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1 ANGELITA BOLDIERI DE SOUZA DESENVOLVIMENTO DE DERIVADO VEGETAL DE Sambucus nigra L. E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTI- INFLAMATÓRIA IN VIVO Itajaí (SC) 2018

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ANGELITA BOLDIERI DE SOUZA

DESENVOLVIMENTO DE DERIVADO VEGETAL DE

Sambucus nigra L. E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTI-

INFLAMATÓRIA IN VIVO

Itajaí (SC)

2018

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS

FARMACÊUTICAS

ÁREA DE CONCENTRAÇÃO EM PRODUTOS NATURAIS E

SUBSTÂNCIAS SINTÉTICAS BIOATIVAS

ANGELITA BOLDIERI DE SOUZA

DESENVOLVIMENTO DE DERIVADO VEGETAL DE

Sambucus nigra L. E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTI-

INFLAMATÓRIA IN VIVO

Dissertação submetida à

Universidade do Vale do Itajaí como

parte dos requisitos para a obtenção

do grau de Mestre em Ciências

Farmacêuticas.

Orientadora: Profa. Dra. Angélica

Garcia Couto

Co-orientadora: Profa. Dra. Tânia

Mari Bellé Bresolin

Itajaí (SC)

Março de 2018

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Ficha Catalográfica

Bibliotecária Eugenia Berlim Buzzi CRB - 14/963

S89d

Souza, Angelita Boldieri de, 1983-

Desenvolvimento de derivado vegetal de sambucus nigra l. e

avaliação da atividade anti-inflamatória in vivo [Manuscrito] / Angelita

Boldieri de Souza.- Itajaí, SC. 2018.

129 f. ; il. ; tab. ; graf. ; fig.

Bibliografias f. 115-126

Cópia de computador (Printout(s)).

Dissertação submetida à Universidade do Vale do Itajaí como parte dos

requisitos para a obtenção do grau de Mestre em Ciências Farmacêuticas.

“Orientadora: Prof. Dra. Angélica Garcia Couto.”

“Co-orientadora: Dra. Tania Mari Bellé Bresolin.”

1. Plantas medicinais. 2. Sambucus nigra L. (sabugueiro). 3.

Farmacologia.

I. Universidade do Vale do Itajaí. II. Título.

.

CDU: 615.32

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Aos meus pais, por todos os

ensinamentos e tempo dedicado a minha

formação.

Às minhas irmãs, pelo apoio e amizade

incondicionais.

Ao meu esposo pelo companheirismo e

paciência.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço aos meus pais Odair e Edna pelo incentivo, apoio constante e por

jamais me permitir desistir.

Ao meu esposo Paulo pela dedicação, paciência e por ter sido meu alicerce

durante todo este trabalho. Este trabalho não seria possível sem o seu apoio

incondicional.

Às minhas irmãs Mariene e Thaíssa, pela amizade, companheirismo e atenção

em todos os momentos e apesar da distância.

Ao meu cunhado James e meus sogros Regina e Roosevelt pelo apoio durante

esta caminhada.

À minha orientadora Dra. Angélica Garcia Couto, por todo conhecimento

compartilhado durante este trabalho, por acreditar na minha capacidade e por

estar sempre disponível para as discussões e orientações.

À co-orientadora Dra. Tania Mari Bellé Bresolin, pelos seus ensinamentos

em cromatografia e validação analítica, sugestões e colaboração constante a

este trabalho.

À professora Dra. Ruth Meri Lucinda da Silva pela dedicação nas correções

do projeto e sugestões que contribuíram significativamente na melhoria deste

trabalho.

Ao Prof. Dr. José Roberto Santin pelas palavras positivas e sugestões dadas

durante a etapa de qualificação.

À professora Dra. Nara Meira Quintão pela realização dos testes de atividade

anti-inflamatória e participação neste trabalho.

À Letícia pela parceria, dedicação e seriedade com a qual colaborou neste

trabalho.

Á Clarissa e Milena pela colaboração nas análises cromatográficas e pelos

momentos de descontração durante este período.

À Ana Carolina por sempre acreditar no meu potencial como profissional e

flexibilizar meus horários de trabalho possibilitando minha dedicação ao

mestrado acadêmico.

À Aline, Glória e Thaís por todo apoio e amizade e a todos os colegas do

Laboratório Catarinense que me auxiliaram durante este trabalho.

Ao Laboratório Catarinense pelo apoio financeiro e flexibilização dos meus

horários de trabalho.

Ao Programa de Pós Graduação em Ciências Farmacêuticas da UNIVALI

pela oportunidade de cursar o mestrado acadêmico nesta instituição.

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“A mente que se abre a uma

nova ideia jamais voltará

ao seu tamanho original”

Albert Einstein

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DESENVOLVIMENTO DE DERIVADO VEGETAL DE

Sambucus nigra L. E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTI-

INFLAMATÓRIA IN VIVO

Angelita Boldieri de Souza

Março/2018

Orientadora: Dra. Angélica Garcia Couto

Co-orientadora: Dra. Tania Mari Bellé Bresolin

Área de Concentração: Produtos naturais e substâncias bioativas

Número de Páginas: 129.

Sambucus nigra L. é uma planta medicinal de nome popular sabugueiro, cujas

flores tem uso aprovado para alívio dos sintomas do resfriado comum. No

Brasil, não há produtos registrados, embora esta espécie esteja na lista para o

registro simplificado, como produto tradicional fitoterápico (PTF). O

objetivo deste estudo foi desenvolver tinturas e extratos secos a partir das

flores de S. nigra, contribuindo para um possível registro do produto como

PTF. A fim de estabelecer as condições ótimas para a melhor eficiência

extrativa dos flavonoides, marcadores da droga vegetal, foram avaliadas as

metodologias de maceração, maceração dinâmica e percolação, utilizando

etanol 25% V/V. A percolação foi avaliada empregando-se dois níveis dos

fatores temperatura (25 e 60 °C) e % da droga vegetal (12 e 7,5% p/V) na

obtenção da solução extrativa. A melhor condição desenvolvida foi

reproduzida em escala piloto para avaliação do aumento de escala. O extrato

seco foi desenvolvido e otimizado por um desenho experimental estatístico

de dois parâmetros (A = temperatura de secagem e B= % de adjuvante) em

cinco diferentes níveis (A = 132, 140, 160, 180 e 188 °C; B = 22, 30, 50, 70

e 78%). A droga vegetal, tinturas e os extratos secos foram caracterizados por

métodos farmacopeicos e análise do teor dos flavonoides por CLAE. A droga

vegetal, tintura e extrato seco foram submetidos a um estudo de estabilidade

por 60 dias em condições aceleradas (40 °C/75% UR) e a temperatura

ambiente (15 a 30 °C). A atividade anti-inflamatória da tintura em modelo de

bolsa de ar em camundongos foi avaliada. A droga vegetal foi aprovada, de

acordo com os parâmetros farmacopeicos e apresentou 1,85% de teor de

flavonoides expressos como rutina, sendo 1,45% desta substância. O melhor

método de extração para a obtenção da tintura foi a percolação com

aquecimento a 60 °C e 7,5% de droga vegetal (p/V), com eficiência extrativa

de 61,9% na escala laboratorial e em torno de 70,0% na escala piloto e

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1274,20 ± 8,64 µg/mL de flavonoides totais expressos em rutina. A melhor

condição de secagem para a obtenção do extrato seco, foi a temperatura de

188 °C e 64% de maltodextrina e nesta condição o extrato apresentou 16,97

± 0,65 µg/g de flavonoides totais expressos em rutina. Na avaliação da

estabilidade da tintura foi observada queda de quase 20% no teor de

flavonoides, em condições aceleradas, e superior a 15% na temperatura

ambiente em 60 dias de armazenamento. No extrato seco, na temperatura

ambiente, o teor de flavonoides teve queda inferior a 5% no mesmo período,

e na condição acelerada, observou-se uma elevada absorção de umidade. A

atividade anti-inflamatória do liofilizado da tintura foi significativa na dose

de 600 mg/kg. Em conclusão, a tintura de S. nigra foi desenvolvida com

processo reprodutível em escala piloto e teve sua atividade anti-inflamatória

in vivo confirmada para doses já utilizadas no uso tradicional. O extrato seco

desenvolvido é uma opção de derivado vegetal mais estável e de fácil

aplicação em formas farmacêuticas sólidas.

Palavras-chave: Sambucus nigra L. Tintura. Extrato seco. Secagem por

aspersão. Atividade anti-inflamatória. Estabilidade

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DEVELOPMENT OF A HERBAL PREPARATION OF

Sambucus nigra L. AND EVALUATION OF ANTI-

INFLAMMATORY ACTIVITY IN VIVO

Angelita Boldieri de Souza

March/2018

Advisor: Dr. Angélica Garcia Couto

Area of Co-advisor: Dr.Tania Mari Bellé Bresolin

Number of Pages: 129.

Sambucus nigra L. is a medicinal plant popularly known as elderflower,

which has an approved use for the relief of symptoms of common cold. There

are not registered products in Brazil, although this species is included in the

simplified registration list as a traditional herbal product. The aim of this

study was to develop tinctures and dry extracts from flowers of S. nigra,

contributing to a possible product registration. In order to establish the

optimum conditions to obtain the best extractive efficiency of the flavonoids,

markers of herbal substance, the methods of maceration, dynamic maceration

and percolation with 25% V/V ethanol were evaluated. The percolation was

evaluated using two levels of the temperature factors (25 and 60 °C) and %

of the herbal substance (12 and 7,5% w/v) to obtain the extract. The best

developed condition was reproduced on a pilot scale to evaluate the increase

in scale. The dry extract was developed and optimized by a statistical

experimental design with two parameters (A = drying temperature and B =%

of dry adjuvant) at five different levels (A = 132, 140, 160, 180 and 188 °C,

B = 22, 30, 50, 70 and 78%). The herbal substance, tincture and dry extract

were characterized by pharmacopoeial methods and the flavonoid content

calculated as rutin was analyzed by HPLC. The herbal substance, tincture and

dry extract were subjected to a stability study for 60 days under accelerated

conditions (40°C/75% RH) and room temperature (15-30 °C). The anti-

inflammatory activity of the tincture was evaluated in the air pouch model in

mice. The herbal substance was approved, according to the pharmacopeal

parameters, and presented 1,85% of flavonoid expressed as rutin and 1,45%

of this substance. The best extraction method to obtain the tincture was

heating percolation at 60°C and 7,5% of herbal substance (w/v), with

extractive efficiency of 61,9% in laboratory scale and around 70,0% in pilot

scale, with 1274,20 ± 8.64 µg/mL of flavonoids expressed as rutin. The best

drying condition to obtain the dry extract was a temperature of 188°C and

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64% of maltodextrin, and in this condition, the extract presented 16,97 ± 0,65

µg/g of total flavonoids expressed as rutin. In the evaluation of the stability

of the tincture, a loss of almost 20% in accelerated condition and more than

15% at room temperature was observed after 60 days of storage. In the dry

extract, the flavonoid loss at room temperature was less than 5% in the same

period, and a high moisture absorption was observed in accelerated condition.

The anti-inflammatory activity of the lyophilized tincture was significant at

the dose of 600 mg/kg. In conclusion, the tincture of S. nigra was obtained

with a reproducible process in pilot scale, and its in vivo anti-inflammatory

activity was confirmed for doses already in traditional use. The developed

dry extract it is a more stable herbal preparation option that is easy to apply

in solid pharmaceutical forms.

Keywords: Sambucus nigra L. Tincture. Dry Extract. Spray drying. Anti-

inflammatory activity. Stability.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Distribuição nativa de S. nigra na Europa e Ilhas Britânicas. ..... 34

Figura 2. Imagem do arbusto florido (A) e arbusto (B) de S. nigra. .......... 35

Figura 3. Representação das flores de S. nigra. ......................................... 36

Figura 4. Estruturas químicas dos principais flavonoides das flores de S.

nigra. ........................................................................................................... 37

Figura 5. Estrutura básicas dos flavonoides. .............................................. 43

Figura 6. Formação de micropartículas na secagem por aspersão. ............ 48

Figura 7. Esquema dos secadores por aspersão (spray drying). ................. 49

Figura 8. Fórmula estrutural da maltodextrina. .......................................... 51

Figura 9. Picos dos flavonoides no cromatograma de CLAE da droga vegetal

de S. nigra. .................................................................................................. 60

Figura 10. Esquema do processo de extração realizado em percolador com

coluna de aquecimento. ............................................................................... 62

Figura 11. Picos dos flavonoides no cromatograma de CLAE das tinturas de

S. nigra. ....................................................................................................... 67

Figura 12. Picos dos flavonoides no cromatograma dos extratos secos de S.

nigra. ........................................................................................................... 69

Figura 13. Representação esquemática do aparelho Scott Volumeter........ 70

Figura 14. Imagem da droga vegetal de S. nigra do lote 25/20.................. 75

Figura 15. Aspecto macroscópico da corola e cálice das flores secas de S.

nigra. ........................................................................................................... 76

Figura 16. Aspecto microscópico das pétalas das flores de S. nigra. ......... 76

Figura 17. Cromatografia em camada delgada obtida da droga vegetal de S.

nigra. ........................................................................................................... 79

Figura 18. Perfil cromatográfico obtido por CLAE da droga vegetal de S.

nigra. ........................................................................................................... 80

Figura 19. Perfis espectrais dos principais picos no detector UV-DAD em

356 nm na droga vegetal de S. nigra. .......................................................... 82

Figura 20. Distribuição granulométrica da droga vegetal de S. nigra. ....... 83

Figura 21. Gráfico normal dos efeitos padronizadas para teor de flavonoides

calculados como rutina no resíduo seco (TR mg/g) na percolação. ............. 86

Figura 22. Gráfico normal dos efeitos padronizadas para eficiência extrativa

dos flavonoides (EE %) na percolação. ....................................................... 87

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Figura 23. Gráfico das médias e intervalo de confiança e Gráfico do teste de

Tukey do teor de flavonoides calculados como rutina no resíduo seco (TR

mg/g) nos diferentes métodos de extração. ................................................. 89

Figura 24. Gráfico das médias e intervalo de confiança e Gráfico do teste de

Tukey da eficiência extrativa dos flavonoides (EE %) nos diferentes métodos

de extração. ................................................................................................. 90

Figura 25. Cromatograma obtido por CLAE para a tintura desenvolvida pelo

método de percolação empregando aquecimento na escala laboratorial. .... 91

Figura 26. Imagem da tintura de S. nigra obtida no Lote 02. ..................... 94

Figura 27. Perfil cromatográfico por CLAE da Tintura de S. nigra obtida na

escala piloto. ................................................................................................ 95

Figura 28. Representação de um desenho experimental estatístico pelo

modelo de desenho de composto central. .................................................... 95

Figura 29. Gráficos de superfície de resposta e de contorno para umidade no

extrato seco durante o desenvolvimento da secagem por spray drying. ...... 98

Figura 30. Gráficos de superfície de resposta e de contorno para %

flavonoides calculados como rutina durante o desenvolvimento da secagem

por spray drying. ......................................................................................... 99

Figura 31. Imagens do extrato seco de S. nigra obtidos utilizando-se as

condições otimizadas de secagem (a) Lote 01 (b) Lote 02. ....................... 101

Figura 32. Perfil cromatográfico por CLAE do extrato seco de S. nigra. 102

Figura 33. Eletromicrografias do lote 01 do extrato seco de S. nigra. ..... 104

Figura 34. Histograma da avaliação do diâmetro das micropartículas obtidas

por spray drying no Lote 01 do extrato seco de S. nigra. .......................... 105

Figura 35. Gráfico da variação do teor de marcadores na droga vegetal,

tintura e extrato seco de S. nigra durante o armazenamento a temperatura

ambiente. ................................................................................................... 110

Figura 36. Contagem total de leucócitos obtidos no exsudato inflamatório da

bolsa de ar induzida nos camundongos (contagem foi realizada em

microscópio óptico com auxílio da Câmara de Neubeuer). ....................... 112

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Resultados dos ensaios de pureza da droga vegetal de S. nigra. 77

Tabela 2. Resultados de teor de flavonoides e rutina por CLAE na droga

vegetal de S. nigra. ...................................................................................... 80

Tabela 3. Resultados obtidos na obtenção da tintura de S. nigra por

percolação. .................................................................................................. 84

Tabela 4. Análise de variância (ANOVA) para teor de flavonoides calculados

como rutina no resíduo seco (TR mg/g) na percolação. .............................. 85

Tabela 5. Análise de variância (ANOVA) para a eficiência extrativa dos

flavonoides (EE %) na percolação. ............................................................. 87

Tabela 6. Resultados da obtenção da tintura de S. nigra por maceração

(MAC) e maceração dinâmica (MACD). .................................................... 88

Tabela 7. Resultados analíticos obtidos nos lotes pilotos da Tintura de S.

nigra. ........................................................................................................... 93

Tabela 8. Comparação dos resultados na tintura de S. nigra nas escalas

laboratorial e piloto. .................................................................................... 94

Tabela 9. Resultados obtidos na obtenção do extrato seco de S. nigra por

spray drying utilizando delineamento de composto de central. .................. 96

Tabela 10. Seleção das condições ótimas para secagem do extrato seco de S.

nigra por spray drying. ............................................................................. 100

Tabela 11. Resultados obtidos para o extrato seco de S. nigra em condições

otimizadas de secagem. ............................................................................. 101

Tabela 12. Densidade aparente, ângulo de repouso e índice de solubilidade

para o extrato seco de S. nigra. ................................................................. 103

Tabela 13. Avaliação da estabilidade da droga vegetal de S. nigra (Lote

25/20) frente a diferentes condições de armazenamento. .......................... 107

Tabela 14. Avaliação da estabilidade da tintura de S. nigra frente a diferentes

condições de armazenamento. ................................................................... 108

Tabela 15. Avaliação da estabilidade do extrato seco de S. nigra frente a

diferentes condições de armazenamento. .................................................. 109

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1. Gradiente de eluição empregado para a análise de flavonoides por

CLAE. ......................................................................................................... 58

Quadro 2. Desenho da etapa de otimização da obtenção do extrato seco de

S. nigra por spray drying. ........................................................................... 65

Quadro 3. Precisão do método de teor de flavonoides calculados como rutina

por CLAE na tintura de S. nigra. ................................................................ 68

Quadro 4. Precisão do método de teor de flavonoides calculados como rutina

por CLAE no extrato seco de S. nigra. ....................................................... 69

Quadro 5. Critérios de fluxo estabelecidos de acordo com o ângulo de

repouso. ....................................................................................................... 71

Quadro 6. Dados dos lotes da tintura de S. nigra produzidos em escala piloto

utilizando percolação aquecida e repercolação. .......................................... 93

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ANOVA – Análise de variância

ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária

CLAE – Cromatografia líquida de alta eficiência

CCD – Cromatografia em camada delgada

DER – relação entre a droga vegetal e o derivado vegetal

DPR – desvio padrão relativo

EE % - eficiência extrativa em %

EMA – European Medicine Agency

FLAV % - % de flavonoides totais calculados em rutina em comparação ao

teórico

FDA – Food and Drug Administration

IS – Índice de solubilidade em água

IFAV – insumo farmacêutico ativo vegetal

MAC – maceração

MACD – maceração dinâmica

MEV – microscopia eletrônica de varredura

MF – medicamento fitoterápico

PD% - perda por dessecação expressa em %

PERC – percolação

PTF – produto tradicional fitoterápico

R% - rendimento expresso em porcentagem

RS% - resíduo seco expresso em %

t – teor de flavonoides calculados como rutina

trut – teor de rutina

tr – tempo de retenção

TR – teor de marcador no resíduo seco em mg/g

WHO – World Health Organization

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................... 29

2 OBJETIVOS ........................................................................................... 31

2.1 Objetivo Geral ..................................................................................... 31

2.2 Objetivos Específicos .......................................................................... 31

3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .............................................................. 33

3.1 Fitoterápicos ........................................................................................ 33

3.2 Sambucus nigra L. ............................................................................... 34

3.2.1 Características gerais da espécie ..................................................... 34

3.2.2 Composição química da espécie ...................................................... 36

3.2.3 Uso como produto tradicional fitoterápico .................................... 38

3.2.4 Estudos farmacológicos ................................................................... 39

3.2.5 Controle de qualidade ...................................................................... 42

3.2.6 Flavonoides ....................................................................................... 43

3.2 Desenvolvimento de derivado vegetal ................................................ 44

3.2.1 Tinturas ............................................................................................. 46

3.2.2 Extrato seco ...................................................................................... 47

3.2.2.1 Secagem por aspersão ou atomização .......................................... 47

3.2.2.2 Excipientes de secagem ................................................................. 51

4 MATERIAL E MÉTODOS ................................................................... 53

4.1 Materiais .............................................................................................. 53

4.1.1 Material vegetal ................................................................................ 53

4.1.2 Matérias-primas e reagentes ........................................................... 53

4.1.3 Equipamentos ................................................................................... 54

4.2 Métodos ................................................................................................ 55

4.2.1 Controle de qualidade da droga vegetal ......................................... 55

4.2.1.1 Análise macro e microscópica ...................................................... 55

4.2.1.2 Perda por dessecação .................................................................... 55

4.2.1.3 Cinzas totais ................................................................................... 55

4.2.1.4 Material estranho .......................................................................... 56

4.2.1.5 Granulometria ............................................................................... 56

4.2.1.6 Teor de flavonoides expressos em quercetina ............................. 56

4.2.1.7 Teor de flavonoides calculados como rutina por CLAE ............ 57

4.2.1.8 Identificação por CCD .................................................................. 60

4.2.1.9 Identificação por CLAE ............................................................... 60

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4.2.2 Desenvolvimento da tintura ............................................................. 61

4.2.2.1 Delineamento ................................................................................. 61

4.2.2.2 Desenvolvimento em escala laboratorial ..................................... 62

4.2.2.3 Desenvolvimento em escala piloto ................................................ 63

4.2.2.4 Análise dos dados .......................................................................... 64

4.2.3 Desenvolvimento do extrato seco .................................................... 64

4.2.3.1 Desenvolvimento dos parâmetros de secagem ............................ 64

4.2.3.2 Obtenção do extrato seco .............................................................. 66

4.2.4 Análises na tintura e extrato seco .................................................... 66

4.2.4.1 Determinação do pH na tintura ................................................... 66

4.2.4.2 Determinação do resíduo seco na tintura .................................... 66

4.2.4.3 Teor de flavonoides calculados como rutina nas tinturas .......... 66

4.2.4.4 Teor de flavonoides calculados como rutina nos extratos secos 68

4.2.4.5 Avaliação do perfil cromatográfico por CLAE nas tinturas e

extrato seco ................................................................................................ 70

4.2.4.6 Determinação da densidade aparente no extrato seco ............... 70

4.2.4.7 Determinação do ângulo de repouso no extrato seco.................. 71

4.2.4.8 Determinação da solubilidade do extrato seco ............................ 72

4.2.4.9 Perda por dessecação no extrato seco .......................................... 72

4.2.4.10 Tamanho e morfologia das micropartículas .............................. 72

4.2.4.11 Estudo de estabilidade ................................................................. 73

4.2.5 Atividade anti-inflamatória in vivo da tintura ............................... 73

4.2.5.1 Preparo da amostra ....................................................................... 73

4.2.5.2 Animais ........................................................................................... 73

4.2.5.3 Inflamação no tecido subcutâneo - bolsa de ar ........................... 74

4.2.5.4 Análise estatística .......................................................................... 74

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................... 75

5.1 Controle de qualidade da droga vegetal ............................................ 75

5.1.1 Análise macroscópica e microscópica ............................................. 75

5.1.2 Testes de pureza e integridade ........................................................ 77

5.1.3 Teor de flavonoides expressos em quercetina ................................ 77

5.1.4 Identificação por CCD ..................................................................... 78

5.1.5 Teor de flavonoides calculados como rutina por CLAE ............... 79

5.1.6 Granulometria da droga vegetal ..................................................... 83

5.2 Desenvolvimento da tintura ................................................................ 84

5.2.1 Desenvolvimento em escala laboratorial ........................................ 84

5.2.2 Desenvolvimento em escala piloto ................................................... 92

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5.3 Desenvolvimento do extrato seco ....................................................... 95

5.3.1 Desenvolvimento dos parâmetros de secagem ............................... 95

5.3.2 Obtenção do extrato seco ............................................................... 100

5.3.3 Perda por dessecação, teor de flavonoides e perfil cromatográfico

por CLAE ................................................................................................ 101

5.3.4 Densidade aparente, ângulo de repouso e índice de solubilidade

.................................................................................................................. 103

5.3.5 Tamanho e morfologia das micropartículas por MEV ............... 104

5.4 Estudo de estabilidade ...................................................................... 106

5.5 Atividade anti-inflamatória in vivo ................................................. 111

6 CONCLUSÕES .................................................................................... 113

REFERÊNCIAS ...................................................................................... 115

ANEXO A – Laudo de análise da droga vegetal ................................... 127

ANEXO B – Parecer de aprovação do Protocolo no CEUA/UNIVALI

.................................................................................................................. 128

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1 INTRODUÇÃO

Os fitoterápicos são produtos que podem conter em sua composição

somente matérias-primas ativas de origem vegetal, exceto substâncias

isoladas (BRASIL, 2014a). Além disso, as plantas medicinais podem ser um

ponto de partida para o desenvolvimento de novos princípios ativos

farmacologicamente ativos.

Os fitoterápicos podem ser utilizados na terapêutica como opção de

primeira escolha, a exemplo no tratamento da hiperplasia benigna da próstata,

quanto em substituição ao medicamento de origem sintética, como no caso

de ansiedade leve, ou, ainda, como um coadjuvante da terapia alopática

convencional (BRASIL, 2012). Desta forma, caracterizam-se como válido

objeto de estudo para que se ampliem as opções de tratamento eficaz a partir

das plantas medicinais.

Embora o Brasil seja um dos países com a maior biodiversidade mundial

(BARREIRO; BOLZANI, 2009), o número de registro de medicamentos

fitoterápicos na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) é de

apenas 359 produtos, sendo 332 simples e apenas 27 que podem conter mais

de uma espécie vegetal associadas que podem conter mais de uma espécie

vegetal (CARVALHO et al., 2018). Estes dados demonstram a grande

oportunidade e necessidade de inovação a partir de princípios ativos de

origem vegetal.

A espécie Sambucus nigra L., pertencente à família Adoxaceae, tem uso

tradicional descrito em literatura e aprovado por órgãos reguladores. O infuso

e tintura obtidos das flores secas podem ser utilizados para o tratamento de

febres, calafrios e como expectorante no caso de inflamações brandas do trato

respiratório superior. Na Europa, em países como Áustria, Polônia e

Alemanha, são encontrados produtos contendo a espécie isolada ou associada

na forma de chá, xarope e comprimido revestido, com base nas evidências de

uso tradicional (BRASIL, 2014b; EMA, 2008a, 2008b; WHO, 2003).

No Brasil não se encontram produtos registrados contendo esta espécie

(CARVALHO et al., 2018). Dessa forma, o desenvolvimento de uma forma

farmacêutica a partir das flores de S. nigra justifica-se pela viabilidade de

registro no Brasil como produto tradicional fitoterápico simplificado

(BRASIL, 2014b) e oportunidade de mercado.

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Considerando-se a possibilidade de interesse comercial em obter-se um

produto tradicional fitoterápico a partir das flores de S. nigra, o

desenvolvimento do derivado vegetal, o estudo de suas propriedades pré-

formulação e a avaliação da atividade biológica são cruciais para garantir que

o mesmo tenha qualidade e eficácia asseguradas.

Neste contexto, este trabalho buscou desenvolver o insumo

farmacêutico ativo vegetal (IFAV) como contribuição ao desenvolvimento

do produto tradicional fitoterápico na expectativa que possa constituir uma

opção de tratamento de origem natural em gripes e resfriados.

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31

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Desenvolver o derivado vegetal para uso oral a partir das flores secas de

S. nigra L. e avaliar a atividade anti-inflamatória in vivo.

2.2 Objetivos Específicos

Caracterizar a droga vegetal utilizando ensaios farmacopeicos;

Desenvolver a tintura a partir das flores de S. nigra, empregando-se

diferentes métodos de extração;

Desenvolver o extrato seco a partir da tintura de S. nigra, utilizando

secagem por spray drying;

Caracterizar os derivados vegetais desenvolvidos quanto às

propriedades físico-químicas e de pré-formulação;

Avaliar a estabilidade físico-química da droga vegetal, tintura e extrato

seco;

Avaliar a atividade anti-inflamatória in vivo dos derivados

desenvolvidos.

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3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1 Fitoterápicos

O uso das plantas medicinais na forma de chá ou outras formas

farmacêuticas tem papel fundamental na saúde da população em patologias

leves (OLIVEIRA; OLIVEIRA; MARQUES et al., 2016). Este tipo de

terapia vem sendo reconhecida pelo Ministério da Saúde por meio da Política

e Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos (BRASIL, 2016),

e também da integração deste tipo de terapia às Práticas Integrativas e

Complementares do Sistema Único de Saúde – SUS (BRASIL, 2012).

No Brasil os medicamentos de origem natural estão atualmente

divididos em duas classes, os medicamentos fitoterápicos (MF) e os produtos

tradicionais fitoterápicos (PTF). Os medicamentos fitoterápicos são aqueles

que tem sua segurança e eficácia comprovada por estudos não clínicos e

clínicos e os produtos tradicionais fitoterápicos são aqueles que tem

segurança e efetividade comprovada pelas evidências de uso tradicional

(BRASIL, 2014a).

Os produtos tradicionais fitoterápicos são aqueles que podem ser

utilizados em condições de baixa gravidade, para sintomas que não

necessitam de acompanhamento médico. A comprovação de segurança e

efetividade pode ser feita pelo uso tradicional por mais de 30 anos ou pelo

registro simplificado (BRASIL, 2014c; CARVALHO et al., 2014).

A expectativa com a publicação da RDC n° 26 de 2014 é de que a

tradicionalidade de uso possa ser mais amplamente utilizada pelas empresas

como forma de registro de novos fitoterápicos. A espécie S. nigra L. é uma

das espécies com possibilidade de registro simplificado de PTF no Brasil,

caracterizando um potencial mercado a ser explorado (CARVALHO et al.,

2018). Em 2011 o mercado brasileiro de medicamentos fitoterápicos

movimentou 1,1 bilhão de reais, o que corresponde a 43 milhões de unidades

de produtos vendidos (IMS Health 2011, apud ALVES, 2013).

A regulamentação brasileira para essa classe evoluiu muito nos últimos

20 anos, e continua sob constante atualização pelo órgão sanitário. Essa

evolução vem ocorrendo para gerar uma regulamentação específica e

harmonizada com outros países. Observa-se atualmente que há maior rigor

nas normas quanto aos requisitos de qualidade destes produtos e que houve

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ampliação nas possibilidades de espécies a serem registradas no Brasil

(OLIVEIRA; OLIVEIRA; MARQUES et al., 2016).

3.2 Sambucus nigra L.

3.2.1 Características gerais da espécie

A espécie S. nigra L. é popularmente conhecida como sabugueiro,

saúgo, european elder, black elder, sabugo e flor de noiva (ALONSO, 2007;

APPLEQUIST, 2006; MISSOURI BOTANICAL GARDEN, 2017).

A S. nigra é nativa das Ilhas Britânicas e Europa Continental com maior

concentração nas áreas mais escuras demonstradas na Figura 1. Foi

introduzida em outras partes do mundo como Ásia, África, América do Norte

e Austrália. A subespécie S. canadensis pode ser encontrada na América do

Norte e Central, e a subespécie S. peruviana na América do Sul. A espécie é

ausente em altitudes muito elevadas e cresce em zonas frescas, solos úmidos

e ricos em nitrogênio (ALONSO, 2007; APPLEQUIST, 2006; ATKINSON,

2002). A espécie do gênero de ocorrência no Brasil, desde a região do Sudeste

até o Rio Grande do Sul, e também no Paraguai, Argentina e Uruguai, é a

Sambucus australis (NUNES et al., 2007).

Figura 1. Distribuição nativa de S. nigra na Europa e Ilhas Britânicas.

Fonte: Adaptado de Atkinson, 2002.

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Durante um longo período, a S. nigra foi considerada pertencente à

família Caprifoliaceae, porém, atualmente, foi reclassificada como parte da

família Adoxaceae (APPLEQUIST, 2015). Essa família é formada por cinco

gêneros com aproximadamente 200 espécies distribuídas nos dois

hemisférios. O gênero Sambucus compreende 9 a 20 espécies e é constituído

por árvores, arbustos e ervas subtropicais de pequeno porte. O gênero possui

taxonomia controversa e suas principais espécies, S. nigra, S. cerulea, S.

canadensis, S. maderensis e S. palmensis, são reconhecidas por alguns

autores como espécies diferentes e por outros como subespécies

(APPLEQUIST, 2015; BADENES; BYRNE, 2012).

A S. nigra é um arbusto ou árvore ramificada com 4 a 10 metros de

altura, de copa globosa, brotos eretos e retos a partir da base. O caule tem

casca enrugada de coloração marrom acinzentado, folhas pecioladas verde

escuras, com aglomerados de pequenas flores brancas ou amareladas (Figura

2) e frutos negros (APPLEQUIST, 2006; DERMARDEROSIAN;

BEUTLER; 2012; SCOPEL, 2007).

Figura 2. Imagem do arbusto florido (A) e arbusto (B) de S. nigra.

Fonte: (A) Buckallew, 2017; (B) Howard, 2017.

As flores e frutos apresentam uso medicinal mencionado na literatura

científica (ALONSO, 2007; APPLEQUIST, 2006; GARCIA et al., 1999). As

flores são pequenas, amareladas ou brancas, apresentam entre 3 a 5 mm de

A

B

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diâmetro (Figura 3), odor fraco e característico, sabor doce e mucilaginoso

(WITCHL et al., 2004).

Figura 3. Representação das flores de S. nigra.

Fonte: Applequist, 2006.

3.2.2 Composição química da espécie

As flores de S. nigra são constituídas majoritariamente por flavonoides

em quantidade superior a 3%, principalmente os glicosilados como a rutina

(Figura 4), que pode atingir quantidades superiores a 2,5% nas flores secas.

Além da rutina, as flores contêm isoquercitrina, astragalina, hiperosídeo,

nicotiflorina, glicosídeos de isoramnetina e agliconas como campferol e

quercetina em menor quantidade (DAVIDECK, 1961; EMA, 2008b,

WAGNER; BLADT, 1996; WHO, 2003; WITCHL et al., 2004) e a flavanona

naringenina (CHRISTENSEN et al., 2010).

Além desses, as flores contêm mais de 3% de outros compostos

fenólicos, como ácido clorogênico, cafeico, ferúlico e p-cumárico e seus

ésteres β- glucosilados (EMA, 2008b; SCOPEL, 2005; WHO, 2003;

WITCHL, 2004).

Outros grupos químicos presentes são os triterpernos, em torno de 1%,

incluindo α e β amirina, ácido ursólico e oleanólico, e 1% de esteróis como

β-sitosterol, campesterol e estigmasterol (WHO, 2003; WITCHL, 2004). Os

óleos essenciais estão presentes, entre 0,03 a 0,14%, dos quais 65% são

ácidos graxos livres, como ácido palmítico e linoleico, e 7% são alcanos e

compostos como éteres, óxidos, acetonas, aldeídos, álcoois e ésteres (EMA,

2008b; TOULEMOND, RICHARD, 1983; WHO, 2003; WITCHL, 2004).

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37

Figura 4. Estruturas químicas dos principais flavonoides das flores de S. nigra.

Rutina

(C27H30O16)

CAS: 153-18-4

Isoquercitrina

(C21H20O12)

CAS: 482,35-9

Quercetina

(C15H10O7)

CAS: 522-12-3

Também fazem parte da composição das flores minerais com alta

concentração de potássio (4-9%), taninos e mucilagem (EMA, 2008b;

GARCIA et al, 1999; WITCHL, 2004), além de traços do glicosídeo

cianogênico sambunigrina (ALONSO, 2007).

Senica et al. (2017) verificaram que a quantidade de flavonoides nas

flores é influenciada pela altitude do cultivo da espécie, aumentando entre 51

a 63% nos topos de colina, devido às diferenças de temperatura, luz e

precipitação entre essas regiões. O mesmo ocorre para os glicosídeos

cianogênicos e outros compostos fenólicos, porém não de forma gradual.

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Entretanto, Rieger et al. (2008) verificaram que a isoquercitrina e os

derivados cafeoiquínicos em flores de S. nigra aumentam com altitude entre

670 e 1000 m, ao contrário da rutina, que diminui.

O fruto negro é bastante conhecido por conter antocianinas em maior

quantidade que os polifenois, além de vitaminas, taninos, açúcares, pectina,

óleos essenciais e ácidos orgânicos. Há traços de glicosídeos cianogênicos,

dentre eles a sambunigrina (ALONSO, 2007; GARCIA et al., 1999).

Nas cascas encontram-se quantidades significativas de lectinas e

proteínas inativadoras ribossomais, bastante estudadas na literatura técnico-

científica (ATKINSON, 2002). As folhas também contêm polifenois e

glicosídeos cianogênicos em maior quantidade que nas flores (ALONSO

2007; SENICA et al., 2017), sendo utilizadas tradicionalmente como anti-

inflamatório tópico (YESILADA et al., 1997).

Segundo EMA (2008 b) não há relatos de efeitos tóxicos ou prejudiciais

pelo uso das flores de S. nigra, apesar da presença de traços de sambunigrina.

No entanto, maior quantidade deste componente pode ser encontrada nos

frutos não maduros e outras partes da planta e seu uso pode ocasionar vômitos

ou diarreia caso sejam consumidos.

3.2.3 Uso como produto tradicional fitoterápico

O uso das flores desta espécie com base em evidências de uso

tradicional é amplamente descrito em literatura. É indicada para o tratamento

da febre, calafrios e como expectorante no caso de inflamações brandas do

trato respiratório superior. Devido às propriedades citadas, a droga vegetal é

utilizada no alívio de sintomas iniciais do resfriado comum

(BLUMENTHAL, 1998; BRASIL, 2014b; EMA, 2008a; WHO, 2003).

Com base em diferentes referências de uso tradicional

(BLUMENTHAL, 1998; BRADLEY, 1992; WHO, 2003), a European

Medicine Agency (EMA) recomenda três tipos de derivado vegetal para uso

terapêutico a partir das flores secas de S. nigra: o chá obtido a partir de 2 a 5

g, 3 a 5 mL do extrato fluido 1:1 e 10 a 25 mL da tintura 1:5 administrados 3

vezes ao dia (EMA, 2008a).

No Brasil, segundo a Instrução Normativa n° 2 de 2014 da ANVISA, há

previsão para o registro simplificado como PTF, que deve ser obtido a partir

das flores da espécie na forma de extrato. Esta norma aprova o seu uso como

mucolítico e no tratamento sintomático de gripes e resfriados (BRASIL,

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2014b). A dose diária é descrita com base na quantidade de marcadores, que

deve ser entre 80 a 120 mg de flavonoides expressos em isoquercitrina.

O Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira também

considera que a infusão obtida de 3 g das flores secas de S. nigra, utilizando

150 mL de água, três vezes ao dia, pode ser indicada como diaforético

(BRASIL, 2011).

Cavero, Akerreta e Clavo (2011) realizaram estudo etnofarmacológico,

entrevistando 253 indivíduos na região de Navarra, na Península Ibérica.

Dentre os participantes, 86 indivíduos citaram o uso da espécie S. nigra como

sendo de uso tradicional da população da região. Dentre os usos relatados,

destaca-se a melhoria de sintomas respiratórios como congestão nasal e dor

de garganta.

Um estudo foi realizado na região de Kosovo por Mustafa et al. (2015),

no qual o uso das flores de S. nigra, na forma de infuso para tratamento de

sintomas do sistema respiratório como bronquite e tosse, foi citado por mais

de 30% dos entrevistados.

3.2.4 Estudos farmacológicos

Apesar de ser utilizada na terapêutica devido a suas propriedades

farmacológicas relatadas a partir do uso tradicional, existem apenas alguns

estudos farmacológicos publicados para a espécie S. nigra, incluindo as

diversas partes da planta, como as flores, folhas, cascas e frutos.

A atividade anti-inflamatória do extrato das flores, obtido com etanol a

80%, por soxhlet, foi avaliada por Mascolo, Autore e Capasso (1987). Nesse

estudo, verificou-se a atividade anti-inflamatória moderada, na dose de 100

mg/kg no modelo de edema de pata em rato. O extrato inibiu 27% do volume

do edema induzido por carragenina.

Yesilada et al. (1997) avaliaram a atividade anti-inflamatória in vitro de

diferentes extratos obtidos das flores de S. nigra utilizando ELISA.

Observou-se que o extrato metanólico apresentou efeito inibitório na

biossíntese de interleucina-1α (IL-1α) de 44%, de 49% para interleucina-1β

(IL-1β), e de 50% no fator de necrose tumoral (TNF-α). Utilizando extrato

lipofílico houve inibição de 38% na biossíntese do IL-1α, 45% para IL-1β e

31% para o TNF-α.

A capacidade antioxidante das flores e frutos da S. nigra foi demostrada

por Mikulic-Petkovsek et al. (2016). Neste estudo observaram que a infusão

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das flores contém alto conteúdo de polifenois equivalente ao ácido gálico

(EAG), em média 40137 mg/kg, e consequentemente, maior atividade

antioxidante sobre o radical ABTS (2,2 azinobis-3-etilbenzotiazolina-6-ácido

sulfônico) que o infuso dos frutos com apenas 6831 mg/kg de polifenóis

EAG.

Viapiana e Wesolowski (2017) observaram que, ao comparar a

atividade antioxidante da infusão obtida de flores e frutos de S. nigra,

utilizando o radical padrão DPPH e redução do íon ferro, as flores

demonstraram maior capacidade antioxidante. O resultado foi atribuído ao

maior teor de fenólicos totais e flavonoides encontrados nessa parte da planta.

Ho, Wangensteen e Barsett (2017) demonstraram que os extratos

etanólicos produzidos das flores e também dos frutos da espécie apresentam

efeito modulador na inflamação devido à forte fixação do complemento e

inibição do óxido nítrico em macrófagos e células dendríticas.

Serkedjieva et al. (1990) demonstraram a atividade antiviral de um

preparado liofilizado obtido pela infusão das flores de S. nigra, partes aéreas

de Hypericum perforatum, e raízes de Saponaria officinalis, misturadas na

proporção 100:70:40. Tal preparação inibiu o crescimento de cepas do vírus

Influenza dos tipos A e B, in vitro e in vivo, e também Herpes simples tipo 1

in vitro.

A atividade diurética do extrato aquoso das flores de S. nigra também

já foi estudada em ratos, para a dose de 50 mg/kg, administrada via

intraperitoneal. Foi observado aumento no volume de urina no período de 2-

24 horas, e também aumento na excreção de sódio após 8 e 24 horas da sua

administração (BEAUX et al., 1999).

A atividade farmacológica relacionada à diabetes também tem sido

investigada, com resultados promissores. O extrato metanólico obtido das

flores de S. nigra apresentou eficácia na prevenção e tratamento de resistência

à insulina em modelo in vitro, utilizando o bioensaio de transativação

mediada por PPARγ e diferenciação de adipócitos. Tal atividade nesse estudo

foi atribuída à presença da flavanona naringenina e dos ácidos graxos

linolênico e linoleico (CHRISTENSEN et al., 2010).

Bhattacharya et al. (2013) também evidenciaram que extratos das flores

obtidos com diclorometano e metanol aumentaram a captação de glicose em

tecido suíno e diminuíram o acúmulo de gordura nesse tecido.

Raafat e El-Lakani (2015) estudaram os efeitos agudos e subcrônicos

do extrato aquoso das flores de S. nigra em ratos com diabetes induzida por

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41

aloxana e verificaram a diminuição significativa do nível de glicose

sanguíneo, sendo a dose mais eficaz a de 200 mg/kg.

Além das flores, os frutos da S. nigra, mais do que as folhas, têm sido

estudados, sobretudo no que se relaciona aos efeitos sobre o sistema

imunológico.

Barak, Halperin e Kalickman (2001) estudaram o efeito do extrato

padronizado dos frutos de S. nigra na produção das citocinas inflamatórias

IL-1b, TNF-a, IL-6, IL-8 em monócitos e verificaram que o extrato foi capaz

de aumentar a sua produção, indicando que esse extrato pode ativar o sistema

imunológico. Kinoshita et al. (2012) também evidenciaram atividade sobre o

sistema imune a partir do suco obtido do fruto de S. nigra.

O extrato padronizado do fruto de S. nigra utilizado no produto

Sambucol® demonstrou efeito estimulante do sistema imune pelo aumento da

produção de citocinas (BARAK; HALPERIN; KALICKMAN, 2001) e

inibição do vírus H1N1 in vitro (KRAWITZ et al., 2011; ROSCHEK JR et

al., 2009).

O extrato aquoso da casca de S. nigra mostrou ser eficaz em um modelo

de inibição de retrovírus de imunodeficiência em gatos, um modelo utilizado

para avaliação de possíveis substâncias com atividade anti-HIV (UNCINI

MANGANELLI; ZACCARO; TOMEI, 2005).

A fração contendo polifenois, esteróis e terpenos de frutos de S. nigra e

S. canadensis, na concentração de 10 µg/mL, apresentou potencial

anticarcinogênico, que foi observado através da forte indução de quinona

redutase e inibição da ciclo-oxigenase tipo 2 (THOLE et al., 2006), o que

indica propriedade anti-iniciação e anti-promoção, respectivamente.

A capacidade antioxidante de S. nigra foi também demonstrada no

vinho obtido dos seus frutos, utilizando o radical padrão DPPH

(SCHMITZER et al., 2010).

David et al. (2014) avaliaram a eficácia de nanopartículas de prata

contendo extrato do fruto de S. nigra na inflamação induzida por radiação

UVB em queratinócitos e no modelo de inflamação por indução de edema em

patas de rato por carragenina. As nanopartículas apresentaram efeito anti-

inflamatório in vivo e in vitro, evidenciado pela diminuição na produção de

citocinas e manutenção de baixos níveis das mesmas após exposição à

radiação UVB.

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As nanopartículas de prata contendo extrato do fruto de S. nigra também

foram estudadas por Moldovan et al. (2016), que comprovaram a capacidade

antioxidante deste material in vivo e in vitro.

Mahmoudi et al. (2014) evidenciaram também atividade antidepressiva

dos extratos metanólicos da folhas e frutos de S. nigra e S. ebulus utilizando

o modelo do nado forçado e suspensão de cauda na dose 1200 mg/kg.

Um estudo clínico confirmou os benefícios do uso do extrato

padronizado dos frutos de S. nigra em resfriados. O extrato reduziu o tempo

do resfriado e também os sintomas em viajantes aéreos (TIRALONGO;

WEE; LEA, 2016). Zalay-Rones et al. (2004) já haviam evidenciado a

eficácia do composto na redução do tempo de duração da gripe causada por

Influenza tipo A e B.

Ciocoiu et al. (2016) verificaram que o tratamento combinado de

inibidores de renina (aliscireno) e extrato etanólico do fruto de S. nigra

reduziu a pressão arterial in vivo em maior nível que o aliscireno isolado. O

tratamento combinado também levou a um efeito antioxidante e

hipolipidemiante que foi benéfico aos animais.

Opris et al. (2017) avaliaram o uso de nanopartículas de ouro contendo

extrato dos frutos de S. nigra em um modelo de diabetes induzida em ratos

por estreptozotocina. As nanopartículas demonstraram potencial uso como

adjuvante no tratamento da diabetes devido a seu efeito antioxidante e

redução da inflamação nos tecidos do fígado.

3.2.5 Controle de qualidade

O controle de qualidade das flores secas de S. nigra está descrito nas

Farmacopeia Brasileira e Europeia. Nesses compêndios os flavonoides são os

marcadores utilizados para controle de qualidade desta droga vegetal.

Segundo a Farmacopeia Brasileira 5ª edição (2010), a droga vegetal

deve apresentar no mínimo 1,5% de flavonoides expressos em quercetina, e

no mínimo 1% de rutina. E ainda, de acordo com a Farmacopeia Europeia 8ª

edição (2014), um mínimo de 0,8% de flavonoides expressos em

isoquercitrina. A utilização da rutina como marcador possibilita estabelecer

uma correlação entre a droga e o derivado vegetal.

Os adulterantes mais comuns das flores secas da espécie são S. ebulus e

S. racemosa, que também ocorrem na Europa e diferem de S. nigra pelas

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flores mais avermelhadas e formato piramidal das pétalas (ALONSO, 2007;

APPLEQUIST, 2006).

A Farmacopeia Brasileira traz os requisitos de qualidade da espécie S.

australis, que apresenta flores e pétalas maiores e proeminência apical nas

brácteas. O ovário de S. nigra apresenta três lóculos, e o S. australis cinco. A

espécie S. nigra apresenta no mínimo 1,5% de teor de flavonoides em

quercetina e 1,0% de teor de rutina, e a S. australis apresenta no mínimo 2,0%

e 0,8%, respectivamente (BRASIL, 2010; NUNES et al., 2007; SCOPEL et

al., 2007).

3.2.6 Flavonoides

Os flavonoides são um grande grupo de metabólitos encontrados no

reino vegetal. São de forma geral moléculas polifenólicas que contém

substituintes hidroxilados e/ou seus derivados funcionais. Ocorrem

naturalmente na forma de agliconas ou de heterosídeos (GONZALES et al.,

2015; ZUCOLOTTO et al., 2017). Tem grande importância devido a seu

potencial antioxidante, anti-inflamatório, regulador do sistema imune e na

regulação da diabetes (ZUCOLOTTO et al., 2017).

A estrutura química básica dos flavonoides (Figura 5) é composta

geralmente por 15 átomos de carbono, constituída de dois aneis fenila ligados

por uma cadeia de três carbonos entre elas. Nos compostos tricíclicos as

unidades são chamadas de A, B e C (ZUCOLOTTO et al., 2017).

Figura 5. Estrutura básicas dos flavonoides.

Fonte: Gonzales et al. (2015).

O anel B pode estar ligado em C2 ou C3 e os pontos mais comuns de

hidroxilação são 5 e 7 no anel A, 3’, 4’ e 5’ no anel B e 3 e 2 no anel C. Outras

diferenças comuns são a presença de dupla ligação entre C2 e C3 e

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grupamento cetona em C4. Além disso, os flavonoides costumam ser

divididos de acordo com a variabilidade de suas estruturas químicas

(GONZALES et al., 2015). A quercetina é um composto que faz parte do subgrupo dos flavonois,

que são caracterizados por apresentar uma hidroxila na posição C-3. A rutina

e isoquercitrina são O-heterosídeos deste composto, em que o açúcar está

ligado à aglicona via ligação glicídica na hidroxila. Para esses compostos, o

aquecimento pode levar à hidrólise dos O-heterosídeos. Também pode

ocorrer hidrólise ácida ou alcalina (ZUCOLOTTO et al., 2017).

Outro ponto relevante que deve ser levado em consideração com relação

à estabilidade dos flavonoides é sua capacidade de neutralizar espécies

oxidantes atuando como antioxidantes e de ligar íons metálicos, o que os

tornam compostos susceptíveis a degradação por oxidação (ZUCOLOTTO et

al., 2017).

Wang, Li e Bi (2011) avaliaram a seletividade da hidrólise da rutina nas

ligações β-D-glicosídica, com formação da quercetina, e formação da

isoquercitina nas ligações α-L-ramnosídica. Em meio ácido, à 1% de HCl, foi

constatada uma maior taxa de conversão da rutina em quercetina do que em

isoquercitrina. A isoquercitrina é formada em maior proporção por hidrólise

enzimática utilizando hesperidinase.

Prosen e Pendry (2016) estudaram a estabilidade, por meio de

cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE), da tintura das flores de S.

nigra recém obtida e de uma amostra adquirida comercialmente utilizando os

marcadores rutina, isoquercitrina e quercetina. Na análise inicial do estudo, a

tintura recém preparada apresentou um pico maior para rutina em relação à

quercetina, ao contrário do que ocorreu com a tintura comercialmente

adquirida. Na tintura recém preparada, observou-se que após 200 dias houve

queda de 44,7% da rutina a temperatura ambiente, e 48,6% a temperatura de

40 °C, com aumento da quantidade de isoquercitrina de 128% na temperatura

ambiente e 33,2% a 40 °C. A quercetina apresentou queda em ambas as

tinturas e em ambas as temperaturas de armazenamento durante o estudo.

3.2 Desenvolvimento de derivado vegetal

A espécie vegetal quando utilizada como finalidade terapêutica é

denominada planta medicinal e, após sua colheita/estabilização e

disponibilização na forma íntegra, triturada, rasurada ou pulverizada, é

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denominada droga vegetal. Segundo a RDC n° 26 de 2014, o derivado vegetal

caracteriza o produto da extração da planta ou droga vegetal (BRASIL,

2014a).

As formas de derivado vegetal comumente utilizadas são os extratos,

que podem ser fluidos, moles, secos ou glicólicos, e os óleos, fixos ou

essenciais. Os derivados podem ser apresentados também na forma de ceras,

exsudatos, tinturas e alcoolaturas (BRASIL, 2014c). Dessa forma os

derivados vegetais compreendem desde preparações processadas de forma

mais simples até extratos refinados ou purificados (EMA, 2010).

Na obtenção do derivado vegetal, a operação de extração é a mais

comumente utilizada. Nessa operação, os constituintes do material vegetal

são removidos com auxílio de líquido solvente, que embebe o material, se

difunde por ele e dissolve os componentes de interesse (BASSANI;

PETROVICK, 2017; LOCKWOOD, 2016). Por esse motivo, a definição do

líquido extrator, tempo, metodologia de extração e grau de cominuição do

material vegetal são determinantes na composição fitoquímica do extrato

obtido.

É fundamental que os derivados vegetais desenvolvidos sejam

submetidos a estudos de estabilidade para avaliação de possíveis degradações

e outras alterações físico-químicas e determinação do prazo de validade. No

Brasil os produtos devem ser testados em condições de estabilidade acelerada

(40 °C/75% UR) e de longa duração (30 °C/75% UR) de acordo com as

condições para zona climática IV (quente e úmida) (BRASIL, 2005).

Porém, um método analítico indicativo de estabilidade deve ser

utilizado nesses estudos. Esse tipo de metodologia mede com precisão e

exatidão os ingredientes ativos, sem interferência dos produtos de

degradação, impurezas do processo, excipientes ou outras impurezas

potenciais, sendo um processo analítico quantitativo validado que pode

detectar as alterações com o tempo das propriedades relevantes da droga

vegetal e do fitoterápico (FDA, 2000).

Segundo o FDA (2000) os procedimentos analíticos empregados em

estudos de estabilidade devem ser indicativos de estabilidade, a menos que

haja uma justificativa aceitável.

Atualmente a Instrução Normativa n° 4 isenta os fitoterápicos da

avaliação quantitativa de produtos de degradação, e o acompanhamento nesse

tipo de produto deve ser via perfil cromatográfico (BRASIL, 2014c). No

entanto, durante a fase de desenvolvimento a utilização de um método

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indicativo de estabilidade possibilita a verificação das melhores condições de

processamento da droga e derivado vegetal para manutenção de suas

propriedades.

Durante o desenvolvimento do derivado vegetal devem ser avaliadas

suas propriedades relevantes na etapa de pré-formulação do produto

farmacêutico, como sua solubilidade em água, tamanho e formato das

partículas obtidas, caracterização do perfil por análise térmica,

higroscopicidade, densidade e propriedades de fluxo e avaliação da

estabilidade (FIESE; TIMOTHY, 2001; GAISFORD, 2016). As informações

coletadas a partir desses testes servem de parâmetros para direcionar o

desenvolvimento de produtos farmacêuticos, respeitando-se as suas

especificidades, como o estado físico da forma farmacêutica, a sua

estabilidade, a via de administração e as facilidades de uso e armazenamento

(GIBSON, 2009).

3.2.1 Tinturas

As tinturas são um tipo de extrato vegetal caracterizadas por ser uma

solução extrativa alcoólica ou hidroalcoólica obtida da extração da droga

vegetal. Nesse tipo de preparação uma parte da droga vegetal é extraída com

quantidades de solvente equivalente a duas a dez partes, e nesse caso, podem

ser obtidas por maceração ou percolação (BASSANI; PETROVICK, 2017,

BRASIL, 2010; BRASIL, 2011). As tinturas também podem ser produzidas

a partir da diluição de outros extratos (BRASIL, 2014c).

A caracterização das tinturas deve ser feita através das análises físico-

químicas de resíduo seco, pH, densidade relativa, determinação do teor

alcoólico, determinação de metanol e 2-propanol, teor de marcadores,

limpidez de soluções e também através de análise microbiológicas (BRASIL,

2014c).

As tinturas podem ser obtidas por maceração, método no qual a droga

pulverizada permanece em recipiente fechado e em temperatura ambiente

durante um período de horas ou dias. Essa operação pode apresentar

variações, como, por exemplo, o emprego de aquecimento entre 40 e 60 °C,

quando é chamado de digestão e pode ser feito sob agitação constante,

caracterizando a maceração dinâmica. O processo pode ser repetido

utilizando a mesma droga vegetal, caracterizando uma remaceração

(BASSANI; PETROVICK, 2017).

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A percolação é outro método que pode ser empregado na obtenção das

tinturas. Nessa metodologia o solvente passa através da droga vegetal

previamente macerada, sob velocidade controlada (BRASIL, 2011). A

percolação também pode apresentar variações como repercolação, extração

contracorrente, soxhlet e a percolação fracionada, em que as frações de

percolado são coletadas separadamente. Essas variações geralmente são

empregadas para gerar economia de solvente, já que a quantidade empregada

na percolação simples é bastante elevada (BASSANI; PETROVICK, 2017).

3.2.2 Extrato seco

O extrato seco é a uma preparação obtida pela eliminação da fase líquida

da solução extrativa e que pode conter adjuvantes que possibilitem a obtenção

de um produto sólido (BRASIL, 2010).

O processamento da droga vegetal na forma de extrato seco possui a

vantagem, na maioria das vezes, de fornecer maior estabilidade físico-

química do que outros tipos de extrato. A secagem diminui a atividade de

água em comparação com as formas líquidas e concentra os compostos com

atividade terapêutica (OLIVEIRA; PETROVICK, 2010; RANKELL;

LIEBERMAN; KANIG, 2001).

As técnicas que podem ser empregadas para obtenção de extratos secos

são geralmente baseadas em eliminação da fase líquida, que pode ser feita

pelo emprego de calor, como na secagem por aspersão ou spray drying, ou

por emprego de pressão reduzida como na liofilização (BASSANI;

PETROVICK, 2017; SOARES; SOUZA, 2011).

A caracterização dos extratos secos de origem vegetal deve ser realizada

através de análises físico-químicas como granulometria, determinação de

água, densidade aparente, teor de marcadores e solubilidade, e de análise

microbiológicas, com contagem total de bactérias aeróbias, fungos e

leveduras, presença de Salmonella sp e Escherichia coli (BRASIL, 2014c).

3.2.2.1 Secagem por aspersão ou atomização

Uma das técnicas mais empregadas na obtenção de extratos secos é a

secagem por atomização ou spray drying, na qual o fluido é disperso em

gotículas finas, cuja fase líquida evapora em uma corrente de ar quente antes

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de atingir as paredes do equipamento, e o produto seco é separado em um

ciclone e depositado no coletor (RANKELL et al., 2001).

Os parâmetros do processo como temperatura do ar de entrada e de saída

e a pressão de atomização podem influenciar nas características dos pós ou

grânulos obtidos (JAIN MANU et al., 2012).

A secagem pela aspersão em gotículas é bastante eficiente e vantajosa

ao promover a rápida evaporação, pois a transferência de calor ocorre a partir

uma elevada área superficial e pode ser realizada de forma contínua na escala

industrial. Esta rápida evaporação impede que as gotículas atinjam

temperaturas muito elevadas, minimizando a degradação térmica. Além

disso, apresenta como vantagem a formação de partículas ocas e esféricas

(Figura 6), com tamanho relativamente uniforme e boa compactação

(AULTON, 2016; OLIVEIRA; PETROVICK, 2010).

Figura 6. Formação de micropartículas na secagem por aspersão.

Fonte: AULTON (2016).

Os secadores por atomização ou aspersão são estruturados conforme

disposto na Figura 7. O ar aquecido entra em contato com as gotículas na

câmara de secagem, promovendo a formação das partículas sólidas que são

aspiradas até o ciclone, onde são separadas pelo tamanho e direcionadas para

o coletor. O tamanho das partículas formadas está diretamente relacionado ao

tamanho das gotículas atomizadas. Na Figura está evidenciado, à esquerda, o

equipamento em escala laboratorial que apresenta bico de atomização em

jato, onde pode haver deposição de material prejudicando a uniformidade do

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tamanho das partículas. À direita está demonstrado o atomizador do tipo

disco giratório, mais comum na escala industrial, e que foi projetado para

melhorar a uniformidade de tamanho das partículas formadas (AULTON,

2016).

Figura 7. Esquema dos secadores por aspersão (spray drying).

(1) aquecimento do ar de entrada (2) formação das gotículas (3) câmara de secagem

(4) ciclone – coleta das partículas (5) Filtro de saída (6) aspiração do ar ou gás e à

direita detalhe da câmara de secagem.

Fonte: BUCHI®; AULTON (2016).

Na literatura técnico-científica encontram-se vários estudos de

desenvolvimento de extratos secos vegetais por spray drying demonstrando

que a técnica é amplamente estudada e aplicada para este fim.

Cortés-Rojas, Souza e Oliveira (2015) estudaram o impacto do uso de

diferentes tipos e concentração de excipientes, temperatura de secagem e

fluxo de alimentação na obtenção do extrato seco das partes aéreas de Bidens

pilosa L. Foi demonstrado que altas temperaturas podem reduzir a atividade

antioxidante do extrato e que o dióxido de silício coloidal aumenta o

rendimento do produto obtido, o que ressalta a necessidade de um adequado

desenvolvimento dos parâmetros de secagem.

Sharifi et al. (2015) desenvolveram um extrato seco dos frutos de

Berberis vulgaris e observaram que a combinação de maltodextrina e goma

arábica, na proporção 1:1, otimizou o teor de marcadores e o rendimento do

extrato, e que a temperatura de 180 °C reduziu o teor de marcadores a um

nível inferior ao que verificado na temperatura de 160 °C.

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O extrato seco da casca do caule de Rapanea ferruginea Mez foi

desenvolvido por Baccarin et al. (2016), avaliando-se o emprego de

diferentes concentrações e tipos de excipientes e variando-se a temperatura,

fluxo de alimentação e diferentes porcentagens de sólidos no líquido de

aspersão durante a secagem do extrato. Por meio das condições estudadas foi

possível determinar que as melhores condições de secagem para este material

foram 5% de sólidos no líquido para aspersão, 30% de dióxido de silício

coloidal no extrato seco final, fluxo de alimentação de 4 mL/minuto e

temperatura de secagem de 170 °C.

O emprego da secagem por spray drying na obtenção de extratos

contendo substâncias polifenólicas como os flavonoides é amplamente

descrito em literatura e pode conferir melhoria em sua solubilidade e

biodisponibilidade, além de reduzir sua sensibilidade às condições

ambientais como luz, temperatura, umidade e oxigênio (OUTUKI et al.,

2016; ZOKTI et al., 2016).

Outuki et al. (2016) testaram a secagem por spray drying e avaliaram o

teor dos flavonoides rutina e hiperosídeo presentes no extrato das folhas de

Eschweilera nana. Os autores observaram que houve aumento na estabilidade

térmica, controle na liberação da rutina e presença de atividade antioxidante

nas micropartículas produzidas utilizando como excipiente uma mistura de

goma arábica e goma xantana.

Foram produzidas micropartículas do extrato de Vitis vinifera contendo

polifenois utilizando-se maltodextrina e goma arábica com encapsulantes, o

que conferiu maior estabilidade a esses compostos (TOLUN et al., 2016).

Kuck e Caciano (2016) conseguiram obter micropartículas do extrato de

Vitis labrusca contendo alto conteúdo de polifenois utilizando como agente

encapsulante goma guar e polidextrose, que mantiveram sua atividade

antioxidante.

Ibrahim Silva et al. (2013) obtiveram extratos por spray drying de

Myrciaria jaboticaba, utilizando maltodextrina como agente encapsulante, o

que, além, de conferir um formato esférico às micropartículas, possibilitou a

obtenção de um pó com boa preservação da coloração característica da

espécie e demonstrou estabilização dos pigmentos presentes no extrato.

As antocianinas foram avaliadas no extrato seco da espécie Hibiscus

sabdariffa obtido por aspersão utilizando maltodextrina, goma arábica e

amido, e foi observado aumento da estabilidade destas substâncias quando

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armazenadas a 37 °C com todos os agentes encapsulantes testados (IDHAM

et al., 2012).

3.2.2.2 Excipientes de secagem

É comum na secagem por aspersão o emprego de excipientes como

adjuvantes para melhoria das características tecnológicas do produto,

estabilidade e rendimento do produto obtido. Dentre os excipientes

comumente utilizados podem ser citados amido, ciclodextrinas, dióxido de

silício coloidal, fosfato tricálcico, gelatina, goma arábica, lactose e

maltodextrina, entre outros (OLIVEIRA; PETROVICK, 2010).

A maltodextrina é muito utilizada como adjuvante de secagem devido a

sua propriedade formadora de filme, redução de permeabilidade do oxigênio

na matriz formada e baixo custo (MEDINA-TORRES et al., 2016;

SANSONE et al., 2015). É livremente solúvel em meio aquoso (ROWE et

al., 2009), o que é desejável em produtos formulados para reconstituição em

água.

A maltodextrina é um sacarídeo formado por unidades de D-glucose

através de ligação α -1, 4 e em alguns segmentos α-1, 6 (Figura 8). É

preparada pela hidrólise parcial ácido ou enzimática do amido. Tem aspecto

de pó ou grânulos brancos, sem dulçor. A concentração de uso como veículo

é de 10-99% (ROWE et al., 2009), o que implica em uma adequada

determinação da concentração a ser empregada em cada formulação.

Figura 8. Fórmula estrutural da maltodextrina.

Fonte: Rowe et al. (2009)

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A maltodextrina é bastante utilizada como adjuvante na secagem por

spray drying devido à sua alta temperatura de transição vítrea, que geralmente

fica entre 140 e 180°C. A maltodextrina DE (dextrose equivalente) 10 é uma

das mais estáveis e apresenta menor higroscopicidade que as variações com

maior DE (NURHADI; ROOS; MAIDANNYK, 2015; ROWE, 2009).

O uso da maltodextrina como excipiente na obtenção de extratos secos

vegetais a partir de espécies que contém substâncias polifenólicas foi

pesquisado por alguns autores como Krishnaiah, Sarbatly e Nithyanandam

(2012), que obtiverem um extrato seco dos frutos de Morinda citrifolia L. na

forma de micropartículas regulares e esféricas. A aplicação da maltodextrina

como adjuvante foi superior à da carragenina ao se avaliar a atividade

antioxidante, rendimento, distribuição de tamanho de partículas, umidade e

teor de flavonoides.

Robert et al. (2010) avaliaram o processo de secagem por aspersão em

extratos da espécie Punica granatum. Nesse estudo foram comparados

extratos obtidos com maltodextrina e proteína isolada de soja, e verificaram

que, embora as micropartículas produzidas com maltodextrina tenham

apresentado menor eficiência de microencapsulação de polifenois do que a

proteína de soja, elas foram mais estáveis durante o armazenamento,

resultado que foi demonstrado pela baixa constante de degradação nessas

preparações.

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113

6 CONCLUSÕES

A droga vegetal seguiu os critérios farmacopeicos e apresentou-se

dentro dos parâmetros de qualidade descritos na Farmacopeia Brasileira e

outras publicações que se referem ao controle de qualidade das flores secas

de S. nigra.

Sendo a tintura um derivado vegetal aprovado na Europa e Brasil com

base no uso tradicional, foi desenvolvido uma metodologia para sua extração

e obtenção utilizando-se a avaliação do teor de flavonoides calculados como

rutina e a sua eficiência extrativa.

O método que apresentou melhor resultado foi a percolação associada a

recursos como a repercolação e o aquecimento para melhoria da eficiência

extrativa. Com emprego desse processo foi atingido 61,9% de eficiência

extrativa na escala laboratorial e 70% na escala piloto. Além disso, o processo

desenvolvido apresentou reprodutibilidade na escala piloto, o que o torna

promissor para aplicação na escala industrial.

Um extrato seco foi desenvolvido e otimizado a partir da tintura e,

utilizando-se desenho experimental estatístico, observou-se que a melhor

condição para secagem é a utilização de temperatura de secagem de 188 °C e

64% de maltodextrina como adjuvante de secagem.

O extrato seco desenvolvido apresentou recuperação do teor de

flavonoides superior a 90% na secagem, boas características de fluxo e

solubilidade em água, fatores que são relevantes na obtenção de formas

farmacêuticas sólidas e líquidas.

Na avaliação da estabilidade por 60 dias, a tintura de S. nigra apresentou

um teor remanescente de 80,31 e 84,25% em condições de estudo acelerado

e a temperatura ambiente, respectivamente. O extrato seco apresentou

alteração física nas condições de estudo acelerado e apresentou 95,70% do

teor inicial após armazenamento por 60 dias em prateleira.

A atividade anti-inflamatória foi avaliada na tintura liofilizada e foi

verificada redução significativa na contagem total de leucócitos no modelo

de bolsa de ar na dose de 600 mg/kg, o que tornou possível estabelecer uma

correlação com a dose indicada para uso terapêutico segundo o conhecimento

tradicional.

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ANEXO A – Laudo de análise da droga vegetal

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ANEXO B – Parecer de aprovação do Protocolo no CEUA/UNIVALI

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