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INIDE REPÚBLICA DE ANGOLA MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO Título: Currículo da Formação de Professores do 1º Ciclo do Ensino Secundário Elaboração: Equipa de elaboração de Programas Direcção Geral : Dr. David Leonardo Chivela (componente INIDE) Dr. Pedro Nsiangengo Coordenação: Dr. Pedro Fernandes Editor: Impressão: Tiragem: 000 exemplares 1ª edição: ……/2004 INIDE – Instituto Nacional de Investigação e Desenvolvimento da Educação

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INIDE

REPÚBLICA DE ANGOLAMINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

Título: Currículo da Formação de Professores do 1º Ciclo do Ensino Secundário

Elaboração: Equipa de elaboração de Programas

Direcção Geral : Dr. David Leonardo Chivela(componente INIDE) Dr. Pedro Nsiangengo

Coordenação: Dr. Pedro Fernandes

Editor:

Impressão:

Tiragem: 000 exemplares

1ª edição: ……/2004

INIDE – Instituto Nacional de Investigação e Desenvolvimento da Educação

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Índice

I- Introdução ……………………………………………………….… 3II- Caracterização Global do contexto Angolano e respectivo Sistema

Educativo ………………………………………………………….. 4III- Caracterização Geral da Formação de Professores do Ensino de Base

em Angola ………………………………………………………….6IV- Características dos alunos do nível etário (13 – 17 anos de idade) .. 8V- Finalidades ……………………………………………...…………. 8VI- Perfil de saída do Professor do 1º Ciclo do Ensino Secundário …... 9VII- Caracterização dos Planos de Estudo ……………………………..10VIII- Inovação em relação aos Planos de Estudo vigentes …………..… 15IX- Caracterização Geral dos Programas …………………………….. 16X- Estrutura Curricular da Formação de Professores do 1º Ciclo do

Ensino Secundário ………………………………………….….… 17

- Planos de Estudo da Formação de Professores do 1º Ciclo do EnsinoSecundário

1- Especialidade: Português …………………………………………… 192- Especialidade: Francês ……………………………………………… 203- Especialidade: Inglês ……………………………………..………… 214- Especialidade: Matemática e Física ..………………….….………… 225- Especialidade: História e Geografia ...……………………………… 236- Especialidade: Biologia e Química ……………………………….… 247- Especialidade: Educação Visual e Plástica ……………………….… 258- Especialidade: Educação Física ..…………………………………… 26

XI - Perspectivas que fundamentam as opções tomadas a nível dasociedade, educação, ensino aprendizagem e princípios gerais deintervenção educativa.………………………………...…………...27

XII - Orientações didácticas gerais…………………………...….………. 29XIII - Modelo de Avaliação adaptado para os alunos ………………….... 34XIV - Referências Bibliográficas ………………..……..……...………… 40

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CURRÍCULO DA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DO 1º CICLO DOENSINO SECUNDÁRIO

I. IntroduçãoA educação constitui um processo que visa preparar o indivíduo para as

exigências da vida política, económica e social. O Sistema de Educação tende àformação harmoniosa e integral do homem.

A Formação de professores é uma das componentes do Sistema deEducação que merece uma atenção especial, visto que um dos principais pontos deestrangulamento do Sistema Educativo implementado em 1978 se situa naqualidade e quantidade do corpo docente.

A preparação cientifico-técnica, cultural, moral e cívica do professor é umfactor decisivo para o desenvolvimento de toda a política educacional. Assim, amelhoria da qualidade de ensino está associada à qualidade dos currículos deFormação de Professores.

A Formação Média Normal do Sistema Educativo implementado em 1978consiste em formar professores de nível médio que possuam à entrada a 8ª classedo ensino geral ou equivalente para ministrar aulas nas escolas do 2º e 3º níveis,nomeadamente a educação regular, a educação de adultos e a educação especial.

A Lei de Bases do Sistema de Educação define o 1º ciclo como parte doSubsistema do Ensino Secundário Geral e integra as 7ª, 8ª e 9ª classes. A formaçãomédia de professores do 1º ciclo do Ensino Secundário realiza-se após a 9ª classecom a duração de 4 anos, isto é da 10ª à 13ª classe.

A Formação Média Normal é realizada nos IMN – Institutos MédiosNormais, no INEF – Instituto Normal de Educação Física e no INFAC – InstitutoNacional de Formação Artística e Cultural.

Os diferentes Institutos Médios Normais formam professores no sistema debi-docência nas disciplinas de Matemática/Física, Biologia/Química eHistória/Geografia e mono-docência nas disciplinas de Português, Inglês, Francês,Educação Física e Educação Visual e Plástica.

Objectivos Gerais da Formação de Professores

Os objectivos gerais do Subsistema de Formação de professores são:a) Formar professores com perfil necessário à materialização

integral dos objectivos gerais da educação;b) Formar professores com sólidos conhecimentos cientifico-

técnicos e uma profunda consciência patriótica de modo a queassumam com responsabilidade a tarefa de educar as novasgerações;

c) Desenvolver acções de permanente actualização eaperfeiçoamento dos agentes de educação.

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II. Caracterização global do contexto angolano e respectivosistema educativo.

(Condições Reais Em Que Se Vai Actuar)

Angola, é um país situado na África Austral, ocupa uma área de 1.246.700Km2 e cuja população é estimada em 14.602.002 habitantes em 2002.

É um país plurilinguístico onde o português é considerado a língua oficial ede comunicação entre angolanos, apesar de existirem outras línguas nacionaiscomo por exemplo: Umbundu, Kimbundu, Kikongo, Tchokwe e N’gangela.

O ensino formal é feito em língua portuguesa; no entanto existem a nívelgovernamental discussões sobre a possibilidade da inclusão de línguas nacionaisno currículo.

Angola foi, durante cinco séculos, colónia portuguesa e conquistou a suaindependência a 11 de Novembro de 1975.

A lei constitucional angolana consagra a educação como um direito paratodos os cidadãos, independentemente do sexo, raça, etnia e crença religiosa. Em1977, dois anos após a independência nacional é aprovado um novo sistemanacional de educação e ensino, cuja implementação se iniciou em 1978 e temcomo princípios gerais os seguintes:

- Igualdade de oportunidade no acesso e continuação dos estudos- Gratuitidade do ensino a todos os níveis- Aperfeiçoamento constante do pessoal docente.Este sistema é constituído por um ensino geral de oito classes (das quais as

quatro primeiras, obrigatórias), por um ensino pré-universitário com seissemestres, um ensino médio de quatro anos (com dois ramos, técnico e normal) eum ensino superior.

Em 1977, Angola dispunha apenas de cerca de 25 mil professorespobremente formados.

O maior impacto tangível do novo sistema de educação constitui numaexplosão escolar que se traduziu na grande influência da população às escolas, poisse em 1974 estudavam cerca de meio milhão de angolanos, em 1980 esse númeroera já superior a 1,8 milhões.

Não foi possível manter estes indicadores, pois que o país, apesar deindependente continuou a guerra com acções armadas, cujas consequência sefaziam sentir principalmente nas zonas rurais. Efeitos profundamente nocivosreflectiram-se nas infra-estruturas escolares. Inúmeras escolas foram destruídas.

Em 1986, foi efectuado pelo ministro da educação um diagnóstico dosistema de educação que permitem fazer um levantamento e auscultação dasdebilidades e necessidades do sistema.

Com base nesse diagnóstico, chegou-se à conclusão da necessidade de umanova reforma educativa e foi possível então, traçar as linhas gerais para a mesma.

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Em 1990, Angola abandona o sistema monopartidário e envereda para osistema político multipartidário, o que acarretou mudanças na política educativa. Aguerra em Angola foi uma constante desestabilizadora e provocadora de umempobrecimento cada vez maior do Estado, das populações e de já escassa redeescolar. Grandes fluxos de população dirigem-se para as cidades consideradasmais seguras, o que aumenta a já grande concentração de população nas capitais decertas províncias, nomeadamente, Lubango, Benguela, e principalmente Luanda.Assim, mais de metade da população escolar distribui-se pelas províncias deLuanda (30%) , Benguela (11,4%) e Huíla (13%). Nas restantes províncias, essafrequência não alcança os 10%. A frágil e sobressaturada rede escolar do paíssucumbe, essencialmente nas províncias citadas.

Em Luanda, há muito que não existe a classe de iniciação. A pirâmide depopulação escolar no Ensino de Base é bastante larga na base e estreita no topo,havendo 70,4% no 1º nível, 10,9 no 2º nível.

De 1990 à 1992, a taxa bruta de escolaridade atingiu cerca de 82% noensino primário, no país.

A partir de 1992, a situação piora estimando-se que o número de criançasem idade pré-escolar ultrapassa dois milhões, mas somente 1% dessas crianças têmpossibilidade de acesso.

No ano lectivo 1994/95 foram matriculados cerca de 101 mil crianças o queequivale uma taxa bruta de matrícula na ordem de 15%. A população em idadeescolar, dos 6 aos 14 anos, dentro do sistema escolar é de 4.290.000 e fora dosistema é de 2.020.442, isto é 41,3%.

No ano lectivo de 1996, da população angolana em idade escolar, dos 6 aos14 anos, cerca de 70% corria o risco de cair no analfabetismo, por falta deoportunidade de acesso à rede escolar. Segundo estimativas do Banco Mundial eUnicef, a taxa de analfabetismo é de 60%. A população analfabeta com mais de 15anos em 1995, foi estimada em cerca de 4 milhões de pessoas das quais 2,5milhões são mulheres.

Para atenuar o fraco poder de absorção da rede escolar, foram criados noensino primário, o horário triplo e as turmas pletóricas, com 60 a 80 alunos.

É neste contexto, deveras adverso, que se iniciam os primeiros passos parapreparação da 2ª Reforma do Sistema de Educação. Em 2002 a AssembleiaNacional da República de Angola aprovou a Lei de Bases do Sistema de Educação.

Este documento contém o delinear do que se pretende com esta acção e onovo sistema cuja estrutura integra os seguintes subsistemas:

- Subsistema da Educação Pré-escolar - Subsistema do Ensino Geral- Subsistema do Ensino Técnico- profissional - Subsistema de Formação de Professores - Subsistema da Educação de Adultos - Subsistema do Ensino Superior O subsistema do Ensino Geral é constituído por:

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- Um ensino primário de 6 classes ( básico obrigatório)- Um ensino secundário, que integra dois ciclos, com duração de 3 anos

cada; o 2º ciclo do ensino secundário, tanto normal como técnico tem aduração de 4 anos.

O subsistema de formação de professores, estrutura-se nos seguintes níveiscom a duração de 4 e 6 anos, respectivamente

- Médio Normal- Superior PedagógicoCompreende ainda acções que se enquadram na formação permanente :

- Agregação Pedagógica- AperfeiçoamentoDe notar, que este novo Projecto de Sistema de Educação, está a ser

preparado em situação muito precária e em que os investimentos na educação sãopraticamente nulos, face ao mar de necessidades e dificuldades. A rede escolar nãoconheceu aumento significativo, tendo sido apenas remodeladas algumas dezenasde escolas e construídas outras tantas, especialmente na província de Luanda e quealbergarão a experimentação da Reforma Curricular.

Face a esta situação, seria apropriado para o sucesso da tarefa ingente que oMinistério da Educação tem em mãos - a Reforma Educativa - que se fizesseminvestimentos de vulto a fim de se poder levar esta tarefa a bom porto.

III. Caracterização geral da formação de Professores doEnsino de Base em Angola

A educação constitui um processo que visa preparar o indivíduo para asexigências da vida política, económica e social. O Sistema de Educação tende àformação harmoniosa e integral do indivíduo.

A estrutura do Sistema de Educação aprovado em 1977 e implementado em1978, contempla o Ensino Médio Normal com duração de 4 anos.

Os Institutos Médios Normais (IMN e INEF), são instituições vocacionadaspara a formação de professores de nível médio para exercerem funções nas escolasdo ensino de base (regular e de adultos).

O perfil de entrada dos candidatos à frequência dos Institutos MédiosNormais é a 8ª classe do ensino de base ou equivalente e ter a idade dos 13 aos 17anos para os cursos regulares e acima dos 18 anos para cursos reservados àtrabalhadores.

A estrutura dos Institutos Médios Normais não contempla a formação deprofessores para todas as disciplinas que correspondem os currículos do Ensino deBase, pois, muitos professores, por exemplo, de Moral e Cívica, Educação Visual ePlástica e Formação Manual e Politécnica são recrutados sem terem a formação

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inicial; nem se realizam cursos específicos nas respectivas áreas, antes do início defunções.

Grandes dificuldades concorrem na gestão do processo formativo,conduzindo assim para um perfil de saída menos desejado, se comparar osresultados e os objectivos definidos para os Institutos.

Nestas instituições constata-se uma formação muito geral, teórica eabstracta. A formação é essencialmente dominada por abordagens normativasprescritas e descritas.

As condições de estudos oferecidas aos alunos, tais como: o númeroexcessivo de alunos por turma, ausência de laboratórios e de infra-estruturasdesportivas, cantinas, livrarias, falta de manuais escolares para o nível e programasuniformizados e estruturados, a falta de inspecção regular aos Institutos, têmcontribuído para a fraca qualidade do Sistema de Educação.

Os currículos oferecem uma formação muito compartimentalizada erepetitiva, pois o aluno-mestre não assume uma postura de empenhamento auto-formativo e independente.

Alguns destes alunos-mestres preparados neste tipo de currículo, são osprofessores que leccionam no ensino de base 1º, 2º e 3º níveis. A maioria dosprofessores formados nos Institutos Normais não permanecem no Sistema deEducação. Alguns deles prosseguem os seus estudos a nível superior e outrosabandonam o Ministério da Educação e vão para diferentes sectores, à procura demelhores condições salariais e de trabalho.

A maioria dos professores que leccionam nos IMN não têm perfil adequado,ou melhor, não têm formação com agregação pedagógica. Esta situação é tambémfactor inviabilizador de inserção efectiva dos alunos na prática educativa,acrescido de inadequada organização interna do processo de ensino.

Por estes e outros motivos, é inevitável a Reforma do Subsistema actual deFormação de Professores em Angola.

A educação, no âmbito da Lei de Bases do Sistema de Educação, aprovadoem Dezembro de 2001, realiza-se através de um Sistema Unificado cuja estruturaintegra o Subsistema de Formação de Professores. Os cursos de nível médio sãoministrados nos IMN (IMN - Instituto Médio Normal, INEF - Instituto Normal deEducação Física e INFAC - Instituto Nacional de Formação Artística e Cultural) evisa a Formação de Professores para o 1º ciclo do Ensino Secundário, Educação deAdultos e Educação Especial.

A Formação de Professores, é uma área do Sistema de Educação quemerece uma atenção especial, já que um dos principais pontos de estrangulamentodo sistema educativo actual, implementado desde 1978 se situa na qualidade equantidade do corpo docente.

A preparação científica-técnica, cultural, moral e cívica do professor é umfactor decisivo para o desenvolvimento de toda política educacional. Assim, amelhoria da qualidade de ensino, está associada à qualidade dos programas de

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formação e orientação de professores e ao processo da Reforma do Sistema deEducação que se realiza efectivamente nas escolas.

IV. Características do aluno no nível etário (13 – 17 anos deidade)

A vida sócio –afectiva e intelectual do aluno evolui lado a lado, o quesignifica:

• Do ponto de vista sócio-afectivo, nesta faixa etária, o aluno organiza-seem função da sua escala de valores. Inicia a sua integração na sociedade,especialmente no que respeita, a certeza na escolha de uma profissão.Neste período de vida, diminuem as oscilações morais e começa aaparecer a maturidade na sua conduta e nas suas relações interpessoais.

• A ideia da entrada no mundo do trabalho e as preocupações dos estudossuperiores tornam cada vez mais sensível aos problemas do mundo.

• Do ponto de vista intelectual, o aluno desenvolve as capacidades lógicase de representação simbólica, tal como são usadas pelos adultos.Aprende a equacionar de um problema, várias alternativas de soluçãopossíveis, decidindo entre elas qual a mais apropriada.

• É de notar que o estádio de desenvolvimento depende em grande partedo grau de instrução da pessoa em causa; muitos adultos, segundoPIAGET, nunca chegam a fazer raciocínios formais. Nas sociedades emque não existem escolas formais, nenhum dos seus membros é capaz deraciocinar formalmente. Este estádio de operações formais é, afinal decontas, produto de cada sociedade e não um estádio de desenvolvimentoinevitável em toda a humanidade.

VII. Finalidades

• Este Subsistema tem como finalidades formar professores:− Com perfil necessário para a materialização integral dos objectivos

gerais da Educação e particularmente dos objectivos do 1º ciclo doEnsino Secundário;

− Que encarem o Sistema Educativo, a Escola, a sala de aula e acomunidade envolvente, como espaços de formação harmoniosa dosalunos;

− Com sólidos conhecimentos científicos, pedagógicos e profissionaise uma profunda consciência patriótica de modo a que assumam comresponsabilidade a tarefa de educar as novas gerações, numasociedade plural;

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− Que colaborem com os colegas das mesmas turmas de modo apromoverem o sucesso educativo dos alunos;

− Que desenvolvam acções de permanente actualização eaperfeiçoamento dos agentes da educação e do ensino;

X. Perfil de saída do professor do 1º ciclo do ensino

secundário

A Formação e a melhoria da qualificação científica e técnico-pedagógicados docentes devem constituir duas das condições essenciais para a obtenção deníveis elevados de eficácia e de qualidade de Ensino, adaptando-as às mudançassocio-económicas do País. Para o cumprimento cabal destes propósitos, no fim daFormação dever-se-á alcançar o seguinte perfil:

1. A nível do saber:

a) Conhecer a natureza fisiológica, psicológica e sociológica dos alunos do1º ciclo do Ensino Secundário (12-15 anos de idade);

b) Possuir conhecimentos científicos fundamentais tanto no âmbito da(s)especialidade(s) que vai ensinar, como nas ciências da Educação;

c) Dominar os conteúdos programáticos, bem como a melhor utilização dosmanuais escolares, as orientações metodológicas e outros instrumentosrelativos à Educação e ao Ensino nas instituições escolares;

d) Conhecer as problemáticas mais relevantes do mundo em que vivemos,cada vez mais complexo e em rápida mudança;

e) Conhecer as perspectivas educacionais que enformam o currículo dosalunos do 1º ciclo do Ensino Secundário.

2. A nível do saber-fazer:

a) Definir os objectivos específicos com base nos objectivos gerais econteúdos dos programas estabelecidos, tendo em conta o contexto emque vai trabalhar, ou seja as condições das instituições de ensino, domeio económico e sócio-cultural em que estas estão inseridas e ascaracterísticas e necessidades dos alunos concretos que vai ensinar;

b) Adoptar métodos e meios de ensino, bem como mecanismos dediferenciação pedagógica e de flexibilização dos programas, adequando-os à diversidade dos alunos a fim de promover o sucesso escolar,nomeadamente a nível dos objectivos específicos/conteúdos essenciais,e do desenvolvimento integral do jovem;

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c) Preparar o adolescente para um enquadramento auspicioso nas classes eníveis de ensino subsequentes e para uma opção vocacional eprofissional consciente compatível com uma inserção social harmoniosana comunidade;

d) Proporcionar aos alunos a aquisição e domínio de saberes, instrumentos,capacidades, atitudes e valores indispensáveis a uma escolha esclarecidadas vias escolares ou profissionais subsequentes;

e) Desenvolver valores, atitudes, práticas que contribuam para a formaçãode cidadãos conscientes e participativos numa sociedade democrática;

f) Colaborar com os colegas que têm os mesmos alunos no sentido dearticular estratégias que promovam o sucesso educativo destes;

g) Identificar o jovem necessitado em atendimento e cuidados especiais.

3. A nível do ser: a) Distinguir-se por um elevado sentido de responsabilidade, de idoneidade

moral, cívica e deontológica, e saber transmitir estes valores aoseducandos;

b) Assumir uma atitude de respeito pela importância da actividade docentena formação da personalidade humana e no desenvolvimento socio-económico da sociedade.

XII. Caracterização dos planos de estudo

Nos planos de estudo da formação de professores do 1º ciclo do EnsinoSecundário adoptou-se a formação de docentes, de um modo geral, para duasdisciplinas com afinidades epistemológicas entre si, à excepção das Línguas e dasEducações Física e Visual e Plástica. A formação para duas disciplinas apresentavárias vantagens:

− Vai de encontro à perspectiva actual de dar aos docentes uma formaçãomais abrangente possível, dada a complexidade e as mudanças rápidasdo mundo actual;

− Permite ao professor ajudar os alunos com mais dificuldades em doisespaços diferentes;

− Facilita a articulação entre áreas científicas com afinidades entre si;− Permite que, em escolas do interior, com um número não elevado de

alunos, haja professores para todas as disciplinas, com horário completo.Relativamente à formação em Educação Física e em Educação Visual e

Plástica justifica-se pelas especificidades destas áreas.As línguas estão separadas por se verificar a esse nível a necessidade de

maior concentração na formação profissional da respectiva especialidade.

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Outra característica dos planos de estudo, foi a aglutinação das disciplinasem quatro grupos: formação geral, formação específica, formação profissional eainda um novo grupo denominado de formação facultativa.

Os planos de estudo concebidos destinam-se à formação de professores dePortuguês, Inglês, Francês, Matemática/Física, Biologia/Química,História/Geografia, Educação Visual e Plástica e Educação Física.

1. Formação Geral

Tendo em conta a análise dos documentos já referidos, nomeadamente a Leide Bases do Sistema de Educação, concluiu-se que a duração dos cursos dosInstitutos Médio Normais seria a mesma mudando apenas os níveis de acesso aessa instituição que passaria a ser a 9ª classe e não a 8ª classe como até agora. Estefacto levou a que se concluísse que em princípio, os alunos candidatos aosInstitutos de formação de professores do 1º ciclo do Ensino Secundário teriam umaformação básica mais sólida do que anteriormente, o que levou a decidir quealgumas disciplinas poderiam a partir daí ser encaradas de maneira diferente, deforma a dar ao futuro professor uma visão geral, mais global dos problemasprementes e candentes do mundo actual sob diferentes vertentes, como é o caso dedisciplinas de História, Filosofia, Geografia, Física, Química, Biologia,despertando nele o autodidactismo.

Da Formação Geral faz ainda parte a disciplina de Informática queproporcionará ao professor conhecimentos técnicos que lhe permitam usar ocomputador que é hoje um meio tecnológico essencial para grande parte dasprofissões, e nomeadamente para o professor.

A disciplina de Filosofia responde à necessidade de proporcionar, aosfuturos professores, ainda que de um modo global e introdutório, as perspectivasmais actuais sobre problemas essenciais do homem, do mundo e do conhecimento.Esta bagagem, restrita pelo pouco tempo de que se dispõe para esta disciplina, éainda necessária para que os futuros professores possam compreender os conceitosmais ligados à Filosofia da Educação que estarão subjacentes ao DesenvolvimentoCurricular e à Formação Pessoal, Social e Deontológica.

Por outras palavras, a formação geral tem com objectivo dar ao futuroprofessor uma visão global científica como reforço da cultura geral que ele deveter.

Esta formação geral tem um troco comum (Língua Portuguesa, LínguaEstrangeira, Matemática, Filosofia, Informática e Educação Física e uma parte quevaria de acordo com o que é mais importante para o curso a que se destina.

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2. Formação Específica

O grupo de Formação Específica integra disciplinas das Ciências daEducação que asseguram o fundamento científico-pedagógico para o exercício daactividade docente.

Este grupo inclui um tronco comum (Psicologia do Desenvolvimento e daAprendizagem, Análise Sociológica da Educação e Administração e GestãoEscolar, Higiene e Saúde Escolar, Teoria da Educação e DesenvolvimentoCurricular e Formação Pessoal, Social e Deontológica) e uma parte que varia deacordo com as especialidades definidas.

A disciplina de Psicologia centra-se na Psicologia do Desenvolvimento e deaprendizagem que permitirá a análise dos factores fundamentais dedesenvolvimento e da aprendizagem, para que o futuro professor conheçaminimamente a natureza fisiológica, psicológica, psíquica e social da criança esaiba identificar a necessidade em atendimento e cuidados especiais, dando-lhe umtratamento diferenciado.

Análise Sociológica da Educação estuda essencialmente, sob o ponto devista sociológico, os factores que interferem na escola e particularmente noprocesso de ensino/aprendizagem. Surge nas 10ªs e 11ªs classes antes da PráticaPedagógica, uma vez que é uma disciplina que permite o levantamento de questõesde natureza sociológica observadas na Prática Pedagógica, podendo considerar-secomo reforço para a compreensão de problemas concretos que possam ter surgidona turma.

À esta disciplina juntou-se Administração e Gestão Escolar que possibilita acompreensão dos factores de natureza legal, institucional e organizacional quecontextuam as práticas educativas na escola.

A aparente extinção da disciplina de Pedagogia, deve-se ao facto de seterem transferido os seus conteúdos para outras disciplinas, por razões ligadas aperspectivas curriculares actualizadas, mais amplas do que as desenvolvidas naDidáctica Geral que integrava a Formação de Professores.

A componente de Teoria da Educação visa fornecer conhecimento ao níveldas teorias e modelos pedagógicos que configuram o quadro educativo naactualidade, eliminando e fundamentando posições a nível da Prática Pedagógica.

Finalmente o módulo de Desenvolvimento Curricular permite, por um ladoclarificar o conceito e os fundamentos do currículo escolar, relacionando-o com asopções societárias e as decisões assumidas aos níveis político e administrativo. Poroutro lado, esse módulo caracteriza o processo de desenvolvimento curricular,explicitando as operações de gestão do currículo na escola e na sala de aula, comreferência às alternativas de decisão e de acção e respectivas incidênciaseducativas.

A disciplina de Formação Pessoal, Social e Deontológica no currículo deFormação de Professores, visa fomentar ao futuro professor uma consciência

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reflexiva sobre si como pessoa, contribuindo para a construção progressiva de umaidentidade profissional.

Com o projecto que se propõe no 1º semestre da 13ª classe como etapa finalda disciplina de Formação Pessoal, Social e Deontológica, visa-se uma integraçãodos diferentes saberes nela desenvolvidos com base num problema real a resolver,que privilegie uma das componentes, mas que contemple também, numaperspectiva transversal às outras componentes.

3. Formação Profissional

O grupo de Formação Profissional constam disciplinas que asseguram aformação profissional do candidato à docência e dá-lhe a formação específicapara as respectivas especialidades.

Distingue-se a matéria que constitui objecto de ensino, e que consta daFormação Geral, das Metodologias específicas, que se enquadram na FormaçãoProfissional, uma vez que a experiência nas instituições de Formação deProfessores leva a inferir que, se não se atribuem horas a cada componente, osprofessores se preocupam muito mais com a Ciência do que com a respectivaMetodologia de ensino. Contudo, o mesmo professor encarregar-se-á das duasvertentes referidas, bem como da Prática Pedagógica e do Estágio, a fim depossibilitar a integração destas componentes do Plano Curricular.

A Formação Profissional compreende a(s) ciência(s) da especialidade, asmetodologia destas, as Práticas, Seminários e o Estágio Pedagógicos.

− O professor da especialidade é o mesmo da Metodologia de ensino, daPrática Pedagógica e o que acompanha o Estágio e orienta os respectivosSeminários.

− A Prática e Seminários Pedagógicos são a caracterização da parte teóricae pretende-se com esta etapa da formação específica como profissional,nomeadamente a formulação de objectivos, elaboração e gestão deplanos de aula, em conformidade com as características do meioenvolvente da escola, da disciplina, da classe e da temática a ministrar.Todos estes elementos devem contemplar uma visão sistémica dosconteúdos a tratar, objectivos gerais respectivos e específicos que sepretendem atingir, pré-requisitos, selecção de métodos, meios einstrumentos de avaliação e ainda o tempo previsto.

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A prática pedagógica contempla três fases diferentes, de observação, decolaboração e de responsabilização.

1ª fase – Observação nas escolas do 1º ciclo do ensino secundário, visandopossibilitar os primeiros contactos com a realidade educativa,incluindo aulas, recreios e modos de funcionamento da instituição.

2ª fase – Após o estudo dos programas e dos manuais, segue-se a fase decolaboração com o professor da classe em tarefasprogressivamente mais complexas, sob a orientação do professorda respectiva disciplina.

3ª fase – Preparação e realização de aulas sob orientação do professor darespectiva disciplina.

Na avaliação da Prática Pedagógica, nas fases 2 e 3, deve ser ouvido oprofessor dos alunos.

O Estágio Pedagógico dos alunos dos IMN e INFAC aparece no últimosemestre do curso e o dos alunos do INEF nos últimos dois semestres, o período deplena responsabilização. O aluno estagiário trabalha com uma turma do 1º ciclo doensino secundário. Receberá visitas sistemáticas de controlo quer dos Professoresda escola, quer dos dois docentes dos respectivos institutos dessas disciplinas.

O aluno estagiário deve apresentar quinzenalmente um relatório dasactividades realizadas, pois isto permitirá determinar o nível do perfil que sepretende.

Como já foi acentuado, o aluno-mestre na sua actuação durante o estágiodeve ser capaz de aplicar todos os conhecimentos assimilados na formação geral,específica e profissional.

Durante o estágio, a avaliação dos alunos será realizada pelos professoresresponsáveis da disciplina e ouvidos os professores das turmas.

Os Seminários Pedagógicos estão ligados à Prática e Estágio Pedagógico eservem para preparar, avaliar as aulas, identificando os problemas que nelasocorreram, reflectir sobre o processo de ensino/aprendizagem, debater osproblemas de carácter pedagógico, metodológico, científico e cultural,relacionados com problemas detectados.

4. Formação Facultativa

O grupo de Formação Facultativa é constituído por aquelas disciplinas quese consideram como desejáveis e necessárias para o perfil do futuro professor masque por condicionalismos vários do nosso País, levou com que se decidisse que omelhor seria incluí-las como facultativas sendo leccionadas onde as condições o

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permitissem, respeitando assim a autonomia e as próprias realidades de cadaprovíncia ou região. Tais disciplinas são: Línguas Nacionais e Estrangeiras,Expressões Artísticas e Fotografias.

XV. Inovações em relação ao plano de estudos vigente

Quanto ao leque de disciplinas para o plano de estudos conclui-se que seriabasicamente o mesmo com algumas modificações.

1. Formação Geral

Introduziram-se para todos os cursos na formação geral:− A cadeira de Filosofia (noções gerais) que serve para ajudar a formar o

futuro professor uma visão crítica sobre o mundo e a Informática naóptica do utilizador.

Diversificou-se parte da formação geral, de acordo com as necessidades dosdiferentes cursos.

2. Formação Específica

Nesta vertente da Formação, as alterações mais significativas dizem respeitoà substituição da Pedagogia por uma disciplina, com dois módulos: Teoria daEducação e Desenvolvimento Curricular.

A Sociologia foi substituída por Análise Sociológica da Educação a que sejuntou um módulo de Administração e Gestão Escolar. Introduziu-se ainda aFormação Pessoal, Social e Deontológica.

3. Formação Profissional

A mudança mais importante nesta área é a da separação da Ciência daespecialidade da respectiva metodologia.

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XVII. Caracterização Geral dos Programas

Os programas escolares constituem a componente fundamental dumcurrículo. Eles são desenvolvidos tendo em conta quer as condições dacomunidade escolar no sentido restrito, quer da comunidade envolvente,para preverem o sucesso escolar educativo.No País, estes aspectos tornam-se relevantes tanto pela diversidade culturale de condição em que funciona a escola (recursos materiais e humanos –nível de Formação de Professores e de Desenvolvimento dos Alunos), comopela necessidade imperiosa de diminuir as altas taxas de insucesso escolar epromover o sucesso educativo, tão necessário para o desenvolvimento doPaís.

Elementos do programa

Os programas da Formação de Professores do 1º Ciclo do EnsinoSecundário estruturam-se de seguinte forma: Introdução da disciplina; Objectivos gerais da disciplina na Formação de Professores do 1º Ciclo

do Ensino Secundário; Objectivos gerais da disciplina na classe; Conteúdos programáticos

♦ Unidade♦ Subunidade

Sugestões metodológicas Avaliação Bibliografia

Esta estrutura é flexível tendo em conta as especificidades de algumasdisciplinas. Esta forma de organização pensa-se ser a adequada para facilitar aoprofessor, a compreensão da complexidade do Sistema Educativo e dosconteúdos dos diversos elementos do programa.A introdução geral da disciplina permite compreender que, embora qualquerárea do conhecimento possa ser importante por si mesma, a sua introduçãono programa escolar tem a ver com o papel que ela desempenha naconsecução dos objectivos do referido nível de ensino, o que tem a ver coma cultura herdada, com a sociedade em que se está e com a que se pretendeconstruir.Os objectivos gerais da disciplina na Formação de Professores do 1º Ciclodo Ensino Secundário, são necessários para se compreenderem osobjectivos gerais da mesma na classe a que o programa diz respeito que sãoa concretização de uma parte daqueles.

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A escolha dos conteúdos à volta de Unidades organizadoras que se dividemem subunidades, é uma maneira de sequenciar os conteúdos dum modológico e coerente, facilita ao professor e aos alunos a compreensão daarticulação entre as subunidades da Unidade que constitui.A identificação de conteúdos básicos chama a atenção do professor para osconteúdos (factos, conceitos, princípios, leis, procedimentos, valores eatitudes) que, por serem essenciais para a aquisição de novas aprendizagens,como tal será obrigatório ensiná-los, não podendo deixar de ser trabalhadoscom todos os alunos, de modo a que na generalidade atinja os objectivoscorrespondentes a um bom nível de consecução. O tempo previsto para cada Unidade tem a ver com a importância e adificuldade dos conteúdos e ajuda o professor a elaborar a planificaçãogeral, no sentido de cumprir, pelo menos os conteúdos básicos de modo queos alunos os assimilem.As sugestões metodológicas, são escolhidas de acordo com a maturidade einteresse dos alunos, de modo a que as actividades propostas:• Proporcionem uma ampla gama de objectivos de desenvolvimento;• Respondam aos interesses e necessidades das crianças;• Propiciem um desenvolvimento em sequência;• Sejam diversificadas.

O que se apresenta são apenas sugestões, que cada professor gerirá de modoque lhe parecer mais adequado à situação concreta em que se encontra.A avaliação, destina-se a propor o modo como se pode avaliar aaprendizagem dos alunos e que tem especificidades para as diversasdisciplinas, tendo sempre como referência o modelo de avaliação.

XXXIX.Estrutura Curricular da Formação de Professores do 1º

Ciclo do Ensino Secundário

Embora a Lei de Bases do Sistema da Educação determine que a Formaçãode Professores de todo o Ensino Secundário venha a ser feita pelo EnsinoSuperior, tudo indica que pelo menos a médio prazo, e no caso da Formaçãode Professores do 1º Ciclo do Ensino Secundário, a formação continue a serfeita pelos Institutos Médios Normais.Os planos de estudo contemplam quatro componentes de formação quevisam assegurar uma formação teórico-prática sólida: a Formação Geral, aFormação Específica, a Formação Profissional e a Formação Facultativa.

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As componentes Formação Específica e particularmente a Profissionalforam reforçadas, procurando-se deste modo, preparar melhor osprofessores para o exercício da sua função, ao mesmo tempo que se esperaminimizar a situação actual em que uma percentagem significativa deprofessores não vão exercer essa profissão, transitando para o mundoempresarial, onde auferem melhores vencimentos.

Subsistema de formação de professores

A Formação de Professores 1º Ciclo do Ensino Secundário realiza-se após a9ª classe do Ensino Geral ou equivalente, nos Institutos Normais deEducação (IMN, INEF, e INFAC) com a duração de 4 anos (10ª, 11ª, 12ª e13ª classes).Na Formação de Professores 1º Ciclo do Ensino Secundário pretende-seatingir os seguintes objectivos:- Formar professores com o perfil necessário à materialização integral

dos objectivos gerais da educação;- Formar professores com sólidos conhecimentos científicos e uma

profunda consciência patriótica de modo a que assumam comresponsabilidade a tarefa de educar as novas gerações;

- Desenvolver acção de permanente actualização e aperfeiçoamento dosagentes de educação.

Para a concretização do currículo da formação de professores do 1º ciclo doensino secundário, os planos de estudo incorporam não só disciplinas quepermitem a continuação dos estudos no ensino superior, mas também outrasde mais variados conhecimentos práticos que facilitam o desenvolvimentocom eficácia da actividade profissional do docente.

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1 - PLANO DE ESTUDO DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES DO 1º CICLODO ENSINO SECUNDÁRIO

ESPECIALIDADE: PORTUGUÊS

DISCIPLINA10ª classe 11ª classe 12ª classe 13ª classe

1º sem 2º sem 3º sem 4º sem 5º sem 6º sem 7º sem 8º sem Total Formação Geral 672

Francês/Inglês 3 3 2 128Filosofia 3 48História 3 3 96

Geografia 3 2 80Matemática 3 2 80Informática 3 48

Educação Física 2 2 2 2 2 2 192Formação Específica 384

Psicologia do Desenvolvimento eda Aprendizagem

3 3 96

Análise Sociológica da Educaçãoe Administração e Gestão Escolar

3 3 96

Teoria da Educação eDesenvolvimento Curricular

3 3 96

Higiene e Saúde Escolar 3 48Formação Pessoal, Social e

Deontológica3 48

Formação Profissional 2544Português 9 9 9 9 9 9 9 1008Literatura 3 3 3 3 3 240

Metodologia de Ensino doPortuguês

3 5 6 6 320

Prática, Seminários e EstágioPedagógico

5 6 6 9 10 22+3 976

Formação FacultativaNº DE HORAS / SEMANA 29 30 30 29 25 29 28 25Nº DE DISCIPLINAS / SEMANA 8 9 8 7 5 5 4 1HORAS LECTIVAS /ANUAL 944 944 864 848 3.600

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2 - PLANO DE ESTUDO DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES DO 1º CICLODO ENSINO SECUNDÁRIO

ESPECIALIDADE: FRANCÊS

DISCIPLINA10ª classe 11ª classe 12ª classe 13ª classe

1º sem 2º sem 3º sem 4º sem 5º sem 6º sem 7º sem 8º sem Total Formação Geral 1056Língua Portuguesa 4 4 4 4 4 4 384

Inglês 3 3 2 128Filosofia 3 48História 3 3 96

Geografia 3 2 80Matemática 3 2 80Informática 3 48

Educação Física 2 2 2 2 2 2 122Formação Específica 384

Psicologia do Desenvolvimento eda Aprendizagem

3 3 96

Análise Sociológica da Educaçãoe Administração e Gestão Escolar

3 3 96

Teoria da Educação eDesenvolvimento Curricular

3 3 96

Higiene e Saúde Escolar 3 48Formação Pessoal, Social e

Deontológica3 48

Formação Profissional 2096Francês 8 8 8 8 8 8 8 896

Metodologia de Ensino doFrancês

4 4 4 4 256

Prática, Seminários e EstágioPedagógico

3 4 6 6 15 22+3 944

Formação FacultativaNº DE HORAS / SEMANA 29 30 29 28 27 27 26 25Nº DE DISCIPLINAS / SEMANA 8 9 8 7 6 6 3 1HORAS LECTIVAS / ANUAL 944 912 864 816 3.536

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3 - PLANO DE ESTUDO DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES DO 1º CICLODO ENSINO SECUNDÁRIO

ESPECIALIDADE: INGLÊS

DISCIPLINA 10ª classe 11ª classe 12ª classe 13ª classe1º sem 2º sem 3º sem 4º sem 5º sem 6º sem 7º sem 8º sem Total

Formação Geral 1056Língua Portuguesa 4 4 4 4 4 4 384

Francês 3 3 2 128Filosofia 3 48História 3 3 96

Geografia 3 2 80Matemática 3 2 80Informática 3 48

Educação Física 2 2 2 2 2 2 122Formação Específica 384

Psicologia do Desenvolvimento eda Aprendizagem

3 3 96

Análise Sociológica da Educação eAdministração e Gestão Escolar

3 3 96

Teoria da Educação eDesenvolvimento Curricular

3 3 96

Higiene e Saúde Escolar 3 48Formação Pessoal, Social e

Deontológica3 48

Formação Profissional 2096Inglês 8 8 8 8 8 8 8 896

Metodologia de Ensino do Inglês 4 4 4 4 256Prática, Seminários e Estágio

Pedagógico3 4 6 6 15 22+3 944

Formação FacultativaNº DE HORAS / SEMANA 29 30 29 28 27 27 26 25Nº DE DISCIPLINAS / SEMANA 8 9 8 7 6 6 3 1HORAS LECTIVAS / ANUAL 944 912 864 816 3.536

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4 - PLANO DE ESTUDO DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES DO 1º CICLODO ENSINO SECUNDÁRIO

ESPECIALIDADE: MATEMÁTICA E FÍSICA

DISCIPLINA 10ª classe 11ª classe 12ª classe 13ª classe1º sem 2º sem 3º sem 4º sem 5º sem 6º sem 7º sem 8º sem Total

Formação Geral 656Português 3 3 3 144

Francês/Inglês 3 3 2 128Filosofia 3 48Química 3 48

Geometria Descritiva 3 48Informática 3 48

Educação Física 2 2 2 2 2 2 192Formação Específica 384

Psicologia do Desenvolvimento eda Aprendizagem

3 3 96

Análise Sociológica da Educaçãoe Administração e Gestão Escolar

3 3 96

Teoria da Educação eDesenvolvimento Curricular

3 3 96

Higiene e Saúde Escolar 3 48Formação Pessoal, Social e

Deontológica3 48

Formação Profissional 2672Física 8 8 6 7 6 6 656

Matemática 8 8 6 7 6 6 656Metodologia de Ensino da

Matemática e Física4 6 6 8 384

Prática, Seminários e EstágioPedagógico

5 4 6 6 15 22+3 976

Formação FacultativaNº DE HORAS / SEMANA 30 30 30 30 29 29 29 25Nº DE DISCIPLINAS / SEMANA 7 7 8 7 6 6 4 1 HORAS LECTIVAS / ANUAL 960 960 928 864 4.712

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5 - PLANO DE ESTUDO DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES DO 1º CICLODO ENSINO SECUNDÁRIO

ESPECIALIDADE: HISTÓRIA E GEOGRAFIA

DISCIPLINA 10ª classe 11ª classe 12ª classe 13ª classe1º sem 2º sem 3º sem 4º sem 5º sem 6º sem 7º sem 8º sem Total

Formação Geral 688Português 3 3 3 144

Francês/Inglês 3 3 2 128Filosofia 3 48Biologia 3 48

Matemática 3 2 80Informática 3 48

Educação Física 2 2 2 2 2 2 192Formação Específica 384

Psicologia do Desenvolvimento eda Aprendizagem

3 3 96

Análise Sociológica da Educaçãoe Administração e Gestão Escolar

3 3 96

Teoria da Educação eDesenvolvimento Curricular

3 3 96

Higiene e Saúde Escolar 3 48Formação Pessoal, Social e

Deontológica3 48

Formação Profissional 2592História 7 7 6 6 7 6 624

Geografia 6 7 6 7 6 7 624Metodologia de Ensino de

História Geografia 4 6 6 8 384

Prática, Seminários e EstágioPedagógico

5 5 5 5 15 22+3 960

Formação FacultativaNº DE HORAS / SEMANA 30 30 30 30 29 29 26 25Nº DE DISCIPLINAS / SEMANA 8 8 8 7 6 6 3 1HORAS LECTIVAS /ANUAL 960 960 928 816 3.664

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6 - PLANO DE ESTUDO DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES DO 1º CICLODO ENSINO SECUNDÁRIO

ESPECIALIDADE: BIOLOGIA E QUÍMICA

DISCIPLINA 10ª classe 11ª classe 12ª classe 13ª classe1º sem 2º sem 3º sem 4º sem 5º sem 6º sem 7º sem 8º sem Total

Formação Geral 688Português 3 3 3 144

Francês/Inglês 3 3 2 128Filosofia 3 48Física 3 48

Matemática 3 2 80Informática 3 48

Educação Física 2 2 2 2 2 2 192Formação Específica 384

Psicologia do Desenvolvimento eda Aprendizagem

3 3 96

Análise Sociológica da Educaçãoe Administração e Gestão Escolar

3 3 96

Teoria da Educação eDesenvolvimento Curricular

3 3 96

Higiene e Saúde Escolar 3 48Formação Pessoal, Social e

Deontológica3 48

Formação Profissional 2592Química 6 8 5 7 7 6 624Biologia 7 8 5 7 7 6 640

Metodologia de Ensino deQuímica e Biologia

4 5 6 8 368

Prática, Seminários e EstágioPedagógico

4 4 6 6 15 22+3 960

Formação FacultativaNº DE HORAS / SEMANA 30 29 30 30 30 29 26 25Nº DE DISCIPLINAS / SEMANA 8 7 9 7 6 6 3 1 HORAS LECTIVAS / ANUAL 944 960 944 916 3.664

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7 - PLANO DE ESTUDO DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES DO 1º CICLODO ENSINO SECUNDÁRIO

ESPECIALIDADE: EDUCAÇÃO VISUAL E PLÁSTICA

DISCIPLINA 10ª classe 11ª classe 12ª classe 13ª classe1º sem 2º sem 3º sem 4º sem 5º sem 6º sem 7º sem 8º sem Total

Formação Geral 832Língua Portuguesa 3 3 3 144

Francês/Inglês 3 3 2 128Filosofia 3 48

Matemática 3 2 80Física 3 48

História 3 3 96Educação Física 2 2 2 2 2 2 192

Química 3 48Informática 3 48

Formação Específica 864História das Artes Visuais 3 3 3 3 3 240

Geometria Descritiva 3 3 3 144Estética 2 32

Antropologia Cultural 2 2 64Psicologia do Desenvolvimento e

da Aprendizagem3 3 96

Higiene e Saúde Escolar 3 48Análise Sociológica da Educaçãoe Administração e Gestão Escolar

3 3 96

Teoria da Educação eDesenvolvimento Curricular

3 3 96

Formação Pessoal, Social eDeontológica

3 48

Formação Profissional 1968Teoria e Prática do Design 3 3 96

Atelier 3 3 3 3 3 3 2 320Processos Tecnológicos 3 3 2 3 176

Desenho 3 3 3 3 3 3 3 336Metodologia de Expressão

Plástica e da Educação Visual3 3 2 2 2 192

Prática, Seminários e EstágioPedagógico

6 8 14 22+3 848

Formação FacultativaNº DE HORAS / SEMANA 29 28 28 29 30 30 30 25Nº DE DISCIPLINAS / SEMANA 10 10 10 10 10 10 7 1 HORAS LECTIVAS /ANUAL 912 912 960 880 3.664

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8 - PLANO DE ESTUDO DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES DO 1º CICLODO ENSINO SECUNDÁRIO

ESPECIALIDADE: EDUCAÇÃO FÍSICA

DISCIPLINA 10ª classe 11ª classe 12ª classe 13ª classe1º sem 2º sem 3º sem 4º sem 5º sem 6º sem 7º sem 8º sem Total

Formação Geral 544Língua Portuguesa 3 3 3 144

Francês/Inglês 3 3 2 128Matemática 3 2 80

Física 3 48Química 3 48Filosofia 3 48

Informática 3 48Formação Específica 784Teoria da Educação e

Desenvolvimento Curricular3 3 96

Psicologia do Desenvolvimento eda Aprendizagem

3 3 96

Psicologia do Desporto 2 2 64Análise Sociológica da Educaçãoe Administração e Gestão Escolar

3 3 96

Anatomia Funcional / Higiene ePrimeiros Socorros

3 4 3 160

Fisiologia Geral e do Esforço 2 2 2 2 128História de Educação Física 3 48

Sociologia do Desporto 3 48Formação Pessoal, Social e

Deontológica3 48

Formação Profissional 2144Atletismo 3 3 3 3 2 2 256Ginástica 3 3 3 3 2 2 256Voleibol 3 3 3 3 192

Basquetebol 3 3 3 3 192Andebol 4 3 112Futebol 3 3 96Natação 2 2 2 2 128

Teoria e Metodologia deEducação Física

3 5 5 208

Prática, Seminários e EstágioPedagógico

4 7 8 8+2 12+3 704

Formação FacultativaNº DE HORAS / SEMANA 29 28 29 29 28 28 23 23Nº DE DISCIPLINAS / SEMANA 10 10 10 10 9 8 5 4 HORAS LECTIVAS / ANUAL 912 928 896 736 3.472

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XI - Perspectivas que fundamentam as opções tomadas a nível dasociedade, educação, ensino aprendizagem e princípios gerais deintervenção educativa.

O pronunciar-se sobre a natureza, funções e características da educaçãoescolar supõe, implícita e explicitamente, pronunciar-se sobre o modelo desociedade para cuja formação se quer contribuir e o modelo de pessoa e cidadãoque se pretende formar. Estes modelos enunciados de forma clara na Lei de Basedo Sistema Educativo Angolano definem como finalidade do Sistema de Educaçãoa “formação integral da personalidade com vista à consolidação de uma sociedadeprogressiva e democrática” (art.º 1º)A educação escolar é antes de tudo uma prática social emboida de forte funçãosocializadora e personalizadora. Isto significa, que a escola e a educação alicerçamtodo o seu programa numa determinada forma de entender as relações entre odesenvolvimento humano e o contexto social e cultural no qual, sempre enecessariamente, este desenvolvimento tem lugar.Não ha pessoa possível à margem de uma sociedade e de uma cultura. Osprocessos de individualização - a construção de uma identidade pessoal - e asocialização - a incorporação activa numa sociedade e numa cultura - sãoprocessos interrelacionados e interdependente; ou se prefere duas vertentes de ummesmo processo: aquele pelo qual nos formamos como pessoas.O desenvolvimento é uma construção evolutiva, social e culturalmente mediante,realizadas e traduzida segundo aprendizagem progressiva.Esta concepção esta na base das teorias construtivas que de uma forma consensualenformam hoje as intercales e decisões que pensam, fundamentam e organizam aeducação. Segundo o construtivismo o conhecimento implica sempre um processo dereconstrução e construção no qual o sujeito, em interacção com os outros, tem opapel de actor e autor. Essa construção é consentânea com os processos dedesenvolvimento e maturação do indivíduo, a sua marcha no sentido de umaautonomia cognitiva e ética em colaboração com os seus pares.

A noção de conhecimento construtivista, pressupõe e implica um conjuntode postulados epistemológicos e antropológicos de relevância incontornávelquando se procura pensar um modelo de ensino em articulação intima com ummodelo de aprendizagem, ou seja se procura estruturar uma teoria do ensino sobreo domínio compreensivo cientifico das formas e processos pelos quais aprendemose nos desenvolvemos.

Estes postulados, quando reflectidos em termo educativos, convertem-se,pela forca da sua implicação, em princípios estruturadores da acção pedagógicaque devem informar todo o currículo. Com efeito, o assumir-se a natureza pessoal,social e colaborativa do conhecimento e o modelo activo, funcional e estrutural da

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construção, traz à educação escolar, desafios e compromissos importantes, comoentre outros:

• uma noção de pessoa entendida como um ser em desenvolvimento em e narelação com os outros e o ambiente social e cultural onde se situa;

• uma noção alargada de escola, ou seja, uma escola compreendida e integrada notecido social e cultural envolvente ;

• outras formas de compreensão e organização do saber apostados na articulaçãoda escola e do conhecimento escolar com o conhecimento quotidiano e aintegração programática e funcional de ambos pela contemplação nasactividades de ensino aprendizagem dos conhecimento prévios dos alunos bemcomo a acomodação dos novos conhecimentos segundo a mesmaintencionalidade pratica, fomentando uma aprendizagem significativa, plástica emobilizável.

• outras formas de compreender e gerir o currículo escolar em geral e o plano deestudos e programas em particular

• modelos de ensino que coloquem a actividade construtiva do aluno e osprocessos de crescimento pessoal no centro da intervenção pedagógica,fomentando metodologias activas e investigarias nas quais os alunos possamexercer o papel de sujeito na pesquisa e utilização de informação, nodesenvolvimento de hipóteses e sua aplicação, na tomada de decisões e nocomprometimento pessoal com as posições criticamente assumidas.

• uma perspectiva do desenvolvimento integrado de toda a pessoa, pela própriacompreensão globalizadora do desenvolvimento, onde o conhecimentocognitivo (o saber), os conteúdos morais e valorativos ( saber ser e estar)e os procedimentos técnicos e éticos ( o saber fazer e agir) são entendidos comopilares de um mesmo processo formativo.

• A autonomia da escola como pessoa plural e dos alunos, como condição econsequência de desenvolvimento.

Só assim, as aprendizagens dos saberes e as formas culturais incluídas nocurrículo escolar podem ser fonte de desenvolvimento pessoal dos alunosajudando-os a situarem-se individualmente de forma activa, construtiva e critica nocontexto social e cultural de que fazem parte.

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XII - Orientações didácticas gerais

1.Epistemológicas/Pedagógicas: Selecção, sequencialização eapresentação de conteúdos

A selecção, organização e sequencialização dos conteúdos e ( umadecisão tomada na conjugação e confluência de diversos campos e factores.

- modelo curricular adoptado;- paradigma educativo e o modelo pedagógico de referencia;- teorias psicológicas sobre o desenvolvimento cognitivo moral;- analise de estrutura conceptual lógica dos conteúdos;- analise da estrutura conceptual psicológica dos conteúdos.

Relativamente o paradigma educativo e ao modelo, ou modelos, pedagógicosque sustenta, muito se joga no domínio da decisão política as opções neste terrenosão, em primeira instancia, condicionadas (porque condicionadoras) do modelo deSociedade, Homem, e Conhecimento que deseja construir. Mas, na base destasopções e em coerência com as mesmas, é necessário estruturar uma teoria doensino processos pelos quais cientificamente alicerçada sobre o conhecimentocompreensivo dos processos pelos quais nos formamos e desenvolvimento. Éassim que, em função do desenvolvimento das investigações no campo daepistemologia genética o centro das Teorias do Ensino e da Aprendizagem,gravita, na actualidade, em torno do eixo epistemológico de como aprendemos :como devemos ensinar, ou seja devemos fundamentar e radicar os nossosprocessos de ensino dos processos de construção do conhecimento e mecanismosde aprendizagem. É neste quadro investigativo e compreensivo que devemos situar, a questão daprogramação de unidades ensino. No fundo trata-se como o diz Luís del Carmen(1996) de dar resposta, cientificamente enformada a questão como:

• Que conteúdos são mais importantes o processo de ensino?• Como demos apresentar aos alunos de forma que resultem compreensíveis,

interessantes e relacionáveis com as suas ideias e conhecimento prévios?• Como estabelecer o seu desenvolvimento progressivo?• Como potenciar as relações entre diferentes conteúdos que se ensinem?

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1.1.Estrutura Epistemológica

O primeiro aspecto fundamental a ter em conta quando se fala de estruturapsicológica do conhecimento é a própria estrutura receptora dos alunos. Esta édeterminada em função dos processos cognitivos gerais , e padrões dedesenvolvimento social e moral, próprios do seu nível de desenvolvimento(estudados por Piaget e Kolberg) e das ideias previas dos alunos.

As representações mentais todas as pessoas organizam-se segundo estruturasconceptuais, construídas e solidificadas ao longo do nosso processo dedesenvolvimento. Estas estruturas, para as quais o construtivismos , desde J.Piaget, chamou a atenção, desempenham uma função mediadora nas relações como meio e são, como tal determinantes na aquisição do conhecimento. É em funçãodas estruturas conceptuais previas, ou seja as estruturas anteriormente formada eadquiridas, que percepcionamos e aprendemos novos dados, que interpretamos oreal e organizamos as acções..... De acordo com a teoria construtivista ( Ausubel 1973) podemos considerar doistipos gerais de aprendizagem: - mecânica: quando o sujeito não é capaz de estabelecer relações entre os

conhecimentos que já possui e nos novos; - significativa: quando a relação entre os conhecimentos e os novos. Estes conhecimentos são, assim, integradas na estrutura cognitiva do indivíduo,dando origem a uma assimilação e acomodação de significados.

A aprendizagem significativa, porque realizada através de uma construçãopessoal e integradora, traduz-se em aprendizagens duradoiras e mais operatórias: Aaprendizagem mecânica, uma vez que não se concretiza numa apropriação pessoalé rígida (pouco operatória) a facilmente esquecida: Acima de tudo trata-se de umaaprendizagem que sendo de certa forma exterior ao sujeito (não ha uma integraçãopessoal dos novos dados na estruturas conceptuais previas) não o modifica não setraduz numa alteração ou aprofundamento significativo, da sua visão do mundo.AS implicações destas teorias na programação e sequencialização de unidades deensino compreende-se, em primeiro lugar, na necessidade de trabalhar osconhecimentos prévios dos alunos desmontados e reconstruindo os conceitos quefuncionam como base (pré-requisitos) dos novos dados, analisando e trabalhandoos processos cognitivos subjacente às operações envolvidas. Com efeito, se aaprendizagem significativa se produz através da interacção entre a novainformação e os conhecimentos prévios pertinentes, logo a possibilidade deaprendizagem é condicionada pelas características dos conhecimentos prévios doaluno, em relação com os conteúdos que se pretende ensinar.

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1.2 Análise da Estrutura Conceptual dos Conteúdos.

Mas não basta atendermos aos conceitos prévios, sua analise edesmontagem critica, quando programas unidades didácticas. Os conceitosorganizam-se segundo estruturas hierárquicas na estrutura cognitiva dosindivíduos. Em função desta estrutura podem, basicamente, definir-se três tipos deaprendizagem:....- Aprendizagem sub-ordenada ou inclusiva: realiza-se quando as novas ideiasintroduzidas se relacionam de uma forma subordinada com ideias relevantes demaior grau de obstarão, ou seja de incluisividade, que são designadas de ideiasinclusão. A inclusão pode realizar-se por derivação (a ideia não modifica osatributos do conceito inclusor) ou correlação. (Ha modificação dos atributos doconceito inclusor....- Aprendizagem supra-ordenada: produz-se quando os conceitos aprendidosanteriormente se integram num conceito mais amplo e inclusivo. É o que acontececom a inclusão, por exemplo de diversas espécies animais no conceito devertebrado.....- Aprendizagem combinatória: realiza-se quando uma ideia nova é colocada emrelação com outras já existentes, mais com o mesmo nível de generalidade:Estabelecem-se então, relações de horizontalidade as distintas ideias precisando asrelações e diferenças entre as mesma.

Usados estrategicamente em diferentes momentos do processo de ensino-aprendizagem estas três modalidades constituem em si uma estrutura solida deorganização da própria estrutura cognitiva dos alunos.

Para Ausubel a maioria das aprendizagens significativas realizam-se atravésde aprendizagens do primeiro tipo I. E, sub-ordenadas. Neste sentido, éfundamental que o professor trabalhe na sua disciplina organizadores prévios, ouseja, conceito ou proposições unificadoras, de grande generalidade, quefuncionando como conteúdos introdutórios mais inclusivos que os conteúdos aensinar, devem facilitar a relação dos novos conhecimentos com a estruturacognitiva dos alunos estabelecendo assim uma ponte entre o que o aluno sabe e oque precisa de saber antes aprender significativamente a tarefa em causa. Estesorganizadores, sendo dotados de uma grande capacidade explicativa sãosusceptíveis de ser relacionarem, vertical a transversalmente, com outros.

Quanto aos critérios sequencialização de sequência, Ausubel, Novack,Henesian ( 1983), estabelecem, sob a mesma teoria, dois princípios básicos:

- diferenciação progressiva: as ideias mais gerais e inclusivas sãoapresentadas em primeiro plano, diferenciando-se progressivamente emespecificidade. A apresentação dos organizadores é, como tal, feita segundo umahierarquia descendente, na qual as ideias mais inclusivas ocupam a vértice superiore as proposições, os conceitos e factos vão sendo progressivamente, menosinclusivos. Os mapas conceptuais propostos por Novack (1982) são uminstrumento que permite representar, precisamente, estas estruturas hierárquicas.

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- reconciliação integradora: expressa a forma qual se estabelecem novasrelações entre conceitos que no decorrer de aprendizagem supra- ordenadas ecombinatória, sofreram modificações. Estas modificações, se não reintegradas,provocam nos alunos o que Novack (1982) designa de dissonância cognitiva. Épreciso, como tal, organizar as sequências de ensino de modo a demonstrar asrelações entre os novos significados conceptuais e os conceitos supra-ordenados.

1.3. Estratégias de Sequencialização

A sequencialização de conteúdos ( conceitos princípios, procedimentos,valores e atitudes) deve assim quer pela sua ordem lógica de classificação eorganização, quer pela ordem psicológica de reconstrução do conhecimento ( aaprendizagem), no domínio da conceptuais, começando pelos conceitos maisgerais e inclusivos, e avançando progressivamente para os mais particulares, nesteavanço o conceito geral é sucessivamente ampliado ou reconstruído. Da mesmaforma os conteúdos teóricos como os princípios devem ser desenvolvidos a partirdo mais simples e fundamental para o mais complexos, específicos e restritivo, talcomo as sequências que orientam a formação e desenvolvimento de procedimentomais gerais, numa versão simplificada para introduzir depois procedimento cadavez mais complexos e específicos. Também a construção e desenvolvimento devalores e sua solidificação em atitudes estáveis e duradoiras, passa,necessariamente pela sua apresentação em contextos significativos, concretos evivências e a sua progressiva reelaboração através de estratégias cognitivos esocio-morais onde o domínio do conceito e do seu pessoal dá lugar àdescentralização critica e a universidade.

É neste sentido que alguns autores como Reigeluth e Stein(1983), fala danecessidade de ao organizarem-se sequências de ensino se definir um epítomecomo elemento articulador. O epítome consiste num pequeno numero de ideiasgerais e simples apresentadas num nível concreto de aplicação, de formacompreensível para os alunos; este epítome constitui a primeira unidade dequalquer sequência, sendo progressivamente especificado e ampliado à medida queo processo de ensino se desenvolve; é uma unidade relacional base, não toda aunidade e muito menos a sua súmula ou resumo. Segundo Luís del Carmem(1996,137), o processo de elaboração de um epítome requer:

- seleccionar o tipo de conteúdos organizador ( pode ser um conceito, umprincipio, um procedimento...)

- analisar a estrutura lógica desse conteúdo;- analisar a estrutura psicológica de construção de conteúdo definido

requisitos da aprendizagem;- seleccionar os elementos nucleares do conteúdo que serão apresentados

em epítome no inicio da unidade;

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- seleccionar os conteúdos de suporte necessários ao desenvolvimento dosconteúdos fundamentais;

A continuação da sequência implica a elaboração e desenvolvimento decada um dos elementos nucleares apresentados no epítome. Neste processo, éimportante criar contextos significativos que favoreçam a motivação dos alunos e,simultaneamente, a formação de estruturas cognitivas estáveis, facilitando ainterpelação entre os processos de analise e síntese:

- Entre outros aspectos, importa- Agrupar sempre os conceitos relacionados.- variar as estratégias cognitivas (elaboração de desenhos, leitura de

diagrama, produção de textos,...) na sua vertente individual e de colaboração emgrupo.

- estabelecer pontualmente momentos de síntese (articulação de conteúdosdentro da unidade e fora da unidade), de sistematização ( sobre a forma deresumos), de aplicação e transferência, de recapitulação integradora, analogias, eactividades de auto e hetero controlo da aprendizagem...

As considerações feitas sobre a analise da estrutura interna dos conteúdos eos processos psicológicos dos alunos, não podem levar-nos a supor , que uma vezatendidos estes factos a questão da organização da unidade de ensino ficaresolvida. A elaboração de sequências de actividades e a sua aplicação na sala seaula supõe um ultimo nível de adequação e concretização dos conteúdos. É, semduvida, na pratica educativa em toda a sua complexidade e especificidade(individual/turma) que os processos interactivos próprios da aprendizagemsignificativa se geram e realizem.

XIII - Modelo de avaliação adoptados para alunos (Orientações gerais)

1- Considerações Gerais

A actividade educativa não tem por meta atribuir classificações, masrealizar uma série de objectivos que se traduzam em termos de mudanças decomportamento dos alunos. E cabe justamente à avaliação verificar em que medidaesses objectivos estão realmente a serem alcançados para ajudar o aluno a avançarna aprendizagem.

De um modo geral, o processo de avaliação fornece informações capazes deconduzir, quando necessário, ao reajuste do processo de ensino-aprendizagem paraque o mesmo se torne mais útil e eficiente tanto para a melhoria da aprendizagemdo aluno como para o aperfeiçoamento dos procedimentos didácticos do professor.Por outras palavras, a avaliação do desempenho do aluno é a fonte básica de

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retroinformação (feedback) sobre a adequação do comportamento do aluno e sobreos procedimentos didácticos.

Este modelo de avaliação da aprendizagem dos alunos abandona assim oconceito e a função da avaliação tradicional e redutores que a ligavamessencialmente à classificação e aos exames. Pretende-se aqui uma avaliação comoreflexão sobre o ensino que amplia o conceito e funções tradicionais da avaliação.

A avaliação da aprendizagem dos alunos deve, pois, ser uma preocupaçãoconstante do professor na realização das suas actividades porque é através delaque poderá inteirar-se da marcha positiva ou negativa de seus trabalhos docentes afim de poder tomar providências no sentido de desenvolver actividades deremediação e/ou de recuperação que permitam que os alunos atinjam objectivos atéaí não conseguidos quando tal se revelar necessário.

2 - Conceito de avaliação

A avaliação é “ o processo de identificar, obter e proporcionar informação útile descritiva acerca do valor e do mérito das metas, da planificação, da realização edo impacto de um objectivo determinado, com o fim de servir de guia para atomada de decisões, para solucionar os problemas de responsabilidade e parapromover a compreensão dos fenómenos implicados” (Stuffebeam), D, 1998).

Avaliar significa aqui “examinar o grau de adequação entre um conjunto deinformações e um conjunto de critérios adequados ao objectivo visado tendo emvista uma tomada de decisão” (De Ketele citado por Martins; Margarida Alves eall, 1992). Trata-se de determinar a decisão a tomar em referência a um objectivodeterminado e no quadro do processo ensino-aprendizagem.

Como se pode verificar, a avaliação é um processo cuja a etapa final é atomada de decisões; decisões essas que podem tocar ou concernir o aluno, oprofessor e o currículo.

3 - Finalidades da avaliação

A principal finalidade da avaliação da aprendizagem é «saber se um alunoestá a aprender e para saber como o apoiar se ele tiver dificuldades»

De modo geral, a avaliação da aprendizagem destina-se a:

3.1 - verificar e optimizar os processos e resultados do processo ensino-aprendizagem ao:

a) orientar o aluno a precisar mais objectivamente as suas aspirações;b) ajudar o aluno a melhor apreciar os seus progressos em direcção aos

objectivos alvejados;

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c) orientar o professor quanto as necessidades de remediação ou derecuperação da aprendizagem para alunos individualmente, em grupo oupara toda a turma

d) levar o professor a reflectir sobre o seu ensino, a fim de o levar a realizaras modificações e reajustes que se revelarem necessárias;

3.2 - classificar e certificar os conhecimentos e as competências adquiridasao nível do saber, isto é, do domínio cognitivo (conhecimentos, procedimentos edestrezas mentais), do saber ser, isto é, do domínio afectivo, satisfação, interesses,valores, atitudes e do saber fazer, isto é, do domínio psicomotor, orientaçõesespacial e temporal, expressão corporal, coordenação psicomotora, manejo deutensílios, manipulações e automatização.

4. Funções de avaliação

Pode-se dizer em síntese, que são três as funções da avaliação: dediagnóstico, de controle de aprendizagem e de hierarquização e classificação.

a) Função de diagnóstico, quando tem por objectivo esclarecer condiçõese possibilidades de aprendizagem ou de execução de uma oudeterminadas tarefas por parte do aluno;

b) Função de controle da aprendizagem, quando tem o propósito de seinteirar se os objectivos de ensino estão a ser não alcançados e o que épreciso fazer para melhorar o desempenho do aluno individualmente ouda turma;

c) Função de hierarquização e classificação, quando, após um período deensino se deseja saber quanto ao desempenho do aluno ou da turma eque pode assumir dois aspectos:

• Função de hierarquização, quando informa em relação ao desempenhode um aluno ou de uma turma, se foi excelente, bom, médio, razoávelou deficiente.

• Aspectos de classificação, quando procura estabelecer uma ordemclassificatória, quanto ao rendimento de um grupo de alunos submetidoao mesmo processo de ensino-aprendizagem.

5. Princípios orientadores

Como princípios orientadores, a avaliação deve:a) ser coerente - defender a necessidade da existência de sintonia entre a

avaliação e as outras componentes do currículo, isto é, os objectivos, osconteúdos e a metodologia;

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b) ser integral - dirigir-se tanto aos conhecimentos, quando às capacidadese aos valores;

c) contribuir para a aprendizagem - não limitar-se a medir o que o alunosabe, mas também deve gerar novas situações de aprendizagem

d) ter carácter positivo - valorizar o que o aluno já sabe e é capaz de fazer,em cada momento;

e) ser diversificado - apontar para a necessidade da utilização de técnicas einstrumentos de avaliação múltiplos e diferenciados;

f) ser transparente - anular o secretismo a que avaliação se encontratradicionalmente associada, permitindo que os alunos tenham acesso aoque se espera deles, e conheçam os parâmetros e critérios de avaliação autilizar

6. Modalidades de avaliação

A avaliação intervém de maneira específica antes, durante e depois daacção. As modalidades que se vão considerar são: a diagnóstica, a formativa esomativa.

6.1. Avaliação diagnóstica

Aplica-se esta modalidade de avaliação fundamentalmente no início denovas aprendizagens, sejam estas representadas por uma simples unidade deensino, por um segmento mais longo do programa escolar (em trimestre, emsemestre) ou pelo programa escolar de todo um ano lectivo, com a intenção deconstatar se os alunos apresentam o domínio dos pré-requisitos, isto é, osconhecimentos, atitudes ou aptidões indispensáveis à aquisição de outros que delesdependem e que sem eles, não é possível adquirir. Por outras palavras trata-se desaber verificar se os alunos possuem os conhecimentos, atitudes e habilidadesimprescindíveis para as novas aprendizagem.

A sua finalidade é verificar se o aluno está de posse de certas aprendizagensanteriores que servem de base à unidade que se vai iniciar e ainda, detectar ascausas subjacentes a dificuldades de aprendizagem e ajudar o aluno a superá-lasantes de iniciar a nova unidade.

6.2. Avaliação formativa A avaliação formativa, como função de controle, é realizada durante todo o

decorrer do ano lectivo, com intuito de verificar se o os alunos estão atingindo os

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objectivos previstos, isto é, quais os resultados alcançados durante odesenvolvimento das actividades.

A sua finalidade é informar aos alunos e aos professores do grau derealização dos objectivos. Por outro palavras, trata-se de determinar o grau dedomínio alcançado numa actividade de aprendizagem e realçar as partes dastarefas não dominadas.

Quanto mais frequente for a aplicação das provas de avaliação formativa,que também incluem trabalhos para casa, maiores são as possibilidade de nosaproximarmos da avaliação contínua, aumentando fortemente as possibilidades desucesso educativo dos alunos.

Assim, deve aplicar-se, no mínimo no fim de cada subtema, corrigir-se, masnão classificar-se. Deste modo não terá influência na classificação do aluno nofinal do trimestre, semestre ou no final do ano.

6.3. Avaliação somativa Esta modalidade aplica-se no fim de um período relativamente longo de

ensino (uma unidade temática), um período (trimestre, semestre) um ano, etc... etem como finalidade sancionar (positivamente ou negativamente) uma actividadede aprendizagem a fim de contabilizar este resultado com vista à classificação,selecção, etc... e identificar os objectivos que os diversos alunos não atingiram demodo a ajudá-los, se o momento de aplicação da prova for no final de umaunidade longa ou de um período. Por outras palavras, ela destina-se a estabelecerum balanço.

Deve incidir essencialmente sobre os conteúdos básicos ou essenciais efornecer dados sobre a aprendizagem dos alunos relativamente aos objectivosconsiderados.

È a modalidade que permite, por controlo contínuo, por exame ou porsistemas mistos atribuir diplomas, certificar uma competência etc...

7. Técnicas e instrumentos de avaliação Para que a avaliação possa desempenhar as suas funções, há necessidade de

combinar várias técnicas e instrumentos de avaliação.A diversificação das técnicas e instrumentos de avaliação permite avaliar de

forma adequada a aprendizagem, as capacidades e as atitudes dos alunos. Hátambém necessidade de desenvolver técnicas e instrumentos que possam serutilizados, individualmente pelos alunos e por grupo de alunos.

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As técnicas e instrumentos de avaliação são classificadas de diversasformas. Em geral, as classificações são elaboradas de acordo com a forma decolecta dos dados.

7.1 Técnicas de avaliação

Processa-se através de técnicas subjectivas e objectivas:As técnicas subjectivas- abrangem «instrumentos cujos resultados, em

grande parte, dependem do juízo pessoal do avaliador».A observação a análise de diários de alunos, entrevistas, questionários,

trabalhos expontâneos e autobiografia constituem procedimento comuns a estastécnicas.

Dentro das técnicas objectivas empregam-se «instrumentos deprocedimentos cujos resultados valorativos não dependem muito do avaliador».

Constam de medições físicas e sensoriais, testes, provas objectivas eescalas de avaliação.

7.2 Instrumentos de avaliação

Existe uma grande variedade de instrumentos que o professor tem ao seudispor para determinar o nível de desempenho apresentado pelos alunos, emfunção dos objectivos propostos.

Para realizar uma avaliação adequada, no entanto, é imprescindível utilizarinstrumentos que proporcionem dados correctos.

Os instrumentos de avaliação mais usados nas escolas são as provas orais,escritas e práticas.

7.2.1. Provas orais

As provas orais decorrem com base no diálogo entre professor e alunos.Realizam-se mais apropriadamente pelo interrogatório que, se for utilizadoconstantemente no decorrer da aula, após determinado número dela e no final deuma unidade didáctica, serve de síntese das mesmas.

7.2.2. Provas escritas

As provas escritas são as provas que podem ser usadas em qualquer aula,como testes que podem ser aplicados no final de uma aula ou no início daseguinte, para o professor certificar-se sobre o que o aluno aprendeu e saber então,

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que rumos dar aos trabalhos da turma: repetir, rectificar ou prosseguir. As maisimportantes são as trimestrais, semestrais e exames finais para além das que seaplicam numa perspectiva formativa.

As provas escritas podem constar de dissertação (provas tradicionais oudissertativas) ou de questões objectivas que cubram toda a matéria que entre naprova (provas objectivas).

As provas tradicionais ou dissertativas são aquelas em que o alunoorganiza e escreve a resposta, utilizando suas próprias palavras. Como principaistipos de provas objectivas, podemos citar as provas de: falso/verdadeiro, escolhamúltipla, lacunas, correspondência, respostas simples, ordenação e identificação,etc.

7.2.3. Provas práticas

As provas práticas, em ultima análise, colocam o examinando diante dedificuldades concretas ou fictícias, para a solução das quais terá de fazer uso deelementos concretos e teóricos. Estas provas, além de averiguarem o conhecimentoteórico, aferem habilidades, segurança e domínio de técnicas, bem como o manejode instrumentos especializados.

XIV - Referências bibliográficas

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6- MONTEIRO, Manuela e RIBEIRO dos Santos Milice Psicologia –Nova Edição, Porto Editora, Portugal, 1999

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9- MATOS VILAR, A. A Avaliação dos alunos no Ensino BásicoEdições ASA, Porto, 1993

10- ZABALLA, Miguel, Planificação e Desenvolvimento Curricular,Edições ASA, Porto, 1992

11- FERNANDES, Domindos, o tempo da avaliação, IN NOESIS, - AEducação em revista, número 23, Instituto de Inovação Educacional,Lisboa, 1992

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17- DA CRUZ LIMA, Maria, Relatório final da assistência técnica aoINIDE no domínio do Desenvolvimento Curricular – Primero Projectode Educação, Luanda, 2000

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