mocivale - março 2012

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O Jornal das Mocidades Espíritas do Vale do Paraíba Número 4 MARÇO • 2012 Leia tudo sobre o encontro Comevalp 2012 Mocivale.net Um roteiro (para o jovem) que já dura 40 anos Um ensaio sobre as regras da “sociedade” Comevalp

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MOCIVALEUm Canal de Comunicação para as Mocidades Espíritas do Vale do Paraíba!Equipe:André MohorDenis AguiarLívia RibeiroPaulo CortezRoni CoutoSimara AfonsoTalitha [email protected]

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Page 1: Mocivale - Março 2012

O Jo rna l d a s Moc i dade s E s p í r i t a s do Va l e do Pa r a í b a

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Leia tudo sobre o encontro

Comevalp 2012

M o c i v a l e . n e t

Um roteiro (para o jovem)que já dura 40 anos

Um ensaio sobre as regrasda “sociedade” Comevalp

Page 2: Mocivale - Março 2012

Um Canal de Comunicação paraas Mocidades Espíritas do Vale do Paraíba

NÚMERO 4 MARÇO DE 2012

www.mocivale.net

EQUIPE

André MohorDenis AguiarLívia RibeiroPaulo Cortez

Os encontros estão na rede

Apenas um fenômeno pós-Comevalp?

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[email protected]

Roni Couto

Simara Afonso

Talitha Komatsu

Parece loucura, mas hoje acordei às 09h45 e nenhum sinal tocou, muito menos fui

acordado por alguém ‘vesbaforido. Levantei e não houve prece em conjunto, apenas a minha, solitária, na cama do meu quarto. O café da manhã fui eu mes-mo que preparei e o leite, por preguiça, estava frio. Tomei banho mais rápido que o normal, mesmo sem ninguém me apressar. O banheiro não precisou ser limpo depois que usei. Na TV, passava a Rede Globo e as mesmas notícias tristes de sempre.A vida aqui fora é chata.

Filippo CarmonaNo Facebook, falando sobre o EGM – Encontro Geral de Mocidades

Espíritas – encontro similar à Comevalp

Finalmente bateu a saudade... Já estava ficando preocupado... rs... (...)Todas as COMEVALPs foram

especiais, cada uma com sua peculiaridade. Não senti tanta saudade, porque sei que pelo menos uma vez por mês irei rever minha família, aquela que me é permitido escolher. A saudade é mais daqueles novos amigos que verei só no

ano que vem.Obrigado a todos, por serem meus amigos, por termos

compartilhado tantas coisas... Momentos que não há como explicar (a quem nunca foi à COMEVALP)... Abraços cheios de energia... Sorrisos que confortam nossos

corações... Obrigado a todos. Amo vocês. =)

Denis Nascimento, 23 anosVia Facebook. Participe também do grupo da Comevalp.

Capa: logotipo da 33ª Comevalp.

Em nossas atividades no movimento de mocidade ou na organização dos encontros, costumávamos brincar que algumas decisões têm que ser tomadas dentro da

Comevalp, porque o “clima” favorece o envolvimento com o trabalho. É difícil negar ajuda, cooperação ou compromisso durante o encontro. Com o passar do tempo, as boas inten-ções dão lugar a uma infinidade de distrações, algumas até úteis – sem deixar de ser distrações –, e outras que nunca de-veriam nos tirar da rota. Afinal, atalhos raramente funcionam. Foi o que aconteceu com o Mocivale. Nascido em 2009 durante a excelente Comevalp de Pinda, sobreviveu algum tempo para depois ficar ali, vivo mas sem se corporificar, existente mas sem se expressar, sem levantar a voz para demonstrar a grandeza da Doutrina Espírita. O benefício está sempre na razão direta da dificuldade que temos que enfrentar. Sabemos disso, por isso compreendemos o que é exigido de nós no trabalho da chamada “seara espírita”: paciência, perseverança, sentimento de pertencimento, a consciência do dever a cumprir, integração em equipe, ética, senso de realização... a lista vai longe. A mocidade espírita ocupa um espaço significativo na vida de cada jovem participante. O mesmo vale para a Comevalp e tantos outros encontros existentes pelo Brasil afora. Duas conclusões podemos tirar. Primeira: trabalhar com a mocidade é um convite ao exercício contínuo de todas aquelas virtudes. A segunda é que sempre teremos, no trabalho com o jovem, a companhia das dificuldades, que justamente vão

nos lembrar das virtudes que devere-mos praticar e reforçar o quanto é im-portante o que estamos fazen-do. O Mociva-le é a concre-tização desse ideal de trocar uma ideia com você, jovem, que seja dis-tante do lugar comum que toma conta da juventude hoje. Que te-nha um sentido que nos torne melhores, e não arredios. Que nos faça notados pelo bom comportamento e que isso faça de nós referências sem que afete nossa vaidade ou espon-taneidade. Que transpareça a autoafirmação que não nos preocupamos em cultivar: a do bem, incondicionalmente. Trabalhar com a mocidade espírita é assim: depois de muitos anos de envolvimento, a gente descobre que é isso mesmo que a gente quer continuar fazendo.

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Meu jovem amigo. A mocidade cristã é a primavera bendita de luz anunciando o aperfei-çoamento da Terra. Aceita, com ânimo firme, o roteiro que o Mestre Divino nos oferece. Coração terno. Consciência limpa. Mente pura. Sentimento nobre. Conduta reta. Atitude valorosa. Disposição fraternal. O coração aberto às sugestões do bem aclara a consciência, ditando-lhes a grandeza. A consciência sem mancha ilumina a mente, renovando-lhe as manifestações.

Roteiro Juvenil O sentimento enobrecido orienta a conduta, mantendo-a nos caminhos retos. A conduta irrepreensível determina a atitude valorosa no desempenho do próprio dever e no trabalho edificante. O gesto louvável conduz à frater-nidade, em cujo clima conquistamos a compreensão, o progresso e o mérito. Coração aberto à influência de Jesus para enriquecer a vida... Disposição fraternal de servir, in-cessantemente às criaturas, para que o

amor reine, soberano... Eis, meu amigo, em suma, o roteiro com que a mocidade cristã colaborará no aprimoramento do mundo.

Emmanuel Psicografado por Francisco Cândido Xavier.

Quando essa mensagem foi escrita, em 1971,

os jovens de hoje ainda não haviam renascido.

Os jovens da época hoje vivem a madureza

da existência humana. Ao olharem pra trás, o

que pensam de sua juventude? E nós, quando

chegarmos lá, como vamos ver nossa juventude?

"Eu não pedi pra nascer", dizia Lulu Santos, que muitos de nós também cantamos, lá

pelos anos 90, já desconfiados que isso não era bem verdade. Na Doutrina Espírita aprendemos que sim, pedimos pra nascer. Talvez tenhamos im-plorado por mais uma oportunidade de mostrar ao mundo – e a nós mesmos – que seríamos capa-zes de fazer diferente dessa vez. Definitivamente, pedimos pra nascer. Ok, não estamos lembrando muito bem de que foi assim que isso se passou. Mas melhor assim. Ficamos livres para agir e conviver com nossos afetos e desafetos. Eles estão ao nosso re-dor: na família, na escola, na vizinhança. Eles nos ajudam a responder algumas questões essenciais: quem sou eu, e qual a minha tarefa no mundo? Vamos começar pela mais fácil: qual nossa missão? A pergunta começa a ser respondida pela nos-sa própria situação, a da nossa família, o contexto social e econômico em que estamos inseridos... Tudo isso indica que gênero de provas ou que situações iremos enfrentar. O resto é com a gente, ou seja, podemos melhorar ou piorar esse quadro. Esse é um bom tema a ser estudado nas mocida-des: as causas atuais e anteriores das aflições. As anteriores – de vidas passadas – são difíceis de

mudar. Já as atuais são quase uma opção nossa.Em seguida, é preciso observar nossas tendên-cias, aptidões e talentos. É o que chamam de perfil, que nos indica o que prova-velmente vamos fazer na vida. O problema é que nossa vida não é uma peça de teatro, em que executamos falas prontas e gestos ensaiados. Nós mudamos as cenas conforme nossa vontade. Conduzimos as personagens pelos cenários que nos agra-dam. Ou nos deixamos levar pelos caminhos de que não deveríamos gostar, mas estamos neles. É a hora de nos per-guntar, a qualquer tempo ou idade, o que estamos fazendo da vida que pedimos tanto por viver. Tempo para pensar nós temos, porque somos imortais. Mas para uns, a imortalidade vai parecer uma experiência incrí-vel, que vamos desejar que nunca acabe!

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Comevalp, cada vez melhor

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Caçapava sediou o mais importante encontro dos jovens espiritas do vale do Paraíba, a Comevalp. Aqueles que,

como nós, ainda decidem por participar e usufruir do ambiente saudável do encontro, podemos afirmar: está cada vez melhor. O tema deste 33° Encontro, “Eu sou imortal”1, propor-cionou uma viagem interessante de volta à ori-gem de nossos compromissos: a reencarnação. A fila para a sala de estudos transformou-se na fila para o retorno à vida física, e a ansiedade ou a tranqüilidade de cada jovem ali presente foi o gatilho para nossa dinâmica: estamos re-encarnando. Em seguida, analisamos a família em que vivemos, as razões e os objetivos para estarmos juntos. E aí entraram em cena as fa-mílias de verdade. A Comevalp, desde 2008, tem em seu primeiro dia de estudo um espaço aberto para a família espírita. Os pais são convidados para uma integração e em seguida uma parte do es-tudo do dia é feito com os jovens e os visitantes. Ao contrário do que muitos vão pensar, tem sido crescente a aceitação e uma certa ansiedade (positiva) pela presença da família. Quando os pais não vêm, há uma certa tristeza. E ainda há quem afirme que a convivência da família na Comevalp não é possível... Um novo capítulo dessa integração com a família também foi escrito esse ano, com

a Comevalpinha, um espaço para

crianças dentro da Comevalp. Ao

mesmo tempo, os pais também

puderam participar de atividades

de estudo durante as manhãs do en-

contro. A participação foi pequena,

mas adequada à experiência nova

que quisemos aplicar e avaliar.

A Comevalp sem dúvida mu-

dou, assim como todos nós mu-

damos e devemos sempre mudar.

Quem conheceu os primeiros anos

de Comevalp, quando os estudos

eram basicamente leitura de O

Livro dos Espíritos, ficaria surpreso

com a preparação dos estudos de

hoje – leia nesta edição texto sobre

o trabalho da Equipe Doutrinária.

Da mesma forma, as características

do encontro vão mudando, sem

que ele perca sua essência: a con-

fraternização dos jovens espíritas

do Vale do Paraíba!

1 O tema completo da Comevalp foi:

“Eu sou imortal - As consequências

dos meus atos fazem de mim o que sou”.

Um encontro para pais e fi lhos

Alguns poucos pais puderam participar da Comevalp 2012 e ainda por cima levar seus filhos

mais novos, aqueles que ainda vão fazer parte da mocidade, em alguns anos. A “Comevalpinha”, como foi carinhosa-mente chamada, teve sua implantação experimental durante esta Comevalp. O encontro, desde 2008, tem em seu primeiro dia de estudo um espaço aberto para a família espírita. Os pais são convidados para uma integração e em seguida uma parte do estudo do dia é feito com os jovens e os visitantes. Ao contrário do que muitos vão pensar, tem sido crescente a aceitação e uma certa ansiedade – positiva – pela presen-ça da família. Quando os pais não vêm, há uma certa lamentação. Se a situação é harmônica na família, nenhum confli-to será transportado para o encontro. O

oposto também é verdadeiro, e é por isso que não há unanimidade sobre esse assunto. Discutimos a questão com pro-fundidade: você se sente parte da famí-lia? Alguns jovens falaram abertamente que não, enquanto outros expressaram a tranquilidade de suas relações familiares. Algumas crí-ticas focaram o comportamen-to do jovem com relação à afetividade. O clima de amiza-de é facilmente confundido com afeição. Porém, defi-nitivamente, os

pais não devem se preocupar com o que acontece dentro da Comevalp, e sim fora dela. Ali dentro estamos todos envolvidos nos bons propósitos, o que não nos impede, é claro, de cometer alguns erros de vez em quando. =)

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A Comevalp que dura o ano inteiro

Para um pequeno grupo de jo-vens, alguns não tão jovens, do qual fazemos parte, a Comevalp

dura o ano todo. Trata-se da Equipe Doutrinária, formada por jovens de diferentes cidades do Vale, responsá-veis por definir o tema do encontro, a estrutura e a dinâmica dos estudos, e por fim a aplicação das “aulas” em sala durante o encontro – chamados também de facilitadores. Num passado não muito distante, a cidade sede ficava responsável por todos os itens do encontro, inclusive o estudo. Isso representava, entre outras coisas, a ruptura de uma continuida-de no estudo. Os jovens, portanto, encontrariam na Comevalp do ano seguinte uma equipe completamente diferente, com outras ideias e outras visões doutrinárias, inclusive. Até aí, tudo bem. O problema era quando a cidade sede, por falta de envolvimento de seus jovens à mocidade, deixavam os problemas afetarem o estudo. Isso infelizmente aconteceu. A resposta a essa “crise” foi bem positiva. Em 1999, o esforço de uma equipe liderada por Cristóvão Rezende estabeleceu a forma e o estilo de traba-lho da Equipe Doutrinária, um formato que é mantido até hoje. E a principal mudança foi a desvinculação da equipe com a cidade-sede. O grupo passou a ser formado por jovens de diversas ci-dades do Vale. Sua participação poderia ser contínua, o que permitiu que até os

“mais velhos” pudessem encontrar na Doutrinária o motivo que faltava para continuarem vinculados ao encontro. O segundo efeito, de impacto muito positivo, foi a maior facilidade de envolver um número suficiente de jovens para o trabalho. É só fazer as contas: que cidade do vale consegue dedicar duas equipes numerosas – de até 20 pessoas – para a organização do encontro e para a preparação dos estu-dos? O formato da Equipe Doutrinária, portanto, surgiu como uma inspiração em um momento complicado e ajudou a transformar o encontro no que ele é hoje. Os jovens que compõem a equipe têm idade acima da média, não por exigência, mas naturalmente, pela ma-turidade e pela segurança que os jovens precisam sentir para ensinar outros

jovens, alguns da mesma idade ou até mais velhos1. Esse é o grupo que, no início de cada ano, reúne-se mensalmente para definir como será a principal atividade da Comevalp: o estudo. Os 33 anos da Comevalp e os 14 anos dessa nova Equipe Doutrinária estão refletidos em um trabalho consistente, sem conflitos inúteis, e que resulta em um estudo muito bem elaborado. Essas linhas são a confirmação da alegria de poder participar do grupo, mas também o reconhecimento a uma equipe que, embora jovem e sempre em renovação, enxerga com clareza o dever a que foi chamada.

1 A média de idade na Comevalp é hoje

de 19 anos.

Começou aComevalp 2013

E para esse grupo que trabalha o ano todo na Comevalp, o en-contro já começou. No dia 18 de

março aconteceu a primeira reunião da Equipe Doutrinária, em Caçapava. É a primeira vez que o grupo se encontra depois da Comevalp justamente para falar sobre ela, os sucessos e insucessos, as forças e as fraquezas de nosso traba-lho durante o ano. E, acreditem, tem muita coisa para melhorar... Estranho seria se não hou-vesse. Além da autoavaliação a que o grupo se propôs, também conversamos

sobre o tema da próxima Comevalp . O ponto de partida são as sugestões dadas pelos participantes no questio-nário de avaliação, preenchido na terça-feira. Esse ano, uma novidade: as sugestões de temas também passaram pelo Facebook. No mês que vem teremos a defini-

ção do tema, e você poderá conferir em

nossa próxima edição todos os detalhes

do que será estudado e vivido em 2013.

Para a Equipe Doutrinária, a 34ª

Comevalp já começou.

Ana L

ígia

Ara

újo

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Música e democracia

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Depende de você

Desde o ano passado, os jovens na Comevalp encontra-ram uma atividade diferente: o karaokê. Um espaço em que os jovens pegam o microfone e escolhem uma música espírita para cantar. Sim, música espírita, acompanhada pelos violões da equipe de música. O repertório é amplo: o caderninho que os jovens receberam esse ano com os textos de estudo continha quase 50 músicas. Foi um momento muito “democrático” dentro da Come-valp. Mérito da Equipe de Música, que abriu as portas da própria equipe para inserir os jovens numa brincadeira que se transformou num dos momentos mais divertidos do encontro.O ano promete

Foram muitas as promessas musicais para 2012. Afinal, estão aí os artistas e os recursos. Entre os artistas, alguns já são conhecidos. O grupo Energia, por exemplo, dos nossos amigos Denis, Simara, Eduardo e Cazuza. O Energia terá agora a companhia de outro grupo, formado pela Gabi, já conhecida por sua “orquestração” do laboratório de música. A apre-sentação do laboratório, já devidamente publicada no YouTube, foi um exercício para grande parte dos jovens, especialmente os veteranos. Isso porque a apresentação da música e do teatro, na terça à noite, costuma ser o ponto alto do encontro, para fechar nossas atividades com o gran finale de todos os anos. É quase uma tradição. De repente surge uma notícia: o laboratório de música não vai se apresentar. “Ué, o que houve?”, foi a pergunta comum. O que ninguém sabia era que o boato era parte do espetáculo. E no meio da bela música ensaiada, os jovens do laboratório vão ao palco e a apresentação acrescenta uma magia envolvente

Letra/Música: Eduardo Barreto (Rio de Janeiro)Tom: GEstilo: MPEIntrodução: G D/F# Em C D7

G Amigo, brilha o sol Em Além de sua janela C D4/7 D7Perceba ao seu redor o quanto a vida é bela

G Acenda em você Em O brilho que dormita C D4/7 D7Liberte as asas e voe C G/B CAo encontro do mais puro amor Am7 D4/7 D7Abrace o infinito

[Refrão]G D/F# Em Desperte para a luz C G/BDeixe o amor brotar Am D7/4 D7Frutificar de vez que a vida é muito mais G D/F# Em C G/B Am Depende de você querer acreditar D7/4 D7 G [Intro]Que pode ser feliz e, enfim, se libertar

à nossa Comevalp que já estava terminando. Durante e depois do evento muitos músicos comentaram sobre seus planos de gravar. Divulgar a música espírita é muito importante, todos concordam. Hoje, porém, existe muito recurso técnico disponível para facilitar essa tarefa. E o exemplo que vem de outras terras é inspirador. Muitos artistas por todo o Brasil têm produzido um som de muita qualidade. A voz e violão está ficando de lado para dar lugar

a um arranjo bem inspirado e muito atraente. Para relembrar, aí vai a letra e a cifra de um hit da Come-valp. Contando um pouco de estória, a Comevalp costumava ter uma folha A4 de músicas – talvez umas 8 a 10 músicas por encontro. A maioria delas era nova. Hoje, na era da inter-net, o acervo cresceu, mas alguns clássicos continuarão a ser cantados, como “Vento e luz”, “O essencial” e “Semeador”.

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O Encontro visto por outros olhos...

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Alegria real

Com licença, gente amiga,Desta festa reluzente,Sem querer dar de mentorSou o irmão Jair Presente.

Como é sempre de esperarQuando chega o carnavalMuita gente se associaCom a galera do Umbral...

Fantasias, ilusões,Desatinos, insensatez...No império do Rei MomoSobriedade não tem vez!...

Da doideira partem muitosPra hospitais e pra presídios,Outros partem para a mortePelas portas do suicídio...

Ante tanta embriaguezDesmedida e desvairada,Que dizer desta alegriaNa cidade da taiada?!...

Preces, músicas, estudos,Brincadeiras fraternais...Esta festa tem mais brilhoDo que os outros carnavais!

O amor não se mascara,Deus não é alegoria,Caridade não se acaba,A fé não se fantasia...

Junto de outros “jovenzinhos”Que conosco aqui estãoA Deus-Pai agradeçamosTão perfeita comunhão!

Herdeiros de nós mesmos,Somos todos imortais!Com Jesus no coraçãoComevalp é muito mais!

Jair Presente

Filhos queridos, Quanta alegria a nossa poder estar junto dos amigos queridos na manuten-ção do trabalho de proteção espiritual a esta escola que ora abriga os corações em florescência! Há pouco militávamos na brigada militar espírita desta encantadora cida-de. Hoje aqui estamos na condição de humildes trabalhadores guarnecendo tão iluminada reunião, no instante em

que a atmosfera espiritual das ruas gera pensamentos deletérios de variados matizes. Poder compartilhar com os irmãos através da mediunidade a nossa presen-ça, é uma alegria contagiante. Que Jesus entrelace sempre os nos-sos corações. Muita paz a todos!

Ari Ronconi

Na luz de cada dia renova-se a vida. Viver é sempre um milagre dadivo-so. Crescer com Jesus no coração é caminhar com a luz perto da gente. Jovens, o espírito sopra onde quer. Somos herdeiros, sim, de nós mes-mos! O que plantamos invariavelmente colhemos! Quem semeia o bem colhe felicida-de! Que Jesus os abençoe neste recado

de sonhos primaveris, embora saibamos que se agora o corpo é jovem, nem por isso a maturidade do espírito não haja chegado. Quantos grisalhos se embriagam com o cálice da ilusão! Deixamos, assim, o nosso abraço carinhoso a todos pela escolha feliz a que se permitem sem a falsa ilusão que toma conta dos corações por estes dias! Muita paz!

Ezequiel

Na segunda à noite, enquanto fazí-amos o balanço de um dia um pouco sofrido, com muito calor, éramos pre-senteados com três mensagens psicogra-fadas que muito dizem respeito a nós, jovens participantes ou organizadores do evento. As mensagens foram psicografadas durante a reunião mediúnica de um dos

grupos convidados para as atividades da noite: passe, evangelho e reunião mediúnica. O grupo, vinculado à Casa de Eurípedes de Taubaté, tem uma larga experiência na recepção e divulgação de mensagens mediúnicas, que devem, sempre, ser muito bem analisadas, para evitar a euforia dos nomes famosos, como neste caso.

Jair Presente, jovem desencarnado aos 24 anos, psicografou pela primeira vez através de Chico Xavier. Ari Ronconi, o Coronel Moutinho, foi um dos fundadores da Cruzada dos Militares Espíritas de Caçapava. Já Ezequiel... não tem seu nome nas páginas da nossa história. Pelo menos não que saibamos...

Proteção espiritual

Escolha feliz

Mensagens psicografadas em 20/2/2012 pelo médium J.G. Argel durante a 33ª COMEVALP, em

Caçapava-SP.

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Comevalp x mundo

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É inevitável participar da Come-valp – ou de outros encontros espíritas – e comparar a vida “ali

dentro” com a “lá de fora”. Estar ali entre amigos, numa convivência har-mônica, com atividades sempre envol-ventes, isso certamente desperta alguns comparativos. Por que, é inevitável pensar, nossa vida não é sempre assim? Você, jovem leitor, tem uma resposta? Uma das comparações que se faz entre a Comevalp e “a vida real” é bem interessante: os encontros espíritas se-riam um tipo de ensaio para a sociedade do futuro. Vejamos porque essa opinião é bem correta. Basta observar como as relações interpessoais se processam na Comevalp para percebermos algumas característi-cas bem marcantes.

A Comevalp é...

...democrática: todos podem parti-cipar, colaborar, organizar. ... livre. A participação não é impos-ta. Não se ouve falar de quem tenha sido obrigado a ir ao encontro – em-bora isso realmente deva acontecer. ...disciplinada, ou pelo menos tenta ser. Uma vez lá dentro, é preciso respeitar as regras, sob pena do motor

social não girar como se imaginou. A motivação para estar ali será sempre

pessoal, mas os objetivos devem ser minimamente comuns. ...autosuficiente: procura seus pró-prios recursos e tem em seus participan-tes seus próprios realizadores – contan-do, claro, com preciosa ajuda de pais e amigos.

...sustentável, porque consome muito pouco recurso – muito pouco mesmo. E nem temos que ser trans-portados de volta para a época das cavernas. Se não há conforto, também não há desperdício. Embora democrática, a autoridade se conquista da mesma forma que no movimento espírita: pela ética do trabalho. O exemplo é o critério para

qualquer tipo de influência que se quei-ra exercer no grupo. Não é exatamente o que acontece, por exemplo, no mer-cado de trabalho. Todas essas características, com maior ou menor força, são parte da cultura dos encontros espíritas. É in-

teressante notar que nunca houve um acordo coletivo para definir como seriam os encontros. A cultura simples-mente se estabeleceu, seja pela boa inspiração da espiritualidade, seja por um ímpeto comum de buscar o bem. Afinal, a lei de Deus está em cada um. Na próxima edição a discussão con-tinua, enfocando o comportamento do jovem no encontro.

Não bebe e não fuma? Não atraves-sa a madrugada nos finais de semana curtindo todas? Não é irreverente com o senso comum? Não é rebelde com as normas impostas? Você só pode ser um careta! E por isso, você provavelmente é feliz... Todo mundo sabe que a euforia que nasce do comportamento dito irreverente, mas que não se encaixa na ética, é apenas verniz, ou seja, é bonito de ver, mas esconde alguma coisa que não é boa. Uma pesquisa inglesa vem demons-trar a relação entre os hábitos cotidia-nos do jovem – entre eles a alimentação e a saúde – e a felicidade. Pode parecer uma comparação inesperada, mas veja-mos o resultado: • Os jovens que nunca beberam

Os caretas são mais felizesqualquer bebida alcoólica tinham entre quatro a seis vezes mais chances de ter níveis mais elevados de felicidade do que aqueles que relataram algum con-sumo de álcool. • Jovens que fumavam eram cerca de cinco vezes menos propensos a ter pontuações altas de felicidade em comparação com aqueles que nunca fumaram. • Maior consumo de frutas e horta-liças e menor consumo de batatas fritas, doces e refrigerantes foram ambos associados com a alta felicidade. • Quanto mais horas os jovens gas-tavam com esportes por semana, mais felizes eles pareciam. A pesquisa foi feita com 5 mil ado-lescentes – entre 10 e 15 anos – de 40 mil lares britânicos. A probabilidade de ser

ou não feliz é baseada em dados históri-

cos. Funciona assim: se você fuma e não

é feliz, então alguém que não fuma será

provavelmente infeliz, se vier a fumar.

Essa explicação pode parecer simplista,

mas a pesquisa verificou diversos hábi-

tos dos adolescentes, e comparou hábi-

tos saudáveis com aqueles considerados

prejudiciais. A conclusão é muito clara:

adolescentes com hábitos saudáveis se

consideram mais felizes.

A pesquisa não cita o comportamen-

to característico da juventude, citado no

primeiro parágrafo.

Mas você concorda que a relação

entre o comportamento e a felicidade,

nesse caso, é mais direta ainda?

Vale a pena aprofundar a análise.