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1 MODELANDO DECISÕES Aplicação de Inteligência Organizacional Distribuída e Interativa Eduardo Lopes

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MODELANDO DECISÕES Aplicação de Inteligência Organizacional

Distribuída e Interativa Eduardo Lopes

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Índice Módulo 1 - Generalidades Sobre Inteligência Organizacional

1.1 - Origens de problemas organizacionais 1.2 - WEB e a nova cultura organizacional

1.3 - Alguns aspectos falaciosos da pesquisa eletrônica 1.4 - O lado virtuoso dos buscadores web 1.5 - A necessidade de uma semântica sistêmica 1.6 - Posturas convencionais versus nova cultura 1.7 - A questão do “aulismo” e do “alunismo” 1.8 – Uma nova dimensão educacional calcada em metodologia 1.9 - A proposta Web 2.0 e as redes sociais 1.10 - A proposta da WEB 3.0 – a “WEB Semântica” e a gestão do conhecimento 1.11 - Parâmetros da organicidade WEB 1.12 - A necessária gestão qualitativa de conhecimento 1.13 - Uma lógica para estados difusos 1.14 - Modelagem conceitual e contextual – design organizacional 1.15 - Parâmetros holísticos objetivando organização 1.16 - Evoluindo para mais eficácia e eficiência 1.17 - Padrões flexíveis

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1.18 - Humanizando a tecnologia 1.19 - Sistematizando atividades

Módulo 2 - Modelagem Do Processo Decisório

2.1 - Algumas considerações preliminares 2.2 - O “continuum” análise-decisão – a modelagem do processo 2.3 - Decisões no campo do empreendedorismo de risco – inovações e design 2.4 - Uma nova luz sobre RH 2.5 – Limitações do ferramental tecnológico 2.6 - Duas teorias e uma feliz convergência 2.7 - Um breve hiato esclarecedor – gestão de inovações e desenvolvimento de novos 2.8 - A necessidade de buscar um novo modo de decidir 2.9 - Um novo design conceitual em razão da TI 2.10 - Correlacionando decisões e TI

Módulo 3 - Inteligência Organizacional Orientada A Decisões

3.1 - Fundamentos

3.2 - Teoria da Organização Humana – TOH 3.3 – Um sistema geral de referência - paradigma para análise e decisão

3.4 - Metodologia para uma inteligência organizacional

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3.5 – Um relato esclarecedor sobre Gradiência metodológica

3.6 - Uma aplicação prática do gradiente metodológico – logística de um novo

produto

3.7 - Buscando informações, gerando conhecimentos e tomando decisões

3.8 - Desenvolvendo novo produto

Módulo 4 - Complexidades E Interatividade

4.1 - Interatividade para além do relacionamento

4.2 - Aspectos de interatividade presentes nos paradigmas da TOH

Módulo 5 - Modelando Decisões

5.1 – porque modelagem

5.2 - O processo decisório

5.3 - Paradigma de Circunstancialidade - PC

5.4 - Interatividade instrumentando decisões

5.5 - Causalidade e decisão

5.6 - Modelagem causal/descritiva

5.7 - Atos antecedentes e atos conseqüentes

6 – Conclusões 7 - Anexos

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Anexo 1 - Um estudo de aplicação – Logística reversa e reciclagem

Anexo 2 - Mudando Para Melhor - Conto / Peça Teatral - Autoria: Eduardo Lopes

Modelando decisões

Prefácio Tive a grata satisfação de ser convidado por Eduardo Lopes para escrever o prefácio de seu livro Modelando Decisões. O livro é realmente instigante e nos leva a rever e reformular idéias e conceitos que muitas vezes se cristalizaram em nossas mentes e hábitos. A gestão do conhecimento torna-se cada vez mais desafiadora em um mundo onde mais de dois bilhões de pessoas estão conectadas à Internet e pelo menos um bilhão delas interagem via mídias sociais, ao mesmo tempo que petabytes de dados são gerados a cada dia, pelas mais diversas fontes.

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Hoje ser o dono único de uma informação é praticamente impossível. Aliás, ter informação é menos importante do que saber onde e quem tem esta informação. E, indiscutivelmente também é de fundamental importância saber o que fazer com ela. Conhecimento leva à inovação. Inovação sempre existiu na nossa sociedade, mas o que vemos ultimamente é uma aceleração do processo. Inovar, em um ambiente econômico cada vez mais desafiador e competitivo, não é mais uma opção, mas uma necessidade de sobrevivência, não apenas para empresas mas também para as nações. A inovação é a arma cada vez mais decisiva na competição por espaços nobres na economia. Um quilo de satélite vale imensamente mais que dezenas de toneladas de minério e o capital intelectual que permite criar este satélite é o fator diferenciador entre paises que vivem de exportação de commodities e os que primam por serem inovadores e criativos. Estes tenderão a dominar a economia nas próximas décadas. Se existir uma palavra que defina o que é mais importante hoje para gestão do conhecimento e inovar, esta palavra será colaboração. As tecnologias de colaboração devem ser vistas como base para qualquer iniciativa mais séria de inovação. Mas, a tecnologia por si não é suficiente. Criar cultura de colaboração e inovação não se faz simplesmente adquirindo uma determinada tecnologia, mas é um projeto de longo prazo, com intenso comprometimento das lideranças da empresa. Colaboração, por exemplo, quebra paradigmas. Muitas empresas agem como se suas unidades de negócio fossem concorrentes, com os vendedores priorizando os produtos de sua unidade de negócio, em detrimento das estratégias ou de um melhor negócio para a empresa como um todo. O que vale é o fechamento da cota no fim do mês. Mesmo às custas de um prejuízo para a estratégia global do negócio. Falta-lhes a composição dos empenhos para uma percepção mais ampla da corporação como um todo, isto é, visão estratégica que se faz via colaboração e interação. As ferramentas de colaboração criam redes sociais que

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extrapolam as estruturas organizacionais, alcançando até colaboradores externos. Em uma rede social, não existe organograma, mas sim uma rede de troca de informações e conhecimentos. Fantástico, não? Mas não é simples de construir. Muitas empresas não tem cultura de colaboração (nem mesmo entre seus próprios departamentos) e vêem com receio a participação de pessoas de fora em discussões sobre produtos e inovações. A mudança passa por uma reengenharia do “mind set” da organização. Em uma rede social, parceiros, clientes e fornecedores devem ser vistos como colaboradores e as fronteiras do que pode e o que não pode ser debatido abertamente se expande significativamente. As estruturas organizacionais devem refletir o espírito de um ambiente colaborativo. O mesmo deve acontecer com as políticas de RH e recompensas. O processo de evolução de um “mind set” isolado e individualista para um contexto colaborativo e aberto é gradual. Não se consegue dar saltos, mas evolui-se gradualmente, à medida que amadurece na empresa o conceito de colaboração. Não se colabora por decreto. Mas, enfim, navegando pelas paginas do livro conseguimos ver as ideias do Eduardo fluirem e elas nos abrem instigantes e desafiadoras questões. E como ele propõe, precisamos sim, tomar decisões. Estas decisões nos farão continuar fazendo parte do mesmo ou fazer parte das mudanças! Cabe a nós e somente a nós, modelarmos nossas posturas e atitudes para bem decidir isso. Cezar Taurion Technical Evangelist IBM Brasil [email protected] Twitter: @ctaurion http://www.facebook.com/cezar.taurion

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Reconhecimento e agradecimentos Seria longa a lista de tantos que estimularam, colaboraram e criticaram enquanto corria a barca. Assim, registro os nomes do professor, arquiteto e urbanista, Radamés Teixeira da Silva – mentor do enorme empenho pela implantação do design em Minas Gerais desde os anos de 1960; Dorinha Aguiar, jornalista que tanto se empenhou por registrar aqueles esforços; Meus pais e meus 11 irmãos, pacientes e tolerantes com tantos andamentos ao embalo da contra corrente; Ivelise Franco de Carvalho e filhos, que não mediram esforços para tornar esta tarefa mais branda tanto quanto possível; Denise Vilardo, professora e coordenadora pedagógica do Col. Graham Bell (RJ) e colega na rede Peabirus por suas observações altamente pertinentes sobre meus centenas de artigos publicados nas comunidades que criei e venho mediando naquele site; Zaida Maria Nunes (Cascavel PR), brilhante e espirituosa torcedora que exigiu a conclusão da obra e prestou tantos estímulos; Jose Antonio Souza Gonçalves, engenheiro exigente e crítico pertinaz, cujas observações contribuíram em meus ensaios. Tantos mais a quem ainda farei justiça.

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MODELANDO DECISÕES Eduardo Lopes Como se posicionar diante deste livro Este não é um livro para ser simplesmente lido, mas para ser estudado, interpretado e criticado. Mais ainda: ele deve ser analisado, pesquisado, comparado e, se possível, transformado para que seja bem apreciado e digerido. Mas ainda posso detalhar um pouco mais sobre como pode ser melhor entendido. E se estou solicitando uma postura por parte do leitor devo dizer de minha própria postura, buscando com isto, maior legitimidade neste procedimento. A minha postura é de revisão e reformulação de alguns preceitos fundamentais. As raízes deste processo extenso, de incessante busca e de reformulação remonta aos anos 60 como bem relata Dorinha Aguiar em sua obra “O design em Minas 50 anos – à frente do seu tempo”. Mas posso dizer que ainda hoje me sinto intensamente revisionista e inconformado. Isto porque a própria consistência interna da obra se propõe desafiadora solicitando profundo envolvimento do estudioso. Ora, para quem está bem familiarizado com a Teoria da Informação – seja de qualquer campo de atividade profissional – alguns tópicos parecerão muito familiares, outros estarão sujeitos à revisão e reconceituação. Isto ocorrendo exatamente porque a TI instala uma coercitiva mudança, e a fluidez operacional dos seus atores e seus coadjuvantes muda com extraordinária velocidade. Sem saber, eu perseguia tudo aquilo que a Web 3.0 propõe a título de Web Semântica: o império do significado, mediante a busca da informação de qualidade e altamente seletiva. E é neste novo contexto que pretendo que este livro venha a se posicionar, exatamente porque nasceu das mesmas

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preocupações e aspirações. Vale, para tanto, verificar o que tem sido o teor da campanha de Timothy Berners Lee, um dos criadores da WWW, quando apela para a necessidade de ordem e classificação dos conteúdos e é dele o rótulo Web Semântica. No entanto a postura crítica se faz oportuna e desejável sendo que está aí mais uma oportunidade. Portanto peço ao leitor que avalie e critique a presente obra. De minha parte prefiro designar por Web Semântica Interativa e Cognitiva (ver http://www.peabirus.com.br/redes/form/comunidade?id=1283 ) porque vislumbro algo mais amplo neste novo potencial. O próprio Lee indica uma grande variedade de aplicações e procedimentos além de tão só, classificar e interpretar registros e páginas da Web. Observações críticas, sugestões e propostas para reformulação, serão bem recebidas pelo email [email protected]. Organização deste livro Optei por uma obra ao mesmo tempo didática e polêmica. É didática quando expõe claramente enunciados e fundamentos já consagrados, mas ainda assim passíveis de considerações qualitativas. É polêmica enquanto obra de referência que focaliza criticamente alguns pressupostos que, malgrado ideologias dominantes, julgo passíveis de revisão. A distribuição das sessões segue um modelo convencional de levantar questões fundamentais, indicar possíveis encaminhamentos para re-conceituação. A obra também pretende apontar para soluções e finalmente oferecer espaço para a reavaliação. O arranjo escolhido para as diferentes temáticas assemelha-se a um mosaico, cabendo ao leitor perceber a configuração geral ou o seu “pattern” subjacente. Também o leitor perceberá que as temáticas assemelham-se a módulos que podem ser compostos em arranjos coerentes. Mergulhando fundo será possível perceber similaridades e também contigüidades, mesmo quando a primeira impressão sugerir disparidades. Portanto o conjunto se compõe como um bloco maciço, assim como no verso “tijolo com tijolo num desenho lógico” da canção “Pedro Pedreiro” de Chico Buarque de Holanda. O leitor pode ler uma ou outra parte, seção ou tópico, ainda que fora da

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ordem, deixando que as conexões ocorram livremente em sua própria cognição. Além desta introdução o livro dispõe cinco módulos combináveis livremente e caberá ao leitor proceder ao arranjo conforme seu próprio interesse. Naturalmente vale ainda a opção por uma leitura sequencial, desde a primeira à última página sempre buscando tecer a trama à moda de sua própria cultura organizacional. Ao final, certamente, vai-se configurar um lindo mosaico. Será a sua própria obra de arte, meu caro leitor. No conjunto a obra diz respeito a novas possibilidades de estruturar processos de análise e decisão contanto com dois referenciais: a Teoria da Informação e da Comunicação (TIC) e a Teoria da Organização Humana de Rubbo Müller (TOH) – a partir delas chego a esboçar uma Teoria Geral da Organização (TGO) ainda que a título de ensaio. Também utilizarei alguns modelos gráficos como apoio visual aos enunciados. Serão ilustrações dispostas de tal forma a facilitar a referência cruzada de itens para exames exaustivos de fenômenos em suas instâncias e circunstâncias. Duas publicações merecem atenção especial: o artigo “Design faz tecnologia criativa?” LOPES, Eduardo, in RAE-FGV (vol.11,1, mar/1971, pág. 95 – 106) e mais recentemente “O design em Minas 50 anos” AGUIAR, Dorinha, edição especial. Belo Horizonte, 2006. O artigo da RAE-FGV criticou a tendência a considerar que todo empenho por inovação consiste ainda em importar patentes e licenças e que seria necessário mudar ito para uma dinâmica de criatividade tecnológica. Já as citações no livro de Dorinha Aguiar ilustram todo o trabalho que desenvolvi em Minas Gerais, no intuito de viabilizar o design, isto já na década de 60.

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O que este livro oferece de diferente Em especial oferece um modelo referencial abrangente de gestão de conhecimento apontando para inteligência organizacional. Em conseqüência oferece aos estudiosos um paradigma organizacional para instruir modelagem conceitual de sistemas de conhecimento. O paradigma organizacional é concernente a atividades humanas em geral. Como corolário disto a obra exibe a possibilidade de orientar estudos, análises e tomadas de decisão sobre múltiplos problemas. Este modelo referencial estará assim aberto a variados campos do conhecimento. É que inovação é, em si mesma, mudança – mas é destacável que ela também gera mudança em seu entorno. No entanto, hoje, não se pode pensar em mudança sem o respaldo da Teoria da Informação e de sua derivada, a tão propalada Tecnologia da Informação. Aqui vale algum reparo: nem sempre o que se denomina Tecnologia da Informação e Comunicação – TIC tem como objeto o conjunto das técnicas devidamente sistematizadas o que seria adequado. Muitas vezes, refere-se exatamente à teoria. Neste livro pretendo distinguir estas dimensões, sempre que possível. Aliás, a rigor, a denominação Tecnologia da Informação devia rotular tão só a disciplina que versa tais estudos. Mas, virou praxe tratar o objeto de estudos pelo nome da disciplina. Teremos que manter o jargão sob pena de perdermos em comunicabilidade.

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Outra curiosidade que corre em paralelo, é o costume difundido de referir-se à Ecologia como sendo o ambiente sistêmico que é, na verdade, o seu objeto de estudos. Assistimos “autoridades” discursando nos termos de “... precisamos defender a ecologia...” ou “...é preciso evitar ataques à ecologia” (tisk). Tais observações valem como alerta ao fenômeno em curso, em que prevalece certa volubilidade e superficialidade no trato do conhecimento. Tal coisa ocorre na razão direta de sua vulgarização. A necessidade de reformulação dos diferentes campos do conhecimento em busca da sonhada multidisciplinaridade tem levado a investigações em busca de unificação ou pelo menos de co-relacionamento. Encontrei um interessante artigo do professor e pesquisador Eduardo Resende Francisco do IME-USP *, uma boa discussão a propósito de “Consilience”, uma investigação que visa exatamente encontrar o que há de comum em diferentes campos de conhecimento. Isto é, verifica o que de uma determinada ciência encontra semelhança com algo de outra, mesmo em se tratando de campos diferentes. No correr da leitura você vai encontrar comentários sobre a “Teoria do tudo”, sim, uma utopia que está ocupando boas cabeças pensantes. São questões de pura terminologia que têm muito a ver com semântica, desdobrando-se em ontologias e taxonomia. Daí derivam infinitas variações e deturpações, em tudo contribuindo para o caos ameaçador. Podemos evitar isto? O leitor que o diga. Design e viabilidade de empreendimentos inovadores No interesse das empresas vale focar os meios como se pode viabilizar inovações e muito especialmente, o desenvolvimento de novos produtos. Durante muitos anos o propósito de viabilizar a criatividade tecnológica e naturalmente, o próprio design, me levou a questionar conhecimentos bem ou mal consagrados sobre humanidades, suas razões, história e condições de sua evolução. Aprecio verificar sempre a coerência de seus enunciados fundamentais. Em tudo prevalece a consistência que assegura a conformidade do processo evolutivo. Considere-se que isto se dá face ás diferentes realidades em

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suas variadas circunstâncias. Apesar de todo empenho, dentre encontros e desencontros, eu não andava satisfeito. Uma enorme complexidade de fatores convergentes e articulados pode contribuir para a arrancada de alguma comunidade, grupo ou mesmo nação. O que denominamos alavancagem é uma expressão pobre e insuficiente para definir e descrever o fenômeno conjuntural. Povos sujeitos a grandes pressões ambientais – clima, por exemplo - parecem esforçar-se mais. Outros submetidos a algum efeito fortemente chocante também podem reagir e alcançar saltos quânticos significativos. Mas, nada funciona isoladamente já que é sempre um conjunto de fatores articulados que causam o desejado efeito. Encontrei um relato de boa fonte, que descreve como comunidades de pioneiros nas áreas centrais da América do Norte, nos primórdios da colonização se dispuseram ao pragmatismo gerativo que alicerçou o seu desenvolvimento. Aqueles pioneiros eram forçados a criar, desenvolver e construir seus utensílios e mesmo certos equipamentos. É que a ocupação territorial se fez de forma dispersa. Neste processo, milhares de pequenas comunidades se instalavam distantes demais das fontes fornecedoras e também, umas das outras. Há um certo limite além do qual, improvisação se torna criatividade e esta, evolui para o nível de tecnologia. Permaneço buscando as razões dessas mudanças qualitativas, capazes de fomentar os processos endógenos de desenvolvimento. Isto vale naturalmente para as corporações quando alguma empresa se faz endógena, isto é, em seu próprio nicho evolutivo. Conhecimento inovador como força propulsora do desenvolvimento Eu gosto de usar o título Geratividade como expressão da autonomia necessária em razão de eficiência e competitividade. É consensual que hoje vivemos em uma era de predominância da informação sobre demais fatores capazes de gerar e impulsionar desenvolvimento. No entanto, permanecem as lacunas, as dubiedades e também os desvios que ainda inviabilizam aplicações fundamentadas em gestão de informações. A falta de sistematização gera problemas graves em variadas situações críticas. Muitos profissionais de

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administração e áreas de planejamento sabem disso. Não há como decidir, com desejável grau de certeza, quando o repertório de informação é insatisfatório ou quando extensos relatórios se mesclam em codificações imprecisas e dúbias. No entanto, quando se trata de apanhado fruto de garimpagem de dados numéricos versando valores financeiros, cotações e índices estatísticos a coisa corre razoavelmente bem. Mas até mesmo ali, de repente, algo que agentes financeiros tanto temem é que um simples boato derruba cotações mostrando irrefutavelmente que a variável humana é poderosa e, às vezes, incontrolável. Também existem os relatórios estratégicos, verdadeiros ou não, que justificam ataques, invasões, bombardeios, derrubada de governos e sobre os quais pouco se pode fazer devido a domínio precário de parâmetros e critérios precisos de avaliação. Mais precisamente trataremos de aspectos relacionados à orientação do conhecimento, no sentido do viabilizar empreendimentos calcados em inovação e criação de novos produtos. Inovação é a força. Parcerias empreendedoras e metodologia de desenvolvimento Dentre tantas barreiras destaca-se a falta de iniciativa empreendedora orientada para inovação tecnológica e desenvolvimento de novos produtos. Já falei da falta de cultura inovacional e de risco, mas talvez o problema ainda mais grave é a pouca atenção que se dá à metodologia. De todas as alternativas recomendadas destaca-se a necessidade de constituir parcerias para o desenvolvimento tecnológico e novos produtos. Eis aí o maior problema. Já falei da falta de cultura empreendedora de caráter inovacional, mas talvez o problema ainda mais grave seja a carência metodológica. O que constatei em múltiplos contatos foi que empresas nacionais desconhecem etapas de desenvolvimento. Também desconhecem investimento de risco. Acomodadas demais em posturas de dependência e de imediatismo, buscam “facilmente” soluções já consolidadas lá fora. É a falácia do “Se outros já fizeram porque refazer?” Com isto ninguém procurou saber sobre métodos de desenvolvimento. Em verdade estamos atrasados cem anos nessa questão. As emrpesas são