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Universidade Federal do Rio de Janeiro Centro de Tecnologia Escola Politécnica Engenharia Naval e Oceânica Modelo Analítico Simplificado Da Influência Das Linhas De Ancoragem E Risers Em Uma Simulação Em CFD Do Movimento De Heave De Uma Plataforma MonocolunaAluno Daniel Debatin Ferraz de Araujo DRE: 104053187 Professor Orientador Carl Horst Albrecht, D.Sc.

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Page 1: Modelo Analítico Simplificado Da Influência Das Linhas De ... · Te amo, Canjica. “As coisas que um dia eu imaginei como ... evitar o rompimento da tubulação que liga os poços

Universidade Federal do Rio de Janeiro

Centro de Tecnologia

Escola Politécnica

Engenharia Naval e Oceânica

“Modelo Analítico Simplificado Da Influência Das Linhas De Ancoragem E Risers

Em Uma Simulação Em CFD Do Movimento De Heave De Uma Plataforma

Monocoluna”

Aluno

Daniel Debatin Ferraz de Araujo

DRE: 104053187

Professor Orientador

Carl Horst Albrecht, D.Sc.

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Rio de Janeiro, RJ – Brasil

Setembro de 2017

ESCOLA POLITÉCNICA

ENGENHARIA NAVAL E OCEÂNICA

“Modelo Analítico Simplificado Da Influência Das Linhas De Ancoragem E Risers

Em Uma Simulação Em CFD Do Movimento De Heave De Uma Plataforma

Monocoluna”

Daniel Debatin Ferraz de Araujo – DRE 104053187

Projeto Final Submetido Ao Corpo Docente Do

Departamento De Engenharia Naval E Oceânica Da

Escola Politécnica Da Universidade Federal Do Rio

De Janeiro Como Parte Dos Requisitos Necessários

Para A Obtenção Do Grau De Engenheiro Naval e

Oceânico.

Aprovado por:

___________________________________________________

Prof. Carl Horst Albrecht, D.Sc.

___________________________________________________

Prof. Alexandre Teixeira de Pinho Alho, D.Sc.

___________________________________________________

Prof. Severino Fonseca da Silva Neto, D. Sc.

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Rio de Janeiro, RJ – Brasil

Setembro de 2017

MODELO ANALÍTICO SIMPLIFICADO DA INFLUÊNCIA DAS LINHAS DE

ANCORAGEM E RISERS EM UMA SIMULAÇÃO EM CFD DO MOVIMENTO DE

HEAVE DE UMA PLATAFORMA MONOCOLUNA

Daniel Debatin Ferraz de Araujo

Setembro/2017

Departamento: Engenharia Naval e Oceânica

Resumo do Trabalho:

Foi modelada analiticamente a rigidez das linhas de ancoragem e criado um modelo

numérico em CFD de uma plataforma de exploração de petróleo do tipo monocoluna.

Análises de movimento foram executadas e os resultados de movimento de “heave” foram

comparados com e sem a modelação das linhas de ancoragem.

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Agradecimentos

Aos meus pais, pelo amor, incentivo е apoio incondicional. Por todo esforço que fizeram

para que eu pudesse chegar até aqui.

À Patrícia Alves Capitão, que me deu tanto suporte no início da minha jornada

profissional.

À Eliza dos Santos Azevedo, cuja amizade me deu ânimo para superar tantos desafios.

Aos colegas de faculdade que estiveram juntos, trocando ideias e perdendo noites de

sono fazendo trabalhos.

Ao meu amigo e irmão, Rodrigo Alves Coelho, por todas as nossas pizzas com coca-

cola e por segurar as pontas quando eu precisei me ausentar. Hail!!

Aos professores Severino, Alho e Carl, que acreditaram que eu conseguiria e me

ajudaram a finalizar mais essa demanda.

À Nara Oliveira de Lima Rocha, que pegou no meu pé e apesar das minhas reclamações

foi a responsável por me colocar nos eixos e me fazer realmente querer fechar este

ciclo. Te amo, Canjica.

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“As coisas que um dia eu imaginei como

minhas maiores conquistas foram apenas o

primeiro passo rumo a um futuro que apenas

comecei a vislumbrar”

(Jace Beleren)

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Sumário

Agradecimentos .............................................................................................................. 4

1. Introdução ............................................................................................................... 7

1.1. Objetivos ......................................................................................................... 8

2. A plataforma MONO BR .......................................................................................... 9

3. Metodologia .......................................................................................................... 12

3.1. Decaimento em heave ...................................................................................... 12

3.2. CFD e as equações RANS ................................................................................ 15

4. Modelos ................................................................................................................ 18

4.1. Modelo físico ................................................................................................. 18

4.2. Modelo numérico ............................................................................................ 19

4.2.1. Definição do domínio fluido ......................................................................... 20

4.2.2. Condições de contorno ................................................................................. 22

4.2.3. Configurações da malha computacional .......................................................... 25

4.3. Modelo Analítico ............................................................................................ 27

4.3.1. Equação da catenária .................................................................................... 29

4.3.2. Constante de rigidez da mola equivalente ....................................................... 31

5. Análise dos Resultados ........................................................................................... 33

6. Comentários finais ................................................................................................. 36

7. Referências bibliográficas ....................................................................................... 37

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1. Introdução

Unidades FPSO costumavam ser construídas à partir do reaproveitamento de

antigos petroleiros, porém, com o passar dos anos a frota de navios disponíveis para

conversão foi se tornando escassa, o que levou a indústria a procurar por projetos

alternativos para suprir a demanda por unidades FPSO. Uma das soluções propostas foi a

plataforma monocoluna, cuja geometria do casco é caracterizada por uma forma

tipicamente cilíndrica (Figura 1.1). A geometria cilíndrica proporciona um bom

comportamento em ondas, caracterizado por pequenas amplitudes no movimento de jogo

(pitch).

Figura 1.1: Plataforma Monocoluna

Um aspecto importante no projeto de plataformas monocoluna refere-se à

amplitude do movimento de afundamento (heave). Os deslocamentos verticais em

plataformas deste tipo são de grande relevância no projeto dos sistemas de ancoragem,

sistemas de risers e seus respectivos sistemas de suporte, influenciando principalmente

na possibilidade de uso de árvores de natal secas, que são equipamentos de controle da

cabeça do poço instalados sobre o convés da embarcação ao invés de instalados no fundo

do mar e melhorando as condições para a utilização de “risers” rígidos, tornando o projeto

mais barato. Esta é a principal motivação que inspira este trabalho.

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1.1. Objetivos

Este trabalho tem como objetivo o desenvolvimento de um modelo numérico em

CFD (Computational Fluid Dynamics) aplicado à simulação do movimento de heave

(afundamento) de uma plataforma do tipo monocoluna. O desempenho do modelo

numérico será investigado exclusivamente para o movimento de heave sob a condição de

decaimento livre e sob o efeito de forças de amortecimento modeladas como molas

equivalentes.

Esta mola equivalente será modelada a partir de uma simplificação extrema dos

modelos analíticos que descrevem as forças de reação nas extremidades de cabos

dispostos em forma de catenárias.

Os resultados apresentados incluem uma comparação das curvas de decaimento

obtidas em ensaios de laboratório com o modelo numérico e um gráfico comparativo entre

as taxas de amortecimento, também, entre o obtido em laboratório e o modelo numérico.

A estrutura de referência adotada para o desenvolvimento do trabalho foi a plataforma

FPSO – MONO BR.

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2. A plataforma MONO BR

Um dos principais desafios da Petrobrás era produzir petróleo em águas ultra

profundas, reduzindo ao máximo o impacto do balanço das ondas nas plataformas para

evitar o rompimento da tubulação que liga os poços produtores à embarcação. Sob este

contexto surgiu o FPSO MONO BR [1] (Figura 2.1), plataforma de produção de petróleo

que usa a própria água do mar como contraponto à agitação do oceano.

Figura 2.1: Concepção da MONO BR

A MONO BR é uma plataforma do tipo semi-submersível com apenas uma coluna

cilíndrica ligando o convés aos submarinos de flutuação, enquanto que as plataformas

semi-submersíveis tradicionais possuem de 4 a 6 colunas.

2.1: Exemplo de plataforma semi-submersível tradicional

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Possui uma grande piscina, ou moonpool, no meio da coluna de sustentação em

permanente troca de água com o mar, seguindo a variação das ondas. Possui também uma

"praia" em volta da coluna de sustentação, na região da linha d’água, para reduzir o

choque das ondas no casco, o que ajuda a manter a estabilidade da plataforma em dias de

mar agitado e uma “saia” projetada para reduzir os movimentos verticais.

A “praia” recebe este nome por simular o efeito que uma praia real tem sobre as

ondas do mar, dissipando a energia dessas ondas pela variação do leito marinho. No caso

da plataforma há uma variação na inclinação do casco na região da linha d’água.

Um dos problemas fundamentais que a MONO BR conseguiu resolver foi

diminuir as amplitudes dos movimentos da unidade devido à ação das ondas, o que

propicia maior flexibilidade operacional ao sistema, podendo ser utilizados risers de aço

em catenária (SCR), com maiores diâmetros e maiores espessuras de isolamento térmico.

Além destas vantagens, a Mono BR apresenta outras características interessantes,

como:

• Possui amplo convés, o que é ideal, pois devido às características do petróleo

brasileiro, de alta viscosidade, a planta de produção precisa aumentar para dar

espaço aos robustos equipamentos de extração e de produção;

• Maior reserva de estabilidade nas condições intacta e avariada e maior

flexibilidade para controle das mesmas;

• Construção simplificada devido à simetria existente no casco;

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• Número reduzido de tanques, diminuindo o custo com equipamentos e tempo com

inspeções.

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3. Metodologia

Para efetuar a comparação do decaimento em heave, foram utilizados os

resultados de um ensaio de um modelo físico em escala, Marintek – 2006 e os resultados

da simulação computacional de dois modelos numéricos em CFD (Computational Fluid

Dynamics), um considerando a influência das linhas, modeladas analiticamente e outro

sem a influência das linhas.

3.1. Decaimento em heave

Um ensaio de decaimento em heave de um corpo flutuante consiste em impor ao

corpo um deslocamento inicial e deixa-lo oscilar até parar. A cada instante é medida a

posição, velocidade e aceleração do centro de gravidade do corpo e com estas

informações é possível obter, por exemplo, seu período natural de oscilação e as forças

de amortecimento causadas pela interação da estrutura com o fluido.

Este comportamento pode ser modelado como um sistema mecânico simples do

tipo massa-mola-amortecedor com um grau de liberdade. A Figura 3.1.1 apresenta um

esquema de um sistema deste tipo.

Figura 3.1.1: Sistema com um grau de liberdade

Utilizando a segunda lei de Newton, pode ser obtida a equação do movimento do

sistema da Figura 3.1.1 [2].

𝑚�̈� + 𝑐�̇� + 𝑘𝑥 = 𝐹𝑒𝑥𝑡(𝑡)

Onde:

Fext(t): Força de excitação externa;

m: Massa do sistema;

c: Constante de amortecimento;

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k: Rigidez do sistema;

�̈�: Aceleração;

�̇�: Velocidade;

𝑥: Deslocamento;

E neste caso como não há forças externas agindo sobre o sistema a força de

excitação pode ser desprezada, então a Equação 3.1.1 passa a ser escrita da seguinte

forma:

𝑚�̈� + 𝑐�̇� + 𝑘𝑥 = 0

Da Equação 3.1.2 é possível deduzir importantes relações, a saber:

Frequência natural de oscilação:

𝜔0 = √𝑘

𝑚

Coeficiente de amortecimento crítico:

𝑐𝑐 = 2𝑚𝜔𝑛 = 2√𝑘𝑚 (3.1.4)

Fator de amortecimento:

𝜉 =𝑐

𝑐𝑐

(3.1.5)

Frequência natural amortecida:

𝜔𝑑 = 𝜔0√1 − 𝜉2 (3.1.6)

E a solução da equação 3.1.2 é dada por:

𝑥(𝑡) = 𝑥0𝑒−𝜉𝜔0𝑡cos(𝜔𝑑𝑡)

(3.1.7)

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Figura 3.1.2: Decaimento de um sistema amortecido

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3.2. CFD e as equações RANS

Dinâmica dos Fluidos Computacional (CFD, sigla inglesa para Computational

Fluid Dynamics) é uma ferramenta computacional para simular o comportamento de

sistemas que envolvam escoamento de fluidos, transferência de calor e outros processos

físicos relacionados. Ela funciona resolvendo equações de escoamentos de fluidos (em

uma forma especial) sobre uma região de interesse com condições específicas

(conhecidas) nos contornos desta região. (Traduzido pelo autor, ANSYS Help.) 1

Os processos de momentum, transferência de calor e massa, campos de velocidade

e pressão, bem como, as propriedades turbulentas do escoamento são completamente

representados pelas equações de Navier-Stokes, porém, por não haver uma solução

analítica conhecida é preciso recorrer a métodos numéricos de resolução para obtermos a

solução de um dado problema. No entanto, em problemas reais de engenharia, as escalas

de tempo e espaço presentes abrangem um largo espectro, o que implica em algumas

dificuldades para a solução do problema.

Uma alternativa clássica para a solução do tipo de problema abordado neste

trabalho, escoamento turbulento em torno de um corpo flutuante, é a simulação numérica

direta da turbulência. A técnica aplicada aqui consiste na adoção da média temporal das

equações de Navier-Stokes e é conhecida como RANS (Reynolds-Averaged Navier-

Stokes Equations).

A chave da modelagem RANS é a descrição das flutuações turbulentas de pressão

e velocidade através de tensões de Reynolds ou tensões turbulentas.

Na forma indicial as equações de governo para o presente problema são descritas,

para um fluido newtoniano incompressível, por:

𝜕�̅�𝑖𝜕𝑥𝑖

= 0 (3.2.1)

𝜕�̅�𝑖𝜕𝑡

+ �̅�𝑗𝜕�̅�𝑖𝜕�̅�𝑗

= −1

𝜌

𝜕�̅�

𝜕𝑥𝑖+

𝜕

𝜕𝑥𝑗(𝜈

𝜕�̅�𝑖𝜕𝑥𝑗

− 𝑢′𝑖𝑢′𝑗̅̅ ̅̅ ̅̅ ̅) + 𝑓𝑖 (3.2.2)

Onde:

u: Representa os termos de velocidade;

1 Computational Fluid Dynamics (CFD) is a computer-based tool for simulating the behavior of systems involving fluid flow, heat transfer, and other related physical processes. It works by solving the equations of fluid flow (in a special form) over a region of interest, with specified (known) conditions on the boundary of that region.

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p: Pressão;

: Viscosidade cinemática;

f: Acelerações devido às forças de corpo;

𝑢′𝑖𝑢′𝑗̅̅ ̅̅ ̅̅ ̅: Tensor de Reynolds.

As flutuações turbulentas inseridas nas equações de governo geram um sistema

com mais incógnitas do que equações. A solução das equações RANS requer, portanto, a

determinação destes termos turbulentos, o que torna necessária a adoção de modelos de

turbulência para o fechamento do problema.

Neste trabalho foi utilizado o modelo de viscosidade turbulenta SST (Shear Stress

Transport). O modelo SST representa, em si, a composição entre outros dois modelos de

turbulência, o e . Onde,

representa a energia cinética turbulenta,

𝜅 =1

2𝑢′𝑖𝑢′𝑗̅̅ ̅̅ ̅̅ ̅ (3.2.3)

a taxa de dissipação da energia cinética turbulenta,

𝜀 = 𝜐 (𝜕𝑢′𝑖𝜕𝑥𝑗

)̅̅ ̅̅ ̅̅ ̅̅ ̅2

(3.2.4)

e a frequência turbulenta,

𝜔 =𝜅

𝑉𝑡 (3.2.5)

Na aplicação do modelo, as equações de transporte para são utilizadas na

região próxima à parede, enquanto as equações de transporte para são adotadas na

região externa. A ponderação das contribuições de cada modelo é realizada através de

uma função do tipo

Φ3 = 𝐹1Φ1 + (1 − 𝐹1)Φ2 (3.2.6)

A função de mistura F1 apresenta um valor igual a unidade na parede, decaindo

para o valor zero na região externa à camada limite. Os termos representam as

contribuições de cada modelo. Uma descrição detalhada do modelo SST é apresentada

Page 17: Modelo Analítico Simplificado Da Influência Das Linhas De ... · Te amo, Canjica. “As coisas que um dia eu imaginei como ... evitar o rompimento da tubulação que liga os poços

em [3]. A concepção do modelo SST permite um adequado transporte das tensões

cisalhantes, resultando assim em predições acuradas da separação da camada limite sob

condições de gradiente de pressão adverso.

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4. Modelos

4.1. Modelo físico

O modelo físico utilizado no experimento, desenvolvido no Marintek em 2006,

foi construído em escala 1:75 e seu conjunto é composto por:

• Casco;

• 13 linhas de ancoragem;

• 3 grupos de risers equivalentes.

As linhas de ancoragem e os grupos de risers foram truncados.

As dimensões principais do modelo são dadas na Tabela 4.1.1 abaixo.

Tabela 4.1.1: Dimensões do modelo

Característica Valor

Diâmetro externo do casco 1,329 m

Pontal do casco 0,773 m

Calado operacional 0,527 m

Diâmetro saia externa 1,585 m

Altura da saia 0,067 m

4.1.1: Modelo experimental

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4.2. Modelo numérico

O escoamento ao redor de corpos submersos é um fenômeno complexo e

essencialmente tridimensional e a representação destes fenômenos, tal como o observado

ao redor de uma plataforma como a deste estudo, demanda um grande esforço

computacional. Entretanto, para movimentos puramente de afundamento em plataformas

monocoluna cujo casco possua uma forma cilíndrica de seção circular, é razoável prever

que o escoamento ao seu redor apresente simetria axial. Tais características possibilitam

a simplificação do modelo numérico ao permitir a adoção de um domínio bidimensional

de análise.

A geometria do modelo numérico exportada para o programa ANSYS ICEM

CFD, versão 14.0, foi desenvolvida em total semelhança geométrica com o protótipo

considerando um valor de escala, equivalente a 1:75. As dimensões principais do

modelo são descritas na Tabela 4.3.1.

Tabela 4.3.1: Dimensões do modelo

Característica Valor

Diâmetro externo do casco 1,329 m

Pontal do casco 0,773 m

Calado operacional 0,527 m

Diâmetro saia externa 1,585 m

Altura da saia 0,067 m

Ângulo de inclinação da praia 31º

Uma vez que o caso estudo é apenas para o movimento vertical, é razoável prever

que a forma cilíndrica de seção circular do casco de referência resulte em um escoamento

com simetria axial em relação ao eixo vertical. Por este motivo, de modo a reduzir o

esforço computacional requerido, optou-se pela modelagem de uma geometria com

simetria axial. Assim sendo, a geometria do modelo numérico representa uma cunha com

angulação de 1 grau a partir da linha de centro do casco da plataforma, como mostrado

na 4.3.1.

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Figura 4.3.1: Geometria do modelo numérico

4.2.1. Definição do domínio fluido

O estudo necessário para a determinação do domínio fluido foi desenvolvido por

PEREIRA [7] no seu projeto de graduação, nesta sessão será apresentado apenas um

resumo do que foi feito por ela.

De forma semelhante à geometria da plataforma, o domínio fluido também foi

definido em forma de cunha, com angulação de 1 grau (Figura 4.3.1.2). As dimensões da

cunha principal foram determinadas de modo a minimizar possíveis efeitos de condições

de contorno. Teoricamente, quanto maior o domínio menor é sua interferência nos

resultados. Entretanto, trabalhar com um domínio muito grande impõe uma malha com

muitos elementos, que gera maior esforço computacional durante o processamento do

problema.

Sendo o objetivo deste trabalho comparar os resultados numéricos com os obtidos

durante os ensaios no tanque de provas, optou-se por usar um domínio fluido com mesmas

dimensões do Ocean Basin Laboratory, MARINTEK, local onde foram realizados os

ensaios originais.

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Figura 4.3.1.1: Modelo esquemático do tanque de provas

O tanque de ensaios do Ocean Basin Laboratory possui 50 m de largura e 10 m

de profundidade. Tais dimensões foram integralmente adotadas para a configuração final

do domínio fluido adicionando 1 m acima da linha d’água para que o corpo possa flutuar,

simulando (Figura 4.3.1.2).

Figura 4.3.1.2: Dimensões do domínio fluido

11 m

25 m

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4.2.2. Condições de contorno

As superfícies que compões o casco (Figura 4.3.2.1) foram divididas em duas

partes: Skirt, representando a saia externa; e Hull, representando todo o resto. A estas

superfícies foram definidas condições de contorno do tipo Wall no Slip, ou Parede sem

Escorregamento, com velocidade do fluido na parede Vwall = 0 m/s.

Figura 4.3.2.1: Faces Hull e Skirt

Na superfície superior do domínio fluido, denominada Top (Figura 4.3.2.2), foi

imposta a condição de contorno Opening, que representa superfície aberta, a qual não

impõe limitações quanto à direção e ao sentido do vetor velocidade.

Hull

Skirt

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Figura 4.3.2.2: Superfície Top

Na superfície inferior do domínio fluido, denominada Bottom (Figura 4.3.2.3), e

na superfície que representa a face externa do domínio, nomeada como Farfield (Figura

4.3.2.4), foram definidas condições de contorno do tipo Wall no Slip com Vwall = 0 m/s,

pois representam o fundo e a parede do tanque de provas físico, respectivamente.

Figura 4.3.2.3: Superfície Bottom

Top

Bottom

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Figura 4.3.2.4: Superfície Farfield

As superfícies Symm1 e Symm2 (Figura 4.3.2.4 e Figura 4.3.2.5) representam as

faces laterais do domínio fluido. Estas superfícies foram configuradas como planos de

simetria.

Figura 4.3.2.5: Superfície Symm1

Farfield

Symm1

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Figura 4.3.2.6: Superfície Symm2

4.2.3. Configurações da malha computacional

O domínio fluido foi discretizado através de uma malha computacional

estruturada multi-bloco, formada por elementos hexaédricos. Para a geração da malha na

cunha principal dividiu-se o domínio fluido em vários blocos, possibilitando assim um

melhor refinamento da malha nas regiões de maior interesse, conforme ilustrado na Figura

4.3.3.1.

Figura 4.3.3.1: Divisão do domínio fluido em blocos

Symm2

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Na região mais próxima ao casco, a malha deve possuir um maior refinamento de

modo a garantir uma boa descrição do escoamento. Assim, a malha próxima ao casco foi

formada por elementos hexaédricos com valores de altura e largura de 0,002 m (Figura

4.3.3.2). As regiões nos limites do domínio, por estarem mais afastadas do casco,

demandam um nível menor de refinamento da malha, tendo sido discretizadas por

elementos hexaédricos com valores de altura e largura de 0,25 m.

Figura 4.3.3.2: Malha próxima ao casco

Figura 4.3.3.3: Malha sobre todo o domínio fluido

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4.3. Modelo Analítico

Além dos modelos físico e numérico pode-se desenvolver um modelo analítico do

sistema onde as linhas de ancoragem e risers são representadas por uma equação da

catenária, que descreve bem a geometria das linhas.

A linha em catenária age dinamicamente como se fosse uma mola, assim

chamamos este modelo de mola equivalente.

Este modelo de mola equivalente só é válido para pequenos deslocamentos, pois

devido à forte não linearidade geométrica da configuração em catenária, a força de

restauração das linhas não pode ser considerada constante para grandes deslocamentos.

Hipóteses e simplificações:

i) Os sistemas de ancoragem e de risers estão organizados em forma

de catenária;

ii) Sendo um ensaio de decaimento apenas em heave, no qual os

movimentos horizontais, em princípio, são muito pequenos, considera-

se que as linhas estejam em arranjo simétrico, suprimindo qualquer

movimento que não seja o vertical;

iii) O cálculo da rigidez da mola equivalente será feito a partir do cálculo

da força vertical quando aplicado um deslocamento vertical unitário,

𝐹𝑣 = 𝑘∆𝑧. Com ∆𝑧 = 1 ⇒ |𝐹𝑣| = |𝑘|;

iv) A variação do comprimento do cabo no leito marinho (∆𝑆) (grounded

lenght) é desprezível para um deslocamento unitário. Isto está sendo

admitido devido às dimensões do problema e para simplificar os

cálculos, visto que este é um trabalho introdutório para esta linha de

pesquisa e busca primeiro entender as relações físicas e de que forma

elas podem ser quantificadas por meio de modelos numéricos;

v) Como consequência da hipótese (iv), a variação da força vertical será

muito pequena, pois não haverá mudança significativa no peso da

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catenária aplicado ao corpo. Assim podemos admitir que a força

vertical na posição com deslocamento unitário é igual a força na

posição inicial. Ou seja:

𝐹𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 = 𝐹𝑣 ⇒ |𝐹𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙| = |𝑘|

vi) O ângulo entre o leito marinho e o cabo é muito pequeno, 𝛼0 ≅ 0.

A equação da catenária para um sistema de coordenadas com origem no

leito do mar é dada por:

z =TH

μ[cosh (

μx

TH) − x] (4.3.1)

As relações entre as forças no cabo em catenária são dadas por:

𝑇2 = 𝑇𝐻2 + 𝑇𝑉

2 (4.3.2)

𝑇 = 𝑇𝐻√1 + 𝑠𝑒𝑛ℎ2 [𝜇𝑥

𝑇𝐻+ 𝑎𝑟𝑐𝑠𝑒𝑛ℎ2(𝑡𝑎𝑛𝛼0)] (4.3.3)

Substituindo uma equação na outra e aplicando a hipótese vi, obtemos:

𝑇𝑉 = 𝑇𝐻𝑠𝑒𝑛ℎ (𝜇𝑥

𝑇𝐻) (4.3.4)

Onde:

T é a tensão na direção cabo;

TH é a tensão horizontal constante no cabo;

TV é a tensão vertical no cabo;

é o peso por unidade de comprimento da linha;

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4.3.1. Equação da catenária

Figura 3.3.1: Esquema de ancoragem em catenária

Dados:

L – Distância horizontal do ponto de engate da linha na plataforma até o

ponto em que a linha toca o leito marinho, em m;

h – Distância vertical do ponto de engate da linha na plataforma até o leito

marinho, em m;

– O peso por unidade de comprimento do cabo, em N/m.

Substituindo L e h nas equações (4.3.1) e (4.3.4), obtemos

𝑇𝑉 = 𝑇𝐻𝑠𝑒𝑛ℎ (𝜇𝐿

𝑇𝐻) (4.3.1.1)

ℎ =𝑇𝐻

𝜇[𝑐𝑜𝑠ℎ (

𝜇𝐿

𝑇𝐻) − 1] (4.3.1.2)

O objetivo é encontrar Tv que, segundo as hipóteses adotadas em 4.1,

nos dará o módulo da constante de restauração vertical k da mola equivalente.

Desenvolvendo a equação (4.3.1.2) para obter TH.

ℎ =𝑇𝐻

𝜇[𝑐𝑜𝑠ℎ (

𝜇𝐿

𝑇𝐻) − 1] (4.3.1.3)

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𝜇ℎ

𝑇𝐻= 𝑐𝑜𝑠ℎ (

𝜇𝐿

𝑇𝐻) − 1 (4.3.1.4)

𝜇ℎ1

𝑇𝐻+ 1 = 𝑐𝑜𝑠ℎ (𝜇𝐿

1

𝑇𝐻) (4.3.1.5)

Para encontrar uma solução em TH utilizamos uma modelação do tipo

𝐹1(𝑥) = 𝐹2(𝑥), onde a primeira parcela é uma reta e a segunda um cosseno

hiperbólico.

𝑎𝑥 + 1 = cosh(𝑏𝑥) (4.3.1.6)

Onde:

𝑥 = 1𝑇𝐻⁄

𝑎 = 𝜇ℎ

𝑏 = 𝜇𝐿

Então foi feito uma tabela para as várias soluções destas funções:

O valor x = 0 é a solução trivial na qual não estamos interessados.

Abaixo uma tabela para alguns valores de a e b e sua solução x.

a b F1 F2 x

1 1 2,616 2,616 1,616

1 2 1,466 1,467 0,466

1 3 1,215 1,215 0,215

1 4 1,123 1,123 0,123

1 5 1,079 1,080 0,079

1 6 1,055 1,055 0,055

1 7 1,041 1,041 0,041

1 8 1,031 1,032 0,031

1 9 1,025 1,025 0,025

0

0.5

1

1.5

2

2.5

3

-0.5 0 0.5 1 1.5 2 2.5

F1(1/Th)

F2(1/Th)

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1 10 1,020 1,020 0,020

2 1 5,933 5,933 2,467

2 2 2,616 2,617 0,808

2 3 1,791 1,792 0,396

2 4 1,465 1,466 0,233

2 5 1,306 1,307 0,153

2 6 1,215 1,215 0,107

2 7 1,159 1,159 0,080

2 8 1,123 1,123 0,061

2 9 1,097 1,097 0,049

2 10 1,079 1,080 0,040

Para valores altos de b/a, a solução converge para x = 0 e valores intermediários

podem ser interpolados.

Encontrado o valor de TH, basta substituir na equação (4.3.1.1) para obter TV.

4.3.2. Constante de rigidez da mola equivalente

Para cada grupo de linhas de ancoragem e de risers foi calculada uma constante de

mola equivalente aplicando o que foi desenvolvido aqui.

As relações entre as forças no cabo em catenária são dadas por:

𝑇2 = 𝑇𝐻2 + 𝑇𝑉

2 (4.3.2.1)

𝑇 = 𝑇𝐻√1 + 𝑠𝑒𝑛ℎ2 [𝜇𝑥

𝑇𝐻+ 𝑎𝑟𝑐𝑠𝑒𝑛ℎ2(𝑡𝑎𝑛𝛼0)] (4.3.2.2)

Substituindo uma equação na outra e aplicando a hipótese vi, obtemos:

𝑇𝑉 = 𝑇𝐻𝑠𝑒𝑛ℎ (𝜇𝑥

𝑇𝐻) (4.3.2.3)

Onde:

T é a tensão na direção cabo;

TH é a tensão horizontal constante no cabo;

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TV é a tensão vertical no cabo;

é o peso por unidade de comprimento da linha;

Todos estes elementos trabalham como molas em paralelo, portanto foi calculada

uma única mola com rigidez igual ao somatório de todas as molas representativas de cada

uma das linhas. Esta única mola equivalente possui rigidez, na escala do modelo:

k = 88,7 N/m.

Protótipo Modelo ( = 1:75)

Cabo Qtd. h L h L a b 1/Th Tv Tv total

[-] [-] [kN/m] [m] [m] [N/m] [m] [m] [N] [N] [1/N] [N] [N]

ML_01 9 2,127 520 498,0 0,378 6,933 6,640 2,622 2,511 0,676 3,904 35,13

ML_02 4 2,983 520 285,0 0,530 6,933 3,800 3,677 2,015 1,548 7,297 29,19

RG_01 1 2,563 524,5 1130,5 0,456 6,993 15,074 3,187 6,869 0,108 7,513 7,51

RG_02 1 2,387 524,5 1183,6 0,424 6,993 15,781 2,967 6,696 0,193 8,727 8,73

RG_03 1 2,280 524,5 1218,4 0,405 6,993 16,246 2,834 6,584 0,174 8,123 8,12

88,7

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5. Análise dos Resultados

Neste capítulo são apresentados os resultados para a simulação sem e com a mola

equivalente, assim como uma comparação com os resultados obtidos em laboratório.

Abaixo estão os gráficos de deslocamento vertical, normalizados, para cada uma das

situações.

Figura 5.1: Resultados dos ensaios de decaimento normalizados

Apesar do resultado do ensaio numérico utilizando a mola equivalente estar

adiantado em relação à curva do ensaio experimental, é possível percebermos que a curva

cheia acompanha a curva tracejada.

Abaixo, na Figura 5.2, vemos as curvas envoltórias dos ensaios numéricos, com a

mola equivalente e experimental plotadas juntas. Note como as curvas são praticamente

coincidentes.

-1.5000

-1.0000

-0.5000

0.0000

0.5000

1.0000

1.5000

0.0000 1.0000 2.0000 3.0000 4.0000 5.0000 6.0000 7.0000 8.0000 9.0000 10.0000

Ensaio Num_Livre Num_Amortecido

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Figura 5.2: Comparação entre envoltórias

A equação de descreve a envoltória é dada por:

𝑧 = 𝑒−𝜉𝜛0𝑡 (5.1)

Onde:

z é a amplitude do movimento;

0 é o produto do fator de amortecimento com a frequência natural;

t é o tempo.

Isolando 0:

𝜉𝜛0 = −𝑙𝑛(𝑧)

t

Decaimento em heave numérico

z T -LN(z)/t

m s s^-1

1,0000 0,0000

0,5920 2,0000 0,2622

0,3466 3,9000 0,2717

0,3067 5,8000 0,2038

0.0000

0.2000

0.4000

0.6000

0.8000

1.0000

1.2000

0.0000 1.0000 2.0000 3.0000 4.0000 5.0000 6.0000

Ensaio Num_Amortecido

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Decaimento em heave no tanque - Modelo

z T -LN(z)/t

m s s^-1

1,0000 0,0000

0,4658 2,8244 0,2705

0,2762 5,6557 0,2275

O produto 0 de ambas as curvas (Figura 5.2) são muito próximos, porém, como

visto na Figura 5.1, há uma grande divergência entre as frequências amortecidas do

modelo numérico e do modelo experimental. Isto não é tão estranho, afinal era esperado

que a adoção de uma constante de restauração extra afetasse o período de oscilação do

sistema (Equação 3.1.3 e Equação 3.1.6). Portanto, é possível que esta diferença seja

causada por não terem sidos considerados os efeitos da elasticidade das catenárias e das

cargas hidrodinâmicas sobre elas.

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6. Comentários finais

Neste trabalho o comportamento dinâmico de uma plataforma monocoluna foi

avaliado através de um modelo numérico baseado em dinâmica dos fluidos

computacional (CFD – Computational Fluid Dynamics). Simulou-se o movimento do

casco em decaimento para duas situações, livre e considerando os efeitos de

amortecimento dos sistemas de risers e de ancoragem.

Os resultados obtidos indicam que a modelagem matemática proposta para o

amortecimento em heave representou de forma aproximada a influência na dinâmica da

plataforma. Apesar de ser um resultado satisfatório para os fins deste trabalho, é

necessário que o método seja refinado para que outros fatores importantes sejam levados

em consideração. Também não podemos deixar de considerar possíveis erros numéricos

que poderiam ser contornados com um melhor refinamento da malha e do passo de tempo.

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7. Referências bibliográficas

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[5] ALMEIDA, J. C. L. Truncamento de Linhas em Ensaios com Modelos Reduzidos

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Magnética. 2008. Tese de Doutorado – PENO/COPPE, UFRJ, Rio de Janeiro.

[6] PIQUET, Jean. Turbulent Flows: Model and Physics. 2. ed., Springer, New York,

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[7] PEREIRA, Lorena M. Simulação Numérica do Escoamento na Região da Saia

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[8] SHIGUEMOTO, D.A.; MOROOKA, C.K.; PEREIRA, P.S.D.; MATT, C.G.C.;

FRANCISS, R. Estudos da Solução do Comportamento Dinâmico de um Riser

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[9] WEBSTER, William C. Mooring-Induced Damping. In: Ocean Engng. Vol. 22,

N° 6, 1995, pp. 571-591.

[10] ONG, Paul P.A.; Pellegrino, Sergio. Modelling of Seabed Interaction in

Frequency Domain Analysis of Mooring Cables. In: 22nd International Conference

on Offshore Mechanics and Arctic Engineering, Cancun, Mexico, June 2003.