mmxii zine #1

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zine mmxii 2012

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Estranhar, afastar, admirar, assombrar, espantar-se, sentir pasmo, desconforto, repulsa, aversão, curiosidade, distanciamento diante do conhecido ou do que não se espera, para a partir disso, sentir-se vivo, ativo, olhando, percebendo o mundo, integrado nos fenômenos da natureza e da arte.

Estranhamento, Ostranenie, Verfremdung, Weirdness, Etranger podem ter a mesma tradução, porém, não o

si diferentes imagens, sonoridades, seus diversos

mãe, mas quando se vê também em diferentes

causa um certo estranhamento, desconforto e só após o reconhecimento que esta sensação se esvai, mas quando algo habitual gera o estranhamento, acontece algo ainda mais profundo, que talvez seja uma relação de inversão do conhecido, transformando-o para gerar um outro tipo e graude análise.

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“Tudo começa de um ponto.”

— Kandinsky

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da multidão, no vaivém.

Parei, pisquei os olhos: não entendia nada. Nada, rigorosamente nada: não entendia as razões das coisas, dos homens, era tudo sem sentido, absurdo. E comecei a rir.

Para mim, o estranho naquele momento foi que eu não tivesse percebido isso antes. E tivesse até

fardas, monumentos, essas coisas tão afastadas

necessidade, uma coerência que ligasse umas às outras.

Então o riso morreu em minha garganta, corei de vergonha. Gesticulei, para chamar a atenção dos passantes e – Parem um momento! – gritei – tem algo estranho! Está tudo errado! Fazemos coisas absurdas! Este não pode ser o caminho certo! Onde vamos acabar?

curiosas. Eu continuava ali no meio, gesticulava,

Quieto, porque no momento em que levantei os

braços e abri a boca a grande revelação foi como

de chofre.

quer dizer? Está tudo no lugar. Está tudo andando como deve andar. Cada coisa é conseqüência da outra. Cada coisa está vinculada às outras. Não

tudo voltara ao seu devido lugar e tudo me parecia natural, semáforos, monumentos, fardas, arranha-céus, trilhos de trem, mendigos, passeatas; e no entanto não me sentia tranqüilo, mas atormentado.

me enganado. Tive a impressão. Mas está tudo no

severos.

Mas, mesmo agora, toda vez (frequentemente) que me acontece não entender alguma coisa, então, instintivamente, me vem a esperança de que seja de novo a boa ocasião para que eu volte ao estado em que não entendia mais nada, para me apoderar dessa sabedoria diferente, encontrada e perdida no mesmo instante.” pp. 16-17

In “O general na biblioteca” de Italo Calvino.

bolso.

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— Antonin Artaud

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— Elena Asins

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— Elena Asins

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MMXII nº1

Editado por Juliana Lucato

[email protected]/mmxii.zine

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