ministério público do estado do rio de janeiroboletim informativo - nº 07 - ano i - agosto 2009...

15
BOLETIM INFORMATIVO - Nº 07 - ANO I - AGOSTO 2009 Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro Marcelo Gomes Silva Promotor de Justiça em Curitibanos- SC Quando se está diante de um problema, reza a boa técnica para resolvê-lo, que seja ele analisado, que se conheça suas origens e que se busque a melhor res- posta que, efetivamente, o solucione. Pois com o advento da Lei nº 10.792, de 1º de dezembro de 2003, que alterou a Lei nº 7.210/84 - Lei de Execução Penal (LEP), o caso não foi bem assim. Como de hábito, o legislador vem re- mendando a legislação penal e proces- sual penal para suprir as omissões do poder público, sem dar importância às conseqüências da alteração. Dispõe o art. 1º do referido Diploma que a LEP, passa a vigorar com as seguintes alterações: “Art. 112. A pena privativa de liberda- de será executada em forma progres- siva com a transferência para regime menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o preso tiver cum- prido ao menos um sexto da pena no regime anterior e ostentar bom com- portamento carcerário, comprova- do pelo diretor do estabelecimento, respeitadas as normas que vedam a FIM DO EXAME CRIMINOLÓGICO? progressão. § 1º A decisão será sempre motivada e precedida de manifestação do Mi- nistério Público e do defensor. § 2º Idêntico procedimento será ado- tado na concessão de livramento condicional, indulto e comutação de penas, respeitados os prazos previs- tos nas normas vigentes.” (NR) O dispositivo revogado da LEP assim dispunha: Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada em forma progressi- va, com a transferência para regime menos rigoroso, a ser determinada pelo Juiz, quando o preso tiver cum- prido ao menos 1/6 (um sexto) da pena no regime anterior e seu mérito indicar a progressão. Parágrafo único. A decisão será mo- tivada e precedida de parecer da Comissão Técnica de Classificação e do exame criminológico, quando necessário. Nitidamente, o objetivo do legislador foi acabar com eventual morosidade pela qual passa um pedido de progressão de regime prisional. Eventual porque a Lei não pode generalizar situações caóti- cas no Rio de Janeiro ou em São Paulo, como se fossem a regra do país. Numa interpretação superficial da Lei, tem-se que a análise acerca do mérito do apenado, para a concessão do be- nefício, agora depende do bom compor- tamento carcerário, comprovado pelo diretor do estabelecimento prisional. Ressalte-se que o Juiz, por óbvio, não fica adstrito à classificação que o diretor do estabelecimento prisional dê ao com- portamento do apenado. Deve apenas esta servir de subsídio para sua análise. O primeiro equívoco surge quando se questiona o que é bom comportamento. Não ficou definido, de maneira objetiva, como classificar o comportamento de um apenado. Poderia ele cometer falta leve, média ou grave? Qual o tempo para a rea- bilitação do comportamento? A falta dis- ciplinar prescreve? Todas estas questões foram remetidas à percepção subjetiva de quem classificar o comportamento. EXPEDIENTE 8º Centro de Apoio Operacional Av. Marechal Câmara, 370 - 6º andar Centro - CEP 20020-080 telefone. 2220-2624 e 2262-7531 celular. 9984-4507 | 9767-9661 e-mail. [email protected] Coordenadora Dr.ª Maria da Glória Gama Pereira Figueiredo Subcoordenadora Dr.ª Andrezza Duarte Cançado Supervisora Marluce Laranjeira Machado Servidores Samara Lazarini Bon Livia Netto de Lima Alves Estagiários Marília Barreto Dalabeneta Deuzelene Araújo Castro • • • Projeto gráfico STIC - Equipe Web ÍNDICE Fim do Exame Criminológi- co?................................................. Notícias: Execução Penal............ Quadro SEAP .................................. Projeto de Lei................................. Jurisprudências.............................. 01 04 06 07 09 O 8º CAO traz aos Promotores de Justiça da Execução Penal o artigo “Fim do Exame Criminológico?” de autoria do Dr. Marcelo Gomes Silva, membro do Ministério Público do Estado de Santa Catarina. Os textos aqui divulgados não ne- cessariamente expressam a opinião do 8º Centro de Apoio Operacio- nal das Promotorias de Justiça de Execução Penal. Estes são trazidos para estimular e ampliar os debates, bem como para conhecimento dos enfoques existentes sobre a ques- tão abordada.

Upload: others

Post on 24-Jul-2020

1 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Ministério Público do Estado do Rio de JaneiroBOLETIM INFORMATIVO - Nº 07 - ANO I - AGOSTO 2009 Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro Marcelo Gomes Silva Promotor de

BOLETIM INFORMATIVO - Nordm 07 - ANO I - AGOSTO 2009

Ministeacuterio Puacuteblico do Estado do Rio de Janeiro

Marcelo Gomes Silva

Promotor de Justiccedila em Curitibanos- SC

Quando se estaacute diante de um problema reza a boa teacutecnica para resolvecirc-lo que seja ele analisado que se conheccedila suas origens e que se busque a melhor res-posta que efetivamente o solucione

Pois com o advento da Lei nordm 10792 de 1ordm de dezembro de 2003 que alterou a Lei nordm 721084 - Lei de Execuccedilatildeo Penal (LEP) o caso natildeo foi bem assim

Como de haacutebito o legislador vem re-mendando a legislaccedilatildeo penal e proces-sual penal para suprir as omissotildees do poder puacuteblico sem dar importacircncia agraves consequumlecircncias da alteraccedilatildeo

Dispotildee o art 1ordm do referido Diploma que a LEP passa a vigorar com as seguintes alteraccedilotildees

ldquoArt 112 A pena privativa de liberda-de seraacute executada em forma progres-siva com a transferecircncia para regime menos rigoroso a ser determinada pelo juiz quando o preso tiver cum-prido ao menos um sexto da pena no regime anterior e ostentar bom com-portamento carceraacuterio comprova-do pelo diretor do estabelecimento respeitadas as normas que vedam a

FIM DO EXAME CRIMINOLOacuteGICO

progressatildeo

sect 1ordm A decisatildeo seraacute sempre motivada e precedida de manifestaccedilatildeo do Mi-nisteacuterio Puacuteblico e do defensor

sect 2ordm Idecircntico procedimento seraacute ado-tado na concessatildeo de livramento condicional indulto e comutaccedilatildeo de penas respeitados os prazos previs-tos nas normas vigentesrdquo (NR)

O dispositivo revogado da LEP assim dispunha

Art 112 A pena privativa de liberdade seraacute executada em forma progressi-va com a transferecircncia para regime menos rigoroso a ser determinada pelo Juiz quando o preso tiver cum-prido ao menos 16 (um sexto) da pena no regime anterior e seu meacuterito indicar a progressatildeo

Paraacutegrafo uacutenico A decisatildeo seraacute mo-tivada e precedida de parecer da Comissatildeo Teacutecnica de Classificaccedilatildeo e do exame criminoloacutegico quando necessaacuterio

Nitidamente o objetivo do legislador foi acabar com eventual morosidade pela qual passa um pedido de progressatildeo de regime prisional Eventual porque a Lei natildeo pode generalizar situaccedilotildees caoacuteti-cas no Rio de Janeiro ou em Satildeo Paulo como se fossem a regra do paiacutes

Numa interpretaccedilatildeo superficial da Lei tem-se que a anaacutelise acerca do meacuterito do apenado para a concessatildeo do be-nefiacutecio agora depende do bom compor-tamento carceraacuterio comprovado pelo diretor do estabelecimento prisional

Ressalte-se que o Juiz por oacutebvio natildeo fica adstrito agrave classificaccedilatildeo que o diretor do estabelecimento prisional decirc ao com-portamento do apenado Deve apenas esta servir de subsiacutedio para sua anaacutelise

O primeiro equiacutevoco surge quando se questiona o que eacute bom comportamento Natildeo ficou definido de maneira objetiva como classificar o comportamento de um apenado Poderia ele cometer falta leve meacutedia ou grave Qual o tempo para a rea-bilitaccedilatildeo do comportamento A falta dis-ciplinar prescreve Todas estas questotildees foram remetidas agrave percepccedilatildeo subjetiva de quem classificar o comportamento

EXPEDIENTE

8ordm Centro de Apoio Operacional

Av Marechal Cacircmara 370 - 6ordm andarCentro - CEP 20020-080

telefone 2220-2624 e 2262-7531 celular 9984-4507 | 9767-9661

e-mail cao8mprjgovbr

CoordenadoraDrordf Maria da Gloacuteria Gama Pereira

Figueiredo

SubcoordenadoraDrordf Andrezza Duarte Canccedilado

SupervisoraMarluce Laranjeira Machado

ServidoresSamara Lazarini Bon

Livia Netto de Lima Alves

EstagiaacuteriosMariacutelia Barreto Dalabeneta Deuzelene Arauacutejo Castro

bull bull bullProjeto graacutefico

STIC - Equipe Web

IacuteNDICE

Fim do Exame Criminoloacutegi-co

Notiacutecias Execuccedilatildeo Penal

Quadro SEAP

Projeto de Lei

Jurisprudecircncias

01

04

06

07

09

O 8ordm CAO traz aos Promotores de Justiccedila da Execuccedilatildeo Penal o artigo ldquoFim do Exame Criminoloacutegicordquo de autoria do Dr Marcelo Gomes Silva membro do Ministeacuterio Puacuteblico do Estado de Santa Catarina

Os textos aqui divulgados natildeo ne-cessariamente expressam a opiniatildeo do 8ordm Centro de Apoio Operacio-nal das Promotorias de Justiccedila de Execuccedilatildeo Penal Estes satildeo trazidos para estimular e ampliar os debates bem como para conhecimento dos enfoques existentes sobre a ques-tatildeo abordada

Ainda que se admitisse a classificaccedilatildeo subjetiva veja-se que estaacute se tratando de comportamento exterior ou seja se cumpre ou natildeo as determinaccedilotildees do ad-ministrador ou se tentou ou natildeo fugir mas natildeo das condiccedilotildees subjetivas intriacuten-secas agrave psique do apenado

Acerca disto jaacute ensinou Mirabete2

ldquoNatildeo basta bom comportamento carceraacuterio para preencher o requisito subjetivo indispensaacutevel agrave progres-satildeo Bom comportamento natildeo se confunde com aptidatildeo ou adaptaccedilatildeo do condenado e muito menos serve como iacutendice fiel de sua readapta-ccedilatildeo social Ensina Hans Goumlbbels lsquoO bom comportamento de um preso natildeo pode ser determinante imediata para estabelecer-lhe um prognoacutesti-co bioloacutegico-social favoraacutevel prin-cipalmente porque tal comprovante da melhoria se baseia fundamental-mente em informes de funcionaacuterios de prisotildees fornecidos pouco antes da liberaccedilatildeo e que se atecircm ao bom comportamento externo a fim de facilitar a readaptaccedilatildeo sem inconve-nientes ao termo de condenaccedilatildeo Na verdade a adaptaccedilatildeo do senten-ciado agrave organizaccedilatildeo do estabeleci-mento se deve a vaacuterios e muacuteltiplos fatores simultacircneos e justapostos e somente a verificaccedilatildeo dos motivos predominantes permitiraacute uma con-clusatildeo motivada sobre o caraacuteterrdquo

Aponta-se neste aspecto o segundo engano decorrente de uma anaacutelise pura da Lei e sem a contextualizar com a Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Coacutedigo Pe-nal e demais artigos da LEP fazendo supor que o exame criminoloacutegico natildeo seja mais exigiacutevel para a concessatildeo de progressatildeo de regime

Fundamental pois eacute que se avalie natildeo apenas se o apenado praticou ou natildeo faltas disciplinares mas sim suas con-diccedilotildees psicoloacutegicas para regresso ao conviacutevio social tiacutepico do sistema de pro-gressatildeo adotado pelo Brasil

A anaacutelise da personalidade do sen-tenciado seu grau de periculosidade entendimento dos fins da reprimenda probabilidade de voltar a delinquumlir e su-gestatildeo de formas de medidas necessaacute-rias ressocializaccedilatildeo satildeo fundamentais para a colocaccedilatildeo do apenado em um regime prisional mais brando

Ao abandonar olimpicamente o parecer da Comissatildeo Teacutecnica de Classificaccedilatildeo e o exame criminoloacutegico a Lei pecou Seguiu o caminho mais faacutecil mas natildeo necessariamente o mais correto Natildeo

veio agrave tona qualquer justificativa teacutecnica e loacutegica para a extinccedilatildeo

Ficaria portanto a sociedade refeacutem da anaacutelise empiacuterica sob o aspecto de co-nhecimento em psicologia quando mui-to dos operadores do Direito

O exame criminoloacutegico eacute uma garantia que o Estado-Juiz possui para a con-cessatildeo da liberdade a um condenado Natildeo que o Magistrado fique adstrito ao laudo mas lhe daacute consideraacutevel suporte para a decisatildeo

A jurisprudecircncia unacircnime dos Tribunais paacutetrios reconhece a importacircncia da rea-lizaccedilatildeo da referida periacutecia Cite-se como exemplo o Tribunal Catarinense3

ldquoSomente atraveacutes da anaacutelise global da vida carceraacuteria do reeducando inclusive com o exame criminoloacutegico daquele submetido ao regime fecha-do sopesando-se os pontos negati-vos e positivos que possam denotar sua reabilitaccedilatildeo poder-se-aacute consta-tar com seguranccedila sua aptidatildeo para progressatildeo e retorno ao conviacutevio so-cialrdquo

Na doutrina o entendimento natildeo destoa em relaccedilatildeo agrave relevacircncia conforme ensi-na Mirabete4

ldquoNo exame criminoloacutegico a perso-nalidade do criminoso eacute examinada em relaccedilatildeo ao crime em concreto ao fato por ele praticado pretendendo-se com isso explicar a lsquodinacircmica criminal (diagnoacutestico criminoloacutegico) propondo medidas recuperadoras (assistecircncia criminiaacutetrica)rsquo e a ava-liaccedilatildeo da possibilidade de delinquumlir (prognoacutestico criminoloacutegico)rdquo

Para PAULO LUacuteCIO NOGUEIRA5

ldquoo exame criminoloacutegico conduz agrave classificaccedilatildeo o condenado para a designaccedilatildeo do estabelecimento ade-quado e escolha dos meacutetodos de tratamento pois o conhecimento da personalidade do preso e a proposi-ccedilatildeo do seu tratamento tecircm em vista justamente a sua ressocializaccedilatildeordquo

E continua o doutrinador6

ldquoNem sempre o simples cumprimen-to de um sexto da pena pode ense-jar a progressatildeo pois o condenado

deve cumprir pelo menos esse lap-so temporal que nem sempre pode ser satisfatoacuterio dado o montante da pena aplicada E tambeacutem deve reve-lar merecimento o que deve ser apu-rado atraveacutes da sua personalidade e natildeo apenas do seu comportamento carceraacuterio pois existe tendecircncia de elementos perigosos demonstrarem bom comportamento na prisatildeo o que natildeo deixa de ser verdadeira simula-ccedilatildeordquo

A Lei ao olvidar toda a anaacutelise cliacutenica morfoloacutegica neuroloacutegica psicoloacutegica psiquiaacutetrica e social do apenado consti-tuiu-se em profundo retrocesso no com-bate ao crime a na prevenccedilatildeo da reinci-decircncia mandou a ciecircncia da psicologia agraves favas e natildeo resolveu o problema

As vozes abolicionistas que aplaudi-ram a alteraccedilatildeo legislativa justificam a mudanccedila sob o argumento de que se o Estado natildeo acompanha o preso durante o cumprimento da pena natildeo seria justo avaliaacute-lo para a progressatildeo Corrija-se entatildeo o acompanhamento mas natildeo se extinguindo o exame Seria como abolir crimes porque natildeo existe cadeia

O correto em nosso entendimento eacute que apesar da malfadada Lei o Magistrado pode a fim de analisar o meacuterito do sen-tenciado valer-se da comissatildeo teacutecnica de classificaccedilatildeo e do exame criminoloacute-gico

A uma porque a alteraccedilatildeo tambeacutem entra em conflito com a Constituiccedilatildeo da Repuacute-blica uma vez que o art 5ordm da CR dispotildee em seu inciso XLVI que ldquoa lei regularaacute a individualizaccedilatildeo da pena e adotaraacute entre outras as seguintes[]rdquo

Individualizar a pena segundo Ceacutesar Da-rio Mariano da Silva7 consiste em

ldquopropiciar ao preso as condiccedilotildees ne-cessaacuterias para que possa retornar ao conviacutevio social A individualizaccedilatildeo deve ater-se a meacutetodos cientiacuteficos nunca improvisados iniciando-se com a classificaccedilatildeo dos detentos de forma que possam ser destinado aos programas de execuccedilatildeo mais apro-priados de acordo com suas neces-sidades

pessoais A individualizaccedilatildeo da pena eacute direito constitucional previsto no ar-tigo 5ordm XLVI 1ordf parte da CFrdquo

Sem o parecer da a comissatildeo teacutecnica de classificaccedilatildeo e o exame criminoloacutegi-co generalizar-se-ia ainda mais a re-primenda contribuindo definitivamente

AGOSTO 2009 2

para o conceito de universidade do cri-me Ou seja flagrante inconstitucionali-dade

Em segundo lugar porque conforme disposto no art 33 sect 2ordm do Coacutedigo Pe-nal assim prevecirc ldquoAs penas privativas de liberdade deveratildeo ser executadas em forma progressiva segundo o meacuterito do condenado observados os seguintes criteacuterios []rdquo Vecirc-se que natildeo eacute vedado ao Juiz socorrer-se de profissionais habili-tados para melhor anaacutelise do apenado

Acerca do assunto assevera Carlos Al-berto da Silveira Isoldi Filho8

ldquoAssim sendo entendemos que mesmo sob a eacutegide da Lei nordm 1079203 o juiz da execuccedilatildeo em busca da verdade real e em virtude de seu livre convencimento motiva-do pode afastar o teor do atestado de boa conduta carceraacuteria e analisar os conteuacutedos do parecer da CTC e do laudo de exame criminoloacutegico para fundamentar o indeferimento da progressatildeo de regime ou do livra-mento condicionalrdquo

Ainda Ceacutesar Dario Mariano da Silva9

ldquoOra se o Juiz das Execuccedilotildees Pe-nais tiver duacutevidas sobre a cessaccedilatildeo da periculosidade do condenado deveraacute condicionar a progressatildeo de regime prisional ao exame crimino-loacutegico Seria um contra-senso per-mitir a progressatildeo ou ateacute mesmo a liberdade para algueacutem que ainda natildeo possui condiccedilotildees de retornar ao conviacutevio social Assim se o exame criminoloacutegico concluir que o preso natildeo tem condiccedilotildees de progredir de regime prisional o juiz deveraacute indefe-rir a progressatildeo dada agrave natureza do sistema progressivo de regime que pressupotildee a readaptaccedilatildeo gradativa do preso agrave liberdaderdquo

No mesmo sentido Guilherme de Souza Nucci10

ldquoOutra natildeo pode ser a interpretaccedilatildeo a ser dada uma vez que seria fazer letra morta da riqueza proporciona-da pelo art 5ordm XLVI da Constituiccedilatildeo Federal consagrador do princiacutepio constitucional da individualizaccedilatildeo da penal ndash e lei ordinaacuteria natildeo poderia fazecirc-lordquo

E continua

ldquoPor isso partindo-se do pressu-posto de que a individualizaccedilatildeo da pena natildeo se encerra com a prolaccedilatildeo da sentenccedila continuando durante a execuccedilatildeo da pena que possui ca-raacuteter jurisdicional logo depende de atos motivados do juiz para que se desenvolva jamais se poderia consi-derar extinta ou afastada a possibili-dade de para formar seu convenci-mento o magistrado ficar entregue a um simples atestado de boa conduta carceraacuteria fornecido pela direccedilatildeo do presiacutedio para todo e qualquer caso sabe-se laacute de que forma e com qual criteacuterio O Poder Judiciaacuterio eacute autocirc-nomo do Executivo natildeo sendo um atestado o suficiente para levar o magistrado a abrir matildeo de sua inde-pendecircncia funcional avaliando con-cretamente o progresso e o mereci-mento de condenados submetidos agrave sua jurisdiccedilatildeo Outro caminho seria coibir a individualizaccedilatildeo executoacuteria da pena o que ademais natildeo seria o idealrdquo

Crecirc-se que realmente esta eacute a saiacuteda legal e loacutegica Sempre que necessitar pode o Juiz determinar de ofiacutecio a realizaccedilatildeo do exame criminoloacutegico especialmente nos crimes cometidos com violecircncia ou gra-ve ameaccedila a pessoa embasando-se em laudo de profissionais qualificados para anaacutelise psicoloacutegica do recluso

Outro aspecto interessante a ser anali-sado ainda eacute que o dispositivo legal se bem interpretado natildeo extinguiu o exame criminoloacutegico para a obtenccedilatildeo do livra-mento condicional

Ocorre que o paraacutegrafo 2ordm do art 112 fi-cou com a seguinte redaccedilatildeo ldquoIdecircntico procedimento seraacute adotado na conces-satildeo de livramento condicional indulto e comutaccedilatildeo de penas respeitados os prazos previstos nas normas vigentesrdquoQue procedimento O previsto no paraacute-grafo 1ordm ou seja de que a decisatildeo seraacute sempre motivada e precedida de mani-festaccedilatildeo do Ministeacuterio Puacuteblico e do de-fensor Natildeo se refere ao caput pois este natildeo prevecirc procedimento e sim requisitos para a concessatildeo da progressatildeo Conti-nua em vigor o art 83 paraacutegrafo uacutenico do Coacutedigo Penal ou seja a constataccedilatildeo de condiccedilotildees pessoais que faccedilam pre-sumir que o liberado natildeo voltaraacute a de-linquumlir

Concluindo o legislador ao inveacutes de criar mecanismos processuais para a agilizaccedilatildeo dos exames criminoloacutegicos prever o treinamento do pessoal respon-saacutevel pela periacutecia determinar o acom-panhamento psicoloacutegico do reeducan-do ao longo do cumprimento da pena

estipular outros criteacuterios para o exame entre outras saiacutedas optou pelo caminho mais faacutecil retiraacute-lo do ordenamento juriacute-dico como se natildeo fosse interessante agrave sociedade conhecer as condiccedilotildees psi-coloacutegicas do preso Ao inveacutes de acabar com um problema do sistema prisional criou mais um

Cabe ao Ministeacuterio Puacuteblico como Oacutergatildeo de fiscalizaccedilatildeo do cumprimento da pena requerer a realizaccedilatildeo do exame crimino-loacutegico quando do pedido de progressatildeo de regime sempre que houver duacutevidas acerca das condiccedilotildees pessoais do ape-nado

---------------------------------------------

Notas

(1) Publicado originalmente em Atuaccedilatildeo ndash Revista Juriacutedica do Ministeacuterio Puacuteblico Catarinense Jan-abr2004 ndash nordm 2 ndash Flo-rianoacutepolis ndash pp 183 a 189

(2) JUacuteLIO FABBRINI MIRABETE Execu-ccedilatildeo Penal 10ordf ed SP Atlas p 388389

185

(3) Recurso de Agravo nordm 99018920-1 de Itajaiacute rel Des Nilton Macedo Machado j 21121999

(4) Op Cit

(5) Comentaacuterios agrave Lei de Execuccedilatildeo Penal SP Saraiva 1990 p10

(6) Op cit p 135136

(7) Disponiacutevel em httpwwwcpcadvbr

(8) Disponiacutevel em httpwwwsindimpcombr

(9) Op Cit

(10) Disponiacutevel em httpwwwcpcadvbr

AGOSTO 2009 3

AGOSTO 2009 4

NOTIacuteCIAS EXECUCcedilAtildeO PENAL

No dia 31 de julho de 2009 o 8ordm Cen-tro de Apoio Operacional das Promo-torias de Justiccedila de Execuccedilatildeo Penal participou da Conferecircncia Livre da 1ordf Conferecircncia Nacional de Seguranccedila Puacuteblica apresentando texto sobre o 6ordm EIXO ndash ldquoDiretrizes para o Sistema Penitenciaacuteriordquo

A conferecircncia contou com a presenccedila de vaacuterios Promotores de Justiccedila dentre eles da Drordf Thaimi Stefania Kepe Ferrei-ra Titular da 1ordf Promotoria de Justiccedila de Execuccedilatildeo Penal

Na ocasiatildeo foram discutidas e sugeridas pelos participantes do grupo formado as

sete diretrizes para o Sistema Penitenciaacute-rio apresentadas na Conferecircncia Nacio-nal de Seguranccedila Puacuteblica que ocorreu em Brasiacutelia no dia 28 de agosto

1) Promoccedilatildeo da cidadania dos encarce-rados atraveacutes da atuaccedilatildeo do Promotor de Justiccedila da Execuccedilatildeo Penal em conjunto com a tutela coletiva ou atraveacutes da cria-ccedilatildeo de grupo especiacutefico para tal fim

2) Aproximaccedilatildeo do MP da clientela do sistema carceraacuterio atraveacutes do MP Comu-nitaacuterio projetos e mutirotildees institucionais

3) Realizaccedilatildeo de estudos e debates para o enfrentamento das facccedilotildees criminosas no sistema penitenciaacuterio

4) Aproximaccedilatildeo e atuaccedilatildeo conjunta do MP com outras instituiccedilotildees inclusive Judici-aacuterio

5) Promover a expansatildeo do nuacutemero de vagas no sistema penitenciaacuterio como so-luccedilatildeo agrave curto prazo

6) Promoccedilatildeo de efetiva assistecircncia ao egresso (material psicoloacutegica social) com elaboraccedilatildeo de projetos para acom-panhamento deste

7) Promover a humanizaccedilatildeo do tratamen-to do preso pelos agentes penitenciaacuterios com o implemento de cursos e formaccedilatildeo respectiva

2407 ndash CONFEREcircNCIA LIVRE

0308 - PROJOVEM URBANO

No dia 03 de agosto de 2009 a Coor-denaccedilatildeo do 8ordm Centro de Apoio Ope-racional das Promotorias de Justiccedila de Execuccedilatildeo Penal participou de evento promovido pela Secretaria de Estado de Administraccedilatildeo Penitenciaacuteria que implan-tou o Programa Nacional de Inclusatildeo de Jovens - Projovem Urbano nas Unidades

0508 - REUNIAtildeO HOSPITAL HEITOR CARRILHO

No dia 05 de agosto de 2009 a Drordf Ma-ria da Gloacuteria Gama Pereira Figueiredo Coordenadora do 8ordm CAO a Drordf Mocircnica Martino Pinheiro Marques Coordenado-ra do 2ordm CAO e a Drordf Danielle de Souza Caputi Promotora de Justiccedila Titular da 12ordf Promotoria de Justiccedila de Execuccedilatildeo Penal se reuniram com o Subsecretaacuterio de Tratamento Penitenciaacuterio Marcos Lips o Subsecretaacuterio Adjunto de Unidades Prisionais Sauler Sakalem o Diretor do Hospital Heitor Carrilho Dr Marcos Argo-lo os meacutedicos peritos Dr Miguel Chalub e Drordf Kaacutetia Mecler aleacutem de representan-tes da Defensoria Puacuteblica do Estado do Rio de Janeiro no auditoacuterio do Hospital Heitor Carrilho

A reuniatildeo teve por objetivo discutir a ne-cessidade de adequaccedilatildeo dos laudos rea-lizados nos incidentes de sanidade men-tal de dependecircncia quiacutemica de modo que a aplicaccedilatildeo da medida de seguranccedila fique restrita aos dependentes quiacutemicos e natildeo seja aplicada aos meros usuaacuterios de entorpecentes

Milton Dias Moreira e Joatildeo Carlos da Sil-va

O programa originado do convecircnio cele-brado entre o Ministeacuterio da Justiccedila pelo Departamento Penitenciaacuterio Nacional e o Governo do Estado do Rio de Janeiro pela Secretaria de Estado de Adminis-

traccedilatildeo Penitenciaacuteria tem como objetivo elevar a escolaridade com qualificaccedilatildeo profissional de apenados com idade en-tre 18 e 29 anos que se encontram no regime fechado e ainda natildeo concluiacuteram o ensino fundamental Ainda estaacute previsto o pagamento de bolsa aos alunos matricu-lados no valor de R$ 10000 (cem reais)

Na ocasiatildeo os participantes concluiacuteram que os quesitos formulados pelo Minis-teacuterio Puacuteblico poderiam ser reformulados de modo a evitar os problemas atualmen-te constatados em que alguns dos pa-cientes natildeo necessitariam de internaccedilatildeo Sugeriu-se entatildeo a seguinte quesitaccedilatildeo

1) AO TEMPO DA ACcedilAtildeO ERA O REacuteU DEPENDENTE DE DROGAS

2) EM RAZAtildeO DA DEPENDEcircNCIA O REacuteU AO TEMPO DA ACcedilAtildeO ERA IN-TEIRAMENTE INCAPAZ DE ENTEN-DER O CARAacuteTER ILIacuteCITO DO FATO

3) EM RAZAtildeO DA DEPENDEcircNCIA ERA O REacuteU AO TEMPO DA ACcedilAtildeO IN-TEIRAMENTE INCAPAZ DE AUTODE-TERMINACcedilAtildeO

4) EM RAZAtildeO DA DEPENDEcircNCIA OU POR EFEITO DE SUBSTAcircNCIA EN-TORPECENTE OU QUE DETERMINE DEPENDEcircNCIA FIacuteSICA OU PSIacuteQUICA PROVENIENTE DE CASO FORTUITO

OU FORCcedilA MAIOR O REacuteU AO TEMPO DA ACcedilAtildeO POSSUIacuteA A PLENA CAPA-CIDADE DE ENTENDER O CARAacuteTER ILIacuteCITO DO FATO OU DE AUTODETER-MINAR-SE DE ACORDO COM ESTE ENTENDIMENTO

5) HAacute NECESSIDADE DE ESPECIAL TRATAMENTO CURATIVO

6) ACASO AFIRMATIVO O QUESITO ACIMA QUAL SERIA O TRATAMENTO ADEQUADO INTERNACcedilAtildeO HOSPITA-LAR OU TRATAMENTO AMBULATO-RIAL

A Coordenaccedilatildeo do 2ordm CAO encarregou-se de divulgar a quesitaccedilatildeo entre os Promo-tores de Justiccedila que atuam na aacuterea crimi-nal a SEAP se comprometeu a iniciar pro-grama de implementaccedilatildeo de unidades de tratamento ambulatorial em cada presiacute-dio a fim de garantir ao preso dependen-te o tratamento adequado e a perita Drordf Katia Mecler comprometeu-se a divulgar a situaccedilatildeo aos demais peritos

AGOSTO 2009 5

0608 - REUNIAtildeO CSI

A Coordenaccedilatildeo do 8ordm Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiccedila de Execuccedilatildeo Penal e a Coordenadoria de Seguranccedila e Inteligecircncia do Ministeacute-rio Puacuteblico juntamente com Promotores de Justiccedila da Execuccedilatildeo Penal Doutores Cristina Figueiredo de Castro do Rego Monteiro Flaacutevia Aacutebido Alves Gabriela Arauacutejo Teixeira Serra e Joseacute Eduardo Ciotola Gussem realizaram reuniatildeo no

dia 06 de agosto de 2009 para tratarem das fiscalizaccedilotildees do Ministeacuterio Puacuteblico aos estabelecimentos prisionais do Sis-tema Penitenciaacuterio

Durante a reuniatildeo foram relatados fatos ocorridos durante as fiscalizaccedilotildees de ro-tina ao Coordenador da Coordenadoria de Seguranccedila e Inteligecircncia Dr Paulo

Wunder sendo certo que em razatildeo do apresentado aleacutem de aprimorar as fis-calizaccedilotildees o Coordenador esclareceu que o transporte natildeo mais seraacute realizado pela Gerecircncia de Transportes mas pela proacutepria Coordenadoria de Seguranccedila e Inteligecircncia sendo os veiacuteculos conduzi-dos por agentes do Grupo de Apoio aos Promotores de Justiccedila

1108 - ldquo25 ANOS DA LEI DE EXECUCcedilAtildeO PENAL E O SISTEMA PENITEN-CIAacuteRIO BRASILEIROrdquo

Realizou-se no dia 11 de agosto de 2009 na Cacircmara dos Deputados o Seminaacuterio ldquo25 anos da Lei de Execuccedilatildeo Penal e o Sistema Penitenciaacuterio Brasileirordquo pro-movido pela Comissatildeo de Seguranccedila Puacuteblica e Combate ao Crime Organiza-do em conjunto com as Comissotildees de Direitos Humanos e Minorias e de Le-gislaccedilatildeo Participativa por iniciativa dos Deputados Alexandre Silveira (PPSMG) Domingos Dutra (PTMA) e Paulo Rubem Santiago (PDTPE)

O seminaacuterio teve como objetivo cele-brar a data da entrada em vigor da Lei de Execuccedilotildees Penais com a discussatildeo dos problemas do sistema penitenciaacuterio brasileiro

Na oportunidade os Deputados Domin-gos Dutra e Paulo Rubem Santiago res-saltaram o trabalho da CPI do Sistema Penitenciaacuterio e aduziram que a iniciati-va do evento tambeacutem era a de reforccedilar a necessidade de implementaccedilatildeo das mudanccedilas propostas pela referida Co-missatildeo

Palestraram no evento

bull Deputado Alexandre Silveira ndash Presi-dente da Comissatildeo de Seguranccedila Puacutebli-ca e Combate ao Crime Organizado

bull Deputado Luiz Couto ndash Presidente da Comissatildeo de Direitos Humanos e Mino-rias

bull Deputado Domingos Dutra ndash Autor do Requerimento

bull Deputado Paulo Rubem Santiago ndash Autor do Requerimento

bull Joseacute Carlos Cosenzo ndash Promotor de Justiccedila do Estado de Satildeo Paulo e Pre-sidente da Associaccedilatildeo Nacional dos Membros do Ministeacuterio Puacuteblico

bull Andreacute Luiz Machado de Castro ndash De-fensor Puacuteblico do Estado do Rio de Ja-neiro e Presidente da Associaccedilatildeo Nacio-nal dos Defensores Puacuteblicos

bull Alberto Zacarias Toron ndash Secretaacuterio-Geral Adjunto do Conselho Federal da OAB

bull Airton Aloiacutesio Michels ndash Diretor-Geral do Departamento Penitenciaacuterio Nacional

bull Acircngelo Roncalli de Ramos Barros ndash Secretaacuterio de Estado da Justiccedila do Es-piacuterito Santo

bull Ciacutecero Sarnei dos Santos ndash Presidente do Sindicato dos Agentes de Seguranccedila Penitenciaacuteria de Satildeo Paulo

bull Deacutebora Diniz ndash Pesquisadora da ANIS ndash Instituto de Bioeacutetica Direitos Humanos e Gecircnero

bull Faacutetima Rosa Naves de Oliveira ndash Co-ordenadora Geral de Qualificaccedilatildeo do Mi-nisteacuterio do Trabalho e Emprego

bull Carlos Joseacute Pinheiro Teixeira ndash Co-ordenador da Secretaria de Educaccedilatildeo Continuada Alfabetizaccedilatildeo e Diversidade ndash SECAD do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo

bull Carlos Roberto Gomes de Oliveira Paula ndash Juiz da 2ordf Vara da Comarca de BacabalMA

bull Padre Gunther Alois Zgubic ndash Coorde-nador Nacional de Pastoral CarceraacuteriaCNBB

ASSESSORES JURIacuteDICOS

As Promotorias de Justiccedila de Exe-cuccedilatildeo Penal comeccedilaram a receber os assessores juriacutedicos bachareacuteis em Direito que auxiliaratildeo e presta-ratildeo apoio juriacutedico aos oacutergatildeos que estaratildeo vinculados Jaacute foram nome-ados os assessores

bull Kleyton Simotildees Galvatildeo Lemos ndash

1ordf e 5ordf Promotorias de Justiccedila de

Execuccedilatildeo Penal

bull Marcela Gioseffi Silva - 2ordf 7ordf e 8ordf

bull Raphaela Nogueira Antonio - 3ordf

4ordf e 6ordf

bull Paola de Albuquerque Maranhatildeo

Rhenius ndash 9ordf e 12ordf

bull Natascha Casarenko - 10ordf e 11ordf

Promotorias de Justiccedila de Execu-

ccedilatildeo Penal

UNIDADES PRISIONAIS FISCALIZADAS NO MEcircS DE AGOSTO2009

Unidade Data Promotorias

Penitenciaacuteria Jonas Lopes de Carvalho 1208 2ordf e 3ordf

Casa do Albergado Crispim Ventino 2608 1ordf e 5ordf

AGOSTO 2009 6

QUADRO SEAP

Uma parceria entre as Secretarias de Estado de Administraccedilatildeo Penitenciaacute-ria (Seap) de Educaccedilatildeo de Trabalho e Renda de Assistecircncia Social e o Go-verno Federal resultou na implementa-ccedilatildeo do Programa Nacional de Inclusatildeo de Jovens o Projovem Urbano em duas unidades prisionais do Rio de Ja-

neiro o Presiacutedio Joatildeo Carlos da Silva e a Penitenciaacuteria Milton Dias Moreira em Japeri A aula inaugural aconteceu na segunda-feira (0307) em ambas as cadeias Aleacutem do Rio o Paraacute e o Acre tambeacutem adotaram a iniciativa

Cem internos de cada unidade entre 18 e 29 anos foram beneficiados pelo projeto Nenhum deles conseguiu con-cluir o Ensino Fundamental enquanto estava em liberdade Com o Projovem eles teratildeo a chance de elevar o niacutevel de escolaridade e obter uma qualificaccedilatildeo profissional que eacute uma das metas do Programa Nacional de Seguranccedila Puacute-

blica com Cidadania (Pronasci) para o Sistema Penitenciaacuterio

ndash Eles estatildeo recebendo uma oportu-nidade que ironicamente natildeo tiveram laacute fora Talvez natildeo recuperemos todos mas noacutes acreditamos na ressocializa-ccedilatildeo e aqueles que seguirem ateacute o fim certamente vatildeo voltar mudados agraves ruas e com mais chances de ingressar no mercado de trabalho ndash declarou o se-cretaacuterio de Administraccedilatildeo Penitenciaacute-ria Cesar Rubens Monteiro de Carva-lho

Durante a cerimocircnia de inauguraccedilatildeo o secretaacuterio Nacional da Juventude Beto Cury discursou para os internos sobre os objetivos do projeto

ndash O slogan do projeto eacute ldquoOportunidade e conhecimento para todosrdquo Com vo-cecircs natildeo seraacute diferente O Projovem se

PROJOVEM Eacute IMPLANTADO EM UNIDADES PRISIONAIS DE JAPERI

propotildee a dar a vocecircs qualificaccedilatildeo pro-fissional e educaccedilatildeo Ao longo desses periacuteodos de estudo vocecircs aprenderatildeo uma profissatildeo ndash afirmou Cury

Alunos receberam kit escolar com apos-tilas atlas reacuteguas e canetas

Tanto na Penitenciaacuteria Milton Dias Mo-reira quanto no Presiacutedio Joatildeo Carlos da Silva foi construiacutedo um espaccedilo to-talmente reservado agraves aulas Aleacutem das salas haacute um laboratoacuterio de informaacutetica equipado com computadores moder-nos Os 200 detentos tambeacutem recebe-ram um kit escolar contendo apostilas atlas reacuteguas e canetas

ndash Agora eacute a minha chance de mudar de vida Espero chegar laacute fora pronto para conseguir um trabalho Chegar na rua com a vida mudada ndash falou o interno Carlos Frederico Blasiyh aluno do Pro-jovem

Para Airton Michels diretor de Depar-tamento Penitenciaacuterio Nacional (Depen) a implantaccedilatildeo do Projovem nas cadeias levaraacute a educaccedilatildeo em Sistemas Peni-tenciaacuterios a um novo rumo

ndash Todos noacutes estamos participando de um momento histoacuterico Esse projeto tem todas as condiccedilotildees de dar certo porque foi previamente articulado e estudado Essa eacute a nossa tentativa de fazer com que os detentos possam ad-quirir conhecimento Eles perderam o direito da liberdade mas natildeo o de se-rem educados ndash concluiu

AGOSTO 2009 7

PROJETOS DE LEI

Altera os arts 41 66 e 68 da Lei nordm 7210 de 11 de julho de 1984 que ins-titui a Lei de Execuccedilatildeo Penal e acres-centa o art 319-B ao Decreto-lei nordm 2848 de 7 de dezembro de 1940 ndash Coacute-digo Penal a fim de assegurar a con-cessatildeo dos benefiacutecios da progressatildeo de regime da detraccedilatildeo da remiccedilatildeo e do livramento condicional e a imediata colocaccedilatildeo em liberdade do preso que haja cumprido integralmente a pena

O Congresso Nacional decreta

Art 1o Esta lei altera os arts 41 66 e 68 da Lei nordm 7210 de 11 de julho de 1984 que institui a Lei de Execuccedilatildeo Penal e acrescenta o art 319-B ao Decreto-lei nordm 2848 de 7 de dezembro de 1940 ndash Coacutedigo Penal a fim de assegurar a con-cessatildeo dos benefiacutecios da progressatildeo de regime da detraccedilatildeo da remiccedilatildeo e do livramento condicional e a imediata co-locaccedilatildeo em liberdade do preso que haja cumprido integralmente a pena

Art 2ordm Os arts 41 66 e 68 da Lei nordm 7210 de 11 de julho de 1984 passa a vigorar com as seguintes alteraccedilotildees

ldquoArt 41 helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip

XVII ndash direito subjetivo agrave concessatildeo dos benefiacutecios da progressatildeo de regime da detraccedilatildeo da remiccedilatildeo e do livramento condicionalsempre que devidamente preenchidos os requisitos legaisrdquo

ldquoArt 66

XI ndash conceder de ofiacutecio ou a requerimen-to de qualquer pessoaos benefiacutecios da progressatildeo de regime da detraccedilatildeo da remiccedilatildeoou da liberdade condicional sempre que verificar o preenchimentodos requisitos legais sob pena de res-ponsabilidadeadministrativa civil e pe-nal

XII ndash colocar imediatamente em liberda-de de ofiacutecio ou a requerimento de qual-quer pessoa o preso cuja pena haja sido

integralmente cumprida sob pena de responsabilidade administrativa civil e penalrdquo

ldquoArt 68II -

g) a concessatildeo dos benefiacutecios da pro-gressatildeo de regime da detraccedilatildeo da remi-ccedilatildeo ou da liberdade provisoacuteria sempre que verificar o preenchimento dos requi-sitos legais sob pena de responsabilida-de administrativa civil e penal

h) a imediata colocaccedilatildeo em liberdade do preso cuja pena haja sido integralmente cumprida sob pena de responsabilidade administrativa civil e penalrdquo

Art 3ordm O Decreto-lei nordm 2848 de 7 de dezembro de 1940 passa a vigorar acrescido do seguinte art 319-B

ldquoArt 319-B Deixar o juiz da execuccedilatildeo penal de conceder de ofiacutecio ou a requeri-mento de qualquer pessoa os benefiacutecios da progressatildeo de regime da detraccedilatildeo da remiccedilatildeo e do livramento condicional sempre que devidamente preenchidos os requisitos legais

Pena ndash reclusatildeo de 3 (dois) a 5 (cinco) anos e multa

Paraacutegrafo uacutenico Na mesma pena incor-re o membro do Ministeacuterio Puacuteblico que deixa de requerer a concessatildeo dos be-nefiacutecios previstos no caput sempre que verificar o preenchimento dos requisitos legaisrdquo

Art 4ordm Esta lei entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

JUSTIFICACcedilAtildeO

Segundo estimativas do DEPEN mais de 10 dos cerca de 420 mil presos inte-grantes do sistema prisional brasileiro jaacute cumpriram pena e ainda se encontram detidos ou tecircm direito aos benefiacutecios previstos na Lei de Execuccedilatildeo Penal que contudo deixam de ser concedidos em razatildeo da deficiente atuaccedilatildeo dos defen-sores juiacutezes e membros do Ministeacuterio Puacuteblico que atuam na execuccedilatildeo da pena

A primeira criacutetica a ser feita sobre a le-gislaccedilatildeo entatildeo em vigor eacute o fato de a Lei de Execuccedilatildeo Penal (LEP) simplesmente ignorar que os benefiacutecios da progressatildeo de regime da detraccedilatildeo da remiccedilatildeo e do livramento condicional satildeo de fato direi-tos subjetivos do preso cuja concessatildeo haacute de ser imediata e se dar de ofiacutecio pre-sentes todos os requisitos legais que os autorizem

Outro motivo apontado para o afoga-

mento do sistema eacute a falta de defensores puacuteblicos para atendimento agrave populaccedilatildeo carente grande maioria do sistema car-ceraacuterio brasileiro Na maioria das vezes esses profissionais se encontram sobre-carregados e lhes falta tempo para ana-lisar e peticionar em todos os processos onde existe a possibilidade real de con-cessatildeo de um benefiacutecio ou de colocaccedilatildeo do preso em liberdade

Assim sendo propotildee-se a inclusatildeo de inciso ao art 41 da LEP para caracteri-zar esses benefiacutecios como direito subje-tivo do preso bem como se estabelecer a desnecessidade de representaccedilatildeo por defensor para a apresentaccedilatildeo de requeri-mento para a sua concessatildeo

Porquanto a concessatildeo desses benefiacute-cios estaacute intimamente ligada ao direito de liberdade do preso assegurado consti-tucionalmente e tutelaacutevel inclusive pela via do habeas corpus afigura-se perfeita-mente possiacutevel que qualquer pessoa pos-sa comparecer em juiacutezo para requerecirc-los da mesma forma como qualquer pessoa pode impetrar habeas corpus consoante autoriza o art 654 do Coacutedigo de Processo Penal

Infelizmente tambeacutem se constata serem tiacutemidas as atuaccedilotildees do juiz da execuccedilatildeo penal e do Ministeacuterio Puacuteblico no sentido de tomar todas as providecircncias cabiacuteveis e necessaacuterias agrave colocaccedilatildeo do preso em liberdade ou agrave concessatildeo desses bene-fiacutecios mesmo porque a LEP nada dispotildee sobre o seu dever de agir nessas ocasi-otildees

A soluccedilatildeo pois estaacute na alteraccedilatildeo dos arts 66 e 68 da LEP de modo a se esta-belecer tais competecircncias

Por fim a inclusatildeo do art 319-B ao Coacutedi-go Penal tem por escopo criar modalida-de especiacutefica do crime de prevaricaccedilatildeo estabelecendo assim infraccedilatildeo penal para o juiz da execuccedilatildeo penal e para o mem-bro do Ministeacuterio Puacuteblico que deixarem de atuar para que os benefiacutecios mencio-nados sejam concedidos

Certo de que meus nobres pares reco-nheceratildeo a relevacircncia conveniecircncia ne-cessidade e oportunidade das alteraccedilotildees legais que se pretende implementar con-to com o seu apoio para a aprovaccedilatildeo des-te projeto de lei

Sala das Sessotildees em de de 2009

Deputado DR TALMIR

PROJETO DE LEI Nordm 5261 DE 2009

(Do Sr Dr Talmir)

AGOSTO 2009 8PROJETOS DE LEI

Proiacutebe a utilizaccedilatildeo das dependecircncias da Poliacutecia Civil para custodiar presos

Autora Deputada MARINA MAGGESSI

Relator Deputado FRANCISCO TENOacuteRIO

I ndash RELATOacuteRIO

Cuida-se de projeto de lei proposto pela ilustre Deputada Marina Maggessi cujo objetivo eacute vedar o uso das dependecircncias da Poliacutecia Civil para custodiar os presos condenados os submetidos agrave medida de seguranccedila os provisoacuterios e os egressos ainda que a prisatildeo se decirc em caraacuteter temporaacuterio

Para justificar a proposiccedilatildeo a nobre Deputada afirma que a Poliacutecia Civil vem sendo utilizada tambeacutem como estabelecimento carceraacuterio ainda que tal atribuiccedilatildeo esteja totalmente aleacutem de seu acircmbito de existecircncia e que natildeo tenha estrutura para responder a tal demanda

Propala a autora ainda que a Constituiccedilatildeo Federal no sect 4ordm do art 144 ensina que cabe agraves poliacutecias civis as funccedilotildees de poliacutecia judiciaacuteria e de apuraccedilatildeo de infraccedilotildees penais nada assentindo sobre as estranhas praacuteticas de servir de estabelecimento carceraacuterio e de custodiar presos como soacutei acontecer nas delegacias de muitos Estados do Brasil Essa praacutetica aliaacutes fere o princiacutepio da estrita legalidade constitucional segundo a nobre Deputada

Relata a Deputada tambeacutem que os policiais civis natildeo recebem treinamento para desempenhar a funccedilatildeo de custoacutedia de presos funccedilatildeo essa pertencente aos agentes penitenciaacuterios os quais foram treinados para exercecirc-la nos termos do que preceitua o art 82 da Lei nordm 72101984 (Lei de Execuccedilotildees Penais)

Pretende a autora corrigir esse desvio funcional para o que apresenta a proposiccedilatildeo ora relatada

O PL nordm 4051 de 2008 foi distribuiacutedo primeiramente agrave Comissatildeo de Seguranccedila Puacuteblica e Combate ao Crime Organizado ndash CSPCCO para cuja relatoria tive a honra de ser designado apresentando agora este Parecer

Nos termos do artigo 32 XVI f do Regimento Interno da Cacircmara dos Deputados cumpre a esta Comissatildeo pronunciar-se acerca do meacuterito da proposiccedilatildeo

PROJETO DE LEI Nordm 4051 DE 2008

O projeto tramita sob regime ordinaacuterio e estaacute sujeito agrave apreciaccedilatildeo conclusiva das comissotildees conforme artigo 24 II do Regimento Interno da Casa

Encerrado o prazo para recebimento de emendas estas natildeo foram apresentadas ao presente projeto de lei

Eacute o relatoacuterio

II - VOTO DO RELATOR

Cabe a este Oacutergatildeo Teacutecnico nos termos regimentais (art 32 inc XVI aliacutenea f) proceder agrave anaacutelise do Projeto de Lei nordm 405108

Assim em relaccedilatildeo agrave avaliaccedilatildeo do meacuterito entendo por oportuna a proposiccedilatildeo eis que intenta concretizar o dispositivo constitucional inserto no art 144 qual seja o de que ldquoa seguranccedila puacuteblica dever do Estado direito e responsabilidade de todos eacute exercida para a preservaccedilatildeo da ordem puacuteblica e da incolumidade das pessoas e do patrimocircnio atraveacutes da poliacutecia civilrdquo e bem assim das outras poliacutecias de que trata o referido artigo

A proposiccedilatildeo incorpora ainda a garantia fundamental insculpida no art 5ordm inciso XLVIII onde se lecirc que ldquoa pena seraacute cumprida em estabelecimentos distintos de acordo com a natureza do delito a idade e o sexo do apenadordquo Como se vecirc as delegacias de poliacutecias natildeo satildeo de fato os locais constitucionalmente designados para a custoacutedia de presos quaisquer que sejam eles

Acrescente-se que natildeo resta despiciendo ndash justamente por constar do rol dos Direitos e Garantias Fundamentais da Constituiccedilatildeo Federal ndash o inciso XLIX do art 5ordm o qual estabelece que ldquoeacute assegurado aos presos o respeito agrave integridade fiacutesica e moralrdquo Bem se vecirc que esses apenados alojados em compartimentos improvisados inadequados inseguros sem condiccedilotildees miacutenimas de habitabilidade nas delegacias de poliacutecia de todo o Brasil natildeo veem a concretizaccedilatildeo dessa garantia constitucional porquanto esses locais natildeo dispotildeem de estrutura fiacutesica adequada para custodiar presos

As delegacias de poliacutecia aliaacutes satildeo preacutedios administrativos cujas funccedilotildees preciacutepuas se inserem no acircmbito da investigaccedilatildeo policial da realizaccedilatildeo dos trabalhos de poliacutecia judiciaacuteria do atendimento ao cidadatildeo da elaboraccedilatildeo de termos circunstanciados e de outros procedimentos de sua competecircncia

Por essa razatildeo a construccedilatildeo desses preacutedios natildeo obedeceu logicamente aos rigorosos paracircmetros teacutecnicos designados

agraves construccedilotildees de estabelecimentos prisionais de seguranccedila os quais satildeo reforccedilados para impedir ou dificultar resgates conter fugas ou motins tatildeo comuns em meio agrave populaccedilatildeo carceraacuteria

Aleacutem disso as delegacias de poliacutecia estatildeo localizadas normalmente em aacutereas residenciais e satildeo frequentadas por cidadatildeos honestos que laacute vatildeo para registrar queixas de crimes dos quais satildeo viacutetimas Natildeo devem esses cidadatildeos portanto ficar expostos agrave periculosidade dos apenados que laacute se encontram De igual modo natildeo podem os policiais civis que laacute trabalham correrem riscos de vida em funccedilatildeo da fraacutegil seguranccedila oferecida por essas delegacias diante do grau de perigo que os presos lhes oferecem

Por fim a despeito do oportuno tema apresentado na proposta da nobre Deputada e bem assim da qualidade de suas justificativas vislumbro um pequeno reparo em seu PL para que em um 4ordm paraacutegrafo conste que o preso deveraacute ficar custodiado na delegacia o tempo necessaacuterio para a lavratura do auto de prisatildeo em flagrante e da assinatura da nota de culpa pelo delegado de poliacutecia Assim apoacutes a entrega da referida nota de culpa ao preso este seraacute imediatamente transferido para o sistema prisional

Dessa forma por acreditar que a proposiccedilatildeo em anaacutelise constituiraacute aprimoramento do ordenamento juriacutedico paacutetrio manifesto-me pela APROVACcedilAtildeO do PL nordm 4051 de 2008 com a Emenda apresentada em anexo

Sala da Comissatildeo de julho de 2009

Deputado FRANCISCO TENOacuteRIORelator

PROJETO DE LEI Nordm 4051 DE 2008

EMENDA DE RELATOR ADITIVA Nordm 2009

Acrescente-se ao artigo 1ordm do projeto o seguinte paraacutegrafoArt 1ordm sect4ordm O preso deveraacute ficar custodiado na delegacia ateacute a lavratura do auto de prisatildeo em flagrante e a assinatura da nota de culpa pela autoridade policial Apoacutes a entrega da referida nota de culpa ao preso este seraacute imediatamente transferido para o sistema prisional

Sala da Comissatildeo em de julho de 2009

Deputado FRANCISCO TENOacuteRIO Relator

AGOSTO 2009 9

LUacuteCIA Julgamento 11032008 Oacutergatildeo Julgador Primeira Turma Public 04-04-2008)

DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL HABEAS CORPUS CRIME DE TRAacuteFICO DE ENTORPECENTE PRETENSAtildeO DE SUBSTITUICcedilAtildeO DA PENA CORPORAL (ART 44 CP) IMPOSSIBILIDADE LEI 1134306 E INTERPRETACcedilAtildeO AUTEcircNTICA PROGRESSAtildeO DE REGIME NOS TERMOS DA LEI 1146407 CONCESSAtildeO PARCIAL DA ORDEM 1 Trata-se de habeas corpus impetrado contra ato do Superior Tribunal de Justiccedila que no julgamento de writ anteriormente aforado perante aquela Corte denegou a ordem Observa que o julgado do STJ no habeas corpus impetrado considerou a incompatibilidade da substituiccedilatildeo da pena corporal em relaccedilatildeo aos crimes hediondos e a eles equiparados o que contraria o disposto no art 44 do Coacutedigo Penal natildeo havendo qualquer restriccedilatildeo ou proibiccedilatildeo na Lei ndeg 807290 Requer a concessatildeo da ordem para o fim de ser reconhecido o direito agrave progressatildeo do regime de cumprimento da pena bem como seja autorizada a substituiccedilatildeo da pena corporal por penas restritivas de direito 2 A questatildeo de direito debatida neste writ envolve a possibilidade (ou natildeo) de incidecircncia do art 44 do Coacutedigo Penal agraves hipoacuteteses relacionadas aos crimes hediondos e a eles equiparados como eacute o caso do crime de traacutefico iliacutecito de substacircncia entorpecente (Lei ndeg 636876 art 12 Lei ndeg 1134306 art 33) 3 A norma contida no art 44 caput da Lei ndeg 1134306 ao expressar estabelecer a proibiccedilatildeo da conversatildeo apenas explicita regra que era impliacutecita no sistema juriacutedico brasileiro quanto agrave incompatibilidade do regime legal de tratamento em mateacuteria de crimes hediondos e a eles equiparados com o regime pertinente aos outros crimes 4 Recordo que a Lei ndeg 971498 ao modificar a redaccedilatildeo do art 44 do Coacutedigo Penal e assim ampliar os casos de substituiccedilatildeo da pena corporal por penas restritivas de direitos obviamente natildeo incidiu no acircmbito do tratamento legislativo referente aos crimes hediondos e a eles equiparados inclusive em razatildeo da redaccedilatildeo original contida no art 2deg sect 1deg da Lei ndeg 807290 que expressamente contemplava o regime integralmente fechado para cumprimento da pena corporal 5 Considero natildeo haver aplicaccedilatildeo retroativa da regra contida no art 44 caput da Lei ndeg 1134306 ao presente caso eis que o sistema juriacutedico anterior ao seu advento jaacute natildeo permitia a substituiccedilatildeo da pena corporal por pena restritiva de

STF

EMENTA HABEAS CORPUS COMUTACcedilAtildeO CRIME HEDIONDO IMPOSSIBILIDADE ORDEM DENEGADA A natureza dos crimes natildeo contemplados pelo decreto presidencial que concede o benefiacutecio de indulto e comutaccedilatildeo de pena deve ser aferida agrave eacutepoca da ediccedilatildeo do respectivo ato normativo pouco importando a data em que tais delitos foram praticados Precedentes (RE 274265 rel min Neacuteri da Silveira DJ de 19102001 p 49 e HC 74429 rel min Sydney Sanches DJ 21031997 p 8507) Ademais a comutaccedilatildeo nada mais eacute do que uma espeacutecie de indulto parcial (em que haacute apenas a reduccedilatildeo da pena) Daiacute por que a vedaccedilatildeo agrave concessatildeo de indulto em favor daqueles que praticaram crime hediondo - prevista no art 2ordm I da lei 80721990 - abrange tambeacutem a comutaccedilatildeo Ordem denegada (STF HC 94679 SP Relator(a) Min JOAQUIM BARBOSA Oacutergatildeo Julgador Segunda Turma Julgamento 18112008 Publicaccedilatildeo DJ 19122008PP-01188)

EMENTA HABEAS CORPUS DECRETO N 529504 COMUTACcedilAtildeO DE PENA CONDENADO QUE ESTAacute EM LIVRAMENTO CONDICIONAL POSSIBILIDADE ORDEM CONCEDIDA 1 Decreto n 529504 natildeo impediu a comutaccedilatildeo de pena aos condenados que estatildeo em livramento condicional 2 Ordem concedida (STF HC94654 RS Relator(a) Min CAacuteRMEN LUacuteCIA Julgamento 19082008 Oacutergatildeo Julgador Primeira Turma Public 03-10-2008)

EMENTA HABEAS CORPUS PROCESSUAL PENAL PACIENTE CONDENADO POR CRIME POSTERIOR AO INIacuteCIO DO CUMPRIMENTO DE PENAS JAacute UNIFICADAS ALEGACcedilAtildeO DE OFENSA AgraveS REGRAS DE UNIFICACcedilAtildeO DAS PENAS NAtildeO-OCORREcircNCIA INEXISTEcircNCIA DE VIacuteCIO NO PROCESSO DE EXECUCcedilAtildeO PENAL POR DEFICIEcircNCIA NO CAacuteLCULO DAS PENAS O LIMITE DE TRINTA ANOS PREVISTO NO ART 75 DO COacuteDIGO PENAL NAtildeO DEVE SER OBSERVADO SE O REacuteU PRATICA NOVOS DELITOS E SOFRE NOVAS CONDENACcedilOtildeES PRECEDENTES HABEAS CORPUS INDEFERIDO (STF HC 93202 SP Relator(a) Min CAacuteRMEN

direito em relaccedilatildeo aos crimes hediondos e a eles equiparados 6 Impossibilidade de substituiccedilatildeo da pena privativa de liberdade por penas restritivas de direito mesmo no periacuteodo anterior ao advento da Lei ndeg 1134306 e consequentemente natildeo haacute constrangimento ilegal no ato do Superior Tribunal de Justiccedila que denegou habeas corpus exatamente neste mesmo sentido 7 A redaccedilatildeo original do art 2ordm sect 1ordm da Lei nordm 807290 natildeo estava eivada de inconstitucionalidade natildeo malferindo os incisos XLVI e XLVII do art 5ordm da Constituiccedilatildeo Federal Os princiacutepios da individualizaccedilatildeo e da humanidade da pena natildeo foram violados com a regra legal acima mencionada 8 Todos os benefiacutecios legais inerentes agrave execuccedilatildeo da pena e evidentemente compatiacuteveis com o regime fechado prosseguiam sendo aplicaacuteveis aos condenados por crime hediondo ou a ele equiparado de modo a estimular sua recuperaccedilatildeo e ressocializaccedilatildeo 9 Com a nova redaccedilatildeo do sect 1ordm e a introduccedilatildeo do sect 2ordm ambos do art 2ordm da Lei de Crimes Hediondos deveratildeo ser cumpridos os requisitos e condiccedilotildees impostas mesmo em relaccedilatildeo agraves pessoas que praticaram condutas criminosas em eacutepoca anterior agrave nova ordem juriacutedica instaurada sobre o tema Do contraacuterio haveria claro descumprimento do comando constitucional contido no art 5ordm XLIII natildeo cumprindo o papel axioloacutegico e a proacutepria razatildeo de ser da Lei nordm 807290 a saber tratar de modo mais rigoroso as hipoacuteteses relacionadas aos crimes hediondos e a eles equiparados 10 Concessatildeo parcial da ordem com revogaccedilatildeo da liminar (STF HC 89976 RJ Relator(a) Min ELLEN GRACIE Julgamento 26032009 Oacutergatildeo Julgador Tribunal Pleno Public 24-04-2009)

DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL RECURSO ORDINAacuteRIO EM HABEAS CORPUS PROGRESSAtildeO DE REGIME PRISIONAL FATO ANTERIOR Agrave LEI 1146407 PRECEDENTES DESTA CORTE PROVIMENTO PARCIAL 1 A questatildeo de direito versada nestes autos diz respeito agrave possibilidade (ou natildeo) de progressatildeo do regime de cumprimento da pena corporal imposta no periacuteodo de vigecircncia da redaccedilatildeo originaacuteria do art 2ordm sect 1ordm da Lei nordm 807290 2 O julgamento do Supremo Tribunal Federal em processos subjetivos relacionados ao caso concreto natildeo alterou a vigecircncia da regra contida no art 2ordm sect 1ordm da Lei nordm 807290 (na sua redaccedilatildeo original) 3 Houve necessidade da ediccedilatildeo da Lei nordm 1164607 para que

JURISPRUDEcircNCIAS

AGOSTO 2009 10

nordm 807290 4 Houve necessidade da ediccedilatildeo da Lei nordm 1164607 para que houvesse a alteraccedilatildeo da redaccedilatildeo do dispositivo legal Contudo levando em conta que - considerada a orientaccedilatildeo que passou a existir nesta Corte agrave luz do precedente no HC 82959SP - o sistema juriacutedico anterior agrave ediccedilatildeo da lei de 2007 era mais beneacutefico ao condenado em mateacuteria de requisito temporal (16 da pena) comparativamente ao sistema implantado pela Lei ndeg 1164607 (25 ou 35 dependendo do caso) deve ser concedida em parte a ordem para que haja o exame do pedido de progressatildeo do regime prisional do paciente levando em conta o requisito temporal de 16 da pena fixada 5 Habeas corpus concedido por considerar possiacutevel a progressatildeo do regime prisional desde que atendido o requisito temporal de cumprimento de 16 da pena cabendo ao juiz da execuccedilatildeo da pena apreciar o pedido de progressatildeo inclusive quanto agrave presenccedila dos demais requisitos considerado o fator temporal acima indicado (STF HC92477 SP Relator(a) Min ELLEN GRACIE Julgamento 21102008 Oacutergatildeo Julgador Segunda Turma Public 07-11-2008)

PENA - REGIME DE CUMPRIMENTO - PROGRESSAtildeO - RAZAtildeO DE SER A progressatildeo no regime de cumprimento da pena nas espeacutecies fechado semi-aberto e aberto tem como razatildeo maior a ressocializaccedilatildeo do preso que mais dia ou menos dia voltaraacute ao conviacutevio social PENA - CRIMES HEDIONDOS - REGIME DE CUMPRIMENTO - PROGRESSAtildeO - OacuteBICE - ARTIGO 2ordm sect 1ordm DA LEI Nordm 807290 - INCONSTITUCIONALIDADE - EVOLUCcedilAtildeO JURISPRUDENCIAL Conflita com a garantia da individualizaccedilatildeo da pena - artigo 5ordm inciso XLVI da Constituiccedilatildeo Federal - a imposiccedilatildeo mediante norma do cumprimento da pena em regime integralmente fechado Nova inteligecircncia do princiacutepio da individualizaccedilatildeo da pena em evoluccedilatildeo jurisprudencial assentada a inconstitucionalidade do artigo 2ordm sect 1ordm da Lei nordm 807290 CONFLITO DE LEIS NO TEMPO - LEI N ordm 114642007 - AFASTAMENTO A legislaccedilatildeo de regecircncia eacute a vigente na data em que praticado o crime natildeo se podendo cogitar de retroaccedilatildeo prejudicial ao paciente (STF HC91618 SP Relator(a) Min MARCO AUREacuteLIO Julgamento 19082008 Oacutergatildeo Julgador Primeira Turma Public 31-10-2008)

DIREITO PROCESSUAL PENAL RECURSO EXTRAORDINAacuteRIO DESCLASSIFICACcedilAtildeO DE CRIME DE LATROCIacuteNIO PARA HOMICIacuteDIO QUESTAtildeO INFRACONSTITUCIONAL NAtildeO CONHECIMENTO CRIME HEDIONDO REGIME INICIALMENTE

FECHADO LEI 1146407 RECURSO PARCIALMENTE CONHECIDO E NESSA PARTE PARCIALMENTE PROVIDO 1 Duas satildeo as questotildees tratadas no recurso extraordinaacuterio interposto a) a suposta violaccedilatildeo agrave norma constitucional que prevecirc a competecircncia do tribunal do juacuteri para os crimes dolosos contra a vida eis que natildeo seria crime de latrociacutenio mas sim de homiciacutedio b) a possiacutevel infringecircncia aos princiacutepios constitucionais da individualizaccedilatildeo e humanizaccedilatildeo da pena devido agrave imposiccedilatildeo do regime integralmente fechado em relaccedilatildeo agrave pena privativa de liberdade estabelecida em desfavor do recorrente 2 A respeito da primeira questatildeo o tema natildeo foi objeto de prequestionamento junto ao Tribunal de Justiccedila Ademais a pretensatildeo recursal relacionada agrave possiacutevel desclassificaccedilatildeo do crime de latrociacutenio para homiciacutedio envolveria o revolvimento de substrato faacutetico-probatoacuterio o que natildeo se revela possiacutevel em sede de recurso extraordinaacuterio 3 A respeito da segunda questatildeo ventilada no recurso extraordinaacuterio houve claro enfrentamento da vedaccedilatildeo da progressatildeo do regime de cumprimento da pena privativa de liberdade e a esse respeito o recurso merece ser conhecido 4 Era perfeitamente compatiacutevel com a Constituiccedilatildeo Federal a vedaccedilatildeo da progressatildeo do regime de cumprimento da pena quando da condenaccedilatildeo por praacutetica de crime hediondo ou a ele equiparado Daiacute a consideraccedilatildeo de que o tema referente ao regime de cumprimento da pena corporal ser apenas um dos aspectos relativos agrave execuccedilatildeo penal perfeitamente adequado agrave realidade dos crimes reputados mais danosos agrave sociedade em postura normativa perfeitamente coerente com a finalidade retributiva da pena 5 Sobreveio a Lei nordm 1146407 que alterou a redaccedilatildeo do art 2ordm sect 1ordm da Lei nordm 807290 ao prever que a pena por crime hediondo ou a ele equiparado seraacute cumprida em regime inicialmente fechado Diante da nova redaccedilatildeo deveratildeo ser cumpridos os requisitos e condiccedilotildees impostas mesmo em relaccedilatildeo agraves pessoas que praticaram condutas criminosas em eacutepoca anterior agrave nova ordem juriacutedica instaurada sobre o tema 6 Recurso extraordinaacuterio parcialmente conhecido e nesta parte parcialmente provido estabelecendo que o regime de cumprimento da pena seraacute o inicialmente fechado admitindo-se a progressatildeo do regime prisional desde que atendidos os requisitos do art 2ordm sectsect 1ordm e 2ordm da Lei nordm 807290 na redaccedilatildeo que lhe foi dada pela Lei nordm 1146407 (STF RE 552545 MG Relator(a) Min ELLEN GRACIE Julgamento 14102008 Oacutergatildeo Julgador Segunda Turma Public 21-11-2008)

houvesse a alteraccedilatildeo da redaccedilatildeo do dispositivo legal Contudo levando em conta que - considerada a orientaccedilatildeo que passou a existir nesta Corte agrave luz do precedente no HC 82959SP - o sistema juriacutedico anterior agrave ediccedilatildeo da lei de 2007 era mais beneacutefico ao condenado em mateacuteria de requisito temporal (16 da pena) comparativamente ao sistema implantado pela Lei ndeg 1164607 (25 ou 35 dependendo do caso) deve ser concedida em parte a ordem para que haja o exame do pedido de progressatildeo do regime prisional do paciente levando em conta o requisito temporal de 16 da pena fixada 4 No mesmo sentido HC 94025SP rel Min Menezes Direito 1ordf Turma DJ 03062008 Neste uacuteltimo julgado ficou expressamente consignado que ldquorelativamente aos crimes hediondos cometidos antes da vigecircncia da Lei nordm 1146407 a progressatildeo de regime carceraacuterio deve observar o requisito temporal previsto nos artigos 33 do Coacutedigo Penal e 112 da Lei de Execuccedilotildees Penais aplicando-se portanto a lei mais beneacuteficardquo O art 2deg sect 1deg da Lei ndeg 807290 (na sua redaccedilatildeo original) natildeo pode ser utilizado como paracircmetro de comparaccedilatildeo com a Lei ndeg 1146407 diante da sua declaraccedilatildeo de inconstitucionalidade ainda que no exerciacutecio do controle concreto no julgamento do HC ndeg 82959SP (rel Min Marco Aureacutelio) 5 Recurso ordinaacuterio em habeas corpus parcialmente provido e assim concedeu-se a ordem para considerar possiacutevel a progressatildeo do regime prisional desde que atendido o requisito temporal de cumprimento de 16 da pena cabendo ao juiz da execuccedilatildeo da pena apreciar o pedido de progressatildeo inclusive quanto agrave presenccedila dos demais requisitos considerado o fator temporal acima indicado (STF RHC 91300 DF Relator(a) Min ELLEN GRACIE Julgamento 05032009 Oacutergatildeo Julgador Tribunal Pleno Public 03-04-2009)

DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL HABEAS CORPUS REGIME PRISIONAL CRIME HEDIONDO DATA ANTERIOR Agrave LEI 1146407 SISTEMA JURIacuteDICO MAIS BENEacuteFICO CONCESSAtildeO DA ORDEM 1 A questatildeo de direito versada nestes autos diz respeito agrave possibilidade (ou natildeo) de progressatildeo do regime de cumprimento da pena corporal imposta no periacuteodo de vigecircncia da redaccedilatildeo originaacuteria do art 2ordm sect 1ordm da Lei nordm 807290 2 O tema relativo ao regime de cumprimento da pena que envolve mateacuteria relativa agrave execuccedilatildeo recebe consideraccedilotildees distintas quanto agrave natureza de seu enquadramento no sistema juriacutedico brasileiro 3 O julgamento do Supremo Tribunal Federal em processos subjetivos relacionados ao caso concreto natildeo alterou a vigecircncia da regra contida no art 2ordm sect 1ordm da Lei

JURISPRUDEcircNCIAS

AGOSTO 2009 11JURISPRUDEcircNCIAS

STJ

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL ROUBO CIRCUNSTANCIADO PENA DE 5 ANOS E 6 MESES DE RECLUSAtildeO PROGRESSAtildeO PARA O REGIME SEMI-ABERTO DEFERIDA PELO JUIZ DA VEC E CASSADA PELO TRIBUNAL A QUO AUSEcircNCIA DE MANIFESTACcedilAtildeO PREacuteVIA DO MP MATEacuteRIA NAtildeO ARGUumlIDA EM AGRAVO DE EXECUCcedilAtildeO REFORMATIO IN PEJUS SUacuteMULA 160STF DISPENSA DE EXAME CRIMINOLOacuteGICO POSSIBILIDADE PARECER DO MPF PELA DENEGACcedilAtildeO DO WRIT ORDEM CONCEDIDA POREacuteM PARA RESTABELECER A DECISAtildeO DE PRIMEIRO GRAU 1 O ato praticado fora dos ditames legais deve ser considerado nulo inclusive de ofiacutecio salvo quando tratar-se de nulidade natildeo arguumlida pela acusaccedilatildeo mas cujo reconhecimento poderaacute prejudicar a defesa por forccedila do princiacutepio da non reformatio in pejus esse eacute inclusive o teor da Suacutemula 160 do Pretoacuterio Excelso segundo a qual eacute nula a decisatildeo do Tribunal que acolhe contra o reacuteu nulidade natildeo arguumlida no recurso da acusaccedilatildeo ressalvados os casos de recurso de ofiacutecio 2 Natildeo obstante o recurso ministerial ter se restringido a alegaccedilatildeo da imprescindibilidade da realizaccedilatildeo de exame criminoloacutegico e parecer da Comissatildeo Teacutecnica de Classificaccedilatildeo para avaliar o requisito subjetivo exigido para fins de progressatildeo de regime o Tribunal a quo deu-lhe provimento em razatildeo da ausecircncia de preacutevia oitiva do Ministeacuterio Puacuteblico antes do deferimento da medida traduzindo verdadeira reformatio in pejus 3 Natildeo deve ser declarada nulidade quando natildeo resultar prejuiacutezo comprovado para a parte que a alega Isso porque o processo natildeo eacute um fim em si mesmo merecendo aproveitamento todos os atos que atingiram a sua finalidade e permitiram o exerciacutecio da ampla defesa e do contraditoacuterio 4 A nova redaccedilatildeo dada pela Lei 1079203 ao art 112 da LEP tornou prescindiacutevel a realizaccedilatildeo de exames periciais antes exigidos para a concessatildeo da progressatildeo de regime prisional cabendo ao Juiacutezo da Execuccedilatildeo a ponderaccedilatildeo casuiacutestica sobre a necessidade ou natildeo de adoccedilatildeo de tais medidas 5 Ordem concedida para restabelecer a decisatildeo de primeiro grau que havia deferido ao paciente o benefiacutecio da progressatildeo para o regime semi-aberto em que pese o parecer ministerial (STJ HC 90793 SP HABEAS CORPUS 20070220061-9 Relator(a) Ministro NAPOLEAtildeO NUNES MAIA FILHO Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 11122008 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 16022009)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL INDULTO DECRETO 562005 PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS NAtildeO-OCORREcircNCIA PATOLOGIAS ROL TAXATIVO CONSTRANGIMENTO ILEGAL NAtildeO-CONFIGURADO ORDEM DENEGADA 1 O Decreto 562005 autoriza o indulto ao condenado ldquoparapleacutegico tetrapleacutegico ou portador de cegueira total desde que tais condiccedilotildees natildeo sejam anteriores agrave praacutetica do ato e comprovadas por laudo meacutedico oficial ou na falta deste por dois meacutedicos designados pelo Juiacutezo da Execuccedilatildeordquo (art 1ordm VI a) 2 O benefiacutecio do indulto espeacutecie da clementia principis eacute de interpretaccedilatildeo restrita devendo ser concedido apenas quando estritamente preenchidos os requisitos expressos na norma regulamentadora 3 Na hipoacutetese em apreccedilo o Juiacutezo singular indeferiu o benefiacutecio sob o argumento de que o paciente natildeo preenche os requisitos estabelecidos no Decreto 562005 uma vez que natildeo eacute portador de cegueira total 4 Para se acolher a pretensatildeo aduzida pelo impetrante necessaacuterio seria extrapolar os limites do texto normativo cuja interpretaccedilatildeo cabe ao magistrado na medida em que impotildee a ampliaccedilatildeo do rol de patologiasconsequumlecircncias taxativamente estabelecido no decreto cuja elaboraccedilatildeo eacute da competecircncia discricionaacuteria e exclusiva do Presidente da Repuacuteblica a teor do art 84 XII da Constituiccedilatildeo Federal 5 Ordem denegada (STJ HC 93841 SP HABEAS CORPUS 20070259072-6 Relator(a) Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 09122008 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 02022009)

HABEAS CORPUS HOMICIacuteDIOS E ROUBOS QUALIFICADOS PACIENTE CONDENADO A 63 ANOS 11 MESES E 26 DIAS DELITOS COMETIDOS ANTERIORMENTE Agrave LEI DE CRIMES HEDIONDOS INDULTO COMUTACcedilAtildeO DE PENAS INADMISSIBILIDADE PRECEDENTES DO STJ ORDEM DENEGADA 1 Na esteira de firme jurisprudecircncia desta Corte Superior satildeo insuscetiacuteveis de indulto os crimes hediondos ainda que tenham sido cometidos antes da ediccedilatildeo da Lei 807290 tendo em vista que a natureza do crime deve ser aferida ao tempo da entrada em vigor da norma instituidora do benefiacutecio 2 Opina o MPF pela denegaccedilatildeo da ordem 3 Ordem denegada (STJ HC 88522 SP HABEAS CORPUS 20070185250-1 Relator(a) Ministro NAPOLEAtildeO NUNES MAIA FILHO Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 07102008 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 03112008)

PROCESSUAL PENAL HABEAS CORPUS INDULTO NATALINO DECRETO

Nordm 59932006 TESE NAtildeO APRESENTADA Agrave AUTORIDADE COATORA SUPRESSAtildeO DE INSTAcircNCIA DECRETO Nordm 562005 INDULTO NATALINO EXAME CRIMINOLOacuteGICO DESNECESSIDADE I - Tendo em vista que a alegaccedilatildeo de que estatildeo preenchidos os requisitos do indulto natalino com base no Decreto nordm 59932006 sequer foi suscitada perante a autoridade apontada como coatora fica esta Corte impedida de examinar tal alegaccedilatildeo sob pena de supressatildeo de instacircncia (Precedentes) II - Natildeo constando do Decreto nordm 56202005 a exigecircncia de realizaccedilatildeo de exame criminoloacutegico eacute vedado ao e Tribunal a quo condicionar a concessatildeo do indulto natalino agrave preacutevia realizaccedilatildeo do referido exame para afericcedilatildeo do meacuterito do sentenciado por absoluta falta de previsatildeo legal Writ parcialmente conhecido e nesta parte concedido (STJ HC 89686 RS HABEAS CORPUS 20070205954-0 Relator(a) Ministro FELIX FISCHER Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 15042008 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 30062008)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL DECRETO Nordm 44952002 HOMICIacuteDIO QUALIFICADO COMETIDO ANTERIORMENTE Agrave LEI Nordm 893094 CRIME HEDIONDO INDULTO INCABIMENTO 1 Eacute incabiacutevel a concessatildeo de indulto aos crimes hediondos na letra dos artigos 2ordm inciso I da Lei nordm 807290 e 5ordm inciso XLIII da Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica 2 Os crimes elencados como hediondos precisamente porque possuem nomen juris e natureza proacutepria por oacutebvio restam excluiacutedos da benesse estatal ainda quando cometidos antes da ediccedilatildeo da lei dos crimes hediondos que nesta categoria os compreendeu exclusivamente para fins investigatoacuterios processuais e de regime de cumprimento de pena 3 Ordem denegada (STJ HC 68877 SP HABEAS CORPUS 20060233951-6 Relator(a) Ministro HAMILTON CARVALHIDO Oacutergatildeo Julgador SEXTA TURMA Data do Julgamento 27052008 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 12082008)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL HOMICIacuteDIO QUALIFICADO PRATICADO ANTES DA EDICcedilAtildeO DA LEI 807290 COMUTACcedilAtildeO DE PENAS DECRETO 562005 POSSIBILIDADE EXAME CRIMINOLOacuteGICO PARA AFERIR O MERECIMENTO DO APENADO REQUISITO NAtildeO ESTABELECIDO NO REFERIDO DECRETO CONSTRANGIMENTO ILEGAL CARACTERIZADO ORDEM CONCEDIDA 1 Na anaacutelise do pedido de comutaccedilatildeo natildeo eacute permitido ao magistrado extrapolar os limites de interpretaccedilatildeo do decreto impondo requisito natildeo estabelecido no

AGOSTO 2009 12JURISPRUDEcircNCIAS

texto normativo cuja elaboraccedilatildeo eacute da competecircncia discricionaacuteria e exclusiva do Presidente da Repuacuteblica a teor do art 84 XII da Constituiccedilatildeo Federal 2 O art 8ordm do Decreto 562004 eacute claro ao excluir o benefiacutecio da comutaccedilatildeo apenas aos que tenham cometido o delito hediondo apoacutes a ediccedilatildeo da Lei 807290 sendo portanto descabido o indeferimento do pleito do paciente com fundamento na hediondez do delito o qual foi praticado em 11290 3 O Decreto 562005 autoriza a comutaccedilatildeo de 15 da pena imposta ao condenado reincidente que tenha cumprido 13 da pena e natildeo tenha sofrido sanccedilatildeo disciplinar por falta grave praticada nos uacuteltimos 12 meses do cumprimento da pena apurada na forma do art 59 e seguintes da Lei de Execuccedilotildees Penais contados retroativamente a partir da publicaccedilatildeo do referido decreto Dessa forma para a concessatildeo do benefiacutecio natildeo se exige a realizaccedilatildeo de exame criminoloacutegico a fim de aferir a presenccedila de requisitos subjetivos 4 Ordem concedida para anulando a decisatildeo singular e o acoacuterdatildeo assegurar ao paciente o direito de comutaccedilatildeo de sua pena nos termos do Decreto 562005 (STJ HC 100020 SP HABEAS CORPUS 20080027425-9 Relator(a) Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 28052008 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 04082008)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL PACIENTE CONDENADO PELA PRAacuteTICA DE ROUBO CIRCUNSTANCIADO RECEPTACcedilAtildeO QUALIFICADA E FURTOS (SIMPLES E QUALIFICADO) PENA DE 13 ANOS 7 MESES E 26 DIAS DE RECLUSAtildeO COMUTACcedilAtildeO DA PENA DEFERIDA PELO JUIZ DA VEC COM BASE NO DECRETO 562005 E CASSADA PELO TRIBUNAL A QUO COMETIMENTO DE FALTA GRAVE EM 230606 INTERRUPCcedilAtildeO DO PRAZO PARA A CONCESSAtildeO DO BENEFIacuteCIO AUSEcircNCIA DE CONSTRANGIMENTO ILEGAL IRRELEVAcircNCIA DA AFERICcedilAtildeO DE REQUISITO SUBJETIVO PARECER MINISTERIAL PELA CONCESSAtildeO DA ORDEM ORDEM DENEGADA 1 A interpretaccedilatildeo conjunta dos arts 112 118 I e 127 da LEP e do art 2o do Decreto 562005 permite a exegese de que a praacutetica de falta grave acarreta o reiniacutecio da contagem do periacuteodo de 13 da pena faltante para a obtenccedilatildeo da comutaccedilatildeo da pena Precedente da 5a Turma do STJ HC 80103SP de minha relatoria DJU 061008 2 Independentemente da discussatildeo a respeito de qualquer requisito de ordem subjetiva o paciente natildeo soma a seu favor o tempo de cumprimento de pena necessaacuterio agrave obtenccedilatildeo do benefiacutecio 3 Parecer do MPF pela concessatildeo da ordem 4 Ordem denegada (STJ HC 93996 SP HABEAS CORPUS 20070261591-5 Relator(a)

Ministro NAPOLEAtildeO NUNES MAIA FILHO Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 10022009 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 27042009)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL PACIENTE CONDENADO PELA PRAacuteTICA DE ROUBO E ROUBO CIRCUNSTANCIADO PENA DE 7 ANOS 6 MESES E 20 DIAS DE RECLUSAtildeO COMUTACcedilAtildeO DA PENA DEFERIDA PELO JUIZ DA VEC COM BASE NO DECRETO 529504 E CASSADA PELO TRIBUNAL A QUO COMETIMENTO DE FALTA GRAVE EM 291102 CONSISTENTE NA FUGA DO ESTABELECIMENTO PRISIONAL INTERRUPCcedilAtildeO DO PRAZO PARA A CONCESSAtildeO DO BENEFIacuteCIO AUSEcircNCIA DE CONSTRANGIMENTO ILEGAL ORDEM DENEGADA1 A jurisprudecircncia dessa Corte entende que ofende o princiacutepio da legalidade a decisatildeo que determina a interrupccedilatildeo do prazo para a aquisiccedilatildeo da benesse do Decreto 5295 em razatildeo do cometimento de falta de natureza grave uma vez que acaba por criar requisito objetivo natildeo previsto em lei 2 Creio que do ponto de vista positivo normativo rigorosamente literal esse posicionamento eacute incensuraacutevel entretanto ao meu sentir a interpretaccedilatildeo conjunta dos arts 112 118 I e 127 da LEP e do art 2o do Decreto 529504 permite a exegese de que a praacutetica de falta grave acarreta o reiniacutecio da contagem do periacuteodo de 13 da pena faltante para a obtenccedilatildeo da comutaccedilatildeo da pena 3 Parecer do MPF pela concessatildeo da ordem 4 Ordem denegada (STJ HC 80103 SP - Relator(a) Ministro NAPOLEAtildeO NUNES MAIA FILHO - Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA - Data do Julgamento 28082008 - Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 06102008)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL CORTE A QUO QUE MANTEVE A DECISAtildeO DE PRIMEIRO GRAU INDEFERITOacuteRIA DO BENEFIacuteCIO DA COMUTACcedilAtildeO DA PENA CONSTRANGIMENTO ILEGAL EVIDENCIADO PELA AUSEcircNCIA DE ANAacuteLISE NO ARESTO HOSTILIZADO DO PREENCHIMENTO (OU NAtildeO) DOS REQUISITOS PREVISTOS NO DECRETO 529504 PELO PACIENTE LIVRAMENTO CONDICIONAL IGUALMENTE INDEFERIDO COMETIMENTO DE FALTA GRAVE IMPOSSIBILIDADE DE INTERRUPCcedilAtildeO DO PRAZO PARA A CONCESSAtildeO DO BENEFIacuteCIO POR AUSEcircNCIA DE PREVISAtildeO LEGAL CONSTRANGIMENTO ILEGAL CONFIGURADO PRECEDENTES PARECER DO MPF PELA CONCESSAtildeO DA ORDEM ORDEM CONCEDIDA PARA QUE O TRIBUNAL A QUO ANALISE AS CONDICcedilOtildeES PARA A CONCESSAtildeO DA COMUTACcedilAtildeO DA PENA DO PACIENTE LEVANDO-SE EM CONSIDERACcedilAtildeO

SOMENTE OS REQUISITOS PREVISTOS NO DECRETO 529504 BEM COMO PARA QUE APRECIE O PEDIDO DE LIVRAMENTO CONDICIONAL SUPERADO O OacuteBICE RELATIVO Agrave INTERRUPCcedilAtildeO DO PRAZO PARA A CONCESSAtildeO DO BENEFIacuteCIO CONSIDERANDO A FRACcedilAtildeO DA PENA EVENTUALMENTE COMUTADA 1 O Decreto 529504 exige para fins de obtenccedilatildeo do benefiacutecio da comutaccedilatildeo das penas que o condenado preencha dois requisitos quais sejam cumprir um quarto da sanccedilatildeo se primaacuterio ou um terccedilo se reincidente ateacute a data de 25 de dezembro de 2004 bem como natildeo ter cometido falta grave nos uacuteltimos doze meses de cumprimento da pena 2 In casu o acoacuterdatildeo impugnado sequer fez menccedilatildeo ao implemento (ou natildeo) dos requisitos previstos no art 2o cc o art 4o do Decreto 529504 cingindo-se as razotildees para a manutenccedilatildeo do indeferimento do benefiacutecio agrave impossibilidade de anaacutelise do cumprimento das condiccedilotildees objetivas e subjetivas para a concessatildeo do pleiteado benefiacutecio em sede de Habeas Corpus e agraves diversas condenaccedilotildees que ostenta o paciente 3 A verificaccedilatildeo das condiccedilotildees para a concessatildeo da comutaccedilatildeo todavia eacute plenamente factiacutevel em Habeas Corpus por natildeo exigir ampla incursatildeo probatoacuteria De outra parte o indeferimento da benesse com supedacircneo na existecircncia de diversas condenaccedilotildees em desfavor do paciente viola o princiacutepio da legalidade por constituir exigecircncia de requisitos estranhos aos previstos no decreto 529504 Precedentes 4 O art 83 I do CPB exige para fins de obtenccedilatildeo do benefiacutecio do livramento condicional o cumprimento de mais de um terccedilo da pena total imposta ao sentenciado Assim ofende o princiacutepio da legalidade a decisatildeo que determina a interrupccedilatildeo do prazo para a aquisiccedilatildeo da referida benesse uma vez que acaba por criar requisito objetivo natildeo previsto em lei 5 Parecer do MPF pela concessatildeo do writ 6 Ordem concedida para que o Tribunal a quo analise as condiccedilotildees para a concessatildeo da comutaccedilatildeo da pena do paciente levando-se em consideraccedilatildeo somente os requisitos previstos no Decreto 529504 bem como para que aprecie o pedido de livramento condicional superado o oacutebice relativo agrave interrupccedilatildeo do prazo para a concessatildeo do benefiacutecio considerando a fraccedilatildeo da pena eventualmente comutada (STJ HC 114222 SP HABEAS CORPUS 20080187375-9 Relator(a) Ministro NAPOLEAtildeO NUNES MAIA FILHO Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 29042009 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 01062009)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL FALTA GRAVE INTERRUPCcedilAtildeO NA CONTAGEM DO LAPSO TEMPORAL PARA A CONCESSAtildeO DE BENEFIacuteCIO DE PROGRESSAtildeO DE REGIME

AGOSTO 2009 13JURISPRUDEcircNCIAS

PRISIONAL ENTENDIMENTO DO TRIBUNAL A QUO EM CONSONAcircNCIA COM A JURISPRUDEcircNCIA DESTA CORTE LIVRAMENTO CONDICIONAL E COMUTACcedilAtildeO DAS PENAS INTERRUPCcedilAtildeO DO PRAZO PARA OBTENCcedilAtildeO DO BENEFIacuteCIO PELO CONDENADO ILEGALIDADE AUSEcircNCIA DE PREVISAtildeO LEGAL PRECEDENTES INAPLICABILIDADE DO EFEITO INTERRUPTIVO QUANTO AO LIVRAMENTO CONDICIONAL E Agrave COMUTACcedilAtildeO RECONHECIDA PELO TRIBUNAL DE ORIGEM FALTA DE INTERESSE PROCESSUAL CONSTRANGIMENTO ILEGAL NAtildeO EVIDENCIADO 1 O cometimento de falta grave embora interrompa o prazo para a obtenccedilatildeo dos benefiacutecios da progressatildeo de regime natildeo o faz para fins de concessatildeo dos benefiacutecios do livramento condicional e da comutaccedilatildeo da pena por ausecircncia de previsatildeo legal Precedentes 2 Nos termos do acoacuterdatildeo hostilizado verifica-se que o efeito interruptivo somente foi reconhecido relativamente agrave progressatildeo de regime ficando ressalvada a sua inaplicabilidade com relaccedilatildeo ao livramento condicional e agrave comutaccedilatildeo evidenciado nesse particular a falta de interesse processual na medida em que natildeo evidenciado nos autos qualquer constrangimento ilegal contra o Paciente inexistindo pois ato coator por parte do Tribunal quanto ao pleitos de comutaccedilatildeo e de livramento condicional 3 Habeas corpus parcialmente conhecido e nessa parte denegado (STJ HC 121513 SP HABEAS CORPUS 20080258389-0 Relator(a) Ministra LAURITA VAZ Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 27042009 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 25052009)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL PEDIDO DE COMUTACcedilAtildeO DA PENA INDEFERIDO PELO JUIZ DA VEC E PELO TRIBUNAL A QUO PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS OBJETIVOS E SUBJETIVOS EXIGIDOS PELO DECRETO 529504 COMETIMENTO DE FALTA GRAVE EM 08032003 INTERRUPCcedilAtildeO DO PRAZO PARA A CONCESSAtildeO DO BENEFIacuteCIO IMPOSSIBILIDADE AUSEcircNCIA DE PREVISAtildeO LEGAL CONSTRANGIMENTO ILEGAL CONFIGURADO PRECEDENTES PARECER DO MPF PELA CONCESSAtildeO DA ORDEM ORDEM CONCEDIDA PARA DEFERIR AO PACIENTE O DIREITO Agrave COMUTACcedilAtildeO DA PENA 1 O Decreto 529504 exige para fins de obtenccedilatildeo do benefiacutecio da comutaccedilatildeo das penas que o condenado reincidente preencha dois requisitos quais sejam 1) cumprimento de 14 da sanccedilatildeo se primaacuterio e 13 se reincidente ateacute a data de 25 de dezembro de 2004 2) natildeo cometimento de falta grave nos uacuteltimos doze meses de cumprimento da pena contados retroativamente agrave

publicaccedilatildeo do referido Decreto 2 Ofende o princiacutepio da legalidade a decisatildeo que determina a interrupccedilatildeo do prazo para aquisiccedilatildeo da referida benesse uma vez que acaba por criar requisito objetivo natildeo previsto em lei Precedentes do STJ 3 Parecer do MPF pela concessatildeo do writ 4 Ordem concedida (STJ HC 113513 SP HABEAS CORPUS 20080180026-0 Relator(a) Ministro NAPOLEAtildeO NUNES MAIA FILHO Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 16042009 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 25052009)

HABEAS CORPUS PACIENTE CUMPRIDO PENA TOTAL DE 55 ANOS 4 MESES E 10 DIAS DE RECLUSAtildeO POR DIVERSAS INFRACcedilOtildeES AO ART 157 sect 2o I E II DO CPB FUNDAMENTACcedilAtildeO COM ARRIMO NO PARECER MINISTERIAL AUSEcircNCIA DE NULIDADE LIVRAMENTO CONDICIONAL REVOGACcedilAtildeO CONDENACcedilAtildeO IRRECORRIacuteVEL POR CRIME COMETIDO DURANTE O PERIacuteODO DE PROVA PLEITO DE COMUTACcedilAtildeO DE PENA (DECRETO PRESIDENCIAL 562005) DESCONSIDERACcedilAtildeO DO PERIacuteODO EM QUE O PACIENTE ESTAVA EM LIBERDADE NOVO CAacuteLCULO DA PENA COM INCIDEcircNCIA DO ART 88 DO CPB POSSIBILIDADE PRECEDENTE DESTA CORTE SUPERIOR ORDEM DENEGADA 1 Inserir na fundamentaccedilatildeo trecho do parecer da Procuradoria-Geral de Justiccedila natildeo provoca a nulidade da decisatildeo 2 Vem entendendo esta Corte Superior pela ausecircncia de ilegalidade quanto agrave desconsideraccedilatildeo do tempo em livramento condicional para fins de comutaccedilatildeo de pena tendo havido a revogaccedilatildeo do benefiacutecio em razatildeo de condenaccedilatildeo irrecorriacutevel por crime cometido durante o periacuteodo de prova 3 Revogado o benefiacutecio do livramento condicional antes de expirado o periacuteodo de prova e apoacutes o tracircnsito em julgado da uacuteltima condenaccedilatildeo natildeo haacute falar em ilegalidade da decisatildeo que determinou a realizaccedilatildeo de novo caacutelculo da pena na forma do art 88 do Coacutedigo Penal (HC 43337RJ Rel Min ARNALDO ESTEVES LIMA DJU 020506) 4 Opina o MPF pela concessatildeo parcial da ordem 5 Ordem denegada (STJ HC 85187 RJ HABEAS CORPUS 20070140768-6 Relator(a) Ministro NAPOLEAtildeO NUNES MAIA FILHO Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 16102008 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 24112008)

TJRJ

AGRAVO EXECUCcedilAtildeO PENAL Comutaccedilatildeo de pena Decreto Presidencial nordm 599306 Cumprimento do requisito objetivo - lapso temporal de um ano a

contar da publicaccedilatildeo do Decreto sem falta grave Para fins de concessatildeo de comutaccedilatildeo ou indulto deve ser analisado o comportamento do sentenciado durante todo periacuteodo de caacutercere ou de prova Indeferimento do pleito por ausecircncia do requisito subjetivo Se o apenado obteve o benefiacutecio de visita perioacutedica ao lar em setembro de 2006 e no mecircs de janeiro de 2007 deixou de retornar agrave Unidade natildeo pode ter deferido seu pedido de comutaccedilatildeo com base no Decreto Presidencial expedido no ano de 2006 Se o apenado encontra-se na situaccedilatildeo de evadido do Sistema natildeo eacute razoaacutevel admitir que ostente direito de obter novo benefiacutecio Repercussatildeo da conduta em toda a execuccedilatildeo de pena Recurso a que se nega provimento (TJRJ - AGRAVO DE EXECUCAO PENAL 200907600144 DES MARCO AURELIO BELLIZZE - Julgamento 29042009 - PRIMEIRA CAMARA CRIMINAL)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL LEI 721084 PEDIDO DE COMUTACcedilAtildeO DE PENA COM BASE NO DECRETO PRESIDENCIAL Nordm 449502 CUMPRIMENTO DO REQUISITO OBJETIVO AUSEcircNCIA DE MEacuteRITO CARCERAacuteRIO EM RAZAtildeO DE COMETIMENTO DE CRIMES DURANTE O PERIacuteODO DE PROVA DO LIVRAMENTO CONDICIONAL REPERCUSSAtildeO DAS CONDUTAS NO PEDIDO DE COMUTACcedilAtildeO CONSTRANGIMENTO ILEGAL INEXISTENTE DENEGACcedilAtildeO DA ORDEM(TJRJ HABEAS CORPUS 200805908014 JDS DES MARIA ANGELICA GUEDES - Julgamento 13012009 - TERCEIRA CAMARA CRIMINAL)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL DECISAtildeO JUDICIAL DENEGATOacuteRIA DO INDULTO FUNDAMENTADA NO FATO DE QUE O DEFERIMENTO DE INDULTO OU COMUTACcedilAtildeO DEPENDE DE CUMPRIMENTO DE REQUISITO SUBJETIVO QUE DEVE SER AVALIADO DURANTE TODA A EXECUCcedilAtildeO DA PENA IMPUGNACcedilAtildeO PELA VIA DE HABEAS CORPUS SEM NOTIacuteCIA DE INTERPOSICcedilAtildeO DE AGRAVO ADMISSIBILIDADE DA ACcedilAtildeO CONSTITUCIONAL HAJA VISTA A MANIFESTA ILEGALIDADE DA DECISAtildeO COM INTERFEREcircNCIA DIRETA NO DIREITO DE LIBERDADE DO PACIENTE DECRETO DE INDULTOCOMUTACcedilAtildeO QUE DEFINE AS CONDICcedilOtildeES DE DEFERIMENTO DOS DIREITOS A QUE ALUDE E NAtildeO OFERECE MARGEM A TEMPERAMENTO JUDICIAL PRINCIacutePIO DE ESTRITA LEGALIDADE CRIACcedilAtildeO JUDICIAL DE CONDICcedilAtildeO PARA DEFERIMENTO DE INDULTOCOMUTACcedilAtildeO QUE VIOLA O PRINCIacutePIO CONSTITUCIONAL DA SEPARACcedilAtildeO DOS PODERES E ATENTA CONTRA

AGOSTO 2009 14JURISPRUDEcircNCIAS

O PRINCIacutePIO CONSTITUCIONAL DA RESERVA LEGAL EM MATEacuteRIA DE SANCcedilAtildeO PENAL CASO CONCRETO REGULADO PELO DECRETO Nordm 5993 DE 19 DE DEZEMBRO DE 2006 QUE ESTABELECE QUE OS CONDENADOS QUE NAtildeO TENHAM SIDO PUNIDOS POR FALTA GRAVE NOS UacuteLTIMOS DOZE MESES DE CUMPRIMENTO DE PENA TERAtildeO DIREITO AO INDULTO OU Agrave COMUTACcedilAtildeO CONTADO O RESPECTIVO PRAZO RETROATIVAMENTE Agrave DATA DE PUBLICACcedilAtildeO DO DECRETO HABEAS CORPUS NAtildeO INSTRUIacuteDO DE SORTE A DEFINIR O TEMPO DE CONDENACcedilAtildeO E DEMAIS CIRCUNSTAcircNCIAS PARA AFERICcedilAtildeO DO DIREITO AO INDULTO OU COMUTACcedilAtildeO CONSTRANGIMENTO CONFIGURADO DECISAtildeO LIMITADA Agrave DECLARACcedilAtildeO DA NULIDADE DO PRONUNCIAMENTO JUDICIAL QUE OPOcircS AO INDULTOCOMUTACcedilAtildeO AS FALTAS GRAVES COMETIDAS ANTES E DEPOIS DO PERIacuteODO AQUISITIVO DO DIREITO NOVA DECISAtildeO QUE DEVERAacute SER PROFERIDA PELO JUIZ DA EXECUCcedilAtildeO COM EXPRESSA DESCONSIDERACcedilAtildeO DO OacuteBICE DECLARADO ILEGAL Decisatildeo que indeferiu o indulto sob o fundamento de que haveria requisito subjetivo para o deferimento deste indulto e que tal requisito deveria ser avaliado durante a execuccedilatildeo da pena A rigor o habeas corpus natildeo constitui instrumento adequado para o exame direto do pleito de indulto por causa da previsatildeo de recurso proacuteprio Patente a ilegalidade todavia cabe habeas corpus para fazer cessar o constrangimento ilegal Decreto de indulto que natildeo estipula requisitos de ordem subjetiva para a admissatildeo do referido direito Ato do Presidente da Repuacuteblica que natildeo pode ser alterado pelo juiz sob pena de violaccedilatildeo do princiacutepio da separaccedilatildeo dos Poderes Exigecircncia normativa conformada agrave condenaccedilatildeo primariedade ou reincidecircncia situaccedilotildees especiacuteficas descritas no decreto tempo de cumprimento de pena e inexistecircncia de falta grave nos doze uacuteltimos meses da execuccedilatildeo a contar da publicaccedilatildeo do Decreto Impossibilidade de o juiz invadir a competecircncia do Chefe do Executivo e definir outros requisitos aleacutem dos previstos no Decreto Violaccedilatildeo tambeacutem do princiacutepio da reserva legal definido no artigo 5ordm inciso XXXIX da Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica que veda ao julgador agravar a sanccedilatildeo ainda que em acircmbito de execuccedilatildeo valendo-se de requisitos que natildeo estatildeo previstos em lei Caso concreto que elege faltas graves anterior e posterior ao periacuteodo aquisitivo do direito (28 de novembro de 2005 e 01 de novembro de 2007) como fundamento para indeferir pedido de indulto de pena Instruccedilatildeo todavia insuficiente deste habeas corpus de sorte a determinar a incidecircncia de indulto ou comutaccedilatildeo e

mesmo do tempo total de condenaccedilatildeo Necessidade de nova avaliaccedilatildeo do caso pelo juiz natural com expressa exclusatildeo do ldquorequisitordquo indevidamente considerado para obstar o deferimento do direito ao condenado ORDEM CONCEDIDA (TJRJ - HABEAS CORPUS - 200805906809 - DES GERALDO PRADO - Julgamento 13112008 - QUINTA CAMARA CRIMINAL)

EMENTA - INDULTO CONDICIONAL - COMETIMENTO DE NOVO CRIME NO PERIacuteODO DA CONDICcedilAtildeO - CONDENACcedilAtildeO TRANSITADA EM JULGADO - INCIDENTE DE REVOGACcedilAtildeO DO INDULTO TRAMITANDO REGULARMENTE CONSIDERADA A DATA DO TRAcircNSITO EM JULGADO DO NOVO CRIME - NECESSIDADE DE ELABORACcedilAtildeO DE NOVO CAacuteLCULO DE PENA PARA SE ESTABELECER O REGIME PRISIONAL - AUSEcircNCIA DE CONSTRANGIMENTO ILEGAL Se o paciente deu causa a revogaccedilatildeo do indulto condicional que lhe foi deferido pois cometeu novo crime no periacuteodo da condiccedilatildeo cuja sentenccedila condenatoacuteria jaacute transitou em julgado e estando em tramitaccedilatildeo regular o incidente de execuccedilatildeo visando estabelecer o regime prisional ao qual ficaraacute submetido para o cumprimento da pena unificada inocorre o alegado constrangimento ilegalOrdem denegada (TJRJ HABEAS CORPUS 200805906725 DES VALMIR DE OLIVEIRA SILVA - Julgamento 11112008 - TERCEIRA CAMARA CRIMINAL)

RECURSO DE AGRAVO - REVOGACcedilAtildeO DO LIVRAMENTO CONDICIONAL SEM OITIVA DO APENADO - POSSIBILIDADE - ARTIGO 87 DO CP - COMUTACcedilAtildeO DE frac14 DA PENA NECESSIDADE DE APRECIACcedilAtildeO QUANTO AOS REQUISITOS OBJETIVOS E SUBJETIVOS - DESPROVIMENTO DO RECURSO UNAcircNIME(TJRJ AGRAVO DE EXECUCAO PENAL 200807600839 DES ELIZABETH GREGORY - Julgamento 07102008 - SETIMA CAMARA CRIMINAL)

EMENTA RECURSO DE AGRAVO EM EXECUCcedilAtildeO DECRETO Nordm 59932006 - AGRAVANTE CONDENADO PELA PRAacuteTICA DE VAacuteRIOS CRIMES GRAVES INCLUINDO O DE TRAacuteFICO ILIacuteCITO DE ENTORPECENTES QUE REQUER A COMUTACcedilAtildeO PREVISTA NO DECRETO Nordm 59932006 IMPOSSIBILIDADE - O ART 8ordm I DO DECRETO Nordm 59932006 VEDA EXPRESSAMENTE A CONCESSAtildeO DO BENEFIacuteCIO AgraveQUELES QUE COMETERAM O CRIME DE TRAacuteFICO ILIacuteCITO DE ENTORPECENTES INDEPENDENTE DE QUANDO ESTE FORA COMETIDO - RECURSO A QUE SE NEGA PROVIMENTO (TJRJ AGRAVO

DE EXECUCAO PENAL 200807600859 DES ANTONIO JOSE CARVALHO - Julgamento 23092008 - SEGUNDA CAMARA CRIMINAL)

200807700052 - CORREICAO PARCIAL - 1ordf EmentaDES KATIA JANGUTTA - Julgamento 17022009 - SEGUNDA CAMARA CRIMINAL

Correiccedilatildeo parcial Indeferimento do pedido de esclarecimentos da Folha de Antecedentes Criminais do ora reclamado que visava agrave anaacutelise pelo Parquet da possibilidade de concessatildeo de benefiacutecios tais como a unificaccedilatildeo das penas privativas de liberdade e suas consequumlecircnciasCom efeito o poder requisitoacuterio do Ministeacuterio Puacuteblico estaacute regulado em lei e embora o artigo 47 do Coacutedigo de Processo Penal lhe atribua legitimidade para requisitar diretamente a quaisquer autoridades ou funcionaacuterios documentos ou elementos de convicccedilatildeo que julgue necessaacuterios o artigo 399 daquele estatuto processual conferiu-lhe o direito subjetivo de requerer ao juiz as diligecircncias que julgar convenientes in casu o que achou imprescindiacutevel ao exame dos requisitos relativos aos benefiacutecios contidos na Lei de Execuccedilotildees Penais Eacute preciso ter em conta que a diligecircncia pleiteada pelo Parquet natildeo dizia apenas com a requisiccedilatildeo da FAC mas com informaccedilotildees e esclarecimentos referentes agraves anotaccedilotildees nela contidas a serem fornecidas por outros Juiacutezos que efetivamente soacute a concederiam mediante solicitaccedilatildeo de outra autoridade judiciaacuteria Correiccedilatildeo provida

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL COMUTACcedilAtildeO DE PENA VIA INIDOcircNEA TAL BENEFIacuteCIO DEVE SER PROCESSADO OBSERVANDO-SE QUANTO Agrave EVENTUAL EXISTEcircNCIA DE FALTA GRAVE OS 12 UacuteLTIMOS MESES DE CUMPRIMENTO DA PENA A CONTAR DA DATA DA PUBLICACcedilAtildeO DO DECRETO Nordm 562005 LIVRAMENTO CONDICIONAL NAtildeO COMPARECIMENTO DO LIBERADO REVOGACcedilAtildeO DO BENEFIacuteCIO PORQUE DESCUMPRIDAS AS CONDICcedilOtildeES AgraveS QUAIS O MESMO FICA SUBORDINADO AUSEcircNCIA DE OITIVA PREacuteVIA A REVOGACcedilAtildeO DO BENEFIacuteCIO SEJA OBRIGATOacuteRIA OU FACULTATIVA TANTO PODE SER DECRETADA PELO JUIZ DE OFIacuteCIO COMO A REQUERIMENTO DO MINISTEacuteRIO PUacuteBLICO MEDIANTE REPRESENTACcedilAtildeO DO CONSELHO PENITENCIAacuteRIO DEVENDO ANTES SER OUVIDO O APENADO A SUSPENSAtildeO CAUTELAR Eacute MEDIDA APTA A IMPEDIR QUE O AGENTE DETERMINE POR VONTADE PROacutePRIA A DATA FINAL DE PRESTACcedilAtildeO DE CONTAS AO ESTADO PELO CRIME COMETIDO CONVOLACcedilAtildeO

AGOSTO 2009 15JURISPRUDEcircNCIAS

DA REVOGACcedilAtildeO DO LIVRAMENTO CONDICIONAL EM SUSPENSAtildeO CAUTELAR PARA DETERMINAR EXPEDICcedilAtildeO DE DILIGEcircNCIAS NO JUIacuteZO A QUO INCLUSIVE COM A MANUTENCcedilAtildeO DO MANDADO DE PRISAtildeO COMO FORMA DE OBJETIVAR A OITIVA DO PACIENTE FORAGIDO ORDEM PARCIALMENTE CONCEDIDA (TJRJ HABEAS CORPUS 200805903921 DES ADILSON VIEIRA MACABU - Julgamento 05082008 - SEGUNDA CAMARA CRIMINAL)

EMENTAacuteRIO DE JURISPRUDEcircNCIA CRIMINAL Nordm 172009

COMISSAtildeO DE JURISPRUDEcircNCIA Presidente DES CHERUBIN HELCIAS SCHWARTZ Organizaccedilatildeo Serviccedilo de Publicaccedilatildeo de Jurisprudecircncia (DGCON-SEJUR) da Divisatildeo de Gestatildeo de Acervos Jurisprudenciais (DGCON-DIJUR) - dijurtjrjgovbr Rua Erasmo Braga nordm 115 - Lamina I - 6ordm andar - Sala 635

bull Ementa nordm 8 - LIVRAMENTO CONDICIONAL REINCIDENCIA

bull Ementa nordm 15 - VISITA A FAMILIA INDEFERIMENTO

Ementa nordm 8

LIVRAMENTO CONDICIONAL REINCIDENCIA INICIO DA CONTAGEM DO PRAZO DATA DA CONCESSAO DO LIVRAMENTO

DIREITO CONSTITUCIONAL PENAL E PROCESSUAL PENALO apenado postulou a concessatildeo do benefiacutecio da comutaccedilatildeo da pena e do livramento condicional vindo o MP de opor-se a tal pretensatildeo ao argumento de que o apenado seria reincidenteO MM Dr Juiz da execuccedilatildeo negando razatildeo ao MP deferiu o postulado pelo apenado com fincas no inciso I do art 64 do CPEmbora o magistrado natildeo tenha explicitado as razotildees pelas quais ele entendia contrariamente agrave tese do MP que o apenado natildeo seria reincidente a essa motivaccedilatildeo chega-se facilmente atraveacutes da interpretaccedilatildeo da parte final do inciso I do art 64 do CPO livramento condicional como o proacuteprio nome diz traduz concessatildeo de liberdade sob condiccedilatildeo suspensiva e tanto assim o eacute que o art 89 do CP fala em ldquodeclarar extinta a penardquoVencido o periacuteodo de prova sem que o apenado torne a delinquir a contagem do prazo para fins de reincidecircncia haacute que ser feita com base na data em que foi concedido o livramento e natildeo do seu teacuterminoSe o apenado obteve

o livramento em 29 de marccedilo de 2000 e vem de praticar novo crime em 27 de maio de 2005 pela regra do inciso I do art 64 do CP ele natildeo pode ser considerado reincidente O fato de o juiz que condenou o Agravado tecirc-lo tido como reincidente natildeo impede o desprovimento do recurso do MP na medida em que isso natildeo constou como causa de pedir interna no recurso do MPRECURSO CONHECIDO MAS DESPROVIDO

200807601074 - RECURSO DE AGRAVO (LEI 721084) CAPITAL - SETIMA CAMARA CRIMINAL - Por maioria DES MAURILIO PASSOS BRAGA - Julg 24032009

Ementa nordm 15

VISITA A FAMILIA INDEFERIMENTO AUSENCIA DE FUNDAMENTOS ADEQUADOS ANULACAO DA DECISAO ORDEM CONCEDIDA PARCIALMENTE

HABEAS CORPUS CRIME HEDIONDO INDEFERIMENTO DO PLEITO DE VISITA PERIOacuteDICA Agrave FAMIacuteLIA AUSEcircNCIA DE FUNDAMENTOS ADEQUADOS ORDEM PARCIALMENTE CONCEDIDA PARA ANULAR A DECISAtildeO UNANIMIDADETendo em vista seus propoacutesitos a execuccedilatildeo da pena privativa de liberdade natildeo pode ser tratada como se fosse outro processo de conhecimento condenatoacuterio E assim como natildeo se permite que na aplicaccedilatildeo das penas as respectivas bases sejam fixadas com fundamentos geneacutericos e inerentes ao proacuteprio tipo tambeacutem natildeo se admite que na execuccedilatildeo se recuse ao condenado algum benefiacutecio ou direito com fundamentos geneacutericos de conveniecircncia e ligados agrave gravidade proacutepria do crime Eacute que a realidade agora eacute outra e decorre do comportamento e das condiccedilotildees pessoais do condenado evidenciados durante a execuccedilatildeo de sua pena Afinal de contas a execuccedilatildeo eacute uma extensatildeo do princiacutepio da individualizaccedilatildeo das penas que natildeo se esgota portanto com a sua fixaccedilatildeoAleacutem disso natildeo se pode nem se deve lamentar que inuacutemeros condenados pela praacutetica de crime hediondo tenham alcanccedilado regime mais brando porque se o conseguiram foi porque preenchendo os necessaacuterios requisitos tinham direito a isto e deve-se torcer que se tenham tornado pessoas melhoresMas como natildeo se pode transformar o processo relativo ao habeas corpus num paralelo agravequele que flui no juiacutezo da execuccedilatildeo a fim de verificar se o paciente preenche os requisitos legais para lhe ser deferida a visita perioacutedica agrave famiacutelia concede-se parcialmente a ordem a fim de anular a decisatildeo de primeiro grau por falta de adequada fundamentaccedilatildeo

possibilitando a ediccedilatildeo de outra de acordo com as exigecircncias do ordenamento juriacutedico Unanimidade

200905901194 - HABEAS CORPUS CAPITAL - QUINTA CAMARA CRIMINAL - Unanime DES NILDSON ARAUJO DA CRUZ - Julg 22042009

Page 2: Ministério Público do Estado do Rio de JaneiroBOLETIM INFORMATIVO - Nº 07 - ANO I - AGOSTO 2009 Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro Marcelo Gomes Silva Promotor de

Ainda que se admitisse a classificaccedilatildeo subjetiva veja-se que estaacute se tratando de comportamento exterior ou seja se cumpre ou natildeo as determinaccedilotildees do ad-ministrador ou se tentou ou natildeo fugir mas natildeo das condiccedilotildees subjetivas intriacuten-secas agrave psique do apenado

Acerca disto jaacute ensinou Mirabete2

ldquoNatildeo basta bom comportamento carceraacuterio para preencher o requisito subjetivo indispensaacutevel agrave progres-satildeo Bom comportamento natildeo se confunde com aptidatildeo ou adaptaccedilatildeo do condenado e muito menos serve como iacutendice fiel de sua readapta-ccedilatildeo social Ensina Hans Goumlbbels lsquoO bom comportamento de um preso natildeo pode ser determinante imediata para estabelecer-lhe um prognoacutesti-co bioloacutegico-social favoraacutevel prin-cipalmente porque tal comprovante da melhoria se baseia fundamental-mente em informes de funcionaacuterios de prisotildees fornecidos pouco antes da liberaccedilatildeo e que se atecircm ao bom comportamento externo a fim de facilitar a readaptaccedilatildeo sem inconve-nientes ao termo de condenaccedilatildeo Na verdade a adaptaccedilatildeo do senten-ciado agrave organizaccedilatildeo do estabeleci-mento se deve a vaacuterios e muacuteltiplos fatores simultacircneos e justapostos e somente a verificaccedilatildeo dos motivos predominantes permitiraacute uma con-clusatildeo motivada sobre o caraacuteterrdquo

Aponta-se neste aspecto o segundo engano decorrente de uma anaacutelise pura da Lei e sem a contextualizar com a Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Coacutedigo Pe-nal e demais artigos da LEP fazendo supor que o exame criminoloacutegico natildeo seja mais exigiacutevel para a concessatildeo de progressatildeo de regime

Fundamental pois eacute que se avalie natildeo apenas se o apenado praticou ou natildeo faltas disciplinares mas sim suas con-diccedilotildees psicoloacutegicas para regresso ao conviacutevio social tiacutepico do sistema de pro-gressatildeo adotado pelo Brasil

A anaacutelise da personalidade do sen-tenciado seu grau de periculosidade entendimento dos fins da reprimenda probabilidade de voltar a delinquumlir e su-gestatildeo de formas de medidas necessaacute-rias ressocializaccedilatildeo satildeo fundamentais para a colocaccedilatildeo do apenado em um regime prisional mais brando

Ao abandonar olimpicamente o parecer da Comissatildeo Teacutecnica de Classificaccedilatildeo e o exame criminoloacutegico a Lei pecou Seguiu o caminho mais faacutecil mas natildeo necessariamente o mais correto Natildeo

veio agrave tona qualquer justificativa teacutecnica e loacutegica para a extinccedilatildeo

Ficaria portanto a sociedade refeacutem da anaacutelise empiacuterica sob o aspecto de co-nhecimento em psicologia quando mui-to dos operadores do Direito

O exame criminoloacutegico eacute uma garantia que o Estado-Juiz possui para a con-cessatildeo da liberdade a um condenado Natildeo que o Magistrado fique adstrito ao laudo mas lhe daacute consideraacutevel suporte para a decisatildeo

A jurisprudecircncia unacircnime dos Tribunais paacutetrios reconhece a importacircncia da rea-lizaccedilatildeo da referida periacutecia Cite-se como exemplo o Tribunal Catarinense3

ldquoSomente atraveacutes da anaacutelise global da vida carceraacuteria do reeducando inclusive com o exame criminoloacutegico daquele submetido ao regime fecha-do sopesando-se os pontos negati-vos e positivos que possam denotar sua reabilitaccedilatildeo poder-se-aacute consta-tar com seguranccedila sua aptidatildeo para progressatildeo e retorno ao conviacutevio so-cialrdquo

Na doutrina o entendimento natildeo destoa em relaccedilatildeo agrave relevacircncia conforme ensi-na Mirabete4

ldquoNo exame criminoloacutegico a perso-nalidade do criminoso eacute examinada em relaccedilatildeo ao crime em concreto ao fato por ele praticado pretendendo-se com isso explicar a lsquodinacircmica criminal (diagnoacutestico criminoloacutegico) propondo medidas recuperadoras (assistecircncia criminiaacutetrica)rsquo e a ava-liaccedilatildeo da possibilidade de delinquumlir (prognoacutestico criminoloacutegico)rdquo

Para PAULO LUacuteCIO NOGUEIRA5

ldquoo exame criminoloacutegico conduz agrave classificaccedilatildeo o condenado para a designaccedilatildeo do estabelecimento ade-quado e escolha dos meacutetodos de tratamento pois o conhecimento da personalidade do preso e a proposi-ccedilatildeo do seu tratamento tecircm em vista justamente a sua ressocializaccedilatildeordquo

E continua o doutrinador6

ldquoNem sempre o simples cumprimen-to de um sexto da pena pode ense-jar a progressatildeo pois o condenado

deve cumprir pelo menos esse lap-so temporal que nem sempre pode ser satisfatoacuterio dado o montante da pena aplicada E tambeacutem deve reve-lar merecimento o que deve ser apu-rado atraveacutes da sua personalidade e natildeo apenas do seu comportamento carceraacuterio pois existe tendecircncia de elementos perigosos demonstrarem bom comportamento na prisatildeo o que natildeo deixa de ser verdadeira simula-ccedilatildeordquo

A Lei ao olvidar toda a anaacutelise cliacutenica morfoloacutegica neuroloacutegica psicoloacutegica psiquiaacutetrica e social do apenado consti-tuiu-se em profundo retrocesso no com-bate ao crime a na prevenccedilatildeo da reinci-decircncia mandou a ciecircncia da psicologia agraves favas e natildeo resolveu o problema

As vozes abolicionistas que aplaudi-ram a alteraccedilatildeo legislativa justificam a mudanccedila sob o argumento de que se o Estado natildeo acompanha o preso durante o cumprimento da pena natildeo seria justo avaliaacute-lo para a progressatildeo Corrija-se entatildeo o acompanhamento mas natildeo se extinguindo o exame Seria como abolir crimes porque natildeo existe cadeia

O correto em nosso entendimento eacute que apesar da malfadada Lei o Magistrado pode a fim de analisar o meacuterito do sen-tenciado valer-se da comissatildeo teacutecnica de classificaccedilatildeo e do exame criminoloacute-gico

A uma porque a alteraccedilatildeo tambeacutem entra em conflito com a Constituiccedilatildeo da Repuacute-blica uma vez que o art 5ordm da CR dispotildee em seu inciso XLVI que ldquoa lei regularaacute a individualizaccedilatildeo da pena e adotaraacute entre outras as seguintes[]rdquo

Individualizar a pena segundo Ceacutesar Da-rio Mariano da Silva7 consiste em

ldquopropiciar ao preso as condiccedilotildees ne-cessaacuterias para que possa retornar ao conviacutevio social A individualizaccedilatildeo deve ater-se a meacutetodos cientiacuteficos nunca improvisados iniciando-se com a classificaccedilatildeo dos detentos de forma que possam ser destinado aos programas de execuccedilatildeo mais apro-priados de acordo com suas neces-sidades

pessoais A individualizaccedilatildeo da pena eacute direito constitucional previsto no ar-tigo 5ordm XLVI 1ordf parte da CFrdquo

Sem o parecer da a comissatildeo teacutecnica de classificaccedilatildeo e o exame criminoloacutegi-co generalizar-se-ia ainda mais a re-primenda contribuindo definitivamente

AGOSTO 2009 2

para o conceito de universidade do cri-me Ou seja flagrante inconstitucionali-dade

Em segundo lugar porque conforme disposto no art 33 sect 2ordm do Coacutedigo Pe-nal assim prevecirc ldquoAs penas privativas de liberdade deveratildeo ser executadas em forma progressiva segundo o meacuterito do condenado observados os seguintes criteacuterios []rdquo Vecirc-se que natildeo eacute vedado ao Juiz socorrer-se de profissionais habili-tados para melhor anaacutelise do apenado

Acerca do assunto assevera Carlos Al-berto da Silveira Isoldi Filho8

ldquoAssim sendo entendemos que mesmo sob a eacutegide da Lei nordm 1079203 o juiz da execuccedilatildeo em busca da verdade real e em virtude de seu livre convencimento motiva-do pode afastar o teor do atestado de boa conduta carceraacuteria e analisar os conteuacutedos do parecer da CTC e do laudo de exame criminoloacutegico para fundamentar o indeferimento da progressatildeo de regime ou do livra-mento condicionalrdquo

Ainda Ceacutesar Dario Mariano da Silva9

ldquoOra se o Juiz das Execuccedilotildees Pe-nais tiver duacutevidas sobre a cessaccedilatildeo da periculosidade do condenado deveraacute condicionar a progressatildeo de regime prisional ao exame crimino-loacutegico Seria um contra-senso per-mitir a progressatildeo ou ateacute mesmo a liberdade para algueacutem que ainda natildeo possui condiccedilotildees de retornar ao conviacutevio social Assim se o exame criminoloacutegico concluir que o preso natildeo tem condiccedilotildees de progredir de regime prisional o juiz deveraacute indefe-rir a progressatildeo dada agrave natureza do sistema progressivo de regime que pressupotildee a readaptaccedilatildeo gradativa do preso agrave liberdaderdquo

No mesmo sentido Guilherme de Souza Nucci10

ldquoOutra natildeo pode ser a interpretaccedilatildeo a ser dada uma vez que seria fazer letra morta da riqueza proporciona-da pelo art 5ordm XLVI da Constituiccedilatildeo Federal consagrador do princiacutepio constitucional da individualizaccedilatildeo da penal ndash e lei ordinaacuteria natildeo poderia fazecirc-lordquo

E continua

ldquoPor isso partindo-se do pressu-posto de que a individualizaccedilatildeo da pena natildeo se encerra com a prolaccedilatildeo da sentenccedila continuando durante a execuccedilatildeo da pena que possui ca-raacuteter jurisdicional logo depende de atos motivados do juiz para que se desenvolva jamais se poderia consi-derar extinta ou afastada a possibili-dade de para formar seu convenci-mento o magistrado ficar entregue a um simples atestado de boa conduta carceraacuteria fornecido pela direccedilatildeo do presiacutedio para todo e qualquer caso sabe-se laacute de que forma e com qual criteacuterio O Poder Judiciaacuterio eacute autocirc-nomo do Executivo natildeo sendo um atestado o suficiente para levar o magistrado a abrir matildeo de sua inde-pendecircncia funcional avaliando con-cretamente o progresso e o mereci-mento de condenados submetidos agrave sua jurisdiccedilatildeo Outro caminho seria coibir a individualizaccedilatildeo executoacuteria da pena o que ademais natildeo seria o idealrdquo

Crecirc-se que realmente esta eacute a saiacuteda legal e loacutegica Sempre que necessitar pode o Juiz determinar de ofiacutecio a realizaccedilatildeo do exame criminoloacutegico especialmente nos crimes cometidos com violecircncia ou gra-ve ameaccedila a pessoa embasando-se em laudo de profissionais qualificados para anaacutelise psicoloacutegica do recluso

Outro aspecto interessante a ser anali-sado ainda eacute que o dispositivo legal se bem interpretado natildeo extinguiu o exame criminoloacutegico para a obtenccedilatildeo do livra-mento condicional

Ocorre que o paraacutegrafo 2ordm do art 112 fi-cou com a seguinte redaccedilatildeo ldquoIdecircntico procedimento seraacute adotado na conces-satildeo de livramento condicional indulto e comutaccedilatildeo de penas respeitados os prazos previstos nas normas vigentesrdquoQue procedimento O previsto no paraacute-grafo 1ordm ou seja de que a decisatildeo seraacute sempre motivada e precedida de mani-festaccedilatildeo do Ministeacuterio Puacuteblico e do de-fensor Natildeo se refere ao caput pois este natildeo prevecirc procedimento e sim requisitos para a concessatildeo da progressatildeo Conti-nua em vigor o art 83 paraacutegrafo uacutenico do Coacutedigo Penal ou seja a constataccedilatildeo de condiccedilotildees pessoais que faccedilam pre-sumir que o liberado natildeo voltaraacute a de-linquumlir

Concluindo o legislador ao inveacutes de criar mecanismos processuais para a agilizaccedilatildeo dos exames criminoloacutegicos prever o treinamento do pessoal respon-saacutevel pela periacutecia determinar o acom-panhamento psicoloacutegico do reeducan-do ao longo do cumprimento da pena

estipular outros criteacuterios para o exame entre outras saiacutedas optou pelo caminho mais faacutecil retiraacute-lo do ordenamento juriacute-dico como se natildeo fosse interessante agrave sociedade conhecer as condiccedilotildees psi-coloacutegicas do preso Ao inveacutes de acabar com um problema do sistema prisional criou mais um

Cabe ao Ministeacuterio Puacuteblico como Oacutergatildeo de fiscalizaccedilatildeo do cumprimento da pena requerer a realizaccedilatildeo do exame crimino-loacutegico quando do pedido de progressatildeo de regime sempre que houver duacutevidas acerca das condiccedilotildees pessoais do ape-nado

---------------------------------------------

Notas

(1) Publicado originalmente em Atuaccedilatildeo ndash Revista Juriacutedica do Ministeacuterio Puacuteblico Catarinense Jan-abr2004 ndash nordm 2 ndash Flo-rianoacutepolis ndash pp 183 a 189

(2) JUacuteLIO FABBRINI MIRABETE Execu-ccedilatildeo Penal 10ordf ed SP Atlas p 388389

185

(3) Recurso de Agravo nordm 99018920-1 de Itajaiacute rel Des Nilton Macedo Machado j 21121999

(4) Op Cit

(5) Comentaacuterios agrave Lei de Execuccedilatildeo Penal SP Saraiva 1990 p10

(6) Op cit p 135136

(7) Disponiacutevel em httpwwwcpcadvbr

(8) Disponiacutevel em httpwwwsindimpcombr

(9) Op Cit

(10) Disponiacutevel em httpwwwcpcadvbr

AGOSTO 2009 3

AGOSTO 2009 4

NOTIacuteCIAS EXECUCcedilAtildeO PENAL

No dia 31 de julho de 2009 o 8ordm Cen-tro de Apoio Operacional das Promo-torias de Justiccedila de Execuccedilatildeo Penal participou da Conferecircncia Livre da 1ordf Conferecircncia Nacional de Seguranccedila Puacuteblica apresentando texto sobre o 6ordm EIXO ndash ldquoDiretrizes para o Sistema Penitenciaacuteriordquo

A conferecircncia contou com a presenccedila de vaacuterios Promotores de Justiccedila dentre eles da Drordf Thaimi Stefania Kepe Ferrei-ra Titular da 1ordf Promotoria de Justiccedila de Execuccedilatildeo Penal

Na ocasiatildeo foram discutidas e sugeridas pelos participantes do grupo formado as

sete diretrizes para o Sistema Penitenciaacute-rio apresentadas na Conferecircncia Nacio-nal de Seguranccedila Puacuteblica que ocorreu em Brasiacutelia no dia 28 de agosto

1) Promoccedilatildeo da cidadania dos encarce-rados atraveacutes da atuaccedilatildeo do Promotor de Justiccedila da Execuccedilatildeo Penal em conjunto com a tutela coletiva ou atraveacutes da cria-ccedilatildeo de grupo especiacutefico para tal fim

2) Aproximaccedilatildeo do MP da clientela do sistema carceraacuterio atraveacutes do MP Comu-nitaacuterio projetos e mutirotildees institucionais

3) Realizaccedilatildeo de estudos e debates para o enfrentamento das facccedilotildees criminosas no sistema penitenciaacuterio

4) Aproximaccedilatildeo e atuaccedilatildeo conjunta do MP com outras instituiccedilotildees inclusive Judici-aacuterio

5) Promover a expansatildeo do nuacutemero de vagas no sistema penitenciaacuterio como so-luccedilatildeo agrave curto prazo

6) Promoccedilatildeo de efetiva assistecircncia ao egresso (material psicoloacutegica social) com elaboraccedilatildeo de projetos para acom-panhamento deste

7) Promover a humanizaccedilatildeo do tratamen-to do preso pelos agentes penitenciaacuterios com o implemento de cursos e formaccedilatildeo respectiva

2407 ndash CONFEREcircNCIA LIVRE

0308 - PROJOVEM URBANO

No dia 03 de agosto de 2009 a Coor-denaccedilatildeo do 8ordm Centro de Apoio Ope-racional das Promotorias de Justiccedila de Execuccedilatildeo Penal participou de evento promovido pela Secretaria de Estado de Administraccedilatildeo Penitenciaacuteria que implan-tou o Programa Nacional de Inclusatildeo de Jovens - Projovem Urbano nas Unidades

0508 - REUNIAtildeO HOSPITAL HEITOR CARRILHO

No dia 05 de agosto de 2009 a Drordf Ma-ria da Gloacuteria Gama Pereira Figueiredo Coordenadora do 8ordm CAO a Drordf Mocircnica Martino Pinheiro Marques Coordenado-ra do 2ordm CAO e a Drordf Danielle de Souza Caputi Promotora de Justiccedila Titular da 12ordf Promotoria de Justiccedila de Execuccedilatildeo Penal se reuniram com o Subsecretaacuterio de Tratamento Penitenciaacuterio Marcos Lips o Subsecretaacuterio Adjunto de Unidades Prisionais Sauler Sakalem o Diretor do Hospital Heitor Carrilho Dr Marcos Argo-lo os meacutedicos peritos Dr Miguel Chalub e Drordf Kaacutetia Mecler aleacutem de representan-tes da Defensoria Puacuteblica do Estado do Rio de Janeiro no auditoacuterio do Hospital Heitor Carrilho

A reuniatildeo teve por objetivo discutir a ne-cessidade de adequaccedilatildeo dos laudos rea-lizados nos incidentes de sanidade men-tal de dependecircncia quiacutemica de modo que a aplicaccedilatildeo da medida de seguranccedila fique restrita aos dependentes quiacutemicos e natildeo seja aplicada aos meros usuaacuterios de entorpecentes

Milton Dias Moreira e Joatildeo Carlos da Sil-va

O programa originado do convecircnio cele-brado entre o Ministeacuterio da Justiccedila pelo Departamento Penitenciaacuterio Nacional e o Governo do Estado do Rio de Janeiro pela Secretaria de Estado de Adminis-

traccedilatildeo Penitenciaacuteria tem como objetivo elevar a escolaridade com qualificaccedilatildeo profissional de apenados com idade en-tre 18 e 29 anos que se encontram no regime fechado e ainda natildeo concluiacuteram o ensino fundamental Ainda estaacute previsto o pagamento de bolsa aos alunos matricu-lados no valor de R$ 10000 (cem reais)

Na ocasiatildeo os participantes concluiacuteram que os quesitos formulados pelo Minis-teacuterio Puacuteblico poderiam ser reformulados de modo a evitar os problemas atualmen-te constatados em que alguns dos pa-cientes natildeo necessitariam de internaccedilatildeo Sugeriu-se entatildeo a seguinte quesitaccedilatildeo

1) AO TEMPO DA ACcedilAtildeO ERA O REacuteU DEPENDENTE DE DROGAS

2) EM RAZAtildeO DA DEPENDEcircNCIA O REacuteU AO TEMPO DA ACcedilAtildeO ERA IN-TEIRAMENTE INCAPAZ DE ENTEN-DER O CARAacuteTER ILIacuteCITO DO FATO

3) EM RAZAtildeO DA DEPENDEcircNCIA ERA O REacuteU AO TEMPO DA ACcedilAtildeO IN-TEIRAMENTE INCAPAZ DE AUTODE-TERMINACcedilAtildeO

4) EM RAZAtildeO DA DEPENDEcircNCIA OU POR EFEITO DE SUBSTAcircNCIA EN-TORPECENTE OU QUE DETERMINE DEPENDEcircNCIA FIacuteSICA OU PSIacuteQUICA PROVENIENTE DE CASO FORTUITO

OU FORCcedilA MAIOR O REacuteU AO TEMPO DA ACcedilAtildeO POSSUIacuteA A PLENA CAPA-CIDADE DE ENTENDER O CARAacuteTER ILIacuteCITO DO FATO OU DE AUTODETER-MINAR-SE DE ACORDO COM ESTE ENTENDIMENTO

5) HAacute NECESSIDADE DE ESPECIAL TRATAMENTO CURATIVO

6) ACASO AFIRMATIVO O QUESITO ACIMA QUAL SERIA O TRATAMENTO ADEQUADO INTERNACcedilAtildeO HOSPITA-LAR OU TRATAMENTO AMBULATO-RIAL

A Coordenaccedilatildeo do 2ordm CAO encarregou-se de divulgar a quesitaccedilatildeo entre os Promo-tores de Justiccedila que atuam na aacuterea crimi-nal a SEAP se comprometeu a iniciar pro-grama de implementaccedilatildeo de unidades de tratamento ambulatorial em cada presiacute-dio a fim de garantir ao preso dependen-te o tratamento adequado e a perita Drordf Katia Mecler comprometeu-se a divulgar a situaccedilatildeo aos demais peritos

AGOSTO 2009 5

0608 - REUNIAtildeO CSI

A Coordenaccedilatildeo do 8ordm Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiccedila de Execuccedilatildeo Penal e a Coordenadoria de Seguranccedila e Inteligecircncia do Ministeacute-rio Puacuteblico juntamente com Promotores de Justiccedila da Execuccedilatildeo Penal Doutores Cristina Figueiredo de Castro do Rego Monteiro Flaacutevia Aacutebido Alves Gabriela Arauacutejo Teixeira Serra e Joseacute Eduardo Ciotola Gussem realizaram reuniatildeo no

dia 06 de agosto de 2009 para tratarem das fiscalizaccedilotildees do Ministeacuterio Puacuteblico aos estabelecimentos prisionais do Sis-tema Penitenciaacuterio

Durante a reuniatildeo foram relatados fatos ocorridos durante as fiscalizaccedilotildees de ro-tina ao Coordenador da Coordenadoria de Seguranccedila e Inteligecircncia Dr Paulo

Wunder sendo certo que em razatildeo do apresentado aleacutem de aprimorar as fis-calizaccedilotildees o Coordenador esclareceu que o transporte natildeo mais seraacute realizado pela Gerecircncia de Transportes mas pela proacutepria Coordenadoria de Seguranccedila e Inteligecircncia sendo os veiacuteculos conduzi-dos por agentes do Grupo de Apoio aos Promotores de Justiccedila

1108 - ldquo25 ANOS DA LEI DE EXECUCcedilAtildeO PENAL E O SISTEMA PENITEN-CIAacuteRIO BRASILEIROrdquo

Realizou-se no dia 11 de agosto de 2009 na Cacircmara dos Deputados o Seminaacuterio ldquo25 anos da Lei de Execuccedilatildeo Penal e o Sistema Penitenciaacuterio Brasileirordquo pro-movido pela Comissatildeo de Seguranccedila Puacuteblica e Combate ao Crime Organiza-do em conjunto com as Comissotildees de Direitos Humanos e Minorias e de Le-gislaccedilatildeo Participativa por iniciativa dos Deputados Alexandre Silveira (PPSMG) Domingos Dutra (PTMA) e Paulo Rubem Santiago (PDTPE)

O seminaacuterio teve como objetivo cele-brar a data da entrada em vigor da Lei de Execuccedilotildees Penais com a discussatildeo dos problemas do sistema penitenciaacuterio brasileiro

Na oportunidade os Deputados Domin-gos Dutra e Paulo Rubem Santiago res-saltaram o trabalho da CPI do Sistema Penitenciaacuterio e aduziram que a iniciati-va do evento tambeacutem era a de reforccedilar a necessidade de implementaccedilatildeo das mudanccedilas propostas pela referida Co-missatildeo

Palestraram no evento

bull Deputado Alexandre Silveira ndash Presi-dente da Comissatildeo de Seguranccedila Puacutebli-ca e Combate ao Crime Organizado

bull Deputado Luiz Couto ndash Presidente da Comissatildeo de Direitos Humanos e Mino-rias

bull Deputado Domingos Dutra ndash Autor do Requerimento

bull Deputado Paulo Rubem Santiago ndash Autor do Requerimento

bull Joseacute Carlos Cosenzo ndash Promotor de Justiccedila do Estado de Satildeo Paulo e Pre-sidente da Associaccedilatildeo Nacional dos Membros do Ministeacuterio Puacuteblico

bull Andreacute Luiz Machado de Castro ndash De-fensor Puacuteblico do Estado do Rio de Ja-neiro e Presidente da Associaccedilatildeo Nacio-nal dos Defensores Puacuteblicos

bull Alberto Zacarias Toron ndash Secretaacuterio-Geral Adjunto do Conselho Federal da OAB

bull Airton Aloiacutesio Michels ndash Diretor-Geral do Departamento Penitenciaacuterio Nacional

bull Acircngelo Roncalli de Ramos Barros ndash Secretaacuterio de Estado da Justiccedila do Es-piacuterito Santo

bull Ciacutecero Sarnei dos Santos ndash Presidente do Sindicato dos Agentes de Seguranccedila Penitenciaacuteria de Satildeo Paulo

bull Deacutebora Diniz ndash Pesquisadora da ANIS ndash Instituto de Bioeacutetica Direitos Humanos e Gecircnero

bull Faacutetima Rosa Naves de Oliveira ndash Co-ordenadora Geral de Qualificaccedilatildeo do Mi-nisteacuterio do Trabalho e Emprego

bull Carlos Joseacute Pinheiro Teixeira ndash Co-ordenador da Secretaria de Educaccedilatildeo Continuada Alfabetizaccedilatildeo e Diversidade ndash SECAD do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo

bull Carlos Roberto Gomes de Oliveira Paula ndash Juiz da 2ordf Vara da Comarca de BacabalMA

bull Padre Gunther Alois Zgubic ndash Coorde-nador Nacional de Pastoral CarceraacuteriaCNBB

ASSESSORES JURIacuteDICOS

As Promotorias de Justiccedila de Exe-cuccedilatildeo Penal comeccedilaram a receber os assessores juriacutedicos bachareacuteis em Direito que auxiliaratildeo e presta-ratildeo apoio juriacutedico aos oacutergatildeos que estaratildeo vinculados Jaacute foram nome-ados os assessores

bull Kleyton Simotildees Galvatildeo Lemos ndash

1ordf e 5ordf Promotorias de Justiccedila de

Execuccedilatildeo Penal

bull Marcela Gioseffi Silva - 2ordf 7ordf e 8ordf

bull Raphaela Nogueira Antonio - 3ordf

4ordf e 6ordf

bull Paola de Albuquerque Maranhatildeo

Rhenius ndash 9ordf e 12ordf

bull Natascha Casarenko - 10ordf e 11ordf

Promotorias de Justiccedila de Execu-

ccedilatildeo Penal

UNIDADES PRISIONAIS FISCALIZADAS NO MEcircS DE AGOSTO2009

Unidade Data Promotorias

Penitenciaacuteria Jonas Lopes de Carvalho 1208 2ordf e 3ordf

Casa do Albergado Crispim Ventino 2608 1ordf e 5ordf

AGOSTO 2009 6

QUADRO SEAP

Uma parceria entre as Secretarias de Estado de Administraccedilatildeo Penitenciaacute-ria (Seap) de Educaccedilatildeo de Trabalho e Renda de Assistecircncia Social e o Go-verno Federal resultou na implementa-ccedilatildeo do Programa Nacional de Inclusatildeo de Jovens o Projovem Urbano em duas unidades prisionais do Rio de Ja-

neiro o Presiacutedio Joatildeo Carlos da Silva e a Penitenciaacuteria Milton Dias Moreira em Japeri A aula inaugural aconteceu na segunda-feira (0307) em ambas as cadeias Aleacutem do Rio o Paraacute e o Acre tambeacutem adotaram a iniciativa

Cem internos de cada unidade entre 18 e 29 anos foram beneficiados pelo projeto Nenhum deles conseguiu con-cluir o Ensino Fundamental enquanto estava em liberdade Com o Projovem eles teratildeo a chance de elevar o niacutevel de escolaridade e obter uma qualificaccedilatildeo profissional que eacute uma das metas do Programa Nacional de Seguranccedila Puacute-

blica com Cidadania (Pronasci) para o Sistema Penitenciaacuterio

ndash Eles estatildeo recebendo uma oportu-nidade que ironicamente natildeo tiveram laacute fora Talvez natildeo recuperemos todos mas noacutes acreditamos na ressocializa-ccedilatildeo e aqueles que seguirem ateacute o fim certamente vatildeo voltar mudados agraves ruas e com mais chances de ingressar no mercado de trabalho ndash declarou o se-cretaacuterio de Administraccedilatildeo Penitenciaacute-ria Cesar Rubens Monteiro de Carva-lho

Durante a cerimocircnia de inauguraccedilatildeo o secretaacuterio Nacional da Juventude Beto Cury discursou para os internos sobre os objetivos do projeto

ndash O slogan do projeto eacute ldquoOportunidade e conhecimento para todosrdquo Com vo-cecircs natildeo seraacute diferente O Projovem se

PROJOVEM Eacute IMPLANTADO EM UNIDADES PRISIONAIS DE JAPERI

propotildee a dar a vocecircs qualificaccedilatildeo pro-fissional e educaccedilatildeo Ao longo desses periacuteodos de estudo vocecircs aprenderatildeo uma profissatildeo ndash afirmou Cury

Alunos receberam kit escolar com apos-tilas atlas reacuteguas e canetas

Tanto na Penitenciaacuteria Milton Dias Mo-reira quanto no Presiacutedio Joatildeo Carlos da Silva foi construiacutedo um espaccedilo to-talmente reservado agraves aulas Aleacutem das salas haacute um laboratoacuterio de informaacutetica equipado com computadores moder-nos Os 200 detentos tambeacutem recebe-ram um kit escolar contendo apostilas atlas reacuteguas e canetas

ndash Agora eacute a minha chance de mudar de vida Espero chegar laacute fora pronto para conseguir um trabalho Chegar na rua com a vida mudada ndash falou o interno Carlos Frederico Blasiyh aluno do Pro-jovem

Para Airton Michels diretor de Depar-tamento Penitenciaacuterio Nacional (Depen) a implantaccedilatildeo do Projovem nas cadeias levaraacute a educaccedilatildeo em Sistemas Peni-tenciaacuterios a um novo rumo

ndash Todos noacutes estamos participando de um momento histoacuterico Esse projeto tem todas as condiccedilotildees de dar certo porque foi previamente articulado e estudado Essa eacute a nossa tentativa de fazer com que os detentos possam ad-quirir conhecimento Eles perderam o direito da liberdade mas natildeo o de se-rem educados ndash concluiu

AGOSTO 2009 7

PROJETOS DE LEI

Altera os arts 41 66 e 68 da Lei nordm 7210 de 11 de julho de 1984 que ins-titui a Lei de Execuccedilatildeo Penal e acres-centa o art 319-B ao Decreto-lei nordm 2848 de 7 de dezembro de 1940 ndash Coacute-digo Penal a fim de assegurar a con-cessatildeo dos benefiacutecios da progressatildeo de regime da detraccedilatildeo da remiccedilatildeo e do livramento condicional e a imediata colocaccedilatildeo em liberdade do preso que haja cumprido integralmente a pena

O Congresso Nacional decreta

Art 1o Esta lei altera os arts 41 66 e 68 da Lei nordm 7210 de 11 de julho de 1984 que institui a Lei de Execuccedilatildeo Penal e acrescenta o art 319-B ao Decreto-lei nordm 2848 de 7 de dezembro de 1940 ndash Coacutedigo Penal a fim de assegurar a con-cessatildeo dos benefiacutecios da progressatildeo de regime da detraccedilatildeo da remiccedilatildeo e do livramento condicional e a imediata co-locaccedilatildeo em liberdade do preso que haja cumprido integralmente a pena

Art 2ordm Os arts 41 66 e 68 da Lei nordm 7210 de 11 de julho de 1984 passa a vigorar com as seguintes alteraccedilotildees

ldquoArt 41 helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip

XVII ndash direito subjetivo agrave concessatildeo dos benefiacutecios da progressatildeo de regime da detraccedilatildeo da remiccedilatildeo e do livramento condicionalsempre que devidamente preenchidos os requisitos legaisrdquo

ldquoArt 66

XI ndash conceder de ofiacutecio ou a requerimen-to de qualquer pessoaos benefiacutecios da progressatildeo de regime da detraccedilatildeo da remiccedilatildeoou da liberdade condicional sempre que verificar o preenchimentodos requisitos legais sob pena de res-ponsabilidadeadministrativa civil e pe-nal

XII ndash colocar imediatamente em liberda-de de ofiacutecio ou a requerimento de qual-quer pessoa o preso cuja pena haja sido

integralmente cumprida sob pena de responsabilidade administrativa civil e penalrdquo

ldquoArt 68II -

g) a concessatildeo dos benefiacutecios da pro-gressatildeo de regime da detraccedilatildeo da remi-ccedilatildeo ou da liberdade provisoacuteria sempre que verificar o preenchimento dos requi-sitos legais sob pena de responsabilida-de administrativa civil e penal

h) a imediata colocaccedilatildeo em liberdade do preso cuja pena haja sido integralmente cumprida sob pena de responsabilidade administrativa civil e penalrdquo

Art 3ordm O Decreto-lei nordm 2848 de 7 de dezembro de 1940 passa a vigorar acrescido do seguinte art 319-B

ldquoArt 319-B Deixar o juiz da execuccedilatildeo penal de conceder de ofiacutecio ou a requeri-mento de qualquer pessoa os benefiacutecios da progressatildeo de regime da detraccedilatildeo da remiccedilatildeo e do livramento condicional sempre que devidamente preenchidos os requisitos legais

Pena ndash reclusatildeo de 3 (dois) a 5 (cinco) anos e multa

Paraacutegrafo uacutenico Na mesma pena incor-re o membro do Ministeacuterio Puacuteblico que deixa de requerer a concessatildeo dos be-nefiacutecios previstos no caput sempre que verificar o preenchimento dos requisitos legaisrdquo

Art 4ordm Esta lei entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

JUSTIFICACcedilAtildeO

Segundo estimativas do DEPEN mais de 10 dos cerca de 420 mil presos inte-grantes do sistema prisional brasileiro jaacute cumpriram pena e ainda se encontram detidos ou tecircm direito aos benefiacutecios previstos na Lei de Execuccedilatildeo Penal que contudo deixam de ser concedidos em razatildeo da deficiente atuaccedilatildeo dos defen-sores juiacutezes e membros do Ministeacuterio Puacuteblico que atuam na execuccedilatildeo da pena

A primeira criacutetica a ser feita sobre a le-gislaccedilatildeo entatildeo em vigor eacute o fato de a Lei de Execuccedilatildeo Penal (LEP) simplesmente ignorar que os benefiacutecios da progressatildeo de regime da detraccedilatildeo da remiccedilatildeo e do livramento condicional satildeo de fato direi-tos subjetivos do preso cuja concessatildeo haacute de ser imediata e se dar de ofiacutecio pre-sentes todos os requisitos legais que os autorizem

Outro motivo apontado para o afoga-

mento do sistema eacute a falta de defensores puacuteblicos para atendimento agrave populaccedilatildeo carente grande maioria do sistema car-ceraacuterio brasileiro Na maioria das vezes esses profissionais se encontram sobre-carregados e lhes falta tempo para ana-lisar e peticionar em todos os processos onde existe a possibilidade real de con-cessatildeo de um benefiacutecio ou de colocaccedilatildeo do preso em liberdade

Assim sendo propotildee-se a inclusatildeo de inciso ao art 41 da LEP para caracteri-zar esses benefiacutecios como direito subje-tivo do preso bem como se estabelecer a desnecessidade de representaccedilatildeo por defensor para a apresentaccedilatildeo de requeri-mento para a sua concessatildeo

Porquanto a concessatildeo desses benefiacute-cios estaacute intimamente ligada ao direito de liberdade do preso assegurado consti-tucionalmente e tutelaacutevel inclusive pela via do habeas corpus afigura-se perfeita-mente possiacutevel que qualquer pessoa pos-sa comparecer em juiacutezo para requerecirc-los da mesma forma como qualquer pessoa pode impetrar habeas corpus consoante autoriza o art 654 do Coacutedigo de Processo Penal

Infelizmente tambeacutem se constata serem tiacutemidas as atuaccedilotildees do juiz da execuccedilatildeo penal e do Ministeacuterio Puacuteblico no sentido de tomar todas as providecircncias cabiacuteveis e necessaacuterias agrave colocaccedilatildeo do preso em liberdade ou agrave concessatildeo desses bene-fiacutecios mesmo porque a LEP nada dispotildee sobre o seu dever de agir nessas ocasi-otildees

A soluccedilatildeo pois estaacute na alteraccedilatildeo dos arts 66 e 68 da LEP de modo a se esta-belecer tais competecircncias

Por fim a inclusatildeo do art 319-B ao Coacutedi-go Penal tem por escopo criar modalida-de especiacutefica do crime de prevaricaccedilatildeo estabelecendo assim infraccedilatildeo penal para o juiz da execuccedilatildeo penal e para o mem-bro do Ministeacuterio Puacuteblico que deixarem de atuar para que os benefiacutecios mencio-nados sejam concedidos

Certo de que meus nobres pares reco-nheceratildeo a relevacircncia conveniecircncia ne-cessidade e oportunidade das alteraccedilotildees legais que se pretende implementar con-to com o seu apoio para a aprovaccedilatildeo des-te projeto de lei

Sala das Sessotildees em de de 2009

Deputado DR TALMIR

PROJETO DE LEI Nordm 5261 DE 2009

(Do Sr Dr Talmir)

AGOSTO 2009 8PROJETOS DE LEI

Proiacutebe a utilizaccedilatildeo das dependecircncias da Poliacutecia Civil para custodiar presos

Autora Deputada MARINA MAGGESSI

Relator Deputado FRANCISCO TENOacuteRIO

I ndash RELATOacuteRIO

Cuida-se de projeto de lei proposto pela ilustre Deputada Marina Maggessi cujo objetivo eacute vedar o uso das dependecircncias da Poliacutecia Civil para custodiar os presos condenados os submetidos agrave medida de seguranccedila os provisoacuterios e os egressos ainda que a prisatildeo se decirc em caraacuteter temporaacuterio

Para justificar a proposiccedilatildeo a nobre Deputada afirma que a Poliacutecia Civil vem sendo utilizada tambeacutem como estabelecimento carceraacuterio ainda que tal atribuiccedilatildeo esteja totalmente aleacutem de seu acircmbito de existecircncia e que natildeo tenha estrutura para responder a tal demanda

Propala a autora ainda que a Constituiccedilatildeo Federal no sect 4ordm do art 144 ensina que cabe agraves poliacutecias civis as funccedilotildees de poliacutecia judiciaacuteria e de apuraccedilatildeo de infraccedilotildees penais nada assentindo sobre as estranhas praacuteticas de servir de estabelecimento carceraacuterio e de custodiar presos como soacutei acontecer nas delegacias de muitos Estados do Brasil Essa praacutetica aliaacutes fere o princiacutepio da estrita legalidade constitucional segundo a nobre Deputada

Relata a Deputada tambeacutem que os policiais civis natildeo recebem treinamento para desempenhar a funccedilatildeo de custoacutedia de presos funccedilatildeo essa pertencente aos agentes penitenciaacuterios os quais foram treinados para exercecirc-la nos termos do que preceitua o art 82 da Lei nordm 72101984 (Lei de Execuccedilotildees Penais)

Pretende a autora corrigir esse desvio funcional para o que apresenta a proposiccedilatildeo ora relatada

O PL nordm 4051 de 2008 foi distribuiacutedo primeiramente agrave Comissatildeo de Seguranccedila Puacuteblica e Combate ao Crime Organizado ndash CSPCCO para cuja relatoria tive a honra de ser designado apresentando agora este Parecer

Nos termos do artigo 32 XVI f do Regimento Interno da Cacircmara dos Deputados cumpre a esta Comissatildeo pronunciar-se acerca do meacuterito da proposiccedilatildeo

PROJETO DE LEI Nordm 4051 DE 2008

O projeto tramita sob regime ordinaacuterio e estaacute sujeito agrave apreciaccedilatildeo conclusiva das comissotildees conforme artigo 24 II do Regimento Interno da Casa

Encerrado o prazo para recebimento de emendas estas natildeo foram apresentadas ao presente projeto de lei

Eacute o relatoacuterio

II - VOTO DO RELATOR

Cabe a este Oacutergatildeo Teacutecnico nos termos regimentais (art 32 inc XVI aliacutenea f) proceder agrave anaacutelise do Projeto de Lei nordm 405108

Assim em relaccedilatildeo agrave avaliaccedilatildeo do meacuterito entendo por oportuna a proposiccedilatildeo eis que intenta concretizar o dispositivo constitucional inserto no art 144 qual seja o de que ldquoa seguranccedila puacuteblica dever do Estado direito e responsabilidade de todos eacute exercida para a preservaccedilatildeo da ordem puacuteblica e da incolumidade das pessoas e do patrimocircnio atraveacutes da poliacutecia civilrdquo e bem assim das outras poliacutecias de que trata o referido artigo

A proposiccedilatildeo incorpora ainda a garantia fundamental insculpida no art 5ordm inciso XLVIII onde se lecirc que ldquoa pena seraacute cumprida em estabelecimentos distintos de acordo com a natureza do delito a idade e o sexo do apenadordquo Como se vecirc as delegacias de poliacutecias natildeo satildeo de fato os locais constitucionalmente designados para a custoacutedia de presos quaisquer que sejam eles

Acrescente-se que natildeo resta despiciendo ndash justamente por constar do rol dos Direitos e Garantias Fundamentais da Constituiccedilatildeo Federal ndash o inciso XLIX do art 5ordm o qual estabelece que ldquoeacute assegurado aos presos o respeito agrave integridade fiacutesica e moralrdquo Bem se vecirc que esses apenados alojados em compartimentos improvisados inadequados inseguros sem condiccedilotildees miacutenimas de habitabilidade nas delegacias de poliacutecia de todo o Brasil natildeo veem a concretizaccedilatildeo dessa garantia constitucional porquanto esses locais natildeo dispotildeem de estrutura fiacutesica adequada para custodiar presos

As delegacias de poliacutecia aliaacutes satildeo preacutedios administrativos cujas funccedilotildees preciacutepuas se inserem no acircmbito da investigaccedilatildeo policial da realizaccedilatildeo dos trabalhos de poliacutecia judiciaacuteria do atendimento ao cidadatildeo da elaboraccedilatildeo de termos circunstanciados e de outros procedimentos de sua competecircncia

Por essa razatildeo a construccedilatildeo desses preacutedios natildeo obedeceu logicamente aos rigorosos paracircmetros teacutecnicos designados

agraves construccedilotildees de estabelecimentos prisionais de seguranccedila os quais satildeo reforccedilados para impedir ou dificultar resgates conter fugas ou motins tatildeo comuns em meio agrave populaccedilatildeo carceraacuteria

Aleacutem disso as delegacias de poliacutecia estatildeo localizadas normalmente em aacutereas residenciais e satildeo frequentadas por cidadatildeos honestos que laacute vatildeo para registrar queixas de crimes dos quais satildeo viacutetimas Natildeo devem esses cidadatildeos portanto ficar expostos agrave periculosidade dos apenados que laacute se encontram De igual modo natildeo podem os policiais civis que laacute trabalham correrem riscos de vida em funccedilatildeo da fraacutegil seguranccedila oferecida por essas delegacias diante do grau de perigo que os presos lhes oferecem

Por fim a despeito do oportuno tema apresentado na proposta da nobre Deputada e bem assim da qualidade de suas justificativas vislumbro um pequeno reparo em seu PL para que em um 4ordm paraacutegrafo conste que o preso deveraacute ficar custodiado na delegacia o tempo necessaacuterio para a lavratura do auto de prisatildeo em flagrante e da assinatura da nota de culpa pelo delegado de poliacutecia Assim apoacutes a entrega da referida nota de culpa ao preso este seraacute imediatamente transferido para o sistema prisional

Dessa forma por acreditar que a proposiccedilatildeo em anaacutelise constituiraacute aprimoramento do ordenamento juriacutedico paacutetrio manifesto-me pela APROVACcedilAtildeO do PL nordm 4051 de 2008 com a Emenda apresentada em anexo

Sala da Comissatildeo de julho de 2009

Deputado FRANCISCO TENOacuteRIORelator

PROJETO DE LEI Nordm 4051 DE 2008

EMENDA DE RELATOR ADITIVA Nordm 2009

Acrescente-se ao artigo 1ordm do projeto o seguinte paraacutegrafoArt 1ordm sect4ordm O preso deveraacute ficar custodiado na delegacia ateacute a lavratura do auto de prisatildeo em flagrante e a assinatura da nota de culpa pela autoridade policial Apoacutes a entrega da referida nota de culpa ao preso este seraacute imediatamente transferido para o sistema prisional

Sala da Comissatildeo em de julho de 2009

Deputado FRANCISCO TENOacuteRIO Relator

AGOSTO 2009 9

LUacuteCIA Julgamento 11032008 Oacutergatildeo Julgador Primeira Turma Public 04-04-2008)

DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL HABEAS CORPUS CRIME DE TRAacuteFICO DE ENTORPECENTE PRETENSAtildeO DE SUBSTITUICcedilAtildeO DA PENA CORPORAL (ART 44 CP) IMPOSSIBILIDADE LEI 1134306 E INTERPRETACcedilAtildeO AUTEcircNTICA PROGRESSAtildeO DE REGIME NOS TERMOS DA LEI 1146407 CONCESSAtildeO PARCIAL DA ORDEM 1 Trata-se de habeas corpus impetrado contra ato do Superior Tribunal de Justiccedila que no julgamento de writ anteriormente aforado perante aquela Corte denegou a ordem Observa que o julgado do STJ no habeas corpus impetrado considerou a incompatibilidade da substituiccedilatildeo da pena corporal em relaccedilatildeo aos crimes hediondos e a eles equiparados o que contraria o disposto no art 44 do Coacutedigo Penal natildeo havendo qualquer restriccedilatildeo ou proibiccedilatildeo na Lei ndeg 807290 Requer a concessatildeo da ordem para o fim de ser reconhecido o direito agrave progressatildeo do regime de cumprimento da pena bem como seja autorizada a substituiccedilatildeo da pena corporal por penas restritivas de direito 2 A questatildeo de direito debatida neste writ envolve a possibilidade (ou natildeo) de incidecircncia do art 44 do Coacutedigo Penal agraves hipoacuteteses relacionadas aos crimes hediondos e a eles equiparados como eacute o caso do crime de traacutefico iliacutecito de substacircncia entorpecente (Lei ndeg 636876 art 12 Lei ndeg 1134306 art 33) 3 A norma contida no art 44 caput da Lei ndeg 1134306 ao expressar estabelecer a proibiccedilatildeo da conversatildeo apenas explicita regra que era impliacutecita no sistema juriacutedico brasileiro quanto agrave incompatibilidade do regime legal de tratamento em mateacuteria de crimes hediondos e a eles equiparados com o regime pertinente aos outros crimes 4 Recordo que a Lei ndeg 971498 ao modificar a redaccedilatildeo do art 44 do Coacutedigo Penal e assim ampliar os casos de substituiccedilatildeo da pena corporal por penas restritivas de direitos obviamente natildeo incidiu no acircmbito do tratamento legislativo referente aos crimes hediondos e a eles equiparados inclusive em razatildeo da redaccedilatildeo original contida no art 2deg sect 1deg da Lei ndeg 807290 que expressamente contemplava o regime integralmente fechado para cumprimento da pena corporal 5 Considero natildeo haver aplicaccedilatildeo retroativa da regra contida no art 44 caput da Lei ndeg 1134306 ao presente caso eis que o sistema juriacutedico anterior ao seu advento jaacute natildeo permitia a substituiccedilatildeo da pena corporal por pena restritiva de

STF

EMENTA HABEAS CORPUS COMUTACcedilAtildeO CRIME HEDIONDO IMPOSSIBILIDADE ORDEM DENEGADA A natureza dos crimes natildeo contemplados pelo decreto presidencial que concede o benefiacutecio de indulto e comutaccedilatildeo de pena deve ser aferida agrave eacutepoca da ediccedilatildeo do respectivo ato normativo pouco importando a data em que tais delitos foram praticados Precedentes (RE 274265 rel min Neacuteri da Silveira DJ de 19102001 p 49 e HC 74429 rel min Sydney Sanches DJ 21031997 p 8507) Ademais a comutaccedilatildeo nada mais eacute do que uma espeacutecie de indulto parcial (em que haacute apenas a reduccedilatildeo da pena) Daiacute por que a vedaccedilatildeo agrave concessatildeo de indulto em favor daqueles que praticaram crime hediondo - prevista no art 2ordm I da lei 80721990 - abrange tambeacutem a comutaccedilatildeo Ordem denegada (STF HC 94679 SP Relator(a) Min JOAQUIM BARBOSA Oacutergatildeo Julgador Segunda Turma Julgamento 18112008 Publicaccedilatildeo DJ 19122008PP-01188)

EMENTA HABEAS CORPUS DECRETO N 529504 COMUTACcedilAtildeO DE PENA CONDENADO QUE ESTAacute EM LIVRAMENTO CONDICIONAL POSSIBILIDADE ORDEM CONCEDIDA 1 Decreto n 529504 natildeo impediu a comutaccedilatildeo de pena aos condenados que estatildeo em livramento condicional 2 Ordem concedida (STF HC94654 RS Relator(a) Min CAacuteRMEN LUacuteCIA Julgamento 19082008 Oacutergatildeo Julgador Primeira Turma Public 03-10-2008)

EMENTA HABEAS CORPUS PROCESSUAL PENAL PACIENTE CONDENADO POR CRIME POSTERIOR AO INIacuteCIO DO CUMPRIMENTO DE PENAS JAacute UNIFICADAS ALEGACcedilAtildeO DE OFENSA AgraveS REGRAS DE UNIFICACcedilAtildeO DAS PENAS NAtildeO-OCORREcircNCIA INEXISTEcircNCIA DE VIacuteCIO NO PROCESSO DE EXECUCcedilAtildeO PENAL POR DEFICIEcircNCIA NO CAacuteLCULO DAS PENAS O LIMITE DE TRINTA ANOS PREVISTO NO ART 75 DO COacuteDIGO PENAL NAtildeO DEVE SER OBSERVADO SE O REacuteU PRATICA NOVOS DELITOS E SOFRE NOVAS CONDENACcedilOtildeES PRECEDENTES HABEAS CORPUS INDEFERIDO (STF HC 93202 SP Relator(a) Min CAacuteRMEN

direito em relaccedilatildeo aos crimes hediondos e a eles equiparados 6 Impossibilidade de substituiccedilatildeo da pena privativa de liberdade por penas restritivas de direito mesmo no periacuteodo anterior ao advento da Lei ndeg 1134306 e consequentemente natildeo haacute constrangimento ilegal no ato do Superior Tribunal de Justiccedila que denegou habeas corpus exatamente neste mesmo sentido 7 A redaccedilatildeo original do art 2ordm sect 1ordm da Lei nordm 807290 natildeo estava eivada de inconstitucionalidade natildeo malferindo os incisos XLVI e XLVII do art 5ordm da Constituiccedilatildeo Federal Os princiacutepios da individualizaccedilatildeo e da humanidade da pena natildeo foram violados com a regra legal acima mencionada 8 Todos os benefiacutecios legais inerentes agrave execuccedilatildeo da pena e evidentemente compatiacuteveis com o regime fechado prosseguiam sendo aplicaacuteveis aos condenados por crime hediondo ou a ele equiparado de modo a estimular sua recuperaccedilatildeo e ressocializaccedilatildeo 9 Com a nova redaccedilatildeo do sect 1ordm e a introduccedilatildeo do sect 2ordm ambos do art 2ordm da Lei de Crimes Hediondos deveratildeo ser cumpridos os requisitos e condiccedilotildees impostas mesmo em relaccedilatildeo agraves pessoas que praticaram condutas criminosas em eacutepoca anterior agrave nova ordem juriacutedica instaurada sobre o tema Do contraacuterio haveria claro descumprimento do comando constitucional contido no art 5ordm XLIII natildeo cumprindo o papel axioloacutegico e a proacutepria razatildeo de ser da Lei nordm 807290 a saber tratar de modo mais rigoroso as hipoacuteteses relacionadas aos crimes hediondos e a eles equiparados 10 Concessatildeo parcial da ordem com revogaccedilatildeo da liminar (STF HC 89976 RJ Relator(a) Min ELLEN GRACIE Julgamento 26032009 Oacutergatildeo Julgador Tribunal Pleno Public 24-04-2009)

DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL RECURSO ORDINAacuteRIO EM HABEAS CORPUS PROGRESSAtildeO DE REGIME PRISIONAL FATO ANTERIOR Agrave LEI 1146407 PRECEDENTES DESTA CORTE PROVIMENTO PARCIAL 1 A questatildeo de direito versada nestes autos diz respeito agrave possibilidade (ou natildeo) de progressatildeo do regime de cumprimento da pena corporal imposta no periacuteodo de vigecircncia da redaccedilatildeo originaacuteria do art 2ordm sect 1ordm da Lei nordm 807290 2 O julgamento do Supremo Tribunal Federal em processos subjetivos relacionados ao caso concreto natildeo alterou a vigecircncia da regra contida no art 2ordm sect 1ordm da Lei nordm 807290 (na sua redaccedilatildeo original) 3 Houve necessidade da ediccedilatildeo da Lei nordm 1164607 para que

JURISPRUDEcircNCIAS

AGOSTO 2009 10

nordm 807290 4 Houve necessidade da ediccedilatildeo da Lei nordm 1164607 para que houvesse a alteraccedilatildeo da redaccedilatildeo do dispositivo legal Contudo levando em conta que - considerada a orientaccedilatildeo que passou a existir nesta Corte agrave luz do precedente no HC 82959SP - o sistema juriacutedico anterior agrave ediccedilatildeo da lei de 2007 era mais beneacutefico ao condenado em mateacuteria de requisito temporal (16 da pena) comparativamente ao sistema implantado pela Lei ndeg 1164607 (25 ou 35 dependendo do caso) deve ser concedida em parte a ordem para que haja o exame do pedido de progressatildeo do regime prisional do paciente levando em conta o requisito temporal de 16 da pena fixada 5 Habeas corpus concedido por considerar possiacutevel a progressatildeo do regime prisional desde que atendido o requisito temporal de cumprimento de 16 da pena cabendo ao juiz da execuccedilatildeo da pena apreciar o pedido de progressatildeo inclusive quanto agrave presenccedila dos demais requisitos considerado o fator temporal acima indicado (STF HC92477 SP Relator(a) Min ELLEN GRACIE Julgamento 21102008 Oacutergatildeo Julgador Segunda Turma Public 07-11-2008)

PENA - REGIME DE CUMPRIMENTO - PROGRESSAtildeO - RAZAtildeO DE SER A progressatildeo no regime de cumprimento da pena nas espeacutecies fechado semi-aberto e aberto tem como razatildeo maior a ressocializaccedilatildeo do preso que mais dia ou menos dia voltaraacute ao conviacutevio social PENA - CRIMES HEDIONDOS - REGIME DE CUMPRIMENTO - PROGRESSAtildeO - OacuteBICE - ARTIGO 2ordm sect 1ordm DA LEI Nordm 807290 - INCONSTITUCIONALIDADE - EVOLUCcedilAtildeO JURISPRUDENCIAL Conflita com a garantia da individualizaccedilatildeo da pena - artigo 5ordm inciso XLVI da Constituiccedilatildeo Federal - a imposiccedilatildeo mediante norma do cumprimento da pena em regime integralmente fechado Nova inteligecircncia do princiacutepio da individualizaccedilatildeo da pena em evoluccedilatildeo jurisprudencial assentada a inconstitucionalidade do artigo 2ordm sect 1ordm da Lei nordm 807290 CONFLITO DE LEIS NO TEMPO - LEI N ordm 114642007 - AFASTAMENTO A legislaccedilatildeo de regecircncia eacute a vigente na data em que praticado o crime natildeo se podendo cogitar de retroaccedilatildeo prejudicial ao paciente (STF HC91618 SP Relator(a) Min MARCO AUREacuteLIO Julgamento 19082008 Oacutergatildeo Julgador Primeira Turma Public 31-10-2008)

DIREITO PROCESSUAL PENAL RECURSO EXTRAORDINAacuteRIO DESCLASSIFICACcedilAtildeO DE CRIME DE LATROCIacuteNIO PARA HOMICIacuteDIO QUESTAtildeO INFRACONSTITUCIONAL NAtildeO CONHECIMENTO CRIME HEDIONDO REGIME INICIALMENTE

FECHADO LEI 1146407 RECURSO PARCIALMENTE CONHECIDO E NESSA PARTE PARCIALMENTE PROVIDO 1 Duas satildeo as questotildees tratadas no recurso extraordinaacuterio interposto a) a suposta violaccedilatildeo agrave norma constitucional que prevecirc a competecircncia do tribunal do juacuteri para os crimes dolosos contra a vida eis que natildeo seria crime de latrociacutenio mas sim de homiciacutedio b) a possiacutevel infringecircncia aos princiacutepios constitucionais da individualizaccedilatildeo e humanizaccedilatildeo da pena devido agrave imposiccedilatildeo do regime integralmente fechado em relaccedilatildeo agrave pena privativa de liberdade estabelecida em desfavor do recorrente 2 A respeito da primeira questatildeo o tema natildeo foi objeto de prequestionamento junto ao Tribunal de Justiccedila Ademais a pretensatildeo recursal relacionada agrave possiacutevel desclassificaccedilatildeo do crime de latrociacutenio para homiciacutedio envolveria o revolvimento de substrato faacutetico-probatoacuterio o que natildeo se revela possiacutevel em sede de recurso extraordinaacuterio 3 A respeito da segunda questatildeo ventilada no recurso extraordinaacuterio houve claro enfrentamento da vedaccedilatildeo da progressatildeo do regime de cumprimento da pena privativa de liberdade e a esse respeito o recurso merece ser conhecido 4 Era perfeitamente compatiacutevel com a Constituiccedilatildeo Federal a vedaccedilatildeo da progressatildeo do regime de cumprimento da pena quando da condenaccedilatildeo por praacutetica de crime hediondo ou a ele equiparado Daiacute a consideraccedilatildeo de que o tema referente ao regime de cumprimento da pena corporal ser apenas um dos aspectos relativos agrave execuccedilatildeo penal perfeitamente adequado agrave realidade dos crimes reputados mais danosos agrave sociedade em postura normativa perfeitamente coerente com a finalidade retributiva da pena 5 Sobreveio a Lei nordm 1146407 que alterou a redaccedilatildeo do art 2ordm sect 1ordm da Lei nordm 807290 ao prever que a pena por crime hediondo ou a ele equiparado seraacute cumprida em regime inicialmente fechado Diante da nova redaccedilatildeo deveratildeo ser cumpridos os requisitos e condiccedilotildees impostas mesmo em relaccedilatildeo agraves pessoas que praticaram condutas criminosas em eacutepoca anterior agrave nova ordem juriacutedica instaurada sobre o tema 6 Recurso extraordinaacuterio parcialmente conhecido e nesta parte parcialmente provido estabelecendo que o regime de cumprimento da pena seraacute o inicialmente fechado admitindo-se a progressatildeo do regime prisional desde que atendidos os requisitos do art 2ordm sectsect 1ordm e 2ordm da Lei nordm 807290 na redaccedilatildeo que lhe foi dada pela Lei nordm 1146407 (STF RE 552545 MG Relator(a) Min ELLEN GRACIE Julgamento 14102008 Oacutergatildeo Julgador Segunda Turma Public 21-11-2008)

houvesse a alteraccedilatildeo da redaccedilatildeo do dispositivo legal Contudo levando em conta que - considerada a orientaccedilatildeo que passou a existir nesta Corte agrave luz do precedente no HC 82959SP - o sistema juriacutedico anterior agrave ediccedilatildeo da lei de 2007 era mais beneacutefico ao condenado em mateacuteria de requisito temporal (16 da pena) comparativamente ao sistema implantado pela Lei ndeg 1164607 (25 ou 35 dependendo do caso) deve ser concedida em parte a ordem para que haja o exame do pedido de progressatildeo do regime prisional do paciente levando em conta o requisito temporal de 16 da pena fixada 4 No mesmo sentido HC 94025SP rel Min Menezes Direito 1ordf Turma DJ 03062008 Neste uacuteltimo julgado ficou expressamente consignado que ldquorelativamente aos crimes hediondos cometidos antes da vigecircncia da Lei nordm 1146407 a progressatildeo de regime carceraacuterio deve observar o requisito temporal previsto nos artigos 33 do Coacutedigo Penal e 112 da Lei de Execuccedilotildees Penais aplicando-se portanto a lei mais beneacuteficardquo O art 2deg sect 1deg da Lei ndeg 807290 (na sua redaccedilatildeo original) natildeo pode ser utilizado como paracircmetro de comparaccedilatildeo com a Lei ndeg 1146407 diante da sua declaraccedilatildeo de inconstitucionalidade ainda que no exerciacutecio do controle concreto no julgamento do HC ndeg 82959SP (rel Min Marco Aureacutelio) 5 Recurso ordinaacuterio em habeas corpus parcialmente provido e assim concedeu-se a ordem para considerar possiacutevel a progressatildeo do regime prisional desde que atendido o requisito temporal de cumprimento de 16 da pena cabendo ao juiz da execuccedilatildeo da pena apreciar o pedido de progressatildeo inclusive quanto agrave presenccedila dos demais requisitos considerado o fator temporal acima indicado (STF RHC 91300 DF Relator(a) Min ELLEN GRACIE Julgamento 05032009 Oacutergatildeo Julgador Tribunal Pleno Public 03-04-2009)

DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL HABEAS CORPUS REGIME PRISIONAL CRIME HEDIONDO DATA ANTERIOR Agrave LEI 1146407 SISTEMA JURIacuteDICO MAIS BENEacuteFICO CONCESSAtildeO DA ORDEM 1 A questatildeo de direito versada nestes autos diz respeito agrave possibilidade (ou natildeo) de progressatildeo do regime de cumprimento da pena corporal imposta no periacuteodo de vigecircncia da redaccedilatildeo originaacuteria do art 2ordm sect 1ordm da Lei nordm 807290 2 O tema relativo ao regime de cumprimento da pena que envolve mateacuteria relativa agrave execuccedilatildeo recebe consideraccedilotildees distintas quanto agrave natureza de seu enquadramento no sistema juriacutedico brasileiro 3 O julgamento do Supremo Tribunal Federal em processos subjetivos relacionados ao caso concreto natildeo alterou a vigecircncia da regra contida no art 2ordm sect 1ordm da Lei

JURISPRUDEcircNCIAS

AGOSTO 2009 11JURISPRUDEcircNCIAS

STJ

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL ROUBO CIRCUNSTANCIADO PENA DE 5 ANOS E 6 MESES DE RECLUSAtildeO PROGRESSAtildeO PARA O REGIME SEMI-ABERTO DEFERIDA PELO JUIZ DA VEC E CASSADA PELO TRIBUNAL A QUO AUSEcircNCIA DE MANIFESTACcedilAtildeO PREacuteVIA DO MP MATEacuteRIA NAtildeO ARGUumlIDA EM AGRAVO DE EXECUCcedilAtildeO REFORMATIO IN PEJUS SUacuteMULA 160STF DISPENSA DE EXAME CRIMINOLOacuteGICO POSSIBILIDADE PARECER DO MPF PELA DENEGACcedilAtildeO DO WRIT ORDEM CONCEDIDA POREacuteM PARA RESTABELECER A DECISAtildeO DE PRIMEIRO GRAU 1 O ato praticado fora dos ditames legais deve ser considerado nulo inclusive de ofiacutecio salvo quando tratar-se de nulidade natildeo arguumlida pela acusaccedilatildeo mas cujo reconhecimento poderaacute prejudicar a defesa por forccedila do princiacutepio da non reformatio in pejus esse eacute inclusive o teor da Suacutemula 160 do Pretoacuterio Excelso segundo a qual eacute nula a decisatildeo do Tribunal que acolhe contra o reacuteu nulidade natildeo arguumlida no recurso da acusaccedilatildeo ressalvados os casos de recurso de ofiacutecio 2 Natildeo obstante o recurso ministerial ter se restringido a alegaccedilatildeo da imprescindibilidade da realizaccedilatildeo de exame criminoloacutegico e parecer da Comissatildeo Teacutecnica de Classificaccedilatildeo para avaliar o requisito subjetivo exigido para fins de progressatildeo de regime o Tribunal a quo deu-lhe provimento em razatildeo da ausecircncia de preacutevia oitiva do Ministeacuterio Puacuteblico antes do deferimento da medida traduzindo verdadeira reformatio in pejus 3 Natildeo deve ser declarada nulidade quando natildeo resultar prejuiacutezo comprovado para a parte que a alega Isso porque o processo natildeo eacute um fim em si mesmo merecendo aproveitamento todos os atos que atingiram a sua finalidade e permitiram o exerciacutecio da ampla defesa e do contraditoacuterio 4 A nova redaccedilatildeo dada pela Lei 1079203 ao art 112 da LEP tornou prescindiacutevel a realizaccedilatildeo de exames periciais antes exigidos para a concessatildeo da progressatildeo de regime prisional cabendo ao Juiacutezo da Execuccedilatildeo a ponderaccedilatildeo casuiacutestica sobre a necessidade ou natildeo de adoccedilatildeo de tais medidas 5 Ordem concedida para restabelecer a decisatildeo de primeiro grau que havia deferido ao paciente o benefiacutecio da progressatildeo para o regime semi-aberto em que pese o parecer ministerial (STJ HC 90793 SP HABEAS CORPUS 20070220061-9 Relator(a) Ministro NAPOLEAtildeO NUNES MAIA FILHO Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 11122008 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 16022009)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL INDULTO DECRETO 562005 PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS NAtildeO-OCORREcircNCIA PATOLOGIAS ROL TAXATIVO CONSTRANGIMENTO ILEGAL NAtildeO-CONFIGURADO ORDEM DENEGADA 1 O Decreto 562005 autoriza o indulto ao condenado ldquoparapleacutegico tetrapleacutegico ou portador de cegueira total desde que tais condiccedilotildees natildeo sejam anteriores agrave praacutetica do ato e comprovadas por laudo meacutedico oficial ou na falta deste por dois meacutedicos designados pelo Juiacutezo da Execuccedilatildeordquo (art 1ordm VI a) 2 O benefiacutecio do indulto espeacutecie da clementia principis eacute de interpretaccedilatildeo restrita devendo ser concedido apenas quando estritamente preenchidos os requisitos expressos na norma regulamentadora 3 Na hipoacutetese em apreccedilo o Juiacutezo singular indeferiu o benefiacutecio sob o argumento de que o paciente natildeo preenche os requisitos estabelecidos no Decreto 562005 uma vez que natildeo eacute portador de cegueira total 4 Para se acolher a pretensatildeo aduzida pelo impetrante necessaacuterio seria extrapolar os limites do texto normativo cuja interpretaccedilatildeo cabe ao magistrado na medida em que impotildee a ampliaccedilatildeo do rol de patologiasconsequumlecircncias taxativamente estabelecido no decreto cuja elaboraccedilatildeo eacute da competecircncia discricionaacuteria e exclusiva do Presidente da Repuacuteblica a teor do art 84 XII da Constituiccedilatildeo Federal 5 Ordem denegada (STJ HC 93841 SP HABEAS CORPUS 20070259072-6 Relator(a) Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 09122008 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 02022009)

HABEAS CORPUS HOMICIacuteDIOS E ROUBOS QUALIFICADOS PACIENTE CONDENADO A 63 ANOS 11 MESES E 26 DIAS DELITOS COMETIDOS ANTERIORMENTE Agrave LEI DE CRIMES HEDIONDOS INDULTO COMUTACcedilAtildeO DE PENAS INADMISSIBILIDADE PRECEDENTES DO STJ ORDEM DENEGADA 1 Na esteira de firme jurisprudecircncia desta Corte Superior satildeo insuscetiacuteveis de indulto os crimes hediondos ainda que tenham sido cometidos antes da ediccedilatildeo da Lei 807290 tendo em vista que a natureza do crime deve ser aferida ao tempo da entrada em vigor da norma instituidora do benefiacutecio 2 Opina o MPF pela denegaccedilatildeo da ordem 3 Ordem denegada (STJ HC 88522 SP HABEAS CORPUS 20070185250-1 Relator(a) Ministro NAPOLEAtildeO NUNES MAIA FILHO Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 07102008 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 03112008)

PROCESSUAL PENAL HABEAS CORPUS INDULTO NATALINO DECRETO

Nordm 59932006 TESE NAtildeO APRESENTADA Agrave AUTORIDADE COATORA SUPRESSAtildeO DE INSTAcircNCIA DECRETO Nordm 562005 INDULTO NATALINO EXAME CRIMINOLOacuteGICO DESNECESSIDADE I - Tendo em vista que a alegaccedilatildeo de que estatildeo preenchidos os requisitos do indulto natalino com base no Decreto nordm 59932006 sequer foi suscitada perante a autoridade apontada como coatora fica esta Corte impedida de examinar tal alegaccedilatildeo sob pena de supressatildeo de instacircncia (Precedentes) II - Natildeo constando do Decreto nordm 56202005 a exigecircncia de realizaccedilatildeo de exame criminoloacutegico eacute vedado ao e Tribunal a quo condicionar a concessatildeo do indulto natalino agrave preacutevia realizaccedilatildeo do referido exame para afericcedilatildeo do meacuterito do sentenciado por absoluta falta de previsatildeo legal Writ parcialmente conhecido e nesta parte concedido (STJ HC 89686 RS HABEAS CORPUS 20070205954-0 Relator(a) Ministro FELIX FISCHER Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 15042008 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 30062008)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL DECRETO Nordm 44952002 HOMICIacuteDIO QUALIFICADO COMETIDO ANTERIORMENTE Agrave LEI Nordm 893094 CRIME HEDIONDO INDULTO INCABIMENTO 1 Eacute incabiacutevel a concessatildeo de indulto aos crimes hediondos na letra dos artigos 2ordm inciso I da Lei nordm 807290 e 5ordm inciso XLIII da Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica 2 Os crimes elencados como hediondos precisamente porque possuem nomen juris e natureza proacutepria por oacutebvio restam excluiacutedos da benesse estatal ainda quando cometidos antes da ediccedilatildeo da lei dos crimes hediondos que nesta categoria os compreendeu exclusivamente para fins investigatoacuterios processuais e de regime de cumprimento de pena 3 Ordem denegada (STJ HC 68877 SP HABEAS CORPUS 20060233951-6 Relator(a) Ministro HAMILTON CARVALHIDO Oacutergatildeo Julgador SEXTA TURMA Data do Julgamento 27052008 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 12082008)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL HOMICIacuteDIO QUALIFICADO PRATICADO ANTES DA EDICcedilAtildeO DA LEI 807290 COMUTACcedilAtildeO DE PENAS DECRETO 562005 POSSIBILIDADE EXAME CRIMINOLOacuteGICO PARA AFERIR O MERECIMENTO DO APENADO REQUISITO NAtildeO ESTABELECIDO NO REFERIDO DECRETO CONSTRANGIMENTO ILEGAL CARACTERIZADO ORDEM CONCEDIDA 1 Na anaacutelise do pedido de comutaccedilatildeo natildeo eacute permitido ao magistrado extrapolar os limites de interpretaccedilatildeo do decreto impondo requisito natildeo estabelecido no

AGOSTO 2009 12JURISPRUDEcircNCIAS

texto normativo cuja elaboraccedilatildeo eacute da competecircncia discricionaacuteria e exclusiva do Presidente da Repuacuteblica a teor do art 84 XII da Constituiccedilatildeo Federal 2 O art 8ordm do Decreto 562004 eacute claro ao excluir o benefiacutecio da comutaccedilatildeo apenas aos que tenham cometido o delito hediondo apoacutes a ediccedilatildeo da Lei 807290 sendo portanto descabido o indeferimento do pleito do paciente com fundamento na hediondez do delito o qual foi praticado em 11290 3 O Decreto 562005 autoriza a comutaccedilatildeo de 15 da pena imposta ao condenado reincidente que tenha cumprido 13 da pena e natildeo tenha sofrido sanccedilatildeo disciplinar por falta grave praticada nos uacuteltimos 12 meses do cumprimento da pena apurada na forma do art 59 e seguintes da Lei de Execuccedilotildees Penais contados retroativamente a partir da publicaccedilatildeo do referido decreto Dessa forma para a concessatildeo do benefiacutecio natildeo se exige a realizaccedilatildeo de exame criminoloacutegico a fim de aferir a presenccedila de requisitos subjetivos 4 Ordem concedida para anulando a decisatildeo singular e o acoacuterdatildeo assegurar ao paciente o direito de comutaccedilatildeo de sua pena nos termos do Decreto 562005 (STJ HC 100020 SP HABEAS CORPUS 20080027425-9 Relator(a) Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 28052008 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 04082008)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL PACIENTE CONDENADO PELA PRAacuteTICA DE ROUBO CIRCUNSTANCIADO RECEPTACcedilAtildeO QUALIFICADA E FURTOS (SIMPLES E QUALIFICADO) PENA DE 13 ANOS 7 MESES E 26 DIAS DE RECLUSAtildeO COMUTACcedilAtildeO DA PENA DEFERIDA PELO JUIZ DA VEC COM BASE NO DECRETO 562005 E CASSADA PELO TRIBUNAL A QUO COMETIMENTO DE FALTA GRAVE EM 230606 INTERRUPCcedilAtildeO DO PRAZO PARA A CONCESSAtildeO DO BENEFIacuteCIO AUSEcircNCIA DE CONSTRANGIMENTO ILEGAL IRRELEVAcircNCIA DA AFERICcedilAtildeO DE REQUISITO SUBJETIVO PARECER MINISTERIAL PELA CONCESSAtildeO DA ORDEM ORDEM DENEGADA 1 A interpretaccedilatildeo conjunta dos arts 112 118 I e 127 da LEP e do art 2o do Decreto 562005 permite a exegese de que a praacutetica de falta grave acarreta o reiniacutecio da contagem do periacuteodo de 13 da pena faltante para a obtenccedilatildeo da comutaccedilatildeo da pena Precedente da 5a Turma do STJ HC 80103SP de minha relatoria DJU 061008 2 Independentemente da discussatildeo a respeito de qualquer requisito de ordem subjetiva o paciente natildeo soma a seu favor o tempo de cumprimento de pena necessaacuterio agrave obtenccedilatildeo do benefiacutecio 3 Parecer do MPF pela concessatildeo da ordem 4 Ordem denegada (STJ HC 93996 SP HABEAS CORPUS 20070261591-5 Relator(a)

Ministro NAPOLEAtildeO NUNES MAIA FILHO Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 10022009 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 27042009)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL PACIENTE CONDENADO PELA PRAacuteTICA DE ROUBO E ROUBO CIRCUNSTANCIADO PENA DE 7 ANOS 6 MESES E 20 DIAS DE RECLUSAtildeO COMUTACcedilAtildeO DA PENA DEFERIDA PELO JUIZ DA VEC COM BASE NO DECRETO 529504 E CASSADA PELO TRIBUNAL A QUO COMETIMENTO DE FALTA GRAVE EM 291102 CONSISTENTE NA FUGA DO ESTABELECIMENTO PRISIONAL INTERRUPCcedilAtildeO DO PRAZO PARA A CONCESSAtildeO DO BENEFIacuteCIO AUSEcircNCIA DE CONSTRANGIMENTO ILEGAL ORDEM DENEGADA1 A jurisprudecircncia dessa Corte entende que ofende o princiacutepio da legalidade a decisatildeo que determina a interrupccedilatildeo do prazo para a aquisiccedilatildeo da benesse do Decreto 5295 em razatildeo do cometimento de falta de natureza grave uma vez que acaba por criar requisito objetivo natildeo previsto em lei 2 Creio que do ponto de vista positivo normativo rigorosamente literal esse posicionamento eacute incensuraacutevel entretanto ao meu sentir a interpretaccedilatildeo conjunta dos arts 112 118 I e 127 da LEP e do art 2o do Decreto 529504 permite a exegese de que a praacutetica de falta grave acarreta o reiniacutecio da contagem do periacuteodo de 13 da pena faltante para a obtenccedilatildeo da comutaccedilatildeo da pena 3 Parecer do MPF pela concessatildeo da ordem 4 Ordem denegada (STJ HC 80103 SP - Relator(a) Ministro NAPOLEAtildeO NUNES MAIA FILHO - Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA - Data do Julgamento 28082008 - Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 06102008)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL CORTE A QUO QUE MANTEVE A DECISAtildeO DE PRIMEIRO GRAU INDEFERITOacuteRIA DO BENEFIacuteCIO DA COMUTACcedilAtildeO DA PENA CONSTRANGIMENTO ILEGAL EVIDENCIADO PELA AUSEcircNCIA DE ANAacuteLISE NO ARESTO HOSTILIZADO DO PREENCHIMENTO (OU NAtildeO) DOS REQUISITOS PREVISTOS NO DECRETO 529504 PELO PACIENTE LIVRAMENTO CONDICIONAL IGUALMENTE INDEFERIDO COMETIMENTO DE FALTA GRAVE IMPOSSIBILIDADE DE INTERRUPCcedilAtildeO DO PRAZO PARA A CONCESSAtildeO DO BENEFIacuteCIO POR AUSEcircNCIA DE PREVISAtildeO LEGAL CONSTRANGIMENTO ILEGAL CONFIGURADO PRECEDENTES PARECER DO MPF PELA CONCESSAtildeO DA ORDEM ORDEM CONCEDIDA PARA QUE O TRIBUNAL A QUO ANALISE AS CONDICcedilOtildeES PARA A CONCESSAtildeO DA COMUTACcedilAtildeO DA PENA DO PACIENTE LEVANDO-SE EM CONSIDERACcedilAtildeO

SOMENTE OS REQUISITOS PREVISTOS NO DECRETO 529504 BEM COMO PARA QUE APRECIE O PEDIDO DE LIVRAMENTO CONDICIONAL SUPERADO O OacuteBICE RELATIVO Agrave INTERRUPCcedilAtildeO DO PRAZO PARA A CONCESSAtildeO DO BENEFIacuteCIO CONSIDERANDO A FRACcedilAtildeO DA PENA EVENTUALMENTE COMUTADA 1 O Decreto 529504 exige para fins de obtenccedilatildeo do benefiacutecio da comutaccedilatildeo das penas que o condenado preencha dois requisitos quais sejam cumprir um quarto da sanccedilatildeo se primaacuterio ou um terccedilo se reincidente ateacute a data de 25 de dezembro de 2004 bem como natildeo ter cometido falta grave nos uacuteltimos doze meses de cumprimento da pena 2 In casu o acoacuterdatildeo impugnado sequer fez menccedilatildeo ao implemento (ou natildeo) dos requisitos previstos no art 2o cc o art 4o do Decreto 529504 cingindo-se as razotildees para a manutenccedilatildeo do indeferimento do benefiacutecio agrave impossibilidade de anaacutelise do cumprimento das condiccedilotildees objetivas e subjetivas para a concessatildeo do pleiteado benefiacutecio em sede de Habeas Corpus e agraves diversas condenaccedilotildees que ostenta o paciente 3 A verificaccedilatildeo das condiccedilotildees para a concessatildeo da comutaccedilatildeo todavia eacute plenamente factiacutevel em Habeas Corpus por natildeo exigir ampla incursatildeo probatoacuteria De outra parte o indeferimento da benesse com supedacircneo na existecircncia de diversas condenaccedilotildees em desfavor do paciente viola o princiacutepio da legalidade por constituir exigecircncia de requisitos estranhos aos previstos no decreto 529504 Precedentes 4 O art 83 I do CPB exige para fins de obtenccedilatildeo do benefiacutecio do livramento condicional o cumprimento de mais de um terccedilo da pena total imposta ao sentenciado Assim ofende o princiacutepio da legalidade a decisatildeo que determina a interrupccedilatildeo do prazo para a aquisiccedilatildeo da referida benesse uma vez que acaba por criar requisito objetivo natildeo previsto em lei 5 Parecer do MPF pela concessatildeo do writ 6 Ordem concedida para que o Tribunal a quo analise as condiccedilotildees para a concessatildeo da comutaccedilatildeo da pena do paciente levando-se em consideraccedilatildeo somente os requisitos previstos no Decreto 529504 bem como para que aprecie o pedido de livramento condicional superado o oacutebice relativo agrave interrupccedilatildeo do prazo para a concessatildeo do benefiacutecio considerando a fraccedilatildeo da pena eventualmente comutada (STJ HC 114222 SP HABEAS CORPUS 20080187375-9 Relator(a) Ministro NAPOLEAtildeO NUNES MAIA FILHO Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 29042009 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 01062009)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL FALTA GRAVE INTERRUPCcedilAtildeO NA CONTAGEM DO LAPSO TEMPORAL PARA A CONCESSAtildeO DE BENEFIacuteCIO DE PROGRESSAtildeO DE REGIME

AGOSTO 2009 13JURISPRUDEcircNCIAS

PRISIONAL ENTENDIMENTO DO TRIBUNAL A QUO EM CONSONAcircNCIA COM A JURISPRUDEcircNCIA DESTA CORTE LIVRAMENTO CONDICIONAL E COMUTACcedilAtildeO DAS PENAS INTERRUPCcedilAtildeO DO PRAZO PARA OBTENCcedilAtildeO DO BENEFIacuteCIO PELO CONDENADO ILEGALIDADE AUSEcircNCIA DE PREVISAtildeO LEGAL PRECEDENTES INAPLICABILIDADE DO EFEITO INTERRUPTIVO QUANTO AO LIVRAMENTO CONDICIONAL E Agrave COMUTACcedilAtildeO RECONHECIDA PELO TRIBUNAL DE ORIGEM FALTA DE INTERESSE PROCESSUAL CONSTRANGIMENTO ILEGAL NAtildeO EVIDENCIADO 1 O cometimento de falta grave embora interrompa o prazo para a obtenccedilatildeo dos benefiacutecios da progressatildeo de regime natildeo o faz para fins de concessatildeo dos benefiacutecios do livramento condicional e da comutaccedilatildeo da pena por ausecircncia de previsatildeo legal Precedentes 2 Nos termos do acoacuterdatildeo hostilizado verifica-se que o efeito interruptivo somente foi reconhecido relativamente agrave progressatildeo de regime ficando ressalvada a sua inaplicabilidade com relaccedilatildeo ao livramento condicional e agrave comutaccedilatildeo evidenciado nesse particular a falta de interesse processual na medida em que natildeo evidenciado nos autos qualquer constrangimento ilegal contra o Paciente inexistindo pois ato coator por parte do Tribunal quanto ao pleitos de comutaccedilatildeo e de livramento condicional 3 Habeas corpus parcialmente conhecido e nessa parte denegado (STJ HC 121513 SP HABEAS CORPUS 20080258389-0 Relator(a) Ministra LAURITA VAZ Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 27042009 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 25052009)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL PEDIDO DE COMUTACcedilAtildeO DA PENA INDEFERIDO PELO JUIZ DA VEC E PELO TRIBUNAL A QUO PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS OBJETIVOS E SUBJETIVOS EXIGIDOS PELO DECRETO 529504 COMETIMENTO DE FALTA GRAVE EM 08032003 INTERRUPCcedilAtildeO DO PRAZO PARA A CONCESSAtildeO DO BENEFIacuteCIO IMPOSSIBILIDADE AUSEcircNCIA DE PREVISAtildeO LEGAL CONSTRANGIMENTO ILEGAL CONFIGURADO PRECEDENTES PARECER DO MPF PELA CONCESSAtildeO DA ORDEM ORDEM CONCEDIDA PARA DEFERIR AO PACIENTE O DIREITO Agrave COMUTACcedilAtildeO DA PENA 1 O Decreto 529504 exige para fins de obtenccedilatildeo do benefiacutecio da comutaccedilatildeo das penas que o condenado reincidente preencha dois requisitos quais sejam 1) cumprimento de 14 da sanccedilatildeo se primaacuterio e 13 se reincidente ateacute a data de 25 de dezembro de 2004 2) natildeo cometimento de falta grave nos uacuteltimos doze meses de cumprimento da pena contados retroativamente agrave

publicaccedilatildeo do referido Decreto 2 Ofende o princiacutepio da legalidade a decisatildeo que determina a interrupccedilatildeo do prazo para aquisiccedilatildeo da referida benesse uma vez que acaba por criar requisito objetivo natildeo previsto em lei Precedentes do STJ 3 Parecer do MPF pela concessatildeo do writ 4 Ordem concedida (STJ HC 113513 SP HABEAS CORPUS 20080180026-0 Relator(a) Ministro NAPOLEAtildeO NUNES MAIA FILHO Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 16042009 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 25052009)

HABEAS CORPUS PACIENTE CUMPRIDO PENA TOTAL DE 55 ANOS 4 MESES E 10 DIAS DE RECLUSAtildeO POR DIVERSAS INFRACcedilOtildeES AO ART 157 sect 2o I E II DO CPB FUNDAMENTACcedilAtildeO COM ARRIMO NO PARECER MINISTERIAL AUSEcircNCIA DE NULIDADE LIVRAMENTO CONDICIONAL REVOGACcedilAtildeO CONDENACcedilAtildeO IRRECORRIacuteVEL POR CRIME COMETIDO DURANTE O PERIacuteODO DE PROVA PLEITO DE COMUTACcedilAtildeO DE PENA (DECRETO PRESIDENCIAL 562005) DESCONSIDERACcedilAtildeO DO PERIacuteODO EM QUE O PACIENTE ESTAVA EM LIBERDADE NOVO CAacuteLCULO DA PENA COM INCIDEcircNCIA DO ART 88 DO CPB POSSIBILIDADE PRECEDENTE DESTA CORTE SUPERIOR ORDEM DENEGADA 1 Inserir na fundamentaccedilatildeo trecho do parecer da Procuradoria-Geral de Justiccedila natildeo provoca a nulidade da decisatildeo 2 Vem entendendo esta Corte Superior pela ausecircncia de ilegalidade quanto agrave desconsideraccedilatildeo do tempo em livramento condicional para fins de comutaccedilatildeo de pena tendo havido a revogaccedilatildeo do benefiacutecio em razatildeo de condenaccedilatildeo irrecorriacutevel por crime cometido durante o periacuteodo de prova 3 Revogado o benefiacutecio do livramento condicional antes de expirado o periacuteodo de prova e apoacutes o tracircnsito em julgado da uacuteltima condenaccedilatildeo natildeo haacute falar em ilegalidade da decisatildeo que determinou a realizaccedilatildeo de novo caacutelculo da pena na forma do art 88 do Coacutedigo Penal (HC 43337RJ Rel Min ARNALDO ESTEVES LIMA DJU 020506) 4 Opina o MPF pela concessatildeo parcial da ordem 5 Ordem denegada (STJ HC 85187 RJ HABEAS CORPUS 20070140768-6 Relator(a) Ministro NAPOLEAtildeO NUNES MAIA FILHO Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 16102008 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 24112008)

TJRJ

AGRAVO EXECUCcedilAtildeO PENAL Comutaccedilatildeo de pena Decreto Presidencial nordm 599306 Cumprimento do requisito objetivo - lapso temporal de um ano a

contar da publicaccedilatildeo do Decreto sem falta grave Para fins de concessatildeo de comutaccedilatildeo ou indulto deve ser analisado o comportamento do sentenciado durante todo periacuteodo de caacutercere ou de prova Indeferimento do pleito por ausecircncia do requisito subjetivo Se o apenado obteve o benefiacutecio de visita perioacutedica ao lar em setembro de 2006 e no mecircs de janeiro de 2007 deixou de retornar agrave Unidade natildeo pode ter deferido seu pedido de comutaccedilatildeo com base no Decreto Presidencial expedido no ano de 2006 Se o apenado encontra-se na situaccedilatildeo de evadido do Sistema natildeo eacute razoaacutevel admitir que ostente direito de obter novo benefiacutecio Repercussatildeo da conduta em toda a execuccedilatildeo de pena Recurso a que se nega provimento (TJRJ - AGRAVO DE EXECUCAO PENAL 200907600144 DES MARCO AURELIO BELLIZZE - Julgamento 29042009 - PRIMEIRA CAMARA CRIMINAL)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL LEI 721084 PEDIDO DE COMUTACcedilAtildeO DE PENA COM BASE NO DECRETO PRESIDENCIAL Nordm 449502 CUMPRIMENTO DO REQUISITO OBJETIVO AUSEcircNCIA DE MEacuteRITO CARCERAacuteRIO EM RAZAtildeO DE COMETIMENTO DE CRIMES DURANTE O PERIacuteODO DE PROVA DO LIVRAMENTO CONDICIONAL REPERCUSSAtildeO DAS CONDUTAS NO PEDIDO DE COMUTACcedilAtildeO CONSTRANGIMENTO ILEGAL INEXISTENTE DENEGACcedilAtildeO DA ORDEM(TJRJ HABEAS CORPUS 200805908014 JDS DES MARIA ANGELICA GUEDES - Julgamento 13012009 - TERCEIRA CAMARA CRIMINAL)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL DECISAtildeO JUDICIAL DENEGATOacuteRIA DO INDULTO FUNDAMENTADA NO FATO DE QUE O DEFERIMENTO DE INDULTO OU COMUTACcedilAtildeO DEPENDE DE CUMPRIMENTO DE REQUISITO SUBJETIVO QUE DEVE SER AVALIADO DURANTE TODA A EXECUCcedilAtildeO DA PENA IMPUGNACcedilAtildeO PELA VIA DE HABEAS CORPUS SEM NOTIacuteCIA DE INTERPOSICcedilAtildeO DE AGRAVO ADMISSIBILIDADE DA ACcedilAtildeO CONSTITUCIONAL HAJA VISTA A MANIFESTA ILEGALIDADE DA DECISAtildeO COM INTERFEREcircNCIA DIRETA NO DIREITO DE LIBERDADE DO PACIENTE DECRETO DE INDULTOCOMUTACcedilAtildeO QUE DEFINE AS CONDICcedilOtildeES DE DEFERIMENTO DOS DIREITOS A QUE ALUDE E NAtildeO OFERECE MARGEM A TEMPERAMENTO JUDICIAL PRINCIacutePIO DE ESTRITA LEGALIDADE CRIACcedilAtildeO JUDICIAL DE CONDICcedilAtildeO PARA DEFERIMENTO DE INDULTOCOMUTACcedilAtildeO QUE VIOLA O PRINCIacutePIO CONSTITUCIONAL DA SEPARACcedilAtildeO DOS PODERES E ATENTA CONTRA

AGOSTO 2009 14JURISPRUDEcircNCIAS

O PRINCIacutePIO CONSTITUCIONAL DA RESERVA LEGAL EM MATEacuteRIA DE SANCcedilAtildeO PENAL CASO CONCRETO REGULADO PELO DECRETO Nordm 5993 DE 19 DE DEZEMBRO DE 2006 QUE ESTABELECE QUE OS CONDENADOS QUE NAtildeO TENHAM SIDO PUNIDOS POR FALTA GRAVE NOS UacuteLTIMOS DOZE MESES DE CUMPRIMENTO DE PENA TERAtildeO DIREITO AO INDULTO OU Agrave COMUTACcedilAtildeO CONTADO O RESPECTIVO PRAZO RETROATIVAMENTE Agrave DATA DE PUBLICACcedilAtildeO DO DECRETO HABEAS CORPUS NAtildeO INSTRUIacuteDO DE SORTE A DEFINIR O TEMPO DE CONDENACcedilAtildeO E DEMAIS CIRCUNSTAcircNCIAS PARA AFERICcedilAtildeO DO DIREITO AO INDULTO OU COMUTACcedilAtildeO CONSTRANGIMENTO CONFIGURADO DECISAtildeO LIMITADA Agrave DECLARACcedilAtildeO DA NULIDADE DO PRONUNCIAMENTO JUDICIAL QUE OPOcircS AO INDULTOCOMUTACcedilAtildeO AS FALTAS GRAVES COMETIDAS ANTES E DEPOIS DO PERIacuteODO AQUISITIVO DO DIREITO NOVA DECISAtildeO QUE DEVERAacute SER PROFERIDA PELO JUIZ DA EXECUCcedilAtildeO COM EXPRESSA DESCONSIDERACcedilAtildeO DO OacuteBICE DECLARADO ILEGAL Decisatildeo que indeferiu o indulto sob o fundamento de que haveria requisito subjetivo para o deferimento deste indulto e que tal requisito deveria ser avaliado durante a execuccedilatildeo da pena A rigor o habeas corpus natildeo constitui instrumento adequado para o exame direto do pleito de indulto por causa da previsatildeo de recurso proacuteprio Patente a ilegalidade todavia cabe habeas corpus para fazer cessar o constrangimento ilegal Decreto de indulto que natildeo estipula requisitos de ordem subjetiva para a admissatildeo do referido direito Ato do Presidente da Repuacuteblica que natildeo pode ser alterado pelo juiz sob pena de violaccedilatildeo do princiacutepio da separaccedilatildeo dos Poderes Exigecircncia normativa conformada agrave condenaccedilatildeo primariedade ou reincidecircncia situaccedilotildees especiacuteficas descritas no decreto tempo de cumprimento de pena e inexistecircncia de falta grave nos doze uacuteltimos meses da execuccedilatildeo a contar da publicaccedilatildeo do Decreto Impossibilidade de o juiz invadir a competecircncia do Chefe do Executivo e definir outros requisitos aleacutem dos previstos no Decreto Violaccedilatildeo tambeacutem do princiacutepio da reserva legal definido no artigo 5ordm inciso XXXIX da Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica que veda ao julgador agravar a sanccedilatildeo ainda que em acircmbito de execuccedilatildeo valendo-se de requisitos que natildeo estatildeo previstos em lei Caso concreto que elege faltas graves anterior e posterior ao periacuteodo aquisitivo do direito (28 de novembro de 2005 e 01 de novembro de 2007) como fundamento para indeferir pedido de indulto de pena Instruccedilatildeo todavia insuficiente deste habeas corpus de sorte a determinar a incidecircncia de indulto ou comutaccedilatildeo e

mesmo do tempo total de condenaccedilatildeo Necessidade de nova avaliaccedilatildeo do caso pelo juiz natural com expressa exclusatildeo do ldquorequisitordquo indevidamente considerado para obstar o deferimento do direito ao condenado ORDEM CONCEDIDA (TJRJ - HABEAS CORPUS - 200805906809 - DES GERALDO PRADO - Julgamento 13112008 - QUINTA CAMARA CRIMINAL)

EMENTA - INDULTO CONDICIONAL - COMETIMENTO DE NOVO CRIME NO PERIacuteODO DA CONDICcedilAtildeO - CONDENACcedilAtildeO TRANSITADA EM JULGADO - INCIDENTE DE REVOGACcedilAtildeO DO INDULTO TRAMITANDO REGULARMENTE CONSIDERADA A DATA DO TRAcircNSITO EM JULGADO DO NOVO CRIME - NECESSIDADE DE ELABORACcedilAtildeO DE NOVO CAacuteLCULO DE PENA PARA SE ESTABELECER O REGIME PRISIONAL - AUSEcircNCIA DE CONSTRANGIMENTO ILEGAL Se o paciente deu causa a revogaccedilatildeo do indulto condicional que lhe foi deferido pois cometeu novo crime no periacuteodo da condiccedilatildeo cuja sentenccedila condenatoacuteria jaacute transitou em julgado e estando em tramitaccedilatildeo regular o incidente de execuccedilatildeo visando estabelecer o regime prisional ao qual ficaraacute submetido para o cumprimento da pena unificada inocorre o alegado constrangimento ilegalOrdem denegada (TJRJ HABEAS CORPUS 200805906725 DES VALMIR DE OLIVEIRA SILVA - Julgamento 11112008 - TERCEIRA CAMARA CRIMINAL)

RECURSO DE AGRAVO - REVOGACcedilAtildeO DO LIVRAMENTO CONDICIONAL SEM OITIVA DO APENADO - POSSIBILIDADE - ARTIGO 87 DO CP - COMUTACcedilAtildeO DE frac14 DA PENA NECESSIDADE DE APRECIACcedilAtildeO QUANTO AOS REQUISITOS OBJETIVOS E SUBJETIVOS - DESPROVIMENTO DO RECURSO UNAcircNIME(TJRJ AGRAVO DE EXECUCAO PENAL 200807600839 DES ELIZABETH GREGORY - Julgamento 07102008 - SETIMA CAMARA CRIMINAL)

EMENTA RECURSO DE AGRAVO EM EXECUCcedilAtildeO DECRETO Nordm 59932006 - AGRAVANTE CONDENADO PELA PRAacuteTICA DE VAacuteRIOS CRIMES GRAVES INCLUINDO O DE TRAacuteFICO ILIacuteCITO DE ENTORPECENTES QUE REQUER A COMUTACcedilAtildeO PREVISTA NO DECRETO Nordm 59932006 IMPOSSIBILIDADE - O ART 8ordm I DO DECRETO Nordm 59932006 VEDA EXPRESSAMENTE A CONCESSAtildeO DO BENEFIacuteCIO AgraveQUELES QUE COMETERAM O CRIME DE TRAacuteFICO ILIacuteCITO DE ENTORPECENTES INDEPENDENTE DE QUANDO ESTE FORA COMETIDO - RECURSO A QUE SE NEGA PROVIMENTO (TJRJ AGRAVO

DE EXECUCAO PENAL 200807600859 DES ANTONIO JOSE CARVALHO - Julgamento 23092008 - SEGUNDA CAMARA CRIMINAL)

200807700052 - CORREICAO PARCIAL - 1ordf EmentaDES KATIA JANGUTTA - Julgamento 17022009 - SEGUNDA CAMARA CRIMINAL

Correiccedilatildeo parcial Indeferimento do pedido de esclarecimentos da Folha de Antecedentes Criminais do ora reclamado que visava agrave anaacutelise pelo Parquet da possibilidade de concessatildeo de benefiacutecios tais como a unificaccedilatildeo das penas privativas de liberdade e suas consequumlecircnciasCom efeito o poder requisitoacuterio do Ministeacuterio Puacuteblico estaacute regulado em lei e embora o artigo 47 do Coacutedigo de Processo Penal lhe atribua legitimidade para requisitar diretamente a quaisquer autoridades ou funcionaacuterios documentos ou elementos de convicccedilatildeo que julgue necessaacuterios o artigo 399 daquele estatuto processual conferiu-lhe o direito subjetivo de requerer ao juiz as diligecircncias que julgar convenientes in casu o que achou imprescindiacutevel ao exame dos requisitos relativos aos benefiacutecios contidos na Lei de Execuccedilotildees Penais Eacute preciso ter em conta que a diligecircncia pleiteada pelo Parquet natildeo dizia apenas com a requisiccedilatildeo da FAC mas com informaccedilotildees e esclarecimentos referentes agraves anotaccedilotildees nela contidas a serem fornecidas por outros Juiacutezos que efetivamente soacute a concederiam mediante solicitaccedilatildeo de outra autoridade judiciaacuteria Correiccedilatildeo provida

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL COMUTACcedilAtildeO DE PENA VIA INIDOcircNEA TAL BENEFIacuteCIO DEVE SER PROCESSADO OBSERVANDO-SE QUANTO Agrave EVENTUAL EXISTEcircNCIA DE FALTA GRAVE OS 12 UacuteLTIMOS MESES DE CUMPRIMENTO DA PENA A CONTAR DA DATA DA PUBLICACcedilAtildeO DO DECRETO Nordm 562005 LIVRAMENTO CONDICIONAL NAtildeO COMPARECIMENTO DO LIBERADO REVOGACcedilAtildeO DO BENEFIacuteCIO PORQUE DESCUMPRIDAS AS CONDICcedilOtildeES AgraveS QUAIS O MESMO FICA SUBORDINADO AUSEcircNCIA DE OITIVA PREacuteVIA A REVOGACcedilAtildeO DO BENEFIacuteCIO SEJA OBRIGATOacuteRIA OU FACULTATIVA TANTO PODE SER DECRETADA PELO JUIZ DE OFIacuteCIO COMO A REQUERIMENTO DO MINISTEacuteRIO PUacuteBLICO MEDIANTE REPRESENTACcedilAtildeO DO CONSELHO PENITENCIAacuteRIO DEVENDO ANTES SER OUVIDO O APENADO A SUSPENSAtildeO CAUTELAR Eacute MEDIDA APTA A IMPEDIR QUE O AGENTE DETERMINE POR VONTADE PROacutePRIA A DATA FINAL DE PRESTACcedilAtildeO DE CONTAS AO ESTADO PELO CRIME COMETIDO CONVOLACcedilAtildeO

AGOSTO 2009 15JURISPRUDEcircNCIAS

DA REVOGACcedilAtildeO DO LIVRAMENTO CONDICIONAL EM SUSPENSAtildeO CAUTELAR PARA DETERMINAR EXPEDICcedilAtildeO DE DILIGEcircNCIAS NO JUIacuteZO A QUO INCLUSIVE COM A MANUTENCcedilAtildeO DO MANDADO DE PRISAtildeO COMO FORMA DE OBJETIVAR A OITIVA DO PACIENTE FORAGIDO ORDEM PARCIALMENTE CONCEDIDA (TJRJ HABEAS CORPUS 200805903921 DES ADILSON VIEIRA MACABU - Julgamento 05082008 - SEGUNDA CAMARA CRIMINAL)

EMENTAacuteRIO DE JURISPRUDEcircNCIA CRIMINAL Nordm 172009

COMISSAtildeO DE JURISPRUDEcircNCIA Presidente DES CHERUBIN HELCIAS SCHWARTZ Organizaccedilatildeo Serviccedilo de Publicaccedilatildeo de Jurisprudecircncia (DGCON-SEJUR) da Divisatildeo de Gestatildeo de Acervos Jurisprudenciais (DGCON-DIJUR) - dijurtjrjgovbr Rua Erasmo Braga nordm 115 - Lamina I - 6ordm andar - Sala 635

bull Ementa nordm 8 - LIVRAMENTO CONDICIONAL REINCIDENCIA

bull Ementa nordm 15 - VISITA A FAMILIA INDEFERIMENTO

Ementa nordm 8

LIVRAMENTO CONDICIONAL REINCIDENCIA INICIO DA CONTAGEM DO PRAZO DATA DA CONCESSAO DO LIVRAMENTO

DIREITO CONSTITUCIONAL PENAL E PROCESSUAL PENALO apenado postulou a concessatildeo do benefiacutecio da comutaccedilatildeo da pena e do livramento condicional vindo o MP de opor-se a tal pretensatildeo ao argumento de que o apenado seria reincidenteO MM Dr Juiz da execuccedilatildeo negando razatildeo ao MP deferiu o postulado pelo apenado com fincas no inciso I do art 64 do CPEmbora o magistrado natildeo tenha explicitado as razotildees pelas quais ele entendia contrariamente agrave tese do MP que o apenado natildeo seria reincidente a essa motivaccedilatildeo chega-se facilmente atraveacutes da interpretaccedilatildeo da parte final do inciso I do art 64 do CPO livramento condicional como o proacuteprio nome diz traduz concessatildeo de liberdade sob condiccedilatildeo suspensiva e tanto assim o eacute que o art 89 do CP fala em ldquodeclarar extinta a penardquoVencido o periacuteodo de prova sem que o apenado torne a delinquir a contagem do prazo para fins de reincidecircncia haacute que ser feita com base na data em que foi concedido o livramento e natildeo do seu teacuterminoSe o apenado obteve

o livramento em 29 de marccedilo de 2000 e vem de praticar novo crime em 27 de maio de 2005 pela regra do inciso I do art 64 do CP ele natildeo pode ser considerado reincidente O fato de o juiz que condenou o Agravado tecirc-lo tido como reincidente natildeo impede o desprovimento do recurso do MP na medida em que isso natildeo constou como causa de pedir interna no recurso do MPRECURSO CONHECIDO MAS DESPROVIDO

200807601074 - RECURSO DE AGRAVO (LEI 721084) CAPITAL - SETIMA CAMARA CRIMINAL - Por maioria DES MAURILIO PASSOS BRAGA - Julg 24032009

Ementa nordm 15

VISITA A FAMILIA INDEFERIMENTO AUSENCIA DE FUNDAMENTOS ADEQUADOS ANULACAO DA DECISAO ORDEM CONCEDIDA PARCIALMENTE

HABEAS CORPUS CRIME HEDIONDO INDEFERIMENTO DO PLEITO DE VISITA PERIOacuteDICA Agrave FAMIacuteLIA AUSEcircNCIA DE FUNDAMENTOS ADEQUADOS ORDEM PARCIALMENTE CONCEDIDA PARA ANULAR A DECISAtildeO UNANIMIDADETendo em vista seus propoacutesitos a execuccedilatildeo da pena privativa de liberdade natildeo pode ser tratada como se fosse outro processo de conhecimento condenatoacuterio E assim como natildeo se permite que na aplicaccedilatildeo das penas as respectivas bases sejam fixadas com fundamentos geneacutericos e inerentes ao proacuteprio tipo tambeacutem natildeo se admite que na execuccedilatildeo se recuse ao condenado algum benefiacutecio ou direito com fundamentos geneacutericos de conveniecircncia e ligados agrave gravidade proacutepria do crime Eacute que a realidade agora eacute outra e decorre do comportamento e das condiccedilotildees pessoais do condenado evidenciados durante a execuccedilatildeo de sua pena Afinal de contas a execuccedilatildeo eacute uma extensatildeo do princiacutepio da individualizaccedilatildeo das penas que natildeo se esgota portanto com a sua fixaccedilatildeoAleacutem disso natildeo se pode nem se deve lamentar que inuacutemeros condenados pela praacutetica de crime hediondo tenham alcanccedilado regime mais brando porque se o conseguiram foi porque preenchendo os necessaacuterios requisitos tinham direito a isto e deve-se torcer que se tenham tornado pessoas melhoresMas como natildeo se pode transformar o processo relativo ao habeas corpus num paralelo agravequele que flui no juiacutezo da execuccedilatildeo a fim de verificar se o paciente preenche os requisitos legais para lhe ser deferida a visita perioacutedica agrave famiacutelia concede-se parcialmente a ordem a fim de anular a decisatildeo de primeiro grau por falta de adequada fundamentaccedilatildeo

possibilitando a ediccedilatildeo de outra de acordo com as exigecircncias do ordenamento juriacutedico Unanimidade

200905901194 - HABEAS CORPUS CAPITAL - QUINTA CAMARA CRIMINAL - Unanime DES NILDSON ARAUJO DA CRUZ - Julg 22042009

Page 3: Ministério Público do Estado do Rio de JaneiroBOLETIM INFORMATIVO - Nº 07 - ANO I - AGOSTO 2009 Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro Marcelo Gomes Silva Promotor de

para o conceito de universidade do cri-me Ou seja flagrante inconstitucionali-dade

Em segundo lugar porque conforme disposto no art 33 sect 2ordm do Coacutedigo Pe-nal assim prevecirc ldquoAs penas privativas de liberdade deveratildeo ser executadas em forma progressiva segundo o meacuterito do condenado observados os seguintes criteacuterios []rdquo Vecirc-se que natildeo eacute vedado ao Juiz socorrer-se de profissionais habili-tados para melhor anaacutelise do apenado

Acerca do assunto assevera Carlos Al-berto da Silveira Isoldi Filho8

ldquoAssim sendo entendemos que mesmo sob a eacutegide da Lei nordm 1079203 o juiz da execuccedilatildeo em busca da verdade real e em virtude de seu livre convencimento motiva-do pode afastar o teor do atestado de boa conduta carceraacuteria e analisar os conteuacutedos do parecer da CTC e do laudo de exame criminoloacutegico para fundamentar o indeferimento da progressatildeo de regime ou do livra-mento condicionalrdquo

Ainda Ceacutesar Dario Mariano da Silva9

ldquoOra se o Juiz das Execuccedilotildees Pe-nais tiver duacutevidas sobre a cessaccedilatildeo da periculosidade do condenado deveraacute condicionar a progressatildeo de regime prisional ao exame crimino-loacutegico Seria um contra-senso per-mitir a progressatildeo ou ateacute mesmo a liberdade para algueacutem que ainda natildeo possui condiccedilotildees de retornar ao conviacutevio social Assim se o exame criminoloacutegico concluir que o preso natildeo tem condiccedilotildees de progredir de regime prisional o juiz deveraacute indefe-rir a progressatildeo dada agrave natureza do sistema progressivo de regime que pressupotildee a readaptaccedilatildeo gradativa do preso agrave liberdaderdquo

No mesmo sentido Guilherme de Souza Nucci10

ldquoOutra natildeo pode ser a interpretaccedilatildeo a ser dada uma vez que seria fazer letra morta da riqueza proporciona-da pelo art 5ordm XLVI da Constituiccedilatildeo Federal consagrador do princiacutepio constitucional da individualizaccedilatildeo da penal ndash e lei ordinaacuteria natildeo poderia fazecirc-lordquo

E continua

ldquoPor isso partindo-se do pressu-posto de que a individualizaccedilatildeo da pena natildeo se encerra com a prolaccedilatildeo da sentenccedila continuando durante a execuccedilatildeo da pena que possui ca-raacuteter jurisdicional logo depende de atos motivados do juiz para que se desenvolva jamais se poderia consi-derar extinta ou afastada a possibili-dade de para formar seu convenci-mento o magistrado ficar entregue a um simples atestado de boa conduta carceraacuteria fornecido pela direccedilatildeo do presiacutedio para todo e qualquer caso sabe-se laacute de que forma e com qual criteacuterio O Poder Judiciaacuterio eacute autocirc-nomo do Executivo natildeo sendo um atestado o suficiente para levar o magistrado a abrir matildeo de sua inde-pendecircncia funcional avaliando con-cretamente o progresso e o mereci-mento de condenados submetidos agrave sua jurisdiccedilatildeo Outro caminho seria coibir a individualizaccedilatildeo executoacuteria da pena o que ademais natildeo seria o idealrdquo

Crecirc-se que realmente esta eacute a saiacuteda legal e loacutegica Sempre que necessitar pode o Juiz determinar de ofiacutecio a realizaccedilatildeo do exame criminoloacutegico especialmente nos crimes cometidos com violecircncia ou gra-ve ameaccedila a pessoa embasando-se em laudo de profissionais qualificados para anaacutelise psicoloacutegica do recluso

Outro aspecto interessante a ser anali-sado ainda eacute que o dispositivo legal se bem interpretado natildeo extinguiu o exame criminoloacutegico para a obtenccedilatildeo do livra-mento condicional

Ocorre que o paraacutegrafo 2ordm do art 112 fi-cou com a seguinte redaccedilatildeo ldquoIdecircntico procedimento seraacute adotado na conces-satildeo de livramento condicional indulto e comutaccedilatildeo de penas respeitados os prazos previstos nas normas vigentesrdquoQue procedimento O previsto no paraacute-grafo 1ordm ou seja de que a decisatildeo seraacute sempre motivada e precedida de mani-festaccedilatildeo do Ministeacuterio Puacuteblico e do de-fensor Natildeo se refere ao caput pois este natildeo prevecirc procedimento e sim requisitos para a concessatildeo da progressatildeo Conti-nua em vigor o art 83 paraacutegrafo uacutenico do Coacutedigo Penal ou seja a constataccedilatildeo de condiccedilotildees pessoais que faccedilam pre-sumir que o liberado natildeo voltaraacute a de-linquumlir

Concluindo o legislador ao inveacutes de criar mecanismos processuais para a agilizaccedilatildeo dos exames criminoloacutegicos prever o treinamento do pessoal respon-saacutevel pela periacutecia determinar o acom-panhamento psicoloacutegico do reeducan-do ao longo do cumprimento da pena

estipular outros criteacuterios para o exame entre outras saiacutedas optou pelo caminho mais faacutecil retiraacute-lo do ordenamento juriacute-dico como se natildeo fosse interessante agrave sociedade conhecer as condiccedilotildees psi-coloacutegicas do preso Ao inveacutes de acabar com um problema do sistema prisional criou mais um

Cabe ao Ministeacuterio Puacuteblico como Oacutergatildeo de fiscalizaccedilatildeo do cumprimento da pena requerer a realizaccedilatildeo do exame crimino-loacutegico quando do pedido de progressatildeo de regime sempre que houver duacutevidas acerca das condiccedilotildees pessoais do ape-nado

---------------------------------------------

Notas

(1) Publicado originalmente em Atuaccedilatildeo ndash Revista Juriacutedica do Ministeacuterio Puacuteblico Catarinense Jan-abr2004 ndash nordm 2 ndash Flo-rianoacutepolis ndash pp 183 a 189

(2) JUacuteLIO FABBRINI MIRABETE Execu-ccedilatildeo Penal 10ordf ed SP Atlas p 388389

185

(3) Recurso de Agravo nordm 99018920-1 de Itajaiacute rel Des Nilton Macedo Machado j 21121999

(4) Op Cit

(5) Comentaacuterios agrave Lei de Execuccedilatildeo Penal SP Saraiva 1990 p10

(6) Op cit p 135136

(7) Disponiacutevel em httpwwwcpcadvbr

(8) Disponiacutevel em httpwwwsindimpcombr

(9) Op Cit

(10) Disponiacutevel em httpwwwcpcadvbr

AGOSTO 2009 3

AGOSTO 2009 4

NOTIacuteCIAS EXECUCcedilAtildeO PENAL

No dia 31 de julho de 2009 o 8ordm Cen-tro de Apoio Operacional das Promo-torias de Justiccedila de Execuccedilatildeo Penal participou da Conferecircncia Livre da 1ordf Conferecircncia Nacional de Seguranccedila Puacuteblica apresentando texto sobre o 6ordm EIXO ndash ldquoDiretrizes para o Sistema Penitenciaacuteriordquo

A conferecircncia contou com a presenccedila de vaacuterios Promotores de Justiccedila dentre eles da Drordf Thaimi Stefania Kepe Ferrei-ra Titular da 1ordf Promotoria de Justiccedila de Execuccedilatildeo Penal

Na ocasiatildeo foram discutidas e sugeridas pelos participantes do grupo formado as

sete diretrizes para o Sistema Penitenciaacute-rio apresentadas na Conferecircncia Nacio-nal de Seguranccedila Puacuteblica que ocorreu em Brasiacutelia no dia 28 de agosto

1) Promoccedilatildeo da cidadania dos encarce-rados atraveacutes da atuaccedilatildeo do Promotor de Justiccedila da Execuccedilatildeo Penal em conjunto com a tutela coletiva ou atraveacutes da cria-ccedilatildeo de grupo especiacutefico para tal fim

2) Aproximaccedilatildeo do MP da clientela do sistema carceraacuterio atraveacutes do MP Comu-nitaacuterio projetos e mutirotildees institucionais

3) Realizaccedilatildeo de estudos e debates para o enfrentamento das facccedilotildees criminosas no sistema penitenciaacuterio

4) Aproximaccedilatildeo e atuaccedilatildeo conjunta do MP com outras instituiccedilotildees inclusive Judici-aacuterio

5) Promover a expansatildeo do nuacutemero de vagas no sistema penitenciaacuterio como so-luccedilatildeo agrave curto prazo

6) Promoccedilatildeo de efetiva assistecircncia ao egresso (material psicoloacutegica social) com elaboraccedilatildeo de projetos para acom-panhamento deste

7) Promover a humanizaccedilatildeo do tratamen-to do preso pelos agentes penitenciaacuterios com o implemento de cursos e formaccedilatildeo respectiva

2407 ndash CONFEREcircNCIA LIVRE

0308 - PROJOVEM URBANO

No dia 03 de agosto de 2009 a Coor-denaccedilatildeo do 8ordm Centro de Apoio Ope-racional das Promotorias de Justiccedila de Execuccedilatildeo Penal participou de evento promovido pela Secretaria de Estado de Administraccedilatildeo Penitenciaacuteria que implan-tou o Programa Nacional de Inclusatildeo de Jovens - Projovem Urbano nas Unidades

0508 - REUNIAtildeO HOSPITAL HEITOR CARRILHO

No dia 05 de agosto de 2009 a Drordf Ma-ria da Gloacuteria Gama Pereira Figueiredo Coordenadora do 8ordm CAO a Drordf Mocircnica Martino Pinheiro Marques Coordenado-ra do 2ordm CAO e a Drordf Danielle de Souza Caputi Promotora de Justiccedila Titular da 12ordf Promotoria de Justiccedila de Execuccedilatildeo Penal se reuniram com o Subsecretaacuterio de Tratamento Penitenciaacuterio Marcos Lips o Subsecretaacuterio Adjunto de Unidades Prisionais Sauler Sakalem o Diretor do Hospital Heitor Carrilho Dr Marcos Argo-lo os meacutedicos peritos Dr Miguel Chalub e Drordf Kaacutetia Mecler aleacutem de representan-tes da Defensoria Puacuteblica do Estado do Rio de Janeiro no auditoacuterio do Hospital Heitor Carrilho

A reuniatildeo teve por objetivo discutir a ne-cessidade de adequaccedilatildeo dos laudos rea-lizados nos incidentes de sanidade men-tal de dependecircncia quiacutemica de modo que a aplicaccedilatildeo da medida de seguranccedila fique restrita aos dependentes quiacutemicos e natildeo seja aplicada aos meros usuaacuterios de entorpecentes

Milton Dias Moreira e Joatildeo Carlos da Sil-va

O programa originado do convecircnio cele-brado entre o Ministeacuterio da Justiccedila pelo Departamento Penitenciaacuterio Nacional e o Governo do Estado do Rio de Janeiro pela Secretaria de Estado de Adminis-

traccedilatildeo Penitenciaacuteria tem como objetivo elevar a escolaridade com qualificaccedilatildeo profissional de apenados com idade en-tre 18 e 29 anos que se encontram no regime fechado e ainda natildeo concluiacuteram o ensino fundamental Ainda estaacute previsto o pagamento de bolsa aos alunos matricu-lados no valor de R$ 10000 (cem reais)

Na ocasiatildeo os participantes concluiacuteram que os quesitos formulados pelo Minis-teacuterio Puacuteblico poderiam ser reformulados de modo a evitar os problemas atualmen-te constatados em que alguns dos pa-cientes natildeo necessitariam de internaccedilatildeo Sugeriu-se entatildeo a seguinte quesitaccedilatildeo

1) AO TEMPO DA ACcedilAtildeO ERA O REacuteU DEPENDENTE DE DROGAS

2) EM RAZAtildeO DA DEPENDEcircNCIA O REacuteU AO TEMPO DA ACcedilAtildeO ERA IN-TEIRAMENTE INCAPAZ DE ENTEN-DER O CARAacuteTER ILIacuteCITO DO FATO

3) EM RAZAtildeO DA DEPENDEcircNCIA ERA O REacuteU AO TEMPO DA ACcedilAtildeO IN-TEIRAMENTE INCAPAZ DE AUTODE-TERMINACcedilAtildeO

4) EM RAZAtildeO DA DEPENDEcircNCIA OU POR EFEITO DE SUBSTAcircNCIA EN-TORPECENTE OU QUE DETERMINE DEPENDEcircNCIA FIacuteSICA OU PSIacuteQUICA PROVENIENTE DE CASO FORTUITO

OU FORCcedilA MAIOR O REacuteU AO TEMPO DA ACcedilAtildeO POSSUIacuteA A PLENA CAPA-CIDADE DE ENTENDER O CARAacuteTER ILIacuteCITO DO FATO OU DE AUTODETER-MINAR-SE DE ACORDO COM ESTE ENTENDIMENTO

5) HAacute NECESSIDADE DE ESPECIAL TRATAMENTO CURATIVO

6) ACASO AFIRMATIVO O QUESITO ACIMA QUAL SERIA O TRATAMENTO ADEQUADO INTERNACcedilAtildeO HOSPITA-LAR OU TRATAMENTO AMBULATO-RIAL

A Coordenaccedilatildeo do 2ordm CAO encarregou-se de divulgar a quesitaccedilatildeo entre os Promo-tores de Justiccedila que atuam na aacuterea crimi-nal a SEAP se comprometeu a iniciar pro-grama de implementaccedilatildeo de unidades de tratamento ambulatorial em cada presiacute-dio a fim de garantir ao preso dependen-te o tratamento adequado e a perita Drordf Katia Mecler comprometeu-se a divulgar a situaccedilatildeo aos demais peritos

AGOSTO 2009 5

0608 - REUNIAtildeO CSI

A Coordenaccedilatildeo do 8ordm Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiccedila de Execuccedilatildeo Penal e a Coordenadoria de Seguranccedila e Inteligecircncia do Ministeacute-rio Puacuteblico juntamente com Promotores de Justiccedila da Execuccedilatildeo Penal Doutores Cristina Figueiredo de Castro do Rego Monteiro Flaacutevia Aacutebido Alves Gabriela Arauacutejo Teixeira Serra e Joseacute Eduardo Ciotola Gussem realizaram reuniatildeo no

dia 06 de agosto de 2009 para tratarem das fiscalizaccedilotildees do Ministeacuterio Puacuteblico aos estabelecimentos prisionais do Sis-tema Penitenciaacuterio

Durante a reuniatildeo foram relatados fatos ocorridos durante as fiscalizaccedilotildees de ro-tina ao Coordenador da Coordenadoria de Seguranccedila e Inteligecircncia Dr Paulo

Wunder sendo certo que em razatildeo do apresentado aleacutem de aprimorar as fis-calizaccedilotildees o Coordenador esclareceu que o transporte natildeo mais seraacute realizado pela Gerecircncia de Transportes mas pela proacutepria Coordenadoria de Seguranccedila e Inteligecircncia sendo os veiacuteculos conduzi-dos por agentes do Grupo de Apoio aos Promotores de Justiccedila

1108 - ldquo25 ANOS DA LEI DE EXECUCcedilAtildeO PENAL E O SISTEMA PENITEN-CIAacuteRIO BRASILEIROrdquo

Realizou-se no dia 11 de agosto de 2009 na Cacircmara dos Deputados o Seminaacuterio ldquo25 anos da Lei de Execuccedilatildeo Penal e o Sistema Penitenciaacuterio Brasileirordquo pro-movido pela Comissatildeo de Seguranccedila Puacuteblica e Combate ao Crime Organiza-do em conjunto com as Comissotildees de Direitos Humanos e Minorias e de Le-gislaccedilatildeo Participativa por iniciativa dos Deputados Alexandre Silveira (PPSMG) Domingos Dutra (PTMA) e Paulo Rubem Santiago (PDTPE)

O seminaacuterio teve como objetivo cele-brar a data da entrada em vigor da Lei de Execuccedilotildees Penais com a discussatildeo dos problemas do sistema penitenciaacuterio brasileiro

Na oportunidade os Deputados Domin-gos Dutra e Paulo Rubem Santiago res-saltaram o trabalho da CPI do Sistema Penitenciaacuterio e aduziram que a iniciati-va do evento tambeacutem era a de reforccedilar a necessidade de implementaccedilatildeo das mudanccedilas propostas pela referida Co-missatildeo

Palestraram no evento

bull Deputado Alexandre Silveira ndash Presi-dente da Comissatildeo de Seguranccedila Puacutebli-ca e Combate ao Crime Organizado

bull Deputado Luiz Couto ndash Presidente da Comissatildeo de Direitos Humanos e Mino-rias

bull Deputado Domingos Dutra ndash Autor do Requerimento

bull Deputado Paulo Rubem Santiago ndash Autor do Requerimento

bull Joseacute Carlos Cosenzo ndash Promotor de Justiccedila do Estado de Satildeo Paulo e Pre-sidente da Associaccedilatildeo Nacional dos Membros do Ministeacuterio Puacuteblico

bull Andreacute Luiz Machado de Castro ndash De-fensor Puacuteblico do Estado do Rio de Ja-neiro e Presidente da Associaccedilatildeo Nacio-nal dos Defensores Puacuteblicos

bull Alberto Zacarias Toron ndash Secretaacuterio-Geral Adjunto do Conselho Federal da OAB

bull Airton Aloiacutesio Michels ndash Diretor-Geral do Departamento Penitenciaacuterio Nacional

bull Acircngelo Roncalli de Ramos Barros ndash Secretaacuterio de Estado da Justiccedila do Es-piacuterito Santo

bull Ciacutecero Sarnei dos Santos ndash Presidente do Sindicato dos Agentes de Seguranccedila Penitenciaacuteria de Satildeo Paulo

bull Deacutebora Diniz ndash Pesquisadora da ANIS ndash Instituto de Bioeacutetica Direitos Humanos e Gecircnero

bull Faacutetima Rosa Naves de Oliveira ndash Co-ordenadora Geral de Qualificaccedilatildeo do Mi-nisteacuterio do Trabalho e Emprego

bull Carlos Joseacute Pinheiro Teixeira ndash Co-ordenador da Secretaria de Educaccedilatildeo Continuada Alfabetizaccedilatildeo e Diversidade ndash SECAD do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo

bull Carlos Roberto Gomes de Oliveira Paula ndash Juiz da 2ordf Vara da Comarca de BacabalMA

bull Padre Gunther Alois Zgubic ndash Coorde-nador Nacional de Pastoral CarceraacuteriaCNBB

ASSESSORES JURIacuteDICOS

As Promotorias de Justiccedila de Exe-cuccedilatildeo Penal comeccedilaram a receber os assessores juriacutedicos bachareacuteis em Direito que auxiliaratildeo e presta-ratildeo apoio juriacutedico aos oacutergatildeos que estaratildeo vinculados Jaacute foram nome-ados os assessores

bull Kleyton Simotildees Galvatildeo Lemos ndash

1ordf e 5ordf Promotorias de Justiccedila de

Execuccedilatildeo Penal

bull Marcela Gioseffi Silva - 2ordf 7ordf e 8ordf

bull Raphaela Nogueira Antonio - 3ordf

4ordf e 6ordf

bull Paola de Albuquerque Maranhatildeo

Rhenius ndash 9ordf e 12ordf

bull Natascha Casarenko - 10ordf e 11ordf

Promotorias de Justiccedila de Execu-

ccedilatildeo Penal

UNIDADES PRISIONAIS FISCALIZADAS NO MEcircS DE AGOSTO2009

Unidade Data Promotorias

Penitenciaacuteria Jonas Lopes de Carvalho 1208 2ordf e 3ordf

Casa do Albergado Crispim Ventino 2608 1ordf e 5ordf

AGOSTO 2009 6

QUADRO SEAP

Uma parceria entre as Secretarias de Estado de Administraccedilatildeo Penitenciaacute-ria (Seap) de Educaccedilatildeo de Trabalho e Renda de Assistecircncia Social e o Go-verno Federal resultou na implementa-ccedilatildeo do Programa Nacional de Inclusatildeo de Jovens o Projovem Urbano em duas unidades prisionais do Rio de Ja-

neiro o Presiacutedio Joatildeo Carlos da Silva e a Penitenciaacuteria Milton Dias Moreira em Japeri A aula inaugural aconteceu na segunda-feira (0307) em ambas as cadeias Aleacutem do Rio o Paraacute e o Acre tambeacutem adotaram a iniciativa

Cem internos de cada unidade entre 18 e 29 anos foram beneficiados pelo projeto Nenhum deles conseguiu con-cluir o Ensino Fundamental enquanto estava em liberdade Com o Projovem eles teratildeo a chance de elevar o niacutevel de escolaridade e obter uma qualificaccedilatildeo profissional que eacute uma das metas do Programa Nacional de Seguranccedila Puacute-

blica com Cidadania (Pronasci) para o Sistema Penitenciaacuterio

ndash Eles estatildeo recebendo uma oportu-nidade que ironicamente natildeo tiveram laacute fora Talvez natildeo recuperemos todos mas noacutes acreditamos na ressocializa-ccedilatildeo e aqueles que seguirem ateacute o fim certamente vatildeo voltar mudados agraves ruas e com mais chances de ingressar no mercado de trabalho ndash declarou o se-cretaacuterio de Administraccedilatildeo Penitenciaacute-ria Cesar Rubens Monteiro de Carva-lho

Durante a cerimocircnia de inauguraccedilatildeo o secretaacuterio Nacional da Juventude Beto Cury discursou para os internos sobre os objetivos do projeto

ndash O slogan do projeto eacute ldquoOportunidade e conhecimento para todosrdquo Com vo-cecircs natildeo seraacute diferente O Projovem se

PROJOVEM Eacute IMPLANTADO EM UNIDADES PRISIONAIS DE JAPERI

propotildee a dar a vocecircs qualificaccedilatildeo pro-fissional e educaccedilatildeo Ao longo desses periacuteodos de estudo vocecircs aprenderatildeo uma profissatildeo ndash afirmou Cury

Alunos receberam kit escolar com apos-tilas atlas reacuteguas e canetas

Tanto na Penitenciaacuteria Milton Dias Mo-reira quanto no Presiacutedio Joatildeo Carlos da Silva foi construiacutedo um espaccedilo to-talmente reservado agraves aulas Aleacutem das salas haacute um laboratoacuterio de informaacutetica equipado com computadores moder-nos Os 200 detentos tambeacutem recebe-ram um kit escolar contendo apostilas atlas reacuteguas e canetas

ndash Agora eacute a minha chance de mudar de vida Espero chegar laacute fora pronto para conseguir um trabalho Chegar na rua com a vida mudada ndash falou o interno Carlos Frederico Blasiyh aluno do Pro-jovem

Para Airton Michels diretor de Depar-tamento Penitenciaacuterio Nacional (Depen) a implantaccedilatildeo do Projovem nas cadeias levaraacute a educaccedilatildeo em Sistemas Peni-tenciaacuterios a um novo rumo

ndash Todos noacutes estamos participando de um momento histoacuterico Esse projeto tem todas as condiccedilotildees de dar certo porque foi previamente articulado e estudado Essa eacute a nossa tentativa de fazer com que os detentos possam ad-quirir conhecimento Eles perderam o direito da liberdade mas natildeo o de se-rem educados ndash concluiu

AGOSTO 2009 7

PROJETOS DE LEI

Altera os arts 41 66 e 68 da Lei nordm 7210 de 11 de julho de 1984 que ins-titui a Lei de Execuccedilatildeo Penal e acres-centa o art 319-B ao Decreto-lei nordm 2848 de 7 de dezembro de 1940 ndash Coacute-digo Penal a fim de assegurar a con-cessatildeo dos benefiacutecios da progressatildeo de regime da detraccedilatildeo da remiccedilatildeo e do livramento condicional e a imediata colocaccedilatildeo em liberdade do preso que haja cumprido integralmente a pena

O Congresso Nacional decreta

Art 1o Esta lei altera os arts 41 66 e 68 da Lei nordm 7210 de 11 de julho de 1984 que institui a Lei de Execuccedilatildeo Penal e acrescenta o art 319-B ao Decreto-lei nordm 2848 de 7 de dezembro de 1940 ndash Coacutedigo Penal a fim de assegurar a con-cessatildeo dos benefiacutecios da progressatildeo de regime da detraccedilatildeo da remiccedilatildeo e do livramento condicional e a imediata co-locaccedilatildeo em liberdade do preso que haja cumprido integralmente a pena

Art 2ordm Os arts 41 66 e 68 da Lei nordm 7210 de 11 de julho de 1984 passa a vigorar com as seguintes alteraccedilotildees

ldquoArt 41 helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip

XVII ndash direito subjetivo agrave concessatildeo dos benefiacutecios da progressatildeo de regime da detraccedilatildeo da remiccedilatildeo e do livramento condicionalsempre que devidamente preenchidos os requisitos legaisrdquo

ldquoArt 66

XI ndash conceder de ofiacutecio ou a requerimen-to de qualquer pessoaos benefiacutecios da progressatildeo de regime da detraccedilatildeo da remiccedilatildeoou da liberdade condicional sempre que verificar o preenchimentodos requisitos legais sob pena de res-ponsabilidadeadministrativa civil e pe-nal

XII ndash colocar imediatamente em liberda-de de ofiacutecio ou a requerimento de qual-quer pessoa o preso cuja pena haja sido

integralmente cumprida sob pena de responsabilidade administrativa civil e penalrdquo

ldquoArt 68II -

g) a concessatildeo dos benefiacutecios da pro-gressatildeo de regime da detraccedilatildeo da remi-ccedilatildeo ou da liberdade provisoacuteria sempre que verificar o preenchimento dos requi-sitos legais sob pena de responsabilida-de administrativa civil e penal

h) a imediata colocaccedilatildeo em liberdade do preso cuja pena haja sido integralmente cumprida sob pena de responsabilidade administrativa civil e penalrdquo

Art 3ordm O Decreto-lei nordm 2848 de 7 de dezembro de 1940 passa a vigorar acrescido do seguinte art 319-B

ldquoArt 319-B Deixar o juiz da execuccedilatildeo penal de conceder de ofiacutecio ou a requeri-mento de qualquer pessoa os benefiacutecios da progressatildeo de regime da detraccedilatildeo da remiccedilatildeo e do livramento condicional sempre que devidamente preenchidos os requisitos legais

Pena ndash reclusatildeo de 3 (dois) a 5 (cinco) anos e multa

Paraacutegrafo uacutenico Na mesma pena incor-re o membro do Ministeacuterio Puacuteblico que deixa de requerer a concessatildeo dos be-nefiacutecios previstos no caput sempre que verificar o preenchimento dos requisitos legaisrdquo

Art 4ordm Esta lei entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

JUSTIFICACcedilAtildeO

Segundo estimativas do DEPEN mais de 10 dos cerca de 420 mil presos inte-grantes do sistema prisional brasileiro jaacute cumpriram pena e ainda se encontram detidos ou tecircm direito aos benefiacutecios previstos na Lei de Execuccedilatildeo Penal que contudo deixam de ser concedidos em razatildeo da deficiente atuaccedilatildeo dos defen-sores juiacutezes e membros do Ministeacuterio Puacuteblico que atuam na execuccedilatildeo da pena

A primeira criacutetica a ser feita sobre a le-gislaccedilatildeo entatildeo em vigor eacute o fato de a Lei de Execuccedilatildeo Penal (LEP) simplesmente ignorar que os benefiacutecios da progressatildeo de regime da detraccedilatildeo da remiccedilatildeo e do livramento condicional satildeo de fato direi-tos subjetivos do preso cuja concessatildeo haacute de ser imediata e se dar de ofiacutecio pre-sentes todos os requisitos legais que os autorizem

Outro motivo apontado para o afoga-

mento do sistema eacute a falta de defensores puacuteblicos para atendimento agrave populaccedilatildeo carente grande maioria do sistema car-ceraacuterio brasileiro Na maioria das vezes esses profissionais se encontram sobre-carregados e lhes falta tempo para ana-lisar e peticionar em todos os processos onde existe a possibilidade real de con-cessatildeo de um benefiacutecio ou de colocaccedilatildeo do preso em liberdade

Assim sendo propotildee-se a inclusatildeo de inciso ao art 41 da LEP para caracteri-zar esses benefiacutecios como direito subje-tivo do preso bem como se estabelecer a desnecessidade de representaccedilatildeo por defensor para a apresentaccedilatildeo de requeri-mento para a sua concessatildeo

Porquanto a concessatildeo desses benefiacute-cios estaacute intimamente ligada ao direito de liberdade do preso assegurado consti-tucionalmente e tutelaacutevel inclusive pela via do habeas corpus afigura-se perfeita-mente possiacutevel que qualquer pessoa pos-sa comparecer em juiacutezo para requerecirc-los da mesma forma como qualquer pessoa pode impetrar habeas corpus consoante autoriza o art 654 do Coacutedigo de Processo Penal

Infelizmente tambeacutem se constata serem tiacutemidas as atuaccedilotildees do juiz da execuccedilatildeo penal e do Ministeacuterio Puacuteblico no sentido de tomar todas as providecircncias cabiacuteveis e necessaacuterias agrave colocaccedilatildeo do preso em liberdade ou agrave concessatildeo desses bene-fiacutecios mesmo porque a LEP nada dispotildee sobre o seu dever de agir nessas ocasi-otildees

A soluccedilatildeo pois estaacute na alteraccedilatildeo dos arts 66 e 68 da LEP de modo a se esta-belecer tais competecircncias

Por fim a inclusatildeo do art 319-B ao Coacutedi-go Penal tem por escopo criar modalida-de especiacutefica do crime de prevaricaccedilatildeo estabelecendo assim infraccedilatildeo penal para o juiz da execuccedilatildeo penal e para o mem-bro do Ministeacuterio Puacuteblico que deixarem de atuar para que os benefiacutecios mencio-nados sejam concedidos

Certo de que meus nobres pares reco-nheceratildeo a relevacircncia conveniecircncia ne-cessidade e oportunidade das alteraccedilotildees legais que se pretende implementar con-to com o seu apoio para a aprovaccedilatildeo des-te projeto de lei

Sala das Sessotildees em de de 2009

Deputado DR TALMIR

PROJETO DE LEI Nordm 5261 DE 2009

(Do Sr Dr Talmir)

AGOSTO 2009 8PROJETOS DE LEI

Proiacutebe a utilizaccedilatildeo das dependecircncias da Poliacutecia Civil para custodiar presos

Autora Deputada MARINA MAGGESSI

Relator Deputado FRANCISCO TENOacuteRIO

I ndash RELATOacuteRIO

Cuida-se de projeto de lei proposto pela ilustre Deputada Marina Maggessi cujo objetivo eacute vedar o uso das dependecircncias da Poliacutecia Civil para custodiar os presos condenados os submetidos agrave medida de seguranccedila os provisoacuterios e os egressos ainda que a prisatildeo se decirc em caraacuteter temporaacuterio

Para justificar a proposiccedilatildeo a nobre Deputada afirma que a Poliacutecia Civil vem sendo utilizada tambeacutem como estabelecimento carceraacuterio ainda que tal atribuiccedilatildeo esteja totalmente aleacutem de seu acircmbito de existecircncia e que natildeo tenha estrutura para responder a tal demanda

Propala a autora ainda que a Constituiccedilatildeo Federal no sect 4ordm do art 144 ensina que cabe agraves poliacutecias civis as funccedilotildees de poliacutecia judiciaacuteria e de apuraccedilatildeo de infraccedilotildees penais nada assentindo sobre as estranhas praacuteticas de servir de estabelecimento carceraacuterio e de custodiar presos como soacutei acontecer nas delegacias de muitos Estados do Brasil Essa praacutetica aliaacutes fere o princiacutepio da estrita legalidade constitucional segundo a nobre Deputada

Relata a Deputada tambeacutem que os policiais civis natildeo recebem treinamento para desempenhar a funccedilatildeo de custoacutedia de presos funccedilatildeo essa pertencente aos agentes penitenciaacuterios os quais foram treinados para exercecirc-la nos termos do que preceitua o art 82 da Lei nordm 72101984 (Lei de Execuccedilotildees Penais)

Pretende a autora corrigir esse desvio funcional para o que apresenta a proposiccedilatildeo ora relatada

O PL nordm 4051 de 2008 foi distribuiacutedo primeiramente agrave Comissatildeo de Seguranccedila Puacuteblica e Combate ao Crime Organizado ndash CSPCCO para cuja relatoria tive a honra de ser designado apresentando agora este Parecer

Nos termos do artigo 32 XVI f do Regimento Interno da Cacircmara dos Deputados cumpre a esta Comissatildeo pronunciar-se acerca do meacuterito da proposiccedilatildeo

PROJETO DE LEI Nordm 4051 DE 2008

O projeto tramita sob regime ordinaacuterio e estaacute sujeito agrave apreciaccedilatildeo conclusiva das comissotildees conforme artigo 24 II do Regimento Interno da Casa

Encerrado o prazo para recebimento de emendas estas natildeo foram apresentadas ao presente projeto de lei

Eacute o relatoacuterio

II - VOTO DO RELATOR

Cabe a este Oacutergatildeo Teacutecnico nos termos regimentais (art 32 inc XVI aliacutenea f) proceder agrave anaacutelise do Projeto de Lei nordm 405108

Assim em relaccedilatildeo agrave avaliaccedilatildeo do meacuterito entendo por oportuna a proposiccedilatildeo eis que intenta concretizar o dispositivo constitucional inserto no art 144 qual seja o de que ldquoa seguranccedila puacuteblica dever do Estado direito e responsabilidade de todos eacute exercida para a preservaccedilatildeo da ordem puacuteblica e da incolumidade das pessoas e do patrimocircnio atraveacutes da poliacutecia civilrdquo e bem assim das outras poliacutecias de que trata o referido artigo

A proposiccedilatildeo incorpora ainda a garantia fundamental insculpida no art 5ordm inciso XLVIII onde se lecirc que ldquoa pena seraacute cumprida em estabelecimentos distintos de acordo com a natureza do delito a idade e o sexo do apenadordquo Como se vecirc as delegacias de poliacutecias natildeo satildeo de fato os locais constitucionalmente designados para a custoacutedia de presos quaisquer que sejam eles

Acrescente-se que natildeo resta despiciendo ndash justamente por constar do rol dos Direitos e Garantias Fundamentais da Constituiccedilatildeo Federal ndash o inciso XLIX do art 5ordm o qual estabelece que ldquoeacute assegurado aos presos o respeito agrave integridade fiacutesica e moralrdquo Bem se vecirc que esses apenados alojados em compartimentos improvisados inadequados inseguros sem condiccedilotildees miacutenimas de habitabilidade nas delegacias de poliacutecia de todo o Brasil natildeo veem a concretizaccedilatildeo dessa garantia constitucional porquanto esses locais natildeo dispotildeem de estrutura fiacutesica adequada para custodiar presos

As delegacias de poliacutecia aliaacutes satildeo preacutedios administrativos cujas funccedilotildees preciacutepuas se inserem no acircmbito da investigaccedilatildeo policial da realizaccedilatildeo dos trabalhos de poliacutecia judiciaacuteria do atendimento ao cidadatildeo da elaboraccedilatildeo de termos circunstanciados e de outros procedimentos de sua competecircncia

Por essa razatildeo a construccedilatildeo desses preacutedios natildeo obedeceu logicamente aos rigorosos paracircmetros teacutecnicos designados

agraves construccedilotildees de estabelecimentos prisionais de seguranccedila os quais satildeo reforccedilados para impedir ou dificultar resgates conter fugas ou motins tatildeo comuns em meio agrave populaccedilatildeo carceraacuteria

Aleacutem disso as delegacias de poliacutecia estatildeo localizadas normalmente em aacutereas residenciais e satildeo frequentadas por cidadatildeos honestos que laacute vatildeo para registrar queixas de crimes dos quais satildeo viacutetimas Natildeo devem esses cidadatildeos portanto ficar expostos agrave periculosidade dos apenados que laacute se encontram De igual modo natildeo podem os policiais civis que laacute trabalham correrem riscos de vida em funccedilatildeo da fraacutegil seguranccedila oferecida por essas delegacias diante do grau de perigo que os presos lhes oferecem

Por fim a despeito do oportuno tema apresentado na proposta da nobre Deputada e bem assim da qualidade de suas justificativas vislumbro um pequeno reparo em seu PL para que em um 4ordm paraacutegrafo conste que o preso deveraacute ficar custodiado na delegacia o tempo necessaacuterio para a lavratura do auto de prisatildeo em flagrante e da assinatura da nota de culpa pelo delegado de poliacutecia Assim apoacutes a entrega da referida nota de culpa ao preso este seraacute imediatamente transferido para o sistema prisional

Dessa forma por acreditar que a proposiccedilatildeo em anaacutelise constituiraacute aprimoramento do ordenamento juriacutedico paacutetrio manifesto-me pela APROVACcedilAtildeO do PL nordm 4051 de 2008 com a Emenda apresentada em anexo

Sala da Comissatildeo de julho de 2009

Deputado FRANCISCO TENOacuteRIORelator

PROJETO DE LEI Nordm 4051 DE 2008

EMENDA DE RELATOR ADITIVA Nordm 2009

Acrescente-se ao artigo 1ordm do projeto o seguinte paraacutegrafoArt 1ordm sect4ordm O preso deveraacute ficar custodiado na delegacia ateacute a lavratura do auto de prisatildeo em flagrante e a assinatura da nota de culpa pela autoridade policial Apoacutes a entrega da referida nota de culpa ao preso este seraacute imediatamente transferido para o sistema prisional

Sala da Comissatildeo em de julho de 2009

Deputado FRANCISCO TENOacuteRIO Relator

AGOSTO 2009 9

LUacuteCIA Julgamento 11032008 Oacutergatildeo Julgador Primeira Turma Public 04-04-2008)

DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL HABEAS CORPUS CRIME DE TRAacuteFICO DE ENTORPECENTE PRETENSAtildeO DE SUBSTITUICcedilAtildeO DA PENA CORPORAL (ART 44 CP) IMPOSSIBILIDADE LEI 1134306 E INTERPRETACcedilAtildeO AUTEcircNTICA PROGRESSAtildeO DE REGIME NOS TERMOS DA LEI 1146407 CONCESSAtildeO PARCIAL DA ORDEM 1 Trata-se de habeas corpus impetrado contra ato do Superior Tribunal de Justiccedila que no julgamento de writ anteriormente aforado perante aquela Corte denegou a ordem Observa que o julgado do STJ no habeas corpus impetrado considerou a incompatibilidade da substituiccedilatildeo da pena corporal em relaccedilatildeo aos crimes hediondos e a eles equiparados o que contraria o disposto no art 44 do Coacutedigo Penal natildeo havendo qualquer restriccedilatildeo ou proibiccedilatildeo na Lei ndeg 807290 Requer a concessatildeo da ordem para o fim de ser reconhecido o direito agrave progressatildeo do regime de cumprimento da pena bem como seja autorizada a substituiccedilatildeo da pena corporal por penas restritivas de direito 2 A questatildeo de direito debatida neste writ envolve a possibilidade (ou natildeo) de incidecircncia do art 44 do Coacutedigo Penal agraves hipoacuteteses relacionadas aos crimes hediondos e a eles equiparados como eacute o caso do crime de traacutefico iliacutecito de substacircncia entorpecente (Lei ndeg 636876 art 12 Lei ndeg 1134306 art 33) 3 A norma contida no art 44 caput da Lei ndeg 1134306 ao expressar estabelecer a proibiccedilatildeo da conversatildeo apenas explicita regra que era impliacutecita no sistema juriacutedico brasileiro quanto agrave incompatibilidade do regime legal de tratamento em mateacuteria de crimes hediondos e a eles equiparados com o regime pertinente aos outros crimes 4 Recordo que a Lei ndeg 971498 ao modificar a redaccedilatildeo do art 44 do Coacutedigo Penal e assim ampliar os casos de substituiccedilatildeo da pena corporal por penas restritivas de direitos obviamente natildeo incidiu no acircmbito do tratamento legislativo referente aos crimes hediondos e a eles equiparados inclusive em razatildeo da redaccedilatildeo original contida no art 2deg sect 1deg da Lei ndeg 807290 que expressamente contemplava o regime integralmente fechado para cumprimento da pena corporal 5 Considero natildeo haver aplicaccedilatildeo retroativa da regra contida no art 44 caput da Lei ndeg 1134306 ao presente caso eis que o sistema juriacutedico anterior ao seu advento jaacute natildeo permitia a substituiccedilatildeo da pena corporal por pena restritiva de

STF

EMENTA HABEAS CORPUS COMUTACcedilAtildeO CRIME HEDIONDO IMPOSSIBILIDADE ORDEM DENEGADA A natureza dos crimes natildeo contemplados pelo decreto presidencial que concede o benefiacutecio de indulto e comutaccedilatildeo de pena deve ser aferida agrave eacutepoca da ediccedilatildeo do respectivo ato normativo pouco importando a data em que tais delitos foram praticados Precedentes (RE 274265 rel min Neacuteri da Silveira DJ de 19102001 p 49 e HC 74429 rel min Sydney Sanches DJ 21031997 p 8507) Ademais a comutaccedilatildeo nada mais eacute do que uma espeacutecie de indulto parcial (em que haacute apenas a reduccedilatildeo da pena) Daiacute por que a vedaccedilatildeo agrave concessatildeo de indulto em favor daqueles que praticaram crime hediondo - prevista no art 2ordm I da lei 80721990 - abrange tambeacutem a comutaccedilatildeo Ordem denegada (STF HC 94679 SP Relator(a) Min JOAQUIM BARBOSA Oacutergatildeo Julgador Segunda Turma Julgamento 18112008 Publicaccedilatildeo DJ 19122008PP-01188)

EMENTA HABEAS CORPUS DECRETO N 529504 COMUTACcedilAtildeO DE PENA CONDENADO QUE ESTAacute EM LIVRAMENTO CONDICIONAL POSSIBILIDADE ORDEM CONCEDIDA 1 Decreto n 529504 natildeo impediu a comutaccedilatildeo de pena aos condenados que estatildeo em livramento condicional 2 Ordem concedida (STF HC94654 RS Relator(a) Min CAacuteRMEN LUacuteCIA Julgamento 19082008 Oacutergatildeo Julgador Primeira Turma Public 03-10-2008)

EMENTA HABEAS CORPUS PROCESSUAL PENAL PACIENTE CONDENADO POR CRIME POSTERIOR AO INIacuteCIO DO CUMPRIMENTO DE PENAS JAacute UNIFICADAS ALEGACcedilAtildeO DE OFENSA AgraveS REGRAS DE UNIFICACcedilAtildeO DAS PENAS NAtildeO-OCORREcircNCIA INEXISTEcircNCIA DE VIacuteCIO NO PROCESSO DE EXECUCcedilAtildeO PENAL POR DEFICIEcircNCIA NO CAacuteLCULO DAS PENAS O LIMITE DE TRINTA ANOS PREVISTO NO ART 75 DO COacuteDIGO PENAL NAtildeO DEVE SER OBSERVADO SE O REacuteU PRATICA NOVOS DELITOS E SOFRE NOVAS CONDENACcedilOtildeES PRECEDENTES HABEAS CORPUS INDEFERIDO (STF HC 93202 SP Relator(a) Min CAacuteRMEN

direito em relaccedilatildeo aos crimes hediondos e a eles equiparados 6 Impossibilidade de substituiccedilatildeo da pena privativa de liberdade por penas restritivas de direito mesmo no periacuteodo anterior ao advento da Lei ndeg 1134306 e consequentemente natildeo haacute constrangimento ilegal no ato do Superior Tribunal de Justiccedila que denegou habeas corpus exatamente neste mesmo sentido 7 A redaccedilatildeo original do art 2ordm sect 1ordm da Lei nordm 807290 natildeo estava eivada de inconstitucionalidade natildeo malferindo os incisos XLVI e XLVII do art 5ordm da Constituiccedilatildeo Federal Os princiacutepios da individualizaccedilatildeo e da humanidade da pena natildeo foram violados com a regra legal acima mencionada 8 Todos os benefiacutecios legais inerentes agrave execuccedilatildeo da pena e evidentemente compatiacuteveis com o regime fechado prosseguiam sendo aplicaacuteveis aos condenados por crime hediondo ou a ele equiparado de modo a estimular sua recuperaccedilatildeo e ressocializaccedilatildeo 9 Com a nova redaccedilatildeo do sect 1ordm e a introduccedilatildeo do sect 2ordm ambos do art 2ordm da Lei de Crimes Hediondos deveratildeo ser cumpridos os requisitos e condiccedilotildees impostas mesmo em relaccedilatildeo agraves pessoas que praticaram condutas criminosas em eacutepoca anterior agrave nova ordem juriacutedica instaurada sobre o tema Do contraacuterio haveria claro descumprimento do comando constitucional contido no art 5ordm XLIII natildeo cumprindo o papel axioloacutegico e a proacutepria razatildeo de ser da Lei nordm 807290 a saber tratar de modo mais rigoroso as hipoacuteteses relacionadas aos crimes hediondos e a eles equiparados 10 Concessatildeo parcial da ordem com revogaccedilatildeo da liminar (STF HC 89976 RJ Relator(a) Min ELLEN GRACIE Julgamento 26032009 Oacutergatildeo Julgador Tribunal Pleno Public 24-04-2009)

DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL RECURSO ORDINAacuteRIO EM HABEAS CORPUS PROGRESSAtildeO DE REGIME PRISIONAL FATO ANTERIOR Agrave LEI 1146407 PRECEDENTES DESTA CORTE PROVIMENTO PARCIAL 1 A questatildeo de direito versada nestes autos diz respeito agrave possibilidade (ou natildeo) de progressatildeo do regime de cumprimento da pena corporal imposta no periacuteodo de vigecircncia da redaccedilatildeo originaacuteria do art 2ordm sect 1ordm da Lei nordm 807290 2 O julgamento do Supremo Tribunal Federal em processos subjetivos relacionados ao caso concreto natildeo alterou a vigecircncia da regra contida no art 2ordm sect 1ordm da Lei nordm 807290 (na sua redaccedilatildeo original) 3 Houve necessidade da ediccedilatildeo da Lei nordm 1164607 para que

JURISPRUDEcircNCIAS

AGOSTO 2009 10

nordm 807290 4 Houve necessidade da ediccedilatildeo da Lei nordm 1164607 para que houvesse a alteraccedilatildeo da redaccedilatildeo do dispositivo legal Contudo levando em conta que - considerada a orientaccedilatildeo que passou a existir nesta Corte agrave luz do precedente no HC 82959SP - o sistema juriacutedico anterior agrave ediccedilatildeo da lei de 2007 era mais beneacutefico ao condenado em mateacuteria de requisito temporal (16 da pena) comparativamente ao sistema implantado pela Lei ndeg 1164607 (25 ou 35 dependendo do caso) deve ser concedida em parte a ordem para que haja o exame do pedido de progressatildeo do regime prisional do paciente levando em conta o requisito temporal de 16 da pena fixada 5 Habeas corpus concedido por considerar possiacutevel a progressatildeo do regime prisional desde que atendido o requisito temporal de cumprimento de 16 da pena cabendo ao juiz da execuccedilatildeo da pena apreciar o pedido de progressatildeo inclusive quanto agrave presenccedila dos demais requisitos considerado o fator temporal acima indicado (STF HC92477 SP Relator(a) Min ELLEN GRACIE Julgamento 21102008 Oacutergatildeo Julgador Segunda Turma Public 07-11-2008)

PENA - REGIME DE CUMPRIMENTO - PROGRESSAtildeO - RAZAtildeO DE SER A progressatildeo no regime de cumprimento da pena nas espeacutecies fechado semi-aberto e aberto tem como razatildeo maior a ressocializaccedilatildeo do preso que mais dia ou menos dia voltaraacute ao conviacutevio social PENA - CRIMES HEDIONDOS - REGIME DE CUMPRIMENTO - PROGRESSAtildeO - OacuteBICE - ARTIGO 2ordm sect 1ordm DA LEI Nordm 807290 - INCONSTITUCIONALIDADE - EVOLUCcedilAtildeO JURISPRUDENCIAL Conflita com a garantia da individualizaccedilatildeo da pena - artigo 5ordm inciso XLVI da Constituiccedilatildeo Federal - a imposiccedilatildeo mediante norma do cumprimento da pena em regime integralmente fechado Nova inteligecircncia do princiacutepio da individualizaccedilatildeo da pena em evoluccedilatildeo jurisprudencial assentada a inconstitucionalidade do artigo 2ordm sect 1ordm da Lei nordm 807290 CONFLITO DE LEIS NO TEMPO - LEI N ordm 114642007 - AFASTAMENTO A legislaccedilatildeo de regecircncia eacute a vigente na data em que praticado o crime natildeo se podendo cogitar de retroaccedilatildeo prejudicial ao paciente (STF HC91618 SP Relator(a) Min MARCO AUREacuteLIO Julgamento 19082008 Oacutergatildeo Julgador Primeira Turma Public 31-10-2008)

DIREITO PROCESSUAL PENAL RECURSO EXTRAORDINAacuteRIO DESCLASSIFICACcedilAtildeO DE CRIME DE LATROCIacuteNIO PARA HOMICIacuteDIO QUESTAtildeO INFRACONSTITUCIONAL NAtildeO CONHECIMENTO CRIME HEDIONDO REGIME INICIALMENTE

FECHADO LEI 1146407 RECURSO PARCIALMENTE CONHECIDO E NESSA PARTE PARCIALMENTE PROVIDO 1 Duas satildeo as questotildees tratadas no recurso extraordinaacuterio interposto a) a suposta violaccedilatildeo agrave norma constitucional que prevecirc a competecircncia do tribunal do juacuteri para os crimes dolosos contra a vida eis que natildeo seria crime de latrociacutenio mas sim de homiciacutedio b) a possiacutevel infringecircncia aos princiacutepios constitucionais da individualizaccedilatildeo e humanizaccedilatildeo da pena devido agrave imposiccedilatildeo do regime integralmente fechado em relaccedilatildeo agrave pena privativa de liberdade estabelecida em desfavor do recorrente 2 A respeito da primeira questatildeo o tema natildeo foi objeto de prequestionamento junto ao Tribunal de Justiccedila Ademais a pretensatildeo recursal relacionada agrave possiacutevel desclassificaccedilatildeo do crime de latrociacutenio para homiciacutedio envolveria o revolvimento de substrato faacutetico-probatoacuterio o que natildeo se revela possiacutevel em sede de recurso extraordinaacuterio 3 A respeito da segunda questatildeo ventilada no recurso extraordinaacuterio houve claro enfrentamento da vedaccedilatildeo da progressatildeo do regime de cumprimento da pena privativa de liberdade e a esse respeito o recurso merece ser conhecido 4 Era perfeitamente compatiacutevel com a Constituiccedilatildeo Federal a vedaccedilatildeo da progressatildeo do regime de cumprimento da pena quando da condenaccedilatildeo por praacutetica de crime hediondo ou a ele equiparado Daiacute a consideraccedilatildeo de que o tema referente ao regime de cumprimento da pena corporal ser apenas um dos aspectos relativos agrave execuccedilatildeo penal perfeitamente adequado agrave realidade dos crimes reputados mais danosos agrave sociedade em postura normativa perfeitamente coerente com a finalidade retributiva da pena 5 Sobreveio a Lei nordm 1146407 que alterou a redaccedilatildeo do art 2ordm sect 1ordm da Lei nordm 807290 ao prever que a pena por crime hediondo ou a ele equiparado seraacute cumprida em regime inicialmente fechado Diante da nova redaccedilatildeo deveratildeo ser cumpridos os requisitos e condiccedilotildees impostas mesmo em relaccedilatildeo agraves pessoas que praticaram condutas criminosas em eacutepoca anterior agrave nova ordem juriacutedica instaurada sobre o tema 6 Recurso extraordinaacuterio parcialmente conhecido e nesta parte parcialmente provido estabelecendo que o regime de cumprimento da pena seraacute o inicialmente fechado admitindo-se a progressatildeo do regime prisional desde que atendidos os requisitos do art 2ordm sectsect 1ordm e 2ordm da Lei nordm 807290 na redaccedilatildeo que lhe foi dada pela Lei nordm 1146407 (STF RE 552545 MG Relator(a) Min ELLEN GRACIE Julgamento 14102008 Oacutergatildeo Julgador Segunda Turma Public 21-11-2008)

houvesse a alteraccedilatildeo da redaccedilatildeo do dispositivo legal Contudo levando em conta que - considerada a orientaccedilatildeo que passou a existir nesta Corte agrave luz do precedente no HC 82959SP - o sistema juriacutedico anterior agrave ediccedilatildeo da lei de 2007 era mais beneacutefico ao condenado em mateacuteria de requisito temporal (16 da pena) comparativamente ao sistema implantado pela Lei ndeg 1164607 (25 ou 35 dependendo do caso) deve ser concedida em parte a ordem para que haja o exame do pedido de progressatildeo do regime prisional do paciente levando em conta o requisito temporal de 16 da pena fixada 4 No mesmo sentido HC 94025SP rel Min Menezes Direito 1ordf Turma DJ 03062008 Neste uacuteltimo julgado ficou expressamente consignado que ldquorelativamente aos crimes hediondos cometidos antes da vigecircncia da Lei nordm 1146407 a progressatildeo de regime carceraacuterio deve observar o requisito temporal previsto nos artigos 33 do Coacutedigo Penal e 112 da Lei de Execuccedilotildees Penais aplicando-se portanto a lei mais beneacuteficardquo O art 2deg sect 1deg da Lei ndeg 807290 (na sua redaccedilatildeo original) natildeo pode ser utilizado como paracircmetro de comparaccedilatildeo com a Lei ndeg 1146407 diante da sua declaraccedilatildeo de inconstitucionalidade ainda que no exerciacutecio do controle concreto no julgamento do HC ndeg 82959SP (rel Min Marco Aureacutelio) 5 Recurso ordinaacuterio em habeas corpus parcialmente provido e assim concedeu-se a ordem para considerar possiacutevel a progressatildeo do regime prisional desde que atendido o requisito temporal de cumprimento de 16 da pena cabendo ao juiz da execuccedilatildeo da pena apreciar o pedido de progressatildeo inclusive quanto agrave presenccedila dos demais requisitos considerado o fator temporal acima indicado (STF RHC 91300 DF Relator(a) Min ELLEN GRACIE Julgamento 05032009 Oacutergatildeo Julgador Tribunal Pleno Public 03-04-2009)

DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL HABEAS CORPUS REGIME PRISIONAL CRIME HEDIONDO DATA ANTERIOR Agrave LEI 1146407 SISTEMA JURIacuteDICO MAIS BENEacuteFICO CONCESSAtildeO DA ORDEM 1 A questatildeo de direito versada nestes autos diz respeito agrave possibilidade (ou natildeo) de progressatildeo do regime de cumprimento da pena corporal imposta no periacuteodo de vigecircncia da redaccedilatildeo originaacuteria do art 2ordm sect 1ordm da Lei nordm 807290 2 O tema relativo ao regime de cumprimento da pena que envolve mateacuteria relativa agrave execuccedilatildeo recebe consideraccedilotildees distintas quanto agrave natureza de seu enquadramento no sistema juriacutedico brasileiro 3 O julgamento do Supremo Tribunal Federal em processos subjetivos relacionados ao caso concreto natildeo alterou a vigecircncia da regra contida no art 2ordm sect 1ordm da Lei

JURISPRUDEcircNCIAS

AGOSTO 2009 11JURISPRUDEcircNCIAS

STJ

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL ROUBO CIRCUNSTANCIADO PENA DE 5 ANOS E 6 MESES DE RECLUSAtildeO PROGRESSAtildeO PARA O REGIME SEMI-ABERTO DEFERIDA PELO JUIZ DA VEC E CASSADA PELO TRIBUNAL A QUO AUSEcircNCIA DE MANIFESTACcedilAtildeO PREacuteVIA DO MP MATEacuteRIA NAtildeO ARGUumlIDA EM AGRAVO DE EXECUCcedilAtildeO REFORMATIO IN PEJUS SUacuteMULA 160STF DISPENSA DE EXAME CRIMINOLOacuteGICO POSSIBILIDADE PARECER DO MPF PELA DENEGACcedilAtildeO DO WRIT ORDEM CONCEDIDA POREacuteM PARA RESTABELECER A DECISAtildeO DE PRIMEIRO GRAU 1 O ato praticado fora dos ditames legais deve ser considerado nulo inclusive de ofiacutecio salvo quando tratar-se de nulidade natildeo arguumlida pela acusaccedilatildeo mas cujo reconhecimento poderaacute prejudicar a defesa por forccedila do princiacutepio da non reformatio in pejus esse eacute inclusive o teor da Suacutemula 160 do Pretoacuterio Excelso segundo a qual eacute nula a decisatildeo do Tribunal que acolhe contra o reacuteu nulidade natildeo arguumlida no recurso da acusaccedilatildeo ressalvados os casos de recurso de ofiacutecio 2 Natildeo obstante o recurso ministerial ter se restringido a alegaccedilatildeo da imprescindibilidade da realizaccedilatildeo de exame criminoloacutegico e parecer da Comissatildeo Teacutecnica de Classificaccedilatildeo para avaliar o requisito subjetivo exigido para fins de progressatildeo de regime o Tribunal a quo deu-lhe provimento em razatildeo da ausecircncia de preacutevia oitiva do Ministeacuterio Puacuteblico antes do deferimento da medida traduzindo verdadeira reformatio in pejus 3 Natildeo deve ser declarada nulidade quando natildeo resultar prejuiacutezo comprovado para a parte que a alega Isso porque o processo natildeo eacute um fim em si mesmo merecendo aproveitamento todos os atos que atingiram a sua finalidade e permitiram o exerciacutecio da ampla defesa e do contraditoacuterio 4 A nova redaccedilatildeo dada pela Lei 1079203 ao art 112 da LEP tornou prescindiacutevel a realizaccedilatildeo de exames periciais antes exigidos para a concessatildeo da progressatildeo de regime prisional cabendo ao Juiacutezo da Execuccedilatildeo a ponderaccedilatildeo casuiacutestica sobre a necessidade ou natildeo de adoccedilatildeo de tais medidas 5 Ordem concedida para restabelecer a decisatildeo de primeiro grau que havia deferido ao paciente o benefiacutecio da progressatildeo para o regime semi-aberto em que pese o parecer ministerial (STJ HC 90793 SP HABEAS CORPUS 20070220061-9 Relator(a) Ministro NAPOLEAtildeO NUNES MAIA FILHO Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 11122008 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 16022009)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL INDULTO DECRETO 562005 PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS NAtildeO-OCORREcircNCIA PATOLOGIAS ROL TAXATIVO CONSTRANGIMENTO ILEGAL NAtildeO-CONFIGURADO ORDEM DENEGADA 1 O Decreto 562005 autoriza o indulto ao condenado ldquoparapleacutegico tetrapleacutegico ou portador de cegueira total desde que tais condiccedilotildees natildeo sejam anteriores agrave praacutetica do ato e comprovadas por laudo meacutedico oficial ou na falta deste por dois meacutedicos designados pelo Juiacutezo da Execuccedilatildeordquo (art 1ordm VI a) 2 O benefiacutecio do indulto espeacutecie da clementia principis eacute de interpretaccedilatildeo restrita devendo ser concedido apenas quando estritamente preenchidos os requisitos expressos na norma regulamentadora 3 Na hipoacutetese em apreccedilo o Juiacutezo singular indeferiu o benefiacutecio sob o argumento de que o paciente natildeo preenche os requisitos estabelecidos no Decreto 562005 uma vez que natildeo eacute portador de cegueira total 4 Para se acolher a pretensatildeo aduzida pelo impetrante necessaacuterio seria extrapolar os limites do texto normativo cuja interpretaccedilatildeo cabe ao magistrado na medida em que impotildee a ampliaccedilatildeo do rol de patologiasconsequumlecircncias taxativamente estabelecido no decreto cuja elaboraccedilatildeo eacute da competecircncia discricionaacuteria e exclusiva do Presidente da Repuacuteblica a teor do art 84 XII da Constituiccedilatildeo Federal 5 Ordem denegada (STJ HC 93841 SP HABEAS CORPUS 20070259072-6 Relator(a) Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 09122008 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 02022009)

HABEAS CORPUS HOMICIacuteDIOS E ROUBOS QUALIFICADOS PACIENTE CONDENADO A 63 ANOS 11 MESES E 26 DIAS DELITOS COMETIDOS ANTERIORMENTE Agrave LEI DE CRIMES HEDIONDOS INDULTO COMUTACcedilAtildeO DE PENAS INADMISSIBILIDADE PRECEDENTES DO STJ ORDEM DENEGADA 1 Na esteira de firme jurisprudecircncia desta Corte Superior satildeo insuscetiacuteveis de indulto os crimes hediondos ainda que tenham sido cometidos antes da ediccedilatildeo da Lei 807290 tendo em vista que a natureza do crime deve ser aferida ao tempo da entrada em vigor da norma instituidora do benefiacutecio 2 Opina o MPF pela denegaccedilatildeo da ordem 3 Ordem denegada (STJ HC 88522 SP HABEAS CORPUS 20070185250-1 Relator(a) Ministro NAPOLEAtildeO NUNES MAIA FILHO Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 07102008 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 03112008)

PROCESSUAL PENAL HABEAS CORPUS INDULTO NATALINO DECRETO

Nordm 59932006 TESE NAtildeO APRESENTADA Agrave AUTORIDADE COATORA SUPRESSAtildeO DE INSTAcircNCIA DECRETO Nordm 562005 INDULTO NATALINO EXAME CRIMINOLOacuteGICO DESNECESSIDADE I - Tendo em vista que a alegaccedilatildeo de que estatildeo preenchidos os requisitos do indulto natalino com base no Decreto nordm 59932006 sequer foi suscitada perante a autoridade apontada como coatora fica esta Corte impedida de examinar tal alegaccedilatildeo sob pena de supressatildeo de instacircncia (Precedentes) II - Natildeo constando do Decreto nordm 56202005 a exigecircncia de realizaccedilatildeo de exame criminoloacutegico eacute vedado ao e Tribunal a quo condicionar a concessatildeo do indulto natalino agrave preacutevia realizaccedilatildeo do referido exame para afericcedilatildeo do meacuterito do sentenciado por absoluta falta de previsatildeo legal Writ parcialmente conhecido e nesta parte concedido (STJ HC 89686 RS HABEAS CORPUS 20070205954-0 Relator(a) Ministro FELIX FISCHER Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 15042008 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 30062008)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL DECRETO Nordm 44952002 HOMICIacuteDIO QUALIFICADO COMETIDO ANTERIORMENTE Agrave LEI Nordm 893094 CRIME HEDIONDO INDULTO INCABIMENTO 1 Eacute incabiacutevel a concessatildeo de indulto aos crimes hediondos na letra dos artigos 2ordm inciso I da Lei nordm 807290 e 5ordm inciso XLIII da Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica 2 Os crimes elencados como hediondos precisamente porque possuem nomen juris e natureza proacutepria por oacutebvio restam excluiacutedos da benesse estatal ainda quando cometidos antes da ediccedilatildeo da lei dos crimes hediondos que nesta categoria os compreendeu exclusivamente para fins investigatoacuterios processuais e de regime de cumprimento de pena 3 Ordem denegada (STJ HC 68877 SP HABEAS CORPUS 20060233951-6 Relator(a) Ministro HAMILTON CARVALHIDO Oacutergatildeo Julgador SEXTA TURMA Data do Julgamento 27052008 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 12082008)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL HOMICIacuteDIO QUALIFICADO PRATICADO ANTES DA EDICcedilAtildeO DA LEI 807290 COMUTACcedilAtildeO DE PENAS DECRETO 562005 POSSIBILIDADE EXAME CRIMINOLOacuteGICO PARA AFERIR O MERECIMENTO DO APENADO REQUISITO NAtildeO ESTABELECIDO NO REFERIDO DECRETO CONSTRANGIMENTO ILEGAL CARACTERIZADO ORDEM CONCEDIDA 1 Na anaacutelise do pedido de comutaccedilatildeo natildeo eacute permitido ao magistrado extrapolar os limites de interpretaccedilatildeo do decreto impondo requisito natildeo estabelecido no

AGOSTO 2009 12JURISPRUDEcircNCIAS

texto normativo cuja elaboraccedilatildeo eacute da competecircncia discricionaacuteria e exclusiva do Presidente da Repuacuteblica a teor do art 84 XII da Constituiccedilatildeo Federal 2 O art 8ordm do Decreto 562004 eacute claro ao excluir o benefiacutecio da comutaccedilatildeo apenas aos que tenham cometido o delito hediondo apoacutes a ediccedilatildeo da Lei 807290 sendo portanto descabido o indeferimento do pleito do paciente com fundamento na hediondez do delito o qual foi praticado em 11290 3 O Decreto 562005 autoriza a comutaccedilatildeo de 15 da pena imposta ao condenado reincidente que tenha cumprido 13 da pena e natildeo tenha sofrido sanccedilatildeo disciplinar por falta grave praticada nos uacuteltimos 12 meses do cumprimento da pena apurada na forma do art 59 e seguintes da Lei de Execuccedilotildees Penais contados retroativamente a partir da publicaccedilatildeo do referido decreto Dessa forma para a concessatildeo do benefiacutecio natildeo se exige a realizaccedilatildeo de exame criminoloacutegico a fim de aferir a presenccedila de requisitos subjetivos 4 Ordem concedida para anulando a decisatildeo singular e o acoacuterdatildeo assegurar ao paciente o direito de comutaccedilatildeo de sua pena nos termos do Decreto 562005 (STJ HC 100020 SP HABEAS CORPUS 20080027425-9 Relator(a) Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 28052008 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 04082008)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL PACIENTE CONDENADO PELA PRAacuteTICA DE ROUBO CIRCUNSTANCIADO RECEPTACcedilAtildeO QUALIFICADA E FURTOS (SIMPLES E QUALIFICADO) PENA DE 13 ANOS 7 MESES E 26 DIAS DE RECLUSAtildeO COMUTACcedilAtildeO DA PENA DEFERIDA PELO JUIZ DA VEC COM BASE NO DECRETO 562005 E CASSADA PELO TRIBUNAL A QUO COMETIMENTO DE FALTA GRAVE EM 230606 INTERRUPCcedilAtildeO DO PRAZO PARA A CONCESSAtildeO DO BENEFIacuteCIO AUSEcircNCIA DE CONSTRANGIMENTO ILEGAL IRRELEVAcircNCIA DA AFERICcedilAtildeO DE REQUISITO SUBJETIVO PARECER MINISTERIAL PELA CONCESSAtildeO DA ORDEM ORDEM DENEGADA 1 A interpretaccedilatildeo conjunta dos arts 112 118 I e 127 da LEP e do art 2o do Decreto 562005 permite a exegese de que a praacutetica de falta grave acarreta o reiniacutecio da contagem do periacuteodo de 13 da pena faltante para a obtenccedilatildeo da comutaccedilatildeo da pena Precedente da 5a Turma do STJ HC 80103SP de minha relatoria DJU 061008 2 Independentemente da discussatildeo a respeito de qualquer requisito de ordem subjetiva o paciente natildeo soma a seu favor o tempo de cumprimento de pena necessaacuterio agrave obtenccedilatildeo do benefiacutecio 3 Parecer do MPF pela concessatildeo da ordem 4 Ordem denegada (STJ HC 93996 SP HABEAS CORPUS 20070261591-5 Relator(a)

Ministro NAPOLEAtildeO NUNES MAIA FILHO Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 10022009 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 27042009)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL PACIENTE CONDENADO PELA PRAacuteTICA DE ROUBO E ROUBO CIRCUNSTANCIADO PENA DE 7 ANOS 6 MESES E 20 DIAS DE RECLUSAtildeO COMUTACcedilAtildeO DA PENA DEFERIDA PELO JUIZ DA VEC COM BASE NO DECRETO 529504 E CASSADA PELO TRIBUNAL A QUO COMETIMENTO DE FALTA GRAVE EM 291102 CONSISTENTE NA FUGA DO ESTABELECIMENTO PRISIONAL INTERRUPCcedilAtildeO DO PRAZO PARA A CONCESSAtildeO DO BENEFIacuteCIO AUSEcircNCIA DE CONSTRANGIMENTO ILEGAL ORDEM DENEGADA1 A jurisprudecircncia dessa Corte entende que ofende o princiacutepio da legalidade a decisatildeo que determina a interrupccedilatildeo do prazo para a aquisiccedilatildeo da benesse do Decreto 5295 em razatildeo do cometimento de falta de natureza grave uma vez que acaba por criar requisito objetivo natildeo previsto em lei 2 Creio que do ponto de vista positivo normativo rigorosamente literal esse posicionamento eacute incensuraacutevel entretanto ao meu sentir a interpretaccedilatildeo conjunta dos arts 112 118 I e 127 da LEP e do art 2o do Decreto 529504 permite a exegese de que a praacutetica de falta grave acarreta o reiniacutecio da contagem do periacuteodo de 13 da pena faltante para a obtenccedilatildeo da comutaccedilatildeo da pena 3 Parecer do MPF pela concessatildeo da ordem 4 Ordem denegada (STJ HC 80103 SP - Relator(a) Ministro NAPOLEAtildeO NUNES MAIA FILHO - Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA - Data do Julgamento 28082008 - Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 06102008)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL CORTE A QUO QUE MANTEVE A DECISAtildeO DE PRIMEIRO GRAU INDEFERITOacuteRIA DO BENEFIacuteCIO DA COMUTACcedilAtildeO DA PENA CONSTRANGIMENTO ILEGAL EVIDENCIADO PELA AUSEcircNCIA DE ANAacuteLISE NO ARESTO HOSTILIZADO DO PREENCHIMENTO (OU NAtildeO) DOS REQUISITOS PREVISTOS NO DECRETO 529504 PELO PACIENTE LIVRAMENTO CONDICIONAL IGUALMENTE INDEFERIDO COMETIMENTO DE FALTA GRAVE IMPOSSIBILIDADE DE INTERRUPCcedilAtildeO DO PRAZO PARA A CONCESSAtildeO DO BENEFIacuteCIO POR AUSEcircNCIA DE PREVISAtildeO LEGAL CONSTRANGIMENTO ILEGAL CONFIGURADO PRECEDENTES PARECER DO MPF PELA CONCESSAtildeO DA ORDEM ORDEM CONCEDIDA PARA QUE O TRIBUNAL A QUO ANALISE AS CONDICcedilOtildeES PARA A CONCESSAtildeO DA COMUTACcedilAtildeO DA PENA DO PACIENTE LEVANDO-SE EM CONSIDERACcedilAtildeO

SOMENTE OS REQUISITOS PREVISTOS NO DECRETO 529504 BEM COMO PARA QUE APRECIE O PEDIDO DE LIVRAMENTO CONDICIONAL SUPERADO O OacuteBICE RELATIVO Agrave INTERRUPCcedilAtildeO DO PRAZO PARA A CONCESSAtildeO DO BENEFIacuteCIO CONSIDERANDO A FRACcedilAtildeO DA PENA EVENTUALMENTE COMUTADA 1 O Decreto 529504 exige para fins de obtenccedilatildeo do benefiacutecio da comutaccedilatildeo das penas que o condenado preencha dois requisitos quais sejam cumprir um quarto da sanccedilatildeo se primaacuterio ou um terccedilo se reincidente ateacute a data de 25 de dezembro de 2004 bem como natildeo ter cometido falta grave nos uacuteltimos doze meses de cumprimento da pena 2 In casu o acoacuterdatildeo impugnado sequer fez menccedilatildeo ao implemento (ou natildeo) dos requisitos previstos no art 2o cc o art 4o do Decreto 529504 cingindo-se as razotildees para a manutenccedilatildeo do indeferimento do benefiacutecio agrave impossibilidade de anaacutelise do cumprimento das condiccedilotildees objetivas e subjetivas para a concessatildeo do pleiteado benefiacutecio em sede de Habeas Corpus e agraves diversas condenaccedilotildees que ostenta o paciente 3 A verificaccedilatildeo das condiccedilotildees para a concessatildeo da comutaccedilatildeo todavia eacute plenamente factiacutevel em Habeas Corpus por natildeo exigir ampla incursatildeo probatoacuteria De outra parte o indeferimento da benesse com supedacircneo na existecircncia de diversas condenaccedilotildees em desfavor do paciente viola o princiacutepio da legalidade por constituir exigecircncia de requisitos estranhos aos previstos no decreto 529504 Precedentes 4 O art 83 I do CPB exige para fins de obtenccedilatildeo do benefiacutecio do livramento condicional o cumprimento de mais de um terccedilo da pena total imposta ao sentenciado Assim ofende o princiacutepio da legalidade a decisatildeo que determina a interrupccedilatildeo do prazo para a aquisiccedilatildeo da referida benesse uma vez que acaba por criar requisito objetivo natildeo previsto em lei 5 Parecer do MPF pela concessatildeo do writ 6 Ordem concedida para que o Tribunal a quo analise as condiccedilotildees para a concessatildeo da comutaccedilatildeo da pena do paciente levando-se em consideraccedilatildeo somente os requisitos previstos no Decreto 529504 bem como para que aprecie o pedido de livramento condicional superado o oacutebice relativo agrave interrupccedilatildeo do prazo para a concessatildeo do benefiacutecio considerando a fraccedilatildeo da pena eventualmente comutada (STJ HC 114222 SP HABEAS CORPUS 20080187375-9 Relator(a) Ministro NAPOLEAtildeO NUNES MAIA FILHO Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 29042009 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 01062009)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL FALTA GRAVE INTERRUPCcedilAtildeO NA CONTAGEM DO LAPSO TEMPORAL PARA A CONCESSAtildeO DE BENEFIacuteCIO DE PROGRESSAtildeO DE REGIME

AGOSTO 2009 13JURISPRUDEcircNCIAS

PRISIONAL ENTENDIMENTO DO TRIBUNAL A QUO EM CONSONAcircNCIA COM A JURISPRUDEcircNCIA DESTA CORTE LIVRAMENTO CONDICIONAL E COMUTACcedilAtildeO DAS PENAS INTERRUPCcedilAtildeO DO PRAZO PARA OBTENCcedilAtildeO DO BENEFIacuteCIO PELO CONDENADO ILEGALIDADE AUSEcircNCIA DE PREVISAtildeO LEGAL PRECEDENTES INAPLICABILIDADE DO EFEITO INTERRUPTIVO QUANTO AO LIVRAMENTO CONDICIONAL E Agrave COMUTACcedilAtildeO RECONHECIDA PELO TRIBUNAL DE ORIGEM FALTA DE INTERESSE PROCESSUAL CONSTRANGIMENTO ILEGAL NAtildeO EVIDENCIADO 1 O cometimento de falta grave embora interrompa o prazo para a obtenccedilatildeo dos benefiacutecios da progressatildeo de regime natildeo o faz para fins de concessatildeo dos benefiacutecios do livramento condicional e da comutaccedilatildeo da pena por ausecircncia de previsatildeo legal Precedentes 2 Nos termos do acoacuterdatildeo hostilizado verifica-se que o efeito interruptivo somente foi reconhecido relativamente agrave progressatildeo de regime ficando ressalvada a sua inaplicabilidade com relaccedilatildeo ao livramento condicional e agrave comutaccedilatildeo evidenciado nesse particular a falta de interesse processual na medida em que natildeo evidenciado nos autos qualquer constrangimento ilegal contra o Paciente inexistindo pois ato coator por parte do Tribunal quanto ao pleitos de comutaccedilatildeo e de livramento condicional 3 Habeas corpus parcialmente conhecido e nessa parte denegado (STJ HC 121513 SP HABEAS CORPUS 20080258389-0 Relator(a) Ministra LAURITA VAZ Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 27042009 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 25052009)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL PEDIDO DE COMUTACcedilAtildeO DA PENA INDEFERIDO PELO JUIZ DA VEC E PELO TRIBUNAL A QUO PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS OBJETIVOS E SUBJETIVOS EXIGIDOS PELO DECRETO 529504 COMETIMENTO DE FALTA GRAVE EM 08032003 INTERRUPCcedilAtildeO DO PRAZO PARA A CONCESSAtildeO DO BENEFIacuteCIO IMPOSSIBILIDADE AUSEcircNCIA DE PREVISAtildeO LEGAL CONSTRANGIMENTO ILEGAL CONFIGURADO PRECEDENTES PARECER DO MPF PELA CONCESSAtildeO DA ORDEM ORDEM CONCEDIDA PARA DEFERIR AO PACIENTE O DIREITO Agrave COMUTACcedilAtildeO DA PENA 1 O Decreto 529504 exige para fins de obtenccedilatildeo do benefiacutecio da comutaccedilatildeo das penas que o condenado reincidente preencha dois requisitos quais sejam 1) cumprimento de 14 da sanccedilatildeo se primaacuterio e 13 se reincidente ateacute a data de 25 de dezembro de 2004 2) natildeo cometimento de falta grave nos uacuteltimos doze meses de cumprimento da pena contados retroativamente agrave

publicaccedilatildeo do referido Decreto 2 Ofende o princiacutepio da legalidade a decisatildeo que determina a interrupccedilatildeo do prazo para aquisiccedilatildeo da referida benesse uma vez que acaba por criar requisito objetivo natildeo previsto em lei Precedentes do STJ 3 Parecer do MPF pela concessatildeo do writ 4 Ordem concedida (STJ HC 113513 SP HABEAS CORPUS 20080180026-0 Relator(a) Ministro NAPOLEAtildeO NUNES MAIA FILHO Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 16042009 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 25052009)

HABEAS CORPUS PACIENTE CUMPRIDO PENA TOTAL DE 55 ANOS 4 MESES E 10 DIAS DE RECLUSAtildeO POR DIVERSAS INFRACcedilOtildeES AO ART 157 sect 2o I E II DO CPB FUNDAMENTACcedilAtildeO COM ARRIMO NO PARECER MINISTERIAL AUSEcircNCIA DE NULIDADE LIVRAMENTO CONDICIONAL REVOGACcedilAtildeO CONDENACcedilAtildeO IRRECORRIacuteVEL POR CRIME COMETIDO DURANTE O PERIacuteODO DE PROVA PLEITO DE COMUTACcedilAtildeO DE PENA (DECRETO PRESIDENCIAL 562005) DESCONSIDERACcedilAtildeO DO PERIacuteODO EM QUE O PACIENTE ESTAVA EM LIBERDADE NOVO CAacuteLCULO DA PENA COM INCIDEcircNCIA DO ART 88 DO CPB POSSIBILIDADE PRECEDENTE DESTA CORTE SUPERIOR ORDEM DENEGADA 1 Inserir na fundamentaccedilatildeo trecho do parecer da Procuradoria-Geral de Justiccedila natildeo provoca a nulidade da decisatildeo 2 Vem entendendo esta Corte Superior pela ausecircncia de ilegalidade quanto agrave desconsideraccedilatildeo do tempo em livramento condicional para fins de comutaccedilatildeo de pena tendo havido a revogaccedilatildeo do benefiacutecio em razatildeo de condenaccedilatildeo irrecorriacutevel por crime cometido durante o periacuteodo de prova 3 Revogado o benefiacutecio do livramento condicional antes de expirado o periacuteodo de prova e apoacutes o tracircnsito em julgado da uacuteltima condenaccedilatildeo natildeo haacute falar em ilegalidade da decisatildeo que determinou a realizaccedilatildeo de novo caacutelculo da pena na forma do art 88 do Coacutedigo Penal (HC 43337RJ Rel Min ARNALDO ESTEVES LIMA DJU 020506) 4 Opina o MPF pela concessatildeo parcial da ordem 5 Ordem denegada (STJ HC 85187 RJ HABEAS CORPUS 20070140768-6 Relator(a) Ministro NAPOLEAtildeO NUNES MAIA FILHO Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 16102008 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 24112008)

TJRJ

AGRAVO EXECUCcedilAtildeO PENAL Comutaccedilatildeo de pena Decreto Presidencial nordm 599306 Cumprimento do requisito objetivo - lapso temporal de um ano a

contar da publicaccedilatildeo do Decreto sem falta grave Para fins de concessatildeo de comutaccedilatildeo ou indulto deve ser analisado o comportamento do sentenciado durante todo periacuteodo de caacutercere ou de prova Indeferimento do pleito por ausecircncia do requisito subjetivo Se o apenado obteve o benefiacutecio de visita perioacutedica ao lar em setembro de 2006 e no mecircs de janeiro de 2007 deixou de retornar agrave Unidade natildeo pode ter deferido seu pedido de comutaccedilatildeo com base no Decreto Presidencial expedido no ano de 2006 Se o apenado encontra-se na situaccedilatildeo de evadido do Sistema natildeo eacute razoaacutevel admitir que ostente direito de obter novo benefiacutecio Repercussatildeo da conduta em toda a execuccedilatildeo de pena Recurso a que se nega provimento (TJRJ - AGRAVO DE EXECUCAO PENAL 200907600144 DES MARCO AURELIO BELLIZZE - Julgamento 29042009 - PRIMEIRA CAMARA CRIMINAL)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL LEI 721084 PEDIDO DE COMUTACcedilAtildeO DE PENA COM BASE NO DECRETO PRESIDENCIAL Nordm 449502 CUMPRIMENTO DO REQUISITO OBJETIVO AUSEcircNCIA DE MEacuteRITO CARCERAacuteRIO EM RAZAtildeO DE COMETIMENTO DE CRIMES DURANTE O PERIacuteODO DE PROVA DO LIVRAMENTO CONDICIONAL REPERCUSSAtildeO DAS CONDUTAS NO PEDIDO DE COMUTACcedilAtildeO CONSTRANGIMENTO ILEGAL INEXISTENTE DENEGACcedilAtildeO DA ORDEM(TJRJ HABEAS CORPUS 200805908014 JDS DES MARIA ANGELICA GUEDES - Julgamento 13012009 - TERCEIRA CAMARA CRIMINAL)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL DECISAtildeO JUDICIAL DENEGATOacuteRIA DO INDULTO FUNDAMENTADA NO FATO DE QUE O DEFERIMENTO DE INDULTO OU COMUTACcedilAtildeO DEPENDE DE CUMPRIMENTO DE REQUISITO SUBJETIVO QUE DEVE SER AVALIADO DURANTE TODA A EXECUCcedilAtildeO DA PENA IMPUGNACcedilAtildeO PELA VIA DE HABEAS CORPUS SEM NOTIacuteCIA DE INTERPOSICcedilAtildeO DE AGRAVO ADMISSIBILIDADE DA ACcedilAtildeO CONSTITUCIONAL HAJA VISTA A MANIFESTA ILEGALIDADE DA DECISAtildeO COM INTERFEREcircNCIA DIRETA NO DIREITO DE LIBERDADE DO PACIENTE DECRETO DE INDULTOCOMUTACcedilAtildeO QUE DEFINE AS CONDICcedilOtildeES DE DEFERIMENTO DOS DIREITOS A QUE ALUDE E NAtildeO OFERECE MARGEM A TEMPERAMENTO JUDICIAL PRINCIacutePIO DE ESTRITA LEGALIDADE CRIACcedilAtildeO JUDICIAL DE CONDICcedilAtildeO PARA DEFERIMENTO DE INDULTOCOMUTACcedilAtildeO QUE VIOLA O PRINCIacutePIO CONSTITUCIONAL DA SEPARACcedilAtildeO DOS PODERES E ATENTA CONTRA

AGOSTO 2009 14JURISPRUDEcircNCIAS

O PRINCIacutePIO CONSTITUCIONAL DA RESERVA LEGAL EM MATEacuteRIA DE SANCcedilAtildeO PENAL CASO CONCRETO REGULADO PELO DECRETO Nordm 5993 DE 19 DE DEZEMBRO DE 2006 QUE ESTABELECE QUE OS CONDENADOS QUE NAtildeO TENHAM SIDO PUNIDOS POR FALTA GRAVE NOS UacuteLTIMOS DOZE MESES DE CUMPRIMENTO DE PENA TERAtildeO DIREITO AO INDULTO OU Agrave COMUTACcedilAtildeO CONTADO O RESPECTIVO PRAZO RETROATIVAMENTE Agrave DATA DE PUBLICACcedilAtildeO DO DECRETO HABEAS CORPUS NAtildeO INSTRUIacuteDO DE SORTE A DEFINIR O TEMPO DE CONDENACcedilAtildeO E DEMAIS CIRCUNSTAcircNCIAS PARA AFERICcedilAtildeO DO DIREITO AO INDULTO OU COMUTACcedilAtildeO CONSTRANGIMENTO CONFIGURADO DECISAtildeO LIMITADA Agrave DECLARACcedilAtildeO DA NULIDADE DO PRONUNCIAMENTO JUDICIAL QUE OPOcircS AO INDULTOCOMUTACcedilAtildeO AS FALTAS GRAVES COMETIDAS ANTES E DEPOIS DO PERIacuteODO AQUISITIVO DO DIREITO NOVA DECISAtildeO QUE DEVERAacute SER PROFERIDA PELO JUIZ DA EXECUCcedilAtildeO COM EXPRESSA DESCONSIDERACcedilAtildeO DO OacuteBICE DECLARADO ILEGAL Decisatildeo que indeferiu o indulto sob o fundamento de que haveria requisito subjetivo para o deferimento deste indulto e que tal requisito deveria ser avaliado durante a execuccedilatildeo da pena A rigor o habeas corpus natildeo constitui instrumento adequado para o exame direto do pleito de indulto por causa da previsatildeo de recurso proacuteprio Patente a ilegalidade todavia cabe habeas corpus para fazer cessar o constrangimento ilegal Decreto de indulto que natildeo estipula requisitos de ordem subjetiva para a admissatildeo do referido direito Ato do Presidente da Repuacuteblica que natildeo pode ser alterado pelo juiz sob pena de violaccedilatildeo do princiacutepio da separaccedilatildeo dos Poderes Exigecircncia normativa conformada agrave condenaccedilatildeo primariedade ou reincidecircncia situaccedilotildees especiacuteficas descritas no decreto tempo de cumprimento de pena e inexistecircncia de falta grave nos doze uacuteltimos meses da execuccedilatildeo a contar da publicaccedilatildeo do Decreto Impossibilidade de o juiz invadir a competecircncia do Chefe do Executivo e definir outros requisitos aleacutem dos previstos no Decreto Violaccedilatildeo tambeacutem do princiacutepio da reserva legal definido no artigo 5ordm inciso XXXIX da Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica que veda ao julgador agravar a sanccedilatildeo ainda que em acircmbito de execuccedilatildeo valendo-se de requisitos que natildeo estatildeo previstos em lei Caso concreto que elege faltas graves anterior e posterior ao periacuteodo aquisitivo do direito (28 de novembro de 2005 e 01 de novembro de 2007) como fundamento para indeferir pedido de indulto de pena Instruccedilatildeo todavia insuficiente deste habeas corpus de sorte a determinar a incidecircncia de indulto ou comutaccedilatildeo e

mesmo do tempo total de condenaccedilatildeo Necessidade de nova avaliaccedilatildeo do caso pelo juiz natural com expressa exclusatildeo do ldquorequisitordquo indevidamente considerado para obstar o deferimento do direito ao condenado ORDEM CONCEDIDA (TJRJ - HABEAS CORPUS - 200805906809 - DES GERALDO PRADO - Julgamento 13112008 - QUINTA CAMARA CRIMINAL)

EMENTA - INDULTO CONDICIONAL - COMETIMENTO DE NOVO CRIME NO PERIacuteODO DA CONDICcedilAtildeO - CONDENACcedilAtildeO TRANSITADA EM JULGADO - INCIDENTE DE REVOGACcedilAtildeO DO INDULTO TRAMITANDO REGULARMENTE CONSIDERADA A DATA DO TRAcircNSITO EM JULGADO DO NOVO CRIME - NECESSIDADE DE ELABORACcedilAtildeO DE NOVO CAacuteLCULO DE PENA PARA SE ESTABELECER O REGIME PRISIONAL - AUSEcircNCIA DE CONSTRANGIMENTO ILEGAL Se o paciente deu causa a revogaccedilatildeo do indulto condicional que lhe foi deferido pois cometeu novo crime no periacuteodo da condiccedilatildeo cuja sentenccedila condenatoacuteria jaacute transitou em julgado e estando em tramitaccedilatildeo regular o incidente de execuccedilatildeo visando estabelecer o regime prisional ao qual ficaraacute submetido para o cumprimento da pena unificada inocorre o alegado constrangimento ilegalOrdem denegada (TJRJ HABEAS CORPUS 200805906725 DES VALMIR DE OLIVEIRA SILVA - Julgamento 11112008 - TERCEIRA CAMARA CRIMINAL)

RECURSO DE AGRAVO - REVOGACcedilAtildeO DO LIVRAMENTO CONDICIONAL SEM OITIVA DO APENADO - POSSIBILIDADE - ARTIGO 87 DO CP - COMUTACcedilAtildeO DE frac14 DA PENA NECESSIDADE DE APRECIACcedilAtildeO QUANTO AOS REQUISITOS OBJETIVOS E SUBJETIVOS - DESPROVIMENTO DO RECURSO UNAcircNIME(TJRJ AGRAVO DE EXECUCAO PENAL 200807600839 DES ELIZABETH GREGORY - Julgamento 07102008 - SETIMA CAMARA CRIMINAL)

EMENTA RECURSO DE AGRAVO EM EXECUCcedilAtildeO DECRETO Nordm 59932006 - AGRAVANTE CONDENADO PELA PRAacuteTICA DE VAacuteRIOS CRIMES GRAVES INCLUINDO O DE TRAacuteFICO ILIacuteCITO DE ENTORPECENTES QUE REQUER A COMUTACcedilAtildeO PREVISTA NO DECRETO Nordm 59932006 IMPOSSIBILIDADE - O ART 8ordm I DO DECRETO Nordm 59932006 VEDA EXPRESSAMENTE A CONCESSAtildeO DO BENEFIacuteCIO AgraveQUELES QUE COMETERAM O CRIME DE TRAacuteFICO ILIacuteCITO DE ENTORPECENTES INDEPENDENTE DE QUANDO ESTE FORA COMETIDO - RECURSO A QUE SE NEGA PROVIMENTO (TJRJ AGRAVO

DE EXECUCAO PENAL 200807600859 DES ANTONIO JOSE CARVALHO - Julgamento 23092008 - SEGUNDA CAMARA CRIMINAL)

200807700052 - CORREICAO PARCIAL - 1ordf EmentaDES KATIA JANGUTTA - Julgamento 17022009 - SEGUNDA CAMARA CRIMINAL

Correiccedilatildeo parcial Indeferimento do pedido de esclarecimentos da Folha de Antecedentes Criminais do ora reclamado que visava agrave anaacutelise pelo Parquet da possibilidade de concessatildeo de benefiacutecios tais como a unificaccedilatildeo das penas privativas de liberdade e suas consequumlecircnciasCom efeito o poder requisitoacuterio do Ministeacuterio Puacuteblico estaacute regulado em lei e embora o artigo 47 do Coacutedigo de Processo Penal lhe atribua legitimidade para requisitar diretamente a quaisquer autoridades ou funcionaacuterios documentos ou elementos de convicccedilatildeo que julgue necessaacuterios o artigo 399 daquele estatuto processual conferiu-lhe o direito subjetivo de requerer ao juiz as diligecircncias que julgar convenientes in casu o que achou imprescindiacutevel ao exame dos requisitos relativos aos benefiacutecios contidos na Lei de Execuccedilotildees Penais Eacute preciso ter em conta que a diligecircncia pleiteada pelo Parquet natildeo dizia apenas com a requisiccedilatildeo da FAC mas com informaccedilotildees e esclarecimentos referentes agraves anotaccedilotildees nela contidas a serem fornecidas por outros Juiacutezos que efetivamente soacute a concederiam mediante solicitaccedilatildeo de outra autoridade judiciaacuteria Correiccedilatildeo provida

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL COMUTACcedilAtildeO DE PENA VIA INIDOcircNEA TAL BENEFIacuteCIO DEVE SER PROCESSADO OBSERVANDO-SE QUANTO Agrave EVENTUAL EXISTEcircNCIA DE FALTA GRAVE OS 12 UacuteLTIMOS MESES DE CUMPRIMENTO DA PENA A CONTAR DA DATA DA PUBLICACcedilAtildeO DO DECRETO Nordm 562005 LIVRAMENTO CONDICIONAL NAtildeO COMPARECIMENTO DO LIBERADO REVOGACcedilAtildeO DO BENEFIacuteCIO PORQUE DESCUMPRIDAS AS CONDICcedilOtildeES AgraveS QUAIS O MESMO FICA SUBORDINADO AUSEcircNCIA DE OITIVA PREacuteVIA A REVOGACcedilAtildeO DO BENEFIacuteCIO SEJA OBRIGATOacuteRIA OU FACULTATIVA TANTO PODE SER DECRETADA PELO JUIZ DE OFIacuteCIO COMO A REQUERIMENTO DO MINISTEacuteRIO PUacuteBLICO MEDIANTE REPRESENTACcedilAtildeO DO CONSELHO PENITENCIAacuteRIO DEVENDO ANTES SER OUVIDO O APENADO A SUSPENSAtildeO CAUTELAR Eacute MEDIDA APTA A IMPEDIR QUE O AGENTE DETERMINE POR VONTADE PROacutePRIA A DATA FINAL DE PRESTACcedilAtildeO DE CONTAS AO ESTADO PELO CRIME COMETIDO CONVOLACcedilAtildeO

AGOSTO 2009 15JURISPRUDEcircNCIAS

DA REVOGACcedilAtildeO DO LIVRAMENTO CONDICIONAL EM SUSPENSAtildeO CAUTELAR PARA DETERMINAR EXPEDICcedilAtildeO DE DILIGEcircNCIAS NO JUIacuteZO A QUO INCLUSIVE COM A MANUTENCcedilAtildeO DO MANDADO DE PRISAtildeO COMO FORMA DE OBJETIVAR A OITIVA DO PACIENTE FORAGIDO ORDEM PARCIALMENTE CONCEDIDA (TJRJ HABEAS CORPUS 200805903921 DES ADILSON VIEIRA MACABU - Julgamento 05082008 - SEGUNDA CAMARA CRIMINAL)

EMENTAacuteRIO DE JURISPRUDEcircNCIA CRIMINAL Nordm 172009

COMISSAtildeO DE JURISPRUDEcircNCIA Presidente DES CHERUBIN HELCIAS SCHWARTZ Organizaccedilatildeo Serviccedilo de Publicaccedilatildeo de Jurisprudecircncia (DGCON-SEJUR) da Divisatildeo de Gestatildeo de Acervos Jurisprudenciais (DGCON-DIJUR) - dijurtjrjgovbr Rua Erasmo Braga nordm 115 - Lamina I - 6ordm andar - Sala 635

bull Ementa nordm 8 - LIVRAMENTO CONDICIONAL REINCIDENCIA

bull Ementa nordm 15 - VISITA A FAMILIA INDEFERIMENTO

Ementa nordm 8

LIVRAMENTO CONDICIONAL REINCIDENCIA INICIO DA CONTAGEM DO PRAZO DATA DA CONCESSAO DO LIVRAMENTO

DIREITO CONSTITUCIONAL PENAL E PROCESSUAL PENALO apenado postulou a concessatildeo do benefiacutecio da comutaccedilatildeo da pena e do livramento condicional vindo o MP de opor-se a tal pretensatildeo ao argumento de que o apenado seria reincidenteO MM Dr Juiz da execuccedilatildeo negando razatildeo ao MP deferiu o postulado pelo apenado com fincas no inciso I do art 64 do CPEmbora o magistrado natildeo tenha explicitado as razotildees pelas quais ele entendia contrariamente agrave tese do MP que o apenado natildeo seria reincidente a essa motivaccedilatildeo chega-se facilmente atraveacutes da interpretaccedilatildeo da parte final do inciso I do art 64 do CPO livramento condicional como o proacuteprio nome diz traduz concessatildeo de liberdade sob condiccedilatildeo suspensiva e tanto assim o eacute que o art 89 do CP fala em ldquodeclarar extinta a penardquoVencido o periacuteodo de prova sem que o apenado torne a delinquir a contagem do prazo para fins de reincidecircncia haacute que ser feita com base na data em que foi concedido o livramento e natildeo do seu teacuterminoSe o apenado obteve

o livramento em 29 de marccedilo de 2000 e vem de praticar novo crime em 27 de maio de 2005 pela regra do inciso I do art 64 do CP ele natildeo pode ser considerado reincidente O fato de o juiz que condenou o Agravado tecirc-lo tido como reincidente natildeo impede o desprovimento do recurso do MP na medida em que isso natildeo constou como causa de pedir interna no recurso do MPRECURSO CONHECIDO MAS DESPROVIDO

200807601074 - RECURSO DE AGRAVO (LEI 721084) CAPITAL - SETIMA CAMARA CRIMINAL - Por maioria DES MAURILIO PASSOS BRAGA - Julg 24032009

Ementa nordm 15

VISITA A FAMILIA INDEFERIMENTO AUSENCIA DE FUNDAMENTOS ADEQUADOS ANULACAO DA DECISAO ORDEM CONCEDIDA PARCIALMENTE

HABEAS CORPUS CRIME HEDIONDO INDEFERIMENTO DO PLEITO DE VISITA PERIOacuteDICA Agrave FAMIacuteLIA AUSEcircNCIA DE FUNDAMENTOS ADEQUADOS ORDEM PARCIALMENTE CONCEDIDA PARA ANULAR A DECISAtildeO UNANIMIDADETendo em vista seus propoacutesitos a execuccedilatildeo da pena privativa de liberdade natildeo pode ser tratada como se fosse outro processo de conhecimento condenatoacuterio E assim como natildeo se permite que na aplicaccedilatildeo das penas as respectivas bases sejam fixadas com fundamentos geneacutericos e inerentes ao proacuteprio tipo tambeacutem natildeo se admite que na execuccedilatildeo se recuse ao condenado algum benefiacutecio ou direito com fundamentos geneacutericos de conveniecircncia e ligados agrave gravidade proacutepria do crime Eacute que a realidade agora eacute outra e decorre do comportamento e das condiccedilotildees pessoais do condenado evidenciados durante a execuccedilatildeo de sua pena Afinal de contas a execuccedilatildeo eacute uma extensatildeo do princiacutepio da individualizaccedilatildeo das penas que natildeo se esgota portanto com a sua fixaccedilatildeoAleacutem disso natildeo se pode nem se deve lamentar que inuacutemeros condenados pela praacutetica de crime hediondo tenham alcanccedilado regime mais brando porque se o conseguiram foi porque preenchendo os necessaacuterios requisitos tinham direito a isto e deve-se torcer que se tenham tornado pessoas melhoresMas como natildeo se pode transformar o processo relativo ao habeas corpus num paralelo agravequele que flui no juiacutezo da execuccedilatildeo a fim de verificar se o paciente preenche os requisitos legais para lhe ser deferida a visita perioacutedica agrave famiacutelia concede-se parcialmente a ordem a fim de anular a decisatildeo de primeiro grau por falta de adequada fundamentaccedilatildeo

possibilitando a ediccedilatildeo de outra de acordo com as exigecircncias do ordenamento juriacutedico Unanimidade

200905901194 - HABEAS CORPUS CAPITAL - QUINTA CAMARA CRIMINAL - Unanime DES NILDSON ARAUJO DA CRUZ - Julg 22042009

Page 4: Ministério Público do Estado do Rio de JaneiroBOLETIM INFORMATIVO - Nº 07 - ANO I - AGOSTO 2009 Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro Marcelo Gomes Silva Promotor de

AGOSTO 2009 4

NOTIacuteCIAS EXECUCcedilAtildeO PENAL

No dia 31 de julho de 2009 o 8ordm Cen-tro de Apoio Operacional das Promo-torias de Justiccedila de Execuccedilatildeo Penal participou da Conferecircncia Livre da 1ordf Conferecircncia Nacional de Seguranccedila Puacuteblica apresentando texto sobre o 6ordm EIXO ndash ldquoDiretrizes para o Sistema Penitenciaacuteriordquo

A conferecircncia contou com a presenccedila de vaacuterios Promotores de Justiccedila dentre eles da Drordf Thaimi Stefania Kepe Ferrei-ra Titular da 1ordf Promotoria de Justiccedila de Execuccedilatildeo Penal

Na ocasiatildeo foram discutidas e sugeridas pelos participantes do grupo formado as

sete diretrizes para o Sistema Penitenciaacute-rio apresentadas na Conferecircncia Nacio-nal de Seguranccedila Puacuteblica que ocorreu em Brasiacutelia no dia 28 de agosto

1) Promoccedilatildeo da cidadania dos encarce-rados atraveacutes da atuaccedilatildeo do Promotor de Justiccedila da Execuccedilatildeo Penal em conjunto com a tutela coletiva ou atraveacutes da cria-ccedilatildeo de grupo especiacutefico para tal fim

2) Aproximaccedilatildeo do MP da clientela do sistema carceraacuterio atraveacutes do MP Comu-nitaacuterio projetos e mutirotildees institucionais

3) Realizaccedilatildeo de estudos e debates para o enfrentamento das facccedilotildees criminosas no sistema penitenciaacuterio

4) Aproximaccedilatildeo e atuaccedilatildeo conjunta do MP com outras instituiccedilotildees inclusive Judici-aacuterio

5) Promover a expansatildeo do nuacutemero de vagas no sistema penitenciaacuterio como so-luccedilatildeo agrave curto prazo

6) Promoccedilatildeo de efetiva assistecircncia ao egresso (material psicoloacutegica social) com elaboraccedilatildeo de projetos para acom-panhamento deste

7) Promover a humanizaccedilatildeo do tratamen-to do preso pelos agentes penitenciaacuterios com o implemento de cursos e formaccedilatildeo respectiva

2407 ndash CONFEREcircNCIA LIVRE

0308 - PROJOVEM URBANO

No dia 03 de agosto de 2009 a Coor-denaccedilatildeo do 8ordm Centro de Apoio Ope-racional das Promotorias de Justiccedila de Execuccedilatildeo Penal participou de evento promovido pela Secretaria de Estado de Administraccedilatildeo Penitenciaacuteria que implan-tou o Programa Nacional de Inclusatildeo de Jovens - Projovem Urbano nas Unidades

0508 - REUNIAtildeO HOSPITAL HEITOR CARRILHO

No dia 05 de agosto de 2009 a Drordf Ma-ria da Gloacuteria Gama Pereira Figueiredo Coordenadora do 8ordm CAO a Drordf Mocircnica Martino Pinheiro Marques Coordenado-ra do 2ordm CAO e a Drordf Danielle de Souza Caputi Promotora de Justiccedila Titular da 12ordf Promotoria de Justiccedila de Execuccedilatildeo Penal se reuniram com o Subsecretaacuterio de Tratamento Penitenciaacuterio Marcos Lips o Subsecretaacuterio Adjunto de Unidades Prisionais Sauler Sakalem o Diretor do Hospital Heitor Carrilho Dr Marcos Argo-lo os meacutedicos peritos Dr Miguel Chalub e Drordf Kaacutetia Mecler aleacutem de representan-tes da Defensoria Puacuteblica do Estado do Rio de Janeiro no auditoacuterio do Hospital Heitor Carrilho

A reuniatildeo teve por objetivo discutir a ne-cessidade de adequaccedilatildeo dos laudos rea-lizados nos incidentes de sanidade men-tal de dependecircncia quiacutemica de modo que a aplicaccedilatildeo da medida de seguranccedila fique restrita aos dependentes quiacutemicos e natildeo seja aplicada aos meros usuaacuterios de entorpecentes

Milton Dias Moreira e Joatildeo Carlos da Sil-va

O programa originado do convecircnio cele-brado entre o Ministeacuterio da Justiccedila pelo Departamento Penitenciaacuterio Nacional e o Governo do Estado do Rio de Janeiro pela Secretaria de Estado de Adminis-

traccedilatildeo Penitenciaacuteria tem como objetivo elevar a escolaridade com qualificaccedilatildeo profissional de apenados com idade en-tre 18 e 29 anos que se encontram no regime fechado e ainda natildeo concluiacuteram o ensino fundamental Ainda estaacute previsto o pagamento de bolsa aos alunos matricu-lados no valor de R$ 10000 (cem reais)

Na ocasiatildeo os participantes concluiacuteram que os quesitos formulados pelo Minis-teacuterio Puacuteblico poderiam ser reformulados de modo a evitar os problemas atualmen-te constatados em que alguns dos pa-cientes natildeo necessitariam de internaccedilatildeo Sugeriu-se entatildeo a seguinte quesitaccedilatildeo

1) AO TEMPO DA ACcedilAtildeO ERA O REacuteU DEPENDENTE DE DROGAS

2) EM RAZAtildeO DA DEPENDEcircNCIA O REacuteU AO TEMPO DA ACcedilAtildeO ERA IN-TEIRAMENTE INCAPAZ DE ENTEN-DER O CARAacuteTER ILIacuteCITO DO FATO

3) EM RAZAtildeO DA DEPENDEcircNCIA ERA O REacuteU AO TEMPO DA ACcedilAtildeO IN-TEIRAMENTE INCAPAZ DE AUTODE-TERMINACcedilAtildeO

4) EM RAZAtildeO DA DEPENDEcircNCIA OU POR EFEITO DE SUBSTAcircNCIA EN-TORPECENTE OU QUE DETERMINE DEPENDEcircNCIA FIacuteSICA OU PSIacuteQUICA PROVENIENTE DE CASO FORTUITO

OU FORCcedilA MAIOR O REacuteU AO TEMPO DA ACcedilAtildeO POSSUIacuteA A PLENA CAPA-CIDADE DE ENTENDER O CARAacuteTER ILIacuteCITO DO FATO OU DE AUTODETER-MINAR-SE DE ACORDO COM ESTE ENTENDIMENTO

5) HAacute NECESSIDADE DE ESPECIAL TRATAMENTO CURATIVO

6) ACASO AFIRMATIVO O QUESITO ACIMA QUAL SERIA O TRATAMENTO ADEQUADO INTERNACcedilAtildeO HOSPITA-LAR OU TRATAMENTO AMBULATO-RIAL

A Coordenaccedilatildeo do 2ordm CAO encarregou-se de divulgar a quesitaccedilatildeo entre os Promo-tores de Justiccedila que atuam na aacuterea crimi-nal a SEAP se comprometeu a iniciar pro-grama de implementaccedilatildeo de unidades de tratamento ambulatorial em cada presiacute-dio a fim de garantir ao preso dependen-te o tratamento adequado e a perita Drordf Katia Mecler comprometeu-se a divulgar a situaccedilatildeo aos demais peritos

AGOSTO 2009 5

0608 - REUNIAtildeO CSI

A Coordenaccedilatildeo do 8ordm Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiccedila de Execuccedilatildeo Penal e a Coordenadoria de Seguranccedila e Inteligecircncia do Ministeacute-rio Puacuteblico juntamente com Promotores de Justiccedila da Execuccedilatildeo Penal Doutores Cristina Figueiredo de Castro do Rego Monteiro Flaacutevia Aacutebido Alves Gabriela Arauacutejo Teixeira Serra e Joseacute Eduardo Ciotola Gussem realizaram reuniatildeo no

dia 06 de agosto de 2009 para tratarem das fiscalizaccedilotildees do Ministeacuterio Puacuteblico aos estabelecimentos prisionais do Sis-tema Penitenciaacuterio

Durante a reuniatildeo foram relatados fatos ocorridos durante as fiscalizaccedilotildees de ro-tina ao Coordenador da Coordenadoria de Seguranccedila e Inteligecircncia Dr Paulo

Wunder sendo certo que em razatildeo do apresentado aleacutem de aprimorar as fis-calizaccedilotildees o Coordenador esclareceu que o transporte natildeo mais seraacute realizado pela Gerecircncia de Transportes mas pela proacutepria Coordenadoria de Seguranccedila e Inteligecircncia sendo os veiacuteculos conduzi-dos por agentes do Grupo de Apoio aos Promotores de Justiccedila

1108 - ldquo25 ANOS DA LEI DE EXECUCcedilAtildeO PENAL E O SISTEMA PENITEN-CIAacuteRIO BRASILEIROrdquo

Realizou-se no dia 11 de agosto de 2009 na Cacircmara dos Deputados o Seminaacuterio ldquo25 anos da Lei de Execuccedilatildeo Penal e o Sistema Penitenciaacuterio Brasileirordquo pro-movido pela Comissatildeo de Seguranccedila Puacuteblica e Combate ao Crime Organiza-do em conjunto com as Comissotildees de Direitos Humanos e Minorias e de Le-gislaccedilatildeo Participativa por iniciativa dos Deputados Alexandre Silveira (PPSMG) Domingos Dutra (PTMA) e Paulo Rubem Santiago (PDTPE)

O seminaacuterio teve como objetivo cele-brar a data da entrada em vigor da Lei de Execuccedilotildees Penais com a discussatildeo dos problemas do sistema penitenciaacuterio brasileiro

Na oportunidade os Deputados Domin-gos Dutra e Paulo Rubem Santiago res-saltaram o trabalho da CPI do Sistema Penitenciaacuterio e aduziram que a iniciati-va do evento tambeacutem era a de reforccedilar a necessidade de implementaccedilatildeo das mudanccedilas propostas pela referida Co-missatildeo

Palestraram no evento

bull Deputado Alexandre Silveira ndash Presi-dente da Comissatildeo de Seguranccedila Puacutebli-ca e Combate ao Crime Organizado

bull Deputado Luiz Couto ndash Presidente da Comissatildeo de Direitos Humanos e Mino-rias

bull Deputado Domingos Dutra ndash Autor do Requerimento

bull Deputado Paulo Rubem Santiago ndash Autor do Requerimento

bull Joseacute Carlos Cosenzo ndash Promotor de Justiccedila do Estado de Satildeo Paulo e Pre-sidente da Associaccedilatildeo Nacional dos Membros do Ministeacuterio Puacuteblico

bull Andreacute Luiz Machado de Castro ndash De-fensor Puacuteblico do Estado do Rio de Ja-neiro e Presidente da Associaccedilatildeo Nacio-nal dos Defensores Puacuteblicos

bull Alberto Zacarias Toron ndash Secretaacuterio-Geral Adjunto do Conselho Federal da OAB

bull Airton Aloiacutesio Michels ndash Diretor-Geral do Departamento Penitenciaacuterio Nacional

bull Acircngelo Roncalli de Ramos Barros ndash Secretaacuterio de Estado da Justiccedila do Es-piacuterito Santo

bull Ciacutecero Sarnei dos Santos ndash Presidente do Sindicato dos Agentes de Seguranccedila Penitenciaacuteria de Satildeo Paulo

bull Deacutebora Diniz ndash Pesquisadora da ANIS ndash Instituto de Bioeacutetica Direitos Humanos e Gecircnero

bull Faacutetima Rosa Naves de Oliveira ndash Co-ordenadora Geral de Qualificaccedilatildeo do Mi-nisteacuterio do Trabalho e Emprego

bull Carlos Joseacute Pinheiro Teixeira ndash Co-ordenador da Secretaria de Educaccedilatildeo Continuada Alfabetizaccedilatildeo e Diversidade ndash SECAD do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo

bull Carlos Roberto Gomes de Oliveira Paula ndash Juiz da 2ordf Vara da Comarca de BacabalMA

bull Padre Gunther Alois Zgubic ndash Coorde-nador Nacional de Pastoral CarceraacuteriaCNBB

ASSESSORES JURIacuteDICOS

As Promotorias de Justiccedila de Exe-cuccedilatildeo Penal comeccedilaram a receber os assessores juriacutedicos bachareacuteis em Direito que auxiliaratildeo e presta-ratildeo apoio juriacutedico aos oacutergatildeos que estaratildeo vinculados Jaacute foram nome-ados os assessores

bull Kleyton Simotildees Galvatildeo Lemos ndash

1ordf e 5ordf Promotorias de Justiccedila de

Execuccedilatildeo Penal

bull Marcela Gioseffi Silva - 2ordf 7ordf e 8ordf

bull Raphaela Nogueira Antonio - 3ordf

4ordf e 6ordf

bull Paola de Albuquerque Maranhatildeo

Rhenius ndash 9ordf e 12ordf

bull Natascha Casarenko - 10ordf e 11ordf

Promotorias de Justiccedila de Execu-

ccedilatildeo Penal

UNIDADES PRISIONAIS FISCALIZADAS NO MEcircS DE AGOSTO2009

Unidade Data Promotorias

Penitenciaacuteria Jonas Lopes de Carvalho 1208 2ordf e 3ordf

Casa do Albergado Crispim Ventino 2608 1ordf e 5ordf

AGOSTO 2009 6

QUADRO SEAP

Uma parceria entre as Secretarias de Estado de Administraccedilatildeo Penitenciaacute-ria (Seap) de Educaccedilatildeo de Trabalho e Renda de Assistecircncia Social e o Go-verno Federal resultou na implementa-ccedilatildeo do Programa Nacional de Inclusatildeo de Jovens o Projovem Urbano em duas unidades prisionais do Rio de Ja-

neiro o Presiacutedio Joatildeo Carlos da Silva e a Penitenciaacuteria Milton Dias Moreira em Japeri A aula inaugural aconteceu na segunda-feira (0307) em ambas as cadeias Aleacutem do Rio o Paraacute e o Acre tambeacutem adotaram a iniciativa

Cem internos de cada unidade entre 18 e 29 anos foram beneficiados pelo projeto Nenhum deles conseguiu con-cluir o Ensino Fundamental enquanto estava em liberdade Com o Projovem eles teratildeo a chance de elevar o niacutevel de escolaridade e obter uma qualificaccedilatildeo profissional que eacute uma das metas do Programa Nacional de Seguranccedila Puacute-

blica com Cidadania (Pronasci) para o Sistema Penitenciaacuterio

ndash Eles estatildeo recebendo uma oportu-nidade que ironicamente natildeo tiveram laacute fora Talvez natildeo recuperemos todos mas noacutes acreditamos na ressocializa-ccedilatildeo e aqueles que seguirem ateacute o fim certamente vatildeo voltar mudados agraves ruas e com mais chances de ingressar no mercado de trabalho ndash declarou o se-cretaacuterio de Administraccedilatildeo Penitenciaacute-ria Cesar Rubens Monteiro de Carva-lho

Durante a cerimocircnia de inauguraccedilatildeo o secretaacuterio Nacional da Juventude Beto Cury discursou para os internos sobre os objetivos do projeto

ndash O slogan do projeto eacute ldquoOportunidade e conhecimento para todosrdquo Com vo-cecircs natildeo seraacute diferente O Projovem se

PROJOVEM Eacute IMPLANTADO EM UNIDADES PRISIONAIS DE JAPERI

propotildee a dar a vocecircs qualificaccedilatildeo pro-fissional e educaccedilatildeo Ao longo desses periacuteodos de estudo vocecircs aprenderatildeo uma profissatildeo ndash afirmou Cury

Alunos receberam kit escolar com apos-tilas atlas reacuteguas e canetas

Tanto na Penitenciaacuteria Milton Dias Mo-reira quanto no Presiacutedio Joatildeo Carlos da Silva foi construiacutedo um espaccedilo to-talmente reservado agraves aulas Aleacutem das salas haacute um laboratoacuterio de informaacutetica equipado com computadores moder-nos Os 200 detentos tambeacutem recebe-ram um kit escolar contendo apostilas atlas reacuteguas e canetas

ndash Agora eacute a minha chance de mudar de vida Espero chegar laacute fora pronto para conseguir um trabalho Chegar na rua com a vida mudada ndash falou o interno Carlos Frederico Blasiyh aluno do Pro-jovem

Para Airton Michels diretor de Depar-tamento Penitenciaacuterio Nacional (Depen) a implantaccedilatildeo do Projovem nas cadeias levaraacute a educaccedilatildeo em Sistemas Peni-tenciaacuterios a um novo rumo

ndash Todos noacutes estamos participando de um momento histoacuterico Esse projeto tem todas as condiccedilotildees de dar certo porque foi previamente articulado e estudado Essa eacute a nossa tentativa de fazer com que os detentos possam ad-quirir conhecimento Eles perderam o direito da liberdade mas natildeo o de se-rem educados ndash concluiu

AGOSTO 2009 7

PROJETOS DE LEI

Altera os arts 41 66 e 68 da Lei nordm 7210 de 11 de julho de 1984 que ins-titui a Lei de Execuccedilatildeo Penal e acres-centa o art 319-B ao Decreto-lei nordm 2848 de 7 de dezembro de 1940 ndash Coacute-digo Penal a fim de assegurar a con-cessatildeo dos benefiacutecios da progressatildeo de regime da detraccedilatildeo da remiccedilatildeo e do livramento condicional e a imediata colocaccedilatildeo em liberdade do preso que haja cumprido integralmente a pena

O Congresso Nacional decreta

Art 1o Esta lei altera os arts 41 66 e 68 da Lei nordm 7210 de 11 de julho de 1984 que institui a Lei de Execuccedilatildeo Penal e acrescenta o art 319-B ao Decreto-lei nordm 2848 de 7 de dezembro de 1940 ndash Coacutedigo Penal a fim de assegurar a con-cessatildeo dos benefiacutecios da progressatildeo de regime da detraccedilatildeo da remiccedilatildeo e do livramento condicional e a imediata co-locaccedilatildeo em liberdade do preso que haja cumprido integralmente a pena

Art 2ordm Os arts 41 66 e 68 da Lei nordm 7210 de 11 de julho de 1984 passa a vigorar com as seguintes alteraccedilotildees

ldquoArt 41 helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip

XVII ndash direito subjetivo agrave concessatildeo dos benefiacutecios da progressatildeo de regime da detraccedilatildeo da remiccedilatildeo e do livramento condicionalsempre que devidamente preenchidos os requisitos legaisrdquo

ldquoArt 66

XI ndash conceder de ofiacutecio ou a requerimen-to de qualquer pessoaos benefiacutecios da progressatildeo de regime da detraccedilatildeo da remiccedilatildeoou da liberdade condicional sempre que verificar o preenchimentodos requisitos legais sob pena de res-ponsabilidadeadministrativa civil e pe-nal

XII ndash colocar imediatamente em liberda-de de ofiacutecio ou a requerimento de qual-quer pessoa o preso cuja pena haja sido

integralmente cumprida sob pena de responsabilidade administrativa civil e penalrdquo

ldquoArt 68II -

g) a concessatildeo dos benefiacutecios da pro-gressatildeo de regime da detraccedilatildeo da remi-ccedilatildeo ou da liberdade provisoacuteria sempre que verificar o preenchimento dos requi-sitos legais sob pena de responsabilida-de administrativa civil e penal

h) a imediata colocaccedilatildeo em liberdade do preso cuja pena haja sido integralmente cumprida sob pena de responsabilidade administrativa civil e penalrdquo

Art 3ordm O Decreto-lei nordm 2848 de 7 de dezembro de 1940 passa a vigorar acrescido do seguinte art 319-B

ldquoArt 319-B Deixar o juiz da execuccedilatildeo penal de conceder de ofiacutecio ou a requeri-mento de qualquer pessoa os benefiacutecios da progressatildeo de regime da detraccedilatildeo da remiccedilatildeo e do livramento condicional sempre que devidamente preenchidos os requisitos legais

Pena ndash reclusatildeo de 3 (dois) a 5 (cinco) anos e multa

Paraacutegrafo uacutenico Na mesma pena incor-re o membro do Ministeacuterio Puacuteblico que deixa de requerer a concessatildeo dos be-nefiacutecios previstos no caput sempre que verificar o preenchimento dos requisitos legaisrdquo

Art 4ordm Esta lei entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

JUSTIFICACcedilAtildeO

Segundo estimativas do DEPEN mais de 10 dos cerca de 420 mil presos inte-grantes do sistema prisional brasileiro jaacute cumpriram pena e ainda se encontram detidos ou tecircm direito aos benefiacutecios previstos na Lei de Execuccedilatildeo Penal que contudo deixam de ser concedidos em razatildeo da deficiente atuaccedilatildeo dos defen-sores juiacutezes e membros do Ministeacuterio Puacuteblico que atuam na execuccedilatildeo da pena

A primeira criacutetica a ser feita sobre a le-gislaccedilatildeo entatildeo em vigor eacute o fato de a Lei de Execuccedilatildeo Penal (LEP) simplesmente ignorar que os benefiacutecios da progressatildeo de regime da detraccedilatildeo da remiccedilatildeo e do livramento condicional satildeo de fato direi-tos subjetivos do preso cuja concessatildeo haacute de ser imediata e se dar de ofiacutecio pre-sentes todos os requisitos legais que os autorizem

Outro motivo apontado para o afoga-

mento do sistema eacute a falta de defensores puacuteblicos para atendimento agrave populaccedilatildeo carente grande maioria do sistema car-ceraacuterio brasileiro Na maioria das vezes esses profissionais se encontram sobre-carregados e lhes falta tempo para ana-lisar e peticionar em todos os processos onde existe a possibilidade real de con-cessatildeo de um benefiacutecio ou de colocaccedilatildeo do preso em liberdade

Assim sendo propotildee-se a inclusatildeo de inciso ao art 41 da LEP para caracteri-zar esses benefiacutecios como direito subje-tivo do preso bem como se estabelecer a desnecessidade de representaccedilatildeo por defensor para a apresentaccedilatildeo de requeri-mento para a sua concessatildeo

Porquanto a concessatildeo desses benefiacute-cios estaacute intimamente ligada ao direito de liberdade do preso assegurado consti-tucionalmente e tutelaacutevel inclusive pela via do habeas corpus afigura-se perfeita-mente possiacutevel que qualquer pessoa pos-sa comparecer em juiacutezo para requerecirc-los da mesma forma como qualquer pessoa pode impetrar habeas corpus consoante autoriza o art 654 do Coacutedigo de Processo Penal

Infelizmente tambeacutem se constata serem tiacutemidas as atuaccedilotildees do juiz da execuccedilatildeo penal e do Ministeacuterio Puacuteblico no sentido de tomar todas as providecircncias cabiacuteveis e necessaacuterias agrave colocaccedilatildeo do preso em liberdade ou agrave concessatildeo desses bene-fiacutecios mesmo porque a LEP nada dispotildee sobre o seu dever de agir nessas ocasi-otildees

A soluccedilatildeo pois estaacute na alteraccedilatildeo dos arts 66 e 68 da LEP de modo a se esta-belecer tais competecircncias

Por fim a inclusatildeo do art 319-B ao Coacutedi-go Penal tem por escopo criar modalida-de especiacutefica do crime de prevaricaccedilatildeo estabelecendo assim infraccedilatildeo penal para o juiz da execuccedilatildeo penal e para o mem-bro do Ministeacuterio Puacuteblico que deixarem de atuar para que os benefiacutecios mencio-nados sejam concedidos

Certo de que meus nobres pares reco-nheceratildeo a relevacircncia conveniecircncia ne-cessidade e oportunidade das alteraccedilotildees legais que se pretende implementar con-to com o seu apoio para a aprovaccedilatildeo des-te projeto de lei

Sala das Sessotildees em de de 2009

Deputado DR TALMIR

PROJETO DE LEI Nordm 5261 DE 2009

(Do Sr Dr Talmir)

AGOSTO 2009 8PROJETOS DE LEI

Proiacutebe a utilizaccedilatildeo das dependecircncias da Poliacutecia Civil para custodiar presos

Autora Deputada MARINA MAGGESSI

Relator Deputado FRANCISCO TENOacuteRIO

I ndash RELATOacuteRIO

Cuida-se de projeto de lei proposto pela ilustre Deputada Marina Maggessi cujo objetivo eacute vedar o uso das dependecircncias da Poliacutecia Civil para custodiar os presos condenados os submetidos agrave medida de seguranccedila os provisoacuterios e os egressos ainda que a prisatildeo se decirc em caraacuteter temporaacuterio

Para justificar a proposiccedilatildeo a nobre Deputada afirma que a Poliacutecia Civil vem sendo utilizada tambeacutem como estabelecimento carceraacuterio ainda que tal atribuiccedilatildeo esteja totalmente aleacutem de seu acircmbito de existecircncia e que natildeo tenha estrutura para responder a tal demanda

Propala a autora ainda que a Constituiccedilatildeo Federal no sect 4ordm do art 144 ensina que cabe agraves poliacutecias civis as funccedilotildees de poliacutecia judiciaacuteria e de apuraccedilatildeo de infraccedilotildees penais nada assentindo sobre as estranhas praacuteticas de servir de estabelecimento carceraacuterio e de custodiar presos como soacutei acontecer nas delegacias de muitos Estados do Brasil Essa praacutetica aliaacutes fere o princiacutepio da estrita legalidade constitucional segundo a nobre Deputada

Relata a Deputada tambeacutem que os policiais civis natildeo recebem treinamento para desempenhar a funccedilatildeo de custoacutedia de presos funccedilatildeo essa pertencente aos agentes penitenciaacuterios os quais foram treinados para exercecirc-la nos termos do que preceitua o art 82 da Lei nordm 72101984 (Lei de Execuccedilotildees Penais)

Pretende a autora corrigir esse desvio funcional para o que apresenta a proposiccedilatildeo ora relatada

O PL nordm 4051 de 2008 foi distribuiacutedo primeiramente agrave Comissatildeo de Seguranccedila Puacuteblica e Combate ao Crime Organizado ndash CSPCCO para cuja relatoria tive a honra de ser designado apresentando agora este Parecer

Nos termos do artigo 32 XVI f do Regimento Interno da Cacircmara dos Deputados cumpre a esta Comissatildeo pronunciar-se acerca do meacuterito da proposiccedilatildeo

PROJETO DE LEI Nordm 4051 DE 2008

O projeto tramita sob regime ordinaacuterio e estaacute sujeito agrave apreciaccedilatildeo conclusiva das comissotildees conforme artigo 24 II do Regimento Interno da Casa

Encerrado o prazo para recebimento de emendas estas natildeo foram apresentadas ao presente projeto de lei

Eacute o relatoacuterio

II - VOTO DO RELATOR

Cabe a este Oacutergatildeo Teacutecnico nos termos regimentais (art 32 inc XVI aliacutenea f) proceder agrave anaacutelise do Projeto de Lei nordm 405108

Assim em relaccedilatildeo agrave avaliaccedilatildeo do meacuterito entendo por oportuna a proposiccedilatildeo eis que intenta concretizar o dispositivo constitucional inserto no art 144 qual seja o de que ldquoa seguranccedila puacuteblica dever do Estado direito e responsabilidade de todos eacute exercida para a preservaccedilatildeo da ordem puacuteblica e da incolumidade das pessoas e do patrimocircnio atraveacutes da poliacutecia civilrdquo e bem assim das outras poliacutecias de que trata o referido artigo

A proposiccedilatildeo incorpora ainda a garantia fundamental insculpida no art 5ordm inciso XLVIII onde se lecirc que ldquoa pena seraacute cumprida em estabelecimentos distintos de acordo com a natureza do delito a idade e o sexo do apenadordquo Como se vecirc as delegacias de poliacutecias natildeo satildeo de fato os locais constitucionalmente designados para a custoacutedia de presos quaisquer que sejam eles

Acrescente-se que natildeo resta despiciendo ndash justamente por constar do rol dos Direitos e Garantias Fundamentais da Constituiccedilatildeo Federal ndash o inciso XLIX do art 5ordm o qual estabelece que ldquoeacute assegurado aos presos o respeito agrave integridade fiacutesica e moralrdquo Bem se vecirc que esses apenados alojados em compartimentos improvisados inadequados inseguros sem condiccedilotildees miacutenimas de habitabilidade nas delegacias de poliacutecia de todo o Brasil natildeo veem a concretizaccedilatildeo dessa garantia constitucional porquanto esses locais natildeo dispotildeem de estrutura fiacutesica adequada para custodiar presos

As delegacias de poliacutecia aliaacutes satildeo preacutedios administrativos cujas funccedilotildees preciacutepuas se inserem no acircmbito da investigaccedilatildeo policial da realizaccedilatildeo dos trabalhos de poliacutecia judiciaacuteria do atendimento ao cidadatildeo da elaboraccedilatildeo de termos circunstanciados e de outros procedimentos de sua competecircncia

Por essa razatildeo a construccedilatildeo desses preacutedios natildeo obedeceu logicamente aos rigorosos paracircmetros teacutecnicos designados

agraves construccedilotildees de estabelecimentos prisionais de seguranccedila os quais satildeo reforccedilados para impedir ou dificultar resgates conter fugas ou motins tatildeo comuns em meio agrave populaccedilatildeo carceraacuteria

Aleacutem disso as delegacias de poliacutecia estatildeo localizadas normalmente em aacutereas residenciais e satildeo frequentadas por cidadatildeos honestos que laacute vatildeo para registrar queixas de crimes dos quais satildeo viacutetimas Natildeo devem esses cidadatildeos portanto ficar expostos agrave periculosidade dos apenados que laacute se encontram De igual modo natildeo podem os policiais civis que laacute trabalham correrem riscos de vida em funccedilatildeo da fraacutegil seguranccedila oferecida por essas delegacias diante do grau de perigo que os presos lhes oferecem

Por fim a despeito do oportuno tema apresentado na proposta da nobre Deputada e bem assim da qualidade de suas justificativas vislumbro um pequeno reparo em seu PL para que em um 4ordm paraacutegrafo conste que o preso deveraacute ficar custodiado na delegacia o tempo necessaacuterio para a lavratura do auto de prisatildeo em flagrante e da assinatura da nota de culpa pelo delegado de poliacutecia Assim apoacutes a entrega da referida nota de culpa ao preso este seraacute imediatamente transferido para o sistema prisional

Dessa forma por acreditar que a proposiccedilatildeo em anaacutelise constituiraacute aprimoramento do ordenamento juriacutedico paacutetrio manifesto-me pela APROVACcedilAtildeO do PL nordm 4051 de 2008 com a Emenda apresentada em anexo

Sala da Comissatildeo de julho de 2009

Deputado FRANCISCO TENOacuteRIORelator

PROJETO DE LEI Nordm 4051 DE 2008

EMENDA DE RELATOR ADITIVA Nordm 2009

Acrescente-se ao artigo 1ordm do projeto o seguinte paraacutegrafoArt 1ordm sect4ordm O preso deveraacute ficar custodiado na delegacia ateacute a lavratura do auto de prisatildeo em flagrante e a assinatura da nota de culpa pela autoridade policial Apoacutes a entrega da referida nota de culpa ao preso este seraacute imediatamente transferido para o sistema prisional

Sala da Comissatildeo em de julho de 2009

Deputado FRANCISCO TENOacuteRIO Relator

AGOSTO 2009 9

LUacuteCIA Julgamento 11032008 Oacutergatildeo Julgador Primeira Turma Public 04-04-2008)

DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL HABEAS CORPUS CRIME DE TRAacuteFICO DE ENTORPECENTE PRETENSAtildeO DE SUBSTITUICcedilAtildeO DA PENA CORPORAL (ART 44 CP) IMPOSSIBILIDADE LEI 1134306 E INTERPRETACcedilAtildeO AUTEcircNTICA PROGRESSAtildeO DE REGIME NOS TERMOS DA LEI 1146407 CONCESSAtildeO PARCIAL DA ORDEM 1 Trata-se de habeas corpus impetrado contra ato do Superior Tribunal de Justiccedila que no julgamento de writ anteriormente aforado perante aquela Corte denegou a ordem Observa que o julgado do STJ no habeas corpus impetrado considerou a incompatibilidade da substituiccedilatildeo da pena corporal em relaccedilatildeo aos crimes hediondos e a eles equiparados o que contraria o disposto no art 44 do Coacutedigo Penal natildeo havendo qualquer restriccedilatildeo ou proibiccedilatildeo na Lei ndeg 807290 Requer a concessatildeo da ordem para o fim de ser reconhecido o direito agrave progressatildeo do regime de cumprimento da pena bem como seja autorizada a substituiccedilatildeo da pena corporal por penas restritivas de direito 2 A questatildeo de direito debatida neste writ envolve a possibilidade (ou natildeo) de incidecircncia do art 44 do Coacutedigo Penal agraves hipoacuteteses relacionadas aos crimes hediondos e a eles equiparados como eacute o caso do crime de traacutefico iliacutecito de substacircncia entorpecente (Lei ndeg 636876 art 12 Lei ndeg 1134306 art 33) 3 A norma contida no art 44 caput da Lei ndeg 1134306 ao expressar estabelecer a proibiccedilatildeo da conversatildeo apenas explicita regra que era impliacutecita no sistema juriacutedico brasileiro quanto agrave incompatibilidade do regime legal de tratamento em mateacuteria de crimes hediondos e a eles equiparados com o regime pertinente aos outros crimes 4 Recordo que a Lei ndeg 971498 ao modificar a redaccedilatildeo do art 44 do Coacutedigo Penal e assim ampliar os casos de substituiccedilatildeo da pena corporal por penas restritivas de direitos obviamente natildeo incidiu no acircmbito do tratamento legislativo referente aos crimes hediondos e a eles equiparados inclusive em razatildeo da redaccedilatildeo original contida no art 2deg sect 1deg da Lei ndeg 807290 que expressamente contemplava o regime integralmente fechado para cumprimento da pena corporal 5 Considero natildeo haver aplicaccedilatildeo retroativa da regra contida no art 44 caput da Lei ndeg 1134306 ao presente caso eis que o sistema juriacutedico anterior ao seu advento jaacute natildeo permitia a substituiccedilatildeo da pena corporal por pena restritiva de

STF

EMENTA HABEAS CORPUS COMUTACcedilAtildeO CRIME HEDIONDO IMPOSSIBILIDADE ORDEM DENEGADA A natureza dos crimes natildeo contemplados pelo decreto presidencial que concede o benefiacutecio de indulto e comutaccedilatildeo de pena deve ser aferida agrave eacutepoca da ediccedilatildeo do respectivo ato normativo pouco importando a data em que tais delitos foram praticados Precedentes (RE 274265 rel min Neacuteri da Silveira DJ de 19102001 p 49 e HC 74429 rel min Sydney Sanches DJ 21031997 p 8507) Ademais a comutaccedilatildeo nada mais eacute do que uma espeacutecie de indulto parcial (em que haacute apenas a reduccedilatildeo da pena) Daiacute por que a vedaccedilatildeo agrave concessatildeo de indulto em favor daqueles que praticaram crime hediondo - prevista no art 2ordm I da lei 80721990 - abrange tambeacutem a comutaccedilatildeo Ordem denegada (STF HC 94679 SP Relator(a) Min JOAQUIM BARBOSA Oacutergatildeo Julgador Segunda Turma Julgamento 18112008 Publicaccedilatildeo DJ 19122008PP-01188)

EMENTA HABEAS CORPUS DECRETO N 529504 COMUTACcedilAtildeO DE PENA CONDENADO QUE ESTAacute EM LIVRAMENTO CONDICIONAL POSSIBILIDADE ORDEM CONCEDIDA 1 Decreto n 529504 natildeo impediu a comutaccedilatildeo de pena aos condenados que estatildeo em livramento condicional 2 Ordem concedida (STF HC94654 RS Relator(a) Min CAacuteRMEN LUacuteCIA Julgamento 19082008 Oacutergatildeo Julgador Primeira Turma Public 03-10-2008)

EMENTA HABEAS CORPUS PROCESSUAL PENAL PACIENTE CONDENADO POR CRIME POSTERIOR AO INIacuteCIO DO CUMPRIMENTO DE PENAS JAacute UNIFICADAS ALEGACcedilAtildeO DE OFENSA AgraveS REGRAS DE UNIFICACcedilAtildeO DAS PENAS NAtildeO-OCORREcircNCIA INEXISTEcircNCIA DE VIacuteCIO NO PROCESSO DE EXECUCcedilAtildeO PENAL POR DEFICIEcircNCIA NO CAacuteLCULO DAS PENAS O LIMITE DE TRINTA ANOS PREVISTO NO ART 75 DO COacuteDIGO PENAL NAtildeO DEVE SER OBSERVADO SE O REacuteU PRATICA NOVOS DELITOS E SOFRE NOVAS CONDENACcedilOtildeES PRECEDENTES HABEAS CORPUS INDEFERIDO (STF HC 93202 SP Relator(a) Min CAacuteRMEN

direito em relaccedilatildeo aos crimes hediondos e a eles equiparados 6 Impossibilidade de substituiccedilatildeo da pena privativa de liberdade por penas restritivas de direito mesmo no periacuteodo anterior ao advento da Lei ndeg 1134306 e consequentemente natildeo haacute constrangimento ilegal no ato do Superior Tribunal de Justiccedila que denegou habeas corpus exatamente neste mesmo sentido 7 A redaccedilatildeo original do art 2ordm sect 1ordm da Lei nordm 807290 natildeo estava eivada de inconstitucionalidade natildeo malferindo os incisos XLVI e XLVII do art 5ordm da Constituiccedilatildeo Federal Os princiacutepios da individualizaccedilatildeo e da humanidade da pena natildeo foram violados com a regra legal acima mencionada 8 Todos os benefiacutecios legais inerentes agrave execuccedilatildeo da pena e evidentemente compatiacuteveis com o regime fechado prosseguiam sendo aplicaacuteveis aos condenados por crime hediondo ou a ele equiparado de modo a estimular sua recuperaccedilatildeo e ressocializaccedilatildeo 9 Com a nova redaccedilatildeo do sect 1ordm e a introduccedilatildeo do sect 2ordm ambos do art 2ordm da Lei de Crimes Hediondos deveratildeo ser cumpridos os requisitos e condiccedilotildees impostas mesmo em relaccedilatildeo agraves pessoas que praticaram condutas criminosas em eacutepoca anterior agrave nova ordem juriacutedica instaurada sobre o tema Do contraacuterio haveria claro descumprimento do comando constitucional contido no art 5ordm XLIII natildeo cumprindo o papel axioloacutegico e a proacutepria razatildeo de ser da Lei nordm 807290 a saber tratar de modo mais rigoroso as hipoacuteteses relacionadas aos crimes hediondos e a eles equiparados 10 Concessatildeo parcial da ordem com revogaccedilatildeo da liminar (STF HC 89976 RJ Relator(a) Min ELLEN GRACIE Julgamento 26032009 Oacutergatildeo Julgador Tribunal Pleno Public 24-04-2009)

DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL RECURSO ORDINAacuteRIO EM HABEAS CORPUS PROGRESSAtildeO DE REGIME PRISIONAL FATO ANTERIOR Agrave LEI 1146407 PRECEDENTES DESTA CORTE PROVIMENTO PARCIAL 1 A questatildeo de direito versada nestes autos diz respeito agrave possibilidade (ou natildeo) de progressatildeo do regime de cumprimento da pena corporal imposta no periacuteodo de vigecircncia da redaccedilatildeo originaacuteria do art 2ordm sect 1ordm da Lei nordm 807290 2 O julgamento do Supremo Tribunal Federal em processos subjetivos relacionados ao caso concreto natildeo alterou a vigecircncia da regra contida no art 2ordm sect 1ordm da Lei nordm 807290 (na sua redaccedilatildeo original) 3 Houve necessidade da ediccedilatildeo da Lei nordm 1164607 para que

JURISPRUDEcircNCIAS

AGOSTO 2009 10

nordm 807290 4 Houve necessidade da ediccedilatildeo da Lei nordm 1164607 para que houvesse a alteraccedilatildeo da redaccedilatildeo do dispositivo legal Contudo levando em conta que - considerada a orientaccedilatildeo que passou a existir nesta Corte agrave luz do precedente no HC 82959SP - o sistema juriacutedico anterior agrave ediccedilatildeo da lei de 2007 era mais beneacutefico ao condenado em mateacuteria de requisito temporal (16 da pena) comparativamente ao sistema implantado pela Lei ndeg 1164607 (25 ou 35 dependendo do caso) deve ser concedida em parte a ordem para que haja o exame do pedido de progressatildeo do regime prisional do paciente levando em conta o requisito temporal de 16 da pena fixada 5 Habeas corpus concedido por considerar possiacutevel a progressatildeo do regime prisional desde que atendido o requisito temporal de cumprimento de 16 da pena cabendo ao juiz da execuccedilatildeo da pena apreciar o pedido de progressatildeo inclusive quanto agrave presenccedila dos demais requisitos considerado o fator temporal acima indicado (STF HC92477 SP Relator(a) Min ELLEN GRACIE Julgamento 21102008 Oacutergatildeo Julgador Segunda Turma Public 07-11-2008)

PENA - REGIME DE CUMPRIMENTO - PROGRESSAtildeO - RAZAtildeO DE SER A progressatildeo no regime de cumprimento da pena nas espeacutecies fechado semi-aberto e aberto tem como razatildeo maior a ressocializaccedilatildeo do preso que mais dia ou menos dia voltaraacute ao conviacutevio social PENA - CRIMES HEDIONDOS - REGIME DE CUMPRIMENTO - PROGRESSAtildeO - OacuteBICE - ARTIGO 2ordm sect 1ordm DA LEI Nordm 807290 - INCONSTITUCIONALIDADE - EVOLUCcedilAtildeO JURISPRUDENCIAL Conflita com a garantia da individualizaccedilatildeo da pena - artigo 5ordm inciso XLVI da Constituiccedilatildeo Federal - a imposiccedilatildeo mediante norma do cumprimento da pena em regime integralmente fechado Nova inteligecircncia do princiacutepio da individualizaccedilatildeo da pena em evoluccedilatildeo jurisprudencial assentada a inconstitucionalidade do artigo 2ordm sect 1ordm da Lei nordm 807290 CONFLITO DE LEIS NO TEMPO - LEI N ordm 114642007 - AFASTAMENTO A legislaccedilatildeo de regecircncia eacute a vigente na data em que praticado o crime natildeo se podendo cogitar de retroaccedilatildeo prejudicial ao paciente (STF HC91618 SP Relator(a) Min MARCO AUREacuteLIO Julgamento 19082008 Oacutergatildeo Julgador Primeira Turma Public 31-10-2008)

DIREITO PROCESSUAL PENAL RECURSO EXTRAORDINAacuteRIO DESCLASSIFICACcedilAtildeO DE CRIME DE LATROCIacuteNIO PARA HOMICIacuteDIO QUESTAtildeO INFRACONSTITUCIONAL NAtildeO CONHECIMENTO CRIME HEDIONDO REGIME INICIALMENTE

FECHADO LEI 1146407 RECURSO PARCIALMENTE CONHECIDO E NESSA PARTE PARCIALMENTE PROVIDO 1 Duas satildeo as questotildees tratadas no recurso extraordinaacuterio interposto a) a suposta violaccedilatildeo agrave norma constitucional que prevecirc a competecircncia do tribunal do juacuteri para os crimes dolosos contra a vida eis que natildeo seria crime de latrociacutenio mas sim de homiciacutedio b) a possiacutevel infringecircncia aos princiacutepios constitucionais da individualizaccedilatildeo e humanizaccedilatildeo da pena devido agrave imposiccedilatildeo do regime integralmente fechado em relaccedilatildeo agrave pena privativa de liberdade estabelecida em desfavor do recorrente 2 A respeito da primeira questatildeo o tema natildeo foi objeto de prequestionamento junto ao Tribunal de Justiccedila Ademais a pretensatildeo recursal relacionada agrave possiacutevel desclassificaccedilatildeo do crime de latrociacutenio para homiciacutedio envolveria o revolvimento de substrato faacutetico-probatoacuterio o que natildeo se revela possiacutevel em sede de recurso extraordinaacuterio 3 A respeito da segunda questatildeo ventilada no recurso extraordinaacuterio houve claro enfrentamento da vedaccedilatildeo da progressatildeo do regime de cumprimento da pena privativa de liberdade e a esse respeito o recurso merece ser conhecido 4 Era perfeitamente compatiacutevel com a Constituiccedilatildeo Federal a vedaccedilatildeo da progressatildeo do regime de cumprimento da pena quando da condenaccedilatildeo por praacutetica de crime hediondo ou a ele equiparado Daiacute a consideraccedilatildeo de que o tema referente ao regime de cumprimento da pena corporal ser apenas um dos aspectos relativos agrave execuccedilatildeo penal perfeitamente adequado agrave realidade dos crimes reputados mais danosos agrave sociedade em postura normativa perfeitamente coerente com a finalidade retributiva da pena 5 Sobreveio a Lei nordm 1146407 que alterou a redaccedilatildeo do art 2ordm sect 1ordm da Lei nordm 807290 ao prever que a pena por crime hediondo ou a ele equiparado seraacute cumprida em regime inicialmente fechado Diante da nova redaccedilatildeo deveratildeo ser cumpridos os requisitos e condiccedilotildees impostas mesmo em relaccedilatildeo agraves pessoas que praticaram condutas criminosas em eacutepoca anterior agrave nova ordem juriacutedica instaurada sobre o tema 6 Recurso extraordinaacuterio parcialmente conhecido e nesta parte parcialmente provido estabelecendo que o regime de cumprimento da pena seraacute o inicialmente fechado admitindo-se a progressatildeo do regime prisional desde que atendidos os requisitos do art 2ordm sectsect 1ordm e 2ordm da Lei nordm 807290 na redaccedilatildeo que lhe foi dada pela Lei nordm 1146407 (STF RE 552545 MG Relator(a) Min ELLEN GRACIE Julgamento 14102008 Oacutergatildeo Julgador Segunda Turma Public 21-11-2008)

houvesse a alteraccedilatildeo da redaccedilatildeo do dispositivo legal Contudo levando em conta que - considerada a orientaccedilatildeo que passou a existir nesta Corte agrave luz do precedente no HC 82959SP - o sistema juriacutedico anterior agrave ediccedilatildeo da lei de 2007 era mais beneacutefico ao condenado em mateacuteria de requisito temporal (16 da pena) comparativamente ao sistema implantado pela Lei ndeg 1164607 (25 ou 35 dependendo do caso) deve ser concedida em parte a ordem para que haja o exame do pedido de progressatildeo do regime prisional do paciente levando em conta o requisito temporal de 16 da pena fixada 4 No mesmo sentido HC 94025SP rel Min Menezes Direito 1ordf Turma DJ 03062008 Neste uacuteltimo julgado ficou expressamente consignado que ldquorelativamente aos crimes hediondos cometidos antes da vigecircncia da Lei nordm 1146407 a progressatildeo de regime carceraacuterio deve observar o requisito temporal previsto nos artigos 33 do Coacutedigo Penal e 112 da Lei de Execuccedilotildees Penais aplicando-se portanto a lei mais beneacuteficardquo O art 2deg sect 1deg da Lei ndeg 807290 (na sua redaccedilatildeo original) natildeo pode ser utilizado como paracircmetro de comparaccedilatildeo com a Lei ndeg 1146407 diante da sua declaraccedilatildeo de inconstitucionalidade ainda que no exerciacutecio do controle concreto no julgamento do HC ndeg 82959SP (rel Min Marco Aureacutelio) 5 Recurso ordinaacuterio em habeas corpus parcialmente provido e assim concedeu-se a ordem para considerar possiacutevel a progressatildeo do regime prisional desde que atendido o requisito temporal de cumprimento de 16 da pena cabendo ao juiz da execuccedilatildeo da pena apreciar o pedido de progressatildeo inclusive quanto agrave presenccedila dos demais requisitos considerado o fator temporal acima indicado (STF RHC 91300 DF Relator(a) Min ELLEN GRACIE Julgamento 05032009 Oacutergatildeo Julgador Tribunal Pleno Public 03-04-2009)

DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL HABEAS CORPUS REGIME PRISIONAL CRIME HEDIONDO DATA ANTERIOR Agrave LEI 1146407 SISTEMA JURIacuteDICO MAIS BENEacuteFICO CONCESSAtildeO DA ORDEM 1 A questatildeo de direito versada nestes autos diz respeito agrave possibilidade (ou natildeo) de progressatildeo do regime de cumprimento da pena corporal imposta no periacuteodo de vigecircncia da redaccedilatildeo originaacuteria do art 2ordm sect 1ordm da Lei nordm 807290 2 O tema relativo ao regime de cumprimento da pena que envolve mateacuteria relativa agrave execuccedilatildeo recebe consideraccedilotildees distintas quanto agrave natureza de seu enquadramento no sistema juriacutedico brasileiro 3 O julgamento do Supremo Tribunal Federal em processos subjetivos relacionados ao caso concreto natildeo alterou a vigecircncia da regra contida no art 2ordm sect 1ordm da Lei

JURISPRUDEcircNCIAS

AGOSTO 2009 11JURISPRUDEcircNCIAS

STJ

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL ROUBO CIRCUNSTANCIADO PENA DE 5 ANOS E 6 MESES DE RECLUSAtildeO PROGRESSAtildeO PARA O REGIME SEMI-ABERTO DEFERIDA PELO JUIZ DA VEC E CASSADA PELO TRIBUNAL A QUO AUSEcircNCIA DE MANIFESTACcedilAtildeO PREacuteVIA DO MP MATEacuteRIA NAtildeO ARGUumlIDA EM AGRAVO DE EXECUCcedilAtildeO REFORMATIO IN PEJUS SUacuteMULA 160STF DISPENSA DE EXAME CRIMINOLOacuteGICO POSSIBILIDADE PARECER DO MPF PELA DENEGACcedilAtildeO DO WRIT ORDEM CONCEDIDA POREacuteM PARA RESTABELECER A DECISAtildeO DE PRIMEIRO GRAU 1 O ato praticado fora dos ditames legais deve ser considerado nulo inclusive de ofiacutecio salvo quando tratar-se de nulidade natildeo arguumlida pela acusaccedilatildeo mas cujo reconhecimento poderaacute prejudicar a defesa por forccedila do princiacutepio da non reformatio in pejus esse eacute inclusive o teor da Suacutemula 160 do Pretoacuterio Excelso segundo a qual eacute nula a decisatildeo do Tribunal que acolhe contra o reacuteu nulidade natildeo arguumlida no recurso da acusaccedilatildeo ressalvados os casos de recurso de ofiacutecio 2 Natildeo obstante o recurso ministerial ter se restringido a alegaccedilatildeo da imprescindibilidade da realizaccedilatildeo de exame criminoloacutegico e parecer da Comissatildeo Teacutecnica de Classificaccedilatildeo para avaliar o requisito subjetivo exigido para fins de progressatildeo de regime o Tribunal a quo deu-lhe provimento em razatildeo da ausecircncia de preacutevia oitiva do Ministeacuterio Puacuteblico antes do deferimento da medida traduzindo verdadeira reformatio in pejus 3 Natildeo deve ser declarada nulidade quando natildeo resultar prejuiacutezo comprovado para a parte que a alega Isso porque o processo natildeo eacute um fim em si mesmo merecendo aproveitamento todos os atos que atingiram a sua finalidade e permitiram o exerciacutecio da ampla defesa e do contraditoacuterio 4 A nova redaccedilatildeo dada pela Lei 1079203 ao art 112 da LEP tornou prescindiacutevel a realizaccedilatildeo de exames periciais antes exigidos para a concessatildeo da progressatildeo de regime prisional cabendo ao Juiacutezo da Execuccedilatildeo a ponderaccedilatildeo casuiacutestica sobre a necessidade ou natildeo de adoccedilatildeo de tais medidas 5 Ordem concedida para restabelecer a decisatildeo de primeiro grau que havia deferido ao paciente o benefiacutecio da progressatildeo para o regime semi-aberto em que pese o parecer ministerial (STJ HC 90793 SP HABEAS CORPUS 20070220061-9 Relator(a) Ministro NAPOLEAtildeO NUNES MAIA FILHO Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 11122008 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 16022009)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL INDULTO DECRETO 562005 PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS NAtildeO-OCORREcircNCIA PATOLOGIAS ROL TAXATIVO CONSTRANGIMENTO ILEGAL NAtildeO-CONFIGURADO ORDEM DENEGADA 1 O Decreto 562005 autoriza o indulto ao condenado ldquoparapleacutegico tetrapleacutegico ou portador de cegueira total desde que tais condiccedilotildees natildeo sejam anteriores agrave praacutetica do ato e comprovadas por laudo meacutedico oficial ou na falta deste por dois meacutedicos designados pelo Juiacutezo da Execuccedilatildeordquo (art 1ordm VI a) 2 O benefiacutecio do indulto espeacutecie da clementia principis eacute de interpretaccedilatildeo restrita devendo ser concedido apenas quando estritamente preenchidos os requisitos expressos na norma regulamentadora 3 Na hipoacutetese em apreccedilo o Juiacutezo singular indeferiu o benefiacutecio sob o argumento de que o paciente natildeo preenche os requisitos estabelecidos no Decreto 562005 uma vez que natildeo eacute portador de cegueira total 4 Para se acolher a pretensatildeo aduzida pelo impetrante necessaacuterio seria extrapolar os limites do texto normativo cuja interpretaccedilatildeo cabe ao magistrado na medida em que impotildee a ampliaccedilatildeo do rol de patologiasconsequumlecircncias taxativamente estabelecido no decreto cuja elaboraccedilatildeo eacute da competecircncia discricionaacuteria e exclusiva do Presidente da Repuacuteblica a teor do art 84 XII da Constituiccedilatildeo Federal 5 Ordem denegada (STJ HC 93841 SP HABEAS CORPUS 20070259072-6 Relator(a) Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 09122008 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 02022009)

HABEAS CORPUS HOMICIacuteDIOS E ROUBOS QUALIFICADOS PACIENTE CONDENADO A 63 ANOS 11 MESES E 26 DIAS DELITOS COMETIDOS ANTERIORMENTE Agrave LEI DE CRIMES HEDIONDOS INDULTO COMUTACcedilAtildeO DE PENAS INADMISSIBILIDADE PRECEDENTES DO STJ ORDEM DENEGADA 1 Na esteira de firme jurisprudecircncia desta Corte Superior satildeo insuscetiacuteveis de indulto os crimes hediondos ainda que tenham sido cometidos antes da ediccedilatildeo da Lei 807290 tendo em vista que a natureza do crime deve ser aferida ao tempo da entrada em vigor da norma instituidora do benefiacutecio 2 Opina o MPF pela denegaccedilatildeo da ordem 3 Ordem denegada (STJ HC 88522 SP HABEAS CORPUS 20070185250-1 Relator(a) Ministro NAPOLEAtildeO NUNES MAIA FILHO Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 07102008 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 03112008)

PROCESSUAL PENAL HABEAS CORPUS INDULTO NATALINO DECRETO

Nordm 59932006 TESE NAtildeO APRESENTADA Agrave AUTORIDADE COATORA SUPRESSAtildeO DE INSTAcircNCIA DECRETO Nordm 562005 INDULTO NATALINO EXAME CRIMINOLOacuteGICO DESNECESSIDADE I - Tendo em vista que a alegaccedilatildeo de que estatildeo preenchidos os requisitos do indulto natalino com base no Decreto nordm 59932006 sequer foi suscitada perante a autoridade apontada como coatora fica esta Corte impedida de examinar tal alegaccedilatildeo sob pena de supressatildeo de instacircncia (Precedentes) II - Natildeo constando do Decreto nordm 56202005 a exigecircncia de realizaccedilatildeo de exame criminoloacutegico eacute vedado ao e Tribunal a quo condicionar a concessatildeo do indulto natalino agrave preacutevia realizaccedilatildeo do referido exame para afericcedilatildeo do meacuterito do sentenciado por absoluta falta de previsatildeo legal Writ parcialmente conhecido e nesta parte concedido (STJ HC 89686 RS HABEAS CORPUS 20070205954-0 Relator(a) Ministro FELIX FISCHER Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 15042008 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 30062008)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL DECRETO Nordm 44952002 HOMICIacuteDIO QUALIFICADO COMETIDO ANTERIORMENTE Agrave LEI Nordm 893094 CRIME HEDIONDO INDULTO INCABIMENTO 1 Eacute incabiacutevel a concessatildeo de indulto aos crimes hediondos na letra dos artigos 2ordm inciso I da Lei nordm 807290 e 5ordm inciso XLIII da Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica 2 Os crimes elencados como hediondos precisamente porque possuem nomen juris e natureza proacutepria por oacutebvio restam excluiacutedos da benesse estatal ainda quando cometidos antes da ediccedilatildeo da lei dos crimes hediondos que nesta categoria os compreendeu exclusivamente para fins investigatoacuterios processuais e de regime de cumprimento de pena 3 Ordem denegada (STJ HC 68877 SP HABEAS CORPUS 20060233951-6 Relator(a) Ministro HAMILTON CARVALHIDO Oacutergatildeo Julgador SEXTA TURMA Data do Julgamento 27052008 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 12082008)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL HOMICIacuteDIO QUALIFICADO PRATICADO ANTES DA EDICcedilAtildeO DA LEI 807290 COMUTACcedilAtildeO DE PENAS DECRETO 562005 POSSIBILIDADE EXAME CRIMINOLOacuteGICO PARA AFERIR O MERECIMENTO DO APENADO REQUISITO NAtildeO ESTABELECIDO NO REFERIDO DECRETO CONSTRANGIMENTO ILEGAL CARACTERIZADO ORDEM CONCEDIDA 1 Na anaacutelise do pedido de comutaccedilatildeo natildeo eacute permitido ao magistrado extrapolar os limites de interpretaccedilatildeo do decreto impondo requisito natildeo estabelecido no

AGOSTO 2009 12JURISPRUDEcircNCIAS

texto normativo cuja elaboraccedilatildeo eacute da competecircncia discricionaacuteria e exclusiva do Presidente da Repuacuteblica a teor do art 84 XII da Constituiccedilatildeo Federal 2 O art 8ordm do Decreto 562004 eacute claro ao excluir o benefiacutecio da comutaccedilatildeo apenas aos que tenham cometido o delito hediondo apoacutes a ediccedilatildeo da Lei 807290 sendo portanto descabido o indeferimento do pleito do paciente com fundamento na hediondez do delito o qual foi praticado em 11290 3 O Decreto 562005 autoriza a comutaccedilatildeo de 15 da pena imposta ao condenado reincidente que tenha cumprido 13 da pena e natildeo tenha sofrido sanccedilatildeo disciplinar por falta grave praticada nos uacuteltimos 12 meses do cumprimento da pena apurada na forma do art 59 e seguintes da Lei de Execuccedilotildees Penais contados retroativamente a partir da publicaccedilatildeo do referido decreto Dessa forma para a concessatildeo do benefiacutecio natildeo se exige a realizaccedilatildeo de exame criminoloacutegico a fim de aferir a presenccedila de requisitos subjetivos 4 Ordem concedida para anulando a decisatildeo singular e o acoacuterdatildeo assegurar ao paciente o direito de comutaccedilatildeo de sua pena nos termos do Decreto 562005 (STJ HC 100020 SP HABEAS CORPUS 20080027425-9 Relator(a) Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 28052008 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 04082008)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL PACIENTE CONDENADO PELA PRAacuteTICA DE ROUBO CIRCUNSTANCIADO RECEPTACcedilAtildeO QUALIFICADA E FURTOS (SIMPLES E QUALIFICADO) PENA DE 13 ANOS 7 MESES E 26 DIAS DE RECLUSAtildeO COMUTACcedilAtildeO DA PENA DEFERIDA PELO JUIZ DA VEC COM BASE NO DECRETO 562005 E CASSADA PELO TRIBUNAL A QUO COMETIMENTO DE FALTA GRAVE EM 230606 INTERRUPCcedilAtildeO DO PRAZO PARA A CONCESSAtildeO DO BENEFIacuteCIO AUSEcircNCIA DE CONSTRANGIMENTO ILEGAL IRRELEVAcircNCIA DA AFERICcedilAtildeO DE REQUISITO SUBJETIVO PARECER MINISTERIAL PELA CONCESSAtildeO DA ORDEM ORDEM DENEGADA 1 A interpretaccedilatildeo conjunta dos arts 112 118 I e 127 da LEP e do art 2o do Decreto 562005 permite a exegese de que a praacutetica de falta grave acarreta o reiniacutecio da contagem do periacuteodo de 13 da pena faltante para a obtenccedilatildeo da comutaccedilatildeo da pena Precedente da 5a Turma do STJ HC 80103SP de minha relatoria DJU 061008 2 Independentemente da discussatildeo a respeito de qualquer requisito de ordem subjetiva o paciente natildeo soma a seu favor o tempo de cumprimento de pena necessaacuterio agrave obtenccedilatildeo do benefiacutecio 3 Parecer do MPF pela concessatildeo da ordem 4 Ordem denegada (STJ HC 93996 SP HABEAS CORPUS 20070261591-5 Relator(a)

Ministro NAPOLEAtildeO NUNES MAIA FILHO Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 10022009 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 27042009)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL PACIENTE CONDENADO PELA PRAacuteTICA DE ROUBO E ROUBO CIRCUNSTANCIADO PENA DE 7 ANOS 6 MESES E 20 DIAS DE RECLUSAtildeO COMUTACcedilAtildeO DA PENA DEFERIDA PELO JUIZ DA VEC COM BASE NO DECRETO 529504 E CASSADA PELO TRIBUNAL A QUO COMETIMENTO DE FALTA GRAVE EM 291102 CONSISTENTE NA FUGA DO ESTABELECIMENTO PRISIONAL INTERRUPCcedilAtildeO DO PRAZO PARA A CONCESSAtildeO DO BENEFIacuteCIO AUSEcircNCIA DE CONSTRANGIMENTO ILEGAL ORDEM DENEGADA1 A jurisprudecircncia dessa Corte entende que ofende o princiacutepio da legalidade a decisatildeo que determina a interrupccedilatildeo do prazo para a aquisiccedilatildeo da benesse do Decreto 5295 em razatildeo do cometimento de falta de natureza grave uma vez que acaba por criar requisito objetivo natildeo previsto em lei 2 Creio que do ponto de vista positivo normativo rigorosamente literal esse posicionamento eacute incensuraacutevel entretanto ao meu sentir a interpretaccedilatildeo conjunta dos arts 112 118 I e 127 da LEP e do art 2o do Decreto 529504 permite a exegese de que a praacutetica de falta grave acarreta o reiniacutecio da contagem do periacuteodo de 13 da pena faltante para a obtenccedilatildeo da comutaccedilatildeo da pena 3 Parecer do MPF pela concessatildeo da ordem 4 Ordem denegada (STJ HC 80103 SP - Relator(a) Ministro NAPOLEAtildeO NUNES MAIA FILHO - Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA - Data do Julgamento 28082008 - Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 06102008)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL CORTE A QUO QUE MANTEVE A DECISAtildeO DE PRIMEIRO GRAU INDEFERITOacuteRIA DO BENEFIacuteCIO DA COMUTACcedilAtildeO DA PENA CONSTRANGIMENTO ILEGAL EVIDENCIADO PELA AUSEcircNCIA DE ANAacuteLISE NO ARESTO HOSTILIZADO DO PREENCHIMENTO (OU NAtildeO) DOS REQUISITOS PREVISTOS NO DECRETO 529504 PELO PACIENTE LIVRAMENTO CONDICIONAL IGUALMENTE INDEFERIDO COMETIMENTO DE FALTA GRAVE IMPOSSIBILIDADE DE INTERRUPCcedilAtildeO DO PRAZO PARA A CONCESSAtildeO DO BENEFIacuteCIO POR AUSEcircNCIA DE PREVISAtildeO LEGAL CONSTRANGIMENTO ILEGAL CONFIGURADO PRECEDENTES PARECER DO MPF PELA CONCESSAtildeO DA ORDEM ORDEM CONCEDIDA PARA QUE O TRIBUNAL A QUO ANALISE AS CONDICcedilOtildeES PARA A CONCESSAtildeO DA COMUTACcedilAtildeO DA PENA DO PACIENTE LEVANDO-SE EM CONSIDERACcedilAtildeO

SOMENTE OS REQUISITOS PREVISTOS NO DECRETO 529504 BEM COMO PARA QUE APRECIE O PEDIDO DE LIVRAMENTO CONDICIONAL SUPERADO O OacuteBICE RELATIVO Agrave INTERRUPCcedilAtildeO DO PRAZO PARA A CONCESSAtildeO DO BENEFIacuteCIO CONSIDERANDO A FRACcedilAtildeO DA PENA EVENTUALMENTE COMUTADA 1 O Decreto 529504 exige para fins de obtenccedilatildeo do benefiacutecio da comutaccedilatildeo das penas que o condenado preencha dois requisitos quais sejam cumprir um quarto da sanccedilatildeo se primaacuterio ou um terccedilo se reincidente ateacute a data de 25 de dezembro de 2004 bem como natildeo ter cometido falta grave nos uacuteltimos doze meses de cumprimento da pena 2 In casu o acoacuterdatildeo impugnado sequer fez menccedilatildeo ao implemento (ou natildeo) dos requisitos previstos no art 2o cc o art 4o do Decreto 529504 cingindo-se as razotildees para a manutenccedilatildeo do indeferimento do benefiacutecio agrave impossibilidade de anaacutelise do cumprimento das condiccedilotildees objetivas e subjetivas para a concessatildeo do pleiteado benefiacutecio em sede de Habeas Corpus e agraves diversas condenaccedilotildees que ostenta o paciente 3 A verificaccedilatildeo das condiccedilotildees para a concessatildeo da comutaccedilatildeo todavia eacute plenamente factiacutevel em Habeas Corpus por natildeo exigir ampla incursatildeo probatoacuteria De outra parte o indeferimento da benesse com supedacircneo na existecircncia de diversas condenaccedilotildees em desfavor do paciente viola o princiacutepio da legalidade por constituir exigecircncia de requisitos estranhos aos previstos no decreto 529504 Precedentes 4 O art 83 I do CPB exige para fins de obtenccedilatildeo do benefiacutecio do livramento condicional o cumprimento de mais de um terccedilo da pena total imposta ao sentenciado Assim ofende o princiacutepio da legalidade a decisatildeo que determina a interrupccedilatildeo do prazo para a aquisiccedilatildeo da referida benesse uma vez que acaba por criar requisito objetivo natildeo previsto em lei 5 Parecer do MPF pela concessatildeo do writ 6 Ordem concedida para que o Tribunal a quo analise as condiccedilotildees para a concessatildeo da comutaccedilatildeo da pena do paciente levando-se em consideraccedilatildeo somente os requisitos previstos no Decreto 529504 bem como para que aprecie o pedido de livramento condicional superado o oacutebice relativo agrave interrupccedilatildeo do prazo para a concessatildeo do benefiacutecio considerando a fraccedilatildeo da pena eventualmente comutada (STJ HC 114222 SP HABEAS CORPUS 20080187375-9 Relator(a) Ministro NAPOLEAtildeO NUNES MAIA FILHO Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 29042009 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 01062009)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL FALTA GRAVE INTERRUPCcedilAtildeO NA CONTAGEM DO LAPSO TEMPORAL PARA A CONCESSAtildeO DE BENEFIacuteCIO DE PROGRESSAtildeO DE REGIME

AGOSTO 2009 13JURISPRUDEcircNCIAS

PRISIONAL ENTENDIMENTO DO TRIBUNAL A QUO EM CONSONAcircNCIA COM A JURISPRUDEcircNCIA DESTA CORTE LIVRAMENTO CONDICIONAL E COMUTACcedilAtildeO DAS PENAS INTERRUPCcedilAtildeO DO PRAZO PARA OBTENCcedilAtildeO DO BENEFIacuteCIO PELO CONDENADO ILEGALIDADE AUSEcircNCIA DE PREVISAtildeO LEGAL PRECEDENTES INAPLICABILIDADE DO EFEITO INTERRUPTIVO QUANTO AO LIVRAMENTO CONDICIONAL E Agrave COMUTACcedilAtildeO RECONHECIDA PELO TRIBUNAL DE ORIGEM FALTA DE INTERESSE PROCESSUAL CONSTRANGIMENTO ILEGAL NAtildeO EVIDENCIADO 1 O cometimento de falta grave embora interrompa o prazo para a obtenccedilatildeo dos benefiacutecios da progressatildeo de regime natildeo o faz para fins de concessatildeo dos benefiacutecios do livramento condicional e da comutaccedilatildeo da pena por ausecircncia de previsatildeo legal Precedentes 2 Nos termos do acoacuterdatildeo hostilizado verifica-se que o efeito interruptivo somente foi reconhecido relativamente agrave progressatildeo de regime ficando ressalvada a sua inaplicabilidade com relaccedilatildeo ao livramento condicional e agrave comutaccedilatildeo evidenciado nesse particular a falta de interesse processual na medida em que natildeo evidenciado nos autos qualquer constrangimento ilegal contra o Paciente inexistindo pois ato coator por parte do Tribunal quanto ao pleitos de comutaccedilatildeo e de livramento condicional 3 Habeas corpus parcialmente conhecido e nessa parte denegado (STJ HC 121513 SP HABEAS CORPUS 20080258389-0 Relator(a) Ministra LAURITA VAZ Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 27042009 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 25052009)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL PEDIDO DE COMUTACcedilAtildeO DA PENA INDEFERIDO PELO JUIZ DA VEC E PELO TRIBUNAL A QUO PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS OBJETIVOS E SUBJETIVOS EXIGIDOS PELO DECRETO 529504 COMETIMENTO DE FALTA GRAVE EM 08032003 INTERRUPCcedilAtildeO DO PRAZO PARA A CONCESSAtildeO DO BENEFIacuteCIO IMPOSSIBILIDADE AUSEcircNCIA DE PREVISAtildeO LEGAL CONSTRANGIMENTO ILEGAL CONFIGURADO PRECEDENTES PARECER DO MPF PELA CONCESSAtildeO DA ORDEM ORDEM CONCEDIDA PARA DEFERIR AO PACIENTE O DIREITO Agrave COMUTACcedilAtildeO DA PENA 1 O Decreto 529504 exige para fins de obtenccedilatildeo do benefiacutecio da comutaccedilatildeo das penas que o condenado reincidente preencha dois requisitos quais sejam 1) cumprimento de 14 da sanccedilatildeo se primaacuterio e 13 se reincidente ateacute a data de 25 de dezembro de 2004 2) natildeo cometimento de falta grave nos uacuteltimos doze meses de cumprimento da pena contados retroativamente agrave

publicaccedilatildeo do referido Decreto 2 Ofende o princiacutepio da legalidade a decisatildeo que determina a interrupccedilatildeo do prazo para aquisiccedilatildeo da referida benesse uma vez que acaba por criar requisito objetivo natildeo previsto em lei Precedentes do STJ 3 Parecer do MPF pela concessatildeo do writ 4 Ordem concedida (STJ HC 113513 SP HABEAS CORPUS 20080180026-0 Relator(a) Ministro NAPOLEAtildeO NUNES MAIA FILHO Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 16042009 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 25052009)

HABEAS CORPUS PACIENTE CUMPRIDO PENA TOTAL DE 55 ANOS 4 MESES E 10 DIAS DE RECLUSAtildeO POR DIVERSAS INFRACcedilOtildeES AO ART 157 sect 2o I E II DO CPB FUNDAMENTACcedilAtildeO COM ARRIMO NO PARECER MINISTERIAL AUSEcircNCIA DE NULIDADE LIVRAMENTO CONDICIONAL REVOGACcedilAtildeO CONDENACcedilAtildeO IRRECORRIacuteVEL POR CRIME COMETIDO DURANTE O PERIacuteODO DE PROVA PLEITO DE COMUTACcedilAtildeO DE PENA (DECRETO PRESIDENCIAL 562005) DESCONSIDERACcedilAtildeO DO PERIacuteODO EM QUE O PACIENTE ESTAVA EM LIBERDADE NOVO CAacuteLCULO DA PENA COM INCIDEcircNCIA DO ART 88 DO CPB POSSIBILIDADE PRECEDENTE DESTA CORTE SUPERIOR ORDEM DENEGADA 1 Inserir na fundamentaccedilatildeo trecho do parecer da Procuradoria-Geral de Justiccedila natildeo provoca a nulidade da decisatildeo 2 Vem entendendo esta Corte Superior pela ausecircncia de ilegalidade quanto agrave desconsideraccedilatildeo do tempo em livramento condicional para fins de comutaccedilatildeo de pena tendo havido a revogaccedilatildeo do benefiacutecio em razatildeo de condenaccedilatildeo irrecorriacutevel por crime cometido durante o periacuteodo de prova 3 Revogado o benefiacutecio do livramento condicional antes de expirado o periacuteodo de prova e apoacutes o tracircnsito em julgado da uacuteltima condenaccedilatildeo natildeo haacute falar em ilegalidade da decisatildeo que determinou a realizaccedilatildeo de novo caacutelculo da pena na forma do art 88 do Coacutedigo Penal (HC 43337RJ Rel Min ARNALDO ESTEVES LIMA DJU 020506) 4 Opina o MPF pela concessatildeo parcial da ordem 5 Ordem denegada (STJ HC 85187 RJ HABEAS CORPUS 20070140768-6 Relator(a) Ministro NAPOLEAtildeO NUNES MAIA FILHO Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 16102008 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 24112008)

TJRJ

AGRAVO EXECUCcedilAtildeO PENAL Comutaccedilatildeo de pena Decreto Presidencial nordm 599306 Cumprimento do requisito objetivo - lapso temporal de um ano a

contar da publicaccedilatildeo do Decreto sem falta grave Para fins de concessatildeo de comutaccedilatildeo ou indulto deve ser analisado o comportamento do sentenciado durante todo periacuteodo de caacutercere ou de prova Indeferimento do pleito por ausecircncia do requisito subjetivo Se o apenado obteve o benefiacutecio de visita perioacutedica ao lar em setembro de 2006 e no mecircs de janeiro de 2007 deixou de retornar agrave Unidade natildeo pode ter deferido seu pedido de comutaccedilatildeo com base no Decreto Presidencial expedido no ano de 2006 Se o apenado encontra-se na situaccedilatildeo de evadido do Sistema natildeo eacute razoaacutevel admitir que ostente direito de obter novo benefiacutecio Repercussatildeo da conduta em toda a execuccedilatildeo de pena Recurso a que se nega provimento (TJRJ - AGRAVO DE EXECUCAO PENAL 200907600144 DES MARCO AURELIO BELLIZZE - Julgamento 29042009 - PRIMEIRA CAMARA CRIMINAL)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL LEI 721084 PEDIDO DE COMUTACcedilAtildeO DE PENA COM BASE NO DECRETO PRESIDENCIAL Nordm 449502 CUMPRIMENTO DO REQUISITO OBJETIVO AUSEcircNCIA DE MEacuteRITO CARCERAacuteRIO EM RAZAtildeO DE COMETIMENTO DE CRIMES DURANTE O PERIacuteODO DE PROVA DO LIVRAMENTO CONDICIONAL REPERCUSSAtildeO DAS CONDUTAS NO PEDIDO DE COMUTACcedilAtildeO CONSTRANGIMENTO ILEGAL INEXISTENTE DENEGACcedilAtildeO DA ORDEM(TJRJ HABEAS CORPUS 200805908014 JDS DES MARIA ANGELICA GUEDES - Julgamento 13012009 - TERCEIRA CAMARA CRIMINAL)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL DECISAtildeO JUDICIAL DENEGATOacuteRIA DO INDULTO FUNDAMENTADA NO FATO DE QUE O DEFERIMENTO DE INDULTO OU COMUTACcedilAtildeO DEPENDE DE CUMPRIMENTO DE REQUISITO SUBJETIVO QUE DEVE SER AVALIADO DURANTE TODA A EXECUCcedilAtildeO DA PENA IMPUGNACcedilAtildeO PELA VIA DE HABEAS CORPUS SEM NOTIacuteCIA DE INTERPOSICcedilAtildeO DE AGRAVO ADMISSIBILIDADE DA ACcedilAtildeO CONSTITUCIONAL HAJA VISTA A MANIFESTA ILEGALIDADE DA DECISAtildeO COM INTERFEREcircNCIA DIRETA NO DIREITO DE LIBERDADE DO PACIENTE DECRETO DE INDULTOCOMUTACcedilAtildeO QUE DEFINE AS CONDICcedilOtildeES DE DEFERIMENTO DOS DIREITOS A QUE ALUDE E NAtildeO OFERECE MARGEM A TEMPERAMENTO JUDICIAL PRINCIacutePIO DE ESTRITA LEGALIDADE CRIACcedilAtildeO JUDICIAL DE CONDICcedilAtildeO PARA DEFERIMENTO DE INDULTOCOMUTACcedilAtildeO QUE VIOLA O PRINCIacutePIO CONSTITUCIONAL DA SEPARACcedilAtildeO DOS PODERES E ATENTA CONTRA

AGOSTO 2009 14JURISPRUDEcircNCIAS

O PRINCIacutePIO CONSTITUCIONAL DA RESERVA LEGAL EM MATEacuteRIA DE SANCcedilAtildeO PENAL CASO CONCRETO REGULADO PELO DECRETO Nordm 5993 DE 19 DE DEZEMBRO DE 2006 QUE ESTABELECE QUE OS CONDENADOS QUE NAtildeO TENHAM SIDO PUNIDOS POR FALTA GRAVE NOS UacuteLTIMOS DOZE MESES DE CUMPRIMENTO DE PENA TERAtildeO DIREITO AO INDULTO OU Agrave COMUTACcedilAtildeO CONTADO O RESPECTIVO PRAZO RETROATIVAMENTE Agrave DATA DE PUBLICACcedilAtildeO DO DECRETO HABEAS CORPUS NAtildeO INSTRUIacuteDO DE SORTE A DEFINIR O TEMPO DE CONDENACcedilAtildeO E DEMAIS CIRCUNSTAcircNCIAS PARA AFERICcedilAtildeO DO DIREITO AO INDULTO OU COMUTACcedilAtildeO CONSTRANGIMENTO CONFIGURADO DECISAtildeO LIMITADA Agrave DECLARACcedilAtildeO DA NULIDADE DO PRONUNCIAMENTO JUDICIAL QUE OPOcircS AO INDULTOCOMUTACcedilAtildeO AS FALTAS GRAVES COMETIDAS ANTES E DEPOIS DO PERIacuteODO AQUISITIVO DO DIREITO NOVA DECISAtildeO QUE DEVERAacute SER PROFERIDA PELO JUIZ DA EXECUCcedilAtildeO COM EXPRESSA DESCONSIDERACcedilAtildeO DO OacuteBICE DECLARADO ILEGAL Decisatildeo que indeferiu o indulto sob o fundamento de que haveria requisito subjetivo para o deferimento deste indulto e que tal requisito deveria ser avaliado durante a execuccedilatildeo da pena A rigor o habeas corpus natildeo constitui instrumento adequado para o exame direto do pleito de indulto por causa da previsatildeo de recurso proacuteprio Patente a ilegalidade todavia cabe habeas corpus para fazer cessar o constrangimento ilegal Decreto de indulto que natildeo estipula requisitos de ordem subjetiva para a admissatildeo do referido direito Ato do Presidente da Repuacuteblica que natildeo pode ser alterado pelo juiz sob pena de violaccedilatildeo do princiacutepio da separaccedilatildeo dos Poderes Exigecircncia normativa conformada agrave condenaccedilatildeo primariedade ou reincidecircncia situaccedilotildees especiacuteficas descritas no decreto tempo de cumprimento de pena e inexistecircncia de falta grave nos doze uacuteltimos meses da execuccedilatildeo a contar da publicaccedilatildeo do Decreto Impossibilidade de o juiz invadir a competecircncia do Chefe do Executivo e definir outros requisitos aleacutem dos previstos no Decreto Violaccedilatildeo tambeacutem do princiacutepio da reserva legal definido no artigo 5ordm inciso XXXIX da Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica que veda ao julgador agravar a sanccedilatildeo ainda que em acircmbito de execuccedilatildeo valendo-se de requisitos que natildeo estatildeo previstos em lei Caso concreto que elege faltas graves anterior e posterior ao periacuteodo aquisitivo do direito (28 de novembro de 2005 e 01 de novembro de 2007) como fundamento para indeferir pedido de indulto de pena Instruccedilatildeo todavia insuficiente deste habeas corpus de sorte a determinar a incidecircncia de indulto ou comutaccedilatildeo e

mesmo do tempo total de condenaccedilatildeo Necessidade de nova avaliaccedilatildeo do caso pelo juiz natural com expressa exclusatildeo do ldquorequisitordquo indevidamente considerado para obstar o deferimento do direito ao condenado ORDEM CONCEDIDA (TJRJ - HABEAS CORPUS - 200805906809 - DES GERALDO PRADO - Julgamento 13112008 - QUINTA CAMARA CRIMINAL)

EMENTA - INDULTO CONDICIONAL - COMETIMENTO DE NOVO CRIME NO PERIacuteODO DA CONDICcedilAtildeO - CONDENACcedilAtildeO TRANSITADA EM JULGADO - INCIDENTE DE REVOGACcedilAtildeO DO INDULTO TRAMITANDO REGULARMENTE CONSIDERADA A DATA DO TRAcircNSITO EM JULGADO DO NOVO CRIME - NECESSIDADE DE ELABORACcedilAtildeO DE NOVO CAacuteLCULO DE PENA PARA SE ESTABELECER O REGIME PRISIONAL - AUSEcircNCIA DE CONSTRANGIMENTO ILEGAL Se o paciente deu causa a revogaccedilatildeo do indulto condicional que lhe foi deferido pois cometeu novo crime no periacuteodo da condiccedilatildeo cuja sentenccedila condenatoacuteria jaacute transitou em julgado e estando em tramitaccedilatildeo regular o incidente de execuccedilatildeo visando estabelecer o regime prisional ao qual ficaraacute submetido para o cumprimento da pena unificada inocorre o alegado constrangimento ilegalOrdem denegada (TJRJ HABEAS CORPUS 200805906725 DES VALMIR DE OLIVEIRA SILVA - Julgamento 11112008 - TERCEIRA CAMARA CRIMINAL)

RECURSO DE AGRAVO - REVOGACcedilAtildeO DO LIVRAMENTO CONDICIONAL SEM OITIVA DO APENADO - POSSIBILIDADE - ARTIGO 87 DO CP - COMUTACcedilAtildeO DE frac14 DA PENA NECESSIDADE DE APRECIACcedilAtildeO QUANTO AOS REQUISITOS OBJETIVOS E SUBJETIVOS - DESPROVIMENTO DO RECURSO UNAcircNIME(TJRJ AGRAVO DE EXECUCAO PENAL 200807600839 DES ELIZABETH GREGORY - Julgamento 07102008 - SETIMA CAMARA CRIMINAL)

EMENTA RECURSO DE AGRAVO EM EXECUCcedilAtildeO DECRETO Nordm 59932006 - AGRAVANTE CONDENADO PELA PRAacuteTICA DE VAacuteRIOS CRIMES GRAVES INCLUINDO O DE TRAacuteFICO ILIacuteCITO DE ENTORPECENTES QUE REQUER A COMUTACcedilAtildeO PREVISTA NO DECRETO Nordm 59932006 IMPOSSIBILIDADE - O ART 8ordm I DO DECRETO Nordm 59932006 VEDA EXPRESSAMENTE A CONCESSAtildeO DO BENEFIacuteCIO AgraveQUELES QUE COMETERAM O CRIME DE TRAacuteFICO ILIacuteCITO DE ENTORPECENTES INDEPENDENTE DE QUANDO ESTE FORA COMETIDO - RECURSO A QUE SE NEGA PROVIMENTO (TJRJ AGRAVO

DE EXECUCAO PENAL 200807600859 DES ANTONIO JOSE CARVALHO - Julgamento 23092008 - SEGUNDA CAMARA CRIMINAL)

200807700052 - CORREICAO PARCIAL - 1ordf EmentaDES KATIA JANGUTTA - Julgamento 17022009 - SEGUNDA CAMARA CRIMINAL

Correiccedilatildeo parcial Indeferimento do pedido de esclarecimentos da Folha de Antecedentes Criminais do ora reclamado que visava agrave anaacutelise pelo Parquet da possibilidade de concessatildeo de benefiacutecios tais como a unificaccedilatildeo das penas privativas de liberdade e suas consequumlecircnciasCom efeito o poder requisitoacuterio do Ministeacuterio Puacuteblico estaacute regulado em lei e embora o artigo 47 do Coacutedigo de Processo Penal lhe atribua legitimidade para requisitar diretamente a quaisquer autoridades ou funcionaacuterios documentos ou elementos de convicccedilatildeo que julgue necessaacuterios o artigo 399 daquele estatuto processual conferiu-lhe o direito subjetivo de requerer ao juiz as diligecircncias que julgar convenientes in casu o que achou imprescindiacutevel ao exame dos requisitos relativos aos benefiacutecios contidos na Lei de Execuccedilotildees Penais Eacute preciso ter em conta que a diligecircncia pleiteada pelo Parquet natildeo dizia apenas com a requisiccedilatildeo da FAC mas com informaccedilotildees e esclarecimentos referentes agraves anotaccedilotildees nela contidas a serem fornecidas por outros Juiacutezos que efetivamente soacute a concederiam mediante solicitaccedilatildeo de outra autoridade judiciaacuteria Correiccedilatildeo provida

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL COMUTACcedilAtildeO DE PENA VIA INIDOcircNEA TAL BENEFIacuteCIO DEVE SER PROCESSADO OBSERVANDO-SE QUANTO Agrave EVENTUAL EXISTEcircNCIA DE FALTA GRAVE OS 12 UacuteLTIMOS MESES DE CUMPRIMENTO DA PENA A CONTAR DA DATA DA PUBLICACcedilAtildeO DO DECRETO Nordm 562005 LIVRAMENTO CONDICIONAL NAtildeO COMPARECIMENTO DO LIBERADO REVOGACcedilAtildeO DO BENEFIacuteCIO PORQUE DESCUMPRIDAS AS CONDICcedilOtildeES AgraveS QUAIS O MESMO FICA SUBORDINADO AUSEcircNCIA DE OITIVA PREacuteVIA A REVOGACcedilAtildeO DO BENEFIacuteCIO SEJA OBRIGATOacuteRIA OU FACULTATIVA TANTO PODE SER DECRETADA PELO JUIZ DE OFIacuteCIO COMO A REQUERIMENTO DO MINISTEacuteRIO PUacuteBLICO MEDIANTE REPRESENTACcedilAtildeO DO CONSELHO PENITENCIAacuteRIO DEVENDO ANTES SER OUVIDO O APENADO A SUSPENSAtildeO CAUTELAR Eacute MEDIDA APTA A IMPEDIR QUE O AGENTE DETERMINE POR VONTADE PROacutePRIA A DATA FINAL DE PRESTACcedilAtildeO DE CONTAS AO ESTADO PELO CRIME COMETIDO CONVOLACcedilAtildeO

AGOSTO 2009 15JURISPRUDEcircNCIAS

DA REVOGACcedilAtildeO DO LIVRAMENTO CONDICIONAL EM SUSPENSAtildeO CAUTELAR PARA DETERMINAR EXPEDICcedilAtildeO DE DILIGEcircNCIAS NO JUIacuteZO A QUO INCLUSIVE COM A MANUTENCcedilAtildeO DO MANDADO DE PRISAtildeO COMO FORMA DE OBJETIVAR A OITIVA DO PACIENTE FORAGIDO ORDEM PARCIALMENTE CONCEDIDA (TJRJ HABEAS CORPUS 200805903921 DES ADILSON VIEIRA MACABU - Julgamento 05082008 - SEGUNDA CAMARA CRIMINAL)

EMENTAacuteRIO DE JURISPRUDEcircNCIA CRIMINAL Nordm 172009

COMISSAtildeO DE JURISPRUDEcircNCIA Presidente DES CHERUBIN HELCIAS SCHWARTZ Organizaccedilatildeo Serviccedilo de Publicaccedilatildeo de Jurisprudecircncia (DGCON-SEJUR) da Divisatildeo de Gestatildeo de Acervos Jurisprudenciais (DGCON-DIJUR) - dijurtjrjgovbr Rua Erasmo Braga nordm 115 - Lamina I - 6ordm andar - Sala 635

bull Ementa nordm 8 - LIVRAMENTO CONDICIONAL REINCIDENCIA

bull Ementa nordm 15 - VISITA A FAMILIA INDEFERIMENTO

Ementa nordm 8

LIVRAMENTO CONDICIONAL REINCIDENCIA INICIO DA CONTAGEM DO PRAZO DATA DA CONCESSAO DO LIVRAMENTO

DIREITO CONSTITUCIONAL PENAL E PROCESSUAL PENALO apenado postulou a concessatildeo do benefiacutecio da comutaccedilatildeo da pena e do livramento condicional vindo o MP de opor-se a tal pretensatildeo ao argumento de que o apenado seria reincidenteO MM Dr Juiz da execuccedilatildeo negando razatildeo ao MP deferiu o postulado pelo apenado com fincas no inciso I do art 64 do CPEmbora o magistrado natildeo tenha explicitado as razotildees pelas quais ele entendia contrariamente agrave tese do MP que o apenado natildeo seria reincidente a essa motivaccedilatildeo chega-se facilmente atraveacutes da interpretaccedilatildeo da parte final do inciso I do art 64 do CPO livramento condicional como o proacuteprio nome diz traduz concessatildeo de liberdade sob condiccedilatildeo suspensiva e tanto assim o eacute que o art 89 do CP fala em ldquodeclarar extinta a penardquoVencido o periacuteodo de prova sem que o apenado torne a delinquir a contagem do prazo para fins de reincidecircncia haacute que ser feita com base na data em que foi concedido o livramento e natildeo do seu teacuterminoSe o apenado obteve

o livramento em 29 de marccedilo de 2000 e vem de praticar novo crime em 27 de maio de 2005 pela regra do inciso I do art 64 do CP ele natildeo pode ser considerado reincidente O fato de o juiz que condenou o Agravado tecirc-lo tido como reincidente natildeo impede o desprovimento do recurso do MP na medida em que isso natildeo constou como causa de pedir interna no recurso do MPRECURSO CONHECIDO MAS DESPROVIDO

200807601074 - RECURSO DE AGRAVO (LEI 721084) CAPITAL - SETIMA CAMARA CRIMINAL - Por maioria DES MAURILIO PASSOS BRAGA - Julg 24032009

Ementa nordm 15

VISITA A FAMILIA INDEFERIMENTO AUSENCIA DE FUNDAMENTOS ADEQUADOS ANULACAO DA DECISAO ORDEM CONCEDIDA PARCIALMENTE

HABEAS CORPUS CRIME HEDIONDO INDEFERIMENTO DO PLEITO DE VISITA PERIOacuteDICA Agrave FAMIacuteLIA AUSEcircNCIA DE FUNDAMENTOS ADEQUADOS ORDEM PARCIALMENTE CONCEDIDA PARA ANULAR A DECISAtildeO UNANIMIDADETendo em vista seus propoacutesitos a execuccedilatildeo da pena privativa de liberdade natildeo pode ser tratada como se fosse outro processo de conhecimento condenatoacuterio E assim como natildeo se permite que na aplicaccedilatildeo das penas as respectivas bases sejam fixadas com fundamentos geneacutericos e inerentes ao proacuteprio tipo tambeacutem natildeo se admite que na execuccedilatildeo se recuse ao condenado algum benefiacutecio ou direito com fundamentos geneacutericos de conveniecircncia e ligados agrave gravidade proacutepria do crime Eacute que a realidade agora eacute outra e decorre do comportamento e das condiccedilotildees pessoais do condenado evidenciados durante a execuccedilatildeo de sua pena Afinal de contas a execuccedilatildeo eacute uma extensatildeo do princiacutepio da individualizaccedilatildeo das penas que natildeo se esgota portanto com a sua fixaccedilatildeoAleacutem disso natildeo se pode nem se deve lamentar que inuacutemeros condenados pela praacutetica de crime hediondo tenham alcanccedilado regime mais brando porque se o conseguiram foi porque preenchendo os necessaacuterios requisitos tinham direito a isto e deve-se torcer que se tenham tornado pessoas melhoresMas como natildeo se pode transformar o processo relativo ao habeas corpus num paralelo agravequele que flui no juiacutezo da execuccedilatildeo a fim de verificar se o paciente preenche os requisitos legais para lhe ser deferida a visita perioacutedica agrave famiacutelia concede-se parcialmente a ordem a fim de anular a decisatildeo de primeiro grau por falta de adequada fundamentaccedilatildeo

possibilitando a ediccedilatildeo de outra de acordo com as exigecircncias do ordenamento juriacutedico Unanimidade

200905901194 - HABEAS CORPUS CAPITAL - QUINTA CAMARA CRIMINAL - Unanime DES NILDSON ARAUJO DA CRUZ - Julg 22042009

Page 5: Ministério Público do Estado do Rio de JaneiroBOLETIM INFORMATIVO - Nº 07 - ANO I - AGOSTO 2009 Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro Marcelo Gomes Silva Promotor de

AGOSTO 2009 5

0608 - REUNIAtildeO CSI

A Coordenaccedilatildeo do 8ordm Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiccedila de Execuccedilatildeo Penal e a Coordenadoria de Seguranccedila e Inteligecircncia do Ministeacute-rio Puacuteblico juntamente com Promotores de Justiccedila da Execuccedilatildeo Penal Doutores Cristina Figueiredo de Castro do Rego Monteiro Flaacutevia Aacutebido Alves Gabriela Arauacutejo Teixeira Serra e Joseacute Eduardo Ciotola Gussem realizaram reuniatildeo no

dia 06 de agosto de 2009 para tratarem das fiscalizaccedilotildees do Ministeacuterio Puacuteblico aos estabelecimentos prisionais do Sis-tema Penitenciaacuterio

Durante a reuniatildeo foram relatados fatos ocorridos durante as fiscalizaccedilotildees de ro-tina ao Coordenador da Coordenadoria de Seguranccedila e Inteligecircncia Dr Paulo

Wunder sendo certo que em razatildeo do apresentado aleacutem de aprimorar as fis-calizaccedilotildees o Coordenador esclareceu que o transporte natildeo mais seraacute realizado pela Gerecircncia de Transportes mas pela proacutepria Coordenadoria de Seguranccedila e Inteligecircncia sendo os veiacuteculos conduzi-dos por agentes do Grupo de Apoio aos Promotores de Justiccedila

1108 - ldquo25 ANOS DA LEI DE EXECUCcedilAtildeO PENAL E O SISTEMA PENITEN-CIAacuteRIO BRASILEIROrdquo

Realizou-se no dia 11 de agosto de 2009 na Cacircmara dos Deputados o Seminaacuterio ldquo25 anos da Lei de Execuccedilatildeo Penal e o Sistema Penitenciaacuterio Brasileirordquo pro-movido pela Comissatildeo de Seguranccedila Puacuteblica e Combate ao Crime Organiza-do em conjunto com as Comissotildees de Direitos Humanos e Minorias e de Le-gislaccedilatildeo Participativa por iniciativa dos Deputados Alexandre Silveira (PPSMG) Domingos Dutra (PTMA) e Paulo Rubem Santiago (PDTPE)

O seminaacuterio teve como objetivo cele-brar a data da entrada em vigor da Lei de Execuccedilotildees Penais com a discussatildeo dos problemas do sistema penitenciaacuterio brasileiro

Na oportunidade os Deputados Domin-gos Dutra e Paulo Rubem Santiago res-saltaram o trabalho da CPI do Sistema Penitenciaacuterio e aduziram que a iniciati-va do evento tambeacutem era a de reforccedilar a necessidade de implementaccedilatildeo das mudanccedilas propostas pela referida Co-missatildeo

Palestraram no evento

bull Deputado Alexandre Silveira ndash Presi-dente da Comissatildeo de Seguranccedila Puacutebli-ca e Combate ao Crime Organizado

bull Deputado Luiz Couto ndash Presidente da Comissatildeo de Direitos Humanos e Mino-rias

bull Deputado Domingos Dutra ndash Autor do Requerimento

bull Deputado Paulo Rubem Santiago ndash Autor do Requerimento

bull Joseacute Carlos Cosenzo ndash Promotor de Justiccedila do Estado de Satildeo Paulo e Pre-sidente da Associaccedilatildeo Nacional dos Membros do Ministeacuterio Puacuteblico

bull Andreacute Luiz Machado de Castro ndash De-fensor Puacuteblico do Estado do Rio de Ja-neiro e Presidente da Associaccedilatildeo Nacio-nal dos Defensores Puacuteblicos

bull Alberto Zacarias Toron ndash Secretaacuterio-Geral Adjunto do Conselho Federal da OAB

bull Airton Aloiacutesio Michels ndash Diretor-Geral do Departamento Penitenciaacuterio Nacional

bull Acircngelo Roncalli de Ramos Barros ndash Secretaacuterio de Estado da Justiccedila do Es-piacuterito Santo

bull Ciacutecero Sarnei dos Santos ndash Presidente do Sindicato dos Agentes de Seguranccedila Penitenciaacuteria de Satildeo Paulo

bull Deacutebora Diniz ndash Pesquisadora da ANIS ndash Instituto de Bioeacutetica Direitos Humanos e Gecircnero

bull Faacutetima Rosa Naves de Oliveira ndash Co-ordenadora Geral de Qualificaccedilatildeo do Mi-nisteacuterio do Trabalho e Emprego

bull Carlos Joseacute Pinheiro Teixeira ndash Co-ordenador da Secretaria de Educaccedilatildeo Continuada Alfabetizaccedilatildeo e Diversidade ndash SECAD do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo

bull Carlos Roberto Gomes de Oliveira Paula ndash Juiz da 2ordf Vara da Comarca de BacabalMA

bull Padre Gunther Alois Zgubic ndash Coorde-nador Nacional de Pastoral CarceraacuteriaCNBB

ASSESSORES JURIacuteDICOS

As Promotorias de Justiccedila de Exe-cuccedilatildeo Penal comeccedilaram a receber os assessores juriacutedicos bachareacuteis em Direito que auxiliaratildeo e presta-ratildeo apoio juriacutedico aos oacutergatildeos que estaratildeo vinculados Jaacute foram nome-ados os assessores

bull Kleyton Simotildees Galvatildeo Lemos ndash

1ordf e 5ordf Promotorias de Justiccedila de

Execuccedilatildeo Penal

bull Marcela Gioseffi Silva - 2ordf 7ordf e 8ordf

bull Raphaela Nogueira Antonio - 3ordf

4ordf e 6ordf

bull Paola de Albuquerque Maranhatildeo

Rhenius ndash 9ordf e 12ordf

bull Natascha Casarenko - 10ordf e 11ordf

Promotorias de Justiccedila de Execu-

ccedilatildeo Penal

UNIDADES PRISIONAIS FISCALIZADAS NO MEcircS DE AGOSTO2009

Unidade Data Promotorias

Penitenciaacuteria Jonas Lopes de Carvalho 1208 2ordf e 3ordf

Casa do Albergado Crispim Ventino 2608 1ordf e 5ordf

AGOSTO 2009 6

QUADRO SEAP

Uma parceria entre as Secretarias de Estado de Administraccedilatildeo Penitenciaacute-ria (Seap) de Educaccedilatildeo de Trabalho e Renda de Assistecircncia Social e o Go-verno Federal resultou na implementa-ccedilatildeo do Programa Nacional de Inclusatildeo de Jovens o Projovem Urbano em duas unidades prisionais do Rio de Ja-

neiro o Presiacutedio Joatildeo Carlos da Silva e a Penitenciaacuteria Milton Dias Moreira em Japeri A aula inaugural aconteceu na segunda-feira (0307) em ambas as cadeias Aleacutem do Rio o Paraacute e o Acre tambeacutem adotaram a iniciativa

Cem internos de cada unidade entre 18 e 29 anos foram beneficiados pelo projeto Nenhum deles conseguiu con-cluir o Ensino Fundamental enquanto estava em liberdade Com o Projovem eles teratildeo a chance de elevar o niacutevel de escolaridade e obter uma qualificaccedilatildeo profissional que eacute uma das metas do Programa Nacional de Seguranccedila Puacute-

blica com Cidadania (Pronasci) para o Sistema Penitenciaacuterio

ndash Eles estatildeo recebendo uma oportu-nidade que ironicamente natildeo tiveram laacute fora Talvez natildeo recuperemos todos mas noacutes acreditamos na ressocializa-ccedilatildeo e aqueles que seguirem ateacute o fim certamente vatildeo voltar mudados agraves ruas e com mais chances de ingressar no mercado de trabalho ndash declarou o se-cretaacuterio de Administraccedilatildeo Penitenciaacute-ria Cesar Rubens Monteiro de Carva-lho

Durante a cerimocircnia de inauguraccedilatildeo o secretaacuterio Nacional da Juventude Beto Cury discursou para os internos sobre os objetivos do projeto

ndash O slogan do projeto eacute ldquoOportunidade e conhecimento para todosrdquo Com vo-cecircs natildeo seraacute diferente O Projovem se

PROJOVEM Eacute IMPLANTADO EM UNIDADES PRISIONAIS DE JAPERI

propotildee a dar a vocecircs qualificaccedilatildeo pro-fissional e educaccedilatildeo Ao longo desses periacuteodos de estudo vocecircs aprenderatildeo uma profissatildeo ndash afirmou Cury

Alunos receberam kit escolar com apos-tilas atlas reacuteguas e canetas

Tanto na Penitenciaacuteria Milton Dias Mo-reira quanto no Presiacutedio Joatildeo Carlos da Silva foi construiacutedo um espaccedilo to-talmente reservado agraves aulas Aleacutem das salas haacute um laboratoacuterio de informaacutetica equipado com computadores moder-nos Os 200 detentos tambeacutem recebe-ram um kit escolar contendo apostilas atlas reacuteguas e canetas

ndash Agora eacute a minha chance de mudar de vida Espero chegar laacute fora pronto para conseguir um trabalho Chegar na rua com a vida mudada ndash falou o interno Carlos Frederico Blasiyh aluno do Pro-jovem

Para Airton Michels diretor de Depar-tamento Penitenciaacuterio Nacional (Depen) a implantaccedilatildeo do Projovem nas cadeias levaraacute a educaccedilatildeo em Sistemas Peni-tenciaacuterios a um novo rumo

ndash Todos noacutes estamos participando de um momento histoacuterico Esse projeto tem todas as condiccedilotildees de dar certo porque foi previamente articulado e estudado Essa eacute a nossa tentativa de fazer com que os detentos possam ad-quirir conhecimento Eles perderam o direito da liberdade mas natildeo o de se-rem educados ndash concluiu

AGOSTO 2009 7

PROJETOS DE LEI

Altera os arts 41 66 e 68 da Lei nordm 7210 de 11 de julho de 1984 que ins-titui a Lei de Execuccedilatildeo Penal e acres-centa o art 319-B ao Decreto-lei nordm 2848 de 7 de dezembro de 1940 ndash Coacute-digo Penal a fim de assegurar a con-cessatildeo dos benefiacutecios da progressatildeo de regime da detraccedilatildeo da remiccedilatildeo e do livramento condicional e a imediata colocaccedilatildeo em liberdade do preso que haja cumprido integralmente a pena

O Congresso Nacional decreta

Art 1o Esta lei altera os arts 41 66 e 68 da Lei nordm 7210 de 11 de julho de 1984 que institui a Lei de Execuccedilatildeo Penal e acrescenta o art 319-B ao Decreto-lei nordm 2848 de 7 de dezembro de 1940 ndash Coacutedigo Penal a fim de assegurar a con-cessatildeo dos benefiacutecios da progressatildeo de regime da detraccedilatildeo da remiccedilatildeo e do livramento condicional e a imediata co-locaccedilatildeo em liberdade do preso que haja cumprido integralmente a pena

Art 2ordm Os arts 41 66 e 68 da Lei nordm 7210 de 11 de julho de 1984 passa a vigorar com as seguintes alteraccedilotildees

ldquoArt 41 helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip

XVII ndash direito subjetivo agrave concessatildeo dos benefiacutecios da progressatildeo de regime da detraccedilatildeo da remiccedilatildeo e do livramento condicionalsempre que devidamente preenchidos os requisitos legaisrdquo

ldquoArt 66

XI ndash conceder de ofiacutecio ou a requerimen-to de qualquer pessoaos benefiacutecios da progressatildeo de regime da detraccedilatildeo da remiccedilatildeoou da liberdade condicional sempre que verificar o preenchimentodos requisitos legais sob pena de res-ponsabilidadeadministrativa civil e pe-nal

XII ndash colocar imediatamente em liberda-de de ofiacutecio ou a requerimento de qual-quer pessoa o preso cuja pena haja sido

integralmente cumprida sob pena de responsabilidade administrativa civil e penalrdquo

ldquoArt 68II -

g) a concessatildeo dos benefiacutecios da pro-gressatildeo de regime da detraccedilatildeo da remi-ccedilatildeo ou da liberdade provisoacuteria sempre que verificar o preenchimento dos requi-sitos legais sob pena de responsabilida-de administrativa civil e penal

h) a imediata colocaccedilatildeo em liberdade do preso cuja pena haja sido integralmente cumprida sob pena de responsabilidade administrativa civil e penalrdquo

Art 3ordm O Decreto-lei nordm 2848 de 7 de dezembro de 1940 passa a vigorar acrescido do seguinte art 319-B

ldquoArt 319-B Deixar o juiz da execuccedilatildeo penal de conceder de ofiacutecio ou a requeri-mento de qualquer pessoa os benefiacutecios da progressatildeo de regime da detraccedilatildeo da remiccedilatildeo e do livramento condicional sempre que devidamente preenchidos os requisitos legais

Pena ndash reclusatildeo de 3 (dois) a 5 (cinco) anos e multa

Paraacutegrafo uacutenico Na mesma pena incor-re o membro do Ministeacuterio Puacuteblico que deixa de requerer a concessatildeo dos be-nefiacutecios previstos no caput sempre que verificar o preenchimento dos requisitos legaisrdquo

Art 4ordm Esta lei entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

JUSTIFICACcedilAtildeO

Segundo estimativas do DEPEN mais de 10 dos cerca de 420 mil presos inte-grantes do sistema prisional brasileiro jaacute cumpriram pena e ainda se encontram detidos ou tecircm direito aos benefiacutecios previstos na Lei de Execuccedilatildeo Penal que contudo deixam de ser concedidos em razatildeo da deficiente atuaccedilatildeo dos defen-sores juiacutezes e membros do Ministeacuterio Puacuteblico que atuam na execuccedilatildeo da pena

A primeira criacutetica a ser feita sobre a le-gislaccedilatildeo entatildeo em vigor eacute o fato de a Lei de Execuccedilatildeo Penal (LEP) simplesmente ignorar que os benefiacutecios da progressatildeo de regime da detraccedilatildeo da remiccedilatildeo e do livramento condicional satildeo de fato direi-tos subjetivos do preso cuja concessatildeo haacute de ser imediata e se dar de ofiacutecio pre-sentes todos os requisitos legais que os autorizem

Outro motivo apontado para o afoga-

mento do sistema eacute a falta de defensores puacuteblicos para atendimento agrave populaccedilatildeo carente grande maioria do sistema car-ceraacuterio brasileiro Na maioria das vezes esses profissionais se encontram sobre-carregados e lhes falta tempo para ana-lisar e peticionar em todos os processos onde existe a possibilidade real de con-cessatildeo de um benefiacutecio ou de colocaccedilatildeo do preso em liberdade

Assim sendo propotildee-se a inclusatildeo de inciso ao art 41 da LEP para caracteri-zar esses benefiacutecios como direito subje-tivo do preso bem como se estabelecer a desnecessidade de representaccedilatildeo por defensor para a apresentaccedilatildeo de requeri-mento para a sua concessatildeo

Porquanto a concessatildeo desses benefiacute-cios estaacute intimamente ligada ao direito de liberdade do preso assegurado consti-tucionalmente e tutelaacutevel inclusive pela via do habeas corpus afigura-se perfeita-mente possiacutevel que qualquer pessoa pos-sa comparecer em juiacutezo para requerecirc-los da mesma forma como qualquer pessoa pode impetrar habeas corpus consoante autoriza o art 654 do Coacutedigo de Processo Penal

Infelizmente tambeacutem se constata serem tiacutemidas as atuaccedilotildees do juiz da execuccedilatildeo penal e do Ministeacuterio Puacuteblico no sentido de tomar todas as providecircncias cabiacuteveis e necessaacuterias agrave colocaccedilatildeo do preso em liberdade ou agrave concessatildeo desses bene-fiacutecios mesmo porque a LEP nada dispotildee sobre o seu dever de agir nessas ocasi-otildees

A soluccedilatildeo pois estaacute na alteraccedilatildeo dos arts 66 e 68 da LEP de modo a se esta-belecer tais competecircncias

Por fim a inclusatildeo do art 319-B ao Coacutedi-go Penal tem por escopo criar modalida-de especiacutefica do crime de prevaricaccedilatildeo estabelecendo assim infraccedilatildeo penal para o juiz da execuccedilatildeo penal e para o mem-bro do Ministeacuterio Puacuteblico que deixarem de atuar para que os benefiacutecios mencio-nados sejam concedidos

Certo de que meus nobres pares reco-nheceratildeo a relevacircncia conveniecircncia ne-cessidade e oportunidade das alteraccedilotildees legais que se pretende implementar con-to com o seu apoio para a aprovaccedilatildeo des-te projeto de lei

Sala das Sessotildees em de de 2009

Deputado DR TALMIR

PROJETO DE LEI Nordm 5261 DE 2009

(Do Sr Dr Talmir)

AGOSTO 2009 8PROJETOS DE LEI

Proiacutebe a utilizaccedilatildeo das dependecircncias da Poliacutecia Civil para custodiar presos

Autora Deputada MARINA MAGGESSI

Relator Deputado FRANCISCO TENOacuteRIO

I ndash RELATOacuteRIO

Cuida-se de projeto de lei proposto pela ilustre Deputada Marina Maggessi cujo objetivo eacute vedar o uso das dependecircncias da Poliacutecia Civil para custodiar os presos condenados os submetidos agrave medida de seguranccedila os provisoacuterios e os egressos ainda que a prisatildeo se decirc em caraacuteter temporaacuterio

Para justificar a proposiccedilatildeo a nobre Deputada afirma que a Poliacutecia Civil vem sendo utilizada tambeacutem como estabelecimento carceraacuterio ainda que tal atribuiccedilatildeo esteja totalmente aleacutem de seu acircmbito de existecircncia e que natildeo tenha estrutura para responder a tal demanda

Propala a autora ainda que a Constituiccedilatildeo Federal no sect 4ordm do art 144 ensina que cabe agraves poliacutecias civis as funccedilotildees de poliacutecia judiciaacuteria e de apuraccedilatildeo de infraccedilotildees penais nada assentindo sobre as estranhas praacuteticas de servir de estabelecimento carceraacuterio e de custodiar presos como soacutei acontecer nas delegacias de muitos Estados do Brasil Essa praacutetica aliaacutes fere o princiacutepio da estrita legalidade constitucional segundo a nobre Deputada

Relata a Deputada tambeacutem que os policiais civis natildeo recebem treinamento para desempenhar a funccedilatildeo de custoacutedia de presos funccedilatildeo essa pertencente aos agentes penitenciaacuterios os quais foram treinados para exercecirc-la nos termos do que preceitua o art 82 da Lei nordm 72101984 (Lei de Execuccedilotildees Penais)

Pretende a autora corrigir esse desvio funcional para o que apresenta a proposiccedilatildeo ora relatada

O PL nordm 4051 de 2008 foi distribuiacutedo primeiramente agrave Comissatildeo de Seguranccedila Puacuteblica e Combate ao Crime Organizado ndash CSPCCO para cuja relatoria tive a honra de ser designado apresentando agora este Parecer

Nos termos do artigo 32 XVI f do Regimento Interno da Cacircmara dos Deputados cumpre a esta Comissatildeo pronunciar-se acerca do meacuterito da proposiccedilatildeo

PROJETO DE LEI Nordm 4051 DE 2008

O projeto tramita sob regime ordinaacuterio e estaacute sujeito agrave apreciaccedilatildeo conclusiva das comissotildees conforme artigo 24 II do Regimento Interno da Casa

Encerrado o prazo para recebimento de emendas estas natildeo foram apresentadas ao presente projeto de lei

Eacute o relatoacuterio

II - VOTO DO RELATOR

Cabe a este Oacutergatildeo Teacutecnico nos termos regimentais (art 32 inc XVI aliacutenea f) proceder agrave anaacutelise do Projeto de Lei nordm 405108

Assim em relaccedilatildeo agrave avaliaccedilatildeo do meacuterito entendo por oportuna a proposiccedilatildeo eis que intenta concretizar o dispositivo constitucional inserto no art 144 qual seja o de que ldquoa seguranccedila puacuteblica dever do Estado direito e responsabilidade de todos eacute exercida para a preservaccedilatildeo da ordem puacuteblica e da incolumidade das pessoas e do patrimocircnio atraveacutes da poliacutecia civilrdquo e bem assim das outras poliacutecias de que trata o referido artigo

A proposiccedilatildeo incorpora ainda a garantia fundamental insculpida no art 5ordm inciso XLVIII onde se lecirc que ldquoa pena seraacute cumprida em estabelecimentos distintos de acordo com a natureza do delito a idade e o sexo do apenadordquo Como se vecirc as delegacias de poliacutecias natildeo satildeo de fato os locais constitucionalmente designados para a custoacutedia de presos quaisquer que sejam eles

Acrescente-se que natildeo resta despiciendo ndash justamente por constar do rol dos Direitos e Garantias Fundamentais da Constituiccedilatildeo Federal ndash o inciso XLIX do art 5ordm o qual estabelece que ldquoeacute assegurado aos presos o respeito agrave integridade fiacutesica e moralrdquo Bem se vecirc que esses apenados alojados em compartimentos improvisados inadequados inseguros sem condiccedilotildees miacutenimas de habitabilidade nas delegacias de poliacutecia de todo o Brasil natildeo veem a concretizaccedilatildeo dessa garantia constitucional porquanto esses locais natildeo dispotildeem de estrutura fiacutesica adequada para custodiar presos

As delegacias de poliacutecia aliaacutes satildeo preacutedios administrativos cujas funccedilotildees preciacutepuas se inserem no acircmbito da investigaccedilatildeo policial da realizaccedilatildeo dos trabalhos de poliacutecia judiciaacuteria do atendimento ao cidadatildeo da elaboraccedilatildeo de termos circunstanciados e de outros procedimentos de sua competecircncia

Por essa razatildeo a construccedilatildeo desses preacutedios natildeo obedeceu logicamente aos rigorosos paracircmetros teacutecnicos designados

agraves construccedilotildees de estabelecimentos prisionais de seguranccedila os quais satildeo reforccedilados para impedir ou dificultar resgates conter fugas ou motins tatildeo comuns em meio agrave populaccedilatildeo carceraacuteria

Aleacutem disso as delegacias de poliacutecia estatildeo localizadas normalmente em aacutereas residenciais e satildeo frequentadas por cidadatildeos honestos que laacute vatildeo para registrar queixas de crimes dos quais satildeo viacutetimas Natildeo devem esses cidadatildeos portanto ficar expostos agrave periculosidade dos apenados que laacute se encontram De igual modo natildeo podem os policiais civis que laacute trabalham correrem riscos de vida em funccedilatildeo da fraacutegil seguranccedila oferecida por essas delegacias diante do grau de perigo que os presos lhes oferecem

Por fim a despeito do oportuno tema apresentado na proposta da nobre Deputada e bem assim da qualidade de suas justificativas vislumbro um pequeno reparo em seu PL para que em um 4ordm paraacutegrafo conste que o preso deveraacute ficar custodiado na delegacia o tempo necessaacuterio para a lavratura do auto de prisatildeo em flagrante e da assinatura da nota de culpa pelo delegado de poliacutecia Assim apoacutes a entrega da referida nota de culpa ao preso este seraacute imediatamente transferido para o sistema prisional

Dessa forma por acreditar que a proposiccedilatildeo em anaacutelise constituiraacute aprimoramento do ordenamento juriacutedico paacutetrio manifesto-me pela APROVACcedilAtildeO do PL nordm 4051 de 2008 com a Emenda apresentada em anexo

Sala da Comissatildeo de julho de 2009

Deputado FRANCISCO TENOacuteRIORelator

PROJETO DE LEI Nordm 4051 DE 2008

EMENDA DE RELATOR ADITIVA Nordm 2009

Acrescente-se ao artigo 1ordm do projeto o seguinte paraacutegrafoArt 1ordm sect4ordm O preso deveraacute ficar custodiado na delegacia ateacute a lavratura do auto de prisatildeo em flagrante e a assinatura da nota de culpa pela autoridade policial Apoacutes a entrega da referida nota de culpa ao preso este seraacute imediatamente transferido para o sistema prisional

Sala da Comissatildeo em de julho de 2009

Deputado FRANCISCO TENOacuteRIO Relator

AGOSTO 2009 9

LUacuteCIA Julgamento 11032008 Oacutergatildeo Julgador Primeira Turma Public 04-04-2008)

DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL HABEAS CORPUS CRIME DE TRAacuteFICO DE ENTORPECENTE PRETENSAtildeO DE SUBSTITUICcedilAtildeO DA PENA CORPORAL (ART 44 CP) IMPOSSIBILIDADE LEI 1134306 E INTERPRETACcedilAtildeO AUTEcircNTICA PROGRESSAtildeO DE REGIME NOS TERMOS DA LEI 1146407 CONCESSAtildeO PARCIAL DA ORDEM 1 Trata-se de habeas corpus impetrado contra ato do Superior Tribunal de Justiccedila que no julgamento de writ anteriormente aforado perante aquela Corte denegou a ordem Observa que o julgado do STJ no habeas corpus impetrado considerou a incompatibilidade da substituiccedilatildeo da pena corporal em relaccedilatildeo aos crimes hediondos e a eles equiparados o que contraria o disposto no art 44 do Coacutedigo Penal natildeo havendo qualquer restriccedilatildeo ou proibiccedilatildeo na Lei ndeg 807290 Requer a concessatildeo da ordem para o fim de ser reconhecido o direito agrave progressatildeo do regime de cumprimento da pena bem como seja autorizada a substituiccedilatildeo da pena corporal por penas restritivas de direito 2 A questatildeo de direito debatida neste writ envolve a possibilidade (ou natildeo) de incidecircncia do art 44 do Coacutedigo Penal agraves hipoacuteteses relacionadas aos crimes hediondos e a eles equiparados como eacute o caso do crime de traacutefico iliacutecito de substacircncia entorpecente (Lei ndeg 636876 art 12 Lei ndeg 1134306 art 33) 3 A norma contida no art 44 caput da Lei ndeg 1134306 ao expressar estabelecer a proibiccedilatildeo da conversatildeo apenas explicita regra que era impliacutecita no sistema juriacutedico brasileiro quanto agrave incompatibilidade do regime legal de tratamento em mateacuteria de crimes hediondos e a eles equiparados com o regime pertinente aos outros crimes 4 Recordo que a Lei ndeg 971498 ao modificar a redaccedilatildeo do art 44 do Coacutedigo Penal e assim ampliar os casos de substituiccedilatildeo da pena corporal por penas restritivas de direitos obviamente natildeo incidiu no acircmbito do tratamento legislativo referente aos crimes hediondos e a eles equiparados inclusive em razatildeo da redaccedilatildeo original contida no art 2deg sect 1deg da Lei ndeg 807290 que expressamente contemplava o regime integralmente fechado para cumprimento da pena corporal 5 Considero natildeo haver aplicaccedilatildeo retroativa da regra contida no art 44 caput da Lei ndeg 1134306 ao presente caso eis que o sistema juriacutedico anterior ao seu advento jaacute natildeo permitia a substituiccedilatildeo da pena corporal por pena restritiva de

STF

EMENTA HABEAS CORPUS COMUTACcedilAtildeO CRIME HEDIONDO IMPOSSIBILIDADE ORDEM DENEGADA A natureza dos crimes natildeo contemplados pelo decreto presidencial que concede o benefiacutecio de indulto e comutaccedilatildeo de pena deve ser aferida agrave eacutepoca da ediccedilatildeo do respectivo ato normativo pouco importando a data em que tais delitos foram praticados Precedentes (RE 274265 rel min Neacuteri da Silveira DJ de 19102001 p 49 e HC 74429 rel min Sydney Sanches DJ 21031997 p 8507) Ademais a comutaccedilatildeo nada mais eacute do que uma espeacutecie de indulto parcial (em que haacute apenas a reduccedilatildeo da pena) Daiacute por que a vedaccedilatildeo agrave concessatildeo de indulto em favor daqueles que praticaram crime hediondo - prevista no art 2ordm I da lei 80721990 - abrange tambeacutem a comutaccedilatildeo Ordem denegada (STF HC 94679 SP Relator(a) Min JOAQUIM BARBOSA Oacutergatildeo Julgador Segunda Turma Julgamento 18112008 Publicaccedilatildeo DJ 19122008PP-01188)

EMENTA HABEAS CORPUS DECRETO N 529504 COMUTACcedilAtildeO DE PENA CONDENADO QUE ESTAacute EM LIVRAMENTO CONDICIONAL POSSIBILIDADE ORDEM CONCEDIDA 1 Decreto n 529504 natildeo impediu a comutaccedilatildeo de pena aos condenados que estatildeo em livramento condicional 2 Ordem concedida (STF HC94654 RS Relator(a) Min CAacuteRMEN LUacuteCIA Julgamento 19082008 Oacutergatildeo Julgador Primeira Turma Public 03-10-2008)

EMENTA HABEAS CORPUS PROCESSUAL PENAL PACIENTE CONDENADO POR CRIME POSTERIOR AO INIacuteCIO DO CUMPRIMENTO DE PENAS JAacute UNIFICADAS ALEGACcedilAtildeO DE OFENSA AgraveS REGRAS DE UNIFICACcedilAtildeO DAS PENAS NAtildeO-OCORREcircNCIA INEXISTEcircNCIA DE VIacuteCIO NO PROCESSO DE EXECUCcedilAtildeO PENAL POR DEFICIEcircNCIA NO CAacuteLCULO DAS PENAS O LIMITE DE TRINTA ANOS PREVISTO NO ART 75 DO COacuteDIGO PENAL NAtildeO DEVE SER OBSERVADO SE O REacuteU PRATICA NOVOS DELITOS E SOFRE NOVAS CONDENACcedilOtildeES PRECEDENTES HABEAS CORPUS INDEFERIDO (STF HC 93202 SP Relator(a) Min CAacuteRMEN

direito em relaccedilatildeo aos crimes hediondos e a eles equiparados 6 Impossibilidade de substituiccedilatildeo da pena privativa de liberdade por penas restritivas de direito mesmo no periacuteodo anterior ao advento da Lei ndeg 1134306 e consequentemente natildeo haacute constrangimento ilegal no ato do Superior Tribunal de Justiccedila que denegou habeas corpus exatamente neste mesmo sentido 7 A redaccedilatildeo original do art 2ordm sect 1ordm da Lei nordm 807290 natildeo estava eivada de inconstitucionalidade natildeo malferindo os incisos XLVI e XLVII do art 5ordm da Constituiccedilatildeo Federal Os princiacutepios da individualizaccedilatildeo e da humanidade da pena natildeo foram violados com a regra legal acima mencionada 8 Todos os benefiacutecios legais inerentes agrave execuccedilatildeo da pena e evidentemente compatiacuteveis com o regime fechado prosseguiam sendo aplicaacuteveis aos condenados por crime hediondo ou a ele equiparado de modo a estimular sua recuperaccedilatildeo e ressocializaccedilatildeo 9 Com a nova redaccedilatildeo do sect 1ordm e a introduccedilatildeo do sect 2ordm ambos do art 2ordm da Lei de Crimes Hediondos deveratildeo ser cumpridos os requisitos e condiccedilotildees impostas mesmo em relaccedilatildeo agraves pessoas que praticaram condutas criminosas em eacutepoca anterior agrave nova ordem juriacutedica instaurada sobre o tema Do contraacuterio haveria claro descumprimento do comando constitucional contido no art 5ordm XLIII natildeo cumprindo o papel axioloacutegico e a proacutepria razatildeo de ser da Lei nordm 807290 a saber tratar de modo mais rigoroso as hipoacuteteses relacionadas aos crimes hediondos e a eles equiparados 10 Concessatildeo parcial da ordem com revogaccedilatildeo da liminar (STF HC 89976 RJ Relator(a) Min ELLEN GRACIE Julgamento 26032009 Oacutergatildeo Julgador Tribunal Pleno Public 24-04-2009)

DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL RECURSO ORDINAacuteRIO EM HABEAS CORPUS PROGRESSAtildeO DE REGIME PRISIONAL FATO ANTERIOR Agrave LEI 1146407 PRECEDENTES DESTA CORTE PROVIMENTO PARCIAL 1 A questatildeo de direito versada nestes autos diz respeito agrave possibilidade (ou natildeo) de progressatildeo do regime de cumprimento da pena corporal imposta no periacuteodo de vigecircncia da redaccedilatildeo originaacuteria do art 2ordm sect 1ordm da Lei nordm 807290 2 O julgamento do Supremo Tribunal Federal em processos subjetivos relacionados ao caso concreto natildeo alterou a vigecircncia da regra contida no art 2ordm sect 1ordm da Lei nordm 807290 (na sua redaccedilatildeo original) 3 Houve necessidade da ediccedilatildeo da Lei nordm 1164607 para que

JURISPRUDEcircNCIAS

AGOSTO 2009 10

nordm 807290 4 Houve necessidade da ediccedilatildeo da Lei nordm 1164607 para que houvesse a alteraccedilatildeo da redaccedilatildeo do dispositivo legal Contudo levando em conta que - considerada a orientaccedilatildeo que passou a existir nesta Corte agrave luz do precedente no HC 82959SP - o sistema juriacutedico anterior agrave ediccedilatildeo da lei de 2007 era mais beneacutefico ao condenado em mateacuteria de requisito temporal (16 da pena) comparativamente ao sistema implantado pela Lei ndeg 1164607 (25 ou 35 dependendo do caso) deve ser concedida em parte a ordem para que haja o exame do pedido de progressatildeo do regime prisional do paciente levando em conta o requisito temporal de 16 da pena fixada 5 Habeas corpus concedido por considerar possiacutevel a progressatildeo do regime prisional desde que atendido o requisito temporal de cumprimento de 16 da pena cabendo ao juiz da execuccedilatildeo da pena apreciar o pedido de progressatildeo inclusive quanto agrave presenccedila dos demais requisitos considerado o fator temporal acima indicado (STF HC92477 SP Relator(a) Min ELLEN GRACIE Julgamento 21102008 Oacutergatildeo Julgador Segunda Turma Public 07-11-2008)

PENA - REGIME DE CUMPRIMENTO - PROGRESSAtildeO - RAZAtildeO DE SER A progressatildeo no regime de cumprimento da pena nas espeacutecies fechado semi-aberto e aberto tem como razatildeo maior a ressocializaccedilatildeo do preso que mais dia ou menos dia voltaraacute ao conviacutevio social PENA - CRIMES HEDIONDOS - REGIME DE CUMPRIMENTO - PROGRESSAtildeO - OacuteBICE - ARTIGO 2ordm sect 1ordm DA LEI Nordm 807290 - INCONSTITUCIONALIDADE - EVOLUCcedilAtildeO JURISPRUDENCIAL Conflita com a garantia da individualizaccedilatildeo da pena - artigo 5ordm inciso XLVI da Constituiccedilatildeo Federal - a imposiccedilatildeo mediante norma do cumprimento da pena em regime integralmente fechado Nova inteligecircncia do princiacutepio da individualizaccedilatildeo da pena em evoluccedilatildeo jurisprudencial assentada a inconstitucionalidade do artigo 2ordm sect 1ordm da Lei nordm 807290 CONFLITO DE LEIS NO TEMPO - LEI N ordm 114642007 - AFASTAMENTO A legislaccedilatildeo de regecircncia eacute a vigente na data em que praticado o crime natildeo se podendo cogitar de retroaccedilatildeo prejudicial ao paciente (STF HC91618 SP Relator(a) Min MARCO AUREacuteLIO Julgamento 19082008 Oacutergatildeo Julgador Primeira Turma Public 31-10-2008)

DIREITO PROCESSUAL PENAL RECURSO EXTRAORDINAacuteRIO DESCLASSIFICACcedilAtildeO DE CRIME DE LATROCIacuteNIO PARA HOMICIacuteDIO QUESTAtildeO INFRACONSTITUCIONAL NAtildeO CONHECIMENTO CRIME HEDIONDO REGIME INICIALMENTE

FECHADO LEI 1146407 RECURSO PARCIALMENTE CONHECIDO E NESSA PARTE PARCIALMENTE PROVIDO 1 Duas satildeo as questotildees tratadas no recurso extraordinaacuterio interposto a) a suposta violaccedilatildeo agrave norma constitucional que prevecirc a competecircncia do tribunal do juacuteri para os crimes dolosos contra a vida eis que natildeo seria crime de latrociacutenio mas sim de homiciacutedio b) a possiacutevel infringecircncia aos princiacutepios constitucionais da individualizaccedilatildeo e humanizaccedilatildeo da pena devido agrave imposiccedilatildeo do regime integralmente fechado em relaccedilatildeo agrave pena privativa de liberdade estabelecida em desfavor do recorrente 2 A respeito da primeira questatildeo o tema natildeo foi objeto de prequestionamento junto ao Tribunal de Justiccedila Ademais a pretensatildeo recursal relacionada agrave possiacutevel desclassificaccedilatildeo do crime de latrociacutenio para homiciacutedio envolveria o revolvimento de substrato faacutetico-probatoacuterio o que natildeo se revela possiacutevel em sede de recurso extraordinaacuterio 3 A respeito da segunda questatildeo ventilada no recurso extraordinaacuterio houve claro enfrentamento da vedaccedilatildeo da progressatildeo do regime de cumprimento da pena privativa de liberdade e a esse respeito o recurso merece ser conhecido 4 Era perfeitamente compatiacutevel com a Constituiccedilatildeo Federal a vedaccedilatildeo da progressatildeo do regime de cumprimento da pena quando da condenaccedilatildeo por praacutetica de crime hediondo ou a ele equiparado Daiacute a consideraccedilatildeo de que o tema referente ao regime de cumprimento da pena corporal ser apenas um dos aspectos relativos agrave execuccedilatildeo penal perfeitamente adequado agrave realidade dos crimes reputados mais danosos agrave sociedade em postura normativa perfeitamente coerente com a finalidade retributiva da pena 5 Sobreveio a Lei nordm 1146407 que alterou a redaccedilatildeo do art 2ordm sect 1ordm da Lei nordm 807290 ao prever que a pena por crime hediondo ou a ele equiparado seraacute cumprida em regime inicialmente fechado Diante da nova redaccedilatildeo deveratildeo ser cumpridos os requisitos e condiccedilotildees impostas mesmo em relaccedilatildeo agraves pessoas que praticaram condutas criminosas em eacutepoca anterior agrave nova ordem juriacutedica instaurada sobre o tema 6 Recurso extraordinaacuterio parcialmente conhecido e nesta parte parcialmente provido estabelecendo que o regime de cumprimento da pena seraacute o inicialmente fechado admitindo-se a progressatildeo do regime prisional desde que atendidos os requisitos do art 2ordm sectsect 1ordm e 2ordm da Lei nordm 807290 na redaccedilatildeo que lhe foi dada pela Lei nordm 1146407 (STF RE 552545 MG Relator(a) Min ELLEN GRACIE Julgamento 14102008 Oacutergatildeo Julgador Segunda Turma Public 21-11-2008)

houvesse a alteraccedilatildeo da redaccedilatildeo do dispositivo legal Contudo levando em conta que - considerada a orientaccedilatildeo que passou a existir nesta Corte agrave luz do precedente no HC 82959SP - o sistema juriacutedico anterior agrave ediccedilatildeo da lei de 2007 era mais beneacutefico ao condenado em mateacuteria de requisito temporal (16 da pena) comparativamente ao sistema implantado pela Lei ndeg 1164607 (25 ou 35 dependendo do caso) deve ser concedida em parte a ordem para que haja o exame do pedido de progressatildeo do regime prisional do paciente levando em conta o requisito temporal de 16 da pena fixada 4 No mesmo sentido HC 94025SP rel Min Menezes Direito 1ordf Turma DJ 03062008 Neste uacuteltimo julgado ficou expressamente consignado que ldquorelativamente aos crimes hediondos cometidos antes da vigecircncia da Lei nordm 1146407 a progressatildeo de regime carceraacuterio deve observar o requisito temporal previsto nos artigos 33 do Coacutedigo Penal e 112 da Lei de Execuccedilotildees Penais aplicando-se portanto a lei mais beneacuteficardquo O art 2deg sect 1deg da Lei ndeg 807290 (na sua redaccedilatildeo original) natildeo pode ser utilizado como paracircmetro de comparaccedilatildeo com a Lei ndeg 1146407 diante da sua declaraccedilatildeo de inconstitucionalidade ainda que no exerciacutecio do controle concreto no julgamento do HC ndeg 82959SP (rel Min Marco Aureacutelio) 5 Recurso ordinaacuterio em habeas corpus parcialmente provido e assim concedeu-se a ordem para considerar possiacutevel a progressatildeo do regime prisional desde que atendido o requisito temporal de cumprimento de 16 da pena cabendo ao juiz da execuccedilatildeo da pena apreciar o pedido de progressatildeo inclusive quanto agrave presenccedila dos demais requisitos considerado o fator temporal acima indicado (STF RHC 91300 DF Relator(a) Min ELLEN GRACIE Julgamento 05032009 Oacutergatildeo Julgador Tribunal Pleno Public 03-04-2009)

DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL HABEAS CORPUS REGIME PRISIONAL CRIME HEDIONDO DATA ANTERIOR Agrave LEI 1146407 SISTEMA JURIacuteDICO MAIS BENEacuteFICO CONCESSAtildeO DA ORDEM 1 A questatildeo de direito versada nestes autos diz respeito agrave possibilidade (ou natildeo) de progressatildeo do regime de cumprimento da pena corporal imposta no periacuteodo de vigecircncia da redaccedilatildeo originaacuteria do art 2ordm sect 1ordm da Lei nordm 807290 2 O tema relativo ao regime de cumprimento da pena que envolve mateacuteria relativa agrave execuccedilatildeo recebe consideraccedilotildees distintas quanto agrave natureza de seu enquadramento no sistema juriacutedico brasileiro 3 O julgamento do Supremo Tribunal Federal em processos subjetivos relacionados ao caso concreto natildeo alterou a vigecircncia da regra contida no art 2ordm sect 1ordm da Lei

JURISPRUDEcircNCIAS

AGOSTO 2009 11JURISPRUDEcircNCIAS

STJ

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL ROUBO CIRCUNSTANCIADO PENA DE 5 ANOS E 6 MESES DE RECLUSAtildeO PROGRESSAtildeO PARA O REGIME SEMI-ABERTO DEFERIDA PELO JUIZ DA VEC E CASSADA PELO TRIBUNAL A QUO AUSEcircNCIA DE MANIFESTACcedilAtildeO PREacuteVIA DO MP MATEacuteRIA NAtildeO ARGUumlIDA EM AGRAVO DE EXECUCcedilAtildeO REFORMATIO IN PEJUS SUacuteMULA 160STF DISPENSA DE EXAME CRIMINOLOacuteGICO POSSIBILIDADE PARECER DO MPF PELA DENEGACcedilAtildeO DO WRIT ORDEM CONCEDIDA POREacuteM PARA RESTABELECER A DECISAtildeO DE PRIMEIRO GRAU 1 O ato praticado fora dos ditames legais deve ser considerado nulo inclusive de ofiacutecio salvo quando tratar-se de nulidade natildeo arguumlida pela acusaccedilatildeo mas cujo reconhecimento poderaacute prejudicar a defesa por forccedila do princiacutepio da non reformatio in pejus esse eacute inclusive o teor da Suacutemula 160 do Pretoacuterio Excelso segundo a qual eacute nula a decisatildeo do Tribunal que acolhe contra o reacuteu nulidade natildeo arguumlida no recurso da acusaccedilatildeo ressalvados os casos de recurso de ofiacutecio 2 Natildeo obstante o recurso ministerial ter se restringido a alegaccedilatildeo da imprescindibilidade da realizaccedilatildeo de exame criminoloacutegico e parecer da Comissatildeo Teacutecnica de Classificaccedilatildeo para avaliar o requisito subjetivo exigido para fins de progressatildeo de regime o Tribunal a quo deu-lhe provimento em razatildeo da ausecircncia de preacutevia oitiva do Ministeacuterio Puacuteblico antes do deferimento da medida traduzindo verdadeira reformatio in pejus 3 Natildeo deve ser declarada nulidade quando natildeo resultar prejuiacutezo comprovado para a parte que a alega Isso porque o processo natildeo eacute um fim em si mesmo merecendo aproveitamento todos os atos que atingiram a sua finalidade e permitiram o exerciacutecio da ampla defesa e do contraditoacuterio 4 A nova redaccedilatildeo dada pela Lei 1079203 ao art 112 da LEP tornou prescindiacutevel a realizaccedilatildeo de exames periciais antes exigidos para a concessatildeo da progressatildeo de regime prisional cabendo ao Juiacutezo da Execuccedilatildeo a ponderaccedilatildeo casuiacutestica sobre a necessidade ou natildeo de adoccedilatildeo de tais medidas 5 Ordem concedida para restabelecer a decisatildeo de primeiro grau que havia deferido ao paciente o benefiacutecio da progressatildeo para o regime semi-aberto em que pese o parecer ministerial (STJ HC 90793 SP HABEAS CORPUS 20070220061-9 Relator(a) Ministro NAPOLEAtildeO NUNES MAIA FILHO Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 11122008 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 16022009)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL INDULTO DECRETO 562005 PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS NAtildeO-OCORREcircNCIA PATOLOGIAS ROL TAXATIVO CONSTRANGIMENTO ILEGAL NAtildeO-CONFIGURADO ORDEM DENEGADA 1 O Decreto 562005 autoriza o indulto ao condenado ldquoparapleacutegico tetrapleacutegico ou portador de cegueira total desde que tais condiccedilotildees natildeo sejam anteriores agrave praacutetica do ato e comprovadas por laudo meacutedico oficial ou na falta deste por dois meacutedicos designados pelo Juiacutezo da Execuccedilatildeordquo (art 1ordm VI a) 2 O benefiacutecio do indulto espeacutecie da clementia principis eacute de interpretaccedilatildeo restrita devendo ser concedido apenas quando estritamente preenchidos os requisitos expressos na norma regulamentadora 3 Na hipoacutetese em apreccedilo o Juiacutezo singular indeferiu o benefiacutecio sob o argumento de que o paciente natildeo preenche os requisitos estabelecidos no Decreto 562005 uma vez que natildeo eacute portador de cegueira total 4 Para se acolher a pretensatildeo aduzida pelo impetrante necessaacuterio seria extrapolar os limites do texto normativo cuja interpretaccedilatildeo cabe ao magistrado na medida em que impotildee a ampliaccedilatildeo do rol de patologiasconsequumlecircncias taxativamente estabelecido no decreto cuja elaboraccedilatildeo eacute da competecircncia discricionaacuteria e exclusiva do Presidente da Repuacuteblica a teor do art 84 XII da Constituiccedilatildeo Federal 5 Ordem denegada (STJ HC 93841 SP HABEAS CORPUS 20070259072-6 Relator(a) Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 09122008 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 02022009)

HABEAS CORPUS HOMICIacuteDIOS E ROUBOS QUALIFICADOS PACIENTE CONDENADO A 63 ANOS 11 MESES E 26 DIAS DELITOS COMETIDOS ANTERIORMENTE Agrave LEI DE CRIMES HEDIONDOS INDULTO COMUTACcedilAtildeO DE PENAS INADMISSIBILIDADE PRECEDENTES DO STJ ORDEM DENEGADA 1 Na esteira de firme jurisprudecircncia desta Corte Superior satildeo insuscetiacuteveis de indulto os crimes hediondos ainda que tenham sido cometidos antes da ediccedilatildeo da Lei 807290 tendo em vista que a natureza do crime deve ser aferida ao tempo da entrada em vigor da norma instituidora do benefiacutecio 2 Opina o MPF pela denegaccedilatildeo da ordem 3 Ordem denegada (STJ HC 88522 SP HABEAS CORPUS 20070185250-1 Relator(a) Ministro NAPOLEAtildeO NUNES MAIA FILHO Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 07102008 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 03112008)

PROCESSUAL PENAL HABEAS CORPUS INDULTO NATALINO DECRETO

Nordm 59932006 TESE NAtildeO APRESENTADA Agrave AUTORIDADE COATORA SUPRESSAtildeO DE INSTAcircNCIA DECRETO Nordm 562005 INDULTO NATALINO EXAME CRIMINOLOacuteGICO DESNECESSIDADE I - Tendo em vista que a alegaccedilatildeo de que estatildeo preenchidos os requisitos do indulto natalino com base no Decreto nordm 59932006 sequer foi suscitada perante a autoridade apontada como coatora fica esta Corte impedida de examinar tal alegaccedilatildeo sob pena de supressatildeo de instacircncia (Precedentes) II - Natildeo constando do Decreto nordm 56202005 a exigecircncia de realizaccedilatildeo de exame criminoloacutegico eacute vedado ao e Tribunal a quo condicionar a concessatildeo do indulto natalino agrave preacutevia realizaccedilatildeo do referido exame para afericcedilatildeo do meacuterito do sentenciado por absoluta falta de previsatildeo legal Writ parcialmente conhecido e nesta parte concedido (STJ HC 89686 RS HABEAS CORPUS 20070205954-0 Relator(a) Ministro FELIX FISCHER Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 15042008 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 30062008)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL DECRETO Nordm 44952002 HOMICIacuteDIO QUALIFICADO COMETIDO ANTERIORMENTE Agrave LEI Nordm 893094 CRIME HEDIONDO INDULTO INCABIMENTO 1 Eacute incabiacutevel a concessatildeo de indulto aos crimes hediondos na letra dos artigos 2ordm inciso I da Lei nordm 807290 e 5ordm inciso XLIII da Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica 2 Os crimes elencados como hediondos precisamente porque possuem nomen juris e natureza proacutepria por oacutebvio restam excluiacutedos da benesse estatal ainda quando cometidos antes da ediccedilatildeo da lei dos crimes hediondos que nesta categoria os compreendeu exclusivamente para fins investigatoacuterios processuais e de regime de cumprimento de pena 3 Ordem denegada (STJ HC 68877 SP HABEAS CORPUS 20060233951-6 Relator(a) Ministro HAMILTON CARVALHIDO Oacutergatildeo Julgador SEXTA TURMA Data do Julgamento 27052008 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 12082008)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL HOMICIacuteDIO QUALIFICADO PRATICADO ANTES DA EDICcedilAtildeO DA LEI 807290 COMUTACcedilAtildeO DE PENAS DECRETO 562005 POSSIBILIDADE EXAME CRIMINOLOacuteGICO PARA AFERIR O MERECIMENTO DO APENADO REQUISITO NAtildeO ESTABELECIDO NO REFERIDO DECRETO CONSTRANGIMENTO ILEGAL CARACTERIZADO ORDEM CONCEDIDA 1 Na anaacutelise do pedido de comutaccedilatildeo natildeo eacute permitido ao magistrado extrapolar os limites de interpretaccedilatildeo do decreto impondo requisito natildeo estabelecido no

AGOSTO 2009 12JURISPRUDEcircNCIAS

texto normativo cuja elaboraccedilatildeo eacute da competecircncia discricionaacuteria e exclusiva do Presidente da Repuacuteblica a teor do art 84 XII da Constituiccedilatildeo Federal 2 O art 8ordm do Decreto 562004 eacute claro ao excluir o benefiacutecio da comutaccedilatildeo apenas aos que tenham cometido o delito hediondo apoacutes a ediccedilatildeo da Lei 807290 sendo portanto descabido o indeferimento do pleito do paciente com fundamento na hediondez do delito o qual foi praticado em 11290 3 O Decreto 562005 autoriza a comutaccedilatildeo de 15 da pena imposta ao condenado reincidente que tenha cumprido 13 da pena e natildeo tenha sofrido sanccedilatildeo disciplinar por falta grave praticada nos uacuteltimos 12 meses do cumprimento da pena apurada na forma do art 59 e seguintes da Lei de Execuccedilotildees Penais contados retroativamente a partir da publicaccedilatildeo do referido decreto Dessa forma para a concessatildeo do benefiacutecio natildeo se exige a realizaccedilatildeo de exame criminoloacutegico a fim de aferir a presenccedila de requisitos subjetivos 4 Ordem concedida para anulando a decisatildeo singular e o acoacuterdatildeo assegurar ao paciente o direito de comutaccedilatildeo de sua pena nos termos do Decreto 562005 (STJ HC 100020 SP HABEAS CORPUS 20080027425-9 Relator(a) Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 28052008 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 04082008)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL PACIENTE CONDENADO PELA PRAacuteTICA DE ROUBO CIRCUNSTANCIADO RECEPTACcedilAtildeO QUALIFICADA E FURTOS (SIMPLES E QUALIFICADO) PENA DE 13 ANOS 7 MESES E 26 DIAS DE RECLUSAtildeO COMUTACcedilAtildeO DA PENA DEFERIDA PELO JUIZ DA VEC COM BASE NO DECRETO 562005 E CASSADA PELO TRIBUNAL A QUO COMETIMENTO DE FALTA GRAVE EM 230606 INTERRUPCcedilAtildeO DO PRAZO PARA A CONCESSAtildeO DO BENEFIacuteCIO AUSEcircNCIA DE CONSTRANGIMENTO ILEGAL IRRELEVAcircNCIA DA AFERICcedilAtildeO DE REQUISITO SUBJETIVO PARECER MINISTERIAL PELA CONCESSAtildeO DA ORDEM ORDEM DENEGADA 1 A interpretaccedilatildeo conjunta dos arts 112 118 I e 127 da LEP e do art 2o do Decreto 562005 permite a exegese de que a praacutetica de falta grave acarreta o reiniacutecio da contagem do periacuteodo de 13 da pena faltante para a obtenccedilatildeo da comutaccedilatildeo da pena Precedente da 5a Turma do STJ HC 80103SP de minha relatoria DJU 061008 2 Independentemente da discussatildeo a respeito de qualquer requisito de ordem subjetiva o paciente natildeo soma a seu favor o tempo de cumprimento de pena necessaacuterio agrave obtenccedilatildeo do benefiacutecio 3 Parecer do MPF pela concessatildeo da ordem 4 Ordem denegada (STJ HC 93996 SP HABEAS CORPUS 20070261591-5 Relator(a)

Ministro NAPOLEAtildeO NUNES MAIA FILHO Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 10022009 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 27042009)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL PACIENTE CONDENADO PELA PRAacuteTICA DE ROUBO E ROUBO CIRCUNSTANCIADO PENA DE 7 ANOS 6 MESES E 20 DIAS DE RECLUSAtildeO COMUTACcedilAtildeO DA PENA DEFERIDA PELO JUIZ DA VEC COM BASE NO DECRETO 529504 E CASSADA PELO TRIBUNAL A QUO COMETIMENTO DE FALTA GRAVE EM 291102 CONSISTENTE NA FUGA DO ESTABELECIMENTO PRISIONAL INTERRUPCcedilAtildeO DO PRAZO PARA A CONCESSAtildeO DO BENEFIacuteCIO AUSEcircNCIA DE CONSTRANGIMENTO ILEGAL ORDEM DENEGADA1 A jurisprudecircncia dessa Corte entende que ofende o princiacutepio da legalidade a decisatildeo que determina a interrupccedilatildeo do prazo para a aquisiccedilatildeo da benesse do Decreto 5295 em razatildeo do cometimento de falta de natureza grave uma vez que acaba por criar requisito objetivo natildeo previsto em lei 2 Creio que do ponto de vista positivo normativo rigorosamente literal esse posicionamento eacute incensuraacutevel entretanto ao meu sentir a interpretaccedilatildeo conjunta dos arts 112 118 I e 127 da LEP e do art 2o do Decreto 529504 permite a exegese de que a praacutetica de falta grave acarreta o reiniacutecio da contagem do periacuteodo de 13 da pena faltante para a obtenccedilatildeo da comutaccedilatildeo da pena 3 Parecer do MPF pela concessatildeo da ordem 4 Ordem denegada (STJ HC 80103 SP - Relator(a) Ministro NAPOLEAtildeO NUNES MAIA FILHO - Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA - Data do Julgamento 28082008 - Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 06102008)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL CORTE A QUO QUE MANTEVE A DECISAtildeO DE PRIMEIRO GRAU INDEFERITOacuteRIA DO BENEFIacuteCIO DA COMUTACcedilAtildeO DA PENA CONSTRANGIMENTO ILEGAL EVIDENCIADO PELA AUSEcircNCIA DE ANAacuteLISE NO ARESTO HOSTILIZADO DO PREENCHIMENTO (OU NAtildeO) DOS REQUISITOS PREVISTOS NO DECRETO 529504 PELO PACIENTE LIVRAMENTO CONDICIONAL IGUALMENTE INDEFERIDO COMETIMENTO DE FALTA GRAVE IMPOSSIBILIDADE DE INTERRUPCcedilAtildeO DO PRAZO PARA A CONCESSAtildeO DO BENEFIacuteCIO POR AUSEcircNCIA DE PREVISAtildeO LEGAL CONSTRANGIMENTO ILEGAL CONFIGURADO PRECEDENTES PARECER DO MPF PELA CONCESSAtildeO DA ORDEM ORDEM CONCEDIDA PARA QUE O TRIBUNAL A QUO ANALISE AS CONDICcedilOtildeES PARA A CONCESSAtildeO DA COMUTACcedilAtildeO DA PENA DO PACIENTE LEVANDO-SE EM CONSIDERACcedilAtildeO

SOMENTE OS REQUISITOS PREVISTOS NO DECRETO 529504 BEM COMO PARA QUE APRECIE O PEDIDO DE LIVRAMENTO CONDICIONAL SUPERADO O OacuteBICE RELATIVO Agrave INTERRUPCcedilAtildeO DO PRAZO PARA A CONCESSAtildeO DO BENEFIacuteCIO CONSIDERANDO A FRACcedilAtildeO DA PENA EVENTUALMENTE COMUTADA 1 O Decreto 529504 exige para fins de obtenccedilatildeo do benefiacutecio da comutaccedilatildeo das penas que o condenado preencha dois requisitos quais sejam cumprir um quarto da sanccedilatildeo se primaacuterio ou um terccedilo se reincidente ateacute a data de 25 de dezembro de 2004 bem como natildeo ter cometido falta grave nos uacuteltimos doze meses de cumprimento da pena 2 In casu o acoacuterdatildeo impugnado sequer fez menccedilatildeo ao implemento (ou natildeo) dos requisitos previstos no art 2o cc o art 4o do Decreto 529504 cingindo-se as razotildees para a manutenccedilatildeo do indeferimento do benefiacutecio agrave impossibilidade de anaacutelise do cumprimento das condiccedilotildees objetivas e subjetivas para a concessatildeo do pleiteado benefiacutecio em sede de Habeas Corpus e agraves diversas condenaccedilotildees que ostenta o paciente 3 A verificaccedilatildeo das condiccedilotildees para a concessatildeo da comutaccedilatildeo todavia eacute plenamente factiacutevel em Habeas Corpus por natildeo exigir ampla incursatildeo probatoacuteria De outra parte o indeferimento da benesse com supedacircneo na existecircncia de diversas condenaccedilotildees em desfavor do paciente viola o princiacutepio da legalidade por constituir exigecircncia de requisitos estranhos aos previstos no decreto 529504 Precedentes 4 O art 83 I do CPB exige para fins de obtenccedilatildeo do benefiacutecio do livramento condicional o cumprimento de mais de um terccedilo da pena total imposta ao sentenciado Assim ofende o princiacutepio da legalidade a decisatildeo que determina a interrupccedilatildeo do prazo para a aquisiccedilatildeo da referida benesse uma vez que acaba por criar requisito objetivo natildeo previsto em lei 5 Parecer do MPF pela concessatildeo do writ 6 Ordem concedida para que o Tribunal a quo analise as condiccedilotildees para a concessatildeo da comutaccedilatildeo da pena do paciente levando-se em consideraccedilatildeo somente os requisitos previstos no Decreto 529504 bem como para que aprecie o pedido de livramento condicional superado o oacutebice relativo agrave interrupccedilatildeo do prazo para a concessatildeo do benefiacutecio considerando a fraccedilatildeo da pena eventualmente comutada (STJ HC 114222 SP HABEAS CORPUS 20080187375-9 Relator(a) Ministro NAPOLEAtildeO NUNES MAIA FILHO Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 29042009 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 01062009)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL FALTA GRAVE INTERRUPCcedilAtildeO NA CONTAGEM DO LAPSO TEMPORAL PARA A CONCESSAtildeO DE BENEFIacuteCIO DE PROGRESSAtildeO DE REGIME

AGOSTO 2009 13JURISPRUDEcircNCIAS

PRISIONAL ENTENDIMENTO DO TRIBUNAL A QUO EM CONSONAcircNCIA COM A JURISPRUDEcircNCIA DESTA CORTE LIVRAMENTO CONDICIONAL E COMUTACcedilAtildeO DAS PENAS INTERRUPCcedilAtildeO DO PRAZO PARA OBTENCcedilAtildeO DO BENEFIacuteCIO PELO CONDENADO ILEGALIDADE AUSEcircNCIA DE PREVISAtildeO LEGAL PRECEDENTES INAPLICABILIDADE DO EFEITO INTERRUPTIVO QUANTO AO LIVRAMENTO CONDICIONAL E Agrave COMUTACcedilAtildeO RECONHECIDA PELO TRIBUNAL DE ORIGEM FALTA DE INTERESSE PROCESSUAL CONSTRANGIMENTO ILEGAL NAtildeO EVIDENCIADO 1 O cometimento de falta grave embora interrompa o prazo para a obtenccedilatildeo dos benefiacutecios da progressatildeo de regime natildeo o faz para fins de concessatildeo dos benefiacutecios do livramento condicional e da comutaccedilatildeo da pena por ausecircncia de previsatildeo legal Precedentes 2 Nos termos do acoacuterdatildeo hostilizado verifica-se que o efeito interruptivo somente foi reconhecido relativamente agrave progressatildeo de regime ficando ressalvada a sua inaplicabilidade com relaccedilatildeo ao livramento condicional e agrave comutaccedilatildeo evidenciado nesse particular a falta de interesse processual na medida em que natildeo evidenciado nos autos qualquer constrangimento ilegal contra o Paciente inexistindo pois ato coator por parte do Tribunal quanto ao pleitos de comutaccedilatildeo e de livramento condicional 3 Habeas corpus parcialmente conhecido e nessa parte denegado (STJ HC 121513 SP HABEAS CORPUS 20080258389-0 Relator(a) Ministra LAURITA VAZ Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 27042009 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 25052009)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL PEDIDO DE COMUTACcedilAtildeO DA PENA INDEFERIDO PELO JUIZ DA VEC E PELO TRIBUNAL A QUO PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS OBJETIVOS E SUBJETIVOS EXIGIDOS PELO DECRETO 529504 COMETIMENTO DE FALTA GRAVE EM 08032003 INTERRUPCcedilAtildeO DO PRAZO PARA A CONCESSAtildeO DO BENEFIacuteCIO IMPOSSIBILIDADE AUSEcircNCIA DE PREVISAtildeO LEGAL CONSTRANGIMENTO ILEGAL CONFIGURADO PRECEDENTES PARECER DO MPF PELA CONCESSAtildeO DA ORDEM ORDEM CONCEDIDA PARA DEFERIR AO PACIENTE O DIREITO Agrave COMUTACcedilAtildeO DA PENA 1 O Decreto 529504 exige para fins de obtenccedilatildeo do benefiacutecio da comutaccedilatildeo das penas que o condenado reincidente preencha dois requisitos quais sejam 1) cumprimento de 14 da sanccedilatildeo se primaacuterio e 13 se reincidente ateacute a data de 25 de dezembro de 2004 2) natildeo cometimento de falta grave nos uacuteltimos doze meses de cumprimento da pena contados retroativamente agrave

publicaccedilatildeo do referido Decreto 2 Ofende o princiacutepio da legalidade a decisatildeo que determina a interrupccedilatildeo do prazo para aquisiccedilatildeo da referida benesse uma vez que acaba por criar requisito objetivo natildeo previsto em lei Precedentes do STJ 3 Parecer do MPF pela concessatildeo do writ 4 Ordem concedida (STJ HC 113513 SP HABEAS CORPUS 20080180026-0 Relator(a) Ministro NAPOLEAtildeO NUNES MAIA FILHO Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 16042009 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 25052009)

HABEAS CORPUS PACIENTE CUMPRIDO PENA TOTAL DE 55 ANOS 4 MESES E 10 DIAS DE RECLUSAtildeO POR DIVERSAS INFRACcedilOtildeES AO ART 157 sect 2o I E II DO CPB FUNDAMENTACcedilAtildeO COM ARRIMO NO PARECER MINISTERIAL AUSEcircNCIA DE NULIDADE LIVRAMENTO CONDICIONAL REVOGACcedilAtildeO CONDENACcedilAtildeO IRRECORRIacuteVEL POR CRIME COMETIDO DURANTE O PERIacuteODO DE PROVA PLEITO DE COMUTACcedilAtildeO DE PENA (DECRETO PRESIDENCIAL 562005) DESCONSIDERACcedilAtildeO DO PERIacuteODO EM QUE O PACIENTE ESTAVA EM LIBERDADE NOVO CAacuteLCULO DA PENA COM INCIDEcircNCIA DO ART 88 DO CPB POSSIBILIDADE PRECEDENTE DESTA CORTE SUPERIOR ORDEM DENEGADA 1 Inserir na fundamentaccedilatildeo trecho do parecer da Procuradoria-Geral de Justiccedila natildeo provoca a nulidade da decisatildeo 2 Vem entendendo esta Corte Superior pela ausecircncia de ilegalidade quanto agrave desconsideraccedilatildeo do tempo em livramento condicional para fins de comutaccedilatildeo de pena tendo havido a revogaccedilatildeo do benefiacutecio em razatildeo de condenaccedilatildeo irrecorriacutevel por crime cometido durante o periacuteodo de prova 3 Revogado o benefiacutecio do livramento condicional antes de expirado o periacuteodo de prova e apoacutes o tracircnsito em julgado da uacuteltima condenaccedilatildeo natildeo haacute falar em ilegalidade da decisatildeo que determinou a realizaccedilatildeo de novo caacutelculo da pena na forma do art 88 do Coacutedigo Penal (HC 43337RJ Rel Min ARNALDO ESTEVES LIMA DJU 020506) 4 Opina o MPF pela concessatildeo parcial da ordem 5 Ordem denegada (STJ HC 85187 RJ HABEAS CORPUS 20070140768-6 Relator(a) Ministro NAPOLEAtildeO NUNES MAIA FILHO Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 16102008 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 24112008)

TJRJ

AGRAVO EXECUCcedilAtildeO PENAL Comutaccedilatildeo de pena Decreto Presidencial nordm 599306 Cumprimento do requisito objetivo - lapso temporal de um ano a

contar da publicaccedilatildeo do Decreto sem falta grave Para fins de concessatildeo de comutaccedilatildeo ou indulto deve ser analisado o comportamento do sentenciado durante todo periacuteodo de caacutercere ou de prova Indeferimento do pleito por ausecircncia do requisito subjetivo Se o apenado obteve o benefiacutecio de visita perioacutedica ao lar em setembro de 2006 e no mecircs de janeiro de 2007 deixou de retornar agrave Unidade natildeo pode ter deferido seu pedido de comutaccedilatildeo com base no Decreto Presidencial expedido no ano de 2006 Se o apenado encontra-se na situaccedilatildeo de evadido do Sistema natildeo eacute razoaacutevel admitir que ostente direito de obter novo benefiacutecio Repercussatildeo da conduta em toda a execuccedilatildeo de pena Recurso a que se nega provimento (TJRJ - AGRAVO DE EXECUCAO PENAL 200907600144 DES MARCO AURELIO BELLIZZE - Julgamento 29042009 - PRIMEIRA CAMARA CRIMINAL)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL LEI 721084 PEDIDO DE COMUTACcedilAtildeO DE PENA COM BASE NO DECRETO PRESIDENCIAL Nordm 449502 CUMPRIMENTO DO REQUISITO OBJETIVO AUSEcircNCIA DE MEacuteRITO CARCERAacuteRIO EM RAZAtildeO DE COMETIMENTO DE CRIMES DURANTE O PERIacuteODO DE PROVA DO LIVRAMENTO CONDICIONAL REPERCUSSAtildeO DAS CONDUTAS NO PEDIDO DE COMUTACcedilAtildeO CONSTRANGIMENTO ILEGAL INEXISTENTE DENEGACcedilAtildeO DA ORDEM(TJRJ HABEAS CORPUS 200805908014 JDS DES MARIA ANGELICA GUEDES - Julgamento 13012009 - TERCEIRA CAMARA CRIMINAL)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL DECISAtildeO JUDICIAL DENEGATOacuteRIA DO INDULTO FUNDAMENTADA NO FATO DE QUE O DEFERIMENTO DE INDULTO OU COMUTACcedilAtildeO DEPENDE DE CUMPRIMENTO DE REQUISITO SUBJETIVO QUE DEVE SER AVALIADO DURANTE TODA A EXECUCcedilAtildeO DA PENA IMPUGNACcedilAtildeO PELA VIA DE HABEAS CORPUS SEM NOTIacuteCIA DE INTERPOSICcedilAtildeO DE AGRAVO ADMISSIBILIDADE DA ACcedilAtildeO CONSTITUCIONAL HAJA VISTA A MANIFESTA ILEGALIDADE DA DECISAtildeO COM INTERFEREcircNCIA DIRETA NO DIREITO DE LIBERDADE DO PACIENTE DECRETO DE INDULTOCOMUTACcedilAtildeO QUE DEFINE AS CONDICcedilOtildeES DE DEFERIMENTO DOS DIREITOS A QUE ALUDE E NAtildeO OFERECE MARGEM A TEMPERAMENTO JUDICIAL PRINCIacutePIO DE ESTRITA LEGALIDADE CRIACcedilAtildeO JUDICIAL DE CONDICcedilAtildeO PARA DEFERIMENTO DE INDULTOCOMUTACcedilAtildeO QUE VIOLA O PRINCIacutePIO CONSTITUCIONAL DA SEPARACcedilAtildeO DOS PODERES E ATENTA CONTRA

AGOSTO 2009 14JURISPRUDEcircNCIAS

O PRINCIacutePIO CONSTITUCIONAL DA RESERVA LEGAL EM MATEacuteRIA DE SANCcedilAtildeO PENAL CASO CONCRETO REGULADO PELO DECRETO Nordm 5993 DE 19 DE DEZEMBRO DE 2006 QUE ESTABELECE QUE OS CONDENADOS QUE NAtildeO TENHAM SIDO PUNIDOS POR FALTA GRAVE NOS UacuteLTIMOS DOZE MESES DE CUMPRIMENTO DE PENA TERAtildeO DIREITO AO INDULTO OU Agrave COMUTACcedilAtildeO CONTADO O RESPECTIVO PRAZO RETROATIVAMENTE Agrave DATA DE PUBLICACcedilAtildeO DO DECRETO HABEAS CORPUS NAtildeO INSTRUIacuteDO DE SORTE A DEFINIR O TEMPO DE CONDENACcedilAtildeO E DEMAIS CIRCUNSTAcircNCIAS PARA AFERICcedilAtildeO DO DIREITO AO INDULTO OU COMUTACcedilAtildeO CONSTRANGIMENTO CONFIGURADO DECISAtildeO LIMITADA Agrave DECLARACcedilAtildeO DA NULIDADE DO PRONUNCIAMENTO JUDICIAL QUE OPOcircS AO INDULTOCOMUTACcedilAtildeO AS FALTAS GRAVES COMETIDAS ANTES E DEPOIS DO PERIacuteODO AQUISITIVO DO DIREITO NOVA DECISAtildeO QUE DEVERAacute SER PROFERIDA PELO JUIZ DA EXECUCcedilAtildeO COM EXPRESSA DESCONSIDERACcedilAtildeO DO OacuteBICE DECLARADO ILEGAL Decisatildeo que indeferiu o indulto sob o fundamento de que haveria requisito subjetivo para o deferimento deste indulto e que tal requisito deveria ser avaliado durante a execuccedilatildeo da pena A rigor o habeas corpus natildeo constitui instrumento adequado para o exame direto do pleito de indulto por causa da previsatildeo de recurso proacuteprio Patente a ilegalidade todavia cabe habeas corpus para fazer cessar o constrangimento ilegal Decreto de indulto que natildeo estipula requisitos de ordem subjetiva para a admissatildeo do referido direito Ato do Presidente da Repuacuteblica que natildeo pode ser alterado pelo juiz sob pena de violaccedilatildeo do princiacutepio da separaccedilatildeo dos Poderes Exigecircncia normativa conformada agrave condenaccedilatildeo primariedade ou reincidecircncia situaccedilotildees especiacuteficas descritas no decreto tempo de cumprimento de pena e inexistecircncia de falta grave nos doze uacuteltimos meses da execuccedilatildeo a contar da publicaccedilatildeo do Decreto Impossibilidade de o juiz invadir a competecircncia do Chefe do Executivo e definir outros requisitos aleacutem dos previstos no Decreto Violaccedilatildeo tambeacutem do princiacutepio da reserva legal definido no artigo 5ordm inciso XXXIX da Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica que veda ao julgador agravar a sanccedilatildeo ainda que em acircmbito de execuccedilatildeo valendo-se de requisitos que natildeo estatildeo previstos em lei Caso concreto que elege faltas graves anterior e posterior ao periacuteodo aquisitivo do direito (28 de novembro de 2005 e 01 de novembro de 2007) como fundamento para indeferir pedido de indulto de pena Instruccedilatildeo todavia insuficiente deste habeas corpus de sorte a determinar a incidecircncia de indulto ou comutaccedilatildeo e

mesmo do tempo total de condenaccedilatildeo Necessidade de nova avaliaccedilatildeo do caso pelo juiz natural com expressa exclusatildeo do ldquorequisitordquo indevidamente considerado para obstar o deferimento do direito ao condenado ORDEM CONCEDIDA (TJRJ - HABEAS CORPUS - 200805906809 - DES GERALDO PRADO - Julgamento 13112008 - QUINTA CAMARA CRIMINAL)

EMENTA - INDULTO CONDICIONAL - COMETIMENTO DE NOVO CRIME NO PERIacuteODO DA CONDICcedilAtildeO - CONDENACcedilAtildeO TRANSITADA EM JULGADO - INCIDENTE DE REVOGACcedilAtildeO DO INDULTO TRAMITANDO REGULARMENTE CONSIDERADA A DATA DO TRAcircNSITO EM JULGADO DO NOVO CRIME - NECESSIDADE DE ELABORACcedilAtildeO DE NOVO CAacuteLCULO DE PENA PARA SE ESTABELECER O REGIME PRISIONAL - AUSEcircNCIA DE CONSTRANGIMENTO ILEGAL Se o paciente deu causa a revogaccedilatildeo do indulto condicional que lhe foi deferido pois cometeu novo crime no periacuteodo da condiccedilatildeo cuja sentenccedila condenatoacuteria jaacute transitou em julgado e estando em tramitaccedilatildeo regular o incidente de execuccedilatildeo visando estabelecer o regime prisional ao qual ficaraacute submetido para o cumprimento da pena unificada inocorre o alegado constrangimento ilegalOrdem denegada (TJRJ HABEAS CORPUS 200805906725 DES VALMIR DE OLIVEIRA SILVA - Julgamento 11112008 - TERCEIRA CAMARA CRIMINAL)

RECURSO DE AGRAVO - REVOGACcedilAtildeO DO LIVRAMENTO CONDICIONAL SEM OITIVA DO APENADO - POSSIBILIDADE - ARTIGO 87 DO CP - COMUTACcedilAtildeO DE frac14 DA PENA NECESSIDADE DE APRECIACcedilAtildeO QUANTO AOS REQUISITOS OBJETIVOS E SUBJETIVOS - DESPROVIMENTO DO RECURSO UNAcircNIME(TJRJ AGRAVO DE EXECUCAO PENAL 200807600839 DES ELIZABETH GREGORY - Julgamento 07102008 - SETIMA CAMARA CRIMINAL)

EMENTA RECURSO DE AGRAVO EM EXECUCcedilAtildeO DECRETO Nordm 59932006 - AGRAVANTE CONDENADO PELA PRAacuteTICA DE VAacuteRIOS CRIMES GRAVES INCLUINDO O DE TRAacuteFICO ILIacuteCITO DE ENTORPECENTES QUE REQUER A COMUTACcedilAtildeO PREVISTA NO DECRETO Nordm 59932006 IMPOSSIBILIDADE - O ART 8ordm I DO DECRETO Nordm 59932006 VEDA EXPRESSAMENTE A CONCESSAtildeO DO BENEFIacuteCIO AgraveQUELES QUE COMETERAM O CRIME DE TRAacuteFICO ILIacuteCITO DE ENTORPECENTES INDEPENDENTE DE QUANDO ESTE FORA COMETIDO - RECURSO A QUE SE NEGA PROVIMENTO (TJRJ AGRAVO

DE EXECUCAO PENAL 200807600859 DES ANTONIO JOSE CARVALHO - Julgamento 23092008 - SEGUNDA CAMARA CRIMINAL)

200807700052 - CORREICAO PARCIAL - 1ordf EmentaDES KATIA JANGUTTA - Julgamento 17022009 - SEGUNDA CAMARA CRIMINAL

Correiccedilatildeo parcial Indeferimento do pedido de esclarecimentos da Folha de Antecedentes Criminais do ora reclamado que visava agrave anaacutelise pelo Parquet da possibilidade de concessatildeo de benefiacutecios tais como a unificaccedilatildeo das penas privativas de liberdade e suas consequumlecircnciasCom efeito o poder requisitoacuterio do Ministeacuterio Puacuteblico estaacute regulado em lei e embora o artigo 47 do Coacutedigo de Processo Penal lhe atribua legitimidade para requisitar diretamente a quaisquer autoridades ou funcionaacuterios documentos ou elementos de convicccedilatildeo que julgue necessaacuterios o artigo 399 daquele estatuto processual conferiu-lhe o direito subjetivo de requerer ao juiz as diligecircncias que julgar convenientes in casu o que achou imprescindiacutevel ao exame dos requisitos relativos aos benefiacutecios contidos na Lei de Execuccedilotildees Penais Eacute preciso ter em conta que a diligecircncia pleiteada pelo Parquet natildeo dizia apenas com a requisiccedilatildeo da FAC mas com informaccedilotildees e esclarecimentos referentes agraves anotaccedilotildees nela contidas a serem fornecidas por outros Juiacutezos que efetivamente soacute a concederiam mediante solicitaccedilatildeo de outra autoridade judiciaacuteria Correiccedilatildeo provida

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL COMUTACcedilAtildeO DE PENA VIA INIDOcircNEA TAL BENEFIacuteCIO DEVE SER PROCESSADO OBSERVANDO-SE QUANTO Agrave EVENTUAL EXISTEcircNCIA DE FALTA GRAVE OS 12 UacuteLTIMOS MESES DE CUMPRIMENTO DA PENA A CONTAR DA DATA DA PUBLICACcedilAtildeO DO DECRETO Nordm 562005 LIVRAMENTO CONDICIONAL NAtildeO COMPARECIMENTO DO LIBERADO REVOGACcedilAtildeO DO BENEFIacuteCIO PORQUE DESCUMPRIDAS AS CONDICcedilOtildeES AgraveS QUAIS O MESMO FICA SUBORDINADO AUSEcircNCIA DE OITIVA PREacuteVIA A REVOGACcedilAtildeO DO BENEFIacuteCIO SEJA OBRIGATOacuteRIA OU FACULTATIVA TANTO PODE SER DECRETADA PELO JUIZ DE OFIacuteCIO COMO A REQUERIMENTO DO MINISTEacuteRIO PUacuteBLICO MEDIANTE REPRESENTACcedilAtildeO DO CONSELHO PENITENCIAacuteRIO DEVENDO ANTES SER OUVIDO O APENADO A SUSPENSAtildeO CAUTELAR Eacute MEDIDA APTA A IMPEDIR QUE O AGENTE DETERMINE POR VONTADE PROacutePRIA A DATA FINAL DE PRESTACcedilAtildeO DE CONTAS AO ESTADO PELO CRIME COMETIDO CONVOLACcedilAtildeO

AGOSTO 2009 15JURISPRUDEcircNCIAS

DA REVOGACcedilAtildeO DO LIVRAMENTO CONDICIONAL EM SUSPENSAtildeO CAUTELAR PARA DETERMINAR EXPEDICcedilAtildeO DE DILIGEcircNCIAS NO JUIacuteZO A QUO INCLUSIVE COM A MANUTENCcedilAtildeO DO MANDADO DE PRISAtildeO COMO FORMA DE OBJETIVAR A OITIVA DO PACIENTE FORAGIDO ORDEM PARCIALMENTE CONCEDIDA (TJRJ HABEAS CORPUS 200805903921 DES ADILSON VIEIRA MACABU - Julgamento 05082008 - SEGUNDA CAMARA CRIMINAL)

EMENTAacuteRIO DE JURISPRUDEcircNCIA CRIMINAL Nordm 172009

COMISSAtildeO DE JURISPRUDEcircNCIA Presidente DES CHERUBIN HELCIAS SCHWARTZ Organizaccedilatildeo Serviccedilo de Publicaccedilatildeo de Jurisprudecircncia (DGCON-SEJUR) da Divisatildeo de Gestatildeo de Acervos Jurisprudenciais (DGCON-DIJUR) - dijurtjrjgovbr Rua Erasmo Braga nordm 115 - Lamina I - 6ordm andar - Sala 635

bull Ementa nordm 8 - LIVRAMENTO CONDICIONAL REINCIDENCIA

bull Ementa nordm 15 - VISITA A FAMILIA INDEFERIMENTO

Ementa nordm 8

LIVRAMENTO CONDICIONAL REINCIDENCIA INICIO DA CONTAGEM DO PRAZO DATA DA CONCESSAO DO LIVRAMENTO

DIREITO CONSTITUCIONAL PENAL E PROCESSUAL PENALO apenado postulou a concessatildeo do benefiacutecio da comutaccedilatildeo da pena e do livramento condicional vindo o MP de opor-se a tal pretensatildeo ao argumento de que o apenado seria reincidenteO MM Dr Juiz da execuccedilatildeo negando razatildeo ao MP deferiu o postulado pelo apenado com fincas no inciso I do art 64 do CPEmbora o magistrado natildeo tenha explicitado as razotildees pelas quais ele entendia contrariamente agrave tese do MP que o apenado natildeo seria reincidente a essa motivaccedilatildeo chega-se facilmente atraveacutes da interpretaccedilatildeo da parte final do inciso I do art 64 do CPO livramento condicional como o proacuteprio nome diz traduz concessatildeo de liberdade sob condiccedilatildeo suspensiva e tanto assim o eacute que o art 89 do CP fala em ldquodeclarar extinta a penardquoVencido o periacuteodo de prova sem que o apenado torne a delinquir a contagem do prazo para fins de reincidecircncia haacute que ser feita com base na data em que foi concedido o livramento e natildeo do seu teacuterminoSe o apenado obteve

o livramento em 29 de marccedilo de 2000 e vem de praticar novo crime em 27 de maio de 2005 pela regra do inciso I do art 64 do CP ele natildeo pode ser considerado reincidente O fato de o juiz que condenou o Agravado tecirc-lo tido como reincidente natildeo impede o desprovimento do recurso do MP na medida em que isso natildeo constou como causa de pedir interna no recurso do MPRECURSO CONHECIDO MAS DESPROVIDO

200807601074 - RECURSO DE AGRAVO (LEI 721084) CAPITAL - SETIMA CAMARA CRIMINAL - Por maioria DES MAURILIO PASSOS BRAGA - Julg 24032009

Ementa nordm 15

VISITA A FAMILIA INDEFERIMENTO AUSENCIA DE FUNDAMENTOS ADEQUADOS ANULACAO DA DECISAO ORDEM CONCEDIDA PARCIALMENTE

HABEAS CORPUS CRIME HEDIONDO INDEFERIMENTO DO PLEITO DE VISITA PERIOacuteDICA Agrave FAMIacuteLIA AUSEcircNCIA DE FUNDAMENTOS ADEQUADOS ORDEM PARCIALMENTE CONCEDIDA PARA ANULAR A DECISAtildeO UNANIMIDADETendo em vista seus propoacutesitos a execuccedilatildeo da pena privativa de liberdade natildeo pode ser tratada como se fosse outro processo de conhecimento condenatoacuterio E assim como natildeo se permite que na aplicaccedilatildeo das penas as respectivas bases sejam fixadas com fundamentos geneacutericos e inerentes ao proacuteprio tipo tambeacutem natildeo se admite que na execuccedilatildeo se recuse ao condenado algum benefiacutecio ou direito com fundamentos geneacutericos de conveniecircncia e ligados agrave gravidade proacutepria do crime Eacute que a realidade agora eacute outra e decorre do comportamento e das condiccedilotildees pessoais do condenado evidenciados durante a execuccedilatildeo de sua pena Afinal de contas a execuccedilatildeo eacute uma extensatildeo do princiacutepio da individualizaccedilatildeo das penas que natildeo se esgota portanto com a sua fixaccedilatildeoAleacutem disso natildeo se pode nem se deve lamentar que inuacutemeros condenados pela praacutetica de crime hediondo tenham alcanccedilado regime mais brando porque se o conseguiram foi porque preenchendo os necessaacuterios requisitos tinham direito a isto e deve-se torcer que se tenham tornado pessoas melhoresMas como natildeo se pode transformar o processo relativo ao habeas corpus num paralelo agravequele que flui no juiacutezo da execuccedilatildeo a fim de verificar se o paciente preenche os requisitos legais para lhe ser deferida a visita perioacutedica agrave famiacutelia concede-se parcialmente a ordem a fim de anular a decisatildeo de primeiro grau por falta de adequada fundamentaccedilatildeo

possibilitando a ediccedilatildeo de outra de acordo com as exigecircncias do ordenamento juriacutedico Unanimidade

200905901194 - HABEAS CORPUS CAPITAL - QUINTA CAMARA CRIMINAL - Unanime DES NILDSON ARAUJO DA CRUZ - Julg 22042009

Page 6: Ministério Público do Estado do Rio de JaneiroBOLETIM INFORMATIVO - Nº 07 - ANO I - AGOSTO 2009 Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro Marcelo Gomes Silva Promotor de

AGOSTO 2009 6

QUADRO SEAP

Uma parceria entre as Secretarias de Estado de Administraccedilatildeo Penitenciaacute-ria (Seap) de Educaccedilatildeo de Trabalho e Renda de Assistecircncia Social e o Go-verno Federal resultou na implementa-ccedilatildeo do Programa Nacional de Inclusatildeo de Jovens o Projovem Urbano em duas unidades prisionais do Rio de Ja-

neiro o Presiacutedio Joatildeo Carlos da Silva e a Penitenciaacuteria Milton Dias Moreira em Japeri A aula inaugural aconteceu na segunda-feira (0307) em ambas as cadeias Aleacutem do Rio o Paraacute e o Acre tambeacutem adotaram a iniciativa

Cem internos de cada unidade entre 18 e 29 anos foram beneficiados pelo projeto Nenhum deles conseguiu con-cluir o Ensino Fundamental enquanto estava em liberdade Com o Projovem eles teratildeo a chance de elevar o niacutevel de escolaridade e obter uma qualificaccedilatildeo profissional que eacute uma das metas do Programa Nacional de Seguranccedila Puacute-

blica com Cidadania (Pronasci) para o Sistema Penitenciaacuterio

ndash Eles estatildeo recebendo uma oportu-nidade que ironicamente natildeo tiveram laacute fora Talvez natildeo recuperemos todos mas noacutes acreditamos na ressocializa-ccedilatildeo e aqueles que seguirem ateacute o fim certamente vatildeo voltar mudados agraves ruas e com mais chances de ingressar no mercado de trabalho ndash declarou o se-cretaacuterio de Administraccedilatildeo Penitenciaacute-ria Cesar Rubens Monteiro de Carva-lho

Durante a cerimocircnia de inauguraccedilatildeo o secretaacuterio Nacional da Juventude Beto Cury discursou para os internos sobre os objetivos do projeto

ndash O slogan do projeto eacute ldquoOportunidade e conhecimento para todosrdquo Com vo-cecircs natildeo seraacute diferente O Projovem se

PROJOVEM Eacute IMPLANTADO EM UNIDADES PRISIONAIS DE JAPERI

propotildee a dar a vocecircs qualificaccedilatildeo pro-fissional e educaccedilatildeo Ao longo desses periacuteodos de estudo vocecircs aprenderatildeo uma profissatildeo ndash afirmou Cury

Alunos receberam kit escolar com apos-tilas atlas reacuteguas e canetas

Tanto na Penitenciaacuteria Milton Dias Mo-reira quanto no Presiacutedio Joatildeo Carlos da Silva foi construiacutedo um espaccedilo to-talmente reservado agraves aulas Aleacutem das salas haacute um laboratoacuterio de informaacutetica equipado com computadores moder-nos Os 200 detentos tambeacutem recebe-ram um kit escolar contendo apostilas atlas reacuteguas e canetas

ndash Agora eacute a minha chance de mudar de vida Espero chegar laacute fora pronto para conseguir um trabalho Chegar na rua com a vida mudada ndash falou o interno Carlos Frederico Blasiyh aluno do Pro-jovem

Para Airton Michels diretor de Depar-tamento Penitenciaacuterio Nacional (Depen) a implantaccedilatildeo do Projovem nas cadeias levaraacute a educaccedilatildeo em Sistemas Peni-tenciaacuterios a um novo rumo

ndash Todos noacutes estamos participando de um momento histoacuterico Esse projeto tem todas as condiccedilotildees de dar certo porque foi previamente articulado e estudado Essa eacute a nossa tentativa de fazer com que os detentos possam ad-quirir conhecimento Eles perderam o direito da liberdade mas natildeo o de se-rem educados ndash concluiu

AGOSTO 2009 7

PROJETOS DE LEI

Altera os arts 41 66 e 68 da Lei nordm 7210 de 11 de julho de 1984 que ins-titui a Lei de Execuccedilatildeo Penal e acres-centa o art 319-B ao Decreto-lei nordm 2848 de 7 de dezembro de 1940 ndash Coacute-digo Penal a fim de assegurar a con-cessatildeo dos benefiacutecios da progressatildeo de regime da detraccedilatildeo da remiccedilatildeo e do livramento condicional e a imediata colocaccedilatildeo em liberdade do preso que haja cumprido integralmente a pena

O Congresso Nacional decreta

Art 1o Esta lei altera os arts 41 66 e 68 da Lei nordm 7210 de 11 de julho de 1984 que institui a Lei de Execuccedilatildeo Penal e acrescenta o art 319-B ao Decreto-lei nordm 2848 de 7 de dezembro de 1940 ndash Coacutedigo Penal a fim de assegurar a con-cessatildeo dos benefiacutecios da progressatildeo de regime da detraccedilatildeo da remiccedilatildeo e do livramento condicional e a imediata co-locaccedilatildeo em liberdade do preso que haja cumprido integralmente a pena

Art 2ordm Os arts 41 66 e 68 da Lei nordm 7210 de 11 de julho de 1984 passa a vigorar com as seguintes alteraccedilotildees

ldquoArt 41 helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip

XVII ndash direito subjetivo agrave concessatildeo dos benefiacutecios da progressatildeo de regime da detraccedilatildeo da remiccedilatildeo e do livramento condicionalsempre que devidamente preenchidos os requisitos legaisrdquo

ldquoArt 66

XI ndash conceder de ofiacutecio ou a requerimen-to de qualquer pessoaos benefiacutecios da progressatildeo de regime da detraccedilatildeo da remiccedilatildeoou da liberdade condicional sempre que verificar o preenchimentodos requisitos legais sob pena de res-ponsabilidadeadministrativa civil e pe-nal

XII ndash colocar imediatamente em liberda-de de ofiacutecio ou a requerimento de qual-quer pessoa o preso cuja pena haja sido

integralmente cumprida sob pena de responsabilidade administrativa civil e penalrdquo

ldquoArt 68II -

g) a concessatildeo dos benefiacutecios da pro-gressatildeo de regime da detraccedilatildeo da remi-ccedilatildeo ou da liberdade provisoacuteria sempre que verificar o preenchimento dos requi-sitos legais sob pena de responsabilida-de administrativa civil e penal

h) a imediata colocaccedilatildeo em liberdade do preso cuja pena haja sido integralmente cumprida sob pena de responsabilidade administrativa civil e penalrdquo

Art 3ordm O Decreto-lei nordm 2848 de 7 de dezembro de 1940 passa a vigorar acrescido do seguinte art 319-B

ldquoArt 319-B Deixar o juiz da execuccedilatildeo penal de conceder de ofiacutecio ou a requeri-mento de qualquer pessoa os benefiacutecios da progressatildeo de regime da detraccedilatildeo da remiccedilatildeo e do livramento condicional sempre que devidamente preenchidos os requisitos legais

Pena ndash reclusatildeo de 3 (dois) a 5 (cinco) anos e multa

Paraacutegrafo uacutenico Na mesma pena incor-re o membro do Ministeacuterio Puacuteblico que deixa de requerer a concessatildeo dos be-nefiacutecios previstos no caput sempre que verificar o preenchimento dos requisitos legaisrdquo

Art 4ordm Esta lei entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

JUSTIFICACcedilAtildeO

Segundo estimativas do DEPEN mais de 10 dos cerca de 420 mil presos inte-grantes do sistema prisional brasileiro jaacute cumpriram pena e ainda se encontram detidos ou tecircm direito aos benefiacutecios previstos na Lei de Execuccedilatildeo Penal que contudo deixam de ser concedidos em razatildeo da deficiente atuaccedilatildeo dos defen-sores juiacutezes e membros do Ministeacuterio Puacuteblico que atuam na execuccedilatildeo da pena

A primeira criacutetica a ser feita sobre a le-gislaccedilatildeo entatildeo em vigor eacute o fato de a Lei de Execuccedilatildeo Penal (LEP) simplesmente ignorar que os benefiacutecios da progressatildeo de regime da detraccedilatildeo da remiccedilatildeo e do livramento condicional satildeo de fato direi-tos subjetivos do preso cuja concessatildeo haacute de ser imediata e se dar de ofiacutecio pre-sentes todos os requisitos legais que os autorizem

Outro motivo apontado para o afoga-

mento do sistema eacute a falta de defensores puacuteblicos para atendimento agrave populaccedilatildeo carente grande maioria do sistema car-ceraacuterio brasileiro Na maioria das vezes esses profissionais se encontram sobre-carregados e lhes falta tempo para ana-lisar e peticionar em todos os processos onde existe a possibilidade real de con-cessatildeo de um benefiacutecio ou de colocaccedilatildeo do preso em liberdade

Assim sendo propotildee-se a inclusatildeo de inciso ao art 41 da LEP para caracteri-zar esses benefiacutecios como direito subje-tivo do preso bem como se estabelecer a desnecessidade de representaccedilatildeo por defensor para a apresentaccedilatildeo de requeri-mento para a sua concessatildeo

Porquanto a concessatildeo desses benefiacute-cios estaacute intimamente ligada ao direito de liberdade do preso assegurado consti-tucionalmente e tutelaacutevel inclusive pela via do habeas corpus afigura-se perfeita-mente possiacutevel que qualquer pessoa pos-sa comparecer em juiacutezo para requerecirc-los da mesma forma como qualquer pessoa pode impetrar habeas corpus consoante autoriza o art 654 do Coacutedigo de Processo Penal

Infelizmente tambeacutem se constata serem tiacutemidas as atuaccedilotildees do juiz da execuccedilatildeo penal e do Ministeacuterio Puacuteblico no sentido de tomar todas as providecircncias cabiacuteveis e necessaacuterias agrave colocaccedilatildeo do preso em liberdade ou agrave concessatildeo desses bene-fiacutecios mesmo porque a LEP nada dispotildee sobre o seu dever de agir nessas ocasi-otildees

A soluccedilatildeo pois estaacute na alteraccedilatildeo dos arts 66 e 68 da LEP de modo a se esta-belecer tais competecircncias

Por fim a inclusatildeo do art 319-B ao Coacutedi-go Penal tem por escopo criar modalida-de especiacutefica do crime de prevaricaccedilatildeo estabelecendo assim infraccedilatildeo penal para o juiz da execuccedilatildeo penal e para o mem-bro do Ministeacuterio Puacuteblico que deixarem de atuar para que os benefiacutecios mencio-nados sejam concedidos

Certo de que meus nobres pares reco-nheceratildeo a relevacircncia conveniecircncia ne-cessidade e oportunidade das alteraccedilotildees legais que se pretende implementar con-to com o seu apoio para a aprovaccedilatildeo des-te projeto de lei

Sala das Sessotildees em de de 2009

Deputado DR TALMIR

PROJETO DE LEI Nordm 5261 DE 2009

(Do Sr Dr Talmir)

AGOSTO 2009 8PROJETOS DE LEI

Proiacutebe a utilizaccedilatildeo das dependecircncias da Poliacutecia Civil para custodiar presos

Autora Deputada MARINA MAGGESSI

Relator Deputado FRANCISCO TENOacuteRIO

I ndash RELATOacuteRIO

Cuida-se de projeto de lei proposto pela ilustre Deputada Marina Maggessi cujo objetivo eacute vedar o uso das dependecircncias da Poliacutecia Civil para custodiar os presos condenados os submetidos agrave medida de seguranccedila os provisoacuterios e os egressos ainda que a prisatildeo se decirc em caraacuteter temporaacuterio

Para justificar a proposiccedilatildeo a nobre Deputada afirma que a Poliacutecia Civil vem sendo utilizada tambeacutem como estabelecimento carceraacuterio ainda que tal atribuiccedilatildeo esteja totalmente aleacutem de seu acircmbito de existecircncia e que natildeo tenha estrutura para responder a tal demanda

Propala a autora ainda que a Constituiccedilatildeo Federal no sect 4ordm do art 144 ensina que cabe agraves poliacutecias civis as funccedilotildees de poliacutecia judiciaacuteria e de apuraccedilatildeo de infraccedilotildees penais nada assentindo sobre as estranhas praacuteticas de servir de estabelecimento carceraacuterio e de custodiar presos como soacutei acontecer nas delegacias de muitos Estados do Brasil Essa praacutetica aliaacutes fere o princiacutepio da estrita legalidade constitucional segundo a nobre Deputada

Relata a Deputada tambeacutem que os policiais civis natildeo recebem treinamento para desempenhar a funccedilatildeo de custoacutedia de presos funccedilatildeo essa pertencente aos agentes penitenciaacuterios os quais foram treinados para exercecirc-la nos termos do que preceitua o art 82 da Lei nordm 72101984 (Lei de Execuccedilotildees Penais)

Pretende a autora corrigir esse desvio funcional para o que apresenta a proposiccedilatildeo ora relatada

O PL nordm 4051 de 2008 foi distribuiacutedo primeiramente agrave Comissatildeo de Seguranccedila Puacuteblica e Combate ao Crime Organizado ndash CSPCCO para cuja relatoria tive a honra de ser designado apresentando agora este Parecer

Nos termos do artigo 32 XVI f do Regimento Interno da Cacircmara dos Deputados cumpre a esta Comissatildeo pronunciar-se acerca do meacuterito da proposiccedilatildeo

PROJETO DE LEI Nordm 4051 DE 2008

O projeto tramita sob regime ordinaacuterio e estaacute sujeito agrave apreciaccedilatildeo conclusiva das comissotildees conforme artigo 24 II do Regimento Interno da Casa

Encerrado o prazo para recebimento de emendas estas natildeo foram apresentadas ao presente projeto de lei

Eacute o relatoacuterio

II - VOTO DO RELATOR

Cabe a este Oacutergatildeo Teacutecnico nos termos regimentais (art 32 inc XVI aliacutenea f) proceder agrave anaacutelise do Projeto de Lei nordm 405108

Assim em relaccedilatildeo agrave avaliaccedilatildeo do meacuterito entendo por oportuna a proposiccedilatildeo eis que intenta concretizar o dispositivo constitucional inserto no art 144 qual seja o de que ldquoa seguranccedila puacuteblica dever do Estado direito e responsabilidade de todos eacute exercida para a preservaccedilatildeo da ordem puacuteblica e da incolumidade das pessoas e do patrimocircnio atraveacutes da poliacutecia civilrdquo e bem assim das outras poliacutecias de que trata o referido artigo

A proposiccedilatildeo incorpora ainda a garantia fundamental insculpida no art 5ordm inciso XLVIII onde se lecirc que ldquoa pena seraacute cumprida em estabelecimentos distintos de acordo com a natureza do delito a idade e o sexo do apenadordquo Como se vecirc as delegacias de poliacutecias natildeo satildeo de fato os locais constitucionalmente designados para a custoacutedia de presos quaisquer que sejam eles

Acrescente-se que natildeo resta despiciendo ndash justamente por constar do rol dos Direitos e Garantias Fundamentais da Constituiccedilatildeo Federal ndash o inciso XLIX do art 5ordm o qual estabelece que ldquoeacute assegurado aos presos o respeito agrave integridade fiacutesica e moralrdquo Bem se vecirc que esses apenados alojados em compartimentos improvisados inadequados inseguros sem condiccedilotildees miacutenimas de habitabilidade nas delegacias de poliacutecia de todo o Brasil natildeo veem a concretizaccedilatildeo dessa garantia constitucional porquanto esses locais natildeo dispotildeem de estrutura fiacutesica adequada para custodiar presos

As delegacias de poliacutecia aliaacutes satildeo preacutedios administrativos cujas funccedilotildees preciacutepuas se inserem no acircmbito da investigaccedilatildeo policial da realizaccedilatildeo dos trabalhos de poliacutecia judiciaacuteria do atendimento ao cidadatildeo da elaboraccedilatildeo de termos circunstanciados e de outros procedimentos de sua competecircncia

Por essa razatildeo a construccedilatildeo desses preacutedios natildeo obedeceu logicamente aos rigorosos paracircmetros teacutecnicos designados

agraves construccedilotildees de estabelecimentos prisionais de seguranccedila os quais satildeo reforccedilados para impedir ou dificultar resgates conter fugas ou motins tatildeo comuns em meio agrave populaccedilatildeo carceraacuteria

Aleacutem disso as delegacias de poliacutecia estatildeo localizadas normalmente em aacutereas residenciais e satildeo frequentadas por cidadatildeos honestos que laacute vatildeo para registrar queixas de crimes dos quais satildeo viacutetimas Natildeo devem esses cidadatildeos portanto ficar expostos agrave periculosidade dos apenados que laacute se encontram De igual modo natildeo podem os policiais civis que laacute trabalham correrem riscos de vida em funccedilatildeo da fraacutegil seguranccedila oferecida por essas delegacias diante do grau de perigo que os presos lhes oferecem

Por fim a despeito do oportuno tema apresentado na proposta da nobre Deputada e bem assim da qualidade de suas justificativas vislumbro um pequeno reparo em seu PL para que em um 4ordm paraacutegrafo conste que o preso deveraacute ficar custodiado na delegacia o tempo necessaacuterio para a lavratura do auto de prisatildeo em flagrante e da assinatura da nota de culpa pelo delegado de poliacutecia Assim apoacutes a entrega da referida nota de culpa ao preso este seraacute imediatamente transferido para o sistema prisional

Dessa forma por acreditar que a proposiccedilatildeo em anaacutelise constituiraacute aprimoramento do ordenamento juriacutedico paacutetrio manifesto-me pela APROVACcedilAtildeO do PL nordm 4051 de 2008 com a Emenda apresentada em anexo

Sala da Comissatildeo de julho de 2009

Deputado FRANCISCO TENOacuteRIORelator

PROJETO DE LEI Nordm 4051 DE 2008

EMENDA DE RELATOR ADITIVA Nordm 2009

Acrescente-se ao artigo 1ordm do projeto o seguinte paraacutegrafoArt 1ordm sect4ordm O preso deveraacute ficar custodiado na delegacia ateacute a lavratura do auto de prisatildeo em flagrante e a assinatura da nota de culpa pela autoridade policial Apoacutes a entrega da referida nota de culpa ao preso este seraacute imediatamente transferido para o sistema prisional

Sala da Comissatildeo em de julho de 2009

Deputado FRANCISCO TENOacuteRIO Relator

AGOSTO 2009 9

LUacuteCIA Julgamento 11032008 Oacutergatildeo Julgador Primeira Turma Public 04-04-2008)

DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL HABEAS CORPUS CRIME DE TRAacuteFICO DE ENTORPECENTE PRETENSAtildeO DE SUBSTITUICcedilAtildeO DA PENA CORPORAL (ART 44 CP) IMPOSSIBILIDADE LEI 1134306 E INTERPRETACcedilAtildeO AUTEcircNTICA PROGRESSAtildeO DE REGIME NOS TERMOS DA LEI 1146407 CONCESSAtildeO PARCIAL DA ORDEM 1 Trata-se de habeas corpus impetrado contra ato do Superior Tribunal de Justiccedila que no julgamento de writ anteriormente aforado perante aquela Corte denegou a ordem Observa que o julgado do STJ no habeas corpus impetrado considerou a incompatibilidade da substituiccedilatildeo da pena corporal em relaccedilatildeo aos crimes hediondos e a eles equiparados o que contraria o disposto no art 44 do Coacutedigo Penal natildeo havendo qualquer restriccedilatildeo ou proibiccedilatildeo na Lei ndeg 807290 Requer a concessatildeo da ordem para o fim de ser reconhecido o direito agrave progressatildeo do regime de cumprimento da pena bem como seja autorizada a substituiccedilatildeo da pena corporal por penas restritivas de direito 2 A questatildeo de direito debatida neste writ envolve a possibilidade (ou natildeo) de incidecircncia do art 44 do Coacutedigo Penal agraves hipoacuteteses relacionadas aos crimes hediondos e a eles equiparados como eacute o caso do crime de traacutefico iliacutecito de substacircncia entorpecente (Lei ndeg 636876 art 12 Lei ndeg 1134306 art 33) 3 A norma contida no art 44 caput da Lei ndeg 1134306 ao expressar estabelecer a proibiccedilatildeo da conversatildeo apenas explicita regra que era impliacutecita no sistema juriacutedico brasileiro quanto agrave incompatibilidade do regime legal de tratamento em mateacuteria de crimes hediondos e a eles equiparados com o regime pertinente aos outros crimes 4 Recordo que a Lei ndeg 971498 ao modificar a redaccedilatildeo do art 44 do Coacutedigo Penal e assim ampliar os casos de substituiccedilatildeo da pena corporal por penas restritivas de direitos obviamente natildeo incidiu no acircmbito do tratamento legislativo referente aos crimes hediondos e a eles equiparados inclusive em razatildeo da redaccedilatildeo original contida no art 2deg sect 1deg da Lei ndeg 807290 que expressamente contemplava o regime integralmente fechado para cumprimento da pena corporal 5 Considero natildeo haver aplicaccedilatildeo retroativa da regra contida no art 44 caput da Lei ndeg 1134306 ao presente caso eis que o sistema juriacutedico anterior ao seu advento jaacute natildeo permitia a substituiccedilatildeo da pena corporal por pena restritiva de

STF

EMENTA HABEAS CORPUS COMUTACcedilAtildeO CRIME HEDIONDO IMPOSSIBILIDADE ORDEM DENEGADA A natureza dos crimes natildeo contemplados pelo decreto presidencial que concede o benefiacutecio de indulto e comutaccedilatildeo de pena deve ser aferida agrave eacutepoca da ediccedilatildeo do respectivo ato normativo pouco importando a data em que tais delitos foram praticados Precedentes (RE 274265 rel min Neacuteri da Silveira DJ de 19102001 p 49 e HC 74429 rel min Sydney Sanches DJ 21031997 p 8507) Ademais a comutaccedilatildeo nada mais eacute do que uma espeacutecie de indulto parcial (em que haacute apenas a reduccedilatildeo da pena) Daiacute por que a vedaccedilatildeo agrave concessatildeo de indulto em favor daqueles que praticaram crime hediondo - prevista no art 2ordm I da lei 80721990 - abrange tambeacutem a comutaccedilatildeo Ordem denegada (STF HC 94679 SP Relator(a) Min JOAQUIM BARBOSA Oacutergatildeo Julgador Segunda Turma Julgamento 18112008 Publicaccedilatildeo DJ 19122008PP-01188)

EMENTA HABEAS CORPUS DECRETO N 529504 COMUTACcedilAtildeO DE PENA CONDENADO QUE ESTAacute EM LIVRAMENTO CONDICIONAL POSSIBILIDADE ORDEM CONCEDIDA 1 Decreto n 529504 natildeo impediu a comutaccedilatildeo de pena aos condenados que estatildeo em livramento condicional 2 Ordem concedida (STF HC94654 RS Relator(a) Min CAacuteRMEN LUacuteCIA Julgamento 19082008 Oacutergatildeo Julgador Primeira Turma Public 03-10-2008)

EMENTA HABEAS CORPUS PROCESSUAL PENAL PACIENTE CONDENADO POR CRIME POSTERIOR AO INIacuteCIO DO CUMPRIMENTO DE PENAS JAacute UNIFICADAS ALEGACcedilAtildeO DE OFENSA AgraveS REGRAS DE UNIFICACcedilAtildeO DAS PENAS NAtildeO-OCORREcircNCIA INEXISTEcircNCIA DE VIacuteCIO NO PROCESSO DE EXECUCcedilAtildeO PENAL POR DEFICIEcircNCIA NO CAacuteLCULO DAS PENAS O LIMITE DE TRINTA ANOS PREVISTO NO ART 75 DO COacuteDIGO PENAL NAtildeO DEVE SER OBSERVADO SE O REacuteU PRATICA NOVOS DELITOS E SOFRE NOVAS CONDENACcedilOtildeES PRECEDENTES HABEAS CORPUS INDEFERIDO (STF HC 93202 SP Relator(a) Min CAacuteRMEN

direito em relaccedilatildeo aos crimes hediondos e a eles equiparados 6 Impossibilidade de substituiccedilatildeo da pena privativa de liberdade por penas restritivas de direito mesmo no periacuteodo anterior ao advento da Lei ndeg 1134306 e consequentemente natildeo haacute constrangimento ilegal no ato do Superior Tribunal de Justiccedila que denegou habeas corpus exatamente neste mesmo sentido 7 A redaccedilatildeo original do art 2ordm sect 1ordm da Lei nordm 807290 natildeo estava eivada de inconstitucionalidade natildeo malferindo os incisos XLVI e XLVII do art 5ordm da Constituiccedilatildeo Federal Os princiacutepios da individualizaccedilatildeo e da humanidade da pena natildeo foram violados com a regra legal acima mencionada 8 Todos os benefiacutecios legais inerentes agrave execuccedilatildeo da pena e evidentemente compatiacuteveis com o regime fechado prosseguiam sendo aplicaacuteveis aos condenados por crime hediondo ou a ele equiparado de modo a estimular sua recuperaccedilatildeo e ressocializaccedilatildeo 9 Com a nova redaccedilatildeo do sect 1ordm e a introduccedilatildeo do sect 2ordm ambos do art 2ordm da Lei de Crimes Hediondos deveratildeo ser cumpridos os requisitos e condiccedilotildees impostas mesmo em relaccedilatildeo agraves pessoas que praticaram condutas criminosas em eacutepoca anterior agrave nova ordem juriacutedica instaurada sobre o tema Do contraacuterio haveria claro descumprimento do comando constitucional contido no art 5ordm XLIII natildeo cumprindo o papel axioloacutegico e a proacutepria razatildeo de ser da Lei nordm 807290 a saber tratar de modo mais rigoroso as hipoacuteteses relacionadas aos crimes hediondos e a eles equiparados 10 Concessatildeo parcial da ordem com revogaccedilatildeo da liminar (STF HC 89976 RJ Relator(a) Min ELLEN GRACIE Julgamento 26032009 Oacutergatildeo Julgador Tribunal Pleno Public 24-04-2009)

DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL RECURSO ORDINAacuteRIO EM HABEAS CORPUS PROGRESSAtildeO DE REGIME PRISIONAL FATO ANTERIOR Agrave LEI 1146407 PRECEDENTES DESTA CORTE PROVIMENTO PARCIAL 1 A questatildeo de direito versada nestes autos diz respeito agrave possibilidade (ou natildeo) de progressatildeo do regime de cumprimento da pena corporal imposta no periacuteodo de vigecircncia da redaccedilatildeo originaacuteria do art 2ordm sect 1ordm da Lei nordm 807290 2 O julgamento do Supremo Tribunal Federal em processos subjetivos relacionados ao caso concreto natildeo alterou a vigecircncia da regra contida no art 2ordm sect 1ordm da Lei nordm 807290 (na sua redaccedilatildeo original) 3 Houve necessidade da ediccedilatildeo da Lei nordm 1164607 para que

JURISPRUDEcircNCIAS

AGOSTO 2009 10

nordm 807290 4 Houve necessidade da ediccedilatildeo da Lei nordm 1164607 para que houvesse a alteraccedilatildeo da redaccedilatildeo do dispositivo legal Contudo levando em conta que - considerada a orientaccedilatildeo que passou a existir nesta Corte agrave luz do precedente no HC 82959SP - o sistema juriacutedico anterior agrave ediccedilatildeo da lei de 2007 era mais beneacutefico ao condenado em mateacuteria de requisito temporal (16 da pena) comparativamente ao sistema implantado pela Lei ndeg 1164607 (25 ou 35 dependendo do caso) deve ser concedida em parte a ordem para que haja o exame do pedido de progressatildeo do regime prisional do paciente levando em conta o requisito temporal de 16 da pena fixada 5 Habeas corpus concedido por considerar possiacutevel a progressatildeo do regime prisional desde que atendido o requisito temporal de cumprimento de 16 da pena cabendo ao juiz da execuccedilatildeo da pena apreciar o pedido de progressatildeo inclusive quanto agrave presenccedila dos demais requisitos considerado o fator temporal acima indicado (STF HC92477 SP Relator(a) Min ELLEN GRACIE Julgamento 21102008 Oacutergatildeo Julgador Segunda Turma Public 07-11-2008)

PENA - REGIME DE CUMPRIMENTO - PROGRESSAtildeO - RAZAtildeO DE SER A progressatildeo no regime de cumprimento da pena nas espeacutecies fechado semi-aberto e aberto tem como razatildeo maior a ressocializaccedilatildeo do preso que mais dia ou menos dia voltaraacute ao conviacutevio social PENA - CRIMES HEDIONDOS - REGIME DE CUMPRIMENTO - PROGRESSAtildeO - OacuteBICE - ARTIGO 2ordm sect 1ordm DA LEI Nordm 807290 - INCONSTITUCIONALIDADE - EVOLUCcedilAtildeO JURISPRUDENCIAL Conflita com a garantia da individualizaccedilatildeo da pena - artigo 5ordm inciso XLVI da Constituiccedilatildeo Federal - a imposiccedilatildeo mediante norma do cumprimento da pena em regime integralmente fechado Nova inteligecircncia do princiacutepio da individualizaccedilatildeo da pena em evoluccedilatildeo jurisprudencial assentada a inconstitucionalidade do artigo 2ordm sect 1ordm da Lei nordm 807290 CONFLITO DE LEIS NO TEMPO - LEI N ordm 114642007 - AFASTAMENTO A legislaccedilatildeo de regecircncia eacute a vigente na data em que praticado o crime natildeo se podendo cogitar de retroaccedilatildeo prejudicial ao paciente (STF HC91618 SP Relator(a) Min MARCO AUREacuteLIO Julgamento 19082008 Oacutergatildeo Julgador Primeira Turma Public 31-10-2008)

DIREITO PROCESSUAL PENAL RECURSO EXTRAORDINAacuteRIO DESCLASSIFICACcedilAtildeO DE CRIME DE LATROCIacuteNIO PARA HOMICIacuteDIO QUESTAtildeO INFRACONSTITUCIONAL NAtildeO CONHECIMENTO CRIME HEDIONDO REGIME INICIALMENTE

FECHADO LEI 1146407 RECURSO PARCIALMENTE CONHECIDO E NESSA PARTE PARCIALMENTE PROVIDO 1 Duas satildeo as questotildees tratadas no recurso extraordinaacuterio interposto a) a suposta violaccedilatildeo agrave norma constitucional que prevecirc a competecircncia do tribunal do juacuteri para os crimes dolosos contra a vida eis que natildeo seria crime de latrociacutenio mas sim de homiciacutedio b) a possiacutevel infringecircncia aos princiacutepios constitucionais da individualizaccedilatildeo e humanizaccedilatildeo da pena devido agrave imposiccedilatildeo do regime integralmente fechado em relaccedilatildeo agrave pena privativa de liberdade estabelecida em desfavor do recorrente 2 A respeito da primeira questatildeo o tema natildeo foi objeto de prequestionamento junto ao Tribunal de Justiccedila Ademais a pretensatildeo recursal relacionada agrave possiacutevel desclassificaccedilatildeo do crime de latrociacutenio para homiciacutedio envolveria o revolvimento de substrato faacutetico-probatoacuterio o que natildeo se revela possiacutevel em sede de recurso extraordinaacuterio 3 A respeito da segunda questatildeo ventilada no recurso extraordinaacuterio houve claro enfrentamento da vedaccedilatildeo da progressatildeo do regime de cumprimento da pena privativa de liberdade e a esse respeito o recurso merece ser conhecido 4 Era perfeitamente compatiacutevel com a Constituiccedilatildeo Federal a vedaccedilatildeo da progressatildeo do regime de cumprimento da pena quando da condenaccedilatildeo por praacutetica de crime hediondo ou a ele equiparado Daiacute a consideraccedilatildeo de que o tema referente ao regime de cumprimento da pena corporal ser apenas um dos aspectos relativos agrave execuccedilatildeo penal perfeitamente adequado agrave realidade dos crimes reputados mais danosos agrave sociedade em postura normativa perfeitamente coerente com a finalidade retributiva da pena 5 Sobreveio a Lei nordm 1146407 que alterou a redaccedilatildeo do art 2ordm sect 1ordm da Lei nordm 807290 ao prever que a pena por crime hediondo ou a ele equiparado seraacute cumprida em regime inicialmente fechado Diante da nova redaccedilatildeo deveratildeo ser cumpridos os requisitos e condiccedilotildees impostas mesmo em relaccedilatildeo agraves pessoas que praticaram condutas criminosas em eacutepoca anterior agrave nova ordem juriacutedica instaurada sobre o tema 6 Recurso extraordinaacuterio parcialmente conhecido e nesta parte parcialmente provido estabelecendo que o regime de cumprimento da pena seraacute o inicialmente fechado admitindo-se a progressatildeo do regime prisional desde que atendidos os requisitos do art 2ordm sectsect 1ordm e 2ordm da Lei nordm 807290 na redaccedilatildeo que lhe foi dada pela Lei nordm 1146407 (STF RE 552545 MG Relator(a) Min ELLEN GRACIE Julgamento 14102008 Oacutergatildeo Julgador Segunda Turma Public 21-11-2008)

houvesse a alteraccedilatildeo da redaccedilatildeo do dispositivo legal Contudo levando em conta que - considerada a orientaccedilatildeo que passou a existir nesta Corte agrave luz do precedente no HC 82959SP - o sistema juriacutedico anterior agrave ediccedilatildeo da lei de 2007 era mais beneacutefico ao condenado em mateacuteria de requisito temporal (16 da pena) comparativamente ao sistema implantado pela Lei ndeg 1164607 (25 ou 35 dependendo do caso) deve ser concedida em parte a ordem para que haja o exame do pedido de progressatildeo do regime prisional do paciente levando em conta o requisito temporal de 16 da pena fixada 4 No mesmo sentido HC 94025SP rel Min Menezes Direito 1ordf Turma DJ 03062008 Neste uacuteltimo julgado ficou expressamente consignado que ldquorelativamente aos crimes hediondos cometidos antes da vigecircncia da Lei nordm 1146407 a progressatildeo de regime carceraacuterio deve observar o requisito temporal previsto nos artigos 33 do Coacutedigo Penal e 112 da Lei de Execuccedilotildees Penais aplicando-se portanto a lei mais beneacuteficardquo O art 2deg sect 1deg da Lei ndeg 807290 (na sua redaccedilatildeo original) natildeo pode ser utilizado como paracircmetro de comparaccedilatildeo com a Lei ndeg 1146407 diante da sua declaraccedilatildeo de inconstitucionalidade ainda que no exerciacutecio do controle concreto no julgamento do HC ndeg 82959SP (rel Min Marco Aureacutelio) 5 Recurso ordinaacuterio em habeas corpus parcialmente provido e assim concedeu-se a ordem para considerar possiacutevel a progressatildeo do regime prisional desde que atendido o requisito temporal de cumprimento de 16 da pena cabendo ao juiz da execuccedilatildeo da pena apreciar o pedido de progressatildeo inclusive quanto agrave presenccedila dos demais requisitos considerado o fator temporal acima indicado (STF RHC 91300 DF Relator(a) Min ELLEN GRACIE Julgamento 05032009 Oacutergatildeo Julgador Tribunal Pleno Public 03-04-2009)

DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL HABEAS CORPUS REGIME PRISIONAL CRIME HEDIONDO DATA ANTERIOR Agrave LEI 1146407 SISTEMA JURIacuteDICO MAIS BENEacuteFICO CONCESSAtildeO DA ORDEM 1 A questatildeo de direito versada nestes autos diz respeito agrave possibilidade (ou natildeo) de progressatildeo do regime de cumprimento da pena corporal imposta no periacuteodo de vigecircncia da redaccedilatildeo originaacuteria do art 2ordm sect 1ordm da Lei nordm 807290 2 O tema relativo ao regime de cumprimento da pena que envolve mateacuteria relativa agrave execuccedilatildeo recebe consideraccedilotildees distintas quanto agrave natureza de seu enquadramento no sistema juriacutedico brasileiro 3 O julgamento do Supremo Tribunal Federal em processos subjetivos relacionados ao caso concreto natildeo alterou a vigecircncia da regra contida no art 2ordm sect 1ordm da Lei

JURISPRUDEcircNCIAS

AGOSTO 2009 11JURISPRUDEcircNCIAS

STJ

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL ROUBO CIRCUNSTANCIADO PENA DE 5 ANOS E 6 MESES DE RECLUSAtildeO PROGRESSAtildeO PARA O REGIME SEMI-ABERTO DEFERIDA PELO JUIZ DA VEC E CASSADA PELO TRIBUNAL A QUO AUSEcircNCIA DE MANIFESTACcedilAtildeO PREacuteVIA DO MP MATEacuteRIA NAtildeO ARGUumlIDA EM AGRAVO DE EXECUCcedilAtildeO REFORMATIO IN PEJUS SUacuteMULA 160STF DISPENSA DE EXAME CRIMINOLOacuteGICO POSSIBILIDADE PARECER DO MPF PELA DENEGACcedilAtildeO DO WRIT ORDEM CONCEDIDA POREacuteM PARA RESTABELECER A DECISAtildeO DE PRIMEIRO GRAU 1 O ato praticado fora dos ditames legais deve ser considerado nulo inclusive de ofiacutecio salvo quando tratar-se de nulidade natildeo arguumlida pela acusaccedilatildeo mas cujo reconhecimento poderaacute prejudicar a defesa por forccedila do princiacutepio da non reformatio in pejus esse eacute inclusive o teor da Suacutemula 160 do Pretoacuterio Excelso segundo a qual eacute nula a decisatildeo do Tribunal que acolhe contra o reacuteu nulidade natildeo arguumlida no recurso da acusaccedilatildeo ressalvados os casos de recurso de ofiacutecio 2 Natildeo obstante o recurso ministerial ter se restringido a alegaccedilatildeo da imprescindibilidade da realizaccedilatildeo de exame criminoloacutegico e parecer da Comissatildeo Teacutecnica de Classificaccedilatildeo para avaliar o requisito subjetivo exigido para fins de progressatildeo de regime o Tribunal a quo deu-lhe provimento em razatildeo da ausecircncia de preacutevia oitiva do Ministeacuterio Puacuteblico antes do deferimento da medida traduzindo verdadeira reformatio in pejus 3 Natildeo deve ser declarada nulidade quando natildeo resultar prejuiacutezo comprovado para a parte que a alega Isso porque o processo natildeo eacute um fim em si mesmo merecendo aproveitamento todos os atos que atingiram a sua finalidade e permitiram o exerciacutecio da ampla defesa e do contraditoacuterio 4 A nova redaccedilatildeo dada pela Lei 1079203 ao art 112 da LEP tornou prescindiacutevel a realizaccedilatildeo de exames periciais antes exigidos para a concessatildeo da progressatildeo de regime prisional cabendo ao Juiacutezo da Execuccedilatildeo a ponderaccedilatildeo casuiacutestica sobre a necessidade ou natildeo de adoccedilatildeo de tais medidas 5 Ordem concedida para restabelecer a decisatildeo de primeiro grau que havia deferido ao paciente o benefiacutecio da progressatildeo para o regime semi-aberto em que pese o parecer ministerial (STJ HC 90793 SP HABEAS CORPUS 20070220061-9 Relator(a) Ministro NAPOLEAtildeO NUNES MAIA FILHO Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 11122008 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 16022009)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL INDULTO DECRETO 562005 PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS NAtildeO-OCORREcircNCIA PATOLOGIAS ROL TAXATIVO CONSTRANGIMENTO ILEGAL NAtildeO-CONFIGURADO ORDEM DENEGADA 1 O Decreto 562005 autoriza o indulto ao condenado ldquoparapleacutegico tetrapleacutegico ou portador de cegueira total desde que tais condiccedilotildees natildeo sejam anteriores agrave praacutetica do ato e comprovadas por laudo meacutedico oficial ou na falta deste por dois meacutedicos designados pelo Juiacutezo da Execuccedilatildeordquo (art 1ordm VI a) 2 O benefiacutecio do indulto espeacutecie da clementia principis eacute de interpretaccedilatildeo restrita devendo ser concedido apenas quando estritamente preenchidos os requisitos expressos na norma regulamentadora 3 Na hipoacutetese em apreccedilo o Juiacutezo singular indeferiu o benefiacutecio sob o argumento de que o paciente natildeo preenche os requisitos estabelecidos no Decreto 562005 uma vez que natildeo eacute portador de cegueira total 4 Para se acolher a pretensatildeo aduzida pelo impetrante necessaacuterio seria extrapolar os limites do texto normativo cuja interpretaccedilatildeo cabe ao magistrado na medida em que impotildee a ampliaccedilatildeo do rol de patologiasconsequumlecircncias taxativamente estabelecido no decreto cuja elaboraccedilatildeo eacute da competecircncia discricionaacuteria e exclusiva do Presidente da Repuacuteblica a teor do art 84 XII da Constituiccedilatildeo Federal 5 Ordem denegada (STJ HC 93841 SP HABEAS CORPUS 20070259072-6 Relator(a) Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 09122008 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 02022009)

HABEAS CORPUS HOMICIacuteDIOS E ROUBOS QUALIFICADOS PACIENTE CONDENADO A 63 ANOS 11 MESES E 26 DIAS DELITOS COMETIDOS ANTERIORMENTE Agrave LEI DE CRIMES HEDIONDOS INDULTO COMUTACcedilAtildeO DE PENAS INADMISSIBILIDADE PRECEDENTES DO STJ ORDEM DENEGADA 1 Na esteira de firme jurisprudecircncia desta Corte Superior satildeo insuscetiacuteveis de indulto os crimes hediondos ainda que tenham sido cometidos antes da ediccedilatildeo da Lei 807290 tendo em vista que a natureza do crime deve ser aferida ao tempo da entrada em vigor da norma instituidora do benefiacutecio 2 Opina o MPF pela denegaccedilatildeo da ordem 3 Ordem denegada (STJ HC 88522 SP HABEAS CORPUS 20070185250-1 Relator(a) Ministro NAPOLEAtildeO NUNES MAIA FILHO Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 07102008 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 03112008)

PROCESSUAL PENAL HABEAS CORPUS INDULTO NATALINO DECRETO

Nordm 59932006 TESE NAtildeO APRESENTADA Agrave AUTORIDADE COATORA SUPRESSAtildeO DE INSTAcircNCIA DECRETO Nordm 562005 INDULTO NATALINO EXAME CRIMINOLOacuteGICO DESNECESSIDADE I - Tendo em vista que a alegaccedilatildeo de que estatildeo preenchidos os requisitos do indulto natalino com base no Decreto nordm 59932006 sequer foi suscitada perante a autoridade apontada como coatora fica esta Corte impedida de examinar tal alegaccedilatildeo sob pena de supressatildeo de instacircncia (Precedentes) II - Natildeo constando do Decreto nordm 56202005 a exigecircncia de realizaccedilatildeo de exame criminoloacutegico eacute vedado ao e Tribunal a quo condicionar a concessatildeo do indulto natalino agrave preacutevia realizaccedilatildeo do referido exame para afericcedilatildeo do meacuterito do sentenciado por absoluta falta de previsatildeo legal Writ parcialmente conhecido e nesta parte concedido (STJ HC 89686 RS HABEAS CORPUS 20070205954-0 Relator(a) Ministro FELIX FISCHER Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 15042008 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 30062008)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL DECRETO Nordm 44952002 HOMICIacuteDIO QUALIFICADO COMETIDO ANTERIORMENTE Agrave LEI Nordm 893094 CRIME HEDIONDO INDULTO INCABIMENTO 1 Eacute incabiacutevel a concessatildeo de indulto aos crimes hediondos na letra dos artigos 2ordm inciso I da Lei nordm 807290 e 5ordm inciso XLIII da Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica 2 Os crimes elencados como hediondos precisamente porque possuem nomen juris e natureza proacutepria por oacutebvio restam excluiacutedos da benesse estatal ainda quando cometidos antes da ediccedilatildeo da lei dos crimes hediondos que nesta categoria os compreendeu exclusivamente para fins investigatoacuterios processuais e de regime de cumprimento de pena 3 Ordem denegada (STJ HC 68877 SP HABEAS CORPUS 20060233951-6 Relator(a) Ministro HAMILTON CARVALHIDO Oacutergatildeo Julgador SEXTA TURMA Data do Julgamento 27052008 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 12082008)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL HOMICIacuteDIO QUALIFICADO PRATICADO ANTES DA EDICcedilAtildeO DA LEI 807290 COMUTACcedilAtildeO DE PENAS DECRETO 562005 POSSIBILIDADE EXAME CRIMINOLOacuteGICO PARA AFERIR O MERECIMENTO DO APENADO REQUISITO NAtildeO ESTABELECIDO NO REFERIDO DECRETO CONSTRANGIMENTO ILEGAL CARACTERIZADO ORDEM CONCEDIDA 1 Na anaacutelise do pedido de comutaccedilatildeo natildeo eacute permitido ao magistrado extrapolar os limites de interpretaccedilatildeo do decreto impondo requisito natildeo estabelecido no

AGOSTO 2009 12JURISPRUDEcircNCIAS

texto normativo cuja elaboraccedilatildeo eacute da competecircncia discricionaacuteria e exclusiva do Presidente da Repuacuteblica a teor do art 84 XII da Constituiccedilatildeo Federal 2 O art 8ordm do Decreto 562004 eacute claro ao excluir o benefiacutecio da comutaccedilatildeo apenas aos que tenham cometido o delito hediondo apoacutes a ediccedilatildeo da Lei 807290 sendo portanto descabido o indeferimento do pleito do paciente com fundamento na hediondez do delito o qual foi praticado em 11290 3 O Decreto 562005 autoriza a comutaccedilatildeo de 15 da pena imposta ao condenado reincidente que tenha cumprido 13 da pena e natildeo tenha sofrido sanccedilatildeo disciplinar por falta grave praticada nos uacuteltimos 12 meses do cumprimento da pena apurada na forma do art 59 e seguintes da Lei de Execuccedilotildees Penais contados retroativamente a partir da publicaccedilatildeo do referido decreto Dessa forma para a concessatildeo do benefiacutecio natildeo se exige a realizaccedilatildeo de exame criminoloacutegico a fim de aferir a presenccedila de requisitos subjetivos 4 Ordem concedida para anulando a decisatildeo singular e o acoacuterdatildeo assegurar ao paciente o direito de comutaccedilatildeo de sua pena nos termos do Decreto 562005 (STJ HC 100020 SP HABEAS CORPUS 20080027425-9 Relator(a) Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 28052008 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 04082008)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL PACIENTE CONDENADO PELA PRAacuteTICA DE ROUBO CIRCUNSTANCIADO RECEPTACcedilAtildeO QUALIFICADA E FURTOS (SIMPLES E QUALIFICADO) PENA DE 13 ANOS 7 MESES E 26 DIAS DE RECLUSAtildeO COMUTACcedilAtildeO DA PENA DEFERIDA PELO JUIZ DA VEC COM BASE NO DECRETO 562005 E CASSADA PELO TRIBUNAL A QUO COMETIMENTO DE FALTA GRAVE EM 230606 INTERRUPCcedilAtildeO DO PRAZO PARA A CONCESSAtildeO DO BENEFIacuteCIO AUSEcircNCIA DE CONSTRANGIMENTO ILEGAL IRRELEVAcircNCIA DA AFERICcedilAtildeO DE REQUISITO SUBJETIVO PARECER MINISTERIAL PELA CONCESSAtildeO DA ORDEM ORDEM DENEGADA 1 A interpretaccedilatildeo conjunta dos arts 112 118 I e 127 da LEP e do art 2o do Decreto 562005 permite a exegese de que a praacutetica de falta grave acarreta o reiniacutecio da contagem do periacuteodo de 13 da pena faltante para a obtenccedilatildeo da comutaccedilatildeo da pena Precedente da 5a Turma do STJ HC 80103SP de minha relatoria DJU 061008 2 Independentemente da discussatildeo a respeito de qualquer requisito de ordem subjetiva o paciente natildeo soma a seu favor o tempo de cumprimento de pena necessaacuterio agrave obtenccedilatildeo do benefiacutecio 3 Parecer do MPF pela concessatildeo da ordem 4 Ordem denegada (STJ HC 93996 SP HABEAS CORPUS 20070261591-5 Relator(a)

Ministro NAPOLEAtildeO NUNES MAIA FILHO Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 10022009 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 27042009)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL PACIENTE CONDENADO PELA PRAacuteTICA DE ROUBO E ROUBO CIRCUNSTANCIADO PENA DE 7 ANOS 6 MESES E 20 DIAS DE RECLUSAtildeO COMUTACcedilAtildeO DA PENA DEFERIDA PELO JUIZ DA VEC COM BASE NO DECRETO 529504 E CASSADA PELO TRIBUNAL A QUO COMETIMENTO DE FALTA GRAVE EM 291102 CONSISTENTE NA FUGA DO ESTABELECIMENTO PRISIONAL INTERRUPCcedilAtildeO DO PRAZO PARA A CONCESSAtildeO DO BENEFIacuteCIO AUSEcircNCIA DE CONSTRANGIMENTO ILEGAL ORDEM DENEGADA1 A jurisprudecircncia dessa Corte entende que ofende o princiacutepio da legalidade a decisatildeo que determina a interrupccedilatildeo do prazo para a aquisiccedilatildeo da benesse do Decreto 5295 em razatildeo do cometimento de falta de natureza grave uma vez que acaba por criar requisito objetivo natildeo previsto em lei 2 Creio que do ponto de vista positivo normativo rigorosamente literal esse posicionamento eacute incensuraacutevel entretanto ao meu sentir a interpretaccedilatildeo conjunta dos arts 112 118 I e 127 da LEP e do art 2o do Decreto 529504 permite a exegese de que a praacutetica de falta grave acarreta o reiniacutecio da contagem do periacuteodo de 13 da pena faltante para a obtenccedilatildeo da comutaccedilatildeo da pena 3 Parecer do MPF pela concessatildeo da ordem 4 Ordem denegada (STJ HC 80103 SP - Relator(a) Ministro NAPOLEAtildeO NUNES MAIA FILHO - Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA - Data do Julgamento 28082008 - Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 06102008)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL CORTE A QUO QUE MANTEVE A DECISAtildeO DE PRIMEIRO GRAU INDEFERITOacuteRIA DO BENEFIacuteCIO DA COMUTACcedilAtildeO DA PENA CONSTRANGIMENTO ILEGAL EVIDENCIADO PELA AUSEcircNCIA DE ANAacuteLISE NO ARESTO HOSTILIZADO DO PREENCHIMENTO (OU NAtildeO) DOS REQUISITOS PREVISTOS NO DECRETO 529504 PELO PACIENTE LIVRAMENTO CONDICIONAL IGUALMENTE INDEFERIDO COMETIMENTO DE FALTA GRAVE IMPOSSIBILIDADE DE INTERRUPCcedilAtildeO DO PRAZO PARA A CONCESSAtildeO DO BENEFIacuteCIO POR AUSEcircNCIA DE PREVISAtildeO LEGAL CONSTRANGIMENTO ILEGAL CONFIGURADO PRECEDENTES PARECER DO MPF PELA CONCESSAtildeO DA ORDEM ORDEM CONCEDIDA PARA QUE O TRIBUNAL A QUO ANALISE AS CONDICcedilOtildeES PARA A CONCESSAtildeO DA COMUTACcedilAtildeO DA PENA DO PACIENTE LEVANDO-SE EM CONSIDERACcedilAtildeO

SOMENTE OS REQUISITOS PREVISTOS NO DECRETO 529504 BEM COMO PARA QUE APRECIE O PEDIDO DE LIVRAMENTO CONDICIONAL SUPERADO O OacuteBICE RELATIVO Agrave INTERRUPCcedilAtildeO DO PRAZO PARA A CONCESSAtildeO DO BENEFIacuteCIO CONSIDERANDO A FRACcedilAtildeO DA PENA EVENTUALMENTE COMUTADA 1 O Decreto 529504 exige para fins de obtenccedilatildeo do benefiacutecio da comutaccedilatildeo das penas que o condenado preencha dois requisitos quais sejam cumprir um quarto da sanccedilatildeo se primaacuterio ou um terccedilo se reincidente ateacute a data de 25 de dezembro de 2004 bem como natildeo ter cometido falta grave nos uacuteltimos doze meses de cumprimento da pena 2 In casu o acoacuterdatildeo impugnado sequer fez menccedilatildeo ao implemento (ou natildeo) dos requisitos previstos no art 2o cc o art 4o do Decreto 529504 cingindo-se as razotildees para a manutenccedilatildeo do indeferimento do benefiacutecio agrave impossibilidade de anaacutelise do cumprimento das condiccedilotildees objetivas e subjetivas para a concessatildeo do pleiteado benefiacutecio em sede de Habeas Corpus e agraves diversas condenaccedilotildees que ostenta o paciente 3 A verificaccedilatildeo das condiccedilotildees para a concessatildeo da comutaccedilatildeo todavia eacute plenamente factiacutevel em Habeas Corpus por natildeo exigir ampla incursatildeo probatoacuteria De outra parte o indeferimento da benesse com supedacircneo na existecircncia de diversas condenaccedilotildees em desfavor do paciente viola o princiacutepio da legalidade por constituir exigecircncia de requisitos estranhos aos previstos no decreto 529504 Precedentes 4 O art 83 I do CPB exige para fins de obtenccedilatildeo do benefiacutecio do livramento condicional o cumprimento de mais de um terccedilo da pena total imposta ao sentenciado Assim ofende o princiacutepio da legalidade a decisatildeo que determina a interrupccedilatildeo do prazo para a aquisiccedilatildeo da referida benesse uma vez que acaba por criar requisito objetivo natildeo previsto em lei 5 Parecer do MPF pela concessatildeo do writ 6 Ordem concedida para que o Tribunal a quo analise as condiccedilotildees para a concessatildeo da comutaccedilatildeo da pena do paciente levando-se em consideraccedilatildeo somente os requisitos previstos no Decreto 529504 bem como para que aprecie o pedido de livramento condicional superado o oacutebice relativo agrave interrupccedilatildeo do prazo para a concessatildeo do benefiacutecio considerando a fraccedilatildeo da pena eventualmente comutada (STJ HC 114222 SP HABEAS CORPUS 20080187375-9 Relator(a) Ministro NAPOLEAtildeO NUNES MAIA FILHO Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 29042009 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 01062009)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL FALTA GRAVE INTERRUPCcedilAtildeO NA CONTAGEM DO LAPSO TEMPORAL PARA A CONCESSAtildeO DE BENEFIacuteCIO DE PROGRESSAtildeO DE REGIME

AGOSTO 2009 13JURISPRUDEcircNCIAS

PRISIONAL ENTENDIMENTO DO TRIBUNAL A QUO EM CONSONAcircNCIA COM A JURISPRUDEcircNCIA DESTA CORTE LIVRAMENTO CONDICIONAL E COMUTACcedilAtildeO DAS PENAS INTERRUPCcedilAtildeO DO PRAZO PARA OBTENCcedilAtildeO DO BENEFIacuteCIO PELO CONDENADO ILEGALIDADE AUSEcircNCIA DE PREVISAtildeO LEGAL PRECEDENTES INAPLICABILIDADE DO EFEITO INTERRUPTIVO QUANTO AO LIVRAMENTO CONDICIONAL E Agrave COMUTACcedilAtildeO RECONHECIDA PELO TRIBUNAL DE ORIGEM FALTA DE INTERESSE PROCESSUAL CONSTRANGIMENTO ILEGAL NAtildeO EVIDENCIADO 1 O cometimento de falta grave embora interrompa o prazo para a obtenccedilatildeo dos benefiacutecios da progressatildeo de regime natildeo o faz para fins de concessatildeo dos benefiacutecios do livramento condicional e da comutaccedilatildeo da pena por ausecircncia de previsatildeo legal Precedentes 2 Nos termos do acoacuterdatildeo hostilizado verifica-se que o efeito interruptivo somente foi reconhecido relativamente agrave progressatildeo de regime ficando ressalvada a sua inaplicabilidade com relaccedilatildeo ao livramento condicional e agrave comutaccedilatildeo evidenciado nesse particular a falta de interesse processual na medida em que natildeo evidenciado nos autos qualquer constrangimento ilegal contra o Paciente inexistindo pois ato coator por parte do Tribunal quanto ao pleitos de comutaccedilatildeo e de livramento condicional 3 Habeas corpus parcialmente conhecido e nessa parte denegado (STJ HC 121513 SP HABEAS CORPUS 20080258389-0 Relator(a) Ministra LAURITA VAZ Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 27042009 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 25052009)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL PEDIDO DE COMUTACcedilAtildeO DA PENA INDEFERIDO PELO JUIZ DA VEC E PELO TRIBUNAL A QUO PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS OBJETIVOS E SUBJETIVOS EXIGIDOS PELO DECRETO 529504 COMETIMENTO DE FALTA GRAVE EM 08032003 INTERRUPCcedilAtildeO DO PRAZO PARA A CONCESSAtildeO DO BENEFIacuteCIO IMPOSSIBILIDADE AUSEcircNCIA DE PREVISAtildeO LEGAL CONSTRANGIMENTO ILEGAL CONFIGURADO PRECEDENTES PARECER DO MPF PELA CONCESSAtildeO DA ORDEM ORDEM CONCEDIDA PARA DEFERIR AO PACIENTE O DIREITO Agrave COMUTACcedilAtildeO DA PENA 1 O Decreto 529504 exige para fins de obtenccedilatildeo do benefiacutecio da comutaccedilatildeo das penas que o condenado reincidente preencha dois requisitos quais sejam 1) cumprimento de 14 da sanccedilatildeo se primaacuterio e 13 se reincidente ateacute a data de 25 de dezembro de 2004 2) natildeo cometimento de falta grave nos uacuteltimos doze meses de cumprimento da pena contados retroativamente agrave

publicaccedilatildeo do referido Decreto 2 Ofende o princiacutepio da legalidade a decisatildeo que determina a interrupccedilatildeo do prazo para aquisiccedilatildeo da referida benesse uma vez que acaba por criar requisito objetivo natildeo previsto em lei Precedentes do STJ 3 Parecer do MPF pela concessatildeo do writ 4 Ordem concedida (STJ HC 113513 SP HABEAS CORPUS 20080180026-0 Relator(a) Ministro NAPOLEAtildeO NUNES MAIA FILHO Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 16042009 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 25052009)

HABEAS CORPUS PACIENTE CUMPRIDO PENA TOTAL DE 55 ANOS 4 MESES E 10 DIAS DE RECLUSAtildeO POR DIVERSAS INFRACcedilOtildeES AO ART 157 sect 2o I E II DO CPB FUNDAMENTACcedilAtildeO COM ARRIMO NO PARECER MINISTERIAL AUSEcircNCIA DE NULIDADE LIVRAMENTO CONDICIONAL REVOGACcedilAtildeO CONDENACcedilAtildeO IRRECORRIacuteVEL POR CRIME COMETIDO DURANTE O PERIacuteODO DE PROVA PLEITO DE COMUTACcedilAtildeO DE PENA (DECRETO PRESIDENCIAL 562005) DESCONSIDERACcedilAtildeO DO PERIacuteODO EM QUE O PACIENTE ESTAVA EM LIBERDADE NOVO CAacuteLCULO DA PENA COM INCIDEcircNCIA DO ART 88 DO CPB POSSIBILIDADE PRECEDENTE DESTA CORTE SUPERIOR ORDEM DENEGADA 1 Inserir na fundamentaccedilatildeo trecho do parecer da Procuradoria-Geral de Justiccedila natildeo provoca a nulidade da decisatildeo 2 Vem entendendo esta Corte Superior pela ausecircncia de ilegalidade quanto agrave desconsideraccedilatildeo do tempo em livramento condicional para fins de comutaccedilatildeo de pena tendo havido a revogaccedilatildeo do benefiacutecio em razatildeo de condenaccedilatildeo irrecorriacutevel por crime cometido durante o periacuteodo de prova 3 Revogado o benefiacutecio do livramento condicional antes de expirado o periacuteodo de prova e apoacutes o tracircnsito em julgado da uacuteltima condenaccedilatildeo natildeo haacute falar em ilegalidade da decisatildeo que determinou a realizaccedilatildeo de novo caacutelculo da pena na forma do art 88 do Coacutedigo Penal (HC 43337RJ Rel Min ARNALDO ESTEVES LIMA DJU 020506) 4 Opina o MPF pela concessatildeo parcial da ordem 5 Ordem denegada (STJ HC 85187 RJ HABEAS CORPUS 20070140768-6 Relator(a) Ministro NAPOLEAtildeO NUNES MAIA FILHO Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 16102008 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 24112008)

TJRJ

AGRAVO EXECUCcedilAtildeO PENAL Comutaccedilatildeo de pena Decreto Presidencial nordm 599306 Cumprimento do requisito objetivo - lapso temporal de um ano a

contar da publicaccedilatildeo do Decreto sem falta grave Para fins de concessatildeo de comutaccedilatildeo ou indulto deve ser analisado o comportamento do sentenciado durante todo periacuteodo de caacutercere ou de prova Indeferimento do pleito por ausecircncia do requisito subjetivo Se o apenado obteve o benefiacutecio de visita perioacutedica ao lar em setembro de 2006 e no mecircs de janeiro de 2007 deixou de retornar agrave Unidade natildeo pode ter deferido seu pedido de comutaccedilatildeo com base no Decreto Presidencial expedido no ano de 2006 Se o apenado encontra-se na situaccedilatildeo de evadido do Sistema natildeo eacute razoaacutevel admitir que ostente direito de obter novo benefiacutecio Repercussatildeo da conduta em toda a execuccedilatildeo de pena Recurso a que se nega provimento (TJRJ - AGRAVO DE EXECUCAO PENAL 200907600144 DES MARCO AURELIO BELLIZZE - Julgamento 29042009 - PRIMEIRA CAMARA CRIMINAL)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL LEI 721084 PEDIDO DE COMUTACcedilAtildeO DE PENA COM BASE NO DECRETO PRESIDENCIAL Nordm 449502 CUMPRIMENTO DO REQUISITO OBJETIVO AUSEcircNCIA DE MEacuteRITO CARCERAacuteRIO EM RAZAtildeO DE COMETIMENTO DE CRIMES DURANTE O PERIacuteODO DE PROVA DO LIVRAMENTO CONDICIONAL REPERCUSSAtildeO DAS CONDUTAS NO PEDIDO DE COMUTACcedilAtildeO CONSTRANGIMENTO ILEGAL INEXISTENTE DENEGACcedilAtildeO DA ORDEM(TJRJ HABEAS CORPUS 200805908014 JDS DES MARIA ANGELICA GUEDES - Julgamento 13012009 - TERCEIRA CAMARA CRIMINAL)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL DECISAtildeO JUDICIAL DENEGATOacuteRIA DO INDULTO FUNDAMENTADA NO FATO DE QUE O DEFERIMENTO DE INDULTO OU COMUTACcedilAtildeO DEPENDE DE CUMPRIMENTO DE REQUISITO SUBJETIVO QUE DEVE SER AVALIADO DURANTE TODA A EXECUCcedilAtildeO DA PENA IMPUGNACcedilAtildeO PELA VIA DE HABEAS CORPUS SEM NOTIacuteCIA DE INTERPOSICcedilAtildeO DE AGRAVO ADMISSIBILIDADE DA ACcedilAtildeO CONSTITUCIONAL HAJA VISTA A MANIFESTA ILEGALIDADE DA DECISAtildeO COM INTERFEREcircNCIA DIRETA NO DIREITO DE LIBERDADE DO PACIENTE DECRETO DE INDULTOCOMUTACcedilAtildeO QUE DEFINE AS CONDICcedilOtildeES DE DEFERIMENTO DOS DIREITOS A QUE ALUDE E NAtildeO OFERECE MARGEM A TEMPERAMENTO JUDICIAL PRINCIacutePIO DE ESTRITA LEGALIDADE CRIACcedilAtildeO JUDICIAL DE CONDICcedilAtildeO PARA DEFERIMENTO DE INDULTOCOMUTACcedilAtildeO QUE VIOLA O PRINCIacutePIO CONSTITUCIONAL DA SEPARACcedilAtildeO DOS PODERES E ATENTA CONTRA

AGOSTO 2009 14JURISPRUDEcircNCIAS

O PRINCIacutePIO CONSTITUCIONAL DA RESERVA LEGAL EM MATEacuteRIA DE SANCcedilAtildeO PENAL CASO CONCRETO REGULADO PELO DECRETO Nordm 5993 DE 19 DE DEZEMBRO DE 2006 QUE ESTABELECE QUE OS CONDENADOS QUE NAtildeO TENHAM SIDO PUNIDOS POR FALTA GRAVE NOS UacuteLTIMOS DOZE MESES DE CUMPRIMENTO DE PENA TERAtildeO DIREITO AO INDULTO OU Agrave COMUTACcedilAtildeO CONTADO O RESPECTIVO PRAZO RETROATIVAMENTE Agrave DATA DE PUBLICACcedilAtildeO DO DECRETO HABEAS CORPUS NAtildeO INSTRUIacuteDO DE SORTE A DEFINIR O TEMPO DE CONDENACcedilAtildeO E DEMAIS CIRCUNSTAcircNCIAS PARA AFERICcedilAtildeO DO DIREITO AO INDULTO OU COMUTACcedilAtildeO CONSTRANGIMENTO CONFIGURADO DECISAtildeO LIMITADA Agrave DECLARACcedilAtildeO DA NULIDADE DO PRONUNCIAMENTO JUDICIAL QUE OPOcircS AO INDULTOCOMUTACcedilAtildeO AS FALTAS GRAVES COMETIDAS ANTES E DEPOIS DO PERIacuteODO AQUISITIVO DO DIREITO NOVA DECISAtildeO QUE DEVERAacute SER PROFERIDA PELO JUIZ DA EXECUCcedilAtildeO COM EXPRESSA DESCONSIDERACcedilAtildeO DO OacuteBICE DECLARADO ILEGAL Decisatildeo que indeferiu o indulto sob o fundamento de que haveria requisito subjetivo para o deferimento deste indulto e que tal requisito deveria ser avaliado durante a execuccedilatildeo da pena A rigor o habeas corpus natildeo constitui instrumento adequado para o exame direto do pleito de indulto por causa da previsatildeo de recurso proacuteprio Patente a ilegalidade todavia cabe habeas corpus para fazer cessar o constrangimento ilegal Decreto de indulto que natildeo estipula requisitos de ordem subjetiva para a admissatildeo do referido direito Ato do Presidente da Repuacuteblica que natildeo pode ser alterado pelo juiz sob pena de violaccedilatildeo do princiacutepio da separaccedilatildeo dos Poderes Exigecircncia normativa conformada agrave condenaccedilatildeo primariedade ou reincidecircncia situaccedilotildees especiacuteficas descritas no decreto tempo de cumprimento de pena e inexistecircncia de falta grave nos doze uacuteltimos meses da execuccedilatildeo a contar da publicaccedilatildeo do Decreto Impossibilidade de o juiz invadir a competecircncia do Chefe do Executivo e definir outros requisitos aleacutem dos previstos no Decreto Violaccedilatildeo tambeacutem do princiacutepio da reserva legal definido no artigo 5ordm inciso XXXIX da Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica que veda ao julgador agravar a sanccedilatildeo ainda que em acircmbito de execuccedilatildeo valendo-se de requisitos que natildeo estatildeo previstos em lei Caso concreto que elege faltas graves anterior e posterior ao periacuteodo aquisitivo do direito (28 de novembro de 2005 e 01 de novembro de 2007) como fundamento para indeferir pedido de indulto de pena Instruccedilatildeo todavia insuficiente deste habeas corpus de sorte a determinar a incidecircncia de indulto ou comutaccedilatildeo e

mesmo do tempo total de condenaccedilatildeo Necessidade de nova avaliaccedilatildeo do caso pelo juiz natural com expressa exclusatildeo do ldquorequisitordquo indevidamente considerado para obstar o deferimento do direito ao condenado ORDEM CONCEDIDA (TJRJ - HABEAS CORPUS - 200805906809 - DES GERALDO PRADO - Julgamento 13112008 - QUINTA CAMARA CRIMINAL)

EMENTA - INDULTO CONDICIONAL - COMETIMENTO DE NOVO CRIME NO PERIacuteODO DA CONDICcedilAtildeO - CONDENACcedilAtildeO TRANSITADA EM JULGADO - INCIDENTE DE REVOGACcedilAtildeO DO INDULTO TRAMITANDO REGULARMENTE CONSIDERADA A DATA DO TRAcircNSITO EM JULGADO DO NOVO CRIME - NECESSIDADE DE ELABORACcedilAtildeO DE NOVO CAacuteLCULO DE PENA PARA SE ESTABELECER O REGIME PRISIONAL - AUSEcircNCIA DE CONSTRANGIMENTO ILEGAL Se o paciente deu causa a revogaccedilatildeo do indulto condicional que lhe foi deferido pois cometeu novo crime no periacuteodo da condiccedilatildeo cuja sentenccedila condenatoacuteria jaacute transitou em julgado e estando em tramitaccedilatildeo regular o incidente de execuccedilatildeo visando estabelecer o regime prisional ao qual ficaraacute submetido para o cumprimento da pena unificada inocorre o alegado constrangimento ilegalOrdem denegada (TJRJ HABEAS CORPUS 200805906725 DES VALMIR DE OLIVEIRA SILVA - Julgamento 11112008 - TERCEIRA CAMARA CRIMINAL)

RECURSO DE AGRAVO - REVOGACcedilAtildeO DO LIVRAMENTO CONDICIONAL SEM OITIVA DO APENADO - POSSIBILIDADE - ARTIGO 87 DO CP - COMUTACcedilAtildeO DE frac14 DA PENA NECESSIDADE DE APRECIACcedilAtildeO QUANTO AOS REQUISITOS OBJETIVOS E SUBJETIVOS - DESPROVIMENTO DO RECURSO UNAcircNIME(TJRJ AGRAVO DE EXECUCAO PENAL 200807600839 DES ELIZABETH GREGORY - Julgamento 07102008 - SETIMA CAMARA CRIMINAL)

EMENTA RECURSO DE AGRAVO EM EXECUCcedilAtildeO DECRETO Nordm 59932006 - AGRAVANTE CONDENADO PELA PRAacuteTICA DE VAacuteRIOS CRIMES GRAVES INCLUINDO O DE TRAacuteFICO ILIacuteCITO DE ENTORPECENTES QUE REQUER A COMUTACcedilAtildeO PREVISTA NO DECRETO Nordm 59932006 IMPOSSIBILIDADE - O ART 8ordm I DO DECRETO Nordm 59932006 VEDA EXPRESSAMENTE A CONCESSAtildeO DO BENEFIacuteCIO AgraveQUELES QUE COMETERAM O CRIME DE TRAacuteFICO ILIacuteCITO DE ENTORPECENTES INDEPENDENTE DE QUANDO ESTE FORA COMETIDO - RECURSO A QUE SE NEGA PROVIMENTO (TJRJ AGRAVO

DE EXECUCAO PENAL 200807600859 DES ANTONIO JOSE CARVALHO - Julgamento 23092008 - SEGUNDA CAMARA CRIMINAL)

200807700052 - CORREICAO PARCIAL - 1ordf EmentaDES KATIA JANGUTTA - Julgamento 17022009 - SEGUNDA CAMARA CRIMINAL

Correiccedilatildeo parcial Indeferimento do pedido de esclarecimentos da Folha de Antecedentes Criminais do ora reclamado que visava agrave anaacutelise pelo Parquet da possibilidade de concessatildeo de benefiacutecios tais como a unificaccedilatildeo das penas privativas de liberdade e suas consequumlecircnciasCom efeito o poder requisitoacuterio do Ministeacuterio Puacuteblico estaacute regulado em lei e embora o artigo 47 do Coacutedigo de Processo Penal lhe atribua legitimidade para requisitar diretamente a quaisquer autoridades ou funcionaacuterios documentos ou elementos de convicccedilatildeo que julgue necessaacuterios o artigo 399 daquele estatuto processual conferiu-lhe o direito subjetivo de requerer ao juiz as diligecircncias que julgar convenientes in casu o que achou imprescindiacutevel ao exame dos requisitos relativos aos benefiacutecios contidos na Lei de Execuccedilotildees Penais Eacute preciso ter em conta que a diligecircncia pleiteada pelo Parquet natildeo dizia apenas com a requisiccedilatildeo da FAC mas com informaccedilotildees e esclarecimentos referentes agraves anotaccedilotildees nela contidas a serem fornecidas por outros Juiacutezos que efetivamente soacute a concederiam mediante solicitaccedilatildeo de outra autoridade judiciaacuteria Correiccedilatildeo provida

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL COMUTACcedilAtildeO DE PENA VIA INIDOcircNEA TAL BENEFIacuteCIO DEVE SER PROCESSADO OBSERVANDO-SE QUANTO Agrave EVENTUAL EXISTEcircNCIA DE FALTA GRAVE OS 12 UacuteLTIMOS MESES DE CUMPRIMENTO DA PENA A CONTAR DA DATA DA PUBLICACcedilAtildeO DO DECRETO Nordm 562005 LIVRAMENTO CONDICIONAL NAtildeO COMPARECIMENTO DO LIBERADO REVOGACcedilAtildeO DO BENEFIacuteCIO PORQUE DESCUMPRIDAS AS CONDICcedilOtildeES AgraveS QUAIS O MESMO FICA SUBORDINADO AUSEcircNCIA DE OITIVA PREacuteVIA A REVOGACcedilAtildeO DO BENEFIacuteCIO SEJA OBRIGATOacuteRIA OU FACULTATIVA TANTO PODE SER DECRETADA PELO JUIZ DE OFIacuteCIO COMO A REQUERIMENTO DO MINISTEacuteRIO PUacuteBLICO MEDIANTE REPRESENTACcedilAtildeO DO CONSELHO PENITENCIAacuteRIO DEVENDO ANTES SER OUVIDO O APENADO A SUSPENSAtildeO CAUTELAR Eacute MEDIDA APTA A IMPEDIR QUE O AGENTE DETERMINE POR VONTADE PROacutePRIA A DATA FINAL DE PRESTACcedilAtildeO DE CONTAS AO ESTADO PELO CRIME COMETIDO CONVOLACcedilAtildeO

AGOSTO 2009 15JURISPRUDEcircNCIAS

DA REVOGACcedilAtildeO DO LIVRAMENTO CONDICIONAL EM SUSPENSAtildeO CAUTELAR PARA DETERMINAR EXPEDICcedilAtildeO DE DILIGEcircNCIAS NO JUIacuteZO A QUO INCLUSIVE COM A MANUTENCcedilAtildeO DO MANDADO DE PRISAtildeO COMO FORMA DE OBJETIVAR A OITIVA DO PACIENTE FORAGIDO ORDEM PARCIALMENTE CONCEDIDA (TJRJ HABEAS CORPUS 200805903921 DES ADILSON VIEIRA MACABU - Julgamento 05082008 - SEGUNDA CAMARA CRIMINAL)

EMENTAacuteRIO DE JURISPRUDEcircNCIA CRIMINAL Nordm 172009

COMISSAtildeO DE JURISPRUDEcircNCIA Presidente DES CHERUBIN HELCIAS SCHWARTZ Organizaccedilatildeo Serviccedilo de Publicaccedilatildeo de Jurisprudecircncia (DGCON-SEJUR) da Divisatildeo de Gestatildeo de Acervos Jurisprudenciais (DGCON-DIJUR) - dijurtjrjgovbr Rua Erasmo Braga nordm 115 - Lamina I - 6ordm andar - Sala 635

bull Ementa nordm 8 - LIVRAMENTO CONDICIONAL REINCIDENCIA

bull Ementa nordm 15 - VISITA A FAMILIA INDEFERIMENTO

Ementa nordm 8

LIVRAMENTO CONDICIONAL REINCIDENCIA INICIO DA CONTAGEM DO PRAZO DATA DA CONCESSAO DO LIVRAMENTO

DIREITO CONSTITUCIONAL PENAL E PROCESSUAL PENALO apenado postulou a concessatildeo do benefiacutecio da comutaccedilatildeo da pena e do livramento condicional vindo o MP de opor-se a tal pretensatildeo ao argumento de que o apenado seria reincidenteO MM Dr Juiz da execuccedilatildeo negando razatildeo ao MP deferiu o postulado pelo apenado com fincas no inciso I do art 64 do CPEmbora o magistrado natildeo tenha explicitado as razotildees pelas quais ele entendia contrariamente agrave tese do MP que o apenado natildeo seria reincidente a essa motivaccedilatildeo chega-se facilmente atraveacutes da interpretaccedilatildeo da parte final do inciso I do art 64 do CPO livramento condicional como o proacuteprio nome diz traduz concessatildeo de liberdade sob condiccedilatildeo suspensiva e tanto assim o eacute que o art 89 do CP fala em ldquodeclarar extinta a penardquoVencido o periacuteodo de prova sem que o apenado torne a delinquir a contagem do prazo para fins de reincidecircncia haacute que ser feita com base na data em que foi concedido o livramento e natildeo do seu teacuterminoSe o apenado obteve

o livramento em 29 de marccedilo de 2000 e vem de praticar novo crime em 27 de maio de 2005 pela regra do inciso I do art 64 do CP ele natildeo pode ser considerado reincidente O fato de o juiz que condenou o Agravado tecirc-lo tido como reincidente natildeo impede o desprovimento do recurso do MP na medida em que isso natildeo constou como causa de pedir interna no recurso do MPRECURSO CONHECIDO MAS DESPROVIDO

200807601074 - RECURSO DE AGRAVO (LEI 721084) CAPITAL - SETIMA CAMARA CRIMINAL - Por maioria DES MAURILIO PASSOS BRAGA - Julg 24032009

Ementa nordm 15

VISITA A FAMILIA INDEFERIMENTO AUSENCIA DE FUNDAMENTOS ADEQUADOS ANULACAO DA DECISAO ORDEM CONCEDIDA PARCIALMENTE

HABEAS CORPUS CRIME HEDIONDO INDEFERIMENTO DO PLEITO DE VISITA PERIOacuteDICA Agrave FAMIacuteLIA AUSEcircNCIA DE FUNDAMENTOS ADEQUADOS ORDEM PARCIALMENTE CONCEDIDA PARA ANULAR A DECISAtildeO UNANIMIDADETendo em vista seus propoacutesitos a execuccedilatildeo da pena privativa de liberdade natildeo pode ser tratada como se fosse outro processo de conhecimento condenatoacuterio E assim como natildeo se permite que na aplicaccedilatildeo das penas as respectivas bases sejam fixadas com fundamentos geneacutericos e inerentes ao proacuteprio tipo tambeacutem natildeo se admite que na execuccedilatildeo se recuse ao condenado algum benefiacutecio ou direito com fundamentos geneacutericos de conveniecircncia e ligados agrave gravidade proacutepria do crime Eacute que a realidade agora eacute outra e decorre do comportamento e das condiccedilotildees pessoais do condenado evidenciados durante a execuccedilatildeo de sua pena Afinal de contas a execuccedilatildeo eacute uma extensatildeo do princiacutepio da individualizaccedilatildeo das penas que natildeo se esgota portanto com a sua fixaccedilatildeoAleacutem disso natildeo se pode nem se deve lamentar que inuacutemeros condenados pela praacutetica de crime hediondo tenham alcanccedilado regime mais brando porque se o conseguiram foi porque preenchendo os necessaacuterios requisitos tinham direito a isto e deve-se torcer que se tenham tornado pessoas melhoresMas como natildeo se pode transformar o processo relativo ao habeas corpus num paralelo agravequele que flui no juiacutezo da execuccedilatildeo a fim de verificar se o paciente preenche os requisitos legais para lhe ser deferida a visita perioacutedica agrave famiacutelia concede-se parcialmente a ordem a fim de anular a decisatildeo de primeiro grau por falta de adequada fundamentaccedilatildeo

possibilitando a ediccedilatildeo de outra de acordo com as exigecircncias do ordenamento juriacutedico Unanimidade

200905901194 - HABEAS CORPUS CAPITAL - QUINTA CAMARA CRIMINAL - Unanime DES NILDSON ARAUJO DA CRUZ - Julg 22042009

Page 7: Ministério Público do Estado do Rio de JaneiroBOLETIM INFORMATIVO - Nº 07 - ANO I - AGOSTO 2009 Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro Marcelo Gomes Silva Promotor de

AGOSTO 2009 7

PROJETOS DE LEI

Altera os arts 41 66 e 68 da Lei nordm 7210 de 11 de julho de 1984 que ins-titui a Lei de Execuccedilatildeo Penal e acres-centa o art 319-B ao Decreto-lei nordm 2848 de 7 de dezembro de 1940 ndash Coacute-digo Penal a fim de assegurar a con-cessatildeo dos benefiacutecios da progressatildeo de regime da detraccedilatildeo da remiccedilatildeo e do livramento condicional e a imediata colocaccedilatildeo em liberdade do preso que haja cumprido integralmente a pena

O Congresso Nacional decreta

Art 1o Esta lei altera os arts 41 66 e 68 da Lei nordm 7210 de 11 de julho de 1984 que institui a Lei de Execuccedilatildeo Penal e acrescenta o art 319-B ao Decreto-lei nordm 2848 de 7 de dezembro de 1940 ndash Coacutedigo Penal a fim de assegurar a con-cessatildeo dos benefiacutecios da progressatildeo de regime da detraccedilatildeo da remiccedilatildeo e do livramento condicional e a imediata co-locaccedilatildeo em liberdade do preso que haja cumprido integralmente a pena

Art 2ordm Os arts 41 66 e 68 da Lei nordm 7210 de 11 de julho de 1984 passa a vigorar com as seguintes alteraccedilotildees

ldquoArt 41 helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip

XVII ndash direito subjetivo agrave concessatildeo dos benefiacutecios da progressatildeo de regime da detraccedilatildeo da remiccedilatildeo e do livramento condicionalsempre que devidamente preenchidos os requisitos legaisrdquo

ldquoArt 66

XI ndash conceder de ofiacutecio ou a requerimen-to de qualquer pessoaos benefiacutecios da progressatildeo de regime da detraccedilatildeo da remiccedilatildeoou da liberdade condicional sempre que verificar o preenchimentodos requisitos legais sob pena de res-ponsabilidadeadministrativa civil e pe-nal

XII ndash colocar imediatamente em liberda-de de ofiacutecio ou a requerimento de qual-quer pessoa o preso cuja pena haja sido

integralmente cumprida sob pena de responsabilidade administrativa civil e penalrdquo

ldquoArt 68II -

g) a concessatildeo dos benefiacutecios da pro-gressatildeo de regime da detraccedilatildeo da remi-ccedilatildeo ou da liberdade provisoacuteria sempre que verificar o preenchimento dos requi-sitos legais sob pena de responsabilida-de administrativa civil e penal

h) a imediata colocaccedilatildeo em liberdade do preso cuja pena haja sido integralmente cumprida sob pena de responsabilidade administrativa civil e penalrdquo

Art 3ordm O Decreto-lei nordm 2848 de 7 de dezembro de 1940 passa a vigorar acrescido do seguinte art 319-B

ldquoArt 319-B Deixar o juiz da execuccedilatildeo penal de conceder de ofiacutecio ou a requeri-mento de qualquer pessoa os benefiacutecios da progressatildeo de regime da detraccedilatildeo da remiccedilatildeo e do livramento condicional sempre que devidamente preenchidos os requisitos legais

Pena ndash reclusatildeo de 3 (dois) a 5 (cinco) anos e multa

Paraacutegrafo uacutenico Na mesma pena incor-re o membro do Ministeacuterio Puacuteblico que deixa de requerer a concessatildeo dos be-nefiacutecios previstos no caput sempre que verificar o preenchimento dos requisitos legaisrdquo

Art 4ordm Esta lei entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

JUSTIFICACcedilAtildeO

Segundo estimativas do DEPEN mais de 10 dos cerca de 420 mil presos inte-grantes do sistema prisional brasileiro jaacute cumpriram pena e ainda se encontram detidos ou tecircm direito aos benefiacutecios previstos na Lei de Execuccedilatildeo Penal que contudo deixam de ser concedidos em razatildeo da deficiente atuaccedilatildeo dos defen-sores juiacutezes e membros do Ministeacuterio Puacuteblico que atuam na execuccedilatildeo da pena

A primeira criacutetica a ser feita sobre a le-gislaccedilatildeo entatildeo em vigor eacute o fato de a Lei de Execuccedilatildeo Penal (LEP) simplesmente ignorar que os benefiacutecios da progressatildeo de regime da detraccedilatildeo da remiccedilatildeo e do livramento condicional satildeo de fato direi-tos subjetivos do preso cuja concessatildeo haacute de ser imediata e se dar de ofiacutecio pre-sentes todos os requisitos legais que os autorizem

Outro motivo apontado para o afoga-

mento do sistema eacute a falta de defensores puacuteblicos para atendimento agrave populaccedilatildeo carente grande maioria do sistema car-ceraacuterio brasileiro Na maioria das vezes esses profissionais se encontram sobre-carregados e lhes falta tempo para ana-lisar e peticionar em todos os processos onde existe a possibilidade real de con-cessatildeo de um benefiacutecio ou de colocaccedilatildeo do preso em liberdade

Assim sendo propotildee-se a inclusatildeo de inciso ao art 41 da LEP para caracteri-zar esses benefiacutecios como direito subje-tivo do preso bem como se estabelecer a desnecessidade de representaccedilatildeo por defensor para a apresentaccedilatildeo de requeri-mento para a sua concessatildeo

Porquanto a concessatildeo desses benefiacute-cios estaacute intimamente ligada ao direito de liberdade do preso assegurado consti-tucionalmente e tutelaacutevel inclusive pela via do habeas corpus afigura-se perfeita-mente possiacutevel que qualquer pessoa pos-sa comparecer em juiacutezo para requerecirc-los da mesma forma como qualquer pessoa pode impetrar habeas corpus consoante autoriza o art 654 do Coacutedigo de Processo Penal

Infelizmente tambeacutem se constata serem tiacutemidas as atuaccedilotildees do juiz da execuccedilatildeo penal e do Ministeacuterio Puacuteblico no sentido de tomar todas as providecircncias cabiacuteveis e necessaacuterias agrave colocaccedilatildeo do preso em liberdade ou agrave concessatildeo desses bene-fiacutecios mesmo porque a LEP nada dispotildee sobre o seu dever de agir nessas ocasi-otildees

A soluccedilatildeo pois estaacute na alteraccedilatildeo dos arts 66 e 68 da LEP de modo a se esta-belecer tais competecircncias

Por fim a inclusatildeo do art 319-B ao Coacutedi-go Penal tem por escopo criar modalida-de especiacutefica do crime de prevaricaccedilatildeo estabelecendo assim infraccedilatildeo penal para o juiz da execuccedilatildeo penal e para o mem-bro do Ministeacuterio Puacuteblico que deixarem de atuar para que os benefiacutecios mencio-nados sejam concedidos

Certo de que meus nobres pares reco-nheceratildeo a relevacircncia conveniecircncia ne-cessidade e oportunidade das alteraccedilotildees legais que se pretende implementar con-to com o seu apoio para a aprovaccedilatildeo des-te projeto de lei

Sala das Sessotildees em de de 2009

Deputado DR TALMIR

PROJETO DE LEI Nordm 5261 DE 2009

(Do Sr Dr Talmir)

AGOSTO 2009 8PROJETOS DE LEI

Proiacutebe a utilizaccedilatildeo das dependecircncias da Poliacutecia Civil para custodiar presos

Autora Deputada MARINA MAGGESSI

Relator Deputado FRANCISCO TENOacuteRIO

I ndash RELATOacuteRIO

Cuida-se de projeto de lei proposto pela ilustre Deputada Marina Maggessi cujo objetivo eacute vedar o uso das dependecircncias da Poliacutecia Civil para custodiar os presos condenados os submetidos agrave medida de seguranccedila os provisoacuterios e os egressos ainda que a prisatildeo se decirc em caraacuteter temporaacuterio

Para justificar a proposiccedilatildeo a nobre Deputada afirma que a Poliacutecia Civil vem sendo utilizada tambeacutem como estabelecimento carceraacuterio ainda que tal atribuiccedilatildeo esteja totalmente aleacutem de seu acircmbito de existecircncia e que natildeo tenha estrutura para responder a tal demanda

Propala a autora ainda que a Constituiccedilatildeo Federal no sect 4ordm do art 144 ensina que cabe agraves poliacutecias civis as funccedilotildees de poliacutecia judiciaacuteria e de apuraccedilatildeo de infraccedilotildees penais nada assentindo sobre as estranhas praacuteticas de servir de estabelecimento carceraacuterio e de custodiar presos como soacutei acontecer nas delegacias de muitos Estados do Brasil Essa praacutetica aliaacutes fere o princiacutepio da estrita legalidade constitucional segundo a nobre Deputada

Relata a Deputada tambeacutem que os policiais civis natildeo recebem treinamento para desempenhar a funccedilatildeo de custoacutedia de presos funccedilatildeo essa pertencente aos agentes penitenciaacuterios os quais foram treinados para exercecirc-la nos termos do que preceitua o art 82 da Lei nordm 72101984 (Lei de Execuccedilotildees Penais)

Pretende a autora corrigir esse desvio funcional para o que apresenta a proposiccedilatildeo ora relatada

O PL nordm 4051 de 2008 foi distribuiacutedo primeiramente agrave Comissatildeo de Seguranccedila Puacuteblica e Combate ao Crime Organizado ndash CSPCCO para cuja relatoria tive a honra de ser designado apresentando agora este Parecer

Nos termos do artigo 32 XVI f do Regimento Interno da Cacircmara dos Deputados cumpre a esta Comissatildeo pronunciar-se acerca do meacuterito da proposiccedilatildeo

PROJETO DE LEI Nordm 4051 DE 2008

O projeto tramita sob regime ordinaacuterio e estaacute sujeito agrave apreciaccedilatildeo conclusiva das comissotildees conforme artigo 24 II do Regimento Interno da Casa

Encerrado o prazo para recebimento de emendas estas natildeo foram apresentadas ao presente projeto de lei

Eacute o relatoacuterio

II - VOTO DO RELATOR

Cabe a este Oacutergatildeo Teacutecnico nos termos regimentais (art 32 inc XVI aliacutenea f) proceder agrave anaacutelise do Projeto de Lei nordm 405108

Assim em relaccedilatildeo agrave avaliaccedilatildeo do meacuterito entendo por oportuna a proposiccedilatildeo eis que intenta concretizar o dispositivo constitucional inserto no art 144 qual seja o de que ldquoa seguranccedila puacuteblica dever do Estado direito e responsabilidade de todos eacute exercida para a preservaccedilatildeo da ordem puacuteblica e da incolumidade das pessoas e do patrimocircnio atraveacutes da poliacutecia civilrdquo e bem assim das outras poliacutecias de que trata o referido artigo

A proposiccedilatildeo incorpora ainda a garantia fundamental insculpida no art 5ordm inciso XLVIII onde se lecirc que ldquoa pena seraacute cumprida em estabelecimentos distintos de acordo com a natureza do delito a idade e o sexo do apenadordquo Como se vecirc as delegacias de poliacutecias natildeo satildeo de fato os locais constitucionalmente designados para a custoacutedia de presos quaisquer que sejam eles

Acrescente-se que natildeo resta despiciendo ndash justamente por constar do rol dos Direitos e Garantias Fundamentais da Constituiccedilatildeo Federal ndash o inciso XLIX do art 5ordm o qual estabelece que ldquoeacute assegurado aos presos o respeito agrave integridade fiacutesica e moralrdquo Bem se vecirc que esses apenados alojados em compartimentos improvisados inadequados inseguros sem condiccedilotildees miacutenimas de habitabilidade nas delegacias de poliacutecia de todo o Brasil natildeo veem a concretizaccedilatildeo dessa garantia constitucional porquanto esses locais natildeo dispotildeem de estrutura fiacutesica adequada para custodiar presos

As delegacias de poliacutecia aliaacutes satildeo preacutedios administrativos cujas funccedilotildees preciacutepuas se inserem no acircmbito da investigaccedilatildeo policial da realizaccedilatildeo dos trabalhos de poliacutecia judiciaacuteria do atendimento ao cidadatildeo da elaboraccedilatildeo de termos circunstanciados e de outros procedimentos de sua competecircncia

Por essa razatildeo a construccedilatildeo desses preacutedios natildeo obedeceu logicamente aos rigorosos paracircmetros teacutecnicos designados

agraves construccedilotildees de estabelecimentos prisionais de seguranccedila os quais satildeo reforccedilados para impedir ou dificultar resgates conter fugas ou motins tatildeo comuns em meio agrave populaccedilatildeo carceraacuteria

Aleacutem disso as delegacias de poliacutecia estatildeo localizadas normalmente em aacutereas residenciais e satildeo frequentadas por cidadatildeos honestos que laacute vatildeo para registrar queixas de crimes dos quais satildeo viacutetimas Natildeo devem esses cidadatildeos portanto ficar expostos agrave periculosidade dos apenados que laacute se encontram De igual modo natildeo podem os policiais civis que laacute trabalham correrem riscos de vida em funccedilatildeo da fraacutegil seguranccedila oferecida por essas delegacias diante do grau de perigo que os presos lhes oferecem

Por fim a despeito do oportuno tema apresentado na proposta da nobre Deputada e bem assim da qualidade de suas justificativas vislumbro um pequeno reparo em seu PL para que em um 4ordm paraacutegrafo conste que o preso deveraacute ficar custodiado na delegacia o tempo necessaacuterio para a lavratura do auto de prisatildeo em flagrante e da assinatura da nota de culpa pelo delegado de poliacutecia Assim apoacutes a entrega da referida nota de culpa ao preso este seraacute imediatamente transferido para o sistema prisional

Dessa forma por acreditar que a proposiccedilatildeo em anaacutelise constituiraacute aprimoramento do ordenamento juriacutedico paacutetrio manifesto-me pela APROVACcedilAtildeO do PL nordm 4051 de 2008 com a Emenda apresentada em anexo

Sala da Comissatildeo de julho de 2009

Deputado FRANCISCO TENOacuteRIORelator

PROJETO DE LEI Nordm 4051 DE 2008

EMENDA DE RELATOR ADITIVA Nordm 2009

Acrescente-se ao artigo 1ordm do projeto o seguinte paraacutegrafoArt 1ordm sect4ordm O preso deveraacute ficar custodiado na delegacia ateacute a lavratura do auto de prisatildeo em flagrante e a assinatura da nota de culpa pela autoridade policial Apoacutes a entrega da referida nota de culpa ao preso este seraacute imediatamente transferido para o sistema prisional

Sala da Comissatildeo em de julho de 2009

Deputado FRANCISCO TENOacuteRIO Relator

AGOSTO 2009 9

LUacuteCIA Julgamento 11032008 Oacutergatildeo Julgador Primeira Turma Public 04-04-2008)

DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL HABEAS CORPUS CRIME DE TRAacuteFICO DE ENTORPECENTE PRETENSAtildeO DE SUBSTITUICcedilAtildeO DA PENA CORPORAL (ART 44 CP) IMPOSSIBILIDADE LEI 1134306 E INTERPRETACcedilAtildeO AUTEcircNTICA PROGRESSAtildeO DE REGIME NOS TERMOS DA LEI 1146407 CONCESSAtildeO PARCIAL DA ORDEM 1 Trata-se de habeas corpus impetrado contra ato do Superior Tribunal de Justiccedila que no julgamento de writ anteriormente aforado perante aquela Corte denegou a ordem Observa que o julgado do STJ no habeas corpus impetrado considerou a incompatibilidade da substituiccedilatildeo da pena corporal em relaccedilatildeo aos crimes hediondos e a eles equiparados o que contraria o disposto no art 44 do Coacutedigo Penal natildeo havendo qualquer restriccedilatildeo ou proibiccedilatildeo na Lei ndeg 807290 Requer a concessatildeo da ordem para o fim de ser reconhecido o direito agrave progressatildeo do regime de cumprimento da pena bem como seja autorizada a substituiccedilatildeo da pena corporal por penas restritivas de direito 2 A questatildeo de direito debatida neste writ envolve a possibilidade (ou natildeo) de incidecircncia do art 44 do Coacutedigo Penal agraves hipoacuteteses relacionadas aos crimes hediondos e a eles equiparados como eacute o caso do crime de traacutefico iliacutecito de substacircncia entorpecente (Lei ndeg 636876 art 12 Lei ndeg 1134306 art 33) 3 A norma contida no art 44 caput da Lei ndeg 1134306 ao expressar estabelecer a proibiccedilatildeo da conversatildeo apenas explicita regra que era impliacutecita no sistema juriacutedico brasileiro quanto agrave incompatibilidade do regime legal de tratamento em mateacuteria de crimes hediondos e a eles equiparados com o regime pertinente aos outros crimes 4 Recordo que a Lei ndeg 971498 ao modificar a redaccedilatildeo do art 44 do Coacutedigo Penal e assim ampliar os casos de substituiccedilatildeo da pena corporal por penas restritivas de direitos obviamente natildeo incidiu no acircmbito do tratamento legislativo referente aos crimes hediondos e a eles equiparados inclusive em razatildeo da redaccedilatildeo original contida no art 2deg sect 1deg da Lei ndeg 807290 que expressamente contemplava o regime integralmente fechado para cumprimento da pena corporal 5 Considero natildeo haver aplicaccedilatildeo retroativa da regra contida no art 44 caput da Lei ndeg 1134306 ao presente caso eis que o sistema juriacutedico anterior ao seu advento jaacute natildeo permitia a substituiccedilatildeo da pena corporal por pena restritiva de

STF

EMENTA HABEAS CORPUS COMUTACcedilAtildeO CRIME HEDIONDO IMPOSSIBILIDADE ORDEM DENEGADA A natureza dos crimes natildeo contemplados pelo decreto presidencial que concede o benefiacutecio de indulto e comutaccedilatildeo de pena deve ser aferida agrave eacutepoca da ediccedilatildeo do respectivo ato normativo pouco importando a data em que tais delitos foram praticados Precedentes (RE 274265 rel min Neacuteri da Silveira DJ de 19102001 p 49 e HC 74429 rel min Sydney Sanches DJ 21031997 p 8507) Ademais a comutaccedilatildeo nada mais eacute do que uma espeacutecie de indulto parcial (em que haacute apenas a reduccedilatildeo da pena) Daiacute por que a vedaccedilatildeo agrave concessatildeo de indulto em favor daqueles que praticaram crime hediondo - prevista no art 2ordm I da lei 80721990 - abrange tambeacutem a comutaccedilatildeo Ordem denegada (STF HC 94679 SP Relator(a) Min JOAQUIM BARBOSA Oacutergatildeo Julgador Segunda Turma Julgamento 18112008 Publicaccedilatildeo DJ 19122008PP-01188)

EMENTA HABEAS CORPUS DECRETO N 529504 COMUTACcedilAtildeO DE PENA CONDENADO QUE ESTAacute EM LIVRAMENTO CONDICIONAL POSSIBILIDADE ORDEM CONCEDIDA 1 Decreto n 529504 natildeo impediu a comutaccedilatildeo de pena aos condenados que estatildeo em livramento condicional 2 Ordem concedida (STF HC94654 RS Relator(a) Min CAacuteRMEN LUacuteCIA Julgamento 19082008 Oacutergatildeo Julgador Primeira Turma Public 03-10-2008)

EMENTA HABEAS CORPUS PROCESSUAL PENAL PACIENTE CONDENADO POR CRIME POSTERIOR AO INIacuteCIO DO CUMPRIMENTO DE PENAS JAacute UNIFICADAS ALEGACcedilAtildeO DE OFENSA AgraveS REGRAS DE UNIFICACcedilAtildeO DAS PENAS NAtildeO-OCORREcircNCIA INEXISTEcircNCIA DE VIacuteCIO NO PROCESSO DE EXECUCcedilAtildeO PENAL POR DEFICIEcircNCIA NO CAacuteLCULO DAS PENAS O LIMITE DE TRINTA ANOS PREVISTO NO ART 75 DO COacuteDIGO PENAL NAtildeO DEVE SER OBSERVADO SE O REacuteU PRATICA NOVOS DELITOS E SOFRE NOVAS CONDENACcedilOtildeES PRECEDENTES HABEAS CORPUS INDEFERIDO (STF HC 93202 SP Relator(a) Min CAacuteRMEN

direito em relaccedilatildeo aos crimes hediondos e a eles equiparados 6 Impossibilidade de substituiccedilatildeo da pena privativa de liberdade por penas restritivas de direito mesmo no periacuteodo anterior ao advento da Lei ndeg 1134306 e consequentemente natildeo haacute constrangimento ilegal no ato do Superior Tribunal de Justiccedila que denegou habeas corpus exatamente neste mesmo sentido 7 A redaccedilatildeo original do art 2ordm sect 1ordm da Lei nordm 807290 natildeo estava eivada de inconstitucionalidade natildeo malferindo os incisos XLVI e XLVII do art 5ordm da Constituiccedilatildeo Federal Os princiacutepios da individualizaccedilatildeo e da humanidade da pena natildeo foram violados com a regra legal acima mencionada 8 Todos os benefiacutecios legais inerentes agrave execuccedilatildeo da pena e evidentemente compatiacuteveis com o regime fechado prosseguiam sendo aplicaacuteveis aos condenados por crime hediondo ou a ele equiparado de modo a estimular sua recuperaccedilatildeo e ressocializaccedilatildeo 9 Com a nova redaccedilatildeo do sect 1ordm e a introduccedilatildeo do sect 2ordm ambos do art 2ordm da Lei de Crimes Hediondos deveratildeo ser cumpridos os requisitos e condiccedilotildees impostas mesmo em relaccedilatildeo agraves pessoas que praticaram condutas criminosas em eacutepoca anterior agrave nova ordem juriacutedica instaurada sobre o tema Do contraacuterio haveria claro descumprimento do comando constitucional contido no art 5ordm XLIII natildeo cumprindo o papel axioloacutegico e a proacutepria razatildeo de ser da Lei nordm 807290 a saber tratar de modo mais rigoroso as hipoacuteteses relacionadas aos crimes hediondos e a eles equiparados 10 Concessatildeo parcial da ordem com revogaccedilatildeo da liminar (STF HC 89976 RJ Relator(a) Min ELLEN GRACIE Julgamento 26032009 Oacutergatildeo Julgador Tribunal Pleno Public 24-04-2009)

DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL RECURSO ORDINAacuteRIO EM HABEAS CORPUS PROGRESSAtildeO DE REGIME PRISIONAL FATO ANTERIOR Agrave LEI 1146407 PRECEDENTES DESTA CORTE PROVIMENTO PARCIAL 1 A questatildeo de direito versada nestes autos diz respeito agrave possibilidade (ou natildeo) de progressatildeo do regime de cumprimento da pena corporal imposta no periacuteodo de vigecircncia da redaccedilatildeo originaacuteria do art 2ordm sect 1ordm da Lei nordm 807290 2 O julgamento do Supremo Tribunal Federal em processos subjetivos relacionados ao caso concreto natildeo alterou a vigecircncia da regra contida no art 2ordm sect 1ordm da Lei nordm 807290 (na sua redaccedilatildeo original) 3 Houve necessidade da ediccedilatildeo da Lei nordm 1164607 para que

JURISPRUDEcircNCIAS

AGOSTO 2009 10

nordm 807290 4 Houve necessidade da ediccedilatildeo da Lei nordm 1164607 para que houvesse a alteraccedilatildeo da redaccedilatildeo do dispositivo legal Contudo levando em conta que - considerada a orientaccedilatildeo que passou a existir nesta Corte agrave luz do precedente no HC 82959SP - o sistema juriacutedico anterior agrave ediccedilatildeo da lei de 2007 era mais beneacutefico ao condenado em mateacuteria de requisito temporal (16 da pena) comparativamente ao sistema implantado pela Lei ndeg 1164607 (25 ou 35 dependendo do caso) deve ser concedida em parte a ordem para que haja o exame do pedido de progressatildeo do regime prisional do paciente levando em conta o requisito temporal de 16 da pena fixada 5 Habeas corpus concedido por considerar possiacutevel a progressatildeo do regime prisional desde que atendido o requisito temporal de cumprimento de 16 da pena cabendo ao juiz da execuccedilatildeo da pena apreciar o pedido de progressatildeo inclusive quanto agrave presenccedila dos demais requisitos considerado o fator temporal acima indicado (STF HC92477 SP Relator(a) Min ELLEN GRACIE Julgamento 21102008 Oacutergatildeo Julgador Segunda Turma Public 07-11-2008)

PENA - REGIME DE CUMPRIMENTO - PROGRESSAtildeO - RAZAtildeO DE SER A progressatildeo no regime de cumprimento da pena nas espeacutecies fechado semi-aberto e aberto tem como razatildeo maior a ressocializaccedilatildeo do preso que mais dia ou menos dia voltaraacute ao conviacutevio social PENA - CRIMES HEDIONDOS - REGIME DE CUMPRIMENTO - PROGRESSAtildeO - OacuteBICE - ARTIGO 2ordm sect 1ordm DA LEI Nordm 807290 - INCONSTITUCIONALIDADE - EVOLUCcedilAtildeO JURISPRUDENCIAL Conflita com a garantia da individualizaccedilatildeo da pena - artigo 5ordm inciso XLVI da Constituiccedilatildeo Federal - a imposiccedilatildeo mediante norma do cumprimento da pena em regime integralmente fechado Nova inteligecircncia do princiacutepio da individualizaccedilatildeo da pena em evoluccedilatildeo jurisprudencial assentada a inconstitucionalidade do artigo 2ordm sect 1ordm da Lei nordm 807290 CONFLITO DE LEIS NO TEMPO - LEI N ordm 114642007 - AFASTAMENTO A legislaccedilatildeo de regecircncia eacute a vigente na data em que praticado o crime natildeo se podendo cogitar de retroaccedilatildeo prejudicial ao paciente (STF HC91618 SP Relator(a) Min MARCO AUREacuteLIO Julgamento 19082008 Oacutergatildeo Julgador Primeira Turma Public 31-10-2008)

DIREITO PROCESSUAL PENAL RECURSO EXTRAORDINAacuteRIO DESCLASSIFICACcedilAtildeO DE CRIME DE LATROCIacuteNIO PARA HOMICIacuteDIO QUESTAtildeO INFRACONSTITUCIONAL NAtildeO CONHECIMENTO CRIME HEDIONDO REGIME INICIALMENTE

FECHADO LEI 1146407 RECURSO PARCIALMENTE CONHECIDO E NESSA PARTE PARCIALMENTE PROVIDO 1 Duas satildeo as questotildees tratadas no recurso extraordinaacuterio interposto a) a suposta violaccedilatildeo agrave norma constitucional que prevecirc a competecircncia do tribunal do juacuteri para os crimes dolosos contra a vida eis que natildeo seria crime de latrociacutenio mas sim de homiciacutedio b) a possiacutevel infringecircncia aos princiacutepios constitucionais da individualizaccedilatildeo e humanizaccedilatildeo da pena devido agrave imposiccedilatildeo do regime integralmente fechado em relaccedilatildeo agrave pena privativa de liberdade estabelecida em desfavor do recorrente 2 A respeito da primeira questatildeo o tema natildeo foi objeto de prequestionamento junto ao Tribunal de Justiccedila Ademais a pretensatildeo recursal relacionada agrave possiacutevel desclassificaccedilatildeo do crime de latrociacutenio para homiciacutedio envolveria o revolvimento de substrato faacutetico-probatoacuterio o que natildeo se revela possiacutevel em sede de recurso extraordinaacuterio 3 A respeito da segunda questatildeo ventilada no recurso extraordinaacuterio houve claro enfrentamento da vedaccedilatildeo da progressatildeo do regime de cumprimento da pena privativa de liberdade e a esse respeito o recurso merece ser conhecido 4 Era perfeitamente compatiacutevel com a Constituiccedilatildeo Federal a vedaccedilatildeo da progressatildeo do regime de cumprimento da pena quando da condenaccedilatildeo por praacutetica de crime hediondo ou a ele equiparado Daiacute a consideraccedilatildeo de que o tema referente ao regime de cumprimento da pena corporal ser apenas um dos aspectos relativos agrave execuccedilatildeo penal perfeitamente adequado agrave realidade dos crimes reputados mais danosos agrave sociedade em postura normativa perfeitamente coerente com a finalidade retributiva da pena 5 Sobreveio a Lei nordm 1146407 que alterou a redaccedilatildeo do art 2ordm sect 1ordm da Lei nordm 807290 ao prever que a pena por crime hediondo ou a ele equiparado seraacute cumprida em regime inicialmente fechado Diante da nova redaccedilatildeo deveratildeo ser cumpridos os requisitos e condiccedilotildees impostas mesmo em relaccedilatildeo agraves pessoas que praticaram condutas criminosas em eacutepoca anterior agrave nova ordem juriacutedica instaurada sobre o tema 6 Recurso extraordinaacuterio parcialmente conhecido e nesta parte parcialmente provido estabelecendo que o regime de cumprimento da pena seraacute o inicialmente fechado admitindo-se a progressatildeo do regime prisional desde que atendidos os requisitos do art 2ordm sectsect 1ordm e 2ordm da Lei nordm 807290 na redaccedilatildeo que lhe foi dada pela Lei nordm 1146407 (STF RE 552545 MG Relator(a) Min ELLEN GRACIE Julgamento 14102008 Oacutergatildeo Julgador Segunda Turma Public 21-11-2008)

houvesse a alteraccedilatildeo da redaccedilatildeo do dispositivo legal Contudo levando em conta que - considerada a orientaccedilatildeo que passou a existir nesta Corte agrave luz do precedente no HC 82959SP - o sistema juriacutedico anterior agrave ediccedilatildeo da lei de 2007 era mais beneacutefico ao condenado em mateacuteria de requisito temporal (16 da pena) comparativamente ao sistema implantado pela Lei ndeg 1164607 (25 ou 35 dependendo do caso) deve ser concedida em parte a ordem para que haja o exame do pedido de progressatildeo do regime prisional do paciente levando em conta o requisito temporal de 16 da pena fixada 4 No mesmo sentido HC 94025SP rel Min Menezes Direito 1ordf Turma DJ 03062008 Neste uacuteltimo julgado ficou expressamente consignado que ldquorelativamente aos crimes hediondos cometidos antes da vigecircncia da Lei nordm 1146407 a progressatildeo de regime carceraacuterio deve observar o requisito temporal previsto nos artigos 33 do Coacutedigo Penal e 112 da Lei de Execuccedilotildees Penais aplicando-se portanto a lei mais beneacuteficardquo O art 2deg sect 1deg da Lei ndeg 807290 (na sua redaccedilatildeo original) natildeo pode ser utilizado como paracircmetro de comparaccedilatildeo com a Lei ndeg 1146407 diante da sua declaraccedilatildeo de inconstitucionalidade ainda que no exerciacutecio do controle concreto no julgamento do HC ndeg 82959SP (rel Min Marco Aureacutelio) 5 Recurso ordinaacuterio em habeas corpus parcialmente provido e assim concedeu-se a ordem para considerar possiacutevel a progressatildeo do regime prisional desde que atendido o requisito temporal de cumprimento de 16 da pena cabendo ao juiz da execuccedilatildeo da pena apreciar o pedido de progressatildeo inclusive quanto agrave presenccedila dos demais requisitos considerado o fator temporal acima indicado (STF RHC 91300 DF Relator(a) Min ELLEN GRACIE Julgamento 05032009 Oacutergatildeo Julgador Tribunal Pleno Public 03-04-2009)

DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL HABEAS CORPUS REGIME PRISIONAL CRIME HEDIONDO DATA ANTERIOR Agrave LEI 1146407 SISTEMA JURIacuteDICO MAIS BENEacuteFICO CONCESSAtildeO DA ORDEM 1 A questatildeo de direito versada nestes autos diz respeito agrave possibilidade (ou natildeo) de progressatildeo do regime de cumprimento da pena corporal imposta no periacuteodo de vigecircncia da redaccedilatildeo originaacuteria do art 2ordm sect 1ordm da Lei nordm 807290 2 O tema relativo ao regime de cumprimento da pena que envolve mateacuteria relativa agrave execuccedilatildeo recebe consideraccedilotildees distintas quanto agrave natureza de seu enquadramento no sistema juriacutedico brasileiro 3 O julgamento do Supremo Tribunal Federal em processos subjetivos relacionados ao caso concreto natildeo alterou a vigecircncia da regra contida no art 2ordm sect 1ordm da Lei

JURISPRUDEcircNCIAS

AGOSTO 2009 11JURISPRUDEcircNCIAS

STJ

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL ROUBO CIRCUNSTANCIADO PENA DE 5 ANOS E 6 MESES DE RECLUSAtildeO PROGRESSAtildeO PARA O REGIME SEMI-ABERTO DEFERIDA PELO JUIZ DA VEC E CASSADA PELO TRIBUNAL A QUO AUSEcircNCIA DE MANIFESTACcedilAtildeO PREacuteVIA DO MP MATEacuteRIA NAtildeO ARGUumlIDA EM AGRAVO DE EXECUCcedilAtildeO REFORMATIO IN PEJUS SUacuteMULA 160STF DISPENSA DE EXAME CRIMINOLOacuteGICO POSSIBILIDADE PARECER DO MPF PELA DENEGACcedilAtildeO DO WRIT ORDEM CONCEDIDA POREacuteM PARA RESTABELECER A DECISAtildeO DE PRIMEIRO GRAU 1 O ato praticado fora dos ditames legais deve ser considerado nulo inclusive de ofiacutecio salvo quando tratar-se de nulidade natildeo arguumlida pela acusaccedilatildeo mas cujo reconhecimento poderaacute prejudicar a defesa por forccedila do princiacutepio da non reformatio in pejus esse eacute inclusive o teor da Suacutemula 160 do Pretoacuterio Excelso segundo a qual eacute nula a decisatildeo do Tribunal que acolhe contra o reacuteu nulidade natildeo arguumlida no recurso da acusaccedilatildeo ressalvados os casos de recurso de ofiacutecio 2 Natildeo obstante o recurso ministerial ter se restringido a alegaccedilatildeo da imprescindibilidade da realizaccedilatildeo de exame criminoloacutegico e parecer da Comissatildeo Teacutecnica de Classificaccedilatildeo para avaliar o requisito subjetivo exigido para fins de progressatildeo de regime o Tribunal a quo deu-lhe provimento em razatildeo da ausecircncia de preacutevia oitiva do Ministeacuterio Puacuteblico antes do deferimento da medida traduzindo verdadeira reformatio in pejus 3 Natildeo deve ser declarada nulidade quando natildeo resultar prejuiacutezo comprovado para a parte que a alega Isso porque o processo natildeo eacute um fim em si mesmo merecendo aproveitamento todos os atos que atingiram a sua finalidade e permitiram o exerciacutecio da ampla defesa e do contraditoacuterio 4 A nova redaccedilatildeo dada pela Lei 1079203 ao art 112 da LEP tornou prescindiacutevel a realizaccedilatildeo de exames periciais antes exigidos para a concessatildeo da progressatildeo de regime prisional cabendo ao Juiacutezo da Execuccedilatildeo a ponderaccedilatildeo casuiacutestica sobre a necessidade ou natildeo de adoccedilatildeo de tais medidas 5 Ordem concedida para restabelecer a decisatildeo de primeiro grau que havia deferido ao paciente o benefiacutecio da progressatildeo para o regime semi-aberto em que pese o parecer ministerial (STJ HC 90793 SP HABEAS CORPUS 20070220061-9 Relator(a) Ministro NAPOLEAtildeO NUNES MAIA FILHO Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 11122008 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 16022009)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL INDULTO DECRETO 562005 PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS NAtildeO-OCORREcircNCIA PATOLOGIAS ROL TAXATIVO CONSTRANGIMENTO ILEGAL NAtildeO-CONFIGURADO ORDEM DENEGADA 1 O Decreto 562005 autoriza o indulto ao condenado ldquoparapleacutegico tetrapleacutegico ou portador de cegueira total desde que tais condiccedilotildees natildeo sejam anteriores agrave praacutetica do ato e comprovadas por laudo meacutedico oficial ou na falta deste por dois meacutedicos designados pelo Juiacutezo da Execuccedilatildeordquo (art 1ordm VI a) 2 O benefiacutecio do indulto espeacutecie da clementia principis eacute de interpretaccedilatildeo restrita devendo ser concedido apenas quando estritamente preenchidos os requisitos expressos na norma regulamentadora 3 Na hipoacutetese em apreccedilo o Juiacutezo singular indeferiu o benefiacutecio sob o argumento de que o paciente natildeo preenche os requisitos estabelecidos no Decreto 562005 uma vez que natildeo eacute portador de cegueira total 4 Para se acolher a pretensatildeo aduzida pelo impetrante necessaacuterio seria extrapolar os limites do texto normativo cuja interpretaccedilatildeo cabe ao magistrado na medida em que impotildee a ampliaccedilatildeo do rol de patologiasconsequumlecircncias taxativamente estabelecido no decreto cuja elaboraccedilatildeo eacute da competecircncia discricionaacuteria e exclusiva do Presidente da Repuacuteblica a teor do art 84 XII da Constituiccedilatildeo Federal 5 Ordem denegada (STJ HC 93841 SP HABEAS CORPUS 20070259072-6 Relator(a) Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 09122008 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 02022009)

HABEAS CORPUS HOMICIacuteDIOS E ROUBOS QUALIFICADOS PACIENTE CONDENADO A 63 ANOS 11 MESES E 26 DIAS DELITOS COMETIDOS ANTERIORMENTE Agrave LEI DE CRIMES HEDIONDOS INDULTO COMUTACcedilAtildeO DE PENAS INADMISSIBILIDADE PRECEDENTES DO STJ ORDEM DENEGADA 1 Na esteira de firme jurisprudecircncia desta Corte Superior satildeo insuscetiacuteveis de indulto os crimes hediondos ainda que tenham sido cometidos antes da ediccedilatildeo da Lei 807290 tendo em vista que a natureza do crime deve ser aferida ao tempo da entrada em vigor da norma instituidora do benefiacutecio 2 Opina o MPF pela denegaccedilatildeo da ordem 3 Ordem denegada (STJ HC 88522 SP HABEAS CORPUS 20070185250-1 Relator(a) Ministro NAPOLEAtildeO NUNES MAIA FILHO Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 07102008 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 03112008)

PROCESSUAL PENAL HABEAS CORPUS INDULTO NATALINO DECRETO

Nordm 59932006 TESE NAtildeO APRESENTADA Agrave AUTORIDADE COATORA SUPRESSAtildeO DE INSTAcircNCIA DECRETO Nordm 562005 INDULTO NATALINO EXAME CRIMINOLOacuteGICO DESNECESSIDADE I - Tendo em vista que a alegaccedilatildeo de que estatildeo preenchidos os requisitos do indulto natalino com base no Decreto nordm 59932006 sequer foi suscitada perante a autoridade apontada como coatora fica esta Corte impedida de examinar tal alegaccedilatildeo sob pena de supressatildeo de instacircncia (Precedentes) II - Natildeo constando do Decreto nordm 56202005 a exigecircncia de realizaccedilatildeo de exame criminoloacutegico eacute vedado ao e Tribunal a quo condicionar a concessatildeo do indulto natalino agrave preacutevia realizaccedilatildeo do referido exame para afericcedilatildeo do meacuterito do sentenciado por absoluta falta de previsatildeo legal Writ parcialmente conhecido e nesta parte concedido (STJ HC 89686 RS HABEAS CORPUS 20070205954-0 Relator(a) Ministro FELIX FISCHER Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 15042008 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 30062008)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL DECRETO Nordm 44952002 HOMICIacuteDIO QUALIFICADO COMETIDO ANTERIORMENTE Agrave LEI Nordm 893094 CRIME HEDIONDO INDULTO INCABIMENTO 1 Eacute incabiacutevel a concessatildeo de indulto aos crimes hediondos na letra dos artigos 2ordm inciso I da Lei nordm 807290 e 5ordm inciso XLIII da Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica 2 Os crimes elencados como hediondos precisamente porque possuem nomen juris e natureza proacutepria por oacutebvio restam excluiacutedos da benesse estatal ainda quando cometidos antes da ediccedilatildeo da lei dos crimes hediondos que nesta categoria os compreendeu exclusivamente para fins investigatoacuterios processuais e de regime de cumprimento de pena 3 Ordem denegada (STJ HC 68877 SP HABEAS CORPUS 20060233951-6 Relator(a) Ministro HAMILTON CARVALHIDO Oacutergatildeo Julgador SEXTA TURMA Data do Julgamento 27052008 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 12082008)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL HOMICIacuteDIO QUALIFICADO PRATICADO ANTES DA EDICcedilAtildeO DA LEI 807290 COMUTACcedilAtildeO DE PENAS DECRETO 562005 POSSIBILIDADE EXAME CRIMINOLOacuteGICO PARA AFERIR O MERECIMENTO DO APENADO REQUISITO NAtildeO ESTABELECIDO NO REFERIDO DECRETO CONSTRANGIMENTO ILEGAL CARACTERIZADO ORDEM CONCEDIDA 1 Na anaacutelise do pedido de comutaccedilatildeo natildeo eacute permitido ao magistrado extrapolar os limites de interpretaccedilatildeo do decreto impondo requisito natildeo estabelecido no

AGOSTO 2009 12JURISPRUDEcircNCIAS

texto normativo cuja elaboraccedilatildeo eacute da competecircncia discricionaacuteria e exclusiva do Presidente da Repuacuteblica a teor do art 84 XII da Constituiccedilatildeo Federal 2 O art 8ordm do Decreto 562004 eacute claro ao excluir o benefiacutecio da comutaccedilatildeo apenas aos que tenham cometido o delito hediondo apoacutes a ediccedilatildeo da Lei 807290 sendo portanto descabido o indeferimento do pleito do paciente com fundamento na hediondez do delito o qual foi praticado em 11290 3 O Decreto 562005 autoriza a comutaccedilatildeo de 15 da pena imposta ao condenado reincidente que tenha cumprido 13 da pena e natildeo tenha sofrido sanccedilatildeo disciplinar por falta grave praticada nos uacuteltimos 12 meses do cumprimento da pena apurada na forma do art 59 e seguintes da Lei de Execuccedilotildees Penais contados retroativamente a partir da publicaccedilatildeo do referido decreto Dessa forma para a concessatildeo do benefiacutecio natildeo se exige a realizaccedilatildeo de exame criminoloacutegico a fim de aferir a presenccedila de requisitos subjetivos 4 Ordem concedida para anulando a decisatildeo singular e o acoacuterdatildeo assegurar ao paciente o direito de comutaccedilatildeo de sua pena nos termos do Decreto 562005 (STJ HC 100020 SP HABEAS CORPUS 20080027425-9 Relator(a) Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 28052008 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 04082008)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL PACIENTE CONDENADO PELA PRAacuteTICA DE ROUBO CIRCUNSTANCIADO RECEPTACcedilAtildeO QUALIFICADA E FURTOS (SIMPLES E QUALIFICADO) PENA DE 13 ANOS 7 MESES E 26 DIAS DE RECLUSAtildeO COMUTACcedilAtildeO DA PENA DEFERIDA PELO JUIZ DA VEC COM BASE NO DECRETO 562005 E CASSADA PELO TRIBUNAL A QUO COMETIMENTO DE FALTA GRAVE EM 230606 INTERRUPCcedilAtildeO DO PRAZO PARA A CONCESSAtildeO DO BENEFIacuteCIO AUSEcircNCIA DE CONSTRANGIMENTO ILEGAL IRRELEVAcircNCIA DA AFERICcedilAtildeO DE REQUISITO SUBJETIVO PARECER MINISTERIAL PELA CONCESSAtildeO DA ORDEM ORDEM DENEGADA 1 A interpretaccedilatildeo conjunta dos arts 112 118 I e 127 da LEP e do art 2o do Decreto 562005 permite a exegese de que a praacutetica de falta grave acarreta o reiniacutecio da contagem do periacuteodo de 13 da pena faltante para a obtenccedilatildeo da comutaccedilatildeo da pena Precedente da 5a Turma do STJ HC 80103SP de minha relatoria DJU 061008 2 Independentemente da discussatildeo a respeito de qualquer requisito de ordem subjetiva o paciente natildeo soma a seu favor o tempo de cumprimento de pena necessaacuterio agrave obtenccedilatildeo do benefiacutecio 3 Parecer do MPF pela concessatildeo da ordem 4 Ordem denegada (STJ HC 93996 SP HABEAS CORPUS 20070261591-5 Relator(a)

Ministro NAPOLEAtildeO NUNES MAIA FILHO Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 10022009 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 27042009)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL PACIENTE CONDENADO PELA PRAacuteTICA DE ROUBO E ROUBO CIRCUNSTANCIADO PENA DE 7 ANOS 6 MESES E 20 DIAS DE RECLUSAtildeO COMUTACcedilAtildeO DA PENA DEFERIDA PELO JUIZ DA VEC COM BASE NO DECRETO 529504 E CASSADA PELO TRIBUNAL A QUO COMETIMENTO DE FALTA GRAVE EM 291102 CONSISTENTE NA FUGA DO ESTABELECIMENTO PRISIONAL INTERRUPCcedilAtildeO DO PRAZO PARA A CONCESSAtildeO DO BENEFIacuteCIO AUSEcircNCIA DE CONSTRANGIMENTO ILEGAL ORDEM DENEGADA1 A jurisprudecircncia dessa Corte entende que ofende o princiacutepio da legalidade a decisatildeo que determina a interrupccedilatildeo do prazo para a aquisiccedilatildeo da benesse do Decreto 5295 em razatildeo do cometimento de falta de natureza grave uma vez que acaba por criar requisito objetivo natildeo previsto em lei 2 Creio que do ponto de vista positivo normativo rigorosamente literal esse posicionamento eacute incensuraacutevel entretanto ao meu sentir a interpretaccedilatildeo conjunta dos arts 112 118 I e 127 da LEP e do art 2o do Decreto 529504 permite a exegese de que a praacutetica de falta grave acarreta o reiniacutecio da contagem do periacuteodo de 13 da pena faltante para a obtenccedilatildeo da comutaccedilatildeo da pena 3 Parecer do MPF pela concessatildeo da ordem 4 Ordem denegada (STJ HC 80103 SP - Relator(a) Ministro NAPOLEAtildeO NUNES MAIA FILHO - Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA - Data do Julgamento 28082008 - Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 06102008)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL CORTE A QUO QUE MANTEVE A DECISAtildeO DE PRIMEIRO GRAU INDEFERITOacuteRIA DO BENEFIacuteCIO DA COMUTACcedilAtildeO DA PENA CONSTRANGIMENTO ILEGAL EVIDENCIADO PELA AUSEcircNCIA DE ANAacuteLISE NO ARESTO HOSTILIZADO DO PREENCHIMENTO (OU NAtildeO) DOS REQUISITOS PREVISTOS NO DECRETO 529504 PELO PACIENTE LIVRAMENTO CONDICIONAL IGUALMENTE INDEFERIDO COMETIMENTO DE FALTA GRAVE IMPOSSIBILIDADE DE INTERRUPCcedilAtildeO DO PRAZO PARA A CONCESSAtildeO DO BENEFIacuteCIO POR AUSEcircNCIA DE PREVISAtildeO LEGAL CONSTRANGIMENTO ILEGAL CONFIGURADO PRECEDENTES PARECER DO MPF PELA CONCESSAtildeO DA ORDEM ORDEM CONCEDIDA PARA QUE O TRIBUNAL A QUO ANALISE AS CONDICcedilOtildeES PARA A CONCESSAtildeO DA COMUTACcedilAtildeO DA PENA DO PACIENTE LEVANDO-SE EM CONSIDERACcedilAtildeO

SOMENTE OS REQUISITOS PREVISTOS NO DECRETO 529504 BEM COMO PARA QUE APRECIE O PEDIDO DE LIVRAMENTO CONDICIONAL SUPERADO O OacuteBICE RELATIVO Agrave INTERRUPCcedilAtildeO DO PRAZO PARA A CONCESSAtildeO DO BENEFIacuteCIO CONSIDERANDO A FRACcedilAtildeO DA PENA EVENTUALMENTE COMUTADA 1 O Decreto 529504 exige para fins de obtenccedilatildeo do benefiacutecio da comutaccedilatildeo das penas que o condenado preencha dois requisitos quais sejam cumprir um quarto da sanccedilatildeo se primaacuterio ou um terccedilo se reincidente ateacute a data de 25 de dezembro de 2004 bem como natildeo ter cometido falta grave nos uacuteltimos doze meses de cumprimento da pena 2 In casu o acoacuterdatildeo impugnado sequer fez menccedilatildeo ao implemento (ou natildeo) dos requisitos previstos no art 2o cc o art 4o do Decreto 529504 cingindo-se as razotildees para a manutenccedilatildeo do indeferimento do benefiacutecio agrave impossibilidade de anaacutelise do cumprimento das condiccedilotildees objetivas e subjetivas para a concessatildeo do pleiteado benefiacutecio em sede de Habeas Corpus e agraves diversas condenaccedilotildees que ostenta o paciente 3 A verificaccedilatildeo das condiccedilotildees para a concessatildeo da comutaccedilatildeo todavia eacute plenamente factiacutevel em Habeas Corpus por natildeo exigir ampla incursatildeo probatoacuteria De outra parte o indeferimento da benesse com supedacircneo na existecircncia de diversas condenaccedilotildees em desfavor do paciente viola o princiacutepio da legalidade por constituir exigecircncia de requisitos estranhos aos previstos no decreto 529504 Precedentes 4 O art 83 I do CPB exige para fins de obtenccedilatildeo do benefiacutecio do livramento condicional o cumprimento de mais de um terccedilo da pena total imposta ao sentenciado Assim ofende o princiacutepio da legalidade a decisatildeo que determina a interrupccedilatildeo do prazo para a aquisiccedilatildeo da referida benesse uma vez que acaba por criar requisito objetivo natildeo previsto em lei 5 Parecer do MPF pela concessatildeo do writ 6 Ordem concedida para que o Tribunal a quo analise as condiccedilotildees para a concessatildeo da comutaccedilatildeo da pena do paciente levando-se em consideraccedilatildeo somente os requisitos previstos no Decreto 529504 bem como para que aprecie o pedido de livramento condicional superado o oacutebice relativo agrave interrupccedilatildeo do prazo para a concessatildeo do benefiacutecio considerando a fraccedilatildeo da pena eventualmente comutada (STJ HC 114222 SP HABEAS CORPUS 20080187375-9 Relator(a) Ministro NAPOLEAtildeO NUNES MAIA FILHO Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 29042009 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 01062009)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL FALTA GRAVE INTERRUPCcedilAtildeO NA CONTAGEM DO LAPSO TEMPORAL PARA A CONCESSAtildeO DE BENEFIacuteCIO DE PROGRESSAtildeO DE REGIME

AGOSTO 2009 13JURISPRUDEcircNCIAS

PRISIONAL ENTENDIMENTO DO TRIBUNAL A QUO EM CONSONAcircNCIA COM A JURISPRUDEcircNCIA DESTA CORTE LIVRAMENTO CONDICIONAL E COMUTACcedilAtildeO DAS PENAS INTERRUPCcedilAtildeO DO PRAZO PARA OBTENCcedilAtildeO DO BENEFIacuteCIO PELO CONDENADO ILEGALIDADE AUSEcircNCIA DE PREVISAtildeO LEGAL PRECEDENTES INAPLICABILIDADE DO EFEITO INTERRUPTIVO QUANTO AO LIVRAMENTO CONDICIONAL E Agrave COMUTACcedilAtildeO RECONHECIDA PELO TRIBUNAL DE ORIGEM FALTA DE INTERESSE PROCESSUAL CONSTRANGIMENTO ILEGAL NAtildeO EVIDENCIADO 1 O cometimento de falta grave embora interrompa o prazo para a obtenccedilatildeo dos benefiacutecios da progressatildeo de regime natildeo o faz para fins de concessatildeo dos benefiacutecios do livramento condicional e da comutaccedilatildeo da pena por ausecircncia de previsatildeo legal Precedentes 2 Nos termos do acoacuterdatildeo hostilizado verifica-se que o efeito interruptivo somente foi reconhecido relativamente agrave progressatildeo de regime ficando ressalvada a sua inaplicabilidade com relaccedilatildeo ao livramento condicional e agrave comutaccedilatildeo evidenciado nesse particular a falta de interesse processual na medida em que natildeo evidenciado nos autos qualquer constrangimento ilegal contra o Paciente inexistindo pois ato coator por parte do Tribunal quanto ao pleitos de comutaccedilatildeo e de livramento condicional 3 Habeas corpus parcialmente conhecido e nessa parte denegado (STJ HC 121513 SP HABEAS CORPUS 20080258389-0 Relator(a) Ministra LAURITA VAZ Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 27042009 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 25052009)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL PEDIDO DE COMUTACcedilAtildeO DA PENA INDEFERIDO PELO JUIZ DA VEC E PELO TRIBUNAL A QUO PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS OBJETIVOS E SUBJETIVOS EXIGIDOS PELO DECRETO 529504 COMETIMENTO DE FALTA GRAVE EM 08032003 INTERRUPCcedilAtildeO DO PRAZO PARA A CONCESSAtildeO DO BENEFIacuteCIO IMPOSSIBILIDADE AUSEcircNCIA DE PREVISAtildeO LEGAL CONSTRANGIMENTO ILEGAL CONFIGURADO PRECEDENTES PARECER DO MPF PELA CONCESSAtildeO DA ORDEM ORDEM CONCEDIDA PARA DEFERIR AO PACIENTE O DIREITO Agrave COMUTACcedilAtildeO DA PENA 1 O Decreto 529504 exige para fins de obtenccedilatildeo do benefiacutecio da comutaccedilatildeo das penas que o condenado reincidente preencha dois requisitos quais sejam 1) cumprimento de 14 da sanccedilatildeo se primaacuterio e 13 se reincidente ateacute a data de 25 de dezembro de 2004 2) natildeo cometimento de falta grave nos uacuteltimos doze meses de cumprimento da pena contados retroativamente agrave

publicaccedilatildeo do referido Decreto 2 Ofende o princiacutepio da legalidade a decisatildeo que determina a interrupccedilatildeo do prazo para aquisiccedilatildeo da referida benesse uma vez que acaba por criar requisito objetivo natildeo previsto em lei Precedentes do STJ 3 Parecer do MPF pela concessatildeo do writ 4 Ordem concedida (STJ HC 113513 SP HABEAS CORPUS 20080180026-0 Relator(a) Ministro NAPOLEAtildeO NUNES MAIA FILHO Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 16042009 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 25052009)

HABEAS CORPUS PACIENTE CUMPRIDO PENA TOTAL DE 55 ANOS 4 MESES E 10 DIAS DE RECLUSAtildeO POR DIVERSAS INFRACcedilOtildeES AO ART 157 sect 2o I E II DO CPB FUNDAMENTACcedilAtildeO COM ARRIMO NO PARECER MINISTERIAL AUSEcircNCIA DE NULIDADE LIVRAMENTO CONDICIONAL REVOGACcedilAtildeO CONDENACcedilAtildeO IRRECORRIacuteVEL POR CRIME COMETIDO DURANTE O PERIacuteODO DE PROVA PLEITO DE COMUTACcedilAtildeO DE PENA (DECRETO PRESIDENCIAL 562005) DESCONSIDERACcedilAtildeO DO PERIacuteODO EM QUE O PACIENTE ESTAVA EM LIBERDADE NOVO CAacuteLCULO DA PENA COM INCIDEcircNCIA DO ART 88 DO CPB POSSIBILIDADE PRECEDENTE DESTA CORTE SUPERIOR ORDEM DENEGADA 1 Inserir na fundamentaccedilatildeo trecho do parecer da Procuradoria-Geral de Justiccedila natildeo provoca a nulidade da decisatildeo 2 Vem entendendo esta Corte Superior pela ausecircncia de ilegalidade quanto agrave desconsideraccedilatildeo do tempo em livramento condicional para fins de comutaccedilatildeo de pena tendo havido a revogaccedilatildeo do benefiacutecio em razatildeo de condenaccedilatildeo irrecorriacutevel por crime cometido durante o periacuteodo de prova 3 Revogado o benefiacutecio do livramento condicional antes de expirado o periacuteodo de prova e apoacutes o tracircnsito em julgado da uacuteltima condenaccedilatildeo natildeo haacute falar em ilegalidade da decisatildeo que determinou a realizaccedilatildeo de novo caacutelculo da pena na forma do art 88 do Coacutedigo Penal (HC 43337RJ Rel Min ARNALDO ESTEVES LIMA DJU 020506) 4 Opina o MPF pela concessatildeo parcial da ordem 5 Ordem denegada (STJ HC 85187 RJ HABEAS CORPUS 20070140768-6 Relator(a) Ministro NAPOLEAtildeO NUNES MAIA FILHO Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 16102008 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 24112008)

TJRJ

AGRAVO EXECUCcedilAtildeO PENAL Comutaccedilatildeo de pena Decreto Presidencial nordm 599306 Cumprimento do requisito objetivo - lapso temporal de um ano a

contar da publicaccedilatildeo do Decreto sem falta grave Para fins de concessatildeo de comutaccedilatildeo ou indulto deve ser analisado o comportamento do sentenciado durante todo periacuteodo de caacutercere ou de prova Indeferimento do pleito por ausecircncia do requisito subjetivo Se o apenado obteve o benefiacutecio de visita perioacutedica ao lar em setembro de 2006 e no mecircs de janeiro de 2007 deixou de retornar agrave Unidade natildeo pode ter deferido seu pedido de comutaccedilatildeo com base no Decreto Presidencial expedido no ano de 2006 Se o apenado encontra-se na situaccedilatildeo de evadido do Sistema natildeo eacute razoaacutevel admitir que ostente direito de obter novo benefiacutecio Repercussatildeo da conduta em toda a execuccedilatildeo de pena Recurso a que se nega provimento (TJRJ - AGRAVO DE EXECUCAO PENAL 200907600144 DES MARCO AURELIO BELLIZZE - Julgamento 29042009 - PRIMEIRA CAMARA CRIMINAL)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL LEI 721084 PEDIDO DE COMUTACcedilAtildeO DE PENA COM BASE NO DECRETO PRESIDENCIAL Nordm 449502 CUMPRIMENTO DO REQUISITO OBJETIVO AUSEcircNCIA DE MEacuteRITO CARCERAacuteRIO EM RAZAtildeO DE COMETIMENTO DE CRIMES DURANTE O PERIacuteODO DE PROVA DO LIVRAMENTO CONDICIONAL REPERCUSSAtildeO DAS CONDUTAS NO PEDIDO DE COMUTACcedilAtildeO CONSTRANGIMENTO ILEGAL INEXISTENTE DENEGACcedilAtildeO DA ORDEM(TJRJ HABEAS CORPUS 200805908014 JDS DES MARIA ANGELICA GUEDES - Julgamento 13012009 - TERCEIRA CAMARA CRIMINAL)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL DECISAtildeO JUDICIAL DENEGATOacuteRIA DO INDULTO FUNDAMENTADA NO FATO DE QUE O DEFERIMENTO DE INDULTO OU COMUTACcedilAtildeO DEPENDE DE CUMPRIMENTO DE REQUISITO SUBJETIVO QUE DEVE SER AVALIADO DURANTE TODA A EXECUCcedilAtildeO DA PENA IMPUGNACcedilAtildeO PELA VIA DE HABEAS CORPUS SEM NOTIacuteCIA DE INTERPOSICcedilAtildeO DE AGRAVO ADMISSIBILIDADE DA ACcedilAtildeO CONSTITUCIONAL HAJA VISTA A MANIFESTA ILEGALIDADE DA DECISAtildeO COM INTERFEREcircNCIA DIRETA NO DIREITO DE LIBERDADE DO PACIENTE DECRETO DE INDULTOCOMUTACcedilAtildeO QUE DEFINE AS CONDICcedilOtildeES DE DEFERIMENTO DOS DIREITOS A QUE ALUDE E NAtildeO OFERECE MARGEM A TEMPERAMENTO JUDICIAL PRINCIacutePIO DE ESTRITA LEGALIDADE CRIACcedilAtildeO JUDICIAL DE CONDICcedilAtildeO PARA DEFERIMENTO DE INDULTOCOMUTACcedilAtildeO QUE VIOLA O PRINCIacutePIO CONSTITUCIONAL DA SEPARACcedilAtildeO DOS PODERES E ATENTA CONTRA

AGOSTO 2009 14JURISPRUDEcircNCIAS

O PRINCIacutePIO CONSTITUCIONAL DA RESERVA LEGAL EM MATEacuteRIA DE SANCcedilAtildeO PENAL CASO CONCRETO REGULADO PELO DECRETO Nordm 5993 DE 19 DE DEZEMBRO DE 2006 QUE ESTABELECE QUE OS CONDENADOS QUE NAtildeO TENHAM SIDO PUNIDOS POR FALTA GRAVE NOS UacuteLTIMOS DOZE MESES DE CUMPRIMENTO DE PENA TERAtildeO DIREITO AO INDULTO OU Agrave COMUTACcedilAtildeO CONTADO O RESPECTIVO PRAZO RETROATIVAMENTE Agrave DATA DE PUBLICACcedilAtildeO DO DECRETO HABEAS CORPUS NAtildeO INSTRUIacuteDO DE SORTE A DEFINIR O TEMPO DE CONDENACcedilAtildeO E DEMAIS CIRCUNSTAcircNCIAS PARA AFERICcedilAtildeO DO DIREITO AO INDULTO OU COMUTACcedilAtildeO CONSTRANGIMENTO CONFIGURADO DECISAtildeO LIMITADA Agrave DECLARACcedilAtildeO DA NULIDADE DO PRONUNCIAMENTO JUDICIAL QUE OPOcircS AO INDULTOCOMUTACcedilAtildeO AS FALTAS GRAVES COMETIDAS ANTES E DEPOIS DO PERIacuteODO AQUISITIVO DO DIREITO NOVA DECISAtildeO QUE DEVERAacute SER PROFERIDA PELO JUIZ DA EXECUCcedilAtildeO COM EXPRESSA DESCONSIDERACcedilAtildeO DO OacuteBICE DECLARADO ILEGAL Decisatildeo que indeferiu o indulto sob o fundamento de que haveria requisito subjetivo para o deferimento deste indulto e que tal requisito deveria ser avaliado durante a execuccedilatildeo da pena A rigor o habeas corpus natildeo constitui instrumento adequado para o exame direto do pleito de indulto por causa da previsatildeo de recurso proacuteprio Patente a ilegalidade todavia cabe habeas corpus para fazer cessar o constrangimento ilegal Decreto de indulto que natildeo estipula requisitos de ordem subjetiva para a admissatildeo do referido direito Ato do Presidente da Repuacuteblica que natildeo pode ser alterado pelo juiz sob pena de violaccedilatildeo do princiacutepio da separaccedilatildeo dos Poderes Exigecircncia normativa conformada agrave condenaccedilatildeo primariedade ou reincidecircncia situaccedilotildees especiacuteficas descritas no decreto tempo de cumprimento de pena e inexistecircncia de falta grave nos doze uacuteltimos meses da execuccedilatildeo a contar da publicaccedilatildeo do Decreto Impossibilidade de o juiz invadir a competecircncia do Chefe do Executivo e definir outros requisitos aleacutem dos previstos no Decreto Violaccedilatildeo tambeacutem do princiacutepio da reserva legal definido no artigo 5ordm inciso XXXIX da Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica que veda ao julgador agravar a sanccedilatildeo ainda que em acircmbito de execuccedilatildeo valendo-se de requisitos que natildeo estatildeo previstos em lei Caso concreto que elege faltas graves anterior e posterior ao periacuteodo aquisitivo do direito (28 de novembro de 2005 e 01 de novembro de 2007) como fundamento para indeferir pedido de indulto de pena Instruccedilatildeo todavia insuficiente deste habeas corpus de sorte a determinar a incidecircncia de indulto ou comutaccedilatildeo e

mesmo do tempo total de condenaccedilatildeo Necessidade de nova avaliaccedilatildeo do caso pelo juiz natural com expressa exclusatildeo do ldquorequisitordquo indevidamente considerado para obstar o deferimento do direito ao condenado ORDEM CONCEDIDA (TJRJ - HABEAS CORPUS - 200805906809 - DES GERALDO PRADO - Julgamento 13112008 - QUINTA CAMARA CRIMINAL)

EMENTA - INDULTO CONDICIONAL - COMETIMENTO DE NOVO CRIME NO PERIacuteODO DA CONDICcedilAtildeO - CONDENACcedilAtildeO TRANSITADA EM JULGADO - INCIDENTE DE REVOGACcedilAtildeO DO INDULTO TRAMITANDO REGULARMENTE CONSIDERADA A DATA DO TRAcircNSITO EM JULGADO DO NOVO CRIME - NECESSIDADE DE ELABORACcedilAtildeO DE NOVO CAacuteLCULO DE PENA PARA SE ESTABELECER O REGIME PRISIONAL - AUSEcircNCIA DE CONSTRANGIMENTO ILEGAL Se o paciente deu causa a revogaccedilatildeo do indulto condicional que lhe foi deferido pois cometeu novo crime no periacuteodo da condiccedilatildeo cuja sentenccedila condenatoacuteria jaacute transitou em julgado e estando em tramitaccedilatildeo regular o incidente de execuccedilatildeo visando estabelecer o regime prisional ao qual ficaraacute submetido para o cumprimento da pena unificada inocorre o alegado constrangimento ilegalOrdem denegada (TJRJ HABEAS CORPUS 200805906725 DES VALMIR DE OLIVEIRA SILVA - Julgamento 11112008 - TERCEIRA CAMARA CRIMINAL)

RECURSO DE AGRAVO - REVOGACcedilAtildeO DO LIVRAMENTO CONDICIONAL SEM OITIVA DO APENADO - POSSIBILIDADE - ARTIGO 87 DO CP - COMUTACcedilAtildeO DE frac14 DA PENA NECESSIDADE DE APRECIACcedilAtildeO QUANTO AOS REQUISITOS OBJETIVOS E SUBJETIVOS - DESPROVIMENTO DO RECURSO UNAcircNIME(TJRJ AGRAVO DE EXECUCAO PENAL 200807600839 DES ELIZABETH GREGORY - Julgamento 07102008 - SETIMA CAMARA CRIMINAL)

EMENTA RECURSO DE AGRAVO EM EXECUCcedilAtildeO DECRETO Nordm 59932006 - AGRAVANTE CONDENADO PELA PRAacuteTICA DE VAacuteRIOS CRIMES GRAVES INCLUINDO O DE TRAacuteFICO ILIacuteCITO DE ENTORPECENTES QUE REQUER A COMUTACcedilAtildeO PREVISTA NO DECRETO Nordm 59932006 IMPOSSIBILIDADE - O ART 8ordm I DO DECRETO Nordm 59932006 VEDA EXPRESSAMENTE A CONCESSAtildeO DO BENEFIacuteCIO AgraveQUELES QUE COMETERAM O CRIME DE TRAacuteFICO ILIacuteCITO DE ENTORPECENTES INDEPENDENTE DE QUANDO ESTE FORA COMETIDO - RECURSO A QUE SE NEGA PROVIMENTO (TJRJ AGRAVO

DE EXECUCAO PENAL 200807600859 DES ANTONIO JOSE CARVALHO - Julgamento 23092008 - SEGUNDA CAMARA CRIMINAL)

200807700052 - CORREICAO PARCIAL - 1ordf EmentaDES KATIA JANGUTTA - Julgamento 17022009 - SEGUNDA CAMARA CRIMINAL

Correiccedilatildeo parcial Indeferimento do pedido de esclarecimentos da Folha de Antecedentes Criminais do ora reclamado que visava agrave anaacutelise pelo Parquet da possibilidade de concessatildeo de benefiacutecios tais como a unificaccedilatildeo das penas privativas de liberdade e suas consequumlecircnciasCom efeito o poder requisitoacuterio do Ministeacuterio Puacuteblico estaacute regulado em lei e embora o artigo 47 do Coacutedigo de Processo Penal lhe atribua legitimidade para requisitar diretamente a quaisquer autoridades ou funcionaacuterios documentos ou elementos de convicccedilatildeo que julgue necessaacuterios o artigo 399 daquele estatuto processual conferiu-lhe o direito subjetivo de requerer ao juiz as diligecircncias que julgar convenientes in casu o que achou imprescindiacutevel ao exame dos requisitos relativos aos benefiacutecios contidos na Lei de Execuccedilotildees Penais Eacute preciso ter em conta que a diligecircncia pleiteada pelo Parquet natildeo dizia apenas com a requisiccedilatildeo da FAC mas com informaccedilotildees e esclarecimentos referentes agraves anotaccedilotildees nela contidas a serem fornecidas por outros Juiacutezos que efetivamente soacute a concederiam mediante solicitaccedilatildeo de outra autoridade judiciaacuteria Correiccedilatildeo provida

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL COMUTACcedilAtildeO DE PENA VIA INIDOcircNEA TAL BENEFIacuteCIO DEVE SER PROCESSADO OBSERVANDO-SE QUANTO Agrave EVENTUAL EXISTEcircNCIA DE FALTA GRAVE OS 12 UacuteLTIMOS MESES DE CUMPRIMENTO DA PENA A CONTAR DA DATA DA PUBLICACcedilAtildeO DO DECRETO Nordm 562005 LIVRAMENTO CONDICIONAL NAtildeO COMPARECIMENTO DO LIBERADO REVOGACcedilAtildeO DO BENEFIacuteCIO PORQUE DESCUMPRIDAS AS CONDICcedilOtildeES AgraveS QUAIS O MESMO FICA SUBORDINADO AUSEcircNCIA DE OITIVA PREacuteVIA A REVOGACcedilAtildeO DO BENEFIacuteCIO SEJA OBRIGATOacuteRIA OU FACULTATIVA TANTO PODE SER DECRETADA PELO JUIZ DE OFIacuteCIO COMO A REQUERIMENTO DO MINISTEacuteRIO PUacuteBLICO MEDIANTE REPRESENTACcedilAtildeO DO CONSELHO PENITENCIAacuteRIO DEVENDO ANTES SER OUVIDO O APENADO A SUSPENSAtildeO CAUTELAR Eacute MEDIDA APTA A IMPEDIR QUE O AGENTE DETERMINE POR VONTADE PROacutePRIA A DATA FINAL DE PRESTACcedilAtildeO DE CONTAS AO ESTADO PELO CRIME COMETIDO CONVOLACcedilAtildeO

AGOSTO 2009 15JURISPRUDEcircNCIAS

DA REVOGACcedilAtildeO DO LIVRAMENTO CONDICIONAL EM SUSPENSAtildeO CAUTELAR PARA DETERMINAR EXPEDICcedilAtildeO DE DILIGEcircNCIAS NO JUIacuteZO A QUO INCLUSIVE COM A MANUTENCcedilAtildeO DO MANDADO DE PRISAtildeO COMO FORMA DE OBJETIVAR A OITIVA DO PACIENTE FORAGIDO ORDEM PARCIALMENTE CONCEDIDA (TJRJ HABEAS CORPUS 200805903921 DES ADILSON VIEIRA MACABU - Julgamento 05082008 - SEGUNDA CAMARA CRIMINAL)

EMENTAacuteRIO DE JURISPRUDEcircNCIA CRIMINAL Nordm 172009

COMISSAtildeO DE JURISPRUDEcircNCIA Presidente DES CHERUBIN HELCIAS SCHWARTZ Organizaccedilatildeo Serviccedilo de Publicaccedilatildeo de Jurisprudecircncia (DGCON-SEJUR) da Divisatildeo de Gestatildeo de Acervos Jurisprudenciais (DGCON-DIJUR) - dijurtjrjgovbr Rua Erasmo Braga nordm 115 - Lamina I - 6ordm andar - Sala 635

bull Ementa nordm 8 - LIVRAMENTO CONDICIONAL REINCIDENCIA

bull Ementa nordm 15 - VISITA A FAMILIA INDEFERIMENTO

Ementa nordm 8

LIVRAMENTO CONDICIONAL REINCIDENCIA INICIO DA CONTAGEM DO PRAZO DATA DA CONCESSAO DO LIVRAMENTO

DIREITO CONSTITUCIONAL PENAL E PROCESSUAL PENALO apenado postulou a concessatildeo do benefiacutecio da comutaccedilatildeo da pena e do livramento condicional vindo o MP de opor-se a tal pretensatildeo ao argumento de que o apenado seria reincidenteO MM Dr Juiz da execuccedilatildeo negando razatildeo ao MP deferiu o postulado pelo apenado com fincas no inciso I do art 64 do CPEmbora o magistrado natildeo tenha explicitado as razotildees pelas quais ele entendia contrariamente agrave tese do MP que o apenado natildeo seria reincidente a essa motivaccedilatildeo chega-se facilmente atraveacutes da interpretaccedilatildeo da parte final do inciso I do art 64 do CPO livramento condicional como o proacuteprio nome diz traduz concessatildeo de liberdade sob condiccedilatildeo suspensiva e tanto assim o eacute que o art 89 do CP fala em ldquodeclarar extinta a penardquoVencido o periacuteodo de prova sem que o apenado torne a delinquir a contagem do prazo para fins de reincidecircncia haacute que ser feita com base na data em que foi concedido o livramento e natildeo do seu teacuterminoSe o apenado obteve

o livramento em 29 de marccedilo de 2000 e vem de praticar novo crime em 27 de maio de 2005 pela regra do inciso I do art 64 do CP ele natildeo pode ser considerado reincidente O fato de o juiz que condenou o Agravado tecirc-lo tido como reincidente natildeo impede o desprovimento do recurso do MP na medida em que isso natildeo constou como causa de pedir interna no recurso do MPRECURSO CONHECIDO MAS DESPROVIDO

200807601074 - RECURSO DE AGRAVO (LEI 721084) CAPITAL - SETIMA CAMARA CRIMINAL - Por maioria DES MAURILIO PASSOS BRAGA - Julg 24032009

Ementa nordm 15

VISITA A FAMILIA INDEFERIMENTO AUSENCIA DE FUNDAMENTOS ADEQUADOS ANULACAO DA DECISAO ORDEM CONCEDIDA PARCIALMENTE

HABEAS CORPUS CRIME HEDIONDO INDEFERIMENTO DO PLEITO DE VISITA PERIOacuteDICA Agrave FAMIacuteLIA AUSEcircNCIA DE FUNDAMENTOS ADEQUADOS ORDEM PARCIALMENTE CONCEDIDA PARA ANULAR A DECISAtildeO UNANIMIDADETendo em vista seus propoacutesitos a execuccedilatildeo da pena privativa de liberdade natildeo pode ser tratada como se fosse outro processo de conhecimento condenatoacuterio E assim como natildeo se permite que na aplicaccedilatildeo das penas as respectivas bases sejam fixadas com fundamentos geneacutericos e inerentes ao proacuteprio tipo tambeacutem natildeo se admite que na execuccedilatildeo se recuse ao condenado algum benefiacutecio ou direito com fundamentos geneacutericos de conveniecircncia e ligados agrave gravidade proacutepria do crime Eacute que a realidade agora eacute outra e decorre do comportamento e das condiccedilotildees pessoais do condenado evidenciados durante a execuccedilatildeo de sua pena Afinal de contas a execuccedilatildeo eacute uma extensatildeo do princiacutepio da individualizaccedilatildeo das penas que natildeo se esgota portanto com a sua fixaccedilatildeoAleacutem disso natildeo se pode nem se deve lamentar que inuacutemeros condenados pela praacutetica de crime hediondo tenham alcanccedilado regime mais brando porque se o conseguiram foi porque preenchendo os necessaacuterios requisitos tinham direito a isto e deve-se torcer que se tenham tornado pessoas melhoresMas como natildeo se pode transformar o processo relativo ao habeas corpus num paralelo agravequele que flui no juiacutezo da execuccedilatildeo a fim de verificar se o paciente preenche os requisitos legais para lhe ser deferida a visita perioacutedica agrave famiacutelia concede-se parcialmente a ordem a fim de anular a decisatildeo de primeiro grau por falta de adequada fundamentaccedilatildeo

possibilitando a ediccedilatildeo de outra de acordo com as exigecircncias do ordenamento juriacutedico Unanimidade

200905901194 - HABEAS CORPUS CAPITAL - QUINTA CAMARA CRIMINAL - Unanime DES NILDSON ARAUJO DA CRUZ - Julg 22042009

Page 8: Ministério Público do Estado do Rio de JaneiroBOLETIM INFORMATIVO - Nº 07 - ANO I - AGOSTO 2009 Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro Marcelo Gomes Silva Promotor de

AGOSTO 2009 8PROJETOS DE LEI

Proiacutebe a utilizaccedilatildeo das dependecircncias da Poliacutecia Civil para custodiar presos

Autora Deputada MARINA MAGGESSI

Relator Deputado FRANCISCO TENOacuteRIO

I ndash RELATOacuteRIO

Cuida-se de projeto de lei proposto pela ilustre Deputada Marina Maggessi cujo objetivo eacute vedar o uso das dependecircncias da Poliacutecia Civil para custodiar os presos condenados os submetidos agrave medida de seguranccedila os provisoacuterios e os egressos ainda que a prisatildeo se decirc em caraacuteter temporaacuterio

Para justificar a proposiccedilatildeo a nobre Deputada afirma que a Poliacutecia Civil vem sendo utilizada tambeacutem como estabelecimento carceraacuterio ainda que tal atribuiccedilatildeo esteja totalmente aleacutem de seu acircmbito de existecircncia e que natildeo tenha estrutura para responder a tal demanda

Propala a autora ainda que a Constituiccedilatildeo Federal no sect 4ordm do art 144 ensina que cabe agraves poliacutecias civis as funccedilotildees de poliacutecia judiciaacuteria e de apuraccedilatildeo de infraccedilotildees penais nada assentindo sobre as estranhas praacuteticas de servir de estabelecimento carceraacuterio e de custodiar presos como soacutei acontecer nas delegacias de muitos Estados do Brasil Essa praacutetica aliaacutes fere o princiacutepio da estrita legalidade constitucional segundo a nobre Deputada

Relata a Deputada tambeacutem que os policiais civis natildeo recebem treinamento para desempenhar a funccedilatildeo de custoacutedia de presos funccedilatildeo essa pertencente aos agentes penitenciaacuterios os quais foram treinados para exercecirc-la nos termos do que preceitua o art 82 da Lei nordm 72101984 (Lei de Execuccedilotildees Penais)

Pretende a autora corrigir esse desvio funcional para o que apresenta a proposiccedilatildeo ora relatada

O PL nordm 4051 de 2008 foi distribuiacutedo primeiramente agrave Comissatildeo de Seguranccedila Puacuteblica e Combate ao Crime Organizado ndash CSPCCO para cuja relatoria tive a honra de ser designado apresentando agora este Parecer

Nos termos do artigo 32 XVI f do Regimento Interno da Cacircmara dos Deputados cumpre a esta Comissatildeo pronunciar-se acerca do meacuterito da proposiccedilatildeo

PROJETO DE LEI Nordm 4051 DE 2008

O projeto tramita sob regime ordinaacuterio e estaacute sujeito agrave apreciaccedilatildeo conclusiva das comissotildees conforme artigo 24 II do Regimento Interno da Casa

Encerrado o prazo para recebimento de emendas estas natildeo foram apresentadas ao presente projeto de lei

Eacute o relatoacuterio

II - VOTO DO RELATOR

Cabe a este Oacutergatildeo Teacutecnico nos termos regimentais (art 32 inc XVI aliacutenea f) proceder agrave anaacutelise do Projeto de Lei nordm 405108

Assim em relaccedilatildeo agrave avaliaccedilatildeo do meacuterito entendo por oportuna a proposiccedilatildeo eis que intenta concretizar o dispositivo constitucional inserto no art 144 qual seja o de que ldquoa seguranccedila puacuteblica dever do Estado direito e responsabilidade de todos eacute exercida para a preservaccedilatildeo da ordem puacuteblica e da incolumidade das pessoas e do patrimocircnio atraveacutes da poliacutecia civilrdquo e bem assim das outras poliacutecias de que trata o referido artigo

A proposiccedilatildeo incorpora ainda a garantia fundamental insculpida no art 5ordm inciso XLVIII onde se lecirc que ldquoa pena seraacute cumprida em estabelecimentos distintos de acordo com a natureza do delito a idade e o sexo do apenadordquo Como se vecirc as delegacias de poliacutecias natildeo satildeo de fato os locais constitucionalmente designados para a custoacutedia de presos quaisquer que sejam eles

Acrescente-se que natildeo resta despiciendo ndash justamente por constar do rol dos Direitos e Garantias Fundamentais da Constituiccedilatildeo Federal ndash o inciso XLIX do art 5ordm o qual estabelece que ldquoeacute assegurado aos presos o respeito agrave integridade fiacutesica e moralrdquo Bem se vecirc que esses apenados alojados em compartimentos improvisados inadequados inseguros sem condiccedilotildees miacutenimas de habitabilidade nas delegacias de poliacutecia de todo o Brasil natildeo veem a concretizaccedilatildeo dessa garantia constitucional porquanto esses locais natildeo dispotildeem de estrutura fiacutesica adequada para custodiar presos

As delegacias de poliacutecia aliaacutes satildeo preacutedios administrativos cujas funccedilotildees preciacutepuas se inserem no acircmbito da investigaccedilatildeo policial da realizaccedilatildeo dos trabalhos de poliacutecia judiciaacuteria do atendimento ao cidadatildeo da elaboraccedilatildeo de termos circunstanciados e de outros procedimentos de sua competecircncia

Por essa razatildeo a construccedilatildeo desses preacutedios natildeo obedeceu logicamente aos rigorosos paracircmetros teacutecnicos designados

agraves construccedilotildees de estabelecimentos prisionais de seguranccedila os quais satildeo reforccedilados para impedir ou dificultar resgates conter fugas ou motins tatildeo comuns em meio agrave populaccedilatildeo carceraacuteria

Aleacutem disso as delegacias de poliacutecia estatildeo localizadas normalmente em aacutereas residenciais e satildeo frequentadas por cidadatildeos honestos que laacute vatildeo para registrar queixas de crimes dos quais satildeo viacutetimas Natildeo devem esses cidadatildeos portanto ficar expostos agrave periculosidade dos apenados que laacute se encontram De igual modo natildeo podem os policiais civis que laacute trabalham correrem riscos de vida em funccedilatildeo da fraacutegil seguranccedila oferecida por essas delegacias diante do grau de perigo que os presos lhes oferecem

Por fim a despeito do oportuno tema apresentado na proposta da nobre Deputada e bem assim da qualidade de suas justificativas vislumbro um pequeno reparo em seu PL para que em um 4ordm paraacutegrafo conste que o preso deveraacute ficar custodiado na delegacia o tempo necessaacuterio para a lavratura do auto de prisatildeo em flagrante e da assinatura da nota de culpa pelo delegado de poliacutecia Assim apoacutes a entrega da referida nota de culpa ao preso este seraacute imediatamente transferido para o sistema prisional

Dessa forma por acreditar que a proposiccedilatildeo em anaacutelise constituiraacute aprimoramento do ordenamento juriacutedico paacutetrio manifesto-me pela APROVACcedilAtildeO do PL nordm 4051 de 2008 com a Emenda apresentada em anexo

Sala da Comissatildeo de julho de 2009

Deputado FRANCISCO TENOacuteRIORelator

PROJETO DE LEI Nordm 4051 DE 2008

EMENDA DE RELATOR ADITIVA Nordm 2009

Acrescente-se ao artigo 1ordm do projeto o seguinte paraacutegrafoArt 1ordm sect4ordm O preso deveraacute ficar custodiado na delegacia ateacute a lavratura do auto de prisatildeo em flagrante e a assinatura da nota de culpa pela autoridade policial Apoacutes a entrega da referida nota de culpa ao preso este seraacute imediatamente transferido para o sistema prisional

Sala da Comissatildeo em de julho de 2009

Deputado FRANCISCO TENOacuteRIO Relator

AGOSTO 2009 9

LUacuteCIA Julgamento 11032008 Oacutergatildeo Julgador Primeira Turma Public 04-04-2008)

DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL HABEAS CORPUS CRIME DE TRAacuteFICO DE ENTORPECENTE PRETENSAtildeO DE SUBSTITUICcedilAtildeO DA PENA CORPORAL (ART 44 CP) IMPOSSIBILIDADE LEI 1134306 E INTERPRETACcedilAtildeO AUTEcircNTICA PROGRESSAtildeO DE REGIME NOS TERMOS DA LEI 1146407 CONCESSAtildeO PARCIAL DA ORDEM 1 Trata-se de habeas corpus impetrado contra ato do Superior Tribunal de Justiccedila que no julgamento de writ anteriormente aforado perante aquela Corte denegou a ordem Observa que o julgado do STJ no habeas corpus impetrado considerou a incompatibilidade da substituiccedilatildeo da pena corporal em relaccedilatildeo aos crimes hediondos e a eles equiparados o que contraria o disposto no art 44 do Coacutedigo Penal natildeo havendo qualquer restriccedilatildeo ou proibiccedilatildeo na Lei ndeg 807290 Requer a concessatildeo da ordem para o fim de ser reconhecido o direito agrave progressatildeo do regime de cumprimento da pena bem como seja autorizada a substituiccedilatildeo da pena corporal por penas restritivas de direito 2 A questatildeo de direito debatida neste writ envolve a possibilidade (ou natildeo) de incidecircncia do art 44 do Coacutedigo Penal agraves hipoacuteteses relacionadas aos crimes hediondos e a eles equiparados como eacute o caso do crime de traacutefico iliacutecito de substacircncia entorpecente (Lei ndeg 636876 art 12 Lei ndeg 1134306 art 33) 3 A norma contida no art 44 caput da Lei ndeg 1134306 ao expressar estabelecer a proibiccedilatildeo da conversatildeo apenas explicita regra que era impliacutecita no sistema juriacutedico brasileiro quanto agrave incompatibilidade do regime legal de tratamento em mateacuteria de crimes hediondos e a eles equiparados com o regime pertinente aos outros crimes 4 Recordo que a Lei ndeg 971498 ao modificar a redaccedilatildeo do art 44 do Coacutedigo Penal e assim ampliar os casos de substituiccedilatildeo da pena corporal por penas restritivas de direitos obviamente natildeo incidiu no acircmbito do tratamento legislativo referente aos crimes hediondos e a eles equiparados inclusive em razatildeo da redaccedilatildeo original contida no art 2deg sect 1deg da Lei ndeg 807290 que expressamente contemplava o regime integralmente fechado para cumprimento da pena corporal 5 Considero natildeo haver aplicaccedilatildeo retroativa da regra contida no art 44 caput da Lei ndeg 1134306 ao presente caso eis que o sistema juriacutedico anterior ao seu advento jaacute natildeo permitia a substituiccedilatildeo da pena corporal por pena restritiva de

STF

EMENTA HABEAS CORPUS COMUTACcedilAtildeO CRIME HEDIONDO IMPOSSIBILIDADE ORDEM DENEGADA A natureza dos crimes natildeo contemplados pelo decreto presidencial que concede o benefiacutecio de indulto e comutaccedilatildeo de pena deve ser aferida agrave eacutepoca da ediccedilatildeo do respectivo ato normativo pouco importando a data em que tais delitos foram praticados Precedentes (RE 274265 rel min Neacuteri da Silveira DJ de 19102001 p 49 e HC 74429 rel min Sydney Sanches DJ 21031997 p 8507) Ademais a comutaccedilatildeo nada mais eacute do que uma espeacutecie de indulto parcial (em que haacute apenas a reduccedilatildeo da pena) Daiacute por que a vedaccedilatildeo agrave concessatildeo de indulto em favor daqueles que praticaram crime hediondo - prevista no art 2ordm I da lei 80721990 - abrange tambeacutem a comutaccedilatildeo Ordem denegada (STF HC 94679 SP Relator(a) Min JOAQUIM BARBOSA Oacutergatildeo Julgador Segunda Turma Julgamento 18112008 Publicaccedilatildeo DJ 19122008PP-01188)

EMENTA HABEAS CORPUS DECRETO N 529504 COMUTACcedilAtildeO DE PENA CONDENADO QUE ESTAacute EM LIVRAMENTO CONDICIONAL POSSIBILIDADE ORDEM CONCEDIDA 1 Decreto n 529504 natildeo impediu a comutaccedilatildeo de pena aos condenados que estatildeo em livramento condicional 2 Ordem concedida (STF HC94654 RS Relator(a) Min CAacuteRMEN LUacuteCIA Julgamento 19082008 Oacutergatildeo Julgador Primeira Turma Public 03-10-2008)

EMENTA HABEAS CORPUS PROCESSUAL PENAL PACIENTE CONDENADO POR CRIME POSTERIOR AO INIacuteCIO DO CUMPRIMENTO DE PENAS JAacute UNIFICADAS ALEGACcedilAtildeO DE OFENSA AgraveS REGRAS DE UNIFICACcedilAtildeO DAS PENAS NAtildeO-OCORREcircNCIA INEXISTEcircNCIA DE VIacuteCIO NO PROCESSO DE EXECUCcedilAtildeO PENAL POR DEFICIEcircNCIA NO CAacuteLCULO DAS PENAS O LIMITE DE TRINTA ANOS PREVISTO NO ART 75 DO COacuteDIGO PENAL NAtildeO DEVE SER OBSERVADO SE O REacuteU PRATICA NOVOS DELITOS E SOFRE NOVAS CONDENACcedilOtildeES PRECEDENTES HABEAS CORPUS INDEFERIDO (STF HC 93202 SP Relator(a) Min CAacuteRMEN

direito em relaccedilatildeo aos crimes hediondos e a eles equiparados 6 Impossibilidade de substituiccedilatildeo da pena privativa de liberdade por penas restritivas de direito mesmo no periacuteodo anterior ao advento da Lei ndeg 1134306 e consequentemente natildeo haacute constrangimento ilegal no ato do Superior Tribunal de Justiccedila que denegou habeas corpus exatamente neste mesmo sentido 7 A redaccedilatildeo original do art 2ordm sect 1ordm da Lei nordm 807290 natildeo estava eivada de inconstitucionalidade natildeo malferindo os incisos XLVI e XLVII do art 5ordm da Constituiccedilatildeo Federal Os princiacutepios da individualizaccedilatildeo e da humanidade da pena natildeo foram violados com a regra legal acima mencionada 8 Todos os benefiacutecios legais inerentes agrave execuccedilatildeo da pena e evidentemente compatiacuteveis com o regime fechado prosseguiam sendo aplicaacuteveis aos condenados por crime hediondo ou a ele equiparado de modo a estimular sua recuperaccedilatildeo e ressocializaccedilatildeo 9 Com a nova redaccedilatildeo do sect 1ordm e a introduccedilatildeo do sect 2ordm ambos do art 2ordm da Lei de Crimes Hediondos deveratildeo ser cumpridos os requisitos e condiccedilotildees impostas mesmo em relaccedilatildeo agraves pessoas que praticaram condutas criminosas em eacutepoca anterior agrave nova ordem juriacutedica instaurada sobre o tema Do contraacuterio haveria claro descumprimento do comando constitucional contido no art 5ordm XLIII natildeo cumprindo o papel axioloacutegico e a proacutepria razatildeo de ser da Lei nordm 807290 a saber tratar de modo mais rigoroso as hipoacuteteses relacionadas aos crimes hediondos e a eles equiparados 10 Concessatildeo parcial da ordem com revogaccedilatildeo da liminar (STF HC 89976 RJ Relator(a) Min ELLEN GRACIE Julgamento 26032009 Oacutergatildeo Julgador Tribunal Pleno Public 24-04-2009)

DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL RECURSO ORDINAacuteRIO EM HABEAS CORPUS PROGRESSAtildeO DE REGIME PRISIONAL FATO ANTERIOR Agrave LEI 1146407 PRECEDENTES DESTA CORTE PROVIMENTO PARCIAL 1 A questatildeo de direito versada nestes autos diz respeito agrave possibilidade (ou natildeo) de progressatildeo do regime de cumprimento da pena corporal imposta no periacuteodo de vigecircncia da redaccedilatildeo originaacuteria do art 2ordm sect 1ordm da Lei nordm 807290 2 O julgamento do Supremo Tribunal Federal em processos subjetivos relacionados ao caso concreto natildeo alterou a vigecircncia da regra contida no art 2ordm sect 1ordm da Lei nordm 807290 (na sua redaccedilatildeo original) 3 Houve necessidade da ediccedilatildeo da Lei nordm 1164607 para que

JURISPRUDEcircNCIAS

AGOSTO 2009 10

nordm 807290 4 Houve necessidade da ediccedilatildeo da Lei nordm 1164607 para que houvesse a alteraccedilatildeo da redaccedilatildeo do dispositivo legal Contudo levando em conta que - considerada a orientaccedilatildeo que passou a existir nesta Corte agrave luz do precedente no HC 82959SP - o sistema juriacutedico anterior agrave ediccedilatildeo da lei de 2007 era mais beneacutefico ao condenado em mateacuteria de requisito temporal (16 da pena) comparativamente ao sistema implantado pela Lei ndeg 1164607 (25 ou 35 dependendo do caso) deve ser concedida em parte a ordem para que haja o exame do pedido de progressatildeo do regime prisional do paciente levando em conta o requisito temporal de 16 da pena fixada 5 Habeas corpus concedido por considerar possiacutevel a progressatildeo do regime prisional desde que atendido o requisito temporal de cumprimento de 16 da pena cabendo ao juiz da execuccedilatildeo da pena apreciar o pedido de progressatildeo inclusive quanto agrave presenccedila dos demais requisitos considerado o fator temporal acima indicado (STF HC92477 SP Relator(a) Min ELLEN GRACIE Julgamento 21102008 Oacutergatildeo Julgador Segunda Turma Public 07-11-2008)

PENA - REGIME DE CUMPRIMENTO - PROGRESSAtildeO - RAZAtildeO DE SER A progressatildeo no regime de cumprimento da pena nas espeacutecies fechado semi-aberto e aberto tem como razatildeo maior a ressocializaccedilatildeo do preso que mais dia ou menos dia voltaraacute ao conviacutevio social PENA - CRIMES HEDIONDOS - REGIME DE CUMPRIMENTO - PROGRESSAtildeO - OacuteBICE - ARTIGO 2ordm sect 1ordm DA LEI Nordm 807290 - INCONSTITUCIONALIDADE - EVOLUCcedilAtildeO JURISPRUDENCIAL Conflita com a garantia da individualizaccedilatildeo da pena - artigo 5ordm inciso XLVI da Constituiccedilatildeo Federal - a imposiccedilatildeo mediante norma do cumprimento da pena em regime integralmente fechado Nova inteligecircncia do princiacutepio da individualizaccedilatildeo da pena em evoluccedilatildeo jurisprudencial assentada a inconstitucionalidade do artigo 2ordm sect 1ordm da Lei nordm 807290 CONFLITO DE LEIS NO TEMPO - LEI N ordm 114642007 - AFASTAMENTO A legislaccedilatildeo de regecircncia eacute a vigente na data em que praticado o crime natildeo se podendo cogitar de retroaccedilatildeo prejudicial ao paciente (STF HC91618 SP Relator(a) Min MARCO AUREacuteLIO Julgamento 19082008 Oacutergatildeo Julgador Primeira Turma Public 31-10-2008)

DIREITO PROCESSUAL PENAL RECURSO EXTRAORDINAacuteRIO DESCLASSIFICACcedilAtildeO DE CRIME DE LATROCIacuteNIO PARA HOMICIacuteDIO QUESTAtildeO INFRACONSTITUCIONAL NAtildeO CONHECIMENTO CRIME HEDIONDO REGIME INICIALMENTE

FECHADO LEI 1146407 RECURSO PARCIALMENTE CONHECIDO E NESSA PARTE PARCIALMENTE PROVIDO 1 Duas satildeo as questotildees tratadas no recurso extraordinaacuterio interposto a) a suposta violaccedilatildeo agrave norma constitucional que prevecirc a competecircncia do tribunal do juacuteri para os crimes dolosos contra a vida eis que natildeo seria crime de latrociacutenio mas sim de homiciacutedio b) a possiacutevel infringecircncia aos princiacutepios constitucionais da individualizaccedilatildeo e humanizaccedilatildeo da pena devido agrave imposiccedilatildeo do regime integralmente fechado em relaccedilatildeo agrave pena privativa de liberdade estabelecida em desfavor do recorrente 2 A respeito da primeira questatildeo o tema natildeo foi objeto de prequestionamento junto ao Tribunal de Justiccedila Ademais a pretensatildeo recursal relacionada agrave possiacutevel desclassificaccedilatildeo do crime de latrociacutenio para homiciacutedio envolveria o revolvimento de substrato faacutetico-probatoacuterio o que natildeo se revela possiacutevel em sede de recurso extraordinaacuterio 3 A respeito da segunda questatildeo ventilada no recurso extraordinaacuterio houve claro enfrentamento da vedaccedilatildeo da progressatildeo do regime de cumprimento da pena privativa de liberdade e a esse respeito o recurso merece ser conhecido 4 Era perfeitamente compatiacutevel com a Constituiccedilatildeo Federal a vedaccedilatildeo da progressatildeo do regime de cumprimento da pena quando da condenaccedilatildeo por praacutetica de crime hediondo ou a ele equiparado Daiacute a consideraccedilatildeo de que o tema referente ao regime de cumprimento da pena corporal ser apenas um dos aspectos relativos agrave execuccedilatildeo penal perfeitamente adequado agrave realidade dos crimes reputados mais danosos agrave sociedade em postura normativa perfeitamente coerente com a finalidade retributiva da pena 5 Sobreveio a Lei nordm 1146407 que alterou a redaccedilatildeo do art 2ordm sect 1ordm da Lei nordm 807290 ao prever que a pena por crime hediondo ou a ele equiparado seraacute cumprida em regime inicialmente fechado Diante da nova redaccedilatildeo deveratildeo ser cumpridos os requisitos e condiccedilotildees impostas mesmo em relaccedilatildeo agraves pessoas que praticaram condutas criminosas em eacutepoca anterior agrave nova ordem juriacutedica instaurada sobre o tema 6 Recurso extraordinaacuterio parcialmente conhecido e nesta parte parcialmente provido estabelecendo que o regime de cumprimento da pena seraacute o inicialmente fechado admitindo-se a progressatildeo do regime prisional desde que atendidos os requisitos do art 2ordm sectsect 1ordm e 2ordm da Lei nordm 807290 na redaccedilatildeo que lhe foi dada pela Lei nordm 1146407 (STF RE 552545 MG Relator(a) Min ELLEN GRACIE Julgamento 14102008 Oacutergatildeo Julgador Segunda Turma Public 21-11-2008)

houvesse a alteraccedilatildeo da redaccedilatildeo do dispositivo legal Contudo levando em conta que - considerada a orientaccedilatildeo que passou a existir nesta Corte agrave luz do precedente no HC 82959SP - o sistema juriacutedico anterior agrave ediccedilatildeo da lei de 2007 era mais beneacutefico ao condenado em mateacuteria de requisito temporal (16 da pena) comparativamente ao sistema implantado pela Lei ndeg 1164607 (25 ou 35 dependendo do caso) deve ser concedida em parte a ordem para que haja o exame do pedido de progressatildeo do regime prisional do paciente levando em conta o requisito temporal de 16 da pena fixada 4 No mesmo sentido HC 94025SP rel Min Menezes Direito 1ordf Turma DJ 03062008 Neste uacuteltimo julgado ficou expressamente consignado que ldquorelativamente aos crimes hediondos cometidos antes da vigecircncia da Lei nordm 1146407 a progressatildeo de regime carceraacuterio deve observar o requisito temporal previsto nos artigos 33 do Coacutedigo Penal e 112 da Lei de Execuccedilotildees Penais aplicando-se portanto a lei mais beneacuteficardquo O art 2deg sect 1deg da Lei ndeg 807290 (na sua redaccedilatildeo original) natildeo pode ser utilizado como paracircmetro de comparaccedilatildeo com a Lei ndeg 1146407 diante da sua declaraccedilatildeo de inconstitucionalidade ainda que no exerciacutecio do controle concreto no julgamento do HC ndeg 82959SP (rel Min Marco Aureacutelio) 5 Recurso ordinaacuterio em habeas corpus parcialmente provido e assim concedeu-se a ordem para considerar possiacutevel a progressatildeo do regime prisional desde que atendido o requisito temporal de cumprimento de 16 da pena cabendo ao juiz da execuccedilatildeo da pena apreciar o pedido de progressatildeo inclusive quanto agrave presenccedila dos demais requisitos considerado o fator temporal acima indicado (STF RHC 91300 DF Relator(a) Min ELLEN GRACIE Julgamento 05032009 Oacutergatildeo Julgador Tribunal Pleno Public 03-04-2009)

DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL HABEAS CORPUS REGIME PRISIONAL CRIME HEDIONDO DATA ANTERIOR Agrave LEI 1146407 SISTEMA JURIacuteDICO MAIS BENEacuteFICO CONCESSAtildeO DA ORDEM 1 A questatildeo de direito versada nestes autos diz respeito agrave possibilidade (ou natildeo) de progressatildeo do regime de cumprimento da pena corporal imposta no periacuteodo de vigecircncia da redaccedilatildeo originaacuteria do art 2ordm sect 1ordm da Lei nordm 807290 2 O tema relativo ao regime de cumprimento da pena que envolve mateacuteria relativa agrave execuccedilatildeo recebe consideraccedilotildees distintas quanto agrave natureza de seu enquadramento no sistema juriacutedico brasileiro 3 O julgamento do Supremo Tribunal Federal em processos subjetivos relacionados ao caso concreto natildeo alterou a vigecircncia da regra contida no art 2ordm sect 1ordm da Lei

JURISPRUDEcircNCIAS

AGOSTO 2009 11JURISPRUDEcircNCIAS

STJ

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL ROUBO CIRCUNSTANCIADO PENA DE 5 ANOS E 6 MESES DE RECLUSAtildeO PROGRESSAtildeO PARA O REGIME SEMI-ABERTO DEFERIDA PELO JUIZ DA VEC E CASSADA PELO TRIBUNAL A QUO AUSEcircNCIA DE MANIFESTACcedilAtildeO PREacuteVIA DO MP MATEacuteRIA NAtildeO ARGUumlIDA EM AGRAVO DE EXECUCcedilAtildeO REFORMATIO IN PEJUS SUacuteMULA 160STF DISPENSA DE EXAME CRIMINOLOacuteGICO POSSIBILIDADE PARECER DO MPF PELA DENEGACcedilAtildeO DO WRIT ORDEM CONCEDIDA POREacuteM PARA RESTABELECER A DECISAtildeO DE PRIMEIRO GRAU 1 O ato praticado fora dos ditames legais deve ser considerado nulo inclusive de ofiacutecio salvo quando tratar-se de nulidade natildeo arguumlida pela acusaccedilatildeo mas cujo reconhecimento poderaacute prejudicar a defesa por forccedila do princiacutepio da non reformatio in pejus esse eacute inclusive o teor da Suacutemula 160 do Pretoacuterio Excelso segundo a qual eacute nula a decisatildeo do Tribunal que acolhe contra o reacuteu nulidade natildeo arguumlida no recurso da acusaccedilatildeo ressalvados os casos de recurso de ofiacutecio 2 Natildeo obstante o recurso ministerial ter se restringido a alegaccedilatildeo da imprescindibilidade da realizaccedilatildeo de exame criminoloacutegico e parecer da Comissatildeo Teacutecnica de Classificaccedilatildeo para avaliar o requisito subjetivo exigido para fins de progressatildeo de regime o Tribunal a quo deu-lhe provimento em razatildeo da ausecircncia de preacutevia oitiva do Ministeacuterio Puacuteblico antes do deferimento da medida traduzindo verdadeira reformatio in pejus 3 Natildeo deve ser declarada nulidade quando natildeo resultar prejuiacutezo comprovado para a parte que a alega Isso porque o processo natildeo eacute um fim em si mesmo merecendo aproveitamento todos os atos que atingiram a sua finalidade e permitiram o exerciacutecio da ampla defesa e do contraditoacuterio 4 A nova redaccedilatildeo dada pela Lei 1079203 ao art 112 da LEP tornou prescindiacutevel a realizaccedilatildeo de exames periciais antes exigidos para a concessatildeo da progressatildeo de regime prisional cabendo ao Juiacutezo da Execuccedilatildeo a ponderaccedilatildeo casuiacutestica sobre a necessidade ou natildeo de adoccedilatildeo de tais medidas 5 Ordem concedida para restabelecer a decisatildeo de primeiro grau que havia deferido ao paciente o benefiacutecio da progressatildeo para o regime semi-aberto em que pese o parecer ministerial (STJ HC 90793 SP HABEAS CORPUS 20070220061-9 Relator(a) Ministro NAPOLEAtildeO NUNES MAIA FILHO Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 11122008 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 16022009)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL INDULTO DECRETO 562005 PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS NAtildeO-OCORREcircNCIA PATOLOGIAS ROL TAXATIVO CONSTRANGIMENTO ILEGAL NAtildeO-CONFIGURADO ORDEM DENEGADA 1 O Decreto 562005 autoriza o indulto ao condenado ldquoparapleacutegico tetrapleacutegico ou portador de cegueira total desde que tais condiccedilotildees natildeo sejam anteriores agrave praacutetica do ato e comprovadas por laudo meacutedico oficial ou na falta deste por dois meacutedicos designados pelo Juiacutezo da Execuccedilatildeordquo (art 1ordm VI a) 2 O benefiacutecio do indulto espeacutecie da clementia principis eacute de interpretaccedilatildeo restrita devendo ser concedido apenas quando estritamente preenchidos os requisitos expressos na norma regulamentadora 3 Na hipoacutetese em apreccedilo o Juiacutezo singular indeferiu o benefiacutecio sob o argumento de que o paciente natildeo preenche os requisitos estabelecidos no Decreto 562005 uma vez que natildeo eacute portador de cegueira total 4 Para se acolher a pretensatildeo aduzida pelo impetrante necessaacuterio seria extrapolar os limites do texto normativo cuja interpretaccedilatildeo cabe ao magistrado na medida em que impotildee a ampliaccedilatildeo do rol de patologiasconsequumlecircncias taxativamente estabelecido no decreto cuja elaboraccedilatildeo eacute da competecircncia discricionaacuteria e exclusiva do Presidente da Repuacuteblica a teor do art 84 XII da Constituiccedilatildeo Federal 5 Ordem denegada (STJ HC 93841 SP HABEAS CORPUS 20070259072-6 Relator(a) Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 09122008 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 02022009)

HABEAS CORPUS HOMICIacuteDIOS E ROUBOS QUALIFICADOS PACIENTE CONDENADO A 63 ANOS 11 MESES E 26 DIAS DELITOS COMETIDOS ANTERIORMENTE Agrave LEI DE CRIMES HEDIONDOS INDULTO COMUTACcedilAtildeO DE PENAS INADMISSIBILIDADE PRECEDENTES DO STJ ORDEM DENEGADA 1 Na esteira de firme jurisprudecircncia desta Corte Superior satildeo insuscetiacuteveis de indulto os crimes hediondos ainda que tenham sido cometidos antes da ediccedilatildeo da Lei 807290 tendo em vista que a natureza do crime deve ser aferida ao tempo da entrada em vigor da norma instituidora do benefiacutecio 2 Opina o MPF pela denegaccedilatildeo da ordem 3 Ordem denegada (STJ HC 88522 SP HABEAS CORPUS 20070185250-1 Relator(a) Ministro NAPOLEAtildeO NUNES MAIA FILHO Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 07102008 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 03112008)

PROCESSUAL PENAL HABEAS CORPUS INDULTO NATALINO DECRETO

Nordm 59932006 TESE NAtildeO APRESENTADA Agrave AUTORIDADE COATORA SUPRESSAtildeO DE INSTAcircNCIA DECRETO Nordm 562005 INDULTO NATALINO EXAME CRIMINOLOacuteGICO DESNECESSIDADE I - Tendo em vista que a alegaccedilatildeo de que estatildeo preenchidos os requisitos do indulto natalino com base no Decreto nordm 59932006 sequer foi suscitada perante a autoridade apontada como coatora fica esta Corte impedida de examinar tal alegaccedilatildeo sob pena de supressatildeo de instacircncia (Precedentes) II - Natildeo constando do Decreto nordm 56202005 a exigecircncia de realizaccedilatildeo de exame criminoloacutegico eacute vedado ao e Tribunal a quo condicionar a concessatildeo do indulto natalino agrave preacutevia realizaccedilatildeo do referido exame para afericcedilatildeo do meacuterito do sentenciado por absoluta falta de previsatildeo legal Writ parcialmente conhecido e nesta parte concedido (STJ HC 89686 RS HABEAS CORPUS 20070205954-0 Relator(a) Ministro FELIX FISCHER Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 15042008 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 30062008)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL DECRETO Nordm 44952002 HOMICIacuteDIO QUALIFICADO COMETIDO ANTERIORMENTE Agrave LEI Nordm 893094 CRIME HEDIONDO INDULTO INCABIMENTO 1 Eacute incabiacutevel a concessatildeo de indulto aos crimes hediondos na letra dos artigos 2ordm inciso I da Lei nordm 807290 e 5ordm inciso XLIII da Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica 2 Os crimes elencados como hediondos precisamente porque possuem nomen juris e natureza proacutepria por oacutebvio restam excluiacutedos da benesse estatal ainda quando cometidos antes da ediccedilatildeo da lei dos crimes hediondos que nesta categoria os compreendeu exclusivamente para fins investigatoacuterios processuais e de regime de cumprimento de pena 3 Ordem denegada (STJ HC 68877 SP HABEAS CORPUS 20060233951-6 Relator(a) Ministro HAMILTON CARVALHIDO Oacutergatildeo Julgador SEXTA TURMA Data do Julgamento 27052008 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 12082008)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL HOMICIacuteDIO QUALIFICADO PRATICADO ANTES DA EDICcedilAtildeO DA LEI 807290 COMUTACcedilAtildeO DE PENAS DECRETO 562005 POSSIBILIDADE EXAME CRIMINOLOacuteGICO PARA AFERIR O MERECIMENTO DO APENADO REQUISITO NAtildeO ESTABELECIDO NO REFERIDO DECRETO CONSTRANGIMENTO ILEGAL CARACTERIZADO ORDEM CONCEDIDA 1 Na anaacutelise do pedido de comutaccedilatildeo natildeo eacute permitido ao magistrado extrapolar os limites de interpretaccedilatildeo do decreto impondo requisito natildeo estabelecido no

AGOSTO 2009 12JURISPRUDEcircNCIAS

texto normativo cuja elaboraccedilatildeo eacute da competecircncia discricionaacuteria e exclusiva do Presidente da Repuacuteblica a teor do art 84 XII da Constituiccedilatildeo Federal 2 O art 8ordm do Decreto 562004 eacute claro ao excluir o benefiacutecio da comutaccedilatildeo apenas aos que tenham cometido o delito hediondo apoacutes a ediccedilatildeo da Lei 807290 sendo portanto descabido o indeferimento do pleito do paciente com fundamento na hediondez do delito o qual foi praticado em 11290 3 O Decreto 562005 autoriza a comutaccedilatildeo de 15 da pena imposta ao condenado reincidente que tenha cumprido 13 da pena e natildeo tenha sofrido sanccedilatildeo disciplinar por falta grave praticada nos uacuteltimos 12 meses do cumprimento da pena apurada na forma do art 59 e seguintes da Lei de Execuccedilotildees Penais contados retroativamente a partir da publicaccedilatildeo do referido decreto Dessa forma para a concessatildeo do benefiacutecio natildeo se exige a realizaccedilatildeo de exame criminoloacutegico a fim de aferir a presenccedila de requisitos subjetivos 4 Ordem concedida para anulando a decisatildeo singular e o acoacuterdatildeo assegurar ao paciente o direito de comutaccedilatildeo de sua pena nos termos do Decreto 562005 (STJ HC 100020 SP HABEAS CORPUS 20080027425-9 Relator(a) Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 28052008 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 04082008)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL PACIENTE CONDENADO PELA PRAacuteTICA DE ROUBO CIRCUNSTANCIADO RECEPTACcedilAtildeO QUALIFICADA E FURTOS (SIMPLES E QUALIFICADO) PENA DE 13 ANOS 7 MESES E 26 DIAS DE RECLUSAtildeO COMUTACcedilAtildeO DA PENA DEFERIDA PELO JUIZ DA VEC COM BASE NO DECRETO 562005 E CASSADA PELO TRIBUNAL A QUO COMETIMENTO DE FALTA GRAVE EM 230606 INTERRUPCcedilAtildeO DO PRAZO PARA A CONCESSAtildeO DO BENEFIacuteCIO AUSEcircNCIA DE CONSTRANGIMENTO ILEGAL IRRELEVAcircNCIA DA AFERICcedilAtildeO DE REQUISITO SUBJETIVO PARECER MINISTERIAL PELA CONCESSAtildeO DA ORDEM ORDEM DENEGADA 1 A interpretaccedilatildeo conjunta dos arts 112 118 I e 127 da LEP e do art 2o do Decreto 562005 permite a exegese de que a praacutetica de falta grave acarreta o reiniacutecio da contagem do periacuteodo de 13 da pena faltante para a obtenccedilatildeo da comutaccedilatildeo da pena Precedente da 5a Turma do STJ HC 80103SP de minha relatoria DJU 061008 2 Independentemente da discussatildeo a respeito de qualquer requisito de ordem subjetiva o paciente natildeo soma a seu favor o tempo de cumprimento de pena necessaacuterio agrave obtenccedilatildeo do benefiacutecio 3 Parecer do MPF pela concessatildeo da ordem 4 Ordem denegada (STJ HC 93996 SP HABEAS CORPUS 20070261591-5 Relator(a)

Ministro NAPOLEAtildeO NUNES MAIA FILHO Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 10022009 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 27042009)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL PACIENTE CONDENADO PELA PRAacuteTICA DE ROUBO E ROUBO CIRCUNSTANCIADO PENA DE 7 ANOS 6 MESES E 20 DIAS DE RECLUSAtildeO COMUTACcedilAtildeO DA PENA DEFERIDA PELO JUIZ DA VEC COM BASE NO DECRETO 529504 E CASSADA PELO TRIBUNAL A QUO COMETIMENTO DE FALTA GRAVE EM 291102 CONSISTENTE NA FUGA DO ESTABELECIMENTO PRISIONAL INTERRUPCcedilAtildeO DO PRAZO PARA A CONCESSAtildeO DO BENEFIacuteCIO AUSEcircNCIA DE CONSTRANGIMENTO ILEGAL ORDEM DENEGADA1 A jurisprudecircncia dessa Corte entende que ofende o princiacutepio da legalidade a decisatildeo que determina a interrupccedilatildeo do prazo para a aquisiccedilatildeo da benesse do Decreto 5295 em razatildeo do cometimento de falta de natureza grave uma vez que acaba por criar requisito objetivo natildeo previsto em lei 2 Creio que do ponto de vista positivo normativo rigorosamente literal esse posicionamento eacute incensuraacutevel entretanto ao meu sentir a interpretaccedilatildeo conjunta dos arts 112 118 I e 127 da LEP e do art 2o do Decreto 529504 permite a exegese de que a praacutetica de falta grave acarreta o reiniacutecio da contagem do periacuteodo de 13 da pena faltante para a obtenccedilatildeo da comutaccedilatildeo da pena 3 Parecer do MPF pela concessatildeo da ordem 4 Ordem denegada (STJ HC 80103 SP - Relator(a) Ministro NAPOLEAtildeO NUNES MAIA FILHO - Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA - Data do Julgamento 28082008 - Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 06102008)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL CORTE A QUO QUE MANTEVE A DECISAtildeO DE PRIMEIRO GRAU INDEFERITOacuteRIA DO BENEFIacuteCIO DA COMUTACcedilAtildeO DA PENA CONSTRANGIMENTO ILEGAL EVIDENCIADO PELA AUSEcircNCIA DE ANAacuteLISE NO ARESTO HOSTILIZADO DO PREENCHIMENTO (OU NAtildeO) DOS REQUISITOS PREVISTOS NO DECRETO 529504 PELO PACIENTE LIVRAMENTO CONDICIONAL IGUALMENTE INDEFERIDO COMETIMENTO DE FALTA GRAVE IMPOSSIBILIDADE DE INTERRUPCcedilAtildeO DO PRAZO PARA A CONCESSAtildeO DO BENEFIacuteCIO POR AUSEcircNCIA DE PREVISAtildeO LEGAL CONSTRANGIMENTO ILEGAL CONFIGURADO PRECEDENTES PARECER DO MPF PELA CONCESSAtildeO DA ORDEM ORDEM CONCEDIDA PARA QUE O TRIBUNAL A QUO ANALISE AS CONDICcedilOtildeES PARA A CONCESSAtildeO DA COMUTACcedilAtildeO DA PENA DO PACIENTE LEVANDO-SE EM CONSIDERACcedilAtildeO

SOMENTE OS REQUISITOS PREVISTOS NO DECRETO 529504 BEM COMO PARA QUE APRECIE O PEDIDO DE LIVRAMENTO CONDICIONAL SUPERADO O OacuteBICE RELATIVO Agrave INTERRUPCcedilAtildeO DO PRAZO PARA A CONCESSAtildeO DO BENEFIacuteCIO CONSIDERANDO A FRACcedilAtildeO DA PENA EVENTUALMENTE COMUTADA 1 O Decreto 529504 exige para fins de obtenccedilatildeo do benefiacutecio da comutaccedilatildeo das penas que o condenado preencha dois requisitos quais sejam cumprir um quarto da sanccedilatildeo se primaacuterio ou um terccedilo se reincidente ateacute a data de 25 de dezembro de 2004 bem como natildeo ter cometido falta grave nos uacuteltimos doze meses de cumprimento da pena 2 In casu o acoacuterdatildeo impugnado sequer fez menccedilatildeo ao implemento (ou natildeo) dos requisitos previstos no art 2o cc o art 4o do Decreto 529504 cingindo-se as razotildees para a manutenccedilatildeo do indeferimento do benefiacutecio agrave impossibilidade de anaacutelise do cumprimento das condiccedilotildees objetivas e subjetivas para a concessatildeo do pleiteado benefiacutecio em sede de Habeas Corpus e agraves diversas condenaccedilotildees que ostenta o paciente 3 A verificaccedilatildeo das condiccedilotildees para a concessatildeo da comutaccedilatildeo todavia eacute plenamente factiacutevel em Habeas Corpus por natildeo exigir ampla incursatildeo probatoacuteria De outra parte o indeferimento da benesse com supedacircneo na existecircncia de diversas condenaccedilotildees em desfavor do paciente viola o princiacutepio da legalidade por constituir exigecircncia de requisitos estranhos aos previstos no decreto 529504 Precedentes 4 O art 83 I do CPB exige para fins de obtenccedilatildeo do benefiacutecio do livramento condicional o cumprimento de mais de um terccedilo da pena total imposta ao sentenciado Assim ofende o princiacutepio da legalidade a decisatildeo que determina a interrupccedilatildeo do prazo para a aquisiccedilatildeo da referida benesse uma vez que acaba por criar requisito objetivo natildeo previsto em lei 5 Parecer do MPF pela concessatildeo do writ 6 Ordem concedida para que o Tribunal a quo analise as condiccedilotildees para a concessatildeo da comutaccedilatildeo da pena do paciente levando-se em consideraccedilatildeo somente os requisitos previstos no Decreto 529504 bem como para que aprecie o pedido de livramento condicional superado o oacutebice relativo agrave interrupccedilatildeo do prazo para a concessatildeo do benefiacutecio considerando a fraccedilatildeo da pena eventualmente comutada (STJ HC 114222 SP HABEAS CORPUS 20080187375-9 Relator(a) Ministro NAPOLEAtildeO NUNES MAIA FILHO Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 29042009 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 01062009)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL FALTA GRAVE INTERRUPCcedilAtildeO NA CONTAGEM DO LAPSO TEMPORAL PARA A CONCESSAtildeO DE BENEFIacuteCIO DE PROGRESSAtildeO DE REGIME

AGOSTO 2009 13JURISPRUDEcircNCIAS

PRISIONAL ENTENDIMENTO DO TRIBUNAL A QUO EM CONSONAcircNCIA COM A JURISPRUDEcircNCIA DESTA CORTE LIVRAMENTO CONDICIONAL E COMUTACcedilAtildeO DAS PENAS INTERRUPCcedilAtildeO DO PRAZO PARA OBTENCcedilAtildeO DO BENEFIacuteCIO PELO CONDENADO ILEGALIDADE AUSEcircNCIA DE PREVISAtildeO LEGAL PRECEDENTES INAPLICABILIDADE DO EFEITO INTERRUPTIVO QUANTO AO LIVRAMENTO CONDICIONAL E Agrave COMUTACcedilAtildeO RECONHECIDA PELO TRIBUNAL DE ORIGEM FALTA DE INTERESSE PROCESSUAL CONSTRANGIMENTO ILEGAL NAtildeO EVIDENCIADO 1 O cometimento de falta grave embora interrompa o prazo para a obtenccedilatildeo dos benefiacutecios da progressatildeo de regime natildeo o faz para fins de concessatildeo dos benefiacutecios do livramento condicional e da comutaccedilatildeo da pena por ausecircncia de previsatildeo legal Precedentes 2 Nos termos do acoacuterdatildeo hostilizado verifica-se que o efeito interruptivo somente foi reconhecido relativamente agrave progressatildeo de regime ficando ressalvada a sua inaplicabilidade com relaccedilatildeo ao livramento condicional e agrave comutaccedilatildeo evidenciado nesse particular a falta de interesse processual na medida em que natildeo evidenciado nos autos qualquer constrangimento ilegal contra o Paciente inexistindo pois ato coator por parte do Tribunal quanto ao pleitos de comutaccedilatildeo e de livramento condicional 3 Habeas corpus parcialmente conhecido e nessa parte denegado (STJ HC 121513 SP HABEAS CORPUS 20080258389-0 Relator(a) Ministra LAURITA VAZ Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 27042009 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 25052009)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL PEDIDO DE COMUTACcedilAtildeO DA PENA INDEFERIDO PELO JUIZ DA VEC E PELO TRIBUNAL A QUO PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS OBJETIVOS E SUBJETIVOS EXIGIDOS PELO DECRETO 529504 COMETIMENTO DE FALTA GRAVE EM 08032003 INTERRUPCcedilAtildeO DO PRAZO PARA A CONCESSAtildeO DO BENEFIacuteCIO IMPOSSIBILIDADE AUSEcircNCIA DE PREVISAtildeO LEGAL CONSTRANGIMENTO ILEGAL CONFIGURADO PRECEDENTES PARECER DO MPF PELA CONCESSAtildeO DA ORDEM ORDEM CONCEDIDA PARA DEFERIR AO PACIENTE O DIREITO Agrave COMUTACcedilAtildeO DA PENA 1 O Decreto 529504 exige para fins de obtenccedilatildeo do benefiacutecio da comutaccedilatildeo das penas que o condenado reincidente preencha dois requisitos quais sejam 1) cumprimento de 14 da sanccedilatildeo se primaacuterio e 13 se reincidente ateacute a data de 25 de dezembro de 2004 2) natildeo cometimento de falta grave nos uacuteltimos doze meses de cumprimento da pena contados retroativamente agrave

publicaccedilatildeo do referido Decreto 2 Ofende o princiacutepio da legalidade a decisatildeo que determina a interrupccedilatildeo do prazo para aquisiccedilatildeo da referida benesse uma vez que acaba por criar requisito objetivo natildeo previsto em lei Precedentes do STJ 3 Parecer do MPF pela concessatildeo do writ 4 Ordem concedida (STJ HC 113513 SP HABEAS CORPUS 20080180026-0 Relator(a) Ministro NAPOLEAtildeO NUNES MAIA FILHO Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 16042009 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 25052009)

HABEAS CORPUS PACIENTE CUMPRIDO PENA TOTAL DE 55 ANOS 4 MESES E 10 DIAS DE RECLUSAtildeO POR DIVERSAS INFRACcedilOtildeES AO ART 157 sect 2o I E II DO CPB FUNDAMENTACcedilAtildeO COM ARRIMO NO PARECER MINISTERIAL AUSEcircNCIA DE NULIDADE LIVRAMENTO CONDICIONAL REVOGACcedilAtildeO CONDENACcedilAtildeO IRRECORRIacuteVEL POR CRIME COMETIDO DURANTE O PERIacuteODO DE PROVA PLEITO DE COMUTACcedilAtildeO DE PENA (DECRETO PRESIDENCIAL 562005) DESCONSIDERACcedilAtildeO DO PERIacuteODO EM QUE O PACIENTE ESTAVA EM LIBERDADE NOVO CAacuteLCULO DA PENA COM INCIDEcircNCIA DO ART 88 DO CPB POSSIBILIDADE PRECEDENTE DESTA CORTE SUPERIOR ORDEM DENEGADA 1 Inserir na fundamentaccedilatildeo trecho do parecer da Procuradoria-Geral de Justiccedila natildeo provoca a nulidade da decisatildeo 2 Vem entendendo esta Corte Superior pela ausecircncia de ilegalidade quanto agrave desconsideraccedilatildeo do tempo em livramento condicional para fins de comutaccedilatildeo de pena tendo havido a revogaccedilatildeo do benefiacutecio em razatildeo de condenaccedilatildeo irrecorriacutevel por crime cometido durante o periacuteodo de prova 3 Revogado o benefiacutecio do livramento condicional antes de expirado o periacuteodo de prova e apoacutes o tracircnsito em julgado da uacuteltima condenaccedilatildeo natildeo haacute falar em ilegalidade da decisatildeo que determinou a realizaccedilatildeo de novo caacutelculo da pena na forma do art 88 do Coacutedigo Penal (HC 43337RJ Rel Min ARNALDO ESTEVES LIMA DJU 020506) 4 Opina o MPF pela concessatildeo parcial da ordem 5 Ordem denegada (STJ HC 85187 RJ HABEAS CORPUS 20070140768-6 Relator(a) Ministro NAPOLEAtildeO NUNES MAIA FILHO Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 16102008 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 24112008)

TJRJ

AGRAVO EXECUCcedilAtildeO PENAL Comutaccedilatildeo de pena Decreto Presidencial nordm 599306 Cumprimento do requisito objetivo - lapso temporal de um ano a

contar da publicaccedilatildeo do Decreto sem falta grave Para fins de concessatildeo de comutaccedilatildeo ou indulto deve ser analisado o comportamento do sentenciado durante todo periacuteodo de caacutercere ou de prova Indeferimento do pleito por ausecircncia do requisito subjetivo Se o apenado obteve o benefiacutecio de visita perioacutedica ao lar em setembro de 2006 e no mecircs de janeiro de 2007 deixou de retornar agrave Unidade natildeo pode ter deferido seu pedido de comutaccedilatildeo com base no Decreto Presidencial expedido no ano de 2006 Se o apenado encontra-se na situaccedilatildeo de evadido do Sistema natildeo eacute razoaacutevel admitir que ostente direito de obter novo benefiacutecio Repercussatildeo da conduta em toda a execuccedilatildeo de pena Recurso a que se nega provimento (TJRJ - AGRAVO DE EXECUCAO PENAL 200907600144 DES MARCO AURELIO BELLIZZE - Julgamento 29042009 - PRIMEIRA CAMARA CRIMINAL)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL LEI 721084 PEDIDO DE COMUTACcedilAtildeO DE PENA COM BASE NO DECRETO PRESIDENCIAL Nordm 449502 CUMPRIMENTO DO REQUISITO OBJETIVO AUSEcircNCIA DE MEacuteRITO CARCERAacuteRIO EM RAZAtildeO DE COMETIMENTO DE CRIMES DURANTE O PERIacuteODO DE PROVA DO LIVRAMENTO CONDICIONAL REPERCUSSAtildeO DAS CONDUTAS NO PEDIDO DE COMUTACcedilAtildeO CONSTRANGIMENTO ILEGAL INEXISTENTE DENEGACcedilAtildeO DA ORDEM(TJRJ HABEAS CORPUS 200805908014 JDS DES MARIA ANGELICA GUEDES - Julgamento 13012009 - TERCEIRA CAMARA CRIMINAL)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL DECISAtildeO JUDICIAL DENEGATOacuteRIA DO INDULTO FUNDAMENTADA NO FATO DE QUE O DEFERIMENTO DE INDULTO OU COMUTACcedilAtildeO DEPENDE DE CUMPRIMENTO DE REQUISITO SUBJETIVO QUE DEVE SER AVALIADO DURANTE TODA A EXECUCcedilAtildeO DA PENA IMPUGNACcedilAtildeO PELA VIA DE HABEAS CORPUS SEM NOTIacuteCIA DE INTERPOSICcedilAtildeO DE AGRAVO ADMISSIBILIDADE DA ACcedilAtildeO CONSTITUCIONAL HAJA VISTA A MANIFESTA ILEGALIDADE DA DECISAtildeO COM INTERFEREcircNCIA DIRETA NO DIREITO DE LIBERDADE DO PACIENTE DECRETO DE INDULTOCOMUTACcedilAtildeO QUE DEFINE AS CONDICcedilOtildeES DE DEFERIMENTO DOS DIREITOS A QUE ALUDE E NAtildeO OFERECE MARGEM A TEMPERAMENTO JUDICIAL PRINCIacutePIO DE ESTRITA LEGALIDADE CRIACcedilAtildeO JUDICIAL DE CONDICcedilAtildeO PARA DEFERIMENTO DE INDULTOCOMUTACcedilAtildeO QUE VIOLA O PRINCIacutePIO CONSTITUCIONAL DA SEPARACcedilAtildeO DOS PODERES E ATENTA CONTRA

AGOSTO 2009 14JURISPRUDEcircNCIAS

O PRINCIacutePIO CONSTITUCIONAL DA RESERVA LEGAL EM MATEacuteRIA DE SANCcedilAtildeO PENAL CASO CONCRETO REGULADO PELO DECRETO Nordm 5993 DE 19 DE DEZEMBRO DE 2006 QUE ESTABELECE QUE OS CONDENADOS QUE NAtildeO TENHAM SIDO PUNIDOS POR FALTA GRAVE NOS UacuteLTIMOS DOZE MESES DE CUMPRIMENTO DE PENA TERAtildeO DIREITO AO INDULTO OU Agrave COMUTACcedilAtildeO CONTADO O RESPECTIVO PRAZO RETROATIVAMENTE Agrave DATA DE PUBLICACcedilAtildeO DO DECRETO HABEAS CORPUS NAtildeO INSTRUIacuteDO DE SORTE A DEFINIR O TEMPO DE CONDENACcedilAtildeO E DEMAIS CIRCUNSTAcircNCIAS PARA AFERICcedilAtildeO DO DIREITO AO INDULTO OU COMUTACcedilAtildeO CONSTRANGIMENTO CONFIGURADO DECISAtildeO LIMITADA Agrave DECLARACcedilAtildeO DA NULIDADE DO PRONUNCIAMENTO JUDICIAL QUE OPOcircS AO INDULTOCOMUTACcedilAtildeO AS FALTAS GRAVES COMETIDAS ANTES E DEPOIS DO PERIacuteODO AQUISITIVO DO DIREITO NOVA DECISAtildeO QUE DEVERAacute SER PROFERIDA PELO JUIZ DA EXECUCcedilAtildeO COM EXPRESSA DESCONSIDERACcedilAtildeO DO OacuteBICE DECLARADO ILEGAL Decisatildeo que indeferiu o indulto sob o fundamento de que haveria requisito subjetivo para o deferimento deste indulto e que tal requisito deveria ser avaliado durante a execuccedilatildeo da pena A rigor o habeas corpus natildeo constitui instrumento adequado para o exame direto do pleito de indulto por causa da previsatildeo de recurso proacuteprio Patente a ilegalidade todavia cabe habeas corpus para fazer cessar o constrangimento ilegal Decreto de indulto que natildeo estipula requisitos de ordem subjetiva para a admissatildeo do referido direito Ato do Presidente da Repuacuteblica que natildeo pode ser alterado pelo juiz sob pena de violaccedilatildeo do princiacutepio da separaccedilatildeo dos Poderes Exigecircncia normativa conformada agrave condenaccedilatildeo primariedade ou reincidecircncia situaccedilotildees especiacuteficas descritas no decreto tempo de cumprimento de pena e inexistecircncia de falta grave nos doze uacuteltimos meses da execuccedilatildeo a contar da publicaccedilatildeo do Decreto Impossibilidade de o juiz invadir a competecircncia do Chefe do Executivo e definir outros requisitos aleacutem dos previstos no Decreto Violaccedilatildeo tambeacutem do princiacutepio da reserva legal definido no artigo 5ordm inciso XXXIX da Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica que veda ao julgador agravar a sanccedilatildeo ainda que em acircmbito de execuccedilatildeo valendo-se de requisitos que natildeo estatildeo previstos em lei Caso concreto que elege faltas graves anterior e posterior ao periacuteodo aquisitivo do direito (28 de novembro de 2005 e 01 de novembro de 2007) como fundamento para indeferir pedido de indulto de pena Instruccedilatildeo todavia insuficiente deste habeas corpus de sorte a determinar a incidecircncia de indulto ou comutaccedilatildeo e

mesmo do tempo total de condenaccedilatildeo Necessidade de nova avaliaccedilatildeo do caso pelo juiz natural com expressa exclusatildeo do ldquorequisitordquo indevidamente considerado para obstar o deferimento do direito ao condenado ORDEM CONCEDIDA (TJRJ - HABEAS CORPUS - 200805906809 - DES GERALDO PRADO - Julgamento 13112008 - QUINTA CAMARA CRIMINAL)

EMENTA - INDULTO CONDICIONAL - COMETIMENTO DE NOVO CRIME NO PERIacuteODO DA CONDICcedilAtildeO - CONDENACcedilAtildeO TRANSITADA EM JULGADO - INCIDENTE DE REVOGACcedilAtildeO DO INDULTO TRAMITANDO REGULARMENTE CONSIDERADA A DATA DO TRAcircNSITO EM JULGADO DO NOVO CRIME - NECESSIDADE DE ELABORACcedilAtildeO DE NOVO CAacuteLCULO DE PENA PARA SE ESTABELECER O REGIME PRISIONAL - AUSEcircNCIA DE CONSTRANGIMENTO ILEGAL Se o paciente deu causa a revogaccedilatildeo do indulto condicional que lhe foi deferido pois cometeu novo crime no periacuteodo da condiccedilatildeo cuja sentenccedila condenatoacuteria jaacute transitou em julgado e estando em tramitaccedilatildeo regular o incidente de execuccedilatildeo visando estabelecer o regime prisional ao qual ficaraacute submetido para o cumprimento da pena unificada inocorre o alegado constrangimento ilegalOrdem denegada (TJRJ HABEAS CORPUS 200805906725 DES VALMIR DE OLIVEIRA SILVA - Julgamento 11112008 - TERCEIRA CAMARA CRIMINAL)

RECURSO DE AGRAVO - REVOGACcedilAtildeO DO LIVRAMENTO CONDICIONAL SEM OITIVA DO APENADO - POSSIBILIDADE - ARTIGO 87 DO CP - COMUTACcedilAtildeO DE frac14 DA PENA NECESSIDADE DE APRECIACcedilAtildeO QUANTO AOS REQUISITOS OBJETIVOS E SUBJETIVOS - DESPROVIMENTO DO RECURSO UNAcircNIME(TJRJ AGRAVO DE EXECUCAO PENAL 200807600839 DES ELIZABETH GREGORY - Julgamento 07102008 - SETIMA CAMARA CRIMINAL)

EMENTA RECURSO DE AGRAVO EM EXECUCcedilAtildeO DECRETO Nordm 59932006 - AGRAVANTE CONDENADO PELA PRAacuteTICA DE VAacuteRIOS CRIMES GRAVES INCLUINDO O DE TRAacuteFICO ILIacuteCITO DE ENTORPECENTES QUE REQUER A COMUTACcedilAtildeO PREVISTA NO DECRETO Nordm 59932006 IMPOSSIBILIDADE - O ART 8ordm I DO DECRETO Nordm 59932006 VEDA EXPRESSAMENTE A CONCESSAtildeO DO BENEFIacuteCIO AgraveQUELES QUE COMETERAM O CRIME DE TRAacuteFICO ILIacuteCITO DE ENTORPECENTES INDEPENDENTE DE QUANDO ESTE FORA COMETIDO - RECURSO A QUE SE NEGA PROVIMENTO (TJRJ AGRAVO

DE EXECUCAO PENAL 200807600859 DES ANTONIO JOSE CARVALHO - Julgamento 23092008 - SEGUNDA CAMARA CRIMINAL)

200807700052 - CORREICAO PARCIAL - 1ordf EmentaDES KATIA JANGUTTA - Julgamento 17022009 - SEGUNDA CAMARA CRIMINAL

Correiccedilatildeo parcial Indeferimento do pedido de esclarecimentos da Folha de Antecedentes Criminais do ora reclamado que visava agrave anaacutelise pelo Parquet da possibilidade de concessatildeo de benefiacutecios tais como a unificaccedilatildeo das penas privativas de liberdade e suas consequumlecircnciasCom efeito o poder requisitoacuterio do Ministeacuterio Puacuteblico estaacute regulado em lei e embora o artigo 47 do Coacutedigo de Processo Penal lhe atribua legitimidade para requisitar diretamente a quaisquer autoridades ou funcionaacuterios documentos ou elementos de convicccedilatildeo que julgue necessaacuterios o artigo 399 daquele estatuto processual conferiu-lhe o direito subjetivo de requerer ao juiz as diligecircncias que julgar convenientes in casu o que achou imprescindiacutevel ao exame dos requisitos relativos aos benefiacutecios contidos na Lei de Execuccedilotildees Penais Eacute preciso ter em conta que a diligecircncia pleiteada pelo Parquet natildeo dizia apenas com a requisiccedilatildeo da FAC mas com informaccedilotildees e esclarecimentos referentes agraves anotaccedilotildees nela contidas a serem fornecidas por outros Juiacutezos que efetivamente soacute a concederiam mediante solicitaccedilatildeo de outra autoridade judiciaacuteria Correiccedilatildeo provida

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL COMUTACcedilAtildeO DE PENA VIA INIDOcircNEA TAL BENEFIacuteCIO DEVE SER PROCESSADO OBSERVANDO-SE QUANTO Agrave EVENTUAL EXISTEcircNCIA DE FALTA GRAVE OS 12 UacuteLTIMOS MESES DE CUMPRIMENTO DA PENA A CONTAR DA DATA DA PUBLICACcedilAtildeO DO DECRETO Nordm 562005 LIVRAMENTO CONDICIONAL NAtildeO COMPARECIMENTO DO LIBERADO REVOGACcedilAtildeO DO BENEFIacuteCIO PORQUE DESCUMPRIDAS AS CONDICcedilOtildeES AgraveS QUAIS O MESMO FICA SUBORDINADO AUSEcircNCIA DE OITIVA PREacuteVIA A REVOGACcedilAtildeO DO BENEFIacuteCIO SEJA OBRIGATOacuteRIA OU FACULTATIVA TANTO PODE SER DECRETADA PELO JUIZ DE OFIacuteCIO COMO A REQUERIMENTO DO MINISTEacuteRIO PUacuteBLICO MEDIANTE REPRESENTACcedilAtildeO DO CONSELHO PENITENCIAacuteRIO DEVENDO ANTES SER OUVIDO O APENADO A SUSPENSAtildeO CAUTELAR Eacute MEDIDA APTA A IMPEDIR QUE O AGENTE DETERMINE POR VONTADE PROacutePRIA A DATA FINAL DE PRESTACcedilAtildeO DE CONTAS AO ESTADO PELO CRIME COMETIDO CONVOLACcedilAtildeO

AGOSTO 2009 15JURISPRUDEcircNCIAS

DA REVOGACcedilAtildeO DO LIVRAMENTO CONDICIONAL EM SUSPENSAtildeO CAUTELAR PARA DETERMINAR EXPEDICcedilAtildeO DE DILIGEcircNCIAS NO JUIacuteZO A QUO INCLUSIVE COM A MANUTENCcedilAtildeO DO MANDADO DE PRISAtildeO COMO FORMA DE OBJETIVAR A OITIVA DO PACIENTE FORAGIDO ORDEM PARCIALMENTE CONCEDIDA (TJRJ HABEAS CORPUS 200805903921 DES ADILSON VIEIRA MACABU - Julgamento 05082008 - SEGUNDA CAMARA CRIMINAL)

EMENTAacuteRIO DE JURISPRUDEcircNCIA CRIMINAL Nordm 172009

COMISSAtildeO DE JURISPRUDEcircNCIA Presidente DES CHERUBIN HELCIAS SCHWARTZ Organizaccedilatildeo Serviccedilo de Publicaccedilatildeo de Jurisprudecircncia (DGCON-SEJUR) da Divisatildeo de Gestatildeo de Acervos Jurisprudenciais (DGCON-DIJUR) - dijurtjrjgovbr Rua Erasmo Braga nordm 115 - Lamina I - 6ordm andar - Sala 635

bull Ementa nordm 8 - LIVRAMENTO CONDICIONAL REINCIDENCIA

bull Ementa nordm 15 - VISITA A FAMILIA INDEFERIMENTO

Ementa nordm 8

LIVRAMENTO CONDICIONAL REINCIDENCIA INICIO DA CONTAGEM DO PRAZO DATA DA CONCESSAO DO LIVRAMENTO

DIREITO CONSTITUCIONAL PENAL E PROCESSUAL PENALO apenado postulou a concessatildeo do benefiacutecio da comutaccedilatildeo da pena e do livramento condicional vindo o MP de opor-se a tal pretensatildeo ao argumento de que o apenado seria reincidenteO MM Dr Juiz da execuccedilatildeo negando razatildeo ao MP deferiu o postulado pelo apenado com fincas no inciso I do art 64 do CPEmbora o magistrado natildeo tenha explicitado as razotildees pelas quais ele entendia contrariamente agrave tese do MP que o apenado natildeo seria reincidente a essa motivaccedilatildeo chega-se facilmente atraveacutes da interpretaccedilatildeo da parte final do inciso I do art 64 do CPO livramento condicional como o proacuteprio nome diz traduz concessatildeo de liberdade sob condiccedilatildeo suspensiva e tanto assim o eacute que o art 89 do CP fala em ldquodeclarar extinta a penardquoVencido o periacuteodo de prova sem que o apenado torne a delinquir a contagem do prazo para fins de reincidecircncia haacute que ser feita com base na data em que foi concedido o livramento e natildeo do seu teacuterminoSe o apenado obteve

o livramento em 29 de marccedilo de 2000 e vem de praticar novo crime em 27 de maio de 2005 pela regra do inciso I do art 64 do CP ele natildeo pode ser considerado reincidente O fato de o juiz que condenou o Agravado tecirc-lo tido como reincidente natildeo impede o desprovimento do recurso do MP na medida em que isso natildeo constou como causa de pedir interna no recurso do MPRECURSO CONHECIDO MAS DESPROVIDO

200807601074 - RECURSO DE AGRAVO (LEI 721084) CAPITAL - SETIMA CAMARA CRIMINAL - Por maioria DES MAURILIO PASSOS BRAGA - Julg 24032009

Ementa nordm 15

VISITA A FAMILIA INDEFERIMENTO AUSENCIA DE FUNDAMENTOS ADEQUADOS ANULACAO DA DECISAO ORDEM CONCEDIDA PARCIALMENTE

HABEAS CORPUS CRIME HEDIONDO INDEFERIMENTO DO PLEITO DE VISITA PERIOacuteDICA Agrave FAMIacuteLIA AUSEcircNCIA DE FUNDAMENTOS ADEQUADOS ORDEM PARCIALMENTE CONCEDIDA PARA ANULAR A DECISAtildeO UNANIMIDADETendo em vista seus propoacutesitos a execuccedilatildeo da pena privativa de liberdade natildeo pode ser tratada como se fosse outro processo de conhecimento condenatoacuterio E assim como natildeo se permite que na aplicaccedilatildeo das penas as respectivas bases sejam fixadas com fundamentos geneacutericos e inerentes ao proacuteprio tipo tambeacutem natildeo se admite que na execuccedilatildeo se recuse ao condenado algum benefiacutecio ou direito com fundamentos geneacutericos de conveniecircncia e ligados agrave gravidade proacutepria do crime Eacute que a realidade agora eacute outra e decorre do comportamento e das condiccedilotildees pessoais do condenado evidenciados durante a execuccedilatildeo de sua pena Afinal de contas a execuccedilatildeo eacute uma extensatildeo do princiacutepio da individualizaccedilatildeo das penas que natildeo se esgota portanto com a sua fixaccedilatildeoAleacutem disso natildeo se pode nem se deve lamentar que inuacutemeros condenados pela praacutetica de crime hediondo tenham alcanccedilado regime mais brando porque se o conseguiram foi porque preenchendo os necessaacuterios requisitos tinham direito a isto e deve-se torcer que se tenham tornado pessoas melhoresMas como natildeo se pode transformar o processo relativo ao habeas corpus num paralelo agravequele que flui no juiacutezo da execuccedilatildeo a fim de verificar se o paciente preenche os requisitos legais para lhe ser deferida a visita perioacutedica agrave famiacutelia concede-se parcialmente a ordem a fim de anular a decisatildeo de primeiro grau por falta de adequada fundamentaccedilatildeo

possibilitando a ediccedilatildeo de outra de acordo com as exigecircncias do ordenamento juriacutedico Unanimidade

200905901194 - HABEAS CORPUS CAPITAL - QUINTA CAMARA CRIMINAL - Unanime DES NILDSON ARAUJO DA CRUZ - Julg 22042009

Page 9: Ministério Público do Estado do Rio de JaneiroBOLETIM INFORMATIVO - Nº 07 - ANO I - AGOSTO 2009 Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro Marcelo Gomes Silva Promotor de

AGOSTO 2009 9

LUacuteCIA Julgamento 11032008 Oacutergatildeo Julgador Primeira Turma Public 04-04-2008)

DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL HABEAS CORPUS CRIME DE TRAacuteFICO DE ENTORPECENTE PRETENSAtildeO DE SUBSTITUICcedilAtildeO DA PENA CORPORAL (ART 44 CP) IMPOSSIBILIDADE LEI 1134306 E INTERPRETACcedilAtildeO AUTEcircNTICA PROGRESSAtildeO DE REGIME NOS TERMOS DA LEI 1146407 CONCESSAtildeO PARCIAL DA ORDEM 1 Trata-se de habeas corpus impetrado contra ato do Superior Tribunal de Justiccedila que no julgamento de writ anteriormente aforado perante aquela Corte denegou a ordem Observa que o julgado do STJ no habeas corpus impetrado considerou a incompatibilidade da substituiccedilatildeo da pena corporal em relaccedilatildeo aos crimes hediondos e a eles equiparados o que contraria o disposto no art 44 do Coacutedigo Penal natildeo havendo qualquer restriccedilatildeo ou proibiccedilatildeo na Lei ndeg 807290 Requer a concessatildeo da ordem para o fim de ser reconhecido o direito agrave progressatildeo do regime de cumprimento da pena bem como seja autorizada a substituiccedilatildeo da pena corporal por penas restritivas de direito 2 A questatildeo de direito debatida neste writ envolve a possibilidade (ou natildeo) de incidecircncia do art 44 do Coacutedigo Penal agraves hipoacuteteses relacionadas aos crimes hediondos e a eles equiparados como eacute o caso do crime de traacutefico iliacutecito de substacircncia entorpecente (Lei ndeg 636876 art 12 Lei ndeg 1134306 art 33) 3 A norma contida no art 44 caput da Lei ndeg 1134306 ao expressar estabelecer a proibiccedilatildeo da conversatildeo apenas explicita regra que era impliacutecita no sistema juriacutedico brasileiro quanto agrave incompatibilidade do regime legal de tratamento em mateacuteria de crimes hediondos e a eles equiparados com o regime pertinente aos outros crimes 4 Recordo que a Lei ndeg 971498 ao modificar a redaccedilatildeo do art 44 do Coacutedigo Penal e assim ampliar os casos de substituiccedilatildeo da pena corporal por penas restritivas de direitos obviamente natildeo incidiu no acircmbito do tratamento legislativo referente aos crimes hediondos e a eles equiparados inclusive em razatildeo da redaccedilatildeo original contida no art 2deg sect 1deg da Lei ndeg 807290 que expressamente contemplava o regime integralmente fechado para cumprimento da pena corporal 5 Considero natildeo haver aplicaccedilatildeo retroativa da regra contida no art 44 caput da Lei ndeg 1134306 ao presente caso eis que o sistema juriacutedico anterior ao seu advento jaacute natildeo permitia a substituiccedilatildeo da pena corporal por pena restritiva de

STF

EMENTA HABEAS CORPUS COMUTACcedilAtildeO CRIME HEDIONDO IMPOSSIBILIDADE ORDEM DENEGADA A natureza dos crimes natildeo contemplados pelo decreto presidencial que concede o benefiacutecio de indulto e comutaccedilatildeo de pena deve ser aferida agrave eacutepoca da ediccedilatildeo do respectivo ato normativo pouco importando a data em que tais delitos foram praticados Precedentes (RE 274265 rel min Neacuteri da Silveira DJ de 19102001 p 49 e HC 74429 rel min Sydney Sanches DJ 21031997 p 8507) Ademais a comutaccedilatildeo nada mais eacute do que uma espeacutecie de indulto parcial (em que haacute apenas a reduccedilatildeo da pena) Daiacute por que a vedaccedilatildeo agrave concessatildeo de indulto em favor daqueles que praticaram crime hediondo - prevista no art 2ordm I da lei 80721990 - abrange tambeacutem a comutaccedilatildeo Ordem denegada (STF HC 94679 SP Relator(a) Min JOAQUIM BARBOSA Oacutergatildeo Julgador Segunda Turma Julgamento 18112008 Publicaccedilatildeo DJ 19122008PP-01188)

EMENTA HABEAS CORPUS DECRETO N 529504 COMUTACcedilAtildeO DE PENA CONDENADO QUE ESTAacute EM LIVRAMENTO CONDICIONAL POSSIBILIDADE ORDEM CONCEDIDA 1 Decreto n 529504 natildeo impediu a comutaccedilatildeo de pena aos condenados que estatildeo em livramento condicional 2 Ordem concedida (STF HC94654 RS Relator(a) Min CAacuteRMEN LUacuteCIA Julgamento 19082008 Oacutergatildeo Julgador Primeira Turma Public 03-10-2008)

EMENTA HABEAS CORPUS PROCESSUAL PENAL PACIENTE CONDENADO POR CRIME POSTERIOR AO INIacuteCIO DO CUMPRIMENTO DE PENAS JAacute UNIFICADAS ALEGACcedilAtildeO DE OFENSA AgraveS REGRAS DE UNIFICACcedilAtildeO DAS PENAS NAtildeO-OCORREcircNCIA INEXISTEcircNCIA DE VIacuteCIO NO PROCESSO DE EXECUCcedilAtildeO PENAL POR DEFICIEcircNCIA NO CAacuteLCULO DAS PENAS O LIMITE DE TRINTA ANOS PREVISTO NO ART 75 DO COacuteDIGO PENAL NAtildeO DEVE SER OBSERVADO SE O REacuteU PRATICA NOVOS DELITOS E SOFRE NOVAS CONDENACcedilOtildeES PRECEDENTES HABEAS CORPUS INDEFERIDO (STF HC 93202 SP Relator(a) Min CAacuteRMEN

direito em relaccedilatildeo aos crimes hediondos e a eles equiparados 6 Impossibilidade de substituiccedilatildeo da pena privativa de liberdade por penas restritivas de direito mesmo no periacuteodo anterior ao advento da Lei ndeg 1134306 e consequentemente natildeo haacute constrangimento ilegal no ato do Superior Tribunal de Justiccedila que denegou habeas corpus exatamente neste mesmo sentido 7 A redaccedilatildeo original do art 2ordm sect 1ordm da Lei nordm 807290 natildeo estava eivada de inconstitucionalidade natildeo malferindo os incisos XLVI e XLVII do art 5ordm da Constituiccedilatildeo Federal Os princiacutepios da individualizaccedilatildeo e da humanidade da pena natildeo foram violados com a regra legal acima mencionada 8 Todos os benefiacutecios legais inerentes agrave execuccedilatildeo da pena e evidentemente compatiacuteveis com o regime fechado prosseguiam sendo aplicaacuteveis aos condenados por crime hediondo ou a ele equiparado de modo a estimular sua recuperaccedilatildeo e ressocializaccedilatildeo 9 Com a nova redaccedilatildeo do sect 1ordm e a introduccedilatildeo do sect 2ordm ambos do art 2ordm da Lei de Crimes Hediondos deveratildeo ser cumpridos os requisitos e condiccedilotildees impostas mesmo em relaccedilatildeo agraves pessoas que praticaram condutas criminosas em eacutepoca anterior agrave nova ordem juriacutedica instaurada sobre o tema Do contraacuterio haveria claro descumprimento do comando constitucional contido no art 5ordm XLIII natildeo cumprindo o papel axioloacutegico e a proacutepria razatildeo de ser da Lei nordm 807290 a saber tratar de modo mais rigoroso as hipoacuteteses relacionadas aos crimes hediondos e a eles equiparados 10 Concessatildeo parcial da ordem com revogaccedilatildeo da liminar (STF HC 89976 RJ Relator(a) Min ELLEN GRACIE Julgamento 26032009 Oacutergatildeo Julgador Tribunal Pleno Public 24-04-2009)

DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL RECURSO ORDINAacuteRIO EM HABEAS CORPUS PROGRESSAtildeO DE REGIME PRISIONAL FATO ANTERIOR Agrave LEI 1146407 PRECEDENTES DESTA CORTE PROVIMENTO PARCIAL 1 A questatildeo de direito versada nestes autos diz respeito agrave possibilidade (ou natildeo) de progressatildeo do regime de cumprimento da pena corporal imposta no periacuteodo de vigecircncia da redaccedilatildeo originaacuteria do art 2ordm sect 1ordm da Lei nordm 807290 2 O julgamento do Supremo Tribunal Federal em processos subjetivos relacionados ao caso concreto natildeo alterou a vigecircncia da regra contida no art 2ordm sect 1ordm da Lei nordm 807290 (na sua redaccedilatildeo original) 3 Houve necessidade da ediccedilatildeo da Lei nordm 1164607 para que

JURISPRUDEcircNCIAS

AGOSTO 2009 10

nordm 807290 4 Houve necessidade da ediccedilatildeo da Lei nordm 1164607 para que houvesse a alteraccedilatildeo da redaccedilatildeo do dispositivo legal Contudo levando em conta que - considerada a orientaccedilatildeo que passou a existir nesta Corte agrave luz do precedente no HC 82959SP - o sistema juriacutedico anterior agrave ediccedilatildeo da lei de 2007 era mais beneacutefico ao condenado em mateacuteria de requisito temporal (16 da pena) comparativamente ao sistema implantado pela Lei ndeg 1164607 (25 ou 35 dependendo do caso) deve ser concedida em parte a ordem para que haja o exame do pedido de progressatildeo do regime prisional do paciente levando em conta o requisito temporal de 16 da pena fixada 5 Habeas corpus concedido por considerar possiacutevel a progressatildeo do regime prisional desde que atendido o requisito temporal de cumprimento de 16 da pena cabendo ao juiz da execuccedilatildeo da pena apreciar o pedido de progressatildeo inclusive quanto agrave presenccedila dos demais requisitos considerado o fator temporal acima indicado (STF HC92477 SP Relator(a) Min ELLEN GRACIE Julgamento 21102008 Oacutergatildeo Julgador Segunda Turma Public 07-11-2008)

PENA - REGIME DE CUMPRIMENTO - PROGRESSAtildeO - RAZAtildeO DE SER A progressatildeo no regime de cumprimento da pena nas espeacutecies fechado semi-aberto e aberto tem como razatildeo maior a ressocializaccedilatildeo do preso que mais dia ou menos dia voltaraacute ao conviacutevio social PENA - CRIMES HEDIONDOS - REGIME DE CUMPRIMENTO - PROGRESSAtildeO - OacuteBICE - ARTIGO 2ordm sect 1ordm DA LEI Nordm 807290 - INCONSTITUCIONALIDADE - EVOLUCcedilAtildeO JURISPRUDENCIAL Conflita com a garantia da individualizaccedilatildeo da pena - artigo 5ordm inciso XLVI da Constituiccedilatildeo Federal - a imposiccedilatildeo mediante norma do cumprimento da pena em regime integralmente fechado Nova inteligecircncia do princiacutepio da individualizaccedilatildeo da pena em evoluccedilatildeo jurisprudencial assentada a inconstitucionalidade do artigo 2ordm sect 1ordm da Lei nordm 807290 CONFLITO DE LEIS NO TEMPO - LEI N ordm 114642007 - AFASTAMENTO A legislaccedilatildeo de regecircncia eacute a vigente na data em que praticado o crime natildeo se podendo cogitar de retroaccedilatildeo prejudicial ao paciente (STF HC91618 SP Relator(a) Min MARCO AUREacuteLIO Julgamento 19082008 Oacutergatildeo Julgador Primeira Turma Public 31-10-2008)

DIREITO PROCESSUAL PENAL RECURSO EXTRAORDINAacuteRIO DESCLASSIFICACcedilAtildeO DE CRIME DE LATROCIacuteNIO PARA HOMICIacuteDIO QUESTAtildeO INFRACONSTITUCIONAL NAtildeO CONHECIMENTO CRIME HEDIONDO REGIME INICIALMENTE

FECHADO LEI 1146407 RECURSO PARCIALMENTE CONHECIDO E NESSA PARTE PARCIALMENTE PROVIDO 1 Duas satildeo as questotildees tratadas no recurso extraordinaacuterio interposto a) a suposta violaccedilatildeo agrave norma constitucional que prevecirc a competecircncia do tribunal do juacuteri para os crimes dolosos contra a vida eis que natildeo seria crime de latrociacutenio mas sim de homiciacutedio b) a possiacutevel infringecircncia aos princiacutepios constitucionais da individualizaccedilatildeo e humanizaccedilatildeo da pena devido agrave imposiccedilatildeo do regime integralmente fechado em relaccedilatildeo agrave pena privativa de liberdade estabelecida em desfavor do recorrente 2 A respeito da primeira questatildeo o tema natildeo foi objeto de prequestionamento junto ao Tribunal de Justiccedila Ademais a pretensatildeo recursal relacionada agrave possiacutevel desclassificaccedilatildeo do crime de latrociacutenio para homiciacutedio envolveria o revolvimento de substrato faacutetico-probatoacuterio o que natildeo se revela possiacutevel em sede de recurso extraordinaacuterio 3 A respeito da segunda questatildeo ventilada no recurso extraordinaacuterio houve claro enfrentamento da vedaccedilatildeo da progressatildeo do regime de cumprimento da pena privativa de liberdade e a esse respeito o recurso merece ser conhecido 4 Era perfeitamente compatiacutevel com a Constituiccedilatildeo Federal a vedaccedilatildeo da progressatildeo do regime de cumprimento da pena quando da condenaccedilatildeo por praacutetica de crime hediondo ou a ele equiparado Daiacute a consideraccedilatildeo de que o tema referente ao regime de cumprimento da pena corporal ser apenas um dos aspectos relativos agrave execuccedilatildeo penal perfeitamente adequado agrave realidade dos crimes reputados mais danosos agrave sociedade em postura normativa perfeitamente coerente com a finalidade retributiva da pena 5 Sobreveio a Lei nordm 1146407 que alterou a redaccedilatildeo do art 2ordm sect 1ordm da Lei nordm 807290 ao prever que a pena por crime hediondo ou a ele equiparado seraacute cumprida em regime inicialmente fechado Diante da nova redaccedilatildeo deveratildeo ser cumpridos os requisitos e condiccedilotildees impostas mesmo em relaccedilatildeo agraves pessoas que praticaram condutas criminosas em eacutepoca anterior agrave nova ordem juriacutedica instaurada sobre o tema 6 Recurso extraordinaacuterio parcialmente conhecido e nesta parte parcialmente provido estabelecendo que o regime de cumprimento da pena seraacute o inicialmente fechado admitindo-se a progressatildeo do regime prisional desde que atendidos os requisitos do art 2ordm sectsect 1ordm e 2ordm da Lei nordm 807290 na redaccedilatildeo que lhe foi dada pela Lei nordm 1146407 (STF RE 552545 MG Relator(a) Min ELLEN GRACIE Julgamento 14102008 Oacutergatildeo Julgador Segunda Turma Public 21-11-2008)

houvesse a alteraccedilatildeo da redaccedilatildeo do dispositivo legal Contudo levando em conta que - considerada a orientaccedilatildeo que passou a existir nesta Corte agrave luz do precedente no HC 82959SP - o sistema juriacutedico anterior agrave ediccedilatildeo da lei de 2007 era mais beneacutefico ao condenado em mateacuteria de requisito temporal (16 da pena) comparativamente ao sistema implantado pela Lei ndeg 1164607 (25 ou 35 dependendo do caso) deve ser concedida em parte a ordem para que haja o exame do pedido de progressatildeo do regime prisional do paciente levando em conta o requisito temporal de 16 da pena fixada 4 No mesmo sentido HC 94025SP rel Min Menezes Direito 1ordf Turma DJ 03062008 Neste uacuteltimo julgado ficou expressamente consignado que ldquorelativamente aos crimes hediondos cometidos antes da vigecircncia da Lei nordm 1146407 a progressatildeo de regime carceraacuterio deve observar o requisito temporal previsto nos artigos 33 do Coacutedigo Penal e 112 da Lei de Execuccedilotildees Penais aplicando-se portanto a lei mais beneacuteficardquo O art 2deg sect 1deg da Lei ndeg 807290 (na sua redaccedilatildeo original) natildeo pode ser utilizado como paracircmetro de comparaccedilatildeo com a Lei ndeg 1146407 diante da sua declaraccedilatildeo de inconstitucionalidade ainda que no exerciacutecio do controle concreto no julgamento do HC ndeg 82959SP (rel Min Marco Aureacutelio) 5 Recurso ordinaacuterio em habeas corpus parcialmente provido e assim concedeu-se a ordem para considerar possiacutevel a progressatildeo do regime prisional desde que atendido o requisito temporal de cumprimento de 16 da pena cabendo ao juiz da execuccedilatildeo da pena apreciar o pedido de progressatildeo inclusive quanto agrave presenccedila dos demais requisitos considerado o fator temporal acima indicado (STF RHC 91300 DF Relator(a) Min ELLEN GRACIE Julgamento 05032009 Oacutergatildeo Julgador Tribunal Pleno Public 03-04-2009)

DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL HABEAS CORPUS REGIME PRISIONAL CRIME HEDIONDO DATA ANTERIOR Agrave LEI 1146407 SISTEMA JURIacuteDICO MAIS BENEacuteFICO CONCESSAtildeO DA ORDEM 1 A questatildeo de direito versada nestes autos diz respeito agrave possibilidade (ou natildeo) de progressatildeo do regime de cumprimento da pena corporal imposta no periacuteodo de vigecircncia da redaccedilatildeo originaacuteria do art 2ordm sect 1ordm da Lei nordm 807290 2 O tema relativo ao regime de cumprimento da pena que envolve mateacuteria relativa agrave execuccedilatildeo recebe consideraccedilotildees distintas quanto agrave natureza de seu enquadramento no sistema juriacutedico brasileiro 3 O julgamento do Supremo Tribunal Federal em processos subjetivos relacionados ao caso concreto natildeo alterou a vigecircncia da regra contida no art 2ordm sect 1ordm da Lei

JURISPRUDEcircNCIAS

AGOSTO 2009 11JURISPRUDEcircNCIAS

STJ

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL ROUBO CIRCUNSTANCIADO PENA DE 5 ANOS E 6 MESES DE RECLUSAtildeO PROGRESSAtildeO PARA O REGIME SEMI-ABERTO DEFERIDA PELO JUIZ DA VEC E CASSADA PELO TRIBUNAL A QUO AUSEcircNCIA DE MANIFESTACcedilAtildeO PREacuteVIA DO MP MATEacuteRIA NAtildeO ARGUumlIDA EM AGRAVO DE EXECUCcedilAtildeO REFORMATIO IN PEJUS SUacuteMULA 160STF DISPENSA DE EXAME CRIMINOLOacuteGICO POSSIBILIDADE PARECER DO MPF PELA DENEGACcedilAtildeO DO WRIT ORDEM CONCEDIDA POREacuteM PARA RESTABELECER A DECISAtildeO DE PRIMEIRO GRAU 1 O ato praticado fora dos ditames legais deve ser considerado nulo inclusive de ofiacutecio salvo quando tratar-se de nulidade natildeo arguumlida pela acusaccedilatildeo mas cujo reconhecimento poderaacute prejudicar a defesa por forccedila do princiacutepio da non reformatio in pejus esse eacute inclusive o teor da Suacutemula 160 do Pretoacuterio Excelso segundo a qual eacute nula a decisatildeo do Tribunal que acolhe contra o reacuteu nulidade natildeo arguumlida no recurso da acusaccedilatildeo ressalvados os casos de recurso de ofiacutecio 2 Natildeo obstante o recurso ministerial ter se restringido a alegaccedilatildeo da imprescindibilidade da realizaccedilatildeo de exame criminoloacutegico e parecer da Comissatildeo Teacutecnica de Classificaccedilatildeo para avaliar o requisito subjetivo exigido para fins de progressatildeo de regime o Tribunal a quo deu-lhe provimento em razatildeo da ausecircncia de preacutevia oitiva do Ministeacuterio Puacuteblico antes do deferimento da medida traduzindo verdadeira reformatio in pejus 3 Natildeo deve ser declarada nulidade quando natildeo resultar prejuiacutezo comprovado para a parte que a alega Isso porque o processo natildeo eacute um fim em si mesmo merecendo aproveitamento todos os atos que atingiram a sua finalidade e permitiram o exerciacutecio da ampla defesa e do contraditoacuterio 4 A nova redaccedilatildeo dada pela Lei 1079203 ao art 112 da LEP tornou prescindiacutevel a realizaccedilatildeo de exames periciais antes exigidos para a concessatildeo da progressatildeo de regime prisional cabendo ao Juiacutezo da Execuccedilatildeo a ponderaccedilatildeo casuiacutestica sobre a necessidade ou natildeo de adoccedilatildeo de tais medidas 5 Ordem concedida para restabelecer a decisatildeo de primeiro grau que havia deferido ao paciente o benefiacutecio da progressatildeo para o regime semi-aberto em que pese o parecer ministerial (STJ HC 90793 SP HABEAS CORPUS 20070220061-9 Relator(a) Ministro NAPOLEAtildeO NUNES MAIA FILHO Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 11122008 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 16022009)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL INDULTO DECRETO 562005 PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS NAtildeO-OCORREcircNCIA PATOLOGIAS ROL TAXATIVO CONSTRANGIMENTO ILEGAL NAtildeO-CONFIGURADO ORDEM DENEGADA 1 O Decreto 562005 autoriza o indulto ao condenado ldquoparapleacutegico tetrapleacutegico ou portador de cegueira total desde que tais condiccedilotildees natildeo sejam anteriores agrave praacutetica do ato e comprovadas por laudo meacutedico oficial ou na falta deste por dois meacutedicos designados pelo Juiacutezo da Execuccedilatildeordquo (art 1ordm VI a) 2 O benefiacutecio do indulto espeacutecie da clementia principis eacute de interpretaccedilatildeo restrita devendo ser concedido apenas quando estritamente preenchidos os requisitos expressos na norma regulamentadora 3 Na hipoacutetese em apreccedilo o Juiacutezo singular indeferiu o benefiacutecio sob o argumento de que o paciente natildeo preenche os requisitos estabelecidos no Decreto 562005 uma vez que natildeo eacute portador de cegueira total 4 Para se acolher a pretensatildeo aduzida pelo impetrante necessaacuterio seria extrapolar os limites do texto normativo cuja interpretaccedilatildeo cabe ao magistrado na medida em que impotildee a ampliaccedilatildeo do rol de patologiasconsequumlecircncias taxativamente estabelecido no decreto cuja elaboraccedilatildeo eacute da competecircncia discricionaacuteria e exclusiva do Presidente da Repuacuteblica a teor do art 84 XII da Constituiccedilatildeo Federal 5 Ordem denegada (STJ HC 93841 SP HABEAS CORPUS 20070259072-6 Relator(a) Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 09122008 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 02022009)

HABEAS CORPUS HOMICIacuteDIOS E ROUBOS QUALIFICADOS PACIENTE CONDENADO A 63 ANOS 11 MESES E 26 DIAS DELITOS COMETIDOS ANTERIORMENTE Agrave LEI DE CRIMES HEDIONDOS INDULTO COMUTACcedilAtildeO DE PENAS INADMISSIBILIDADE PRECEDENTES DO STJ ORDEM DENEGADA 1 Na esteira de firme jurisprudecircncia desta Corte Superior satildeo insuscetiacuteveis de indulto os crimes hediondos ainda que tenham sido cometidos antes da ediccedilatildeo da Lei 807290 tendo em vista que a natureza do crime deve ser aferida ao tempo da entrada em vigor da norma instituidora do benefiacutecio 2 Opina o MPF pela denegaccedilatildeo da ordem 3 Ordem denegada (STJ HC 88522 SP HABEAS CORPUS 20070185250-1 Relator(a) Ministro NAPOLEAtildeO NUNES MAIA FILHO Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 07102008 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 03112008)

PROCESSUAL PENAL HABEAS CORPUS INDULTO NATALINO DECRETO

Nordm 59932006 TESE NAtildeO APRESENTADA Agrave AUTORIDADE COATORA SUPRESSAtildeO DE INSTAcircNCIA DECRETO Nordm 562005 INDULTO NATALINO EXAME CRIMINOLOacuteGICO DESNECESSIDADE I - Tendo em vista que a alegaccedilatildeo de que estatildeo preenchidos os requisitos do indulto natalino com base no Decreto nordm 59932006 sequer foi suscitada perante a autoridade apontada como coatora fica esta Corte impedida de examinar tal alegaccedilatildeo sob pena de supressatildeo de instacircncia (Precedentes) II - Natildeo constando do Decreto nordm 56202005 a exigecircncia de realizaccedilatildeo de exame criminoloacutegico eacute vedado ao e Tribunal a quo condicionar a concessatildeo do indulto natalino agrave preacutevia realizaccedilatildeo do referido exame para afericcedilatildeo do meacuterito do sentenciado por absoluta falta de previsatildeo legal Writ parcialmente conhecido e nesta parte concedido (STJ HC 89686 RS HABEAS CORPUS 20070205954-0 Relator(a) Ministro FELIX FISCHER Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 15042008 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 30062008)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL DECRETO Nordm 44952002 HOMICIacuteDIO QUALIFICADO COMETIDO ANTERIORMENTE Agrave LEI Nordm 893094 CRIME HEDIONDO INDULTO INCABIMENTO 1 Eacute incabiacutevel a concessatildeo de indulto aos crimes hediondos na letra dos artigos 2ordm inciso I da Lei nordm 807290 e 5ordm inciso XLIII da Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica 2 Os crimes elencados como hediondos precisamente porque possuem nomen juris e natureza proacutepria por oacutebvio restam excluiacutedos da benesse estatal ainda quando cometidos antes da ediccedilatildeo da lei dos crimes hediondos que nesta categoria os compreendeu exclusivamente para fins investigatoacuterios processuais e de regime de cumprimento de pena 3 Ordem denegada (STJ HC 68877 SP HABEAS CORPUS 20060233951-6 Relator(a) Ministro HAMILTON CARVALHIDO Oacutergatildeo Julgador SEXTA TURMA Data do Julgamento 27052008 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 12082008)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL HOMICIacuteDIO QUALIFICADO PRATICADO ANTES DA EDICcedilAtildeO DA LEI 807290 COMUTACcedilAtildeO DE PENAS DECRETO 562005 POSSIBILIDADE EXAME CRIMINOLOacuteGICO PARA AFERIR O MERECIMENTO DO APENADO REQUISITO NAtildeO ESTABELECIDO NO REFERIDO DECRETO CONSTRANGIMENTO ILEGAL CARACTERIZADO ORDEM CONCEDIDA 1 Na anaacutelise do pedido de comutaccedilatildeo natildeo eacute permitido ao magistrado extrapolar os limites de interpretaccedilatildeo do decreto impondo requisito natildeo estabelecido no

AGOSTO 2009 12JURISPRUDEcircNCIAS

texto normativo cuja elaboraccedilatildeo eacute da competecircncia discricionaacuteria e exclusiva do Presidente da Repuacuteblica a teor do art 84 XII da Constituiccedilatildeo Federal 2 O art 8ordm do Decreto 562004 eacute claro ao excluir o benefiacutecio da comutaccedilatildeo apenas aos que tenham cometido o delito hediondo apoacutes a ediccedilatildeo da Lei 807290 sendo portanto descabido o indeferimento do pleito do paciente com fundamento na hediondez do delito o qual foi praticado em 11290 3 O Decreto 562005 autoriza a comutaccedilatildeo de 15 da pena imposta ao condenado reincidente que tenha cumprido 13 da pena e natildeo tenha sofrido sanccedilatildeo disciplinar por falta grave praticada nos uacuteltimos 12 meses do cumprimento da pena apurada na forma do art 59 e seguintes da Lei de Execuccedilotildees Penais contados retroativamente a partir da publicaccedilatildeo do referido decreto Dessa forma para a concessatildeo do benefiacutecio natildeo se exige a realizaccedilatildeo de exame criminoloacutegico a fim de aferir a presenccedila de requisitos subjetivos 4 Ordem concedida para anulando a decisatildeo singular e o acoacuterdatildeo assegurar ao paciente o direito de comutaccedilatildeo de sua pena nos termos do Decreto 562005 (STJ HC 100020 SP HABEAS CORPUS 20080027425-9 Relator(a) Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 28052008 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 04082008)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL PACIENTE CONDENADO PELA PRAacuteTICA DE ROUBO CIRCUNSTANCIADO RECEPTACcedilAtildeO QUALIFICADA E FURTOS (SIMPLES E QUALIFICADO) PENA DE 13 ANOS 7 MESES E 26 DIAS DE RECLUSAtildeO COMUTACcedilAtildeO DA PENA DEFERIDA PELO JUIZ DA VEC COM BASE NO DECRETO 562005 E CASSADA PELO TRIBUNAL A QUO COMETIMENTO DE FALTA GRAVE EM 230606 INTERRUPCcedilAtildeO DO PRAZO PARA A CONCESSAtildeO DO BENEFIacuteCIO AUSEcircNCIA DE CONSTRANGIMENTO ILEGAL IRRELEVAcircNCIA DA AFERICcedilAtildeO DE REQUISITO SUBJETIVO PARECER MINISTERIAL PELA CONCESSAtildeO DA ORDEM ORDEM DENEGADA 1 A interpretaccedilatildeo conjunta dos arts 112 118 I e 127 da LEP e do art 2o do Decreto 562005 permite a exegese de que a praacutetica de falta grave acarreta o reiniacutecio da contagem do periacuteodo de 13 da pena faltante para a obtenccedilatildeo da comutaccedilatildeo da pena Precedente da 5a Turma do STJ HC 80103SP de minha relatoria DJU 061008 2 Independentemente da discussatildeo a respeito de qualquer requisito de ordem subjetiva o paciente natildeo soma a seu favor o tempo de cumprimento de pena necessaacuterio agrave obtenccedilatildeo do benefiacutecio 3 Parecer do MPF pela concessatildeo da ordem 4 Ordem denegada (STJ HC 93996 SP HABEAS CORPUS 20070261591-5 Relator(a)

Ministro NAPOLEAtildeO NUNES MAIA FILHO Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 10022009 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 27042009)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL PACIENTE CONDENADO PELA PRAacuteTICA DE ROUBO E ROUBO CIRCUNSTANCIADO PENA DE 7 ANOS 6 MESES E 20 DIAS DE RECLUSAtildeO COMUTACcedilAtildeO DA PENA DEFERIDA PELO JUIZ DA VEC COM BASE NO DECRETO 529504 E CASSADA PELO TRIBUNAL A QUO COMETIMENTO DE FALTA GRAVE EM 291102 CONSISTENTE NA FUGA DO ESTABELECIMENTO PRISIONAL INTERRUPCcedilAtildeO DO PRAZO PARA A CONCESSAtildeO DO BENEFIacuteCIO AUSEcircNCIA DE CONSTRANGIMENTO ILEGAL ORDEM DENEGADA1 A jurisprudecircncia dessa Corte entende que ofende o princiacutepio da legalidade a decisatildeo que determina a interrupccedilatildeo do prazo para a aquisiccedilatildeo da benesse do Decreto 5295 em razatildeo do cometimento de falta de natureza grave uma vez que acaba por criar requisito objetivo natildeo previsto em lei 2 Creio que do ponto de vista positivo normativo rigorosamente literal esse posicionamento eacute incensuraacutevel entretanto ao meu sentir a interpretaccedilatildeo conjunta dos arts 112 118 I e 127 da LEP e do art 2o do Decreto 529504 permite a exegese de que a praacutetica de falta grave acarreta o reiniacutecio da contagem do periacuteodo de 13 da pena faltante para a obtenccedilatildeo da comutaccedilatildeo da pena 3 Parecer do MPF pela concessatildeo da ordem 4 Ordem denegada (STJ HC 80103 SP - Relator(a) Ministro NAPOLEAtildeO NUNES MAIA FILHO - Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA - Data do Julgamento 28082008 - Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 06102008)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL CORTE A QUO QUE MANTEVE A DECISAtildeO DE PRIMEIRO GRAU INDEFERITOacuteRIA DO BENEFIacuteCIO DA COMUTACcedilAtildeO DA PENA CONSTRANGIMENTO ILEGAL EVIDENCIADO PELA AUSEcircNCIA DE ANAacuteLISE NO ARESTO HOSTILIZADO DO PREENCHIMENTO (OU NAtildeO) DOS REQUISITOS PREVISTOS NO DECRETO 529504 PELO PACIENTE LIVRAMENTO CONDICIONAL IGUALMENTE INDEFERIDO COMETIMENTO DE FALTA GRAVE IMPOSSIBILIDADE DE INTERRUPCcedilAtildeO DO PRAZO PARA A CONCESSAtildeO DO BENEFIacuteCIO POR AUSEcircNCIA DE PREVISAtildeO LEGAL CONSTRANGIMENTO ILEGAL CONFIGURADO PRECEDENTES PARECER DO MPF PELA CONCESSAtildeO DA ORDEM ORDEM CONCEDIDA PARA QUE O TRIBUNAL A QUO ANALISE AS CONDICcedilOtildeES PARA A CONCESSAtildeO DA COMUTACcedilAtildeO DA PENA DO PACIENTE LEVANDO-SE EM CONSIDERACcedilAtildeO

SOMENTE OS REQUISITOS PREVISTOS NO DECRETO 529504 BEM COMO PARA QUE APRECIE O PEDIDO DE LIVRAMENTO CONDICIONAL SUPERADO O OacuteBICE RELATIVO Agrave INTERRUPCcedilAtildeO DO PRAZO PARA A CONCESSAtildeO DO BENEFIacuteCIO CONSIDERANDO A FRACcedilAtildeO DA PENA EVENTUALMENTE COMUTADA 1 O Decreto 529504 exige para fins de obtenccedilatildeo do benefiacutecio da comutaccedilatildeo das penas que o condenado preencha dois requisitos quais sejam cumprir um quarto da sanccedilatildeo se primaacuterio ou um terccedilo se reincidente ateacute a data de 25 de dezembro de 2004 bem como natildeo ter cometido falta grave nos uacuteltimos doze meses de cumprimento da pena 2 In casu o acoacuterdatildeo impugnado sequer fez menccedilatildeo ao implemento (ou natildeo) dos requisitos previstos no art 2o cc o art 4o do Decreto 529504 cingindo-se as razotildees para a manutenccedilatildeo do indeferimento do benefiacutecio agrave impossibilidade de anaacutelise do cumprimento das condiccedilotildees objetivas e subjetivas para a concessatildeo do pleiteado benefiacutecio em sede de Habeas Corpus e agraves diversas condenaccedilotildees que ostenta o paciente 3 A verificaccedilatildeo das condiccedilotildees para a concessatildeo da comutaccedilatildeo todavia eacute plenamente factiacutevel em Habeas Corpus por natildeo exigir ampla incursatildeo probatoacuteria De outra parte o indeferimento da benesse com supedacircneo na existecircncia de diversas condenaccedilotildees em desfavor do paciente viola o princiacutepio da legalidade por constituir exigecircncia de requisitos estranhos aos previstos no decreto 529504 Precedentes 4 O art 83 I do CPB exige para fins de obtenccedilatildeo do benefiacutecio do livramento condicional o cumprimento de mais de um terccedilo da pena total imposta ao sentenciado Assim ofende o princiacutepio da legalidade a decisatildeo que determina a interrupccedilatildeo do prazo para a aquisiccedilatildeo da referida benesse uma vez que acaba por criar requisito objetivo natildeo previsto em lei 5 Parecer do MPF pela concessatildeo do writ 6 Ordem concedida para que o Tribunal a quo analise as condiccedilotildees para a concessatildeo da comutaccedilatildeo da pena do paciente levando-se em consideraccedilatildeo somente os requisitos previstos no Decreto 529504 bem como para que aprecie o pedido de livramento condicional superado o oacutebice relativo agrave interrupccedilatildeo do prazo para a concessatildeo do benefiacutecio considerando a fraccedilatildeo da pena eventualmente comutada (STJ HC 114222 SP HABEAS CORPUS 20080187375-9 Relator(a) Ministro NAPOLEAtildeO NUNES MAIA FILHO Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 29042009 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 01062009)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL FALTA GRAVE INTERRUPCcedilAtildeO NA CONTAGEM DO LAPSO TEMPORAL PARA A CONCESSAtildeO DE BENEFIacuteCIO DE PROGRESSAtildeO DE REGIME

AGOSTO 2009 13JURISPRUDEcircNCIAS

PRISIONAL ENTENDIMENTO DO TRIBUNAL A QUO EM CONSONAcircNCIA COM A JURISPRUDEcircNCIA DESTA CORTE LIVRAMENTO CONDICIONAL E COMUTACcedilAtildeO DAS PENAS INTERRUPCcedilAtildeO DO PRAZO PARA OBTENCcedilAtildeO DO BENEFIacuteCIO PELO CONDENADO ILEGALIDADE AUSEcircNCIA DE PREVISAtildeO LEGAL PRECEDENTES INAPLICABILIDADE DO EFEITO INTERRUPTIVO QUANTO AO LIVRAMENTO CONDICIONAL E Agrave COMUTACcedilAtildeO RECONHECIDA PELO TRIBUNAL DE ORIGEM FALTA DE INTERESSE PROCESSUAL CONSTRANGIMENTO ILEGAL NAtildeO EVIDENCIADO 1 O cometimento de falta grave embora interrompa o prazo para a obtenccedilatildeo dos benefiacutecios da progressatildeo de regime natildeo o faz para fins de concessatildeo dos benefiacutecios do livramento condicional e da comutaccedilatildeo da pena por ausecircncia de previsatildeo legal Precedentes 2 Nos termos do acoacuterdatildeo hostilizado verifica-se que o efeito interruptivo somente foi reconhecido relativamente agrave progressatildeo de regime ficando ressalvada a sua inaplicabilidade com relaccedilatildeo ao livramento condicional e agrave comutaccedilatildeo evidenciado nesse particular a falta de interesse processual na medida em que natildeo evidenciado nos autos qualquer constrangimento ilegal contra o Paciente inexistindo pois ato coator por parte do Tribunal quanto ao pleitos de comutaccedilatildeo e de livramento condicional 3 Habeas corpus parcialmente conhecido e nessa parte denegado (STJ HC 121513 SP HABEAS CORPUS 20080258389-0 Relator(a) Ministra LAURITA VAZ Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 27042009 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 25052009)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL PEDIDO DE COMUTACcedilAtildeO DA PENA INDEFERIDO PELO JUIZ DA VEC E PELO TRIBUNAL A QUO PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS OBJETIVOS E SUBJETIVOS EXIGIDOS PELO DECRETO 529504 COMETIMENTO DE FALTA GRAVE EM 08032003 INTERRUPCcedilAtildeO DO PRAZO PARA A CONCESSAtildeO DO BENEFIacuteCIO IMPOSSIBILIDADE AUSEcircNCIA DE PREVISAtildeO LEGAL CONSTRANGIMENTO ILEGAL CONFIGURADO PRECEDENTES PARECER DO MPF PELA CONCESSAtildeO DA ORDEM ORDEM CONCEDIDA PARA DEFERIR AO PACIENTE O DIREITO Agrave COMUTACcedilAtildeO DA PENA 1 O Decreto 529504 exige para fins de obtenccedilatildeo do benefiacutecio da comutaccedilatildeo das penas que o condenado reincidente preencha dois requisitos quais sejam 1) cumprimento de 14 da sanccedilatildeo se primaacuterio e 13 se reincidente ateacute a data de 25 de dezembro de 2004 2) natildeo cometimento de falta grave nos uacuteltimos doze meses de cumprimento da pena contados retroativamente agrave

publicaccedilatildeo do referido Decreto 2 Ofende o princiacutepio da legalidade a decisatildeo que determina a interrupccedilatildeo do prazo para aquisiccedilatildeo da referida benesse uma vez que acaba por criar requisito objetivo natildeo previsto em lei Precedentes do STJ 3 Parecer do MPF pela concessatildeo do writ 4 Ordem concedida (STJ HC 113513 SP HABEAS CORPUS 20080180026-0 Relator(a) Ministro NAPOLEAtildeO NUNES MAIA FILHO Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 16042009 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 25052009)

HABEAS CORPUS PACIENTE CUMPRIDO PENA TOTAL DE 55 ANOS 4 MESES E 10 DIAS DE RECLUSAtildeO POR DIVERSAS INFRACcedilOtildeES AO ART 157 sect 2o I E II DO CPB FUNDAMENTACcedilAtildeO COM ARRIMO NO PARECER MINISTERIAL AUSEcircNCIA DE NULIDADE LIVRAMENTO CONDICIONAL REVOGACcedilAtildeO CONDENACcedilAtildeO IRRECORRIacuteVEL POR CRIME COMETIDO DURANTE O PERIacuteODO DE PROVA PLEITO DE COMUTACcedilAtildeO DE PENA (DECRETO PRESIDENCIAL 562005) DESCONSIDERACcedilAtildeO DO PERIacuteODO EM QUE O PACIENTE ESTAVA EM LIBERDADE NOVO CAacuteLCULO DA PENA COM INCIDEcircNCIA DO ART 88 DO CPB POSSIBILIDADE PRECEDENTE DESTA CORTE SUPERIOR ORDEM DENEGADA 1 Inserir na fundamentaccedilatildeo trecho do parecer da Procuradoria-Geral de Justiccedila natildeo provoca a nulidade da decisatildeo 2 Vem entendendo esta Corte Superior pela ausecircncia de ilegalidade quanto agrave desconsideraccedilatildeo do tempo em livramento condicional para fins de comutaccedilatildeo de pena tendo havido a revogaccedilatildeo do benefiacutecio em razatildeo de condenaccedilatildeo irrecorriacutevel por crime cometido durante o periacuteodo de prova 3 Revogado o benefiacutecio do livramento condicional antes de expirado o periacuteodo de prova e apoacutes o tracircnsito em julgado da uacuteltima condenaccedilatildeo natildeo haacute falar em ilegalidade da decisatildeo que determinou a realizaccedilatildeo de novo caacutelculo da pena na forma do art 88 do Coacutedigo Penal (HC 43337RJ Rel Min ARNALDO ESTEVES LIMA DJU 020506) 4 Opina o MPF pela concessatildeo parcial da ordem 5 Ordem denegada (STJ HC 85187 RJ HABEAS CORPUS 20070140768-6 Relator(a) Ministro NAPOLEAtildeO NUNES MAIA FILHO Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 16102008 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 24112008)

TJRJ

AGRAVO EXECUCcedilAtildeO PENAL Comutaccedilatildeo de pena Decreto Presidencial nordm 599306 Cumprimento do requisito objetivo - lapso temporal de um ano a

contar da publicaccedilatildeo do Decreto sem falta grave Para fins de concessatildeo de comutaccedilatildeo ou indulto deve ser analisado o comportamento do sentenciado durante todo periacuteodo de caacutercere ou de prova Indeferimento do pleito por ausecircncia do requisito subjetivo Se o apenado obteve o benefiacutecio de visita perioacutedica ao lar em setembro de 2006 e no mecircs de janeiro de 2007 deixou de retornar agrave Unidade natildeo pode ter deferido seu pedido de comutaccedilatildeo com base no Decreto Presidencial expedido no ano de 2006 Se o apenado encontra-se na situaccedilatildeo de evadido do Sistema natildeo eacute razoaacutevel admitir que ostente direito de obter novo benefiacutecio Repercussatildeo da conduta em toda a execuccedilatildeo de pena Recurso a que se nega provimento (TJRJ - AGRAVO DE EXECUCAO PENAL 200907600144 DES MARCO AURELIO BELLIZZE - Julgamento 29042009 - PRIMEIRA CAMARA CRIMINAL)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL LEI 721084 PEDIDO DE COMUTACcedilAtildeO DE PENA COM BASE NO DECRETO PRESIDENCIAL Nordm 449502 CUMPRIMENTO DO REQUISITO OBJETIVO AUSEcircNCIA DE MEacuteRITO CARCERAacuteRIO EM RAZAtildeO DE COMETIMENTO DE CRIMES DURANTE O PERIacuteODO DE PROVA DO LIVRAMENTO CONDICIONAL REPERCUSSAtildeO DAS CONDUTAS NO PEDIDO DE COMUTACcedilAtildeO CONSTRANGIMENTO ILEGAL INEXISTENTE DENEGACcedilAtildeO DA ORDEM(TJRJ HABEAS CORPUS 200805908014 JDS DES MARIA ANGELICA GUEDES - Julgamento 13012009 - TERCEIRA CAMARA CRIMINAL)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL DECISAtildeO JUDICIAL DENEGATOacuteRIA DO INDULTO FUNDAMENTADA NO FATO DE QUE O DEFERIMENTO DE INDULTO OU COMUTACcedilAtildeO DEPENDE DE CUMPRIMENTO DE REQUISITO SUBJETIVO QUE DEVE SER AVALIADO DURANTE TODA A EXECUCcedilAtildeO DA PENA IMPUGNACcedilAtildeO PELA VIA DE HABEAS CORPUS SEM NOTIacuteCIA DE INTERPOSICcedilAtildeO DE AGRAVO ADMISSIBILIDADE DA ACcedilAtildeO CONSTITUCIONAL HAJA VISTA A MANIFESTA ILEGALIDADE DA DECISAtildeO COM INTERFEREcircNCIA DIRETA NO DIREITO DE LIBERDADE DO PACIENTE DECRETO DE INDULTOCOMUTACcedilAtildeO QUE DEFINE AS CONDICcedilOtildeES DE DEFERIMENTO DOS DIREITOS A QUE ALUDE E NAtildeO OFERECE MARGEM A TEMPERAMENTO JUDICIAL PRINCIacutePIO DE ESTRITA LEGALIDADE CRIACcedilAtildeO JUDICIAL DE CONDICcedilAtildeO PARA DEFERIMENTO DE INDULTOCOMUTACcedilAtildeO QUE VIOLA O PRINCIacutePIO CONSTITUCIONAL DA SEPARACcedilAtildeO DOS PODERES E ATENTA CONTRA

AGOSTO 2009 14JURISPRUDEcircNCIAS

O PRINCIacutePIO CONSTITUCIONAL DA RESERVA LEGAL EM MATEacuteRIA DE SANCcedilAtildeO PENAL CASO CONCRETO REGULADO PELO DECRETO Nordm 5993 DE 19 DE DEZEMBRO DE 2006 QUE ESTABELECE QUE OS CONDENADOS QUE NAtildeO TENHAM SIDO PUNIDOS POR FALTA GRAVE NOS UacuteLTIMOS DOZE MESES DE CUMPRIMENTO DE PENA TERAtildeO DIREITO AO INDULTO OU Agrave COMUTACcedilAtildeO CONTADO O RESPECTIVO PRAZO RETROATIVAMENTE Agrave DATA DE PUBLICACcedilAtildeO DO DECRETO HABEAS CORPUS NAtildeO INSTRUIacuteDO DE SORTE A DEFINIR O TEMPO DE CONDENACcedilAtildeO E DEMAIS CIRCUNSTAcircNCIAS PARA AFERICcedilAtildeO DO DIREITO AO INDULTO OU COMUTACcedilAtildeO CONSTRANGIMENTO CONFIGURADO DECISAtildeO LIMITADA Agrave DECLARACcedilAtildeO DA NULIDADE DO PRONUNCIAMENTO JUDICIAL QUE OPOcircS AO INDULTOCOMUTACcedilAtildeO AS FALTAS GRAVES COMETIDAS ANTES E DEPOIS DO PERIacuteODO AQUISITIVO DO DIREITO NOVA DECISAtildeO QUE DEVERAacute SER PROFERIDA PELO JUIZ DA EXECUCcedilAtildeO COM EXPRESSA DESCONSIDERACcedilAtildeO DO OacuteBICE DECLARADO ILEGAL Decisatildeo que indeferiu o indulto sob o fundamento de que haveria requisito subjetivo para o deferimento deste indulto e que tal requisito deveria ser avaliado durante a execuccedilatildeo da pena A rigor o habeas corpus natildeo constitui instrumento adequado para o exame direto do pleito de indulto por causa da previsatildeo de recurso proacuteprio Patente a ilegalidade todavia cabe habeas corpus para fazer cessar o constrangimento ilegal Decreto de indulto que natildeo estipula requisitos de ordem subjetiva para a admissatildeo do referido direito Ato do Presidente da Repuacuteblica que natildeo pode ser alterado pelo juiz sob pena de violaccedilatildeo do princiacutepio da separaccedilatildeo dos Poderes Exigecircncia normativa conformada agrave condenaccedilatildeo primariedade ou reincidecircncia situaccedilotildees especiacuteficas descritas no decreto tempo de cumprimento de pena e inexistecircncia de falta grave nos doze uacuteltimos meses da execuccedilatildeo a contar da publicaccedilatildeo do Decreto Impossibilidade de o juiz invadir a competecircncia do Chefe do Executivo e definir outros requisitos aleacutem dos previstos no Decreto Violaccedilatildeo tambeacutem do princiacutepio da reserva legal definido no artigo 5ordm inciso XXXIX da Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica que veda ao julgador agravar a sanccedilatildeo ainda que em acircmbito de execuccedilatildeo valendo-se de requisitos que natildeo estatildeo previstos em lei Caso concreto que elege faltas graves anterior e posterior ao periacuteodo aquisitivo do direito (28 de novembro de 2005 e 01 de novembro de 2007) como fundamento para indeferir pedido de indulto de pena Instruccedilatildeo todavia insuficiente deste habeas corpus de sorte a determinar a incidecircncia de indulto ou comutaccedilatildeo e

mesmo do tempo total de condenaccedilatildeo Necessidade de nova avaliaccedilatildeo do caso pelo juiz natural com expressa exclusatildeo do ldquorequisitordquo indevidamente considerado para obstar o deferimento do direito ao condenado ORDEM CONCEDIDA (TJRJ - HABEAS CORPUS - 200805906809 - DES GERALDO PRADO - Julgamento 13112008 - QUINTA CAMARA CRIMINAL)

EMENTA - INDULTO CONDICIONAL - COMETIMENTO DE NOVO CRIME NO PERIacuteODO DA CONDICcedilAtildeO - CONDENACcedilAtildeO TRANSITADA EM JULGADO - INCIDENTE DE REVOGACcedilAtildeO DO INDULTO TRAMITANDO REGULARMENTE CONSIDERADA A DATA DO TRAcircNSITO EM JULGADO DO NOVO CRIME - NECESSIDADE DE ELABORACcedilAtildeO DE NOVO CAacuteLCULO DE PENA PARA SE ESTABELECER O REGIME PRISIONAL - AUSEcircNCIA DE CONSTRANGIMENTO ILEGAL Se o paciente deu causa a revogaccedilatildeo do indulto condicional que lhe foi deferido pois cometeu novo crime no periacuteodo da condiccedilatildeo cuja sentenccedila condenatoacuteria jaacute transitou em julgado e estando em tramitaccedilatildeo regular o incidente de execuccedilatildeo visando estabelecer o regime prisional ao qual ficaraacute submetido para o cumprimento da pena unificada inocorre o alegado constrangimento ilegalOrdem denegada (TJRJ HABEAS CORPUS 200805906725 DES VALMIR DE OLIVEIRA SILVA - Julgamento 11112008 - TERCEIRA CAMARA CRIMINAL)

RECURSO DE AGRAVO - REVOGACcedilAtildeO DO LIVRAMENTO CONDICIONAL SEM OITIVA DO APENADO - POSSIBILIDADE - ARTIGO 87 DO CP - COMUTACcedilAtildeO DE frac14 DA PENA NECESSIDADE DE APRECIACcedilAtildeO QUANTO AOS REQUISITOS OBJETIVOS E SUBJETIVOS - DESPROVIMENTO DO RECURSO UNAcircNIME(TJRJ AGRAVO DE EXECUCAO PENAL 200807600839 DES ELIZABETH GREGORY - Julgamento 07102008 - SETIMA CAMARA CRIMINAL)

EMENTA RECURSO DE AGRAVO EM EXECUCcedilAtildeO DECRETO Nordm 59932006 - AGRAVANTE CONDENADO PELA PRAacuteTICA DE VAacuteRIOS CRIMES GRAVES INCLUINDO O DE TRAacuteFICO ILIacuteCITO DE ENTORPECENTES QUE REQUER A COMUTACcedilAtildeO PREVISTA NO DECRETO Nordm 59932006 IMPOSSIBILIDADE - O ART 8ordm I DO DECRETO Nordm 59932006 VEDA EXPRESSAMENTE A CONCESSAtildeO DO BENEFIacuteCIO AgraveQUELES QUE COMETERAM O CRIME DE TRAacuteFICO ILIacuteCITO DE ENTORPECENTES INDEPENDENTE DE QUANDO ESTE FORA COMETIDO - RECURSO A QUE SE NEGA PROVIMENTO (TJRJ AGRAVO

DE EXECUCAO PENAL 200807600859 DES ANTONIO JOSE CARVALHO - Julgamento 23092008 - SEGUNDA CAMARA CRIMINAL)

200807700052 - CORREICAO PARCIAL - 1ordf EmentaDES KATIA JANGUTTA - Julgamento 17022009 - SEGUNDA CAMARA CRIMINAL

Correiccedilatildeo parcial Indeferimento do pedido de esclarecimentos da Folha de Antecedentes Criminais do ora reclamado que visava agrave anaacutelise pelo Parquet da possibilidade de concessatildeo de benefiacutecios tais como a unificaccedilatildeo das penas privativas de liberdade e suas consequumlecircnciasCom efeito o poder requisitoacuterio do Ministeacuterio Puacuteblico estaacute regulado em lei e embora o artigo 47 do Coacutedigo de Processo Penal lhe atribua legitimidade para requisitar diretamente a quaisquer autoridades ou funcionaacuterios documentos ou elementos de convicccedilatildeo que julgue necessaacuterios o artigo 399 daquele estatuto processual conferiu-lhe o direito subjetivo de requerer ao juiz as diligecircncias que julgar convenientes in casu o que achou imprescindiacutevel ao exame dos requisitos relativos aos benefiacutecios contidos na Lei de Execuccedilotildees Penais Eacute preciso ter em conta que a diligecircncia pleiteada pelo Parquet natildeo dizia apenas com a requisiccedilatildeo da FAC mas com informaccedilotildees e esclarecimentos referentes agraves anotaccedilotildees nela contidas a serem fornecidas por outros Juiacutezos que efetivamente soacute a concederiam mediante solicitaccedilatildeo de outra autoridade judiciaacuteria Correiccedilatildeo provida

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL COMUTACcedilAtildeO DE PENA VIA INIDOcircNEA TAL BENEFIacuteCIO DEVE SER PROCESSADO OBSERVANDO-SE QUANTO Agrave EVENTUAL EXISTEcircNCIA DE FALTA GRAVE OS 12 UacuteLTIMOS MESES DE CUMPRIMENTO DA PENA A CONTAR DA DATA DA PUBLICACcedilAtildeO DO DECRETO Nordm 562005 LIVRAMENTO CONDICIONAL NAtildeO COMPARECIMENTO DO LIBERADO REVOGACcedilAtildeO DO BENEFIacuteCIO PORQUE DESCUMPRIDAS AS CONDICcedilOtildeES AgraveS QUAIS O MESMO FICA SUBORDINADO AUSEcircNCIA DE OITIVA PREacuteVIA A REVOGACcedilAtildeO DO BENEFIacuteCIO SEJA OBRIGATOacuteRIA OU FACULTATIVA TANTO PODE SER DECRETADA PELO JUIZ DE OFIacuteCIO COMO A REQUERIMENTO DO MINISTEacuteRIO PUacuteBLICO MEDIANTE REPRESENTACcedilAtildeO DO CONSELHO PENITENCIAacuteRIO DEVENDO ANTES SER OUVIDO O APENADO A SUSPENSAtildeO CAUTELAR Eacute MEDIDA APTA A IMPEDIR QUE O AGENTE DETERMINE POR VONTADE PROacutePRIA A DATA FINAL DE PRESTACcedilAtildeO DE CONTAS AO ESTADO PELO CRIME COMETIDO CONVOLACcedilAtildeO

AGOSTO 2009 15JURISPRUDEcircNCIAS

DA REVOGACcedilAtildeO DO LIVRAMENTO CONDICIONAL EM SUSPENSAtildeO CAUTELAR PARA DETERMINAR EXPEDICcedilAtildeO DE DILIGEcircNCIAS NO JUIacuteZO A QUO INCLUSIVE COM A MANUTENCcedilAtildeO DO MANDADO DE PRISAtildeO COMO FORMA DE OBJETIVAR A OITIVA DO PACIENTE FORAGIDO ORDEM PARCIALMENTE CONCEDIDA (TJRJ HABEAS CORPUS 200805903921 DES ADILSON VIEIRA MACABU - Julgamento 05082008 - SEGUNDA CAMARA CRIMINAL)

EMENTAacuteRIO DE JURISPRUDEcircNCIA CRIMINAL Nordm 172009

COMISSAtildeO DE JURISPRUDEcircNCIA Presidente DES CHERUBIN HELCIAS SCHWARTZ Organizaccedilatildeo Serviccedilo de Publicaccedilatildeo de Jurisprudecircncia (DGCON-SEJUR) da Divisatildeo de Gestatildeo de Acervos Jurisprudenciais (DGCON-DIJUR) - dijurtjrjgovbr Rua Erasmo Braga nordm 115 - Lamina I - 6ordm andar - Sala 635

bull Ementa nordm 8 - LIVRAMENTO CONDICIONAL REINCIDENCIA

bull Ementa nordm 15 - VISITA A FAMILIA INDEFERIMENTO

Ementa nordm 8

LIVRAMENTO CONDICIONAL REINCIDENCIA INICIO DA CONTAGEM DO PRAZO DATA DA CONCESSAO DO LIVRAMENTO

DIREITO CONSTITUCIONAL PENAL E PROCESSUAL PENALO apenado postulou a concessatildeo do benefiacutecio da comutaccedilatildeo da pena e do livramento condicional vindo o MP de opor-se a tal pretensatildeo ao argumento de que o apenado seria reincidenteO MM Dr Juiz da execuccedilatildeo negando razatildeo ao MP deferiu o postulado pelo apenado com fincas no inciso I do art 64 do CPEmbora o magistrado natildeo tenha explicitado as razotildees pelas quais ele entendia contrariamente agrave tese do MP que o apenado natildeo seria reincidente a essa motivaccedilatildeo chega-se facilmente atraveacutes da interpretaccedilatildeo da parte final do inciso I do art 64 do CPO livramento condicional como o proacuteprio nome diz traduz concessatildeo de liberdade sob condiccedilatildeo suspensiva e tanto assim o eacute que o art 89 do CP fala em ldquodeclarar extinta a penardquoVencido o periacuteodo de prova sem que o apenado torne a delinquir a contagem do prazo para fins de reincidecircncia haacute que ser feita com base na data em que foi concedido o livramento e natildeo do seu teacuterminoSe o apenado obteve

o livramento em 29 de marccedilo de 2000 e vem de praticar novo crime em 27 de maio de 2005 pela regra do inciso I do art 64 do CP ele natildeo pode ser considerado reincidente O fato de o juiz que condenou o Agravado tecirc-lo tido como reincidente natildeo impede o desprovimento do recurso do MP na medida em que isso natildeo constou como causa de pedir interna no recurso do MPRECURSO CONHECIDO MAS DESPROVIDO

200807601074 - RECURSO DE AGRAVO (LEI 721084) CAPITAL - SETIMA CAMARA CRIMINAL - Por maioria DES MAURILIO PASSOS BRAGA - Julg 24032009

Ementa nordm 15

VISITA A FAMILIA INDEFERIMENTO AUSENCIA DE FUNDAMENTOS ADEQUADOS ANULACAO DA DECISAO ORDEM CONCEDIDA PARCIALMENTE

HABEAS CORPUS CRIME HEDIONDO INDEFERIMENTO DO PLEITO DE VISITA PERIOacuteDICA Agrave FAMIacuteLIA AUSEcircNCIA DE FUNDAMENTOS ADEQUADOS ORDEM PARCIALMENTE CONCEDIDA PARA ANULAR A DECISAtildeO UNANIMIDADETendo em vista seus propoacutesitos a execuccedilatildeo da pena privativa de liberdade natildeo pode ser tratada como se fosse outro processo de conhecimento condenatoacuterio E assim como natildeo se permite que na aplicaccedilatildeo das penas as respectivas bases sejam fixadas com fundamentos geneacutericos e inerentes ao proacuteprio tipo tambeacutem natildeo se admite que na execuccedilatildeo se recuse ao condenado algum benefiacutecio ou direito com fundamentos geneacutericos de conveniecircncia e ligados agrave gravidade proacutepria do crime Eacute que a realidade agora eacute outra e decorre do comportamento e das condiccedilotildees pessoais do condenado evidenciados durante a execuccedilatildeo de sua pena Afinal de contas a execuccedilatildeo eacute uma extensatildeo do princiacutepio da individualizaccedilatildeo das penas que natildeo se esgota portanto com a sua fixaccedilatildeoAleacutem disso natildeo se pode nem se deve lamentar que inuacutemeros condenados pela praacutetica de crime hediondo tenham alcanccedilado regime mais brando porque se o conseguiram foi porque preenchendo os necessaacuterios requisitos tinham direito a isto e deve-se torcer que se tenham tornado pessoas melhoresMas como natildeo se pode transformar o processo relativo ao habeas corpus num paralelo agravequele que flui no juiacutezo da execuccedilatildeo a fim de verificar se o paciente preenche os requisitos legais para lhe ser deferida a visita perioacutedica agrave famiacutelia concede-se parcialmente a ordem a fim de anular a decisatildeo de primeiro grau por falta de adequada fundamentaccedilatildeo

possibilitando a ediccedilatildeo de outra de acordo com as exigecircncias do ordenamento juriacutedico Unanimidade

200905901194 - HABEAS CORPUS CAPITAL - QUINTA CAMARA CRIMINAL - Unanime DES NILDSON ARAUJO DA CRUZ - Julg 22042009

Page 10: Ministério Público do Estado do Rio de JaneiroBOLETIM INFORMATIVO - Nº 07 - ANO I - AGOSTO 2009 Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro Marcelo Gomes Silva Promotor de

AGOSTO 2009 10

nordm 807290 4 Houve necessidade da ediccedilatildeo da Lei nordm 1164607 para que houvesse a alteraccedilatildeo da redaccedilatildeo do dispositivo legal Contudo levando em conta que - considerada a orientaccedilatildeo que passou a existir nesta Corte agrave luz do precedente no HC 82959SP - o sistema juriacutedico anterior agrave ediccedilatildeo da lei de 2007 era mais beneacutefico ao condenado em mateacuteria de requisito temporal (16 da pena) comparativamente ao sistema implantado pela Lei ndeg 1164607 (25 ou 35 dependendo do caso) deve ser concedida em parte a ordem para que haja o exame do pedido de progressatildeo do regime prisional do paciente levando em conta o requisito temporal de 16 da pena fixada 5 Habeas corpus concedido por considerar possiacutevel a progressatildeo do regime prisional desde que atendido o requisito temporal de cumprimento de 16 da pena cabendo ao juiz da execuccedilatildeo da pena apreciar o pedido de progressatildeo inclusive quanto agrave presenccedila dos demais requisitos considerado o fator temporal acima indicado (STF HC92477 SP Relator(a) Min ELLEN GRACIE Julgamento 21102008 Oacutergatildeo Julgador Segunda Turma Public 07-11-2008)

PENA - REGIME DE CUMPRIMENTO - PROGRESSAtildeO - RAZAtildeO DE SER A progressatildeo no regime de cumprimento da pena nas espeacutecies fechado semi-aberto e aberto tem como razatildeo maior a ressocializaccedilatildeo do preso que mais dia ou menos dia voltaraacute ao conviacutevio social PENA - CRIMES HEDIONDOS - REGIME DE CUMPRIMENTO - PROGRESSAtildeO - OacuteBICE - ARTIGO 2ordm sect 1ordm DA LEI Nordm 807290 - INCONSTITUCIONALIDADE - EVOLUCcedilAtildeO JURISPRUDENCIAL Conflita com a garantia da individualizaccedilatildeo da pena - artigo 5ordm inciso XLVI da Constituiccedilatildeo Federal - a imposiccedilatildeo mediante norma do cumprimento da pena em regime integralmente fechado Nova inteligecircncia do princiacutepio da individualizaccedilatildeo da pena em evoluccedilatildeo jurisprudencial assentada a inconstitucionalidade do artigo 2ordm sect 1ordm da Lei nordm 807290 CONFLITO DE LEIS NO TEMPO - LEI N ordm 114642007 - AFASTAMENTO A legislaccedilatildeo de regecircncia eacute a vigente na data em que praticado o crime natildeo se podendo cogitar de retroaccedilatildeo prejudicial ao paciente (STF HC91618 SP Relator(a) Min MARCO AUREacuteLIO Julgamento 19082008 Oacutergatildeo Julgador Primeira Turma Public 31-10-2008)

DIREITO PROCESSUAL PENAL RECURSO EXTRAORDINAacuteRIO DESCLASSIFICACcedilAtildeO DE CRIME DE LATROCIacuteNIO PARA HOMICIacuteDIO QUESTAtildeO INFRACONSTITUCIONAL NAtildeO CONHECIMENTO CRIME HEDIONDO REGIME INICIALMENTE

FECHADO LEI 1146407 RECURSO PARCIALMENTE CONHECIDO E NESSA PARTE PARCIALMENTE PROVIDO 1 Duas satildeo as questotildees tratadas no recurso extraordinaacuterio interposto a) a suposta violaccedilatildeo agrave norma constitucional que prevecirc a competecircncia do tribunal do juacuteri para os crimes dolosos contra a vida eis que natildeo seria crime de latrociacutenio mas sim de homiciacutedio b) a possiacutevel infringecircncia aos princiacutepios constitucionais da individualizaccedilatildeo e humanizaccedilatildeo da pena devido agrave imposiccedilatildeo do regime integralmente fechado em relaccedilatildeo agrave pena privativa de liberdade estabelecida em desfavor do recorrente 2 A respeito da primeira questatildeo o tema natildeo foi objeto de prequestionamento junto ao Tribunal de Justiccedila Ademais a pretensatildeo recursal relacionada agrave possiacutevel desclassificaccedilatildeo do crime de latrociacutenio para homiciacutedio envolveria o revolvimento de substrato faacutetico-probatoacuterio o que natildeo se revela possiacutevel em sede de recurso extraordinaacuterio 3 A respeito da segunda questatildeo ventilada no recurso extraordinaacuterio houve claro enfrentamento da vedaccedilatildeo da progressatildeo do regime de cumprimento da pena privativa de liberdade e a esse respeito o recurso merece ser conhecido 4 Era perfeitamente compatiacutevel com a Constituiccedilatildeo Federal a vedaccedilatildeo da progressatildeo do regime de cumprimento da pena quando da condenaccedilatildeo por praacutetica de crime hediondo ou a ele equiparado Daiacute a consideraccedilatildeo de que o tema referente ao regime de cumprimento da pena corporal ser apenas um dos aspectos relativos agrave execuccedilatildeo penal perfeitamente adequado agrave realidade dos crimes reputados mais danosos agrave sociedade em postura normativa perfeitamente coerente com a finalidade retributiva da pena 5 Sobreveio a Lei nordm 1146407 que alterou a redaccedilatildeo do art 2ordm sect 1ordm da Lei nordm 807290 ao prever que a pena por crime hediondo ou a ele equiparado seraacute cumprida em regime inicialmente fechado Diante da nova redaccedilatildeo deveratildeo ser cumpridos os requisitos e condiccedilotildees impostas mesmo em relaccedilatildeo agraves pessoas que praticaram condutas criminosas em eacutepoca anterior agrave nova ordem juriacutedica instaurada sobre o tema 6 Recurso extraordinaacuterio parcialmente conhecido e nesta parte parcialmente provido estabelecendo que o regime de cumprimento da pena seraacute o inicialmente fechado admitindo-se a progressatildeo do regime prisional desde que atendidos os requisitos do art 2ordm sectsect 1ordm e 2ordm da Lei nordm 807290 na redaccedilatildeo que lhe foi dada pela Lei nordm 1146407 (STF RE 552545 MG Relator(a) Min ELLEN GRACIE Julgamento 14102008 Oacutergatildeo Julgador Segunda Turma Public 21-11-2008)

houvesse a alteraccedilatildeo da redaccedilatildeo do dispositivo legal Contudo levando em conta que - considerada a orientaccedilatildeo que passou a existir nesta Corte agrave luz do precedente no HC 82959SP - o sistema juriacutedico anterior agrave ediccedilatildeo da lei de 2007 era mais beneacutefico ao condenado em mateacuteria de requisito temporal (16 da pena) comparativamente ao sistema implantado pela Lei ndeg 1164607 (25 ou 35 dependendo do caso) deve ser concedida em parte a ordem para que haja o exame do pedido de progressatildeo do regime prisional do paciente levando em conta o requisito temporal de 16 da pena fixada 4 No mesmo sentido HC 94025SP rel Min Menezes Direito 1ordf Turma DJ 03062008 Neste uacuteltimo julgado ficou expressamente consignado que ldquorelativamente aos crimes hediondos cometidos antes da vigecircncia da Lei nordm 1146407 a progressatildeo de regime carceraacuterio deve observar o requisito temporal previsto nos artigos 33 do Coacutedigo Penal e 112 da Lei de Execuccedilotildees Penais aplicando-se portanto a lei mais beneacuteficardquo O art 2deg sect 1deg da Lei ndeg 807290 (na sua redaccedilatildeo original) natildeo pode ser utilizado como paracircmetro de comparaccedilatildeo com a Lei ndeg 1146407 diante da sua declaraccedilatildeo de inconstitucionalidade ainda que no exerciacutecio do controle concreto no julgamento do HC ndeg 82959SP (rel Min Marco Aureacutelio) 5 Recurso ordinaacuterio em habeas corpus parcialmente provido e assim concedeu-se a ordem para considerar possiacutevel a progressatildeo do regime prisional desde que atendido o requisito temporal de cumprimento de 16 da pena cabendo ao juiz da execuccedilatildeo da pena apreciar o pedido de progressatildeo inclusive quanto agrave presenccedila dos demais requisitos considerado o fator temporal acima indicado (STF RHC 91300 DF Relator(a) Min ELLEN GRACIE Julgamento 05032009 Oacutergatildeo Julgador Tribunal Pleno Public 03-04-2009)

DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL HABEAS CORPUS REGIME PRISIONAL CRIME HEDIONDO DATA ANTERIOR Agrave LEI 1146407 SISTEMA JURIacuteDICO MAIS BENEacuteFICO CONCESSAtildeO DA ORDEM 1 A questatildeo de direito versada nestes autos diz respeito agrave possibilidade (ou natildeo) de progressatildeo do regime de cumprimento da pena corporal imposta no periacuteodo de vigecircncia da redaccedilatildeo originaacuteria do art 2ordm sect 1ordm da Lei nordm 807290 2 O tema relativo ao regime de cumprimento da pena que envolve mateacuteria relativa agrave execuccedilatildeo recebe consideraccedilotildees distintas quanto agrave natureza de seu enquadramento no sistema juriacutedico brasileiro 3 O julgamento do Supremo Tribunal Federal em processos subjetivos relacionados ao caso concreto natildeo alterou a vigecircncia da regra contida no art 2ordm sect 1ordm da Lei

JURISPRUDEcircNCIAS

AGOSTO 2009 11JURISPRUDEcircNCIAS

STJ

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL ROUBO CIRCUNSTANCIADO PENA DE 5 ANOS E 6 MESES DE RECLUSAtildeO PROGRESSAtildeO PARA O REGIME SEMI-ABERTO DEFERIDA PELO JUIZ DA VEC E CASSADA PELO TRIBUNAL A QUO AUSEcircNCIA DE MANIFESTACcedilAtildeO PREacuteVIA DO MP MATEacuteRIA NAtildeO ARGUumlIDA EM AGRAVO DE EXECUCcedilAtildeO REFORMATIO IN PEJUS SUacuteMULA 160STF DISPENSA DE EXAME CRIMINOLOacuteGICO POSSIBILIDADE PARECER DO MPF PELA DENEGACcedilAtildeO DO WRIT ORDEM CONCEDIDA POREacuteM PARA RESTABELECER A DECISAtildeO DE PRIMEIRO GRAU 1 O ato praticado fora dos ditames legais deve ser considerado nulo inclusive de ofiacutecio salvo quando tratar-se de nulidade natildeo arguumlida pela acusaccedilatildeo mas cujo reconhecimento poderaacute prejudicar a defesa por forccedila do princiacutepio da non reformatio in pejus esse eacute inclusive o teor da Suacutemula 160 do Pretoacuterio Excelso segundo a qual eacute nula a decisatildeo do Tribunal que acolhe contra o reacuteu nulidade natildeo arguumlida no recurso da acusaccedilatildeo ressalvados os casos de recurso de ofiacutecio 2 Natildeo obstante o recurso ministerial ter se restringido a alegaccedilatildeo da imprescindibilidade da realizaccedilatildeo de exame criminoloacutegico e parecer da Comissatildeo Teacutecnica de Classificaccedilatildeo para avaliar o requisito subjetivo exigido para fins de progressatildeo de regime o Tribunal a quo deu-lhe provimento em razatildeo da ausecircncia de preacutevia oitiva do Ministeacuterio Puacuteblico antes do deferimento da medida traduzindo verdadeira reformatio in pejus 3 Natildeo deve ser declarada nulidade quando natildeo resultar prejuiacutezo comprovado para a parte que a alega Isso porque o processo natildeo eacute um fim em si mesmo merecendo aproveitamento todos os atos que atingiram a sua finalidade e permitiram o exerciacutecio da ampla defesa e do contraditoacuterio 4 A nova redaccedilatildeo dada pela Lei 1079203 ao art 112 da LEP tornou prescindiacutevel a realizaccedilatildeo de exames periciais antes exigidos para a concessatildeo da progressatildeo de regime prisional cabendo ao Juiacutezo da Execuccedilatildeo a ponderaccedilatildeo casuiacutestica sobre a necessidade ou natildeo de adoccedilatildeo de tais medidas 5 Ordem concedida para restabelecer a decisatildeo de primeiro grau que havia deferido ao paciente o benefiacutecio da progressatildeo para o regime semi-aberto em que pese o parecer ministerial (STJ HC 90793 SP HABEAS CORPUS 20070220061-9 Relator(a) Ministro NAPOLEAtildeO NUNES MAIA FILHO Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 11122008 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 16022009)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL INDULTO DECRETO 562005 PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS NAtildeO-OCORREcircNCIA PATOLOGIAS ROL TAXATIVO CONSTRANGIMENTO ILEGAL NAtildeO-CONFIGURADO ORDEM DENEGADA 1 O Decreto 562005 autoriza o indulto ao condenado ldquoparapleacutegico tetrapleacutegico ou portador de cegueira total desde que tais condiccedilotildees natildeo sejam anteriores agrave praacutetica do ato e comprovadas por laudo meacutedico oficial ou na falta deste por dois meacutedicos designados pelo Juiacutezo da Execuccedilatildeordquo (art 1ordm VI a) 2 O benefiacutecio do indulto espeacutecie da clementia principis eacute de interpretaccedilatildeo restrita devendo ser concedido apenas quando estritamente preenchidos os requisitos expressos na norma regulamentadora 3 Na hipoacutetese em apreccedilo o Juiacutezo singular indeferiu o benefiacutecio sob o argumento de que o paciente natildeo preenche os requisitos estabelecidos no Decreto 562005 uma vez que natildeo eacute portador de cegueira total 4 Para se acolher a pretensatildeo aduzida pelo impetrante necessaacuterio seria extrapolar os limites do texto normativo cuja interpretaccedilatildeo cabe ao magistrado na medida em que impotildee a ampliaccedilatildeo do rol de patologiasconsequumlecircncias taxativamente estabelecido no decreto cuja elaboraccedilatildeo eacute da competecircncia discricionaacuteria e exclusiva do Presidente da Repuacuteblica a teor do art 84 XII da Constituiccedilatildeo Federal 5 Ordem denegada (STJ HC 93841 SP HABEAS CORPUS 20070259072-6 Relator(a) Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 09122008 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 02022009)

HABEAS CORPUS HOMICIacuteDIOS E ROUBOS QUALIFICADOS PACIENTE CONDENADO A 63 ANOS 11 MESES E 26 DIAS DELITOS COMETIDOS ANTERIORMENTE Agrave LEI DE CRIMES HEDIONDOS INDULTO COMUTACcedilAtildeO DE PENAS INADMISSIBILIDADE PRECEDENTES DO STJ ORDEM DENEGADA 1 Na esteira de firme jurisprudecircncia desta Corte Superior satildeo insuscetiacuteveis de indulto os crimes hediondos ainda que tenham sido cometidos antes da ediccedilatildeo da Lei 807290 tendo em vista que a natureza do crime deve ser aferida ao tempo da entrada em vigor da norma instituidora do benefiacutecio 2 Opina o MPF pela denegaccedilatildeo da ordem 3 Ordem denegada (STJ HC 88522 SP HABEAS CORPUS 20070185250-1 Relator(a) Ministro NAPOLEAtildeO NUNES MAIA FILHO Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 07102008 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 03112008)

PROCESSUAL PENAL HABEAS CORPUS INDULTO NATALINO DECRETO

Nordm 59932006 TESE NAtildeO APRESENTADA Agrave AUTORIDADE COATORA SUPRESSAtildeO DE INSTAcircNCIA DECRETO Nordm 562005 INDULTO NATALINO EXAME CRIMINOLOacuteGICO DESNECESSIDADE I - Tendo em vista que a alegaccedilatildeo de que estatildeo preenchidos os requisitos do indulto natalino com base no Decreto nordm 59932006 sequer foi suscitada perante a autoridade apontada como coatora fica esta Corte impedida de examinar tal alegaccedilatildeo sob pena de supressatildeo de instacircncia (Precedentes) II - Natildeo constando do Decreto nordm 56202005 a exigecircncia de realizaccedilatildeo de exame criminoloacutegico eacute vedado ao e Tribunal a quo condicionar a concessatildeo do indulto natalino agrave preacutevia realizaccedilatildeo do referido exame para afericcedilatildeo do meacuterito do sentenciado por absoluta falta de previsatildeo legal Writ parcialmente conhecido e nesta parte concedido (STJ HC 89686 RS HABEAS CORPUS 20070205954-0 Relator(a) Ministro FELIX FISCHER Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 15042008 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 30062008)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL DECRETO Nordm 44952002 HOMICIacuteDIO QUALIFICADO COMETIDO ANTERIORMENTE Agrave LEI Nordm 893094 CRIME HEDIONDO INDULTO INCABIMENTO 1 Eacute incabiacutevel a concessatildeo de indulto aos crimes hediondos na letra dos artigos 2ordm inciso I da Lei nordm 807290 e 5ordm inciso XLIII da Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica 2 Os crimes elencados como hediondos precisamente porque possuem nomen juris e natureza proacutepria por oacutebvio restam excluiacutedos da benesse estatal ainda quando cometidos antes da ediccedilatildeo da lei dos crimes hediondos que nesta categoria os compreendeu exclusivamente para fins investigatoacuterios processuais e de regime de cumprimento de pena 3 Ordem denegada (STJ HC 68877 SP HABEAS CORPUS 20060233951-6 Relator(a) Ministro HAMILTON CARVALHIDO Oacutergatildeo Julgador SEXTA TURMA Data do Julgamento 27052008 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 12082008)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL HOMICIacuteDIO QUALIFICADO PRATICADO ANTES DA EDICcedilAtildeO DA LEI 807290 COMUTACcedilAtildeO DE PENAS DECRETO 562005 POSSIBILIDADE EXAME CRIMINOLOacuteGICO PARA AFERIR O MERECIMENTO DO APENADO REQUISITO NAtildeO ESTABELECIDO NO REFERIDO DECRETO CONSTRANGIMENTO ILEGAL CARACTERIZADO ORDEM CONCEDIDA 1 Na anaacutelise do pedido de comutaccedilatildeo natildeo eacute permitido ao magistrado extrapolar os limites de interpretaccedilatildeo do decreto impondo requisito natildeo estabelecido no

AGOSTO 2009 12JURISPRUDEcircNCIAS

texto normativo cuja elaboraccedilatildeo eacute da competecircncia discricionaacuteria e exclusiva do Presidente da Repuacuteblica a teor do art 84 XII da Constituiccedilatildeo Federal 2 O art 8ordm do Decreto 562004 eacute claro ao excluir o benefiacutecio da comutaccedilatildeo apenas aos que tenham cometido o delito hediondo apoacutes a ediccedilatildeo da Lei 807290 sendo portanto descabido o indeferimento do pleito do paciente com fundamento na hediondez do delito o qual foi praticado em 11290 3 O Decreto 562005 autoriza a comutaccedilatildeo de 15 da pena imposta ao condenado reincidente que tenha cumprido 13 da pena e natildeo tenha sofrido sanccedilatildeo disciplinar por falta grave praticada nos uacuteltimos 12 meses do cumprimento da pena apurada na forma do art 59 e seguintes da Lei de Execuccedilotildees Penais contados retroativamente a partir da publicaccedilatildeo do referido decreto Dessa forma para a concessatildeo do benefiacutecio natildeo se exige a realizaccedilatildeo de exame criminoloacutegico a fim de aferir a presenccedila de requisitos subjetivos 4 Ordem concedida para anulando a decisatildeo singular e o acoacuterdatildeo assegurar ao paciente o direito de comutaccedilatildeo de sua pena nos termos do Decreto 562005 (STJ HC 100020 SP HABEAS CORPUS 20080027425-9 Relator(a) Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 28052008 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 04082008)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL PACIENTE CONDENADO PELA PRAacuteTICA DE ROUBO CIRCUNSTANCIADO RECEPTACcedilAtildeO QUALIFICADA E FURTOS (SIMPLES E QUALIFICADO) PENA DE 13 ANOS 7 MESES E 26 DIAS DE RECLUSAtildeO COMUTACcedilAtildeO DA PENA DEFERIDA PELO JUIZ DA VEC COM BASE NO DECRETO 562005 E CASSADA PELO TRIBUNAL A QUO COMETIMENTO DE FALTA GRAVE EM 230606 INTERRUPCcedilAtildeO DO PRAZO PARA A CONCESSAtildeO DO BENEFIacuteCIO AUSEcircNCIA DE CONSTRANGIMENTO ILEGAL IRRELEVAcircNCIA DA AFERICcedilAtildeO DE REQUISITO SUBJETIVO PARECER MINISTERIAL PELA CONCESSAtildeO DA ORDEM ORDEM DENEGADA 1 A interpretaccedilatildeo conjunta dos arts 112 118 I e 127 da LEP e do art 2o do Decreto 562005 permite a exegese de que a praacutetica de falta grave acarreta o reiniacutecio da contagem do periacuteodo de 13 da pena faltante para a obtenccedilatildeo da comutaccedilatildeo da pena Precedente da 5a Turma do STJ HC 80103SP de minha relatoria DJU 061008 2 Independentemente da discussatildeo a respeito de qualquer requisito de ordem subjetiva o paciente natildeo soma a seu favor o tempo de cumprimento de pena necessaacuterio agrave obtenccedilatildeo do benefiacutecio 3 Parecer do MPF pela concessatildeo da ordem 4 Ordem denegada (STJ HC 93996 SP HABEAS CORPUS 20070261591-5 Relator(a)

Ministro NAPOLEAtildeO NUNES MAIA FILHO Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 10022009 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 27042009)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL PACIENTE CONDENADO PELA PRAacuteTICA DE ROUBO E ROUBO CIRCUNSTANCIADO PENA DE 7 ANOS 6 MESES E 20 DIAS DE RECLUSAtildeO COMUTACcedilAtildeO DA PENA DEFERIDA PELO JUIZ DA VEC COM BASE NO DECRETO 529504 E CASSADA PELO TRIBUNAL A QUO COMETIMENTO DE FALTA GRAVE EM 291102 CONSISTENTE NA FUGA DO ESTABELECIMENTO PRISIONAL INTERRUPCcedilAtildeO DO PRAZO PARA A CONCESSAtildeO DO BENEFIacuteCIO AUSEcircNCIA DE CONSTRANGIMENTO ILEGAL ORDEM DENEGADA1 A jurisprudecircncia dessa Corte entende que ofende o princiacutepio da legalidade a decisatildeo que determina a interrupccedilatildeo do prazo para a aquisiccedilatildeo da benesse do Decreto 5295 em razatildeo do cometimento de falta de natureza grave uma vez que acaba por criar requisito objetivo natildeo previsto em lei 2 Creio que do ponto de vista positivo normativo rigorosamente literal esse posicionamento eacute incensuraacutevel entretanto ao meu sentir a interpretaccedilatildeo conjunta dos arts 112 118 I e 127 da LEP e do art 2o do Decreto 529504 permite a exegese de que a praacutetica de falta grave acarreta o reiniacutecio da contagem do periacuteodo de 13 da pena faltante para a obtenccedilatildeo da comutaccedilatildeo da pena 3 Parecer do MPF pela concessatildeo da ordem 4 Ordem denegada (STJ HC 80103 SP - Relator(a) Ministro NAPOLEAtildeO NUNES MAIA FILHO - Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA - Data do Julgamento 28082008 - Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 06102008)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL CORTE A QUO QUE MANTEVE A DECISAtildeO DE PRIMEIRO GRAU INDEFERITOacuteRIA DO BENEFIacuteCIO DA COMUTACcedilAtildeO DA PENA CONSTRANGIMENTO ILEGAL EVIDENCIADO PELA AUSEcircNCIA DE ANAacuteLISE NO ARESTO HOSTILIZADO DO PREENCHIMENTO (OU NAtildeO) DOS REQUISITOS PREVISTOS NO DECRETO 529504 PELO PACIENTE LIVRAMENTO CONDICIONAL IGUALMENTE INDEFERIDO COMETIMENTO DE FALTA GRAVE IMPOSSIBILIDADE DE INTERRUPCcedilAtildeO DO PRAZO PARA A CONCESSAtildeO DO BENEFIacuteCIO POR AUSEcircNCIA DE PREVISAtildeO LEGAL CONSTRANGIMENTO ILEGAL CONFIGURADO PRECEDENTES PARECER DO MPF PELA CONCESSAtildeO DA ORDEM ORDEM CONCEDIDA PARA QUE O TRIBUNAL A QUO ANALISE AS CONDICcedilOtildeES PARA A CONCESSAtildeO DA COMUTACcedilAtildeO DA PENA DO PACIENTE LEVANDO-SE EM CONSIDERACcedilAtildeO

SOMENTE OS REQUISITOS PREVISTOS NO DECRETO 529504 BEM COMO PARA QUE APRECIE O PEDIDO DE LIVRAMENTO CONDICIONAL SUPERADO O OacuteBICE RELATIVO Agrave INTERRUPCcedilAtildeO DO PRAZO PARA A CONCESSAtildeO DO BENEFIacuteCIO CONSIDERANDO A FRACcedilAtildeO DA PENA EVENTUALMENTE COMUTADA 1 O Decreto 529504 exige para fins de obtenccedilatildeo do benefiacutecio da comutaccedilatildeo das penas que o condenado preencha dois requisitos quais sejam cumprir um quarto da sanccedilatildeo se primaacuterio ou um terccedilo se reincidente ateacute a data de 25 de dezembro de 2004 bem como natildeo ter cometido falta grave nos uacuteltimos doze meses de cumprimento da pena 2 In casu o acoacuterdatildeo impugnado sequer fez menccedilatildeo ao implemento (ou natildeo) dos requisitos previstos no art 2o cc o art 4o do Decreto 529504 cingindo-se as razotildees para a manutenccedilatildeo do indeferimento do benefiacutecio agrave impossibilidade de anaacutelise do cumprimento das condiccedilotildees objetivas e subjetivas para a concessatildeo do pleiteado benefiacutecio em sede de Habeas Corpus e agraves diversas condenaccedilotildees que ostenta o paciente 3 A verificaccedilatildeo das condiccedilotildees para a concessatildeo da comutaccedilatildeo todavia eacute plenamente factiacutevel em Habeas Corpus por natildeo exigir ampla incursatildeo probatoacuteria De outra parte o indeferimento da benesse com supedacircneo na existecircncia de diversas condenaccedilotildees em desfavor do paciente viola o princiacutepio da legalidade por constituir exigecircncia de requisitos estranhos aos previstos no decreto 529504 Precedentes 4 O art 83 I do CPB exige para fins de obtenccedilatildeo do benefiacutecio do livramento condicional o cumprimento de mais de um terccedilo da pena total imposta ao sentenciado Assim ofende o princiacutepio da legalidade a decisatildeo que determina a interrupccedilatildeo do prazo para a aquisiccedilatildeo da referida benesse uma vez que acaba por criar requisito objetivo natildeo previsto em lei 5 Parecer do MPF pela concessatildeo do writ 6 Ordem concedida para que o Tribunal a quo analise as condiccedilotildees para a concessatildeo da comutaccedilatildeo da pena do paciente levando-se em consideraccedilatildeo somente os requisitos previstos no Decreto 529504 bem como para que aprecie o pedido de livramento condicional superado o oacutebice relativo agrave interrupccedilatildeo do prazo para a concessatildeo do benefiacutecio considerando a fraccedilatildeo da pena eventualmente comutada (STJ HC 114222 SP HABEAS CORPUS 20080187375-9 Relator(a) Ministro NAPOLEAtildeO NUNES MAIA FILHO Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 29042009 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 01062009)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL FALTA GRAVE INTERRUPCcedilAtildeO NA CONTAGEM DO LAPSO TEMPORAL PARA A CONCESSAtildeO DE BENEFIacuteCIO DE PROGRESSAtildeO DE REGIME

AGOSTO 2009 13JURISPRUDEcircNCIAS

PRISIONAL ENTENDIMENTO DO TRIBUNAL A QUO EM CONSONAcircNCIA COM A JURISPRUDEcircNCIA DESTA CORTE LIVRAMENTO CONDICIONAL E COMUTACcedilAtildeO DAS PENAS INTERRUPCcedilAtildeO DO PRAZO PARA OBTENCcedilAtildeO DO BENEFIacuteCIO PELO CONDENADO ILEGALIDADE AUSEcircNCIA DE PREVISAtildeO LEGAL PRECEDENTES INAPLICABILIDADE DO EFEITO INTERRUPTIVO QUANTO AO LIVRAMENTO CONDICIONAL E Agrave COMUTACcedilAtildeO RECONHECIDA PELO TRIBUNAL DE ORIGEM FALTA DE INTERESSE PROCESSUAL CONSTRANGIMENTO ILEGAL NAtildeO EVIDENCIADO 1 O cometimento de falta grave embora interrompa o prazo para a obtenccedilatildeo dos benefiacutecios da progressatildeo de regime natildeo o faz para fins de concessatildeo dos benefiacutecios do livramento condicional e da comutaccedilatildeo da pena por ausecircncia de previsatildeo legal Precedentes 2 Nos termos do acoacuterdatildeo hostilizado verifica-se que o efeito interruptivo somente foi reconhecido relativamente agrave progressatildeo de regime ficando ressalvada a sua inaplicabilidade com relaccedilatildeo ao livramento condicional e agrave comutaccedilatildeo evidenciado nesse particular a falta de interesse processual na medida em que natildeo evidenciado nos autos qualquer constrangimento ilegal contra o Paciente inexistindo pois ato coator por parte do Tribunal quanto ao pleitos de comutaccedilatildeo e de livramento condicional 3 Habeas corpus parcialmente conhecido e nessa parte denegado (STJ HC 121513 SP HABEAS CORPUS 20080258389-0 Relator(a) Ministra LAURITA VAZ Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 27042009 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 25052009)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL PEDIDO DE COMUTACcedilAtildeO DA PENA INDEFERIDO PELO JUIZ DA VEC E PELO TRIBUNAL A QUO PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS OBJETIVOS E SUBJETIVOS EXIGIDOS PELO DECRETO 529504 COMETIMENTO DE FALTA GRAVE EM 08032003 INTERRUPCcedilAtildeO DO PRAZO PARA A CONCESSAtildeO DO BENEFIacuteCIO IMPOSSIBILIDADE AUSEcircNCIA DE PREVISAtildeO LEGAL CONSTRANGIMENTO ILEGAL CONFIGURADO PRECEDENTES PARECER DO MPF PELA CONCESSAtildeO DA ORDEM ORDEM CONCEDIDA PARA DEFERIR AO PACIENTE O DIREITO Agrave COMUTACcedilAtildeO DA PENA 1 O Decreto 529504 exige para fins de obtenccedilatildeo do benefiacutecio da comutaccedilatildeo das penas que o condenado reincidente preencha dois requisitos quais sejam 1) cumprimento de 14 da sanccedilatildeo se primaacuterio e 13 se reincidente ateacute a data de 25 de dezembro de 2004 2) natildeo cometimento de falta grave nos uacuteltimos doze meses de cumprimento da pena contados retroativamente agrave

publicaccedilatildeo do referido Decreto 2 Ofende o princiacutepio da legalidade a decisatildeo que determina a interrupccedilatildeo do prazo para aquisiccedilatildeo da referida benesse uma vez que acaba por criar requisito objetivo natildeo previsto em lei Precedentes do STJ 3 Parecer do MPF pela concessatildeo do writ 4 Ordem concedida (STJ HC 113513 SP HABEAS CORPUS 20080180026-0 Relator(a) Ministro NAPOLEAtildeO NUNES MAIA FILHO Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 16042009 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 25052009)

HABEAS CORPUS PACIENTE CUMPRIDO PENA TOTAL DE 55 ANOS 4 MESES E 10 DIAS DE RECLUSAtildeO POR DIVERSAS INFRACcedilOtildeES AO ART 157 sect 2o I E II DO CPB FUNDAMENTACcedilAtildeO COM ARRIMO NO PARECER MINISTERIAL AUSEcircNCIA DE NULIDADE LIVRAMENTO CONDICIONAL REVOGACcedilAtildeO CONDENACcedilAtildeO IRRECORRIacuteVEL POR CRIME COMETIDO DURANTE O PERIacuteODO DE PROVA PLEITO DE COMUTACcedilAtildeO DE PENA (DECRETO PRESIDENCIAL 562005) DESCONSIDERACcedilAtildeO DO PERIacuteODO EM QUE O PACIENTE ESTAVA EM LIBERDADE NOVO CAacuteLCULO DA PENA COM INCIDEcircNCIA DO ART 88 DO CPB POSSIBILIDADE PRECEDENTE DESTA CORTE SUPERIOR ORDEM DENEGADA 1 Inserir na fundamentaccedilatildeo trecho do parecer da Procuradoria-Geral de Justiccedila natildeo provoca a nulidade da decisatildeo 2 Vem entendendo esta Corte Superior pela ausecircncia de ilegalidade quanto agrave desconsideraccedilatildeo do tempo em livramento condicional para fins de comutaccedilatildeo de pena tendo havido a revogaccedilatildeo do benefiacutecio em razatildeo de condenaccedilatildeo irrecorriacutevel por crime cometido durante o periacuteodo de prova 3 Revogado o benefiacutecio do livramento condicional antes de expirado o periacuteodo de prova e apoacutes o tracircnsito em julgado da uacuteltima condenaccedilatildeo natildeo haacute falar em ilegalidade da decisatildeo que determinou a realizaccedilatildeo de novo caacutelculo da pena na forma do art 88 do Coacutedigo Penal (HC 43337RJ Rel Min ARNALDO ESTEVES LIMA DJU 020506) 4 Opina o MPF pela concessatildeo parcial da ordem 5 Ordem denegada (STJ HC 85187 RJ HABEAS CORPUS 20070140768-6 Relator(a) Ministro NAPOLEAtildeO NUNES MAIA FILHO Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 16102008 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 24112008)

TJRJ

AGRAVO EXECUCcedilAtildeO PENAL Comutaccedilatildeo de pena Decreto Presidencial nordm 599306 Cumprimento do requisito objetivo - lapso temporal de um ano a

contar da publicaccedilatildeo do Decreto sem falta grave Para fins de concessatildeo de comutaccedilatildeo ou indulto deve ser analisado o comportamento do sentenciado durante todo periacuteodo de caacutercere ou de prova Indeferimento do pleito por ausecircncia do requisito subjetivo Se o apenado obteve o benefiacutecio de visita perioacutedica ao lar em setembro de 2006 e no mecircs de janeiro de 2007 deixou de retornar agrave Unidade natildeo pode ter deferido seu pedido de comutaccedilatildeo com base no Decreto Presidencial expedido no ano de 2006 Se o apenado encontra-se na situaccedilatildeo de evadido do Sistema natildeo eacute razoaacutevel admitir que ostente direito de obter novo benefiacutecio Repercussatildeo da conduta em toda a execuccedilatildeo de pena Recurso a que se nega provimento (TJRJ - AGRAVO DE EXECUCAO PENAL 200907600144 DES MARCO AURELIO BELLIZZE - Julgamento 29042009 - PRIMEIRA CAMARA CRIMINAL)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL LEI 721084 PEDIDO DE COMUTACcedilAtildeO DE PENA COM BASE NO DECRETO PRESIDENCIAL Nordm 449502 CUMPRIMENTO DO REQUISITO OBJETIVO AUSEcircNCIA DE MEacuteRITO CARCERAacuteRIO EM RAZAtildeO DE COMETIMENTO DE CRIMES DURANTE O PERIacuteODO DE PROVA DO LIVRAMENTO CONDICIONAL REPERCUSSAtildeO DAS CONDUTAS NO PEDIDO DE COMUTACcedilAtildeO CONSTRANGIMENTO ILEGAL INEXISTENTE DENEGACcedilAtildeO DA ORDEM(TJRJ HABEAS CORPUS 200805908014 JDS DES MARIA ANGELICA GUEDES - Julgamento 13012009 - TERCEIRA CAMARA CRIMINAL)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL DECISAtildeO JUDICIAL DENEGATOacuteRIA DO INDULTO FUNDAMENTADA NO FATO DE QUE O DEFERIMENTO DE INDULTO OU COMUTACcedilAtildeO DEPENDE DE CUMPRIMENTO DE REQUISITO SUBJETIVO QUE DEVE SER AVALIADO DURANTE TODA A EXECUCcedilAtildeO DA PENA IMPUGNACcedilAtildeO PELA VIA DE HABEAS CORPUS SEM NOTIacuteCIA DE INTERPOSICcedilAtildeO DE AGRAVO ADMISSIBILIDADE DA ACcedilAtildeO CONSTITUCIONAL HAJA VISTA A MANIFESTA ILEGALIDADE DA DECISAtildeO COM INTERFEREcircNCIA DIRETA NO DIREITO DE LIBERDADE DO PACIENTE DECRETO DE INDULTOCOMUTACcedilAtildeO QUE DEFINE AS CONDICcedilOtildeES DE DEFERIMENTO DOS DIREITOS A QUE ALUDE E NAtildeO OFERECE MARGEM A TEMPERAMENTO JUDICIAL PRINCIacutePIO DE ESTRITA LEGALIDADE CRIACcedilAtildeO JUDICIAL DE CONDICcedilAtildeO PARA DEFERIMENTO DE INDULTOCOMUTACcedilAtildeO QUE VIOLA O PRINCIacutePIO CONSTITUCIONAL DA SEPARACcedilAtildeO DOS PODERES E ATENTA CONTRA

AGOSTO 2009 14JURISPRUDEcircNCIAS

O PRINCIacutePIO CONSTITUCIONAL DA RESERVA LEGAL EM MATEacuteRIA DE SANCcedilAtildeO PENAL CASO CONCRETO REGULADO PELO DECRETO Nordm 5993 DE 19 DE DEZEMBRO DE 2006 QUE ESTABELECE QUE OS CONDENADOS QUE NAtildeO TENHAM SIDO PUNIDOS POR FALTA GRAVE NOS UacuteLTIMOS DOZE MESES DE CUMPRIMENTO DE PENA TERAtildeO DIREITO AO INDULTO OU Agrave COMUTACcedilAtildeO CONTADO O RESPECTIVO PRAZO RETROATIVAMENTE Agrave DATA DE PUBLICACcedilAtildeO DO DECRETO HABEAS CORPUS NAtildeO INSTRUIacuteDO DE SORTE A DEFINIR O TEMPO DE CONDENACcedilAtildeO E DEMAIS CIRCUNSTAcircNCIAS PARA AFERICcedilAtildeO DO DIREITO AO INDULTO OU COMUTACcedilAtildeO CONSTRANGIMENTO CONFIGURADO DECISAtildeO LIMITADA Agrave DECLARACcedilAtildeO DA NULIDADE DO PRONUNCIAMENTO JUDICIAL QUE OPOcircS AO INDULTOCOMUTACcedilAtildeO AS FALTAS GRAVES COMETIDAS ANTES E DEPOIS DO PERIacuteODO AQUISITIVO DO DIREITO NOVA DECISAtildeO QUE DEVERAacute SER PROFERIDA PELO JUIZ DA EXECUCcedilAtildeO COM EXPRESSA DESCONSIDERACcedilAtildeO DO OacuteBICE DECLARADO ILEGAL Decisatildeo que indeferiu o indulto sob o fundamento de que haveria requisito subjetivo para o deferimento deste indulto e que tal requisito deveria ser avaliado durante a execuccedilatildeo da pena A rigor o habeas corpus natildeo constitui instrumento adequado para o exame direto do pleito de indulto por causa da previsatildeo de recurso proacuteprio Patente a ilegalidade todavia cabe habeas corpus para fazer cessar o constrangimento ilegal Decreto de indulto que natildeo estipula requisitos de ordem subjetiva para a admissatildeo do referido direito Ato do Presidente da Repuacuteblica que natildeo pode ser alterado pelo juiz sob pena de violaccedilatildeo do princiacutepio da separaccedilatildeo dos Poderes Exigecircncia normativa conformada agrave condenaccedilatildeo primariedade ou reincidecircncia situaccedilotildees especiacuteficas descritas no decreto tempo de cumprimento de pena e inexistecircncia de falta grave nos doze uacuteltimos meses da execuccedilatildeo a contar da publicaccedilatildeo do Decreto Impossibilidade de o juiz invadir a competecircncia do Chefe do Executivo e definir outros requisitos aleacutem dos previstos no Decreto Violaccedilatildeo tambeacutem do princiacutepio da reserva legal definido no artigo 5ordm inciso XXXIX da Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica que veda ao julgador agravar a sanccedilatildeo ainda que em acircmbito de execuccedilatildeo valendo-se de requisitos que natildeo estatildeo previstos em lei Caso concreto que elege faltas graves anterior e posterior ao periacuteodo aquisitivo do direito (28 de novembro de 2005 e 01 de novembro de 2007) como fundamento para indeferir pedido de indulto de pena Instruccedilatildeo todavia insuficiente deste habeas corpus de sorte a determinar a incidecircncia de indulto ou comutaccedilatildeo e

mesmo do tempo total de condenaccedilatildeo Necessidade de nova avaliaccedilatildeo do caso pelo juiz natural com expressa exclusatildeo do ldquorequisitordquo indevidamente considerado para obstar o deferimento do direito ao condenado ORDEM CONCEDIDA (TJRJ - HABEAS CORPUS - 200805906809 - DES GERALDO PRADO - Julgamento 13112008 - QUINTA CAMARA CRIMINAL)

EMENTA - INDULTO CONDICIONAL - COMETIMENTO DE NOVO CRIME NO PERIacuteODO DA CONDICcedilAtildeO - CONDENACcedilAtildeO TRANSITADA EM JULGADO - INCIDENTE DE REVOGACcedilAtildeO DO INDULTO TRAMITANDO REGULARMENTE CONSIDERADA A DATA DO TRAcircNSITO EM JULGADO DO NOVO CRIME - NECESSIDADE DE ELABORACcedilAtildeO DE NOVO CAacuteLCULO DE PENA PARA SE ESTABELECER O REGIME PRISIONAL - AUSEcircNCIA DE CONSTRANGIMENTO ILEGAL Se o paciente deu causa a revogaccedilatildeo do indulto condicional que lhe foi deferido pois cometeu novo crime no periacuteodo da condiccedilatildeo cuja sentenccedila condenatoacuteria jaacute transitou em julgado e estando em tramitaccedilatildeo regular o incidente de execuccedilatildeo visando estabelecer o regime prisional ao qual ficaraacute submetido para o cumprimento da pena unificada inocorre o alegado constrangimento ilegalOrdem denegada (TJRJ HABEAS CORPUS 200805906725 DES VALMIR DE OLIVEIRA SILVA - Julgamento 11112008 - TERCEIRA CAMARA CRIMINAL)

RECURSO DE AGRAVO - REVOGACcedilAtildeO DO LIVRAMENTO CONDICIONAL SEM OITIVA DO APENADO - POSSIBILIDADE - ARTIGO 87 DO CP - COMUTACcedilAtildeO DE frac14 DA PENA NECESSIDADE DE APRECIACcedilAtildeO QUANTO AOS REQUISITOS OBJETIVOS E SUBJETIVOS - DESPROVIMENTO DO RECURSO UNAcircNIME(TJRJ AGRAVO DE EXECUCAO PENAL 200807600839 DES ELIZABETH GREGORY - Julgamento 07102008 - SETIMA CAMARA CRIMINAL)

EMENTA RECURSO DE AGRAVO EM EXECUCcedilAtildeO DECRETO Nordm 59932006 - AGRAVANTE CONDENADO PELA PRAacuteTICA DE VAacuteRIOS CRIMES GRAVES INCLUINDO O DE TRAacuteFICO ILIacuteCITO DE ENTORPECENTES QUE REQUER A COMUTACcedilAtildeO PREVISTA NO DECRETO Nordm 59932006 IMPOSSIBILIDADE - O ART 8ordm I DO DECRETO Nordm 59932006 VEDA EXPRESSAMENTE A CONCESSAtildeO DO BENEFIacuteCIO AgraveQUELES QUE COMETERAM O CRIME DE TRAacuteFICO ILIacuteCITO DE ENTORPECENTES INDEPENDENTE DE QUANDO ESTE FORA COMETIDO - RECURSO A QUE SE NEGA PROVIMENTO (TJRJ AGRAVO

DE EXECUCAO PENAL 200807600859 DES ANTONIO JOSE CARVALHO - Julgamento 23092008 - SEGUNDA CAMARA CRIMINAL)

200807700052 - CORREICAO PARCIAL - 1ordf EmentaDES KATIA JANGUTTA - Julgamento 17022009 - SEGUNDA CAMARA CRIMINAL

Correiccedilatildeo parcial Indeferimento do pedido de esclarecimentos da Folha de Antecedentes Criminais do ora reclamado que visava agrave anaacutelise pelo Parquet da possibilidade de concessatildeo de benefiacutecios tais como a unificaccedilatildeo das penas privativas de liberdade e suas consequumlecircnciasCom efeito o poder requisitoacuterio do Ministeacuterio Puacuteblico estaacute regulado em lei e embora o artigo 47 do Coacutedigo de Processo Penal lhe atribua legitimidade para requisitar diretamente a quaisquer autoridades ou funcionaacuterios documentos ou elementos de convicccedilatildeo que julgue necessaacuterios o artigo 399 daquele estatuto processual conferiu-lhe o direito subjetivo de requerer ao juiz as diligecircncias que julgar convenientes in casu o que achou imprescindiacutevel ao exame dos requisitos relativos aos benefiacutecios contidos na Lei de Execuccedilotildees Penais Eacute preciso ter em conta que a diligecircncia pleiteada pelo Parquet natildeo dizia apenas com a requisiccedilatildeo da FAC mas com informaccedilotildees e esclarecimentos referentes agraves anotaccedilotildees nela contidas a serem fornecidas por outros Juiacutezos que efetivamente soacute a concederiam mediante solicitaccedilatildeo de outra autoridade judiciaacuteria Correiccedilatildeo provida

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL COMUTACcedilAtildeO DE PENA VIA INIDOcircNEA TAL BENEFIacuteCIO DEVE SER PROCESSADO OBSERVANDO-SE QUANTO Agrave EVENTUAL EXISTEcircNCIA DE FALTA GRAVE OS 12 UacuteLTIMOS MESES DE CUMPRIMENTO DA PENA A CONTAR DA DATA DA PUBLICACcedilAtildeO DO DECRETO Nordm 562005 LIVRAMENTO CONDICIONAL NAtildeO COMPARECIMENTO DO LIBERADO REVOGACcedilAtildeO DO BENEFIacuteCIO PORQUE DESCUMPRIDAS AS CONDICcedilOtildeES AgraveS QUAIS O MESMO FICA SUBORDINADO AUSEcircNCIA DE OITIVA PREacuteVIA A REVOGACcedilAtildeO DO BENEFIacuteCIO SEJA OBRIGATOacuteRIA OU FACULTATIVA TANTO PODE SER DECRETADA PELO JUIZ DE OFIacuteCIO COMO A REQUERIMENTO DO MINISTEacuteRIO PUacuteBLICO MEDIANTE REPRESENTACcedilAtildeO DO CONSELHO PENITENCIAacuteRIO DEVENDO ANTES SER OUVIDO O APENADO A SUSPENSAtildeO CAUTELAR Eacute MEDIDA APTA A IMPEDIR QUE O AGENTE DETERMINE POR VONTADE PROacutePRIA A DATA FINAL DE PRESTACcedilAtildeO DE CONTAS AO ESTADO PELO CRIME COMETIDO CONVOLACcedilAtildeO

AGOSTO 2009 15JURISPRUDEcircNCIAS

DA REVOGACcedilAtildeO DO LIVRAMENTO CONDICIONAL EM SUSPENSAtildeO CAUTELAR PARA DETERMINAR EXPEDICcedilAtildeO DE DILIGEcircNCIAS NO JUIacuteZO A QUO INCLUSIVE COM A MANUTENCcedilAtildeO DO MANDADO DE PRISAtildeO COMO FORMA DE OBJETIVAR A OITIVA DO PACIENTE FORAGIDO ORDEM PARCIALMENTE CONCEDIDA (TJRJ HABEAS CORPUS 200805903921 DES ADILSON VIEIRA MACABU - Julgamento 05082008 - SEGUNDA CAMARA CRIMINAL)

EMENTAacuteRIO DE JURISPRUDEcircNCIA CRIMINAL Nordm 172009

COMISSAtildeO DE JURISPRUDEcircNCIA Presidente DES CHERUBIN HELCIAS SCHWARTZ Organizaccedilatildeo Serviccedilo de Publicaccedilatildeo de Jurisprudecircncia (DGCON-SEJUR) da Divisatildeo de Gestatildeo de Acervos Jurisprudenciais (DGCON-DIJUR) - dijurtjrjgovbr Rua Erasmo Braga nordm 115 - Lamina I - 6ordm andar - Sala 635

bull Ementa nordm 8 - LIVRAMENTO CONDICIONAL REINCIDENCIA

bull Ementa nordm 15 - VISITA A FAMILIA INDEFERIMENTO

Ementa nordm 8

LIVRAMENTO CONDICIONAL REINCIDENCIA INICIO DA CONTAGEM DO PRAZO DATA DA CONCESSAO DO LIVRAMENTO

DIREITO CONSTITUCIONAL PENAL E PROCESSUAL PENALO apenado postulou a concessatildeo do benefiacutecio da comutaccedilatildeo da pena e do livramento condicional vindo o MP de opor-se a tal pretensatildeo ao argumento de que o apenado seria reincidenteO MM Dr Juiz da execuccedilatildeo negando razatildeo ao MP deferiu o postulado pelo apenado com fincas no inciso I do art 64 do CPEmbora o magistrado natildeo tenha explicitado as razotildees pelas quais ele entendia contrariamente agrave tese do MP que o apenado natildeo seria reincidente a essa motivaccedilatildeo chega-se facilmente atraveacutes da interpretaccedilatildeo da parte final do inciso I do art 64 do CPO livramento condicional como o proacuteprio nome diz traduz concessatildeo de liberdade sob condiccedilatildeo suspensiva e tanto assim o eacute que o art 89 do CP fala em ldquodeclarar extinta a penardquoVencido o periacuteodo de prova sem que o apenado torne a delinquir a contagem do prazo para fins de reincidecircncia haacute que ser feita com base na data em que foi concedido o livramento e natildeo do seu teacuterminoSe o apenado obteve

o livramento em 29 de marccedilo de 2000 e vem de praticar novo crime em 27 de maio de 2005 pela regra do inciso I do art 64 do CP ele natildeo pode ser considerado reincidente O fato de o juiz que condenou o Agravado tecirc-lo tido como reincidente natildeo impede o desprovimento do recurso do MP na medida em que isso natildeo constou como causa de pedir interna no recurso do MPRECURSO CONHECIDO MAS DESPROVIDO

200807601074 - RECURSO DE AGRAVO (LEI 721084) CAPITAL - SETIMA CAMARA CRIMINAL - Por maioria DES MAURILIO PASSOS BRAGA - Julg 24032009

Ementa nordm 15

VISITA A FAMILIA INDEFERIMENTO AUSENCIA DE FUNDAMENTOS ADEQUADOS ANULACAO DA DECISAO ORDEM CONCEDIDA PARCIALMENTE

HABEAS CORPUS CRIME HEDIONDO INDEFERIMENTO DO PLEITO DE VISITA PERIOacuteDICA Agrave FAMIacuteLIA AUSEcircNCIA DE FUNDAMENTOS ADEQUADOS ORDEM PARCIALMENTE CONCEDIDA PARA ANULAR A DECISAtildeO UNANIMIDADETendo em vista seus propoacutesitos a execuccedilatildeo da pena privativa de liberdade natildeo pode ser tratada como se fosse outro processo de conhecimento condenatoacuterio E assim como natildeo se permite que na aplicaccedilatildeo das penas as respectivas bases sejam fixadas com fundamentos geneacutericos e inerentes ao proacuteprio tipo tambeacutem natildeo se admite que na execuccedilatildeo se recuse ao condenado algum benefiacutecio ou direito com fundamentos geneacutericos de conveniecircncia e ligados agrave gravidade proacutepria do crime Eacute que a realidade agora eacute outra e decorre do comportamento e das condiccedilotildees pessoais do condenado evidenciados durante a execuccedilatildeo de sua pena Afinal de contas a execuccedilatildeo eacute uma extensatildeo do princiacutepio da individualizaccedilatildeo das penas que natildeo se esgota portanto com a sua fixaccedilatildeoAleacutem disso natildeo se pode nem se deve lamentar que inuacutemeros condenados pela praacutetica de crime hediondo tenham alcanccedilado regime mais brando porque se o conseguiram foi porque preenchendo os necessaacuterios requisitos tinham direito a isto e deve-se torcer que se tenham tornado pessoas melhoresMas como natildeo se pode transformar o processo relativo ao habeas corpus num paralelo agravequele que flui no juiacutezo da execuccedilatildeo a fim de verificar se o paciente preenche os requisitos legais para lhe ser deferida a visita perioacutedica agrave famiacutelia concede-se parcialmente a ordem a fim de anular a decisatildeo de primeiro grau por falta de adequada fundamentaccedilatildeo

possibilitando a ediccedilatildeo de outra de acordo com as exigecircncias do ordenamento juriacutedico Unanimidade

200905901194 - HABEAS CORPUS CAPITAL - QUINTA CAMARA CRIMINAL - Unanime DES NILDSON ARAUJO DA CRUZ - Julg 22042009

Page 11: Ministério Público do Estado do Rio de JaneiroBOLETIM INFORMATIVO - Nº 07 - ANO I - AGOSTO 2009 Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro Marcelo Gomes Silva Promotor de

AGOSTO 2009 11JURISPRUDEcircNCIAS

STJ

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL ROUBO CIRCUNSTANCIADO PENA DE 5 ANOS E 6 MESES DE RECLUSAtildeO PROGRESSAtildeO PARA O REGIME SEMI-ABERTO DEFERIDA PELO JUIZ DA VEC E CASSADA PELO TRIBUNAL A QUO AUSEcircNCIA DE MANIFESTACcedilAtildeO PREacuteVIA DO MP MATEacuteRIA NAtildeO ARGUumlIDA EM AGRAVO DE EXECUCcedilAtildeO REFORMATIO IN PEJUS SUacuteMULA 160STF DISPENSA DE EXAME CRIMINOLOacuteGICO POSSIBILIDADE PARECER DO MPF PELA DENEGACcedilAtildeO DO WRIT ORDEM CONCEDIDA POREacuteM PARA RESTABELECER A DECISAtildeO DE PRIMEIRO GRAU 1 O ato praticado fora dos ditames legais deve ser considerado nulo inclusive de ofiacutecio salvo quando tratar-se de nulidade natildeo arguumlida pela acusaccedilatildeo mas cujo reconhecimento poderaacute prejudicar a defesa por forccedila do princiacutepio da non reformatio in pejus esse eacute inclusive o teor da Suacutemula 160 do Pretoacuterio Excelso segundo a qual eacute nula a decisatildeo do Tribunal que acolhe contra o reacuteu nulidade natildeo arguumlida no recurso da acusaccedilatildeo ressalvados os casos de recurso de ofiacutecio 2 Natildeo obstante o recurso ministerial ter se restringido a alegaccedilatildeo da imprescindibilidade da realizaccedilatildeo de exame criminoloacutegico e parecer da Comissatildeo Teacutecnica de Classificaccedilatildeo para avaliar o requisito subjetivo exigido para fins de progressatildeo de regime o Tribunal a quo deu-lhe provimento em razatildeo da ausecircncia de preacutevia oitiva do Ministeacuterio Puacuteblico antes do deferimento da medida traduzindo verdadeira reformatio in pejus 3 Natildeo deve ser declarada nulidade quando natildeo resultar prejuiacutezo comprovado para a parte que a alega Isso porque o processo natildeo eacute um fim em si mesmo merecendo aproveitamento todos os atos que atingiram a sua finalidade e permitiram o exerciacutecio da ampla defesa e do contraditoacuterio 4 A nova redaccedilatildeo dada pela Lei 1079203 ao art 112 da LEP tornou prescindiacutevel a realizaccedilatildeo de exames periciais antes exigidos para a concessatildeo da progressatildeo de regime prisional cabendo ao Juiacutezo da Execuccedilatildeo a ponderaccedilatildeo casuiacutestica sobre a necessidade ou natildeo de adoccedilatildeo de tais medidas 5 Ordem concedida para restabelecer a decisatildeo de primeiro grau que havia deferido ao paciente o benefiacutecio da progressatildeo para o regime semi-aberto em que pese o parecer ministerial (STJ HC 90793 SP HABEAS CORPUS 20070220061-9 Relator(a) Ministro NAPOLEAtildeO NUNES MAIA FILHO Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 11122008 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 16022009)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL INDULTO DECRETO 562005 PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS NAtildeO-OCORREcircNCIA PATOLOGIAS ROL TAXATIVO CONSTRANGIMENTO ILEGAL NAtildeO-CONFIGURADO ORDEM DENEGADA 1 O Decreto 562005 autoriza o indulto ao condenado ldquoparapleacutegico tetrapleacutegico ou portador de cegueira total desde que tais condiccedilotildees natildeo sejam anteriores agrave praacutetica do ato e comprovadas por laudo meacutedico oficial ou na falta deste por dois meacutedicos designados pelo Juiacutezo da Execuccedilatildeordquo (art 1ordm VI a) 2 O benefiacutecio do indulto espeacutecie da clementia principis eacute de interpretaccedilatildeo restrita devendo ser concedido apenas quando estritamente preenchidos os requisitos expressos na norma regulamentadora 3 Na hipoacutetese em apreccedilo o Juiacutezo singular indeferiu o benefiacutecio sob o argumento de que o paciente natildeo preenche os requisitos estabelecidos no Decreto 562005 uma vez que natildeo eacute portador de cegueira total 4 Para se acolher a pretensatildeo aduzida pelo impetrante necessaacuterio seria extrapolar os limites do texto normativo cuja interpretaccedilatildeo cabe ao magistrado na medida em que impotildee a ampliaccedilatildeo do rol de patologiasconsequumlecircncias taxativamente estabelecido no decreto cuja elaboraccedilatildeo eacute da competecircncia discricionaacuteria e exclusiva do Presidente da Repuacuteblica a teor do art 84 XII da Constituiccedilatildeo Federal 5 Ordem denegada (STJ HC 93841 SP HABEAS CORPUS 20070259072-6 Relator(a) Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 09122008 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 02022009)

HABEAS CORPUS HOMICIacuteDIOS E ROUBOS QUALIFICADOS PACIENTE CONDENADO A 63 ANOS 11 MESES E 26 DIAS DELITOS COMETIDOS ANTERIORMENTE Agrave LEI DE CRIMES HEDIONDOS INDULTO COMUTACcedilAtildeO DE PENAS INADMISSIBILIDADE PRECEDENTES DO STJ ORDEM DENEGADA 1 Na esteira de firme jurisprudecircncia desta Corte Superior satildeo insuscetiacuteveis de indulto os crimes hediondos ainda que tenham sido cometidos antes da ediccedilatildeo da Lei 807290 tendo em vista que a natureza do crime deve ser aferida ao tempo da entrada em vigor da norma instituidora do benefiacutecio 2 Opina o MPF pela denegaccedilatildeo da ordem 3 Ordem denegada (STJ HC 88522 SP HABEAS CORPUS 20070185250-1 Relator(a) Ministro NAPOLEAtildeO NUNES MAIA FILHO Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 07102008 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 03112008)

PROCESSUAL PENAL HABEAS CORPUS INDULTO NATALINO DECRETO

Nordm 59932006 TESE NAtildeO APRESENTADA Agrave AUTORIDADE COATORA SUPRESSAtildeO DE INSTAcircNCIA DECRETO Nordm 562005 INDULTO NATALINO EXAME CRIMINOLOacuteGICO DESNECESSIDADE I - Tendo em vista que a alegaccedilatildeo de que estatildeo preenchidos os requisitos do indulto natalino com base no Decreto nordm 59932006 sequer foi suscitada perante a autoridade apontada como coatora fica esta Corte impedida de examinar tal alegaccedilatildeo sob pena de supressatildeo de instacircncia (Precedentes) II - Natildeo constando do Decreto nordm 56202005 a exigecircncia de realizaccedilatildeo de exame criminoloacutegico eacute vedado ao e Tribunal a quo condicionar a concessatildeo do indulto natalino agrave preacutevia realizaccedilatildeo do referido exame para afericcedilatildeo do meacuterito do sentenciado por absoluta falta de previsatildeo legal Writ parcialmente conhecido e nesta parte concedido (STJ HC 89686 RS HABEAS CORPUS 20070205954-0 Relator(a) Ministro FELIX FISCHER Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 15042008 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 30062008)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL DECRETO Nordm 44952002 HOMICIacuteDIO QUALIFICADO COMETIDO ANTERIORMENTE Agrave LEI Nordm 893094 CRIME HEDIONDO INDULTO INCABIMENTO 1 Eacute incabiacutevel a concessatildeo de indulto aos crimes hediondos na letra dos artigos 2ordm inciso I da Lei nordm 807290 e 5ordm inciso XLIII da Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica 2 Os crimes elencados como hediondos precisamente porque possuem nomen juris e natureza proacutepria por oacutebvio restam excluiacutedos da benesse estatal ainda quando cometidos antes da ediccedilatildeo da lei dos crimes hediondos que nesta categoria os compreendeu exclusivamente para fins investigatoacuterios processuais e de regime de cumprimento de pena 3 Ordem denegada (STJ HC 68877 SP HABEAS CORPUS 20060233951-6 Relator(a) Ministro HAMILTON CARVALHIDO Oacutergatildeo Julgador SEXTA TURMA Data do Julgamento 27052008 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 12082008)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL HOMICIacuteDIO QUALIFICADO PRATICADO ANTES DA EDICcedilAtildeO DA LEI 807290 COMUTACcedilAtildeO DE PENAS DECRETO 562005 POSSIBILIDADE EXAME CRIMINOLOacuteGICO PARA AFERIR O MERECIMENTO DO APENADO REQUISITO NAtildeO ESTABELECIDO NO REFERIDO DECRETO CONSTRANGIMENTO ILEGAL CARACTERIZADO ORDEM CONCEDIDA 1 Na anaacutelise do pedido de comutaccedilatildeo natildeo eacute permitido ao magistrado extrapolar os limites de interpretaccedilatildeo do decreto impondo requisito natildeo estabelecido no

AGOSTO 2009 12JURISPRUDEcircNCIAS

texto normativo cuja elaboraccedilatildeo eacute da competecircncia discricionaacuteria e exclusiva do Presidente da Repuacuteblica a teor do art 84 XII da Constituiccedilatildeo Federal 2 O art 8ordm do Decreto 562004 eacute claro ao excluir o benefiacutecio da comutaccedilatildeo apenas aos que tenham cometido o delito hediondo apoacutes a ediccedilatildeo da Lei 807290 sendo portanto descabido o indeferimento do pleito do paciente com fundamento na hediondez do delito o qual foi praticado em 11290 3 O Decreto 562005 autoriza a comutaccedilatildeo de 15 da pena imposta ao condenado reincidente que tenha cumprido 13 da pena e natildeo tenha sofrido sanccedilatildeo disciplinar por falta grave praticada nos uacuteltimos 12 meses do cumprimento da pena apurada na forma do art 59 e seguintes da Lei de Execuccedilotildees Penais contados retroativamente a partir da publicaccedilatildeo do referido decreto Dessa forma para a concessatildeo do benefiacutecio natildeo se exige a realizaccedilatildeo de exame criminoloacutegico a fim de aferir a presenccedila de requisitos subjetivos 4 Ordem concedida para anulando a decisatildeo singular e o acoacuterdatildeo assegurar ao paciente o direito de comutaccedilatildeo de sua pena nos termos do Decreto 562005 (STJ HC 100020 SP HABEAS CORPUS 20080027425-9 Relator(a) Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 28052008 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 04082008)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL PACIENTE CONDENADO PELA PRAacuteTICA DE ROUBO CIRCUNSTANCIADO RECEPTACcedilAtildeO QUALIFICADA E FURTOS (SIMPLES E QUALIFICADO) PENA DE 13 ANOS 7 MESES E 26 DIAS DE RECLUSAtildeO COMUTACcedilAtildeO DA PENA DEFERIDA PELO JUIZ DA VEC COM BASE NO DECRETO 562005 E CASSADA PELO TRIBUNAL A QUO COMETIMENTO DE FALTA GRAVE EM 230606 INTERRUPCcedilAtildeO DO PRAZO PARA A CONCESSAtildeO DO BENEFIacuteCIO AUSEcircNCIA DE CONSTRANGIMENTO ILEGAL IRRELEVAcircNCIA DA AFERICcedilAtildeO DE REQUISITO SUBJETIVO PARECER MINISTERIAL PELA CONCESSAtildeO DA ORDEM ORDEM DENEGADA 1 A interpretaccedilatildeo conjunta dos arts 112 118 I e 127 da LEP e do art 2o do Decreto 562005 permite a exegese de que a praacutetica de falta grave acarreta o reiniacutecio da contagem do periacuteodo de 13 da pena faltante para a obtenccedilatildeo da comutaccedilatildeo da pena Precedente da 5a Turma do STJ HC 80103SP de minha relatoria DJU 061008 2 Independentemente da discussatildeo a respeito de qualquer requisito de ordem subjetiva o paciente natildeo soma a seu favor o tempo de cumprimento de pena necessaacuterio agrave obtenccedilatildeo do benefiacutecio 3 Parecer do MPF pela concessatildeo da ordem 4 Ordem denegada (STJ HC 93996 SP HABEAS CORPUS 20070261591-5 Relator(a)

Ministro NAPOLEAtildeO NUNES MAIA FILHO Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 10022009 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 27042009)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL PACIENTE CONDENADO PELA PRAacuteTICA DE ROUBO E ROUBO CIRCUNSTANCIADO PENA DE 7 ANOS 6 MESES E 20 DIAS DE RECLUSAtildeO COMUTACcedilAtildeO DA PENA DEFERIDA PELO JUIZ DA VEC COM BASE NO DECRETO 529504 E CASSADA PELO TRIBUNAL A QUO COMETIMENTO DE FALTA GRAVE EM 291102 CONSISTENTE NA FUGA DO ESTABELECIMENTO PRISIONAL INTERRUPCcedilAtildeO DO PRAZO PARA A CONCESSAtildeO DO BENEFIacuteCIO AUSEcircNCIA DE CONSTRANGIMENTO ILEGAL ORDEM DENEGADA1 A jurisprudecircncia dessa Corte entende que ofende o princiacutepio da legalidade a decisatildeo que determina a interrupccedilatildeo do prazo para a aquisiccedilatildeo da benesse do Decreto 5295 em razatildeo do cometimento de falta de natureza grave uma vez que acaba por criar requisito objetivo natildeo previsto em lei 2 Creio que do ponto de vista positivo normativo rigorosamente literal esse posicionamento eacute incensuraacutevel entretanto ao meu sentir a interpretaccedilatildeo conjunta dos arts 112 118 I e 127 da LEP e do art 2o do Decreto 529504 permite a exegese de que a praacutetica de falta grave acarreta o reiniacutecio da contagem do periacuteodo de 13 da pena faltante para a obtenccedilatildeo da comutaccedilatildeo da pena 3 Parecer do MPF pela concessatildeo da ordem 4 Ordem denegada (STJ HC 80103 SP - Relator(a) Ministro NAPOLEAtildeO NUNES MAIA FILHO - Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA - Data do Julgamento 28082008 - Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 06102008)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL CORTE A QUO QUE MANTEVE A DECISAtildeO DE PRIMEIRO GRAU INDEFERITOacuteRIA DO BENEFIacuteCIO DA COMUTACcedilAtildeO DA PENA CONSTRANGIMENTO ILEGAL EVIDENCIADO PELA AUSEcircNCIA DE ANAacuteLISE NO ARESTO HOSTILIZADO DO PREENCHIMENTO (OU NAtildeO) DOS REQUISITOS PREVISTOS NO DECRETO 529504 PELO PACIENTE LIVRAMENTO CONDICIONAL IGUALMENTE INDEFERIDO COMETIMENTO DE FALTA GRAVE IMPOSSIBILIDADE DE INTERRUPCcedilAtildeO DO PRAZO PARA A CONCESSAtildeO DO BENEFIacuteCIO POR AUSEcircNCIA DE PREVISAtildeO LEGAL CONSTRANGIMENTO ILEGAL CONFIGURADO PRECEDENTES PARECER DO MPF PELA CONCESSAtildeO DA ORDEM ORDEM CONCEDIDA PARA QUE O TRIBUNAL A QUO ANALISE AS CONDICcedilOtildeES PARA A CONCESSAtildeO DA COMUTACcedilAtildeO DA PENA DO PACIENTE LEVANDO-SE EM CONSIDERACcedilAtildeO

SOMENTE OS REQUISITOS PREVISTOS NO DECRETO 529504 BEM COMO PARA QUE APRECIE O PEDIDO DE LIVRAMENTO CONDICIONAL SUPERADO O OacuteBICE RELATIVO Agrave INTERRUPCcedilAtildeO DO PRAZO PARA A CONCESSAtildeO DO BENEFIacuteCIO CONSIDERANDO A FRACcedilAtildeO DA PENA EVENTUALMENTE COMUTADA 1 O Decreto 529504 exige para fins de obtenccedilatildeo do benefiacutecio da comutaccedilatildeo das penas que o condenado preencha dois requisitos quais sejam cumprir um quarto da sanccedilatildeo se primaacuterio ou um terccedilo se reincidente ateacute a data de 25 de dezembro de 2004 bem como natildeo ter cometido falta grave nos uacuteltimos doze meses de cumprimento da pena 2 In casu o acoacuterdatildeo impugnado sequer fez menccedilatildeo ao implemento (ou natildeo) dos requisitos previstos no art 2o cc o art 4o do Decreto 529504 cingindo-se as razotildees para a manutenccedilatildeo do indeferimento do benefiacutecio agrave impossibilidade de anaacutelise do cumprimento das condiccedilotildees objetivas e subjetivas para a concessatildeo do pleiteado benefiacutecio em sede de Habeas Corpus e agraves diversas condenaccedilotildees que ostenta o paciente 3 A verificaccedilatildeo das condiccedilotildees para a concessatildeo da comutaccedilatildeo todavia eacute plenamente factiacutevel em Habeas Corpus por natildeo exigir ampla incursatildeo probatoacuteria De outra parte o indeferimento da benesse com supedacircneo na existecircncia de diversas condenaccedilotildees em desfavor do paciente viola o princiacutepio da legalidade por constituir exigecircncia de requisitos estranhos aos previstos no decreto 529504 Precedentes 4 O art 83 I do CPB exige para fins de obtenccedilatildeo do benefiacutecio do livramento condicional o cumprimento de mais de um terccedilo da pena total imposta ao sentenciado Assim ofende o princiacutepio da legalidade a decisatildeo que determina a interrupccedilatildeo do prazo para a aquisiccedilatildeo da referida benesse uma vez que acaba por criar requisito objetivo natildeo previsto em lei 5 Parecer do MPF pela concessatildeo do writ 6 Ordem concedida para que o Tribunal a quo analise as condiccedilotildees para a concessatildeo da comutaccedilatildeo da pena do paciente levando-se em consideraccedilatildeo somente os requisitos previstos no Decreto 529504 bem como para que aprecie o pedido de livramento condicional superado o oacutebice relativo agrave interrupccedilatildeo do prazo para a concessatildeo do benefiacutecio considerando a fraccedilatildeo da pena eventualmente comutada (STJ HC 114222 SP HABEAS CORPUS 20080187375-9 Relator(a) Ministro NAPOLEAtildeO NUNES MAIA FILHO Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 29042009 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 01062009)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL FALTA GRAVE INTERRUPCcedilAtildeO NA CONTAGEM DO LAPSO TEMPORAL PARA A CONCESSAtildeO DE BENEFIacuteCIO DE PROGRESSAtildeO DE REGIME

AGOSTO 2009 13JURISPRUDEcircNCIAS

PRISIONAL ENTENDIMENTO DO TRIBUNAL A QUO EM CONSONAcircNCIA COM A JURISPRUDEcircNCIA DESTA CORTE LIVRAMENTO CONDICIONAL E COMUTACcedilAtildeO DAS PENAS INTERRUPCcedilAtildeO DO PRAZO PARA OBTENCcedilAtildeO DO BENEFIacuteCIO PELO CONDENADO ILEGALIDADE AUSEcircNCIA DE PREVISAtildeO LEGAL PRECEDENTES INAPLICABILIDADE DO EFEITO INTERRUPTIVO QUANTO AO LIVRAMENTO CONDICIONAL E Agrave COMUTACcedilAtildeO RECONHECIDA PELO TRIBUNAL DE ORIGEM FALTA DE INTERESSE PROCESSUAL CONSTRANGIMENTO ILEGAL NAtildeO EVIDENCIADO 1 O cometimento de falta grave embora interrompa o prazo para a obtenccedilatildeo dos benefiacutecios da progressatildeo de regime natildeo o faz para fins de concessatildeo dos benefiacutecios do livramento condicional e da comutaccedilatildeo da pena por ausecircncia de previsatildeo legal Precedentes 2 Nos termos do acoacuterdatildeo hostilizado verifica-se que o efeito interruptivo somente foi reconhecido relativamente agrave progressatildeo de regime ficando ressalvada a sua inaplicabilidade com relaccedilatildeo ao livramento condicional e agrave comutaccedilatildeo evidenciado nesse particular a falta de interesse processual na medida em que natildeo evidenciado nos autos qualquer constrangimento ilegal contra o Paciente inexistindo pois ato coator por parte do Tribunal quanto ao pleitos de comutaccedilatildeo e de livramento condicional 3 Habeas corpus parcialmente conhecido e nessa parte denegado (STJ HC 121513 SP HABEAS CORPUS 20080258389-0 Relator(a) Ministra LAURITA VAZ Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 27042009 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 25052009)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL PEDIDO DE COMUTACcedilAtildeO DA PENA INDEFERIDO PELO JUIZ DA VEC E PELO TRIBUNAL A QUO PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS OBJETIVOS E SUBJETIVOS EXIGIDOS PELO DECRETO 529504 COMETIMENTO DE FALTA GRAVE EM 08032003 INTERRUPCcedilAtildeO DO PRAZO PARA A CONCESSAtildeO DO BENEFIacuteCIO IMPOSSIBILIDADE AUSEcircNCIA DE PREVISAtildeO LEGAL CONSTRANGIMENTO ILEGAL CONFIGURADO PRECEDENTES PARECER DO MPF PELA CONCESSAtildeO DA ORDEM ORDEM CONCEDIDA PARA DEFERIR AO PACIENTE O DIREITO Agrave COMUTACcedilAtildeO DA PENA 1 O Decreto 529504 exige para fins de obtenccedilatildeo do benefiacutecio da comutaccedilatildeo das penas que o condenado reincidente preencha dois requisitos quais sejam 1) cumprimento de 14 da sanccedilatildeo se primaacuterio e 13 se reincidente ateacute a data de 25 de dezembro de 2004 2) natildeo cometimento de falta grave nos uacuteltimos doze meses de cumprimento da pena contados retroativamente agrave

publicaccedilatildeo do referido Decreto 2 Ofende o princiacutepio da legalidade a decisatildeo que determina a interrupccedilatildeo do prazo para aquisiccedilatildeo da referida benesse uma vez que acaba por criar requisito objetivo natildeo previsto em lei Precedentes do STJ 3 Parecer do MPF pela concessatildeo do writ 4 Ordem concedida (STJ HC 113513 SP HABEAS CORPUS 20080180026-0 Relator(a) Ministro NAPOLEAtildeO NUNES MAIA FILHO Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 16042009 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 25052009)

HABEAS CORPUS PACIENTE CUMPRIDO PENA TOTAL DE 55 ANOS 4 MESES E 10 DIAS DE RECLUSAtildeO POR DIVERSAS INFRACcedilOtildeES AO ART 157 sect 2o I E II DO CPB FUNDAMENTACcedilAtildeO COM ARRIMO NO PARECER MINISTERIAL AUSEcircNCIA DE NULIDADE LIVRAMENTO CONDICIONAL REVOGACcedilAtildeO CONDENACcedilAtildeO IRRECORRIacuteVEL POR CRIME COMETIDO DURANTE O PERIacuteODO DE PROVA PLEITO DE COMUTACcedilAtildeO DE PENA (DECRETO PRESIDENCIAL 562005) DESCONSIDERACcedilAtildeO DO PERIacuteODO EM QUE O PACIENTE ESTAVA EM LIBERDADE NOVO CAacuteLCULO DA PENA COM INCIDEcircNCIA DO ART 88 DO CPB POSSIBILIDADE PRECEDENTE DESTA CORTE SUPERIOR ORDEM DENEGADA 1 Inserir na fundamentaccedilatildeo trecho do parecer da Procuradoria-Geral de Justiccedila natildeo provoca a nulidade da decisatildeo 2 Vem entendendo esta Corte Superior pela ausecircncia de ilegalidade quanto agrave desconsideraccedilatildeo do tempo em livramento condicional para fins de comutaccedilatildeo de pena tendo havido a revogaccedilatildeo do benefiacutecio em razatildeo de condenaccedilatildeo irrecorriacutevel por crime cometido durante o periacuteodo de prova 3 Revogado o benefiacutecio do livramento condicional antes de expirado o periacuteodo de prova e apoacutes o tracircnsito em julgado da uacuteltima condenaccedilatildeo natildeo haacute falar em ilegalidade da decisatildeo que determinou a realizaccedilatildeo de novo caacutelculo da pena na forma do art 88 do Coacutedigo Penal (HC 43337RJ Rel Min ARNALDO ESTEVES LIMA DJU 020506) 4 Opina o MPF pela concessatildeo parcial da ordem 5 Ordem denegada (STJ HC 85187 RJ HABEAS CORPUS 20070140768-6 Relator(a) Ministro NAPOLEAtildeO NUNES MAIA FILHO Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 16102008 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 24112008)

TJRJ

AGRAVO EXECUCcedilAtildeO PENAL Comutaccedilatildeo de pena Decreto Presidencial nordm 599306 Cumprimento do requisito objetivo - lapso temporal de um ano a

contar da publicaccedilatildeo do Decreto sem falta grave Para fins de concessatildeo de comutaccedilatildeo ou indulto deve ser analisado o comportamento do sentenciado durante todo periacuteodo de caacutercere ou de prova Indeferimento do pleito por ausecircncia do requisito subjetivo Se o apenado obteve o benefiacutecio de visita perioacutedica ao lar em setembro de 2006 e no mecircs de janeiro de 2007 deixou de retornar agrave Unidade natildeo pode ter deferido seu pedido de comutaccedilatildeo com base no Decreto Presidencial expedido no ano de 2006 Se o apenado encontra-se na situaccedilatildeo de evadido do Sistema natildeo eacute razoaacutevel admitir que ostente direito de obter novo benefiacutecio Repercussatildeo da conduta em toda a execuccedilatildeo de pena Recurso a que se nega provimento (TJRJ - AGRAVO DE EXECUCAO PENAL 200907600144 DES MARCO AURELIO BELLIZZE - Julgamento 29042009 - PRIMEIRA CAMARA CRIMINAL)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL LEI 721084 PEDIDO DE COMUTACcedilAtildeO DE PENA COM BASE NO DECRETO PRESIDENCIAL Nordm 449502 CUMPRIMENTO DO REQUISITO OBJETIVO AUSEcircNCIA DE MEacuteRITO CARCERAacuteRIO EM RAZAtildeO DE COMETIMENTO DE CRIMES DURANTE O PERIacuteODO DE PROVA DO LIVRAMENTO CONDICIONAL REPERCUSSAtildeO DAS CONDUTAS NO PEDIDO DE COMUTACcedilAtildeO CONSTRANGIMENTO ILEGAL INEXISTENTE DENEGACcedilAtildeO DA ORDEM(TJRJ HABEAS CORPUS 200805908014 JDS DES MARIA ANGELICA GUEDES - Julgamento 13012009 - TERCEIRA CAMARA CRIMINAL)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL DECISAtildeO JUDICIAL DENEGATOacuteRIA DO INDULTO FUNDAMENTADA NO FATO DE QUE O DEFERIMENTO DE INDULTO OU COMUTACcedilAtildeO DEPENDE DE CUMPRIMENTO DE REQUISITO SUBJETIVO QUE DEVE SER AVALIADO DURANTE TODA A EXECUCcedilAtildeO DA PENA IMPUGNACcedilAtildeO PELA VIA DE HABEAS CORPUS SEM NOTIacuteCIA DE INTERPOSICcedilAtildeO DE AGRAVO ADMISSIBILIDADE DA ACcedilAtildeO CONSTITUCIONAL HAJA VISTA A MANIFESTA ILEGALIDADE DA DECISAtildeO COM INTERFEREcircNCIA DIRETA NO DIREITO DE LIBERDADE DO PACIENTE DECRETO DE INDULTOCOMUTACcedilAtildeO QUE DEFINE AS CONDICcedilOtildeES DE DEFERIMENTO DOS DIREITOS A QUE ALUDE E NAtildeO OFERECE MARGEM A TEMPERAMENTO JUDICIAL PRINCIacutePIO DE ESTRITA LEGALIDADE CRIACcedilAtildeO JUDICIAL DE CONDICcedilAtildeO PARA DEFERIMENTO DE INDULTOCOMUTACcedilAtildeO QUE VIOLA O PRINCIacutePIO CONSTITUCIONAL DA SEPARACcedilAtildeO DOS PODERES E ATENTA CONTRA

AGOSTO 2009 14JURISPRUDEcircNCIAS

O PRINCIacutePIO CONSTITUCIONAL DA RESERVA LEGAL EM MATEacuteRIA DE SANCcedilAtildeO PENAL CASO CONCRETO REGULADO PELO DECRETO Nordm 5993 DE 19 DE DEZEMBRO DE 2006 QUE ESTABELECE QUE OS CONDENADOS QUE NAtildeO TENHAM SIDO PUNIDOS POR FALTA GRAVE NOS UacuteLTIMOS DOZE MESES DE CUMPRIMENTO DE PENA TERAtildeO DIREITO AO INDULTO OU Agrave COMUTACcedilAtildeO CONTADO O RESPECTIVO PRAZO RETROATIVAMENTE Agrave DATA DE PUBLICACcedilAtildeO DO DECRETO HABEAS CORPUS NAtildeO INSTRUIacuteDO DE SORTE A DEFINIR O TEMPO DE CONDENACcedilAtildeO E DEMAIS CIRCUNSTAcircNCIAS PARA AFERICcedilAtildeO DO DIREITO AO INDULTO OU COMUTACcedilAtildeO CONSTRANGIMENTO CONFIGURADO DECISAtildeO LIMITADA Agrave DECLARACcedilAtildeO DA NULIDADE DO PRONUNCIAMENTO JUDICIAL QUE OPOcircS AO INDULTOCOMUTACcedilAtildeO AS FALTAS GRAVES COMETIDAS ANTES E DEPOIS DO PERIacuteODO AQUISITIVO DO DIREITO NOVA DECISAtildeO QUE DEVERAacute SER PROFERIDA PELO JUIZ DA EXECUCcedilAtildeO COM EXPRESSA DESCONSIDERACcedilAtildeO DO OacuteBICE DECLARADO ILEGAL Decisatildeo que indeferiu o indulto sob o fundamento de que haveria requisito subjetivo para o deferimento deste indulto e que tal requisito deveria ser avaliado durante a execuccedilatildeo da pena A rigor o habeas corpus natildeo constitui instrumento adequado para o exame direto do pleito de indulto por causa da previsatildeo de recurso proacuteprio Patente a ilegalidade todavia cabe habeas corpus para fazer cessar o constrangimento ilegal Decreto de indulto que natildeo estipula requisitos de ordem subjetiva para a admissatildeo do referido direito Ato do Presidente da Repuacuteblica que natildeo pode ser alterado pelo juiz sob pena de violaccedilatildeo do princiacutepio da separaccedilatildeo dos Poderes Exigecircncia normativa conformada agrave condenaccedilatildeo primariedade ou reincidecircncia situaccedilotildees especiacuteficas descritas no decreto tempo de cumprimento de pena e inexistecircncia de falta grave nos doze uacuteltimos meses da execuccedilatildeo a contar da publicaccedilatildeo do Decreto Impossibilidade de o juiz invadir a competecircncia do Chefe do Executivo e definir outros requisitos aleacutem dos previstos no Decreto Violaccedilatildeo tambeacutem do princiacutepio da reserva legal definido no artigo 5ordm inciso XXXIX da Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica que veda ao julgador agravar a sanccedilatildeo ainda que em acircmbito de execuccedilatildeo valendo-se de requisitos que natildeo estatildeo previstos em lei Caso concreto que elege faltas graves anterior e posterior ao periacuteodo aquisitivo do direito (28 de novembro de 2005 e 01 de novembro de 2007) como fundamento para indeferir pedido de indulto de pena Instruccedilatildeo todavia insuficiente deste habeas corpus de sorte a determinar a incidecircncia de indulto ou comutaccedilatildeo e

mesmo do tempo total de condenaccedilatildeo Necessidade de nova avaliaccedilatildeo do caso pelo juiz natural com expressa exclusatildeo do ldquorequisitordquo indevidamente considerado para obstar o deferimento do direito ao condenado ORDEM CONCEDIDA (TJRJ - HABEAS CORPUS - 200805906809 - DES GERALDO PRADO - Julgamento 13112008 - QUINTA CAMARA CRIMINAL)

EMENTA - INDULTO CONDICIONAL - COMETIMENTO DE NOVO CRIME NO PERIacuteODO DA CONDICcedilAtildeO - CONDENACcedilAtildeO TRANSITADA EM JULGADO - INCIDENTE DE REVOGACcedilAtildeO DO INDULTO TRAMITANDO REGULARMENTE CONSIDERADA A DATA DO TRAcircNSITO EM JULGADO DO NOVO CRIME - NECESSIDADE DE ELABORACcedilAtildeO DE NOVO CAacuteLCULO DE PENA PARA SE ESTABELECER O REGIME PRISIONAL - AUSEcircNCIA DE CONSTRANGIMENTO ILEGAL Se o paciente deu causa a revogaccedilatildeo do indulto condicional que lhe foi deferido pois cometeu novo crime no periacuteodo da condiccedilatildeo cuja sentenccedila condenatoacuteria jaacute transitou em julgado e estando em tramitaccedilatildeo regular o incidente de execuccedilatildeo visando estabelecer o regime prisional ao qual ficaraacute submetido para o cumprimento da pena unificada inocorre o alegado constrangimento ilegalOrdem denegada (TJRJ HABEAS CORPUS 200805906725 DES VALMIR DE OLIVEIRA SILVA - Julgamento 11112008 - TERCEIRA CAMARA CRIMINAL)

RECURSO DE AGRAVO - REVOGACcedilAtildeO DO LIVRAMENTO CONDICIONAL SEM OITIVA DO APENADO - POSSIBILIDADE - ARTIGO 87 DO CP - COMUTACcedilAtildeO DE frac14 DA PENA NECESSIDADE DE APRECIACcedilAtildeO QUANTO AOS REQUISITOS OBJETIVOS E SUBJETIVOS - DESPROVIMENTO DO RECURSO UNAcircNIME(TJRJ AGRAVO DE EXECUCAO PENAL 200807600839 DES ELIZABETH GREGORY - Julgamento 07102008 - SETIMA CAMARA CRIMINAL)

EMENTA RECURSO DE AGRAVO EM EXECUCcedilAtildeO DECRETO Nordm 59932006 - AGRAVANTE CONDENADO PELA PRAacuteTICA DE VAacuteRIOS CRIMES GRAVES INCLUINDO O DE TRAacuteFICO ILIacuteCITO DE ENTORPECENTES QUE REQUER A COMUTACcedilAtildeO PREVISTA NO DECRETO Nordm 59932006 IMPOSSIBILIDADE - O ART 8ordm I DO DECRETO Nordm 59932006 VEDA EXPRESSAMENTE A CONCESSAtildeO DO BENEFIacuteCIO AgraveQUELES QUE COMETERAM O CRIME DE TRAacuteFICO ILIacuteCITO DE ENTORPECENTES INDEPENDENTE DE QUANDO ESTE FORA COMETIDO - RECURSO A QUE SE NEGA PROVIMENTO (TJRJ AGRAVO

DE EXECUCAO PENAL 200807600859 DES ANTONIO JOSE CARVALHO - Julgamento 23092008 - SEGUNDA CAMARA CRIMINAL)

200807700052 - CORREICAO PARCIAL - 1ordf EmentaDES KATIA JANGUTTA - Julgamento 17022009 - SEGUNDA CAMARA CRIMINAL

Correiccedilatildeo parcial Indeferimento do pedido de esclarecimentos da Folha de Antecedentes Criminais do ora reclamado que visava agrave anaacutelise pelo Parquet da possibilidade de concessatildeo de benefiacutecios tais como a unificaccedilatildeo das penas privativas de liberdade e suas consequumlecircnciasCom efeito o poder requisitoacuterio do Ministeacuterio Puacuteblico estaacute regulado em lei e embora o artigo 47 do Coacutedigo de Processo Penal lhe atribua legitimidade para requisitar diretamente a quaisquer autoridades ou funcionaacuterios documentos ou elementos de convicccedilatildeo que julgue necessaacuterios o artigo 399 daquele estatuto processual conferiu-lhe o direito subjetivo de requerer ao juiz as diligecircncias que julgar convenientes in casu o que achou imprescindiacutevel ao exame dos requisitos relativos aos benefiacutecios contidos na Lei de Execuccedilotildees Penais Eacute preciso ter em conta que a diligecircncia pleiteada pelo Parquet natildeo dizia apenas com a requisiccedilatildeo da FAC mas com informaccedilotildees e esclarecimentos referentes agraves anotaccedilotildees nela contidas a serem fornecidas por outros Juiacutezos que efetivamente soacute a concederiam mediante solicitaccedilatildeo de outra autoridade judiciaacuteria Correiccedilatildeo provida

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL COMUTACcedilAtildeO DE PENA VIA INIDOcircNEA TAL BENEFIacuteCIO DEVE SER PROCESSADO OBSERVANDO-SE QUANTO Agrave EVENTUAL EXISTEcircNCIA DE FALTA GRAVE OS 12 UacuteLTIMOS MESES DE CUMPRIMENTO DA PENA A CONTAR DA DATA DA PUBLICACcedilAtildeO DO DECRETO Nordm 562005 LIVRAMENTO CONDICIONAL NAtildeO COMPARECIMENTO DO LIBERADO REVOGACcedilAtildeO DO BENEFIacuteCIO PORQUE DESCUMPRIDAS AS CONDICcedilOtildeES AgraveS QUAIS O MESMO FICA SUBORDINADO AUSEcircNCIA DE OITIVA PREacuteVIA A REVOGACcedilAtildeO DO BENEFIacuteCIO SEJA OBRIGATOacuteRIA OU FACULTATIVA TANTO PODE SER DECRETADA PELO JUIZ DE OFIacuteCIO COMO A REQUERIMENTO DO MINISTEacuteRIO PUacuteBLICO MEDIANTE REPRESENTACcedilAtildeO DO CONSELHO PENITENCIAacuteRIO DEVENDO ANTES SER OUVIDO O APENADO A SUSPENSAtildeO CAUTELAR Eacute MEDIDA APTA A IMPEDIR QUE O AGENTE DETERMINE POR VONTADE PROacutePRIA A DATA FINAL DE PRESTACcedilAtildeO DE CONTAS AO ESTADO PELO CRIME COMETIDO CONVOLACcedilAtildeO

AGOSTO 2009 15JURISPRUDEcircNCIAS

DA REVOGACcedilAtildeO DO LIVRAMENTO CONDICIONAL EM SUSPENSAtildeO CAUTELAR PARA DETERMINAR EXPEDICcedilAtildeO DE DILIGEcircNCIAS NO JUIacuteZO A QUO INCLUSIVE COM A MANUTENCcedilAtildeO DO MANDADO DE PRISAtildeO COMO FORMA DE OBJETIVAR A OITIVA DO PACIENTE FORAGIDO ORDEM PARCIALMENTE CONCEDIDA (TJRJ HABEAS CORPUS 200805903921 DES ADILSON VIEIRA MACABU - Julgamento 05082008 - SEGUNDA CAMARA CRIMINAL)

EMENTAacuteRIO DE JURISPRUDEcircNCIA CRIMINAL Nordm 172009

COMISSAtildeO DE JURISPRUDEcircNCIA Presidente DES CHERUBIN HELCIAS SCHWARTZ Organizaccedilatildeo Serviccedilo de Publicaccedilatildeo de Jurisprudecircncia (DGCON-SEJUR) da Divisatildeo de Gestatildeo de Acervos Jurisprudenciais (DGCON-DIJUR) - dijurtjrjgovbr Rua Erasmo Braga nordm 115 - Lamina I - 6ordm andar - Sala 635

bull Ementa nordm 8 - LIVRAMENTO CONDICIONAL REINCIDENCIA

bull Ementa nordm 15 - VISITA A FAMILIA INDEFERIMENTO

Ementa nordm 8

LIVRAMENTO CONDICIONAL REINCIDENCIA INICIO DA CONTAGEM DO PRAZO DATA DA CONCESSAO DO LIVRAMENTO

DIREITO CONSTITUCIONAL PENAL E PROCESSUAL PENALO apenado postulou a concessatildeo do benefiacutecio da comutaccedilatildeo da pena e do livramento condicional vindo o MP de opor-se a tal pretensatildeo ao argumento de que o apenado seria reincidenteO MM Dr Juiz da execuccedilatildeo negando razatildeo ao MP deferiu o postulado pelo apenado com fincas no inciso I do art 64 do CPEmbora o magistrado natildeo tenha explicitado as razotildees pelas quais ele entendia contrariamente agrave tese do MP que o apenado natildeo seria reincidente a essa motivaccedilatildeo chega-se facilmente atraveacutes da interpretaccedilatildeo da parte final do inciso I do art 64 do CPO livramento condicional como o proacuteprio nome diz traduz concessatildeo de liberdade sob condiccedilatildeo suspensiva e tanto assim o eacute que o art 89 do CP fala em ldquodeclarar extinta a penardquoVencido o periacuteodo de prova sem que o apenado torne a delinquir a contagem do prazo para fins de reincidecircncia haacute que ser feita com base na data em que foi concedido o livramento e natildeo do seu teacuterminoSe o apenado obteve

o livramento em 29 de marccedilo de 2000 e vem de praticar novo crime em 27 de maio de 2005 pela regra do inciso I do art 64 do CP ele natildeo pode ser considerado reincidente O fato de o juiz que condenou o Agravado tecirc-lo tido como reincidente natildeo impede o desprovimento do recurso do MP na medida em que isso natildeo constou como causa de pedir interna no recurso do MPRECURSO CONHECIDO MAS DESPROVIDO

200807601074 - RECURSO DE AGRAVO (LEI 721084) CAPITAL - SETIMA CAMARA CRIMINAL - Por maioria DES MAURILIO PASSOS BRAGA - Julg 24032009

Ementa nordm 15

VISITA A FAMILIA INDEFERIMENTO AUSENCIA DE FUNDAMENTOS ADEQUADOS ANULACAO DA DECISAO ORDEM CONCEDIDA PARCIALMENTE

HABEAS CORPUS CRIME HEDIONDO INDEFERIMENTO DO PLEITO DE VISITA PERIOacuteDICA Agrave FAMIacuteLIA AUSEcircNCIA DE FUNDAMENTOS ADEQUADOS ORDEM PARCIALMENTE CONCEDIDA PARA ANULAR A DECISAtildeO UNANIMIDADETendo em vista seus propoacutesitos a execuccedilatildeo da pena privativa de liberdade natildeo pode ser tratada como se fosse outro processo de conhecimento condenatoacuterio E assim como natildeo se permite que na aplicaccedilatildeo das penas as respectivas bases sejam fixadas com fundamentos geneacutericos e inerentes ao proacuteprio tipo tambeacutem natildeo se admite que na execuccedilatildeo se recuse ao condenado algum benefiacutecio ou direito com fundamentos geneacutericos de conveniecircncia e ligados agrave gravidade proacutepria do crime Eacute que a realidade agora eacute outra e decorre do comportamento e das condiccedilotildees pessoais do condenado evidenciados durante a execuccedilatildeo de sua pena Afinal de contas a execuccedilatildeo eacute uma extensatildeo do princiacutepio da individualizaccedilatildeo das penas que natildeo se esgota portanto com a sua fixaccedilatildeoAleacutem disso natildeo se pode nem se deve lamentar que inuacutemeros condenados pela praacutetica de crime hediondo tenham alcanccedilado regime mais brando porque se o conseguiram foi porque preenchendo os necessaacuterios requisitos tinham direito a isto e deve-se torcer que se tenham tornado pessoas melhoresMas como natildeo se pode transformar o processo relativo ao habeas corpus num paralelo agravequele que flui no juiacutezo da execuccedilatildeo a fim de verificar se o paciente preenche os requisitos legais para lhe ser deferida a visita perioacutedica agrave famiacutelia concede-se parcialmente a ordem a fim de anular a decisatildeo de primeiro grau por falta de adequada fundamentaccedilatildeo

possibilitando a ediccedilatildeo de outra de acordo com as exigecircncias do ordenamento juriacutedico Unanimidade

200905901194 - HABEAS CORPUS CAPITAL - QUINTA CAMARA CRIMINAL - Unanime DES NILDSON ARAUJO DA CRUZ - Julg 22042009

Page 12: Ministério Público do Estado do Rio de JaneiroBOLETIM INFORMATIVO - Nº 07 - ANO I - AGOSTO 2009 Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro Marcelo Gomes Silva Promotor de

AGOSTO 2009 12JURISPRUDEcircNCIAS

texto normativo cuja elaboraccedilatildeo eacute da competecircncia discricionaacuteria e exclusiva do Presidente da Repuacuteblica a teor do art 84 XII da Constituiccedilatildeo Federal 2 O art 8ordm do Decreto 562004 eacute claro ao excluir o benefiacutecio da comutaccedilatildeo apenas aos que tenham cometido o delito hediondo apoacutes a ediccedilatildeo da Lei 807290 sendo portanto descabido o indeferimento do pleito do paciente com fundamento na hediondez do delito o qual foi praticado em 11290 3 O Decreto 562005 autoriza a comutaccedilatildeo de 15 da pena imposta ao condenado reincidente que tenha cumprido 13 da pena e natildeo tenha sofrido sanccedilatildeo disciplinar por falta grave praticada nos uacuteltimos 12 meses do cumprimento da pena apurada na forma do art 59 e seguintes da Lei de Execuccedilotildees Penais contados retroativamente a partir da publicaccedilatildeo do referido decreto Dessa forma para a concessatildeo do benefiacutecio natildeo se exige a realizaccedilatildeo de exame criminoloacutegico a fim de aferir a presenccedila de requisitos subjetivos 4 Ordem concedida para anulando a decisatildeo singular e o acoacuterdatildeo assegurar ao paciente o direito de comutaccedilatildeo de sua pena nos termos do Decreto 562005 (STJ HC 100020 SP HABEAS CORPUS 20080027425-9 Relator(a) Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 28052008 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 04082008)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL PACIENTE CONDENADO PELA PRAacuteTICA DE ROUBO CIRCUNSTANCIADO RECEPTACcedilAtildeO QUALIFICADA E FURTOS (SIMPLES E QUALIFICADO) PENA DE 13 ANOS 7 MESES E 26 DIAS DE RECLUSAtildeO COMUTACcedilAtildeO DA PENA DEFERIDA PELO JUIZ DA VEC COM BASE NO DECRETO 562005 E CASSADA PELO TRIBUNAL A QUO COMETIMENTO DE FALTA GRAVE EM 230606 INTERRUPCcedilAtildeO DO PRAZO PARA A CONCESSAtildeO DO BENEFIacuteCIO AUSEcircNCIA DE CONSTRANGIMENTO ILEGAL IRRELEVAcircNCIA DA AFERICcedilAtildeO DE REQUISITO SUBJETIVO PARECER MINISTERIAL PELA CONCESSAtildeO DA ORDEM ORDEM DENEGADA 1 A interpretaccedilatildeo conjunta dos arts 112 118 I e 127 da LEP e do art 2o do Decreto 562005 permite a exegese de que a praacutetica de falta grave acarreta o reiniacutecio da contagem do periacuteodo de 13 da pena faltante para a obtenccedilatildeo da comutaccedilatildeo da pena Precedente da 5a Turma do STJ HC 80103SP de minha relatoria DJU 061008 2 Independentemente da discussatildeo a respeito de qualquer requisito de ordem subjetiva o paciente natildeo soma a seu favor o tempo de cumprimento de pena necessaacuterio agrave obtenccedilatildeo do benefiacutecio 3 Parecer do MPF pela concessatildeo da ordem 4 Ordem denegada (STJ HC 93996 SP HABEAS CORPUS 20070261591-5 Relator(a)

Ministro NAPOLEAtildeO NUNES MAIA FILHO Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 10022009 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 27042009)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL PACIENTE CONDENADO PELA PRAacuteTICA DE ROUBO E ROUBO CIRCUNSTANCIADO PENA DE 7 ANOS 6 MESES E 20 DIAS DE RECLUSAtildeO COMUTACcedilAtildeO DA PENA DEFERIDA PELO JUIZ DA VEC COM BASE NO DECRETO 529504 E CASSADA PELO TRIBUNAL A QUO COMETIMENTO DE FALTA GRAVE EM 291102 CONSISTENTE NA FUGA DO ESTABELECIMENTO PRISIONAL INTERRUPCcedilAtildeO DO PRAZO PARA A CONCESSAtildeO DO BENEFIacuteCIO AUSEcircNCIA DE CONSTRANGIMENTO ILEGAL ORDEM DENEGADA1 A jurisprudecircncia dessa Corte entende que ofende o princiacutepio da legalidade a decisatildeo que determina a interrupccedilatildeo do prazo para a aquisiccedilatildeo da benesse do Decreto 5295 em razatildeo do cometimento de falta de natureza grave uma vez que acaba por criar requisito objetivo natildeo previsto em lei 2 Creio que do ponto de vista positivo normativo rigorosamente literal esse posicionamento eacute incensuraacutevel entretanto ao meu sentir a interpretaccedilatildeo conjunta dos arts 112 118 I e 127 da LEP e do art 2o do Decreto 529504 permite a exegese de que a praacutetica de falta grave acarreta o reiniacutecio da contagem do periacuteodo de 13 da pena faltante para a obtenccedilatildeo da comutaccedilatildeo da pena 3 Parecer do MPF pela concessatildeo da ordem 4 Ordem denegada (STJ HC 80103 SP - Relator(a) Ministro NAPOLEAtildeO NUNES MAIA FILHO - Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA - Data do Julgamento 28082008 - Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 06102008)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL CORTE A QUO QUE MANTEVE A DECISAtildeO DE PRIMEIRO GRAU INDEFERITOacuteRIA DO BENEFIacuteCIO DA COMUTACcedilAtildeO DA PENA CONSTRANGIMENTO ILEGAL EVIDENCIADO PELA AUSEcircNCIA DE ANAacuteLISE NO ARESTO HOSTILIZADO DO PREENCHIMENTO (OU NAtildeO) DOS REQUISITOS PREVISTOS NO DECRETO 529504 PELO PACIENTE LIVRAMENTO CONDICIONAL IGUALMENTE INDEFERIDO COMETIMENTO DE FALTA GRAVE IMPOSSIBILIDADE DE INTERRUPCcedilAtildeO DO PRAZO PARA A CONCESSAtildeO DO BENEFIacuteCIO POR AUSEcircNCIA DE PREVISAtildeO LEGAL CONSTRANGIMENTO ILEGAL CONFIGURADO PRECEDENTES PARECER DO MPF PELA CONCESSAtildeO DA ORDEM ORDEM CONCEDIDA PARA QUE O TRIBUNAL A QUO ANALISE AS CONDICcedilOtildeES PARA A CONCESSAtildeO DA COMUTACcedilAtildeO DA PENA DO PACIENTE LEVANDO-SE EM CONSIDERACcedilAtildeO

SOMENTE OS REQUISITOS PREVISTOS NO DECRETO 529504 BEM COMO PARA QUE APRECIE O PEDIDO DE LIVRAMENTO CONDICIONAL SUPERADO O OacuteBICE RELATIVO Agrave INTERRUPCcedilAtildeO DO PRAZO PARA A CONCESSAtildeO DO BENEFIacuteCIO CONSIDERANDO A FRACcedilAtildeO DA PENA EVENTUALMENTE COMUTADA 1 O Decreto 529504 exige para fins de obtenccedilatildeo do benefiacutecio da comutaccedilatildeo das penas que o condenado preencha dois requisitos quais sejam cumprir um quarto da sanccedilatildeo se primaacuterio ou um terccedilo se reincidente ateacute a data de 25 de dezembro de 2004 bem como natildeo ter cometido falta grave nos uacuteltimos doze meses de cumprimento da pena 2 In casu o acoacuterdatildeo impugnado sequer fez menccedilatildeo ao implemento (ou natildeo) dos requisitos previstos no art 2o cc o art 4o do Decreto 529504 cingindo-se as razotildees para a manutenccedilatildeo do indeferimento do benefiacutecio agrave impossibilidade de anaacutelise do cumprimento das condiccedilotildees objetivas e subjetivas para a concessatildeo do pleiteado benefiacutecio em sede de Habeas Corpus e agraves diversas condenaccedilotildees que ostenta o paciente 3 A verificaccedilatildeo das condiccedilotildees para a concessatildeo da comutaccedilatildeo todavia eacute plenamente factiacutevel em Habeas Corpus por natildeo exigir ampla incursatildeo probatoacuteria De outra parte o indeferimento da benesse com supedacircneo na existecircncia de diversas condenaccedilotildees em desfavor do paciente viola o princiacutepio da legalidade por constituir exigecircncia de requisitos estranhos aos previstos no decreto 529504 Precedentes 4 O art 83 I do CPB exige para fins de obtenccedilatildeo do benefiacutecio do livramento condicional o cumprimento de mais de um terccedilo da pena total imposta ao sentenciado Assim ofende o princiacutepio da legalidade a decisatildeo que determina a interrupccedilatildeo do prazo para a aquisiccedilatildeo da referida benesse uma vez que acaba por criar requisito objetivo natildeo previsto em lei 5 Parecer do MPF pela concessatildeo do writ 6 Ordem concedida para que o Tribunal a quo analise as condiccedilotildees para a concessatildeo da comutaccedilatildeo da pena do paciente levando-se em consideraccedilatildeo somente os requisitos previstos no Decreto 529504 bem como para que aprecie o pedido de livramento condicional superado o oacutebice relativo agrave interrupccedilatildeo do prazo para a concessatildeo do benefiacutecio considerando a fraccedilatildeo da pena eventualmente comutada (STJ HC 114222 SP HABEAS CORPUS 20080187375-9 Relator(a) Ministro NAPOLEAtildeO NUNES MAIA FILHO Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 29042009 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 01062009)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL FALTA GRAVE INTERRUPCcedilAtildeO NA CONTAGEM DO LAPSO TEMPORAL PARA A CONCESSAtildeO DE BENEFIacuteCIO DE PROGRESSAtildeO DE REGIME

AGOSTO 2009 13JURISPRUDEcircNCIAS

PRISIONAL ENTENDIMENTO DO TRIBUNAL A QUO EM CONSONAcircNCIA COM A JURISPRUDEcircNCIA DESTA CORTE LIVRAMENTO CONDICIONAL E COMUTACcedilAtildeO DAS PENAS INTERRUPCcedilAtildeO DO PRAZO PARA OBTENCcedilAtildeO DO BENEFIacuteCIO PELO CONDENADO ILEGALIDADE AUSEcircNCIA DE PREVISAtildeO LEGAL PRECEDENTES INAPLICABILIDADE DO EFEITO INTERRUPTIVO QUANTO AO LIVRAMENTO CONDICIONAL E Agrave COMUTACcedilAtildeO RECONHECIDA PELO TRIBUNAL DE ORIGEM FALTA DE INTERESSE PROCESSUAL CONSTRANGIMENTO ILEGAL NAtildeO EVIDENCIADO 1 O cometimento de falta grave embora interrompa o prazo para a obtenccedilatildeo dos benefiacutecios da progressatildeo de regime natildeo o faz para fins de concessatildeo dos benefiacutecios do livramento condicional e da comutaccedilatildeo da pena por ausecircncia de previsatildeo legal Precedentes 2 Nos termos do acoacuterdatildeo hostilizado verifica-se que o efeito interruptivo somente foi reconhecido relativamente agrave progressatildeo de regime ficando ressalvada a sua inaplicabilidade com relaccedilatildeo ao livramento condicional e agrave comutaccedilatildeo evidenciado nesse particular a falta de interesse processual na medida em que natildeo evidenciado nos autos qualquer constrangimento ilegal contra o Paciente inexistindo pois ato coator por parte do Tribunal quanto ao pleitos de comutaccedilatildeo e de livramento condicional 3 Habeas corpus parcialmente conhecido e nessa parte denegado (STJ HC 121513 SP HABEAS CORPUS 20080258389-0 Relator(a) Ministra LAURITA VAZ Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 27042009 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 25052009)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL PEDIDO DE COMUTACcedilAtildeO DA PENA INDEFERIDO PELO JUIZ DA VEC E PELO TRIBUNAL A QUO PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS OBJETIVOS E SUBJETIVOS EXIGIDOS PELO DECRETO 529504 COMETIMENTO DE FALTA GRAVE EM 08032003 INTERRUPCcedilAtildeO DO PRAZO PARA A CONCESSAtildeO DO BENEFIacuteCIO IMPOSSIBILIDADE AUSEcircNCIA DE PREVISAtildeO LEGAL CONSTRANGIMENTO ILEGAL CONFIGURADO PRECEDENTES PARECER DO MPF PELA CONCESSAtildeO DA ORDEM ORDEM CONCEDIDA PARA DEFERIR AO PACIENTE O DIREITO Agrave COMUTACcedilAtildeO DA PENA 1 O Decreto 529504 exige para fins de obtenccedilatildeo do benefiacutecio da comutaccedilatildeo das penas que o condenado reincidente preencha dois requisitos quais sejam 1) cumprimento de 14 da sanccedilatildeo se primaacuterio e 13 se reincidente ateacute a data de 25 de dezembro de 2004 2) natildeo cometimento de falta grave nos uacuteltimos doze meses de cumprimento da pena contados retroativamente agrave

publicaccedilatildeo do referido Decreto 2 Ofende o princiacutepio da legalidade a decisatildeo que determina a interrupccedilatildeo do prazo para aquisiccedilatildeo da referida benesse uma vez que acaba por criar requisito objetivo natildeo previsto em lei Precedentes do STJ 3 Parecer do MPF pela concessatildeo do writ 4 Ordem concedida (STJ HC 113513 SP HABEAS CORPUS 20080180026-0 Relator(a) Ministro NAPOLEAtildeO NUNES MAIA FILHO Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 16042009 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 25052009)

HABEAS CORPUS PACIENTE CUMPRIDO PENA TOTAL DE 55 ANOS 4 MESES E 10 DIAS DE RECLUSAtildeO POR DIVERSAS INFRACcedilOtildeES AO ART 157 sect 2o I E II DO CPB FUNDAMENTACcedilAtildeO COM ARRIMO NO PARECER MINISTERIAL AUSEcircNCIA DE NULIDADE LIVRAMENTO CONDICIONAL REVOGACcedilAtildeO CONDENACcedilAtildeO IRRECORRIacuteVEL POR CRIME COMETIDO DURANTE O PERIacuteODO DE PROVA PLEITO DE COMUTACcedilAtildeO DE PENA (DECRETO PRESIDENCIAL 562005) DESCONSIDERACcedilAtildeO DO PERIacuteODO EM QUE O PACIENTE ESTAVA EM LIBERDADE NOVO CAacuteLCULO DA PENA COM INCIDEcircNCIA DO ART 88 DO CPB POSSIBILIDADE PRECEDENTE DESTA CORTE SUPERIOR ORDEM DENEGADA 1 Inserir na fundamentaccedilatildeo trecho do parecer da Procuradoria-Geral de Justiccedila natildeo provoca a nulidade da decisatildeo 2 Vem entendendo esta Corte Superior pela ausecircncia de ilegalidade quanto agrave desconsideraccedilatildeo do tempo em livramento condicional para fins de comutaccedilatildeo de pena tendo havido a revogaccedilatildeo do benefiacutecio em razatildeo de condenaccedilatildeo irrecorriacutevel por crime cometido durante o periacuteodo de prova 3 Revogado o benefiacutecio do livramento condicional antes de expirado o periacuteodo de prova e apoacutes o tracircnsito em julgado da uacuteltima condenaccedilatildeo natildeo haacute falar em ilegalidade da decisatildeo que determinou a realizaccedilatildeo de novo caacutelculo da pena na forma do art 88 do Coacutedigo Penal (HC 43337RJ Rel Min ARNALDO ESTEVES LIMA DJU 020506) 4 Opina o MPF pela concessatildeo parcial da ordem 5 Ordem denegada (STJ HC 85187 RJ HABEAS CORPUS 20070140768-6 Relator(a) Ministro NAPOLEAtildeO NUNES MAIA FILHO Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 16102008 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 24112008)

TJRJ

AGRAVO EXECUCcedilAtildeO PENAL Comutaccedilatildeo de pena Decreto Presidencial nordm 599306 Cumprimento do requisito objetivo - lapso temporal de um ano a

contar da publicaccedilatildeo do Decreto sem falta grave Para fins de concessatildeo de comutaccedilatildeo ou indulto deve ser analisado o comportamento do sentenciado durante todo periacuteodo de caacutercere ou de prova Indeferimento do pleito por ausecircncia do requisito subjetivo Se o apenado obteve o benefiacutecio de visita perioacutedica ao lar em setembro de 2006 e no mecircs de janeiro de 2007 deixou de retornar agrave Unidade natildeo pode ter deferido seu pedido de comutaccedilatildeo com base no Decreto Presidencial expedido no ano de 2006 Se o apenado encontra-se na situaccedilatildeo de evadido do Sistema natildeo eacute razoaacutevel admitir que ostente direito de obter novo benefiacutecio Repercussatildeo da conduta em toda a execuccedilatildeo de pena Recurso a que se nega provimento (TJRJ - AGRAVO DE EXECUCAO PENAL 200907600144 DES MARCO AURELIO BELLIZZE - Julgamento 29042009 - PRIMEIRA CAMARA CRIMINAL)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL LEI 721084 PEDIDO DE COMUTACcedilAtildeO DE PENA COM BASE NO DECRETO PRESIDENCIAL Nordm 449502 CUMPRIMENTO DO REQUISITO OBJETIVO AUSEcircNCIA DE MEacuteRITO CARCERAacuteRIO EM RAZAtildeO DE COMETIMENTO DE CRIMES DURANTE O PERIacuteODO DE PROVA DO LIVRAMENTO CONDICIONAL REPERCUSSAtildeO DAS CONDUTAS NO PEDIDO DE COMUTACcedilAtildeO CONSTRANGIMENTO ILEGAL INEXISTENTE DENEGACcedilAtildeO DA ORDEM(TJRJ HABEAS CORPUS 200805908014 JDS DES MARIA ANGELICA GUEDES - Julgamento 13012009 - TERCEIRA CAMARA CRIMINAL)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL DECISAtildeO JUDICIAL DENEGATOacuteRIA DO INDULTO FUNDAMENTADA NO FATO DE QUE O DEFERIMENTO DE INDULTO OU COMUTACcedilAtildeO DEPENDE DE CUMPRIMENTO DE REQUISITO SUBJETIVO QUE DEVE SER AVALIADO DURANTE TODA A EXECUCcedilAtildeO DA PENA IMPUGNACcedilAtildeO PELA VIA DE HABEAS CORPUS SEM NOTIacuteCIA DE INTERPOSICcedilAtildeO DE AGRAVO ADMISSIBILIDADE DA ACcedilAtildeO CONSTITUCIONAL HAJA VISTA A MANIFESTA ILEGALIDADE DA DECISAtildeO COM INTERFEREcircNCIA DIRETA NO DIREITO DE LIBERDADE DO PACIENTE DECRETO DE INDULTOCOMUTACcedilAtildeO QUE DEFINE AS CONDICcedilOtildeES DE DEFERIMENTO DOS DIREITOS A QUE ALUDE E NAtildeO OFERECE MARGEM A TEMPERAMENTO JUDICIAL PRINCIacutePIO DE ESTRITA LEGALIDADE CRIACcedilAtildeO JUDICIAL DE CONDICcedilAtildeO PARA DEFERIMENTO DE INDULTOCOMUTACcedilAtildeO QUE VIOLA O PRINCIacutePIO CONSTITUCIONAL DA SEPARACcedilAtildeO DOS PODERES E ATENTA CONTRA

AGOSTO 2009 14JURISPRUDEcircNCIAS

O PRINCIacutePIO CONSTITUCIONAL DA RESERVA LEGAL EM MATEacuteRIA DE SANCcedilAtildeO PENAL CASO CONCRETO REGULADO PELO DECRETO Nordm 5993 DE 19 DE DEZEMBRO DE 2006 QUE ESTABELECE QUE OS CONDENADOS QUE NAtildeO TENHAM SIDO PUNIDOS POR FALTA GRAVE NOS UacuteLTIMOS DOZE MESES DE CUMPRIMENTO DE PENA TERAtildeO DIREITO AO INDULTO OU Agrave COMUTACcedilAtildeO CONTADO O RESPECTIVO PRAZO RETROATIVAMENTE Agrave DATA DE PUBLICACcedilAtildeO DO DECRETO HABEAS CORPUS NAtildeO INSTRUIacuteDO DE SORTE A DEFINIR O TEMPO DE CONDENACcedilAtildeO E DEMAIS CIRCUNSTAcircNCIAS PARA AFERICcedilAtildeO DO DIREITO AO INDULTO OU COMUTACcedilAtildeO CONSTRANGIMENTO CONFIGURADO DECISAtildeO LIMITADA Agrave DECLARACcedilAtildeO DA NULIDADE DO PRONUNCIAMENTO JUDICIAL QUE OPOcircS AO INDULTOCOMUTACcedilAtildeO AS FALTAS GRAVES COMETIDAS ANTES E DEPOIS DO PERIacuteODO AQUISITIVO DO DIREITO NOVA DECISAtildeO QUE DEVERAacute SER PROFERIDA PELO JUIZ DA EXECUCcedilAtildeO COM EXPRESSA DESCONSIDERACcedilAtildeO DO OacuteBICE DECLARADO ILEGAL Decisatildeo que indeferiu o indulto sob o fundamento de que haveria requisito subjetivo para o deferimento deste indulto e que tal requisito deveria ser avaliado durante a execuccedilatildeo da pena A rigor o habeas corpus natildeo constitui instrumento adequado para o exame direto do pleito de indulto por causa da previsatildeo de recurso proacuteprio Patente a ilegalidade todavia cabe habeas corpus para fazer cessar o constrangimento ilegal Decreto de indulto que natildeo estipula requisitos de ordem subjetiva para a admissatildeo do referido direito Ato do Presidente da Repuacuteblica que natildeo pode ser alterado pelo juiz sob pena de violaccedilatildeo do princiacutepio da separaccedilatildeo dos Poderes Exigecircncia normativa conformada agrave condenaccedilatildeo primariedade ou reincidecircncia situaccedilotildees especiacuteficas descritas no decreto tempo de cumprimento de pena e inexistecircncia de falta grave nos doze uacuteltimos meses da execuccedilatildeo a contar da publicaccedilatildeo do Decreto Impossibilidade de o juiz invadir a competecircncia do Chefe do Executivo e definir outros requisitos aleacutem dos previstos no Decreto Violaccedilatildeo tambeacutem do princiacutepio da reserva legal definido no artigo 5ordm inciso XXXIX da Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica que veda ao julgador agravar a sanccedilatildeo ainda que em acircmbito de execuccedilatildeo valendo-se de requisitos que natildeo estatildeo previstos em lei Caso concreto que elege faltas graves anterior e posterior ao periacuteodo aquisitivo do direito (28 de novembro de 2005 e 01 de novembro de 2007) como fundamento para indeferir pedido de indulto de pena Instruccedilatildeo todavia insuficiente deste habeas corpus de sorte a determinar a incidecircncia de indulto ou comutaccedilatildeo e

mesmo do tempo total de condenaccedilatildeo Necessidade de nova avaliaccedilatildeo do caso pelo juiz natural com expressa exclusatildeo do ldquorequisitordquo indevidamente considerado para obstar o deferimento do direito ao condenado ORDEM CONCEDIDA (TJRJ - HABEAS CORPUS - 200805906809 - DES GERALDO PRADO - Julgamento 13112008 - QUINTA CAMARA CRIMINAL)

EMENTA - INDULTO CONDICIONAL - COMETIMENTO DE NOVO CRIME NO PERIacuteODO DA CONDICcedilAtildeO - CONDENACcedilAtildeO TRANSITADA EM JULGADO - INCIDENTE DE REVOGACcedilAtildeO DO INDULTO TRAMITANDO REGULARMENTE CONSIDERADA A DATA DO TRAcircNSITO EM JULGADO DO NOVO CRIME - NECESSIDADE DE ELABORACcedilAtildeO DE NOVO CAacuteLCULO DE PENA PARA SE ESTABELECER O REGIME PRISIONAL - AUSEcircNCIA DE CONSTRANGIMENTO ILEGAL Se o paciente deu causa a revogaccedilatildeo do indulto condicional que lhe foi deferido pois cometeu novo crime no periacuteodo da condiccedilatildeo cuja sentenccedila condenatoacuteria jaacute transitou em julgado e estando em tramitaccedilatildeo regular o incidente de execuccedilatildeo visando estabelecer o regime prisional ao qual ficaraacute submetido para o cumprimento da pena unificada inocorre o alegado constrangimento ilegalOrdem denegada (TJRJ HABEAS CORPUS 200805906725 DES VALMIR DE OLIVEIRA SILVA - Julgamento 11112008 - TERCEIRA CAMARA CRIMINAL)

RECURSO DE AGRAVO - REVOGACcedilAtildeO DO LIVRAMENTO CONDICIONAL SEM OITIVA DO APENADO - POSSIBILIDADE - ARTIGO 87 DO CP - COMUTACcedilAtildeO DE frac14 DA PENA NECESSIDADE DE APRECIACcedilAtildeO QUANTO AOS REQUISITOS OBJETIVOS E SUBJETIVOS - DESPROVIMENTO DO RECURSO UNAcircNIME(TJRJ AGRAVO DE EXECUCAO PENAL 200807600839 DES ELIZABETH GREGORY - Julgamento 07102008 - SETIMA CAMARA CRIMINAL)

EMENTA RECURSO DE AGRAVO EM EXECUCcedilAtildeO DECRETO Nordm 59932006 - AGRAVANTE CONDENADO PELA PRAacuteTICA DE VAacuteRIOS CRIMES GRAVES INCLUINDO O DE TRAacuteFICO ILIacuteCITO DE ENTORPECENTES QUE REQUER A COMUTACcedilAtildeO PREVISTA NO DECRETO Nordm 59932006 IMPOSSIBILIDADE - O ART 8ordm I DO DECRETO Nordm 59932006 VEDA EXPRESSAMENTE A CONCESSAtildeO DO BENEFIacuteCIO AgraveQUELES QUE COMETERAM O CRIME DE TRAacuteFICO ILIacuteCITO DE ENTORPECENTES INDEPENDENTE DE QUANDO ESTE FORA COMETIDO - RECURSO A QUE SE NEGA PROVIMENTO (TJRJ AGRAVO

DE EXECUCAO PENAL 200807600859 DES ANTONIO JOSE CARVALHO - Julgamento 23092008 - SEGUNDA CAMARA CRIMINAL)

200807700052 - CORREICAO PARCIAL - 1ordf EmentaDES KATIA JANGUTTA - Julgamento 17022009 - SEGUNDA CAMARA CRIMINAL

Correiccedilatildeo parcial Indeferimento do pedido de esclarecimentos da Folha de Antecedentes Criminais do ora reclamado que visava agrave anaacutelise pelo Parquet da possibilidade de concessatildeo de benefiacutecios tais como a unificaccedilatildeo das penas privativas de liberdade e suas consequumlecircnciasCom efeito o poder requisitoacuterio do Ministeacuterio Puacuteblico estaacute regulado em lei e embora o artigo 47 do Coacutedigo de Processo Penal lhe atribua legitimidade para requisitar diretamente a quaisquer autoridades ou funcionaacuterios documentos ou elementos de convicccedilatildeo que julgue necessaacuterios o artigo 399 daquele estatuto processual conferiu-lhe o direito subjetivo de requerer ao juiz as diligecircncias que julgar convenientes in casu o que achou imprescindiacutevel ao exame dos requisitos relativos aos benefiacutecios contidos na Lei de Execuccedilotildees Penais Eacute preciso ter em conta que a diligecircncia pleiteada pelo Parquet natildeo dizia apenas com a requisiccedilatildeo da FAC mas com informaccedilotildees e esclarecimentos referentes agraves anotaccedilotildees nela contidas a serem fornecidas por outros Juiacutezos que efetivamente soacute a concederiam mediante solicitaccedilatildeo de outra autoridade judiciaacuteria Correiccedilatildeo provida

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL COMUTACcedilAtildeO DE PENA VIA INIDOcircNEA TAL BENEFIacuteCIO DEVE SER PROCESSADO OBSERVANDO-SE QUANTO Agrave EVENTUAL EXISTEcircNCIA DE FALTA GRAVE OS 12 UacuteLTIMOS MESES DE CUMPRIMENTO DA PENA A CONTAR DA DATA DA PUBLICACcedilAtildeO DO DECRETO Nordm 562005 LIVRAMENTO CONDICIONAL NAtildeO COMPARECIMENTO DO LIBERADO REVOGACcedilAtildeO DO BENEFIacuteCIO PORQUE DESCUMPRIDAS AS CONDICcedilOtildeES AgraveS QUAIS O MESMO FICA SUBORDINADO AUSEcircNCIA DE OITIVA PREacuteVIA A REVOGACcedilAtildeO DO BENEFIacuteCIO SEJA OBRIGATOacuteRIA OU FACULTATIVA TANTO PODE SER DECRETADA PELO JUIZ DE OFIacuteCIO COMO A REQUERIMENTO DO MINISTEacuteRIO PUacuteBLICO MEDIANTE REPRESENTACcedilAtildeO DO CONSELHO PENITENCIAacuteRIO DEVENDO ANTES SER OUVIDO O APENADO A SUSPENSAtildeO CAUTELAR Eacute MEDIDA APTA A IMPEDIR QUE O AGENTE DETERMINE POR VONTADE PROacutePRIA A DATA FINAL DE PRESTACcedilAtildeO DE CONTAS AO ESTADO PELO CRIME COMETIDO CONVOLACcedilAtildeO

AGOSTO 2009 15JURISPRUDEcircNCIAS

DA REVOGACcedilAtildeO DO LIVRAMENTO CONDICIONAL EM SUSPENSAtildeO CAUTELAR PARA DETERMINAR EXPEDICcedilAtildeO DE DILIGEcircNCIAS NO JUIacuteZO A QUO INCLUSIVE COM A MANUTENCcedilAtildeO DO MANDADO DE PRISAtildeO COMO FORMA DE OBJETIVAR A OITIVA DO PACIENTE FORAGIDO ORDEM PARCIALMENTE CONCEDIDA (TJRJ HABEAS CORPUS 200805903921 DES ADILSON VIEIRA MACABU - Julgamento 05082008 - SEGUNDA CAMARA CRIMINAL)

EMENTAacuteRIO DE JURISPRUDEcircNCIA CRIMINAL Nordm 172009

COMISSAtildeO DE JURISPRUDEcircNCIA Presidente DES CHERUBIN HELCIAS SCHWARTZ Organizaccedilatildeo Serviccedilo de Publicaccedilatildeo de Jurisprudecircncia (DGCON-SEJUR) da Divisatildeo de Gestatildeo de Acervos Jurisprudenciais (DGCON-DIJUR) - dijurtjrjgovbr Rua Erasmo Braga nordm 115 - Lamina I - 6ordm andar - Sala 635

bull Ementa nordm 8 - LIVRAMENTO CONDICIONAL REINCIDENCIA

bull Ementa nordm 15 - VISITA A FAMILIA INDEFERIMENTO

Ementa nordm 8

LIVRAMENTO CONDICIONAL REINCIDENCIA INICIO DA CONTAGEM DO PRAZO DATA DA CONCESSAO DO LIVRAMENTO

DIREITO CONSTITUCIONAL PENAL E PROCESSUAL PENALO apenado postulou a concessatildeo do benefiacutecio da comutaccedilatildeo da pena e do livramento condicional vindo o MP de opor-se a tal pretensatildeo ao argumento de que o apenado seria reincidenteO MM Dr Juiz da execuccedilatildeo negando razatildeo ao MP deferiu o postulado pelo apenado com fincas no inciso I do art 64 do CPEmbora o magistrado natildeo tenha explicitado as razotildees pelas quais ele entendia contrariamente agrave tese do MP que o apenado natildeo seria reincidente a essa motivaccedilatildeo chega-se facilmente atraveacutes da interpretaccedilatildeo da parte final do inciso I do art 64 do CPO livramento condicional como o proacuteprio nome diz traduz concessatildeo de liberdade sob condiccedilatildeo suspensiva e tanto assim o eacute que o art 89 do CP fala em ldquodeclarar extinta a penardquoVencido o periacuteodo de prova sem que o apenado torne a delinquir a contagem do prazo para fins de reincidecircncia haacute que ser feita com base na data em que foi concedido o livramento e natildeo do seu teacuterminoSe o apenado obteve

o livramento em 29 de marccedilo de 2000 e vem de praticar novo crime em 27 de maio de 2005 pela regra do inciso I do art 64 do CP ele natildeo pode ser considerado reincidente O fato de o juiz que condenou o Agravado tecirc-lo tido como reincidente natildeo impede o desprovimento do recurso do MP na medida em que isso natildeo constou como causa de pedir interna no recurso do MPRECURSO CONHECIDO MAS DESPROVIDO

200807601074 - RECURSO DE AGRAVO (LEI 721084) CAPITAL - SETIMA CAMARA CRIMINAL - Por maioria DES MAURILIO PASSOS BRAGA - Julg 24032009

Ementa nordm 15

VISITA A FAMILIA INDEFERIMENTO AUSENCIA DE FUNDAMENTOS ADEQUADOS ANULACAO DA DECISAO ORDEM CONCEDIDA PARCIALMENTE

HABEAS CORPUS CRIME HEDIONDO INDEFERIMENTO DO PLEITO DE VISITA PERIOacuteDICA Agrave FAMIacuteLIA AUSEcircNCIA DE FUNDAMENTOS ADEQUADOS ORDEM PARCIALMENTE CONCEDIDA PARA ANULAR A DECISAtildeO UNANIMIDADETendo em vista seus propoacutesitos a execuccedilatildeo da pena privativa de liberdade natildeo pode ser tratada como se fosse outro processo de conhecimento condenatoacuterio E assim como natildeo se permite que na aplicaccedilatildeo das penas as respectivas bases sejam fixadas com fundamentos geneacutericos e inerentes ao proacuteprio tipo tambeacutem natildeo se admite que na execuccedilatildeo se recuse ao condenado algum benefiacutecio ou direito com fundamentos geneacutericos de conveniecircncia e ligados agrave gravidade proacutepria do crime Eacute que a realidade agora eacute outra e decorre do comportamento e das condiccedilotildees pessoais do condenado evidenciados durante a execuccedilatildeo de sua pena Afinal de contas a execuccedilatildeo eacute uma extensatildeo do princiacutepio da individualizaccedilatildeo das penas que natildeo se esgota portanto com a sua fixaccedilatildeoAleacutem disso natildeo se pode nem se deve lamentar que inuacutemeros condenados pela praacutetica de crime hediondo tenham alcanccedilado regime mais brando porque se o conseguiram foi porque preenchendo os necessaacuterios requisitos tinham direito a isto e deve-se torcer que se tenham tornado pessoas melhoresMas como natildeo se pode transformar o processo relativo ao habeas corpus num paralelo agravequele que flui no juiacutezo da execuccedilatildeo a fim de verificar se o paciente preenche os requisitos legais para lhe ser deferida a visita perioacutedica agrave famiacutelia concede-se parcialmente a ordem a fim de anular a decisatildeo de primeiro grau por falta de adequada fundamentaccedilatildeo

possibilitando a ediccedilatildeo de outra de acordo com as exigecircncias do ordenamento juriacutedico Unanimidade

200905901194 - HABEAS CORPUS CAPITAL - QUINTA CAMARA CRIMINAL - Unanime DES NILDSON ARAUJO DA CRUZ - Julg 22042009

Page 13: Ministério Público do Estado do Rio de JaneiroBOLETIM INFORMATIVO - Nº 07 - ANO I - AGOSTO 2009 Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro Marcelo Gomes Silva Promotor de

AGOSTO 2009 13JURISPRUDEcircNCIAS

PRISIONAL ENTENDIMENTO DO TRIBUNAL A QUO EM CONSONAcircNCIA COM A JURISPRUDEcircNCIA DESTA CORTE LIVRAMENTO CONDICIONAL E COMUTACcedilAtildeO DAS PENAS INTERRUPCcedilAtildeO DO PRAZO PARA OBTENCcedilAtildeO DO BENEFIacuteCIO PELO CONDENADO ILEGALIDADE AUSEcircNCIA DE PREVISAtildeO LEGAL PRECEDENTES INAPLICABILIDADE DO EFEITO INTERRUPTIVO QUANTO AO LIVRAMENTO CONDICIONAL E Agrave COMUTACcedilAtildeO RECONHECIDA PELO TRIBUNAL DE ORIGEM FALTA DE INTERESSE PROCESSUAL CONSTRANGIMENTO ILEGAL NAtildeO EVIDENCIADO 1 O cometimento de falta grave embora interrompa o prazo para a obtenccedilatildeo dos benefiacutecios da progressatildeo de regime natildeo o faz para fins de concessatildeo dos benefiacutecios do livramento condicional e da comutaccedilatildeo da pena por ausecircncia de previsatildeo legal Precedentes 2 Nos termos do acoacuterdatildeo hostilizado verifica-se que o efeito interruptivo somente foi reconhecido relativamente agrave progressatildeo de regime ficando ressalvada a sua inaplicabilidade com relaccedilatildeo ao livramento condicional e agrave comutaccedilatildeo evidenciado nesse particular a falta de interesse processual na medida em que natildeo evidenciado nos autos qualquer constrangimento ilegal contra o Paciente inexistindo pois ato coator por parte do Tribunal quanto ao pleitos de comutaccedilatildeo e de livramento condicional 3 Habeas corpus parcialmente conhecido e nessa parte denegado (STJ HC 121513 SP HABEAS CORPUS 20080258389-0 Relator(a) Ministra LAURITA VAZ Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 27042009 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 25052009)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL PEDIDO DE COMUTACcedilAtildeO DA PENA INDEFERIDO PELO JUIZ DA VEC E PELO TRIBUNAL A QUO PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS OBJETIVOS E SUBJETIVOS EXIGIDOS PELO DECRETO 529504 COMETIMENTO DE FALTA GRAVE EM 08032003 INTERRUPCcedilAtildeO DO PRAZO PARA A CONCESSAtildeO DO BENEFIacuteCIO IMPOSSIBILIDADE AUSEcircNCIA DE PREVISAtildeO LEGAL CONSTRANGIMENTO ILEGAL CONFIGURADO PRECEDENTES PARECER DO MPF PELA CONCESSAtildeO DA ORDEM ORDEM CONCEDIDA PARA DEFERIR AO PACIENTE O DIREITO Agrave COMUTACcedilAtildeO DA PENA 1 O Decreto 529504 exige para fins de obtenccedilatildeo do benefiacutecio da comutaccedilatildeo das penas que o condenado reincidente preencha dois requisitos quais sejam 1) cumprimento de 14 da sanccedilatildeo se primaacuterio e 13 se reincidente ateacute a data de 25 de dezembro de 2004 2) natildeo cometimento de falta grave nos uacuteltimos doze meses de cumprimento da pena contados retroativamente agrave

publicaccedilatildeo do referido Decreto 2 Ofende o princiacutepio da legalidade a decisatildeo que determina a interrupccedilatildeo do prazo para aquisiccedilatildeo da referida benesse uma vez que acaba por criar requisito objetivo natildeo previsto em lei Precedentes do STJ 3 Parecer do MPF pela concessatildeo do writ 4 Ordem concedida (STJ HC 113513 SP HABEAS CORPUS 20080180026-0 Relator(a) Ministro NAPOLEAtildeO NUNES MAIA FILHO Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 16042009 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 25052009)

HABEAS CORPUS PACIENTE CUMPRIDO PENA TOTAL DE 55 ANOS 4 MESES E 10 DIAS DE RECLUSAtildeO POR DIVERSAS INFRACcedilOtildeES AO ART 157 sect 2o I E II DO CPB FUNDAMENTACcedilAtildeO COM ARRIMO NO PARECER MINISTERIAL AUSEcircNCIA DE NULIDADE LIVRAMENTO CONDICIONAL REVOGACcedilAtildeO CONDENACcedilAtildeO IRRECORRIacuteVEL POR CRIME COMETIDO DURANTE O PERIacuteODO DE PROVA PLEITO DE COMUTACcedilAtildeO DE PENA (DECRETO PRESIDENCIAL 562005) DESCONSIDERACcedilAtildeO DO PERIacuteODO EM QUE O PACIENTE ESTAVA EM LIBERDADE NOVO CAacuteLCULO DA PENA COM INCIDEcircNCIA DO ART 88 DO CPB POSSIBILIDADE PRECEDENTE DESTA CORTE SUPERIOR ORDEM DENEGADA 1 Inserir na fundamentaccedilatildeo trecho do parecer da Procuradoria-Geral de Justiccedila natildeo provoca a nulidade da decisatildeo 2 Vem entendendo esta Corte Superior pela ausecircncia de ilegalidade quanto agrave desconsideraccedilatildeo do tempo em livramento condicional para fins de comutaccedilatildeo de pena tendo havido a revogaccedilatildeo do benefiacutecio em razatildeo de condenaccedilatildeo irrecorriacutevel por crime cometido durante o periacuteodo de prova 3 Revogado o benefiacutecio do livramento condicional antes de expirado o periacuteodo de prova e apoacutes o tracircnsito em julgado da uacuteltima condenaccedilatildeo natildeo haacute falar em ilegalidade da decisatildeo que determinou a realizaccedilatildeo de novo caacutelculo da pena na forma do art 88 do Coacutedigo Penal (HC 43337RJ Rel Min ARNALDO ESTEVES LIMA DJU 020506) 4 Opina o MPF pela concessatildeo parcial da ordem 5 Ordem denegada (STJ HC 85187 RJ HABEAS CORPUS 20070140768-6 Relator(a) Ministro NAPOLEAtildeO NUNES MAIA FILHO Oacutergatildeo Julgador QUINTA TURMA Data do Julgamento 16102008 Data da PublicaccedilatildeoFonte DJe 24112008)

TJRJ

AGRAVO EXECUCcedilAtildeO PENAL Comutaccedilatildeo de pena Decreto Presidencial nordm 599306 Cumprimento do requisito objetivo - lapso temporal de um ano a

contar da publicaccedilatildeo do Decreto sem falta grave Para fins de concessatildeo de comutaccedilatildeo ou indulto deve ser analisado o comportamento do sentenciado durante todo periacuteodo de caacutercere ou de prova Indeferimento do pleito por ausecircncia do requisito subjetivo Se o apenado obteve o benefiacutecio de visita perioacutedica ao lar em setembro de 2006 e no mecircs de janeiro de 2007 deixou de retornar agrave Unidade natildeo pode ter deferido seu pedido de comutaccedilatildeo com base no Decreto Presidencial expedido no ano de 2006 Se o apenado encontra-se na situaccedilatildeo de evadido do Sistema natildeo eacute razoaacutevel admitir que ostente direito de obter novo benefiacutecio Repercussatildeo da conduta em toda a execuccedilatildeo de pena Recurso a que se nega provimento (TJRJ - AGRAVO DE EXECUCAO PENAL 200907600144 DES MARCO AURELIO BELLIZZE - Julgamento 29042009 - PRIMEIRA CAMARA CRIMINAL)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL LEI 721084 PEDIDO DE COMUTACcedilAtildeO DE PENA COM BASE NO DECRETO PRESIDENCIAL Nordm 449502 CUMPRIMENTO DO REQUISITO OBJETIVO AUSEcircNCIA DE MEacuteRITO CARCERAacuteRIO EM RAZAtildeO DE COMETIMENTO DE CRIMES DURANTE O PERIacuteODO DE PROVA DO LIVRAMENTO CONDICIONAL REPERCUSSAtildeO DAS CONDUTAS NO PEDIDO DE COMUTACcedilAtildeO CONSTRANGIMENTO ILEGAL INEXISTENTE DENEGACcedilAtildeO DA ORDEM(TJRJ HABEAS CORPUS 200805908014 JDS DES MARIA ANGELICA GUEDES - Julgamento 13012009 - TERCEIRA CAMARA CRIMINAL)

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL DECISAtildeO JUDICIAL DENEGATOacuteRIA DO INDULTO FUNDAMENTADA NO FATO DE QUE O DEFERIMENTO DE INDULTO OU COMUTACcedilAtildeO DEPENDE DE CUMPRIMENTO DE REQUISITO SUBJETIVO QUE DEVE SER AVALIADO DURANTE TODA A EXECUCcedilAtildeO DA PENA IMPUGNACcedilAtildeO PELA VIA DE HABEAS CORPUS SEM NOTIacuteCIA DE INTERPOSICcedilAtildeO DE AGRAVO ADMISSIBILIDADE DA ACcedilAtildeO CONSTITUCIONAL HAJA VISTA A MANIFESTA ILEGALIDADE DA DECISAtildeO COM INTERFEREcircNCIA DIRETA NO DIREITO DE LIBERDADE DO PACIENTE DECRETO DE INDULTOCOMUTACcedilAtildeO QUE DEFINE AS CONDICcedilOtildeES DE DEFERIMENTO DOS DIREITOS A QUE ALUDE E NAtildeO OFERECE MARGEM A TEMPERAMENTO JUDICIAL PRINCIacutePIO DE ESTRITA LEGALIDADE CRIACcedilAtildeO JUDICIAL DE CONDICcedilAtildeO PARA DEFERIMENTO DE INDULTOCOMUTACcedilAtildeO QUE VIOLA O PRINCIacutePIO CONSTITUCIONAL DA SEPARACcedilAtildeO DOS PODERES E ATENTA CONTRA

AGOSTO 2009 14JURISPRUDEcircNCIAS

O PRINCIacutePIO CONSTITUCIONAL DA RESERVA LEGAL EM MATEacuteRIA DE SANCcedilAtildeO PENAL CASO CONCRETO REGULADO PELO DECRETO Nordm 5993 DE 19 DE DEZEMBRO DE 2006 QUE ESTABELECE QUE OS CONDENADOS QUE NAtildeO TENHAM SIDO PUNIDOS POR FALTA GRAVE NOS UacuteLTIMOS DOZE MESES DE CUMPRIMENTO DE PENA TERAtildeO DIREITO AO INDULTO OU Agrave COMUTACcedilAtildeO CONTADO O RESPECTIVO PRAZO RETROATIVAMENTE Agrave DATA DE PUBLICACcedilAtildeO DO DECRETO HABEAS CORPUS NAtildeO INSTRUIacuteDO DE SORTE A DEFINIR O TEMPO DE CONDENACcedilAtildeO E DEMAIS CIRCUNSTAcircNCIAS PARA AFERICcedilAtildeO DO DIREITO AO INDULTO OU COMUTACcedilAtildeO CONSTRANGIMENTO CONFIGURADO DECISAtildeO LIMITADA Agrave DECLARACcedilAtildeO DA NULIDADE DO PRONUNCIAMENTO JUDICIAL QUE OPOcircS AO INDULTOCOMUTACcedilAtildeO AS FALTAS GRAVES COMETIDAS ANTES E DEPOIS DO PERIacuteODO AQUISITIVO DO DIREITO NOVA DECISAtildeO QUE DEVERAacute SER PROFERIDA PELO JUIZ DA EXECUCcedilAtildeO COM EXPRESSA DESCONSIDERACcedilAtildeO DO OacuteBICE DECLARADO ILEGAL Decisatildeo que indeferiu o indulto sob o fundamento de que haveria requisito subjetivo para o deferimento deste indulto e que tal requisito deveria ser avaliado durante a execuccedilatildeo da pena A rigor o habeas corpus natildeo constitui instrumento adequado para o exame direto do pleito de indulto por causa da previsatildeo de recurso proacuteprio Patente a ilegalidade todavia cabe habeas corpus para fazer cessar o constrangimento ilegal Decreto de indulto que natildeo estipula requisitos de ordem subjetiva para a admissatildeo do referido direito Ato do Presidente da Repuacuteblica que natildeo pode ser alterado pelo juiz sob pena de violaccedilatildeo do princiacutepio da separaccedilatildeo dos Poderes Exigecircncia normativa conformada agrave condenaccedilatildeo primariedade ou reincidecircncia situaccedilotildees especiacuteficas descritas no decreto tempo de cumprimento de pena e inexistecircncia de falta grave nos doze uacuteltimos meses da execuccedilatildeo a contar da publicaccedilatildeo do Decreto Impossibilidade de o juiz invadir a competecircncia do Chefe do Executivo e definir outros requisitos aleacutem dos previstos no Decreto Violaccedilatildeo tambeacutem do princiacutepio da reserva legal definido no artigo 5ordm inciso XXXIX da Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica que veda ao julgador agravar a sanccedilatildeo ainda que em acircmbito de execuccedilatildeo valendo-se de requisitos que natildeo estatildeo previstos em lei Caso concreto que elege faltas graves anterior e posterior ao periacuteodo aquisitivo do direito (28 de novembro de 2005 e 01 de novembro de 2007) como fundamento para indeferir pedido de indulto de pena Instruccedilatildeo todavia insuficiente deste habeas corpus de sorte a determinar a incidecircncia de indulto ou comutaccedilatildeo e

mesmo do tempo total de condenaccedilatildeo Necessidade de nova avaliaccedilatildeo do caso pelo juiz natural com expressa exclusatildeo do ldquorequisitordquo indevidamente considerado para obstar o deferimento do direito ao condenado ORDEM CONCEDIDA (TJRJ - HABEAS CORPUS - 200805906809 - DES GERALDO PRADO - Julgamento 13112008 - QUINTA CAMARA CRIMINAL)

EMENTA - INDULTO CONDICIONAL - COMETIMENTO DE NOVO CRIME NO PERIacuteODO DA CONDICcedilAtildeO - CONDENACcedilAtildeO TRANSITADA EM JULGADO - INCIDENTE DE REVOGACcedilAtildeO DO INDULTO TRAMITANDO REGULARMENTE CONSIDERADA A DATA DO TRAcircNSITO EM JULGADO DO NOVO CRIME - NECESSIDADE DE ELABORACcedilAtildeO DE NOVO CAacuteLCULO DE PENA PARA SE ESTABELECER O REGIME PRISIONAL - AUSEcircNCIA DE CONSTRANGIMENTO ILEGAL Se o paciente deu causa a revogaccedilatildeo do indulto condicional que lhe foi deferido pois cometeu novo crime no periacuteodo da condiccedilatildeo cuja sentenccedila condenatoacuteria jaacute transitou em julgado e estando em tramitaccedilatildeo regular o incidente de execuccedilatildeo visando estabelecer o regime prisional ao qual ficaraacute submetido para o cumprimento da pena unificada inocorre o alegado constrangimento ilegalOrdem denegada (TJRJ HABEAS CORPUS 200805906725 DES VALMIR DE OLIVEIRA SILVA - Julgamento 11112008 - TERCEIRA CAMARA CRIMINAL)

RECURSO DE AGRAVO - REVOGACcedilAtildeO DO LIVRAMENTO CONDICIONAL SEM OITIVA DO APENADO - POSSIBILIDADE - ARTIGO 87 DO CP - COMUTACcedilAtildeO DE frac14 DA PENA NECESSIDADE DE APRECIACcedilAtildeO QUANTO AOS REQUISITOS OBJETIVOS E SUBJETIVOS - DESPROVIMENTO DO RECURSO UNAcircNIME(TJRJ AGRAVO DE EXECUCAO PENAL 200807600839 DES ELIZABETH GREGORY - Julgamento 07102008 - SETIMA CAMARA CRIMINAL)

EMENTA RECURSO DE AGRAVO EM EXECUCcedilAtildeO DECRETO Nordm 59932006 - AGRAVANTE CONDENADO PELA PRAacuteTICA DE VAacuteRIOS CRIMES GRAVES INCLUINDO O DE TRAacuteFICO ILIacuteCITO DE ENTORPECENTES QUE REQUER A COMUTACcedilAtildeO PREVISTA NO DECRETO Nordm 59932006 IMPOSSIBILIDADE - O ART 8ordm I DO DECRETO Nordm 59932006 VEDA EXPRESSAMENTE A CONCESSAtildeO DO BENEFIacuteCIO AgraveQUELES QUE COMETERAM O CRIME DE TRAacuteFICO ILIacuteCITO DE ENTORPECENTES INDEPENDENTE DE QUANDO ESTE FORA COMETIDO - RECURSO A QUE SE NEGA PROVIMENTO (TJRJ AGRAVO

DE EXECUCAO PENAL 200807600859 DES ANTONIO JOSE CARVALHO - Julgamento 23092008 - SEGUNDA CAMARA CRIMINAL)

200807700052 - CORREICAO PARCIAL - 1ordf EmentaDES KATIA JANGUTTA - Julgamento 17022009 - SEGUNDA CAMARA CRIMINAL

Correiccedilatildeo parcial Indeferimento do pedido de esclarecimentos da Folha de Antecedentes Criminais do ora reclamado que visava agrave anaacutelise pelo Parquet da possibilidade de concessatildeo de benefiacutecios tais como a unificaccedilatildeo das penas privativas de liberdade e suas consequumlecircnciasCom efeito o poder requisitoacuterio do Ministeacuterio Puacuteblico estaacute regulado em lei e embora o artigo 47 do Coacutedigo de Processo Penal lhe atribua legitimidade para requisitar diretamente a quaisquer autoridades ou funcionaacuterios documentos ou elementos de convicccedilatildeo que julgue necessaacuterios o artigo 399 daquele estatuto processual conferiu-lhe o direito subjetivo de requerer ao juiz as diligecircncias que julgar convenientes in casu o que achou imprescindiacutevel ao exame dos requisitos relativos aos benefiacutecios contidos na Lei de Execuccedilotildees Penais Eacute preciso ter em conta que a diligecircncia pleiteada pelo Parquet natildeo dizia apenas com a requisiccedilatildeo da FAC mas com informaccedilotildees e esclarecimentos referentes agraves anotaccedilotildees nela contidas a serem fornecidas por outros Juiacutezos que efetivamente soacute a concederiam mediante solicitaccedilatildeo de outra autoridade judiciaacuteria Correiccedilatildeo provida

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL COMUTACcedilAtildeO DE PENA VIA INIDOcircNEA TAL BENEFIacuteCIO DEVE SER PROCESSADO OBSERVANDO-SE QUANTO Agrave EVENTUAL EXISTEcircNCIA DE FALTA GRAVE OS 12 UacuteLTIMOS MESES DE CUMPRIMENTO DA PENA A CONTAR DA DATA DA PUBLICACcedilAtildeO DO DECRETO Nordm 562005 LIVRAMENTO CONDICIONAL NAtildeO COMPARECIMENTO DO LIBERADO REVOGACcedilAtildeO DO BENEFIacuteCIO PORQUE DESCUMPRIDAS AS CONDICcedilOtildeES AgraveS QUAIS O MESMO FICA SUBORDINADO AUSEcircNCIA DE OITIVA PREacuteVIA A REVOGACcedilAtildeO DO BENEFIacuteCIO SEJA OBRIGATOacuteRIA OU FACULTATIVA TANTO PODE SER DECRETADA PELO JUIZ DE OFIacuteCIO COMO A REQUERIMENTO DO MINISTEacuteRIO PUacuteBLICO MEDIANTE REPRESENTACcedilAtildeO DO CONSELHO PENITENCIAacuteRIO DEVENDO ANTES SER OUVIDO O APENADO A SUSPENSAtildeO CAUTELAR Eacute MEDIDA APTA A IMPEDIR QUE O AGENTE DETERMINE POR VONTADE PROacutePRIA A DATA FINAL DE PRESTACcedilAtildeO DE CONTAS AO ESTADO PELO CRIME COMETIDO CONVOLACcedilAtildeO

AGOSTO 2009 15JURISPRUDEcircNCIAS

DA REVOGACcedilAtildeO DO LIVRAMENTO CONDICIONAL EM SUSPENSAtildeO CAUTELAR PARA DETERMINAR EXPEDICcedilAtildeO DE DILIGEcircNCIAS NO JUIacuteZO A QUO INCLUSIVE COM A MANUTENCcedilAtildeO DO MANDADO DE PRISAtildeO COMO FORMA DE OBJETIVAR A OITIVA DO PACIENTE FORAGIDO ORDEM PARCIALMENTE CONCEDIDA (TJRJ HABEAS CORPUS 200805903921 DES ADILSON VIEIRA MACABU - Julgamento 05082008 - SEGUNDA CAMARA CRIMINAL)

EMENTAacuteRIO DE JURISPRUDEcircNCIA CRIMINAL Nordm 172009

COMISSAtildeO DE JURISPRUDEcircNCIA Presidente DES CHERUBIN HELCIAS SCHWARTZ Organizaccedilatildeo Serviccedilo de Publicaccedilatildeo de Jurisprudecircncia (DGCON-SEJUR) da Divisatildeo de Gestatildeo de Acervos Jurisprudenciais (DGCON-DIJUR) - dijurtjrjgovbr Rua Erasmo Braga nordm 115 - Lamina I - 6ordm andar - Sala 635

bull Ementa nordm 8 - LIVRAMENTO CONDICIONAL REINCIDENCIA

bull Ementa nordm 15 - VISITA A FAMILIA INDEFERIMENTO

Ementa nordm 8

LIVRAMENTO CONDICIONAL REINCIDENCIA INICIO DA CONTAGEM DO PRAZO DATA DA CONCESSAO DO LIVRAMENTO

DIREITO CONSTITUCIONAL PENAL E PROCESSUAL PENALO apenado postulou a concessatildeo do benefiacutecio da comutaccedilatildeo da pena e do livramento condicional vindo o MP de opor-se a tal pretensatildeo ao argumento de que o apenado seria reincidenteO MM Dr Juiz da execuccedilatildeo negando razatildeo ao MP deferiu o postulado pelo apenado com fincas no inciso I do art 64 do CPEmbora o magistrado natildeo tenha explicitado as razotildees pelas quais ele entendia contrariamente agrave tese do MP que o apenado natildeo seria reincidente a essa motivaccedilatildeo chega-se facilmente atraveacutes da interpretaccedilatildeo da parte final do inciso I do art 64 do CPO livramento condicional como o proacuteprio nome diz traduz concessatildeo de liberdade sob condiccedilatildeo suspensiva e tanto assim o eacute que o art 89 do CP fala em ldquodeclarar extinta a penardquoVencido o periacuteodo de prova sem que o apenado torne a delinquir a contagem do prazo para fins de reincidecircncia haacute que ser feita com base na data em que foi concedido o livramento e natildeo do seu teacuterminoSe o apenado obteve

o livramento em 29 de marccedilo de 2000 e vem de praticar novo crime em 27 de maio de 2005 pela regra do inciso I do art 64 do CP ele natildeo pode ser considerado reincidente O fato de o juiz que condenou o Agravado tecirc-lo tido como reincidente natildeo impede o desprovimento do recurso do MP na medida em que isso natildeo constou como causa de pedir interna no recurso do MPRECURSO CONHECIDO MAS DESPROVIDO

200807601074 - RECURSO DE AGRAVO (LEI 721084) CAPITAL - SETIMA CAMARA CRIMINAL - Por maioria DES MAURILIO PASSOS BRAGA - Julg 24032009

Ementa nordm 15

VISITA A FAMILIA INDEFERIMENTO AUSENCIA DE FUNDAMENTOS ADEQUADOS ANULACAO DA DECISAO ORDEM CONCEDIDA PARCIALMENTE

HABEAS CORPUS CRIME HEDIONDO INDEFERIMENTO DO PLEITO DE VISITA PERIOacuteDICA Agrave FAMIacuteLIA AUSEcircNCIA DE FUNDAMENTOS ADEQUADOS ORDEM PARCIALMENTE CONCEDIDA PARA ANULAR A DECISAtildeO UNANIMIDADETendo em vista seus propoacutesitos a execuccedilatildeo da pena privativa de liberdade natildeo pode ser tratada como se fosse outro processo de conhecimento condenatoacuterio E assim como natildeo se permite que na aplicaccedilatildeo das penas as respectivas bases sejam fixadas com fundamentos geneacutericos e inerentes ao proacuteprio tipo tambeacutem natildeo se admite que na execuccedilatildeo se recuse ao condenado algum benefiacutecio ou direito com fundamentos geneacutericos de conveniecircncia e ligados agrave gravidade proacutepria do crime Eacute que a realidade agora eacute outra e decorre do comportamento e das condiccedilotildees pessoais do condenado evidenciados durante a execuccedilatildeo de sua pena Afinal de contas a execuccedilatildeo eacute uma extensatildeo do princiacutepio da individualizaccedilatildeo das penas que natildeo se esgota portanto com a sua fixaccedilatildeoAleacutem disso natildeo se pode nem se deve lamentar que inuacutemeros condenados pela praacutetica de crime hediondo tenham alcanccedilado regime mais brando porque se o conseguiram foi porque preenchendo os necessaacuterios requisitos tinham direito a isto e deve-se torcer que se tenham tornado pessoas melhoresMas como natildeo se pode transformar o processo relativo ao habeas corpus num paralelo agravequele que flui no juiacutezo da execuccedilatildeo a fim de verificar se o paciente preenche os requisitos legais para lhe ser deferida a visita perioacutedica agrave famiacutelia concede-se parcialmente a ordem a fim de anular a decisatildeo de primeiro grau por falta de adequada fundamentaccedilatildeo

possibilitando a ediccedilatildeo de outra de acordo com as exigecircncias do ordenamento juriacutedico Unanimidade

200905901194 - HABEAS CORPUS CAPITAL - QUINTA CAMARA CRIMINAL - Unanime DES NILDSON ARAUJO DA CRUZ - Julg 22042009

Page 14: Ministério Público do Estado do Rio de JaneiroBOLETIM INFORMATIVO - Nº 07 - ANO I - AGOSTO 2009 Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro Marcelo Gomes Silva Promotor de

AGOSTO 2009 14JURISPRUDEcircNCIAS

O PRINCIacutePIO CONSTITUCIONAL DA RESERVA LEGAL EM MATEacuteRIA DE SANCcedilAtildeO PENAL CASO CONCRETO REGULADO PELO DECRETO Nordm 5993 DE 19 DE DEZEMBRO DE 2006 QUE ESTABELECE QUE OS CONDENADOS QUE NAtildeO TENHAM SIDO PUNIDOS POR FALTA GRAVE NOS UacuteLTIMOS DOZE MESES DE CUMPRIMENTO DE PENA TERAtildeO DIREITO AO INDULTO OU Agrave COMUTACcedilAtildeO CONTADO O RESPECTIVO PRAZO RETROATIVAMENTE Agrave DATA DE PUBLICACcedilAtildeO DO DECRETO HABEAS CORPUS NAtildeO INSTRUIacuteDO DE SORTE A DEFINIR O TEMPO DE CONDENACcedilAtildeO E DEMAIS CIRCUNSTAcircNCIAS PARA AFERICcedilAtildeO DO DIREITO AO INDULTO OU COMUTACcedilAtildeO CONSTRANGIMENTO CONFIGURADO DECISAtildeO LIMITADA Agrave DECLARACcedilAtildeO DA NULIDADE DO PRONUNCIAMENTO JUDICIAL QUE OPOcircS AO INDULTOCOMUTACcedilAtildeO AS FALTAS GRAVES COMETIDAS ANTES E DEPOIS DO PERIacuteODO AQUISITIVO DO DIREITO NOVA DECISAtildeO QUE DEVERAacute SER PROFERIDA PELO JUIZ DA EXECUCcedilAtildeO COM EXPRESSA DESCONSIDERACcedilAtildeO DO OacuteBICE DECLARADO ILEGAL Decisatildeo que indeferiu o indulto sob o fundamento de que haveria requisito subjetivo para o deferimento deste indulto e que tal requisito deveria ser avaliado durante a execuccedilatildeo da pena A rigor o habeas corpus natildeo constitui instrumento adequado para o exame direto do pleito de indulto por causa da previsatildeo de recurso proacuteprio Patente a ilegalidade todavia cabe habeas corpus para fazer cessar o constrangimento ilegal Decreto de indulto que natildeo estipula requisitos de ordem subjetiva para a admissatildeo do referido direito Ato do Presidente da Repuacuteblica que natildeo pode ser alterado pelo juiz sob pena de violaccedilatildeo do princiacutepio da separaccedilatildeo dos Poderes Exigecircncia normativa conformada agrave condenaccedilatildeo primariedade ou reincidecircncia situaccedilotildees especiacuteficas descritas no decreto tempo de cumprimento de pena e inexistecircncia de falta grave nos doze uacuteltimos meses da execuccedilatildeo a contar da publicaccedilatildeo do Decreto Impossibilidade de o juiz invadir a competecircncia do Chefe do Executivo e definir outros requisitos aleacutem dos previstos no Decreto Violaccedilatildeo tambeacutem do princiacutepio da reserva legal definido no artigo 5ordm inciso XXXIX da Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica que veda ao julgador agravar a sanccedilatildeo ainda que em acircmbito de execuccedilatildeo valendo-se de requisitos que natildeo estatildeo previstos em lei Caso concreto que elege faltas graves anterior e posterior ao periacuteodo aquisitivo do direito (28 de novembro de 2005 e 01 de novembro de 2007) como fundamento para indeferir pedido de indulto de pena Instruccedilatildeo todavia insuficiente deste habeas corpus de sorte a determinar a incidecircncia de indulto ou comutaccedilatildeo e

mesmo do tempo total de condenaccedilatildeo Necessidade de nova avaliaccedilatildeo do caso pelo juiz natural com expressa exclusatildeo do ldquorequisitordquo indevidamente considerado para obstar o deferimento do direito ao condenado ORDEM CONCEDIDA (TJRJ - HABEAS CORPUS - 200805906809 - DES GERALDO PRADO - Julgamento 13112008 - QUINTA CAMARA CRIMINAL)

EMENTA - INDULTO CONDICIONAL - COMETIMENTO DE NOVO CRIME NO PERIacuteODO DA CONDICcedilAtildeO - CONDENACcedilAtildeO TRANSITADA EM JULGADO - INCIDENTE DE REVOGACcedilAtildeO DO INDULTO TRAMITANDO REGULARMENTE CONSIDERADA A DATA DO TRAcircNSITO EM JULGADO DO NOVO CRIME - NECESSIDADE DE ELABORACcedilAtildeO DE NOVO CAacuteLCULO DE PENA PARA SE ESTABELECER O REGIME PRISIONAL - AUSEcircNCIA DE CONSTRANGIMENTO ILEGAL Se o paciente deu causa a revogaccedilatildeo do indulto condicional que lhe foi deferido pois cometeu novo crime no periacuteodo da condiccedilatildeo cuja sentenccedila condenatoacuteria jaacute transitou em julgado e estando em tramitaccedilatildeo regular o incidente de execuccedilatildeo visando estabelecer o regime prisional ao qual ficaraacute submetido para o cumprimento da pena unificada inocorre o alegado constrangimento ilegalOrdem denegada (TJRJ HABEAS CORPUS 200805906725 DES VALMIR DE OLIVEIRA SILVA - Julgamento 11112008 - TERCEIRA CAMARA CRIMINAL)

RECURSO DE AGRAVO - REVOGACcedilAtildeO DO LIVRAMENTO CONDICIONAL SEM OITIVA DO APENADO - POSSIBILIDADE - ARTIGO 87 DO CP - COMUTACcedilAtildeO DE frac14 DA PENA NECESSIDADE DE APRECIACcedilAtildeO QUANTO AOS REQUISITOS OBJETIVOS E SUBJETIVOS - DESPROVIMENTO DO RECURSO UNAcircNIME(TJRJ AGRAVO DE EXECUCAO PENAL 200807600839 DES ELIZABETH GREGORY - Julgamento 07102008 - SETIMA CAMARA CRIMINAL)

EMENTA RECURSO DE AGRAVO EM EXECUCcedilAtildeO DECRETO Nordm 59932006 - AGRAVANTE CONDENADO PELA PRAacuteTICA DE VAacuteRIOS CRIMES GRAVES INCLUINDO O DE TRAacuteFICO ILIacuteCITO DE ENTORPECENTES QUE REQUER A COMUTACcedilAtildeO PREVISTA NO DECRETO Nordm 59932006 IMPOSSIBILIDADE - O ART 8ordm I DO DECRETO Nordm 59932006 VEDA EXPRESSAMENTE A CONCESSAtildeO DO BENEFIacuteCIO AgraveQUELES QUE COMETERAM O CRIME DE TRAacuteFICO ILIacuteCITO DE ENTORPECENTES INDEPENDENTE DE QUANDO ESTE FORA COMETIDO - RECURSO A QUE SE NEGA PROVIMENTO (TJRJ AGRAVO

DE EXECUCAO PENAL 200807600859 DES ANTONIO JOSE CARVALHO - Julgamento 23092008 - SEGUNDA CAMARA CRIMINAL)

200807700052 - CORREICAO PARCIAL - 1ordf EmentaDES KATIA JANGUTTA - Julgamento 17022009 - SEGUNDA CAMARA CRIMINAL

Correiccedilatildeo parcial Indeferimento do pedido de esclarecimentos da Folha de Antecedentes Criminais do ora reclamado que visava agrave anaacutelise pelo Parquet da possibilidade de concessatildeo de benefiacutecios tais como a unificaccedilatildeo das penas privativas de liberdade e suas consequumlecircnciasCom efeito o poder requisitoacuterio do Ministeacuterio Puacuteblico estaacute regulado em lei e embora o artigo 47 do Coacutedigo de Processo Penal lhe atribua legitimidade para requisitar diretamente a quaisquer autoridades ou funcionaacuterios documentos ou elementos de convicccedilatildeo que julgue necessaacuterios o artigo 399 daquele estatuto processual conferiu-lhe o direito subjetivo de requerer ao juiz as diligecircncias que julgar convenientes in casu o que achou imprescindiacutevel ao exame dos requisitos relativos aos benefiacutecios contidos na Lei de Execuccedilotildees Penais Eacute preciso ter em conta que a diligecircncia pleiteada pelo Parquet natildeo dizia apenas com a requisiccedilatildeo da FAC mas com informaccedilotildees e esclarecimentos referentes agraves anotaccedilotildees nela contidas a serem fornecidas por outros Juiacutezos que efetivamente soacute a concederiam mediante solicitaccedilatildeo de outra autoridade judiciaacuteria Correiccedilatildeo provida

HABEAS CORPUS EXECUCcedilAtildeO PENAL COMUTACcedilAtildeO DE PENA VIA INIDOcircNEA TAL BENEFIacuteCIO DEVE SER PROCESSADO OBSERVANDO-SE QUANTO Agrave EVENTUAL EXISTEcircNCIA DE FALTA GRAVE OS 12 UacuteLTIMOS MESES DE CUMPRIMENTO DA PENA A CONTAR DA DATA DA PUBLICACcedilAtildeO DO DECRETO Nordm 562005 LIVRAMENTO CONDICIONAL NAtildeO COMPARECIMENTO DO LIBERADO REVOGACcedilAtildeO DO BENEFIacuteCIO PORQUE DESCUMPRIDAS AS CONDICcedilOtildeES AgraveS QUAIS O MESMO FICA SUBORDINADO AUSEcircNCIA DE OITIVA PREacuteVIA A REVOGACcedilAtildeO DO BENEFIacuteCIO SEJA OBRIGATOacuteRIA OU FACULTATIVA TANTO PODE SER DECRETADA PELO JUIZ DE OFIacuteCIO COMO A REQUERIMENTO DO MINISTEacuteRIO PUacuteBLICO MEDIANTE REPRESENTACcedilAtildeO DO CONSELHO PENITENCIAacuteRIO DEVENDO ANTES SER OUVIDO O APENADO A SUSPENSAtildeO CAUTELAR Eacute MEDIDA APTA A IMPEDIR QUE O AGENTE DETERMINE POR VONTADE PROacutePRIA A DATA FINAL DE PRESTACcedilAtildeO DE CONTAS AO ESTADO PELO CRIME COMETIDO CONVOLACcedilAtildeO

AGOSTO 2009 15JURISPRUDEcircNCIAS

DA REVOGACcedilAtildeO DO LIVRAMENTO CONDICIONAL EM SUSPENSAtildeO CAUTELAR PARA DETERMINAR EXPEDICcedilAtildeO DE DILIGEcircNCIAS NO JUIacuteZO A QUO INCLUSIVE COM A MANUTENCcedilAtildeO DO MANDADO DE PRISAtildeO COMO FORMA DE OBJETIVAR A OITIVA DO PACIENTE FORAGIDO ORDEM PARCIALMENTE CONCEDIDA (TJRJ HABEAS CORPUS 200805903921 DES ADILSON VIEIRA MACABU - Julgamento 05082008 - SEGUNDA CAMARA CRIMINAL)

EMENTAacuteRIO DE JURISPRUDEcircNCIA CRIMINAL Nordm 172009

COMISSAtildeO DE JURISPRUDEcircNCIA Presidente DES CHERUBIN HELCIAS SCHWARTZ Organizaccedilatildeo Serviccedilo de Publicaccedilatildeo de Jurisprudecircncia (DGCON-SEJUR) da Divisatildeo de Gestatildeo de Acervos Jurisprudenciais (DGCON-DIJUR) - dijurtjrjgovbr Rua Erasmo Braga nordm 115 - Lamina I - 6ordm andar - Sala 635

bull Ementa nordm 8 - LIVRAMENTO CONDICIONAL REINCIDENCIA

bull Ementa nordm 15 - VISITA A FAMILIA INDEFERIMENTO

Ementa nordm 8

LIVRAMENTO CONDICIONAL REINCIDENCIA INICIO DA CONTAGEM DO PRAZO DATA DA CONCESSAO DO LIVRAMENTO

DIREITO CONSTITUCIONAL PENAL E PROCESSUAL PENALO apenado postulou a concessatildeo do benefiacutecio da comutaccedilatildeo da pena e do livramento condicional vindo o MP de opor-se a tal pretensatildeo ao argumento de que o apenado seria reincidenteO MM Dr Juiz da execuccedilatildeo negando razatildeo ao MP deferiu o postulado pelo apenado com fincas no inciso I do art 64 do CPEmbora o magistrado natildeo tenha explicitado as razotildees pelas quais ele entendia contrariamente agrave tese do MP que o apenado natildeo seria reincidente a essa motivaccedilatildeo chega-se facilmente atraveacutes da interpretaccedilatildeo da parte final do inciso I do art 64 do CPO livramento condicional como o proacuteprio nome diz traduz concessatildeo de liberdade sob condiccedilatildeo suspensiva e tanto assim o eacute que o art 89 do CP fala em ldquodeclarar extinta a penardquoVencido o periacuteodo de prova sem que o apenado torne a delinquir a contagem do prazo para fins de reincidecircncia haacute que ser feita com base na data em que foi concedido o livramento e natildeo do seu teacuterminoSe o apenado obteve

o livramento em 29 de marccedilo de 2000 e vem de praticar novo crime em 27 de maio de 2005 pela regra do inciso I do art 64 do CP ele natildeo pode ser considerado reincidente O fato de o juiz que condenou o Agravado tecirc-lo tido como reincidente natildeo impede o desprovimento do recurso do MP na medida em que isso natildeo constou como causa de pedir interna no recurso do MPRECURSO CONHECIDO MAS DESPROVIDO

200807601074 - RECURSO DE AGRAVO (LEI 721084) CAPITAL - SETIMA CAMARA CRIMINAL - Por maioria DES MAURILIO PASSOS BRAGA - Julg 24032009

Ementa nordm 15

VISITA A FAMILIA INDEFERIMENTO AUSENCIA DE FUNDAMENTOS ADEQUADOS ANULACAO DA DECISAO ORDEM CONCEDIDA PARCIALMENTE

HABEAS CORPUS CRIME HEDIONDO INDEFERIMENTO DO PLEITO DE VISITA PERIOacuteDICA Agrave FAMIacuteLIA AUSEcircNCIA DE FUNDAMENTOS ADEQUADOS ORDEM PARCIALMENTE CONCEDIDA PARA ANULAR A DECISAtildeO UNANIMIDADETendo em vista seus propoacutesitos a execuccedilatildeo da pena privativa de liberdade natildeo pode ser tratada como se fosse outro processo de conhecimento condenatoacuterio E assim como natildeo se permite que na aplicaccedilatildeo das penas as respectivas bases sejam fixadas com fundamentos geneacutericos e inerentes ao proacuteprio tipo tambeacutem natildeo se admite que na execuccedilatildeo se recuse ao condenado algum benefiacutecio ou direito com fundamentos geneacutericos de conveniecircncia e ligados agrave gravidade proacutepria do crime Eacute que a realidade agora eacute outra e decorre do comportamento e das condiccedilotildees pessoais do condenado evidenciados durante a execuccedilatildeo de sua pena Afinal de contas a execuccedilatildeo eacute uma extensatildeo do princiacutepio da individualizaccedilatildeo das penas que natildeo se esgota portanto com a sua fixaccedilatildeoAleacutem disso natildeo se pode nem se deve lamentar que inuacutemeros condenados pela praacutetica de crime hediondo tenham alcanccedilado regime mais brando porque se o conseguiram foi porque preenchendo os necessaacuterios requisitos tinham direito a isto e deve-se torcer que se tenham tornado pessoas melhoresMas como natildeo se pode transformar o processo relativo ao habeas corpus num paralelo agravequele que flui no juiacutezo da execuccedilatildeo a fim de verificar se o paciente preenche os requisitos legais para lhe ser deferida a visita perioacutedica agrave famiacutelia concede-se parcialmente a ordem a fim de anular a decisatildeo de primeiro grau por falta de adequada fundamentaccedilatildeo

possibilitando a ediccedilatildeo de outra de acordo com as exigecircncias do ordenamento juriacutedico Unanimidade

200905901194 - HABEAS CORPUS CAPITAL - QUINTA CAMARA CRIMINAL - Unanime DES NILDSON ARAUJO DA CRUZ - Julg 22042009

Page 15: Ministério Público do Estado do Rio de JaneiroBOLETIM INFORMATIVO - Nº 07 - ANO I - AGOSTO 2009 Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro Marcelo Gomes Silva Promotor de

AGOSTO 2009 15JURISPRUDEcircNCIAS

DA REVOGACcedilAtildeO DO LIVRAMENTO CONDICIONAL EM SUSPENSAtildeO CAUTELAR PARA DETERMINAR EXPEDICcedilAtildeO DE DILIGEcircNCIAS NO JUIacuteZO A QUO INCLUSIVE COM A MANUTENCcedilAtildeO DO MANDADO DE PRISAtildeO COMO FORMA DE OBJETIVAR A OITIVA DO PACIENTE FORAGIDO ORDEM PARCIALMENTE CONCEDIDA (TJRJ HABEAS CORPUS 200805903921 DES ADILSON VIEIRA MACABU - Julgamento 05082008 - SEGUNDA CAMARA CRIMINAL)

EMENTAacuteRIO DE JURISPRUDEcircNCIA CRIMINAL Nordm 172009

COMISSAtildeO DE JURISPRUDEcircNCIA Presidente DES CHERUBIN HELCIAS SCHWARTZ Organizaccedilatildeo Serviccedilo de Publicaccedilatildeo de Jurisprudecircncia (DGCON-SEJUR) da Divisatildeo de Gestatildeo de Acervos Jurisprudenciais (DGCON-DIJUR) - dijurtjrjgovbr Rua Erasmo Braga nordm 115 - Lamina I - 6ordm andar - Sala 635

bull Ementa nordm 8 - LIVRAMENTO CONDICIONAL REINCIDENCIA

bull Ementa nordm 15 - VISITA A FAMILIA INDEFERIMENTO

Ementa nordm 8

LIVRAMENTO CONDICIONAL REINCIDENCIA INICIO DA CONTAGEM DO PRAZO DATA DA CONCESSAO DO LIVRAMENTO

DIREITO CONSTITUCIONAL PENAL E PROCESSUAL PENALO apenado postulou a concessatildeo do benefiacutecio da comutaccedilatildeo da pena e do livramento condicional vindo o MP de opor-se a tal pretensatildeo ao argumento de que o apenado seria reincidenteO MM Dr Juiz da execuccedilatildeo negando razatildeo ao MP deferiu o postulado pelo apenado com fincas no inciso I do art 64 do CPEmbora o magistrado natildeo tenha explicitado as razotildees pelas quais ele entendia contrariamente agrave tese do MP que o apenado natildeo seria reincidente a essa motivaccedilatildeo chega-se facilmente atraveacutes da interpretaccedilatildeo da parte final do inciso I do art 64 do CPO livramento condicional como o proacuteprio nome diz traduz concessatildeo de liberdade sob condiccedilatildeo suspensiva e tanto assim o eacute que o art 89 do CP fala em ldquodeclarar extinta a penardquoVencido o periacuteodo de prova sem que o apenado torne a delinquir a contagem do prazo para fins de reincidecircncia haacute que ser feita com base na data em que foi concedido o livramento e natildeo do seu teacuterminoSe o apenado obteve

o livramento em 29 de marccedilo de 2000 e vem de praticar novo crime em 27 de maio de 2005 pela regra do inciso I do art 64 do CP ele natildeo pode ser considerado reincidente O fato de o juiz que condenou o Agravado tecirc-lo tido como reincidente natildeo impede o desprovimento do recurso do MP na medida em que isso natildeo constou como causa de pedir interna no recurso do MPRECURSO CONHECIDO MAS DESPROVIDO

200807601074 - RECURSO DE AGRAVO (LEI 721084) CAPITAL - SETIMA CAMARA CRIMINAL - Por maioria DES MAURILIO PASSOS BRAGA - Julg 24032009

Ementa nordm 15

VISITA A FAMILIA INDEFERIMENTO AUSENCIA DE FUNDAMENTOS ADEQUADOS ANULACAO DA DECISAO ORDEM CONCEDIDA PARCIALMENTE

HABEAS CORPUS CRIME HEDIONDO INDEFERIMENTO DO PLEITO DE VISITA PERIOacuteDICA Agrave FAMIacuteLIA AUSEcircNCIA DE FUNDAMENTOS ADEQUADOS ORDEM PARCIALMENTE CONCEDIDA PARA ANULAR A DECISAtildeO UNANIMIDADETendo em vista seus propoacutesitos a execuccedilatildeo da pena privativa de liberdade natildeo pode ser tratada como se fosse outro processo de conhecimento condenatoacuterio E assim como natildeo se permite que na aplicaccedilatildeo das penas as respectivas bases sejam fixadas com fundamentos geneacutericos e inerentes ao proacuteprio tipo tambeacutem natildeo se admite que na execuccedilatildeo se recuse ao condenado algum benefiacutecio ou direito com fundamentos geneacutericos de conveniecircncia e ligados agrave gravidade proacutepria do crime Eacute que a realidade agora eacute outra e decorre do comportamento e das condiccedilotildees pessoais do condenado evidenciados durante a execuccedilatildeo de sua pena Afinal de contas a execuccedilatildeo eacute uma extensatildeo do princiacutepio da individualizaccedilatildeo das penas que natildeo se esgota portanto com a sua fixaccedilatildeoAleacutem disso natildeo se pode nem se deve lamentar que inuacutemeros condenados pela praacutetica de crime hediondo tenham alcanccedilado regime mais brando porque se o conseguiram foi porque preenchendo os necessaacuterios requisitos tinham direito a isto e deve-se torcer que se tenham tornado pessoas melhoresMas como natildeo se pode transformar o processo relativo ao habeas corpus num paralelo agravequele que flui no juiacutezo da execuccedilatildeo a fim de verificar se o paciente preenche os requisitos legais para lhe ser deferida a visita perioacutedica agrave famiacutelia concede-se parcialmente a ordem a fim de anular a decisatildeo de primeiro grau por falta de adequada fundamentaccedilatildeo

possibilitando a ediccedilatildeo de outra de acordo com as exigecircncias do ordenamento juriacutedico Unanimidade

200905901194 - HABEAS CORPUS CAPITAL - QUINTA CAMARA CRIMINAL - Unanime DES NILDSON ARAUJO DA CRUZ - Julg 22042009