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Asher Intrater

As Duas Mensagensda Cruz

1ª edição

Americana/SPImpacto Publicações

2015

Este texto foi compilado a partir de duas mensagens dadas por Asher Intrater em Jundiaí, SP: uma, em fevereiro de 2012, e a segunda, em novembro de 2014.

Copyright © 2015 por Impacto PublicaçõesTodos os direitos reservados

Capa e DiagramaçãoImpacto Publicações

1ª Edição - Junho de 2015

Este texto pode ser citado e pequenos trechos podem ser reproduzidos, desde que mencionada a fonte, com endereço postal e eletrônico.

Para os textos bíblicos, foi usada a versão Revista e Atualizada de João Ferreira de Almeida.

Algumas palavras ou frases foram colocadas em negrito para dar mais destaque.

IMPACTO PUBLICAÇÕESTelefone: (19) 3462.9893

www.revistaimpacto.com.br

Sumário

Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Capítulo 1Por que Jesus nasceu? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Capítulo 2Por que Jesus foi crucificado? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Capítulo 3Por que Jesus voltará? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Capítulo 4O Desafio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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As DuAs MensAgens DA Cruz

INTRODUÇÃO

Estamos tão acostumados a ver Jesus como Salvador que esquecemos que ele também é Rei. Pode até ser uma surpresa para você, mas a maioria das profecias bíblicas sobre o Messias o revela como o rei que viria para conquistar e governar. Poucas o apontam como o servo sofredor que viria para morrer por nossos pecados.

É justamente por causa dessa ênfase nas profecias do Antigo Testamento que o povo judeu, há 2 mil anos, estava esperando um rei conquistador. Para eles, essa característica seria, inclusive, a prova de que ele era de fato o Messias. Como Jesus veio e não conquistou reino algum, os judeus em geral não acreditaram nele. O povo de Israel não compreendeu o aspecto importante, mas bastante escondido nas Escrituras, de que Jesus teria de vir primeiro como servo sofredor e só mais tarde se tornaria um rei conquistador. No fim, perderam a primeira vinda dele porque estavam esperando um tipo errado de Messias.

Eu penso que a Igreja hoje faz exatamente o oposto – está muito feliz em aceitar Jesus como o servo sofredor, mas não está preparada para recebê-lo como rei conquistador. Não quero que você perca a sua segunda vinda, da mesma maneira que o meu povo (os judeus) o perdeu na primeira, por esperar um tipo errado de Messias.

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Glória e Unidade

Geralmente, quando pergunto a alguém que acredita na Bíblia se Jesus já cumpriu todas as profecias a respeito dele nas Escrituras, a pessoa responde que sim. Mas isso não é verdade! A sua vinda foi dividida em duas etapas. Na primeira, ele cumpriu apenas uma parte das profecias; aquelas que predizem os eventos relacionados à sua segunda vinda ainda não foram cumpridas. Muitas delas, inclusive, estão sendo ignoradas.

Para examinar o conteúdo completo do evangelho, queremos dividir o assunto em três partes:

Por que Jesus nasceu?Por que Jesus foi crucificado? Por que Jesus voltará?

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As DuAs MensAgens DA Cruz

1POR QUE JESUS NASCEU?

O diálogo entre Jesus e Pilatos

Antes da crucificação, Jesus foi preso e conduzido à presença de Pilatos, o governador romano em Jerusalém. No meio do seu diálogo com Jesus, registrado no evangelho de João, encontra-mos uma resposta bem clara a essa pergunta.

O diálogo começa com uma pergunta de Pilatos:

Tornou Pilatos a entrar no pretório, chamou Jesus e perguntou-lhe: És tu o rei dos judeus?

João 18.33

Jesus queria que Pilatos esclarecesse a razão da pergunta, se tinha motivação pessoal ou política (por pressão de outros). Se fosse uma pergunta política, a resposta seria “não”; porém, se ele estava fazendo uma pergunta espiritual, a resposta seria “sim”.

Respondeu Jesus: Vem de ti mesmo esta pergunta ou te disseram outros a meu respeito?

João 18.34

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Por que Jesus nasceu?

Diante disso, Pilatos respondeu, irritado: “Eu não sei, não sou judeu! Não me faça perguntas idiotas...”

Replicou Pilatos: Porventura, sou judeu? A tua própria gente e os principais sacerdotes é que te entregaram a mim. Que fizeste?

João 18.35

Jesus percebeu que Pilatos não compreendia a questão espi-ritual e estava fazendo apenas uma pergunta política. Embora a resposta neste caso teria de ser “não”, ele sabia também que suas palavras seriam lembradas por todas as gerações vindou-ras e, espiritualmente falando, ele realmente era rei. Veja como Jesus conseguiu incluir os dois aspectos, sem confundi-los, em sua resposta:

O meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mun-do, os meus ministros se empenhariam [lutariam] por mim, para que não fosse eu entregue aos judeus; mas agora o meu reino não é daqui.

João 18.36

Em outras palavras, Jesus estava dizendo: “Não se preocupe Pilatos, não estou à frente de uma rebelião política. Não estou interessado em tomar sua posição (agora). Meu reino não é deste mundo porque sua origem não é daqui. Para o que você está imaginando, em termos políticos, a resposta é não”.

Ao mesmo tempo, ele usou a expressão “meu reino”; Jesus, de fato, tinha um reino, mas era um reino que Pilatos não en-tendia. Então, Jesus é rei? Se você ainda não nasceu de novo, se não entende a Bíblia, a resposta é “não”. Mas, se você lê a Bíblia e quer compreender as coisas espirituais, a resposta deve ser “sim”. Jesus é rei e tem um reino; o único detalhe é que seu reino não é deste mundo.

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As DuAs MensAgens DA Cruz

Com isso, ele respondeu a várias perguntas. Ele estava di-zendo: “Eu não sou um rei político, mas sou um rei e tenho um reino. O tipo de reino que eu tenho não é o mesmo que você já conhece nos outros reinos deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os meus servos lutariam para que eu não fosse entregue aos judeus. Eu tenho um reino que tem valores diferentes, uma maneira diferente de fazer as coisas. A forma como os cidadãos do meu reino agem não é como os políticos deste mundo, nem como as pessoas religiosas. Eu tenho um reino e vou implantá-lo, não pela política, mas pela oração, pela pregação do evangelho, pelo amor, pelo serviço; virá por meios espirituais”.

“Agora o meu reino não é daqui.” O que Jesus estava dizen-do? Primeiro, que era uma questão de tempo. O reino de Jesus deveria ter vindo há dois mil anos? Não. Ele disse: “Não é ago-ra!”. Mas nós não vivemos mais naquela época. Seu reino não era para aquela época, mas a implicação é que viria no futuro. Há um tempo determinado para a vinda do reino. A cada dia que nos distanciamos da cruz, mais próximos estamos desse tempo e desse reino. Jesus veio a primeira vez para trazer salva-ção, e ele virá a segunda vez para estabelecer o seu reino. “Não é agora, Pilatos, mas é uma questão de tempo. Um dia virá.”

Em segundo lugar, ele estava fazendo uma afirmação sobre o lugar. “Não é daqui.” De onde é o reino? É do céu. Mas quando você diz que algo vem de algum lugar, é necessário ter um destino, não apenas uma origem. Qual é a origem do reino? O céu. Mas qual é o destino? Ele diz: “Agora, o meu rei-no não é daqui”. O que ele quer dizer com isso? Ele não disse que seu reino não “viria para cá”, mas que não “é daqui”; sua origem e seu poder não vêm da terra. É um reino que vem do céu e um dia, chegará à terra. Um dia será daqui. E por isso ele nos ordenou a orar: “Venha o teu reino, seja feita a tua vontade,

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Por que Jesus nasceu?

assim na terra como no céu”. O reino sai de um lugar e chega a outro, vem do céu para esta terra.

Então, lhe disse Pilatos: Logo, tu és rei? Respondeu Jesus: Tu dizes que sou rei. Eu para isso nasci e para isso vim ao mundo...

João 18.37

Quando Jesus disse que seu reino não era da terra, Pilatos ficou aliviado ao ver que não representaria um problema polí-tico para ele. Ao mesmo tempo, algo espiritual, ainda que bem pequeno, foi despertado no seu interior, e ele resolveu repetir a pergunta com outra atitude. “Logo, tu és rei?”

Naquele momento, Pilatos teve um momento de revelação e percebeu que Jesus estava dizendo que era um rei. Você pre-cisa receber essa mesma revelação hoje para ver algo que nunca viu antes. Pilatos não lia as Escrituras, mas até ele conseguiu entender o que Jesus acabara de dizer. Embora o seu reino não fosse aqui da terra, embora seus servos agissem de forma dife-rente, Pilatos respondeu: “Eu entendo o que você está dizendo; você está dizendo que é um rei”.

Foi então que Jesus fez uma afirmação muito surpreenden-te. À pergunta de Pilatos (“Logo, tu és rei?”), Jesus respondeu: “Tu dizes que sou rei”. Em outras palavras: “Você respondeu corretamente”. Jesus não só confirmou a conclusão de Pilatos, mas acrescentou: “Foi para isso que eu nasci! Eu vim do céu com este propósito de conquistar o trono que pertence a Deus. Vim para trazer a verdade para este mundo!”. Ele nasceu como Filho de Davi para se tornar o Rei sobre Jerusalém, sobre Israel e sobre o mundo inteiro.

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As DuAs MensAgens DA Cruz

Duas razões, duas perspectivas, duas lentes

Então, Jesus não nasceu para ser o nosso Salvador? Ele não veio para perdoar os meus pecados e os seus? Sim, de forma alguma desejamos negar esse fato. A própria Escritura o afirma, como se pode ver a seguir:

Ela [Maria] dará à luz um filho e lhe porás o nome de Jesus [Yeshua], porque ele salvará o seu povo dos pecados deles.

Mateus 1.21

No dia seguinte, viu João a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!

João 1.29

Precisamos entender, porém, que essa foi apenas uma parte de sua missão. Veja, em Lucas, como o anjo também revelou a Maria a segunda parte do propósito, o objetivo mais amplo:

Eis que conceberás e darás à luz um filho, a quem chamarás pelo nome de Jesus. Este será grande e será chamado Filho do Altíssimo; Deus, o Senhor, lhe dará o trono de Davi, seu pai; ele reinará para sempre sobre a casa de Jacó, e o seu reinado não terá fim.

Lucas 1.31-33

Portanto, houve duas razões para que Jesus nascesse: uma para nos salvar e outra para ser rei, para estabelecer o seu reino. Ele nasceu como Salvador e como Rei; ele veio para nos salvar e, também, para estabelecer o seu reino. São dois aspectos, duas partes do evangelho. Não devemos ignorar ou desprezar ne-nhuma das duas. A Igreja, hoje, tem enfatizado somente uma. Precisamos voltar a pensar, a incluir e a proclamar a outra.

Estou enfatizando aqui o segundo aspecto por ele ter sido,

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Por que Jesus nasceu?

em grande parte, esquecido na pregação do evangelho. Eviden-temente, não tenho desejo algum de diminuir a importância do primeiro. Jesus veio para me salvar. Devo a ele minha vida inteira. É justamente por causa dessa dádiva incomparável que desejo servi-lo com tudo o que tenho.

Precisamos entender, porém, que a salvação é incompleta se não tiver um propósito. Para que Jesus nos salvou? Para não sermos condenados ao inferno? Sim, mas essa resposta não nos oferece um sentido para a vida. O meu alvo é “não ir para o inferno”? Quero saber se fui salvo para fazer algo construtivo, não simplesmente para escapar da condenação. Jesus morreu, acima de tudo, para dar um novo propósito para toda a minha vida.

A chave para achar o verdadeiro sentido para o homem está em descobrir o propósito da vida de Jesus. Você sabia que Jesus também tinha um destino, que o seu alvo não era apenas voltar para as “mansões celestiais”? Foi isso que ele disse a Pilatos. “Eu nasci para ser rei. Meu destino é ser rei sobre toda a Terra.” O destino de Jesus passou a determinar o sentido da minha vida também. Como ele morreu para me salvar, meu maior desejo agora é ajudá-lo a realizar o seu destino. Quero ajudá-lo a esta-belecer seu reino sobre esta terra. E quero alistar você para viver em função do mesmo propósito.

Comece a ler os evangelhos daqui para frente com uma nova perspectiva. Existem duas maneiras de vê-los. Você pode ler tudo sobre o que Jesus fez e ensinou com a lente da salvação. Essa é a lente mais comum entre os cristãos hoje. Com ela, você só consegue ver o aspecto de resgatar e salvar o homem. É uma lente verdadeira e muito superior à lente dos céticos que veem em Jesus apenas um homem comum. Porém, ainda é uma lente incompleta.

Precisamos aprender a ler os evangelhos com a outra lente,

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As DuAs MensAgens DA Cruz

que é a lente do reino. Você continua lendo o mesmo conteúdo que já conhece, porém com uma visão muito mais ampla. Se você ainda não conhece essa lente, quero que aprenda a usá-la agora. Quando Jesus veio para este mundo, ele nasceu como Filho de Davi. Por que era importante que ele fosse identi-ficado, por genealogia, como Filho de Davi? Para cumprir a promessa de Deus de colocar novamente um descendente de Davi sobre o seu trono.

O próprio Jesus, embora não se autoproclamasse descen-dente de Davi ou rei de Israel, pregava continuamente, anun-ciando que o reino de Deus estava próximo. “Preparem-se, arrependam-se porque estou aqui, sou o Rei do reino, e esse reino está chegando a vocês.”

No Sermão da Montanha, Jesus estava dizendo o seguinte: “Estes são os valores do reino; é assim que alguém no meu reino vive. Se você quer ser um representante dele, é assim que deve viver. Se você quer ocupar uma posição de autoridade no reino vindouro, é assim que deve agir a partir de agora”. Jesus quer que sejamos seus discípulos para poder nos dar autoridade para governar com ele quando seu reino for estabelecido. É por isso que devemos aprender a submeter-nos à autoridade e a viver com integridade; estamos sendo treinados para reinar com ele no mundo por vir. Temos um novo sentido, um novo propó-sito para nossa vida.

Quando proclamamos o reino de Deus, estamos oferecendo às pessoas a chance de serem salvas, mas também estamos de-clarando a autoridade de Deus e dizendo: “Jesus é o Rei. É a ele que todos terão de se submeter; quem não se submeter estará sujeito ao castigo de Deus”. Devemos declarar o reino dele sobre este mundo; foi por isso que ele nasceu!

O propósito principal de Jesus em vir ao mundo foi assu-mir o governo de Deus sobre ele. A salvação do homem é um

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Por que Jesus nasceu?

aspecto tremendo e muito importante, mas é secundário por-que faz parte do propósito principal. Jesus é um rei que, a ca-minho do trono, parou para nos salvar. Ele tem um destino próprio, que é governar sobre todo o mundo. Muitos cristãos nunca pensaram sobre isso. Só entendem a salvação dos peca-dos. Mas Jesus salvou minha vida a fim de me incluir no seu destino.

Você já aceitou o sacrifício de Jesus para perdoar seus pe-cados? Isso é maravilhoso, é o começo de tudo. Mas, agora que recebeu a salvação, o que pretende fazer daqui para frente? Você foi salvo para ser servo dele, para fazer duas coisas prin-cipais: (1) ajudar outros a aceitar o sacrifício de Jesus e, mais importante ainda, (2) ajudar Jesus a se tornar rei sobre toda a Terra.

Jesus não precisava de salvação, porque nunca pecou. Nun-ca esteve em perigo de ir para o inferno. O que lhe falta então? O que posso fazer por ele? Ele é o meu melhor amigo, ele é o meu Salvador, meu Senhor. O que mais desejo agora é ter uma chance de ajudá-lo a cumprir o seu destino. Quero fazer tudo o que posso para que todas as nações do mundo se submetam a ele, e para levar o meu povo de Israel a submeter-se a ele para que, assim, ele possa voltar e assumir o governo sobre o mundo todo.

Eu pretendo dedicar o resto da minha vida para esse pro-pósito. Um dia, verei o seu pleno cumprimento. Verei Jesus voltar para a terra, assumir seu trono em Jerusalém e reinar sobre todas as nações a partir de Israel: sobre a China, sobre o Brasil, sobre a ONU. Ele vai reinar sobre todo este mundo. E não vou descansar enquanto isso não acontecer. É isso que traz motivação para minha vida! Quero ajudar você a juntar-se à causa também. Não há outro objetivo, outro sentido mais importante do que este!

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As DuAs MensAgens DA Cruz

2POR QUE JESUS FOI

CRUCIFICADO?

A inscrição de Pilatos

A partir deste momento, Pilatos procurava soltá-lo, mas os judeus clamavam: Se soltas a este, não és amigo de César! Todo aquele que se faz rei é contra César! Ouvindo Pilatos estas palavras, trouxe Jesus para fora e sentou-se no tribunal [...] e disse aos judeus: Eis aqui o vosso rei.

João 19.12-14

Quando Pilatos quis soltar Jesus, os judeus religiosos insis-tiram que deveria ser crucificado. “Mas, por quê?”, perguntou Pilatos. “Não vejo nele crime algum.” Então, os judeus respon-deram: “Porque ele se declara Filho de Deus”. “E eu com isso, se ele é Filho de Deus?”, respondeu Pilatos. “Deixem-me em paz, judeus loucos. Deixem-me cuidar da minha vida. Resolvam isso, vocês mesmos.”

Então, os líderes religiosos decidiram mudar de estratégia. Conversaram entre si: “Pilatos não está nem aí se ele é Filho de Deus ou não. Precisamos falar com Pilatos de um jeito diferente”. Voltaram a Pilatos e disseram: “Lembra que você teve uma con-versa com Jesus, e ele lhe disse que é rei?” E Pilatos respondeu:

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Por que Jesus foi crucificado?

“É mesmo, ele disse que é rei”. Então disseram: “Se você não o crucificar, ficará evidente que não é amigo de César; você estará traindo sua posição como governador romano”.

A estratégia deu certo. Pilatos ficou alarmado e disse: “Espe-re um minuto, eu não me importo se ele é Filho de Deus, mas se ele realmente é rei, então serei obrigado a matá-lo. Se ele tem um reino, isso representa uma ameaça ao reino de César”.

Pilatos escreveu também um título e o colocou no cimo da cruz; o que estava escrito era: JESUS NAZARENO, O REI DOS JU-DEUS. Muitos judeus leram este título, porque o lugar em que Je-sus fora crucificado era perto da cidade; e estava escrito em hebraico, latim e grego.

João 19.19,20

Assim como apresentei uma nova maneira de olhar para o nascimento de Jesus, quero também que você passe a ver a cruz como nunca antes.

Quando Jesus foi crucificado, Pilatos ordenou que uma ins-crição fosse colocada, acima de sua cabeça, com as palavras “Rei dos Judeus” escritas em três línguas para que fosse vista e compreendida por todos: em hebraico para o povo de Israel, em grego para os povos do oriente e em latim para os povos do ocidente. Ou seja, naquela placa estavam representadas todas as línguas da terra, declarando que Jesus era o Rei dos judeus. Agora veja a reação:

Os principais sacerdotes diziam a Pilatos: Não escrevas: Rei dos ju-deus, e sim que ele disse: Sou o rei dos judeus. Respondeu Pilatos: O que escrevi, escrevi.

João 19.21,22

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As DuAs MensAgens DA Cruz

Por que os judeus não queriam que Pilatos escrevesse aqui-lo? Porque ele era o governador, o representante de César. Se ele escrevesse afirmando que Jesus era o Rei dos judeus, estaria confirmando esse fato com a autoridade de Roma. Pilatos sabia por que eles não queriam que escrevesse. “Eu sei o que estou fazendo e, como governador, representando o César de Roma, já o escrevi. Este é, de fato, o Rei dos judeus. O que eu fiz está feito!”.

As duas mensagens na cruz

A cruz foi o lugar onde Jesus se sacrificou para pagar o castigo por nossos pecados, a fim de sermos perdoados por Deus. Des-sa forma, ele cumpriu o significado de todos os sacrifícios do Templo. Aliás, além de ser o próprio sacrifício, o único e per-feito sacrifício aceitável a Deus, ele também é o sacerdote que se sacrificou para nos dar o perdão dos pecados. Ele proclamou isso na cruz: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” (Lc 23.34).

Naquele momento, ele se tornou nosso sacrifício expiatório, pronunciou o seu perdão por nós e deu-nos salvação e vida eterna. Este é o Evangelho da Salvação! Quem ainda não sabe que Jesus sacrificou a si mesmo para que cada um de nós não tivesse de ser castigado por Deus precisa receber essa revelação e aceitar o sacrifício de Jesus imediatamente!

Porém, existem dois aspectos do evangelho, e ambos po-dem ser vistos aqui na mesma cruz. Enquanto o Evangelho da Salvação é verbal (Rm 10.9), o Evangelho do Reino é escrito: “ESTE É O REI DOS JUDEUS!”. Nesse mesmo momento na cruz, Deus proclamou duas coisas distintas para toda a raça humana:

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Por que Jesus foi crucificado?

1. “Este é o seu Salvador; aqui está a sua salvação, o perdão de seus pecados, o sacrifício expiatório para cada um de vocês!”

2. “Raça humana, tenho algo para lhes dizer: Este ho-mem é o seu rei, seu governador, seu imperador, a autoridade sobre a terra, instituída por mim!”

Duas mensagens saíram da cruz. Uma saiu da boca de Je-sus, como mensagem oral. “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem.” Este é o Evangelho de perdão e salvação. Na cruz, Jesus tomou os nossos pecados sobre si mesmo e nos perdoou. A outra saiu da inscrição de Pilatos, como mensagem escrita. Deus quis colocar um sinal, uma marca na terra. Era como se a mão de Deus viesse do céu, escrevesse uma placa e a fincasse no chão. “Este homem é a autoridade que eu constituí sobre o planeta Terra, e vocês precisam submeter-se a ele. Quem não o aceitar, morrerá!”. Este é o Evangelho do Reino.

A salvação é uma oferta; o reino é uma exigência! Podemos receber a salvação se quisermos, mas o reino virá, querendo nós ou não.

O Evangelho da Salvação é sobre você. Quando ele disse: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem”, ele estava di-zendo algo para você e sobre você. Mas esta é apenas metade da mensagem da cruz. A outra parte não é sobre você, é sobre ele. Precisamos deixar de ser tão centrados em nós mesmos a fim de conseguirmos enxergar essa segunda mensagem. Preci-samos pensar sobre ele, sobre a declaração de que ele é o Rei.

Por que essa mensagem foi escrita? Por que foi escrita por outra pessoa? Porque Jesus não quis se exaltar nem dar tes-temunho de si mesmo. Ele sempre espera que outra pessoa veja a verdade e a anuncie. Nesse caso, foi Pilatos quem viu,

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As DuAs MensAgens DA Cruz

entendeu e escreveu. Sempre que alguém perguntava para Je-sus: “Você é o Messias?”, ele respondia: “É como você diz”. Ele espera que o homem veja e dê testemunho.

Quero que você veja algo nestas duas mensagens da cruz. Não é suficiente ouvir as palavras de perdão. Você precisa en-tender também o que estava escrito na inscrição. Aquele ho-mem pendurado na cruz é o rei, a autoridade, o líder do reino de Deus, o homem que Deus escolheu. Essa mensagem tem tudo a ver com ele. Ele é o centro do mundo, o Rei, o Messias. Essa parte não tem nada a ver com você ou comigo. De todos os seres humanos na história, Deus escolheu somente um para ser o rei.

Aquela inscrição foi uma mensagem, uma declaração, uma revelação de Deus para a humanidade: “Estão vendo este ho-mem pendurado na cruz? Este é o meu rei. Este é o líder do reino de Deus. É a este homem que vocês terão de se submeter, e não a Buda, a Maomé, a Mao Tsé-Tung, nem mesmo a Moisés; não será a Barack Obama nem a outro líder qualquer. Este é o homem!”

Jeito estranho de ser anunciado

Preciso admitir, porém, que Deus escolheu uma forma bem estranha de anunciar seu rei. Quem teria imaginado que seria assim? Nem eu, nem você. Se fosse eu, teria arrumado uma carruagem com belos cavalos, com glória; faria com que ele entrasse na cidade, acompanhado por grupos cantando e dan-çando, enquanto multidões depositassem ouro e flores aos seus pés. Teria chamado as câmeras, faria Jesus ressuscitar algumas pessoas diante de todos, faria uma campanha no Facebook e na televisão e o lançaria como o Rei do mundo. Mas Deus, em sua sabedoria, escolheu outra forma para dizer ao mundo quem

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Por que Jesus foi crucificado?

era o seu rei. Ele deixou que Jesus fosse despido, açoitado, cuspido, coberto de sangue, coroado com espinhos na cabeça (não com ouro), desnudado, pendurado na cruz publicamente, humilhado diante de todos, torturado e assassinado. Foi assim que Deus resolveu fazer. Ele não pediu minha opinião, nem a de homem algum.

Porém, aqui está a genialidade da decisão de Deus. Se Jesus tivesse descido do céu com todo poder, usando “armas espa-ciais”, acompanhado por anjos poderosos e dando um ultima-to para toda a humanidade, dizendo: “Receba meu reino ou morra!”, teria dado um excelente efeito cinematográfico, mas não teria provado o nosso coração. Todos passariam a obede-cer-lhe por causa do poder, mas não haveria espaço para a liber-dade de escolha ou aceitação voluntária.

Deus, em sua infinita sabedoria, quis agir de outra forma. Ele quer que nos submetamos ao seu rei e à sua autoridade voluntariamente, por amor a ele e ao seu reino. Ele quer que o amor sacrificial de Jesus nos comova, nos toque e mude o nosso coração para desejarmos nos submeter espontaneamente. Se alguém aponta uma espada para nós, ele pode até nos obrigar a submeter-nos, mas será alheio à nossa vontade, por pressão, e não a partir do amor autêntico do coração. Se alguém morre por nós, certamente desejaremos nos submeter a ele e entregar--lhe a nossa vida.

Deus decidiu conquistar o mundo não pela espada, mas pelo amor sacrificial, enviando alguém que se dispusesse a ser morto em nosso favor. Sua autoridade é baseada no amor sa-crificial que ganha o coração das pessoas. Todos serão felizes em se submeter a Cristo e, por toda a eternidade, não haverá rebelião, pois estaremos lá por decisão própria, por submissão de coração a ele. Ao entender que deu a vida por nós, nos

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As DuAs MensAgens DA Cruz

ajoelhamos e dizemos: “Meu Rei, meu Senhor, meu Salvador! Eu lhe dou a minha vida!”. Assim, ele conquista nosso coração pelo seu próprio sangue – e não pelo nosso. Que genialidade de Deus, conquistar o coração e o afeto das pessoas, ganhar sua disposição de dar tudo por ele, por causa do sangue do seu Filho e não por qualquer pressão ou força exterior! Este é o nosso Rei.

Além de ser uma declaração de amor, a cruz também é uma declaração de autoridade. Deus escolheu aquele momento no tempo e escreveu uma mensagem em hebraico para o povo judeu, em grego para os reinos do Oriente e em latim para o império ocidental, dizendo: “Eu quero fazer uma proclamação oficial: Este é o homem, o rei que dominará toda a Terra! Este é o meu rei, meu imperador, meu governador, minha autorida-de; é a ele que vocês devem se submeter!”.

Portanto, quando proclamamos o evangelho, devemos anunciar os dois lados de sua mensagem: o Evangelho da Sal-vação (perdão) e o Evangelho do Reino (autoridade). Jesus é nosso Salvador, mas também é o nosso Rei. Israel esperava com tanta ansiedade um rei político que perdeu totalmente o aspec-to do salvador. Hoje, a maioria da Igreja espera tanto um salva-dor para lhe dar vida eterna que perdeu o aspecto do reino, da vinda de Jesus como rei sobre a Terra.

Quero lhe dizer que Jesus está voltando para governar a Terra, que ele governará sobre o Brasil, sobre Israel, sobre a China e todos os demais países, sobre a ONU e a Bolsa de Valores, e sobre toda autoridade neste planeta. Ele está voltan-do para assumir todos os governos políticos, todas as institui-ções econômicas e militares. Não sei sobre você, mas é a esse tipo de rei que quero servir; é para ele que quero dar minha vida. Todos os grupos que praticam o terrorismo, sejam do

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Por que Jesus foi crucificado?

Estado Islâmico, sejam do Boko Haram, Al Qaeda, Hamas, Jihad, Hezbollah ou qualquer outro, podem tentar matar seus adversários, torturar ou decapitá-los, mas não irão vencer, porque é impossível ganhar o coração humano dessa forma. Você pode cortar a cabeça de alguém, mas não ganhará seu coração. Jesus é quem conquista o coração humano, e isso nin-guém pode reverter.

Eu tenho um amigo árabe palestino, Mosab1, que é filho de um dos cinco fundadores do Hamas. Ele acompanhou todos os atos terroristas desse grupo e estava sendo treinado para ser um de seus chefes. Um dia, alguém compartilhou com ele a men-sagem do evangelho e lhe deu uma Bíblia. Ao ler em Mateus 5.44: “Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem”, ele pensou: “Amar meus inimigos? Quem poderia ensinar algo assim? Este é o único caminho para acabar com o ódio entre Israel e Palestina! Eu fui ensinado a matar meus inimigos, e este homem diz que devo amá-los? Esta deve ser a verdade!”. Ele nasceu de novo e deixou o Hamas. Aleluia! É assim que Jesus conquista o mundo: pelo amor sacrificial.

Jesus é digno de ser rei?

Há ainda outro aspecto sobre a cruz. A cruz foi um teste para Jesus. Mesmo sendo eternamente Filho de Deus, mesmo tendo nascido para ser rei, ele precisou provar como homem que era digno de ser rei. Deus disse: “Filho, vou lhe dar um teste que nenhum outro ser humano no mundo seria capaz de enfrentar. Se passar por essa prova, você não só terá nascido com o destino de ser rei, mas terá provado também que é digno de reinar”.

1 Sua história completa está no livro O Filho do Hamas, por Mosab Hassan Yousef, Editora Sextante.

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As DuAs MensAgens DA Cruz

Foi a prova de obediência mais difícil que qualquer ser hu-mano já teve de enfrentar. Ele foi açoitado, zombado, crucifi-cado, morto e sepultado, e a sua alma desceu ao inferno. Esse teste foi tão difícil que o próprio Jesus chegou a suplicar ao Pai: “Não quero passar por isso; se tiver outro jeito, por favor tira este cálice de mim. Contudo, que não seja feita a minha vontade e, sim, a tua”. Ali na cruz, Jesus provou para você e para mim que é digno de ser rei. Ele se dispôs a obedecer a Deus além daquilo que qualquer outro ser humano já fez ou poderia fazer. E Deus disse: “Mundo, você viu isso?”.

As pessoas que têm um coração errado olham para essa cena e enxergam vergonha, fraqueza e derrota, mas quem tem olhos para ver percebe que ali estava o primeiro ser humano que amou a Deus com toda a sua alma e todo o seu coração. Foi o primeiro ser humano que se dispôs a ser humilhado, a sofrer e a morrer por amor às outras pessoas. Foi o maior ato de obe-diência que um ser humano já praticou em todos os tempos.

Ao ver a cruz dessa forma, é impossível não dizer: “Jesus, tu passaste por essa prova e realmente és digno. Estou disposto a me submeter a ti de maneira absoluta, como jamais faria a líder algum, quer seja político, quer seja religioso ou outro qualquer. Só o Senhor é digno de receber a minha submissão”. Este é o homem que Deus escolheu.

Quando os apóstolos pregaram o evangelho, eles apresenta-ram Jesus como o Messias que voltaria como Juiz para julgar todas as pessoas que já viveram. Você e eu, um dia, estaremos diante do tribunal de Jesus e prestaremos contas por tudo aqui-lo que fizemos nesta vida, coisas boas e coisas ruins. Não im-porta se você é branco ou negro, homem ou mulher, judeu ou cristão, religioso ou secular. Você terá de se apresentar diante do tribunal desse Juiz de toda a humanidade. Não é Deus Pai

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Por que Jesus foi crucificado?

que vai julgar, é Jesus, o Filho. Os apóstolos disseram que Deus havia designado alguém para julgar os homens. E como você pode saber quem será esse Juiz? De acordo com os apóstolos, será aquele que foi crucificado e ressuscitado dos mortos por você: “Porquanto estabeleceu um dia em que há de julgar o mun-do com justiça, por meio de um varão que destinou e acreditou diante de todos, ressuscitando-o dentre os mortos” (At 17.31). Essa é a prova de que ele tem direito de ser o Juiz.

Alguns judeus ortodoxos em Israel acreditam que o rabino Menachem Schneerson (1902-1994) é o messias. Porém, ele morreu, bem idoso, de causas naturais, e não ressuscitou dos mortos. Eles podem até pensar que ele é o messias, e que é ele que vai julgá-los, mas estão errados; ele não poderá ser o juiz. Como podemos saber disso? Como a raça humana vai saber quem é o juiz? Porque assim Deus disse: “Um dia, raça huma-na, haverá um homem que será crucificado pelos pecados da hu-manidade, mas ele ressuscitará. Quando isso acontecer, você saberá que ele é o Juiz, ele é o Rei, ele é a minha autoridade”.

Portanto, a cruz e a ressurreição foram uma forma de Deus testar Jesus, de mostrar que ele é digno de receber autoridade. Foi a forma que Deus encontrou para declarar ao mundo que Jesus é o Rei, é aquele que julgará cada pessoa que já viveu neste mundo!

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As DuAs MensAgens DA Cruz

3POR QUE JESUS VOLTARÁ?

Na recepção, uma guerra

O sétimo anjo tocou a trombeta, e houve no céu grandes vozes, dizendo: O reino do mundo [ou os reinos do mundo] se tornou de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará pelos séculos dos séculos.

Apocalipse 11.15

Jesus voltará para governar e reinar sobre esta Terra. Todos os reinos deste mundo serão dominados pela autoridade de Je-sus. Todo sistema educacional, governamental, judiciário, ban-cário, todo sistema de autoridade deste mundo será governado por ele. Todos os reinos deste mundo se tornarão o reino do nosso Deus e do seu Cristo. Jesus está voltando para conquistar este planeta. Ele nasceu para ser rei, foi crucificado para ser rei e está voltando para assumir sua posição de rei.

Mas será que todos os reinos deste mundo o receberão de braços abertos? Certamente que não. A Igreja lhe dará as boas vindas, mas os reinos deste mundo lutarão contra ele. Por isso, assim que voltar, ele terá de fazer guerra.

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Por que Jesus voltará?

Vi o céu aberto, e eis um cavalo branco. O seu cavaleiro se chama Fiel e Verdadeiro e julga e peleja com justiça.

Apocalipse 19.14

Este é o quadro da segunda vinda de Jesus. A cada dia que passa, estamos mais próximos desse dia. Quando Jesus voltar, ele vai fazer guerra. Não será mais o tempo de perdoar peca-dos; será a hora de castigar os pecados. A mesma pessoa que perdoou os pecados na primeira vinda castigará os pecados na segunda vinda.

Os seus olhos são chama de fogo; na sua cabeça, há muitos dia-demas; [...] E seguiam-no os exércitos que há no céu, montando cavalos brancos, com vestiduras de linho finíssimo, branco e puro. Sai da sua boca uma espada afiada, para com ela ferir as nações; e ele mesmo as regerá com cetro de ferro e, pessoalmente, pisa o lagar do vinho do furor da ira do Deus Todo-Poderoso.

Apocalipse 19.12-15

Na primeira vez, Jesus veio montado num jumentinho, mas, na segunda, virá montado num cavalo branco. Na primeira vez, ele morreu em favor dos pecadores, mas, na segunda, ele castigará os pecadores. O mesmo que perdoou os pecados vol-tará para castigá-los. Na primeira vinda, ele se submeteu aos governos deste mundo, mas, na segunda, fará com que os go-vernos deste mundo se submetam a ele. Antes, veio como um cordeiro de sacrifício, mas agora virá como um leão que ruge. Os céus se abrirão e o Rei voltará para dominar os reinos deste mundo. Para isso, porém, terá de fazer guerra.

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As DuAs MensAgens DA Cruz

Onde e contra quem?

Precisamos ver Jesus como um general, como o Comandante supremo dos exércitos dos céus que faz guerra. Ele ofereceu paz a primeira vez, mas voltará a segunda vez para fazer guerra. É por isso que virá à frente de exércitos que descem do céu. Mas, contra quem ele vai lutar? E onde será essa guerra? A resposta está um pouco adiante, no mesmo capítulo:

E vi a besta e os reis da terra, com os seus exércitos, congregados para pelejarem contra aquele que estava montado no cavalo e contra o seu exército.

Apocalipse 19.19

A batalha não será lá em cima com os anjos, será contra um exército aqui na terra. Os reis da terra se reunirão para fazer guerra, de acordo com o texto bíblico. Hoje, os governantes geralmente não são chamados de reis; são conhecidos como presidentes e primeiros-ministros. Todos os líderes de governo reunirão seus exércitos para lutar contra Jesus. E Jesus descerá para destruí-los e tomar o domínio dos reinos deste mundo.

Onde eles se reunirão para lutar? E como lutarão? Será que utilizarão mísseis nucleares, atirando contra os exércitos celes-tiais no céu, tentando matar Jesus? Certamente, terão de tra-var a guerra em algum ponto geográfico e usarão algum tipo de estratégia e arma militar. Será que temos essas respostas na Bíblia?

De fato, temos. Estão em Zacarias 14.2: “Porque eu ajun-tarei todas as nações para a peleja contra Jerusalém...” Portanto, em que lugar os reis ou governantes se reunirão contra Jesus? Em Jerusalém. E como vão atacar Jesus? Atacando Jerusalém. Talvez, nem perceberão que estão atacando Jesus, mas é assim

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Por que Jesus voltará?

que Jesus o verá. Como sabemos disso?

Então, sairá o Senhor e pelejará contra essas nações, como pelejou no dia da batalha. Naquele dia, estarão os seus pés sobre o monte das Oliveiras, que está defronte de Jerusalém para o oriente...

Zacarias 14.3,4

Esse texto não está falando de Deus Pai, está falando de Jesus. Seus pés ficaram sobre o monte das Oliveiras dois mil anos atrás. Ele foi levado para o céu a partir desse lugar. Um dia, porém, ele haverá de voltar. E, quando voltar, ele descerá para a terra com os exércitos do céu. Todas as nações deste mundo atacarão Israel, se reunirão contra Jerusalém. Eles não sabem que Jesus não é só o Cabeça da Igreja; é também o Rei de Israel, o prefeito de Jerusalém, o Filho de Davi, o Coman-dante dos exércitos de Deus e o Comandante do exército de Israel. Quando atacarem Israel, o seu povo e a sua cidade, Jesus dirá: “Não vou esperar mais!”. Ele descerá para destruir aqueles exércitos e estabelecer o seu reino.

Por que Jerusalém?

Talvez, você esteja perguntando: Por que Jerusalém? Podemos afirmar que Jesus estabelecerá a sede de seu reino na terra lite-ralmente em Jerusalém?

Sabemos que foi em Jerusalém que Jesus foi crucificado, foi de lá que subiu aos céus e é para lá que voltará um dia (At 1.11; Zc 14.4). Pensemos um pouco na ordem inversa: Jesus voltará para esse lugar porque foi de lá que subiu (Monte das Oliveiras); ele subiu de lá porque foi ali (na mesma cidade de Jerusalém) que o crucificaram; o lugar em que foi crucificado é muito próximo ao local onde Davi e Salomão construíram o

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As DuAs MensAgens DA Cruz

Templo; o Templo foi construído no mesmo monte (Moriá) onde Abraão ofereceu Isaque.

Podemos, na verdade, voltar mais ainda na história. Por que Deus chamou Abraão para sair de sua terra e ir precisamente para esse local? Vejamos. Em Gênesis 10, lemos que a terra era separada por continentes (ou “ilhas”). Entretanto, no início todas as terras formavam um único continente. Dá para ver como a África se encaixa na América do Sul. Dá para perceber, olhando no mapa, como todos os continentes juntos se en-caixariam para formar uma grande massa de terra. Depois de juntar todos, procure ver onde Israel se localizaria nessa massa. Bem no centro. Israel é o centro do mundo conforme foi cria-do originalmente por Deus.

O que estava nesse centro logo no princípio? O Jardim do Éden, exatamente no lugar onde fica Jerusalém hoje. Foi por isso que Jesus veio para ser pendurado num madeiro, para ex-piar os pecados de Adão e Eva, cometidos justamente diante de uma árvore. Ele veio exatamente para o lugar onde o pecado começou para efetuar nossa redenção e para reaver a posse da Terra para Deus.

Foi ali que Abraão ofereceu Isaque, que o Templo foi cons-truído e que Jesus morreu e subiu ao céu. É por isso que voltará para lá também! Tudo aconteceu nesse local que é o centro do mundo. Nos últimos capítulos do livro de Apocalipse, vemos mais duas coisas que acontecerão no mesmo lugar: a restau-ração do Jardim do Éden e a restauração de uma Jerusalém gloriosa! Está tudo no centro da terra, o Jardim e a cidade de Jerusalém. É para lá que tudo vai convergir no final da história.

Durante muito tempo, mesmo enquanto Deus estava desenvolvendo o seu plano, ninguém sabia que ele queria to-mar o planeta de volta. Sabe quem foi a primeira pessoa na

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Por que Jesus voltará?

história que entendeu isso? Foi um garotinho pastor, escolhido por Deus para ser o rei de Israel. Deus viu algo no seu coração, desde o princípio.

Houve um momento especial em que Davi recebeu essa re-velação. Depois que construiu seu próprio palácio, Davi olhou para a tenda, que era uma barraca simples para abrigar a arca, e disse: “Há algo errado aqui. Eu tenho uma casa, mas Deus não tem. Quero construir uma casa para que o Senhor possa morar aqui!” (2 Sm 7).

Davi foi o primeiro homem na história a entender que Deus está empenhado num plano para tomar de volta este planeta a fim de habitar aqui. Ninguém mais o havia entendido. E Deus lhe disse: “Porque você entendeu que estou procurando um lugar para morar neste planeta, eu o escolho hoje como rei, dono e proprietário de toda a Terra. Da sua descendência procederá o Rei Messias que governará o planeta para todo o sempre” (v.12).

Também lhe disse: “Você acertou uma parte do plano e er-rou a outra. Eu não preciso de uma casa física para morar, mas realmente estou procurando vir para a terra. Não preciso de uma casa material, mas preciso de um rei que possa me convi-dar para vir e reinar neste planeta! É exatamente isso que estou procurando. Então, hoje você está reinando sobre esta nação a partir de Jerusalém, mas um dos seus filhos virá no futuro e reinará em Jerusalém sobre toda a Terra!”.

É por isso que o Novo Testamento começa com a genealogia, mostrando que Jesus era Filho de Davi: “Livro da genealogia de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão” (Mt 1.1). Era para provar o direito legal de Jesus de ser rei sobre todo o planeta. Deus deu a Davi a certidão de posse da Terra, e isso passou para todos os seus filhos até chegar em Jesus. Quando Jesus veio, ele

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As DuAs MensAgens DA Cruz

nasceu como Filho de Davi, com direito de posse sobre o pla-neta inteiro. Foi por isso que disse: “Nasci para ser rei, o meu reino virá e triunfará, o meu domínio será sobre toda a Terra!”.

O cenário quase pronto

No fim dos tempos, logo antes da volta de Jesus, Jerusalém atrairá a atenção do mundo inteiro. Quando todas as forças islâmicas e todos os exércitos do mundo inteiro decidirem unanimemente atacar aquela pequenina nação, Jesus intervirá para impedir e destruí-los. Nós não estamos tão distantes desse momento. Nunca na história, o cenário esteve tão preparado como agora.

Durante os últimos dois mil anos, nada disso poderia ter acontecido porque, acima de tudo, não havia quase ninguém em Jerusalém ou em Israel; portanto, não havia ninguém para ser atacado. Agora, porém, pela primeira vez nesse período da história, o povo judeu está de volta em sua terra. Hoje, há ju-deus em Israel, há judeus que creem em Jesus e querem que ele volte, que clamam todos os dias: “Bendito aquele que vem em nome do Senhor!” (Mt 23.39).

Outro fato novo é que, pela primeira vez na história, existe uma organização (a ONU) que reúne praticamente todas as nações do mundo. Essa organização já passou mais resoluções contra Israel do que a soma de todas as resoluções tomadas contra todos os demais países. Há nações, como o Irã, que es-tão desenvolvendo armas nucleares para destruir Israel. A jihad islâmica está se alastrando por todo o mundo, dizendo a to-dos que Israel precisa ser destruído, apagado do mapa. Pela primeira vez na história, tudo está se encaixando para esse momento profetizado por Zacarias. E Jesus voltará para lutar

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Por que Jesus voltará?

contra essa aliança de nações. Estou falando sobre o mesmo Jesus em quem você crê. O seu Jesus, o seu Salvador virá para lutar contra as nações que querem atacar Israel.

Quais foram, então, as respostas às nossas perguntas ini-ciais? Vejamos:

1. Por que Jesus nasceu? Para ser Salvador e Rei!

2. Por que Jesus foi crucificado? Para perdoar os peca-dos e provar que é digno de ser Rei!

3. Por que Jesus vai voltar? Para transformar todos os reinos deste mundo no seu reino!

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As DuAs MensAgens DA Cruz

4O DESAFIO

Os reis da terra se levantam, e os príncipes conspiram contra o Senhor e contra o seu Ungido, dizendo: Rompamos os seus laços e sacudamos de nós as suas algemas. Ri-se aquele que habita nos céus; o Senhor zomba deles. Na sua ira, a seu tempo, lhes há de falar e no seu furor os confundirá. Eu, porém, constituí o meu Rei sobre o meu santo monte Sião. Proclamarei o decreto do SENHOR: Ele me disse: Tu és meu Filho, eu, hoje, te gerei. Pede-me, e eu te darei as nações por herança e as extremidades da terra por tua possessão. Com vara de ferro as regerás e as despedaçarás como um vaso de oleiro.

Salmos 2.2-9

Nós cremos e declaramos que Jesus é o Filho de Davi, o Rei de Israel, o Cabeça da Igreja. Os reis da terra estão em revolta, mas Deus ri. Ele disse que já determinou, que já colocou o seu Rei no seu monte, em Sião. Todos os reinos se submeterão a ele. Ele está voltando para assumir os reinos deste mundo, constituir o seu reino em Sião e reinar para todo o sempre so-bre toda a Terra a partir de Jerusalém. Esse rei é Yeshua, que é o Filho de Davi, Filho de Deus, Cabeça da Igreja e Rei de Israel. Ele reinará para sempre.

Que implicação prática isso traz para sua vida, para a vida de toda a Igreja e para as nações do mundo? A pergunta mais

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O DesafiO

prática que quero lhe fazer é esta: De que lado você vai ficar? De que lado as igrejas brasileiras vão ficar? De que lado a nação do Brasil vai ficar? De que lado o exército brasileiro vai ficar? Hoje, as questões que estão em jogo ainda não estão muito cla-ras. Não estou falando sobre apoiar decisões políticas ou ações injustas dos governantes atuais de Israel. Estou procurando mostrar o propósito de Deus em toda a Bíblia e o confronto final para o qual toda a história está caminhando. Dentro de algum tempo, o conflito em torno de Israel poderá se tornar a questão mais importante a ser enfrentada. Cada pessoa terá de tomar uma posição ao lado de Jesus ou contra ele. Não é uma questão apenas de Israel natural, é uma questão do reino de Jesus.

Eu oro para que essa revelação chegue até você, que alcance a Igreja toda no Brasil e que o povo de Deus esteja preparado para tomar posição ao lado de Jesus no momento da sua segun-da vinda. Oro para que no dia do Armagedom, quando todas as nações atacarem Israel, você esteja lutando a favor do povo de Deus e não contra ele. Pode ser até fácil assumir uma posi-ção favorável hoje, mas quando todos estiverem contra Israel, quando for contra a lei apoiar Israel, será que você continuará firme nesta posição?

As Escrituras afirmam que Jesus voltará, que os céus se abri-rão e ele descerá montado num cavalo branco, como Coman-dante em Chefe dos exércitos dos céus. Ele virá com seus exér-citos no exato momento em que todos os exércitos do mundo estarão reunidos contra Israel, para exterminar a nação e apa-gá-la do mapa e matar todas as pessoas em Jerusalém. Este será o nosso momento para tomar posição contra todas as forças do mal neste mundo. De acordo com as Escrituras, este momento certamente virá.

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As DuAs MensAgens DA Cruz

Durante o Holocausto, a maior parte da Igreja não tomou posição ao lado dos judeus. Apenas algumas pessoas tomaram, arriscando a própria vida. Para tomar essa posição no final dos tempos, você também terá que arriscar a própria vida. Você terá que tomar posição ao lado do Jesus que não só é o seu Salvador, mas também Rei dos judeus e Comandante dos Exércitos de Israel. Todas as forças do mundo estarão contra Israel. Virá o dia em que tomar uma posição ao lado de Jesus, ao lado do seu povo de Israel será arriscar a própria vida, será tomar uma posição de confronto diante do anticristo. Será tomar posição diante de todas as forças que se aliarem ao anticristo, sejam exércitos deste mundo, sejam da jihad islâmica, sejam da ONU ou de qualquer outra organização mundial.

Quando Jesus voltar, precisamos ser encontrados lutando ao seu lado e não contra ele. Precisamos de uma revelação de como Jesus aparecerá na sua segunda vinda, de como ele virá para reinar na terra a partir de Jerusalém. A Igreja precisa estar preparada para a segunda vinda e para os eventos que a antece-derão. Precisamos estar preparados para reinar e governar com Cristo durante os mil anos sobre a terra. Precisamos aprender a andar como verdadeiros discípulos, em fidelidade e obediên-cia, integridade e lealdade, para fazer parte do governo do Rei dos reis.

Quero fazer-lhe uma pergunta. Você quer ajudar? Minha missão é alistar parceiros para cooperar com Deus no propó-sito de tornar Jesus Rei em Jerusalém, para ocupar o trono sobre Israel e sobre o mundo. Estou procurando parceiros que queiram fazer desse propósito o principal objetivo de sua vida. Isso só será possível se dedicarmos nossa vida completamente ao Senhor, mais do que os jovens do Estado Islâmico, mais do que os comunistas fizeram na China e em outros países. Que-remos dedicar nossa vida para trazer o reino de Deus e a sua

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O DesafiO

autoridade sobre a terra através do amor sacrificial. Quer ser um voluntário?

Não vamos desistir até que o Senhor volte e entre em Jeru-salém, trazendo a sua glória e o seu reino para a terra. Vamos servir o Senhor e o seu reino e declarar que o Senhor será o Rei no céu e na terra. Não só no céu, mas na terra também. É por isso que Jesus é Filho de Deus e Filho de Davi.

Queremos uma revelação de Jesus como Rei. Vem Senhor Jesus! Toma o teu trono! Reina sobre esta Terra. Destrói as for-ças do anticristo. Faze com que os reinos deste mundo se tor-nem o reino do Senhor. Cumpre o teu destino de ser rei. Que todos nós sejamos recrutados como parte do teu exército , para servir a ti como Rei e para dedicar nossa vida para ajudar a es-tabelecer o reino de Jesus sobre esta terra, para trazê-lo do céu para a terra, para estabelecer o governo do céu neste mundo, para ver o Senhor sentado sobre o seu trono, governando sobre este planeta, a partir de Sião.