ministÉrio da ciÊncia, tecnologa e inovaÇÃo instituto

53
MINISTÉRIO DA CIÊNCIA, TECNOLOGA E INOVAÇÃO INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISA DA AMAZÔNIA INPA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA NO TRÓPICO ÚMIDO OBTENÇÃO DE PROGÊNIES ENDOGÂMICAS DE TOMATE COM RESISTENCIA A Ralstonia solanacearum MARIA JOSÉ MARQUES Manaus, Amazonas Março, 2018

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Page 1: MINISTÉRIO DA CIÊNCIA, TECNOLOGA E INOVAÇÃO INSTITUTO

MINISTÉRIO DA CIÊNCIA, TECNOLOGA E INOVAÇÃO

INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISA DA AMAZÔNIA – INPA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA NO TRÓPICO

ÚMIDO

OBTENÇÃO DE PROGÊNIES ENDOGÂMICAS DE TOMATE COM

RESISTENCIA A Ralstonia solanacearum

MARIA JOSÉ MARQUES

Manaus, Amazonas

Março, 2018

Page 2: MINISTÉRIO DA CIÊNCIA, TECNOLOGA E INOVAÇÃO INSTITUTO

MARIA JOSÉ MARQUES

OBTENÇÃO DE PROGÊNIES ENDOGÂMICAS DE TOMATE COM

RESISTENCIA A Ralstonia solanacearum

ORIENTADOR: PROF. DR. DANILO FERNANDES DA SILA FILHO

COORIENTADOR: PROF. DR. CÉSAR AUGUSTO TICONA BENAVENTE

Manaus-Amazonas

Março, 2018

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Agricultura no Trópico Úmido

do Instituto Nacional de Pesquisas da

Amazônia, como parte dos requisitos para

obtenção o título de Mestre em Agricultura no

Trópico Úmido.

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Page 4: MINISTÉRIO DA CIÊNCIA, TECNOLOGA E INOVAÇÃO INSTITUTO

M357 Marques, Maria José.

Obtenção de progênies endogâmicas de tomate com resistência a

Ralstonia solanacearum / maria josé marques . --- Manaus : [s.n],

2018.

53 f. : il. color.

Dissertação (Mestrado) --- INPA, Manaus, 2018.

Orientador : Danilo Fernandes da Silva Filho.

Cooridentador : César Augusto Ticona Benavente.

Área de concentração : Agricultura no Trópico Úmido.

1.Variedade Yoshimatsu. 2. Cultivo de tomate. 3. Cruzamento de

tomate. I. Título.

CDD 635.642

Page 5: MINISTÉRIO DA CIÊNCIA, TECNOLOGA E INOVAÇÃO INSTITUTO

Agradecimentos

Agradeço a Deus, por me conceder forças em todos os momentos de necessidade, pela

proteção de cada dia.

Ao Dr. Danilo Fernandes da Silva Filho, por todas as oportunidades, orientação,

dedicação, paciência concedidas a mim e por todos os ensinamentos proporcionados,

gerando minha admiração e respeito.

Ao Dr. César Augusto Ticona-Benavente, por todo o esclarecimento durante o trabalho,

orientações, sugestões e dedicação, meus sinceros agradecimentos.

A minha mãe e seu esposo, Maria José Farias da Rocha e Amarildo Candido, ao meu

pai e sua esposa, Ivair marques e Edna da Silva Soares, por todos os ensinamentos de

vida que me deram base para seguir um caminho correto, por todo amor, paciência e

incentivo que me concederam firmeza nesta jornada.

Agradeço ao esposo Bruno Minoru Tsuji Nishikido, pessoa especial sempre presente em

minha vida, sou grata pelo seu companheirismo, amor, e incentivos constantes.

A todos os funcionários da Estação experimental de Hortaliças (INPA), por toda ajuda

na execução do trabalho, pela disponibilidade de tempo concedido a mim, em especial

aos técnicos Ariel Dotto Blind e Jose Nilton Rodrigues Figueiredo que foram

fundamentais no período do desenvolvimento do trabalho de campo, meus sinceros

agradecimentos.

Ao Coordenador Rogério Eiji Hanada e Professores do Programa de Pós-Graduação em

Agricultura no Trópico Úmido, e aos Pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas

da Amazônia (INPA) pela contribuição na aquisição de conhecimento;

Ao Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia pela formação oferecida por meio do

Curso de Pós-Graduação em Agricultura no Tropico Úmido;

À Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM) pelo auxílio da

bolsa de estudos que possibilitou a realização das etapas e conclusão do curso; e

Meus sinceros agradecimentos.

Page 6: MINISTÉRIO DA CIÊNCIA, TECNOLOGA E INOVAÇÃO INSTITUTO

RESUMO

Em todas as regiões brasileiras, o cultivo de tomate é uma atividade lucrativa no

setor primário devido seu alto valor comercial. No Amazonas, onde o clima quente e

úmido, o cultivo de tomate apresenta limitações, uma vez que este clima favorece a

elevada incidência de doenças, em especial a murcha bacteriana provocada pelo

patógeno Ralstonia solanacearum. Uma das formas para evitar esta doença, é usar as

cultivares resistentes, que apresentem conjuntamente a resistência e boa qualidade

comercial dos frutos. Desta forma, este trabalho teve o objetivo de selecionar progênies

promissoras a partir do cruzamento entre a variedade ‘Yoshimatsu, com resistência a R.

solanacearum e o híbrido comercial ‘Débora Pto’, padrão em qualidade de fruto. Em

casa de vegetação, transplantou-se 400 mudas F1 do cruzamento. Foram avaliadas as

características de produtividade, sanidade das plantas e massa dos frutos. A partir de 34

progênies selecionadas, suas sementes foram coletadas e armazenadas. Para a fase de

teste de progênies, utilizaram-se sete progênies que apresentaram os melhores

resultados das características desejadas: P4, P8, P10, P15, P24, P28, P36. O teste de

progênies foi realizado em delineamento em blocos casualizados com três repetições

nove tratamentos com dez plantas por parcela. Os tratamentos foram constituídos por

uma testemunha resistente, variedade Yoshimatsu, uma testemunha suscetível, cultivar

Santa Cruz Kada e as sete progênies. Os dados foram submetidos à ANOVA, e as

médias comparadas pelo teste de Duncan a P < 0,05. As progênies P8, P24 e P28

apresentaram resultados superiores às demais nas características massa de fruto,

comprimento, diâmetro e produtividade. Nesta fase de seleção não houve diferença

estatística para incidência de doença. Para os resultados de correlação, observaram-se

correlações significativas e positivas para as características massa em relação a

comprimento e diâmetro do fruto, comprimento em relação ao diâmetro e espessura de

polpa, diâmetro em relação à produtividade, e número de flores em relação ao número

de frutos e número de cachos. Para a variável incidência de doenças houve correlação

significativa, porém negativa em relação a número de flores.

Palavras-chave: Variedade Yoshimatsu, Amazônia, melhoramento, hortaliças.

Page 7: MINISTÉRIO DA CIÊNCIA, TECNOLOGA E INOVAÇÃO INSTITUTO

ABSTRACT

Tomato cultivation is a profitable activity in the primary sector because of its high

commercial value. It is produced in all Brazilian regions. In Amazonas, where the hot

and humid climate, tomato cultivation presents the limitations, since the climate favors

a high incidence of diseases, especially a bacterial wilt caused by the pathogen

Ralstonia solanacearum. The application of the functions to combat the disease is the

use of resistant cultivars, although the lack of cultivars that may be present in a fruit of

commercial quality is still a problem. The objective of this study was to select progenies

from the intersection of the Yoshimatsu variety, with resistance to the commercial

hybrid Débora Pto, a standard in fruit quality. In a greenhouse, 400 F1 seedlings from

the crossing were transplanted. The characteristics of yield, plant health and fruit mass

were evaluated, from dates selected 34 progenies. Their seeds of these were collected

and stored. For a progeny test phase, seven progenies were used, which were the results

of the group of evaluated stocks, being the progenies P4, P8, P10, P15, P24, P28, P36.

The progeny test was performed in a randomized complete block design with three

replicates in ten plots per plot. The treatments were constituted by a resistant control,

cultivated as Yoshimatsu, a susceptible control, cultivating Santa Cruz Kada and as

seven progenies. The data were weighted to ANOVA and as means compared by the

Duncan test at P <0.05. As the progenies P8, P24 and P28 combine, the variables

exceeded the characteristics of fruit mass, length, diameter and productivity. At this

stage of the chain was not considered disease statistics. The results were compared,

analyzed and explained regarding the relationship between size, size, relation and pulp

diameter, in relation to productivity, and number of flowers in relation to a number of

fruits and number of bunches. For a smaller, the biggest difference compared to a

number of flowers.

Keywords: Yoshimatsu variety, Amazon, breeding, greenery.

Page 8: MINISTÉRIO DA CIÊNCIA, TECNOLOGA E INOVAÇÃO INSTITUTO

LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Esquema de novas divisões propostos para o complexo R. solanacearum,

baseados na classificação de Fegan e Prior (2005). ........................................................18

Tabela 2. Principais resultados sobre controle gênico da resistência a R. solanacearum.

.........................................................................................................................................21

Tabela 3. Valores das características de produtividade (kg/planta), massa (g), número

de frutos (NF), comprimento de fruto (CF), diâmetro de fruto (DF), espessura de polpa

(EP) e número de lóculos (NL) das 35 progênies selecionadas. Manaus, INPA, 2018.

.........................................................................................................................................34

Tabela 4. Seleção de progênies pelo método de Mulamba e Mock (1978). Manaus,

INPA, 2018. ....................................................................................................................35

Tabela 5. Características físicas e agronômicas de sete progênies de tomate

selecionadas a partir do cruzamento em a variedade Yoshimatsu x híbrido comercial

Débora Pto. Manaus, INPA, 2018. .................................................................................36

Tabela 6. Análise de variância do estande de plantas de tomate. Manaus, INPA, 2018.

.........................................................................................................................................37

Tabela 7. Análise de variância do número de flores, número de frutos e número de

cachos de tomate. Manaus, INPA, 2018. ........................................................................37

Tabela 8. Análise de variância da massa de frutos (MF), comprimento de fruto (CF),

diâmetro de frutos (DF), relação comprimento x diâmetro (RCD), espessura de polpa

(EP), número de lóculos (NL) e produtividade por hectare de tomate. Manaus, INPA,

2018. ...............................................................................................................................38

Tabela 9. Valores médios das características por planta, massa de fruto (MF),

comprimento de fruto (CF), diâmetro do fruto (DF), relação comprimento x diâmetro

(RCD), espessura de polpa (EP), número de lóculos (NL), número de flores, número de

frutos, número de cachos e produtividade de genótipos de tomate. Manaus, INPA, 2018.

.........................................................................................................................................42

Tabela 10. Correlação entre as variáveis incidência, massa, comprimento de frutos

(CF), diâmetro de fruto (DF), relação comprimento/diâmetro (R C/D), espessura de

polpa (EP), número de lóculos (NL), número de flores, número de frutos, número de

cachos e produtividade. ..................................................................................................43

Page 9: MINISTÉRIO DA CIÊNCIA, TECNOLOGA E INOVAÇÃO INSTITUTO

LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Biovares de R. solanacearum presentes no Amazonas. .................................19

Figura 2. Cultivar A com resistência vertical, específica a raças do patógeno. Cultivar B

com resistência horizontal, não específica a raças de patógenos. ...................................24

Figura 3. Processos de implantação do experimento: (A) semeadura em bandejas de

isopor; (B) mudas transferidas para copos de plástico; (C) casa de vegetação com

sistema de gotejamento; (D) estagio de mudas para transplante. ...................................28

Figura 4. Mudas dos genitores Yoshimatsu e Débora Pto, plantadas em vasos sobre

plástico mulch. ................................................................................................................29

Figura 5. Procedimentos para o cruzamento: (A) estagio da flor para a emasculação;

(B) flores emasculadas; (C) ramo com apenas flores emasculadas e marcadas; (C) frutos

formados formatos a partir da polinização artificial. ......................................................30

Page 10: MINISTÉRIO DA CIÊNCIA, TECNOLOGA E INOVAÇÃO INSTITUTO

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 11

2. OBJETIVOS ......................................................................................................................... 13

2.1. Objetivo geral .................................................................................................................... 13

2.2. Objetivos específicos ......................................................................................................... 13

3. REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................................ 14

3.1. Aspectos botânicos ............................................................................................................ 14

3.2. Origem e história ............................................................................................................... 15

3.3. Produção de tomate ........................................................................................................... 15

3.4. Doenças que afetam o desenvolvimento do tomateiro ...................................................... 16

3.5. Complexo Ralstonia solanacearum ................................................................................... 17

3.6. Melhoramento do tomate ................................................................................................... 20

3.7. Cultivar resistente .............................................................................................................. 23

3.8. Cruzamento intraespecífico ............................................................................................... 26

4. MATERIAL E MÉTODOS .................................................................................................. 27

4.1. Local .................................................................................................................................. 27

4.2. Produção de mudas ............................................................................................................ 27

4.3. Cruzamento ........................................................................................................................ 28

4.4. Seleção plantas individuais ................................................................................................ 30

4.5. Teste de progênies ............................................................................................................. 31

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ......................................................................................... 33

6. CONCLUSÃO ...................................................................................................................... 44

7. REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 45

Page 11: MINISTÉRIO DA CIÊNCIA, TECNOLOGA E INOVAÇÃO INSTITUTO

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1. INTRODUÇÃO

O tomate (Lycopersicon esculentum Mill.) constitui um dos cultivos mais

importantes da região norte do Brasil, com produção de 12 mil toneladas em 2017,

contribuindo como parte expressiva da renda de produtores locais, devido seu elevado

valor comercial. O estado do Pará, atualmente, é o principal produtor de tomate da

região, com aproximadamente 6, 3 mil toneladas. Em contra partida, o Amazonas

produz apenas uma tonelada (LSPA 2017). Esses valores quando comparados com as

demais regiões produtoras como Sudeste e Centro – Oeste, com produções de 1.958.205

e 1.279.059 toneladas respectivamente, demonstram que apesar da sua importância, a

produção de tomate no Norte é inexpressiva no cenário nacional.

Por ser uma cultura de originária de climas temperados, o cultivo de tomate em

regiões de baixa altitude se torna um desafio (Martins et al. 2013). Condições climáticas

adversas, como elevada temperatura, altos níveis de umidade relativa e baixa

intensidade luminosa, afetam seriamente os fatores de produtivos da cultura do tomate,

reduzindo seu potencial agronômico em regiões com predominância destas condições

climáticas (Pena 2010). Outro fator de grande limitação na produção de olerícolas

nestas regiões (a exemplo da região Norte) é a alta susceptibilidade a agentes

patogênicos, dentre eles a Ralstonia solanacearum Smith, causador da murcha

bacteriana, uma bactéria de ampla distribuição em regiões tropicais e subtropicais de

baixa altitude (Martins et al. 2013).

Diferente das demais bactérias patogênicas, a R. solanacearum é capaz de

permanecer ativa nos solos ausentes de hospedeiros por longos períodos (Csizinszky et

al. 2005), tornando seu controle difícil. Métodos como rotação de cultura e vazio

sanitário não surte efeito sobre o patógeno. Mesmo o uso de produtos químicos e

biológicos não têm apresentado eficácias desejáveis e economicamente viáveis (Mendes

2017; Joythi et al. 2012; Lopes 2009; Meneze, 1998).

O desenvolvimento de cultivares resistentes a R. solanacearum é apontada como

a alternativa mais viável (Hayward 1991; Scott et al. 2005; Noda 2007). Devido à ampla

diversidade genética deste patógeno, os mesmo autores ressalvam a importância de

estudos contínuos nesta área. Atualmente, com o advento de novos métodos e

tecnologias, muito se tem avançado neste sentido, entretanto as cultivares disponíveis

no mercado não são abrangentes a todos os climas do Brasil. Desta forma, não atendem

as necessidades de produtores de regiões como a Amazônia.

Page 12: MINISTÉRIO DA CIÊNCIA, TECNOLOGA E INOVAÇÃO INSTITUTO

12

A importância de programas de melhoramentos direcionados às peculiaridades

ambientais de cada região se faz necessário, visto que variedades resistentes a R.

solanacearum, como Venus e Saturno quando cultivadas em locais como a Amazônia

(clima tropical) apresentam algum grau de susceptibilidade (Noda 2007). Diante desse

cenário o Programa de Melhoramento Genético de Hortaliças – INPA ao longo de 30

anos desenvolveu a cutivar ‘Yoshimatsu’, tendo como principais características;

resistência duradoura à murcha bacteriana e adaptação ao clima quente da região norte.

Desde então estudos em diferentes locais foram realizados, confirmando a elevada

resistência do cultivar à murcha bacteriana (Lopes et al. 1994; Campos et al. 1998,

Menezes 1998; Mendes 2017; Costa 2017)

Estudos recentes utilizando a cultivar Yoshimatsu estão sendo direcionados à

seleção de genótipos capazes de produzir frutos de melhor qualidade (Noda 2007).

Embora a cultivar Yoshimatsu apresente resultados satisfatórios para o caráter

resistência, o aspecto visual do fruto não é atrativo, porque os frutos são pequenos e

suscetíveis a rachaduras. Um dos maiores desafios dos programas de melhoramento do

tomateiro para a incorporação de resistência a murcha bacteriana, é associar esta

característica a demais caracteres essenciais como: produtividade, massa de fruto e

tolerância a rachaduras (Martins et al. 2013).

Segundo Strange e Scott (2005) o cruzamento entre variedades da mesma

espécie (intraespecífico) e posterior seleção de genótipos, é a estratégia indicada para

associar resistência a organismos patogênicos a melhores características agronômicas. O

híbrido comercial Débora Pto do grupo Santa Cruz, da empresa SAKATA, pode ser

indicado para esta estratégia por apresenta qualidades como peso médio de frutos 160-

180g, longa vida estrutural e paredes grossas (resistente a rachaduras), além de

resistência Mi e Mj (nematóides) e Pst (pinta bacteriana).

Page 13: MINISTÉRIO DA CIÊNCIA, TECNOLOGA E INOVAÇÃO INSTITUTO

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2. OBJETIVOS

2.1. Objetivo geral

Obter progênies de tomate resistentes à murcha bacteriana Ralstonia

solanacearum, nas condições do município de Manaus.

2.2. Objetivos específicos

Cruzar a variedade de tomate ‘Yoshimatsu L3 com o híbrido comercial ‘Débora

Pto’;

Avaliar e selecionar plantas da geração F1, com resistência a doenças e

produtividade;

Avaliar e selecionar progênies da geração F2, pelos componentes de

produtividade;

Determinar as associações entre os componentes da produtividade na geração

F2, visando à seleção indireta.

Page 14: MINISTÉRIO DA CIÊNCIA, TECNOLOGA E INOVAÇÃO INSTITUTO

14

3. REVISÃO DE LITERATURA

3.1. Aspectos botânicos

O tomateiro é uma planta herbácea, com caule flexível, piloso e com

numerosas ramificações laterais (Filgueira 2000). Sua arquitetura é caracterizada por

dois tipos de hábitos de crescimento: determinado e indeterminado. O tipo determinado

é comum para cultivares adaptadas ao cultivo rasteiro. Ele possui hastes longas, cujos

frutos são destinados à agroindústria. O tomateiro de habito indeterminado, na maioria,

é representado por plantas que atingem mais de dois metros de altura, necessitando de

tutoramento e podas.

O tomateiro de crescimento determinado surgiu através de uma mutação

recessiva self-pruning (sp) de ocorrência espontânea descrita na Flórida em 1914

(Mendes 2017). Após mapeamento, o sp foi encontrado no cromossomo seis, onde o

alelo em homozigose recessiva que promove a paralisação do crescimento dos ramos

vegetativos apicais após o florescimento (Piotto e Peres 2012). A partir de então, muitos

programas de melhoramento vêm aplicando esta tecnologia no desenvolvimento de

cultivares destinados ao processamento de frutos, por facilitar a mecanização em áreas

de cultivo de tomate industrial (Pnueli et al. 1998; Mendes 2017).

As flores são pequenas e amarelas e hermafroditas, o que aumenta a taxa de

autopolinização. Possui cachos simples, bifurcados ou ramificados (Silva e Giordano

2000). O fruto é do tipo baga, com tamanhos e formatos variáveis, composto por

película, polpa, placenta e sementes. No interior, possui lóculos onde as sementes ficam

envoltas em uma camada de mucilagem, o número de lóculos irá depender da cultivar,

podendo ser bilocular à plurilocular quando apresentam um a acima de 4 lóculos

respectivamente (Fernandes et al. 2007).

Atualmente, em função da forma do fruto consideram-se seis segmentos

principais de tomate de mesa: santa cruz, salada ou saladete, caqui, italiano, cereja e

penca (Ferreira et al. 2004). O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

(MAPA) por meio da Portaria N° 553 de, 30 de Agosto de 1995, classifica os frutos de

tomate em grupos, de acordo com o formato do fruto; subgrupos, de acordo com a

coloração; classes ou calibre, pelo tamanho; e grau de seleção, considerando a qualidade

do fruto.

O tomate é uma planta autógama, com autopolinização natural variando de

94% a 99%. A percentagem de alogamia varia dependendo do tipo de cultivo (em casa

Page 15: MINISTÉRIO DA CIÊNCIA, TECNOLOGA E INOVAÇÃO INSTITUTO

15

de vegetação ou ao ar livre), a presença de insetos polinizadores, frequência e

intensidade de ventos, umidade relativa e entre outros fatores (Díez e Nuez 2008).

3.2. Origem e história

As espécies selvagens de tomate são originárias da região andina, incluindo

partes da Bolívia, Colômbia, Chile, Equador e Peru (Sims 1980). Seu ancestral

selvagem mais provável é o L. esculentum var. cerasiforme (tomate cereja), espécie

nativa em toda a América tropical e subtropical (Siemonsma e Piluek 1993). Os relatos

mais concretos quanto ao centro de domesticação do tomate são encontrados na região

da América Central, México.As expedições marítimas para as Américas foram o ponto

de partida para a introdução do tomate em outros continentes. Iniciando sua

distribuição pelos espanhóis ao introduzir o tomate na Europa no início do século 16

(Harvey et al. 2002).

No século 17, os europeus levaram o tomate para a China, Sul e Sudeste da

Ásia e posteriormente para o Japão e os EUA (Siemonsma e Piluek 1993). A produção

e o consumo de tomate expandiram-se rapidamente nos EUA com o inicio da

industrialização de alimentos, tais como, sopas, molhos e ketchup (Harvey et al. 2002).

O hábito de consumo no Brasil foi introduzido por imigrantes europeus no final do

século XIX. Hoje, a tomaticultura está disseminada em todo o mundo. No entanto,

apenas em 1900 o tomate começou a ter relevância mundial e, atualmente, é a segunda

olerícola mais cultivada no mundo, sendo superada apenas pela batata (Figueira 2000).

3.3. Produção de tomate

A cultura do tomateiro possui grande importância econômica pelo volume e

valor da produção (Carvalho et al. 2003). A cadeia produtiva dessa hortaliça é destinada

a dois seguimentos distintos, a produção de tomate para o processamento em

agroindústria e o seguimento tomate de mesa, para consumo in natura. No ranking da

produção mundial de tomate, o Brasil ocupa o 9º lugar, com uma produção de 4.302.777

milhões de toneladas (FAOSTAT 2014).

A China é líder em produção, seguida Índia e Estados Unidos, no entanto,

dentre os dez maiores produtores, o Brasil fica atrás apenas dos Estados Unidos no

quesito produtividade por hectare, com uma produtividade média de 68,33 ton ha-

1(LSPA 2017). No Brasil, a região sudeste concentra a maior produção brasileira de

tomate, dos 4.353.899 milhões de toneladas que o Brasil produziu em 2017, apenas o

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16

sudeste produziu cerca de 2 milhões de toneladas, enquanto que a região norte

acumulou cerca de 12.250 mil toneladas neste mesmo ano.

Com relação aos baixos valores de produção da região norte em comparação as

demais regiões, há duas justificativas a ser mencionadas. Em primeiro lugar, a

quantidade de área destinada à plantação e o valor investido na produção na região

sudeste, principalmente, é significativamente superior. Segundo dados do IBGE (2014)

o sudeste destinou 27.331 mil hectares e investiu R$ 3.047.171,00 reais, enquanto que o

norte destinou 961 hectares em área plantada e investiu R$ 38.740,00 reais na produção.

Além deste fato, nesta região há maiores áreas para a produção de tomate para

agroindústria, o que eleva os números de produção. Em segundo lugar, as altas

temperaturas e umidade elevada, condições predominantes no norte brasileiro,

favorecem o maior desenvolvimento de pragas e doenças,

3.4. Doenças que afetam o desenvolvimento do tomateiro

Dentre as doenças que mais causam prejuízos em cultivos de tomate no Brasil,

destacam-se as ocasionadas por fungos, vírus e bactérias. A murcha bacteriana, doença

causada por bactérias do complexo Ralstonia solanacearum, tem grande importância

em regiões tropicais e subtropicais do país (Mendes 2017). A murcha bacteriana afeta

mais de 200 espécies de plantas de 50 famílias botânicas, entre elas culturas

importantes, como batata, tomate, berinjela, pimenta, tabaco e banana (Meng 2013).

Sua infecção se dá através de ferimentos ou aberturas naturais presentes nas

raízes, invadem os espaços intercelulares e dissolvem as paredes celulares, rapidamente

colonizam o xilema (Agrios 2004). Após a colonização nos vasos xilema, as bactérias

espalham-se rapidamente pela planta obstruindo a passagem de seiva bruta e assim

levando ao sintoma de murcha (Genin 2010).

Em solanáceas, os sintomas aparecem como uma murcha súbita, em plantas

jovens a morte ocorre rapidamente. Em plantas mais velhas, pode ocorrer primeiro a

murcha das folhas mais jovens, ou murcha unilateral, até que a planta murcha

permanentemente e morre (Agrios 2004).

O patógeno pode ser encontrado em diversas regiões do mundo, sobretudo, em

regiões tropicais e subtropicais (Hayward 1991), nas cepas que adquiriram tolerância ao

frio na Europa e América do Norte, introduzidas na década de 1990 (Janse et al. 2004;

Swanson et al. 2005). Por sua facilidade de disseminação, esta bactéria é uma ameaça

Page 17: MINISTÉRIO DA CIÊNCIA, TECNOLOGA E INOVAÇÃO INSTITUTO

17

em potência às culturas sendo considerada como um organismo quarentenário (Huet

2014).

A murcha bacteriana ocorre em várias regiões brasileiras, sendo a principal

doença bacteriana presentes em cultivos de tomate (Mendes 2017). Especialmente na

região Norte, onde há condições climáticas favoráveis ao desenvolvimento (clima

quente e úmido), esta doença é um dos principais limitantes do cultivo de tomate, sendo

encontrada tanto em terra firme quando em áreas de várzea (Coelho Netto et al. 2003;

Noda 2007). As perdas ocasionas pela murcha bactéria em cultivares de tomate pode

chegar a 100% em áreas com histórico de cultivo e de até 40% em áreas recém abertas,

sem histórico de cultivos agrícolas (Coelho Netto et al. 2003).

3.5. Complexo Ralstonia solanacearum

O complexo Ralstonia sonalacearum foi inicialmente classificado em cinco

raças (Buddenhagen et al. 1962) e cinco biovares (Hayward 1964), de acordo com a

capacidade de infectar diferentes espécies vegetais e a capacidade do isolado em utilizar

e/ou oxidar álcoois (dulcitol, manitol e sorbitol) e dissacarídeos (celobiose, lactose e

maltose), respectivamente (Rossato 2016). Devido à grande variabilidade de R.

solanacearum em relação à gama de hospedeiras, distribuição geográfica, virulência,

transmissão, propriedades fisiológicas e adaptação a ambientes, novos sistemas de

classificação a nível específico e sub-específico foram propostos (Elphinstone 2005;

Fegan e Prior 2005).

Fegan e Prior (2005) criaram uma nova classificação infraespecífica, com base

em informações genômicas de isolados do complexo R. solanacearum, classificando em

filotipos, de acordo com a origem geográfica e sequevares, observando a sequência de

genes de endoglucanases (Rossato 2016).Os filotipos foram identificados através do uso

de sequenciadores na região ITS e dos genes egl (endoglucanase) e mutS (gene de

reparação de DNA) (Albuquerque 2013). Assim, o filótipo I inclui estirpes originárias

principalmente da Ásia, o filotipo II (IIA e IIB) da América, filótipo III da África e

filotipo IV da Indonésia. Recentemente duas novas propostas de divisões baseadas na

classificação de Fegan e Prior (2005) foram feitas, Remenant et al. (2011) e Safni et al.

(2014) (Tabela 1).

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Tabela 1. Esquema de novas divisões propostos para o complexo R. solanacearum,

baseados na classificação de Fegan e Prior (2005).

Classificação

clássica Fegan e

Prior, 2005 Biovar

Remenantt et al.,

2011 Safni et al., 2014

Ralstonia

solanacearum

Filotipo I 3, 4, 5 Ralstonia sequeirae Ralstonia

pseudosolanacearum

Filotipo II 1, 2A*, 2T* Ralstonia

solanacearum

Ralstonia

solanacearum

Filotipo III 1, 2T Ralstonia sequeirae Ralstonia

pseudosolanacearum

Filotipo IV 1, 2 Ralstonia haywardii

subsp. solanacearum

Ralstonia syzygii subsp.

indonesiensis

* Variações do Biovar 2.

Tabela adaptada de Rossato, 2016.

Apenas os filotipos I e II ocorrem no Brasil, sendo o filotipo II predominante na

maioria das regiões, apontando o país como seu possível centro de origem (Santiago et

al. 2016; Mendes 2017). Na região norte, trabalhos realizados por Coelho Netto (2003a)

no estado do Amazonas, observou-se maior frequência do biovar I, embora fossem

encontrados também os biovares II e III em solanáceas (Figura 1). Em outro trabalho,

Coelho Netto et al. (2003b)observou os biovares I e III causando infecção na cultura do

tomate, no entanto constatou-se o biovar I como sendo o mais agressivo para esta

cultura em terra firme.

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Figura 1. Biovares de R. solanacearum presentes no Amazonas.

Fonte: Coelho Netto et al. 2003b.

Estes resultados corroboram com os resultados encontrados por Costa et al.

(2007), estudando a diversidade de R. solanacearum no amazonas, onde o biovar I

prevaleceu ao demais na cultura do tomate.

Devido à ampla variedade genética do patógeno e condições ambientais

favoráveis a bactéria, o controle da doença é extremamente difícil, sendo necessário o

manejo integrado de meditar de controle para minimizar os prejuízos (Lopes 2009;

Costa 2017). Dentre algumas medidas como, o uso de mudas sadias, controle da água

do solo, controle de insetos, evitar o transporte de solo para outras áreas, eliminação de

restos culturais e plantas voluntárias, rotação de cultura, enxertia e uso de variedades

resistentes, podem ser citados como ideais para o manejo integrado no controle da

doença rotação de cultura (Kurozawa e Pavan 1997; Lopes e Quesado Soares 2000;

Lopes e Mendonça 2014). Essas medidas se tornam imprescindíveis uma vez que

medidas isoladas, utilizadas ao longo do tempo, não se mostraram eficientes (Costa

2017).

Na região norte o uso de enxertia de cultivares comerciais em porta-enxerto

resistente é uma estratégia muito utilizada, sendo empregada uma prática utilizada desde

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os primeiros agricultores da região. Nesta estratégia, pode ser usado como porta-enxerto

variedade de tomate com resistência ou outras solanáceas compatíveis com tomate

(Lopes 2009). A utilização de porta enxertos resistentes associados a outro método de

controle demonstrou resultado promissor (Baptista et al. 2006).

No entanto as variedades disponíveis hoje no mercado oferecem apenas proteção

parcial ao patógeno, uma vez que sua eficiência pode variar de acordo com a virulência

da estirpe e/ou condições ambientais favoráveis a bactéria (Lopes 2009). Assim,

cultivares resistentes de porta enxerto podem facilmente perder sua efetividade em

regiões como o Norte e Nordeste, onde há elevada pressão de inóculo nos solos

cultivados (Lopes et al. 2015).

O desenvolvimento de cultivares resistentes a R. solanacearum é apontada como

a alternativa mais viável (Hayward 1991; Scott et al. 2005; Noda 2007). Devido à ampla

diversidade genética deste patógeno e, alta capacidade de se adaptar, os mesmo autores

ressalvam a importância de programas de melhoramento locais, garantindo assim, que

as cultivares desenvolvidas serão resistentes aos isolados locais.

3.6. Melhoramento do tomate

Para a comercialização do tomate, a qualidade do fruto é de suma importância,

pois o consumidor leva em consideração o aspecto visual dos frutos, buscando tomates

mais firmes, de coloração uniforme, além de valorizar frutos de cultivo orgânico. Por

outro lado, o produtor busca cultivares que lhe proporcione melhor retorno financeiro,

ou seja, menor custo de produção e maior produtividade e qualidade (Peixoto et al.

2017). Tanto os parâmetros qualitativos quanto os produtivos podem ser obtidos por

meio do melhoramento genético.

O tomate é uma das culturas mais exploradas geneticamente em programas de

melhoramento, através de métodos de hibridação e seleção, com fins a obter cultivares

com melhores características agronômicas e resistências a fatores bióticos e abióticos

(Costa 2017; Mendes 2017). A obtenção de genótipos melhorados para as condições

climáticas do Brasil a partir de cultivares nacionais, tem sido uma estratégia promissora,

substituindo, em alguns casos, trabalhos relacionados à adaptação de cultivares

estrangeirais as condições brasileiras, principalmente entre as tradicionais empresas de

sementes (Melo e Vilela 2005; Peixoto et al. 2017). Por possuir grande variabilidade

genética (Mohamed et al. 2012) o tomate permite selecionar genótipos superiores

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voltadas as região de interesse, podendo reproduzir de forma eficiente seu potencial

genético.

De acordo com Siddiqui et al. (2015), o tamanho, formato e massa media dos

frutos são parâmetros relacionados a uniformidade do produto final. Para tanto, é

fundamental considerar caracteres como número de frutos, massa, tamanho,

comprimento diâmetro, entre outros, na seleção de genótipos superiores (Peixoto et al.

2017), uma vez que estas características influenciam diretamente a aparência do fruto,

sendo um fato atrativo ao consumidor e importantes para o melhoramento da cultura

(Rosa et al. 2011; Alvarenga et al. 2013).

Dentre os fatores bióticos, a murcha bacteriana é considerada a bacteriose mais

importante em diversas regiões, em especial no Norte e Nordeste, onde o clima quente e

úmido é predominante, favorecendo o desenvolvimento do patógeno (Santiago et al.

2016; Costa 2017). Quanto à resistência a este patógeno, podem ser encontrados na

literatura diversos trabalhos tratando sobre o tipo de controle genético observado nas

fontes resistentes (Tabela 2). A nível molecular, cultivares utilizadas como referência de

resistência, como Hawaii 7996, a resistência a R. solanacerum é conferida por diversos

QTLs (Quantitative Trait Locus) (Wang et al. 2013). Em estudos moléculares de

Thoquet et al. (1996) foram encontrado QTLs nos cromossomos 6 e 4, que junto

conferem 56% da resistência.Em trabalhos mais recentes com a cultivar Hawaii 7996

foi possível encontrar QTLs nos cromossomos 12 (Bwr-12) e 6 (Bwr-6) (Wang et al.

2013).

Tabela 2. Principais resultados sobre controle gênico da resistência a R.

solanacearum.

Pesquisadores Fontes resistentes Controle gênico da resistência

Acosta et al. (1964) PI27080 Oligogênico com ação recessiva

Digat e Derieux (1968) Saturn e Vênus Oligogênico com dominância parcial

Graham e Yap (1976) Vênus, VC-4 e H7741 Poligênico com efeito aditivo

Mew e Ho (1976) VC-48, VC-9, VC-11 e VC-8 Oligogênico ou poligênico com

dominância parcial e epistasia

Tikoo et al.. (1983) CRA-66 e IHR663123 Genes com ação recessiva e um gene

dominante

Ferrer (1984) Sem identificação Poligênico com efeitos aditivos

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Scott et al. (1988) Hawaii 7998 Monogênico domiante

Hayward (1991) Hawaii 7998 Poligênico

Somodi et al. (1992) Hawaii 7997 Genes com ação recessiva

Peter et al. (1992) CL-32-d-01-19GS Monogênico com dominância parcial

Scott et al. (1993) Híbridos de Hawaii 7998 Dominância parcial

Grimaut et al. (1995) Hawaii 7996 Monogênico dominante

Monma et al. (1997) D-9 e Hawaii 7998 Parcialmente recessivo com dominância

parcial no sentido da susceptibilidade

Menezes (1999) Hawaii7998, Caraíba e

Yoshimatsu

Bloco gênico com dominância e com

efeitos aditivos

Oliveira et al. (1999) Hawaii7998, Rotam-4 e

Yoshimatsu

Oligogênico ou poligênico com

dominância parcial e com efeito aditivo

Lima Neto et al. (2002) Drica Oligogênico ou poligênico com

dominância parcial

Thankur et al. (2004) Hawaii 7998 Monogênico recessivo

Sharma e Sharma (2015) Hawaii 7998, BT-18 e TBL-4 Mais de um gene com efeito aditivo e de

dominância

Fonte: Costa 2017.

A partir de estudos voltados para identificação de fontes de resistências, várias

fontes já foram descritas e diversos acessos de espécies silvestres do gênero Solanum já

foram utilizados em programas de melhoramento (Kim et al. 2016). Devido a isto,

cultivares resistentes como Saturn, Vênus, Caraiba, Hawaii 7996, Hawaii 7997, Hawaii

7998, Yoshimatsu, Drica e CRA-66 fora desenvolvidas (Costa 2017).

No entanto, o desenvolvimento de variedades de tomate, com características

agronomicamente aceitável e resistente à murcha bacteriana, tem se mostrado difícil

(Scott et al 2005). Mesmo com algumas cultivares resistentes disponíveis no mercado,

poucas apresentam boas características agronômicas, especialmente as relacionadas ao

fruto (Costa 2017). Estudos indicaram que a resistência a R. solanacearum está

associado a característica de fruto pequeno (Acosta et al. 1964; Opena et al. 1990;

Walter 1967; Wang et al. 1998). Em estudos mais recentes, foi encontrada uma ligação

entre o QTL Bwr-6 (QTL que contribui para a resistência) a característica de pequeno

tamanho de fruto (Wang et al. 2013).

Outro fator observado ao longo da pesquisa foi à interação positiva entre cultivar

e localidade, destacando a importância do ambiente e da variabilidade da população do

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patógeno no desenvolvimento de cultivares resistentes (Peter et al. 1993; Jaunet e Wang

1999; Lopes et al. 2006). Wang et al. (1998) testando fontes resistentes em onze país

constaram níveis variados de incidência de doenças em cada localidade, demonstrando

assim que a resistência é dependente dos fatores ambientais. Contudo, a qualidade de

fruto e interação cultivar x ambiente das fontes com resistência a murcha bacteriana são

fatores que permitem adaptações.

Segundo Scott et al. (2005), a partir de cruzamentos feitos entre fontes

resistentes e cultivares com boas características de frutos (porém susceptíveis) pode-se

selecionar, a partir de gerações segregantes, progênies que mantiveram a resistência a

murcha bacteriana e que produziram frutos de alta qualidade. No entanto, o fator

resistência apresenta melhores resultados quando testados no local onde as fontes são

adaptadas (Scott et al. 2003). Diante das dificuldades em manter a resistência das

cultivares, quando cultivadas em outras localidades, evidencia a necessidade de

promover programas locais de melhoramento de tomate resistente a murcha bacteriana

(Menezes 1998).

3.7. Cultivar resistente

No final da década de 70 o instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia

implantou o programa de melhoramento genético de hortaliças, com o objetivo de

desenvolver variedade de tomate com resistência a Ralstonia solanacearum e capazes

de produzir frutos nas condições climáticas da região (Martins et al. 2013). Com os

resultados obteve-se uma variedade denominada ‘Yoshimatsu’ com resistência

poligênica ao patógeno (Noda 2007). Para a seleção da variedade Yoshimatsu foram

utilizados germoplasmas do Brasil, E.U.A., França, Formosa, Peru, Colômbia, Holanda

e Japão, onde foram realizadas triagens de genótipos resistentes e detecção de

progenitores potenciais para obtenção de híbridos F1.

A partir dos resultados obtidos dos testes com as progênies F4 e F5 de dez

cruzamentos promissores, pode-se selecionar o cruzamento HT-16, cujos progenitores

são as introduções IH-40 e UH-7976, procedentes do IRAT (Cayena, Guiana Francesa)

e da Universidade de Hawaii (EUA), respectivamente (Noda et al. 1986). Os ensaios de

triagem foram realizados em casa de vegetação e a campos, em solos naturalmente

infestados pelo patógeno. Os testes foram conduzidos utilizando o método genealógico

(Noda et al. 1986).

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Durante os testes e avaliações feitas em solos naturalmente infestados

observou-se a ocorrência de contrastes significativos para os caracteres de resistência à

R. solanacearum e produção de frutos das progênies selecionadas. Os resultados das

progênies mostrando melhores resultados tanto na produção quando na resistência

quando comparados a testemunha susceptível (grupo Santa Cruz) e a testemunha

resistente (Caraíba) (Noda 2007). Quando a epidemiologia observou-se níveis de

velocidade da progressão da doença mais baixos nas progênies selecionadas, conferindo

assim elevados níveis de resistência (Noda e Machado 1993).

De acordo com Plank (1963), há dois tipos de resistência de plantas a doença,

sendo elas a vertical e horizontal. Plank classifica a vertical resistência como específica

a raça, qualitativa, monogênica ou oligogênica (um ou poucos genes de efeito maior).

Nesta não há interferência de fatores ambientais em sua expressão e a mesma manifesta-

se como sendo resistente total ou suscetível total, em relação ao tipo de raça da bactéria

(Mizubuti e Maffia 2006) (Figura 2).

Já a resistência horizontal, classifica-se com não específica a raça, quantitativa,

poligênica (vários genes de efeito menor) (Plank 1963). Esta resistência é fortemente

influenciada pelo ambiente, podendo levar a planta a certo grau de doença, depende da

interação da raça do patógeno x cultivar e atua de forma a reduzir o progresso da doença

(Mizubuti e Maffia 2006).

Figura 2. Cultivar A com resistência vertical, específica a raças do patógeno.

Cultivar B com resistência horizontal, não específica a raças de patógenos.

Segundo Noda (2007) a herança envolvida na resistência da variedade

Yoshimatsu é do tipo horizontal ou poligênico. Em experimentos feitos em condições

de campo e casa de vegetação, confirmam a hipótese que a herança seja conferida por

vários genes (Coelho Netto et al. 2003). Assim como, é possível afirmar que a cultivar

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poderá apresentar variações nos níveis de resistência em função da agressividade ou do

potencial de inoculo do patógeno, porém não ocorrerá risco da quebra da resistência

incorporada (Noda 2007). Este fator pode ser observado em resultados obtidos em

experimentos onde foram encontrados a presença de dois biovares I e III nas plantas

infectadas das parcelas com a testemunha susceptível (Santa Cruz Kada) e somente a

presença do biovar I nas plantas infectadas nas parcelas com material resistente,

indicando que este biovar apresenta maior agressividade em relação ao biovar III.

Assim, não ocorre interação específica entre o patógeno e o hospedeiro, mas

sim diferentes níveis de agressividade do patógeno, expressos sob a forma de diferentes

níveis de resistência do hospedeiro. Evidências adicionais de que o controle envolvido

no mecanismo de resistência da variedade Yoshimatsu é poligênico têm sido obtidas

através da diversidade modalidades de ensaios, em diferentes locais, incluindo

ambientes fora dos trópicos úmidos (Martins et al. 2013). Lopes et al. (1994), efetuando

inoculações artificiais com isolados de diversas regiões do Brasil; Menezes (1998)

utilizando a metodologia de triagem de genótipos resistentes identificou alguns loci de

efeito de dominância parcial, no Estado de Pernambuco; Oliveira et al. (1998)

inocularam a cultivar Yoshimatsu 4-11 com dois isolados, um classificado como biovar

I e outro como biovar III, concluíram que a herança da resistência é de natureza

quantitativa com dominância parcial, sendo observado a presença de efeito aditivo

significativo e Costa (2017) concluindo que a resistência da variedade Yoshimatsu é

conferida por poligenes com efeitos aditivos e de dominância, sendo observado também

alelos recessivos associados a resistência.

Uma das maiores dificuldades no programa de melhoramento do tomateiro

para resistência a murcha bacteriana tem sido a obtenção de variedades que associem no

mesmo genótipo altos níveis de resistência e capacidade produtiva de frutos, levando-se

em conta quantidade (peso) e qualidade dos frutos (formato, tolerância à rachadura,

resistência à podridão apical causada pela deficiência de cálcio) (Martins et al. 2013).

Embora a variedade Yoshimatsu apresente resultados satisfatórios para a

resistência a R. solanacearum, seu valor comercial é ultrapassado por cultivares e

híbridos comerciais. Isto porque o aspecto visual do fruto não é atrativo, produzindo

frutos pequenos e epicarpo sensível, extremamente suscetível a rachaduras. A variedade

Yoshimatsu apresenta massa média de fruto entre 16 - 45 gramas (Pena et al. 2010;

Sousa et al. 2011; Andrade et al. 2013). Enquanto híbridos comerciais mais

consumidos, como os híbridos ‘Débora’ e ‘Fascínio’, apresentam massas que variam

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entre 150 a 200 gramas. Neste sentido se faz necessários estudos sobre o potencial desta

variedade em, além da resistência, apresentar frutos de melhor qualidade, maiores, mais

firmes e consequentemente com maior durabilidade.

3.8. Cruzamento intraespecífico

Segundo Scott et al (2005) o desenvolvimento de variedades resistentes de

tomate comercialmente aceitáveis tem sido um problema, existem poucas variedades

que combinam tamanho e rendimento de frutos desejáveis com resistência. Esta

dificuldade entre associar resistência a murcha bacteriana e rendimento dos frutos pode

estar ligada, de acordo com Yang e Francis (2007), a existência de estreita relação

genéticas entre resistência a R. solanacearum com a característica de frutos pequenos.

Outro fato que reforça essa relação, é apontados por Acosta et al. (1964),

indicando que a resistência a murcha bactéria do tomate cultivado tenha sido originado

das espécies L. esculentum var. cerasiforme e Lycopersicon pimpinellifolium, com

características de frutos pequenos, indicando que possivelmente exista uma proximidade

entre os locos que conferem resistência a murcha bacteriana e os locos de genes

relacionados ao tamanho de fruto. No entanto, este fator é variável entre as populações

segregantes, não caracterizando uma regra, sendo possível selecionar materiais

resistentes com frutos grandes (Monma e Sakata 1989; Scott et al. 2005).

Uma forma de obter variedades de tomate que associem qualidade de fruto e

resistência a doenças é a transferência dos genes de interesse de uma cultivar resistente

para uma cultivar susceptível, porém com características agronômicas desejáveis,

através de cruzamentos artificiais e seleção de indivíduos na população segregante.

Segundo Gonçalves-Vidigal e Poletine (1999) a transferência de genes ocorre com

maior facilidade entre genótipos da mesma espécie daquela que se deseja melhorar,

devido à facilidade de cruzamento entre as espécies, diferente de cruzamentos

realizados entre espécies distintas, podendo ocorrer incompatibilidades, como no caso

de tomate cultivado x espécies de tomate silvestres.

De acordo com Borém e Miranda (2013) no cruzamento entre duas variedades

distintas há a fusão de gametas geneticamente diferentes, este evento é conhecido como

hibridação, resultando em indivíduos heterozigóticos para um ou mais loci. Em espécies

autógamas, como o tomateiro, objetivo do melhoramento para a fixação de

características de interesse, após a hibridação, é obter indivíduos homozigóticos por

sucessivas gerações de autofecundação. Os indivíduos com características desejáveis de

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ambos os genitores são selecionadas na população segregante, e as linhagens originadas

de tais indivíduos são avaliadas em testes comparativos (Borém e Miranda 2013).

Para a seleção de indivíduos com características de interesse é necessário

considerar os feitos do ambiente, uma vez que os valores fenotípicos são condicionados

por fatores genéticos e ambientais e pela interação entre genótipos e ambiente (Borém e

Miranda 2013). Segundo Abreu (2005) Esses conhecimentos poderão ser utilizados

como indicativos da existência da variabilidade genética presente na população

segregante, assim como subsídios para predizer os ganhos genéticos provenientes dos

efeitos aditivos. O processo de transferência de genes de resistência aliados a

características de fruto é dependente da herança dos caracteres em estudo (Abreu 2005),

podendo variar de acordo com as diversas características agronômicas (Borém e

Miranda 2013).

4. MATERIAL E MÉTODOS

4.1. Local

O experimento foi desenvolvido em casa de vegetação tipo capela na Estação

Experimental de Hortaliças “Dr. Alejo von der Pahlen” do Instituto Nacional de

Pesquisa da Amazônia – INPA. A estação está localizada no Km 14 da rodovia AM

010, Manaus (AM). O solo dessa área é do tipo Podzólico Vermelho-Amarelo álico,

textura arenosa, de baixa fertilidade. O clima local é tipo “equatorial quente e úmido” na

classificação de Köppen-Geiger com temperatura média de 27,4 °C e precipitação

média de aproximadamente 2300 mm.ano-1

. Os ensaios foram realizados entre janeiro

de 2017 a janeiro de 2018. Compreendendo duas estações bem definidas, período seco

(março a agosto) e período chuvoso (outubro a fevereiro).

4.2. Produção de mudas

As sementes da variedade Yoshimatsu L3, do híbrido comercial Débora Pto e

Santa Cruz Kada, foram do banco de germoplasma do INPA, da empresa SAKATA

Seed e da empresa ISLA Sementes, respectivamente. Na primeira fase do experimento,

para realizar o cruzamento utilizou-se as sementes da variedade Yoshimatsu L3 e do

híbrido Débora Pto. Para a segunda fase, no teste de progênies, utilizou-se sementes da

variedade Yoshimatsu L3, do híbrido Santa Cruz Kada e sementes derivadas das

progênies selecionadas.

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As sementes foram semeadas em bandejas de isopor de 128 células, preenchidas

com substrato comercial, após a semeadura as bandejas foram alocadas em estufa com

irrigação automática programada para acionar duas vezes ao dia por 15 minutos. As

mudas permaneceram nesta bandeja por 15 dias após a semeadura. Decorrido este

período as mudas foram transferida para copos práticos, com volume de 150 ml, para

seu melhor desenvolvimento. Ao completar 30 dias, quando apresentavam de quatro a

cinco folhas definitivas, foram transplantadas em casa de vegetação com sistema de

irrigado por gotejamento (figura 3). Esse procedimento foi realizado para todas as fases

do experimento.

Figura 3. Processos de implantação do experimento: (A) semeadura em bandejas de isopor;

(B) mudas transferidas para copos de plástico; (C) casa de vegetação com sistema de

gotejamento; (D) estagio de mudas para transplante.

4.3. Cruzamento

O cruzamento foi realizado em fevereiro de 2017 utilizando dez mudas de cada

genitor, utilizando como genitor feminino a variedade ‘Yoshimatsu L3’ e como genitor

masculino o híbrido comercial ‘Débora Pto’. As plantas foram cultivadas em vasos de

plástico com capacidade de três litros preenchidos com substrato comercial (Figura 4).

A adubação foi realizada conforme necessidade da cultura. A irrigação foi realizada por

aspersão duas vezes ao dia durante 15 minutos.

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Figura 4. Mudas dos genitores Yoshimatsu e Débora Pto, plantadas em vasos sobre plástico

mulch.

Para prevenir a autopolinização, as flores do genitor feminino foram

emasculadas, removendo os estames dos botões florais antes da liberação do pólen

(Figuras 5). O procedimento foi realizado em botões ainda fechados do segundo grupo

de ramos florais. Com o auxilio de uma pinça de ponta fina foram retiradas

cuidadosamente as anteras para fora do botão, deixando apenas o cálice, corola e pistilo

das flores.

As flores do genitor masculino foram coletadas ao amanhecer antes da liberação

do pólen, armazenadas em um recipiente por uma hora, após este período o recipiente

era sacudido manualmente para que o pólen fosse liberado das anteras, em seguida as

flores eram retiradas restando apenas o pólen no recipiente. A polinização foi realizada

logo em seguida, encostando o estigma das flores emasculadas dentro do recipiente com

pólen. Os botões foram marcados e as demais flores não polinizadas do ramo foram

retiradas para evitar mistura de materiais. Após o desenvolvimento e maturação dos

frutos as sementes do cruzamento foram coletadas e armazenadas em local refrigerado.

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Figura 5. Procedimentos para o cruzamento: (A) estagio da flor para a emasculação;

(B) flores emasculadas; (C) ramo com apenas flores emasculadas e marcadas; (C)

frutos formados formatos a partir da polinização artificial.

4.4. Seleção de plantas individuais

Foram transplantadas em abril de 2017, 400 mudas F1 do cruzamento entre

variedade ‘Yoshimatsu L3’ vs híbrido comercial ‘Débora Pto’. As mudas foram

transplantadas em casa de vegetação como solo naturalmente infestado por R.

solanacearum. A casa de vegetação media 30 metros de comprimento, e 6 metros de

largura. Foi utilizada irrigação por gotejamento com fitas de diâmetro de ½”.

A adubação foi realizada 30 dias antes do plantio de acordo com a análise de

solo. Foi utilizado esterco de galinha (dois litros por metro linear) e adubação química

de 100 g da formulação NPK (4-0-10). Por ter sido detectadas elevadas quantidades de

fósforo (P) no solo da área experimental, não foi acrescentada nenhuma fonte química

deste nutriente para a adubação. O espaçamento utilizado para o transplante foi de 1 x

0,5 metros, as plantas foram conduzidas com uma haste e tutoradas com fitilhos.

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A seleção de plantas foi realizada de forma visual, sendo observadas as

características de sanidade da planta, produção de frutos e precocidade. A partir destas

observações foram selecionadas 34 plantas que, visualmente apresentaram os melhores

resultados. Nesta primeira fase não foi detectado mortes em decorrência de murcha

bacteriana, deste modo a seleção foi realizada somente em função das características

agronômicas.

Após a seleção, os frutos das 34 plantas foram colhidos para a coleta de dados de

produtivos, biométricos. Os dados produtivos e biométricos analisados foram: número

de frutos, massa de frutos (g), comprimento (mm), diâmetro (mm), espessura de polpa

(mm) e número de lóculos. Para estimar a massa de fruto utilizou-se uma balança de

precisão e para os dados de comprimento e diâmetro utilizou-se um paquímetro digital.

Posteriormente, foi realizada a extração das sementes de cada planta selecionada para

compor as progênies para a fase de teste de progênies.

Com os dados em mãos, aplicou-se o método proposto por Mulamba e Mock

(1978). Este método consiste em classificar famílias ou progênies de acordo com a

soma de postos (ou “ranks”) das características consideradas de maior interesse pelo

pesquisador. Desta forma ordena-se as famílias de acordo com a menos soma de posto

que obtiver ao final. Optou-se em utilizar as variáveis massa de fruto e produtividade

por planta como características de interesse. Desta forma, assegurar-se-ia que as plantas

selecionadas por este método apresentariam, além de produtividade, boas características

de fruto.

4.5. Teste de progênies

Devido a disponibilidade de espaço, neste trabalho, utilizou-se apenas sementes

das sete progênies que melhor se classificaram pelo método descrito acima. As demais

progênies serão testadas na oportunidade de um próximo trabalho.

O experimento para o teste de progênies foi instalado em outubro de 2017, no

mesmo local da fase anterior, utilizando delineamento em blocos casualizados com três

repetições, nove tratamentos e dez plantas por parcela. Os tratamentos foram compostos

por: sete progênies selecionadas, uma testemunha resistente à murcha bacteriana

(variedade Yoshimatsu) e uma testemunha susceptível (Cultivar Santa Cruz Kada).

Foram avaliadas as seguintes variáveis na parcela: incidência de doença (dado em

porcentagem de plantas mortas); massas de frutos por planta (g); número de frutos por

planta (frutos maduros e imaturos); comprimento e diâmetro do fruto (cm), relação

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comprimento/diâmetro; espessura do pericarpo (cm); número de lóculos; produtividade

(toneladas/ha).

As plantas que apresentarem sintomas típicos de murcha bacteriana seguido de

morte, foram retiradas da parcela submetidas ao teste descrito por Király et al. (1970),

no qual consiste em imergir pequena parte da planta em uma recipiente com água e

observar se haverá exsudação de um fluxo de coloração esbranquiçada. Na ocorrência

do fluxo, será confirmada morte em decorrência da bacteriose. As observações

iniciaram aos cinco dias após transplantio (DAT) e prosseguiram até os 90 DAT.

Foram realizadas contagens de plantas mortas para o cálculo de incidência de doenças,

dado em porcentagem. Os dados desta variável foram transformados utilizando

.

A produtividade será estimada pelas variáveis massa total de frutos dado em kg

por planta e número de frutos. Os resultados de comprimento, diâmetro e relação

comprimento/diâmetro serão utilizados para estipular o formato e tamanho do fruto

através do proposto por Brasil (2002). Nesta classificação os frutos são distribuídos em

dois grupos; redondos – quando o diâmetro longitudinal for menor ou igual ao

transversal, e oblongos – quando o diâmetro longitudinal for maior que o transversal.

A associação entre os componentes de produtividade foi determinada através da

correlação de Pearson, em que correlação será forte quanto mais próximo estiver de –1

ou +1, e será fraca quanto mais próximo de zero.

Os dados foram submetidos à análise de variância e ao teste de comparação de

médias de Duncan (P<0,05) utilizando os softwares estatísticos SAS 9.3 (Institute Inc.

2011) e Genes (Cruz 2013).

Page 33: MINISTÉRIO DA CIÊNCIA, TECNOLOGA E INOVAÇÃO INSTITUTO

33

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Seleção de plantas individuais

Observou-se que as progênies apresentaram características relevantes para o

processo de melhoramento do tomate de mesa: polpas espessas, comprimento e

diâmetro com médias de 57,73 mm e 54,21 mm, respectivamente, média de número de

lóculos de 3,56 (Tabela 3). Tais características conferem aos frutos maior firmeza,

melhor formato e tamanho de fruto, garantindo maior resistência ao transporte e

preferência do mercado (Ramos et al., 2013; Peixoto et al. 2017). Em produtividade por

planta e massa dos frutos, notou-se progênies com valores superiores a 2 kg planta-1

e

massas de frutos acima de100 gramas. Mostrando resultados promissores à continuidade

do processo de seleção.

Quanto ao fator resistência, a murcha bacteriana, considerou-se que todas as

plantas nesta fase do experimento foram resistentes ao patógeno. A não constatação de

mortes causadas por murcha bacteriana pode ter ralação com a época de menor

pluviosidade, fator preponderante para a multiplicação da bactéria. Entretanto, a pesar

da época de menor umidade, é importante destacar que, na região norte, a pressão que o

ambiente exerce sobre a cultura permanece elevada. Comparado às regiões de

temperatura amenas, as elevadas temperaturas ocorrentes no Amazonas podem

configurar um fator de estresse à planta, podendo afetar em algum grau sua resistência à

bactéria. Portando, não podendo descartar o papel da resistência das plantas nesta fase.

Quanto ao resultado da classificação de Mulamba e Mock (1978), neste método

de seleção à soma das primeiras posições resultam nas menores somas. Portanto as

menores somas indicam as plantas com melhor desempenho (Tabela 4). A menor soma

correspondeu a P8 (soma=3), o qual produziu 2,6 kg por planta, com massa por fruto de

110 g, com três lóculos. A maior soma foi da planta P40 (soma=62), com produtividade

de 1,2 kg por planta, massa por fruto de 63 g e de três lóculos.

A produtividade é um fator importante para o melhoramento, entretanto pode ser

influenciado pelo ambiente e tratos culturais. Para a característica de qualidade de frutos

como massa e formato, por exemplo, são características que sofrem maior influência de

fatores genéticos (Giordano et al. 2003). Desta forma, o método de Mulamba e Mock

(1978) permitiu classificar nas melhores posições as plantas que apresentavam melhor

relação de produtividade e massa de frutos.

Page 34: MINISTÉRIO DA CIÊNCIA, TECNOLOGA E INOVAÇÃO INSTITUTO

34

Tabela 3. Valores das características de produtividade (kg/planta), massa (g),

número de frutos (NF), comprimento de fruto (CF), diâmetro de fruto (DF), espessura

de polpa (EP) e número de lóculos (NL) das 35 progênies selecionadas. Manaus, INPA,

2018.

Progênies Produtividad

e

(kg/planta)

Massa

(g) NF

CF

(mm)

DF

(mm)

EP

(mm) NL

P1 1,53 89,81 17 58,57 52,23 7,41 3

P2 1,16 89,49 13 62,73 53,03 7,17 3

P3 1,13 80,49 14 55,32 52,63 7,29 3

P4 2,24 79,91 28 58,21 50,98 7,27 3

P6 1,72 82,05 21 54,50 54,89 6,07 4

P8 2,64 109,88 24 64,73 59,31 7,28 5

P9 1,72 85,76 20 65,26 57,09 6,95 3

P10 1,98 110,11 18 57,55 55,53 7,02 4

P12 1,32 60,17 22 55,58 48,31 7,36 3

P14 1,13 86,68 13 50,47 55,15 6,86 4

P15 1,77 98,54 18 54,45 55,85 7,63 4

P16 1,38 81,39 17 61,16 56,25 7,33 3

P17 2,07 66,88 31 56,58 52,96 6,39 4

P18 0,52 86,45 6 60,45 53,28 7,06 4

P19 1,28 67,13 19 51,80 50,02 6,56 3

P20 2,03 67,53 30 55,16 53,09 6,83 3

P21 1,43 89,66 16 65,10 54,56 7,04 3

P22 1,45 76,06 19 51,78 57,96 5,97 5

P23 1,35 75,00 18 57,78 48,39 6,63 3

P24 1,52 95,25 16 58,26 56,74 6,92 3

P25 1,54 85,48 18 53,74 57,19 6,98 3

P26 1,62 70,24 23 56,42 50,16 6,52 3

P27 1,99 83,07 24 64,32 57,60 7,24 4

P28 2,02 91,69 22 55,68 53,40 6,61 4

P29 2,25 74,86 30 57,15 54,70 6,58 3

P30 1,14 71,03 16 54,79 51,38 7,22 3

P32 1,35 79,33 17 59,60 53,70 7,51 4

P33 1,69 76,83 22 53,17 54,92 6,42 4

P34 1,80 85,72 21 58,49 57,13 7,79 4

P35 1,52 72,28 21 59,07 50,22 7,25 3

P36 2,11 105,41 20 63,13 57,28 6,86 4

P37 1,51 88,93 17 58,78 58,54 6,44 4

P39 1,46 76,98 19 58,89 57,87 6,69 5

P40 1,19 62,82 19 54,07 50,79 7,38 3

Média 1,60 82,44 19,68 57,73 54,21 6,96 3,56

Page 35: MINISTÉRIO DA CIÊNCIA, TECNOLOGA E INOVAÇÃO INSTITUTO

35

Tabela 4. Seleção de progênies pelo método de Mulamba e Mock (1978). Manaus, INPA, 2018.

Posição Progênies

Progênies Posições Soma das

posições

Progênies

Classificação da soma

das posições (1)

Produtividade Massa Produtividade Massa

1° P8 P10 P1 17° 7° 24 P8 3

2° P29 P8 P2 30° 9° 39 P36 7

3° P4 P36 P3 33° 19° 52 P10 10

4° P36 P15 P4 3° 20° 23 P28 13

5° P17 P24 P6 12° 17° 29 P15 15

6° P20 P28 P8 1° 2° 3 P4 23

7° P28 P1 P9 13° 13° 26 P24 23

8° P27 P21 P10 9° 1° 10 P1 24

9° P10 P2 P12 27° 34° 61 P27 24

10° P34 P37 P14 32° 11° 43 P34 24

11° P15 P14 P15 11° 4° 15 P9 26

12° P6 P18 P16 24° 18° 42 P29 28

13° P9 P9 P17 5° 32° 37 P6 29

14° P33 P34 P18 34° 12° 46 P37 30

15° P26 P25 P19 28° 31° 59 P21 31

16° P25 P27 P20 6° 30° 36 P25 31

17° P1 P6 P21 23° 8° 31 P20 36

18° P24 P16 P22 22° 24° 46 P17 37

19° P35 P3 P23 25° 25° 50 P33 37

20° P37 P4 P24 18° 5° 23 P2 39

21° P39 P32 P25 16° 15° 31 P16 42

22° P22 P39 P26 15° 29° 44 P14 43

23° P21 P33 P27 8° 16° 24 P39 43

24° P16 P22 P28 7° 6° 13 P26 44

25° P23 P23 P29 2° 26° 28 P18 46

26° P32 P29 P30 31° 28° 59 P22 46

27° P12 P35 P32 26° 21° 47 P35 46

28° P19 P30 P33 14° 23° 37 P32 47

29° P40 P26 P34 10° 14° 24 P23 50

30° P2 P20 P35 19° 27° 46 P3 52

31° P30 P19 P36 4° 3° 7 P19 59

32° P14 P17 P37 20° 10° 30 P30 59

33° P3 P40 P39 21° 22° 43 P12 61 34° P18 P12 P40 29° 33° 62 P40 62 (1)

– Classificação em ordem crescente.

Page 36: MINISTÉRIO DA CIÊNCIA, TECNOLOGA E INOVAÇÃO INSTITUTO

36

Este método possibilitou visualizar as progênies que melhor se classificaram

dentro das variáveis estabelecidas (produtividade e massa de fruto), desta forma, para a

fase de teste de progênies, optou-se em utilizar as sete progênies que melhor se

classificaram: sendo elas P4, P8, P10, P15, P24, P28 e P36 (Tabela 5).

Em relação à massa de fruto e produtividade os valores variaram entre 110,11 a

79,91 g e 2,64 a 1,52 kg/planta-1

, respectivamente. O comprimento é utilizado para

caracterizar o formato do fruto, de acordo com Brasil (2002) a progênie P15 apresentou

formato redondo, enquanto as demais, formatos oblongos. Conforme os valores de

diâmetro, todas as progênies enquadram-se no tamanho médio (diâmetro entre 50 a 60

mm) (Brasil 2002).

Quanto à espessura de polpa, os valores variaram de 7, 63 a 6,61 mm. Frutos

com elevada espessura de polpa são desejáveis, visto que este caráter está relacionado

com a maior firmeza do fruto e por consequência, proporcionando maior resistência ao

transporte e maior vida útil dos mesmos (Garg et al., 2013; Siddiquiet al., 2015). A

variável número de lóculos mostra que, a maioria das progênies apresentou em média

quatro lóculos nos frutos, por progênie.

Tabela 5. Características físicas e agronômicas de sete progênies de tomate selecionadas a partir do cruzamento

em a variedade Yoshimatsu x híbrido comercial Débora Pto. Manaus, INPA, 2018.

Progênies

Massa

de fruto

(g)

Número

de frutos

Comprimento

de fruto

(mm)

Diâmetro

de fruto

(mm)

Relação

Comprimento/

Diâmetro

Espessura

de polpa

(mm)

Número

de lóculos

Produtividade

(kg/planta)

P4 79,91 28 58,21 50,98 1,14 7,27 3 2,24

P8 109,88 24 64,73 59,31 1,09 7,28 5 2,64

P10 110,11 18 57,55 55,53 1,04 7,02 4 1,98

P15 98,54 18 54,45 55,85 0,97 7,63 4 1,77

P24 95,25 16 58,26 56,74 1,03 6,92 3 1,52

P28 91,69 22 55,68 53,40 1,04 6,61 4 2,02

P36 105,41 20 63,13 57,28 1,10 6,86 4 2,11

Média 98,68 20,86 58,86 55,58 1,06 7,08 3,79 2,04

Desvio

padrão 10,91 4,14 3,76 2,71 0,06 0,34 0,59 0,35

CV (%) 11,05 19,84 6,38 4,87 5,67 4,80 15,56 17,16

Page 37: MINISTÉRIO DA CIÊNCIA, TECNOLOGA E INOVAÇÃO INSTITUTO

37

Teste de progênies

Não houve diferença estatística (P<0,05) para incidência de doenças (% de

plantas mortas) (Tabela 6), número de flores, número de frutos, número de cachos por

planta (Tabela 7), relação comprimento/diâmetro, e número de lóculos (Tabela 8). O

que indica que não há variabilidade genética para estes caracteres.

As variações apresentadas por estes componentes são esperadas uma vez que

ainda estão em processo de estabilização. Portanto, os indivíduos de cada progênie

testada ainda seriam diferentes entre si. Novos testes de progênies com maior número de

gerações de autofecundação permitirão a seleção de indivíduos que levarão à

diminuição da variabilidade da progênie (Paterniani 1974; Souza et al. 2012).

Tabela 6. Análise de variância do estande de plantas de tomate. Manaus, INPA,

2018.

Fonte de

Variação GL

QM

Incidência de doença (%)

Bloco 2 24,05*

Genótipo 8 3,73ns

Erro 16 7,55

Total 26

Média Geral 6,36

CV % 43,16

* – significativo (P<0,05) pelo teste F.

ns - não significativo pelo teste F.

Tabela 7. Análise de variância do número de flores, número de frutos e número

de cachos de tomate. Manaus, INPA, 2018.

Fonte de

Variação GL

QM

Número de Flores Número de Frutos Número de Cachos

Bloco 2 2103,27** 61,86** 122,07**

Genótipo 8 357,23ns

16,35ns

14,26ns

Erro 15 293,03 8,93 13,73

Total 25

h2 0,17 0,45 0,03

Média Geral 33,60 5,93 8,47

CV % 50,93 50,36 43,73

** – significativo (P<0,01) pelo teste F.

ns – não significativo pelo teste F.

Page 38: MINISTÉRIO DA CIÊNCIA, TECNOLOGA E INOVAÇÃO INSTITUTO

38

Tabela 8. Análise de variância da massa de frutos (MF), comprimento de fruto (CF), diâmetro

de frutos (DF), relação comprimento x diâmetro (RCD), espessura de polpa (EP), número de

lóculos (NL) e produtividade por hectare de tomate. Manaus, INPA, 2018.

Fonte de

Variação GL

QM

MF

(g)

CF

(mm)

DF

(mm) RCD

EP

(mm) NL

Produtividade

(t/ha)

Bloco 2 217,20ns

11,30ns

5,47ns

0,001ns

0,09ns

0,32ns

28,95**

Genótipo 7 886,72** 78,18** 63,21** 0,005ns

1,42** 0,56ns

15,61*

Erro 7 72,89 6,17 4,78 0,002 0,22 0,35 3,69

Total 16

Média

Geral

74,05 51,68 50,89 1,01 5,46 3,82 7,11

h2

0,91 0,92 0,92 0,60 0,84 0,76 0,76

CV % 11,52 4,80 4,29 5,15 8,78 15,58 27,00

*, ** – significativo com (P<0,05) e (P<0,01) respectivamente no teste F.

ns – não significativo pelo teste F.

Para a variável incidência de doença, não houve diferença estatística entre as

médias. No entanto observou-se que as progênies P8, P24 e P28 que obtiveram taxas de

incidência de 43,33%, 60,00% e 63,33%, ainda conseguiram apresentar resultados

superiores tanto em característica produtivas quanto em biométricas, em relação às

demais. Na Amazônia, além da murcha bacteriana, mortes causadas pela bactéria

Erwinia e por ataque do inseto paquinha são frequentes (Cheng et al. 1984). Em época

chuvosa, onde a umidade favorece o desenvolvimento de doenças bacterianas e ocorre

uma maior migração de insetos de solo para áreas protegidas (casa de vegetação), onde

não há incidência de chuva direta no solo. Estes fatores colaboraram para maiores

perdas de plantas na área experimental, não decorrendo apenas de morte em função da

bactéria Ralstonia solanacearum.

A temperatura, radiação solar e umidade relativa do ar são fatores ambientais

que exercem significativas influencias sofre os processos fotossintéticos, crescimento e

de reprodução do tomateiro (Reis et al. 2013; Schmidt et al. 2017). Neste ensaio a

radiação solar o fator que provavelmente contribui para as flutuações de florescimento e

para a formação de frutos observada. Na época em que foi realizada a segunda fase do

experimento (meses de setembro a janeiro), ocorrem altos indicies de pluviosidade

nebulosidade (Alvares et al. 2013). Neste período, devido ao céu encoberto, há uma

menor incidência luminosa durante o dia (INMET 2018), e este fator pode diminuir a

produção de foto assimilados e demais funções fisiológicas vitais do tomateiro Cheng et

al. (1984); Caliman et al. (2005); Agrios (2005). É provável que o fator incidência solar

Page 39: MINISTÉRIO DA CIÊNCIA, TECNOLOGA E INOVAÇÃO INSTITUTO

39

pode ter contribuído para os baixos valores obtidos na variável número de frutos,

observado em todos os tratamentos, por causa das plantas estioladas, característica

relacionada à baixa disponibilidade de insolação (Minami et al 1981; Silva et al. 2006).

Normalmente, os valores desta variável são fundamentais para o cálculo de

produtividade. Mesmo com produtividades baixas foi possível verificar diferenças

significativas entre as progênies. A P15 com produtividade, 2,95 tonelada/há-1

foi

inferior quase quatro vezes ao rendimento apresentado pela progênie P24: 13,71

toneladas/há-1

.

Mesmo com a influência dos fatores ambientais não controláveis, verificaram-se

significativas diferenças entre as progênies nas variáveis massa de fruto (MF),

comprimento de fruto (CF), diâmetro de fruto (DF), espessura de polpa (EP) e

produtividade. No caráter massa de frutos, as progênies P8, P24 e P28 apresentaram

valores de 98,96, 90,68 e 97,61 gramas por frutos, respectivamente, superiores ao

rendimento apresentando pela variedade Yoshimatsu, 44,01 gramas por frutos. Em

trabalhos utilizando a variedade Yoshimatsu, tem-se notado que a massa média de

frutos não sofre grandes variações, indicando que essa característica não é influenciada

por fatores ambientais (Pena et al., 2010; Sousa et al., 2011; Andrade et al., 2013).

É plenamente concebível que os valores apresentados pelas progênies, tenham

sido influenciados por fatores ligados a herança genética da planta, que em sua maioria

apresentaram valores de massa acima de 80 gramas, superior às médias obtidas pelo seu

progenitor feminino (variedade Yoshimatsu). Ao se comparar com os valores das

mesmas progênies, na primeira fase do experimento (Tabela 5), nota-se pouca variação

da massa de fruto. Com exceção da variável produtividade, ficou claro que, as progênies

apresentaram médias superiores às apresentadas pela variedade Yoshimatsu. Isto indica

que as diferenças observadas nas progênies podem ser derivadas do híbrido Débora Pto,

utilizado com genitor masculino, uma vez que todas as plantas receberam o mesmo

tratamento e foram expostas as mesmas condições ambientais de cultivo.

Quanto às características biométricas, houve diferenças significativas para

comprimento do fruto, diâmetro de fruto e espessura da polpa (Tabela 5). Para

comprimento de frutos, a progênie P8 apresentou maior valor, 58,19 mm de

comprimento. Para diâmetro de fruto, destacaram-se as progênies P8, P24 e P28, como

56,98, 56,89 e 55,62 mm, respectivamente. E para espessura de polpa todas as progênies

obtiveram médias iguais, porém superiores as mostradas pela variedade Yoshimatsu.

Page 40: MINISTÉRIO DA CIÊNCIA, TECNOLOGA E INOVAÇÃO INSTITUTO

40

O diâmetro e a relação comprimento/diâmetro são medidas utilizadas para

classificar o tamanho do fruto e o grupo a que pertence. CEAGESP (2003) classifica os

frutos considerando as medidas da relação comprimento/diâmetro, separando-os em

cinco grupos, sendo um especifico para o tipo cereja. Seguindo esta classificação, as

progênies P15 e P24 estão no grupo II – apresenta coeficiente de 0,90 a 1,00

pertencendo ao grupo Saladete, enquanto as progênies P4, P8, P10, P28 e P36 no grupo

III – coeficiente de 1,00 a 1,15 pertencendo ao grupo Santa Cruz.

Na classificação de BRASIL (2002), os frutos devem ser distribuídos em dois

grupos; redondos – quando o diâmetro longitudinal for menor ou igual ao transversal, e

oblongos – quando o diâmetro longitudinal for maior que o transversal. Com base neste

critério de avaliação, os frutos das progênies P15 e P24 são considerados redondos, e

das progênies P4, P8, P10, P28 e P36, oblongos.

Quanto ao tamanho do fruto, BRASIL (2002) classifica os frutos do grupo

oblongo utilizando as medidas de diâmetro transversal, considerando pequeno, frutos

com diâmetro entre 40-50 mm; médios, de 50-60 mm; e grande, maior que 60 mm.

Seguindo a este padrão de classificação as progênies P15, P24 e P36 incluem-se entre as

que produzem frutos pequenos, e as progênies P4, P8, P10 e P28, entre as de tamanho

médio.

A variável número de lóculos (NL), não apresentou diferença estatística entre o

tratamentos, mas notou-se que as plantas que apresentaram frutos com maior número de

lóculos produziram frutos maiores e mais pesados. Este fato foi verificado nas progênies

P24 e P28, com frutos de 4,30 lóculos e massa de 90,68 g e P 97,61 g, respectivamente.

Estes resultados corroboram a relação direta entre o número de lóculos e o tamanho do

fruto admitido por Lippman e Tanksley (2001); Barrero e Tanksley (2004). Com

resultados obtidos nesta pesquisa ficou clara a diferença entre as progênies e a variedade

genitora Yoshimatsu, onde todos os valores biométricos dos frutos das progênies foram

superiores, com destaque especial para as P8, P24 e P28.

Os coeficientes de correlação entre os diferentes caracteres e o nível de

significância estão apresentados na tabela 10. A incidência de doença apresentou

correlação negativa com número de frutos, demonstrando comportamentos

inversamente proporcionais. Este comportamento pode estar relacionado ao ambiente,

haja visto que maiores umidade e temperatura elevadas condicionam melhores condição

ao desenvolvimento de bactérias no solo. Entretanto, essas mesmas condições

Page 41: MINISTÉRIO DA CIÊNCIA, TECNOLOGA E INOVAÇÃO INSTITUTO

41

influenciam negativamente a produção de frutos flores e cachos, através do

prolongamento do estágio vegetativo e abortamento floral.

O caráter massa do fruto apresentou correlações positivas entre os caracteres

comprimento e diâmetro do fruto. Dentre as características ligadas ao rendimento de

frutos, o formato (determinado pelo comprimento em relação ao diâmetro) e o tamanho

(determinado pelo diâmetro) exercem influências positivas na massa do fruto.

Influencias maiores que outras variáveis como espessura da polpa, que é muito

importante contribuíram em menor escala, mas com uma ressalva de que polpas

espessas, também são encontradas em frutos pequenos (Garcia e Barrett 2006).

Na variável comprimento de frutos, houve correlação positiva com diâmetro e

espessura de polpa. Maiores espessuras de polpa são encontradas em frutos com

maiores comprimentos (Thakur e Kaushal, 1995; Chakraborty et al., 2007). O aumento

dos valores de espessura de polpa pode ser atribuído aos genitores. Kurian et al. (2001)

relataram que híbridos a partir do cruzamentos entre cultivares de tomates de formato

redondo x oblongos, apresentaram maior espessura de polpa em relação ao genitor

feminino. A pesar de não contribuir fortemente com a massa do fruto, esta característica

apresenta grande importância para a firmeza do fruto, visto que frutos com polpa mais

espessa apresentam maior resistência (Siddiquiet al., 2015).

Entre os pares de caracteres avaliados, o número de flores, número de frutos e

número de cachos, não apresentaram correlações significativas com o parâmetro

produtividade. Entretanto, o diâmetro, que é proporcional a massa do fruto, apresentou

correlação significativa com a produtividade. Isto quer dizer que todo o conjunto de

características ligadas à qualidade dos frutos influencia direta e indiretamente o produto

final. .

Page 42: MINISTÉRIO DA CIÊNCIA, TECNOLOGA E INOVAÇÃO INSTITUTO

42

Tabela 9. Valores médios das características por planta, massa de fruto (MF), comprimento de fruto (CF), diâmetro do fruto (DF), relação comprimento x

diâmetro (RCD), espessura de polpa (EP), número de lóculos (NL), número de flores, número de frutos, número de cachos e produtividade de genótipos

de tomate. Manaus, INPA, 2018.

Genótipos Incidência

(1)

(%)

MF

(g)

CF

(mm)

DF

(mm) RCD

E P

(mm) N L

Número

de

Flores

Número

de Frutos

Número

de Cacho

Produtividade

(t/ha)

P4 56,67 60,40 bc 55,42 ab 47,52 cd 1,12 5,82 a 3,61 40,08 6,44 9,13 6,24 bc

P8 43,33 98,96 a 58,19 a 56,98 a 1,02 6,25 a 4,01 49,53 8,03 11,83 9,63 ab

P10 33,33 81,03 ab 55,28 ab 54,39 ab 1,01 5,38 a 4,21 33,33 7,07 8,70 9,36 ab

P15 63,33 67,29 b 46,96 cd 49,77 bc 0,94 5,27 a 3,93 23,88 3,95 5,97 2,95 c

P24 60,00 90,68 a 53,14 abc 56,89 a 0,93 5,53 a 4,30 34,15 6,30 8,70 13,71 a

P28 63,33 97,61 a 57,12 ab 55,63 a 1,02 5,63 a 4,30 24,78 5,02 7,33 7,51 bc

P36 43,33 63,35 bc 50,87 bc 47,88 c 1,06 6,16 a 2,69 38,24 5,57 9,46 5,68 bc

Yoshimatsu 20,00 44,01 c 41,19 d 42,33 d 0,97 3,98 b 3,74 42,96 9,51 10,11 4,94 bc

Santa Cruz Kada 43,33 - - - - - - 15,70 1,61 5,06 -

Média 47,40 74,05 51,68 50,89 1,01 5,46 3,82 33,60 5,93 8,47 7,11

CV% 43,16 11,52 4,80 4,29 5,15 8,78 15,58 50,93 50,36 43,73 27,00

Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si pelo Teste de Duncan (P <0,05).

(1) – dados não transformados.

Page 43: MINISTÉRIO DA CIÊNCIA, TECNOLOGA E INOVAÇÃO INSTITUTO

43

Tabela 10. Correlação entre as variáveis incidência, massa, comprimento de frutos (CF), diâmetro de fruto (DF), relação comprimento/diâmetro

(R C/D), espessura de polpa (EP), número de lóculos (NL), número de flores, número de frutos, número de cachos e produtividade.

*, ** – significativo com (P<0,05) e (P<0,01) respectivamente, no teste t.

ns – não significativo no teste t.

Parâmetros Massa

(g)

CF

(mm)

DF

(mm) R C/D

EP

(mm) NL

Número de

Flores

Número de

Frutos

Número de

Cachos

Produtividade

(T/ha)

Incidência (%) 0,465ns

0,435ns

0,462ns

-0,012ns

0,505ns

0,237ns

-0,595ns

-0,833* -0,603ns

0,100ns

Massa (g) 0,802* 0,978** -0,137ns

0,584ns

0,584ns

-0,150ns

-0,241ns

0,022ns

0,676ns

CF (mm) 0,785* 0,446ns

0,804* 0,292ns

0,036ns

-0,217ns

0,156ns

0,554ns

DF (mm) -0,198ns

0,571ns

0,613ns

-0,174ns

-0,256ns

-0,016ns

0,744*

R C/D 0,487ns

-0,493ns

0,337ns

0,278ns

0,310ns

-0,192ns

EP (mm) -0,207ns

0,091ns

-0,433ns

0,148ns

0,295ns

NL -0,306ns

0,388ns

-0,225ns

0,491ns

Número de Flores 0,801* 0,970** 0,196ns

Número de Frutos 0,807* 0,213ns

Número de Cachos 0,328ns

Page 44: MINISTÉRIO DA CIÊNCIA, TECNOLOGA E INOVAÇÃO INSTITUTO

44

6. CONCLUSÃO

As progênies F2 geradas a partir do cruzamento entre a variedade Yoshimatsu e

o híbrido Débora Pto apresentaram potencial produtivo, mesmo na presença do

patógeno.

As progênies P8, P24 e P28 apresentaram os melhores resultados para os

caracteres produtividade, massa de frutos, comprimento e diâmetro, indicando que estas

progênies poderão dar continuidade às gerações seguintes.

As variáveis biométricas (massa, comprimento e diâmetro) mostraram-se mais

fortemente associadas à produtividade em vista das variáveis de número de flores, frutos

e cachos.

Page 45: MINISTÉRIO DA CIÊNCIA, TECNOLOGA E INOVAÇÃO INSTITUTO

45

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phylotype IV strains as Ralstonia syzygii subsp. indonesiensis subsp. nov., banana blood

disease bacterium strains as Ralstonia syzygii subsp. celebesensis subsp. nov. and R.

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