os

    prprios problemas e, por isso mesmo, afundado num mar de consequncias.

    num caso como este que o trabalhador social intervm, de acordo com o modelo

    ou teoria definida. A interveno em crises , portanto, uma forma de intervir

    junto do indivduo ou de famlias em crise, no sentido de impedir que este ou

    estas sucumbam e mergulhem irremediavelmente na degradao total. Contudo,

    embora s primeiras impresses possa parecer o contrrio, a interveno em

    1 - Malcom Payne , professor e director de Estudos Comunitrios Aplicados na Universidade Metropolitana de

    Manchester, tendo trabalhado no servio de liberdade condicional, nos servios sociais nos sectores nacional, local e voluntrio.

  • Modelo de Interveno em Crises e Modelo Centrado em Tarefas

    Teorias e Metodologias do Servio Social

    Servio Social 2 Semestre

    4

    crises no se aplica apenas a estas situaes no que consta a extremos, a sua

    rea de actuao mais abrangente, pois constitui uma tcnica geral para

    trabalhar com os problemas dos clientes. A este respeito Malcolm Payne (2002)

    cita Parad (1965b), dizendo que este autor postula que as pessoas que procuram

    as instituies no so necessariamente incapazes de resolver os seus

    problemas, na medida em que concretamente a crise, que lhes permite o

    reconhecimento de que esto parcialmente afectados e fragilizados, da a

    dificuldade em conseguir sair sozinhos do atropelo de problemas que os

    persegue, motivando-os, portanto, a procurar ajuda nas instituies. E se a

    necessitar de ajuda esto todos aqueles que um dia se deparam com a

    contingncia de recorrer ao servio social, por no estarem a conseguir resolver

    os seus problemas, ento temos, que todos os clientes podem ser vistos como

    em crise e, nesse caso, a interveno em crises surge com relevncia especial

    para todo o trabalho social Malcolm Payne (2002). Ainda segundo Malcolm Payne

    (2002 p.143) a interveno em crises classicamente, uma aco para

    interromper uma srie de acontecimentos que conduzem a uma ruptura no

    funcionamento normal das pessoas, definio que coadjuva perfeitamente as

    consideraes anteriores.

    Quanto ao Trabalho Centrado em Tarefas este um processo mais objectivo,

    pois rejeita qualquer base psicolgica ou sociolgica especfica para os seus

    mtodos, tem mais a ver com as teorias do comportamento, visa ajudar as

    pessoas a obterem sucesso nas investidas que levam a cabo no sentido de

    resolver os seus problemas concretos, ambicionando deste modo que os clientes

    se sintam melhor, mais capazes e mais realizados. Por conseguinte, a aplicao

    deste mtodo faz-se num contexto de pragmatismo. No dizer de Malcolm Payne

    (2002, p.143) o trabalho centrado em tarefas focaliza-se, essencialmente, em

    categorias definidas de problemas.

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    Teorias e Metodologias do Servio Social

    Servio Social 2 Semestre

    5

    Consideraes pertinentes

    No existem mtodos infalveis, por isso se reconhece que em alguns casos a

    aplicao de ambos os mtodos so susceptveis de falhar, nomeadamente

    quando os surtos de crise so sucessivos e, como tal, os desarranjos psicolgicos

    j se arrastam desde longa data e por isso neles reside o principal problema.

    Contudo, o sucesso destes mtodos tambm estar comprometido se o cliente

    no aceitar de bom grado o envolvimento do trabalhador social ou da instituio.

    Os dois mtodos espelham as tendncias actuais no servio social pois revertem

    para uma actividade mais clara e especializada, em oposio a outros mtodos

    de longo prazo, que privilegiam as relaes personalizadas com os clientes, que

    desse modo so tratados de acordo com um modelo mdico. A interveno em

    crises, tendo em conta as suas razes psicodinmicas, enfoca-se nas respostas

    emocionais e no comportamento irracional ou inconsciente, enquanto o trabalho

    centrado em tarefas implica uma resposta racional da parte do cliente Malcolm

    Payne (2002).

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    Teorias e Metodologias do Servio Social

    Servio Social 2 Semestre

    6

    Captulo II

    Sobre o Modelo de Interveno em Crises

    Gerald Caplan2 (1965) referido por Malcolm Payne (2002, p. 140) como tendo

    sido o autor da formulao clssica da interveno em crise entendida como uma

    tcnica, facto que configura a confirmao de que este mtodo teve o seu

    desenvolvimento no mbito da psiquiatria preventiva. Assim sendo, as suas razes

    remontam para um quadro de sade mental. Temos ento, no dizer de Caplan,

    (1966, p. 56) citado por Lara. A. F. L. (2006), 17 (1), 35-52 "Que o f