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www.bancariosbahia.org.br bancariosbahia bancariosbahia Filiado à O BANCÁRIO O único jornal diário dos movimentos sociais no país RODADA DE FUTSAL SÁBADO, ÀS 9h30, NA ASBAC Edição Diária 7334 | Salvador, segunda-feira, 13.11.2017 Presidente Augusto Vasconcelos MOBILIZAÇÃO NACIONAL Os trabalhadores foram às ruas, na sexta-feira, dar o recado ao governo Temer de que não vão aceitar retrocessos. Em Salvador, paralisações, manifestações O recado das ruas e caminhada uniram pessoas de diversas idades e profissões para ampliar a luta pela derrubada do projeto neoliberal, que só serve às elites. Páginas 2 e 3 Se agenda regressiva continuar, os trabalhadores prometem radicalizar Milhares de pessoas lotam as ruas do Centro de Salvador. Dia de luta Bancários mobilizados pela revogação da reforma trabalhista de Temer JOÃO UBALDO MANOEL PORTO MANOEL PORTO

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Page 1: MOBILIZAÇÃO NACIONAL O recado · 2017-11-10 · o bancário 4 Salvador, segunda-feira, 13.11.2017 • SAqUE BRASIL Campanha Nacional da categoria injetará r$ 7,9 bilhões ANA BEATriz

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Filiado à

O BANCÁRIOO único jornal diário dos movimentos sociais no país

RODADA DE FUTSALSÁBADO, ÀS 9h30, NA ASBAC

Edição Diária 7334 | Salvador, segunda-feira, 13.11.2017 Presidente Augusto Vasconcelos

MOBILIZAÇÃO NACIONAL

Os trabalhadores foram às ruas, na sexta-feira, dar o recado ao governo Temer de que não vão aceitar retrocessos. Em Salvador, paralisações, manifestações

O recado das ruas

e caminhada uniram pessoas de diversas idades e profissões para ampliar a luta pela derrubada do projeto neoliberal, que só serve às elites. Páginas 2 e 3

Se agenda regressiva continuar, os trabalhadores prometem radicalizar

Milhares de pessoas lotam as ruas do Centro de Salvador. Dia de luta Bancários mobilizados pela revogação da reforma trabalhista de Temer

joão ubaldo

manoel porto

manoel porto

Page 2: MOBILIZAÇÃO NACIONAL O recado · 2017-11-10 · o bancário 4 Salvador, segunda-feira, 13.11.2017 • SAqUE BRASIL Campanha Nacional da categoria injetará r$ 7,9 bilhões ANA BEATriz

2 3www.bancariosbahia.org.br • Salvador, terça-feira, 07.11.2017o bancárioo bancário

• www.bancariosbahia.org.br Salvador, terça-feira, 07.11.2017MOBILIZAÇÃO NACIONAL MOBILIZAÇÃO NACIONAL

Trabalhadores voltam às ruas para barrar os ataques do governorOSE [email protected]

joão ubaldo

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manoel porto

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manoel porto

Fundado em 30 de outubro de 1939. Edição diária desde 1º de dezembro de 1989 Fundado em 4 de fevereiro de 1933

O BANCÁRIO

Bancários param contra a lei trabalhista

informativo do Sindicato dos Bancários da Bahia. Editado e publicado sob a responsabilidade da diretoria da entidade - Presidente: Augusto Vasconcelos. Diretor de imprensa e Comunicação: Adelmo Andrade.Endereço: Avenida Sete de Setembro, 1.001, Mercês, Centro, Salvador-Bahia. CEP: 40.060-000 - Fone: (71) 3329-2333 - Fax: 3329-2309 - www.bancariosbahia.org.br - [email protected] responsável: rogaciano Medeiros - reg. MTE 879 DrT-BA. Chefe de reportagem: rose lima - reg. MTE 4645 DrT-BA. repórteres: Ana Beatriz leal - reg. MTE 4590 DrT-BA e renata Andrade- reg. MTE 4409 SrTE-BA . Estagiária em jornalismo: Bárbara Aguiar e Felipe Iruatã . Projeto gráfico: Márcio Lima. Diagramação: André Pitombo. Impressão: Muttigraf. Tiragem: 10 mil exemplares. Os textos assinados são de inteira responsabilidade dos autores.

AgêNCIAS bancárias na Bahia amanheceram de portas fecha-das na sexta-feira e só reabriram após o meio dia. A manifesta-ção, parte do Dia Nacional de Mobilização, foi pela revogação da reforma trabalhista, contra a reforma da Previdência e em defesa dos bancos públicos. Em todo o Estado, 456 unidades sus-penderam as atividades.

Os trabalhadores estão dian-te do maior ataque aos direitos dos últimos 70 anos. O alerta é do presidente do Sindicato dos Bancários da Bahia, Augus-to Vasconcelos. “Enfrentamos o poder econômico de grandes empresas que, através do go-

verno Temer e deste Congresso Nacional, atacam toda a socie-dade. Já fizemos duas greves ge-rais e três dias de protestos por todo o país. A nossa mobiliza-ção vai continuar. Lutamos pela dignidade do povo brasileiro”.

Verdade. Os trabalhadores vão começar a sentir na pele os efeitos nefastos da reforma tra-balhista, sancionada por Mi-chel Temer em julho e em vigor desde sábado. A nova legislação modifica mais de 100 pontos da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), com a criação de vá-rias formas de contrato, jorna-das e de condições de trabalho.

Na prática, a lei trabalhista dá total liberdade para as empresas rebaixarem salários, ampliarem a jornada de trabalho para até 12 horas e retirarem outros direi-tos. Também restringe o acesso à Justiça do Trabalho.

A reforma da Previdência, que aumenta o tempo de contribui-

ção e a idade mínima para apo-sentadoria - 65 anos (homens) e 62 anos (mulheres) - também es-teve na pauta dos protestos. Os

bancários ainda alertam para o desmonte dos bancos públicos. O BB já fechou mais de 500 agên-cias em todo o país em menos de

1 ano. Já a Caixa, pode ser priva-tizada. A informação é de que o presidente Temer deve anunciar a venda ainda neste ano.

Os trabalhadores contra as reformasEM TODO Brasil, trabalhadores paralisaram as atividades na sexta-feira contra a reforma traba-lhista. Em Salvador, os trabalhadores se concen-traram desde cedo na região do Dique do Tororó, próximo à Estação da Lapa. Mais tarde, a mani-

festação seguiu para o Campo Grande, de onde saiu uma caminhada até a praça Castro Alves.

Lá, os trabalhadores reafirmara a luta contra a reforma da Previdência, que vai dificultar a aposentadoria de milhões de brasileiros.

Na mídia, Sindicato denuncia os absurdosO SINDICATO dos Bancários da Bahia denúncia em toda a imprensa os ataques sofridos pelos trabalhadores brasileiros. No Dia Nacional de Mobiliza-ção não foi diferente. Mas, não é de hoje que o Sindicato chama atenção para o caminho peri-goso que se traçava no país. O alerta é dado desde 2014, com a eleição do Congresso Nacional mais conservador da história, onde a maioria dos deputados e senadores é representante dos interesses do grande capital.

Em 2015, com a tentativa de abertura de capital da Caixa, novamente outro recado. No ano passado, com o golpe jurídico-parlamentar-midiático, mais um aviso. Agora, a conta cai no colo do trabalhador e da população carente.

Primeiro, foi o congelamento

dos investimentos em educação e saúde por 20 anos. Depois, a terceirização. Em seguida, a re-forma trabalhista. O próximo passo é acabar com a aposenta-doria, com a reforma da Previ-

dência, e terminar de entregar o patrimônio nacional ao capi-tal estrangeiro. O pré-sal já está indo. A Eletrobrás também. A Caixa pode ser a próxima, caso não haja uma reação imediata.

Temer leva o país para o rumo errado ECONOMIA encolhida, desem-prego em alta, leis que alteram as relações de trabalho para pior, privatizações das estatais. O projeto neoliberal do gover-no coloca o país em declínio e o povo sabe. Para 84% da popu-lação, o Brasil está no rumo er-rado. Os dados são da pesquisa Vox Populi.

Com apenas 3% de aprova-ção, rejeição recorde, o desem-penho de Temer é reprovado por 76% dos entrevistados. Para 59%, a vida está pior e 38% dis-seram que nada mudou.

A região Nordeste reúne as piores avaliações negativas do governo, índice de 83%. Temer também tem avalia-ção ruim entre jovens (76%) e adultos (77%), os mais atingi-dos com o desemprego e a fal-ta de oportunidades.

População conscientepESqUISA Vox Populi mostra que 79% dos entrevistados rejei-tam os 50 deputados que apoia-ram a lei trabalhista. Ou seja, oito em cada dez brasileiros não vota-rão nos parlamentares que apro-varam, em julho, a Lei 13.467.

Os deputados deveriam defen-der os direitos da população, mas não é o que acontece. A legislação ataca os trabalhadores. A pesquisa ressalta que 67% dos entrevistados afirmam que a lei favorece apenas os patrões e que 15% consideram

que não é boa para ninguém. O eleitorado do Sudeste é o

mais insatisfeito com os deputa-dos que votaram a favor da nova legislação, com 86% de rejeição e 43% dos eleitores do país.

No Nordeste (27% do eleito-rado) o percentual é de 82%. Já no Centro Oeste, menor colégio eleitoral, com 14% dos votos do país, 76% dos eleitores rejeitam os parlamentares. No Sul, 55% recusam a votar nos deputados. São 16% do eleitorado do Brasil.

Mobilização. Sem retrocessosMILhARES de trabalhadores realizaram passeata pelo Centro de Salvador em protesto contra os retrocessos do presidente Mi-chel Temer na sexta-feira, Dia Nacional de Mobilizações. Os manifestantes alertaram a po-pulação sobre todos os ataques do governo neoliberal.

O presidente da CTB Bahia, Pascoal Carneiro, considerou a manifestação vitoriosa. “Michel Temer liquida os diretitos dos trabalhadores. As medidas do governo neoliberal só aumen-tam o desemprego, porque o po-der de compra do trabalhador vai diminuir”.

O dirigente ressaltou que os

sindicatos devem apertar o cerco contra a retirada de direito dos trabalhadores. “A luta dos tra-balhadores contra o arrocho do governo e das empresa é na rua. Vamos aumentar o número de greves no Brasil”, afirma.

Na Bahia, no Dia Nacional de Mobilização, sexta-feira, os bancários suspenderam as atividades em 456 agências

O povo sabe que a única opção para barrar os retrocessos é a mobilização

Em todo o país, trabalhadores fizeram manifestações, protestos e paralisações para impedir retirada de direitos

Nas agências de Salvador, os bancários protestaram contra a política neoliberal e o desmonte

dos bancos públicos

Em Barreiras, os empregados se mobilizaram em defesa da Caixa 100% pública

Categorias contra o neoliberalismo

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o bancário• www.bancariosbahia.org.br Salvador, segunda-feira, 13.11.20174

SAqUE

BRASIL

Campanha Nacional da categoria injetará r$ 7,9 bilhõesANA BEATriz [email protected]

os bancários incrementam a economia

EM MEIO ao cenário de crise, a campanha nacional dos ban-cários injeta dinheiro na eco-nomia brasileira. Serão R$ 7,9 bilhões incrementados em 12 meses, iniciados em setembro. Se for levado em consideração 2016, o valor chega a R$ 20 bi-lhões. Grande parte da quantia é oriunda da PLR (Participação nos Lucros e Resultados), R$ 6,297 bilhões.

O acordo bianual firmado em 2016 garantiu à categoria

reajuste salarial de 2,75% (re-posição do INPC mais 1,0% de aumento real), que foi respon-sável pelo acréscimo de R$ 1,4 bilhão na economia.

O reajuste também foi re-passado para os auxílios ali-mentação e refeição, que soma-ram R$ 213,6 milhões. Apenas em setembro, quando foi publi-cado o INPC e o primeiro pa-gamento foi feito com a aplica-ção do reajuste, o impacto foi de aproximadamente R$ 3,065 bilhões na economia.

As informações são basea-das na RAIS (Relação Anual de Informações Sociais), do Mi-nistério do Trabalho, divulga-da no ano passado. À época, o número de bancários no país era de 485.719.

IMPACTO DA CAMPANHA NA ECONOMIA – R$ 7,9 bilhões

VERBA ACRÉSCIMO/ANO

Reajuste de 2,75% nos salários R$ 1,4 bilhão

Pagamento da PLR R$ 6,3 bilhão

Reajuste de 2,75% nos auxílios alimentação e refeição R$ 213,6 milhões

Visibilidade do negro no setor bancáriohÁ MUITO tempo o movimen-to sindical luta pela igualdade de oportunidades no sistema financeiro. Para fazer a discus-

são, aconteceu o 4º Fórum pela Visibilidade Negra no Sistema Financeiro, em Recife (PE).

O debate sobre a invisibili-

dade negra foi mais aprofunda-do com a divulgação do Censo da Diversidade, em 2014. Ficou constatada a pequena presença dos bancários negros, sobretu-do nos cargos de chefia.

O diretor de Questões étnico--raciais do Sindicato dos Bancá-rios da Bahia, Eliomar Carvalho, participou do fórum e consi-derou a atividade fundamental para contribuir com as propos-tas da minuta da categoria.

BIpOLARIDADE Muito mais do que ocorreu em 2010 e agu-dizou em 2014, a eleição presidencial de 2018 será extremamen-te radicalizada. Com o agravante de que agora os golpistas de-têm o controle total do Estado. Não apenas o Executivo, mas o Legislativo corrompido e, principalmente, o Judiciário, decisivo na consumação do golpe jurídico-parlamentar-midiático que depôs a presidenta eleita Dilma Rousseff e roubou a vontade po-pular. Será uma disputa feroz entre a democracia e o golpismo.

ESCRAVIDÃO Uma boa leitura para buscar entender melhor como William Waack, figura poderosa na Globo, com forte in-fluência na opinião pública, é capaz de uma atitude tão racista, ao ponto de classificar como “coisa de preto” a conduta de um motorista, é o novo livro do professor Jessé de Souza. Em A elite do atraso – da escravidão à Lava Jato, ele mostra que o sistema escravagista nunca foi abolido no Brasil, como proclamado em 1888. Apenas tem mudado de roupagem, pois a forma como as elites continuam a excluir a imensa maioria, em nada difere da escravatura.

ILEgÍTIMO O maior e principal argumento contra a reforma da Previdência é o fato de o governo não ter autoridade e muito menos legitimidade para promover mudanças tão impactantes para a sociedade. Não há justificativa para o aumento no tempo de contribuição e na idade mínima. O déficit, já está provado, é uma farsa. A contenção de despesas cai por terra diante dos mais de R$ 32 bilhões gastos com a compra de parlamentares para salvar o presidente Temer. O projeto é bem antipopular.

REpUBLICANISMO A sociedade brasileira tem a obrigação de rejeitar a reforma da Previdência por diversos absurdos que o projeto contém e as contradições conjunturais. Não dá para aceitar mudanças no sistema previdenciário que tornam a apo-sentadoria praticamente impossível. A emenda atenta contra os princípios republicanos.

AVAL A mudança no comando da Polícia Federal teria rece-bido a aprovação do ex-presidente José Sarney, em reunião na noite do dia 4 passado, sábado retrasado, no Palácio Jaburu, com Temer. O novo diretor geral da PF, Fernando Segóvia, era superintendente regional da instituição no Maranhão. A troca é mais um balde de água fria na Lava Jato.

A CAIxA revogou o RH 151, norma sobre a incorporação de função. Prova do desrespeito da instituição, que não atendeu as demandas dos bancários durante mesa de negociação.

As mudanças no banco com-provam o real objetivo do go-verno Temer, de desmontar a estatal para favorecer o grande capital em detrimento da popu-lação. É preciso resistir e lutar.

Caixa revoga o RH 151

Sindicato participa de fórum sobre presença dos negros no setor bancário