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Modelagem e Simulação (Artigo)

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  • 1

    MODELAGEM E SIMULAO DE UM PROTTIPO LABORATORIAL DE

    UM CICLO DE REFRIGERAO POR ABSORO DE AMNIA- GUA

    Felipe Canineo Preter [email protected]

    Resumo. O presente trabalho destina-se modelagem e simulao de um ciclo laboratorial de refrigerao por absoro de amnia. As simulaes sero realizadas com o auxlio do software EES - Engineering Equation Solver - uma importante ferramenta

    para a resoluo de problemas de termodinmica. Em um primeiro momento, o trabalho apresenta modelos simplificados de

    sistemas de refrigerao por absoro sendo que os resultados obtidos nas simulaes se mostraram coerentes com os encontrados

    na literatura. Em um segundo momento modificaes so inseridas neste ciclo com o intuito de otimiz-lo, ou seja, aumentar seu

    COP. Tais modificaes referem-se insero de um retificador, trocadores de calor, uso do conceito GAX etc., at chegarmos ao

    prottipo propriamente dito. Em um terceiro momento ser feito um estudo de alternativas de acionamento do gerador de vapor,

    quais sejam: vapor de gua, leo quente, produtos de combusto e queima direta.

    Palavras chave: Refrigerao (simulao computacional), amnia, , termodinmica

    1. Introduo

    A viabilidade dos sistemas de absoro vem aumentando, apesar de apresentar um COP menor que a dos ciclos de

    compresso a vapor, graas ao menor consumo de energia eltrica e possibilidade de aproveitamento de fontes de

    calor, muitas vezes rejeitados, ou em sistemas de coogerao.

    O presente trabalho destina-se modelagem e simulao de um ciclo laboratorial de refrigerao por absoro de

    amnia, como mostra a figura 1(SISEA, 2009). As simulaes foram realizadas com o auxlio do software EES -

    Engineering Equation Solver - uma importante ferramenta para a resoluo de problemas de termodinmic, que possui

    um grande banco de dados embutido de propriedades termodinmicas, transporte e til na resoluo de problemas em

    termodinmica, mecnica dos fluidos e transferncia de calor.

    Figura 1. Prottipo

    Alm da modelagem e simulao do ciclo foi feito tambm um estudo das alternativas de acionamento do gerador

    de vapor, quais sejam: vapor de gua, leo quente, produtos de combusto e queima direta.

  • 2. Misturas Binrias

    Diferentemente de uma substncia pura, onde duas propriedades definem o seu estado, para uma mistura so

    necessrias trs propriedades para definir um estado, Kuehn (1980). Assim sendo, para a modelagem e simulao do ciclo de absoro em questo uma nova propriedade dever ser considerada, a frao mssica (x), que ser definida

    como a razo entre a massa de amnia e a massa da mistura de gua e amnia conforme mostra a equao (1).

    (1)

    3. Sistema de refrigerao por absoro gua-amnia

    O ciclo de absoro similar em certos aspectos ao ciclo de compresso de vapor, a diferena est no processo de

    elevao da presso do vapor de baixa presso, onde o ciclo de absoro substitui o compressor por um sistema de

    absoro, Stoecker e Jones, 1985; Herold, 1996, Skikhirin, 2001; Herold e Radermacher R., 1995. O sistema de absoro primeiro absorve vapor de baixa presso em um lquido absorvente apropriado. Incorporado

    no processo de absoro h a converso de vapor em lquido, desde que esse processo similar ao de condensao, o

    calor precisa ser rejeitado durante o processo. O passo seguinte elevar a presso do lquido com uma bomba, e o passo

    final liberar o vapor do lquido absorvente por adio de calor. A figura 2 (Peres Ortigosa, A. S., 2007) apresenta um

    ciclo de refrigerao por absoro operado com gua e amnia de simples efeito.

    Figura 2. Ciclo de refrigerao por absoro operado com gua e amnia de simples efeito

    O ciclo pode ser dividido em de alta e de baixa presso. A alta presso conseguida com o auxlio de uma bomba

    que trabalha apenas com a mistura gua-amnia no estado lquido, que possui uma grande massa especfica, de modo

    que seu gasto com energia muito pequeno. A baixa presso obtida atravs das vlvulas de expanso.

    Deste modo, o vapor de baixa presso do evaporador absorvido por uma soluo lquida no absorvedor. Assim, o

    absorvedor resfriado, rejeitando calor para a atmosfera, uma vez que se o processo de absoro fosse realizado

    adiabaticamente, a temperatura da soluo iria subir e a absoro de vapor poderia ser interrompida. A bomba recebe a

    soluo forte, contendo elevada concentrao de amnia, de baixa presso do absorvedor, eleva sua presso e a conduz

    para o gerador, onde calor de uma fonte de alta temperatura expulsa o vapor que foi absorvido pela soluo.

    J a soluo lquida, com baixa concentrao de amnia, retorna para o absorvedor por uma vlvula redutora de

    presso para que a diferena de presso entre o gerador e o absorvedor seja mantida. Paralelamente, o refrigerante

    vaporizado conduzido para o condensador, rejeitando calor. Sua presso reduzida atravs de uma segunda vlvula de

    expanso para que, no evaporador, receba calor do ambiente e finalmente retorne para o absorvedor.

    O coeficiente de desempenho para o ciclo de absoro dado conforme a equao (2), Stoeckere Jones, 2006.

    gerador

    evaporador

    Q

    Q

    geradoraocalordeadiodeTaxa

    orefrigeradeCapacidadeCOP

    (2)

    Vale pena salientar que quando comparado com o COP de um ciclo por compresso a vapor o COP para ciclos de

    absoro so normalmente muito menores pois o COP do ciclo de compresso a vapor a relao da taxa de

    refrigerao pela potncia na forma de trabalho fornecida para operar o ciclo. Porm a energia na forma de trabalho

    muito mais valiosa e cara do que a energia na forma de calor, Peres Ortigosa, A. S. (2007).

  • 3.1. Otimizao dos sistemas de refrigerao por absoro

    Alteraes no ciclo apresentado podem ser feitas a fim de se obter uma elevao do desempenho. Essas alteraes

    so configuraes de modo que o calor rejeitado em um estgio de alta temperatura aproveitado em um estgio de

    baixa temperatura, permitindo a gerao de um efeito de refrigerao adicional no estgio de baixa temperatura. Tais

    ciclos so chamados de ciclos de multi efeito.

    Um exemplo so os ciclos GAX. O termo GAX se refere Generator / Absorber Heat Exchange que pode ser

    interpretado como dois ciclos de simples-efeito trabalhando paralelamente. O conceito dos ciclos GAX reside em

    simplificar um sistema de dois estgios e duplo-efeito, de forma a obter o mesmo desempenho, Srikhirin,2001.

    A figura 3(Peres Ortigosa, A. S., 2007) mostra um ciclo similar ao da figura 2, com exceo do retificador, onde foi

    usado o conceito GAX.

    Figura 3. Conceito dos ciclos GAX

    4. Materiais e mtodos

    Para a execuo do projeto foi utilizado o software EES - Engineering Equation Solver. O EES um software de

    equacionamento matemtico que possui bibliotecas de propriedades termodinmicas para inmeras substncias, o que

    facilita a resoluo de operaes matemticas complexas.

    Foram feitas 4 simulaes, e para cada uma delas foram definidos os dados de entrada, como a carga de

    refrigerao e temperaturas de sada do absorvedor, condensador e evaporador, entre outros. Posteriormente, usando o

    software EES, foi feita a modelagem e simulao de cada ciclo, ou seja, foram realizados todos os balanos de massa e

    energia a fim de se determinar todas as trocas de calor. Por fim foi determinado o COP de cada ciclo.

    Em um primeiro momento foi feita a modelagem e simulao do ciclo de absoro padro mostrado na Figura 2

    composto pelo condensador, vlvulas de expanso, evaporador, absorvedor, bomba e gerador, com apenas 2 estgios de

    presso, o de baixa e o de alta presso, conseguida pela bomba.

    Em um segundo momento, visando a melhora do COP do ciclo foi feita a insero de um retificador como pode ser

    visto na Figura 4 (Peres Ortigosa, A. S., 2007). O retificador foi inserido na sada do gerador e sua funo aumentar a

    concentrao de amnia pela condensao da gua que at ento continha. No primeiro caso, como no tinha o

    retificador, determinamos como dado de entrada uma concentrao aceitvel de sada do gerador.

    Figura 4. Ciclo simples aps a insero do retificador

  • Em um terceiro momento foram inseridas trocas de calor intermedirias no ciclo, ou seja, o calor rejeitado em uma

    parte do ciclo aproveitado em outra. Alm destas otimizaes o ciclo agora passou tambm a ter um estgio de

    presso intermedirio, entre o baixo e o alto. Este novo ciclo com tais modificaes pode ser visualizado na Figura 5

    (Peres Ortigosa, A. S., 2007).

    Figure 5. Ciclo aps trocas de calor intermedirias com estgio intermedirio de presso

    Em um quarto momento foi inserido um pr-absorvedor no ciclo resultando no prottipo.

    Outra particularidade observada no prottipo o aproveitamento do calor dissipado pelo absorvedor e pelo gerador

    em um outro ciclo para a produo de gua quente.

    5. Modelagem

    5.1. Modelo do prottipo

    O modelo do prottipo foi desenvolvido a partir da configurao apresentada na Figura 1.

    Do evaporador tem-se o vapor de amnia (14), que passa por um trocador de calor contra corrente que trabalha a

    uma presso intermediria, e troca calor com o ramo (11)-(12). O vapor de amnia (15) entra no pr-absorvedor e se

    mistura com a soluo fraca (6), que resultado do processo de desabsoro no gerador. A mistura resultante a

    soluo forte (16), que passa agora pelo absorvedor terminando o processo de absoro. Depois, a soluo bombeada,

    consumindo uma potncia Wbr , at a presso do gerador (2), circula pelo retificador e absorve o calor Qret, resultando

    no estado 3. A seguir, produz-se uma recirculao da soluo forte no absorvedor, onde esta aquecida ainda mais, Qabs

    , at o estado 4, que o ponto de alimentao do gerador. No gerador, com o fornecimento de calor atravs da queima

    do combustvel, Qger , ocorre o processo de desabsoro, onde o vapor de amnia (7) separado da soluo forte a qual

    se empobrece, resultando na soluo fraca (5) que, uma vez expandida no dispositivo de expanso, entra no absorvedor

    para repetir o ciclo. Da sua parte, o vapor, no estado 7, entra no retificador onde aumentada sua concentrao pela

    condensao da gua que at ento continha. O resultado deste processo o refluxo (8), que retorna ao gerador, e o

    vapor de amnia (9), que entra no condensador. No condensador o calor Qcond perdido para o ambiente, resultando no

    estado 10. Em seguida o vapor de amnia passa por uma vlvula de expanso que expande at uma presso

    intermediria, resultando no estado 11. Este agora realiza uma troca de calor em contra corrente com o ramo (14)-(15)

    resultando no estado 12. Este agora passa por uma nova vlvula de expanso que reduz sua presso at a presso baixa

    do sistema, resultando no estado 13. Agora este passa pelo evaporador onde recebe calor Qevap do ambiente, resultando

    no estado 14, completando o ciclo.

    5.2. Balanos de massa e energia

    Para cada componente do ciclo foram realizados balanos de massa e energia. Os balanos de massa levam em

    considerao a mistura gua-amnia e tambm a massa de amnia isoladamente. Os ndices de 1 a 16 representam os

    pontos do ciclo.

  • Pr-Absorvedor

    Balano de massa para a mistura no pr-absorvedor, onde m a vazo mssica da mistura:

    16156 mmm (3)

    O balano de massa para a amnia no absorvedor apresentado na Eq. (4).

    1616151566 mxmxmx (4)

    Balano de massa para a mistura no ramo pr-aquecido:

    43 mm (5)

    Balano de massa para a amnia no ramo pr-aquecido:

    43 xx (6)

    O balano de energia permite determinar a taxa de transferncia de calor no absorvedor, absQ

    .

    44161633151566 mhmhQmhmhmh abs

    (7)

    onde h a entalpia especfica.

    Absorvedor

    (8)

    (9)

    (10)

    Bomba

    Balano de massa para a mistura:

    21 mm (11)

    Balano de massa para a amnia:

    21 xx (12)

    A entalpia no ponto 2, supondo a bomba isentrpica (representada pelo ndice s), dada pela Eq. (8).

    )( 12112 PPvhh s (13)

    Onde v o volume especfico e P a presso.

    A potncia da bomba para processo isentrpico, bsW , calculada atravs da Eq. (9).

    (14)

    A potncia real (representada pelo ndice r) deve considerar a eficincia da bomba, b :

    116 mm

    116 xx

  • B

    bs

    br

    WW

    (15)

    Vlvulas de expanso (VE-1, VE-2, VE-3)

    Balano de massa para a mistura:

    13;11;612;10;5 mm (16)

    Balano de massa para a amnia:

    13;11;612;10;5 xx (17)

    Balano de energia:

    13;11;612;10;5 hh (18)

    Gerador

    Balano de massa para a mistura:

    7584 mmmm (19)

    Balano de massa para a amnia:

    77558844 mxmxmxmx (20)

    O balano de energia permite determinar a taxa de adio de calor ao gerador, gerQ . Tambm considerada a

    efetividade do gerador, ger

    , de modo que a taxa de calor real fornecida soluo, real,gerQ , calculada pela Eq. (21).

    gergerreal,ger QQ (21)

    5577real,ger8844 mhmhQmhmh

    (22)

    Retificador

    Balano de massa para a mistura no retificador:

    897 mmm (23)

    Balano de massa para a amnia no retificador:

    889977 mxmxmx (24)

    Balano de massa para a mistura no ramo pr-aquecido:

    32 mm (25)

    Balano de massa para a amnia no ramo pr-aquecido:

    32 xx (26)

    O balano de energia tambm deve considerar a taxa de calor no retificador, retQ :

  • 8899ret77 mhmhQmh

    (27)

    A taxa de transferncia de calor para o ramo que pr-aquecido no retificador, real,retQ

    , deve considerar a

    efetividade do retificador, ret :

    ret

    real,ret

    retQ

    Q

    (28)

    (29)

    Condensador

    Balano de massa para a mistura:

    109 mm (30)

    Balano de massa para a amnia:

    109 xx (31)

    Balano de energia, onde condQ a taxa de troca de calor no condensador:

    1010cond99 mhQmh

    (32)

    Evaporador

    Balano de massa para a mistura:

    1211 mm (33)

    Balano de massa para a amnia:

    1211 xx (34)

    O balano de energia considera a taxa de troca de calor no evaporador, evapQ :

    1212evap1111 mhQmh

    (35)

    Trocador de calor

    As entalpias dos pontos 12 e 15 so determinadas a partir da taxa de transferncia de calor TC,realq , considerando a

    efetividade TC do trocador e a mnima taxa de transferncia de calor, TC,mnq .

    TC,mnTCTC,real qq (36)

    11

    real

    1112m

    qhh

    (37)

    14

    real

    1415m

    qhh

    (38)

    Balanos de massa para as misturas nos ramos do trocador:

  • 1211 mm (39)

    1514 mm (40)

    Balanos de massa para a amnia:

    1211 xx (41)

    1514 xx (42)

    Balano de energia:

    1515121214141111 mhmhmhmh (43)

    importante salientar que a potncia fornecida bomba no foi considerada no clculo do coeficiente de

    desempenho, uma vez que consideravelmente menor do que a taxa de adio de calor ao gerador.

    6. Simulao

    6.1. Dados de entrada e condies operacionais

    No prottipo o pr-absorvedor foi tratado como o absorvedor do ciclo otimizado, ou seja, todas as trocas de calor e

    massa que ocorreram no absorvedor do ciclo otimizado agora ocorrem no pr-absorvedor, alm de todas as hipteses

    feitas para o absorvedor do ciclo otimizado, agora valem para o pr-absorvedor. No entanto uma nova hiptese foi

    adotada para o absorvedor, de que a sada do absorvedor seja lquido saturado, devido a ser a entrada da bomba.

    Dessa forma a modelagem de todos os componentes a mesma feita para o caso do ciclo otimizado, necessitando-

    se apenas a modelagem do novo absorvedor.

    Assim sendo, para o prottipo os dados de entrada assumidos de acordo com a literatura foram os seguintes:

    Temperatura na sada do absorvedor: T1= 40oC

    Temperatura de condensao: T10= 40oC

    Temperatura na sada do absorvedor: T1= 40oC

    Temperatura de condensao: T10= 40oC

    Temperatura de evaporao: T14= -10oC

    Temperatura na sada do gerador: T7= 87oC

    Carga trmica: Qevap= 17,6 kW

    Eficincia da bomba: hb=0,85

    Efetividade do trocador de calor: TC =0,95

    Efetividade do retificador: ret =0,95

    Efetividade do trocador do absorvedor: abs =0,95

    Efetividade do gerador: abs =0,98

    P1= P6=P13=P14=P15=P16 =Presso baixa

    P2= P3=P4=P5=P7=P8=P9=P10=Presso alta

    P11=P12=Presso intermediria

    Condies Operacionais:

    Ttulo na sada do absorvedor: q1= 0 (lquido saturado)

    Ttulo na sada do absorvedor: q16= 0 (lquido saturado)

    Ttulo na sada de soluo do gerador: q5= 0 (lquido saturado)

    Ttulo na sada do gerador: q7= 1 (vapor saturado)

    Ttulo no retorno para o gerador: q8= 0 (lquido saturado)

    Ttulo na sada do retificador: q9= 1 (vapor saturado)

    Ttulo na sada do condensador: q10= 0 (lquido saturado)

    Ttulo na sada do evaporador: q14= 0,915

    Frao mssica na sada do retificador: x9= 0,999634

    Diferena de composio na recirculao do absorvedor: x1-x5=0,3

  • A temperatura do ponto 7 foi definida com base no estudo da bibliografia levantada e a temperatura do ponto 8 foi

    escrita como uma combinao linear da temperatura no ponto 7 (sada do gerador) e a temperatura no ponto 9 (sada do

    retificador), conforme a Eq. (38), onde o coeficiente de ponderao.

    978 )1( TTT (44)

    Atravs da anlise dos exemplos apresentados na literatura, o programa implementado utilizou 0,5.

    6.2. Resultados

    A Tabela (1) apresenta o COP do sistema de refrigerao, bem como as taxas de troca de calor nos componentes

    obtidas na simulao.

    Tabela 1. Coeficiente de desempenho e taxas de troca de calor nos componentes

    0,6121 -0,0148 28,72 28,14 16,88 3,41 0,0801

    7. Estudo do Gerador

    Com o intuito de obter um melhor rendimento no acionamento do gerador foi feito um estudo das possveis

    alternativas, dentre elas Vapor de gua, leo quente, Produtos de combusto e Queima direta.

    Para o estudo do gerador consideramos em equilbrio trmico, ou seja, desprezamos as variaes de temperatura no

    seu interior.

    Para o clculo das trocas de calor para a determinao da vazo mssica em cada caso algumas hipteses foram

    adotadas.

    Primeiramente, a temperatura de sada dever ser ligeiramente superior temperatura mxima do gerador, para

    garantir que o gerador receba calor. Conseqentemente, a temperatura de entrada dever ser maior que a temperatura de

    sada, porm esta dever ser informada por quem for fazer a simulao, de acordo com a especificao e regulagem do

    queimador.

    Para os clculos utilizamos os resultados obtidos na simulao do prottipo. Dessa forma, j possumos como dado

    de entrada o Qgerreal, ou seja, a quantidade de calor necessria pelo Gerador.

    Assim sendo, para o caso das alternativas; leo Quente, Produtos de Combusto ou Queima direta, utilizamos a

    equao 46 para a determinao da vazo mssica em cada caso, onde o Cp dever ser informado por quem estiver

    fazendo a simulao de acordo com a alternativa adotada.

    (46)

    Para o clculo da vazo mssica para alternativa vapor de gua utilizamos a equao 47.

    (47)

    8. Discusso

    Foi feita a simulao de 4 ciclos de absoro, partindo-se de um ciclo simples at um ciclo mais complexo com

    trocas de calor contra corrente. Partindo-se de um ciclo simples foi se adicionando novos componentes e fazendo-se

    mudanas a fim de melhorar o COP do ciclo, e com esse processo pudemos ver como cada novo componente ou nova

    alterao influa no ciclo.

    Em um ultimo momento foi feito um estudo das possibilidades de acionamento do gerador, seja por Vapor de gua,

    por utilizao de leo Quente, Queima Direta ou utilizao dos Produtos de Combusto. Vimos que possvel avaliar

    qual se adqua melhor atravs do seu Cp e condies de entrada, ou seja, do queimador, possibilitando verificar a vazo

    em cada caso do combustvel.

    O estudo dos ciclos de refrigerao por absoro conduz discusso das possibilidades de otimizao. A elevao

    do coeficiente de desempenho de ciclos de absoro pode ser atingida atravs de ciclos de mltiplos efeitos. Tambm a

    utilizao da tecnologia GAX consiste em uma interessante alternativa, simplificando os sistemas de dois estgios e

    duplo-efeito de forma a obter desempenhos consideravelmente elevados. O COP deste ciclo otimizado comparado com

    o do ciclo anterior cerca de 140% maior.

    COP kW

    Q abs

    ]kW[

    Qger

    ]kW[

    Q real,ger

    ]kW[

    Q cond

    ]kW[

    Q ret

    ]kW[

    Wbr

  • 9. Concluses

    Foi feito o estudo de um ciclo de refrigerao por absoro gua-amnia com uma configurao simples com

    capacidade de 17,6 kW. Desta partiu-se para melhoria deste ciclo a fim de se obter um melhor coeficiente de

    desempenho. Esta melhoria foi feita em 4 etapas, primeiramente inseriu-se um retificador, em um segundo momento foi

    feito a insero de um trocador contra corrente a uma presso intermediria do ciclo, alm do uso do conceito GAX no

    absorvedor e gerador, onde o calor rejeitado em um aproveitado no outro. Em um ultimo momento foi inserido no

    ciclo um pr-absorvedor, porm observou-se que no houve melhorias no ciclo com esta alterao.

    Com este estudo realizado em etapa foi possvel verificar a influncia de cada componente no ciclo, bem como ver

    como alteraes nele pode alterar o seu rendimento. Verificou-se a importncia do uso do retificador, dos trocadores de

    calor, bem como o conceito GAX foram importantes para que o coeficiente de desempenho fosse elevado em relao ao

    ciclo simples. Em um ltimo momento foi feito o estudo das alternativas de acionamento do gerador, possibilitando avaliaras possveis influncias em cada escolha.

    O uso do software EES tambm foi de grande importncia ao passo que facilitou muito os clculos e permitiu uma

    rpida modificao dos ciclos determinando os estados termodinmicos de cada ponto, o COP de cada um bem como

    todas as trocas de calor. Com isso foi possvel fazer muitas anlises e comparaes entre as diversas configuraes dos

    ciclos.

    10. Referncias

    HEROLD, K.E.; RADERMACHER, R.; KLEIN, S.A. Absorption Chillers and Heat Pumps. New York: CRC Press,

    1995. 329p.

    KUEHN, T.H.; RAMSEY, J. W.; THRELKELD, J.L. Thermal Environmental Engineering. Upper Saddle River,

    EUA: 3 ed.Prentice-Hall, 1998. 740p.

    STOECKER, J. G.; JONES, J. W. Refrigerao e Ar Condicionado. So Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1985. 481p.

    WYLEN, G.J.V; SONNTAG, R.E.; BORGNAKKE, C. Fundamentos da Termodinmica. So Paulo: EDGARD

    BLUCHER LTDA, 2006. 577p.

    Srikhirin, pongsid; Aphornratana, Satha; Chungpaibulpatana, Supachart. A review of absorption refrigeration

    technologies. Renewable and Sustainable Energy Reviews, 2001. 30p.

    RODRIGUES, S. A. de O. Modelagem de um Ciclo de Refrigerao por Absoro de Amnia. 2005. 46p. Trabalho

    de Formatura Escola Politcnica, Departamento de Engenharia Mecnica, Universidade de So Paulo, So Paulo, 2005.

    SISEA. Laboratrio de Sistemas Energticos Alternativos. So Paulo: EPUSP, Departamento de Engenharia

    Mecnica, 2007. Disponvel em: .

    Peres Ortigosa, A. S. Modelagem, simulao e otimizao de um ciclo comercial de produo de gua gelada por

    absoro de amnia. 2007. 66p. Trabalho de Formatura Escola Politcnica, Departamento de Engenharia Mecnica, Universidade de So Paulo, So Paulo, 2007.

    10. Direitos autorais

    O autor o nico responsvel pelo contedo do material impresso includo neste trabalho.

    MODELING AND SIMULATION OF A PROTOTYPE LABORATORY OF A REFRIGERATION CICLE BY

    AMMONIA-WATER ABSORPTION

    Felipe Canineo Preter [email protected]

    Abstract. This report is a modeling and a simulation of a laboratory cooling cycle by ammonia absorption. The simulations will be

    performed on the software EES - Engineering Equation Solver an important way to solve thermodynamic problems. At first, this report presents simple models of absorption - refrigeration cycles and the results of these simulations are in agreement with the

    literature. At second, this report has considered modifications in the cycle configuration in order to optimize this one and improve the

    COP. This modifications refers to an rectifier, heat transfers and GAX knowledge until get the prototype. Finally will be done a

    study about the steam generator actuation alternatives, which are water vapor, hot oil, products of combustion and direct burning.

    Keywords. refrigeration (computational simulation), ammonia, thermodynamic.