mobiliÁrio urbano para o parque da luz
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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA
MARINA SIQUEIRA PETRASSEM
MOBILIÁRIO URBANO PARA O PARQUE DA LUZ
Florianópolis
2017
MARINA SIQUEIRA PETRASSEM
MOBILIÁRIO URBANO PARA O PARQUE DA LUZ
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Design da Universidade do Sul de Santa Catarina como requisito parcial à obtenção do título de bacharel em Design.
Orientador: Profa. Fabíola Reinert, M. Eng.
Florianópolis
2017
MARINA SIQUEIRA PETRASSEM
MOBILIÁRIO URBANO PARA O PARQUE DA LUZ
Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado à obtenção do título de Bacharel em Design e aprovado em sua forma final pelo Curso de Design da Universidade do Sul de Santa Catarina.
Florianópolis, 23 de novembro de 2017.
______________________________________________________
Professora e orientadora Fabíola Reinert, M. Eng. Universidade do Sul de Santa Catarina
______________________________________________________
Prof. Carlos Silva, Ms. Universidade do Sul de Santa Catarina
______________________________________________________
Prof. Claúdio Henrique da Silva, Dr. Universidade do Sul de Santa Catarina
Dedico este projeto de conclusão de
curso aos meus pais, que sempre me
apoiaram em todas as escolhas da minha
vida, a minha irmã que sempre esteve do
meu lado, a toda minha família, amigas e
pessoas que de alguma maneira
contribuíram para que este trabalho se
tornasse possível.
AGRADECIMENTOS
Este trabalho contou com a colaboração de diversas pessoas para se
tornar possível. Gostaria de agradecer em especial as pessoas que estiveram
comigo desde o início desse projeto: aos meus pais, Sheila Siqueira e Fabrício
Petrassem, que desde sempre estiveram do meu lado e me apoiaram em todas as
decisões da minha vida, dando suporte, com toda a paciência do mundo, em meio a
tantas mudanças; a minha irmã e confidente, Júlia Petrassem, sempre disposta a
ouvir minhas reclamações e dúvidas; aos meus avós, Leni e Ricardo Petrassem, que
são os melhores exemplos de vida que eu poderia ter; ao meu parceiro Gustavo
Machado, que me influenciou e colaborou para a escolha do tema, com toda a
paciência, companheirismo e afeto durante o processo de desenvolvimento; ao
professor Carlos Silva, que contribuiu com informações e dados indispensáveis em
relação a ecodesign; a professora e coordenadora Karla Grillo, presente desde a
primeira fase, que se tornou mais que uma professora de faculdade, uma
“mãezona”; e por fim, minha orientadora, professora Fabíola Reinert, que fez com
que todo o meu nervosismo e insegurança se transformassem em calma e confiança
para a elaboração desse trabalho de conclusão de curso.
“O bom design reside de alguma maneira na capacidade de instigar um
sentido de familiaridade instantânea.” (JOHN MAEDA, 2008)
RESUMO
Espaços públicos como os parques, no passado, eram cenários de trocas sociais,
culturais e até mesmo econômicas; e em sua maioria, perderam seu valor e sua
utilidade na atualidade. Isso se dá muitas vezes pelo descaso ou falta de
apropriação dos usuários e governantes. Diante da situação atual do Parque da Luz,
localizado no Centro de Florianópolis, este trabalho apresenta o estudo necessário
para solucionar o problema principal. De acordo com uma pesquisa realizada no
local, foi constatado que uma luminária é o mobiliário urbano que se mostra
essencial para o uso do parque. Para compreender os fatores que levam um parque
urbano a ter sua devida utilidade, foram realizadas pesquisas e planejamento para a
elaboração de uma luminária que venha a influenciar positivamente no Parque da
Luz. Para chegar a alternativa final, foram realizadas pesquisas bibliográficas,
pesquisas de campo, comparativos de similares e concorrentes, observação e
entrevistas com usuários no local.
Palavras-chave: Mobiliário Urbano 1. Espaços Públicos 2. Design 3.
ABSTRACT
Public spaces, such as parks, were in the past scenarios of social, cultural, and even
economic exchanges; and for the most part, have lost their value and utility,
nowadays. This is often due to the neglect or lack of appropriation of users and
rulers. Facing the present situation of the Park of Light, located in the Center of
Florianópolis, this work presents the necessary study to solve the main problem.
According to a survey carried out on the spot, it was found that a luminaire is the
urban furniture that is essential for the use of the park. In order to understand the
factors that lead to an urban park to have its usefulness, research and planning were
carried out to elaborate a luminaire that will influence positively in the Luz Park. In
order to arrive at the final alternative, bibliographical researches, comparisons of
similar and competing, observation and interviews with users in the place.
Keywords: Urban furniture 1. Public Spaces 2. Design 3.
LISTA DE FIGURAS
Figura 01 – Metodologia Lobach ............................................................................... 16
Figura 02 – Rascunhos Niemayer ............................................................................. 22
Figura 03 – Psicologia das Cores .............................................................................. 23
Figura 04 – Parque da Luz ........................................................................................ 32
Figura 05 – Espaços Públicos PPS ........................................................................... 36
Figura 06 – Mission Dolores Park ............................................................................. 37
Figura 07 – Biciletário ................................................................................................ 38
Figura 08 – "The rolling Bench" ................................................................................. 38
Figura 09 – Banco Comunitário ................................................................................. 39
Figura 10 – Luminária Sustentável ............................................................................ 50
Figura 11 – Árvores Solar ......................................................................................... 51
Figura 12 – Luminária Solar ...................................................................................... 51
Figura 13 – Painel de Estilo de Vida ......................................................................... 55
Figura 14 – Painel de Expressão do Produto ............................................................ 56
Figura 15 – Painel de Tema Visual ........................................................................... 57
Figura 16 – Alternativa 01 ......................................................................................... 58
Figura 17 – Alternativa 02 ......................................................................................... 59
Figura 18 – Alternativa 03 ......................................................................................... 60
Figura 19 – Alternativa 04 ......................................................................................... 61
Figura 20 – Alternativa 05 ......................................................................................... 62
Figura 21 – Alternativa 06 ......................................................................................... 63
Figura 22 – Refinamento da alternativa final ............................................................. 65
Figura 23 – Produto final vista 01 .............................................................................. 66
Figura 24 – Produto final vista 02 .............................................................................. 67
Figura 25 – Produto final detalhe da iluminação ....................................................... 67
LISTA DE GRAFICOS
Gráfico 1 – Idade dos entrevistados .......................................................................... 43
Gráfico 2 – Onde residem ......................................................................................... 43
Gráfico 3 – Quais dias da semana frequentam ......................................................... 44
Gráfico 4 – Quantas horas passam no local.............................................................. 45
Gráfico 5 – Com quem frequentam ........................................................................... 46
Gráfico 6 – Qual mobiliário urbano sentem mais falta ............................................... 47
Gráfico 7 – Visitariam o parque com mais frequencia se houvesse uma iluminação
adequada .................................................................................................................. 47
LISTA DE QUADROS
Quadro 01 – Materiais .............................................................................................. 40
Quadro 02 – Similares e Concorrentes ..................................................................... 49
Quadro 03 – Concorrentes de Florianópolis ............................................................. 52
Quadro 04 – Matriz multicritério ................................................................................ 63
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 12
1.2 DELIMITAÇÃO DO TEMA ................................................................................. 13
1.2 PROBLEMÁTICA............................................................................................... 13
1.3 OBJETIVO ......................................................................................................... 13
1.3.1 Objetivo Geral ................................................................................................ 13
1.3.2 Objetivos Específicos ................................................................................... 13
1.4 JUSTIFICATIVA .................................................................................................. 13
1.5 METODOLOGIA DE PESQUISA ........................................................................ 14
1.6 METODOLOGIA DE PROJETO .......................................................................... 15
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................................................................... 18
2.1 DESIGN ............................................................................................................. 18
2.1.1 Conceito ......................................................................................................... 18
2.1.2 Design de Produto ........................................................................................ 19
2.1.3 Ergonomia ..................................................................................................... 19
2.1.4 Forma ............................................................................................................. 21
2.1.5 Cor .................................................................................................................. 22
2.1.6 Materiais ......................................................................................................... 26
2.1.6.1 Lâmpada de LED .......................................................................................... 27
2.1.6.2 Luminárias Solares ....................................................................................... 27
2.1.6.3 Plástico Reciclável ........................................................................................ 28
2.2 PARQUES URBANOS ...................................................................................... 30
2.2.1 Conceito ......................................................................................................... 30
2.2.2 Parque da Luz ................................................................................................ 31
2.3 MOBILIÁRIO URBANO ..................................................................................... 32
2.3.1 Conceito ......................................................................................................... 32
2.3.2 Elementos da Urbanização ........................................................................... 34
2.3.3 Mobiliário Urbano em Parques..................................................................... 37
2.3.4 Iluminação Pública ........................................................................................ 39
3 RESULTADOS – PROJETO DE DESIGN ........................................................... 42
3.1 ANÁLISE DO PROBLEMA ................................................................................ 42
3.1.1 Entrevista ....................................................................................................... 42
3.1.2 Observação .................................................................................................... 48
3.1.3 Análise de similares ...................................................................................... 49
3.1.4 Requisitos de Projeto ................................................................................... 53
3.2 GERAÇÃO DE ALTERNATIVAS ....................................................................... 54
3.3 AVALIAÇÃO DAS ALTERNATIVAS .................................................................. 64
3.4 REALIZAÇÃO DA SOLUÇÃO ........................................................................... 65
4 CONCLUSÃO ...................................................................................................... 68
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 69
APÊNDICES ............................................................................................................. 73
APÊNDICE A ............................................................................................................ 74
APÊNDICE B ............................................................................................................ 75
APÊNDICE C ............................................................................................................ 77
12
1 INTRODUÇÃO
Segundo consta no site da Associação de Amigos do Parque da Luz, o
parque é uma Área Verde de Lazer, localizada no centro de Florianópolis, nos altos
da Rua Felipe Schmidt. Inicialmente conhecido como Colina da Vista Alegre, foi
implementado ali um cemitério no ano de 1841, que ficou em uso até 1920. A partir
dessa data, o cemitério foi transferido para o Itacorubi, pois foi preciso dar lugar as
ruas de acesso a Ponte Hercílio Luz. Em 1997 foi criada a Associação uma
organização não governamental com o objetivo de preservar esta área de grande
valor histórico e paisagístico da cabeceira insular da Ponte Hercílio Luz, a partir da
conscientização comunitária e ambiental.
Hoje, com base em entrevistas e questionários, o parque encontra-se com
uma estrutura bastante inacessível e muito pouco utilizada, onde seus acessos são
difíceis por conta da falta de cuidado, lixeiras, vegetação mal cuidada, e os poucos
mobiliários que existem estão sendo degradados por falta de manutenção.
Em setembro, a Prefeitura de Florianópolis, junto com a Fundação Municipal
do Meio Ambiente (Floram) e a Associação Amigos do Parque da Luz (AAPL), se
uniram com o objetivo de fazer uma gestão compartilhada do parque urbano. Uma
das primeiras providências a ser tomada após a consolidação dessa parceria seria a
melhoria na iluminação noturna. A falta de iluminação foi apontado como o principal
ponto para a diminuição de frequentadores ao parque, e em seguida, veio a falta de
lixeiras.
O parque é um ponto de encontro de famílias, trabalhadores, e donos de
animais de estimação, que desejam encontrar um local onde possam relaxar,
descansar, sentirem-se seguros e que seja bem cuidado, para que possam utilizar o
que o Parque da Luz oferece, como o campo de futebol ou para brincar com seus
animais, playground para as crianças, bate papo informal e até mesmo atividades
esportivas leves.
13
1.1 DELIMITAÇÃO DO TEMA
Mobiliário urbano ecológico para o Parque da Luz, localizado no Centro de
Florianópolis/SC.
1.2 PROBLEMÁTICA
Como desenvolver um mobiliário urbano para o Parque da Luz, que incentive
a ida ao parque?
1.3 OBJETIVO
A partir da problemática proposta, são apresentados os seguintes objetivos:
1.3.1 Objetivo Geral
Desenvolver um mobiliário urbano para o Parque da Luz, que aumente a
frequência de visitação do parque.
1.3.2 Objetivos Específicos
Conhecer o perfil dos frequentadores do parque;
Identificar quais os tipos de mobiliários urbanos mais influenciam a ida a
parques;
Identificar materiais ecológicos aplicáveis ao mobiliário urbano.
1.4 JUSTIFICATIVA
Quando pensamos em design, a maioria da população o associa a uma
ferramenta de marketing e consequentemente vendas. Mas o design vai muito além
disso, diante de seus avanços tanto tecnológicos como em conhecimento, ele causa
grande impacto para a sociedade, e é nosso dever usar isso a nosso favor.
Tendo a inovação como um dos valores principais para o designer, é
necessário ser estudado com cuidado e dedicação o meio em que será imposto esse
14
produto ou projeto. É muito importante valorizar os aspectos sociais, culturais e
ambientais do público em questão, e principalmente entender suas necessidades e
desejos.
Considerando as necessidades dos frequentadores dos parques de
Florianópolis, desenvolver um mobiliário urbano que atenda à essas necessidades,
possibilitará e incentivará uma nova cultura entre os moradores da ilha, sendo essa
cultura de frequentar cada vez mais parques e fazer disso uma rotina.
O papel do design é tornar melhor a vida daqueles que têm uma necessidade
que precisa ser atendida. Neste caso, o projeto de um mobiliário urbano com os
princípos do ecodesign, poderá incentivar as pessoas a frequentarem mais o
parque, ter um cuidado maior em relação ao meio em que estão, e ainda uma maior
preocupação com lugar que frequentam e até mesmo com o mundo.
1.5 METODOLOGIA DE PESQUISA
Para Prodanov e Freitas (2013), existem dois tipos de pesquisas, uma delas
tem como objetivo apenas apresentar novos conhecimentos sobre uma determinada
causa, sem que haja a necessidade da prática, e a outra, se faz necessária a prática
dos conhecimentos apresentados. No segundo caso, a pesquisa é considerada uma
pesquisa aplicada, como pode ser chamada esta pesquisa.
Além de aplicada, esta pesquisa é considerada uma pesquisa exploratória, ou
seja, segundo Gil (2008) podem ser realizadas entrevistas com pessoas envolvidas
com o problema em questão, podem ser feitos estudos e análises de exemplos que
sirvam de inspiração para a resolução do problema e levantamentos de dados, a fim
de proporcionar maior familiaridade com o problema, assim explicitá-lo.
Sendo exploratória, será utilizado levantamento bibliográfico, entrevistas,
observação, pesquisa de campo, etc. Uma vez que se saiba qual temática abordar é
preciso definir qual fonte de informação será empregada (CUNHA, 2001). Portanto,
para fins acadêmicos e até científicos, sugere-se consulta às bases de dados
bibliográficos, por conterem informações de melhor qualidade. Geralmente, assume
a forma de pesquisa bibliográfica e estudo de caso. Gil (2008) explica que o
levantamento é a interrogação direta das pessoas cujo comportamento se deseja
conhecer. Procede-se à solicitação de informações a um grupo de pessoas acerca
do problema estudado para, em seguida, obterem-se as conclusões
15
correspondentes aos dados coletados. Já no caso do estudo de campo, procura o
aprofundamento de uma realidade específica. É basicamente realizada por meio da
observação direta das atividades do grupo estudado e de entrevistas com
informantes para captar as explicações e interpretações do que ocorre naquela
realidade.
Em relação à forma de abordagem do problema, a pesquisa pode ser
considerada qualitativa, ou seja, o foco da pesquisa se atribui a qualidade. As metas
da pesquisa qualitativa se dão através do entendimento, descrição, descoberta e
hipótese em um ambiente natural onde o pesquisador esta apto a realizar uma
coleta de dados. (PRODANOV E FREITAS, 2013).
1.6 METODOLOGIA DE PROJETO
Com relação ao projeto de design, será utilizada a metodologia proposta por
Lobach (2001). Para o autor, todo o processo de design é um processo criativo e de
solução de problema, por isso, ele descreve seu método em etapas a serem
percorridas para encontrar soluções para produtos inovadores. Lobach (2001) afirma
que pode-se chegar no melhor resultado através de quatro requisitos: primeiro é
necessário definir o problema a ser explorado, após a conclusão dessa etapa, é
realizada uma coleta de dados e informações sobre o problema em questão para
que o passo seguinte seja o desenvolvimento de alternativas e soluções e por fim,
fazer uma análise das alternativas produzidas anteriormente para poder começar a
desenvolver o produto final (figura 1).
16
Figura 1 – Processo de design.
Fonte: Lobach (2001).
Além desses quatro passos, Lobach (2001) afirma que cada uma dessas
fases possuem uma análise individual, ferramentas de pesquisa e desdobramentos
relacionadas ao seu contexto.
Ainda segundo Lobach (2001), na Análise do Problema, é realizado o estudo
das necessidades, análise da relação do produto com o ambiente em questão,
análise do mercado, concorrentes, materiais, processos de fabricação e exigências
para com o novo produto. Para este trabalho, serão realizados estudos das
necessidades a partir de entrevista e observação; análise de concorrentes com
visitação de parques de Florianópolis; e análise de materiais e processo de
fabricação com especialistas da área; já que de acordo com o autor, dependendo do
problema que se analisa quais os estudos interessantes a serem feitos.
Já na Geração de Alternativas, são definidos os requisitos a partir da análise
do problema, geradas as alternativas de solução, ideias, rascunhos e modelos. Feito
17
isso, é realizada a Avaliação das Alternativas feitas na etapa anterior, que será feita
com uma matriz multicritério. Esta é a etapa onde é escolhida a melhor solução
seguindo características e necessidades estudadas. Por fim, é Realizada a Solução
seguindo o desenho técnico, desenhos de representação, documentando todo o
projeto.
18
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 DESIGN
2.1.1 Conceito
Design tem origem do latim, na qual, segundo Cardoso (2008) o substantivo
design se refere tanto à ideia de plano, desígnio, intenção, quanto à de
configuração, arranjo, estrutura. E neste sentido, a língua inglesa admite falar do
design de objetos que vão além dos de fabricação humana, como falar do design do
universo ou de uma molécula. “A origem mais remota da palavra está no latim
designare, verbo que abrange ambos os sentidos, o de designar e o de desenhar”
(CARDOSO, 2008, p.16).
Segundo Burdek (2006), design é um processo criativo, onde “os
desenvolvimentos socioeconômicos, tecnológicos e especialmente os culturais, mas
também os fundamentos históricos e as condições de produção técnica tem papel
importante.” (BURDEK, 2006, p.41). Nesse sentido, é fundamental o conhecimento
sobre seu processo criativo, incluindo ainda fatores ergonômicos, ecológicos,
políticos e ainda artísticos-experimentais.
“Design é a visualização criativa e sistemática dos processos de interação e
das mensagens de diferentes atores sociais; é a visualização criativa e
sistemática das diferentes funções de objetos de uso e sua adequação às
necessidades dos usuários ou aos efeitos sobre os receptores.”
(SCHNEIDER, 2010 p. 197)
Com seu processo criativo e o domínio de técnicas para a aplicação do
conhecimento, outra questão importante e necessária para o sucesso e valorização
de um produto de design é a inovação. O processo criativo e a inovação devem
estar sempre associados para tornar o produto competitivo e que supere as
necessidades dos usuários. Para a criação de um produto, é necessário seguir uma
linha de raciocínio, onde de acordo com Lobach (2001), deve-se gerar uma solução
diante de necessidades apresentadas, através da fabricação física destes produtos.
O autor define design industrial como um “processo de adaptação dos produtos de
uso, de fabricados industrialmente, às necessidades físicas e psíquicas do usuário
19
ou grupos de usuário” (LOBACH, 2001, p.22). Um designer de produto que consiga
colocar em prática seu conhecimento, geração de alternativas e ideias e ferramentas
de pesquisa, todos esses elementos juntos, num mesmo projeto, podem ser
considerados um bom profissional.
2.1.2 Design de Produto
Para Löbach (2001), o design de produto está diretamente relacionado à
inovação e a satisfação das necessidades do usuário. Um projeto bem elaborado
significa que o mesmo atendeu as necessidades e vontades do público, que acaba
depositando expectativas e desejos de produtos que superem cada vez mais os
anteriores presentes no mercado. Considera portanto, o designer como um dos
responsáveis das necessidades das pessoas.
Kotler (2000), diz que é necessário que as empresas diferenciem design de
estilo e apostem nas soluções de design para inovar o mercado. Por outro lado,
Moraes (2008) define o momento atual como de alto desenvolvimento tecnológico
em relação as indústrias, sendo consequentemente um momento propício para
posicionar o homem como centro e a referência maior na concepção de novos
produtos:
“Antes de iniciar e desenvolver um produto, é necessário tecer críticas sobre
o conceito do projeto, refletir, questionar e repensar a necessidade real de
uso e as verdadeiras chances do produto no mercado-alvo. Assim,
estaríamos contribuindo não somente para a boa qualidade dos produtos
industrializados, mas também seríamos os primeiros a selecioná-los antes
de sua entrada para o mercado consumidor. Caberia então, ao designer e
as indústrias desempenhar o papel de mediadores para uma melhor
interação entre produto e usuário, uma vez que os objetos chegariam mais
bem resolvidos ao Mercado e teriam mais chances de obter sucesso junto
aos consumidores.” (MORAES, 2008, p. 120)
Sendo assim, juntando um bom conhecimento do processo criativo, e ainda mais
importante, realizando um bom processo criativo em relação a escolha dos materiais,
formas, cores, ergonomia, funções práticas, estéticas e simbólicas, será possível obter um
resultado que atenda as expectativas e necessidades do público que o aguarda.
20
2.1.3 Ergonomia
A palavra ergonomia está diretamente relacionada com o estudo feito para
identificar as melhores formas de um projeto, para que o mesmo não traga danos
físicos e mentais para o usuário, resultando em um produto satisfatório para quem
utiliza e para o responsável pela sua criação:
“Ergonomia é o estudo do trabalho em relação ao ambiente em que é
desenvolvido e com quem o desenvolve (trabalhador). A ergonomia nada
mais é do que adequar ou adaptar o local de trabalho ao trabalhador,
visando evitar acidentes ou doenças profissionais“ (OLIVEIRA NETTO;
TAVARES, 2006)
Conforme Netto (2010), a aceitação do produto depende diretamente de
fatores como: facilidade de produção, durabilidade e eficiência. Todos esses fatores
são relacionados com a ergonomia do produto, sendo a mesma responsável por
uma melhoria na qualidade de vida dos usuários e do próprio produto, ganho de
tempo nas linhas de produções, economia com matéria-prima. O design e a
ergonomia estão cada vez mais presentes no mesmo contexto, e o motivo dessa
união são as exigências por parte do usuário, tendo em vista que esses dois pontos,
nomeados no início, se tornam diferenciais e definitivos para os produtos no
mercado atual.
Para um bom desenvolvimento de projeto, é necessário um mínimo de
conhecimento em relação a ergonomia, sendo que Iida (2000) define como os
objetivos práticos da ergonomia a segurança, satisfação e bem estar dos
trabalhadores no seu relacionamento com sistemas produtivos, e o resultado desse
processo bem sucedido é a eficiência. O autor ainda afirma que diante dos fatos
constados sobre o processo de realização de um estudo sobre ergonomia no design,
foi possível obter melhores condições de trabalho, aperfeiçoamento do sistema
homem-máquina e uma otimização do trabalho.
Segundo a Associação Brasileira de Ergonomia (ABERGO), podem ser
destintos três tipos de ergonomia: a ergonomia física, que entende-se por fatores
relacionados com a anatomia do ser humano, ou seja, as medidas do corpo
humano, a postura, o movimento, as forças exercidas pelos músculos e ossos;
ergonomia cognitiva que trata das questões psíquicas do usuário, como o stress que
21
pode ser causado pela realização de certa atividade ou o desempenho da mesma; e
por fim, a organizacional, A antropometria é uma área de estudo dentro da
ergonomia física, que trata das medidas do corpo humano. No projeto, ela é aplicada
na definição das dimensões do produto, e pode ser aplicada através de tabelas já
feitas ou de uma nova medição do público.
Por tudo isso, a ergonomia se torna essencial em qualquer tipo de projeto,
devendo estar presente em todas as fases de desenvolvimento do mesmo, um
projeto de produto apropriado requer a interação com a prática da ergonomia. Após
colocado em prática, outras questões relacionadas também podem surgir, como é o
caso da aceitação de que as responsabilidades pelas decisões do projeto devem ser
divididas entre todos os especialistas que fizeram parte do processo de criação do
produto, como a definição da forma e da cor, levando em conta aspectos que
envolvem o produto e seus possíveis usuários.
2.1.4 Forma
Podemos considerar a forma como: “a figura ou a imagem vísivel do
conteúdo. De um modo mais prático, ela nos informa sobre a natureza da aparência
externa de alguma coisa. Tudo que se vê possui forma” (GOMES, 2004, p.39)
No geral, tudo o que podemos ver tem forma. Segundo Dondis (2001), muitas
vezes, nossa capacidade de interpretar mensagens visuais é feita de forma
instintiva, ou seja, pode ser baseada em nossos costumes e ações, sendo assim são
influenciadas diretamente por culturas, estados psicológicos e até mesmo o
ambiente em questão. Porém, para que o produto final alcance seus objetivos
estéticos e também em relação a sua forma, é necessário que o designer treine sua
visão, ainda de acordo com Dondis (1991).
Para Oscar Niemeyer (1978), formas não são necessariamente simples e
funcionais, elas precisam que suas linhas e curvas criem contrastes no corpo a ser
analisado, como mostra a figura 2. Então, segundo Niemeyer: “quando um forma cria
beleza ela tem uma função e das mais importantes…”. Niemeyer faz essa afirmação
diante de sua história na arquitetura, mas o mesmo serve para cada projeto de
design. Para cada projeto existe um objetivo e uma necessidade a ser atendida,
como mostra a figura a seguir, ou seja, é necessário encaixar tanto a função estética
quanto a função prática, e nos dois casos ainda adaptar formas e cores, para que o
22
desempenho do trabalho seja o mais satisfatório e solucionar a problemática
proposta.
Figura 2 - Rascunhos Niemeyer
Fonte: Niemayer (1998)
2.1.5 Cor
Segundo Eller (2006) socióloga, psicóloga e professora de Teoria da
Comunicação e Psicologia da Cor Eva Heller, “conhecemos muito mais sentimentos
do que cores. Dessa forma, cada cor pode produzir muitos efeitos, frequentemente
contraditórios. Cada cor atua de modo diferente, dependendo da ocasião...”, como
mostra a figura 3 a seguir:
23
Figura 3 - Psicologia das Cores
24
Fonte: Heller (2000)
“As cores influenciam o ser humano e seus efeitos, tanto de caráter
fisiológico como psicológico, intervêm na vida das pessoas criando alegria
ou tristeza, exaltação ou depressão, atividade ou passividade, calor ou frio,
equilíbrio ou desequilíbrio, ordem ou desordem, etc.” (FARINA, 2006, p. 02)
25
Para Silveira (2015), sobre a história da teoria da cor, ela pode ser estudada
em três aspectos diferentes. O primeiro deles é o aspecto da construção física da
cor, ou seja, momento em que acontece de fato a percepção visual cromática, tendo
a luz como protagonista. Nesse aspecto, a cor é definida como “uma sensação
percebida em certas organizações nervosas a partir do estímulo da luz, isto é, a cor
seria o resultado da ação da luz sobre os olhos primeiramente”. Ou seja, a luz é
indispensável no processo de percepção visual, juntamente com os dois outros
aspectos estudados, os aspectos fisiológicos e os aspectos culturais simbólicos.
Sobre os aspectos fisiológicos, leva-se em consideração os efeitos químicos
que influenciam na construção perceptiva e simbólica da cor, já sobre os aspectos
culturais simbólicos, implica toda a comunicação exercida pelo ser humano, por
fazerem parte de um cultura. Silveira (2015) explica que, para cada cultura, a cor
terá significados distintos, variando de país para país. Um exemplo disso é a
associação feita com algumas cores: na China, o vermelho é usado em atividades
como casamentos, funerais e outros dias festivos, já que essa cor representa
celebração e sorte. Outro exemplo é o branco, comum no Brasil para vestidos de
noiva, pois é dita como a cor da pureza, por outro lado, nas culturas orientais tem
papel de representar luto e morte. E assim pode-se fazer centenas de associações e
representações de cores em diversas situações e culturas, mas com o passar do
tempo, cada povo terá um significado único e pessoal para cada cor em questão
“O observador pode sentir sensações diferentes observando as cores.
Cores escuras causam uma sensação de peso e fazem uma ligação com a
terra. Por outro lado, tons claros produzem uma sensação de leveza e
flutuação. Com o emprego desses conhecimentos podemos influir nos
aspectos de design do produto. Para tal, é preciso saber que efeitos se
pretende obter com o uso das cores.” (LOBACH, 2001, p. 169)
Como foi mencionado anteriormente, segundo Farina (2006), às vezes, a cor
tem um significado para cada cultura, mas existem casos da associação das cores
serem feitas mundialmente. O laranja e o vermelho, por exemplo, são cores que
trazem sentimentos como desejo, energia e alerta, e muitas vezes pode ser usado
em projetos com comidas, bebidas e até esportes, dependendo da função
empregada. Para garantir que a emoção a ser sentida, seja o a segurança, muitas
26
vezes a cor escolhida por ser o azul, que na psicologia das cores é visto como
tranquilidade, tradição e satisfação.
Em um projeto, esses três aspectos citados acima devem sempre estar
relacionados em harmonia e ligados um ao outro. Além disso, é imprescindível o
conhecimento do profissional sobre a percepção da cor, considerando então o
processo como um todo, que o mesmo acaba se tornando um “efeito dominó”, onde
cada etapa do processo depende da outra para ser concluído.
Por esses e outros motivos, para Farina (2006), Silveira (2015) e Lobach
(2001), a escolha da cor é um fator decisivo para a impressão e a emoção causada
pelo o produto de design em relação a seu usuário e/ou observador. Pois diante de
sua funcionalidade, ergonomia do produto, espaço escolhido onde será localizado,
das formas e formatos que estarão presentes e das cores escolhidas para compor
todos esses aspectos, que o receptor terá seu veredicto em relação ao produto final,
trazendo sensações e sentimentos positivos ou negativos.
2.1.6 Materiais
Para Cunha (2009), novas tecnologias que minimizem a geração de resíduos
fazendo o uso racional de matérias primas como energia e água, com a utilização
correta de materiais são essenciais.
Segundo autor Manzini (2008) o designer tem um papel relevante na escolha
e aplicação dos materiais empregados, por isso, deve-se considerar o mesmo em
relação à escolha das fontes energéticas necessárias ao funcionamento do produto
durante o uso, e juntamente com a estrutura buscando na inovação algo que possa
ser trabalhado sem afetar o meio ambiente.
“Num projeto de produto típico, a escolha definitiva de um ou mais materiais
é formalmente estabelecida na etapa de detalhamento (também
considerada como especificação do produto) sendo, em geral, reflexo de
uma sequencia de levantamentos estudos e avaliações que vêm ocorrendo
desde o inicio da atividade projetual.” (LIMA, 2006, p. 12)
27
2.1.6.1 Lâmpadas de LED
As lâmpadas de led vêm crescendo no mercado, e substituindo as lâmpadas
fluorescentes. Por mais que não sejam de tamanha eficiência, sua durabilidade, e
economia são extremamente eficientes.
“Esse tipo de utilização, em que a tecnologia nova é adaptada para
substituir as anteriores e, assim, ser consumida imediatamente é chamado
de “mimetização” ou “retrofit” pelos luminotécnicos. O uso dos LEDs no
formato de lâmpadas pré- existentes já é muito interessante, pois embora
tenha um custo inicial elevado, o LED tem vida útil muito mais longa do que
as incandescentes e fluorescentes, além de ter um consumo de energia
muito baixo, o que compensa o custo inicial. A utilização das “lâmpadas”
compostas por LEDs é especialmente boa no uso externo, porque sua
reprodução de cor ainda não é excelente (em torno de IRC80, enquanto as
fluorescentes chegam a IRC85-95 e incandescentes IRC100). Embora já
seja satisfatória, tende a melhorar ainda mais.” (Forte e Ferraz, 2010)
Embora não seja uma solução de iluminação muito barata é possível entender
que ela se paga, pela sua economia e durabilidade, se tornando uma peça
fundamental na questão sustentável.
2.1.6.2 Luminárias Solares
Outra alternativa ecológica seriam as luminárias solares. Como o nome já diz,
elas funcionam à base de luz solar, e Iluminam de maneira ecológica e gratuita.
Elas funcionam como um sistema de captação de energia solar normal, que
na cobertura é instalada a placa e distribui a energia pela casa, porém de forma
isolada. Isto é, cada luminária tem uma placa, e funciona de maneira independente,
captando e reservando a energia necessária para o seu funcionamento nas baterias
que possuem internamente.
Nas luminárias, são instalados os painéis solares, os mesmo que captam
energia e garantem o funcionamento diário da lâmpada interna. Toda essa energia
armazenada durante o dia, é utilizada no começo da noite, em dias que a captação
de energia solar é menor, como por exemplo, em dias nublados ou chuvosos, as
28
luminárias dispõem de reservas armazenadas suficiente para o funcionamento da
iluminação durante várias noites consecutivas.
2.1.6.3 Plástico Reciclável
Para essa pesquisa, foram considerados materiais que resultaram de
reciclagem ou que façam possível a mesma, minimizando danos já causados
anteriormente. Estes materiais serão citados a seguir.
Na lista dos polímeros originados do petróleo, segundo o site Eco4planet
(2009), estão os da categoria termoplásticos, que são aqueles que amolecem ao
serem aquecidos, podendo ser moldados. Uma vez resfriados endurecem e tomam
uma determinada forma. Como esse processo pode ser repetido várias vezes, esses
polímeros são recicláveis podendo ser reaproveitados. O site Eco4planet (2009)
alerta que os termoplásticos reciclados não podem ser empregados em embalagens
de alimentos a fim de se evitar contaminações provenientes de tintas e produtos
tóxicos. Este tipo de material reciclado pode se transformar em lixeiras, baldes,
mangueiras, sacos de lixo e outras modalidades.
Consideraram-se sete tipos de termoplásticos e alguns exemplos de
aplicação, a seguir, citados pelo site Eco4planet (2009):
• PET (Polietileno Tereftalato) - Utilizado em frascos de refrigerantes, de
produtos de limpeza e farmacêuticos, e em fibras sintéticas.
• PEAD (Polietileno de Alta Densidade) - São utilizados na confecção de
engradados para bebidas, garrafas de álcool e de produtos químicos, bambonas,
tambores, cestos de lixo, tubos para líquidos e gás, e tanques de combustível.
• PVC (Policloreto de Venilha) - São utilizados em frascos de água mineral,
em tubos e conexões para água. em calçados, em encapamentos de cabos
elétricos, equipamentos médico cirúrgico, lonas, esquadrias e revestimentos.
• PEBD (Polietileno de Baixa Densidade) - São empregados nas embalagens
de alimentos, sacos industriais, sacos para lixo, filmes flexíveis, e lonas agrícolas. 54
• PP (Polipropileno) - Empregados em embalagem de massas alimentícias e
biscoitos, potes de margarina, seringas descartáveis, equipamentos médico
cirúrgicos, fibras e fios têxteis, utilidades domésticas e autopeças.
29
• PS (Poliestireno) - Usado em copos descartáveis, placas isolantes,
aparelhos de som e de TV, embalagens alimentícias, revestimento de geladeiras, e
material escolar.
O quadro abaixo mostra um comparativo à outros materiais recicláveis:
Quadro 1 – Comparativo de Materiais
MATERIAL PONTOS POSITIVOS
PONTOS NEGATIVOS
Polímeros
Grande durabilidade ao
ficarem expostos às condições climáticas,
resistentes, fáceis de modelar.
Se não reciclados, demoram séculos para se degradar.
Madeira
Resistentes, Média durabilidade ao
ficarem expostos às condições climáticas.
Processo de reciclagem
de alto custo, difíceis de modelar, alto custo no geral.
Papelão Processo de reciclagem
de baixo custo.
Pouca durabilidade ao
ficaram expostos as condições climáticas,
não são laváveis, frágeis.
Fonte: Adaptado de Ecoplanet (2009) e Spinacé e Paoli (2005).
Segundo Spinacé e Paoli (2005), o processo de reciclagem de polímeros
pode ser classificada em 4 categorias: primária e secundária, que são conhecidas
como reciclagem mecânica, tendo como diferenças que na primeira se usa polímero
pós-industrial e na segunda pós-consumo; terciária que é conhecida como
reciclagem química; e quaternária, também conhecida como energética.
Sobre a reciclagem mecânica, Spinacé e Paoli (2009) afirmam:
“A reciclagem mecânica pode ser viabilizada através do reprocessamento
por extrusão, injeção, termoformagem, moldagem por compressão, etc.
Para este fim são necessários alguns procedimentos que incluem as
30
seguintes etapas: 1) separação do resíduo polimérico, 2) moagem, 3)
lavagem, 4) secagem, 5) reprocessamento e, finalmente, a transformação
do polímero em produto acabado. Existem variações nestas etapas devido à
procedência e o tipo de polímero, além das diferenças de investimentos e
equipamentos utilizados nas plantas de processamento.” (Spinacé e Paoli,
2009, p.66)
Já a reciclagem química, afirmam os autores, ocorre pelo processo de
despolimerização por solvólise ou por métodos térmicos ou catalíticos, e se o reuso
do resíduo polimérico não é prático ou econômico, é possível fazer uso de seu
conteúdo energético através da incineração, configurando a reciclagem energética
(SPINACÉ; PAOLI, 2009).
2.2 PARQUES URBANOS
2.2.1 Conceito
De acordo com o Art. 8º, § 1º, da Resolução CONAMA Nº 369/2006, no Brasil,
considera-se área verde de domínio público "o espaço de domínio público que
desempenhe função ecológica, paisagística e recreativa, propiciando a melhoria da
qualidade estética, funcional e ambiental da cidade, sendo dotado de vegetação e
espaços livres de impermeabilização" (CONAMA, 2006). São exemplos de área
verde urbana praças; parques urbanos; parques fluviais; parque balneário e
esportivo; jardim botânico; jardim zoológico; alguns tipos de cemitérios; faixas de
ligação entre áreas verdes.
No Brasil, parques urbanos são áreas verdes com função ecológica, estética
e de lazer, com uma extensão maior que praças e jardins públicos. Segundo o
governo(colocar fonte exata), parque é todo o local terrestre e/ou aquático destinado
a proteção de áreas representativas de ecossistemas. Além disso, essas áreas
podem ser destinadas também à atributos naturais ou paisagísticos, sítios
geológicos de grande interesse científico, educacional, recreativo ou turístico, cuja
finalidade é resguardar atributos excepcionais da natureza, conciliando a proteção
integral da flora, da fauna e das belezas naturais com a utilização para objetivos
científicos, educacionais e recreativos.
31
“Todos os espaços são geográficos são determinados pelo movimento da
sociedade, da produção. Mas tanto a paisagem como o espaço, resultam de
movimentos superficiais e de fundo da sociedade, uma realidade de
funcionamento unitário, um mosaico de relações, de formas, funções e
sentidos.” (SANTOS, 2014, p.61)
2.2.2 Parque da Luz
Segundo a Associação Amigos do Parque da Luz, o Parque da Luz é uma
área Verde de Lazer, localizada no centro de Florianópolis, nos altos da Rua Felipe
Schmidt. Inicialmente conhecido como Colina da Vista Alegre, foi implementado ali
um cemitério no ano de 1941, que ficou em uso até 1920. A partir dessa data, o
cemitério foi transferido para o bairro Itacorubi, pois foi preciso dar lugar as ruas de
acesso a Ponte Hercílio Luz.
Em 1986, foi lançado o projeto inicial para o Parque, mas somente na década
de 90, quando foi cogitada a construção de uma sede da Prefeitura Municipal, houve
movimentação popular a favor da preservação da área. Segundo a FLORAM (2009),
os ecossistemas começaram a sofrer graves alterações e impactos a partir do século
XXI, quando houve uma grande ocupação do espaço urbano provocado pelo
crescimento urbano. A partir disso, foram criadas leis de proteção ambiental com o
objetivo de uma maior preservação e consciência ambiental da sociedade.
Em 1997 foi criada a Associação Amigos do Parque da Luz, com o objetivo de
preservar esta área de grande valor histórico e paisagístico da cabeceira insular da
Ponte Hercílio Luz, a partir da conscientização comunitária e ambiental, visto que a
ajuda do governo não tenha sido suficiente para a preservação do parquet em
questão. Neste sentido foram realizados inúmeros encontros artísticos musicais,
moções científicas e políticas, até que o parque fosse compreendido e assimilado
pela cultura urbana como espaço vital, segundo o próprio site
Com o intuito de dar uma destinação definitiva para a área e acabar com as
ameaças de ocupação a que ela sempre esteve submetidas (órgãos públicos,
hotéis, shopping, centro de convenções, etc.) coletou-se cerca de 10 mil assinaturas
que serviram de suporte para transformação definitiva do local em Área Verde de
Lazer, e posteriormente, para ser chamado oficialmente Parque da Luz. Atualmente
conta com uma área de 37.435 m2, um campo de futebol, flora diversificada, mesas,
32
bancos e outros mobiliários, quase todos em péssimo estado de conservação.
Assim, apesar de todo crescimento da cidade, desde então o Parque da Luz
permanece aberto e público, compondo um cenário paisagístico, ecológico, artístico
e cultural, características indispensáveis aos dias atuais para que cidade (figura 4).
Figura 4 - Parque da Luz
Fonte: Associação Amigos do Parque da Luz (2017)
Como constatado durante a análise e pesquisa para a realização deste
projeto, para que um parque urbano se torne bem sucedido é necessária a
apropriação dos usuários no local em questão.
33
2.3 MOBILIÁRIO URBANO
2.3.1 Conceito
A legislação brasileira, por meio da Lei 10.098/2000, define o termo mobiliário
urbano como “conjunto de objetos presentes nas vias e espaços públicos,
superpostos ou adicionados aos elementos da urbanização ou da edificação”
(BRASIL, 2000). Já a Associação Brasileira de Normas e Técnicas, que é a
responsável pela elaboração das normas brasileiras (ABNT NBR, 1986), asseguram
as características desejáveis de produtos e serviços, como qualidade, segurança,
eficiência, e bem como respeito ambiental. Além disso, considera mobiliário urbano
“todos os objetos, elementos e pequenas construções integrantes da paisagem
urbana, de natureza utilitária ou não, implantada mediante autorização do poder
público em espaços públicos e privados” (ABNT, 1986, p.1).
Essas normalizações, como um processo de formulação e aplicação de
regras para solucionar problemas existenciais e até mesmo potenciais, estabelecem
as condições que possibilitem que um produto, projeto ou serviço atendam às
finalidades a que se destinam, além de auxiliarem na autodisciplina dos agentes
ativos dos mercados, ao simplificar os assuntos, visando à ordenação em um dado
contexto. Ainda que diversos outros autores tenham conceitos e definições
diferentes – inclusive sobre a designação do nome “mobiliário urbano” – este projeto,
terá a ABNT como principal base teórica, visto que atua como Foro Nacional de
Normalização, e assim sendo, se refere a mobiliário urbano como quaisquer
elementos de diferentes escalas, implantados em espaços públicos e privados, cuja
finalidade seja a de auxiliar na segurança, na orientação e no conforto dos usuários.
Segundo MOURTHÉ (1998, p.10,11): “A função do mobiliário urbano vai além
de decorar a cidade, ao mesmo tempo em que sublinha que estes equipamentos
não devem ser tomados como uma peça isolada, com uma função pacífica – e só”.
Sendo assim, A distribuição de bancos, luminárias podem contribuir para incentivar
uma relação mais positiva e animada entre os seus visitantes desses espaços.
(KRAUEL, 2007)
Com objetivo de facilitar ainda mais o conceito de tais mobiliários, a ABNT
(1986) juntamente com Freitas (2008), classificam esses objetos de acordo com
seus critérios funcionais, sendo eles: circulação e transporte, cultura e religião,
34
esporte e lazer, infraestrutura, segurança pública e proteção, abrigo, comércio,
informação e comunicação visual, ornamentação da paisagem e ambientação
urbana.
Além de classificar esses elementos em relação a sua função, Kohlsdorf
(1996), também os incluí na categoria de elementos complementares e os classifica
de acordo com a escala: elementos de informação apostos, pequenas construções,
mobiliário urbano.
Com a classificação conforme o critério funcional, é possível ressaltar ainda
mais a utilidade desses objetos nos espaços públicos, podendo também ser criadas
categorias diferenciadas para cada um. Durante a análise de um conjunto mobiliário
em relação à paisagem, a escala se torna essencial quando objetos interferem mais
que outros em relação a sua dimensão.
2.3.2 Elementos da Urbanização
Para Serra (1998), entendem-se como elementos urbanos, elementos que
possuem as seguintes características:
“são os elementos que, por sua extensão, podem oferecer uma visão
unificada do território da cidade. Podendo incluir rampas de acesso, como
um elemento comum da disposição urbana e aqueles que permitem a
vedação de áreas públicas. Não incluímos a pavimentação, sobre a qual
poderia ser escrito um livro inteiro, e que está em qualquer caso ligado ao
desenho urbano de cada cidade.” (SERRA, 1998, p. 11)
Serra (1998) cita inúmeros exemplos de mobiliários, bancos, banquetas e
cadeiras, fazendo parte da classificação de mobiliários de descanso, colunas de
iluminação, postes, luz de parede e holofotes como mobiliários de iluminação, já nos
elementos de jardinagem e água, caixas de flores, grades de árvores, protetores e
fontes, são os exemplos mais comuns citados pelo autor. Além disso, elementos da
comunicação e elementos comerciais, também fazem parte da composição urbana
de uma cidade, um com objetivo de sinalizar, informar e/ou fazer algum tipo de
propaganda, e o outro é considerado um grupo inteiramente composto por mobiliário
urbano para uso comercial e privativo, tais como floriculturas, sorveterias, bares e
mini mercados.
35
Ainda segundo Serra (1998), seguindo necessidades coletivas da sociedade,
foi necessário desenvolver uma ocupação de espaço, e para isso criado
agrupamentos de ocupação de território, comercialização de produtos, entre outros.
Por isso, tornou-se necessária a organização desses elementos urbanos em locais
públicos e privados, facilitando o conforto dos usuários, padronizando a paisagem e
ainda servindo como função simbólica.
Apesar de muitas cidades ainda não julgarem de suma importância a
preocupação com o desenho e a implantação desses elementos em sua distribuição,
e ainda desconsiderar a relação dos mesmos com seus próprios usuários, a
implantação do mobiliário urbano pode trazer maior complexidade ao ambiente e
contribuir para a poluição visual das cenas urbanas (GUEDES, 2005, MOURTHÉ,
1998).
Em 1975 foi fundada a PPS, sigla utilizada para Project for Public Spaces,
para expandir o trabalho de William (Holly) Whyte, autora de The Social Life of Small
Urban Spaces . Desde então, foram realizados tais projetos em mais de 3000
comunidades em 43 países e em todos os 50 estados dos EUA, tendo também mais
de 900 pessoas em todo mundo que fazem parte do Conselho de Liderança
Placemaking, segundo o site pps.org (2017).
Segundo o site do grupo, pps.org (2017), o Project for Public Spaces (PPS) é
uma organização sem fins lucrativos de planejamento, design e educação dedicada
a ajudar as pessoas a criar e sustentar espaços públicos que criam comunidades
mais fortes. A abordagem do grupo é pioneira de preparação ajuda os cidadãos a
transformar seus espaços públicos em locais vitais que destacam os ativos locais,
estimulam o rejuvenescimento e atendem às necessidades comuns.
Há mais de quatro décadas são discutidas quais características fazem de um
lugar um bom espaço público pelo PPS. Em todo esse tempo, foi trabalhado com
mais de 3.000 comunidades em 43 países do mundo, o que permitiu concordar com
os principais atributos, sem deixar de lado o contexto local. As qualidades e suas
medidas foram representadas em um diagrama, em espanhol, e que propõe quatro
atributos principais: Sociabilidade, Usos e Atividades, Acessos e Ligações, e
Conforto e Imagem (figura 5). Por sua vez, cada um inclui características intangíveis
e critérios mensuráveis.
36
Figura 5 - Espaços Públicos PPS
Fonte: PPS (2009)
O Mission Dolores Park (figura 6), de acordo com o artigo “Ótimos Espaços
Públicos”, localizado em San Francisco, tem colinas que propõe para os visitantes,
aproveitar a visão da cidade. De acordo com a classificação do PPS, este lugar é um
ótimo exemplo de parque local, onde é bastante comum ter eventos e festas, e que
os visitantes praticam algum esporte, como basquete, tênis ou trekking. Além disso,
sua localização torna um local de encontro atraente, porque é entre os distritos de
Castro e Missão que, em termos históricos e culturais, são bastante opostos.
37
Figura 6 - Mission Dolores Park
Fonte: PPS ( 2009)
2.3.3 Mobiliário Urbano em Parques
Para cada espaço existe uma necessidade diferente de preenchimento com
elementos urbanos, no caso de parques, foca-se em elementos que torne o espaço
convidativo, onde seja possível a realização de encontros, prática de esportes,
atividades da comunidade como feiras, shows, aulas, entre tantas outras funções
que possam ser executadas ao ar livre. Jacobs (2007) e a Organização não lucrativa
Project for Public Spaces (2009), defendem que o maior indicativo de sucesso de um
espaço público é a apropriação pelos usuários. Se usuários de diferentes grupos
utilizam o parque, em horas distintas, para atividades distintas, o parque pode ser
considerado bem sucedido. E para isso acontecer, é necessário uma administração
e manutenção dos mobiliários presentes, de tempos em tempos.
Segundo o ArchDaily (2013), mobiliários urbanos tem função tão importante
tanto esteticamente, quanto em relação a seu uso funcional, fazendo com que sua
ausência seja imediatamente percebida pelas pessoas. E consequentemente
transformar uma visita a um lugar em uma experiência negativa, muitas vezes
fazendo com que não tenhamos vontade de voltar. Uma vez que as pessoas saem
de suas casas, utilizam bancos, lixeiras e bicicletários – onde estes existem – e, à
medida que escurece, se sentem mais seguras em ruas iluminadas. Atualmente, já
38
existe em muitos países uma preocupação em implantar nos espaços públicos
equipamentos que, além de satisfazer as necessidades dos habitantes, sejam
também um elemento estético, como mostram as figuras 7, 8 e 9:
Figura 7 - Bicicletário
Fonte: ArchDaily (2013)
Figura 8 - The Rolling Bench
Fonte: ArchDaily (2013)
39
Figura 9 - Banco Comunitário
Fonte: ArchDaily (2013)
2.3.4 Iluminação Pública
Para Mascaró (2006) a iluminação do espaço público se deve de duas
formas: com a luz natural que é proveniente do sol; e por meio artificial, através de
postes, refletores, spots, luminárias e outros.
Postes, postes ornamentais, luminárias, relés, reatores, lâmpada e acessórios
de iluminação, são os componentes mais utilizados quando se trata de luz artificial.
Tendo como um de seus principais objetivos garantir a segurança do meio, uma
iluminação também pode influenciar na paisagem esteticamente. Segundo Mascaró
(2006), pode existir a iluminação diurna, que depende diretamente da iluminação
solar e da abóbada celeste, proveniente de uma iluminação natural, e a iluminação
de uma cena noturna, sendo o oposto da iluminação gerada por luzes naturais. A
responsabilidade do embelezamento da cidade, atmosfera que valorizam e
destacam lugares, edifícios e vias de circulação, fica totalmente nas mãos dos
responsáveis pela criação dessa iluminação. Ainda segundo Mascaró (2006, p.16):
“a aparência do recinto urbano é um componente importante na atração ou interesse
40
que gera a cidade para o desfrute de seus habitantes e visitantes”. Ou seja, quanto
melhor desenvolvida sua funcionalidade e estética, melhor será a distribuição de seu
fluxo luminoso, a composição estética da cidade e seu desenvolvimento em diversas
áreas da economia.
Segundo Hollands e Sprengers (1994), em termos gerais as necessidades de
luz dos usuários de espaços urbanos estão vinculadas à:
Seguridade viária;
Seguridade citadina;
Orientação visual;
Promoção turística ou comercial;
Identidade, ambientação e recreação.
O grau de importância dessas necessidades dependerá das características e
preferencias dos usuários em relação ao recinto urbano onde se desenvolvam suas
atividades (HOLLANDS; SPRENGERS, 1994).
No caso do Parque da Luz, a falta de segurança devido a pouca iluminação
na parte interna do parque, faz com que o resultado seja o oposto do esperado com
uma iluminação eficiente. Para Mascaró (2006):
“Ilumina-se o ambiente à noite para alcançar certos objetivos sociais (ou
econômicos), que incluem segurança, apoio ao desenvolvimento, destaque
às áreas históricas ou espaços verdes públicos ou para enviar mensagens.”
(MASCARÓ, 2006, p.23)
Para Mascaró (2006) e Jacobs (2007), a iluminação faz com que as pessoas
fiquem mais atentas a todos os movimentos, pois tendo um campo de visão
iluminado é possível influenciar em relação ao nível de segurança do frequentador
do espaço em questão. Além disso, principalmente na parte noturna do dia, poderá
influenciar as pessoas a movimentarem e frequentarem mais o local por
consequência da segurança, tornando o lugar mais agradável, ainda que
inconscientemente.
Em um parque, segundo Mascaró (2006) o projeto de iluminação tem que
levar em conta a visão tridimensional, ou seja, é preciso projetar para os três
41
campos de visão. A autora ainda indica que um planejamento da iluminação pública,
deve-se levar em consideração, além da visão tridimensional, a distância do ponto
de luz e as superfícies verticais e também a perspectiva longitudinal dos pontos de
iluminação.
Feito todo o planejamento e execução do projeto de iluminação, levando em
conta também a localização, usuários, clima, e vegetação, conclui-se que as luzes
artificiais se tornam essenciais para um espaço urbano como um parque,
consequentemente tornando um espaço ainda mais agradável e seguro.
Em relação ao tratamento e características de iluminanção para cada zona
variam de acordo com as necessidades dos usuários:
“as características urbanas das zonas residenciais guardam certas
similitudes com a iluminação viária já que contam com as ruas internas mas
apresentam importantes diferenças construtivas, urbanas e funcionais.”
(Mascaró, 2006, p.124)
42
3 RESULTADOS – PROJETO DE DESIGN
Para o projeto do mobiliário urbano foram seguidas as etapas propostas por
Lobach (2001) como apresentado no primeiro capítulo. Os resultados das etapas
são apresentados a seguir.
3.1 ANÁLISE DO PROBLEMA
Para a análise do problema, foram realizadas as atividades de coleta de
dados, como: entrevistas, observação e análise de mercado.
3.1.1 Entrevista
Foi realizada uma enquete junto aos frequentadores do Parque da Luz,
buscando identificar as necessidades destes usuários, além de obter informações
para o desenvolvimento de um mobiliário urbano para o Parque, que aumente a
frequência de visitação.
A enquete foi feita através de entrevistas individuais com 17 pessoas,
sendo 10 homens e 7 mulheres, frequentadores do parque, escolhidas de forma
aleatória, no dia 20 de julho de 2017, durante o período da tarde. O roteiro da
entrevista encontra-se no apêndice A.
Em termos de perfil, percebemos que a maioria dos entrevistados (68%)
tem mais de 31 anos, sendo que 54% tem mais de 46 anos, conforme demonstra o
Gráfico 1. Grande parte destes entrevistados (45%) são moradores da região
(Centro da cidade), ou seja, frequentam o local por estarem próximos. Ao mesmo
tempo, temos uma boa parte de frequentadores que moram em bairros distantes, o
que nos mostra uma boa diversidade de público com relação ao seu local de
moradia, como mostra o Gráfico 2.
43
Gráfico 1 - Idade dos entrevistados
Fonte: O Autor (2017)
Gráfico 2 - Onde residem
Fonte: O autor (2017)
44
Percebe-se também um índice elevado de frequência ao Parque, ao
observarmos que quase a metade dos entrevistados visita o local diariamente
(gráfico 3), e apenas 14% respondeu visitar o Parque apenas nos finais de semana.
Temos aqui um público que apresenta um alto índice de fidelidade de frequência ao
local, que se mostram conhecedores do Parque. Reforça este fato o tempo de
permanência no local, já que boa parte das pessoas afirma ficar no parque por um
tempo em torno de 1 hora (70%), de acordo com o gráfico 4.
Gráfico 3 – Frequência de visitação
Fonte: O autor (2017)
45
Gráfico 4 - Quantas horas passam no local
Fonte: O autor (2017)
A convivência compartilhada também é evidente na enquete, onde 70% dos
entrevistados afirmam visitarem o Parque acompanhados, mostrando a vocação do
local para a sociabilidade, como mostra o gráfico 5.
46
Gráfico 5 - Com quem frequentam
Fonte: O autor (2017)
A importância que o público dá para a iluminação do local fica clara nos
gráficos 6 e 7. Perguntados sobre que tipo de mobiliário sente mais falta no local, a
grande maioria (62%) respondeu iluminação, uma clara demonstração da
preocupação com fatores como segurança, conforto e tranquilidade nos passeios.
Além disso, 77% afirmam que passariam a frequentar mais o Parque caso fosse
melhorada a questão da iluminação.
47
Gráfico 6 - Quais mobiliários urbanos sentem mais falta
Fonte: O autor (2017)
Gráfico 7 - Visitariam o parque com mais frequência se houvesse a implantação desse
mobiliário.
Fonte: O autor (2017)
48
3.1.2 Observação
Através da técnica de observação, é possível extrair informações de grupos e
situações que com outros tipos de técnicas talvez não fosse possível ou tornaria um
ato mais complexo. A observação atenta dos detalhes coloca o pesquisador dentro
do cenário de forma que ele possa compreender a complexidade dos ambientes
psicossociais, ao mesmo tempo em que lhe permite uma interlocução mais
competente (ZANELLI, 2002).
Sendo assim, foi através dessa técnica, na tarde do dia 17 de agosto de 2017
por volta das 17:00, com um caderno e caneta que foram realizadas as constatações
a seguir.
As pessoas em sua maioria se direcionavam ao parque com roupas
despojadas, aparentemente após chegarem em casa de um dia de trabalho. Além
disso, algumas estavam com roupas de academia, tendo como intuito se exercitar ou
se alongar nos poucos mobiliários próprios para tais atividades. Quem não estava
com objetivo de se exercitar ficava durante um período mais curto de tempo,
enquanto os atletas realizavam corridas, caminhadas ou alongamentos.
Outros grupos de pessoas tinham como objetivo dar uma caminhada com seu
animal de estimação, sendo cachorros em sua unanimidade. Essas pessoas
permaneciam por mais tempo no parque, pois se juntavam com outros donos de
animais, ficando para uma conversa e deixando os cachorros soltos para passear e
brincar.
Algumas pessoas passavam pelo parque simplesmente por parecer caminho
mais agradável do que a beira de uma calçada, e onde algumas delas encontravam
conhecidos e acabavam ficando um pouco mais tempo do que o pretendido.
Mais para o fundo do parque havia dois ou mais moradores de rua, que
permaneceram sentados nos bancos de madeira que existem do outro lado do
degradado campinho de futebol.
Os mobiliários existentes são pouco convidativos, tão pouco exercem sua
verdadeira função. Bancos quebrados ou sujos, lixeiras enferrujadas e sem sacos
para o lixo, playground infantil sem segurança e por fim, a falta de iluminação
necessária para a permanência no parque após as 19:00.
49
A maioria das pessoas deixou o local assim que começou a escurecer.
Poucas outras chegaram para passear com seus cães, e menos ainda para
caminhadas ou exercícios.
3.1.3 Análise de similares
Lobach (2001) define a análise do mercado como a etapa em que são
reunidos e analisados todos os produtos da mesma classe oferecidos ao mercado,
que fazem concorrência ao novo produto. Sendo assim, o quadro 2 a seguir
apresenta uma análise de 3 concorrentes diretos do produto.
Quadro 2 - Similares e Concorrentes.
TABELA DE SIMILARES/CONCORRENTES
PRODUTO CARACTERÍSTICAS PONTOS
POSITIVOS PONTOS
NEGATIVOS VALOR
Luminária Sustentável
Possui uma placa fotovoltaica de 70W
que capta a luminosidade do sol e a transforma em
energia, armazenada, então, em uma bateria. As doze lâmpadas de
LED ligadas à bateria são
acionadas de forma automática, por um
sensor.
Resistência de sua
estrutura e na capacidade de
embutir a placa solar fotovoltaica.
Processo de alto custo.
R$ 3.291,54.
Árvore Solar
O poste é equipado com células
fotovoltaicas que transformam a luz do sol em eletricidade.
Em formato de árvore, o poste tem 20 hastes verdes
com painéis solares e galhos de LED. As luzes se acendem automaticamente quando escurece.
Capacidade para fornecer luminosidade durante três dias, design premiado.
Processo de fabricação de
alto custo.
Não encontrado.
50
Luminária Solar
Processo de sistema de captação de
energia solar que se instala na cobertura e distribui a energia.
Iluminam de maneira
ecológica e gratuita.
Pouca durabilidade
ao ficaram
expostos as condições
climáticas, não são laváveis,
frágeis.
R$ 27,00/ R$50,00
Fonte: Adaptado de Ambiente Sustentável (2012) e Blog da Engenharia (2017)
A seguir, as luminárias citadas anteriormente são apresentadas nas figuras
11, 12 e 13:
Figura 10 – Luminária Sustentável.
Fonte: Ambiental Sustentável (2012)
51
Figura 11 – Árvore solar.
Fonte: Ambiental Sustentável (2012)
Figura 12 – Luminária solar
Fonte: Blog da Engenharia (2017)
52
Analisando os dados do quadro 2, todas usam o sistema de captação de luz
solar, iluminando de maneira ecológica e gratuita. Pode-se perceber que precisam
ser resistentes se forem ficar expostas a condições climáticas, como é o caso de
uma área externa.
Atualmente as luminárias que se encontram nos parques de Florianópolis, são
as apresentadas no quadro 3. Como pode ser notado, nenhuma possuí material
ecológico e energia renovável, além de ter um design pouco explorado. Não foi
possível encontrar o material utilizado para a fabricação das mesmas, por isso, os
materiais descritos ali são apenas uma suposição pelo que a autora conseguiu
perceber em análise visual.
53
Quadro 3 – Concorrentes de Florianópolis
Fonte: O autor (2017)
54
3.1.4 Requisitos de Projeto
Com a análise do problema, foi possível chegar nos seguintes requisitos de
projetos:
Melhorar questões de segurança que o parque enfrenta;
Não interferir na estética do parque;
Ter a Ponte Hercílio Luz como conceito principal;
Resistir a interperes;
Ser de material ecológico;
Ter energia renovável.
Como o Parque da Luz está localizado na cabeceira da Ponte Hercílio Luz, foi
decidido usar a mesma como conceito para o desenvolvimento deste projeto.
Segundo as entrevistas realizadas no local, os entrevistados relataram que
uma luminária seria o objeto de maior necessidade para o local, visto que hoje apenas
os postes da rua Felipe Schmidt cumprem o papel de iluminar o parque.
Como o Parque da Luz é localizado na parte central da cidade, além de ser
usado por pessoas do bairro para lazer, ele também é considerado um parque de
passagem. Por essas razões, o design da luminária não pode interferir na sua
estética, para que os frequentadores não percam a identidade trazida inicialmente
pelo Parque da Luz.
Como todos os produtos, além de sua função estética, sua parte funcional é
de suma importância, por isso, seu material foi escolhido de forma que tenha o menor
impacto ambiental possível, tornando o mobiliário ecológico. Além desse critério, a
resistência as temperaturas e condições climáticas também são indispensáveis para
este produto, pelo fato de que será implantado para área externa.
A escolha de materiais ecológicos e energia renovável tem como objetivo
conscientizar ainda mais a população e mais precisamente os usuários do parque,
para que tenham um exemplo de solução ecológica o mais perto possível do dia a dia
das mesmas.
55
3.2 GERAÇÃO DE ALTERNATIVAS
Para a geração de alternativas, definiu-se como o conceito do produto uma
das simbologias mais marcantes para Florianópolis, a Ponte Hercílio Luz. Após da
definição do conceito do produto, iniciaram-se os primeiros estudos que darão forma
à luminária. No processo de criação da geração de alternativas foram utilizados
painéis de imagens, como os painéis semântico de estilo de vida, expressão do
produto e tema visual, que são quadros que tem como objetivo auxiliar no
desenvolvimento de produtos, através de imagens que expressam contexto e
sentimentos associados ao projeto.
Com o painel de estilo de vida (figura 13), foi possível observar o estilo de
vida dos usuários do parque, que serviram como fonte de pesquisa e inspiração para
a criação de uma nova proposta de luminária.
56
Figura 13 – Painel de estilo de vida.
Fonte: O autor (2017)
Já no painel semântico 02 (figura 14), foram coletadas imagens em relação ao
conceito do produto em questão. Fontes de inspiração como o meio ambiente,
símbolos locais, ecologia, entre outros.
Neste caso, o principal conceito do produto foi a Ponte Hercílio Luz. Foi
através dela que as formas e desenho do produto final serão desenvolvidas. O apelo
ecológico do produto se dará através do uso de materiais ecológicos e para isso foi
57
montado o painel com as imagens abaixo para servirem de base e inspiração para
geração de ideias.
Figura 14 – Painel de expressão visual.
Fonte: O autor (2017)
No painel semântico 03 (figura 15), foram escolhidas imagens que remetem o
ao tema visual que se gostaria de ter no produto, representado o avanço da
tecnologia, possíveis mudanças em produtos existentes, tendências para o futuro de
diferentes produtos.
Através do painel abaixo, é possível analisar as possível formas, materiais e
usos de alguns objetos já existentes hoje mas se adequando ao futuro. Como o LED
58
hoje ainda não é tão acessível para algumas pessoas, possivelmente se torne mais
usual num futuro próximo, assim como formas mais simples e orgânicas, que
também servirão de inspiração para o desenvolvimento deste projeto.
Figura 15 – Painel de tema visual.
Fonte: O autor (2017)
A partir dos painéis semânticos e de outras técnicas de criatividade como o
brainstorming e analogias foram geradas algumas alternativas. As principais
alternativas são apresentadas a seguir.
Como se pode observar na figura 16, a primeira alternativa, não saiu muito
dos padrões vistos na atualidade, pode até ser considerado um estilo de luminária
59
mais clássica sem muito risco, ou seja, predominou o formato vertical, visto em
luminárias públicas em sua grande maioria.
Figura 16 – Alternativa 01.
Fonte: O autor (2017)
A partir da alternativa 02 (figura 17), nota-se uma mudança no formato da
iluminação a ser projetada. Curvas e formas começam a dar vida e um ar mais
dinâmico para o produto.
60
Figura 17 – Alternativa 02.
Fonte: O autor (2017)
A alternativa 03 (figura 18) foi inspirado no estilo minimalista, onde a
iluminação da peça predomina toda a lateral, deixando seu contorno vazado e sem
nenhum tipo de adorno ou adereço.
61
Figura 18 – Alternativa 03.
Fonte: O autor (2017)
Como pode ser visto nas alternativas 04 (figura 19), 05 (figura 20), 06 (figura
21), as curvas e formatos já se encaminham para o produto final. Linhas que
remetem a ponte Hercílio Luz começam a ganhar destaque em relação as curvas do
62
produto, ou seja, a tentativa de lembrar de algum modo o ponto mais importante da
ilha, são traduzidas no desenho da luminária.
Na alternativa 04, o suporte para a lâmpada não é vazado, e pouco se
assemelha ao conceito proposto.
Figura 19 – Alternativa 04.
Fonte: O autor (2017)
63
Já na alternativa de número 05 o mesmo suporte se faz vazado remetendo o
conceito da Ponte Hercílio Luz com mais facilidade.
Figura 20 – Alternativa 05.
Fonte: O autor (2017)
64
A alternativa 06 possui o suporte vazado, ou seja, dando destaque para o
conceito escolhido e ainda utilizado duas lâmpadas para iluminação. Tanto sua parte
funcional quanto sua parte estética foram bem exploradas nesta alternativa.
Figura 21- Alternativa 06.
Fonte: O autor (2017)
65
3.3 AVALIAÇÃO DAS ALTERNATIVAS
Levando em consideração a segurança do parque, a necessidade de
iluminação constatada pelos usuários, a mínima interferência estética do local, tendo
a Ponte Hercílio Luz como conceito principal e de modo que o produto utilize energia
renovável como requisitos de projeto, e com auxílio de uma matriz multicritério
(PUGH, 1991), apresentada no quadro 4 as alternativas foram avaliadas, de modo
que as alternativas 04, 05 e 06 foram mais bem pontuadas e optou-se pela junção
destas, sendo refinada chegando-se na alternativa final apresentada na figura 22.
Quadro 4 – Matriz multicritério.
CRITÉRIOS 01 02 03 04 05 06
Segurança 5 5 5 5 5 5
Interferência estética no ambiente 1 5 4 5 5 5
Conceito 2 4 3 3 4 5
Energia renovável 1 2 1 5 5 5
Total 9 16 13 18 19 20
Fonte: O autor (2017)
A alternativa selecionada representa a junção dos desenhos de número 04,
05 e 06, da geração de alternativas. A parte de suporte da lâmpada teve como fonte
de inspiração e também como homenagem, à Ponte Hercílio Luz, localizada muito
próxima ao Parque da Luz. A posição da mesma se deve pelo fato de que para a
lâmpada em questão funcionar, é necessário o carregamento da mesma durante o
dia, ou seja, nesta posição a luz solar entrará com mais facilidade, completando o
objetivo da lâmpada.
66
Figura 22 – Alternativa final refinada
Fonte: O autor (2017)
3.4 REALIZAÇÃO DA SOLUÇÃO
A tendência e necessidade da sociedade por produtos com preocupação com o
meio ambiente foi o ponto de partida deste projeto. Este produto teve como objetivo
cessar a necessidade prioritária dos frequentadores do Parque da Luz,
desenvolvendo então um produto em prol da sustentabilidade, sem interferir na
estética do parque, ou seja, agregando ainda mais valor histórico do local , além de
suprir sua função de iluminação do parque. Com esta iluminação, será possível
agregar mais segurança, e assim despertar a vontade de frequentar ainda mais o
Parque da Luz.
Durante todo o processo metodológico, ficou claro que a solução mais urgente
e adequada seria a criação de uma luminária. Por isso, este produto além de cumprir
sua função principal, ainda foi possível unir a necessidade com a consciência
ambiental, por usar materiais sustentáveis, fazendo com que as pessoas reflitam.
Esta luminária possui formas remetentes as curvas de um dos cartões postais mais
famosos da cidade, a Ponte Hercílio Luz, deixando o design da peça com um
sentido ainda mais significativo. Além das curvas, foi usada a iluminação solar,
proveniente de um placa que capta as energias solares e transforma em iluminação,
67
que não é necessário o gasto de energia e é carregável durante a parte do dia que
tenha sol, e na parte da noite acesa com a energia absorvida.
Conforme entrevista com profissionais da área e através de pesquisas sobre o
tema, o material escolhido para a produção deste mobiliário foi plástico reciclável,
que se encaixou nos requisitos procurados para a conclusão deste trabalho. O
processo de fabricação do PP (Polipropileno) reciclado funciona de seguinte forma, é
realizada a gestão de resíduos industriais (lixo das fabricas), em seguida a
classificação dos materiais, onde é encaminhado para o setor de extrusão, onde
todo material é homogeneizado dentro da extrusora (máquina que granula o
plástico) e após esse processo o material está pronto para ser comercializado, de
acordo com o diretor da Plaskarper em entrevista realizada em 31 de outubro de
2017 (apêndice B).
A cor preta foi escolhida por dois motivos principais, o primeiro seria pelo fato
de que o plástico reciclável é mais barato quando preto, pois não necessita de um
processo produtivo a mais para a coloração, como de outras cores, segundo o
diretor da Plaskarper (2017). Além disso, o preto não permite um grande
destoamento em relação ao produto e o local, não alterando drasticamente o visual
estético. As imagens do produto final são apresentadas nas figuras 23, 24 e 25 a
seguir.
Figura 23 – Produto final vista 01
Fonte: O autor (2017)
68
Figura 24 – Produto final
Fonte: O autor (2017)
Figura 25 – Produto final detalhe da iluminação
Fonte: O autor (2017)
69
O desenho técnico do produto proposto se encontra no Apêndice C.
70
4 CONCLUSÃO
Este trabalho teve como objetivo principal desenvolver uma luminária para
o Parque da Luz, localizado no centro de Florianópolis, para que o mesmo
atendesse as principais necessidades dos usuários do local.
O produto desenvolvido busca incentivar e influenciar positivamente a ida
ao parque através da criação e implantação de iluminação no local, resultando em
mais segurança, conforto e aumento na qualidade dos passeios realizados pelos
usuários do Parque da Luz.
Buscou-se solucionar o problema através da familiarização e
compreensão do tema do projeto, entendendo sobre mobiliários urbanos e design no
geral, através de pesquisas bibliográficas de livros e artigos de sites, que trouxeram
informações de suma importância para chegar a solução final deste projeto. Estas
mesmas pesquisas foram essenciais para a construção do produto final, geração de
alternativas e conceitos, que deram suporte para a realização do produto final de
acordo com a necessidade do público.
A metodologia que foi seguida durante todo o processo de elaboração
deste trabalho foi a de Lobach (2001), onde o processo criativo é dividido em quatro
fases: a análise do problema, onde são feitas coleta de dados relevantes, feito isso,
é dado início a geração de alternativas, seguido da avaliação das mesmas e por fim,
a realização da solução de acordo com todos os passos anteriores para dar início ao
desenvolvimento do produto final.
Sendo assim, esse projeto pode ser considerado útil visto que tenha
atingido os objetivos propostos no início do trabalho. Além da utilização de materiais
sustentáveis, o conceito de sua forma tem uma ligação direta com o local onde o
mesmo será posicionado, na cabeceira da Ponte Hercílio Luz. Esta luminária poderá
proporcionar aos usuários mais segurança e tranquilidade e ainda transmitir às
pessoas o pensamento sobre sustentabilidade e ideias com soluções sustentáveis
podem solucionar muitos dos problemas enfrentados hoje, e consequentemente
fazer futuras gerações reconsiderarem conceitos em relação a produtos e o meio
ambiente.
71
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ANE , . C. Pesquisa qualitativa em estudos da gestão de pessoas. Estudos de Psicologia, v. 7, p. 79 - 88, 2002.
75
APÊNDICES
76
APÊNDICE A – Roteiro de Entrevista
1. Sexo: ( ) Femino ( ) Masculino
2. Idade: ( ) Mais de 60 anos ( ) De 46 a 60 anos ( ) De 31 a 45 ano
( ) De 19 a 30 anos ( ) De 14 a 18 anos
3. Residência: ( ) Centro ( ) Sul da Ilha ( ) Norte da Ilha
( ) Coqueiros ( ) São José/Palhoça
4. Quantos dias na semana frequentam o parque: ( ) Todos os dias ( ) 4 a 5 vezes na semana ( ) 3 a 4 vezes na semana
( ) 2 a 3 vezes na semana ( ) 1 vez na semana ( ) Finais de semana
( ) Raramente
5. Com quem frequentam o parque: ( ) Sozinho ( ) Cônjuges ( ) Parentes ( ) Amigos
6. Quantas horas permanecem no parque: ( ) Menos de 1 hora ( ) 1 hora ( ) 2 horas ( ) 3 horas ( ) N.D.A.
7. Qual mobiliário urbano sentem mais falta: ( ) Luminárias ( ) Lixeiras ( ) Bancos ( ) Outros. Quais?_______________
8. Visitariam o parque com mais frequência com a implantação de luminárias? ( ) Sim ( ) Não
77
APÊNDICE B – Entrevista Plaskarper com Joel através de e-mail
Marina: Estou finalizando meu TCC que é o desenvolvimento de um mobiliário
urbano para um parque aqui de Florianópolis. Um dos meus objetivos é a utilização
de materiais ecológicos. Gostaria de saber se o seu produto se encaixa nesses
requisitos, o que eu penso que sim. Então precisaria do processo de fabricação,
valores de comercialização, como ele é comercializado (por metro quadrado,
linear...), custos em comparação a outros plásticos, vantagens e desvantagens,
tempo produção, e como é feito o descarte.
Joel: Boa tarde.
Sobre o produto – Polipropileno
Material utilizado para injeção e extrusão de peças plásticas, conhecido também
como PP. Nosso processo de fabricação funciona de seguinte forma, nossa empresa
realiza a gestão de resíduos industriais (lixo das fabricas) realizamos a classificação
dos matérias onde é encaminhado para o setor de extrusão, onde todo material é
homogeneizado dentro da extrusora ( máquina que granula o plástico) após esse
processo material está pronto para ser comercializado, o padrão final do produto é
aquele que mandei no vídeo. Todo processo parecer fácil e rápido mas é o oposto,
material demanda muito trabalho manual e controle de qualidade, pois existem
inúmeros tipos de polímeros que podem comprometer o processo.
Todo material é comercializado por kg, podendo ser enviado em sacos de 25kg ou
Big Bag para o cliente, valor médio do material que mostrei para você varia entre R$
4,50 á R$ 5,50 depende muito da qualidade do material e impostos também, as
cores do material determinam a qualidade dele, ex: material na cor Preto é mais
barato devido ser impurezas, quanto mais transparente o material for mais próximo
do virgem ele chega, tornando ele mais nobre.
Diferença entre reciclado e virgem são várias.
Valor.
78
Primeiramente o custo do material reciclado é mais barato, diferente pode chegar a
R$ 3,00 kg depende muito da cotação do Dolar, muito dos matérias virgem que
circulam pelo Brasil são importados, mas também temos a Braskem que produz
material virem aqui no Brasil mesmo.
Meio ambiente.
Ao utilizar produtos reciclados você retira um material que provavelmente iria para
aterro sanitários e coloca ele em circulação no mercado novamente, gerando
trabalho, impostos e aquece a economia, sem contar o apelo ambiental que existe
hoje.
Bom acredito que seja isso, se tiver alguma dúvida me avise.
Abraço.
79
APÊNDICE C – DESENHOS TÉCNICOS
Vis
ta F
ron
tal
Vis
ta L
ate
ral
Vis
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ista
In
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Pro
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