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ETEC DR FRANCISCO NOGUEIRA LIMA TÉCNICO EM AÇUCAR E ÁLCOOL - 2º MÓDULO Projeto instalações industriais PROFESSOR CAIO COVRE Moenda X Difusor 25 /08 /2010 ALUNO(S): Ivail Américo Nº16 Maria Josilania Gomes Azevedo Nº26 Regina Ap. de Oliveira Nº41 Alex de Souza P. Nº02

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ETEC – DR FRANCISCO NOGUEIRA LIMA

TÉCNICO EM AÇUCAR E ÁLCOOL - 2º MÓDULO

Projeto instalações industriais

PROFESSOR CAIO COVRE

Moenda X Difusor

25 /08 /2010

ALUNO(S): Ivail Américo – Nº16 Maria Josilania Gomes Azevedo – Nº26 Regina Ap. de Oliveira – Nº41 Alex de Souza P. – Nº02

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Moendas

– Empregadas em usinas de açúcar de cana.

– Equipamentos de baixa velocidade e alta pressão. Apresentam desgaste acentuado o

longo da safra.

– Extraem o caldo por expressão. (96-97%)

A moagem é um processo estritamente volumétrico e consiste em deslocar o caldo contido na

cana. Este deslocamento é conseguido fazendo a cana passar entre dois rolos, submetidos à

determinada pressão e rotação, sendo o volume gerado menor que o volume da cana. O

excesso volumétrico, desprezando-se o volume de caldo reabsorvido pelo bagaço, deve ser

deslocado, correspondendo, portanto, a um volume de caldo extraído.

Um objetivo secundário da moagem, porém importantíssimo, é a produção de um bagaço

final em condições de propiciar uma queima rápida nas caldeiras.

Na primeira unidade de moagem ocorre a maior parte da extração global, simplesmente pelo

deslocamento do caldo. A cana tem aproximadamente sete partes de caldo para cada parte de

fibra; já no primeiro bagaço essa proporção cai para duas a duas vezes e meia e fica fácil de

perceber que, se não utilizarmos algum artifício, logo as moendas posteriores não terão

condições de deslocar caldo algum, mesmo que se aumente a pressão na camada de bagaço. O

artifício utilizado é a embebição, que será explicada a seguir.

Cada conjunto de rolos de moenda, montados numa estrutura denominada "castelo", constitui

um terno de moenda. O número de ternos utilizados no processo de moagem varia de quatro a

sete e cada um deles é formado por três rolos principais denominados: rolo de entrada, rolo

superior e rolo de saída. Normalmente as moendas contam com um quarto rolo, denominado

rolo de pressão, que melhora a eficiência de alimentação. A carga que atua na camada de

bagaço é transmitida por um sistema hidráulico que atua no rolo superior.

Segue abaixo uma explicação mais detalhada sobre o processo de moagem 9.4 Picadores

Figura 9.4.1 – Picador

Picar a cana, facilitando a alimentação do desfribrador.

Sentido de rotação correspondente ao da esteira metálica.

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9.5 Desfibrador

Figura 9.5.1 – Desfibrador Completa o preparo de cana rompendo a maior quantidade possível de células, desfibrando a cana. Realiza o desfibramento da cana picada ao esfrega-lá contra uma placa desfibradora. A placa desfibradora é fixada logo acima do rotor, tem formato curvo e acompanhao diâmetro do giro dos martelos.

O tambor alimentador força a passagem de cana entre os martelos e a placa desfibradora. Posiciona-se antes do rotor em nível pouco acima.

Figura 9.5.2 – Desfibrador

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9.6 Espalhador

Figura 9.6.1 – Espalhador

Faz-se necessária esta descompactação para obtermos uma camada fina e uniforme na cana desfibrada. Otimiza a alimentação tornando-a homogênea.

Descompacta a cana desfibrada, pois a mesma sai do desfibrador de forma de pacotes.

9.7 Eletroímã

Figura 9.7.1 – Eletroímã

Protege os componentes da moenda contra materiais ferrosos estranhos, que por ventura venham junto com o carregamento ou desprendidos dos equipamentos.

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10. Extração do Caldo 10.1 Moagem

Figura 10.1.1 – Moagem

10.2 Equipamentos utilizados na Moagem

Figura 10.2.1 – Equipamentos

a) Operação Para alimentar esta calha é necessário uma camada de cana (desfribrada uniforme) fina, que conseguimos através da velocidade elevada da esteira. b) Função Regularizar e uniformizar a moagem, e ainda tornar a pressão dos rolos sobre o colchão de cana mais constante durante o processo de moagem desde que a mantenha cheia.

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10.2.1 Ternos de Moenda Conjunto de 04 rolos de moenda dispostos de maneira a formar aberturas entre si, sendo que 03 rolos giram no sentido horário e apenas 01 no sentido anti-horário. Sua função é forçar a cana a passar por essas aberturas de maneira separar o caldo contido no bagaço. 10.2.2 Rolos de Moenda

Figura 10.2.2 (a) – Rolos de Moenda

a) Rolo de Pressão Encontra-se na parte superior do termo logo acima do rolo inferior de entrada. Sua função é compactar a camada de cana permitindo uma melhor alimentação do termo. b) Rolo Superior Está localizado na parte superior do castelo, entre o rolo de entrada e o rolo de saída, gira no sentido anti-horário. É muito importante no conjunto de ternos devido ao maior contato com a cana. Também recebe a força através do acoplamento e transmite aos demais rolos por intermédio dos rodetes. c) Rolos Inferiores Em cada terno de moenda possui 02 rolos (entrada e saída), a função do de entrada é fazer uma pequena extração de caldo e direcionar a cana na abertura de saída.

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Figura 10.2.2 (b) – Rolos de Moenda

Figura 10.2.2 (c) – Rolos de Moenda

10.2.3 Desempenho dos Ternos

O desempenho dos ternos está relacionado ao: Preparo da cana; Regulagem do terno; Condições operacionais.

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Os seguintes fatores devem analisados visando melhora na performance dos ternos:

Índice de Preparo;

Alimentação de Cana;

Pressão hidráulica aplicada;

Rotação e oscilação;

Aberturas;

Condições Superficiais dos rolos

Picotes,

Chapiscos;

Frisos;

Estados dos Pentes;

Ajuste entre a bagaceira e o rolo de Entrada.

Observação: É de fundamental importância no processo de moagem a extração no 1° Terno, este é responsável por cerca de 70% de todo caldo contido na cana. Quando não atingimos está extração de caldo, a extração global da moenda é insatisfatória. 10.2.4 Castelos

Figura 10.2.4 (a) – Castelo Inclinado

São armações laterais da moenda, construídos em aço e são fixados em bases de assentamento. São responsáveis pela sustentação da moenda. Podem ser inclinados ou retos.

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Figura 10.2.4 (b) – Castelo

10.2.5 Rodetes

Figura 10.2.5 (a) – Rodetes

São construídos em aço, tem como função acionar o rolo de entrada, saída e o

rolo de pressão através do rolo superior.

Tem 15 dentes. 10.2.6 Pentes

Elementos colocados na região de descarga da moenda para limpeza das camisas: Pente do Rolo superior; Pente do rolo de saída.

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10.2.7 Bagaceira

Figura 10.2.7 (a) – Bagaceira

Tem como função conduzir o bagaço do rolo de entrada para o rolo de saída. É resultante do traçado de cada terno objetivando o melhor desempenho do terno. Cuidados Se for instalada muito alta, a carga sobre o rolo superior é muito elevada, ocorrendo desgaste da bagaceira, aumentando a potencia absorvida, sufocando a passagem de bagaço. Resultando em alimentação deficiente do terno. Se for instalada muito baixa, o bagaço ao passar sobre ela não é comprimido suficientemente para impedir que o rolo superior deslize sobre a camada de bagaço resultando em embuchamento. 10.2.8 Messchaerts São sulcos efetuados entre os frisos do rolo de pressão. a) Limpeza Deve-se ter atenção com sua limpeza, pois se enchem de bagaço rapidamente. Para se efetuar a limpeza contamos com os seguintes acessórios: Jogo de facas para remoção dos sulcos; Eixo quadrado para fixação de facas; Braço de regulagem.

a) Vantagens Melhora a capacidade da moenda permitindo extrair uma quantidade de caldo que,

sem eles provocaria engasgo;

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Permite maior porcentagem de embebição; Melhora, sobretudo, a extração pelo aumento da proporção de caldo.

Figura 10.2.8 (a) – Messchaerts

10.2.9 Esteira de Arraste Intermediário É um condutor intermediário que serve para transportar bagaço de um terno para outro.

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Figura 10.2.9 - Esteira de Arraste Intermediário

11. Limpeza 11.1 Objetivo

É manter sob controle os processos infecciosos que nela se desenvolvem. 11.2 Contaminação Os microrganismos presentes no ar, ou trazidos pela cana se instalam e se proliferam em esteiras de cana, castelos, calhas, tanques e etc; alimentando-se dos açúcares contidos no caldo, e produzindo, principalmente ácido acético e gomas. Provoca perdas de açúcar ocasionado pelas infecções, podendo comprometer desde a eficiência de trocadores de calor (a placas) até o processo de fermentação, podem também afetar o processo de cristalização causando o aumento de mel final, pois convertem a sacarose presente no caldo em glicose e frutose.

12. Sistema de Embebição Processo na qual água ou caldo é aplicado ao bagaço de um terno, sob a forma de aspersão, jatos pressurizados ou bicas de embebição. Tem como objetivo aumentar a diluição do caldo contido no mesmo, levando ao conseqüente aumento da extração do caldo no terno seguinte. 12.1 Tipos de Embebição a) Embebição Simples É uma maneira rudimentar de aplicação da embebição, onde apenas água é aplicada no bagaço de cada terno a partir do 2º terno.

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Figura 12.1.1 – Embebição Simples

b) Embebição Composta Consiste na aplicação de toda a água de embebição no último terno da moenda, o caldo deste é bombeado ao terno anterior assim sucessivamente até o segundo terno. O caldo extraído neste terno é chamado de caldo misto, este por sua vez é enviado para o peneiramento onde será separado da baga cilho e enviado separadamente do caldo primário para o processo de tratamento do caldo o baga cilho retornará para moenda antes do primeiro ou segundo terno.

Figura 12.1.2 – Embebição Composta

12.2 Métodos de Aplicação de Água e Caldo para Embebição a) Água Pode ser aplicada por meio de bica, neste caso existe o inconveniente de se embeber a parte superior da camada de bagaço deixando a parte inferior menos embebida. Ou pressurizada tem o poder de penetração da água na camada devido a pressão dos jatos, pois provoca uma agitação do bagaço na sai do pente o quer leva a uma embebição mais uniforme sendo assim mais eficiente.

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b) Caldo A aplicação é feito normalmente através de bicas que tem por função distribuir o mesmo de maneira uniforme por toda a largura da esteira.

12.3 Temperatura da Água de Embebição Tabela 12.3.1 Vantagens e desvantagens da aplicação da água quente na embebição

Vantagens Desvantagens

Melhor diluição do caldo residual contido no bagaço;

Aumento na dificuldade de alimentação das moendas

Aumento da temperatura no bagaço final, que pode levar a uma pequena diminuição da umidade até a alimentação das caldeiras;

Dificuldade na aplicação de soldas nas moendas, devido às condições de trabalho dos soldadores.

Melhor extração

Eliminação de acúmulos de 60°C

Observação: Existem meios para contornar as desvantagens, recomenda-se a aplicação de água quente em torno de 70°C.

13. Peneira Rotativa

Figura 13.1 - Peneira Rotativa

São cilindros rotativos inclinados, revestidos com tela e sua principal função é de filtrar o caldo.

14. Acionamento das Moendas e Equipamentos de Preparo da Cana

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O sistema é formado por vários equipamentos que acionam os ternos de moenda e preparo de cana. 14.1 Acionamento das Moendas • As turbinas a vapor são predominantes nas unidades industriais, devido ao baixo

custo e elevada eficiência. São acionadas por vapor superaquecido direto das caldeiras. Normalmente uma turbina aciona dois ternos de moendas, havendo uma redução de velocidade até a faixa usual de 3 a 7 rpm, que é a faixa usual de rotação das moendas.

• O acionamento de um terno de moenda é feito através do cilindro superior, que é

ligado à última engrenagem motora (da turbina ou motor), sendo os movimentos transmitidos aos cilindros inferiores através de engrenagens denominadas rodetes. O acionamento atualmente é quase que apenas por turbinas a vapor.

14.2 Turbina à Vapor

Figura 14.2.1 - Turbina à Vapor aberta para reparos

É o principal equipamento do sistema de acionamento da moenda, por que é responsável pela transformação da energia térmica do vapor que vem das caldeiras em energia mecânica.

Figura 14.2.2 - Turbina à Vapor em funcionamento

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14.3 Redutor de Velocidade

Figura 14.3.1 - Redutor de Velocidade

São equipamentos constituídos de várias engrenagens e tem a função de reduzir a velocidade de rotação a partir da turbina, porém mantém a mesma potência que é a força transmitida através dos eixos e engrenagens. Acoplada ao redutor há uma bomba de óleo para lubrificação e resfriamento dos mancais da turbina e redutor, além de acionar e regular as válvulas da turbina. Existe também uma bomba de óleo acionada por motor elétrico o qual exerce a mesma função anterior servindo para lubrificar os mancais na partida/ parada. 14.4 Trocador de Calor Serve para resfriar o óleo lubrificante das turbinas e redutor do sistema de acionamento. Constitui-se em seu interior vários tubos com chicanas fixadas, por onde circula água fria a 25°C sendo que o óleo circula externamente aos tubos, efetuando assim a troca térmica. 14.5 Engrenagem Bi-helicoidal

Figura 14.5.1 – Engrenagem Bi-helicoidal no cavalete para reparo

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É um conjunto de pinhão e engrenagens, constituídos com destes helicoidais na forma de espinha de peixe. Tem a função de reduzir velocidade de rotação e transmitir potência. 14.6 Engrenagem de Dentes Retos (Volandeira)

Figura 14.6.1 Engrenagem de Dentes Retos (Volandeira) no cavalete para reparo

É o conjunto de pinhão e engrenagens constituídos com dentes retos. Possui a mesma função do engrenamento bi-helicoidal, reduzir, a velocidade de rotação e transmitir potência, através do acoplamento, até os ternos de moenda.

15. Extração por Difusor 15.1 Introdução Além do sistema de moagem, existe um sistema denominado de DIFUSOR, onde a cana preparada, com um índice de células abertas (open cell) superior a 90 % sobre uma série de lavagens em número que varia de 12 a 18 vezes. Este processo pode extrair até 98 % da sacarose, valor superior ao da moenda. Na difusão a separação por osmose, relativa apenas às células não rompidas da cana, aproximadamente 3%; · Lixiviação: arraste sucessivo pela água da sacarose e das impurezas contidas nas células abertas. A remoção de água ou desaguamento do bagaço após a etapa de difusão é realizada através de rolos, como no processo de moagem. Modelo de difusor de tela fixa e o de tela móvel

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Tela fixa

Permite uso de rolo desaguador “pesado” para reduzir a umidade do bagaço ainda dentro do difusor Menor quantidade de sólidos insolúveis observado no caldo misto Melhor nível de extração observado (comparado com tela móvel) Modelo: BMA

Tela móvel

Menor consumo de potência 50% da área de filtragem não são utilizadas Frequentemente requer um clarificador para o caldo da moenda secadora Maior nível de problemas processando cana com excesso de areia e impurezas Modelo: SMET

ALGUNS ASPECTOS NEGATIVOS DESTES DIFUSORES

Expansão limitada, e quando possível, a alto custo. Grande parte do investimento global está nas correntes, eixo motriz (só no tipo

tela fixa) e acionamento; Alto custo periódico para a substituição das correntes.

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PRINCÍPIOS DE DIFUSÃO

Difusão (osmose)

Semelhança

Processo muito lento

massa da cana (água quente)

extração de 3%

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15.2 Representação Esquemática de um Difusor

Figura 15.2.1 - Representação Esquemática

15.3 Croqui dos Difusores Tipo de Smet e BMA que são os mais usados no Brasil

Figura 15.3.1 - Croqui dos Difusores

15.4 Vantagens e Desvantagens do Difusor a) Vantagens

Pol do bagaço 1 a 2% Extração em sacarose % de sacarose de cana 96,5 a 98,0% Menor custo inicial (investimento comparativo) Baixo custo de manutenção

A

B

Cana desfibrada

91 % de open cell

Vapor aquecido

100/ 110 kg/ TCH

Afofador Afofador

Água quente

embebição 300/ 350 %

Bagaço 72 %

de umidade

Bagaço 50 %

de umidade

Bagaço 80 - 82 %

de umidade

t = 70/ 75 ºC

v = 1 m/ min

pH = 6h 1,4 m

B

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Processo automático Baixo consumo de energia facilidade de trabalho para esterilização (t ºc) Obtenção de caldos parcialmente clarificados Obtenção de caldos mais puros < colchão de cana - elemento filtrante > Possibilidade de retorno do lodo ao processo Obtenção de caldos de maior pureza

b) Desvantagens

Quantidade de cana ou bagaço processado por hora qualidade da matéria-prima

Índice de preparo da cana adequado Profundidade do leito de massa fibrosa Tempo de ciclo de difusão Quantidade de água de embebição Quantidade e qualidade do caldo de retorno temperatura e pH da difusão Inúmero de retornos

QUESTÕES SOBRE DIFUSOR PARA CANA. CRITÉRIOS PARA COMPARAÇÃO ENTRE DIFUSOR E MOENDA. 1. O DIFUSOR EXTRAI MAIS DO QUE A MOENDA ? Na teoria não, mas na prática brasileira sim. Se visitamos as usinas da África do Sul, por exemplo, verificamos que lá os difusores e as moendas têm valores de extração da mesma ordem de grandeza. Entretanto, para uma moenda obter extração acima de 98%, é indispensável operar com baixa velocidade periférica dos rolos, o que significa baixa capacidade. É preciso operar também com altas taxas de embebição. No Brasil, onde a capacidade de moagem é fator preponderante, é freqüente compararmos os custos de instalação de moendas e de difusores com mesma capacidade de moagem, porém com extrações diferentes. Este é um critério de comparação injusto para o difusor, pois estamos comparando sistemas operando com performances diferentes. Portanto, para os critérios de comparação normalmente vigentes no Brasil, podemos dizer que o difusor extrai mais do que a moenda (97,5 a 98,5% do difusor contra 96,5 a 97,5% da moenda). 2. O DIFUSOR CONSOME MENOS ENERGIA DO QUE A MOENDA ? Temos que pensar em dois tipos de energia, energia mecânica e energia térmica. O difusor consome muito menos energia mecânica, pois embora a energia mecânica na preparação da cana seja da mesma ordem de grandeza para ambos, o difusor utiliza apenas um terno para a secagem final do bagaço. Para uma linha processando por exemplo 500 t/h de

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cana, temos uma economia aproximada de 3.000 kW, energia esta que poderia ser exportada na forma de energia elétrica excedente. Por outro lado, devemos lembrar que o difusor é uma grande “máquina de lavar cana”, onde a mesma tem um tempo de residência de cerca de uma hora com uma temperatura de 80 a 85 C. Portanto é preciso aquecer toda a fibra e manter toda esta massa aquecida dentro do equipamento. Mesmo com isolamento térmico adequado sempre vão existir perdas de calor para o ambiente, as quais são menores na moenda. Desta maneira, para que a instalação com difusor gaste exatamente a mesma quantidade de vapor de escape quando comparada com uma instalação de moenda, é necessário adequar o projeto para compensar este consumo adicional de energia térmica. Lembramos que a energia térmica para aquecer o caldo e a fibra não é perdida, pois o caldo já é enviado ao processo a uma temperatura mais elevada, e o bagaço já é enviado às caldeiras com parte da sua umidade removida por auto evaporação no respectivo trajeto. O balanço líquido de energia é portanto favorável ao difusor. 3. O DIFUSOR NECESSITA MAIS EMBEBIÇÃO DO QUE A MOENDA ? Existe um conceito arraigado nas usinas de que o difusor necessita de mais embebição. Entretanto, discutindo com técnicos que são usuários do difusor, verificamos que este conceito não procede realmente. Em ambos os sistemas, é preciso aumentar a embebição para se aumentar a extração. Como as moendas no Brasil trabalham com alta capacidade de moagem, fica difícil aplicar altas taxas de embebição sem causar problemas de alimentação. Talvez daí decorra este conceito, pois no caso do difusor é fácil aumentar a taxa de embebição sem criar problemas de alimentação, já que antes do terno de secagem existe um sistema para o pré desaguamento do bagaço. Concluindo, para níveis de extração iguais, podemos considerar o mesmo nível de embebição necessária tanto para moenda como para difusor. 4. O DIFUSOR APRESENTA BOA FLEXIBILIDADE OPERACIONAL ? O difusor é tão ou mais fácil de operar quanto à moenda, principalmente hoje em dia quando os sistemas de automação estão cada vez mais confiáveis e baratos. Uma instalação com difusores opera de forma automática e não necessita de pessoal com alguma qualificação especial. Assim como na moenda, vale a regra: maior capacidade acarreta menor extração e vice versa. Podemos aumentar ou diminuir a capacidade do difusor variando a velocidade e a altura do colchão de cana, sendo totalmente falso o conceito de que com difusor é obrigatório operar com uma capacidade fixa. Por outro lado, paradas frequentes que exijam liquidação sistemática do difusor não são convenientes. Usinas que operam difusor devem procurar obter suprimento constante de cana, o que aliás é um pré requisito para qualquer indústria de busque alta eficiência operacional. 5. O CALDO EXTRAÍDO PELO DIFUSOR É MAIS LIMPO ? Durante a percolação do caldo através do colchão de cana, dentro do difusor, ocorre uma retenção parcial das impurezas em suspensão presentes no caldo. Desta maneira, as necessidades de tratamento do caldo de difusor são menores quando comparadas com caldo de moenda. Existem inclusive relatos na literatura técnica de casos extremos em que os filtros rotativos a vácuo foram totalmente removidos quando a usina passou a usar difusor. Portanto podemos considerar uma redução nos investimentos no sistema de tratamento de caldo, principalmente em filtros rotativos a vácuo ou em prensas desaguadoras. Podemos estimar uma redução na faixa de 30 a 50% dos valores convencionais. 6. O BAGAÇO PRODUZIDO PELO DIFUSOR É MAIS DIFÍCIL DE QUEIMAR ? As impurezas em suspensão presentes no caldo, que são retidas pelo colchão de cana no interior do difusor, naturalmente acabam sendo enviadas para as caldeiras juntamente com o bagaço. Por outro lado, como é fácil aplicar altas taxas de embebição no difusor, ao contrário do que ocorre com as moendas, normalmente o bagaço do difusor tem maior umidade em função do maior nível de embebição. Desta maneira, o bagaço proveniente do difusor é normalmente mais difícil de queimar.

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A recomendação portanto é preparar adequadamente as caldeiras para receber um bagaço de pior qualidade, principalmente levando em conta a tendência de uso de cana picada (mais impurezas). A câmara de combustão deve estar prevista para queimar bagaço com umidade mais alta, e o sistema de grelha deve ser previsto para limpezas mais freqüentes ou então limpeza contínua (grelha rotativa). 7. O DIFUSOR DIFICULTA A RECUPERAÇÃO DE AÇÚCAR NO PROCESSO ? O maior nível de extração de açúcar no difusor está normalmente associado a uma maior extração de não açúcares diversos. Estes materiais são normalmente substâncias melassigênicas, e assim existe a crítica de que o difusor extrai mais açúcar do que a moenda, mas não se consegue colocar este açúcar adicional dentro do saco, pois a maior produção de melaço acaba aumentando as perdas no setor de cozimento. Desta maneira, haveria um nível teórico máximo de extração que seria realmente econômico, nível este difícil de se precisar na prática. Esta é uma desvantagem do difusor que fica muito atenuada para as condições específicas do Brasil, em função da produção de álcool que existe em praticamente todas as usinas do país. Em outras palavras, o açúcar que é considerado perda no melaço em outros países, no Brasil pode ser considerado como matéria prima para a produção de álcool. 8. O DIFUSOR REQUER MAIOR ESPAÇO FÍSICO ? O sistema de descarregamento e de preparação de cana necessita do mesmo espaço tanto para difusor como para moenda. Se considerarmos um centro a centro de 9 m para moendas de grande capacidade com acionamento individual, para seis ternos vamos necessitar de aproximadamente 60 m de comprimento de prédio. Um difusor de cana tem um comprimento mais ou menos constante de 65 m, e uma largura de aproximadamente 1 m para cada 1.000 t/d de capacidade. Temos que adicionar ainda o espaço para o desaguador primário e para o terno de secagem. Portanto, o difusor exige mais espaço horizontal do que a moenda. Por outro lado, o difusor pode ser instalado ao tempo, pois não necessita de prédio ou estrutura para suportar uma ponte rolante de manutenção, o que permite uma maior flexibilidade na definição do arranjo físico da instalação. 9. O DIFUSOR TEM MENOR CUSTO DE MANUTENÇÃO ? O difusor tem um custo de manutenção muito menor do que um tendem de moendas equivalentes, principalmente se estivermos falando de instalações com o mesmo nível de extração. Temos um terno de secagem contra seis ternos, o que significa 80 a 85% menos manutenção em eixos, camisas, mancais, etc. O acionamento do difusor trabalha a rotação muito baixa, e praticamente não necessita de manutenção. As correntes principais do difusor duram normalmente dez safras antes da primeira reforma, a qual garante normalmente mais cinco safras. Juntamente com a melhor extração, o menor custo de manutenção são sem dúvida as grandes vantagens do sistema. 10. QUAL SISTEMA TEM MENOR CUSTO INICIAL? O custo inicial é equivalente, desde que consideremos sistemas com o mesmo nível de extração. Não é lógico comparar uma moenda extraindo, por exemplo, 97% com um difusor extraindo 98%. Podemos até dizer que, para um mesmo nível de extração, o difusor deve ter custo inicial menor. Ocorre que um tende de moendas pode ser expandido em diversas fases, começando com quatro ternos e depois acrescentando mais dois em outras oportunidades. Mas é preciso lembrar que com quatro ternos o nível de extração também vai ser mais baixo. É preciso fazer contas para definir a relação custo / benefício. 11. O DIFUSOR É ADEQUADO PARA AS CONDIÇÕES BRASILEIRAS? Sem dúvida o difusor é adequado para o Brasil.

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Principalmente em função da possibilidade de exportação de energia elétrica excedente e da vocação para a produção intensiva de álcool. Desde que o aspecto da disponibilidade de capital para o investimento inicial esteja equacionado, as vantagens sobrepujam em muito as desvantagens do sistema. Vale a pena um estudo minucioso para comparar e principalmente discutir com quem já opera o difusor no Brasil.

Ref.: Maior extração com reduzidos custos de instalação e manutenção O processo de

difusão para a extração da sacarose de cana-de-açúcar e as recentes melhorias técnicas

fizeram do difusor a tecnologia que está revolucionando o setor sucroalcooleiro.

O sistema aumentou significativamente a eficiência da extração, reduzindo o consumo

de energia e custos com manutenção de entressafra o que permite uma notável

economia nos custos de produção. Os registros de extração demonstram eficiência

acima de 98% com difusores fabricados pela Sermatec contra 96% quando o mesmo

processo se dá através de moendas.

Opinião do grupo

Não temos duvidas que o difusor seja mais eficiente baseado em todas as informações

colhidas menor custo de investimento, menos manutenção na safra e entre safra, menos

desgaste consumo menor de energia, maior extração.