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Fechamento: 30/05/2016 às 23h58 Ano: XXIV - Nº 5.866 Terça-feira, 31 de maio de 2016 Trama para barrar as investigações da Operação Lava-Jato derruba mais um mi- nistro do governo golpista e interino de Michel Temer. Desta vez, quem deixa a Esplanada é Fabiano Silveira, ministro da Transparência (antiga CGU). Ele aparece em conversas gravadas pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, com a cúpula do PMDB, procurando alternativas para impedir o avanço da Lava-Jato. On- tem, Temer chegou a afirmar que manteria Silveira no cargo, mas a repercussão nega- tiva – incluindo a decisão dos 23 chefes das representações estaduais da Controladoria-Geral da União de entregarem seus cargos – levou Silveira a pedir demissão. Na conversa gravada por Sérgio Machado em fevereiro passado, na casa do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), Fabiano Silveira faz críticas à Lava-Jato, à Procuradoria-Geral da República e dá orientações para a defesa de investigados em esquema de desvios de recursos na Petrobras, como o próprio senador Renan e Sérgio Machado. O deputado Wadih Damous (PT-RJ) Wadih Damous (PT-RJ) Wadih Damous (PT-RJ) Wadih Damous (PT-RJ) Wadih Damous (PT-RJ) disse que “o chefe do golpe (Temer), que tomou de assalto a Presidência da República” até tentou preservar Silveira. E ironizou: “Se a cada semana um dos seus ministros estiver no centro de um escândalo – e têm tudo para estarem, porque sua equipe é composta por pessoas investigadas e envolvidas em corrupção – não vai sobrar ninguém”. O senador Romero Jucá (PMDB-RR) foi o primeiro a cair por conversas gravadas por Sérgio Machado, também Ministro da Transparência do governo golpista de Temer cai por tentar esconder corrupção conspirando contra a Lava-Jato. Wadih Damous fez questão de enfatizar que Fabiano Silveira também é envolvido na trama do golpe para “arrancar” a presidente eleita com mais de 54 milhões de votos do Poder. “Antes do afastamento da presidenta Dilma, Fabiano Silveira, que era do Conselho Nacional de Justiça, criticou a Lava-Jato, dis- se que o procurador-geral, Rodrigo Janot, e os demais procuradores estavam perdidos e ori- entou o presidente do Senado, sobre como enfrentar as investigações”, destacou. Twitter witter witter witter witter – O deputado Henrique Henrique Henrique Henrique Henrique Fontana (PT-RS) Fontana (PT-RS) Fontana (PT-RS) Fontana (PT-RS) Fontana (PT-RS) usou a sua conta no twitter para fazer avaliação semelhante à do deputado Damous. “Do jeito que vai o governo ilegítimo de Temer, vai perder todos os ministros. Não esperem soluções de governo como esse”, escreveu. O deputado Zé Geraldo (PT-PA) Zé Geraldo (PT-PA) Zé Geraldo (PT-PA) Zé Geraldo (PT-PA) Zé Geraldo (PT-PA) destacou no seu twitter a manifestação dos funcionários do Ministério da Transparência, citando que o ministro Fabiano, encarre- gado pelo golpe “para desmontar a CGU, foi impedido de entrar em seu gabinete”, e acrescentou que, “no governo Temer, com o ministro Fabiano Silveira, Controladoria Geral da União – CGU – virou Esconderia Geral da Corrupção – EGC”. Manifestações Manifestações Manifestações Manifestações Manifestações – Revoltados com a postura do então ministro da Transpa- rência, os servidores da antiga CGU organizaram ontem uma série de manifesta- ções. Entre elas, a “higienização simbólica” do gabinete de Fabiano Silveira e protestos em frente ao prédio, pedindo a saída de Silveira e a volta da Controla- doria-Geral da União. Dilma Rousseff participa de evento histórico na UnB em defesa da democracia Em ato no Memorial Darcy Ribeiro, da Universidade de Brasília (UnB), a presidenta Dilma Rousseff emocionou, inspirou e fortaleceu os brios de mi- lhares de pessoas que participaram ontem da atividade em defesa da demo- cracia e contra o golpe capitaneado pelo conspirador Michel Temer. Formalmente, o que aconteceu na UnB – com cerca de 300 pessoas dentro do “Beijódromo”, o apelido do espaço em homenagem ao fundador da universidade, e milhares na área ao redor, acompanhando pelo telão – foi o lançamento do livro “A resistência ao golpe de 2016”. Trata-se de uma coletânea com mais de uma centena de entrevistas e artigos com professores, pesquisadores, parlamentares, agentes públicos e militantes, inclusive es- trangeiros, que vêm denunciando o golpe de Estado em curso no Brasil. Muito além da liturgia acadêmica, entretanto, o que ocorreu na Univer- sidade de Brasília – considerada um bastião histórico de defesa da demo- cracia durante os Anos de Chumbo – foi mais um grande ato político de mobilização da sociedade em prol da devolução do cargo de chefe de Estado à legítima escolhida pelo povo brasileiro. Sob palavras de ordem como “Volta, querida!”, “Fora Temer!” e “No meu País eu boto fé porque ele é governado por mulher”, Dilma demonstrou força, serenidade e confiança na reversão do golpe. “Temos a consciência de que estamos do lado certo da história e temos coragem. E é com coragem que vamos vencer essa batalha”, afirmou a presidenta. Livro Livro Livro Livro Livro – Dentre os autores da obra lançada na UnB figuram os deputa- dos Paulo Pimenta (PT-RS), P aulo Pimenta (PT-RS), P aulo Pimenta (PT-RS), P aulo Pimenta (PT-RS), P aulo Pimenta (PT-RS), Paulo T aulo T aulo T aulo T aulo Teixeira (PT-SP) e Wadih eixeira (PT-SP) e Wadih eixeira (PT-SP) e Wadih eixeira (PT-SP) e Wadih eixeira (PT-SP) e Wadih Damous (PT-RJ) Damous (PT-RJ) Damous (PT-RJ) Damous (PT-RJ) Damous (PT-RJ), a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) e o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), além de Tarso Genro, ex-governador do Rio Gran- de do Sul, João Pedro Stédile (MST), Guilherme Boulos (MTST), o teólogo Leonardo Boff, o sociólogo português Boaventura de Sousa Santos e o juiz espanhol Baltasar Garzón. ANTONIO CRUZ/AGÊNCIA BRASIL

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Page 1: Ministro da Transparência do governo golpista de Temer cai por … NA CAMARA-5866-31... · 2016-05-31 · a defesa de investigados em esquema de desvios de recursos na Petrobras,

Fechamento: 30/05/2016 às 23h58

Ano: XXIV - Nº 5.866Terça-feira, 31 de maio de 2016

Trama para barrar as investigações daOperação Lava-Jato derruba mais um mi-nistro do governo golpista e interino deMichel Temer. Desta vez, quem deixa aEsplanada é Fabiano Silveira, ministro daTransparência (antiga CGU). Ele apareceem conversas gravadas pelo ex-presidenteda Transpetro Sérgio Machado, com acúpula do PMDB, procurando alternativaspara impedir o avanço da Lava-Jato. On-tem, Temer chegou a afirmar que manteriaSilveira no cargo, mas a repercussão nega-tiva – incluindo a decisão dos 23 chefesdas representações estaduais da Controladoria-Geral da União de entregaremseus cargos – levou Silveira a pedir demissão.

Na conversa gravada por Sérgio Machado em fevereiro passado, na casado presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), Fabiano Silveira fazcríticas à Lava-Jato, à Procuradoria-Geral da República e dá orientações paraa defesa de investigados em esquema de desvios de recursos na Petrobras,como o próprio senador Renan e Sérgio Machado.

O deputado Wadih Damous (PT-RJ)Wadih Damous (PT-RJ)Wadih Damous (PT-RJ)Wadih Damous (PT-RJ)Wadih Damous (PT-RJ) disse que “o chefe do golpe (Temer),que tomou de assalto a Presidência da República” até tentou preservar Silveira. Eironizou: “Se a cada semana um dos seus ministros estiver no centro de um escândalo– e têm tudo para estarem, porque sua equipe é composta por pessoas investigadase envolvidas em corrupção – não vai sobrar ninguém”. O senador Romero Jucá(PMDB-RR) foi o primeiro a cair por conversas gravadas por Sérgio Machado, também

Ministro da Transparência do governo golpistade Temer cai por tentar esconder corrupção

conspirando contra a Lava-Jato.Wadih Damous fez questão de enfatizar

que Fabiano Silveira também é envolvido natrama do golpe para “arrancar” a presidenteeleita com mais de 54 milhões de votos doPoder. “Antes do afastamento da presidentaDilma, Fabiano Silveira, que era do ConselhoNacional de Justiça, criticou a Lava-Jato, dis-se que o procurador-geral, Rodrigo Janot, e osdemais procuradores estavam perdidos e ori-entou o presidente do Senado, sobre comoenfrentar as investigações”, destacou.

TTTTTwitterwitterwitterwitterwitter – O deputado HenriqueHenriqueHenriqueHenriqueHenriqueFontana (PT-RS)Fontana (PT-RS)Fontana (PT-RS)Fontana (PT-RS)Fontana (PT-RS) usou a sua conta no twitter para fazer avaliação semelhante à dodeputado Damous. “Do jeito que vai o governo ilegítimo de Temer, vai perder todos osministros. Não esperem soluções de governo como esse”, escreveu.

O deputado Zé Geraldo (PT-PA)Zé Geraldo (PT-PA)Zé Geraldo (PT-PA)Zé Geraldo (PT-PA)Zé Geraldo (PT-PA) destacou no seu twitter a manifestação dosfuncionários do Ministério da Transparência, citando que o ministro Fabiano, encarre-gado pelo golpe “para desmontar a CGU, foi impedido de entrar em seu gabinete”, eacrescentou que, “no governo Temer, com o ministro Fabiano Silveira, ControladoriaGeral da União – CGU – virou Esconderia Geral da Corrupção – EGC”.

ManifestaçõesManifestaçõesManifestaçõesManifestaçõesManifestações – Revoltados com a postura do então ministro da Transpa-rência, os servidores da antiga CGU organizaram ontem uma série de manifesta-ções. Entre elas, a “higienização simbólica” do gabinete de Fabiano Silveira eprotestos em frente ao prédio, pedindo a saída de Silveira e a volta da Controla-doria-Geral da União.

Dilma Rousseff participa de eventohistórico na UnB em defesa da democracia

Em ato no Memorial Darcy Ribeiro, da Universidade de Brasília (UnB), apresidenta Dilma Rousseff emocionou, inspirou e fortaleceu os brios de mi-lhares de pessoas que participaram ontem da atividade em defesa da demo-cracia e contra o golpe capitaneado pelo conspirador Michel Temer.

Formalmente, o que aconteceu na UnB – com cerca de 300 pessoasdentro do “Beijódromo”, o apelido do espaço em homenagem ao fundador dauniversidade, e milhares na área ao redor, acompanhando pelo telão – foi olançamento do livro “A resistência ao golpe de 2016”. Trata-se de umacoletânea com mais de uma centena de entrevistas e artigos com professores,pesquisadores, parlamentares, agentes públicos e militantes, inclusive es-trangeiros, que vêm denunciando o golpe de Estado em curso no Brasil.

Muito além da liturgia acadêmica, entretanto, o que ocorreu na Univer-sidade de Brasília – considerada um bastião histórico de defesa da demo-cracia durante os Anos de Chumbo – foi mais um grande ato político de

mobilização da sociedade em prol da devolução do cargo de chefe de Estadoà legítima escolhida pelo povo brasileiro.

Sob palavras de ordem como “Volta, querida!”, “Fora Temer!” e “Nomeu País eu boto fé porque ele é governado por mulher”, Dilma demonstrouforça, serenidade e confiança na reversão do golpe. “Temos a consciênciade que estamos do lado certo da história e temos coragem. E é com coragemque vamos vencer essa batalha”, afirmou a presidenta.

LivroLivroLivroLivroLivro – Dentre os autores da obra lançada na UnB figuram os deputa-dos PPPPPau lo P imen ta (PT-RS) , Pau lo P imen ta (PT-RS) , Pau lo P imen ta (PT-RS) , Pau lo P imen ta (PT-RS) , Pau lo P imen ta (PT-RS) , Pau lo Tau lo Tau lo Tau lo Tau lo Te i xe i ra (PT-SP) e Wad ihe i xe i ra (PT-SP) e Wad ihe i xe i ra (PT-SP) e Wad ihe i xe i ra (PT-SP) e Wad ihe i xe i ra (PT-SP) e Wad ihDamous (PT-RJ)Damous (PT-RJ)Damous (PT-RJ)Damous (PT-RJ)Damous (PT-RJ), a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) e o senadorLindbergh Farias (PT-RJ), além de Tarso Genro, ex-governador do Rio Gran-de do Sul, João Pedro Stédile (MST), Guilherme Boulos (MTST), o teólogoLeonardo Boff, o sociólogo português Boaventura de Sousa Santos e o juizespanhol Baltasar Garzón.

ANTONIO CRUZ/AGÊNCIA BRASIL

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31/05/201631/05/201631/05/201631/05/201631/05/2016 PT NA CÂMARA2

Líder da Bancada: Deputado Afonso Florence (BA)

Chefe de Gabinete: Marcus Braga - Coordenação da Imprensa: Rogério Tomaz Jr.; Paulo Paiva Nogueira (Assessoria de Imprensa) Editores: Denise Camarano (Editora-chefe); Vânia Rodrigues e Tarciano Ricarto

Redação: Benildes Rodrigues, Gizele Benitz, Héber Carvalho, Tarciano Ricarto e Vânia Rodrigues - Rádio PT: Ana Cláudia Feltrim , Chico Pereira , Ivana Figueiredo e Gabriel

Fotógrafos: Gustavo Bezerra e Salu Parente Video: João Abreu, Jonas Tolocka e Jocivaldo Vale

Projeto Gráfico: Sandro Mendes - Diagramação: Sandro Mendes e Ronaldo Martins - Web designer e designer gráfico: Claudia Barreiros - Secretária de Imprensa: Maria das Graças

Colaboração: Assessores dos gabinetes parlamentares e da Liderança do PT.

O Boletim PT na Câmara, antigo Informes, foi criado em 8 de janeiro de 1991 pela Liderança do PT na Câmara dos Deputados.EX

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Os acontecimentos bombásticos que domina-ram o cenário político nas últimas semanas desnu-dam a falácia do PSDB, que vinha se apresentandoao Brasil como “única” alternativa de combate àcorrupção. “Fui do PSDB dez anos. Não sobra nin-guém”, afirmou o ex-presidente da Transpetro, Sér-gio Machado em gravação com o senador e ex-mi-nistro Romero Jucá – homem forte do conspiradorda República, Michel Temer. Denúncias de corrup-ção que assombram as administrações públicas dascapitais do País revelam o simbolismo da frase deMachado: “Não sobra ninguém”.

No Mato Grosso, por exemplo, estado governadopor outro paladino da moralidade, Pedro Taques(PSDB), a Secretaria de Estado de Educação, Esporte eLazer de Mato Grosso (Seduc) – comandada pelo seuparceiro de partido Permínio Pinto – foi tomada deassalto por uma organização criminosa desbaratadapela Operação Rêmora. A ação foi deflagrada peloGrupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Or-ganizado (Gaeco) – órgão ligado ao Ministério Públi-co do Estado de MT (MPE).

“Mato Grosso é um estado administrado por umgestor extremamente incompetente, incapaz de ocu-par a posição que ocupa. Um ano e meio de governofoi muito pouco para o estado avançar, mas foi sufici-ente para começar a meter a mão nos cofres públi-cos”, denunciou a deputada matogrossense JanainaRiva (PMDB), referindo-se à gestão de Pedro Taques àfrente do governo de Mato Grosso.

“O indicativo das ações desta quadrilha na Seduc

Corrupção em gestão do PSDB-MTrevela triste sina: “não sobra ninguém”

é justamente para pagamento de caixa dois, e como opovo não se assustou, ou suspeitou na campanha,sendo que foi uma das campanhas em que mais segastou: R$ 60 milhões? Nós víamos nas ruas o derra-mamento de dinheiro. Agora, os empresários queremo dinheiro de volta e quem paga é o povo de MatoGrosso”, afirmou a deputada, em discurso no plenárioda Assembleia Legislativa de MT.

OperaçãoOperaçãoOperaçãoOperaçãoOperação – A Rêmora revelou fraudes em lici-tações na Seduc que podem ultrapassar o valor R$ 56milhões. As investigações comandadas pelo MPE apon-tam que 23 obras de reforma e construção de escolaspúblicas em municípios do estado foram fraudadas.Segundo o MPE, a organização criminosa era compos-ta de agentes públicos e empresários que atuavamdesde outubro de 2015. Ao todo, 13 empresários etrês servidores estariam envolvidos no esquema.

De acordo com o MPE, os três servidores da Se-cretaria de Educação, Fábio Frigeri, Moisés Dias da

Silva e Wander Luiz dos Reis viabilizavam as fraudesno processo licitatório, tendo como contrapartida opagamento de propina por parte dos empresários in-teressados que “venceriam” a concorrência. Os doisprimeiros servidores foram presos preventivamente eo segundo conseguiu fugir da Justiça.

Já os empresários Giovani Belatto Guizardi eLuiz Fernando da Costa Rondon, integrantes daempresa Luma Construtora, e Leonardo GuimarãesRodrigues, da Jer Construtora, são apontados peloGaeco como núcleo de operação e funcionavamcomo elo entre os servidores públicos e o terceironúcleo constituído por Luiz Rondon, Leonardo Gui-marães e outros dez empresários.

“Este grupo (de empresários) se encarregaria deburlar os processos licitatórios, uma vez que recebeminformações privilegiadas do primeiro núcleo (agen-tes públicos) e com elas organizam uma simulaçãode concorrência, que estaria viciada por se tratar deum verdadeiro jogo de cartas marcadas”, disse a juízaSelma Arruda, da Vara Contra o Crime Organizado daCapital, em trecho de sua decisão que culminou como pedido de prisão preventiva dos envolvidos.

A decisão da juíza teve como base áudios deconversas gravadas, com autorização da Justiça, porum empresário que foi procurado para participar doesquema de fraudar licitações – e que atuou comotestemunha do Gaeco. José Carlos Pena da Silva, donoda BRP Construtora Ltda., conseguiu gravar uma reu-nião em que vários sócios de empreiteiras discutiamas formas de “repartir” os contratos com a Seduc.

Deputados e senadores afastaramDilma em benefício próprio, diz Ibope

Os deputados e senadores atuaram em benefíciopróprio ou de partidos e instituições no processo deimpeachment da presidenta eleita Dilma Rousseff. Éo que revela uma pesquisa realizada pelo Ibope Inte-ligência entre os dias 12 e 16 de maio. De acordocom o estudo, 63% dos brasileiros revelam ter essaopinião, ou seja, quase dois terços da população. Só23% dizem acreditar que os parlamentares agirampor interesses do País e dos brasileiros.

Os que se manifestaram dizendo que os parla-mentares agiram tanto por interesses próprios quantoem benefício do Brasil somam 8%. Os que nãosabem ou preferiram não responder são 7%.

A pesquisa revela também que os brasileirosnão estão otimistas com o futuro do País. Segundo oIbope, 34% dos entrevistados estão pessimistas,contra 31% de otimistas e 30% neutros. Os quedisseram não saber são 5%.

Mesmo entre os favoráveis ao impeachment deDilma, apenas 31% dizem que os deputados e se-nadores pensaram no interesse do País e da popula-ção. Entre os contrários ao afastamento de Dilma,80% acreditam que os parlamentares agiram eminteresse próprio.

A pesquisa ouviu 2.002 pessoas com 16 anosou mais em 141 municípios. A margem de erro é dedois pontos percentuais para mais ou para menos.

PROPINA

DIVULGAÇÃO

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Em um procedimento pouco comum no Su-premo Tribunal Federal (STF), o ministro doGilmar Mendes devolveu na quarta-feira (25),ao procurador-geral da República, Rodrigo Ja-not, o segundo pedido de abertura de inquéritocontra o senador Aécio Neves (PSDB-MG). Men-des quer que Janot informe se considera mes-mo necessário levar adiante as apurações, trans-formando o presidente nacional do PSDB numpolítico praticamente inimputável.

Desta vez, a solicitação de abertura de inquéri-to contra o tucano, derrotado nas eleições presiden-ciais de 2014, trata de camuflagem em dados doBanco Rural, com o objetivo de esconder operaçõesfinanceiras do mensalão mineiro, durante a CPI dosCorreios. São alvos do mesmo pedido de abertura deinquérito o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB) eo deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP).

O outro pedido da Procuradoria era para a apu-ração do envolvimento de Aécio Neves em um su-posto esquema de corrupção na Companhia Energé-tica de Minas Gerais (Furnas) para abastecer aseleições de 2002 do PSDB. Segundo lista do lobistaNilton Monteiro, autenticada pela Polícia Federal,Aécio Neves recebeu R$ 5,5 milhões.

Gilmar Mendes chegou a determinar a aber-

Gilmar barra mais uma investigação contraAécio; Margarida afirma que atitude diminui STF

O ex-secretário de Ciência, Tecnologia e EnsinoSuperior no governo Antonio Anastasia e ex-presi-dente do PSDB de Minas Gerais Nárcio Rodrigues daSilveira foi preso ontem sob suspeita de participarde um esquema de desvio de recursos públicos. Aprisão – inicialmente por cinco dias – faz parte daOperação Aequalis (termo em latim que significaigual), deflagrada pelo Ministério Público de MinasGerais, que prendeu outras cinco pessoas e cumpriu16 mandados de busca.

Silveira é pai do deputado federal Caio Nár-cio (PSDB-MG), que, na votação da admissibili-dade do processo de impeachment da presidenteDilma Rousseff no plenário da Câmara, fez umahomenagem ao pai. Com a bandeira do Brasil nasmãos, ao votar favoravelmente pelo afastamentoda petista, ele defendeu um País mais decente emais honesto e enfatizou: “meu pai e meu avôdiziam que decência e honestidade não eram pos-sibilidade, eram obrigação”.

De acordo com o Ministério Público mineiro,Nárcio Rodrigues faz parte do grupo suspeito de des-viar, entre os anos de 2012 e 2014, mais de R$ 14

Tucano ligado a Aécio Neves e Anastasia é presoem operação que apura desvio de recursos

tura de um inquérito contra o parlamentar nocaso de Furnas, mas menos de 24 horas depoissuspendeu o andamento das investigações. Nocaso do Banco Rural, o pedido foi devolvido àPGR sem sequer determinar a abertura do inqu-érito. Os pedidos de investigação têm como baseas delações premiadas do senador cassado Del-cídio Amaral (sem-partido-MS) e do doleiro Al-berto Youssef. O procurador-geral ainda não en-viou resposta em nenhum dos casos.

ObstaculizaçãoObstaculizaçãoObstaculizaçãoObstaculizaçãoObstaculização – A deputada MargaridaMargaridaMargaridaMargaridaMargaridaSalomão (PT-MG)Salomão (PT-MG)Salomão (PT-MG)Salomão (PT-MG)Salomão (PT-MG) criticou a obstaculização doSupremo nas investigações contra Aécio Neves,um dos campeões de citação nas delações premi-adas da operação Lava Jato. Na sua avaliação, ao

barrar mais uma apuração de denúncias contra otucano, Gilmar Mendes demonstra o seu “alinha-mento político” com o PSDB, “uma postura im-própria” para um ministro da Suprema Corte. “Aodevolver o pedido de investigação, ele mostra asua indisposição, a sua relutância em apurar asdenúncias, a dar segmento ao processo travadopela obstrução”, lamentou.

A atitude partidária do ministro Gilmar Men-des, segundo Margarida Salomão, desqualifica-o ediminui o STF na sua capacidade de ser um Poderindependente neste momento de crise aberta noLegislativo, com o afastamento do deputado Eduar-do Cunha (PMDB-RJ) da Presidência da Casa e domandato, e no Executivo, com o afastamento dapresidenta eleita Dilma Rousseff. “O STF teria queter nesse momento um posicionamento equilibradoe de isenção, uma postura não partidária e, infeliz-mente, não é isso que temos assistido nas decisõesem relação ao PT e aos governos petistas, muitodiferente da complacência dispensada ao PSDB”.

Margarida avaliou ainda que essa posturado ministro do Supremo Tribunal Federal provo-ca um desalento, uma descrença na populaçãode recorrer, constitucionalmente, contra essasirregularidades no universo político.

milhões em recursos públicos que deveriam ser desti-nados à construção e a projetos da Cidade das Águas,desenvolvida no município mineiro de Frutal pelaFundação Hidroex, vinculada à Secretaria de Estadode Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Minas.

Para o deputado Leonardo MonteiroLeonardo MonteiroLeonardo MonteiroLeonardo MonteiroLeonardo Monteiro(PT-MG)(PT-MG)(PT-MG)(PT-MG)(PT-MG), “a hipocrisia” foi desmascarada. Emsua conta no twitter e na sua página no Facebook,Monteiro destacou que mais um que cita golpistacomo exemplo de honestidade é desmentido pelosfatos, referindo-se ao deputado Caio Nárcio e àprisão do seu pai, Nárcio Rodrigues.

Nárcio Rodrigues, ainda segundo Monteiro, évisto como homem forte de Anastasia – relator doprocesso de impeachment de Dilma Rousseff no

Senado – e também do senador Aécio Naves. “Ele(Nárcio) chegou a despontar como um dos princi-pais interlocutores quando foi deputado federal eAécio governador de Minas”.

Leonardo Monteiro lembrou ainda que CaioNárcio não é o primeiro “golpista mineiro a serdesmascarado na demagogia”. E citou a deputa-da Raquel Muniz, do PSD, que dedicou o votopelo golpe ao seu marido, Ruy Muniz, do PSB,prefeito de Montes Claros. “Ruy Muniz foi presona manhã seguinte à votação do impeachmentda presidenta Dilma Rousseff”.

Também em sua conta no twitter, o líder daMinoria na Câmara, deputado José Guima-José Guima-José Guima-José Guima-José Guima-rães (PT-CE)rães (PT-CE)rães (PT-CE)rães (PT-CE)rães (PT-CE) retweetou post do Conversa Afi-ada: “Vai faltar cadeia pra turma do PSDB eseus aliados. É só a Justiça agir”.

O deputado Sibá MachSibá MachSibá MachSibá MachSibá Machaaaaado (PT-AC)do (PT-AC)do (PT-AC)do (PT-AC)do (PT-AC) re-tweetou FH Mossack Marinho: “O cerco ao Aécioestá se fechando... é questão de tempo”. Retwe-etou ainda Nelson Alves: “Votou pelo Golpe ci-tando honestidade do pai. Dois meses depois seupai é preso por corrupção”.

GUSTAVO BEZERRA/PTNACÂMARA

PELA DEMOCRACIA

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31/05/201631/05/201631/05/201631/05/201631/05/2016 PT NA CÂMARA4

Parlamentares da Bancada do PTna Câmara criticaram duramente aaprovação, pelo Congresso Nacional,na madrugada de quarta-feira (25),da mudança da meta fiscal propostapelo governo ilegítimo de Michel Te-mer. A meta foi modificada levandoem conta um déficit fiscal que a equi-pe econômica do governo Temer calcu-la ser da ordem de R$ 170,5 bilhões,quando, anteriormente, o governo Dil-ma Rousseff estimava R$ 96 bilhões.

Para o líder da Bancada do PT,deputado Afonso Florence (BA)Afonso Florence (BA)Afonso Florence (BA)Afonso Florence (BA)Afonso Florence (BA), a versão apro-vada é uma irresponsabilidade fiscal. “A propos-ta aumenta a previsão de déficit, projeta futura-mente uma frustração de receita e retira a desti-nação de gasto do ‘Minha Casa, Minha Vida’ doPAC, do Água para Todos, da ampliação da ofertade vagas de universidades. Portanto, é o para-digma da irresponsabilidade fiscal, é um chequeem branco para que o governo ilegítimo gastecomo quiser, sem se comprometer com a conti-nuidade dos programas em andamento e com aconclusão das obras iniciadas”, lamentou.

EntendaEntendaEntendaEntendaEntenda – A meta fiscal é a economia que ogoverno promete fazer para manter a dívida públicasob controle e efetuar o seu pagamento. Essa metaé resultado da expectativa de receita arrecadadasubtraída à expectativa de gastos dentro do ano. Ouseja, é tudo que o governo ganha menos o que ogoverno gasta dentro do ano. Se o resultado for um

Meta fiscal aprovada é cheque em branco paragolpistas promoverem gastança, alertam petistas

Em dezembro de 2015, Marcelo da Costa PintoNeves, professor titular de Direito Puìblico da Fa-culdade de Direito da Universidade de Brasília (UnB)e visiting scholar da Faculdade de Direito da Uni-versidade de Yale (EUA), divulgou um parecer clas-sificando o pedido de impeachment da presidentaDilma Rousseff, acolhido pelo presidente da Câma-ra dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), como“inconsistente e frágil, baseando-se em impressõessubjetivas e alegações vagas”.

“Os denunciantes e o receptor da denúncia”, dis-se ainda o constitucionalista, “estão orientados nãoem argumentos jurídicos seguros e sustentáveis, massim em avaliações parciais, de caráter partidário ouespírito de facção”. “Denunciantes e receptor afas-tam-se não apenas da ética da responsabilidade, mas

STF está envolvido no processodo golpe, afirma professor da UnB

também de qualquer ética do juízo, atuando por im-pulsos da parcialidade, do partidarismo e da ideolo-gia, em prejuízo do povo brasileiro”, acrescentou.

Passados cerca de seis meses, a abertura do pro-cesso de impeachment foi aprovada na Câmara e ago-ra encontra-se tramitando no Senado, com o afasta-mento da presidenta Dilma por um período de atéseis meses. Enquanto isso, o vice Michel Temer assu-miu o governo, trocando não só todo o ministério eescalões intermediários do governo, mas também oprograma do governo eleito pelas urnas em 2014.Impeachment ou golpe?

Em entrevista ao Sul21, Marcelo Neves não temdúvidas em apontar a segunda opção. “É um golpefundado numa ideologia, numa criação ilusória deque se está atuando de acordo com a Constituição,

quando, na verdade, está se atuando para corroer aConstituição, prejudicando o funcionamento normalda ordem constitucional”, afirma o professor da UnB.Para ele, o processo golpista envolve parlamentares, oTCU, a grande mídia e o Judiciário, incluindo o pró-prio Supremo Tribunal Federal (STF), que, em tese,deveria zelar pelo cumprimento da Constituição.

“Acho que o STF está envolvido neste processo,pois está muito parcial. Ele tem tomado medidasque, às vezes, são muito duras para setores do go-verno e muito parcimoniosas, lenientes e favoráveisa grupos pertencentes à política tradicional brasi-leira. Além disso, o STF tem se manifestado eprejulgado casos que ainda vai avaliar”.

Leia entrevista completa no site

www.ptnacamara.org.br.

PELA DEMOCRACIA

saldo positivo, é caracterizado um superávit. Se oresultado for negativo, trata-se de um déficit. Ameta fiscal é definida na Lei de Diretrizes Orçamen-tárias (LDO), que também é proposta pelo governo eaprovada pelo Congresso Nacional.

O líder do PT denunciou que a nova meta apro-vada dá espaço para um programa de privatizaçãojá anunciado pelo governo ilegítimo de Temer.“Com essa previsão de frustração e com a desvin-culação de gasto, vira um cheque em branco paraeste governo golpista executar um programa deprivatização. Então, é recurso público sendo libe-rado. É pura pedalada, é pura irresponsabilidadefiscal para dar espaço a um programa de privati-zação, transferindo renda pública para os parcei-ros que bancaram o golpe através da Fiesp e deoutros financiadores”, afirmou Afonso Florence.

Também o deputado PPPPPaulo Pimenta (PT- RS)aulo Pimenta (PT- RS)aulo Pimenta (PT- RS)aulo Pimenta (PT- RS)aulo Pimenta (PT- RS),vice-líder da Bancada do PT, criticou duramente a pro-

posta do governo ilegítimo de MichelTemer. Pimenta lembrou, inclusive, quehouve uma ação deliberada dos arti-culadores do golpe para impedir a apro-vação na Comissão de Orçamento demedidas fiscais propostas pela presi-denta Dilma para o enfrentamento dacrise econômica mundial.

“Portanto, os parlamentares quehoje são governo, governo ilegítimo,trabalharam de maneira conscientepara que a economia do País fosse sedeteriorando, para que o País não ti-

vesse capacidade e mecanismos de enfrentar a crise,optaram por um caminho do quanto pior, melhor, paraque a crise econômica alimentasse o processo políticode afastamento da presidenta Dilma. Se tivéssemostido o apoio para aprovar as medidas fiscais propostaspelo governo Dilma, com certeza a situação econômi-ca do nosso País não seria a situação que estamosvivendo hoje”, enfatizou o parlamentar petista.

O deputado PPPPPepe Vepe Vepe Vepe Vepe Vargas (PT-RS)argas (PT-RS)argas (PT-RS)argas (PT-RS)argas (PT-RS) também cri-ticou a rpela democraciaevisão na meta fiscal. “O queestá sendo feito aqui é tentar vender uma dimensão deuma crise muito maior do que efetivamente é a realida-de brasileira. Querem justificar uma meta fiscal altera-da lá para cima para justificar as maldades que queremperpetrar para cima do povo brasileiro. Querem fazeruma reforma da previdência regressiva, tirando direitodos trabalhadores. Querem desvincular o piso previden-ciário do salário mínimo. Querem desvincular as despe-sas da saúde e da educação”, denunciou.

GUSTAVO BEZERRA/PTNACÂMARA

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O governo conspirador de Michel Temermal começou e, de cara, conseguiu na primei-ra sessão pós-golpe do Congresso Nacionalretirar da saúde um valor que pode alcançarR$ 10 bilhões em 2016. Temer e sua basegolpista decidiram na semana passada man-ter um veto da presidenta eleita Dilma Rous-seff, cuja derrubada já havia sido negociadacom o próprio governo petista por ocasião davotação do primeiro turno da proposta de emen-da à Constituição (PEC 01/15) que eleva opatamar de financiamento da saúde pela União.

Trata-se de um golpe dentro do gol-pe, sobretudo contra a população mais pobre,que depende exclusivamente do Sistema Únicode Saúde (SUS). A retirada dos R$ 10 bilhões éapenas uma questão pontual dentro do saco demaldades que Temer planeja para a saúde pú-blica. Também na semana passada, ele anun-ciou que mandará ao Congresso uma nova pro-posta de emenda à Constituição que – diferen-temente da PEC 01, que vincula recursos aindamaiores para a saúde – estabelece o fim dosvínculos e do patamar mínimo constitucionalde financiamento do Estado para a área. É ocaminho contrário do que foi recentemente per-corrido pelo governo Dilma.

“Nós não podemos mudar agora a compreen-são. Eu queria fazer um apelo a todos os deputa-dos, especialmente àqueles que capitanearam aPEC 01, para que a gente derrube o veto, paute eaprove em segundo turno na Câmara dos Deputa-dos a PEC 01, principalmente, depois que o inter-ventor Michel Temer anunciou que vai mandar umaPEC para acabar com os limites atuais de financi-amento. Ele quer criar tetos para que saúde eeducação passem a ter, pasmem vocês, apenas osrecursos do ano anterior e a inflação do período”,protestou o deputado Jorge Sol la (PT-BA)Jorge Sol la (PT-BA)Jorge Sol la (PT-BA)Jorge Sol la (PT-BA)Jorge Sol la (PT-BA),durante o processo de apreciação do veto.

Novos índicesNovos índicesNovos índicesNovos índicesNovos índices – Em março, a presidentaDilma Rousseff, a partir de um amplo acordoem prol da saúde, negociou a PEC 01 com par-

Governo conspirador de Temer retira de

uma só vez R$ 10 bilhões do orçamento da Saúde

lamentares e com representantes do movimen-to social, aumentando o gasto federal com osetor a partir de 2017. Pela regra, o índicecomeça em 14,8% da Receita Corrente Líquida(RCL) e sobe para 15,5% no ano seguinte,passando a acumular aumentos sucessivos atéalcançar 19,4 % da RCL no sétimo ano. O pa-tamar faz jus ao que era reivindicado pelo mo-vimento social, capitaneada pelo Conselho Na-cional de Saúde (CNS), a partir de uma mobili-zação conhecida como “Saúde+10”.

Vale lembrar que os golpistas de hoje, quefaziam oposição à época ao governo Dilma, eramverdadeiros arautos do SUS e defensores de ummaior financiamento para o sistema público desaúde. Malharam insistentemente o governo pe-tista por não fechar um acordo que permitisse avotação mais ágil da PEC 01. Com a negociaçãofechada, a PEC foi votada em primeiro turno nofim de março, mas como o golpe já caminhavaaceleradamente eles mudaram o discurso.

O então presidente da Câmara, deputadoEduardo Cunha, anunciou dias depois que a pro-

posta não seria incluída na pauta devotação para ser apreciada em se-gundo turno. A ordem era esperar asorientações de um possível governointerino. Ou seja, antes mesmo de ogolpe se confirmar, os oposicionistascomeçaram a revelar de qual lado re-almente estavam: do lado contrárioao do povo brasileiro. De defensoresda saúde, passaram a ferrenhos algo-zes do SUS.

VetoVetoVetoVetoVeto – No bojo do diálogo paraaprovar a PEC 01 em primeiro turno,

ficou acertado derrubar o veto a um dispositivoincluído na Lei Orçamentária de 2016, que foi oprimeiro orçamento elaborado sob a égide daEmenda Constitucional 86 (EC 86). Explica-se: aEC 86, aprovada no início de 2015 pelo Congressoe promulgada em março seguinte, mudou a regraanterior de financiamento da saúde, que era disci-plinada pela Lei Complementar 141/12. Com amudança, o orçamento da saúde para 2016 seriamenor que o de 2015.

Por uma reivindicação do movimento social edo CNS, a Comissão Mista de Orçamento (CMO)acabou inserindo no substitutivo ao projeto da LeiOrçamentária de 2016 um dispositivo para evitaressa perda. O governo Dilma acabou vetando o dis-positivo, sob o argumentou de que ele contrariava oque estabelecia a Emenda Constitucional 86 pro-mulgada pelo Congresso, o que, segundo o governo,poderia criar um normativo de insegurança jurídica.

Para solucionar a questão do subfinanciamento,o caminho encontrado pelo governo foi criar umambiente para negociar novos índices de financia-mento e, paralelamente, acordar a derrubada doveto. Porém, o governo golpista de Temer não sómanteve o veto... Ele e seus aliados decidiram mer-gulhar mais fundo no retrocesso: querem enterrar devez a PEC 01 e, como se não bastasse, aprovar outraPEC que volta no tempo em conquistas estabeleci-das pela Constituição, já que planejam acabar coma vinculação de recursos para a saúde.

Bancada do PT quer votar projeto sobre Registro Civil NacionalA Bancada do PT vai defender nesta semana,

no plenário da Câmara, a aprovação do requeri-mento que pede urgência na tramitação de pro-jeto de lei (PL 1775/15) encaminhado pelogoverno eleito da presidenta Dilma que trata doRegistro Civil Nacional (RCN). Este é um dositens da pauta de votação. Estão previstas sessõesdeliberativas hoje e amanhã, às 14h, com Ordem

do Dia a partir das 16h.O objetivo do PL é integrar as informações

da Justiça Eleitoral com o banco de dados doSistema Nacional de Informações de RegistroCivil, administrado pelo Executivo. A ideia, se-gundo a justificativa da proposta, é atribuir acada brasileiro um número de RCN, por meio deum documento com fé pública e validade em

todo território nacional, dispensando a apresen-tação dos documentos que lhe deram origem ouque nele tenham sido mencionados.

Esse documento, expedido pela JustiçaEleitoral, será uma nova forma de identifica-ção para cada brasileiro, nato ou naturalizado,com base nos registros biométricos da JustiçaEleitoral.

GUSTAVO BEZERRA/PTNACÂMARA

DIVULGAÇÃO

GOLPE DENTRO DO GOLPE

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O deputado José Mentor (PT-SP)José Mentor (PT-SP)José Mentor (PT-SP)José Mentor (PT-SP)José Mentor (PT-SP) apresentoudois projetos de decreto legislativo (PDC 400 e 402/16) que buscam suspender os efeitos das portarias185 e 186, do Ministério das Cidades, que revoga-ram o processo de habilitação e requalificação deentidades privadas sem fins lucrativos no âmbito doPrograma Nacional de Habitação Rural (PNHR) e aautorização para financiamento da construção de maisde 11 mil unidades habitacionais por meio do Progra-ma Minha Casa, Minha Vida - Entidades.

No mesmo sentido, o deputado João DanielJoão DanielJoão DanielJoão DanielJoão Daniel(PT-SE)(PT-SE)(PT-SE)(PT-SE)(PT-SE) apresentou, na Câmara, projeto de decretolegislativo (PDC 403/16) que tem como objetivo sus-tar os efeitos da portaria 186, que anulou a constru-ção de mais 11.250 unidades habitacionais do pro-grama “Minha Casa, Minha Vida”.

Na semana passada, o tucano Bruno Araújo(PSDB-PE), ministro interino das Cidades, publicouno Diário Oficial da União a decisão de revogar trêsportarias assinadas no governo da presidenta eleitaDilma Rousseff (PT), que haviam estabelecido as con-

Vítimas da tragédia da barragem de Mariana(MG), representantes do Movimento de Atingidos porBarragens (MAB) e procuradores do Ministério Públi-co criticaram na semana passada o acordo realizadoentre a União, os governos dos estados de MinasGerais e do Espírito Santo e as empresas Samarco,Vale e BHP Billinton. Durante audiência pública daComissão de Direitos Humanos da Câmara, presididapelo deputado PPPPPadre João (PT-MG)adre João (PT-MG)adre João (PT-MG)adre João (PT-MG)adre João (PT-MG), as principaiscríticas se concentraram na falta de participação po-pular na construção do acordo e na consequente faltade assistência aos atingidos pela tragédia.

O acordo entre as partes foi homologado pelaJustiça Federal no inicio deste mês e, entre outrospontos, prevê medidas voltadas à reparação social,ambiental e econômica dos danos causados pelo rom-pimento da barragem. O acordo prevê investimentostotais de até R$ 20 bilhões, que devem se prolongarpor cerca de 15 anos.

O coordenador estadual do MAB, Thiago da Silva,afirmou que a tragédia foi provocada pela combina-ção da negligência do Estado na fiscalização das ati-

Deputados querem sustar portariasque barram “Minha Casa, Minha Vida”

dições para habilitação e requalificação de entidadesno PNHR e autorizado o financiamento das moradiasdestinadas ao público de baixa renda, ligado a asso-ciações e movimentos de moradia.

Além de ferir o princípio de participação social doPrograma, que, em 2014, criou a modalidade “Enti-dades”, permitindo a utilização de recursos por coo-perativas habitacionais dessa natureza, a publicaçãodas portarias 185 e 186 promove o retrocesso e des-monte do Programa Minha Casa, Minha Vida por par-te do Ministério das Cidades.

“Essa suspensão atinge justamente as pessoas

mais necessitadas e humildes que estão há anos ba-talhando pelo direito à moradia digna. E agora queessas famílias se aproximavam da conquista dessedireito, por meio da habilitação ou do financiamentodos projetos perante o governo federal, vem a decisãode revogar as autorizações. É por isso que estamosapresentado esses projetos, como meio de proteger epreservar a esperança de milhares de brasileiros”,explicou José Mentor.

Em discurso na Câmara, na semana passada, JoãoDaniel destacou que nos governos do presidente Lulae da presidenta Dilma Rousseff foram criadas novasunidades e ampliada a participação popular no pro-grama, tanto na área urbana quanto na rural.

“É impossível que mais de 11 mil unidades te-nham sido sustadas os contratos entre a Caixa Econô-mica Federal e o Ministério das Cidades, pelo minis-tro interino”, lamentou o deputado. Ele lembrou queos movimentos sociais urbanos, através do ProgramaNacional de Habitação Urbana (PNHU), lutaram eajudaram a construir essa política.

Padre João pedirárevisão de acordo paragarantir reparação dasvítimas de barragem

vidades da Samarco (controlada pela Vale e BHPBillington) e pela ganância da mineradora que eco-nomizou na segurança para aumentar os lucros. Paraele, o mínimo que poderia se esperar é que um acor-do para minimizar os danos causados tivesse a parti-cipação da população atingida.

“Pelo acordo, o comitê que vai acompanhar aexecução dos projetos e ações voltados à populaçãoatingida só vai contar com órgãos do governo. E ondeestá a participação das famílias? Não participaramda construção do acordo e nem vão participar da apli-cação. E quem fez todo o problema (rompimento dabarragem) vai coordenar o processo. Está tudo erra-do”, disse indignado.

Sobre as indenizações, Regiane Lordes, tambématingida pelo rompimento da barragem, acusou a Sa-marco de adotar critérios próprios para conceder al-guns dos benefícios. “Alguns recebem, e outros namesma condição não. E quando perguntamos na em-presa porque isso ocorre simplesmente ele dizem:não sei”, revelou.

Para Débora Duprat, procuradora dos Direitos do

Cidadão do Ministério Público Federal, essa diferençade tratamento ocorre justamente porque a populaçãonão foi ouvida no processo de construção do acordo.“Esse acordo viola os direitos humanos, porque foifeito sem a participação dos atingidos pela tragédia.Da forma como foi feito, não pode ter validade, por-que negligencia a população mais pobre. É lamentá-vel!”, disse.

RevisãoRevisãoRevisãoRevisãoRevisão – O presidente da Comissão de DireitosHumanos da Câmara, deputado Padre João, disse que ocolegiado vai propor a revisão do documento para ga-rantir a participação da população nas ações de recupe-ração social e econômica na região atingida.

“Vamos dialogar com as comissões de DireitosHumanos da assembleia legislativa de Minas Geraise do Espirito Santo para forçar uma revisão desseacordo, que hoje serve apenas para dar uma satisfa-ção à sociedade, mas que não atende os problemascausados pela Samarco, a Vale e a BHP Billinton”,afirmou.

Também participou da audiência pública a depu-tada Erika Kokay (PT-DF)Erika Kokay (PT-DF)Erika Kokay (PT-DF)Erika Kokay (PT-DF)Erika Kokay (PT-DF).

LUCIO BERNARDO JR CÂMARA

GUSTAVO BEZERRA/PTNACÂMARA

TRAGÉDIA

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Os vice-líderes da Bancada do PT na Câmara, de-putados Carlos Zarattini (SP)Carlos Zarattini (SP)Carlos Zarattini (SP)Carlos Zarattini (SP)Carlos Zarattini (SP) e PPPPPaulo Pimentaaulo Pimentaaulo Pimentaaulo Pimentaaulo Pimenta(RS)(RS)(RS)(RS)(RS), utilizaram as redes sociais e o plenário da Câma-ra, na semana passada, para alertar a população brasi-leira para a gravidade do diálogo entre o senador e ex-ministro Romero Jucá e o ex-presidente da TranspetroSérgio Machado. Na conversa, os caciques do PMDBcontam como tramaram, em conluio com outros poderesda República, o afastamento da presidenta Dilma Rous-seff. Os petistas já previram mais revelações bombásti-cas envolvendo PMDB, PSDB e DEM.

“As informações indicam que as revelações de Jucáe Sérgio Machado vão atingir Sarney, Renan Calheiros eoutros parlamentares da direção do PMDB”, anunciouZarattini, que acertou em cheio na previsão. Na quarta-feira (25), o jornal Folha de S. Paulo divulgou conversaentre o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e Sérgio Machado, afilhado de Renan.

Na conversa, o presidente do Senado defendeualteração na Lei 12.850/13, que estabelece a apli-cação da delação premiada. Essa lei foi instituída nogoverno da presidenta Dilma Rousseff e foi muito

O deputado Zé Geraldo (PT-PA)Zé Geraldo (PT-PA)Zé Geraldo (PT-PA)Zé Geraldo (PT-PA)Zé Geraldo (PT-PA) ocu-pou a tribuna da Câmara na semana passada,em nome da Liderança do PT, para uma refle-xão sobre a conjuntura político-econômica doBrasil após o golpe contra a presidenta eleitapelo voto popular, Dilma Rousseff, e a insta-lação do governo interino e ilegítimo de Mi-chel Temer. Ele reafirmou que a revelação dasconversas gravadas entre o senador RomeroJucá (PMDB-RR), ex-ministro do Planejamentodo governo provisório, e o ex-presidente daTranspetro Sérgio Machado confirma o esquema crimi-noso engendrado para afastar a presidenta Dilma.

“Para quem, neste País, não acreditava naqui-lo que falamos sobre o golpe que estava em cursopara a retirada da presidenta Dilma, a gravaçãoprovou. Foi tão sério que Romero Jucá, ministromais forte do presidente interino Temer, o articu-lador, não suportou e caiu”.

Para o deputado Zé Geraldo, a postura do Supre-mo Tribunal Federal (STF) deixa claro sua parcialida-de. “Se tivéssemos no Brasil um Supremo TribunalFederal confiável, com certeza, pediria a prisão dosenador Romero Jucá, como pediu a prisão do entãosenador Delcídio do Amaral, que é fichinha diantedaquilo que Jucá disse do STF. A maioria do STF foi afavor e é a favor da retirada da presidenta Dilma.

Zé Geraldo condena desdobramentosdo golpe e vê parcialidade do Supremo

Ninguém contribuiu mais até agora com o golpe noBrasil do que o STF”, explicou.

O parlamentar petista afirmou que o STF tem“dois pesos e duas medidas” para suas ações. “O STFinterveio no Senado, mandando prender o ex-senadorDelcídio Amaral. Por que ele fez aquilo? Porque haviao interesse de obter uma delação premiada do Delcí-dio Amaral. O Supremo interveio no Poder Executivo.Não deixou a presidenta Dilma nomear Lula comoministro, que não era réu. Ainda mais era prerrogativada presidenta nomeá-lo. Mas quando chegou a horade intervir na Câmara dos Deputados ah não... umPoder não pode intervir em outro Poder, não sei oquê... E o presidente Eduardo Cunha já era réu. E oprocurador-geral da República já tinha pedido o afas-tamento de Cunha, mas não podia afastá-lo ainda,

porque ele (Eduardo Cunha) era a engrena-gem principal para conduzir o golpe, alémdas externas como a Rede Globo e a Fiesp”.

“E qual foi a postura do STF?”, questi-onou o deputado Zé Geraldo. “Só depoisque estava sacramentado o golpe, o Su-premo pediu o afastamento de EduardoCunha da Presidência da Câmara. Cunha,que recebeu a maior propina da Lava-Jatono Brasil, conduziu o processo de impea-chment de uma presidenta honesta, que

não cometeu nenhum crime”, ressaltou.DesmonteDesmonteDesmonteDesmonteDesmonte – Zé Geraldo alertou ainda para o

desmonte que o governo ilegítimo de Michel Temercomeça a orquestrar. Segundo o deputado, o Brasil,depois dos governos Lula e Dilma, pagou o FMI;investiu em todas as áreas – dez vezes mais do queSarney, Collor, Itamar e Fernando Henrique. “Pagoua dívida e, ainda hoje, tem em torno de 340 bilhõesde dólares [de reservas]. Esses golpistas sempregovernaram para a minoria! Eles nunca se importa-ram com a maioria do povo brasileiro. Eles não têmpiedade da classe trabalhadora e já tramam umareforma da Previdência para tirar direitos conquista-dos com muita luta. Houve um golpe à democraciano nosso País e por isso dizemos Fora Temer!”,finalizou o petista.

Golpe foi ‘cortina de fumaça’ para encobrir bandalheirade caciques do PSDB, PMDB e DEM, afirmam petistas

utilizada na Operação Lava-Jato da Polícia Federal.Segundo as gravações, Renan revela que os polí-

ticos todos “estão com medo” da Lava-Jato. “Aécio(Neves), [presidente do PSDB] está com medo. [meprocurou]: Renan, queria que você visse para mimesse negócio do Delcídio, se tem mais alguma coisa”,cita a Folha trecho em que Renan faz referência àdelação do senador cassado Delcídio do Amaral (sempartido) em que o tucano é citado.

Na conversa revelada entre Jucá e Machado noinício da semana passada – e que estarreceram o País–, Romero Jucá afirmou que está “todo mundo na

bandeja para ser comido”. Em resposta, Machado anun-cia: “o primeiro a ser comido vai ser o Aécio Neves”.

Para Carlos Zarattini, o pacto revelado pela cúpu-la pemedebista mostra que, em nenhum momento, osconspiradores da República se preocuparam com oPaís. A narrativa de combate à corrupção, segundo opetista, não passou de cortina de fumaça para enco-brir as denúncias que envolvem os principais caciquesdo PMDB. “Romero Jucá deixa claro as razões dogolpe: barrar a Lava Jato antes que ela atinja a cúpulado PMDB. E já chegou”, afirmou Zarattini.

Já o deputado Paulo Pimenta lembrou que o gol-pe perpetrado contra a presidenta Dilma não temrelação com as tão afamadas “pedaladas”, pois trata-se de “esquema político de parlamentares que temi-am investigação”.

“Os áudios do ex-ministro do Planejamento reve-laram esquema criminoso para tirar uma presidentahonesta como Dilma Rousseff. Ofereceram proteção aparlamentares para votarem a favor do golpe, com apromessa de que governo Temer vai ‘aliviar’ a inves-tigação”, denunciou o deputado.

GUSTAVO LIMA/AGÊNCIACÂMARA

GUSTAVO BEZERRA/PTNACÂMARA GUSTAVO LIMA/AGÊNCIACÂMARA

PELA DEMOCRACIA

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FIM À CULTURA DO ESTUPRO

Deputadas do PT repudiam estupro coletivono Rio de Janeiro e cobram punição exemplar

O estupro de uma adolescente por mais de 30homens no Rio de Janeiro causou revolta e indigna-ção na bancada feminina do PT na Câmara. Pelasredes sociais, as deputadas repudiaram o fato nosúltimos dias e cobraram punição exemplar para osresponsáveis. Elas também destacaram que o ma-chismo ainda existente no País e alimenta a culturado estupro, que, por sua vez, estimula a ocorrênciadesse tipo de crime.

Em postagens de texto e vídeo, as deputadaspetistas usaram as hashtags #EuLutoPeloFimDaCul-turadoEstupro e #NãoaoEstupro, como forma de ex-pressar repúdio à barbárie ocorrida no Rio de Janeiro.

Para a coordenadora do Núcleo de Mulheres dabancada do PT na Câmara e segunda vice-presiden-te da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher,deputada Ana PAna PAna PAna PAna Perugini (SP)erugini (SP)erugini (SP)erugini (SP)erugini (SP), o crime e as possí-veis justificativas para atribuir culpa à vítima nãopodem ser aceitos pela sociedade brasileira.

“O estupro coletivo ocorrido no Rio de Janeironão pode ser aceito como mais um número nasestatísticas. Infelizmente, ainda há no nosso Paísuma cultura do estupro. São em média 50 mil ocor-rências por ano no Brasil, algo inaceitável. E, mui-tas vezes, justificam que a culpa é da mulher. Issotambém não pode ser aceito”, afirmou.

A relatora da Comissão Permanente Mista de

Combate à Violência Contra a Mulher, deputadaLuizianne Lins (PT-CE)Luizianne Lins (PT-CE)Luizianne Lins (PT-CE)Luizianne Lins (PT-CE)Luizianne Lins (PT-CE), também culpou a cul-tura do estupro como incentivadora da ocorrênciadesse tipo de crime.

“Manifestamos nossa indignação e nosso repú-dio a esse crime bárbaro de estupro ocorrido no Rio deJaneiro. A cultura do estupro é uma das derivaçõesmais perversas da lógica machista, tão entranhadaem nossa sociedade. Acompanharemos o caso no Con-gresso Nacional e cobraremos a responsabilização e apunição dos criminosos”, disse a parlamentar.

A ex-ministra dos Direitos Humanos e deputa-da Maria do Rosário (PT-RS) Maria do Rosário (PT-RS) Maria do Rosário (PT-RS) Maria do Rosário (PT-RS) Maria do Rosário (PT-RS) lembrou queatualmente no Brasil até a legislação que protege amulher vítima de estupro está ameaçada. Comoexemplo ela citou o Projeto de Lei 5069/13, quetramita na Câmara, de autoria do presidente afasta-do Eduardo Cunha.

A proposta impede que vítimas de estupro se-jam atendidas no sistema de saúde antes do regis-tro em delegacia. Dessa forma, inverte-se a lógicaatual de prioridade da urgência de apoio à mulher,desconsiderando que a comprovação do estupro sefaz no atendimento médico de emergência.

“Essa proposta impede que a mulher receba omais rapidamente possível medicamentos antire-trovirais para prevenção de HIV e DST’S e receba a

contracepção de emergência – a chamada pílula dodia seguinte, para prevenção de gravidez em decor-rência do estupro, ou mesmo informações para odireito legal que possui de interrompê-la se vieracontecer”, alertou Maria do Rosário.

MachismoMachismoMachismoMachismoMachismo – Além de repudiar o estupro co-letivo ocorrido no Rio de Janeiro, as deputadas pe-tistas Erika Kokay (DF)Erika Kokay (DF)Erika Kokay (DF)Erika Kokay (DF)Erika Kokay (DF), Margarida SalomãoMargarida SalomãoMargarida SalomãoMargarida SalomãoMargarida Salomão(MG)(MG)(MG)(MG)(MG) e Moema Gramacho (BA)Moema Gramacho (BA)Moema Gramacho (BA)Moema Gramacho (BA)Moema Gramacho (BA) também fize-ram questão de condenar o machismo, ao afirma-rem que esse comportamento estimula a violênciacontra a mulher.

“As vítimas nunca são culpadas. Ainda que sequeira imputar essa culpa, como no caso do delegadoque investigava o estupro coletivo ou daqueles queacreditam que com o seu patriarcalismo é possívelanular e calar a voz das mulheres”, disse Erika Kokay.

Para Margarida Salomão, “a postura machistade ver a mulher como um objeto, ou um ser queexiste para o prazer do homem, permite com queatrocidades como o estupro coletivo de uma meninaainda sejam defendidas ou relativizadas por alguns”.

Na mesma linha, Moema Gramacho afirmounas redes sociais que em caso de estupro “o únicoculpado é o estuprador” e que seguirá lutando porjustiça. “Minha solidariedade às vítimas, vocês nãoestão sozinhas”, ressaltou.

Direitos Humanos condena estupro coletivo ecritica ministro que recebeu estuprador assumido

Apontando o episódio como “resultado do machismo”, o presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM)

da Câmara, deputado Padre João (PT-MG), emitiu na semana passada nota de repúdio ao estupro coletivo de uma

adolescente no Rio de Janeiro. No texto, o parlamentar cobra a investigação do caso e afirma que “o combate à cultura do

estupro demanda não apenas medidas judiciais”, mas respeito às mulheres. Confira a íntegra da nota:Confira a íntegra da nota:Confira a íntegra da nota:Confira a íntegra da nota:Confira a íntegra da nota:

Como presidente da Comissão de Direitos Hu-manos e Minorias, expresso profundo repúdio emrelação ao crime hediondo que vitimou uma adoles-cente no Rio de Janeiro, de autoria de trinta ho-mens. A gravíssima violação de direitos humanos éresultado do machismo.

É imperiosa a devida investigação com apli-cação das consequências legais cabíveis. A própriadivulgação das imagens nas redes sociais é refle-xo da certeza da impunidade, que serve como es-tímulo para que essas condutas abomináveis si-gam ocorrendo.

O combate à cultura do estupro demanda,porém, não apenas medidas criminais; demandarespeito às mulheres, que precisa ser ensinadoatravés da educação formal e também pelo exem-plo. Daí, inclusive, a gravidade dos atos da cú-pula do governo interino.

O fato de o atual Ministro da Educação terrecebido em seu gabinete um homem que confes-sou ter cometido um estupro é inaceitável e refle-te vergonhosa aceitação desse tipo de delito. Alémdisso, a composição exclusivamente masculina (ebranca) do atual ministério indica retrocesso gra-

ve, pois transmite a ideia de subalternidade dogênero feminino. A participação de mulheres emespaços de poder é imprescindível, entre outrasrazões, para o combate à cultura de violência.

A Comissão de Direitos Humanos e Minori-as, no exercício de suas atribuições regimentais,acompanhará o desdobramento dos procedimen-tos investigativos.

NOTA OFICIALNOTA OFICIALNOTA OFICIALNOTA OFICIALNOTA OFICIAL

Brasília, 26 de maio de 2016.Brasília, 26 de maio de 2016.Brasília, 26 de maio de 2016.Brasília, 26 de maio de 2016.Brasília, 26 de maio de 2016.Deputado PDeputado PDeputado PDeputado PDeputado Padre Joãoadre Joãoadre Joãoadre Joãoadre JoãoPresidente da CDHMPresidente da CDHMPresidente da CDHMPresidente da CDHMPresidente da CDHM

FOTOS:AGÊNCIA CÂMARA