mobiliÁrio urbano para o parque da luz

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA MARINA SIQUEIRA PETRASSEM MOBILIÁRIO URBANO PARA O PARQUE DA LUZ Florianópolis 2017

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Page 1: MOBILIÁRIO URBANO PARA O PARQUE DA LUZ

UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

MARINA SIQUEIRA PETRASSEM

MOBILIÁRIO URBANO PARA O PARQUE DA LUZ

Florianópolis

2017

Page 2: MOBILIÁRIO URBANO PARA O PARQUE DA LUZ

MARINA SIQUEIRA PETRASSEM

MOBILIÁRIO URBANO PARA O PARQUE DA LUZ

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Design da Universidade do Sul de Santa Catarina como requisito parcial à obtenção do título de bacharel em Design.

Orientador: Profa. Fabíola Reinert, M. Eng.

Florianópolis

2017

Page 3: MOBILIÁRIO URBANO PARA O PARQUE DA LUZ

MARINA SIQUEIRA PETRASSEM

MOBILIÁRIO URBANO PARA O PARQUE DA LUZ

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado à obtenção do título de Bacharel em Design e aprovado em sua forma final pelo Curso de Design da Universidade do Sul de Santa Catarina.

Florianópolis, 23 de novembro de 2017.

______________________________________________________

Professora e orientadora Fabíola Reinert, M. Eng. Universidade do Sul de Santa Catarina

______________________________________________________

Prof. Carlos Silva, Ms. Universidade do Sul de Santa Catarina

______________________________________________________

Prof. Claúdio Henrique da Silva, Dr. Universidade do Sul de Santa Catarina

Page 4: MOBILIÁRIO URBANO PARA O PARQUE DA LUZ

Dedico este projeto de conclusão de

curso aos meus pais, que sempre me

apoiaram em todas as escolhas da minha

vida, a minha irmã que sempre esteve do

meu lado, a toda minha família, amigas e

pessoas que de alguma maneira

contribuíram para que este trabalho se

tornasse possível.

Page 5: MOBILIÁRIO URBANO PARA O PARQUE DA LUZ

AGRADECIMENTOS

Este trabalho contou com a colaboração de diversas pessoas para se

tornar possível. Gostaria de agradecer em especial as pessoas que estiveram

comigo desde o início desse projeto: aos meus pais, Sheila Siqueira e Fabrício

Petrassem, que desde sempre estiveram do meu lado e me apoiaram em todas as

decisões da minha vida, dando suporte, com toda a paciência do mundo, em meio a

tantas mudanças; a minha irmã e confidente, Júlia Petrassem, sempre disposta a

ouvir minhas reclamações e dúvidas; aos meus avós, Leni e Ricardo Petrassem, que

são os melhores exemplos de vida que eu poderia ter; ao meu parceiro Gustavo

Machado, que me influenciou e colaborou para a escolha do tema, com toda a

paciência, companheirismo e afeto durante o processo de desenvolvimento; ao

professor Carlos Silva, que contribuiu com informações e dados indispensáveis em

relação a ecodesign; a professora e coordenadora Karla Grillo, presente desde a

primeira fase, que se tornou mais que uma professora de faculdade, uma

“mãezona”; e por fim, minha orientadora, professora Fabíola Reinert, que fez com

que todo o meu nervosismo e insegurança se transformassem em calma e confiança

para a elaboração desse trabalho de conclusão de curso.

Page 6: MOBILIÁRIO URBANO PARA O PARQUE DA LUZ

“O bom design reside de alguma maneira na capacidade de instigar um

sentido de familiaridade instantânea.” (JOHN MAEDA, 2008)

Page 7: MOBILIÁRIO URBANO PARA O PARQUE DA LUZ

RESUMO

Espaços públicos como os parques, no passado, eram cenários de trocas sociais,

culturais e até mesmo econômicas; e em sua maioria, perderam seu valor e sua

utilidade na atualidade. Isso se dá muitas vezes pelo descaso ou falta de

apropriação dos usuários e governantes. Diante da situação atual do Parque da Luz,

localizado no Centro de Florianópolis, este trabalho apresenta o estudo necessário

para solucionar o problema principal. De acordo com uma pesquisa realizada no

local, foi constatado que uma luminária é o mobiliário urbano que se mostra

essencial para o uso do parque. Para compreender os fatores que levam um parque

urbano a ter sua devida utilidade, foram realizadas pesquisas e planejamento para a

elaboração de uma luminária que venha a influenciar positivamente no Parque da

Luz. Para chegar a alternativa final, foram realizadas pesquisas bibliográficas,

pesquisas de campo, comparativos de similares e concorrentes, observação e

entrevistas com usuários no local.

Palavras-chave: Mobiliário Urbano 1. Espaços Públicos 2. Design 3.

Page 8: MOBILIÁRIO URBANO PARA O PARQUE DA LUZ

ABSTRACT

Public spaces, such as parks, were in the past scenarios of social, cultural, and even

economic exchanges; and for the most part, have lost their value and utility,

nowadays. This is often due to the neglect or lack of appropriation of users and

rulers. Facing the present situation of the Park of Light, located in the Center of

Florianópolis, this work presents the necessary study to solve the main problem.

According to a survey carried out on the spot, it was found that a luminaire is the

urban furniture that is essential for the use of the park. In order to understand the

factors that lead to an urban park to have its usefulness, research and planning were

carried out to elaborate a luminaire that will influence positively in the Luz Park. In

order to arrive at the final alternative, bibliographical researches, comparisons of

similar and competing, observation and interviews with users in the place.

Keywords: Urban furniture 1. Public Spaces 2. Design 3.

Page 9: MOBILIÁRIO URBANO PARA O PARQUE DA LUZ

LISTA DE FIGURAS

Figura 01 – Metodologia Lobach ............................................................................... 16

Figura 02 – Rascunhos Niemayer ............................................................................. 22

Figura 03 – Psicologia das Cores .............................................................................. 23

Figura 04 – Parque da Luz ........................................................................................ 32

Figura 05 – Espaços Públicos PPS ........................................................................... 36

Figura 06 – Mission Dolores Park ............................................................................. 37

Figura 07 – Biciletário ................................................................................................ 38

Figura 08 – "The rolling Bench" ................................................................................. 38

Figura 09 – Banco Comunitário ................................................................................. 39

Figura 10 – Luminária Sustentável ............................................................................ 50

Figura 11 – Árvores Solar ......................................................................................... 51

Figura 12 – Luminária Solar ...................................................................................... 51

Figura 13 – Painel de Estilo de Vida ......................................................................... 55

Figura 14 – Painel de Expressão do Produto ............................................................ 56

Figura 15 – Painel de Tema Visual ........................................................................... 57

Figura 16 – Alternativa 01 ......................................................................................... 58

Figura 17 – Alternativa 02 ......................................................................................... 59

Figura 18 – Alternativa 03 ......................................................................................... 60

Figura 19 – Alternativa 04 ......................................................................................... 61

Figura 20 – Alternativa 05 ......................................................................................... 62

Figura 21 – Alternativa 06 ......................................................................................... 63

Figura 22 – Refinamento da alternativa final ............................................................. 65

Figura 23 – Produto final vista 01 .............................................................................. 66

Figura 24 – Produto final vista 02 .............................................................................. 67

Figura 25 – Produto final detalhe da iluminação ....................................................... 67

Page 10: MOBILIÁRIO URBANO PARA O PARQUE DA LUZ

LISTA DE GRAFICOS

Gráfico 1 – Idade dos entrevistados .......................................................................... 43

Gráfico 2 – Onde residem ......................................................................................... 43

Gráfico 3 – Quais dias da semana frequentam ......................................................... 44

Gráfico 4 – Quantas horas passam no local.............................................................. 45

Gráfico 5 – Com quem frequentam ........................................................................... 46

Gráfico 6 – Qual mobiliário urbano sentem mais falta ............................................... 47

Gráfico 7 – Visitariam o parque com mais frequencia se houvesse uma iluminação

adequada .................................................................................................................. 47

Page 11: MOBILIÁRIO URBANO PARA O PARQUE DA LUZ

LISTA DE QUADROS

Quadro 01 – Materiais .............................................................................................. 40

Quadro 02 – Similares e Concorrentes ..................................................................... 49

Quadro 03 – Concorrentes de Florianópolis ............................................................. 52

Quadro 04 – Matriz multicritério ................................................................................ 63

Page 12: MOBILIÁRIO URBANO PARA O PARQUE DA LUZ

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 12

1.2 DELIMITAÇÃO DO TEMA ................................................................................. 13

1.2 PROBLEMÁTICA............................................................................................... 13

1.3 OBJETIVO ......................................................................................................... 13

1.3.1 Objetivo Geral ................................................................................................ 13

1.3.2 Objetivos Específicos ................................................................................... 13

1.4 JUSTIFICATIVA .................................................................................................. 13

1.5 METODOLOGIA DE PESQUISA ........................................................................ 14

1.6 METODOLOGIA DE PROJETO .......................................................................... 15

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................................................................... 18

2.1 DESIGN ............................................................................................................. 18

2.1.1 Conceito ......................................................................................................... 18

2.1.2 Design de Produto ........................................................................................ 19

2.1.3 Ergonomia ..................................................................................................... 19

2.1.4 Forma ............................................................................................................. 21

2.1.5 Cor .................................................................................................................. 22

2.1.6 Materiais ......................................................................................................... 26

2.1.6.1 Lâmpada de LED .......................................................................................... 27

2.1.6.2 Luminárias Solares ....................................................................................... 27

2.1.6.3 Plástico Reciclável ........................................................................................ 28

2.2 PARQUES URBANOS ...................................................................................... 30

2.2.1 Conceito ......................................................................................................... 30

2.2.2 Parque da Luz ................................................................................................ 31

2.3 MOBILIÁRIO URBANO ..................................................................................... 32

2.3.1 Conceito ......................................................................................................... 32

2.3.2 Elementos da Urbanização ........................................................................... 34

2.3.3 Mobiliário Urbano em Parques..................................................................... 37

2.3.4 Iluminação Pública ........................................................................................ 39

3 RESULTADOS – PROJETO DE DESIGN ........................................................... 42

3.1 ANÁLISE DO PROBLEMA ................................................................................ 42

3.1.1 Entrevista ....................................................................................................... 42

3.1.2 Observação .................................................................................................... 48

Page 13: MOBILIÁRIO URBANO PARA O PARQUE DA LUZ

3.1.3 Análise de similares ...................................................................................... 49

3.1.4 Requisitos de Projeto ................................................................................... 53

3.2 GERAÇÃO DE ALTERNATIVAS ....................................................................... 54

3.3 AVALIAÇÃO DAS ALTERNATIVAS .................................................................. 64

3.4 REALIZAÇÃO DA SOLUÇÃO ........................................................................... 65

4 CONCLUSÃO ...................................................................................................... 68

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 69

APÊNDICES ............................................................................................................. 73

APÊNDICE A ............................................................................................................ 74

APÊNDICE B ............................................................................................................ 75

APÊNDICE C ............................................................................................................ 77

Page 14: MOBILIÁRIO URBANO PARA O PARQUE DA LUZ

12

1 INTRODUÇÃO

Segundo consta no site da Associação de Amigos do Parque da Luz, o

parque é uma Área Verde de Lazer, localizada no centro de Florianópolis, nos altos

da Rua Felipe Schmidt. Inicialmente conhecido como Colina da Vista Alegre, foi

implementado ali um cemitério no ano de 1841, que ficou em uso até 1920. A partir

dessa data, o cemitério foi transferido para o Itacorubi, pois foi preciso dar lugar as

ruas de acesso a Ponte Hercílio Luz. Em 1997 foi criada a Associação uma

organização não governamental com o objetivo de preservar esta área de grande

valor histórico e paisagístico da cabeceira insular da Ponte Hercílio Luz, a partir da

conscientização comunitária e ambiental.

Hoje, com base em entrevistas e questionários, o parque encontra-se com

uma estrutura bastante inacessível e muito pouco utilizada, onde seus acessos são

difíceis por conta da falta de cuidado, lixeiras, vegetação mal cuidada, e os poucos

mobiliários que existem estão sendo degradados por falta de manutenção.

Em setembro, a Prefeitura de Florianópolis, junto com a Fundação Municipal

do Meio Ambiente (Floram) e a Associação Amigos do Parque da Luz (AAPL), se

uniram com o objetivo de fazer uma gestão compartilhada do parque urbano. Uma

das primeiras providências a ser tomada após a consolidação dessa parceria seria a

melhoria na iluminação noturna. A falta de iluminação foi apontado como o principal

ponto para a diminuição de frequentadores ao parque, e em seguida, veio a falta de

lixeiras.

O parque é um ponto de encontro de famílias, trabalhadores, e donos de

animais de estimação, que desejam encontrar um local onde possam relaxar,

descansar, sentirem-se seguros e que seja bem cuidado, para que possam utilizar o

que o Parque da Luz oferece, como o campo de futebol ou para brincar com seus

animais, playground para as crianças, bate papo informal e até mesmo atividades

esportivas leves.

Page 15: MOBILIÁRIO URBANO PARA O PARQUE DA LUZ

13

1.1 DELIMITAÇÃO DO TEMA

Mobiliário urbano ecológico para o Parque da Luz, localizado no Centro de

Florianópolis/SC.

1.2 PROBLEMÁTICA

Como desenvolver um mobiliário urbano para o Parque da Luz, que incentive

a ida ao parque?

1.3 OBJETIVO

A partir da problemática proposta, são apresentados os seguintes objetivos:

1.3.1 Objetivo Geral

Desenvolver um mobiliário urbano para o Parque da Luz, que aumente a

frequência de visitação do parque.

1.3.2 Objetivos Específicos

Conhecer o perfil dos frequentadores do parque;

Identificar quais os tipos de mobiliários urbanos mais influenciam a ida a

parques;

Identificar materiais ecológicos aplicáveis ao mobiliário urbano.

1.4 JUSTIFICATIVA

Quando pensamos em design, a maioria da população o associa a uma

ferramenta de marketing e consequentemente vendas. Mas o design vai muito além

disso, diante de seus avanços tanto tecnológicos como em conhecimento, ele causa

grande impacto para a sociedade, e é nosso dever usar isso a nosso favor.

Tendo a inovação como um dos valores principais para o designer, é

necessário ser estudado com cuidado e dedicação o meio em que será imposto esse

Page 16: MOBILIÁRIO URBANO PARA O PARQUE DA LUZ

14

produto ou projeto. É muito importante valorizar os aspectos sociais, culturais e

ambientais do público em questão, e principalmente entender suas necessidades e

desejos.

Considerando as necessidades dos frequentadores dos parques de

Florianópolis, desenvolver um mobiliário urbano que atenda à essas necessidades,

possibilitará e incentivará uma nova cultura entre os moradores da ilha, sendo essa

cultura de frequentar cada vez mais parques e fazer disso uma rotina.

O papel do design é tornar melhor a vida daqueles que têm uma necessidade

que precisa ser atendida. Neste caso, o projeto de um mobiliário urbano com os

princípos do ecodesign, poderá incentivar as pessoas a frequentarem mais o

parque, ter um cuidado maior em relação ao meio em que estão, e ainda uma maior

preocupação com lugar que frequentam e até mesmo com o mundo.

1.5 METODOLOGIA DE PESQUISA

Para Prodanov e Freitas (2013), existem dois tipos de pesquisas, uma delas

tem como objetivo apenas apresentar novos conhecimentos sobre uma determinada

causa, sem que haja a necessidade da prática, e a outra, se faz necessária a prática

dos conhecimentos apresentados. No segundo caso, a pesquisa é considerada uma

pesquisa aplicada, como pode ser chamada esta pesquisa.

Além de aplicada, esta pesquisa é considerada uma pesquisa exploratória, ou

seja, segundo Gil (2008) podem ser realizadas entrevistas com pessoas envolvidas

com o problema em questão, podem ser feitos estudos e análises de exemplos que

sirvam de inspiração para a resolução do problema e levantamentos de dados, a fim

de proporcionar maior familiaridade com o problema, assim explicitá-lo.

Sendo exploratória, será utilizado levantamento bibliográfico, entrevistas,

observação, pesquisa de campo, etc. Uma vez que se saiba qual temática abordar é

preciso definir qual fonte de informação será empregada (CUNHA, 2001). Portanto,

para fins acadêmicos e até científicos, sugere-se consulta às bases de dados

bibliográficos, por conterem informações de melhor qualidade. Geralmente, assume

a forma de pesquisa bibliográfica e estudo de caso. Gil (2008) explica que o

levantamento é a interrogação direta das pessoas cujo comportamento se deseja

conhecer. Procede-se à solicitação de informações a um grupo de pessoas acerca

do problema estudado para, em seguida, obterem-se as conclusões

Page 17: MOBILIÁRIO URBANO PARA O PARQUE DA LUZ

15

correspondentes aos dados coletados. Já no caso do estudo de campo, procura o

aprofundamento de uma realidade específica. É basicamente realizada por meio da

observação direta das atividades do grupo estudado e de entrevistas com

informantes para captar as explicações e interpretações do que ocorre naquela

realidade.

Em relação à forma de abordagem do problema, a pesquisa pode ser

considerada qualitativa, ou seja, o foco da pesquisa se atribui a qualidade. As metas

da pesquisa qualitativa se dão através do entendimento, descrição, descoberta e

hipótese em um ambiente natural onde o pesquisador esta apto a realizar uma

coleta de dados. (PRODANOV E FREITAS, 2013).

1.6 METODOLOGIA DE PROJETO

Com relação ao projeto de design, será utilizada a metodologia proposta por

Lobach (2001). Para o autor, todo o processo de design é um processo criativo e de

solução de problema, por isso, ele descreve seu método em etapas a serem

percorridas para encontrar soluções para produtos inovadores. Lobach (2001) afirma

que pode-se chegar no melhor resultado através de quatro requisitos: primeiro é

necessário definir o problema a ser explorado, após a conclusão dessa etapa, é

realizada uma coleta de dados e informações sobre o problema em questão para

que o passo seguinte seja o desenvolvimento de alternativas e soluções e por fim,

fazer uma análise das alternativas produzidas anteriormente para poder começar a

desenvolver o produto final (figura 1).

Page 18: MOBILIÁRIO URBANO PARA O PARQUE DA LUZ

16

Figura 1 – Processo de design.

Fonte: Lobach (2001).

Além desses quatro passos, Lobach (2001) afirma que cada uma dessas

fases possuem uma análise individual, ferramentas de pesquisa e desdobramentos

relacionadas ao seu contexto.

Ainda segundo Lobach (2001), na Análise do Problema, é realizado o estudo

das necessidades, análise da relação do produto com o ambiente em questão,

análise do mercado, concorrentes, materiais, processos de fabricação e exigências

para com o novo produto. Para este trabalho, serão realizados estudos das

necessidades a partir de entrevista e observação; análise de concorrentes com

visitação de parques de Florianópolis; e análise de materiais e processo de

fabricação com especialistas da área; já que de acordo com o autor, dependendo do

problema que se analisa quais os estudos interessantes a serem feitos.

Já na Geração de Alternativas, são definidos os requisitos a partir da análise

do problema, geradas as alternativas de solução, ideias, rascunhos e modelos. Feito

Page 19: MOBILIÁRIO URBANO PARA O PARQUE DA LUZ

17

isso, é realizada a Avaliação das Alternativas feitas na etapa anterior, que será feita

com uma matriz multicritério. Esta é a etapa onde é escolhida a melhor solução

seguindo características e necessidades estudadas. Por fim, é Realizada a Solução

seguindo o desenho técnico, desenhos de representação, documentando todo o

projeto.

Page 20: MOBILIÁRIO URBANO PARA O PARQUE DA LUZ

18

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 DESIGN

2.1.1 Conceito

Design tem origem do latim, na qual, segundo Cardoso (2008) o substantivo

design se refere tanto à ideia de plano, desígnio, intenção, quanto à de

configuração, arranjo, estrutura. E neste sentido, a língua inglesa admite falar do

design de objetos que vão além dos de fabricação humana, como falar do design do

universo ou de uma molécula. “A origem mais remota da palavra está no latim

designare, verbo que abrange ambos os sentidos, o de designar e o de desenhar”

(CARDOSO, 2008, p.16).

Segundo Burdek (2006), design é um processo criativo, onde “os

desenvolvimentos socioeconômicos, tecnológicos e especialmente os culturais, mas

também os fundamentos históricos e as condições de produção técnica tem papel

importante.” (BURDEK, 2006, p.41). Nesse sentido, é fundamental o conhecimento

sobre seu processo criativo, incluindo ainda fatores ergonômicos, ecológicos,

políticos e ainda artísticos-experimentais.

“Design é a visualização criativa e sistemática dos processos de interação e

das mensagens de diferentes atores sociais; é a visualização criativa e

sistemática das diferentes funções de objetos de uso e sua adequação às

necessidades dos usuários ou aos efeitos sobre os receptores.”

(SCHNEIDER, 2010 p. 197)

Com seu processo criativo e o domínio de técnicas para a aplicação do

conhecimento, outra questão importante e necessária para o sucesso e valorização

de um produto de design é a inovação. O processo criativo e a inovação devem

estar sempre associados para tornar o produto competitivo e que supere as

necessidades dos usuários. Para a criação de um produto, é necessário seguir uma

linha de raciocínio, onde de acordo com Lobach (2001), deve-se gerar uma solução

diante de necessidades apresentadas, através da fabricação física destes produtos.

O autor define design industrial como um “processo de adaptação dos produtos de

uso, de fabricados industrialmente, às necessidades físicas e psíquicas do usuário

Page 21: MOBILIÁRIO URBANO PARA O PARQUE DA LUZ

19

ou grupos de usuário” (LOBACH, 2001, p.22). Um designer de produto que consiga

colocar em prática seu conhecimento, geração de alternativas e ideias e ferramentas

de pesquisa, todos esses elementos juntos, num mesmo projeto, podem ser

considerados um bom profissional.

2.1.2 Design de Produto

Para Löbach (2001), o design de produto está diretamente relacionado à

inovação e a satisfação das necessidades do usuário. Um projeto bem elaborado

significa que o mesmo atendeu as necessidades e vontades do público, que acaba

depositando expectativas e desejos de produtos que superem cada vez mais os

anteriores presentes no mercado. Considera portanto, o designer como um dos

responsáveis das necessidades das pessoas.

Kotler (2000), diz que é necessário que as empresas diferenciem design de

estilo e apostem nas soluções de design para inovar o mercado. Por outro lado,

Moraes (2008) define o momento atual como de alto desenvolvimento tecnológico

em relação as indústrias, sendo consequentemente um momento propício para

posicionar o homem como centro e a referência maior na concepção de novos

produtos:

“Antes de iniciar e desenvolver um produto, é necessário tecer críticas sobre

o conceito do projeto, refletir, questionar e repensar a necessidade real de

uso e as verdadeiras chances do produto no mercado-alvo. Assim,

estaríamos contribuindo não somente para a boa qualidade dos produtos

industrializados, mas também seríamos os primeiros a selecioná-los antes

de sua entrada para o mercado consumidor. Caberia então, ao designer e

as indústrias desempenhar o papel de mediadores para uma melhor

interação entre produto e usuário, uma vez que os objetos chegariam mais

bem resolvidos ao Mercado e teriam mais chances de obter sucesso junto

aos consumidores.” (MORAES, 2008, p. 120)

Sendo assim, juntando um bom conhecimento do processo criativo, e ainda mais

importante, realizando um bom processo criativo em relação a escolha dos materiais,

formas, cores, ergonomia, funções práticas, estéticas e simbólicas, será possível obter um

resultado que atenda as expectativas e necessidades do público que o aguarda.

Page 22: MOBILIÁRIO URBANO PARA O PARQUE DA LUZ

20

2.1.3 Ergonomia

A palavra ergonomia está diretamente relacionada com o estudo feito para

identificar as melhores formas de um projeto, para que o mesmo não traga danos

físicos e mentais para o usuário, resultando em um produto satisfatório para quem

utiliza e para o responsável pela sua criação:

“Ergonomia é o estudo do trabalho em relação ao ambiente em que é

desenvolvido e com quem o desenvolve (trabalhador). A ergonomia nada

mais é do que adequar ou adaptar o local de trabalho ao trabalhador,

visando evitar acidentes ou doenças profissionais“ (OLIVEIRA NETTO;

TAVARES, 2006)

Conforme Netto (2010), a aceitação do produto depende diretamente de

fatores como: facilidade de produção, durabilidade e eficiência. Todos esses fatores

são relacionados com a ergonomia do produto, sendo a mesma responsável por

uma melhoria na qualidade de vida dos usuários e do próprio produto, ganho de

tempo nas linhas de produções, economia com matéria-prima. O design e a

ergonomia estão cada vez mais presentes no mesmo contexto, e o motivo dessa

união são as exigências por parte do usuário, tendo em vista que esses dois pontos,

nomeados no início, se tornam diferenciais e definitivos para os produtos no

mercado atual.

Para um bom desenvolvimento de projeto, é necessário um mínimo de

conhecimento em relação a ergonomia, sendo que Iida (2000) define como os

objetivos práticos da ergonomia a segurança, satisfação e bem estar dos

trabalhadores no seu relacionamento com sistemas produtivos, e o resultado desse

processo bem sucedido é a eficiência. O autor ainda afirma que diante dos fatos

constados sobre o processo de realização de um estudo sobre ergonomia no design,

foi possível obter melhores condições de trabalho, aperfeiçoamento do sistema

homem-máquina e uma otimização do trabalho.

Segundo a Associação Brasileira de Ergonomia (ABERGO), podem ser

destintos três tipos de ergonomia: a ergonomia física, que entende-se por fatores

relacionados com a anatomia do ser humano, ou seja, as medidas do corpo

humano, a postura, o movimento, as forças exercidas pelos músculos e ossos;

ergonomia cognitiva que trata das questões psíquicas do usuário, como o stress que

Page 23: MOBILIÁRIO URBANO PARA O PARQUE DA LUZ

21

pode ser causado pela realização de certa atividade ou o desempenho da mesma; e

por fim, a organizacional, A antropometria é uma área de estudo dentro da

ergonomia física, que trata das medidas do corpo humano. No projeto, ela é aplicada

na definição das dimensões do produto, e pode ser aplicada através de tabelas já

feitas ou de uma nova medição do público.

Por tudo isso, a ergonomia se torna essencial em qualquer tipo de projeto,

devendo estar presente em todas as fases de desenvolvimento do mesmo, um

projeto de produto apropriado requer a interação com a prática da ergonomia. Após

colocado em prática, outras questões relacionadas também podem surgir, como é o

caso da aceitação de que as responsabilidades pelas decisões do projeto devem ser

divididas entre todos os especialistas que fizeram parte do processo de criação do

produto, como a definição da forma e da cor, levando em conta aspectos que

envolvem o produto e seus possíveis usuários.

2.1.4 Forma

Podemos considerar a forma como: “a figura ou a imagem vísivel do

conteúdo. De um modo mais prático, ela nos informa sobre a natureza da aparência

externa de alguma coisa. Tudo que se vê possui forma” (GOMES, 2004, p.39)

No geral, tudo o que podemos ver tem forma. Segundo Dondis (2001), muitas

vezes, nossa capacidade de interpretar mensagens visuais é feita de forma

instintiva, ou seja, pode ser baseada em nossos costumes e ações, sendo assim são

influenciadas diretamente por culturas, estados psicológicos e até mesmo o

ambiente em questão. Porém, para que o produto final alcance seus objetivos

estéticos e também em relação a sua forma, é necessário que o designer treine sua

visão, ainda de acordo com Dondis (1991).

Para Oscar Niemeyer (1978), formas não são necessariamente simples e

funcionais, elas precisam que suas linhas e curvas criem contrastes no corpo a ser

analisado, como mostra a figura 2. Então, segundo Niemeyer: “quando um forma cria

beleza ela tem uma função e das mais importantes…”. Niemeyer faz essa afirmação

diante de sua história na arquitetura, mas o mesmo serve para cada projeto de

design. Para cada projeto existe um objetivo e uma necessidade a ser atendida,

como mostra a figura a seguir, ou seja, é necessário encaixar tanto a função estética

quanto a função prática, e nos dois casos ainda adaptar formas e cores, para que o

Page 24: MOBILIÁRIO URBANO PARA O PARQUE DA LUZ

22

desempenho do trabalho seja o mais satisfatório e solucionar a problemática

proposta.

Figura 2 - Rascunhos Niemeyer

Fonte: Niemayer (1998)

2.1.5 Cor

Segundo Eller (2006) socióloga, psicóloga e professora de Teoria da

Comunicação e Psicologia da Cor Eva Heller, “conhecemos muito mais sentimentos

do que cores. Dessa forma, cada cor pode produzir muitos efeitos, frequentemente

contraditórios. Cada cor atua de modo diferente, dependendo da ocasião...”, como

mostra a figura 3 a seguir:

Page 25: MOBILIÁRIO URBANO PARA O PARQUE DA LUZ

23

Figura 3 - Psicologia das Cores

Page 26: MOBILIÁRIO URBANO PARA O PARQUE DA LUZ

24

Fonte: Heller (2000)

“As cores influenciam o ser humano e seus efeitos, tanto de caráter

fisiológico como psicológico, intervêm na vida das pessoas criando alegria

ou tristeza, exaltação ou depressão, atividade ou passividade, calor ou frio,

equilíbrio ou desequilíbrio, ordem ou desordem, etc.” (FARINA, 2006, p. 02)

Page 27: MOBILIÁRIO URBANO PARA O PARQUE DA LUZ

25

Para Silveira (2015), sobre a história da teoria da cor, ela pode ser estudada

em três aspectos diferentes. O primeiro deles é o aspecto da construção física da

cor, ou seja, momento em que acontece de fato a percepção visual cromática, tendo

a luz como protagonista. Nesse aspecto, a cor é definida como “uma sensação

percebida em certas organizações nervosas a partir do estímulo da luz, isto é, a cor

seria o resultado da ação da luz sobre os olhos primeiramente”. Ou seja, a luz é

indispensável no processo de percepção visual, juntamente com os dois outros

aspectos estudados, os aspectos fisiológicos e os aspectos culturais simbólicos.

Sobre os aspectos fisiológicos, leva-se em consideração os efeitos químicos

que influenciam na construção perceptiva e simbólica da cor, já sobre os aspectos

culturais simbólicos, implica toda a comunicação exercida pelo ser humano, por

fazerem parte de um cultura. Silveira (2015) explica que, para cada cultura, a cor

terá significados distintos, variando de país para país. Um exemplo disso é a

associação feita com algumas cores: na China, o vermelho é usado em atividades

como casamentos, funerais e outros dias festivos, já que essa cor representa

celebração e sorte. Outro exemplo é o branco, comum no Brasil para vestidos de

noiva, pois é dita como a cor da pureza, por outro lado, nas culturas orientais tem

papel de representar luto e morte. E assim pode-se fazer centenas de associações e

representações de cores em diversas situações e culturas, mas com o passar do

tempo, cada povo terá um significado único e pessoal para cada cor em questão

“O observador pode sentir sensações diferentes observando as cores.

Cores escuras causam uma sensação de peso e fazem uma ligação com a

terra. Por outro lado, tons claros produzem uma sensação de leveza e

flutuação. Com o emprego desses conhecimentos podemos influir nos

aspectos de design do produto. Para tal, é preciso saber que efeitos se

pretende obter com o uso das cores.” (LOBACH, 2001, p. 169)

Como foi mencionado anteriormente, segundo Farina (2006), às vezes, a cor

tem um significado para cada cultura, mas existem casos da associação das cores

serem feitas mundialmente. O laranja e o vermelho, por exemplo, são cores que

trazem sentimentos como desejo, energia e alerta, e muitas vezes pode ser usado

em projetos com comidas, bebidas e até esportes, dependendo da função

empregada. Para garantir que a emoção a ser sentida, seja o a segurança, muitas

Page 28: MOBILIÁRIO URBANO PARA O PARQUE DA LUZ

26

vezes a cor escolhida por ser o azul, que na psicologia das cores é visto como

tranquilidade, tradição e satisfação.

Em um projeto, esses três aspectos citados acima devem sempre estar

relacionados em harmonia e ligados um ao outro. Além disso, é imprescindível o

conhecimento do profissional sobre a percepção da cor, considerando então o

processo como um todo, que o mesmo acaba se tornando um “efeito dominó”, onde

cada etapa do processo depende da outra para ser concluído.

Por esses e outros motivos, para Farina (2006), Silveira (2015) e Lobach

(2001), a escolha da cor é um fator decisivo para a impressão e a emoção causada

pelo o produto de design em relação a seu usuário e/ou observador. Pois diante de

sua funcionalidade, ergonomia do produto, espaço escolhido onde será localizado,

das formas e formatos que estarão presentes e das cores escolhidas para compor

todos esses aspectos, que o receptor terá seu veredicto em relação ao produto final,

trazendo sensações e sentimentos positivos ou negativos.

2.1.6 Materiais

Para Cunha (2009), novas tecnologias que minimizem a geração de resíduos

fazendo o uso racional de matérias primas como energia e água, com a utilização

correta de materiais são essenciais.

Segundo autor Manzini (2008) o designer tem um papel relevante na escolha

e aplicação dos materiais empregados, por isso, deve-se considerar o mesmo em

relação à escolha das fontes energéticas necessárias ao funcionamento do produto

durante o uso, e juntamente com a estrutura buscando na inovação algo que possa

ser trabalhado sem afetar o meio ambiente.

“Num projeto de produto típico, a escolha definitiva de um ou mais materiais

é formalmente estabelecida na etapa de detalhamento (também

considerada como especificação do produto) sendo, em geral, reflexo de

uma sequencia de levantamentos estudos e avaliações que vêm ocorrendo

desde o inicio da atividade projetual.” (LIMA, 2006, p. 12)

Page 29: MOBILIÁRIO URBANO PARA O PARQUE DA LUZ

27

2.1.6.1 Lâmpadas de LED

As lâmpadas de led vêm crescendo no mercado, e substituindo as lâmpadas

fluorescentes. Por mais que não sejam de tamanha eficiência, sua durabilidade, e

economia são extremamente eficientes.

“Esse tipo de utilização, em que a tecnologia nova é adaptada para

substituir as anteriores e, assim, ser consumida imediatamente é chamado

de “mimetização” ou “retrofit” pelos luminotécnicos. O uso dos LEDs no

formato de lâmpadas pré- existentes já é muito interessante, pois embora

tenha um custo inicial elevado, o LED tem vida útil muito mais longa do que

as incandescentes e fluorescentes, além de ter um consumo de energia

muito baixo, o que compensa o custo inicial. A utilização das “lâmpadas”

compostas por LEDs é especialmente boa no uso externo, porque sua

reprodução de cor ainda não é excelente (em torno de IRC80, enquanto as

fluorescentes chegam a IRC85-95 e incandescentes IRC100). Embora já

seja satisfatória, tende a melhorar ainda mais.” (Forte e Ferraz, 2010)

Embora não seja uma solução de iluminação muito barata é possível entender

que ela se paga, pela sua economia e durabilidade, se tornando uma peça

fundamental na questão sustentável.

2.1.6.2 Luminárias Solares

Outra alternativa ecológica seriam as luminárias solares. Como o nome já diz,

elas funcionam à base de luz solar, e Iluminam de maneira ecológica e gratuita.

Elas funcionam como um sistema de captação de energia solar normal, que

na cobertura é instalada a placa e distribui a energia pela casa, porém de forma

isolada. Isto é, cada luminária tem uma placa, e funciona de maneira independente,

captando e reservando a energia necessária para o seu funcionamento nas baterias

que possuem internamente.

Nas luminárias, são instalados os painéis solares, os mesmo que captam

energia e garantem o funcionamento diário da lâmpada interna. Toda essa energia

armazenada durante o dia, é utilizada no começo da noite, em dias que a captação

de energia solar é menor, como por exemplo, em dias nublados ou chuvosos, as

Page 30: MOBILIÁRIO URBANO PARA O PARQUE DA LUZ

28

luminárias dispõem de reservas armazenadas suficiente para o funcionamento da

iluminação durante várias noites consecutivas.

2.1.6.3 Plástico Reciclável

Para essa pesquisa, foram considerados materiais que resultaram de

reciclagem ou que façam possível a mesma, minimizando danos já causados

anteriormente. Estes materiais serão citados a seguir.

Na lista dos polímeros originados do petróleo, segundo o site Eco4planet

(2009), estão os da categoria termoplásticos, que são aqueles que amolecem ao

serem aquecidos, podendo ser moldados. Uma vez resfriados endurecem e tomam

uma determinada forma. Como esse processo pode ser repetido várias vezes, esses

polímeros são recicláveis podendo ser reaproveitados. O site Eco4planet (2009)

alerta que os termoplásticos reciclados não podem ser empregados em embalagens

de alimentos a fim de se evitar contaminações provenientes de tintas e produtos

tóxicos. Este tipo de material reciclado pode se transformar em lixeiras, baldes,

mangueiras, sacos de lixo e outras modalidades.

Consideraram-se sete tipos de termoplásticos e alguns exemplos de

aplicação, a seguir, citados pelo site Eco4planet (2009):

• PET (Polietileno Tereftalato) - Utilizado em frascos de refrigerantes, de

produtos de limpeza e farmacêuticos, e em fibras sintéticas.

• PEAD (Polietileno de Alta Densidade) - São utilizados na confecção de

engradados para bebidas, garrafas de álcool e de produtos químicos, bambonas,

tambores, cestos de lixo, tubos para líquidos e gás, e tanques de combustível.

• PVC (Policloreto de Venilha) - São utilizados em frascos de água mineral,

em tubos e conexões para água. em calçados, em encapamentos de cabos

elétricos, equipamentos médico cirúrgico, lonas, esquadrias e revestimentos.

• PEBD (Polietileno de Baixa Densidade) - São empregados nas embalagens

de alimentos, sacos industriais, sacos para lixo, filmes flexíveis, e lonas agrícolas. 54

• PP (Polipropileno) - Empregados em embalagem de massas alimentícias e

biscoitos, potes de margarina, seringas descartáveis, equipamentos médico

cirúrgicos, fibras e fios têxteis, utilidades domésticas e autopeças.

Page 31: MOBILIÁRIO URBANO PARA O PARQUE DA LUZ

29

• PS (Poliestireno) - Usado em copos descartáveis, placas isolantes,

aparelhos de som e de TV, embalagens alimentícias, revestimento de geladeiras, e

material escolar.

O quadro abaixo mostra um comparativo à outros materiais recicláveis:

Quadro 1 – Comparativo de Materiais

MATERIAL PONTOS POSITIVOS

PONTOS NEGATIVOS

Polímeros

Grande durabilidade ao

ficarem expostos às condições climáticas,

resistentes, fáceis de modelar.

Se não reciclados, demoram séculos para se degradar.

Madeira

Resistentes, Média durabilidade ao

ficarem expostos às condições climáticas.

Processo de reciclagem

de alto custo, difíceis de modelar, alto custo no geral.

Papelão Processo de reciclagem

de baixo custo.

Pouca durabilidade ao

ficaram expostos as condições climáticas,

não são laváveis, frágeis.

Fonte: Adaptado de Ecoplanet (2009) e Spinacé e Paoli (2005).

Segundo Spinacé e Paoli (2005), o processo de reciclagem de polímeros

pode ser classificada em 4 categorias: primária e secundária, que são conhecidas

como reciclagem mecânica, tendo como diferenças que na primeira se usa polímero

pós-industrial e na segunda pós-consumo; terciária que é conhecida como

reciclagem química; e quaternária, também conhecida como energética.

Sobre a reciclagem mecânica, Spinacé e Paoli (2009) afirmam:

“A reciclagem mecânica pode ser viabilizada através do reprocessamento

por extrusão, injeção, termoformagem, moldagem por compressão, etc.

Para este fim são necessários alguns procedimentos que incluem as

Page 32: MOBILIÁRIO URBANO PARA O PARQUE DA LUZ

30

seguintes etapas: 1) separação do resíduo polimérico, 2) moagem, 3)

lavagem, 4) secagem, 5) reprocessamento e, finalmente, a transformação

do polímero em produto acabado. Existem variações nestas etapas devido à

procedência e o tipo de polímero, além das diferenças de investimentos e

equipamentos utilizados nas plantas de processamento.” (Spinacé e Paoli,

2009, p.66)

Já a reciclagem química, afirmam os autores, ocorre pelo processo de

despolimerização por solvólise ou por métodos térmicos ou catalíticos, e se o reuso

do resíduo polimérico não é prático ou econômico, é possível fazer uso de seu

conteúdo energético através da incineração, configurando a reciclagem energética

(SPINACÉ; PAOLI, 2009).

2.2 PARQUES URBANOS

2.2.1 Conceito

De acordo com o Art. 8º, § 1º, da Resolução CONAMA Nº 369/2006, no Brasil,

considera-se área verde de domínio público "o espaço de domínio público que

desempenhe função ecológica, paisagística e recreativa, propiciando a melhoria da

qualidade estética, funcional e ambiental da cidade, sendo dotado de vegetação e

espaços livres de impermeabilização" (CONAMA, 2006). São exemplos de área

verde urbana praças; parques urbanos; parques fluviais; parque balneário e

esportivo; jardim botânico; jardim zoológico; alguns tipos de cemitérios; faixas de

ligação entre áreas verdes.

No Brasil, parques urbanos são áreas verdes com função ecológica, estética

e de lazer, com uma extensão maior que praças e jardins públicos. Segundo o

governo(colocar fonte exata), parque é todo o local terrestre e/ou aquático destinado

a proteção de áreas representativas de ecossistemas. Além disso, essas áreas

podem ser destinadas também à atributos naturais ou paisagísticos, sítios

geológicos de grande interesse científico, educacional, recreativo ou turístico, cuja

finalidade é resguardar atributos excepcionais da natureza, conciliando a proteção

integral da flora, da fauna e das belezas naturais com a utilização para objetivos

científicos, educacionais e recreativos.

Page 33: MOBILIÁRIO URBANO PARA O PARQUE DA LUZ

31

“Todos os espaços são geográficos são determinados pelo movimento da

sociedade, da produção. Mas tanto a paisagem como o espaço, resultam de

movimentos superficiais e de fundo da sociedade, uma realidade de

funcionamento unitário, um mosaico de relações, de formas, funções e

sentidos.” (SANTOS, 2014, p.61)

2.2.2 Parque da Luz

Segundo a Associação Amigos do Parque da Luz, o Parque da Luz é uma

área Verde de Lazer, localizada no centro de Florianópolis, nos altos da Rua Felipe

Schmidt. Inicialmente conhecido como Colina da Vista Alegre, foi implementado ali

um cemitério no ano de 1941, que ficou em uso até 1920. A partir dessa data, o

cemitério foi transferido para o bairro Itacorubi, pois foi preciso dar lugar as ruas de

acesso a Ponte Hercílio Luz.

Em 1986, foi lançado o projeto inicial para o Parque, mas somente na década

de 90, quando foi cogitada a construção de uma sede da Prefeitura Municipal, houve

movimentação popular a favor da preservação da área. Segundo a FLORAM (2009),

os ecossistemas começaram a sofrer graves alterações e impactos a partir do século

XXI, quando houve uma grande ocupação do espaço urbano provocado pelo

crescimento urbano. A partir disso, foram criadas leis de proteção ambiental com o

objetivo de uma maior preservação e consciência ambiental da sociedade.

Em 1997 foi criada a Associação Amigos do Parque da Luz, com o objetivo de

preservar esta área de grande valor histórico e paisagístico da cabeceira insular da

Ponte Hercílio Luz, a partir da conscientização comunitária e ambiental, visto que a

ajuda do governo não tenha sido suficiente para a preservação do parquet em

questão. Neste sentido foram realizados inúmeros encontros artísticos musicais,

moções científicas e políticas, até que o parque fosse compreendido e assimilado

pela cultura urbana como espaço vital, segundo o próprio site

Com o intuito de dar uma destinação definitiva para a área e acabar com as

ameaças de ocupação a que ela sempre esteve submetidas (órgãos públicos,

hotéis, shopping, centro de convenções, etc.) coletou-se cerca de 10 mil assinaturas

que serviram de suporte para transformação definitiva do local em Área Verde de

Lazer, e posteriormente, para ser chamado oficialmente Parque da Luz. Atualmente

conta com uma área de 37.435 m2, um campo de futebol, flora diversificada, mesas,

Page 34: MOBILIÁRIO URBANO PARA O PARQUE DA LUZ

32

bancos e outros mobiliários, quase todos em péssimo estado de conservação.

Assim, apesar de todo crescimento da cidade, desde então o Parque da Luz

permanece aberto e público, compondo um cenário paisagístico, ecológico, artístico

e cultural, características indispensáveis aos dias atuais para que cidade (figura 4).

Figura 4 - Parque da Luz

Fonte: Associação Amigos do Parque da Luz (2017)

Como constatado durante a análise e pesquisa para a realização deste

projeto, para que um parque urbano se torne bem sucedido é necessária a

apropriação dos usuários no local em questão.

Page 35: MOBILIÁRIO URBANO PARA O PARQUE DA LUZ

33

2.3 MOBILIÁRIO URBANO

2.3.1 Conceito

A legislação brasileira, por meio da Lei 10.098/2000, define o termo mobiliário

urbano como “conjunto de objetos presentes nas vias e espaços públicos,

superpostos ou adicionados aos elementos da urbanização ou da edificação”

(BRASIL, 2000). Já a Associação Brasileira de Normas e Técnicas, que é a

responsável pela elaboração das normas brasileiras (ABNT NBR, 1986), asseguram

as características desejáveis de produtos e serviços, como qualidade, segurança,

eficiência, e bem como respeito ambiental. Além disso, considera mobiliário urbano

“todos os objetos, elementos e pequenas construções integrantes da paisagem

urbana, de natureza utilitária ou não, implantada mediante autorização do poder

público em espaços públicos e privados” (ABNT, 1986, p.1).

Essas normalizações, como um processo de formulação e aplicação de

regras para solucionar problemas existenciais e até mesmo potenciais, estabelecem

as condições que possibilitem que um produto, projeto ou serviço atendam às

finalidades a que se destinam, além de auxiliarem na autodisciplina dos agentes

ativos dos mercados, ao simplificar os assuntos, visando à ordenação em um dado

contexto. Ainda que diversos outros autores tenham conceitos e definições

diferentes – inclusive sobre a designação do nome “mobiliário urbano” – este projeto,

terá a ABNT como principal base teórica, visto que atua como Foro Nacional de

Normalização, e assim sendo, se refere a mobiliário urbano como quaisquer

elementos de diferentes escalas, implantados em espaços públicos e privados, cuja

finalidade seja a de auxiliar na segurança, na orientação e no conforto dos usuários.

Segundo MOURTHÉ (1998, p.10,11): “A função do mobiliário urbano vai além

de decorar a cidade, ao mesmo tempo em que sublinha que estes equipamentos

não devem ser tomados como uma peça isolada, com uma função pacífica – e só”.

Sendo assim, A distribuição de bancos, luminárias podem contribuir para incentivar

uma relação mais positiva e animada entre os seus visitantes desses espaços.

(KRAUEL, 2007)

Com objetivo de facilitar ainda mais o conceito de tais mobiliários, a ABNT

(1986) juntamente com Freitas (2008), classificam esses objetos de acordo com

seus critérios funcionais, sendo eles: circulação e transporte, cultura e religião,

Page 36: MOBILIÁRIO URBANO PARA O PARQUE DA LUZ

34

esporte e lazer, infraestrutura, segurança pública e proteção, abrigo, comércio,

informação e comunicação visual, ornamentação da paisagem e ambientação

urbana.

Além de classificar esses elementos em relação a sua função, Kohlsdorf

(1996), também os incluí na categoria de elementos complementares e os classifica

de acordo com a escala: elementos de informação apostos, pequenas construções,

mobiliário urbano.

Com a classificação conforme o critério funcional, é possível ressaltar ainda

mais a utilidade desses objetos nos espaços públicos, podendo também ser criadas

categorias diferenciadas para cada um. Durante a análise de um conjunto mobiliário

em relação à paisagem, a escala se torna essencial quando objetos interferem mais

que outros em relação a sua dimensão.

2.3.2 Elementos da Urbanização

Para Serra (1998), entendem-se como elementos urbanos, elementos que

possuem as seguintes características:

“são os elementos que, por sua extensão, podem oferecer uma visão

unificada do território da cidade. Podendo incluir rampas de acesso, como

um elemento comum da disposição urbana e aqueles que permitem a

vedação de áreas públicas. Não incluímos a pavimentação, sobre a qual

poderia ser escrito um livro inteiro, e que está em qualquer caso ligado ao

desenho urbano de cada cidade.” (SERRA, 1998, p. 11)

Serra (1998) cita inúmeros exemplos de mobiliários, bancos, banquetas e

cadeiras, fazendo parte da classificação de mobiliários de descanso, colunas de

iluminação, postes, luz de parede e holofotes como mobiliários de iluminação, já nos

elementos de jardinagem e água, caixas de flores, grades de árvores, protetores e

fontes, são os exemplos mais comuns citados pelo autor. Além disso, elementos da

comunicação e elementos comerciais, também fazem parte da composição urbana

de uma cidade, um com objetivo de sinalizar, informar e/ou fazer algum tipo de

propaganda, e o outro é considerado um grupo inteiramente composto por mobiliário

urbano para uso comercial e privativo, tais como floriculturas, sorveterias, bares e

mini mercados.

Page 37: MOBILIÁRIO URBANO PARA O PARQUE DA LUZ

35

Ainda segundo Serra (1998), seguindo necessidades coletivas da sociedade,

foi necessário desenvolver uma ocupação de espaço, e para isso criado

agrupamentos de ocupação de território, comercialização de produtos, entre outros.

Por isso, tornou-se necessária a organização desses elementos urbanos em locais

públicos e privados, facilitando o conforto dos usuários, padronizando a paisagem e

ainda servindo como função simbólica.

Apesar de muitas cidades ainda não julgarem de suma importância a

preocupação com o desenho e a implantação desses elementos em sua distribuição,

e ainda desconsiderar a relação dos mesmos com seus próprios usuários, a

implantação do mobiliário urbano pode trazer maior complexidade ao ambiente e

contribuir para a poluição visual das cenas urbanas (GUEDES, 2005, MOURTHÉ,

1998).

Em 1975 foi fundada a PPS, sigla utilizada para Project for Public Spaces,

para expandir o trabalho de William (Holly) Whyte, autora de The Social Life of Small

Urban Spaces . Desde então, foram realizados tais projetos em mais de 3000

comunidades em 43 países e em todos os 50 estados dos EUA, tendo também mais

de 900 pessoas em todo mundo que fazem parte do Conselho de Liderança

Placemaking, segundo o site pps.org (2017).

Segundo o site do grupo, pps.org (2017), o Project for Public Spaces (PPS) é

uma organização sem fins lucrativos de planejamento, design e educação dedicada

a ajudar as pessoas a criar e sustentar espaços públicos que criam comunidades

mais fortes. A abordagem do grupo é pioneira de preparação ajuda os cidadãos a

transformar seus espaços públicos em locais vitais que destacam os ativos locais,

estimulam o rejuvenescimento e atendem às necessidades comuns.

Há mais de quatro décadas são discutidas quais características fazem de um

lugar um bom espaço público pelo PPS. Em todo esse tempo, foi trabalhado com

mais de 3.000 comunidades em 43 países do mundo, o que permitiu concordar com

os principais atributos, sem deixar de lado o contexto local. As qualidades e suas

medidas foram representadas em um diagrama, em espanhol, e que propõe quatro

atributos principais: Sociabilidade, Usos e Atividades, Acessos e Ligações, e

Conforto e Imagem (figura 5). Por sua vez, cada um inclui características intangíveis

e critérios mensuráveis.

Page 38: MOBILIÁRIO URBANO PARA O PARQUE DA LUZ

36

Figura 5 - Espaços Públicos PPS

Fonte: PPS (2009)

O Mission Dolores Park (figura 6), de acordo com o artigo “Ótimos Espaços

Públicos”, localizado em San Francisco, tem colinas que propõe para os visitantes,

aproveitar a visão da cidade. De acordo com a classificação do PPS, este lugar é um

ótimo exemplo de parque local, onde é bastante comum ter eventos e festas, e que

os visitantes praticam algum esporte, como basquete, tênis ou trekking. Além disso,

sua localização torna um local de encontro atraente, porque é entre os distritos de

Castro e Missão que, em termos históricos e culturais, são bastante opostos.

Page 39: MOBILIÁRIO URBANO PARA O PARQUE DA LUZ

37

Figura 6 - Mission Dolores Park

Fonte: PPS ( 2009)

2.3.3 Mobiliário Urbano em Parques

Para cada espaço existe uma necessidade diferente de preenchimento com

elementos urbanos, no caso de parques, foca-se em elementos que torne o espaço

convidativo, onde seja possível a realização de encontros, prática de esportes,

atividades da comunidade como feiras, shows, aulas, entre tantas outras funções

que possam ser executadas ao ar livre. Jacobs (2007) e a Organização não lucrativa

Project for Public Spaces (2009), defendem que o maior indicativo de sucesso de um

espaço público é a apropriação pelos usuários. Se usuários de diferentes grupos

utilizam o parque, em horas distintas, para atividades distintas, o parque pode ser

considerado bem sucedido. E para isso acontecer, é necessário uma administração

e manutenção dos mobiliários presentes, de tempos em tempos.

Segundo o ArchDaily (2013), mobiliários urbanos tem função tão importante

tanto esteticamente, quanto em relação a seu uso funcional, fazendo com que sua

ausência seja imediatamente percebida pelas pessoas. E consequentemente

transformar uma visita a um lugar em uma experiência negativa, muitas vezes

fazendo com que não tenhamos vontade de voltar. Uma vez que as pessoas saem

de suas casas, utilizam bancos, lixeiras e bicicletários – onde estes existem – e, à

medida que escurece, se sentem mais seguras em ruas iluminadas. Atualmente, já

Page 40: MOBILIÁRIO URBANO PARA O PARQUE DA LUZ

38

existe em muitos países uma preocupação em implantar nos espaços públicos

equipamentos que, além de satisfazer as necessidades dos habitantes, sejam

também um elemento estético, como mostram as figuras 7, 8 e 9:

Figura 7 - Bicicletário

Fonte: ArchDaily (2013)

Figura 8 - The Rolling Bench

Fonte: ArchDaily (2013)

Page 41: MOBILIÁRIO URBANO PARA O PARQUE DA LUZ

39

Figura 9 - Banco Comunitário

Fonte: ArchDaily (2013)

2.3.4 Iluminação Pública

Para Mascaró (2006) a iluminação do espaço público se deve de duas

formas: com a luz natural que é proveniente do sol; e por meio artificial, através de

postes, refletores, spots, luminárias e outros.

Postes, postes ornamentais, luminárias, relés, reatores, lâmpada e acessórios

de iluminação, são os componentes mais utilizados quando se trata de luz artificial.

Tendo como um de seus principais objetivos garantir a segurança do meio, uma

iluminação também pode influenciar na paisagem esteticamente. Segundo Mascaró

(2006), pode existir a iluminação diurna, que depende diretamente da iluminação

solar e da abóbada celeste, proveniente de uma iluminação natural, e a iluminação

de uma cena noturna, sendo o oposto da iluminação gerada por luzes naturais. A

responsabilidade do embelezamento da cidade, atmosfera que valorizam e

destacam lugares, edifícios e vias de circulação, fica totalmente nas mãos dos

responsáveis pela criação dessa iluminação. Ainda segundo Mascaró (2006, p.16):

“a aparência do recinto urbano é um componente importante na atração ou interesse

Page 42: MOBILIÁRIO URBANO PARA O PARQUE DA LUZ

40

que gera a cidade para o desfrute de seus habitantes e visitantes”. Ou seja, quanto

melhor desenvolvida sua funcionalidade e estética, melhor será a distribuição de seu

fluxo luminoso, a composição estética da cidade e seu desenvolvimento em diversas

áreas da economia.

Segundo Hollands e Sprengers (1994), em termos gerais as necessidades de

luz dos usuários de espaços urbanos estão vinculadas à:

Seguridade viária;

Seguridade citadina;

Orientação visual;

Promoção turística ou comercial;

Identidade, ambientação e recreação.

O grau de importância dessas necessidades dependerá das características e

preferencias dos usuários em relação ao recinto urbano onde se desenvolvam suas

atividades (HOLLANDS; SPRENGERS, 1994).

No caso do Parque da Luz, a falta de segurança devido a pouca iluminação

na parte interna do parque, faz com que o resultado seja o oposto do esperado com

uma iluminação eficiente. Para Mascaró (2006):

“Ilumina-se o ambiente à noite para alcançar certos objetivos sociais (ou

econômicos), que incluem segurança, apoio ao desenvolvimento, destaque

às áreas históricas ou espaços verdes públicos ou para enviar mensagens.”

(MASCARÓ, 2006, p.23)

Para Mascaró (2006) e Jacobs (2007), a iluminação faz com que as pessoas

fiquem mais atentas a todos os movimentos, pois tendo um campo de visão

iluminado é possível influenciar em relação ao nível de segurança do frequentador

do espaço em questão. Além disso, principalmente na parte noturna do dia, poderá

influenciar as pessoas a movimentarem e frequentarem mais o local por

consequência da segurança, tornando o lugar mais agradável, ainda que

inconscientemente.

Em um parque, segundo Mascaró (2006) o projeto de iluminação tem que

levar em conta a visão tridimensional, ou seja, é preciso projetar para os três

Page 43: MOBILIÁRIO URBANO PARA O PARQUE DA LUZ

41

campos de visão. A autora ainda indica que um planejamento da iluminação pública,

deve-se levar em consideração, além da visão tridimensional, a distância do ponto

de luz e as superfícies verticais e também a perspectiva longitudinal dos pontos de

iluminação.

Feito todo o planejamento e execução do projeto de iluminação, levando em

conta também a localização, usuários, clima, e vegetação, conclui-se que as luzes

artificiais se tornam essenciais para um espaço urbano como um parque,

consequentemente tornando um espaço ainda mais agradável e seguro.

Em relação ao tratamento e características de iluminanção para cada zona

variam de acordo com as necessidades dos usuários:

“as características urbanas das zonas residenciais guardam certas

similitudes com a iluminação viária já que contam com as ruas internas mas

apresentam importantes diferenças construtivas, urbanas e funcionais.”

(Mascaró, 2006, p.124)

Page 44: MOBILIÁRIO URBANO PARA O PARQUE DA LUZ

42

3 RESULTADOS – PROJETO DE DESIGN

Para o projeto do mobiliário urbano foram seguidas as etapas propostas por

Lobach (2001) como apresentado no primeiro capítulo. Os resultados das etapas

são apresentados a seguir.

3.1 ANÁLISE DO PROBLEMA

Para a análise do problema, foram realizadas as atividades de coleta de

dados, como: entrevistas, observação e análise de mercado.

3.1.1 Entrevista

Foi realizada uma enquete junto aos frequentadores do Parque da Luz,

buscando identificar as necessidades destes usuários, além de obter informações

para o desenvolvimento de um mobiliário urbano para o Parque, que aumente a

frequência de visitação.

A enquete foi feita através de entrevistas individuais com 17 pessoas,

sendo 10 homens e 7 mulheres, frequentadores do parque, escolhidas de forma

aleatória, no dia 20 de julho de 2017, durante o período da tarde. O roteiro da

entrevista encontra-se no apêndice A.

Em termos de perfil, percebemos que a maioria dos entrevistados (68%)

tem mais de 31 anos, sendo que 54% tem mais de 46 anos, conforme demonstra o

Gráfico 1. Grande parte destes entrevistados (45%) são moradores da região

(Centro da cidade), ou seja, frequentam o local por estarem próximos. Ao mesmo

tempo, temos uma boa parte de frequentadores que moram em bairros distantes, o

que nos mostra uma boa diversidade de público com relação ao seu local de

moradia, como mostra o Gráfico 2.

Page 45: MOBILIÁRIO URBANO PARA O PARQUE DA LUZ

43

Gráfico 1 - Idade dos entrevistados

Fonte: O Autor (2017)

Gráfico 2 - Onde residem

Fonte: O autor (2017)

Page 46: MOBILIÁRIO URBANO PARA O PARQUE DA LUZ

44

Percebe-se também um índice elevado de frequência ao Parque, ao

observarmos que quase a metade dos entrevistados visita o local diariamente

(gráfico 3), e apenas 14% respondeu visitar o Parque apenas nos finais de semana.

Temos aqui um público que apresenta um alto índice de fidelidade de frequência ao

local, que se mostram conhecedores do Parque. Reforça este fato o tempo de

permanência no local, já que boa parte das pessoas afirma ficar no parque por um

tempo em torno de 1 hora (70%), de acordo com o gráfico 4.

Gráfico 3 – Frequência de visitação

Fonte: O autor (2017)

Page 47: MOBILIÁRIO URBANO PARA O PARQUE DA LUZ

45

Gráfico 4 - Quantas horas passam no local

Fonte: O autor (2017)

A convivência compartilhada também é evidente na enquete, onde 70% dos

entrevistados afirmam visitarem o Parque acompanhados, mostrando a vocação do

local para a sociabilidade, como mostra o gráfico 5.

Page 48: MOBILIÁRIO URBANO PARA O PARQUE DA LUZ

46

Gráfico 5 - Com quem frequentam

Fonte: O autor (2017)

A importância que o público dá para a iluminação do local fica clara nos

gráficos 6 e 7. Perguntados sobre que tipo de mobiliário sente mais falta no local, a

grande maioria (62%) respondeu iluminação, uma clara demonstração da

preocupação com fatores como segurança, conforto e tranquilidade nos passeios.

Além disso, 77% afirmam que passariam a frequentar mais o Parque caso fosse

melhorada a questão da iluminação.

Page 49: MOBILIÁRIO URBANO PARA O PARQUE DA LUZ

47

Gráfico 6 - Quais mobiliários urbanos sentem mais falta

Fonte: O autor (2017)

Gráfico 7 - Visitariam o parque com mais frequência se houvesse a implantação desse

mobiliário.

Fonte: O autor (2017)

Page 50: MOBILIÁRIO URBANO PARA O PARQUE DA LUZ

48

3.1.2 Observação

Através da técnica de observação, é possível extrair informações de grupos e

situações que com outros tipos de técnicas talvez não fosse possível ou tornaria um

ato mais complexo. A observação atenta dos detalhes coloca o pesquisador dentro

do cenário de forma que ele possa compreender a complexidade dos ambientes

psicossociais, ao mesmo tempo em que lhe permite uma interlocução mais

competente (ZANELLI, 2002).

Sendo assim, foi através dessa técnica, na tarde do dia 17 de agosto de 2017

por volta das 17:00, com um caderno e caneta que foram realizadas as constatações

a seguir.

As pessoas em sua maioria se direcionavam ao parque com roupas

despojadas, aparentemente após chegarem em casa de um dia de trabalho. Além

disso, algumas estavam com roupas de academia, tendo como intuito se exercitar ou

se alongar nos poucos mobiliários próprios para tais atividades. Quem não estava

com objetivo de se exercitar ficava durante um período mais curto de tempo,

enquanto os atletas realizavam corridas, caminhadas ou alongamentos.

Outros grupos de pessoas tinham como objetivo dar uma caminhada com seu

animal de estimação, sendo cachorros em sua unanimidade. Essas pessoas

permaneciam por mais tempo no parque, pois se juntavam com outros donos de

animais, ficando para uma conversa e deixando os cachorros soltos para passear e

brincar.

Algumas pessoas passavam pelo parque simplesmente por parecer caminho

mais agradável do que a beira de uma calçada, e onde algumas delas encontravam

conhecidos e acabavam ficando um pouco mais tempo do que o pretendido.

Mais para o fundo do parque havia dois ou mais moradores de rua, que

permaneceram sentados nos bancos de madeira que existem do outro lado do

degradado campinho de futebol.

Os mobiliários existentes são pouco convidativos, tão pouco exercem sua

verdadeira função. Bancos quebrados ou sujos, lixeiras enferrujadas e sem sacos

para o lixo, playground infantil sem segurança e por fim, a falta de iluminação

necessária para a permanência no parque após as 19:00.

Page 51: MOBILIÁRIO URBANO PARA O PARQUE DA LUZ

49

A maioria das pessoas deixou o local assim que começou a escurecer.

Poucas outras chegaram para passear com seus cães, e menos ainda para

caminhadas ou exercícios.

3.1.3 Análise de similares

Lobach (2001) define a análise do mercado como a etapa em que são

reunidos e analisados todos os produtos da mesma classe oferecidos ao mercado,

que fazem concorrência ao novo produto. Sendo assim, o quadro 2 a seguir

apresenta uma análise de 3 concorrentes diretos do produto.

Quadro 2 - Similares e Concorrentes.

TABELA DE SIMILARES/CONCORRENTES

PRODUTO CARACTERÍSTICAS PONTOS

POSITIVOS PONTOS

NEGATIVOS VALOR

Luminária Sustentável

Possui uma placa fotovoltaica de 70W

que capta a luminosidade do sol e a transforma em

energia, armazenada, então, em uma bateria. As doze lâmpadas de

LED ligadas à bateria são

acionadas de forma automática, por um

sensor.

Resistência de sua

estrutura e na capacidade de

embutir a placa solar fotovoltaica.

Processo de alto custo.

R$ 3.291,54.

Árvore Solar

O poste é equipado com células

fotovoltaicas que transformam a luz do sol em eletricidade.

Em formato de árvore, o poste tem 20 hastes verdes

com painéis solares e galhos de LED. As luzes se acendem automaticamente quando escurece.

Capacidade para fornecer luminosidade durante três dias, design premiado.

Processo de fabricação de

alto custo.

Não encontrado.

Page 52: MOBILIÁRIO URBANO PARA O PARQUE DA LUZ

50

Luminária Solar

Processo de sistema de captação de

energia solar que se instala na cobertura e distribui a energia.

Iluminam de maneira

ecológica e gratuita.

Pouca durabilidade

ao ficaram

expostos as condições

climáticas, não são laváveis,

frágeis.

R$ 27,00/ R$50,00

Fonte: Adaptado de Ambiente Sustentável (2012) e Blog da Engenharia (2017)

A seguir, as luminárias citadas anteriormente são apresentadas nas figuras

11, 12 e 13:

Figura 10 – Luminária Sustentável.

Fonte: Ambiental Sustentável (2012)

Page 53: MOBILIÁRIO URBANO PARA O PARQUE DA LUZ

51

Figura 11 – Árvore solar.

Fonte: Ambiental Sustentável (2012)

Figura 12 – Luminária solar

Fonte: Blog da Engenharia (2017)

Page 54: MOBILIÁRIO URBANO PARA O PARQUE DA LUZ

52

Analisando os dados do quadro 2, todas usam o sistema de captação de luz

solar, iluminando de maneira ecológica e gratuita. Pode-se perceber que precisam

ser resistentes se forem ficar expostas a condições climáticas, como é o caso de

uma área externa.

Atualmente as luminárias que se encontram nos parques de Florianópolis, são

as apresentadas no quadro 3. Como pode ser notado, nenhuma possuí material

ecológico e energia renovável, além de ter um design pouco explorado. Não foi

possível encontrar o material utilizado para a fabricação das mesmas, por isso, os

materiais descritos ali são apenas uma suposição pelo que a autora conseguiu

perceber em análise visual.

Page 55: MOBILIÁRIO URBANO PARA O PARQUE DA LUZ

53

Quadro 3 – Concorrentes de Florianópolis

Fonte: O autor (2017)

Page 56: MOBILIÁRIO URBANO PARA O PARQUE DA LUZ

54

3.1.4 Requisitos de Projeto

Com a análise do problema, foi possível chegar nos seguintes requisitos de

projetos:

Melhorar questões de segurança que o parque enfrenta;

Não interferir na estética do parque;

Ter a Ponte Hercílio Luz como conceito principal;

Resistir a interperes;

Ser de material ecológico;

Ter energia renovável.

Como o Parque da Luz está localizado na cabeceira da Ponte Hercílio Luz, foi

decidido usar a mesma como conceito para o desenvolvimento deste projeto.

Segundo as entrevistas realizadas no local, os entrevistados relataram que

uma luminária seria o objeto de maior necessidade para o local, visto que hoje apenas

os postes da rua Felipe Schmidt cumprem o papel de iluminar o parque.

Como o Parque da Luz é localizado na parte central da cidade, além de ser

usado por pessoas do bairro para lazer, ele também é considerado um parque de

passagem. Por essas razões, o design da luminária não pode interferir na sua

estética, para que os frequentadores não percam a identidade trazida inicialmente

pelo Parque da Luz.

Como todos os produtos, além de sua função estética, sua parte funcional é

de suma importância, por isso, seu material foi escolhido de forma que tenha o menor

impacto ambiental possível, tornando o mobiliário ecológico. Além desse critério, a

resistência as temperaturas e condições climáticas também são indispensáveis para

este produto, pelo fato de que será implantado para área externa.

A escolha de materiais ecológicos e energia renovável tem como objetivo

conscientizar ainda mais a população e mais precisamente os usuários do parque,

para que tenham um exemplo de solução ecológica o mais perto possível do dia a dia

das mesmas.

Page 57: MOBILIÁRIO URBANO PARA O PARQUE DA LUZ

55

3.2 GERAÇÃO DE ALTERNATIVAS

Para a geração de alternativas, definiu-se como o conceito do produto uma

das simbologias mais marcantes para Florianópolis, a Ponte Hercílio Luz. Após da

definição do conceito do produto, iniciaram-se os primeiros estudos que darão forma

à luminária. No processo de criação da geração de alternativas foram utilizados

painéis de imagens, como os painéis semântico de estilo de vida, expressão do

produto e tema visual, que são quadros que tem como objetivo auxiliar no

desenvolvimento de produtos, através de imagens que expressam contexto e

sentimentos associados ao projeto.

Com o painel de estilo de vida (figura 13), foi possível observar o estilo de

vida dos usuários do parque, que serviram como fonte de pesquisa e inspiração para

a criação de uma nova proposta de luminária.

Page 58: MOBILIÁRIO URBANO PARA O PARQUE DA LUZ

56

Figura 13 – Painel de estilo de vida.

Fonte: O autor (2017)

Já no painel semântico 02 (figura 14), foram coletadas imagens em relação ao

conceito do produto em questão. Fontes de inspiração como o meio ambiente,

símbolos locais, ecologia, entre outros.

Neste caso, o principal conceito do produto foi a Ponte Hercílio Luz. Foi

através dela que as formas e desenho do produto final serão desenvolvidas. O apelo

ecológico do produto se dará através do uso de materiais ecológicos e para isso foi

Page 59: MOBILIÁRIO URBANO PARA O PARQUE DA LUZ

57

montado o painel com as imagens abaixo para servirem de base e inspiração para

geração de ideias.

Figura 14 – Painel de expressão visual.

Fonte: O autor (2017)

No painel semântico 03 (figura 15), foram escolhidas imagens que remetem o

ao tema visual que se gostaria de ter no produto, representado o avanço da

tecnologia, possíveis mudanças em produtos existentes, tendências para o futuro de

diferentes produtos.

Através do painel abaixo, é possível analisar as possível formas, materiais e

usos de alguns objetos já existentes hoje mas se adequando ao futuro. Como o LED

Page 60: MOBILIÁRIO URBANO PARA O PARQUE DA LUZ

58

hoje ainda não é tão acessível para algumas pessoas, possivelmente se torne mais

usual num futuro próximo, assim como formas mais simples e orgânicas, que

também servirão de inspiração para o desenvolvimento deste projeto.

Figura 15 – Painel de tema visual.

Fonte: O autor (2017)

A partir dos painéis semânticos e de outras técnicas de criatividade como o

brainstorming e analogias foram geradas algumas alternativas. As principais

alternativas são apresentadas a seguir.

Como se pode observar na figura 16, a primeira alternativa, não saiu muito

dos padrões vistos na atualidade, pode até ser considerado um estilo de luminária

Page 61: MOBILIÁRIO URBANO PARA O PARQUE DA LUZ

59

mais clássica sem muito risco, ou seja, predominou o formato vertical, visto em

luminárias públicas em sua grande maioria.

Figura 16 – Alternativa 01.

Fonte: O autor (2017)

A partir da alternativa 02 (figura 17), nota-se uma mudança no formato da

iluminação a ser projetada. Curvas e formas começam a dar vida e um ar mais

dinâmico para o produto.

Page 62: MOBILIÁRIO URBANO PARA O PARQUE DA LUZ

60

Figura 17 – Alternativa 02.

Fonte: O autor (2017)

A alternativa 03 (figura 18) foi inspirado no estilo minimalista, onde a

iluminação da peça predomina toda a lateral, deixando seu contorno vazado e sem

nenhum tipo de adorno ou adereço.

Page 63: MOBILIÁRIO URBANO PARA O PARQUE DA LUZ

61

Figura 18 – Alternativa 03.

Fonte: O autor (2017)

Como pode ser visto nas alternativas 04 (figura 19), 05 (figura 20), 06 (figura

21), as curvas e formatos já se encaminham para o produto final. Linhas que

remetem a ponte Hercílio Luz começam a ganhar destaque em relação as curvas do

Page 64: MOBILIÁRIO URBANO PARA O PARQUE DA LUZ

62

produto, ou seja, a tentativa de lembrar de algum modo o ponto mais importante da

ilha, são traduzidas no desenho da luminária.

Na alternativa 04, o suporte para a lâmpada não é vazado, e pouco se

assemelha ao conceito proposto.

Figura 19 – Alternativa 04.

Fonte: O autor (2017)

Page 65: MOBILIÁRIO URBANO PARA O PARQUE DA LUZ

63

Já na alternativa de número 05 o mesmo suporte se faz vazado remetendo o

conceito da Ponte Hercílio Luz com mais facilidade.

Figura 20 – Alternativa 05.

Fonte: O autor (2017)

Page 66: MOBILIÁRIO URBANO PARA O PARQUE DA LUZ

64

A alternativa 06 possui o suporte vazado, ou seja, dando destaque para o

conceito escolhido e ainda utilizado duas lâmpadas para iluminação. Tanto sua parte

funcional quanto sua parte estética foram bem exploradas nesta alternativa.

Figura 21- Alternativa 06.

Fonte: O autor (2017)

Page 67: MOBILIÁRIO URBANO PARA O PARQUE DA LUZ

65

3.3 AVALIAÇÃO DAS ALTERNATIVAS

Levando em consideração a segurança do parque, a necessidade de

iluminação constatada pelos usuários, a mínima interferência estética do local, tendo

a Ponte Hercílio Luz como conceito principal e de modo que o produto utilize energia

renovável como requisitos de projeto, e com auxílio de uma matriz multicritério

(PUGH, 1991), apresentada no quadro 4 as alternativas foram avaliadas, de modo

que as alternativas 04, 05 e 06 foram mais bem pontuadas e optou-se pela junção

destas, sendo refinada chegando-se na alternativa final apresentada na figura 22.

Quadro 4 – Matriz multicritério.

CRITÉRIOS 01 02 03 04 05 06

Segurança 5 5 5 5 5 5

Interferência estética no ambiente 1 5 4 5 5 5

Conceito 2 4 3 3 4 5

Energia renovável 1 2 1 5 5 5

Total 9 16 13 18 19 20

Fonte: O autor (2017)

A alternativa selecionada representa a junção dos desenhos de número 04,

05 e 06, da geração de alternativas. A parte de suporte da lâmpada teve como fonte

de inspiração e também como homenagem, à Ponte Hercílio Luz, localizada muito

próxima ao Parque da Luz. A posição da mesma se deve pelo fato de que para a

lâmpada em questão funcionar, é necessário o carregamento da mesma durante o

dia, ou seja, nesta posição a luz solar entrará com mais facilidade, completando o

objetivo da lâmpada.

Page 68: MOBILIÁRIO URBANO PARA O PARQUE DA LUZ

66

Figura 22 – Alternativa final refinada

Fonte: O autor (2017)

3.4 REALIZAÇÃO DA SOLUÇÃO

A tendência e necessidade da sociedade por produtos com preocupação com o

meio ambiente foi o ponto de partida deste projeto. Este produto teve como objetivo

cessar a necessidade prioritária dos frequentadores do Parque da Luz,

desenvolvendo então um produto em prol da sustentabilidade, sem interferir na

estética do parque, ou seja, agregando ainda mais valor histórico do local , além de

suprir sua função de iluminação do parque. Com esta iluminação, será possível

agregar mais segurança, e assim despertar a vontade de frequentar ainda mais o

Parque da Luz.

Durante todo o processo metodológico, ficou claro que a solução mais urgente

e adequada seria a criação de uma luminária. Por isso, este produto além de cumprir

sua função principal, ainda foi possível unir a necessidade com a consciência

ambiental, por usar materiais sustentáveis, fazendo com que as pessoas reflitam.

Esta luminária possui formas remetentes as curvas de um dos cartões postais mais

famosos da cidade, a Ponte Hercílio Luz, deixando o design da peça com um

sentido ainda mais significativo. Além das curvas, foi usada a iluminação solar,

proveniente de um placa que capta as energias solares e transforma em iluminação,

Page 69: MOBILIÁRIO URBANO PARA O PARQUE DA LUZ

67

que não é necessário o gasto de energia e é carregável durante a parte do dia que

tenha sol, e na parte da noite acesa com a energia absorvida.

Conforme entrevista com profissionais da área e através de pesquisas sobre o

tema, o material escolhido para a produção deste mobiliário foi plástico reciclável,

que se encaixou nos requisitos procurados para a conclusão deste trabalho. O

processo de fabricação do PP (Polipropileno) reciclado funciona de seguinte forma, é

realizada a gestão de resíduos industriais (lixo das fabricas), em seguida a

classificação dos materiais, onde é encaminhado para o setor de extrusão, onde

todo material é homogeneizado dentro da extrusora (máquina que granula o

plástico) e após esse processo o material está pronto para ser comercializado, de

acordo com o diretor da Plaskarper em entrevista realizada em 31 de outubro de

2017 (apêndice B).

A cor preta foi escolhida por dois motivos principais, o primeiro seria pelo fato

de que o plástico reciclável é mais barato quando preto, pois não necessita de um

processo produtivo a mais para a coloração, como de outras cores, segundo o

diretor da Plaskarper (2017). Além disso, o preto não permite um grande

destoamento em relação ao produto e o local, não alterando drasticamente o visual

estético. As imagens do produto final são apresentadas nas figuras 23, 24 e 25 a

seguir.

Figura 23 – Produto final vista 01

Fonte: O autor (2017)

Page 70: MOBILIÁRIO URBANO PARA O PARQUE DA LUZ

68

Figura 24 – Produto final

Fonte: O autor (2017)

Figura 25 – Produto final detalhe da iluminação

Fonte: O autor (2017)

Page 71: MOBILIÁRIO URBANO PARA O PARQUE DA LUZ

69

O desenho técnico do produto proposto se encontra no Apêndice C.

Page 72: MOBILIÁRIO URBANO PARA O PARQUE DA LUZ

70

4 CONCLUSÃO

Este trabalho teve como objetivo principal desenvolver uma luminária para

o Parque da Luz, localizado no centro de Florianópolis, para que o mesmo

atendesse as principais necessidades dos usuários do local.

O produto desenvolvido busca incentivar e influenciar positivamente a ida

ao parque através da criação e implantação de iluminação no local, resultando em

mais segurança, conforto e aumento na qualidade dos passeios realizados pelos

usuários do Parque da Luz.

Buscou-se solucionar o problema através da familiarização e

compreensão do tema do projeto, entendendo sobre mobiliários urbanos e design no

geral, através de pesquisas bibliográficas de livros e artigos de sites, que trouxeram

informações de suma importância para chegar a solução final deste projeto. Estas

mesmas pesquisas foram essenciais para a construção do produto final, geração de

alternativas e conceitos, que deram suporte para a realização do produto final de

acordo com a necessidade do público.

A metodologia que foi seguida durante todo o processo de elaboração

deste trabalho foi a de Lobach (2001), onde o processo criativo é dividido em quatro

fases: a análise do problema, onde são feitas coleta de dados relevantes, feito isso,

é dado início a geração de alternativas, seguido da avaliação das mesmas e por fim,

a realização da solução de acordo com todos os passos anteriores para dar início ao

desenvolvimento do produto final.

Sendo assim, esse projeto pode ser considerado útil visto que tenha

atingido os objetivos propostos no início do trabalho. Além da utilização de materiais

sustentáveis, o conceito de sua forma tem uma ligação direta com o local onde o

mesmo será posicionado, na cabeceira da Ponte Hercílio Luz. Esta luminária poderá

proporcionar aos usuários mais segurança e tranquilidade e ainda transmitir às

pessoas o pensamento sobre sustentabilidade e ideias com soluções sustentáveis

podem solucionar muitos dos problemas enfrentados hoje, e consequentemente

fazer futuras gerações reconsiderarem conceitos em relação a produtos e o meio

ambiente.

Page 73: MOBILIÁRIO URBANO PARA O PARQUE DA LUZ

71

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Page 77: MOBILIÁRIO URBANO PARA O PARQUE DA LUZ

75

APÊNDICES

Page 78: MOBILIÁRIO URBANO PARA O PARQUE DA LUZ

76

APÊNDICE A – Roteiro de Entrevista

1. Sexo: ( ) Femino ( ) Masculino

2. Idade: ( ) Mais de 60 anos ( ) De 46 a 60 anos ( ) De 31 a 45 ano

( ) De 19 a 30 anos ( ) De 14 a 18 anos

3. Residência: ( ) Centro ( ) Sul da Ilha ( ) Norte da Ilha

( ) Coqueiros ( ) São José/Palhoça

4. Quantos dias na semana frequentam o parque: ( ) Todos os dias ( ) 4 a 5 vezes na semana ( ) 3 a 4 vezes na semana

( ) 2 a 3 vezes na semana ( ) 1 vez na semana ( ) Finais de semana

( ) Raramente

5. Com quem frequentam o parque: ( ) Sozinho ( ) Cônjuges ( ) Parentes ( ) Amigos

6. Quantas horas permanecem no parque: ( ) Menos de 1 hora ( ) 1 hora ( ) 2 horas ( ) 3 horas ( ) N.D.A.

7. Qual mobiliário urbano sentem mais falta: ( ) Luminárias ( ) Lixeiras ( ) Bancos ( ) Outros. Quais?_______________

8. Visitariam o parque com mais frequência com a implantação de luminárias? ( ) Sim ( ) Não

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77

APÊNDICE B – Entrevista Plaskarper com Joel através de e-mail

Marina: Estou finalizando meu TCC que é o desenvolvimento de um mobiliário

urbano para um parque aqui de Florianópolis. Um dos meus objetivos é a utilização

de materiais ecológicos. Gostaria de saber se o seu produto se encaixa nesses

requisitos, o que eu penso que sim. Então precisaria do processo de fabricação,

valores de comercialização, como ele é comercializado (por metro quadrado,

linear...), custos em comparação a outros plásticos, vantagens e desvantagens,

tempo produção, e como é feito o descarte.

Joel: Boa tarde.

Sobre o produto – Polipropileno

Material utilizado para injeção e extrusão de peças plásticas, conhecido também

como PP. Nosso processo de fabricação funciona de seguinte forma, nossa empresa

realiza a gestão de resíduos industriais (lixo das fabricas) realizamos a classificação

dos matérias onde é encaminhado para o setor de extrusão, onde todo material é

homogeneizado dentro da extrusora ( máquina que granula o plástico) após esse

processo material está pronto para ser comercializado, o padrão final do produto é

aquele que mandei no vídeo. Todo processo parecer fácil e rápido mas é o oposto,

material demanda muito trabalho manual e controle de qualidade, pois existem

inúmeros tipos de polímeros que podem comprometer o processo.

Todo material é comercializado por kg, podendo ser enviado em sacos de 25kg ou

Big Bag para o cliente, valor médio do material que mostrei para você varia entre R$

4,50 á R$ 5,50 depende muito da qualidade do material e impostos também, as

cores do material determinam a qualidade dele, ex: material na cor Preto é mais

barato devido ser impurezas, quanto mais transparente o material for mais próximo

do virgem ele chega, tornando ele mais nobre.

Diferença entre reciclado e virgem são várias.

Valor.

Page 80: MOBILIÁRIO URBANO PARA O PARQUE DA LUZ

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Primeiramente o custo do material reciclado é mais barato, diferente pode chegar a

R$ 3,00 kg depende muito da cotação do Dolar, muito dos matérias virgem que

circulam pelo Brasil são importados, mas também temos a Braskem que produz

material virem aqui no Brasil mesmo.

Meio ambiente.

Ao utilizar produtos reciclados você retira um material que provavelmente iria para

aterro sanitários e coloca ele em circulação no mercado novamente, gerando

trabalho, impostos e aquece a economia, sem contar o apelo ambiental que existe

hoje.

Bom acredito que seja isso, se tiver alguma dúvida me avise.

Abraço.

Page 81: MOBILIÁRIO URBANO PARA O PARQUE DA LUZ

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APÊNDICE C – DESENHOS TÉCNICOS

Page 82: MOBILIÁRIO URBANO PARA O PARQUE DA LUZ

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