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Relatório Mobilidade, Inteligência de Mercado

Mobilidade





Internet e Mobilidade

Nos últimos 10 anos, o termo Mobilidade no universo de tecnologia mudou bastante, se

tornou mais abrangente e abriu novo setor de negócios. Games, aplicativos de navegação, sites

de serviços, portais de comércio eletrônico, ferramentas de busca e de comunicação social; toda

a dinâmica da Internet se moldou ao universo móvel, permitindo aos usuários estarem

conectados em qualquer lugar, a qualquer hora.

É quase que incoerente dissociar Internet de Mobilidade, pois ambos são adventos

complementares na tecnologia da informação. Sem conexão, a mobilidade se torna manca de

sua principal função e a mobilidade é essencial para que a internet atinja cada vez mais usuário,

não importando mais horário ou local de acesso.

O perfil do usuário também mudou, assim como o comportamento de consumo. Dessa

forma, compreender como pensa o usuário final de mobilidade se torna vital para o

desenvolvimento de ferramentas e soluções adequadas, para o sucesso dos negócios.

De acordo com pesquisa realizada pela Forrester Inc., 83% dos Brasileiros entre 16 a 75

anos de idade, mantém um perfil em rede social e, 72% são usuários ativos de suas respectivas

contas. Cerca de 66% deste público segue, já seguiu ou curtiu uma marca de empresa e/ou

produto. Além disso, o Brasil possui uma das maiores taxas de uso de dispositivos móveis, com

95% de sua população metropolitana e, 40% destes usuários são proprietários de smartphones.

Sobre comércio eletrônico através de dispositivos móveis, 86% dos entrevistados

alegaram já ter pesquisado produtos para comprar e 64% deste total já efetivamente realizaram

compras. O valor médio gasto, por pessoa, em Janeiro, Fevereiro e Março de 2013 foi de R$

763,00 (USD 379,00). Os principais itens comprados foram: Eletrônicos (31%), Livros (28%),

Computadores e Periféricos (22%), Roupas e Acessórios (20%), Tickets de shows e eventos

(19%).

Obs: A soma supera 100% pois cada um pôde dar mais de uma resposta.

Fonte: Forrester Inc.

31%

28% 22%

20%

19%

Comércio Eletrônico

Eletrônicos Livros Computadores e Periféricos

Roupas e Acessórios Tickets de shows e eventos





O setor bancário também tem crescido, pois de acordo com a pesquisa, 27% dos

entrevistados já realizam periodicamente pagamentos via dispositivos móveis.

A pesquisa foi realizada com mais de 2,5 mil pessoas, nas cidades de São Paulo, Rio de

Janeiro, Recife, Porto Alegre, Belo Horizonte, Salvador, Curitiba, Brasília, Ribeirão Preto,

Presidente Prudente, São José dos Campos e São José do Rio Preto.

Todas as informações acima atestam que o momento que o mercado de mobilidade

brasileiro vive é inédito. Pela primeira vez na história do Brasil, de acordo com a IDC, as vendas

de tablets superaram a dos desktops. Além disso, investe-se mais em mídias online. A

consultoria PWC, em seu estudo “Entertainment and Media Outlook” aponta o Brasil como um

dos oito países do mundo que terá o maior crescimento nos investimentos em publicidade e

gastos do consumidor no setor nos próximos anos.

Crescimento projetado 2013-2017, (%) do uso da Internet.

Fonte: PWC

As empresas estão apostando cada vez mais em soluções móveis, tendo em vista as

necessidades crescentes dos usuários, é o que diz a “Pesquisa CIO de Mobilidade da Accenture

2013: Oportunidades de Negócio no Avançado Mercado da Mobilidade”. Dentre os pontos,

expressa que o assunto mobilidade figura como uma das cinco principais prioridades para 77%

dos executivos entrevistados em 14 países. Um dos motivos do alto percentual é que um em

cada dez entrevistados relata mais de 100% de retorno sobre o investimento como resultado de

implementações de mobilidade nos últimos dois anos.

4,2

4,3

5,1

6,7

13,3

14,4

18,6

1,5

0

0,5

3,6

3,8

6,5

13,1

Música

Jornais

Livros

Filmes

TV Assinatura

Games

Publicidade na Internet

Mundo Brasil





Tal realidade gera a necessidade de um número elevado de profissionais capacitados.

De acordo com a empresa ENG, especializada na capacitação e certificação de profissionais para

o mundo web e mobile, os salários desses profissionais variam de R$ 4,5 mil a R$ 12 mil,

dependendo da capacitação e responsabilidades envolvidas no projeto. De acordo com a

empresa, Mobilidade deverá criar milhões de oportunidades de emprego nos próximos cinco

anos.

O alcance da mobilidade

A consultoria PWC demonstra que o internauta brasileiro é o mais conectado do

mundo. O país está na frente no acesso a redes sociais, como o Facebook (utilizado por 95%

dos brasileiros conectados ao menos uma vez por semana), e em redes profissionais como o

Linkedin (77%, uma vez por semana) contra 40% nos EUA.

Dos Brasileiros Conectados...

Compras On Line 59%

Baixam / Stream de Séries 68%

Baixam / Stream de Filmes 73%

No Brasil o uso de aplicativos e serviços móveis se expandiu por todas as classes sociais

e faixas etárias, muito mais do que na China, Reino Unido e EUA. Diversas formas de uso de

dispositivos móveis têm ganhado notoriedade e, consequentemente, uma nomenclatura

específica:

M-Payment

O mobile payment ou m-payment, é o sistema de pagamentos via celular ou tablets. Em

2013, a venda de smartphones superou a de celulares convencionais pela primeira vez no Brasil.

Hoje existem aproximadamente 50 milhões de aparelhos smartphones em território nacional.

Segundo o Gartner, o mercado global de transações via smartphone alcançará 450

milhões de usuários e faturamento de US$ 334 bilhões em 2017.

No Brasil e nos EUA, o tempo gasto em

dispositivos móveis superou o

consumo de televisão. De acordo com

pesquisa da Millward Brown (estudo

AdReaction) o brasileiro fica em torno

de 149 minutos por dia em seus

smartphones contra 113 minutos em

frente à televisão.





No Brasil, já foi dado o primeiro passo, ao aprovar no ano de 2013 a lei 12.865 que

regulamenta o uso de pagamentos através de dispositivos móveis. Além disso, o Brasil figura

como o país mais bem preparado para adesão aos serviços quando comparamos à América do

Sul e o 2º dos Brics, dados do índice Mastercard Mobile Payments Readiness Index (MPRI).

Porém, uma das questões que representa um entrave à proliferação dessa tecnologia é

a segurança. Os consumidores, a exemplo da novidade do e-commerce, ficam receosos quanto

à invasão de privacidade e as possíveis consequências que pode ocorrer quando o smartphone

estiver na posse de mãos erradas. Ademais, é preciso investir no desenvolvimento da

infraestrutura de rede.

M-Health

O termo Mobile-Health (ou m-Health) representa o uso de tecnologias da informação e

comunicação para cuidados com a saúde por meio de dispositivos móveis. Pesquisa da

Research2Guidance informa que o número de aplicativos de saúde disponíveis para download

no mundo está na ordem de 97.000, sendo 42% pagos.

Usar a penetração de dispositivos móveis nas classes C e D para monitorar e prevenir o

impacto das doenças crônicas é uma das vantagens do uso de aplicativos para Saúde e pode

minimizar inclusive o tempo gasto em idas a hospitais públicos, como demonstra o exemplo da

Coréia do Sul, que adotou sistema de controle e monitoramento de doenças, além de consultas

e exames, aos pacientes da rede pública. É possível a identificação de doenças via leitura do

paciente/usuário, permitindo o controle do médico de maneira interativa e remota com o

paciente e até mesmo a detecção de padrões de vida não condizentes a uma vida saudável, via

análise de Big Data.

M-Commerce

O comércio móvel ou Mobile Commerce, em inglês é a prática de fazer compras e

vendas por meio de dispositivos móveis. No mundo há uma tendência de superar o valor do e-

commerce com o m-commerce. Os dados abaixo, bem como as projeções são fornecidos pelo

Goldman Sachs.

Para compreender o quanto esse mercado crescerá, deve-se olhar primeiramente para o

total de vendas mundiais no e-commerce do ano passado, que atingiu USD 638 bilhões (inclui

vendas via desktop, tablet, smartphone, smart TV e plataforma de games).

Já o valor estimado para as vendas de m-commerce para 2018 será de USD 626 bilhões,

o que significa dizer que apenas a venda via smartphone e tablet quase igualará ao volume

transacionado de e-commerce hoje, em apenas cinco anos.

Em 2014, 535 milhões de

consumidores realizarão

compras via dispositivos móveis.





Fonte: Goldman Sachs

Fonte: Goldman Sachs

2014 2015 2016 2017 2018

E-Commerce 72,8 66,1 59,5 56,2 53,4

Mobile Commerce 27,2 33,9 40,5 43,8 46,6

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

%

Representatividade do m-commerce em relação as vendas do e-commerce

535

686

830

961

1090

2014 2015 2016 2017 2018

Projeção da quantidade de consumidores que irão realizar compras via mobile (em USD milhão)





Fonte: Goldman & Sachs

2014

M- Commerce

Total USD 204 Bilhões

535 milhões de

consumidores

27,2% do

e-commerce

USD 70 Bilhões

em Smartphones

USD 134 Bilhões

em Tablets

2018

M- Commerce

Total USD 626 Bilhões

1,09 bilhão de

consumidores

46,6% do

e-commerce

USD 173 Bilhões

em Smartphones

USD 453 Bilhões

em Tablets

Fonte: Goldman & Sachs

Rede Móvel

Sem dúvida alguma, um dos principais pilares facilitadores da expansão da mobilidade é

o crescimento que a rede móvel de internet vem alcançando. Em uma pesquisa feita pela

Statista Inc. a porcentagem média de acesso à internet feita por dispositivos móveis no mundo

mais que quadruplicou em três anos, enquanto era de aproximadamente 3% em 2010 em 2013

alcançou a média de 14% do total de acesso pelo globo.

No Brasil, os investimentos na rede móvel cresceram muito. Em nota divulgada pelo

Ministério das Comunicações as reduções fiscais no setor geraram oportunidades para

investimentos das principais operadoras do país que demonstraram interesse de investir R$ 19

bilhões até 2016 principalmente na infraestrutura da rede e investimentos para expansão da

rede 4G que pode passar de 1,3 milhão para 137 milhões de usuários até 2020.

2014 2015 2016 2017 2018

Smartphones 70 95 123 147 173

Tablets 134 203 292 369 453

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

Bilh

ões

US$

Projeção das vendas de m-commerce via smartphones e tablets (em US$ Bilhões)





Um Novo Hábito

Pelo relatório da empresa Ericsson (Ericsson Mobility Report Junho/2014), até 2019

estimasse que o número de dispositivos móveis será de 9,2 bi e destes os com acesso a banda

larga serão de 7,6 bilhões representando mais de 80% de toda conexão móvel do mundo.

Em parte isso se deve à quantidade de smartphones que serão a maioria até 2016 em

relação a celulares básicos, tablets e outros dispositivos móveis de acordo com este mesmo

estudo.

Em 2013, foram comercializados uma média 68 smartphones por minuto no Brasil e

pela primeira vez esse numero foi superior a venda de celulares básicos de acordo com a IDC,

assim também em 2016 estes serão maioria no Brasil se tornando o quarto maior mercado do

mundo para tais dispositivos.

O uso de dispositivos móveis tende a continuar crescendo se considerarmos a

facilidade, utilidade e entretenimento que proporcionam no dia a dia e este é o conceito que

cada vez mais a desenvolvedoras tem apostado: A Mobilidade. Em um caso mais emblemático

da importância da mobilidade e internet, é possível lembrar-se da “primavera árabe”, quando

manifestantes dos países em conflito conseguiram através dos seus gadgets, compartilhar

instantaneamente situações que causaram indignação pelo mundo e ganharam apoio de países

e ONGs internacionais.

A mobilidade tecnológica não pode ser mais considerada apenas uma tendência, pois

ela já se tornou uma realidade que continua penetrando na sociedade como um todo e essa se

apropriando de tal tecnologia a medida do possível, sempre com perspectivas otimistas. O

avanço da mobilidade, chamada por alguns de Revolução, não há como ser evitada ou mesmo

não faz sentido, em face dos benefícios que ela tem trazido.

Bibliografia ABCOMM

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