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1/2017 “Os missionários sabem, por experiência, que o Evangelho do perdão e da misericórdia pode levar alegria e reconciliação, justiça e paz.” Papa Francisco, Mensagem para a 90ª Jornada Mundial das Missões, Vaticano, 15 de Maio de 2016.

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1/2017

“Os missionários sabem, por experiência, que o Evangelho do perdão e da misericórdia pode levar alegria e reconciliação, justiça e paz.”

Papa Francisco, Mensagem para a 90ª Jornada Mundial das Missões, Vaticano, 15 de Maio de 2016.

Artigos 3 Deserto e tentação P. Pierfilippo Giovanetti, msp (italiano)

7 O renascer de Fátima P. Philip Anderson osb (Abade da Abadia Clear Creeck, EUA)

12 Santo Antão Abade

19 Arrancando sorrisos Irmãs Missionárias Servas dos Pobres TM

23 A vida do Movimento Crónica

29 Desde o Mundo

AVISO IMPORTANTENunca vos canseis de rezar pelos sacerdotes, especialmente nestes momentos em que parece que se desencadearam sobre a Igreja todas as forças do mal, enfurecen-do-se de maneira particular contra os ministros sagrados do Senhor. Rezai para que permaneçam fiéis à sua vocação, para sejam Santos, para que sejam, em definitivo, nada mais e nada menos que aquilo que devem ser: “Alter Christus”. Acompanhai com a vossa oração os Sacerdotes e diáconos Missionários Servos dos Pobres do Terceiro Mundo!

Com autorização eclesiástica “pode imprimir-se” (Vigário Geral da Arquidiocese de Cuzco).Não é permitido a reprodução parcial ou total dos artigos contidos nesta revista, sem prévia autorização.

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Caríssimos amigos, Laudetur Iesus Christus!Estamos a viver este tempo de Quaresma, que as leituras do Primeiro Domingo nos apresentam no âmbito das tentações de Jesus no deserto, tentações que devemos entender bem, para viver bem este tem-po de preparação forte para a Páscoa.

Jesus Cristo quis ser tentado pelo diabo, porque também o cristão o vai ser ao longo da sua vida. O diabo “como leão que ruge procurando quem devorar” (1Pe 5,8). No Pai-Nosso, o Senhor ensi-nou-nos a pedir-lhe que não nos deixe cair em tentação.

Jesus quis ser tentado:• para nos dar um exemplo, para que

sigamos as suas pegadas, dando-nos claramente a graça de vencer, sempre que acudamos a Ele;

• para nos fazer ver que o deserto, lugar por excelência da busca de Deus, é também lugar de tentação.

A Quaresma tem que ser para nós um tempo de deserto, um tempo dedicado a Deus de uma maneira especial, um tem-po no qual, na medida em que o tome-

mos a sério e o queiramos aproveitar, não nos vão faltar as provas, as tentações. Às vezes a tentação será evidente, às vezes apresentar-se-á disfarçada de bem (San-to Inácio de Loiola, durante o tempo de estudo, sentia um forte desejo de deixar os livros para ir rezar, até que se deu conta de que se tratava de uma tentação).

Além disso, depois dos quarenta dias no deserto, Jesus retirava-se para um lu-gar solitário sempre que tinha que rezar. Do mesmo modo, para além da Quares-ma, nós temos os nossos desertos cada vez que entramos em oração. Por isso, a Igreja faz-nos começar a oração do Bre-viário com as palavras: “Deus, vinde em nosso auxílio. Senhor, socorrei-nos e salvai-nos”. Sabemos que quando entramos no deserto da oração, começa a luta, che-gam as tentações e, por isso, pedimos ajuda ao Senhor para que nos socorra.

O deserto, como lugar onde falta tudo e onde faz um calor espantoso, desagra-dável ao máximo, é precisamente o lugar onde podemos rezar com o Salmo 63, 2: “Senhor, sois o meu Deus; desde a aurora

Deserto e tentação

P. Pierfilippo Giovanetti, msp (italiano)

“Então, o Espírito conduziu Jesus ao deserto, a fim de ser tentado pelo diabo” (Mt 4,1)

“O vosso inimigo, o demónio, anda à vossa volta, como leão que ruge procurando quem devorar” (1Pe 5, 8-9).

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Vos procuro. A minha alma tem sede de Vós. Por Vós suspiro, como terra árida, se-quiosa, sem água”. A alma do salmista é um autêntico deserto. Porém, justamente neste deserto a alma experimenta a sua ânsia de Deus, a sua sede de Deus. Só no deserto experimentamos que “nos fizes-te, Senhor, para Ti e o nosso coração anda inquieto enquanto não descansar em Ti” (santo Agostinho). Esta inquietação, esta ânsia de Deus pode passar desapercebi-da quando estamos metidos no mundo, rodeados de muitas coisas, diversões, atividades e mensagens que não podem saciar essa sede, mas podem-na afogar. São atividades que podem ser lícitas, até necessárias, porém, nada deve afastar do primeiro lugar a relação com Deus. Ne-

cessitamos do deserto para reavivar em nós essa sede de Deus.

Além disso, esta mesma sede põe-nos em movimento, faz-nos caminhar para Ele, até a saciar. “Como suspira o veado pelas correntes das águas, assim minha alma suspira por Vós, Senhor. Minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo: Quando irei contemplar a face de Deus?” (Sal 42,2-3). Esta procura de Deus, este caminhar para Ele é crescer e progredir espiritual-mente. E, como este movimento tem uma meta, um fim, podemos falar de uma verdadeira peregrinação. Na Bíblia o deserto é também lugar de peregrina-ção. O tempo de deserto não só reaviva a nossa ânsia de Deus, mas também nos recorda que somos peregrinos.

As Irmãs Missionárias Servas dos Pobres TM rezam pela salvação do mundo inteiro.

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Se o deserto é tão importante, que passa quando não há deserto, quando tudo está bem? Não só não sentimos o desejo de Deus, mas também, como consequência, não caminhamos para Ele, não nos movemos, não crescemos, não progredimos e não nos purifica-mos. Estamos como mortos no nosso interior. Por isto muitas vezes, quando fora de nós há morte, deserto, porque nos falta tudo e não temos nada, dentro de nós há vida, movimento e caminha-mos para Deus. Pelo contrário, quando fora de nós há vida, não nos falta nada e vivemos comodamente, muitas vezes estamos mortos por dentro, porque em

vez de caminhar, preferimos assentar-nos entre muitas comodidades. É um paradoxo. Porém, é o paradoxo que nos propõe Jesus: “Pois, quem quiser salvar a sua vida há-de perdê-la; mas quem per-der a sua vida por minha causa há-de sal-vá-la” (Lc 9,24).

Neste caminhar para a Páscoa, peça-mos então ao Senhor o dom de poder viver no nosso coração o autêntico sen-tido do deserto e das tentações, isto é, que se tornem caminho para o encontro com Ele ressuscitado.

Feliz Páscoa de Ressurreição!

Os Sacerdotes Missionários Servos dos Pobres TM celebram a Santa Missa em diferentes povoações da Alta Cordilheira dos Andes do Peru.

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Bem-vindos à Casa de Formação Sacerdotal “Santa Maria Mãe dos Pobres”

A nossa morada:Seminário “Santa Maria Mãe dos Pobres”Ctra. Mazarambroz, s/n45110 Ajofrín (Toledo) EspanhaTel. 0034-925-390066 Fax 0034-925-390005E-mail: [email protected]

Aqui há um lugar também para ti!

“Conheceis bem a bondade de Nosso Senhor Jesus Cristo que, sendo rico, se fez pobre por vós, para vos enriquecer com a sua pobreza” (2Cor 8,9)

Tens entre 15 e 25 anos? Queres par-ticipar no nosso Campus Missionário Internacional? Esperamos por ti! A par-tir do dia 7 até ao dia 28 de Agosto de 2017, durante 3 semanas de convívio fraterno, na nossa Casa de Formação Sacerdotal “Santa Maria Mãe dos Po-bres”, em Ajofrín (Toledo – Espanha), vivendo de maneira intensa as dimen-sões essenciais da vida cristã: oração, escuta da Palavra de Deus e dos ensi-namentos da Igreja, serviço e evange-lização, tudo isto intercalado com mo-mentos de lazer e recreação.

Contata-nos: [email protected]

A Casa de Formação “Santa Maria Mãe dos Pobres” é um lar para os jovens que desejam ser sacerdotes Missionários Servos dos Pobres do Terceiro Mundo.

“É-nos pedida a coragem para lutar, não necessariamente para vencer; para anunciar, não necessariamente para converter. É-nos pedida a coragem de sermos alternativos no mundo, sem contudo jamais sermos polémicos ou agressivos. É-nos pedida a coragem de nos abrirmos a todos, sem nunca diminuir o absoluto e a unicidade de Cristo, único salvador de todos.”

Papa Francisco, Angelus, 23 de Outubro de 2016.

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O Renascer de FátimaP. Philip Anderson osbAbade da Abadia de Clear Creeck (EUA)

Queridos Amigos, refletindo sobre o fe-nómeno extraordinário de Fátima, as aparições e as revelações, pode que te-nhamos a tentação de modificar o adágio famoso de São Bernardo para dizer “De Fatima numquam satis”: acerca de Fátima, nunca está tudo dito” (nunca se diz o sufi-ciente). Como o exprimiu um teólogo car-melita a finais do século passado: “Fátima é a mensagem profética do nosso tempo”. Enquanto celebramos o centenário das Aparições em 2017, é isto ainda certo?

A maior parte dos católicos conhece a história destes acontecimentos. No dia 13 de Maio de 1917, três crianças pasto-rinhas estavam a guardar o seu rebanho não muito longe da sua casa em Fátima, quando viram, como depois contavam, uma senhora “mais brilhante que o sol, arrojando raios de luz mais claros e mais fortes que um cálice de cristal cheio de água muito destilante e trespassado pe-los raios ardentes do sol” (De Marchi, The Immaculate Heart, Farrar, Straus and You-ng, 1952). Viram-na mais vezes em várias ocasiões nos meses que se seguiram. E durante a aparição final, a 13 de outubro, aconteceu o grande milagre do sol, ob-servado por umas 70.000 pessoas.

Durante as aparições, as crianças rece-beram instruções da Senhora, identifica-da como a Virgem Maria. Ela ensinou-lhes a rezar e a fazer atos de reparação. E con-fiou-lhes três segredos, que foram mais tarde revelados ao mundo. Os segredos tratavam do castigo eterno reservado aos pecadores, de como evitar esse destino terrível e do que sucederia no mundo num futuro próximo. Sobretudo, revelou-lhes o desejo de Deus de estabelecer a devoção ao Imaculado Coração de Maria.

Qualquer pessoa de fé, que pondera os acontecimentos de Fátima e as suas revelações, dá-se conta da importância todavia vigente desta mensagem pro-fética. Sem dúvida que o nosso mundo necessita de Fátima, ou melhor dizendo, necessita do ensinamento e do triunfo do Imaculado Coração de Maria, mais do que nunca! Todos estão de acordo com esta proposição, a começar pelos Papas do século passado e do atual século XXI.

No entanto, há perguntas, à volta do famoso terceiro segredo de Fátima e da consagração da Rússia pedida por Nos-sa Senhora, que continuam a provocar e polarizar a muitos católicos, sobretu-do, nos Estados Unidos da América. Há

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um perigo real de que as controvérsias impeçam que os fiéis recebam a mensa-gem verdadeira. Podemos chegar a uma compreensão verdadeira e adequada destes pontos controvertidos?

Escreveram-se muitos volumes sobre o assunto do terceiro segredo e sobre a consagração da Rússia ao Imaculado Coração de Maria. Seria inútil procurar recapitular ou sintetizar todas estas per-guntas importantes. Devemos ir às pes-soas que sabem.

É perfeitamente evidente que as ver-dadeiras testemunhas de Fátima foram os três videntes: Lúcia, Jacinta e Francisco, os dois últimos já são beatos. A Lúcia, depois Irmã Lúcia, chegou a ser a “voz” principal dos três. Por disposição da divina Provi-dência, a Irmã Lúcia teve uma longa vida,

que abrangeu a maior parte dos grandes acontecimentos do século XX, os que confirmavam, década após década, as profecias pronunciadas na Cova da Iria.

A Irmã Lúcia foi, mais que qualquer outro ser humano vidente (a Jacinta e o Francisco morreram quando eram ainda muito pequeninos), a pessoa que sabia. Ela falou com claridade, força, pre-cisão e valentia sobre a mensagem de Fátima, respondeu, quando fez falta, às perguntas que surgiam sobre os assun-tos controvertidos do terceiro segredo e da consagração da Rússia ao Imaculado Coração de Maria desejada pelo Céu. Sempre manteve o seu enfoque, fixan-do o olhar no grande esquema, isto é, nos elementos essenciais da mensagem, sem deixar que as controvérsias distraís-

O Colégio de rapazes beatos Francisco e Jacinta Marto e o Lar São Tarcísio dos Missionários Servos dos Pobres TM realizam a procissão de Nossa Senhora de Fátima.

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sem, a ela mesma ou aos seus ouvintes, do assunto principal.

Tive o privilégio de conhecer dois sa-cerdotes, um dos quais ainda vive, que conheceu bem a Irmã Lúcia e trabalha-ram diretamente com ela: o P. Robert J. Fox e o P. Giovanni Salerno.

O Padre Robert J. Fox (1928-2009) foi o diretor do Apostolado da Família de Fátima e o editor do Mensageiro do Imaculado Coração. Recebeu muita in-formação e muitas opiniões diretamen-te da Irmã Lúcia, especialmente no que concerne ao estado da consagração. O Padre Giovanni Salerno, fundador dos Missionários Servos dos Pobres do Ter-ceiro Mundo, foi convidado pessoalmen-te pela Irmã Lúcia a visitá-la em 1982 no seu convento carmelita em Coimbra.

Falou com ela durante várias horas e recebeu o ânimo que necessitava para fundar a sua obra missionária. O Padre Giovanni ainda continua muito unido às carmelitas de Coimbra.

Embora nenhum destes dois sacer-dotes tenha sido testemunha direta dos acontecimentos de Fátima, ambos se encontravam numa posição privilegiada para confirmar o testemunho da Irmã Lúcia, que falava livremente e sem vaci-lar, sobretudo, no que concernia à mis-são da sua vida: a mensagem de Fátima.

Finalmente, há esse grupo de homens que não têm iguales e que sabem tudo o que se refere vitalmente à fé e à moral. São os sucessores de Pedro, os Romanos Pontífices. Além disso, têm também uma perspetiva privilegiada em questões que

O Lar Santa Teresa de Jesus e o Colégio Santa Maria Goretti das Missionárias Servas dos Pobres TM em procissão com Nossa Senhora de Fátima.

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As Irmãs Missionárias Servas dos Pobres TM levam em procissão a estátua de Nossa Senhora de Fátima pelas povoações das Altas Cordilheiras dos Andes em Cuzco (Peru).

não concernem especificamente à fé e à moral, embora possam defraudar as nos-sas expectativas pessoais. Os Papas com-preenderam plenamente a importância de Fátima. No dia 7 de Julho do ano 1952, o Papa Pio XII consagrou formalmente a Rússia ao Imaculado Coração de Maria.

No dia 25 de Março de 1984, em união com todos os bispos do mundo, o Papa São João Paulo II consagrou o mundo inteiro ao Coração Imaculado de Maria, mencionando especificamente e renovan-do a consagração da Rússia feita pelo Papa Pio XII em 1952, mas sem repetir o nome do país. Pouco tempo depois a Irmã Lúcia disse ao Núncio de Portu-gal que a consagração tinha-se levado a cabo e mais tarde deu a confirmação escrita disso, em Agosto de 1989, pouco antes da caída do Muro de Berlim. Con-firmou também que o texto do terceiro segredo, publicado pela Santa Sede no ano 2000, era autêntico e íntegro.

A 13 de Maio de 1984, no aniversá-rio da primeira aparição, menos de dois meses depois da consagração feita pelo

As famílias camponesas dos Andes peruanos recebem nas suas casas com muita alegria a visita da imagem de Nossa Senhora de Fátima.

Papa São João Paulo II que mencioná-mos antes, uma explosão na base na-val soviética de Severomorsk destruiu os dois terços das reservas de mísseis da frota soviética do norte. A explosão destruiu também as oficinas necessárias para manter os mísseis e matou centenas de científicos e técnicos. Poucos meses depois, o ministro soviético da defesa, o cérebro dos planos para invadir a Euro-pa ocidental, morreu repentinamente e misteriosamente. E tudo isto foi apenas o começo das calamidades que levaram a pôr fim ao “império” soviético daquele tempo. Estes acontecimentos deveriam fazer-nos pensar.

Porquê então não há paz no mundo hodierno? Porquê Europa e grande parte da América estão a perder a fé? Muito se poderia dizer, porém, o essencial é que temos de continuar a viver a mensagem profética de Fátima e difundir a devoção ao Imaculado Coração de Maria.

Imaculado Coração de Maria, rogai por nós! Nossa Senhora de Fátima, rogai por nós!

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Se desejas mais informações, preenche a ficha da pág. 16

O véu tradicional que usam as nossas Irmãs é sinal da sua total consagração a Cristo e de reparação pelos pecados do mundo.

IRMÃS MISSIONÁRIAS Servas dos Pobres do Terceiro Mundo

Se és uma jovem rapariga e queres viver connosco uma experiência de serviço, de convívio e de encontro com os pobres da Cordilheira convidamos-te a participar no CAMPUS MISSIONÁRIO 2017, que se levará a cabo na nossa Casa Mãe e nas nossas missões no Peru, no próximo mês de Julho 2017.

Esperamos por ti, contata-nos:[email protected]

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Santo Antão Abade (251-356)Nasceu no Egito no ano 251, Antão, ilus-tre Padre do mona-quismo, converteu-se quando tinha à volta de 20 anos e os seus pais já tinham falecido. Eles ti-nham deixado uma herança abundante e o compromisso

de cuidar da sua irmã mais nova. Ao entrar numa igreja no momento em que se pregava um sermão, ouviu as palavras de Jesus: “Se queres ser perfeito, vai, vende o que tens, dá o dinheiro aos pobres e terás um tesouro no Céu; depois, vem e segue-me” (Mt 19,21).

Antão vendeu os seus bens e a sua heran-ça e distribuiu entre os pobres necessitados todo o dinheiro, ficando na pobreza mais radical, confiando só em Deus. Confiou a sua irmã a uma comunidade de virgens consa-gradas que viviam os conselhos evangélicos e entregou-se a uma vida de solidão fora da cidade, onde uns monges lhe ensinaram a meditar e a fazer penitência. Inspirando-se nas palavras de São Paulo na Segunda Carta aos Tessalonicenses (“se alguém não quer tra-balhar também não coma” - 3,10), dedicou-se a fazer esteiras para conseguir sustento para si e para ajudar os pobres.

Quando tinha aproximadamente 35 anos, Antão sentiu-se impelido para uma solidão ainda mais drástica para encontrar Deus. Po-rém, muitos homens que se sentiram atraí-dos pela sua personalidade e pelo seu estilo de vida aproximaram-se dele e começaram uma vida de oração e penitência, instruídos por ele como seus discípulos. A eles e a todas

as pessoas que lhe escutavam insistia-lhes para que se preocupassem não pelo corpo, mas pela salvação da alma.

São Pacômio tinha iniciado o movimento de converter a vida anacoreta, a dos ermitãos que viviam isolados de todas as outras pes-soas, em cenobita, agrupando os ermitãos em mosteiros de vida comum. E, Santo Antão foi o instrumento escolhido pela Providência para consolidar o cenobitismo. É conhecido como Santo Antão Abade, justamente, por ser o pai (= “abade”, do arameu “abba” = papá) de muitos monges.

Trabalhou a favor da Igreja e também confortou os “confessores da fé”, isto é, os mártires durante a perseguição de Diocle-ciano e apoiou o bispo Santo Atanásio na luta contra a heresia ariana. Venerado como um homem de Deus, Santo Antão morreu no ano 356 aos 105 anos. Foi o próprio San-to Atanásio que escreveu a primeira biogra-fia de Santo Antão abade.

O testemunho da vida de Santo Antão abade é um grande estimulo para viver em plenitude a Quaresma, através da oração, do jejum e de outras penitências.

Ele, Pai dos monges e dos religiosos, cos-tumava dizer aos seus discípulos: “Eu, vosso irmão mais velho, dou-vos aquilo que a expe-riência me ensinou”.

Estas sábias palavras valem tanto para nós missionários, como para qualquer pai de família e para aqueles que devem guiar os outros pelos caminhos do Senhor. Só pode-mos conseguir que os outros se aproximem de Deus, se partimos de uma experiência de encontro pessoal com Ele. É o encontro que podemos experimentar nos momentos de si-lêncio, de recolhimento e de oração.

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“Oremus”Oração para obter santos sacerdotes

“Quando virão sacerdotes para viver com os pobres?Onde estão?

Para milhares de pessoas o Teu Sangue é inutilmente derramado!Senhor, envia sacerdotes, os teus, os verdadeiros, os pobres, os santos!

Se envias os teus sacerdotes, eles saberão salvar estes pequenos; numerosos pobres poderão ser amparados pelo teu amor

e conservados em ti para sempre, eternamente".

Fragmento de uma oração a Jesus do beato Padre Eduardo Poppe, 18 de Dezembro de 1890 – 10 de Junho de 1924, para obter santos sacerdotes.

Do livro “Missão nos Andes... com Deus!”do Padre Giovanni Salerno

“Muitos pensam que eu sou um grande homem, um grande organizador. Graças a Deus, nunca tive tentações de orgulho que me fizessem acreditar que sou “grande” ou “santo”. Considero-me e sinto-me sempre um pobre homem, “um burro siciliano”, do qual Jesus se serve para ser levado a muitas e muitas crianças órfãs e abandonas, para as ajudar como só Ele o sabe fazer. É na minha miséria que Ele me conforta e atua em mim: eu só necessito muitas, muitíssimas orações, para não resistir às suas moções, para não tropeçar e para ser sempre manso e dócil para O levar onde Ele quiser”.

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“Missão nos Andes... com Deus!”Livro pleno de historias anedóticas e pensamentos, onde o Padre Giovanni Salerno conta os seus anos de missão.

“Imitação de Cristo” Nova tradução, subdividida por dias, do livro que representa o guia espiritual dos Missionários Servos dos Pobres TM (disponível em italiano e espanhol).

Casais missionários Livrinho que apresenta a Fraternidade de casais missionários Servos dos Pobres TM. Casais que, com os seus filhos, estão ao serviço dos mais pobres.

DVDEm 55 minutos apresenta o carisma e as diferentes comunidades que caracterizam os Missionários Servos dos Pobres TM.

PARA PEDIR, GRATUITAMENTE, ESTE MATERIAL PÕE-TE EM CONTACTO CONNOSCO:

Peru“Missionários Servos dos Pobres do Terceiro Mundo”P.O. Box 907CuzcoTel. 0051-984032491 | 0051-95694389E-mail: [email protected]

Seminário “Santa Maria Mãe dos Pobres”Ctra. Mazarambroz, s/n45110 Ajofrín (Toledo)EspanhaTel. 0034-925-390066Fax 0034-925-390005E-mail: [email protected]

AVISOS IMPORTANTES

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Queres unir-te a nós, Missionários Servos dos Pobres do Ter-ceiro Mundo, que dedicam a maior parte do seu dia à oração e à Adoração Eucarística e reservam alguma horas de trabalho manual para ajudar os mais pobres?

Escolheste viver, ou melhor, Cristo escolheu-vos para que vi-vais com Ele o seu mistério pascal, através do tempo e do espa-ço. Tudo o que sois, tudo aquilo que fazeis cada dia, seja o Ofi-cio salmodiado ou cantando, os trabalhos a sós ou em equipas fraternas, o respeito à clausura ou ao silêncio, as mortificações voluntárias ou impostas pela Regra, tudo é assumido por Cristo para a redenção do mundo.

Nome

Mosteiro

Morada

Localidade Código Postal -

Envio-vos o meu compromisso de viver a obediência e pobreza da minha entrega a Deus no meu mosteiro, pelo Movimento dos Servos dos Pobres do Terceiro Mundo, para que o Reino de Deus chegue aos mais pobres.

Assinatura Data - -

A VIDA CONTEMPLATIVA

Envia-nos o teu pedido de informação:

Como Santa Teresinha de Jesus, tu podes também oferecer a tua vida a Deus, para bem dos mais necessitados.

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Se palpita em ti uma chama missionária, não deixes que se apague, estás chamado/a a alimentá-la.

As nossas comunidades missionárias de sacerdotes e de seminaristas, de con-templativos a tempo inteiro, de jovens leigos, de religiosas e de casais propõem-se ajudar-te neste caminho.

Se és um/a jovem em atitude de busca interior que, durante um ano de experiência no Terceiro Mundo, com o coração aberto e à escuta do Senhor, queres discernir qual é a missão a que Deus te chama......os pobres esperam-te.

Se és um jovem interessado em viver um fim-de-semana ou alguns dias de silêncio e de oração num am-biente missionário na nossa Casa de Formação de Ajofrín (Toledo – Espanha)...esperamos-te.

Se sois um casal, que com os vossos filhos, estais decididos a vir ao Terceiro Mundo para abrir a vossa famí-lia aos mais pobres, como uma pequena igreja doméstica,...os pobres esperam-vos.

Se te sentes chamado/a a entregar-te em favor dos mais pobres, contagiando com o teu amor missioná-rio a realidade na qual vives, por meio da formação e animação de um grupo de apoio dos Missionários Servos dos Pobres TM...põe-te em contacto connosco.

Escreve para:

Queres colaborar connosco?

Contemplativo a tempo inteiroSeminaristaSacerdoteIrmão/IrmãJovem à procuraCasal consagradoOblatoSócio ou colaborador

Nome

MoradaLocalidade Código Postal -Telefone MailIdade Estado Civil

Profissão Habilitações literárias

ENVIAR PARA ESTA MORADA:

Seminário “Santa Maria Mãe dos Pobres”Ctra. Mazarambroz, s/n45110 Ajofrín (Toledo)EspanhaTel. 0034-925-390066Fax 0034-925-390005E-mail: [email protected]

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LeigosEu, __________________________________________________________________________para agradecer a Deus o novo Carisma dos Missionários Servos dos Pobres do Ter-ceiro Mundo, comprometo-me a permanecer unido a vós pela oração, conforme o modo assinalado:

Morada

Localidade Código Postal -

Telefone Mail

Assinatura Data - -

AcçãoFrequência

Diária Semanal Quinzenal Mensal Outra

Eucaristia

Adoração Eucarística

Terço

Todos este boletins de colaboração espiritual poderão ser enviados para a nossa morada de Cuzco. Serão colocados aos pés da Virgem Maria, no altar da Capela do nosso Centro naquela cidade peruana.

A AJUDA MAIS IMPORTANTE PARA OS MISSIONÁRIOS

“O funcionalismo, quando se põe no centro ou quando ocupa um grande espaço, como se fosse o elemento mais importante, levar-vos-á à ruína, porque o primeiro modo de morrer consiste em dar por certa a «nascente», ou seja, Aquele que move a Missão. Por favor, com tantos planos e programas, não elimineis Jesus Cristo da atividade missionária, que é sua obra”.

Papa Francisco, Discurso às Obras Missionárias Pontifícias, Roma, 5 de Junho de 2015.

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Novos Leitores

Envia-nos os nomes de novos amigos aos quais possa agradar receber a nossa Revis-ta. Na primeira secção, anota a tua própria direcção.

Nome

Morada

Localidade Código Postal-

Envio-lhes as moradas de algumas pessoas que considero que podem estar interes-sadas em receber a Revista Periódica do Movimento Servos dos Pobres do Terceiro Mundo.

Nome

Morada

Localidade Código Postal-

Nome

Morada

Localidade Código Postal-

Nome

Morada

Localidade Código Postal-

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Arracando sorrisos

Caríssimos amigos, Laudetur Iesus Christus!Queremos fazer-vos participes das histórias das crianças que entram a formar parte da nossa vida missionária e, consequentemente, também da vossa, já que sem a vossa oração e sacrifícios não seria possível relatar estes factos reais e milagrosos.

Nilda Villacorta QuispeA Nilda nasceu a 24 de Outubro de 2012 em Cuzco, de pais alcoólicos. Ao parecer, a me-nina sofria de convulsões, pois tomava feni-toina, um anti-epiléptico. A mãe, alcoólica, chegou a ingerir um frasco inteiro de medi-camentos. Isto fez com que a pequena se in-toxicasse. Depois, ela levou-a para o hospital António Lorena, onde a abandonou. O hos-pital informou sobre o abandono da menina e apresentou o caso ao UIT (Unidade de In-vestigação Tutelar) e daí, no dia 29 de Outu-bro, trouxeram-no-la para aqui, num estado muito grave, que parecia que não se iria re-cuperar. Tinham diagnosticado: desnutrição e síndroma de abstinência alcoólica.

Nesta menina reconhecemos e vimos a misericórdia de Deus.

Quando chegou, era uma menina muito doente. Estava prostrada numa espécie de berço ou carinho, sempre nervosa, a tal ponto que agarrava os cabelos e puxava-os. Sempre estava mal. Mostrava-se muito ansiosa quando comia qualquer alimento e chegava a morder a colher. Desesperava-se e chorava. Comia com muita dificuldade. Passaram os meses e a me-nina não mostrava nenhum progresso, antes pelo contrário, agora estava ligada a uma son-da, como suplemento à sua alimentação, já que continuava no quadro clínico de desnutrida.

A Irmã Glória, desde o inicio, levava a Nil-da para a capela todos os dias pelas manhãs. Sempre que eu estava na oração, via-as jun-tas na capela. Depois de algum tempo, aque-

Irmãs Missionárias Servas dos Pobres TM

A Nilda quando ingressou no Lar Santa Teresa de Jesus das Irmãs Missionárias Servas dos Pobres TM.

A Nilda, atualmente com 4 anos, continua a ser assistida pelas Irmãs Missionárias Servas dos Pobres TM no Lar Santa Teresa de Jesus de Cuzco (Peru).

la menina, que era nervosa, começou a estar mais tranquila e já quase não chorava. Tinha um olhar cheio de amor e um sorriso que conquistava. Era tão grande a mudança que, de um momento a outro, a Nilda deu-nos a

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O Norman, um menino internado no Lar Santa Teresa de Jesus, assistido pelas Irmãs Missionárias Servas dos Pobres TM.

entender que não queria continuar prostra-da, queria levantar-se.

E em pouco menos de uma semana já ca-minhava. Era surpreendente ver assim a Nil-da. Fiquei de boca-aberta e disse-me que a mim mesma: “Que bom é Deus com os seus filhos! Não há melhor Pai que Ele!”.

Atualmente, a Nilda anda, não pronuncia bem as palavras, mas fala e come bem. É uma menina normal e parece que já não tem esse síndroma de alcoolismo que a afetava. É feliz e muito independente.

Ela sim é um milagre de Deus e uma de-monstração do seu grande amor. Não temos palavras para descrever o que os nossos olhos viram em tão pouco tempo! Que progresso tão rápido! Só Deus o fez e não sabemos como!

Norman Ricalde HuamanhuillcaO Norman provem de uma família muito po-bre da povoação de Lares. Nasceu no hospital e deram-no por incurável. A mamã, deses-perada, procurou um lugar onde o pudesse deixar para morrer. Procurou um lar, até ao dia em que chegou aqui, e viu que o seu filho foi acolhido. Desde esse dia temos cuidado deste bebé. Atualmente tem 12 anos de idade.

Os médicos disseram que ia morrer, mas não foi assim. O Norman teve muitos progressos conforme foi crescendo. Atual-mente, ainda que padeça as consequências da desnutrição e sofra de um síndroma de laringemalacia e estrabismo, é uma criança muito ativa e traquinas. Consegue comer alimentos e beber sozinho, pode parar-se com um apoio e fazer uso de um andadeiro. É sociável e muito inteligente. Desenvolve-se suficientemente e gosta muito de brin-quedos sonoros.

Num menino quase morto, Deus mostrou o seu poder, o seu amor e a sua misericór-dia, em especial com muitos filhos mais pe-quenos. Muitíssimas vezes esquecemos que Deus é um Papá muito bom, que não desa-tende as nossas necessidades e em todo mo-mento preocupa-se pelo nosso bem-estar e procura sempre a nossa felicidade.

Deus, com o Norman, foi um PAI que não o abandonou nem um instante, porque Ele era tudo para o menino. No Norman vimos que para Deus não existe nada impossível e que Ele se serve dos seres mais insignifican-tes para manifestar o seu poder, a sua glória e o seu amor com os pequeninos.

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SOS AOS JOVENS!!!

“Hoje é tempo de missão e de coragem! Coragem para reforçar os passos vacilantes, de retomar o gosto de se consumir pelo Evangelho, de readquirir confiança na força que a missão tem em si. É tempo de coragem, mesmo se ter coragem não significa ter garantia de um sucesso”.

Papa Francisco, Angelus, 23 de Outubro de 2016.

Nos missionários Servos dos Pobres do Terceiro Mundo tu podes realizar este ideal, com uma vida de profunda oração e de generosa entrega ao serviço de muitos irmãos que sofrem todo tipo de marginalização.

CAMPUS PARA FAMÍLIAS 2017

Queridas Famílias, de 6 a 13 de Agosto de 2017, perto da paisagem natural dos Alpes na província de Lecco no Norte de Itália, esperamos-vos para uma sema-na de Campus para famílias. Entre o descanso, o convívio, a formação cristã, os momentos de oração para os adultos e para os pequenos, aprofundaremos o maravilhoso chamamento da família a ser “igreja doméstica”.

Famílias de vários lugares participaram no Campus das Famílias 2016 organizado pelos Missionários Servos dos Pobres TM.

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Esperamos-vos. Contatem-nos:E-mail: [email protected] Cel. + 39 - 3351823251 (P. Walter msp)

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A vida do movimento

Tal como publicámos na Newsletter do passado mês de Novembro, desde o início do ano as Irmãs saem para as missões, que chamamos “extraordiná-rias”, por 7 dias. Apresentamos aqui o testemunho das Irmãs Missionárias Ser-vas dos Pobres TM sobre as experiências dessas missões extraordinárias realiza-das nas aldeias de Sallaconi e Usicayos, na região de Puno (Peru).

“Com o início desta missão, sentimo-nos como os discípulos de Jesus, envia-das a lugares onde não esperávamos ir. Nestes dias de missão, a aldeia que mais chamou a minha atenção foi a mais lon-gínqua de todas, a de Sallaconi, pois nun-ca pensei chegar tão longe, isto é, a mais de 4500 metros sobre o nível do mar.

Quando chegámos, as pessoas olha-vam para nós com muita desconfian-ça. No dia seguinte começámos a ir de porta-à-porta para visitar e conhecer as pessoas. Não encontrámos quase nin-guém, porém, quando já pensávamos regressar, vimos ao longe um grupo de pessoas que pastoreava as suas lamas. Cruzámos o rio e fomos ao seu encontro. Quando chegámos onde elas estavam, apresentámo-nos e fizemos-lhes per-guntas sobre Deus e a fé, sobre a religião à que pertenciam, pois sabíamos que al-gumas seitas já se tinham instalado nes-sa povoação.

Aquelas pessoas contaram-nos que antes os católicos celebravam muitas

festas religiosas, rezavam à Virgem Maria e levavam-na em procissão. Mas quan-do vieram as seitas e trouxeram outras ideias e atacaram a Igreja Católica, esta devoção popular despareceu.

Tivemos com aquelas pessoas uma longa conversa e terminámos por lhes oferecer terços e animando-as a redes-cobrir a fé dos seus pais.

Cada família que visitámos nesses dias de missão tinha uma história dife-rente, de sofrimento e de luta. São pes-soas que querem ser escutadas, que têm um vazio que deve ser preenchido e por-que não encontram nimguém que lhes preste atenção, desesperadas refugiam-se no álcool.

As Irmãs Missionárias Servas dos Pobres TM caminham para as aldeias mais longínquas para levar a presença de Jesus.

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Depois de alguns dias passámos por outra aldeia (Usicayos), e encontrámos ali um templo muito bonito. Algumas Ir-mãs dedicaram-se a limpá-lo, enquanto que as outras foram visitar as casas. Ain-da mal não tínhamos começado bem as visitas e já vinha ao nosso encontro um grupo de jovens, suplicando-nos que ficássemos ali para lhes ensinar e falar-lhes de Deus. A nossa presença não é su-ficiente. Faz falta rogar a Deus para que envie sacerdotes missionários que lhes levem Cristo Eucaristia.

Testemunho do Casal SalazarNo México continua a missão dos nossos “tios” Guillermo e Francisca Salazar. Apre-sentamos um síntese do último testemu-nho que nos enviaram, convencidos de que as suas experiências e reflexões pos-sam ajudar todos os que queremos traba-lhar para o Reino de Deus.

Na comunidade de Lomas de Taba-chines, continuamos a levar a Virgem de Guadalupe pelas casas e assim conhe-cemos novos testemunhos de famílias pobres que nos contam as maravilhas

que lhes traz rezar juntos. Por exemplo, recordamos com especial carinho a últi-ma família que visitámos. O dia em que chegámos, o esposo estava coberto de pó de cimento, pois estava a trabalhar na sua casa construindo duas paredes que antes eram só cortinas. Os dois esposos recordavam que alguma vez tinham aprendido das suas respetivas avozinhas a rezar, mas agora já não sabiam como se fazia. Quando, na semana seguinte, regressámos vimos quanta seriedade, interesse e amor punham nisso de rezar juntos a determinada hora, com a chuva e o vento entrando na casa. Enquanto continuarem a rezar juntos, não lhes fa-rão muita falta as duas paredes de ladri-lhos que ainda não estavam acabadas, porque sempre terão o calor que surge do seu amor filial à Nossa Mãe Maria.

Nestes meses continuámos a trabalhar com quatro adultos no sector “Sagrado Coração”. Procurámos dar-lhes um breve curso de introdução à Bíblia, porém, no-támos que nunca tinham lido a Bíblia e,

As Irmãs Servas dos Pobres TM vão a 4500m sobre o nível do mar para levar a alegria de Deus às povoações que se encontram muito longe da cidade Cuzco (Peru).

A Casal Salazar Cruz (mexicanos) Missionários Servos dos Pobres TM visitam uma família pobre da cidade de Guadalajara (México).

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Os Molinos, bairro em Guadalajara (México) onde o Casal Salazar Cruz realiza o seu trabalho como Missionários Servos dos Pobres TM.

apesar de que fossem à missa, a Palavra de Deus ainda não tinha tocado os seus corações. Assim que começámos a ler a Bíblia com eles e a fazer algo parecido a uma reflexão bíblica. Na fé não podemos dar por assentado que as pessoas saibam algo que não necessite ser explicado, por-que há muitos erros deformando a fé e em muitos casos o que os adultos sabem limita-se ao que aprenderam na cateque-se quando eram crianças. E às vezes nem isso aprenderam bem!

Como os nossos quatro alunos eram papás de crianças da catequese, estas re-flexões bíblicas terminaram com as aulas do catecismo, isto é, em Julho.

Também procurámos trabalhar com os rapazes um pouco mais crescidos, ajudando-os a terminar a escola Primá-ria e a Secundária.

Deixámos o apostolado em Lomas de Tabachines com a sensação de certa frustração por não os termos podido aju-dar como desejávamos.

Esta frustração, com o tempo e a ora-ção, tornou-se uma convicção: em reali-dade Deus, no seu plano de salvação, tra-balha não só “naquele que recebe ajuda”, mas também “na alma daquele que dá ajuda”, permitindo reconhecer que é Ele quem faz tudo e que nós só somos uns pobres instrumentos. Não são as nossas capacidades o que permite aos outros aproximar-se de Deus, mas é a graça de Deus: tudo é graça... Quão importante é afastar o orgulho e não nos procurarmos a nós próprios! Com razão dizia um san-to: “Noventa e nove vezes enterrei o meu orgulho, para o ver surgir 100 vezes”. Par-

timos de Lomas de Tabachines conscien-tes de que estivemos aí por pura graça de Deus e retirámo-nos sem que os frutos fossem visíveis, para não nos envaidecer. Somos “servos inúteis”.

A presença do Padre Giovanni em CubaO Padre Urs Zanoni ultimamente encheu-nos de alegria enviando-nos notícias so-bre a missão de Cuba e, especialmente, so-bre as atividades do Padre Giovanni que, como vós sabeis, encontra-se ali desde o mês de Abril do ano passado. Partilhamos convosco estas notícias.

O P. Giovanni Salerno msp com o P. Urs msp na sua labor missionária na Ilha de Cuba.

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Graças a Deus, o P. Giovanni está bas-tante bem atendido, primeiro pelo Láza-ro, um senhor de cinquenta anos que foi recomendado por uma pessoa que tra-balha no palácio episcopal, e atualmen-te pelo Onasis, de 37 anos, solteiro e com espírito missionário.

A casa está numa zona com pouca assistência pastoral, pertence à paró-quia dos jesuítas, que atualmente são só dois sacerdotes já muito velhotes. O P. Agustín S.J., que atendia as paróquias de Patrocinio e Santa Soledad, teve que re-gressar a Espanha por um grave proble-ma de saúde. O P. Ángel S.J., mais jovem que os outros e que foi o superior da comunidade de Cienfuegos, está noutra província para assistir a sua mãe doente. Assim que o bispo assumiu a tarefa de pároco de Patrocinio e de Santa Soledad e quando necessita ser substituído para a celebração das Missas, contata a nos-sa comunidade “Bom Pastor”. Da mesma maneira quando algum sacerdote está ausente da sua paróquia, o bispo con-tata a nossa comunidade para o apoiar. Assim que o P. Giovanni celebrou missas nas paróquias de Patrocinio, Santa Sole-dad, Lajas, Cruces, Cartajena e Rodas.

Importante: Caríssimos amigos, estamos conscientes de que com muita frequência, infe-lizmente, as notícias que publicamos na cróni-ca sobre “A Vida do Movimento” não são muito atuais. Os tempos necessários para recompilar os dados, escrever a Crónica, traduzi-la nas vá-rias línguas, enviá-la à tipografia e, finalmente, distribuí-la, como bem podeis imaginar, são muito longos e fazem com que este problema seja difícil de solucionar. Para que tenhais infor-mações mais atuais, sugerimo-vos que consul-teis a Crónica da Newsletter mensal, que podeis encontrar no nosso site: www.msptm.com

O P. Giovanni Salerno msp dá catequese a algumas crianças da povoação que se encontra em Cuba.

O P. Giovanni Salerno msp partilha momentos de encontro com algumas famílias de Cienfuegos (Cuba).

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Obrigado pela sua ajuda...

Com a tua colaboração

uma criança mais

se alimentará nas nossas

casas de Cuzco, Perú

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Se te sentes chamado a entregar-te em favor dos mais pobres: Põe-te em contacto connosco!

MISSIONÁRIOS SERVOS DOS POBRES DO TERCEIRO MUNDOP.O.Box 907Cuzco-Perú

www.msptm.com email: [email protected]

Cristo espera-te entre os mais pobres

AVISO IMPORTANTE

Caríssimos amigos, uma vez que o nosso Movimento ainda não está constituído como instituição em Portugal e carece de conta bancaria em Portugal, todos os Donativos devem ser feitos segundo uma das seguintes modalidades:

1ª Para o Mosteiro de S. Bento de Singeverga através de Cheque em nome do Mosteiro (não em nome do Mo-vimento). E dentro do envelope colocar um pequeno bilhete onde se especifique que se trata de um donativo para os Missionários Servos dos Pobres TM.

2ª Para Espanha através de Cheque em nome de “Opus Christi Salvatoris Mundi”, ou por Transferência bancária para a nossa conta em Espanha.

Titular: “Opus Christi Salvatoris Mundi” - CIF: G45531449 Número de conta: ES05 2105 3068 6830 1002 2232 Banco: Banco Castilla la Mancha.

Em qualquer caso, para que lhes possamos enviar os respectivos recibos, necessitamos que nos mandem os vossos dados pessoais: nome e apelidos, endereço completo, e número fiscal.Os recibos emitidos pela Associação do Movimento em Espanha, podem ser usados depois em Portugal pelos doado-res em sede de IRS para que possam beneficiar de dedução no imposto sobre os montantes doados, isto é, para que possam usufruir do benefício fiscal dos mesmos.A todos vós, o nosso muito obrigado pela vossa generosidade!

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Desde o Mundo

Diminui a pobreza extrema?“O crescimento económico reduz a pobreza”, é desde sempre o imperecível e fasti-dioso lema dos expertos em estatística. Porém, fica ainda em aberto uma questão fundamental: a validez da metodologia de cálculo utilizado pela principal organi-zação internacional.

O número de pessoas que vivem em condições de extrema pobreza poderia descer rapidamente por debaixo dos 10% da população mundial. Em 2012 eram 902 mi-lhões, isto é, 12,8% da população. É o que está previsto pelo Banco Mundial que para a ocasião voltou a avaliar o umbral da pobreza a nível internacional. Este ano, pela primeira vez, menos de uma pessoa entre dez viverá com menos de 1,9 dólares por dia (já não 1,25), tendo em conta o poder real de compra em cada país.

“Este crescimento reduz a pobreza”, é desde sempre o imperecível e fastidioso lema dos expertos em estatísticas. Para o presidente do Banco Mundial Jim Yong Kim, “somos a primeira geração na história da humanidade que pode pôr fim à pobreza extrema. Uma notícia que deveria dar um novo impulso a estratégias mais eficazes para terminar com a pobreza extrema. Um desafio extremamente difícil, sobretudo, num período de desaceleração do crescimento global, de instabilidade financeira, de mercados voláteis, de altas percentagens de desemprego juvenil e de mudanças climáticas. Mas estamos no caminho correto para alcançar até ao ano 2030 o objetivo de acabar com a extrema pobreza”. Sempre segundo Kim, a progressiva redução da pobreza deveu-se em grande parte às altas percentagens de crescimento nos países em vias de desenvolvimento, que permitiram uma maior inversão na educação, na saúde e nos gastos, em geral.

O relatório da organização internacional baseia-se em dados provenientes de paí-ses onde a incidência da pobreza absoluta permanece alta. Em particular, nas últimas décadas: a Ásia oriental e o Pacífico, a Ásia meridional e a África subsariana represen-taram aproximadamente 95% da pobreza global. Porém, a composição da pobreza entre estas três regiões mudou dramaticamente. Em 1990, a Ásia oriental represen-tava a metade dos pobres do mundo, enquanto que na África subsariana viviam à volta de 15%.

A vinte anos de distância, a situação inverteu-se. Hoje em dia a área subsariana re-presenta a metade dos pobres do mundo. Ainda que a pobreza esteja a diminuir em todas as regiões do mundo, parece mais arraigada nos países envolvidos em conflitos ou excessivamente dependentes das exportações de matérias-primas.

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Paradoxalmente, países como o Quénia, a Tanzânia e a Etiópia, celebrados como exemplos do novo milagre económico, têm o crescimento menos inclusivo de toda África. Finalmente, nenhum dado recente está disponível para o Médio Oriente e o Norte de África, onde os conflitos em curso e o aumento da povoação dificultam a atuação de políticas de contraste à pobreza.

Para os defensores da globalização, a diminuição gradual da taxa de pobreza ex-trema demonstra que a globalização é boa, que a liberdade de comércio e a liberali-zação são os pré-requisitos para acabar com a pobreza e que uma economia baseada no mercado é a única resposta às necessidades humanas. Contudo, fica ainda em aberto uma questão fundamental: a validez da metodologia de cálculo usada para avaliar o apoio ao desenvolvimento e à redução da pobreza.

Segundo vários analistas, as declarações de sucesso ou fracasso da inteira econo-mia global não servem para nada em presença de um indicador de pobreza que se limita a considerar o consumo, o poder de compra e o rendimento mínimo necessá-rio para ter uma casa, comer e vestir-se; quando em realidade estamos diante de um fenómeno multidimensional, dependente também de outros aspetos como a falta de escolaridade básica e os baixos níveis de esperança de vida, de tal maneira que o aumento do rendimento dos mais pobres do mundo não garante a consecução de outros objetivos fundamentais para um mínimo de bem-estar.

Outro ponto à volta do qual se concentram as críticas é o uso do umbral de pobre-za a nível internacional como instrumento para monitorizar e analisar a pobreza em cada país, em particular. Isto porque os Estados confiam nos seus “próprios” níveis ou umbrais de pobreza, que têm mais ressonância e legitimidade. Por exemplo, na Itália o umbral da “pobreza absoluta” é calculado sobre a base da idade própria (do chefe de família) e dos familiares, e sobre a base da zona onde se vive e da dimensão da própria cidade.

Fica o facto de que até agora não há um sistema de medida definitivo e convin-cente. Por outro lado, o focus sobre a “pobreza absoluta” que frequentemente se usa para calcular a média dos níveis de pobreza dos quinze países mais pobres não é su-ficiente para avaliar as mudanças globais, causando incertezas sobre quantos pobres há e onde efetivamente vivem.

Nenhum destes problemas é fácil de afrontar. E, se para alguns, trata-se de fazer cálculos estatísticos sobre a base das taxas de câmbio, para outros é necessário que se coloquem interrogações fundamentais com a finalidade de realizar uma socieda-de justa.

Excerto de um artigo da Mónica Straniero.

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Perguntam-nos...

Porque é que vos chamais Missionários Servos dos Pobres do Terceiro Mundo e tendes também o costume de acrescentar a este nome o de “Opus Christi Salva-toris Mundi”?O nome de “Servos dos Pobres” tirámo-lo do nome que o profeta Isaías deu ao “Servo de YHWH”, que viria ao mundo para suportar todo o tipo de sofrimentos para libertar os pobres e libertá-los com uma atitude não de dominador, mas de servo. Assim foi Jesus Cristo, que, ao entrar no mundo encarnando-se, disse a seu Pai: “Eis que venho para fazer, ó Deus, a tua vontade” (Heb 10,7) e declarou explicitamente: “O Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir” (Mt 20,28).

O nome adicional de “Opus Christi Salvatoris Mundi” deve-se ao encontro que o P. Giovanni Salerno teve na Cidade do Vaticano com o Papa São João Paulo II no ano 1986. Depois de terem rezado juntos e de concelebrar a Santa Missa, o P. Giovanni foi recebido de forma privada pelo Santo Padre, que já tinha sido muito bem informado sobre o Movimento. Por isso, foi o Papa quem tomou em primeiro lugar a palavra e louvou o Movimento dizendo: “É de veras Opus Christis Salvatoris Mundi!”. Depois, quando o P. Giovanni lhe mostrou o áureo livro da Imitação de Cristo como a Regra do Movimento, o Santo Padre exclamou: “Com este livro não só vos salvareis a vós, mas também a todos os pobres que sirvais”.

Porque é que no vosso nome original aparece também a denominação “DO TER-CEIRO MUNDO”?Entendemos, com esta denominação, toda a carência do necessário, já seja no plano material, espiritual como no moral, e que impede viver plenamente a dignidade de filhos de Deus, pois consideramos que a maior pobreza é carecer de Deus e esta é consequência do pecado. Por este motivo, alimentamos um amor pelos pobres “pre-ferencial, mas não exclusivo”, porque não excluímos a pobreza espiritual daqueles que vivem nos países não considerados pobres. Por isto, ao acrescentar “DO TERCEI-RO MUNDO” consideramos este apelativo desde o ponto de vista não apenas socio-lógico ou económico, mas também espiritual, porque somos conscientes de que nas cidades e nos países mais desenvolvidos economicamente existem também graves situações de extrema pobreza material, moral e/ou espiritual”.

PARA INFORMAÇÕES E OUTROS CONTACTOS:

Peru“Missionários Servos dos Pobres do Terceiro Mundo”P.O. Box 907CuzcoTel. 0051-984032491 | 0051-95694389E-mail: [email protected]

PortugalMosteiro de S. Bento de Singeverga4795-309 Roriz Sts.

MISSIONÁRIOS SERVOS DOS POBRES

DO TERCEIRO MUNDO

“Missionários Servos dos Pobres do Terceiro Mundo”São as diferentes realidades missionárias (sacerdotes e irmãos consagrados, religiosas, casais missionários, sacerdotes e irmãos especialmente dedicados à vida de oração e contemplação, sócios, oblatos, colabo-radores, Grupos de Apoio) que partilham o mesmo carisma e fundadas pelo mesmo fundador.

“Opus Christi Salvatoris Mundi”Formado pelos membros do Movimento dos Mis-sionários Servos dos Pobres do Terceiro Mundo, comprometidos num caminho de consagração mais profunda com as características da vida comunitária e da profissão dos conselhos evangélicos segundo a sua condição. (Caminha-se para serem reconhecidos canonicamente como dois Institutos Religiosos: um para o Ramo Masculino dos Padres e dos Irmãos, e outro para o Ramo Feminino das Irmãs).

“Grupos de Apoio do Movimento”Comprometidos no aprofundamento e difusão do nosso carisma, trabalhando para conversão de todos e de cada um dos membros, graças à organização de encontros periódicos.

OblatosDoentes ou presos que oferecem os seus sofrimen-tos pelos pobres do Terceiro Mundo e, também, por todos os que aceitaram viver segundo o carisma dos Missionários Servos dos Pobres do Terceiro Mundo.

ColaboradoresTodos os homens de boa vontade que se queiram enamorar cada vez mais dos pobres.