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MATERIAL DIDÁTICO GESTÃO DE CUSTOS E FINANÇAS UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES CREDENCIADA JUNTO AO MEC PELA PORTARIA Nº 1.282 DO DIA 26/10/2010 Impressão e Editoração 0800 283 8380 www.ucamprominas.com.br

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MATERIAL DIDÁTICO

GESTÃO DE CUSTOS E FINANÇAS

U N I V E R S I DA D E

CANDIDO MENDES

CREDENCIADA JUNTO AO MEC PELA PORTARIA Nº 1.282 DO DIA 26/10/2010

Impressão e

Editoração

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SUMÁRIO

UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO .......................................................................... 03 UNIDADE 2 – CONTABILIDADE - CONCEITOS FUNDAMENTAIS .............. 05 UNIDADE 3 – CONTABILIDADE DE CUSTOS ............................................... 12 UNIDADE 4 – MÉTODOS DE CUSTEIO E TOMADAS DE DECISÃO ........... 19 UNIDADE 5 – FORMAÇÃO DE PREÇOS ....................................................... 30 UNIDADE 6 – PLANEJAMENTO E CONTABILIDADE FINANCEIRA ........... 34 UNIDADE 7 – MERCADO FINANCEIRO ........................................................ 42 UNIDADE 8 – VALOR ECONÔMICO AGREGADO (EVA®) E VALOR DE MERCADO AGREGADO (MVA®) ................................................................... 53 REFERÊNCIAS ................................................................................................ 60

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UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO

As organizações não são estruturas isoladas muito menos sistemas fechados,

ao contrário, são sistemas abertos que interagem com outras organizações e com a

sociedade de maneira geral. Elas possuem objetivos, missões, responsabilidade

social que se traduz no desenvolvimento da comunidade, da cidade, da região,

enfim, da macroeconomia em que estão inseridas.

Como dizem Pompermayer e Lima (2003, p. 49), no cumprimento da sua

missão, as organizações desenvolvem suas atividades econômicas, buscando

cumprir suas principais funções: patriótica, mercadológica, tecnológica, social e

econômica, o que torna os negócios mais atraentes e mais ricos em reciprocidade. A

função econômica não é a principal, mas é imprescindível. Auferir e aferir lucro é a

exigência maior de qualquer atividade econômica!

A boa gestão de custos nas empresas é dependente e consequente da

coragem decisória dos administradores em mudar processos e comportamentos. A

institucionalização nas empresas de uma transformação comportamental alicerçada

na prática efetiva de nova cultura de custos, consubstanciada em técnicas modernas

de produção e de administração de recursos financeiros e humanos, é o caminho

mais eficaz para a boa gestão de custos. Em qualquer circunstância, é sempre

possível conter custos, seja pela racionalidade das tarefas, pelo combate implacável

aos desperdícios e pela eliminação dos supérfluos.

Uma das subáreas de conhecimento do Engenheiro de Produção engloba

exatamente a gestão econômica, de custos, de investimentos e riscos. Nesse

sentido, o EP tem como atribuições formular, estimar e avaliar resultados

econômicos justamente para avaliar alternativas que levem a tomada de decisão,

consistindo em um conjunto de técnicas matemáticas que simplificam a comparação

econômica.

Esperamos que apreciem o material e busquem nas referências anotadas ao

final da apostila subsídios para sanar possíveis lacunas que venham surgir ao longo

dos estudos.

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Ressaltamos que embora a escrita acadêmica tenha como premissa ser

científica, baseada em normas e padrões da academia, fugiremos um pouco às

regras para nos aproximarmos de vocês e para que os temas abordados cheguem

de maneira clara e objetiva, mas não menos científicos. Em segundo lugar,

deixamos claro que este módulo é uma compilação das ideias de vários autores,

incluindo aqueles que consideramos clássicos, não se tratando, portanto, de uma

redação original.

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UNIDADE 2 – CONTABILIDADE - CONCEITOS FUNDAMENTAIS

A Contabilidade é a ciência que estuda, interpreta e registra os fenômenos

que afetam o patrimônio de uma entidade. Ela alcança sua finalidade através do

registro e análise de todos os fatos relacionados com a formação, a movimentação e

as variações do patrimônio administrativo, vinculado à entidade, com o fim de

assegurar seu controle e fornecer a seus administradores as informações

necessárias à ação administrativa, bem como a seus titulares (proprietários do

patrimônio) e demais pessoas com ele relacionadas, as informações sobre o estado

patrimonial e o resultado das atividades desenvolvidas pela entidade para alcançar

os seus fins (FRANCO, 1997; SÁ, 1998).

Diversas técnicas são usadas pela contabilidade para que seus objetivos

sejam atingidos: a escrituração é uma forma própria desta ciência de registrar as

ocorrências patrimoniais; as demonstrações contábeis são demonstrações

expositivas para reunir os fatos de maneira a obter maiores informações, e a análise

de balanços é uma técnica que permite decompor, comparar e interpretar o

conteúdo das demonstrações contábeis, fornecendo informações analíticas, cuja

utilidade vai além do administrador (SÁ, 1998; IUDÍCUBUS, 2004; COUTINHO et al,

2010).

Como um instrumento operacional, a Contabilidade se realiza por meio de um

sistema de informação e avaliação econômica e monetária, com a finalidade de

fornecer demonstrações e análises que habilitem seus diversos usuários na predição

sobre eventos e tendências futuras da organização. Assim, o produto da

Contabilidade é a informação contábil resultante da sintetização dos dados obtidos

através de documentos que reflitam a realidade mercantil em que se encontra o

usuário (CHIAVENATO, 2005; COUTINHO et al, 2010).

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2.1 Objetivo e objeto de estudo

O objetivo principal da contabilidade é coletar, registrar, resumir, analisar e

relatar, em termos monetários, informações acerca dos negócios das companhias. A

contabilidade busca prover os usuários com informações sobre aspectos de

natureza econômica, financeira e física do patrimônio da entidade e suas mutações,

o que compreende registros, demonstrações, análises, diagnósticos e prognósticos,

expressos sob a forma de relatos, pareceres, tabelas, planilhas e outros.

A contabilidade só é capaz de captar e registrar, normalmente, eventos

mensuráveis em moeda quando sabemos que, em quase todas as decisões, muitos

outros elementos não quantitativos devem ser levados em conta para uma decisão

adequada (IUDICIBUS, 1998, p. 27).

De acordo com Iudícibus e Marion (2000, p. 68), o objetivo científico da

Contabilidade manifesta-se na correta apresentação do Patrimônio e na apreensão e

análise das causas das suas mutações. Já sob a ótica pragmática, a aplicação da

Contabilidade a uma Entidade particularizada, busca prover os usuários com

informações sobre aspectos de natureza econômica, financeira e física do

Patrimônio da Entidade e suas mutações, o que compreende registros,

demonstrações, análises, diagnósticos e prognósticos expressos sob a forma de

relatos, pareceres, tabelas, planilhas e outros meios.

Seu objeto de estudo nada mais é do que o patrimônio da entidade, composto

pelo conjunto de bens, direitos e obrigações pertencentes a uma ou mais pessoas,

em seus aspectos: estático (econômico e financeiro) e dinâmico (variações sofridas

pela riqueza patrimonial) e nos seus aspectos qualitativos e quantitativos visando

desnudá-lo e mostrá-lo como está, no intuito de propiciar condições de intervenção

no mesmo (COUTINHO et al, 2010).

2.2 Funções

Quanto às funções da contabilidade, resumidamente, podemos dizer que

funciona como um sistema de controle e informação das empresas. Com a análise

do balanço patrimonial e da demonstração do resultado do exercício, é possível

verificar a situação da empresa, sob os mais diversos enfoques, tais como: análises

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de estrutura, de evolução, de solvência, de garantia de capitais próprios e de

terceiros, os bancos, as financeiras, aos clientes, etc. (CREPALDI, 2002, p. 24).

Conforme Favero et al:

Analisar, interpretar e registrar os fenômenos que ocorrem no patrimônio das pessoas físicas e jurídicas, busca demonstrar a seus usuários, através de relatórios próprios (Demonstração de Resultado do Exercício, Demonstração das Mutações de Patrimônio Líquido ou Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados, Balanço Patrimonial, Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos e outros), as informações sobre o comportamento dos negócios para a tomada de decisões” (FAVERO et al, 1997, p.13).

De todo modo, podemos afirmar que as funções da Contabilidade se

compõem pela classificação e registro dos fatos contábeis; o controle evidenciado

pelo exame da situação patrimonial; a demonstração e análise da situação

patrimonial com interpretação do resultado econômico apurado, de maneira a

garantir o atingimento dos objetivos previstos pela mesma.

2.2.1 Instrumento de fiscalização e controle

É através da contabilidade que se registram os recursos encontrados pelo

sistema contábil. A contabilidade deve ser organizada de forma a respeitar os

princípios, informações e as características inerentes.

Segundo Andrade (2002), a função da contabilidade como instrumento de

controle é hoje unanimemente reconhecida. Um sistema de contabilidade que não

esteja apoiado num eficiente controle interno é, até certo ponto, inútil uma vez que

não é possível confiar nas informações contidas nos seus relatórios.

Uma vez que a contabilidade é vista como um sistema de informação e

mensuração de eventos que afetam a tomada de decisão, o controle interno deverá

usar um sistema organizado de contabilidade de modo que possa acompanhar a

execução dos aspectos financeiros e gerenciais e as operações extras orçamentais

de natureza financeira ou não.

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O controle requer a existência de uma estrutura organizacional que defina as

responsabilidades de garantir o desempenho dos setores envolvidos com a

contabilidade.

Ela deve pôr em evidência todo tipo de controle dos documentos e recursos

materiais, levando em conta os gastos e desperdícios que podem ser evitados, para

controlar e obter resultados positivos com o apoio dos controles internos

(CHIAVENATO, 2005; COUTINHOA et al, 2010).

O controle é fundamental para executar o acompanhamento das tarefas e

registros da contabilidade, além de apontar eventuais falhas. Realiza, assim, uma

manutenção dos bens e aplicações dos recursos.

Em virtude disso, a contabilidade como um processo de informação deve ser

organizada de maneira que as informações obedeçam aos princípios contábeis

geralmente aceitos, e possuam características que lhe são inerentes, entre as quais

de utilidade e confiabilidade (ANDRADE, 2002).

2.3 Princípios contábeis

A contabilização deve ser realizada em conformidade com os Princípios

Fundamentais de Contabilidade, que são os parâmetros básicos que norteiam a

realização da escrituração, através da definição de critérios e procedimentos que

direcionam e uniformizam a contabilidade como atividade. Chamados também de

regimes contábeis de escrituração.

O CFC – Conselho Federal de Contabilidade, através da Resolução nº

750/93, dispõe sobre os Princípios Fundamentais de Contabilidade, que ao

reconhecer e oficializar esses princípios os coloca em um mesmo patamar, sem

hierarquização.

Os Princípios Fundamentais de Contabilidade representam a essência das

doutrinas e teorias relativas à Ciência da Contabilidade, consoante o entendimento

predominante nos universos científico e profissional de nosso País. Concernem,

pois, à Contabilidade no seu sentido mais amplo de ciência social, cujo objeto é o

Patrimônio das Entidades (CFC, N. 750/93).

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Considerando a estrutura conceitual básica da Contabilidade, Iudícibus e

Marion (2000, p. 97) e outros estudiosos os classificam em postulados, princípios e

convenções. Os postulados são premissas básicas para existência da contabilidade,

ou seja, são a base para a existência da contabilidade, ou ainda, uma proposição ou

observação de certa realidade que pode ser considerada não sujeita a verificação.

Os princípios orientam quanto aos procedimentos que devem ser seguidos na

realização dos registros contábeis; são preceitos básicos. As convenções delimitam

o campo de atuação dos princípios, estabelecendo critérios a serem observados na

aplicação dos mesmos.

Os princípios contábeis adotados nas Normas Brasileiras de Contabilidade

não se opõem aos da estrutura conceitual básica da Contabilidade. No entanto,

estes apresentam maior abrangência e classificação científica, sendo, portanto, mais

completos e mais específicos em relação a atuação do contador.

São Postulados, segundo esses autores, o da Entidade Contábil e o da

Continuidade, sendo que, a Resolução nº 750/1993 – CFC, os considera como

Princípios Fundamentais. Estão elencados no art. 3º da Resolução citada.

Prescreve ainda o §2º, do art. 1º, da mesma norma que “na aplicação dos

Princípios Fundamentais de Contabilidade há situações concretas e a essência das

transações deve prevalecer sobre seus aspectos formais”. Ou seja, a cada situação,

o contabilista deve analisar se a forma jurídica confere com a essência econômica

do fato contábil. Caso não confira, a essência deve prevalecer sobre a forma. Alguns

autores consideram essa assertiva como um princípio “embrionário”.

De acordo com Reis (1995, p. 7), os princípios contábeis constituem a

essência das doutrinas e teorias relativas à ciência da contabilidade, segundo

entendimento dominante no universo científico profissional brasileiro.

Horngren (1985, p. 394), por sua vez, afirma que os princípios contábeis

transformaram-se em princípios de aceitação geral por consenso, sendo ainda que

tal consenso não é influenciado somente pela análise lógica formal, mas também

pela experiência, pelo uso e pela necessidade prática.

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Segundo Iudícibus (2004), as convenções contábeis delimitam ou qualificam

melhor o tipo de comportamento necessário do contador em face dos amplos graus

de liberdade que os postulados e princípios lhe permitem exercer. São restrições

que representam o complemento dos postulados e princípios delimitando-lhes

conceitos e atribuições (IUDÍCIBUS; MARION, 2000, p. 121). São normas de caráter

prático que devem ser consideradas como guias. Conservadorismo, Consistência,

Materialidade e Objetividade são as quatro convenções aceitas pelos doutrinadores.

Segundo Coutinho et al (2010), os princípios fundamentais da contabilidade

representam a essência das doutrinas e teorias relativas à ciência da contabilidade,

de acordo com o entendimento predominante nos universos científico e profissional

de nosso país. O pronunciamento conceitual básico emitido pelo CPC, sob o título

Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações

Contábeis, classifica, tecnicamente, os princípios contábeis em dois níveis.

Primeiro nível – pressupostos básicos

Regime de competência - As demonstrações contábeis são preparadas conforme o regime contábil de competência. Segundo este regime, os efeitos das transações e outros eventos são reconhecidos quando ocorrem (e não quando os recursos financeiros são recebidos ou pagos) e são lançados nos registros contábeis e reportados nas demonstrações contábeis dos períodos a que se referem.

As demonstrações contábeis preparadas pelo regime de competência informam aos usuários não somente as transações passadas, envolvendo o pagamento e recebimento de caixa ou outros recursos financeiros, como também as obrigações de pagamento futuras e os recursos que serão recebidos no futuro.

Dessa forma, apresentam informações sobre transações passadas e outros eventos que sejam as mais úteis aos usuários na tomada de decisões econômicas. Em resumo, o regime de competência pressupõe a confrontação entre receitas e despesas.

Continuidade - As demonstrações contábeis são normalmente preparadas no pressuposto de que a entidade continuará em operação no futuro previsível. Dessa forma, presume-se que a entidade não tem a intenção nem a necessidade de entrar em liquidação, nem reduzir materialmente a escala das suas operações.

Segundo nível – características qualitativas das demonstrações contábeis

Compreensibilidade - Uma qualidade essencial das informações apresentadas nas demonstrações contábeis é a de que elas sejam prontamente entendidas pelos usuários. Para este fim, presume-se que os usuários tenham um conhecimento razoável dos negócios, atividades econômicas e contabilidade e a disposição de estudar as informações com razoável diligência. Todavia, informações sobre assuntos complexos que devam ser incluídas nas demonstrações contábeis por conta de sua relevância para a tomada de decisão pelos usuários não devem ser excluídas em nenhuma hipótese, principalmente porque seria difícil para certos usuários entenderem.

Relevância - diz respeito à influência de uma informação contábil na tomada de decisões. As informações são relevantes quando podem influenciar as decisões econômicas dos usuários, ajudando-os a avaliar o

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impacto de eventos passados, presentes ou futuros, confirmando ou corrigindo suas avaliações anteriores. A relevância depende da natureza e também da materialidade (dimensão econômica) do item em discussão.

Confiabilidade - Para ser útil, a informação deve ser confiável, livre de erros ou desvios relevantes e representar adequadamente aquilo a que se propõe. A confiabilidade torna-se uma das características mais importantes, pois trata da “primazia da essência sobre a forma”, ou seja, a forma econômica deve prevalecer sobre a forma jurídica. E ainda, é necessário também que se observem:

neutralidade – imparcialidade da informação apresentada;

prudência – precaução nas estimativas com o cuidado para se evitar exacerbado conservadorismo;

integridade – a informação deve ser a mais completa possível.

Comparabilidade - As demonstrações contábeis elaboradas devem ser passíveis de comparação não somente ao longo do tempo – o que permite a visualização de tendências de evolução patrimonial – mas, também, em relação a outras empresas que exercem atividades de mesma natureza - possibilitando uma melhor visão do posicionamento da empresa no mercado em que atua. Tal característica qualitativa não deve ser confundida com o total engessamento ou imutabilidade das práticas contábeis adotadas. Sempre que a empresa estiver diante de uma prática que seja permitida por lei e abarcada pelas normas contábeis, deve-se modificar o procedimento até então adotado, tendo em vista a geração de informação com melhor qualidade.

É importante observar que existem limitações às características de relevância

e confiabilidade das informações. Deve ser considerado o aspecto de

tempestividade na divulgação das informações – o momento adequado, uma vez

que a demora injustificável ou antecipação exagerada nessa divulgação pode

comprometer definitivamente a utilidade da informação para os usuários.

A relação entre o custo e o benefício de produção e divulgação de uma

informação deve, evidentemente, ser observada. O benefício trazido pela informação

deve ser maior do que o custo de produzi-Ia. Finalmente, com relação às

características qualitativas, deve se perseguir um equilíbrio adequado, evitando

privilegiar uma ou mais características em detrimento de outras.

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UNIDADE 3 – CONTABILIDADE DE CUSTOS

De acordo com Pinto et al (2008), durante as décadas de 1960 a 1980, o

Brasil viveu um longo período de processo inflacionário, com o seu mercado interno

fechado. As empresas, na sua gestão operacional, procuravam produzir,

comercializar ou prestar serviços praticamente sem controles administrativos na

operação, porém com grandes controles financeiros, principalmente no que diz

respeito à remarcação dos seus preços. Esse processo tornava o controle de custos

algo desnecessário.

Afinal, remunerávamos os estoques com a sua remarcação e, nessa ciranda,

todo e qualquer erro na gestão da operação poderia ser facilmente repassado ao

cliente mediante a elevação de preços, que as empresas alegavam ser referente,

exclusivamente, à perda do poder aquisitivo da moeda. Entretanto, observamos ser

esse processo inerente a uma proposta focada na visão financeira, já que a

percepção econômica se perde em um cenário inflacionário.

Tal cenário sofreu seu primeiro abalo no início da década de 1990, com a

abertura do mercado interno brasileiro aos produtos e empresas estrangeiras.

Chegava ao Brasil o conceito de concorrência internacional. Apesar da abertura aos

produtos e às empresas estrangeiras, somente com o Plano Real, em 1994,

tornamos razoáveis os índices inflacionários e, com isso, criamos toda uma

necessidade de conhecimentos e controles empresariais.

Esse novo ambiente empresarial fez com que muitas empresas nacionais

deixassem de existir ou tivessem de passar seus controles acionários para

empresas estrangeiras, seja pela falta de capacidade para administrar suas

operações, seja pelo grande poder de capitalização dessas organizações

internacionais.

Os gestores passaram a ter necessidade de informações muito variadas.

Afinal, a sobrevivência em ambiente competitivo requer conhecimentos

diversificados sobre os produtos/serviços, produzidos/comercializados e, nesse

contexto, a contabilidade de custos voltou a fazer parte dos controles fundamentais

para a adequada gestão empresarial.

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A contabilidade de custos, com todo o seu ambiente de interpretação dos

diversos tipos de atividades e sua flexibilidade gerencial, tem como característica

primária oferecer ao gestor a capacidade de gerar informações que permitam o

planejamento das ações no ambiente operacional e, consecutivamente, medir os

efeitos desse planejamento nos diversos setores da organização.

A necessidade de planejamento das operações torna-se fundamental por

possibilitar à empresa maior capacidade de controle sobre as suas ações no

presente e as ações futuras.

Esses dois elementos, planejamento e controle, permitem maior qualidade no

processo de tomada de decisão por parte dos gestores nos diversos ambientes da

empresa, operacionais ou administrativos. A contabilidade de custos consiste em um

ramo da contabilidade, propriamente dita, cujo objeto de estudo é o custeio de um

produto ou serviço.

Para Martins (1998), o objetivo da contabilidade de custos é, portanto,

identificar, mensurar e registrar transações econômicas realizadas por uma entidade

que impactem diretamente no valor a ser atribuído a um produto ou serviço

produzido ou executado pela mesma O objetivo da contabilidade de custo é fornecer

informações sobre os produtos, de tal forma que essas informações possam auxiliar

a administração da empresa na tomadas de decisões.

Nos dias atuais, a contabilidade de custos informa dados para que a empresa

realize previsões, avaliações, planejamento, controle e fixações de preço, uma vez

que para competir no mercado é preciso buscar a maximização dos lucros.

Para Leone (2000), uma das vantagens da contabilidade de custos é que ela

pode e deve fornecer informações de custos diferentes para atender necessidades

gerenciais diferentes.

A contabilidade de custos requer assim, a existência de métodos de custeio

para que, ao final do processo, seja possível obter-se o valor a ser atribuído ao

objeto de estudo. Os principais métodos de custeio são: custeio por absorção;

custeio variável; custeio por atividade; custeio ABC, e o custeio por UEP.

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Com respeito ao crescimento mercadológico, a contabilidade de custos apoia

as diversas áreas, seja financeira, de marketing, operacional ou comercial, na

avaliação do desempenho de determinado produto/serviço, fazendo essa avaliação

em conjunto com os objetivos de lucro da empresa.

Feita esta introdução aos objetivos da contabilidade de custos, destacamos

que no ambiente contábil existem diversas nomenclaturas que são apresentadas no

ambiente empresarial com significados diferentes e essa profusão de nomes para

um mesmo conceito, em diversas situações, dificulta a correta classificação e

entendimento, por parte do usuário, da informação contábil.

3.1 Terminologias de custos

As terminologias mais utilizadas no ambiente da contabilidade de custos são:

gasto, investimento, custo, despesa e perda.

Gasto é todo esforço que a entidade realiza para a obtenção de um bem ou

serviço, representado por entrega ou promessa de entrega de ativos. O gasto se

concretiza quando os serviços ou bens adquiridos são prestados ou passam a ser

de propriedade da empresa.

São exemplos o gasto com mão-de-obra (salários e encargos sociais) =

aquisição de serviços de mão-de-obra; o gasto com aquisição de mercadorias para

revenda; o gasto com aquisição de matérias-primas para industrialização; o gasto

com energia elétrica = aquisição de serviços de fornecimento de energia; o gasto

com aluguel de edifício (aquisição de serviços) e o gasto com reorganização

administrativa (serviço).

Investimento é o gasto com bem ou serviço ativado em função de sua vida

útil ou de benefícios atribuíveis a períodos futuros. Como exemplos temos a

aquisição de móveis e utensílios; a aquisição de imóveis; despesas pré-

operacionais; aquisição de marcas e patentes; aquisição de matéria-prima (estoque).

Custo são gastos acumulados para executar uma atividade, fabricar um

produto ou adquirir uma mercadoria. São exemplos: salários do pessoal da

produção; matéria-prima utilizada no processo produtivo; mercadorias para venda;

combustíveis e lubrificantes usados nas máquinas da fábrica; aluguéis e seguros do

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prédio da fábrica; depreciação dos equipamentos da fábrica; gastos com

manutenção das máquinas da fábrica.

Despesa são gastos com bens e serviços consumidos direta ou indiretamente

com a finalidade de obtenção de receitas.

A forma como os gastos impactam o resultado redefinirá sua classificação. Se

esses gastos não impactam o resultado, mas o farão no futuro, serão estocados e,

portanto, representam investimentos. Se esses gastos impactam o resultado de

forma direta, ou seja, são os responsáveis diretos pela geração de receita,

representam custo das mercadorias vendidas, custo dos produtos vendidos ou custo

dos serviços prestados.

Se esses gastos impactam o resultado de forma indireta, ou seja, são

responsáveis indiretamente pela geração de receita e estiverem correlacionados

com a operação dos negócios, serão despesas operacionais; porém, se não

estiverem correlacionados com a operação dos negócios, será despesas não

operacionais. Finalmente, se esses gastos não impactam o resultado nem o farão no

futuro, representam perdas (figura 1).

Perda é um gasto não-intencional decorrente de fatores externos fortuitos ou

da atividade produtiva normal da empresa.

No primeiro caso (fatores externos fortuitos), as perdas são consideradas da

mesma natureza que as despesas e são apropriadas diretamente contra o resultado

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do período. São exemplos: incêndio; obsoletismo de estoques; período de greve;

enchente; furto/roubo.

No segundo caso (atividade produtiva normal), no qual se enquadram, por

exemplo, as perdas normais de matérias-primas na produção industrial, elas

integram o custo de produção. São exemplos: uma indústria de estamparia que

aproveita apenas 80% da chapa de aço e considera 20% como perda técnica; o

camiseiro que considera como custo o preço do pano total comprado, não se

importando com os retalhos.

3.2 Classificação dos custos

Os custos podem ter as seguintes classificações:

Custos diretos - São aqueles que podem ser apropriados diretamente aos

produtos fabricados, porque existe uma medida objetiva de seu consumo nessa

fabricação. São exemplos: matéria-prima – normalmente, a empresa sabe qual a

quantidade exata que está sendo utilizada para a produção de uma unidade do

produto; mão-de-obra direta – trata-se dos custos com os trabalhadores utilizados

diretamente na produção. Sabendo-se quanto tempo cada um trabalhou no produto

e o valor da mão-de-obra, é possível apropriá-Ia diretamente ao produto; material de

embalagem; depreciação de equipamento quando é utilizado para produzir apenas

um tipo de produto; energia elétrica das máquinas, quando é possível saber quanto

foi consumido na produção de cada produto.

Custos indiretos - São os custos que dependem de cálculos, rateios ou

estimativas para serem apropriados em diferentes produtos; portanto, são os custos

que só são apropriados indiretamente aos produtos. O parâmetro utilizado para as

estimativas é chamado de base ou critério de rateio. São exemplos: depreciação de

equipamentos que são utilizados na fabricação de mais de um produto; salários dos

chefes de supervisão de equipes de produção; aluguel da fábrica; gastos com

limpeza da fábrica; energia elétrica que não pode ser associada a determinado

produto (PINTO et al, 2008).

Custos fixos - São aqueles cujos valores serão os mesmos,

independentemente do volume de produção e vendas da empresa. É o caso, por

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exemplo, do aluguel da fábrica. Este será cobrado pelo mesmo valor qualquer que

seja o nível de produção, inclusive no caso de a fábrica nada produzir.

Segundo Pinto et al (2008), os custos fixos são fixos em relação ao volume de

produção, mas podem variar de valor no decorrer do tempo ou até o limite da

capacidade do ativo gerador do custo fixo. O aluguel da fábrica, mesmo quando

sofre reajuste em determinado mês, não deixa de ser considerado um custo fixo,

uma vez que terá o mesmo valor qualquer que seja a produção do mês. Da mesma

forma, o aluguel da fábrica só será constante até o limite do espaço do parque fabril

disponível. Caso aumente a demanda da empresa por espaço, haverá aumento no

Custo fixo pela necessidade de locação de nova área.

São exemplos de custos fixos: o imposto predial; depreciação dos

equipamentos (pelo método linear); salários de vigias e porteiros da fábrica; prêmios

de seguro.

Custos variáveis - São aqueles cujos valores se alteram em função da

quantidade produzida ou do volume de vendas da empresa. No primeiro caso, os

custos variáveis estão atrelados ao produto e aumentam na mesma medida do

aumento da produção e, se não houver quantidade produzida, o custo variável será

nulo. São exemplos de custos variáveis: materiais diretos consumidos (matéria-

prima); depreciação dos equipamentos (quando esta for feita em função das

horas/máquina trabalhadas); gastos com horas extras na produção.

No segundo caso, os custos variáveis estão atrelados a um percentual do

faturamento e aumentam na mesma medida do aumento das vendas, sendo que seu

valor depende tanto da quantidade vendida, quanto do preço da venda. Exemplos:

comissão de vendas; descontos concedidos.

Custos semifixos - São custos que são fixos numa determinada faixa de

produção, mas que variam se há uma mudança nessa faixa.

Custos semivariáveis - São custos que variam com o nível de produção,

porém possuem uma parcela fixa que existe mesmo que não haja produção.

É o caso, por exemplo, da conta de energia elétrica da fábrica, na qual a

concessionária cobra uma taxa mínima, mesmo que nada seja gasto no período,

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18

embora o valor da conta dependa do número de quilowatts consumidos e, portanto,

do volume de produção da empresa. Outros exemplos: aluguel de uma copiadora,

no qual se cobra uma parcela fixa mesmo que nenhuma cópia seja tirada; gasto com

combustível para aquecimento de uma caldeira, que varia de acordo com o nível de

atividade, mas que existirá, mesmo que seja num valor mínimo, quando nada se

produza, já que a caldeira não pode esfriar (PINTO et al, 2008).

A partir do entendimento do comportamento dos custos, podemos traçar o

gráfico dos custos totais. No gráfico abaixo temos uma boa representação.

Figura 2 - Custos totais

Fonte: Pinto et al (2008, p. 29)

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UNIDADE 4 – MÉTODOS DE CUSTEIO E TOMADAS DE DECISÃO

4.1 A gestão estratégica dos custos

É importante considerar que num ambiente de grande concorrência a escolha

da metodologia de custos e sistema de informações gerenciais deve ser relevante,

pois a eficácia na busca pelo lucro só será possível para quem possuir uma visão

sistêmica do processo, para que possam identificar o mix ideal de vendas com

produtos de maior valor agregado e consiga atuar sobre os produtos que geram

menos lucro tornando-os mais competitivos.

O gerenciamento de custos deve ser considerado de importância vital ao

sucesso nos negócios de uma empresa (FAGUNDES, 2009). Atualmente, a

revolução tecnológica repercute diretamente nos resultados das empresas, sobre a

forma que as empresas demonstram suas informações e, principalmente, na

velocidade das tomadas de decisões, de tal maneira que quem não manter um

sistema eficaz está muito longe de conseguir resultados positivos em suas

negociações.

Toscani (1998) diz que o controle de custos organiza, analisa e interpreta os

custos dos produtos, dos inventários, dos serviços, dos componentes da

organização, dos planos operacionais e das atividades de distribuição para

determinar o lucro.

O gerenciamento de custos exige um conjunto de procedimentos empregado

para a determinação do custo de um produto e das várias atividades relacionadas

para sua fabricação e venda, para auxiliar o planejamento e a mensuração de

desempenho da empresa.

Os custos diretos ou indiretos permitem informações suficientes para chegar

ao valor real do custo de produção de cada produto. Dutra (1995, p. 35) define

“custo direto como aquele que pode ser diretamente apropriado a cada tipo de bem

ou órgão, no momento da sua ocorrência, isto é, está ligado diretamente a cada tipo

de bem ou função.” Portanto, custos diretos são todos os custos que possuem

facilidade na sua percepção, sendo diretamente relacionados ao produto feito.

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Crepaldi (1999, p. 59) acrescenta que “os custos indiretos são os custos que

dependem de cálculos, rateios ou estimativas para serem apropriados em diferentes

produtos, portanto, que só são apropriados indiretamente aos produtos”. O termo

indireto significa ser impossível uma segura identificação de seus valores e

quantidades em relação ao produto.

De acordo com Martins (1998, p. 56), “os custos fixos são os que num período

tem seu montante fixado não em função de oscilações na atividade: variáveis os que

têm seu valor determinado em função da oscilação na produção.” Portanto, custos

fixos são aqueles cujo total não varia proporcionalmente ao volume produzido, como

por exemplo, o aluguel e o seguro, já os custos variáveis variam proporcionalmente

ao volume produzido, ou seja, se não houver quantidade produzida, o custo variável

será nulo. Outros exemplos de custos variáveis: matéria-prima e embalagens.

Martins (1998, p. 25) conceitua custo como “o gasto relativo à bem ou serviço

utilizado na produção de outros bens ou serviços. E despesas como os bens ou

serviços consumidos direta ou indiretamente para a obtenção de receita.” Quando

uma organização não conhece seus respectivos potenciais de gerar lucro através da

redução dos custos unitários na fabricação ou na escolha da melhor programação

de produção reduzindo gargalos produtivos, ou ainda, antes de investir em um

processo produtivo, a empresa não analisa onde o dinheiro pode gerar mais

resultado, ela deixa de ganhar ou gerar lucro, traduzindo-se em um custo de

oportunidade.

Martins (1998) define os custos de oportunidade como sendo: o valor do

benefício que se deixa de ganhar quando, no processo decisório, se toma um

caminho ou uma alternativa em detrimento de outra. Entre os custos de

oportunidade que existem no processo produtivo existem ainda as perdas que, por

sua vez, devem ser consideradas como custo de oportunidade, ou seja, o lucro que

a empresa deixou de realizar por ter perdido.

A perda é considerada por Martins (1998, p. 26) como

um bem ou serviço consumido de forma anormal e involuntária, não sendo um sacrifício feito com intenção de obtenção de receita, sendo exemplos mais comuns: perda com incêndios e obsoletismo de estoques.

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Sob essas proposições, a gestão de custos e sistemas de custeio estão

estreitamente vinculados à trajetória estratégica escolhida pela empresa. Esta

trajetória terá influência decisiva na definição e desenvolvimento do sistema de

custos a ser implantado na indústria.

4.2 Métodos de custeio

Segundo Pinto et al (2008), a apuração dos custos é fundamental para o

cálculo da lucratividade da empresa, apoiando também o gestor na análise da

viabilidade do negócio e sua atratividade.

Há a necessidade de identificar o custo unitário de um produto ou serviço por

diversas razões. Primeiro porque ele é utilizado para valorar o estoque, um dos itens

das demonstrações contábeis. Segundo, o custo de unidade vendida é transferido

da conta estoque para a conta custo das mercadorias vendidas, e esta, por sua vez,

tem seu valor deduzido da conta receita, determinando, então, o resultado.

Finalmente, a gestão necessita do custo unitário de um produto para ajudá-Ia

em várias decisões, como, por exemplo, calcular o preço de venda. Nesse sentido, o

sistema de contabilidade de custos geralmente acumula custos com alguma

classificação “natural” e, depois, aloca (associa) esses custos a algum objetivo de

custos (método de custo).

Portanto, identificados os custos e observadas as classificações, as empresas

procedem a sua alocação nos produtos respectivos. É justamente nessa hora que

surgem as indagações quanto à confiabilidade das informações geradas, em função

da sua necessidade para um processo decisório quanto à diversificação de linha,

quanto à ampliação e ao lançamento de novos produtos, entre outros (PINTO et al,

2008).

Vamos discorrer sobre três métodos de custeio: por absorção, variável ou

direto e por atividades (ABC).

O método de custeio por absorção representa uma exigência da legislação

societária e consiste em alocar aos produtos ou serviços todos os custos incorridos,

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sejam eles diretos ou indiretos. No método por absorção, os fluxos de produção

seguem os parâmetros apresentados na figura 3.

Figura 3 – Método de custeio por absorção ou funcional

Fonte: Pinto et al (2008, p. 41)

Este método também é conhecido como modelo funcional, pois as despesas

do período são classificadas pela sua função dentro do processo de geração de

receita, ou seja, em produção, administrativas, vendas e financeiras.

Além disso, o método é denominado absorção porque, nas despesas

relacionadas com a produção, são considerados os custos fabris diretos e indiretos,

alocados aos produtos por algum critério de rateio, relacionados aos produtos que

geraram as receitas do período. Ou seja, os produtos absorvem todos os gastos

relacionados ao processo produtivo.

Neste método não há preocupação em classificar previamente os custos em

fixos e variáveis, pois a ordem é a segregação das despesas do período por

funções. Os custos dos produtos em processo, ou acabados em estoque,

permanecem ativados para serem confrontados com as receitas futuras por ocasião

da geração das receitas de vendas.

Nos valores de produtos em processo estão incorporados os custos fixos

indiretos alocados anteriormente. A demonstração de resultados do exercício (DRE),

apresentada pelo método de custeio por absorção, é aquela exigida oficialmente

pela lei das sociedades anônimas.

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Quando se usa o custeio por absorção acontecem alguns erros básicos que

fazem com que o gestor não tenha noção da ociosidade da empresa. Se a empresa,

por exemplo, deixar de fabricar um produto, todos os custos rateados a ele serão

realocados para outros produtos. Só que a ociosidade gerada não será

imediatamente localizada. Os quatro erros básicos seriam:

1) não há identificação se os produtos realmente agregam valor para a

empresa;

2) não considera o comportamento dos custos, caso, por exemplo, se

aumente a quantidade produzida;

3) os critérios de rateio são arbitrários e, por isso, prejudicam a gestão da

empresa;

4) os produtos absorvem todos os custos.

Surge, assim, no âmbito gerencial, o uso do custeio variável ou direto. O

Método de custeio variável ou direto desenvolveu-se em virtude de o gestor

demandar informações mais úteis ao processo gerencial.

Em sua visão, os custos fabris são previamente classificados em variáveis e

fixos, e apenas os custos variáveis são alocados aos produtos. Como consequência,

apenas os custos variáveis serão ativados em produtos em processo.

Nesse método, o princípio da competência não é observado, pois a parcela

dos custos fixos que contribuiu com os produtos em processo ou acabados ainda

não vendidos não permanecerá ativada, mas serão confrontadas como despesa do

período as receitas geradas pelos produtos vendidos.

De forma resumida, nesse método, os fluxos de produção seguem os

parâmetros seguintes, conforme a figura 4.

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Figura 4 – Método de custeio variável

Fonte: Pinto et al (2008, p. 41)

A principal ideia do método variável ou direto é separar os custos variáveis,

juntando a eles as despesas variáveis, indicando com clareza quais os gastos

próprios de cada produto ou serviço, antes da incidência dos custos e das despesas

fixas, requisitadas pela organização. Separa-se, portanto, o que realmente pertence

a cada produto e varia conforme a sua quantidade (custos variáveis), e o que

pertence à capacidade estrutural da organização e que, portanto, independe da

quantidade produzida (custos fixos). Assim, o gestor consegue calcular quanto os

produtos e serviços contribuíram para que a empresa possa cobrir seus gastos fixos

e, ainda, remunerar os investidores.

Surgimento do método de custeio por atividade – ABC.

Com o passar do tempo e uso da tecnologia, os custos indiretos das

empresas tornaram-se mais relevantes, fazendo com que a empresa necessitasse

de mecanismos mais precisos para apurar o custo dos produtos.

Já o método variável ou direto agrega informações, principalmente de curto

prazo, visto que os custos fixos só serão constantes em certo período. Além disso,

como os produtos não absorvem os custos fixos, porque estes pertencem à

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empresa, essa metodologia não apura os custos unitários, podendo prejudicar a

formação de preços, mensuração de lucratividade e valorização dos estoques.

Surge então uma metodologia batizada como Activity Based Costing (ABC).

Este é um método de custeio baseado na análise das atividades significativas

desenvolvidas na empresa. Visa eliminar as limitações impostas pelos sistemas

tradicionais de custeio.

Cooper e Kaplan (1998) consideram que o ABC é uma abordagem que

analisa o comportamento dos custos por atividade, estabelecendo relações entre as

atividades e o consumo de recursos, independente de fronteiras departamentais,

permitindo a identificação dos fatores que levam a instituição ou empresa a incorrer

em custos em seus processos de oferta de produtos e serviços e de atendimento a

mercados e clientes.

O objetivo principal do sistema ABC é a alocação racional dos gastos

indiretos aos bens e serviços produzidos, proporcionando um controle mais apurado

dos gastos da empresa e melhor suporte nas decisões gerenciais. Em princípio, o

sistema baseado em atividades pode ser aplicado em qualquer empresa, de

qualquer porte ou natureza.

De forma comparativa, da mesma forma que o método por absorção diz que

os produtos absorvem todos os custos, nós, humanos, consumimos energia elétrica.

Pela visão do custeio ABC, no entanto, nós não consumimos energia elétrica. Quem

consome são os eletrodomésticos. Nós usamos os eletrodomésticos. Ou seja, os

produtos não consomem recursos. Na verdade, quem consome os recursos são as

diversas atividades executadas pela empresa. Os produtos consomem tais

atividades, como pode ser demonstrado na figura 5.

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Figura 5 – Consumo de recursos

Fonte: Pinto et al (2008, p. 56)

Considerando a maior complexidade do sistema ABC comparado com o

sistema de custeio tradicional, por ocasião da avaliação quanto à conveniência da

mudança na sistemática, é recomendável a aplicação somente nos seguintes casos:

o custo indireto ser a parcela significativa na composição do custo total;

diversidade de produtos e/ou serviços com variação relevante nos volumes de

produção ou processo produtivo encomendas especiais onde volume e/ou

especificações do produto variam de acordo com determinações impostas

pelo cliente.

Portanto, antes de qualquer reestruturação no sistema de custeio, faz-se

necessário uma análise minuciosa das operações da empresa no sentido de se

conhecer as atividades significativas, concluindo sobre a adequação, ou não, da

implantação e operacionalização do sistema de custeio ABC.

A utilização do método de custeio por atividades pode proporcionar benefícios

interessantes para o correto rateio de custos indiretos aos produtos, tais como:

inclusão da totalidade dos custos nos produtos, por meio das atividades.

Considerando que todas as atividades que geram valor existem em função

dos produtos, seus custos devem ser atribuídos;

estimativa de cada atividade em termos de objetivos da organização;

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por se tratar de um método baseado em atividades, tende a exibir o vínculo

destas com seus resultados (produtos, serviços, clientes, projetos);

o sistema ABC se diferencia pelo momento em que os custos começam a ser

computados - por exemplo, em um processo industrial, os custos gerados

pelo recebimento da matéria-prima são considerados na formação do custo

do produto. Nos sistemas tradicionais, a acumulação dos custos do produto

inicia-se somente com o processamento da matéria-prima, tornando todo o

processo de custeamento mais preciso. No ABC são computadas, também,

as despesas que irão decorrer da garantia e do atendimento ao consumidor

após o momento da entrega do produto. Nos sistemas tradicionais, não existe

esse tipo de preocupação, sendo o custo do produto encerrado no momento

da sua passagem ao estoque de produtos acabados;

questionamento constante do sistema de produção é próprio do sistema ABC

que, ao contrário dos sistemas tradicionais, está sempre buscando formas

alternativas de produção visando à redução dos custos, verificando as

atividades que agregam valor e aquelas que o cliente não estaria disposto a

custear. Com isso, esse sistema se torna ideal para as empresas

preocupadas com a satisfação do cliente e a manutenção da qualidade dos

produtos e serviços prestados.

Por outro lado, o método de custeio por atividades pode apresentar as

seguintes distorções:

necessidade de apuração de custos fixos unitários, o que pode criar alguma

dúvida com o conceito de custos variáveis;

alto custo de implementação pela ampla complexidade de localização e

mensuração das diversas atividades existentes;

incomparabilidade entre os custos de concorrentes, em decorrência do

processo antes citado.

Dessa forma, pode-se afirmar que os métodos aqui expostos refletem as

visões financeira, operacional e estratégica de uma organização. Ao se falar do

método de custeio por absorção, observamos que os usuários das informações são

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os acionistas externos, financiadores e autoridades fiscais, com objetivos específicos

da contabilidade financeira.

Ao se falar do método de custeio variável, observamos que os usuários são

os gerentes de linha e as equipes de melhoria de processos, que necessitam

trabalhar com a margem de contribuição individual de seus produtos, em casos de

tomada de decisão para exclusão e/ou de ampliação de portfólio.

Quando falamos do método de custeio por atividades, observamos que os

usuários são os planejadores estratégicos e gestores de custos, que defenderão as

justificativas de investimentos, baseados no custeio de ciclo de vida dos produtos

(PINTO et al, 2008).

4.3 O método da Unidade de Produção (UP)

O método de UP é muito útil para indústrias que possuem em sua linha de

produção diferentes produtos sendo fabricados, pode ser uma ferramenta muito útil

para os gestores, pois segundo Allora (1995, p. 8), o método UP significa

tecnologia de gestão de desempenho e custos voltada para a melhoria de processos, redução de custos dos produtos, aumento da rentabilidade dos produtos e melhoria real da lucratividade da empresa.

Para Morozini (2006, p. 146), uma das vantagens deste método é que ele

“permite medir o desempenho da produção, verificar a viabilidade de aquisição de

novos equipamentos, programador de produção e comparar processos, entre

outros.”

A produção de uma fábrica durante um determinado período corresponde ao

conjunto de objetos fabricados, sejam acabados, semiacabados ou em andamento

(ALLORA, 1996).

As quantidades e tipos de artigos fabricados em uma indústria são

enumerados para medir o desempenho realizado em determinado período,

considerando-se que o número de peças, os metros na tecelagem e confecções, o

quilograma na fundição e mecânica, as horas de trabalho, são todas unidades

imperfeitas, que não refletem o verdadeiro valor e desempenho da produção

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(ALLORA, 1995). Portanto, a produção não dispõe de uma unidade de medida

própria, quaisquer que sejam os produtos fabricados.

De acordo com Bornia (1995), uma das vantagens da utilização deste método

é devido a simplificação na maneira de realizar os cálculos de produção de um

período, devido a utilização de uma única unidade medida para todos os produtos da

empresa.

Segundo explica Allora (1995, p. 52), as medidas comumente usadas na

indústria são unidades imperfeitas, porque “não representam o verdadeiro valor da

produção.” Concluem os autores que através destas medições não existe uma

unidade de medida que permita medir com exatidão uma produção, qualquer que

sejam os produtos fabricados.

O método UP, vem para resolver este problema, pois representa uma unidade

única para medir a produção diversificada de uma empresa, obtendo-se uma melhor

ideia de produção e evitando-se que as quantidades e tipos de artigos fabricados

sejam simplesmente enumerados (KUHN, FRANCISCO, KOVALESKI, 2011).

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UNIDADE 5 – FORMAÇÃO DE PREÇOS

Segundo Pinto et al (2008), a formação de preços é um dos problemas mais

delicados das organizações, ainda mais com a competitividade do mundo de hoje.

De certa forma, uma diferença relativamente pequena no preço pode gerar efeitos

dramáticos na lucratividade do bem ou serviço.

Um estudo conduzido pela McKinsey (1992 apud PINTO et al, 2008), com

mais de 2.400 empresas, mostra o impacto de várias decisões sobre os resultados

finais: uma redução de 1% nos custos fixos melhora a lucratividade em 2,3%; um

aumento de 1% no volume das vendas resulta em uma elevação de 3,3% nos

lucros; uma redução de 1%nos custos variáveis ocasiona um aumento de 7,8% nos

lucros e um aumento de 1% nos preços pode elevar a lucratividade em 11%.

Vamos analisar alguns conceitos importantes na formação de preço.

Preço é a expressão monetária do valor de um produto ou serviço, podendo

ser amplamente definido como: o elemento mais flexível do composto de marketing.

Há dois pontos de vista a considerar em relação ao preço. Primeiro, para a empresa,

preço é a quantidade de dinheiro que está disposta a aceitar em troca de um

produto. Para os consumidores, preço é algo que estão dispostos a pagar em troca

de um produto.

Existem três abordagens quanto à formação de preços, baseadas em custos,

em percepção de valor e na concorrência.

1)Formação de preços baseado em custos

A metodologia consagrada por muitas empresas é aquela que define uma

sistemática baseada nos esforços produtivos para se obter o preço de um bem ou

serviço. Há a intenção de que o investidor obtenha lucro compatível com seus

investimentos e, portanto, a receita deve cobrir os custos operacionais e gerar um

lucro. De forma geral, o modelo de preço baseado em custos pode ser explicado

pela figura 6.

Percebe-se que o produto gera o custo e, a partir de uma margem de lucro,

estabelece-se o preço-meta a ser cobrado ao público.

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Fonte: Adaptada de Kotler (1998, p. 246).

2)Formação de preços baseado em percepção de valor

Neste método de formação de preços, independentemente dos custos dos

produtos, a tomada de decisão dos clientes está em sua percepção de valor. Dessa

maneira, as empresas buscam mensurar quanto eles estão dispostos a pagar em

troca de um bem ou serviço.

Com base no preço que os clientes desejam pagar e considerando o lucro

esperado pelos acionistas, estima-se o custo-meta, isto é, o custo que o produto

deve ter, conforme a figura 7.

Fonte: adaptada de Kotler (1998, p. 246).

Percebe-se que o mercado acaba delimitando o produto a ser comercializado,

tendo em vista que é a sua percepção de valor que irá direcionar os administradores

a moldarem seus produtos de acordo com o custo-meta.

3)Formação de preços baseado no concorrência

Muitas vezes, a tomada de decisão dos consumidores está intimamente

ligada à simples comparação do preço de um produto com outro do concorrente. Tal

julgamento tem como premissa a força da marca das empresas e a percepção das

diferenças existentes entre os produtos. Se forem semelhantes e proporcionarem os

mesmos benefícios, a decisão se fundamentará na variável preço. Assim, a empresa

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estabelece seu preço em um patamar acima, igual ou inferior ao preço de seus

competidores. O modelo pode ser representado pela figura 8.

Fonte: adaptada de Kotler (1998, p. 246).

Tal precificação considera que a concorrência interfere diretamente no valor

do produto a ser vendido e, consequentemente, no estabelecimento do preço.

Independentemente do modelo a ser escolhido, os gestores devem considerar

inúmeras variáveis que influenciam a precificação, como percepção de valor, preço

da concorrência, estratégias predefinidas, entre outras. Entretanto, são os objetivos

financeiros aqueles que mais irão influenciar a tomada de decisões, como

lucratividade e maximização do valor das ações.

Assim, os objetivos não mensuráveis podem ser importantes e devem ser

levados em conta sempre que pertinentes à avaliação do êxito do empreendimento,

mas os objetivos financeiros terão um peso maior nesta avaliação, já que a

cobertura dos custos e a geração do lucro são essenciais para a continuidade de

qualquer empreendimento (PINTO et al, 2008).

Enfim, a administração estratégica de preços tem como propósito criar

decisões de preços com base em inúmeros fatores; os mais comuns são os fatores

de mercado e financeiros.

Não há dúvidas que o preço é um dos componentes fundamentais para tornar

economicamente viável a oferta de bens ou serviços por parte de qualquer empresa.

Dessa forma, nenhum elemento é capaz de justificar a prática de um preço médio

inapropriado por longo tempo.

Está comprovado também, que os bons resultados econômico-financeiros

dependem de um preço de venda justo. Quando se fala de globalização, observa-se

que as empresas têm que se ajustar aos preços praticados pelo mercado

internacional.

Quando a empresa fixa preços, ela tem que considerar estratégias e políticas

prefixadas, analisando determinados aspectos, tais como mercado, market share,

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elasticidade de preço, etc. Muitas vezes, as empresas, antes de lançarem produtos,

fazem análises econômico-financeiras e de mercado; depois, porém, que estão no

mercado, observam que tais produtos já não atendem às necessidades do

consumidor. Isso pode ser causado por vários motivos, como entrada de outros

concorrentes no mercado, mudanças nas condições financeiras do consumidor, etc.

Não é aconselhável que a empresa pratique preços que não cubram os

custos por longo tempo; só poderá agir dessa forma se tiver objetivos estratégicos

que justifiquem tal procedimento.

Conforme já dito anteriormente, o principal propósito de qualquer decisão da

empresa é a geração de lucro e valor para o acionista, mediante retorno sobre o

investimento; assim, esse é também o principal objetivo da decisão de preços.

Outros objetivos são perseguidos; entre eles, podemos citar:

• Aumentar vendas e participação no mercado;

• Evitar a competição e assegurar a sobrevivência;

• Ser líder de preços com sustentabilidade;

• Ter uma gestão eficiente da sua estrutura de custos e despesas fixas.

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34

UNIDADE 6 – PLANEJAMENTO E CONTABILIDADE FINANCEIRA

A administração financeira tem demonstrado ao longo do tempo notável

evolução conceitual e prática. De uma posição inicial menos ambiciosa para uma

postura mais reveladora e questionadora em relação ao comportamento do mercado

em geral e ao processo de tomada de decisões empresariais, essa evolução da área

financeira possibilitou ao administrador contemporâneo uma necessidade nítida de

maior visualização de toda a empresa, realçando suas estratégias de

competitividade, continuidade e crescimento futuro.

Segundo Assaf Neto (2005, p. 32), “a Administração Financeira é um campo

de estudo teórico e prático que objetiva, essencialmente, assegurar um melhor e

mais eficiente processo empresarial de captação e alocação de recursos de capital.”

O administrador financeiro está mais preocupado em manter a solvência da

empresa, proporcionando os fluxos de caixa necessários para honrar as suas

obrigações e adquirir e financiar os ativos circulantes e fixos, necessários para

atingir as metas da empresa. Ao invés de reconhecer receitas no ponto de vendas e

despesas quando incorridas, reconhece receitas e despesas somente com respeito

às entradas e saídas de caixa.

De acordo com Lemes Júnior, Rigo e Cherobim (2005, p. 8),

o administrador financeiro é responsável pela captação de fundos de curto prazo necessário às atividades diárias da empresa, e pela captação de recursos de longo prazo, necessários ao financiamento da expansão das atividades da empresa.

Para os mesmos autores (2005, p. 4), a Administração Financeira objetiva

maximizar a riqueza dos acionistas da empresa, sendo o administrador financeiro o

principal responsável pela criação de valor da empresa. Dentre as inúmeras

atividades desempenhadas por esta função, pode-se elencar as decisões

estratégicas, como a seleção de alternativas de investimentos e as decisões de

financiamento de longo prazo, além das operações de curto prazo, como a gestão

do caixa, o gerenciamento do risco etc.

E a contabilidade financeira? Onde surgiu e com quais objetivos?

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35

A contabilidade de maneira geral é um instrumento de controle patrimonial e

de apoio ao processo de decisão. Sua história nos remete aos primórdios da

civilização e está fortemente relacionada à necessidade social de proteção à posse

e de perpetuação de meios materiais. Com a fixação do homem à terra e sua

consequente exploração para a criação da riqueza individual, surge o senso de

propriedade. Com a morte do “proprietário”, a riqueza a ser herdada passou a se

chamar patrimônio, termo que se generalizou para qualquer conjunto de valores.

Com o aparecimento e incremento das atividades de troca e venda de

mercadorias realizadas pelos comerciantes, surgiu a necessidade do

acompanhamento das variações de seus bens quando cada transação era efetuada

e dos registros do comércio. À medida que o volume das transações aumentava, o

mesmo acontecia com a quantidade de valores. As informações não eram de fácil

memorização quando em maior volume, requerendo registros (COUTINHO et al,

2010).

As operações comerciais tornaram-se mais complexas, e o seu controle ficou

mais exigente e detalhado. Surgiram os conceitos de caixa, rendas, lucros, receitas

e despesas. No século XV, temos a difusão do sistema de partidas dobradas, que

passa a ser a base da formação das regras de negócio de todo e qualquer sistema

contábil.

No Brasil, a vinda da Família Real portuguesa e a abertura dos portos

incrementaram a atividade comercial. Naquele momento, o Brasil passou a

estruturar um sistema de arrecadação de impostos, que exigia mais intensamente o

controle patrimonial das atividades comerciais.

Derivadas de um comportamento empresarial incipiente, as informações

contábeis ainda sofrem a interferência de uma cultura nociva: quanto é que você

quer que dê? O negócio ou empreendimento, quando iniciado, carrega esse modelo.

O escopo maior é a prática da elisão fiscal que, revestida de informalidade, incentiva

a pagar menos ou, preferencialmente, não pagar os impostos incidentes sobre o

lucro (COUTINHO et al, 2010).

Com essa postura, além da ausência de vocação para empreendedor e da

inexperiência do negócio, são mínimas as chances de sucesso do empreendimento.

Page 36: MOD2 - GESTÃO DE CUSTOS E FINANÇAS.pdf

36

36

O antídoto para esses riscos é colocar em prática um fluxo de informações que

mapeie preventivamente as dificuldades à frente, com tempo hábil para que sejam

solucionadas.

Outro ponto fundamental para vencer as adversidades é a conquista do

equilíbrio financeiro, destacando-se a formação de um banco de dados que permita

formar o preço dos produtos e serviços. Essa prática exige quantidade analítica

mínima de informações que permita maior compreensão e comprometimento com o

negócio. Cenários macroeconômicos devem ser previstos e adotados, simulando as

informações na aproximação das metas estabelecidas. Nesse ambiente, mais uma

vez, a presença do risco induz o empreendedor a tomar um caminho mais curto,

optando pela prática da elisão fiscal como tábua de salvação.

A renúncia e a aversão ao risco criam um sentimento que vicia a tomada de

decisão, transformando a gestão em algo quase que empírico. Por outro lado, a

presença da vocação na condução dos negócios traduz-se em uma eficiente e eficaz

tomada de decisão na promoção da sobrevivência e do crescimento do próprio

negócio.

Com esse objetivo, e na tentativa de proporcionar maior entendimento e

organização na gestão, são apresentados os conceitos intrínsecos em quatro

paradigmas que, se observados e praticados, permitirão alcançar os resultados

desejados.

Os paradigmas empresariais

Capacidade de gerar lucro

De desempenho Crescimento sustentável

Paradigma

De gestão Dinâmica de valores circulantes

compatibilização

Capacidade de gerar lucro (paradigma de desempenho), estabelece a

capacidade de geração de lucro, apresentando uma relação da taxa interna de

retorno (TIR) maior que o custo de capital aportado. De maneira a tornar a

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exposição clara, vamos tomar por base a fase pré-operacional, isto é, o início das

atividades de um empreendimento.

Os investidores, acionistas ou empreendedores, após alguns estudos entre as

metodologias existentes, avaliam alternativas de investimentos, decidindo aportar

seus recursos no início de uma atividade econômica. Como prioridades, a vocação

para os negócios e, em seguida, a obtenção da remuneração desejada do capital

investido.

A empresa recém-constituída ou em fase de implementação investe seus

recursos, agora considerados próprios, na atividade econômica: capital circulante e

investimentos fixos. Para a empresa, os recursos originários dos investidores e dos

acionistas possuem um custo chamado de custo do capital. Para eles, investidores,

é a remuneração desejada em função da alternativa escolhida.

Concluindo-se, estabelece que a taxa interna de retorno (TIR) deve ser maior

do que o custo do capital para que esse paradigma seja considerado verdadeiro e

legitimado. Quando o objetivo é alcançado, superando a taxa desejada e mantida

essa condição na atividade econômica, elege-se o empreendimento como gerador

pleno de lucros.

Crescimento sustentável (paradigma de desempenho)

A gestão empresarial, para se tornar blindada às crises internas e externas,

deve praticar o crescimento sustentável. Esse paradigma estabelece a prática de

reinvestir a maior parte possível do lucro gerado pela empresa em sua própria

atividade.

A política empresarial nociva ao empreendimento, nesse ponto, sinaliza pela

retirada em prol da satisfação pessoal do investidor, contribuindo para a

desestabilização financeira. Distribuir desregradamente o lucro gerado é pouco

recomendável.

Pode-se estabelecer um salário a título de retirada mensal pela dedicação

executiva e, ao final de cada exercício, distribuir dividendos a título de remuneração

do capital investido. Reinvestir esse lucro na expansão dos negócios contribui para o

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crescimento econômico com maior produtividade, a manutenção do negócio permite

a prática de uma visão de longo prazo.

Compatibilização (paradigma de gestão)

O equilíbrio financeiro acontece quando se pratica o paradigma da

compatibilização, isto é, compatibilizar os prazos dos recursos com os prazos dos

investimentos. Assim, os recursos de terceiros de curto prazo, também conhecidos

como de funcionamento e financiamento, financiam prioritariamente os

investimentos circulantes tais como: manutenção de liquidez, vendas a prazo e

estoques.

Os recursos de terceiros de longo prazo devem financiar a expansão e o

crescimento, ou seja, os investimentos em bens de capital, pesquisa e

desenvolvimento e tecnologia. Em casos especiais, podem financiar coligadas ou

controladas, por meio de adiantamentos para futuro aumento de capital (Afac) da

controladora e operações de mútuo com pessoas ligadas.

Esse paradigma, quando praticado, reflete-se no equilíbrio do fluxo de caixa

com relevância à paridade de encargos financeiros, quando comparados com a taxa

de retorno dos investimentos. Traduz a prática de elaboração de projetos de

investimentos que visem ampliar a capacidade instalada de produção,

comercialização e serviços. Tais projetos consideram uma participação de recursos

próprios da empresa como contrapartida aos recursos de instituições credoras ou

investidores.

A dinâmica de valores circulantes (paradigma de gestão) reúne dois fatores

derivados dos paradigmas anteriores: a capacidade de gerar lucro e o crescimento

sustentável. Esse paradigma estabelece a relação entre a força de demanda,

vendas e o lucro gerado por essa força, isto é: quanto maior a rotação dos valores

circulantes, maior o retorno dos recursos neles investidos. Exemplificando:

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Observa-se que, à medida que o mercado é estimulado, as vendas

aumentam, imprimindo maior velocidade aos estoques, aumentando o giro e

alavancando o lucro gerado no negócio.

Logo, o paradigma da dinâmica de valores circulantes estabelece que quanto

maior o giro dos valores circulantes (disponibilidades, estoques e duplicatas a

receber), maior o retorno dos recursos neles investidos.

Esse paradigma ressalta a importância de se observar o comportamento

volátil do ciclo operacional, adequado às formas de negociação de clientes com

fornecedores: vendas à vista para compra à vista; vendas à vista para compras a

prazo; vendas a prazo para compras à vista; e venda a prazo para compras a prazo.

As formas nem sempre são escolhidas aleatoriamente ou conforme a

conveniência do gestor. A preferência recai na segunda forma, restaurando a

liquidez e permitindo equilibrar o fluxo de caixa. A interpretação e utilização de todas

as informações contábeis deve ser precedida do conhecimento de todos os

conceitos e princípios que fundamentam o registro dos fatos contábeis, com o

objetivo de se obter o melhor resultado, como veremos a seguir.

A contabilidade é, objetivamente, um sistema de informação e avaliação

destinado a prover seus usuários com demonstrações e análises de natureza

econômica, financeira e de produtividade, com relação à entidade objeto de

contabilização.

Conceitua-se como usuário toda pessoa física ou jurídica que tenha interesse

na avaliação da situação e do progresso de determinada entidade, seja uma

empresa, ente de finalidade não lucrativa ou mesmo de patrimônio familiar.

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Contabilidade financeira na realidade é a contabilidade geral, necessária a

toda empresa. Ela fornece informações básicas aos seus usuários e é obrigatória

para fins fiscais. De acordo com a área ou atividade em que é aplicada, recebe

várias denominações: contabilidade agrícola (aplicada às empresas agrícolas);

contabilidade bancária (aplicada aos bancos); contabilidade comercial (aplicada às

empresas comerciais); contabilidade hospitalar (aplicada aos hospitais);

contabilidade industrial (aplicada às indústrias); e mais: contabilidade imobiliária,

contabilidade pastoril, contabilidade pública, contabilidade de seguros, etc.

As demonstrações contábeis são elaboradas para os usuários externos,

conforme conceitual básico emitido pelo CPC, para atendimento de suas mais

diversas necessidades.

Mas quem são os usuários da informação contábil?

1)Administradores

Frequentemente os responsáveis pela administração estão tomando

decisões, quase todas importantes, vitais para o sucesso do negócio. Por isso,

necessitam de dados, de informações corretas, de subsídios que contribuam para

uma adequada tomada de decisão. Decisões, tais como: contrair uma dívida a longo

ou curto prazo, valor da dívida, volume de recursos imobilizados, entre outras.

A contabilidade é o grande instrumento que auxilia a administração de todos

os níveis a tomar decisões. Na verdade, ela coleta todos os dados econômicos,

mensurando-os monetariamente, registrando-os e sumariando-os em forma de

relatórios ou de comunicados, que contribuem sobremaneira para a tomada de

decisões.

2)Investidores

É por meio dos relatórios contábeis que se identifica a situação econômico-

financeira da empresa. Assim, o investidor tem à mão os elementos necessários

para decidir sobre as melhores alternativas de investimentos. Os relatórios

evidenciam a capacidade de a empresa gerar lucros e outras informações.

3)Fornecedores de bens e serviços a crédito

Usam os relatórios para analisar a capacidade de pagamento da empresa

compradora.

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4)Bancos

Utilizam os relatórios para aprovar empréstimos, limites de crédito, projetos de

investimentos etc., exercendo seu papel de intermediadores financeiros.

5)Governo

Não só usa os relatórios com a finalidade de arrecadação de impostos, como

também para dados estatísticos, no sentido de melhor redimensionar a economia

(IBGE, por exemplo) e viabilizar projetos de investimentos produtivos e sociais.

6)Sindicatos

Utilizam os relatórios para determinar a produtividade do setor, fator

preponderante para reajustes de salários.

7)Outros interessados

Funcionários, órgãos de classe, pessoas e diversos institutos, como os

conselhos regionais de contabilidade e outros.

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UNIDADE 7 – MERCADO FINANCEIRO

Como bem nos diz Chiavenato (2005), as empresas não existem no vácuo

nem são absolutas. Elas estão inseridas em um meio ambiente, do qual fazem parte

e de que dependem para funcionar e existir. E nesse ambiente de negócios

dinâmico, mutável e complexo é que existem os mercados.

Mercado deixou de ser apenas local físico e o conceito se modernizou.

Espacialmente pode ser uma região, um país, o mundo, dependendo do assunto a

ser tratado. Temporalmente podemos dizer que ele se comporta de várias maneiras.

Por exemplo, com relação ao mercado de trabalho, no primeiro trimestre de cada

ano ele é tranquilo, ao contrário, torna-se agitado no último trimestre. Assim,

podemos diferenciá-lo no espaço e no tempo.

Uma vez que o mercado envolve as transações entre vendedores e

compradores, oferta e procura, existe um jogo, uma relação que apresenta três

situações:

1. Equilíbrio – quando a oferta é igual a procura. Nessa situação os preços

tendem a se estabilizar;

2. Oferta – quando a oferta é maior que a procura. Os vendedores são muitos e

os compradores são poucos. Isso faz com que os preços caiam devido à

competição entre vendedores e compradores;

3. Procura – quando a procura é maior que a oferta. Os compradores são muitos

e os vendedores são poucos. Essa situação faz os preços subirem. Eles

tendem a aumentar devido à competição entre os compradores.

O quadro abaixo ilustra bem essas situações:

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Oferta Procura

Situação de

oferta

Situação de equilíbrio

Situação de procura

Oferta>procura Oferta = procura Procura > oferta

Concorrência entre vendedores

Concorrência entre compradores

Preços em baixa Preços estáveis Preços em alta

Dentre os vários tipos de mercado que existem, nos interessa nesse momento

discorrer sobre o mercado financeiro, onde são feitas transações entre aqueles que

oferecem e aqueles que demandam fundos, isto, fornecedores e tomadores de

fundos.

Antes vamos relembrar o Sistema Financeiro Nacional (SFN), órgão que

regula, controla e opera o mercado financeiro brasileiro, e que é composto de

instituições financeiras envolvidas na questão da política monetária do governo, sob

orientação do Conselho Monetário Nacional.

O SFN é composto de um subsistema normativo e de um subsistema

operativo.

Subsistema normativo Subsistema operativo

1.Conselho Monetário Nacional (CMN)

2.Banco Central do Brasil (BCB)

3.Comissão de Valores Mobiliários

(CVM)

4.Banco do Brasil S.A. (BB)

5.Banco Nacional de Desenvolvimento

Econômico e Social (BNDES)

1.Instituições Financeiras Bancárias

2.Instituições Financeiras Não

Bancárias.

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44

O BCB, BB e os Bancos comerciais públicos e privados constituem o

chamado subsistema monetário, ou seja, o subsistema que tem poder de emitir

INSTITUIÇÕES

FINANCEIRAS

Instituições Bancárias Instituições Não Bancárias

Bancos Comerciais (públicos e

privados)

Caixa Econômica

Bancos de investimento

Bancos de desenvolvimento

Cias. De desenvolvimento

Soc. Crédito, Financ. e Investim.

Soc. Crédito Imobiliário

Ass. Pop. Empréstimos

Companhias Seguradoras

Bolsas de Valores – Soc. Corretoras – Distribuidoras

Agentes autônomos de investimento

CMN – Conselho Monetário

Nacional

BCB

Banco Central do Brasil

CVM – Comissão de Valores

Mobiliários

BB

Banco do Brasil

BNDES

Banco Nacional de

Desenvolvimento Econômico e

Social

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moeda escritural (cheque). Embora as caixas econômicas possam emitir cheque,

elas costumam fazer parte do subsistema não monetário devido a predominância de

atividades não monetárias.

Os bancos comerciais são a porta de entrada ao sistema financeiro,

especializados em duas atividades principais:

a) Depósitos à vista e desconto de curto prazo;

b) Venda de crédito e serviços oferecidos.

Os bancos comerciais ainda podem funcionar no varejo e no atacado e

podem ser divididos em bancos nacionais e regionais.

Quanto à

clientela

Bancos de

atacado

Bancos de

varejo

Bancos

Quanto ao

território

Bancos

nacionais

Bancos

regionais

É no mercado financeiro que ocorre a oferta e procura de recursos

financeiros, onde se captam ou aplicam os recursos financeiros. A oferta dos

recursos é determinada pela poupança, pelo estágio de desenvolvimento econômico

atingido pelo país e pela eficiência dos intermediários financeiros. A procura de

recursos, por outro lado, é determinada pelas exigências de fundos pelas empresas

que operam no mercado. De maneira geral, essas exigências variam conforme o

ramo de atividade e as características de cada ramo (CHIAVENATO, 2005).

São os recursos financeiros que permitem aos tomadores e fornecedores de

empréstimos e investimentos de curto e longo prazo a negociação entre si ou

indiretamente por meio das instituições financeiras, ou seja, é o mercado financeiro

que permite a transferência de recursos poupados por certas unidades para outras

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entidades que desejam investir e têm oportunidade para tanto. São, portanto, estes

grupos que compõem a oferta e a procura de recursos financeiros.

7.1 Mercado monetário

O mercado monetário é constituído de fornecedores e de tomadores de

fundos de curto prazo. Com exceção das transações entre bancos, as transações do

mercado monetário são efetuadas através de títulos negociáveis, que são

instrumentos de empréstimo de curto prazo, como Letras do Tesouro Nacional

(LTN), documentos comerciais, certificados negociáveis de depósito emitidos pelo

governo ou empresas e instituições financeiras.

O mercado monetário é constituído de pessoas físicas, empresas, governos e

intermediários financeiros que dispõem temporariamente de fundos ociosos que

desejam aplicar em algum tipo de ativo líquido ou instrumento de renda fixa de curto

prazo. Por outro lado, outras pessoas físicas, empresas, governo e intermediários

financeiros necessitam de financiamento temporário ou sazonal. Assim, o mercado

monetário permite a interação entre fornecedores e tomadores de fundos de curto

prazo.

Compõe-se da rede de entidades financeiras ou órgãos financeiros que

negociam títulos e valores, concedendo empréstimos a empresas ou particulares, a

curto prazo, contra o pagamento de juros. O mercado monetário envolve os bancos

comerciais e as empresas financeiras de crédito, o mercado paralelo e o de divisas.

O mercado paralelo é o mercado de títulos cujas transações não são

regulamentadas ou fiscalizadas pelo governo ou pelas instituições financeiras

credenciadas. É uma espécie de mercado negro, que é tolerado pelas autoridades

enquanto não ultrapasse certos limites.

7.2 Mercado de capitais

Enquanto o mercado monetário fornece financiamentos e empréstimos de

curto prazo às empresas, o mercado de capitais proporciona fundos permanentes ou

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de longo prazo. O mercado de capitais é constituído de instituições que permitem

que os fornecedores e os tomadores de fundos de longo prazo efetuem transações.

Essas transações são feitas com emissões de dívida e ações de empresas, bem

como emissões de dívida dos governos federal, estadual e municipal.

A importância do mercado de capitais repousa no fato de que ele permite o

crescimento no longo prazo das empresas e organizações governamentais ao

fornecer os fundos necessários para a aquisição de ativos fixos e implementação de

programas de longo prazo. Por outro lado, o mercado de capitais também é

importante para que indivíduos, empresas, instituições financeiras e governo

apliquem suas poupanças de longo prazo.

O mercado de capitais envolve a rede de bolsas de valores e instituições

financeiras – como bancos, companhias de investimento e de seguro, e opera com a

compra e venda de papéis – como ações, títulos de dívida em geral – a longo prazo.

Sua função é canalizar as poupanças da sociedade para o comércio, indústria e

outras atividades econômicas e para o próprio governo. Apesar de terem muitas

instituições em comum, o mercado de capitais é diferente do mercado monetário,

que movimenta recursos de curto prazo (CHIAVENATO, 2005).

7.3 Banco de investimentos

O banco de investimentos é uma instituição que atua como intermediária

entre o emitente e o comprador de novas emissões de títulos, pois compra títulos de

empresas e do governo e os coloca junto ao público.

No fundo, o banco de investimentos tem por função achar compradores para

novas emissões de títulos. Não é investidor; pois não faz investimentos de longo

prazo nem guarda a poupança dos outros. E assume os riscos do negócio.

Basicamente, o risco pode ser definido como a possibilidade de perda.

A importância do banco de investimentos reside no auxílio que presta às

empresas na captação de dinheiro no mercado de capitais.

O banco de investimentos realiza funções primárias (subscrição de emissão

de títulos) e funções secundárias (prestação de consultoria às empresas-clientes).

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Quando, por exemplo, uma empresa pretende aumentar seu capital, o banco de

investimento garante à empresa uma importância mínima especificada na emissão,

adquire os títulos a um preço inferior ao que planeja vender no mercado de capitais,

para obter um lucro, e assume o risco de não conseguir vender toda a emissão. A

venda no mercado de capitais é denominada subscrição, colocação ou underwriting.

Segundo Sandroni (2003), Underwriting (subscrição, em inglês) é o

lançamento de ações ou debêntures para subscrição pública. Em geral, esses títulos

são colocados no mercado através de um banco de investimento quase sempre

associado a outras entidades financeiras. O contrato entre a empresa que lança os

títulos e a financeira que os coloca no mercado pode ser de três tipos:

1.Straight: o banco de investimento (ou grupo de bancos de investimento)

subscreve a totalidade do lançamento e o paga diretamente à empresa com

recursos próprios para revendê-Ios posteriormente ao mercado. O risco da venda é

transferido totalmente para o banco de investimento, mas o ganho com a revenda é

bem maior, o que representaria uma operação cara para a empresa.

2.Stand-by: o banco de investimento compromete-se a vender os títulos no

mercado e subscrever por sua conta os títulos não adquiridos pelo público.

3. Best-efforts: o banco de investimento compromete-se a fazer o melhor

esforço para vender os títulos no mercado, repassando-os à empresa à medida que

forem vendidos. Nesse caso, não assume a responsabilidade de subscrever os

títulos e devolve à empresa aqueles não negociados pelo público. Não há

compromisso de compra. Nesse caso, o risco permanece com a empresa emitente,

embora a operação seja mais barata para a empresa, pois o ganho com a revenda é

menor para o banco de investimento.

7.4 Mercado financeiro internacional

Muitas vezes, determinadas transações que envolvem grandes volumes de

dinheiro e longos prazos de financiamento não podem ser feitas no mercado

nacional e precisam ser efetuadas no exterior, isto é, no mercado financeiro

internacional.

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O mercado financeiro internacional é constituído pelas instituições financeiras

públicas e privadas dos países desenvolvidos, como os Estados Unidos, Japão,

Alemanha, Inglaterra, França, Itália, Canadá, etc. Muitas vezes, quando o volume de

financiamento é muito elevado, as instituições públicas e privadas exigem o aval ou

a aprovação de entidades representativas das finanças internacionais, como o

Fundo Monetário Internacional (FMI), Banco Internacional de Desenvolvimento

(BID), Clube de Paris (representando os países europeus), etc.

7.5 Financiamentos: conceito e classificação

Operação pela qual a empresa obtém recursos financeiros de terceiros para

capital de giro, ativos circulantes temporários ou permanentes, bem como para

investimentos.

Seu objetivo é captar fundos temporariamente como antecipação de futuras

entradas de caixa, a fim de permitir o pagamento de dívida da empresa. Empresas

com vendas sazonais como Páscoa e Natal precisam aumentar os estoques antes

de aumentar as vendas e, para tanto, tomam emprestado para produzir com

antecipação e atender à demanda sazonal. Os financiamentos podem ser de curto,

médio e longo prazo.

Os financiamentos de curto prazo são inferiores a um ano, destinados a

manutenção de aplicação em créditos a clientes e em estoques. Seu objetivo é

preencher lacunas de necessidades de financiamento, evitando o longo prazo e

assim, eliminando possíveis excessos de fundos ociosos e suas despesas

decorrentes.

Eles podem vir de:

Crédito bancário – Operação pela qual uma instituição bancária coloca à

disposição de um cliente determinado montante e este se compromete a

reembolsar a instituição na data fixada antecipadamente, acrescido dos juros

previamente combinados. O crédito bancário poderá tomar a forma de crédito

direto, caso em que a instituição bancária coloca fundos à disposição de

empresas e particulares (exemplos: desconto de títulos, capital de giro,

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contas garantidas, cheques especiais, abertura de crédito através de conta

corrente ou de empréstimo). Quanto ao crédito bancário indireto, a instituição

bancária desembolsa fundos caso o beneficiário do crédito não assuma os

compromissos (exemplos: garantias bancárias, avais ou aceites bancários).

Empréstimos de curto prazo – O objetivo é financiar operações de curto prazo

(a 90, 120 ou 180 dias), por exemplo, para resolver dificuldades de liquidez

momentâneas. Como contrapartida, as empresas no fim do prazo

convencionado com a instituição bancária terão de restituir o valor do

empréstimo acompanhado de juros postecipados.

Empréstimos em conta corrente – Tratam-se de contas correntes em que a

instituição bancária coloca à disposição da empresa um limite de crédito

contratado. Geralmente estas contas são válidas por 180 dias, podendo, no

entanto, ser renovadas ciclicamente. Implicam o pagamento de juros por

parte da empresa contraente e uma garantia.

Capital de Giro – Tem por objetivo ultrapassar dificuldades de tesouraria

momentâneas e implica a aceitação por parte da instituição bancária

(geralmente só concedida aos melhores clientes). Este tipo de crédito é mais

caro do que o crédito normal, pois à taxa de juro das operações ativas

acrescentam-se normalmente dois pontos percentuais.

Crédito por assinatura – Consiste no cumprimento de uma obrigação pela

instituição bancária, condicionada ao não cumprimento de outra obrigação

assumida pela empresa. Quer isto dizer que se a empresa não assumir a sua

responsabilidade, a instituição bancária procede ao pagamento da respectiva

obrigação (exemplos: aval bancário e a fiança ou garantia bancária). No

entanto, a instituição bancária cobra geralmente uma comissão de garantia

(por um período de 3 meses).

Crédito documentário – Sob ordem de uma empresa (o fornecedor), uma

instituição bancária responsabiliza-se por colocar determinado montante à

disposição do vendedor (o beneficiário), normalmente por intermédio de outra

instituição bancária (o correspondente). Assim, o vendedor tem a vantagem

de garantir o recebimento do montante da venda. Este tipo de financiamento

é, geralmente, utilizado em operações de exportação/importação.

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Factoring – Sistema aperfeiçoado de cobranças de vendas a prazo. Trata-se

de uma atividade que assegura o seu financiamento corrente através da

tomada de créditos sobre terceiros, substituindo assim o crédito de tesouraria.

Através da cessão financeira, o intermediário financeiro (a factor) adquire os

créditos em curto prazo que os fornecedores (os aderentes) concedem aos

seus clientes (os devedores) e que advém da venda de produtos ou da

prestação de serviços.

Sociedades financeiras para a aquisição de crédito – Instituições

interbancárias que exercem atividades de financiamento de aquisição a

crédito de bens e serviços (concedem crédito direto ao fornecedor, descontos,

prestam garantias ou antecipam fundos sobre créditos, por exemplo), bem

como, prestam serviços diretamente relacionados com as formas de

financiamento referidas, tais como gestão de créditos.

Papel comercial – Títulos de dívida emitidos por empresas e instituições não

governamentais, em curto prazo (o prazo máximo de cada emissão é de dois

anos), constituindo uma alternativa aos tradicionais títulos de renda fixa, em

termos de aplicação de fundos.

Os financiamentos de médio e longo prazo se destinam a obtenção de

recursos de terceiros a prazos superiores a seis meses ou a um ano,

respectivamente.

Vindo de capitais próprios seriam:

Autofinanciamento – Meios financeiros obtidos e retidos na empresa que

deverão permitir o reembolso de dívidas de médio e longo prazo, assegurar a

manutenção da atividade produtiva da empresa (amortizações, provisões e

reservas de investimento) e garantir o seu crescimento (resultados líquidos

retidos para pagamento de dívidas).

Cessões de ativos – Forma de financiamento segundo a qual a empresa

procede à alienação de ativos considerados não indispensáveis ao regular

funcionamento da sua atividade.

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Reforço dos capitais próprios – Através de operações diversas de reforço da

estrutura do capital próprio, as empresas poderão aumentar os meios

financeiros à sua disposição. Nesta forma de financiamento incluem-se os

aumentos de capital, as prestações suplementares de capital, a criação de

reservas de reavaliação, a diminuição da distribuição de resultados ou a

emissão de títulos de participação.

De capitais alheios são:

Capital de risco – Participação (normalmente, temporária e minoritária) no

capital próprio de empresas com potencial de expansão e viabilidade,

permitindo a partilha de risco do negócio.

Capitais alheios estáveis – Empréstimos de sócios (ou suprimentos),

empréstimos bancários, empréstimos de integração de capital (como por

exemplo, operações de junk bonds - emissões de obrigações de elevado risco

cuja remuneração é elevada), são algumas das formas de financiamento em

capitais alheios de que a empresa se poderá socorrer.

Leasing: Financiamento, por parte de intermediários financeiros, da aquisição

de bens e respectiva cedência em locação, mantendo, no entanto, estes

intermediários a propriedade do bem em questão como garantia

(BASTARDO; GOMES, 2003).

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UNIDADE 8 – VALOR ECONÔMICO AGREGADO (EVA®) E

VALOR DE MERCADO AGREGADO (MVA®)

Segundo Gitman (2004, p. 18), o objetivo da empresa, e por conseguinte de

todos os administradores e empregados, é o de maximizar a riqueza dos

proprietários. A definição apresentada é básica em sua essência, mas compreende

mudanças ocorridas na cultura da gestão empresarial nos últimos anos: a

necessidade de se criar riqueza e não gerar lucros ou simplesmente ser rentável.

No mundo competitivo em que vivemos, é muito mais difícil as empresas

viabilizarem recursos por meio de decisões direcionadas ao aumento de preços e

participação de mercado, como ocorria no passado. Além disso, são necessários

grandes investimentos para ganhos adicionais de market share. Mais que simples

cortes monetários, as empresas devem descobrir suas ineficiências antes de seus

concorrentes, atividade que dará um verdadeiro diferencial competitivo.

Desse modo, para se criar valor são necessárias outras estratégias

financeiras e novas medidas de sucesso empresarial, todas elas voltadas à criação

de riqueza aos acionistas. Criar valor não só engloba a atividade de cobrir os custos

explícitos de operação, mas também os custos implícitos do negócio (custo de

oportunidade do capital investido), que normalmente não é levado em consideração

pela contabilidade tradicional na apuração dos resultados.

O conceito de criação de valor é bem antigo. No entanto, ele se constitui no

objetivo principal da empresa moderna. Segundo Assaf Neto (1999, p. 3), as

diversas razões que podem explicar este comportamento são as seguintes:

a identificação, através de abertura de mercado, de que os preços dos

produtos são estabelecidos pela interação de oferta e demanda dos agentes

econômicos, e não do ponto de vista exclusivo da empresa. É o mercado que

avalia os investimentos empresariais;

a globalização vem transformando os mercados financeiros locais em um

único mercado global. Ativos que não criam valor são desvalorizados

rapidamente em todos os mercados;

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a competitividade dos mercados dá espaço somente às empresas eficientes,

ou seja, aquelas capazes de agregar valor às suas decisões; e,

o desenvolvimento profissional dos executivos modernos, que está ligado ao

objetivo de maximização de riqueza dos proprietários.

O ato de investir em determinada empresa revela que ela tem atratividade

econômica, quando a remuneração que ela oferece é suficiente para remunerar o

custo de oportunidade do capital próprio aplicado no negócio. Entende-se por custo

de oportunidade a troca do melhor retorno de investimentos por outro, de igual risco.

O valor de mercado de uma empresa se eleva quando suas receitas de

vendas superarem todos os seus dispêndios, inclusive os custos de oportunidade do

capital próprio. Este resultado adicional indica uma agregação de valor, também

conhecida como market value added ou goodwill. Ocorrendo o contrário (receitas

inferiores aos dispêndios totais), haverá uma destruição de valor do negócio.

O valor é uma medida bem mais completa do que os lucros, ou qualquer

outra, porque leva em consideração a geração operacional de caixa atual e

potencial, a taxa de atratividade dos proprietários de capital e o risco associado aos

investimentos.

Ainda que sofram fortes pressões para entregar valor, gerentes não possuem

ferramentas necessárias de diagnóstico, além de lhes faltar a linguagem de criação

do valor, que consiste nos meios de persuadir fornecedores de capital que seus

fundos investidos serão produtivamente e lucrativamente empregados no negócio.

Embora a ideia de criação de valor já esteja amplamente difundida pelo

mundo, ainda há grande resistência, especialmente na Europa, à ideia de que a

criação de valor para os acionistas deveria ser prioridade dos administradores do

alto escalão.

Não se pode dizer que os objetivos da empresa são os mesmos objetivos dos

seus administradores, em especial os das companhias de capital aberto. Isto porque

administradores são pessoas, e pessoas normalmente colocam seus objetivos

pessoais à frente de qualquer outro. Portanto, é preciso que sejam definidos

políticas ou instrumentos que alinhem os objetivos da empresa aos objetivos

pessoais dos administradores, a fim de gerar motivação e comprometimento em

relação ao objetivo principal de uma empresa (ZACHARIAS et al, 2008).

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8.1 Valor Econômico Agregado (EVA®)

O EVA® é uma medida quantitativa que reflete o montante de valor que foi

criado ou destruído, num determinado período, pela administração da companhia.

Stewart III (1990, p. 2) defende a sua adoção, justificando que é uma medida

real do grau de sucesso de uma empresa e diz que a administração deveria se focar

na maximização de uma medida chamada valor econômico adicionado (EVA®), que

resulta da diferença entre o lucro operacional e o custo de todo o capital empregado

para produzir esse lucro.

O EVA® crescerá se o lucro operacional puder ser aumentado sem empregar

mais capital, se novos capitais puderem ser investidos em projetos que rendam mais

do que o custo total do capital e se o capital puder ser retirado das unidades de

negócios que não gerem retornos adequados.

EVA® é a marca registrada da Stern Stewart & Co., empresa de consultoria

americana que define o EVA como “medida de desempenho voltada sempre para a

criação de riqueza dos acionistas”.

A fórmula de cálculo é a seguinte (STEWART, 1991, p. 8):

EVA = (RO – IR) - (CMPC x CAPITAL)

Onde:

RO = Resultado Operacional (sem despesas financeiras)

IR = Imposto de Renda

CMPC = Custo Médio Ponderado de Capital

CAPITAL = Capital Investido (Próprio e de Terceiros)

O Capital conforme Frezatti (1998, p. 7), “corresponde aos recursos

necessários para que a organização possa desenvolver suas atividades

operacionais”.

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Em outras palavras, ele é representado pelo total dos recursos financeiros

investidos na companhia, independentemente de estes serem oriundos do capital de

terceiros ou dos acionistas.

O CMPC segundo Gitman (1997, p. 395), “o custo médio ponderado de

capital é encontrado ponderando-se o custo de cada tipo específico de capital por

sua proporção na estrutura de capital da empresa”. A maioria das medidas de

criação de valor para os acionistas considera o fluxo de caixa das empresas. Dessa

forma, esses métodos não sofrem as mesmas imperfeições do EVA®, que parte de

resultados que são afetados pelos critérios contábeis. Consequentemente, a taxa de

retorno obtida por outros métodos é geralmente uma boa estimativa da real taxa de

retorno sem qualquer ajuste.

Por outro lado, esses métodos apresentam um sistema de cálculo

extremamente trabalhoso e de difícil explicação e entendimento, além de consumir

tempo da administração que não necessita de uma apuração exata.

Já deixamos claro, em vários momentos, que a criação de valor para os

proprietários passou a ser a meta da administração. Conceitualmente, o EVA®

apresenta uma vantagem sobre outras medidas de avaliação, pelo fato de

reconhecer, nos resultados, o Custo do Capital Próprio (CCP), onde estão

considerados os riscos pertinentes ao negócio ou o chamado custo de oportunidade,

por isso, o conceito de Lucro Econômico passou a ser a melhor medida de criação

de valor.

O EVA® tem sido largamente utilizado, em razão da facilidade de

entendimento do conceito, em contraposição aos outros métodos. Na implantação

do EVA®, um dos principais aspectos é a facilidade de assimilação e a confiança na

metodologia dos novos conceitos.

Resumindo, a abordagem do EVA® à análise de investimentos se tornou cada

vez mais popular por mais precisamente refletir a realidade econômica (em

comparação à realidade contábil) quando comparada a muitas medidas tradicionais

de avaliação, como lucros por ação, retorno sobre o capital (ROE), e fluxo de caixa,

pois as medidas baseadas em contabilidade podem ser distorcidas por práticas

contábeis. Também incluem o custo de endividamento e excluem o custo de capital.

O foco nas variáveis que impulsionam os fatores econômicos subjacentes de um

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negócio, em vez de nos basear em dados contábeis, deverá resultar em gestão e

análise financeira melhoradas e, em última análise, valor reforçado para os

acionistas (ZACHARIAS et al, 2008).

Conforme Ehrbar (1999, p.1), o EVA® (economic value added), em seu nível

mais básico, é uma medida de desempenho empresarial, que difere da maioria das

demais, ao incluir uma cobrança sobre o lucro pelo custo de todo o capital que uma

empresa utiliza. YO EVA® visa alinhar os objetivos dos acionistas com os dos

gerentes, para que estes pensem, ajam e sejam remunerados como donos da

empresa (BACKES, 2003).

O EVA® é uma medida daqueles lucros verdadeiros. Aritmeticamente, é o

lucro operacional após pagamento de impostos menos os encargos sobre capital,

apropriado tanto para endividamento quanto para capital acionário.Tem-se mostrado

eficaz em praticamente todo lugar por ser a abordagem correta para todas as

empresas em todos os momentos e em todos os ambientes.

A sua verdadeira mágica surge da mudança de comportamento em toda uma

organização e isto depende crucialmente de utilizá-la como base para a

remuneração variável. Na verdade, se tudo que uma empresa pretende fazer é

medir o EVA® e utilizá-lo como mais um benchmark de desempenho, provavelmente

não valerá a pena. Pague por aumento de vendas e terá mais vendas, pague por

fatia de mercado e terá fatia de mercado. As metas e iniciativas secundárias vindas

do executivo poderão receber alguma atenção, mas a verdadeira energia de um

gerente estará focalizada na variável que impulsiona seu bônus ou que seja mais

provável levar a uma promoção.

8.1.1 Vantagens, desvantagens e dificuldades

O EVA® apresenta a grande vantagem de ser de fácil entendimento e

aplicação dos seus conceitos, até mesmo para colaboradores não experientes em

finanças. Outra importante vantagem está relacionada com a capacidade de se

conseguir medi-lo nos diferentes níveis das organizações e consequentemente

traduzi-lo em ações orientadas para todos os níveis organizacionais. As destacadas

desvantagens do EVA® são relacionadas com os complexos e necessários ajustes

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contábeis que devem ser efetuados para avaliar corretamente a situação da

empresa e com a falta de padronização e regulamentação para seu cálculo. A

comparação direta dos relatórios EVA® de várias empresas poderá ser problemática,

na medida em que os ajustes sejam inconsistentes, e os cálculos considerem

diferentes fatores (BACKES, 2003).

8.2 Valor de Mercado Agregado (MVA®)

O Valor de Mercado Adicionado (MVA®) é a diferença entre o valor de

mercado da empresa (incluindo patrimônio líquido e passivos) e o capital total

investido na empresa.

MVA® = VALOR DE MERCADO – CAPITAL INVESTIDO

O Valor de Mercado (VM) representa o valor de mercado do capital do

acionista em uma determinada data. Já o capital investido, como o próprio nome diz,

representa o capital investido pelo acionista na mesma data do cálculo do VM.

Para Ehrbar (1999, p. 36), MVA® pode ser conceituado como: diferença entre

entrada de caixa e saída de caixa – entre aquilo que investidores colocam na

empresa como capital e o que poderiam receber vendendo pelo preço de mercado

corrente. Como tal, o MVA® é o montante acumulado pelo qual a empresa valorizou

ou desvalorizou a riqueza dos acionistas.

Enquanto isso, para Malvessi (2000, p. 43), MVA® representa uma medida

cumulativa de performance em valores monetários da empresa, isto é, indica quanto

o valor de mercado das ações da empresa tem adicionado valor aos acionistas,

quando comparado com o valor originalmente investido.

Frezatti (1999, p. 32) diz que “aumentar o valor é o grande objetivo das

organizações e que o MVA indica se esse objetivo está ou não sendo alcançado”:

Milbourn (2001, p. 134) dá a seguinte definição para o MVA: “é definido como

a diferença entre o valor de mercado da organização e o valor contábil (ajustado) de

seus ativos”.

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Didaticamente, o MVA® é um valor calculado em determinado tempo t, que

aponta o quanto o acionista está mais rico ou mais pobre em relação a t – 1,

mantidas em condições de lucratividade projetadas.

Também, o MVA® pode ser calculado por meio do valor presente do fluxo de

EVA’s.

Assim:

MVA = EVA / (1 – i)τ + EVA / (1 – i)τ+1 + EVA / (1 – i)τ+2... + EVA / (1 - i) τ+n

Na metodologia apurada com base nos conceitos do EVA®, é levado em

consideração o custo de todo o capital empregado para a geração do resultado,

inclusive o custo do capital próprio. Este, entretanto, evidencia apenas a diferença

entre o resultado final (lucro ou prejuízo) e o custo para sua obtenção, mostrando se

está acima ou aquém do percentual mínimo requerido pelos proprietários do capital.

No entanto, a metodologia do MVA® considera apenas uma “medida

acionária” (stock measure) da empresa. Ela não diz nada sobre performance ou

criação de valor em um determinado período de tempo. Malvessi (2000, p. 43)

comenta que o MVA® reflete os resultados financeiros, demonstrando se a empresa

criou ou destruiu riqueza. Demonstrará, portanto, o nível de acerto das decisões

tomadas no passado até o momento, como também os resultados futuros dos EVA®

trazidos a valor presente.

O MVA® é uma medida de avaliação de desempenho que por si só não

aumenta ou diminui o valor da empresa, mas procura satisfazer um dos grandes

anseios dos proprietários do capital: avaliar, através dos resultados obtidos, se o

valor da organização onde investiram seus recursos, está aumentando ou

diminuindo.

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REFERÊNCIAS

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